Unifatos 2015 - 8ª Edição

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Cultura italiana

Após a morte Para compreender um pouco mais sobre o que acontece com o ser humano após a morte, a equipe do Unifatos conversou com p. 6 e 7 devotos de diferentes crenças.

Projetos desenvolvidos pela universidade pública de Cascavel oferecem cursos gratuitos de italiano para diversas faixas etárias e também para professores. Confira! p. 3 e 4

It girl!

Garotas apresentam estilos de vida cobiçados, bom gosto e personalidades marcantes. Conheça as características que conferem a confiança na aparência das meninas da vez. p. 12 e 13

Jornal-laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIV - edição 73 - dezembro de 2015 PATRÍCIA CORDEIRO

ANDERSON LEAL

Trabalho em família

A família Froehlich de Maripá, no oeste paranaense, apostou na área de peixes. Airton Froehlich, 51, proprietário do pesque-pague da Rocinha, há dez anos na atividade de peixes, diz que não imaginava tamanha mudança no ramo de sua vida profissional.

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FÁBIO ALEXANDRE

Quebrando tabus

Parque Vitória é opção de

lazer em Cascavel O que precisamos para ser feliz? Dinheiro, status, uma carreira bem sucedida? O grupo hippie surgiu para quebrar tabus, sempre sorrindo, tocando música boa, paz, “sexo, drogas e rock and roll”. Esse grupo é composto por pessoas que só querem vender suas artes e colocar o pé na estrada em busca de liberdade. p. 11

Você já parou para contemplar a natureza hoje? Para observar as “insignificâncias”, para respirar? Que tal um lugar fresco, com local para prática de esportes, academia ao ar livre, trilhas e parquinho para os pequenos, principalmente agora com as férias que se aproximam? Localizado no bairro Country, o Parque Vitória oferece espaços para desfrutar a vida. O Secretário do Meio Ambiente, Luiz Carlos Marcon, explica que a escolha do local onde foi construído visou contemplar duas dádivas da natureza, a arborização pujante e os córregos que atravessam o parque. São mais de dois mil metros de trilhas para caminhada, além de duas quadras de esportes, duas academias ao ar livre e dois parquinhos com brinquedos para as crianças.

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OPINIÃO

dezembro de 2015

Mais tolerância “Profe, o jornal e respeito às diferenças! Adilson Anderle Junior

Rafaela Ghelfond Bacaltcuk

Desde o primeiro ano de curso, eu sempre percebia a movimentação de quando o terceiro ano ia entregar nas salas de aula o Unifatos (jornal-laboratório do curso de Jornalismo). Mas eu não entendia o porquê de toda aquela emoção dos estudantes. Confesso que até ficava impressionada e achava estranha tanta empolgação. Mas “o feitiço se voltou contra a feiticeira”, pois dia 20 de março de 2015 eu realmente entendi e senti toda aquela emoção. Para muitos o Unifatos pode representar só um jornal laboratorial, mas, para mim e para toda a minha turma do terceiro ano, a professora Wânia e o Unifatos simbolizaram muito mais do que isso. O jornal representa reuniões de pauta, escolha de temas (onde as turmas das salas ao lado com certeza reclamaram do barulho da nossa sala fazendo o sorteio das editorias). Este simplório periódico, feito por mãos acadêmicas, representa tentativas de agendar uma entrevista, sem falar daquele “friozinho” na barriga na hora de chegar com o gravador e a câmera fotográfica em um terreno desconhecido. Não posso esquecer dos esperados dias da entrega do jornal, onde nos dividíamos e saíamos por toda a faculdade, naquela correria e empolgação que só quem escreve uma matéria e vê o jornal “fresquinho”, impresso em mãos, entende. Ainda temos o nosso grupo inbox no facebook onde trocávamos ideias e tentávamos prorrogar mais os prazos, mas tudo isso com um objetivo: fazer com que o Unifatos se tornasse ainda melhor em cada edição. Chegamos à versão 74 do Unifatos (oitava deste ano). Mergulhamos de cabeça no esporte, na gastronomia, no cotidiano, no turismo, na cultura... Tenho certeza que todos da minha turma se superaram, tiveram momentos de dúvidas e de aprendizado. Em meio a correria do dia a dia, do trabalho, o tão esperado dia do: “Profe, o jornal tá pronto?” chegou. E este é o último Unifatos de 2015. Cada turma deixa um legado com seus textos e imagens. A minha começou com dúvidas e pessoas muito diferentes trabalhando juntas, mas acredito que tenhamos nos superado, que tenhamos nos surpreendido a cada edição. Hoje, finalizamos esse ciclo com aquele “gostinho” de quero mais e de missão cumprida.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Escolher ser adepto de filosofias de vidas diferentes das consideradas “normais” é sempre uma escolha difícil, ainda mais em um sistema capitalista dominante que a cada dia se sobressai frente aos demais. No entanto, hoje percebemos que escolher ser adepto de filosofias tradicionais também pode gerar polêmicas e reações hostis. Diante de todas as dificuldades, uma se sobressai, o preconceito. É frequente encontrarmos nas ruas das cidades pessoas que seguem doutrinas distintas das nossas, que pregam um modo de vida diferente, e é aí que se torna visível o preconceito, mesmo que não se queira mostrar. A intolerância, no entanto, está presente em todos os lados e cada dia mais o ser humano precisa aprender a respeitar as diferenças, a respeitar o ser humano acima de tudo, seja ele branco, negro, católico, evangélico, budista, brasileiro, americano, indígena, africano ou europeu. Ao passar por ruas aqui da nossa região, vemos quantas culturas diferentes há. Também vemos quanto olhar de desdém e preconceito pairam no ar. São pessoas desviando caminho para não passar perto, são pessoas que olham para o infinito – e além – para não cumprimentar ou então soltam um belo e grosso: “Tô sem tempo”. Se você, leitor, percebeu que estamos falando também sobre os hippies, acertou. Mas não são apenas eles que sofrem com a falta da educação do povo brasileiro. Todos aqueles que são vistos como diferentes sofrem desse mal. Dizem que a educação vem de berço, eu diria que 70%. O restante, sem sombra de dúvidas, aprendemos na escola, afinal é lá que passamos 10% do nosso dia durante 200 dias por no mínimo 12 anos. Porém, no entanto, onde estão os investimentos para a educação se é lá que passamos grande parte da nossa infância? Ao entrar em um site de notícias, o que chama a atenção é a seguinte manchete: “Educação e saúde terão novos cortes em orçamentos, PAC será o principal alvo”. Será que o atual governo se orgulha em ver isso, ver uma nação toda sofrendo por irresponsabilidade deles? Será que ao dormir eles conseguem colocar a cabeça no travesseiro e descansar? Será que roubar o que é de direito da população os traz conforto e alegria? Onde o ser humano chegará?

tá pronto?”

Expediente Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretor-geral: Adriano Coelho. Unifatos. Jornal-laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Patrícia Duarte. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos, diagramação e paginação): Adilson Anderle Junior, Alice de Oliveira, Aline Libera Mayer Arriola, Amanda Valeska Cieslak, Ana Claudia Dembinski Kaminski, Ana Talita da Rosa Bonadimann, Anderson Leal da Silva, Andressa Barbon Gimenez, Beatriz Helena da Silva, Camila Juviak dos Santos, Deisy Antoniele Guedes Mayer, Diego Ubiratan Caetano, Ellen Bruna dos Santos, Evelyn Rafaeli de Oliveira Antonio, Graziele Rodrigues de Oliveira da Silva, Juliana Aparecida de Jesus Gregozewski, Lohana Larissa Mariano Civiero, Maiara Coelho, Matheus Vieira Rocha, Pamella Dayani dos Santos, Patrícia Cordeiro da Silva, Rafaela Ghelfond Bacaltcuk, Renan Cesar Alves, Renan Fabrício Lorenzatto da Silva e Wellen Fernanda Reinhold. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: unifatos@univel.br


EDUCAÇÃO

dezembro de 2015

Cultura italiana

é destaque em Cascavel Juliana Gregozewski

Os ítalo-brasileiros estão espalhados principalmente pelos estados do Sul e do Sudeste do país. Segundo estimativas da embaixada italiana no Brasil, em 2013, viviam no país cerca de 30 milhões de descendentes de italianos. Hoje, seria difícil numerar a quantidade de descendentes. Em Cascavel, cerca de 60% da população, segundo estudos, tem essa descendência. Sendo assim, cultivar a cultura é uma forma de conhecer as próprias raízes e/ou respeitar a cultura do outro. Por isso, cursos de italiano são oferecidos na cidade, para que descendentes aprendam a língua e conheçam um pouco da cultura dos próprios antepassados para que assim, a chama da italianidade não morra dentro de si, assim como para que a comunidade também entenda esse grupo com o qual convive. Pensando em tudo isso, professores do curso de Letras Português/Italiano da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) vêm disseminando a cultura italiana na cidade não apenas com a graduação, mas também realizando cursos gratuitos para a comunidade externa, desde o público infantil e juvenil, até a terceira idade, assim como para professores.

Italiano na terceira idade O Proliti (Projeto de Extensão da Língua Italiana para a Terceira Idade) começou no início de 2014. A professora doutora Benilde Socreppa Schultz, 66, percebeu que os idosos precisavam desenvolver algo que os deixassem em atividade. Para ela, além de possibilitar exercício cerebral, aprender outra língua é algo importante nessa faixa etária. “É uma forma de auxiliar no desenvolvimento da vida deles e poder ajudá-los a sair de casa para aprender algo novo ou relembrar as próprias raízes”, declara. O aluno do Proliti, Januir Vieira Filho, 62, conta que começou a fazer o curso, pois sentia a necessidade de ter o conhecimento de mais uma língua. O que o motivou foi também a origem italiana e a possibilidade de fazer o curso gratuitamente. “Eu estou estudando italiano desde o início de 2014 e já aprendi muito. Consigo dialogar e assistir filmes. É bom falar outra língua”, revela, destacando que o avô materno chegou ao Brasil por volta de 1830, com o navio Cheribon, no porto de Santos. “Eu sou muito orgulhoso em ter uma família que lutou tanto para morar aqui. Conseguir aprender essa língua e estudar para conhecer essa cultura é fazer com que meus avós se eternizem dentro de mim”, declara. A acadêmica do quarto ano de Letras Português/Italiano, Alessandra Santi Guarda, já foi professora voluntária do Proliti e conta que há um carinho e respeito muito grande nessa relação de aluno/professor. Ela explica que a brincadeira é fundamental para que o conhecimento seja repassado com êxito. “A interação e o aprendizado prático são fundamentais”, enfatiza. A professora do Proliti, Cleci Guerra, 54, esclarece que o curso trabalha também com interpretação, leituras, músicas, textos jornalísticos, receitas culinárias, entre outros. “Trabalhar com esse grupo é maravilhoso e marcante. Estar aberta a mudanças, acatar sugestões e respeitar o ritmo do grupo está sendo muito edificante. A cooperação entre todos é constante, transformando a aula em um ponto de encontro e convivência”, diz.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Alunos do Proliti interagem e brincam com a língua italiana

O curso está atualmente com 21 alunos matriculados. O tempo de duração é de dois anos, mas por apelo da turma, provavelmente o curso terá um ano a mais

A professora Cleci (do lado direito, em pé) recebeu acadêmicas do quarto ano de Letras para realizarem o estágio de docência em italiano

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Professores oferecem cursos de italiano para diversas faixas etárias gratuitamente

EducAÇÃO Já dizia minha mãe, educação vem de casa! Camila Juviak

Há alguns dias um menino de sete anos de idade teve a imensa capacidade de destruir toda uma sala de aula. Chocando a todas as pessoas de no mínimo bom senso. Qual seria a explicação para tal fato acontecer? Rebeldia? Pirraça? Ou má criação? Eu fico com a última opção, sem sombra de dúvidas. Boa educação e orientação vêm de casa sim. Se seus pais foram bem criados isso explica exatamente o tipo de cidadão que você é. Não estou dizendo que aquele garotinho que quebrou toda a sala não será um bom profissional no futuro, pelo contrário, as pessoas mudam, mesmo que seja difícil, ainda há esperanças nesse mundo. Educação vem de casa, repito, DE CASA. Professor não é obrigado a aguentar ataque e má criação de aluno. E mudando da água para o vinho, professor acaba se sentindo acuado ao ouvir os choros e todos os discursos bem bolados para não pegar aquele exame! Queridos, todo esforço é válido e reconhecido, pelo menos durante o ano, depois não tem choro que resolva. Reservados vários lugares no céu para os professores, por conseguirem nos aguentar por quatro anos. Esta edição é a última do Unifatos 2015, assim como é a última coluna EducAÇÃO. Aos que nos acompanharam, nosso muito obrigado, foi bom demais escrever e poder aprender mais com esse jornal-laboratório, aprender com vocês, nosso público. Aos coleguinhas que estão saindo da faculdade, sucesso na vida profissional, vocês merecem! E aos demais que ainda lerão as próximas edições do Unifatos nos próximos anos, ou que ainda escreverão nele, aproveitem, porque é maravilhoso estar aqui. E em nome da turma do terceiro ano de Jornalismo, nos despedimos das produções e desejamos sorte e ótimas pautas para a turma de 2016! Agora... mira no TCC e vai! *Camila Juviak é acadêmica do 3º ano de Jornalismo, apaixonada pela escrita e pela literatura.


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EDUCAÇÃO

dezembro de 2015 FOTOS: DIVULGAÇÃO

Per bambini O projeto de extensão Per Bambini teve início no ano de 2011, priorizando crianças de idade entre 3 e 12 anos. O curso é dividido em duas modalidades: Bambini Piccoli, para crianças não alfabetizadas, de três a seis anos; e Per Bambini, que atende crianças entre sete e 12 anos. A acadêmica de Letras Português/Italiano, e professora voluntária, Aline de Quadro Gonçalves, está à frente do projeto há dois anos e revela que trabalhar com crianças é um desafio muito grande, pois se deve ter um senso prático, no qual tudo tem de ser rápido. “Os pequenos levam bastante tempo para realizar as atividades, mas fazem tudo com a maior dedicação. Eles estão

ali por gostarem de ter esse contato com outra língua, saber sobre outra cultura ou até reconhecer características culturais de familiares e conhecidos de origem italiana. Lidar com a curiosidade delas também é bem diferente. I bambini sempre querem saber mais, o que faz com que sempre aprendamos mais”, enfatiza Aline que ministra as aulas junto com Alessandra Santi Guarda, Gabriel Bonatto, Martina Dutra e Odete Tasca. Alessandra revela que as crianças precisam aprender com brincadeiras, com amor. “Eles são muito agitados, então precisamos ensinar de forma diferente daquela ensinada a adultos”, enfatiza a jovem.

O aprendizado das crianças é baseado em jogos de diversão, no qual se aprende brincando

Italiano para alunos de escolas municipais A Unioeste, em parceria com a prefeitura de Cascavel, disponibilizará vagas para incluir alunos de escolas municipais no projeto de aprendizagem. Espera-se que as aulas iniciem no próximo ano. Nesse momento, mais de 120 alunos da rede municipal de ensino cascavelense já se inscreveram no projeto e aguardam a assinatura do secretário de Educação para que possam começar a frequentar as aulas.

Gruppo di studio para mais qualidade de ensino A partir da formação de novos professores na graduação de Letras Português/Italiano, cursos desse idioma são promovidos em diversos cantos da cidade. Além de escolas particulares oferecerem, o curso dessa língua é oferecido no Celem (Centro de Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas) em diversas escolas estaduais tais como Jardim Consolata, São Cristóvão, Olinda Truffa de Carvalho, Jardim Santa Felicidade, Padre Carmelo Perrone e Wilson Joffre, gratuitamente. Pensando em melhorar a qualidade do ensino de italiano na cidade, a docente doutora Rosemary Zanette oferece grupos de estudo. “No ano de 2015 realizei duas vezes o curso de extensão Gruppo di studio sulla didattica dell’italiano”, conta, explicando que o público-alvo são professores de italiano formados, que trabalham em cursos na cidade de Cascavel e região. Em 2015, além dos docentes que atuam nos cursos do Celem, que acontecem nas escolas públicas do Paraná, participaram também professores que ministram aulas particulares e que trabalham em escolas de idiomas. O curso teve início após o governo encerrar a capacitação para os professores de línguas, sendo que existe uma necessidade de suporte para os docentes. “A graduação introduz o profissional na

carreira, mas não é o suficiente. Todas as áreas do conhecimento estão em constante renovação. A educação também precisa ser sempre repensada e atualizada”, analisa Rosemary. O grupo discutiu temas importantes de ensino, além de questões pedagógicas, promovendo troca de experiência e colocando os desafios diários em pauta para melhorá-los e ter um ensino de qualidade. Para a professora Nilceia Limanski, que dá aulas de italiano há oito anos no Celem, foi importante ter participado do grupo de estudo de língua italiana, “por ser uma oportunidade única para compartilhar experiências, vislumbrar diferentes perspectivas e aprimorar conhecimentos”. Para a docente, que leciona atualmente em seis turmas de três colégio públicos no município de Cascavel, Jardim Consolata, São Cristóvão e Olinda Truffa de Carvalho, toda iniciativa de formação é sempre bem-vinda na carreira do professor. Os cursos do Celem, segundo Nilceia, são importantes, pois valorizam a cultura dos imigrantes e seus descendentes, enquanto possibilidade de aprendizado de língua estrangeira com base nas demandas socioculturais de uma sociedade globalizada.

I bambini realizam atividades de colar figuras, jogos (bingo, jogo da velha), música, dança, teatro e contação de histórias infantis

Os acadêmicos da Unioeste de Letras Italiano realizam estágio de docência no Celem

A professora de italiano Nilceia Limanski dá aulas de italiano no Celem e sempre realiza atividades que envolvem a cultura italiana. Na foto, ela e os alunos fizeram a tradicional bruschetta, uma entrada típica italiana

Il bel paese: l’Italia da nord a sud

O curso Il bel paese: l’Italia da nord a sud, que ocorreu em 2014 e em 2015, tratou sobre as regiões do país europeu. O projeto tem o intuito de levar conhecimentos culturais sobre a Itália para alunos da comunidade interna e externa que entendam o idioma. Segundo a coordenadora do curso, professora Rosemary Zanette, o objetivo é tratar de alguns aspectos culturais das regiões italianas, além de proporcionar mais um contato com a língua em ambientes regulares de ensino. “É importante conhecer aspectos geográficos, econômicos, turísticos, gastronômicos, linguísticos, entre outros para que se compreenda uma cultura de fato”, observa Rosemary.

Alunos do curso Il bel paese: l’italia da nord a sud conheceram um pouco mais sobre o país europeu


TURISMO

dezembro de 2015

Encante-se com o Parque Vitória! Dentre os atrativos estão: trilhas, quadras de esportes, academia ao ar livre e área para descanso FOTOS: PATRÍCIA CORDEIRO

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Ellen Santos e Patrícia Cordeiro

Parques ambientais são áreas reservadas à conservação do meio ambiente, turismo, prática de esportes e lazer. Em 1937 foi criado no Brasil o primeiro parque ambiental, localizado no Estado do Rio de Janeiro em Itatiaia. Infelizmente as pessoas possuem cada vez menos tempo para as coisas “desimportantes”, diria Manoel de Barros. Mas, como alertava o poeta, poderoso mesmo é quem descobre as “insignificâncias”. Trabalho, faculdade, rotina, chefe, pressão, cansaço. Essas são algumas das coisas “importantes” que ocupam boa parte do dia das pessoas. Você já parou para contemplar a natureza hoje? Para observar as “insignificâncias”, para respirar? Que tal um lugar fresco, com local para prática de esportes, academia ao ar livre, trilhas e claro, parquinho para os pequenos? Você merece, não? Talvez um tempo para observar como os detalhes e a natureza renovam as energias, um momento para passear em família, fazer uma corrida ou apenas ficar sozinho com pensamentos, apreciar um pouco de ar puro ouvindo o canto dos pássaros. Localizado no bairro Country, o Parque Vitória oferece esse momento de viver. O secretário do Meio Ambiente, Luiz Carlos Marcon, explica que a escolha do local onde foi construído visou contemplar duas dádivas da natureza, a arborização pujante e os córregos que atravessam o parque. São mais de dois mil metros de trilhas para caminhada, além de duas quadras de esportes, duas academias ao ar livre e dois parquinhos com brinquedos para as crianças. O parque possui dois estacionamentos próprios. Ana Priscila Stori, 29, destaca que o maior atrativo do parque é a natureza e o ar fresco. Para João Pedro Dellarosa, 21, as pistas de caminhada e as áreas de lazer chamam a atenção. Dois lugares que não podem deixar de ser visitados são as duas pontes de madeira, que ficam em cima de um pequeno riacho que atravessa o parque. Um ambiente de paz e tranquilidade, para curtir sozinho, com o namorado(a) ou com a família. João Pedro destaca que a iluminação e segurança poderiam ser melhorados, principalmente para o período noturno. Ana Priscila acredita que investindo em segurança, as depredações seriam evitadas. O desafio é encontrar formas de melhorar a segurança longe das formas de controle mais comuns, como guardas ou polícia. O secretário do Meio Ambiente Luiz Carlos afirma que esse tipo de medida não gera resultados satisfatórios: “Para mim é impensável colocar guardas para proteger algo a céu aberto. Até porque todas as experiências de guardas nestes ambientes se mostraram infrutíferas”. O Parque Vitória fica aberto 24 horas. Reserve um tempinho e contemple as belezas da natureza, longe da correria do dia a dia. Você merece um descanso, não acha? Corra!


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COTIDIANO

dezembro de 2015

A única certeza da vida é que em algum momento morreremos

Nós nascemos para morrer,

mas morremos para quê?

Lohana Larissa e Renan Lorenzatto

Você nasceu em uma manhã chuvosa do mês de dezembro. O Natal já se aproximava e seus pais estavam animados ao extremo, pois você seria o primeiro filho deles. Desde pequeno seus pais faziam de tudo por você; ensinaram-lhe todas as coisas boas, e mostraram o que pode e o que não pode ser feito. Você cresceu, estudou e formou uma nova família. Até que em uma madrugada fria de junho, algo inesperado aconteceu: você morreu. Puxa, você foi tão cedo! Você poderia ter feito tantas outras coisas na vida, mas por causa da morte seus sonhos e projetos não se realizarão. Você não vai mais poder fazer aquela viagem que tanto almejava, comprar aquele

carro dos sonhos, ou ter mais filhos, afinal você sempre quis ter a casa cheia. Você passou a vida inteira com medo da morte, mas ela chegou e você teve que sair de cena. O que aconteceu no momento em que você morreu? Você desapareceu? Você tem alma? Sua alma saiu de seu corpo? As portas do céu abriram e agora você desfruta de um paraíso perfeito? Você ficou no purgatório purificando a sua alma? Seu espírito foi levado para algum lugar onde terá que esperar algum tempo e finalmente poderá voltar para cá? Como é lá? É bonito? Ou você foi para o umbral repleto de energias carregadas? Ou até mesmo, para um tal de inferno, onde

pagará pelos seus pecados da vida terrena eternamente? Calma… Como você irá responder tais perguntas se você está MORTO? A única certeza da vida é que em algum momento morreremos. As pessoas nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Nós todos aprendemos isso na escola. Nós nascemos para morrer, mas morremos para quê? O que acontece após a morte? Como ter a certeza de que tudo ficará bem? Devemos estar preparados? Para compreender um pouco mais sobre o que acontece conosco após a morte, a equipe do Unifatos conversou com devotos de diferentes crenças.

Igreja Adventista do Sétimo Dia ISSA

A LAR FOTOS: LOHAN

“Que Deus bom é esse que deixa a pessoa queimando no inferno?”, pastor Júlio Gonçalvez de Souza.

A partir do pó da terra, mais o sopro de vida dado por Deus, o homem foi criado. Ele, nada mais é do que uma alma. Alma essa que faz parte do homem. Dessa maneira, assim que o corpo morrer, a alma também morrerá. O homem/alma morrem de fato. “Ou o homem morre, ou Deus é mentiroso! Se não morre, temos que bater palma para a serpente que enganou Eva no paraíso”, relaciona o pastor com convicção. Essa é uma parte do ciclo da existência humana conforme a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a qual tem toda uma doutrina baseada no antigo testamento da Bíblia. Imagine-se dormindo em um sono pesado, sem a respiração. O pastor da Igreja, Júlio Gonçalvez de Souza, 35, explica que a morte é dessa forma: “De acordo com a Bíblia, quando o ser humano morre, ele está em um sono profundo, um sono diferente, pois não se respira, porque o ar, o fôlego de vida, é dado por Deus. Esse fôlego deixa de existir”. Conforme essa doutrina, não há um “pós-morte”, afinal, o homem sendo ele ruim ou bom durante a vida, continuará em seu túmulo esperando pela vinda de Jesus Cristo. Para os devotos dessa religião, isso está próximo de se tornar real e quando isso ocorrer o mundo sofrerá algumas mudanças. “Quando Jesus voltar, haverá uma ressurreição. Todos nós seremos transformados: o nosso corpo mortal será revestido de uma imortalidade e tudo será perfeito; existe esperança para aqueles que morrerem confiando em Cristo”, prega o pastor. As pessoas que morreram sendo boas serão ressuscitadas nessa primeira ressurreição, onde subirão aos céus e lá ficarão com Jesus Cristo, que irá explicá-las tudo que tiverem dúvida. Após mil anos dessa primeira ressurreição, uma nova irá se concretizar; dessa vez, com aquelas pessoas que morreram más. Após o feito, tais pessoas serão destruídas com um lago de fogo e enxofre, juntamente com todas as coisas presentes na terra. “Com as cinzas será feito um novo céu e uma nova terra como era lá no Jardim do Éden”, finaliza o pastor.


COTIDIANO

dezembro de 2015

Catolicismo

“Tanto o céu é eterno, quanto o inferno; ambos são para sempre!”, Dom Mauro.

Os católicos acreditam que o ser humano possua espírito, como afirma o bispo da arquidiocese de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos, 61. Quando o ser humano morre, o mesmo vai para a vida espiritual e lá fica esperando a grande ressurreição. Sendo assim, depois da morte, não há a reencarnação. O catolicismo, assim como a obra Divina Comédia, de Dante Alighieri, prega que após a morte há três possíveis lugares em que as almas podem ir: céu, inferno, e entre eles, o purgatório. O céu seria para as pessoas que foram boas durante a vida carnal, que fizeram o bem, ou ainda para aquelas que se fizeram algum mal, se arrependeram em algum momento, sendo assim ganhariam a vida eterna nesse paraíso. O purgatório seria o meio termo, um lugar para os espíritos que ainda possuem chances de ir para o céu, a partir da oração dos fiéis (aqui na terra). Essas almas, em algum momento, podem chegar finalmente à paz

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do céu. E por último, para aqueles que durante sua vida foram pessoas más, que fizeram o mal e não se arrependeram, serão enviados para o inferno. Nesse local, para o catolicismo, as almas sofrem em um mar de fogo e enxofre, como forma de punição para todos os erros da vida terrena. O céu ou o inferno são a vida eterna das almas que escolhem enquanto ainda estão vivas o lugar que irão quando morrerem, optando pelo bem ou pelo mal. Acredita-se também que em algum momento Jesus voltará. As almas que estiverem no céu serão ressuscitadas em seus corpos, onde ficarão eternamente como corpos incorruptíveis, sem dor ou sofrimento, somente deleite e prazer. As almas que estiverem no purgatório também serão ressuscitadas e irão para a vida eterna com prazer. E para aqueles que já estavam no inferno ou que em algum momento iriam, ficarão sofrendo para todo o sempre. “Tanto o céu quanto o inferno são eternos: ambos são para sempre!”, destaca Dom Mauro.

Doutrina espírita

“Viver é preparar-se para a morte. Morrer é viver novamente”, médium Lourdes Hansen.

Segundo a doutrina espírita, ou o espiritismo, codificada por Allan Kardec, os seres humanos são espíritos encarnados em um corpo físico, o qual é apenas uma simples “roupa”, que depois de velha, ou seja, depois que morremos, não serve para nada. Para o espiritismo, nós não morremos, nós desencarnamos. Com isso, o espírito sai do corpo e vai para a vida espiritual. Tudo o que há na terra, há também nesse plano espiritual, só que de forma diferente, é como se tudo fosse energia, lugares energéticos. Esse plano é chamado de colônias, “nosso lar”, etc. A professora e médium Lourdes Resmini Hansen, 53, explica que o plano em que o espírito irá, depende de como a pessoa viveu a vida terrena: “Se você tem sintonia boa você vai para um lugar bom com espíritos daquela sintonia. Aquele que sai totalmente da lei de Deus, vai junto com aqueles…”. Os espíritos maus vão para uma região chamada “umbral”, onde a energia negativa, pesada, prevalece. O espírito fica lá até se dar conta que aquele lugar não é o qual ele quer ficar, ou seja, quando o espírito se abre para o bem, para melhorar, os espíritos do bem o buscam e o levam para uma das colônias que fazem o tratamento espiritual, após o tratamento começam os ensinamentos. Depois de algum tempo no plano espiritual – tempo esse que é indeterminado -, o espírito retorna à esfera terrestre para reencarnar (ou seja, volta à vida carnal). A reencarnação acontece bem antes do feto, onde ocorre todo um planejamento para uma nova vida. Todo esse planejamento, assim como todos os ensinamentos aprendidos no plano espiritual, e as lembranças das vidas terrenas passadas, são “apagadas” da memória. Tudo isso fica no subconsciente do espírito.

Doutrina umbandista

“Cada um faz da terra o seu próprio inferno!”, mãe Nice.

Cleunice Solbara Siqueira, 57, mãe de santo e filha de Iemanjá, nos conta que segundo a doutrina umbandista, o ser humano possui alma e essa alma depois que morremos irá para um plano espiritual, onde terá todo um tratamento para o espírito, seja ele bom ou mal. A doutrina da umbanda e do candomblé se assemelham um pouco da doutrina espírita, uma vez que ambas acreditam na reencarnação. Mãe Nice, como também é conhecida, conta que os espíritos vão reencarnando, até que não conseguem mais, pois o espírito já está em um nível tão alto, que não tem como evoluir. Os guias, como são chamados, são esses espíritos que já cumpriram suas missões na terra (como pessoas) e agora ajudam os outros vivos em suas missões. Segundo a umbanda, após a morte, o espírito desencarna do corpo e sobe para uma espécie de mundo onde tudo que há na terra existe lá também. Esse mundo tem vida, afinal o espírito nunca morre. O mundo em que vivemos enquanto estamos vivos é a continuação

do mundo espiritual que habitamos logo depois da morte. “Aqui nós somos a continuação do mundo espiritual, Deus dá a vida para a gente e esse mundo para habitarmos para depois voltarmos para casa”, explica mãe Nice. Esse mundo em que os espíritos habitam pós-morte (até o momento da reencarnação) é bem parecido com o do espiritismo: é um mundo de energia. Segundo mãe Nice, o inferno, por outro lado, ou umbral, seria a terra. Afinal é aqui que vamos evoluir e consertar os erros de nossa vida. Cada um faz da terra o seu próprio inferno, cada um toma suas próprias decisões que podem ser positivas ou não. Para o umbandismo, a figura do demônio não existe, mas sim, os espíritos de baixo calão. Esses tais espíritos, em suas vidas terrenas eram pessoas que usavam drogas, roubavam, matavam, eram pessoas ruins, que quando desencarnaram ficaram “presas” nesse nosso mundo e ficam atormentando as pessoas na terra.


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AGRONEGÓCIO

dezembro de 2015

Família de Maripá aposta no ramo de peixes

Trabalho em família:

Anderson Leal

A piscicultura é uma atividade que vem se destacando por todo o mundo nos últimos anos. Diversos países se sobressaem no cenário internacional como excelentes produtores de peixes. O Brasil não está nessa lista por causa da pouca produção no país, mas sempre é lembrado como um lugar de grande potencial no pescado, em função das condições climáticas favoráveis e por possuir um dos lugares de maior reservatório de água. Esse tipo de mercado consumidor está em expansão, permitindo que novos produtores possam ingressar na atividade. Este é o caso da família Froehlich, de Maripá, no oeste paranaense. Airton Froehlich, 51, proprietário do pesque-pague da Rocinha, está há dez anos na atividade de peixes e diz que não imaginava tamanha mudança no ramo de sua vida profissional. “Eu trabalhava com criação de porcos e a renda não era muito boa. Minha esposa Neuza, 42, me ajudava conforme podia, pois tinha que cuidar dos serviços domésticos. Minhas filhas estudavam. Como eu dispunha de alguns açudes, procurei informações de como se iniciar o negócio. Chamei minha família, conversamos e decidimos que juntos iríamos abrir um novo empreendimento e que a nossa união iria fazer a

diferença”. Airton acrescenta que um novo sonho ainda pode se concretizar, que é o de “poder ampliar o negócio e trazer cada vez mais tecnologia”. Para a matriarca da casa Neuza Froehlich, a ideia foi desafiadora, mas ela sempre acreditou no potencial da família. “Foi um desafio, já que tínhamos outro tipo de sustento. O negócio só foi pra frente porque nossa família é unida e soube superar todos os desafios. Além disso, conseguimos separar família de negócio e trabalho de família, tornando o local prazeroso para trabalhar e ao mesmo tempo para viver.” Além da criação de peixes, Neuza conta quais são os pratos mais servidos quando o pesque-pague realiza refeições. “Em dia de almoço (servido no primeiro e terceiro domingo do mês), os principais pratos são: arroz, saladas, prato tropical, molho de alho, filé de tilápia frito, polenta, batata frita, peixe ao molho branco, peixe com legumes ou lasanha de peixe, peixe assado na grelha e sobremesas”. A filha do casal, Alexandra Froehlich, 20, acredita numa mudança no agronegócio em família. “Antes os filhos não queriam nem saber em ficar a frente dos negócios dos pais. Hoje os tempos são outros e eu sou prova de que esse ditado foi derrubado”. A outra filha de Airton e Neuza, Laís Froehlich, 15, acredita

num diferencial maior do empreendimento da sua família frente a outros lugares. “Nosso espaço foi criado para proporcionar aos visitantes momentos de lazer, divertimento, pesca e contato com a natureza, oferecendo um amplo espaço totalmente arborizado. As melhores porções de peixe, o melhor lugar para a família passar o dia, além do melhor atendimento da região. Esses são nossos pontos primordiais de fácil acesso aos clientes”. O mais novo funcionário da família Froehlich, Marcelo Marquardt, 29, é um dos responsáveis pela alimentação dos peixes. “Os cardumes devem ser tratados conforme a temperatura do dia ou espécie criada”. Para Marcelo, a tecnologia auxilia na distribuição da ração: “A mecanização possibilita o ganho de tempo. Só assim posso estar aprimorando o conhecimento no tratamento destes que serão pescados. Devemos cuidar do armazenamento dessas rações. As embalagens devem ser mantidas em ambiente ventilado e afastadas do sol. Além disso, deve-se evitar a todo custo a umidade, que pode prejudicar a qualidade da alimentação dos peixes”. Ele finaliza acrescentando os tipos de peixes nos açudes da família Froehlich: “Trabalhamos principalmente com tilápia, cat fish e piauçú”.

12 POSES Andressa Mayara Bernardi, do curso de Processos Gerenciais

Noilianna Iurczaki, estudante de Direito

Leticia Garcia, professora dos cursos de Jornalismo e Artes

Marina Nestor, acadêmica do curso de Artes

Débora Dias, do segundo semestre de Jornalismo


AGRONEGÓCIO

dezembro de 2015

FOTOS: ANDERSON LEAL

segredo do sucesso

Família Froehlich trabalha há dez anos no ramo da piscicultura como atividade profissional

Por Camila Juviak & Evelyn Antonio Débora Bernado, estudante de Jornalismo

Geovana Andretta, acadêmica de Direito Giulia Thomas, acadêmica do segundo ano de Contábeis

Angélica Pereira Minuzzo, acadêmica de Pedagogia

Kátia de Souza, aluna do segundo ano de Direito

Thais Martins, do curso de Artes

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Nataly Dias e Tamises Schein, alunas de Recursos Humanos

12 POSES


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SAÚDE

dezembro de 2015

Tomar remédio controlado é normal.

Ter preconceito, não!

MAIARA COELHO

Cuidar da saúde mental não é sinal de fraqueza, mas sim, um ato de amor próprio e compromisso com a qualidade de vida

Maiara Coelho

É impressionante ver como a maioria da população costuma rotular as pessoas que tomam remédios controlados. É só falarmos de gardenal que nos deparamos com alguém associando o remédio à loucura. Mas afinal, o que é o normal? O que é “loucura”? Quem define isso? E aquele que se acha capaz de definir, é normal o suficiente para isso? Não é preciso estudar Medicina para falar sobre o assunto, principalmente hoje com tanta informação e desinformação na internet. Pesquisas mais aprofundadas, em sites mais confiáveis e fontes especializadas para isso, oportunizam em pouco tempo o esclarecimento de que o gardenal (nome comercial do fenobarbital) não é uma poção mágica que torna as pessoas “normais” aos olhos da sociedade. É apenas um medicamento antigo usado para tratar e prevenir convulsões ou “ataques epilépticos”, como as pessoas adoram falar. Sabemos que existem milhões de pessoas que fazem tratamento com remédios controlados, mas geralmente conhecemos poucas delas, não é? Muitas escondem ou omitem que tomam remédio controlado para se pouparem. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda há muito preconceito (e não é pouco) em relação a isso. Muita gente tem medo de admitir que toma remédios controlados, por medo da ignorância de algumas ou muitas pessoas. Fernanda Aparecida tomou remédios controlados durante muito tempo e conta que a

pior parte de depender de remédios foi lidar com o preconceito. “Às vezes percebo que as pessoas me olham de uma forma diferente quando falo que tomo medicamentos e infelizmente até pessoas de cargos importantes em algumas empresas. Tenho certeza que isso já me prejudicou em entrevistas de emprego”, relata Fernanda. Além do preconceito, tomar remédios controlados pode levar muitas pessoas à depressão. Alguns medicamentos com agentes quimioterápicos, dermatológicos, anti-hipertensivo, contraceptivos e até mesmo um tratamento prescrito para um transtorno mental podem induzir perturbações depressivas do humor. Nesses casos, geralmente o transtorno depressivo induzido tem seu início nas primeiras semanas ou após um mês de uso da medicação. Assim que a medicação é descontinuada, os sintomas começam a desaparecer. A remissão completa dos sintomas depende da meia-vida do medicamento. Caso os sintomas persistam além do tempo esperado, consideram-se outras causas para os sintomas do humor depressivo. É importante frisar que, para se determinar se os sintomas depressivos foram causados por uma medicação, é necessário o julgamento clínico do psicólogo ou psiquiatra. O médico neuropsiquiatra Wesley Hummig, de Curitiba, testou durante 12 anos um tratamento para pacientes depressivos com o uso de um

aparelho de estímulos magnéticos. Aprovado em janeiro de 2013 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o método é indicado apenas para pacientes em que os medicamentos e a terapia não fizeram efeito. De acordo com o médico, a cada cinco pessoas, três melhoram da doença em pouco tempo. “É usado para pacientes que já tentaram, pelo menos, dois tipos de antidepressivos com dose total e tempo bom, mais de quatro semanas, e nada de ter resposta. O que nós fazemos é estimular a região para ativar essa rede neuronal e melhorar os sintomas depressivos: a tristeza, a falta de energia, a insônia, a ansiedade, a culpa, a desesperança”, explica o neuropsiquiatra, que atende em uma clínica na capital paranaense. Cuidar da saúde mental não é sinal de fraqueza, mas sim, um ato de amor próprio e compromisso com a qualidade de vida. E para você que se preocupa tanto com os outros, saiba que quando você se dedica a um tratamento para melhorar humor e disposição para prosseguir de uma forma mais tranquila, automaticamente acaba influenciando o bem estar de outras pessoas de sua convivência. Permita-se amar mais, fazer mais por si mesmo, e isso lhe afastará cada vez mais do sentimento de vergonha em relação ao seu tratamento psicoterápico ou farmacológico. Converse sobre seus sentimentos relacionados ao tratamento com um psicoterapeuta, ele poderá te ajudar.


CULTURA

FÁBIO ALEXANDRE

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Viver com regras ou por ideais?

Graziele Rodrigues

O que precisamos para ser feliz? Dinheiro, status, uma carreira bem sucedida? O grupo hippie surgiu para quebrar tabus, sempre sorrindo, tocando música boa, paz, “sexo, drogas e rock and roll”, sem pudor de dizer que fuma um baseadinho de vez em quando. Na visão geral da sociologia o cientista social Samuel Costa conta que o movimento hippie surgiu nos Estados Unidos e é considerado uma contracultura, pois as ideias são resistentes às normas conservadoras da época. Entre as “ideias e manifestações estão a liberdade sexual, antimilitarismo, experimentação de drogas, rejeição ao modelo político institucionalizado, aproximação com religiões e filosofias asiáticas, entre outros”. Porém, hoje os artesãos urbanos são chamados de hippies, mas alguns preferem ser chamados de “malucos da estrada”. Samuel explica, ainda, que hippie é uma definição genérica do estilo de vida e que passar a entender o cotidiano desse grupo é a melhor maneira de evitar estereótipos. No calçadão da Avenida Brasil um amontoado de signos é apresentado. Uma breve análise semiótica do espaço e já seria possível enxergar tantas diferenças socioeconômicas e culturais. O contraste do estilo de vida das pessoas, algumas apressadas que saem da loja famosa de fachada amarela. No degrau da loja uma mulher com sotaque castelhano responde que não gostaria de conversar comigo, mas aponta para um grupo que ela intitula como hippies e que eles poderiam dar atenção. Me aproximo do rapaz de cabelo no estilo rastafari, que sentava em posição para meditação: “Oi! Sou estudante de Jornalismo e estou fazendo uma matéria sobre o cotidiano, a filosofia de vida dos hippies. Posso conversar com você?”. Na conversa, em estilo slow motion (câmera lenta), ele responde com um sorriso aberto: “Não sei cara! Não sei... Dá para começar falando das minhas artes aí... Vocês jornalistas são todos manipuladores, comprados pela ideologia dos dominantes”, comenta Wagner Satiro, em meio a risos. Outro hippie, Otônio Muamab, complementa a conversa e diz em alto tom: “O problema de vocês é que estão sempre fazendo as mesmas perguntas”. Essa ficou como reflexão. A partir daí o desafio era conseguir informação quando um questionamento cabe tantas interpretações diferentes. Pergunto para Wagner se ele tem irmãos, ele diz que sim, que na estrada faz uma legião de irmãos, uma irmandade, que sempre se ajuda, se curte e tal.

E por que escolheu esse estilo de vida? Wagner conta que não escolheu, o mundo o escolheu. Cansado das exigências e dificuldades do sistema capitalista, diz ter nascido para se encontrar com o mundo. “Nosso estilo de vida é isso aqui. Não escolhi isso aqui pra viver. Não temos oportunidade nem incentivo nenhum pra fazer as nossas artes. Isso aqui é o que veio pra mim. Não dá para dizer que eu escolhi essa vida, essa vida que me escolheu, sou do mundo, não sei pra onde vou, só quero vender meus artesanatos em paz e ser feliz”, comenta. Um momento tenso paira no ar. Os hippies começaram a olhar para trás e Wagner demonstrando um grande apreço, pega seu único bem material, o violão, e coloca no meio das coisas do hippie ao lado. Este não se vestia como hippie, trajava camiseta e calça jeans, não sei se intencionalmente. Logo percebi o motivo do clima ruim. Três policiais militares chegaram até o calçadão, com o olhar em nossa direção. Senti intimidação e a conversa com os hippies agora era sobre a opressão. Otônio diz que estas intimidações que sofrem por parte da polícia ainda são resquícios da ditadura. “O chefe daquele policial branquinho ali deve ser um senhor mais velho que viveu a política da época. Eu vivi aquela época e é por isso que sou hippie. A sociedade tem medo da comunidade toda ser um de nós, de se propagar e prejudicar o mercado”. Otônio também revela o seu descontentamento com a venda dos artesanatos: “A China produz estas porcarias de plástico com mão de obra escrava e vende a um real. Qualquer brinquinho ali é um real. Tem muita coisa que precisa melhorar, mas para minha geração, não muda mais não”. Segundo Wagner, o preconceito está sobre todos e o próprio trabalhador não tem direito à liberdade. “Colocaram uma pedra no meu caminho e quando eu decidi isso aqui, aí veio uma pedra mais gigante ainda, mas eu vou escalando, escalando e pulo”. O cientista social Samuel explica que é preciso cultivar uma ética voltada à abertura ao diferente. “Lembrando que do ponto de vista do ‘outro’ o diferente somos nós. Portanto, todos somos diferentes em alguma medida. O padrão é uma invenção, e muito provavelmente, inalcançável. Aprender com a diferença ao invés de aceitar o pressuposto do padrão (se percebendo também como um diferente) é um bom começo para cultivarmos uma cultura que estimule a alteridade”, finaliza.

“Eu ando descalço, não preciso de grana e uso colar, minha roupa é estranha, não vou trabalhar, não vou trabalhar, sou hippie e não vou trabalhar...” (Pica Pau)

Benconheirfaleomais, suas ideias

z não ♪ ♫ ♫ Meu rapa cem mais, não me conven ais, hoje e, não chore m or ch o nã z pa Meu ra , já deixei pra trás as lágrimas eu r meu , diz que quer se sa es m co e pr É sem eração, está sua consid irmão, mas onde ar meu se papo de cort Me vem com es mar papo de me arru cabelo, e esse emprego, ero que a maloqueiro, qu Quero que saib nconheiro, , sou da paz, be m be do u so a, saib s, não, vou s seus conselho Não preciso do emprego, , esse papo de lo be ca eu m ar cort já deixei undo minas, sou do m pra trás, sou de inteiro... ♪ ♫ ♫

Um desabafo... Autor: Wagner Satiro

“Meus amigos, como posso eu aceitar que

depois de tanta luta a censura ainda continua em nosso país? Como aceitar que um artista de rua é impedido de compartilhar seus pensamentos, sua alegria, sua magia, sua vã filosofia com os demais? Como sentir-se livre cantando o hino que fala de liberdade, se sou eu impedido de expor minhas ideias e pensamentos em vários lugares do país? Como posso eu sentir-me livre se sou obrigado a ver meus irmãos sendo humilhados e mau tratados só porque pensam diferente e se vestem diferente? Quero que saibam: podem apreender nosso trabalho, quebrar nossos instrumentos musicais, podem nos agredir fisicamente e moralmente, podem nos aprisionar em uma gaiola, podem até voltar a nos exilar. Mas digo que nunca conseguirão aprisionar nossos pensamentos, pois somos quem somos. Somos como moscas e não adianta nos dedetizar, pois sempre virá outra em nosso lugar. Não queremos glória, reconhecimento... Queremos apenas o nosso direito de sermos nós mesmos, de sermos livres. Abaixo à censura!”


MODA

dezembro de 2015

Antes referênc Alice Oliveira e Matheus Roch

“It é aquela qualidade que alguns possuem e que faz com que todas as outras pessoas sejam atraídas por sua força magnética. Tendo o it, você conquista todos os homens se for uma mulher – todas as mulheres se você for um homem. O it pode ser uma qualidade intelectual ou também um atrativo físico”, descreve a romancista britânica, Elynor Glyn, responsável por introduzir o termo, em 1927, às pessoas com características únicas, estilo próprio e personalidades irreverentes. Esses atributos estão, geralmente, presentes em garotas que exercem referencial ao grupo em que estão inseridas: seja na maneira de se vestir, na forma como pensam, ou por suas atitudes na sociedade. Essas meninas são conhecidas como it girls. E toda it que se preze anda, sim, com roupas, bolsas e sapatos da moda, mas tem algo nela único e exclusivo, o qual não está à venda em lugar algum: carisma, elegância e charme. Em Cascavel, devido ao crescimento nas relações de moda – seja com o reconhecimento

IMAGENS: DIVULGAÇÃO

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MODA

dezembro de 2015

cia,

agora it

girl!

e interesse ao curso tecnólogo de Moda, quanto com o espaço que o ramo vem ocupando na mídia e no comércio local –, a cada dia que passa, novas personalidades em potencial surgem. Um exemplo é a jornalista e proprietária do brechó ReUse, Julia Orso, de 23 anos. Mesmo não se considerando uma it girl, por achar o termo muito relativo, Julia é referencial de estilo para muitas meninas da cidade, que assim como ela, gostam de inovar o guarda-roupa com peças retrô, customizações e acessórios vintage, que destacam um gosto mais retrógrado na hora de escolher o look. “Eu não queria usar o tipo de roupa que minha mãe comprava. Não que ela se vestisse mal, pelo contrário. Ela sempre foi meu referencial, mas eu queria usar as roupas que eu gostava, queria rasgálas, customizá-las, deixá-las únicas”, comenta Julia sobre o próprio estilo. Para a jovem, ser uma it girl é ser você mesma, independentemente da forma como a sociedade te enxerga. É uma questão de bem-estar, confiança e

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Garotas apresentam estilos de vida cobiçados, bom gosto e personalidades marcantes – características que, mescladas, conferem a confiança visualizada na aparência das meninas da vez

atitude. Essas garotas, antes de qualquer coisa, se acham incríveis, lindas, estilosas e atraentes. É a admiração própria, um dos principais fatores para que as outras pessoas reconheçam sua personalidade. E podemos perceber essas características em Julia: tanto em seu cabelo raspado, quanto na forma como administra sozinha seu estabelecimento, além de é claro, na forma como é destemida e focada. “Eu não tenho medo de dar a cara à tapa, de falar o que eu penso, por ter medo do que as pessoas vão pensar”, diz a jornalista. Frisando a influência de Julia, no lançamento da revista Duo Cascavel, no último ano, o artista plástico Lucas Pavoni homenageou as cascavelenses, sendo estas, personalidades influentes da cidade. Entre caricaturas em tamanho real de nomes como Olga Bongiovanni, Lucinha Silveira, estava Julia Orso, a mais jovem entre as homenageadas. Assim como ela, a também jornalista Érica Okasaki, de 30 anos, especialista em design de

moda e apresentadora do programa Na Moda, da RICTV Record, exerce grande influência na cidade, não somente por seu programa, mas também por seu estilo único. Para Érica, as it girls consomem mais moda do que estilo, porque se preocupam mais em vender marcas, tanto com suas mentalidades, quanto com a roupa que vestem. “São meninas de bom gosto, estilosas, que geralmente montam uma imagem, baseada em marcas famosas, peças em destaque e a vendem ao seu grupo”, diz a apresentadora. Érica não se considera uma it girl por considerar o estilo mais importante. Citando Coco Chanel: “a moda passa, o estilo permanece”, a jornalista afirma que essas meninas são realmente influentes, mas pessoas consideradas comuns, preocupadas mais em impor suas individualidades e personalidades em seus estilos podem ter um destaque ainda maior. O importante é estar confortável e manter sua identidade no look de cada dia.

FOTO: MATHEUS ROCH

“Eu não queria usar o tipo de roupa que minha mãe comprava. Não que ela se vestisse mal, pelo contrário. Ela sempre foi meu referencial, mas eu queria usar as roupas que eu gostava”, Julia Orso

Atitudes

A It Girl Julia Orso e seu estilo único

Muito além da aparência, as it girls apresentam um atributo que se torna fundamental para o reconhecimento it: a atitude. Não é apenas uma questão de moda, mas também de comportamento e conduta, que se transformam nas armas mais poderosas dessas meninas. O it transforma meninas em verdadeiras ditadoras. Com suas individualidades conquistam espaço, atraem olhares e comentários, mostrando ao mundo a verdadeira importância da moda – que diferente do que a maioria considera não se resume em roupas e acessórios, mas principalmente, em uma opção de vida, capaz de transformar a visão de mundo de quem a utiliza. E elas estão cada dia mais presentes em Cascavel, auxiliando não somente no

desenvolvimento da moda, como também da cultura e comércio da cidade. Inserindo tendências, expondo pontos de vista e formando opinião, as it girls conquistam espaço. As redes sociais são um dos principais pontos de encontro com o mundo it. As mais famosas deste universo começaram em um simples blog: o que é o sonho da jovem Maria Eduarda, de 15 anos. Para a estudante, ser influente é uma questão de satisfazer a alma com o reconhecimento daquilo que você acredita. “Ver que as pessoas te admiram pelo seu estilo e reconhecem a importância que isso tem na sua vida, é satisfatório, afinal quem não gosta de receber elogios?”. A garota que faz sucesso no grupo de amigas, por se empenhar em seu estilo, comenta

que o Facebook é um dos maiores propulsores para o auge it. “Não é apenas uma curtida, um comentário. É o reconhecimento do seu trabalho, como uma promoção é para um empregado”, salienta. “Apesar de ser nova, vejo meninas, algumas mais novas que eu, aprovando e copiando minhas produções e isso é fascinante. É simplesmente uma honra”, diz Maria, que pretende criar um blog especialmente para compartilhar suas experiências com a moda e suas produções. E é o sonho de toda aspirante a it girl. Como referência, essas garotas apresentam estilos de vida cobiçados, bom gosto e, principalmente, personalidades marcantes – características as quais mescladas, conferem a confiança visualizada na aparência das meninas da vez.


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TECNOLOGIA

dezembro de 2015

Peris o quê?

Podemos hoje, com a internet, nos comunicar com muito, mas muito mais pessoas, apenas usando um celular

Aline Arriola

RENAN CESAR

Quando a televisão chegou ao Brasil, em 1950, o precursor Assis Chateuabriand precisou de uma tecnologia muito avançada que veio do exterior para poder transmitir algo ao vivo e se comunicar com o maior número de pessoas possível – e essa quantidade era totalmente limitada aos lugares que foram colocadas as TVs no dia de sua inauguração e aqueles que possuíam dinheiro suficiente para investir em uma caixa de imagens que era apenas uma promessa e tinha um futuro muito incerto. Hoje, no Brasil, mais da metade da população tem acesso à internet. Podemos calcular e sintetizar essa população ao número de 100 milhões de pessoas. No ano de 1950 o Brasil possuía aproximadamente 52 milhões de habitantes, ou seja, podemos hoje, com a internet, nos comunicar com muito, mas muito mais pessoas, apenas usando um celular. As produções de vídeos para a rede, além de mais acessíveis e mais facilmente transmitidas, têm custos de produção imensamente menores, pois a informalidade da internet não exige grandes produções. Os conteúdos são mais democráticos, participativos e interativos, trazendo o público para mais perto do apresentador. “As transmissões ao vivo pela televisão já eram algo muito bom e útil, mas com custo elevado. Quando essa tecnologia chegou ao universo online, já ficou muito mais barata. Com a chegada para aparelhos celulares então, nem há comparação. Tudo ficou mais fácil, rápido e interativo”, conta Bruno Cesar, cinegrafista. O aplicativo que possibilita essa interação mais viável é o periscope. Você já ouviu falar dele? Foi criado em março de 2015, com uma

versão inicial disponível apenas para sistemas IOS, mas atualmente, está disponível para a versão android. O periscope, conhecido tecnicamente como live streaming (transmissão ao vivo), é uma ferramenta que possibilita e facilita a transmissão de filmagens ao vivo por meio de uma rede social. “Os live streaming não são novidades no mercado tecnológico, mas o investimento e a aposta feita pelo Twitter na ferramenta fizeram com que ela se popularizasse e alcançasse milhares de seguidores, trazendo mais para perto de todos”, relata o publicitário, Maycon Beal, usuário da ferramenta. O diferencial do streaming é a integração com o Twitter que avisa os seguidores do usuário sobre o início de uma transmissão e permite a interação em tempo real com os mesmos. Guilherme Falco, youtuber cascavelense, relata que a utilidade da ferramenta é grande. “Como tenho um canal de youtube, após testar na empresa, comecei a usar para transmitir o que acontece por trás das gravações do nosso canal. Achei muito interessante, tivemos muitos seguidores interagindo e sugerindo algumas coisas para o vídeo que estávamos gravando”. O periscope já está popularizado e atingindo públicos de diferentes áreas profissionais e de todos lugares do mundo. Um exemplo são as redes televisivas brasileiras Record e Band que já utilizam o aplicativo para mostrar seus bastidores, trazendo o público, de maneira mais informal, para perto. Além do periscope, outras ferramentas estão tomando conta do mundo da internet. O que você está esperando para criar sua conta e estar totalmente conectado com o mundo?

Como iniciar no periscope?

Passo 1. Baixe o periscope no Play Store e, depois, abra o aplicativo. Uma apresentação será mostrada. Em seguida, deslize o dedo até que o botão apareça ou toque sobre a opção pular no canto superior da tela; Passo 2. Para criar uma conta no periscope , você pode usar o seu login no Twitter, caso tenha uma conta na rede social, ou o número do seu telefone, caso não tenha. Escolha a opção mais vantajosa; Passo 3. Na tela de criar conta, é preciso digitar o seu nome completo e o de usuário. Toque em “Criar Conta” quando terminar; Pronto. Sua conta no periscope estará criada, agora basta personalizar o seu perfil com fotos e uma descrição, caso julgue necessário.

Como encontrar transmissões próximas? Passo 1. Na barra superior, toque sobre o botão de Globo para que o periscope exiba um mapa com as transmissões ao redor do mundo; Passo 2. Dê zoom no local que deseja assistir e toque no ponto vermelho para que o nome do usuário e o título da transmissão sejam exibidos; Passo 3. Clique na barra inferior para assistir; Pronto. Você estará assistindo o conteúdo transmitido.


dezembro de 2015

Recolhimento de pilhas e baterias

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A falta de informação e conhecimento faz com que o meio ambiente sofra consequências FOTOS: DIVULGAÇÃO

Amanda Cieslak e Andressa Gimenez

O descarte correto de pilhas e baterias é de extrema importância tanto para o ser humano quanto para a preservação do meio ambiente, isso porque esses objetos são tóxicos sendo compostos por metais pesados e com grande teor de toxidade como o mercúrio, chumbo e cádmio. Assim, se esses materiais forem descartados juntamente com resíduos orgânicos, podem contaminar o solo e os lençóis de águas subterrâneas. A coordenadora do curso técnico em Meio Ambiente do colégio Ceep (Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto), Lidinalva Rufino dos Santos, 41, explica como ocorre a contaminação por meio desses materiais. “Caso esses metais entrem em contato com o lençol freático e uma pessoa utilize dessa água contaminada, ela poderá ter sérios problemas de saúde como danos no sistema nervoso central e até mesmo câncer”, explica Lidinalva. Apesar do enorme dano causado ao ecossistema, nem todas as pessoas se preocupam muito com o problema. Assim, para ajudar no recolhimento desses objetos, a resolução nº 257/1999 foi publicada pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), determinando que os consumidores devem devolver pilhas, baterias, entre outros materiais desse tipo para os revendedores, os quais são responsáveis em destinar o material para os fabricantes. No entanto, na prática, a realidade é outra. “Infelizmente sabemos que isso não acontece. É muito difícil conseguir devolver uma bateria ou, por exemplo, uma lâmpada onde você comprou. Faltam fiscalizações e multas nesses casos. Estamos muito longe dessa sensibilização ambiental. Ainda falta educação ambiental e técnicos em meio ambiente trabalhando diretamente com a sensibilização da população local para amenizar a situação”, lamenta Lidinalva. A coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Univel, Elaine Kronbauer, conta que a procura por profissionais voltados à essa área vem crescendo bastante. "Percebo pelas buscas nos sites como a procura por profissionais da gestão ambiental aumentou. Nós estamos caminhando para o fim dos recursos naturais. As empresas estão conscientes disso, sabem que vai faltar água. Pensava apenas no lucro. E como a fonte parecia inesgotável, a questão ambiental não era importante", comenta Elaine. Para suprir essa falta de conscientização ambiental, os alunos desse curso têm disciplinas voltadas para a questão de resíduos sólidos e fluentes, Educação Ambiental, Responsabilidade Sócio-Ambiental, Biodiversidade. Essas disciplinas

ECOLOGIA

dão ao aluno uma qualificação para ajudar na promoção dessa conscientização. No município, um exemplo de ponto de coleta é a empresa Paraná Ambiental que existe desde 2006 e tem como objetivo disponibilizar aos empresários do setor industrial e comercial uma nova alternativa para o destino correto do lixo sólido. Além de pilhas e baterias, a empresa também recolhe latas de tintas, filtros de óleos, filtros de ar e lodo. “Os resíduos passam por um período de tratamento, onde é realizada a estabilização química do reagente até que este possa ser depositado na vala", explica a diretora da empresa, Flavia Franciosi, 21. Luis Carlos Marcon, secretário de Meio Ambiente, comenta que são raras as pessoas que se preocupam com o meio ambiente. “Elas, invariavelmente, querem se livrar do ‘problema’ (resíduo). Os adultos, em sua imensa maioria, não se importam muito com o problema. A educação ambiental educa as crianças. A conscientização dos adultos não sensibiliza", desabafa Marcon. Além de conscientização, falta também conhecimento, pois a maioria da população não tem conhecimento da importância do descarte correto, tanto em relação às multas quanto na preservação do meio ambiente. A Univel desenvolve desde de 2011 o projeto “Educação Ambiental, coleta de resíduos eletrônicos”. Além disso, os voluntários coletam medicamentos vencidos, levado-os para a farmácia Estrela; e resíduos eletrônicos, destinando-os à Nova Cascavel Reciclagem. "Fazemos três campanhas por ano, e cada vez, conseguimos cerca de duas toneladas de resíduos. Além disso, fazemos campanhas nas comunidades, como no Dia da Responsabilidade Social. Nós levamos o suporte e recolhemos esses materiais nas comunidades", comenta Elaine Kronbauer.

Coletor de pilhas e baterias da Univel

Coordenadora do curso técnico em Meio Ambiente do colégio Ceep, Lidinalva Rufino dos Santos

Coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Univel, Elaine Kronbauer


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MARCA PÁGINA

dezembro de 2015

#inDICA

APARTAMENTO 111 O fim

vale tudo!

Evelyn Antonio

Vale o que vier, vale o que quiser. Só não vale deixar de ler a biografia do síndico, escrita pelo jornalista Nelson Motta, amigo íntimo do cantor. O título “Vale Tudo: o som e a fúria de Tim Maia” foi finalista na categoria de “melhor livro de biografia” do prêmio Jabuti de 2008. O livro inspirou o filme “Tim Maia: não há nada igual”, em que conta-se a vida eletrizante de Tim Maia, desde a sua infância, no bairro carioca da Tijuca. A juventude do cantor foi um tanto conturbada nos Estados Unidos, onde foi preso e deportado ao Brasil por roubo e porte de substâncias ilegais. Na volta ao Brasil, depois de muito insistir na carreira, ele conquista o público brasileiro com sua voz grave, tornando-se então, sucesso da MPB. Motta traz ainda os bastidores das gravações dos discos de Tim, os fracassos e sucessos dos shows, as confusões registradas com as gravadoras, isso tudo desde o início da carreira. É impossível não se encantar com a voz do rei do soul brasileiro, ainda mais sabendo mais sobre a história dele! Então, pegue o guaraná, o suco de caju e a goiabada, como acompanhamento na leitura desta bem escrita biografia. Onde comprar? Submarino.com R$ 43,91 Livraria Saraiva R$ 39,90 Livraria Cultura R$ 49,90 Obs: os preços não incluem o frete.

Marca página

FOTOS: CAMILA JUVIAK

Vale,

Matheus Roch*

Certa vez ouvi que uma a garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia, mas uma meia mentira não será nunca uma meia verdade. Isso diz muito sobre mim. Tudo na minha vida é, ou foi, ou será mentira. E isso me livrará da prisão. Fecho o zíper do uniforme de presidiária e aguardo o policial de olhos verdes para me levar ao Tribunal. Fico imaginando o que minha advogada fará para virar o jogo. Pouco importa, na verdade... Só não posso ficar na cadeia. O caminho todo leva pouco mais de 10 minutos e o policial não diz nenhuma palavra sequer. Tampouco eu, estou nervosa para iniciar um diálogo e, no fim das contas, espero nunca mais olhar para ele. – Responda, senhorita Melina – bufa minha advogada. Percebo que tudo até aqui passou como um borrão. – Eu vou repetir: a senhorita matou sua própria mãe? – Você não é a advogada de defesa? Por que está me acusando? – minha voz parece sair em um gaguejar baixo. – Matou ou não matou? Encaro os olhos acusadores da advogada. – Matei. O Tribunal se espanta. O choque é visível em todos no júri popular. – E pode nos dizer o motivo? – Era matar ou morrer – sussurro relembrando a briga. – Senhoras e senhores. Minha cliente não precisaria passar por esse Tribunal. Conforme o artigo 23, item dois: não há crime quando o agente pratica o fato em legítima defesa. O júri analisa a advogada. – As provas estão aí para quem quiser ver: ouve uma discussão, relatada pela única testemunha – ela encara a mulher sentada na

Varal cultural X Recital de Canto

Evelyn Antonio

No dia 4 de dezembro, acontece o X Recital do Canto, pela Escola de Música Valécia Bressan que completou nesse ano de 2015 dez anos. O objetivo desse evento tradicional é revelar o talento e o desenvolvimento dos alunos O Recital acontecerá no Teatro Municipal de Cascavel com início ás 19h30. Os ingressos estão a venda no site www.okingressos.com.br ou nos postos de atendimentos no Shopping JL, Posto Tonin e Posto Colombo.

plateia, a maldita que me colocou atrás das grades –, pessoa esta que não se importou em chamar ajuda. A vítima, morta no apartamento 111, apresentava substâncias ilícitas em seu organismo, conforme os laudos médicos. A arma do crime não foi encontrada. Minha cliente, acusada de assassinato apresentava hematomas em seu corpo e ferimentos, o que significa que houve um confronto. Agora, me respondam: por que a vítima, morta com uma única facada, não apresentou nenhum outro ferimento? Nenhum sinal de briga? Por que uma pessoa mataria alguém com apenas uma facada e se auto espancaria? Eu não sei vocês, mas isso tudo é uma palhaçada, quando a verdade está bem abaixo dos seus narizes: Melina é inocente. Meu queixo cai. Ela senta em sua cadeira e finge não notar o bálburdio no Tribunal. O juiz pede silêncio. Os jurados dão o veredicto. – Segundo a opinião pública, senhorita Melina é inocente. Uma nova investigação será feita. Essa sessão está encerada. Ele bate o martelo. Estou livre. – Obrigado – digo assim que saio da cadeia. – Não me agradeça, eu fiz o meu trabalho. Não espere nada mais de mim – diz a advogada. – E lembre-se: não tem certo, nem justo. É só a versão mais convincente. E eu sou uma ótima atriz. Ela vira as costas e entra no carro. FIM *Matheus Roch, estudante do 3º ano de Jornalismo, é apaixonado por moda e literatura.

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