Unifatos 2015 - 4ª Edição

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Moda inverno Não é preciso gastar muito para estar bem vestido, confortável e na moda. Confira algumas tendências do inverno 2015 para p. 8 e 9 arrasar nesta estação!

Festa junina As festas juninas, como o próprio nome já diz, são realizadas em junho. No entanto, são frequentes as festas “julinas”. Confira a programação do evento para a Univel! p. 11

Food truck

O empresário Paulo Scanagatta trouxe para o município um estilo de fast food diferente. Saiba o que é e experimente essa nova tendência no ramo gastronômico! p. 4 e 5

DIVULGAÇÃO

Jornal-laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIV - edição 69 - julho de 2015

Profissionais se dedicam à

Orquestra Sinfônica

Administradores, estudantes, acadêmicos, arquitetos, engenheiros e outros profissionais deixam de lado seus ofícios nos sábados à tarde não apenas para descansar, mas para tocar instrumentos, ensaiar e dar vida à Orquestra Sinfônica de Cascavel. Composta por pessoas de diferentes áreas, as quais se esforçam e se dedicam para que a cidade tenha uma representação cultural no âmbito musical, a Orquestra conta, atualmente, com aproximadamente 50 músicos. A professora e maestrina, Giordana Galvan Lube, fala sobre a formação da orquestra no município.

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO DA UNIVEL

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“O sonho que eu tinha era estudar”

Adriano de Sales Coelho, novo diretor da Univel, relata um pouco de sua história de vida e formação, um percurso que vai do curso técnico, ao tecnólogo, bacharelado/licenciatura, especializações, mestrado e doutorado. Ele fala também da construção de sua carreira como administrador em educação, da atual situação educacional do país e de como a Univel se situa neste contexto.

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OPINIÃO

Exclusão cultural: falta de incentivo Anderson Leal

Estamos no relento da negatividade e contragolpes culturais em nosso país. Momentos que deixam paixões e talentos de lado e ficam a mercê de profissões que possam dar uma estabilidade financeira mínima. É uma falta de compromisso em apoiar manifestações da classe com todos os segmentos e representantes de entidades artísticas. Uma deficiência que faz os artistas, em modo geral, sofrerem em silêncio. Segundo o Ministério da Cultura, a lei n. 8313 sancionada em 23 de dezembro de 1991 (conhecida como Rouanet), consente que as empresas no Brasil apliquem até 4% do Imposto de Renda em projetos culturais. Mas no ano de aniversário dos 24 anos dessa “suposta iniciativa”, as dúvidas abrem alguns questionamentos: as instituições que poderiam ser carro chefe dos nossos talentos estão informadas sobre o destino correto desses tributos? Quem são os responsáveis pela divulgação? Será que na prática o projeto está ao lado de expressões culturais? De quem de fato é essa responsabilidade? O maior problema dessa exclusão cultural no país é a falta de conhecimento, ou até mesmo de educação. Esse é um assunto abrangente que deveria começar nas escolas, sem empecilhos para a criança, que desde cedo poderia visitar museus, ir ao teatro ou até mesmo atribuir tais conhecimentos aos seus familiares. Mas alguns com interesse próprio desviam atenções para grandes eventos inoportunos. Querem fazer com que todos acreditem que o entretenimento seja supérfluo. Se não temos condições nem de arcar com o estudo, com a comida e com um mínimo de conforto, imagina com um hobby. Sobreviver da arte no Brasil? Inimaginável! A boa música, o bom cinema, o bom teatro e as exposições ou atos culturais são fatos indispensáveis para a nossa sociedade e para o desenvolvimento do intelecto. Não é apenas um detalhe. Trata-se de uma contribuição na formação de identidade cultural e humana. A falta de oportunidade que nós brasileiros enfrentamos é desesperadora. Enfrentamos vários obstáculos, muitos desvios, labirintos que não parecem ter saída. Não temos para onde correr. Então vamos juntos lutar pela mínima qualidade de vida e valorizar nossos artistas, muitos, anônimos e que se escondem atrás de uma profissão técnica para garantir minimamente o sustento de uma família.

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Adoção de crianças

por casais homoafetivos Anderson Leal

Vivemos em um mundo onde o preconceito abala estruturas. Numa sociedade em que pessoas são discriminadas por terem sua opção sexual “diferente das demais”. Os casais homoafetivos são rejeitados até quando querem dar um lar a crianças abandonadas. É preciso ter consciência de que a questão sexual do casal não interferirá na formação e na futura orientação sexual da criança, pois, se assim fosse, casais heterossexuais não teriam filhos homossexuais. O conceito de família mudou com o passar dos anos no Brasil. Além do tradicional (pai, mãe e filhos), hoje essa união pode ser formada, por avós e netos, irmãos, tios e sobrinho, por pessoas divorciadas, bem como por casais homoafetivos. Contudo, mesmo diante da não proibição da lei, a adoção por casais homoafetivos é um assunto que gera polêmica. Pessoas contrárias à adoção questionam a possibilidade de consequências geradas aos infantes que vivem nessas famílias diferenciadas. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que disciplina a adoção de criança e adolescente, estabelece no art. 42 que a pessoa, quando maior de 18 anos, independente do estado civil, tem direito a adotar. Caso queira fazê-lo em conjunto com outra pessoa, esses devem estar casados civilmente ou vivendo em união estável, desde que comprove a estabilidade familiar. Cito o exemplo de dois homens que decidiram adotar duas meninas irmãs. O caso é curioso. Vasco da Gama e Júnior Carvalho conseguiram a guarda de Teodora, uma história que o programa Fantástico exibiu em 2008 pela Rede Globo. Depois de quatro anos, eles resolveram adotar mais uma menina e acabaram descobrindo uma ligação inesperada entre as duas crianças. Tanto Teodora, 14, e Isadora, 3, tinham o mesmo nome da mãe, o que foi investigado quando os pais perceberam as notáveis relações físicas entre as duas e decidiram verificar a documentação. Essas crianças poderiam ter um destino talvez trágico, mas que são criadas dentro de uma educação em que atividades físicas e culturais as deixam em uma estrutura confortável de uma vida digna de respeito. É notório que a criança e/ou adolescente adotados por casais homoafetivos não sofrem pelo fato de seus pais serem do mesmo sexo, mas sim pelo preconceito de muitos na sociedade. Independente da configuração familiar, o que importa é a dedicação e amor que estas pessoas estão dispostas a doar às crianças, as quais precisam de um lar.

Expediente Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretor-geral: Adriano Coelho. Unifatos. Jornal-laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Patrícia Duarte. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos, diagramação e paginação): Adilson Anderle Junior, Alex Sandro Betim Meurer, Alice de Oliveira, Aline Libera Mayer Arriola, Amanda Valeska Cieslak, Ana Claudia Dembinski Kaminski, Ana Talita da Rosa Bonadimann, Anderson Leal da Silva, Andressa Barbon Gimenez, Beatriz Helena da Silva, Camila Juviak dos Santos, Deisy Antoniele Guedes Mayer, Diego Ubiratan Caetano, Ellen Bruna dos Santos, Evelyn Rafaeli de Oliveira Antonio, Gabriel Datsch dos Santos, Graziele Rodrigues de Oliveira da Silva, Juliana Aparecida de Jesus Gregozewski, Lohana Larissa Mariano Civiero, Matheus Vieira Rocha, Pamella Dayani dos Santos, Patrícia Cordeiro da Silva, Rafaela Ghelfond Bacaltcuk, Renan Cesar Alves, Renan Fabrício Lorenzatto da Silva e Wellen Fernanda Reinhold. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: unifatos@univel.br


EDUCAÇÃO

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Eu odeio matemática! Graziele Rodrigues

O índice de aprendizado da matemática no Brasil é o pior com relação às outras matérias. Segundo dados da Prova Brasil, apenas 12% dos estudantes do ensino médio terminam os estudos sabendo matemática para aquela idade. “Eu tô aqui pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater (...) Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi, pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde”. A música Estudo Errado, de Gabriel O Pensador, mostra a realidade de alguns pensamentos de estudantes, a questão da decoreba, a obrigação dos alunos em tirar notas boas, mas sem saber o porquê de aprender aquele conteúdo. Os professores enfrentam a problemática de conseguir a motivação dos alunos para os estudos. “Eles esquecem ou não aprendem a elaborar aulas dinâmicas para despertar o interesse dos estudantes. Além disso, existe a falta de motivação dos professores”, explica Giselda Cezar, professora de matemática do ensino fundamental no Colégio Estadual Tiradentes em Cafezal do Sul, docente há pelo menos quinze anos, lembrando da desvalorização dos profissionais da educação. “Como um professor desestimulado e desvalorizado vai incentivar seus alunos? Fica difícil”, desabafa Gizelda. Os editais de PSS (Processo Seletivo Simplificado) para vagas temporárias de professores da rede estadual comprovam a falta de docentes na área de exatas. Em Cascavel já foram 121 professores convocadas para preencher vagas no ensino fundamental e médio. Este é um problema que surge desde os primeiros anos de ensino, quando os alunos começam a ter calafrios ao ouvir falar da temida matéria de matemática. A psicologia explica que quando o aluno não consegue entender a matéria, ocorre um sentimento de fuga e ele começa a evitar a disciplina, porque

lhe causa um desconforto. Simone Machado, 25, estudante do último ano do ensino médio, afirma que não gosta de matemática porque não entende e não sabe onde utilizar o que aprendeu. No entanto, a matemática trouxe respostas inimagináveis ao mundo. Foi por meio dela que hoje usamos tantas tecnologias, o famoso 0101 dos códigos binários na computação, o cálculo da distância quilométrica pelo qual descobrimos que a terra é redonda. A matemática está em nosso do dia a dia, no orçamento familiar, está no que compramos, no que vendemos, no nosso salário. Você pode até não gostar dessa ciência, mas sem dúvida a utiliza para praticamente tudo. Gizelda comenta que os alunos têm um tabu com relação à matemática e colocá-la na prática de vivência do aluno pode deixar a matéria mais prazerosa. No entanto, os professores têm que lidar com a falta de interesse e a cobrança do Estado, pois a educação de uma forma geral é comprometida quando os professores têm o compromisso de aprovar alunos sem saber o conteúdo. “Os estudantes falam: ‘estudar pra quê? No fim do ano os professores são obrigados a nos aprovar!’”, comenta Gizelda. O Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) revela que no Brasil o índice de aprendizado da matemática é o pior com relação às outras matérias. As fórmulas e o tal de x, y, assustam os estudantes e segundo Gizelda os alunos reclamam e não entendem o porquê desse uso, o que dificulta a compreensão. Gabriel Costa é um achado no meio de tantos odiosos pela matemática. Ele é estudante do terceiro ano do ensino médio e diz que gosta de matemática porque é difícil (risos). O rapaz acredita que o aprendizado fica comprometido por causa da quantidade de conteúdo: “Eu acho que deveria ter mais aulas de matemática. Os professores acabam tendo que ir rápido demais, passando um conteúdo por cima do outro e acabo me confundindo”, revela.

“Os estudantes falam: ‘estudar pra quê? No fim do ano os professores são obrigados a nos aprovar!’”

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Dificuldade e desinteresse são reflexos da falta de investimento do governo na educação

EducAÇÃO

Poxa! Eu pedi primeiro! Camila Juviak*

Pode ser desde o jardim de infância à graduação, no ensino superior. Alunos foram feitos para aprender e também para sempre reclamar, ah!, a reclamar muito! Sempre, sempre mesmo. Alguém ainda duvida de que isso acontece? “Espera só um pouquinho”, diz a professora. Acredito que não tenha algo que enfureça mais um aluno do que pedir para ele esperar, ainda que seja “um pouquinho”. E o blá blá blá começa... “Mas professora, eu pedi primeiro”, ou então, “Por que você não me atende?”, “Por que sempre atende o fulano?”, ou ainda “Aaaah! Professora, tá difícil, não sei fazer, sou burro mesmo”. Leitores, não leiam com uma cara de quem nunca fizeram isso, por favor, sejam humildes e assumam (risos). Enquanto eu fazia esse texto durante a aula e nas tantas vezes que digitava e apagava sequencialmente as palavras do programa de editor de texto, o que mais ouvi em menos de duas horas foram: “Professora, você pode vir aqui?”, e lá ia a paciente professora orientar e ajudar um de nós com o texto. No tempo que ela lia, outros desvairados de desespero, ainda chamavam: “Vem aqui depois tá?”, “Professora, ô professora, já te chamei viu? Não esquece!”. Fiquei tão confusa que em meio a tantos pedidos para a professora Wânia Beloni (quem orienta este jornal-laboratório), que minhas ideias se embaralharam tanto, que quando me dei conta, até São João e o caminhão de pizza estavam no meio da história. Além do cansaço, professor é obrigado a escutar tanta asneira de aluno, cobrando e exigindo que postem material, perguntando se vale nota, se vai cair na prova, ou o famoso “Você trabalha ou só dá aula?”. Calma coleguinhas, o choro é livre, mas as férias estão chegando e é nessa hora que os anjos dizem amém, ou melhor, os professores dizem amém. *Camila Juviak é acadêmica do terceiro ano de Jornalismo e apaixonada pela escrita.


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GASTRONOMIA

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Viajante gourmet:

barriga cheia à ve Matheus Roch e Alice Oliveira

A Pizza Truck se diferencia no preço mais acessível e na proximidade com o cliente

Ingredientes:

3 xícaras de farinha de trigo e de criatividade 1 ovo e inovação 1 colher de chá de sal e uma pitada de determinação 1 colher de sopa de manteiga e de especialização 1 sachê de fermento para pão e de disciplina 1 xícara de leite e de dedicação Mozarela, calabresa, orégano e muito empreendedorismo para finalizar

Modo de preparo:

Para a massa, misture a farinha com o ovo, a manteiga e o sal. Esquente o leite e misture o fermento. Em seguida, coloque no restante da massa, e mexa bem. Deixe descansar por 30 minutos. Unte uma forma para pizza com óleo e coloque a massa aberta com três centímetros de espessura. Nas extremidades da massa coloque requeijão e dobre as bordas. Passe molho de tomate, cubra com mozarela ralada e calabresa. Leve ao forno préaquecido e asse por 40 minutos. “Para o preparo do sucesso é preciso um pouco mais de empenho”, afirma o empresário cascavelense, Paulo Scanagatta, 43, que ensina a receita da pizza e também da aposta em um novo segmento gastronômico: o food truck. O empresário conta que sempre foi um empreendedor. Apesar de ser dono da empresa Petrocon, construtora de obras de rodovias, sua paixão é o ramo gastronômico. “O setor de fast food já está superpreenchido. Há muita concorrência, já que em cada esquina existe um carrinho de cachorro quente, por exemplo. Então decidi trazer algo diferente para Cascavel”, comenta ao relembrar o início de

sua deliciosa corrida sobre rodas. “Em São Paulo esse tipo de alimentação é muito comum. Vi a oportunidade de trazer essa vertente para o Oeste do Paraná, sem serem os lanches tradicionais, como cachorro quente ou x-salada”, salienta Paulo. A aposta no Pizza Truck resulta em deliciosas pizzas, as quais também são vendidas em fatias e competem com outros tipos de fast foods. O empresário conta que fazem cinco meses que está trabalhando com food truck na cidade e acredita na força de desenvolvimento do ramo. Mas o que ele talvez não imagine é que essa corrida saborosa teve início há muito tempo... Em 1872, o americano Walter Scott comercializava tortas, sanduíches e cafés em uma carroça, de maneira humilde, conquistando os trabalhadores de jornais de Providence, no estado de Rhode Island, Estados Unidos. Com o sucesso, o modelo foi copiado e se espalhou para outras regiões dos EUA. No final da década de 1980, Thomas H. Buckley começou a fabricar carroças especializadas para servir comidas, com ímãs, refrigeradores e até fogões acoplados, garantindo melhor desempenho. Após a Segunda Guerra Mundial, caminhões de comida móveis alimentavam os trabalhadores dos subúrbios nos EUA, em regiões que quase não tinham restaurantes e onde a população aumentava rapidamente. Nessa época, os food trucks eram sinônimos de comida barata, sem muita preocupação com a qualidade, mas marcando o início de uma nova febre gastronômica. Gabriela Bucaneve Guedes, 28, nutricionista, especialista em Gastronomia, empresária no ramo de alimentação e professora de Garde Manger no curso de Gastronomia da Univel, comenta que o food truck iniciou então, como mercado de venda na crise que houve nos EUA. “Esse segmento aparece e faz com que muitos restaurantes e empresas quebrem. Os profissionais, chefs, começam esse


GASTRONOMIA

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locidade máxima serviço em caminhões/carros, para prepararem seus pratos”, comenta. Com o sucesso, os food trucks chegam ao Brasil em 2012, quando os primeiros ônibus gourmet aparecem em São Paulo. “Chegou no país há cerca de três anos e em Cascavel no final de 2014. Tanto a nível nacional como municipal, a ideia não segue como a original, de transitar com esse caminhão e comercializar na rua. Os food trucks em nossa cidade têm ponto fixo de atendimento, mas possuem a estrutura dos originais”, explica Gabriela. De qualquer forma, o sucesso é tanto que outros empresários como Paulo, apostam no ramo como o futuro do mercado. Segundo a especialista em Gastronomia, Gabriela, o food truck influencia na divulgação de uma boa gastronomia comercializada na rua, com preços mais acessíveis ao cliente. “O fato de o ônibus não ter os mesmos custos que uma empresa fixa possui, faz com que o produto final seja mais barato”, explica. Esse atrativo se torna convidativo ao consumidor. A concorrência também garante que os profissionais procurem cada vez mais inovar, para trazer o melhor produto e conquistar o público. Segundo estimativas, esse é um ramo que tende a crescer e surgir mais possibilidades, como carros com diferentes produtos, abusando da criatividade e com custos menores ao empresário. Segundo Gabriela, “a maior vantagem é a redução de custos que uma empresa possui com a estrutura física e com funcionários, pois food trucks exigem uma equipe pequena”, salienta a grande admiradora desse tipo de empreendimento. Mesmo se tratando de uma tendência, ou por estar na moda, espera-se um aumento no número desses restaurantes sobre quatro rodas. A comodidade e as inúmeras possibilidades de cardápio, produtos e distribuição favorecem o grande interessado e benefeciado com o assunto: o consumidor!

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Apreenda a receita de uma deliciosa pizza e do sucesso dos food trucks

Festival gastronômico revela sucesso dos food trucks no Brasil

Massas, sanduíches, doces e cervejas artesanais são alguns dos atrativos da segunda edição do Festival Gastronômico que reuniu diferentes food trucks do país no mês de junho em Ribeirão Preto. Entre os destaques estão os food trucks de Marcio Silva, do Buzina Food Truck, e Adolfo Schaefer, do Holy Pasta. Ambos são pioneiros

no ramo que conseguiu levar boa comida a diferentes lugares e a preços mais acessíveis ao público. São 19 food trucks com saborosos e diferentes lanches, pastéis, hot dogs e macarrão. No cardápio há também churros, chocolates e bolos, cervejas artesanais e vinho. Tudo para garantir a satisfação do cliente! FOTOS: DIVULGAÇÃO

Um dos primeiros ônibus gourmet, em Los Angeles, EUA

Buzina Food Truck, pioneiro no Brasil


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CULTURA

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Lohana Larissa e Renan Lorenzatto

AÇÃO FOTOS: DIVULG

A paixão pela música é o que move profissionais de diferentes áreas a se dedicarem voluntariamente à Orquestra Sinfônica do município

O som

Administradores, estudantes, acadêmicos, arquitetos, engenheiros e outros profissionais deixam de lado seus ofícios nos sábados à tarde não apenas para descansar, mas para tocar instrumentos, ensaiar e dar vida à Orquestra Sinfônica de Cascavel. Composta por pessoas de diferentes áreas, as quais se esforçam e se dedicam para que a cidade tenha uma representação cultural no âmbito musical, a Orquestra conta, atualmente, com aproximadamente 50 músicos. Esse número é flutuante; entram músicos, saem músicos, mas sempre fica nessa faixa. Todos os músicos são voluntários e o requisito essencial para fazer parte desse grupo é ter conhecimento sobre o instrumento que tocará na Orquestra. A professora e maestrina da orquestra, Giordana Galvan Lube, 41, que coordena também o projeto Flauta Doce e o Coral Municipal, explica que a orquestra clássica precisa conservar uma determinada sonoridade: “Tem que manter equilíbrio nos instrumentos. Por exemplo, nós temos o saxofone na orquestra, mas a gente não pode deixar todo mundo que toca saxofone entrar, senão ela vai desvirtuar e desequilibrar. Um instrumento de corda como o violino, viola, violoncelo, baixo, não tem limite, a gente sempre aceita, porque é o coração da orquestra”. Já a faixa etária é livre. O músico mais novo do grupo é Leonardo Sabará Lopes de apenas oito anos e que toca saxofone. “Acredito que ele vai

A paraense Jessika Sarmento está a pouco mais de quatro meses em Cascavel e já se dedica à orquatra tocando violino

Toda a orquestra reunida na apresentação “A Volta ao Mundo”

ser o nosso mascote”, brinca Giordana. Há também músicos de 35, 40 anos de idade, mas a maioria mesmo é adolescente. A Orquestra Sinfônica de Cascavel se apresenta esporadicamente, apenas em eventos maiores, pois a mobilidade dos 50 músicos, juntamente com os instrumentos (principalmente os de percussão) é difícil. “Você precisa de um caminhão para levar e ainda precisa de 50 cadeiras, das estantes... É um grupo bastante grande e complexo, então a gente não pode ir a qualquer lugar”, explica Giordana. Nesse ano, a orquestra se apresentou durante a abertura do Teatro Municipal de Cascavel, e durante o Mundo de Nárnia, festival que aconteceu na Univel no final de maio. Ainda neste ano, o grupo fará mais alguns concertos. Em julho, será realizado um concerto de abertura do Festival de Música de Cascavel. Em setembro, uma apresentação de aniversário da orquestra. Em novembro, um em comemoração ao aniversário de Cascavel e, em dezembro, os concertos natalinos. O administrador Rafael Pires, 27, queria fazer algo diferente. Por isso ele entrou para o universo musical e também para a Orquestra, ainda quando esta se chamava “Orquestra Filarmônica Oficina”. O rapaz, que toca percussão e bateria, revela o que mais tem orgulho da Orquestra: “Nós tivemos a honra de tocar na inauguração das maiores obras culturais de Cascavel, que é o Teatro Municipal. Por ser um trabalho voluntário, de músicos amadores, a


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qualidade e a responsabilidade que a gente carrega e o reconhecimento que a gente tem é o que eu mais me orgulho”. Assim como muito dos músicos, Rafael acredita no grande potencial que esse grupo tem e sonha com um futuro brilhante. Para ele seria fantástico se a cidade de Cascavel estivesse inserida num cenário cultural com uma orquestra profissional. “Eu espero que um dia a gente consiga especializar todos os músicos para compor uma orquestra profissional na cidade. Pode ser que nesse nível nenhum de nós esteja aqui, porque de fato isso delega estudo, foco, determinação, atenção só para a música. Mas se eu tiver a oportunidade, e se a grande parte dos músicos daqui tiverem, eu ficarei muito feliz”, almeja e sonha Rafael. Filha de músicos, a estudante Jessika Sarmento, 18, acredita que a música está em seu sangue. Começou a tocar violino há 11 anos e desde então não parou. Há pouco mais de quatro meses em Cascavel, e o mesmo período na Orquestra Sinfônica tocando violino, a belenense conta que o mais especial de estar em uma orquestra é a sonoridade resultante de todos os instrumentos juntos: “Eu gosto muito de estar ouvindo os outros instrumentos. São timbres diferentes. É uma experiência completamente louca estar ouvindo todo mundo tocando junto, pessoas e instrumentos diferentes e dar tão certo”, diz ela com o sotaque típico do Pará. Assim como Rafael, Nicholas Rafael Caus, 34, faz parte da Orquestra desde os tempos da

oficina. Primeiramente o arquiteto começou a tocar o clarinete e atualmente toca tanto o clarinete quanto o clarone. Nicholas conta que em seu meio familiar não há nenhum músico e que foi só depois de entender que sua vida na música seria como um hobby e não para o seu sustento, que sua família “levou numa boa” a ideia. “Acho que se eu fosse um profissional mesmo, eu iria ter mais problemas”, relata. Nicholas fala ainda do porque de tocar em uma orquestra: “Nossos instrumentos são muito melódicos. É muito mais prazeroso você compartilhar aquilo que você faz com outras pessoas, do que você tocar um instrumento sozinho. Não há muita graça em se tocar sozinho”. Com Guilherme Antunes, 17, acadêmico de Direito da Univel, foi um pouco diferente. Pelo violino ser um instrumento caro e sua família ser humilde, eles não aceitaram muito no começo. Só depois de comprar o violão é que o jovem conseguiu comprar o tão sonhado violino. Guilherme toca o instrumento há cinco anos e há três faz parte da Orquestra. Assim que isso aconteceu, algumas mudanças foram visíveis na vida de Guilherme: “Comecei a ter mais amigos e também a tocar em casamentos, festas”, conta. Como a vida de todo estudante é corrida, o acadêmico destaca, ainda, que é importante se dedicar à alguma atividade cultural: “Um instrumento é tudo de bom. Só estudar e estudar é muito difícil. Você precisa de um instrumento para alegrar a mente”, analisa.

A Orquestra de Flauta Doce surgiu em 2006. Apesar de o principal objetivo do projeto ser ensinar aqueles que não sabem tocar flauta doce, uma pessoa que já tem conhecimento sobre o instrumento também pode participar e compor o grupo que se apresenta em vários lugares do município. As aulas são realizadas no Colégio Estadual do Pacaembu e no Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis, do bairro Jardim União e ocorrem nas segundas e quintas-feiras, das 17h30 às 19h. Os instrumentos utilizados nas aulas pertencem à prefeitura e as aulas são gratuitas.

Flauta Doce

de Cascavel

Coral Municipal Nas aulas do Coral Municipal, que ocorrem no Teatro da cidade, os adultos aprendem técnicas vocais, em troca de tocarem e se apresentarem em eventos da cidade. O coral iniciou em 2008 e atualmente tem em sua coordenação geral Giordana Galvan Lube. Como regente, Adriano Vergutz; como preparadora vocal, Karoline Schmidt; e no piano, Raquel Rubinatto Rosolem. As aulas do coral são gratuitas e acontecem nas quartas e sexta-feiras, das 18h30 às 20h30. Para se inscrever, a pessoa deve esperar abrir as inscrições, que ocorrem sempre no início do ano e em julho.

Participe também! Os músicos ou futuros músicos podem conversar com Giordana Galvan Lube, na Secretaria de Cultura de Cascavel, que está localizada na Rua Paraná, 2786, Centro, no Paço das Artes, logo acima da Biblioteca Pública. Mais informações pelo telefone (45) 3902-1370.

Como tudo começou

Tudo começou em 2003, no Colégio Santa Maria, onde a professora e maestrina da orquestra, Giordana Galvan Lube, 41, já trabalhava há quase dez anos. Na época, existia uma banda na escola e Giordana, durante conversas com um senhor chamado Orlando, teve a ideia de montar uma banda fora da escola. A ideia se concretizaria mais tarde, na loja/oficina de consertos de ferramentas do “Seu Orlando” como é conhecido. Junto com Orlando, Giordana foi encontrando músicos e quando os dois perceberam, já estavam com a banda formada. Até 2008, a orquestra se chamava Orquestra Filarmônica Oficina. O nome já diz tudo: uma homenagem ao espaço onde eles ensaiavam. O grupo foi crescendo cada vez mais e, da pequena sala de ensaios (localizada na oficina), os músicos se mudaram para um galpão, ainda na oficina. Com o crescimento significativo do número de músicos, o galpão também se tornou pequeno. Então, após algumas conversas com o pessoal do Colégio Santa Maria, a banda finalmente retornaria ao seu primeiro espaço. Neste mesmo ano, os componentes do grupo tiveram uma surpresa: a prefeitura de Cascavel os convidou para se tornarem a orquestra sinfônica da cidade. O nome, então, foi alterado para Orquestra Sinfônica de Cascavel.

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A professora e maestrina da orquestra, Giordana Galvan Lube, durante a apresentação de abertura do Teatro Municipal de Cascavel


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MODA

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Não é preciso gastar muito para estar bem vestido, confortável e por dentro das tendências da moda

Inverno:

Ellen Santos e Patricia Cordeiro FOTOS: DIVULGAÇÃO

Casaco. Sobretudo. Calça. Cachecol. Blusa de lã. Botas. Já sabe do que estamos falando, não é mesmo? Inverno!!! Dizem que o inverno é a estação mais elegante do ano, onde as mulheres esbanjam nos detalhes... Mas será que é possível gastar pouco, ficar aquecida, elegante e confortável ao mesmo tempo? Sim!!! É possível desde que se tenha planejamento, paciência para pesquisar e comparar preços, e claro, boas dicas de moda que você confere aqui. As tendências de inverno 2015 chegaram com tudo. Nas passarelas o destaque são as amarrações e cintos marcando a cintura, além dos cintos de couro. O jacquard (entrelaçamento, tanto em tecelagem como em malharia em jersey duplo) é a aposta dos estilistas para esse inverno. Os tecidos possuem padrões complexos e trazem jogo de cores, entretanto no mesmo tom. Tratando-se de cores, o marrom chegou para ficar nesta temporada, em que as cores terrosas conferem uma dose de charme. O “militarismo” também marca presença no

inverno 2015, com blusas de ombros mais estruturados e que combinam perfeitamente com o corpo da mulher brasileira que tem o quadril mais largo. Como o destaque vai para os ombros, isso garantem a simetria do look. A moda dos anos 70 está de volta! É isso mesmo! A estação mais fria terá muita franja, alfaiataria, calças boca de sino e silhuetas bem delineadas. Por isso, os croppeds (um top estilo “camisetinha” que é justo, curtinho e pode ser acima do umbigo ou um pouquinho abaixo dele) continuam em alta, mas agora com mangas longas. Para quem duvida que seja possível estar confortável e na moda, pode acalmar o coração. Os suéteres chegaram arrasando e invadiram os desfiles. Muitas cores, geometrias e estampas numa roupa super charmosa e confortável. Luciana Berti Guimarães, 24, ressalta que “nos dias de hoje, não existe estar na moda de forma desconfortável, é possível usar roupas casuais, confortáveis e estar por dentro de tendências.” As botas over the knee (acima do joelho) são uma ótima opção para quem não abandona o vestidinho ou

FOTOS:

GREG JULIANA

OZEWSK

I E PAM

N ELLA SA

TOS

12 POSES

Jaqueline de Ramos e Jaqueline Medeiros, do segundo ano de Direito Douglas Marques, do quinto ano Direito

João Paulo Medeiros, do segundo ano de Gastronomia

Felipe Barossi, do segundo ano de Jornalismo, ao lado de Guilherme Aldenucci e Jader Milionsa, do primeiro ano de Jornalismo

Giulia Bonet e Amanda Modesto, do primeiro ano de Pedagogia e Nicole Zadinello, caloura de Administração


MODA

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a estação mais elegante do ano a saia, sem perder o glamour. Esse tipo de bota não combina com todo tipo de pessoa, sendo mais indicado para mulheres mais altas. Como afirma Luciana, é preciso ter cautela, para que o visual não fique “over”, ou seja, fora de moda, cafona, ultrapassado. Mas, e a maquiagem? Como combinar todas essas dicas com o make? A dica é apostar na sensualidade dos olhos, mas sem exagerar! Uma sombra escura e um delineador são suficientes para ficar linda e radiante. No entanto, não esqueça o batom! O segredo é investir nos mattes de tons escuros, de preferência bordo e roxo. A consultora da Mary Kay, Andressa Lagner, 20, explica que os batons mais procurados no inverno são os roxos e vermelhos. “Não existe uma cor específica para cada estação do ano, mas o inverno pede tons que marquem os lábios e que contraste com os dias gelados. Se tem uma cor clássica que sempre está em alta é o vinho. Podem passar vários invernos que você vai estar sempre na moda”, ressalta. Aproveite as dicas e arrase no inverno 2015!

Por Juliana Gregozewski & Pamella Santos

Lariane Marcon, Naiara Cristina, Taline Borba e Danieli Rocha, do terceiro ano de Pedagogia

12 POSES

Bruna Schultz, Bruna Penharvel e Heloísa Baldissera, do quarto ano de Direito

Thais Pollyanna Matta, do curso de Gestão Comercial

Kalil de Luca e Raphael Fellipe, do segundo ano de Contábeis, e Laura Siqueira, do segundo ano de Jornalismo

Renata Maciel e Elizabeti Braga, do primeiro ano de Administração

Andriele da Silva Palma, do segundo ano de Recursos Humanos

Jessica Severino, do terceiro ano de Direito


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PERSONALIDADE

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“O sonho que eu tinha era estudar” Adriano Coelho: o filho de um pedreiro e de uma dona de casa que se tornou diretor-geral da Univel Aline Arriola

Onde nasceu?

Eu nasci no estado de São Paulo. Vim para o Paraná para estudar o Técnico em Contabilidade e adotei Santa Catarina para alavancar minha carreira profissional, construída ao longo de 18 anos. No estado catarinense me casei, tive meus dois filhos e depois voltei para São Paulo quando já estava terminando meu doutorado. Recebi o convite para vir para Cascavel e hoje estou aqui.

Está gostando da cidade?

Na verdade, a gente sempre morou em Santa Catarina em cidades pequenas. A minha esposa é catarinense, é da região sul, e a região sul tem uma diferença gritante em comparação com São Paulo. Na capital há algumas facilidades de vida, porque é uma cidade onde você vive 24h. Aqui você tem algumas limitações. Mas a qualidade de vida que você tem aqui em Cascavel, o respeito, a cultura, é outra vida. Estamos bem satisfeitos.

Qual era seu sonho profissional de infância?

Bom, eu vim de uma família muito simples. Meu pai era pedreiro e minha mãe dona de casa e dentro de um lar tão simples assim a gente não tinha muita aspiração. Se você sonhasse em comprar uma casa, já era muito. O sonho que eu tinha era que eu queria estudar. Eu sempre tive isso em mente. Na verdade, eu saí de São Paulo, saí da casa dos meus pais de 13 para 14 anos e fui para Maringá para estudar. Sozinho. Trabalhei como vendedor. Vendia de tudo que você pode imaginar - livros, revistas, abajur, geleia real - para poder me sustentar. Então, o grande sonho que eu tinha na vida era ESTUDAR.

Ele foi realizado?

Hoje, com 43 anos, nunca saí da área da educação e dos estudos. Formal ou informalmente, estou sempre estudando e é aí que me realizo.

Em quantos e quais lugares já trabalhou? Por quanto tempo?

Eu fiz muitos freelancers para poder me sustentar, sempre com venda, porque tinha que me virar. Mas, essencialmente, eu só trabalhei em duas redes antes da Univel. Eu trabalhei na rede Adventista de Educação por 18 anos e trabalhei por nove anos na rede Cenecista, que é comunitária, tem uma filosofia muito legal, bem social, voltada para a comunidade.

O que te fez aceitar o convite da Univel?

O desafio de aprender mais e poder vir para um lugar diferente. É tudo novo e estou aprendendo muito. Essa visão de ser um aprendiz é o que me levou a dizer sim.

Quais são as principais funções do diretor-geral?

A principal função de um diretor geral é zelar por uma educação de qualidade e excelência. Enfim, todos os processos de gestão de uma faculdade passam pelas mãos da direção-geral. Mas, essencialmente, o foco é oferecer aos alunos condições para que eles tenham a melhor forma de aprendizagem.

O que é a educação para você?

Educação é transformação! Se não transformar, não é educação. Educação não é transmissão de conteúdo, não é uma acumulação de conhecimentos. Os alunos precisam sair daqui diferentes de como entraram.

Há diferenças entre faculdades particulares e públicas?

Já tiveram mais diferenças, mas hoje não são tantas. A principal era a seleção, aliás, eram duas, a seleção e a qualidade do corpo docente. Eu não vejo hoje tanta distinção que nos faça apontar as universidades públicas como grandes referências,

ARQUIVO PESSOAL

O que você queria ser quando crescesse? Talvez você quisesse ser astronauta, talvez quisesse ser um cientista, jogador de futebol, bombeiro ou talvez você não soubesse realmente o que queria ser, mas sabia que queria ser alguém. Adriano de Sales Coelho tem 43 anos e quando criança não alimentava grandes sonhos profissionais como os citados. Sonhava com coisas simples e a única coisa que tinha certeza era que queria estudar e se tornar esse alguém, seja lá de que maneira isso fosse acontecer. Graduado em Pedagogia, mas também com cursos técnicos em Análise de Sistemas e Contabilidade, com três especializações - Estudos em Religião; Administração Escolar; Gestão Estratégica de Negócios -, mestre em Educação pela PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e doutor em Educação, com tese sobre Gestão Escolar e Inovação, pela PUCSP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Adriano é atualmente diretor-geral da Univel. Ele fala um pouco da própria carreira, da atual situação educacional do país e sobre as perspectivas do crescimento da instituição cascavelense.

mas foram, durante muito tempo. Hoje, eu me permito dizer que quem faz a diferença é o aluno. Por experiência própria, sempre fui aluno de faculdades particulares, não porque tinha dinheiro, até porque tinha que batalhar, correr atrás, trabalhar e assim, não me coloquei em condições de acesso a uma universidade pública, que na época era muito difícil entrar.

O que você acha da situação da educação atualmente no Brasil?

Eu vejo discurso e retórica para um lado e nada de prática por outro. Então, nós temos um governo #patriaeducadora. No entanto, a valorização efetiva da educação no país, infelizmente hoje, ficou muito para trás. Uma porque a educação foi relegada a objeto político. Poucos são os ministros da educação que efetivamente eram do magistério, mas esses não duram muito tempo.

Você se vê na Univel daqui dez anos? E a instituição, como estará?

É tempo né?! Os meus ciclos de vida são sempre de dez anos, então, existe uma boa perspectiva de que eu esteja aqui. Quanto a Univel, estará ainda maior. Estamos recebendo a chegada de novos cursos como Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Arquitetura, Publicidade. Nos preparando para as comissões de aprovações de novos cursos como Engenharia Mecânica, Agronomia, Design Gráfico e Fotografia. Todos nossos conceitos remetem a uma qualidade que não temos em nossa região. 90% de nossos cursos são nota quatro no MEC (Ranking MEC de 1 a 5). Estamos bem acima da média de nossa cidade, região e estado. É uma maturidade que já nos permite trabalhar com a ideia e o projeto de Centro Universitário. Esperem só coisas boas da Univel hoje e no futuro.


COTIDIANO

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Acordai, acordai, acordai, João! Evelyn Antonio

Bandeiras coloridas por todos os lados. Balões, uma decoração muito alegre e viva. Crianças correndo e brincando. Os pais conversando, descontraídos, despreocupados e, claro, saboreando iguarias típicas que são encontradas nessa festividade. Comidas gostosas e aquele cheirinho... cheirinho de quentão e pipoca. Em Cascavel, muitas festas juninas são feitas em igrejas católicas no mês de junho. No entanto, são frequentes festas juninas realizadas em julho, sendo popularmente chamadas de “julinas”. Na Univel, a festa será realizada na noite de 29 de julho e terá toda a pompa, iguarias, quadrilha e brincadeiras que um evento desse tipo deve ter, ainda que realizado em julho. O evento da faculdade será especialmente feito em julho para recepcionar os calouros que ingressarão na instituição no dia 21 do mesmo mês. Proposta pelo Grupo Geração, em 2009, a festa junina da Univel aproxima as turmas por meio da integração entre os alunos com intuito de

reforçar a cultura e o folclore brasileiro. O preparo é feito por diversos setores da instituição como, comissão organizadora, Grupo Geração, professores, funcionários e alunos. A festa contará com aproximadamente 15 barracas, as quais terão as comidas típicas que serão preparadas pelos organizadores, com a participação dos alunos de Gastronomia. A quadrilha será, como de tradição, apresentada pelos professores e integrantes do Grupo Geração, porém os acadêmicos também podem participar. Para estimular, os alunos que participam da festa vestidos conforme o figurino junino ganham um abono de duas horas extracurriculares. O acadêmico do terceiro ano de Ciências Contábeis, Cézar Augusto Pinto, 19, já participou e aprova a festa. “Gosto muito das comidas típicas, do povo reunido, de conhecer novas pessoas. Venho caracterizado com a camisa xadrez, chapéu e as pinturas no rosto. O legal é a alegria que a festa transmite”, destaca.

Na sexta edição, festa “julina” da Univel recepcionará os calouros DIVULGAÇÃO

Grupo Geração se apresenta com professores FOTOS: CAMILA JUVIAK

Festas juninas em Cascavel

Esse tipo de comemoração na cidade inicia no dia 13 de junho na Paróquia Santo Antônio, localizada na região central do município. A igreja, com 53 anos de existência e organização, vira ponto de referência, o que não foi diferente neste ano. “Considerando que a paróquia de Santo Antônio é a mais antiga de Cascavel, já existe uma cultura. O nosso padroeiro é muito conhecido, então atrai visitantes da cidade inteira”, diz João Carlos Popiolek, 50, organizador do evento há 25 anos. Ele lembra que as atrações principais da festividade são o bolo de Santo Antônio, pãozinho de Santo Antônio, a sopa de agnoline e também o churrasco. Adriane Ribeiro, 44, participante da festa pela terceira vez, relata que não frequenta a igreja, mas gosta de ir ao evento por causa da comida. Mas outros pratos típicos também são encontrados como pipoca, pinhão, paçoca, pastel e espetinhos, assim como as brincadeiras típicas: pescaria, cama elástica, tobogãs infláveis e até um touro mecânico. A organização da festa é realizada pelos membros da igreja e a preparação começa com aproximadamente 75 dias antes do evento, que conta com 200 colaboradores. “São pessoas que frequentam a igreja, devotas de santo Antônio e que pertencem a essa comunidade”, relata João Carlos. Mas e a fogueira? Tem ou não tem? Tem sim senhor. Na paróquia São João a famosa fogueira gigante teve este ano altura de 12 metros e circularam pela festa mais de 13 mil pessoas. A festa, que foi realizada nos dias 19, 20 e 21 de junho, contou com diversas atividades como quadrilha, concursos, shows, missas, entras outras atrações. Nas escolas municipais, estaduais e privadas, também são realizadas essas festas em que os estudantes fazem diversas danças e atividades importantes para o desenvolvimento das crianças. “Os alunos amam. É divertido. Eles interagem com os demais e isso é importante para eles se desinibirem e também terem o conhecimento dessa cultura”, diz Danyelle Piergentile, 24, pedagoga.

Apresentação CTG Rodeio da Tradição na Festa Junina da Igreja Santo Antônio

Origem da joanina

As festas juninas têm valores grandiosos, pois celebram o dia do Santo Antônio, São João e São Pedro. Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro, reúne inúmeros fiéis no dia 13 de junho, a fim de conseguir achar a tão esperada “alma gêmea”. Já São João, intitulado o “Santo festeiro” comemora-se no dia 24 de junho e São Pedro, o guardião das chaves do céu, tem seu dia comemorado no dia 29 de junho. Por meio dessas comemorações, em homenagens aos santos, o mês “junino” ficou conhecido por diversos países como França, China e Portugal responsável por trazer para o Brasil uma festa que já se torna cultural, principalmente na região Nordeste. Segundo historiadores, a festa joanina começou bem antes, fora do Brasil, que na época simbolizava fertilidade da terra e boas colheitas. Engana-se quem pensa que, a festa junina tem esse nome apenas por ser comemorada em junho. Há 1615 anos era chamada de joanina – por causa de São João – quando trazida para o Brasil foi mudada para junina e assim é denominada até hoje.

Um dos doces tradicionais de festas juninas: a paçoca

Arraiá: mais de 18 séculos de história


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AGRONEGÓCIO

Compreenda essa medida de prevenção pouco conhecida e rejeitada por alguns agricultores

julho de 2015

Vazio sanitário

garante saúde da lavoura

Ana Bonadimann e Wellen Reinhold

várias safras. Com o vazio sanitário, o ciclo de reprodução da mosca é diminuído e consequentemente, diminuem-se as doenças. O período do vazio sanitário vai de 31 de julho a 30 de setembro (para o estado do Paraná) e nesse período, todas as plantas de soja, feijão e algodão existentes nas propriedades devem ser eliminadas, por meio de produtos químicos ou equipamentos. Uma grande discussão é gerada em cima desse tema, principalmente no que se refere aos possíveis prejuízos do produtor, pelo tempo que ele deixou de plantar. O agricultor Adelar Polizuk confessa que não gosta nada da ideia: “Esse período em que ficamos parados, perdemos muito, pois dois meses fazem muita diferença na hora de plantar. Poderíamos estar bem adiantados e acabamos sendo prejudicados”. Adelar não teve suas plantações atingidas por nenhuma dessas doenças e, segundo Pedro Aleíttre, esse é um dos principais motivos que levam os agricultores a serem contra o vazio

sanitário. O agrônomo afirma que só quem sofreu as consequências das doenças sabe o mal e o prejuízo que elas trazem. “Essa é uma forma eficiente de prevenção. Se isso não acontecesse os prejuízos seriam enormes e aí sim os agricultores teriam um verdadeiro motivo para se preocuparem”. Não são todos os estados que adotaram essa medida. Em todo o Brasil, os adeptos ao vazio sanitário são: Tocantins, Pará, Rondônia, Maranhão, Bahia, Goiás, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Além do Brasil, o Paraguai, também adotou o vazio sanitário. Lucas Batisti é estudante de Agronomia e conta que já presenciou casos onde os agricultores não respeitavam esse período. “Alguns agricultores não entendem a importância de fazer essa pausa, por isso, quando vemos atitudes como essa, temos que denunciar”, enfatiza o estudante que presenciou os estragos causados pela ferrugem asiática e que considera o vazio sanitário a melhor forma encontrada para garantir a saúde da lavoura.

DIVULGAÇÃO

O termo parece estranho, mas a explicação é bem simples. O vazio sanitário é um período de ausência de plantas vivas nas lavouras de culturas como soja, feijão e algodão para prevenir essas plantações de possíveis doenças. Essa medida foi adotada inicialmente pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, como uma forma de proteção contra a ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakipsora pachyrhizi Sydow e que em 2005 e 2006 provocou um prejuízo de dois bilhões de dólares para a sojicultora brasileira. No feijão, o agrônomo Pedro Aleittre, diz que esse período é importante para combater a mosca branca, já que a praga também causa grandes perdas na lavoura, prejudicando a produção. O inseto suga a seiva das plantas e ainda transmite doenças que são difíceis de controlar, como viroses. Com o algodão, o objetivo é evitar a praga conhecida como Bicudo do algodoeiro, afirma o engenheiro, pois ela é uma das pragas que causam mais destruição, já que conseguem permanecer na lavoura durante a entressafra, ou seja, perdura por

Agricultores preparam a terra para o vazio sanitário


ECOLOGIA

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Compostagem: um método sustentável

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Reaproveite o lixo orgânico e tenha como resultado uma terra rica em nutrientes e minerais

Ana Kaminski

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Sabe aquela lixeira que você deixa na cozinha e joga os restos orgânicos? Nesse lixo, as bactérias vão consumindo a matéria orgânica e liberam um líquido tóxico com alta carga bacteriana, de mau cheiro e coloração escura, chamado chorume. Este exala um dos gases causadores do efeito estufa, o metano e que atrai insetos e animais que podem transmitir doenças ao homem. A compostagem (também chamada de minhocário), no entanto, é uma maneira eficaz de resolver esse problema e ainda reaproveitar o lixo, pois você pode transformar os restos de legumes, verduras, frutas, folhas, palhas e galhos em fertilizante natural de alta qualidade para alimentar as plantas de seu jardim ou horta urbana. A compostagem é uma técnica milenar, praticada pelos chineses há mais de cinco mil anos. Porém, foi apenas em 1920, a partir dos primeiros experimentos do inglês Sir Albert Howard, considerado o pai da agricultura, que esse processo passou a ser conhecido no ocidente. Em pleno século 21 a compostagem está ganhando popularidade por haver uma tendência maior de preocupação com a sustentabilidade. Tem adquirido cada vez mais adeptos e pode trazer muitos benefícios. Esse processo de compostagem é uma decomposição por bactérias, que promovem a degradação dos alimentos. Nessa degradação o resultado é uma terra com alto poder de matéria orgânica, chamada composto ou adubo, um material estável, rico em substâncias húmicas, nutrientes e minerais, que podem ser utilizados em jardins, canteiros e plantas. A engenheira agrônoma e professora, Vanessa Taques Batista, explica que é possível ter a composteira (lixo orgânico) em casas e apartamentos com o residual de cozinha, onde você irá tratá-lo para produzir adubo, o qual pode ser utilizado em hortas, por exemplo. “É comum aproveitar os resíduos vegetais da própria horta. Estes, se deixados no campo, podem proliferar pragas e doenças”, observa a engenheira

Ponto crítico

Ilustração da composteira

explicando que se pode produzir o alimento com o composto, consumi-lo e, ainda, reaproveitar novamente o que sobra para a compostagem, ou seja, formar um ciclo. É importante ficar atento aos produtos que podem, ou não, ir à composteira. Como a compostagem é um processo orgânico, é possível reaproveitar restos de comidas, legumes, verduras, frutas, folhas, palhas, galhos, etc. Devem-se evitar carnes, derivados e fezes de animais, pois há grande risco de proliferar doenças. Produtos sólidos, como: papel, plásticos, pilhas e latas também não podem, afinal, já existe coleta seletiva própria para eles. O material para construir uma composteira é simples e econômico. Ela é composta por três caixas de plástico empilhadas. As duas de cima digerem os resíduos orgânicos, que são as caixas digestoras, onde ficam as minhocas. Essas caixas são furadas no fundo para facilitar o fluxo das minhocas, a circulação do ar e do excesso de líquido. A que fica por baixo recolhe o fluído que escorre das de cima: é a caixa coletora, a qual possui uma torneira para facilitar a retirada do líquido. Aí você pergunta: mas a compostagem caseira é higiênica? Essa dúvida é recorrente devido à existência de chorume, pela necessidade de lidar com restos de alimentos e o fato de haver minhocas. No entanto, analisando as vantagens, esses receios não têm muito fundamento. O processo de compostagem é uma forma de minimizar, de maneira sustentável, os impactos ambientais do consumo diário, pois: diminui o volume de lixo nos aterros; reduz o uso de agrotóxicos nos alimentos, devido à presença de fungicidas naturais e microorganismos; dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas) e não deixa cheiro – acredite. “O benefício é ter um fertilizante com teor de matéria orgânica interessante para a produção agrícola, mas a principal vantagem é a destinação correta do produto orgânico”, ressalta a engenheira.

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Brasil produz cerca de 250 mil toneladas de lixo por dia. Cerca de 50% do volume total vai parar em aterros sanitários, onde são depositados com os demais e não recebem nenhum tipo de tratamento específico. Apenas 2% do lixo são destinados à reciclagem ou compostagem. Mas um dos maiores desafios é conscientizar a população de Cascavel e a prefeitura quanto à importância dessa técnica praticada por poucos. “Nós não temos ainda essa educação ambiental ao ponto de estar trabalhando no sistema de compostagem, que seria muito importante para o município. Sei que várias escolas aderiram a essa técnica, mas desconheço algum projeto em que toda a população trabalhe”, afirma a coordenadora do curso de Gestão Ambiental da Univel, Elaine Wilges Kronbauer. Contudo, diferentemente dos agricultores, que precisam de adubos para os seus cultivos, nós, em casa, podemos tentar simplesmente diminuir a quantidade de lixo que emitimos para a prefeitura. É uma atitude simples que cada um pode ter em casa, mas que irá refletir no futuro de nosso planeta!


SAÚDE

julho de 2015

RAFAELA GHELFOND BACALTCHUK

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Falar ou não falar? Quando o mau hálito deixa de ser um tabu e passa a ser um assunto discutido, o problema pode se tornar a solução

Adison Anderle Junior

Em pleno século 21, com diversas tecnologias e uma imensidão de informações, os tabus estão cada vez mais sendo superados. No entanto, existe um assunto pouco discutido, talvez por vergonha ou medo que muitas pessoas têm em constranger alguém. Falar em mau hálito sempre é uma polêmica. O principal motivo que leva a isso é a falta de conhecimento sobre o assunto. O dentista Rosaldo Belekewice afirma que a halitose não é uma doença, “diferente do que muitas pessoas pensam, ela é um sintoma de que algo está errado no organismo e deve ser identificado e tratado”. Ele explica que de 90 a 95% dos casos são de origem bucal, como doenças da gengiva, placa bacteriana e problemas com amigdalas e que o restante são de origem extrabucais, como jejum prolongado e ingestão de alimentos como alho e cebola. Mas o tabu a ser quebrado é como abordar esse assunto. Por medo, as pessoas preferem se calar e conviver com isso e algumas até abordam, mas de maneira equivocada. A principal questão é: como eu faço isso? A psicóloga Ana Maria

Maxfuldt comenta a melhor forma de avisar sobre o problema: “É muito comum as pessoas confundirem o mau hálito com a falta de higiene pessoal, por isso, o ideal é que ocorra uma conversa clara, sem ofender e ainda enfatizar a busca por uma ajuda profissional”, orienta. Em uma pesquisa informal para esta matéria, feita com 20 acadêmicos da Univel sobre o tema, 70% deles disseram que avisariam a um amigo ou a um familiar, 60% afirmaram já ter avisado alguém sobre o problema e apenas 5% relataram que não gostariam de ser avisados. Grande parte das pessoas que possuem halitose não a percebem, por isso não buscam tratamento adequado. Isso ocorre porque quando um odor é constante, o bulbo olfativo fica impregnado e deixa de sentir. Uma forma para aliviar o odor oriundo da halitose é a escovação, a qual, para ser bem executada necessita de 15 a 20 movimentos realizados em cada dente. O movimento pode ser circular ou então de vai e vem, lembrando que não é a força e sim a forma de escovar que vai influenciar na qualidade bucal.

É fundamental trocar a escova após um período de dois ou três meses de uso e ainda utilizar o fio dental para remover os restos de alimentos que ficam entre os dentes. Mais importante ainda, segundo Rosaldo, é a escovação da língua, pois é nela que se concentra o maior número de bactérias causadoras do meu hálito. Segundo estudo da Associação Brasileira de Halitose, 30% da população convive com esse sintoma, ou seja, aproximadamente 50 milhões de pessoas. A pesquisa aponta, ainda, que problemas relacionados com o estômago interferem de forma rara na formação da halitose. Se após todas essas dicas você ainda não criou coragem para avisar seu amigo sobre o problema, existe uma alternativa que você pode utilizar, é uma espécie de disque denúncia, oferecido pela Associação Brasileira de Halitose. Nesse sistema, o perfil de quem avisou é anônimo e a pessoa que precisa de orientação profissional receberá um e-mail ou uma carta com algumas explicações e orientações sobre o assunto, basta acessar o site <www.abha.org.br/sosmauhalito>.


TECNOLOGIA

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Flertar, conhecer, oportunizar FOTOS: DIVULGAÇÃO

e quem sabe, ganhar a vida

Transformar simples atitudes do dia a dia como conhecer um novo amigo são indicativos de sucesso no mundo digital Diego Caetano

Aquela menina linda, maravilhosa, princesa, boneca e deusa vem para o seu lado no corredor (Será que ela existe mesmo? Talvez só na sua cabeça, mas vamos lá). Os olhares se trocam, ela até te dá mole com um sorriso discreto. Mas você prefere simplesmente passar por ela sem ao menos dizer um oi. Você prefere evitar o contato pessoal inicialmente porque é mais fácil conversar depois com ela no Facebook ou em qualquer outro aplicativo que os dois usem. A explicação para esta cena que se repete mais do que você imagina no dia a dia, seja na escola, seja na faculdade, é muito óbvia segundo a psicóloga Roberta Hurin. “As pessoas tem medo do confronto e de uma possível rejeição. Ser rejeitado pelo bate papo dói menos”, argumenta a especialista. Esse comportamento é uma adaptação de uma atitude que há alguns anos só poderia acontecer com o contato pessoal. É fácil olhar o celular de algun conhecido e perceber que aplicativos como Whatts App, Tinder, Instagram e Snapchat estão lá. Esses utilitários são imprescindíveis na vida social e amorosa de qualquer acadêmico, mas será que o uso desses “Anjos”, chamados carinhosamente de apps, fazem mal para nossa vida acadêmica? Para o estudante de Direito do quarto ano da Univel, Tiago Rodrigues, sim. “Entrei muito de cabeça no uso dessas ferramentas e no fim do ano passado senti

muita dificuldade na hora de fechar as notas”, constata. Esse comportamento é bastante comum quando se descobre um novo brinquedo social, diz Elineu Marins, especialista em tecnologias e usuário de todas as ferramentas a disposição na internet que facilitam “ficar”. As ferramentas se renovam e mudam culturalmente de cidade para cidade. O Tinder, por exemplo, um aplicativo que mostra fotos de alguém que está num determinado raio de cobertura de onde você está, libera um bate papo entre seus usuários que tenham se “curtido” para um papo e quem sabe uma possível aproximação. Em algumas cidades a cultura local é de que o aplicativo é usado para “sexo sem compromisso”, já em outras, é somente um agregador de amizades. Tiago conta que já saiu com algumas meninas que nem imaginava conhecer graças ao aplicativo: “Minha tática é ir até a cantina ou outro lugar que tenha bastante gente e ligar o aplicativo. A partir daí é muito papo até marcar de encontrar a menina”, analisa e garante que as mulheres estão cada dia mais suscetíveis a usar esses aplicativos. “Elas, assim como nós, homens, muitas vezes têm vergonha ou ficam inibidas de iniciar um papo, por mais que se ache uma pessoa atraente. O aplicativo é o start para algo que a vergonha sempre inibe”, revela o estudante. Seja qual for a maneira que você use para

se relacionar ou para conhecer novas pessoas a especialista é unânime em avisar: “Buscar a felicidade é essencial, mas se você não estiver bem consigo mesmo, usar esses aplicativos ou redes sociais para buscar amor e carinho é a mesma coisa que ir ao supermercado com fome. Você só irá consumir porcaria. A frase é clichê, mas é a pura verdade”, finaliza Roberta Hurin. O especialista em tecnologia, Elineu, vê nesse campo uma oportunidade de negócio e sucesso: “Os acadêmicos precisam se atentar a oportunidade que é transformar relações simples do nosso dia a dia, como flertar alguém, em um aparelho tecnológico. Quanto antes fizer, mais valerá dinheiro. A tendência é que toda sociedade mude seus comportamentos analógicos para comportamentos digitais”, ressalta indicando. É fato que os grandes sucessos de downloads nas redes são aplicativos que saíram da vida analógica e se transformaram em ferramentas digitais. “Há alguns anos se falava na revolução que a internet causaria e atualmente estamos vivendo essa realidade”, diz o analista de redes sociais Vitor Pinheiro. Ele ressalta que a oportunidade está em perceber coisas simples que a sociedade faz e criar aplicativos para imitá-las ou substituir as mesmas: “Essa é só uma versão de como ter sucesso. Existem milhares de receitas por aí, basta estar antenado”, finaliza.


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MARCA PÁGINA

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#inDICA

APARTAMENTO 111 Injustiças da vida

TheBlacklist:

Matheus Roch*

Marca página

seu mais novo vício

Esperei do lado de fora da salinha apertada onde antes estava sendo interrogada. Meu depoimento durou cerca de meia hora, e no fim das contas nada realmente me tornava uma suspeita em potencial. É claro que eu não seria. Eu não matei minha mãe. Agora estão ouvindo aquela mulher estranha, vizinha de minha mãe. Ana parece muito suspeita, e realmente acredito que seja culpada. Se no for, estará em maus apuros em breve. (Do lado de dentro) – Nós sempre fomos próximas, amigas de verdade. Eu diria até que irmãs da vida. – E o que estava fazendo na exata hora

do crime? – Eu estava em casa, cuidando do meu bebê, quando ouvi os gritos. Eu abri uma fresta da porta, foi quando vi a filha de Mercedes passar. Estava muito escuro, e eu não tenho certeza se ela saia do prédio, ou se caminhava para o apartamento 111. Como eu disse antes, eu ouvi vozes. Era alguém muito próximo de Mercedes, pela intimidade da conversa. – Que tipo de intimidade? – A mulher acusava-a de coisas ruins, coisas do passado. – E você reconhece a voz que acusava Mercedes antes de matá-la? – Naquele momento eu não sabia de quem se tratava, mas agora sim, com certeza.

(Do lado de fora) – Senhorita Melina, você está presa pelo assassinato de Mercedes Riveira. Você tem o direito de permanecer calada, tudo que disser poderá e será usado contra você no Tribunal – acusa o policial de olhos verdes. – Como assim estou sendo presa? – Grito incrédula. – Não fui eu quem matou aquela puta, não fui eu...

Ana sai da sala, escoltada por uma policial descabelada. Ela me encara furtivamente e sorri. – O jogo virou – sussurra ao passar por mim. CONTINUA...

Juliana Gregozewski

The Blacklist é uma série norteamericana que conta a história de um comando do FBI, no qual tem uma nova contratada que chega ao local sendo solicitada pelo maior procurado das Américas. Raymond Reddington misteriosamente se entrega a agência prometendo entregar diversos criminosos e terroristas que nem mesmo a companhia sabe da existência. Tudo isso com apenas uma exigência: falar diretamente com Elizabeth Keen, uma iniciante dentro do comando. Reddingnton revela de início um criminoso internacional que estaria planejando o sequestro da filha de um militar americano. A informação é confirmada por Elizabeth e esse é apenas um dos nomes que ele entregará da sua conhecida lista chamada de “Blacklist”. Na lista, feita ao longo de vinte anos, contém políticos, mafiosos, hackers, espiões e criminosos de altíssima periculosidade. Essa lista torna a oficial lista do FBI uma mera peça de publicidade. Para que os nomes sejam disponibilizados, ele impõe várias condições, como: utilizar rastreador implantado em seu corpo, segurança, imunidade legal, mas a principal é que tudo seja resolvido com Elizabeth Keen. A partir disso, mesmo com algumas relutâncias, o comando passa a agir conforme as revelações de Reddington.

*Matheus Roch, estudante do terceiro ano de Jornalismo, é apaixonado por moda e litaratura

Varal cultural

Após a inauguração do Teatro Municipal de Cascavel, muitas atrações estão se apresentando no local. No dia 11 de junho, a cantora Vanessa da Matta fará um grande show de MPB. Vanessa traz a Cascavel sua turnê “Segue O som”, a qual surgiu em outubro de 2014, após um longo trabalho para montá-la. No palco, a cantora se reencontra com o trabalho autoral após se dedicar em 2013 a um CD e show com releituras de Tom Jobim. Vanessa afirma que o repertório é cauteloso com a proposta de mostrar muito do lançamento que ocorreu em março de 2014, sem abrir mãos dos hits e de surpresas para a plateia. Para quem gosta de boa música MPB e também de Vanessa da Mata, não pode perder a apresentação. Os valores de ingressos variam entre R$ 83 até R$ 143.

Vanessa da Matta traz a Cascavel nova turnê


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