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situando a ideia
from Spell Work, nr. 0
O Steampunk é ambientado na Era Vitoriana (de meados do Século XIX até início do Século XX) e Era Eduardiana (até os anos 1910), e tem como característica fundamental o impacto social que uma tecnologia à frente de seu tempo pode causar. Então, são autômatos, dirigíveis bélicos, armas, foguetes e um sem fim de aparatos que a criatividade de cada autor permite desenvolver em seu mundo fictício.
Romances como A Máquina
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Diferencial, dos autores Bruce Sterling e William Gibson ou a graphic novel de Alan Moore, A Liga Extraordinária, são ótimos exemplos do que é a literatura Steampunk do Século XX. No entanto, mesmo antes do termo ser criado, já líamos Steampunk em livros como Vinte Mil Léguas Submarinas e Da Terra à Lua, de Júlio Verne; Frankenstein, de Mary Shelley; O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson; entre outros.
O Steampunk também está na música. Temos algumas bandas consideradas como
estilo e comportamento...
steampunks, como no caso do “Abney Park”, que conta histórias retrofuturistas em suas letras.


Algumas outras como “Steam Powered Giraffe” e a britânica “Birthrite” são outros exemplos. Sei que tem bandas que adotam o visual em um clipe ou outro, como no caso da “Panic!
At the Disco” no clipe The Ballad of Monalisa.
Por falar em visual, entra aqui uma das partes mais sedutoras deste subgênero: indumentária. Ela engloba chapéu para ambos os sexos, tons de marrom, muito metal dourado e os inseparáveis goggles — óculos de proteção típicos para se trabalhar nas caldeiras dos trens e navios ou para aviadores —, que ganharam outros significados no steampunk como sendo lentes de cientistas malucos, visão noturna ou qualquer outra coisa que a imaginação do steamplayer (quem se veste de steampunk) permitir.
Os acessórios são muito variados e criativos e, na maioria das vezes, mais importantes que as roupas em si. São armas mirabolantes, cintos de utilidades variadas, bússolas, relógios de bolso, bengalas que viram armas etc.
No geral, compor a roupa masculina é simples: uma roupa social com calça, camisa, suspensório, colete. As moças usam belos vestidos decotados e o espartilho fica por cima da roupa, mostrando uma atitude desafiadora. Muitas vezes a parte da frente da saia é levantada acima do joelho, indo contra os padrões sociais de uma época altamente puritana, na qual a rainha dizia para cobrir até as pernas das mesas!
A mulher steampunk tem um papel importante. Ela luta, ela tem voz. Algumas grandes mulheres da história são tidas como musas para este subgênero da ficção, como Ada Lovelace (considerada a primeira programadora da história), Amelia Earhart (pioneira na aviação dos EUA e ícone da luta pelos direitos das mulheres, apesar de já ser das primeiras décadas do Século XX) e as suffragettes, mulheres que lutavam pelo direito ao voto.
Temos encontros steampunks ocorrendo ao longo do ano em piqueniques, cafés e eventos de outros fã-clubes como Star Wars, Dia do Fã, Star Trek, Doctor Who, entre outros.
No entanto, o maior evento steampunk brasileiro é o SteamCon, que está em sua terceira edição, a última ocorreu em agosto, dias 5 e 6, na Vila de Paranapiacaba, uma vila ferroviária tombada pela Unesco e mantida nos moldes ingleses, que tem tudo a ver com o tema. Uma vila ferroviária do Século XIX em pleno Século XXI!
A SteamCon surgiu da ideia do Fernão de Quintana, um confrade nosso, de fazer uma imersão cultural. Já existia a ideia de um grande evento, mas uma imersão, com mais de 24h de programação que varia entre palestras, filmes, música, dança, oficinas e muita literatura, foi uma ideia calorosamente abraçada por todos nós, fãs da ficção científica retrofuturista. SW