Informativo SBC - Edição 14_2016

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JUN/JUL/AGO/SET

2016

Entrevista

Carlos Henrique Ribeiro

Mens Sana

Pescaria com muita aventura no Pantanal

Evento

Os preparativos para o XVI Congresso Brasileiro de Coluna

Informação

Medicina & Espiritualidade

Como a Síndrome de Burnout atinge os médicos


Assinatura para não-sócios

R$ Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier 2 Distribuição gratuita para sócios com anuidade em dia . Editor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher

80,00


editorial

informativo

JUN/JUL/AGO/SET 2016

Apesar da crise Mauro Volpi Presidente da Sociedade Brasileira de Coluna

Queremos saber! Os sócios da SBC precisam nos dar a resposta sobre a implantação da Tabela de Codificação dos Procedimentos em Cirurgia da Coluna Vertebral. Elaborada em conjunto com a SBN e SBOT, a tabela é um instrumento importante para o cirurgião de coluna na busca de uma remuneração mais justa. Durante esse processo, recebemos algumas informações que sinalizam a aceitação de fontes pagadoras privadas de referência dos honorários propostos na tabela, mas é preciso avançar progressivamente. Quanto mais cirurgiões de coluna utilizarem a Tabela de Codificação de Procedimentos, maior será a aceitação das fontes pagadoras privadas e governamentais para a valorização do ato médico em cirurgia da coluna. No último número do Informativo, destacamos o fato de darmos continuidade ao trabalho conjunto e unificado que vem sendo desenvolvido com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia(SBN) e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia(SBOT), pautado por uma agenda comum de temas de interesses associativos e política de saúde. Desta forma, trazemos aos leitores a parceria com a AMB. Ela se uniu às outras três entidades com o objetivo de auxiliar, através da sua expertise, o envio das sugestões da SBC na consulta pública para atualização do Rol

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de Procedimentos da ANS para cobertura dos planos de saúde em 2018. No campo da atualização científica, a movimentação está grande para a SBC. O primeiro semestre apresentou encontros de grande importância na área da coluna, com a participação de palestrantes nacionais, a maioria membros da Sociedade, em congressos internacionais. Dentre estes eventos, se destacam o Spineweek, em Singapura, e o XIX Congreso de la Sociedade Argentina de Patología de la Columna Vertebral, realizado na cidade de Rosário. As Regionais da SBC de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e CentroOeste promoveram jornadas e congressos locais. As atividades científicas tiveram sucesso de público e demonstram o interesse, principalmente, do jovem cirurgião de coluna. Por fim, gostaria de lembrar que, no mês de outubro, a SBC participará de dois megaeventos, com programa científico nas sessões da Eurospine, em Berlim e no NASS, em Boston. Em novembro, a SBC estará presente no 48º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), em Belo Horizonte. Apesar da crise, iniciamos o segundo semestre com ótimas perspectivas para a SBC. Ou seja, para os nossos sócios. Até breve!


SBC

Sociedade Brasileira de Coluna

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

saúde suplementar Expediente

SBC, SBN, SBOT e AMB participam da consulta pública da ANS

Conselho Diretor: Presidente: Dr. Mauro dos Santos Volpi Vice-Presidente: Dr. Aluízio Augusto Arantes Junior 1º Secretário: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Secretário: Dr. Cristiano Magalhães Menezes Tesoureiro: Dr. Marcelo Wajchenberg Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439 e-mail: gilmara.gil@terra.com.br Coordenador Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomes e-mail: egfg@uol.com.br Dr. René Kusabara e-mail: renekusabara@terra.com.br Revisão: Plínio Nunes Editor: Dr. Sergio Zylbersztejn e-mail: sergiozyl@gmail.com Arte final e Editoração: Luciano Maciel

A Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e a Associação Médica Brasileira (AMB), enviaram nova proposta para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de Consulta Pública para a atualização do Rol de Procedimentos/2018. Na edição anterior, referente ao processo de revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, com vigência a partir de fevereiro de 2016, foram incluídos 21 procedimentos, mas nenhum da área da cirurgia de coluna. A ANS encerrou as propostas no dia 30 de agosto do rol de procedimentos para receber a cobertura obrigatória dos planos de saúde a partir de janeiro de 2018. As sugestões apresentadas pela SBC, SBN em conjunto com a SBOT e AMB, foram para a inclusão dos seguintes procedimentos: artroplastia, endoscopia para coluna, cifoplastia, fixação lombo pélvica, rizotomia e XLIF. “Esse processo é resultado da revisão periódica do Rol de Procedimentos. Na lista de 2016, a ANS explicou que os procedimentos da área da cirurgia de coluna não foram incluídos por falta de recursos no sistema suplementar de saúde”, disse o presidente da SBC, Mauro Volpi. A cobertura mínima é válida para planos de saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999. A medida de revisão do rol é estudada, acompanhada e revisada a cada dois anos e conta com a constituição de um grupo técnico composto por representantes de entidades de defesa do consumidor, de operadoras de planos de saúde, de profissionais de saúde que atuam nos planos de saúde e de técnicos da ANS.

Colaboram nesta edição: Michel Kanas, Rubens Aratani, Rene Kusabara, Sergio Zylbersztejn e Jerome Shofferman(USA) Periodicidade: Trimestral Impressão: Gráfica Central Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. Endereço: Sociedade Brasileira de Coluna – SBC Alameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 - São Paulo - SP Telefax: (11) 3088.6615 e-mail: coluna@coluna.com.br www.coluna.com.br Secretária: Ana Maria Cella

Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: coluna@coluna.com.br 04


informativo

JUN/JUL/AGO/SET 2016

Fórum /6 Caso clínico interativo: hérnia de disco em gestante

Evento /11 Mario Augusto Taricco recebe homenagem da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia

CBC 2017 XVI Congresso Brasileiro de Coluna abrigará mais três eventos internacionais

Entrevista /12 Ex-presidente Carlos Henrique Ribeiro fala sobre as realizações à frente da SBC no período 2013-2014

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nesta e d i ç ã o Mens Sana /14 Ortopedista conta muitas estórias sobre pescaria rio adentro

Artigo

O Dr. Jerome Shofferman relata estudos sobre Burnout médico e as consequências no dia a dia do exercício profissional, e alerta: é preciso prevenir e reduzir os sintomas da síndrome, que englobam aspectos físicos, psicológicos e comportamentais no ambiente de trabalho.

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Informação / 28 Estudo mostra a importância da espiritualidade na motivação de pacientes

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fórum

agenda

i n t e r a t i v o

out/16 NASS 2016 Data: 26 a 29 de outubro Local: Boston (USA) Brazilian Spine Society Session Dia: 28 (sexta-feira) Hora local: 2:30-3:15 p.m. Moderator: Mauro Volpi Tema: Strategies to Avoid and to Correct Spino-pelvic Imbalance in Lumbar DDD Palestrante: Cristiano Menezes Tema: Selective Fusion in Lenke 1 AIS and How to Avoid Shoulder Imbalance Palestrante: Robert Meves Tema: Hyperkyphosis in Myelomeningocele Patients Palestrante: Olavo Biraghi Apresentação especial: Brazilian Spine Society Meeting at Rio de Janeiro 2017 Palestrante: Renato Muniz Teixeira Painel: Discussion Informações: North Amercian Spine Society www.nassannualmeeting.org

Hérnia de disco em gestante

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Paciente: sexo feminino, 35 anos.

Curso Técnicas Modernas e Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral

Histórico: Paciente, primigesta, apresentando lombociatalgia direita a partir da 12ª semana de gestação. Foi tratada com analgesia e recomendado repouso. Os sintomas se intensificaram durante a 16ª semana de gestação. Não havendo mais

resposta à medicação oral, a paciente procurou o pronto-socorro diversas vezes para receber analgesia intravenosa. Exame físico: Parestesia no dorso do pé direito Força Grau 4 para extensão do Hálux Manobra de Lasegue positiva à direita

Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e conheça a história completa do caso médico, acessando: www.coluna.com.br O caso clínico desta edição é uma colaboração do Instituto Cohen (São Paulo) formado por Dr. Marcelo Wajchenberg, Dr. Délio Eulálio Martins, Dr. Nelson Astur Neto e Dr. Michel Kanas.

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Data: 25 e 26 de novembro Local: Hotel JP Ribeirão Preto (SP) Convidados: Rene Castelein (Holanda), Ibrahim Obeid (França) e Muhanem Yazici (Turquia) Coordenação: Helton Defino Realização: Serviço de Coluna do Departamento de Biomecânica , Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor FMRP- USP Informações e inscrições: http://ral.fmrp.usp.br/ccoluna/new


opinião Qualidade de vida é tudo Sergio Zylbersztejn Editor

O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra.

Ao planejar mais uma edição de nosso informativo, a ideia primordial era buscar temas atuais, com enfoques que traduzem uma linha humanista na prática médica. Ações de superação de nossos colegas. E o mais importante: mostrar que existe uma sintonia fina entre a nossa excelência nas questões da coluna vertebral com a qualidade de vida. Entretanto, no dia a dia, nem sempre observamos como é importante o funcionamento de uma equipe de trabalho, seja no microcosmos de grupo operacional ou no macro, a atividade hospitalar. A respeito desse ponto de vista específico trazemos para leitura um interessante artigo do Prof. Jerome Schefforman, do Comitê de Ética e Profissionalismo da North Amercian Spine Society (NASS) sobre “Burnout Médico”. O autor aborda questões psicológicas que ocorrem no ambiente de trabalho e que se manifestam por meio de insatisfações e frustrações que ocasionam um quadro de esgotamento capaz de produzir a perda pelo entusiamo pela carreira profissional. Estudos recentes mostram que o estresse crônico relacionado com o trabalho é uma forma de depressão e que a exaustão emocional é o cerne do esgotamento mental e não apenas o cansaço. Leiam o texto e reflitam sobre a síndrome de burnout no meio médico. O momento é mostrar que a medicina do século XXI premia a profilaxia das doenças assim como a qualidade de vida de todos nós. Para fazer o contraponto, encontrei uma mensagem positiva relacionada com a

Aristóteles

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performance profissional, que tem a assinatura do CEO e presidente da Cleveland Clinic, o doutor Delos Toby Cosgrove. O dirigente hospitalar — Cleveland Clinic é uma instituição sem fins lucrativos fundada em 1921 com 5 milhões de atendimentos por ano — identificou quatro comportamentos-chaves, os quais ele considera essenciais para uma liderança eficaz. 1. Liderar através da mudança. Os líderes de hoje devem ter uma visão clara do futuro, com base nos valores mais fundamentais da organização. Lembrem-se que a inovação é essencial. Por isso, temos de ter a coragem de falhar. Em especial, não devemos nunca desistir do nosso foco. 2. Demonstrar caráter e integridade. Sejam compassivos ouvintes, ativos que se comunicam com o coração. Tenhamos honestidade, clareza e respeito mútuo em cada interação. A credibilidade dos atos está ligada a nossa personalidade. 3. Promover o trabalho em equipe. Exercer a medicina hoje é um trabalho de equipe. Seja o líder que inspira seus membros para atingir uma visão e objetivos comuns. 4. Desenvolver a nós mesmos e aos outros. Um líder cria um ambiente de aprendizagem que proporciona a todos os cuidadores novas habilidades e capacidades. Para tanto, cada um de nós deve crescer e ser o modelo para os outros colegas. Com estas capacidades, teremos o poder de ajudar, o poder de curar e o poder de mudar vidas, começando com a nossa. Boa leitura!


evento

XVI Congresso Brasileiro de Coluna abrigará três eventos internacionais A Comissão Organizadora do XVI Congresso Brasileiro de Coluna (CBC) trabalha com o objetivo de garantir um evento de alto nível científico. Entre os dias 19 e 22 de abril de 2017, o Rio de Janeiro se transformará no cenário mundial da coluna vertebral, com a realização de três importantes encontros de cirurgia da coluna, que ocorrerão em conjunto com o CBC. Os participantes poderão acompanhar as atividades do XIV Congresso Ibero Latinoamericano de Coluna (SILACO), I Brics Spine Meeeting e II Congress of International Society of Craniovertebral Junction and Spine, incorporado recentemente aos eventos paralelos. O vice-presidente do CBC 2017, Carlos Henrique Ribeiro, esclarece que a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) recebeu um pedido da Sociedade Internacional de Junção Craniovertebral, com sede em Istambul (Turquia), manifestando o desejo de incluir o evento na grade dos encontros que integram o CBC 2017. De acordo com o presidente do II Congress of International Society of Craniovertebral Junction and Spine, Mehmet Zileli, o evento estava agendado para 2016, em Istambul, porém, devido ao conflito na Síria, foi cancelado por motivo de segurança. O primeiro encontro foi realizado em 2015, em Mumbai (Índia). Para a edição no Brasil, a entidade está elaborando um programa científico que trará abordagens de casos e visões alternativas sobre tópicos avançados da área craniovertebral (investigações radiológicas e biomecânica da região). Outra atração é a expectativa do I Brics Spine Meeting, evento inédito na América do Sul, que

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reunirá palestrantes e congressistas de todos os paísesmembros do bloco, representando mais um importante avanço científico e na relação sociocultural entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O nosso congresso está realmente imperdível. O congressista vai ter a chance de participar não só do maior congresso de coluna do Brasil, mas também de três encontros internacionais de grande importância para a cirurgia da coluna”, destacou o presidente do CBC 2017, Renato Muniz Teixeira. “A Comissão Organizadora está motivada para oferecer uma programação mais dinâmica, atrativa e enriquecedora nesta edição carioca do CBC. Será uma experiência inesquecível para todos”, salientou. O CBC 2017 contará com inúmeros convidados nacionais e internacionais, entre os quais estão: Steven M. Theiss (EUA), Óscar Luiz Alves (Portugal), Sergey Kolesov (Rússia), Ram Chaddha e Atul Goel (Índia), que apresentarão temas sobre trauma raquimedular, cirurgia reconstrutiva da coluna, deformidade pediátrica e do adulto, doenças complexas da coluna e cirurgia menos invasiva.

Interação Uma programação voltada para a população também está sendo elaborada com atenção pelos organizadores do evento. O tesoureiro do CBC, Luiz Otávio Penteado, informa que haverá uma campanha de caráter social para conscientizar a população sobre a importância do


informativo

cuidado com a coluna, uma forma de chamar a atenção da sociedade a respeito de um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, que propõe instituir o dia 24 de setembro (data da fundação da Sociedade Brasileira de Coluna) como “Dia Estadual da Saúde da Coluna Vertebral”. O autor é o deputado estadual Comte Bittencourt. Na justificativa, o parlamentar embasa o PL 1971/2016 informando seus pares que a coluna vertebral é sede de dor e incapacidade de grande parte da população. “Esta campanha será provavelmente voltada aos motociclistas, que frequentemente sofrem graves lesões na coluna, causadas por acidentes de trânsito”, disse Luiz Otávio.

Curta o Rio de Janeiro O verso de Gilberto Gil está mais hit do que nunca. Sim! O Rio de Janeiro continua lindo e apresenta novos cartõespostais, muito além dos famosos atrativos que encantam o mundo: Copacabana, Ipanema, Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Além de oferecer inúmeros programas em meio à natureza, o Rio é para curtir seus botequins, restaurantes e dezenas de atividades culturais.

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Mas a grande novidade turística fica por conta da revitalização da zona portuária, região conhecida como Porto Maravilha. É lá que está o Museu do Amanhã, um espaço para pensar o futuro, obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. O Museu do Amanhã ocupa 15 mil metros quadrados, cercado por espelhos d’água, jardim, ciclovia e área de lazer, em uma área total de 34,6 mil m² do Píer Mauá. Sua forma longilínea, inspirada nas bromélias do Jardim Botânico, foi projetada de maneira a se integrar à paisagem ao redor e, especialmente, deixar visível o Mosteiro de São Bento, um dos mais importantes conjuntos barrocos do país. O conjunto arquitetônico do entorno ainda inclui o edifício A Noite (primeiro arranha-céu da América Latina e sede da Rádio Nacional) e o Museu de Arte do Rio (MAR), entre outros marcos. “A ideia é que o edifício fosse o mais etéreo possível, quase flutuando sobre o mar, como um barco, um pássaro ou uma planta”, explicou Calatrava, que registrou seu processo criativo em mais de 600 aquarelas ao longo do projeto. A forma do edifício, porém, não é produto de uma pura metáfora ou uma ideia arquitetônica, destaca o arquiteto. “É o resultado de um diálogo muito consistente para que o edifício se alie à intenção de ser um museu para o futuro, como uma unidade educativa”, contou. Mais informações: http://museudoamanha.org.br/.

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evento Programa científico da Coluna Vertebral CBOT 2016

48º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia Data: 17 a 19 de novembro Local: Expo Minas - Belo Horizonte (MG) Realização: SBOT

17/nov PARTE 1 - 8:15 as 9:45 SIMPÓSIO DE COLUNA

PARTE 2 - 15:00 as 16:00

PAPEL ATUAL DA CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA

Cirurgia endoscópica - Marcos Tadeu Richards (RJ) Fixação dinâmica - Fernando Pedrosa (SP) Artrodese MISS - Rodrigo Amaral (SP) Técnicas de descompressão MIS - Marcos Antônio Ferreira Jr (MG) Discussão e apresentação de casos Debatedores: Cristiano Menezes (MG), David Del Curto (SP) Guilherm Meyer (SP), Daniel Ghedini (MG), Andre Castilho (MG) Carlos Eduardo Barsotti (SP)

MINICONFERÊNCIA EM OUTRAS ESPECIALIDADES

Escoliose do adolescente: história natural - Stuart Weinstein PARTE 3 - 16:30 as 16:45

PALESTRA COLUNA

Evolução da cirurgia de coluna no Brasil - Puertas

18/nov - Dia Da Especialidade - Presidente Mauro Volpi PARTE 4 - 8:00 as 10:00

AVANÇOS NA ESCOLIOSE

Escoliose de início precoce - Alexandre Fogaça (SP) Escoliose do adolescente: como as classificaçoes ajudam? - Fernando Façanha (CE) AIS: the evidence base for prognosis and treatment - Stuart Weinstein Como escolher os níveis de artrodese na EIA - Andre Andujar (SC) Escoliose do adulto: importância Do alinhamento sagital - Sergio Henemman (RS) Opções de realinhamento espinopélvico na Deformidade do Adulto - Bruno Fontes (MG) Discussão de casos sobre escoliose Moderador e apresentador dos casos: Sakamoto (MG) Debatedores: Raphael Marcon (SP), Marcelo Risso (SP), Charcel Jacob Junior (ES), Joilda (BA), Rodrigo Dalessandro (MG)

PARTE 5 - 10:30 as 12:30

DOENÇA DEGENERATIVA DISCAL

Artrodese ou artroplastia cervical? - Helton Defino (SP) Alinhamento sagital na coluna cervical: qual a importância? - Luis Carelli (RJ) Estenose lombar: descompressão isolada ou associada com fusão? - Murilo Daher (GO) Fixação dinâmica: qual a indicação papel atual das infiltraçoes e rizotomias lombares - Erasmo Zardo (RS), Jefferson Leal (MG) Discussão de casos sobre DDD cervical e lombar Moderador e apresentador dos casos: Marcelo Wajchenberg (SP) Debatedores: Emiliano Vialle (PR), Guilherme Colares (CE), Ricardo Cotias (BA), Marcelo Simoes (RS), Maria Fernanda Caffaro (SP),

PARTE 6 - 14:00 as 16:00

COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA DE COLUNA

Ombro desnivelado pós cirurgia na escoliose idiopática do adolescente: Como evitar? Como tratar? - Munhoz (PR) Pseudoartrose na junção lombosacra: como evitar? - Manoel Porto (MG) Cifose proximal pós artrodese lombar. Como previnir? Como tratar? - Sergio Zylbersztajn (RS) Queda do pontecial evocado. O que fazer? Como previnir? - Andre Loyelo (RJ) Migração do cage lombar. Como evitar? Retirar ou não retirar? - Marcos Tebet (RJ) Discussão de casos: Complicações Moderador e apresentador dos casos: Robert Meves (SP) Debatedores: Fernando Herrero (SP), Mauricio Calais (MG), Renato Ueta (SP), Romero Bilhar (CE), Rene Kusabara (SP)

PARTE 6 - 14:00 as 16:00

TRAUMA

controle de dano em cirurgia de coluna - Guilherme Zanini (MG) Classificações: qual usar? Qual a utilidade? - Julio Santiago (MG) Sindrome centromedular. Quando operar? - Carlos Tucci (SP) Fusão ou fixação percutanea para as fraturas toracolombares tipo A - Luciano Miler (SP) Uso de tração nas fraturas cervicais. Ainda existe indicação? - Renato Teixeira (RJ) Discussão de casos sobre trauma Moderador e apresentador de casos: Delio Martins (SP) Debatedores: Pedro Petersen (SP), Alderico Girão (RJ), Fabiano Inacio (GO), Marcelo Loquette (AM), Ricardo Umeta (SP), Rogerio Lucio (MG)

19/nov PARTE 8 - 8:00 as 8:15

CONFERENCIA COLUNA: METASTASES - William Jacobsen Teixeira (SP)

PARTE 9 - 14:30 as 15:00

ATUALIZAÇÃO COLUNA - DEFESA PROFISSIONAL Codificação em cirurgia de coluna - Aluizio Arantes (MG) Defesa profissional - Djalma Mota (SP) Coordenador da discussão - Mauro Volpi (SP)

PARTE 10 - 15:00 as 16:00

MINI CONFERÊNCIA COM OUTRAS ESPECIALIDADES

Fratura osteoporótica da coluna - Luis Vialle (PR) PARTE 11 - 16:45 as 18:15

MESA REDONDA COM OUTRAS ESPECIALIDADES

Infecções em coluna - Douglas Narazaki (SP) Moderador: Nelson Astur (SP) Debatedores: Enguel Beraldo (MG), Alberto Gotfrid (SP), Allan Ono (SP)

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evento

informativo

JUN/JUL/AGO/SET 2016

Qualidade de vida foi tema do CBN 2016 Com a visão voltada para a qualidade de vida, o XXXI Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, que aconteceu de 6 a 9 de setembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) em Brasília, trouxe discussões na área de coluna, incluindo um curso précongresso, sob a coordenação do Dr. Osmar Moraes. Um dos pontos altos do evento foi a homenagem da SBN ao ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coluna, Mario Augusto Taricco, que recebeu um troféu simbolizando a sua dedicação à entidade e a sua trajetória profissional. “São 45 anos de trabalho com foco na verdade”, afirmou. Taricco destacou que, desde a sua formação, foi motivado pelo compromisso com a verdade, visando o melhor para o paciente. Um auditório lotado aplaudiu o neurocirurgião de coluna em uma cerimônia simples e carregada de emoção. O Dr. Ricardo Ribeiro fez uma apresentação do homenageado, destacando passagens da carreira profissional, encontros com colegas e momentos de lazer com a família. Após a homenagem, Taricco proferiu uma conferência com um questionamento provocativo para a plateia: “ A evolução da cirurgia da coluna vertebral trouxe melhoria da qualidade de vida para o paciente?”. Durante o evento, o ministro da saúde Ricardo Barros proferiu a palestra “ A dimensão atual do SUS”. Segundo o ministro, o governo federal vai investir em gestão com o aperfeiçoamento de sistemas de informação em saúde. “Queremos saber tudo o que acontece sobre o repasse de valores e onde estão sendo aplicados em todo o país, através um sistema ágil e eficiente de gerenciamento de dados. Tudo será online”, afirmou. O ministro da saúde salientou que o governo renovou o contrato com o Programa Mais Médicos por mais três anos, com a participação dos médicos da cooperação internacional. Segundo assegurou Ricardo Barros, os médicos cooperados que completam três anos de atuação no

Mais Médicos serão substituídos por novos profissionais a partir de novembro. No entanto, vagas com potencial para atrair brasileiros serão ofertadas em editais a partir de 2017. A meta é ampliar a participação de brasileiros com a oferta, nos próximos três anos, de 4 mil vagas hoje ocupadas pelos médicos do acordo internacional. O presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Modesto Cerioni, entregou um documento ao Ministro, colocando a entidade à disposição do Ministério da Saúde para parcerias em prol da melhoria da assistência neurocirúrgica brasileira. Entre as propostas, estão a elaboração do manual de utilização racional de dispositivos médicos implantáveis em neurocirurgia e a continuidade da Câmara Técnica de Neurocirurgia, criada em 2009 por portaria MS/SAS. O dirigente também fez um breve histórico da SBN ao Ministro da Saúde, lembrando que a entidade associativa possui aproximadamente 2500 neurocirurgiões em todo o Brasil. O XXXI Congresso Brasileiro de Neurocicurgia recebeu o nome de Kunio Suzuki, um dos fundadores do serviço de neurocirurgia do Hospital Santa Luzia, e criador e idealizador da Unidade de Cirurgia de Epilepsia no Distrito Federal. O Dr. Suzuki foi eleito presidente do Congresso, mas morreu em 2014. O evento foi presidido pelo Dr. Marcio Vinhal de Carvalho e contou com a participação de cerca de 1500 congressistas, 23 convidados internacionais e 160 convidados nacionais. Foram apresentados 202 trabalhos científicos (pôsteres físicos e eletrônicos). Além de palestrantes membros da Sociedade Brasileira de Coluna, a entidade marcou presença institucional com um estande na área de exposição para divulgar o CBC 2017, que ocorrerá no Rio de Janeiro, prestar atendimento ao sócio congressista e divulgar a atuação da SBC ao público visitante. O XXXII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia será realizado Porto Alegre, sob a presidência do Dr.Marcelo Paglioli Ferreira. O evento é bianual.

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entrevista Selo de Qualidade para os cirurgiões de coluna Com o depoimento do ex-presidente Carlos Henrique Ribeiro, gestão 2013-2014, encerramos a série de entrevistas que contou a trajetória da SBC, a partir da atuação de seus dirigentes. A pauta do coeditor Eduardo Gil foi cumprida. E o registro histórico do protagonismo das lideranças que estiveram à frente da SBC, está registrado nas páginas do Informativo. O neurocirurgião de coluna é mineiro de Belo Horizonte e radicado no Rio de Janeiro, onde exerce a sua carreira profissional desde 1983. Formado pela Faculdade de Medicina de Ciências Médicas de Nova Iguaçu (FACMENI), durante dezesseis anos chefiou o Serviço de Neurocirurgia do Hospital Municipal Salgado Filho. Possui cursos de pós-graduação em neurocirurgia em Berlim e especialização em neurointensivismo na Cleveland Clinic. Carlos Henrique é membro titular da Academia Brasileira de Neurocirurgia e integra a Câmara Técnica de Neurocirurgia no CREMEJ. No campo do associativismo médico, presidiu a Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro e coordenou o Departamento de Coluna da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Na Sociedade Brasileira de Coluna, Ribeiro foi membro da Comissão de Capacitação e vice-presidente (gestão 2011-2012). Atualmente, o neurocirurgião é o editor do Newsletter SBC, boletim eletrônico dirigido aos sócios e disponibilizado no portal coluna. Qual a motivação que o senhor teve para ser presidente da Sociedade Brasileira de Coluna? Carlos Henrique Ribeiro – As participações e experiências

anteriores na Sociedade Brasileira de Neurocirurgia me motivaram a ajudar na integração entre a neurocirurgia e a ortopedia em torno da cirurgia da coluna. Quais as realizações do seu mandato ficaram marcadas na história da nossa Sociedade? Carlos Henrique – A criação do Selo de Qualidade, que certifica que o membro da SBC passou por rígidos critérios de avaliação. Também gostaria de destacar a iniciativa pioneira da SBC na Câmara Técnica de Tabela do SUS, no Ministério da Saúde, juntamente à SBN e à SBOT, em Brasília. Outra realização importante foi a definição de normas de planejamento estratégico para a entidade. A partir de uma metodologia, a Sociedade passou a desempenhar as suas funções com metas e resultados. A gestão anterior, presidida por Luiz Eduardo Munhoz, abriu o caminho para a solidificação da comunicação social na Sociedade, ampliando o Informativo SBC. Na nossa diretoria, não só damos continuidade ao projeto, como ampliamos os canais de informação da SBC, com a reformulação do nosso site, que foi transformado no portal coluna e também a contratação de uma assessoria de imprensa. Criamos o Newsletter SBC, que é disponibilizado aos sócios via e-mail e no site da Sociedade. Os sócios recebem informações atualizadas sobre assuntos da Sociedade e da área da cirurgia da coluna. Trabalhamos com dedicação, visando a internacionalização da SBC, com participação nos eventos da NASS e da Eurospine. Criamos a Comissão de Campanhas. Essa Comissão está sob a coordenação do dr. Orlando Righesso e tem por objetivo

Ação social social no Colégio Marconi (BH) durante o XV Congresso Brasileiro de Coluna.

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informativo

Ex-presidentes da SBC prestigiaram a solenidade de reinauguração da nossa sede, em São Paulo.

promover ações educativas, para a população em geral, sobre cuidados com a coluna vertebral. A nossa gestão também realizou um concurso de fotografia. Imagens clicadas pelos sócios, com o tema natureza, foram publicadas no Calendário SBC/ 2014. Ainda criamos a Comissão de Honorários e Consultoria para as novas tecnologias junto à ANS, presidida pelo dr. Aluizio Arantes. Durante os dois anos da nossa diretoria, realizamos a atualização do Estatuto/Regimento da SBC e demos continuidade à publicação da Revista Coluna/Columna. Por fim, destacaria a promoção da campanha de responsabilidade social sobre Escoliose no contexto do XV Congresso Brasileiro de Coluna, que aconteceu em Belo Horizonte. O rastreamento foi uma iniciativa pioneira no país e contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Alunos do Colégio Marconi, a maior escola pública municipal da capital mineira, foram examinados para detecção da escoliose na idade escolar. Essa ação está registrada em um vídeo produzido pela SBC. Como o senhor avalia o momento atual da SBC? Carlos Henrique – A SBC está passando por uma fase de consolidação e amadurecimento. A atuação firme e consistente na defesa do exercício profissional, com foco na tabela de honorários, é uma política acertada da Sociedade na luta pela valorização dos procedimentos de cirurgia de coluna. A participação de todos garantirá a conquista para novas codificações. Que mensagem seria importante para o jovem cirurgião de coluna que ingressa na SBC? Carlos Henrique – A cirurgia de coluna está passando por uma fase de decantação das novas técnicas implementadas nesta última década. A atualização deve ser constante. Além disso, o sócio precisa saber que ele está fazendo parte de uma entidade binária, composta por neurocirurgiões e ortopedistas reunidos com o interesse de difundir técnicas e atualização científica na área da coluna.

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Perfil Time do coração: Cruzeiro Esporte Clube Comida preferida: Frutos do Mar A maior virtude: Acreditar sempre para obter conquistas O pior defeito de alguém: Não enxergar os seus próprios defeitos O que lhe emociona: O reconhecimento do meu trabalho Um hobby: Passear com os cachorros Um lugar para viajar: Havaí Música inesquecível: “Your Song”, Billy Paul. Uma frase que marcou: “As coisas boas são escritas no granito e as coisas ruins são escritas na areia”. (Provérbio árabe) O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar à porta do céu? Parabéns! Você cumpriu suas missões.

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mens sana

Da ortopedia à pescaria, tudo a ver Quem narra essa aventura é o seu autor, o ortopedista de coluna Rubens Aratani, nascido em Campo Grande(MS). — Eu vim para Cuiabá em 1994, convidado pelo meu tio Nelson Uemura, que era ortopedista e me ofereceu uma oportunidade na capital mato-grossense. Hoje sou presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia de Mato Grosso (SBOT-MT). Também trabalho no Hospital Jardim Cuiabá e ajudo na residência de ortopedia e traumatologia do Hospital Geral Universitário, instituição ligada à Universidade de Cuiabá (UNIC). Todos sabemos que a vida de um profissional da saúde é muito estressante e cansativa, mas gratificante. Há momentos em que precisamos parar para relaxar um pouco e eu, particularmente, faço isso pescando. Pesco desde criança, nem me lembro quantos anos tinha quando a paixão pela pesca começou. Meu pai já era pescador amador muito antes de eu nascer. Recordo que o via chegar das pescarias, às vezes com muitos peixes e outras sem nada.

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Assim é a vida do pescador... Um dos meus tios tinha uma fazenda, e eu sempre ia para lá com linhas e anzóis. Gostava de pegar meus peixinhos, geralmente lambaris e carás. Tinha apenas oito anos de idade. Quando me mudei para São Paulo, para fazer residência na Santa Casa e R3 no Hospital Ipiranga, a vida ficou muito intensa e não tinha tempo, tampouco dinheiro, para o hobby que eu tanto amava. Passou! Agora tenho um pesqueiro em sociedade com meus tios, localizado há pouco mais de uma hora de Cuiabá. A cidade é o portal do Pantanal. Vivi inúmeras aventuras, inclusive no nordeste do Estado, na divisa com uma aldeia indígena, famosa pelas ações belicosas. Mas confesso que gosto mesmo é de ir a Porto Jofre, no meio do Pantanal, na fronteira com Mato Grosso do Sul. Para mim, pescaria é muito mais que pegar peixe, é um momento de confraternização entre amigos, a famosa “moagem”, como diz o cuiabano — uma competição saudável de quem pesca mais. Claro que, mesmo amando pescar, temos que


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respeitar o período proibitivo, que vai de novembro a fevereiro. Após esse tempo, a melhor época para a pescaria depende do rio e do peixe que você quer. No Pantanal, é entre os meses de março e junho. A duração de uma boa pescaria depende do tempo do pescador e da infraestrutura, entre outros fatores. Na Bacia do Pantanal, conseguimos pescar diversos tipos, como pintado, cachara, pacu e dourado, além dos menores, que são muito saborosos, como a pacupeva e piraputanga. Mas o meu favorito é o matrinxã, da Bacia Amazônica. Peixe inteligente, voraz, valente e de carne deliciosa.

Aventuras e estórias Um pescador tem muitas estórias para contar, é uma aventura constante. Há uns sete anos, tínhamos alguns amigos que residiam na cidade de Juína, a 500km de Cuiabá. Resolvemos ir pescar em uma região chamada “Panelas”, na divisa entre Rondônia e Amazonas. Foram três dias de viagem. Dormimos em redes entre os carros. A poeira sempre presente e ficamos todo esse tempo sem tomar banho. Quando chegamos ao destino, tinha um rio lindo chamado “Roosevelt”, com águas cristalinas e cachoeiras. Havia também uma senhora lavando roupa, que nos emprestou o seu sabão de sebo e tomamos banho ali mesmo. Foi um dos melhores banhos que tomei na minha vida. Porém, fiquei sem camisa e de bermuda para poder descarregar o carro e os mosquitos, chamados”pium”, me picaram o corpo todo, parecia que estava com sarampo. Nessa mesma pescaria, saímos desse rio e subimos um menor, cheio de galhos e árvores, até chegarmos em uma lagoa onde íamos pegar o tucunaré. Mas, no meio do caminho, resolvemos deixar um dos botes, porque eles eram pesados para empurrar e nós com a água até a cintura. Chegando lá, começamos a pescar. Estávamos em quatro e o bote era apertado. Infelizmente, um dos integrantes teve uma isca artificial presa nas costas e tivemos que descer novamente o rio, empurrando o barco até o rio principal para chegar ao acampamento. Só então é que conseguimos medicar com anestésico o nosso parceiro e retirar a isca. Foi uma aventura! Dizem que pescador é mentiroso. Podemos aumentar um pouco a história, mas não mentimos. Presenciamos cada situação, que é improvável que seja mentira. Acredito que não há coisa melhor do que passar algumas horas na beira de um rio para aliviar o estresse. Aquela agitação interna do dia a dia se acalma e você só se preocupa em saber quando o peixe vai pegar a sua isca. Outra coisa importante da pescaria, são os amigos, o companheirismo e a diversão desinteressada. É um descanso para o corpo e alma!

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Matrinxã com Farofa de Banana O matrinxã é um peixe de água doce também conhecido como Jutuarana. Possui escamas, coloração prateada, corpo alongado, capaz de atingir 80 centímetros de comprimento e cinco quilos de peso. Sua coloração é prateada. As nadadeiras são alaranjadas, mas a da calda é escura. Alimenta-se de frutos, sementes, flores, insetos e, ocasionalmente, de pequenos peixes. A sua carne é muita apreciada pelos consumidores, apesar de ter muita espinha. Confira a receita do Dr. Aratani. Matrinxã com Farofa de Banana Ingredientes: 1 matrinxã de 2,5kg Suco de 2 limões 1/2 colher de sopa de sal 2 xícaras (chá) de óleo 4 bananas em cubinhos 1 xícara (chá) de manteiga 1 cebola média picada 4 xícaras (chá) de farinha de mandioca. Modo de preparo: Tempere o peixe com o suco de limão e sal e deixe descansar por 15 minutos. Frite as bananas e refogue a cebola na manteiga. Junte a banana e a farinha aos poucos, cozinhe por 1minuto. Recheie o peixe com a farofa e feche-o com palito e barbante para não vazar. Coloque na assadeira com o azeite e asse em forno alto. Vire o peixe para assar do outro lado.

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Burnout

médico

Médico internista do Comitê de Ética e Profissionalismo da North American Spine Society (NASS), o Dr. Jerome Shoffermam ampliou para os leitores do Informativo SBC novas fontes de pesquisa sobre a incidência da síndrome de burnout nos médicos. Publicado originalmente na SpineLine, revista da Nass, o autor aborda o delicado tema em medicina e traz para o debate o problema do esgotamento profissional, que atinge um nível perigoso entre médicos dos Estados Unidos. Segundo Schofferman, uma pesquisa de 2014 apontou que mais da metade de médicos de várias especialidades, entre os quais cirurgiões de coluna apresentam sintomas do transtorno que afeta a produtividade no ambiente do trabalho. A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 pelo médico americano Herbert J. Freudenberger. A enfermidade está registrada no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso. A edição do Informativo disponibilizada no portal da Sociedade Brasileira de Coluna (www.coluna.com.br) traz a versão original do artigo “Physician Burnout”.

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Physician bornout tornou-se uma ameaça significativa para os cuidados de saúde, com consequências para médicos, pacientes e o próprio sistema de saúde. A insatisfação dos médicos em suas atividades assistenciais está deixando, muitas vezes, os pacientes também insatisfeitos. Os médicos que sofrem com o esgotamento apresentam maiores índices de problemas de saúde, incluindo depressão, suicídio, problemas familiares e apresentam uma incidência maior de erros médicos. Alguns médicos trocam de profissão de modo precoce. É muito importante que os médicos reconheçam os sintomas da síndrome de burnout e sejam estimulados a corrigir as suas questões pessoais e de estresse relacionadas ao trabalho, afim de melhorar seu ambiente profissional. Prestação de cuidados médicos é um privilégio que, embora difícil e desafiador, deve proporcionar prazer e satisfação, e não descontentamento e insatisfação. Os médicos não devem sentir que a medicina é apenas um “outro” trabalho.

Definição de burnout Burnout é um tipo específico de resposta ao estresse crônico relacionado com o trabalho. Quando presente, na maioria das ocupações, é mais prevalente nos médicos do que nas outras profissões. Estudos têm sugerido que o esgotamento é uma forma de depressão. Existem três dimensões de burnout: exaustão emocional, despersonalização e também a percepção da falta de resultados na realização pessoal. A exaustão emocional é o cerne do esgotamento. É a perda de entusiasmo para o trabalho, o esgotamento da energia mental e não apenas o cansaço. O cinismo sobre o trabalho se desenvolve, às vezes, associado a atitudes insensíveis e negatividade em relação aos pacientes e aos colegas e funcionários. Despersonalização é visualizar o tratamento dos pacientes como objeto e não como pessoas. O médico, nessa situação de estresse, realiza o atendimento médico sem interagir de modo pessoal com os pacientes. A terceira dimensão é a falta de realização pessoal, que é um sentimento de ineficácia geral. Independente das condições de trabalho ou mesmo do esforço despendidos para um bom resultado, os médicos sentem-se incapazes de atingir uma sensação de realização. O esgotamento ocorre ao longo de um espectro. Médicos podem sentir os sintomas em apenas uma ou duas dimensões, não necessariamente todos os três. Frequência de sintomas de burnout pode variar entre ocasional e até contínuo. É claro que todos os médicos têm alguns destes sintomas em vários momentos de sua carreira. Mas é a persistência ou progressão dos sintomas que marca o nível de esgotamento.

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Prevalência Em 2014, uma pesquisa feita com 6.880 médicos apontou que 54% tinham pelo menos um sintoma de esgotamento. O mais comum deles foi a exaustão emocional observada em 43% e, em seguida, a despersonalização em 23% dos casos. Ambos sintomas tiveram aumento significativo em uma pesquisa de 2011, com demais profissionais. No que diz respeito aos médicos especialistas em coluna, havia pelo menos um sintoma significativo de esgotamento em 60% dos ortopedistas, 63% dos médicos fisiatras, em 50% dos neurocirurgiões, sendo que todos os índices têm aumentado de forma significativa até o último censo de 2011. Em uma pesquisa com membros AANS (Associação Americana de Neurocirurgiões), apontou que 57% dos neurocirurgiões relataram sintomas de esgotamento. Uma enquete da Medscape com cerca de 16 mil médicos abrangendo várias especialidades sugeriu que “...o desgaste entre médicos norte-americanos atingiu um nível crítico” e a prevalência está aumentando. Na pesquisa de 2016, 47% dos médicos ortopedistas informaram sintomas de esgotamento.

Sintomas e consequências É difícil distinguir entre os sintomas de esgotamento, porque eles se sobrepõem e estão interligados. Os sintomas de esgotamento em médicos. Em relação à parte mental incluem sinais de esgotamento físico, como distúrbios do sono, cefaleia, hipertensão, problemas cardíacos e outras condições médicas. Os problemas psicológicos incluem depressão, cinismo, ansiedade e culpa, bem como dificultam as relações pessoais (cônjuge), e com os colegas de trabalho. O esgotamento pode levar ao transtorno de alcoolismo e abuso de substâncias tóxicas. Taxas de intenção de suicídio são maiores e mais prevalentes nos médicos do que na população em geral. Os médicos cirurgiões e anestesistas com sintomas de esgotamento cometem mais erros médicos. Work-Life Balance (WLB). O WLB foi definido em uma importante pesquisa de como ter tempo suficiente para a vida pessoal e/ ou familiar. Apenas 41 % dos médicos sentiram que tinham tempo suficiente para a vida pessoal e/ou familiar. Novamente, os índices com médicos foram maiores do que comparados as demais profissões. No que diz respeito aos especialistas de coluna, os neurocirurgiões foram os menos satisfeitos com WLB (~ 18 %) , os cirurgiões ortopédicos um pouco mais satisfeitos ( ~ 38 % ) e PR & R ( Programa responsável por reparação de direitos e responsabilidades profissionais) foram os mais satisfeitos (42 %). Esgotamento nos sistemas de saúde: Hospitais e outros sistemas de cuidados de saúde relatam maior rotatividade dos médicos, taxas mais elevadas de aposentadoria antecipada,

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artigo maiores taxas de absentismo e mau desempenho em médicos que sofrem de esgotamento em comparação com aqueles que não apresentam os sintomas de esgotamento. Efeito sobre os pacientes. Os pacientes ficam menos satisfeitos com a qualidade dos cuidados e do desinteresse de seu médico quando ele está com esgotamento. Profissionais com esgotamento ficam sujeitos a cometer mais erros médicos.

Causas do esgotamento Esgotamento é um problema complexo, com muitos fatores desencadeadores. Estudos têm sugerido que traços de caráter que enfatizam o idealismo, o perfeccionismo e um grande senso de responsabilidade tornam alguns profissionais mais vulneráveis ​​ao esgotamento. Há, também poderosos fatores externos. Ariely e Lanier fornecem um grande panorama. Eles sugerem que um fator importante é a perda de autonomia. Eles definiram a autonomia como a capacidade dos médicos para fazer seu próprio julgamento quanto à alocação de seu tempo e recursos. Os médicos devem ser capazes de decidir como agendar o seu dia, quanto tempo devem durar as visitas de pacientes, quais são os melhores exames a serem realizados e o tratamento mais adequado com base em evidências, ao considerarem as necessidades e escolhas individuais e únicas de cada paciente. Em 2016, a Medscape Lifestyle Report pesquisou a prática da Medicina considerando o ponto de vista dos médicos sobre as causas do esgotamento. O estudo constatou que o problema que predominou foi a perda de controle em suas diversas formas. As quatro principais causas foram: muitas tarefas burocráticas, muitas horas no trabalho, aumento do uso do computador, sentir-se como apenas a “engrenagem de uma roda”. Outro fator importante é a necessidade e o valor a ser pago por um seguro profissional contra a má prática médica. Alguns outros índices de perda de autonomia foram: baixa renda econômica, muitos compromissos em um dia e a incapacidade de fornecer aos pacientes a qualidade dos cuidados de que necessitam. Muitos médicos, no exercício de seu trabalho, sentiram que os cuidados de saúde tornaram-se um grande negócio com lucro dirigido ao maior controle por pagadores em detrimento da autonomia dos médicos. Eles começaram a se sentir como peças facilmente substituíveis na linha de montagem da “esteira médico-industrial”. Um número crescente de médicos é contratado por grandes organizações médicas e sistemas hospitalares. Por razões de aumento da eficiência das organizações, em vez de o médico determinar a extensão e, até mesmo a frequência das visitas, e comparar os médicos com relação ao número de exames e procedimentos de cada prescrição em comparação com seus colegas.

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O declínio das práticas nas clínicas leva à perda de autonomia dos médicos e pode desempenhar um papel significativo na diminuição da satisfação do trabalho. Curiosamente, as questões relacionadas à clínica e o dia a dia de trabalho estavam nas posições mais baixas da pesquisa da Medscape, da lista de fatores de esgotamento. A lista também inclui como fatores: muitos pacientes difíceis (8ª classificação), a falta de realização profissional (11ª classificação), e colegas e/ou funcionários difíceis (12ª classificação). Claro que cada um desses fatores também poderiam estar contribuindo para as causas do esgotamento. No que diz respeito às patologias da coluna, pode haver uma maior percepção de “pacientes difíceis” do que a média dos médicos que não tratam a coluna. Nos médicos especialistas da coluna pode haver um maior número de pacientes com expectativas irreais e má resposta ao tratamento, o que torna a prática médica mais difícil. Vale ressaltar que muitas consultas por dia refletem na incapacidade de fornecer o cuidado que os pacientes precisam, e esses fatores são listados como os que contribuem para o esgotamento. As visitas curtas, exceto para o mais simples dos problemas, em geral não contemplam o tempo necessário para uma um correto atendimento médico, com um manejo seguro dos pacientes difíceis.

Intervenções e medicamentos O esgotamento é um problema complexo e não há soluções simples ou única. A maioria das intervenções e, portanto, a maioria das pesquisas que analisaram as formas de tentar diminuir o esgotamento focaram em individualidades dos médicos. No entanto, muitos dos fatores que os médicos identificam como causas significativas de esgotamento estão relacionados com o sistema em que o(a) médico(a) trabalha. Ambos os aspectos pessoais e do sistema de esgotamento precisam ser abordados. Algumas das estratégias para o tratamento e prevenção do esgotamento incluem intervenções baseadas em atenção (concentração), sessões de aconselhamento e ajustes institucionais que resultarão no fortalecimento do médico em seu trabalho. Os médicos podem tomar algumas medidas para recuperar o controle sobre as suas condições de trabalho. Em um nível prático, alguns problemas relacionados com a prática, como muitos compromissos em um dia e a incapacidade de fornecer o cuidado que a necessidade do paciente exige, pode ser administrável por médicos. Na prática, seria adequar a agenda ao tipo de patologia tratada. O resultado seria uma percepção do paciente que o seu médico está usando o tempo adequado para o seu tratamento. Essa medida resultará em uma percepção de menos estresse em relação a uma agenda otimizada às necessidades do médico e dos pacientes. No entanto, essas mudanças provavelmente


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resultariam em menor renda provocando a sensação de menor ganho no labor médico. Dito isso, menos renda pode ser mais do que aceitável quando comparado com o custo de um esgotamento. Um ponto vital seria a participação dos médicos na questão gerencial de uma instituição médica. O profissional se sentiria apto a mostrar as complexidades das práticas de gestão, incluindo a necessidade de gerar renda suficiente para manter a prática ou hospital viável economicamente e, como consequência serem presentes nas decisões realizadas pela gerência do atendimento médico. Outra técnica que funciona para alguns médicos realizarem atendimentos de forma mais significativa e agradável, é estar identificado com as necessidades de seu pacientes e organizar as suas agendas com espaços diferenciados conforme a patologia a ser tratada, sejam de natureza conservadora ou cirúrgica. A atenção como fator positivo: A atenção não é fácil, mas praticando, conscientemente tem o potencial de tornar cada vez melhor a interação com cada paciente, assim como com outros médicos, deixando a equipe mais significativa. Os pacientes ficam muito mais satisfeitos com a consulta quando o médico tem uma atenção plena no atendimento. Não é preciso fazer um curso de treinamento da mente para integrar a atenção nos atendimentos aos pacientes, embora aulas formais de redução de estresse baseada em técnicas de focar na atenção MBSR (Programa de Redução de Estresse) ajudam os médicos a estarem cientes de suas próprias emoções e como lidar melhor com o estresse. Há um grande corpo de evidências para apoiar a eficácia do treinamento (MBSR), como um método útil para suavizar os sintomas de esgotamento. Dobkin et al, em trabalho prospectivo, examinaram o efeito do programa MBSR em 27 médicos. Os médicos preencheram questionários que mediram o esgotamento, a depressão, o estresse, e os resultados antes e depois da realização do programa. Além disso, os médicos foram classificados pelos pacientes e pelas análises das consultas registradas. Os autores relataram reduções de estresse e exaustão emocional, que se correlacionaram com atitudes menos críticas, menos “reatividade”, e alcançaram mais ações com maior nível de atenção. Havia menos despersonalização e mais interações centradas no paciente. O paciente durante a consulta também teve a percepção de que aumentou o interesse na comunicação com o médico. Na pesquisa, a análise do áudio, revelou que os médicos estavam mais orientados com seus pacientes, falaram menos e a consulta teve mais orientações com escuta qualificada e encorajamento. Os autores concluíram que, após o treinamento MBSR, os médicos podem se tornar mais resistentes e oferecer um excelente serviço sem sucumbir ao desgaste dos efeitos

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negativos do cuidado médico. Daniels revisou vários estudos sobre a eficácia da atenção plena. Um estudo analisou os efeitos da MBSR em 93 médicos de várias especialidades, dos quais 51 eram médicos clínicos. O estudo relatou diminuições significativas em exaustão emocional e despersonalização e sentimentos de maior realização pessoal. Krasner et al encontraram alterações semelhantes. Eles mostraram que os benefícios persistiram quando reavaliados quinze meses após a conclusão do treinamento. O aconselhamento em grupo pode ser uma intervenção útil, especialmente, para grandes sistemas de saúde e hospitais. Ro R. Tyssen e colaboradores durante três anos fizeram um estudo de acompanhamento de médicos que participaram de uma intervenção de aconselhamento para tratar o burnout no trabalho usando estratégicas de interação e neurociência. A pesquisa utilizou abordagens psicodinâmicas, cognitivas e educacionais. Alguns médicos optaram por um programa de seis a sete horas por dia ou um programa de cinco dias, com grupo base de intervenção que inclui alguns aconselhamentos individuais. Também foram significativamente reduzidos os níveis de exaustão emocional, estresse no trabalho e relações com foco na emoção. Melhorias foram notadas por um ano, e mantidas por três anos. Houve uma correlação entre a redução do número de horas de trabalho (média de 1,6 horas por semana) e diminuição da exaustão emocional . Houve também uma redução significativa na licença médica em tempo integral. Intervenções com foco em sistemas: Existem alguns dados sobre como as instituições podem diminuir o burnout. Falta de controle da prática é uma das principais causas de esgotamento e, quando se toma algum controle, é possível que possa ajudar a suavizar o esgotamento.

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artigo Dunn et al realizaram uma avaliação prospectiva ao longo de vários anos sobre o efeito das mudanças de sistemas de prática em grupo de tamanho moderado. Eles foram capazes de obter a liderança clínica para priorizar o bem-estar do médico, algo igualmente importante para a qualidade dos cuidados e a viabilidade financeira. Eles projetaram um programa que procura médicos dentro de fatores que consideram os fatores que influenciam seu bem-estar e mensura o estado de bem-estar regular. Os médicos com mais controle sobre seu ambiente de trabalho que projetavam maiores espaços de consultório e modelos de fluxo de pacientes, eram mais eficientes. Educar a equipe de suporte do trabalho médico e introduzir reuniões de grupo que enfatizaram aspectos clínicos e humanizados de cuidados, também foram avaliados. Durante o ano, os autores observaram que diminuiu a exaustão emocional e relacionadas com o trabalho bem como houve uma melhora inicial sustentada à saúde organizacional. Hospitais e outras instituições ou grupos médicos locais — mesmo formal ou informalmente — podem ser capazes de melhorar alguns aspectos do esgotamento. West e colaboradores realizaram um estudo randomizado com 74 médicos em uma única instituição. O grupo de intervenção se reuniu a cada duas semanas durante dezenove semanas envolvendo pequenos grupos de trabalho. Os grupos trocaram experiência sobre elementos de consciência, reflexão, compartilhamento e uma grande variedade de discussões que envolveram equilíbrio na rotina de trabalho e outros temas relevantes para a prática da medicina. A instituição é que estabeleceu a necessidade da hora da reunião do grupo. Para o grupo de controle, também foi dada uma hora. Mas, os médicos foram autorizados a usá-la da maneira que preferissem. No final do período de estudo, o grupo de tratamento mostrou melhorias significativas na exaustão emocional, despersonalização e neutralização total em comparação com o grupo de controle. O tratamento ativo relatou melhora significativa do trabalho. As melhorias foram constantes durante os doze meses de acompanhamento. Outra técnica para minimizar ou prevenir a neutralização pode ser o treinamento profissional, que foi demonstrado ser eficaz no modo corporativo, mas não realmente entre os médicos. O treinamento “Coaching” tem sido utilizado na cultura corporativa há anos. O treinamento utiliza o modelo de que suas crenças e ações têm tanto ou mais impacto nos resultados do que forças externas fora do controle do médico. A premissa do profissional de “Coaching”, de acordo com Gazelle, é que as pessoas têm

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mais controle sobre suas circunstâncias e satisfação do que elas poderiam atingir. O “Coaching” pode ser parte do aconselhamento auxiliar no treinamento para melhorar a atenção e parte das estratégias para melhorar o bem-estar.

Prevenção do esgotamento É claro que não há nenhuma maneira de se evitar o esgotamento. No entanto, existem algumas práticas de saúde física e mental que diferenciaram os hábitos de bem-estar e de saúde pessoal dos cirurgiões que sofriam com o problema. Houve, estatisticamente, menos esgotamento em cirurgiões que encontraram um maior sentido no trabalho, focando no que é importante na vida deles, mantendo uma perspectiva positiva e um estilo de vida e filosofia que abraçou equilíbrio do trabalho com a vida. Os cirurgiões que fizeram exercícios físicos aeróbios e fortalecimento muscular tiveram maior pontuação de qualidade de vida do que aqueles que não o fizeram e também tinham taxas mais baixas de esgotamento.

Conclusão O esgotamento médico está em ascensão e se tornando uma ameaça para os próprios médicos, pacientes e sistemas de saúde pública, fazendo com que ocorram mais erros médicos. Os médicos estão menos satisfeitos com a prática da medicina, muitas vezes estes profissionais da saúde têm dificuldades de relacionamento com a família e com os profissionais, além de terem mais doenças psicológicas. As principais causas de esgotamento giram em torno da perda de autonomia em sistemas de cuidados de saúde. Para atenuar o esgotamento, a iniciativa requer esforços individuais para os médicos melhorarem seu equilíbrio entre trabalho e a vida pessoal, efetuar mudanças de horários de trabalho para que haja tempo suficiente para interações gratificantes, envolver-se com a burocracia, cuidados de saúde e aprender melhores maneiras de lidar com algumas das tensões inerentes à assistência médica por meio do uso da atenção, discussões em grupo e, possivelmente, aprender com as parcerias. Os sistemas podem ser modificados para permitirem uma flexibilidade suficiente para que os médicos pratiquem um estilo de rotina de trabalho que se encaixe na sua personalidade e temperamento. É hora de os médicos assumirem o problema burnout. É sério. Eles devem perceber que ninguém entre nós está imune e que é necessário tomar medidas para minimizar o problema.


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artigo

Physician

Burnout

The physician internist of Ethics and Professionalism Committee of the North American Spine Society (NASS), Dr. Jerome Shoffermam extended to the readers of the newsletter SBC new sources of research on the incidence of burnout in physicians. Originally published in SpineLine, magazine Nass, the author tackled the sensitive issue in medicine and brings to the debate the problem of burnout, which reaches a dangerous level of US doctors. According Schofferman a 2014 survey found that more than half of doctors of various specialties, including spine surgeons have symptoms of the disorder that affects productivity in the work environment. The burnout syndrome or burnout syndrome, is a mental disorder described in 1974 by the american doctor Herbert J. Freudenberger. The disease is recorded in Group V of ICD-10 (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems). Its main feature is the state of emotional stress and chronic stress caused by physical working conditions, emotional and psychological stressful. The syndrome is manifested especially in people whose profession requires direct and intense interpersonal involvement.

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Physician burnout has become a significant threat to health care with consequences for doctors, patients and the health care system itself (1-8). Burned out physicians are dissatisfied with their work and their patients are often unsatisfied. Physicians who are burned out suffer higher rates of medical problems, depression including suicidal ideation and completed suicide, family problems and commit more medical errors (1-6). Some leave the physician work force early (7, 8). It is very important that physicians recognize symptoms of burnout and if present take steps to remedy their personal responses to work-related stresses and take steps toward improving their work environment. Providing medical care is a privilege that while difficult and challenging, should provide enjoyment and satisfaction, not of discontent and dissatisfaction. Doctors should not feel that medicine is just another job.

Definition and Characterization of Burnout While present in most occupations, it is more prevalent in physicians than it is in the general working population (1, 6). It has been suggested that burnout is a form of depression (11, 12). There are three dimensions to burnout: emotional exhaustion, depersonalization and a perceived lack of effectiveness and personal accomplishment (1, 9). Emotional exhaustion is the core dimension (10). It is the loss of enthusiasm for work; the depletion of mental energy, not just feeling tired. sometimes10 Depersonalization is the viewing and treating patients as objects, not persons (1, 10). The doctor just goes through the motions of patient care without any much desire or ability to connect or relate personally with patients (13). The third dimension, lack of personal accomplishment, is a feeling of overall ineffectiveness. Regardless how hard doctors works and how much effort they exert, they are unable to attain a sense of fulfillment. It seems like an unending uphill battle. Burnout occurs along a spectrum. Physicians might experience symptoms in only one or two dimensions, not necessarily all three. Frequency of burnout symptoms can range from infrequent to frequent or even continuous. Of course all physicians have some of these symptoms at various times in their career. But it is the persistence or progression of symptoms that is the hallmark of burnout.

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Prevalence of Burnout in Physicians In a 2014 survey of 6880 physicians, 54% had at least one symptom of burnout. Most common was emotional exhaustion seen in 43% and then depersonalization in 23%. Both were significantly increased from a 2011 survey and significantly greater than the general working population (1, 6). With respect to specialists who generally see the bulk of spine patients, there was at least one major symptom of burnout in 60% of orthopedists, 63% of physiatrists, and 50% of neurosurgeons—again all significantly increased from to 2011 (1). In a survey of AANS members, 57% of neurosurgeons reported symptoms of burnout (13). Medscape surveyed almost 16,000 physicians encompassing multiple specialties and suggested that “…burnout among US physicians has reached a critical level” and the prevalence is increasing. In their 2016 survey, 47% of orthopedists reported burnout (11).

Symptoms and Consequences of Burnout It is difficult to distinguish between the symptoms of burnout and the causes of burn out because they overlap and are interconnected. Symptoms of Burnout in Physicians. Burnout physical symptoms and signs include physical exhaustion, sleep disturbances, headaches, hypertension, cardiac problems and other medical conditions. Psychological problems include depression, cynicism, anxiety, and guilt, as well as difficult or even broken relationships with spouse, colleagues and co-workers. Burnout can lead to alcoholism and substance abuse disorder ((2, 6, 13, 14). Rates of suicidal ideation and completed suicide are high and more prevalent than the general population (2). Surgeons and anesthesiologists with symptoms of burnout commit more medical errors (3, 6, 7,). Work-Life Balance (WLB). WLB was defined in one important survey as having sufficient time for personal and/ or family life due (1). Only 41% of physicians felt they had enough time for personal and family life, again rates much higher than the general working population. With respect to spine specialists, neurosurgeons were the least satisfied with WLB (~18%), orthopedic surgeons somewhat more satisfied (~38%) and PR&R were the most satisfied (~42%) (1). Burnout in Health Care Systems. Hospitals and other

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artigo health care systems report increased physician turnover, higher rates of early retirement, higher rates of absenteeism and poor performance in physicians who are burned out compared to those who are not (1, 6,9). Effect upon patients. Patients are less satisfied with the quality of care and the apparent interest of their physician when that doctor is burned out (5). Compliance with medical instructions might suffer (2). Burned out physicians make more medical errors (3, 7).

Causes of Burnout Burnout is a complex problem with many potential contributing factors. Some individuals might more vulnerable to burnout. It has been suggested that character traits that (over?) emphasize idealism, perfectionism, and a great sense of responsibility make certain people more vulnerable to burnout (15, 16). There are also powerful external factors. Ariely and Lanier provide their big picture view (2). They suggest one important factor is loss of autonomy. They defined autonomy as the ability of physicians to be able to use their own judgement regarding the allocation of their time and resources (2). Physicians should be able to decide how to schedule their day, the duration of patient visits, the best tests to order, and the most appropriate evidence-based treatment while considering each patient’s individual and unique needs and choices. The 2016 Medscape Lifestyle Report that surveyed practicing physicians regarding their views about the causes of burnout substantiated that loss of control in its various forms was the predominant problem (11). The top four causes were too many bureaucratic tasks, too many hours at work, increasing computerization of practice, and feeling like just a “cog in a wheel”. The most common survey write-in comment was “insurance issues.” Some other indices of loss of autonomy were: income not high enough, too many appointments in a day, and inability to provide patients with the quality of care they need. Many practicing physicians feel that health care has become big business with profit motive driving the increased control by payors at the expense of the autonomy of physicians. Physicians have begun to feel like easily replaceable parts in the assembly line of the medical-industrial treadmill. An increasing number of physicians are employed by large medical organizations and hospital systems. For reasons of increased efficiency the organization rather than the physician determines length and even frequency of visits, and compare physicians with respect to number of tests and procedures each

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orders compared to their peers. The decline in physician-owned practices leads to loss of autonomy and might play a role in decreased work satisfaction (17). Interestingly issues related to clinical and day to day work fell lower on the Medscape causes of burnout list. These include “too many difficult patients” (ranked #8), lack of professional fulfillment (#11), and difficult colleagues or staff (#12). Of course, each could also be due to burnout rather than a contributing cause. With respect to spine practice there might be a perception of more “difficult patients” than the average physician. Spine specialists might see a larger number of patients with unrealistic expectations and poor response to treatment, which makes practice more difficult (9). It is noteworthy that too many patient appointments in a day and inability to provide the care that their patients need are listed as factors that contribute to burnout. The two are linked. Short visits, except for the simplest of problems, would hardly provide the time needed to know a patient, “provide the care the patient needs”, work with difficult patients, or provide professional fulfilment.

Burnout: Interventions and Remedies Burnout is a complex problem, and there are no simple or single solutions. Most interventions and therefore most research that looked at ways to try and decrease burnout have focused on individual physicians. However, many of the factors that physicians identify as significant causes of burnout are related to the system in which he or she works (18). Both personal and system aspects of burnout need to be addressed. Some of the strategies for the treatment and prevention of burnout include mindfulness-based interventions, counseling sessions and workshops, coaching, institutional adjustments, and maximizing protective factors (5). Interventions focused on Individual Physicians Physicians can take active steps to regain some control over their working conditions. On a practical level, some practicerelated problems such as too many appointments in a day and the inability to provide the care that patient’s need might be manageable by physicians. They could choose to schedule fewer patients which could result in longer patient visits. Patients would benefit because they would feel they got the time and attention they need. Physicians could benefit because they wouldn’t be behind schedule so frequently, feel stressed by being behind, feel rushed to catch up and feel the need to conclude a visit as quickly as possible. However, such changes would likely result in lower income and in some doctors, feelings


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of guilt for not “pulling their load”. That said, less income might be more than acceptable when compared to the cost of burnout. Doctors might get involved with hospital or practice administration, which would provide a clinician’s voice in administrative choices. It would also show the physician the complexities of practice management, including the need to generate sufficient income to keep the practice or hospital viable. As a participant of administration, physicians might feel they have a say in management and are not just replaceable workers. Another effective technique that works for some physicians to make medical care more meaningful and enjoyable is to be mindful during each patient’s visit and other encounters and tasks throughout the day. Mindfulness simply means being present (19, 20). That is to say paying undivided and focused attention to the task at hand whether it is a patient visit or surgery. In the ideal model, mindfulness patient care means temporarily forgetting about that which has already occurred and letting go of what might occur in the future such as being late and trying to catch up or what the doctor has to do after work or with the next patient. Either is a distraction from the job at hand. Mindfulness is not so easy, but practicing mindfully has the potential to make interaction with each patient, other doctors, and staff more meaningful. Patients are much more satisfied with their visit with a physician who practices with mindfulness (20). One need not take a mindfulness training course to integrate mindfulness into patient visits, although it could help. Formal mindfulness based stress reduction (MBSR) classes teach doctors to be aware of their own emotions and how to better handle stress (21). After learning MBSR, physicians are usually more satisfied with work and less burned out. There is a large body of evidence to support the efficacy of MBSR training as one useful method to mitigate burnout (5). Dobkin et al prospectively examined the effect of a MBSR program on 27 clinicians (20). Clinicians completed questionnaires that measured burnout, depression, stress, meaningfulness and mindfulness before and after training. In addition, the physicians were rated by patients and by analysis of recorded consultations. The authors reported reductions in stress and emotional exhaustion, which correlated with less judgmental attitudes, less “reactivity”, and more acting with awareness— all facets of mindfulness. There was less depersonalization and more patient-centered interactions. The patient’s perception of the clinician’s communication during their consultation was that there was greater interest in the patient as a person, better understanding of the patient’s experience of being ill, and more

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attention to the context of the consultation. The audiotape analysis revealed that the doctors were more patient oriented, spoke less, and when they did speak it was with improved listening and encouragement. The authors concluded that after MBSR training, physicians can become more resilient and offer excellent service without succumbing to burnout among other negative effects of care (20). Daniels reviewed several studies on the efficacy of mindfulness (5). One study looked at the effects of MBSR in 93 clinicians, 51 of whom were physicians. The study reported significant decreases in emotional exhaustion and depersonalization and feelings of greater personal accomplishment. Krasner et al found similar changes and showed that benefits persisted when re-evaluated 15 months after the completion of the training. Group counselling can be a useful intervention, especially for large health care systems and hospitals. Ro and associates did a 3-year follow-up study of physicians who participated in a counselling intervention for burnout, job stress, coping strategies and neuroticism (22). Their approach used psychodynamic, cognitive and educational approaches. Some physicians chose a single physician 6-7 hour single day program or a five day groupbased intervention that included some individual counselling. There were significantly reduced levels of emotional exhaustion, job stress, and emotion-focused coping (22). Improvements were noted by one year and maintained at three. There was a correlation between reduction in number of work hours (mean of 1.6 hours per week) and decreased emotional exhaustion. There was also a significant reduction in full time sick leave.

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artigo

Interventions Focused on Systems There are some data on the role institutions can take as well to lessen physician burnout (18, 21). Lack of control of practice is one of the leading causes of burnout and so taking some control wherever possible might help mitigate burnout. Dunn et all conducted a prospective evaluation over several years on the effect of system changes in a moderate sized group practice (18). They were able to get clinic leadership to prioritize physician well-being as being equally important to quality of care and financial viability. They designed a program that sought physician input regarding factors within the practice that influenced their well-being and measured wellbeing regularly. Changes emphasized providing physicians more control over their work environment, designing office space and patient flow models that were more efficient, educating staff, and introducing group meetings that emphasized clinical and human aspects of care. The authors noted yearly decreases in emotional and work-related exhaustion as well as an initial and sustained improvement in organizational health. Hospitals and other institutions or even local medical groups formally or informally might be able to improve some aspects of burnout. West and associates conducted a randomized trial of 74 physicians at a single institution (21). The intervention group met every two weeks for 19 weeks and engaged in facilitated small group work that taught elements of mindfulness, reflection, shared experiences, and a wide variety of pertinent discussions involving work-life balance and other topics relevant to the practice of medicine. The institution provided the necessary hour. The control group was also given the hour but physicians were allowed to use it any way they liked. At the end of the study period, the treatment group showed significant improvements in emotional exhaustion, depersonalization, and overall burnout compared to the control group. The active treatment arm reported improvement in meaningfulness of work. The improvements were sustained at 12 month followup. Another technique to minimize or prevent burnout might be professional coaching, which has been shown to be effective in the corporate mode, but not really studied in physicians (16). Coaching has been used in corporate culture for years. Coaching uses the model that one’s beliefs and actions have as much or more impact on outcomes than external forces outside

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the physician’s control. The premise of professional coaching, according to Gazelle, is that people have more control over their circumstances and satisfaction than they might realize (16). Coaching can be part counselling, part mindfulness training and part strategies to improve wellness.estar.

Prevention of Burnout Of course there is no way to prevent burnout entirely. However, there are some physical and mental health practices that differentiated the wellness and personal health habits of surgeons who were versus were not burned out (23). There was statistically less burnout in surgeons who found meaning in work, focused on what is important in life to them, maintaining a positive outlook and living a lifestyle and philosophy that embraced work-life balance. Surgeons who did aerobic exercise and muscle strengthening had higher physical and overall QOL scores than those who did not, and also had lower rates of burnout.

Conclusion Physician burnout is rapidly increasing and is becoming a threat to physicians themselves, patients, medical systems and the public health. Burned out physicians make more medical errors, are less satisfied with the practice of medicine, often have difficulties with family and professional relationships and have more medical and psychological illness. The leading causes of burnout revolve around the loss of autonomy in today’s health care systems. Mitigating burnout requires individual efforts by physicians to better their work-life balance, change work schedules to allow sufficient time for rewarding interactions, get involved with the health care bureaucracy, and to learn better ways to cope with some of the stresses inherent in medical care through the use of mindfulness, group discussions, and possibly peer coaching. Systems can be modified to allow sufficient flexibility for physicians to practice in a style that fits their personality and temperament. It is time for physicians to take the problem of burnout very seriously, realize no one among us is immune, and that it is necessary take steps to mitigate the problem.


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informação Como a espiritualidade pode ajudar a motivar os pacientes mesmo, comer uma alimentação tipo “fast food”. Isso gerou uma frustração, tanto para mim quanto aos pacientes. Na realidade, a saúde é uma palavra ambígua. O pensamento dos pacientes é um, com uma resposta imediata e não a longo prazo. Para os pacientes, saúde é o que os permite trabalhar, brincar, jogar, cozinhar para os seus sem se importarem com o impacto que isso pode ocasionar para si próprios. Como médica, eu estava capacitada a recomendar o que é melhor para o paciente e sua qualidade de vida. Entretanto, como praticante da meditação e “mindfulness”, desde longa data, compreendi como as práticas espirituais de meditação poderiam aumentar a minha própria felicidade, ter um propósito e paz. Isso também poderia ser utilizado para os meus pacientes. Mas esse ensinamento não foi aprendido na Faculdade de Medicina. Em parte, porque o ensino está focado na cognição, do que na espiritualidade das pessoas. Hoje sinto que estou apta para confrontar minhas orientações médicas associadas sobre o que é que dá sentido em suas vidas. Para que se alcance esses comportamentos, os pacientes passam a se confrontar com o excesso de frituras, o sedentarismo e, inclusive, o controle de uma sobremesa adocicada desnecessária para o equilíbrio de sua saúde. Com o tempo, desenvolvi uma linguagem que os meus pacientes entendem. Ela ocorre com a compreensão do poder da espiritualidade, o seu propósito e o seu significado. Digo a eles para imaginar o que seria a sensação de acordar todas as manhãs com energia e alegria em vez de usar suas moedas em uma máquina de refrigerantes e as doarem para um bem comum.

Recentemente, fui convidada para dar uma palestra sobre espiritualidade e sua importância na área da saúde. Fazendo uma análise da minha atuação em Medicina, constatei que só tinha casos de fácil resolução, como alimentação, sono e exercício. Porém, em uma observação mais apurada, as que eu citei como exemplo não são realmente de fácil solução. No entanto, na clínica médica, os itens citados são fáceis de explicar através de pesquisas científicas. Mas, quando necessitamos abordar a questão da espiritualidade e de como esse estado de espírito pode contribuir na prevenção ou mesmo no apoio ao tratamento médico, torna-se muito difícil de ser realizado. A principal questão é definir o que é espiritualidade. Eu aprecio a definição usada pelo Dr. C. Everett Koop, que diz ser “o centro vital de uma pessoa; o que é considerado sagrado”. Nesse contexto, a religião é removida, apesar de muitas pessoas pensarem o contrário. Na verdade, a espiritualidade é muito mais do que isso. Ela é fluida e vai mudar com a sua experiência pessoal. Ela é pessoal e única para cada indivíduo. Tal como uma experiência, ela é seguida pela palavra. A espiritualidade se manifesta em tudo o que fazemos e influencia nossas escolhas e comportamentos. Este último atributo é a razão mais importante que os médicos precisam reconhecer e abordar a espiritualidade com seus pacientes. Eu percebi que, apesar das mudanças no estilo de vida de meus pacientes em relação às orientações sobre qualidade de vida, elas perderam força com o passar do tempo. A motivação para sustentar estas mudanças foi minada por soluções fáceis, como usar um elevador, comprar uma bebida em máquina automática e, até

Autor: Shelly Sethi (Austin/USA) é médica de família. Ela tem um blog em seu site autointitulado Dra. Shelly Sethi. Fonte: Do Médico, edição 9 de julho de 2016

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