Digital Security 92

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Ano 8 • No 92 • Abril/2019

92 ISSN 2238-5711

www.revistadigitalsecurity.com.br

Referência em tecnologia para o mercado de segurança eletrônica

Entrevista MARCELO ANNARUMMA PRESIDENTE PARA AMÉRICA LATINA DA IDEMIA

Universidade Estadual de Maringá

VISIBILIDADE FULL HD INIBE VANDALISMO E AUMENTA SEGURANÇA EM CAMPUS UNIVERSITÁRIO

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Editorial

Repensando Redação Publisher

Eduardo Boni (MTb: 27819) eduardo.boni@vpgroup.com.br Editor Assistente

Gustavo Zuccherato gustavo.zuccherato@vpgroup.com.br Coordenador Editorial

Flávio Bonanome flavio.bonanome@vpgroup.com.br

Arte Flavio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br

Comercial contato@vpgroup.com.br

Presidente & CEO Presidência e CEO

Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br

E

ncerrada a edição da ISC, em Las Vegas, é normal já imaginar o que veremos por aqui, tanto na versão brasileira do evento como nos outros eventos que movimentam a segurança eletrônica no país. Este ano, o evento norte-americano destacou oito pontos em torno dos quais a indústria apresentou seus lançamentos. Foram eles: cloud, inteligência artificial, robótica, credenciais móveis, áudio, biometria facial, 5G LTE e controle de voz. Muitas dessas tecnologias já estão disponíveis no País e contam inclusive com comitês que se debruçam sobre elas estudando, mapeando e criando soluções que possam atender as novas necessidades do mercado brasileiro. Nesse cenário de permanente evolução e mudanças, é normal que algumas tendências saiam de cena e outras tomem seu lugar. No entanto, se é verdade que o mercado deve espelhar a experiência e a realidade do Brasil, penso que devemos parar um pouco e refletir. Convido os leitores para que olhemos para trás, retrocedendo uns seis, talvez sete anos. A realidade das feiras de segurança naquela época era bem diferente da que temos hoje; muitos produtos sequer existiam, algumas das modernas tecnologias de hoje eram simples esboços mas mentes e projetos dos engenheiros – sem falar nos modelos de negócios, bem diferentes daqueles que temos atualmente. O passar dos anos, no entanto, não trouxe só coisas novas; ele tirou das nossas vistas ambientes que, à época, pareciam exagero: exposição de armas de fogo dos mais diversos calibres, estandes repletos de coletes à prova de balas, treinos de tiro e itens próprios para uma verdadeira guerra urbana que naquele período tinham seu espaço garantido nos eventos. Numa época de “paz” como aquela, soava realmente estranho que tais estandes dividissem espaço com players de outras vertentes do mercado. Era como se a tecnologia nos distanciasse de um mundo real e truculento. Passados esses anos todos, com o Brasil importando novos métodos de violência – antes vistos apenas nos EUA e nos cinemas – é de se pensar se aquele cenário nas feiras lá atrás (de 2012/2013) eram realmente um exagero. Claro, temos eventos específicos para armas e defesa, como o LAAD, mas antes havia um “repertório variado”, na qual o mundo formado por pessoas (e não apenas máquinas e tecnologia) não ficava órfão. Quem sabe, olhar para trás e repensar a realidade tomando emprestado modelos de eventos de países do Oriente Médio ou dos EUA não nos aproxime mais da atual realidade brasileira?

Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br Digital Security Online www.revistadigitalsecurity.com.br

Tiragem: 22.000 exemplares Impressão: Gráfica Mundo

Al. Madeira, 53, cj. 91, 9º andar - Alphaville Industrial 06454-070 - Barueri, SP – Brasil + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br

Eduardo Boni Publisher

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Sumário

produtos e serviços

Panasonic

pg10 Fabricante reforça linha i-Pro Extreme com seis modelos com infravermelho

HID Global

pg10 Nova ferramenta de realidade aumentada e leitora biométrica

CASE STUDY

Universidade Estadual de Maringá

pg24 Campus implementa sistema de monitoramento inteligente como forma de ampliar sua visão e se preparar para o futuro

Axis Communications

pg12 Sétima geração dos processadores ARTPEC chega ao mercado

Mercado

Certificações

pg14 Bosch disponibiliza cursos online de sistemas de segurança

Ao todo, são 159 câmeras e sistema de gestão da Vivotek e analítico de leitura de placas para proteção dos 1,2 km² de área total

Dahua

pg14 Arrow ECS é a nova distribuidora da marca no Brasil

AlarmTek

pg16 Novos consultores comerciais reforçam time para expandir mercados

entrevista

Marcelo Annarumma

pg28 Presidente para América Latina da IDEMIA

E mais novidades da Genetec, Hanwha Techwin, Furukawa, RealNetworks e Digifort...

Eventos

ISC West

pg 20 Continuando a sequência de recordes, o evento reuniu mais de 30 mil visistantes para presenciar o que há de mais moderno no mercado de segurança.

ARTIGO

A inteligência artificial na indústria de segurança pg34 4



Produtos e Serviços

Hanwha Techwin

Companhia apresenta duas novas linhas de

A

Hanwha Techwin apresentou neste mês de abril duas principais novidades: a nova série de cämeras Wisenet X Plus, pensadas para fácil instalação e gerenciamento; e a série Wisenet Q Mini, com design super compacto de apenas 99mm. A instalação e manutenção simples das câmeras Wisenet X Plus são as características únicas da série, possibilitadas pela sua estrutura modular e PTRZ motorizado. O design modular permite uma experiência de configuração sem esforço, utilizando ímãs para bloquear módulos de sensores na carcaça, além da possibilidade de pré-configuração de IP para a rede, apenas conectando um cabo Ethernet na câmeras. Segundo a Hanwha, isso torna as câmeras da série Wisenet X Plus uma das mais rápidas para instalar, reparar e atualizar, economizando tempo do instalador. O PTRZ motorizado também melhora a comodidade ao permitir controle remoto, simplificando ainda mais a instalação e os ajustes adicionais. Além disso, o ângulo de inclinação da câmera foi ampliado para oferecer maior flexibilidade no posicionamento da câmera e casos de uso. Enquanto o ângulo de inclinação convencional permanece em 67 graus, a câmera X Plus tem uma faixa de inclinação estendida de até 85 graus. A linha ainda inclui sensor giroscópio para detecção de impacto e choques físicos incomuns; e reproduz áudio de até cinco men-

sagens pré-gravadas para situações definidas pelo usuário. Com certificações que variam entre IP66, IP67, IP6k9K e IK10+ e faixa de temperatura operacional entre -50° a 60° C, as câmeras são ideais para ambientes desafiadores. A nova série Wisenet Q mini traz um novo patamar em termos de tamanho reduzido para a Hanwha. Com apenas 99 mm (3,9 polegadas) de dimensão, cerca de 40% menor que a do seu antecessor, a linha é ideal para instalação no teto ou na parede, dentro ou fora de lojas de varejo. A série Wisenet Q mini é composta por quatro câmeras dome (QND-6011 / QND-6021 / QND-8011 / QND-8021) que suportam resolução de 2 a 5 megapixels. A Hanwha Techwin também planeja lançar vários tipos de séries Q mini, incluindo câmeras olho-olho e olho de peixe, neste ano, para expandir a satisfação do cliente. Esta linha apresenta duas lentes (2,8 mm e 4 mm), que permitem aos usuários selecionar e usar de acordo com a direção e o ângulo desejados. A “Vista do Corredor” possibilita o monitoramento vertical ou horizontal em espaços longos e estreitos de algumas lojas, como corredores. Também suporta a saída HDMI (modelos QND-8011 e QND-8021) para ajudar os usuários a se conectarem diretamente a um monitor ou TV para exibição pública, enquanto a “plataforma Open” fortalece a conectividade com empresas de terceiros. DS

ISS

Desenvolvedora lança novas versões

A

ISS (Intelligent Security Systems) apresentou neste mês de abril duas novas soluções que potencializam as capacidades analíticas da sua plataforma, o sistema de reconhecimento facial SecurOS FaceX, e a nova solução de detecção de violação de tráfego em tempo real SecurOS Crossroad. O FaceX promete resolver desafios de longa data para o reconhecimento facial relacionados a ângulos de visualização de câmeras, expressões faciais e diversas condições de iluminação, proporcionando uma gama muito maior de correspondências de identidade e autenticação. A solução compara imagens capturadas com bancos de dados de indivíduos conhecidos ou rostos capturados de fluxos de vídeo, expandindo o uso de reconhecimento facial para procurar indivíduos durante eventos de desdobramento. As pesquisas também podem ser realizadas por características faciais específicas contra várias listas de observação e um banco de dados praticamente ilimitado de imagens faciais. O FaceX também suporta autenticação multifator

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para implementação com sistemas de controle de acesso. A Solução de Detecção de Violação de Tráfego SecurOS Crossroad é alimentada pelo SecurOS Auto ANPR (Reconhecimento Automático de Placas de Veículos) da ISS para fornecer detecção em tempo real de violações de tráfego complexas com identificação altamente precisa do veículo que comete a infração. O SecurOS Crossroad monitora vários veículos e comportamento de pedestres em cruzamentos e estradas potencialmente perigosas. A solução pronta para uso detecta automaticamente os veículos que operam com luzes vermelhas e sinais de parada ou que estão viajando na direção errada, sem seguir os sinais da estrada ou cedendo aos pedestres, e várias outras violações. Projetado para integrar-se perfeitamente aos sistemas Safe City, o SecurOS Crossroad também gera dados detalhados de estatísticas de tráfego, que podem ser usados nos sistemas de gerenciamento de tráfego dos municípios. DS



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Banco de dados

Poder de processamento

Deep Learning

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL O FUTURO DA SEGURANÇA ELETRÔNICA

Reconhecimento Filtragem de Facial Falsos Alarmes

Contagem de Pessoas

Algoritmos Estruturados

Busca e Comparativo de Pessoas

Mais segurança e mais inteligência ao seu alcance.


Produtos e Serviços

Panasonic

Fabricante reforça linha i-Pro Extreme

A

Panasonic incorporou seis novos modelos compactos com capacidades de infravermelho (IR) a sua série i-Pro Extreme. Alguns equipamentos permitem imagens nítidas coloridas de dia e à noite. Com estas características, esta linha resulta em aplicações de vigilância onde a confiabilidade das provas é primordial em caso da acidentes. A linha inclui versões indoor e outdoor em 1080p e 720p, assim como modelos que se adaptam a características de veículos e podem ser boas opções para vigilância dentro de trens e ônibus. A funcionalidade integrada de visão noturna em cores permite ao usuário distinguir os tons de cor de roupas e das latarias dos automóveis mesmo com pouca luz (com luminância mínima necessária de 0,03 lux). Os Leds infravermelhos melhoram a visibilidade de localidades sem ilu-

minação, facilitando a identificação de pessoas e seus movimentos mediante imagens em preto e branco. Outra das vantagens desta linha é seu nível de visibilidade, garantindo por sua lente grande angular com campo de visão de 109 graus em horizontal e 73 graus em vertical. Um modo especial permite aos integradores conseguir um campo de visão de 90×270 graus, ideal para monitoração de corredores e vielas. Os chassis compactos dos modelos da família permitem uma instalação facilitada e discreto para pequenas lojas, portões automáticos, etc. Como os modelos anteriores da série, as seis novas câmeras incorporam a tecnologia iA (Intelligent Auto) que permite gravar automaticamente imagens de alta qualidade independente das condições ambientais. As câmeras são instaladas com microfones para a gravação de áudio. DS

HID Global

Nova ferramenta de realidade aumentada

A

HID Global apresentou no mês de abril duas principais novidades: uma nova ferramenta de realidade aumentada, o HID AR Reader Tool, e a sua nova leitora iClass SE RB25F. Com o objetivo de potencializar a forma como integradores, instaladores e consultores implantam e usam os produtos de controle de acesso da companhia, o HID AR Reader Tool acelera e otimiza a instalação, simplificando as atualizações no local e oferecendo suporte com uma poderosa combinação de dados 3D e animações guiadas em ambientes reais. “Recuperando dados em 3D e colocando-os no mundo real, a ferramenta percorre um longo caminho no uso da tecnologia da realidade aumentada, para proporcionar à comunidade de instaladores, integradores, consultores e especificadores da HID, recursos evoluídos para projeto, revisão, colaboração, instalação e suporte de sistemas de controle de acesso”, explica Stephen Carney, vice-presidente de marketing de produtos da HID Global. Além disso, a ferramenta de realidade aumentada promete reduzir o tempo de chamada de manutenção e o tempo de inatividade, otimizando a comunicação e a colaboração entre equipes locais e remotas. Ela também aprimora o treinamento de instalação e agiliza a modificação de instalações, com implantação guiada e passo a passo, atualização e resolução de problemas através de modelos

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3D no cenário real de implantação. As organizações podem usar HID AR Reader Tool para maximizar os investimentos na modelagem de informação da construção (BIM, por sua sigla em inglês), o processo de geração de representações digitais de locais físicos. O BIM pode então ser usado para acompanhar o progresso da instalação, identificar discrepâncias e garantindo a qualidade, sobrepondo modelos e informações relevantes no mundo real. Ele também pode ilustrar com clareza e confiança a intenção e o impacto do projeto, para todos os envolvidos no controle de acesso, a fim de acelerar a tomada de decisões. Já a nova leitora de impressáo digital iClass SE RB25F leva a autenticação biométrica para as portas ao utilizar a tecnologia multiespectral para identificação das digitais em menos de um segundo, reduzindo significativamente os atrasos que antes eram sintomáticos nas soluções biométricas. “A poderosa combinação da tecnologia multiespectral altamente confiável da Lumidigm da HID e a construção robusta da leitora, com IP67 e classificações antivandalismo IK09, agora permite que os clientes implantem a autenticação com impressão digital, em uma ampla gama de ambientes da vida real. A leitora também é configurável em campo, por meio de uma conexão de rede, e foi projetada para facilitar a migração de soluções tradicionais e exis-



Produtos e Serviços

tentes com leitoras de impressão digital”, complementou Carney. A tecnologia de imagem multiespectral da HID captura imagens da superfície e da sub-superfície da pele, para que todos os tipos de impressões digitais, de pessoas de qualquer idade, possam ser lidos de forma rápida e confiável, em condições ambientais frias, secas, sujas, molhadas e desafiadoras. Tudo isso, conjugado com a detecção confiável de vivacidade para prevenção de falsificação, possibilita que a leitora iCLASS SE RB25F forneça a validação em tempo real, de que as impressões digitais são genuínas e perten-

cem a uma pessoa viva que esteja fisicamente presente no ponto de autenticação. Para maximizar a segurança, a leitora ainda inclui proteção óptica contra alterações e suporta o protocolo OSDP (Protocolo Aberto de Dispositivos Supervisionados), bem como a tecnologia Seos da HID para autenticação em várias camadas entre a leitora e as credenciais. Toda a gestão pode ser feita pelo HID Biometric Manager, incluindo a atribuição de direitos de acesso e atualização remota, com todo o registro dos eventos em múltiplas leitoras. DS

Axis Communications

Sétima geração de chipsets ARTPEC

A

Axis anunciou em abril a 7ª geração de seu próprio chip ARTPEC, otimizado para vídeo em rede. O novo chip fornecerá uma série de novos recursos e funcionalidades para as câmeras de rede da fabricante, incluindo imagens ainda melhores e a possibilidade de executar análises mais avançadas no dispositivo. Além disso, como o chip é totalmente desenvolvido pela Axis, ele fornece uma camada de controle para a segurança cibernética. A partir de agora, o novo chip será a base para a grande maioria dos produtos de vídeo em rede da Axis, com a Axis P1375 sendo uma das primeiras câmeras a receber o novo modelo. “Na atual situação do mercado, acreditamos que a Axis tem uma forte vantagem competitiva como um dos poucos fabricantes com nosso próprio sistema no chip”, diz Johan Paulsson, diretor de tecnologia. “Temos controle total sobre todos os transistores, o que é muito bom do ponto de vista da confiança e da segurança cibernética. Além disso, ao contrário de outros chips, não é um design genérico para todos os fins. Pelo contrário, é 100% otimizado para criar soluções de vídeo em rede de alta qualidade da Axis”. Graças a um pipeline de processamento de imagem completamente reprojetado, o chip melhora ainda mais as tecnologias exclusivas da Axis que foram criadas para lidar com condições difíceis de iluminação. Por exemplo, o Lightfinder 2.0 fornecerá cores mais saturadas e realistas em ambientes de pouca luz, junto com as imagens mais nítidas de objetos em movimento, mesmo nas áreas mais escuras. Da mesma forma, o WDR Forense fornecerá imagens mais nítidas de objetos em movimento, bem como detalhes em cenas com iluminação de fundo ou cenas com grandes diferenças entre as áreas mais claras e mais escuras. O aumento da sensibilidade à luz também amplia significativamente a faixa de iluminação das câmeras Axis com iluminação IR (infravermelho). Futuras câmeras Axis também permitirão que os usuários escolham entre a codificação de vídeo H.264 e H.265, dependendo do que melhor atende às suas necessidades de sistema e vigilância. Tanto o padrão de codificação em combinação com a tecnologia Axis Zipstream agora exigirá menos largura de banda e espaço de

armazenamento sem sacrificar a qualidade da imagem. Além disso, os usuários têm a liberdade de reavaliar sua escolha de codec a qualquer momento, caso seus requisitos sejam alterados. O ARTPEC-7 permite recursos de segurança “integrados” para câmeras Axis, incluindo firmware assinado para que apenas firmware autorizado e seguro possa ser instalado, e inicialização segura, que impede a inicialização de firmware não autorizado. Por fim, esse chip possui um mecanismo de detecção de objetos em tempo real que possibilitará aos parceiros da Axis desenvolver análises para detectar e diferenciar automaticamente pessoas, rostos e objetos. DS

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PRESENTE EM MAIS DE 9 MIL AGÊNCIAS BANCÁRIAS PELO PAÍS O sistema de segurança e autodefesa da Alarmtek integra videomonitoramento, alarme e neblina para desorientar qualquer ação de bandidos. Instalada em mais de 9 mil agências bancárias pelo país, a tecnologia também é indicada para proteger farmácias, joalherias, ERB’s, casas lotéricas e outros alvos.

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Mercado

Certificações

Bosch disponibiliza cursos online

A

Bosch Security and Safety Academy disponibiliza cursos online gratuitos para profissionais que trabalham com integração e planejamento de sistemas de segurança, proporcionando flexibilidade aos participantes que desejam conhecer melhor as soluções da marca, que envolvem: sistemas de detecção de incêndio, alarme de intrusão, vídeo vigilância, controle de acesso, sonorização e evacuação por voz, conferência e software de gestão integrado. Os treinamentos estão disponíveis nas categorias – Professional, Expert e Master – que facilitam a indicação sobre o progresso da capacitação já realizada e o nível de conhecimento adquirido em cada uma delas. Além disso, para comprovar a competência técnica, são aplicados exames ao longo do caminho de aprendizado e, ao final, o participante recebe uma certificação. Mais informações sobre plataforma, grade de cursos e cadastro, acesse: https://www.boschsecurity.com/xl/pt/suporte/ treinamento/. DS

Dahua

Arrow ECS é a nova distribuidora

A

Dahua Technology anuncia parceria com a americana Arrow Enterprise Computing Solutions, distribuidora mundial de produtos, serviços e soluções para empresas públicas e privadas. Com o intuito de consolidar a sua participação estratégica junto ao mercado brasileiro, a Dahua Technology certificou a Arrow ECS para fazer parte da rede de distribuidores de valor agregado, após um criterioso processo de negociação e avaliação, finalizado em abril deste ano. A participação da Arrow ECS junto ao ecossistema de canais da

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Dahua Technology, permitirá uma integração inteligente de segurança eletrônica com outras tecnologias, possiblitando a entrega de um pacote de soluções completo, que engloba grandes players mundiais de outros componentes necessários a entrega de projetos de tecnologia, como segurança de redes, networking, datacenter e cloud, além de parceiros de VMS. Para a Dahua Technology, a parceria com a Arrow ECS é uma grande oportunidade, pois o novo parceiro poderá oferecer um atendimento especializado, dotado de agilidade logística, eficiência operacional e soluções comerciais, além das soluções de alta tecnologia com total suporte do fabricante. De acordo com Carlos Brito, General Manager da Arrow ECS Brasil, “a Dahua Technology é um novo parceiro que chega para somar em nossa estratégia, já que seu portfólio de produtos possibilita integração com diversas tecnologias já comercializadas pela Arrow ECS, como soluções em networking, armazenamento, big data, inteligência artificial, machine learning, entre outros”. “Buscamos concentrar nossos esforços em canais qualificados e reconhecidos. Sem sombra de dúvida, todos os nossos distribuidores oferecem uma estrutura de alto padrão e total alinhamento com a nossa política comercial” diz Fabio Lopes, Diretor de Canais da Dahua Technology. “Nosso propósito é ser a principal marca do mercado, oferecendo uma linha sofisticada de soluções para videomonitoramento inteligente”, acrescenta. DS



Mercado

AlarmTek

Novos consultores comerciais reforçam

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specialista em soluções de segurança e autodefesa, a Alarmtek prevê expandir mercados em 2019 e, para isso, contratou dois novos consultores comerciais. Com mais de 20 anos de experiência em soluções estratégicas de negócios, o executivo José Carlos Amorim Hollaender, atuará na Alarmtek no desenvolvimento de novos negócios e estratégias competitivas. O gestor conta com experiência para a expansão de novos negócios, inserção de produtos em novos mercados e estratégias corporativas. Já trabalhou em empresas como Indigovision, Protege e Bosch. A empresa também trouxe para o time comercial o especialista em Segurança, CFTV e Tecnologias para Smart City, Sérgio Dourado. O profissional se dedicará no contato com clientes nacionais

em busca de soluções para desorientar qualquer ação de bandidos. Dourado acumula passagens em empresas como Smartmotion, Hanwha Techwin, Comtex e Multiway. Com estatísticas que indicam a possibilidade de transformar mais de 95% dos crimes em uma tentativa frustrada, a Alarmtek busca novos clientes em setores que, normalmente, contam com estratégias mais tradicionais de segurança. Instalada em mais de 9 mil agências bancárias, a tecnologia da Alarmtek está pronta para atender também loterias, farmácias, joalherias, estações remotas de companhias elétricas e telefônicas ou qualquer outro ambiente que necessite uma resposta ativa para evitar prejuízos ainda maiores. DS

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Ueric Melo é o novo engenheiro de aplicações da Genetec no Brasil

Novo diretor da Hanwha Techwin no Brasil revela projetos para ampliar presença no País

Furukawa lança portal de treinamento a distância sobre redes de comunicação

RealNetworks anuncia parceria com a Digifort para reconhecimento facial 16


Transforme sistemas de câmeras antigos em soluções eficientes de AI Appliance de AI Avigilon

Projetado para alto desempenho, capacidade e resiliência, o Appliance de Inteligência Artificial Avigilon (Appliance de AI) oferece hardware de última geração e vem em dois modelos comportando até 60 câmeras de 2 MP para escalabilidade empresarial.

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avigilon.com/pt-br/ai-appliance | asksales@avigilon.com © 2018, Avigilon Corporation. Todos os direitos reservados. AVIGILON, o logotipo da AVIGILON, AVIGILON APPEARANCE SEARCH, AVIGILON CONTROL CENTER e ACC são marcas registradas da Avigilon Corporation.




Eventos ISC West 2019

ISC West 2019 Continuando a sequência de recordes, o evento reuniu grande audiência para presenciar o que há de mais moderno no mercado de segurança.

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igurando como principal evento focado em segurança pública e privada nas Américas, a ISC West 2019 fechou mais uma edição atingindo números expressivos. Durante os quatro dias de atividades no pavilhão Sands Expo em Las Vegas, o evento reuniu mais de 950 expositores e marcas, sendo que 200 delas eram novidades para esta edição, além de ter mais de 30 mil pessoas passando pelos seus corredores, outro recorde. Refletindo as tendências de mercado e a urgência por colaboração entre diferentes equipes e parceiros, um dos elementos mais notáveis da ISC West foi um público misto entre usuários finais de sistemas de segurança e decisores ligados ao setor público, além dos grandes distribuidores e integradores do mercado. Conforme a conversão entre ciber-segurança e as aplicações do mundo físico continua a crescer, os

visitantes também passaram a ter este perfil, com cada vez mais profissionais das área de TI interessados nas tecnologias oferecidas nos estandes e os temas do congresso. Dividindo seu espaço de forma temática, a ISC 2019 trouxe áreas como Segurança Automatizada, Segurança Conectada, Segurança Pública, Pavilhão da Casa Conectada, etc. O principal destaque ficou para a Zona de Tecnologias Emergentes, espaço para Startups do mercado que viu um crescimento de 47% com relação ao ano anterior. A equipe da Digital Security esteve presente durante todos os dias do evento para trazer as principais novidades do evento em tempo real para os profissionais brasileiros. Você confere todos os materiais produzidos em nossa FanPage no Facebook (https://www.facebook.com/ digitalscbr), ou escanendo os códigos abaixo: DS

Digifort

HID

Em parceria com a Uniview, a Digifort BR marca presença na ISC West apresentando os novos recursos da versão 7.3 da sua plataforma de monitoramento que está prestes a ser oficialmente lançada.

Bosch

Axis Communications

A Bosch Security and Safety Systems está lançando sua nova câmera de plataforma aberta, inaugurando uma abordagem diferenciada permitindo que terceiros desenvolvam novos analíticos para serem integrados à câmera. Confira esta e outras novidades na entrevista com Robson Marzochi.

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Fortalecendo sua aposta em soluções de mobilidade, a HID Global Brasil lança na ISC West um novo terminal da linha iClass SE que utiliza biometria ou credenciais móveis para controle de acesso.

A Axis Communications está inaugurando a sua nova geração de processadores, os ARTPEC-7, com o lançamento de uma série de novas câmeras, além de outros produtos para sonorização e controle de acesso.



Eventos ISC West 2019

Digicon

Seventh

A Digicon marca mais um ano de ISC West com a apresentação da sua tecnologia de multizonas. Confira na entrevista.

Hikvision

Por mais um ano, a Seventh garantiu seu espaço na parceira Uniview para apresentar seus mais recentes lançamentos e novidades para suas plataformas de gestão.

Avigilon

Destacando suas soluções de inteligência artificial, a Hikvision do Brasil apresenta novos produtos e aplicações para os mais variados mercados na ISC West.

Dahua

Pelco

Com a proposta de verticalização e integração completa entre suas soluções, a Dahua Technology Brasil sente uma retomada do crescimento de negócios em terras brasileiras.

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Após um ano da aquisição pela Motorola Solutions, a Avigilon permanece como uma forte marca de sistemas de gestão e analíticos inteligentes.

A Pelco, Inc. está apostando na nuvem e na inteligência artificial para oferecer maior consciência situacional para seus clientes.



Case Study Universidade Estadual do Maringá

Fazer mais, Universidade Estadual do Maringá implementa sistema de monitoramento inteligente como forma de ampliar sua visão e se preparar para o futuro

por Gustavo Zuccherato

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período de crise político-econômica pelo qual o Brasil passou nos últimos anos têm exigido que instituições públicas busquem formas de economizar custos com o mínimo possível de impacto em suas operações. Neste sentido, a tecnologia é uma aliada crucial para superar esse desafio, especialmente na área de vigilância.

Campus da UEM possui aproximadamente 1,2 km2 e é monitorado por 159 câmeras da Vivotek

Recebendo um público médio diário de cerca de 18 mil pessoas, entre alunos, docentes, técnicos administrativos e população local que passam pelo seu campus de aproximadamente 1,2 km² de área total, a Universidade Estadual do Maringá (UEM), no Paraná, completou no final de 2018 a implantação de seu sistema de vídeo monitoramento com mais de 150 câmeras e uma infraestrutura preparada para expansões futuras. De acordo com a equipe da UEM responsável pelo projeto, capitaneados pelos servidores Rodisney Redivo, Ezeni Claro da Silva e Itana Maria de Souza Gimenes, a decisão pela implantação do sistema veio a partir de um desafio operacional fruto da falta de renovação do quadro de colaboradores além, é claro, da necessidade de um apoio para elucidação de ocorrências, como furtos de celulares e bolsas de alunos e casos de invasão de blocos para roubo de projetores, notebooks e outros equipamentos. “Há 20 anos, o setor de vigilância possuía um efetivo de 130 servidores. O câmpus cresceu em número de blocos e de alunos, mas houve redução de servidores, dado que o último concurso efetivo foi em 2012”, disse. “Estamos sempre buscando otimizar os serviços e, por isso, a implantação do monitoramento foi fundamental, já que conseguimos monitorar uma área maior mesmo com um número enxuto de servidores”. Tratando-se de uma universidade pública, o projeto de monitoramento foi possibilitado através de um processo licitatório de con-

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ANUNC


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Case Study Universidade Estadual do Maringá

Centro de Controle possui 4 workstations e 9 telas para a visualização das imagens por até três operadores simultaneamente

corrência, realizado ainda em 2016 e conquistado pela empresa Tecsel Alarmes em um projeto de pouco mais de R$ 2 milhões. Dado o longo período entre a elaboração do projeto inicial para a licitação e a efetiva implantação das soluções, o projeto teve que ser atualizado. “Como o projeto foi elaborado por volta de três anos antes da sua execução, o cenário da universidade se modificou e os principais desafios foram contextualizar o projeto com o cenário atual para que o mesmo fosse viabilizado e entregue da melhor forma possível”, pontuou Fábio Arrias, diretor da Tecsel Alarmes. “Sempre conversamos com os vigilantes e a comunidade acadêmica para verificar os pontos a serem monitorados e colocamos esses pontos para a TECSEL, buscando o melhor caminho para mapear e executar o projeto para melhor atender a instituição”, ressaltou Redivo. De forma geral, as câmeras monitoram as entradas e saídas de veículos e pessoas, além de estacionamentos e algumas vias principais da universidade e corredores de salas de aula. Ao todo, são 159 câmeras da Vivotek, fornecidas pela distribuidora Alphadigi. Todas possuem qualidade mínima de Full HD (2 MP) e tecnologia de compressão avançada Smart Stream II, sendo 97 do modelo bullet IB8369A, 24 bullets IB8367A, 19 domes FD8169A, 4 speed domes SD9362-EHL e 15 kits de leitura de placa de veículos Vivotek IP816A-LPC, composta por câmera e iluminador infravermelho que pode captar informações de veículos em velocidades de até 140 km/h. Todas as câmeras são conectadas através de um anel de fibra óptica de 22 km ao datacenter do Núcleo de Processamento de Dados (NPD) da universidade, sendo armazenadas em dois servidores Supermicro, cada um contendo 102 TB de capacidade, suficiente para guardar as imagens de todas as câmeras em alta resolução por aproximadamente 40 dias. “A grande maioria das câmeras, por serem externas, utilizam cabeamento óptico monomodo autossustentado”, pontua Arrias. “As câmeras foram conectadas à blocos chaves que atuam como subcentralizador. Esses blocos, então, são conectados pelo anel óptico, pelo qual trafegam os dados até o NPD e onde é feito o armazenamento das imagens. Já as câmeras internas ou instaladas na estrutura dos blocos, são conectadas via cabo UTP até ao switch PoE Cisco deste bloco, sem nunca ultrapassar o limite de 90 metros”. Todas as imagens são acessadas em um Centro de Controle Operacional dentro do próprio campus da universidade, em uma sala

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climatizada e preparada especificamente para comportar a nova equipe de monitoramento. Ao todo, são 4 workstations com 9 monitores para até três usuários simultaneamente. “Optamos por utilizar o software proprietário da Vivotek, o VAST, como VMS para a gravação e visualização das câmeras, mas também instalamos o Digifort Professional e LPR para fazer a leitura de placas nas 15 câmeras IP816A-LPC utilizadas nos portões de veículos”, explica o diretor da Tecsel. A obra levou 120 dias para ser concluída e envolveu aproximadamente 10 profissionais para entrega no prazo. Os resultados foram imediatos, baseados em uma estratégia de divulgação junto à polícia e à mídia local. De acordo com Redivo, o projeto ofereceu segurança à comunidade universitária, contribuiu para a melhoria dos serviços prestados e inibiu a depredação do patrimônio público. “Graças à qualidade das imagens em Full HD, elas passaram a constar como provas em delitos de diversas naturezas. Em poucos dias de uso foi possível registrar vândalos fazendo pequenos furtos e repassamos as imagens para a polícia”, explica. “Após a divulgação das imagens na imprensa da cidade, já notamos uma rápida diminuição de indivíduos suspeitos dentro do campus, dado que a qualidade das imagens é muito boa e servem como provas, resultando em uma maior resolução de ocorrências”. Agora, a equipe de vigilância da UEM está buscando as demandas de cada departamento do campus para buscar novas tecnologias, como outros video analíticos, e levantar custos para verificar a disponibilidade de recursos. “É certo que um sistema de segurança é, antes de mais nada, um investimento, um esforço executado previamente afim de evitar a perda de algo precioso ou a necessidade de medidas corretivas. O conhecimento científico e as tecnologias empregadas visaram a criação de um sistema completo, escalável, eficiente e versátil, que se adaptasse aos requisitos do usuários, possibilitando oferecer um método inteligente de proteção e registro de eventos suspeitos”, destacou Redivo. Para Arrias, a implementação do projeto foi uma prova da qualidade técnica que a Tecsel pode alcançar. “Uma obra onde permitiu-se utilizar produtos de alta tecnologia e durabilidade, trouxe mais confiança e maior visibilidade a empresa, além da satisfação de executar um bom trabalho que contribui com a diminuição de crimes na Universidade Pública de nossa cidade”. DS



Entrevista Marcelo Annarumma - IDEMIA

Identidades seguras A IDEMIA carrega a expertise de duas gigantes de tecnologia para identificação e segurança digital, buscando unir a facilidade de uso com proteção garantida para seus clientes e parceiros. Entenda as estratégias da companhia nessa entrevista com Marcelo Annarumma, presidente para América Latina. por Gustavo Zuccherato

Confira essa entrevista completa e em vídeo em nosso portal www.revistadigitalsecurity.com.br

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ob o mantra de oferecer “Identidade Aumentada” para os mais variados mercados, a IDEMIA é uma das gigantes mundiais em sistemas de identificação e biometria. Nascida como um reposicionamento de marca no começo de 2018 a partir da fusão entre a Oberthur Technologies e a Morpho, a empresa tem reinventado a sua forma de atuação em todo o mundo. Um ano depois, entrevistamos Marcelo Annarumma, presidente para América Latina da IDEMIA no Brasil para entender as mudanças ocorridas, as tendências e estratégias da empresa no mercado nacional. Digital Security: Quais foram as principais mudanças que adotar o nome IDEMIA trouxe para a operação brasileira? Marcelo Annarumma: Na verdade, a mudança de nome é apenas uma construção de marca. Apesar disso, o mais importante, é a tese de investimento que está por trás do conceito que veio formar a IDEMIA. Nós percebemos que existem duas grandes tendências que estão convergindo no presente, mas mais fortemente ainda no futuro, que é a união entre conveniência e agilidade, com maior transacionalidade e interação entre pessoas, cidadãos e empresas, junto a

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uma preocupação permanente e crescente com a segurança e com a proteção da identidade. Se analisarmos o passado das empresas, a Morpho sempre esteve muito concentrada nessa parte de segurança digital e de biometria enquanto a Oberthur, como uma das empresas que acabou criando os cartões inteligentes na França, estava muito mais preocupada com a segurança e agilidade nas transações, principalmente as financeiras. Vou citar um exemplo: quando você vai entrar em algum site ou fazer qualquer tipo de transação online, você precisa se identificar e se pedirem muita informação ou o processo de autenticação demorar, você simplesmente dá um clique e vai para outro site. Muitas vezes também te fazem perguntas que você se sente incomodado ou até preocupado sobre o que irão fazer com aquela informação, sobre como sua privacidade vai ser protegida e como ela pode estar em risco. Por essas questões, a IDEMIA sempre busca essa convergência de oferecer praticidade, velocidade, agilidade e facilidade para as transações e para as interações ao mesmo tempo em que traz a segurança e a proteção da individualidade, seja uma identidade jurídica ou física, mas garantindo que seja de uma forma natural e transparente.


Entrevista Marcelo Annarumma - IDEMIA

Digital Security: Como está a estrutura operacional da IDEMIA no Brasil? Marcelo: No Brasil temos um grupo grande, situados principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também possuímos uma fábrica importante nos arredores de São Paulo com um centro de serviço onde fazemos toda a parte de personalização de cartões. Lá nós produzimos não só os cartões magnéticos e com chip, mas também os SIM Cards, que são usados nos celulares. Ao todo, na América Latina, nós temos cerca de duas mil pessoas. São duas grandes fábricas na região, mas que também são complementados por outras cinco fábricas nos vários continentes que trabalham de forma interligada. Na América Latina, nós temos sete centros de serviço de personalização e temos equipes e escritórios no México, na Costa Rica, na Colômbia, no Peru, no Chile, na Argentina e no Brasil. Digital Security: Como você segmentam as divisões de negócios dentro da IDEMIA? Marcelo: Internamente nós estamos distribuídos em duas grandes divisões. Uma divisão recentemente criada se chama Secure Enterprise Transactions, que está subdividida em atendimento para instituições financeiras, para operadores móveis e para a área de connected objects, que é voltado para IoT. A outra divisão trabalha com o setor público, com governos, especialmente segurança pública e identidade cidadã. Essa divisão é responsável, por exemplos, por sistemas de votação, por radares inteligentes nas estradas, identificação e gestão de fluxo de pessoas em grandes eventos, em aeroportos, e soluções biométricas importantes para grandes bases de dados nacionais. Basicamente, essa área cuida de tudo que busque identificação e segurança digitais, com a convergência dessas duas tendências. Digital Security: Quais os principais desafios em trazer esse conceito de identidade aumentada para o mercado brasileiro? Marcelo: Temos uma grande vantagem que é o alto índice de aceitação do brasileiro para novas tecnologias. Todas as pesquisas mostram que o nível de adoção de novas tecnologias no Brasil é altíssimo, colocando o país como um dos líderes de penetração de técnicas digitais, de tempo online, entre outros aspectos. O brasileiro é curioso e é um early adopter, ou seja, ele adota rapidamente a tecnologia. Isso é bom. Por outro lado, há dois principais desafios que eu gostaria de pontuar. Em primeiro lugar está o desafio da massificação da educação. Embora a gente tenha muita gente que conhece e que goste da tecnologia, ainda tem muita gente com pouca educação e que tem medo da tecnologia. Ainda hoje há pessoas que têm dificuldade, por exemplo,

A IDEMIA sempre busca a convergência entre praticidade, velocidade e facilidade para transações com a segurança e proteção de identidade

Apesar do brasileiro gostar de tecnologia, ainda enfrentamos dois principais desafios: a massificação da educação e a falta de um movimento para criar uma base de identificação federal de usar um cartão para tirar dinheiro no banco. Esse é o desafio: educar a população para usar a tecnologia para seu benefício. O outro desafio é algo que eu, como cidadão brasileiro, adoraria ver, que seria um movimento para gerar bases de identificação Integradas a nível federal. Hoje o Brasil tem mais de 100 tipos diferentes de documento de identificação, por exemplo. O único número de identificação que é o único no Brasil todo hoje é o CPF. Eu vejo uma grande facilidade de introdução dessas técnicas em países onde existe uma entidade reguladora, que gere essa base biométrica que garante identidade para todos os cidadãos. Essa estratégia traz a reboque uma série de iniciativas, como a possibilidade de reduzir a burocracia, de reduzir fraudes, o combate à corrupção. Hoje, no Brasil, você precisa ir a um cartório para que a pessoa ateste que você está viva ou até para autenticar que um documento é original. Com a tecnologia, se você tiver uma base de validação, você consegue atestar e até “tokenizar” esse documento e colocar no seu celular para torná-lo disponível de forma eletrônica, garantindo, de forma inequívoca, que aquele documento é autêntico. Isso facilita muito mas o problema é que, no Brasil, ainda não temos essa base federal. Uma das dificuldades para se fazer o que chamamos de onboarding digital, o cadastramento digital das pessoas, é que os documentos precisam ser conferidos em um instituto independente, uma base estadual, criando uma dificuldade e uma complexidade desnecessária. No Brasil, já houve o louvável esforço de tentar passar o título de eleitor para o celular, isso já demonstra que é um caminho para a digitalização, mas a gente pode ir muito além, facilitando e agilizando o pagamento entre pessoas, ajudando no processo de inclusão digital e inclusão financeira dos brasileiros, já que ainda há uma parcela significativa da população que não tem acesso aos serviços financeiros ou que tem acesso mas pouco utiliza por desconhecimento. As possibilidades são inúmeras, mas aí tem todo o trabalho de criar padrões e, eventualmente, criar entidades reguladoras que não necessariamente tem que ser de governo, mas que possam criar standards e facilitar o acesso de todas essas tecnologias. Digital Security: Quais soluções da IDEMIA tem mais aderência no mercado nacional? Marcelo: No Brasil especificamente, nós temos uma grande base em um dos maiores bancos do Brasil. Quando você vai fazer as

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Entrevista Marcelo Annarumma - IDEMIA

suas operações financeiras e usa a biometria, por trás daquilo você está usando o motor biométrico da IDEMIA. São dezenas de milhões de correntistas que têm seus dados biométricos estocados de uma forma segura pela IDEMIA. Só para dar uma noção do tamanho, da complexidade e da segurança que a IDEMIA fornece: nós somos responsáveis pela maior base biométrica do mundo hoje, que é o sistema Aadhaar da Índia. No passado, com 1.2 bilhão de pessoas e um nível de analfabetismo grande, uma boa parte dos indianos nem sequer tinha uma identidade. O governo fez um processo louvável nos últimos anos e cadastrou biometricamente todos os indianos. Isso começou a gerar um ecossistema extremamente interessante. Hoje, na Índia, utilizando apenas a sua digital, você consegue mandar dinheiro de uma pessoa para outra, porque ele vai bater contra a base central, que é cuidado por uma entidade do governo. Em cima disso, começaram a ser desenvolvidos vários serviços. Recentemente, uma operadora de pagamentos na Índia anunciou que consegue fazer, por mês, mais transações que toda a rede Amex no mundo e é totalmente através de interface digital. É um sistema de pagamentos interno, da Índia, que identifica os participantes fazendo uso dessa base de dados federal e que é regulada para não ser usada de forma indevida e não expor desnecessariamente a identidade e a privacidade do cidadão. Isso é só para dar uma ideia do potencial alavancador que um projeto nessa área poderia trazer em termos de aceleração de crescimento. Imagine no Brasil, com o nível de empreendedorismo, de avanço tecnológico que temos na área de serviços financeiros, o que uma base como essa não poderia fazer. Digital Security: No que tange especificamente à área de segurança pública e segurança privada, quais são as principais soluções da IDEMIA para o mercado? Marcelo: Só para se ter uma ideia, nós somos fornecedores certificados do FBI e da CIA nos Estados Unidos. Todo o sistema de identificação para você entrar nos EUA é gerenciado pela IDEMIA. Os grandes sistemas de inteligência do mundo, as polícias internacionais, usam a tecnologia biométrica da IDEMIA e soluções em volta desse contexto para fazer a gestão de segurança pública. Na América Latina, a polícia federal argentina, por exemplo, utilizou tecnologia IDEMIA para fazer toda a gestão de segurança da Cúpula do G20 em Buenos Aires. Também temos sistemas específicos para investigação e polícia que, através de vídeo, consegue fazer reconhecimento facial e vai comparar com as bases de terroristas, de pessoas politicamente expostas, para que você tenha possibilidades quase infinitas para gestão de segurança e de fluxo de pessoas. Hoje, o terminal 4 do aeroporto de Changi em Cingapura é todo

Como brasileiros, temos que pensar no país como Estado e não como governo e nos organizarmos para levar propostas para o Estado 30

Utilizando o sistema Aadhaar, na Índia já é possível enviar dinheiro de uma pessoa para outra, autenticando as suas identidades a partir da leitura e comparação da impressão digital com a base de dados federal gerenciado de forma digital com tecnologia biométrica e QR Code, sem intervenção humana, desde a entrada no aeroporto até a entrada no avião. A capacidade dessa tecnologia influenciar na vida, no cotidiano das pessoas é muito grande e importante. Aqui na América Latina, nós atualmente estamos emitindo todos os passaportes e as identidades, com uma impressão segura, para o Chile. Nós ficamos também a cargo da gestão da base de dados biométricos do Governo do Estado Colombiano, a Registraduria Nacional. Também temos a base eleitoral no México, o Sistema Nacional de Registro no Peru, na dnrc. Essa capacidade de bancos de dados federais é muito importante e tem um efeito de cruzamento de dados muito interessante. No Peru hoje, por exemplo, você só consegue comprar um chip de telefone se você fizer a sua identificação através da digital e essa certificação digital vai bater contra a base que nós fazemos a gestão. Essa mesma base ainda pode certificar transações financeiras e dar acesso ao seu local de trabalho, caso trabalhe no setor público. O setor privado também tem usado nossas soluções para o controle de fluxo dos funcionários, inclusive com reconhecimento facial, evitando qualquer tipo de fraude. São possibilidades que mostram que todas essas áreas começam a convergir e como é que você, como cidadão e consumidor ou até como um empresa, tem múltiplas interações com o seu ecossistema. Todas essas tecnologias mostram que é possível realmente combater, de forma quase que transparente, as fraudes, simplificando processos sem precisar utilizar papel. Digital Security: Você fala desse trabalho de construção de bancos de dados e padronizações, mas como você enxerga isso acontecendo no Brasil? Deve ser uma iniciativa que deve surgir do governo ou de instituições privadas que tenham interesse em construir esses bancos de dados? Marcelo: No Brasil, nós esquecemos que o governo tem quatro anos de vida. Nós, como brasileiros, temos que pensar no país como Estado e não como governo. Por isso, acho que deve ser um esforço conjunto de todos os atores, através de comissões, de grupos de padronização, que levem propostas ao governo que naquele momento está no poder mas acho que tem que se pensar nisso


Entrevista Marcelo Annarumma - IDEMIA

como uma política de Estado, porque é um projeto que certamente passará de mais de um governo.. A nossa contribuição seria motivar, participar e colocar à disposição o nosso conhecimento, as nossas tecnologias e as experiências mundiais que nós temos à disposição de um grupo de pessoas que queiram trabalhar como uma comissão para levar propostas para o Estado brasileiro. Eu acho que é algo inevitável: vamos ter que chegar nesse ponto em algum momento, ainda mais em um país com a dimensão e a importância econômica e estratégica que o Brasil tem. Digital Security: Outra área de atuação bastante importante da IDEMIA quando se fala em segurança é o de proteção para a Internet das Coisas, já que lida diretamente com a cibersegurança dessas conexões. O que compõe essa oferta? Marcelo: Nós trabalhamos nestes protocolos, equipamentos e técnicas justamente para conseguir garantir que esses devices, appliances ou qualquer coisa que possa se comunicar com a internet, consiga fazer isso de forma segura e, ao mesmo tempo, fácil de se fazer. Não adianta você ter uma geladeira conectada à Internet que é muito complicada de usar ou que as informações sejam distribuídas e todo mundo use essa informação sem você sequer saber para que. Hoje, já existem mais dispositivos inteligentes do que pessoas ao redor do mundo, e isso terá um crescimento exponencial e o potencial de interação entre pessoas e coisas é enorme. Se a gente tiver essa capacidade de gerar informação, mas não garantir que o uso dessa informação seja controlado e seguro, as pessoas vão começar a ficar com receio e vão passar a não usar. É uma situação interessante porque a IDEMIA atua com segurança e identidade e, vez ou outra, as pessoas vêm até nós com informações de fraudes específicas, como o uso de um dedo de silicone para burlar um sistema. O que digo é que sempre estamos correndo atrás. Geralmente, o falsário e o ladrão tem muito tempo livre para pensar em como burlar os sistemas. Ele sempre inventa alguma coisa e nós, com a área de pesquisa e desenvolvimento, corremos atrás de

Enquanto empresa, nõs não estamos na área de pesquisa. Nosso business é inovação, que é quando se usa a tecnologia e o conhecimento para gerar dinheiro. Se não tangibilizarmos a tecnologia e a tornarmos um produto de fácil consumo no diaa-dia, nós não cumprimos nossa missão.

encontrar formas de bloquear essa tentativa de fraude, pensando preventivamente em possíveis soluções. A IDEMIA tem mais de duas mil pessoas envolvidos na área de pesquisa e desenvolvimento. Investimos 15% do faturamento em P&D, um valor muito elevado. Mas se a tecnologia não se traduz em produtos e soluções que sejam fáceis de serem consumidos, não faz sentido o negócio. Costumo dizer que pesquisa é quando você investe dinheiro para gerar conhecimento e nós, enquanto empresa, não estamos na área de pesquisa. O nosso business é inovação, que é quando usa a tecnologia e o conhecimento para gerar dinheiro. Se não rentabilizarmos e tangibilizarmos a tecnologia e o tornamos em um produto de fácil consumo no dia-a-dia, a gente não cumpriu a nossa missão. Somos uma empresa de tecnologia mas que, através de soluções e serviços, traz essa tecnologia para dia-a-dia. O que a gente espera e quer é poder trabalhar com os cidadãos, com o governo, com empresas e consumidores, gerando soluções para todos os segmentos. Digital Security: Como vocês oferecem todas essas soluções que vocês têm para o mercado? Marcelo: Nós trabalhamos de algumas formas: diretamente com os potenciais clientes, seja através de distribuidores, dependendo do tipo de produto e solução, ou seja através de parceiros de negócio que complementam as nossas soluções com seus próprios componentes ou simplesmente são um implementador das soluções. Esses são os nossos braços estendidos, porque nós não teríamos uma capilaridade tão grande para atender todos os locais. É importante compartilhar as riquezas, então é uma política muito aberta desde que faça sentido de negócio, Nós trabalhamos com 38 estados dos EUA, por exemplo, gerando carteira de motorista, com o departamento de Homeland Security do governo americano mas, da mesma forma, nós também trabalhamos com empresas pequenas. Temos trabalhado muito com startups. Várias das soluções que estamos ofertando e estamos desenvolvendo no Brasil utilizam serviços de startups. Acreditamos nesse ecossistema e, dentro disso, existe uma cadeia, com uma interrelação entre os componentes, mas sem um líder único. Nós temos que estar dentro desse ecossistema, ajudando ele a viver. Nós trazemos investimento e conhecimento, mas também aprendemos, nos desenvolvemos e absorvemos conhecimento dessas outros elementos do ecossistema para fazê-lo cada vez mais forte e mais produtivo. Nossa abordagem é de solidarizar o conhecimento e ampliar. Vamos fazer alguns anúncios em breve aqui no Brasil sobre como a gente vai disponibilizar esse tipo de contato e interação mais aberta com os outros entidades e empresas aqui no Brasil. DIgital Security: Ter soluções tão avançadas quanto o MorphoWave, que faz a captura de impressões digitais em uma passada de mão sem qualquer toque no sensor, pode representar um custo relativamente elevado para um projeto. O estigma de que o mercado brasileiro é bastante sensível à preço também se reflete neste mercado de identificação biométrica? Marcelo: Existe sim uma pressão de preço. O Brasil é um mercado muito competitivo. Toda empresa importante no mundo quer ter uma presença no Brasil, afinal de contas, o país está entre as dez maiores economias do mundo e, como nós comentamos anteriormente, o brasileiro gosta de novidade tecnológicas, então é um mercado especialmente atraente. Existe uma pressão de preço sim, mas eu acho que preço é um atributo. É tudo uma questão de percepção de valor. Se você tiver

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Entrevista Marcelo Annarumma - IDEMIA

com uma doença grave, você vai preferir um cirurgião barato que talvez dê conta do recado, já que sua vida está em risco, ou você vai investir em um especialista que tem uma experiência e uma referência longa de sucesso nessa cirurgia? Eu acho que quando a discussão vai só para o preço, você foi incapaz de demonstrar ao cliente o real valor. O MorphoWave para mim é um dos nossos produtos mais interessantes. Na entrada do nosso escritório central temos o MorphoWave e, todo dia, quando vou embora, a minha distração é tentar enganar o dispositivo e até agora não consegui. Eu passo meus dedos de vários jeitos, rápido, devagar, passo um dedo, passo quatro e ele sempre me reconhece. Tem determinadas aplicações que essa capacidade é impagável, como um centro de pesquisa, por exemplo. Qual prejuízos a empresa pode ter se um invasor entrar em seu centro de P&D? Concordo com a sua pergunta, entendo que é importante e muito válida, existe sim uma pressão de preço importante no Brasil, é um mercado muito competitivo, mas quando você demonstra que a sua solução é única e que ela realmente cobre a necessidade específica que o cliente tem, esse fator fica menos preponderante. Sem dúvida vai ter sempre uma pressão de preço, mas isso não necessariamente inviabiliza você trazer uma solução de alto padrão como essa no Brasil, tanto que nós temos várias implantações feitas. Digital Security: De tempos em tempos, vemos alguns testes científicos ou até situações de fraude reais mostrando que mesmo os sistemas biométricos de reconhecimento facial ou de impressões digitais podem ser burlados, através da criação de um dedo de silicone ou de um rosto com uma impressora 3D, por exemplo. Qual o melhor caminho para evitar ao máximo esses tipos de fraudes? Marcelo: É a atenção constante com cliente e um time de pesquisa e desenvolvimento muito ativo. Como comentamos anteriormente, nesta briga entre a polícia e o ladrão, tem sempre alguém encontrando um jeito de burlar e outro tentando antecipar o movimento e frenar um fraudador ou um ladrão. Essa é uma uma briga inglória e uma luta perene. Você citou o exemplo da face 3D. Hoje, nós já estamos usando

Para evitar fraudes é preciso ter uma atenção constante com o cliente e um time de pesquisa e desenvolvimento muito ativo para construir as contramedidas assim que as fraudes são detectadas. É uma constante luta entre polícia e ladrão. 32

sistema de Liveness Detection, para a detecção de que aquilo está vivo, analisando se aquilo está se movendo, por exemplo. Na impressão digital, dependendo do tipo de sensibilidade que o aparelho de detecção têm, você consegue identificar se está correndo sangue superficialmente naquele dedo ou não. No de silicone, não tem sangue. Sempre existem formas de se proteger. É óbvio que, se não houve uma antecipação desse risco e não se preparou para ele, provavelmente a fraude vai acontecer. Mas, no momento em que se começa a identificar essa fraude, se o fornecedor tiver um contato próximo com cliente e um centro de pesquisa e desenvolvimento ágil, rapidamente se constroem essas contramedidas. É a mesma lógica do mundo do software. Recebemos, quase todos os dias, uma atualização porque descobriram bugs do sistema. Para a IDEMIA, é da mesma forma. O que nos dá muito respaldo é que nós temos muitos anos de experiência e somos apoiados por grandes instituições internacionais envolvidas com essa área, que certificam e dão valor para nossas soluções, e um investimento muito pesado em pesquisa desenvolvimento. Digital Security: Quais as próximas tendências tecnológicas devem surgiu no mercado quando se fala em biometria? Marcelo: Essa é uma pergunta difícil. É difícil a gente prever tendências, mas eu acho que, talvez, o grande desafio agora não é só tecnológico. Por conta de tanta fraude e violação de privacidade, as sociedades estão se protegendo com leis cada vez mais restritivas. A União Europeia lançou recentemente a GDPR, um conjunto de leis com limitações a respeito de guardar os dados biométricos de uma pessoa. As vezes você é até proibido de capturar a informação. Tem gente, inclusive, pensando em proibir que você possa filmar as pessoas. A vantagem que temos na região da América Latina é que nós aceitamos com muito bom grado certas coisas que um europeu ou um americano consideraria violação de privacidade. Essa característica, nesse momento, eu acho uma vantagem. A preocupação é que as legislações mais restritivas comecem a alcançar os nossos países. É aí onde eu me pergunto até que ponto nós vamos estar facilitando a vida do fraudador ou daquele que se oponha à evolução e à simplificação do nosso dia-a-dia em detrimento de uma falsa proteção das nossas identidades. Acho que vai haver um embate quase que é filosófico e ideológico entre o que é proteção de identidade e o que é segurança. A segurança coletiva deve estar acima da segurança individual ou não? Aí começamos a entrar em um debate já bastante mais difícil, mas acho que teremos que passar por esse ponto em algum momento, porque a tecnologia está indo muito longe então também temos que colocar algum limite para que ela não seja demais invasiva. Do ponto de vista de tendência, agora tentando trazer para um lado mais prático, eu acho que haverá um uso cada vez maior de reconhecimento facial, porque é o mais fácil. A impressão digital é muito boa, mas tem muita gente com dificuldades de colher sua impressão digital. O reconhecimento de Íris, exige que você tenha que se posicionar de uma forma muito precisa para receber a luminosidade certa, o fundo certo, para poder fazer uma boa identificação. Óbvio que há várias formas de se fazer isso, utilizando leitores com mais sensibilidade que a IDEMIA pode oferecer, por exemplo, mas que tem uma gama de preço mais elevada, o que pode tornar o projeto inviável economicamente. O reconhecimento facial é muito fácil. Hoje temos tecnologia suficiente para fazer um excelente reconhecimento facial sem muita resolução. Por isso, acho que a tendência vai ser a gente usar cada vez mais o reconhecimento facial. DS



Artigos Inteligência Artificial

A inteligência artificial na indústria da segurança por Rafael Kechichian*

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oje em dia é comum ouvir a expressão inteligência artificial (IA), mas na verdade, o que isso significa? É fácil imaginar que tudo o que é chamado de “smart” seja algo inteligente, mas isso não é necessariamente bem assim. Um exemplo recorrente na indústria são as análises inteligentes, que apesar de possuírem essa denominação, em sua maioria representam algoritmos pré-definidos que dependem de alguém para modificá-los, atualizá-los e aprimorá-los, ou seja, eles não aprendem inevitavelmente algo novo, com a passagem do tempo. Em sua forma mais básica, IA refere-se à capacidade da máquina de aprender por si mesma, diferente do aprendizado de máquina (machine learning), que se refere a como a IA está sendo aplicada na avaliação de dados, tanto em um nível superficial, como em um nível profundo. Nós temos também os analíticos, que geralmente são um conceito que abrange todos os resultados apresentados ao usuário, mas que não estão necessariamente relacionados com a IA. A inteligência artificial e os analíticos de vídeo Tradicionalmente, a análise de vídeo tem sido baseada em regras definidas por um programador humano, que estabelece parâmetros fixos para cada situação que o sistema deva reconhecer. Em comparação, a tecnologia de análise de conteúdo baseada em IA, pode aprender diretamente a partir do vídeo, sobre objetos, seus relacionamentos entre si e seus comportamentos. Isso permite identificar os objetos de maneira “inteligente” e classificar as situações. O sistema poderá compreender, quando ocorrer um comportamento normal ou anormal, e alertar o operador sobre atividades incomuns, o que levará ao desenvolvimento

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de sistemas preditivos no futuro. A inteligência artificial e o aprendizado de máquina são aplicados a dispositivos e equipamentos, para obter funções que o ser humano não poderia realizar; por exemplo, sentar-se e observar as imagens de todas as câmeras simultaneamente. Nossa atenção não funciona dessa maneira, mas as máquinas são extremamente adequadas e detalhadas para essa finalidade. Aproveitar os dados e vídeos dos dispositivos é a base para combinar a inteligência da máquina com o julgamento humano. Em outros termos, a inteligência artificial é a evolução da análise de vídeo. Mas, ao invés de criar algoritmos em torno de algo que estamos vendo, ela está construindo sistemas que realmente aprendem o que está ocorrendo no momento do fato. Inerentemente, a qualidade continuará evoluindo ao longo do tempo, e isso nos ajudará a impulsionar uma melhor adoção, com uma melhor qualidade Para entender a evolução da aprendizagem da máquina do superficial ao profundo com a evolução dos hardwares, como a Milestone aproveitou essa nova capacidade em seu sistema e quais os desafios para um futuro inteligente, leia o QR Code dessa página e acesse o artigo completo. DS

*Rafael Kechichian é engenheiro de soluções da Milestone Systems para a América Latina.



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