JEISON RODRIGUES
Referência na região, i9 Academia chega aos 19 anos Página 04
REPORTAGEM ESPECIAL
Mostra Glass começa em outubro e está em vitrine nacional Página 17
Konstanz, uma das cidades alemãs mais lindas que já fui Página 22
Com certeza atingimos o principal foco da viagem à Alemanha
Página 21
A terceira reportagem da série sobre os desafios comuns nas cidades do Vale do Sinos ouviu dirigentes de entidades e empresários e aponta que é preciso fazer ajustes na bússula para a região voltar a ser protagonista em inovação
Páginas 10 a 15
Estância Velha: 4 candidatos estreiam na majoritária
Leia também que o clima está muito tenso em cidade da região
Concentração política fora da Rua Grande
Saiba ainda o que a OAB-SL espera do futuro prefeito
04 - Jeison Rodrigues
Referência na região, i9 Academia chega aos 19 anos
06 e 07 - João Ávila
Em Estância Velha, quatro candidatos estreiam na majoritária
08 - José Nunes
Concentração política fora da Rua Grande
10 a 15 - Reportagem especial
Como retomar o caminho de inovação e tecnologias
16 - Cidades do futuro
Na cidade do futuro, pessoas precisam de respeito, caráter, amor e gentileza
17 - Camila Veiga
Mostra Glass começa em outubro e está em vitrine nacional
18 - Esporte
Inspirados por Bianca Lima, atletas da Aleca enfrentam desafio nacional
19 e 20 - Giro pelo Vale
Estância Velha celebra 65 anos com atividades até o fim do mês
21 - Cláudio Alves
Compartilhando nossa viagem à Alemanha
22 - Marina Klein
Konstanz, uma das cidades alemãs mais lindas que já fui
23 - Memórias
Reminiscências de Dona
Wally e os caminhos da Rota Romântica
23 - Rodrigo Giacomet
Perdemos referências... perdemos mesmo?
A terceira reportagem da série sobre os desafios comuns nas cidades aborda o desenvolvimento tecnológico e a inovação, assuntos essenciais hoje e para o futuro. Por muitos anos, o Vale do Sinos e a região se destacaram no Brasil como fonte de inovação, com a criação de novas soluções e a fundação de alguns dos principais parques tecnológicos do país. Foi aqui também que grandes multinacionais escolheram fazer morada e apostar
nos talentos locais para crescer ainda mais. No entanto, nos últimos anos, essa força inovadora parece ter perdido tração. Ou, talvez, esteja precisando de um ajuste na bússula. Nos últimos dias, a reportagem conversou com dirigentes de entidades da região e empresários para tentar traçar um rumo de como o Vale do Sinos pode retomar o caminho e protagonismo na inovação.
Especialistas apontam soluções como a elaboração de um
planejamento estratégico que unisse todos os players que atuam no setor. Também há quem defenda a conexão de startups locais às vocações da região e, ainda, que os principais desafios para o Vale voltar a inovar estão relacionados à conexão e ao conhecimento a respeito da inovação. Leia também as colunas João Ávila e José Nunes sobre as eleições. E, ainda, a análise e a opinião de colunistas referências na região. Boa leitura!
A imagem de capa desta edição, de autoria do fotógrafo Marcelo Camargo, foi escolhida para destacar que o mundo virtual, quando bem utilizado e de forma correta, pode ser aliado na construção e no desenvolvimento da região.
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Publisher: Rodrigo Steffen
Coordenação editorial:
Jeison Rodrigues
Editor-chefe: Éder Kurz
Supervisora de circulação: Ana Kich
Gestor comercial: Rodrigo Steffen
Reportagem: Éder Kurz, Reinaldo Ew e Luis Guilherme Zambrzycki
Projeto gráfico e diagramação: Antônio Corrêa
Redes sociais e mídias
digitais: Kátia Caxambu
Vídeos: Dhienifer Martins
Tiragem: 5 mil exemplares
Impressão: Araucária
Indústria e Editora
O Jornal O Vale faz parte do projeto O Vale, da Vale TV e Portal Valedosinos.org, com 40 edições entre 26 de outubro de 2023 e 03 de janeiro de 2025, integrando as comemorações pelo Bicentenário da Imigração Alemã
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Jeison Rodrigues
Jornalista
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Fundada em 2005 pelos sócios Alexsander de Vargas e Renato Kieling Neves, a i9 chegou aos 19 anos, em 1º de setembro, consolidada como uma das mais inovadoras e badaladas academias da região. Focado em um segmento de alto padrão, o centro de treinamento reúne uma série de serviços voltados para a saúde e qualidade de vida. ‘‘Quando Renato e eu fundamos a i9, não poderíamos imaginar a jornada incrível que estávamos prestes a empreender. Nós dois estávamos inquietos com o que o mercado oferecia na época e sabíamos que podíamos fazer melhor, inovando o segmento’’, explica Alex.
O fundador conta que, desde o início, a preocupação foi em oferecer aos clientes a melhor localização, profissionais altamente qualificados, horário estendido, estrutura prime e atendimento
humanizado. ‘‘Queríamos que cada pessoa que entrasse na nossa academia se sentisse pertencente à nossa comunidade. E o mais importante: que verdadeiramente se sentisse mais saudável e renovado a cada treino’’, salienta.
Alex lembra o movimento de incluir serviços inovadores para a época, como fisioterapia, nutrição e massoterapia, além de maquinários mais robustos e novos no mercado - tudo com muito esforço logístico para importar equipamentos e entregar resultados que clientes cada vez mais exigentes buscavam. A estratégia, aliada a muito trabalho e dedicação, deu certo. A i9 passou a se destacar no mercado.
“Fomos pioneiros na profissionalização da gestão em academia, e inserimos aulas coletivas com professores altamente qualificados e focados em resultados.’’
Com o sucesso, surgiu um novo desafio. Os 715 alunos não cabiam mais de forma adequada em apenas 305 metros quadrados. Era hora de mudar. Em 2012, a estrutura foi transferida para as amplas instalações da Rua Augusto Jung, onde a academia funciona atualmente e atende quase 1 mil alunos.
‘‘Olhando para trás, posso dizer que a jornada da i9 academia foi desafiadora, mas gratificante. Fico feliz em ver que estamos sempre em busca de inovação e em oferecer o melhor para nossos alunos e parceiros.’’, conta Alex, educador físico e especialista em fisiologia do exercício.
Com MBA em Estratégia e Inovação Empresarial, o CEO da i9 também mantém uma rotina de engajamento na comunidade, compondo a diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo e se envolvendo em ações comunitárias.
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O que se vê na TV no horário eleitoral
Morar perto de Porto Alegre, em cidade que não tem canal de TV aberta, nos faz acompanhar a propaganda eleitora gratuita da Capital. E o que vi até agora é acusações e justificativas sobre as cheias de maio, maior da história do RS. Em se falando de marketing, o atual prefeito tem nadado de braçada contra seus adversários.
Clima está muito tenso em
Em Estância Velha, quatro candidatos fazem suas estreias na majoritária
João Ávila
Jornalista
joaocavila@icloud.com
Twitter: @TutaAvila
Insta: blogdoavila
...A presença de cargos de confiança, que sempre juraram estarem onde estão por qualificação técnica, empunhando bandeira e declarando amores a candidato, numa nítida revelação de que, sim, de um jeito velado, a máquina trabalha para quem lhe interessa. Mas otimista que sou, ainda acredito que o eleitor fará escolhas pela capacidade do candidato e não por vídeos e manifestações que só surgem no momento da campanha.
Faltando 40 dias para as Eleições Municipais de 2024, é hora de fazer aquele checklist de itens e orientações indispensáveis para que tudo transcorra bem no dia da votação. Pensando nisso, a Justiça Eleitoral lançou a campanha “Se apronte pra votar”, que será veiculada em emissoras de rádio e televisão de todo o país, além das redes sociais e do canal da Justiça Eleitoral no YouTube.
A campanha é composta de uma série de oito filmes com instruções para as eleições. A primeira peça publicitária fala sobre a importância de baixar o e-Título, aplicativo que funciona como versão digital do título de eleitor e possibilita visualizar o número do documento de votação, justificar o voto, se inscrever como mesário voluntário e consultar informações
cadastrais, entre outras opções.
O app também guia a usuária ou o usuário até a respectiva seção eleitoral por meio de
ferramentas de geolocalização. A campanha “Se apronte pra votar” abordará ainda os seguintes assuntos: biometria,
como votar no 1º turno, boca de urna, caminho do voto, celular na cabine, justificativa e como votar no 2º turno.
Com a finalidade de receber, de maneira rápida e direta, denúncias de mentiras e desinformação sobre o processo eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocou à disposição da população o SOS Voto, disque-denúncia que tem como número 1491. Disponível ao público desde o dia 7 de agosto, o
SOS Voto é uma parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Idealizado pela presidente do Tribunal, ministra Cármen Lúcia, a ferramenta
tem o objetivo promover maior transparência e agilidade no enfrentamento das mentiras durante as Eleições Municipais de 2024.
Converso com integrante de coordenação de campanha e ele revela: pode haver encontro de representantes dos cinco candidatos à Prefeitura de Novo Hamburgo para estancar a realização de debates. Pelo que disse, são mais de 15, entre confrontos e sabatinas: veículos de comunicação e entidades querem ouvir todos. Eleva o nível de estresse e trava a campanha. Mas defendo: debate ainda é uma das melhores ferramentas para o eleitor conhecer e decidir em quem votar.
Lula faz vídeo para candidato local
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, entrou na campanha do petista Fufa Azevedo, que concorre à Prefeitura de Novo Hamburgo. Na abertura e encerramento de vídeo padrão, enviado para candidatos de todo o Brasil, pede voto ao companheiro. A postagem encerra com uma foto dos dois abraçado.
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Uma das cidades mais afetadas pelas enchentes que devastaram o RS, São Leopoldo é o principal reduto eleitoral do PT no Estado e será uma das prioridades da sigla nas eleições municipais. Reeleito em 2020, o atual prefeito Ary Vanazzi é o fiel da balança para manter a coligação no Paço Municipal.
No último pleito municipal, Vanazzi venceu o delegado
Heliomar Franco (PL) por 46% a 33%. Será que a polarização com o partido deve se repetir este ano, uma vez, que Heliomar disputa novamente o cargo, contra Nelson Spolaor (PT)?
Vale destacar que no segundo turno da eleição presidencial de 2022, Bolsonaro (PL) venceu Lula (PT) em São Leopoldo, com 55,9% a 44% dos votos.
Correndo por fora, o candidato do PSDB, Gabriel Dias, quer quebrar a polarização. Ele aposta nos 56,9% dos votos do governador Eduardo Leite, na última eleição, que ficou bem à frente de Onyx Lorenzoni, do PL, que recebeu 43% dos votos. Os números estão aí, agora é buscar cada voto até o dia 6 de outubro.
Palco das principais caminhadas partidárias do município e também das chamadas concentrações de candidatos, a Rua Independência, ou Rua Grande, não deve ser a protagonista dos eventos políticos neste ano. Em obras desde outubro de 2023, com previsão de entrega
para dezembro de 2024 — data que foi ampliada para fevereiro de 2025 —, o local é atualmente um canteiro de obras com vários profissionais, que se empenham para entregar a via remodelada e revitalizada.
Das oito quadras, duas já foram entregues, enquanto três estão em fase
Para o presidente da OABRS - Subseção São Leopoldo, Renê Engroff (foto), o regime democrático não se zesgota nos atos de votar e ser votado.
Ele aponta que a democracia é também um sistema de expectativa para que haja um amplo desenvolvimento social, valorizando-se a cidadania, um dos fundamentos da nossa República.
“Todo governo, para ter sucesso, precisa articular bem três elementos fundamentais:
o plano, a capacidade de governo e a governabilidade. A OAB tem a expectativa de um futuro governo voltado aos mais humildes, olhando com carinho para as causas das minorias e do meio ambiente, em face da destruição pelos eventos climáticos extremos e que a futura gestão pública traga soluções econômicas para o município, que exigirá respostas rápidas em soluções de reconstrução”.
Segundo Engroff, a postura
Sem disputar uma eleição há 20 anos, quando teve como candidato o exprefeito Waldir Schmidt, o MDB aposta em uma chapa pura com Arthur Schmidt e Dr. Werner para voltar ao Paço Municipal.
Com a bênção de caciques como Pedro
Simon e José Fogaça, o MDB quer ser protagonista e também fará de tudo para quebrar a polarização.
de estruturação. Segundo a previsão, a ideia é entregar uma quadra concluída a cada mês. Portanto, resta aos partidos políticos e seus candidatos buscarem um novo local para suas caminhadas, ou então disputar os espaços nas áreas já concluídas, ou nas outras cinco quadras que ainda não iniciaram as obras.
Já os candidatos Hitler Pederssetti (Podemos), vereador em seu primeiro mandato, mas com um histórico já bem conhecido na Câmara, e Manoel Binoni Bandeira (PSOL) querem atrair a atenção dos eleitores.
Concorrendo ao cargo de prefeito pela primeira vez, os dois candidatos apostam em conquistar uma das 13 vagas na Câmara de Vereadores, o que seria um grande feito.
será de apoio às boas ações e de cobrança para a criação de políticas públicas voltadas para a comunidade e a busca por uma sociedade mais igualitária e democrática.
Se as candidaturas a prefeito estão dentro das expectativas, no legislativo leopoldense é o momento de avaliar o cenário.
Tirando alguns nomes que estão com as burras cheias, a maioria vai aguardar as duas últimas semanas para colocar o bloco na rua.
Reencontrar o caminho e voltar a ser uma região com protagonismo tecnológico em nível nacional é um dos desafios comuns nas cidades
Por muitos anos, o Vale do Sinos e a região foram destaque nacional na área da inovação. Aqui nasceram novas
soluções e alguns dos principais parques tecnológicos do Brasil. Foi aqui também que grandes multinacionais esco-
lheram fazer morada e apostar nos talentos locais para crescer ainda mais. No entanto, nos últimos anos, essa
força inovadora parece ter perdido tração. Ou, talvez, esteja precisando de um ajuste na bússula. Mas por que e
quando paramos de inovar? O que se viu foi a migração de companhias para outras regiões e a perda de pro-
fissionais qualificados para locais com maior atratividade — não somente econômica, mas também social e cultural. Para Sandro Cortezia, fundador da Ventiur, primeira aceleradora de startups do Sul do Brasil, falta um trabalho integrado e colaborativo para que o Vale volte a se destacar. “O Vale do Sinos, e o Rio Grande do Sul como um todo, sempre foi um polo de inovação super destacado nacionalmente, um ecossistema de destaque nacional. Só que, na minha opinião, nos últimos anos a gente deixou de exercer um pouco esse pro-
tagonismo. Outros players vem crescendo muito mais, ampliando a sua participação, e o Vale do Sinos vem ficando para trás. Na verdade, o RS como um todo. A gente deixou passar, dar a devida atenção, e deixamos de lado esse protagonismo”, avalia. Para o empresário e investidor, é necessário uma boa governança — não só em nível municipal, mas em âmbito mais macro, regional — para que a região volte a pulsar e ter protagonismo na inovação. “Não é nada que não possa ser recuperado. A Unisinos, a Feevale e a Fun-
dação Liberato são atores muito fortes na região, com um ensino de qualidade e têm algumas iniciativas em andamento. Mas falta um trabalho mais integrado para voltar a ter esse papel de relevância nacional novamente”, diz Cortezia, ao frisar que uma governança mais regional teria condições de fortalecer o trabalho de base para retomar o protagonismo.
Na mesma linha, Robinson Klein, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos,
defende a bandeira de voltar a impulsionar a inovação na região. Para ele, o Vale já foi mais pujante e inovador, e precisa reencontrar esse caminho. “Criar essa cultura da inovação e capacitar mais pessoas para desenvolver tecnologias, para evoluir e ter novas ideias inovadoras. E isso passa não só por formar, mas por reter esses profissionais. Passa por ter uma cidade melhor, com mais segurança, com uma saúde melhor, com tudo aquilo que faz as pessoas quererem ficar”, destaca. Para Robinson, a região precisa pensar a inovação
para todas as áreas: na educação, no ensino técnico, nos modelos de negócios, na gestão pública, nos processos e na comunicação. “Quanto à tecnologia, existem muitas possibilidades. O que nos falta é capacidade de recursos, tanto humanos quanto financeiros. Não só criar essa tecnologia, mas torná-la disponível mundialmente.” Leia nas páginas a seguir, na terceira reportagem da série especial sobre os desafios comuns nas cidades, como reencontrar o caminho para o desenvolvimento tecnológico e a inovação na região.
Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL), Daniel Klafke, uma ação que contribuiria muito para a região é a elaboração de um planejamento estratégico que unisse todos os players que atuam no setor de Tecnologia & Inovação.
“Atualmente, há muitos polos de inovação, mas que atuam de modo local. Ao integrar os interesses e desafios da região, as soluções são apontadas mais rapidamente e com forte impacto econômico e social”, pondera Klafke.
Para o executivo, o Marco Legal da Inovação, por exemplo, tem várias diretrizes, mas como é muito recente, há várias lacunas que precisam ser sanadas e que, em bloco, poderiam ser mais rapidamente respondidas. “Há movimentos que podem ser avaliados e implantados já sob o guarda-chuva do Marco Legal da Inovação. Um deles é o Sandbox regulatório, que se adotado, beneficiaria desenhos de projetos de inovação focados em soluções para os municípios”, ressalta.
Ele frisa que a Acist-SL vem desenvolvendo uma pauta, com o apoio do poder público e do Parque Tecnológico, para entender melhor a aplicação na prática da inovação aberta. “A entidade já realizou benchmarking junto a Procuradoria do Estado de São Paulo e da Prefeitura de Recife, para conhecer os processos já existentes e que estão tendo êxito, para que, no futuro próxi-
mo, São Leopoldo possa ter uma legislação que estimule e apoie projetos de startups e demais empresas que têm foco na inovação de processos que beneficiem a comunidade. Acreditamos que oferecer incentivos para quem promove a inovação na prática não só garante a sobrevivência de empresas emergentes como estimula ainda mais a busca de soluções inovadoras e sustentáveis para a nossa sociedade.”
“Há
movimentos que podem ser avaliados e implantados já sob o guarda-chuva do Marco Legal da Inovação. Um deles é o Sandbox regulatório, que se adotado, beneficiaria desenhos de projetos
de inovação focados em soluções para os municípios.”
Especialista em inovação e com vasto conhecimento da região, Marco Aurélio Copetti, gerente regional do Sebrae-RS, salienta a necessidade da conexão das startups com as vocações locais. Isto é, com os setores que movimentam a economia aqui na região, como o metalmecânico, o calçadista, o de alimentos e da saúde.
“Para isso, faltam políticas estruturantes que fortaleçam a base de empreendedorismo vocacionado em inovação e tecnologia e a conecte com as cadeias que já estão nos municípios. Políticas públicas no sentido de fortalecer e criar um ambiente mais favorável para esses pequenos negócios nascerem nos municípios”, pondera Copetti.
Integrante do Movimento Vale Inovador (MoVI) e consultora de Benefícios para Inovação do Sebrae-RS, Carine Edinger defende que os principais desafios para o Vale voltar a inovar estão relacionados à conexão e ao conhecimento a respeito da inovação.
“Empresas, entidades e governantes tradicionais precisam abrir os horizontes e entender que conectar suas ações e trabalhar em conjunto em prol da inovação traz benefícios para todos”, reitera.
Para ela, a região precisa se inspirar em tudo que já construiu e vivenciou para buscar novamente este protagonismo. “Já fomos referência no calçado, por exemplo. A oportunidade está em desenvolver novas tecnologias, formar e reter os talentos, atrair empresas e investimentos, tudo relacionado à inovação”, incentiva Carine.
Na visão da especialista, ainda há um longo caminho a percorrer, mas existem diversas ações e iniciativas
em andamento para que se desenvolva a cultura da inovação na região. “Com a participação de importantes atores que representam a quádrupla hélice, conseguiremos evoluir”, confia.
Ela cita como avanços os summits de Sapiranga, Novo Hamburgo e Taquara, além da criação do CIT na cidade de Novo Hamburgo.
“Criar políticas de incentivo à inovação, fomentar eventos e conhecimento a respeito do tema e disponibilizar espaços inovadores onde empreendedores tenham acesso a serviços e programas de apoio à inovação são algumas das ações que contribuem para o desenvolvimento da inovação nas cidades”, sugere.
“Empresas, entidades e governantes tradicionais precisam abrir horizontes e entender que conectar ações e trabalhar em conjunto em prol da inovação traz benefícios.”
O perfil da cultura empresarial no Brasil, e também na região do Vale do Sinos, ainda é de um modelo de negócio tradicional. Para Marco Aurélio Copetti, gerente regional do SebraeRS, em que pese as grandes transformações
acontecendo não só no mundo dos negócios, mas também nos consumidores, as empresas ainda resistem a manter seus negócios num modelo arcaico e que já não tem tanta competitividade como poderiam ter. “A tecnologia é um pas-
so fundamental para a sobrevivência dos negócios. Hoje, nós temos um apagão de mão de obra na indústria, principalmente de mão de obra repetitiva, por conta dessa nova geração que não se conecta mais com essa realidade. Por isso que
as indústrias precisam investir pesadamente em inovação e tecnologia, principalmente no que trata de mão de obra repetitiva”, alerta.
Para Copetti, usar a ciência de dados, a Inteligência Artificial (IA) e tecnologias
avançadas — principalmente na área de automação — dentro das empresas é um campo de possibilidades e se desnuda como uma forma única de sobrevivência.
“Tecnologia e informação são fundamentais para qualquer negócio”, avalia.
Para fomentar a inovação, reitor José Paulo da Rosa pontua que a universidade possui excelentes laboratórios, pesquisadores e o Feevale Techpark
Empossado recentemente como reitor da Universidade Feevale, o decano José Paulo da Rosa é enfático ao dizer que a região tem muitos desafios e um caminho longo a trilhar no campo da inovação e tecnologia.
“Especialmente por ter
uma cultura voltada à área do calçado que ainda persiste e que precisa ser alterada, especialmente com o uso de novas tecnologias, inovação e novos produtos”, avalia.
Para Paulo da Rosa, no que tange ao agronegócio, a região tem muitas em-
presas familiares as quais carecem de tecnologia e de inovação. “Isso é um desafio, porque são necessários recursos, fontes de financiamento, para que novos projetos possam ser feitos e beneficiem essas famílias da agroindústria familiar”, observa o reitor, lembran-
Na visão do CEO da Ventiur, Sandro Cortezia, o que falta, em muitos casos, é o reconhecimento da região às iniciativas inovadoras.
“A Ventiur, por exemplo, foi a primeira investidora/aceleradora de startups do Sul do Brasil, a nossa sede está em São Leopoldo, no Tecnosinos,
desde 2014. Temos uma atuação nacional, com filial em vários estados, e digo que pouca gente do Vale do Sinos conhece e valoriza o nosso trabalho — que é super reconhecido em vários Estados que atuamos. Muitas vezes são lugares que nos acolhem e nos recebem melhor do que a nossa casa”, critica,
ao frisar que o mesmo acontece com outras empresas e empresários.
“Tem muita coisa bacana acontecendo, só que elas são desarticuladas. Uma governança melhor estruturada talvez potencialize a capacidade de inovação que nós temos inerente na região”, sugere o CEO da Ventiur.
do de um segmento pouco visto aqui no Vale do Sinos.
Para fomentar a inovação, Paulo da Rosa pontua que a Universidade Feevale possui excelentes laboratórios, pesquisadores e o Feevale Techpark, instalado não somente em Novo Hamburgo, mas em Campo
Bom e em Porto Alegre. “Criando um ambiente de empreendedorismo e de inovação em diferentes áreas de produção. E isso pode e deve ser fomentado para que a inovação e a tecnologia ajudem a região a continuar se desenvolvendo cada vez mais”, reitera.
“Tem muita coisa bacana acontecendo, só que elas são desarticuladas. Uma governança melhor estruturada talvez potencialize a capacidade de inovação que nós temos inerente na região.”
Para que o ecossistema da inovação ganhe corpo e permita o desenvolvimento de novos negócios e novas tecnologias, todo o ambiente ao redor precisa contribuir para isso. Dessa forma, os
entes públicos também precisam estar pautados pela inovação e, quem dera, serem exemplos para o setor privado.
Recentemente, um movimento neste sentido come-
E se existisse uma tecnologia que pudesse transformar a administração das cidades, economizar tempo e recursos públicos, e ainda ampliar a oferta de serviços digitais ao cidadão? Mais do que isso, uma solução que melhorasse mobilidade, segurança e planejamento urbano?
Essa é a proposta da Plataforma de Inteligência de Governo criada pelo Serpro para os municípios brasileiros de qualquer tamanho ou grau de modernização. Ela reúne um conjunto de ferramentas tecnológicas avançadas, desenvolvidas para modernizar a gestão pública e aproximar o governo do cidadão de for-
ma eficiente e transparente. De chatbots para atendimento eficiente ao cidadão, ao planejamento estratégico e monitoramento de projetos públicos, a Plataforma se apresenta como uma solução para a administração pública. Estruturado em eixos, o sistema permite soluções na área de mobilidade, inclusive planejamento do trânsito; para inovação, integrando novas soluções; na segurança, com biometria e vigilância inteligente; e na economia, com a análise de dados e tecnologias inteligentes para impulsionar o desenvolvimento, melhorar serviços públicos e fomentar oportunidades.
çou a ganhar corpo no Estado e na região. No último dia 21 de agosto, o governador Eduardo Leite assinou um acordo de cooperação com o Instituto Brasileiro de Administração Pública (Ibap)
para a execução de projetos relacionados a cidades inteligentes no Rio Grande do Sul.
O conceito de cidade inteligente aborda, justamente, a sustentabilidade, a inova-
ção, a eficiência de serviços públicos e o uso da tecnologia a favor da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Na ocasião, o governo gaúcho afirmou que, o convênio vai ao encontro das iniciativas de reconstrução e recuperação dos municípios gaúchos atingidos pelas enchentes de maio deste ano. Entre as ações do projeto, estão o estabelecimento de um observatório de cidades inteligentes, para viabilizar a análise dos dados, e o desenvolvimento de planos de implementação de cidades inteligentes e de captação de recursos financeiros para este fim. A administração pública também receberá apoio técnico para a execução e gestão das iniciativas relacionadas às cidades inteligentes.
O turismo, antes visto apenas como uma atividade de lazer, passa por uma transformação. A crescente conscientização sobre os impactos ambientais e sociais, aliada à demanda por experiências autênticas, está impulsionando uma nova era no setor: a do turismo sustentável e inovador.
Para Deivid Schu, diretor de Turismo de Novo Hamburgo e mestrando em Indústria Criativa pela Feevale, a inovação tecnológica está revolucionando o setor turístico, oferecendo novas ferramentas e soluções para tornar as viagens mais sustentáveis e personalizadas. “O Vale do Sinos precisa es-
tar atenta a isso. A Inteligência Artificial, por exemplo, está sendo utilizada para otimizar rotas, personalizar experiências e prever a demanda, reduzindo o desperdício. Já a realidade virtual e aumentada permite que os turistas visitem destinos virtualmente antes de suas viagens, além de oferecer experiências imersivas durante a estadia”, exemplifica, ao citar também o pagamento móvel e a tecnologia blockchain, que permite rastrear a origem dos produtos e garantir a autenticidade das experiências turísticas.
Para Schu, a aplicação da inovação garante uma melhor experiência ao turista,
além de reduzir custos, aumentar a competitividade e fortalecer a imagem da marca. O pesquisador ainda destaca a importância que a sustentabilidade ganhou nos últimos tempos.
“Destinos turísticos ao redor do mundo estão adotando práticas que minimizam seus impactos ambientais e sociais, como energia renovável, gerenciamento de resíduos, conservação da biodiversidade e valorização da cultura local”, diz, ao citar como case de sucesso o roteiro turístico de Lomba Grande. “O futuro do turismo está cada vez mais conectado à sustentabilidade e à inovação”, finaliza.
Como serão as cidades do futuro?
José Cássio Simfronio Mestre em Administração
Consultor
de empresas
Sócio
da Inclusion
Consultores
A minha cidade do futuro teria em primeiro lugar um equipamento que conseguisse medir respeito e que todas as pessoas com menos de 100% de respeito teriam que passar por uma reciclagem para mostrar como elas seriam mais felizes respeitando o próximo.
Estamos com o tempo contado, tempo para quase tudo e parece que nunca chegamos na hora certa, as horas passam, o dia passa e estamos sempre com a sensação de que não fizemos tudo o que tínhamos para fazer. Parece que estamos vivendo ao mesmo tempo passado, presente e futuro tamanha a velocidade dessa máquina do tempo.
As pessoas estão ficando com saudade das coisas antigas, buscando conhecer cidades que conservam a sua história e as suas culturas. Estão querendo mexer na terra, plantar, colher no pé e até mesmo buscando uma memória antiga tendo dentro das suas casas um obje-
to que lembre aquele tempo que passou e que gostaria que ainda estivesse presente nas suas vidas.
Por mais que as pessoas busquem esses momentos vintage, claro que não teria como deixar de lado essa palavra da moda para coisas antigas, como viveríamos sem wifi e toda a tecnologia que conquistamos em favor do nosso conforto? Ruas calçadas, robozinho para tirar o pó, comida congelada e outras mordomias da vida moderna, como seria complicado não ter acesso a tudo que a medicina conquistou?
A minha cidade do futuro teria em primeiro lugar um equipamento que con-
seguisse medir respeito e que todas as pessoas com menos de 100% de respeito teriam que passar por uma reciclagem para mostrar como elas seriam mais felizes respeitando o próximo.
Esta cidade aproveitaria a experiência e a sabedoria dos mais velhos para atingir maiores resultados com baixo índice de retrabalho e preguiça. Os mais jovens ensinariam inteligência artificial aos mais velhos para que esses não tivessem medo da tecnologia.
A cidade não precisaria ter faixa de segurança porque a preferência seria uma gentileza.
A minha cidade do futuro teria empresas do futuro
e essas num trabalho contínuo de aprendizado aproveitariam muito mais os talentos acima dos 60, 70, 80 anos, e não colocaria eles numa prateleira de obsoletos, mas encontrariam melhores condições para executarem as suas funções ou até mesmo treinando jovens a serem melhores profissionais e pessoas.
A cidade do futuro vai ter muito mais pessoas da terceira idade do que jovens, muitas cidades vão deixar de existir, empresas vão sumir e as pessoas vão precisar cada vez mais umas das outras, de tecnologia e de assistência, mas acima de tudo da prática do respeito, caráter, amor e gentileza.
Camila Veiga
Jornalista
camilaveiga.imprensa@gmail.com
Instagram: @acamilaveiga
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024, comparado ao primeiro trimestre do ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o melhor resultado foi da Indústria, que cresceu 1,8%, seguida pelos Serviços que avançaram 1,0%. A Agropecuária recuou 2,3%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 3,3%. Os resultados superam as expectativas do mercado financeiro e confirmam a retomada econômica após uma estagnação apurada no segundo semestre do ano anterior.
Os três componentes utilizados para medir o PIB pela ótica da demanda cresceram, com destaque para o aumento do consumo das famílias, das despesas do governo e da formação Bruta de Capital Fixo.
Com fábrica e loja em Dois Irmãos, a marca de moda feminina Ellas acaba de lançar sua coleção cápsula para o próximo verão. Nomeada “Vita”, a coleção de roupas fitness simboliza o retorno à essência natural, unindo corpo e mente em harmonia. Cores radiantes e românticas compõem a linha, que pode ser conferida em detalhes no Instagram @ellasfatoamano.
No final de agosto, a diretora da revista Casa e Jardim, Thais Lauton, esteve em Novo Hamburgo para conferir o andamento das obras da Mostra Glass, evento de arquitetura, decoração e paisagismo que será aberto ao público entre 8 de outubro e 30 de novembro. Neste ano, o tema
da mostra é Manifesto Sustentável, uma diretriz da organização, com a curadoria da associação Arquitetos Voluntários, para promover o reuso, a doação e o direcionamento dos recursos que compõem os ambientes em todas as etapas da mostra.
A Mostra Glass, agora em vitrine nacional, apresenta
O bar Majestic Drink, comandado pelo chef Serjão e Vanessa Clós da Vida, completa dois anos no próximo dia 7, e a comemoração será ainda mais especial com o Festival da Independência, na famosa avenida de mesmo nome, em São Leopoldo. A programação festiva para todas as idades inicia às 14h e segue até às 20h na rua, com diversos expositores da economia
o que há de mais atual em acabamentos para a construção civil e decoração de ambientes. Entre as novidades desse ano, está a casa que a publicação Casa e Jardim terá no evento, com projeto do arquiteto Daniel Kroth. No espaço, toda a operação de hospitalidade será oferecida pelo Jangal das Araucárias Design Hotel.
criativa e com a curadoria e organização da Interventura. Brinquedos e recreação infantil também farão parte, com o apoio do Sesc São Leopoldo. Já a música fica
por conta de Dj Black (14h e 15h), The Dogs (16h), Dionísio e Salgueiro (18h) e Dudu Arud (19h). Após às 20h, a festa continua no próprio bar Majestic – o “Majes”.
A 47ª Expointer, além de ser um marco de retomada, foi mais uma prova de resiliência dos gaúchos ao bater recorde no volume de negócios. A feira movimentou R$ 8.100.265.792,24 em seus nove dias, número 1,41% superior ao registrado no ano passado.
O número de visitantes foi de 662 mil até as 10h30 de domingo, 1º de setembro. As vendas e leilões de animais experimentaram um aumento de quase 50%, com R$ 18.985.280 comercializados. O Pavilhão da Agricultura Familiar registrou recorde de vendas, chegando a R$ 10.880.097, número superior em 25,44% ao do ano passado. O setor automobilístico também teve aumento de 25% no volume de vendas, ficando com R$ 592.045.000. Máquinas e Implementos Agrícolas registraram R$ 7,39 bilhões em intenções de negócios, 0,57% a mais que em 2023.
Ponto de referência e visitação acentuada no evento, o Pavilhão da Agricultura Familiar completou, nesta edição da Expointer, 25 anos e foi marcado pela inclusão, inovação e qualificação, com a presença de 217 mulheres, 126 jovens e 69 estreantes entre os expositores.
Por: Luis Guilherme Zambrzycki
Bianca Lima, uma atleta que precisava amarrar o remo às mãos devido à ausência de alguns dedos, impressionou Fernando Fernandes, ex-participante do Big Brother Brasil e atleta de paracanoagem. O ano era 2010 e ele a convidou para o Campeonato Brasileira. A determinação da jovem a levou a conquistar a medalha de ouro e o seu sucesso inspirou a criação da Associação Leopoldense de Ecologia e Canoagem (Aleca), no ano seguinte, projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo com o objetivo de oferecer suporte e estrutura aos atletas.
A partir de então, o trabalho da Aleca começou a render frutos. Em 2023, a equipe conquistou 24 medalhas, com 15 de ouro, sete de prata e duas de bronze no Brasileiro de Canoagem Velocidade e Paracanoagem em Lagoa Santa (MG). Na ocasião, três atletas, Herick Lopes Rafaelli, Rauany de Oliveira Gomez e Giovana Rocha foram convocados para representar o Brasil no Sul-Americano de Canoagem de Velocidade e Paracanoagem.
Agora, os atletas se preparam para retornar ao Brasileiro em MG, entre 10 e 15 de setembro. No entanto, após todos da equipe serem atingidos pelas enchentes de maio, a delegação precisa arrecadar R$ 10 mil para cobrir as despesas da viagem. Para isso, abriram uma vaquinha online - veja como ajudar em valedosinos.org.
A chefe da equipe e coordenadora do projeto Canoagem na Escola, Daniela Maioli, explica a missão da Aleca é criar oportunidades. “É uma forma de abrir as portas para eles, dar oportunidades. Isso é evidenciado pelos nossos três atletas do ano passado que foram convocados para representar o nosso país no Sul-Americano, onde conquistaram medalhas para nossa cidade”, ressalta.
Daniela também conta como foi enfrentar as enchentes durante as preparações para o campeonato. “Foram mais de 20 dias debaixo da água, perdemos quase tudo e estragou toda a nossa programação. Nossa ideia era levar uns 30 atletas para o campeonato, com a categoria de base inteira”, diz.
A delegação da Aleca
A delegação da Aleca é composta por 18 pessoas: Giovana Rocha, 18 anos, Giovana Luz, 21, Rauany Gomes, 19, Herick Lopes, 18, Richard Farias, 18, Andrei Rigote, 16, Alan Silveira, 15, Matheus Geraldo, 15, Lauan Marques, 15, Kaua Henrique, 16, Nicolas Bianchi, 15, Emely Izaguirre, 16, Viviane Fernandes, 15, Mariana Teixeira, 15, Emily Lopes, 12, e Gustavo Grubert, 12, além da chefe da equipe, Daniela Maioli, e do técnico, Elieser Silveira de Vargas.
Jovem pensou em abandonar a canoagem após enchentes: “Impacto na minha vida”
Na preparação para o Brasileiro, Nicolas Bianchi Agostini, 14 anos, vai disputar o primeiro campeonato de canoagem. “As enchentes tiveram um impacto muito grande na minha vida, o que me fez até pensar em sair da canoagem para ajudar mais em casa. Mas depois de conversar com a nossa coordenadora, decidi continuar. Tivemos que nos virar agora para conseguir participar da competição, mas vamos tentar fazer o nosso melhor e trazer uma medalha para a equipe”, afirma.
Mãe de Nícolas, Lourdes Bianchi conta as dificuldades
que a família passou. “Sou viúva e tenho dois filhos, o Nícolas, de 14, e o Leo, de 11. Após as enchentes, como faz três anos que o pai deles faleceu, o Nícolas começou a pensar em largar a canoagem para me ajudar mais em casa. Ele sempre foi do esporte, assim como o pai dele, que sempre o incentivou muito. Quando ele quis desistir, conversei com a Dani e o Eliezer. Graças a eles, o Nícolas está animado para a sua primeira viagem sozinho com a equipe. Eles conseguiram convencê-lo a continuar”, frisa Lourdes. Rauany Gomes, 19, é uma das “veteranas” da equipe e foi convocada para representar o Brasil no Sul-Americano de Canoagem em 2023. Na Aleca desde 2016, ela diz que o esporte se tornou a vida dela, proporcionando conhecer pessoas e lugares incríveis. “Todos enfrentam desafios em qualquer esporte, e a canoagem não é diferente. Lidamos com mudanças climáticas, remando em dias chuvosos ou extremamente quentes. Minhas vitórias têm sido especiais, pois sempre celebro com a equipe. Já participei de vários campeonatos, cada um trazendo experiências novas que eu amo.”
Gramado - As soberanas do Festival do Folclore Alemão, de Nova Petrópolis, foram escolhidas como a Corte da Rota Romântica do Bicentenário da Imigração Alemã. São elas a rainha Ana Luiza Kuhn, a 1ª princesa Marluce Maldaner e a 2ª princesa Camila Caroline Schwaab.
A festa ocorreu no sábado (31), na Sociedade Ipiranga da Linha Nova, em Gramado. O evento foi realizado pela Associação Rota Romântica, Vale TV, Prefeitura de Gramado e Sociedade Ipiranga da Linha Nova.
Os jurados Janaina Timm, pesquisadora de Memória Social e Patrimônio
Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e integrante da Comissão Oficial das Comemorações ao Bicentenário do Governo do Estado do RS; Joel Leandro Willhelm, deputado estadual, Heloísa Helena Lopes, vice-presidente da Sicredi
Pioneira; Rene Wlach, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha no RS; Suzana Fröehlich, presidente do Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre; San-
dro Blume, representando a FECCAB (Federação dos Centros de Cultura Alemã do Brasil) e escritor; e Lizandra Chinali, Rainha da Festa da Uva 2024 de Caxias do Sul, avaliaram os
Ivoti - A alimentação infantil foi tema de um encontro de monitores de ensino da Educação Básica do Instituto Ivoti, na manhã de sábado (31). A nutricionista escolar Pâmela Boetcher foi quem comanadou o trabalho com a equipe.
A profissional trouxe aspectos desde a introdução alimentar até a alimentação na adolescência. Também abordou obesidade infantil, compulsões alimentares, doenças e restrições alimentares. Os monitores ainda puderam trazer estratégias, dúvidas e sugestões sobre situações vivenciadas com os alunos. Segundo a instituição,
o objetivo é compreender melhor como funciona a alimentação em cada faixa etária, e de que forma é possível estimular e oferecer aos alunos uma alimentação cada vez mais saudável. Na oportunidade, Pâmela também recebeu uma homenagem pelo Dia da Nutricionista, que foi no sábado.
conhecimentos sobre o seu município, a Rota Romântica e os 200 anos da imigração alemã.
Também disputaram o título de Corte do Bicentenário a Rainha e o Rei
do Kerb de Morro Reuter, e as soberanas da Festa da Colônia de Gramado, da Schmierfest de Presidente Lucena, da Kartoffelfest de Santa Maria do Herval e da São Leopoldo Fest.
Sapiranga - A Ação Solidária em prol da UTI Neonatal do Hospital Sapiranga foi prorrogada. Agora, o sorteio será em 30 de novembro. Inicialmente programada para ser divulgada nas celebrações dos 80 anos da instituição, em junho, a campanha foi suspensa temporariamente devido à
situação de calamidade causada pelas enchentes. “Compreendemos que o momento das enchentes exigia nossa atenção em outras frentes, mas agora é fundamental retomar a nossa campanha para minimizar o custeio deste serviço”, diz a diretora executiva, Elita Herrmann.
Estância Velha - As atividades em comemoração aos 65 anos de emancipação de Estância Velha vão até o fim do mês. A programação inicia em 8 de setembro e segue até o dia 29. “Teremos atividades das mais diversas vertentes. A comunidade está convidada a participar e curtir nossa cultura, nossos talentos e nossas riquezas”, destaca o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Gabriel Berlitz. Durante todos os 13 dias de atividades preparadas para a comunidade estanciense, estarão incluídas apresentações de talentos locais, trilhas
na Reserva Ecológica Leopoldo Alberto Baeckel (o conhecido Matinho da Prefeitura), desfile cívico, trilha e turismo pela área rural, peças teatrais e ações da saúde. Além disso, ocorrerá em setembro a Semana do Trânsito, organizada pela Secretaria de Segurança, Esporte e Bem-Estar e pela Guarda Municipal. Serão realizadas atividades de cuidados na direção, escolinha de trânsito, esquetes, blitz e simulações.
Dois Irmãos - Uma caminhada especial vai celebrar os 65 anos de emancipação de Dois Irmãos. Intitulada de Caminhada de Aniversário de Dois Irmãos, Spaziergang am Geburtstag von Dois Irmãos, no idioma alemão, o evento ocorre em 8 de setembro e
promete atrair moradores e visitantes.
O início está previsto para as 9h, na Praça do Imigrante, no Centro da cidade, e está programado para terminar por volta das 13h30, após um percurso de 20 km. Os participantes poderão contar
com uma série de serviços ao longo do trajeto, incluindo carros de apoio, ambulância e distribuição de água nos veículos de suporte.
A inscrição é gratuita e pode ser feita no site da Prefeitura de Dois Irmãos (https://doisirmaos.atende.net/).
Cláudio Alves
Locutor e apresentador, comanda o programa
Estação Hamburgo
@claudioalveslocutor
Na coluna de hoje vou seguir compartilhando com vocês nossa viagem técnica à Alemanha, organizada pela Rota Romântica em agosto de 2023. Quem acompanhou a programação da Vale TV, pode assistir aos 34 boletins que realizei com informações e entrevistas direto da Alemanha. Os boletins estão à disposição nas redes sociais. No sábado, 19 de agosto de 2023, iniciamos o dia realizando o deslocamento de Saarland para Rheinland Pfalz. Nossa primeira parada foi ao Saar Loop próximo de Orscholz, perto de Mettlach, no estado federal de Saarland. O Saar Loop, em alemão “Saarschleife”, está situado perto do triângulo de fronteira da Alemanha, França e Luxemburgo.
Seja da antiga ou da nova plataforma de observação, uma vista sobre o Saar Loop é simplesmente de tirar o fôlego. Após a visita a esse lugar maravilhoso, nos deslocamos para o almoço na região de Abtei-Bräu Mettlach. Nosso
delicioso almoço foi na Cervejaria Abadia-Bräun, em um local parcialmente coberto, com pratos saudáveis regionais e sazonais.
Após nos deslocamos de Mettlach via Saarburg e Konz para Trier, realizamos uma parada na histórica Trier, a cidade mais antiga da Alemanha - era considerada a “Roma do Norte”. Isso porque era ponto estratégico para o Império Romano há mais de 2 mil anos, quando eles conquistaram a região e montaram uma base por lá.
Por isso, Trier tem muita história e atrações que datam
desde antes do Império Romano, passam pelo tempo de Karl Max até chegar nos dias atuais. A Porta Nigra é uma das tantas construções romanas na Alemanha, e confesso que essa era uma parte da história que eu desconhecia antes de visitar a cidade.
A Catedral de Trier, dedicada como Catedral de São Pedro, é a mais antiga igreja da Alemanha. Por isso insisto em afirmar que além de especial, voltamos de nossa visita técnica à Alemanha com muito aprendizado. Após essa visita à cidade mais antiga da Alemanha, nos deslo-
camos para a cidade coirmã de Nova Petrópolis, Emmelshausen, um município germânico localizado no distrito de Rhein-Hunsrück, estado da Renânia-Palatinado, membro e sede do Verbandsgemeinde de Emmelshausen. Tivemos uma recepção calorosa de boas-vindas com a participação da prefeita da cidade, Andrea Mallmann. O prefeito da Associação, Peter Unkel, o Administrador do Distrito, Volker Boch, o deputado estadual do Estado de Saarland, Tobias Vogt, a deputada federal Carina Konrad, o deputado Dr. Mar-
lon Broehr, formamos uma reunião intitulada “Amigos do Brasil x Emmelshausen”. Thomas Biersch realizou uma apresentação de atividades turísticas em Emmelshausen e, depois, pernoitamos na cidade de Emmelshausen.
Nesta coluna consegui compartilhar as atividades de um dia apenas, nesta visita técnica à Alemanha, organizada pela nossa Rota Romântica entre os dias 15 e 29 de agosto de 2023. Foram 71 atividades ao total de nossa viagem. Visitamos 22 cidades em três estados.
Com certeza atingimos o principal foco da viagem, o de buscar e trocar muitas experiências com os estados de Saarland, Renânia Palatinado e com a Baviera. Nossos dias foram constantes na busca de conhecimento de ações com o cunho principal voltado à sustentabilidade e à interligação do turismo com o meio rural, ambiental e sustentabilidade. Encontramos exemplos positivos para nossa região.
Uma das minhas melhores amigas está se mudando para Konstanz, uma cidade que fica no sul da Alemanha, fazendo divisa com a Áustria e com a Suíça. A cidade está localizada na região do Bodensee e é simplesmente linda. Sorte a minha de poder visitar ela nessa cidade!
Konstanz é uma cidade universitária e turística, o que significa que é bem movimentada. É o destino de muitos alemães nas férias de verão, já que conta com muito sol, calor, banho no lago e passeio de barco.
Viemos de Trier até
Konstanz de trem na segunda (quase 7 horas) e retornamos na quarta, tempo suficiente para aproveitar a cidade (que na verdade já conhecíamos) e descansar um pouco. Um dia é suficiente para conhecer os “essenciais” da cidade, mas ela é tão linda e “praiana”
que dá vontade de ficar mais.
Na segunda aproveitamos para caminhar um pouco e comer uma massa com camarão em um restaurante na beira do lago. Na terça, o dia começou com uma bela caminhada que nos levou até a Suíça, e a noite aproveitamos para conhecer o Irish Pub da cidade (típico na Alemanha, geralmente tem bebida boa, o ambiente é legal e fecha tarde - então se não sabe para qual bar ir na Alemanha de noite, não há erro com um Irish Pub).
Konstanz é uma Alemanha diferente, ouso até dizer mais feliz. Talvez seja por causa da beleza do lado, do sol e da temperatura. As pessoas te dão bom dia na rua e estão sempre sorrindo.
Muitas vezes queremos colocar a Alemanha em uma caixa e dizer que ela é feita de cerveja, Oktober-
fest e bandinha, o que não é verdade. Cada estado e região tem as suas particularidades e é muito interessante conhecer as outras versões desse país. Konstanz é uma versão alegre e ensolarada (pelo menos agora no verão).
Então já sabe: se vier para o sul da Alemanha, não deixe de visitar Konstanz. Gratidão por estar aqui. Até a próxima!
MEMÓRIAS
Sandro Blume Pesquisador, historiador e escritor
Num final de tarde, os raios suaves do sol se despediam entre os galhos e folhas dos imensos Plátanos à beira da BR-116. Tinha sido uma tarde escaldante. Uma suave brisa tentava expulsar o último calor ainda alojado nos cantos sossegados da moradia centenária onde residiam Arno e Wally Schneider. Devia ser numa dessas tardes do final do mês de Janeiro. De forma habitual, Dona Wally estava sentada na varanda da casa aguardando a chegada da lua num céu desprovido de nuvens. Esse entardecer lhe despertava lembranças. O fluxo de veículos na rodovia já estava diminuindo, pois já fazia algum tempo que as fábricas de calçados tinham encerrado sua jornada de trabalho, e os operários já deviam estar todos em suas casas. (...) Mesmo sem asfalto, que somente viria por volta de 1956, a estrada federal proporcionava na época uma procissão diária de carros, ônibus e caminhões. Todos os que saíam do RS para chegar ao centro do país passavam pela rodovia e por Morro Reuter. De fato, a construção da Estrada Federal no começo da década de 1940 inaugurou uma era de prosperidade e progresso. A
produção agrícola de localidades como Dois Irmãos, Morro Reuter e Picada Café podiam ser escoadas com mais facilidade. Da mesma forma, o traçado da rodovia que cortava Morro Reuter, traria desenvolvimento e visibilidade ao local, até então inéditos. (...)
Pela BR-116 das memórias de Wally, até mesmo presidentes da república se deslocavam de Porto Alegre para a Festa da Uva em Caxias do Sul. Nessas ocasiões, os militares deixavam os quartéis, formando pequenas bases operacionais ao longo do trajeto Porto Alegre-Caxias do Sul, visando garantir a segurança do presidente. (...)
O silêncio na rodovia agora está completo. Mas Dona Wally parece ter escutado vozes de crianças que gritavam ao longe: “Figooo”, “Figooo”. Eram assim que seus filhos e sobrinhos gritavam às margens da rodovia quando percebiam a aproximação de algum carro, erguendo os pratinhos com a fruta organizada em forma de pirâmide. Mas ela sabe de que aquelas vozes são oriundas da sua nostálgica imaginação, amarrada a uma época que permanece presente, num formato passional, apenas em seu coração.
Pois as perdas fazem parte da vida humana, sejam elas físicas, emocionais, afetivas, financeiras, de tantas possibilidades e alternativas. De todas elas, a morte é a mais complexa e que causa maior dor, visto a sua irreversibilidade, o emprego da expressão “nunca mais”, a certeza da ausência. É uma dor, muitas vezes, sem fim.
A perda causada pela morte, no ângulo de laços familiares, sabemos traz os maiores traumas, pois via de regras perder avós, pais, em especial filhos ou netos, faz chorar, faz partir o coração. O luto é complexo e dolorido. Mas, nesta crônica, falarei de outros tipos de perdas causadas pelas mortes: as perdas de referências, de ícones, de exemplos.
Nas últimas semanas sofremos com a morte de Silvio Santos, de Alain Delon ede Juan Izquierdo. Nas nossas proximidades, não temos mais o convívio dos sábios Dr. Valdir Marques de Souza e Dr. João Osório. Todos excepcionais em suas funções.
A dor dos familiares, em todos os casos acima citados é inequívoca e igual a nossa dor, do alto de nossa insignificância enquanto famosos que não somos. Mas, não me refiro aos familiares. Sim, é natural que tenhamos nos emocionado com a trágica partida do zagueiro uruguaio Izquierdo, prematura e quase que inexplicável, da mesma forma que sentimos com o fim da história do longevo comandante dos auditórios de nosso país, o senhor SS. E sumidades na área médica: Dr. Valdir e Dr. Osório? Quantos não se recordaram da importância de ambos em suas vidas ou de seus familiares, ou de amigos, ao tomar conhecimento
dessas mortes?
Sim, choramos com Senna, com Tancredo Neves, com tantos outros que encantavam ao exercer seus respectivos ofícios. Eram referências. É aí que pergunto, se efetivamente perdemos referências? Todas as pessoas citadas nessa crônica se foram, mas as suas histórias, os seus legados e sobretudo seus ensinamentos ficaram entre nós. São famosos e por isso reverbera com mais ênfase as suas partidas, mas sobretudo, fizeram muito bem o que se dispuseram a fazer. Ficarão como referências por muito tempo. E esse ensinamento deve ser refletido entre nós, deixando de lado o ambiente familiar, reitero. Você, lendo essa página do jornal O Vale, nesse momento, pode estar se lembrando de alguém que marcou em sua vida, por uma atividade profissional bem realizada. Eu, por exemplo, acabo de lembrar da minha professora de Primeira Série, a Tia Herminda, em meus primeiros contatos com os bancos escolares. Ele foi e até hoje é referência em minha vida e por que não esteja entre nós, jamais partirá de minhas memórias. Será sempre uma de minhas referências.
Procure ser referência, procure fazer com total amor e carinho, desempenhe sua atividade com garra, paixão. Procure ser a referência de alguém, e serás lembrado para sempre.
Ouvi do filósofo Mário Sérgio Cortella, sem ter a certeza de ser ele o autor da frase, mas me marcou e reflito até hoje: “Só morre quem é esquecido”. Te tornes imortal na vida das pessoas. Seja referência. E jamais morrerás.
