Digital Security 95

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Ano 8 • No 95 • Julho/2019

www.revistadigitalsecurity.com.br

Referência em tecnologia para o mercado de segurança eletrônica

Entrevista ANGELO GUERRA VICE-PRESIDENTE DA NEC BRASIL

Vicente López

INFRAESTRUTURA PROATIVA DE COMBATE AO CRIME

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Editorial

Tecnologia a Redação Publisher

Eduardo Boni (MTb: 27819) eduardo.boni@vpgroup.com.br

Editor Assistente

Gustavo Zuccherato gustavo.zuccherato@vpgroup.com.br

Arte Carlos Borges Jr Comercial contato@vpgroup.com.br

Presidente & CEO Presidência e CEO

Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br Digital Security Online www.revistadigitalsecurity.com.br

Tiragem: 22.000 exemplares Impressão: Gráfica Mundo

Al. Madeira, 53, cj. 91, 9º andar - Alphaville Industrial 06454-070 - Barueri, SP – Brasil + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br

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s desafios para os profissionais de Varejo parecem os mesmos em todo o mundo. Entender o comportamento dos consumidores e reduzir as perdas decorrentes de uma série de fatores, são alguns deles. E parte da solução para esses dois problemas está na tecnologia. Quando se fala em perdas no varejo, a questão é delicada. Elas acontecem sob inúmeras formas, têm muitas causas e nem todas são visíveis. Na lista daquilo que se pode enxergar estão roubos, furtos ou produtos danificados, além do controle correto dos estoques. Naquilo que é intangível encontramos as chamadas rupturas, ou seja, a falta de um produto no momento da compra, que pode representar futuras perdas de receita quando o consumidor vai buscar o que procura na loja concorrente. No Brasil, a mais recente pesquisa da ABRAPPE (Associação Brasileira de Perdas no Varejo), lançada neste ano, registrou índice de perda médio identificado de 1,38% sobre o faturamento líquido das empresas varejistas. Considerando o faturamento total do varejo no ano passado de R$1,55 trilhões conforme estudo divulgado pelo IBGE e tomando por base como indicador da associação, temos uma perda projetada para todo o varejo de aproximadamente 21,46 bilhões de reais. O resultado da perda do varejo obtida na pesquisa desse ano interrompeu uma série de quedas nesse índice que durava três anos. Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, a aposta na tecnologia como forma de se frear esse processo é constante. A pesquisa mostrou que praticamente todas as empresas utilizam CFTV e análise de vídeo como ferramenta para prevenir suas perdas. Nos Estados Unidos, um relatório da Allied Market Research, mostrou que o tamanho do mercado de análise de vídeo deve chegar a 14,4 bilhões de dólares até 2025, crescendo a uma taxa de crescimento anual composta de 21,4%. O vídeo analítico pode auxiliar de forma concreta na segurança, ao detectar invasões em áreas restritas e atividades suspeitas. A tecnologia – ou a combinação delas - também pode contribuir para diversas áreas do segmento de varejo que vão muito além da segurança, como operações diversas, auxílio na área comercial e de marketing e para entender o comportamento do consumidor. O uso do vídeo analítico também pode melhorar a experiência do cliente dentro dos estabelecimentos comerciais ao combinar algoritmos que permitam desde o controle das filas nos pontos de vendas até a melhor utilização do espaço das lojas aos disponibilizar produtos em locais estratégicos. Com base em estudos de tráfego, padrões de movimento e comportamento derivados da análise é possível criar ações que melhorem a disposição das mercadorias, reduzam filas e fidelizem clientes. Dentro do varejo, a tecnologia também pode ajudar a evitar perdas, sobretudo quando se fala em compras através de multicanais e o quando o controle correto do estoque passa a ser um ponto determinante para o sucesso das redes de lojas. Nesse caso, tecnologias como RFID e os Smart Labels já se mostraram altamente eficazes para melhorar de forma significativa os processos de inventário e prevenir perdas. A temática das perdas no Varejo ganha cada vez mais espaço nas empresas e, nesse sentido, as mais badaladas tecnologias que servem ao setor de segurança, quando combinadas de forma inteligente, também têm muito a oferecer e contribuir com esse mercado.

Eduardo Boni Publisher

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Sumário

produtos e serviços

CASE STUDY

Intelbras

pg06 Fabricante passa a comercializar Morley by Honeywell no Brasil

Global Cargo Panamá

Nice

pg06 Prime IP é a nova central de alarme monitorado

Hanwha Techwin

pg10 Novas câmeras térmicas permitem a detecção de infecções em granjas

IDEMIA

pg10 MorphoWave Compact passa a incorporar Inteligência Artificial

pg20 Empresa de gerenciamento de cargas e logística permite que seus clientes possam acompanhar suas mercadorias em tempo real com câmeras Arecont Vision e plataforma Milestone Systems

Vicente López

pg24 Município da região metropolitana de Buenos Aires implementou um sistema com mais de 1.350 câmeras e analíticos inteligentes visando a prevenção de crimes e um planejamento operacional eficaz

Mercado

WDC Networks

pg12 Distribuidora estabelece três novos diretores

Dahua Technology

pg12 Multinacional adquire 10% da Intelbras para impulsionar P&D conjunto

entrevista

Angelo Guerra

pg30 Vice-presidente da NEC Brasil

Eventos

Biometrics Hitech Summit

pg Evento apresentou tecnologias de identificação facial, de iris, voz, impressão digital e comportamentais

Furukawa Summit

pg 16 Encontro anual reuniu 650 convidados para debater as novas tecnologias de conectividade e a Sociedade 5.0

14 Nesta entrevista exclusiva, falamos sobre quais são os novos mercados que a companhia está buscando, tecnologias biométricas e os planos futuros para o mercado brasileiro.

ARTIGO

Vender mais para os mesmos clientes, é possível? pg34

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Produtos e Serviços

Intelbras

Fabricante passa a comercializar

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Intelbras anunciou neste mês de setembro uma parceria com a norte-americana Honeywell através de um contrato exclusivo de venda no Brasil dos produtos de detecção de incêndio da linha da empresa inglesa Morley. A parceria traz incialmente uma linha com 40 equipamentos de prevenção de incêndio certificados para o Brasil, que são ideais para grandes projetos como aeroportos, shoppings, condomínios, hospitais, hotéis e indústrias, trazendo assim um expressivo crescimento para ambas empresas parceiras. “Trouxemos produtos certificados com exclusividade para o Brasil e confiamos na Morley como nossa nova parceira por ser uma empresa competitiva, com produtos de alta qualidade, fácil instalação e com força no mercado de prevenção de incêndio na Europa. Vamos alcançar em torno de 97% dos municípios no Brasil por meio da nossa ampla rede de parceiros, que agora terão em seu portfólio produtos certificados para atender às exigências de projetos especiais”, comenta Bruno Machado Teixeira, Gerente de Iluminação e Incêndio da Intelbras.

Mercado e certificação Segundo estimativa da Underwriters Laboratories (UL), empresa global de segurança de produtos com forte atuação no Brasil, a indústria de proteção contra incêndios movimenta anualmente cerca de três bilhões de reais no País. São inúmeros itens como sprinklers, centrais de detecção, alarme e combate a incêndio (e seus acessórios), entre outros, entretanto, apenas alguns produtos são regulamentados pelo INMETRO, tais como, mangueiras, extintores de incêndio. Na Europa, a certificação de produtos de prevenção e combate às chamas é obrigatória e bem regulamentada, e todos os equipamentos da linha Morley possuem certificações, comprovando sua qualidade e eficácia. “Para algumas empresas brasileiras, a certificação dos equipamentos de prevenção a incêndio é um requisito adicional que integra o projeto. É para esta gama mais exigente de clientes que esta parceria foi desenhada”, complementa o executivo. A Intelbras já implantou um projeto-piloto em um condomínio residencial de alto padrão no Balneário de Camboriú, onde foram instalados os primeiros equipamentos. Outros projetos já estão em andamento. Para conferir os produtos que serão destaques no mercado brasileiro, acesso o QR Code dessa notícia. DS

Confira essa notícia completa e outras reportagens em nosso portal www.revistadigitalsecurity.com.br

Nice

Prime IP é a

A

Nice lançou ao mercado o Prime IP, sua nova central de alarme monitorado. Destinado a aplicações comerciais e industriais, e com comunicação via Ethernet, o produto está disponível nas versões com 12 e 16 zonas, incluindo teclado LED externo. “A tecnologia é grande aliada de quem busca soluções para inibir a ação de criminosos. E o portfólio de alarmes e centrais da Nice oferece as soluções mais modernas e eficientes do mercado. Nos preocupamos em oferecer um produto robusto, confiável e já homologado e integrado aos principais softwares de monitoramento do mercado”, diz David Girelli, gerente de Marketing da Nice. A nova linha de alarmes monitorados Prime IP foi desenvolvida com todas as características e funcionalidades exigidas pelas grandes empresas de monitoramento, e pode ser aplicada em imóveis de médio ou grande porte. Possui recursos de automa-

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ção e ronda para vigilantes, além de software para programar remotamente funções de usuário master e instalador e de visualização de status. Com 12 ou 16 zonas individualmente programáveis, as centrais ainda oferecem 2 partições, 2 PGM´s integradas, Ethernet on-board, AUX e Sirene protegidos e monitorados, Buffer para os últimos 800 eventos gerados no painel, a possibilidade de atualização remota de Firmware; ronda de vigilantes com função Alerta Vigia; 45 usuários identificados por senha, com capacidade de identificação de usuário sob coação; arme e desarme automáticos com hora marcada ou inatividade; reporta para 2 IP´s em protocolo proprietário e SIA DC09; entre outros recursos. DS



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Banco de dados

Poder de processamento

Deep Learning

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL O FUTURO DA SEGURANÇA ELETRÔNICA

Reconhecimento Filtragem de Facial Falsos Alarmes

Contagem de Pessoas

Algoritmos Estruturados

Busca e Comparativo de Pessoas

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Produtos e Serviços

Hanwha Techwin

Novas câmeras térmicas permitem a

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Hanwha Techwin anuncia o lançamento de novas câmeras térmicas da série Wisenet T, uma linha vertical especializada, com os modelos radiométricas TNO-4030TR, TNO-4040TR e TNO-4041TR, que suportam a medição de temperatura. Com detecção precisa da temperatura das áreas de vigilância, os usuários podem definir um ponto específico para que as câmeras detectem se a temperatura definida aumenta ou diminui (por exemplo, acima / abaixo de 40 °C), de modo que possíveis perigos, tais como doenças infecciosas ou incêndios, possam ser detectados com antecedência. As câmeras são ideais para monitorar áreas de risco de incêndio, instalações químicas e petrolíferas, canteiros de obras ou eletrodutos, e também para detectar possíveis infecções em granjas de aves e pecuárias. As câmeras suportam resolução VGA de 640×480 e possuem lentes de 13 mm ou 19 mm, que permitem alcances máximos de 1,17 km e 1,71 km respectivamente, para a detecção de veículos distantes. Com o WiseStream II, a tecnologia exclusiva de com-

pressão de vídeo da Hanwha Techwin, as câmeras fornecem compressão de dados eficaz para permitir a transmissão em rede eficiente, rápida e confiável, até mesmo de grandes arquivos de vídeo. As câmeras também oferecem vários tipos de analíticos, como detecção de movimento, análise de áudio, notificações push e estabilização de imagem usando sensores giroscópicos. As câmeras têm certificação IP66 / IK10 para proteção contra água, poeira e impacto mecânico, tornando-as uma escolha ideal também para aplicações críticas. “As câmeras térmicas costumavam ser usadas apenas em setores especiais, como monitoramento de fronteiras e perímetros, incluindo operações militares, mas hoje são usadas ativamente em várias indústrias em todos os mercados verticais, expandindo seus casos de uso”, disse Germán Pacheco, Gerente de Produto da Hanwha Techwin para a América Latina. “Para responder a essas tendências de mercado, a Hanwha Techwin continuará a desenvolver câmeras térmicas de alta qualidade e expandir a linha, fortalecendo sua posição como líder global na indústria de vigilância por vídeo”. DS

IDEMIA

MorphoWave Compact passa a incorporar

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IDEMIA anunciou que está incorporando recursos de Inteligência Artificial (IA) ao seu premiado sistema MorphoWave Compact, prometendo melhorias na experiência do usuário e no desempenho da tecnologia biométrica sem contato do produto. A tecnologia de impressão digital 3D sem toque da IDEMIA surgiu há alguns anos no sistema MorphoWave e tornou-se uma referência para várias empresas no mundo todo. O lançamento do

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MorphoWave Compact no ano passado reforçou essa estratégia da IDEMIA de permitir acesso simples em qualquer lugar, sendo rapidamente adotada em uma série de aplicações. O novo mecanismo biométrico baseado em IA da IDEMIA incorporado na nova versão do MorphoWave Compact oferece um aumento de 85% na velocidade de correspondência. Isso permite um aumento de até 25% no fluxo de pessoas identificadas permitida por ponto de acesso. Além disso, os algoritmos prometem aumentar ainda mais a precisão da correspondência e também oferecem maior capacidade (até 100 mil usuários para identificação um-para-muitos). A atualização poderá ser aproveitada pelos clientes novos e existentes do MorphoWave Compact. O MorphoWave Compact equipado com AI foi lançado na GSX (Global Security Exchange) de 8 a 12 de setembro, em Chicago (EUA). “A tecnologia está evoluindo a um ritmo incrível e está constantemente desafiando e redefinindo as práticas dos clientes”, disse Yves Portalier, vice-presidente executivo da unidade de negócios de Objetos Conectados da IDEMIA. “Na IDEMIA, a inovação e a superação dos limites fazem parte do nosso DNA. Esta inovação mais recente é mais um passo em direção ao futuro da identificação biométrica e nos permite seguir sendo os líderes em Identidade Aumentada”. DS



Mercado

WDC Networks

Distribuidora estabelece

A

WDC Networks anunciou a promoção de três novos executivos para dar continuidade ao plano de crescimento traçado para o ano de 2019. Bruno Rigatieri, administrador de empresas formado pela FAAP, que desde 2015 responde pela gerência de compras da empresa, passará a responder como diretor de compras. “Para que a empresa cresça de forma acelerada e sustentável é preciso não só atender às novas demandas, que serão criadas com a nossa entrada em novos mercados, como também manter a excelência junto aos clientes já fidelizados. Por isso, trabalharemos fortemente o nosso portfólio, de modo a atender com cada vez mais excelência a todos os públicos”, defende. Contratada em 2018 para atuar como gerente de produtos,

Rafaela Macedo Silva agora passará a atender como diretora de tecnologia da distribuidora e terá como missão apresentar aos parceiros novas oportunidades de negócios na forma de soluções em áreas como portaria virtual, salas de controle, eventos, eficiência energética, entre outras. Fará parte também da sua atuação a estruturação de planos de desenvolvimento de negócio com as marcas estratégicas, gerenciando o time de desenvolvimento de negócios (BDM). Além disso, Ernesto Sita Neto, que anteriormente respondia pela gerência de desenvolvimento de negócios na WDC Networks, assume como o novo diretor de desenvolvimento de negócios de telecom, tendo como principal desafio direcionar a empresa às novas tecnologias e prepará-la para o futuro. “Os provedores cresceram e a necessidade desses clientes mudaram. A WDC preparou um portfólio completo para esses clientes e minha responsabilidade será apresentar as novas possibilidades para os mesmos”. De acordo com o comunicado da WDC Networks, o plano para 2019 promete resultados expressivos até o final deste ano e tem como objetivo aproximar cada vez mais a empresa de seus clientes, levando soluções que ajudem a tornar suas operações mais competitivas e rentáveis. DS

Dahua

Multinacional adquire 10% da Intelbras

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Intelbras, fabricante nacional de produtos de segurança, controle de acesso, redes, comunicação e energia, anuncia uma associação com a Dahua Technology com o objetivo de fortalecer e consolidar uma relação comercial já existente há 12 anos, impulsionando a inovação e a troca de tecnologia entre as duas empresas para o desenvolvimento de novos produtos. A participação em 10% no capital da Intelbras por parte da Dahua Technology irá complementar a capacidade de inovação, como principal objetivo estratégico da Intelbras, ampliando o braço de Pesquisa & Desenvolvimento. Com esta negociação, a Intelbras pretende expandir seu portfólio de negócios, com outros produtos e soluções para atender à grande demanda no Brasil. “Para nós, o mais importante são as oportunidades que o intercâmbio tecnológico trará para ambas as empresas”, afirma o presidente da Intelbras, Altair Silvestri. O executivo afirma que a aquisição pela Dahua Technology de uma parte da Intelbras proporcionará maior agilidade na gestão da

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inovação por encurtar o tempo de desenvolvimento de novos produtos e soluções, gerando maior capacidade de geração de novos negócios. “Haverá um intercâmbio de conhecimento e tecnologia especializada da Dahua Technology, somado à estratégia de mercado da Intelbras para venda de soluções adequadas às necessidades locais”, afirma Silvestri. A Intelbras iniciou operação na área de segurança em 2007 e hoje possui uma posição importante na América Latina como um todo. A empresa conta com 17 categorias de produtos distribuídas em seis segmentos: Gerenciamento de Imagens (DVRs, CFTV Veicular, HDDs e Softwares), Captação de Imagens (Câmeras Analógicas e Acessórios), CFTV IP (NVRs e Câmeras IP), Alarmes (centrais, controle remoto, acessórios), Sensores para Alarmes (Movimento, barreira, abertura) e Segurança Home & Office (Câmeras, alarmes e sensores Wi-fi). A conclusão desta parceria está sujeita às aprovações regulamentares exigidas por lei, do CADE e das autoridades chinesas. DS



Eventos Biometrics HITech Summit 2019

Biometria e O Biometrics HITech Summit 2019 apresentou tecnologias de identificação facial, de íris, voz, impressão digital e comportamentais para atender as mais diversas verticais por Gustavo Zuccherato

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oi realizado no mês de agosto, em São Paulo, o Biometrics HITech Summit 2019, um evento especializado em biometrias e tecnologias de identificação. Reunindo algumas das principais empresas do setor para apresentar as suas novidades e lançamentos para o mercado, executivos, especialistas, pesquisadores, entidades e autoridades públicas de todo o Brasil, a quinta edição do evento recebeu cerca de 800 visitantes para dois dias de uma programação repleta de painéis, minicursos, tecnologias inéditas e visitas técnicas. “Biometria pode ser definido como todas as características ou comportamentos humanos que conseguimos extrair informações para definirmos medidas e padrões”, explicou o organizador da Biometrics HITech Summit, Luciano Baptista. “O evento mais uma vez cumpriu seu objetivo de congregar os principais players de biometria e de identificação para ampliar conhecimento, como também para relacionamento e fomentação de negócios”, destacou. Neste sentido, durante o evento, foram exibidas novas tecnologias de face, íris, voz, impressão digital e comportamentais para atender as mais diversas verticais, de governo e bancos, ao varejo, saúde, educação, recursos humanos e transporte. Essas soluções visam atender um mercado que tem expectativas de movimento

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US$ 52 bilhões no mundo até 2023, de acordo com um novo relatório da ResearchAndMarkets.com. Marca mais conhecida pelo segmento de segurança eletrônica, a HID Global aproveitou a oportunidade para apresentar pela primeira vez no Brasil o módulo M210, um sensor de reconhecimento de impressão digital que promete ser até duas vezes mais rápido do que a versão anterior. A companhia apresentou ainda a DigitalPersona 4500, uma leitora de impressão digital USB que permite o uso de autenticação biométrica para acesso à computadores e ambientes compartilhados. Visando sanar um gargalo da tecnologia de identificação biométrica, a Natosafe apresentou uma solução inédita de identificação focada em crianças de zero a cinco anos de idade, o Infant ID Solution. Diferentemente dos processos atuais que coletam apenas as impressões plantares e palmares em tinta ou scanners do neonatal, a solução é composta por dispositivos e ferramentas capazes de coletar impressões digitais desde as primeiras horas de vida, gerando uma identificação biométrica única, que acompanha o indivíduo ao longo de sua vida. “As tecnologias disponíveis até então não são capazes de identificar as minúcias típicas de uma criança nessa idade. Por isso,


Eventos Biometrics HITech Summit 2019

apostamos em um scanner de alta resolução e desenvolvemos uma plataforma, que pode rodar em nuvem pública ou privada, com algoritmos que fazem a análise de qualidade em tempo real no momento da captura, garantindo que aquela impressão digital está sendo coletada com qualidade e vinculando àquela informação à mãe da criança”, explica Ismael Akyama, CEO e fundador da Natosafe. “Desta forma, buscamos combater vários crimes, como falsidade ideológica, tráfico de crianças e exploração infantil, que são baseados justamente nesta lacuna”. O sistema rodou como um projeto-piloto por dois anos em duas maternidades de Pernambuco e agora está disponível para que integradores possam integrar o Infant ID Solution em suas soluções para seus clientes. Joint-venture entre uma multinacional brasileira de serviços em TI e uma empresa israelense especializada em sistemas avançados de defesa, a Stefanini Rafael demonstrou a solução WISDOM STONE, plataforma unificada para grandes volumes de dados. Voltada para uso policial, em investigações, o sistema permite integrar diferentes tipos de dados de várias fontes e bancos de dados para correlacionar informações, através do uso de inteligência artificial. “O crime já é digital e as instituições ainda são analógicas. Nossa plataforma permite unificar as bases de dados e, através da tecnologia, tornar muito mais rápido a identificação de situações perigosas e resolver os crimes”, disse Leidivino Natal da Silva, CEO da Stefanini Rafael. “O Wisdom Stone já é usado no México, integrando 60 departamentos diferentes do governo, com 2.500 investigadores. Cada usuário tem acesso de acordo com as suas credenciais e pode realizar as buscas correlacionando dados de fontes abertas, como redes sociais, e fechadas, seja de banco de dados estruturados ou não-estruturados”. A Aware, por sua vez, mostrou no evento a Knomi, uma tecnologia mobile que é complementar as soluções de onboarding digital de fintechs e bancos digitais. A solução é composta de uma família de algoritmos de detecção de ataque e identificação biométrica que permite uma autenticação biométrica móvel usando o rosto e voz. O sistema oferece capacidade de análise de vida, impedindo que o usuário utilize uma foto para autenticação no sistema. Ainda na linha de reconhecimento facial, a FullFace apresentou seu sistema que se integra a hardwares e softwares, facilitando processos de autenticação biométrica facial web e mobile. A tecnologia promete uma precisão de 99% no reconhecimento biométrico individual a partir de 1024 pontos da face em menos de um segundo. A FullFace atende clientes como GOL Linhas Aéreas Inteligentes, Cubo, Accenture, Itaú e QUOD.

HID Global apresentou um portfólio completo de leitoras de impressão digital, disponíveis em modalidade OEM

A Gemalto, uma empresa do grupo Thales, trouxe o Mobile ID Smart App, aplicativo que permite as pessoas se autenticarem em sites, confirmarem transações e executarem assinaturas eletrônicas com facilidade e comodidade. A tecnologia armazena a identidade digital do usuário móvel, garantindo que suas credenciais digitais permaneçam sempre protegidas e seguras. Empresa brasileira nascida a partir de uma incubadora da Unicamp, a Griaule apresentou seu sistema de automatização de identificação biométrica civil e criminal (ABIS), recentemente adquirido pelo Pentágono. A tecnologia, que foi implantada pelos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, está em processo de registro de 80 milhões de identificações, tanto civis quanto criminais, de biometrias de impressão digital, palmar, íris, face e latentes. Por fim, a TSM Tecnologia e Representações Ltda, empresa brasileira especializada na concepção e desenvolvimento de soluções integradas com tecnologia multibiométrica, apresentou uma solução para sistematização de processos de cadastramento de clientes, com extração automática de dados biográficos e do documento, análise antifraude e tratamento de fotos e de imagens de impressão digital para transformação em biometria. Também participaram da exposição as startups Forensics Brasil, CK, CredDefense, AIKNOW, Jenetric, Verbio e VSoft. O Biometrics HITech Summit 2019, que contou com a parceria da FENAPPI (Federação Nacional dos Peritos em Papiloscopia e Identificação), aconteceu simultaneamente com o XV CBI Congresso Brasileiro de Identificação, entre os dias 20 e 21 de agosto de 2019, no Centro FECOMERCIO de Eventos, em São Paulo/SP. DS

Infant ID Solution, da Natosafe, preenche a lacuna tecnológica de identificação biométrica de crianças de zero a cinco anos

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Eventos Furukawa Summit 2019

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Inovação para O Furukawa Summit 2019 reuniu 650 convidados para debater as novas tecnologias e temas com foco na Sociedade 5.0

Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa Electric LatAm e vicepresidente corporativo sênior do grupo Furukawa Electric, durante a cerimônia de abertura do evento

por Redação

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onhecida fabricante de soluções para infraestruturas de redes de comunicação e energia, a Furukawa realizou em setembro o seu encontro anual com provedores de serviços de internet (ISPs), operadoras de telecom, utilities, profissionais de TI e parceiros de negócios. Na edição deste ano, realizada no Bourbon Resort Atibaia, em São Paulo, o encontro anual da Furukawa reuniu 650 convidados, de 21 países de diferentes continentes - América, Europa, Ásia e África -, que tiveram a oportunidade de participar de uma programação variada, com palestras sobre novas tecnologias e também sobre temas com foco na Sociedade 5.0, como cidades inteligentes e mais humanas, diferenças culturais em um mundo hiperconectado, criatividade e a inovação e seus valores. Outro tema em destaque foi o conceito de servitização (servitization), que implica a oferta integrada de produtos e serviços, de modo a adicionar valor para o cliente e contribuir para a construção de relacionamentos duradouros. “Durante o evento, mostramos exemplos reais de ofertas Furukawa baseadas nesse conceito”, afirma Flávio Marques, gerente da área de Engenharia de Aplicações da empresa. “Um deles é o programa FTTx Full Service, que fornece aos ISPs a solução completa de infraestrutura de rede óptica, com todos os serviços associados ”, explica. Marques ressalta que a programação do Furukawa Summit também ofereceu aos participantes a oportunidade de conhecer novas tecnologias que estão surgindo para atender às futuras demandas das comunicações, como as novas redes ópticas com capacidade de 400 gigabits. “A intenção é mostrar como as redes ópticas estão evoluindo para atender à demanda exponencial por banda, provocada por aplicações como streaming de vídeo, pela indústria de games em geral e, ainda, pela Internet das Coisas (IoT) e pelas futuras redes 5G”,explica Marques. Na exposição paralela à conferência, a Furukawa também apresentou suas mais recentes soluções para os diversos segmentos em que atua, dentro do conceito de servitização. Para o mercado de ISPs, por exemplo, a companhia mostrou a linha de soluções para redes FTTx (fibra óptica até o usuário) que permite investimento de acordo com a demanda, com flexibilidade para a expansão da rede. Entre os destaques dessa linha estão sis-

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temas pré-conectorizados de fábrica – como o EZ!Star e MDU!Click -, que tornam a instalação mais simples e rápida, reduzindo o tempo de ativação do cliente. Para atender situações que demandam a combinação de tecnologias de fibra óptica e sem fio, a Furukawa apresentou também uma nova linha de rádios digitais direcionada às operadoras de telecomunicações, provedores de internet, utilities e governo. A linha inclui equipamentos UHF ponto-a-ponto, para transmissões a longas distâncias com taxas de até 1 Gbps, em enlaces com obstrução e sem repetição; rádios ponto-multiponto em frequências licenciadas e, também, rádios da banda E que podem ser utilizados, por exemplo, na interconexão das novas antenas de redes 5G. O sistema FIS também esteve em demonstração na exposição, em uma aplicação voltada a plantas industriais (manufacturing). Em outra demonstração, a solução óptica Laserway foi o centro da simulação do ambiente de comunicação de um hotel. Para o mercado de data centers, o foco foram as soluções prontas para as redes de altíssima velocidade – 400G Ready. “Em todos os casos, nossa proposta de servitização Full Service, permite que oferecemos a solução acompanhada de serviços como pré-projeto, treinamento e consultoria, que adicionam valor real para o parceiro e para o cliente”, acrescenta Marques. “O produto da Furukawa não são cabos e acessórios, mas sim a entrega de uma rede de comunicação funcional para o cliente”, defende. Marques também aponta que vãrias empresas tem procurado a fabricante para ampliar a capilaridade de seus negõcios e oferecer novos serviços para seus clientes. “Enxergamos que há grande espaço para que integradores de segurança aproveitem nossa oferta de servitização e começem a buscar novos clientes do mercado de ISPs”, exemplifica. Lançado neste ano, o prêmio Furukawa Electric Awards, entregue no último dia do evento, reconheceu e divulgou os casos de inovação envolvendo o uso de soluções da marca. Dos 11 cases premiados, seis foram implantados no Brasil e os demais em quatro países da América Latina. A lista completa de vencedores pode ser conferida lendo o QR Code desta reportagem. DS


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Case Study Global Cargo Panamá

Monitoramento logístico Empresa de gerenciamento de cargas e logística do Panamá permite que seus clientes possam acompanhar suas mercadorias em tempo real utilizando câmeras da Arecont Vision e plataforma Milestone Systems por Redação

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a chamada Zona Franca de Cólon, no Panamá, existe uma área denominada France Field, onde a empresa Mays Zona Libre possui um grande complexo de entrepostos, compreendendo aproximadamente 400.000 m² fracionados em três níveis. Este complexo é composto por seis grandes galpões, e no galpão situado ao extremo oeste da área, opera a Global Cargo Panamá, uma empresa que oferece soluções logísticas de gerenciamento e armazenamento de mercadorias para organizações no mundo inteiro. A empresa precisava monitorar seu entreposto de armazenagem com um sistema que permitisse disponibilizar visualizações segmentadas para diferentes usuários e, assim, poder oferecer a seus clientes a possibilidade de verificar suas mercadorias em tempo real. Por isso, buscou o auxilio da empresa AST Group. “A Global Cargo Panamá nos contatou há alguns anos pois precisava monitorar os 20.000 m² de seu galpão, com um sistema polivalente que também lhes permitisse ampliar seu portfólio de serviços”, declara Moshe Singer, gerente geral da AST Group S.A. Além do monitoramento Embora ter um espaço vigiado já permitisse aumentar os índices de segurança, o principal objetivo da Global Cargo Panamá era o de dispor de uma ferramenta que viabilizasse a oportunidade de oferecer a seus clientes a tranquilidade de saber que sua carga está sendo vigiada em todos os momentos. Para monitorar os 20.000 m² de espaço de armazenamento, a AST Group implantou estrategicamente 21 câmeras da Arecont Vision nos três níveis do entreposto.

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Nas áreas de acesso foram instaladas quatro câmeras de 3 MP K Corridor Mega View 2, modelo AV3226PMIR; na área de docas de carga e descarga, foram instaladas outras três câmeras SurroundVideo de 180°, modelo AV8185DN. Em complemento, ao longo do galpão foram instaladas mais oito câmeras de 2 MP da Arecont Vision Mega View 2 Corridor; e finalmente seis câmeras Omni SurroundVideo de 360° posicionadas nas partes centrais do galpão. Os diferentes ângulos de visão captados por essas 21 câmeras e todas as imagens são transmitidas para um servidor Husky M50, da Milestone Systems, com capacidade de armazenamento para até 3 meses.

Galpão da Global Cargo Panamá possui 20 mil m2 de espaço de armazenamento, atendendo diversos clientes globais que passam pela Zona Franca de Cólon


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA EM SOLUÇÕES DE SEGURANÇA

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Case Study Global Cargo Panamá

Com o app Milestone Mobile, os operadores de carga podem gravar vídeos utilizando seus dispositivos móveis, em qualquer local no entreposto, e transferir os conteúdos diretamente para o servidor para disponibilizar, em tempo real, a situação das cargas com os clientes

Ao todo, são 21 câmeras da Arecont Vision, alguns com múltiplos sensores, conectados ao servidor Husky M50, com capacidade para armazenar até 3 meses de gravação

Com o arquivamento das imagens no servidor, o software de gerenciamento de vídeo Milestone Systems XProtect Professional proporciona a gestão dos direitos de acesso através de listas de usuários, com permissões para visualização de imagens específicas. “O software possibilita que a Global Cargo transmita a seus clientes um link, com seus respectivos nomes de usuário e senha, para verificação de suas cargas. O usuário, seja a partir de um computador ou de um dispositivo móvel, pode verificar o status de sua mercadoria, saber quando entrou no depósito e por qual porta, ou ainda se houve alguma mudança de localização”, explica Moshe Singer. Naturalmente, a equipe da Global Cargo também utiliza este sistema para otimizar seu trabalho de logística e a segurança patrimonial, utilizando entre outras funções os alertas de movimento e de status das câmeras, que estão acessíveis também em seus dispositivos móveis pessoais. Após a instalação e configuração do sistema, a equipe da AST Group ofereceu um treinamento para os administradores da plataforma na Global Cargo. “Nessa capacitação foi enfatizado a utilidade do conteúdo dos vídeos interativos disponível no site da Milestone para que a equipe possa atualizar os conceitos sobre as características do software de gerenciamento sempre que necessário”, ressalta o gerente geral. Ampliando a oferta de serviços Com essa nova infraestrutura, a empresa teve a possibilidade de oferecer outros serviços para seus clientes na cadeia de processos de mercadorias no mesmo depósito, como, por exemplo, os serviços de embalagem, rotulagem e produção de vestuário, entre outros. “Se o cliente selecionar e adquirir uma dessas opções, ele poderá verificar em tempo real a quantidade de pessoal que foi atribuído ao referido trabalho, além do espaço, das horas de trabalho, do tratamento que é realizado para a mercadoria, entre outros detalhes”, acrescenta Singer. “Essa capacidade gera uma confiança mútua, pois é uma forma de corroborar o investimento que será realizado”. Outro ponto destacado pelo gerente geral é a capacidade da Milestone fornecer licenças por câmera e não por visualização. “Isso é muito importante pois quanto maior o número de câmeras, maior

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o custo do projeto”, diz Moshe. “Com a Milestone podemos usar quatro câmeras com multi-sensores visuais, com uma única licença, e isso nos permitiu oferecer várias opções ao cliente em termos de custos, pois a capacidade de visualização são considerados para definir a capacidade do equipamento, mas não para o pagamento de licenças”. Além disso, a AST Group disponibilizou uma licença para o aplicativo Milestone Mobile. Com ele, é possível gravar vídeos no dispositivo móvel pessoal e enviá-lo diretamente para o servidor Milestone. Após o processamento, esse vídeo fica acessível aos usuários com as permissões correspondentes. “Nem tudo pode ser visto através das imagens das câmeras. Se um operador abre um contêiner e observa que ele está danificado ou em mau estado, pode então gravar um vídeo com o Milestone Mobile e assim a empresa tem uma prova, em tempo real, do estado que a mercadoria chegou até o local”, argumenta Moshe Singer. Projetos futuros Com o decorrer do projeto e suas vantagens para a operação, tanto a Global Cargo quanto a Mays Zona Libre, já demonstraram interesse em estender essas soluções para outras áreas do entreposto, incluindo todo o complexo. “O fato de ainda dispor de capacidade no Husky, que pode gerenciar até 180 câmeras, motiva o cliente a expandir o sistema, quando necessário para demandas pontuais no âmbito da segurança”. Analíticos de vídeo para o reconhecimento óptico de caracteres e leitura de placas de veículos também são considerados muito úteis para as empresas, possibilitando a utilização para verificação e rastreamento de contêineres, agilizando os processos de tráfego dentro do complexo e tornando mais fácil o carregamento, a contagem e o controle de acesso dos caminhões. Esses benefícios ajudam a determinar os tempos reais de cada processo, oferecendo um valor agregado para o cliente, que pode saber se a empresa de transporte entregou sua carga a tempo, a que horas o caminhão entrou no complexo, entre outros parâmetros. “É isso que eles desejam obter no futuro para minimizar as queixas e reclamações dos usuários”, destaca o gerente geral. Para Singer, essas tecnologias permitem que o cliente cresça como quiser. “Se desejar expandir o número de câmeras beneficiando das capacidades do Husky, isso poderá ser feito. Se preferir que cada empresa no complexo gerencie seu sistema de forma independente, isso também poderá ser realizado”, explica. “São soluções flexíveis que me possibilitam até dizer aos clientes: nós crescemos como você quiser”, enfatiza. Para este projeto na Global Cargo Panamá, o Husky M50 foi configurado inicialmente com o software de gerenciamento de vídeo XProtect Professional, mas a licença deverá ser atualizada para a versão Corporate visando preservar todos os recursos e benefícios da plataforma VMS. DS



Case Study Vicente López

Análise proativa Município de Vicente López, na região metropolitana de Buenos Aires, implementou um sistema com mais de 1.350 câmeras Full HD e analíticos inteligentes de vídeo visando a prevenção de crimes e um planejamento operacional eficaz na cidade por Gustavo Zuccherato

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onhecida por abrigar alguns dos bairros mais nobres da região metropolitana ao norte de Buenos Aires, incluindo o da residência oficial do Presidente da Argentina, a cidade de 300 mil habitantes, Vicente López, é um alvo que atrairia a atenção de qualquer criminoso. Em 2012, no entanto, o governo local decidiu transformar o município, apostando em criar uma Cidade Segura e Inteligente e estabelecendo uma meta de prevenção proativa ao invés de responder a uma queixa apenas após o crime ser cometido. Assim, o município buscou uma solução de vigilância que permitisse extrair um valor real do sistema de monitoramento e apostou no uso de analíticos para ajudar lidar com a capacidade operacional limitada de observar todos os feeds de vídeo, tanto ao vivo como gravados. A Exanet foi a integradora contratada para fornecer um sistema de monitoramento escalável, moderno e unificado. Inicialmente, cerca de 700 novas câmeras IP fixas e dome PTZ da Axis Communications foram instaladas, substituindo antigos modelos analógicos, em vários prédios governamentais, ruas e no transporte público. Entre os modelos destaca-se a AXIS Q6000-E, câmera multi-sensor de 360° capaz de monitorar, sozinha, uma área

de até 20 mil m² com capacidade de zoom para obter detalhes. Vicente López foi o primeiro município argentino a implementar esse modelo de câmera. Além disso, o projeto de migração IP também contemplou câmeras dos modelos anti-vandalismo P3364-EF para pontos de ônibus e os kits para vigilância móvel composto pela unidade de processamento F44 e a unidade de sensor F1005-E. Este número cresceu e, atualmente, o município já conta com mais de 1.350 câmeras e tem a meta de, até 2020, ter mais de 1.500 câmeras Full HD fazendo o monitoramento e gravação das imagens 24 horas por dia, 7 dias por semana, em várias regiões do município. Todas as imagens são conectadas ao Centro de Monitoramento Urbano (CMU) e são controladas pelo software VMS Milestone XProtect Corporate. Dentro desta proposta do governo de buscar a prevenção proativa dos crimes e diante desta imensidão de imagens, se tornou imperativo que o sistema oferecesse inteligência para detectar infrações de trânsito e os riscos de segurança rodoviária, descobrir atividade criminosa potencial ou incidentes de segurança, e automatizar as investigações de vídeo pós-evento, permitindo a execução

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Case Study Vicente López

Vicente López possui mais de 300 mil habitantes e abriga alguns dos bairros mais nobres da região metropolitana da Buenos Aires

da lei com imagens de alta qualidade, o mais rápido possível. Assim, a Exanet também forneceu a solução de análise de vídeo savVI da Agent Vi, integradas diretamente em mais de 370 câmeras fixas Axis P1365 e acessível diretamente do CMU. O savVi oferece um conjunto avançado e automatizado de ferramentas de análise de vídeo, permitindo a detecção de eventos em tempo real, pesquisa de vídeo e Inteligência de negócios. A integração com o Milestone XProtect Corporate permite que os alertas e clipes de detecção de incidentes em tempo real, além das pesquisas forenses permitidas pela plataforma savVi, apareçam diretamente no Milestone XProtect Smart Client, otimizando a experiência dos operadores.

Mesmo sem informações detalhadas, o departamento de investigações de Vicente López foi capaz de usar as capacidades de pesquisa de vídeo do savVi para localizar e identificar rapidamente a gangue responsável por roubar um grande veículo comercial

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Cidade já conta com mais de 1.350 câmeras Full HD, fixas e PTZ, da Axis Communications em vários locais públicos

Para definir quais analíticos e onde eles seriam implementados, foram determinados comportamentos típicos em áreas de risco. Esses perfis foram usados para definir e programar as regras de detecção em tempo real do savVi que alertam para cenários incluindo aglomeração e perambulação em áreas públicas, como prédios do governo e instituições educacionais, a análise de velocidade para detectar congestionamento de tráfego, veículos parados em cruzamentos e em áreas, veículos dirigindo na contra-mão, objetos abandonados em edifícios públicos, violações de perímetro, entre outros.. Após a detecção de um evento em tempo real, o sistema também pode disparar automaticamente mensagens de áudio transmitidas através dos alto-falantes AXIS C3003-E. Esses dispositivos IP foram instalados em áreas abertas como uma extensão do projeto e auxiliam na meta da cidade de se tornar uma cidade inteligente até 2020. Além disso, o recurso de pesquisa de vídeos do savVi foi ativado para começar a coletar metadados para permitir a investigação de atos criminosos pós-incidente, com o objetivo de reduzir drasticamente o tempo de investigação em situações que demandam respostas rápidas. Os recursos de Inteligência de negócios (BI) do savVi, como contagem de pessoas e veículos, também são utilizados por Vicente López para fornecer informações através de análise estatística automatizada de volumes de tráfego, tendências de movimento e padrões de movimento. Os dados relativos a pessoas e veículos são apresentados através de ferramentas avançadas de visualização, como mapas, gráficos e mapas de calor. Com toda essa infraestrutura, Vicente López passou a ser uma referência latino-americana do movimento global de Smart Cities, usando a tecnologia para reduzir o crime e otimizar os serviços oferecidos à população. Tais resultados e tecnologias, ajudaram o município a receber alguns eventos dos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018.



Case Study Vicente López

Usando a capacidade de detecção em tempo real do savVi, o departamento de investigações de Vicente López conseguiu resolver um caso de vandalismo em andamento em um prédio público

As capacidades analíticas do savVI foram utilizadas para proteger as competições de BMX Freestyle e Skate no Parque Urbano de Buenos Aires. Uma “cerca tecnológica”, compreendendo regras de detecção de savVi, como cruzar uma linha, permanência, ocupação, objeto suspeito e proteção de ativos, foi configurada. Esses recursos de análise de vídeo desempenharam um papel fundamental na proteção de atletas, visitantes e convidados VIP, ajudando a interromper violações de segurança à medida que ocorriam e, por extensão, interrompendo possíveis incidentes antes que eles escalassem. Em nível urbano, graças às capacidades em tempo real do savVi, a equipe de segurança de Vicente López conseguiu administrar o vandalismo em prédios públicos. Em um desses casos, depois de receber uma queixa sobre pichação aparecendo durante a noite em um prédio da administração do governo, a equipe de segurança configurou o savVi em câmeras com visualização para o local. Na noite seguinte, o savVi gerou um alerta sobre uma pessoa que estava vagando na calçada em frente ao prédio. A patrulha policial mais próxima foi despachada, a pessoa foi flagrada no ato de vandalismo e foi presa. Vicente López também abriga muitas concessionárias de automóveis, de forma que o savVi também é usado para combater o alto nível de roubo de veículos na área. Em um caso recente, os recursos de pesquisa de vídeo do savVi foram usados para localizar um caminhão específico que havia sido roubado. Embora a equipe de segurança não tivesse informações detalhadas no momento em que o roubo foi relatado, os parâmetros de pesquisa abrangentes no recurso de pesquisa de vídeo do savVi permitiram que os operadores de segurança reduzissem o tempo de pesquisa nos vídeos gravados, resultando em imagens relevantes entregues ao departamento de investigação. O veículo foi localizado, e várias prisões foram feitas. Implementar a análise de vídeo produziu resultados comprovados em termos de prevenção e tomada de decisões sobre crimes, afirma Martin Gasulla, Subsecretário de Segurança do Departamento de Segurança do Município de Vicente López. “Através da combinação de diferentes tipos de análises, conseguimos agilizar nosso monitoramento de câmeras e nossas ações preventivas”, disse. “Adaptamos nossos protocolos para responder com mais precisão aos alertas emitidos pelo sistema

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de análise de vídeo, permitindo respostas imediatas que, por sua vez, melhoram a prevenção ao crime”. Já Sebastian Perez, diretor geral do Departamento de Segurança da Prefeitura de Vicente López, diz que a proatividade do sistema melhorou substancialmente nas câmeras que utilizam os analíticos. “Detectamos atos criminosos e respondemos imediatamente, enquanto outras detecções foram úteis na prevenção de possíveis futuros crimes”. “A missão da Exanet é fornecer aos seus clientes soluções que agreguem valor, e é por isso que estamos muito felizes em trabalhar com o Agent Vi”, ressaltou Hugo Menegozzi, CEO e co-fundador da Exanet. “Consideramos a análise de vídeo do Agent Vi um elemento-chave para conquistar implantações em grande escala, como o projeto de Vicente López”. Por fim, o vice-presidente de vendas para as Américas da Agent Vi, Miki Schwartzberg, diz ter orgulho de cooperar para oferecer o mais alto nível de segurança possível ao município de Vicente López. “A integração otimizada do Agent Vi com a Axis e a integração perfeita com o Milestone permite que nossa solução execute todos os três aplicativos em hardware limitado, sem restrições quanto ao número de regras e tipos de aplicativos por câmera. Isso, por sua vez, fornece ao cliente escalabilidade e desempenho superior”. DS

Sistema de BI do savVi permite o planejamento operacional da cidade para além da segurança



Entrevista Angelo Guerra - NEC Brasil

Segmentar A NEC Brasil está ampliando o seu time de gestão para expandir seus negócios e acelerar o crescimento em novos mercados. Saiba mais nesta entrevista exclusiva com Angelo Guerra, recém-anunciado vice-presidente para o Brasil. por Gustavo Zuccherato

Confira essa entrevista completa e outros conteúdos exclusivos em nosso portal www.revistadigitalsecurity.com.br

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econhecida fornecedora de soluções de telecomunicações e TI para operadoras, empresas e governo, a NEC tem passado por uma série de mudanças em sua operação para fomentar um crescimento acelerado em novos mercados, incluindo cidades inteligentes e segurança integrada. No final de 2018, a operação brasileira da multinacional japonesa recebeu um novo presidente totalmente focado no desenvolvimento dos negócios no país, Yasushi Tanabe. Quase um ano depois, em setembro de 2019, foram anunciados mais dois novos vice-presidentes. Com ampla experiência no setor de tecnologia, Angelo Guerra chegou para assinar como novo vice-presidente, carregando uma bagagem de cerca de 19 anos de atuação na Nokia, sendo 14 de-

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les em uma trajetória internacional, chegando ao cargo de vice-presidente regional para América Latina da companhia finlandesa. Além dele, Rogério Reis foi definido como vice-presidente de segurança cibernética. Executivo com 23 anos de experiência no mercado de segurança, com especialização em Cybersecurity pela Universidade de Harvard, Reis atuava anteriormente na diretoria da Arcon, empresa adquirida pela multinacional japonesa em 2016. Na posição desde o dia 1° de julho, a Digital Security teve a oportunidade de ser o primeiro veículo de mídia a ter contato com Angelo Guerra. Nesta entrevista exclusiva, falamos sobre quais são os novos mercados que a companhia está buscando, tecnologias biométricas e os planos futuros para o mercado brasileiro.


Entrevista Angelo Guerra - NEC Brasil

Digital Security: Por que dessas mudanças e o que efetivamente isso representa para o mercado brasileiro? Angelo Guerra: Desde 2016, quando a NEC fez o investimento na aquisição da Arcon no Brasil, a empresa vem procurando se posicionar em uma outra dimensão. O conceito da marca NEC hoje é “Orchestrating a Brigther World” (Orquestrando um mundo mais brilhante) e isso representa que ela está buscando trabalhar em um mercado onde você possa privilegiar e melhorar as condições humanas da nossa sociedade, incluindo, entre outras coisas, a parte de segurança. A NEC vem se preparando para isso em um nível global. Hoje, a companhia ainda é uma empresa muito focada no mercado japonês e cerca de 80% da receita ainda vem do mercado japonês. No entanto, desde abril de 2018, a NEC contratou Akihiko Kumagai, um executivo sênior especializado no desenvolvimento de negócios globais para comandar uma equipe com foco nessa expansão internacional. Essa estratégia de crescimento também ajudou na minha decisão de somar meus conhecimentos ao time da NEC. A chegada do novo presidente para o Brasil, Yasushi Tanabe, em novembro de 2018, foi justamente para tocar esse projeto e para que nós possamos crescer em mercados além do de telecomunicações. Hoje, cerca de 2/3 do faturamento da NEC Brasil está relacionado ao mundo de Communications Service Providers (CSP), ou seja, das operadoras de telecom. O que estou fazendo nessa nova estratégia é desbalancear a minha equipe, ou seja, eu estou colocando 2/3 da minha força de vendas para trabalhar em negócios do setor público e privado que não estão relacionados às operadoras. É um mercado importante sim, mas o que a NEC está buscando nessa nova etapa é crescer no que não vem deste mundo de telecomunicações. O Rogério é uma pessoa que fez toda a sua carreira no mercado de segurança cibernética e eu tenho mais de 20 anos atuando no mercado de telecom, passei 14 anos fora e voltei para o Brasil para me unir à família NEC. Nesses meus 14 anos fora do país, eu sempre estive ligado ao mercado de telecom, e há cerca de 3 anos eu estava liderando um processo de uma empresa totalmente ligada ao mundo de CSP e fazia essa vertente para o mercado não-CSP. Eu estou trazendo essa experiência de desenvolver outros mercados para a NEC.

A NEC quer crescer sem depender 100% do mercado de operadoras de telecomunicações. Por isso, estamos dedicando 2/3 da nossa força de vendas para outros negócios

Digital Security: De que forma essas mudanças devem interferir no dia a dia e nas formas de trabalho da NEC no Brasil? Angelo Guerra: Nas conversas que tive com os executivos da NEC antes de ser contratado, nós discutimos muito como crescer sem depender 100% de operadoras. Não que não seja importante o negócio com operadoras para a NEC, mas nós mantemos um crescimento estático nesse área e precisamos buscar outras formas de crescer ainda mais. Sob a minha gestão, o que devemos fazer a partir de 1° de outubro é uma nova estratégia baseada em dois principais pilares. O primeiro é se posicionar como um forte integrador, onde trazemos muitos parceiros da NEC, tanto globais como locais. O outro pilar é de atendimento para empresas, utilities e setor público. Neste segundo caso, a estratégia está focada no portfólio fim-a-fim que a NEC tem hoje. Parte já está no Brasil e parte estamos trazendo. Falo sobre toda a parte de segurança, com biometria, análise de vídeo e integração de diversos dispositivos para Smart Cities; de um braço muito forte na área de energia; de displays; de High Power Computer (HPC); projetores de cinema; entre outras coisas que são pequenas, mas que dentro deste portfólio fim-a-fim, fazem sentido. Por essas várias possibilidades de negócios que temos e o potencial de crescimento que essa proposta traz, estamos dedicando 2/3 da nossa força de vendas para esse nosso pilar estratégico. Digital Security: Como vocês fornecem as soluções para o mercado em cada uma dessas linhas de negócio? Angelo Guerra: No mercado de CSP, a NEC é a própria integradora, trazendo os parceiros para a integração na solução para o cliente. Já para o mercado de setor público e privado, existe duas possibilidades. A NEC pode entrar como um integrador Prime, ou seja, o principal integrador de um projeto, e eu agrego, por exemplo, câmeras de vídeo, a parte de fibra óptica e serviços; ou a NEC entra como um parceiro em grandes projetos, como foram nas arenas da Copa do Mundo do Brasil no qual as construtoras contratam várias empresas especializadas e a NEC entrou como um dos participantes. Existem outras linhas que estamos reavaliando para, talvez, trabalhar através de canais, que tem pouco a ver com segurança mas no qual a NEC é reconhecida mundialmente, que é o caso das linhas de PABX, de projetores de cinema e displays. Hoje, ainda não temos uma posição clara se vamos para uma estratégia de canais, se vamos atender com venda direta ou se trabalhamos através de distribuidores. Digital Security: Por que vocês optaram por trabalhar dessa forma? Angelo Guerra: Eu acho que não é bem uma opção. Depende da necessidade do mercado. No mundo de operadores, não existe outra forma de atuar se não for essa. Neste mundo mais novo, de cidades inteligentes, de segurança pública, depende muito dos editais. Às vezes o edital é tão amplo que a NEC não tem como entrar sendo a principal provedora e precisa se associar com outras empresas e parceiros. Mas, no fim das contas, o cliente é quem manda. Se o mercado quer produto, a NEC vende produto e a melhor forma, às vezes, é através de canais. Temos uma qualidade da nossa engenharia, do nosso atendimento e serviço que nos possibilita prover produtos não só nossos como também de parceiros. É uma estratégia de integração muito forte onde a NEC agrega mais valor para o cliente. Por outro lado, tem clientes que só querem comprar o PABX,

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Entrevista Angelo Guerra - NEC Brasil

Hoje falamos de reconhecimento facial para segurança pública, mas essa tecnologia também pode ser aplicada para melhorar a experiência do cliente, para operações financeiras, para inteligência de negócios. É uma tecnologia que pode trazer eficiência operacional e até economia de energia por exemplo, e para a entrega desse produto, estamos avaliando se a melhor estratégia possa ser através de canais. Digital Security: Como vocês segmentam os parceiros e qual o processo para algum interessado fazer uma parceria com a NEC como um canal? Angelo Guerra: Há tanto parcerias estratégicas de produtos e tecnologia como também de canais. Na parte de parcerias de tecnologia, dentro do nosso portfólio, temos algumas segmentações. Há parceiros da parte de wireless, de fibra óptica, de biometria, de infraestrutura IP, de provedores de serviço, enfim, são vários segmentos de tecnologia. A forma de entrar dentro dessa cadeia de parceiros é apresentando o produto para nossa equipe. Temos uma engenharia grande, nós fazemos a análise e se for interessante para ambas as partes, a parceria pode ser estabelecida. Nós participamos de várias provas de conceito dentro do mercado e entrar em parceria em uma prova de conceito é uma maneira de entrar no nosso grupo de parceiros. Na linha de canais, nós ainda estamos em um processo de definição. É uma área que eu tive pouco tempo para me dedicar ainda, mas já contratamos uma pessoa especializada em canais e, junto com o representante do Japão que passou um período conosco, estamos redesenhando essa estratégia. Digital Security: Falando especificamente de biometria, que é a linha de produtos da NEC mais aderente ao mercado de segurança, vocês pensam em atuar através de canais?

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Angelo Guerra: Acho que para a biometria a NEC vai atuar exclusivamente de maneira direta. Principalmente porque é um produto core da NEC e também porque existe uma gama muito ampla de aplicações. Hoje falamos de reconhecimento facial para segurança pública, mas essa tecnologia também pode ser aplicada para melhorar a experiência do cliente, para operações financeiras, para inteligência de negócios. Um exemplo que utilizamos é a parceria que estabelecemos com o Japan House, na Avenida Paulista, onde implementamos soluções que fazem a análise estatística do perfil do público, qual sua faixa etária, que horário ele entra, quanto tempo eles passam lá. Com isso, é possível direcionar a administração e estratégia de todo o negócio. Para essa parte de biometria, é direto. Não é através de canais ou integradores. Eu até posso entrar em um projeto como uma parte de um projeto maior de um integrador prime, agregando o conhecimento e tecnologia de biometria, mas não que um terceiro faça isso. Um exemplo é que, hoje, os 14 aeroportos do Brasil que tem fronteira com o mundo internacional usam o produto de reconhecimento facial da NEC para operações alfandegárias, no qual a NEC entrou como um participante de um projeto muito maior. Outro caso bacana é o reconhecimento facial que gera uma experiência de usuário otimizada. Pesquisa recente realizada pela Delta Airlines no Aeroporto Internacional de Atlanta mostrou que os viajantes internacionais preferem uma experiência biométrica fim-a-fim. 70% dos respondentes consideraram a experiência de reconhecimento facial fim-a-fim atraente após experimente o serviço. 72% preferem o reconhecimento facial ao embarque padrão e 93% não tiverem problemas ao usar a tecnologia no embarque. A Star Alliance, uma das maiores alianças de companhias aéreas do mundo, assinou em agosto deste ano um acordo com a NEC para implementar, em alguns aeroportos americanos, essa experiência. O reconhecimento facial permitirá dispensar a impressão do cartão de embarque e o cliente poderá fazer check-in, entrar na sala VIP da Star Alliance, despachar a bagagem e até embarcar no avião sem apresentar nenhum documento. O diretor de operações da Delta, responsável por esse projeto na Star Alliance, disse que o grande motivo dele ter feito isso foi a eficiência operacional. Todas as pessoas querem ir para o aeroporto perto da cidade e não dá para ficar construindo aeroportos novos dentro da cidade, então é preciso dar eficiência para esse aeroporto já existente. O gargalo desta eficiência é a entrada e saída das pessoas. Se você acelera o processo de identificação destas pessoas através do uso de biometria facial, você melhora a experiência do cliente e ainda tem a possibilidade de até duplicar a capacidade do aeroporto. Só para finalizar os exemplos: no Japão, anunciaram recentemente a combinação do uso de QR Code e reconhecimento facial para otimizar a experiência dos usuários de caixas eletrônicos. Além da experiência, da modernidade e de poder reduzir os caixas eletrônicos, existe um menor consumo de energia, porque o usuário fica menos tempo utilizando o caixa eletrônico já que não tem aquelas várias etapas de confirmação de identidade. Quando você multiplica esse menor consumo de energia para milhares de caixas eletrônicos, há uma economia fenomenal de energia e de consumo de CO2. No final das contas, o reconhecimento facial pode ajudar até a diminuir o impacto ecológico da humanidade no planeta. Digital Security: Quando falamos na área de segurança física, a NEC atua fortemente desenvolvendo soluções relacionadas à bio-


Entrevista Angelo Guerra - NEC Brasil

metria e inteligência artificial. Esse tipo de tecnologia já atingiu um nível de maturidade, de desenvolvimento tecnológico, para servir a qualquer projeto de segurança? Angelo Guerra: Acredito que sim. Hoje, o algoritmo que faz a análise facial utiliza 80 pontos de referência da face e, em questão de milissegundos, ele já faz o batimento desses pontos em relação às referências da sua iris, da boca, do nariz, das orelhas. Talvez a tecnologia avance ainda mais. Quando falamos de biometria hoje, falamos de biometria facial, de impressão digital, da palma e até auricular, que era algo que, antes de entrar na NEC, eu nunca tinha ouvido falar. Imagine que você está falando no celular, o alto falante gera um vibração para dentro do seu ouvido e recebe uma reflexão de volta, que pode ser identificada por um sensor específico que gerará dados sobre o formato e a profundidade da sua orelha, que também é um padrão único para cada pessoa. A NEC começou a pesquisar sobre biometria de impressão digital há 40 anos, há 30 anos já começou a estudar a face, e hoje já temos tudo isso. O que permitiu todo esse desenvolvimento que conhecemos hoje é a questão do poder computacional e de rede. Quando você une o alto poder computacional e a alta velocidade da rede com a biometria, as aplicações que você pode ter são inúmeras e acabam virando outras que nós nem conhecemos ainda. Então é muito difícil prever o que vai vir por aí. De qualquer forma, o aumento do poder computacional permitiu que a tecnologia deixasse de ser algo exclusivo de sistemas complexos para o governo e passaram a ser usados para outras aplicações. O mundo financeiro, por exemplo, é um dos que mais bebe dessa fonte. Na parte de segurança, no entanto, é importante ressaltar que os criminosos sempre estão buscando meios para burlar os sistemas e a melhor resposta para isso é a integração: quando você integra duas tecnologias biométricas, como a facial e a de impressão digital, por exemplo, você eleva absurdamente o nível de confiabilidade de uma solução. Junte isso aos analíticos de comportamento e aos sistemas de segurança cibernética, e há um nível muito alto de segurança. Há várias possibilidades de investimento em tecnologia para se fazer um controle de segurança adequado. Digital Security: As questões relacionadas à biometria e à Internet das Coisas geram discussões infindáveis entre empresas, sociedade e governo para formatar leis que não impeçam o desenvolvimento tecnológico ao mesmo tempo que garantem a proteção de direitos conquistados. Qual o papel e o poder que uma grande integradora e desenvolvedora de soluções como a NEC tem nesse cenário? Angelo Guerra: A NEC exerce um papel importante como player de tecnologia. Já são 40 anos que estamos estudando esse assunto. Recentemente, a Copa América teve um caso de uma identificação errada de uma pessoa através do reconhecimento facial que gerou todo um questionamento. Como esse é um assunto polêmico pela proteção da imagem do cidadão, o próprio governo de São Francisco (EUA) proibiu o reconhecimento facial na cidade. Eu acredito que, se fizermos uma pesquisa, as pessoas estarão dispostas a ceder as suas imagens para serem verificadas em sistemas de reconhecimento facial desde que o governo ofereça a contrapartida de uma melhor segurança. No Brasil, está havendo um movimento importante de discussão nesse sentido. No ano que vem, também entra em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Quando falamos em segurança biométrica e segurança pública, não podemos tratar com amadorismo. Tudo que acontece de boom no mercado, gera uma onda de empresas querendo entrar nesses mercados. A NEC não é uma empresa que está chegando agora

O papel preponderante da NEC é na divulgação da tecnologia e na participação das discussões relacionadas ao tema. Recentemente, fomos convidados pela Câmara dos Deputados de Brasília para mostrar os casos e compartilhar as informações sobre a tecnologia de biometria. Em nossa matriz, temos um escritório específico para tratar sobre essas legislações de proteção de dados e os produtos da NEC já são todos compliance em relação à isso. Privacidade é um direito fundamental e o governo, sim, tem o papel de proteger o cidadão. Enxergamos todas essas legislações como algo muito positivo. É preciso adotar algumas regras para o mundo privado se adaptar. Esse papel do governo é muito importante e a NEC está aqui para contribuir e apoiar isso porque, dependendo de como se dão as discussões, podem acabar matando uma tecnologia que é boa para o cidadão. Quando falamos em segurança biométrica e segurança pública, não podemos tratar com amadorismo. Tudo que acontece de boom no mercado, gera uma onda de empresas querendo entrar nesses mercados. A NEC não é uma empresa que está chegando agora. Somos um player que começou esse negocio de biometria há 40 anos, em uma solução de parceria entre o Japão e os Estados Unidos para melhorar a segurança. Hoje em dia, levamos essa mesma seriedade e capacidade para outros mercados. Como uma das empresas mais experientes nesse mercado de biometria, estamos sempre abertos a contribuir e ajudar no entendimento e desenvolvimento da tecnologia. DS

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Artigos Vendas

Vender mais para os mesmos clientes, é possível? por Eduardo Tardelli*

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er uma grande carteira de clientes ativa, sendo, a maior parte, fidelizados e recorrentes é o desejo de qualquer empresa e empresário, justificando, muitas vezes, o alto valor na aquisição do lead. Com um LTV (Life Time Value) grande, se tem um gap maior para gastar na aquisição, além de muitas vezes tornar o comprador/usuário um “advogado” da marca. A aspiração é grande, assim como o desafio de conquistar esse patamar. A pesquisa “Vendo além da ilusão de fidelidade: é hora de investir de forma mais inteligente”, da Accenture Strategy, empresa global de consultoria de gestão, Tecnologia da informação e outsourcing, aponta que 80% dos brasileiros estão diminuindo sua fidelidade em níveis que afetam o lucro das empresas. Junto a isso, a grande maioria dos consumidores (83%) trocaram de fornecedores de um ano para outro e 36% confiam que suas expectativas sobre fidelidade de marca mudaram completamente. É fato: o consumidor brasileiro é infiel e o adversário (a concorrência) enorme. Ao empresário, cabe buscar, diariamente, alternativas para manter o faturamento de vendas e o time ganhando. O start é ter em mente que nós, seres humanos, temos atitudes e reações distintas diante de uma oferta, com diversas objeções prontas e outras, formatadas conforme o modelo de negociação. Com isso, é preciso que as companhias entendam as linguagens da fidelidade dos seus clientes mais lucrativos e implementem a combinação ideal para garantir que elas ofereçam as experiências que impulsionam defesa, retenção e crescimento. As estratégias, portanto, devem considerar a dúvida e as necessidades do consumidor – e trabalhar em cima delas. Para uma empresa, por exemplo, que vende produtos físicos em pontos específicos, pode ser muito mais interessante trabalhar estratégias de PDV. Já para empresas B2B com grandes contas, inbound marketing,

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80% dos brasileiros estão diminuindo sua fidelidade em níveis que afetam o lucro das empresas [...] As estratégias de fidelização devem considerar a dúvida e as necessidades do consumidor

venda consultiva e um funil de vendas mais complexo geralmente são caminhos a se considerar. Para as que possuem modelos SAAS, os clientes aceitam bem serviços com diferenciais competitivos, personalizando atendimentos. Portanto, o time em campo e a escolha de cada player deve ter grande atenção, assim como a qualidade do que é oferecido. Ressalto que vender dentro da base previamente conquistada é sempre mais fácil – a conquista do campo adversário costuma ser mais árdua do que o emplacamento; fora que a interação com clientes ativos para evolução dos serviços/produtos é algo que acaba gerando um ciclo em que se evolui o que é ofertado pensando no usuário, e, em resposta, o usuário vê valor nas novas soluções da empresa, continuando dentro da base, com feedbacks para melhorias. Mantê-la saudável e interessada no seu serviço é sempre benéfico. Olhar para o cliente e ofertar o que ele precisa é ganho para todos: consumidor e empresa. Tenha isso em mente e trabalhe com o melhor do seu time, em termos de atendimento, e no desenvolvimento de produtos para que o crescimento e o placar estejam sempre a seu favor! DS

*Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) extraídos da internet e outras bases de conhecimento



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