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Especial
from Revista Multiescolas 2020
by ULBRA
AINDA MAIS CONECTADOS
Quando a Direção da Rede de Escolas se reuniu no final de 2019, como de costume, para definir o Eixo Norteador do ano que estava por vir, não imaginava que 2020 seria marcado por uma pandemia. Sem saber que, a partir de março, professores e alunos passariam a se encontrar apenas de forma remota, os dirigentes elegeram como tema que conduziria as atividades da Rede ao longo de todo o ano letivo a frase Educação: conectando vidas. “Sempre víamos os alunos muito conectados com pessoas de longe através do celular e desconectadas com as de perto. A proposta era que eles pudessem se mostrar mais presentes na vida do outro, em atividades sociais”, lembra a coordenadora da Educação Básica da Ulbra, Carin Borkert Kuchenbecker.
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A conectividade pensada para o eixo, como recorda o capelão geral da Aelbra, Maximiliano Wolfgramm Silva, ao mesmo tempo que buscava valorizar a tecnologia como meio de construção do conhecimento, como prevê a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entendia que era importante a valorização da interação social que não necessariamente acontece ou é mediada por dispositivos tecnológicos. “A relação social que acontece no encontro na escola, na conversa na hora do intervalo, nas atividades nos laboratórios, nas festividades, foi o que buscamos reconhecer com essa proposta”, recorda o pastor.
Mas aí veio o isolamento social e, com ele, o Eixo Norteador ganhou outro foco. Impossibilitados do contato presencial, professores e estudantes se conectaram remotamente para as aulas e não demorou para que sentissem falta do contato olho no olho do dia a dia escolar. “O indivíduo tem várias demandas e uma das delas é o toque, o abraço, porque nos remete a conforto e proteção”, acrescentou Silva. Mesmo com o distanciamento físico, os professores não deixaram de se nortear pelo eixo. Pelo contrário, aproveitaram o Conectando Vidas em cada atividade escolar, demonstrando que buscar a conexão com o outro nunca fez tanto sentido.
REENCONTRO COM A ESCOLA
No Colégio Ulbra Cristo Salvador, no mês de julho, por exemplo, um drive-thru solidário levou os alunos e seus familiares para dentro da escola em uma ação social. "Os estudantes levaram cartas para os profissionais de saúde e depositaram no correio da escola. Em troca, ganharam máscaras", recorda a diretora do colégio, Adriani Souza de Almeida. As mensagens de apoio para médicos e enfermeiros que trabalham no enfrentamento à COVID-19 foram entregues no hospital regional de Santarém, instituição referência no atendimento à doença no Pará.
Em outro momento, no mês de outubro, um drivein levou novamente as crianças a se encontrarem com a escola. Com o mote A Alegria nos Conecta, o evento promoveu apresentações para os alunos com os professores usando fantasias de personagens de
contos de fada. "Houve contação de histórias e as famílias aproveitaram para prestigiar. Foi mais um momento para conectar vidas", lembrou a diretora.

Para o supervisor escolar, Maikel Nascimento da Educação Infantil e Anos Iniciais do Colégio Ulbra São João, nunca um Eixo Norteador fez tanto sentido quanto o deste ano. “Todas as atividades que realizamos, mesmo na pandemia, foram com essa abordagem”, lembrou. Entre as atividades realizadas, o supervisor lembra do Drive das Emoções. “Os alunos já estavam com saudades dos professores e promovemos um drive para fazer a entrega das apostilas com o tema das emoções”, explica.
À medida que os carros iam passando para receber o material, os alunos iam entregando mensagens para os professores expressando o que estavam sentindo com o reencontro com a escola. “Também promovemos o Dia da Família Online, reunindo as famílias em uma gincana e, no encerramento do ano, o projeto Vamos te Contar uma História, da Educação Infantil e do 1º ano, que trouxe o tema Longes na Quarentena, mas conectados pelo coração, onde contaram a história de tudo que viveram na pandemia”, sinalizou.

EIXO INSPIROU LIVRO
No Colégio Ulbra São Paulo, o Eixo Norteador Educação: Conectando Vidas inspirou o projeto de encerramento do 4º bimestre do Ensino Fundamental séries iniciais - 5º ano. A iniciativa já é tradicional na escola, ocorre há 20 anos, mas, neste ano, os estudantes escreveram textos inspirados no eixo e os materiais foram editados com orientação da professora Tálita Maiume de Oliveira Geraldo para compor o livro Conectando Vidas, que foi entregue no evento Manhã de Autógrafos.
“Como este ano não podemos realizar o evento na íntegra, fizemos a entrega do livro no sistema drive-thru”, adiantou a diretora do colégio, Coset Marques Araújo. A dirigente conta que, mesmo com o isolamento, os estudantes permaneceram conectados o tempo todo ao longo do ano e é sobre essa experiência que os alunos escreveram nessa obra. “Sob o olhar atento dos nossos jovens escritores, o livro relata as relações e conexões dos seres viventes”, completou.
CONEXÃO EM OUTRO IDIOMA

Não foi só em português que os estudantes se conectaram durante a pandemia. No Colégio Ulbra Palmas, o projeto Italk - International talk about language knowledge - foi criado na disciplina de Língua Inglesa para que estudantes do 8º ano ao Ensino Médio tivessem mais experiência com o inglês e com falantes nativos, além de proporcionar que os jovens conhecessem profissões que despertassem a sua curiosidade. O professor da disciplina, Marcelo Savitski, conta que a proposta começou com um pedido seu para que os estudantes listassem suas áreas profissionais de interesse.

“A partir daí, buscamos profissionais dessas áreas para os encontros online. A primeira entrevista foi com um cidadão americano. Os alunos conversaram sobre a cultura americana, a experiência de viver nos Estados Unidos, política e economia”, recorda. Os encontros seguintes receberam para um bate-papo em inglês um economista investidor da bolsa de valores, falando como investir, e um especialista com doutorado em Fonética, entre outros convidados. “Nossa intenção foi proporcionar uma experiência de internacionalização do estudo, para abrir os horizontes, mostrar novas oportunidades de emprego, novas profissões, além de colocar o inglês em prática”, completou Savitski.