Informativo SBC - Edição 15_2017

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Mens Sana

Quando o esporte faz a diferença no estilo de vida de um ortopedista de coluna

Atuação

As implicações éticas e jurídicas sobre Terceira Opinião

Novos sócios

Confira os aprovados na prova realizada pela Comissão de Capacitação Profissional

Comunicação

A medicina nas redes sociais

Programação do XVI Congresso Brasileiro de Coluna promoveu a internacionalização da SBC



editorial

informativo

Missão cumprida com motivação

Mauro Volpi Presidente da Sociedade Brasileira de Coluna

Foram dois anos de muito trabalho à frente da SBC, com uma diretoria que atuou com dedicação nesta gestão (20152016) para promover ações que julgamos terem sido cumpridas, ao conquistarmos a confiança dos sócios na eleição que ocorreu em Florianópolis, por ocasião do XIV Congresso Brasileiro de Coluna. Particularmente, estou há seis anos como dirigente em nossa Sociedade, que, a cada dia, vem desempenhando um papel singular na área da coluna em nosso país. Não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário, os ortopedistas e neurocirurgiões de coluna estão cada vez mais sendo exigidos nos hospitais públicos e privados para o atendimento a pacientes de todas as idades. Porém, é fundamental falar da evolução que estamos vivenciando, com o significativo aumento de sócios e a preocupação em conseguir unir as questões do exercício profissional com a tarefa de multiplicar atividades de educação e atualização médica, principalmente para os jovens cirurgiões de coluna. Durante estes dois anos, passamos por um período difícil na conjuntura política e econômica brasileira que afetaram drasticamente o setor Saúde. Ouso dizer que houve uma verdadeira perseguição aos médicos e a banalização das faculdades de medicina. Isto sem contar com a crescente visão mercantilista das operadoras de planos de saúde, que atuam na contramão da autonomia dos médicos e no desvio de pacientes para outros colegas ligados a estas empresas. No entanto, a SBC avançou com a consolidação da parceria construída com

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a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), trazendo para o debate o questionamento sobre inúmeros temas de relevância para a comunidade médica da coluna. Estamos somando conquistas, as quais têm trazido boas oportunidades para os cirurgiões de coluna. Entre elas cito a internacionalização da SBC, com participações em sessões científicas em vários eventos: NASS, Eurospine, Spineweek, SILACO, Congresso Português de Coluna, Congresso Argentino de Coluna, entre outros. A missão foi grandiosa em liderar esta gestão que trabalhou voltada para a consolidação da tabela de honorários, promovendo reuniões com o CFM,a AMB, a ANS e o MS na defesa da valorização do exercício profissional no âmbito da cirurgia de coluna. Outras demandas também bem sucedidas são as campanhas desenvolvidas por nós,com o objetivo de difundir para os seus diferentes públicos, a imagem pública da SBC, além do apoio às nossas Regionais na realização de seus eventos em nível local. Obrigado a todos que nos incentivaram e prestigiaram a nossa administração. Agradecimento especial para os meus companheiros de diretoria: Aluízio Arantes Júnior, Alexandre Fogaça Cristante, Cristiano Magalhães Menezes e Marcelo Wajchenberg. Aos ex-presidentes Luiz Eduardo Munhoz da Rocha e Carlos Henrique Ribeiro, um abraço fraternal. Vamos continuar juntos!

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obituário

SBC

Sociedade Brasileira de Coluna

Cláudio Coutinho Villela Pedras

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

Expediente Conselho Diretor: Presidente: Dr. Mauro dos Santos Volpi Vice-Presidente: Dr. Aluízio Augusto Arantes Junior 1º Secretário: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Secretário: Dr. Cristiano Magalhães Menezes Tesoureiro: Dr. Marcelo Wajchenberg Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439 e-mail: gilmara.gil@terra.com.br Coordenador Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomes e-mail: egfg@uol.com.br Dr. René Kusabara e-mail: renekusabara@terra.com.br Revisão: Émerson Vasconcelos Editor: Dr. Sergio Zylbersztejn e-mail: sergiozyl@gmail.com Arte final e Editoração: Luciano Maciel

Aos 81 anos, morreu no dia 30/01/17, o ortopedista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coluna (gestão1991-1992) Cláudio Coutinho Villela Pedras (7/11/1935). Natural de Juiz de Fora, o Prof. Pedras adotou o Rio de Janeiro desde a adolescência. A sua dedicação à escoliose trouxe inúmeros benefícios e qualidade de vida para milhares de pacientes, a maioria crianças e jovens. “Estamos tristes com a perda do amigo e de um grande médico, um ícone da cirurgia da coluna brasileira”, declarou o presidente Mauro Volpi. O Prof. Cláudio Pedras era Titular da Cadeira de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e durante muitos anos chefiou os Serviços de Coluna dos Hospitais Clementino Fraga Filho e Miguel Couto ao lado do Prof. Nova Monteiro. Foi fundador do INTO, juntamente com o Prof. Francisco Silvestre Godinho. Formou inúmeros especialistas, através de programas de residência médica e de estágio de aperfeiçoamento em cirurgia da coluna. No decorrer de sua longa carreira e conduta ética profissional, o ortopedista foi responsável pela introdução de técnicas de cirurgia da coluna em nosso país. Numa entrevista para o Informativo (edição 03/2012), Pedras declarou: “Para os colegas que se iniciam no tratamento cirúrgico da escoliose, recomendo que não façam grandes aventuras. É preferível uma coluna torta que um paciente paraplégico”.

Colaboram nesta edição: Aluízio Arantes Jr, Edson Pudles, René Kusabara, Renato Muniz Teixeira, Jacob Chárbel, Rafid Rahman, Mariana Moreira, Silvio R. Silva, Rafael Moraes, Luis Cléver Mendonça de Araújo e Jaime Rocha. Periodicidade: Trimestral Foto de Capa: Enseada do Botafogo, Rio de Janeiro Impressão: Gráfica Pallotti Art Laser Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. Endereço: Sociedade Brasileira de Coluna – SBC Alameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 - São Paulo - SP Telefax: (11) 3088.6615 e-mail: coluna@coluna.com.br www.coluna.com.br Secretária: Ana Maria Cella

Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: coluna@coluna.com.br

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informativo

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CBC 2017 Evento foi sucesso de participações e inaugurou um novo formato com atividades científicas de cunho internacional

nesta e d i ç ã o Fórum /6 Um caso clínico de dor ciática

Mens Sana /10 A adrenalina corre solta num ortopedista de coluna focado no esporte

Novos Sócios /16 A lista dos aprovados em 2016

Atuação As regras e os aspectos jurídicos em terceira opinião em cirurgia de coluna entram em debate na SBC/SBN/SBOT

Campanhas /17 Mutirão e vídeos difundem o trabalho da SBC

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Comunicação /18 As redes sociais na rotina da prática médica trazem benefícios, mas também podem prejudicar, afirmam blogueiros médicos

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fórum

agenda

i n t e r a t i v o

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I Simpósio Manejo de Metástase Vertebral Data: 19 e 20 de maio Local: Hospital Alemão, São Paulo Informações: http://simposiometastase.com.br E-mail: iecs@haoc.com.br

II Simpósio Internacional de Cirurgia Endoscópica Data: 27 de maio Local: Hospital Samaritano, São Paulo Coordenação: João Paulo Bergamaschi Convidado Internacional: Álvaro Dowling Informações: https://goo.gl/EwVRgl

jun/17 Curso Internacional SAPCV 2017 Patologia Toracolombar com Desequilíbrio Digital Data: 15 e 16 de junho Local: Four Seasons, Buenos Aires, Argentina Informações: http://bit.ly/2pb15qd E-mail: infor@martaharriegue.com.ar

Aospine Regional Courses Data: 22 a 24 de junho Local: Cidade do México, México Informações: http://mexico2017.aospine.org E-mail: ltorres@aospine.org

Dor ciática Paciente: sexo feminino, 35 anos. Histórico: Apresenta queixa de dor ciática há dois meses com parestesia

no pé, sem déficit motor. Exame clínico: Foi realizado RM da coluna lombar.

Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e conheça a história completa do caso médico, acessando: www.coluna.com.br O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. René Kusabara, Chefe do Serviço de Cirurgia da Coluna do Hospital Bandeirantes, São Paulo.

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jul/17 Nass Summer Spine Meeting 2017 Data: 26 a 29 de julho Local: Sheraton San Diego Hotel & Marina, San Diego, California, EUA Informações: https://spine.org/ssm.aspx


opinião

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O presente é viver em rede

Sergio Zylbersztejn Editor

Mídias Sociais não representam uma mídia. A chave é ouvir, engajar e construir relacionamentos.

David Alston

Caros colegas! Esta edição traz um conteúdo sobre alguns assuntos importantes. O primeiro mostra um pouco do sucesso do CBC 2017, presidido pelo colega Renato Teixeira. Ele contou com a colaboração de uma dedicada equipe na Comissão Organizadora que contribuiu para o sucesso do evento. O nosso Congresso oportunizou a criação de um espaço multicultural, onde vários idiomas foram ouvidos nas salas que ocorreram as atividades do programa científico, dentre os quais russo, mandarim, hindu, turco e espanhol, em suas múltiplas matizes. Foi um encontro múltiplo em saberes e de grande performance científica, com palestrantes trazendo novas perspectivas para o tratamento cirúrgico da coluna. Sem dúvida, o Congresso do Rio de Janeiro foi o gatilho para uma abertura sem precedentes para a nossa Sociedade. O segundo refere-se à Assembleia Geral Ordinária, que transcorreu num clima cordial e profissional na apresentação das chapas que concorreram para a nova direção da SBC, gestão 2019-2020. Na realidade, a SBC avançou em direção a um novo momento pleno de cidadania e comprometimento com os seus sócios, em especial com foco na melhor medicina que podemos oferecer aos nossos pacientes. Em relação ao Encontro Brasil-Argentina, um flagrante fotográfico realizado no final das atividades traduz a síntese da parceria que envolve os dois países latino-americanos. A mensagem que trago para os nossos leitores é dirigida, em especial, aos jovens membros da Sociedade. Precisamos estar em sintonia com o universo das pessoas.

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Do e-mail, passamos para os smartphones e para as redes sociais. Tudo muito ágil e rápido para encurtar as vias de comunicação. Hoje, necessitamos da informação em tempo real. Dizem os especialistas que conectar-se faz parte do nosso dia a dia. A rede virtual é uma ferramenta indispensável no mundo contemporâneo. Sigam o Twitter, para citar um exemplo. Essa rede social permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos em textos conhecidos como tweets. Não pensem que é uma atividade fácil construir uma narrativa sobre um determinado assunto com apenas 140 caracteres. Não é necessário ter bola de cristal para saber que as mudanças ocorrem de forma veloz em tecnologia da informação e nas redes sociais. O que queremos deixar armazenado neste espaço impresso é que devemos e podemos criar uma rede poderosa de comunicação rápida, segura, interativa, sob o guarda-chuva da SBC. Vamos trocar mais ideias na rede virtual, como? Acessando o portal (www.coluna.com.br), os vídeos das nossas campanhas institucionais no Youtube, os nossos Newsletters (via e-mail), além de criar outras redes e canais de contatos para difundir a produção científica, esclarecer dúvidas e sugerir temas para encontros de atualização da nossa área de atuação. Estamos todos de parabéns pelo amadurecimento da nossa SBC. Boa leitura! Nota do editor: Temos o prazer de informar que, a partir da próxima edição, o Conselho Editorial estará renovado com a chegada de dois sócios atuantes: Dr. Murilo Daher (Goiânia) e Dr. Carlos Aguiar (Curitiba).


atuação

SBC/SBN/SBOT debatem a Terceira Opinião Uma plateia ativa participou dos debates do fórum “Terceira Opinião: regras e como participar”, atividade promovida pela Comissão Revisão de Tabelas e Incorporação de Tecnologias da SBC, em parceria com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). O evento aconteceu no dia 18 de março, em São Paulo, com o objetivo de trocar experiências e promover um debate aberto para os sócios da Sociedade a respeito da terceira opinião. O presidente Mauro Volpi esclareceu que a SBC iniciou o questionamento do tema motivada a orientar a totalidade dos sócios sobre as regras da terceira opinião, a partir de uma resolução normativa da ANS, que obriga as operadoras a consultar as Sociedades. “Nós começamos a pensar sobre a terceira opinião com alguma dificuldade, mas vamos levar adiante a questão e aprimorar a interpretação da junta médica sem equívocos”, disse.

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Volpi destacou que o fórum foi idealizado com a proposta de fazer uma padronização da terceira opinião, para não ficar uma situação confusa, sem discussão. “Por exemplo: o médico não pode dar opinião em relação ao caso. Ele tem que dizer sim ou não”, salientou. Na opinião do presidente da SBN, Ronald Farias, o mais importante é a união estabelecida há cerca de dois anos com a SBC e SBOT. “Esta aliança é muito forte na pauta das nossas demandas, tais como: auditores médicos, conselhos éticos e as atuações dos neurocirurgiões e ortopedistas no país”. Na sua fala, o dirigente salientou que a participação das Sociedades por meio das juntas de terceira opinião é uma percepção de que estamos bastante maduros para uma decisão, que é executar a junta de terceira opinião. É uma oportunidade de participar de um evento muito importante. Nós sempre questionávamos que a sociedade, de um modo geral, não nos ouvia. Não nos davam espaço. E, pela primeira vez, foi dado espaço


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para poder julgar. Um poder muito importante que nos foi delegado, e acho que não podemos nos eximir dessa tarefa”. Segundo Farias, a junta médica é um tema que já vem sendo amadurecido há muito tempo. “SBC, SBN e SBOT já estão bem maduras nesse sentido. Acredito que, a partir dessa reunião, já podemos tomar uma decisão definitiva”, enfatizou. O secretário-geral da SBOT, Alexandre Fogaça, destacou que a entidade tem recebido muitas solicitações de terceira opinião desde a mudança de regras da ANS. “A SBOT vem observando que, realmente, o problema é muito maior no âmbito da Coluna. Portanto, é algo que vamos precisar do apoio das sociedades, porém com mais preocupação para a nossa área de atuação”, disse Fogaça, que representou o presidente da entidade João Maurício Barreto. Na opinião de Fogaça, os ortopedistas e neurocirurgiões de coluna não podem perder a credibilidade. “Precisamos criar um sistema confiável que não cause conflito entre os sócios, mas que dê uma resposta para as Sociedades. O resultado deve ser positivo para o paciente, que é o maior interesse de todos os médicos. O segundo período do Curso contou com as participações dos advogados Sérgio Pittelli e Fernando Godoy, especialistas em direito médico. Eles abordaram a terceira opinião sob o ponto de vista jurídico. Na opinião de Pittelli, que presta assessoria para a SBC, o mais importante de tudo é que o encontro possibilitou um embasamento, com opinião padronizada e que atenda às regras da ANS, além de não causar conflito entre as partes interessadas. “Quando se fala em fundamento jurídico, não há muito o que se dizer. Essa questão da terceira opinião nasceu do descenso de médicos de assistência, seja com autenticação terapêutica, seja por indicação de material de um OPME”, lembra o advogado. Conforme explicou, foi criada uma segunda opinião oficial em contraposição a segunda opinião ética (Art. 39/ CEM - Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal), diferentemente dessa tradicional, que é uma segunda opinião espontânea ou solicitada pelo próprio médico ou pelo paciente que, no caso, é solicitada por um terceiro, que é o operador. “Por isso que a terceira opinião é oficial; ela está regulamentada por normas da ANS e CFM. É importante

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deixar claro que o CFM também participa desta normativa. Sob o ponto de vista jurídico, a questão está muito resolvida pela normalização’, enfatiza. Segundo Pittelli, é comum no direito haver normas que se conflitam, porém não tem nenhuma norma conflitante, “ muito pelo contrário, são todas congruentes e coerentes, sem problema nenhum. O que acontece é que elas não estão sendo observadas pelas operadoras de planos de saúde, o que gera o questionamento”. A ANS estabelece o cumprimento de três resoluções normativas. O CFM tem a RN Nº 1614, a mais importante porque regula a auditoria, enquanto a RN Nº 338/2015 regulamenta as OPMEs, da ANS.

Normas A RN Cônsul (ANS) no seu Art. 4, inciso 5,obriga as operadoras a garantir, no caso de divergência, a definição do impasse por intermédio de uma junta constituída por profissional solicitante, pelo médico da operadora e por um terceiro; a chamada terceira opinião. É uma resolução do Conselho Nacional de Saúde, mas ela tem poder sobre a ANS. Por outro lado, a RN Nº 387, de 2015 estabelece o rol de procedimentos. Esta norma da ANS também normatiza a questão da OPME e expressa que é prerrogativa do médico determinar as características, entre outros requisitos. Esta diretriz consta da RN 1956 do CFM. De acordo com o advogado da SBC, as duas normas são perfeitamente congruentes e coerentes. Como exemplo, Pittelli cita que o mesmo Art. Nº 22, inciso 6, parágrafo 1, os incisos 3º e 4º exige que também caberá um processo de acordo entre as partes, ou seja, repete o dispositivo da RN Cônsul. Além das normas federais, existe a DIFIS nº 7 de 2016, que é um entendimento da ANS, uma medida que regulamenta e detalha as determinações da RN Cônsul Nº 8 de 1998. “Ele detalha, não traz nada de novo a não ser um elemento que é bom para as Sociedades, que é a possibilidade de a entidade fazer parte da junta, além do profissional assistente, de um representante da sociedade local ou sociedade especialidade médica”, enfatizou Pittelli. Ele salienta que esta notificação é a primeira vez que apareceu no texto normativo, criando a possibilidade da junta da terceira opinião. O assessor jurídico chama

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atuação a atenção para o fato de que a ANS transcreve essa nota da DIFIS, mas na medida em que ela transcreve, ela faz dela a notificação. “Um detalhe importante em relação sobre os problemas envolvendo denúncias de médicos é que o profissional deve ser devidamente identificado, o auditor, e ele deve encaminhar por escrito ao profissional assistente um documento contendo as razões de discordância, fato que frequentemente não acontece”, disse Pittelli. Outra característica importante, segundo o advogado, é que a não utilização destes mecanismos é considerada pela ANS negativa e indevida de cobertura. “Só que isso não tem uma grande repercussão para o médico. O titular desse direito de negativa de cobertura é o paciente. Então, não adianta o médico chegar e dizer: olha, eles estão dando negativa de cobertura porque quem tem a palavra é o paciente. Isto pode ser informado ao paciente”, comentou. Sobre a resolução 1614 do CFM, no seu Art. 6º, parágrafo III, o auditor pode solicitar esclarecimento por escrito. Já, o Art. 7º, parágrafo II, determina a avaliação obrigatória a ser feita no paciente. O auditor não pode chamar o paciente ou ir até o paciente sem comunicar o médico do paciente e sem dar a ele a possibilidade de estar presente na avaliação. E, ainda, no Art. 9º, obriga o auditor, paralelamente, ao efetuar a informação de ilegalidade ao CRM, a comunicar também o médico. A resolução 1956 regulamenta a questão dos OPMEs e também traz um parecer descrito com a autorização do auditor. Para Pittelli, todos esses dispositivos são congruentes, todos falam no mesmo sentido que o auditor não pode examinar o paciente sem o médico saber ou pelo menos estar ciente. “O paciente tem que se manifestar por escrito, informar o médico das irregularidades. No Art. 6º, diz que ele pode pedir informações por escrito. Entendase que sendo necessário, essa medida pode ser tonar uma obrigatoriedade. No entendimento do advogado, fica a critério do auditor. No entanto, essa discricionariedade tem limites. “Se o auditor poderia ter se beneficiado da informação e não a pediu, ele também violou a norma. Há um conjunto de normas que são congruentes, coerentes, que regulam uma matéria de forma absolutamente correta. Não há como fugir delas e nem as observando; ela sendo observada, tudo ocorrerá corretamente”, frisou.

Manual de Codificação: nova revisão O coordenador da Comissão Revisão de Tabelas e Incorporação de Tecnologias e vice-presidente da SBC, Aluizio Arantes, explanou sobre a importância do “Manual de Codificação de Procedimentos em Cirurgia da Coluna”, como instrumento legal para balizar vários procedimentos cirúrgicos, bem como a utilização dos seus códigos pela junta médica da terceira opinião. A Comissão promoveu uma oficina durante a realização do Congresso Espinhal para a revisão do manual, com a proposta para que se faça uma revisão permanente agregando benefícios para os sócios como um todo. Segundo Aluizio, os participantes da oficina afirmaram que é fundamental continuar realizando um trabalho focado na questão educacional do conteúdo do manual tanto para as fontes pagadoras quanto para os associados, para que haja uma utilização mais eficaz na sua aplicação. “Temos observado que tem havido uma certa confusão, um certo mau uso do manual que tem por objetivo sinalizar as nossas decisões das juntas médicas na terceira opinião”, destacou. Editado em julho de 2015, o manual é fruto de um trabalho conjunto da SBC/SBN/SBOT. A publicação traz uma padronização dos códigos possíveis para as cirurgias de coluna. “ O manual é uma interpretação das sociedades de especialidades sem força de lei, porém com força política. Pela primeira vez os nossos associados tiveram um documento com a chancela da SBC para negociar regionalmente junto às fontes pagadoras uma melhoria nos seus honorários”, disse Aluízio. Segundo o dirigente, os resultados positivos estão começando a aparecer. Além da adesão por partes dos associados, o manual também está sendo bem aceito pelas fontes pagadoras. “Vamos continuar dentro dessa perspectiva de divulgar o manual, mas já estamos pensando no próximo passo, que é negociação e defesa profissional. Queremos estimular ações regionais e trabalhar regionalmente junto as fontes pagadoras”, alertou. No CBC 2017, a Comissão de Codificação realizou outra oficina, porém o foco foi para o SUS. “Nossa intenção é que esse manual também seja uma fonte de negociação com gestores municipais de todo o país”, disse Aluízio.

Confira: A SBC disponibiliza o vídeo do Fórum no seu portal, acesse www.coluna.com.br

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evento

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CBC 2017 lançou eventos de grande visibilidade internacional Mais de 150 atividades científicas marcaram o XVI Congresso Brasileiro de Coluna, incluindo o XIV Congresso Ibero-Latino Americano de Coluna, o II Congress of International Society of Craniovertebral Junction and Spine e I BRICS Meeting, que aconteceu de 19 a 22 de abril, no Royal Tulip Hotel, Rio de Janeiro. Realizado a cada dois anos, o evento da Sociedade Brasileira de Coluna foi um sucesso, com 886 participantes. Nesta edição, o CBC 2017 trouxe abordagens para os temas principais; trauma raquimedular, cirurgia reconstrutiva da coluna, deformidades pediátricas e do adulto, escoliose, doenças complexas da coluna e

tumores, entre outras abordagens. A programação contou com a presença de 142 palestrantes nacionais, 82 internacionais, dos quais 34 professores convidados especiais. Foram apresentados 103 trabalhos “Tema Livre Oral”, “85 E-pôster” e a realização de 6 cursos pré-congressos ministrados pelas seguintes Sociedades: Sociedades AOSpine, SRS (Scoliosis Research Society), SOLAS (Society of Lateral Access Surgery), SICCMI (Sociedad Interamericana Cirurgia de Columna Minimamente Invasiva), FLANC (Federacion Latinoamericana de Sociedade de Neurocirurgia) e a SCJS (Craniovertebral Junction and Spine Society).

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evento Durante o evento, houve várias atividades paralelas e de grande interesse para os congressistas, como a realização da “Oficina de Defesa Profissional” — promovida pela Comissão de Honorários e Codificações do SUS, sob a coordenação do Dr. Aluizio Arantes Jr (SBC), Dr. Ronald de Lucena Farias e Dr. Alexandre Fogaça (SBOT) —, 5º Encontro Brasil-Argentina, presidido pelo Dr. Marcelo Wajchenberg (BR) e Gérman Galaretto (AR), além de sessões de vídeos, simpósios satélites e workshops. Um dos pontos altos do CBC 2017 foi a solenidade de abertura. O ato inovou com falas breves do presidente do evento Renato Teixeira, que agradeceu a participação de todos e ao trabalho incansável da Comissão Organizadora (Carlos Henrique Ribeiro, Luiz Otávio Penteado, André Luiz Loyelo Barcellos, Luis Eduardo Carelli Teixeira da Silva) e dos presidentes Mauro Volpi (SBC- Gestão 2015-2016) e Helton Defino (SILACO). Na avaliação do presidente Renato Muniz Teixeira, o evento promoveu a SBC como idealizadora de encontros internacionais, com a realização do I BRICS Meeting, que reuniu ortopedistas e neurocirurgiões de coluna da Rússia, Índia e China para a troca de conhecimentos e atualização dos temas centrais do encontro. Para o presidente da Sociedad Ibero-Latinoamericana de Columna, Helton Aparecido Defino, o CBC 2017 foi muito produtivo para os congressistas e palestrantes, principalmente, por apresentar um formato globalizado, sem fronteiras para a produção científica e difusão das técnicas cirúrgicas da coluna.

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O presidente da SBC, Edson Pudles, que assumiu o cargo no evento, saudou o êxito da realização conjunta que uniu o programa científico, além de promover um vínculo com importantes Sociedades internacionais de coluna. “O caminho está aberto para a nossa Sociedade. Vamos promover novas parcerias em nível nacional e internacional para a difusão da cirurgia da coluna brasileira”, destacou. Durante o evento, foi empossada a diretoria da SBC (Gestão 2017-2018), liderada pelo ortopedista de coluna Edson Pudles (Curitiba/PR).

Eleição A eleição para o Conselho Diretor e Fiscal para o biênio (2017-2018) da Sociedade Brasileira de Coluna ocorreu na Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 21 de abril, às 17h30min, por ocasião do XVI Congresso Brasileiro de Coluna. Duas chapas concorreram ao pleito. A vencedora foi a Chapa 1 - Trabalho e União, liderada pelo neurocirurgião Aluízio Arantes Jr (MG), que obteve 149 votos dos 238 sócios que participaram do processo eleitoral. A Chapa 2 - Mudança (Oposição), encabeçada pelo Dr. Bruno Cortes recebeu 89 votos. Próximos dirigentes: Aluízio Arantes Jr. (Presidente), Cristiano Menezes (Vice-presidente), Robert Meves (1º Secretário), Emiliano Vialle (2º secretário), Márcio Vidal (1º Tesoureiro), Luis Eduardo Carelli (2º Tesoureiro).


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Ação Social “Pilote com responsabilidade: não troque as rodas da sua moto pelas de uma cadeira”, foi o mote da ação educativa de saúde promovida pelo CBC 2017 e a Comissão de Campanhas da SBC. A intervenção social foi realizada no dia 18 de abril, em Copacabana, antecedendo a programação científica do evento, com o objetivo de alertar motoristas e, em especial, motociclistas sobre os riscos de lesões graves na coluna nos acidentes envolvendo motocicletas. A iniciativa contou a participação do Dr. Luiz Otávio Penteado (Comissão Organizadora) e do Dr. Orlando Righesso Neto (Comissão de Campanhas). Eles distribuíram folhetos contendo informações sobre prevenção de acidentes na coluna e conversaram com motociclistas no semáforo da Av. Princesa Izabel com a Av. Atlântica.

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Da ortopedia à pescaria, Nadar, pedalar, tudo acorrer vere paixão pelo

esporte

“Sempre pratiquei esportes, desde a infância. Futebol e judô foram as minhas preferências no tempo de guri. Na adolescência, a natação e o tênis tiveram grande importância para o meu desenvolvimento físico”. A afirmação é do ortopedista de coluna Marcus Ziegler, 40 anos, de Porto Alegre. Marcus foi mais longe. O triathlon é a sua paixão mais recente. Ele conta que corria quando estava na Faculdade e que sempre nadou. Diz que também começou a pedalar e que ficou encantado pelas modalidades unidas em uma prova. “Existem competições no mundo todo e cada

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uma tem um desafio. Minha principal prova foi na modalidade olímpica do triathlon (1,5km natação; 40km de bike e 10km de corrida), no Internacional de Santos, São Paulo, completa. Ele explica que esta prova é muito boa de fazer, mas com alta temperatura e umidade. “Estou estou treinando para o próximo desafio; um meio IronMan, prova que consiste no atleta percorrer 1,9km de natação, 90km de bike e 21km de corrida. Ziegler lembra que sempre se dedicou a prática de esportes, buscando desafios pessoais e um condicionamento físico ideal. “Nunca aceitei a


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condição de cansar”, sentencia. O ortopedista explica que dentro das modalidades esportivas, ele escolhe aquelas que tenham contato com a natureza e que a mente possa estar tranquila. “Tenho prazer em praticar vários esportes, sendo o triathlon uma paixão. Depois de praticar isoladamente cada uma das três modalidades (natação, bike e corrida), desafiei a juntá-las”, diz Marcus. Na avaliação do nosso cirurgião de coluna atleta, estas modalidades permitem que ele tenha um condicionamento ideal para fazer, por exemplo, uma viagem anual de surf com outros colegas de faculdade. “Faço meus treinos à noite, algumas vezes, no fim de tarde e ao meio dia. Nos finais de semana, sempre faço pela manhã, com orientação por um educador físico”, salienta. O desempenho físico de Marcus e a sua performance atlética envolve várias etapas de preparação para as provas, além daquilo que ele define como emoção contagiante, o ato de competir com um grande grupo de atletas. “No triathlon, cada etapa conquistada é uma sensação indescritível. É uma prova longa, onde há muito tempo para pensar em estratégia e, principalmente, se divertir. Nas provas, a gente incentiva e é incentivado por pessoas que jamais vimos. Isso é de arrepiar”, destaca. Para Marcus, as provas têm um sabor especial, como a rotina de uma viagem, sempre um convite para um novo acontecimento na vida de todos que estão participando ou competindo. “Cada viagem é uma história, um fato importante para mim, porque sou competitivo comigo mesmo, quero me superar a cada instante”. Uma das razões em continuar praticando esportes, segundo o ortopedista, é para evitar o estresse de uma rotina de trabalho intenso, como é a profissão de médico. “O esporte faz com que eu fique livre de problemas e preocupações por horas. O esporte traz saúde, prevenção de muitos problemas e muita diversão. Marcus Ziegler é formado pela Faculdade de Medicina da PUCRS, onde completou a residência em ortopedia e cirurgia de coluna no Serviço do Prof. Erasmo Zardo. Posteriormente, realizou um short fellow com o Prof. Helton Defino (USP/Ribeirão Preto) e com o Prof. Luiz Vialle e Emiliano Vialle (Curitiba/Paraná). Fez fellow com o Prof. Michael Mayer (Schoen Kliniken München/ Alemanha). Atua como preceptor no Grupo de Coluna do Hospital São Lucas da PUCRS.

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Para saber: Triathlon O triathlon moderno (nadar, pedalar e correr – ou, melhor, nadapedalacorre) tem o seu primeiro registro em San Diego, Califórnia, em 1974, quando a equipe do Clube de Atletismo de San Diego organizou uma disputa para sair da rotina dos treinos na pista. O desafio consistia em nadar 550m, pedalar 8km e correr 8,5km. 46 participantes completaram a prova e, desde então, o esporte cresceu até se tornar uma modalidade olímpica e reunir milhões de praticantes em todo mundo. Em 1989, foi fundada a International Triathlon Union (ITU), organização que tinha uma missão principal: organizar o esporte e levá-lo às Olimpíadas, o que aconteceu em pouco mais de 10 anos. Em Sydney, no ano 2000, o Triathlon estreou nas Olimpíadas, com a distância que é conhecida como “Triathlon Olímpico”: 1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida. As provas de meio ironman são as mais populares de longa distância em todo o mundo, com diversos organizadores além da marca Ironman. Trata-se de uma distância que atrai muitos atletas de diversos níveis e objetivos. Fonte: mundotri

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atuação Novos sócios ingressam na SBC Aprovados

A Comissão de Capacitação Profissional (CCP) realizou a prova para admissão de novos sócios no dia 24 de novembro de 2016, no Centro de Convenções do Hotel JP, em Ribeirão Preto. O processo de inclusão de novos sócios é composto de exame escrito, oral e trabalho científico. De acordo com o edital, a prova escrita tem peso 5, enquanto a prova oral tem peso 4 e o trabalho científico tem peso 1. Para a prova, houve 38 candidatos inscritos, porém dois não compareceram. Foram aprovados 34 candidatos e dois não atingiram o índice necessário para aprovação. Novos sócios: 32 ortopedistas, dois neurocirurgiões. Na oportunidade, o Dr. Marcelo Risso foi escolhido o novo coordenador da CCP, substituindo o Dr. Edson Pudles, que assumiu a presidência da SBC na gestão 2017- 2018 durante o XVI Congresso Brasileiro de Coluna, realizado no Rio de Janeiro. Confira ao lado:

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Aldo Cézar Fregadolli Calado Andrius Berardi Bernardo de Andrada Pereira Carlos Augusto Costa Marques Diego Benone Santos Neto Diego da Silva Collares Felipe de Moraes Pomar Felipe Loss Felipe Ribeiro Ledur Geiser de Souza Carvalho George Pedro Lima Feitosa Guilherme Lima Matos Gustavo Meurer Jailson Franco Freitas Joana Bretas Cabral Rondon Guasque Lendl do Vale Mendonça Lucas Castrillon Carmo Machado Luciana Feitosa Ferrer Marcelo Guerra de Albuquerque Rosendo Marcos Calixto Acchar Marcos Pablo Alencar da Cunha Cavalcanti Mauricio Coelho Lima Mauricio Fernandes de Camargo Mohamed Ahmed Nasreddine Nicholai Faulhaber Pourchet Paulo Sérgio Santos Melo Pedro Felisbino Junior Raphael Teofilo de Souza Rodrigo Santos Martinez Thiago Kolachinski Brandão Victor Barbosa Caixeta Vinicius de Meldau Benites Vinicius Magno da Rocha Wellington Keity Ueda


campanhas

informativo

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Comissão de Campanhas produz vídeos educativos A Comissão de Campanhas da SBC é coordenada pelo ortopedista Orlando Righesso Neto. Criada para difundir e promover a SBC para os seus diferentes públicos, a Comissão desenvolve um trabalho de continuidade e apresenta resultados positivos na construção da imagem pública da Sociedade. Assista, curta e compartilhe os vídeos das nossas campanhas de caráter educativo de prevenção de lesões na coluna. Os filmes estão na web, no canal da SBC do Youtube.

Grupo de Coluna da Santa Casa Vitória promove mutirão de escoliose

Mergulho em Água Rasa Com o objetivo de conscientizar a população sobre os acidentes por mergulho, a SBC desenvolveu a campanha “Mergulho em Água Rasa”. https://youtu.be/gRDDJqqYFEE

O Grupo de Coluna Vertebral da Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória (ES) promoveu o primeiro mutirão de escoliose para triagem e orientação dos alunos da Escola EMEF - Anacleta Schneider Lucas, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, SBOT-ES e SBC. A iniciativa integra um projeto de educação e saúde de grande alcance social e acesso à saúde pública preventiva na rede escolar capixaba. O coordenador da Residência de Ortopedia da Santa Casa Vitória, Grupo de Coluna e membro da SBC, Chárbel Jacob, informa que foram avaliados 172 escolares compreendidos na faixa etária preconizada pelo projeto, sendo que, deste total, foram identificadas alterações em aproximadamente 12% dos alunos. Os alunos que apresentaram problemas foram encaminhados para continuidade do diagnóstico e tratamento específico no Hospital da Santa Casa de Vitória. “A expectativa é que este projeto se estenda para as demais 85 escolas municipais de Vitória nos próximos dois anos. É intenção do Grupo de Coluna implementar mais uma proposta de melhoria da qualidade de vida dos escolares de Vitória A iniciativa ocorreu no dia 26 de outubro de 2016.

Peso da mochila das crianças A campanha destaca os cuidados e a importância da coluna postural na prevenção da dor lombar relacionada ao uso e peso ideal da mochila. https://youtu.be/LQ8NRpTbdS4 Uso de smartphones O vídeo faz uma alerta sobre a incorporação de novas tecnologias como o uso de celular e computador e os problemas que podem causar na coluna cervical. https://youtu.be/ey2n_DiiHec Mutirão Escoliose Idiopática Ação social que ocorreu numa escola pública de Belo Horizonte, no XV Congresso Brasileiro de Coluna. https://youtu.be/KtPu2oEXDRU Ciclismo O vídeo mostra como evitar problemas de coluna na prática do ciclismo. https://www.youtube.com/watch?v=n9xFhjrSt3I

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comunicação Nas páginas a seguir, apresentamos três textos que mostram o uso da comunicação na plataforma digital em medicina. O primeiro artigo é assinado por

O paciente é o foco

Rafid Rahman, um jovem estudante de medicina e criador do MedSpeak, Canal do YouTube que dá uma visão sobre a jornada da medicina nas várias etapas do ensino. Ao ler uma mensagem postada por Rafid no seu blog, o editor Sérgio Zylbersztejn entrou em contato e solicitou-lhe que enviasse um texto sobre o impacto das inovações tecnológicas na atividade médica. Num outro contexto, o consultor de marketing e criador do site www.doctorscopic.com Sandro Herek traça um panorama do uso da tecnologia na área médica. O terceiro artigo, de autoria da médica Diane Shannon, aborda um assunto atual e polêmico que trata sobre a “obrigatoriedade” do médico ser 24h disponível no espaço digital.

Paciente sofre uma queda da sua bicicleta e é encaminhado para uma emergência médica devido ao sintoma de cefaleia latejante. Ato imediato: plantonistas solicitam exames de rotina, tais como: radiografia do crânio e hemograma completo. À enfermeira, eles solicitam para que prepare o paciente para uma Ressonância Magnética (RM) do crânio e da coluna cervical, caso os resultados dos exames solicitados forem inconclusivos. No papel de um residente — em uma emergência— tenho visto situações que variam de uma exame físico superficial e uso consequente de várias tecnologias para obter o diagnóstico correto da lesão do paciente. Embora os médicos de hoje usem a tecnologia, esquecemos que muitas delas possuem menos de cem anos de uso. Alguns exemplos: a radiografia foi descoberta em 1895, porém a sua difusão ocorreu muito mais tarde [1]. A introdução da tomografia computadorizada (TC) clínica ocorreu em 1/11/1971 [2]. A ressonância magnética (MRI) foi realizada pela primeira vez em um paciente em 3/7/1977 [3]. O que me causa incredibilidade é que os médicos façam o juramento de Hipócrates há mais de um milênio (o grau de médico tem sido concedido desde 1.200 dC) e o seu trabalho tenha sido apoiado apenas no exame físico e na sua experiência para diagnosticar e curar doentes pela história da humanidade [4].

Exame físico

Confiram e reflitam as visões dos articulistas que difundem, contextualizam e compartilham informação utilizando-se da linguagem digital nas suas narrativas para formar redes de conhecimento e interatividade na medicina.

Mesmo que a maioria dos estudantes de medicina tenham a possibilidade de conhecer os avanços tecnológicos, é de fundamental importância perceber um passo para trás. Reconheçamos a importância do exame físico na história da medicina e vamos dar a ele o respeito que merece. Ao obter o título de médico, no passado, a prática era um desafio, devido às mínimas possibilidades de exames e testes darem sustentação ao diagnóstico e tratamento. Hoje, antes de você solicitar uma bateria de exames, tente aprofundar a relação médico-paciente e obter mais informações

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informativo

clínicas sobre o que está causando preocupação. É certo que você obterá dados que as máquinas não podem oferecer. Embora as empresas de seguro saúde restrinjam o tempo do atendimento médico, lembre-se que a medicina foi considerada como uma arte a ser praticada com o paciente no foco. Na minha visão, defendo que os futuros médicos devem prestar um reconhecimento ao valor do exame físico detalhado sem perder a parceria que a tecnologia trouxe para o cenário médico atual. Sem todas as ferramentas de diagnóstico existentes, provavelmente não seríamos capazes de salvar centenas de milhares de vidas. Além disso, devemos abraçar plenamente o poder da medicina atual e aguardarmos com expectativa os grandes avanços que estão por vir. A realidade virtual é um avanço próximo na instrução médica, que é extremamente emocionante para futuros médicos e também para pacientes. Em abril de 2016, o Dr. Ahmed realizou uma operação que removeu o tecido canceroso do intestino de seu paciente enquanto usava uma câmera de realidade virtual [5].

Tecnologia avançada Durante a operação, estudantes de medicina, membros da família ou qualquer pessoa interessada poderiam ter participado da visualização da cirurgia em tempo real por causa de duas câmeras de 360º colocadas na sala de cirurgia [5]. Além disso, o Dr. Ahmed diz que no futuro os cirurgiões poderão adicionar gráficos às imagens brutas para acrescentar mais informações relevantes para os observadores. E, em três a cinco anos, as empresas poderão desenvolver dispositivos com sensibilidade tátil (luvas virtuais ou bodysuits) que podem ajudar espectadores a sentirem o que o cirurgião está tocando. Isso é um avanço incalculável na educação médica para trazer estímulos visuais e de toque juntos. Em uma época em que os médicos são responsáveis​​ por aprender mais informações e para acompanhar mais detalhes do que nunca, o futuro da inteligência artificial é brilhante no campo para ajudar a reduzir as informações pertinentes necessárias para a busca de um diagnóstico correto. Recentemente, o “Google Deepmind Health” tem sido usado para analisar os registros médicos de pacientes que consentem em

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ajudar a detectar doenças oculares evitáveis ​​usando dados dos prontuários [6]. Assim, este software já ajudou a reduzir a tensão do médico, diminuindo a quantidade de horas necessárias para analisar minuciosamente varreduras e permitiu que os médicos usassem esse tempo para discutir opções de diagnóstico e tratamento com os pacientes. Esta tecnologia está apenas no início da implementação e tem um enorme potencial em áreas como identificação de doenças, planejamento de radioterapia e cuidados preventivos [6]. Este tipo de integração de tecnologia pode reduzir a quantidade de tempo que os médicos gastam no computador e aumentar o tempo que ele ou ela tem com o paciente, o que não só aumenta a satisfação do paciente, mas também pode ajudar a capacitá-lo a tomar melhores decisões de saúde. No papel de futuros médicos, estamos entrando em um período emocionante que se desenvolve rapidamente na medicina. Desde que a tecnologia está melhorando mais rapidamente do que podemos acompanhar, tenho a certeza de que poderemos abordar de uma maneira sistêmica e efetiva as doenças que flagelam nosso sistema de saúde. No entanto, com novos avanços surgem novos desafios, como a bioética, e teremos de estar preparados para enfrentá-los. Não importa como a prática da medicina mude, temos o dever, como os médicos tiveram desde o início da história, de fazer do paciente o foco de nosso trabalho e curar não só a doença, mas praticar a medicina holística que restaura o corpo e a mente.

Autor: Rafid Rahman - Graduado com Honra pela Universidade de Illinois, Chicago. Ele é duplamente formado em Antropologia e Ciências Biológicas e foi aceito na Escola de Medicina da Universidade de Toledo Medical Center, por meio do programa MedStart. Bibliografia: [1] https://www.nde- .org/EducationResources/CommunityCollege/ Radiography/Introduction/history.htm [2] http://www.impactscan.org/CThistory.htm [3] https://www.aps.org/publications/apsnews/200607/history.cfm [4] http://www.medicina.unibo.it/it/scuola/alle-origini-della-scuoladi-medicina [5] https://www.theguardian.com/technology/2016/apr/14/cuttingedge-theatre-worlds-first-virtual-reality-operation-goes-live [6] https://deepmind.com/applied/deepmind-health/research/

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comunicação

O cenário médico atual O mundo está mudando e mudando rápido. Conhecimento e informação estão cada vez mais rapidamente disponíveis, como nunca antes na história de nossa espécie. Somente há 140 anos a tecnologia, que se transformou em nosso telefone comum, foi inventada. Somente em 1947 começamos a utilizar códigos de área para fazer ligações para outros telefones. A Word Wide Web (WWW) foi somente estabelecida em 1990, e tem modificado de forma significativa a forma como pensamos e fazemos negócios. Claro que há vantagens e desvantagens nessas crescentes mudanças na tecnologia. Alguns dizem que as pessoas

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antigamente eram mais “mão na massa” e preferiam interações pessoalmente. Atualmente, você frequentemente escuta pessoas brincando sobre um grupo de pessoas se divertindo em um bar ou restaurante. Ao prestar atenção em uma das pessoas do grupo, você vai vê-los aparentemente rindo de si mesmos, seguido por outro sorriso e gargalhadas. Rápidos olhares e sorrisos dançam entre eles como se estivessem telepaticamente se comunicando. Se você prestar ainda mais atenção e observar mais profundamente, você vai notar que eles estão, de fato, se comunicando. O que estão fazendo? Estão enviando


informativo

mensagens de texto um ao outro em seus telefones... polegares se movimentando para frente e para trás, enviando entre si mensagens, imagens e vídeos curtos. Isso realmente se transformou em algo normal. Eu me lembro que quando era mais jovem gostava de aprender sobre alguma coisa. Ou meu pai fazia uma anotação para comprar uma enciclopédia na próxima vez que o vendedor passasse em nossa rua, ou teria que fazer uma pequena visita na biblioteca pública para procurar livros que continham as respostas do que eu estava buscando. Hoje em dia, de forma trivial, uma pessoa usa seu smartphone, aperta um botão, faz uma pergunta e obtém a resposta na hora, simples assim. Isto é algo bom, pois a base estrutural de qualquer sociedade é a Educação. Quanto mais acesso cada cidadão, de qualquer sociedade, possuir para continuar sua educação, mais rapidamente poderemos nos desenvolver e crescer como espécie. Então, o que isso significa para você? Se você é médico, você talvez tenha um sentimento misto sobre a Tecnologia. Talvez você seja totalmente adepto e ache que é melhor coisa para a humanidade. Talvez você se pergunte se a tecnologia pode, eventualmente, fazer sua profissão ficar obsoleta, substituída por inteligência artificial, robótica ou hologramas de emergências médicas, como descrito na saga de ficção científica Star Trek! Na realidade, você como Profissional da Saúde, é quem define. Você possui nas mãos a chave para o futuro. Vocês são os que possuem o conhecimento, o know-how, e isso é o que você irá decidir: se a tecnologia for abraçada de todo o coração e integrada na medicina moderna ou se será suprimida, atrasando nossa evolução e progresso como uma comunidade global. Você precisa avaliar seriamente como se sente em relação à tecnologia médica e perceber qual a melhor forma de integrar a tecnologia cada vez mais em seu consultório. Imagine-se você, em um futuro próximo, quando médicos trabalhando em casa for o normal. Você aperta um botão e uma projeção holográfica de seu paciente aparece em sua frente. Você pode tocar o holograma e sentir sensações táteis, como se você estivesse realmente tocando o paciente. Seu paciente

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sente a mesma sensação e você pode ver a reação de relaxamento e conforto na sua face. Você completa sua consulta e prescreve uma medicação com foco genético baseada na tecnologia CRISPR-Cas9. Com poucos cliques, um drone médico é enviado a partir da farmácia mais próxima e entrega a medicação para o paciente em 15 minutos. Parece algo que você se interessa? Pode parecer um pouco exagerado, mas, na verdade, não estamos muito longe de tal futuro e realmente nós poderemos contar com tecnologias muito mais avançadas do que as que descrevi aqui. Como um provedor de serviços médicos, vivendo neste momento tão excitante para a medicina, é de grande vantagem para você olhar mais de perto as tecnologias que estão disponíveis para você e se tornar um dos primeiros a adotar tais tecnologias para ajudar a impulsionar o mercado e incentivar uma postura positiva na legislação e na educação dos consumidores para que possamos continuar a progredir e expandir nossas capacidades tecnológicas. Ao se tornar um dos primeiros a utilizar novas tecnologias, você conquista duas coisas. Primeiro você será capaz de aprender sobre novas ferramentas mais cedo, como utilizá-las e como integrá-las em sua atividade diária para poder começar a se beneficiar financeiramente, simplesmente por estar à frente da curva. Segundo, você irá encorajar outros médicos e aqueles que criam tecnologias para servir a área médica, para que se invistam recursos no desenvolvimento, modernização e invenção de tecnologias ainda melhores. Na área da Medicina Moderna, existem muitas tecnologias médicas atualmente disponíveis. Elas vão desde dispositivos ultrassônicos portáteis que permitem ao médico olhar uma fratura sem a necessidade de raio-x, até inteligência artificial capaz de gerar protocolos para pacientes nos estágios inicias de Alzheimer. Algumas dessas tecnologias podem ser acessadas e utilizadas hoje pela maioria dos médicos para melhorar processo e a eficiente de seus consultórios.

Autor: Sandro Herek Fonte: Doctorscopic (www.doctorscopic.com)

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informação Os médicos não são super-humanos Os médicos são avaliados como superiores às questões humanas, capazes de saltar os obstáculos acadêmicos necessários para entrar na escola de medicina. Avaliase também que eles tenham a capacidade de retardar voluntariamente muitas das gratificações associadas à idade adulta jovem, sobrevivendo longas horas durante o treinamento e que, mais tarde, quando na prática, consigam manter uma cabeça fria em meio à crise. De muitas maneiras, nós médicos aceitamos essa imagem. Pessoalmente, eu não sabia o quanto eu gostava do manto de herói até que eu removi o meu avental e me retirei da medicina. Senti uma pontada na minha garganta ao desistir da identidade de ser um médico. Na verdade, eu gostava de me sentir super-humano às vezes. Foi um ajuste para deixar esta imagem ir. Mas, quando a noção de médico como super-humano foi longe demais? Eu pensei sobre essa questão muitas vezes durante o meu treinamento de residência. Trabalhar continuamente por 24 ou mesmo 30 horas (eu treinei antes das atuais restrições de hora de serviço) parecia pedir muito de um corpo humano. Recentemente, fui confrontado com esta pergunta, quando um médico com coragem falou sobre uma causa de “burnout” que eu não tinha considerado suficientemente antes: a expectativa de disponibilidade praticamente constante. Durante o período de perguntas e respostas após uma palestra que fiz sobre a prevenção do esgotamento, o internista, um membro do corpo docente de um centro médico da universidade, disse à audiência que os administradores do hospital haviam começado recentemente a exigir que os médicos listassem seus números de telefone celular com as informações de contato para disponibilizar no site da organização. Não foram incluídas orientações sobre quando e em que circunstâncias os doentes devem utilizar os números.

Ele nos disse: “Agora, recebo mensagens de pacientes que esperam uma resposta imediata. Eu estava recentemente na clínica vendo pacientes quando um outro paciente enviou a mesma mensagem de texto duas vezes em uma hora. Como não foi possível responder no tempo esperado pelo paciente, ele contatou a secretaria e destratou a equipe médica. No último verão, em férias com a familia, chegaram várias mensagens de pacientes. Não importando a hora do dia ou a gravidade da condição médica, esses pacientes obtiveram acesso ao médico 24 horas por dia. A sensação é a de que nunca mais terei privacidade”. Melhorar o acesso dos pacientes às informações oportunas sobre suas condições de saúde e cuidados é uma coisa boa. Mas, por que não consideramos o custo para os médicos? Por que alguém esperaria que um indivíduo poderia trabalhar longas horas em um campo inerentemente estressante e cognitivamente exigente sem precisar de tempo para recuperar-se? Seria o memo que um piloto de linha aérea ouum militar que estivessem em atividade 24 horas ou 7 dias da semana sem parar? Por que parece que realizar o Juramento Hipocrático é equivalente a abdicar de nossas necessidades humanas? O uso do prontuário eletrônico tem transformado a nós, médicos, em robôs. Porém, não somos robôs. As taxas atuais de “burnout” nos Estados Unidos estão acima de 50% em vários estudos que mostram que não somos super-humanos e que todos pagam quando nós agimos como se fôssemos (ou quando líderes organizacionais agem como se fôssemos).

Autora: Diane W. Shannon - Médica Internista Fonte: Shannon Healthcare Communications - MPH | Médico | 15/12/16

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