TFG CLINICA DE RADIOTERAPIA PARA TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS ITAPEVA/SP

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DE ITAPEVA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

CLÍNICA DE RADIOTERAPIA PARA TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS

Thiago Casagrande Graciliano

Itapeva - São Paulo - Brasil

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DE ITAPEVA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

CLÍNICA DE RADIOTERAPIA PARA TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS

Thiago Casagrande Graciliano Orientadora: Prof.ª esp. Liliane Bimbati de Moura Braatz

“Trabalho apresentado a Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva como parte das obrigações para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo”.

2021 Itapeva – SP

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

(Immanuel Kant)

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à minha família e amigos, que me apoiou durante todo este trajeto, me deu forças nos momentos difíceis e foram o pilar de tudo que conquistei até hoje, dedico este trabalho a vocês e a todos familiares que perdi para o câncer.

Agradeço a minhas queridas vó Beatris Casagrande e mãe Carolina Casagrande que foram minha base para tudo, nunca deixaram me faltar nada, e me incentivaram à chegar ao fim disso e conquistar meu sonho.

Agradeço a meus irmãos Matheus Casagrande e Gabrielle Casagrande que foram meus companheiros e minha alegria nos dias pesados.

Agradeço a meu querido vô José Nereu, que me ensinou muito sobre tudo, nunca me deixou desistir, e me mostrou o sentido do foco.

Agradeço a meu bisavô e bisavó Ary e Mirian que infelizmente os perdi cedo demais para o câncer, nunca deixei de ama-los e foram minha motivação para todo este trabalho.

Agradeço a Silmara Manoel, que foi meu amor e minha melhor amiga, que esteve comigo durante todo trajeto e me proporcionou muita felicidade.

Agradeço a meu leal amigo Vinícius Verneque, que foi meu amigo para todas as horas, meu irmão de coração.

Agradeço a meu cachorro Kiko que foi meu companheiro de todos os dias.

Agradeço a meus companheiros de curso por toda ajuda que um concedeu ao outro, em especial o Jefferson e Nathalia que estiveram comigo me apoiando durante o curso.

Agradeço ao meu companheiro de trabalho Carlos, por tudo que estamos conquistando graças à Arquitetura.

Agradeço a todos os professores que nos ensinaram tudo aquilo que aprendemos durante o curso, especialmente minha orientadora Liliane Braatz, que me deu um norte nessa reta final.

Por fim agraço a mim mesmo, por tudo que me tornei, por ter superado muitas barreiras nesse período e ter me tornado uma versão melhor de mim mesmo.

RESUMO Este trabalho tem como objetivo fundamental, a criação de uma clínica de Radioterapia para tratamentos Oncológicos no município de Itapeva, situada na região sudoeste de São Paulo. A motivação do tema surge a partir de motivos pessoais, devido a um gene em minha família, possuímos grande aptidão a desenvolver o Câncer. Partindo desta problemática, tive grande contato com pessoas que necessitaram dos tratamentos, sendo parte do tratamento realizado em Itapeva/SP como o acompanhamento e as seções de quimioterapia, já para as seções de radioterapia não havia o tratamento nas proximidades, portanto havia a necessidade de viajar grandes distancias, muitas vezes debilitados para para realizar o tratamento especifico. Sendo uma cidade bem localizada e com grande número de profissionais capacitados da área médica, Itapeva recebe todos os dias centenas de pacientes de cidades vizinhas além dos próprios munícipes, sendo um amparo médico na região.

Apesar de Itapeva oferecer parte dos cuidados na luta contra o câncer, há uma carência no tratamento radioterápico, o que gera a necessidade do deslocamento de grandes distancias por parte dos pacientes, muitas vezes já debilitados e de forma particular, em busca dos cuidados restantes. De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer, cada ano do triênio 2020-2022 no Brasil estão estimados 625.000 novos casos da doença sendo cerca de 156.870 só no estado de São Paulo. Com esses dados em mãos surge então a proposta de uma clínica, que poderá atender toda a região próxima de Itapeva, com um dos principais tratamentos nessa luta.

Palavras-chave: Câncer, Radioterapia, Tratamento

ABSTRACT This work has as fundamental objective, the creation of a Radiotherapy clinic for Oncological treatments in the municipality of Itapeva, located in the southwest region of São Paulo. The motivation of the theme comes from personal reasons, due to a gene in my family, we have great aptitude to develop Cancer. Based on this problem, I had great contact with people who needed the treatments, being part of the treatment carried out in Itapeva/SP such as monitoring and chemotherapy sections, as for the radiotherapy sections there was no treatment nearby, so there was a need for traveling great distances, often weakened to carry out the specific treatment. As a well-located city with a large number of trained professionals in the medical field, Itapeva receives hundreds of patients from neighboring cities every day, in addition to their own countrymen, being a medical support in the region. Although Itapeva offers part of the care in the fight against cancer, there is a lack of radiotherapy treatment, which generates the need for the displacement of great distances by the patients, often already weakened and in a particular way, in search of the remaining care. According to the INCA (National Cancer Institute), for Brazil, each year of the 2020-2022 threeyear period an estimated 625,000 new cases of the disease, with approximately 156,870 in the state of São Paulo. With these data comes the proposal for a clinic, which can serve the entire region near Itapeva, with one of the main treatments in this fight.

Keywords: Cancer, Radiotherapy, Treatment

LISTA DE FIGURAS Página Figura 01 –Aparelho Linac ou Acelerador Linear -------------------------------------------- 15 Figura 02 –Layout convencional do Bunker ----------------------------------------------------16 Figura 03 –Implantação Centro Livsrum ------------------------------------------------------- 18 Figura 04 –Fachada Centro Livsrum -------------------------------------------------------------19 Figura 05 –Perspectiva e Organização Centro Livsrum------------------------------------ 20 Figura 06 –Setorização Centro Livsrum -------------------------------------------------------- 20 Figura 07 –Planta Baixa Centro Livsrum ------------------------------------------------------- 21 Figura 08 –Fluxograma Centro Livsrum -------------------------------------------------------- 21 Figura 09 –Corte Centro Livsrum ---------------------------------------------------------------- 22 Figura 10 –Recepção Clínica HS ---------------------------------------------------------------- 23 Figura 11 –Área de exames Clínica HS--------------------------------------------------------- 24 Figura 12 –Planta baixa Clínica HS-------------------------------------------------------------- 25 Figura 13 –Fachada Centro Kraemer ----------------------------------------------------------- 26 Figura 14 --Interior do Bunker no Centro Kraemer ------------------------------------------ 27 Figura 15 --Planta baixa Centro Kraemer ------------------------------------------------------ 28 Figura 16 --Mapa de Itapeva ---------------------------------------------------------------------- 29 Figura 17 --Rota de acesso 1 para o local de Intervenção --------------------------------- 30 Figura 18 --Rota de acesso 2 para o local de Intervenção --------------------------------- 30 Figura 19 --Zoneamento Itapeva/SP -------------------------------------------------------------31 Figura 20 --Sistema viário do entorno -----------------------------------------------------------31 Figura 21 --Fluxo viário local -----------------------------------------------------------------------32 Figura 22 --Sentido das vias -----------------------------------------------------------------------32 Figura 23 --Mapa de referências médicas locais. ---------------------------------------------33 Figura 24 --Mapa ocupação ------------------------------------------------------------------------34 Figura 25 --Mapa gabarito de altura --------------------------------------------------------------35 Figura 26 --Metragem do terreno e representação da topografia -------------------------36 Figura 27 --Topografia -------------------------------------------------------------------------------36 Figura 28 --Testada do terreno --------------------------------------------------------------------37 Figura 29 --interior do lote --------------------------------------------------------------------------38 Figura 30 –Leis construtivas do zoneamento local -------------------------------------------38 Figura 31 –Programa de necessidades -------------------------------------------------------- 39 Figura 32 –Organograma -------------------------------------------------------------------------- 40

Figura 33 –Delimitação do terreno da intervenção -------------------------------------------40 Figura 34 –Implantação da Edificação ---------------------------------------------------------- 41 Figura 35 –Setorização ------------------------------------------------------------------------------ 42 Figura 36 –Planta baixa geral ----------------------------------------------------------------------44 Figura 37 –Planta baixa geral com cortes e elevações---------------------------------------45 Figura 38 –Cortes A-A, B-B e C-C -----------------------------------------------------------------46 Figura 39 –Elevações --------------------------------------------------------------------------------47 Figura 40 –Planta de pilares e eixos --------------------------------------------------------------48 Figura 41 –Planta de iluminação -------------------------------------------------------------------49 Figura 42 –Planta de pontos elétricos ------------------------------------------------------------50 Figura 43 –Planta de paisagismo ------------------------------------------------------------------51 Figura 44 –Perspectiva 1 ----------------------------------------------------------------------------52 Figura 45 –Perspectiva 2 ----------------------------------------------------------------------------52 Figura 46 –Perspectiva 3 ----------------------------------------------------------------------------53 Figura 47 –Perspectiva 4 ----------------------------------------------------------------------------53 Figura 48 –Maquete física -------------------------------------------------------------------------- 54

LISTA DE TABELAS Página Tabela 01-Estatísticas proporcionais de casos por sexo ------------------------------------12

Tabela 02-Estimativa de incidência de câncer em 2020 em São Paulo-----------------13

SUMÀRIO Página 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 11 2.1

O que é o câncer e como surge ............................................................................. 11

2.1.1 Estatísticas regionais .................................................................................................. 11 2.2

Radioterapia .......................................................................................................................... 13

2.2.1 Acelerador Linear ou Linac ......................................................................................... 14 2.2.2 Especificações construtivas ........................................................................................ 15

3 HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTES DA SAÚDE ................................................... 17 4 REFERENCIAL PROJETUAL .............................................................................. 18 4.1

Livsrum – Centro de Assessoria ao Câncer............................................................................ 18

4.2

Clinica HS ............................................................................................................................... 22

4.3

Centro Oncológico Kraemer .................................................................................................. 25

5 DIAGNÓSTICO E ANALISE URBANA ................................................................ 29 5.1

Morfologia ............................................................................................................................. 35

5.2

Caracterização ....................................................................................................................... 37

6 PROJETO ............................................................................................................. 38 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 55 8 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 56

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1 INTRODUÇÃO

Segundo o INCA - Instituto Nacional do Câncer (2020) o triênio 2020-2022 no Brasil, pode haver aproximadamente 625 mil novos casos por ano da doença, os quais 156 mil apenas no estado de São Paulo. Mesmo com dados exorbitantes há uma carência de centros especializados, pois alguns tratamentos demandam de alto valor o que ocasiona uma maior fixação em grandes cidades como Jaú/SP e Curitiba/PR. Atualmente Itapeva/SP possui uma grande diversidade de profissionais na área da medicina, o que a torna na região um amparo medico, suprindo a carência das cidades vizinhas. Itapeva oferece também alguns cuidados oncológicos, tanto na prevenção quanto no tratamento da doença, como a cirurgia em determinados casos e a quimioterapia, portanto acaba recebendo pacientes de cidades vizinhas em busca de tratamentos.

Contudo, quando se trata de casos em que o paciente necessita de tratamento à base de radioterapia, é necessário deslocar-se para cidades mais distantes, o que em determinados casos pode acabar excluindo a possibilidade de o tratamento ser alcançado, devido ao alto custo de viagens, alimentação, hospedagem e medicações do paciente e daquele(es) que o acompanha, pois comumente por se tratar de um tratamento agressivo, os pacientes tendem a sofrer com a adaptação e efeitos colaterais causados pela radiação, a qual implica ainda mais a dificuldade de realizar viagens, causando a real necessidade de se hospedar por longos períodos na cidade em que serão realizados os procedimentos.

Apesar da tecnologia hospitalar estar em constante avanço, o tratamento oncológico deve ser analisado de forma isolada para cada caso, e então decidido o tratamento mais eficaz para determinada ocasião. O tratamento do câncer normalmente é feito através de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea, porém em determinados casos é necessário combinar alguns desses recursos.

A partir desta problemática, o objetivo deste trabalho é suprir essa carência do tratamento oncológico na região, com uma área especializada em radioterapia implantada em Itapeva/SP, a qual irá atender tanto os munícipes locais, quanto de cidades vizinhas que muitas vezes já fazem parte do tratamento na mesma, possibilitando à região, uma esperança a mais na luta contra o câncer.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capitulo tem como objetivo, transmitir um pequeno conhecimento sobre o que é o câncer, e a importância de seu tratamento, a partir de dados técnicos e pesquisas regionais realizadas pelo INCA – Instituto Nacional do Câncer.

2.1 O que é o câncer e como surge

Segundo o INCA - Instituto Nacional do Câncer (2020), o câncer é um conjunto de mais de 100 neoplasias, que possuem em comum uma desordem no crescimento celular, que podem surgir de forma agressiva e descontrolada em tecidos e órgãos, ocasionando posteriormente a formação de tumores.

O câncer surge a partir de uma mutação no DNA da célula, a qual passa a receber instruções erradas de suas funções, realizando a ativação de genes especiais que normalmente são inativos em células comuns, os chamados proto-oncogenes, que por sua vez após ativados se tornam oncogenes, responsáveis pela mutação de uma célula normal para uma cancerosa. Normalmente a formação da oncogênese ou carcinogênese costuma ocorrer de forma lenta e discreta, podendo levar anos para que uma célula cancerosa chegue ao estágio de proliferação e formação de um tumor visível (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2020).

As neoplasias variam de acordo com o tipo da célula que a corresponde, como a estrutura celular de um corpo é de grande complexidade e variedade, há diversas variantes de câncer. Quando a origem é em tecidos epiteliais como mama e próstata trata-se de um carcinoma, já quando a origem são os tecidos conjuntivos como ossos e cartilagens são denominados sarcomas. Outra determinante para se diferenciar os diversos tipos de câncer é a velocidade de propagação, ou seja, a rapidez que as células cancerígenas se multiplicam e a capacidade de se espalharem atingindo tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, que é conhecida como metástase (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2020).

2.1.1 Estatísticas regionais Dentre as variedades neoplásicas os homens são acometidos principalmente pelo carcinoma na próstata sendo 29,2% dos casos, já as mulheres são atingidas

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cerca de 29,7% dos casos pelo carcinoma na mama (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2020).

Tabela 01 - Estimativa dos tipos de câncer por sexo em 2020.

Fonte: INCA – Instituto Nacional do Câncer, 2019, Pg.87

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Tabela 02- Estimativa de incidência de câncer em 2020 no estado de São Paulo

Fonte: INCA – Instituto Nacional do Câncer, 2019, Pg.86

2.2 Radioterapia Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA (2019) a radioterapia é um dos pilares no tratamento contra o câncer, o qual utilizada a radiação ionizante a qual é invisível aos olhos humanos e indolor na aplicação, a radiação transmitida é capaz de parar o crescimento das células tumorais, ou causar a destruição das mesmas.

Os resultados da realização deste procedimento normalmente possuem ótimos resultados, pois o tumor pode diminuir consideravelmente, o que gera uma maior possibilidade do controle da doença ou até mesmo da cura. Em determinados casos a radioterapia é combinada com a quimioterapia, porem isso irá variar de acordo com

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o tumor a ser tratado e ao caso especifico de cada paciente. (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2019).

Este tratamento pode ser realizado de duas formas, a Radioterapia Externa ou Teleterapia e a Braquiterapia, as quais dependem da localização do tumor ou do estado do paciente, sendo assim, será decidido pelo especialista oncológico qual o melhor tratamento para o caso em questão. (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2019).

A radioterapia é realizada de forma externa, através de um acelerador linear, que deve se localizar afastado e com a emissão direcionada ao local a ser tratado no paciente, que por sua vez estará deitado. Já a Braquiterapia é realizada com aplicadores no local a ser tratado, então a radiação é emitida do aparelho para eles, e podem ou não necessitar de anestesia ou sedação por conta do desconforto das aplicações. (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2019). É comum que haja efeitos colaterais durante o tratamento, portanto é necessário a realização de consultas medicas semanais para avaliar a adaptação do paciente perante o tratamento.

Caso a doença esteja em um grau muito elevado e não haja possibilidade de cura, a radioterapia pode auxiliar na melhora da qualidade de vida do paciente, devido ao fato de que as aplicações ocasionam na redução do tumor que pode estar comprimindo outros órgãos, aliviando assim alguns sintomas, como dores e sangramentos, proporcionando um alivio físico ao paciente. (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2020).

2.2.1 Acelerador Linear ou Linac De acordo com a Siemens Medical Systems (1999), se expostas a um determinado nível de radioatividade, as células de um corpo tendem a sofrer danos ou sucumbirem, no entendo, as células saudáveis apresentam uma maior resistência à radiação que as células cancerígenas, contudo, os aceleradores lineares, conhecidos também como Linacs, utilizam desse fator com o intuito de danificar as células cancerígenas até um ponto que não haja regeneração ou reprodução por parte delas, tomando os devidos cuidados para que a radiação não afete de forma excessiva os tecidos saudáveis nesse procedimento.

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Figura 01- Aparelho Linac ou Acelerador Linear

Fonte: Centro do Câncer da Universidade do Arizona (2015) ZGF Architects ArchDaily

2.2.2 Especificações construtivas De acordo com a CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, é de competência deles, quaisquer atividades regulatórias de instalações nucleares, radiológicas, segurança nuclear, fiscalização e autorização do funcionamento de serviços que utilizem produtos radioativos. A CNEN é também responsável pela comercialização produtos radioativos e armazenamento de rejeitos radioativos.

Os Linacs são aparelhos que emitem radiação, portanto é de extrema importância que a radiação emitida pelo aparelho fique confinada em um único ambiente, sendo assim, eles são instalados em salas conhecidas como casa-mata ou bunker, as quais possuem todo sistema de produção e monitoramento do dispositivo de tratamento (Siemens Medical Systems, 1999).

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Segundo a Siemens Medical Systems (1999), para que a radiação fique contida no Bunker, as salas são projetadas com paredes de concreto maciço, onde a espessura da parede deve ser determinada por um físico especialista na área da radioproteção, que por sua vez levara em consideração a porção de radiação que o Linac deverá gerar no ambiente. Caso haja andar superior ou inferior no edifício que se localiza o Linac, a blindagem do bunker deve ser realizada por todas as dimensões da sala, ou seja, além das paredes deve se aplicar as mesmas propriedades no teto e piso do local.

Figura 02- Layout convencional do Bunker

Fonte: Agencia Nacional de vigilância Sanitária

Segundo o IME-Instituto Militar de Engenharia (2004), os materiais mais comuns utilizados na blindagem são o concreto comum, concreto pesado, aço, chumbo e terra compactada. Estes materiais costumam ser usados por conta de seus baixos custo e boas propriedades de atenuação radioativa. A blindagem não é o suficiente para impedir totalmente a radiação ionizante liberada pelo Linac, podendo apenas atenua-la. O grau de atenuação que a blindagem pode atingir, se dá por

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algumas variantes, como a quantidade de radiação que irá atingi-la, a espessura da parede/barreira e o material que será utilizado, portanto, fica a cargo do especialista responsável pelos cálculos relativos à radiação, decidir os parâmetros que serão adotados para cada caso.

3 HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTES DA SAÚDE A humanização na área da saúde tem alcançado grande relevância nas últimas décadas, sendo considerada imprescindível atualmente. Apesar de não ser um conceito tão recente, ainda está em constante desenvolvimento, buscando sempre um maior aproveitamento do espaço, para oferecer o máximo de conforto que o ambiente pode entregar.

“Não existe até o momento nenhuma prescrição para criar-se um ambiente, mas é importante levar em consideração os fatores que causam reação fisiológicas no corpo humano e que ajudam na recuperação dos pacientes, desta forma são apresentados fatores de humanização que são considerados atributos para esses ambientes, dentre eles estão, o controle do ambiente, suporte social, possibilitado pelo ambiente em si e distrações positivas”.

(VASCONCELOS, 2005)

Ao realizar a humanização de um local, é necessário entender as necessidades do ser humano em relação ao ambiente, visando sempre solucioná-las. Em um ambiente da saúde deve ser levado em consideração que muitos pacientes passam por momentos difíceis naquele local, então é de extrema importância reproduzir um ambiente que transmita relaxamento e aconchego.

De acordo com Vasconcelos (2005), a sensação de privacidade é primordial para o ser humano, portanto, as intervenções devem agir de forma que não ultrapasse limites de interação social, para que não haja interferência na privacidade do paciente.

O controle ambiental é uma proposta que agrada muitas pessoas, pois nos transmite a sensação de controle do ambiente, criando assim, um maior vínculo com o local.

Como se trata de área da saúde, é necessário apostar em um mobiliário flexível e versátil, que possa ser integrado a diversos ambientes e ocasiões.

Segundo Vasconcelos (2004) a utilização de distrações positivas no ambiente como um paisagismo atrativo e bem elaborado, tendem a causar sensações de bemestar nos pacientes, os quais podem se esquecer por um tempo a doença e da situação em que se encontram, portanto, um ambiente bem planejado pode diminuir o estresse e causar sensação de paz.

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4 REFERENCIAL PROJETUAL Os materiais a seguir, serão utilizados de referencial projetual para a idealização da Clínica de Radioterapia defendida neste trabalho. Serão analisados os materiais e métodos a nível projetual e construtivo do projeto. As descrições abaixo serão opiniões do autor, com base no material estudado pelo mesmo.

4.1 Livsrum – Centro de Assessoria ao Câncer.

Segundo ArchDaiy (2014), Livsrum é um projeto realizado em 2013 pela equipe de arquitetos EFFEKT. Localizado na cidade de Copenhagen na Dinamarca, o projeto surgiu com a proposta de um novo centro de tratamento contra o câncer com uma área de 740m², o qual foi relacionado ao já existente Hospital Naest-ved.

Figura 03- Implantação Centro Livsrum

Fonte: Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects Archdaily

Conforme nota-se na Figura 03, a obra foi implantada em um terreno de esquina, tendo contato direto com uma via arterial de alto fluxo de veículos,

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perpendicularmente à uma via coletora. Portanto é um local de ampla facilidade de acesso, sendo possível acessar por mais de uma via.

O local da implantação trata-se de um lote bem localizado e com curvas de níveis próximas de um plano, sendo possível realizar um projeto com baixa complexidade topográfica, dando mais liberdade ao projetista, pois questões como acessibilidade estão facilitadas devido a topografia existente.

Figura 04- Fachada do Centro Livsrum

Fonte: Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects Archdaily

Como pode ser notado na Figura 04, livsrum foi planejado com uma série de pequenas casas, as quais uma compõe o espaço da outra, totalizando 7 casas conectadas. O projeto chama atenção pela organização, simplicidade e eficiência ambiental. O design remete uma sensação de aconchego devido aos materiais empregados e as formas que os ambientes são conectados de forma coerente, possuindo áreas com finalidades medicas junto a áreas de lazer, como é possível ver na figura a seguir.

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Figura 05 – Perspectiva e organização do Centro Livsrum

Fonte - Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects Archdaily

Como é possível ver, os ambientes se conectam de tal forma que as varias casas se tornam apenas uma, e cada ambiente possui uma finalidade diferente, suprindo de forma criativa e funcional o programa de necessidades deste caso.

Figura 06 – Setorização Centro Livsrum

Fonte: Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects

Nota-se também que os cômodos estão ao entorno de dois jardins centrais, os quais proporcionam a humanização do local, possibilitando um acesso a áreas mais

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livres, com iluminação natural e paisagismo, provocando uma maior sensação de liberdade a quem costuma viver em ambientes hospitalares.

Figura 07 – Planta baixa Centro Livsrum

Fonte - Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects Archdaily

O fluxograma funciona em base de dois corredores eixo que concedem acesso a todas as áreas do imóvel, trazendo uma maior acessibilidade ao local, devido à fácil visualização e localização dos ambientes a serem acessados.

Figura 08 – Fluxograma Centro Livsrum

Fonte: Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects Archdaily

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Figura 09 – Corte Centro Livsrum

Fonte: Centro de tratamento de câncer Livsrum (2013) EFFEKT Architects Archdaily

Como é possível notar nos cortes (Figura 09), há um sistema de ventilação e iluminação natural muito eficiente, com entradas de iluminação na cobertura e ventilação cruzada a partir dos jardins centrais, tornando os ambientes climaticamente agradáveis e bem iluminados.

Para finalizar, o Centro Livsrum possui diversas propriedades que podem ser adotadas nesta proposta de clínica, como a utilização de uma boa iluminação natural, utilização

de

materiais

simples,

paleta

de

cores

discreta,

interação

ambiente/paisagismo, fluxograma eficiente e ventilação natural.

Se trata de uma forte referência também, pela forma de implantação, pois a forma que as vias se dispõem e a localização do terreno são muito próximas da realidade em que se encontra o objeto de estudo.

4.2 Clinica HS A Clínica HS, foi um projeto em 2019 pela equipe Steck Arquitetura, na cidade de Campinas/SP, possuindo uma área construída de 100m². O objeto de estudo se trata de uma obra com alta complexidade de planejamento de interiores, com fatores positivos de iluminação, composição de mobiliário e paisagismo interno.

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Figura 10 – Recepção clínica HS

Fonte: Clinica HS (2019) Steck Archdaily

De acordo com Steck Arquitetura (2019) este projeto foi realizado de tal forma a suprir as necessidades daqueles que utilizam deste local, os quais fizeram diversas sugestões do que lhes carecia nestes ambientes. Os principais pedidos ao grupo de arquitetos foram a utilização de paisagismo, o uso de cores para dar vida ao local, soluções de ventilação e música ambiente.

O grande chamativo deste projeto é a parte interior dele, que possui ambientes muito bem planejados, os quais transmitem aconchego e bem-estar devido aos materiais, mobiliário, paisagismo e luminotécnica. Foi utilizado cores quentes na iluminação em pontos específicos de alguns ambientes, causando um contraste com a madeira causando um conforto visual aos pacientes.

Como pode-se notar na Figura 11, os ambientes de utilização médica como padrão, seguem as normas sanitárias, contudo, sem perder a essência do conforto visual e ambiental. Mesmo utilizando fortemente as cores claras devido às normas, o ambiente não traz uma sensação de ambiente fixamente hospitalar, graças à uma boa luminotécnica e o uso de mobiliários modernos e bem acabados.

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Figura 11 – Area de exames Clinica HS

Fonte: Clinica HS (2019) Steck Archdaily

Segundo Steck arquitetura (2019), em resumo, esta obra busca trazer ao máximo a sensação de contato com a natureza através de sons, materiais e luzes naturais.

A forma em que a planta baixa se organiza segue um padrão muito comum nas clinicas, sendo a entrada um espaço mais amplo integrado com a recepção e sala de espera, seguindo por uma divisória já com os espaços privados se dividindo em consultórios e salas, e mais a fundo áreas de serviços como copa e banheiros para funcionários.

A recepção junto a sala de espera, possui um papel fundamental de quebrar a sensação de um ambiente clinico, possuindo as principais características marcantes na obra, a qual cria um impacto visual e emocional logo que o paciente entra no local, transmitindo assim, as sensações desejadas.

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Figura 12 – Planta baixa Clinica HS

Fonte: Clinica HS (2019) Steck Archdaily

4.3 Centro Oncológico Kraemer Localizado na cidade de Anaheim nos Estados Unidos, foi produzida em 2015 pelos arquitetos Yazdani Studio os Cannon Design, possuindo uma área construída de 1486m², a obra chama atenção pelo seu Design moderno e incomum, possuindo como principal característica seu formato em caracol como mostra a figura abaixo, além de um método pouco convencional na implantação da ala de radioterapia.

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Figura 13 – Fachada centro Kraemer

Fonte: Centro Oncológico Kraemer (2015) Yazdani Studio os CannonDesign-Archdaily

Como já citado acima, esta obra possui uma ala de radioterapia pouco convencional. Normalmente, a área em que se localiza o aparelho Linac, ou seja, onde é realizada a radioterapia, são localizados em ambientes no subsolo por conta da radiação que emitem, contudo, isso acarreta uma série de fatores que posteriormente se tornam problemas, como a falta de iluminação e ventilação natural, além da baixa acessibilidade e dificuldade de reforma. Portanto, esta obra possui os aparelhos Linac em térreo, possibilitando uma série de fatores determinantes para um espaço confortável visualmente, como luz natural e maior sensação de abertura nos ambientes. É possível ver na Figura 14, o conforto que o ambiente transmite, a luz natural e o constante contato visual com natureza são características que transmitem fortemente o aconchego e paz, possibilitando assim ao paciente um momento mais confortável psicologicamente durante o procedimento.

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Figura 14 – Interior Centro Kraemer

Fonte: Centro Oncológico Kraemer (2015) Yazdani Studio os CannonDesign-Archdaily

Como se trata de um aparelho que libera radiação, é necessário que haja blindagem na sala em que ele se encontra. Como o vidro não é um material de blindagem à radiação, foi criado um jardim dentro da blindagem, causando a sensação de estar em contato com o exterior do local, diminuindo uma das principais características do ambiente que seria a sensação de sufoco.

Notasse também que assim como em todos os outros ambientes do edifício, há uma grande utilização da madeira, novamente remetendo a natureza, fazendo combinações interessantes e atrativas entre materiais naturais.

Como é possível ver na Figura 15, há uma blindagem que envolve todas as salas com o aparelho Linac, seguindo juntamente da sala de controle, podemos ver também, como foi realizado o jardim dentro desta área blindada seguindo as normas que devem ser adotadas para ambientes que envolvem radiação.

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Figura 15 – Planta baixa Centro Kraemer

Fonte: Fonte: Centro Oncológico Kraemer (2015) Yazdani Studio os CannonDesignArchdaily

O fluxograma do edifício se desenvolve de forma circular, onde tem uma ampla área de entrada com recepção e corredores que dão acesso a todas as salas, além de saídas para o bosque que circunda a obra.

Em resumo, trata-se de uma obra de ampla complexidade projetual, onde foi levado em consideração as sensações que serão transmitidas aos pacientes, os materiais a serem utilizados, questões de iluminação e ventilação natural, conforto térmico e por fim a utilização da blindagem para a radiação sem causar claustrofobia.

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5 DIAGNÓSTICO E ANALISE URBANA Os estudos a seguir foram realizados pelo autor, para isso foi utilizado de ferramentas online e visitas pessoais ao local.

O objeto de estudo se localiza na cidade de Itapeva/SP, na Vila Santana. Se trata de um terreno de esquina pertencente a Rua Prefeito Felipe Marinho que se trata de uma via coletora, conectando-se ao bairro residencial jardim Ferrari, e a Alameda Toledo Ribas, uma via arterial que se conecta com uma das principais avenidas da cidade, a Avenida Acácio Piedade.

Figura 16 – Mapa de Itapeva

Fonte: Google Earth 2021 adaptado pelo autor

O local faz parte da Zona de Comércios e Serviços estipulada pelo zoneamento da cidade, fazendo divisa com a zona residencial do jardim Ferrari, como é possível ver na figura abaixo. O terreno é privilegiado em termos de acesso, pois as ruas que o cercam são de sentido duplo, facilitando a chegada ao local e o encontro de estacionamento na região.

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Figura 17 – Rota de acesso 1 para o local de Intervenção

Fonte: Google Maps 2020

Figura 18 – Rota de acesso 2 para o local da intervenção

Fonte: Google Maps 2020

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Figura 19- Zoneamento Itapeva/SP

Fonte: Secretaria de Obras de Itapeva/SP 2020 adaptado pelo autor

Figura 20 – Sistema viário do entorno

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 21 – Fluxo viário local

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 22 – Sentido das vias

Fonte: Elaborado pelo autor

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Como é possível ver nas Figuras anteriores, trata-se de um terreno com boa localização, em um ambiente central da cidade, de fácil acesso e visualização por se tratar de um terreno de esquina.

A maior determinante para escolha deste terreno foi o tipo de uso para o qual seria designado. Por se tratar de um projeto para área da saúde, foi levado em conta a proximidade com o “centro médico” da cidade, sendo localizado a aproximadamente 150m da Unidade do Câncer de Itapeva (UCI) que é conectada com a Santa Casa de Misericórdia de Itapeva.

Figura 23 – Mapa de referências médicas locais.

Fonte: Elaborado pelo autor

Na figura 23, é possível ver os pontos de clinicas médicas que possuem no que podemos chamar de centro médico da cidade, que é onde se concentra a maior parte de clinicas devido à proximidade com a Santa Casa de Itapeva/SP. A proximidade com os principais pontos médicos será um fator muito importante para a clínica, pois é necessário um acompanhamento médico, muitas vezes o paciente se encontra em estado de internação, portanto há maior facilidade de transporte de pacientes para realizar o procedimento e após retornar a seu leito.

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De acordo com a figura 24 – Mapa de Ocupação, podemos notar uma predominância de residências na área de estudo, isso se dá devido ao local de intervenção estar localizado na divisa do zoneamento de zonas residenciais para zona de comércios e serviços como é mostrado na Figura 19- Zoneamento Itapeva/SP, portanto se torna uma área tranquila com apenas uma via de alto trafego, a qual é possível fazer uma conexão de fácil acesso à Santa Casa de Itapeva, sendo uma prioridade na escolha do local de intervenção.

Figura 24 – Mapa ocupação

Fonte: Elaborado pelo autor

A partir dos estudos realizados do uso e ocupação, nota-se uma predominância de residências no raio de estudo devido ao zoneamento próximo ao local de intervenção. Seguindo com os estudos para o gabarito de altura, ficou evidente a predominância de edifícios térreos, novamente devido ao grande número de residências locais.

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Figura 25 – Mapa gabarito de altura

Fonte: Elaborado pelo autor

Partindo com os dados obtidos através dos mapas de estudos, prova-se uma área de ótima localização e fácil acesso aos principais pontos médicos da cidade o que facilita ainda mais a interação entre eles.

5.1 Morfologia Partindo para estudos mais específicos da área de intervenção, foram realizados estudos topográficos do local.

O terreno possui pouco desnível, tornando-se um terreno mais plano, sem declives ou aclives acentuados. Por se tratar de um terreno de grande porte, será utilizado apenas uma porção, a qual será delimitada a partir do programa de necessidades da clínica a ser criada.

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Figura 26 – Metragem do terreno e representação da topografia

Fonte: Elaborado pelo autor

A figura 27 trata-se de uma perspectiva da topografia local, onde em vermelho se trata do terreno de estudo, e em amarelo os perfis das vias.

Figura 27 – Topografia

Fonte: Elaborado pelo autor

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5.2 Caracterização

Para o estudo de caracterização, foram realizadas visitas por parte do autor no local.

Se trata de um terreno de glande amplitude como é possível notar na Figura 28, abrange grande parte da Rua Prefeito Felipe Marinho a qual é uma rua larga e pouco movimentada.

Figura 28 – Testada do terreno

Fonte: Fotografia realizada pelo autor

A partir das visitas ao local, comprovou-se os dados da topografia concedida pela Secretaria de Obras de Itapeva, o qual se mostra um terreno com poucas curvas de níveis, principalmente na área próxima à esquina, onde será a fachada principal da clínica.

Atualmente o terreno se encontra em descuido, com vegetação média abrangendo boa parte do mesmo. Há apenas uma vegetação de grande porte (árvore) localizada próxima à área que será utilizada.

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Figura 29 – interior do lote

Fonte: Fotografia realizada pelo autor

6 PROJETO

Este capitulo se trata do desenvolvimento do projeto, o qual para ser desenvolvido levará como base todo estudo, informações e referencias coletadas acima.

Antes de iniciar o projeto, foi necessário buscar informações sobre as leis do zoneamento da área de intervenção. Os dados encontrados estão na figura abaixo.

Figura 30 – Leis construtivas do zoneamento local

Fonte: Prefeitura de Itapeva/SP

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Primeiramente após fazer a escolha e estudo do local de intervenção foi necessário estipular uma área de uso para delimitação do terreno, devido a sua larga escala, o qual possui uma área de 6584,6m², para tal, usou-se o programa de necessidades para gerar uma área média de uso e assim o terreno foi delimitado em uma área de 2662,16m².

Figura 31 – Programa de necessidades

Fonte: Elaborado pelo autor

Após definir o programa de necessidades, foi necessário realizar um organograma, para definir como os ambientes funcionariam e como se conectariam, para a partir dele, criar o layout final dos setores.

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Figura 32 – Organograma

Fonte: Elaborado pelo autor

Como é possível notar na Figura 33, a área a ser usada é uma área de topografia plana, tornando uma fácil implantação no futuro projeto, sendo benéfico a nível financeiro e estrutural.

Figura 33 – Delimitação do terreno de intervenção

Fonte: Elaborado pelo autor

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Após a delimitação do terreno, a figura 34 representa a implantação do projeto no local de estudo, onde o projeto foi implantado no primeiro nível do terreno, sendo uma área plana, facilitando a instalação da fundação e estrutura, e de esquina, tornando um terreno de fácil acesso, fácil visibilidade A implantação ocorre de forma estratégica, para a facilidade de acesso e ligação com a UCI -Unidade Central do Câncer de Itapeva.

Na figura abaixo, está representada a implantação geral da clínica, onde é possível ver os níveis topográficos do local delimitado e em relação ao entorno, sendo o nível zero o local da implantação. Nesta figura é possível ver os acessos aos dois estacionamentos, os quais possuem três vagas comuns e uma PNE em cada um. A partir desta figura é possível localizar a área de acesso para carga e descarga, o qual fica em uma ala isolada, ao lado de um corredor de acesso para entrada de carros e caminhões.

Figura 34 – Implantação da edificação

Fonte: Elaborado pelo autor

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A setorização representada na Figura 35 – Setorização, foi planejada de uma forma que os setores apresentem o máximo de funcionalidade seguindo as normas de execução. Os ambientes foram delimitados de forma funcional e pratica, e podemos dividir e classificá-los de cinco formas.

Primeiramente em área de acesso público (ambientes em roxo), onde os pacientes e familiares podem circular livremente no ambiente. Já os ambientes como cozinha, vestiários e o próprio consultório, foram classificados com ambientes flexíveis (ambientes em rosa), ou seja, não são ambientes de livre acesso, mas ocasionalmente podem ser acessados em determinadas situações, como é o caso de consultas medicas no consultório. A área central do projeto, foi classificada como área livre de circulação (ambientes em verde), sendo de acesso público para o paciente se sentir livre em utilizar como local de espera ou de descanso pós-tratamento. Há também os ambientes estritamente restritos (ambientes em amarelo), sendo eles a sala de maquinas, almoxarifado e salas de controle, que são ambientes que apenas funcionários do estabelecimento terão acesso. Por último há o Bunker, sendo um ambiente restrito com risco de radiação (ambiente vermelho), ele só deve ser acessado com acompanhamento de um médico ou especialista responsável.

Figura 35 – Setorização

Fonte: Elaborado pelo autor Elaborado pelo autor

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A partir desta Planta podemos ver o layout a ser utilizado em cada setor, os setores foram alocados de forma que o paciente antes do tratamento tenha de alguma forma o contato direto com o jardim interno, para tal, foi distribuído como mostra a figura 36 – Planta baixa geral.

O conceito buscado para realização desta planta foi a desconstrução dos padrões de layout das clinicas médicas, onde estamos acostumados com grandes corredores e prédios retangulares sem vida. Para isso os ambientes foram separados em blocos com finalidades distintas, conectados por pontos específicos e ligados por um jardim interno, o qual possuirá um banco circular e um ipê rosa central, representando a luta contra o câncer de mama o qual mais assola a população atualmente.

O setor de recepção e de espera, são ambientes flexivos, criando uma versatilidade entre ambientes públicos e privados de forma natural, tornando um ambiente à vontade de baixa restrição. O objetivo destes ambientes são com que os pacientes se sintam a vontade, em casa, e tenham o máximo de liberdade dentro das medidas possíveis.

As áreas de consulta e triagem ficam juntos em um setor, facilitando a acessibilidade dos pacientes durante o atendimento. Há duas formas de acessar este bloco, sendo o corredor que liga o setor de espera ao mesmo, e as aberturas conectadas ao pátio central.

A área de maquinas e a área de expurgo ficam situadas no mesmo setor com o local de acesso a carga e descarga de materiais, tornando um bloco estritamente privado, sem acesso ao público (pacientes).

Juntamente do Bunker há o bloco de salas de controle e espera para a família, sendo um ambiente muito importante, devido à sua funcionalidade. É neste ambiente que se localiza as salas de controle do procedimento, separadas do raio de radiação, juntamente com os quartos de preparação e de descanso pós-procedimento.

Nota-se também a espessura da blindagem no Bunker em relação às paredes comuns de alvenaria dos demais blocos, possuindo uma espessura de 1,20m a blindagem é essencial para a detenção da radiação. Para causar conforto visual e sensorial ao paciente, criou-se um jardim artificial dentro do bunker, para diminuir a sensação de claustrofobia neste ambiente altamente fechado. A escolha do jardim artificial deu-se devido à não resistência de plantas reais em um local blindado, sem luz natural e com contato direto com radiação, portanto serão utilizados plantas e

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jardim vertical artificiais localizado atras de um vidro blindex, o qual poderá ser visualizado enquanto se realiza o procedimento.

Figura 36 – Planta baixa geral

Fonte: Elaborado pelo autor

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A figura 37 abaixo trata-se da planta de cortes e elevações, onde é demarcado onde passará as linhas de cortes e seus respectivos sentidos, juntamente das áreas dos ambientes e o layout descrito.

Figura 37 – Planta baixa geral com cortes e elevações

Fonte: Elaborado pelo autor

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Como é possível ver nos cortes, os blocos possuem diferentes alturas nas platibandas, isso se dá por fim estético, causando a sensação de blocos desconexos e diferentes níveis, mesmo estando em uma superfície plana.

Figura 38 – Cortes A-A, B-B e CC

Fonte: Elaborado pelo autor

Tanto a fachada como as outras elevações serão compostas por brises de forma estratégica, mesclando em amadeirados e metálicos, buscando um conceito moderno/industrial sem perder a sensação de conforto.

Os brises foram adaptados como barreira ao sol, devido ao terreno se encontrar na esquina e não possuir grandes construções ao redor, a insolação durante o dia é atenuante, portando utilizou-se de várias aberturas, janelas e os brises como proteção e barreira contra a insolação diária.

Já sobre as elevações e as diferentes alturas de platibanda como mostra a figura 39 - Elevações, a ideia surgiu como forma de representar a vida daquele que realiza o tratamento, mostrando que tudo tem altos e baixos e nada é constante, o

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paciente chega pelo bloco mais baixo e vai em direção ao mais alto, sendo o local de tratamento e a recuperação do paciente, representando indiretamente a ascensão de forma física e volumétrica.

Figura 39 – Elevações

Fonte: Elaborado pelo autor

Neste projeto foi realizado também o pré-dimensionamento dos pilares com seus determinados eixos. Como mostra a figura abaixo. Figura 40 – Planta de pilares e eixos

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Figura 40 – Planta de pilares e eixos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Em um projeto como este, é de extrema importância uma boa iluminação, sendo de benefício visual e sensorial. Para tal, foi realizado uma planta de iluminação,

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na qual foi especificado o tipo de luz que cada ambiente irá receber. Como é possível visualizar na figura abaixo, utilizou-se de luzes quentes e frias dependendo do ambiente, isso se dá pelo determinado tipo de uso o qual o ambiente será sujeito.

Figura 41 – Planta de iluminação

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como complemento da planta de iluminação, foi realizado também, a planta de pontos elétricos, sendo muito importante em um projeto como tal, devido à

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aparelhagem que é necessária nestes ambientes. A figura abaixo mostra cada ponto elétrico existente no projeto.

Figura 42 – Planta de pontos elétricos

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Para realização do paisagismo no projeto, foi criado uma planta, na qual demarcou-se os locais e o paisagismo que será utilizado.

Figura 43 – planta de paisagismo

Fonte: Elaborado pelo autor.

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A partir desta perspectiva fica mais clara a visualização das diferenças de níveis de platibanda e a utilização dos brises horizontais e verticais.

Figura 44 – Perspectiva 1

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 45 – Perspectiva 2

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Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 46 – Perspectiva 3

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 47 – Perspectiva 4

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para facilitar a visualização e compreensão, foi realizada a maquete física volumétrica do projeto, para estudo da volumetria e implantação. Para isto, utilizou-se

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materiais de medidas (escalimetro e régua), materiais de corte (tesoura e estilete), materiais para montagem (papel paraná e papelão), e materiais de pintura (tinta acrilex pva branca) Através dela foi possível visualizar com clareza a forma que o projeto se comportaria no terreno, sendo primordial para gerar a planta de implantação posteriormente.

Figura 48 – Maquete física

Fonte: Elaborado pelo autor.

Por fim o projeto está dentro dos padrões construtivos do código de obras local, sendo que o mesmo possui uma taxa de ocupação de 41% (padrão de até 75%), com um projeto de 1096,22m² em um terreno com um potencial construtivo de até 10648,64 de acordo com o coeficiente de aproveitamento (até 4), e uma área de permeabilidade de 37% (mínimo 10%). Os dados de zoneamento citados podem ser encontrados Figura 30 - Leis construtivas do zoneamento local.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho, ficou claro a necessidade de colher todos os frutos de aprendizado plantados durante o curso, um trabalho de alta dificuldade o qual põe à prova tudo aquilo que aprendemos e o que realmente é arquitetura.

Ao realizar este projeto nota-se a complexidade e a importância de pensar em cada espaço, para que o mesmo cumpra com seu papel e atenda as expectativas e necessidades de quem o habitar. Por se tratar de uma clínica de Radioterapia foi um verdadeiro desafio realizar tudo que é necessário para possibilitar um bom atendimento e bem-estar do paciente com a interação homem/ambiente.

Por fim, reforço a importância de tudo que nos foi ensinado até então, pois cada matéria e estudo, se conectam para um único fim, a arquitetura.

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