Odonto Magazine nº 26 - Março/2013

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Entrevista

Gestão e comprometimento

Espaço Equipe

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comunicação integrada

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Marketing Odontológico

comunicação integrada

ISSN 2179-8796

Reportagem

Ano 3 - N° 26 - Março de 2013

Segurança do paciente na clínica odontológica

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Editorial Edição: Ano 3 • N° 26 • Março de 2013

Tempos modernos de uma Odontologia para todos

Presidência & CEO Victor Hugo Piiroja e. victor.piiroja@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7501 Gerência Geral Marcela Petty e. marcela.petty@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7502 Financeiro Rodrigo Oliveira e. rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7761 Assistente Administrativo Michelle Visval e. michelle.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7765 Marketing Ironete Soares e. ironete.soares@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7500 Designers Gráficos Débora Becker e. debora.becker@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7509 Bob Nogueira e. bob.nogueira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7763 Analista de Sistemas Fernanda Perdigão e. fernanda.perdigao@vpgroup.com.br t. +55 (11) 4197.7521 Sistemas Wander Martins e. wander.martins@vpgroup.com.br t. +55 (11) 4197.7762 Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385) e. vanessa.navarro@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7506 Publicidade - Gerente Comercial Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7760 Publicidade - Gerente de Contas Victorio Rosa e. victorio.rosa@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7768

O

novo ano já anda acelerado. Perguntamo-nos o quanto a Odontologia caminha junto, com a expectativa permanente de uma evolução diretamente proporcional à modernidade atual. Muitos questionamentos são feitos acerca do futuro da profissão, que somente serão concluídos com o acompanhamento e o entendimento do presente. Ao mesmo tempo em que a humanidade evolui em todos os seus aspectos, a saúde bucal acompanha em qualidade, conscientização e dedicação, tanto por parte de seus profissionais, que cada vez mais saem das Universidades com uma visão generalista e de prevenção e educação em saúde, assim como por parte das pessoas em suas diversas classes culturais e sociais, que buscam cada vez mais o bem-estar. A Odontologia Moderna pode ser associada a essa nova filosofia de inclusão social, visando à prevenção e à educação em saúde, ao contrário da Odontologia Curativa, que vem se tornando uma necessidade de demanda, e não uma prioridade. Com esse novo aspecto generalista, vemos a inserção de todas as classes sociais através de programas de Governo que, a cada ano, investem mais, expandindo assim, a cultura e a possibilidade de tratamento e de manutenção de uma boca saudável, tão importante para a saúde sistêmica e para a autoestima de pessoas que antes não tinham oportunidade de sorrir e de se relacionar. Muitos programas sociais, planos privados empresariais e um melhor acesso às clínicas e aos consultórios odontológicos são os maiores facilitadores e incentivadores dessa expansão, sem tamanho, que a Odontologia no Brasil vem tendo juntamente com a vontade e interesse do outro lado da relação profissional-paciente. Esse avanço exige, como qualquer outro, muita dedicação e mudança de paradigma do profissional, o que demonstra uma nova visão desde o período acadêmico, paralelamente aos profissionais que, a cada dia, especializam-se e se familiarizam mais com essa nova cultura de saúde, que em médio e longo prazo tornará o dentista como um profissional cada vez mais incorporado à saúde sistêmica, onde corpo e alma desejam, no seu íntimo, sorrir com mais facilidade e oportunidade. Portanto, tenhamos um ano de muito trabalho e ainda mais expectativas com os novos contextos que fazem, a cada dia, surgir mais respeito e valorização do profissional por parte do paciente e uma nova realidade de prevenção, educação, promoção de saúde e inclusão social por parte dos profissionais com os seus pacientes, que independente de classe e cultura, tornam-se cada vez mais aptos a seguir caminhos que os levem à saúde e ao bem-estar onde, nós dentistas, somos os pilares e as estradas desse caminho que exige dedicação, empenho e interesse, como sempre, de ambas as partes.

Conselho Científico Alice Granthon de Souza, Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre. A Revista A Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comerciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de Odontologia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.

Diego Michelini

Membro do Conselho Científico

Odonto Magazine Online s. www.odontomagazine.com.br Tiragem: 37.000 exemplares Impressão: HR Gráfica

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Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial 06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br comunicação integrada

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Sumário

Março de 2013 • Edição: 26

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Editorial

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Programe-se

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Notícias

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Odontologia Segura

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Produtos e Serviços

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Reportagem

pág.

Marketing Odontológico

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Entrevista

Gestão e comprometimento Luiz Fernando Varrone

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Espaço Equipe

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Danielle Ramos

Cirurgia ortognática bimaxilar para correção de deformidade dentofacial de paciente portador de má-oclusão classe III com laterognatismo

Relacionamento

Rui Bueno de Oliveira e André Sakima Serrano

Segurança do paciente na clínica odontológica

FGM é referência internacional pela qualidade e tecnologia de seus produtos

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Gestação e Ortodontia

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Colunistas Prevenção

Helenice Biancalana 36

Saúde Pública

Regina Vianna Brizolara

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Clareamento de consultório para dentes vitais e não vitais Alessandra Reis B. de Oliveira

Ponto de vista Fernando Massi

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Casos Clínicos

pág.

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Período crítico de erupção: como minimizar a vulnerabilidade do 1º molar permanente Sucena Matuk Long e Ana Maria Peixoto Guimarães de Araujo

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Normas para publicação

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.

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Programe-se

Abril

Julho

Odonto Management Brazil

21º Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro - CIORJ

15 e 16 de abril de 2013

Com um conceito e um formato inovador, a Odonto Management Brazil chega ao mercado de Odontologia para debater e tratar sobre um assunto de grande importância para o crescimento e fortalecimento deste mercado: práticas de gestão empresarial. Com o objetivo de equipar, informar e capacitar dentistas e administradores de clínicas, esta conferência abordará temas voltados para: planejamento estratégico, tributário, financeiro, estratégias de marketing e comunicação com aplicação de benchmarks, casos práticos, apresentação de soluções e discussões de dilemas e desafios do dentista no papel de administrador com renomados especialistas.

10 a 13 de julho de 2013

São Paulo - SP

Em julho de 2013, a SOBEP realizará seu congresso anual na acolhedora cidade de Salvador. Com sua característica itinerante, passando por todas as regiões do país, o evento anual acontecerá, desta vez, na capital do estado da Bahia, conhecida por sua importância histórica e cultural. A tradição de elevada qualidade acadêmica associada ao clima agradável e profícuo das discussões científicas e à descontração nos momentos de confraternização, característicos dos eventos da nossa sociedade, farão parte do XXI Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia Oral.

www.odontomanagementbrazil.com.br

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Maio 16º Congresso Internacional de Odontologia do Litoral Paulista – CIOLP 23 a 25 de maio de 2013

O evento conta com simpósios, cursos teóricos e workshops com procedimentos e cirurgias ao vivo e com transmissão simultânea.

Santos – SP

www.ciolp.com.br

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Junho 13 a 15 de junho de 2013

Com o tema central “História, Ciência e Inovação”, o congresso faz parte da programação alusiva aos 20 anos de fundação da Neodent.

Curitiba – PR

www.neodentcongress.com.br

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XXI Congresso Internacional de Odontologia do Pará 27 a 29 de junho de 2013

Renomados profissionais discutem sobre o futuro da Odontologia no Brasil e no mundo.

Belém – PA www.abopa.org.br

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Rio de Janeiro - RJ

Rio de Janeiro – RJ

www.ciorj.org.br

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XXI Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia 17 a 20 de julho de 2013

Salvador – BA

www.estomatologiabahia.com.br

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Agosto Jornada Odontológica Sul Rio-grandense – JOS

3rd Neodent International Congress

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O CIORJ- Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro é o ponto de encontro dos dentistas e profissionais da saúde bucal no Rio de janeiro. O evento traz os últimos trabalhos de pesquisa, novidades tecnológicas e produtos para cuidados com a saúde bucal, ortodontia e estética.

tribuição científica mundial, discutindo sobre o que há de mais novo na especialidade. Serão abordados os temas: cirurgia dentoalveolar, trauma maxilofacial, enxertos ósseos, distracção osteogênica, cirurgia ortognática e estética facial, patologia oral e maxilofacial, ronco e apneia do sono, cirurgia da ATM, cirurgia endoscópica, navegação e novas tecnologias. Ainda será oferecido um pré-congresso com o objetivo de treinar cirurgiões interessados nos mais recentes avanços da especialidade.

16 a 18 de agosto de 2013

Um número muito grande de associados e de colegas manifestou-se favoravelmente a nova fórmula para a Jornada. Grande também é a satisfação das autoridades da Serra Gaúcha com a realização do evento. Estão sendo programadas reuniões paralelas tratando do Ensino e da Pesquisa no nosso País.

Serra Gaúcha – RS www.abors.org.br

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XXII Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – COBRAC 20 a 24 de agosto de 2013

O evento contará com renomados cirurgiões brasileiros e estrangeiros, de riquíssima con-

www.cobrac2013rio.com.br

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Setembro XII Congresso Internacional de Odontologia do Paraná – CIOPAR 19 a 21 de setembro de 2013

O evento contará com palestras nacionais e internacionais ministradas pelos mais renomados profissionais de saúde bucal.

Curitiba - PR

www.ciopar.com.br

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IN - Latin American Osseointegration Congress 25 a 28 de setembro de 2013

Sob a presidência de honra de Per Ingvar Brånemark, o IN 2013 deverá reunir cerca de 5.000 especialistas de todo o Brasil e dos demais paí­ses latino-americanos.

São Paulo – SP (11) 3566-6205

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Outubro 9º Congresso Internacional da ABOR 09 a 12 de outubro de 2013

Natal sediará, pela primeira vez, a edição de um congresso internacional da área de Ortodontia e Ortopedia Facial e estima ter um público de 2.500 participantes. Nesse sentido, o evento objetiva promover o intercâmbio científico entre os pesquisadores, educadores e profissionais nacionais e internacionais que atuam nessa área, possibilitando a troca de experiên­cias e inovações.

Natal - RN

www.congressoabor2013.com.br

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Notícias

Cuidados em Odontopediatria O flúor presente em cremes dentais utilizados por adultos pode ocasionar problemas odontológicos em crianças com idade entre 11 meses e sete anos. Isso ocorre em decorrência da quantidade de flúor presente na pasta, que, se engolido pelas crianças, pode causar manchas na dentição, a chamada fluorose dentária. Porém, se os dentistas recomendam dentifrícios com menor concentração de flúor, aumenta o risco do aparecimento de cáries. A procura de uma solução para a questão levou o cirurgião-dentista Fabiano Vieira Vilhena a desenvolver um gel dental acidulado com composição de flúor adequada para crianças e que não acarretasse perda na proteção contra cáries. Após passar por testes clínicos e aprimoramentos ao longo de cinco anos, o gel foi lançado no início de fevereiro, em São Paulo, durante o 1º Congresso Interdisciplinar da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. “Encontramos a fórmula perfeita para maximizar o efeito anticárie e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos da ingestão de flúor pelas crianças. Temos pedidos da ordem de meio milhão de unidades do produto até fevereiro”, informou o cirurgião. O produto, que foi criado em conjunto com a professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, campus de Bauru, orientadora de Vilhena, recebeu o nome de Gel Dental do Escovinha – Sabor Bubble Gum. A principal diferença do novo produto, em relação ao outros cremes dentais com baixa concentração de flúor existentes no mercado, está no índice de acidez (pH) – enquanto os géis dentais com baixa concentração de flúor convencionais têm pH neutro (em torno de 7) o novo produto tem pH reduzido (de 4,5). Segundo Vilhena, essa diferença é responsável pelo produto conferir maior proteção contra as cáries dentárias, com menor quantidade de flúor. “Muitos estudos já haviam comprovado que uma formulação de 550 ppm de flúor em pH neutro tem efeito cariogênico limitado. Porém, até então não tinham sido realizados estudos com a mesma formulação em pH reduzido, de até 4,5, por exemplo, que é o máximo permitido para géis dentais”, explicou o cirurgião-dentista. O pH reduzido promove reação química instantânea na boca,

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na qual o esmalte do dente libera na saliva um composto nele fixado – chamado hidróxiapatita – formado por cálcio e fosfato. Com isso, o esmalte dos dentes fica mais fraco por segundos. O flúor presente no gel, contudo, sequestra rapidamente esses dois minerais da saliva gruda juntamente com eles no esmalte dos dentes, onde formam um novo composto, chamado hidróxiapatita fluoretada. Vilhena explica que o composto – formado por cálcio, fosfato e flúor – é muito mais resistente contra o ataque ácido das bactérias causadoras de cáries. Em uma das etapas do estudo clínico do produto, ficou comprovado que crianças que escovaram os dentes com o gel por seis meses apresentaram três vezes mais flúor nos reservatórios bucais (bochecha e dentes) que as que usaram creme dental convencional durante o mesmo período. E que o flúor presente no biofilme dentário do primeiro grupo de crianças é capaz de regular o desenvolvimento bacteriano. “Quando um processo de cárie começa a se instalar, o flúor disponível nos reservatórios da boca é liberado para tentar conter o avanço do ataque das bactérias”, explicou Vilhena. “Os testes clínicos demonstraram que o gel dental acidulado com pH reduzido foi capaz de disponibilizar mais flúor nos reservatórios bucais para regredir as cáries do que um creme dental convencional”, comparou. Apesar de ser mais indicado para crianças de 11 meses até nove anos (que terão maior benefício contra as cáries e fluorese), Vilhena afirmou que o gel pode ser usado por pessoas de todas as idades. O produto está registado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) pela Universidade de São Paulo, onde a pesquisa foi realizada. Para comercializá-lo, a Oralls – empresa que integra o Parque Tecnológico de São José dos Campos e que tomou parte na pesquisa – assinou contrato de licenciamento com a Agência USP de Inovação. O produto será comercializado em supermercados e drogarias do país.

Fonte: Agência Fapesp

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Notícias

Ideias e soluções odontológicas A Angelus lança prêmio para ideias de produtos odontológicos. Estudos indicam que, de cada 3.000 ideias que surgem, apenas quatro são realmente finalizadas. Porém, existem aqueles que ignoram as dificuldades e as estatísticas e se colocam a serviço da humanidade. São designados de empreendedores e às vezes de imprudentes. Desta forma, as importantes invenções da história surgiram de “ideias” brilhantes dessas pessoas que, curiosas ou inconformadas, encontraram soluções simples para grandes desafios. A Angelus acredita que essas ideias contribuem para o desenvolvimento das ciências em prol do ser humano, por isso investe, constantemente, em pesquisa e desenvolvimento em busca de soluções inovadoras. A empresa vai desafiar, em 2013, os profissionais do mercado odontológico a desenvolverem a criatividade com o Prêmio Angelus Novas Ideias 2013. A empresa quer incentivar a comunidade odontológica a criar novos produtos para a área. São duas categorias: Geral e Odontopediatria. O ganhador de cada categoria concorre a uma viagem para Barcelona (com acompanhante) e a benefícios sobre o lucro do produto, caso este venha a ser lançado!

www.angelus.ind.br/premioangelus

Obesidade e gengivite

A obesidade é um problema de saúde que está afetando grande parte do mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 15,8% da população adulta são obesos e 48,5% têm sobrepeso. Assusta também a velocidade com que as crianças estão entrando na faixa de sobrepeso e obesidade, caracterizando uma epidemia. Além de aumentar o risco para doenças, como diabetes tipo 2, câncer e cardiopatias, estudo publicado recentemente no jornal norteamericano General Dentistry afirma que a obesidade também é um fator de risco para a gengivite. De acordo com Charlene Krejci, coordenadora do estudo, o organismo de uma pessoa obesa produz citocinas sem parar. “As citocinas são proteínas com propriedades inflamatórias e podem

lesar diretamente os tecidos gengivais, reduzindo o fluxo de sangue e resultando em doenças como a gengivite, por exemplo”. A especialista afirma que metade da população dos Estados Unidos com mais de 30 anos é afetada por doenças periodontais – que comprometem as estruturas que suportam os dentes. Como a gengivite também produz um conjunto de citocinas, o nível dessas proteínas inflamatórias na corrente sanguínea acaba desencadeando uma reação em cadeia. Na opinião de Luís Fernando Bellasalma, especialista em periodontia e professor da EAP – Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), independentemente do fato de o estudo mencionado ainda não ser conclusivo, é importante que as pessoas visitem pelo menos duas vezes ao ano o cirurgião-dentista, para avaliar os riscos de desenvolver gengivite e determinar estratégias de prevenção. “A gengivite é a mais branda das doenças periodontais. Geralmente, é causada por falta de higiene apropriada e pode ser facilmente identificada quando há sangramento durante a escovação ou quando há presença de sangue nos alimentos que se está ingerindo. A falta de regularidade na escovação, a não inclusão do fio dental durante a higiene bucal e o excesso de alimentos - que se transformam em açúcar - acabam favorecendo o aparecimento das placas bacterianas que liberam toxinas e irritam a gengiva”, diz Bellasalma. O especialista alerta para a evolução da gengivite, que, se não tratada adequadamente, pode evoluir para um quadro mais severo e acabar comprometendo a sustentação dos dentes ao destruir o osso e o tecido conjuntivo que sustentam o sorriso.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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Odontologia Segura

Mitos da biossegurança Lusiane Borges Biomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização - FAMESP. Pós-Graduanda em Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autora-coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www.portalbiologica.com.br.

É

fato que o assunto é de extrema importância, sobretudo, quando nos referimos às hepatites B e C e a outras doenças de alto risco ocupacional. No entanto, existem mitos que precisam ser derrubados. A maioria dos profissionais ainda trabalha com protocolos de controle de infecção ultrapassados e inapropriados.

Toda esterilização em autoclave é segura É uma inverdade, pois a marca e a procedência da autoclave não asseguram necessariamente a esterilização. Evidentemente, existem equipamentos mais seguros (câmara interna de aço inoxidável, processamento automático, pré-vácuo, reservatório de água, secagem com porta fechada, etc), porém, a certeza de esterilização é dada através de teste químico (integrador químico) e biológico realizados, respectivamente, a cada ciclo e semanalmente.

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Utilização da estufa para secagem de pacotes, ainda úmidos, já processados em autoclave O processo de esterilização em autoclave ocorre com parâmetros diferentes da estufa. No primeiro, são utilizados três parâmetros físicos: tempo, temperatura e pressão e, no segundo, somente dois: tempo e temperatura. Portanto, não se deve confundir os dois processos, sobretudo, no tocante à secagem. Uma autoclave que termina seu ciclo com pacotes úmidos necessita de revisão técnica urgentemente.

Utilização de pastilhas de formalina para esterilização A colocação de pastilhas de formalina em caixas fechadas com instrumental não assegura esterilização. Somente condições especiais: calor seco, tempo específico, umidade relativa e outros, garantem a esterilização com pastilhas de formalina (tese de doutorado da Profª Kazuko – USP – www.portalbiologica.com.br). Esta

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Odontologia Segura

Existem mitos que precisam ser derrubados. A maioria dos profissionais ainda trabalha com protocolos de controle de infecção ultrapassados

Vacinação é certeza de imunização para hepatite B Não necessariamente. Existe uma parcela da população que não se imuniza (10%) na primeira sequência de três doses e indivíduos que perdem a imunização ao longo dos anos. É necessário que se faça um teste anual denominado Anti-HBS para confirmar a presença e permanência da imunização para hepatite B.

Utilização de sabão ou detergente comum para lavagem de instrumental

prática pode causar intoxicação ao operador e ao paciente, caso não haja lavagem em abundância com água ou soro estéril.

Outra inverdade que a maioria dos profissionais desconhece. É de extrema importância diferenciar a ação do sabão e detergente comum (emulsificadores de gordura) do detergente enzimático, que atua na quebra da rede de fibrina do sangue e tem ação enzimática na matéria orgânica aderida ao instrumental. Atualmente, já se utiliza o detergente alcalino em hospitais.

Óculos, avental e gorro atrapalham o profissional

É muito arriscado atender paciente HIV +

O EPI (Equipamento de Proteção Individual) é essencial para a segurança da equipe no cotidiano da clínica odontológica. Óculos de proteção devem ser utilizados por todos da equipe de trabalho e pacientes. Existem óculos com película antiembaçante, inclusive para o profissional que utiliza óculos de grau. O avental de manga longa e punho estreito e o gorro são igualmente importantes para todos os procedimentos. Estes auxiliam na prevenção da infecção cruzada. A máscara deve ser utilizada de forma correta, protegendo as vias aéreas: boca e nariz. As luvas, além de descartáveis para cada paciente, não devem ser utilizadas por mais de 40 minutos.

Realmente é perigoso atender o paciente HIV+ ou HIV-AIDS, mas o risco é maior para o próprio paciente. Este é altamente vulnerável à infecções de toda ordem. O risco do profissional adquirir o vírus em um acidente perfurocortante é muito pequeno, menor que 0,5%. É importante esclarecer que o cirurgião-dentista e a equipe auxiliar que notificam o acidente com material biológico a órgãos competentes (MS) têm o direito, por constituição, de receber gratuitamente o coquetel para HIV, bem como os procedimentos de urgência para hepatite B e C. Até a próxima!

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Produtos e Serviços Odontopediatria em foco A Angelus apresenta dois lançamentos direcionados à saúde bucal infantil. A Seringa Tríplice Kids é indicada para procedimentos que utilizam ar/ água/spray em crianças. Com imagem lúdica, o equipamento proporciona a melhor interação da criança ao tratamento odontológico. A Seringa tríplice Kids pode ser encontrada nas cores rosa e azul. Já o Flex Suctor Kids, suctor de saliva pediátrico, conta com pontas de aspiração em forma divertida, o que auxilia o tratamento de crianças. A ponta de sucção é flexível para não machucar a boca do pequeno paciente durante a aspiração. O equipamento, além de ser produzido em copolímero com rigidez, o que possibilita o afastamento de lábios, bochecha e língua, ainda conta com a vantagem de ser pré-angulado, permitindo um melhor posicionamento do suctor na cavidade oral. O Flex Suctor Kids é esterilizável em autoclave, o que promove a garantia de biossegurança. www.angelus.ind.br

Dabi Atlante apresenta novidades A Dabi Atlante, empresa de Ribeirão Preto (SP), projeta dobrar de tamanho até 2015, atuando em diferentes segmentos do mercado odontológico. Em linha com este crescimento, a empresa marcou presença no CIOSP 2013 com o lançamento dos consultórios New Croma e New Galla. Os consultórios se destacam pelo design envolvente e pela robustez. São os únicos do mercado que apresentam base com regulagem de nível construída em vigas de aço e revestidas em integral skin, que confere melhor acabamento e maior estabilidade ao consultório, estofamentos com visco elástico e a tecnologia B-Safe, camada protetiva bactericida e fungicida, que garante biossegurança por meio da nanotecnologia de prata. São 32 diferentes configurações de consultórios, em 25 opções de cores. www.dabiatlante.com.br

Tecnologia e conforto A escova de dentes Sonic Generation® é hidroativa e conta com fluxos pulsantes de fluidos que neutralizam as bactérias. Suas cerdas vão muito além do alcance das convencionais, impedindo assim, a proliferação de micro-organismos. A Sonic Generation® apresenta tecnologia de ponta, podendo atingir até 45 mil movimentos ultrassônicos ativos por minuto, melhorando a eficiência da limpeza em aproximadamente 30%. A nova cabeça Dual-Clean com cerdas microfinas KONEX® canaliza as ondas de energia diretamente para os pequenos nichos, preservando os tecidos macios da boca devido ao seu corte semelhante à escova. O resultado é uma limpeza profunda suave e altamente eficiente para dentes naturalmente brancos e saudáveis. www.edel-white.com

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Produtos e Serviços Pesquisa e planejamento cirúrgico Com pesquisa e desenvolvimento totalmente pautados em ciência e tecnologia, a Emfils lança o Sistema Novo Colosso, um produto completo e coerente, onde, com um único kit cirúrgico, o profissional conta com implantes cone morse, hexágono interno e hexágono externo, o que permite total liberdade no planejamento cirúrgico do implantodontista. O novo sistema oferece ao mercado alta praticidade, agora com muito mais pesquisas científicas, pois acaba de englobar e contemplar os melhores resultados obtidos nos últimos anos. www.emfils.com.br

Biossegurança e ergonomia Gnatus G4 chega para inaugurar uma nova etapa na vida e no trabalho de quem almeja evoluir a partir do talento. O consultório é idealizado para privilegiar os conceitos de biossegurança e ergonomia, contemplando o que há de mais moderno em tecnologia. A linha G4 é uma linha versátil que possui múltiplas configurações, que se adaptam às necessidades e aos desejos da nova geração, agregando atributos que privilegiam o conforto e valorizam o trabalho do profissional. Com um pedal de comandos integrado, o consultório G4 trabalha com quatro posições de trabalho e um sistema de iluminação LED com movimentação orbital, que permite, inclusive, a programação para diferentes intensidades de luz. Seu amplo equipo também permite a inclusão de até seis terminais de trabalho e sua unidade de água se apresenta com cuba rebatível a 180° e braço alcance, priorizando ergonomia para o profissional que trabalha sozinho e facilitando o acesso do paciente. Destaque também à parceria Gnatus Bien Air, que para a linha G4 traz ao mercado a linha de motores elétricos MCX, a reconhecida linha Micro Series, que se apresenta ao mercado como o menor micro motor elétrico do mundo, com altíssimo torque e perfeito controle de velocidade de rotação. A linha MCX apresenta ao mercado brasileiro uma linha de motores com 40% do tamanho das peças de mão convencionais e com leveza e empunhadura incomparáveis. www.gnatus.com.br

Misturador automático A Zhermack apresenta Hurrimix, o mais novo misturador automático para gessos e alginatos, desenvolvido, especialmente, para satisfazer as necessidades dos profissionais mais exigentes. Hurrimix proporciona misturas sempre consistentes, cremosas e homogêneas, com um mínimo de esforço; tempos de mistura muito menores em comparação com a mistura manual; menor desperdício de materiais e maior higiene no ambiente de trabalho. A utilização de Hurrimix é intuitiva desde o início. É totalmente automatizado. Suas operações são silenciosas. Contém mostrador de amplas dimensões para garantir uma programação rápida e fácil. O software inclui 20 programas, sendo 10 para alginatos e 10 para gessos (sete dos quais estão previamente definidos para os produtos Zhermack). O usuário pode modificar as programações a qualquer momento, e misturar até 80g de alginato ou 100g de gesso Zhermack. Hurrimix é personalizável, com seis opções de cores para adequar a máquina à decoração do consultório (item opcional). É fornecido com espátula, bastão para pré-mistura, duas cubas para mistura de alginato, duas cubas para mistura de gesso, uma garrafa dosadora para água e medidores. www.labordental.com.br

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Produtos e Serviços

A tecnologia a serviço da saúde bucal A Maxbase apresenta o kit multimídia produzido, especialmente, para profissionais de Odontologia, destinado à captura, ao armazenamento e ao gerenciamento de imagens intraorais. Com ele é possível proporcionar maior precisão no acompanhamento dos trabalhos executados em cada paciente. O kit da Maxbase é composto pelos seguintes equipamentos: » Câmera digital de 4.0 megapixels, que captura e reproduz imagens com a mais alta resolução existente no mercado brasileiro, foco automático em distâncias de 4 a 60 mm das imagens a serem capturadas, seis LEDs de iluminação, leve (apenas 50g), de fácil manuseio pelo profissional que a opera e fidelidade de cores. » Software para gerenciamento das imagens capturadas, que acompanha a câmera, de fácil instalação em computadores de mesa ou notebooks equipados com os sistemas operacionais Windows Vista™, 7 ou 8. Além disso, é compatível e faz integração com os principais softwares da área odontológica do mercado. Os drivers de instalação são fornecidos gratuitamente pelo Microsoft Windows Update. » Monitor Maxbase de 18,5 polegadas, widescreen LED, HD, com corpo nas cores preto ou branco (opcional), especialmente calibrado para trabalhos conjuntos com a câmera digital. Ideal para os profissionais que acreditam ser a qualidade das imagens dos seus trabalhos o principal referencial nesse mercado competitivo.

Câmera digital intraoral e monitor: fidelidade nas imagens. Braço articulado fixado na parede maximiza o espaço interno do consultório.

» Braço para sustentação do monitor totalmente articulado. Pode ser manipulado e posicionado de acordo com as necessidades de espaço do consultório. É possível fixá-lo na parede frontal, lateral ou no teto sobre a cadeira. Para a adaptação do braço em equipos já instalados, recomendamos consultar o técnico de sua confiança. As articulações permitem girar o monitor em todas as direções desejadas. www.maxbase.com.br

Primeiro implante brasileiro com superfície de característica hidrofílica

O desenvolvimento de produtos na área da saúde deve ser baseado na seguinte pergunta: “O que o paciente espera de profissionais da saúde diante da evolução tecnológica que marca o século XXI”? Em se tratando de procedimentos cirúrgicos, no qual temos a instalação de implantes dentários, a resposta desta pergunta se traduz em dinamismo, melhora no pós­ operatório e previsibilidade no sucesso. Pensando aumentar a previsibilidade do contato osso/implante, a superfície de implantes Acqua foi lançada no início deste ano. Características da Superfície Acqua: » Aumento da energia superficial: a superfície Acqua é resul-

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tado de um processo físico químico agregado a nossa atual superfície NeoPoros, que resulta no aumento da energia superficial do titânio. » Molhabilidade: o aumento da energia superficial promove característica hidrofílica para o implante, ou seja, o implante, quando em contato com o sangue, o atrai ao longo de suas roscas. Esse fenômeno também pode ser chamado de molhabilidade. » Maior potencial de neoformação óssea: além da atração do sangue, observa-se maior potencial de neoformação óssea ao redor do implante. www.neodent.com.br

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Marketing odontológico: uma necessidade empresarial A Odontologia brasileira está em franca, acelerada e irreversível reorganização. A classe odontológica passou, de uma época para cá, a ter que enxergar sua clínica como um negócio. Hoje em dia, a relação com a concorrência tem aumentado proporcionalmente ao número de franquias, um dos motivos de algumas clínicas terem mais sucesso do que outras. Por ora, as clínicas/consultórios que têm mantido suas relações com os clientes/fornecedores bem administradas e gerenciadas, baseadas em princípios do marketing, têm tido destaque e alcançado espaço no mercado odontológico. Segundo Dr. Éber Eliud Feltrim, Gestor da SIS Consultoria Marketing para Profissionais de Saúde, temos vários exemplos de casos reais que comprovam tal situação. Por: Célia Gennari

É comum associarmos o marketing somente a propaganda, publicidade, vendas e, por isso, muitos o consideram dispensável na Odontologia”, explicou Dr. Éber Eliud Feltrim, que fez questão de esclarecer que “marketing, que vem do inglês e deriva do latim mercátus, em português significa mercadologia ou ação de mercado”, ou seja, o marketing odontológico é a compreensão/estudo do mercado na Odontologia com objetivo de tornar a clínica competitiva. Para Dr. Feltrim, também Professor de Marketing para o Curso de Especialização em Dentística da Fundação Odontológica de Ribeirão Preto – FUNORP - USP, o marketing, na realidade, faz parte de uma ferramenta que auxilia o gestor da clínica/consultório na tomada de decisão, entendendo o mercado e atendendo às necessidades do mesmo, por meio de algumas vertentes, dentre elas, público-alvo (perfil dos clientes) e posicionamento (fixação da marca na mente do cliente). “Estes dois, aliás, são os grandes ativos da clínica e é o que permite a longevidade do negócio”. O marketing odontológico é baseado nos princípios de planejamento, organização, direção e controle. Uma estratégia de marketing torna o negócio menos vulnerável às crises, pois estas podem ser previstas com antecedência. Também é possível superar os concorrentes, planejando cuidadosamente os serviços mais adequados aos desejos e necessidades dos clientes. Algumas soluções para problemas, como falta de capital, falta de clientes e poucas vendas também podem surgir com uma estratégia coerente e consistente. Esta estratégia pode ser traçada por um plano de negócio, um documento que descreve, por escrito, os objetivos e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Permite identificar e restringir seus erros no papel, minimizando os riscos de cometê-los no mercado. Dr. Feltrim lembrou, no entanto, que uma gestão estratégica para clínicas e consultórios, não tem uma regra a ser seguida, pelo contrário, deve ser analisada criteriosamente caso a caso, em conjunto com os objetivos do seu negócio.

Princípios de planejamento, organização, direção e controle » Planejar todas as ações a serem executadas, a fim de otimizar os resultados. » Organizar as ações a serem realizadas (quem, quando, como, quanto custa para executar). » Direcionar a execução das ações de acordo com os objetivos traçados (aonde quero chegar com esta ação). » Controlar / mensurar os resultados para se certificar das estratégias corretas.

Na Odontologia, não é importante ter inúmeros clientes ou agenda “lotada”, se esses clientes não fecham o plano de tratamento. A grande maioria pensa em ações de curto prazo para captar clientes massiva e indiscriminadamente, mas o desafio não é captar a qualquer preço, mas adquiri-los (adquirir e manter inteligentemente). “Conhecer quem se incorpora na nossa carteira de clientes, o que é capaz de alcançar, quanto tempo pode permanecer conosco e o que pode gerar durante esse tempo são diferenciais competitivos decisórios”, orientou. Toda a estratégia de captação deve ter como principal objetivo a rentabilidade, definindo quanto investir em cada segmento de clientes potenciais e quais canais e recursos utilizar. Em paralelo a estratégias de captação, é importante assumir também estratégias de reativação, que despertam clientes inativos e permitem recuperá-los. A conquista de novos clientes é um sintoma de boa saúde em-

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Apesar das inovações e tecnologias que surgem a todo instante nos dias de hoje, temos uma significativa parcela de profissionais que não buscam novos conhecimentos

presarial, uma vez que não existe empresa que cresça sem aumentar regularmente a sua quota de mercado. Por isso, para captação é preciso utilizar-se de estratégias direcionadas e personalizadas. “Com marketing, trabalhar com processos automáticos é um grande erro”. O marketing estuda e auxilia a percepção do cliente, utilizando o gerenciamento da clínica/consultório para melhor direcionar as ações para aquele mercado. Identifica necessidades e cria oportunidades para atendê-las, visando superar a satisfação do cliente e, consequentemente, evoluir o seu setor financeiro. Porém, clientes satisfeitos não significam clientes fiéis. Existem citações de que até mesmo o cliente satisfeito pode procurar outro profissional, por diversos motivos. Segundo Dr. Feltrim, de acordo com a Burke Customer Satisfaction Associates (uma das maiores empresas de pesquisa de mercado dos Estados Unidos), o único cliente cativo é aquele que teve suas expectativas superadas e não apenas correspondidas. “As expectativas dos pacientes são diretamente afetadas pelo que se divulga sobre os profissionais, por isso, evite elevar a expectativa do cliente e prometa sempre menos do que é possível entregar”. Os serviços prestados são intangíveis, portanto, fazem com que os clientes procurem algumas indicações de qualidade, por exemplo, apresentação da clínica, site elaborado, equipe muito bem treinada, papelaria padronizada e diversos outros fatores. “Cada um tem suas necessidades e desejos pessoais, e o dentista tem que estar atento a isso. Humanização no consultório pode ser um ótimo diferencial para o cliente preferir seus serviços e indicá-los para seus amigos; chamamos esse conceito de marketing de relacionamento”, disse. A determinação do preço deve considerar os custos do serviço e ainda proporcionar o retorno desejado. Os produtos e serviços devem ser especificados, projetados e produzidos de tal forma a ter valor, ou seja, serem necessários, desejados e ambicionados pelo cliente. Segundo Jay Conrad Levinson, apenas 14% dos clientes decidem suas compras baseando-se exclusivamente no preço. Para o cliente, o valor que realmente importa é o valor percebido, e segundo Shultz, para o consumidor, a percepção é a verdade. A percepção pode não estar correta, mas é o que ele conhece,

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Fundamentos da visão empreendedora “O primeiro passo é enxergar o consultório como a sua empresa e pensar em como você administra o seu negócio”, orientou Dr. Éber Eliud Feltrim, MBA em Marketing (FGV e OHIO University). Alguns fundamentos: » Conhecer muito bem o seu cliente, seu público-alvo, o que ele espera do seu serviço e o que você pode fazer para satisfazê-lo; isso é possível por meio de pesquisas de satisfação e pesquisas de mercado. » Analisar seus principais concorrentes e o que oferecem como diferencial. » Encaixar o serviço oferecido no mix de marketing (8Ps – produto, preço, ponto, propaganda, evidências físicas, processos, produtividade e pessoas). A partir destas diretrizes principais, é importante traçar um planejamento estratégico de marketing, este é o melhor instrumento para um retrato fiel do mercado em que se está inserido. Ele deve ser o primeiro fundamento para uma boa gestão, que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação para execução, levando em conta as condições internas e externas à clínica e sua evolução esperada. Considera premissas básicas que o negócio deve respeitar para que toda a gestão tenha coerência e sustentação. Visa antecipar o futuro da empresa. “De uma forma genérica, consiste em saber o quê e de quê maneira deve ser executado. Isto é crucial para o sucesso da clínica / consultório, permitindo conhecer ‘onde está’ e ‘aonde se pretende ir’.”

e o que ele conhece é tudo o que ele precisa conhecer. O preço do serviço se traduz no custo para o cliente e ele irá preferir um bem que tenha, segundo sua percepção, um algo a mais, um maior valor agregado. O tempo de espera na recepção, no telefone, a localização da clínica, qualidade no produto, entre outras coisas, tudo é levado em conta para que o cliente analise o seu custo. “Para melhor gestão do seu preço, é necessário considerar o custo operacional total (custos fixos + variáveis) do negócio e ter ciência do seu real ponto de equilíbrio (PE)”, orientou. “Uma análise financeira criteriosa por profissional habilitado permite mapear detalhes importantes para tomada de decisão”. As evidências físicas fazem parte do ambiente onde o serviço é executado e interage com o cliente, ou seja, qualquer componente tangível que facilite o desempenho ou a comunicação do serviço. Os clientes normalmente procuram indicativos tangíveis chamados de evidências físicas, para avaliar o serviço antes de ser comprado e para que possam avaliar sua satisfação com o mesmo durante e após o consumo. Uma evidência física se solidifica pela presença de uma estrutura de qualidade. Mural organizado e moderno; revistas e jornais atualizados e diversificados na recepção; folder institucional da clínica; flyer (espécie de folhetos informativos); quadros modernos; maquiagem leve e unhas bem feitas com tons claros das auxilia-

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Reportagem res e recepcionistas; porta-cartões individuais e personalizados; armários organizados e privados; sustentabilidade empresarial (depósito de pilhas usadas, separação de lixo, coletor de remédios vencidos, utilização de papel rascunho), são algumas evidências que contribuem com o valor agregado de cada serviço. “Para um melhor entendimento, comparamos aos três órgãos do sentido: visão, audição e olfato, que podem ter relação direta com a aceitação de um plano de tratamento proposto por um dentista”, alertou. O cheiro do ambiente tem o poder de determinar um comportamento de aproximação ou aversão, segundo Eroglu e Machleit (1993). O aroma interfere no humor das pessoas e resulta no sucesso ou não da aceitação do tratamento proposto. Portanto, um ambiente agradável, com uma música ambiente compatível com aquele espaço, com o cheiro também agradável, poltronas que sejam confortáveis de sentar-se e de permanecer por alguns instantes, sinaliza para o consumidor que aquele atendimento possui qualidade. Segundo Dr. Feltrim, estas questões agregam valor ao trabalho técnico do profissional e fazem com que o paciente entenda que ele está recebendo mais benefícios além do atendimento clínico. “E é o que ele quer, benefícios maiores do que o custo!”

Preparação adequada Apesar das inovações e tecnologias que surgem a todo instante nos dias de hoje, temos uma significativa parcela de profissionais que não buscam novos conhecimentos. No entanto, a atualização significa uma poderosa ferramenta para o profissional que deseja se manter ativo no mercado da Odontologia. A informação gera conhecimento e, como consequência, permite uma constante evolução no trabalho. “É impossível manter-se estático na profissão, ignorando os avanços e utilizando apenas os conteúdos acadêmicos adquiridos na universidade”. O profissional não precisa se dedicar exclusivamente à administração, mas integrar ambas as atividades, Odontologia e administração. Administrar não está relacionado apenas ao financeiro da empresa, que deve ser controlado e monitorado, mas também ao planejamento e personalização do atendimento da secretária, preparar a estrutura física para receber o cliente e conhecê-lo, enfim, “administrar proporciona uma visão macro do negócio”. Para iniciar o processo de administração/gestão, o profissional pode começar bloqueando, por exemplo, uma hora diária de sua agenda, na qual trabalhará de uma forma diferente: ganhando em otimizações, melhorias de processos e qualidade de vida. Neste período é possível avaliar a agenda, conferir os pacientes inadimplentes e adimplentes, analisar o ticket médio da clínica, alimentar planilhas de controle financeiro, acompanhar o trabalho da secretária, buscar e programar melhorias para se diferenciar, organizar as informações - de forma a não perder oportunidades, entre outras ações. “Isto permite ao dentista sair do casulo, estar em contato com o cliente também fora da clínica, olhar ao redor e saber o que está acontecendo no mercado odontológico e no mundo e de que forma isso pode interferir diretamente em seu negócio”. Segundo Philip Kotler, é importante atuar sobre um público­ alvo, um segmento do público total sobre o qual o profissional de marketing vai trabalhar para resolver ou prevenir um problema. Hoje em dia, clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam e “há uma tendência em classificar os públicos, tomando por base os princípios de marketing, onde se adota a noção de stakeholders

Marketing x ética “De todas as atividades empresariais, o marketing é a de maior visibilidade e, por isso, a mais sujeita aos questionamentos de ordem ética. Historicamente, as práticas de marketing sempre foram alvo de críticas. Existem basicamente duas categorias de questionamentos éticos em relação ao marketing: a primeira, ligada às características do sistema capitalista, refere-se ao estímulo despertado pelo marketing ao consumo materialista; a segunda enfoca atividades de marketing como precificação, propaganda e vendas. Em comum, entre marketing e ética, está a multiplicidade de visões relativas, por se tratar de definições complexas e subjetivas, cabíveis de várias interpretações, que variam conforme as circunstâncias e as percepções, dificultando o senso comum. Contradizendo a maioria, é possível fazer marketing com ética, de forma diferenciada, seguindo as diretrizes traçadas pelo Código de Ética da Odontologia. Desta forma, alcançam-se resultados muito mais seguros, não tratando todas as ferramentas de marketing de forma igual e massiva, sem planejamento e direcionamento. Fazer marketing e propaganda hoje, associados às qualificações do profissional, pode trazer a longevidade do seu negócio. De modo que é possível alinhar o marketing da clínica sem infração ética alguma.”

‘interessados’, ou seja, pessoas ou grupos que têm interesse pelos serviços da clínica. Essas mudanças levaram as instituições a classificar seus públicos pelo critério de interesse ou de prioridade, e isso só é possível com um estudo com base em princípios e ferramentas do marketing”. Outro fator muito importante para a atualização na Odontologia é o uso e abuso de networking. Um bom networking, que significa manter ativa sua rede de contatos profissionais e pessoais, permite que as pessoas conheçam suas habilidades e competências e que novas parcerias sejam firmadas. Hoje em dia, é extremamente recomendando interagir com as plataformas de marketing digital, uma vez que é sempre maior o número de usuários que buscam nas redes sociais, como Twitter e Facebook, canais de informação sobre as empresas. O que antes era feito pelas centrais de SAC, hoje é feito por meio das redes sociais. A combinação do marketing tradicional com o marketing digital, respeitando um planejamento que se adapte as necessidades de cada caso, é uma das chaves para o sucesso de um negócio.

“O marketing odontológico possibilitou ao dentista fidelizar relacionamentos com seus clientes, entender as necessidades de seu público-alvo e administrar sua clínica / consultório como uma empresa”.

Dr. Éber Eliud Feltrim

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Gestão e comprometimento O cirurgião-dentista Luiz Fernando Varrone é o novo presidente da Associação Brasileira de Odontologia, e assume a direção da entidade para o triênio 2013-2015. Por: Vanessa Navarro

Luiz Fernando Varrone Cirurgião-dentista. Especialista em Endodontia. Mestre em Odontologia, área de concentração Endodontia. Presidente da Associação Brasileira de Odontologia – ABO Nacional.

Odonto Magazine - Quais são as principais mudanças que o senhor pretende realizar dentro da ABO Nacional durante este triênio como presidente da Associação? Luiz Fernando Varrone - Temos que ter dois focos distintos: as associações e os cirurgiões-dentistas. Precisamos pensar ações locais e olhar para “dentro de casa”, para as ABOs Regionais e dos Estados, ao mesmo tempo olhar para os cirurgiões-dentistas, que estão na ponta. Nesta gestão, vamos dar continuidade ao apoio às políticas internacionais,

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mas vamos mudar a direção do pensar da ABO Nacional, com base nesta visão pré-definida. Odonto Magazine - O que o cirurgião-dentista brasileiro pode esperar da nova gestão? Luiz Fernando Varrone - Pode esperar uma ABO bem mais próxima do dia a dia dos cirurgiões-dentistas, pensando e elaborando estratégias para melhor atendê-los. Vamos realizar uma grande pesquisa para saber quais as reais ne-

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cessidades dos profissionais, traçar o perfil de cada área, detectar quais são os principais problemas e detectar as prioridades. Vamos trabalhar fortemente junto a Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC), aos órgãos governamentais, as demais entidades de classe, tentando visualizar as reais dificuldades e buscar as soluções para a classe. Odonto Magazine - Qual é a opinião da ABO Nacional sobre a relação entre os cirurgiões-dentistas e os planos odontológicos? Luiz Fernando Varrone - A relação ainda está bem distante. Apesar do trabalho da Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC), falta uma intermediação mais proativa. Precisamos saber a real necessidade do cirurgiãodentista em relação aos planos, além da questão remuneratória e, encontrarmos os pontos de convergência entre os dois lados. Odonto Magazine - Quais são as medidas cruciais no que tange a defesa da classe odontológica e a saúde bucal da população brasileira? Luiz Fernando Varrone - Com relação à saúde pública,

as propostas da ABO foram colocadas e vamos continuar a defendê-las, partindo de quatro pontos básicos: transformar o Brasil Sorridente em de uma Política de Governo em Política de Estado; transformar a Política Nacional de Alta Complexidade em Reabilitação Estético Funcional Labiopalatal em Política Nacional de Alta Complexidade em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais; mudar o status da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, vinculada ao Departamento de Atenção Básica, para um Departamento de Atenção em Saúde Bucal, com olhar para todos os níveis de atenção; e a implementação de uma Carreira de Estado para a Odontologia, com a fixação de um teto salarial digno para o profissional do serviço público. Em relação ao Governo Federal, saliento o trabalho do Coordenador Nacional de Saúde Bucal, Dr. Gilberto Pucca, que mudou a cara da Odontologia no país. Existe muito a ser conquistado, mas já temos avanços nítidos em relação à saúde bucal. Temos que acompanhar, ser parceiro, dar o apoio necessário. Devemos atuar em conjunto com os sindicatos, conselhos, manter a união entre as entidades de classe, em prol das melhorias. Odonto Magazine - Quais são os projetos desenvolvidos

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É necessária uma comunicação mais expressiva e integrada entre as ABOs. Vamos trabalhar para que essas inter-relações funcionem bem e contribuam com melhorias para a classe. Desta forma, teremos força para atuar de forma conjunta, buscando parcerias em nível nacional para todas as ABOs

pela ABO e quais são os benefícios que tais projetos proporcionam aos dentistas? Luiz Fernando Varrone - Embora a ABO seja uma rede, as seccionais e regionais atuam de formas independentes da Nacional, as ações promovidas por cada uma são inúmeras, porém, fragmentadas. A ABO Nacional precisa nacionalizar essas ações, por exemplo, no Tocantins, a ABO usa o Selo de Responsabilidade Ambiental em um projeto em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente para calcular quanto de gás carbônico a ABO produz por ano, para plantarmos árvores de reposição de oxigênio. Existem as ações de Responsabilidade Social da ABO, essas, no momento, são mais presentes nas ABOs, temos ações no Brasil todo. Outro trabalho bonito é o ABO Amiga do Peito, que, apesar de ainda pouco difundido, merecerá nossa atenção. É possível estabelecer parcerias com os bancos de leite e incentivar as dentistas mães a doarem leite, assim como também, promover ações onde todos os dentistas incentivem suas pacientes mães a doarem leite. Pretendemos incrementar projetos para difundir ações para doação de sangue, parcerias de luta contra Aids, prevenção e tratamento do diabetes, enfim, tudo relacionado com a saúde é interessante para ABO e, tais projetos se revertem em destaque para a classe e para os cirurgiões-dentistas. Odonto Magazine - A associação é a única entidade brasileira Membro Regular da Federação Dentária Internacional (FDI) e conta com acordo firmado com a Associação Dentária Americana (ADA). Com tais méritos, quais são os benefícios oferecidos aos membros da ABO? Luiz Fernando Varrone - Na verdade, a ABO representou até 2012 todos os cirurgiões-dentistas brasileiros junto a FDI

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e, todos, portanto, tinham acesso com descontos a todas as iniciativas e eventos da FDI. A partir deste ano, será formado um comitê nacional para representar o Brasil na FDI, com a participação da ABO, como entidade majoritária e a ABCD como segunda entidade membro regular. A partir daí, esses benefícios serão oferecidos aos associados de cada entidade. Odonto Magazine - Qual é a visão da ABO sobre as novas tecnologias que estão sendo implantadas no mercado odontológico? Luiz Fernando Varrone - A evolução destas tecnologias ocorre de maneira espetacular. O profissional que não estuda, que não se recicla está ficando para trás. Temos novidades constantemente no mercado. Toda tecnologia para tratarmos de saúde é válida. Hoje temos recursos que nos proporcionam fazer tratamentos que antes eram supercomplexos, de maneira mais simples e segura, como os lasers, as tecnologias de clareamento dental, entre outras. Odonto Magazine - Existem planos para implantação de novos projetos com apoio da ABO no período de 2013 a 2015? Luiz Fernando Varrone – Sim. Teremos departamentos específicos para trabalhar com novos projetos, inclusive projetos direcionados a beneficiar diretamente o cirurgião-dentista. A nova diretoria vai se reunir para pontuar esses novos projetos para a classe odontológica. Odonto Magazine - O calendário de congressos realizados pela ABO já está definido. Qual é a importância de tais eventos para os cirurgiões-dentistas brasileiros? Luiz Fernando Varrone - A ABO Nacional já definiu os congressos até 2020, em alguns casos, como em 2014, devido a Copa do Mundo, possivelmente este calendário sofrerá adequações. É de extrema importância a participação dos cirurgiões-dentistas em congressos, pois são nestes eventos que somos apresentados às novas tecnologias e lançamentos do mercado. Nos congressos tiramos a base para cursos de especialização e aperfeiçoamento, que são realizados em todo o Brasil. Odonto Magazine - A Associação Brasileira de Odontologia conta com o selo de Responsabilidade Social. Qual é principal missão deste segmento? Luiz Fernando Varrone - Dentre as ABOs é o selo mais utilizado. A principal missão deste selo é identificar projetos que levam às pessoas carentes, e em lugares precários e de difícil acesso, prevenção e promoção de saúde e, em alguns casos, tratamentos curativos. São projetos focados em contribuir com o resgate da dívida social deste imenso país com a população mais necessitada. Odonto Magazine - Como o senhor pretende agir para manter a integração das seções e regionais da ABO em beneficio da Odontologia brasileira? Luiz Fernando Varrone - É necessária uma comunicação mais expressiva e integrada entre as ABOs. Precisa haver uma relação menos burocrática entre as Seccionais e suas Regionais, bem como entre a Nacional e as Seccionais. Vamos trabalhar para que essas inter-relações funcionem bem e contribuam com melhorias para a classe. Desta forma, teremos força para atuar de forma conjunta, buscando parcerias em nível nacional para todas as ABOs.

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Segurança do paciente na clínica odontológica Danielle Ramos Cirurgiã-Dentista. Especialista em Programas Governamentais - Saúde Bucal da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cruzeiro do Sul.

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preocupação com a segurança do paciente em ambientes de saúde tem se mostrado uma preocupação global, com diversas iniciativas, como criação de programas e diretrizes que visam sensibilizar e mobilizar profissionais de saúde e a população para a busca de soluções que promovam a segurança do paciente. No final de 1999, o cenário mundial passou a ser diretamente influenciado pela publicação do Institute of Medicine (IOM), To Err is Human (Errar é Humano), que divulgou números alarmantes de vítimas em função de erros relacionados à assistência à saúde. A partir daí, houve uma maior mobilização e aumento de esforços no sentido de construir um sistema de saúde mais seguro. Quando pensamos em segurança do paciente em Odontologia, ocorre em mente a biossegurança, que é o conjunto de ações e procedimentos realizados no intuito de proteger o paciente e também aos profissionais. Este é um fator de grande

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importância, pois abrange uso adequado de EPI (Equipamento de Proteção Individual) e a esterilização e desinfecção de artigos e superfícies. Entretanto, em um contexto ampliado, quando pensamos em segurança, devemos nos preocupar em criar situações para garantir que os pacientes entrem nos serviços de saúde e saiam com respostas as suas queixas e não como vítimas de possíveis erros. Cada vez mais, acompanhamos na mídia a divulgação dos erros que ocorrem em Hospitais, Pronto-Socorros (PS) ou Unidades Básicas de Saúde (UBS), apontando como principal culpado os profissionais que atuam na linha de frente. Porém, o movimento para segurança do paciente pressupõe a condição humana, isto é, que humanos erram e isso conclui que a segurança depende da criação de sistemas que antecipem e previnam os erros. Mas você pode estar se perguntando: Por que nós, da Equipe de Saúde Bucal, devemos nos preocupar com a segurança neste contexto? Pois é, devemos nos preocupar, pois, também cor-

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Quando pensamos em segurança, um dos passos a ser implantado nas instituições de saúde é a notificação de eventos. Através dessa ferramenta é possível conhecer os eventos e, a partir disso, revisar os processos e os sistemas assistenciais e organizacionais, pensando em oportunidades de melhoria

remos o risco de realizar procedimentos em pacientes errados (fallha na identificação do paciente), errar nas prescrições de medicamentos (erro de medicação), de sermos agentes transmissores de doenças (lavagem incorreta das mãos, não uso de EPI, entre outros). Muitos exemplos podem surgir, levando-se em conta a infinidade de situações as quais somos expostos no nosso dia a dia de atendimento. Para proporcionar uma assistência odontológica segura aos pacientes, é necessário que os profissionais estejam capacitados e habilitados, que a equipe multiprofissional siga corretamente os protocolos e procedimentos descritos, além de ações para a segurança do ambiente, equipamentos e materiais. Quando pensamos em segurança, um dos passos a ser implantado nas instituições de saúde é a notificação de eventos. Através dessa ferramenta é possível conhecer os eventos e, a partir disso, revisar os processos e os sistemas assistenciais e organizacionais, pensando em oportunidades de melhoria que possam prevenir novos eventos. A subnotificação é um fato, principalmente pelo receio dos profissionais de punição e exposição e, por conta disso, a instituição deve sempre utilizar a notificação focada no processo e não no profissional envolvido no erro e de forma não punitiva. Enfim, uma Equipe de Saúde Bucal que atua na Estratégia de Saúde da Família deve ter como grande desafio a adequação das normas, protocolos e sistemas de segurança do paciente e dos profissionais - amplamente discutidos na literatura, proporcionando aos pacientes um serviço seguro e de qualidade.

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FGM é referência internacional pela qualidade e tecnologia de seus produtos Presente em mais de 50 países, a empresa brasileira comercializa os produtos odontológicos para a Comunidade Europeia, América Latina, África e Ásia.

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naugurada em 1996, em Joinville - Santa Catarina, pelos empresários Friedrich G. Mittelstadt e Bianca O. Mittelstadt, a FGM produz, hoje, cerca de 200 itens, distribuídos em uma completa linha de clareadores dentais de uso de consultório e caseiro, compósitos (resina composta, cimento resinoso, sistema adesivo, etc.), produtos para acabamento e polimento, pinos de fibra de vidro, agentes dessensibilizantes e remineralizantes, entre outros. O primeiro produto lançado pela empresa foi um sistema de clareamento dental. Na época, o principal desafio enfrentado pela empresa foi consolidar sua tecnologia e sua marca no Brasil, pois a química dos clareadores era limitada às empresas internacionais e os profissionais valorizavam os produtos importados. Apesar das barreiras iniciais, os diretores da FGM sempre acreditaram que a qualidade de seus produtos seria reconhecida, e em quatro anos a empresa se tornou líder nacional em clareadores, fidelizando a marca Whiteness. “Nós tivemos a oportunidade de encontrar professores fantásticos que endossaram nossos produtos, nossa marca, e, então, gradualmente, conquistamos nossa credibilidade dentro do Brasil”, recorda Bianca, diretora administrativa da FGM. Hoje são mais de oito milhões de sorrisos clareados com a linha Whiteness ao redor do mundo. Em 2002 a FGM percebeu que estava preparada para assu-

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A FGM possui produtos para dentística, endodontia, ortodontia, odontopediatria e periodontia, e está desenvolvendo novos produtos para atender as especialidades atuais mir novos desafios e conquistar novos mercados no cenário internacional. Este plano de expansão foi acompanhado do desenvolvimento de novos produtos e do estabelecimento de parcerias com distribuidores mundiais. Nesses mais de 17 anos de atuação, a empresa tem investi-

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Relacionamento

Linha Whiteness para clareamento dental

do, continuamente, em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, oferecendo aos seus consumidores, nacionais e internacionais, produtos inovadores com garantia da qualidade, a qual pode ser medida pelas certificações conquistadas pela empresa: ISO 9001:2000; o sistema de Gestão da Qualidade, conforme ISO 13485 e enquadramento na Diretiva CD 93/42 Dispositivos Médicos, habilitando-se a vender para todos os países da Comunidade Europeia; certificação de Boas Práticas de Fabricação, concedida pela ANVISA. Quase 100% dos produtos comercializados com a marca FGM são desenvolvidos e produzidos pela própria empresa, e as tecnologias empregadas são assinadas por Friedrich Mittelstadt, diretor técnico da empresa. Além de deter a tecnologia de sistemas clareadores, a empresa possui know-how em sistemas poliméricos (compósitos) e em nanotecnologia. A FGM possui produtos para dentística, endodontia, ortodontia, odontopediatria e periodontia, e está desenvolvendo novos produtos para atender as especialidades atuais e a de implantodontia. Além dos investimentos internos em pesquisa e desenvolvimento, a FGM apoia projetos de

pesquisa em universidades e centros de pesquisa, nacionais e internacionais, projetos estes que visam tanto à validação (laboratorial e clínica) de seus produtos quanto o desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e protocolos de tratamento. A presença e a participação ativa em eventos é uma das principais ferramentas de marketing utilizada pela FGM, e entre os principais eventos em que participa destacam-se: IDS (Alemanha), IADR, CIOSP, CIORJ, SBPqO, Dental Meeting, SBOE, entre outros. A empresa, ainda, edita a revista FGM News, que traz uma abordagem técnico-científica e comercial de seus produtos. Para os próximos anos, Bianca Mittelstadt acredita que a empresa estará diferente, com maior presença internacional, pois grandes e boas oportunidades estão surgindo, e o investimento em capital humano é intenso. Além disso, a FGM possui um mix de produtos diversificado e destinado às diferentes especialidades e segmentos odontológicos.

Resinas Opallis e Adesivo Ambar

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Ponto de Vista

Gestação e Ortodontia Fernando Massi Especialista em Radiologia e Imaginologia Odontológica. Fundador da rede de clínicas odontológicas Ortodontic Center. Diretor de expansão e especialista em gestão de redes de franquias. fernando@ortodonticcenter.com.br

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m uma gestação, as mudanças hormonais estão bem definidas. É um período especial na vida de uma mulher, onde o organismo fica mais vulnerável, mas também é uma fase em que surgem muitas dúvidas em relação ao que pode ou não prejudicar a saúde do bebê e da futura mamãe. Há uma falta de consciência em relação à higienização, principalmente nesse período, onde a futura mamãe está mais focada em questões que dizem respeito à gravidez, preocupando-se menos com os cuidados diários de saúde bucal. Esta situação pode vir a favorecer o surgimento da placa bacteriana, cáries e doenças da gengiva, necessitando assim, de maior acompanhamento por parte do dentista. O cuidado tem que ser redobrado. Durante a gravidez, dentes e gengivas merecem atenção especial, ainda mais quando a gestante faz um tratamento ortodôntico, que facilita o acúmulo de resíduos alimentares. Pode surgir a chamada gengivite gravídica, caracterizada por inflamação gengival, que torna o tecido volumoso e sangrante ao toque. Alguns estudos apontavam que, com as mudanças nos níveis de estrógeno na gravidez, ocorria uma diminuição na movimentação ortodôntica. Hoje em dia, depois de vários estudos realizados, não foi constatado diferenças na movimentação dentária entre pacientes gestantes e não gestantes. Outro ponto importante a ser considerado seria um aumento da acidez bucal e as alterações dos hábitos alimentares, devido ao aumento do apetite, que leva a gestante a comer mais e de tudo para suprir a formação do feto. Na gravidez também temos uma maior probabilidade de surgimento de cáries, pela dieta ser predominantemente cariogênica. A cárie dentária é um produto direto da variação contínua do PH da cavidade oral; resulta de ciclos de desmineralização e remineralização através dos minerais presentes na saliva, como o cálcio e o fosfato. Assim, é importante a informação sobre todos os cuidados relacionados com a saúde oral da gestante e do feto, além da motivação em manter esses cuidados, pois esses, quando deixados de lado, aliados ao aumento da vascularização durante esse período, podem provocar, diretamente, o surgimento de reabsorção óssea, causando assim, uma interferência no tratamento ortodôntico e o insucesso do mesmo. As alterações hormonais que ocorrem na gravidez só aumentam os sinais de inflamações já existentes na gengiva. Portanto, se no início da gravidez a gengiva estiver sadia e se a limpeza adequada dos dentes for mantida durante este período, a gengiva não ficará inflamada. Por outro lado, pesquisas recentes mostram que gestantes com periodontite têm maiores chances de

dar a luz a bebês prematuros e de baixo peso. Dessa forma, a prevenção é sempre o mais indicado, pois o período ideal para que as gestantes façam qualquer tipo de tratamento odontológico seria o segundo trimestre. Isso porque os três primeiros meses são marcados por enjôos e indisposições, enquanto os três últimos são marcados por inchaços e desconfortos, como o estresse, podendo causar uma gravidez prematura. Caso, durante tratamento, seja necessária a realização de radiografias e extrações, é preciso ter algumas precauções. Uma delas diz respeito à utilização do avental e do colar de chumbo, onde a quantidade de radiação nas gônadas e no concepto torna-se tão insignificante que não permite qualquer tipo de mensuração. Portanto, se realmente for necessário Raio-x, este pode ser realizado preferencialmente no segundo e terceiro trimestre, e ser evitado no primeiro trimestre (período da embriogênese). Já em relação às extrações ou ao tratamento mais invasivo, vale destacar que o anestésico pode ser utilizado sem riscos a gestante. É seguro realizar procedimentos odontológicos sob anestesia local em gestantes. Importante estar ciente da gravidez da paciente, para assim, escolher qual a dose e o tipo de anestesia mais apropriados para cada caso. A verdade é que a saúde bucal das gestantes necessita dos mesmos cuidados básicos que a de qualquer outra mulher. Limpeza diária com uso de escova apropriada e fio dental são cuidados preventivos que irão favorecer uma situação de estabilidade sem grandes problemas no período gestacional. Algumas inverdades são comuns nesse período, como: perda de cálcio dos dentes para formar as estruturas mineralizadas do bebê. A gravidez não é responsável por isso. O cálcio provém, exclusivamente, da alimentação da gestante. Outro ponto importante seria a perda de dentes na gravidez. Na maioria das vezes, o fator está relacionado com a higiene bucal inadequada e hábitos alimentares prejudiciais, que favorecem também ao surgimento da maior incidência de cáries. Outro mito existente é que na gravidez o tratamento odontológico pode ser prejudicial à mãe. Antes de tudo, a gestante precisa ter saúde, visitar periodicamente o dentista e fazer corretamente seu pré-natal, inclusive com cuidados em relação à saúde bucal. Cuidados esses que evitaria que um simples problema se agravasse ao longo do tempo, atrapalhando os momentos finais da gestação. Assim, para uma conclusão satisfatória do tratamento ortodôntico, deve haver uma boa comunicação entre a paciente e o ortodontista, com o objetivo de beneficiar e melhorar a qualidade de vida da paciente gestante.

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Coluna - Prevenção

Programa de melhoria de acesso e qualidade de atendimento: benefício para a população

Helenice Biancalana Especialista em Odontopediatria. Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente. Diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas – APCD Central. Diretora da Associação Paulista de Odontopediatria – APO. Coordenadora dos projetos de educação e prevenção desenvolvidos pela APCD em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADs e com as Faculdades de Odontologia - Ação SOS Sorriso Saudável.

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melhoria das condições de saúde de grupos sociais ou de uma população pode contribuir para o crescimento econômico de diversas formas, como reduzir as perdas de produção causadas por doença do trabalhador; permitir o uso de recursos humanos que não estiveram total ou parcialmente acessíveis por motivo de doença; aumentar o número de crianças matriculadas em escolas, o que as torna mais aptas a estudar e liberar recursos que, uma vez não aplicados em organizações de saúde, podem ter outro destino. A demanda crescente da sociedade em relação aos serviços de qualidade gerou uma necessidade de mudanças nas características destes e maior exigência para com os fornecedores de diversos tipos de serviços, inclusive os voltados à área de saúde. A prestação de serviços realizada pelo poder público ainda mantém em foco a própria existência do serviço, deixando sua qualidade relegada a um segundo plano. As organizações do setor público são as maiores prestadoras de bens e serviços à comunidade, que está dependente da qualidade, agilidade e localização desses serviços, tendo como principal característica uma relação de responsabilidade direta com a sociedade, necessitando continuadamente redefinir sua missão. A qualidade nas organizações de saúde pode ser interpretada e representada como a expressão de certas formações subjetivas: preocupação constante em criar e manter entre todos os que estão ocupados nas organizações de saúde, administradores e funcionários, o entendimento quanto à estrutura e ao processo das intervenções; e preocupação quanto aos resultados para satisfazer as necessidades emergentes e as demandas explícitas dos clientes usuários. Finalmente, a administração da qualidade das organizações de saúde tem como resultados

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esperados a melhoria da eficiência com eficácia e a melhoria no uso dos recursos. Classificar a saúde em boa, má ou razoável é também definir a qualidade de vida, pois ela surge das condições da classe social, das relações no trabalho, da alimentação, da moradia, do saneamento básico, do meio ambiente saudável, do acesso à educação, ao transporte, ao lazer, aos serviços de saúde, enfim, de tudo o que diz respeito à vida. A relação entre qualidade de vida e saúde bucal tem sido motivo de atenção dos profissionais da Odontologia, especialmente pela relevância de problemas bucais e dos impactos físicos e psicossociais que ela acarreta na vida das pessoas. Os problemas bucais podem causar dor, desconforto, limitações e outras condições decorrentes de fatores estéticos que afetam a vida social, a alimentação, o exercício de atividades diárias e o bem-estar do indivíduo, acarretando problemas significativos na qualidade de vida do indivíduo, o que torna essencial entender como o indivíduo percebe a própria condição bucal, pois seu comportamento é condicionado por esta percepção. Diante dessas preocupações e necessidades, a partir deste ano, os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) também passam a fazer parte do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ). Com essa iniciativa divulgada por meio da Portaria 261 publicada em 22/02/2013, o Ministério da Saúde, promoverá a melhoria do atendimento prestado à população. Por meio da adesão ao PMAQ-CEO, o gestor pode dobrar os recursos recebidos pelo Ministério da Saúde se cumprir os padrões de qualidade. Os CEOs oferecem serviços especializados, como tratamento endodôntico, cirurgia oral menor, periodontia, diagnóstico bu-

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Coluna - Prevenção

cal, com ênfase ao diagnóstico de câncer bucal, e podem oferecer ainda a colocação de implantes e o tratamento ortodôntico. Atualmente, há 948 centros em funcionamento e outros 100 em fase de construção em todo o país. A adesão ao programa será voluntária para todas as unidades que estão em funcionamento. O PMAQ é composto pelas seguintes fases: adesão e contratualização; desenvolvimento; avaliação externa; e recontratualização. A fase de adesão ao PMAQ-CEO será realizada nos meses de fevereiro e março de 2013. Com a adesão e contratualização, o Centro passa a receber 20% do incentivo do programa. Os CEOs que aderirem serão monitorados por meio de indicadores de produção, de gestão, de processo de trabalho e satisfação do usuário, de acordo com o tipo de Centro (I, II ou III). Após avaliação externa, o CEO poderá ampliar para 60% ou para 100% o incentivo, manter os 20% ou perdê-lo. Os valores de incentivo do programa serão publicados em portaria específica, a ser publicada oportunamente. O Ministério da Saúde também irá produzir materiais de apoio para auxiliar os CEO no processo de qualificação e cumprimento dos padrões de qualidade. “Ao fazer parte do PMAQ, os Centros de Especialidades Odontológicas poderão alcançar um padrão de qualidade comparável em âmbito nacional, regional e local. Periodicamente, todas as equipes e gestões municipais serão objeto de acompanhamento do Ministério e de avaliação externa feita por especialistas de universidades. Também será pesquisada a satisfação do usuário. Dessa forma, teremos subsídios para qualificar o cuidado e aperfeiçoar a saúde bucal dos brasileiros”, de acordo com Gilberto Pucca, coordenador-geral de Saúde Bucal do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. O PMAQ, que já acompanha o atendimento prestado por equi-

pes do Saúde da Família, é um programa que tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade dos serviços. Assim, permite maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.

Brasil Sorridente O Programa Brasil Sorridente é a primeira política nacional feita, especificamente, para tratar de saúde bucal no país. Inclui, além das ações de prevenção e tratamento básico, o atendimento especializado e a reabilitação em saúde bucal. Atualmente o país conta com 22.213 Equipes de Saúde Bucal, cobrindo 88% dos municípios brasileiros, 948 CEO, 1.409 Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD) e 185 Unidades Odontológicas Móveis (UOM) em funcionamento. O número de dentistas atuando no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou, em 2012, a 62.430 profissionais. Para 2013, o Ministério da Saúde irá ampliar ainda mais a rede assistencial em saúde bucal, levando acesso a áreas de menor cobertura, principalmente na região Norte do Brasil, com a implantação de 100 novos CEO. Outro objetivo é aumentar as ações de reabilitação protética, iniciando a produção em 250 novos municípios, distribuídos em regiões prioritárias do Plano Brasil Sem Miséria. Além disso, está prevista a doação de três mil equipamentos odontológicos para novas equipes de saúde bucal e em substituição a equipamentos antigos. http:// portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/9493/162/ms-vai-avaliar-servicos-odontologicos-no-sus.html É um avanço significativo da Saúde Bucal no Brasil, um esforço contínuo da Equipe da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

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Coluna - Saúde Pública

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Coluna - Saúde Pública

Equipe de Saúde Bucal na Atenção Básica

Regina Vianna Brizolara Possui Graduação em Odontologia. Aprimoramento em Odontologia Hospitalar. Especialização em Saúde Coletiva. Curso de Formação de Governantes. Mestre em Odontologia em Saúde Coletiva. Recém-ingressa no Doutorado na Unicamp. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com interesse no Planejamento em Saúde; Gestão de Serviços/Programas de Saúde; Desenvolvimento e Avaliação de Projetos e Programas na Área de Saúde e Desenvolvimento de Políticas Públicas em Saúde. Atuou como técnica especializada no Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (2009-2012). Cirurgiã-dentista da Prefeitura Municipal de Paulínia-SP. reginabrizolara@gmail.com

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lá queridos leitores da Odonto Magazine! Retomo a coluna para conversarmos sobre a composição das equipes na saúde bucal, em especial nos serviços públicos de atenção básica. Com o passar dos anos, a saúde bucal incorporou novos trabalhadores para auxiliar o cirurgião-dentista no processo de trabalho. Discussões travadas na 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (1986) já sugeriam a composição de uma Equipe de Saúde Bucal – ESB que contaria com o cirurgião-dentista – CD, o auxiliar em saúde bucal – ASB (antes Atendente de Consultório Dentário – ACD), e o técnico em saúde bucal - TSB (antes técnico em higiene dental – THD). A Política Nacional de Saúde Bucal - Brasil Sorridente (2004), em vigência, preconiza que o processo de trabalho se desenvolva em equipe de saúde bucal integrada a equipes multiprofissionais das unidades de saúde, reiterando recomendações anteriores. Em 2008, finalmente foi aprovada a Lei Federal nº 11.889 que regulamenta o exercício das profissões de TSB e ASB. Outros profissionais, como o auxiliar em prótese dentária, técnico em prótese dentária e o técnico em manutenção de equipamentos podem ainda compor a ESB. Embora a incorporação de pessoal auxiliar/técnico nas equipes de saúde bucal propicie aumento da produtividade, da qualidade dos serviços odontológicos e do acesso aos serviços de saúde bucal, o trabalho em equipe não é realidade em todos os serviços do SUS ou da iniciativa privada. Nos serviços públicos de atenção básica, a Política Nacional de Atenção Básica – PNAB preconiza, desde a inclusão da saúde bucal na Estratégia Saúde da Família – ESF (antes Programa Saúde da Família – PSF), o trabalho em equipe. Até pouco tempo atrás os profissionais de saúde bucal poderiam compor as equipes de saúde da família em três modalidades: I - cirurgiãodentista generalista ou especialista em saúde da família e ASB;

II - cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, TSB e ASB; e III - profissionais das modalidades I ou II que operam em Unidade Odontológica Móvel. Recentemente foi publicada a Portaria nº 3.012, de 26 de dezembro de 2012, que altera a Portaria nº 2.488/GM/MS/ 2011 e redefini a composição das ESB da ESF constante na PNAB. Segundo a nova portaria, os profissionais de saúde bucal que compõem as Equipes Saúde da Família podem se organizar nas seguintes modalidades: » I – cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família e ASB ou TSB. » II – cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, TSB e ASB ou outro TSB. Os profissionais de ambas as modalidades (I ou II) podem desenvolver parte de suas atividades em Unidade Odontológica Móvel. A diferença entre as modalidades de equipe ainda refere-se ao número de profissionais auxiliares e/ou técnicos que compõem a ESB. Segundo dados do Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde/Ministério da Saúde, em dezembro de 2012, estavam implantadas 20.155 ESB tipo I e 2.048 ESB tipo II. Hoje, o ASB e TSB têm suas competências definidas em lei, mas será que futuramente irá se extinguir o trabalho do ASB na ESB? Será que os gestores acreditam que é vantajoso contratar o TSB, pois fará o seu papel e do ASB? Ou será que a alteração simplesmente quis atender a realidade dos cargos/ contratações realizadas no âmbito local? Seria interessante entender o que motivou a mudança da legislação que permite que o ASB seja substituído pelo TSB na modalidade I e II. Vamos acompanhar o cadastramento das equipes e os futuros debates para chegarmos a uma conclusão. Até a próxima!

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Caso Clínico

Cirurgia ortognática bimaxilar para correção de deformidade dentofacial de paciente portador de má-oclusão classe III com laterognatismo

Rui Bueno de Oliveira Membro praticante do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Especialista em Anatomia Cirúrgica da Face pelo ICB-USP. Mestre em Anatomia: Estrutura e Ultraestrutura pelo ICB-USP. Cirurgião Bucomaxilofacial da Retaguarda do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein.

André Sakima Serrano Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Especialista em Implantodontia pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP – Bauru. Cirurgião Bucomaxilofacial da Retaguarda do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein.

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cirurgia ortognática bimaxilar está indicada para a correção de vasta gama de discrepâncias das relações maxilomandibulares que não pode ser obtida com o tratamento ortodôntico convencional. O reposicionamento das bases ósseas deve levar em consideração a oclusão final, os efeitos na estética facial e a estabilidade em longo prazo. O tratamento ortodôntico-cirúrgico obedece tipicamente às seguintes fases: consulta inicial; anamnese; avaliação dos modelos de estudo e exames de imagem; análise facial; ortodontia pré-cirúrgica; planejamento cirúrgico com novos modelos, novos exames de imagem e nova análise facial; cefalometria pré-operatória e traçado predictivo; cirurgia de modelos montados em articulador e confecção de guias cirúrgicas; cirurgia propriamente dita; ortodontia pós-cirúrgica e fase de contenção. Neste artigo apresentamos o tratamento ortodôntico­ cirúrgico de uma paciente portadora de má-oclusão classe III associada à hipoplasia de maxila, laterognatismo e excesso vertical de mento por meio de cirurgia ortognática bimaxilar associada à mentoplastia. Estudos em animais do início da década de 1970 demonstraram a revascularização da maxila após a realização de osteotomia do tipo Le Fort I, na qual um corte ósseo é realizado acima das raízes dos dentes superiores e a maxila é separada do esqueleto fixo da face1-3. Desde então, a osteotomia do tipo Le Fort I passou a ser utilizada nos procedimentos de cirurgia ortognática, que contemplavam, no seu início, apenas o reposicionamento da mandíbula. Nos casos de protrusão mandibular, após a cirurgia e o recuo da mesma, os espaços aé-

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reos da faringe tendiam a diminuir, aumentando os riscos de desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono. Atualmente, com as cirurgias bimaxilares, o avanço maxilar permite que o recuo mandibular seja menor, reduzindo esses riscos. Tradicionalmente as cirurgias bimaxilares iniciavam com a osteotomia da maxila, reposicionamento e estabilização da mesma no esqueleto fixo da face com fios de osteossíntese. Em seguida, osteotomia mandibular, reposicionamento e estabilização da mesma com fios de osteossíntese eram, por fim, realizados 4. O paciente permanecia com bloqueio maxilomandibular rígido por 45 a 60 dias no pós-operatório. A introdução da fixação interna rígida (FIR)5,6 com miniplacas e parafusos trouxe grandes avanços7-10, como maior estabilidade das fixações, maiores possibilidades de rotações do plano oclusal, possibilidade de iniciar a cirurgia pela mandíbula, possibilidade de liberação do bloqueio maxilomandibular no pós-operatório imediato, início de fisioterapia oral precocemente e recuperação mais rápida. A sequência da cirurgia iniciando pela maxila foi mantida por grande parte dos cirurgiões por estarem assim habituados, entretanto, alguns autores demonstraram situações em que iniciar as cirurgias pela mandíbula trazia vantagens: rotação anti-horária do plano oclusal com posicionamento inferior da maxila, incerteza do registro oclusal em relação cêntrica, dificuldade do bloqueio maxilomandibular devido à guia intermediária espessa, fixação da maxila não rígida o suficiente, cirurgia concomitante das articulações temporomandibulares, quando necessário. Como desvantagens de iniciar a cirurgia pela mandíbula, os

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Caso Clínico autores citam os casos em que ocorre fratura indesejável da mandíbula e rotações horárias da maxila para fechamento de mordida aberta anterior11,12. A opção por se iniciar a cirurgia pela maxila ou mandíbula cabe ao cirurgião. No caso apresentado não foi necessário a rotação do plano oclusal e a paciente apresentava laterognatismo. Em casos de assimetria, os autores acreditam ter melhor controle dos resultados iniciando-se pela maxila.

Caso clínico Paciente do sexo feminino, 17 anos, leucoderma, caucasiana, apresentando como queixa principal o descontentamento com o tamanho do seu queixo. Ao exame clínico extraoral apresentava deficiência anteroposterior da região paranasal, altura excessiva do terço inferior da face e projeção excessiva dos tecidos moles da mandíbula. O exame físico intraoral revelou desvio das linhas médias dentais da maxila de 1 mm para direita e da mandíbula de 2 mm para esquerda. Apresentava relações de classe I de Angle em caninos e molares do lado esquerdo e relação de classe III em caninos e molares do lado direito. A paciente não possuía problemas periodontais nem ausência de quaisquer dos dentes. O preparo ortodôntico consistiu de alinhamento e nivelamento, bem como de o correto posicionamento dos dentes em suas respectivas bases ósseas, eliminando compensações e inclinações excessivas. Como parte do preparo ortodôntico, foram realizadas extrações dentais dos elementos 38, 48, 14 e 24, cerca de um ano e meio antes da cirurgia. Com o término do preparo ortodôntico e a confecção de modelos em gesso, pode-se observar a harmonia entre as arcadas dentais superior e inferior e sua correta relação de oclusão entre si, claro, obtendo-se relação entre molares de classe II, consequência das exodontias realizadas somente na arcada superior, o que de nenhum modo prejudicou a obtenção de uma oclusão favorável e estável em longo prazo. Na verdade, tais exodontias auxiliaram na obtenção de espaço necessário para o correto alinhamento dos dentes da arcada superior, bem como na obtenção de inclinações dos dentes incisivos superiores mais estáveis e corretamente implantados nas suas bases ósseas. Isso aumentou o grau de discrepância anteroposterior entre as duas arcadas, “piorando” o caso previamente à cirurgia, mas facilitando o reposicionamento anterior da maxila e melhorando a estética do seu sorriso.

Figura 1a

Vista frontal pré-operatória. Em repouso.

Após a realização dos traçados cefalométricos iniciais e do traçado predictivo, aliados aos dados obtidos do exame clínico tanto em repouso quanto com a paciente sorrindo, podese proceder à cirurgia de modelos para obtenção dos guias cirúrgicos de acrílico. Foi utilizada a Plataforma de Erickson para o correto reposicionamento tridimensional do maxilar superior, em uma posição que privilegiasse a estética facial da paciente, tanto em repouso quanto sorrindo. A cirurgia para o reposicionamento dos maxilares ocorreu nas dependências do Hospital Israelita Albert Einstein, sob anestesia geral, sem intercorrências e com um tempo de internação de apenas dois dias. Os objetivos principais da cirurgia ortognática, neste caso, foram: » Resolver as queixas estéticas da paciente. » Restabelecer a oclusão dental dentro dos parâmetros de normalidade, trazendo consequências positivas na sua estética facial. » Eliminar o retroposicionamento maxilar. » Diminuir a altura do terço inferior da face através de mentoplastia, diminuíndo, por consequência, a altura facial total. » Diminuir a falta de projeção da região paranasal através do reposicionamento anterior da maxila auxiliado pelos enxertos ósseos autógenos bilaterais obtidos da mentoplastia. » Correção dos desvios das linhas médias dentais fazendo com que elas coincidissem com a linha média facial. Tais objetivos foram plenamente alcançados através da realização de osteotomias do Tipo Le Fort I, Sagital do ramo mandibular e mentoplastia. No período pós-operatório, a dieta da paciente se restringiu a alimentos na forma líquida e pastosa por seis semanas. Como foi utilizada a técnica de Fixação Interna Rígida (placas e parafusos de titânio) dos segmentos osteotomizados, não houve necessidade de bloqueio intermaxilar em nenhuma ocasião.

Figura 1b

Vista lateral pré-operatória.

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Caso Clínico

Figura 3

Vista pré-operatória sorrindo. Note ausência de exposição gengival.

Figura 2

Vista3/4 pré-operatória.

Figura 5

Oclusão pré-operatória. Vista frontal.

Figura 6

Oclusão pré-operatória. Vista lateral direita.

Figura 4

Detalhe da região labial e paranasal. Note a projeção excessiva do lábio inferior.

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Figura 7

Oclusão pré-operatória. Vista lateral esquerda.

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Caso Clínico

Figura 10

Cirurgia de modelo. Maxila operada e reposicionada. Mandíbula intacta.

Figura 8

Traçado cefalométrico pré-operatório.

Figura 11

Cirurgia de modelo. Maxila operada e mandíbula operada. Oclusão final desejada.

Figura 9

Traçado predictivo.

Figura 12

Maxila operada e FIR. Note a enxertia óssea para aumento do volume da região paranasal.

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Caso Clínico

Figura 16

Vista lateral pós-operatória. Cinco anos de acompanhamento.

Figura 13

Mandíbula operada.

Figura 17

Vista 3/4 pós-operatória. Cinco anos de acompanhamento.

Figura 14

Mentoplastia para redução em altura.

Figura 15

Figura 18

Vista frontal pós-operatória em repouso. Cinco anos de acompanhamento.

Vista frontal pós-operatória sorrindo. Cinco anos de acompanhamento.

Conclusão

desses pacientes, como mastigação e fonação. Mas, talvez, a melhoria mais importante se dê na autoestima desses pacientes, proporcionando um bem-estar social e uma segurança nas relações interpessoais que havia lhes sido negada por tais deformidades esqueléticas. Essa é, sem dúvida, a mais importante contribuição e o primordial objetivo da cirurgia ortognática.

Com o desenvolvimento e o aprimoramento das técnicas de cirurgia ortognática e da Ortodontia, mais e mais pacientes puderam e podem, hoje, beneficiar-se desse tipo de tratamento. Importante notar que o restabelecimento da correta oclusão, bem como da harmonia facial, melhora funções básicas da vida

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Caso Clínico

Figura 20

Oclusão pós-operatória de cinco anos. Vista frontal.

Figura 21

Oclusão pós-operatória de cinco anos. Vista lateral direita.

Figura 19

Detalhe da região labial e paranasal. Pós-operatório de cinco anos.

Figura 22

Oclusão pós-operatória de cinco anos. Vista lateral esquerda.

Referências 1. Bell WH. Revascularization and bone healing after anterior maxillary osteotomy: a study using adult rhesus monkeys. J Oral Surg, 27: 249-55, 1969. 2. Bell WH. Le Fort I osteotomy for correction of maxillary deformities. J Oral Surg, 33:412-26, 1975.

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Caso Clínico

Clareamento de consultório para dentes vitais e não vitais Alessandra Reis B. de Oliveira Especialista em Dentística Restauradora. Mestranda em Ciências da Saúde. Professora de Dentística da Universidade Paulista UNIP - Brasília.

A

paciente C.M do sexo feminino, 27 anos, insatisfeita com a cor amarelada dos seus dentes, procurou a clínica particular para realizar o clareamento dental. Após o exame clínico, foi escolhida a técnica de clareamento de consultório com uso de Whiteness HP Blue Calcium 35% em duas sessões.

Previamente ao clareamento, para amenizar e prevenir a sensibilidade dentinária, usou-se o Desensibilize KF 2% (FGM) por 10 minutos. Na segunda sessão, o clareamento externo e interno foi realizado com o mesmo produto - Whiteness HP Blue Calcium 35%. Na figura 14 podemos observar o resultado final após o clareamento com a técnica de consultório.

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Figura 6

Registro da cor inicial com o uso da escala de cor.

Esfregar com cavibrush (FGM) por 10 segundos em cada dente

Kit com duas aplicações.

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Aplicação do Desensibilize KF 2% (FGM) por 10 minutos.

Aplicação da barreira gengival (Top Dam-FGM).

As seringas conectadas.

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Caso Clínico

Figura 8 Figura 7

A consistência do produto após a manipulação.

Aplicação do agente clareador. Observe a consistência mais espessa do produto, facilitando o trabalho do profissional. Presença de bolhas de oxigênio devido à reação do peróxido de hidrogênio.

Figura 10 Figura 9

Resultado após a primeira sessão de 40 minutos. Pequena alteração na cor do elemento 21 em relação aos outros dentes.

Figura 11

Na segunda sessão, para igualar a cor do 21 com o 1, optou-se pelo clareamento interno e externo ao mesmo tempo. Após verificação favorável do tratamento endodôntico, foi realizado um selamento cervical para proteção do conduto radicular. Utilizou-se o mesmo produto do clareamento no consultório - whiteness HP Blue 35% internamente por 40 minutos.

Após o término da segunda sessão do clareamento no consultório com whiteness HP Blue.

Figura 12

Figura 13

Figura 14

Sorriso antes do clareamento.

A cor final A1.

Sorriso após o clareamento.

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Período crítico de erupção: como minimizar a vulnerabilidade do 1º molar permanente Sucena Matuk Long Professora Titular da Disciplina de Odontopediatria – UNIP – SP. Professora dos Módulos de Clínica Infantil, Cariologia e Epidemiologia da UMESP. Coordenadora do Curso de Especialização em Odontopediatria do SENAC – SP. Mestre e Doutora em Odontopediatria – USP. sulong@terra.com.br

Ana Maria Peixoto Guimarães de Araujo Professora Adjunta da Disciplina de Odontopediatria – UNIP – SP. Especialista em Odontopediatria – UNIP. Mestre em Odontopediatria – UNIP. anamagar2@yahoo.com.br

O

s primeiros molares permanentes merecem uma aten­ ção especial, pelo fato de sua formação se iniciar na vida intrauterina e a coalescência das cúspides ocor­ rer ao nascimento. Geralmente apresentam zonas de fusão incompleta, que facilitam a retenção de biofilme que, no momento de sua erupção, pode prejudicar a maturação pós­ eruptiva, tornando-os bastante suscetível à doença cárie. Por volta dos seis anos de idade dá-se o início da erupção do primeiro molar permanente e, muitas vezes, os responsáveis não têm conhecimento de que é um dente da série perma­ nente, já que não ocorre a esfoliação de nenhum elemento dental. Essa desinformação dos pais, o fato do período de erupção ser longo e, como a criança depende do auxílio de um adulto para realizar a higiene bucal, um acúmulo maior de placa supragengival pode ocorrer. Além disso, a presença do capuz gengival sobre a face oclusal destes dentes favorece esse acúmulo (figura 1). Assim, o período crítico, para o de­ senvolvimento de lesões de cárie para um determinado dente, inicia-se a partir de seu irrompimento na cavidade bucal e se estende até sua completa erupção e seu uso funcional1,2. Em dentes parcialmente erupcionados, com fossas e fissuras profundas e estreitas, pode ocorrer o acúmulo de bactérias patogênicas, que ficarão protegidas contra a remoção de seus nichos pela ausência de contato entre os dentes. A vulnerabi­ lidade das superfícies oclusais está intimamente relacionada com estágio de erupção destes dentes devido à incompleta maturação do esmalte dentário nas fases iniciais1,2. Um con­ trole individualizado destas superfícies seria necessário para impedir a instalação de um processo de cárie2-4. Sabe-se que o diagnóstico precoce em superfícies oclusais é extremamente difícil, gerando controvérsias entre pesquisa­ dores e profissionais. O ideal é a associação de exame clínico e radiográfico, com uma tomada interproximal. O objetivo desse trabalho é instituir medidas de atenção bási­ ca para molares no período crítico de erupção, auxiliando os profissionais no controle e prevenção da doença cárie, mini­ mizando a vulnerabilidade desses dentes.

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Opções de tratamento caseiro Controle do biofilme Depende, em grande parte, da motivação do paciente e do núcleo familiar por parte do profissional, com relação aos cui­ dados de higiene bucal. Em crianças, principalmente abaixo de oito anos de idade, estes cuidados ficam à mercê de um adulto, pois ainda não possuem nem responsabilidade nem habilidade adequadas para realizar estes procedimentos de higiene de maneira satisfatória5. Como opção de tratamento caseiro para superfícies oclusais, no período crítico de erupção, tem sido utilizada, para o controle do biofilme, a escova unitufo associada ao dentifrício com flúor6, removendo a placa bacteriana de maneira eficaz (figuras 2 e 3). Controle dos hábitos alimentares Orientações relativas ao controle na frequência de ingestão de alimentos, limitar doces às refeições principais, evitar alimen­ tos pegajosos e disciplinar a ingestão de redutores de apetite como balas, salgadinhos, pirulitos. Outro fator que deve ser abordado pelo profissional é a ingestão de sucos de frutas, sucos de soja, refrigerantes, isotônicos e energéticos, que por apresentarem um pH muito abaixo do pH crítico, se usados sem parcimônia, podem levar também à erosão dental.

Opções de tratamento profissional Limpeza profissional Sendo a quantidade de acúmulo de placa influenciada pelo estágio de erupção do dente, frente aos molares permanentes em oclusão completa há mais de um ano, uma redução signi­ ficativa nos índices de placa foi observada. Em dentes parcial­ mente erupcionados, ao contrário, embora tivessem pequena participação na função oral, não tinham sua placa reduzida por este fato. A ausência de função em dentes parcialmente erupcionados contribui para o acúmulo de placa com poten­ cial cariogênico e, consequentemente, maior número de le­ sões de cárie oclusais (figura 4). Embora a suscetibilidade em

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Caso Clínico dentes em erupção esteja relacionada à maturação pré e pós­ -eruptiva do esmalte, as condições para o acúmulo de placa tinham maior importância neste aspecto2. A limpeza profissional dos dentes compreende a remoção efe­ tiva da placa pelo cirurgião-dentista, por meio de instrumentos mecânicos rotatórios e uma mistura de pedra pomes e água ou pasta profilática não oleosa (figura 5). Nas superfícies pro­ ximais, deve-se utilizar o fio dental. O principal objetivo desse procedimento é remover a placa das áreas mais suscetíveis a le­ sões de cárie, locais normalmente negligenciados pelo pacien­ te. Destina-se, também, a motivar o paciente, levando-o a de­ sempenhar, cada vez mais, a limpeza de seus próprios dentes. Além disso, para o diagnóstico precoce da doença cárie é im­ portante que os dentes recebam uma profilaxia prévia e que o campo operatório esteja seco e iluminado. As radiografias in­ terproximais constituem procedimento auxiliar, complemen­ tando o exame clínico realizado pelo profissional7,8. Verniz fluoretado Foi desenvolvido no final dos anos 1960 com o intuito de me­ lhorar os conceitos de uso tópico do flúor existentes na época, prolongando o contato da substância com o esmalte dentário. Após a aplicação do verniz há formação de glóbulos de fluoreto de cálcio, que funcionam como um reservatório de flúor. Frente a um pH baixo (crítico), os íons flúor são liberados lentamente, diminuindo a solubilidade do esmalte9. Juntamente com outras formulações a base de flúor, o uso dos vernizes tem sido asso­ ciado com a diminuição da incidência de lesão de cárie oclusal3. São indicados para dentes em erupção, pois se constituem agentes efetivos na prevenção e controle das lesões de cárie nas superfícies oclusais, por promoverem um contato mais prolongado do flúor com o esmalte dentário, além de favore­ cer a maturação pós-eruptiva desses dentes. A limpeza profissional precede a aplicação do verniz fluoreta­ do e este pode ser aplicado com pincel ou microbrush (figuras de 1 a 7). Após a aplicação do verniz, o profissional deve re­ comendar ao paciente para não ingerir alimentos sólidos por duas a quatro horas após a aplicação, bem como evitar esco­ var os dentes tratados por 12 horas9. As reaplicações dependem do risco do paciente, podendo ocorrer semestralmente ou trimestralmente10-12. Verniz de clorexidina Em virtude da dificuldade em remover completamente a placa dental e da impossibilidade de se usar os selantes resinosos, tem-se sugerido o uso de agentes antimicrobianos em con­ junto com a escovação normal para controlar o acúmulo de biofilme, especialmente em dentes parcialmente erupciona­ dos. Devido à dificuldade em se manter uma higiene bucal adequada através da escovação por tempo prolongado, os agentes químicos podem compensar este descuido, levando a uma limpeza mais satisfatória16. Apresenta uma ação efetiva contra um grande número de mi­ croorganismos, tais como estreptococos do grupo mutans (EGM), leveduras, fungos, anaeróbios facultativos e aeróbios13-15. Diversas formas de apresentação do produto são utilizadas, tais como bochechos, dentifrícios, géis, que apresentam uma proteção limitada, pois não são capazes de eliminar EGM por períodos prolongados16. Entretanto, após o uso da clorexidi­ na na forma de verniz, a contagem bacteriana de EGM pode ser reduzida por um período de três meses17,18. Este material

é constituído da associação de dois agentes antimicrobianos, clorexidina e timol, ambos na concentração de 1%. Nenhum efeito colateral tem sido observado com o uso do verniz, e a possibilidade de deglutição, por parte do paciente, é extre­ mamente reduzida, fatores importantes a serem observados quando se trata do atendimento de crianças. Os efeitos colaterais mais comuns podem ser observados com o uso prolongado de bochechos com clorexidina, tais como o manchamento dos dentes e de restaurações de resina, altera­ ção do paladar e descamação da mucosa oral. Estes efeitos não foram observados com o uso de verniz com flúor (Cervitec®)17,18. O verniz com clorexidina foi utilizado em primeiros molares per­ manentes em erupção, em crianças de seis a oito anos, da cida­ de de São Paulo- BR, realizando-se três aplicações, no período de um ano, até que os dentes entrassem em oclusão funcional com o antagonista. A técnica de aplicação é semelhante à do verniz fluoretado, necessitando de profilaxia prévia e isolamento relativo com roletes de algodão. Após dois anos de estudo, não foram detectadas lesões de mancha branca ativa nos dentes tra­ tados com Cervitec®, enquanto que 50% dos dentes não tratados desenvolveram lesões incipientes17. A diferença no incremento de cárie foi altamente significante, assim como redução estatis­ ticamente, significante também, foi encontrada com relação à contagem de EGM na placa da superfície oclusal dos primeiros molares permanentes em erupção tratados com Cervitec®. Devido à dificuldade de se importar o Cervitec ®, pode-se uti­ lizar o verniz de clorexidina a 2% fabricado pela Fórmula & Ação, que apresenta composição semelhante a do verniz im­ portado, porém, está combinado com o xilitol. É fabricado no Brasil e o custo é bem mais acessível. A aplicação do verniz deve se dar a cada três meses, seguindo os passos iniciais até a completa erupção dental e fim do pe­ ríodo crítico. Recomendações: evitar se alimentar com subs­ tâncias sólidas, por no mínimo duas horas. A vantagem da utilização desse material reside no fato de que o dente é capaz de terminar a maturação pós-eruptiva na au­ sência de EGM, devido às propriedades do material e ao seu longo período de retenção nas fissuras oclusais, onde perma­ nece uma ação residual por três meses. Por meio de um tra­ tamento não invasivo, como parte integrante de um progra­ ma preventivo, o profissional consegue a promoção de saúde do paciente infantil de forma mais segura, com preservação maior de estruturas dentais sadias17. Selamento provisório com cimento de ionômero de vidro Indicados para o selamento provisório das superfícies oclusais no período crítico de erupção, frente à presença de mancha branca ativa e/ou sulcos oclusais duvidosos (figura 9). Como o selante resinoso é contraindicado em dentes parcialmente erup­ cionados, devido à impossibilidade de manter o campo operató­ rio seco durante a aplicação acarretando em dificuldades na sua retenção3. Recomenda-se um selante com cimento de ionômero de vidro (figura 10). Esse material apresenta como vantagens: adesão química ao esmalte e à dentina, capacidade de liberar flúor, constantemente, para a superfície tratada e para o meio bucal, permitindo que se forme um reservatório constante do íon flúor. Além disso, deixa a superfície oclusal menos aciden­ tada, suavizando os sulcos e favorecendo a limpeza mecânica. O material permanece retido nas fossas e fissuras por longos períodos e sua retenção é superior a dos selantes convencionais, contribuindo para prevenção de lesões de cárie oclusais19.

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Caso Clínico

Figura 1

Figura 2

Aspecto clínico do 1º molar em erupção (período crítico).

Após escovação com escova convencional dos dentes corados por eviden­ ciador de placa.

Figura 3

Figura 4

Controle de placa com escova unitufo.

Figura 5

Profilaxia com pedra pomes e água.

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Aspecto clínico do primeiro molar em erupção.

Figura 6

Aplicação do verniz fluoretado com microbrush ou pincel sob isolamento relativo.

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Caso Clínico

O profissional deve orientar o núcleo familiar sobre a importância do molar permanente

Figura 8

Aplicação do verniz de clorexidina. Aguardar 25 segundos antes de remover o isolamento relativo.

Figura 7

Aspecto final após aplicação do verniz fluoretado.

Figura 10

Aspecto clínico do 1º molar permanente após a aplicação do cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável.

Conclusão

Figura 9

Aspecto clínico do 1º molar permanente com manchas brancas oclusais e sulcos profundos.

O profissional deve orientar o núcleo familiar sobre a importân­ cia do molar permanente, salientando os cuidados preventivos necessários à manutenção da saúde oral e preservação desse dente, que é chave de oclusão e muito importante ao desenvol­ vimento estomatognático da criança.

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Caso Clínico NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

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A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínicogerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas. Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www. odontomagazine.com.br Os trabalhos devem atender as seguintes normas: 1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor. 2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: vanessa.navarro@vpgroup.com.br. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em altaresolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho. 3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver. 4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio. 5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento. 6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site. 7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico. 8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine. 9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado. 10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para: Vanessa Navarro ou Christian Visval – ODONTO MAGAZINE Alameda Amazonas, 686 – sala G1 Alphaville Industrial – Barueri-SP CEP 06454-070 11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail. 12) Informações: Editora e Jornalista Responsável Vanessa Navarro (MTb: 53385) e. vanessa.navarro@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7506 Publicidade - Gerente Comercial Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7760

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