UFPB em Revista 13

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UFPB Ano III . Número 13 - Outubro 2015

60 anos de avanços democráticos A Universidade Federal da Paraíba completa 60 e consolida uma trajetória de superação marcada, inicialmente, pela desconfiança e preconceito. Na fase de sua federalização, enfrentou adversidades por parte de uma intelectualidade que não via num estado pequeno como a Paraíba as bases para uma Instituição de ensino universitário. Ela atravessou a fase da Ditadura Militar com perda significativa de parte de seu quadro docente e com a perseguição de muitos estudantes que lutavam por democracia. Lentamente, ela supera as adversidades e, por alguns anos da década de 1980, tem o segundo maior orçamento de todas as Instituições Federais de Ensino do país. No plano regional, os professores vindos de outras paragens do imenso território nacional, recém-contratados, enfrentavam uma truculenta onda xenófoba por parte de setores da imprensa local. A ideia era fazer do espaço acadêmico uma reserva de mercado para os nascidos e criados na Paraíba, contrastando com a ideia de universidade. No momento em que o Brasil presencia um recrudescimento de pensamento democrático por parte de setores da sociedade, relembrar os períodos de trevas vividas pela Instituição não é apenas salutar, mais imprescindivelmente necessário. O importante é avançar na democracia. E a Universidade Federal da Paraíba não aceita retrocessos.


Sumário

Reitora: Margareth De Fátima Formiga Melo Diniz

4• FÓRMULA SAE 2015 - Equipe da UFPB

Vice-Reitor:

avança na classificação

Eduardo Ramalho Rabenhorst

6• Intercom premia clipe de alunas do Demid

Chefia de Gabinete:

8• BIT. WEEK - Evento já é considerado um dos maiores do NE

Aline Monte Pró-Reitoria de Administração (PRA): Aluísio Souto Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (PRAPE): Thompson de Oliveira Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PRAC): Orlando Vilar Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP):

10• INCUBES - Ação tem foco para o empreendedorismo 11• Promeb garante 300 vagas para alunos de licenciatura 12• ORÇAMENTO - Readequação prioriza atividades acadêmicas 14• UFPB - Avanços democráticos são marca dos 60 anos 22• SIMPÓSIO DE JORNALISMO - Evento traz profissionais nacionais e internacionais

Francisco Ramalho

24• PROEXT - Pela 3ª vez UFPB é quem mais aprova projetos

Pró-Reitoria de Graduação (PRG): Ariane Sá

26• NOVO ESTATUTO - Após greve

Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN):

discussão é reiniciada

Marcelo Sobral

28•INGLÊS SEM FRONTEIRAS - Professores do Ensino Básico são capacitados

Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG): Isac de Medeiros

30• ELÉTRICA - Pós Graduação consolida parceria com Energisa

Prefeitura Universitária (PU): Jandir Santana Superintêndencia de Tecnologia da Informação (STI): Pedro Jácome

Equipe UFPB em Revista FOTO CAPA Derval Golzio CONTATO ufpbemrevista@gmail.com facebook.com/ufpbemrevista Derval Golzio Editor

Diego Fontes Redator/Estagiário

UFPB em revista está vinculada a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa - PB Outubro - 2015

Darlinton Andrade Redator/Estagiário

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UFPB em revista

Emilia Cavalcante Redator/Estagiário

Kamilly Lourdes Projeto Gráfico e Diagramação


Editorial Avanços

No ano em que completa seu 60º aniversário a UFPB registra avanços e quebra preconceitos. Até bem pouco tempo atrás era dificilmente explicada a ausência de servidores técnicos administrativos em cargos de pró-reitorias, como se o segmento não possuísse em seus quadros profissionais com competência e dedicação com a Instituição. Desde sua fundação, até o ano de 2012, não há qualquer evidência de que os servidores técnicos administrativos tenham ocupado qualquer pró-reitoria. Hoje, é possível afirmar que, dificilmente, o segmento dos servidores técnicos admitiria a formação de quadros da administração em seu primeiro escalão sem a participação efetiva de algum de seus pares.

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O fato de dois servidores já terem integrado duas das mais importantes pró-reitorias da Instituição, da Administração e de Gestão de Pessoas, demonstra a mudança de atitude e o respeito adotado para com o segmento. Mais que a ocupação de cargos, a preocupação com o segmento dos servidores é evidente com a realização dos exames periódicos de saúde e com a criação do Centro de Referência a Saúde (CRAS), responsável pelo atendimento médico-odontológico de centenas de funcionários, professores e estudantes. Outra mudança de importante significado registrada diz respeito à democratização dos recursos da Instituição. Antes, apenas os recursos da matriz orçamentária eram repassados aos diretores de Centro. Diante das dificuldades e necessidade de mais recursos os diretores das unidades de ensino eram obrigados a bater a porta do gabinete da reitoria para solicitar verbas que pudessem dar as garantias mínimas de funcionamento. Se a solicitação de mais recursos era uma constante, não se podia dizer que a facilidade em obtê-los estivesse assegurada. Desde 2013, a situação mudou completamente. Além da Matriz Orçamentária, os Centros de Ensino contam com duas vezes mais recursos: 100% advindos do Programa Universidade Participativa e outros 100% mais do Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI). Com menor grau de dependência, os diretores de Centro podem gerir mais recursos e serem cobrados na solução de muitos problemas. Hoje, dificilmente o fato de contemplar servidores técnicos no primeiro escalão da administração da Universidade e a democratização dos recursos para os Centros de Ensino passarão ao largo de quaisquer programas de gestão. São avanços que, uma vez experimentados, dificilmente terão volta atrás. UFPB em revista

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FÓRMULA SAE 2015

Equipe da UFPB avança na classificação Reportagem: Emilia Cavalcante

Equipe de engenharia melhora posição, de 21° para 20º, na última edição do Fórmula SAE Brasil 2015, realizado em Piracicaba/SP entre os dias 1 e 4 de outubro. O resultado evidencia o compromisso da equipe composta por estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica, Renováveis e Mecânica da UFPB, que há dois anos vem concebendo um automóvel tipo fórmula para represen4

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tar a Instituição. Durante as provas os projetos são avaliados em diversas categorias tendo a chance um re-check, para resolver qualquer problema. Caso reprove na primeira avaliação, não poderá correr. Já na segunda etapa ocorre a corrida em si, onde são avaliadas as performances de cada projeto na pista, assim como as apresentações técnicas da equipe e uma apresenta-

ção de marketing. O veículo projetado pelos estudantes está avaliado entre R$ 120 e 180 mil. É um monoposto open wheels estilo fórmula, com um motor de 600 cilindradas e 120 cavalos de potência, injeção eletrônica programável, corpo borboleta feito em impressora 3D, aros e pneus de competição. Também conta com uma serie de


sensores, acelerômetro, medidor de força G e inclinação pitch roll.

Entenda o Fórmula SAE:

Daniel Guimarães, integrante do projeto, destaca as dificuldades em conseguir recursos financeiros para terminar o veículo: “Chegamos ao ponto de vender água na rua por 3 semanas porque sabíamos que teríamos condições de representar bem a nossa universidade perante o país. Mesmo com poucos patrocínios conseguimos construir um carro competitivo e digno de representar o nosso estado, mas foi por pouco que esse sonho de 2 anos não se torna realidade”.

O Projeto Fórmula SAE é uma competição de desenvolvimento de produto, Iniciada no Texas em 1981 em que os estudantes devem conceber, projetar, fabricar, e competir com pequenos carros de corrida. No Brasil há 11 anos a SAE constitui uma ótima oportunidade para o intercâmbio de técnicas entre os estudantes e futuros profissionais de engenharia da mobilidade. Objetiva preparar os alunos para que tenham uma visão ampliada sobre o mercado de trabalho e os desafios que o mesmo propõe. Além dar aos participantes a chance de estar do campeonato SAE International que será em 2016 nos EUA.

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Intercom premia clipe de alunas do Demid Reportagem: Diego Fontes

Carol Medeiros (esquerda) e Danielle Abreu recebem prêmio nacional Intercom 2015

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lunas do curso de Comunicação em Mídias Digitais, da UFPB, foram premiadas nacionalmente com o melhor Videoclipe, na categoria de Cinema e Audiovisual no EXPOCOM 2015, que faz parte do Intercom (Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação), realizado na na UFRJ, no Rio de Janeiro - RJ. 6

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Além do prêmio nacional, o trabalho foi vencedor na edição regional do evento, em que concorriam trabalhos dos nove estados do Nordeste. Danielle Abreu, Carol Medeiros, Gabriela Melo, Nayane Maia, Isabela Diniz e Una Txai foram as alunas responsáveis pelo vi-

deo vencedor. Para Danielle e Carol, que representaram o grupo no congresso, a principal diferença do regional e o nacional é a pressão: “A qualidade dos trabalhos aumenta, pois apenas os finalistas de cada região chegam lá”. Para Danielle, representar o Nordeste inteiro foi uma grande honra e uma responsabilidade que conquistaram


ao obter a premiação nacional da categoria Videoclipe. “No começo ficamos meio apreensivas por estar indo tão longe para defender o Nordeste através da UFPB, dentro de todo o cenário de produções nacionais para a categoria. Mas seguimos confiantes e apresentamos com a mesma garra que defendemos nosso trabalho em Natal, na etapa regional.” completa Carol. Para Carol Medeiros, esse tipo de evento é importante para a relação entre a academia e o mundo fora da própria universidade. “Foi essencial para nossa formação como estudantes da área entender como os avaliadores analisavam nosso produto, se a gente realmente tinha alcançado o objetivo

da comunicação com aquele trabalho”, pondera. Ela ainda conta que “a experiência de ir ao evento e poder ouvir o feedback, depois das ponderações feitas pelo seu professor de curso, dentro da sala de aula, e ainda ter a oportunidade de apreciar trabalhos de outros estudantes, mas de localidades e culturas diferentes, é enriquecedor. A gente espera que mais estudantes fiquem antenados com os congressos para poder mostrar todo o potencial que muitas vezes fica apenas dentro da sala de aula.” Segundo Danielle Abreu, a premiação é importante para conseguir dar visibilidade ao trabalho desenvolvido diante de profissionais e acadêmicos que já atuam na

área. Ela diz que “outras pessoas começam a lhe procurar e se interessar pelo o seu trabalho. No geral, ser visto, trocar conhecimento e criar contatos para novos trabalhos e experiências. No final todos ganham com esse reconhecimento: os alunos, o curso e a própria universidade”. O Evento A Expocom (Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação) é um prêmio destinado aos melhores trabalhos produzidos por alunos de graduação. Os estudantes podem inscrever seus trabalhos em diversas categorias, dentre elas: Cinema e Audiovisual; Relações Públicas; Publicidade e Propaganda e Jornalismo.

Poderíamos colocar o vídeo das meninas aqui. :)

Para assistir o clipe vencedor acesse: https://www.youtube.com/watch?v=a3wyN_Tu4Vs&feature=youtu.be&app=desktop

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Reitora faz visita a equipe organizadora

BIT. WEEK

Evento já é considerado um dos maiores do NE Reportagem: Darlinton Andrade e Emilia Cavalcante

Em sua terceira edição e apesar dos cortes no orçamento, o Bit Week, evento realizado pelos alunos do Curso de Comunicação em Mídias Digitais da UFPB apresenta recorde de inscrições em relação às edições anteriores e se consolida como o maior evento acadêmico de Mídias Digitais no Nordeste. Segundo Jefferson Carvalho, um 8

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dos coordenadores, o evento contou com um público de 810 pessoas inscritas. Um dos desafios enfrentados foi a redução do recurso financeiro que possibilitavam uma maior tranquilidade na organização. Mesmo assim, graças ao espirito empreendedor dos organizadores, o Bit week consegue expor

uma grande diversidade de temas através de palestras, mesas redondas e workshops. Os conteúdos são ministrados por profissionais que atuam e possuem destaque nos eixos que abrangem o curso de Mídias Digitais: Design, Empreendedorismo, Jornalismo, Desenvolvimento web, Cibercultura, Fotografia, Audiovisual e Arte e


criatividade. Mesmo com a redução de recursos o que impulsiona o evento é o destaque nas redes sociais, principalmente no Facebook, onde é possível notar o alcance de cada postagem. Victor Hugo, um dos organizadores, ressalta que a gratificação dos participantes nas mídias é o que motiva a equipe a

desenvolver um trabalho com qualidade e afirma que já tem algumas ideias aprovadas para próxima edição. Carol, estudante do curso de Comunicação Social - Rádio/TV, ressalta que vale a pena participar do evento pelo fato de agregar conhecimentos e ser de extrema importância para todos os cursos de

comunicação da instituição. Além de todo conteúdo apresentado, a organização abre espaço para a mostra DEMID onde os alunos do curso podem apresentar seus trabalhos e projetos que foram desenvolvidos durante o ano, além da Bit Games, uma sala de entretenimento onde ocorre campeonatos de grandes jogos. UFPB em revista

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INCUBES

Ação tem foco para o empreendedorismo Reportagem: Darlinton Andrade

o melhor para transformarem suas vidas falou mais alto. Segundo Wanessa Costa, integrante da Incubes, o nome do projeto foi escolhido por meio de reuniões semanais visitas aos potenciais fornecedores, discussão coletiva do nome fantasia, regimento e um diálogo constante sobre metas, objetivos, dificuldades e público a ser beneficiado com um cardápio diferenciado e incorporação de produtos naturais.

Lanchonete que funciona em frente à Central de Aulas do Campus I

A Incubadora de Empreedimentos Solidários da UFPB desenvolve junto a Comunidade São Rafael, onde atua desde 2005, uma ação chamada Espaço Solidário Ecolanches. O projeto tem como objetivo geral desenvolver com as participantes um estudo de viabilidade econômica, onde há estímulos de práticas de alimentação saudáveis e gestão democrática de grupos para comercializar produtos na instituição. A Incubes, que considera o potencial de empreendedorismo da comunidade, fez com que o 10

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projeto ganhasse corpo dentro do campo da extensão universitária. Ele busca promover a inserção social de grupos produtivos no processo de geração de renda através da integração e interação elementar dos conceitos de colaboração solidária, respeito ao ecossistema, educação popular, reeducação alimentar e combate à exclusão. Esta ação conta com a organização, articulação e mobilização demonstrada por um grupo de seis mulheres, onde a necessidade de inserção no mercado de trabalho e principalmente a vontade de dar

Sobre a lanchonete, “a Ecolanches se propõe a oferecer lanches de qualidade, voltados para a promoção da saúde dos consumidores, disponibilizando alimentos enriquecidos e com auto valor nutricional.” Wanessa ressalta que o espaço será um ponto fixo de comercialização de grupos de produção e de eventos como: lançamentos de livros e feiras de artesanato. Outros dois exemplos de grupos produtivos da Incubadora de Empreendimentos Solidários, na Comunidade São Rafael, é a Padaria Comunitária e o desenvolvimento da doceria “Doce Infância Doce Vida”.


Promeb garante 300 vagas para alunos de licenciatura Reportagem: Darlinton Andrade

O

Programa de Melhoria da Educação (Promeb), edição 2015, desenvolvida através de convênio firmado entre a UFPB e a Secretaria de Estado da Educação da Paraíba (SEE/ PB) oportuniza a realização de estagio para, aproximadamente, 300 estudantes atuando nas áreas de Letras Português, Matemática, Física, Química e Ciências Biológicas. O Promeb funciona através de projetos que são selecionados por meio de um edital e apresentados por professores da univer-

sidade e tem por objetivo geral contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da educação básica e superior. A seleção dos estagiários acontece a partir da análise de desempenho do aluno por meio do coeficiente de rendimento escolar - CRE, na instituição. A carga horária do candidato selecionado é de vinte horas semanais, que estão divididas entre escolas públicas de ensino médio da Paraíba (total de 16) e quatro destinadas à reuniões com auxilio de uma orientação institucional

junto à dois coordenadores pedagógicos. Segundo a professora Maria Graça, coordenadora pedagógica do Programa, um dos benefícios objetivados para a comunidade acadêmica é a criação da “residência pedagógica”, contribuindo efetivamente para a formação dos alunos dos cursos de licenciatura da UFPB, assim como para a formação continuada dos professores das escolas públicas estaduais, constituindo-se um programa relevante para a comunidade acadêmica. UFPB em revista

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ORÇAMENTO

Readequação prioriza atividades acadêmicas Reportagem: Emilia Cavalcante

A reitora Margareth Diniz optou por realizar adequação orçamentária como forma de enfrentar o corte de verbas para 2015 na área de Educação e suspender alguns investimentos que seriam realizados em obras e reformas, 12

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priorizando a continuidade das atividades acadêmicas. As Instituições Federais vêm sofrendo desde o início do ano, quando foi anunciado o primeiro corte de orçamento no MEC

( Ministério da Educação) e novamente em julho — quando um novo bloqueio orçamentário indicou a redução de mais de R$ 12 bilhões para a Educação Federal. De acordo com os integrantes da administração universitária,


Ajuste fiscal do Governo Federal fez com que a administração priorizasse as atividades acadêmicas em detrimento das obras

a prioridade é a continuidade das atividades acadêmicas, do Programa de Extensão (Proext) e do Programa de Apoio à Pós-graduação (Proap), impactados pelos cortes governamentais em cerca de 50% de capital na área da Extensão e

de 75% no custeio da Pós-graduação. O Programa de Extensão (Proext) e a Pro-reitoria de PósGraduação tiveram um imple-

mento orçamentário de 1 milhão e 900 mil respectivamente, para atender as necessidades em 2015. Este volume de recursos estava destinado a execução e continuidade das obras espalhadas pelos Campi. UFPB em revista

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UFPB

Avanços democráticos são marca dos 60 anos Reportagem: Derval Gólzio

a “universidade da caixa prego” numa crítica a transformação da Universidade da Paraíba em Universidade Federal da Paraíba. A desconfiança e aceitação ao novo quase sempre provoca os medos e faz aflorar os preconceitos. De acordo com Leal, alguns integrantes da intelectualidade nacional, como Athayde, não concebiam a possibilidade de um centro universitário de ensino para além das grandes metrópoles regionais, marcadamente Pernambuco e Bahia.

Fundador da Instituição, José Américo

Ela já passou por momen-

tos de turbulências autoritárias e crises de xenofobia. Mas, acumulou um histórico de superação e de crescimento, desde sua fundação, como Universidade da Paraíba, em 1955. Ainda na sua fase mais tenra, enfrentou a desconfiança e o preconceito. Superou as adversidades e, por alguns anos da década de 1980, foi o segundo maior orçamento de todas as Instituições 14

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Federais de Ensino Superior (Ifes) do país. Em nível de Paraíba, seu orçamento só era menor do que o do próprio Governo do Estado. Estudante do curso inaugural de Filosofia, em 1960, como um dos seus quatro integrantes, o escritor, jornalista e crítico de cinema, Wills Leal lembra o artigo do ex-presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Austregésilo de Athayde, que mencionava

O embrião da Universidade Federal da Paraíba fecundado por José Américo de Almeida possuía ramificações estendidas por todo o centro da cidade: “a reitoria funcionava em uma antiga casa da Rua Duque de Caxias (atual Solar dos Conselheiros); o curso de medicina estava instalado em uma edificação ao lado do Cemitério da Boa Sentença; o curso de engenharia, na Praça Rio Branco e a Faculdade de Filosofia e História, que abrigava os cursos de Humanas, ao lado do Lyceu Paraibano. A fase inicial da instituição, ainda como parte integrante das estruturas do Estado da Paraíba, passou a integrar a rede de Uni-


versidades Federais a partir do ano de 1960. A federalização ampliou os horizontes do ensino universitário incorporando estruturas já existentes de João Pessoa, Campina Grande, Areia e Bananeiras e estabelecendo novos marcos fronteiriços em Patos, Souza e Cajazeiras. Logo de início a UFPB entrou na era das trevas, marcada pelo advento do Golpe e Ditadura Militar, a partir de 1962. A pesada e escura nuvem que se instalou sobre a jovem Instituição trouxe prejuízos, para muitos, irreparáveis. Alguns professores foram impedidos de lecionar com um lacônico comunicado: “Cumprenos comunicar que, por ordem do Comandante da Guarnição Federal da Paraíba, expedido à Reitoria da UFPB, V.S. está impedido de lecionar no ICFCH”. Foi o que ocorreu com o professor Jomard Muniz de Brito, do Instituto Central de Filosofia e Ciências Humanas (ICFHC). Documento produzido e publicado pela então recém-criada Associação dos Docentes da UFPB, em 3 de abril de 1978, expõe o caso como “apenas um dos muitos que ocorreram na UFPB. Nordestina,

Willis Leal rememora preconceito sofrido pela UFPB em seu nascedouro

paraibana, jovem – três razões que fizeram da nossa Universidade uma Instituição onde a repressão se fez mais à vontade, sem que a população tomasse conhecimento da dimensão do arbítrio desencadeado. Situada na fronteira da ‘modernização’ capitalista, num Estado de Imprensa facilmente silenciável, expandindo-se na época dos Suplicys e Passarinhos, a UFPB viveu, quase indefesa, a ‘depuração’ revoluvionária”, descreve o documento. Jomard Muniz de Brito men-

ciona os “dois grandes crimes pedagógicos” que cometeu para que o inquérito sumário de seu afastamento dos quadros da universidade tenha sido levado a efeito: ouvir na radiola do centro acadêmico, os mais novos discos de música popular brasileira e, como um Jackson do Pandeiro, mesclar o “chiclete” do pensamento de Nietzche (A origem da Tragédia) à “banana” dialética surrealista do poeta popular Mané Caixa d’Água, num dos encontros sobre estética em sala de aula.

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Lynaldo Cavalcanti: expansão e abertura tor das universidades brasileiras a não precisar ouvir a Assessoria de Segurança e Informação (ASI), que estava presente em todas as autarquias do Brasil. Ela (a ASI) impedia a contratação de pessoas que estavam enquadradas no 477 ou que tivessem qualquer envolvimento político. Essas pessoas estavam proibidas de trabalhar no serviço público e Lynaldo não a levava em consideração e contratou muita gente pela sua competência e não pela sua folha policial ou política”, lembra Adisse.

Lynaldo Cavalcanti

O tempo de brutalidade com o livre pensar e expor tomou aspectos de maior abertura e compreensão com a chegada de Lynaldo Cavalcanti. Apesar de ainda vigorar a ditadura militar, a fase de sua administração foi marcada pela abertura na contratação de professores e de expansão universitária incontestável. Um dos fundadores da Associação dos Docentes da UFPB, Paulo Adisse, assegura que Lynaldo foi responsável por transformar a Instituição numa grande Universidade. Adisse também pontua que Lynaldo Cavalcanti foi, talvez, o primeiro reitor a ter carta branca política. “Ele foi o primeiro rei16

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Embora Lynaldo Cavalcanti tenha rechaçado a interferência da Assessoria de Segurança e Informação na contratação de professores e, com isso, ampliado os

horizontes do conhecimento, a UFPB não estava livre de novas investidas de caráter conservador e preconceituoso. Uma nova onda persecutória estava lançada, a partir de alguns jornalistas locais, sobre o caráter “estrangeiro” de boa parte dos professores que ingressavam na Universidade. O extinto jornal O Norte (na época o mais lido do Estado) publica, em 24 de junho de 1980 em sua coluna, “Linha Direta” o texto intitulado “Legião Estrangeira” atacando os professores e a recémcriada Aduf com uma série de adjetivações do tipo “malta de professores desocupados”. Na coluna assinada por Biu Ramos, como sugere o título, a preocupação e

Paulo Adisse lembra esforços para democratizar Instituição em plena Ditadura Militar


ataques estavam centrados nas profissionais professores oriundos de outras paragens do território nacional e internacional. É que por algum tempo alguns jornalistas paraibanos consideravam que a universidade deveria ser território exclusivo para reserva de mercado dos nascidos e vividos em terras paraibanas. O texto, de cunho xenófobo, não se preocupava com a rudeza, como fica claro no parágrafo: “Eram eles comandados pela famigerada Aduf, uma entidade criada para defender os interesses dos professores vindos de outros estados, e que é presidida por um tal Luiz Ignácio, gaúcho, semialfabetizado que nunca em sua vida entrou em sala da Universidade para dar uma aula e vive como parasita no Laboratório de Energia Solar causando as maiores dores de cabeça ao seu diretor, porque não quer trabalhar”.

Jomard Muniz de Brito foi impedido de lecionar pelo Serviço de Segurança da Ditadura

O contexto para as agressões impressas em O Norte era o da formatação de lista sêxtupla para escolha do Reitor da Universidade. Mas a sanha pela reserva de mercado para os locais tinha rebatimento direto em textos xenófobos publicados no período. Superado o período de beligerância midiática com base na xenofobia, a Instituição avançou no processo de democratização.

Desmembramento UFPB/UFCG A forma multicampi adotada pela Universidade Federal da Paraíba proporcionou, desde muito cedo, a interiorização da Instituição e de suas ações. Espalhada através de instalações e ações nos municípios de João Pessoa, Areia, Bananeiras, Campina Grande, Cajazeiras, Patos e Souza, a UFPB era considerada uma das maiores do país, agregando milhares de

professores, funcionários técnico administrativos e estudantes nas mais diversificadas áreas do conhecimento. A discussão sobre o gigantismo da Instituição, dividida em seus sete campi, já era bastante evidente. Mas, apenas no ano de 2002 ela ganhou força suficiente para o estabelecimento do desmembramento da Universidade,

através da Lei nº. 10.419. João Pessoa (Campus I) permaneceu como sede administrativa da UFPB e tendo os Centros de Areia e Bananeiras como Campi integrantes, e Campina Grande (antigo Campus II) passou a congregar a Universidade Federal de Campina Grande, agregando as Unidades de ensino de Patos, Souza e Cajazeiras. UFPB em revista

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Escolha de dirigentes Uma das etapas mais importantes na evolução da Instituição diz respeito à escolha democrática de seus dirigentes. Antiga reivindicação dos seus segmentos, a eleição para Reitor(a) ainda é legalmente um ponto controverso. É que o processo, do ponto de vista legal, contempla uma consulta indireta (aos membros do Conselho Universitário), embora, há alguns anos as Instituições Federais de Ensino (Ifes) tenham adotado a consulta aos segmentos universitários, passando pela homologação dos mais votados em uma lista tríplice (antes sêxtupla) encaminhada ao Ministério da Educação e Presidência da República, para homologação. Os avanços na escolha dos dirigentes são inegáveis. Antes da escolha ou consulta aos segmentos, contava a relação de amizade, política ou ideológica com os detentores do poder local e nacional. Caso análogo ocorreu com a indicação do professor Iveraldo Lucena, no final de 1979, pelo Consuni, que não teve seu nome referendado por Brasília. A influência do poder local recaiu sobre outro nome, logo referendado pelo Governo Federal. A formatação da lista tríplice não garante que

o mais votado seja o escolhido (embora os governos Lula e Dilma tenham nomeado todos os mais votados e encaminhados para homologação). No entanto, paira sobre o processo de consulta uma relação de proporcionalidade sempre conflitante. Por Lei nº 9.192, de 21 de dezembro de 1995, o processo de consulta deve observar a proporcionalidade de 70% do peso eleitoral para os docentes. Os restantes 30% estão destinados aos segmentos dos funcionários técnicos administrativos e estudantes, com 15% cada. Por iniciativa dos seus integrantes e seus fóruns de representação, sobretudo o Conselho Universitário, o processo de escolha de dirigentes na UFPB tem observado a proporcionalidade ou paridade, contabilizando 33,3%, a priori, para cada segmento. Apesar de ser considerada a fórmula mais aproximada do ideal representativo, ainda persistem as discussões sobre a adoção da paridade a priori (contabilizando o número total de integrantes de cada segmento) ou a posteriori ( em que a contabilidade a ser adotada levaria em consideração apenas os votos dos integrantes de cada segmento).

Conselho Universitário define as regras para a escolha do Reitor e é responsável pelo envio da lista tríplice ao MEC

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UFPB em revista


A expansão via REUNI Foto: Juan Carlos Cortez

se ressente de uma gestão pouco eficiente na aplicação consequente. As obras paralisadas no Campus I refletem bem um certo grau de caoticidade administrativa. Se haviam recursos, faltou gestão competente o suficiente para fazer valer sua efetiva aplicação dentro dos prazos estabelecidos.

Infraestrutura proporcionada pelos recursos Reuni

A universidade passa, em breve espaço de tempo, por dois períodos bastante marcantes e distintos. O primeiro deles está umbilicalmente ligado a expansão das Instituições Federais de Ensino, através do Programa Reuni. A iniciativa do Governo Federal propiciou a ampliação do número de vagas para estudantes, além da criação de novos cursos e possibilitou a interiorização. É nesta fase que a UFPB retoma números similares aos registrados antes do desmembramento da UFCG. Nesta esteira, o mais novo Centro

de Ensino da UFPB, o de Mamanguape e Rio Tinto, foi efetivado. Novos cursos foram instalados, um grande número de contratação de professores e funcionários ocorreu, além, é claro de um montante significativo de recursos foi oportunizado pelo Governo Federal para suprir as carências de espaço físico e de equipamentos. As cifras chegam a mais de 136 milhões de Reais empregados na UFPB. Apesar do volume de recursos recebidos na gestão do professor Rômulo Polari, a Instituição

A falta de projetos complementares, para além dos arquitetônicos, emperrou muitas das obras. Outras tiveram problemas com o fechamento/falência de construtoras, atrasando a execução dos projetos arquitetônicos. Ainda hoje é possível verificar, in loco, um conjunto de obras com pendências, seja do ponto de vista arquitetônico, seja dos pontos de vista de uma boa e eficaz rede lógica, elétrica e até hidráulica. No entanto, o Programa Reuni possibilitou uma segunda ampliação da UFPB tão grande quanto a ocorrida na gestão de Lynaldo Cavalcanti. O segundo período, iniciado em 2015, é marcado por cortes de recursos significativos pelo Governo Federal. Para atender as necessidades do Ajuste Fiscal, os recursos que abundaram no segundo mandato do Presidente Lula da Silva e no primeiro da atual Presidente Dilma Roussef minguaram. As verbas para investimentos são escassas e fez com que a gestão adotasse algumas medidas de contenção de gastos e melhoria das ações. UFPB em revista

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2012: Comunidade elege primeira Reitora

Margareth Diniz reforça democratização dos recursos e valorização dos servidores técnicos administrativos

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O ano de 2012 foi marcado pela ascensão da primeira mulher ao cargo de reitora da Universidade Federal da Paraíba. Margareth De Fátima Formiga Melo Diniz, professora doutora em Farmácia e ex-diretora do Centro de Ciências da Saúde, teve seu nome confirmado pela comunidade universitária em dois turnos. Ela já deveria ter sido eleita no primeiro, quando obteve mais de 49% dos votos e só não levou por décimos e por uma urna anulada. Mas enfrentou uma que, em sua época, foi considerado um terceiro turno.

com a consagração eleitoral e confiança depositada na primeira mulher eleita para direção da UFPB. Passada a refrega, Margareth Diniz foi empossada para por em prática seu plano de gestão, amplamente divulgado no período eleitoral.

O grupo que administrava a Instituição por longos 16 anos teimava em permanecer, mesmo

Qualificação de servidores

UFPB em revista

As três áreas que dedicou maiores esforços e pode ser percebido com maior nitidez a demarcação da sua com as demais gestões que a antecederam, são a democratização dos recursos da UFPB, a ampliação dos cursos de Pós-Graduação e a atenção aos servidores técnico administrativos. A Reitora cita a qualificação e a capacitação dos


funcionários técnicos administrativos como uma das suas prioridades de gestão. “A valorização do servidor teve início com a nomeação para ocupação de duas das mais importantes pró-reitorias: a de Administração, com Rosa Gondim, e a de Gestão de Pessoas, com Francisco Ramalho. Por si só essas nomeações, únicas na história da UFPB, demonstram o apreço e valorização do servidor técnico administrativo na nossa gestão,” enfatizou.

Democratização dos recursos

Margareth Diniz cita ainda os cursos de capacitação como marca da atuação administrativa. “Criamos curso de pós-graduação para atender a qualificação e capacitação dos servidores, além de investir no PQI (Programa de Qualificação Interna) que possibilita aos cursos de pós-graduação receber a verba de bancada, no valor de R$ 5 mil, por cada vaga disponibilizada para o servidor da UFPB e a oportunidade de ingresso num total de 15 vagas no Mestrado da Andifes”, esclarece.

“A partir de nossa administração nós decidimos repassar 100% mais do que preconiza a matriz orçamentária para cada um dos 16 Centros, através do Programa Universidade Participativa. Com os recursos do PDI somados aos da Matriz Orçamentária, do Programa Universidade Participativa nós triplicamos o orçamentos dos Centros de Ensino da Instituição. Isso significa que o Centro que recebia R$ 600 mil passou a receber R$ 1.800 mil”, revelou Margareth.

Estas ações, segundo a Reitora, tenta minimizar as carências de capacitação e qualificação que os servidores tiveram. Margareth descreve as dificuldades de muitos servidores que embarcavam, com recursos próprios, para estudar em países vizinhos como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia para obterem títulos de mestre. “Muitos das vezes, com todo o esforço e custos que essa busca pela qualificação representam, os funcionários não conseguiam o reconhecimento do título conquistado. Por essas e outras razões nós investimos na criação de curso de pós-graduação e na facilidade de abertura de vagas para os servidores nos cursos já existentes”, observa.

Do total de mais de R$ 1 bilhão do orçamento da UFPB está destinado ao pagamento de folha de pessoal (ativos, inativos e pensionistas). Outros R$ 200 milhões estão destinados ao pagamento de despesas básicas (água, luz, telefone, terceirizados e Assistência Estudantil- Restaurante Universitário).

Outras marcas da atenção aos servidores da atual administração focam a saúde, com a realização dos exames periódicos e Centro de Referência a Saúde (CRAS), que facilita o atendimento médico e odontológico aos integrantes do segmento. “É importante ressaltar a abertura de concurso público para preenchimento 170 vagas para servidores técnicos administrativos, com base no Plano de Servidores Equivalente. O estudo oportunizou o dimensionamento e indica a distribuição de acordo com a relação aluno/servidor”, lembrou.

Outra ação administrativa citada pela Reitora Margareth Diniz diz respeito a distribuição dos recursos para além da matriz orçamentárias dos 16 Centros de Ensino da Instituição. Antes, as administrações se limitavam a fazer o repasse apenas da Matriz Orçamentária e retinha uma parte considerável dos recursos financeiros para gerenciar de acordo com as conveniências e necessidades.

Pós-Graduação Importante investimento da atual gestão está voltado para a ampliação do número e melhoria dos índices de qualificação dos cursos de pós-graduação. A ampliação dos cursos de pós-graduação desde 2012 é de 40%, passando de 77 entre cursos de mestrado e doutorado para um total de 101. O número de cursos de Mestrado Profissional saltou de três para nove e os de Mestrado Acadêmico cresceram de 44 para 55. Também os cursos de pós-graduação em nível de doutoramento tiveram um aumento significativo passando de um total de 30, em 2012, para 37 em 2015. Paralelamente à política de ampliação, o reitorado tem investido no melhoramento da avaliação e qualificação dos cursos de pós-graduação. A próxima divulgação dos índices de qualificação está marcada para 2017 e as expectativas são as melhores possíveis UFPB em revista

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SIMPÓSIO DE JORNALISMO

Evento traz profissionais nacionais e internacionais Reportagem: Diego Fontes

O II Simpósio Internacional sobre Jornalismo em Ambientes Multiplataforma traz para a UFPB a presença de profissionais de destaque na área, no Brasil e no exterior. O evento, que acontece no período compreendido entre 23 e 25 de novembro, conta com a presença de João Canavilhas, Doutor em Sociologia e Comunicação, da Universidade da Beira Interior (UBI) de Portugal, que atua como pesquisador nas áreas de ciberjornalismo, mídias digitais, novas tecnologias e plataformas jornalísticas. Além de João Canavilhas, o Simpósio traz a Doutora em Comunicação e Cultura Contemporânea, Suzana Barbosa (UFBA), a Doutora em Jornalismo Juliana Colussi (UNESP-SP) e Maria Lucia Becker, Doutora em Ciências da Comunicação, que atua na UEPG, no Paraná. “São três pesquisadoras de fôlego que estarão presentes”, diz o professor Pedro Nunes, um dos responsáveis pelo evento, destacando a importância 22

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que a presença de profissionais de alto nível trazem para um encontro como esse. Segundo o professor, trazer a discussão desse tema é importante não só para o jornalismo, mas também para as outras áreas da comunicação, ele completa falando que “as feições do jornalismo vem se reconfigurando e o seminário traz a possibilidade de intercambiar informações e aproximar pesquisas feitas no Brasil e no exterior”. Além desses conferencistas, o Simpósio conta com uma quantidade considerável de inscrições de trabalhos e, até o momento, foram selecionados 32, vinculados, no total, a 16 instituições. Futuramente, os textos serão publicados na Revista Âncora, publicação acadêmica semestral, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Jornalismo. Para quem quiser receber certificado, a inscrição como ouvinte deve pagar taxa simbólica de 10 reais, mas quem não puder tem acesso liberado, pois as atividades são to-


talmente abertas para o público. O evento está na sua segunda edição e reúne três grupos de trabalhos com enfoque nos Conceitos e experiências de Jornalismo Multiplataforma; Mobilidades no Jornalismo; e Jornalismo e Acessibilidade em Ambientes Multiplataforma. Além de Pedro Nunes, Professor da Pós-graduação em Jornalismo e Editor-Geral da Revista Âncora, estão na comissão organizadora Joanna Belarmino e Sandra Moura, professora e coordenadora da Pós-Graduação de Jornalismo, respectivamente.

Pedro Nunes, professor de pós-graduação responsável pelo evento

O II Simpósio Internacional sobre Jornalismo em Ambientes Multiplataforma acontece no Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA), na UFPB, é promovido pelos grupos de pesquisa em Jornalismo, Mídia, Acessibilidade e Cidadania (GJAC) e em Jornalismo e Mobilidade da Universidade Estadual da Paraíba (MOBJOR) e tem o apoio da Universidade Federal da Paraíba. UFPB em revista

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Foto: Divulgação

Curso de Extensão Popular: teoria e prática

PROEXT

Pela 3ª vez UFPB é quem mais aprova projetos Reportagem: Darlinton Andrade

A Universidade Federal da Paraíba, pelo terceiro ano consecutivo, consegue aprovar e financiar o maior número de projetos de extensão no Proext, edital de nível nacional. Foram aprovadas e financiadas 19 propostas, dentre elas 13 projetos e seis programas. O Proext é um instrumento que abrange programas e projetos de extensão universitária, com ênfase na formação dos alunos e na inclusão social nas suas mais diversas dimensões, visando aprofundar ações políticas que venham fortalecer a institucionalização da extensão no âmbito das Instituições Federais, Estaduais e Municipais e Comunitárias de Educação Superior. 24

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Além do Proext há mais dois espaços que envolvem a extensão na universidade: o Fluex e o Probex. O Fluex - Fluxo contínuo de extensão na UFPB, é um espaço/edital, que não envolve bolsa, onde toda extensão que acontecer na universidade, afim de ser reconhecida, deve ser cadastrada. Já o Probex é um edital interno da Universidade Federal envolvendo bolsas. Ambos estão relacionados a Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários - Prac. A extensão conta com a coordenação do Professor Dailton Lacerda que, junto à Coordenação de Educação Popular - Coep, promoveu o primeiro seminário e a primeira mostra Proext UFPB.

O evento reuniu em uma atividade seminários e mesas redondas, afim de discutir sobre o Programa de extensão universitária. Além da mostra, que apresentou as propostas que foram aprovadas com financiamento e estão em execução, aconteceu uma oficina com o tema “Desvelando o Proext: do desafio à conquista”. Segundo Dailton, a extensão avançou em reconhecimento deixando de ser o “patinho feio” da tríade (ensino, pesquisa e extensão), se tornando um espaço onde qualquer professor ou estudante pode desenvolver uma ação concreta vinculada a realidade, articular com pesquisas e contribuir para o ensino dele.


Projetos Aprovados Projetos A brinquedoteca e a cultura lúdica da infância A psicultura valorizando as mulheres na geração de renda em comunidade rural do municipio de Areia/PB: Segundo ano de uma experiência de sucesso. Promoção da Saúde em Comunidades com Ênfase na Estratégia Saúde da Família: uma iniciativa interdisciplinar e multiprofissional. Cursinho Pré-Enem: Ferramenta de inclusão social para jovens de escolas públicas do Litoral Norte da Paraíba Recitat-papel: ações integradas para fortalecimento da rede de associações de catadores de materiais recicláveis em João Pessoa/PB, ampliação e valoração da coleta seletiva de papel. Rede educativa, empreendedora e colaborativa no secretariado (RECOSEC) na articulação da política de patrimônio cultural de cidades do Vale do Mamanguape - PB Implantação da Justiça Juvenil Restaurativa na Paraíba: Responsabilização e Protagonismo Promovendo a Inclusão Social e o Empoderamento das Mulheres através do Conhecimento em Ciência da Computação Tecendo o Fio de Ariadne com Mulheres em Situação de Violência de Gênero Difusão de novas tecnologias como instrumento de inclusão e consolidação da aprendizagem em matemática nas escolas públicas Dispositivo de monitoramento de gases poluentes Fortalecimento das relações de parceria entre poder público e organizações da Sociedade Civil na Paraíba Participação da Sociedade Civil nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas Programas Mais Saúde na Comunidade Qualidade do Ar e Uso de Biocombustíveis Fortalecimento do SISAN na Paraíba: Formação continuada e promoção da integração dos programas de SAN Economia solidária e território: fortalecimento dos núcleos de desenvolvimento comunitário e apoio à implementação de políticas públicas PAMIN: Patrimônio, Memória e Interatividade Integração da Produção Autogestionaria de Produtos Orgânicos, Fitoterápicos e Saúde Mental

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NOVO ESTATUTO

Após greve discussão é reiniciada Reportagem: Emilia Cavalcante

Os quatro meses de greve dos docentes prejudicaram sobremaneira a discussão e elaboração do Novo Estatuto da UFPB. De acordo com o presidente da Comissão Executiva do Novo Estatuto, Gustavo Tavares, “ainda não é possível precisar quando sairá o novo documento, mas com o re26

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torno das atividades está prevista uma assembleia com o Consuni (Conselho Universitário). E se tudo correr bem até abril de 2016 teremos o congresso estatuinte e após passar pela analise do MEC a formação do documento oficial”. A reforma do estatuto na Universidade é uma demanda an-

tiga prevista desde mandatos passados, mas a nova gestão aceitou o desafio de adaptar o Estatuto à nova realidade e necessidades da UFPB. Para isso, foi formada no início de 2013 a Comissão de Estudos que durante um ano debateu propostas de uma metodologia a ser submetida ao Consuni e


Reunião do Consuni para eleger uma proposta de metodologia para o Novo Estatuto

em junho do mesmo ano, a Magnífica Reitora, Margareth Diniz nomeou a Comissão Executiva do Novo Estatuto da UFPB com o objetivo de sistematizar as propostas da comunidade universitária e organizar o processo de reestruturação do Estatuto. O atual Estatuto vigora desde os anos 60 e foi reformulado em 2002 com o desmembramento (UFCG). Dentre as necessidades de atualização estão a resolução de criação dos campi (Mangabeira, Litoral Norte e outros), da Escola Técnica de Saúde, da PRAPE (Pró

-reitoria de Assistência Estudantil) e do Ensino a Distancia. A estratégia adotada pela Reitoria, possui um modelo descentralizado, participativo e que contempla a autonomia dos Centros, os quais poderão decidir sobre a organização do processo. Esse modelo é apoiado na experiência de outras universidades e nas sugestões da Comissão de Estudos. A proposta visa promover o debate democrático entre professores, técnicos administrativos e estudantes para que apresentem

e discutam sobre suas propostas. Tavares acredita que a novidade da proposta elaborada pela Comissão Executiva atenderá aos interesses da comunidade universitária, pois cada um dos 16 centros assumirá as assembleias estatuintes, culminando na elaboração de um documento final para convocar o congresso estatuinte. Ele pontua que existiram criticas por parte de alguns setores a esta formulação, no sentido de que talvez deva-se criar um mesmo espaço para aproximar a graduação e a pós graduação. UFPB em revista

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INGLÊS SEM FRONTEIRAS

Alessandra Meira (esquerda) e Laís Alberto alunas do ISF

Professores do Ensino Básico são capacitados Reportagem: Emilia Cavalcante

O Programa Inglês Sem Fronteiras (ISF/UFPB) promove a formação continuada de professores de inglês da escola básica, através de cursos presenciais e eventos. Melhor exemplo desta atuação será o II Encontro Paraibano de Professores de Inglês (EPPI), que acontece nos dias 6 e 7 de novembro no CCHLA/UFPB, com o apoio de instituições parceiras. Mariana Pérez, coordenadora geral do Programa ressalta que este é 28

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o diferencial estabelecido e acrescenta que são as promoções de capacitação para alem das ações locais, que constituem um grande investimento não só no desenvolvimento linguístico mas também na formação. O Núcleo de Línguas - Idiomas/Inglês sem Fronteiras - Nucli - ISF/UFPB, através da Assessoria para Assuntos Internacionais (AAI) vem realizando trabalhos

específicos incluindo ações como capacitação para docentes do Ensino Básico e oficinas para a comunidade acadêmica. Este ano já foram aplicados cerca de 3,629 testes do TOEFL-ITP enquanto no ano anterior um total de 2200 exames foram realizados na Instituição. De acordo com Mariana Pérez, são ofertadas semanalmente pela UFPB entre 100 e 200 vagas


teiras (CsF), os testes equivalem à prova de proficiência para alunos de mestrado e doutorado. Mais tarde, em 2014, o programa passou a abranger línguas estrangeiras em geral e ofertar cursos presenciais e à distância.

para o teste do TOEFL- ITP. É importante salientar que os resultados dos testes não desclassificam o candidato, apenas revelam o nível para que o aluno possa iniciar seus estudos. Há uma nova oferta de vagas para aulas presenciais que começam no próximo dia 9 de novembro.O interessado deve se inscrever pela página: http:// isfaluno.mec.gov.br/ e realizar os testes na própria instituição. O Idiomas sem Fronteiras é um programa do MEC que nasceu em 2012, com a necessidade de dar suporte aos alunos que precisam aprimorar a língua estrangeira. Inicialmente o programa funcionava com a aplicação de exames do TOEFL- ITP para editais como o Ciência sem Fron-

Atualmente o programa possui três grandes ações: o curso online (MEO) My English Online, a aplicação de testes do TOEFL, e o curso presencial. Além de oficinas de capacitação e preparação para o TOEFL ITP, que fazem parte de ações específicas do NUcLIISF /UFPB. As oficinas conduzidas semanalmente no CCHLA possuem temas variados como: apresentação de trabalhos, intercâmbio e convivência universitária. São direcionadas a qualquer pessoa interessada em aprimorar o idioma ou se preparar para o TOEFL. Cerca 600 alunos estão matriculados no curso presencial com aulas duas vezes por semana. São cursos específicos com a duração entre 16 e 64 horas a cada oferta. Pode se candidatar quem possui vinculo com a instituição, ou seja, professor, servidor técnico-administrativo, ou aluno. Para frequentar as aulas é necessário ter feito os testes do TOEFL- ITP. Para Max Barbosa, professor- bolsista do ISF, “o programa tem sido de fundamental importância pois é possível exercitar como proceder em sala de aula, como preparar uma aula e com isso se preparar bem para o mercado lá fora”.

Max Barbosa / Professor

O programa tem sido de fundamental importância pois é possível exercitar como proceder em sala de aula, como preparar uma aula e com isso se preparar bem para o mercado lá fora

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ELÉTRICA

Pós Graduação consolida parceria com Energisa Reportagem: Diego Fontes

Em seu quarto ano, o Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica está em fase de consolidação e tem como destaque uma parceria com a empresa Energisa-PB. O projeto foi iniciado no mês de Abril de 2014, com duração prevista de dois anos e tem como foco principal o desenvolvimento de um software para a previsão de demanda na rede. O projeto foi proposto pelos professores à empresa, que aceitou a ideia e fez o financiamento do projeto, através de uma regulamentação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para pesquisa e desenvolvimento. O projeto tem duração de dois anos e foi iniciado em Abril de 2014, tendo prazo de funcionamento até Março de 2016. Os alunos participantes são do mestrado de Engenharia Elétrica, do mestrado de Ciências da Computação e também alunos da graduação desses dois cursos. O foco dessa parceria é implementar sistemas através de um novo software, para auxiliar os profissionais da Energisa a tomar decisões em relação aos dados da rede e fazer a previsão de demanda, sendo de grande interesse e importância para a empresa e na 30

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formação dos estudantes. Novas propostas estão sendo desenvolvidas e serão oferecidas para parcerias também com outras empresas, além da Energisa, para garantir o andamento de novas ideias e ações após o término do projeto atual.

sistemas de energia. Estas soluções devem atender tanto aspectos envolvendo energia alternativa ou energia considerada tradicional, assim como, envolvendo a geração, transmissão, distribuição e eficientização energética.

O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica surgiu em 2011, baseando-se no potencial de geração de energia renovável, na necessidade da indústria local, nas demandas de CiênciaTecnologia-Inovação (CT&I) do estado da Paraíba, e tem como objetivo o estudo, o desenvolvimento, a implementação e a proposição de métodos, técnicas e ferramentas que promovam de forma efetiva soluções na área de

O programa visa tanto a otimização dos sistemas de fornecimento de energia quanto os sistemas consumidores de energia com o desenvolvimento de dispositivos e equipamentos eletrônicos de baixo-consumo. Atualmente conta com um quadro de 14 professores, com alunos vindo do mestrado. Com o aperfeiçoamento dos trabalhos, a próxima aspiração para o futuro é um doutorado na área de engenharia elétrica.


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Ano II . Número 9 - Outubro 2014


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