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Publicação da Fraternidade de Aliança Toca de Assis - Setembro de 2013

Um santo entre nós!


ÍNDICE

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VOLUNTARIADO

TOCA EM AÇÃO

QUALIDADE DE VIDA

TOCARTE

Fraternidade de Aliança Toca de Assis CNPJ: 02019254/0001-87 www.tocadeassis.org.br Escritório São José Rua Amador Bueno, 45, Vila Industrial Campinas/SP. CEP: 13035-030 benfeitoria@tocadeassis.org.br Fone: (19) 3886-7086 SAV- Serviço de Animação Vocavional vocacionalmasc@tocadeassis.org.br vocacionalfem@tocadeassis.org.br Revista Toca de Assis Publicação mensal e interna da Fraternidade Presidente: Ir. Paulo do P. Sangue de Cristo Vice: Ir. Maria dos Anjos do Mistério da Cruz Departamento Comunicação Ir. Tarcísio de Jesus, Leonardo de Souza e Gabriela Saldanha Editor chefe: Ir. Tarcísio de Jesus Projeto gráfico: Gabriela Saldanha Diagramação: Gabriela Saldanha Revisão ortográfica: Luciana Marcolino Impressão e tiragem: 10.000 exemplares Colaboradores nesta edição: Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr; Livino e Cida; Leonardo de Souza; Irmã Michaela Maria; Hiroshi Emoto; Dr. Roque Savioli; Irmão Tarcísio; Irmão Francisco.

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EDITORIAL

az e Bem! A edição de setembro traz uma série de artigos que auxiliam para a nossa caminhada com Deus! Em Toca para a Igreja, confira o trecho da Homilia de Canonização de Padre Pio de Pietrelcina. Você sabe o que é a Gastrimargia? Descubra em Formação. Em Voluntariado, o casal de leigos, Livino e Cida, contam como conheceram a Toca. Irmã Michaela conta sua história de vida na editoria Coração da Toca.Ela é a Mestre das Noviças na Missão de Limeira/ SP, apresentada na Toca em Ação. Nosso Artigo Especial deste mês relembra a biografia de um de nossos patronos: São Pio. A coluna Qualidade de vida apresenta os “dez mandamentos” para a saúde do coração da mulher. Um país laico não é o mesmo que um país laicista. Saiba mais em Atualidade. Irmão Tarcísio fala da arte de recriar o sofrimento, na editoria Tocarte. Em Diário do Peregrino, Irmão Francisco conta os contratempos e surpresas da viagem em Puno, no Peru. Boa leitura! Fiquem com Deus e que a Virgem Maria os abençoe!

Equipe: Central São José

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Encontra-se na Missa Todo o Calvário

TOCA PARA A IGREJA

A Missa do Padre Pio era para os sacerdotes uma chamada eloquente à beleza da vocação presbiteral; para os religiosos e os leigos, que acorriam a San Giovanni Rotondo, até em horas muito matutinas, era uma extraordinária Catequese sobre o valor e a importância do Sacrifício Eucarístico. A Santa Missa era o centro e a fonte de toda a sua espiritualidade: “Encontra-se na Missa, costumava dizer, todo o Calvário”. Os fiéis, que se aglomeravam ao redor do seu Altar, sentiam-se profundamente atingidos pela intensidade da sua “imersão” no Mistério e sentiam que “o Padre” participava em, primeira pessoa, nos s ofrimentos do Redentor. São Pio de Pietrelcina apresenta-se, assim, diante de todos os sacerdotes, religiosos e leigos como uma testemunha credível de Cristo e do seu Evangelho. O seu exemplo e a sua intercessão estimulam todos a um amor cada vez maior voltado para Deus e à solidariedade concreta com o próximo (sobretudo com os mais necessitados). Ajude-nos, Virgem Maria, na qual Padre Pio invocava com o bonito título de “Santa Maria das Graças”, a seguir os passos deste religioso tão amado pelo povo!

Homilia da Canonização de como São Pio de Pietrelcina em 16 de junho de 2002 pelo Beato João Paulo II.

Nossa Senhora de Nazaré

MÃE DA IGREJA

Ó Virgem Imaculada de Nazaré, fostes na terra criatura tão humilde a ponto de dizer ao Anjo Gabriel: “Eis aqui a escrava do Senhor!”. Mas por Deus fostes exaltada e preferida entre todas as mulheres para exercer a sublime missão de Mãe do Verbo Encarnado. Adoro e louvo o Altíssimo que vos elevou a esta excelsa dignidade e vos preservou da culpa original. Quanto a mim, soberbo e carregado de pecados, sinto-me confundido e envergonhado perante vós. Entretanto, confiado na bondade e ternura do vosso coração imaculado e maternal, peço-vos a força de imitar a vossa humildade e participar da vossa caridade a fim de viver unido, pela graça, ao vosso divino Filho, Jesus, assim como vós vivestes no retiro de Nazaré. Para alcançar essa graça, quero com imenso afeto e filial devoção saudar-vos como o Arcanjo São Gabriel: “Ave Maria, cheia de graça...” Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós.

Comemoração: dia 8 desetembro.3 Setembro/2013


FORMAÇÃO

Q

Gastrimargia

Série sobre as Doenças Espirituais

uando eu digo Gula, a primeira coisa que a gente pensa é, quem de nós, ainda hoje, ousa confessar um pecado de Gula? Parece um pecadinho insignificante. Nós temos coisas tão mais preocupantes no mundo, né?! Assim, a Gula é tratada por nós como um pecado venial levíssimo que nem sequer chega a manchar a nossa consciência. Quando a gente vai se confessar, confessamos tantas outras coisas e a Gula nem entra na lista. E, no entanto, a Gula é um pecado fundamental, não por ela mesma, mas por causa de sua descendência. Existem pecados que derivam diretamente da Gula, e que se nós quiséssemos combater esses pecados, precisaríamos fechar a boca. São João Clímaco escreveu a obra chamada “A escada”. Nos escritos, há uma citação como se a Gula falasse: “Meu primeiro filho é o Espírito de Fornicação (Luxúria, pecados sexuais)”. Os Santos Padres dizem: “Não existe ninguém que tenha pecados sexuais que não sofra de Gula.”, e são convictos nisso. E olhe só a lista terrível dos outros filhotes da Gula: “Em segundo lugar, vem a Dureza de Coração e, em terceiro lugar, o Sono”. Atenção! Entenda o raciocínio. Nós estamos caminhando por andares... “De mim – quem fala é a Gula – procede um mar de maus pensamentos, o abismo da impureza. São minhas filhas: a Preguiça, a Fofoca, a Excessiva Familiaridade, a Vontade de Fazer Rir, a Brincadeira Jocosa, a Contestação, a Obstinação (‘cabeça dura’), a Desobediência, a Insensibilidade, a Soberba, a Arrogância, a Ostentação, a Oração Impura, a Agitação dos Pensamentos, entre outros.” Eu fiz questão de apresentar essa lista para que a gente leve a sério a Gula, porque para nós é um “pecadinho de nada”. O problema não é a Gula, e, sim, suas consequências. Dada a devida importância a essa doença, deixo de usar a palavra Gula para dizer o nome técnico, que vem do grego: Gastrimargia (gastro= estômago / margia= estar fora de si). A loucura do estômago. É uma doença espiritual. O problema não é comer. Comer não é ruim e, em si, não é pecado. O problema é a atitude espiritual que eu tenho ao comer! Então, quando eu falo em Gula, você pensa: “Comeu bastante”. Quando digo Gastrimargia, você diz: “O quê?”. Aí eu digo: é uma atitude doentia diante da comida, mesmo que você coma pouco. Nós recebemos a alimentação como presente e dom de Deus. Ele, quando fez o homem, o fez com boca, com estômago, com vontade de comer, com fome... É uma coisa boa comer. Não é coisa ruim. E se as comidas boas existem, elas são dom de Deus. O problema é que nós nos voltamos, com avidez, para a comida e esquecemos o Criador. Por isso, a única atitude saudável diante da comida é a atitude de quem come em ação de graças. Ou seja, atitude de quem consegue ver na comida um sacramento do amor de Deus, que é criador de todas as coisas. Por isso, é fundamental, para nós, rezarmos antes de comer. Não algo rápido e automático, para se livrar de Deus e comer em paz. Mas, rezar para que em todo o tempo da minha alimentação eu esteja em ação de graças. Para que eu consiga ver naqueles sabores, e naquela comida prazerosa que está ali, uma delicadeza de Deus. 4

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A atitude da Gastrimargia é consumidora, destruidora. Os Santos Padres, ao se referirem à narrativa do Gênesis, acreditam que aquele fruto proibido é a própria criação, e não uma maçã (até porque a Bíblia nem a cita). Esse fruto é a criação inteira. Quando eu olho para todos os dons de Deus, esquecendo-me de Deus. Então, não é que ficamos gulosos, nós já nascemos com essa atitude. É a chamada cegueira espiritual. É, por isso, que só através do Batismo e com a ação do Espírito Santo podemos voltar nossos olhos à criação e lembrarmo-nos de Deus. Assim, notamos que a Gastrimargia está diretamente ligada ao pecado da Luxúria. Trata-se da mesma atitude fundamental: de pegar as criaturas, não enxergá-las como dom do criador e tratá-las como objeto de consumo. O ponto crucial é que o problema da Gastrimargia não está no estômago, mas na cabeça. Na atitude mental que foge da dor e busca sempre o prazer. Existe uma lógica perversa: eu quero me salvar! Mas, a comida não é salvação. O prazer é do corpo. A felicidade é da alma, do coração, e ela acontece no núcleo do nosso ser. E, quando nós buscamos a felicidade no físico, aí está a lógica perversa: se eu sentir prazer, eu serei feliz. Essa é a lógica do mundo, hoje. Aqui, fazemos do ventre o nosso deus. Aqui, descrevi a doença. Na próxima edição, falarei sobre a sua Terapia para este pecado.

Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr; Licenciado em Filosofia, bacharel em Teologia e mestre em direito canônico; Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei, em Várzea Grande – MT.


VOLUNTARIADO

LITURGIA

Orações Eucarísticas “Uma lágrima se evapora, uma flor murcha, só a oração chega ao trono de Deus.”

Santo Agostinho

“Aprendemos a amá-Lo”

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omos o casal Livino e Cida. Nosso primeiro contato com a Toca foi por intermédio de alguns programas que passavam na Canção Nova. Após um tempo, conhecemos mais de perto a primeira casa da Toca em Limeira, no Bairro Santo André. Tivemos essa oportunidade porque o nosso filho teve uma experiência na Toca. Esse era o ano de 2003. A partir daí, começamos, como leigos, nossa caminhada na Toca de Assis. Ajudávamos, fazendo o almoço, na Casa Bom Samaritano, uma vez por semana. Participávamos sempre da Pastoral de Rua. Éramos muito ativos na Casa. Ocorreu a mudança do nome desse local. Agora a sua identidade é Casa São José. Apesar da mudança continuamos firmes e estamos sempre juntos nas atividades: nas orações, na Santa Missa, nas vigílias, nas adorações, nos cenáculos. A Casa São José fechou. Começamos a frequentar a Casa de FormaçãoNoviciado das Filhas da Pobreza.

Permanecemos como leigos na Toca e servimos; ajudamos sempre que as irmãs precisam e nos pedem auxílio. A Toca nos ajudou, e continua ajudando muito, a nossa vida espiritual. Tínhamos uma vida na Igreja, mas nossa experiência mais profunda com Jesus Sacramentado foi através da Toca. Com a Toca, aprendemos a amá-Lo e adorá-Lo. Tivemos o contato com os pobres de rua, pois antes tínhamos até medo deles. Mas, juntamente com as pastorais, com os encontros, podemos ver que ali estão pessoas como nós. Só que, infelizmente, eles não tiveram a felicidade em virtude de problemas diversos. Aprendemos a amá-los. Hoje, levamos comida para eles com muito carinho e amor. Conseguimos ver neles o próprio Cristo! E isso só foi possível graças à Toca! A Toca para nós é uma bênção! E você que ainda não conhece: venha conhecer esse Livino e Cida belo CARISMA.

Enganam-se os que pensam que o início do Cristianismo foi marcado por muita espontaneidade nas orações, inclusive e, principalmente, na Santa Missa. Isto é relatado pelo “Didaqué ou Doutrina dos Doze Apóstolos” que foi o primeiro Catecismo da Igreja, e por São Justino, em sua obra intitulada de “Primeira Apologia”, por volta do ano 150. A Igreja sempre teve a necessidade da oração, como o próprio Senhor nos ensinou. E, como a Santa Missa é o momento ápice da oração e adoração cristã, não poderia ficar de fora os pedidos. Após a consagração do Corpo e Sangue de Nosso Senhor, são feitas orações e intercessões. Rezamos pela Santa Igreja, para que Ela cresça na unidade e caridade juntamente com o Santo Padre. E que este, como também o Bispo local, sejam sempre agraciados com o dom do Espírito Santo. Eles são, de forma legítima, os sucessores dos Apóstolos. Fazemos, também, orações pelos mortos. Somente Deus conhece a dedicação deles em servi-Lo. Assim nos fala a Sagrada Escritura: “Eis porque Ele pediu um sacrifício expiatório, para que os mortos fossem livres de suas faltas.” (2 Macabeus 12,46) Confiantes na misericórdia e graça de Deus, pedimos pela intercessão dos Santos, de modo especial à Santíssima Virgem Maria e a São José, seu castíssimo esposo, para continuarmos esta peregrinação rumo à morada celeste. Peçamos a Deus, nosso Sumo e Eterno bem, que nos dê a graça de sempre participarmos dos mistérios sagrados com o coração, a mente e a vontade. Que Ele nos dê a graça de tirarmos todo o proveito deste alimento salutar para nossas almas.

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ORAÇÃO

CORAÇÃO DA TOCA

A São Miguel Arcanjo

“Decidi ir ao encontro do meu chamado!”

Gloriosíssimo Príncipe dos Exércitos celestes, São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate contra os principados e as potestades, contra os chefes deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares (Ef. 6,10-12). Vinde em auxílio dos homens que Deus fez à Sua imagem e semelhança, e resgatou com grande preço da tirania do Demônio (Sab. 2, 23-24; I Cor.6,20).

É a vós, que a Santa Igreja venera como seu guardião e patrono, vós a quem o Senhor confiou as almas resgatadas para introduzi-las na felicidade celeste. Suplicai, pois, ao Deus da Paz, que esmague Satanás sob os nossos pés a fim de lhe tirar o poder para prejudicar a Igreja. Apresentai ao Altíssimo as nossas orações para que depressa desçam sobre nós as misericórdias do Senhor. E sujeitai a antiga serpente que não é outro senão o Diabo ou Satanás para o precipitar encadeado nos Abismos, de modo que não possa, nunca mais, seduzir as nações. (Apoc.20, 3). 6

Bento XVI Papa Leão XIII Setembro/2013

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eu nome é Irmã Michaela Maria do Santíssimo Sacramento do Altar e moro na missão de Limeira-SP, casa de formação de noviças. Sou natural da cidade de Independência, interior do Ceará. Venho de uma família de oito filhos, (sou a mais velha). Meu pai era fazendeiro e minha mãe foi professora. Depois, ela se dedicou, à área de saúde, como orientadora e auxiliar de enfermagem. Meus pais são católicos e educaram todos os filhos na Igreja Católica. Desde criança, sempre gostei muito das coisas da Igreja. Aos nove anos, fiz a Primeira Eucaristia e tinha um grande desejo no coração de participar dos trabalhos na Igreja. Não tive muita oportunidade em minha cidade, assim, apenas consegui participar de alguns encontros. Foi em Fortaleza que comecei a participação ativa na Igreja. Lembro que assim que cheguei, busquei a preparação para o Crisma e, ao mesmo tempo, ajudava na Catequese e participava do Grupo de Jovens. Foi através da RCC (em uma comunidade na qual permaneci por sete anos) que tive um encontro pessoal com Jesus e onde ocorreu o meu chamado à vida religiosa. Em Fortaleza, desenvolvi tanto a minha vida espiritual quanto a profissional. Sou formada em Ciências da Computação, pela Universidade Estadual do Ceará, e trabalhei alguns anos nesta área. Sempre quis ser uma mulher de Deus: casar, construir uma família em Deus, ser uma boa profissional na minha área de formação e ajudar as pessoas. Trabalhei como professora de computação em uma instituição social, participei de alguns projetos de cursos profissionalizantes para jovens carentes. Estas experiências foram muito boas e me deixavam muito feliz não só por desenvolver algo relacionado à minha profissão, mas porque eu sentia que conseguia ajudar as pessoas que precisavam.

Não pensava em ser freira, mas o Senhor Jesus me surpreendeu. Como falei, participava de uma comunidade da RCC, onde trabalhava com os jovens no Projeto da Juventude. Através desse projeto, realizávamos muitos encontros, retiros, seminários, eventos, congressos, etc. Em 1999, em um Congresso para Jovens, conheci o carisma das Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento (Toca de Assis) e, de forma muito especial, a adoração ao Santíssimo Sacramento. Através do carisma da Toca, senti o meu chamado à vida religiosa de forma muito forte e neste carisma. Foi uma experiência belíssima e profunda. No momento da adoração, senti em meu coração que precisava parar e fixar o meu olhar no Santíssimo Sacramento que estava exposto no altar. Como eu fazia parte da organização deste grande evento, estava envolvida em muitas coisas. Estava um pouco agitada e precisava parar, mas percebi que precisava ser uma parada mais atenciosa para aquele momento muito sublime de adoração. Quando me ajoelhei e olhei para o Santíssimo, senti uma emoção e uma força muito grande, algo que nunca havia sentido antes. Comecei a chorar. E o mais surpreendente: escutei uma voz suave que falava ao meu ouvido. Essa voz dizia assim: “Busque sua vocação, sua vocação não é o matrimônio, termine seu namoro, siga-me.” Olhei para os lados e não havia ninguém. Fiquei muito emocionada e chorava muito forte. Sentia algo dentro de mim que não conseguia explicar. Acolhi que aquela era a voz de Jesus para mim, um chamado especial. Na semana seguinte, senti um impulso em obedecer esta voz. Terminei meu namoro e comecei o meu caminho de discernimento vocacional. Discerni que queria seguir Jesus mais de perto, deixar tudo para


ir ao encontro do TUDO, Jesus no Santíssimo Sacramento e nos pobres. Minha família não acolheu a minha decisão, pois acharam uma loucura. Mas, como era eu quem havia escutado a voz de Jesus dentro de mim, decidi, mesmo sofrendo muito, obedecer a esta voz e ir ao encontro do meu chamado. Em dezembro de 2000, fiz o retiro vocacional em Campinas-SP e, em seguida, fiz uma experiência na casa das Irmãs: uma vivência mais próxima com o carisma das Filhas da Pobreza. Em fevereiro de 2001, iniciei minha caminhada na vida religiosa nas Filhas da Pobreza e fui morar na casa de Campinas-SP. Hoje sou muito feliz e realizada na vida consagrada e neste santo carisma que Nosso Senhor me chamou para viver. Adorar ao Santíssimo Sacramento e ver a Sua presença nos pobres sofredores, em situação de rua, é a maior riqueza que posso ter e o maior tesouro em minha vida. “É a antecipação do Céu na terra!” Posso dizer a Jesus, o Amado Esposo de minha alma: “Consagrei-me totalmente a vós, Divino Esposo. Agora vou ao vosso encontro tendo a minha lâmpada acesa”.

Testemunho da Irmã Michaela Maria do Santíssimo Sacramento do Altar, da Missão de Limeira/SP

Tudo Graças a Ele

TOCA EM RETALHOS

Meu nome é Hiroshi Emoto (ex-acolhido da Toca). Tenho 57 anos e sou natural de Piacatú perto de Araçatuba-SP. Meus pais são de naturalidade japonesa. Eles chegaram ao Brasil em decorrência da 2ª Guerra Mundial; se instalaram em um sítio na cidade de Paranapuama. Passei minha infância neste local. Comecei a me envolver com bebidas aos dezessete anos; brigava com minha família e acabei saindo de casa aos 26. Fui trabalhar em obras na grande São Paulo, mas não deu muito certo. Então resolvi ir para Limeira (cidade na qual resido até hoje). Em São Paulo, não consegui me estabilizar, pois meu vício só aumentava. Quando cheguei em Limeira a situação não mudou. A bebida se tornava algo cada vez mais forte. Fiquei em uma casa abandonada perto de um mercado, pois bebia em demasia. Foi aí que tive o primeiro contato com a Toca de Assis. Soube que as irmãs (Bom Samaritano) serviam comida. Assim, comecei frequentar a Casa participando das refeições. Com as irmãs da Toca de Assis, aprendi a rezar. Eu não conhecia Deus. Entrava lá só quando estava sóbrio, mesmo bebendo muito ainda. Depois de um tempo, fui acolhido pelas irmãs da Toca (Casa São José). A partir daí, conheci mais sobre Deus e comecei a rezar. E foi, por intermédio da graça Dele, que parei de beber. Tirei meus documentos e me estabeleci. Fazia um pouco de tudo na Casa, que, infelizmente, fechou. Fui ajudado pela irmãs do noviciado. Elas alugaram uma casa para eu ficar e é onde moro até hoje. Todo final de semana, vou à casa da Toca de Assis. Hoje, estou bem: não bebo mais, trabalho e tenho minha casa. A Toca ajudou em minha recuperação! Quero agradecer à Toca. Sem ela em minha vida, eu poderia estar morto, de tanto beber! Obrigado, irmãs! Obrigado, Toca!

Missão de Limeira/SP

Testemunho do ex acolhido Hiroshi Emoto

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TOCA EM AÇÃO

Casa Nossa Senhora Mãe dos Pobres, em Limeira, teve início no dia 29 de junho 2003. Portanto, são dez anos de amor e serviço a Jesus Eucarístico e aos pobres abandonados em situação de rua. Durante este período, a missão passou por algumas realidades, quais sejam: acolhimento às senhoras que eram abandonadas e a formação das religiosas. Atualmente, é uma Casa de formação de noviças. Atendemos, também aos pobres semanalmente, através da Pastoral de Rua e, aos que procuram a nossa Casa, ajudamos com alimentação, higiene pessoal, roupas... Queremos agradecer a todos que, de alguma forma, deram sua contribuição nesta missão: leigos, benfeitores e amigos, médicos, voluntários... São estas pessoas que nos ajudam enormemente e são instrumentos da Providência de Deus para a realização do nosso trabalho apostólico. A todos vocês, o nosso carinho e nossas orações! Setembro/2013

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ARTIGO ESPECIAL

São Pio de pietrelcina

Padre Pio nasceu em 25 de maio de 1887, em Pietrelcina, (local bem próximo à cidade de Benevento). Foi um dos sete filhos de Grazio Forgione e Maria Giuseppa De Nunzio. Ainda criança, era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho, Jesus. Ele os via constantemente devido a tamanha familiaridade. Ainda pequeno, havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo em seu trajeto pelos caminhos do Evangelho. Conta a história, que ele recomendava muitas vezes às pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda. Assim, estreitava os laços com os fiéis. Esses mesmos fiéis não imaginavam que Padre Pio seria o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário. Com quinze anos de idade, entrou no noviciado, em Morcone, e adotou o nome de “frei Pio”. Concluído o ano de noviciado, formulou os votos simples em 1904. Em 1907, formulou a profissão dos votos solenes. Frequentou estudos clássicos e filosofia. Foi ordenado padre em 10 de agosto de 1910, no Duomo de Benevento. Aos casos mais urgentes e complicados, o frade de Pietrelcina dizia: “Estes, só Nossa Senhora!”, tamanha era a sua confiança em sua mãezinha do céu. Mãezinha essa a quem ele tanto amava e gostaria de obter as virtudes de Maria que ele venerava. Percebendo que a sua missão era de acolher em si o sofrimento do povo, recebe como confirmação do Cristo os sinais da Paixão em seu próprio corpo. Estava aí, marcada em si mesmo, a sua missão. Deus o queria para aliviar o sofrimento do seu povo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiés e libertá-los das garras do demônio (conhecido por ele como “Barba Azul”). Torturado, tentado e testado muitas vezes, Padre Pio conhecia bastante a astúcia do demônio e o seu afã em querer desviar os filhos de Deus do caminho da Fé. Percebendo que, além de aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração para construir um grande hospital: o tão conhecido “Casa Alívio do Sofrimento”, que se tornaria referência em toda a Europa. Mesmo com o seu ministério sacerdotal vitimado por calúnias injustificáveis, não se arrefeceu o coração com a Igreja, pela qual carregava grande apreço e admiração. Sabia muito bem distinguir de onde provinham as calúnias. Sabia que essas calúnias eram provenientes de alguns membros da Igreja e não da Igreja Mãe e Mestra que ele tanto amava. A pedido do Santo Padre, devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, cria os Grupos de Oração e faz deles verdadeiras células catalizadoras do Amor e da Paz de Deus. Os grupos seriam multiplicadores das virtudes de Cristo para o mundo que sofria e que se angustiava no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos. Na ocasião do aniversário de cinquenta anos dos Grupos de Oração, uma Santa Missa, com esta intenção é celebrada. Esta Santa Missa seria o caminho de seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu Amado Deus. Era a última vez que Padre Pio, muito querido por seus filhos espirituais, seria visto. Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, quando, em seu quarto conventual (com o terço entre os dedos repetindo os nomes de Jesus e Maria), descansava em paz aquele que tinha abraçado a Cruz do Cristo. Aquele que fez da Cruz a ponte entre a terra e o céu. Foi uma morte suave de quem havia completado a missão, de quem agora retornaria ao seio do Pai. Ele que tanto confiou em seu Pai. Atualmente, são muitas as pessoas que se juntaram à fileira dos devotos e filhos espirituais de Padre Pio, em vários grupos de oração que se espalharam pelo mundo. É o próprio Padre Pio que diz: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar.”. Fonte: saopio.wordpress.com


Ficai comigo Senhor, porque vossa presença me é necessária para não vos ofender. Bem sabeis quão facilmente vos abandono. Ficai comigo Senhor, porque eu sou fraco e preciso da vossa fortaleza para não cair tantas vezes. Ficai comigo Senhor, porque sois a minha vida e sem vós me esmorece o fervor. Ficai comigo Senhor, porque desejo amar-vos muito e estar em vossa companhia. Ficai comigo Senhor, se querei que vos seja fiel. Ficai comigo Jesus, porque minha alma conquanto seja pulquérrima, quer ser para vós uma habitação de consolação, um ninho de amor. Então, ficai Senhor comigo. Busco somente a vós, o vosso amor, a vossa graça, a vossa vontade, o vosso Espírito, porque vos amo e não peço recompensa alguma, senão o aumento de tudo… amar-vos com perfeição por toda a eternidade.


QUALIDADE DE VIDA

Dez mandamentos para a saúde do coração da mulher 1 Praticar atividade física moderada durante pelo menos meia hora diariamente. Para conseguir o controle de peso, pratique de sessenta a noventa minutos todos os dias; 2 Parar de fumar imediatamente e

evitar ambientes de fumantes para livrar-se do tabagismo passivo;

6 Combata o aumento do colesterol no sangue, por meio de dieta pobre em gorduras e/ou de medicamentos; 7 Controle a hipertensão arterial tomando religiosamente os medicamentos prescritos pelo seu medico;

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8 Verifique a quantidade de

Após o infarto do miocárdio, evento cerebrovascular( AVC), diagnóstico de angina, doença arterial periférica ou cirurgia de coronárias, frequente programa de reabilitação e redução de riscos;

4 Reduzir o peso até atingir o IMC

de 18,5 a 24,9 kg/m2 e circunferência da cintura menor que 88 cm;

5 Mantenha uma dieta saudável para

seu coração. A suplementação de Omega-3 é recomendada para mulheres com doença coronária ou com triglicérides em nível elevado;

sal descrita nos rótulos dos alimentos. Não ingerir mais do que 5 gramas por dia;

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Consulte seu médico regularmente;

10 Cuide de sua vida espiritual, ame a vida!

Dr. Roque Savioli; Cardiologista (blog.cancaonova.com)

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ATUALIDADE

O laicismo e a perseguição à religiosidade do Brasil O laicismo ideológico tem mostrado sua cara no Brasil e perseguido a religiosidade que faz parte da cultura deste país. Será o início de uma perseguição religiosa na Terra de Santa Cruz?

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os últimos anos, o Brasil vem assistindo a uma série de atos que visam excluir a religião e o discurso religioso das esferas públicas. Logo que aparece uma discussão na sociedade como o aborto, a política, o casamento homossexual, um pequeno – mas barulhento – grupo de ideólogos, dizem: “o Brasil é laico, a religião deve ser algo privado e não pode interferir nestes assuntos”. Sim, o Brasil é um Estado laico, mas isso significa que a religião está excluída de debater e interferir no que acha essencial para a sociedade? “Nós não podemos confundir Estado laico com laicista. Estado laico significa que ele não confessa uma religião e não é regido por normas religiosas. O contrário disso é o laicismo, uma espécie de ideologia que prega o racionalismo, ou seja, tudo o que não é racional ou possui um pouco de expressão religiosa é desprezado”, diz o advogado Aleksandro Clemente, membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB/SP, professor de Bioética e Biodireito.

O laicismo tem emergido em muitos lugares do mundo como uma afronta ao Cristianismo e, muitas vezes, assumindo formas hostis de perseguição. No Brasil, ele tem avançado e estendido seus tentáculos por meio de pequenos grupos ideológico-políticos, como por exemplo a Liga Brasileira de Lésbicas que, em março de 2012, pediu à justiça do Rio Grande do Sul (RS) a retirada de crucifixos dos prédio públicos – decisão acatada pelo mesmo órgão – com o argumento de que o Estado brasileiro é laico. “Quando se fala de Estado laico não significa negar a cultura religiosa de seu povo. O Brasil tem uma cultura impregnada de religiosidade. Basta vermos o nome de nossas cidades e Estados como São Paulo, Santa Catarina, São João da Boa Vista e tantos outros. Será que teríamos que demolir o Cristo Redentor, símbolo cristão?”, diz Aleksandro. Para o advogado, a decisão de retirada de símbolos religiosos de repartições públicas é uma grave ofensa à democracia do nosso país, uma clara ação do laicismo que quer implantar sua doutrina em terras brasileiras. “Num Estado democrático, o poder emana do povo; e numa sociedade, na qual a maioria se diz religiosa, este sentimento deve ser respeitado, portanto, ter um crucifixo num órgão público não é um desrespeito a quem não acredita, mas expressa o sentimento religioso da maioria. Tirar o crucifixo como o fez a Justiça gaúcha é uma ofensa gratuita ao sentimento religioso desta maioria da população”, conclui Aleksandro. Fonte: http://destrave.cancaonova.com/ o-laicismo-e-a-perseguicao-a-religiosidade-do-brasil/

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TOCARTE

A Arte de Reacriar o Sofrimento Quem não chorou ao assistir um filme ou observar uma imagem que recriava alguma cena de sofrimento? Em minhas visitas ao Equador, conheci um pouco da Escola Quitenha de pintura. Eles têm uma tecnica apurada de recriação dos sofrimentos do Calvário. Um Calvário quitenho, impressiona pela expressão de dor contida nas imagens. Recriar o sofrimento significa dar à arte, seja ela qual for, uma expressão tal que atinja o espectador com a intensidade da dor que aquela história exige. Lembo-me agora do filme “A Paixão de Cristo” e do quanto ele nos emociona pela veracidade do sofrimento. Olhando com muita frieza, é apenas a junção de boa maquiagem, boa trilha sonora, boa edição de imagens. O filme também traz o pressuposto de que o espectador conhece a história e potencializa o seu sofrimento interior; traz, naquele momento, o impacto da recriação de um sofrimento no qual já imaginamos um dia. Não quero que você pense que estou menosprezando a riqueza do filme. Só quero dizer que é uma grande arte utilizar as ferramentas para recriar as emoções. Uma boa música é, simplesmente, uma construção de notas. Ela pode nos levar a sorrir ou chorar. É uma grande arte atingir o interior das pessoas utilizando ferramentas simples, mas bem articuladas. Em outras edições, citei muitos exemplos que expressam exatamente isso. Relembro aqui o fotógrafo Sebastião Salgado, por exemplo, que coloca em suas fotografias uma força de sentimentos impressionante. Uma atriz que chama muito a minha atenção, pela sua capacidade de traduzir o sofrimento de uma história, é a “Camila Morgado”. No filme “Olga”, ela deixa transparecer uma dor tão intensa que é difícil não se emocionar. Uma cena tocante , é a separação de Olga e sua filha recém-nascida na prisão.Vale a pena conferir! A arte está na maestria de reunir e sincronizar elementos diversos: música, maquiagem, interpretação, iluminação, direção de fotografia etc. No papel de espectador, paramos, poucas vezes, para avaliar o trabalho dessas construções. Eu te convido a fazer esse exercício crítico de avaliar tudo o que está por trás de um bom filme. Como foi feito? Como chegaram a esse efeito? Como fizeram essa maquiagem? Na era digital, claro que muita coisa é computação gráfica. Mas pense que isso também exige arte e empenho. Termino chamando a atenção para as tradicionais encenações de “Paixão de Cristo”. Acredito que podemos melhorar muito, e dar ao nosso povo algo mais próximo do sofrimento de Cristo. Invistam nas produções, deixando fluir a criatividade. Na Internet há vários vídeos que ensinam a fazer boas maquiagens de caracterização. Abandonem os retalhos de cetim e pensem em figurinos mais elaborados. Trabalhem melhor os atores e os músicos. Pensem numa boa trilha sonora e, se possível, escolham “a dedo” o personagem principal: Jesus. Podemos aprender a arte de sincronizar as ferramentas disponíveis. Só é preciso começarmos com esta pergunta: Como isso pode ser feito? O filme “Intocáveis”: Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos, a amizade entre eles se estabelece, com cada um conhecendo melhor o mundo do outro.

Irmão Tarcísio, FPSS ministrosp@fpss.org.br


Puno,2013

DIÁRIO DO PEREGRINO

Q

uando chegamos à cidade de Puno (partindo da fronteira Bolívia-Peru, esta é a primeira cidade), no dia 12/03/13, fomos direto para a Catedral. Assim que chegamos em Puno, percebemos que o povo peruano é muito atencioso. Através do auxílio destes filhos de Deus tão atenciosos, conseguimos chegar à Catedral. Ao entrarmos na Igreja, tentamos falar com o padre com o objetivo de pedir acolhida. Ele estava no confessionário. Esperamos um pouco e aproveitamos para adorar e rezar o ofício, numa pequena capela da igreja. Quando o padre saiu, explicamos, como era o nosso costume, o que fazíamos de onde estávamos vindo e para onde iríamos depois dali. Então, este padre, tão jovem, nos disse que ele não era o pároco e estava apenas de passagem, por aquela cidade. Mas, ele foi falar com o pároco sobre a possibilidade de realizar a nossaacolhida. Depois de algum tempo, o padre voltou e pediu para que m a r e c procurássemos os franciscanos. Seguimos as orientações, mas não e rmane p , o t conseguimos acolhida. Voltamos para Catedral, participamos da é, rtan r a, po oisas: a F Santa Missa e da Via Sacra. Fomos à casa do pároco. “Ago c . rês mor e stas t nça e o A Havia alguns jovens na casa paroquial, perguntamos pelo padre. ” mor! era a Esp delas é o A Eles entraram na casa para chamá-lo, mas voltarame disseram que o ior a m padre havia saído, e que não sabiam a hora de seu retorno. A Ficamos esperando no pátio da casa paroquial. Fazia bastante frio, e com ameaça de chuva, que até trememos de frio. Começamos a rezar o Rosário. Tive a ideia de irmos à casa episcopal. Chegamos à casa episcopal e tocamos a campainha. Alguém abriu uma janelinha de uns 15 cm. Só dava pra ver os olhos de quem estava do outro lado. Expliquei toda a situação. Então, o segurança nos disse que o bispo havia viajado solicitou que esperássemos um pouco mais, caso o padre chegasse. Caso o padre não chegasse, o segurança veria o que faria por nós. Bem, o padre não voltou. Saímos do pátio da casa, e, logo depois, as portas foram fechadas. Ficamos sem entender. Quando voltamos à casa do Bispo e o segurança disse: “Como não vou deixar vocês entrarem?! Acolher peregrinos é obra de misericórdia e também estamos no tempo da Quaresma!”. Com a abertura da porta, para a nossa surpresa, nos deparamos com o primeiro padre que havíamos encontrado no confessionário. O padre nos disse que não podia nos acolher. Como o bispo não estava, deixou orientações que não deixasse ninguém entrar em sua ausência. Mas, mesmo assim, ele nos acolheu. Disse que não tinha como nos deixar no frio e na chuva. Entramos, preparamos algumas coisas para comer e na mesa partilhamos sobre a missão, sobre a simplicidade, sobre a liberdade do homem de acolher o Cristo que passa. Ele disse que sofria com a dureza do coração de seus amigos padres, mas que se alegrava muito com a misericórdia de Deus. Dormimos aquela noite muito agradecidos por tudo que Deus realizou naquele dia. No dia seguinte, saímos bem cedo é continuamos nossa jornada.

IrmãoFrancisco FPSS


Mural da

e 達o d s s i M a/SP r i e Lim

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Setembro/2013

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Setembro/2013

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Foto: Leonardo de Souza

Por que tanta indiferença?

“É maior alegria dar que receber.” Atos 20,35


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