BORDÁ_LO | Folha de Sala

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SINOPSE

O nosso título não tem pretensões a epigrama: representa antes de tudo um símbolo. BORDÁ LO fará todas as diligências para ter razão, empregando ao mesmo tempo esforços titânicos para, de quando em quando, ter graça.

Portugal, época do rotativismo político. O Partido Centrista Reformador e o Partido Reformador Centrista disputam eleições. Preocupado com as dificuldades económicas e as atribulações da vida amorosa, conseguirá Zé tomar a melhor decisão?

SOBRE O ESPETÁCULO

Quando em 2022 projetámos levar a palco a figura simbólica mais representativa da cultura popular portuguesa - Zé Povinho, criação de Rafael Bordalo Pinheiro - no ano em que a Revolução de Abril faria/faz 50 anos, não imaginávamos estar, enquanto nação, numa situação política tão inquietante aquando da sua estreia em março de 2024. O propósito do espetáculo era/é o jogo de brincar com a identidade portuguesa, repescando no discurso secular o que não mudou, de nos rirmos ao espelho de nós, connosco, entre nós. Mas parece que o próprio humor anda sem graça, numa agressividade contundente, em que tudo se pessoaliza e radicaliza numa lógica de pensamento fundamentalista, opressivo e mimético e, para tantos, cada vez mais assumidamente auto-censurado.

Porém, insistimos no humor, se

calhar com pouca graça, e no riso nem que seja para alívio meramente transitório, neste tempo em que as mudanças se aceleram e nós também e não parece que tudo para melhor. Neste contexto, em que cada um no seu crescente isolamento tem a pretensão de um conhecimento cheio de certezas, numa eloquência coral cheia de opiniões fragmentadas e condicionada por uma comunicação social cada vez menos plural, e em que não lemos, não sabemos e não temos tempo de reflexão, querendo notícia, ser notícia e fazer notícia, no meio de discursos assustadoramente e perigosamente populistas. E muito embora, nesta farsa, os políticos ao serviço da narrativa possam ter algumas similaridades, é muito claro que NÃO, os políticos NÃO SÃO TODOS IGUAIS, não são mesmo. Este texto de Firmino Bernardo, leva-nos a uma viagem no tempo ao

final do século XIX, a partir de um acontecimento real – a construção de uma linha férrea, em que podemos, talvez, encontrar similaridades com a nossa atualidade, mas em que também algumas destas personagens, parecem hoje memória coletiva, quase antropológica de uma identidade nacional que se transforma. Há, ainda, um contexto organizador e que dramaturgicamente funciona como ficção dentro da ficção. E a ficção conta-nos que este espetáculo é um “acolhimento” do Teatro Meridional da COLECTIVIDADEOS COLECTIVOS. Em 2015, um espetáculo “amador” (feito com amor) desta mesma Colectividade sediada em Marvila, esteve no Meridional e tem estado sem atividade até agora. Mas os 5 atuais sócios decidiram agora juntar-se e fazer renascer a Colectividade apelando a outros sócios para se juntarem.

No entanto, nem sempre os sócios aparecem e serão estes 5 a desempenhar 12 personagens. Pede-se, por isso, alguma compreensão e preparação. Pede-se, por isso, alguma compreensão e preparação do público para algumas liberdades artísticas, nomeadamente, as mulheres dos políticos não iam a tabernas nem estavam presentes nas campanhas eleitorais e, sobretudo, lamentamos que algumas soluções cénicas sejam pouco elaboradas, diríamos mesmo, confusas. Em 2024, ano da comemoração de uma revolução que, para bem comum, mudou o país e tantos outros países, continuamos por amor e com amor, a fazer a nossa parteolhar para o Portugal Futuro, perguntando diariamente que país tivemos, temos, e a lutar pelo que almejamos vir a ter.

Natália Luiza

BORDÁ _LO e A

COLECTIVIDADE

Conforme referido no texto inicial sobre o espetáculo, a sua conceção dramatúrgica pressupôs que a criação deste espetáculo, fosse realizada por atores de uma Colectividade, com o nome A COLECTIVIDADE COLECTIVA.

“A Colectividade” foi um espetáculo criado pelo TM em 2015, e dois dos atores que faziam parte dessa criação, fazem também parte deste nosso Bordá lo. Entendemos, por isso, repescar esta ficção e construir o espetáculo em sistema de matrioska em que os 5 atores fazem 5 atores da Colectividade que, por sinal, fazem 12 personagens. Deste modo, e tendo a construção deste texto de Firmino Bernardo uma engenhosa urdidura dramática, dá-se, no entanto, a liberdades históricas e nós com ele, ampliando toda a conceção plástica e atoral a um jogo de liberdade, inclusivamente, pervertendo algumas regras básicas do teatro. E, ao falar da Colectividade Colectiva, entendemos deixar um descritivo muito sucinto da sua história, pois em 2015 fez exatamente 75 anos, somando-se agora mais 9, tempo este que transformou a vida de todos os sócios e a própria vida da Colectividade.

História da Colectividade Colectiva Fundada em 1940, desenvolveu torneiros de jogos tradicionais, jogos de setas, xadrez, Banda, um Grupo Cénico, um Rancho Folclórico, um Grupo de Futebol de Salão e um Grupo Coral. Comemorou os 75 anos no Meridional por problemas de infiltração no seu Espaço próprio, [um problema na sede, um Barracão que deixava entrar água]. O problema desta Colectividade sempre foi as instalações, assim como todos os jogos de poder entre sócios da direção foram relativos a desvios de dinheiro relacionados com as obras. E esta paragem de 9 anos na atividade deveu-se exatamente a este problema, que envolveu o confronto entre os pais de Júlio Soutem Salmoura, na altura ambos candidatados à liderança da Colectividade.

Breve narrativa da Colectividade – “Os Colectivos” [2015- 2023]

A eleição dos corpos sociais em janeiro de 2016 não chegou a efetuar-se. O conflito entre o casal, António e Conceição Soutem Salmoura, radicalizou-se. Os demais sócios cansados da turbulência, das quezílias permanentes e da falta de organização foram-se dispersando e desmobilizando. No Barracão nunca foram feitas as tais obras e a ausência de instalações condignas para os encontros e desenvolvimento das atividades, foi determinante para este aparente fim. Algumas reuniões entre sócios foram progressivamente rareando. Mas Júlio Soutem Salmoura, filho, tendo assistido a este processo penoso de desagregação da COLECTIVIDADE COLECTIVA, está na origem deste reinício. Júlio e “Maria Emília” (também ex-sócia e que entrou na comemoração dos 75 anos), encontram-se por acaso no Jardim do Campo Grande e, por motivos imprevistos, vão ao Museu Bordalo Pinheiro, ficando a conhecer o Museu e Bordalo Pinheiro. Quem é Bordalo Pinheiro? E o fascínio pelos bichos, dizeres e cerâmica? E, se isto desse uma peça de teatro? E se se voltasse a juntar a Colectividade?

Entram depois em contacto com antigos sócios, para se juntarem a eles. Contactam os sócios, mas em vez de 12 sócios que tinham dito que estariam presentes só aparecem 5 para a leitura. Mesmo perto do Natal, tomam uma decisão; agora que o Sr. Firmino escreveu um texto, não podem pedir que mude tudo e reduza a 5 atores. “Eles” irão contar aquela história na mesma, mesmo que tenham que decorar muitos textos.

JÚLIO SOUTEM SALMOURA [João Maria]

Filho de António Samoura e São Salmoura. 29 anos, casado, vive uma relação pouco interessante, tem um filho com 6 anos. Vive atualmente do aluguer de 2 pequenos Airbnbs no Beato. Depois da separação dos pais, ganhou autonomia e confiança. E quer revitalizar a COLECTIVIDADE COLECTIVA, nem que seja para limpar o nome da família.

NOÉMIA MALDONADO DA SILVA CASTRO [Ana

Catarina Afonso]

Trabalha na Junta de freguesia do Poço do Bispo. Tem 51 anos, é uma mulher solteira, independente, tem um apartamento T1 muito bem arranjado na zona do trabalho. Noémia gostava muito de ter sido atriz. Pede amizade a todas as atrizes no Facebook e segue-as no Instagram. Quando ouviu falar deste projeto prontificou-se imediatamente a fazer parte dele.

SAMUEL MANUEL CARRIÇO GAMBOA [João Miguel Motal]

Vive em Marvila desde sempre e é um homem muito querido por toda a população que se encontra ali pelos cafés do bairro. Sempre disponível para pequenas obras, é casado com Olga Gamboa, que está de momento fora, a dar apoio à filha. Noémia cruzou-se com ele na Junta e disse-lhe que estavam na Colectividade dos Colectivos a preparar um espetáculo e que precisavam de atores, se ele não se queria juntar. Samuel foi aos ensaios e todos ficaram surpreendidos. Um talento. E até foi capaz de fazer sotaque do Porto.

ATORES DA COLECTIVIDADE Quem São?

EMÍLIA AMARAL BRANCA AURORA / MIMI [Ana Bento]

Emília (Mimi) sempre foi uma sócia muito empenhada na Colectividade. A sua vida sofreu alterações profundas e esteve emigrada no México. Está a viver em casa do irmão Vasco (antigo Sócio) e a acabar uma formação como técnica auxiliar de educação. Encontrar Júlio Soutem no parque, terem ido ao Museu Bordalo Pinheiro e resolverem voltar a fazer teatro, está a transformar a sua vida.

LUCAS FILIPE ONAGRA SANTOS [Gonçalo Carvalho]

Nascido e crescido na zona, trabalha nos CTT. Os pais pertenciam à Colectividade Colectiva e ele também foi sócio, embora não praticante. Em Dezembro quando foi pedir um orçamento a Samuel Gamboa para o telhado da casa, Samuel estava, por acaso, a ir para a Leitura do Bordá lo. Lucas, não tendo nada que fazer, também foi, achou engraçado o texto, foi ficando, entusiasmou-se, e tem sido fundamental, pois até faz 3 personagens.

RAFAEL BORDALO PINHEIR O

um artista intemporal

Muito do que é o Portugal de hoje a nível político e social, começou a formar-se ao longo do século XIX, com a consolidação do sistema político partidário parlamentar e o crescimento da burguesia.

Rafael Bordalo Pinheiro (1846 – 1905) viveu estas mudanças e, percebendo as contradições destes novos tempos e das novas personagens que eles criavam, fez delas o principal alimento dos seus jornais humorísticos: os políticos com as suas negociatas, as eleições onde tudo se prometia, as obras públicas (os “melhoramentos materiais”, como então se dizia) sustentadas pelos impostos que assim aumentavam, o rei que pouco fazia ou os banqueiros oportunistas tornaram-se, assim, os principais protagonistas da sua comédia.

Genial como foi, percebeu que faltava neste elenco de atores um: o povo, essa entidade abstrata que sofria com os desmandos políticos e, por isso, criou o Zé Povinho, que devia assumir-se como o suporte da soberania da nação.

Bordalo utilizou os jornais de que foi proprietário entre 1875 e 1905, data da sua morte, para comentar os principais acontecimentos políticos e sociais da sua época. Comentar não será o adjetivo mais apropriado… expor será mais acertado, porque a sua intenção foi sempre denunciar e corrigir, usando o humor como ferramenta para esse efeito.

É importante notar que o enorme talento e inteligência de Bordalo não o deixou cair na armadilha de um discurso populista onde “os políticos são todos iguais”, mas soube criticar situações concretas mostrando como, em muitas delas, podíamos perceber a representação de uma comédia humana onde as vaidades, os jogos de luta pelo poder e a ganância se sobrepunham aos valores da cidadania e da justiça.

Esta pequena diferença faz com que a sua obra seja intemporal, e possa – e deva – ser relembrada hoje, por exemplo, através destes António Manuel e Manuel António que o Teatro Meridional traz agora a palco.

BORDAR BORDÁ _ LO o texto

Em junho de 2022 a Natália Luiza convidou-me a escrever um texto inspirado na obra de Rafael Bordalo Pinheiro, para estrear no Teatro Meridional em 2024, no âmbito das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril.

Aceite o desafio, comecei a pesquisa recorrendo ao Museu Bordalo

Pinheiro: fui a visitas guiadas (Bordaliano me Confesso, Bordalo Surpresa, Passear na Lisboa de Bordalo), a visitas livres, à biblioteca do Museu e consultei o site, no qual encontrei imensa informação e links para os jornais bordalianos (alojados na página da Hemeroteca Digital de Lisboa).

Para melhor compreender a obra de Bordalo, li também livros (alguns editados pelo museu) e artigos. Destacam-se os autores José-Augusto França, João Paulo Cotrim, Carla Baptista, Pedro Félix e Maria Virgílio Cambraia Lopes. Durante a pesquisa, fui recolhendo os materiais que mais me inspiravam, fossem do próprio Rafael,

fossem de artistas que com ele colaboraram – na ilustração destacam-se Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (filho de Rafael, dirigiu A Paródia após a morte do pai), Manuel de Macedo, Emílio Pimentel, Celso Hermínio, Jorge Cid, Manuel Monterroso, João de Saavedra; na escrita destacam-se Guilherme de Azevedo, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Barbosa Cohen, João Chagas, Júlio Dantas, Fialho de Almeida, Alfredo de Morais Pinto, Eugénio de Castro, Thyrso e Marcelino Mesquita.

Concluída a recolha, reuni com a Natália, que me apresentou as “regras”: pretendia-se uma comédia de enganos atemporal, com intriga política e intriga amorosa. Cada actor representaria pelo menos duas personagens de diferentes classes sociais.

Escolhi os materiais, reescrevi-os, recontextualizei-os, preenchi os espaços vazios. A pouco e pouco, foram surgindo situações, personagens, espaços e diálogos e o texto foi

ganhando forma. Ao início, custou-me “deitar fora” alguns materiais bordalianos. Contudo, a partir de certa altura, tive necessidade de me “libertar de Bordalo”, para, inspirando-me nele, criar um texto meu.

Ao longo do processo, fui trocando ideias com a encenadora a partir das várias versões que ia enviando. Esta troca de ideias e o facto de ter assistido à primeira leitura dos actores foram cruciais para as melhorias que fui introduzindo até chegar à versão final (se é que um texto tem versão final).

O início da sinopse é inspirado no editorial do primeiro número d’ O António Maria. O título Bordá lo é mérito da encenadora e da equipa de produção.

Chegados à apresentação ao público, agradeço o profissionalismo de toda a equipa, em especial à Natália Luiza, por me ter lançado este desafio.

Cabe-me ainda esclarecer que os políticos, os partidos e as intrigas de Bordá lo são fictícios. Qualquer semelhança com a realidade pode não ser coincidência.

O fado e a música popular de meados do século XIX em Lisboa têm as suas raízes profundamente entrelaçadas na identidade portuguesa. Através da iconografia legada por Rafael Bordalo Pinheiro, somos transportados para uma era marcada por trajes, comportamentos e instrumentos musicais característicos. O fado dessa época, retratado como animado e festivo, era supostamente dançado e acompanhado de gestos expressivos, palmas e o bater dos pés. As tabernas nesse período eram locais de encontro e convívio, frequentados por uma mistura eclética de indivíduos. Prostitutas, fadistas e nobres conviviam com marinheiros chegados de várias partes do mundo, criando uma atmosfera única de diversidade e contrastes que jamais saberemos como foram. A tentativa de recriar essa música, para a qual não há registos áudio ou escritos significativos, é quase uma tarefa de ficção científica, dada a escassez de fontes. Isso torna a abordagem maravilhosamente livre para se trabalhar em função do texto e da encenação.

Este foi o ponto de partida. A viagem foi bonita e divertida e o resultadocomo sempre em Teatro - constrói-se até ao último dia.

Rui Rebelo

Música Original e Espaço Sonoro

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

texto original Firmino Bernardo encenação Natália Luiza

interpretação Ana Bento, Ana Catarina Afonso, Gonçalo Carvalho, João Maria, João Miguel Mota

espaço cénico e figurinos

Hugo F. Matos

música original e espaço

sonoro Rui Rebelo

desenho de luz Miguel Seabra fotografia Susana Monteiro

assist. de cenografia

Marco Fonseca e Sérgio Reis

dir. de cena e montagem

Marco Fonseca

montagem e operação técnica António Sofia

costureira Regina Franco produção executiva Susana Monteiro

assist. de produção e comunicação

Rita Ramos Mendes

assist. de produção e design

Teresa Serra Nunes

assist. geral (estágio) Vitória Faria

direção de produção

Rita Conduto

direção artística TM

Miguel Seabra e Natália Luiza

agradecimentos Arte Viva

Companhia de Teatro do Barreiro, Daniel Alexandre, Miguel Mendes, Rita Petronilho

Psicologia e Ciências da Educação da UL e frequência no Mestrado de Estudos Africanos. Tem dividido a sua atividade como encenadora, formadora, atriz, programadora e dramaturgista. Realizou 27 encenações e participou como atriz em 22 espetáculos de Teatro em várias companhias de Teatro. Programa há 30 anos, juntamente com Miguel Seabra, o Teatro Meridional. Faz rádio, cinema, dobragens e televisão.

Licenciado em TeatroFormação de Atores pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Em 1992 funda o Teatro Meridional, Companhia onde se mantém como codirector artístico e que tem marcado o seu percurso profissional como ator, encenador, desenhador de luz, formador e produtor. Está ligado a todos as distinções recebidas pelo Teatro Meridional dos quais destaca o Prémio Europa Novas Realidades Teatrais, recebido em 2010.

Firmino Bernardo [texto original]

Leiri a, 1976

Tem peças de teatro publicadas, encenadas e premiadas em concursos. Algumas acumulam. Destacam-se “Memórias de Uma Vida para Esquecer” (publicada na Apenas Livros, encenada por Conceição Rodrigues); “As Grandes Dionísias” (escrita com Suzana Branco, que a encenou, publicada na Apenas Livros, encenada recentemente por Alice Costa); “Teremos Sempre Tebas” (Prémio de Dramaturgia Guilherme Cossoul 2014, encenada por Susana Arrais, por Cláudio Henriques, publicada nas Edições Húmus); “Dura Tchekhov Lex Sed Tchekhov Lex ou A Última Criação” (Prémio Nova s Dramaturgias FITA/LdE 2015, publicada pelas LdE), “Requests ou Permissão para Respirar” (escrita durante a 3ª edição do Laboratório de Dramaturgia TM / CET, publicada na Companhia das Ilhas, encenado por Julio Cesar Ramirez) e “A Missão da Sereia Cleia” (a partir de H. C. Andersen, encenada por Tiago Pereira Couto). Escreveu guiões, contos, reportagens e artigos.

Não tem muito jeito para notas biográficas.

Hugo F. Matos [espaço cénico e figurinos]

Lisboa, 1981

Licenciou-se em Arquitetura no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa em 2004 e após especializar-se em Cenografia na Faculdade de Belas-Artes da Universidad Complutense de Madrid em 2009, integra diferentes equipas artísticas como freelancer, tendo sido responsável pela conceção e realização de cenografia, figurinos e adereços para produções de Teatro, Dança e Performance. Ao longo do percurso destacam-se as criações produzidas com o Teatro do Azeiteassociação, os bailados de repertório resultantes da colaboração regular com a Quorum Balletcompanhia de dança contemporânea, e a atual colaboração com o Teatro Meridional. É mestre em Ensino das Artes-Visuais pela Universidade de Lisboa (2017). É docente da especialização em Realização Plástica do Espetáculo do Curso de Produção Artística da Escola Artística António Arroio, desde 2011 e leciona no ramo de Design de Cena da Licenciatura em Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema.

Rui Rebelo [música original e espaço sonoro]

Moçambique, 1973

Com formação clássica e de jazz, tem desenvolvido a sua atividade profissional como multi-instrumentista, compositor, professor, encenador e ator; trabalhando maioritariamente para teatro, dança e audiovisuais.

Foi elemento fundador da Companhia do Chapitô e do Teatro dos Aloés.

Com mais de uma centena de atuações em palcos internacionais, tem feito da internacionalização um dos principais meios de divulgação dos seus espectáculos, tendo atuado e dado formação em mais de 20 países espalhados pelo mundo.

Gonçalo Carvalho

[intérprete de Zé Povinho, Henrique Palma e Gama e Rei de Portugal]

Lisboa, 1988

Tem o curso de Interpretação da Escola Profissional de Teatro de Cascais (2003-2006). Em 2006 integra o elenco do Teatro Experimental de Cascais onde fica até 2010, participando em inúmeros espectáculos dirigidos por Carlos Avilez. Em 2010 funda a companhia PALCO13. No teatro trabalhou com encenadores como Carlos Avilez, Maria João Luís, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca, Marco Medeiros, Fernando Gomes, Sara Inês Gigante, entre outros. No cinema trabalhou com Ivo M. Ferreira, Sérgio Graciano e Manuel Pureza. Como encenador levou a cena vários espectáculos de onde se destacam “Purificados” de Sarah Kane pela PALCO13 e “Variações sobre o modelo de Kraepelin” de Davide Carnevali, co-produção PALCO13/Artistas Unidos. Faz dobragens e televisão com regularidade.

Ana Bento [intérprete de Doroteia e Zélia]

Porto Covo, 1993

Fez o seu percurso escolar em Vila Nova de Milfontes e foi aí que iniciou a sua formação nas aulas de expressão dramática com o professor Rui Pisco. Seguiu a sua formação profissional na Act-Escola de Atores (2011-2014). Do seu percurso fazem parte trabalhos com o Teatro Meridional (dirigida por Natália Luiza), o Teatro do Bairro (dirigida por António Pires), o Teatro dos Aloés (dirigida por Rui Mendes e Sofia de Portugal), Teatro da Malaposta (dirigida por Sofia de Portugal) e Teatro Rápido (criação coletiva). Em cinema trabalhou com Lorenzo d'Amico de Carvalho (“Rua do Prior 41”) e Luis Galvão Teles (“Refrigerantes e canções de Amor”). Recentemente participou na série televisiva "Causa Própria" (de João Nuno Pinto), na série televisiva “A Série” (criação Último Andar) e fez assistência de encenação no espetáculo "Maráia Quéri" de Romeu Costa e Marta Carreiras (Bloco Operatório) e no espetáculo “Jardim Zoológico de Cristal” de Natália Luiza (Teatro Meridional).

Ana Catarina Afonso [intérprete de Elisa e Joana]

Lisboa, 1976

Inicia o seu percurso artístico em Ballet, na Royal Ballet Academy, aperfeiçoando as técnicas de Dança contemporânea e Carácter. Frequentou o Curso de Interpretação Intensivo na escola In Impetus, complementando-se nas áreas de Dramaturgia e Técnica da Máscara. Estende a sua presença profissional em séries e telenovelas, sendo as mais recentes “Vento Norte” para a RTP, “O Clube” para Opto SIC e “Para Sempre” na TVI. No teatro integrou o elenco de “A Casa de Bernarda Alba” de Garcia Lorca, encenada por Celso Cleto e, a peça de teatro imersivo “Alice, o outro lado da História”, encenada por Miguel Thiré. Colabora regularmente na área das dobragens de filmes de animação e ainda na locução de documentários para a RTP. A poesia é uma expressão artística que adora, tendo sidoeditado recentemente o seu primeiro livro “A força de um Lugar”.

João Maria [intérprete de Manuel, Ilídio e Rei de Espanha]

Lisboa, 1992

Iniciou o seu percurso artístico em 2012 e tem-se dedicado à representação e escrita. Concluiu o curso profissional de representação na ACT – Escola de atores, Lisboa. Nos EUA estudou Escrita para Cinema e Televisão e Teatro de Improviso. Em 2015 trabalhou com Natália Luiza com o espetáculo “A Colectividade” mais tarde trabalhou com António Pires fez parte do elenco de peças de autores como Gertrud Stein, Jean Genet, Brecht, Federico Garcia Lorca entre outros. Em 2023 foi coautor e ator na peça de teatro original “Plim” com Salvador Martinha e Inês Aires Pereira encenada por Rui M. Silva. Em cinema integrou o elenco das longas-metragens “O amor é lindo porque sim!” de Vicente Alves do Ó e “Um filme em forma de assim” de João Botelho. Em televisão, foi coautor e protagonista de "A Série", para a RTP2.

João Miguel Mota [intérprete de António e Elvino]

Porto, 1977

Terminou a licenciatura de Teatro/Interpretação na ESMAE em 1999.

Estreou-se em 1998 na peça “Noite de Reis” de William Shakespeare, com direção de Ricardo Pais no Teatro Nacional S.João. Desde aí tem trabalhado com várias companhias onde destaca

TEP, Seiva Trupe, TIL, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Mundial, Ritual de Domingo. Dos encenadores com quem trabalhou destaca Norberto Barroca, Gabriel Vilela, Júlia Correia, Fernando Gomes, Claudio Hochman, Sonia Barbosa, Luísa Pinto, Nuno Nunes e Gonçalo Amorim. É formador de teatro em várias instituições desde 2015. Desde 2020 que é docente do módulo de Direção de Actores na licenciatura de Som e Imagem da Universidade Católica do Porto.

Patrícia Pinheiro [assistência de encenação]

Barcelos, 1986

Iniciou a formação no BalleTeatro Escola Profissional; Licenciada em Estudos Artísticos –variante Artes e Culturas Comparadas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Pós-Graduada em Escrita de Ficção sob direção de Filipa Melo, para além de diversas formações complementares, destacando-se a École des Maîtres 2015. Foi dirigida e trabalhou com Ivica Buljan, João Cayatte, Beatriz Batarda, Polina Klimovitskaya, Thiago Felix, Almeno Gonçalves, Ricardo Correia, João Carneiro, Nikoletta Dimopoulou, José Jorge Duarte, João Paulo Lorenzon, Victor Hugo Pontes, João Paulo Seara Cardoso, entre outros. Durante 5 anos integrou a Umbigo Companhia de Teatro como intérprete, criadora e produtora. A música, a dança e a escrita são os companheiros do caminho, estando ligada ao projeto internacional para jovens músicos - "Music for Human Rights" - através da Associação Farra Fanfarra. Paralelamente tem desenvolvido o seu trabalho na direção de atores.

Rita Conduto [direção de produção]

Barreiro, 1981

Licenciada em Comunicação Empresarial, especializou-se em Gestão e Produção das Artes do Espetáculo (Fórum Dança) e em Património e Projetos Culturais (ISCTE). Integrou a direção da ArteViva Companhia de Teatro do Barreiro, contribuindo para a sua profissionalização. Iniciou a atividade profissional em 2006 na Culturgest e no Fórum Dança, e desde então trabalhou no CCB (dir.cena), KARNART (produção), TNDMII (comunicação) e Alkantara (gestão administrativa).

Continua a fazer formação nas diversas disciplinas da produção cultural. Trabalha no Teatro Meridional desde 2016, na produção executiva e coordenação de equipa, desempenhando atualmente funções de direção de produção e gestão financeira.

Marco Fonseca [direção de cena, assistência de cenografia e montagem]

Lamego, 1983

Licenciado em Design de Cena pela Escola Superior de Teatro e Cinema (2005). Trabalhou como assistente de Cenografia em projetos de José Carlos Barros e Teresa Mota. Colaborou com a Companhia Lama (Faro), Companhia da Outra (Brasil), Comédias do Minho, Teatro dos Aloés, na construção de cenografia e figurinos. Trabalha regularmente com os criadores Fernando Mota, Carla Galvão e Rui Rebelo, na realização plástica de espetáculos. Com Carla Galvão e Crista Alfaiate concebeu a máquina de cena do espetáculo para a infância “Lá Fora” (2014), e com Flávia Gusmão do projeto “Pantuta” (2016). Colabora regularmente com as cenógrafas Marta Carreiras e Teresa Varela, na criação e execução de cenários. Integra desde 2006 a equipa do Teatro Meridional, onde é responsável pela gestão e manutenção dos espaços de preparação, apresentação e armazenamento, bem como pela coordenação dos processos de construção e montagem das atividades da Companhia, assumindo a direção de cena e palco dos espetáculos.

António Sofia [montagem e operação técnica]

Lisboa, 1989

Licenciado como ator pela Escola Superior de Teatro e Cinema (2016) e Pós-Graduado pelo mesmo instituto em Artes Performativas (2020). Foi assistente de encenação de Graça P. Corrêa entre 2014 a 2020 nas peças “Sinais de Nevoeiro” e “Filhos da Lua”, de Tennessee Williams; “A Festa” de Harold Pinter; “Sangue de Lorca”, com textos de Federico Garcia Lorca, “Automata” e “Beatrix Cenci”, textos originais da encenadora. Entre 2021 a 2023 excerceu o cargo de Director Técnico no Teatro Estúdio Ildefonso Valério. No ano de 2023 como técnico de iluminação acompanhou Ruy de Carvalho com o espectaculo “Ruy, A História de Vida”. Ainda em 2023 foi ténico de iluminação do 40º Festival de teatro de Almada. Em 2024 foi reforço da equipa técnica de iluminação no Teatro Nacional de São Carlos.

Susana Monteiro [fotografia e produção executiva]

Porto, 1981

Licenciada em Design Multimédia pelo ISMT, pós-graduada em Comunicação Estratégica Digital pelo ISCSP e mestranda em Comunicação Social pelo ISCSP, especializou-se em Câmara e Iluminação para Cinema e Televisão na Restart (Lisboa) e Técnica de Rádio na RUC – Rádio Universitária de Coimbra. Trabalhou como projecionista de cinema, foi assistente de imagem em duas curtas-metragens, assim como assistente de Fotografia no Estúdio Yves Callewaert. Na área editorial, foi coordenadora de distribuição livreira na Livraria Les Enfants Terribles e efetua trabalhos pontuais em design e paginação. Com as suas competências ao nível da captação e edição de imagem, inicia a sua colaboração com a equipa do Teatro Meridional, em 2013 e a partir de 2015, essa colaboração assume um caráter mais regular e assenta fundamentalmente na área de comunicação, assessoria de imprensa e produção executiva.

Rita Mendes

[assistência de produção e comunicação]

Lisboa, 1992

Rita Mendes é licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Posteriormente fez o curso de formação de atores na Act - Escola de Actores. Em 2023 terminou a pós-graduação em Marionetas e Formas Animadas na Escola Superior de Educação de Lisboa. Estagiou no Teatro Meriodinal, como atriz, no espetáculo “Dona Rosinha, a solteira ou a linguagem das flores”. Desde então colabora regularmente com o Teatro Meridional como assistente de produção e bilheteira. Atualmente trabalha também como formadora de Artes Plásticas e Teatro para crianças e, paralelamente, como ilustradora.

Teresa Serra Nunes [assistência de produção e design]

Portalegre, 1997

Licenciou-se em Ciência Política na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e tem pós-graduação em Migrações. Devido ao seu envolvimento no setor cultural, acabou por se voltar para a área da produção. Fez o curso profissional de Produção de Eventos e Espetáculos na World Academy e é atualmente assistente de produção no Teatro Meridional e assistente administrativa na Associação Cultural casaBranca e na Real Pelágio, tendo colaborado com o Teatro do Vestido. Paralelamente, trabalha desde 2020 como manager e agente de artistas na Maternidade, editora de música independente. Trabalha também como designer gráfica e ilustradora.

Vitória Faria [assistência geral - estágio]

Lisboa, 2006

Desde sempre apaixonada pelas artes, decidiu fazer o curso profissional de teatro na Escola Básica e Secundária Gil Vicente, em Lisboa. Está, atualmente, a estagiar no Teatro Meridional.

TEATRO MERIDIONAL - O PROJETO

Ao longo do seu já longo e consistente percurso, estando prestes a concluir 32 anos de existência em trabalho persistente e contínuo, o Teatro Meridional tem procurado que a criação dos seus espetáculos seja singular e diversa, numa aposta permanente, exigente e convocada de pesquisa e experimentação, dando protagonismo ao trabalho de interpretação do ator e realizado um continuado trabalho de circulação Nacional e Internacional.

Desde 2005 sediado em Marvila, o Teatro Meridional acolhe no seu Espaço de trabalho, outras Companhias e Projetos pontuais de várias áreas artísticas, direcionados para diferentes públicos, assim como continua a associar-se a parceiros nas áreas de intervenção social e artística, num percurso de exigência e rigor. No Polo II, também em Marvila, desenvolve desde 2021 um projeto intenso de formação e ainda de acolhimento de ensaios de outras estruturas. As suas principais linhas de atuação artística, prendem-se com a encenação de textos originais (lançando o desafio a autores específicos através de ideias concretas de pesquisa), a criação de novas dramaturgias baseadas em adaptações de textos não teatrais (com relevo para a ligação ao universo da lusofonia), a encenação e adaptação de grandes textos da dramaturgia mundial, e ainda a criação de espetáculos onde a palavra não é a principal forma de comunicação cénica.

Realizou até à data 72 produções, tendo apresentado os seus trabalhos em 21 países dos 5 continentes, além de concretizar uma itinerância anual por Portugal Continental e Ilhas.

Desde a sua formação, os espetáculos do Teatro Meridional foram distinguidos 35 vezes a nível nacional e 11 a nível internacional, relevando-se o Prémio Europa - Novas Realidades Teatrais recebido em 2010.

data de estreia 20 MARÇO 2024

local: TEATRO MERIDIONAL

temporada TM: 20 MAR a 28 ABR 2024

sessão solidária: Casa do Artista / 22 ABR 2024

duração: 90 min

classificação etária M/12

Próximo espetáculo:

O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão de Eric-Emmanuel Schmitt enc. Miguel Seabra 9 a 26 MAIO 2024

fotografia SUSANA MONTEIRO design WUNDERMAN THOMPSON

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