ABOUT Magazine N4.pt

Editorial

Escolher o tema central de cada edição envolve reflexão e diversão em partes iguais Buscamos sempre conteúdos que atinjam a alma do nosso leitor Para esta edição tivemos muito claro que queríamos homenagear um dos elementos mais importantes na composição e criação de imagens: a cor Quer gostemos ou não, a cor é um ingrediente sempre presente nas fotografias e conhecê-lo melhor é a chave que abre o artista para um mundo de novas possibilidades

Começando pelo lado fisiológico, que já nos é dado pela fábrica, o olho humano consegue distinguir até 10 milhões de cores Este vasto leque de opções que já temos desde a caixa de partida, podemos continuar a abrir se tivermos em conta os fatores psicológicos e culturais que rodeiam as cores

Todo mundo sabe que os tons verdes evocam uma sensação de calma e tranquilidade, por exemplo, e que o vermelho está muito presente nos casamentos hindus porque acredita-se que fornece energia, vitalidade e proteção. A toda essa magia que envolve as cores, devemos adicionar o fato de que elas nos oferecem parâmetros que podemos manipular para alcançar certos efeitos

Estamos nos referindo à saturação, tonalidade, temperatura e luminosidade São ferramentas muito úteis disponíveis para o fotógrafo tanto no momento da composição e da tomada da imagem e, mais tarde, no processo de edição, graças a softwares poderosos como o Photoshop, Lightroom ou Capture One Depois desta breve apresentação do herói desta edição, abrimos as cortinas e deixamos a luz pintar as nossas fotografias com a sua ampla paleta de cores

Sylvie Pabion Martín

Í n d i c e

O PODER DA todo seu! COR

Texto Pau Zambelli e fotografias Jullianne Medeiros, Laura Becerra Ortiz e Sylvie Pabion

Alguma vez lhe aconteceu de 3 artistas criarem obras especialmente para você? E que um especialista te ensine a ler os segredos da cor?

Bem, isso está acontecendo. Aqui mesmo. Nesta revista. Para você.

Criamos um desafio divertido e ousado para que você aprenda tanto sobre a estratégia de um dos fenômenos mais poderosos da nossa vida, arte e profissão.

As cores nos influenciam constante e inevitavelmente gerando sensações e emoções t-o-d-o o-l t-e-m-p-o Assim como algumas músicas geram nostalgia e outra nos animam, a cor nos faz viajar pelas emoções, na maioria das vezes, sem que percebamos

Por esse motivo, conhecer a fundo a expressividade e a estratégia da cor é a melhor maneira de dominar o recurso que não apenas determina o clima expressivo de suas fotografias, mas também condiciona a forma como o espectador e o cliente leem e interpretam suas obras

Três grandes fotógrafas se colocaram à disposição para realizar um grande desafio: criar 3 fotos a partir de um slogan baseado no uso da cor

Para torná-lo mais interessante, e porque somos infinitamente criativas, propus a cada uma algo que as tirasse da sua zona de conforto Colocaram a sua criatividade e conhecimento ao serviço deste slogan e assim surgiram as 3 séries que vou apresentar enquanto descobrimos o grande poder que as cores têm na concepção, expressividade e leitura das imagens

Sylvie Pabion Martín teve que brincar com monocromático

Uma imagem monocromática é aquela que tem apenas uma cor. Este é um grande desafio, uma vez que a cor escolhida, sendo única, é o que determina o clima expressivo de tudo o que foi criado. Por sua vez, a necessidade de certas variações em uma imagem deve ser gerada, neste caso, a partir da diversidade de tonalidades (dentro da mesma cor) e da luminosidade.

Suas imagens poderiam ser a metáfora da presença saudável e vital da natureza em nossas vidas conformadas com um relato "in crescendo" (que está crescendo) e contando, assim, a história de uma expansão.

Na primeira foto, cuja serenidade lembra uma pintura renascentista, uma mulher apresenta delicadamente alguns aspargos. Ela poderia ser qualquer um de nós nos ligando à natureza e a tudo o que ela nos oferece

A cor verde dos aspargos apresentados se expande ao longo da série consolidando como protagonistas da história os legumes e frutas que aparecem lindamente

É uma história marcada pela serenidade, já que a cor verde é a temperatura fria e as cores frias geram uma sensação de calma na retina

Como, então, a sensação de expansão é gerada se o clima é bastante sereno?

Linda pergunta!

Se você olhar para a série, verá que da primeira para a terceira foto a quantidade de legumes e frutas aumenta, enquanto elas são dispostas de forma cada vez mais expansiva: dos aspargos nas mãos, à apresentação ordenada e ainda concentrada no prato, à implantação de frutas e legumes em toda a mesa

O interessante é que essa característica de composição não funcionaria de forma alguma se não fosse acompanhada e reforçada pelo tratamento da cor.

Olhe novamente para a série e observe como da primeira à terceira foto há cada vez mais presença de luminosidade e saturação

Luminosidade é o grau de luz ou não-luz de uma sombra. Toda a série tem um fundo escuro que classifica e destaca os elementos mais claros A clareza gera uma sensação de expansão, e é por isso que você sente que os vegetais e frutas se separam do fundo e "se aproximam" de você, destacando-se e chamando sua atenção

O aumento da luminosidade é acompanhado pelo aumento de uma ligeira saturação dos tons verdes Sendo a saturação o grau de pureza da cor, gera-se, na segunda foto e muito mais na terceira, a sensação de vibração crescente

O sentido de expansão gerado perceptivamente é o que gera a história no nível conceitual

E um detalhe que não podemos deixar de mencionar! Vamos ver se você tinha observado! Parte da possível riqueza em imagens monocromáticas reside na variação de tonalidades dentro da cor escolhida: da primeira à terceira foto observamos uma ligeira passagem de verdes-cianos para verdes-amarelados

O detalhe essencial é a tonalidade verde-ciano da fita que amarra os aspargos que se destaca em relação ao resto dos verdes que tendem a ser mais quentes

Um detalhe que marca o início, coroado pela implantação final.

É assim que as decisões sobre o uso da cor CRIAM expressividade e conceito. Tudo o que acontece nas imagens é crucial mas, se isso não for bem acompanhado pelo uso estratégico das cores, não há como expressar o que você quer.

Laura Becerra teve que brincar com cores adjacentes. Essas cores estão próximas no círculo cromático, de modo que seu efeito perceptivo é a continuidade. Que expressividade essa qualidade perceptiva pode gerar?

Laura explorou possibilidades criativas através de composições onde se destacam as belas e lúdicas formas de beringelas que brincam de subir em direção ao céu, de ser o aro de uma mulher misteriosa, de serem ovos em algum ninho escondido.

Ele escolheu uma ampla gama de adjacentes, fazendo com que o violeta das lúdicas protagonistas se misturasse gentilmente com o azul e ciano dos tecidos eo verde do fundo, sentindo que tudo se encaixa, que tudo faz parte do mesmo.

Mas então, como a artista consegue nos fazer levar nossa atenção de novo e de novo para onde ela quer?

Claro que com a luz, mas, além disso, o segredo para as berinjelas se destacarem é que o violeta é levemente quente

As cores da temperatura quente geram uma sensação de inquietação na retina. O violeta ligeiramente magenta das berinjelas atrai assim a atenção entre os seus adjacentes mais frios

Assim, o clima lúdico gerado pela criatividade da fotógrafa é potencializado por aquele toque de uma tonalidade um pouco mais quente em um ambiente onde predominam as cores frias.

Isso se combina, é claro, com a iluminação pontual que gera dinamismo por suas diagonais e, por sua vez, apresenta as protagonistas conotando teatralidade e mistério

Jullianne Medeiros teve que brincar com cores complementares.

Essas cores são opostas no círculo cromático, de modo que seu efeito perceptivo é o contraste. Que sensações e histórias essa qualidade de cor pode gerar?

Poderíamos criar muitas histórias possíveis a partir do encontro entre essas três imagens tão surreais quanto cotidianas Tendo múltiplas interpretações, o que fica claro é que nesta série a criatividade é combinada com a vitalidade.

Neste desafio é o contraste entre amarelo e azul que determina a nossa experiência. O contraste tonal envolve contraste de temperatura e, quando isso ocorre, sentimos a presença de sensações muito diferentes que correspondem à diferença entre quente e frio

Outro aspecto fundamental é que quando há contraste de temperatura, é a cor quente que direciona

O efeito do sabor do limão, queiramos ou não, é impactante O interessante é que sua cor, amarela, compartilha esse mesmo efeito já que desperta nossa retina por ser quente e brilhante.

É por isso que sentimos nesta série tanta vitalidade uma vez que não podemos parar de olhar para todo o amarelo, que se destaca contra o fundo azul, de temperatura fria, muito mais calma e que, se falamos de efeitos espaciais da cor, recua visualmente em relação ao amarelo tanto por ser frio quanto por ser escuro

A fotografia central leva-nos a percorrer cada elemento podendo desfrutar de uma certa variação de tonalidades, algumas um pouco mais alaranjadas, conseguindo assim diferenciar entre os vários elementos amarelos

E na mesa tudo acontece no que está colocado nas imagens laterais, tanto os limões protagonistas quanto o misterioso ser da esquerda que com sua ação se enche de vitalidade

Três grandes fotógrafas explorando as possibilidades da cor. Jogo infinito com um recurso infinito E, acima de tudo, poder. O poder de transmitir as sensações, emoções e histórias que desejamos

Desejo que esta viagem tenha inspirado você e me despeço pedindo que você brinque, como quando você era menino ou menina, sem medo, porque nossa criatividade combinada com os recursos e estratégias certas, são a porta para sentir todo o poder que viemos implantar neste mundo.

A cor está em suas mãos!

C o n v i d a d a e s p e c i a l

Pau ZAMBELLI

O P O D E R D A A R T E

Entrevista e fotografias Laura Becerra Ortiz

Paula Zambelli é um baú de ideias expansivas, criativas e coloridas. Conversar com ela é ser preenchido com calor, inspiração, desejo de fazer, de investigar, de olhar para si mesmo e mergulhar em um mundo que vai além da arte para entrar no nosso, no que nos molda, no que realmente queremos ser para nos encorajar a criar a partir daí.

A história começa aos sete anos de idade voltando de suas férias na praia: "Estávamos no carro prontos para sair da casa onde estávamos com minha família e seu dono correu e disse: 'espere, a menina esqueceu alguma coisa'. Sempre passávamos o verão em Villa Gesell (Buenos Aires, Argentina), e em sua pequena floresta construí um mundo, meu próprio mundo. Coloquei meus brinquedos, meus cadernos, minhas coisas lá E o que eu fiz quando criança, fala do que eu sou apaixonada por fazer hoje: criar mundos Faço isso por mim mesma e acompanho outras pessoas para que possam fazer o mesmo de forma livre, autêntica e poderosa Sempre gostei de linguagens artísticas ligadas ao visual e à música Desde muito jovem estudei artes plásticas, desenho, pintura, escultura, máscaras, fantoches e assim comecei a aprender sobre recursos visuais e cores na composição "

A composição como elemento de qualquer arte, não só a fotografia.

Claro, porque é algo transversal a tudo isso que eu mencionei. Enquanto eu estava criando a partir desses lugares, eu era fascinada por assistir filmes e fotografias e analisá-los Assistia dança, teatro e gostava de relacionar tudo isso com a música, fazíamos muito com meu pai Desde pequena, se me perguntassem o que eu queria ser quando crescesse, eu pensava: colocar uma mesa e duas cadeiras na esquina de uma rua e uma placa que onde se lê ideias de presente Sempre adorei criar.

Então isso virou carreira e você estudou História da Arte

Sim, eu me juntei a ela como criadora visual e antes de começar fiz uma viagem e algo aconteceu que mudou minha vida Eu via arte o tempo todo, mas um dia entrei em uma galeria e saí transformada, oprimida por uma obra que estava me fazendo questionar a mim mesma perguntas que eu nunca tinha me feito Algo muito forte estava acontecendo comigo, tudo estava latejando, eu tive que me sentar

porque eu estava tonta Comecei a perceber com o passar dos minutos que o que aconteceu comigo não foi tanto por causa da obra de arte em si, mas por causa do que eu tinha vivido com ela. Era o poder da arte. Naquele momento eu disse para mim mesma, como pode ser? Como esse artista pode me transformar assim? Finalmente, depois de um tempo, percebi que o que tinha me tocado tanto era a arte contemporânea Eu não tinha começado minha carreira, mas já sabia que era por isso que eu era apaixonada e queria aprender e transmitir Aos 18 anos percebi que a arte não é uma ferramenta decorativa, mas algo super poderoso, de persuasão E quando falo de arte, falo de todos os recursos que a compõem, que podemos aplicar a muitas coisas como marketing, por exemplo.

É interessante o que você levanta porque nos leva a pensar que, o tempo todo, estamos expostos a imagens que nos enviam mensagens que nem percebemos.

Esse é o ponto E essa é a minha paixão O que você menciona é o momento em que percebemos o poder que temos como criadores, que muitas pessoas vivem a vida de forma muito automática e com a sensação de que podemos fazer muito pouco neste mundo, mas não é assim Eu vi isso na arte e depois como professora: quando somos educados, não somos informados sobre esse poder, mas ele está escondido, enfraquecido Então, a maioria das pessoas que são treinadas para criar visualmente aprendem ferramentas, mas não se conectam com quem são, com o que querem transmitir, com esse poder Pergunto a todas as pessoas que nos leem: Quem você quer ser? O que você quer fazer na maioria dos seus dias? Como você quer inspirar os outros? O que você quer dar ao mundo para torná-lo um pouco mais parecido com o que você quer? Essas são as perguntas que temos que fazer a nós mesmos e transformar as respostas em ações.

"O que eu ofereço são recursos e experiências transformadoras que nos levam a ver o poder estratégico e o poder da arte. "

SOBRE

FOTOGRAFIA DE ALIMENTOS

Quando mencionam a fotografia gastronômica, algo se acende dentro de mim e me faz querer falar sobre todas as possibilidades oferecidas por essas imagens de acordo com o que é necessário e buscado em cada caso Não gosto de fórmulas Surge para mim falar, analisar, compartilhar, aplicar todos os recursos para colocá-los em jogo em cada imagem que é feita dentro deste universo Pode haver intenções e necessidades muito diferentes e, em cada caso, cada artista deve abrir essa caixa de conhecimento, sensibilidade e experiência para combiná-las com o quê? um cliente precisa Eu acredito que o mais importante é o poder como criadores, não fazer as coisas automaticamente, nem repetir sempre a mesma coisa ou as fórmulas de outras pessoas.

É uma visão muito diferente do que estamos acostumados, fazer as coisas sempre do mesmo modo, com um resultado específico, mas não o que nos leva a fazê-las, que pegada elas deixam ou para que as fazemos

Chegar a essas questões não é fácil, mas para mim é fundamental e, assim, nasce um conceito que é a conexão expansiva: acho que o mais importante é poder nos conectar com esse universo único e particular que somos, com nosso poder, com tudo o que queremos ser e fazer e depois expandi-lo. Mas sempre a partir da verdade de quem somos, porque se não é livre, a conexão não é autêntica O sol se expande tão fortemente porque seu núcleo é super poderoso e seus raios geram expansão em todo o resto. Quando alguém se expande autenticamente, não apenas vive uma vida mais agradável, mas começa a fazer com que os outros se expandam. Eu gosto de chamá-lo de expansão de 360 graus ou expansão total Começa em mim ou em você e se abre em camadas e assim você pode imaginar um mundo um pouco mais sensível, autêntico e onde vivemos melhor, porque é disso que se trata

A FORÇA DA COR

Paula é conhecida pela sua relação com o mundo da cor que ensina de uma forma experiencial e muito diferente do que habitualmente se encontra: "Quando tinha dez anos testemunhei como vinte pessoas escolhiam um produto por ser mais sofisticado, quando a única diferença com outro era a cor da embalagem. Naquele dia eu estava ciente do poder da cor e sua influência, que gera sensações e emoções constantemente. Assim nasceu a minha grande paixão: que as pessoas compreendam o poder estratégico e expressivo da cor e o apliquem na sua arte, profissão e vida quotidiana.

@pau zambelli

Paula junta-se à About Magazine nesta edição para analisar a fotografia gastronômica de todos estes ângulos e ajudar-nos a perceber como e por que fazemos o que fazemos quando fotografamos. Estamos felizes em tê-la na equipe e com todo o seu conhecimento.

"Gosto de lembrar de voltar a passar pelo coração, de que estamos aqui para sermos autênticos"

Assim nasceu a minha grande paixão: que as pessoas compreendam o poder estratégico e expressivo da cor e o apliquem na sua arte, profissão e vida quotidiana.

PAU ZAMBELLI

PAU EM AÇÃO ENSINANDO EM SEU ESTÚDIO

Fotografia Gonzalo Angueira

Fotografia de Tamara Apipet

Fotografía de Tamara Apipet

Fotografia de Christian Jamin

Fotografia de Gonzalo Angueira

Bea LUBAS

Ela tem um grande talento quando se trata de capturar a beleza e o frescor dos pratos Suas composições harmoniosas, suas cores vibrantes e o detalhe de suas texturas conseguem destacar o melhor de cada alimento chamando a atenção e despertando o apetite do espectador Descubra os seus segredos!

Entrevista Sylvie Pabion e Fotografias de Bea Lubas

Oi Bea, para aqueles leitores que ainda não a conhecem, você pode nos dar uma breve introdução de quem você é e o que você faz?

¡Muito obrigada por me convidar para a sua revista! É uma honra para mim!

Meu nome é Bea Lubas, sou fotógrafa de comida e autora de "How to Photograph Food" Nasci na Polônia e moro na Inglaterra Adoro me aprofundar no tema da fotografia de alimentos e compartilhar meu conhecimento com os outros, muitas vezes, na forma de tutoriais online, conteúdo como "dicas, truques e técnicas", palestras e workshops.

Conhecemos e admiramos o seu trabalho. Entrar na sua conta do Instagram é como dar um passeio por um belo e enorme jardim, como você consegue essa consistência que muitas vezes nos custa tanto para alcançar?

Isso significa muito para mim Obrigado! É ótimo ouvir que você vê um estilo consistente no meu trabalho

Curiosamente, eu nunca prestei muita atenção em "ser consistente" Ao longo dos anos, eu adorava experimentar diferentes estados de ânimo, composição e edição, e mesmo assim meu trabalho ainda parecia consistente Não é fascinante? Acredito que nosso estilo está enraizado em nós mais profundamente do que pensamos e é dado por muitas decisões, muitas vezes inconscientes, que tomamos ao criar

Desde o que nos chama a atenção, como vemos a cena, até a forma como enquadramos o assunto. Uma fotografia é como um espelho, é um reflexo do fotógrafo, do nosso gosto, das nossas influências, de como vemos e do que é importante para nós.

Acredito que mergulhar em nossa alma criativa, tentando entender melhor uns aos outros, nossos gostos, nossa personalidade, porque criamos e o que mais gostamos de criar, não é apenas gratificante, mas também nos ajuda a descobrir e entender melhor nosso estilo pessoal e único Foi o que me ajudou a criar aquele lugar que "sinto como o meu".

Como especialista em edição, como você costuma trabalhar com o painel HSL? Algum conselho que você pode nos dar sobre esses parâmetros?

Há muitas maneiras diferentes de usar o painel HSL do Lightroom e como edito as cores em termos de matiz, saturação e luz. Neste painel, depende da fotografia com a qual estou trabalhando, do tipo de comida mostrada na fotografia, bem como do humor que quero criar e da história que quero contar.

O controle de tom nos permite alterar a cor que vemos, por exemplo, podemos mover a cor laranja mais para o lado amarelo ou mais para o lado vermelho. Isso realmente nos ajuda a ajustar as cores para garantir que elas pareçam tão deliciosas quanto a receita

Quando quero que uma cor específica em minhas imagens de alimentos apareça mais profunda, movo o controle deslizante para o lado esquerdo para tornar essa cor um pouco mais escura.

BEA LUBAS

Muitas vezes, quando nos concentramos e ajustamos uma cor específica, precisamos mudar mais o tom de outra. Por exemplo, ao ajustar a cor de várias folhas de uma salada, podemos querer mover o controle deslizante verde e amarelo para obter uma cor com a qual estamos mais satisfeitos

O parâmetro de saturação controla a intensidade da cor e podemos tornar qualquer cor mais ou menos intensa Muitas vezes, eu reduzo um pouco a saturação de uma cor específica O controle deslizante de saturação também é uma ferramenta poderosa que nos ajuda a chamar a atenção para certos elementos em nossas composições Cores intensas capturam nossa atenção mais rapidamente do que as menos saturadas. Costumo usar essa técnica para fazer com que meu assunto se destaque mais Eu me certifico de que o assunto principal tenha uma cor bonita e marcante (mas natural), então eu diminuo a saturação do fundo e outros elementos da cena (mais ou menos dependendo da imagem), isso ajuda o assunto a se destacar ainda mais

O controle deslizante de brilho é uma das minhas ferramentas favoritas no Lightroom Ele nos permite tornar uma cor específica mais brilhante ou mais escura Quando estou editando imagens escuras, por exemplo, um close-up de groselhas vermelhas fotografadas em um fundo escuro, adiciono brilho ao meu ingrediente com esse parâmetro Isso aumenta o contraste em uma fotografia e faz com que o assunto se destaque ainda mais. Por outro lado, quando quero que uma cor específica em minhas imagens de alimentos apareça mais profunda, movo o controle deslizante para o lado esquerdo para tornar essa cor um pouco mais escura.

Imagine que o Instagram muda as regras do jogo e nos obriga a carregar apenas fotos monocromáticas, que cor você escolheria para o seu perfil e por quê?

Eu provavelmente escolheria marrom! É uma cor quente, aconchegante e reconfortante! Acho calmo e relaxante Minha paixão pelo marrom é influenciada por alguns dos meus lugares favoritos para visitar aqui na Inglaterra Associo o castanho ao charme vintage que ilumina a minha alma. Alguns dos meus fundos favoritos e cerâmicas também são marrons, então isso me daria uma desculpa perfeita para usá-los o tempo todo!

Além disso, sinto que há tantas opções de comida marrom bonitas e deliciosas, que provavelmente nunca ficaria sem ideias sobre o que fotografar e compartilhar a seguir.

Quando você começa um trabalho que peso a questão da cor tem no seu processo? Você dá prioridade sobre outros aspectos, como composição ou luz, ou todos eles são igualmente importantes para você?

¡Essa é uma ótima pergunta! Eu acho que as imagens mais fortes da comida são quando a cor, a luz, a composição, o tema e o estilo da comida se juntam Eu penso muito sobre a cor durante o processo de captura de imagem. Na fotografia de alimentos, a cor é um elemento visual importante. Ela define expectativas de como a receita será saborosa e nos ajuda a identificar o sabor, o frescor e a qualidade dos ingredientes, por isso, é importante para mim garantir que a cor da comida pareça boa Mas a cor também é uma ferramenta poderosa para contar histórias, e eu gosto de usá-la intencionalmente no meu trabalho

Muitas vezes, ao trabalhar para um cliente, as cores para os projetos são selecionadas pelo diretor de arte e já vêm no briefing criativo

Em projetos em que trabalho como diretora de arte ou em meus projetos pessoais, penso em uma história que quero contar sobre a receita e quais cores e combinações de cores podem ajudar A história pode se concentrar na estação em que desfrutamos dessa receita ou em uma ocasião específica A história também pode se concentrar no sabor da receita ou ingrediente, e como esse sabor pode se destacar com a escolha da cor. Por exemplo, se eu estivesse fotografando panna cotta, que tem um sabor delicado e cremoso e textura suave, eu escolheria uma paleta de cores delicada e de baixo contraste para a minha fotografia

Há também momentos em que a cor se torna um ponto de partida para a minha fotografia

Às vezes me deparo com uma bela paleta de cores que toca minha alma e a uso como inspiração para a sessão de fotos Pode surgir de uma viagem de um dia a uma cidade diferente, ao visitar um novo restaurante ou até mesmo navegar na internet. Eu penso em como eu poderia usar esse esquema de cores em fotos de comida, qual receita funcionaria bem com ele e assim a história começa

Algum fotógrafo de referência que você considera um mestre em gerenciamento de cores?

Sempre me inspiro na forma como Rachel Korinek, Eva Kosmas Flores e Costas Millas usam a cor em suas fotografias

Três coisas para melhorar a nossa fotografia de bom para excelente.

Estive recentemente a refletir sobre este assunto Foi há cerca de 10 anos quando peguei minha primeira câmera e comecei a tirar fotos de comida e este ano venho revendo minha trajetória e pensando nas coisas que me ajudaram a melhorar minha fotografia

Uma dessas coisas tem sido praticar intencionalmente minha habilidade de observação Aprenda a estar presente, observe detalhes que você nunca havia notado antes, preste atenção aos momentos "pequenos" e "mágicos", tente encontrar algo extraordinário no "comum". Todos esses exercícios ajudaram a aguçar meu olho fotográfico Dez anos depois, apreciar os detalhes, estar mais presente, é o que mais valorizo na fotografia

Também achei muito benéfico investir tempo regularmente na reflexão Olhar para o meu trabalho e me perguntar o que funcionou bem e o que poderia melhorar da próxima vez (sempre sendo gentil comigo mesma) me ajuda a aprender em quais detalhes prestar atenção, manter minha curiosidade e aprender mais

Trabalhar com outros criativos também teve um enorme impacto positivo nas minhas habilidades, criatividade e fotografia Todos nós vemos e criamos de forma diferente, e trabalhar com outros artistas nos dá uma bela oportunidade de olhar para as coisas de uma perspectiva diferente e com novos olhos Ver outras pessoas criarem é verdadeiramente uma experiência mágica e criativamente enriquecedora!

Costas MILLAS

Costas, para quem ainda não te conhece, apresente-se, quem é Costas Millas? Conte-nos sobre sua relação com a fotografia em geral e com a fotografia culinária em particular.

Muito obrigado por me convidar para fazer parte da revista ABOUT Magazine Há 16 anos, trabalho como designer gráfico e diretor de arte, uma tarefa que desde 2017 combino com fotografia culinária, styling e desenvolvimento de receitas Eu sou bastante autodidata como fotógrafo (além de alguns módulos de fotografia que fiz durante meus anos de faculdade) e escolhi a fotografia culinária quando me mudei para minha própria casa e comecei a realmente gostar de cozinhar para mim mesmo, aprendendo receitas e descobrindo um mundo cheio de criatividade no Instagram Comecei com meu iPhone, criando minha conta no Instagram dedicada à comida, Made By Mr Miles, e simplesmente gostei de experimentar cores, luz, diferentes tipos de comida antes de começar a fotografar com uma câmera digital.

Gostaríamos de destacar sua arte ao criar fotografias monocromáticas. Ele consegue transformar imagens cotidianas em obras de arte, a ideia de compartilhar uma única cor dá às suas composições um design limpo, suave e elegante, enquanto cativa a atenção do espectador.

Em um mundo cheio de cores, quais são os motivos que te levam a escolher um esquema de cores monocromático?

Depende do estilo que quero criar, pois a cor é sempre um dos primeiros elementos que considero ao trabalhar em uma nova imagem ou no conceito de uma história. Monocromático é um bom esquema quando quero capturar um sabor particular, mostrar um ingrediente específico, evocar uma estação do ano, etc Para dar um exemplo, minha recente reportagem "Blonde" é uma série de imagens que criei depois que tive a ideia de desenvolver uma receita com chocolate branco caramelizado ou amarelado A beleza do tom de chocolate e seu sabor de biscoito foi o que iniciou o processo de criaçãoda receita de cream cheesecake A história girava em torno dos tons creme e amarelo dos ingredientes, que eu então usei para expandir a narrativa visual de todas as imagens da série.

Entrevista Marta Sarrate Fotografias Costas Millas

A fotografia tem uma parte objetiva, a técnica é muito importante, mas também tem uma parte subjetiva. Conte-nos sobre o processo criativo e artístico de suas fotos monocromáticas. De onde vêm as ideias e como combiná-las para dar um significado pessoal, uma nova perspectiva e uma dimensão a cada uma dessas criações?

Uau, esta é uma ótima pergunta! Na verdade, eu não tenho um processo específico para minhas fotos monocromáticas versus aquelas que usam mais de uma cor Quase tudo começa na minha cabeça depois de me inspirar em um ingrediente, uma ideia para uma receita, ou algo que eu já vi, como uma obra de arte ou talvez outra fotografia. Então eu começo a compor uma ideia, vendo-a com os olhos da minha mente antes de começar a fazer qualquer coisa tangível. Eu amo digitalizar mentalmente minha coleção de adereços ou o estilo que eu poderia dar a um prato para me inspirar a começar a criar fisicamente

Para um projeto de maior envergadura, como Blonde, eu desenho um quadro de direção artística Costumo criar um álbum no meu Instagram e salvar aquelas imagens que acho que poderiam inspirar uma história a ter como referência. Pode ser uma composição interessante, uma paleta de cores que se encaixa na minha ideia, maneiras deliciosas de capturar o tipo de comida que vou preparar (neste caso, um bolo), etc , para que eu possa construir uma narrativa visual mais profunda do que a que comecei a inventar em minha mente

Uma vez que a ideia é definida, eu fisicamente começo a puxar os adereços, criando uma paleta, pensando em todo o processo de receita e nas etapas que eu gostaria de capturar e que material pode ser necessário para contar essa parte da história Penso nos cortes, ângulos, formatos etc., qual foto funcionaria melhor e de que maneira Às vezes eu tomo notas, faço uma contagem aproximada etc , para ter certeza de que não esqueço nada

A coisa bonita e inspiradora sobre ser criativo é que eu poderia contar minha ideia para centenas de fotógrafos e cada um iria interpretá-la e criar algo diferente, sem dúvida. Cada um de nós tem seu próprio estilo, maneira de fazer as coisas e criar suas imagens, o que eu acho incrível E eu sempre me sinto honrado e grato quando as pessoas gostam do que eu faço.

As cores geram reações emocionais; Como você consegue capturar a atenção e direcionar o olhar do espectador usando uma única cor em suas composições? Como você obtém uma imagem visualmente atraente?

Concordo totalmente A cor é fundamental para criar

Uma atmosfera, contar uma história, infundir uma emoção no espectador.

É difícil responder a essa pergunta de forma simples, e acho que parte da minha resposta anterior tem a ver com isso, já que depende muito do estilo pessoal de cada um. No entanto, ter uma ideia clara e definida e criar algo que pareça exclusivamente seu será visualmente atraente Pessoalmente, eu não tento seguir regras rígidas de composição, eu gosto de ser mais livre e usar meu olho criativo para saber se está tudo bem Mas eu sempre presto atenção à luz e como ela interage com o objeto, e deixo que ambos trabalhem juntos para encontrar a melhor maneira de apresentar minha ideia. Não faz sentido colocar a parte mais importante da sua imagem na área mais escura da luz Você tem que iluminá-la, mesmo em uma cena “dark mood”, para que o espectador não tenha dúvidas sobre o que você quer que ele veja. E a edição, sobre a qual também falaremos é uma parte importante do meu processo de criação de uma imagem visualmente atraente

Quanto à cor e edição, você pode nos dar algum conselho?

Para editar minhas fotos, uso o Lightroom, que é maravilhoso para editar cores. Eu sempre presto muita atenção às ferramentas de edição de separação de cores em todas as minhas fotos para realmente definir o balanço de branco e criar a atmosfera certa. Por exemplo, imagens da minha história Blonde foram intencionalmente editadas com um balanço de branco mais quente, para destacar tons creme, amarelos cremosos e ricos tons de dourado. Eu queria que o conjunto parecesse rico e indulgente, então fiz questão de prestar muita atenção aos amarelos e laranjas em particular, mas também os compensei levando em conta os tons mais frios, por exemplo, diminuindo a intensidade dos azuis Mesmo em uma imagem monocromática, brancos e cinzas podem se tornar mais azuis se não for dada atenção suficiente a eles na edição. Eu sempre amei editar, pois permite que você dê seu próprio toque final às imagens. Se alguém que está nos lendo não se sentir confiante sobre a edição, recomendo que você pratique e confira todos os tutoriais (incluindo alguns dos meus!) e todos os recursos disponíveis gratuitamente oferecidos pelo programa e pelo aplicativo Lightroom

"COR É FUNDAMENTAL

Como você cria contraste em suas fotografias escolhendo um esquema de cores monocromático?

Sem dúvida, com a iluminação, os adereços e a edição. Como já dissemos, conhecer a luz e o ambiente que você deseja criar é muito importante, e saber como isso afetará o assunto é essencial para obter uma boa imagem Os adereços também são importantes para contar uma história monocromática. E isso não significa que você tem que ter centenas de acessórios de todas as cores, mas que usar tons de branco, cinza, etc de forma inteligente com os adereços da cor escolhida e editá-los bem irá unificar tudo

Não posso terminar esta entrevista sem lhe perguntar, Costas, qual é a sua cor favorita? Você tem alguma lembrança de infância associada a uma determinada cor?

Não tem nada a ver com a série de fotos que eu tenho falado, mas eu amo amarelo, especialmente amarelo mostarda quente Mas eu amo a cor em geral, por isso é difícil escolher Eu não tenho memórias de infância associadas a uma cor, embora quando criança eu sempre pensei que minha cor favorita era o vermelho, mas eu realmente não sei por quê! Acho que todas as cores são ótimas em diferentes contextos. Por exemplo, eu nunca escolheria rosa para uma peça de roupa, mas eu adoro para uma foto de comida

Tema Técnico

Alicja SIERONSKI

Nesta edição não poderia faltar um artigo dedicado à teoria da cor. E ninguém melhor do que Alicja Sieronski para escrevê-lo Para quem ainda não a conhece, Alicja é fotógrafa gastronômica e estilista culinária radicada no Reino Unido.

Mulher criativa, especialista não só na arte da composição, mas também no uso da cor e suas múltiplas combinações. Suas fotografias são cheias de força, energia e magia.

A partir daqui, encorajamos você a visitar seu site, www.alicjasieronski.com, cheio de imagens atraentes e sugestivas Um luxo cheio de cor.

Fotografias e texto de Alicja Sieronski

B A S E S D A T E O R I A D A C O R

A teoria das cores é um conceito fundamental no mundo da arte e do design. É um conjunto de princípios que ajudam artistas e designers a entender o uso das cores e a relação entre elas, e é fundamental para criar fotografias de alimentos cativantes.

Se entendermos o círculo cromático, a base da teoria das cores, com cores primárias, secundárias e terciárias, tons quentes e frios, cores análogas e complementares, e aplicarmos os princípios dessa teoria à nossa fotografia de alimentos, podemos melhorar o apelo visual de nossas fotos e criar imagens marcantes e impactantes.

As cores primárias, vermelho, azul e amarelo, são os blocos de construção de todos as outras As cores secundárias, verde, laranja e roxo, são criadas pela mistura de duas cores primárias.

As cores terciárias são criadas pela mistura de uma cor primária e uma secundária E depois há as cores intermediárias: os corantes são misturas de cores com branco, os tons são a mistura de cores com preto Ambos os processos afetam a saturação da cor resultante Uma tonalidade é produzida pela mistura de uma cor com cinza. Os marrons, por exemplo, são tons de amarelo, laranja ou vermelho em combinação com baixa luminância ou saturação

Na fotografia de alimentos, as cores desempenham um papel essencial na criação da atmosfera desejada e evocam emoções no espectador Estes podem ser classificados como quentes ou frios, dependendo da sua associação com diferentes emoções e sensações. Portanto, a seleção cuidadosa e o uso de cores quentes e frias na fotografia de alimentos podem afetar a resposta emocional do espectador e a percepção dos alimentos, e isso é essencial ao selecionar uma paleta de cores.

Nossas escolhas de cores não se limitam ao alimento em si, mas se estendem à seleção de adereços, fundos e até mesmo temperatura de luz e gradação de cor na pós-produção No entanto, não é apenas a escolha da cor que importa, mas também como as cores interagem umas com as outras A verdadeira magia está na forma como as cores se combinam para criar uma composição harmoniosa, interessante e bonita. Usando os princípios da teoria das cores, podemos criar diferentes combinações para nossos esquemas de cores.

As cores análogas são cores adjacentes no círculo cromático Elas têm uma harmonia natural e geralmente são encontradas na natureza Por exemplo, amarelo, amarelo-verde e verde são cores análogas Elas são frequentemente usadas para criar uma paleta de cores unificada

Cores complementares são cores opostas no círculo cromático Elas podem criar uma imagem de grande contraste e apelo visual. Por exemplo, vermelho e verde são cores complementares

Um esquema de cores monocromático é criado usando diferentes tons e tonalidades da mesma cor

Pessoalmente, gosto de experimentar a teoria avançada das cores para criar combinações bem-sucedidas, usando combinações de cores complementares divididas, diádicas e triádicas. Essas combinações são variações das cores complementares e opostas no círculo cromático

Meu favorito é o split complementary, ou complementar dividido, que consiste em usar uma cor base e duas cores adjacentes ao seu complementar

Por exemplo, se a cor base é laranja e a cor complementar é azul, as cores complementares divididas seriam azul-petróleo, roxo e todas as suas nuances, tonalidades e tons Isso cria um esquema de cores equilibrado e dinâmico que pode destacar uma imagem.

Combinações diádicas e triádicas também são ótimas para criar imagens visualmente impressionantes. Em esquemas de cores diádicas, são escolhidas duas cores que são separadas por uma cor no círculo cromático, como laranja e roxo, meu favorito Na triádica, três cores uniformemente espaçadas são usadas no círculo cromático, como verde, laranja e violeta.

Outra maneira de obter combinações de cores originais é combinar cores quentes e frias.

Cores quentes, como vermelho, laranja e amarelo, são energéticas e chamam a atenção, enquanto cores frias, como azul, verde e roxo, são frias e calmantes A combinação de cores quentes e frias pode criar uma composição dinâmica e visualmente interessante.

A repetição de cores é outra ferramenta poderosa que eu amo usar Ao repetir uma cor específica ao longo da imagem, posso criar um senso de unidade e coesão Essa técnica funciona especialmente bem quando a cor repetida é usada em muitos tons e matizes diferentes em toda a imagem.

Brincar com o poder e a saturação das cores também pode criar uma aparência única em suas fotos de comida. Dessaturar certas cores pode criar um efeito suave ou vintage, enquanto o aumento da saturação dá uma aparência mais ousada e vibrante

A gradação de cores é outra técnica que uso para melhorar e colorir minhas fotos Ao ajustar a temperatura de cor, a tonalidade, a saturação e o brilho de uma imagem, posso criar uma aparência única e personalizada que melhora a sensação geral da imagem

Estou sempre observando meu entorno e adoro me inspirar em diferentes fontes para criar paletas de cores Para mim, a natureza é sempre uma das minhas favoritas, pois suas cores podem ser incrivelmente ricas e variadas. Dos verdes profundos da folhagem da floresta aos belos tons de um pôr do sol, a natureza oferece inspiração infinita para paletas de cores e combinações

Outras fontes de inspiração são a arte, os interiores e as viagens, mas até mesmo minhas próprias memórias e experiências ou objetos cotidianos, como capas de livros, roupas ou desenhos de minhas filhas, podem me inspirar Na maioria das vezes eu me inspiro nos produtos em si, e acho que uma visita ao mercado ou ao meu supermercado favorito pode fazer minha criatividade fluir instantaneamente Além disso, acho que os produtos sazonais combinam bem

Às vezes consigo imagens cheias de cores intensas O segredo é encontrar um tom mais neutro ou uma nuance que unifique todas as outras cores e traga equilíbrio e harmonia à composição e ao fundo da imagem. Costumo desenhar e pintar fundos fotográficos especialmente para este fim

A chave para fazer essas combinações de cores funcionarem é experimentar e confiar em nossos instintos Ao levar em conta a teoria das cores e tentar diferentes abordagens, podemos criar imagens vibrantes e não convencionais que se destacam da multidão. https://alicjasieronski

food photography POP POP

Em um mundo onde a velocidade prevalece, a publicidade tem alguns segundos para capturar a atenção.

Com o advento das redes sociais e da internet somos constantemente bombardeados com imagens e nos acostumamos com nossa atenção pulando de uma para outra sem tempo para assimilá-las

E como em muitas áreas, a fotografia publicitária gastronómica também teve de se adaptar a esta nova realidade

Diego Coronado e Hijón já dizia que "Hoje somos, antes de tudo , sujeitos consumidores de imagens (de publicidade), que ocorrem indefinidamente diante de nossos olhos e ouvidos em todas as áreas de circunscrição da metrópole contemporânea"

Na publicidade gastronômica (e não só), uma das correntes que vem sendo muito vista nos últimos tempos, é usar cores vivas ou cores "pop" Este tipo de fotografia, "pop food photography", é amplamente utilizado no mundo publicitário e editorial com o objetivo de mostrar o produto de uma forma impressionante Caracteriza-se pelo uso de imagens limpas, com pouca distração e onde a cor e a figura são tão importantes que resultam em imagens muito gráficas

Texto e fotografias de Mónica Molina

Graças à composição, aos ângulos utilizados, às cores saturadas, às repetições de padrões Imagens muito vívidas são alcançadas onde a comida no final nos entra através dos olhos

Em todos elas, sejam fotos com poucos elementos ou, pelo contrário, se houver uma abundância deles, há uma narrativa muito presente.

Os principais elementos que devem ser destacados na «Pop food photography» são:

Produto: Tem que ser apresentado perfeitamente, cada detalhe tem que ser estudado ao máximo. Na parte de pósprodução é importante eliminar quaisquer imperfeições que não tenham sido buscadas. Geralmente há uma união de elementos geométricos mais gráficos com outros mais orgânicos

Luz: Embora nem sempre aconteça, geralmente é uma luz dura, contrastada e forte As sombras são tão importantes que se tornam outro elemento da composição

Gráficos: a predominância de linhas, figuras e a repetição de motivos e cores é muito importante neste tipo de fotografia.

Cor: neste tipo de imagens a paleta é pequena, cerca de 3 ou 4 cores principais Também podemos encontrar imagens monocromáticas O uso de poucas cores, faz com que a cena pareça mais ordenada.

Este tipo de fotografia tem sido uma grande tendência nos últimos anos e continua a ganhar popularidade

Se você está procurando fotos que captem a atenção, este é um dos caminhos a percorrer

“A cor é o meio para exercer uma influência direta sobre a alma.

WASSILY KANDINSKY

Pintor nascido na Rússia e um dos iniciadores da arte abstrata do século XX

y EspacioCRUDO

O Espacio Crudo é um estúdio de criação de conceitos

Em suas fotografias e vídeos, eles nos mostram uma visão muito particular de um mundo cheio de cores no qual eles se movem como peixes na água. O resultado final de seu trabalho é marcante tanto por sua poderosa estética visual quanto pela forma como apresentam o produto

Eles não deixam ninguém indiferente, sempre vão um passo além E é disso que se trata, em um mundo cheio de estímulos visuais, captando sua atenção, fazendo você parar para ver, e não apenas olhar.

A equipe é formada por Paola, Diretora de Arte ; Natalia, Estilista e Andrés, Fotógrafo o trio perfeito.

Entrevista Mónica Molina Fotografias Espacio Crudo

Gostaríamos de conhecer um pouco mais sobre suas origens juntos e sobre sua trajetória, conte-nos um pouco.

Um dia, um amigo em comum entre Paola e Natalia decidiu que era uma boa ideia reuni-las em um encontro às cegas no trabalho, as colocou em um grupo de whatsapp, as apresentou e saiu

Decidiu-se que o encontro seria num Starbucks, conversaram um pouco, viram que tinham objetivos comuns (combater a monotonia do quotidiano) e decidiram, nesse mesmo fim-de-semana começar a tirar fotografias sem qualquer pretensão econômica, simplesmente "fazer algo lindo".

Porém faltava uma peça na equipe, alguém para tirar as fotos Então apareceu o Andrés

Naquele fim de semana, tiramos nossas primeiras fotografias: alguns padrões de frutas e vegetais Nos encontramos na praça do mercado "Paloquemao" e decidimos classificar todos os alimentos por cores

Percebemos imediatamente que havia uma sinergia entre nós e que, acima de tudo, nos divertimos muito fazendo essas fotografias

Começamos a enviar essas fotografias para plataformas como Behance e Instagram, um dia nos escreveram sobre um festival chamado LadFest no Peru, não pensamos nem por um segundo e decidimos mostrar nossas fotografias diante de um público de 800 pessoas em Lima

Desde então, trabalhamos juntos em muitos projetos não só na gastronomia, mas também na moda, ecommerce e até retratos para alguns artistas

Por quê a fotografia culinária ou de produtos, o que trouxe vocês a este campo?

Antes de ser Crudo, Natalia trabalhou em uma editora de livros de receitas Ela chegou ao meio depois de terminar seus estudos de culinária na Argentina, onde começou seu trabalho de food stylist em várias mídias impressas Por outro lado, Paola também é chef, mas confeiteira, e naquela época ela estava montando uma padaria em casa, e isso envolvia desenvolver conteúdo alimentar quase diariamente a partir dos pedidos que recebia Era natural, continuar nesse caminho, não era algo planejado, era o campo que estávamos administrando no momento

Sua fotografia é mais publicitária, para que tipo de cliente vocês trabalham? O cliente costuma vir diretamente ou entra em contato através de agências?

Normalmente, os clientes vêm diretamente até nós, o que tem sido muito gratificante, pois há menos intermediários no processo

Trabalhamos para marcas como: Starbucks, Nestlé, Ab inBev, Avianca, Juan Valdez, entre outras.

Alguém ou uma marca com quem seria um sonho colaborar como uma equipe criativa?

Ufff, são muitas! Acho que todo mundo tem alguns em sua lista.

Pela minha parte (Paola) gostaria de colaborar com Josefina Sierra ou Nikole Herriot; ou fazer uma colaboração editorial com a Mold Magazine e alguma marca pode ser Chobani ou Adidas

Eu (Andrés) gostaria de ter feito uma das campanhas da Gucci quando a direção criativa estava nas mãos de Alessandro Michele

Natalia adora a revista The Gourmand e seria um sonho para ela ser publicada lá

Quais requisitos uma fotografia tem que atender para estar na categoria de publicidade?

Em um mundo globalizado, hiper conectado e com excesso de imagens, acreditamos que uma imagem não deve apenas atender a certos padrões técnicos, mas também ter um ótimo conceito e execução estética Deixe as pessoas dizerem: Por que eu não pensei isso?

De onde vêm as ideias que inspiram vocês? Um fotógrafo ou artistas que marcaram vocês

Costumamos dizer que as ideias vêm de todos os lugares E é verdade Muitas vezes você vê coisas andando pela rua e surge alguma ideia que você quer desenvolver Claramente todo mundo tem suas referências, mas as ideias criativas que valem a pena vêm do nada, são pequenas coisas que clicam e abrem muitas possibilidades para desenvolvê-las

Essa edição da ABOUT fala sobre a cor como tema principal, qual a importância da cor no seu trabalho? O que ele representa para vocês? O que transmite?

Cor para nós é tudo É a nossa maneira de ver o mundo, de executar nossas ideias, de nos comunicarmos através de imagens

Viemos de um país nos trópicos, cheio de cores e diversidade, sentimos que é algo que carregamos implícito em nossas imagens

O que consideram essencial ou que qualidade facilita a abordagem da sua profissão?

Para se dedicar a isso você tem que ter uma personalidade arriscada e teimosa. Ter sucesso ou morrer tentando. Você também tem que ter muita paciência, porque os processos criativos levam tempo, não muitas vezes as ideias surgem na primeira tentativa

Muitas vezes você tem que saber como vender ideias, caso contrário, você não vai levá-los a acreditar em você, você deve ser capaz de inspirar confiança de que sabe o que está fazendo, mesmo que algumas vezes não tem ideia de como executá-lo

E, finalmente, que conselho dariam para alguém que está apenas começando?

Nunca pare de fazer o que você gosta e o que te faz feliz, quando você se torna um operador de seus clientes, tudo acaba. Porque é aí que você para de produzir suas ideias

@espacio crudo

www.espaciocrudo.com

PRETO Branco e

A diferença entre uma fotografia colorida e a em preto e branco é óbvia, mas o que faz a segunda ser tão interessante? A fotografia nasceu em preto e branco pelas mãos de físicos e químicos na década de 1830 O registro das primeiras imagens soou quase como um pequeno milagre, mas para alguns parecia ser algo que faria com que a humanidade ficasse cada vez mais vaidosa, um “espelho de narciso” que tinha como característica, diferente da pintura, o elemento de servir como uma “prova” da realidade que o fotógrafo queria mostrar Assim, a fotografia nasceu como uma nova forma de apresentar e difundir o mundo

Até hoje, segunda década do século XXI, a fotografia passou por diversas transformações e, inclusive, por sentenças de morte decretadas pelos amantes do cinema, da TV e recentemente pela internet. Mas o processo de captura de imagens que guarda uma espécie de magia se mostrou sempre adaptável às mudanças, sobrevive, e continua tendo fiéis apreciadores

Mas o que faz com que as fotografias P&B ainda exerçam esse fascínio? Há uma aparente simplicidade nas fotografias em preto e branco A luz, tão importante nesse processo, é regida pelos opostos de presença e ausência, o claro e o escuro - e isso confere maior dramaticidade a essas fotografias. Esses opostos realçam conflitos e causam um estranhamento que faz com que nossos olhos busquem respostas objetivas Vilém Flusser no livro Filosofia da Caixa Preta diz que “as fotografias preto e branco são a magia do pensamento teórico, conceitual, e é precisamente nisso que reside seu fascínio Revelam a beleza do pensamento conceitual abstrato. Muitos fotógrafos preferem fotografar em preto e branco porque tais fotografias mostram o verdadeiro significado dos símbolos fotográficos: o universo dos conceitos”

Texto Zaclis Veiga Fotografias Henry Milleo

O fotógrafo Sebastião Salgado, conhecido por suas fotografias do mundo em P&B declarou em entrevista para a RFI Brasil que “Meu mundo é preto e branco, eu vejo em preto e branco, eu transformo todas essas gamas maravilhosas de cores –e eu acho a cor muito bonita – em gamas maravilhosas de cinza, o preto e branco é uma abstração, é uma forma que eu tenho de sair de um mundo e entrar em outro para poder trabalhar o meu sujeito fotográfico, poder dedicar tempo à dignidade das pessoas Isso eu consigo em preto e branco, acho que em cores eu não conseguiria.”

A retirada da camada de cores, retira, também o aspecto “real” dos objetos fotografados e lhes dá uma aparência estética que amplia a leitura, demandando um exercício mais atento do observador. Mesmo com a chegada e popularização da fotografia colorida, muitos fotógrafos, como Henri Cartier-Bresson continuaram preferindo os rolos P&B. Bresson, consagrado pelos seus retratos do cotidiano diz que para ele o que importa é a forma e não a cor

O fotógrafo brasileiro Henry Milleo diz que ao observar uma fotografia em P&B o que o atrai é exatamente essa composição “Admiro quem consegue - na fotografia de rua, por exemplo - criar o extraordinário, com uma cena de um "instante decisivo", mas me atrai muito mais a possibilidade do comum e da simplicidade. Algo mais como o "instante contínuo". Pequenas séries de fotos que contam uma história A geometria da imagem em movimento E os tons de sombra e luz bem marcados, com uma passagem suave entre eles ” Ao fotografar ele pensa em preto e branco “Parece estranho, mas eu olho o que vou fotografar e penso só na luz e sombra. E se for algo muito colorido eu já identifico os meio tons, como o amarelo que vira 13% de cinza e coisas assim Então não é bem um processo de tirar a cor, porque para mim ela já é em preto e branco desde o momento que eu escolho o que fotografar É estranho, mas é assim que funciona na minha cabeça”, revela.

Destacamos nessa edição dois projetos de Milleo: Pez, que faz parte de uma série fotografada em Havana, traçando a relação do cubano com a pesca, uma atividade quase de subsistência para a população e Sauce tomate, projeto feito durante o período de confinamento da pandemia e a redescoberta de cadernos de receitas e do ato de cozinhar em casa não só para a alimentação, mas também como ocupação do tempo

ESPECIAL PROPS

TODO COLORIDO

Não podia faltar nesta secção de adereços um espaço dedicado a elas que são cheias de vitalidade, energia e alegria.

Elementos de cores intensas e vibrantes, e que, com o conhecimento certo, irão adicionar às suas fotografias e ajudá-lo a contar a história que você quer.

Quando penso em adereços coloridos, vejo fotografias de comida mexicana A culinária do México é cor, sabor É a vida. Os adereços que o acompanham devem ir em conformidade

Texto Ana Cristina Jurado Fotografias Mónica Molina, Zaclis Veiga, Jullianne Medeiros, Sylvie Pabion

O importante ao usá-los é dominar o uso do círculo cromático para saber combinar suas cores com a cor da comida e com o restante dos adereços que irão compor a cena, brincando com cores complementares, análogos ou combinações mais avançadas. Além disso, conhecer a psicologia da cor, fará com que toda a imagem seja equilibrada e em harmonia

Um bom exemplo é encontrado na cerâmica tradicional A peça em branco, é decorada pintada à mão com motivos de diferentes cores, todos eles intensos e alegres.

Alguns artesãos que amamos e fazemos esse tipo de peças são Marô Antunes (@maroantunes), Lea Starke (@studiostarke ceramics) ou Nicola Hart (nicolahartstudios)

Se você está procurando imagens poderosas e vitais, explore o mundo dos adereços coloridos Você não vai se arrepender!

Trabalhar a fotografia monocromática pode dar resultados tremendamente impactantes que deixam o espectador impressionado, e a boa escolha de adereços usados nela, fará a diferença.

Observe a cor do alimento a ser fotografado e escolha adereços da mesma cor, brincando com os diferentes tons que ele oferece Misture os elementos de cores mais intensas e menos intensas em sua composição e você obterá imagens interessantes e visualmente atraentes.

Para ilustrar este artigo, apresento as fotografias monocromáticas feitas por Ronald Cova de Ronald Cova de @ishealthyphoto, que se move como um peixe na água neste estilo. Para isso, ele contou com as maravilhosas peças de Anna Madej, fundadora e ceramista da Maceramika. Vamos conhecê-la um pouco mais!

Texto Ana Cristina Jurado e fotografias Ronald Cova

Geóloga, educadora, ceramista e oleira Anna teve seu primeiro contato com o barro em 2014 Compreendeu de imediato que este era o material que procurava para se expressar, e o que era uma válvula de escape dos problemas e preocupações e um momento de ligação consigo mesma, passou, naturalmente após a sua formação em cursos, workshops, um ciclo superior e infinitas horas de prática, a ser o seu sustento com a abertura da sua primeira oficina em 2018

A primeira peça que foi criada em Maceramika já tinha influências japonesas e coreanas, mas Anna prefere não definir o que é Maceramika, e deixa isso para aqueles que adquirem suas criações únicas e atemporais e encontram, à sua maneira, sua beleza e uso.

A inspiração chega a Anna através de vários caminhos, como a natureza, a arte, as palavras e até as pessoas. Ele experimenta diferentes técnicas e materiais e, embora sempre procure estética e funcionalidade em suas criações, há um elemento vital nelas: o toque

Seja pela textura ou pela sua forma, para Anna é importante que a peça convide a ser tocada e sentida através do tato, pois o seu artesanato é a arte de tocar e usar no dia a dia

BRANCO Plaart PRETO e

Os adereços em preto e branco são um básico que não pode faltar nas prateleiras de qualquer fotógrafo gastronômico que se preze

Essas duas cores, juntamente com a gama de cinzas, fazem parte do que chamamos de "cores neutras", e são perfeitas para começar na fotografia de alimentos e alimentos se você não tiver experiência com o uso do círculo cromático.

Além disso, usar adereços nessas cores neutras, não fornece muito mais informações além do que a comida nos dá, fazendo com que a atenção do espectador recaia no mais importante: a comida e seu protagonismo.

Texto Ana Cristina Jurado e fotografias Ana Gómez -Qosen Photo

Nesta edição, queremos apresentar as maravilhosas peças em preto e branco de Isabel San Martín, fundadora e designer do projeto de cerâmica PLAART

PLAART é um estúdio de cerâmica localizado em Madrid e um espaço de design e artesanato contemporâneo em que objetos únicos cheios de beleza e naturalidade são criados para serem apreciados no nosso dia a dia

@plaart ceramica

https://plaart.es

A formação de Isabel em Belas Artes, a sua experiência em modelação e subsequente formação em Artes Plásticas, Olaria e Cerâmica refletem-se nas suas peças feitas a partir da reinterpretação de técnicas e estilos radicionais, mas com uma visão contemporânea.

O cuidado e a exclusividade que existe em seu trabalho, uma vez que é ambém ela que está presente em todo o processo de criação, desde o conceito inicial até a embalagem, o que lhe permite deixar sua marca como artista e deixar claro que a PLAART é antagônica aos produtos de abricação em cadeia e massificados

Cultura, natureza, pessoas ou experiências são as sementes que Isabel usa para criar objetos preciosos, como os pratos da coleção Ajuar que você pode ver neste artigo Objetos que nos permitem cultivar a beleza em nossas vidas diárias e criar pequenos momentos de felicidade

Não podemos terminar sem dar crédito a Ana Gómez de @qosen photo, cujas fotografias das criações de Isabel Ana Martín nos permitem ver a alma nelas

www qosen.eu

Javier DE LA TORRE

Entrevista Mónica Molina Fotografias Javier de la Torre

Hoje queremos te apresentá a Javier de la Torre, fotógrafo de paisagens e professor de fotografia. Suas obras são um verdadeiro deleite para os olhos, são fotografias repletas de cor feitas em muitos dos cantos mais maravilhosos do mundo

Suas obras têm tudo: uma composição marcante, uma técnica irrepreensível, detalhes incríveis, pós-produção impecável e seu manuseio de cores capaz de transmitir humores e emoções completamente diferentes. Javier é um contador de histórias, cada uma de suas fotos nos diz algo, transmite algo, enfim, nos faz sentir

Este madrileno com muitas viagens atrás de si, surpreendenos tanto com a fotografia de paisagem, como de cidades dos quatro pontos do planeta, ou com o uso de um estilo mais cinematográfico Sempre acompanhado de Raquel (sua esposa e modelo em suas fotos), ele nos faz viajar com suas obras.

Gostaríamos que você se apresentasse

Chamo-me Javier de la Torre, nasci em Madrid, em 1975, por isso em junho deste ano faço 48 anos Gosto de viajar, de cinema, de Lego, de sair de moto e de vez em quando tiro fotos.

Como você se tornou um fotógrafo? O que o levou a isso?

O culpado de tudo é o meu pai Ele era fotógrafo e desde muito novo eu vivia cercado de fotografia Nos fins de semana meu pai levava minha irmã e eu para um passeio por Madri para ir tirar fotos, então, brincando, e como quem não quer a coisa, aprendi o básico da fotografia.

Sem perceber, eu já tinha aquela paixão pela fotografia que continua até hoje.

Qual é o tipo de fotografia que podemos encontrar na sua galeria? Como você definiria isso?

A minha galeria é uma miscelânea muito cuidadosa

Comecei com a fotografia de paisagem indo de férias para as montanhas (Pirenéus e Picos de Europa) e lá comecei a dar os meus primeiros passos "roubando" a câmara ao meu pai

Logo fiquei obcecado pela fotografia de paisagem noturna.

Então, Raquel entrou na minha vida e começamos a viajar ao redor do mundo, a visitar todos aqueles lugares incríveis que estão espalhados pelo planeta e a ver os espetáculos que a natureza nos dá, como por exemplo a aurora Boreal

Mas a Raquel é muito, muito friorenta, então começamos a visitar cidades

Foi aí que nasceu o meu amor pela fotografia de paisagem urbana

E se combinarmos isso com o meu amor por filmes, quadrinhos e videogames, inevitavelmente caí nas redes da fotografia cyberpunk ou neon noir, o que me levou a me apaixonar pela fotografia de rua

Como você pode ver, uma grande variedade de estilos.

O que é uma boa foto para você?

Sem dúvida, uma boa foto é aquela que desperta algum tipo de sentimento quando você a vê, que conta uma história, que faz você pensar e da qual você não consegue tirar os olhos

É o grande problema que encontro na maioria dos alunos que fazem um dos meus cursos ou que frequentam um dos workshops presenciais Eles não encontram uma maneira de contar histórias com suas fotos

trabalho?

Viajar

Graças à fotografia visitei lugares incríveis, conheci uma grande variedade de culturas e pessoas, e isso faz com que você veja a vida com mais perspectiva Você percebe muitas coisas que ignora quando nunca saiu de sua casa, de seu país.

Você pode nos contar sobre uma aventura especial por trás de uma foto, ou fotos?

Ufffff Muitas anedotas Na verdade, contar essas anedotas é o que eu faço nos e-mails que envio todos os dias para a minha lista de assinantes

Aproveito esta oportunidade para convidar os leitores da ABOUT a subscreverem-se inserindo javierdlt com Todos os dias eu envio um e-mail contando coisas legais sobre fotografia.

Se eu tivesse que escolher uma anedota específica, poderia ser a que experimentamos quando tirei a foto dos dois tecelões da rede no Vietnã

Não é « tecelões de rede », acho que de fica melhor que da rede

Eu sempre me perguntei como esses tipos de fotos seriam tiradas

Pensei que o prédio onde foi feito teria dois andares e enquanto os tecelões estivessem no andar inferior, em uma espécie de pátio, o fotógrafo estaria localizado no andar superior, em uma espécie de galeria ao redor do pátio.

Mas não

A resposta é muito mais simples e óbvia

Para tirar essas fotos, tudo o que o fotógrafo precisa fazer é subir uma escada.

Vejo que em suas fotos a cor é uma parte importante delas, me diga o que ela representa para você. O que você quer transmitir?

A cor para mim é uma das chaves da minha fotografia Dependendo do que eu quero transmitir, aplico a psicologia das cores (uma parte muito importante da teoria das cores)

Eu também uso a cor para direcionar o olhar do espectador para onde quer que eu esteja interessado

Poderíamos passar horas falando sobre esse tópico porque é algo apaixonante

A teoria das cores e sua aplicação na fotografia é um tema que desenvolvo em profundidade em dois dos meus cursos:

Revolucione suas Fotografias

Fotografía cinematográfica

Por último, mas não menos importante, eu uso cores para capturar a atenção. Usar a combinação certa de cores pode garantir que sua foto não passe despercebida

Vamos falar sobre edição Na minha opinião você tem seu selo pessoal, e isso nos faz reconhecer uma foto sua sem ver seu nome. Você acha que é uma parte importante nas fotos?

Para mim, a fotografia é inconcebível sem edição Com a edição você pode transmitir para suas fotos parte de sua essência, sua alma.

É a chave para terminar de obter a foto que você tirou para ser a "sua foto"

Você pode nos contar sobre algum projeto futuro?

Quando a entrevista for publicada, terei acabado de chegar de uma viagem de três semanas às Ilhas Lofoten, no norte da Noruega, onde terei tentado fotografar a Aurora Boreal nas paisagens únicas oferecidas por essas ilhas e estarei prestes a partir para uma nova viagem Desta vez, para a Patagônia, que me deixa um pouco angustiado com o esforço físico que envolverá e para o qual espero estar preparado

E até o final do ano, espero poder voltar ao Japão, mas isso ainda não é certo.

@javierltg

Burano, Veneza

Quando a cor

PENETRA NA ALMA

Entrevista Carmen Moreno Fotografias Kerry Governato

Uma explosão de cor inunda seus olhos e a boa energia te contagia ao visitar sua conta no Instagram. Só poderia ser assim, pois nossa entrevistada exerce sua profissão como terapeuta e curadora de cor. Estamos falando de Kerry Governato ou @colourspeak kerry , australiana e italiana em partes iguais, como ela se considera, onde seu outro talento como fotógrafa, nos faz desfrutar de lugares maravilhosos, momentos inesquecíveis e sonhos a se realizar. É um salto cheio de energia, uma baforada de alegria, aquilo que nos reconcilia com a vida.

Kerry, olhando para a sua conta do Instagram, entendemos a importância da cor para você, o que você está procurando quando está tirando uma fotografia, um enquadramento perfeito ou simplesmente a busca da cor pela cor?

Quando crio e preparo uma foto, começo a procurar a tabela de cores que desejo criar Quando faço fotografia, o enquadramento e a simetria também são muito importantes Mas escolho o trabalho intuitivamente, vejo o que sinto sobre uma cor ou cena

Cidades recomendadas

Sydney, Australia

E quando você escolhe uma cidade para visitar, a cor também é o que mais o atrai para ela ou, pelo contrário, sua ausência de cor?

Quando visito cidades gosto de brincar com espontaneidade e liberdade. Muitas vezes me deparo com cores dentro de casa, em portas, prédios ou até mesmo nos próprios hotéis

Estou sempre em busca de cores e seus complementos, vendo como funcionam os diferentes tons e nuances

Quando escolho uma cidade e não outra, sempre opto por pequenas cidades ou lugares que tenham seu próprio estilo e cor Isso é o que mais me atrai Como mencionei, portas, fachadas de casas pintadas como em Notting Hill, em Londres, ou Burano, em Veneza, que foi precisamente um dos lugares mais coloridos que visitei, juntamente com Procida, em Nápoles Também poderia recomendar, sempre nessa busca por cor, alguns locais em Portugal, como Lisboa ou Porto

Pelo contrário, a cidade menos colorida que visitei foi Turim, embora seja igualmente bonita (tenho muita ligação com esta cidade, por causa do meu pai)

Kerry, você poderia nos fazer um ranking das cinco cidades mais bonitas e coloridas que você visitou e que você nos recomendaria a visitar?

Poderia dizer-lhes, como disse antes, Burano, em Veneza, e Procida, em Nápoles Mas eu também recomendaria Havana, em Cuba, Chefchaouen, no Marrocos, Menton, na França, e Jodhpur, na Índia Após a pandemia, o desejo de viajar foi avivado Quais são as cidades que você tem em mente para visitar neste 2023?

Este ano voltarei à Itália para visitar novamente Cinque Terre (Riomaggione, Corniglia, Vernazza, Manarola e Monterosso), uma área cheia de cor. Também pretendo visitar a Sicília para descobrir sua cor Finalmente, você poderia nos dar algumas pistas sobre o que a cor é para você, que papel ela desempenha em sua vida?

Pode-se dizer que a cor para mim é alegria e uma maneira maravilhosa de expressar sua personalidade Sem cor, nossas vidas poderiam ser apenas brancas, pretas ou cinzas.

A cor pode elevar a alma, apenas colocando um vestido amarelo você pode se sentir feliz, confiante e pronta para desfrutar Não consigo imaginar a minha vida sem cor, a minha casa, o meu trabalho e acima de tudo sem sentir o que ela me faz sentir @colourspeak kerry

Burano, Veneza

Monopoli, Puglia

Abruzzo, Italia

Sydney, Australia

Burano, Italia

Burano, Italia

Burano, Italia

GUIA

ABOUT

G U I A A B O U T GASTRONÔMICO

O GUIA ABOUT É ONDE REUNIMOS DELICIOSAS RECEITAS E OS MELHORES LUGARES DO MUNDO PARA CONHECEDORES E PALADARES EXIGENTES.

RESTAURANTE Raimunda

C O Z I N H A D E P R O D U T O S

C O M P I S C A D E L A S

I B E R O - A M E R I C A N A S

M a d r i d , E s p a n h a

Texto Sylvie Pabion Fotografias The Dualist Agency

Este elegante restaurante está localizado em um dos lugares mais míticos da cidade, ao lado da Plaza de Cibeles, famosa por ser o local dos títulos do Real Madrid, e do Palacio de Linares, atual sede da Casa de América

Na sua oferta gastronômica, as receitas típicas espanholas misturam-se com pratos mais exóticos do outro lado do Atlântico Como exemplo das iguarias que encontramos no menu são: os tequeños venezuelanos com mojo de limão verde, os tacos do segredo ibérico al pastor, o tataki de salmão com alho branco, o polvo grelhado com mojo vermelho nikkei ou a lasanha crocante de rabo de boi com boleto e trufa. Para os fãs que já conhecem o local, seus pratos míticos ainda estão disponíveis: massa folhada com molho chipotle brava, a cremosa salada russa com batata-doce assada e tobiko e ovos trufados

Raimunda tem diferentes ambientes, em seu jardim, cercado por vegetação, você pode desfrutar de uma ampla seleção dos melhores coquetéis misturados sob o céu da capital.

Se você planeja ir na hora do rush, recomendamos que você reserve uma mesa para não ficar com vontade de experimentar sua deliciosa culinária

Um autêntico oásis no coração de Madrid!

Paseo de Recoletos, 2 Madrid

Telefone: 910 88 72 47

@raimundamadrid

www.grupolafabrica.es/restaurante-raimunda

RESTAURANTE Torcuato

Está localizado no telhado do ABC de Serrano, um centro comercial localizado na Golden Mile de Madrid e é característico por sua arquitetura exterior (estilo neoplateresco do final do século XIX) que combina perfeitamente com o design de vanguarda de seu interior Este edifício emblemático foi a sede da revista Blanco y Negro e do jornal ABC até 1989 e leva o nome do fundador dessas publicações, Torcuato Luca de Tena Como bem se reflete na sua oferta gastronómica internacional, o escritor e jornalista adorava viajar e explorar o mundo.

Texto Sylvie Pabion Fotografias The Dualist Agency

O interior do local surpreende com espaços mágicos desenhados pelo decorador Pepe Leal que se inspirou nos armários de curiosidades da época e palácios da burguesia "Tão eclético quanto os anos que o edifício data. No final do século XIX estava muito na moda misturar diferentes estilos", conta o designer de interiores.

Como já antecipamos, o menu do restaurante, assinado pelo chef de televisão Sergio Fernández, não se apega a nenhuma cozinha específica, toma daqui e dali a se tornar um passaporte que nos permite viajar pelo mundo através de seus pratos Em sua primeira seção ou "raw bar" encontramos makis de enguia, foie e manga ou niguiris de atum rabilho com gochujang ou salmão flambé com maionese de yuzu Em seguida, as entradas frias e quentes entre as quais destacamos o salmorejo de cereja com sorvete Idiazabal e mandioca crocante, o arenque marinado com carpaccio de abacate ou o macarrão com kimchi au gratin e atum rabilho

Seguindo o menu, encontramos peixes e carnes como o lombo assado macerado em achiote ou o hambúrguer de cordeiro temperado E na sua secção de sobremesas não podemos deixar de mencionar o cheesecake fluido com parmesão ralado ou o bolo Torcuato, uma surpresa com nome próprio que deve ser descoberta partilhando-o entre 4 ou 6 pessoas.

Um restaurante de luxo acessível com cozinha delicada e uma atmosfera divertida

C.C. ABC Serrano. Rua Serrano, 61 Madrid

Telefone 910 881 541 @torcuatomadrid

www.grupolafabrica.es/restaurante-torcuato

CONFEITARIA BOUTIQUE DO PÃO DE LÓ

S a n t a C a t a r i n a , B r a s i l

Texto e fotografias Zaclis Veiga

Logo na entrada somos recebidos com um letreiro luminoso onde lemos Hey Sugar A saudação antecipa o que vamos encontrar nessa confeitaria que fica ao Sul do Brasil, no estado de Santa Catarina e leva o no nome de Boutique do Pão de ló

Foi a receita da massa do pão de ló, guardada no caderno da avó da proprietária Vanessa Dai Pra, que deu início a um projeto bem-sucedido que já conta com duas lojas, uma em Balneário Camboriú e outra em Itajaí, além de um food truck que leva doçuras para vários lugares das cidades que ficam no entorno da região do Vale do Itajaí Os produtos que nasceram na cozinha da casa e pelas mãos de Vera, mãe de Vanessa, fazem tanto sucesso que a empresa se prepara para abrir franquias em todo o Brasil.

A arquitetura lúdica e alegre da loja de Balneário, que é assinada pela arquiteta Vanessa Larre, serve como um refresco entre os prédios da badalada cidade do litoral do Brasil. Os jardins envolvem todo o ambiente colorido que convida para uma pausa

O lugar também é projetado para quem quer tomar uma xícara de café e trabalhar tranquilamente em seus computadores e mobiles.

Nos horários de pico podemos encontrar filas de pessoas que querem consumir deliciosos cafés e drinks sem álcool, a melhor coxinha da cidade, os pães de queijo feitos com queijo da serra da canastra e o queridinho red velvet A vitrine sempre traz novidades e, portanto, podemos fazer várias visitas sem medo de nos entediar.

Balneario Camboriú, Calle 916, 369 Centro @boutiquedopaodelo

Barman recomendado

JAUME ARNAU

Jaume Arnau é um barman com vasta experiência na indústria de coquetéis Destacase pela sua paixão e dedicação na criação de experiências únicas através da combinação de sabores, aromas e texturas Seu daltonismo não é um impedimento quando se trata de explorar novas ideias e criar receitas inovadoras e equilibradas no sabor.

Uma característica marcante de Jaume Arnau é sua capacidade de pesquisa e de trabalhar com diferentes produtos, prestando atenção a cada detalhe e buscando sempre a excelência em cada uma de suas criações Além disso, ele tem uma vasta experiência, participou de inúmeros eventos de alta classe e gestão de bares em diferentes partes do mundo. Em suma, Jaume Arnau é um barman apaixonado e dedicado, com um alto nível de experiência no mundo dos coquetéis.

Texto Julianne Medeiros Fotografias Lorena Márquez

"A criatividade não tem limites: descubra os sabores escondidos por trás de cada cor com Jaume Arnau."

Há quanto tempo você trabalha atrás do balcão de um bar?

Praticamente toda a minha vida, comecei a trabalhar em bares de discoteca aos 20 ou 21 anos e sou barman há cerca de 13 anos

Como e quando você começou com os coquetéis?

Meu primeiro curso de coquetéis foi em 2010, graças a um grande amigo que trabalhou em uma escola de coquetéis e que me presenteou com o curso no meu aniversário

Quais são os eventos mais importantes e diferentes em que você trabalhou como bartender? Você já participou de algum concurso?

Trabalhei em muitos eventos interessantes, mas destacaria dois em particular: quando estive no bar do Moët, na Baqueira, que fica no meio da montanha junto a uma pista de esqui, e quando estive em Londres com outros bartenders e os 50 melhores bares do mundo convidados por uma grande marca Das competições em que participei, destacam-se a Competição de Classe Mundial e o concurso Campari

Considera que Espanha é uma referência em cocktails? Como está a profissão no país?

Para mim, a Espanha tem um ótimo nível,

você sempre encontra excelentes coquetéis onde quer que vá. Aqui em Barcelona, por exemplo, há o bar premiado como o melhor bar do mundo.

Esta edição da revista é sobre cor e você nos disse que você tem daltonismo Como isso influencia seu trabalho e a criação de suas próprias receitas de coquetéis?

Ao criar minhas próprias receitas, me concentro em pesquisar o produto com o qual vou trabalhar: como ele é feito, os botânicos que ele carrega, os aromas que ele tem e o sabor, sem levar em conta a cor Eu não procuro cores ao criar, eu olho para os sabores e aromas de cada produto que eu uso para fazer a mistura certa, independentemente da cor que sai

Que sonho lhe resta realizar na sua profissão?

Meu maior sonho é poder continuar me dedicando aos coquetéis, já que sou apaixonada por isso Também para poder continuar oferecendo aos clientes experiências de sabores, aromas e cores únicas Para mim, esse é o melhor sonho e poder continuar fazendo isso é a minha maior motivação

Monge

Aos pés da Serra de Toloño na Rioja Alta (Espanha) está uma pequena aldeia com uma grande tradição vinícola, seu nome é San Vicente de la Sonsierra. Apesar de seu tamanho, existem mais de vinte vinícolas em uma vila de cerca de 1000 habitantes

Dentro deste labirinto de vinícolas, encontramos a de uma família muito especial, a "Bodega Teodoro Ruiz Monge" , que está agora em sua quarta geração. Os primeiros documentos dos vinicultores datam de 1870 Como eles mesmos dizem: "Mais de um século transmitindo de pais para filhos com paixão, dedicação e muito trabalho o amor por nossos vinhedos e elaborações artesanais »

Nesta vinícola familiar eles continuam fazendo o que mais gostam, um vinho muito primoroso, em pequenas doses (45.000 litros), com muito cuidado e com métodos tradicionais em lagos de concreto abertos O vinho não é feito, ele é cultivado

Umde seus rótulos é o ZURBANO, uma maceração carbônica de seus próprios vinhedos em solo argilocalcário.

"O VINHO NÃO É FEITO, ELE É CULTIVADO"

Tempranillo 85%, Garnacha 10%, Viura 5% Vinho tinto violeta intenso, com predominância de aromas balsâmicos e picantes, sabor de frutas vermelhas com um leve tostado. Vinho redondo e fresco, preservando as características da maceração carbônica.

Quando outros vão com o fluxo, há sempre alguém que resiste. Um ás na manga.

Tel: 941 334 221

San Vicente de la Sonsierra - La Rioja (España)

www.bodegateodororuizmonge.com

@bodegateodororuizmonge

Vinhos recomendados

MERALDIS VERDEJO

A família Yllera produz vinho há 6 gerações, e tem a seu crédito grandes vinhos como o frizzante Yllera 5,5 branco ou o clássico Yllera 12 meses Mas a nossa recomendação nesta edição recai sobre o seu Meraldis Verdejo, cuja safra 2020 levou a qualificação de Gran Vino de Rueda. Isto indica que este vinho nasce de vinhas com mais de 30 anos e com condições controladas excepcionais

www.meraldis.grupoyllera.com

@bodegas yllera

Texto Ana Cristina Jurado Fotografias Grupo Yllera

Meraldis Verdejo pertence, juntamente com um vinho Tempranillo e um Albillo Mayor, à coleção Meraldis, inspirada na pedra preciosa considerada rainha das gemas, a esmeralda, como o seu rótulo elegante nos permite ver É feito usando a técnica de vinificação integral (apenas um recipiente é usado para fermentações malolácticas e alcoólicas) em barris de carvalho de 500 litros e com leveduras indígenas, o que faz do Meraldis Verdejo um vinho emocionante e sofisticado, uma autêntica joia sensorial

Fase visual: Cor dourada

Fase olfativa: Limpo com poderosos aromas primários de fruta madura: maçã, fruta de caroço (pêssego, damasco) e notas cítricas (toranja, tangerina), juntamente com notas sensuais e delicadas de baunilha e tons defumados fornecidos pelo envelhecimento em barril que acompanham seu característico toque final de anis.

Fase de sabor: Grande estrutura na boca, largo, untuoso, elegante, com uma acidez equilibrada que lhe confere um grande frescor Grande corpo e extrato, juntamente com uma longa persistência e uma gama completa de sabores

É um vinho não filtrado, por isso é aconselhável decantar com antecedência e recomenda-se não servir excessivamente frio. A partir do momento em que a garrafa é desrolhada, o vinho evolui e ganha nuances e elegância Contém sulfitos

Especial RECEITA DA PRIMAVERA

Salada de primavera de batata nova

Pink Velvet Cake

Cosmópolitan

MIL-FOLHAS DE MORANGA

Texto e Fotografias Federika De Filippis

Federika nasceu em uma pequena cidade do estado de Minas Gerais, no centro do Brasil, e suas lembranças da época de menina povoam as suas fotografias. As panelas de cobre, os legumes tirados da horta, a comida borbulhando no fogão a lenha, o bolo que perfumava as tardes de sol e as flores que cobriam o jardim e enfeitavam a mesa simples da casa do interior, fazem parte dos cenários de suas fotografias que são poderosas e reconectam com a mãe e a avó.

Foi na pandemia que começou a contar suas histórias culinárias e descobriu a cura para suas dores Para ela a comida é remédio para o corpo e a alma.

Ela conta que a moranga sempre foi seu legume predileto e quando pergunto sobre a receita diz: “Quando eu era criança minha mãe fazia refogada Inspirada no Mil-folhas de batatas criei o Mil-Folhas de moranga. Quando fui convidada pela revista About para fazer um ensaio de uma receita pensei logo nela que, além de me trazer lindas lembranças, é deliciosa e muito fotogênica”

@federikadefilippis

Ingredientes

300 gramas de moranga com casca cortada bem fininha

2 colheres de sopa de Azeite

1 pitada de Sal

1 colher de café de orégano

1 ramo de tomilho

Elaboração

Lave e corte a moranga, com casca, em gomos

Passe os gomos em um fatiador para que resulte em fatias bem finas

Tempere com azeite, orégano e sal

Posicione as lâminas em um refratário redondo formando uma flor Misture o restante dos ingredientes e despeje sobre as lâminas Tampe com papel alumínio

Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por 25 minutos e depois retire o papel e deixe mais 15 minutos até dourar!

Após assada finalize com raminhos de tomilho fresco.

SALADA DE PRIMAVERA de batata nova

Texto e fotografia Adina Chitu

Com uma panqueca americana. Foi assim que Adina Chitu começou sua deliciosa aventura na cozinha Estilista e fotógrafa de gastronomia, ela sabe mostrar em todo o seu esplendor as criações doces e salgadas que faz em sua casa em Bucareste (Romênia), e que você pode desfrutar em seu blog Pancake Planet.

A primavera é provavelmente a minha estação favorita, sempre me inspira com sua vitalidade, cores e frescor.

Eu cresci em uma pequena cidade onde podia ver os primeiros sinais da primavera ao meu redor tão vividamente, como árvores floridas, o zumbido suave dos insetos, o canto dos pássaros e os primeiros vegetais Como gostei dos primeiros rabanetes ou das primeiras batatas pequenas! Vê-las retiradas do chão foi um momento tão emocionante Eu sabia que não era necessário cortá-las em fatias, sendo tão pequenas só tinha que lavá-las, fritá-las e comê-las com muito endro fresco e queijo por cima Eram tão macias e deliciosas, e também tinham uma doçura especial

Quando adulta adotei um estilo mais saudável e quase nunca frito batatas em casa, mas quando as faço, uso o forno ou a fritadeira com apenas um pouco de azeite, e o sabor incrível das batatas novas da primavera ainda está lá Compartilho abaixo minha salada de batata de primavera super simples e favorita, certifique-se de adicionar bastante endro e queijo por cima.

Ingredientes

1 kg batatas novas

. Uma pitada de sal e uma pitada de pimenta

. ½ colher de chá de tomilho seco

1 colher de sopa de azeite

4 rabanetes

1 nabo roxo (opcional)

. 1 pepino

100-200 gr de queijo de cabra

2 cebolinhas

Endro fresco

. 2 colheres de sopa de pesto de manjericão

2 colheres de sopa de maionese

1 colher de chá de sementes de mostarda

Elaboração

Lave muito bem as batatas e corte-as em pedaços grandes ou fatias grossas.

Seque-as com uma toalha e depois polvilhe sal, pimenta, óleo e tomilho

Use uma fritadeira Selecione a função de batata da airfryer, elas levarão 30 minutos para cozinhar Se quiser ainda mais crocante, deixe-as mais 5 minutos a 180° Elas também podem ser assadas no forno pré-aquecido a 180 ° C por cerca de 30-40 minutos ou até dourar.

Enquanto isso, pique os legumes e, se quiser, adicione um pouco de vinagre e sal sobre as fatias de rabanete, nabo e pepino.

Polvilhe o queijo sobre as batatas junto com seus legumes, cebolinhas fatiadas, pesto fresco e endro finamente picado por cima

.Misture a maionese e as sementes de mostarda para mergulhar.

Delicie-se!

PINK VELVET cake

Juan Andrés Gallardo é blogueiro, designer de bolos e fotógrafo de alimentos Ele compartilha de Granada (Espanha) suas deliciosas criações doces em seu blog El dulce objetivo.

Os seus impressionantes bolos de acabamento perfeito deixam-nos sem palavras, bem como as suas fotografias, que nos convidam a pôr a mão na massa e a transmitir a magia dos doces mais tradicionais e das propostas mais contemporâneas.

Terminar um evento com uma boa sobremesa é sinônimo de triunfo, prazer, felicidade É o que nos levará a ter uma melhor memória daquele momento.

Quando entro na cozinha para preparar um bolo, o tempo para Criar e deixar a imaginação voar para fazer um design majestoso, que deixa todos de boca aberta Mas é verdade que às vezes perdemos de vista o mais importante, o interior, porque como em todas as coisas da vida, o melhor é o que está dentro, é por isso que decidi deixar este bolo completamente nu Você pode apostar na cor a partir de dentro, você pode fazer algo simples, mas ao mesmo tempo impressionante, sem muita técnica ou conhecimento, e é por isso que esta receita nasceu, para estar disponível para todas essas pessoas, independentemente de saberem mais ou menos sobre bolos.

Espero que gostem.

Para o bolo:

250 gr de manteiga

250 gr de açúcar branco

3 ovos tamanho L

280 gr de farinha de trigo

1 1 colher de chá de fermento químico (Royal)

1 colher de chá de bicarbonato de sódio

1pitada de sal

250 gr de 1.de leitelho (230 gr de leite integral e 20 de vinagre de maçã)

1 1 colher de chá de pasta de baunilha ou raspas de uma vagem de baunilha

1 Corante rosa

Para creme de manteiga mascarpone:

175 gr de manteiga

125 gr de queijo mascarpone

100 gr de clara de ovo

125 gr de 1.açúcar branco

1 1 colher de sopa de pasta de baunilha

1 Doce de cereja ou o sabor que você mais gosta

Receita e fotografias de Juan Andrés Gallardo

Preparação

Para el bizcocho:

Pré-aqueça o forno com aquecimento na parte de cima e de baixo até 180º.

Prepare os moldes que vamos usar colocando spray desmoldante e revestindo o fundo do molde com papel vegetal

Para o buttermilk, adicione o vinagre ao leite integral, mexa e deixe repousar por pelo menos 10 minutos, até vermos que o leite está coalhado.

Bata o açúcar com a manteiga até obter um creme branco e espumoso. Cerca de 10 minutos aproximadamente Isso vai gerar a estrutura do nosso bolo

Enquanto isso, peneire a farinha com fermento, bicarbonato e sal Reservar

Adicione os ovos ao creme de manteiga, um a um, não colocando o segundo até que o anterior esteja bem incorporado.

Adicione a pasta de baunilha

A farinha será incorporada em três etapas, alternando com o buttermilk Para fazer isso, coloque um terço da farinha, adicione metade do buttermilk e repita o processo, até que termine a farinha

Com a massa acabada, coloque uma pequena quantidade do corante em gel rosa e misture, é preferível colocar pouco a pouco para não exagerar Se for de boa qualidade, com pouca coloração teremos o suficiente para obter uma cor perfeita

Divida a massa em 4 partes iguais e coloque os moldes que preparamos

Asse por 35 minutos ou até que o palito saia limpo.

Deixe repousar nos moldes, fora do forno por 10 minutos.

Desenforme e deixe esfriar

Envolva as massas individualmente em plástico filme e leve para a geladeira pelo menos 6 horas para que eles endureçam e fiquem mais fáceis de trabalhar.

Notas

É muito importante que todos os ingredientes estejam em temperatura ambiente

* Embora a massa possa parecer empelotada, nada mais é do que o produto do contraste na mudança de temperatura com manteiga, especialmente no inverno. Ao colocar a farinha esse problema pode ser resolvido, se não o fizer colocando no forno, as temperaturas serão homogeneizadas e assarão perfeitamente

* Envolver as massas em filme quando estão quentes ajuda a manter a umidade e suculência destas Elas podem ser congeladas perfeitamente

PARA O CREME DE MANTEIGA MASCARPONE:

Coloque as claras e o açúcar numa tigela e cozinhe em banho-maria a temperatura média, não deixe de mexer até que o açúcar se dissolva, não ultrapasse os 60 graus

Com as claras preparadas, despeje na tigela onde vamos montar e comece a bater até termos um merengue firme e brilhante que esteja à temperatura ambiente. Entre 5 e 10 minutos.

Corte a manteiga em cubos e incorpore pouco a pouco no nosso merengue Se o nosso batedor tiver um acessório de pá, misture com ele. Quando a nossa manteiga estiver completamente integrada, adicione o queijo mascarpone sem parar de bater Por fim, integre a pasta de baunilha

MONTAGEM DO BOLO:

Nivele as massas com uma faca de padeiro Faça discos de aproximadamente 2 cm de espessura

Coloque o creme de mascarpone em um saco de confeiteiro com um bocal redondo Se você não tiver o bocal, basta fazer um corte no saco da espessura desejada

Coloque a geleia no saco de confeiteiro e faça um corte para obter um pequeno furo

Fixe o primeiro bolo na base que vamos usar com um pouco de creme para que ele não se mova

Com o saco de tubulação faça pequeno montinhos de creme em toda a superfície do bolo.

Coloque um pouco de geleia entre os orifícios e os montinhos de creme Adicione o próximo bolo e repita o processo.

Realize este processo com todos os pedaços de bolo, incluindo o último Decore com frutas vermelhas, flores comestíveis ou ao gosto do consumidor.

@eldulceobjetivo

www.eldulceobjetivo.com

*Limpe muito bem com vinagre ou limão todos os acessórios que vamos usar para fazer o merengue, para que não fiquem contaminados com algo que possa fazer com que as claras não cresçam

*Muito importante que todos os ingredientes estejam na mesma temperatura Se o creme parecer talhado não descarte, é por causa da diferença de temperaturas Aplique calor ou frio ao nosso creme para que as temperaturas sejam homogeneizadas e batidas para recuperá-lo É praticamente impossível não recuperar este creme

* Sempre trabalhe o bolo frio para torná-lo mais fácil de manusear

* Se as nossas massas saíram com uma capa marrom, passe um ralador fino para torná-la mais bonita

* De preferência use bases rígidas para montar o bolo, de modo que ao movê-lo não quebre

*Quer um corte perfeito? Aqueça levemente a faca com a qual você vai cortá-lo

*Consuma o bolo à temperatura ambiente

Easy paste FLORES DECORATIVAS

Foi para decorar seus bolos que a chef e professora Roseli Candêo começou a fazer flores de açúcar. Depois de alguns testes encontrou a melhor forma de fazê-las com a “Easy Paste”

Sua produção decora bolos comemorativos que não podem levar flores naturais para que não afetem o sabor ou contaminem o produto, uma vez que nem todas as flores são comestíveis Essa pasta tem boa durabilidade, as pétalas ficam translucidas e absorvem muito bem as cores o que permite deixar as flores muito próximas do natural.

Receita Roseli Candêo e fotografias Zaclis Veiga

Ingredientes

35 gr de glucosa transparente

50 gr de água

5 gr de glicerina bidestilada

10 gr de gordura de coco

3 gr de CMC

100 gr de polvilho doce peneirado

em peneira fina

Elaboração

Junte a glucose, a água, a glicerina e a gordura e leve ao fogo até ferver.

Enquanto ferve junte o polvilho e o CMC muito bem misturado

Retire a mistura do fogo e escalde o polvilho e misture bem Coloque a mistura sobre a bancada e vá sovando até ficar uma massa lisa e macia, cuidado pois estará quente!

Divida em pequenas porções e quando esfriar embale e plástico filme e guarde na geladeira por até 10 dias Caso queira, pode colorir a massa com colorantes comestíveis antes de moldar

Para fazer as flores abra a massa e corte no formato das flores que deseja fazer Fizemos uma rosa

Envolva as duas primeiras pétalas como se fosse um sanduiche e modele o miolo da rosa, depois vá dispondo cada uma das pétalas em volta desta bolinha até o final Deixe secar e com corante comestível em pó próprio para este fim e pincel macio dê pinceladas nas pontas das pétalas para dar movimento e volume.

Dica

Olhar flores naturais pode te ajudar a moldar e pintar de forma mais próxima da realidade

CÓCTEL COM ALCOOL

Cosmopolitan

Katarzyna Anders é fotógrafa gastronômica, além de designer gráfica de formação e autora do blog Fotokulinarnie, por onde passam cem mil pessoas por mês para ver suas maravilhosas receitas

E é da Polónia, e através das suas fotografias cheias de cores vibrantes e intensas, que desfrutamos das suas criações doces e salgadas, sem esquecer os seus maravilhosos cocktails, como o clássico Cosmopolitan que preparou para a ABOUT Magazine

O cocktail Cosmopolitan é uma bebida clássica que nunca sai de moda, com a sua tonalidade rosa brilhante e sabor arrojado Ele combina a doçura do suco de cranberry com a acidez do suco de limão, o que o torna uma bebida refrescante perfeita para qualquer ocasião

A receita foi criada em Nova York ou Miami nos anos setenta ou oitenta No entanto, foi a série de TV de sucesso "Sex and the City" que desempenhou um papel fundamental na popularização da bebida, já que era uma das favoritas da protagonista, Carrie Bradshaw.

Foi esta série que me encorajou a experimentar este cocktail e agora a compartilhar a receita porque acho que é uma bebida que acrescenta um toque de elegância e emoção a qualquer ocasião. Além disso, a bela cor vermelho-rosada fará você sorrir antes mesmo de experimentá-lo.

Receita e fotografias Katarzyna Anders

Ingredientes

40 ml de vodka de lima ou limão

15 ml de Cointreau

15 ml de suco de limão fresco

30 ml de suco de cranberry

Para a guarnição:

Casca de laranja em espiral

Elaboração

Encha um agitador com gelo Adicione vodka de lima ou limão, Cointreau, suco de limão fresco e suco de cranberry.

Agite a coqueteleira durante cerca de 15 segundos até que fique fria Coe o coquetel em um copo de martini.

Decore com uma espiral de laranja

Para obter uma explosão extra de sabor e realçar o aroma do coquetel, esprema uma casca de laranja sobre o copo cheio, para liberar o máximo de óleo possível na superfície do coquetel.

DICA

Flores comestíveis

AS CORES QUE ATIÇAM O PALADAR

O velho ditado popular que diz que “comemos com os olhos” é uma das justificativas para o uso crescente de flores comestíveis na gastronomia mundial. Mas, para além do impacto estético, que certamente proporciona, o uso dessas flores atende a novas demandas nutricionais, de sabor e de textura dos alimentos. O cuidado que requerem dá um toque artesanal e personalizado à produção e apresentação de alimentos, numa era cada vez mais industrializada e tecnológica

Não, o uso de flores na alimentação não é uma das tantas novidades de um setor que não para de se reinventar e incorporar novas tecnologias O uso de flores comestíveis já existia há 3 mil anos antes de Cristo, segundo estudo desenvolvido no Programa de Pós- graduação em Fitotecnia, da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq/USP), de autoria da engenheira agrônoma Laís Rosseto, orientada pelo professor Ricardo Alfredo Kluge, do departamento de Ciências Biológicas

Conforme relata, o registro do consumo de flores comestíveis está associado ao potencial medicinal e nutricional dessas plantas Algumas delas, como as rosas, begônicas e o amor perfeito, usados desde a Antiguidade, perderam sua soberania por algum tempo, mas retornaram à popularidade há alguns anos como tendências gastronômicas

Rossetto afirma: “a busca dos consumidores e chefs por novas cores, sabores, texturas e sensações, associada ao estilo de vida mais saudável, divulgação em mídias sociais e programas gastronômicos, auxiliaram no crescimento deste mercado”

O chef de cozinha Celso Freire concorda com a afirmação de que o uso das flores virou tendência e não para de crescer. Mas adverte que é preciso ter parcimônia e cuidado As flores comestíveis devem ser usadas principalmente em pratos frios, para se evitar que o calor dos alimentos as prejudiquem, devem ser absolutamente frescas e usadas em detalhes, pois são coadjuvantes dos pratos e não devem ofuscar a receita

Completando essa ideia, Neilton Antonio Fiusa Araújo – Engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e responsável técnico do Atelier Lírios e Rosas –explica que o consumo de flores é algo que já faz parte do hábito do ser humano Flores como alcachofra, couve-flor e outras já são conhecidas na mesa em todo o mundo, mas o termo flores comestíveis refere-se exclusivamente a espécies que são mais conhecidas justamente pelo seu valor ornamental, tais como a rosa, a capuchinha, o amor perfeito, a cravina e outras espécies que vêm tomando gosto popular e indo dos jardins para a mesa

Texto Rosa Maria Dalla Costa Fotografias Jullianne Medeiros e Zaclis Veiga

...flores comestíveis refere-se exclusivamente a espécies que são mais conhecidas justamente pelo seu valor ornamental, tais como a rosa, a capuchinha, o amor perfeito, a cravina e outras espécies...

ANTONIO FIUSA ARAÚJO

Esse movimento tem agitado também o mercado. Segundo ele, as flores comestíveis geraram, em escala global, um valor de US$ 265 milhões em 2018, tendo uma estimativa em torno de US$ 504 milhões até 2030 Os países europeus concentram a maior parte da produção, principalmente França, Espanha e Portugal.

No Brasil, segundo Rossetto, em polos gastronômicos como o estado de São Paulo, há maiores registros de usos, aliados ao maior número de produtores Para ela, os fatores que mais influenciam na busca por esses produtos são os teores nutricionais, sustentabilidade e curiosidade motivadas principalmente pela mídia

Marilda Pianaro, comprova a tese de Rosseto e relata que foi a partir do filme Como água para chocolate, que se interessou pela produção de flores comestíveis o que a fez abandonar sua carreira de psicóloga A delicadeza do prato ‘codorna com pétalas de rosa’ a fez pesquisar sobre o cultivo orgânico dessas flores, que produz e comercializa até hoje

No que diz respeito ao contexto histórico, Fiúsa Araújo relata que as flores que eram utilizadas desde a antiguidade como condimentos e realçadores de sabor, começam a se popularizar a partir do movimento que surgiu na França em 1970, denominado Nouvelle Cuisine, que objetivava trazer uma nova maneira de cozinhar e apresentar os pratos, levando delicadeza e ênfase.

Freire enfatiza mais uma vez que é preciso ter muito cuidado na introdução das flores comestíveis: “sempre tem alguns clientes que as admiram, tiram fotos, mas as deixam no canto do prato”, diz ele

O principal cuidado a ser tomado diz respeito ao frescor desses produtos, o que se obtém a partir da criação de uma cadeia de produção Segundo ele, as flores precisam ser produzidas em quantidade, com qualidade e frequência Pianaro, há quase 20 anos no mercado produtor, não descuida desses cuidados e prepara três vezes por semana, bandejas com no máximo 20 flores cada, colhidas e arrumadas uma a uma, delicadamente, para serem levadas ao mercado. É todo esse trabalho e dedicação, artesanal, mas cada vez mais embasado em critérios nutricionais, que fazem das flores comestíveis verdadeiros versos poéticos na sempre desafiadora arte da gastronomia

Consciência sociaL

ABELHAS Vitais para o ecossistema

Entrevista e fotografias

Laura Becerra Ortiz

"Ser apicultor e poder trabalhar com abelhas é um privilégio e muitos não estão entendendo isso"

As abelhas são um elo importante para sustentar os ecossistemas e estão ameaçadas de extinção Como consumidores podemos fazer muito: conhecer aqueles que trabalham com elas e saber mais sobre o seu mundo é sempre um bom primeiro passo

Nesta edição de ABOUT Magazine conhecemos o trabalho da Terra de Goyco, uma empresa familiar de apicultores do sul da província de Mendoza, Argentina, que assume essa tarefa como um privilégio e a realiza de maneira limpa e natural, ao ritmo da terra

"O mais importante quando falamos de abelhas é que graças a elas há polinização, um processo que afeta todo o meio ambiente e todos os seres", começa Silvana Nosal, que junto com o marido Ricardo Pistelli e a filha Carolina, realizam o empreendimento.

Depois de considerar que podemos falar sobre o que elas produzem: pólen, mel, própolis, geleia real, cera, parafina."

Muitas espécies de plantas, frutas, legumes, elementos da natureza que também são alimentos reais dependem dessa polinização.

Silvana: Exatamente, e geram a proliferação de plantas nativas que sustentam e preservam ecossistemas saudáveis Atualmente a mega indústria agrícola, monoculturas ou desmatamento excessivo de florestas, por exemplo, provoca grandes mudanças climáticas e isso gera que há cada vez menos abelhas Nas colmeias encontramos variáveis que não podemos controlar e que têm a ver com estas modificações climáticas e, se continuar assim, dificilmente poderemos desenvolver a agricultura e a apicultura como temos vindo a fazer O ecossistema está sendo desfigurado e através das abelhas, vemos isso de forma clara

Então a colmeia é uma espécie de representação do lugar onde está localizada?

Claro, é um teste natural Periodicamente movemos algumas colmeias e depois de um tempo, ao abri-las, encontramos informações. Vemos como é o pólen, o néctar, se a colônia está bem nutrida, se há descendentes ou não, se há diversidade de cores. Tudo é variável e nos mostra as condições do lugar. A fonte de água do local também é primordial e muitos podem não lhe dar importância Uma colmeia na primavera e no verão consome cerca de três litros de água por dia

A qualidade da água, portanto, também se torna muito importante e sabe-se que a água também é uma mercadoria ameaçada hoje

Sim, o mais importante é que não tem muitos produtos químicos, que não é de drenagem ou resíduos É por isso que os ambientes naturais são procurados. Em Mendoza há mais água salina, mas as abelhas nativas estão adaptadas a isso porque são daqui e assim é com tudo o que as rodeia Levar essas coisas em conta e cuidar delas é mais do que qualquer outra coisa. Garantir a sua sobrevivência, acompanhá-las. Esta é uma atividade extrativista, mas é necessário ter em mente que a primeira coisa é a saúde das abelhas, que para que possamos ter mel ou pólen, o mais importante é respeitá-las e que elas produzam para sua colmeia, para poder viver Mais tarde vieram os seres humanos Essas são, para nós, as premissas de um bom apicultor

Como é fazer esse trabalho de forma consciente no mundo de hoje?

Hoje, mais do que nunca, é uma tarefa exigente porque estamos em alerta vermelho climático, os ecossistemas estão piorando muito rapidamente e isso ameaça tudo o que está vivo. Há muito a restaurar, a reconciliar e a rever. A natureza está nos impondo limites, mas não os aceitamos Ser apicultor e poder trabalhar com abelhas é um privilégio e muitos não entendem isso, apresentam objetivos puramente comerciais e não enxergam o ambiental, perdem o real objetivo que essa tarefa deveria implicar

Também aparece no mercado mel adulterado ou produtos que chegam ao consumidor como tal, mas não são.

Além de não cuidarem da essência das abelhas, elas geralmente recebem alimentação artificial. Já existe adulteração do processo interno de elaboração com açúcares branqueados com produtos químicos que prejudicam muito sua saúde e atrofiam suas glândulas Então, ao deixar o favo de mel, qualquer mel já sofre contaminação, perde a autenticidade O mel de favo de mel é o mel da mais alta qualidade, porque está em contato com embalagens naturais, com a cera, etc

Ou seja, ao embalar o mel já existe uma manipulação que é feita ao serviço, digamos, do ser humano: Sim Para o consumidor consciente deve ser prioridade conhecer o produtor, conversar com quem vende o mel para saber como ele trabalha. É uma boa maneira de nos ajudar a continuar a ter abelhas saudáveis e, portanto, um ecossistema saudável e, em seguida, um bom mel

O QUE CONSIDERAR AO COMPRAR

O mel é um alimento vivo como qualquer outro que a natureza fornece Sua embalagem perfeita é a original e natural: o favo de mel de cera esculpido pelas abelhas.

Ao comprar um mel, você tem que observar que ele está em estado sólido O ideal é conhecer o produtor Leia sua origem ou origem e procedência que sua cor não identifica a qualidade, mas as plantas de onde vem

Líquida Ela só fica assim dentro do favo de mel e até cerca de um ano

Sólida. Fora do favo de mel, se solidifica dentro de alguns dias após sua extração Deve ser armazenado em vidro de preferência escuro porque é afetado pela luz e não tolera amplitudes térmicas (a temperatura de manutenção ideal é de 10 a 12 graus) O plástico é poluente para o mel

TERRA DE GOYCO

É a terceira geração de apicultores e eles realizam uma tarefa limpa e natural: "acompanhamos as colmeias, nos conectamos com elas, respeitamos a colmeia e as abelhas", comentam. Estão nessa atividade há 22 anos.

Estão localizados em General Alvear, Mendoza, Argentina Comercializam seus produtos e oferecem visitas guiadas a turistas, grupos e escolas para aumentar a conscientização sobre o mundo do mel e das abelhas

Através de suas redes sociais e web mostram seu trabalho e disseminam informações

@mielterradegoyco

www mielterradegoyco com ar

Ricardo, Silvana y su hija Carolina

CORANTES ALIMENTARES

Texto e fotografias Sylvie Pabion

Os aditivos alimentares são adicionados aos alimentos para preservar e melhorar o seu sabor e aparência. O uso dessas substâncias não é algo novo, os gregos e romanos, por exemplo, protegiam suas frutas e legumes cobrindo-os com cera No que temos avançado, graças à ciência e à tecnologia, é na criação de substâncias sintéticas. Independentemente de sua origem, natural ou artificial, os aditivos são classificados de acordo com sua função em: corantes, conservantes, antioxidantes, emolientes, espessantes e realçadores de sabor. Dado ao tema desta edição, vamos nos concentrar nos corantes.

CORANTES ALIMENTARES

A comida entra pelos nossos olhos a tal ponto que há pessoas que não são capazes de diferenciar um vinho tinto de um branco sem vê-los de antemão. Você pode se surpreender, faça o teste em casa com pessoas diferentes e verá o resultado O importante papel que as cores desempenham quando nos sentamos à mesa é indiscutível.

Durante o processamento de alimentos, algumas frutas e legumes, por exemplo, perdem suas cores originais durante o cozimento e, para restaurar sua atratividade, esses pigmentos são adicionados a eles Assim, uma geleia de morango sempre terá um sabor melhor se parecer uma cor vermelha intensa e brilhante em vez de um marrom opaco

A LEGISLAÇÃO

Não existe consenso internacional sobre a regulamentação destas substâncias Nos países nórdicos, por exemplo, praticamente todos os corantes artificiais são proibidos, enquanto nos Estados Unidos alguns dos utilizados na Europa não são autorizados, mas outros que não são utilizados na União Europeia o são

Na Europa, a fim de permitir a livre circulação de produtos entre os países membros, foi criado o sistema de números E Esta classificação ajuda na sua identificação e, a partir de agora, quando ler a lista de ingredientes, saberá que todos aqueles que vão do E100 ao E199, são corantes

CLASSIFICAÇÃO DOS CORANTES

NATURAIS: vêm de frutas, legumes, especiarias, ervas e até insetos Dada a sua origem, são considerados mais seguros e amigos do ambiente.

Alguns exemplos:

Curcumina (E100): É extraída da raiz da cúrcuma e é usada para dar uma cor amarela a produtos como: mostarda, manteiga, geleia, queijo e produtos de panificação

Riboflavinas (E101): podem ser obtidas a partir de leite, fígado, queijo, carne, alguns vegetais e leguminosas Também pode ser alcançado com processos industriais usando fungos, leveduras e bactérias. É usado para dar um tom amareloalaranjado a bebidas energéticas, sobremesas, geleias, sopas, molhos, sorvetes

Cochinilla (E120): é obtida por esmagamento de insetos da família das cochonilhas, especificamente fêmeas fertilizadas, e parasitas de plantas como nopales Como um fato curioso (e preocupante), 100 000 fêmeas são necessárias para obter 1 quilo de corante. Seu tom vermelho carmim é usado em licores, vinhos de frutas, doces, refrigerantes, geleias

Clorofila (E140): sua tonalidade verde é extraída de grama, urtigas, alfafa ou algas. Encontramo-lo em doces, licores, conservas, sorvetes

Páprica (E160c): sua cor vermelha escura vem da pimenta vermelha. Muito apreciado na preparação de enchidos, snacks, patês, queijos

Betanin (E162): é obtido a partir de extrato de beterraba e seu tom vermelho escuro é usado em doces, gomas de mascar, iogurtes, molhos, sobremesas

Antocianinas (E163):cobrem tons que variam de vermelho a violeta azulado É extraído de frutas como uvas pretas, mirtilos, amoras, cerejas, framboesas, milho roxo, repolho roxo Podemos encontrá-lo em doces, produtos de pastelaria, iogurtes, refrigerantes...

SINTÉTICOS: ao contrário dos anteriores, eles não são derivados de fontes naturais, são fabricados em laboratório e alguns carregam efeitos colaterais Entre eles estão:

Tartrazina (E102): pertencente ao grupo dos corantes azo, tem uma cor amarelo-limão Está presente em doces, sorvetes, petiscos, refrigerantes Em alguns condimentos para paellas é usado como um substituto para o açafrão. Em pequenas doses, pode causar hiperatividade em crianças e reações alérgicas

Amarelo pôr-do-sol (E120): Este corante amarelo intenso é obtido a partir do petróleo. É usado em sopas, macarrão instantâneo, lanches, produtos defumados... Em pequenas doses provoca hiperatividade em crianças e seu consumo frequente pode aumentar os efeitos da asma, causar problemas de pele, produzir insônia e a longo prazo pode ser cancerígeno Nos países nórdicos, a sua utilização é proibida.

Amaranto (E123): fornece cores do vermelho ao roxo e é obtido a partir do naftaleno, um derivado do petróleo Podemos encontrá-lo em chicletes, doces, frutas cristalizadas... Seu uso foi proibido em 1976 nos EUA e, nos países onde ainda é usado, a recomendação de ingestão diária foi bastante reduzida

Eritrosina (E127): fornece cor vermelho-cereja, violeta ou roxo e é usada em sobremesas, sorvetes, geleias Em pequenas doses causa fotossensibilidade e em grandes quantidades pode tornar-se cancerígeno Proibido na Europa desde 2011, exceto para frutas cristalizadas, cerejas maraschino e cerejas. Pode-se dizer que seu consumo é desencorajado.

Enquanto avançamos na pesquisa sobre como a exposição repetida a certos corantes alimentares nos afeta, é melhor evitar seu consumo de forma recorrente.

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Número 4 – Março 2023

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Projeto Editorial: Ana Cristina Jurado, Jullianne Medeiros, Marta Sarrate, Mónica Molina, Sylvie Pabion Martín

Equipe Editorial: Ana Cristina Jurado, Carmen Moreno, Jullianne Medeiros, Laura Becerra, Marta Sarrate, Mónica Molina, Pau Zambelli, Sylvie Pabion Martín, Zaclis Veiga

Diretora de arte: Sylvie Pabion Martín

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Revisião espanhol: Ana Cristina Jurado e Marta Sarrate

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Tradução Português: Zaclis Veiga

Revisão português: Sandra Nodari e Jorgelene Santos

Redação Argentina: Laura Becerra e Pau Zambelli

Tradução inglês: Rebekah E. Henderson

Fotografia de capa: : Sylvie Pabion Martín

Contribuiram nesta edição: Adina Chitu, Alicja Sieronski, Ana Gómez, Bea Lubas, Bodega Teodoro Ruíz Monge, Carmen Moreno, Costas Millas, Espacio Crudo, Federika De Fillipis, Grupo Yllera, Henry Milléo, Javier de La Torre, Jaume Arnau, Juan Andrés Gallardo, Katarzina Anders, Kerry Governato, Laura Becerra Ortiz, Lorena Marquez, Pau Zambelli, Maceramika, Qosen Photo, Ronald Cova, Plaart, Rosa Maria Dalla Costa, Roseli Candêo, Sergio Cámara, The dualist Agency

**Muito obrigado a todos os colaboradores que tornaram esta edição da ABOUT Magazine tão especial

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