Revista valeparaibano - Outubro 2011

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Filhos Comprovado, o queridinho da mamãe existe P24 Mundo O levante do povo árabe contra os ditadores P46 Cultura Fomos até Chicago visitar o berço do rock P80

Outubro 2011 • Ano 2 • Número 19 R$ 7,80

DE OLHO NO SEU CARRO São José tem oito veículos furtados ou roubados por dia Saiba quais são os modelos e bairros mais visados pelos bandidos

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Opinião

Palavra do editor

DIRETOR RESPONSÁVEL Ferdinando Salerno

E agora, cadê o meu carro?

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revista valeparaibano traz um levantamento inédito sobre roubos e furtos de carros em São José dos Campos. Passamos quase um mês compilando as ocorrências para traçar um mapa da criminalidade, com os modelos de veículos mais visados pelos bandidos e os bairros e horários com maior incidência desses crimes na cidade. Foram contabilizadas 1.459 ocorrências no primeiro semestre deste ano –em média, oito veículos subtraídos por dia. Em comparação com o mesmo período de 2010, houve um aumento de 11%. Mas a discussão sobre a questão deve ir além a do prejuízo financeiro, deve avançar na análise se aumentou ou não o número de casos. Há vítimas que desenvolvem traumas decorrentes da violência e se vêem obrigadas a mudar a rotina e o estilo de vida. O delito desencadeia outros crimes num efeito cascata, desde o uso do veículo para outra ação criminosa até na morte do proprietário do carro que reage ao roubo. E, talvez o pior, só aumenta o medo social e alimenta a incômoda sensação de impunidade. O que é preciso para reduzir essa prática criminosa? Como conter a ação dos bandidos? Um policiamento mais ostensivo nas ruas contribuiria para diminuir os crimes, mas vale também apertar o cerco contra os desmanches ilegais, para onde segue a maioria dos veículos roubados para abastecer o mercado paralelo com peças. A Polícia Militar cobra da população os registros dos boletins de ocorrências, que depois são usados para planejar estratégias de combate, direcionando o policiamento às áreas de maior incidência de casos. Mas, por outro lado, não divulga os dados à sociedade. Já os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado são menores que os contabilizados no levantamento. Falta transparência, e no meio de tudo isso fica o cidadão indefeso, que paga um preço cada vez mais caro.

DIRETORA ADMINISTRATIVA Sandra Nunes EDITOR-CHEFE Marcelo Claret mclaret@valeparaibano.com.br EDITOR-ASSISTENTE Adriano Pereira adriano@valeparaibano.com.br EDITOR DE FOTOGRAFIA Flávio Pereira flavio@valeparaibano.com.br REPÓRTERES Hernane Lélis (hernane@valeparaibano.com.br), Yann Walter (yann@valeparaibano.com.br) DIAGRAMAÇÃO Daniel Fernandes daniel@valeparaibano.com.br COLABORADORES Cristina Bedendo, Franthiesco Ballerini, Letícia Maciel, Luara Leimig, Rodrigo Machado e Simone Gonçalves COLUNISTAS Alice Lobo, Arnaldo Jabor, Fabíola de Oliveira, Marco Antonio Vitti e Ozires Silva CARTAS À REDAÇÃO cartadoleitor@valeparaibano.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, endereço e telefone do remetente. O valeparaibano reserva-se ao direito de selecioná-las e resumi-las.

DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE REGIONAL Aline Furtado, Cristiane Abreu,

Mellise Carrari, Tatiana Musto e Vanessa Carvalho comercial@valeparaibano.com.br (12) 3202 4000 RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA

Essencial Mídia Carla Amaral e Claudia Amaral (11) 3834 0349

A revista valeparaibano é uma publicação mensal da empresa Jornal O Valeparaibano Ltda. Av. São João, 1.925, Jardim Esplanada, São José dos Campos (SP) CEP: 12242-840 Tel.: (12) 3202 4000

ASSINATURA E VENDA AVULSA Carina Montoro 0800 728 1919 Segunda a sexta-feira, das 8h às 18h FAX: (12) 3909 4605 relacionamento@valeparaibano.com.br www.valeparaibano.com.br

PARA FALAR COM A REDAÇÃO: (12) 3909 4600 EDIÇÕES ANTERIORES: 0800 728 1919

Marcelo Claret editor-chefe

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MODA

Sumário

TROPICÁLIA FASHION P72

SEGURANÇA

Mãos ao alto! Fizemos um mapeamento do roubo e furto de veículos em São José dos Campos: por dia, 8 carros são levados por bandidos. Saiba quais os bairros e modelos mais visados pelos criminosos

POLÍTICA IMPOSTOS

MUNDO POLÍTICA

CULTURA TENDÊNCIA

ISS muda perfil das cidades do Vale P10

Levante árabe

Economia Criativa chega a São José P84

IPTU deixa de ser principal fonte de receita com desenvolvimento econômico da região

Crise econômica detona série de revoltas populares e provoca queda de ditadores no continente africano

ECONOMIA MERCADO

Taubaté vive ‘boom’ de imóveis de luxo P18 Expansão comercial e industrial aquece mercado imobiliário de alto padrão ENTREVISTA HENRIQUE FOGAÇA

“Diploma não forma chefe de cozinha. Requer experiência” P38

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P46

EXCLUSIVO

Perdendo as raízes Visitamos o berço do rock ‘n’ roll e constatamos a falta de preservação do estilo que mudou o mundo P80

Fundação Cultural Cassiano Ricardo muda o foco e tenta fazer com que os artistas locais criem seus meios de produção TURISMO URUGUAI

Um pedacinho da Europa P64 Ensaio Fotográfico p56 Hi-Tech p70 Cinema p88 Arnaldo Jabor p98

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Palavradoleitor A revista valeparaibano publicou reportagem sobre os gastos com os salários dos vereadores e seus assessores no Vale do Paraíba

POLÍTICA São José Quem planta colhe, diz o ditado popular. Não é bem isto que temos visto acontecer em nossa amada São José dos Campos. Após a aprovação de salários absurdos para quem pouco faz por nossa cidade, é chegada a hora de se tornar popular novamente, mesmo que seja colhendo os frutos plantados pela própria população. Um grande exemplo disso é o resultado obtido do árduo trabalho da comissão de moradores do Jardim Santa Inês, Pararangaba e adjacências para a correção e alteração no trânsito por conta do novo viaduto do Santa Inês. Não houve, nas reuniões da comissão, qualquer vereador presente, muito menos o Alexandre da Farmácia, que se diz “responsável” pelo projeto, que lutou para a execução e se autointitulou como “pai da criança”.

REVISTA Conteúdo Surpreendeu-me o conteúdo da revista por sua abrangência em diversos campos de conhecimento. Os articulistas Ozires Silva, Marco Antonio Vitti e Arnaldo Jabor, dentre outros, vêm com temas muito interessantes. O artigo do quintal do Vitti foi sensacional. Na Mooca dos anos 50 e 60 revezávamos entre galinhas e hortas e estávamos a meia-hora da Praça da Sé. E seção Turismo, Croácia pois. Onde foram descobrir isso? Lembro-me da matéria sobre a Rota 66, que foi ótima. De quem é a ideia de garimpar essas coisas? Imagino não ser fácil produzir tanto assunto sem cair na mesmice. Ary Zendron São Paulo

ENQUETE Você já teve seu carro roubado?

55%

45%

REDES SOCIAIS Norma Castro É revoltante saber de tudo isso e que ninguém faz nada. Que democracia é esta? Uma hora vai ter que parar. Esperamos que não seja tarde demais. Alberto Valiante Gente este é o custo “oficial”, porque o “paralelo não e fácil de medir. Mas deve ser pelo menos o dobro do oficial.

Alexandre Oliveira Empresário

SIM NÃO

Os votos foram computados entre os dias 3 e 20 de setembro

Enquete www.valeparaibano.com.br

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Política

Da Redação 12 prefeituras aderem ao Minha Casa Minha Vida 2 Regra do programa habitacional do governo federal impede participação de 27 municípios do Vale do Paraíba

BRANCO & PRETO Sobre as denúncias contra o ex-ministro do Turismo, Pedro Novais, acusado de uso do dinheiro público para pagar a sua governanta

Giovana de Paula/CMJ

“É o claro uso do cargo para benefício pessoal. Isso não tem nada de normal e tem que ser investigado”

Duarte Nogueira líder do PSDB na Câmara

OBRAS Segunda etapa do programa prevê a construção de 2 milhões de moradias no país

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segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, terá a participação de 12 municípios do Vale do Paraíba. As prefeituras já assinaram o termo de cooperação com a CEF (Caixa Econômica Federal). A adesão não atinge um terço dos 39 municípios da região. Acontece que, pelos critérios da União, é impedida a participação de cidades com menos de 20 mil habitantes, o que exclui automaticamente 21 municípios do Vale. As outras seis cidades, com população entre 20 e 50 mil habitantes, só poderiam se credenciar ao programa se apresentassem média de crescimento populacional superior à do Estado entre 2000 e 2010, o que não ocorreu.

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Com isso, apenas 12 municípios da região conseguiram aderir ao programa, lançado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzir o déficit habitacional. A segunda etapa do Minha Casa Minha Vida prevê a construção de 2 milhões de unidades habitacionais em todo o país. Do total, 180 mil residências deverão ser erguidas no Estado de São Paulo. Na primeira edição, o programa anunciou a construção de 1 milhão de novas habitações no país. A região foi contemplada com 3.726 em seis cidades –até o momento, 375 casas foram entregues. À ocasião, 11 cidades do Vale aderiram ao programa. Dependendo da renda familiar, parte do valor da casa é pago pela CEF. Para quem tem renda familiar de até R$ 1.600 mensais, a casa será financiada em 120 meses, com mensalidades de R$ 160.

“Poderão ser investigadas as suspeitas e o episódio não é protegido pelo foro privilegiado”

Roberto Gurgel Procurador-geral da República

“Não se pode comprometer uma legenda por causa de uma pessoa. O partido é muito grande para querer generalizar um caso ou dois” Senador Valdir Raupp presidente do PMDB

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Domingo 2 Outubro de 2011

Dilma Rousseff, presidente da República

“Não faço política do toma-lá-dá-cá. Eu nunca dei nada a ninguém que eu não quisesse. O combate à corrupção jamais se encerra” Sobre os comentários de que teria sido forçada a atender exigências de partidos aliados

Alckmin quer verba federal para obras na Tamoios

Sancionada nova lei da TV a cabo

Governador pede que a presidente Dilma Rousseff custeie dois projetos viários avaliados em R$ 1,5 bilhão para viabilizar duplicação da rodovia de acesso ao Litoral Norte

TRANSPORTES Pista da rodovia dos Tamoios, que será duplicada pelo governo do Estado

governo de São Paulo pediu à União que assuma duas obras viárias estimadas em R$ 1,5 bilhão no Litoral Norte para viabilizar a duplicação integral da Rodovia dos Tamoios. Se isso ocorrer, será a quarta parceria em projetos estratégicos de transporte firmada entre as gestões de Geraldo Alckmin (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Os dois assinam a liberação de R$ 2,6 bilhões pela União para o trecho norte do Rodoanel e a ampliação da hidrovia TietêParaná no mês passado. Ambos já haviam acertado parceria para o Ferroanel, de R$ 1,2 bilhão. A duplicação da Tamoios é estratégica para o Estado de São Paulo por desafogar o tráfego de turistas rumo às cidades litorâneas e, principalmente, viabilizar a ampliação do Porto de São Sebastião. O projeto é dividido em três partes, sendo que a primeira, a duplicação de 49 quilômetros do trecho de planalto, já está sendo licitada pelo Estado. A segunda,

que Alckmin promete tocar, mas sem prazo fixado, é duplicar o trecho de serra, de 23 quilômetros (R$ 2,9 bilhões). Caberia à União a terceira parte: a construção de dois contornos viários que ligariam a Tamoios a pontos da rodovia Rio-Santos (SP-55) fora do aglomerado urbano Caraguatatuba-São Sebastião. Um desembocaria no sentido de Ubatuba e facilitaria o fluxo de turistas. Já o outro chegaria próximo ao acesso ao porto, em São Sebastião, e ajudaria também quem vai às praias da costa sul como Maresias e Boiçucanga. Um dos argumentos levados à União pelo secretário de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, é que o investimento pode ser recuperado com a concessão das ligações à iniciativa privada, como será na rodovia dos Tamoios. Outro argumento é que as obras viabilizam o porto, estratégico para a Petrobras –que tem bases de gás e petróleo na região–, principalmente pelo esperado incremento em razão do pré-sal. A União está avaliando o pedido.

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Foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff a lei que regulamenta a atuação das empresas de TV a cabo no Brasil. O Palácio do Planalto manteve praticamente inalterado o texto aprovado pelo Congresso, que prevê a possibilidade da entrada das empresas de telefonia no mercado e retira limites para participação estrangeira nas empresas detentoras do serviço. A avaliação do governo é que essas duas possibilidades irão aumentar a concorrência no país, barateando o custo ainda alto e aumentando a cobertura do serviço, hoje restrito às cidades mais populosas. Espera, também, que o compartilhamento de infraestrutura entre TV a cabo e telefonia ajude a melhorar a qualidade dos serviços de internet banda larga. A lei ainda prevê que as empresas terão que apresentar 30% de produção nacional em sua programação. Esse artigo foi duramente criticado pelas empresas, que alegavam cerceamento do direito de decisão do consumidor. No entanto, a obrigatoriedade foi mantida. Apenas dois artigos foram vetados por Dilma –um que previa que as próprias operadoras poderiam definir a classificação indicativa para seus programas, em uma espécie de autorregulação, e outro que autorizava as empresas a cobrar pelos serviços de atendimento telefônico ao consumidor, o que não poderá mais ser feito.

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Política RECEITA MUNICIPAL

ISS: recordista de arrecadação

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Domingo 2 Outubro de 2011

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Flávio Pereira

Imposto sobre Serviço é tributo municipal mais recolhido nas maiores cidades do Vale; novo perfil da receita é reflexo do desenvolvimento industrial e comercial

Simone Gonçalves Vale do Paraíba

alores da arrecadação de impostos das prefeituras do Vale do Paraíba revelam uma mudança no perfil das cidades com o fortalecimento de rendas próprias, fruto do desenvolvimento industrial e comercial. Antes dependentes majoritariamente do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) como fonte de recursos municipais, passaram a ter o ISS (Imposto sobre Serviços) como principal tributo próprio arrecadado. O Imposto Sobre Serviço é pago por uma gama diversificada de segmentos da economia, que contempla mais de 100 ramos diferentes –clínicas médicas, de engenharia, de segurança e advocacia, serviços de consultoria e assessoria, clínicas de beleza, cabeleireiros, academias esportivas, serviços de hotelaria, turismo, entretenimento e transportes. A alteração na representatividade de cada imposto municipal na arrecadação é tida como a consolidação de uma nova realidade das cidades, com economia baseada nos setores industrial, comercial e de serviços. A ampliação do primeiro, em efeito cascata, alavancou os outros dois. Sentida por empresários e gestores públicos antecipadamente, a mudança foi consolidada em números nos últimos cinco anos. Em São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, as três maiores cidades da região, o ISS é o campeão da receita municipal. Na prática, isso representa que ao menos metade da população do Vale do Paraíba vive a realidade –os três municípios concentram 1,11 milhão dos 2,28 milhões de habitantes da região. Até 2007, a principal fonte de arrecadação

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EXECUTIVO Fachada do prédio da Prefeitura de São José, onde a arrecadação com o ISS chega a quase R$ 200 milhões

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Política Ronny Santos/PMSJC

própria em Taubaté era o IPTU. Naquele ano, o tributo representava 10,58% da arrecadação, contra 8,73% do ISS. Em 2008, os indicadores se equipararam: o imposto sobre serviços foi de 10,35% e outro de 10,37%. Em 2009, a mudança se completou. A arrecadação de ISS atingiu 11% contra 10,28% do IPTU. Esse perfil permanece em 2011, cuja arrecadação total de recursos municipais prevista é de R$ 130 milhões. A ‘vitória’ do ISS no bolo da receita municipal é motivo de comemoração para os administradores. “Recebemos muitas indústrias que acabaram movimentando outros setores, como o de serviços”, disse o prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto (PMDB). Segundo ele, a mudança ocorreu de forma natural, a partir da ampliação do programa de desenvolvimento industrial, que concedeu incentivos fiscais a empresas e doações de terrenos a empreendimentos. Peixoto considera que o crescimento possibilitou a geração de empregos em outros segmentos, assim como o aumento da renda da cidade. Em Jacareí, a coleta do Imposto sobre Serviços também mantém ritmo crescente. De 2008 a 2011 subiu gradativamente, passando de 31,7% para 33,6%, depois para 34,5% e chegando aos atuais 34,8%, que correspondem a R$ 31,3 milhões. Desde 2008, o ISS supera a arrecadação de IPTU, cuja variação foi de 26,4% em 2008, 27,8% em 2009, 27,2% em 2010 e 29,1% neste ano. Em São José dos Campos, ISS supera o IPTU há mais de uma década. Atualmente, o primeiro corresponde a 15% da receita municipal (R$ 197 milhões) e o outro, a 6% (R$ 80 milhões). Para o gerente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José, Fabiano Souza, além da indústria, o setor imobiliário foi responsável pela mudança. Ele também defende um equilíbrio no desenvolvimento dos segmentos. “O setor que mais cresce é o de serviços, mas deve haver equilíbrio, com a sustentação do crescimento industrial, que gera um valor agregado muito significativo”, disse. “Os salários na indústria são maiores e possibilitam maior poder de compra, de investimento em outros segmentos”, continuou. Equilíbrio Em Aparecida, o que impulsionou a ampliação do setor de serviços foi a expansão turística, concentrada na visita de romeiros ao Santuário Nacional. Em 2010, o município chegou à marca de mais de 10 milhões de visitantes. A expectativa é que o número seja superado neste ano.

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ARECADAÇÃO Atendimento ao público na Prefeitura de São José; abaixo, José Antônio Saud Júnior Flávio Pereira

NÚMEROS SÃO JOSÉ Arrecadação com o ISS está prevista em R$ 197 milhões neste ano

TAUBATÉ Arrecadação com o ISS está prevista em R$ 130 milhões neste ano

JACAREÍ Arrecadação com o ISS está prevista em R$ 31,3 milhões neste ano Fonte: prefeituras

Os índices da arrecadação mostram que a coleta dos dois impostos municipais se manteve equiparada nos dois últimos anos. De acordo com o secretário da Fazenda de Aparecida, Sidney Rodrigues Bitencourt, cada tributo corresponde, em média, a 14% da renda colhida na cidade.”É uma tendência na cidade. O setor do turismo está muito aquecido, temos 180 hotéis e 37 mil leitos, que são ocupados constantemente pelos romeiros”, disse. Na contramão, segundo ele, é difícil a ampliação de novas cobranças do Imposto Predial e Territorial Urbano, já que há escassez de terrenos para novas construções. “Há uma falta de terrenos disponíveis”, disse o secretário. Para outras cidades, o IPTU permanece como principal fonte de arrecadação própria, mas com margem reduzida de diferença do ISS, como em Guaratinguetá. Em 2010, a cidade recolheu R$ 12,4 milhões do primeiro imposto, contra R$ 11,3 milhões do segundo. “O IPTU também é uma fonte importantíssima de arrecadação para o município”, secretário da Fazenda, Rubens Siqueira Duarte. Suporte Se algumas cidades comemoram o aumento do ISS, a baixa coleta do imposto é desafio para outras, em especial para municípios pequenos. O prefeito de São José do Barreiro, Arthur Barbosa Pinto, afirma que a busca por diversificação da economia e ampliação das fontes de renda é uma constante. “Lutamos para conseguir aumentar a arrecadação própria. Hoje a coleta de ISS é praticamente irrisória. Sem fontes de renda, fica praticamente impossível conseguir fazer novos investimentos, temos que arcar apenas com o custeio”, disse.

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Domingo 2 Outubro de 2011

A cidade conta com cerca de 4.000 habitantes e arrecadação estimada em R$ 450 mil. A aposta para conseguir melhor receita é o investimento no turismo. “Estamos empenhados em organizar a prefeitura, fazer um código tributário e investir na área de turismo, a cidade tem vocação para isso”, disse o prefeito. Com a escassez de recursos próprios, a renda para garantir a operação dos serviços públicos vem de repasses do Estado e União. Neste ponto, a realidade dos pequenos municípios se une a dos maiores. Mesmo com a melhora na arrecadação própria das cidades, a principal fonte de renda das cidades da região são os tributos ‘externos’, como o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Quanto à reforma tributária, representantes de outras cidades também defendem maior rigor na organização e cobrança dos impostos, como forma de melhorar a arrecadação. Em Ubatuba, a prefeitura lançou ações para incentivar o pagamento de IPTU. Entre as propostas estão o recadastramento

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dos moradores, o envio de avisos no atraso do pagamento do imposto, a criação de um espaço específico para a negociação de dívidas e o parcelamento dos débitos. “Criamos um posto de atendimento, com conforto e agilidade para o morador ser bem atendido, isso influencia na disposição de acertar as dívidas”, disse o secretário da Fazenda de Ubatuba, Aroldo da Costa Saraiva. Opinião Para o economista do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-socias) da Unitau (Universidade de Taubaté), Edson Trajano, a política de cobrança de tributos influencia no aumento da coleta de ISS. “O aumento do IPTU é uma medida traumática no aspecto político para os governantes, eles preferem não fazer isso, pois é desgastante”, disse. Desta forma, as correções do imposto predial ficariam defasadas, enquanto o tributo relacionado aos serviços manteria uma cobrança atualizada, fortalecendo-se como o principal fator de arrecadação municipal. Diante da força do ISS para a arrecada-

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ção das cidades, empresários defendem a criação pelas prefeituras de programas de incentivo baseados nos impostos. Entre as propostas estão isenções e direcionamentos dos recursos tributários para projetos predeterminados. Uma proposta nesta linha foi apresentada pelo Terras de Lobato Convention &Visitors Bureau (entidade regional ligada ao turismo) à Prefeitura de Taubaté. O grupo defende que o governo crie um fundo de desenvolvimento ao turismo, alimentado por uma parcela a ser definida do ISS. O dinheiro seria revertido em ações de fomento ao turismo. José Antônio Saud Júnior, presidente da entidade, disse que o ideal seria destinar 10% do ISS arrecadado para o fundo –a quantia representaria cerca de R$ 1,5 milhão por ano. Com a verba, seriam desenvolvidos projetos como a divulgação turística das cidades e a capacidade de mão-de-obra do setor. “O pagamento do imposto é significativo para a cidade, ele poderia retornar para ações que vão ajudar a aumentar ainda mais a arrecadação municipal.” •

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MOTORISTA: RESPEITE A FAIXA

PEDESTRE: ATRAVESSE NA FAIXA

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SEJA CONSCIENTE. AFINAL, A VIDA NÃO TEM PREÇO. A faixa de pedestres existe para que as pessoas atravessem nossas ruas e avenidas com segurança. Quando o pedestre atravessa fora da faixa, coloca sua própria vida em risco. E quando o motorista a desrespeita, está sujeito a multas e pode causar sérios acidentes.

Pedestre: estenda a mão antes de atravessar. Motorista: respeite a sinalização do pedestre.

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Política

Ozires Silva

Precisamos avançar se quisermos um lugar de destaque no mundo m 1901 o grande pioneiro da aviação, Alberto Santos Dumont, tornou-se não só um dos maiores brasileiros, mas um dos destacados homens da humanidade, ao dar uma volta completa em torno da Torre Eiffel, em Paris, com seu Balão No. 6, demonstrando a possibilidade da dirigibilidade aérea. Continuando seus esforços, cinco anos mais tarde em 23 de Outubro de 1906, nosso genial patrício decolou pela primeira vez em Bagatelle com seu 14-Bis, mostrando que o vôo do mais pesado do que o ar podia ser realizado e que, no futuro, o homem voaria intensamente. Mais do que isso, o ilustre filho do nosso Brasil, indicava caminhos e inovava participando de uma das mais importantes invenções do século 20, cujas repercussões todos podemos avaliar, vendo os milhares de aviões voando por todo o mundo neste instante em que o leitor está nos lendo.

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Tudo isso acontecia porque o carisma e a criatividade do nosso aeronauta, pequeno e franzino, mas determinado e criativo, não se constituía num fato isolado. Naquele momento do alvorecer da República, o progresso industrial e urbano emergia como um símbolo de vontade de progredir, desenvolver-se. Entre as chamadas “cousas da República”, ganhava forma uma autêntica reforma cultural e educacional. Procurava-se melhorar

EDUCAÇÃO “Estamos no caminho de ampliar a exclusão” a qualidade dos professores para competir com as universidades europeias, procurava-se incentivar o ensino técnico, incentivar as escolas de engenharia, enfim, recuperar o tempo perdido. O Brasil avançou. Contudo, ainda hoje não conseguiu despojar-se da herança colonial que se projetaria como sombra a obstar a conquista do sucesso. Nas últimas quatro décadas tal fenômeno tem se revelado mais intenso e dramático. Ao contrário dos idos da conquista de Santos Dumont, não temos acompanhado o mundo moderno em múltiplas frentes, mas é na educação que o desafio tende a ser mais complexo e, também, mais ameaçador dado ao seu potencial de propagar o atraso. Isto porque nos tem faltado capacidade para formar especialistas em áreas estratégicas, como as de ciência e tecnologia, além da notória insuficiência de incentivos aos empreendimentos e às pesquisas e aos desenvolvimentos de novos produtos e técnicas. Muitas empresas, avançadas em tecnologia, já encontram dificuldades para encontrar e selecionar brasileiros com a competência e o talento necessários! Temos nos limitado a viver o presente, sem despertar para o futuro e plane-

jar, criando opções para ganhar eficiência e competitividade no futuro. Assim, ao invés de se reduzir, estamos no caminho de ampliar a exclusão. As difíceis condições do ensino, tanto o básico como o universitário, servem para demonstrar a distância entre as causas e os efeitos do muito que observamos hoje. A extensão crítica do quadro atual exige questionar o que aconteceu com o nosso país. Teimamos em permanecer no passado e não reformar. Olha-se em volta e é fácil constatar que falta quase tudo: desde a definição de um modelo de educação até a um projeto de desenvolvimento futuro, mesmo que primário. Falta criar condições para que as escolas, públicas ou privadas, ofereçam grades de ensino com a qualidade igual, e exercidas por professores bem formados, semelhantes aos que países vencedores conseguiram. Os exemplos dos sucessos da Coréia do Sul e da China marcam-nos com acentuado vigor. Já houve épocas no passado durante as quais havia uma coerência desenvolvimentista. Agora, parece que o centro de gravidade dessa trajetória rompeu-se. Há muito discurso, poucas ações. Como resultado, perde-se tempo! Pior, perdese a identidade. Perde-se a noção de que não estamos sozinhos no mundo e que, se não avançarmos, teremos inevitavelmente recuado. Santos Dumont e os construtores do Brasil republicano almejavam exatamente o contrário. •

Ozires Silva Engenheiro

ozires@valeparaibano.com.br

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Educação e conhecimento sem

“O Poliedro se preocupa com a interação e a socialização dos alunos através de seus módulos e de suas atividades extracurriculares.” Pedro, Pérsio e Luca

“O processo de desenvolvimento da minha filha é acompanhado de uma forma especial pela coordenação.” Viviane e Mariana

fronteiras

“Com aulas interessantes e dinâmicas, meu filho é incentivado a buscar cada vez mais conhecimento, com prazer e gosto pelos estudos.” Diego, Pietro e Liseane

“O módulo de alemão é um grande diferencial, trazendo uma nova cultura e o aprendizado de uma língua que fará muita diferença no futuro do meu filho.” Maria Helena, Alberto, Alberto Luigi e Sônia

Rua Irmã Maria Demétria Kfuri, 700 – Jd. Esplanada II – 12242-500 – São José dos Campos – SP Tel.: 12 3942-2271– www.sistemapoliedro.com.br

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Economia

ÁREA NOBRE Casa no Taubaté Village, um dos condomínios de luxo construído na cidade

SETOR IMOBILIÁRIO

Indústria do luxo Expansão comercial e industrial de Taubaté aquece o mercado de imóveis de alto padrão; prefeitura vai ampliar área urbana para atender a demanda Luara Leimig Taubaté

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fortalecimento da economia em Taubaté, provocado pela instalação de novas indústrias e centros de serviços, tem movimentado o mercado imobiliário. A chegada de novas empresas à região trouxe à cidade, além de emprego e renda, um perfil diferenciado de clientes, que exigem luxo, conforto e segurança debaixo do mesmo teto. De olho no lucro garantido dessa seleta parcela da população, construtores resolveram aumentar a oferta de imóveis de alto padrão, lançando empreendimentos que visam atender com total infraestrutura os mais endinheirados. Há pouco mais de dois anos os profissionais bem-sucedidos que se instalavam em Taubaté tinham poucas oportunidades de escolha de imóveis de luxo –no máximo três condomínios horizontais ofereciam áreas de lazer e conforto. Hoje, segundo a Secretaria de Planejamento Urbano, pelo menos 10% dos 87 empreendimentos aprovados e em construção são destinados à

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classe A. Além disso, as opções disponíveis para venda já ultrapassam 3.000 unidades, somando-se as ofertas nas vizinhas Tremembé e Pindamonhangaba –um reflexo da expansão comercial e industrial. Esse novo perfil de consumo instalado na região é exigente. Busca muito mais que luxo e conforto. De acordo com empresários do setor imobiliário, a segurança é um dos principais itens levados em consideração na hora de escolher a casa ou o apartamento que abrigará a sua família e seu patrimônio. Também ‘pesam’ na decisão os condomínios que oferecem o maior número de serviços, como cinema, lavanderia, espaços para festas, reuniões e eventos, até salão de cabeleireiro e spa com hidromassagens, ôfuros, saunas e salas de massagem são exigidos. Áreas disponíveis para a prática de esportes também são levadas em consideração antes da assinatura do contrato –uma simples piscina não atende mais esse mercado. Tanta tranformação forçou alguns profissionais do ramo a se especializar no segmento de luxo. Somente em uma imobiliária, com escritórios em Taubaté e Pinda, são mais de 2.000 opções de casas e apartamentos de alto padrão, onde os preços carregam digitos suficientes para chegar a milhões de reais.

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Domingo 2 Outubro de 2011

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Flávio Pereira

‘Boom’ imobiliário esgota espaços disponíveis para habitação em Taubaté. Prefeitura muda plano diretor para receber os novos empreendimentos

A rede atende seus clientes em um sofisticado espaço, garantindo sigilo absoluto antes, durante e depois das negociações. “O cliente que nos procura quer uma atenção especial, atendimento especializado, mas acima de tudo descrição”, disse Jeremias Rodrigues, proprietário da imobiliária que leva o nome dele. Vislumbrando o mercado em expansão e a consolidação da economia local, o empresário se instalou na região em maio deste ano e, hoje, além de atender a demanda de imóveis de alto padrão, oferece também opções de investimentos no exterior, principalmente em Miami. “Com a situação confortável no Vale do Paraíba e com a casa para residir escolhida, os clientes passam a vislumbrar opções de lazer. Somente nos últimos meses já vendemos 12 imóveis em Miami para empresários de Taubaté”, disse Rodrigues. O ‘boom’ imobiliário que Taubaté vive, incluindo a movimentação do mercado de luxo, fez com que a cidade esgotasse todas suas possibilidades de crescimento habitacional. Hoje, não existe nenhum espaço de solo disponível e, segundo a prefeitura, há pelo menos outras quatro grandes construtoras aguardando uma solução para que possam trazer novos empreendimentos. Antônio Carlos Pedrosa, secretário de Planejamento, afirma que os 95 mil quilômetros quadrados do município estão ocupados ou com projetos de construções já aprovados, com obras prestes a terem início. Segundo ele, toda a área urbana com infraestrutura de serviços públicos e comércio está saturada. Para tentar manter aquecido o mercado imobiliário e atender a demanda de novas incorporadoras e construtoras, a prefeitura expandiu a área urbana para 115 mil metros no novo plano diretor, que regulamenta o crescimento da cidade e está em discussão e aprovação.

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Economia

A criação desta nova gleba ficaria restrita a parte sul da cidade, na região que tem início no bairro do Cataguá e se estende no entorno da rodovia Oswaldo Cruz. “Esta é a única solução para Taubaté. Dos outros lados, a cidade já esbarrou em Caçapava, Pindamonhangaba e Tremembé”, explicou o secretário. E a ‘explosão’ de construções provocou a verticalização de Taubaté. Em um dos empreendimentos na avenida Itália, os apartamentos têm, em média, 260 metros quadrados de área construída e chegam a custar R$ 1,2 milhão. As unidades têm suítes com banheira e closet como itens de série, além de quatro vagas para carros. Ponto estratégico Para o engenheiro Marino Lucci de Araújo, secretário de Desenvolvimento de Taubaté, o posicionamento das cidades do Vale, próximas de aeroportos e junto à via Dutra, rodovia Carvalho Pinto, rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, favoreceu a vinda de indústrias e, consequentemente,

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de novos empregos e aumento de renda. Nos últimos anos, mais de 20 grandes empresas se instalaram em Taubaté, entre elas a Embraer e o Mackro, e outras importantes multinacionais que já atuavam no município, como a Volkswagen, LG e a Cameron, expandiram seus negócios. “Essas expansões geram outras expansões nas pequenas e médias empresas pertencentes à cadeia de seus fornecedores, tornado-se um ciclo de crescimento que vai continuar”, disse Araújo. A previsão é que, considerando as empresas instaladas e as que estão em fase de instalação, cerca de 7.600 novos postos de trabalho sejam criados nos próximos meses. Esses somariam-se aos 4.406 empregos já criados no município nos últimos 12 meses. O bom momento imobiliário e industrial de Taubaté distoa apenas da crise política que a cidade enfrenta. São dezenas de denúncias de irregularidades e processos contra o prefeito Roberto Peixoto (PMDB) que refletem diretamente na execução dos serviços básicos como coleta de lixo e limpeza

de vias públicas e na segurança, mas que, segundo a prefeitura, não devem atrapalhar o contínuo crescimento econômico. Previsão e rendimentos Depois de São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba e Tremembé, a próxima cidade da região a ter um ‘boom’ imobiliário e crescer com este tipo de negócios de alto padrão, deve ser Guaratinguetá. A previsão é do delegado do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) do Vale do Paraíba, Denerval Machado Rodrigues de Melo. Em sua visão, Guará está despontando economicamente e despertando a atenção de grandes indústrias e empresas. “Deve ser a bola da vez em breve para o mercado imobiliário”, profetiza o empresário. Para ele, investir em imóveis é muito mais do que conforto, luxo e segurança, uma vez que o setor agrega prosperidade financeira, com valorização e rendimentos superiores a 50% da aplicação, principalmente para empreendimentos comprados na planta. •

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Ciência & Tecnologia

Fabíola de Oliveira

O que é melhor para o ser humano, ser feliz ou desenvolvido?

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título é meio banal, confesso, mas tenho a pretensão de acreditar que este é um dos maiores dilemas da humanidade, senão o maior. O ser feliz, na acepção mais pura da palavra, é o que nos move desde sempre, nessa busca inacabável que há milênios suscita tratados e teorias, religiões e crenças, ciência e tecnologia. E parece haver um consenso tácito, sobretudo na essência das religiões e filosofias, de que a felicidade ou o bem-estar emocional, depende mais do ser e menos do ter. Onde entra a segunda parte da premissa proposta pelo título, o conceito de desenvolvimento, que desde o século passado associou-se à economia, à tecnologia e ao consumo gerador de tudo que aí está. O tema me veio à baila após ler o livro “Rádio Shangri-lá - o que aprendi no Butão, o lugar mais feliz do mundo”, da jornalista americana Lisa Napoli. O livro, meio fraquinho por sinal, trata da experiência da autora convidada a coordenar uma rádio pública do Butão e o que viveu por lá. O que me chamou atenção foi o comentário de um dos personagens do livro, de que o conceito da Felicidade Nacional Bruta (em contraponto ao Produto Nacional Bruto) é mais bem utilizado por estrangeiros do que pelo povo butanês. Esse conceito preconizado pelo rei do Butão sugere, em resumo, que o desenvolvimento do

país deve ser medido pelo grau de felicidade de seu povo, e não pelo que produz de riqueza material. Constatei que a argumentação procedia. Até aqui no Brasil já existe uma ONG dedicada ao tema. Mas o Butão, pelo que mostra o livro, à parte de toda beleza de um território fincado em meio ao Himalaia, padece de inúmeros problemas de uma nação subdesenvolvida. As pessoas, principalmente os jovens, querem um país mais moderno e desenvolvido, adoram música americana, jeans e fast food. Essa leitura ajudou-me a reforçar o que defendi no artigo que escrevi no mês passado, sobre a possibilidade de trazermos o conceito da inovação para todos os aspectos de nossas vidas, e não somente no âmbito profissional ou do desenvolvimento econômico e tecnológico. Se observarmos as empresas que hoje estão no topo dos rankings internacionais, como Google, Facebook, Apple, vemos que nasceram e se desenvolveram a par-

tir da inventividade e intuição de pessoas que buscavam sobretudo exercitar a criatividade, qualidade primordial para abrir caminho aos processos de inovação. E o exercício da criatividade, que quando encontra ambiente propício pode fluir livremente, é um componente essencial ao sentimento de realização e, portanto, de felicidade. Acima da questão econômica e do consumo, o incentivo à criação e à inovação tecnológica pode também estar associado ao bem estar emocional das pessoas. Pensar, criar, inovar, são exercícios humanos que se contrapõem ao exercício (também humano) da ambição material desmensurada. Podemos então concluir que o desenvolvimento econômico, tecnológico e social não é necessariamente incompatível com o sentimento de felicidade e realização, pelo contrário. Para tanto é necessário que um número cada vez maior de pessoas tenha a oportunidade de criar e inovar. •

Fabíola de Oliveira Jornalista fabiola@valeparaibano.com.br

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Saúde

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Domingo 25 Outubro Junho de 2011

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Fotos ilustrativas: divulgação

COMPORTAMENTO

Queridinhos da mamãe Dar preferência a um dos filhos em alguns momentos da criação pode ajudá-lo a desenvolver a autoestima, confiança e garra. Estudos recentes mostram, no entanto, que o favoritismo também tem consequências negativas Letícia Maciel São José dos Campos

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uem disse que assunto sério não pode ser tratado com irreverência? Na casa da psicóloga Vera Richter, mãe de quatro filhos e moradora de São José dos Campos, isso é possível, sobretudo quando a questão em pauta é o “queridinho da mamãe”. Desafiadora e intrigante, a polêmica que gira em torno do filho preferido foi alvo, recentemente, de dois longos estudos norte-americanos. “As discussões sobre o filho preferido são frequentes aqui em casa e, na maioria das vezes, regadas a muita risada e brincadeira”, diz Bruno Richter, o terceiro dos quatro filhos. “Eu acho que meu irmão mais velho é sempre tratado como o ‘reizinho’. Os outros três filhos contribuem nas tarefas domésticas, ele não”, alfineta Isabela Richter, 25 anos, a segunda a nascer. “Eu acredito que toda família tenha um filho preferido, mas acredito ainda mais que a preferência seja sazonal. No começo, eu e minhas irmãs achávamos que o mais velho era o favorito. Ele foi o filho que teve mais oportunidades. Passou em uma universidade pública, falava dois idiomas e tudo mais. Minha mãe sempre o protegia”, lembra Bruno. Gostem os pais ou não, em ao menos um ponto o rapaz tem razão. Após uma investi-

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gação com 6.000 famílias nos Estados Unidos, a psicóloga norte-americana Ellen Libby publicou um livro chamado “Favorite Child” (sem edição em português), concluindo que toda casa, sem exceção, tem um “filho de ouro”. A pesquisa ainda mostrou que o favoritismo tem suas consequências. Claro, há vantagens em ser o preferido. No mundo animal, é simples, sobrevive o filhote que ganha o leite da mãe. Entre humanos, o resultado já não é tão óbvio. “Quando há predileção na família, a saúde emocional das crianças fica na dependência do quão seguras elas são do amor da mãe. Os filhos carecem da afeição dos pais e querem acreditar que são amados por eles como ninguém mais. E quando não conseguem atingir este importante objetivo, correm o risco de entrar em depressão”, escreve Libby. “Apesar de meus pais jurarem de pés juntos que não há um preferido, os quatro filhos acham que sim (e, claro, nunca se trata de si mesmo). Levamos na brincadeira, mas algumas vezes acontecem brigas feias entre nós, com acusações e lembranças de momentos em que determinado filho foi privilegiado em relação aos outros”, conta Isabela. Segundo a classificação dos estudos norteamericanos, a predileção pode ser fixa, quando apenas um filho é o favorito, ou rotativa, como acontece na casa dos Richter. Cada época, um queridinho. “Quando este assunto vem à tona, eles até abrem o caderninho de contabilidade. Hora eles

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Comportamento Flávio Pereira

AFINIDADE Maíra, a filha caçula de Paulo Tibúrcio: a paixão pelo futebol é a ligação entre os dois

dizem que o mais velho tem uma posição central porque foi filho único durante cinco anos. Hora que a segunda ganha mais atenção porque tem mais afinidades com a mãe. Em compensação o terceiro é o mais cativante, sensível, afetuoso e espontâneo. O caçula, coitado, recebe tratamento diferenciado porque é a raspa do tacho, foi o último a nascer”, conta Vera. Os estudos apontam que, se apenas um é o queridinho, ele é mais vulnerável à depressão e pode vir a ter dificuldades na formação de sua personalidade independente. Por outro lado, se o favoritismo oscila entre um filho e outro, a família toda pode ganhar. Neste caso, os filhos desenvolvem mais autoestima, confiança e garra para atingir seus objetivos. As consequências positivas parecem ser dominantes na família Richter, mesmo assim argumentos e provocações não faltam quando o assunto morre à mesa do jantar. Douglas, de 30 anos, diz ser o preferido porque é independente financeiramente. Isabela, porque nunca fez recuperação na faculdade. O Bruno é o que menos gasta. “Na hora dessas discussões, eu espero a poeira baixar para afirmar que, se existe uma filha preferida, sou eu. Afinal, enquanto meus irmãos mais velhos saíam à noite, era eu quem ficava acordada com meu pai até altas horas, esperando por eles”, gaba-se a caçula Larissa, esbanjando bom humor na entrevista.

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Os filhos se confrontam e os pais assistem sem muito saber o que fazer. Talvez eles nem se deem conta, mas as disputas pelo amor dos pais geralmente os deixam tensos e angustiados, fazendo-os se sentirem cobrados e culpados. Porém, essas conversas muitas vezes servem para resolver pendências entre eles mesmos e, na verdade, não têm nada a ver com os adultos. Sem contar que, mesmo os pais dando tratamento equivalente a todos, cada filho tem sua teoria emocional, seu modo particular de avaliar as relações. “Os pais só precisam ter cuidado com os extremos. O olhar exacerbado de valorização e admiração de um pai para apenas um dos filhos pode transformar o outro filho em um fracassado. O filho preterido pode não desenvolver capacidade de enxergar suas próprias conquistas”, alerta Vera, no lugar de psicóloga. Tipos de predileção As investigações dos especialistas norte-americanos mostram que o favoritismo de mãe para filho desenvolve no menino a sensação de ser poderoso e a expectativa de ser adorado pelo mundo. Já a predileção de mãe para filha pode fazer a menina acreditar que é autosuficiente. Quando o pai prefere o menino da prole, o filho recebe estímulos para uma vida profissional de sucesso, ao mesmo tempo em que pode ter dificuldades no relacionamento com mu-

lheres adultas independentes. Se o favoristimo é de pai para filha, incentiva a busca por poder e reconhecimento social, ao passo que dificulta o amadurecimento de sua identidade sexual. O fato é que nem sempre as acusações dos filhos correspondem à realidade. A joseense Maíra Silva Tibúrcio, 32 anos, é apontada pelas duas irmãs como a “menina dos olhos”. “Maíra sempre foi a queridinha do meu pai, sempre conseguiu tudo o que queria com ele e é assim até hoje”, resignase Ana Celina, a irmã mais velha. O pai, Paulo Tibúrcio, explica que a diferença de idade entre as filhas fez com que ele fosse mais atencioso com Maíra. A mais velha é mais próxima da segunda, Taís. A caçula veio quatro anos depois. “Quando a Maíra nasceu, as duas mais velhas brincavam juntas e ela ficava sozinha. Foi quando eu me aproximei dela. Eu a pegava no colo, conversava e a levava mais para passear”, lembra Paulo. Ele não concorda com as pesquisas que afirmam que toda casa tem um filho preferido. O que acontece, na opinião dele, é que alguns filhos requerem mais atenção que outros. “Quando a Celina e a Taís dizem que a Maíra é minha preferida, eu nem ligo, porque sei que isso não é verdade. Amo todas da mesma maneira. Acontece que a Maíra sempre foi a mais magrinha, teve pneumonia, precisava de mais cuidado, requeria a minha presença”, diz Paulo.

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A gente sabe o que faz.

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Comportamento

Modesta, a caçula prefere se considerar apenas a mais “companheira” do pai. “Como ele só tem filhas mulheres, ele se identifica mais comigo porque sou a única a gostar de futebol. Quem vai para o estádio com ele, sou eu. É uma questão de preferências”, justifica-se. O crédito que ela tem com o pai não vem por acaso. Maíra sempre o observou, concorda com a sua maneira de pensar e procura, inclusive, seguir os conselhos dele quando o assunto é dinheiro. “Ele sempre me ensinou a pensar no futuro, a dar importância à religião e a valorizar os pais. Eu me sinto confortável na posição da filha mais querida porque sempre busquei ser presente. Eu me esforço para participar da vida deles da forma como eles esperam, e também acho que isso faz parte da minha natureza”, pondera Maíra. “Faço alguns sacrifícios para acompanhá-los porque, se um dia eu olhar para trás, nunca vou me arrepender”, acrescentou. O preterido E se toda casa tem um queridinho, tem também o preterido. Na família de Lidiane Salles, hoje com 32 anos, o favoritismo acabou excluindo a filha do meio. Até hoje ela tem dificuldades com relacionamentos sociais e amorosos. Rejeitada desde o ventre da mãe, Lidiane teve uma infância difícil. Sofreu as consequências de ter vindo em hora indesejada e ainda ganhou um irmão caçula. Tinha ciúmes do tratamento que todos dispensavam à mais velha e dos mimos inevitáveis ao menor. “Durante toda minha vida, eu soube que era a filha menos amada. Minha mãe sempre foi agresssiva comigo, nem almoçar com eles eu podia. Eles levavam minha comida no quintal”, contou Lidiane. As melhores roupas, os sapatos mais caros e os cadernos mais bonitos eram para a queridinha. “Cláudia vivia bem arrumada, tinha direito a sobremesa e ia às festas de aniversário, enquanto eu tinha de ficar arrumando a casa”, reclama. Já quando pequena, Lidiane demonstrava em suas atitudes muita rebeldia. Em uma de suas tentativas de atrair a atenção dos adultos, colocou formigas na toalha de banho da irmã e foi duramente repreendida pela mãe. Aprontava confusão e colocava culpa no irmão para que ele apanhasse dos pais. “Lidiane sempre foi muito revoltada. Não posso dizer que não a amo, mas ela já me deu muito desgosto. Aprontava muito e fui chamada inúmeras vezes na escola”, confessa Fátima Salles, a mãe. “Quando ela era pequena, eu preferia a mais velha, mas agora eu prefiro o caçula, porque ele tem problemas de rins e

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REFLEXO Os filhos menos amados pelos pais levam suas vidas buscando uma aprovação, revela estudo

precisa de mim. Ele se preocupa comigo e, assim, eu me sinto importante para ele “, admite. Para Ellen Libby, tanto os favoritos quanto os preteridos são vulneráveis aos problemas, entre outras razões, por temerem não serem escolhidos pelo adulto que consideram mais importante. Os filhos menos amados levam suas vidas buscando aprovação. “Se uma criança tem toda a atenção da família voltada para ela, isso pode ser bom, mas muitas vezes ela não consegue deslanchar na vida, não consegue se tornar independente”, diz o psicólogo Luiz Roberto Eliseu da Silva, que tem experiência de mais de 20 anos no atendimento a famílias em São José dos Campos. Em casos extremos, a predileção chega a ser doentia, com um dos pais depositando no filho preferido as expectativas que criou em relação ao companheiro. Para evitar os desdobramentos indesejáveis do favoritismo, psicólogos, terapeutas e psiquiatras aconselham que os pais assumam suas afinidades com o “queridinho” e falem abertamente com todos os filhos. “Se algum filho está dizendo que o outro é o preferido, ele pode ter razão. Neste caso, os pais podem chamar as crianças para conversar abertamente e tentar entender porque isso está acontecendo. Em geral, desco-

bre-se que o mais querido é o filho que mais gosta de ficar perto da mãe, o que tem mais afinidades com ela”, explicou Luiz Roberto. Muitos pais reconhecem ter um filho que recebe tratamento diferenciado, mas nunca afirmam com todas as letras tê-lo como o preferido. Diversos outros pais ouvidos pela reportagem disseram que, na realidade, não é a mãe nem o pai que ama mais um filho, é esse filho que mais o cativa, que mais o procura e o agrada. Por fim, ter mais afinidades não necessariamente significa ter mais amor. “Eu não tenho um filho ou filha preferido. O que tenho são maiores afinidades em determinados assuntos com cada um dos filhos “, resume o administrador de empresas Ferenc Richter, pai dos quatro filhos do início da reportagem. Apesar de fazerem questão de uma posição de prestígio na casa, Douglas, Isabela, Bruno e Larissa conseguem deixar as disputas de lado na hora de enfrentar momentos difíceis. “Finalmente, acho que todos possuem um espaço ‘VIP’ com os dois. O importante é que em etapas difíceis, como a quase separação dos meus pais em 2002, cada um de nós foi lá, colocar uma cola, e conseguimos contribuir para manter a família unida. Pelo visto, não vamos nos separar nunca!”, orgulha-se o irmão mais velho. •

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Segurança Pública

ALERTA

GPS do crime Saiba quais são os carros mais roubados e furtados em São José e os bairros e períodos em que esses crimes ocorrem com maior frequência Hernane Lélis são josé dos campos

oão Paulo Medeiros, 30 anos, estava parado em um semáforo quando um bandido se aproximou e roubou seu carro. Jenifer Dias, 24 anos, estacionava próximo à casa de um amigo quando foi abordada por um homem que a ameaçou e levou seu veículo. Maurício Antunes, 27 anos, estacionou tranquilamente na rua para comprar pão e ao retornar notou que seu carro havia sido furtado. A semelhança entre essas pessoas vai além do fato de serem vitimas da ação de criminosos, todas dirigiam o mesmo modelo de automóvel e em vias do mesmo bairro de São José dos Campos. A cidade, que tem uma frota estimada em 330 mil veículos, contabiliza por dia uma média de oito ocorrências de roubo ou furto de carros, motos e até caminhões. O número corresponde ao primeiro semestre deste ano, período em que 1.459 subtrações foram registradas –a terceira maior dos últimos cinco anos. As ações dos bandidos acontecem em todos os cantos de São José, mas por meio de um levantamento inédito realizado pela revista valeparaibano, foi possível identificar quais bairros e veículos são os preferidos dos ladrões. O mapa do crime mostrou que os motoristas que trafegam e estacionam pelas ruas do centro, especialmente na Sebastião Hummel e Siqueira Campos, estão mais suscetíveis aos assaltos. De janeiro a junho desse ano, 170 ocorrências foram registradas na região central, sendo 141 furtos e 29 roubos. Embora sejam popularmente usados como sinônimos, pela letra da lei o furto e o roubo de veículos são crimes bem distintos. De acordo com o Código Penal, roubo acontece “mediante grave ameaça ou violência a pessoa”, quase sempre a mão armada. Já o furto ocorre sem ação violenta, ou seja, na ausência da vítima.

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Se o termo usado confunde algumas pessoas, a semântica da palavra já é bem conhecida pela advogada Jenifer Dias, 24 anos. No dia 25 de fevereiro desse ano, por volta das 21h30, ela estacionava seu Gol 2010 nas proximidades da rua Santa Clara, no centro expandido da cidade, quando um homem se aproximou, puxou-a para fora do automóvel de forma violenta gritando palavras de ameaças. O bandido acelerou o carro, esquivando-se do trânsito e fugiu. Desesperada, Jenifer saiu correndo pela rua pedido socorro. Com o veículo, o bandido levou uma bolsa com documentos, livros e um MP3 player. O carro foi encontrado pela polícia no dia seguinte, na zona rural de Jacareí, sem as quatro rodas e pneus. Apesar de conseguir de volta o veículo, Jenifer perdeu com o crime a sensação de segurança que ainda tinha ao circular pelas ruas de São José. “A gente acha que nunca vai acontecer com a gente. Dirijo agora com muito cuidado, sempre desconfiando de quem chega perto. Antes de estacionar o carro sempre olho o movimento da rua para ver se não tem ninguém suspeito por perto. Se vejo alguma coisa estranha, passo

mais de uma vez na frente. É difícil, não temos que ter preconceito, mas com esse clima de insegurança é complicado”, disse a advogada. O que Jenifer não sabe, ou pelo menos não sabia, é que mesmo sendo mais cuidadosa ao volante o risco de sofrer novamente com a ação dos criminosos continua eminente. Isso porque ela mora na segunda região de São José onde os bandidos mais cometem roubos e furtos de veículo: o Jardim Satélite. O levantamento apontou que somente nos primeiros seis meses do ano 128 pessoas tiveram seu bem subtraído –dessas, 99 vítimas de furto e 29 de roubo. O bairro ocupa a segunda colocação entre os que mais registraram ocorrências de furto e a quarta posição no índice de roubo. “Fazer o que, né? Não posso mudar toda minha vida em função dos criminosos. Tenho que continuar tomando cuidado”, afirmou. Outros três bairros da zona sul também se destacaram no estudo. O Jardim Morumbi e o Parque Industrial empataram no número de ocorrências –86 cada, quantia que os colocam na terceira posição entre os que mais apresentam perigo aos motoristas que trafegam por suas vias. No entanto, o Parque Industrial lidera entre todos os outros da cidade em quantidade de roubo (41), seguido do Jardim Morumbi (36). No ranking geral, o Bosque dos Eucaliptos vem na sequência, com 56 casos, ocupando a quarta colocação. Somente esses quatro bairros da região sul de São José respondem por 24,4% do total das ocorrências no município. Engana-se quem pensa que os bandidos agem apenas na região central e zonas periféricas da cidade. Moradores e motoristas do Jardim Esplanada, bairro nobre de São José, correm o mesmo risco de serem assaltados quanto os que vivem e transitam pelas ruas do Bosque dos Eucaliptos, levando-se em consideração apenas o número de roubos e furtos dos bairros. O Esplanada também amarga 56 ocorrências relacionadas à subtração de veículos –37 furtos e 19 roubos no primeiro semestre. Os assaltantes atuam por toda a

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Fotos: Flávio Pereira

PÁTIO Terreno onde são colocados os carros recuperados em S. José

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Segurança Pública

área, sendo a Avenida Barão de Rio Branco a via mais perigosa, com total de 12 ocorrências no período, sendo nove envolvendo furtos. Mesmo sem figurar entre os bairros com maior incidência, os números de furto e, principalmente, roubo na Vila Ema e Vila Adyana, outro reduto dos mais endinheirados, preocupam. Juntos, os conglomerados serviram de cenário para 35 roubos (18 na Vila Ema e 17 na Vila Adyana) e 10 furtos (7 na Vila Adyana e 3 na Vila Ema). É o mesmo que dizer que a cada dez dias dois veículos são surrupiados de seus donos. O Jardim Aquarius, um dos metros quadrados mais valiosos de São José, apresenta o mesmo índice de ocorrências. Foram 20 registros de furto e 15 de roubo no período pesquisado. “No roubo, o bandido comete, na maioria das vezes, outros tipos de crime. Por exemplo, se ele encontra uma casa vazia, ao invés de entrar na casa e furtar, espera a família chegar para reter todos, fazer saques em bancos, e acaba levando o veículo da vítima. Inclusive as pessoas que possuem veículos novos, modernos, a possibilidade de roubo é muito maior que a de furto, o levantamento mostra isso claramente”, disse o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São José, Vernei Antonio de Freitas. Na zona leste da cidade, os motoristas da Vila Industrial e da Vista Verde são os mais visados pelos assaltantes. Nos primeiros seis meses do ano foram 37 ocorrências de furto e 4 de roubo no primeiro bairro e 25 furtos e 6 roubos no segundo. Números suficientes para credenciá-los na sexta e décima colocação na indesejada lista dos dez bairros que mais sofrem com as ocorrências de roubo e furto de veículos em São José. Cadê meu carro? Os carros populares saíram na frente em número de ocorrências de roubo e furto em São José. O alvo predileto dos bandidos, seguindo tendência nacional, é o Gol, da Volkswagen, um dos veículos com maior presença no mercado. Somente de janeiro a junho desse ano foram 206 casos –14% do total de modelos. Na sequência aparece o Fiat Uno, com 110 subtrações e, em terceiro lugar o Corsa, com 67 registros. O destino da maior parte dos carros furtados ou roubados continua sendo os desmanches ilegais, onde são retiradas as peças de maior procura para abastecer o mercado paralelo. A posição no ranking de cada modelo está relacionada à procura dessas peças, levando-se em conta preço, grau de uso e escassez delas

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VÍTIMA Jenifer Dias, 24 anos, cujo carro foi roubado na rua Santa Clara, na Vila Adyana

no mercado original, além, é claro, da quantidade de veículos que circulam em cada região. Os outros dois destinos são o uso em outras atividades criminosas (transporte em assalto, fuga etc.) e, em menor escala, a revenda no país (como dublês) ou no exterior. “É preciso analisar o que é feito com esses veículos nas mãos dos bandidos. Se o veículo será usado para assalto, o ladrão vai optar por um carro mais potente, que tem mais velocidade. Se o destino é para desmanche, o ladrão vai optar pelo veículo que mais circula ou o que existe falta de peças e não são mais fabricados, como o Fusca. Ninguém vai roubar um Fusca para fazer assalto ou vender ilegalmente. Depende muito da finalidade que o assaltante tem para o veículo”, disse Neival Freitas, diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais, que tem sua teoria comprovada se analisarmos separadamente as incidências de roubo e furto para cada modelo que circula em São José. Apesar do pódio ainda ser do Gol, com 162 furtos e 44 roubos, aparecem no retrovisor do compacto da Volks diferentes veículos em cada modalidade criminosa. No ranking de roubo, o Astra, fabricado pela General Motors, ocupa a segunda colocação com 34 carros surrupiados de seus donos. Atrás dele está o Corsa, também da GM, com 32

registros de roubo. Já na análise feita com as ocorrências de furto, o Astra dá lugar para o Fiat Uno e o Corsa para o modesto Fusca, com 97 e 54 subtrações, respectivamente. “Certamente, as quadrilhas que praticam o roubo não são as mesmas que praticam o furto, são pessoas diferentes com técnicas diferentes. O mercado é outro, tudo é diferente. Antes a gente percebia que os veículos procurados eram os mais potentes, o Golf era um veículo muito procurado para roubo porque ele tem quatro portas, o que dá mobilidade de acesso aos ladrões, e possui potência na hora da fuga. Então, eles eram os mais visados e podem ter dado lugar para outro carro com motorização forte”, disse o delegado. O alerta das autoridades aos motoristas é unânime: independentemente da região da cidade em que você mora ou do modelo de veículo que possui, nunca é demais usar a velha e boa cautela para proteger seu veículo. Mas o delegado ressalta um ponto fundamental, que diz respeito à responsabilidade de todos com a diminuição desses índices: “É sempre importante lembrar que quem compra peças roubadas ajuda a alimentar essa indústria de roubos. Quem pensa estar levando vantagem hoje pode tomar prejuízo amanhã”, completou Vernei.

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Segurança Pública

Reflexos do crime O número de roubos e furtos no primeiro semestre desse ano, foi o terceiro maior desde 2006, ano em que ocorreu a integração total do sistema que armazena as ocorrências criminais em São José e demais cidades do Estado de São Paulo. Em relação ao ano passado, houve alta de 11% nas ocorrências, o que ajudou a elevar o preço dos seguros automotivos na cidade, tornando-o um dos mais caros do interior paulista. A revista valeparaibano comparou quanto custaria para um homem solteiro de 32 anos, sem condutores entre 18 a 25 anos, com garagem e outros veículos na residência, contratar um seguro para o Novo Gol 1.0 2010/2010, morador na região central de cinco cidades do Estado, com população entre 400 e 700 mil habitantes –São José do Rio Preto, Santos, Ribeirão Preto e São José dos Campos. O resultado foi que o maior município do Vale do Paraíba ostenta também um dos maiores valores de apólice. Entre as cidades, o cliente pagaria em São José a quantia de R$ 1.348. Valor acima dos R$ 1.018 de Ribeirão Preto e dos R$ 987 de São José do Rio Preto, mas abaixo dos R$ 1.540 de Santos e dos R$ 1.666 de Sorocaba. “Roubo e furto são os únicos fatores que causam variação no preço do seguro, apesar do número ser muito próximo do que se paga hoje de indenização total e parcial em casos de colisão” diz Neival Freitas, o diretor executivo da Fenaseg. Segundo ele, para fixarem suas tabelas, as seguradoras cruzam os dados de roubo e furto fornecidos pelo Estado com os números registrados nas carteiras de pedidos de indenização –exclusiva de cada empresa, o que justificaria as variações encontradas. Também é levada em consideração, em alguns casos, a quantidade de cada modelo de veículo circulante no Brasil –uma base nem sempre confiável na visão do diretor. “Hoje, somente 20% da frota de veículos calculada pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) no Brasil, algo em torno de 64 milhões, é segurada. Mas essa frota está inchada. Um veículo que é roubado ou furtado e não-recuperado continua no sistema, não é dado baixa. Temos em pátios mais de 1,5 milhões de veículos encostados que estão incluídos na frota do Denatran, mas que não circulam e, logicamente, não são segurados”, disse. O dado mais efetivo para as seguradoras, segundo ele, é trabalhar com os veículos que pagam o Seguro Obrigatório, o que ele-

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Roubo e furto de veículos Ranking dos bairros com mais ocorrências

170

128

86

Centro

Satélite

Morumbi

Zona Central

Zona Sul

Zona Sul

15 MODELOS + FURTADOS VW/GOL 162 FIAT/ UNO MILLE 97 VW/ FUSCA 54 GM/MONZA 41 GM/CHEVETTE 36 VW/VOYAGE 36 GM/CORSA 35 VW/PARATI 33 GM/KADETT 32 FIAT/PALIO 30 FORD/ESCORT 23 VW/SAVEIRO 20 VW/KOMBI 19 FIAT/FIORINO 17 VW/SANTANA 17

86

56

51

56

Pq.Industrial Esplanada Bq.Eucaliptos Zona Sul

Centro Expandido

Zona Sul

BAIRRO COM MAIS FURTOS CENTRO 141 SATÉLITE 99 JARDIM MORUMBI 50 PQ. INDUSTRIAL 45 ESPLANADA 37 SANTANA 37 VILA INDUSTRIAL 37 MONTE CASTELO 32 BQ. EUCALIPTOS 29 9 JARDIM PAULISTA 25 VISTA VERDE 25 JD. INDUSTRIAS 23 AQUARIUS 20 JD. BELA VISTA 17 JD. AUGUSTA 15

Santana

Vil

Zona Norte

Furto: Roubo: Roubo e furto:

PERÍODO EM QUE OCORRERAM OS FURTOS 6,1%

A EVOLUÇÃO DOS RO 21,2%

2006 2007

2008

2

25,7% 16,4%

• Madrugada (194) • Manhã (151)

30,6%

• Noite (281) • Tarde (236) • Indefinido (56)

1.528 1.310 1.427 1. NO PRIMEIRO SEME ST

VEÍCULOS MAIS FURTADOS E ROUBADOS EM SÃO JOSÉ

11º

5 5º

VW/GOL

FIAT/UNO

GM/CORSA

VW/FUSCA

FIAT/PALIO

206

110

67

55

52

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H


Domingo 2 Outubro de 2011

1º semestre de 2011 41

39

35

34

na

Vila Industrial

Monte Castelo

Aquarius

rte

Zona Leste

Zona Central

Zona Oeste

34

Jd. Paulista Jd. Indústrias Vista Verde Zona Central

15 MODELOS + ROUBADOS VW/GOL GM/ASTRA GM/CORSA HONDA/TITAN 150 FIAT/PALIO GM/CELTA GM/VECTRA FORD/FIESTA FIAT/UNO GM/MERIVA VW/FOX HONDA/FIT FORD/ECOSPORT FIAT/SIENA MMC/L200 TRITON

918 541 1.459

to:

31

Zona Sul

PERÍODO EM QUE OCORRERAM OS ROUBOS OS ROUBOS E FURTOS 8

2009 2010

11,7%

2011

16,6 % 52,3 % • Madrugada (63) • Manhã (90)

27 1.501 1.311 1.459 ME STRE DE CADA ANO

19,4 %

• Tarde (105) • Noite (283)

1º SEMESTRE DE 2011

O

HONDA/CG 125

V VW/VOYAGE W/V W/VOY YAGE A E

GM/MONZA

GM/CELTA

GM/A GM/ASTRA ASTRA

43

42

38

35

47

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varia o percentual de penetração dos veículos segurados em 28%, considerando que 47 milhões de pessoas estão em dia com o DPVAT, nas contas do diretor. “Existem os inadimplentes, por isso, este número pode ser ainda maior. É um indicativo sobre o que está acontecendo com a frota circulante de veículos no Brasil. A seguradora vai comparar isso com a carteira dela também”.

Zona Leste

BAIRRO COM MAIS ROUBOS PQ. INDUSTRIAL 41 JARDIM MORUMBI 36 CENTRO 29 SATÉLITE 29 BOSQUE 27 ESPLANADA 19 VILA EMA 18 VILA ADYANNA 17 AQUARIUS 15 SANTANA 14 BOSQUE DOS IPÊS 11 JD. INDUSTRIAS 11 CHÁCARAS REUNIDA 10 JD. AUGUSTA 10 VALE DOS SOL 10

44 34 32 28 22 22 21 16 13 13 12 10 9 8 8

35

10 10º

Mãos ao alto Aquela figura romantizada do ladrão que entrava no carro usando uma mixa (chave falsa), puxava alguns fios e fazia ligação direta está cada vez mais rara, de acordo com a polícia. A evolução do aparato antifurto, como chaves codificadas, alarmes sofisticados e bloqueadores, tornou a vida dos ladrões mais difícil. Para abrir o seu carro as quadrilhas especializadas em furtos quebram o vidro ou arrombam a porta, o problema é conseguir tais feitos sem acionar o alarme. Já para ligá-los, alguns bandidos circulam com módulos de ignição específicos, com chaves codificadas, substituindo o original pelo “reserva”. Os assaltantes raramente atuam sozinhos. Pelas características dessa modalidade de crime, a polícia aponta que há participação de pelo menos mais uma pessoa. “Acredito que são quadrilhas da cidade mesmo, é possível que venha pessoas de fora para roubar e furtar aqui, é uma possibilidade, mas São José é complexa, formam-se quadrilhas com elementos de todos os lugares”, disse Vernei. O levantamento mostra que 30,6% dos casos de furto em São José aconteceram no período da noite, entre 18h e 23h59. Normalmente próximo a escolas, centros comerciais e hospitais, onde é comum carros e motos ficarem estacionados por horas na ausência de seus proprietários. A tarde é o segundo período em que mais os bandidos atacam, com 25,7% das ocorrências no primeiro semestre. “Furto apresenta variação maior em horários, pois necessita de carros parados nas ruas, na madrugada ou a noite esse número é reduzido”, afirmou o delegado. As características do roubo são semelhantes, porém além do transtorno causado a vítima devido à perda do bem, a ação em alguns casos deixa traumas provocados pela violência usada. Na maioria das vezes os bandidos estão em dupla, abordam os motoristas parados em semáforos e cruzamentos e anunciam o assalto em poder de uma arma de fogo. As ações geralmente são rápidas e em locais que apresentam facilidade de fuga. Por isso, a maioria dos casos

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Segurança Pública

VIGILÂNCIA Centro de monitoramento das câmeras do COI, que fica no centro de São José

acontece também à noite –52,3%, quando há menor quantidade de veículos circulando. Há casos em que foi observada a abordagem de cidadãos a pé, no momento em que abrem o portão da garagem para guardar o carro. Outros são interceptados enquanto esperam dentro do automóvel uma segunda pessoa ou fazendo algo antes de partir com o veículo, como por exemplo, trocar o CD ou ligar o rádio, tornando-se alvos fáceis. O número de roubos e furtos compilados no levantamento é um pouco maior que o divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. Enquanto o estudo contabilizou 1.459 casos no primeiro semestre deste ano em São José, o Estado registrou no mesmo período 1.390 casos –uma diferença de 69 ocorrências, que pode acontecer em casos de boletins complementares e de vítimas que registram o delito em duplicidade –via internet e na delegacia. A taxa de roubo e furtos de veículos em São José supera a de cidades como Sorocaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. No maior município do Vale do Paraíba, o índice é de 44,2 ocorrências a cada 10 mil veículos. Em Sorocaba, a taxa é de 35,6, em Ribeirão Preto (42,9) e em São José Rio Preto (22,1). Combate O comando da Polícia Militar no Vale do Paraíba informou que realiza um levantamento minucioso dos casos de furto e roubo de veículos na região com o mesmo nível de detalhamento obtido pela nossa reportagem. “Esse levantamento, em algumas ocorrências chega ao nível

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de detalhamento, avaliando dados como data, horário, local, ‘modus operandi’ dos infratores da lei, locais de maior incidência, veículos de maior incidência e comportamento da vítima, dentre outros”, explicou o coronel Manoel Messias Mello, comandante do CPI-1. Com essas informações em mãos, a divisão Operacional do Comando do Policiamento do Interior-1 traça, segundo o chefe da Polícia Militar, as diretrizes de atuação para os 39 municípios da região. “Infelizmente, por diversos motivos, a PM não divulga locais e veículos de maior incidência. Essas informações, especificamente, subsidiam inclusive uma Ação Força Comunitária específica para esses tipo de delito, a ‘Ação Força Comunitária - Abordagens Simultâneas’, na qual viaturas que não estejam atendendo ocorrência realizam, de forma coordenada, abordagens simultaneamente nos 39 municípios da região, em horário e locais previamente definidos”, disse. Como fruto dessas ações, a Polícia Militar contabiliza a abordagem de 68.892 veículos em São José, o que representa um aumento de 43,4% ante 2010, quando 48.039 veículos foram interceptados durante as operações. O trabalho garantiu a recuperação de 619 veículos até setembro –acréscimo de 3,3% em relação a todo o ano passado, quando 599 veículos foram encontrados. A Prefeitura de São José dos Campos também ajuda no trabalho de combate e prevenção. Apesar de ser a região com maior incidência de roubo e furto, o centro da cidade também é o mais vigiado pelas câmeras do COI (Centro

de Operações Integradas). Dos 300 aparelhos de vigilância, 147 cuidam de diferentes pontos de ruas, avenidas e praças locais, incluindo as do centro expandido. Outras 42 câmeras estão na zona leste, 36 na região norte, cinco na zona oeste e 60 na região sul. Segundo Marina de Fátima, secretária de Defesa do Cidadão, que gerencia os serviços do COI, para o próximo ano está prevista a implantação de outras 181 câmeras, sendo 40 na região central, 63 câmeras na região leste, 32 na norte, 11 na região oeste e 30 na zona sul. Até julho desse ano, 94 pessoas foram detidas após serem flagradas pelas câmeras cometendo algum tipo de crime em São José. Esse número vem crescendo anualmente. Em 2009 foram 96 detenções e, em 2010, outras 152. “Definimos os locais onde as câmeras serão instaladas em conversa com a polícia e também pelas Sabs (Sociedade Amigos de Bairros) porque a sensação de insegurança da comunidade tem que ser levada em consideração. Muitos carros e pessoas circulam pelo centro, acho que o fato de ser a região mais visada é reflexo disso”, afirmou a secretária. A divulgação dos dados detalhados para a população pode ser um importante aliado no combate aos crimes. Com eles, as pessoas tomam conhecimento sobre o que ocorre em seu bairro, contribuindo com a queda nos índices de violência ao adotarem medidas preventivas contra os roubos e furtos. É preciso interpretar esses índices como instrumento de segurança e não de temor. •

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Fotos: Flávio Pereira

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Entrevista

Dois Pontos >Henrique Fogaça, 37 anos, o premiado chef de cozinha que divide seu tempo entre o fogão e o microfone da banda de hardcore Oitão

“Diploma não forma um chef de cozinha. Requer experiência” Adriano Pereira São Paulo

V

á até o YouTube e digite “Oitão”. Escolha a música “4º Mundo” e absorva toda a crítica social que a letra propõe. Agora imagine que o vocalista deste grupo de hardcore tenha transformado uma acanhada cafeteria do bairro de Higienópolis em um dos restaurantes mais badalados e celebrados de São Paulo, o Sal Gastronomia. Pois essa é a história do menino de Piracicaba que gostava de Iron Maiden, cresceu, mudou-se para a capital e se viu em um dilema: precisava aprender a cozinhar para poder comer. Henrique Aranha Fogaça aprendeu tão bem que faturou dois prêmios de chef revelação em 2009, serviu ninguém menos que Yoko Ono, recebe “globais” e políticos a todo momento no pequeno salão aconchegante do restaurante, tudo isso sem deixar de lado a ideologia que prega em suas músicas. Mas, não se engane pelo visual agressivo, Fogaça mostra uma sensibilidade fora do comum quando o assunto é gastronomia. Adepto da mistura agridoce em suas receitas, o chef que não gosta de rótulos recebeu nossa reportagem logo depois de estacionar sua Harley Davidson customizada com uma caveira no tanque de gasolina para um papo sobre comida e protesto. A crítica gastronômica costuma classificar o Sal como cozinha contemporânea, mas você não parece ficar à vontade com esse rótulo?

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< Não fico. Não gosto desses rótulos. Claro, minha cozinha mistura influências, cai dentro do conceito de contemporâneo, mas comida é para comer. Gosto da mistura do doce com o salgado e a intuição e o bom gosto ajudam, mas não acho interessante ficar rotulando o tipo de cozinha. Uso ingredientes brasileiros nas receitas, gosto de usar, mas não por seguir uma “tendência”, uso porque tem sabor. Não é uma coisa pré-estabelecida, quero poder ter a liberdade de criar um prato que eu simplesmente ache saboroso. Por exemplo, no começo do restaurante criei um risoto de morango com filé mignon ao molho de wasabi. Super exótico e deu certo. Essas criações me deram segurança para criar, mas nunca seguindo um rótulo. É que hoje em dia são tantos rótulos para se definir um prato que às vezes nem o próprio chef sabe exatamente onde se encaixar? < A gastronomia se diversificou demais e perdeu um pouco qual a real intenção de se cozinhar. Já fiz cozinha molecular há um tempo atrás, fui para a Bélgica, comprei ingredientes, mas essa não é minha praia. Gosto de comida saborosa em quantidade legal e cada dia mais meu foco é nesse conceito. Você errava muito nessas criações? < Ah... eu comia, achava bom e beleza (risos). Até hoje é assim, mas em outro ritmo. Na época em que comecei era muito intuitivo, pensava: a maçã é assim, vai cobinar com tal coisa. Hoje faço do mesmo jeito só que com mais calma, penso melhor antes de criar por conta da experiência que adquiri.

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E ( É A


Fotos: Flávio Pereira

Domingo 4 Abril de 2010

PERFIL NOME: Henrique Aranha Fogaça IDADE: 37 anos

EXPERIÊNCIAS “AH... EU COMIA, ACHAVA BOM E BELEZA (RISOS). ATÉ HOJE É ASSIM, MAS EM OUTRO RITMO. NA ÉPOCA EM QUE COMECEI ERA MUITO INTUITIVO. PENSAVA: A MAÇÃ É ASSIM, VAI COBINAR COM TAL COISA”

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NATURALIDADE: Piracicaba, SP ESTADO CIVIL: Casado, 1 filho FORMAÇÃO: Chef de cozinha e músico

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Entrevista

BRASIL“NOSSADIVERSIDADEDESABORESEINGREDIENTES É MUITO RICA. A MAIORIA DOS PAÍSES NÃO TEM TODA ESSA DIVERSIDADE.OBRASILÉABOLADAVEZNAGASTRONOMIA” Hoje em dia os chefs brasileiros são muito respeitados no mundo todo. Como você vê a gastronomia brasileira? < É muito respeitada. Nossa diversidade de sabores e ingredientes é muito rica. A maioria dos países não tem essa diversidade. O Brasil é a bola da vez na gastronomia, o mundo inteiro fica de olho em frutas e temperos que só temos aqui. Esse destaque acabou fazendo com que a profissão de chef de cozinha fosse valorizada. Muitos jovens procuram essa carreira hoje em dia. O que você acha disso? < Vejo muita molecada saindo da faculdade e dizendo: “Sou chef de cozinha”. Pô, isso não é uma coisa que o diploma te dá. Ser chef de cozinha requer experiência no diaa-dia. Tanto que no começo as pessoas me perguntavam o que eu fazia e costumava responder que trabalhava na cozinha de um restaurante, sem dizer que eu era o chef. Não é só saber cozinhar, tem que administrar uma equipe, ter liderança, conhecer estoque, saber lidar com as pessoas, não é só finalizar o prato. Tem que viver a profissão antes.

Você acredita que essa característica que fez com que o Sal se tornasse uma referência gastronômica em São Paulo? < Acho que sim. Comecei quietinho aqui, foi indo, conseguimos ganhar alguns prêmios sem nunca ter feito nada de propaganda, contratado assessoria de imprensa, foi por mérito da nossa cozinha, da equipe que trabalha comigo e da qualidade dos produtos que usamos. Um amigo comum me falou que um dia recebeu um telefonema seu perguntando como era o nome ‘daquela japonesa casada com um músico famoso’ e era a Yoko Ono jantando no Sal. É verdade? < (Risos) Foi isso mesmo! (Risos). Ela veio aqui jantar, comeu um peixe, um Filhote, que é um peixe amazônico, com purê de banana. Aqui vem bastante gente de banda, artistas, políticos e trato todo mundo da mesma maneira. Aqui vem desde o engravatado até os amigos roqueiros. Minha vida é isso aqui, a banda, a família e os amigos. O som hardcore veio antes da gastronomia?

< Hoje pude falar para o Marky Ramone (da banda punk E essa moda de ‘espuma de qualquer coisa’? < Então, uma vez fiz uma massa de chocolate e um creme de leite com gorgonzola e espinafre e bati em um mixer, ficou verde e saiu numa revista que era uma espuma. Eu nunca fiz espuma. Eu acho que é legal como textura, experimentar, mas continuo batendo na tecla, a comida tem que acolher. É legal ter novidade, mas vou sempre estar na terra. Ter novas técnicas de cozimento é uma coisa, aqui no Sal, por exemplo, tem um prato de polvo que fica oito horas cozinhando na água, num equipamento especial, tudo para manter o sabor. Mas continua sendo comida de verdade.

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Ramones), que veio aqui no restaurante, que o que eu sou, o que eu penso da minha vida foi a música dele que me deu. A ideologia, o pensamento de protesto isso tudo vem desde moleque. Comecei ouvindo Iron Maiden, AC/DC e conhecendo as bandas de black metal brasileiras antigas até chegar no punk que foi o que eu mais curti. Você sempre teve banda ou o Oitão é sua prmeira experiência como músico? < Não, eu tentei aprender violão, mas não rolou. Fui tocar bateria, mas não funcionou também. Mas sempre vivi

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Regional Marketing

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O projeto Corredor Ecológico do Vale do Paraíba vai reconectar partes isoladas da Mata Atlântica. Nos próximos 10 anos, serão plantadas mais de 200 milhões de árvores na região. A sua empresa pode participar deste projeto visionário, que une desenvolvimento socieconômico e protagonismo local à preservação ambiental. Torne-se parceiro e faça parte dessa história. Parceiros

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Entrevista

RAMONES ‘Hoje pude falar para o Marky Ramone (da banda punk Ramones), que veio aqui no restaurante, que o que eu sou, o que eu penso da minha vida, foi a música dele que me deu’

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no movimento, curtindo shows em casa que rola esse som. Minha vida sempre teve a música presente. Tive outras bandas antes do Oitão. A gente canta coisas do cotidiano, fazemos protesto porque hoje o mundo tem muitas coisas erradas e não dá para ficar quieto.

dias anteriores vou dar um curso de gastronomia. Quer dizer, as duas coisas andam juntas. Agradeço muito a Deus por isso, poucas pessoas têm o privilégio de fazer isso, às vezes deixam algo de lado para realizar algum projeto, eu consigo levar as duas coisas. É muito louco!

Quem olha de fora não consegue entender como duas carreiras tão diferentes uma da outra podem ser seguidas por uma só pessoa. < Mas acho que a gastronomia... (pausa) veio para me salvar! (Risos). Na verdade. A música meu deu vários princípios na vida, como falei, mas se eu fosse só um músico talvez fosse um looser (fracassado). Por algum motivo essas duas coisas equilibram minha vida. Consigo ter a liberdade de dizer o que eu penso nas músicas e o Sal é minha cara, quer dizer, não são coisas muito diferentes no meu dia-a-dia. A correria do restaurante não é diferente da correria da banda. Por exemplo, vamos gravar o primeiro DVD do Oitão em um evento, já juntei as duas coisas, a gravação acontece no final de semana e nos três

E o que você traz do Oitão para dentro do Sal? < A pegada. Olhe em volta aqui do restaurante, também tem caveira na decoração, tem logotipo da minha banda, adesivos na geladeira, mas principalmente a amizade que rola dentro de uma banda de rock eu trago para a equipe que trabalha no restaurante. Antes de tudo tem que ter esse respeito, essa amizade com quem te cerca. Aqui no Sal uso o mesmo modo de pensar e agir com a banda. E se você fosse obrigado a escolher entre a banda e a gastronomia, o que faria? < Essa resposta não existe (risos)! O barato é louco, não tem como escolher. Hoje cheguei até aqui, e é daqui para o resto, não tem mais como voltar ou mudar.•

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Notas

Vale, Brasil & o Mundo CINEMA

Raios viram tema de filme que será lançado em 2012

ASTRONOMIA

Cientistas descobrem planeta habitável maior que a Terra Os raios sempre despertaram medo e fascinação, sendo associados a diversos mitos, crenças e curiosidades ao longo dos séculos. A força gigantesca contida nestas descargas elétricas, capazes de derrubar aviões, colocar cidades inteiras no escuro e provocar danos materiais avaliados em milhões de reais, também intriga a comunidade científica, que estuda suas ligações com as mudanças climáticas. Pela primeira vez no Brasil, os raios serão objetos de um filme, que não se limitará ao aspecto científico. “A proposta é mesclar elementos de ciência, de história e de cultura”, explicou à revista valeparaibano Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O documentário, intitulado ‘Fragmentos de Paixão – Que Raio de História’, será gravado em 20 cidades do Brasil, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus. Três municípios da região também foram escolhidos: São José dos Campos, Ubatuba e São José do Barreiro. “A ideia é começar a gravar em novembro ou dezembro”, disse Osmar, destacando que o lançamento está previsto para maio ou junho de 2012. O filme, que terá duração de 50 minutos e será inteiramente gravado em alta definição, será lançado no cinema. Uma parceria já foi fechada com a rede Cinemark, presente em São José dos Campos e Jacareí. O documentário também será exibido na televisão e em festivais de cinema nacionais e internacionais. Um trailer será divulgado no fim de março.

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Cientistas do Observatório Austral Europeu descobriram um planeta a 35 anos-luz da Terra que poderia abrigar vida. Com uma massa 3,6 vezes maior que a da Terra, o novo planeta fica em uma região considerada “habitável”: a estreita faixa ao redor de uma estrela em que poderia haver água em estado líquido. Batizado de HD85512b, o planeta orbita uma estrela da constelação de Vela. Ele seria quente, com temperaturas entre 30 e 50 graus centígrados, e muito úmido. O novo planeta é apenas um dos 50 descobertos pelos cientistas do Observatório Europeu do Sul, usando o telescópio

Harps, que fica no deserto do Atacama, no Chile. Destes planetas, 16 são considerados Super-Terras, planetas com uma massa maior que a da Terra, mas menor que a de gigantes gasosos como Júpiter, considerados inapropriados para abrigar vida. Cinco dos novos planetas têm uma massa não mais que cinco vezes maior que a da Terra. Com os resultados encontrados até o momento, os astrônomos dizem estar cada vez mais perto de descobrir outros pequenos planetas parecidos com a Terra em volta de estrelas similares ao Sol. Em até 20 anos acredita-se que haverá uma lista de planetas habitáveis.

Frases ”Meus médicos estão surpresos com o fato de a quimioterapia não ter me abatido com força” Do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que faz tratamento contra o câncer

”Será preciso muito esforço para repetir a metade do que fiz neste ano no ano que vem” Do tenista Novak Djokovic, após o título do US Open

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CRISE

Pobreza bate recorde nos EUA O número de norte-americanos que vivem abaixo da linha de pobreza alcançou a cifra recorde de 46,2 milhões de pessoas em 2010, num momento em que a economia dos Estados Unidos tentava sair da recessão. Num relatório que evidencia o enorme desafio econômico enfrentado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e o Congresso, o Escritório do Censo informou que a taxa nacional de pobreza subiu pelo terceiro ano consecutivo. O aumento foi de 0,8%, passando a 15,1% da população. Em 2009, eram 43,6 milhões vivendo na pobreza. A taxa de empobrecimento é a maior desde 1993. A renda das casas dos EUA caiu 2,3%, passando a US$ 49.445 por ano, e o número de americanos sem plano de saúde está em torno de 50 milhões. A deterioração da economia dos EUA provavelmente se agravou em 2011, já que o crescimento econômico diminuiu, o desemprego permaneceu estancado acima dos 9% e aumentou o receio de uma recessão maior.

Garoto de 10 anos volta como menina à escola Um menino britânico surpreendeu seus colegas ao retornar das férias escolares vestido de menina. O garoto de dez anos, cujo nome tem sido mantido em sigilo, foi diagnosticado com o chamado transtorno de identidade de gênero –quando um menino ou menina sente que, na verdade, pertence ao outro sexo. A história foi revelada pelo jornal “Worcester News”, da cidade de mesmo nome, onde vive a família. Segundo o jornal, a decisão de aceitar a menina foi tomada pela família durante as férias de agosto. “Na cabeça dela, ela é uma garota, mas no corpo de um garoto”, disse a mãe, que tem 36 anos. A condição foi diagnosticada por uma equipe de psiquiatras em Londres. Mas a família diz que percebeu as diferenças do menino desde os dois anos de idade. “Ela prefere brincar de boneca do que de carro. É uma garota bem feminina. Quer se vestir de acordo com a última moda. Não tem nada de masculino”, afirmou a mãe.

TRIBUNAL INTERNACIONAL

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SAÚDE

Bronzeamento artificial continua proibido no Brasil A 15ª Vara Federal de Brasília manteve a proibição de bronzeamento artificial no Brasil. Segundo a AGU (Advocacia-Geral da União), a decisão garantiu o poder da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de regular, controlar e fiscalizar produtos e serviços que evolvam risco à saúde pública. Em 2009, a Anvisa baixou resolução proibindo bronzeamento para fins estéticos no país. À época, a resolução foi questionada na Justiça. A AGU informou à Justiça que várias pesquisas científicas foram utilizadas para a edição da norma. A Vigilância Sanitária também realizou audiências e consultas públicas, antes de proibir o bronzeamento artificial. RELIGIÃO

Vítimas de pedofilia denunciam Bento 16

Cai número de católicos no país

Uma associação norte-americana de vítimas de padres pedófilos apresentadou uma queixa ao TPI (Tribunal Penal Internacional) contra o papa Bento 16 e outros dirigentes da Igreja Católica por crimes contra a humanidade. Os dirigentes da SNAP moveram a ação para que o papa seja julgado por “responsabilidade direta e superior por crimes contra a Humanidade, por estupro e outros casos de violência sexual cometidos em todo o mundo”. A organização acusa o chefe da Igreja Católica de “ter tolerado e ocultado sistematicamente os crimes sexuais contra crianças em todo o mundo”. Além do papa, foram acusados três cardeais: o secretário de Estado da Santa Sé, Tarcisio Bertone, seu antecessor Angelo Sodano, e o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, William Levada, que sucedeu Joseph Ratzinger no posto para o qual o alemão foi eleito papa. À queixa, acrescentaram 10 mil páginas de documentação de casos de pedofilia. O Vaticano não se pronunciou sobre o caso.

O mapa das religiões no Brasil mostra queda de 7,26% no número de pessoas que se declararam católicas em 6 anos (passando de 73,79%, em 2003, para 68,43%, em 2009). A pesquisa, realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), também apresenta um significativo aumento no número de brasileiros que se declararam “sem religião”: de 1,59 ponto percentual, chegando a 6,72% em 2009. Queda também é expressiva entre jovens de 15 a 19 anos, público alvo da Jornada Mundial da Juventude de 2013, que será realizada no Rio de Janeiro. Católicos nessa faixa etária passaram de 75,22% em 2003 para 67,49% em 2009. O levantamento também aponta a evolução recente de outras crenças para os grupos sócio-demográficos e geográficos brasileiros. A pesquisa realizou 200 mil entrevistas no final da década passada.

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Fotos: divulgação

LIBERDADE

Primavera árabe Yann Walter São José dos Campos

Crise econômica detona série de levantes populares que culminam com a queda de ditadores; outros governos com regimes autoritários estão com dias contados

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Q

uando tomou a decisão drástica de atear fogo ao próprio corpo para protestar contra a apreensão de suas mercadorias pela polícia, o jovem tunisiano Mohammed Bouazizi obviamente não sabia que seu gesto mudaria para sempre a história de seu país e teria profundas repercussões em todo o mundo árabe. Como este vendedor de frutas e legumes de 26 anos poderia imaginar que seu drama pessoal, entre tantos outros, seria

o estopim de uma sucessão de levantes populares que acabariam derrubando ditadores há décadas no poder, como Zine El Abidine Ben Ali, da Tunísia; Hosni Mubarak, do Egito; e Muammar Kadhafi, da Líbia? O tunisiano Ben Ali foi o primeiro a cair, no dia 14 de janeiro deste ano. Um mês depois, no dia 11 de fevereiro, foi a vez de Mubarak. Na Líbia, onde os rebeldes tiveram até o apoio militar do Ocidente, Kadhafi continua foragido até hoje, e parte de sua família se refugiou na Argélia. Um Conselho Nacional de Transição assumiu provisoriamente o poder. Por enquanto, somente estes três caíram. Mas certamente haverá outros. Em um incontrolável efeito dominó, os protestos que

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PROTESTOS Rebeldes em levante contra o governo de Muammar Kadhafi, da Líbia, onde milhares de pessoas morreram nos conflitos

começaram no norte da África se espalharam por todo o mundo árabe. Além da Tunísia, do Egito e da Líbia, a contestação já ganhou, em maior ou menor grau, Marrocos, Argélia, Omã, Iêmen, Bahrein, Arábia Saudita, Jordânia e Síria. Em alguns países, como na Síria, as manifestações foram reprimidas com extrema violência pelo poder. Em outros, como na Arábia Saudita e no Marrocos, os governantes fizeram concessões e conseguiram, ao menos provisoriamente, acalmar os manifestantes. “Os países árabes são divididos em dois grandes grupos: as repúblicas e as monarquias. O movimento começou nas primeiras e depois ganhou as segundas. De um modo geral, a contestação foi muito mais intensa nas

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repúblicas, onde os manifestantes pediram a renúncia dos dirigentes. Isso não aconteceu nas monarquias”, resumiu Vânia Carvalho Pinto, professora de Relações Internacionais na UnB (Universidade de Brasília). É bom lembrar que países como a Tunísia, a Líbia, o Egito ou a Síria são considerados repúblicas por terem adotado o sistema presidencialista. Mas a ausência de eleições livres e justas inviabiliza qualquer tentativa de classificar estas nações como democracias. Ben Ali e Kadhafi assumiram o poder através de golpes de Estado. Mubarak, que era o vice-presidente, chegou ao cargo supremo após o assassinato de Anuar al-Sadat, em 1981. Ele foi reeleito quatro vezes,

sendo que nas três primeiras ele era o único candidato na disputa. Na Síria, Bashar alAssad assumiu a presidência em 2000 após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, que dirigia o país com mão-de-ferro desde um golpe de Estado perpetrado em 1970. As causas destes levantes são múltiplas. A ausência de democracia, a centralização dos poderes, a corrupção, a precariedade dos serviços e a brutalidade das forças de segurança são denúncias antigas. A novidade é a grave deterioração do contexto econômico. “Em 2009, o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) publicou um relatório alarmante sobre o mundo árabe. A taxa de desemprego está muito alta, especial-

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Mundo

mente entre os jovens. O preço dos alimentos aumentou. Muitas pessoas ficaram mais pobres. O movimento atual começou na Tunísia, com um jovem desesperado, sem perspectivas, desarmado frente à arbitrariedade da polícia. A falta de amparo da Justiça, que nunca pune os policiais envolvidos em atos de violência contra a população e tolera a tortura, também contribuiu para criar uma situação explosiva, favorável para o surgimento de focos de contestação. Todos estes problemas, apontados pelo PNUD em seu relatório, são basicamente uma síntese das reivindicações dos manifestantes”, explicou o especialista em relações internacionais Márcio Scalercio, professor na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro. “Os principais motivos destes levantes são a falta de direitos políticos, a repressão e a pobreza, além de promessas de desenvolvimento não cumpridas pelos dirigentes. Fora isso, a crise econômica e o desemprego levaram muitos jovens às ruas. A grande maioria dos manifestantes é formada por jovens sem perspectivas, que não têm nada a perder”, concordou Vânia Carvalho Pinto. Há semelhanças e diferenças entre estes levantes. “A replicação dos protestos em todos estes países comprovou a existência de um mundo árabe, com diversas nações compartilhando afinidades culturais. O que está acontecendo é um efeito de espelho. Os tunisianos iniciaram o processo, os egípcios e os líbios se espelharam neles, e assim por diante. Outras constâncias são a corrupção e o autoritarismo dos dirigentes. Os manifestantes estão lutando contra regimes autoritários”, definiu Scalercio. Outro ponto em comum é a grande capacidade organizacional dos manifestantes, que se mobilizaram com eficiência e rapidez. As redes sociais desempenharam um papel crucial neste sucesso. “Os novos meios de comunicação tiveram uma importância fundamental no desenvolvimento do processo, permitindo a articulação e a coordenação dos diversos grupos de manifestantes”, enfatizou Samuel Feldberg, professor de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo). Repressões brutais As principais diferenças aparecem na forma como os governantes lidaram com as reivindicações populares. A Síria, por exemplo, optou pela resposta mais violenta possível. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a repressão dos protestos já deixou mais de 2.700 mortos no país desde março.

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Repressão dos protestos já deixou mais de 2.700 mortos na Síria desde março, aponta relatório feito pela Organização das Nações Unidas

As forças de segurança atiram na população com balas reais, com a intenção de matar. Jornalistas estrangeiros e funcionários de organizações de defesa dos direitos humanos foram banidos do território. Dezenas de milhares de pessoas foram presas, centenas estão desaparecidas. A repressão comandada por Bashar al-Assad contra seu próprio povo é tão brutal que foi repudiada não apenas pelas potências ocidentais, mas também por quase todos os países árabes. Cada vez mais isolado no cenário internacional, Assad só pode contar agora com o apoio do Irã. A Líbia é outro país que escolheu o caminho da violência para reprimir os protestos. Os confrontos entre prós e anti Kadhafi acabaram levando o país à guerra civil. No entanto, os rebeldes obtiveram rapidamente o apoio militar da OTAN e já varreram as forças governamentais de grande parte do país. A capital, Trípoli, foi conquistada pelas tropas do CNT (Conselho Nacional de Transição) em agosto. Parte da família de Kadhafi fugiu para a Argélia. O ditador, acusado de crimes contra a humanidade e alvo de um mandato de prisão emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), segue foragido. Os combates entre rebeldes e forças leais a Kadhafi (essencialmente mercenários africanos) continuam em algumas cidades, como Bani Walid e Sirte. Assim como seu colega sírio, o ditador líbio perdeu a maioria de seus apoios políticos. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi o único a defendê-lo publicamente. O CNT já foi reconhecido por mais de 70 países, entre eles a Tunísia, o Marrocos, o Egito, a Jordânia, o Iraque, Bahrein e Omã, e representou a Líbia na Assembleia Geral da ONU em Nova York. “Com exceção da Argélia, os governantes do

DEPOSTO Zine El Abidine Ben Ali, da Tunísia, e Muammar Kadhafi, da Líbia (acima)

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Magrebe e do mundo árabe nunca mantiveram boas relações com Kadhafi. A separação entre a Líbia e os demais países da região já aconteceu faz tempo”, ressaltou a professora Vânia Carvalho Pinto, do IREL (Instituto de Relações Internacionais) da UnB. Assim sendo, a grande pergunta é: porque a OTAN prestou apoio militar aos rebeldes líbios, e ignorou os repetidos pedidos de ajuda dos rebeldes sírios? “Para as potências ocidentais, uma intervenção militar na Síria seria muito mais arriscada de um ponto de vista geopolítico. Ao contrário de Kadhafi, Assad é aliado do Irã. Além disso, a Síria tem uma forte influência sobre o Iraque e o Líbano. Já a Líbia é apenas um conveniente fornecedor de petróleo”, adiantou Samuel Feldberg, da USP. “Países como a França, a Itália e a Grã-Bretanha estão de olho no espólio energético da Líbia”, concordou Márcio Scalercio, da PUC-RJ. De fato, segundo alguns veículos de imprensa, o governo francês teria concordado em apoiar os rebeldes líbios em troca de autorização para explorar 35% das reservas de petróleo do país. A informação, porém, foi desmentida, tanto pelo CNT como pelo presidente da França. “No caso da Síria, as grandes potências ocidentais limitam sua atuação a sanções econômicas”, acrescentou Scalercio. A União Europeia, que compra mais de 90% da pequena quantidade de petróleo produzida pela Síria, anunciou recentemente que não tratará mais com o regime de Assad. Concessões e reformas De um modo geral, os países mais abastados sofreram menos com as revoltas. A única exceção é a Líbia, rica em petróleo e gás natural. Mas outras nações petroleiras, como a Arábia Saudita, contiveram rapidamente a insatisfação popular. A Primavera Árabe não chegou aos ricos emirados do Catar e do Kuwait, nem nos Emirados Árabes Unidos. “Os países ricos têm instrumentos para conter as revoltas. Têm os fundos necessários para atender algumas das demandas financeiras da população”, frisou Feldberg. Já os reis da Jordânia, Abdullah II, e do Marrocos, Mohammed VI, que não têm os mesmos recursos que os países do Golfo, acenaram com reformas políticas e conseguiram acalmar os manifestantes. “Os monarcas têm uma legitimidade que os presidentes não têm, tanto que nem na Jordânia, nem no Marrocos os manifestantes pediram a cabeça do rei. Mohammed VI e, em menor medida, Abdullah II, continuam sendo figuras muito populares em seus países, apesar dos problemas”, destacou

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QUEDA Hosni Mubarak, do Egito, e Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen (abaixo)

O Iraque, outra nação de maioria xiita, passou quase 25 anos sob o jugo do sunita Saddam Hussein. Hoje, o presidente do país é curdo

Vânia Carvalho Pinto, do IREL. A questão da legitimidade é importante, uma vez que vários dirigentes árabes são procedentes de comunidades minoritárias em seus próprios países. A família Assad é alauita, uma dissidência do xiismo, enquanto a maioria da população síria é sunita. No Bahrein, a dinastia Al-Khalifa, que governa há séculos este país de maioria xiita, é sunita. O Iraque, outra nação de maioria xiita, passou quase 25 anos sob o jugo do sunita Saddam Hussein. Hoje, o presidente do país é curdo. Quem será o próximo déspota a cair? Na Líbia, Kadhafi está vivendo suas últimas horas. Mas outros dirigentes de repúblicas estão na corda bamba: Assad, da Síria; Ali Abdullah Saleh, do Iêmen e, em menor medida, Abdelaziz Bouteflika, da Argélia (o único dos três a ter sido, de fato, eleito). Os três governam países que têm sérios problemas econômicos e são assolados por uma corrupção endêmica. Os três foram alvos de pedidos de renúncia, que trataram de silenciar com balas. A Argélia e o Iêmen ainda têm de lidar com a presença da rede terrorista Al-Qaeda e com diversas insurreições separatistas. Em junho, o palácio presidencial iemenita foi atacado, e o presidente Saleh ficou ferido durante a ação. Fugiu para a Arábia Saudita e retornou ao seu país de surpresa, no fim de setembro. O professor Scalercio ainda alertou para a situação nos Territórios Palestinos, onde a situação já é explosiva por causa do conflito com Israel. “O Fatah (partido que dirige a Cisjordânia) é o símbolo da corrupção. Os palestinos da Faixa de Gaza não elegeram o Hamas em 2006 porque apoiam o terrorismo, e sim porque estavam fartos do Fatah”, recordou o especialista. •

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CENTERVALE SHOPPING

no roteiro das grandes lojas do país

Sucesso Impressionante! Foi assim o lançamento da expansão do CenterVale Shopping realizado no último dia 22, no Parque Tecnológico, que reuniu mais de 500 pessoas, entre lojistas, investidores, formadores de opinião e autoridades, como o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury. O evento teve como mestre de cerimônia a apresentadora Fernanda Lima e foi embalado ao som de Chiquinho Oliveira e Banda e a DJ Analu Giacomolli. “A expansão do CenterVale Shopping é uma prova do poder de consumo da população de São José dos Campos

e cidades vizinhas, que sonham em ter um empreendimento comercial inovador e completo, a exemplo do que já acontece em outras grandes cidades do Brasil”, disse Marcelo Carvalho, copresidente da Ancar Ivanhoe Shopping Centers, empresa sócia do empreendimento ao lado da Real Incorporações e Real Engenharia que, juntas, estão investindo R$ 100 milhões no projeto. O projeto de expansão foi desenvolvido pela canadense DesignCorp e traz o que há de mais moderno e confortável ao centro de compras. A obra agregará 80 novas lojas e ocupará uma área de 6.000 m², totalizando

53.500 m² de ABL (área bruta locável). “Além das novas lojas, a expansão do CenterVale oferecerá ainda mais conforto aos visitantes mantendo-se como referência de inovação para toda a região. Vamos valorizar todos os detalhes da gestão do empreendimento para que a visita ao shopping seja, cada vez mais, uma experiência prazerosa”, disse Evandro Ferrer, CEO da Ancar Ivanhoe Shopping Centers. Até 2012, quando o projeto estará concluído, o CenterVale completará 25 anos no papel de principal shopping da região, sendo um centro difusor de tendências, com marcas exclusivas, na-

1 João Marcos Mesquita - superintendente do CenterVale Shopping, Marcelo Carvalho - co-presidente Ancar Ivanhoe, Rosana Dalla Torre - presidente do Fundo Social de Solidariedade, Eduardo Cury - prefeito de São José dos Campos, Mariana Carvalho - diretora de marketing do grupo Ancar Ivanhoe e Evandro Ferrer - CEO Ancar Ivanhoe 2 Eduardo Cury - prefeito de São José dos Campos, Marcelo Carvalho - co-presidente do grupo Ancar Ivanhoe, Fernanda Lima - atriz e apresentadora, João Marcos Mesquita - superintendente do CenterVale Shopping 3 Convidados assistem a apresentação em vídeo da maquete eletrônica da Expansão do shopping 4 Fernanda Lima comandou a festa da Expansão do CenterVale Shopping, a atriz foi a mestre de cerimônia.

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cionais e internacionais, melhor mix de lojas, serviços, lazer e alimentação. “Encaramos o desafio de fazer uma expansão moderna, dentro da limitação física do terreno, com uma arquitetura que incorpora as melhores tendências e tecnologias aplicadas na construção de um shopping no mundo. Outro grande diferencial do CenterVale Shopping é o mix de marcas exclusivas. Vamos aliar consumo de qualidade e experiência”, comenta João Marcos Mesquita, superintendente do CenterVale Shopping. Marcos Hirai, da BGH Empresa de Expansão de Marcas, que hoje representa as marcas Empório Body Store e a Yoguti, afirmou com toda convicção “que a festa de expansão mostrou novamente a força do CenterVale Shopping no Vale do Paraíba”. Nas palavras do prefeito Eduardo Cury, “São José vive um momento muito bom, aqui a população pode empreender, trabalhar e ter qualidade de vida ao mesmo tempo. Investi-

mentos como esse geram empregos e estimulam ainda mais a economia”. Com a ampliação, o CenterVale terá 260 lojas. Estão confirmadas na expansão as grifes Animale, Camicado, Lessô e Coca-Cola Clothing que se somarão as marcas já instaladas, entre elas, Maria Filó, Outback SteackHouse, Le Lis Blanc, Cavalera, Dress to, Charanga e L’occitane, entre outras. E em fase de conclusão de contrato está a Zara, famosa rede de lojas internacional. “A expansão já é um sucesso. No lançamento foram prospectados 30 novos negócios contemplando marcas exclusivas e desejadas pelo mercado do Vale do Paraíba”, disse Fernando Marchesi, gerente comercial do CenterVale Shopping. “Em 10 anos de mercado de shopping foi surpreendente a aceitação dos lojistas pelo projeto de expansão, sucesso absoluto”, comemora Edmar Aranda, executivo comercial. E todo este planejamento vem de encontro com o desejo do lojista, que

compartilham da mesma filosofia, como o empresário Oscar Constantino. “Estarei presente na expansão do CenterVale Shopping com mais uma das minhas marcas. Vejo que é o momento oportuno para por em ação um novo negócio”, comenta Oscar. A Ancar Ivanhoe, com 35 anos de experiência, está entre as cinco maiores empreendedoras de shoppings no Brasil e, este ano, foi considerada uma das 100 melhores empresas para trabalhar pela Great Place to Work. O Grupo Empresarial Real Engenharia atua no mercado imobiliário do Rio de Janeiro há mais de 55 anos, tem importante atuação nas áreas de desenvolvimento e empreendimentos de shopping center em diversas cidades do país, e na atividade de Agroindústria.

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9 1 Equipe CenterVale Shopping: Edilson Moraes, Fernando Marchesi, André Barbosa, Kelly Silva, André Feith, Daniela Eras, Patrícia Félix, Edmar Aranda, Emilene Amaro, Lúcia Lotufo,Tássia Carvalho, João Marcos Mesquita,Tais Tavares. 2 Edmar Aranda da equipe de comercialização apresenta a Expansão para convidados 3 João Marcos Mesquita - Superintendente do CenterVale Shopping 4 lembracinha para os convidados: caixa com bem - sucedido e trufas cobertas por pó de ouro 5 lojistas sendo atendidos na sala

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10 de comercialização da Expansão durante o evento 6 Henrique e Tânia Toledo

11 7 Fernando Marchesi - gerente comercial do CenterVale Shopping apresenta projeto de Expan-

são no Ipad para os convidados 8 Equipe de Marketing - Giselle Rodrigues, Renata Vanzeli,Tássia Carvalho, Rogério Santos e Anna Carolina Trassati. 9 Eduardo Cury - pref. de São José,Tais Tavares - ger.de marketing do CenterVale Shopping e Mariana Carvalho - dir.de marketing do grupo Ancar Ivanhoe 10 Chiquinho Oliveira e banda 11 Convidados em coquetel

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1 Mariana Carvalho - dir. marketing - grupo Ancar Ivanhoe 2 Adriana Brunato e Christhofen Howard 3 Fernanda Lima 4 Ana Lúcia Teixeira, Fernando Rheingantz superintendente - Eldorado Shopping,Tatiane Gomes, Mariana Carvalho, Marne Prates 5 Oscar Constantino - empresário 6 Anderson maia e Roberta Maia 7 Analu Giacomolli - DJ 8 Marcelo Carvalho - co-presidente do grupo Ancar Ivanhoe, Marilene Araújo - Expansão Animale, Eduardo Cury - prefieto de São José, Rosana Dalla Torre - pres.

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do Fundo Social de Solidariedade 9 Renato Bruno Filho e Carolina Ávila - Camarão e Cia, Marco Antonio Santos e Adriana Teixeira - Kopenhagen 10 Luiz Augusto Ildefonso da Silva - dir. Relações Institucionais e Ronald Nossing - gerente comercial da Alshop 11 João Marcos Mesquita - Superintendente do CenterVale Shopping, Marcelo carvalho - co-presidente do grupo Ancar Ivanhoe 12 Vista do salão no Parque Tecnológico 13 Rosana Sanzs - Gacc e Carlos Abranches -jornalista

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Ensaio fotográfico

Leo Ikeda Maesima fotógrafo

Olhar precoce Aos três anos ele ganhou sua primeira câmera. Hoje, com 8 anos de idade, Leo Maesima já tem clientes grandes que compram suas fotografias e já fez até exposições em eventos internacionais. No mês das crianças, o jovem fotógrafo mostra seu olhar precocemente adulto neste ensaio

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PARATY A arquitetura da cidade carioca ganha os contornos das luzes da rua Santa Rita

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Ensaio

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MARÉ A rua da praia em Paraty foi feita para inundar na maré alta

BRINQUEDOS O artesanato que chamou a atenção do pequeno fotógrafo

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FLAGRANTE No rio Perequê-açu, o patury aproveita a pescaria no almoço

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Ensaio

NOTURNA Exposição perfeita na foto noturna do Santuário do Bom Jesus em Congonhas do Campo (MG)

JANELA Construção típica da cidade histórica de Ouro Preto em composição madura

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Coisa & Taltigo

Marco Antonio Vitti

Deus se sente abatido, está na UTI e precisa de um remédio: você

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esde que o mundo é mundo, os seres humanos buscam divindades na natureza, principalmente àquelas que nos assustam –tempestades, terremotos, tsunamis, enchentes e etc–, e problemas de sobrevivência, como alimentação, saúde, segurança, moradia. Esta espiritualização da natureza é um arquétipo descrito por Jung, que diz que o ser humano tem vocação para a espiritualidade. Mas quando fazemos alma? E quando fazemos alma? Quando amamos sem interesse. Quando amamos sem esperar nada em troca.

Com isto não quero dizer que somente na tristeza e no sofrimento a alma dentro de nós se constrói. E como provar que a alma também é feita de alegria? Simples: quando uma pessoa faz todo o mundo sorrir, gargalhar, ao contar uma história engraçada, a designamos de espirituosa, isto é, com a alegria, com o entusiasmo, com o prazer de estar vivo, além de fazermos alma, vamos mais além: fazemos espírito. E é exatamente essa espiritualidade que está fazendo falta ao ser humano. O ser humano abriu mão de sua individualidade, da sua identidade original concedida por Deus em prol de uma massificação, de uma globalização insana que leva todo o mundo a deificar o dinheiro, o consumo, como se juntando matéria e dinheiro estivéssem garantindo uma vida eterna. Muitas pessoas vivem se ques-

REFLEXÃO “Duas consoantes podem nos causar a infelicidade. Tire o D e o S de DEUS e restará o EU, do egoísmo” tionando em como ter fé? A maior parte dos seres humanos busca Deus quando estão necessitados, em casos de doenças e morte de entes queridos, quando em dificuldades financeiras, perdas de bens materiais, através de acidentes por falha humana ou por acidentes causados pelo próprio homem que machuca a natureza. Não é assim que se adquire fé, mas se exibe fé pela simples vaidade de expor seu sofrimento para que todos saibam a intensidade da dor que está sofrendo. Muitos pacientes me questionam porque falo que somente através do sofrimento curamos o corpo e a alma. Simples: Deus mandou Seu filho Jesus para que voltássemos para Ele, uma vez que naquela época a humanidade estava cada vez mais paganizada, cujo único objetivo era o lucro fácil, o poder, conquistado à custa da corrupção e do desgoverno que reinava naquela época, e até hoje continua. Quando o mundo chega a uma crise como essa que estamos atravessando atualmente todos se voltam para Deus para livrar-se de seus problemas. Mas, meu Deus, esse é exatamente o so-

frimento que o humano cria para si mesmo e recrimina Deus, pois o pecador comete seus pecados e faz escolhas erradas e depois acusa novamente Deus, como muitos jovens recriminam seus pais por terem nascido. Deus se sente fraco e abatido, como qualquer um de nós se sente quando um filho doente, drogado, viciado, não aceita o tratamento e espera que seus pais resolvam tudo. É quando Deus vai para a UTI. Santo Antonio de Pádua disse: “Só duas consoantes podem nos causar o pecado e a infelicidade: DEUS. Tire o D e o S, restará somente o EU, egoísmo, vaidade, narcisismo!” Para que possamos contar com Deus e sua infinita bondade, deixe seu EU junto com as duas consoantes: D e S, formando o remédio para retirar D“EU”S da UTI. Assim como precisamos de DEUS, Deus precisa de nós. Se não existirmos, quem poderia agradecer a Deus, única e exclusivamente, para agradecermos o dom da vida, o dom de amar, o dom da compaixão, o dom do perdão, o dom da alegria, de transformarmos a merda em esterco, que é assim, que a maior parte das pessoas se sente: na merda. Não se iludam, pois tudo o que adquirimos aqui na terra de bens materiais, aqui ficam. Lembre que no caixão que conterá nosso corpo não tem gavetas para você colocar o seu apego! Se for queimado então, toda a riqueza que pensarás em levar se tornará cinzas, e mais uma vez é bom lembrar: “Do pó viestes! E ao pó retornarás”. •

Marco Antonio Vitti Especialista em biologia molecular e genética vitti@valeparaibano.com.br

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Turismo AMÉRICA DO SUL

Vizinha ‘europeia’ Montevidéu reúne boa gastronomia, arquitetura clássica, bons vinhos e belezas naturais; é como se a Europa fizesse fronteira como o nosso país Rodrigo Machado Montevidéu (Uruguai)

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ontevidéu pode não ter o charme de Buenos Aires nem a hospitalidade dos chilenos, mas é uma das poucas cidades da América do Sul com uma característica ímpar, a semelhança de seu povo conosco, seus vizinhos colonizados por Cabral e suas caravelas. A capital uruguaiana também está longe de se parecer com São Paulo, mesmo se levarmos em consideração as peculiaridades dos grandes centros urbanos, mas entra de vez para o destino turístico de brasileiros e se dispõe de vez como uma metrópole com grandes atrações, oferecendo desde praias a feiras históricas, até atrações como zoológico e churrascarias com seus cortes nobres. A 2.081 quilômetros de São Paulo, Montevidéu está entre as cidades turísticas mais procuradas do país ao lado de destinos como Punta de Este e Colonia Del Sacramento, que têm registrado aumento no número de turistas. Só no ano passado, o Uruguai contabilizou a visita de 217.511 brasileiros, um quarto do total que a vizinha Argentina recebeu em 2010.

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Fotos: divulgação

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Turismo

‘PRAIA’ A rambla, avenida da orla do rio da Prata, a versão Copacabana da capital uruguaia

Deixamos o imponente crescimento de lado e partimos para desfrutar o que a capital uruguaiana pode oferecer para os brasileiros. Neste ano, o país comemora o bicentenário de sua emancipação e isso tem sido o motivo de diversas comemorações pelas ruas da cidade. A capital, que abriga 1,5 milhão de pessoas, é hospitaleira, tranquila e segura. Não à toa, ela é conhecida por manter seu próprio ritmo. A região central e os principais bairros estão interligados por pequenos trechos que, com um pouco de disposição, podem ser percorridos por vias que facilitam a caminhada. Bairros como Palermo, Cordón, Pocitos, Aguada, Barrio Sur, Ciudad Vieja e a tradicional avenida 18 de Julio podem ser os pontos de partidas para descobrir uma cidade com sabores irresistíveis e histórias incríveis. Pelas ruas, o ‘mate’ se destaca nas mãos de quase todos os uruguaios e desperta vontade nos turistas em experimentar os diversos sabores. Outra opção é seguir pela rambla, avenida que cruza a orla do rio da Prata e que leva a lugares como a Praia de Pocitos, considerada a Copacabana uruguaia, e também ao Parque

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Batlle. Só um detalhe: oficialmente o Oceano Atlântico só começa em Punta del Este, mas o ‘Prata’ está tão presente em Montevidéu que todos se referem a ele como ‘mar’. Em Punta Carretas e Pocitos estão shoppings, restaurantes e a vida noturna da metrópole. Passeios Mas se a sua escolha de partida for o centro, desça a 18 de Julio até a Plaza Independência, onde fica a sede do governo e dá acesso à Ciudad Vieja. No dia desta reportagem, servidores públicos da área da saúde protestavam em frente ao governo por melhores salários. A 18 de Julio abriga centenas de lojas, casas de câmbio, galerias de arte, universidades e museus e leva o turista para o centro histórico. A arquitetura dos velhos prédios que abrigam as centenas de galerias, conta a história da expansão da cidade, dos prédios clássicos à elegância dos anos 60. A Ciudad Vieja é o berço de inovações gastronômicas e culturais, com eventos de moda, dança, música e artes plásticas em suas esquinas, além de concentrar diversas casas noturnas, chamadas de ‘boliches’. As seculares cal-

çadas coloniais aos fins de semana servem de palco para os artistas das ruas de Montevidéu. Na região está o Mercado del Puerto. Construído há 130 anos pelo comerciante espanhol Pedro Saenz Zumarán, o prédio abriga 14 restaurantes com os melhores pratos da culinária uruguaiana. A parrilhada (a partir de R$ 30), o chivito (a partir de R$ 15), além dos vinhos uruguaios. Destaque para o Tannat, a uva que se adaptou muito bem no Uruguai. Entre os corredores, artistas oferecem caricaturas enquanto se saboreiam os pratos típicos do país. O desenhista Yel Del Mar retrata de uma forma cômica os rostos de turistas de todo o mundo que passam pelo tradicional mercado. Há mais de cinco anos, ele retornou ao país depois de ter morado em Porto Alegre para trabalhar com o que mais gosta de fazer: caricatura. “Sou feliz fazendo o que mais gosto e morando na cidade onde sempre quis viver”, disse ele, enquanto desenhava minha caricatura. Depois de uma parrilhada hora de levar algumas lembranças para o Brasil. Ao sair do mercado, entre as barraquinhas com souve-

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Somente no ano passado, o Uruguai contabilizou a visita de 217.511 brasileiros, um quarto do total que a vizinha Argentina recebeu em 2010

nirs, um grupo de turistas alemães encantavam o público presente com um flash mob. A cidade reserva surpresas a cada esquina. E vale a pena explorar cada rua e avenida caminhando em direção ao Zoológico Villa Dolores, localizado no bairro de mesmo nome. O local, que abriga mais de 550 espécies de animais (algumas em precárias condições de saúde), tornou-se propriedade municipal depois que os proprietários Don Alejo Rossell e Rius e Doma Dolores Pereira de Rossell, faleceram e doarem à cidade, em 1919. O preço de acesso é R$ 5. Os prédios do Banco Central, a Plaza Constituición, a Plaza Zabala, o Parque Rodó e o Obelisco, completam os cartõespostais da cidade. “Sou da Argentina, mas a cada ano visito Montevidéu e descubro um país cheio de mistérios. Gosto do tango daqui, mas não é tão bom quanto o nosso”, disse Luisana Canobbio, argentina em passagem por Montevidéu. Dica Uma dica interessante para quem pretende passear no Uruguai: o táxi é muito barato. Uma corrida de seis quilômetros custa cerca de R$ 3. Um vidro em grossa camada separa os passageiros dos motoristas. Perguntei para o taxista Fabián Canobbio se assaltos eram constantes. Ele disse que houve uma época em bandidos se passavam de passageiros e os assaltos se tornaram comuns. Mas em linhas gerais, a capital uruguaia é segura e garante tranquilidade aos turistas. De volta à 18 de Julio, me deparei com a Fuente de Los Candados, uma fonte ‘mágica’, que promete aos casais amor eterno se os nomes de ambos estiverem descritos nos cadeados trancados à fonte. Montevidéu é isso, uma mistura de sofisticação e beleza natural, uma das cidades mais visitadas da América do Sul e que se assemelham as paisagens européias. Com certeza, um encanto de destino para brasileiros. •

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AMOR Fuente de los Candados, no centro da cidade; dizem que os casais que colocam o nome ali garantem a relação

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Hi-Tech ENTRETENIMENTO

Brinquedo para maiores Neste mês tem o Dia é das Crianças, mas os brinquedos que simbolizam a data também podem ser para adultos

Hernane Lélis São José dos Campos

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iferentemente das outras datas comemorativas aguardadas pelas crianças, onde Papai Noel leva o presente e o coelhinho da Páscoa se encarrega do ovo de chocolate, o sucesso do Dia das Crianças com os pequenos depende exclusivamente de você. Se a “lembrancinha” não agradou a culpa não ficará com o Bom Velhinho ou com o pequeno animal. Por isso, já que a responsabilidade em agradar filhos, netos, enteados, sobrinhos, irmãozinhos é toda sua, nada melhor do que também poder desfrutar do presente. Pensando nisso, a revista valeparaibano selecionou algumas opções de brinquedos que vão deixá-lo animado como criança neste 12 de outubro.

Finale 11 A bola oficial da UEFA Champions League 2011/2012 chegou ao mercado no último mês mantendo a tradição das icônicas estrelas. O desenho é inspirado no troféu da Liga, incorporando as cores da competição. A Finale 11 da Adidas tem uma textura de diamante que permite melhor aderência em qualquer condição meteorológica, além de uma camada térmica que cria uma superfície sem costuras, garantindo trajetória e efeitos precisos nos chutes. Inspire-se nos maiores e melhores jogadores do mundo e transforme suas peladas de domingo em clássicos europeus –durante a semana a bola fica com as crianças.

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Helicóptero Phanter Quem nunca sonhou ser piloto um dia? O helicóptero da Candide pode ajudar, ainda que de brincadeira, a ter uma noção de como seria ter o comando de uma aeronave nas mãos. O Phanter possui controle remoto semiprofissional com três canais, garantindo alto desempenho em manobras. A altura máxima que ele atinge, com autonomia e segurança, é de 20 metros. O fabricante recomenda que o produto seja utilizado por crianças acima de 8 anos, ou seja, não menciona nenhuma restrição quanto ao uso por adultos. O modelo funciona com bateria recarregável –carregador bivolt incluso.

Xbox 360 O console promete ser a vedete de vendas no Dia das Crianças. A Microsoft reduziu o preço do aparelho no Brasil –mais um motivo para agradá-lo. O Xbox 360 pode ser encontrado nas versões 4GB e 250GB de memória. A dica é aproveitar a economia de até R$ 300 e levar para casa o modelo com maior capacidade de armazenamento e com kinect –acessório que usa o seu corpo como controle nos jogos. O videogame garante diversão a adultos e crianças com a variedade de jogos, alguns exclusivos e com foco em exercícios físicos e educativos.

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MacBook Air Ok, o novo notebook da Apple não é um brinquedo –pelo menos não em suas mãos. Mas certamente seu filho vai adorar ter um. Leve, rápido e de excelente portabilidade, o MacBook Air possui um processador Core 2 Duo de 1,4 GHz, uma controladora gráfica GeForce 320M, com 256 MB dedicados de memória e um touchpad multitoque grande e bastante confortável. O ponto fraco está na ausência de leitor de CD e DVD, motivo que lhe rendeu o apelido de netbook de Steve Jobs.

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Moda&estilo TENDÊNCIA

Tropicalismo fashion Cristina Bedendo São José dos Campos

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usadas, as estampas tropicais são a cara do verão brasileiro. Nesta temporada, prepare-se para encontrar muitas peças com estampas de folhagens, flores em diversos tamanhos e uma mistura de animais típicos da floresta, como tucanos, pássaros e borboletas. Quem trouxe de volta as influências à la Carmen Miranda foi a grife italiana Prada, que na coleção de Verão 2011 apostou no mix de frutas (principalmente bananas com listras super coloridas). Por aqui, marcas como Adriana Degreas, Pedro Lourenço, Triton e Ellus trouxeram o tropicalismo para a cidade. Nas modelagens, as peças deste tema são bem fluidas e seguem a estética mais glamourosa dos anos 70 por meio de materiais sofisticados, como seda, crepe de seda, entre outros tecidos esvoaçantes e nobres. Como usar As estampas ganham predominância de mistura de cores como verde, azul, alaranjados e rosas. Portanto, deixe o foco nas roupas e aposte em acessórios mais neutros, como bolsas estruturadas ou maxicarteiras. Nos pés, se a peça for curta, deixe o salto de lado e lance mão das rasteiras ou sapatilhas. Para as versões fluidas, aproveite os saltos blocos ou plataformas com materiais neutros.

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Look

ais s tropic a p m a t es adir as vão inv das vitrines lojas

g Coca Cola Clothiinng

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AREZZO A bolsa estilo saco é prática e ganha versões em couro tressê e combinações de cores neutras

Bolsas

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MODELOS

RAQUEL MANZATTI

Versões estruturadas dividem espaço nas araras com bolsas no estilo saco ou shopping bags mais verticais

A designer lança sua versão da bolsa mais cobiçada de Alexander Wang, com tachas na parte de baixo

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Espadrilles: os sapatos do verão Queridinha entre as celebridades internacionais, as espadrilles despontam como peça-chave do nosso verão no quesito calçados. E não é para menos: são versáteis, super estilosas e carregam a estética setentista no salto plataforma e nos solados de corda e amarrações no tornozelo. Por isso, são ótimas para acompanhar comprimentos mini: shorts, vestidos e saias mais fluidas ganham um toque romântico com os nós nos tornozelos. E há estampas para todos os gostos: com poás, florais, o tradicional zigue-zague étnico da grife italiana Missoni, listras, oncinha ou cobra. Vale ainda aproveitar o material natural do solado e combiná-lo com

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peças de alfaiataria para o dia a dia no trabalho –são ideais, pois não deixam os pés muito à mostra. E como esse modelo conta com amarrações no tornozelo, quem tem a canela grossa deve usá-las apenas com calças mais retas, que camuflem a região. O mesmo vale para quem tem pernas curtas –as amarrações tendem a encurtar mais ainda a silhueta. Compras Na hora de escolher um modelo para chamar de seu, preste atenção na altura do salto e no calce do sapato. Muitas vezes, por conta das amarrações, algum modelo ou outro pode sair do seu pé com facilidade.

Camila Alves, mulher do ator Mathew McConaughey, desembarcou no Brasil para estrelar a campanha da Datelli. As fotos foram feitas por Daniel Klajmic e a direção criativa leva a assinatura do designer Marcelo Pallotta, nome consagrado do cinema brasileiro. DESTAQUE

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Santa Lolla em estampa de cobra

A Santa Lolla trabalha com quatro temas principais para o verão e tem entre os destaques bicos finos para os scarpins ou oxfords de salto. As sandálias aparecem em versões minimalistas e dividem espaço com as espadrilles. O glamour fica por conta das peças com estampa de cobra que permeiam a campanha da marca.

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Tempos ModernosArtigo

Alice Lobo

Brasil proíbe produto nocivo à saúde em mamadeiras a partir de 2012

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ntes tarde do que nunca. Até que enfim o Brasil resolveu aderir ao grupo de países que prefere tomar atitudes de prevenção em vez de ver sua população prejudicada por químicos nocivos à saúde. Depois da União Europeia, onze Estados norte-americanos, Canadá, China, Malásia e Costa Rica proibirem a presença de Bisfenol A (BPA) em produtos infantis. A Anvisa (Angência Nacional de Vigilância Sanitária) começou a tomar o mesmo rumo, mas limitou-se às mamadeiras. A partir de janeiro de 2012, não permitirá que aquelas contendo esta substância sejam vendidas por aqui. Para muitos esse nome é desconhecido e pode parecer algo muito longe da realidade. Mas saiba que nao é. O Bisfenol A é usado em plásticos duros e transparentes que, quando aquecidos, liberam esta substância que desequilibra o sistema endócrino. Estudos mostram que ela tem o mesmo efeito que o hormônio estrogênio e pode causar diabete, infertilidade e câncer. Em bebês, a absorção do mesmo ainda é maior e, por isso, mais perigosa. Você já ouviu a história de que não faz bem para a saúde aquecer alimentos no microondas dentro de tupperware plástico? E que deixar garrafa PET no carro com água sob o sol dia após dia pode contaminar o líquido? Pois é, a razão

BISFENOL -A é uma substância que pode causar diabetes, câncer e infertilidade

para ambos é que substâncias, como o BPA, por exemplo, são liberadas em maior quantidade quando aquecidas e contaminam alimentos ou bebidas que serão ingeridos por nós ou ainda por crianças. Outro lugar onde pode ser encontrado o BPA é no interior de latas de alumínio. Já ouviu a história de que não se pode comer algo de uma lata que esteja amassada? É porque o verniz interno da mesma, quando rachado, faz com que o BPA presente em sua composição entre em contato com o alimento. Pois é, apesar do nome estranho você deve ter percebido que o BPA está muito mais no seu dia a dia do que você pensa, né? Por isso, algumas dicas são básicas, além dos alertas mencionados acima: 1. Com-

pre mamadeiras, chupetas, copos, pratos e talheres plásticos livres de BPA –e ainda evite aqueles que têm o número 3 ou 7, pois também podem conter a substância. 2. Troque os utensílios e tupperwares de casa pelas versões em metal, bambu ou vidro. Além de você ficar protegida, não deixa cheiro na comida nem no recipiente. 3. Não aqueça nem congele alimentos em recipientes plásticos. 4. Prefira as garrafas de alumínio reutilizáveis nas versões livre de BPA. Apesar de até recentemente os estudos terem sido feito somente em animais, pesquisadores italianos publicaram na revista Environmental Health Perspectives do mês de agosto que o efeito em humano é o mesmo. Então, pra que se arriscar? •

Alice Lobo Jornalista alice@valeparaibano.com.br

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Convulsão deve ter matado Amy Winehouse, diz pai da cantora

Notas & fatos

O pai da cantora britânica Amy Winehouse acredita que ela morreu por uma convulsão provocada pela abstinência após anos de bebedeiras. Em sua primeira grande entrevista desde a morte da cantora, em julho, Mitch Winehouse disse ao jornalista norte-americano Anderson Cooper que nenhuma droga ilícita teve participação no repentino falecimento dela. Winehouse disse que a única droga no organismo dela era o medicamento Librium, usado para ajudar pessoas em síndrome de abstinência pelo álcool. “Ela estava limpa (de drogas) há cerca de três anos (...). O problema dela era o álcool, nos últimos anos de vida (...). Ela recebeu uma receita de Librium, que é uma droga normal, dada a pessoas que estão se desintoxicando, e ela meio que reduz as chances de convulsão. Ela continuava tomando um comprimido desses todo dia.” “Ela teve uma série de convulsões acarretadas por beber demais, e aí parou de beber (...). Acho que foi isso que o médico disse, acho que ela teve uma convulsão e desta vez não havia ninguém lá para resgatá-la”, disse Winehouse.

Leonardo Di Caprio: “não ligo para o dinheiro” Leonardo Di Caprio, eleito o ator mais bem pago de Hollywood pelo ranking da revista Forbes, com um faturamento de US$ 77 milhões em 2010, disse ao jornal The Sun que não liga para fama nem ao dinheiro. “Eu nunca sei quais dos meus filmes fizeram dinheiro e os que não fizeram. Essa coisa nunca importou até eu começar a produzir filmes”, afirmou.

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“Mesmo agora digo que, a não ser que você queira provar que você pode carregar um filme com seu nome, tentar continuamente alcançar o sucesso de bilheteria é um beco sem saída”, afirmou. De acordo com a Forbes, a liderança no ranking de 2010 se deu principalmente devido a dois sucessos de bilheteria que o ator protagonizou: Ilha do Medo e A Origem.

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HOLLYWOOD

Whitney Houston de volta ao cinema

MÍDIA

Playboy quer segundo ensaio com Ellen Rocche No ar como Valéria, ajudante de Herculano Quintanilha em O Astro, novela das 23h da Globo, Ellen Rocche, que em muitas de suas cenas aparece em roupas mínimas e sensuais, despertou o interesse dos diretores da Playboy. A beldade foi convidada para estampar novamente um dos próximos ensaios da publicação masculina. Ela já posou em 2001. “Eles me convidaram sim, mas não tivemos nenhuma negociação. Não é o momento agora, quero me fixar na minha carreira de atriz, que é o meu foco no momento”, disse.

Quem falou o quê? “Fiz a primeira plástica aos 38 anos, o meu rosto foi todo recortado. Hoje, jamais faria aquilo” Regina Duarte, contou à revista “Contigo!”, ao ser questionada sobre os tratamentos estéticos e cirurgias que faz por causa do trabalho como atriz na TV

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FBI apura vazamento de fotos da atriz nua O FBI investiga o vazamento na internet das fotos em que Scarlett Johansson aparece nua. As imagens teriam sido roubadas do celular da atriz e foram divulgadas no Twitter do site I Like Girls Daily. Nas fotos Scarlett aparece deitada em uma cama com os seios à mostra e em pé, de costas para um espelho. Marty Singer, advogado da atriz, confirmou que as fotos são dela e que a artista irá tomar as providências legais contra os infratores que teriam invadido seu celular e publicado as fotos. Outas celebridades como Vanessa Hudgens, Jessica Alba e Miley Cyrus estão entre vítimas de fotos pessoais divulgadas na internet.

”Nunca liguei para ara essa coisa de serr considerada a gostosa burra” Sabrina Sato , em entrevista à “Marie Claire”, diz que a “gostosa a burra” é, na verdade, sua personagem nagem

”Hoje jamais largaria o trabalho por amor nenhum do mundo” Stephany Brito, em entrevista à revista “GQ Brasil”

Longe dos estúdios de Hollywood desde 1996, quando protagonizou o longa Um Anjo Em Minha Vida, a cantora Whitney Houston, 48 anos, está planejando sua volta ao mundo do cinema. De acordo com o The Hollywood Reporter, ela deve estar no remake do filme Sparkle, originalmente rodado em 1976. O roteiro do filme foi inspirado no trio The Supremes, que fez sucesso nos anos 1960. Whitney deve viver a mãe da protagonista Sparkle Williams, a mais talentosa do grupo, que por sua vez deve ser vivida por Jordin Sparks, 21 anos, vencedora da sexta temporada do American Idol. Outro ator que está cotado para o elenco é Mike Epps, 40 anos, que deve interpretar um comediante de stand up que se casa com uma das três cantoras do grupo e a leva para o mundo das drogas. Vale lembrar que Whitney lutou durante anos contra seu vício em drogas. Em 2009, ela declarou estar limpa e voltou para carreira musical. Porém, em maio deste ano, a cantora se internou novamente em uma clínica de reabilitação. No mês seguinte, foi noticiado que ela havia contratado um enfermeiro para ficar de olho nela 24 horas por dia, sem deixá-la usar drogas de novo.

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ValeViver MÚSICA

Berço ameaçado Adriano Pereira Chicago (EUA)

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urrado, recriado, mal falado, rebelde, colorido, com laquê no cabelo, pesado, cheio de tatuagens, esse senhor que completa 60 anos de batismo em 2011 já viveu boas histórias. Em 1951, quando o DJ Alan Freed resolveu chamar aquela batida acelerada de rock ‘n’ roll era impossível imaginar que ele estava dando nome a um estilo de vida, algo acima de um gênero musical. A revista valeparaibano foi até os estúdios das Chess Records, em Chicago, nos Estados Unidos, para conhecer o berço desse fenômeno. Das raízes no blues eletrificado até as mais diversas vertentes existentes hoje, o rock não dá sinal de velhice mesmo podendo frequentar os bailes da terceira idade. Bem antes de Freed se autointitular “Moondog” e criar um programa de rádio dedicado ao rock ‘n’ roll, o estilo já vinha se formando nas ruas de Chicago. Vindos do sul dos Estados Unidos a procura de empregos e fugindo da escravidão dos campos de plantio de algodão, nomes como Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Memphis Slim e Little Walter desciam na estação de trem da Maxwell Street, região sul de Chicago. Na bagagem, além da esperança de sobrevivência, um violão ou uma gaita. Os músicos de blues já frequentavam a Maxwell antes deles, a rua tinha uma vida in-

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No ano em que o rock ‘n’ roll completa 60 anos de batismo, fomos conhecer as raízes desse gênero que mudou o mundo e nos deparamos com o abandono com o qual sua história é tratada

tensa e movimentada bem diferente da atual. Vendedores de tudo e de todos, pensões, lanchonetes e blues dividiam cada centímetro de calçada durante os anos 30, 40 e 50. Foi numa dessas esquinas que Muddy Waters, em 1943, depois de uma viagem de trem de 16 horas desde Memphis, resolveu mudar o ritmo. Eletrificou seu violão e mostrou aos próximos da fila qual seria o caminho. Criou o que hoje se conhece como Chicago Blues, a base para criação do rock ‘n’ roll. Durante anos a Maxwell Street foi o palco de todas as lendas do blues. Em meados de 60 a Maxwell começou a conhecer a decadência com as drogas, o abandono do poder público e a crescente onda de violência no sul de Chicago. A antiga Maxwell esta hoje confinada em um único quarteirão no meio da vila universitária da cidade. Ganhou estátuas na calçada e a história em painéis, mas não se ouve música em nenhuma de suas esquinas. Em dias sem o brilho de outros tempos vive também a Chess Records, endereço que se transformou até em nome de música dos Rolling Stones. No número 2120 da South Michigan Avenue, o prédio e o lendário estúdio onde Chuck Berry gravou quase todos os seus hits continua preservado, mas sem prestígio. Nos “anos dourados”, diz a lenda, Alan Freed viajou de carro até Nova York com 10 cópias do compacto de “Maybellene” para divulgar nas rádios. Antes de chegar de volta a Chicago já havia uma encomenda de mil cópias.

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Fotos: Flรกvio Pereira

MAXWELL Estรกtua de bluesman na rua em que nasceu o blues moderno

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ValeViver

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HISTÓRIA A atual fachada da Chess Records, ao sul de Chicago

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Origem A gravadora nasceu da vontade dos irmãos Leonard e Philip Chez em registrar de maneira apropriada aquele som que vinha da Maxwell. Muddy Waters foi o primeiro e carregou a fama de influenciar todos os próximos que viriam nas décadas de 60 e 70, inclusive os Beatles e os Stones. O estúdio fechou suas portas em 1967, mas continua no mesmo endereço, com as paredes preservadas e um pouco da história resistindo ao tempo. O nome Chess sumiu da fachada e o que está escrito no letreiro é “Willie Dixon’s Blues Heaven Foundation”. Dixon era conhecido como “o poeta do blues”, gravou mais de 500 músicas no estúdio da Michigan Avenue produzindo, arranjando e tocando contrabaixo em sessões com todos os grandes nomes da história. Em 1993, sua viúva, Marie Dixon, comprou o prédio da Chess e criou a fundação. O que deveria se tornar um ponto de peregrinação de fãs do mundo todo, e viver lotado, é atualmente um museu simples e que recebe pouquíssimos visitantes por dia. “Gostaria que fosse diferente, mas o importante é a iniciativa em preservar essa memória. Não recebemos dinheiro do poder público, vivemos de doações e queremos continuar assim. A intenção de Marie nunca foi transformar isso numa Disneylândia”, diz Kevin Mabry, diretor da fundação que tem entre suas principais missões ajudar músicos aspirantes com contratos, pagamento de direitos autorais e questões legais. É possível passear pela sala do estúdio onde todas essas lendas gravaram seus clássicos. O tour, que custa US$ 20, inclui a exibição de um vídeo contando a história da gravadora, a exibição de instrumentos musicais e quadros pintados por Ron Wood, guitarrista dos Rolling Stones. Mas nada da mobília é original, nem dos equipamentos exibidos. “Tudo isso foi doação, nada restou da época em que a Chess funcionava aqui”, lamenta-se Mabry. A mesma falta de zelo com que esse marco da história do rock foi tratado durante anos, ocorreu no famoso filme “Cadillac Records”, que tenta de maneira bastante fantasiosa contar a história da Chess. “O filme tem uma série de erros. Desde a história da fundação até as épocas em que foram lançadas algumas canções. Artistas que estão retratados ali como colegas nem chegaram a conviver na mesma época. Mas, é Hollywood, e não devemos acreditar em tudo”, diz o diretor.

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Foto: Claudio Vieira

CLUBES Buddy Guy cantando no seu clube, o Legend’s na região nobre da cidade

”O importante é preservar essa memória. Não recebemos dinheiro do poder público, vivemos de doações e queremos continuar assim” De Kevin Mabry, diretor da Fundação Willie Dixon’s Blues Heaven

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Chicago Se Hollywood pelo menos tentou, Chicago estranhamente parece renegar essa história. O turista que quiser mergulhar nessa viagem está por sua conta. A cidade não distribui nenhum folder sobre isso e só anuncia essa trajetória na época em que acontece o Festival Anual de Blues, esse sim um evento rentável para os cofres públicos. Segundo o departamento de turismo da cidade, as questões que envolvem esses marcos passam por impedimentos legais e de propriedade. Por exemplo, a casa em que Muddy Waters viveu está numa disputa familiar há anos e ninguém quer se meter nessa confusão. A residência fica na região sul de Chicago num local que é chamado de “Blues District” e que está bem longe de ser considerado um ponto turístico. O bairro é dominado por gangues, os clubes de blues desapareceram e ninguém, nem mesmo as autoridades do município, sugerem um passeio por lá. Alguns clubes ainda resistem. É o caso do

Legend’s, criado pelo lendário Buddy Guy. O local ainda recebe artistas e ganhou novo endereço reformado em 2010, longe da região sul e próximo ao nobre “Loop” de Chicago, a região central preferida por turistas. Outro clube é o Kingston Mines, na região norte da cidade, onde também se localiza o Rosa’s Lonuge. Mas ambos não vivem seus melhores dias. O blues em Chicago existe para quem quiser procurar, mas não é algo explorado como todas as outras coisas são nos Estados Unidos. “Temos nosso festival anual”, diz uma assessora de imprensa do Departamento de Turismo. É pouco para uma história tão importante. Tudo deveria ser como a frase escrita em um mural descascado no coração do “Blues District”: “O blues se tornou um som importante de Chicago e grandes músicos surgiram... É importante lembrarmos porque nossos ancestrais vieram para Chicago, só assim poderemos continuar construindo seus sonhos”. • * Nossa equipe viajou com o apoio cultural da Foot Company

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CULTURA

Criatividade em alta Fundação Cultural Cassiano Ricardo muda o foco e tenta criar nos artistas e produtores de São José dos Campos uma independência do poder público usando os conceitos da chamada economia criativa

Adriano Pereira São José dos Campos

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alta espaço, falta apoio, falta dinheiro, falta política cultural, só não falta talento. Experimente perguntar para um artista local o que o impede de brilhar num grande palco ou nas telas de cinema e o discurso parece ensaiado. Durante anos, e até hoje, a dependência do poder público para que projetos culturais sejam realizados é quase uma regra. Haja vista a “indústria” cinematográfica brasileira, que não sobrevive sem leis de incentivo e chega às salas de cinema sem a obrigação de trazer lucro, afinal, o filme já está pago. A realidade local não é muito diferente. Salvas as iniciativas do Sesc (Serviço Social do Comércio), de alguns raros produtores que já se adequaram à nova realidade de mercado e da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, a cena cultural de São José dos Campos não decola com as próprias asas. As distâncias no mundo se encurtaram e os meios de produção, divulgação e venda acompanharam essa mudança. “Observamos que grande parte dos produtores culturais e os artistas da cidade

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Fotos ilustrativas/divulgação

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não estão adequados a esse modelo que nem é tão novo. Nosso papel na FCCR é fomentar, por isso, resolvemos criar cursos, workshops e palestras para que esses profissionais comecem a ter esse conhecimento. Você pode ser a sua empresa, seu produto”, diz Mário Domingos de Moraes, presidente da fundação. Neste mês, uma turma ligada à moda já está assistindo a palestras, cursos, workshops e trocando ideias com gente da área. O resultado disso será conferido na 1ª Semana da Economia Criativa que será realizada de 31 de outubro a 4 de novembro, no Parque da Cidade, e é uma parceria entre a FCCR, Assessoria de Políticas para Pessoas com Deficiência de São José dos Campos, Casa do Idoso, Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Sesi (Serviço Social da Indústria)e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Mas a intenção da FCCR é ampliar isso para outras áreas da cultura com música, artes cênicas, artes plásticas e por aí em diante. Isso tudo parte dos conceitos que cunharam o termo que está na moda: economia criativa. Ele baseia-se em atividades com origem no talento e nas habilidades individuais, que tenham conteúdo criativo e valor econômico. Um ciclo que engloba a criação, produção e distribuição desses produtos e serviços criativos, agregando valor ao ativo intelectual. Trocando em miúdos, é a habilidade de usar a criatividade e o conhecimento para lançar produtos e serviços inovadores, capazes de gerar renda e empregos. Idealizado há 13 anos na Inglaterra, mas ainda desconhecido no Brasil, o modelo vem sendo apropriado por empreendedores de diferentes segmentos de negócios –como moda, design, arquitetura, audiovisual, educação e novas mídias– que já entenderam como a arte e a cultura podem agregar valor a bens e serviços. “A criatividade é a bola da vez. No início, o paradoxo da globalização era que o mundo estava mais aberto e sem fronteiras físicas na produção cultural, colocando em risco as raízes de uma cultura. Mas quando a criatividade se transforma em algo concretizável deve ser aproveitada, e os artistas são criativos por natureza, ou seja, eles já têm em mãos a parte mais importante do processo”, explica Ana Carla Fonseca, assessora em economia criativa para a ONU (Organização das Nações Unidas).

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Conceito O que parece simples não é simplório. É óbvio que uma peça de teatro, um disco ou qualquer outro produto cultural necessita de uma boa divulgação para se chegar ao consumidor e isso pede verba. A mudança neste modelo está no processo que aproveita todas as ferramentas que o mundo atual permite, ou seja, se as distâncias se encurtaram, se o planeta está interligado, isso deve ser visto como oportunidade e não como obstáculo e o poder público não pode, e nem deve, ser a única fonte de dinheiro para que isso aconteça. “Ter uma política pública séria, contínua, voltada ao longo prazo (não só para economia criativa, mas para qualquer eixo de desenvolvimento) é fundamental para impulsionar o empreendedorismo local, ou, no mínimo, para não dificultá-lo. Nem sempre se trata de injetar dinheiro ou de dar foco a isso, muitas vezes é mais importante investir em capacitação, em acesso a crédito (empréstimo não é fundo perdido), em desburocratização, em flexibilização de políticas tributárias, alfandegárias ou previdenciárias”, diz Ana Carla sobre o papel

dos governos neste processo. É nesse caminho que a FCCR tenta quebrar o paradigma de “paizão” da produção cultural joseense e passa a ser parceira na formação de uma classe mais “antenada” com o mundo. “A iniciativa é legal. O mercado pede que os artistas se virem, não sejam apenas criadores. O papel do poder público é apresentar projetos e os artistas devem se adequar a eles. Não podemos ficar esperando que façam por nós”, diz o músico Joca Freire. Na opinião de Ana Clara, o empreendedor cultural tem que ser “empreendedor de fato, ou seja, entender-se como agente econômico, não só com conteúdo cultural e criativo, como gestor de seu negócio”. Em tempo, um negócio bastante próspero. Pesquisas feitas pela Incubadora de Empreendimentos da Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro (Rio Criativo) mostram que 2,59% do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil está diretamente vinculado a produção cultural. Atividades relacionadas geram mais 5,37% e outras de apoio mais 8,39%. O total dessa cadeia significa 16,53% do PIB, algo em torno de R$ 3,5 bilhões em 2010. Um mercado bastante atraente. •

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CINEMA

Remake adaptado História escrita por Alexandre Dumas continua rendendo nos cinemas, mas versão criada agora por Paul W. S. Anderson é a que mais se afasta da trama original de 1844

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Fotos: divulgação

Franthiesco Ballerini São Paulo

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or que fazer um remake de um filme que já teve pelo menos cinco versões anteriores feitas só por Hollywood? Por uma razão simples: as produções anteriores deram certo, Hollywood está arriscando muito pouco em roteiros originais em tempos de crise financeira nos EUA e, por fim, existe uma novidade para oferecer ao espectador: a tecnologia em 3D. É por essas razões que chega às telas brasileiras, no dia 12 de outubro, mais uma versão de “Os Três Mosqueteiros”, agora dirigida por Paul W. S Anderson (“Resident Evil”) e

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estrelada por Orlando Bloom, o vencedor do Oscar Christoph Waltz, a atriz Milla Jovovich (estrela de “Resident Evil”, mulher do diretor), e os pouco conhecidos Logan Lerman (“Percy Jackson e os Ladrão de Raios”), Ray Stevenson, Luke Evans e Matthew Macfadyen. Trata-se de uma nova versão do romance histórico do francês Alexandre Dumas, publicado em 1844, parte de uma trilogia que reúne fatos importantes dos reinados dos reis Luis 13, Luis 14 e da regência que governou a França entre ambos os reis. O título “Os Três Mosqueteiros” foi aceito por Dumas, mas contém um absurdo, já que os heróis são, na verdade, quatro. Ele deixou o título –sugerido por um encarregado do folhetim que publicara a história na época– porque argumentou que ajudaria para o sucesso da obra. E assim como a trilogia de

Dumas, a ideia de Paul. W. S. Anderson é iniciar também uma trilogia no cinema, mas tudo vai depender do retorno de bilheteria a partir deste mês. Só para lembrar, já passaram nos cinemas versões como o filme mudo de 1921 de Douglas Fairbanks, uma superprodução com Gene Kelly de 1948 (por enquanto a mais fiel à trama de Dumas), uma versão mais cômica de Richard Lester de 1973, dividida em duas partes, e a mais recente, de 1993, estrelado por Charlie Sheen, Kiefer Sutherland e Chris O’Donnel. Isso sem falar das inúmeras versões francesas, que começaram nos primeiros anos do século 20, assim que o próprio cinema nasceu. Paul W. S. Anderson muda consideravelmente o aspecto geral da trama, baseada na história de D’Artagnan, abandonado aos 18 anos, que vai a Paris se tornar os membros pro-

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PERSONAGENS

Milla Jovovich vive a bela dama usada pelo vilão Orlando Bloom (ao lado), o inimigo dos mosqueteiros

tetores do rei, os mosqueteiros. Lá, conhece os mosqueteiros inseparáveis Athos, Porthos e Aramis. Com eles, vai proteger Luis 13 e a rainha Ana d’Áustria. Entre os inimigos está o Cardeal Richelieu e Milady (Milla Jovovich), bela mulher a serviço de Richelieu, casada anteriormente com Athos, sem falar dos ingleses, eternos inimigos da coroa francesa. A versão em 3D caprichou naquilo que mais importa na tecnologia, as cenas de ação e a fotografia. Batalhas aéreas, como nos navioszepelins, são de tirar o fôlego, embora pouco diferente do que os filmes de ação em 3D têm oferecido nos últimos anos. Importa mesmo, no final das contas, a história de Alexandre Dumas. O difícil foi transformar o quarteto mosqueteiro em uma trupe com química suficiente para garantir uma trilogia, o que provavelmente não é o caso. Falta liga entre os atores na maioria das cenas, disfarçadas pela exuberância visual. Efeitos visuais Isso porque Paul W. S. Anderson sabe que está fazendo um produto cujo público, em sua maioria, desconhece a história de Dumas, jovens abaixo dos 25 anos. Por isso, caprichou nos efeitos visuais ao estilo videogame, pois é isso que importa para esta nova geração. São tantos os efeitos visuais e tamanha a imaginação das batalhas aéreas que o longa está mais para ficção-científica do que aventura histórica. D’Artagnan (Logan Lerman), ao lado de Athos (Matthew MacFadyen), Porthos (Ray Steven-

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son) e Aramis (Luke Evans) enfrentam vilões ainda mais excêntricos que as versões anteriores, como a repaginação de Milady (cujo diretor a chamou de “Bond Girl do século 17”) e Rochefort (Mads Mikkelsen), sem falar em Richelieu, cuja interpretação por Christoph Waltz é meio apagada, dando saudade de seu vilão nazista vencedor do Oscar por “Bastardos Inglórios”. Orlando Bloom faz o Duque de Buckingham, inimigo inglês dos mosqueteiros, cujo objetivo é conquistar o continente todo, nem que seja por meio de uma guerra. “Os Três Mosqueteiros” foi rodado na Bavária, nas poucas cenas não-computadorizadas, visto que o filme é inteiramente pensado para 3D, embora esteja sendo lançado também na versão tradicional. Trata-se de uma produção conjunta entre a Alemanha e os Estados Unidos. Isso porque uma parte considerável do dinheiro do filme veio de fontes alemãs, como o Bavaria Bank Fund, TV Fund, Berlin-Brandenburg Medienboard e German Film Board. Para compensar a grana, no início do filme aparecem reinos europeus da época e um fictício chamado Wurtzburgo. Trata-se de uma cidade onde grande parte do filme foi rodado, na região da Bavária (ou Baviera). No lugar do Palácio de Versalhes, onde acontece a trama original, entrou o palácio Fürstbischöfliche Residenz, também desta região da Alemanha. O resultado é um filme que remete muito pouco à obra de Alexandre Dumas, porém completamente adaptada às exigências das novas gerações tecnológicas do século 21, o

que pode garantir uma boa bilheteria. Os investidores ainda não deram sinal verde para o segundo filme –temerosos com o retorno do primeiro. Enquanto isso, Paul W. S. Anderson trabalha naquilo que se tornou sua melhor fonte de dinheiro da carreira, a franquia “Resident Evil,” cujo novo filme, “Resident Evil – Retribution”, já está sendo produzido. E protagonizado pela mulher dele, claro. Remakes Enquanto isso, Hollywood se prepara para lançar outros remakes de tramas que já rodaram as telonas muitas vezes. No Natal deste ano, a Disney lança “Os Muppets”, provavelmente em 3D, da história que tomou conta da TV nos anos 1980 e já faturou alto nos cinemas nos anos 1970 e nos anos 1990. Também para a época das férias vem o terceiro filme de outra franquia, “Alvin e os Esquilos 3”, sem falar na versão de Steven Spielberg para outra história de sucesso falado em francês, “As Aventuras de Tim Tim”, do belga Georges Prosper Remi, com Jamie Bell e previsto para estrear em janeiro no Brasil. E para não dizer que falta originalidade nos remakes, que tal fazer um combo de remakes? É o caso de “Os Vingadores”, filme que estreia em abril de 2012, reunindo os heróis de Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk, entre outros, estrelando Robert Downey Jr., Scarlett Johansson e Samuel L. Jackson. Batman? Homem Aranha? Calma, eles também voltam em 2012. Hollywood não iria deixar de fora seus campeões de bilheteria.•

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Música&mais O beatle mais novo Pela primeira vez no Brasil, Ringo Starr faz seis shows em novembro, e ainda há ingressos disponíveis Adriano Pereira São José dos Campos

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ela primeira vez em terras brasileiras, Ringo Starr e sua All Starr Band aterrissam para uma série de shows em diversas capitais do país. Com a mesma turnê que já passou ou ainda está por passar por países como Ucrânia, Rússia, Suécia, Noruega, Dinamarca, Polônia, Inglaterra, França, República Checa, Itália, Holanda, Alemanha e Áustria, o ex-Beatle se apresenta aos fãs de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Recife. A All Starr Band vem excursionando de forma consistente, desde o ínicio, em 1989. Baseado no conceito de que “cada membro é uma estrela no palco”, cada apresentação traz Ringo mostrando canções tanto de sua carreira solo, quanto dos Beatles. E cada um dos membros da All Starr Band também traz sua contribuição pessoal ao espetáculo. Já fizeram parte da banda grandes nomes da música como Joe Walsh, Dr.

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John, Todd Rundgren, Timothy B. Schmidt, John Entwhistle, Peter Frampton, Sheila E., Rod Argent e Paul Carrack. Canções como “It Don’t Come Easy”, “With A Little Help From My Friends”, “Yellow Submarine”, “Don”t Pass Me By”, “Octopus Garden”, “Photograph”, “Back Off Boogaloo”, “You’re Sixteen (You’re Beautiful And You’re Mine)”, “Don’t Go Where the Road Don’t Go”, “The No No Song” e “Never Without You” devem fazer parte do repertório dos shows. Ringo foi o último a entrar para o quarteto, substituindo o baterista Pete Best. Nascido de uma família humilde no subúrbio de Liverpool (diferente dos outros três), ele sempre foi ofuscado pelo talento da dupla Lennon/McCartney e até por George Harrison. Em São Paulo, os shows acontecem nos dias 12 e 13 de novembro com configurações diferentes para cara apresentação. Para a primeira data os ingressos custam de R$ 130 a R$ 700 e no segundo dia os preços vão de R$ 130 a R$ 800. Podem ser comprados pelo site www. ticketsforfun.com.br ou pelo telefone (11) 4003-5588.

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BIOGRAFIA

Destaques dos shows de Montreux, desde sua primeira aparição, em 1973, até o último em 1991

Acompanhe as notícias do mundo da música por meio do blog http://solta opause.com.br

A história da moça que teve uma educação repressiva no sul da Califórnia e se transformou em fenômeno

WEB

Fotos: Divulgação

BEATLES

CD’S & MAIS

Livro com cartas de Lennon sai em 2012

VALE DESTAQUE COLDPLAY “Mylo Xyloto” O novo do Coldplay já vem com as tradicionais acusações de plágio, mas para os fãs isso pouco importa. Sai no fim do mês

MISFITS “The Devil’s Rain” Os veteranos do Misfits resolveram sair do hiato e chegam com disco novo e o velho punk rock

RYAN ADAMS “Ashes & Fire” Chega finalmente o disco solo de Ryan Adams sem a particpação de Neal Casal e companhia

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O autor Hunter Davies anunciou o lançamento de um livro com cartas de John Lennon no próximo ano. A publicação reunirá mais de 250 cartas e cartões escritos à mão pelo ex-beatle. Davies foi o responsável pela única biografia oficial dos Beatles na década de 60 e buscou todas as notas pessoais escritas por Lennon. É a primeira vez que Yoko Ono, a viúva do músico, deu permissão para que seus escritos privados fossem lançados. “Encontrei um monte de letras que ninguém nunca viu. Você o enxerga como uma alma torturada. Você o vê sendo engraçado, mostrando força, deprimido, em diferentes estágios. A primeira reação dele a qualquer emoção, se era fúria ou espanto ou ódio, não era ir diretamente para o piano ou a guitarra. Ele tinha mais chances de pegar uma caneta e escrever. E ele escreveu letras tão divertidas”, concluiu Davies.

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Ponto Final

Arnaldo Jabor

A nova galeria de chatos

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stou num elevador vazio, indo para o vigésimo andar. Entra um cara, e me olha. Eu, precavido, já estou de cabeça baixa. Fico tenso de dúvida: “Ele ousará falar?” –eu penso. “Falo com ele?” –ele pensa. Passam uns andares. “Ele não vai aguentar” –eu penso. Não dá outra: “Você não é aquele cara da TV?” “Sou... há, há.” –sorrio, pálido, fingindo-me deliciado. “Só que eu esqueci teu nome... Como é teu nome mesmo?” Penso em enforcá-lo na gravata de bolinhas, mas respondo: “Arnaldo”. “Não; é outro nome. Qual é mesmo?” Desesperado, murmuro: “Jabor”... “É isso, porra! Claro... E é você mesmo que escreve aquelas coisas?” Penso, sorrindo: “Não... é tua mãe que me manda lá da zona...” Como eu apareço peruando na TV, dá nisso. O sujeito pensa que é íntimo, pois quando ele transa com a mulher de noite, estou olhando da tela. Já escrevi sobre os chatos, mas tenho de repetir porque eles evoluem e agora se expandem pelas redes sociais. São os novos chatos digitais que abundam (sic) nos twitters e facebooks. Podemos chamá-los de “e-chatos” que me atormentam com e-mails loucos ou produzem textos ridículos com meu nome. Todo dia surge uma nova besteira, com dezenas de e-mails me elogiando pelo que eu “não” fiz. Três senhoras me abordam: “Teu artigo na internet é genial! Principalmente quando você escreve: ‘As mulheres são tão cheirosinhas; elas fazem biquinho e deitam no teu ombro...’’ “Não fui eu”, respon-

DESABAFO “Solidão e desamparo de um cronista de TV” do. Elas não ouvem: “Modéstia sua! Finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres! Você também escreveu que ‘bunda dura’ não é importante. Fiquei felicíssima, porque tenho bunda mole!” (Juro que é verdade). Claro que gosto de conversar com eventuais leitores ou ouvintes. Não sou tão chato assim. Muitos são ótimos e gentis. Mas, tem cada um... O fundador da estirpe é o célebre “chato-de-galochas”, cujo nome provém do sujeito que calçava as galochas e saía de casa com chuva torrencial para chatear alguém a domicilio. Seria o chato “on delivery”. Agora, surgiu um tipo perigoso: o “chato-autocrítico”. Ele chega com um sorriso constrangido e confessa logo de saída: “Eu sei que sou chato... ha... ha... mas, desculpe eu perguntar: na sua opinião, o Lula vai voltar?” Além do autocrítico, há o chato-crítico ou o “chato do mas”, que te agarra na rua e começa com elogios rasgados: “Você é o máximo, mas você disse uma besteira horrível, outro dia. O PIB da China não é aquele,.. Tá por fora! Tem de ler mais economia, hein? ” Outro dia, sofri um assedio inédito: os “chatos em dupla”. Eu estava no aeroporto, às oito da manhã, quando eles vieram. Veio um e começou a me inquirir gravemente sobre o Oriente Médio. Suando frio, comecei a resmungar com a boca pastosa, quando surgiu um outro, desconhecido do primeiro. Eis que o novo chato interrompeu o

titular da posição com perguntas ansiosas, se eu achava que a Dilma estava indo bem, etc... Aí, deu-se o conflito: os dois passaram se digladiar na minha frente pelo direito ‘hierárquico’ de me encher o saco. “Eu cheguei primeiro, tenho prioridade, depois você fala!” Parei de sofrer e fiquei maravilhado com a rica ‘biodiversidade’ da espécie. Nesta nova galeria, há veteranos, como o chato da Ponte Aérea... Quando você entra, ele já te viu de longe. Você pensa: “Será que ele me viu?” Você finca os olhos no jornal, com temor e esperança. Dali a pouco, passos a teu lado, uma maleta pousa no chão e ele gruda: “Posso lhe dizer uma coisa? Acho que você devia falar menos de política e ver o lado humano do cidadão comum... Trata-se do “chato conselheiro”, que, em geral te deixa um cartão de visitas: “Se precisar, liga.” Outro dia, houve a apoteose do chato do autógrafo. Fazia eu um modesto xixi num banheiro de cinema, quando o cara chegou: “Me dá um autógrafo?” Fiquei uma arara: “Estou fazendo xixi.... porra... tu quer o quê?” E ele: “Qual é a tua? Tá pensando que eu sou viado? Enfia esse autógrafo, etc...” Em geral, chato é carente, com uma ponta de sadismo. Por isso, não adianta resposta malcriada. Uma técnica que funciona é chatear o chato. Seja o chato do chato. Ele pergunta: “Você vai fazer outro filme, já que esse não deu grana?” Aí,vocêretruca:“Oquevocêestáachando do PMDB?” O Tom Jobim, uma das maiores autoridades em chatos, me ensinou um truque infalível: “Use óculos escuros. O chato fica desorientado, pois ele adora ver o próprio rosto refletido em teus olhos desesperados”. •

Arnaldo Jabor Jornalista e cineasta

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