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Engicobra - "A falta de mão de obra exige uma solução estrutural"
A Engicobra nasce de um sonho entre pai, Paulo Leal, e lho, Hugo Leal, que, juntos, decidiram unir esforços e criar uma empresa de engenharia e construção. Os vastos anos de experiência em armação de ferro e engenharia civil tornaram possível a criação de uma entidade de qualidade e de referência no mercado português. Hugo Leal, um dos fundadores da Engicobra, sublinha a importância de prestar serviços focados na qualidade, conança e honestidade e fala da ambição de se especializarem na construção de moradias.
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Com que objetivo surge a Engicobra?
A Engicobra surge de uma fase muito crítica no mercado. Na altura, estava instaurada a crise. Em resultado disso, o meu pai tinha pouco trabalho e, por isso, decidimos montar a nossa própria empresa. O objetivo passava por, depois de eu terminar o meu curso, juntar-me à equipa e trazer uma maisvalia em termos de conhecimento técnicos e fazer um upgrade ao que podíamos oferecer. Foi isso que aconteceu. Durante 10 anos, acabámos por estar só a oferecer armação de ferro e, em 2019, abrimos o leque de empreitada geral e começámos a oferecer todo o tipo de serviços.
Nessa altura, sentiram um aumento nos clientes que vos procuravam? Sim, logo no ano seguinte. A evolução foi gigante e tem a ver com a necessidade que se instalou no mercado. A Covid-19 teve um papel preponderante nisso. Até 2019, a evolução na construção foi gradual. Em 2019, começa a haver uma grande procura. Em 2020, a procura triplicou, porque as pessoas foram obrigadas a ficar em casa. Não havia liberdade e isso gerou um grande conflito nas famílias, que procuraram casas maiores, sobretudo, moradias. Nunca tivemos tanto trabalho como nesse ano.
A Engicobra apresenta dois tipos de produto – o “chave na mão” e o “um bem futuro” . Quais as principais diferenças entre ambos? Um dos grandes objetivos da empresa é ser especializada na construção de Hugo e Paulo Leal
Co-diretores
moradias unifamiliares, nunca largando a nossa origem. O “chave na mão” tem duas ver tentes: uma, em que executamos o projeto e fazemos a obra e, outra, que só abrange a construção. Relativamente ao “ um bem futuro” , este é mais direcionado a quem tem capitais próprios e não se quer preocupar com burocracias. Nós atuamos desde a procura do terreno, à compra e execução da obra.
Quais as principais diculdades que quem trabalha nesta área sente diariamente? A mão de obra. Para além de não ser especializada, não há. Quando visitamos uma obra, não vemos pessoas numa faixa etária dos seus 20 até aos 30 anos. Normalmente, a faixa etária ronda os 40 anos e mais. Portanto, não está a haver formação e isso assusta-me. Aliás, a Engicobra está a pensar apostar num programa de formação. A falta de mão de obra, neste momento, é gritante. Esta escassez o b r i g a p e s s o a s q u e n ã o t ê m capacidade de o fazer a fazê-lo, sendo que os trabalhos ficam mal executados. Deveríamos investir muito mais no setor da construção. Além disso, o preço dos mater iais aumenta diariamente.
Nesse sentido, como é que se gerem os orçamentos dos clientes? Quando os valores da matéria-prima aumentarem em determinado valor, os orçamentos têm de ser revistos. Infelizmente, as empresas não podem continuar a suportar essa carga sob pena de fecharem. Em relação aos materiais, temos de nos precaver com alguma antecedência.
A Engicobra tem, neste momento, 10 projetos em curso. Há algum que mereça um destaque particular? Atualmente, uma empreitada que nos está a deixar muito satisfeitos é uma moradia no Cabanas Golf. Nós queremos muito fazer moradias de sonho. No ano passado, terminamos uma moradia unifamiliar, cujo cliente se tornou um amigo pessoal. É isso que nos faz felizes: quando aquele que era nosso cliente passa a ser nosso amigo.
Que futuro lhe parece estar reservado para este mercado? A procura é muito maior do que a oferta. Penso que isso não vai mudar nos próximos dois, três anos. Contudo, os preços da matéria-prima vão continuar a aumentar. As taxas de juro também vão subir e isso, sim, pode ser muito preocupante para o setor da construção, porque significa que as pessoas vão deixar de ter capacidade para pagar ou fazer novos créditos.