Diario de Bordo n4

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A CRISE LÁ FORA - Brasileiros trabalhadores da construção civil americana sofrem com o desaquecimento da economia e começam a voltar às dezenas para os países de origem

Diário ANO 2 - NÚMERO 4 - JANEIRO - 2009 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

DE BORDO

Azul da cor do mar... Muito sol, calor e um ano que começa cheio de dúvidas. Em 2009, a caminhada promete ser dura, mas nada que nos tire o brilho de um Brasil que vem aprendendo a vencer desafios.

VAIDADE PERIGOSA - Ditadura da moda e a sexualidade cada vez mais precoce estão transformando nossos adolescentes em vítimas da anorexia e da bulimia




Diário D DE E B BO OR RD DO O Ano 2 - Número 4 - Janeiro de 2009

10 Ruibran dos Reis 2008 foi o ano dos desastres naturais

16 Imigração Autoridades americanas são acusadas por um grupo de pesquisas no Texas de comprometerem os direitos e a segurança de crianças imigrantes ilegais. Verão - Excesso de sol e falta de líquidos são as causas das doenças de verão. Página 12

18 Internacional A crise lá fora deixa brasileiros imigrantes sem trabalho. Os que trabalham na construção civil são os mais afetados pela crise americana.

21 Comportamento A anorexia e a bulimia fazem cada vez mais vítimas entre adolescentes. As mudanças na vida sexual também fazem parte de uma ditadura social que começa com a moda.

24 Tecnologia A geração MPs ganha a preferência na hora de presentear.

26 Fábio Doyle Os juros e o baixo crescimento do país.

28 Economia e desemprego Imigrantes - Autoridades americanas violam os direitos das crianças. Página 16

A crise ainda não gerou grandes mudanças no comportamento dos trabalhadores. Os resultados de 2008 podem deixar saudade entre patrões e empregados.

34 Robson Sávio Em 2009 permanece o desafio de se reduzirem as mortes violentas entre nossos jovens.

36 Beleza brasileira nos EUA

Desemprego?

Desemprego?

41 candidatas disputaram o título de Miss Brasil USA 2008. Uma catarinense, babá, moradora da Pensilvânia, levou a coroa.

42 Tradição Famílias descendentes de imigrantes mantêm as tradições que aprenderam dos antepassados e tornam a BH uma capital multicultural.

46 Emerson Romano BH- : Capital e região metropolitana sentem os efeitos da crise mundial

Página 28

Diário D DE E B BO OR RD DO O Diário de Bordo (marca registrada) é uma revista de circulação bimestral publicada sob a responsabilidade da Vox Domini Comunicação Ltda. "...o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo" Daniel 11:32.

A rivalidade que ajuda a vencer crises

Expediente: Carlos Viana

Rodrigo Linhares

Ronan Munhoz

EDITOR E JORNALISTA RESPONSÁVEL

DIRETOR COMERCIAL

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

(31) 3088-6 6379

carlos.viana@diariodebordo.info / comercial@diariodebordo.info – 031 9155 0241/ rmunhoz@oi.com.br - 031 9249 2565

Sugestões de reportagem podem ser enviadas para jornalismo@diariodebordo.info Textos de reportagens nos Estados Unidos publicados com autorização da BR Media LLc, responsável pelo National Jornal Brasileiro. www.nationaljb.com

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Somos um continente de provincianos Carlos Viana

E

m 2005, exatamente no mês de março, participei de um encontro de jornalistas estrangeiros com professores doutores e chefes de departamento da universidade de Yale, nos Estados Unidos. Éramos todos correspondentes internacionais residentes em Nova Iorque e recebemos o convite do Foreign Press Center, que sempre nos oferecia pautas "chapa branca" da reeleita administração Bush. Naquele dia, a proposta era diferente. Iríamos nos encontrar com membros de um dos maiores colegiados pensantes dos Estados Unidos, palco da formação de vários presidentes americanos, como William Howard Taft, Gerald Ford, George H. W. Bush (o pai), Bill Clinton e George W. Bush, e ,ainda, vários ganhadores de Prêmios Nobel e juízes da Suprema Corte. Para os que pensam que a mordomia teria sido total, ledo engano! Cada jornalista pagou sua passagem de trem desde a Grand Station até a chegada no estado vizinho de Connecticut, na pequena cidade de New Haven, onde se localiza Yale. Foi uma experiência inesquecível. Reunidos, estavam especialistas e pesquisadores responsáveis por grandes projetos e inovações da Microsoft, da Apple e de vários dos maiores conglomerados mundiais. Logo após uma visita a alguns departamentos, fomos levados até um restaurante interno, onde são servidos os professores. Um salão centenário, todo em madeira de lei, no melhor estilo academia "Harry Poter", com grandes mesas e uma esmerada decoração vitoriana. Vale lembrar que Yale foi fundada em 1701. Portanto, mais de 300 anos de história acadêmica estavam cuidadosamente preservados diante de nossos olhos. Para responder nossas perguntas, foram escolhidos professores de várias áreas do conhecimento, entre eles, um especialista em direito internacional que havia trabalhado vários anos na equipe do ex-presidente Bill Clinton. As exposições e perguntas seguiram apenas em duas direções: China e Índia. Já naquela época, os americanos sabiam que a China iria despontar como uma das grandes potências, o que acabou se confirmando com o PIB chinês maior que o alemão, em 2007, tornando o país asiático a terceira maior economia do mundo. Yale havia fechado acordos de pesquisas com pelo menos oito laboratórios universitários chineses, como forma de manter sua hegemonia na produção de novas tecnologias e soluções empresariais. Da mesma forma, a Índia ganhava destaque, porque as indústrias eletrônicas estavam despontando no mercado internacional com

grande rapidez, impulsionadas por engenheiros que retornavam ao país de origem depois de décadas trabalhando como humildes e serviçais auxiliares no Vale do Silício, na Califórnia. Silenciosamente, e repetindo a experiência do período como colônia inglesa, os jovens indianos aprenderam com os americanos o que existe de melhor em produção tecnológica. Mais maduros e ricos, retornavam à Índia para colocarem em prática o que haviam aprendido. Yale sabia do potencial criativo dos indianos e estabeleceu parcerias que incluíam até tecnologia no lançamento de foguetes. Em meio àquela cruzada asiática, me atrevi a perguntar sobre o Brasil e a América Latina. A resposta veio com um princípio de silêncio. Silêncio que escondia o fato de que o expresidente Bill Clinton, por exemplo, havia passado quatro anos do primeiro mandato sem cruzar o Rio Grande e visitar pelo menos o México. Um dos professores que havia feito parte da política externa de Clinton se propôs a responder minha pergunta. Começou elogiando a liderança continental do Brasil e disse que "Mr. Lula" estava surpreendendo por manter a política econômica, mas que ainda enfrentaria muitos desafios pela frente. Resumo da ópera: não havia planos para a América Latina, principalmente na área de pesquisa, onde, segundo o professor, nossos dirigentes locais tinham uma grande tendência a defender posicionamentos esquerdistas e distantes do pensamento liberal americano. Hoje, quase quatro anos depois, vejo que, de fato, ele tinha razão, e como estão à nossa frente quando o assunto é pensamento estratégico. Vamos tomar como exemplo uma afirmação do professor Jorge Guimarães, nada mais nada menos, que o presidente da poderosa Capes, uma das maiores mantenedoras de bolsas para formação de pesquisadores no Brasil e no exterior. Em entrevista a um jornal de circulação nacional, Guimarães defendeu que a Capes não patrocine mais bolsas de estudo para economistas no exterior, porque o modelo internacional está falido. “Vamos continuar mandando alunos para formar doutores num modelo que quase faliu o mundo? Um modelo que se mostrou anticientífico...." disse claramente o dirigente. Não estamos falando aqui de um simples professor, mas de um respeitoso cidadão que deveria estar na ponta do conhecimento e da sabedoria, conhecedor de que, mesmo nos erros, existe um grande aprendizado. São pensamentos como esse que levam universidades como Yale a gastarem parte

dos US$15 bilhões em patrimônio com pesquisas em eixos muito distantes da nossa atrasada, e agora "Hugo Chavenista", América Latina. São distanciamentos como esse que levam os indianos a serem o maior grupo de estudantes estrangeiros em universidades americanas, com 94 mil inscrições, seguidos de perto pelos chineses, com 81 mil estudantes. Os dados são do Institute of International Education dos Estados Unidos. Ao que parece, o presidente da poderosa Capes padece do mal esquerdista - e também petista - de entender os americanos como ameaça. Buscam, nas entrelinhas e nos momentos de reestabilização econômica, o ressuscitamento das teorias socialistas e comunistas que distribuíram a miséria e atrasaram por décadas o crescimento dos países "escravos" da Europa Oriental e a própria China. Basta observar os dados da OCDE, que reúne os países mais ricos e desenvolvidos do planeta, para entender os motivos de se buscar conhecimento lá fora. Os americanos são responsáveis por 16 mil novas patentes todos os anos, seguidos dos japoneses, com 15 mil. Os chineses participam com 400, os indianos com 130. Quantas patentes internacionais as companhias brasileiras pedem anualmente? Menos de 60. Os americanos aprenderam a defender seu patrimônio cultural e de pesquisas, se aliando a outros países também potenciais. Olham para fora, para o mundo, em busca de novas experiências, erros e acertos, que levem a novas formas de conhecimento e riqueza entre as nações. Desde aquele encontro no frio março de 2005, o Brasil melhorou muito. Até o novo presidente Barack Obama citou que o nosso país estará entre as grandes nações desenvolvidas em breve. No que depender do presidente da Capes e de vários intelectuais brasileiros, esse pensamento não se confirmará. Alguns de nós, mais destacados, são ainda saudosistas de uma Cuba que não prosperou e de uma União Soviética que insiste em não morrer nos livros escolares. Basta lembrar nosso grande arquiteto, Oscar Niemayer, que, do alto de sua centenaridade e respeito, elogiou Stalin, dizendo, por vias tortas, que as milhões de mortes perpetradas pelo tirano eram parte de uma espécie de caminhada necessária. Chega! Os professores de Yale estavam certos. Somos, ainda, provincianos demais para entender o jogo internacional do poder.

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leitor@diariodebordo.info

[ Leitor a Bordo ] Já chegamos à quarta edição com muito trabalho, dedicação e carinho para trazer um conteúdo diferenciado e de qualidade. Este espaço é para você, leitor da Diário de Bordo, opinar sobre as matérias e o conteúdo da revista. A partir desta edição, vamos selecionar algumas mensagens enviadas à nossa redação. Também, aproveitamos para reiterar que, por meio do e-mail jornalismo@diariodebordo.info, é possível enviar sugestões de pauta, críticas ou reclamações. Participe!

DISTRIBUIÇÃO Descobri a Diário de Bordo na terceira edição, quando o Carlos Viana começou a falar dela no Plantão da Cidade, na Rádio Itatiaia. Moro em Venda Nova, mas pedi que um amigo meu que mora na zona sul pegasse uma revista para mim, pois admiro muito o trabalho do Viana e tive curiosidade de ler a revista. Ao ler, fiquei impressionado com a qualidade das matérias e com o formato da revista que é muito bonita. O que me chamou atenção é o fato de ela ser gratuita e não ficar nada a dever a outras publicações que conhecemos. A minha sugestão é para que a Revista seja dis-

tribuída em um ponto fixo, na área central de Belo Horizonte, por exemplo, uma rede de supermercado, banca de jornal, lanchonete ou de drogaria. Assim, toda Belo Horizonte, e não só a zona sul, poderia ter acesso a Diário de Bordo. Abraço. Márcio Santos, 28 anos Universitário - estudante de direito - Nova Suíça - BH Estamos em busca de ampliar as edições e também a área de distribuição. O custo alto nos impede de tomar essas iniciativas com mais rapidez. Mas caminharemos para suas sugestões, em breve.

CRISE AMERICANA A terceira edição da Diário de Bordo me chamou atenção por dedicar grande parte à crise americana e a eleição do Obama. O material mostrou com muita propriedade o que realmente está acontecendo na maior potência econômica do mundo. Um material digno de guardar como documento para pesquisas escolares futuras. O que acho mais interessante é uma revista local dedicar um espaço significativo para a cobertura internacional, o que é um diferencial interessante e mostra estilo. Desejo sucesso a todos os envolvidos com o projeto, parabéns. Romildo Alves, 53 anos Professor de História - Bairro Luxemburgo - BH Professor, obrigado pelo incentivo. Como nosso editor Carlos Viana já viveu nos Estados Unidos e trabalhou no lançamento de um jornal em português para brasileiros, existe uma maior facilidade em explicar o jeito de viver dos norte-americanos. METEOROLOGIA Ouço o professor Ruibran dos Reis, na Rádio Itatiaia, sempre. Vou trabalhar de manhã muito cedo e não saio de casa sem ouvir como será o tempo - para mim é sagrado. Desde a primeira edição da revista venho acompanhando os artigos dele. Na última Um material digno de guardar como documento para pesquisas escolares futuras. Romildo Alves, 53 anos


Somos um estado privilegiado por termos uma cultura tão forte. Sônia Magalhães, 45 anos

edição, em especial, trouxe um explicação muito boa sobre a chuva de granizo. Gostaria que ele falasse sobre a chuva em Santa Catarina. Será que nós mineiros corremos o risco de passar por uma tempestade como essa? Viviane Rios, 23 anos Auxiliar administrativo - Bairro Castelo - BH O pedido foi atendido nesta edição. POPULAR O Shopping Oiapoque é referencia comercial no centro de BH. A matéria da primeira edição da revista, que mostrou algumas curiosidades deste local, me chamou a atenção e tirou alguns preconceitos que tinha sobre o local. Há uma intenção muito clara de tornar tudo legalizado. É bom ver, de vez em quando, outro tipo de abordagem, pois o Oiapoque só aparece na mídia com notícias relacionadas à apreensão de produtos pirateados. Na matéria, podemos ver que existe o contraponto. Isso existe ainda, mas há pessoas sérias e responsáveis que ganham o pão de todos os dias dentro da regularidade e da honestidade. No mês de dezembro, ganhamos mais um shopping popular na nossa capital, o Uai. Apesar da proposta dos dois serem diferentes, vejo que o mercado de shoppings populares está em franca expansão na nossa cidade. Thiago Nunes, 29 anos Advogado - mestrando em Ciências Políticas - Bairro São Lucas - BH Procuramos sempre levar às pessoas posicionamentos diferentes em relação aos assuntos abordados. Muitas vezes, nós da imprensa falhamos em explicar que as operações, totalmente cobertas de legalidade por parte do MP, atingem apenas 5% dos lojistas de shoppings populares.

mente, das cidades históricas de Minas Gerais. Viajei ao ler a matéria de Ouro Preto...ficou espetacular! Para ser sincera, a parte de dicas de viagem é o que mais me chama atenção. Somos um estado privilegiado por termos uma cultura tão forte e expressada por meio da culinária, da arte, da música e do povo alegre. Já morei alguns anos em Portugal, na cidade do Porto, e posso dizer de carteirinha que melhor povo não há - os mineiros são imbatíveis, carinhosos e receptivos. A Diário de Bordo consegue ser uma revista de variedades, mas sem deixar de lado a nossa mineiridade. A matéria do pão de queijo ficou uma delícia, principalmente pelo jeito humano como ela foi escrita e articulada. Parabéns a toda equipe! Os belorizontinos ganharam uma revista de qualidade e que representa bem a terra. Sônia Magalhães, 45 anos Empresária - Bairro Belvedere - BH Sempre que possível publicaremos novos roteiros.

MINEIRIDADE A capa da segunda edição ficou linda! Sou fã de movimentos culturais e, principal-

DESAPARECIDOS Uma das melhores matérias que já li

sobre o tema desaparecidos. O jeito como ela foi escrita, principalmente por ser ética e mostrar a dificuldade que os filhos têm de encontrar os seus pais - que é um caminho inverso atual, pois muitos pais procuram os filhos. Quero dar os parabéns à revista por ter abordado o tema e por mostrar que existe uma campanha forte na internet para localizar as pessoas. Foi uma prestação de serviço, pois derrubou, pelo menos na minha cabeça, o mito de que é preciso esperar 24 horas para se localizar uma pessoa desaparecida, o que é mentira - quanto mais rápido lavrar o boletim de ocorrência, munidos de documentos e fotos, maior é a chance de encontrá-lo. Gostaria de sugerir uma matéria sobre a desintegração da família, pois hoje em dia os valores estão muito trocados. O que sinto é que grande parte dos problemas sociais que temos é por causa da desintegração do núcleo familiar. Leonardo Alcântara, 31 anos Engenheiro civil - Bairro Santo Agostinho - BH Obrigado pela sugestão. Diário de Bordo 9


Desastres naturais aumentaram nas últimas décadas Prof. Dr. Ruibran dos Reis

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ano de 2008 é um daqueles que nós precisamos esquecer. Os desastres naturais no mundo provocaram cerca de 240 mil mortes e geraram prejuízos que superaram US$225 bilhões. Desde 1970, 2008 foi o segundo ano de maior prejuízo para as companhias de seguro, perdendo apenas para 2005. No ano passado, o ciclone Nargis, que atingiu Mianmar no mês de maio, matou aproximadamente 140 mil pessoas, causando uma das piores crises humanitárias. O terremoto ocorrido na China, de magnitude 7,9, matou cerca de 88 mil pessoas e deixou

mais de 10 milhões de chineses sem casas. Ainda, o furacão Ike

No ano passado, o ciclone Nargis, que atingiu Mianmar no mês de maio, matou aproximadamente 140 mil pessoas, causando uma das piores crises humanitárias causou prejuízos nos Estados Unidos da ordem de US$40 bilhões.

No Brasil, o estado de Santa Catarina foi surpreendido pelas enchentes do Vale do Itajai, que causaram prejuízos enormes e elevado número de mortos por soterramento. Em Minas Gerais, os mineiros não vão esquecer as chuvas de granizos dos meses de setembro e outubro, fenômeno com intensidade jamais vista no estado. E, em Belo Horizonte, a chuva ocorrida na noite do dia 31 de dezembro causou transbordamento do rio Arrudas, mortes e medo, pois há mais de 20 anos os mineiros não viam tamanha violência das águas do rio Arrudas. Se observarmos os dados de


desastres do banco global Emergency Events Database (EM-DAT), pode-se verificar que a frequência de desastres está aumentando muito depois da década de 80, e, que há uma correlação grande entre essa frequência com o aquecimento global.


Férias à CUIDADOS

Cuidados com a pele e com o corpo são fundamentais para enfrentar a estação mais quente do ano. Luciana Hübner

S

ol e calor combinam com férias e diversão. E não importa o local escolhido para "pegar aquele bronze". Na praia, no clube, na montanha ou no quintal de casa, há uma série de cuidados que precisam ser tomados para que a combinação seja realmente perfeita

e para que as férias não sejam interrompidas por algum problema de saúde. O alerta contra a exposição prolongada ao sol vem de especialistas. Segundo a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Minas Gerais, Flávia


vista...

Bittencourt, todos os tipos de pele estão sujeitos ao envelhecimento prematuro e enrugamento e, por isso, merecem cuidados especiais. "Nós não podemos esquecer que o sol é essencial para a vida, para as práticas de lazer. Mas, em excesso, é bastante prejudicial", afirma ela. De acordo com a dermatologista, as principais doenças causadas pela exposição excessiva ao sol acontecem por causa do efeito cumulativo, ou seja, quem é protegido contra o sol desde a infância corre menos riscos de apresentar problemas na idade adulta. Por isso, a proteção deve acontecer em todas as idades. Bebês com idade acima de 6 meses já podem usar o filtro solar. E as precauções devem ser tomadas também com os idosos. "Pessoas de todas as idades devem ser protegidas. O ideal é que o fator de proteção solar (FPS) seja de 15, no mínimo. Mas o ideal é 30", salienta Bittencourt. Outro cuidado é quanto ao horário de exposição ao sol. Entre 10 e 16 horas, a radiação ultravioleta B, a mais prejudicial, é intensa. Mas os raios ultravioleta A, que também podem trazer problemas, incidem durante todo o dia. Atualmente, o mercado já disponibiliza produtos que protegem tanto contra o UVB como contra o UVA. "Estes novos protetores filtram melhor os raios solares, aumentando a proteção da pele", diz Flávia Bittencourt. Protetor solar é um recurso para ser usado durante todo o ano, inclusive no inverno. O produto deve ser aplicado não apenas em dias claros, mas também nos nublados, já que 80% dos raios solares penetram

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nuvens leves e neblinas. Desta forma, a maior parte da exposição ao sol que as pessoas têm durante a vida se deve ao desempenho de atividades rotineiras, como, por exemplo, durante o trabalho no jardim ou o passeio com o cão de estimação. Além de causar manchas, envelhecimento e enrugamento da pele, o sol pode trazer um problema ainda mais grave: o câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, este é o tipo mais

comum entre os cânceres e hoje responde por 1/3 dos tumores malignos que acometem os seres humanos. A previsão do INCA é de que, até o fim de 2008, sejam diagnosticados mais de 120 mil novos casos da doença no Brasil. No verão, a proteção contra o câncer de pele pode ser melhorada com o uso de roupas leves, bonés e hidratantes. "Recomendamos o uso de cremes brancos e sem perfume", afirma Bittencourt.

Câncer da pele O câncer da pele é o crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, dependendo da camada afetada, surgem os diferentes tipos de câncer. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia em Minas Gerais, os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares; o mais perigoso é o melanoma. O carcinoma basocelular é o CRISTIANO COUTO

tipo mais frequente e representa 70% dos casos. É mais comum após os 40 anos, em pessoas de pele clara. Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar cumulativa durante a vida. Apesar de não se espalhar pelo corpo, pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo até mesmo cartilagens e ossos. Já o carcinoma espinocelular, o segundo tipo mais comum de câncer da pele, pode se disseminar por meio de gânglios e atingir todo o corpo.

Entre suas causas, estão a exposição prolongada ao sol, principalmente sem a proteção adequada; o tabagismo; exposição a substâncias químicas com arsênio e alcatrão e alterações na imunidade. O melanoma é o tipo mais perigoso, com alto potencial de se espalhar pelo corpo, produzindo metástase. Pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoce. É mais frequente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, inicia-se com uma pinta escura. Segundo a dermatologista Flávia Bittencourt, a orientação é para que as O câncer de pele tem pessoas tenham o hábito cura. Quanto mais cedo de examinar a própria se começa o tratamento, pele. "O câncer de pele melhor para o paciente, tem cura e normalmente afirma a dermatologista é eliminado com a cirurFlavia Bittencourt gia. Para facilitar o diagnóstico, aconselhamos que as pessoas fiquem atentas quanto a feridas que não cicatrizam, coçam e apresentam sangramento, pintas novas pelo corpo e aquelas que crescem disformes", salienta.


Nutrição Hidratação também é a palavra chave quando o assunto é a nutrição. Segundo a nutricionista Gláucia Gonçalves, especialista em Nutrição Clínica, o sol forte do verão aumenta a necessidade corporal por água, porque as pessoas transpiram mais. Em condições normais, o organismo de uma pessoa adulta perde, em média, 2,5 litros por dia, considerando as perdas pelo suor, urina e fezes. "Por isso, é preciso repor esta perda", afirma. Ao contrário do que se pensa, não são apenas os alimentos na forma líquida os que hidratam o organismo. Existe água em todos os alimentos, sendo que, em alguns, as concentrações são bastante altas. Nos legumes e nas verduras de folha, por exemplo, mais de 90% do seu peso é dado pela água presente em suas células. Algumas frutas também chegam a ter mais de 90% do seu peso em água. Por outro lado, alimentos secos como bolachas têm apenas 4% de água. Sendo assim, todos os alimentos, independente de estarem em forma líquida ou sólida, contribuem de alguma maneira para fornecer água ao organismo. Enquanto muitos alimentos fornecem água para o corpo, outros tiram. É o caso da ingestão de bebidas alcoólicas. "O álcool gera desidratação e, por isso, deve ser consumido com moderação", alerta a nutricionista.

Lembre-se de que sentimos sede quando nosso organismo começa a esgotar suas reservas, o que representa um sinal tardio de falta de água. "Um cuidado especial deve ser destinado a crianças e idosos, que, muitas vezes, se esquecem de manter uma boa hidratação. Água deve ser oferecida com freqüência, antes que apareça a queixa de sede", avisa a nutricionista Gláucia Gonçalves. Para quem vai curtir as férias longe de casa, a especialista recomenda cautela com a alimentação. "As pessoas devem ter cuidado com os alimentos que ficam expostos por muito tempo. O ideal é que os alimentos quentes estejam sempre quentes para evitar a multiplicação de bactérias. E os ali-

mentos frios devem estar acondicionados em ambiente refrigerado", avisa a nutricionista Gláucia Gonçalves. Cuidado também com os molhos que ficam fora da temperatura adequada e são expostos em ambiente externo, como a maionese e o catchup. Na dúvida quanto à água que foi usada para lavar os alimentos, prefira vegetais cozidos ou refogados. E inclua no cardápio as frutas da estação. Além de terem preços melhores, têm mais chance de estarem livres de agrotóxicos. "Observe sempre a higiene do local e da pessoa que está preparando sua refeição. E destrua sempre os utensílios descartáveis após o uso para evitar a reutilização", avisa a nutricionista. CRISTIANO COUTO

O sol pede protetor solar e muita água, lembra a nutricionista Glaucia Gonçalves

Dicas de alimentação para o verão 1) Reduza ao máximo o consumo de gorduras, frituras e carnes gordas. 2) Abuse das saladas. 3) Consuma bastante frutas. 4) Não esqueça de algumas fontes importantes de proteínas e minerais, como carnes, leite, queijo, feijão, que sempre devem estar presentes, mesmo que em quantidades menores. 5) Dê preferência aos alimentos pobres em gordura e prepare as refeições com pouco óleo e sem exceder nos temperos. Diário de Bordo 15


a r i e t n

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ONGs denunciam que crianรงas estrangeiras foram maltratadas por autoridades americanas


ESPECIAL Fonte: Agência BR NEWS

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uitas crianças foram levadas a juízes de imigração sem representação legal, algumas foram transportadas algemadas ou em gaiolas e as necessidades médicas foram ignoradas, de acordo com um relatório publicado pelo Centro de Prioridades Públicas, um grupo sem fins lucrativos baseado no Texas. A situação se torna mais grave quando observamos os números que envolvem a infância,

Entre 50 e 70% das crianças que compareceram diante de um juiz no ano passado fizeram isso sem representação legal, afirma o centro. Algumas vezes, consulados não foram notificados sobre a repatriação de crianças de seus países, uma violação de tratados internacionais, diz o relatório. O relatório da ONG texa-

desacompanhadas são mantidas no Texas. O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, que fiscaliza a imigração e as fronteiras do país, discorda do

I E L M E

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imigrante. Cerca de 43 mil crianças imigrantes ilegais foram removidas dos Estados Unidos em 2007. Elas foram detidas viajando sozinhas, ou com irmãos, outras crianças e adultos que não conheciam.

na tem como base documentos da agência de imigração dos Estados Unidos, além de estatísticas locais, do México e Honduras. O centro entrevistou crianças que foram apreendidas, autoridades governamentais, contratados e voluntários de organizações sem fins lucrativos nos três países e visitou os locais nos quais crianças

relatório. "O departamento e suas agências tratam todos os menores, inclusive as crianças estrangeiras desacompanhadas, com dignidade, respeito e preocupação com suas vulnerabilidades particulares", disse a porta-voz Laura Keehner. Até 15 agências federais diferentes podem se envolver na apreensão e deportação de crianças desacompanhadas, afirma o relatório. Poucas regras foram determinadas sobre como tratar estas crianças.

Eficiência questionada: aumento de apreensões de imigrantes ilegais não foram acompanhadas de processos que respeitem as liberdades individuais. No caso de crianças, a situação é mais grave

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CRISE NOS EUA

Construção civil registra pior índice

desde 1959 Com a crise nos financiamentos e o endividamento das famílias americanas, os estrangeiros que vivem das obras perderam a principal fonte de renda. Estão trocando os martelos por passaportes e passagens só de ida. BR NEWS / Colaborou Carlos Viana

E

mbora baixos, os números da última pesquisa sobre o setor de construção civil nos Estados Unidos superam, para pior, as previsões dos analistas. Dados verificados em todo o país mostram que existem atualmente 791 mil imóveis em construção, nível mais baixo desde janeiro de 1959. As informações são do Departamento de Comércio norte-americano. O número emitido de permissões para construção, que são vistas como um indicador de futuros projetos no setor, caiu 12%, registrando somente 708 mil permissões de construção concedidas em outubro. Esse é também o menor nível desde o início da medição estatística, em janeiro de 1960. Os números de outubro, entretanto, superam as previsões dos analistas, que o situavam em 780 mil novas construções. A cifra do mês anterior foi revisada em alta, de 828 mil novas obras (contra 817 mil). Os dados representam novos sinais das dificuldades

18 Diário de Bordo

enfrentadas pela economia americana que, oficialmente, entrou em recessão. Para os imigrantes, em específico, as informações do Departamento de Comércio só confirmam uma tendência vista em quase todas as comunidades: o número de trabalho no setor de construção civil está caindo a cada dia. Em Nova York, no condado de Westchester, há muitos trabalhadores brasileiros que dependem da construção para sustentar suas famílias, seja aqui ou no Brasil. Mas com o enfraquecimento do setor, o número de desempregados está crescendo. William Silva, 31 anos, para não ficar desempregado, acabou de mudar de profissão. Há mais de uma década nos Estados Unidos, ele sempre trabalhou no setor de construção. Começou como pintor, aprendeu carpintaria e hoje faz de tudo um pouco. Conseguiu bons contatos e sempre tinha trabalho, mesmo no inverno. Mas no começo deste ano, o


movimento começou a cair. No segundo semestre, ele decidiu largar a área e passou a dirigir limousines. "A rotina é bem diferente. Não tenho hora para dormir porque não dispenso nenhum trabalho", diz. "A situação na limousine também não é das melhores, mas pelo menos estou ganhando alguma coisa", diz. Assim como William, muitos outros imigrantes estão enfrentando a crise mudando de profissão. "Acredito que essa situação é temporária e logo vamos ficar ‘busy’ de novo. Acho que é normal esses altos e baixos", conclui.

Assim como no Brasil, a construção de casas e prédios responde por milhões de empregos. Quando faltam compradores, sobram desempregados no setor Diário de Bordo 19


IMIGRAÇÃO

Empresa que empregava imigrantes é obrigada a pagar US$ 850 mil O proprietário de uma empresa de couro de Massachusetts que, no ano passado, sofreu uma operação em massa dos agentes de imigração, deverá pagar aos ex-funcionários, alguns deles ilegais, uma indenização total de US$ 850 mil. O pagamento faz parte de um acordo extrajudicial ao qual chegou a empresa Michael Bianco Inc., de

New Bedford, para pôr fim ao processo impetrado por 764 empregados, afirmou a imprensa local. Cada um deles receberá uma quantia que varia de US$ 20 a US$ 8 mil. Na ação legal, os empregados disseram que foram obrigados a trabalhar horas extras sem nenhum tipo de compensação econômica, e que

o salário era retido toda vez que não batiam o ponto de entrada, apesar de não haver máquinas suficientes para registrar a chegada de todos os trabalhadores A operação ocorreu em maio de 2007, quando os agentes de imigração detiveram um total de 361 trabalhadores, muitos deles mulheres procedentes da América Central.

Repatriação de corpos vira negócio lucrativo A repatriação de corpos de imigrantes mortos é um fenômeno que cresce com a imigração e está se tornando um negócio lucrativo. De acordo com reportagem da BBC, funerárias, companhias de seguros,

empresas de cartões telefônicos e até governos de alguns estados mexicanos têm procurado criar alternativas diante da realidade de que alguns milhares de imigrantes que vivem nos Estados Unidos vão morrer e, muitos deles, preferem ser levados a seus países de origem para ser enterrados. As empresas do setor se negam a dar cifras, mas as autoridades consulares mexicanas calculam que, em dez

anos, o negócio tenha faturado US$ 7,5 milhões apenas na área de Nova York. Com a preferência pelo traslado, muitas empresas passaram a oferecer serviços especializados, como a SEP, que oferece o certificado de repatriação, que cobre essa eventualidade por um, três ou cinco anos. Outras empresas começaram a emitir cartões, semelhantes aos que os próprios imigrantes utilizam para fazer chamadas telefônicas, que por US$ 10, cobrem até US$ 1 mil dos gastos de repatriação. Além disso, alguns governos estaduais no México começaram a fazer convênios com funerárias nos Estados Unidos para repatriar os falecidos e até o governo federal começou a se interessar pelo assunto.

Quando a morte acontece no deserto entre os EUA e México, o traslado fica ainda mais complicado por causa da burocracia


ENTREVISTA

Em busca do corpo perfeito Pesquisadora mineira investigou a incidência de casos de transtornos alimentares em BH entre adolescentes e comprovou que o padrão de beleza da magreza nem sempre é o ideal Wander Veroni

*Os nomes apresentados nessa matéria são fictícios. As personagens pediram anonimato.

U

m corpo sarado para o verão igual ao modelo da capa de revista. A imposição de padrões de beleza pela ditadura da moda, além dos possíveis problemas psicológicos individuais, contribui para que os transtornos alimentares, como a anorexia e a bulimia, estejam presentes no cotidiano de muitos adolescentes. A anorexia nervosa é uma disfunção alimentar caracterizada por baixa ingestão de alimentos e por uma diminuição do peso corporal, acrescido ao estresse físico. Já a bulimia possui uma ocorrência entre 3 a 7% da população, embora estes números não representem a totalidade de casos, uma vez que os portadores do problema dificilmente assumem o problema. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o paciente de bulimia tem períodos em que se alimenta em excesso, muito além do normal e, depois disso, passa por um sentimento de culpa e uma temporada sem se alimentar e a praticar exercícios físicos de forma compulsiva. Geralmente, a pessoa que sofre de bulimia tem uma aparência física saudável - o que, de acordo com os especialistas, dificulta, num primeiro momento, o diagnóstico. A auto-iimagem A anorexia nervosa afeta muito mais os jovens entre 15 a 25 anos e do sexo feminino. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 95% dos casos ocorrem em

mulheres - mas já há relatos na literatura clínica e médica de alguns casos em rapazes, principalmente de bulimia. A estudante *Raquel, de 17 anos, está em tratamento de anorexia nervosa desde os 15 anos. Ela afirma que ainda não está curada totalmente, pois já teve algumas recaídas. Graças ao apoio da família e de amigos mais próximos, *Raquel vem encontrando forças para as crises. "Hoje estou com 42 quilos e tenho 1m 57. Mas já cheguei a pesar 26 quiilos e me achava gorda. O que me salvou mesmo foi o lance da aceitação durante as várias conversas que tive com o psiquiatra que acompanha o meu caso. Ainda assim, sofri algumas recaídas porque você se olha no espelho e se sente gorda e feia. É a pior sensação do mundo", revela. A auto-imagem é o fator mais forte entre os transtornos alimentares. Na bulimia, por exemplo, a pessoa sofre uma sensação de culpa muito grande, principalmente em reuniões sociais onde há comida. O tormento é tão intenso que, depois da sensação de culpa, o paciente come grande quantidade, geralmente sem ser visto, e em seguida fica várias dias sem se alimentar. Um outro fator é o exagero das atividades físicas, como forma de descontar o apetite. Churrasco, vitaminas e vômito O universitário *Bruno, de 25 anos, passou pelo drama da bulimia há três anos. Graças a conversas que teve com a namorada, ele acei-

tou que sofria dessa doença e resolveu procurar tratamento. "Sempre fui o gordinho da sala e não tinha amigos. Quando entrei na adolescência resolvi que seria magro e teria músculos. Não procurei um profissional e resolvi fazer uma dieta da minha cabeça, tendo como referência as coisas que lia na internet. Também comecei a frequentar academia. Sentia culpa toda vez que olhava para a comida. Ficava dias sem comer. Mas tirava um dia da semana para comer tudo o que tinha direito, geralmente escondido da minha família". Foi numa festa de família que a namorada dele, que é estudante de nutrição, percebeu que o *Bruno sofria da doença. "Fomos a um churrasco num sítio da família da minha namorada. Eu já estava há uns cinco dias sem comer, só bebendo shake de vez em quando e ingerindo vitaminas, quando a tonteira vinha. Dizia para todo mundo que não queria comer. Quando vi que as pessoas se afastaram, separei um pratinho de carne e fui comer escondido no banheiro. Depois que comi, veio a sensação de culpa e vomitei tudo. Só que vomitei muito sangue. Pensei que ia morrer. A minha namorada, que é estudante de nutrição, conversou muito comigo depois desse dia e me convenceu de que o melhor que tinha a fazer era procurar tratamento". *Bruno confessa que até hoje faz terapia e controle intensivo da doença. Diário de Bordo 21


ENTREVISTA CRISTIANO COUTO

A nutricionista Maria Tereza Cordeiro Beling, mestra em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG, pesquisou a incidência de casos de transtornos alimentares entre os adolescentes de 14 a 18 anos, nas escolas públicas e particulares de Belo Horizonte. A dissertação "A autoimagem corporal e o comportamento alimentar de adolescentes do sexo feminino" surgiu do interesse de Maria Tereza em aprofundar o assunto ainda na época de graduação, quando era bolsista no PET-Programa de Educação Tutorial, da Universidade Federal de Viçosa (MG). Lá, a pesquisadora trabalhou com a professora Sìlvia Eloiza Priore, que também já possuía grande experiência com adolescentes e conhecimento sobre os transtornos. "A anorexia nervosa é uma doença complexa, assim como a bulimia, e envolve fatores psicológicos, fisiológicos e sociais. A pesquisa faz parte do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG. Para realizá-la adequadamente, seguimos todos os procedimentos éticos e estatísticos necessários. O estudo foi desenvolvido com sorteio aleatório e estratificado de escolas e alunas matriculadas no primeiro ano do ensino médio de Belo Horizonte, de acordo com dados de 2007. Ao final, foram estudadas 705 meninas de 14 a 18 anos, de 10 escolas públicas e particulares. Os dados encontrados foram surpreendentes e importantes, à medida que forneceram contribuições para um maior conhecimento do comportamento alimentar deste grupo populacional". Em entrevista exclusiva à Diário de Bordo, Maria Tereza Cordeiro Beling, que vai iniciar doutorado em 2009, na mesma linha dos transtornos alimentares, fala sobre alguns detalhes dessa doença e a influência da mídia que impõe a ditadura da beleza do corpo magro e definido. A mídia impõe um padrão de beleza muitas vezes irreal para a maioria das pessoas. Na sua opinião, a ditadura da beleza contribui para o aumento de casos de transtornos alimentares entre os adolescentes? Há casos em rapazes, 22 Diário de Bordo

“ ”

O padrão de beleza divulgado por meio da televisão, revistas e internet contribui para a ocorrência de insatisfação corporal, por padronizar padronizar.

ou só em meninas? "Acredito que, na atualidade, o corpo padronizado é o ideal, cultural e comercial. Existem casos de anorexia relatados há muitos séculos, quando a influência dos meios de comunicação (e eles próprios) eram muito fracos. O padrão de beleza divulgado nos dias de hoje, especialmente por meio da televisão, revistas e internet, contribui para a ocorrência de insatisfação corporal, por padronizar. Algumas vezes o ideal adotado é a magreza; em outras, curvas num corpo firme, abdome delineado, cintura fina, seios fartos e bumbum sem celulite. Acredito que, em diversas faixas etárias e não somente na adolescência, é muito difícil considerar-se bela após assistir a um desfile, assistir à novela ou folhear uma revista que estampa a celebridade do momento "quase perfeita" de biquíni (muitas vezes. com a atuação subliminar do photoshop). Levando-se em conta que a insatisfação corporal é um dos fatores relacionados à ocorrência de transtornos alimentares, a ditadura da beleza contribui para a sua ocorrência, à medida que afasta as pessoas do padrão. É importante ressaltar que o desejo de perder peso ou melhorar a forma física não é ter um transtorno alimentar. Porém, os indiví-

duos, especialmente na fase de definição que é a adolescência, podem se ver destinados a concretizar esse ideal de beleza e adotar comportamentos alimentares de risco, característicos de transtornos alimentares. Muitas vezes, acredita-se que os homens não sofrem destes transtornos, mas, nos dias atuais, já são encontrados, tanto na literatura científica quanto no atendimento clínico, casos de rapazes que também os apresentam. Com relação à imagem corporal e ao desejo de mudança de peso e forma, além da anorexia e bulimia, também tem merecido destaque o transtorno dismórfico e a vigorexia". Podemos afirmar que a anorexia e a bulimia estão intimamente ligadas a um fator psicológico com consequência apenas físicas? Como é o tratamento? Qual é o papel do nutricionista ao cuidar de um paciente que passou por esse tipo de doença? "A anorexia e bulimia são consideradas, por classificação médica internacional, como "transtornos alimentares". Apesar da nomenclatura, sabemos que são muito mais que isso. A manifestação de transtornos desta espécie ocorre em


MARIA TEREZA CORDEIRO BELING função de uma intensa insatisfação corporal e alteração na autoimagem, com desejo de emagrecimento. Em cada caso, podem ser adotadas diferentes estratégias para alcançar este objetivo. Dietas extremamente restritivas (algumas pacientes chegam a ingerir menos de 200 kcal/dia, o que seria equivalente, por exemplo, a duas maçãs), excesso de exercícios físicos, vômitos autoinduzidos ou a ingestão de laxantes e diuréticos são alguns exemplos. Não me arrisco, como nutricionista, a tratar sozinha um caso de transtorno, por reconhecer que, em sua complexidade, existe muito mais do que a necessidade de recuperação do estado nutricional ou reeducação alimentar. Afinal, as razões para o estabelecimento dos comportamentos apresentados pelo paciente, ou seja, "o que está por trás", podem ser diversas questões, desde distúrbios psiquiátricos, psicológicos, dificuldades na elaboração da sexualidade, na vivência familiar (especialmente com a mãe) ou

com o outro e até episódios de violência (inclusive sexual). O tratamento é individual, geralmente longo, e depende das peculiaridades de cada caso. É interessante e essencial poder contar com uma equipe para analisar e discutir, de modo a verificar a melhor condução. O nutricionista é um profissional que pode auxiliar no tratamento, mas deve colaborar no momento certo e com cuidado. A recuperação do peso de um paciente com transtorno alimentar pode ser arriscada, por exemplo, se considerarmos que o transtorno ou sintoma apresentado age sustentando uma grande questão não resolvida no interior deste indivíduo. Esta pode ter sido, paradoxalmente, sua "forma de sobreviver". Recentemente, uma lei no Congresso Nacional proíbiu a exibição pública de modelo cujo índice de massa corporal seja inferior a 18. Você acredita que isso pode ajudar na diminuição dos transtornos alimentares entre os jovens que

seguem a ditadura da beleza? "Como os casos de transtornos alimentares não estão somente relacionados ao simples desejo de ser magro, acredito que a medida pode não conduzir a uma redução significativa em sua incidência. A lei, contudo, visa a estabelecer um limite, que pode auxiliar, gradualmente, a modificarmos os corpos que vemos nas passarelas. Além disso, pode gerar uma maior preocupação e cuidado das modelos com relação ao seu estado nutricional, tendo em vista que Índices de Massa Corporal (IMC) menores que 18 já são indícios de magreza (constitucional ou relacionada à desnutrição). Se a lei for realmente aprovada, será preciso fiscalizar, pois, de acordo com relatos de algumas modelos que já possuíram transtornos ou alterações no comportamento alimentar, muitos dos profissionais envolvidos no mundo da moda as discriminam quando não atendem aos padrões estipulados, perpetuando o ideal de magreza.


FUTURO

Tecnologia a favor da música, da foto e do vídeo

Aparelhos que cabem na palma da mão conseguem armazenar uma infinidade de arquivos e viram mania entre pessoas das mais variadas idades Wander Veroni

Q

uem não gosta de ouvir música e ainda ter a possibilidade de compartilhar esses arquivos com familiares e amigos? Hoje em dia é quase impossível não ver alguém com um fone nos ouvidos, principalmente a caminho do trabalho, durante a prática de algum esporte ao ar livre ou até mesmo nos momentos de lazer. Graças às novas tecnologias, é possível, num único aparelho, armazenar as suas músicas favoritas, tirar fotos e ainda fazer aquele vídeo caseiro com a galera. Um dos mais práticos e acessíveis é popularmente conhecido como a geração dos MP's - que vai do MP3 ao MP9. O que poucas pessoas sabem é que o MP3 não é só um aparelho, mas também o nome do formato do arquivo de áudio, que permite ouvir músicas em computadores. Assim como o LP, o K7 e o CD, o MP3 se fortaleceu como a sigla do formato de arquivo de áudio mais difundido

24 Diário de Bordo

entre os internautas. Mas por quê? A questão chave para entender todo o sucesso do MP3 se baseia no fato de que, antes de ser desenvolvido, uma música no computador era armazenada no formato WAV, que é o formato padrão para arquivo de som em PCs. O problema é que chegava a ocupar dezenas de megabytes no disco rígido. Em média, um minuto de música corresponde a 10 MB para uma gravação de som de 16 bits estéreo com 44.1 KHz - o que resulta numa dificuldade de distribuir as músicas via internet. Novos tempos Com o surgimento do MP3, a história mudou, pois o formato permite armazenar músicas no computador sem ocupar grande espaço e preservar uma qualidade sonora relativamente boa - além de ser um arquivo "leve" para envio entre internautas. De acordo com o


site UOL Música, 1 minuto de música, corresponde a cerca de 1 MB em MP3. Desse modo, não demorou muito para o formato se popularizar e deixar as gravadoras de cabelo em pé - pois o compartilhamento gratuito resulta em perda de lucro nas vendas de CDs. Além disso, a novidade causou uma briga histórica que obrigou essas empresas a repensar o poder da internet e a forma de divulgar um artista pela rede. Quem não se lembra do caso Napster? Um programa americano de compartilhamento gratuito de músicas, criado por Shawn Fanning. Pela facilidade do serviço, logo virou febre nos Estados Unidos, no final da década de 1990. Processado por vários artistas e gravadoras, o Napster foi obrigado a tirar do seu índice todas as músicas protegidas por direito autoral - o que ocasionou o fechamento do serviço. Mesmo assim, anos mais tarde, aqui mesmo no Brasil, os programas Áres e Emule, que são descendentes diretos do Napster, são os preferidos dos brasileiros para compartilhar música entre usuários conectados à internet. O aparelho Com a chegada das festas de fim de ano, os MPs se transformaram em uma boa opção de presente. Quem confirma são os lojistas do setor de tecnologia em shoppings populares e lojas. Entre os preferidos, está principalmente o MP3, por ser o player mais popular de música, e o MP7, que corresponde à função de tocador de música acrescida a telefone celular. A cirurgiã-dentista Iêda Fagundes, de 48 anos, apesar de ser avessa à tecnologia, acabou se rendendo ao aparelho. "Há uns quatro meses atrás dei um MP3 para o meu filho de 12 anos como presente de aniversário. A possibilidade de armazenar as músicas favoritas e a ainda ouvir rádio me chamou a atenção. Ele me emprestou uma vez para fazer caminhada. Depois criei uma pasta só com as minhas músicas favoritas e pouco tempo depois comprei um para mim. Hoje em

dia, vou trabalhar, e até mesmo dirijo, com ele no meu ouvido. Foi a invenção do século! Não consigo ficar sem o meu aparelhinho", conta. Já o estudante Renan Augusto Silva Barcelos, de 22 anos, não consegue ficar sem o seu, pois, segundo ele, a música é uma atividade terapêutica. "A música tem essa capacidade de relaxar, de fazer a gente dar uma "desestressada". Passei por todas essas gerações do MP's e agora estou com o último, o MP9. O mais bacana é a possibilidade de unir tudo num único aparelho: celular, rádio, armazenar as músicas preferidas e câmera de vídeo e foto. Não é à toa que o aparelho caiu no gosto popular pela sua praticidade e o jeito muito simples de usar". A família dos Mp’s As propostas são diferentes e podem até causar confusão para quem não é ligado em tecnologia. Mas hoje, no mercado, é possível encontrar do MP3 ao MP9, cada um com uma funcionalidade diferente, que, dependendo do aparelho, engloba desde celular à TV Digital. A gerente de uma loja de produtos de informática da Grande BH, Cleide Comini, que trabalha há mais de dois anos com esse tipo de aparelho, conta a diferença de cada um

deles. "O MP3 é o tocador de música mais comum, pelo formato de compartilhamento de arquivo simples e também possui rádio FM. Já o MP4 possui esses recursos e ainda guarda fotos e vídeos. O MP5 tem todos os recursos anteriores, acrescido de máquina fotográfica. O MP6 é um celular com todos os itens; o MP7 também é telefone, só que com televisão digital. Por último, o MP8 é a reunião do celular com a TV Digital, e o MP9, o mais completo, reúne todos os recursos já falados nas outras gerações, e a possibilidade da câmera fotográfica com zoom e flash integrados", explica.

Diário de Bordo 25


A receita é uma só: reduzir juros Fábio Doyle

O

governo federal ficou irado com as demissões anunciadas pela General Motors do Brasil na primeira semana do ano. A crise que marcou o final de 2008 e promete piorar no decorrer de 2009 chega em doses ainda brandas ao Brasil. Lula e seus liderados já deviam saber que esbravejar e culpar a imprensa, além de injusto, é totalmente inútil. A notícia dos mais de 700 empregados demitidos da GM do Brasil pode ser apenas a primeira de uma série, caso o governo não tome medidas realmente efetivas para minimizar os efeitos da fase negra que

agora atravessa a economia. As medidas de redução do IPI para os automóveis, anunciadas como se fossem a salvação da lavoura no final do ano,

Não é de hoje que os carros brasileiros ostentam o troféu de mais taxados do planeta.

deram um pequeno, muito pequeno, fôlego. Já se sabia, desde o início, que estariam longe do efetivamente necessá-

rio para manter o ritmo da produção e do consumo. Cortar os impostos que recaem sobre os veículos produzidos no Brasil é e sempre foi uma necessidade. Não é de hoje que os carros brasileiros ostentam o troféu de mais taxados do planeta. A imprensa e o consumidor esbravejam, sem resultados. No caso da crise atual, para evitar, ou pelo menos reduzir seus impactos no mercado, a receita é uma só: reduzir juros. Além de pagar impostos exorbitantes, o cidadão brasileiro ,que depende de empréstimos e créditos para se manter vivo, amarga juros estratosféricos,


seja no cheque especial, cartão de crédito, crédito direto ao consumidor. Os Estados Unidos, a pedra do dominó que iniciou a derrubada das demais, já entenderam a importância da redução dos juros como ferramenta fundamental para a solução dessa crise econômica e não perderam tempo para colocar a solução em prática. Já o governo brasileiro gasta tempo, dinheiro e energia dos contribuintes com atos e encenações grotescas, com medidas paliativas, que apenas mascaram temporariamente a situação. Além de tomar medidas pouco efetivas, o governo brasileiro, ao oferecer "incentivos" à indústria automobilística, ainda se esquece de aproveitar o momento para, em troca das "facilidades", exigir

Linha de montagem parada é o reflexo da crise mundial

contrapartidas das montadoras com foco na segurança, economia e respeito ao meio -ambiente dos veículos que produ-

zem. É muita incompetência! Fábio Doyle www.fabiodoyle.com.br


RMBH

Desemprego em queda Apesar dos reflexos da crise internacional na RMBH, pesquisas confirmam que o índice de desemprego está caindo Luciana Hübner

A

taxa de desemprego nas regiões metropolitanas do Brasil fechou 2008 em 6,8%, índice mais baixo desde março de 2002, mesmo com as demissões nas indústrias que mobilizaram aos sindicatos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de desempregados ficou seis décimos abaixo dos dados do ano anterior e oito décimos menor que o de novembro, o que se explica pelas vendas de Natal, segundo o IBGE. A população ocupada manteve-se estável em relação a novembro, em 22,1 milhões de pessoas, mas aumentou 3,4% em relação a 2007, com a criação de 734 mil novos postos de emprego, número que contradiz os cálculos do Ministério do Trabalho, que havia anunciado 1,45 milhão de novas vagas em 2008. A divergência de estatísticas se deve a que o estudo do IBGE só contempla as regiões metropolitanas das seis maiores e mais industrializadas cidades do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Os piores dados de desemprego foram registrados nas duas principais regiões metropolitanas do Nordeste, de Salvador e Recife, com

28 Diário de Bordo

10% e 7,8%, respectivamente. Porto Alegre e Belo Horizonte registraram os dois níveis mais baixos de desemprego, com taxas de 4,7% e 5,5%, respectivamente. Em outubro, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) alcançou o menor índice desde 1996, ano em que Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) começou a ser realizada através de uma parceria entre a Fundação João Pinheiro (FJP), Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e Fundação Seade. O índice ficou em 9% contra 9,5% de setembro. Os desempregados somaram 239 mil trabalhadores, contra 253 mil no mês anterior. Já o número de ocupados, que era de 2,409 milhões de pessoas em setembro, passou para 2,416 milhões em outubro, por causa da entrada de 7 mil pessoas na força de trabalho da região. O tempo médio de procura por trabalho não sofreu alteração no mês de novembro, em relação ao mês anterior, isto é, os desempregados continuam em média gastando 43 semanas na busca de uma vaga.

Mercado interno Segundo um dos coordenadores da pesquisa, o economista Mário Rodarte, do Dieese, este recuo de 0,5% revela que a economia da Região Metropolitana de Belo Horizonte ainda não dá sinais de crise. "A crise econômica internacional ainda não se resvalou para cá, o que não quer dizer que ela não venha. Mas há indicadores que nos deixam otimistas, como a massa de rendimentos", disse Rodarte. A massa de rendimentos, que é a soma de salários pelo número de ocupados e assalariados, vem crescendo na última década, dando sinais de robustez do mercado. O bom desempenho deste indicador é fundamental para a economia do país, estados e regiões, que se mostram preparados para fazer frente à demanda interna sem sofrer com a crise mundial. Ainda de acordo com o economista, as novas vagas no mercado de trabalho são para localidades distantes dos grandes centros. "O crescimento do emprego hoje é maior no interior, puxado não só pelo setor siderúrgico, agropecuário ou extrativo mineral, mas também pela indústria, setor de construção civil e obras públicas", afirma


Estabelecimentos comerciais continuam lotados

Mário Rodarte. Ele lembra ainda que há um forte crescimento dos chamados "serviços urbanitários" nas cidades do interior, como saneamento e eletrificação. "Essa maior infra-estrutura aumenta também a demanda por outros setores da economia", ressalta. Indústria e construção civil O setor que mais criou empregos foi a indústria, com 13 mil postos a mais, à frente da construção civil, que criou oito mil. O comércio perdeu nove mil ocupações e os serviços 16 mil. O agregado "outros setores" (serviços domésticos, agricultura, pecuária, extração vegetal e outras atividades) criou 11 mil postos no período. De outubro de 2007 a outubro de 2008, foram criadas 126 mil ocupações. O setor de serviços foi o que mais criou vagas em doze meses (novembro de 2007 a outubro de 2008), com 60 mil vagas, seguido pelo comércio, com 42 mil. Na construção civil o aumento foi de 14 mil postos e na indústria de sete mil. O agregado "outros setores de atividade" registrou aumento de 3 mil ocupações. As vagas de empregos com carteira assinada diminuíram em 15 mil, enquanto que para os trabalhadores sem carteira assinada houve um crescimento de sete mil postos. No setor público, houve aumento de cinco mil postos de trabalho, assim como no emprego doméstico, que apresentou 10 mil ocupações a mais. Entre os autônomos houve ampliação de 8 mil postos e nas "demais formas de inserção" (empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais e outras ocupações) foram acrescentadas oito mil ocupações no mês. Em comparação a outubro de 2007, houve geração de 84 mil empregos com carteira assinada e perda de 7 mil entre os sem carteira. No setor público foram criados 46 mil postos de trabalho e no emprego doméstico houve perda de duas mil vagas. Entre os autônomos houve ampliação de quatro mil ocupações e o agregado "demais formas de inserção" outras mil. Crise Internacional A estabilidade econômica brasileira e o controle inflacionário também são razões para otimismo. "O cenário atual é muito diferente das altas taxas de desemprego vividas nas décadas de 80 e 90", afirma o coordenador da PED, Mário Rodarte. De acordo com ele, a crise vai forçar um rearranjo estrutural dos setores da economia. O segmento têxtil, por exemplo, poderá finalmente respirar depois de viver os últimos anos suprimido pelo dólar baixo, o que facilitava as importações de produtos estrangeiros. Numa projeção para 2009, Mário Rodarte diz que ainda é cedo para falar que será um ano ruim. "O primeiro trimestre é sempre um período de desaquecimento, que em 2009 pode ser acentuado pelo novo cenário internacional", avalia. Diário de Bordo 29


TESTE

Diário D DE E B BO OR RD DO O

Sonho de uns, pesadelo de outros Depois de rodar mais de 3 mil quilômetros, o Captiva AWD, SUV da Chevrolet, foi tiro certeiro no mercado de utilitário-esportivos e, por sua relação custo-benefício e estrutura da rede, para a Hyundai ele se transformou em pesadelo Fábio Doyle 30 Diário de Bordo


Foram mais de 3 mil quilômetros atrás do volante de um Captiva Sport AWD. O trajeto teve início em BH, com parada para pernoite em São Paulo, e chegada em Florianópolis no dia seguinte.

C

huvas torrenciais marcaram a viagem, com direito a assistir a um Chevrolet Astra que ia à nossa frente rodando sobre o asfalto da rodovia Fernão Dias, após frenagem de susto, em uma reta com ótimo pavimentação, mas encharcada. O carro, que seguia em velocidade normal e compatível para o local, deu um giro completo à nossa frente, continuou rodopiando em direção ao canteiro central de grama, atravessou para a outra pista, ainda girando, e só parou quando sua traseira foi de encontro à dianteira de um inocente veículo que seguia em sentido contrário. Foi uma batida até leve, ainda bem sem vítimas, mas que prova a falta que faz o sistema de freios antiblocantes (ABS). Após assistir àquele espetáculo de "ballet", seguimos com o nosso Captiva, que vem equipado com toda a tecnologia de segurança para evitar situações como aquela. No trecho até São Paulo, a chuva pesada foi nossa companhia em quase todo o trajeto. Chegamos ao destino cansados pela atenção redobrada, mas inteiros, graças ao conforto e à segurança que o Captiva oferece. O comportamento do carro foi irrepreensível e a

relativamente boa condição da rodovia, agora privatizada, também colaborou para a segurança da viagem. No dia seguinte, a viagem de mais 600 quilômetros entre São Paulo e Florianópolis foi mais tranquila e segura. A chuva deu uma trégua e, nos trechos mais livres, foi possível sentir a força do motor V6 de 261 cv, que impulsiona o Captiva. As respostas ao acelerador são precisas e imediatas. É só pressionar e sentir o carro zunir estrada afora. Nessas horas, até parecia que estávamos a bordo, não de um SUV, mas de um esportivo. Nas curvas, ponto fraco dos SUVs, que, pela altura, são sempre menos estáveis que os modelos sedans, o Captiva também fez bonito. Comportou-se quase como um esportivo puro sangue, exigindo do piloto apenas consciência e perícia. Os dias em Florianópolis a bordo do Captiva só não foram mais agradáveis por causa da chuva que escolheu Santa Catarina como alvo principal nos últimos meses. Mas, como um pouco de emoção nunca é demais e já que o tempo não convidava à praia, fomos em busca de estradas de terra molhada para observar, apreciar e aprovar o sistema AWD (tração integral), que entra e sai

O motor é o mesmo para as duas versões e já conhecido do mercado brasileiro, o Alloytec V6 de 3,6 l que equipa o Chevrolet Omega


Pilotar o Captiva Sport AWD é uma experiência gratificante e nos fez entender as filas de espera de consumidores

de ação por decisão exclusiva do sistema, sem interferência humana. Como diriam alguns: uma beleza! Na viagem de volta, a chuva castigou ainda mais forte. Um volume absurdo de carros retornava de férias e, com a "ajuda" da tromba d'água, rodamos mais de 300 quilômetros, entre Florianópolis e Curitiba, a uma velocidade de não mais que 30/40 quilômetros por hora: uma tortura! Isso sem falar no "show" de carros jogados pelos barrancos das estradas, resultado de rodopios mirabolantes sobre piso molhado e deslizante. Contamos 30 carros jogados em barrancos nos cerca de 600 quilômetros que separam Florianópolis de São Paulo. Já no dia seguinte, quando tomamos a Fernão Dias para a volta a Belo Horizonte, encontramos uma rodovia menos molhada do que na ida. Atravessamos vários trechos com fortes pancadas de chuva, mas a maior parte do trajeto foi de piso seco e direção tranquila. Preço e conteúdo Pilotar o Captiva Sport AWD é uma experiência gratificante e nos fez entender as filas de espera de consumidores para comprar o SUV da Chevrolet. O preço sugerido de R$ 104 mil é muito competitivo e está dando trabalho para

os concorrentes. O motor é o mesmo para as duas versões e já conhecido do mercado brasileiro, o Alloytec V6 de 3,6 l que equipa o Chevrolet Omega. A transmissão é automática de seis velocidades com opção para a Active Select, que também funciona no modo manual e é um item essencial e importante quando se pensa em conforto e segurança. A ampla lista de equipamentos de série inclui sistemas de segurança, como gerenciamento central dos freios ABS, de tração, seis airbags e sensores de controle de pressão dos pneus e acionamento do motor à distância. O Captiva é um carro que cativa (desculpem o trocadilho) à primeira vista pelo design. Quem exige espaço para bagagem irá gostar também do portamalas, com volume para 821 litros e que com os bancos rebatidos em 180 graus, inclusive o do passageiro, vai a 1,5 mil litros de capacidade. A garantia total para o mercado brasileiro que a GM dá para o Captiva Sport é de três anos. Nem tudo é perfeito Como a perfeição é rara, registramos duas falhas graves no Captiva. A primeira é a ausência do sensor de estacionamento. É incompreensível que um veículo

como o Captiva, pelo segmento superior em que está e por ter visibilidade traseira deficiente, não ofereça esse item de série. O equipamento consta da lista de acessórios vendidos em separado pelas concessionárias da marca. Em Belo Horizonte, a Jorlan vende e instala o equipamento por R$ 890 (traseiro) e R$ 150 (dianteiro). Outra deficiência do Captiva é a ausência de um computador de bordo com funções que mostrem consumo médio, consumo instantâneo, velocidade média e autonomia, entre outras. Esse é um item presente em carros bem mais simples, e sua ausência em um carro da categoria do Captiva é inconcebível. Sede voraz Por falar em consumo, a sede é uma das características do Captiva. A GM informa que seu motor V6 tem tecnologia que reduz o consumo aos níveis de um propulsor de quatro cilindros. Não foi bem isso que constatamos. A melhor marca obtida em trecho de estrada foi de R$ 7,63 km/litro. Na cidade, o consumo ficou entre 5,7 e 6,2 km/litro. No total, rodamos com o Captiva 3.180 quilômetros, que consumiram 441 litros de gasolina. Metas atingidas Está cada vez mais interessante a disputa pelo mercado brasileiro de SUVs (utilitários esportivos) na faixa dos R$ 100 mil, um segmento que cresceu 85% no ano passado. O plano anunciado pela GM no lançamento do Captiva, em agosto do ano passado mencionava vendas no Brasil entre 1,3 mil e 1,5 mil unidades por mês. Esse volume planejado foi confirmado com a venda total, no varejo (emplacamentos), de 4.795 unidades, nos quatros últimos meses do ano passado. Vamos

R$ 220,00 R$ 159,00 R$ 159,00


Ausência de um computador de bordo é algo inconcebível para um veículo desse nível

agora acompanhar o início de 2009, que chegou com uma crise amedrontadora. Para reforçar as vendas do Captiva, a GM já está providenciando o lançamento, no início de fevereiro, de mais uma versão do modelo, equipada com motor Ecotec. Será o primeiro lançamento do setor em 2009. O Captiva Sport é hoje vendido no Brasil nas versões FWD e AWD, diferenciadas pelo sistema de tração e outros itens: banco de couro, aquecedor de bancos e rádio. A opção FWD custa a partir de R$ 96.900, e a opção com tração integral tem preço base sugerido de R$ 103.900. No lançamento, a expectativa da GM era que o mix de vendas seria de 50% para cada uma, mas não foi isso o que aconteceu. A versão mais cara, a AWD representa hoje 90% das vendas do Captiva e

Porta-malas, sem os bancos rebatidos, apresenta um volume de 821 litros a FWD apenas 10%, informou a assessoria de imprensa da montadora. Captiva abocanha vendas que seriam do Tucson Nessa faixa de preço, a GM considera o Hyundai Santa Fé e o Honda CRV, também importado do México, como os principais concorrentes do Captiva. Na verdade, o alvo "secreto" na mira do Captiva é o Hyundai Tucson. E os números mostram bem isso, De agosto, mês do lançamento do Captiva, que na prática começou a ser vendido de setembro a dezembro, as vendas do Hyundai Tucson caíram. Em agosto, segundo registros da

Fenabrave, 2.088 unidades do Hyundai Tucson foram emplacadas no país. De lá até o final do ano, o volume de venda do SUV coreano sofreu queda vertiginosa, chegando a dezembro com 1.087 unidades emplacadas, ou seja, redução de quase 50%. São números muito parecidos com os de vendas do Captiva desde o lançamento. Ou seja, metade dos consumidores que estavam pensando em comprar um Hyundai Tucson acabou optando pelo Chevrolet Captiva.


Segurança Pública: balanço de 2008; perspectivas para 2009 Robson Sávio Reis Souza *

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ano de 2008 terminou com muitas promessas e poucas soluções na gestão da segurança pública brasileira. O recrudescimento da violência recheou as páginas de nossos jornais com notícias traumáticas e manifestações de indignação social. Pesquisas de opinião apontam ser a violência o principal problema enfrentado pelos brasileiros. Em 29 de março de 2008 começava um caso que comoveu nosso país: Isabella Nardoni, de cinco anos, foi atirada da janela de um prédio na cidade de São Paulo. A brutal morte da menina foi apenas a primeira notícia de tragédias envolvendo crianças que chocaram os brasileiros neste ano. João Roberto, de três anos, foi morto em uma troca de tiros, no Rio de Janeiro. A adolescente inglesa Cara Marie Burke foi esquartejada, em Goiânia. Em Curitiba, Rachel Genofre, de nove anos, foi estuprada e seu corpo encontrado em uma mala. Em outubro, a adolescente Eloá Pimentel morreu com um tiro na cabeça, depois de uma desastrada operação policial e após ter sido mantida refém por cinco dias pelo ex-namorado. Chacinas, inclusive em Minas, mortes de civis em operações policiais no Rio e violência nos cárceres também apareceram com freqüência nos noticiários. Esses foram os dramas visíveis. Inúmeros outros não apareceram na mídia, mas, certamente, evidenciam o nível de violência no qual estamos submersos. Estudos recentes têm apontado quedas nos indicadores da criminalidade violenta, principalmente nas grandes cidades. Mas nossos números são tão vergonhosos que qualquer comemoração seria um sarcasmo: temos uma das polícias mais violentas do mundo; ostentamos índices de homicídios comparáveis a de países em guerra; nosso sistema judiciário é um dos mais seletivos; o sistema prisional é marcado pela ineficiência na recuperação dos presos, pela corrupção generalizada e todo o tipo de vio-

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lência e arbitrariedade. Portanto, a diminuição nos indicadores de crimes é mero engodo. Há evidente naturalização da violência em nossa sociedade e certa banalização da vida humana. Podemos nos vangloriar, por exemplo, de uma cidade como Belo Horizonte, que tem uma taxa de cerca de 30 homicídios por grupo de 100 mil habitantes? Aliás, no Brasil, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chega a 25,2; na Itália, o índice é ínfimo, de 1,1 por grupo de 100 mil pessoas. Aqui, com os dados do último ano disponíveis (2005), foram registradas 47.578 mortes; na Itália, os dados de 2003 indicavam apenas 648 mortes (73 vezes menos). Ou seja, o Brasil ocupa o sexto posto entre 83 países analisados. Quando se trata apenas de homicídios entre jovens, o Brasil avança no ranking e ocupa a quinta posição, com uma taxa de 51,6 por 100 mil habitantes. Na Europa como um todo, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes fica em 1,2 jovens por grupo de 100 mil. Para responder ao recrudescimento da criminalidade, presenciamos uma série de medidas reativas, tanto no nível nacional como nos estados. Em sua quase totalidade, essas medidas enfatizam o aumento do poder punitivo do Estado, simplificando, sem resolver e, ao mesmo tempo, restringindo as noções de direitos e de cidadania. Um bom exemplo desse tipo de recrudescimento do aparato repressivo é a estratégia utilizada pelos governos federal e estadual, no Rio de Janeiro que vem sendo amplamente divulgada de ocupar as favelas, usando, em alguns casos, exclusivamente a força policial. Os resultados se concretizam em inúmeros danos para a comunidade e para o poder público, como, por exemplo, o aumento da letalidade da ação policial. Assim, os custos econômicos e sociais desse tipo de operação dificilmente são compensados. O argumento de melhorar as condições objetivas da segurança pública

nesses locais, no futuro, em detrimento da segurança e do bem-estar dos próprios moradores, no presente, é questionável. Primeiramente, porque o poder público não tem efetivas garantias do êxito de suas ações (nem no presente, muito menos no futuro); segundo, porque, geralmente,a estratégia adotada nesse tipo de ação é altamente belicosa, tendo em vista o aniquilamento, a qualquer custo, do inimigo e, assim sendo, o nível de vitimização de inocentes é extremamente alto - ademais o Estado não existe para matar, nem mesmo o maior dos criminosos; e mais, todos os estudos demonstram que políticas de segurança pública exitosas dependem de ações permanentes, envolvendo a participação efetiva da sociedade civil - que deve ser parceira e não simplesmente objeto da ação - e, finalmente, porque os fins (por melhores que sejam) nunca devem justificar os meios (principalmente quando se põe em risco a vida de milhares de pessoas). O sistema de justiça criminal brasileiro está edificado sobre uma estrutura injusta e discricionária. Efetivamente, entendemos que não é possível - nas bases atuais - resolver os problemas da segurança pública com reformas pontuais nas polícias, no Judiciário, no inumano sistema prisional. Ou seja, quaisquer reformas, por melhores intenções que as fundamentem, são insuficientes para corrigir os vícios originários desse sistema perverso. Idealmente, seriam necessárias modificações estruturais que levassem em conta a nova ordem social e política brasileira - a partir da prevalência dos princípios dos direitos humanos. É evidente o fracasso dos governos (nos vários níveis e nos três poderes) no encaminhamento de soluções efetivas para a melhoria das condições objetivas da segurança pública. Nos últimos anos, os remendos (apesar de necessários) não foram suficientes para estancar as barbáries que se abateram sobre a sociedade brasileira. Somente com a participação ostensi-


va da sociedade civil, pressionando por mudanças substanciais na arquitetura e na gestão da segurança pública, poderemos construir novos e modernos paradigmas para uma política pública, menos excludente e mais humana, na segurança: a chamada segurança cidadã. A segurança dos cidadãos é, em si mesma, uma questão que inclui os direitos e garantias fundamentais e não o limite delas. Portanto, ao tratarmos da segurança pública como direito de cidadania, falamos na centralidade das políticas sociais e no aprimoramento institucional das agências que cuidam da defesa social. É fundamental repensar o lugar e as condições em que as forças de segurança se inserem na nossa sociedade. Enquanto as reformas estruturais não chegam, são impostergáveis as modificações na gestão dos presídios brasileiros, marcados pela corrupção, violência institucional, superlotação e ineficácia. Uma discussão nacional urgente é sobre a desconstitucionalização da gestão policial no Brasil. Cada

estado seria autônomo para gerenciar suas polícias e adaptá-las às realidades locais. Ademais, mecanismos de controle da atividade policial, como Ouvidorias de Polícia independentes e controladas pela sociedade, precisariam ser reforçados e ampliados. A corrupção do agente público amplia, sobremaneira, a criminalidade e a institucionaliza. Em certa medida, corrupção policial e crime organizado se retroalimentam. O Poder Judiciário e o Ministério Público podem colaborar, e muito, para evitar que o crime confronte o Estado Democrático de Direito. É fundamental que as modificações na legislação penal não se limitem ao generalismo legal, mas contemplem as especificidades que surgiram com as novas modalidades de criminalidade urbana. E, ainda, o Ministério Público e, principalmente, o Judiciário devem sair de seus castelos e exercer a Justiça com equidade. Em 2009, teremos algumas oportunidades que poderão redundar em mudanças efetivas na segurança públi-

ca. Em fevereiro, começa a Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sobre o tema. E, em agosto, teremos a primeira conferência nacional de segurança pública, ocasião na qual se poderão substituir os muitos remendos que vêm sendo costurados nos últimos anos na colcha podre do sistema de justiça criminal brasileiro. Unicamente com reformas profundas nas polícias, no Judiciário e no sistema prisional, teremos perspectivas de efetiva diminuição da violência e criminalidade em nossas cidades e no Brasil. *Filósofo, pesquisador e coordenador de Comunicação do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG (Crisp); pesquisador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas (Nesp); coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Pró-reitoria de Extensão da PUC Minas; membro da Comissão Pastoral de Direitos Humanos da Arquidiocese de Belo Horizonte; vice-diretor executivo da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Santa Luzia.


CONCURSO

Gabriela Brandt,

Miss Brasil USA 2008 A representante de Philadelphia (PA) conquistou jurados e ganhou o título de Miss Brasil USA 2008

BR NEWS / Karine Porcel

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maior teatro da cidade de Newark ficou lotado. A comunidade brasileira de New Jersey presenciou a moradora de um estado vizinho levar para casa o título de Miss Brasil USA 2008. Durante a etapa final do concurso, no New Jersey Performing Arts Center, em Newark (NJ), Gabriela Brandt, 23, da Philadelphia (PA), conquistou os jurados, que a escolheram como a mais bela brasileira nos Estados Unidos. Ao lado das 41 candidatas com quem disputou o título, a 36 Diário de Bordo

jovem estudante de administração se emocionou ao ser coroada pela Miss Brasil USA 2007, Heloísa Alves: "Eu queria muito ficar bem colocada no concurso, mas, no meio de tantas meninas bonitas, ficar com o primeiro lugar foi inesperado", disse Gabriela logo após a conquista. Em segundo lugar, ficou Bianca Adriane Santos, 15, de South Beach (FL), e, em terceiro, ficou Keilla Colombo, 15, de Deerfield Beach (Fl). Ainda foram escolhidas a Miss imprensa, Lara Machado, de Orlando (FL); Miss Elegância e Miss


De babá, a Miss. Gabriela Brandt foi a vencedora do concurso mais famoso entre os brasileiros que vivem nos Estados Unidos

Fotogenia, Jenicer Hayworth, de Atlantic City (NJ); Miss Fitness, Nara Maranhão, de Framingham (MA), e Miss Simpatia, Vanessa Bacellar, de Albany (NY). As três primeiras colocadas ganharam um prêmio em dinheiro no valor de $1,000, $500 e $300 para o 1°, 2° e 3° lugares, respectivamente. A vencedora ganhou ainda um book fotográfico no valor de $10,000, jóia, relógio e brindes oferecidos pelos patrocinadores do evento. No total, a 1° colocada levou para casa o correspondente a $15,000 em prêmio. A 18ª edição do Miss Brasil USA foi apresentada pelo réporter Renan Leahy, do Planeta Brasil, da TV Globo Internacional, e por Rayanne Morais, Miss Minas Gerais 2009. A Miss 2008 foi escolhida por um corpo de jurados, composto por nove pessoas, entre elas patrocinadores e convidados especiais, que avaliaram a beleza, a elegância, a postura e a desenvoltura das candidatas. A final do concurso foi organizada pela empresa Época Enterprise, de Cacá Santos, presidente do Miss Brasil USA, e pela BrMedia, de Beatriz Leitzke. Os dois produtores organizaram uma noite de gala para receber finalistas e patrocinadores e foram honrados com a presença de mais de 300 pessoas da comunidade brasileira de Newark, que lotaram o teatro do NJ-PAC para torcer pela sua candidata. “Estou realmente emocionada e contente que todos tenham vindo prestigiar um evento que promove a nossa beleza e a nossa cultura. Foi uma festa muito bonita", disse Beatriz Leitzke. "A final de 2008 ano mostrou que o Miss Brasil USA é um evento que está crescendo a cada ano, com o apoio da nossa comunidade" completou Cacá Santos. O Miss Brasil USA 2008 teve patrocínio oficial da DIRECTV e apoio de O Boticário, Zenaric, EA Lingerie, New Jersey Ironmen, Casa do Pão de Queijo, Passion Desserts, entre outros. A Miss Brasil USA 2008 é natural de Santa Catarina e vive nos Estados Unidos há 3 anos, após ter imigraDiário de Bordo 37


do sozinha, com o objetivo de estudar inglês. Hoje, ela divide seu tempo entre o terceiro ano do curso de administração da universidade de Wilmington, em Delaware, e o trabalho como nanny. Embora já tenha feito alguns desfi-

les e ensaios fotográficos como modelo no Brasil, desde que chegou aqui, ela nunca trabalhou na área. Mas, com o título de miss, Gabriela acredita que as oportunidades aparecerão. "Eu espero que as portas se abram para mim e vou fazer o

melhor para representar a mulher brasileira nos Estados Unidos", disse. Gabriela contou que ficou surpresa com a conquista do título. Ela entrou no concurso por incentivo de amigos e não tinha idéia da abrangência do evento.

É hora de a catarinense brilhar! O que pensou na hora em que seu nome foi anunciado como a vencedora? "A emoção foi grande. Eu não esperava. Queria muito, estava confiante em mim, mas não estava esperando ficar com o 1° lugar. Eram 41 meninas, todas lindas. Realmente, eu fiquei muito surpresa". Como soube do concurso e por que decidiu participar? "Fiquei sabendo por intermédio de uma amiga que estava ajudando a Norma Soares, produtora do concurso da Philadelphia, na organização da eliminatória da cidade. (Gabriela disputou com 12 candidatas a eliminatória da Philadelphia e também ganhou o 1° lugar). Meus amigos ficaram me incentivando a participar, mas eu entrei mais como uma brincadeira, para conhecer pessoas. Eu não sabia do nível do concurso. Eu sabia que existia o Miss Brasil USA, mas não sabia que era um evento tão abrangente". Você já havia participado de algum concurso de beleza ou atuado profissionalmente na área de moda? "Concurso não, mas fui modelo no

Brasil. Trabalhei para a Loreal". E por que não deu continuidade? "Eu só parei porque estava decidida a me dedicar à escola. Cheguei a um ponto em que ou eu seguia sério a carreira de modelo ou iria mais para o lado da escola. Eu tinha 16 anos, estava morando em Brasília, longe da minha família, que estava toda no Sul, quando perdi uma oportunidade de ir ao Japão e desenvolver uma carreira internacional. Foi aí que fiquei desmotivada a continuar e decidi estudar". Mas agora, com o título de miss, novas oportunidades poderão surgir. O que pretende fazer? "Acho que as oportunidades vão aparecer e eu vou tentar procurar trabalho na área. Eu sempre quis ser modelo, mas junto a esse querer tenho que trabalhar, me sustentar. Eu acredito, eu quero, mas ao mesmo tempo eu tenho que ter os meus pés no chão". Você está preparada para assumir as tarefas de um Miss Brasil USA? "Estou preparada e também ansiosa para isso acontecer logo".

Quem é a Miss Brasil USA 2008 Nome: Gabriela Brandt Idade: 23 anos Natural de: Fraiburgo, Santa Catarina Mora em: Philadelphia, PA Há quanto tempo nos EUA: 3 anos Profissão: nanny e estudante de administração Tempo livre: gosta de sair com amigos, viajar e, durante a semana, quando sobra tempo, ir à academia. Família: está no Brasil. Imigrou e mora sozinha. Brasil: não pretende voltar até que complete os estudos, que inclui um mestrado.


O Miss Brasil USA é patrocinado por empresários brasileiros e americanos interessados na comunidade de aproximadamente 4,5 milhões de imigrantes espalhados pelo país. Para as candidatas, tempo de mostrar talentos e beleza em busca da fama e contratos com agências de modelos internacionais.


NOVIDADE

Bambuterapia O Poder do Bambu Mexa os pauzinhos para aliviar o stress e desenhar a silhueta

Luciana Hübner

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gora você pode, literalmente, mexer os pauzinhos para conquistar uma bela silhueta. Para amenizar o stress provocado pelo corre-corre diário e a impaciência com a balança e com o que você vê no espelho, o mercado brasileiro de estética conta com uma nova técnica: a bambuterapia. A novidade chegou ao Brasil há pouco mais de dois anos e, em Minas, vem atraindo a atenção das mulheres e de profissionais ligados à estética. Pedaços de bambu de diferentes tamanhos e espessuras, cremes relaxantes e as mãos dos profissionais formam a combinação da tranquilizante Bamboo Massage. As espessuras do instrumento variam de acordo com a parte do corpo massageada. As varas agem como 40 Diário de Bordo

se fossem o prolongamento dos dedos, e, por isso, alcançam todas as regiões do corpo, proporcionando novas sensações para quem é massageado, além de relaxamento, drenagem, equilíbrio energético e modelagem do corpo. De acordo com a fisioterapeuta Izabela Dias, que ministra cursos sobre a técnica na capital mineira, a bambuterapia oferece dois tipos de tratamentos. "As manobras que realizamos com o bambu permitem sessões de relaxamento ou de tratamento estético. Para quem precisa aliviar o stress, o bambu ajuda. E para quem quer diminuir as medidas, também", afirma ela. As sessões duram aproximadamente 75 minutos. Uma sessão de relaxamento, por exemplo, começa com uma esfoliação corporal, normalmente feita com cremes de perfume adocicado. O ambiente escu-

ro, as pétalas de rosas e a música suave completam o cenário e oferecem um ambiente de maior tranquilidade. "Durante a bambuterapia, o profissional nunca perde o contato com o cliente. O trabalho com as mãos é muito importante FOTOS CRISTIANO COUTO


A técnica chegou ao Brasil há dois anos. O tamanho e a espessura do bambu variam de acordo com os pacientes e o local a ser massageado

para o sucesso do tratamento", diz a fisioterapeuta Izabela Dias. As sessões para redução de medidas também começam com a esfoliação. Depois, é aplicada a técnica hiperemiante, que facilita a circulação do sangue, promove um suave rubor local e potencializa a quebra da gordura. Depois, é a vez do creme para redução de medidas, que é aplicado com a massagem de bambu. Segundo a fisioterapeuta Izabela Dias, a massagem permite uma aproximação com a natureza. "Muitas clientes veem no bambu um contato, mesmo que simples, com a natureza", salienta.

Embora seja um recurso estético eficaz, a bambuterapia não dispensa a dieta balanceada e a prática de exercícios físicos na luta contra os indesejáveis buraquinhos nas coxas e no bumbum. O tratamento mínimo indicado para quem deseja desenhar a silhueta é de 12 sessões. Durante este período, é preciso ingerir pelo menos dois litros de água diariamente e manter o uso de cremes redutores à base de algas marinhas, cafeína e Ginko Biloba. "É como um tratamento dentário. Não adianta somente ir ao dentista, é preciso manter os cuidados em casa", compara a fisioterapeuta.

A dermatologista Izabela Dias garante que os resultados da bambuterapia surpreendem homens e mulheres


Alemães, italianos, húngaros e portugueses. Uma BH de línguas e tradições diferentes

CULINÁRIA

Tradições Mantidas Longe da terra natal, imigrantes europeus mantêm costumes na capital mineira 42 Diário de Bordo


Luciana Hübner

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ecordar hábitos familiares, usar a língua-mãe mesmo que de vez em quando e manter tradições culturais. Para quem vive longe da terra natal, trazer estes costumes típicos da região de origem para o dia-a-dia ajuda a aliviar a saudade. Erich Walter Boger, engenheiro alemão que trocou a região de Stuttgart, no sul da Alemanha, por Belo Horizonte, que o diga. Ele veio para o Brasil em 1957 para trabalhar na indústria automobilística. Aqui, conheceu e casou-se com Helga, também alemã, que chegou antes, na época da Segunda Guerra Mundial. Hoje, o casal e seus dois filhos comandam uma confeitaria na capital mineira. Muitos dos produtos comercializados são preparados por Helga. Outros são importados diretamente da Alemanha. Erich lembra com carinho das tradições de seu país, principalmente das festas mais tradicionais e longas, que são a Páscoa, a celebração do Espírito Santo e o Natal. De acordo com ele, as comemorações do aniversário do menino Jesus começam quase um mês antes, no dia 06 de dezembro, dia de São Nicolau, o Papai Noel. É nesta data que as crianças descobrem se foram boas ou más durante o ano. "Crianças boas recebem guloseimas e nozes. Crianças más recebem uma varinha", conta ele. Outra forte tradição mantida pela família em Belo Horizonte é a da árvore de Natal. A maioria das casas recebe pinheiros naturais de vários tipos, formatos e tamanhos, sempre decorados com velas, bolas coloridas de vidro fino espelhado e enfeites de todos os tipos. Para os alemães, independentemente da religião seguida, a árvore de Natal é um símbolo de paz, tranquilidade e introspecção. Quando pergunto à filha de Erich, Vivian Emma Boger, sobre esta ligação com o pinheiro de Natal, ela afirma que o

Natal é uma festa das crianças. "Vivi muitos Natais na Alemanha. E a decoração das casas começa no quarto domingo antes do Natal, período do Advento. A tradição é manter uma coroa com 4 velas. A cada domingo, uma vela é acesa", conta Vivian. Casada e mãe de dois filhos, Vivian resgata esta tradição com a família. "Apesar de

bebidas, o glühwein (vinho quente) é o destaque. "Para enfrentar as baixas temperaturas do inverno, precisamos de muito agasalho e do glühwein para aquecer. É o que bebemos quando precisamos sair de casa nesta época do ano", relembra Erich. Já o prato principal da ceia varia de acordo com a região do país. "Na nossa região,

FOTOS CRISTIANO COUTO

Um dos pratos preferidos dos alemães. Ganso recheado acompanhado com batatas e repolho roxo

ser brasileira e meu marido também, nós mantemos as tradições alemãs, principalmente no Natal. As crianças adoram!", afirma ela. E à mesa não podem faltar alguns pratos típicos. O cardápio de uma ceia de Natal pode incluir desde carne de caça, passando por lingüiças grelhadas e crepes, a tortas e outras especialidades adocicadas, como stolen (bolo tipo panetone), lebkuchen (pão de mel) e amêndoas açucaradas. Entre as

não pode faltar o ganso recheado com maçãs", conta Erich. Todo sábado, Erich recebe outros imigrantes alemães na confeitaria. É um encontro de amigos, narrado em alemão e regado com tradições germânicas. Vivian acompanha tudo e desperta o encanto do pai. "Fico feliz em ver a Vivian levando isso à frente", afirma emocionado. Também na capital mineira, uma família de origem húngara mantém Diário de Bordo 43


as tradições deste pequeno país localizado no coração da Europa Central. É a família Farkasvölgyi, que coordena o relacionamento diplomático entre Minas Gerais e a Hungria através do consulado honorário em Belo Horizonte. Agnes Farkasvölgyi, brasileira filha de pai húngaro e professora de gastronomia, relembra com entusiasmo os costumes húngaros que viveu na infância. "Meu pai contava muitas histórias engraçadas e fazia questão de manter os costumes, principalmente no fim de ano e Natal, festas que, na Europa, são feitas principalmente para as crianças", conta. "Meu pai gostava que a casa fosse enfeitada apenas no dia 24. Neste dia, eu e meus irmãos saíamos com ele e passávamos cerca de 6 horas fora de casa. Quando voltávamos, eu tinha a sensação clara do que era a chegada do Papai Noel. Eram muitas luzes, mesa posta e presentes", conta ela. Agnes lembra com carinho das histórias contadas pelo pai, que chegou ao Brasil em 1957. "Ele sempre queria peixe no Natal. Contava que na casa dele, na Hungria, o peixe era colocado na banheira 3 dias antes da festa. E lá 44 Diário de Bordo

ficava, como o bacalhau que a gente mantém na água e troca de vez em quando", diz. Outra tradição recheada de sabor é a da árvore. Em algumas casas, toda a família é envolvida na montagem da árvore, outras mantêm a tradição mais antiga de que a árvore deve ser uma surpresa para as crianças que ainda acreditam que ela foi comprada por anjos. A decoração é sempre pessoal, mas com um detalhe que chama muito a atenção: a presença de bombons recheados e embrulhados em papel brilhante é indispensável! Agnes Farkasvölgyi conta que esta tradição foi mantida pela sua família por muitos anos. "Papai nos ensinava como roubar bombons da árvore e deixar o embrulho lá para ninguém perceber", conta ela. Mesmo depois da morte do pai, Agnes e a mãe recordam os costumes da cultura magyar principalmente através de objetos. São toalhas de mesa bordadas à mão e peças de porcelana que recebem cuidados especiais. "Vou muito à Hungria e percebo que minha mãe tem objetos tão lindos quanto os que vejo lá", salienta. Neste ano, Agnes quer promover uma viagem de seus alunos à Hungria para

conhecer a riqueza da gastronomia e a tradição dos vinhos Tokaj. A tradição dos nossos colonizadores também é mantida por aqui pela portuguesa nascida em Angola, Maria Fernanda Affonso. Ela vive no Brasil há 33 anos e há 22 mantém uma doceria tipicamente portuguesa em Belo Horizonte. Com o mesmo idioma e costumes relativamente parecidos, Maria Fernanda resgata as tradições da mesa portuguesa. Ela conta que na véspera do Natal, no dia 24 de dezembro, os portugueses realizam a ceia, por lá chamada de Consoada. O termo é usado não só para designar o banquete familiar da noite de Natal, mas também para descrever a entrega de presentes na época natalícia, que termina no dia de Reis, como forma de demonstrar a consideração ou o afeto que se tem por essas pessoas. O cardápio da noite de Natal inclui bacalhau, polvo, carnes de porco ou peru. Para a sobremesa, não podem faltar as rabanadas, doces de ovos e o tradicionalíssimo Bolo-Rei, prato que Maria Fernanda prepara e comercializa. O bolo tem forma de coroa e


leva ainda frutas cristalizadas e frutos secos como amêndoas, nozes e pinhões, além da fava e da prenda. Este bolo, carregado de simbologia, representa os presentes oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus. A parte exterior simboliza o ouro; já as frutas secas e as cristalizadas representam a mirra. Por fim, o incenso está representado no aroma do bolo. "O Bolo-Rei é o bolo de aniversário de Jesus. Por isso tem este nome, ou seja, é o Bolo para o Rei. Ele é tão tradicional como o Stolen para os alemães e o Panetone para os italianos, mas é mais rico e carrega esta tradição da prenda e da fava", conta Maria Fernanda. Reza o costume que quem come a fatia com a prenda deve ser parabenizado. Por outro lado, quem encontra a fava assume o compromisso de oferecer outro Bolo-Rei aos amigos, em outra oportunidade. "Nem todas as confeitarias mantém o costume de incluir a prenda e a fava na receita, mas eu faço questão de manter. Quem compra o bolo comigo leva um cartão com as explicações da tradição", afirma Maria Fernanda, que vende aproximadamente 300 bolos como

este nesta época do ano. Atualmente, o consumo de Bolo Rei é mais comum entre o final de novembro e o dia 6 de janeiro, Dia de Reis. Embora o gosto por este bolo em Portugal faça com que ele seja vendido durante todo o ano, a verdade é que as vendas disparam durante na época do Natal, porque, neste período, o Bolo Rei não se limita a ser um bolo com um gosto agradável, ele é um verdadeiro símbolo deste período! Maria Fernanda lembra com saudade das festas de Natal que viveu em Portugal. "Um Natal é sempre diferente do outro. Todos têm o seu encanto", afirma ela. Em Belo Horizonte, ela faz questão de manter a tradição, principalmente pelos familiares mais jovens. "Mantenho os costumes de Portugal com a minha família e, principalmente, com meus netos, porque acredito que a vida é fundamentada em alicerces, assim como a história de uma família. Manter as tradições, para mim, significa preservar nossa raiz, nossa história. Uma pessoa que não tem raiz se perde", conclui ela.

Tradição mantida. O Bolo-Rei português ainda faz parte das mesas de imigrantes em Minas Gerais


Santa rivalidade Emerson Romano

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m nenhum lugar do Brasil a rivalidade entre duas equipes é tão acirrada quanto no Rio Grande do Sul. Comparável apenas à rivalidade existente na Escócia entre os católicos do Celtics contra os protestantes do Rangers. Essa rivalidade extrapola as "quatro linhas" e divide o país politicamente, com os contra e a favor da presença da Escócia dentro do Império Britânico. Mas, voltando ao futebol gaúcho, a rivalidade entre Internacional e Grêmio é mais ou menos parecida. Não chega à política, mas está presente no dia-a-dia. Tanto que colorados não usam roupas ou compram objetos azuis, enquanto gremistas fazem o mesmo com a cor vermelha. Tanto que o papai-noel dos gremistas não tem a roupa vermelha e sim azul. Outro exemplo é a multinacional Coca-Cola, que, para anunciar no estádio Olímpico e na camisa do

Grêmio, teve que mudar as cores, passando do vermelho e branco para o preto e branco. No entanto, o que tinha tudo para beirar a idiotice, se transformou em incentivo. Há cinco anos, o Internacional atravessava Tais feitos mostram que os dois maiores clubes gaúchos não ficaram presos à rivalidade, mas sim usaram-na para crescer e se desenvolver.

uma das maiores crises da sua história, escapando por pouco de ser rebaixado à segunda divisão - isso por duas temporadas seguidas. Já o Grêmio foi rebaixado em 2004, também devendo uma fortuna e

vivendo em crise institucional. Tudo provocado por administrações incompetentes de dirigentes despreparados, que levaram os dois ao fundo do poço. No entanto, não ficaram trocando farpas pela imprensa, como fazem os dirigentes mineiros. Pelo contrário, conseguiram unir suas tradicionais lideranças e, em pouco tempo, recuperaram seus clubes. A ponto do Internacional se tornar hoje um dos dez maiores clubes em número de sócios do mundo. Sua arrecadação somente com os associados que pagam rigorosamente em dia, é de R$ 30 milhões por ano. São oitenta mil sócios, e, como em 2009 o Inter completa seu centenário, a diretoria trabalha para chegar a cem mil sócios. Essa competência administrativa se reflete em títulos: Campeão da Copa Libertadores, Copa Sul-Americana, Recopa Sul-Americana e Mundial de clubes, feito igualado apenas


pelo Boca Juniors, da Argentina. O Grêmio segue o mesmo caminho, angariando sócios, acertando administrativamente o clube e já mostrando resultados. Voltou à Série A em 2006, ano passado decidiu a Copa Libertadores com o Boca Juniors e, em 2008, foi vice-campeão brasileiro, lutando pelo título na última rodada com o "todo poderoso" São Paulo. Tais feitos mostram que os dois maiores clubes gaúchos não ficaram presos à rivalidade, mas sim usaram-na para crescer e se desenvolver. Estou usando esses exemplos, para mostrar o quão atrasados estamos. Há muito o futebol gaúcho deixou o nosso para trás. Tanto que copiaram uma idéia nascida na década de 80 com o então presidente do Atlético, Elias Kalil, pai do atual presidente, a criação de consulados pelo interior. O Inter levou tão a sério essa idéia, que hoje, não só no interior do Rio Grande do Sul, mas em todo o país e até em vários lugares do mundo, existem consulados. Já o Galo, que foi pioneiro......... A nossa rivalidade é completamente errada. Enquanto brigam entre si e com os outros, quem perde é o futebol minei-

ro. Um dos clubes mais vitoriosos dos últimos anos, o Cruzeiro, reina sozinho no quesito organização. Já o Atlético, dono da mais apaixonada torcida do país, não seguiu o exemplo. Pelo contrário, brigas internas, desavenças e más administrações, além de megalomanias pessoais,

Um dos clubes mais vitoriosos dos últimos anos, o Cruzeiro reina sozinho no quesito organização. Já o Atlético, dono da mais apaixonada torcida do país, não seguiu o exemplo Pelo contrário, brigas internas, desavenças e más administrações, além de megalomanias pessoais, que levaram o clube à quase "banca rota".

que levaram o clube à quase "banca rota". O fundo do poço foi a queda para a segunda divisão em 2005. Foi necessário esse choque para que o clube voltasse suas atenções para as categorias de base e sua estruturação, que já rende frutos,

tanto no time principal quanto em negociações. Mirar no rival não é questão de inveja, mas incentivo para crescer. O maior exemplo de não reconhecer o erro é o América. Dez vezes campeão mineiro campeão da Copa Sul-Minas e Brasileiro da Série B, o Coelho foi do céu ao inferno em uma década. Até 1998, o América disputava a primeira divisão nacional; no entanto, foi despencando até a terceira divisão do Brasil e, o pior, a segunda divisão do futebol mineiro. E a explicação é simples. Más administrações, sonhos impossíveis e um sentimento de autosuficiência que beira a imbecilidade são os causadores dos problemas americanos. A saída para os clubes mineiros é uma só: espelharem-se nos melhores. "Não adianta se alimentar de canjiquinha e arrotar caviar". É preciso ser humilde, reconhecer os erros e melhorar. Ou então, ficar agarrado a uma rivalidade imbecil, que não faz crescer, pelo contrário, gera atraso e prejuízo. Os títulos dos gaúchos ou do São Paulo (outro exemplo de organização) servem de incentivo. Basta querer !


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Rua Levindo Lopes, 358, Savassi. Tel.: (31) 3277-6648 Ingressos: de segunda, terça e quintafeira R$ 12; quarta-feira R$ 10; sextafeira a domingo e feriados R$ 14.

PAMPULHA MALL

SHOPPING NORTE

Ingressos: segunda-feira R$ 2,50; terça e quinta-feira R$ 7; quarta-feira R$ 8; sexta-feira a domingo e feriados R$ 10. ART MINAS

Minas Shopping, Av. Cristiano Machado, 4000, Cidade Nova. Tel.: (31) 3426-1202. Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 8,40 e de sexta-feira a domingo R$ 11,40. HUMBERTO MAURO

Av. Afonso Penna, 1537, Centro. Tel.: (31) 3236-7400

Av. Mário Werneck, 1360, Buritis. Tel.: (31) 3378-0216

Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 10 e de sexta-feira a domingo R$ 14.

Ingressos: de segunda, terça e quintafeira R$ 10; quarta-feira R$ 8; sextafeira a domingo e feriados R$ 14.

Av. Antônio Carlos, 8100, Pampulha. Tel.: (31) 3492-9155

Ingressos: de segunda, terça e quintafeira R$ 12; quarta-feira R$ 10; sextafeira a domingo e feriados R$ 14.

Av. Vilarinho, 120. Venda Nova. Tel.: (31) 3451-8990 Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 8 e de sexta-feira a domingo R$ 10. DIAMOND MALL

Av. Olegário Maciel, 1600, Sto Agostinho. Tel.: (31) 4005-1414 Ingressos: de segunda, terça e quintafeira R$ 10; quarta-feira R$ 8; sextafeira a domingo e feriados R$ 14. BIG

Big Shopping, av. João César de Oliveira, 1275, Contagem. Tel.: (31) 3391-3345 Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 8 e de sexta-feira a domingo R$ 10.

Shopping Itaú Power - av. General David Sarnoff, 5160, Cidade Industrial, Contagem. Tel.: (31) 3363-5005 . Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 10 e de sexta-feira a domingo R$ 12. CINE BETIM

Av. Ednéia Matos Lazarote, 1655, Angola, Betim. Tel.: (31) 3594-3712. Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 6 e de sexta-feira a domingo R$ 8. VIA SHOPPING

Via Shopping, av. Afonso Vaz de Melo, 640 - Barreiro. Tel.: (31) 3384-9261. Ingressos: de segunda a quinta-feira R$ 8 e de sexta-feira a domingo R$ 10. UNIBANCO PONTEIO

Ponteio, BR-356, 2500, Sta Lúcia. Tel.: (31) 3286-3607 Ingressos: de segunda, terça e quintafeira R$ 10; quarta-feira R$ 8; sextafeira a domingo e feriados R$ 12.

DIVULGAÇÃO

PÁTIO SAVASSI

Av. do Contorno, 6061, Savassi. Tel.: (31) 3209-0079 Ingressos: de segunda, terça e quintafeira R$ 13; quarta-feira R$ 10; sextafeira a domingo e feriados R$ 15.

Confira os melhores filmes que estão nas telas dos cinemas de BH


BARES DIVULGAÇÃO

CLUBE DE QUEM BEBE

BAR DO PEPÊ

Botequim aberto desde 1990 especializado em churrasquinhos no espeto.

Bar especializado em petiscos e tira-gostos.

Rua Castro Alves, 216, Nova Suíça. Tel.: (31) 3371-1088. Funciona de segunda a sábado, de 10h à 01h.

Avenida Presidente Carlos Luz , 675, Loja 04, Caiçara. Tel.: (31) 8705-2378 Funciona a segunda a sexta-feira , a partir das 08h; e no sábado, a partir do meio-dia.

CHURRASQUINHO DO MANUEL

BAR DO PRIMO

Bar que atrai muita gente para happy hour, especializado em tira-gostos, espetos e churrasquinhos. Avenida Ressaca, 175, Coração Eucarístico. Tel.: (31) 3464-6708. Funciona de segunda a sexta-feira, a partir das 18h; sábado e domingo, a partir do meio-dia.

Bar especializado em porções, petiscos e tiragostos Rua Santa Catarina , 656 , Lurdes , Tel.: (31) 3335-6654 Funciona de segunda a sexta-feira, das 17h à meia-noite; no sábado e feriados, a partir das 10h. BAR IDEAL

CHOPPERIA VIENA

Aberto desde 1999, o bar tem decoração inspirada em casas da Áustria e da Alemanha. Av. do Contorno, 3968, Funcionários. Tel.: (31) 3221-9555. Funciona de segunda a sexta-feira, das 07h30 à meia-noite e no sábado até o último cliente. CHIC TÁCIO

Cada dia da semana o bar indica um petisco diferente além dos tira-gostos tradicionais. Rua Itamaracá, 25, Colégio Batista. Tel.: (31) 3421-3363.Funciona de segunda a sexta-feira, das 08h às 23h e sábado de 08 às 18h. REDENTOR

Botequim à moda antiga que reúne as tradições carioca e mineira. Rua Fernandes Tourinho, 500, Savassi. Tel.: (31) 3284-1175. Funciona diariamente, a partir do meio-dia. VILLA RIZZA

Bar montado num casarão histórico e tem como tema a música mineira. Av. do Contorno, 4383, Serra. Tel.: (31) 32253533. Funciona de segunda a sábado, das 11h30 à meia-noite. ARMAZÉM DO ÁRABE

Bar participante do festival "Comida di Buteco" há três anos. Rua Luz, 230, Serra. Tel.: (31) 3223-1410. Funciona de segunda a sábado , a partir das 17h30

Serve almoço, e serviços self-service de massas e saladas Rua Sergipe , 1187 , Savassi. Tel.: (31) 3889-1187 Funciona de segunda a quarta-feira do meio-dia às 15h e depois de 18h Às 23h30; quinta e sexta-feira do meio-dia às 15h e das 18h à 1h; Sábado, do meio-dia à 1h; e domingo do meiodia às 20h. CAFÉ DO CARMO

Casa que serve porções e caldos Rua Pium-í , 695 , Sion Tel.: (31) 3221-9156 Funciona de segunda à sexta-feira das 17h às 14h; Sábado, das 15h às 2h e domingo das 15h à meia-noite. CANTINA DO PACO

Especializada em comida espanhola. Rua Padre Rolim , 159, Santa Efigênia. Tel.: (31) 3241-3317Funciona de segunda a quinta-feira das 07h à meia-noite, sábado das 08h às 16h. CERVEJARIA BRASIL

Serve churrasco , almoço , jantar e pratos executivos. Avenida Francisco Deslandes , 444, Anchieta. Tel.: (31) 3221-0504 Funciona de terça a domingo, a partir das 11h30. CHURRASQUINHO DO TONINHO

Especializado em espetinhos e tira-gostos. Rua Montesimplom , 1373, Nova Suíça . Tel.: (31) 3334-2481 Funciona de segunda a sábado, das 17h30 às 23h30.

FAMÍLIA PAULISTA

Serve petiscos variados. Rua Luther King , 242 , Cidade Nova . Funciona de segunda a quinta-feira das 18h ás 23h , na sexta-feira das 18h à meia-noite; sábado, do meio-dia às 23h; e domingo do meio-dia às 17h. LA CONCHA SPORTS BAR

Decoração do bar baseada nos esportes e atletas consagrados. Rua Pium-í , 1122 , Sion Tel.: (31) 2127-1224. Funciona de segunda à sexta-feira, a partir das 19h; e sábado e domingo, a partir das 15h. LORD PUB

Decoração baseada no estilo medieval. Rua Viçosa, 263, São Pedro. Tel.: (31) 32235979. Funciona de quinta a sábado, das 21h às 4h; e domingo, das 19h às 03h. PIER ALPHAVILLE

Choperia de cardápio variado com vista para a Lagoa dos Ingleses. Av. Picadili, 150, Lojas 108 e 109, Condomínio Alphaville. Tel.: (31) 3541-1636. Funciona na segunda e terça-feira, das 11h às 15h; na quarta e sexta-feira, das 11h às 22h; sábado, domingo e feriados, das 11h às 19h. TAPAS

A casa oferece serviço à la carte e rodízio de pizzas, massas e saladas. Rua Irai, 235, Loja 52, Shopping Jardim, Cidade Jardim. Tel.: (31) 3344-1560. Funciona de segunda a domingo, a partir das 11h.

Diário de Bordo 49


Diário Cultural

RESTAURANTES COZINHA MINEIRA

PESCADOS

FAZ DE CONTA

BADEJO

Restaurante possui área verde com especo para recreação de crianças.

Especializado em moqueca capixaba.

BR-040, Km 548, Entrada para o Retiro das Pedras, Jardim Canadá. Tel.: (31) 3541-8959 Funciona diariamente, a partir das 11h.

Rua Rio Grande do Norte, 836, Savassi. Tel.: (31) 3261-2023. Funciona de terça a quinta-feira, do meio-dia às 15h30 e das 18h às 22h30; sábado, das 18h às 23h e no domingo, do meio-dia às 17h.

MARIA DAS TRANÇAS

O BARCO

Restaurante com serviço à la carte com serviço de caldos e porções.

A decoração do restaurante é inspirada num barco e serve porções e tira-gostos.

Rua Estoril, 938, São Francisco. Tel.: (31) 3441-3708. Funciona de segunda a domingo, das 11h às 22h.

Shopping Del Rey, Av. Carlos Luz, 3001, loja 17, Caiçara. Tel.: (31) 3415-4708. Funciona diariamente, das 11h às 22h.

PIMENTA COM CACHAÇA

Restaurante à la carte e funciona no quintal de uma casa, com mesas ao redor da piscina, sob árvores frutíferas.

RESTAURANTES VARIADOS ALPHINO RESTAURANTE

Rua Camapuã, 420, Barroca. Tel.: (31) 3087-6822. Funciona de terça a sextafeira, das 18h às 23h; sábado, do meio-dia às 23h e no domingo, do meio-dia às 18h.

Rua Tupinambás, 187, Centro. Tel.: (31) 3224-8349.Funciona de segunda a quarta-feira, das 11h às 15h; quinta e sexta-feira, das

Serviço self-service com cardápio variado.

11h30 às 22h; e sábado, das 11h às 15h. CANTINA DO LUCAS

Cardápio variado com opções de saladas, massas, peixes e comida mineira. Edifício Maleta, Av. Augusto de Lima, 233, Centro. Tel.: (31) 32267153. Funciona de segunda a quinta-feira, das 11h às 2h; sexta-feira e sábado, das 11h30 às 4h; e domingo, das 11h à 1h. FAZENDINHA

Os clientes podem ver o preparo dos pratos, uma vez que a cozinha fica no meio do salão principal do restaurante. Possui lista variada de petiscos, pizzas, massas, carnes e peixes. Av. Isabel Bueno, 1082, Jaraguá. Tel.: (31) 3441-0758. Funciona de segunda a sexta-feira, das 17h à meia-noite, sábado, domingo e feriados, das 11h à meia-noite.

COZINHAS INTERNACIONAIS MACAU

Restaurante de comida chinesa com mais de 100 tipos de pratos variados. Av. Olegário Maciel, 1767, Lourdes. Tel.: (31) 3337-3685. Funciona de terça a quinta-feira, das 11h30 às 14h30 e das 18h às 23h30; na sextafeira, das 11h30 às 14h30 e das 18h à meia-noite; no sábado, das 11h30 às 16h e das 18h à meia-noite; e no domingo, 11h30 às 16h30 e das 18h30 às 23h.

partir das 19h. e no domingo, do meio-dia às 18h.

quinta e sexta-feira, das 18h à 1h; e no domingo, das 11h à meia-noite.

MAMMA RITA

SPLENDIDO

Restaurante de comida italiana com amplo cardápio de carnes, pães, pizzas e massas.

Restaurante cuja cozinha se inspira no norte da Itália, agregando influências francesas.

Av. Guarapari, 510, Sta Amélia. Tel.: (31) 3427-9575. Funciona de terça a sexta-feira, das 18h à meia-noite; no sábado, do meiodia à 1h e no domingo do meio-dia à meia-noite.

Rua Levindo Lopez, 251, Savassi. Tel.: (31) 3227-6446. Funciona de segunda a sexta-feira, do meio-dia às 15h e das 19h à 1h; no sábado, das 19h às 2h; e no domingo, do meio-dia às 17h.

AURORA

Restaurante que mescla a comida mineira e do exterior, com influência da cultura grega. Rua Expedicionário Mário Alves de Oliveira, 421, São Luiz. Tel.: (31) 34987567. Funciona de quarta a sábado, a

50 Diário de Bordo

DIVULGAÇÃO

UN'ALTRA VOLTA

Restaurante de comida italiana especializado em molhos e massas. Rua Grão Mogol, 715, Sion. Tel.: (31) 3225-0403. Funciona de segunda a quarta-feira, das 18h à meia-noite;


CASAS DE SHOW BARRA LOUNGE DISCO

Boate anexa à choperia Barra Beer e possui três ambientes: lounge, bar e pista de dança. Av. Presidente Antônio Carlos, 7585, Pampulha. Tel.: (31) 3497-3133. Funciona na quinta-feira, a partir das 21h30; sexta-feira e sábado, a partir das 22h. CHEIO DE GRAÇA LOUNGE BAR

A casa é uma mistura de bar e boate com músicas variadas. Aos domingos, a partir das 19h, funciona como clube GLS. Av. do Contorno, 5727, Funcionários. Tel.: (31) 3281-4637. Funciona de quarta a sábado, a partir das 21h.

do dia da semana. Alameda da Serra, 18, Nova Lima, Vale do Sereno, Trevo Seis Pistas. Tel.: (31) 3286-3155. Funciona de segunda-feira a domingo, a partir das 18h. FLOR & CULTURA MULTIESPAÇO

Durante o dia, funciona como floricultura e, à noite, dá lugar a uma boate. Av. Raja Gabaglia, 4678, Santa Lúcia. Tel.: (31) 3296-2414. Funciona de sexta e sábado, a partir das 22h; e no domingo, das 18h às 22h. RECICLO ASMARE CULTURAL

CLUBE DO CHALEZINHO

Casa decorada com material reciclado e espaço cultural para apresentações de shows e espetáculos.

Boate com festas temáticas, dependendo

Av. do Contorno, 10.564, Barro Preto.

Tel.: (31) 3295-3378. Funciona de quarta a sábado, a partir das 21h. A OBRA BAR DANÇANTE

Casa que toca principalmente rock e tendências criativas da música contemporânea. Rua Rio Grande do Norte, 1168, Savassi. Tel.: (31) 3261-9431. Funciona de quarta a sábado, a partir das 22h. ROXY / JOSEFINE

Apesar de funcionarem no mesmo espaço, a Roxy é voltada para o público hétero, e a Josefine é uma boate voltada ao público GLS. Rua Antônio de Albuquerque, 729, Savasi. Tel.: (31) 3269-4405 / 3269-4410. Funciona de quarta a domingo, a partir das 23h.

TEATROS

ESPAÇO CULTURAL AMBIENTE

Rua Grão Pará, 185, Sta Efigênia. Tel.: (31) 3227-7331

TEATRO DA MAÇONARIA

Av. Brasil, 478, Tel.: (31) 3213-4959.

Sta

TEATRO DA CIDADE

Efigênia.

Rua da Bahia, 1341, Centro. Tel.: (31) 3273-1050. DIVULGAÇÃO

TEATRO ALTEROSA

Av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta. Tel.: (31) 3237-6611 TEATRO FRANCISCO NUNES

Av. Afonso Pena, s/nº, Parque Municipal. TEATRO DOM SILVÉRIO

Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi. Tel.: (31) 3209-8989. TEATRO SESI MINAS

Rua Padre Marinho, 60, Sta Efigênia. Tel.: (31)3241-7181. TEATRO DO SESC

Rua Tupinambás, 908, Centro. Tel.: (31) 9305-1071.

Teatro Francisco Nunes Diário de Bordo 51


Diário Cultural

DIVIRTA-SE

NO ESCURINHO DO CINEMA: Romance Uma metalinguagem da arte, com texto ágil e atores que marcam presença dentro de cena. Dirigido por Guel Arraes, o mesmo diretor de Lisbela e o Prisioneiro, o filme Romance (Brasil, 2008, 100 minutos) narra as possíveis aventuras amorosas dos artistas, com uma sacada de bom humor e sarcarmos. A trama começa quando Pedro, vivido por Wagner Moura, que é um ator e diretor de teatro, se apaixona por Ana (Letícia Sabatella), também atriz, ao contracenar com ela a peça "Tristão e Isolda". O namoro deles é afetado pelo posterior sucesso dela na TV, impulsionado pela empresária Fernanda (Andréa Beltrão). Além disto, ao gravar um especial de TV, Ana conhece Orlando (Vladimir Brichta), um ator por quem se

apaixona. No elenco ainda estão Marco Nanini, Vladimir Brichta, José Wilker e Andréa Beltrão. Informações: http://www.romanceofilme.com.br/ COMER BEM Xico da Carne 2 Localizado próximo ao coração de Belo Horizonte, em um dos pontos mais agitados da cidade, o restaurante oferece um clima descontraído e agradável, onde o "Happy Hour" vem se consolidando como o mais famoso da região. No Xico da Carne 2, a música ambiente e as porções irresistíveis fazem a alegria dos clientes. Endereço: Rua dos Guajajaras. 1436. Barro Preto, Belo Horizonte. Funciona de segunda a sexta-feira, a partir de 16h; sábados, domingos e feriados, a partir das 11h. Informações pelo telefone (31)3337 1437 ou no site http://www.xicodacarne.com.br

Vila Arábe Os anseios dos mineiros por uma casa especializada em gastronomia árabelibanesa culminaram na abertura do restaurante Vila Árabe. Uma casa com atmosfera temática e receitas ricas em especiarias que foram transferidas de geração em geração por muitos anos. No segundo ambiente localiza-se um salão, com grande estrutura de áudio e vídeo, para a realização de qualquer tipo de evento. O restaurante é sinônimo de qualidade e padrão em excelência, conquistado pelo cuidado com a elaboração de pratos finos e elegantes. Endereço: Rua Pernambuco 781, Savassi, Belo Horizonte. Funciona de segunda-feira a sábado, a partir de 12h; domingo de 12h a 17h. Informações: (31) 32621600 ou pelo site http://www.vilaarabe.com.br

É hora de saborear uma boa carne


HOTÉIS

Amazonas Palace Hotel

Estoril Hotel

Mercure BH Lourdes

Av. Amazonas 120 - Centro Tel.: (31) 3309-4650

Rua Carijós 454 - Centro Tel.: (31) 3201-9322

Av. do Contorno 7315 - Lourdes Tel.: (31) 3298-4105

Augustus Hotel

Évora Palace Hotel

Ouro Minas Palace

Av. do Contorno 7090 - Lourdes Tel.: (31) 3281-5344

Rua Sergipe 1415 - Savassi Tel.: (31) 3227-6220

Av. Cristiano Machado 4001 - Ipiranga Tel.: (31) 3429-4001

Belo Horizonte Plaza

Frimas Hotel

Othon Palace

Rua Timbiras 1660 - Lourdes Tel.: (31) 3247-4700

Av. do Contorno 2157 - Santa Tereza Tel.: (31) 3248-4800

Av. Afonso Pena 1050 - Centro Tel.: (31) 2126-0000

Ambassy Hotel

Gran Dayrell Minas Hotel

Palmeiras da Liberdade Hotel

Rua Caetés 633 - Centro Tel.: (31) 3279-5000

Rua Espírito Santo 901 - Centro Tel.: (31) 3248-1188

Rua Sergipe 893 - Savassi Tel.: (31) 3263-3500

Brasil Palace Hotel

Hotel Financial

Quality Hotel

Rua Carijós 269 - Centro Tel.: (31) 3273-3811

Av. Afonso Pena 571 - Centro Tel.: (31) 3270-4000

Av. Afonso Pena 3761 - Serra Tel.: (31) 2111-8900

BH Plaza Hotel

Hotel Savassi

Royal Center Hotel

Rua Timbriras 1660 - Lourdes Tel.: (31) 3247-4700

Rua Sergipe 939 - Savassi Tel.: (31) 3526-3266

Rua Rio Grande do Sul 856 - Lourdes Tel.: (31)2102-0000

BH Lourdes Hotel

Hotel Wimbledon

Serrana Palace Hotel

Rua Timbiras 1660 - Lourdes Tel.: (31) 3247-4700

Av. Afonso Pena 772 - Centro Tel.: (31) 3222-6160

Boulevard Plaza

Ibis Belo Horizonte

Av. Getúlio Vargas 1640 - Savassi Tel.: (31) 3269-7000

Av. João Pinheiro 602 - Funcionários Fone: (0xx31) 3224-9494

Caesar Business BH

Internacional Plaza Palace Hotel

Av. Luís Paulo Franco 421 - Belvedere Tel.: (31) 2123-9898

Rua Rio de Janeiro 109 - Centro Tel.: (31) 3201-5060

Caesarea Palace Hotel

Rua Bernardo Guimarães 925 Funcionários Tel.: (31) 3263-7000

Lorman Hotel

Classic Hotel

Liberty Palace

Rua Guarani 165 - Centro Tel.: (31) 3201-6100

Rua da Bahia 2727 - Savassi Tel.: (31)3282-3366

Rua Paraíba 1465 - Savassi Tel.: (31) 2121-0900

Comodoro Tourist Hotel

Normandy Hotel

Rua Carijós 508 - Centro Tel.: (31) 3201-5522

Rua Tamóios 212 - Centro Tel.: (31) 3201-6166

Rua Goitacazes 450 - Centro Tel.: (31) 3271-0200 Sol Belo Horizonte

Rua da Bahia 1040 - Centro Tel.: (31) 3274-1344 Via Contorno Hotel

Av. do Contorno 9661 - Prado Tel.: (31) 3275-2599 DIVULGAÇÃO


Diário Cultural

POUSADAS E FLATS Pousada Sossego da Pampulha

Champagnat Apart-Hotel

St. Paul Residence Service

Av. Cel José Dias Bicalho 1258 Pampulha Tel.: (31) 3491-8020

Rua Santa Rita Durão 1000 - Savassi Tel.: (31) 3261-5755

Rua São Paulo 1636 - Lourdes Tel.: (31) 3291-5559

Pousadinha Mineira

Ianelli Apart-Hotel

Rua Araxá 514 - FlorestaTel.: (31) 3423-4105 Chalé Mineiro

Rua Santa Luzia 288 - Santa Efigênia Tel.: (31) 3467-1576 AJ O Sorriso do Lagarto

Rua Paraíba 1287 - Savassi Tel.: (31) 3269-2800

Rua Guajajaras 885 - Centro Tel.: (31) 3217-8705

Volpi Apart-Hotel

Rua Levindo Lopes 231 - Savassi Tel.: (31) 3281-1036

Rua Cristina 791 - São Pedro Tel.: (31) 3283-9325

Guignard Apart-Hotel

Pancetti Apart-Hotel

San Francisco Flat Service

Rua Pernambuco 1045 - Savassi Tel.: (31) 3269-1300

Mercure Casablanca

Rua Tomé de Souza 1075 - Savassi Tel.: (31) 3227-3599 Av. Álvares Cabral 967 - Lourdes Tel.: (31) 3330-5600

Mercure Lifecenter

Rua Cícero Ferreira 10 - Serra Tel.: (31) 3280-3700 Mercure My Place

Rua Professor Morais 674 - Savassi Tel.: (31) 3281-2191


Mercure Apartaments Vila da Serra

Le Flamboyant Home Service

Alameda da Serra 405 - Belvedere Tel.: (31) 3289-8100

Rua Rio Grande do Norte 1007 - Savassi Fone: (0xx31) 3261-5233

Bristol Algarve Apart Hotel

Max Savassi Apart Service

Rua São Paulo 1628 - Lourdes Tel.: (31) 3275-2505

Rua Antônio de Alburquerque 335 Savassi - Tel.: (31) 2101-6466

Cheverny Apart Hotel

Bristol Metropolitan Apart Hotel

Rua Timbiras 1492 - Centro Tel.: (31) 3274-2366

Av. Getúlio Vargas 286 - Savassi Tel.: (31) 3281-1049

Forum Apart Hotel

MK Apart Hotel

Rua Tenente Brito Melo 472 - Barro Preto Tel.: (31) 3290-0950

Rua Cláudio Manoel 489 - Savassi Tel.: (31) 2121-0047

Bristol Golden Plaza Apart Hotel

Pampulha Flat

Rua Rio de Janeiro 1436 - Lourdes Tel.: (31) 3273-0330

Alameda das Latânias 1207 - Pampulha Tel.: (31) 3491-8080

Bristol La Place Apart Hotel

Pampulha Lieu Apart-Hotel

Av. Cristiano Machado 1587 Cidade Nova Tel.: (31) 3481-5122

Rua Desembargador Paula Motta 187 Ouro Preto Tel.: (31) 3490-3500

Park Flat

Rua Viçosa 153 - Savassi Tel.: (31) 3221-1950 Square Apart-Hotel

Praça Hugo Werneck 537 - São Lucas Tel.: (31) 3273-4832 Toronto Tower Residence

Rua Ceará 2001 - Savassi Tel.: (31) 3288-2001 Transamérica Flat Lourdes

Rua Bernardo Guimarães 2032 - Lourdes Tel.: (31) 3290-0933 Villa Emma Residence

Rua Artur Toscanini 41 - Savassi Tel.: (31) 3282-3388


Diário Cultural

EM FOCO Guia difama mulheres brasileiras O guia para turistas "Rio for Parties" está dando o que falar pelo caráter preconceituoso com as mulheres brasileiras. A publicação, que visa dar orientações aos turistas, utiliza uma linguagem bastante polêmica para descrever algumas gírias do idioma que se refere ao sexo feminino. Para se ter uma idéia, um dos trechos do livro diz o seguinte: "As popozudas são máquinas de sexo. Elas malham, vestem calças apertadas que entram no bumbum, pintam o cabelo de louro e fazem de tudo para ficarem lindas. Bom investimento, já que o motel é sempre uma possibilidade com estas gatas". De acordo com uma reportagem publicada na Folha de São Paulo, a Advocacia Geral da União já encaminhou à Justiça Federal um pedido para retirar a publicação de circulação, utilizando a alegação de que o texto viola a dignidade humana e expõe o povo brasileiro à situação vexatória. O não cumprimento da determinação obrigará o pagamento de R$ 10 mil de multa.

Google Earth oferece obras de Museus Para os amantes da cultura, vai uma dica super interessante para você usufruir sem sair de casa. A partir de qualquer lugar do mundo é possível ter acesso a 14 quadros da pinacoteca espanhola, oriundas do Museu do Prado, de Madri, na Espanha, que podem ser visualizadas em alta resolução na internet, pelo programa Google Earth. De acordo com diretor da Google na Espanha, Javier Zapatero, disse que esta é a primeira vez que um programa na internet promove este tipo de ação. Ao procurar pelo Museu do Prado no Google Earth, deve-se clicar no ícone "Obras-primas" para visualizar os quadros.


Site japonês localiza cheiros ruins pelo mundo Ninguém gosta de cheiro ruim, não é mesmo? Imagina se você pudesse descobrir os lugares que mais fedem pelo mundo, sem sair de casa e ter que passar pela terrível surpresa de um odor. Pois é, os japoneses criaram um "nariz virtual" na internet. Utilizando o Google Maps, o site japonês Nioi-bu (http://www.nioibu.com) possibilita que o internauta localize os cheiros ruins pelo mundo. Lançado em dezembro do ano passado, o site – cujo nome significa Clube do Cheiro, registra mais de 160 aromas em todo o mundo e mais de 200 membros cadastrados. Os cheiros de esterco de vaca, da cidade de Fujisawa, e de gatos com halitose, de Kamakura, são alguns dos aromas que já estão presentes na página por meio de descrição minuciosa.

De onde vem o seu nome? Raízes de família. Tios e parentes espalhados pelo mundo e ligados por um sobrenome. O site Public Profilier (http://www.publicprofiler.org) oferece aos internautas, de forma gratuita, uma pesquisa sobre os seus laços familiares. Você sabe o lugar do mundo onde o seu sobrenomne é mais comum? Não, então acesse e descubra. Muitos sobrenomes brasileiros tem origem portuguesa, italiana e espanhola. E o seu de onde vem? Corra lá neste site e veja as suas raízes mundo a fora e descubra que a sua árvore genealógica não está somente no Brasil.


Arbitragem agiliza solução em condomínio Kênio de Souza Pereira

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choque de interesses e de posições faz parte do nosso cotidiano, especialmente nos condomínios, onde há uma maior proximidade entre as pessoas no compartilhamento de áreas comuns. Várias pessoas acabam passando por decepções e transtornos que afetam s u a s a ú d e e h u m o r. E r r o n e a m e n t e assumem a posição de que não vale a pena entrar com um processo para reivindicar seus direitos, já que a justiça brasileira é lenta. A morosidade aumenta o desgaste e o custo do processo entre as partes. Entretanto, há outras formas de solucionar os litígios sem a necessidade de esperar anos por uma sentença judicial. Uma dessas soluções é a arbitragem, amplamente utilizada no 1º mundo, pois resolve os problemas rapidamente. A sentença arbitral é proferida no prazo máximo de seis meses, não cabe recurso e se equipara à decisão provinda do Poder Judiciário, o que sig-

nifica dizer que ela é definitiva e obrigatória. Em caso de descumprimento, a parte descumpridora da determinação arbitral está sujeita à execução judicial. São muitas as vantagens de um processo arbitral em relação ao tradicional

A sentença arbitral é proferida no prazo máximo de seis meses, não cabe recurso e se equipara à decisão provinda do Poder Judiciário, o que significa dizer que ela é definitiva e obrigatória

processo judicial, onde se destacam: - Maior rapidez na solução do litígio, já que em muitos casos os conflitos são resolvidos na mediação, onde as partes têm tempo para trocar idéias e chegar a um acordo.

- Custo menor, pois o tempo economizado com a rapidez do processo é dinheiro. - Sigilo, já que o processo arbitral não é público. As decisões não são divulgadas na internet como na Justiça Comum, o que evita desgaste social. - Qualidade da decisão que é cumprida sem resistência, já que o árbitro é escolhido pelas partes, além de ser uma pessoa preparada e conhecedora do objeto em litígio. - A decisão de um Processo Arbitral não admite recurso, ao contrário de um Processo Judicial cuja decisão pode sempre ser contestada, ocasionando uma grande demora até a decisão final. O s j u í z e s d o Po d e r J u d i c i á r i o s ã o obrigados a analisar e julgar, em média, 3.500 de processos, o que impossibilita que eles dispensem muito tempo em audiências, sendo tal situação insuportável para qualquer pessoa. O problema se agrava com a possibilidade de diver-

ACONTECE

Mecânico é proibido de ouvir rádio na oficina O rádio é o companheiro de trabalho de muitos profissionais que gostam de ouvir as principais notícias do dia ou até mesmo uma música para animar o ambiente de trabalho. Entretanto, lá no Reino Unido, o mecânico Len Attwood, de 61 anos, não pode escutar músicas enquanto está trabalhando em sua oficina, na cidade de Witham. Tudo porque a entidade que recolhe direitos autorais neste país, afirma que o mecânico deve 44 libras (cerca de R$ 150) relativos à difusão de obras musicais e sua reprodução mecânica, segundo o jornal "Daily Telegraph". Imagina se essa moda pega no Brasil, hein? Attwood disse que foi informado pelo grupo que cobra royalties quando uma música é tocada em público que não poderia ligar os rádios dos carros que estavam na oficina para conserto, pois não tem licença para ouvir músicas no local.

Homem entra nu em loja fast-ffood O nudismo parece que está virando mesmo moda entre os gringos. E, vira e mexe, aparece um engraçadinho, que faz exibições em público para chamar atenção em locais nada convencionais. Mas, desta vez a performance foi bastante inusitada. Um homem, por volta dos 20 anos, surpreendeu os funcionários de um restaurante fast-food na cidade de Darwin, na Austrália, ao entrar nu no estabelecimento, de acordo com reportagem do jornal "Courier Mail". Segundo 58 Diário de Bordo

alguns clientes, o rapaz que estava acompanhado de amigo, queria fazer uma imitação do programa Jackass (programa da TV americana em que os personagens fazem pegadinhas com situações vexatórias) e, por isso, entrou na loja completamente nu, apenas segurando o dinheiro para pagar o lanche. O mais impressionante foi que a atendente da loja o atendeu naturalmente, continuou sorrindo e em nenhum momento chamou os seguranças ou se sentiu constrangida.


cadastral. Já seus árbitros são profissionais especializados na matéria objeto da controvérsia, podendo, assim, decidir com absoluto conhecimento de causa e chegar à conclusão com objetividade e precisão, garantindo uma superior qualidade decisória, dispensando, na maioria das vezes, assessoria pericial, o que gera também economia de despesas adicionais. Caso tenham alguma dúvida sobre Arbitragem, a CAMINA S situa-se na Av. Raja Gabaglia, 1.000, Conj. 1207, 12° andar - Belo Horizonte/MG, Tel: (55 31) 3292-0899, site: www.caminas.com.br.

sos recursos procrastinatórios. Atuando como árbitro, pela CAMINA S, em conflitos relacionados a condomínios em geral, locação e compra e venda, constatamos que vários casos são resolvidos rapidamente, já que há maior boa vontade e interesse na solução entre as partes, pois têm mais tempo para dialogar na audiência. A utilização da arbitragem tem desafogado a Justiça e beneficiado as cons-

trutoras, os condomínios e as empresas imobiliárias, bem como compradores, condôminos e inquilinos que nomeiam nos Contratos e na Convenção a CAMINA S como Câmara Arbitral. Na arbitragem os litígios têm solução de forma imparcial e com extrema qualidade. As partes têm ficado satisfeitas ao verem os conflitos resolvidos de forma rápida e sigilosa, evitando assim, quaisquer transtornos com relação a sua ficha

Kênio de Souza Pereira Diretor da Caixa Imobiliária - Rede Netimóveis Árbitro da CAMINAS - Câmara Mineira de Mediação e Arbitragem Vice-p p residente da CMI- Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais Advogado Especialista em Direito Imobiliário Vice-p p residente do Sindicato do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (SECOVI-M M G) Tel. (31) 3225-55 599 - e-m m ail keniopereira@caixaimobiliaria.com.br

México pede para a população engolir o chiclete Jogar lixo na rua é a maior prova de falta de educação. Além de sujar a cidade, transforma o local onde você vive em um verdadeiro chiqueiro. Mas nada pior do que deparar com um chiclete jogado na calçada, não é mesmo? E por falar nisso, a Cidade do México, capital do México, está passando justamente por esse problema e lançou uma campanha bastante curiosa. O anúncio pede para que

as pessoas, ao invés de jogarem o chiclete na rua, engolirem. Não seria melhor criar lixeiras pela cidade? Cada metro quadrado das calçadas da capital do país contém, em média, 70 chicletes usados. A iniciativa, de acordo com autoridades locais, visa diminuir o crescente aumento de chicletes jogados nas calçadas do centro da cidade e dos patrimônios públicos.

Menina de 13 anos envia 14.528 torpedos em um mês Tudo bem que o uso do celular é uma verdadeira febre entre os adolescentes, mas uma menina americana quebrou todos os recordes possíveis com o uso do sistema de mensagem. De acordo com o jornal o New York Post, a adolescente californiana Reina Hardesty, de 13 anos, mandou 14.528 mensagens de texto em apenas um mês, cuja conta detalhada da operadora AT&T tinha 440 páginas. A garota explica que graças ao rigoroso inverno e a vontade de conversar com os amigos foram o principal motivo para que a menina ultrapassasse todos os limites, ocasionando 484 mensagens por dia. Felizmente a menina também possui um plano na conta que dá direito a mensagens de texto ilimitadas por US$ 30 mensais. Ufa!

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ACONTECE

Café em excesso pode causar alucinações O café é uma bebida muito comum entre vários povos do mundo. Seja para receber uma visita ou até mesmo para dar um gás no dia, durante o trabalho. Mas cuidado: um estudo recente revelou que que pessoas que bebem muito café têm mais chance de sofrer alucinações. É o que diz um estudo publicado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Durham, na Inglaterra. Ainda, de acordo com o estudo, o efeito pode estar relacionado ao fato de a cafeína aumentar os efeitos fisiológicos do estresse – o que causa a aceleração da produção do hormônio cortisol que pode fazer com que a pessoas escutem vozes não existentes. Ao analisarem o comportamento de 200 universitário, os cientistas concluíram que as pessoas que bebem mais de sete xícaras de café instantâneo por dia têm três vezes mais probabilidade de ouvir vozes, ver coisas que não existem ou acreditar que estão sentindo a presença de pessoas que já morreram. Curiosos, não?


A BORDO DA ALEGRIA Mário Brito - Jornalista/Humorista

O ANO QUE VEM CHEGOU! É isso mesmo, caro leitor do Diário de bordo, todo mundo fala: “Puxa, como passou depressa”, mas sabemos como custou a chegar ao fim. Apesar das confusões e atrasos de voos, o ANO NOVO está aí. Chegou pontualmente no dia 1º de Janeiro e com o mesmo comprimento e largura: 365 x 12. Vamos enfrentar os mesmos problemas, os mesmos compromissos e as mesmas datas – mas numa nova agenda... E como acontece todo início de ano, tem um monte de tarólogos, videntes, astrólogos e cartomantes predizendo o que vai acontecer. Você fica pensando no que vai fazer no ano que vem? Acabaram-se as suas dúvidas, trazemos para você as PREVISÕES PARA 2009 QUE VÃO ACONTECER MESMO! - Um artista famoso vai morrer. - Você vai continuar jogando na loteria sem ganhar nada.

mariobrito10@yahoo.com.br

- A mensalidade dos planos de saúde vai aumentar.

A árvore do brasileiro é o IPÊ : IPTU – IPVA – IPCA – IPI

- Roberto Carlos Vai fazer um especial de fim de ano na Globo.

LOURA

- Um furacão vai fazer estrago nos Estados Unidos. - São Paulo vai inundar com as chuvas de fim de ano.

FIM DE ANO O bebum entra no bar e, vendo a turma toda reunida, grita bem alto: - FELIZ NATAL pra todo mundo! O dono do bar fala pra ele: - Que NATAL rapaz, estamos comemorando o ANO NOVO! E o bebum, assustado: - Xiiii, ô cara...quando eu chegar em casa a minha mulher vai me dar o maior cacete!

Para aprender espanhol, a loura viajou para o México. Disseram para ela que, para eles entenderem, ela deveria falar PAUSADAMENTE. Quando ela foi fazer um lanche, perguntou ao atendente, falando bem devagarinho: - Co-mo-es-el-nom-bre-de-es-te-lu-gar? E o atendente, imitando o jeito de falar da loura: -MA-QUI-DO-NAL-DIS.

A PRIMEIRA IMPRESSÃO é a que fica, se o CARTUCHO for novo!

- Um homem bomba vai explodir no Iraque. - Seu cartão de crédito vai estourar o limite. - Um casal famoso da TV vai se separar.

- Vão descobrir um golpe milionário no INSS. - Vai surgir outra gostosa no lugar da Juliana Paes. - Vai estourar uma “maracutaia” entre os políticos.

IDÉIAS E DESENHOS/ 9375-1575

- Arbitragem vai causar tumulto em jogo do Brasileirão.

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NOSSA GENTE

Um salto para o sucesso Mineiro de Nova Lima começa em fevereiro turnê do Cirque du Soleil Da redação

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oi um salto literalmente alto que o ex-ginasta nova-limense Paulo Márcio Pena Silva, de 26 anos, deu. Atleta da Seleção Brasileira de Ginástica Olímpica, ele decidiu largar a modalidade. Foi no Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística Adulto, em 2006, em Goiânia (GO), do qual participou como convidado, que surgiu a oportunidade. Paulo Márcio entregou a um olheiro do Soleil uma cópia de vídeo de suas apresentações. Paulo Márcio Pena Silva, que nasceu no bairro Honório Bicalho, em Nova Lima, passou por alguns clubes brasileiros e integrou a Seleção Brasileira de Ginástica. Filho de Márcio Serafim Silva e Maria de Fátima Pena Silva, ele começou a carreira aos seis anos de idade. O pai, percebendo que ele era um menino travesso, levou-o para fazer testes no Minas Tênis Clube (MG), onde integrou a equipe de ginastas por dez anos. Depois foi para o Clube de Regatas do Flamengo (RJ), Faculdades COC, de Ribeirão Preto (SP), e Esporte Clube Pinheiros (SP). Ginasta praticante de todas as modalidades, Paulo integrou a seleção que foi para as Olimpíadas de Sydney, em 2000. Colecionador de vários títulos, ele foi campeão brasileiro em algumas modalidades e aparelhos, tais

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como solo, salto sobre cavalo, barras e cavalo com alça; foi também campeão geral dos Jogos Brasileiros da Juventude, por Minas Gerais, e Campeão Sul-Americano de Ginástica Olímpica, campeão mineiro, carioca e paulista, no individual geral, e vice panamericano por equipe pelo Brasil. "Não me arrependo de ter-me desligado da seleção. Não devemos ter medo do 'novo'; é preciso ter coragem, porque tudo é possível, e o mundo é 'pequeno', por isso hoje

estou lá (no Soleil)". Os estudos ficaram em segundo plano; ele teve de abandonar a faculdade de Educação Física para seguir a carreira internacional de artista circense. Há um ano e meio no Cirque du Soleil, Paulo diz que foi preciso muita coragem para tomar a decisão de largar a ginástica olímpica, depois que sofreu uma ruptura do bíceps quando treinava para a seletiva do Campeonato SulAmericano. Paulo Márcio Pena Silva participa do show móvel Corteo que foi apresentado na América do Norte e no Canadá. O espetáculo é dividido em dois atos (Tournik e Trampo Beds) para contar a história de um palhaço que sonha com a própria morte e em cujo funeral estão vários amigos, pessoas de características físicas extremas, como anões e gigantes, feios e bonitos, gordos e magros. De férias em sua casa, no Centro, em Nova Lima, Paulo já está se preparando para seguir ao Japão, onde o espetáculo iniciará, em fevereiro, turnê por 16 meses. "Tenho orgulho de ser nova-limense, estou curtindo a minha cidade. O Japão será uma ótima oportunidade para mim: quero conhecer muito o país e aprender a falar um pouco da língua japonesa", brinca o nova-limense, que também fala em inglês e um pouco o espanhol.

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