Unifatos 2015 - 2º Edição

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Mochileiros O advogado André Vianna e a jornalista Mayra Chagas contam um pouco sobre as aventuras e experiências que já tiveram com uma mochila nas p. 4 e 5 costas. Vale a pena conferir!

No preparo de bolos, bolachas, massas e pães é utilizado a farinha de trigo, um dos principais ingredientes que contém glúten. Como os celíacos, então, podem se alimentar? p. 6 e 7

Sangue Azul

Na editoria de Educação e na coluna de Camila Juviak você, leitor, pode conferir sobre o entusiasmo e o orgulho dos estudantes de Jornalismo por causa da 19º premiação do Sangue Novo. p. 3

atrai cascavelenses

a disciplina em sala de aula CAMILA JUVIAK

Stand Up Paddle

Professor Rui fala sobre

Quem nunca ouviu comentários sobre certo professor que é uma lenda na faculdade ou colégio? Rui Eduardo Ferro São Pedro, 54, é um desses professores que geram muitos sentimentos nos alunos da Univel. Em entrevista concedida ao Unifatos, Rui conta que não imaginava “nem em décimo sonho” ser professor.

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Água em foco DIVULGAÇÃO

JULIANA GREGOZEWSKI

Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIV - edição 67 - abril/maio de 2015

Conhecida como a “Cidade das Águas”, Cascavel sempre foi destaque entre os esportes aquáticos no Paraná e isso impulsionou e deu visibilidade para que outros esportes chegassem até aqui. Isso não foi diferente com o SUP (Stand Up Paddle). Você sabe do que estou falando? Não? Então confira o texto sobre esse esporte.

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Em Cascavel, no dia 22 de março, foi realizado um evento em alusão ao dia mundial da água: “Água em Foco”. O evento foi realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, em parceria com o Comam, com o apoio do Sesi Paraná e a Sanepar. Os acadêmicos da Univel foram responsáveis por boa parte das atividades realizadas no local, com a coordenação da professora Elaine Wilges.

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OPINIÃO

Saúde em primeiro lugar.

Esqueça o preconceito! Ellen Santos

O preconceito pode ser definido, segundo alguns dicionários da língua portuguesa, como “conceito ou opinião formado antes de ter os conhecimentos adequados”, ou, ainda, como uma “opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão”. A dificuldade de lidar com o que é diferente, infelizmente, é inerente ao ser humano. As diversidades estão presentes em todos as formas de expressão cultural, tais como: língua, vestuário, esporte, crenças, religiões, gastronomia. Quando uma pessoa diz que não quer ou até mesmo que não pode comer algo, ela acaba sendo vista com maus olhos. Não pense que isso não acontece. Pessoas nem sempre estão dispostas a compreender as limitações dos outros. Irônico não é? Como pode existir ainda tanto preconceito em pleno século 21? Como pode existir tanta ignorância por parte de pessoas que se dizem tão racionais? Estar inserido na sociedade se torna cada vez mais difícil para quem tem algum problema. Ser diferente parece significar que você não pode se encaixar, que não faz parte desse mundo. Ao contrário do que pensamos de tais pessoas, tudo que não devemos fazer é um julgamento precipitado de alguém, seja ele quem for ou aparente ser. O que muda na pessoa em ser diferente? Parece tão simples responder, mas não é. Realizar reuniões para se encontrar com os amigos ou mesmo tratar assuntos profissionais é costume entre as pessoas e sempre vem a aquela ideia genial. “Vamos a uma pizzaria ou a um restaurante?” E aí que eu me pergunto! Se você é alérgico ao glúten, como vai a esses encontros? Recusa o convite? Talvez, mas o engraçado é descobrir como as pessoas vão receber tal recusa? “Como você é enjoado, não gosta de comer nada!” Mesmo que acabe aceitando o convite, vai rolar um preconceito na hora de fazer o pedido e dizer que não pode comer. Além disso, a maioria dos restaurantes estão adaptados às pessoas com intolerância ao glúten. O hilário são os olhares atravessados que são comuns. Essa situação é comum também com os vegetarianos que sofrem diariamente quando frequentam algum lugar e dizem não comer carne. Não se engane ao pensar que o preconceito vem apenas de pessoas desconhecidas. Vem de todos os lados, às vezes até mesmo de pessoas religiosas ou que se dizem tão cristãs... Todos devem ser compreendidos e as diferenças devem ser respeitadas, por isso, igualdade não existe, o que deve existir é o respeito, pois uma simples diferença não faz você melhor nem pior que ninguém. Felizmente, mesmo assim, aos poucos as coisas vão se adaptando. Restaurantes vegetarianos estão presentes na cidade de Cascavel, assim como padarias para celíacos. Confira nas páginas 6 e 7 um pouco sobre essa alimentação sem glúten!

abril/maio de 2015

A resposta punitiva é um

“cala a boca”! Patrícia Cordeiro

A cultura punitiva se apresenta como o néctar dos deuses, a solução entre as soluções, sinônimo de segurança e tranquilidade, mas é carente de sentido e mentirosa. A linguagem punitiva é inversamente proporcional à proteção. É preciso lembrar que a linguagem é fruto das relações de poder e serve muitas vezes para silenciar e ocultar. De que outra forma os poderosos continuariam no poder se não fosse esse silenciamento e as mudanças que não mudam nada (para melhor)? Através das leis repressivas, nos enganam com a promessa de segurança. A lei repressiva é um “cala a boca” para a vítima, um jeito de dizer “Fique quieta, não reclame, olha lá na lei, seu direito está garantido!”, reforçando a crença nesse sistema insolvente que é o Direito Penal. Um direito super.. superficial. E quando trabalhamos com a criminalização, ainda que imaginando estar reduzindo danos, estamos precisamente maximizando. Dito de outro modo, jogando o conflito nas mãos do Estado para que ele brinque de faroeste e isole a(s) vítima(s), bem como crie novas, forjando uma promessa de segurança e felicidade. É natural que os grupos que se sentem oprimidos peçam a criminalização de condutas. Natural, porque é somente na linguagem punitiva que nos adestram. A sociedade anseia por respostas humanas, no entanto, conhece apenas a linguagem da punição, e por ela seduzida, busca dentro do sistema penal proteção, e logo, não encontra, e continua nessa aposta esquizofrênica por mais repressão, que contribui na própria construção da violência. É uma sociedade que sofre, e por não saber porquê sofre faz sofrer, e não esqueçamos que a indústria do medo se alimenta da dor humana. A palavra “Crime” é um fechamento que impede que pensemos em outras respostas, engole todos os sentidos que poderiam/deveriam ser discutidos. Quando conseguirmos lidar com essas situações de forma mais acertada, construindo soluções humanas, longe das falácias do direito penal que sempre foi instrumento de segregação, poderemos avançar. Como Buarque, peço que afastem de mim esse “cálice” que é a lei repressiva que camufla um “cala a boca”, afastem essa “proteção” banhada em sangue, que constrói violência e alimenta a indústria do medo. Afastem de mim esse direito penal insolvente. Afastem de mim esse ensino jurídico que me força decorar o sistema e suas justificativas. Afaste de mim sua opressão, sua linguagem punitiva que impede de ver que o sistema não está em disfunção, essa é precisamente sua mecânica de funcionamento.

Expediente Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretor Geral: Adriano Coelho. Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Patrícia Duarte. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos, diagramação e paginação): Adilson Anderle Junior, Alex Sandro Betim Meurer, Alice de Oliveira, Aline Libera Mayer Arriola, Amanda Valeska Cieslak, Ana Claudia Dembinski Kaminski, Ana Talita da Rosa Bonadimann, Anderson Leal da Silva, Andressa Barbon Gimenez, Beatriz Helena da Silva, Camila Juviak dos Santos, Deisy Antoniele Guedes Mayer, Diego Ubiratan Caetano, Ellen Bruna dos Santos, Evelyn Rafaeli de Oliveira Antonio, Gabriel Datsch dos Santos, Graziele Rodrigues de Oliveira da Silva, Juliana Aparecida de Jesus Gregozewski, Lohana Larissa Mariano Civiero, Maiara da Silva Coelho, Mario Sobutka Junior, Matheus Vieira Rocha, Pamella Dayani dos Santos, Patrícia Cordeiro da Silva, Rafaela Ghelfond Bacaltcuk, Renan Cesar Alves, Renan Fabrício Lorenzatto da Silva e Wellen Fernanda Reinhold. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: unifatos@univel.br


EDUCAÇÃO

abril/maio de 2015

Aha, Uhu! O Sangue Novo é nosso!

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O dia em que deixamos de ser o patinho feio do oeste do Paraná

DIVULGAÇÃO

Para quem não acompanhou o que vem acontecendo na Univel nos últimos dias, explicaremos. O Prêmio Sangue Novo de Jornalismo é uma competição entre as faculdades e universidades de todo o estado do Paraná e os melhores inscritos são premiados. Com realização feita pelo Sindijor-PR (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná), o prêmio está em sua 19º edição e possui 22 categorias diferentes. Deixando, no entanto, todas as explicações prévias expostas, vamos ao que mais nos interessa: ao final disso tudo. A Univel trouxe para casa sete prêmios. Tivemos quatro primeiros lugares, outros dois segundos lugares e um terceiro. “O mérito é de todos. Todos os quatro primeiros lugares que a cidade de Cascavel obteve no prêmio foram da Univel. A felicidade e, diga-se de passagem, surpresa, era estampada no rosto dos jovens e talentosos competidores premiados”, disse Matheus Roch, um dos estudantes que acompanhou as apresentações de alguns TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) premiados. Os vencedores comentaram orgulhosos: “Estar entre os melhores do Paraná é muito recompensador, pois haviam 32 participantes dessa categoria e a Univel conseguiu o primeiro lugar estando à frente de faculdades tradicionais do Estado. O grupo ficou muito feliz com o resultado, com a repercussão do trabalho e também com o reconhecimento de grandes profissionais da imprensa regional.”, comenta Ricardo Oliveira, aluno do 4º ano de Jornalismo. Os primeiros lugar das categorias de Projeto Jornalístico Livre, Jornalismo Impresso, Reportagem para Televisão e Rádio documentário foram garantidos pelos alunos com os respectivos produtos: Programa Televisivo Insight, Revista Viver Mais, Grande Reportagem “O Haiti é aqui” e o

Rádio documentário “Rio São Francisco”. Já os dois segundos lugares foram garantidos nas categorias Jornalismo Impresso, com a Revista Insight, e Rádio documentário, com “O achacador”. A premiação de terceiro lugar, não menos importante, foi para o site do Grupo Insight, na categoria Produto Jornalístico para Web. Para quem quer conferir os produtos televisivos e radiofônicos basta acessar o Youtube e os trabalhos impressos podem ser observados nos anexos dos trabalhos de conclusão de curso que estão na biblioteca da Univel. Guardemos estes nomes: Isabella Liba, Mariana Dantas, Luiz Henrique Sanchez, João Alves, João Diego Machado, Ricardo Oliveira, Larissa Ludwig, Maicon Santos e Maximiliane Veiga. Alguns ainda alunos da instituição e outros egressos formados. Todos merecedores, orientados pelos professores: Letícia Garcia, Sérgio Brum, Karin Betiati e César Versa. “A sensação é maravilhosa. Sensação de dever cumprido, de poder levar o nome da Univel ao destaque que merece pelo ótimo trabalho de todos os professores e equipe” conta, João Diego Machado, aluno egresso da Univel, participante e vencedor da categoria Rádio Documentário. O dia em que deixamos de ser o patinho feio do oeste do Paraná, abandonamos juntos o legado de “Ah, é muito difícil”, “Só tem faculdade renomada”, “A estrutura deles é melhor que a nossa”, “Eu acho que não dá...”. DEU SIM! Uma frase que resume bem essa novela toda é o “não sabendo que era impossível foi lá e fez”, do dramaturgo francês Jean Cocteau. Saibamos reconhecer nossos profissionais e esqueçamos essa síndrome de ser pequeno. Somos do interior, SIM! Temos dificuldades, SIM! Mas são justamente essas dificuldades que aumentam ainda mais o mérito do nosso trabalho!

DIVULGAÇÃO

Aline Arriola e Renan Cesar

EducAÇÃO

Nossa família tem Sangue Azul!!!

Camila Juviak*

Todos a postos e preparados? Tem prêmio na casa! O Prêmio Sangue Novo de Jornalismo Paranaense, tem como objetivo principal contribuir para os ensinos dados ao curso de Jornalismo e reconhecer trabalhos realizados pelos acadêmicos e novos profissionais que entrarão no mercado. E já que impressionar é sempre bom, a Univel resolveu exagerar um pouquinho dessa vez, com uma grande pitada de talento, deixando os alunos e outros profissionais boquiabertos com a qualidade dos produtos apresentados e claro, premiados, com muito merecimento. Temos sete motivos para comemorar - e que motivos!- e isso nos enche de orgulho a cada vez que lembramos. Um feito histórico, tanto para os acadêmicos quanto aos professores da Univel, principalmente do curso de Jornalismo. É uma honra em tê-los por perto. O Paraná inteiro pôde sentir o tamanho e a força que a Univel tem, pois nos igualamos a tantas outras instituições clássicas do Jornalismo do Estado e isso reflete o brilho em nossos olhos e temos a honra de gritar “SOMOS SANGUE NOVO DE JORNALISMO PARANAENSE”. E se preparem, logo surpreenderemos mais, estamos a caminho, cheios de orgulho e garra. Quem não sabia de onde a Univel era, agora sabe. Somos do interior do Paraná, somos de Cascavel, somos sangue novo, somos sangue azul! * Camila Juviak é acadêmica do 3º ano de Jornalismo, apaixonada pela literatura e fascinada pela escrita.


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TURISMO

abril/maio de 2015

Desperte o nômade

que há em você!

Mochileiro de Cascavel percorreu 900 quilômetros a pé no coração da Europa

Graziele Rodrigues

Caminho das índias

De repente um sentimento bate, parece que a cidade ficou pequena e que todas as pessoas são iguais, como formigas num vai e vem desenfreado. O ar começa a faltar e você sente a estrada chamando... Se isso já aconteceu, pode crer, existe um mochileiro dentro de você e, não adianta, uma hora ou outra você vai ter que deixá-lo sair. Então você “quebra a casca do ovo”, sai da sua zona de conforto e ao sair você encontra o amor! O amor nas lindas paisagens, o amor nos olhos das pessoas que conheceu na estrada, o amor ao som de Creedence Clearwater Revival ♪♫♩♫ (Have You Ever Seen The Rain?). O último

refere-se a uma “mochilada” em Curitiba, um show e um casal que tem muito em comum. Foi assim que a jornalista Mayra Chagas e o advogado André Vianna se conheceram. André, que se apresentou como Odisseu (personagem da mitologia grega), por comparar seu sonho à grande viagem do personagem que tenta retornar para sua terra Ítaca, estava prestes a fazer uma viagem de um ano por todo o mundo, quando conheceu Mayra. “Depois de viajar pela Espanha (Madrid, Toledo, Barcelona, Mondragón, San Sebastian) e percorrer 900 km a pé entre Saint-Jean-Pied-de-Port na França até Finisterra, em Galícia na Espanha, conhecer

Lugar exótico. A desigualdade social é acentuada pelo sistema de castas e pela falta de higiene. “Lá eles fazem as necessidades na rua mesmo”, comenta Mayra. Correria, caos, trânsito, cultura surreal, cremação dos mortos no Rio Ganges e a religião hinduísta, uma crença que possibilita a adoração a vários deuses, também chamam atenção. A viagem teve alguns momentos difíceis. Mayra orienta sobre as pesquisas que devem ser feitas antes de colocar o pé na estrada. “Informar-se sobre hospedagens, funcionamento do transporte, ingressos para museus e sítios arqueológicos e estudar o destino é fundamental antes de viajar”, aconselha. Contudo, o casal já viveu momentos de tensão, ao chegar

Os mochileiros na Índia

Portugal de Viana do castelo até Sagres, encantar-me com Andaluzia e embrenhar-me no Marrocos, vim para o Brasil com o pretexto de trazer umas espadas compradas em Toledo, mas na verdade, para pedir a Mayra em namoro. Depois, fui para a Tanzânia, Zanzibar, Nepal, Tibet e Turquia”, comenta André. Mayra também já havia carregado a mochila pela França, Estados Unidos (Nova York, Minnesota, Washington), Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba), entre outros lugares. O casal nômade uniu as mochilas e agora nos conta um pouco das histórias e dicas de viagens para instigar o aventureiro que há em você.

na Índia com hotel reservado. O taxista, afim de “conseguir algum dinheiro”, levou-os para outro hotel, este precário, onde poderia ganhar comissão com a agência de turismo. “Ficamos com medo de brigar. Poderíamos ter forçado a barra para que nos levassem ao hotel de origem. Ficamos presos a eles um dia. No dia seguinte, saímos andando pelas ruas e conseguimos nos livrar”. Os mochileiros interagiram com indianos, experimentaram o cotidiano e a realidade do povo. “É incrível a realização de chegar num país em que não se conhece ninguém e, aos poucos, misturar-se com os locais, surpreender-se com o descortinar de um mundo novo”, comenta André.


TURISMO

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PES FOTOS: ARQUIVO

SOAL

Viajar na América do Sul pode ser maravilhoso!

“Machu Picchu” – ruína Inca no Peru – Patrimônio da Humanidade

Os objetivos dos mochileiros são diversão e aprendizado. Por isso, os turismos histórico-cultural e de natureza são os preferidos por eles. E bem do nosso lado há um lugar que estes requisitos são preenchidos com dimensão. Peru é um país arraigado de história e gastronomia cheia de cheiros, temperos e sabores. A diversidade cultural chama atenção, além das belezas naturais. Os viajantes recomendam a terra dos incas para uma viagem de tirar o fôlego, com pouco investimento

financeiro, onde há transporte fácil e são daquelas viagens que ensinam: “Você volta e parece que leu o conteúdo de uns 100 livros!”, exclama Mayra. No Peru você encontra museus, sítios arqueológicos, aspectos culturais como danças e festas típicas, costumes, vestimentas diferentes das nossas. As ruínas de Machu Picchu são a principal atração turística, um patrimônio mundial da Unesco e considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno.

Dicas de economia

Transporte. Este é o mais caro. Por isso as passagens aéreas devem ser pesquisadas com meses de antecedência para conseguir promoção. Aqui vai uma dica básica de Mayara: “A cada vez que pesquisamos na internet nossos interesses de destino, mais caro ele pode ficar, pois o navegador já sabe o que você está procurando. A janela anônima é um recurso que pode ajudar, para bloquear as buscas anteriores. O casal costuma se locomover de ônibus dentro do país, pois com a economia paga-se a hospedagem, mas o segredo é calcular e pesquisar muito, comprar alimentos em mercados, levar um lanchinho na bolsa, fazer a própria comida no local se possível. “Quando você é mochileiro e se hospeda em hostel, você também faz muitos amigos. Com esses amigos você pode dividir despesas de transporte e alimentação, por exemplo, rachar um táxi ou comprar os ingredientes para uma macarronada”, comenta Mayra. Ruína Jesuítica “Santísima Trinidad del Paraná”, na cidade de Trinidad no Paraguai

A mochila

A dica é levar duas mochilas. Uma grande com utensílios e roupas maiores que dependem do clima e do destino e outra, chamada pelo casal de “mochila de ataque”, com óculos, caneta, documentos pessoais e de viagem (ingressos, passaporte), dinheiro, câmeras, garrafa de água, guia sobre o país e saco estanque para não molhar os documentos. O casal salienta, ainda, que a prioridade é não perder o dinheiro e os documentos, cuidar da garrafinha de água para não desidratar e estar com calçados confortáveis, pois bolhas nos pés podem estragar qualquer viagem.

Cidade de “Jaisalmer”, no estado do Rajastão – Índia

O casal aventureiro, na cidade “El Chaltén”, na Patagônia (Argentina), admirando o famoso monte “Fitz Roy”


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GASTRONOMIA

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1 xícara de farinha de trigo?

Ops... farinha de arroz! Você certamente já ouviu falar do glúten, mas você sabe o que é? Ele está presente na maioria dos alimentos. É uma mistura de proteínas presente no trigo, aveia, cevada, centeio e no malte. Os celíacos, que são os indivíduos intolerantes ao glúten, devem manter uma alimentação completamente sem esse tipo de proteína até o fim da vida. Pois bem. No preparo de bolos, bolachas, massa de pizza e os mais variados tipos de pães é utilizado a farinha de trigo que é um dos principais ingredientes dessas receitas. Mas, como fica a alimentação dos celíacos, então? O principal desafio para quem prepara um alimento sem glúten é garantir que tal alimento não entre em contato com a proteína, pois a cozinha deve ser separada daquela convencional. O padeiro Allan Deola Mazzuco, 24, que é coordenador de uma mini padaria sem glúten, explica: “É um setor muito delicado para se trabalhar. Nós não podemos pegar nada da outra padaria, nem estar indo lá. Como tem gente que tem alergia ao glúten, não pode ter nenhum contato, nem encostar em nada. É necessário ter uma padaria específica para isso”, explica. A padaria sem glúten do Beal da avenida Brasil (divulgamos aqui o nome do mercado com o intuito de informar os celíacos que talvez não conheçam), que é menor do que uma tradicional, tem uma linha

FOTOS: LOHANA LARISSA E RENAN LORENZATTO

DIVULGAÇÃO

“Não é complicado, mas exige dedicação. Não é simplesmente trocar uma coisa pela outra”

Lohana Larissa e Renan Lorenzatto

Allan: “Nós não podemos pegar nada da outra padaria, nem estar indo lá”

de 50 produtos, que incluem tortas, bolos, massas para pizza, docinhos para festa, suspiros, bolo de aniversário, pães, dentre outros. “Cada vez aumenta mais a demanda. O pessoal está descobrindo a intolerância ao glúten e tem também o pessoal da academia que compra só para fazer dieta, para manter o corpo e a saúde”, diz Allan. Além de não ter o contato com o glúten, durante a preparação é necessário fazer algumas adaptações e substituições na receita, por exemplo, trocar a farinha de trigo utilizada em qualquer panificação por farinha de mandioca, polvilho, fécula de batata, amido de milho, farinha de arroz ou outros produtos que não contenham o tão indesejado glúten. A nutricionista, professora e coordenadora do curso de Gastronomia da Univel, Raquel Goreti Ecaert Breher, 29, destaca que às vezes uma substituição não é suficiente: “Por exemplo, a receita de massa de panqueca vai uma xícara de farinha de trigo, e você não consegue trocar por uma de mandioca. Você tem que adequar todos os ingredientes em quantidade para conseguir a mesma textura para a massa.” A nutricionista frisa ainda que o preparo necessita de dedicação: “Não é complicado, mas exige dedicação. Não é simplesmente trocar uma coisa pela outra”.


GASTRONOMIA

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Dificuldades

Raquel: “Não é simplesm

ente trocar uma coisa pel

a outra”

Convívio social

ete no café a base de omel ” a vi vi u “E : ia Letíc queijo mbém pão de da manhã e ta

Aos 15 anos de idade a acadêmica de Ciências Biológicas, Letícia Rasbold, 22, passava muito mal com o seu intestino que não funcionava, porém ela acreditava que fosse por causa de sua má alimentação. Quatro anos mais tarde, aos 19, toda vez que ingeria pizza, ficava doente. Segundo ela, a primeira vez foi a pior de todas: “Eu acordei no meio da noite com uma dor terrível no abdômen, eu não conseguia nem mexer as pernas. Foi terrível mesmo”. Letícia foi encaminhada ao hospital, porém os médicos não sabiam o que ela tinha. Durante um mês, ela chegou a ser internada quatro vezes por causa das dores. Após passar por vários e vários exames solicitados por uma médica gastroenterologista, ela descobriu que tinha a doença celíaca. “Foi um momento de pânico e alívio ao mesmo tempo. Pânico porque a doença não tem cura e minha limitação alimentar seria para o resto da vida. Alívio porque se me tratasse certinho, não sentiria mais aqueles sintomas terríveis!”, revela. Uma das maiores dificuldades da acadêmica logo no início foi justamente em encontrar os

alimentos sem glúten. “Os três primeiros meses foi uma época terrível, porque foi aquela fase da adaptação sem os alimentos. Eu não sabia onde encontrar e a minha mãe não sabia o que fazer para eu comer. Era muito difícil mesmo. Eu vivia a base de omelete no café da manhã e também pão de queijo que a minha mãe fazia, e era só isso, eu não comia outra coisa”, lembra. Mas com o tempo, a adaptação aconteceu. A mãe de Letícia, Rosa Maria Rasbold, adaptou algumas receitas e até inventou outras. Atualmente dona Rosa consegue fazer várias pratos para celíacos e até ovos de páscoa com chocolate sem glúten. Um dos maiores problemas nesse quesito é a alimentação fora de casa. Em panificadoras e restaurantes é comum encontrar atendentes dizendo que no produto não há glúten, sem saber o que dizem. “Quando você chega em algum lugar e pede, as pessoas dizem que não tem, mas você vê que elas não sabem sobre o que estão respondendo”, explica Miriam Helena Tomazone , 61, que descobriu a doença há pouco mais de sete anos, por causa de anemias constantes.

Querendo ou não, com tal alimentação, as pessoas acabam não entendendo o que o celíaco passa e é por esses motivos que Miriam afirma que as pessoas são extremamente preconceituosas: “Elas acham que você é fresca, que você não tem necessidade de estar se cuidando tanto. Mas eu não ligo para isso não, acho que quem gosta de mim sou eu, então se eu não sei me cuidar, ou não sei me respeitar, jamais vou ter respeito pelos outros, então eu não me importo”. A vida social da maioria dos celíacos não é nada fácil, uma vez que há poucas opções de lugares para se comer. “É difícil você encontrar um lugar que você poderia ir com seus amigos. Tipo um barzinho, essas coisas assim... Não tem opção do que você vai comer. Até mesmo uma porção de calabresa, de batata, se eles fritam no mesmo óleo de qualquer outra coisa empanada, você não vai poder comer, então esse que é o problema mesmo”, desabafa Letícia.

Há no Brasil a Acelbra (Associação dos Celíacos do Brasil), que vem ao longo dos anos abordando cada vez mais sobre a doença, os cuidados e se preocupando com os celíacos de todo o Brasil. O paranaenses contam, ainda, com o apoio da Acelpar (Associação dos celíacos do Paraná). Já a Acelbra Cascavel tem como objetivo alertar os cascavelenses sobre os riscos que o glúten traz aos celíacos e ainda discutir com a sociedade a importância de se separar os alimentos com glúten, dos sem. Apesar de não ser tão ativo no município, os cascavelenses têm o apoio da Gastroclínica, que realiza encontros para celíacos em parceria com o Super Beal.

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Bolo de fubá sem glúten

Associação

Ingredientes 1 xícara chá de erva doce ou leite vegetal 1 xícara óleo 3 ovos 1/2 xícara açúcar cristal 1 xícara fubá fino, pré-cozido 1/2 xícara farinha de arroz 1/2 xícara farinha de soja 1 colher de sopa fermento em pó 2 colheres de sopa sementes de erva doce Margarina ou óleo para untar a forma com farinha de arroz

Modo de preparo 1. Unte e depois enfarinhe uma forma de preferência aquelas de buraco no meio. Préaqueça o forno em fogo médio. 2. Bata na batedeira o chá junto com o óleo, ovos e açúcar até misturar. 3. Depois acrescente aos poucos o fubá e as farinhas até ficar homogêneo, depois o fermento. 4. Coloque sementes de erva-doce e misture com a massa. 5. Coloque na forma e asse por cerca de 35 min.

Doença celíaca É uma doença que ataca o intestino delgado. Os principais sintomas são diarreia crônica, distensão abdominal, vômitos, além de estar presente em sintomas como anorexia, constipação intestinal e outros. Por meio de um exame feito por biópsia do próprio intestino é possível saber se a pessoa é celíaca ou não. O tratamento para a doença é a dieta isenta de qualquer produto que contenha glúten para sempre.


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CULTURA

abril/maio de 2015

Ao contrário do que muitos pensam e da escassez de violeiros na sociedade atual, a cultura da viola está cada vez mais forte

Viola: símbolo da Gabriel dos Santos e Andressa Gimenez

DIVULGAÇÃO

A viola caipira simboliza a música no interior do Paraná. As letras que retratam as raízes de gente que lutou muito para viver conquistam a atenção de quem ouve os violeiros. O programa Mourão da Porteira, veiculado pela Rádio Colméia, de segunda a sexta, às 20h, representa e dissemina essa cultura por meio de músicas raízes de viola e com a participação dos ouvintes que pedem as canções e mandam seus abraços. O programa, que existe desde 1984, é apresentado por Elaudio Costa, da dupla Laudinho e Graciano, conta com participações especiais de outros violeiros nas sextas, chamando Roda de Viola. Laudinho, em 1979, e o parceiro Tião Mineiro, participaram e venceram a etapa de Cascavel do Festival Arizona, maior evento de viola que aconteceu nas principais cidades paranaenses patrocinados pela fábrica de cigarros Souza Cruz com final em Curitiba, em segundo lugar, o que já foi para eles uma grande conquista. “Apesar de termos ficado em segundo lugar foi uma grande

vitória conseguir essa colocação em um Festival dessa proporção”, comenta Laudinho. Para ele, a viola é tudo. “Sua faculdade, sua vida, é com ela que mantenho meus amigos, o programa e a cultura viola nunca acaba”, salienta Laudinho, enfatizando que o programa transmite a alegria, a música e principalmente histórias de raízes. “Já pensei em parar com a música e as rodas de violas que fazemos nas sextas-feiras, no entanto a viola foi algo que trouxe desde novo comigo, faz parte de minhas raízes não é um simples entretenimento, mas algo que eu realmente gosto”, enfatiza Elaudio. Em 1983 ele entrou como radialista na rádio Colméia no programa de Darci Israel que apresentava e defendia a viola caipira de acordo com seu devido valor, mas em 1984 foi inaugurado o programa Mourão da Porteira e Elaudio começou a apresentar o próprio programa. “Foi uma grande alegria quando entrei para a equipe da Colméia. Seu Darci Israel era um apreciador de roda de viola como eu então não demorou muito

FOTOS: ALICE OLIVEIRA

E ANA BONADIMANN

12 POSES

Acadêmicos do 2° ano de Gastronomia

Lucas e Rodrigo, do 4°

ano de Ciências Contábei

Vitor, Rafaela e Fabiana,

s

Isabella, Laisa e Dienifer,

do 1° ano de Direito

do 1° ano de RH João, Camila, Laisa e Mileni, do 1° ano de Direito

Isadora e Thais, do 3° ano de Direito


CULTURA

abril/maio de 2015

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original música sertaneja ARQUIVO PESSOA LAUDINHO

para colocarmos o programa no ar e levar essa cultura de raiz para todos os ouvintes da rádio que perduram até hoje”, relembra Laudinho, torcendo para que as raízes do sertanejo cascavelense continuem vivas e conquistem novas gerações.

História da viola

A história da viola perde-se na distância dos séculos 4 mil a.c. Conforme é narrado no verso da capa do disco do violeiro de raiz Roberto Correia, a viola tem princípio no Brasil, introduzida pelos jesuítas portugueses, tendo sido assimilada pelos criadores espontâneos que fazem o folclore desde os primeiros caboclos que começaram a construir violas conhecidas como viola de cocho, que são as rudimentaríssimas construídas a partir de madeira de árvores esculpidas manualmente com talhadeiras e enxó (enxadinha pequena). Foi assim que elas se tornaram a boa viola da época que conhecemos até hoje. As cordas, no entanto, hoje são de aço e antes eram de tripas de macaco e ouriço, que apesar de som superior agora são proibidas.

A dupla Laudinho e Graciano que existe desde 1989

Por Alice Oliveira & Ana Bonadimann

12 POSES

Juliane e Kelly, do 2° ano de Direito

Thaiz e Gabrie

l, do 2° ano de

Jornalismo

Exposição do Projeto Leitura Lar dos Bebês

Franciely e Jaqueline, do 2° ano de Direito

ayara, Daniela, Kellen, M

Aline e Taline, do

gia

3° ano de pedago

Gabriela, Raquel, Thais e Regina, do 2° ano de RH


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PERSONALIDADE

abril/maio de 2015

A lenda viva da Univel

De Rui(m) o nosso São Pedro não tem nada CAMILA JUVIAK

Professor Rui São Pedro em sala de aula

Evelyn Antonio

Quem nunca ouviu comentários sobre certo professor que é uma lenda na faculdade ou colégio? Sabe aquele que você só ouve falar e falar, mas não sabe quem é, de onde veio, como chegou até aqui? Às vezes, não sabemos nem ao certo o que ele faz, se é um anjo, um demônio ou se isso tudo é apenas fama. Existem pessoas que possuem inúmeras histórias, com fama de ruim, bonzinho, querido e rígido... Rui Eduardo Ferro São Pedro, 54, é um desses professores que geram muitos sentimentos nos alunos da Univel. Ele nasceu na cidade de Bauru, em São Paulo, e desde os oito anos de idade reside em Cascavel. É divorciado e tem três filhos: o advogado Eduardo, 23, o estudante de Educação Física, Leonardo, 20, e a estudante de Psicologia, Ana Julia, 18. Rui é formado em Ciências Econômicas pela antiga Fecivel (Fundação Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel), hoje Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), e é especialista em Consultoria Empresarial e em Docência do Ensino Superior, ambas pela Univel. Neste ano defendeu o mestrado em Administração e Estratégica pela PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Atualmente leciona em vários cursos disciplinas ligadas à economia. Em entrevista concedida ao Unifatos, Rui conta que não imaginava “nem em décimo sonho” ser professor, pois o objetivo dele era se formar em Medicina. Sonho que ainda quer tornar realidade. “Eu pensei sim e tentei por vários anos em ser médico”. Apesar de ter deixado de lado por um tempo esse sonho, Rui estabelece outras metas, como fazer um doutorado. Apesar de exigente e rígido, como é nomeado pelos alunos, Rui na verdade conta que tem um coração mole – e mostrou de fato – emocionando-se quando falou sobre a família e sobre as dificuldades que enfrentou quando se tornou pai. Ele nos revela também que passou pelos mesmos obstáculos que os estudantes atualmente enfrentam: trabalhar e estudar. Além disso, Rui comenta sobre outras dificuldades e desafios.

Qual foi seu maior desafio até hoje?

Posso dizer que foram alguns. Um deles foi entrar em uma sala de aula. Eu era muito tímido e não conseguia falar em público. Já o outro foi quando eu fui pai pela primeira vez, em 1996. Nesta época, com o plano Collor, nós perdemos tudo e não tínhamos

dinheiro nem para alimentar os meus filhos. Antes disso, eu tinha uma vida extremamente confortável e nesse momento tive que superar e mostrar quem eu era. O maior de todos foi quando perdi meu pai.

na reunião, na palestra, seja onde for, e vem te cumprimentar e dizer: “Como é que está o senhor?”, eu posso não me lembrar do nome do aluno ou exaluno, mas eu me lembro dele.

É importante ter uma graduação?

Qual o seu maior sonho?

Com certeza. Nenhuma pessoa, nenhum jovem pode sequer imaginar que não precise fazer uma faculdade. É a base mínima necessária para se empregar.

Como os alunos veem o professor?

Todo o aluno vai lembrar-se do professor “bolachão” e do professor carrasco. Sobre o “bolachão” o aluno vai dizer o seguinte: “Com esse professor eu não aprendi nada, porque ele foi frouxo comigo e deveria ter sido mais rígido”, mas isso o estudante vai descobrir só depois. Já sobre o professor carrasco, o aluno sempre se lembrará e dirá: “Com esse eu aprendi de alguma forma”.

Então, o bom professor é aquele rígido?

Todo professor deve de alguma forma procurar controlar a turma. Ele tem que colocar ordem. Hoje as coisas estão muito soltas. Para evitar isso, você tem que colocar alguns limites, sejam eles quais forem, mas às vezes esses limites vão de encontro com essa liberdade que a juventude tem. Os alunos não veem o professor rígido com bons olhos, acham que ele é bravo, um quadrado, mas na realidade não é isso, o objetivo de ser um pouco rígido é defender o direito do outro, então o direito de um vai até onde começa o do outro.

Por que os alunos pensam “o temido professor Rui”?

Acredito que por alguns fatores. Eles acham que eu sou rígido, porque eu cobro. Os alunos também odeiam quando me ouvem dizer que é proibido usar celular em sala de aula, mas usar o telefone móvel em sala não é correto. Outra questão é a prova. Eles já começam a temê-la, pois comigo o conteúdo da prova é cumulativo. Além disso, os alunos nunca sabem quando eu vou aplicar o trabalho em sala de aula, pois as avaliações podem acontecer hoje ou não e para isso o estudante tem que vir para a aula.

Qual a maior gratificação de um professor?

É quando o aluno encontra você em qualquer lugar, seja na cidade ou fora dela, na balada, no barzinho,

Ver os meus filhos formados e levando para a vida deles aquilo que eu procurei ensiná-los de alguma forma. Eu sou rígido, porque eu quero bem tanto a meus filhos quanto a meus alunos. Eu considero todos filhos, então quero que aprendam e se formem. Sempre costumo dizer: o sucesso do meu aluno é o meu sucesso, o fracasso do aluno é o meu fracasso.

Um defeito e uma qualidade.

Um defeito meu é que eu falo muito alto. Uma qualidade: eu tenho um coração mole. As pessoas ainda não descobriram isso, mas eu tenho um coração muito mole.

O que pensam do Rui? “As aulas são boas. Ele consegue prender a atenção dos alunos, porém tive dificuldades nas provas por serem longas”, Yessica dos Santos, 20, aluna da Pósgraduação em Executivo em Estratégias Comerciais. “Não tive aula com ele, mas ouvi falar que é exigente. Eu o imagino em sala de aula um professor carrasco”, Patricia Bonato, 19, tecnóloga em Logística e aluna da Pós-graduação em Executivo em Estratégias Comerciais. “Eu tive aula com o Rui. Achava ele dinâmico, muito inteligente, acessível e compreensível”, Kelly Cristine Soares, 20, acadêmica do 4º de Direito.


abril/maio de 2015

ECOLOGIA

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O futuro chegou mais cedo! A crise hídrica já afeta o mais populoso estado do país. O Brasil já sente as consequências do desperdício

Acadêmicos da Univel realizam a limpeza do rio Cascavel

Alice Oliveira e Ana Bonadimann

O futuro distante bateu à nossa porta. Aquele futuro de falta de água, que se acreditava que levaria anos para chegar, está à nossa frente. A crise hídrica, que por muito tempo assombrou o nordeste do país, hoje chegou ao estado mais conhecido do Brasil. São Paulo sofre com a falta de água e ao mesmo tempo morre afogada. O excesso de lixo espalhado pelas ruas prejudicou bueiros, buracos, canos, e enquanto isso, a cada chuva, a água sobe e sobe. Levou móveis, carros e principalmente pessoas. As enchentes têm mostrado ao mundo a falta de cuidado que a população tem com sua cidade e a falta de água mostra a mesma ausência em relação a este recurso natural. Na cidade de São Paulo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) tem reduzido e realizado um rodízio do recurso natural para que todos possam usufruir, mas claro, sem regalias. Em Cascavel, no dia 22 de março, foi realizado um evento em alusão ao dia mundial da água: “Água em Foco”. O evento foi realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, em parceria com o Comam (Conselho Municipal de Meio ambiente), com o apoio do Sesi (Serviço Social da Indústria) Paraná e a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). Os acadêmicos da Univel foram responsáveis por boa parte das atividades realizadas no local, com a coordenação da professora Elaine Wilges. Todos estavam juntos em prol à conscientização da economia de água, o recurso natural que compõe 70% do nosso corpo, em que é necessário somente de três a cinco dias sem a utilização deste recurso para que a morte seja a única certeza. O secretário de Meio Ambiente do município, Luiz Marcon, diz que ações como esta são realizadas durante todo o ano no município: “Todos os anos realizamos este evento em alusão ao Dia da Água, mas durante todo o ano realizamos ações em escolas e entidades parceiras para orientar principalmente as crianças que são o futuro do nosso país”, comenta. O encontro contou com a presença de um pouco mais de 500 pessoas, composta por grande parte de acadêmicos da Univel. No evento, foram distribuídas

mudas de diversos tipos de árvores aos motoristas que passavam pela rua do Lago, além de uma cartilha com algumas maneiras fáceis de economizar água no dia a dia. Alexandre Moretto mora em Cascavel e participou do encontro. Ele fala da importância de projetos como este ocorrerem com mais frequência nos municípios: “ A conscientização é importante, antes que soframos as consequências”, alerta. Em comemoração à data, a cidade ganhou mais uma fonte aberta ao público que foi inaugurada oficialmente pelo prefeito Edgar Bueno. Todos estavam unidos em um objetivo único, que era a conscientização da população para a preservação do nosso bem mais precioso, pois apesar de o estado do Paraná ainda não sofrer as consequências do uso abusivo da água, isso acontecerá em breve se continuarmos nesse processo acelerado de desperdício. Ao final do evento, alguns alunos foram até a nascente do rio Cascavel para fazer a limpeza do local, que se encontrava em péssimo estado. O rio já não possui mata ciliar e sofre com o desleixo da população que o cerca. A bióloga e professora da Univel, Elaine Wilges, explica sobre a importância da prevenção e cuidado com a água: “A água é um recurso natural de muita importância. Por isso, esse dia é utilizado para que repensemos nossos atos e principalmente no risco que corremos de viver uma drástica crise hídrica. Os alunos devem estar preparados para orientar a população sobre a importância de prevenir, para que no futuro não soframos ainda mais”, relata. Ações como essa podem parecer pequenas em meio a um manancial que precisamos preservar, mas são essas pequenas iniciativas que podem mudar o rumo não somente do nosso país, mas do mundo. Crise - junto com a crise hídrica, caminha a crise financeira, afinal, as contas de água e de luz aumentaram pelo mesmo motivo. O nível dos reservatórios do Sistema Cantareira sobe 0,1%, no dia seguinte 0,2%, no subsequentemente 0,3% e permanece no volume morto. Chove e ela cai 0,5%. Se formos pensar não faz sentido, mas é o que acontece. Países elaboram planos para a economia da água, muitos resolveram simplesmente “desligar a fonte” e a sociedade deve conviver com isto.


ESPORTE

abril/maio de 2015

FOTOS: JULIANA GREGOZEWSKI

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Stand Up Paddle: o esporte que vem

ganhando o coração dos cascavelenses O SUP é uma prática saudável para o corpo e para a mente. Em uma hora a pessoa perde 700 calorias e ainda tem um belíssimo contato com a natureza

Juliana Gregozewski

Conhecida como a “Cidade das Águas”, Cascavel sempre foi destaque entre os esportes aquáticos no Paraná e isso impulsionou e deu visibilidade para que outros esportes chegassem até aqui. Isso não foi diferente com o SUP (Stand UpPaddle). Você sabe do que estou falando? Não? Então vou te contar sobre esse belíssimo esporte.

História O Stand UpPaddle, expressão em inglês que significa “levante a pá”, ou seja, o remo, nasceu no Havaí na praia do Waikiki em 1940, quando professores ao observar em seus alunos que estavam iniciando no surf, utilizavam remos e pranchas de madeira para manterem-se sobre a água. O esporte, até então desconhecido, só ganhou destaque em 2000, quando alguns havaianos começaram a frequentar as praias, munidos de acessórios adaptados para o esporte. No Havaí, alguns brasileiros foram surpreendidos pela nova prática e o SUP foi ganhando espaço e no boca a boca de surfistas o esporte chegou ao Brasil. O que ninguém imaginava é que viraria uma febre em todo o litoral e no interior também. Vendo todo esse crescimento, várias marcas investiram na modalidade tornando-a conhecida em todo o país.


ESPORTE

abril/maio de 2015

A prática em Cascavel Em 2005, Rogério Vieira, 43, treinador, surfista e shape designer - confeccionista de pranchas -, recebeu o convite para adaptar suas pranchas de surf e começar com as atividades do SUP. Ele, que trabalha como shape designer desde os 13 anos de idade, explica que sempre gostou de surfar. “Sou de Florianópolis e sempre vivia na praia surfando e assim comecei a trabalhar para construir as pranchas e não parei até hoje”, revela. A modalidade demorou um pouco para chegar ao município, mas desde o início de 2012 só vem aumento a procura por este esporte. O treinador revela que quando recebeu o convite para vir ao interior do Paraná achou que a prática demoraria para deslanchar. “Quando me falaram para trazer o Stand Up Paddle para cá, até me surpreendi pelo convite. Mas hoje vejo que muitas pessoas buscam o esporte. Já temos vários adeptos e muita gente que quer começar a treinar”, destaca. Crislaine Branco, 41, praticante do esporte, foi a primeira a utilizar a modalidade em Cascavel. Segundo ela o que é mais apaixonante no esporte são os benefícios que ele trouxe e traz para a sua vida e para o dia a dia. “Eu já malhava há algum tempo, mas a academia trabalha apenas com o funcional e o SUP trabalha com o emocional, o que me proporciona bem estar. Estou aqui em um contato direto com a natureza. Sem contar que me esqueço dos problemas e da rotina”, revela.

Para o treinador, o esporte trabalha não só o corpo, mas também a mente, pois além de força física o praticante precisa de equilíbrio e concentração. “O Stand Up Paddle é um esporte saudável para o corpo e para a mente. Em uma hora a pessoa perde várias calorias e ainda tem um belíssimo contato com a natureza, trazendo assim a tranquilidade”, destaca. O Stand Up Paddle trabalha mais com o corpo do que o surf. Rogério esclarece, ainda, que um surfista precisa treinar quatros horas para obter os benefícios que o SUP proporciona em uma hora. Segundo o site Bolsa Corpo de Mulher, um atleta chega a perder de 600 a 700 calorias por horas treinadas. Praticantes do esporte contam que o SUP, além de relaxar, possibilita um melhor condicionamento físico. “Eu não fazia nenhum tipo de esporte antes do Stand Up Paddle, mas depois que comecei, voltei a cuidar do meu corpo fui para a academia e hoje tenho o condicionamento físico necessário para a prática do esporte. Estou super satisfeita e não pretendo parar”, aponta a nutricionista Renata Filipin, 30. Rogério conta também sobre um praticante de 63 anos que começou a se dedicar ao Stand Up Paddle por indicação médica, após sentir várias dores no joelho. “Após praticá-lo, em dois meses já não sentia mais dor nenhuma. Hoje, é um apaixonado pela modalidade”, conta o treinador. Hoje, em Cascavel, os atletas praticam o esporte no Lago Municipal, local liberado pela prefeitura.

“O SUP trabalha com o emocional, o que me proporciona bem estar”

Segurança

Por se tratar de um esporte aquático são importantes alguns cuidados básicos. O atleta deve usar colete salva-vidas mesmo que saiba nadar, sendo um especial, o qual não atrapalha os movimentos. A postura correta, além de evitar lesões, favorece o condicionamento físico, pois o equilíbrio faz com que coluna, ligamentos, musculatura abdominal, entre outros sejam trabalhados. O esporte deve ser praticado em águas paradas e conhecidas, pois quando ocorrem quedas é necessário saber onde se está caindo para evitar acidentes graves. Tomando os devidos cuidados com essas medidas de seguranças basta pegar sua prancha e se divertir!

Sentindo na pele

Durante a entrevista Rogério me convidou para praticar o esporte. Eu que amo estar em contato com a natureza, adoro água e respiro esporte não poderia dizer outra coisa a não ser sim. O shaper me preparou: colocou o colete, me explicou o posicionamento dos pés, me atentou ao equilíbrio e à forma correta de remar. Confesso, tive medo, pois não sei nadar, mas me senti bem segura com as dicas e também por estar com os acessórios necessários para o esporte. Então, fomos para a água. A primeira sensação que eu tive foi: “Nossa, é tão fácil”. Pensei isso até me levantar na prancha, inclinar meus joelhos e ficar em pé. Aí sim minha expressão mudou. O medo e o prazer estavam juntos, precisava estar totalmente concentrada para conseguir me equilibrar e praticar o SUP. Assim que perdi o medo comecei a desfrutar de toda a paisagem e também conversar com Rogério que me acompanhou por todo o percurso no Lago de Cascavel. Diante de tantas sensações gostosas, sem dúvidas o Stand Up Paddle conquistou mais uma adepta. A partir de agora pretendo me render a essa “paixão aquática”.

Acessórios e prática

Se você se interessou pode procurar a ACEPrancha - Cascavel e encomendar seus acessórios para a prática. O valor da prancha personalizada, o remo e o colete salva-vidas gira em torno de R$2,8 mil a R$ 3 mil. Para fazer uma aula experimental gratuita, entre em contato e marque com o instrutor. Mais informações pelos telefones (45) 9948 2017 ou (45) 9959 0672 e pela página da empresa no Facebook www.facebook.com/aceprancha.

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AGRONEGÓCIO

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Safra estocada em armazéns FOTOS: ANDERSON LEAL

melhora lucratividade no Paraná Os silos destinados ao armazenamento de grãos têm objetivo de manter os produtos secos de modo a evitar a sua perda

Produtores formam condomínios em Palotina para guardar grãos e negociar no ritmo do mercado

Anderson Leal

Nos últimos anos tem-se visto o crescimento expressivo de condomínios agrícolas, impulsionado pelos problemas enfrentados em relação à estocagem de produtos. Nesse sentido, os espaços reservados para esse tipo de armazenamento despontam como solução para estes problemas, o que fez com que muitas empresas agrícolas investissem nesse tipo de estocagem condominial. A revista Globo Rural de fevereiro de 2015, por exemplo, mostrou que a nível nacional menos de 15% da produção fica em armazéns. Em Palotina, no Oeste paranaense, as empresas agrícolas Agro 5000 e Agro Paraíso são alguns exemplos de empresas que se enquadram nessa grande minoria que investe em cilos. Com o objetivo de ficarem independentes das cooperativas, eles se juntaram em grupos e adquiriram terreno para construção de depósitos que armazenassem os grãos. O aumento no lucro desses agricultores pode chegar a 25% ao ano. Domingos Pelanda há 40 anos na atividade agrícola e um dos sócios de condomínios agrícolas da empresa Agro 5000, diz que antes sua plantação rendia aproximadamente 35 sacos por hectare e hoje esse resultado dobrou. Ele explica que devido à nova possibilidade de estocagem, pode-se esperar para negociar os grãos em momentos mais vantajosos financeiramente. “Uma das vantagens desse empreendimento está em você conseguir administrar melhor a comercialização. Os produtores

acabam vendendo uma parte para pagar as despesas e podem vender mais tarde o restante, no momento em que for oportuno”, analisa. O agricultor acrescenta que antes o estoque dos produtos era feito em empresas e que assim as margens de lucro desejadas pelos investidores eram acrescidas aos custos de produção, tornando assim algo não tão viável se comparado aos dias atuais: “A venda era feita na entrega aos graneleiros e não tínhamos escolha na condição de venda. Hoje podemos mudar esse cenário que deixam as vantagens financeiras em perfeito estado de lucratividade”, relata Domingos, citando a importância da opinião de uma gerente bancária: “Fui atrás de informações de linha de crédito e acabei investindo junto com outros produtores em novas formas de lucratividade, entre elas, na construção de um condomínio. Nossa empresa existe há 10 anos com 14 sócios. Juntos podemos armazenar em nosso estabelecimento 16 mil toneladas de produto. Em breve vamos ampliar para 25 mil toneladas”, conta as perspectivas. A Agro Paraíso, de Palotina, também investiu nesse sistema de estocagem condominial. Hoje, a empresa tem oito agricultores e capacidade para armazenar 22 mil toneladas de grãos. “Antes nossas dificuldades eram com relação à perda de tempo em filas para fazer a escoação desses produtos. Com a criação de mais esse tipo de negócio não

Dicas para formar um condomínio 1. O planejamento deve ser feito com base na área plantada e volume atual e perspectiva de produção futura dos associados na empresa; 2. Deve ser criado e formalizado um estatuto com regras claras e possíveis de ser cumpridas por todos os associados; 3. Adquira uma área onde será instalada a estrutura do futuro condomínio; 4. Defina a forma de custeio: quanto será utilizado de capital próprio dos associados e quanto será financiado; 5. Construa a estrutura operacional; 6. Divida os custeios de acordo com as cotas e a regras do estatuto. Fontes: Agro 5000 e Agro Palotina

precisamos parar as colheitadeiras. Economizamos em não pagar fretes, que nessa época se tornam caros devido ao período de safra. Com caminhões próprios fazemos seis viagens por dia, que antes não passavam da marca de duas. Isso permite ao agricultor a armazenagem por um tempo longo, reduzindo custos além de vender melhor a produção”, aponta Antônio Galli. Nestor Araldi é um dos novos sócios da terceira empresa a se instalar no Oeste paranaense. A Agro Palotina conta com 13 sócios que pretendem colher frutos desse investimento já na colheita do milho safrinha: “Resolvemos tomar essa iniciativa para melhorar a logística da produção. Toda solução para resolver a infraestrutura passa por um período de grandes investimentos. Armazenamento é a solução mais ágil”. O agricultor cita a importância de se tomar cuidado na hora de investir no ramo: “Nossa linha de pensamento segue a ideia de se construir planos que caibam em condições de uso. A meta do Governo Federal em investir 25 bilhões de reais em armazenamento de grãos, anunciada dentro do plano, num momento em que não há uma logística apropriada, é positiva, pois é mais rápido construir silos do que resolver todos os gargalos de infraestrutura a tempo” comenta o agricultor que é presidente do Sindicato Rural Patronal do município palotinense.


COTIDIANO

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Alternativa verde:

FOTOS:RAFAELA BACALTCHUK

bem estar e decoração Adilson Anderle e Rafaela Bacaltchuk

Essa alternativa está cada vez mais comum, levando em conta que as pessoas procuram casas e apartamentos menores. É aí que entra a horta dentro de casa, uma solução para a falta de espaço e que ainda traz benefícios como: a não utilização de agrotóxicos, a praticidade de ter um “temperinho” sempre à mão e ainda poder decorar a casa. A horta também está ligada à decoração. A arquiteta Cristiane Giombelli, 51, afirma que essa alternativa verde é um complemento da arquitetura: “Meus clientes optam pela horta/jardim dentro de suas casas devido à falta de espaço externo. Além disso, a manutenção é prática”. O engenheiro agrônomo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Iniberto Hamerschmidt, 65, aponta formas de tornar a terra mais fértil e gorda (termo utilizado pelo engenheiro para dizer que a terra é produtiva). Ele destaca a importância da irrigação para o bom cultivo das hortaliças: “As hortas só produzem bem se a terra for boa e se as plantas forem irrigadas duas vezes ao dia, pela manhã e ao entardecer. Para deixar a terra gorda você pode utilizar adubo orgânico, que pode ser feito com cascas de frutas e legumes”, explica o engenheiro. Iniberto ressalta que é essencial ter um manejo adequado com a cultura escolhida. Ele afirma que é muito importante eliminar uma planta doente, para que a mesma não contamine as demais. A publicitária Maria Augusta Pudell, 42, possui há sete anos uma horta dentro de sua casa

pela praticidade: “Mesmo que algumas variedades de plantas sejam sensíveis, acredito que vale a pena optar por uma horta caseira. Além de compor o paisagismo, tenho temperos a minha disposição e algumas variedades exalam um delicioso perfume”, evidencia. O futuro piloto de aeronaves, Matheus Eduardo Konrad, 24, não mede elogios às hortas caseiras: “Eu e minha família temos hortas há mais de 20 anos. Hoje, cultivamos alface, beterraba, cenoura, pimenta, entre outros”, conta orgulhoso. Para o estudante, apesar de a família viajar bastante, vale a pena ter uma horta caseira. “É gostoso ter horta em casa. Quando voltamos de viagens, as hortaliças crescem, mas arrumamos e fica tudo certo”, destaca Matheus. A arquiteta Cristiane ainda ressalta que essa tendência pode ser usada tanto para deixar o ambiente menos frio, ou seja, mais aconchegante, quanto para dar um ar de sofisticação ao espaço. Isso pode ser feito, segundo ela, com a utilização de materiais diferenciados que podem ser ferro e madeira tratada. Esse é o caso de Maria Augusta, que utiliza vasos de cerâmica pelo fato do plástico esquentar a terra, prejudicando o desenvolvimento da planta. Dentre a pluralidade de modelos fica a seu critério escolher a sua horta, que pode ser ecológica, sofisticada e aconchegante. Crie a sua horta e usufrua dos benefícios.

Matheus explica como cuida das hortaliças da famiíia

Motivos para consumir

alimentos orgânicos - Previnem a cegueira noturna e a xeroftalmia (olho seco); - Evitam a anemia; - Estimulam o crescimento e o apetite; - Fortalecem o tecido nervoso; - Ajudam a prevenir problemas de pele; - Previnem resfriados; - Ajudam na cicatrização dos ferimentos e queimaduras; - Fortalecem ossos e dentes; - Aliviam o cansaço; - Ajudam na coagulação do sangue.

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Ter uma horta dentro de casa é uma tendência, que alia sustentabilidade, design e logística de espaço

Uma das opcões que você pode escolher para começar a sua horta caseira

Dicas para cuidar da plantação Um dos inúmeros vasos de temperos que a publicitária Maria Augusta Pudell cultiva em sua casa

Misture 50 g de camomila em 1 litro de água. Deixe de molho durante três dias, agitando quatro vezes por dia a solução. Aplique sobre as plantas da horta para evitar doenças nas plantas. Para o combate de pragas, utilize água de cinza, água de sabão ou macerado de úrtiga.


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MARCA PÁGINA

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#inDICA

APARTAMENTO 111 Lobo em pele de cordeiro

Para sempre Alice

Durante toda a vida, você acumula experiências e lembranças, sendo boas ou ruins, você morrerá com elas. Mas Alice não. Aos 50 anos, depois de ter criado seus três filhos, essa professora que passou a vida estudando o cérebro humano, desenvolve Alzheimer e aos poucos começa a esquecer tudo o que aprendeu durante toda a sua vida. Ela faz os primeiros exames e descobre que sua doença é genética e pode ter sido passada para seus filhos durante a gestação. A doença de Alice se agrava com o tempo e a torna cada vez mais dependente dos filhos e do marido. Quando John (Alec Baldwinse), seu marido, sai para trabalhar e ela fica sozinha em casa, Alice encontra um vídeo que fez quando ainda estava no estágio inicial da doença. O vídeo dizia que ela deveria ir até o quarto, pegar um frasco de remédio que estava em sua escrivaninha e tomar todos os comprimidos. O que ela não lembrava, é que esse remédio a mataria e que fez esse vídeo para ir embora antes que a doença a levasse por completo. Afinal ela queria morrer ainda sendo a Alice que sempre foi. Mas quando vai tomar o remédio, seus filhos chegam em casa e ela derruba o frasco e joga os comprimidos no lixo. Alice começa a esquecer coisas básicas, como o caminho para o banheiro, e até o rosto da própria filha Lygia, com quem ela mantinha uma relação conturbada. O final da vida de Alice é indescritível e emocionante, e você só descobrirá assistindo ao filme. Vale a pena reservar um tempinho para assistir ao filme que deu à Julianne Moore (Alice) o Oscar de melhor atriz.

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Matheus Roch*

A polícia havia chego há uns quinze minutos quando entrei no apartamento ensanguentado. Foi como uma cena de filme de terror: havia sangue fétido impregnado em quase tudo; havia policiais; havia um corpo envelopado em um saco preto e havia também o odor macabro da morte. As náuseas foram implacáveis e desmaiei assim que abri a porta do apartamento 111 onde mamãe morava. Depois de algum tempo, abanada por um policial de olhos verdes, despertei do desmaio. Não queria acreditar, mas estava ali para reconhecer um corpo, assassinado a facadas na noite anterior. O corpo gélido e apático estirado na minha frente era da minha mãe, e apesar do pouco contato, eu a amava e não esperava vê-la chegar àquele fim. – Senhorita Melina, você reconhece esse corpo? – perguntou o policial de olhos verdes que me encarava preocupado, ainda abandando meu rosto febril. – Não me obrigue a olhar novamente, por favor – gaguejei. – Sim, é minha mãe, Mercedes. – Você conhece alguém que possa ter feito isso com ela? – Nós nunca fomos próximas... Mas não tenho conhecimento de nenhum inimigo. Se bem que... – Se bem que? – Minha mãe era prostituta. Talvez a esposa de algum cliente tenha descoberto e feito isso. – Seria uma explicação. Ela morava sozinha aqui? – Não sei afirmar... O policial fez mais uma série de perguntas que respondi de maneira mecânica, ainda incrédula de que aquilo estava acontecendo. Minha mãe estava morta e eu impotente, sem saber quem tinha feito aquela atrocidade com ela. Ela não era a melhor pessoa do mundo,

Varal cultural Evento: Primeiro encontro de Ufologia Local: Centro Cultural Gilberto Mayer, em Cascavel Data: 03/05/2015 Horário: 15 horas Descrição: O objetivo do encontro é reunir o máximo de pessoas que se interessam sobre ufologia, que é o estudo de relatos, registros visuais e evidências físicas de fenômenos relacionados a objetos voadores não identificados, para compreender como pode existir vida em outro planeta e principalmente como fazer contato com os ufos. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas por meio da página do Facebook: “O que é verdade na ufologia”.

mas era minha mãe. – Ai meu deus do céu! – gritou alguém na porta. Era uma voz feminina. – Então é verdade, minha amiga está morta. A visitante era loira e chorava na porta. – Mercedes – gritou próxima ao corpo –, porque me abandonou assim mulher? – Quem é a senhorita? – perguntou o policial. – Ana – estendeu a mão. – Eu era a melhor amiga da Mercedes, a única na verdade! – Então preciso que me responda algumas perguntas? – Tudo que for preciso para encontrar a assassina – disse Ana secando o rosto. – Então você sabe quem é? – inspecionou o policial cerrando os olhos. – Er... Não! Porque eu saberia? – Porque você afirmou que é uma assassina – afirmei –, então deve saber quem é! – Não, eu não... – Ana me encarou –, sim foi uma mulher. Ouvi vozes. Era alguém muito próximo, pela intimidade da conversa. – E porque não fez nada para impedir? Mercedes não era sua melhor amiga? – questionou o policial. – Não poderia fazer nada... Seria mais um corpo envelopado agora, se tivesse me metido. – E porque não chamou a polícia? – perguntei. – E porque não informa ao policial que estava aqui ontem? – acusou Ana. – Você estava aqui? – o policial parecia confuso. – Só respondo na presença do meu advogado – disse e saí depressa. CONTINUA... *Matheus Roch, estudante do 3º ano de Jornalismo, é apaixonado por moda e litaratura.

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