
3 minute read
Rumos da economia potiguar
Há datas que nos fazem pensar, hora de pesar passado e futuro, por vezes medir e avaliar, até mesmo promover drástica mudançaderumo.Hátempodeplantar e de colher.
Oaniversáriode73anosdaTribunadoNorteéumbomganchoparaumareflexão.Nãosópelalongevidade de uma empresa que em meio a tantas mudanças (ouso dizer cataclismas) econômicas, políticas,tecnológicaseculturais,dentre outras, conseguiu se reinventar eprosperar,masquecontinuaaser, para os potiguares, o principal veículodecomunicaçãoeinformação.
Advertisement
Por isso mesmo é que, com enorme satisfação, reuni boa parcela da equipe técnica do SEBRAE/RN,encarregando-aderesumir neste encarte dados públicossobreaeconomiadoRioGrande do Norte, de forma a que estudantes, investidores, estudiosos e empreendedores tenham elementosparaavaliaraquantasanda nossa economia. Sei que as sériestemporaissãoopassado,mas conhecer esse passado é a chave para imaginar o futuro.
OProdutoInternoBruto–PIB, número que mede a riqueza material de um país (região ou localidade), é um dos primeiros indicadores a ser estudado em qualquer análiseeconômica.LevantadopeloIBGEpormeiodedetalhadoes- tudo, inclui ajustes que indicam o real crescimento da riqueza, embora somente seja divulgado com defasagem temporal de dois anos.
Surgeentãoumaprimeirapergunta: entre 2011 e 2020, como se comportouoPIBdoBrasil,doNordeste e do Rio Grande do Norte?
O gráfico que ilustra o crescimento do PIB no País, nesta região e neste Estado expõe claramente a recessãogeralem2015e2016,bem comoapandemiaem2020.Olhando-se os anos de início e de fim da série torna-se evidente que o RN, quecresceraemíndicesuperiorao do Brasil e ao do Nordeste, em 2011,tevequedasuperioràdoBrasil e à do Nordeste, em 2020.
Esteéumcenáriodifícilparatodosque,comoeu,defendemospequenos negócios e a livre iniciativa comopilaresparageraçãoderiqueza e prosperidade, para nações e seus habitantes. Juntar insumos e produzirumbem,naagriculturaou naindústria,prestarumserviçoem áreas tão diferentes quanto saúde, lazer,belezaetantosoutros,sãoatos concretos.Produzemvalor,dãodignidadeaotrabalhadorefortalecem as relações sociais de um país.
Sobre a representatividade da economia potiguar ela é menos de 1% da riqueza brasileira e menos de7%danordestina,compequenas variações anuais. Quanto aos setoresquemaisproduzemriquezashá duas considerações a serem feitas, ambasbempreocupantes.Aprimeiraésobreopesodarubrica“impostos, líquidos de subsídios”, que em 2020representarammaisde10,8% do Valor Adicionado Bruto – VAB daeconomiapotiguar.Impostossão necessários, claro, mas não produzem riqueza. A outra preocupação diz respeito a uma rubrica que fica fora do setor produtivo. Integrante de“serviços”,elaéinscritacomo“administração,defesa,educaçãoesaúdepúblicaeseguridadesocial”,tendo o índice de 31,0%. Consequentemente, à classe produtiva, a todosostrabalhadoresdosetorprivado,restammenosde60%detodaa riqueza norte-rio-grandense.
Mas, me recusando a ser pessimista, volto a atenção para “eletricidade e gás...,”, segmento que em2011representavaapenas1,6% da riqueza estadual, mas que chegaem2020comaproximadamente 6,0% do nosso PIB. Seu contínuo e significativo crescimento se deve à implantação e entrada em operação de usinas de geração de energia eólica, que trazem em seu bojo um importante aumento da riquezalocal,identificadapeloíndice do PIB per capita municipal.
Quatro municípios potiguares: SãoBentodoNorte,PedraGrande, BodóeGuamarésituam-seentreos 100 maiores índices de PIB per capita nacional. Teoricamente, um são-bento-nortensetemriquezaseis vezes superior à de um natalense.
O Rio Grande do Norte já é exportadordeenergiaeólica,comcerca de 1/3 de toda a produção brasileiraereaischancesdeaumento,hajavistoointensotráfegodegrandes caminhões que, escoltados por veículosbatedores,transportampartes deaerogeradorespelasnossasrodovias.“Florestas”detorreseenormes pás, com sua silhueta característica,destacam-senosplatôsserranos eemnossaspraias,tecendoriqueza deformasustentável.Seriamosmoinhos de vento de Dom Quixote?
De certa forma a eólica vem substituiropetróleo,queháalguns anosrepresentavacercade50%do PIBindustrialpotiguar,comprodução de 100 mil barris / dia, mas viu suaimportânciaminguarapartirdo desinteressedaPetrobrásporpoços maduros, em terra. O fato relevanteéqueoleilãopromovidoem2019 pela Petrobrás para venda desses poços,adquiridospelainiciativaprivada,resultounorevigoramentoda produção. Em constante declínio entre 2013 e 2020, a produção dos 283,7 mil barris, em 2022, foi a maiordetodaasérie,quasedobrando em apenas dois anos.
Esse é mais um fato que reforça minha crença ferrenha na livre iniciativa, princípios que absorvi há muito tempo, quando me viciei no tema da micro e pequena empresa,aindanoséculopassado. A defesa do empreendedorismo e dalivreiniciativaéocaminhomais curtoejustoparaageraçãodeempregos e de trabalho. À pequena empresa credito o mérito de construir uma sociedade mais próspera e mais igualitária no oferecimento de oportunidades.
Há tanto, ainda, a ser feito pelospequenosnegócios!ALeiGeral daMicroePequenaEmpresa,aprovadaesancionadaem2006,foium marco espetacular, mas a efetiva implementação da legislação estadual ainda peca em alguns pontos. Desde a difusão do empreendedorismo na rede de ensino até a disponibilidade de crédito e a um forte programa de compras governamentais, passando pela simplificação de procedimentos para formalização e até de estímulos para inserçãodepequenasempresasnas exportações, com o salto de qualidade que isso representaria.
Ao leitor que tenha persistido naleituradestetexto,equeconcorda com os conceitos acima, digo que há aqui um bom material para você começar (ou continuar) sua busca por conhecimento. Este encarte reúne dados sobre diversos aspectos da economia potiguar: PIB, emprego, comércio exterior, energiarenovável,petróleoeICMS. Essesaspectosrelevantesequeintegram o universo empresarial foramdetalhadamenteestudadospela competente equipe técnica deste SEBRAE. O conteúdo extrapola o espaço físico deste encarte, mas linkslevamoleitoraassuntosmais densos, de bom grado oferecidos a você.Juntos,todosnósdesejamos que você encontre aqui um roteiro para orientá-lo na sua busca. Sua busca, seu conhecimento, seu sucesso. Boa leitura!
Itamar Manso Maciel Júnior
Presidente em exercício do Conselho Deliberativo
Estadual (CDE -RN)
José Ferreira de Melo Neto

Diretor Superintendente
João Helio Costa da Cunha Cavalcanti Junior
Diretor Técnico
Marcelo Toscano
Diretor de Operações
ENTIDADES DO CONSELHO DELIBERATIVO ESTADUAL
Agência de Fomento do Estado do RN - AGN
Associação Comercial e Industrial de Mossoró - ACIM
Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores - ANORC
Banco do Brasil S/A - BB
Caixa Econômica Federal - CEF
Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN - FAERN
Federação das Associações Comerciais do RN - FACERN
Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN - FCDL
Federação das Indústrias do RN (Fiern)
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN)
Fundação de Apoio à Pesquisa do RN(Fapern)
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional)
Governo do Estado do RN / SEDEC
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do RN (SENAI /DR- RN)