Nomeados – Páginas 56–63
Nelson Mandela &
Texto: ANNIK A FORSBERG L ANGA FOTO: LOUISE GUBB
Por que Nelson é nomeado? Nelson Mandela é nomeado à Herói dos Direitos da Criança da Década do WCPRC 2009 por uma vida de lutas pela libertação das crianças sul-africanas, durante o Apartheid, e pelo grande apoio aos seus direitos. Depois de 27 anos de prisão, ele foi o primeiro presidente democraticamente eleito na África do Sul – um país onde hoje, pela primeira vez, crianças de todas as cores desfrutam os mesmos direitos. Nelson continua a ajudar as crianças sul-africanas e a exigir que seus direitos sejam respeitados. Ele dirige sua própria fundação – a Nelson Mandela Children´s Fund, NMCF (Fundo Nelson Mandela para Crianças) – que ajuda crianças cujos pais morreram de Aids, crianças de rua, crianças com necessidades especiais e crianças pobres. Quando presidente, ele doou a metade do próprio salário à crianças pobres, e quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz, doou parte do prêmio às crianças de rua. Nelson não só deseja que todas as crianças se sintam amadas, também quer oferecer-lhes um futuro melhor. É por isso que ele lhes dá apoio para que tenham a oportunidade de desenvolver os seus talentos.
Graça Machel e Nelson Mandela são casados. Eles são os melhores amigos das crianças de Moçambique e da África do Sul. Eles levantam suas vozes contra a violação dos direitos da criança sempre que necessário. Ambos dirigem organizações que trabalham para ajudar crianças em dificuldades e promover a garantia de seus direitos.
O
ela conheceu Samora Machel, líder do movimento de libertação. Os dois se casaram em 1975, ano em que Moçambique conquistou sua independência. Samora tornou-se presidente de Moçambique e Graça, Ministra da Educação. Muitas crianças começaram a frequentar a escola nessa época, mas logo começaria uma nova guerra. Em 1986, Samora morreu em um misterioso acidente de avião. Alguns anos depois, Graça começou a trabalhar na ONU, informando ao mundo sobre a situação das crianças vítimas da guerra. Ela queria ajudar, especialmente, as crianças soldados e as crianças feridas em explosões de minas. Graça era capaz de se confrontar com quem fosse, sempre que os direitos da criança estavam em questão. Logo que foi assinado o acordo de paz em Moçambique, começaram os trabalhos da ONU de busca e desativação de Do lado das crianças Quando Graça era criança, minas. Moçambique era ainda uma colônia portuguesa e quase todos os africanos eram pobres. Graça começou a lutar pela liberdade do país. Como os portugueses queriam colocá-la na prisão, Graça foi obrigada a se refugiar na Tanzânia. Em uma missão secreta no norte de Moçambique pai de Graça Machel morreu antes dela nascer e sua mãe teve que prover sozinha para os sete filhos: Graça e seus seis irmãos. Antes da sua morte, o pai dissera que aquela criança na barriga da mãe deveria ir à escola. Assim, quando Graça completou sete anos, entrou para a primeira série. Sua professora se chamava Ruth e era uma missionária norteamericana. Todas as crianças tinham medo dela. Mas a pequena Graça escreveu uma carta à Ruth, agradecendo por tudo o que havia aprendido. Graça ganhou uma bolsa para estudar na capital, Maputo. Aos domingos, ela frequentava a igreja e achava injusto que apenas os meninos pudessem liderar o grupo de jovens da paróquia. Ela se levantou na igreja e de pé exigiu direitos iguais para as meninas.
Graça fundou a organização FDC (Fundação para o Desenvolvimento Comuni tário), em Moçambique, que tem como objetivo realizar um trabalho de prevenção de doenças infantis fatais. – “Nós compramos vacinas e fazemos o possível para que crianças não morram de doenças que podem ser evitadas’, ela conta. Graça ajuda também as
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