Terra Boa Agronegócios - Ed 14 Jul/Ago 2014 - Felipe Masetti o Cavaleiro das Américas

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agronegócios ano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014

Filipe Masetti Leite

O Cavaleiro das Américas

Megaleite Os recordes da pecuária leiteira

Expogenética Resultados da seleção genética

Equinocultura Júnior Araújo: trabalho, dedicação e paixão


LEILÕES OFICIAIS NELORE: um grande negócio para quem vende, melhor ainda para quem compra.

LeiLão cAMArGo

54º LeiLão NeLore Mocho cV

04 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL

31 DE AGOSTO – 13H – CANAL DO BOI

GRUPO CAMARGO

CARLOS VIACAVA

CUIABÁ/MT

PRESIDENTE VENCESLAU/SP

(65) 3642-6396

(11) 3168-8001

12º LeiLão Do coPA

MeGA ToUroS cArPA

08 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL

07 DE SETEMBRO – 14H – CANAL RURAL

GRUPO MONTE VERDE,

CARPA SERRANA

TERRAMATA AGROPECUÁRIA E

BARRA DO GARÇAS/MT

ZAMLUTTI AGROPECUÁRIA

(16) 3987-9003

RIO DE JANEIRO/RJ (43) 3373-7000 – 8802-2147

LeiLão NeLore DA SorTe 15 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL WILSON MARQUES, PAULO BRANDÃO E ANTONIO CEZÁRIO NETO SALVADOR/BA

LeiLão Do ToTÓ 2014 e coNViDADoS 13 DE SETEMBRO - 12H - CANAL RURAL CLÁUDIO TOTÓ GARCIA DE SOUZA TRÊS LAGOAS/MS (67) 3521-2347

(71) 3328-3053

LeiLão TAJ MAhAL Viii LeiLão VirTUAL PAiNT

20 DE SETEMBRO - 14H - CANAL RURAL

20 DE AGOSTO – 20H – CANAL DO BOI

ACIOLE CASTELO BRANCO MAUÉS

PAINT E ASSOCEIP SERTÃOZINHO/SP

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (34) 9991-5182 / (92) 9136-5766

(16) 2105-2299

11º LeiLão ALiANÇAS e coNViDADoS 12º LeiLão VirTUAL FAZeNDA VALÔNiA

20 DE SETEMBRO - 21H - CANAL RURAL

21 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL

PAULO ABATE, CÁSSIO LUCENTE E

JOÃO AGUIAR ALVAREZ

REINALDO CARAVELAS

VIRTUAL

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

(14) 3532-6158 / (43) 3373-7077

(34) 3332-5109

35º LeiLão ANUAL cArPA

LeiLão VeNTreS ViP MATiNhA

23 DE AGOSTO – 14H – CANAL RURAL

21 DE SETEMBRO – 14H – CANAL RURAL

CARPA SERRANA

RANCHO DA MATINHA

SERRANA/SP

EXPOINEL 2014 - VIRTUAL

(16) 3987-9003

(34) 3312-0030

JOSÉ OLAVO BORGES MENDES, ANTONIO


LeiLão eLiTe NeLore coLorADo

LeiLão TerrAS Do NeLore 2014

eDiÇão eXPoiNeL 2014

26 DE SETEMBRO - 20H - CANAL RURAL FAZENDA IPÊ OURO, CLENON DE BARROS LOYOLA FILHO, NELORE GIBERTONI, RIMA AGROPECUÁRIA E REVEMAR AGROPECUÁRIA EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (34) 3314-9494

21 DE SETEMBRO - 20H - CANAL RURAL MARCELO RIBEIRO MENDONÇA E IRMÃOS EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (16) 3852-1437

LeiLão PerBoNi e coNViDADoS 22 DE SETEMBRO - 21H - CANAL RURAL

LeiLão JoiAS DA rAÇA

MARCELO PERBONI

27 DE SETEMBRO - 14H - CANAL RURAL

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

GRUPO MONTE VERDE

(34) 3359-0005

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (34) 9676-8700 / 9676-9100

LeiLão VirTUAL NoVA GerAÇão SABiÁ 23 DE SETEMBRO - 21H - CANAL RURAL

5º LeiLão PreNheZeS eAo & GUADALUPe

FAZENDA DO SABIÁ

27 DE SETEMBRO - 20H - CANAL RURAL

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (31) 3281-5255

LeiLão LÍrio Do VALe & coNViDADoS 24 DE STEMEBRO - 20H - CANAL RURAL EDSON DA SILVA TORRES EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (64) 3472-9646

LeiLão PÉroLAS Do NeLore 25 DE SETEMBRO - 21H - CANAL RURAL PAULO AFONSO FRIAS TRINDADE JUNIOR E AGROPECUÁRIA MODELO EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (21) 2272-5020

LeiLão LiQUiDAÇão eLiTe PiNGUiM 26 DE SETEMBRO - 14H - CANAL RURAL AGROPECUÁRIA PINGUIM EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

5º LEILÃO

p renhezes EAO & GUADALUPE EXPOINEL 2014

EAO NELORE E FAZENDA GUADALUPE EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (71) 2107-6169

LeiLão MATriZeS BrUMADo 28 DE SETEMBRO - 13H - AGROBRASIL TV FAZENDA BRUMADO - ANTONIO JOSÉ PRATA CARVALHO EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG (17) 3329-1188

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Leia na Terra Boa agronegócios

EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014 Direção executiva Bolivar Filho terraboa.bf@hotmail.com Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Dalton Filho / Reginaldo Faria daltonfilho@multimarketing.ppg.br mmk.multimarketing@gmail.com Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 terraboaminas@hotmail.com Redação Adriana Dias Denise Bueno Heloisa Aguieiras Mônica Cussi Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Juliano Vieira de Souza Marina De Simoni Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

8 CAPA Cavaleiro das Américas

14 GENÉTICA Central Genequi

20 EVENTOS Congresso ABQM

24 ARTIGO Vacinação

26 ESPECIAL 100 anos Nelore VR

32 EXPOSIÇÕES Expogenética

38 ARTIGO Eficiência reprodutiva

40 PECUÁRIA LEITEIRA Os resultados da raça Sindi

46 EXPOSIÇÕES Megaleite

54 CAFEICULTURA A classificação do café

56 GASTRONOMIA Bolinhos de Tilápia


Homenagem

Nilo Lemos 1945 - 2014 O advogado, pecuarista e grande criador de jumento Pêga, Nilo Lemos Batista Costa, faleceu em 18 de julho, em Franca/SP, aos 69 anos. O pecuarista se destacou como criador da raça Pêga, ao iniciar criatório em São Paulo, que, posteriormente, transferiu para o Estado do Acre, onde o manteve por muitos anos. Somente com a raça Pêga, trabalhou por mais de 40 anos. Era um grande defensor da qualidade na pecuária. Também atuou como criador de Nelore, Gir Leiteiro e foi um dos maiores criadores de Búfalo do País. No Estado do Acre trabalhou pelo crescimento e desenvolvimento da pecuária. Deixa a esposa Ana Lucia, os filhos Túlio, Diogo, Luciana e as netas Maria Teodora e Maria Helena.

Haroldo Brunow Fontenelle da Silveira 1934 - 2014 Criador da raça Guzerá e seu grande entusiasta, faleceu em 08 de junho no Estado do Espírito Santo, sua terra natal, aos 80 anos. Foi sepultado na cidade de Baixo Guandu, no dia 09 de junho. Engenheiro agrônomo formado pela Faculdade Luiz de Queiroz, atuou em órgãos governamentais do Espírito Santo antes de se dedicar à administração da Fazenda Fontenelle, no ano de 1972, quando buscou o aumento da produtividade do rebanho. Trabalhou pela seleção genética da raça e usou toda tecnologia disponível pelo mercado para formar um rebanho de qualidade. Os animais do criatório de 85 anos têm sua genética reconhecida em todo País. Sempre dividiu as funções do Guzerá NF com as irmãs Maria Luiza e Gerusa Fontenelle. Também integrou a diretoria de várias instituições, entre elas a ABCZ. Deixou a filha Beatriz.

agronegócios


Ao leitor


A vida segue seu rumo, seu ritmo entre รกrvores, animais e pessoas. Vida que gera vida e recomeรงa incansรกvel. Sempre em busca de dias melhores, maiores, em busca de vida, de eternizar a vida.

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Capa | julho/agosto 2014

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Filipe Masetti Leite, o Cavaleiro das AmĂŠricas, chega ao Brasil


No dia 06 de agosto de 2014, quando a equipe da Revista Terra Boa encontrou Filipe Masetti Leite, o Cavaleiro das Américas, na cidade de Vicente Gentil/SP, ele completava dois anos e um mês de cavalgada. O paulista de Espírito Santo do Pinhal saiu de Calgary, no Canadá, em 08 de julho de 2012, e percorreu dez países e 16 mil quilômetros em busca de um sonho: realizar uma grande jornada, uma viagem de longo percurso a cavalo.

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O sonho tinha ponto de chegada programado para a maior festa de rodeio do Brasil, o Barretão, como ele mesmo se referiu à festa de Barretos/SP, onde permanecerá por dez dias, contando muitas histórias e onde deixará seus fiéis escudeiros e melhores amigos, seus três cavalos, dois da raça Quarto de Milha e um Mustang, Bruiser, Frenchie e Dude, em exposição. O final da jornada será na sua terra natal, Espírito Santo do Pinhal, onde os cavalos serão aposentados a partir de 13 de setembro.

Os cavalos sempre fizeram parte do seu universo e do mundo de seu pai, Iso Leite. E a paixão de pai e filho o levou a esta grande aventura, que foi acompanhada em tempo real, pela internet, por cavaleiros de todo mundo. Assim, ele se transformou no Cavaleiro das Américas, título que o acompanhará por toda a sua vida. O sonho, o desejo Realizar uma aventura dessas é muito mais que um sonho, exige muita determinação, coragem e otimismo. Tudo come-

çou com o livro “O passeio de Tschiffely”, do suíço Aimé Félix Tschiffely, leitura que Iso Leite fez para o filho durante a sua infância. Este livro foi o grande idealizador dessa aventura e fez nascer em Filipe este sonho. Tschiffely saiu da Argentina com destino a Nova York no ano de 1925, quando uma viagem dessa era considerada uma loucura. “Até os dias atuais não é fácil percorrer longas distâncias a cavalo”, disse Filipe, que não conseguiu patrocínio de imediato, pois a maioria das pessoas e empresas não acreditava na realização do projeto e considerava uma loucura, mesmo com as facilidades de comunicação do século XXI. “Eu nunca duvidei que conseguiria. Pesquisei muito, estudei todas as dificuldades possíveis de enfrentar. Aprendi a cuidar dos cavalos com veterinários diferentes, pois a maior preocupação era a de chegarmos vivos. Meu pai não teve a oportunidade de realizar esse sonho. Eu o realizo por mim e por ele”, concluiu. A sua preocupação era manter os cavalos saudáveis, pois não tinha equipe de apoio para alimentar, manter a sanidade e cuidar dos animais. Para isso, pesquisou as experiências de muitos cavaleiros que percorreram longas distâncias e aprendeu curiosidades que o ajudaram no trajeto em lugares em que não havia água ou alimento para os cavalos.

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Projetos e otimismo

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Filipe formou-se em jornalismo no Canadá e trabalhou naquele país por 18 meses, enquanto organizava a sua viagem e buscava patrocínio. Em autoanálise, diz que saiu um moleque de 25 anos de Calgary, um aventureiro com teorias na cabeça, e chega ao Brasil um homem com muita experiência de vida. Nestes dois anos vivenciou a bondade, a solidariedade, o medo, a pobreza, a fome, a guerra, o narcotráfico e viu a morte de perto. Passou medo, enfrentou a chuva, o sol e o frio, enfim, viveu. Aprendeu a valorizar a família e conheceu a resistência e a força dos seus cavalos. Sentiu muita saudade de casa, dos pais, das irmãs, uma de 32 e a caçula de 7. Também sentiu falta da namorada, que o acompanhou em alguns trechos da jornada.


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“Eu aprendi a valorizar tudo nesta viagem, desde um pouco de água até uma lata de sardinha, em muitos lugares era apenas o que eu tinha. Aprendi a valorizar o que é real, a família. Esta viagem não é só minha, é de todos os que me ajudaram”.

Foco Quando Filipe começou a planejar a viagem, a pesquisar e buscar patrocínio, não tinha nada além do sonho. Ele começou ganhando dois animais da raça Quarto de Milha de um haras americano e selas. De lá até os dias atuais, conta com a solidariedade por onde passa. A sua história atrai milhares de pessoas que o seguem em tempo real pelo facebook. “Eu acho muito interessante. As pessoas me apoiam, mandam mensagens de solidariedade e me ajudam, mesmo a distância. A internet me ajudou muito. Foi através da rede social que consegui patrocínio para um time de futebol de crianças carentes e dicas para manter a saúde dos animais quando eles se machucavam”, relatou.

A venda dos direitos autorais da sua história para uma produtora americana garantiu a realização da viagem. A história também será retratada em um livro. “ Não conseguiria realizar a viagem sem vender os direitos para o documentário. ”, ressaltou. Filipe tem como objetivo mostrar a solidariedade, a bondade das pessoas. Ele afirma que no jornalismo observa o quanto o negativo atrai mais as pessoas, portanto é o que sobressai, mas é preciso mostrar a bondade que é o que move a maioria das pessoas. A cavalgada Durante todo o trajeto, Filipe contou com a ajuda de pessoas comuns, gente simples que vive em povoados

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Filipe Masetti Leite em vários momentos da sua longa jornada. Na sua saída de Calgary, no trajeto pelo Brasil com a sua namorada, Emma Brazier, e com os amigos que conquistou pelos vários países das Américas do Norte, Central e Sul

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e levam a vida de maneira singela. Foram essas pessoas que sonharam o sonho do Cavaleiro. Todos os roteiros foram planejados minuciosamente por ele, mas as pessoas também o guiaram. Seu inglês o ajudou, mas terminou a viagem falando o espanhol fluentemente. “Acho que não morri pela proteção de Deus. Presenciei muito tráfico e passei por uma cidade que teve a incidência de mil tiros uma semana antes de chegar ao local. Conheci muita gente louca e estive por lugares onde crianças morriam facilmente, e outras, de cerca de oito anos, andavam com armas nas mãos. Os padres se escondiam embaixo das camas e as mães não deixavam seus filhos saírem de casa em decorrência da milícia, do narcotráfico. Conheci traficantes e cheguei a ter a proteção deles, por conta dos cavalos. E ainda fui reconhecido por minha coragem”, descreve Filipe. Cruzar o Deserto de Chihuahua e outros locais que vivem situação de guerra a quatro quilômetros por hora, com grande fluxo de carros, era motivo de preocupação. Ele e os animais poderiam se machucar e todo o cuidado era necessário. Superou problemas que

não havia imaginado até chegar ao Brasil e viveu momentos marcantes como o atravessar as fronteiras de dez países, vivenciando toda a burocracia e o abuso das propinas. “As pessoas querem passar legalizadas, mas há dificuldades reais. Por isso a corrupção. Eu fiquei muito decepcionado. Vou retratar esse episódio no meu livro”. Um dos bons momentos da viagem foi a trajetória de três meses pelo México, onde contou com a companhia do pai. A namorada, a canadense, Emma Brazier, também percorreu alguns trechos. No Brasil ela o acompanha dando suporte em um carro cedido pelos Independentes de Barretos, que são patrocinadores de Filipe. “Sem o apoio deles eu não chegaria ao Brasil, pois enfrentei muitas dificuldades para entrar na América do Sul”, afirmou. Por dois países não pode cavalgar: Venezuela e Colômbia, pois, se passasse por eles, os animais não poderiam entrar no Brasil. A solução foi cruzar esses países de avião. O caminho foi cercado de histórias interessantes, de personagens intrigantes, fatos e acontecimentos que encheram de riqueza a história do Cavaleiro das Américas. Como a bondade

das pessoas que dividiam seu único alimento e um pedido inusitado de um rapaz do Colorado/EUA: levar as cinzas da irmã na viagem e distribuí-las em uma paragem, pois era o sonho dela fazer uma viagem assim. “Até hoje a cinzas dela me acompanham. Acredito que ela é um anjo protetor”. Vivenciou a solidão e fez a sua grande autoanálise. Sem comunicação com a família por muitos dias vivenciou a ausência nas datas especiais como o natal e aniversários. Conheceu inúmeras pessoas, não só aquelas que o encontravam e lhe davam presentes, muitos dos quais nem pôde carregar, como cachorro, cavalo, espadas, pingas e até pedaço de bolo velho. Havia também aquelas pessoas que faziam questão de segui-lo em parte do trajeto. “A vida hoje é muito fácil. Se você quer água abre a torneira, queremos algo gelado, temos a geladeira, a comida é fácil, está pronta. Eu aprendi a valorizar tudo nesta viagem, desde um pouco de água até uma lata de sardinha, em muitos lugares era apenas o que eu tinha. Aprendi a valorizar o que é real, a família. Esta viagem não é só minha, é de todos os que me ajudaram”.

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GenĂŠtica


Da paixão à profissão o Quarto de Milha e sua reprodução O que era apenas uma brincadeira de criança, a famosa polícia e ladrão, com cavalaria montada e corridas por entre cafezais, transformou-se em esporte, por longos 13 anos,e também em profissão para o empresário Marco Antonio de Araújo Junior.

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Proprietário da Central Genequi, que presta serviços de inseminação artificial (IA), transferência de embrião (TE), coleta de garanhões, alojamento para doadores e aluguel de receptoras, Junior, de apenas 27 anos, recebeu a equipe da Terra Boa na Fazenda Renascer, em São José do Rio Pardo, ao som dos pássaros Fogo Apagou e Bem-Te-Vi. Falou sobre como a escolha de sua profissão foi sendo delineada ali mesmo, na fazenda. Filho do dentista Marco Antonio de Araújo e da paulistana de família quatrocentona, Maria de Lourdes Franco de Camargo Araújo, Junior nasceu em Santo André, mas foi na Fazenda Renascer que viveu toda a sua infância e, atualmente, passa a semana trabalhando com genética de equinos, nas terras que foram dadas ao seu tetravô, o Capi-

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tão Francisco Soares, da Guarda Imperial de Dom Pedro II, antes de 1800. “Aqui sempre foi região de produção de café e a grandiosidade era tamanha que a Enciclopédia Lavousier trouxe por vários anos seguidos o terreiro de café como um dos maiores do mundo. Tem o tamanho de 1 alqueire e é feito totalmente com tijolos. Conservamos ativo o terreiro, mas claro que não com a mesma quantidade de produção. Trabalhamos com lavouras de café, haras e a central de reprodução. Fazemos tudo com cinco funcionários”, explica Junior. O primeiro contato com cavalos conta o empresário – ocorreu quando ele tinha apenas um ano. Foi paixão. Os pais contam que o primeiro tombo foi aos dois anos, mas isso não criou nenhum trauma na criança. “Ainda quando pequeno, an-

dava no cavalo em pelo. Esta fazenda se transformava praticamente em colônia de férias para todos nós que vínhamos brincar aqui. Foi paixão, hoje é investimento e negócio”, diz. Em um churrasco entre amigos de seus pais, Bruno Junqueira levantou a possibilidade de Junior, com 13 anos à época, participar da prova de Team Penning, em Holambra/SP. Junior confessa que tinha interesse em ser veterinário, mas não tinha interesse em participar de provas. Acabou cedendo e foi com cavalo emprestado e sem saber quais eram as regras. “Tudo era emprestado e fiz parceria com Bruno Junqueira e Luísa Petrocelli. Na primeira prova, ficamos na 5ª colocação o que nos incentivou a participar das outras provas, pois se tratava de um campeonato. Todas as provas


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“Esta fazenda se transformava praticamente em colônia de férias para todos nós que vínhamos brincar aqui. Foi paixão, hoje é investimento

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e negócio”

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eram aos domingos, o que significava sacrifício e cansaço a todos da família. No final, o trio ficou em 2º lugar, perdendo para o irmão de Luísa, Moacyr D’ávila Petrocelli. No ano seguinte, formamos o trio: Moacyr (Tigrinho), Bruno e eu, e fomos campeões da categoria mirim. Por varios anos eu e o Tigrinho corremos juntos, sempre com um parceiro novo, e por 10 anos subimos ao pódium”, lembra o vencedor das categorias mirim, jovem e aberta. Os pais investiam por se tratar de esporte credenciado e ligado à Liga Regional Leste Paulista e à ABQM (Associação Brasileira de Quarto de Milha). Comprou seu primeiro cavalo no segundo ano de campeonato e participou de cursos. “Compramos o Bravo Sambadger, cavalo de Sandra Navarro, e ele foi o primeiro grande personagem da minha história. Um fantástico cavalo de apartação e ninguém tinha um, com aquele potencial para Team Penning. Compramos por um valor aquém do mercado, mas soubemos depois que o proprietário iria usar o dinheiro em campanha política. Corri oito anos com ele. Bravo hoje tem 25 anos e ainda está na Fazenda Renascer”, afirma. Em 2007, Junior foi correr em campeonato mundial em Houston e Dallas, nos Estados Unidos. A dupla formada com Sandra Sanches, de Jaguariúna/SP, foi finalista do Ranch Sorting, competindo com mais de 1200 duplas. Ainda em 2007, trancou a faculdade de medicina veterinária e foi fazer estágio na Inglaterra, em um Haras especializado em cavalos de corridas. “Lá vislumbrei

todo o universo do cavalo e o potencial para negócios com equinos. Tomei gosto pela reprodução e, ao voltar ao Brasil, corri uma prova em Guaxupé/MG com Moacyr e Luis Manoel Tranquillini, o Nenel. Classificamos em último para a final. Foi neste dia que ‘conversei’ com o Bravo e disse: ‘se ganharmos esta prova você se aposenta’. Nunca mais montei o Bravo”, disse. O atleta foi então em busca do substituto de Bravo. Em dois anos comprou perto de 10 cavalos e nada de aparecer um à altura da sinergia que tinha com o companheiro de longa data. “Foi então que surgiu a segunda personagem da minha história: a Vicky Pine, de raça americana. Toda a história americana foi construída no lombo de equinos Quarto de Milha, que, há 51 anos, estão no Brasil. Com a Vicky, vencemos vários campeonatos”, salienta. Junior confessa ter um ‘relicário equino’ na Fazenda Renascer. “Todos os animais que fizeram parte da minha trajetória estão aqui. Faço questão de tratá-los muito bem, eles têm tratamento vip, assim como todos os animais da fazenda”. Mercado Junior viu no mercado de equinos a possibilidade de trabalho de uma maneira globalizada. Ele presta assessoria aos competidores. “O mercado exige assessoria até mesmo para compra de equinos. E como nunca quis me desligar deste universo, busquei permanecer de maneira interessante. Fiz cursos para me tornar juiz de provas pela ABQM (Associação Brasileira de Quarto de Milha)


e meus finais de semana são julgando campeonatos pelo Brasil afora. E, paralelamente, fui me profissionalizando para a criação da Genequi”, disse. Como Junior trabalhou durante o estágio na Inglaterra com cavalos de corridas e viu muitas histórias tristes, principalmente com a sacrifício de animais, ele decidiu fazer o inverso: gerar novas vidas e com isso novos atletas. “O estágio que fiz com o veterinário Geraldo Santos Castro Neto e a experiência na Inglaterra me encaminharam à área de reprodução equina. Montei a base do meu criatório com o apoio financeiro dos meus pais. Adquirimos cinco matrizes e, com os garanhões de alguns amigos, iniciamos nosso plantel em 2005. Em 2010 meu pai e os amigos Sebastião Antonio Fernandes Secco, o Toninho Tropeiro, e Edson Pedroso Borges, me acompanharam em viagem de turismo aos EUA, que acabou resultando na compra de um garanhão americano. Andamos 15 dias e mesmo com a assessoria de Carlos Deleu estava difícil. Mas, encontramos um potro de 1 ano e sete meses que agradou a nós todos, pela estrutura, morfologia e pedigree. Se tratava de San Pepto, o nosso grande investimento e conquista”, constata. Aos dois anos San Pepto já estava realizando coberturas e a primeira geração de potros da central já está espalhada pelo Brasil. Já foram vendidas mais de 100 coberturas. “Sou exigente com genética, com a criação e com os funcionários. Temos que oferecer qualidade e fazemos isso para nossos clientes, que também são exigentes. São, principalmente, dos

estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Assessoro desde a montagem de um haras, ao treinamentos de funcionários, parte sanitária, veterinária e aquisição de animais com orientações para modalidade de provas e treinadores”, assegura. Antes de se colocar no mercado como veterinário, Junior submeteu suas éguas e garanhões aos resultados de seu seus serviços. “Da experiência de meu pai, como profissional da área de saúde, espelhei-me em sempre usar os melhores equipamentos e materiais de primeira linha, sob o lema: ‘faça sempre o melhor que você puder fazer’. O primeiro ano da central foi de apenas investimentos e retorno interno. Formei meu plantel. Comprei 100 receptoras, das quais fui fazendo uma seleção e, ao final de um ano, fiquei com 30 éguas. Hoje, contamos com cerca de 50 éguas selecionadas pela habilidade materna”, disse.

De julho de 2013 a fevereiro de 2014 já foram reproduzidos 48 embriões de clientes e 11 próprios para a Fazenda Renascer. “Estou sempre buscando inovar e oferecer vantagens e facilidades para meus clientes. O mercado é promissor e minha meta é fechar o ano com um número de embriões bem alto, alem de surpresas para estação de monta, 2014/2015. A Central Genequi no ano passado superou 90% de resultado de prenhes positiva. Fui abençoado em 2013 e espero repetir o mesmo em 2014”, conta Junior. Juiz Marco Junior já atuou como juiz em provas do Campeonato Nacional, Congresso, Potro do Futuro e Copa dos Campeões pela ABQM. “Pelo menos uma vez a cada 15 dias tem uma prova; com uma avaliação justa procuro ajudar os competidores para que não passem pelas dificuldades pelas quais passei”.

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Eventos

Avaré é palco

do maior evento da raça

Quarto de Milha Fotos: Divulgacão ABQM

O Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel, em Avaré/SP, foi palco do maior evento da raça Quarto de Milha, o 37º Campeonato Nacional de Trabalho e Conformação 2014, que aconteceu de 19 a 27 de julho e apresentou mais de dois mil animais em competição. O evento foi uma promoção da Associação Brasileira

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de Criadores de Cavalo Quarto de Milha.

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petições. Agora, a Associação se prepara para a realização do próximo evento em Avaré. O 35º Potro do Futuro e a 8ª Copa dos Campeões, que serão realizados de 13 a 19 de outubro, no Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel. Antes, a ABQM realizará o 7º Congresso Brasileiro de Laço Comprido, nos dias 5 e 6 de setembro, no Parque Assis Brasil, em Esteio/RS, e duas semanas após, o 9º Campeonato Nacional e Potro do Futuro de Laço Comprido, de 19 a 21, em Campo Grande/MS. Além do Campeonato Nacional, foram realizados diversos leilões apoiados pela ABQM. Entre eles, 1º Amigos do Trabalho, 8º Parceiros de Raça, 2º JBF Ranch, 15º WV, 10º Fazenda Caruana, 9º Haras Sacramento e 4º Belinatto Romanelli, que comercializaram 281 animais por R$ 16.823.800,00, proporcionando a expressiva média geral de R$ 59.871,17. Além desses valores, foram vendidas 250 coberturas por R$ 1.059.880,00.

Destaques dos leilões Para os campeões das 18 modalidades do QM foram distribuídos 850 troféus, 250 fivelas e R$ 1 milhão em premiações. O público surpreendeu: passaram pelo parque 40 mil pessoas nos nove dias do evento. O faturamento de R$ 17,8 milhões em leilões também mostrou a força do Congresso. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), Marcelo Ferreira, o evento superou as expectativas em negócios e em qualidade dos competidores. Foram 250 campeões em provas de 18 modalidades; mais de dois mil cavalos entraram em pista para as com-

O Haras WV, de Wilson Vitório Dosso e convidados, realizou a 15ª edição do Leilão WV, totalizando R$ 3.445.000,00. O lote destaque foi a venda de 50% da campeoníssima nas pistas de Três Tambores e com grande destaque na reprodução Brasita Moon ZO (Zevi CRC x Dancer Toro Hes – Apollo VM), por R$ 552 mil. Proporcionalmente, esta venda a credencia a se tornar a recordista de preço da raça, passando da propriedade de Marília Cunha Frahya para o criatório de Antonio Carlos Ferretti, titular do Haras Ferretti, da cidade catarinense de Garuva. Há quatro anos investindo no mercado de Quarto de Milha, Ferretti tem planos de fazer quatro embriões de Brasita a

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a potra de 22 meses, importada no ventre, Wimpys Special Nite (Wimpys Little Step x Special Gunner Nite, por Colonels Smokin Gun – Gunner), comercializada para o gaúcho José Fernando Fagundes, titular do Haras Virginia, no município de Portão/RS, pela quantia de R$ 132 mil. CHIP

cada estação de monta. Empresário dos setores de transporte e exportação de madeira, Ferretti foi o investidor que mais comprou embriões no país nos últimos dois anos, foram 70 ao todo. O Leilão Haras Sacramento, promovido por Jefferson Abbud e seus convidados especiais, em sua 9ª versão, que também aconteceu no tattersall do Parque Doutor Fernando Cruz Pimentel, superou seu próprio recorde atingindo a expressiva média de R$ 100,5 mil pela comercialização de 40 animais por R$ 4.020.000,00. Valores médios que superaram em aproximadamente 18,5% os números do ano passado. Do plantel anfitrião – Haras Sacramento – as maiores cotações foram obtidas pelas fêmeas: Custom Red Ruby (Custom Crome x Otter Run Terri, por Dun Berry), reprodutora importada com prenhez de Gunner Boy, foi adquirida pelo criador Luís Francisco Miranda (Paddock Ranch), de Itapira/SP, por R$ 139,2 mil; e

A ABQM deu início à chipagem dos cavalos da raça que competem em suas provas. Durante o evento, os primeiros 400 animais receberam o dispositivo. A partir de 2015, será obrigatória a implantação de chip para todos os cavalos já no Congresso Brasileiro, que será realizado em abril. De acordo com o superintendente técnico da ABQM, Daniel Costardi, o procedimento é simples e rápido. Em menos de um minuto, um médico veterinário implanta o dispositivo no pescoço do animal, com aplicação intramuscular, logo abaixo da crina (no ligamento nucal), com a ajuda de um aplicador. O chip é do tamanho de um grão de arroz e não causa efeitos colaterais. O código de barras presente no chip é único, vinculado ao número do registro na ABQM e a todo o histórico do animal (nome, idade, filiação, características de conformação física, dentre outras informações). Das próximas vezes que o cavalo chipado der entrada em um evento ABQM, a equipe fará a leitura do chip com um scanner de mão e a identificação será imediata.

Os animais de destaque dos leilões

Campeões e resultados

Brasita Moon, égua de 15 anos, 50% do animal foi vendido por R$ 552 mil

R$ 17,8 milhões comercializados em leilões

Pretty Whiz Pretty Gun, potra importada de dois anos, vendida por R$ 480 mil

40 mil visitantes em 9 dias de evento

Flo Tears Only, égua de oito anos, vendida por R$ 456 mil

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Fortunes Zorrero, potra de nove meses, vendida por R$ 266 mil

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5,4 mil inscrições

Real Gun, garanhão de 17 anos que teve 15 cotas

2,3 mil cavalos (entre competidores e cavalos de leilões)

de coberturas comercializadas por R$ 408 mil

Mais de R$ 1 milhão em prêmios

O grande destaque entre os lotes foi para a venda de 50% da égua Brasita Moon, pelo montante de R$ 552 mil O segundo animal mais caro dos remates foi Pretty Whiz Pretty Gun, uma potra importada de dois anos, vendida por R$ 480 mil

250 fivelas aos campeões 850 troféus entregues aos três primeiros colocados de cada prova 90 estandes de patrocinadores e apoiadores


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Artigo

Vacinação Por Gustavo Lima Garrido

Muitas são as doenças que acometem os equinos e que podem ser prevenidas através da vacinação. Algumas são obrigatórias, outras são zoonoses (afetam também ao homem) e outras são problemas de saúde apenas dos equinos, mas que podem e devem ser prática comum. A vacinação é a indução de imunidade (produção de anticorpos) em um animal saudável, através da inoculação de vírus inativo, parte do vírus ou da bactéria ou o vírus atenuado. De uma forma geral, na maioria das doenças que podem ser prevenidas por vacinação, deve-se proceder a um esquema anual, iniciando-se em potros aos 4 meses de idade, com reforço Doenças Doenças Influenza Encefalomielite

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Herpes Vírus

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e o local de aplicação limpo é condição fundamental para a boa resposta imune. A imunidade ocorre, em geral, após 10 dias da última dose. As principais patologias que afetam o cavalo e que podem ser controladas através da vacinação são: Tétano, Influenza Equina, Encefalomielite, Herpes Vírus, Raiva e Garrotilho. Com o aumento do número de provas e eventos equestres por todo o país, elevou-se a frequência de trânsito e aglomeração de animais e, consequentemente, adisseminação de doenças. Assim, é de grande importância a implantação de um programa de vacinação adequado para a prevenção das doenças.

após 30 dias e depois anualmente com dose única. No caso de animais adultos em primovacinação (vacinação feita pela primeira vez), também se procede um reforço após 30 dias da primeira dose e depois anualmente com dose única. Exceções podem ocorrer dependendo da vacina, então devemos observar atentamente as instruções do fabricante ou ao critério do médico veterinário. Para uma boa resposta vacinal, quer seja em potros ou em adultos, os animais devem estar em bom estado nutricional e desparasitados. Devemos ter um cuidado especial com a assepsia para um esquema efetivo de vacinação. A utilização de agulhas e seringas descartáveis

Primovacinação

Reforço

Potros a partir de 4 meses Adulto em qualquer idade

Após 30 dias

Reforço

Observação

Anual

Observar as recomendações do fabricante e do médico veterinário

Potros

A partir dos 4 meses

Após 30 dias

Anual

Éguas Prenhes

5º mês

7º mês

Toda prenhês

Raiva

Potros a partir dos 4 meses Adulto em qualquer idade

Anual

Garrotilho

Potros a partir dos 4 meses Adulto em qualquer idade

A cada 6 meses

Manter sempre as vacinas sob refrigeração (nunca congelar) O reforço da raiva em alguns estados está sendo semestral


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Especial

Nelore VR

| julho/agosto julho/agosto2014 2014

Imagens capturadas do vídeo “Institucional VR 100 anos” no youtube

genética de ponta com tradição

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A marca VR comemora seus 100 anos em 2014. A criação do Nelore, com uma genética das mais reconhecidas do mercado, começou na Fazenda Macega, em Uberaba/MG, onde Vicente Rodrigues deu início ao criatório com 16 novilhas adquiridas de Hipólito Rodrigues da Cunha. No auge dos seus 22 anos, Vicente fez história, iniciando uma identidade genética muito respeitada. Para o seu plantel, Vicente procurou as melhores origens e os animais eram buscados onde se pudesse comprovar o DNA em potencial.


Já na década de 30, foram adquiridas, de uma só vez, 600 matrizes Nelore do rebanho de Geraldino Rodrigues da Cunha, dono da marca 22. A marca VR se consolidava no Brasil, acompanhando a visão empreendedora do jovem Vicente. Do mercado interno, ele passou a adquirir animais importados, de mineiros e baianos. Um deles foi o Bacurau, um garrote que valia ouro. Era a marca VR se concretizando no Brasil. Antes de falecer em 1942, Vicente Rodrigues conseguiu ver seus animais campeões nas exposições de gado em Uberaba. Nassik, Lama, Rodopio, Bagi, Indu eram alguns dos animais VR que ganharam destaque nacional e deram condições para a prosperidade da marca. No meio do século passado, a genética VR já era motivo de orgulho para a família, então liderada por Olinda Arantes Cunha, na sucessão do marido. A consolidação definitiva aconteceu na década de 60, quando o filho Torres Homem Rodrigues da Cunha, já a frente do trabalho, definiria os rumos do negócio com o Nelore. O empreendedorismo dele apresentou novos conceitos: enviou dois especialistas da raça à Índia. O veterinário José Deutsch e o José da Silva, o Dico, reconhecido por todos os criadores da raça pelo seu grande feeling na seleção de animais, buscaram pessoalmente, durante dois anos, os melhores exemplares do Nelore. Karvadi, tetracampeão indiano e supercampeão Nelore da Ásia em 1961; Bima, Campeão dos Puxadores de Pedra; Golias, Campeão de Peso da Índia e Rastã; matrizes como Marna, Campeã da Índia; Langri; Hiderabad, outra Campeã Indiana; Ashoka (mãe de Badã, Chakar e Isharã);

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Para promover esse encontro, foram necessários meses de pesquisa e catalogação de troféus, fotos, personagens e títulos que marcam a bela trajetória da marca VR

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no centenário nacional.

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Chilara, Gunã, Sanobar, Andra, Mahanandi, Chintaladevi, entre outras, são alguns dos nomes pesquisados e trazidos diretamente da pátria do Nelore para o Brasil. A expedição não foi fácil. Em Madras, o gado ficou retido à espera de autorização do governo brasileiro para embarque. Mas os cuidados com os animais não pararam. Os nascimentos daquele “centro de seleção VR” foram oficialmente comunicados e controlados pela ABCZ. Desse rebanho, sairiam os nomes mais famosos do Nelore brasileiro, por exemplo, Chummak (Karvadi x Langri), que viria a ser Tricampeão Nacional. A evolução da marca resultou na criação da Central VR, o primeiro laboratório nacional de congelamento de sêmen e inseminação do Brasil, com sede na Chácara Zebulândia, em Araçatuba/SP. Em 2014, os herdeiros da VR comemoram o ineditismo de se chegar ao centenário de uma marca. Todos os filhos de Torres Homem trabalham com a pecuária e a marca VR é mantida por alguns dos herdeiros. Na Fazenda Fortaleza, em Araçatuba/SP, José Carlos Prata Cunha mantém a tradição de sucesso do avô Vicente Rodrigues da Cunha. As atividades se estendem em vários segmentos do agronegócio, como a venda de animais de

elite, venda de sêmen, prestação de serviço para coleta de sêmen, exame de DNA e engorda de gado comercial. Nas pistas de julgamento, a marca VR brilha com os destaques do plantel. O grande destaque da seleção da Fazenda Fortaleza são as descendentes da Vena da Zebulândia VR. Vena descende da Miose Zeb VR e Jarina Zeb VR, as melhores matrizes das suas gerações (décadas de 80 e 90), descendendo ainda da Lama VR, Grande Campeã da Expozebu de 1960. Vena é mãe de diversas doadoras que são destaques no cenário nacional como Enndy Fort VR, Glade Fort VR, Elfa Zeb VR, Flor Maab Fort VR, Dijany FIV do Carmo e ainda avó da Reservada Grande Campeã Nacional de 2011, Izabella FIV Fort VR. Mostrando a força desta família, Izabella é mãe da Bella FIV Ciav, Campeã Bezerra da Expozebu 2014. Para José Carlos, o trabalho iniciado pelos antecedentes será continuado, e a novidade é uma parceria com o Nelore JOP, com uma nova importação de genética da Índia, trazendo novas linhagens a serem incorporadas no gado atual e refrescamento de sangue. “O que buscamos é evoluir em todas as características importantes da raça Nelore como ganho de peso, acabamento, habilidade materna e fertilidade, tomando o cuidado de preservar a beleza racial do rebanho. A introdução das linhagens que estão chegando também pode agregar no aspecto de rusticidade, característica muito importante da raça”, completa. José Carlos comemorou os 100 anos da marca em leilão realizado no dia 19 de julho. Uma promoção do Grupo VRJC que mostrou a grandiosidade da marca, num túnel da história, registrando as fotos dos principais fatos e reprodutores que fizeram com que a marca VR conquistasse 61 Grandes Campeonatos Nacionais, assim como a conquista da VRJC do hexacampeonato de melhor expositor nacional do Ranking da ACNB. Para promover esse encontro, foram necessários meses de pesquisa e catalogação de troféus, fotos, personagens e títulos que marcam a bela trajetória da marca VR no centenário nacional. Mais dois leilões comemorativos pelos 100 anos da marca VR serão realizados por Vicente Rodrigues Cunha. Durante o seu leilão anual de touros, a ser realizado em 02 de setembro, com animais PO e POI fechados na marca VR, pelo Canal do Boi, e um leilão de fêmeas, em 04 de outubro, pelo Canal Rural. Dos herdeiros de Torres Homem, José Carlos, Vicente,Torres Lincoln, Joaquim Vicente, Maria Helena e Lilian trabalham com pecuária. José Carlos detentor da marca VRJC, Torres Lincoln Prata Cunha com a marca Potty VR, Vicente com a VRC, Maria Helena com a marca VRJO e os herdeiros de Joaquim Vicente com a marca VR Guaporé.


Karvadi em sala de Troféus da VRJC

Em ambiente de leilão

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Publici

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idade II

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7ª Expogenética

Temperamento animal e produtividade são temas da

Exposições | agosto/setembro julho/agosto 20142014

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A busca constante por resultados positivos e por uma fórmula que defina, cada vez mais, um rebanho altamente eficiente é o objetivo principal dos Programas de Melhoramento Genético das raças zebuínas brasileiras. O momento de discussão e troca de informações desses programas acontece na Expogenética. A sétima versão da mostra acontece de 16 a 24 de agosto, no Parque Fernando Costa em Uberaba/MG. A partir de estudos do professor de zootecnia Mateus Paranhos, da Unesp em Jaboticabal/SP, a feira terá como tema o temperamento animal e como ele interfere na produção.

A Expogenética foi criada com o intuito de ser uma mostra democrática, para que todos os programas de melhoramento genético possam compartilhar processos e abordagens e convergir para uma condição mais assertiva. “É a possibilidade que os programas têm de estar juntos, no mesmo momento e no mesmo espaço, criando uma sinergia. Para o produtor de corte ou de leite é bom para que ele veja que o programa com o qual ele trabalha conversa e respeita os outros, o que gera mais confiança”, pontuou o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian. A Expogenética pode ser considerada uma ferramenta de busca para alinhar as características e potencialidades de cada raça, cabe aos produtores de carne e leite entenderem esta dinâmica. “É preciso deixar claro que nenhum programa tem mágica e que tudo depende de resultados”, disse Josahkian. Para quem já está acostumado com as interfaces da genética, sabe que a seleção não é um processo imediatista, em que os dados já compõem um resultado rápido.


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Temos que trabalhar o temperamento para atender à demanda de diferentes culturas, como as dos países centroamericanos e da América do Sul.

O mercado Fazendo uma análise sobre a economia e as negociações com zebuínos, Luiz Josahkian acredita no amadurecimento do mercado nacional, com uma conscientização sobre as estratégias de avaliação, ou seja, tentar colocar na balança os critérios que podem ou não ser medidos para que o animal tenha sim, melhor avaliação e valorização, porém com funcionalidade. Ele considera que o mercado interno ainda tem potencialidades não exploradas que podem ser cada vez mais trabalhadas no campo e nos sistemas de produção, o que influenciaria diretamente no aumento da procura de material genético brasileiro por outros países. “Temos que trabalhar o temperamento para atender à demanda de diferentes culturas, como as dos países centroamericanos e da América do Sul. A demanda teórica do Brasil é de 250 mil touros por ano e não estamos ainda abastecendo esse mercado”, pondera.

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O Melhoramento Genético

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Nas palavras do professor, especialista e pesquisador, Raysildo Barbosa, o melhoramento genético é aplicado para todas as espécies nas quais o objetivo é a produtividade e tem importância econômica em qualquer produto como eucalipto, soja, cana de açúcar, suínos, aves e, também, os bovinos para corte e leite. Ou seja, conhecer geneticamen-

te os bovinos, identificar e multiplicar os melhores animais, é parte fundamental para a evolução do produto carne ou leite. “Falando especificamente de bovinos de corte, que é a especialidade da ANCP ( Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores), a evolução nesses 26 anos de trabalho junto aos pecuaristas é muito significativa, conseguimos reduzir a idade do abate, a idade do primeiro parto das matrizes, melhorar as taxas de fertilidade e melhorar a qualidade das carcaças. Sabemos que muito temos que fazer ainda, mas estamos andando a passos largos”, considera. Para José Bento Ferraz, também professor e pesquisador do CNPq, (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa Tecnológica) os programas de melhoramento genético tomaram grande impulso no início dos anos 90, com o início do uso de metodologias de modelo animal, considerando toda a matriz de parentesco para gerar as DEP’s (Diferença Esperada de Progênie) dos animais. Esse início foi potencializado pela adesão de programas privados, autorizados pelo MAPA a emitir CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), que dão a animais não registrados pelas associações de criadores um tipo de certificado dos reprodutores geneticamente avaliados e escolhidos entre os 30 % (no máximo) melhores, segundo critérios de seleção definidos para esse programa. Estes animais recebem os mesmos benefícios fiscais dados aos animais registrados. Além desses benefícios, os animais de CEIP, hoje conhecidos, “animais de prova” podem ter seu sêmen colhido e


comercializado pelas empresas do setor. “Esses programas de CEIP, que tinham e têm critérios de seleção muito bem definidos e adequados ao sistema produtivo da pecuária brasileira, obtiveram enorme sucesso de mercado e têm vendido reprodutores a preços médios acima da média de mercado, material genético que tem apresentado respostas favoráveis aos clientes”, diz. Esse sucesso comercial causou resposta rápida nos programas das associações de criadores e essa resposta tem mudado de maneira acentuada a velocidade de ganho genético de todos os programas. “Os reprodutores bovinos de hoje são selecionados de maneira muito mais próxima aos objetivos do pecuarista que os usa. Essa foi a grande importância desses programas, que mudaram a pecuária do Brasil”, salienta . Leite Natural O 2º Concurso Leiteiro Natural acontece também durante a feira, com a disputa aberta a todas as raças e medição da produção de leite num sistema a pasto com suplementação. Josakian destaca que não cabe neste concurso animais com super alimentação. É o momento de saber como se efetiva a produção sustentável sobre os custos de produção, o que garante um ganho comercial para as raças e para o zebu brasileiro.

A expectativa é de que participem entorno de mil animais este ano e nove programas de melhoramento genético, além das centrais de inseminação parceiras da ABCZ. Avaliação de Touros Durante a 7ª ExpoGenética, acontece também a escolha dos reprodutores jovens participantes da quinta edição do PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros). No primeiro dia de feira, os animais inscritos no programa, já vistoriados e aprovados pelos técnicos da ABCZ, serão submetidos a novo exame andrológico. O exame, que será feito por profissional indicado de comum acordo entre as centrais, aprovará ou não o animal para seguir o processo de seleção. A entrada para o exame andrológico foi programada para os dias 14 e 15 de agosto. Na mostra, todos os animais pré-selecionados e aprovados no exame andrológico, serão submetidos à análise e aprovação de três comissões. Dia 18, os touros serão avaliados pela comissão de técnicos da ABCZ e pela comissão de criadores participantes do PMGZ que estiverem presentes na feira, não proprietários de animais candidatos. A comissão formada por técnicos das centrais de inseminação participantes fará sua avaliação dia 19 de agosto. A novidade desta

A base de dados do PMGZ, de onde foram garimpados os melhores tourinhos da geração 2013, era de 117.584 animais avaliados.

A mostra A Expogenética vem com uma novidade este ano, a abertura de benefícios para o Gir leiteiro. Tudo que existia para o corte, será estendido primeiramente a essa raça leiteira, como os acasalamentos dirigidos, controles de confiabilidade, acompanhamento de tendências genéticas, entre outras. “Queremos trabalhar com as raças Guzerá e Sindi, em um segundo momento”, explicou Josahkian. O 2º Concurso Leiteiro Natural acontece também durante a feira, com a disputa aberta a todas as raças e medição da produção de leite num sistema a pasto com suplementação. Josahkian destaca que não cabe neste concurso animais com super alimentação. É o momento de saber como se efetiva a produção sustentável sobre os custos de produção, o que garante um ganho comercial para as raças e para o zebu brasileiro. A expectativa é de que participem em torno de mil animais este ano e nove programas de melhoramento genético, além das centrais de inseminação parceiras da ABCZ.

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prova é a inclusão, pela primeira vez, de animais das raças Sindi e Indubrasil. A base de dados do PMGZ, de onde foram garimpados os melhores tourinhos da geração 2013, era de 117.584 animais avaliados. Os candidatos que efetivamente foram exibidos em Uberaba no ano passado passaram pelo crivo de quase 300 técnicos, criadores e representantes de centrais. Entraram no PNAT 2013, 16 reprodutores jovens. Estão com material genético disponível animais da raça Nelore (10), Tabapuã (2), Brahman (3) e Guzerá (1). Quase todos já preencheram os requisitos do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e obtiveram licença para a produção de sêmen ser ofertada ao mercado e distribuída no Programa. Hoje a ABCZ conta com 139 rebanhos colaboradores em 17 estados brasileiros, de todas as regiões do país. Os destinos das 600 doses de cada animal são criatórios do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Paraíba, Ceará, Maranhão, Pará, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. O processo para a utilização das palhetas do PNAT é abrangente e democrático. Os proprietários dos rebanhos colaboradores manifestam o interesse de trabalhar com a produção de pelo menos três touros elencados na edição.

O total de touros aptos a participar do Programa apresenta os nomes e as avaliações de 10.042 animais. Além das raças que participam desde a estreia do processo seletivo, a edição 2014 tem a novidade da inclusão de reprodutores das raças Sindi e Indubrasil. A pré-seleção leva em consideração os índices de avaliação genética de cada raça (iABCZ), com classificação TOP até 3% para a raça Nelore; até 5% para as raças: Brahman, Gir, Guzerá e Tabapuã; e até 10% para Sindi e Indubrasil. “Os animais foram eleitos no mês de agosto e em um prazo menor ao de 90 dias já tinham sêmen disponibilizado ao mercado pelas centrais ABS Pecplan, Alta Genétics, CRI Genética, Maya Genética e Semex. A informação comprova a eficiência do Programa, que tem a capacidade de executar, em um espaço de tempo muito curto, todos os procedimentos necessários para que a genética desses touros, que são novos e inéditos, seja testada. Com certeza, no final do próximo ciclo teremos as primeiras progênies para começar a avaliar o desempenho desses reprodutores jovens. Importante também é destacar que temos tudo isso dentro de um sistema que, ao incluir os rebanhos colaboradores, enriquece o estudo, porque contempla uma variabilidade maior na base genética”, explica o gerente de Melhoramento Genético da ABCZ, Lauro Fraga Almeida.

Professor Bento

Raysildo Barbosa

Lauro Fraga Almeida

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A etapas do PNAT

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1º Fase

A ABCZ, através do PMGZ, identifica os touros jovens com idade entre 18 e 30 meses, tendo como data base 15 de agosto de cada ano. A primeira seleção dos touros jovens é feita com base nas suas avaliações genéticas, devendo estes ter iABCZ com classificação TOP até 3% para a raça Nelore; até 5% para as raças: Brahman, Gir, Guzerá e Tabapuã; e até 10% para as raças Sindi e Indubrasil.

2º Fase

Os animais candidatos serão avaliados previamente em suas propriedades de origem por técnicos credenciados da ABCZ. Nesta ocasião, os touros deverão ser inscritos no Registro Genealógico Definitivo, com apresentação obrigatória de exame andrológico, qualificando-o como apto à reprodução.

3º Fase

Nesta fase, os animais vistoriados e aprovados pelos técnicos da ABCZ deverão participar da ExpoGenética 2014 e apresentar novo exame andrológico. Ainda durante a mostra, todos os animais pré-selecionados e aprovados no exame andrológico serão submetidos à análise e aprovação de três grupos formados por todos os técnicos da ABCZ, por criadores participantes do PMGZ e por técnicos das centrais de inseminação que são parceiras do projeto PNAT.

4º Fase

Os touros jovens são conduzidos para as centrais, onde serão submetidos ao manejo para coleta processamento e congelamento de sêmen para distribuição aos rebanhos colaboradores e comercialização.


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Artigo

Eficiência

Reprodutiva em Gado de Corte

Rebanhos com altos índices de precocidade sexual e fertilidade | julho/agosto 2014

possuem maior

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disponibilidade de animais

Há dois anos venho abordando temas relevantes à pecuária de corte brasileira. Quem vem nos acompanhando teve acesso a informações sobre seleção, melhoramento genético, logística de confinamento, ultrassonografia de carcaça, entre outros. Nesta edição vamos citar a eficiência reprodutiva, que, em minha opinião, trata-se da característica econômica mais importante em gado de corte. A reprodução é um processo complexo e a seleção direta para características ligadas à reprodução é, muitas vezes, difícil de ser aplicada, tornando-se necessário identificar características reprodutivas que sejam facilmente medidas, que apre-

sentem variabilidade genética e que sejam geneticamente correlacionadas aos eventos reprodutivos. Para ambos os sexos a idade à puberdade, característica indicadora da precocidade sexual dos animais, é uma importante característica reprodutiva a ser considerada nos programas de melhoramento das raças zebuínas. Para os machos, a idade à puberdade tem sido considerada como aquela em que aparecem os primeiros espermatozoides no ejaculado (Unanian, 1997). Para as fêmeas, essa característica tem sido considerada como a idade na qual o animal ovula pela primeira vez com manifestação de estro (Notter, 1995).


De certa forma, a idade ao primeiro parto pode ser considerada como característica indicadora do início da atividade reprodutiva das fêmeas. No Brasil, apesar do significativo aumento das pesquisas envolvendo o melhoramento das raças zebuínas e dos meios para a melhoria dos índices de produtividade disponíveis atualmente, Bergmann (1993), utilizando trabalhos publicados de 1946 até 1988, concluiu que não houve redução na idade ao primeiro parto naquele período (média ponderada acima de 40 meses), o que indicaria a ausência de mudanças dos índices de produtividade, decorrentes tanto de medidas que visam a melhorar a alimentação dos rebanhos, como do melhoramento genético. A redução da idade ao primeiro parto, consequente do aumento da precocidade sexual dos animais, parece ser o maior desafio do zebu brasileiro. Face às dificuldades operacionais para implementação de programas de seleção para idade à puberdade, torna-se importante a utilização de características indicadoras de precocidade sexual, que tenham variabilidade genética adequada, que sejam de mensuração fácil e econômica, e que tenham correlação genética favorável com idade à puberdade e outras características economicamente importantes. Um trabalho do Grupo de Melhoramento Animal e Biotecnologia da FZEA/USP, de Pirassununga/SP em conjunto com a FNP Consultoria mostrou que a redução do primeiro parto de 3 para 2 anos produziria um aumento de 16% no retorno econômico do sistema. Uma observação simplista permite dizer que uma vaca que pare aos dois anos de idade produziria ao longo da vida um bezerro a mais e existe a exclusão de um ano de recria dessa fêmea, período que o animal normalmente apresenta somente custo de produção sem receita alguma para o sistema. Rebanhos com altos índices de precocidade sexual e fertilidade possuem maior disponibilidade de animais, tanto para venda como para seleção, permitindo maior intensidade seletiva e, consequentemente, progressos genéticos mais elevados e maior lucratividade.

Yuri Baldini Farjalla

Zootecnista pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); Mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP e Técnico da Aval Serviços Tecnológicos yfarjalla@aval-online.com.br

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Pecuária Leiteira | julho/agosto julho/agosto 2014

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A produção leiteira da raça Sindi em análise Os últimos registros de provas da raça Sindi mostram a aptidão real das fêmeas para a produção leiteira. Os resultados comprovam a evolução da raça no Brasil, nos últimos anos, e a seleção genética efetuada pelos criatórios buscam colocar a raça em competição com as demais raças leiteiras em produção no País.

Adaldio Castilho e a sua vitoriosa Paz FIV da Estiva, no final da Expozebu 2014, sendo premiada pelo seu excelente desempenho e a vitória no campeonato de Persistência


A raça conhecida pela rusticidade e por produzir em regiões áridas, conquista novos criadores com a sua aptidão para a pecuária leiteira Os últimos registros de provas da raça Sindi mostram a aptidão real das fêmeas para a produção leiteira. Os resultados comprovam a evolução da raça no Brasil, nos últimos anos, e a seleção genética efetuada pelos criatórios busca colocar a raça em competição com as demais raças leiteiras em produção no País. Nos levantamentos efetuados pela ABCZ, desde 1976, as maiores produções por categoria mostram o potencial da raça através das médias registradas: fêmea jovem: produção de 5.708, 7 Kgs e média de 18,7 Kgs; vaca jovem: 4.233, 38 kgs e média de 13,88 Kgs e vaca adulta: 8.377 Kgs e média de 26,75 Kgs. Os números já indicam o potencial de crescimento da raça em comparação com outras raças de dupla aptidão, raças leiteiras e média nacional. Nas últimas oito décadas, as Fazendas Reunidas Castilho realizam trabalho sério de seleção genética da raça. A aptidão tanto para o corte, como para o leite, e o resultado dessa seleção se destacam a cada dia nos registros das médias alcançadas pelos animais destinados à produção leiteira. Entre esses animais, PAZ FIV da Estiva de Adaldio José de Castilho Filho, destaca-se nos programas oficiais da ABCZ e nas exposições de que participa. Na Expozebu de 2014 foi a primeira

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Adaldio durante o Torneio Leiteiro da Expozebu e Mariana Alencar Pereira, coordenadora do PMGZ/Leite

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Campeã da categoria Persistência, com produção média de 25 Kgs, mesmo após o período de 180 dias do parto. Paz é também a nova recordista de produção de leite do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), realizado pela ABCZ, no qual produziu 8.371 kgs com lactação em aberto, sem ajuste, com prenhes de sete meses. A vaca é diferenciada, pois mesmo prenhe continua produzindo muito leite. Paz também foi recordista e Grande Campeã do Torneio de Avaré em 2013 com 32,94 Kg de média. Mas não é somente a PAZ FIV da Estiva que brilha no criatório das Reunidas Castilho. Jangada da Estiva é uma das matrizes mais provadas da raça com muitas filhas que se destacam no leite em testes oficiais da ABCZ e Bissetriz, que durante o Torneio Leiteiro da Expozebu, produziu 115,16 Kg de média. A aptidão genética para a produção vem também do lado paterno comprovado com Leal da Estiva, grande touro campeão em Uberaba e pai da Bissetriz, recordista mundial de produção em concurso leiteiro. Segundo Mariana Alencar Pereira, coordenadora do PMGZ/Leite (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos da ABCZ), a raça Sindi vem apresentando bons resultados não somente em produção, mas nos demais requisitos que são necessários para se considerar o animal, dentro da pecuária leiteira, como um bom produtor.

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“O leite hoje não é o foco. Nós temos que considerar a capacidade de reprodução do animal, o intervalo entre partos, a sua adaptabilidade. Todo esse conjunto nos possibilita avaliar um bom animal”. Segundo Mariana, a raça Sindi vem se destacando e tem muito a contribuir com a sua rusticidade, produção e características de reprodução. Além dos concursos leiteiros e controles da ABCZ, a raça participou do Concurso Leiteiro Natural, cujos resultados serão apresentados durante a Expogenética ( Confirma matéria na página 32). A nutrição do animal durante o concurso é feita de pastagem natural mais complementação com silagem e ração específica para cada raça. Se ela responde com o leite, ela se paga com ele. “A raça Sindi também se destacou no campeonato de persistência promovido pela ABCZ durante a Expozebu, sendo a campeã dessa categoria. Nessa avaliação, mesmo após o período de parição, o animal continuou a produzir muito bem atingindo a média de 25 kg, após 180 dias do parto e prenhe. Hoje nós temos mais informações e quem ganha com isso é o produtor, que tem melhores condições de escolher a raça ideal para trabalhar; ganha o Brasil com a sua capacidade de produzir mais e melhor”, finalizou Mariana.


História A aptidão da raça Sindi para o leite vem sendo estudada há décadas. Na Estação Experimental de Livestok, no país de origem do Sindi, o Paquistão, levantamentos da década de 1960 indicam a produção de animais em até 12 lactações, enfatizando a estabilidade de produção entre a segunda lactação e a oitava, considerando o descarte da primeira e da 12ª, e a queda natural da produção entre as lactações finais. Os levantamentos também mostram a necessidade de seleção genética para uma produção mais econômica e viável. No período, com lotes de apenas um animal, entre mais de 300 avaliados, foram registradas médias de até 12 kg, consideradas boas para a época. Em outra estação experimental na cidade de Karachi, foram registrados média de 4. 385 kg, em primeira lactação. No Brasil, na Estação Experimental de Marajó, no Pará, na década de 1970, estudos indicam números baixos para a

produção da raça em duas lactações, não chegando a 5 KG. A média na Fazenda de Salvador Álvaro Adolpho, também no Pará, são consideradas inferiores para o período, considerando a alimentação do rebanho e a descendência do mesmo, das melhores linhagens leiteiras do Paquistão. Os números também não atingiram 5 kg. No entanto, as análises já indicavam que a seleção genética da raça contribuiria para o aumento da média de produção de animais, naquele período variando de 2,9 a 5 kg. Embora sejam considerados baixos, os números de 40 anos atrás se aproximam da média de produção nacional da atualidade que é de 3,8166 ( Embrapa/ 2011). O trabalho realizado pela Família Castilho nos últimos 80 anos superou esses dados, conforme nos mostram as suas conquistas, com destaque para os números que estão acima ou próximos de outras raças leiteiras que já possuem testes comprobatórios de produção pela ABCZ.

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Megaleite 2014

Exposições julho/agosto2014 2014 || julho/agosto

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palco de recordes

e muitas negociações

O Brasil, em aproximadamente 40 anos, passou de uma produção de 7,3 bilhões de litros de leite para 35 bilhões de litros, atualmente, e deve terminar 2014 como o terceiro maior produtor mundial. Até aqui, a história tem a participação de pequenos e grandes produtores que investem em raças bovinas leiteiras para atender à demanda interna. Essas e outras perspectivas da cadeia produtiva do leite foram discutidas no Fórum de Debates realizado durante a Megaleite 2014, que aconteceu de 11 a 19 de julho, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG.


A Megaleite é um evento promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, presidida por Jônadan Ma, e é considerada a principal exposição da cadeia leiteira no Brasil. Com uma semana de duração, a 11ª edição da feira contou com a participação de diversas empresas do agronegócio, além de uma Feira de Negócios, realizada especificamente para pequenos e médios produtores, permitindo a venda e compra de animais a valores acessíveis e dentro do mercado. Além da raça Girolando, participaram também o Gir Leiteiro, Guzerá, Indubrasil, Sindi e cruzamentos Guzolando e Guzerá/Jersey. Também houve mostra da raça Indolando. Jônadan se sente orgulhoso de estar à frente da Megaleite 2014, porque a feira foi sucesso em todos os sentidos. “Tivemos a participação maciça de milhares de pessoas do Brasil inteiro, do Rio Grande do Sul a Manaus, de Leste a Oeste, e isso nos dá o sentimento de gratidão pelo reconhecimento e pelo trabalho realizado”, comenta o presidente. Foram mais de 25 caravanas e cerca de 800 animais Girolando, além de outros das demais raças. Jônadan destaca a forte presença da região Centro-Oeste, com a participação de criadores de Goiás e Mato Grosso do Sul. Entre as novidades deste ano, o Clubinho Girolando foi um projeto atrativo para as novas gerações da pecuária leitei-

ra, filhos dos criadores, técnicos e tratadores. O público-alvo foram crianças de 8 a 15 anos e o objetivo era de despertar o gosto e a paixão pelo Girolando Leiteiro. Durante a feira, aconteceu também a 1ª Mostra de Queijo Artesanal de Araxá, onde o público pode participar de palestras sobre produção do alimento e degustar queijos da região.

Jubileu de Prata A Megaleite 2014 celebrou o Jubileu de Prata da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e registrou durante a feira a entrada de 85 novos associados. Entre os debates do setor leiteiro, houve discussão para garantir o acesso de pequenos produtores à genética de ponta, cursos e venda de animais. O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, assinou a renovação do contrato do programa Pró-Genética, que viabiliza a aquisição de touros de alta qualidade genética por parte de pequenos e médios produtores. O documento também foi assinado pela Epamig, Emater/MG e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A movimentação financeira gerada pelos 13 leilões e por um shopping de animais foi de R$ 6.458.839,90.

“Estamos preparando a Megaleite Nordeste, já articulada com nossos delegados regionais. Ela terá a primeira edição em 2015 e acontecerá, provavelmente, após a Megaleite Uberaba e antes do Congresso Nacional de Girolando, em setembro”

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Momento da mais pura alegria Premiação pela conquista da liderança do ranking nacional de melhor criador/expositor geral da raça Girolando.

Premiação na Megaleite 2014 / Melhor Fêmea Jovem

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Fórum de Debates

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O deputado Junji Abe, presidente da Subcomissão do Leite da Câmara dos Deputados, que presidiu a Mesa de Debates, enfatizou como a falta de gestão pública eficiente impede o avanço da economia, principalmente do agronegócio. Vicente Nogueira, presidente da Comissão de Leite da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) apontou boas expectativas para o produto, já que existe um plano da OCB, junto à agência de exportação do governo federal, Apex-Brasil, de aumentar as vendas do leite brasileiro em outros países. Neste ano, as exportações alcançaram 50 milhões de litros de leite a mais do que as importações. Este cenário, segundo ele, diferencia-se muito do que foi visto no ano passado. “Nos últimos 12 anos, a nossa produção cresceu um volume equivalente a toda produção da Argentina, mostrando o atual vigor do setor”, completa. Ainda no debate, o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, indicou que os investimentos em pesquisa serão necessários para a consolidação das expectativas de crescimento. Em todo o território nacional, ele informa que apenas 50 municípios não produzem leite. Rodrigo Alvim, do Mapa levantou a discussão sobre o crescimento do setor e Cenyldes Moura Vieira, da Calu, enfatizou que a produção se manteve mesmo frente à grave seca em algumas regiões neste ano. A Calu prepara expansão da indústria, com a abertura de mais um laticínio,

com produção diária três vezes maior do que os 160 mil litros de leite atuais. Uma das cobranças foi a desoneração tributária para as cooperativas e mudanças na legislação. O diretor da Girolando, Ronan Salgueiro, afirma que a associação tem trabalhado na defesa dos direitos e no incentivo ao melhoramento genético para os animais de pequenos e grandes produtores.

Torneio Leiteiro e resultados Depois de 32 anos como detentora do recorde mundial de produção leiteira, em um dia, a vaca cubana Ubre Blanca perdeu o posto para a brasileira Indiana Canvas 2R. O novo recorde foi registrado durante a Megaleite. Indiana produziu 115,020 kg/leite em um único dia, superando em 4,12 kg a produção

Mila Carvalho durante premiação do Jubileu de Prata

A Megaleite 2014, comemorando o Jubileu de Prata do Girolando, fez confirmar a produtividade da raça. Foram recordes quebrados como a maior produção dentre as raças leiteiras: Indiana Canvas 2R, vaca ¾, produziu 115,020 kg/ leite em um único dia, superando em 4,12 kg a produção registrada em 1982 pela cubana Ubre Blanca. Uma raça jovem, com um processo de seleção e melhoramento que cresce a olhos vistos, que se firma a cada ano na cadeia produtiva do leite. “Especialmente para mim, foi muito gratificante receber a honra ao mérito girolando e conquistar o tricampeonato de melhor criador/ expositor geral da raça Girolando na Megaleite 2014, onde se encontram os maiores criadores da raça, o que assegurou a liderança da Fazenda Recreio no ranking nacional 2013/2014 de melhor criador/expositor geral”, disse Mila Carvalho.


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registrada em 1982 pela cubana. Ela é uma vaca Girolando ¾ pertencente ao expositor Delcio Tannus Filho, da cidade de Uberlândia/MG. Nos três dias do Torneio Leiteiro da Megaleite, produziu 325,290 kg/leite. A Megaleite 2014 registrou ainda dois recordes nacionais. Na categoria Vaca ½, Rayka Blitz FIV LE, do expositor José Naves de Ávila Toledo, foi a recordista com produção de 263,380 kg/leite. O terceiro recorde da competição foi estabelecido pela novilha ½ Érica FIV Toyota Fube, do expositor Eurípedes José da Silva. Ela produziu 186,120 kg/ leite. As outras raças também registraram sua produção em Torneio Leiteiro.

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Julgamento Girolando

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Sob o comando dos jurados José Jacinto Júnior, José Renes da Silva e Jesus Lopes Júnior, as competições ocorreram com transmissão ao vivo pelo site da MFRural. A Grande Campeã ½ sangue foi Luanda FIV RAC, dos expositores Raimundo T. Campolina/Adauto A. do N. Feitosa, da cidade de Sete Lagoas/MG. A Grande Campeã 3/4 sangue foi Baroneza Jurist Santa Luzia. Já o Grande Campeão foi Erdeiro Charmoso Tannus. Os dois animais pertencem ao expositor Delcio Vieira Tannus, de Uberlândia/MG. Entre os animais Girolando 5/8 sangue, o troféu de Grande Campeã ficou com Juarana FIV Minister Alegre, do expositor Ricardo Catão Ribeiro, de Jequitibá/MG. O Grande Campeão foi Urano FR Recreio, da expositora Mila de Carvalho Laurindo e Campos, de São José de Ubá/RJ. Outras raças que tiveram julgamento na Megaleite foram Gir Leiteiro, Holandês e Guzerá. Leonardo Xavier Gonçalves, da Fazenda Imperial de Rio Pomba/MG, foi um dos homenageados pela Girolando. Para ele, a feira foi maravilhosa, com calor humano e energia positiva, com animais de excelente qualidade. “Nós, da Fazenda Imperial, estamos muito satisfeitos com os resultados. Fizemos a Campeã Bezerra Sênior, Reservada Campeã Mirim, Campeã Vaca 3 anos Sênior e a terceira melhor Fêmea Jovem, todas sangue ¾”, afirma falando da sua felicidade em ter participado, e, principalmente, contribuído para o crescimento da raça.

Indiana

Raika

Érika


Galeria Megaleite agroneg贸cios

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Informe Publicitario

Megaleite

com um gostinho especial

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A Megaleite 2014 reuniu de 13 a 20 de julho as principais raças leiteiras do Brasil, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. O evento que marca o calendário de exposições leiteiras como uma das principais praças do País, recebeu milhares de produtores ávidos por identificar e adquirir genética de ponta para a melhoria de seus rebanhos. E como se esperava, houve quebra de vários recordes. Indiana Canvas 2R bateu o recorde de produção leiteira da exposição. Em um único dia ela produziu 115,020 kg/leite, superando em 4,12 kg a produção registrada em 1982 pela cubana Ubre Blanca. Indiana é uma vaca Girolando (3/4 de sangue) pertencente ao expositor Delcio Tannus Filho, de Uberlândia/MG. Nos três dias do Torneio Leiteiro da Megaleite, produziu 325,290 kg/leite. Outros dois recordes nacionais foram registrados. Na categoria Vaca (½ sangue), Rayka Blitz FIV LE, do expositor José Naves de Ávi-

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la Toledo, é a recordista com produção de 263,380 kg/leite. O terceiro recorde da competição foi estabelecido pela novilha (½ sangue) Érica FIV Toyota Fube, do expositor Eurípedes José da Silva. Ela produziu 186,120 kg/leite. A Embral organizou quatro leilões durante a Megaleite em uma maxi sequência de ofertas. De terça a domingo foram negociados mais de 700 fêmeas e matrizes - entre genética e produção - das melhores procedências e variados graus de sangue: ½, ¾ e 7/8 e PO. Confira as médias: resultados: Virtual Criadores Nacionais começa bem Realizado no dia 15 /7, o remate alcançou média geral de R$ 7.450,00. As bezerras e novilhas Girolando ½, tiveram R$ 8.700,00 e R$ 7.500,00 respectivamente. Vacas ¾ saíram por R$ 7.500,00, as novilhas 5/8 por R$ 6.600,00 e as vacas 7/8 por R$ 7.200,00.

Virtual Fazenda Araras tem 100% de vendas Com 100% de venda – um destaque para pregões virtuais – e média geral de R$ 5.531,25, este leilão do dia 16/7 obteve excelentes resultados por raça. Novilhas e vacas Girolando alcançaram R$ 5.763,75 e R$ 5.968,96; na raça holandesa, as novilhas e vacas tiveram média de R$ 5.100,00 e R$ 7.585,71. Já as novilhas Jersey saíram por R$ 5.100,00. Espetacular MegaGoiás Genética Promovido por João Domingues e Roberto Peres, esse remate ocorrido também no dia 16/7 obteve boas médias para as bezerras, novilhas e vacas Girolando ½: R$ 6.814,29, R$ 10.440,00 e R$ 12.000,00, respectivamente. Novilhas Girolando ¼ obtiveram R$ 8.500,00. As novilhas e vacas ¾ saíram porR$ 10.800,00


Girolando EAPIC tem média de R$ 9,1 mil

e R$ 10.500,00. Já as bezerras e novilhas 5/8 foram comercializadas pela média de R$ 7.500,00 e R$ 8.700,00. O MegaGoiás Genética fez R$ 8.775,00 de média geral. Um show das Divas do Girolando O 3º Leilão Divas do Girolando “Fortes por Natureza” foi outro espetá-

culo à parte, no dia 17/7. Atração esperada por muitos criadores confirmou o sucesso absoluto. Com 100% de liquidez e lances disputadíssimos o evento marcou uma dos melhores médias da Megaleite alcançando o resultado geral de R$ 16.550,00. Bezerras tiveram média de R$ 13.118,18, enquanto novilhas fizeram R$ 12.650,00 de média e as vacas ficaram em R$ 20.075,00.

No dia 3 de julho aconteceu, em São João da Boa Vista /SP, o Leilão EAPIC 2014, que obteve excelente resultado com a venda de 45 lotes selecionados entre as vacas de Torneio Leiteiro e de Pista de Julgamento e novilhas e bezerras de Pista. As bezerras tiveram média de R$ 9.000,00, as novilhas alcançaram R$ 7.935,00 e as vacas, R$ 9.531,00. Na ocasião também foram arrematadas novilhas PO da raça Holandesa com média de R$ 11.400,00 e vacas com média de R$ 10.200,00.

Fechando a semana com chave de ouro Dois grandes leilões fecharam a super semana de vendas da Embral: o 4º Leilão Agropecuária Marajoara, no dia 19/7, e a Liquidação Total da Fazenda Boa Esperança no dia 20. Acompanhe as médias: Lição de casa feita na Agropecuária Marajoara - Realizado no dia 19/7, esta 4ª edição faturou R$ 4.466,25 na média geral. Destaque para as fêmeas holandesas com médias de

R$ 6.228,57 para vacas, R$ 6.781,40 para novilhas e R$ 3.200,00 para bezerras. As fêmeas Jersey foram vendidas em média de R$ 4.430,77 para vacas, R$ 4.000,0 para novilhas e R$ 1.973,68 para bezerras. O pregão teve ainda animais Jersolando à venda em média por R$ 4.233,33 (vacas), R$4.950,00 (novilhas) e R$ 1.712,50 (bezerras).

çou as expectativas dos promotores do leilão realizado no dia 20/7. Vacas Girolando saíram em média por R$ 4.334,33, enquanto que as médias de novilhas e bezerras estiveram bem próximas: R$ 1.414,29 e R$ 1.413,16 respectivamente. Bezerras mestiças foram negociadas por R$ 3.600,00 em média.

Liquidação Fazenda Boa Esperança – Com média geral de R$ 3.157,44, a liquidação de Girolando e mestiças alcan-

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Cafeicultura

Classificação do café pela

qualidade

por Patrick Figueiredo apreciador de cafés gourmet

Na Classificação do café pela qualidade, diversos fatores são levados em consideração, como variedade, processamento, aspecto, cor, formato das favas, “grãos”, peneira e torra selecionadas. No entanto, o fator mais importante na determinação da qualidade do café é a bebida que ele produz. Esta avaliação é feita por provadores treinados. Esta classificação é chamada de ‘prova da xícara’ e surgiu no Brasil no início do século XX.

O Aroma

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A amostra com 7 a 10 gramas é torrada e moída, exclusivamente para a prova, e colocada em recipientes de vidro transparente ou porcelana branca de 150 ml. O provador então sente o aroma do café recém-moído para sua primeira impressão. Como os compostos mais voláteis são liberados assim que os grãos

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são moídos, a moagem revela ao provador a natureza do gosto e o frescor da amostra. De modo geral, o aroma pode ser doce, lembrando os vários tipos de flores ou semelhante às especiarias. Depois é feita uma infusão deste pó moído em 100 ml de água no primeiro ponto da fervura por aproximadamente 3 min, então, o provador mistura com uma concha apropriada e retira a espuma da superfície para sentir novamente o aroma.

A Bebida A degustação começa quando o pó se deposita no fundo do recipiente e a mistura fica morna; então, o provador, com o auxílio da concha, sorve uma quantidade do líquido na boca por 3 a 5 segundos cuspindo-a em seguida. O tempo é suficiente para que as terminações nervosas da superfície da língua respondam às sensações de doce, amargo, ácido e salgado. A BEBIDA ‘RIO’ ou ‘RIADA’ é aquela que destaca os compostos fenólicos, com

sabores de ácido acético ou vinagre, característicos dos grãos ardidos. Entre os tipos de bebidas do café arábica classificadas na prova podemos destacar: Bebida Estritamente Mole: apresenta aroma muito agradável, suave e bem doce, podendo ser ingerida naturalmente sem açúcar. É considerada a melhor bebida do café arábica. Bebida Mole: apresenta as mesmas características anteriores, porém menos intensas. Bebida Apenas Mole: apresenta sabor levemente doce e suave, mas sem adstringência ou aspereza no paladar. Bebida Dura: apresenta um ‘travo’ na língua, com sensação de adstringência, porém sem gostos estranhos à bebida.

Armazenagem após a Classificação O café verde tem uma vida longa se armazenado em condições ideais, como a luz direta e ambiente arejado, mas fora do fluxo de ar e devidamente empilhado (as sacas sobre estrados para não absorverem a umidade). A higiene dos armazéns também precisa ser observada para evitar a infestação de pragas.


Deste modo, o café pode manter suas características por mais de um ano. Após o segundo ano, começa a degradação lenta e gradual das características mais marcantes, como o aroma e o sabor, mas a vida útil poderá ser de mais de dez anos. Vale observar, porém, que café verde armazenado por muito tempo nas sacarias, poderá adquirir gosto da própria saca do café e, mesmo sendo bebida mole, terá sua qualidade comprometida.

Referência:

Esta classificação

- Sou BARISTA; Concetta Marcelina; Cristiana Couto – São Paulo : Editora SENAC, 2013

é chamada de ‘prova da xícara’ e surgiu no Brasil no início do século XX

Fotos: Luiz Valeriano

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Gastronomia

Peixe Depois de várias edições

uma culinária versátil

trazendo deliciosas receitas da nossa carne bovina, chegou o momento de apresentar uma receita diferente. Por isso, escolhemos como prato principal desta edição, o peixe. Seja de água salgada ou doce, é abundante em nosso País, embora o consumo fique aquém do desejado por uma série de fatores. Que a carne é macia, saborosa e ideal para petiscos acredito que todos concordem, mas nem sempre o seu preparo é fácil de acertar.

Buscando facilitar a vida dos apaixonados pela gastronomia fomos buscar uma receita do Chef Roberto Augusto, afinal todos nós queremos acertar ao escolhermos uma receita. Roberto participa do Circuito da Tilápia, um evento promovido pela ALAGO (Associação dos Municípios do Lago de Furnas) com a missão de promover o desenvolvimento da cadeia produtiva da Tilápia. Afinal, Minas também tem mar, o seu doce mar de minas, e nele, muito peixe. Encontramos Roberto durante a 6ª Edição da Sinagro (Feira de Agronegócio do Sindicato Rural de Passos), realizada nos dias 30, 31 e 1º de agosto. No evento, a Associação dos Municípios do Lago de Furnas apresentou a Cozinha Show que faz parte do 1º Circuito da Tilápia e trouxe o chef Roberto Augusto para preparar receitas deliciosas usando da carne ao couro da Tilápia, peixe de água doce, abundante na região. Não poderíamos perder a oportunidade de apresentar a receita do chef. Aproveitem-na!

| maio/junho julho/agosto2014 2014

Roberto Augusto é chef da Cozinha Show - projeto da Alago (Associação dos Municípios do Lago de Furnas) para movimentar a cadeia produtiva da Tilápia. Graduado em Gastronomia e Nutrição pela Universidade Anhembi Morumbi/SP. Nasceu em Alfenas/MG e mora em São Paulo, onde é professor na Escola Chocolândia.

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Ingredientes 500 gramas de filé de tilápia 2 colheres de sopa de azeite extravirgem 2 dentes de alho amassados 1 ovo 1 cebola pequena ralada 1 colher (sopa) de farinha de rosca 1 colher (sopa) de farinha de trigo sal e pimenta a gosto salsinha e cebolinha verde

Modo de preparo Refogue o alho e a cebola no azeite, coloque o filé de tilápia cortado em cubos, acrescente pouca água e mexa até desmanchar , formando uma massa cozida. Acrescente os temperos e misture até desgrudar da panela. Deixe esfriar. Acrescente a farinha de trigo, a farinha de rosca, o ovo e misture até formar uma massa homogênea. Enrole as bolinhas. Não é necessário empanar. Frite em óleo quente.

Bolinho de Tilápia

com molho de vinho

Preparo do molho 3 colheres de açúcar mascavo 1 copo de vinho tinto seco 3 colheres de manteiga de leite Coloque todos os ingredientes em uma panela pequena e deixe ferver por cinco minutos. Espalhe ao redor do prato para enfeitar e passar os bolinhos.

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agronegócios Edição especial capa dupla!

| julho/agosto 2014

Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.

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