Informativo SBC - Edição 13_2016

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MAR/ABR/MAI

2016

Entrevista

Luiz Eduardo Munhoz da Rocha

Mens Sana

Entre o bisturi e o handebol

Atualidade

Aprendizado e desafios com o Prof. Jürgen Harms

Informação Leve a sério a web

Capacitação Novos sócios

SBC

Sociedade Brasileira de Coluna

Fórum de Defesa Profissional busca soluções para o exercício em cirurgia da coluna no sistema privado e público de saúde


EUROSPINE 2016

Save the Date

5–7 October 2016 Berlin, Germany

Abstract submission deadline

1 March 2016

© WestPic - Fotolia.com

www.eurospine2016.eu

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editorial

informativo

Mais próximos, mais atuantes Mauro Volpi Presidente da Sociedade Brasileira de Coluna

Em 2016, a SBC ficará mais próxima de seus sócios por várias razões. Escolhemos o caminho da defesa profissional, visando à valorização do exercício profissional em cirurgia de coluna, além de atuarmos com dedicação na promoção de eventos médicos locais, nacionais e internacionais, com o objetivo de difundir a qualidade científica dos ortopedistas e neurocirurgiões de coluna brasileiros, o que equivale dizer, mais espaço e oportunidades para a discussão e abordagens em tratamentos da coluna vertebral. Será um ano de muita atividade para a diretoria, comissões e, igualmente, para as nossas Regionais, para que possamos enfrentar a dinâmica da saúde brasileira, que apresenta um quadro de crise permanente nos elos que compõem o setor. Estamos vivendo um momento político e institucional difícil no país, que também provoca preocupação para a categoria médica, que tem sido, sistematicamente, atacada pelo atual governo brasileiro, como se as mazelas da saúde fossem culpa dos médicos, os quais, na sua esmagadora maioria, são trabalhadores dedicados e responsáveis pela saúde da população. Além disso, é fundamental ressaltar a irresponsabilidade de algumas autoridades nacionais que, sabidamente, com propósitos eleitoreiros, permitem a abertura de escolas médicas e residências sem uma mínima

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estrutura para formação de profissionais capacitados. Nosso pensamento é dar continuidade ao trabalho conjunto e unificado que estamos construindo, o qual está dando muito certo, com a SBOT e a SBN na busca de soluções para as demandas associativas e políticas, principalmente em relação à ANS, operadoras de planos de saúde, SUS e instituições hospitalares. A ideia é aumentar os questionamentos na área da coluna, com soluções em curto e médio prazo, tanto no âmbito científico e ético, quanto no atendimento clínico e hospitalar. Vamos fortalecer e estreitar os vínculos que nos unem, com uma motivação voltada para novas conquistas de caráter coletivo. Outra razão, não menos importante no ano corrente, será o trabalho de organizar o CBC 2017, que acontecerá conjuntamente com o XIV Congresso da Sociedade Iberolatinoamericana de Columna Vertebral (SILACO) e o I Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que acontecerá de 19 a 22 abril, no Rio Janeiro. A união supera entraves e dignifica princípios que visam ao bem-estar geral. Contamos com a participação dos nossos sócios para o fortalecimento das causas que norteiam a cirurgia da coluna em nosso país, de Sul a Norte. Até breve!

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evento Curso Teórico de Aperfeiçoamento da Coluna Vertebral

SBC

Sociedade Brasileira de Coluna

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

Expediente Conselho Diretor: Presidente: Dr. Mauro dos Santos Volpi Vice-Presidente: Dr. Aluízio Augusto Arantes Junior 1º Secretário: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Secretário: Dr. Cristiano Magalhães Menezes Tesoureiro: Dr. Marcelo Wajchenberg

A segunda edição do Curso Teórico de Aperfeiçoamento em Cirurgia da Coluna Vertebral terá início no dia 5 de maio, no Anfiteatro do Instituo Cohen (SP), e será desenvolvido no mesmo formato do encontro 2015. O curso tem duração de oito meses, com aulas quinzenais, totalizando 14 módulos, que serão ministrados por professores convidados e membros dos Serviços de Cirurgia da Coluna credenciados à SBC. Organizado pelo Grupo de Coluna do Instituto Cohen, formado pelos doutores Marcelo Wajchenberg, Délio Eulálio Martins, Nelson Astur Neto e Dr. Michel Kanas, em parceria com a SBC, o curso tem por objetivo contemplar os principais temas e avanços em cirurgia da coluna, principalmente para os candidatos à prova de ingresso à SBC. “O conteúdo integral do curso continuará sendo disponibilizado no site da SBC, para que os associados de todo o Brasil possam ter acesso”, disse Michel Kanas.

Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439 e-mail: gilmara.gil@terra.com.br Coordenador Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomes e-mail: egfg@uol.com.br Dr. René Kusabara e-mail: renekusabara@terra.com.br Revisão: Plínio Nunes Editor: Dr. Sergio Zylbersztejn e-mail: sergiozyl@gmail.com Arte final e Editoração: Luciano Maciel Colaboram nesta edição: Luis Marchi, Orlando Righesso Neto, Michel Kanas, René Kusabara e Sergio Hennemann

Depoimentos

Periodicidade: Trimestral Impressão: Gráfica Central

“Após finalizar o estágio, o curso ajudou a manter o foco e reservar alguns períodos para estudar para a prova da SBC. Tive o privilégio de ter aulas e tirar dúvidas com grandes nomes da Cirurgia da Coluna do Brasil.”

Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.

Raphael Ritter - Aluno que acompanhou o curso presencialmente. Premiado com um curso prático no exterior, por ter se classificado entre os cinco primeiros nas provas de avaliação.

Endereço: Sociedade Brasileira de Coluna – SBC Alameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 - São Paulo - SP Telefax: (11) 3088.6615 e-mail: coluna@coluna.com.br www.coluna.com.br Secretária: Ana Maria Cella

“Agradeço ao convite para participar do curso. Esta oportunidade propiciou à CCP explicar como é realizada a prova de ingresso na SBC. Muitos candidatos chegam para o exame extremamente ansiosos e nervosos, pelo fato de não terem ideia de como é a prova escrita e de que maneira é realizada a prova oral. O curso trouxe informações aos candidatos e abriu espaço para responder questões que preocupam os candidatos”.

Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: coluna@coluna.com.br

Edson Pudles - Presidente da Comissão de Capacitação Profissional da SBC

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informativo

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Fórum /6 Caso Clínico interativo sobre sequela de fratura

Entrevista /8 Ex-presidente Luiz Eduardo Munhoz da Rocha destaca as ações da diretoria 2011-2012

Mens Sana

Atualidade /12

A prática do handebol permanece viva e rotineira para um ortopedista de coluna medalhista na quadra do esporte

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nesta e d i ç ã o

Encontro em São Paulo homenageia o Prof. Jürgen Harms para um plateia entusiasmada com os saberes do cirurgião da coluna

Informação /14 Tecnologia high tech para armazenar arquivos de pesquisa

Novos sócios /18

Atuação Fórum de Defesa Profissional traça caminhos e alternativas na área da cirurgia da coluna

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Conheça os novos membros da SBC aprovados no exame 2015 aplicado pela Comissão de Capacitação Profissional

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Artigo/20 As ligações intrigantes entre a neurociência e o sistema imunológico no comportamento humano


fórum i n t e r a t i v o

Sequela de fratura

agenda abr/16 1º Simpósio de Segurança e Qualidade em Cirurgia de Coluna Data: 29 e 30 de abril Local: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo Coordenação: Marcelo Risso, Paulo Cavali, Guilherme Zuiani e Élcio Landim Temas: Introdução; Riscos relacionados à cirurgia de coluna; Diminuindo riscos - pré operatório; Diminuindo riscos - sala de cirurgia; Diminuindo riscos - pós-operatório; Ações diante de complicações; Considerações finais Informações e inscrições: sócios da SBC, SBN e SBOT têm 205 de desconto (necessário enviar comprovante) pelo e-mail iecs@haoc.com.br ou (11) 3549-0584/0585

mai/16 Spineweek 2016 Data: 16 a 20 de maio Local: Singapura Informações: www.spineweek.org

jul/16 Paciente: sexo feminino, 46 anos Histórico: Sequela de fratura de L4 há vinte anos. Foi tratada com redução aberta e fixação da fratura. No sexto mês de pós-operatório foram removidos os implantes da coluna. Devido a presença de pé equino, por

sequela neurológica, foi realizado uma artrodese de tornozelo e pé. Refere claudicação neurogênica com 100 m de caminhada. Déficit sensitivo leve a L4. Proponha uma conduta terapêutica para a paciente.

Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e conheça a história completa do caso médico, acessando: www.coluna.com.br O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. René Kusabara, Chefe do Serviço de Cirurgia da Coluna do Hospital Bandeirantes, São Paulo.

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Nass Summer Spine Meeting 2016 Data: 20 a 23 de julho Local: Miami, Florida Informações: www.spine.org education@spine.org

V Cominco - Congresso Brasileiro de Cirurgia e Técnicas Minimamente Invasivas da Coluna Vertebral Data: 28 a 30 de julho Local: WTC Sheraton São Paulo Informações: www.cominco.com.br


opinião Transformações para o bem comum Sergio Zylbersztejn Editor

A todos, teu ouvido, a voz, a poucos, ouve opiniões, mas forma juízo próprio.

Hamlet, Cena III, Ato I

O Brasil está vivendo um clima político complexo, e sua população está dividida como em uma partida de futebol, torcida dos pró e dos contra o governo. Independentemente do lado, precisamos manter o equilíbrio para não sermos contaminados com opiniões espúrias. A conjuntura política me faz lembrar de Hamlet, o príncipe da Dinamarca, personagem da obra dramática de Shakespeare. A tragédia traça o destino de Hamlet, obrigado a empreender um ato enérgico de revanche contra seu tio Cláudio, acusado de assassinar o pai do jovem para tomar o poder depois de desposar a cunhada. Os dilemas éticos e morais perseguem Hamlet a tal ponto que o príncipe órfão fica em uma situação de percorrer um caminho sem volta. Estas interpretações da história dão margem ao personagem para justificar os planos futuros. Num determinado momento, Hamlet afirma: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Ato I; Cena IV Nunca antes neste país uma peça de teatro teve distintas encenações nas atuações de nossos governantes e parlamentares. Apesar da crise política, estamos vivenciando um momento de transformações e tomada de consciência na área da coluna. Alguns resultados desses fatos e acontecimentos estão expressos nesta edição do Informativo. São exemplos de inovações tecnológicas que, utilizadas com sabedoria, podem facilitar a nossa vida no meio high tech. Uma das sugestões é a dica que deixo aqui. Trata-se do programa Zotero, que veio para facilitar a organização dos itens de uma bibliografia. Essa dica se equipara ao Endnot, Mendeley, Sente e Papers 2. Mas o mais interessante é que o gerenciador de pesquisa bibliográfica é grátis e efetivo na sua proposta

de trabalho. Naveguem e depois nos enviem suas impressões sobre o programa. Um assunto que também trago para a reflexão trata sobre o nosso papel de empreendedores além do usual que temos como médicos. Qual de nós não se sentiria mais completo ao criar uma estrutura de trabalho e, junto com os nossos sonhos, poderia também servir de modelo para nossos pares? Porém muitos de nós não avançam como gostariam por acharem que não possuem competência ou coragem para tanto. Nesse aspecto, induzo vocês a assistirem ao filme Joy , que foca a necessidade de lutar pelos seus sonhos. De modo organizado, a história mostra como podemos ser empreendedores sem sofrimento. O roteiro consta de oito mandamentos para tornálos empreendedores de sucesso e modificarem o cenário em seu local de trabalho. 1. Comece por onde você conhece. 2. Não use atalhos. 3. Planeje: isso faz toda a diferença. 4. Persevere. 5. Ninguém vende tão bem seu negócio quanto você. 6. Você não precisa entrar nessa experiência sozinho. 7. Não ultrapasse suas barreiras. 8. Give back. (Transmita o seu conhecimento para outros). Para finalizar, destaco a matéria de capa com ênfase nos principais temas que nortearam o Fórum de Defesa Profissional promovido pela SBC em parceria com o 16º Congresso Brasileiro de Cirurgia Espinhal, em São Paulo. E ainda as percepções de dois ilustres ortopedistas de coluna membros do SBC acerca da representatividade do Prof. Jurgen Harms, que recentemente esteve no Brasil. Boa leitura!

Fonte: 1.: Zotero: http://bit.ly/23hGg8X / 2.: https://endeavor.org.br/8-licoes-aprendemos-joy/

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entrevista

Parcerias bem sucedidas

Com Stephen Richards e Marinus De Kleuver, na Spineweek, em Amsterdam, Holanda.

O ex-presidente Luiz Eduardo Munhoz da Rocha, gestão 2011/2012, foi responsável por algumas transformações importantes à frente da SBC. Foi na sua administração que a Sociedade impulsionou sua atuação construindo parcerias com a SRS (Scoliosis Research Society) e a SILACO (Sociedade Iberolatinoamericana de Columna), por exemplo. Na área da comunicação social, modernizou o Boletim Informativo, que passou a ser editado no formato revista, com 24 páginas. Durante a sua gestão, a sede foi reformada para melhor atender os sócios. Além de dotar o espaço com mais conforto e modernidade, a obra teve um orçamento adequado às finanças da entidade. O Dr. Munhoz é ortopedista e traumatologista formado pela Universidade Federal do Paraná. Possui especialização em ortopedia pediátrica e no tratamento das deformidades da coluna na criança no Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, no SARAH, de Brasília, fellow em ortopediatria e escoliose no Atlanta Scottish Rite e Dallas Scottish Rite (USA). O ortopedista de coluna presidiu a SBOT Regional Paraná, em 2007. Atua no Hospital de Clínicas UFPR e no Hospital

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Pequeno Príncipe, onde chefia o Serviço de Tratamento das Deformidades da Coluna Vertebral. Qual a motivação que o senhor teve para ser presidente da Sociedade Brasileira de Coluna? Luiz Eduardo Munhoz ‑ A primeira intenção foi a de tornar uma Sociedade mais aberta aos médicos brasileiros, mais conhecida e reconhecida em nível internacional. O interesse foi progressivo após receber o primeiro convite para participar da diretoria do Fernando Façanha Filho. Na ocasião, recusei o convite por não me achar preparado para assumir a presidência. Com o trabalho na Comissão de Capacitação, a convite do Sérgio Zilbersztejn, pude avaliar com maior critério as melhorias já realizadas nos anos subsequentes e observar que outras ações poderiam ser implantadas para dar continuidade ao trabalho de outras administrações. Após, o término da gestão o Mário Augusto Taricco, com apoio de alguns associados, achei que era o momento certo para dirigir a Sociedade. Quando assumimos, nossa diretoria trabalhou, inicialmente, para adequar a SBC às normas do Estatuto


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que recém havia sido reformulado e modernizado. Quais as realizações do seu mandato que ficaram marcadas na história da nossa Sociedade? Luiz Eduardo - A aproximação de sociedades internacionais como a SRS (Scoliosis Research Society), triplicando a participação de brasileiros junto à Sociedade mais conceituada no ensino de tratamento das deformidades da coluna, representação recorde no Spine Week, em Amsterdam, com nossos associados participando da sessão Brasil, SRS e da SILACO. Filiação da SBC à SILACO, fortalecendo a relação com os nossos pares na América Latina e Europa, na ocasião conduzida pelo Dr. Horacio Sarramea. Aquele evento foi uma ocasião bastante interessante quando a SILACO realizou diversos cursos em nosso continente. Em nível da SBC, após a adequação do estatuto e do regimento interno pela gestão do Dr. Taricco, nossa diretoria conseguiu ficar em total acordo com as diretrizes emanadas. O conselho fiscal foi eleito e ficou totalmente independente da diretoria, podendo atuar com maior transparência e avaliar a gestão financeira da Sociedade. Outra ação foi a modernização do Boletim Informativo, sob a liderança dos editores Sérgio Zylbersztejn e Eduardo Gil. Impulsionamos a nova ideia para o nosso veículo de comunicação, que passou a divulgar mais conteúdo de interesse dos sócios em suas páginas. Por fim, damos início à reforma da sede, proporcionando um ambiente mais confortável e moderno. A obra foi de baixo custo, porém ficou adequada para o funcionamento da secretaria e sala de reuniões. Como o senhor avalia o momento atual da SBC? Luiz Munhoz - A Sociedade continua a se fortalecer, mas, ainda é muito jovem. Diante de uma crise econômica, política e financeira, o cuidado deve ser redobrado. Por outro lado, a SBC tem tomado muitas posições adequadas junto à SBOT e à SBN, perante a AMB e Ministério da Saúde, com o suporte destas entidades representativas dos ortopedistas e neurocirurgiões. A SBC vem mostrando que é de muita relevância para os cirurgiões de coluna o reconhecimento das Sociedades legitimando seu posicionamento com o reconhecimento entidades-mãe, agregando ortopedistas e neurocirurgiões a pontos em comum. Que mensagem seria importante para o jovem cirurgião de coluna que ingressa na SBC? Luiz Munhoz - A SBC é a legítima representante do cirurgião de coluna. Ela visa a uma boa formação para os que ingressam, com conhecimento cientifico, treinamento das técnicas modernas e tratamento ao paciente com consciência e segurança. Este foi o motivo do aumento de duração para dois anos na formação para cirurgião de coluna, porque não é possível uma boa formação com apenas um ano; a medida não foi para retardar a entrada do novo sócio.

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Diretoria da Sociedade Brasileira de Coluna - gestão 2011-2012.

Confraternizando com colegas no CBC 2013, em Campos de Jordão, SP.

Perfil Time do coração: Atlético Paranaense Comida preferida: Polvo e Javali A maior virtude: Persistência e perseverança O pior defeito de alguém: Teimosia Um hobby: Corrida e culinária Um lugar para viajar: Europa Música inesquecível: Wish You Were Here, Pink Floyd Uma frase que marcou: “Qui si lavora, qui si mangia, qui si ama” O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar à porta do céu? Bem-vindo! Missão cumprida com louvor.

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mens sana

Na quadra, com os irmãos Alexandre e Bruno Aprile.

Medalhista de Handebol

Anos 1980! Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Assim começa a trajetória do Dr. René Kusabara com o esporte, uma paixão que entrou na sua vida para ficar. O ortopedista de coluna gostava de vôlei e futebol. Ele treinava bastante os seus esportes preferidos, mas o Handebol era um desafio, por uma razão: os estudantes de medicina dominavam a modalidade esportiva, uma tradição na instituição. Foi numa competição de calouros, onde eram obrigados a jogar todas as modalidades, que veio a grande chance de estrear no handebol. “Completei o time, atuando na ponta esquerda. Vencemos a partida. Naquele momento, eu já estava certo do que queria”. René conta que existe um torneio muito competitivo entre as faculdades de medicina de São Paulo, a Intermed, que ocorre sempre no mês de setembro. Para competir, os atletas se preparam durante todo o ano

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realizando treinamento nos horários de almoço ou à noite. Os calouros passam por uma seleção e os melhores treinam com os veteranos, participando de outras competições e jogos amistosos, com o foco de conquistar troféus e medalhas na Intermed. Durante a formação médica, Kusabara teve uma participação atuante na organização das partidas, o que gerou muitas amizades de colegas de outras faculdades de medicina paulistas. “Naquele tempo, havia arquirrivais dentro das quadras, que se tornaram bons amigos fora delas. Um bom exemplo é o doutor Eduardo Von Uhlendorff, sócio da SBC, que atuava pela Medicina USP”. Na opinião de René, foi um tempo de aprendizado pela luta esportiva, paixão pela camisa e, até, de administração fora do ambiente hospitalar. “As competições foram fundamentais para manter o equilíbrio emocional, o corpo


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em forma e estilo de vida saudável”, destaca. Quem acha que o handebol era só uma adrenalina universitária para o sócio da SBC e co-editor do Informativo, está muito enganado. Kusabara afirma que treinou dois anos com os veteranos do Clube Pinheiros, já aos 40 anos, e chegou a disputar um campeonato paulista e um brasileiro máster, “na ponta do banco”. “É que, na maioria, eram ex-jogadores da Seleção Paulista ou Brasileira, mas consegui correr um pouco com eles”, ironiza o nosso atleta. René define o handebol como um jogo emocionante e dinâmico, onde cada time, formado por sete atletas, tem a posse da bola e fica sempre agredindo a defesa, perdendo o domínio em caso de jogo passivo. Também é um jogo eletrizante, nutrido a adrenalina, porque o placar é sempre de muitos gols, nos 30 minutos de duração de uma partida. “Quem viu ou jogou sabe o que é cada minuto de uma partida de handebol. Na minha faculdade, em seis anos de curso, conquistamos uma medalha de ouro e duas de prata nos torneios Intermed”. Na quadra, René (51 anos), supera a pressão do jogo. No banco, faz amigos e, na arquibancada, tem torcida.

Adrenalina na quadra Com especialização em Ortopedia e Traumatologia (1990 a 1994) na Santa Casa de São Paulo “Pavilhão Fernandinho Simonsen” e, posteriormente, estágio em Patologias da Coluna Vertebral (1994), na Santa Casa de São Paulo, Kusabara ainda mantém vínculos com a Faculdade de Medicina de Santos. Como atleta, ele participa de jogos de alunos contra ex-alunos três vezes por ano. “Abandonamos trabalho e família apenas pelo prazer de pegar e arremessar a bola com as mãos, mesmo com o risco de lesões. Tive lesão do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, por duas vezes, durante as partidas de handebol. Elas aconteceram aos três e 13 anos após concluir o curso de medicina”, disse René. O handebol não podia parar tanto para o ortopedista de coluna quanto para outros médicos aficcionados pelo esporte. “Havia um sentimento de perda por parte dos médicos em não poder atuar por suas faculdades nas competições Intermed. Criamos, então, a Intermed de Velhos, onde jogam os médicos por suas antigas instituições, em diversas modalidades esportivas”. Para René, voltar a vestir a camisa da Faculdade de Medicina de Santos, disputar torneio oficial, é uma sensação

indescritível. “ Os jogos são tão disputados quanto na fase acadêmica. Claro que com maior deficiência técnica e sem tanta rivalidade. Afinal, na segunda-feira, podemos nos encontrar nos diversos hospitais por aí com os nossos “adversários”, diz o bem humorado cirurgião. A Liga de Velhos do Handebol reúne médicos de todas as suas antigas faculdades. René lembra que é possível encontrar colegas de diversas gerações na quadra, como os irmãos Alexandre e Bruno Aprile, sócios da SBC, que jogam pela Santa Casa de São Paulo. “Estes atletas colegas são bons amigos que encontrei na quadra durante o último torneio, que durou o ano todo, com a participação de oito faculdades. Para este ano, a previsão é de 11 equipes de handebol. René vai mais longe: ele acredita que o handebol no Brasil está crescendo. “Na Europa, a modalidade está mais avançada, mas o feito da Seleção Brasileira Feminina, que foi campeã mundial em 2013, e que promete uma medalha olímpica no Rio - quem sabe outro ouro demonstra o avanço do handebol no país”. Nosso protagonista do Mens Sana sonha com uma competição nacional de handebol entre médicos, como a que acontece com o futebol. Quanto a disputar um torneio nacional, René é cauteloso. “Depende se meus joelhos aguentarem. Mas, com certeza, estarei no banco de reservas para prestigiar e incentivar os médicos apaixonados pelo handebol”. Para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em junho, Kusabara já comprou ingresso para uma partida de handebol masculino.

No handebol todos jogam atacando e defendendo diz Kusabara.

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atualidade Os ensinamentos do Prof. Jürgen Harms A sétima edição do Curso IPC ‑ Atualizações em Cirurgia da Coluna foi inteiramente dedicada ao prof. Jürgen Harms, nome que dispensa apresentação na ortopedia da cirurgia de coluna. Realizado nos dias 30 e 31 de março, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), sob a coordenação do Dr. Luiz Pimenta, diretor do Instituto de Patologia da Coluna (IPC) e Dr. Rodrigo Amaral, presidente da Regional Sociedade Brasileira de Coluna - São Paulo, o evento foi inspirado no lema “A fructibus eorum cognoscetis eos (pelos frutos se conhece a árvore), com o objetivo de debater aspectos de cirurgia da coluna com um dos mais importantes formadores de opinião da história moderna da cirurgia de coluna: Prof. Dr. Jürgen Harms, da Alemanha. O programa científico foi desenvolvido voltado para os ensinamentos que Harms vem disseminando ao longo de sua carreira profissional, trazendo palestrantes que tiveram parte do seu treinamento com o cirurgião de coluna. “Foi um encontro onde os palestrantes expuseram temas relacionados à vivência e ao aprendizado que tiveram junto ao Prof. Harms, e ainda, aos desdobramentos e atualizações das técnicas em suas práticas”, ressalta o neurocirurgião de coluna Luiz Pimenta.

Os tópicos discutidos foram: Escoliose idiopática do adolescente; Escoliose congênita; Deformidade do adulto; Doença degenerativa do disco; Fusão intersomática; Cervical; Espondilolistese de alto grau; Casos e Tumor. O curso também contou com a participação do chefe do Departamento de Neurocirurgia da Universidade UCSD, da Califórnia, William Taylor, e dos palestrantes nacionais Helton Defino, Paulo Tadeu Cavali, Elcio Landim, Luiz Henrique Damasceno, Luis Carelli, Sergio Hennemann, Claúdio Schettino, Sérgio Daher, Murilo Daher, Vinícius Benites, Denis Theisen, Ricardo Ferreira, Deusdeth Gomes do Nascimento e Rubens Jensen. O Prof. Harms declarou que o curso era uma oportunidade para discutir tendências, erros e caminhos em cirurgia de coluna. “Me senti em família com a equipe do IPC e de outros colegas. É muito importante discutir esses assuntos.” Confira, a seguir, o depoimento do Dr. Sergio Hennemann, ex-presidente da SBC e chefe do Serviço de Coluna do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre, que foi aluno e discípulo dos ensinamentos do Prof. Harms.

Jürgen Harms: reconhecimento ao mestre Para quem não conhece o Prof. Jürgen Harms, começo com uma breve apresentação do ortopedista de coluna. Ele é professor de Ortopedia pela Universidade de Saarland (Homburg/Saar), Alemanha, desde 1978, e, há mais de 40 anos, se dedica à pesquisa de novas técnicas cirúrgicas bem como a novos materiais e instrumentos usados na cirurgia da coluna. Em 1980, Harms assumiu como diretor médico do Centro de Cirurgia da Coluna Vertebral da Clínica de KarlsbadLangensteinbach (Hospital Acadêmico de Ensino da Universidade de Heidelberg. Nesse hospital, permaneceu durante mais de três décadas à frente de equipe de clínica e cirurgia da coluna, onde desenvolveu novas técnicas cirúrgicas, materiais e instrumentos para cirurgias. Consta do seu currículo, a realização de mais de dez mil cirurgias de coluna. Jürgen Harms tornou-se um renomado cirurgião de coluna, reconhecido internacionalmente, tendo sido chairman e speaker em inúmeros congressos internacionais, professor convidado e consultor em inúmeros projetos de pesquisa nos

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informativo

Estados Unidos, em toda a Europa, Ásia e África. Publicou inúmeros artigos científicos e capítulos de livros a respeito de novas técnicas cirúrgicas da coluna. Além disso, é membro honorário da Scoliosis Research Society (SRS). O Prof. Harms não só desenvolveu como ampliou a indicação para a cirurgia de correção de escoliose por via anterior – a partir da técnica desenvolvida em 1974 pelo Prof. Klaus Zielke, seu colega, que trabalhava em Bad Wildungen, no “Deutsches Skoliose Zentrum”. Eu tive a satisfação de trabalhar com o professor Zielke por um ano e meio em 1978-1979 e, em 1980, trouxemos a sua técnica para o Brasil. Em 1994, visitei o Prof. Harms pela primeira vez, a convite do Prof. Helton Defino que, na época, realizava estágio com o ortopedista alemão. Naquela ocasião, pude constatar o desenvolvimento da técnica de Zielke (Ventrale Derotations Spondylodese – VDS), realizada pelo Prof. Harms, tornando-a corriqueira também nas escolioses torácicas, com excelentes resultados de correção, que nenhuma outra técnica na época atingia. Fiquei maravilhado com a técnica e os resultados em que o professor mostrava os benefícios para os pacientes. Recordo que ele me recebeu com uma gentileza muito grande, permitindo, desde logo, entrar em cirurgias de grande porte, em correção de deformidades e também adquirir experiência com a chamada artrodese 360. O chamado “Harms Study Group” iniciou suas atividades em 1995, sob a orientação do Prof. Harms e do Dr. Randal Betz. Em outubro de 2000, esse grupo de estudos sobre as deformidades da coluna foi formalizado com a criação de protocolos comuns e pelo ingresso de vários conceituados cirurgiões de deformidade de coluna dos Estados Unidos, destacando-se Peter Newton, de San Diego, e o Prof. Schuffelbarger, de Miami. O Prof. Harms publicou em 1989, pela primeira vez, suas experiências com o uso da chamada “Gaiola de Harms” (Harms titanium mesh ou cage) na cirurgia de correção da espondilolistese num só estágio: artrodese intersomática com uso do Cage por via anterior associada à artrodese por via posterior. Na minha percepção, a maior contribuição do Prof. Harms na cirurgia da coluna foi o desenvolvimento da técnica

de artrodese via transforaminal (TLIF) com uso do Cage intersomático (Harms Cage). O procedimento conseguiu resolver os problemas da instabilidade segmentar com ou sem estenose de canal, com um índice de fusão óssea nunca antes alcançado. Em uma única abordagem por via posterior, passamos a realizar a chamada artrodese 360 graus, ou artrodese circunferencial, associando o TLIF com a fixação pedicular posterior. Suas primeiras experiências e resultados desta técnica, desenvolvida pelo Prof. Harms, no início dos anos 90 foram publicados em 1998. Foi nesta ocasião que visitei o serviço do Prof. Harms pela segunda vez, propiciando realizar aperfeiçoamento na técnica de TLIF. Também na cirurgia da coluna cervical alta tanto por via trans-oral quanto pela via posterior, o Prof. Harms desenvolveu novas abordagens e uso de novos implantes. A mais conhecida e usada técnica na coluna cervical, até a atualidade na instabilidade atlanto-axial pelas diversas patologias, é a técnica de Harms para a fixação C1-C2. Publicada pelo professor junto com o Dr. Melcher na revista Spine em 2001. Nesta técnica é realizada fixação, usando parafusos poliaxiais nas massas laterais de C1 e nos pedículos de C2 fixos por duas hastes longitudinais. Em comparação com outras técnicas, há menor risco de dano nas estruturas neurais e vasculares, maior facilidade de redução e com alto índice de fusão. Em 2002, visitei o Professor Harms pela terceira vez para assistir e realizar treinamento nas mais variadas e complexas cirurgias de coluna. Mais uma grande oportunidade para constatar como o Prof. Harms era merecedor de reconhecimento internacional, pela presença de estagiários de serviços de coluna do mundo inteiro. Nessa ocasião, tive o prazer de assistir a várias cirurgias realizadas pelo Dr. Rubens Jensen, cirurgião de coluna brasileiro, que já havia muitos anos trabalhava com o Dr. Harms e que se tornou com o tempo, o seu braço direito nas cirurgias mais complexas. Meus sinceros agradecimentos ao Prof. Harms pelas várias oportunidades de poder visitá-lo e pelos conhecimentos por ele transmitidos em cirurgia de coluna, especialmente para mim e para um grande número de colegas brasileiros.

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painel Tecnologia: dispositivos para armazenar arquivos O Informativo selecionou quinze interessantes dispositivos digitais para armazenar arquivos, imagens e conteúdo na internet. A lista é informativa. A sugestão é do blog de David Kaligan, que publica dicas para download de dispositivos seguros na mídia digital. Best App in Supporting Role: Evermore (for clipping, storing and syncing across devices. My new e-junk drawer.) Best News / Site Content Aggregator: Feedly. (Indispensable. Every day) Best Search Engine: Google. (Bing is too busy. Yahoo? Wow, time for a make-over.) Best Browser: Safari for Mac/IOS – for its Reader View, for Reading List, for full article emailing and for syncing across devices. Google Chrome can be faster - but is a battery hog and is missing Reading list integration and full article emailing/ storage. Best Writing Aid: Microsoft OneNote. Clean interface. Slick syncing across devices. Intuitive. Easy on-the-go writing app on the desktop and the smartphone. Best Utility Apps: 1password (for passwords), TextExpander (for shortcuts) and Snagit (for photo clipping) Best Reader App on PC/Phone: Reading List (for Mac/IOS) has replaced Pocket and Instapaper, both excellent apps. Best e-reader / best reading app: Kindle. Best Notes App: Google Keep. (Simple. Intuitive. Great syncing across devices.) Best Photos App: Google Photos. (Wow! Free. Clean interface. Exceptional syncing across devices. Cool image identification. You have to try it. Read The Mossberg Review for more.) Cloud Storage / Back-up: Dropbox is more universal and easier but I’m on iCloud for Apple device integration. Surprise app of the Year: Apple Music. A bargain for the family under the monthly subscription. Downside: Complex! Holy moly! Favorite Social Media (excluding #1 WordPress): Tumblr. Biggest Disappointment: WordPress.com for its new update in posting functionality. There is so much to love about WordPress including the new notifications and response tools but I find the new posting interface to be a step backwards. (What was wrong with the old format?) Biggest YOY change: Fewer (many) apps. I’m further embedded into Apple’s ecosystem. While it can be more expensive (especially for Apple crack addicts like me), it’s simpler, easier, more stable and offers better integration

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Helton Defino é eleito presidente da SILACO O ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coluna, editor da revista Columna/Coluna e professor titular do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto, da Universidade de São Paulo (USP), Helton Defino, é o novo presidente da SILACO (Sociedade Iberolatinoamericana de Columna). O Brasil participa da SILACO devido à organização da SBC e número de associados, exercendo uma liderança importante na entidade que reúne sociedades científicas de coluna vertebral de Portugal, Espanha, e desde o México até o Chile. Para 2017, a SILACO realizará o seu congresso em conjunto com o Congresso Brasileiro de Coluna, de 19 a 22 de abril, no Rio de Janeiro, com a proposta de agregar e compartilhar o conhecimento científico da cirurgia da coluna vertebral entre os países membros. “A intenção é realizar o XIV Congresso Iberolatinoamericano de Columna Vertebral para permitir a interação dos países ibero-latinoamericanos”, acrescenta o dirigente. Inserido nesse contexto, acontecerá o I BRICS Spine Meeting, que reunirá Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Defino afirma que o foco da sua gestão é o trabalho coletivo a ser realizado na busca da integração do bloco ibero-latino-americano junto com a expansão de troca de experiências com os países do Brics, o que contribuirá para uma maior e produtiva interação científica, além de transcender fronteiras científicas em conhecimento e comunicação. A posse ocorreu no XIII Congreso Ibero Latinoamericano de Columna Vertebral, que aconteceu de 28 a 31 de outubro de 2015, em Lima, Peru.


atuação

informativo

Fórum de Defesa Profissional em cirurgia de coluna

A questão da defesa profissional em cirurgia de coluna foi amplamente debatida durante o 16º Congresso Brasileiro de Cirurgia Espinhal, que aconteceu de 2 a 5 de março, em São Paulo. Com duração de quatro horas, uma plateia interativa promoveu a discussão de temas que estão na ordem do dia do exercício na área da coluna, que são: remuneração do cirurgião de coluna, segunda opinião em cirurgia de coluna, análise do PL 2452 Projetos correlatos, compliance e sociedades médicas. A remuneração do cirurgião de coluna foi o primeiro tópico a ser debatido, tendo por base o Manual de Codificação de Procedimentos SBC/SBN/ SBOT, lançado no mês de outubro pelas entidades. O vice-presidente da SBC, Aluízio Arantes, salientou que o “Manual” foi uma iniciativa criada

com o objetivo de padronizar as solicitações de procedimentos cirúrgicos de coluna vertebral, junto ao segmento da saúde suplementar. “A falta de padronização na solicitação desses procedimentos na diversas regiões do país e entre diferentes planos de saúde, tem sido a regra na relações entre os cirurgiões de coluna e fontes pagadoras, trazendo, muitas vezes, prejuízos para as partes e, principalmente, para o paciente, alvo de toda a atenção médica”, disse Arantes. A publicação está dividida em sete seções: doenças degenerativas da coluna vertebral, patologias traumáticas da coluna vertebral, patologias tumorais raquimedulares, deformidades e malformações da coluna vertebral, processos infecciosos da coluna vertebral, outros procedimentos infecciosos da coluna

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atuação vertebral e códigos complementares em cirurgia de coluna vertebral. A consultora técnica da CBHPM-AMB, Miyuki Goto, abordou aspectos referentes aos trâmites necessários para a reformulação da CBHPM, que possui uma comissão permanente de revisão. A médica ressaltou a importância da participação das sociedades de especialização nessas revisões de procedimentos. Já o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Cyro Alves de Britto Filho, apresentou um panorama do atual momento do setor Saúde, com destaque para a crise socioeconômica que vive o país. O neurocirurgião ficou entusiasmado com a proposta do manual de codificação e enfatizou a possibilidade da sua implantação, colocando-se à disposição das Sociedades para novos encontros de trabalho sobre o assunto.

Segunda opinião O tema “Segunda Opinião” foi apresentado pelo advogado da Associação Paulista de Medicina Regional São Bernardo do Campo/Diadema/SP, Fernando Godoi Wanderley, que abordou os aspectos legais e éticos que tangem essa questão na prática médica. Para Godoi Wanderley, a segunda opinião é, antes de mais nada, um direito do paciente, nos termos do artigo 39 do Código de Ética médica. Ele afirma que é uma prática que sempre existiu na Medicina, sendo normal entre os profissionais, porque possibilita a troca de experiência e discussão de melhor conduta para casos complexos. “As operadoras vêm se utilizando desse instituto, na forma de auditoria, fundamentando-se nas disposições da

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Resolução CONSU 8/98, fundamentação essa equivocada ao meu ver, tendo em vista que essa Resolução cuida da “junta médica”, uma espécie de terceira opinião”, disse. Segundo o advogado, vem aumentando o número de queixas de profissionais médicos acerca de ingerência na sua atividade, tendo em vista negativas infundadas de suas indicações ao tratamento, o que revela a prática da segunda opinião com outros fins, que não o benefício do paciente. Conforme explicou, duas situações precisam ser ponderadas, a autonomia do médico e a inexorável necessidade de auditoria médica. “O Judiciário já se posicionou ao determinar que cabe somente ao médico definir a melhor conduta de diagnóstico e tratamento. No aspecto ético, temos a conhecida autonomia e impossibilidade de renúncia a sua liberdade profissional, devendo evitar restrições que prejudiquem o seu trabalho”, disse Wanderley. Seguindo esse raciocínio, nenhuma disposição regimental pode limitar o direito de escolha dos meios a serem colocados em prática para a execução do tratamento, salvo em benefício do paciente. “São todas prerrogativas expressas que o médico deve empenhar-se em exercê-las no seu cotidiano, de modo a evitar ingerências na sua atividade profissional, o que lhe prejudica, bem como ao paciente que deixa de receber o melhor e mais eficaz tratamento devido”, enfatiza o advogado. Em relação à auditoria médica, Wanderley afirma que o médico que exerce tal função deve ter ciência que sua atividade é pautada na Resolução nº 1614/01, que estabelece regras, entre as quais estão a necessidade de identificação em todos os seus atos; informar por escrito o médico assistente que indicou a cirurgia; bem como não vetar, autorizar ou


informativo

modificar procedimentos salvo em inequívoco benefício do paciente. “Obviamente, que a mera discordância não se trata de infração ética, mas regras devem ser obedecidas nesse caso”. Fernando Wanderley disse também que existem casos do uso da segunda opinião como forma de desvio de paciente, num claro aliciamento, o que é inadmissível pelo Código de Ética Médica.

Compliance O terceiro tópico do fórum trouxe para o debate um assunto que está recém começando a tomar forma na área da saúde. Trata-se do compliance. O advogado Giovani Agostini Saavedra esclareceu que compliance em saúde é um conjunto de regras de convivência ética entre indústria e médicos para evitar conflitos de interesse. O compliance é um assunto relativamente novo no Brasil, mas a sua necessidade é de suma importância para todos os segmentos da sociedade. “Na área da saúde, especialmente após os fatos divulgados na mídia e oriundos da CPI das próteses, as regras de ordenamento nas relações de trabalho precisam ser bem definidas”, salientou o palestrante. Comply vem do verbo inglês, to comply, cujo conceito é da economia e foi introduzido em vários setores e áreas, a fim de assegurar que as regras destinadas às pessoas físicas e jurídicas sejam cumpridas, evitando-se problemas jurídicos. Na opinião da diretora executiva da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (ABRAIDI), Cláudia Scarpin, o compliance voltado para a área da saúde precisa ser bem embasado para avançar. Durante a sua apresentação, Cláudia discorreu sobre o projeto ética em saúde, iniciativa da ABRAIDI e do Instituto Ethos, que vem experimentando inúmeros sucessos desde o lançamento , no ano passado. “Temos mobilizado empresas, órgãos de governo e insistido na necessidade de enfrentamento de todas as formas de corrupção no setor de dispositivos médicos”, frisou. Entre os apoios, ela citou a AMPASA, entidade que reúne promotores e procuradores que atuam na defesa da saúde em todo o Brasil. Segundo a dirigente, muitos casos de desvios éticos e crimes são difíceis de serem investigados justamente porque os caminhos da corrupção são muito criativos”, assinalou. O Ética em Saúde mantém um canal de denúncias por meio do Instituto Ética Saúde. O mecanismo vem dando os devidos encaminhamentos para centenas de denúncias recebidas por meio do Canal de Denúncias. “Este é um meio independente, com servidor fora do país, totalmente sigiloso. Todos os players estão envolvidos, seja por ação ou omissão.

O Ética Saúde começou com 35 empresas e hoje são 320, que representam de 80 a 85% do mercado. Entre as empresas denunciadas estão 144 associadas da ABRAIDI. “Estas empresas sofrerão as punições cabíveis, caso as denúncias sejam comprovadas pelo Conselho de Ética do Acordo Setorial”, explicou. Por outro lado, Aluizio Arantes destacou a importância do financiamento da indústria, seja na educação continuada dos médicos, seja para o desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias. “É necessário, a semelhança do que já ocorre em países desenvolvidos, estabelecer regras que garantam a independência técnica cientifica dos envolvidos. Arantes chamou a atenção para a importância das sociedades de especialidade e sugeriu união entre a SBC, SBN e SOBT em parceria com os representantes da indústria farmacêutica e de implantes, para elaboração de regras éticas de relacionamento.“ “E fundamental avançar neste debate antes que surjam leis equivocadas que inviabilizem nossos congressos e até a sobrevivência de nossas sociedades de especialização”, disse. O Fórum de Defesa Profissional aconteceu no dia 2 de março, numa promoção da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e Associação dos Neurocirurgiões de São Paulo (SONESP). O encontro foi coordenado pelo presidente da SBN, Modesto Cerioni, presidente da SONESP, Emílio Fontoura, e vice-presidente da SBC, Aluízio Arantes.

Compliance Definição: Comply vem do verbo inglês, to comply, cujo conceito é da economia e foi introduzido em vários setores e áreas, a fim de assegurar que as regras destinadas às pessoas físicas e jurídicas sejam cumpridas, evitando-se problemas jurídicos. O termo tomou impulso nas relações de negócio a partir da crise financeira de 2008. De lá para cá, diversos modelos de compliance foram introduzidos, inclusive para o setor Saúde.

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capacitação Novos sócios ingressam na SBC A prova de ingresso à Sociedade Brasileira de Coluna 2015, realizada em 27 de novembro, em Ribeirão Preto (SP), pela Comissão de Capacitação Profissional (CCP) aprovou 56 candidatos, sendo 5 neurocirurgiões e 51 ortopedistas. Dos 63 inscritos, cinco candidatos não compareceram e

Aprovados

duas inscrições foram indeferidas. O presidente da CCP, Edson Pudles, esclarece que a próxima prova para novos sócios ocorrerá em 25 de novembro, em Ribeirão Preto, durante o Curso de Técnicas Modernas e Avanços em Cirurgia da Coluna Vertebral. Lucas Crestana Zanetti Marcela Almeida Campos Coutinho Marcelo da Cunha Andrade Filho Marcelo Horta Petrillo Marcus Vinícius Amaral Barreto Marcus Vinicius Brito Marques Marcus Vinícius de Oliveira Ferreira Mario Bressan Neto Paulo Renato Rech Rafael Barreiros Hoffmann Rafael Carboni Souza Rafael Ritter Roberto Rossanez Rodrigo Valente Frast Rodrigo Goés Medéa de Mendonça Rodrigo Martins Borges Ferreira Batista Rodrigo Perroni Cruzeiro Rodrigo Prado Grion Rogério de Almeida Vargas Samuel Conrad Sylvio Mistro Neto Theophilo Asfora Lins Tiago Argolo Bitencourt de Oliveira

Alessandro Machado da Silva Alexandre Henrique Silveira Bechara Allan Silva Carvalho Anderson Alves Dias Anderson Luis do Nascimento Antonio Carlos Tessari Bruno Costamilan Winkler Bruno Moreira Gavassi Bruno Vieira Motter Caio Roncon Dias Carlos Alberto Afonso Ribeiro Carlos Roberto Garcia Filho Clóvis Castanha Silveira Jr Cristian Ferrareze Nunes Daniel Alexandre Parreira Braga Danusa de Melo Rozindo Edgar Taíra Nakagawa Eduardo Sávio de Oliveira Mariúba Felipe José Vieira Figueiredo Flávio Geraldo Benites Zelada Glauber Teixeira Ervilha Guilherme Gontijo Soares Gustavo Cesar de Almeida Peçanha Gustavo Serra Reinas Gustavo Vitelli Depieri Haroldo Antônio Silva Chagas Jader de Andrade Neto Jean Carlo Frigotto Queruz Jefferson Coelho De Léo João Ivan Lopes Jr João Luiz Parra Marinello João Paulo S. Araújo José Antônio Mancuso Filho

Por documentação, conforme normas da CCP. Anderson Almeida Araujo Anderson Rodrigo Souza Fábio Leite Bueno Silva João Ivan Lopes José Calasans dos Santos Marco Aurélio Marzullo de Almeida Nivaldo Evangelista Otaviano Benevides de Alencar Araripe Paulo Saíde Franco Ricardo Otranto Neto

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campanha

informativo

Campanha de Prevenção de Lesões Provocadas por Bagagens

Preocupados com o grande número de lesões da coluna em pessoas que estão viajando ao manusear suas bagagens, a Comissão de Campanhas SBC propôs à Infraero o projeto de uma ação educativa por meio da colocação de painéis no setor de desembarque do Aeroporto de Congonhas/SP, o terceiro terminal aéreo mais movimentado do país. A iniciativa conjunta denominada “ Campanha de Prevenção de Lesões Provocadas por Bagagens” foi lançada em 26 de novembro, com duração de três meses. A contrapartida da SBC foi a confecção e instalação de material de divulgação composto por quarto painéis de 2x2 m, visíveis e impactantes,que foram colocados estrategicamente bem em frente às esteiras de retirada das bagagens. Na opinião do coordenador de Campanhas da SBC, Orlando Righesso Neto, a iniciativa resultou em um grande sucesso para divulgar a Sociedade Brasileira da Coluna. “Desde o início, a ideia é estender a campanha para outros aeroportos do país. E, já temos a aprovação da Infraero para dar continuidade ao projeto”, salienta. Segundo dados da Infraero, a campanha atingiu plenamente o objetivo de orientar os usuários sobre a forma correta de erguer malas e outros volumes para evitar lesões na coluna lombar.

Conforme explica a coordenadora de Comunicação da Infraero, Camila Angelina Santos, a campanha pode ter sido visualizada por aproximadamente 2 milhões e 200 mil pessoas no período da campanha.

Os números De acordo com a VS Consumer Product Safety Comission, uma comissão voltada para as questões de segurança do consumidor nos Estados Unidos, mais de 175 mil pessoas foram registradas em hospitais, consultórios médicos, clínicas e outros ambientes médicos por conta de lesões provocadas por bagagens. Pesquisa divulgada pelo site Hospital-Data (http://bit.ly/1WH3rJq), reúne informações de casos nos Estados Unidos, entre 1997 e 2010, e revela que 60% dos acidentes ocorrem com mulheres, e apenas 40% com homens; os maiores de 50 anos são recordistas (mais de 79 mil acidentados), seguidos de perto pelas pessoas entre 26 e 50 (mais de 73 mil), mas até bebês sofreram com as bagagens (foram quase 4 mil casos entre crianças de até cinco anos). As partes do corpo que mais sofrem são: as costas (mais de 53 mil ocorrências no tronco inferior, os ombros (18 mil) e dedos dos pés (15 mil).

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artigo

Psiconeuroimunologia: alegria produz bem-estar Ter uma visão positiva de vida associada à alegria pode evitar a doença. Esse ditado popular guarda muitos ensinamentos. Ao longo das últimas décadas, as ligações intrigantes entre a neurociência e o sistema imunológico tornaram-se mais conhecidas. Este campo é definido como psiconeuroimunologia (PNI). Sabe-se que o estresse pode induzir a doença e que, ao contrário,

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um momento feliz pode impactar de modo positivo no alívio das dores e até mesmo evitar doenças. Neste artigo, vamos compreender como os sistemas imunológicos e nervosos interagem e de que modo afetam o nosso corpo. Existem inúmeros exemplos: Privação: falecimento de uma pessoa após perder um familiar. Um estudo que acompanhou


informativo

95.647 indivíduos que ficaram viúvos permitiu observar que a mortalidade foi duas vezes a taxa esperada na primeira semana após a passagem do ente querido. Desordens gastrointestinais: existe uma forte associação entre eventos sustentados estressores de vida e o aparecimento de sintomas intestinais. Câncer: sabe-se que as perspectivas de um paciente sua estabilidade psicológica podem impactar o resultado de sua doença. HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana): estudos descobriram evidências significativas de que níveis elevados de estresse e perda do apoio social acelera a progressão da infecção pelo HIV. Queixas da pele: psoríase, eczema, asma e vitiligo são todos conhecidos por estarem relacionados a aspectos psicológicos Cicatrização de feridas: a rapidez da cicatrização está associada ao equilíbrio psicológico do paciente. Pessoas com medo ou deprimidas apresentam uma recuperação lenta ao tratamento. Como poderia uma atividade neural influenciar a atividade do sistema imunológico? Após inúmeras pesquisas de laboratório com animais, constatou-se a presença de mecanismos imunocerebrais. Em 1981, David Felter revelou uma rede de nervos associados aos vasos sanguíneos e, em especial, as células do sistema imunitário. Em 1986, Candace Pert encontrou receptores de neurotransmissores e neuropeptídeos nas células do sistema imunitário e no cérebro. Essa descoberta revelou que os produtos químicos de comunicação nervosa também poderiam falar diretamente com o sistema imunológico.

O papel de neuropeptídeos Neuropeptídeos são as últimas moléculas que se juntam às fileiras dos neurotransmissores. Os neurônios os usam para uma comunicação mais efetiva. Sabe-se que existem mais de cem neuropeptídeos. Ao invés de uma ação breve do neurotransmissor clássico, neuropeptídeos apresentam uma ação mais duradoura e podem influenciar até a expressão do gene para a construção de novas sinapses. Curiosamente, os neuropeptídeos estão implicados numa vasta gama de funções que envolvem um aspecto emocional. Por exemplo, neuropeptídeos são conhecidos por desempenharem um papel na recompensa, buscando comportamentos sociais, reprodução, memória e aprendizagem.

De que modo o cérebro se relaciona com o sistema imunológico? Uma das redes nervosas bem conhecidas é o hipotálamo pituitária adrenal (HPA). Hoje sabe-se o impacto que secreta hormônios do estresse psicológico sobre ela. O eixo HPA envolve três pequenas glândulas endócrinas - glândulas que secretam hormônios diretamente para a corrente sanguínea. As glândulas em questão são o hipotálamo e a hipófise (que são vizinhos neurológicos) e as glândulas suprarrenais, situadas na parte superior dos rins. Os três tecidos controlam as reações ao estresse e regulam processos, incluindo a digestão, o sistema imunológico, a sexualidade, o humor e o uso de energia. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal desempenha um papel vital na interação imunológica-cérebro e o estresse. Uma química denota envolvidos no trabalho do eixo HPA: o hormônio liberador de corticotropina (CRH). O hipotálamo libera CRH em resposta ao estresse, doença, exercício, cortisol nos ciclos de sangue e sono-vigília. Há picos logo após acordar, lentamente declina ao longo do dia. Em um indivíduo estressado, os níveis de cortisol são elevados por períodos prolongados de tempo. Durante o estresse, o corpo acredita que está em perigo iminente, de modo que o cortisol provoca uma série de alterações metabólicas para garantir a energia suficiente e disponível no caso de uma luta ou fuga necessária. Uma meta-análise de 300 estudos empíricos verificou que certos tipos de estresses alteram diferentes aspectos do sistema imune. Eles compararam breves estressores, como exames, com estressores crônicos - eventos que mudam a vida inteira de uma pessoa, como cuidar de um parceiro portador de demência. Breves estressores tendem a suprimir a imunidade celular (do tipo de lida com invasores celulares, como vírus) preservando, ao mesmo tempo, a imunidade humoral (normalmente lidar com agentes patogênicos fora das células, tais como parasitas e bactérias. Nota do editor: O conhecimento dos conceitos desse artigo serve para que possamos minimizar o impacto do tratamento visando a uma recuperação rápida e efetiva. Fonte: Medical News Today - 3/2/2016 Título: Psichoneuroimunology: Laugh and be well Autor: Tim Newman

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informação Três dicas para médicos administrarem críticas online

agradecendo o paciente pelo seu comentário, pedindo-lhe para ligar para a clínica. Seja proativo ligue, escute e proponha uma solução. “Isso pode transformar uma situação negativa em positiva”. Não tente processar o paciente; evite os tribunais. Existem poucas ações judiciais onde os médicos processaram com sucesso sites de classificação do atendimento médico negativo. Kevin coloca que, lendo uma entrevista com o portavoz do site YELP (USA), observou que é muito difícil remover uma avaliação negativa a pedido médico, porque a medida infringirá os direitos dos doentes à liberdade de expressão. Importante: o médico não deve processar o paciente que fez a crítica. Existem casos em que o paciente, quando processado, publicam anúncio na primeira página em um jornal. A partir desse fato, sempre que o médico é procurado no Google aparece essa história. Isso é um exemplo do que é conhecido como o “efeito Streisand“. Em 2000, Barbara Streisand processou um grupo de fotógrafos que estavam fotografando a sua casa de Malibu (Los Angeles), e uma das consequências não intencionais é que o fato provocou mais atenção às imagens da casa da artista. A orientação é a de evitar um processo porque atrairá mais atenção à crítica feita pelo autor. Não processar é o ideal. Evitará os tribunais e a possibilidade do efeito Streisand.

A mídia eletrônica está incorporada ao trabalho médico. Porém, nem sempre sabemos como lidar com uma exposição em que perdemos o contato humano e passamos para a esfera da nuvem tecnológica. O artigo é do médico internista Kevin Pho (Nashua, New Hampshire - USA), especializado em estratégia digital. Autor do livro “ Um Guia de Mídia Social para Médicos”, Kevin orienta e cria um espaço para que os médicos possam minimizar o impacto das redes sociais no cotidiano do exercício profissional. Ele afirma que os pacientes têm mais possibilidades do que nunca para se expressarem on-line, seja por meio de um site de avaliação médica ou na mídia social. É inevitável que cada médico possa ser criticado na Web. Portanto, devemos estar preparados para contornar esse fato. Confira a seguir algumas dicas do especialista. Leve a sério a crítica na Web. Esse é um dos canais que o paciente pode ter voz ativa. Após a consulta, tenho dúvidas sobre o que o paciente pensou sobre o atendimento e da equipe hospitalar, sobre as facilidades de acesso ao médico e o conforto da sala de espera, entre muitos itens. Todas estas questões são importantes para os pacientes e você precisa ouvir sobre elas para ver se há alguma coisa corrigível. Sempre que você constatar críticas na Web, há uma forte tentação de responder a ela de imediato. Você deseja encerrar de modo rápido. Vamos, então, para a segunda dica. Torne a conversa “off-line”, porque qualquer reposta pode produzir um resultado negativo. Talvez você possa ter uma resposta padrão

Obs: Efeito Streisand (em inglês: Streisand effect) é um fenômeno da Internet onde uma tentativa de censurar ou remover algum tipo de informação se volta contra o censor, resultando na vasta replicação da informação. Exemplos de tais tentativas incluem censurar uma fotografia, um número, um vídeo, um arquivo ou um site. Ao invés de serem suprimidas, as informações rapidamente recebem uma extensiva publicidade, sendo largamente publicadas em diversos outras fontes e sites de relacionamentos, intensamente procurada em buscadores (como o Google) ou distribuída em sites de partilha de arquivos. Fonte: • http://www.kevinmd.com/blog/category/education https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Streisand

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REVISTA COLUNA /COLUMNA

Surpreenda-se com a qualidade da produção científica brasileira na área da coluna vertebral.

Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em dia Editor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher

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Não perca o maior congresso de coluna do Brasil O XVI Congresso Brasileiro de Coluna será um evento imperdível, cheio de atrativos para os especialistas do Brasil e do mundo. O evento ocorrerá em conjunto com o XIV Congresso da Sociedade Iberolatinoamericana de Coluna (SILACO) e contará também com o I Encontro do Grupo de Países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Inscreva-se para um dos mais significativos congressos do ano!

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