Terra Boa Agronegócios - Ed 13 Jul/Ago 2014 - Senepol

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agronegócios ano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014

Senepol

atrai criadores do Brasil e do mundo

Nutrição Capim híbrido beneficia produção animal

Artigo A escolha de um campeão

História ABCBS apresenta livro da raça Senepol


01 a 0 5 d e s e t e m b r o de 2 014 U b e r l â n di a / M G - B ra s i l O Brasil será, com muita honra, a sede do 1º Congresso Internacional da Raça Senepol e 37ª Convenção Anual da Senepol Cattle Breeders Association. Participar deste evento é uma oportunidade ímpar para criadores e futuros investidores. Serão cinco dias de evento com as mais completas informações a respeito da raça Senepol, onde os maiores criadores do mundo estarão reunidos para compartilhar conhecimento e realizar grandes negócios.

PR OGRAMAÇÃO Além das atividades em plenária, ocorrerão quatro Leilões e a maior exposição da raça no mundo.

01/09 | SEGUNDA-FEIRA • 18h30 - Credenciamento • 19h00 - Leilão Solidário ABCB Senepol - Organização S+ Em prol do Hospital do Câncer de Uberlândia • 21h00 - Jantar • 22h00 - Show do Victor & Léo

Para inscrições e informações detalhadas, acesse:

www.congresso.senepol.org.br

(34) 3210-2324 / (34) 9665-7111


02/09 | TERÇA-FEIRA

• 09h30 - Credenciamento • 10h00 - Gilmar Goudard Abertura e Evolução da Raça • 10h30 - Prof. Dr. Roberto Rodrigues Evolução e Desenvolvimento Pecuário • 14h00 - Cristiano Leal Resultado da Eficiência Alimentar de Machos • 14h40 - Prof. Dr. Marcelo Ribas Avaliação da Eficiência Alimentar de Fêmeas • 15h20 - Prof. Dr. Jorge Carlos Dias de Sousa Cruzamento, Precocidade e Produção de Carcaça e Carne de Qualidade. • 16h30 - Eduardo Pedroso Mercado da Carne de Qualidade • 17h10 - Lançamento da Parceria Senepol/JBS • 20h00 - Visita à Cidade do Senepol

03/09 | QUARTA-FEIRA

• 09h00 - Hans Lawaetz (Vice Presidente SCBA) Origem da Raça Senepol • 09h30 - Dr. Junior Fernandes Adaptabilidade do Senepol aos Trópicos: Como Explicar? • 10h00 - Prof. Dr. Alexandre Mendonça de Barros Cenário e Perspectivas do Agronegócio • 14h00 - Reunião sócios SCBA (Senepol Cattle Breeders Association-USA) • 19h00 - Leilão Presencial - Parceiros do Senepol

04/09 | QUINTA-FEIRA

• 09h00 - Mesa-Redonda com Presidentes das Associações da Raça Senepol • 10h00 - Dr. Gilberto R. Oliveira Menezes (Geneplus/Embrapa) Evolução Genética • 11h30 - Prof.ª Dr.ª Carina Ubirajara de Faria Análise da Eficiência Alimentar • 14h00 - Reunião sócios SCBA (Senepol Cattle Breeders Association-USA) • 19h00 - Leilão Divertido da SCBA • 20h00 - Leilão Presencial – Nova Vida e Convidados

05/09 | SEXTA-FEIRA

• 09h00 - Andreia Magnino Novos Tempos, Novas Atitudes • 10h00 - Celso Menezes A Importância do RGD (Registro Definitivo) • 11h00 - Daniel de Paula Lançamento do Livro “A História do Senepol” • 15h00 - Reunião sócios SCBA (Senepol Cattle Breeders Association-USA) • 20h00 - Leilão Presencial - 3G e Convidados

REALIZAÇÃO

AS S OC I AÇ ÃO B R A SI L E I R A D OS C R I A D OR E S D E B OVI NOS SE N E P O L

MEDIA PARTNER

vista do Criador A Re

PATROCÍNIO PLATINIUM

PATROCÍNIO OURO

PATROCÍNIO PRATA


Parceiros e Colaboradores Não é por acaso que o mundo se volta para a pecuária brasileira em busca de animais cada vez melhores. Por trás do trabalho de milhares criadores em todo País estão os pesquisadores que, incansavelmente, analisam e buscam soluções para que o rebanho brasileiro produza cada vez mais e com mais qualidade. Nesta edição, destacamos alguns desses profissionais como os colaboradores da genética. É impossível falar, em poucas palavras, a importância da contribuição deles para a pecuária. Abaixo, apenas uma breve apresentação e o nosso agradecimento pela atuação em prol da pecuária brasileira.

Marcos Vinicius G. Barbosa da Silva É zootecnista pela USP. Mestre e doutor em Genética e Melhoramento, possui pós-doutorado pelo United States Department of Agriculture. É coordenador-geral do Programa de Melhoramento Genético do Girolando e lidera pesquisas em seleção genômica em raças leiteiras no Brasil e em sequenciamento do genoma de raças zebuínas. Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, tem experiência nas áreas de Genética e Genômica, com ênfase em Bioinformática.

José Bento Ferraz É médico veterinário. Mestre e Doutor em Genética, possui pós-doutorado pela University of Nebraska. É professor e pesquisador do CNPQ. A genética, melhoramento animal, estimação de parâmetros genéticos em bovinos de corte e ovinos, qualidade da carne e incorporação de informações de marcadores moleculares em programas de seleção, são áreas da sua atuação. Publicou mais de 150 trabalhos científicos em revistas no Brasil e no exterior, apresentou mais de 500 trabalhos em Congressos e orientou mais de 50 alunos de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado.

Cassiano Roberto Pelle Zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá com MBA em agronegócio pela ESALQ. Atuou por alguns anos na indústria farmacêutica no Estado do Mato Grosso do Sul e na Conexão Delta G Norte, hoje DeltaGen. Depois de outras experiências no Estado do Mato Grosso, tornou-se Gerente Técnico do Programa de Melhoramento Genético da DeltaGen.


Raysildo Barbosa Lobo É médico veterinário e especialista em genética. É Mestre e Doutor em Ciências Biológicas e pós-doutor pelo Ohio State University e pela University of Georgia. Possui livre-docência em Ciências Agrárias. Já atuou como Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal. Preside a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Melhoramento Genético Animal e Biotecnologias Reprodutivas, atuando principalmente nas seguintes raças: Nelore, Guzerá, Tabapuã e Brahman.

Lauro Fraga de Almeida É médico veterinário formado pela Universidade Federal Fluminense é Pós-graduado em julgamento de zebuínos pela Fazu. Gerenciou o escritório técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) em Vitória/ES de 1999 a 2010. Atualmente é Gerente de Melhoramento Pró-Genética da ABCZ, programa voltado para pequenos e médios produtores rurais para aquisição de touros de alta qualidade genética com o intuito de melhorar a produtividade e lucratividade desses rebanhos. Também é produtor rural.

Claudio Magnabosco É zootecnista, mestre e doutor em Ciências Biológicas, além de pós-doutor em genética e produção animal pela Universidade da Califórnia. Pesquisador da Embrapa Cerrados e da Ass. Nac. de Criadores e Pesquisadores (ANCP), é responsável técnico por testes de desempenho de touros jovens da raça Nelore pela AGCZ e ABCZ. Através da Embrapa é colaborador de diversas parcerias público-privadas, nacionais e internacionais. Possui grande experiência na área de Genética, principalmente nos seguintes temas: melhoramento genético de bovinos de corte, seleção genética da raça Nelore, desempenho animal e programas de integração lavoura e pecuária-ILP.

Leonardo Souza Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás e especialista em pecuária de corte. Sócio da Qualitas Agronegócios, empresa com 19 anos destinados à consultoria e assessoria técnica em pecuária de corte. Em 2000 criou o Qualitas – Programa de Melhoramento Genético, desenvolvido para seleção de bovinos de corte com o objetivo de aumentar a qualidade, eficiência e produtividade. Participam deste Programa 50 produtores com cerca de 250.000 animais nos estados de MT, MG, GO, TO, SP e RO.


Leia na Terra Boa agronegócios

EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014 Direção executiva Bolivar Filho terraboa.bf@hotmail.com Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Dalton Filho / Reginaldo Faria daltonfilho@multimarketing.ppg.br mmk.multimarketing@gmail.com Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 terraboaminas@hotmail.com Redação Denise Bueno Mônica Cussi Heloisa Aguieiras Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Foto da Capa Berrante Comunicação e ABCBS Comercial Marina De Simone comercialtba@gmail.com Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

12 CAPA Congresso Internacional

22 ARTIGO Incógnita ou campeão

24 INFORME Parceiros do Senepol

28 CURTAS O que aconteceu

32 DEPOIMENTOS Sementes e produtividade

33 VIAGEM TÉCNICA Novos adubos

36 NUTRIÇÃO Capim Híbrido

40 TECNOLOGIA Agricultura de Precisão


Quem lê a Terra Boa 1

2

3

Nos últimos dois meses, a equipe da Revista Terra Boa Agronegócios esteve em vários eventos, encontrando velhos amigos e leitores, bem como conhecendo novos. Em Minas Gerais, Goiás e no Estado de São Paulo, a revista participou de exposições, provas de marcha e de comitivas. Confira alguns registros. 1) Em Nova Crixás, Goiás, Marquinho, Gerente da Fazenda de Adir Leonel. 2) No Parque Fernando Costa, José Evaristo, criador de Gir, José Manoel, Bolivar Filho e Wesley Moretti, criador de Gir. 3) Com o Cavaleiro das Américas, Filipe Masetti Leite, em Valentim Gentil, São Paulo.


Ao leitor


Genética nacional O agronegócio brasileiro tem DNA cobiçado pelo mundo. Os olhos de especialistas, criadores e produtores de outros países se voltam para cá, quando se mostra o que há de melhor na genética da pecuária nacional. Os exemplos desse trabalho são apresentados em nossas grandes exposições, como a Megaleite 2014, que foi um absoluto sucesso e apresentou novas tendências para o mercado lácteo. Durante essa feira, uma vaca brasileira bateu o recorde no Torneio Leiteiro da raça Girolando, superando a vaca cubana que foi campeã por 32 anos. Quando falamos em zebuínos, a comemoração é para o centenário da marca Nelore VR, que tem em sua história nomes como Vicente Rodrigues da Cunha e Torres Homem Rodrigues da Cunha, grandes incentivadores do zebu e investidores da genética brasileira. Nesta edição, salientamos a genética que tem feito o Brasil se destacar em vários segmentos, fazendo jus ao posto de “menina dos olhos” no mundo. Em virtude disso, a Revista Terra Boa resolveu homenagear alguns pesquisadores, que não se cansam de produzir material para o desenvolvimento da genética. Ressaltamos também o primeiro Congresso Internacional do Senepol, uma raça que tem apenas 15 anos de desenvolvimento em terras tupiniquins, mas que já desponta no mercado mundial. Tudo isso, além de uma história de dar inveja aos mais aventureiros. Filipe Masetti Leite viajou a cavalo do Canadá ao Brasil, num percurso que durou mais de dois anos. Ele mesmo conta como foi essa odisseia. Com essa coragem e a força de quem acredita no que faz, apresentamos estas páginas, cheias de novidades, notícias e muita terra boa para plantar. Boa Leitura! Bolivar Filho

Nas capas desta edição, rebanho Senepol, por Berrante Comunicação e montagem sobre fotos de Juliano Vieira de Souza

Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:

http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!



PRENHEZES LOTE

VENDEDOR

TOURO

DOADORA

PREV. PARTO

AVÔ MATERNO

RECEPTORA

1

SENEPOL 3G

WC 850

BETA 08

REDEEMER WC 403E

16/12/2014

3G 436

2

SENEPOL 3G

HBC 918 28G

3G 0090

CN 8033

23/09/2014

3G 344 3G 1716

3

SENEPOL 3G

RAB MR. EFFICIENCY 126A

3G 0082

WC 112N

23/09/2014

4

SENEPOL 3G

HBC 918 28G

R0 6988

CN 5938D

23/09/2014

3G 345

5

SENEPOL 3G

CN 550N

JURUNA

RD 6801J

06/09/2014

3G 268

6

SENEPOL 3G

CN 218 L

3G 0151

WIZARD 36M

04/11/2014

3G 055

7

SENEPOL 3G

CN 1029S

3G 0121

PROSPERITY 12L

03/11/2014

3G 253

8

SENEPOL 3G

WC 850

R0 6983

CN 5938D

26/01/2015

3G 365

9

SENEPOL 3G

HBC 918 28G

3G 0044

WC 754-A

23/09/2014

3G 212

10

SENEPOL 3G

WC 98N

R0 1757

WC 754-A

16/12/2014

3G 001

11

SENEPOL 3G

RAB MR. EFFICIENCY 126A

R0 1758

REDEEMER WC 403E

26/01/2015

3G 151

12

SENEPOL 3G

WC 850

MAYA DA 3G 0002

MAR 1765

26/01/2015

3G 050

13

SENEPOL 3G

WC 754A

R0 0476

NOCONA

04/11/2014

3G 288

14

SENEPOL 3G

CN 218 L

3G 0013

WJ WIZARD 23D

15/10/2014

3G 023

15

COND. 4G

PRR 840 E.T.

BARONESA DA SAN

PACK PAWER ACE 191 E.T.

06/09/2014

3G 121

16

COND. BRAMDAMUNDO

PRR 978H

YARA DA GOUD 0080

CN 5480 HÉRCULES

17

COND. BRAMDAMUNDO

LIVRE ESCOLHA

LUMA DA 3G TE 0125

CN 550N CAMPEON - 104F

15/04/2015

BRM

A CONFIRMAR

A CONFIRMAR

18

COND. CNE

PRR 7013S

IAUNA TE DA SOLEDADE

15/05/2015

A CONFIRMAR

19

MARP SENEPOL

PRR 840 ET

MARP ASAP KOGUÉ 224L CN 5562

10/09/2014

MARP 167

20

NEO SENEPOL

CN 933R

ESMERALDA

CN 5480 HÉRCULES

15/03/2015

NEO 1035

21

NOVA VIDA

CN 1029S

SCR 8060

SCR 6001S

04/03/2015

11974

22

NOVA VIDA

CN 1029S

CN 631

CN 6720

04/03/2015

18391

23

SENEPOL 2S

CN 1029S

3G 0054

RD 6801J

29/08/2014

3979

24

SENEPOL LIBERDADE

PROFIT 10J

3G 0110

PRR 840 ET

16/11/2014

P2771 EE 8324

25

SENEPOL LIBERDADE

WC 98N

JAJ 1924

SCR 3051N

05/10/2014

26

SENEPOL DA MATA

REDEEMER WC 403E

CAMPY SOLEDADE

GST SOL 10

29/09/2014

358

27

CANAÃ SENEPOL

NOCONA

GOUD 003

SOL 130

15/09/2014

CANAÃ

BABIES LOTE 28

VENDEDOR SENEPOL 3G

ANIMAL 3G 0317 - 50% À VENDA

NASC.

PAI

19/09/2013 WC 225T

MÃE 3G 1241

AVÔ MATERNO CN 5480 HÉRCULES

29

SENEPOL 3G

3G 0365 - 50% À VENDA

10/11/2013 RAJUN CAJUN

R0 6983

CN 5938D

30

SENEPOL 3G

3G 0466 - 50% À VENDA

08/11/2013 SCR 5014

GOUD 084

MAUE

CANAÃ

04/08/2013 MAUÉ

5108 DA JAJ

CH PROFIT 10J

JANDORI DA CMI 1486

30/07/2013 ZEKE DA AGIR

ADITE DA CMI

HOT STUFF 25A

31

SENEPOL 3G

32

CANAÃ SENEPOL

33

34

CMI - LIVRE ESCOLHA

CMI - LIVRE ESCOLHA

LOTE SURPRESA

FAVIA DA CMI 1459

14/05/2013 ZEKE DA AGIR

BARFINE DA AGIR

CAMELOT DA AGIR

TEKA DA CMI 1470

29/05/2013 ZEKE DA AGIR

SAMAS DA AGIR

CN 5480 HÉRCULES

BABALU DA CMI

PRR 2110L

1759 DA CMI

22/06/2014

1760 DA CMI

22/06/2014

1763 DA CMI

24/06/2014

1764 DA CMI

24/06/2014

1770 DA CMI

27/06/2014

1771 DA CMI

29/06/2014

GST SOL 31

35

GOUDARD

VIRTUDE DA GOUD 0452

02/11/2013 SCR 3051N

AKUN SOLEDADE

CH PROFIT 10J

36

MARP SENEPOL

MARP 0232

15/11/2011 CN 5480

R02445

NOCONA

37

NEO SENEPOL

NEO 0063

08/10/2013 WC 98N

652 DA SAN

PRR 2110L

38

R3 SENEPOL

RN 0140

28/12/2013 CN 933R

ANDALUZITA DO ITA

CH PROFIT 10J

39

SENA SENEPOL

DELICADA DO SENA FIV

28/09/2013 WJ WIZARD 23D

TROPICANA 608 DA G63

GST SOL 31

40

SENEPOL 2S

ABUSADA DA 2S

03/05/2013 WC 112N

ABELHA SAAR

WC 950K

41

SENEPOL DA ILHA

CAPRICHOSA DA ILHA FIV 0005

05/10/2013 CN 5225

AMETISTA FIV ADZ

VALE 15 DA GENETROPIC


Capa

O mundo todo falando em

Senepol

Brasil será palco do 1º Congresso Internacional da Raça Senepol e da 37ª Convenção Anual da Senepol Cattle Breeders Association, um dos maiores eventos da pecuária

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de corte tropical

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Promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCBS), o congresso acontece entre os dias 01 e 05 de setembro, em Uberlândia/ MG. A programação contempla palestras técnicas com especialistas, cinco leilões, exposição de 500 animais Senepol PO procedentes de criatórios de todo o Brasil, show com a dupla Victor e Leo e inúmeras oportunidades para fazer bons negócios. Um encontro inédito e de grande envergadura, que mostrará para o mundo o brilhante trabalho de criação e seleção de Senepol que vem sendo desenvolvido no Brasil. À vista disso, comitivas de pecuaristas e investidores dos EUA, Porto Rico, Canadá, Venezuela, Colômbia, Equador, Costa Rica, Panamá, Paraguai, Argen-

tina, México, Austrália, entre outros estarão presentes no evento, que certamente vai entrar para a história da pecuária de corte nacional. A programação do Congresso será focada na discussão de temas fundamentais para a raça Senepol, como, a “Evolução da raça no Brasil e no mundo”, “Programas de melhoramento genético”, “Perspectivas de crescimento da raça no mundo”, “Visão da agropecuária nacional e internacional”. A ABCB Senepol escalou nomes que fazem parte da história da raça no mundo, além de lideranças do setor agropecuário. (Veja os nomes da programação no quadro). Além das atividades em plenária serão realizados quatro leilões com a presença de 400 animais puros em exposição.

De acordo com Itamar Netto, diretor da ABCB Senepol o Congresso Internacional da Raça Senepol representa para pecuária nacional, uma “demonstração inequívoca da consolidação e eficiência comprovada de uma raça taurina, adaptada ao clima tropical. Receberemos criadores do Brasil e do mundo, em uma reunião fraterna, de troca de informações e experiências adquiridas”, explicou. Itamar Netto disse que, a partir do Congresso, “o setor disponibilizará para todo o seguimento da pecuária nacional os valores reais que a utilização desta raça proporcionará aos criadores, oferecendo substancial incremento em suas receitas econômicas e financeiras até então conseguidas”, ressalta.

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Aumento da Competitividade O Congresso acontece em um momento oportuno, no qual o mercado do boi gordo e da produção de carne experimenta uma demanda bastante aquecida com o agronegócio brasileiro, atingindo o índice de 22,8% do PIB nacional e receita de R$ 1,02 trilhão em 2013. O país ainda é detentor do maior rebanho comercial do mundo e grande exportador de carne bovina. O Senepol faz parte dessa grande cadeia produtiva e se consolida como a raça que veio para melhorar a produtividade do rebanho e a qualidade da carne. Esses números e muitas outras experiências serão apresentadas durante o Congresso Internacional, pois a manutenção sustentável do setor depende de importantes decisões a serem tomadas dentro e fora da porteira. Mercado aquecido

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A comercialização de sêmen da raça Senepol teve saldo muito positivo. De acordo com os dados do Index Asbia, as vendas em 2013 somaram 117.750 doses, entre nacional e importado, um avanço de 33% em relação a 2012, quando foram vendidas 88.593 doses. O Senepol é o quarto taurino com maior número de doses de sêmen vendidas entre as raças selecionadas no Brasil. Dados que confirmam a qualidade da raça e o ver-

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tiginoso crescimento do Senepol na última década. O período indicado para a reprodução são os meses de novembro a janeiro, mas podem sofrer uma pequena variação dependendo do período das chuvas.

Números da Raça • Mais de 100 anos de seleção • 15 anos de seleção no Brasil • Rebanho brasileiro registrado junto a ABCBS de 35.000 animais • 236 associados na ABCBS até 20/08 • Presente em 17 Estados e no Distrito Federal

Os melhores especialistas reunidos em um grande evento Advogada Andréia Magnino Doutor Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes Doutor Júnior Fernandes Doutor Roberto Rodrigues Jornalista Daniel de Paula Professor doutor Marcelo Ribas Professor Jorge Carlos Dias de Souza Professora doutora Carina Ubirajara de Faria Zootecnista Celso Menezes Zootecnista Cristiano Leal Zootecnista Eduardo Krisztán Pedroso Alexandre Mendonça de Barros Hans Lawartz

Reprodução programada promove maior sanidade do rebanho Para falarmos em crescimento de uma raça, é necessário falar em estação de monta. Um procedimento que pode ser coordenado para que o criador tenha mais facilidades e vantagens no processo de manejo e sanidade do rebanho. A reprodução conjunta, de lotes contemporâneos, garante a sanidade de matrizes e touros, que terão mais tempo para recuperar do período destinado a fecundação e gestação. Este período é definido pela exposição dos machos às fêmeas que estão em período de reprodução, o que deve ocorrer no período das chuvas quando as fêmeas apresentam melhor condição corporal. Além da saúde das matrizes e touros, a estação de monta facilita o manejo da propriedade em vários fatores, como a otimização da fecundação, seja por inseminação artificial ou pela monta natural. A determinação de melhores épocas para o nascimento dos animais visando pastagem de melhor qualidade, controle dos parasitas, desenvolvimento ponderal, entre outros; além de facilitar o controle zootécnico pelos lotes contemporâneos auxilia também na seleção dos animais. Além dessas facilidades, ao buscar os benefícios da raça Senepol para a estação de monta, encontramos uma segunda vantagem para o cruzamento industrial que é a heterose, que pode aumentar em até


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O Brasil, sem dúvidas, é protagonista no desenvolvimento do Senepol no mundo. “Contando com o maior rebanho, tem condições de liderar as iniciativas de melhoramento da raça, colaborando sobremaneira para a evolução da raça. Desta forma, além de prover genética de qualidade para o mercado interno, tem condições de ser exportador, especialmente, para países com condições similares às nossas no que diz respeito à produção de gado de corte.”

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15% o desempenho dos animais dentro do sistema de produção. A heterose soma-se a outros ganhos genéticos desse taurino totalmente adaptado ao Brasil, que são a precocidade sexual, velocidade de ganho de peso e fertilidade, características que podem ser complementares, quando realizamos o cruzamento com matrizes zebuínas. Com esses potenciais genéticos, a reprodução programada da estação de monta contribui muito para um bom resultado para o cruzamento industrial para as raças puras e as F1. (Colaborou Cristiano Leal) A genética Senepol “O melhoramento genético em gado de corte é um processo de médio a longo prazo, sendo esperados, por ano, ganhos genéticos relativamente pequenos, porém permanentes. A raça Senepol, com apenas 14 anos no Brasil, está apenas começando a colher os primeiros frutos do trabalho de melhoramento genético que vem sendo desenvolvido pelos criadores brasileiros”. O depoimento é do pesquisador em melhoramento

genético animal, Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes, da Embrapa Gado de Corte, no Mato Grosso do Sul. Segundo o pesquisador, a sua avaliação sobre este trabalho direcionado à raça Senepol é positiva, tendo em vista as diversas iniciativas que estão atualmente em execução no país. “Estas iniciativas são de natureza diversa, envolvendo trabalhos isolados de criadores em seus rebanhos, provas de desempenho em estações centrais de avaliação, englobando vários criadores e o programa de melhoramento genético da raça Senepol, coordenado pelo Programa Geneplus-Embrapa, que, resumidamente, assessora os participantes nas várias etapas do processo seletivo - definição de objetivos e critérios de seleção, coleta e armazenamento de dados, avaliação genética/sumários, uso qualificado das avaliações genéticas para seleção/descarte/acasalamentos”. Contudo, Gilberto ressalta o grande trabalho dos criadores nestes primeiros anos do Senepol no Brasil, que foram aos principais criatórios dos Estados Unidos e de Saint Croix e trouxeram para o país o que havia de melhor da raça. Isso, aliado aos esforços


em multiplicar esta genética, com contínua busca pelos melhores acasalamentos, proveu ao Brasil, em pouco tempo, um rebanho Senepol de relevância mundial. A raça taurina adaptada alia atributos dos taurinos como bom desempenho, fertilidade e qualidade de carne com adaptabilidade às condições tropicais de criação. Essa combinação motivou os criadores brasileiros a investirem na raça. “Características que suportam e fomentam essa combinação têm sido mantidas e usadas como critérios de seleção, destacando-se medidas de desenvolvimento ponderal (por exemplo: pesos à desmama e ao sobreano) e medidas de adaptação e/ou funcionalidade (por exemplo: aprumos, umbigo e comprimento de pelo)”, disse o pesquisador. Embora os ganhos genéticos obtidos sejam tímidos, devido ao pouco tempo de trabalho, as expectativas são boas. Segundo o pesquisador, por limitações operacionais e/ou econômicas, características ligadas à fertilidade e qualidade de carne, apesar de algumas poucas promissoras iniciativas, ainda são pouco exploradas no âmbito de melhoramento genético populacional.

Gilberto pontua que para o melhoramento genético da raça, sendo o Senepol uma raça taurina adaptada a um país predominantemente de clima tropical, não há o que inventar. “Ser cada vez melhor nos atributos típicos de taurinos (alta fertilidade, bom desempenho ponderal, carne de boa qualidade) e cada vez mais adaptado/ funcional (tolerante a altas temperaturas e ecto/endoparasitas, aprumos corretos, cascos fortes, umbigo corrigido) às condições tropicais de criação.” Em médio prazo, os ganhos genéticos da raça, ou seja, sua evolução genética depende, primordialmente, do empenho dos criadores, o que já ocorre sistematicamente. A Embrapa, via Programa Geneplus-Embrapa, é parceira dos criadores colaborando para que estes ganhos sejam alcançados com rapidez e na direção certa. Para o pesquisador, o Brasil, sem dúvidas, é protagonista no desenvolvimento do Senepol no mundo. “Contando com o maior rebanho, tem condições de liderar as iniciativas de melhoramento da raça, colaborando sobremaneira para a evolução da raça. Desta forma, além de prover

genética de qualidade para o mercado interno, tem condições de ser exportador, especialmente, para países com condições similares às nossas no que diz respeito à produção de gado de corte”, disse. Gilberto destaca que a raça Senepol alia a produção de carne de qualidade à adaptação às condições tropicais de criação.“ É uma alternativa interessante para uso em cruzamentos com zebuínos no Brasil Central, em especial, em sistemas de produção em que a inseminação artificial é inviável, uma vez que touros Senepol, se manejados adequadamente, são capazes de cobrir a campo com eficiência”, concluiu.

Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes

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História

A história do Senepol no Brasil

O jornalista Daniel de Paula apresentará, durante o Congresso Internacional da raça Senepol, o livro Senepol feito para o Brasil, que narra a história da raça em solo brasileiro. Conhecedor de criadores de norte a sul do Brasil, foi através de muita leitura e muitas andanças que concluiu a sua primeira obra literária.

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Na sua versão sobre a história da raça em solo brasileiro, o Senepol é exatamente aquilo que o nome do livro sugere. Apesar de ter nascido numa ilhota caribenha, parece que foi feito para o Brasil. “O livro vai mostrar como foi gerada a raça após o cruzamento do N’Dama africano com o Red Poll britânico, até subir como objeto de estudos nos Estados Unidos e se encaixar perfeitamente num país tropical como o nosso, com a capacidade incomparável de cobrir a campo, a grande aptidão da nossa pecuária. As características do Senepol que estão no livro vão consolidar a raça como produtora de carne de qualidade, em quantidade. Tanto assim, que os pioneiros, aqueles que realmente pavimentaram o caminho do Senepol para o Brasil, se empenharam muito, passaram por inúmeros obstáculos, até chegar com os primeiros exemplares aqui, vivos ou congelados na forma de embriões. Mas essa história toda está nas páginas do livro, ao qual eu espero que todo mundo tenha acesso e que, principalmente, goste da apresentação dessa história”. Confira abaixo o seu relato sobre esta experiência como jornalista/escritor.

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TB- O livro sobre a raça Senepol é o seu primeiro livro? DP- Publicado, sim. Já me aventurei em escritas anteriores, mas nunca entreguei para uma editora, embora tenha tido oportunidade. E esse foi um convite muito especial da Associa-

ção Nacional, do presidente Gilmar Goudart, para relatar algo que eu passei a estudar nas andanças pelo Brasil. TB- Como jornalista, a narração é parte integrante do seu ofício. Como foi para você relatar em prosa a história da raça Senepol no Brasil? DP - Sempre gostei muito de escrever. Comecei assim, como quase todos os colegas. E continuo na ativa, apesar de ocupar a maior parte do meu tempo, realmente, com o microfone do Canal do Boi na mão. Então, como disse que já conheci muita coisa a respeito do Senepol, seus criadores, as virtudes da raça e outros detalhes, acabou sendo muito interessante. Tenho um bom relacionamento com todos os criadores, os membros da ABCBS e a aceitação deles foi importante para me dar esse suporte de transformar essa história bonita em livro. A raça já estava merecendo, ainda mais num ano em que o Brasil sedia a Convenção Mundial. TB- Entre tantos desafios já vivenciados na sua carreira, como pontua mais este, ao se deparar com uma história para contar e que será história para as próximas gerações de criadores? DP - A responsabilidade não foi pequena. Apesar de conhecer um pouco sobre a raça, nesses oito anos, desde que conheci o Senepol, transcrever sobretudo as questões técnicas que expliquem a demanda pela raça no Brasil não foi das tarefas mais


ESTAREMOS NO CAMARU DURANTE O CONGRESSO INTERNACIONAL DO SENEPOL DE 01 A 05 DE SETEMBRO DE 2014

TOURO PEDRA DO ITA

TOURO SPARTACUS

DOIS GRANDES RAÇADORES SENEPOL. SÊMEN SEXADO MACHO E CONVENCIONAL DISPONÍVEL PARA VENDA DIRETO COM O CRIADOR - ITA SENEPOL

ITA SENEPOL - UBERLÂNDIA - MG E-mail: itasenepol@itasenepol.com.br | www.itasenepol.com.br Fones: (34) 3236-4689 / (34) 9976-0184 / (64) 9252-4949

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simples. Mas tive muito apoio de alguns membros da associação, de alguns criadores e de técnicos renomados. Também sou fuçador, curioso e viciado em pesquisa, um leitor contumaz, mesmo. Então, a história da criação da raça foi nessa onda. A chegada do Senepol no Brasil foi o que levou mais tempo. E a questão técnica é um resumo de todas as qualidades da raça, que também fui pesquisando e abusando de alguns técnicos. Então, o que está no livro é o que a associação entende como mais completo material sobre a raça. E as principais partes foram escritas na forma de romance, para atrair a leitura de todos, conhecedores ou leigos em Senepol. TB- O que foi desafiador para você nesse trabalho? O que mais lhe trouxe alegrias? E o que o surpreendeu? DP - A questão técnica. Como sou bastante leigo em zootecnia, entender e textualizar tudo o que está lá dependeu de muito estudo e, como disse, de abusar de alguns amigos. Houve dia em que, na estrada, em movimento, viajando a trabalho, fui conversando com o Júnior Fernandes, por exemplo, um dos mais renomados técnicos da raça, e escrevendo o que ele me passava, para depois checar nas enciclopédias que ele me abriu. A parte da chegada do Senepol ao Brasil também foi estimulante, porque as apurações tinham como objetivo evitar versões, mas contar fatos, com riqueza de detalhes que enriqueceram a obra. Outro desafio foi a tradução para o inglês e para o espanhol, que teve como maior cuidado os detalhes técnicos. Você pode saber o que for dos idiomas, mas questões muito técnicas sempre vão levar mais tempo para serem encontradas com precisão. Mas esses anos todos de estrada deram resultado. Então, tudo me deu muita alegria.

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Daniel de Paula

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TB- Para escrever esta história conheceu diversos criadores. Como os identifica? DP - Como já mencionei, conheço a maioria dos criatórios. Claro que ainda faltam muitos dos mais de 220 associados da ABCB-Senepol, mas conheço bastante. Isso me deu muita confiança na construção do livro. E me mostrou outra característica da raça Senepol em relação a quem a cria. Percebi que tem muito criador que se apaixona pela raça, pelos resultados que ela proporciona, e acaba estudando tanto que vira técnico. E tem muito técnico que percorre o caminho inverso, acaba se tornando criador. O mais importante é que todos mostram uma responsabilidade muito grande de selecionar e multiplicar apenas os animais que podem fazer a diferença em termos econômicos na pecuária comercial ou na de seleção, que ainda está em crescimento. Deu para perceber que essa prática dos criadores explica a expansão anual de 30% que o Senepol registra no número de associados e de animais registrados no Brasil. TB- Além do registro histórico da raça, o que espera passar para os leitores com a sua obra? DP - Um conteúdo cultural do qual as pessoas se lembrem como um resumo do que foi, do que é e do que ainda pode se tornar a raça Senepol no Brasil e no mundo. Num país tão carente de cultura como o nosso, procurei me dedicar à exploração da história para mostrar que todo o esforço em construí-la na Ilha de Saint Croix, no Caribe, e toda a saga que foi trazer para o Brasil, tinham fundamento natural, pelo que o Senepol proporciona para quem o cria. E quando a gente confia em algo, fica mais fácil relatar.


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Artigo | julho/agosto 2014

Incógnita ou Campeão?

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Há alguns anos, ainda na minha adolescência, lembro-me de, a convite de um representante de Central de Inseminação com sede em Uberaba/ MG, ir conhecer junto com meu pai um novo conceito, um novo projeto dentro da pecuária. A proposta era de adquirirmos prenhezes de grandes touros e matrizes Nelore, raça com a qual trabalhávamos comercialmente na época. Durante nossa visita, um dos fatos que me marcou foi ouvir do representante a seguinte frase: “o que vai nascer na sua fazenda da barriga dessa vaca é uma incógnita, mas levando em consideração os pais que tem, você pode ter nessa barriga um grande campeão da Expozebu”! Não fizemos o investimento, às vezes por falta de dinheiro, coragem, ou por não conhecer mesmo sobre o que aquilo se tratava. E, obviamente, nunca fizemos nenhum campeão em Uberaba. Continuamos fazendo nosso trabalho de seleção na fazenda, mas sem muito critério genético, nosso negócio era carne. Hoje, trabalhando diariamente com coletas e transferências de embriões, com o melhor da genética Senepol no Brasil e no mundo, e profundo conhecedor dessas tecnologias, peguei-me pensando: será mesmo que poderia ter feito um Tufubarina campeão em Uberaba? A resposta que me veio à mente não poderia ser outra: É claro que sim! A inseminação artificial foi um enorme passo para o melhoramento genético do rebanho nacional, sendo que, através dela, touros comprovadamente melhoradores esparramaram filhos Bra-

sil afora. Mas a carga genética da vacada continuava aquém das expectativas, o que com certeza justifica uma lição que aprendi desde cedo, que “vaca pode valer tostão, touro tem que valer milhão”. Isso se justificava pelo fato de que uma vaca só dá um bezerro ao ano, e um touro, principalmente, depois da tecnologia de IA, dezenas, centenas ou até milhares! A venda de embriões e prenhezes, representa o novo grande marco na reprodução bovina no Brasil. Com o avanço tecnológico e, consequentemente, a acessibilidade através da diminuição dos custos que pagamos pelo serviço, qualquer pecuarista pode ter em sua fazenda material genético de altíssimo valor, através de embriões feitos por selecionadores de diversas raças. A vaca não vale mais tostão, muito pelo contrário, a doadora de embriões é a grande responsável por esse salto genético vivenciado nas fazendas de norte a sul do País. Não sei se tenho memória de elefante, mas, geralmente, o que ouço fica muito bem gravado. E as palavras que ouvi do representante há muitos anos, não me saem da cabeça. Hoje produzimos e vendemos genética, também através de embriões e prenhezes. Damos a oportunidade a pecuaristas de adquirirem material genético da Tufubarina com ótimo custo-benefício. “O que vai nascer na sua fazenda é uma incógnita”, disse-me o representante, “mas você pode ter nessa barriga um grande campeão da Expozebu”. Como criador de Senepol, temos hoje sete touros em Centrais que traba-

lham com critério e transparência, além de diversos campeões e campeãs em provas de ganho de peso. Já fizemos recordistas de preço em vários leilões e nossa seleção tem se destacado dentro da raça no Brasil e no mundo. Isso nos dá certa tranquilidade em comercializar esses embriões e prenhezes. Não acredite quando ouvir de um criador: “você tem cinco prenhezes. Se forem fêmeas são cinco doadoras, se forem machos, são cinco touros”! É mentira dele! Genética será sempre uma incógnita, o que vai nascer na sua fazenda também é. Tenha a certeza de uma coisa: de tudo que nascer você terá, como todo mundo tem, o fundo, o meio e a cabeceira. Agora se quiser diminuir o risco de o fundo ser maior que a cabeceira, conheça a origem desses embriões, o trabalho de seleção da fazenda que vende essa genética. Assim, quem sabe, você poderá ter na sua fazenda um grande campeão Senepol!

Gustavo Rezende Vieira Criador de Senepol na Fazenda Tufubarina gustavorezendevieira@hotmail.com



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Informe Publicitario

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Onde união, trabalho e talento se unem para gerar resultados e impulsionar o crescimento do Senepol no Brasil O grupo Parceiros do Senepol é a maior prova de que união, trabalho e lisura são os caminhos mais confiáveis para se obter resultados. Criado em 2006 por três criatórios, a parceria foi se estendendo ao longo dos anos com muitos produtos e serviços divididos hoje por 43 marcas. Juntas, elas geram e fazem negócios que explicam o crescimento anual de 30% do grupo. Quando trouxe o Senepol para o Brasil, no ano 2000, a Fazenda da Grama iniciou parcerias que fundamentaram a base genética que depois foi se tornar o embrião do grupo. Encontrou na Fazenda Santa Helena, vizinha em Pirajuí/SP, e na Genetropic, da cidade do Prata/MG, a comunhão de pensamentos para ampliar o projeto. “ A filosofia era somar, para depois todo mundo sair ganhando”, conta Júnior Fernandes, da Grama. “Quando vimos os resultados que a raça estava nos oferecendo, pudemos atrair cada vez mais gente para o negócio”, emenda Alex Marconato, da Santa Helena. Jairo Ferreira Lima, da Genetropic, acrescenta que nessa filosofia só cabia uma responsabilidade muito grande de apenas produzir e oferecer animais de extrema qualidade. “Por isso criamos vários mecanismos de avaliação, mas não só isso, de qualificação dos animais que produzíamos”, afirma. Entre os programas criados pelo grupo está o Safiras do Senepol, primeiro no mundo a qualificar doadoras da raça, implantado em 2009 e que até 2014 já qualificou mais de 800 novilhas. Após o desmame, as bezerras entram em período de adaptação de 30 dias e iniciam uma bateria de avaliações, que inclui, hoje, a medição de eficiência alimentar e até consumo de água, para determinar um animal equilibrado, completo. Com os touros, o grupo também instituiu o programa de avaliação de Consumo Alimentar Residual (CAR) dentro do Instituto de Zootecnia (IZ), em Sertãozinho/SP. Em parceria com entidades como Embrapa (através do Geneplus), Universidade de Viçosa/MG, Unesp-Jaboticabal/SP e empresas de biotecnologias e avaliações, o grupo realiza todas as suas performances para encontrar, a cada geração, animais altamente confiáveis para distribuir ao mercado. A coordenação de todo esse trabalho é da Senepol Mais, ou S+, empresa detentora da marca Parcei-

ros do Senepol e que presta serviço de assessoria aos 43 criatórios integrantes do grupo. Esse processo tem contribuído para o aumento gradativo de criadores que optam pelo grupo Parceiros do Senepol para produzir mais e melhor, em menos tempo. E rapidamente passar a integrar o time de fornecedores de produtos que o grupo distribui em leilões, para atender uma demanda cada vez maior. “Isso só é possível graças ao que a raça oferece”, afirma Júnior Fernandes. “Mas o que a gente tem levado ao mercado é apenas o que há de melhor em cada propriedade, porque o rigor na seleção é máximo e o mercado tem reconhecido isso”, acrescenta Jairo Ferreira Lima. “Como os animais que são ofertados tem um crivo muito forte, o investidor só tem comprado produto que vai render com segurança. Para ele e para os futuros clientes dele”, emenda Alex Marconato. A garantia desse sucesso comercial também se deve à parceria que o grupo tem formatada com o Sistema Brasileiro do Agronegócio (SBA), que transmite sempre às vésperas dos grandes leilões o quadro “De Olho na Fazenda”. Sempre uma semana antes de alguns leilões o Canal do Boi mostra flashes de dentro de uma propriedade, falando tudo a respeito do criatório e do leilão, com criadores e técnicos que avalizam a seleção. “É uma ferramenta indispensável e que tem dado um resultado muito expressivo, porque mostra a realidade do trabalho de cada selecionador e atrai a atenção de quem quer investir com segurança”, comenta Júnior Fernandes.

Nos estúdios do SBA , o apresentador Crozara, Júnior Fernandes e Alex Marconato apresentam o “ De olho na fazenda”

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Leilão de sucesso

Curtas

No último dia 27 de julho aconteceu o 53° Leilão CV Nelore Mocho, na fazenda São José, em Paulínia/SP. O evento mostrou a experiência de 26 anos de mercado de Carlos Viacava. Realizado pela Programa Leilões, foi transmitido pelo Canal do Boi, que concretizou 52,5% das vendas, o restante , 47,5%, ficou para comércio no recinto. O lote mais valorizado teve quota de 50%, com renda de R$ 49.200,00. Os demais ficaram entre R$ 6.480,00 e R$ 20.400,00. Com a venda de sêmen, o resultado geral chegou a R$ 1.822.169,76. A bilheteria beneficente e o leilão de prendas renderam R$ 30.090,00, para o Programa Social Gotas de Flor com Amor, sociedade beneficente que atende crianças carentes em São Paulo.

Faz. Terra Boyerarece-

Nieme O criador José Luiz no 7 Leilão Tous do ida nv co e s igo beu am e da sua fazenda, em ros Terra Boa, na sed ão ocorrido no dia 06 Guararapes/SP. O leil u animais das raças de julho comercializo Nelore e Brangus. novo espaço de José Luiz inaugurou comemorando e ad ed leilões em sua propri seleção genética. Com os quase 50 anos de as médias comercialiliquidez total do leilão foram de R$ 7.621,46 e zadas da raça Nelore as. Para a raça BranR$ 5.410,91 para novilh foi de R$ 7.950,22, da gus a média alcança de R$ 1,1 milhão. movimentando mais s animais com Foram comercializado ANCP (Asla pe da sta genética superior ate s e Pesquiore ad Cri de l na cio sociação Na reprodu98 u: rto ofe sadores). A Terra Boa ra Boa e convidados; tores Nelore PO da Ter e bezerros Nelore ; set 22 novilhas Nelore PO JT. us ng Bra 16 e ; PO

Feira A 37ª edição da Expointer acontece entre os dias 30 de agosto e 7 de setembro, em Esteio (RS), como uma das mais tradicionais feiras de animais, máquinas e produtos agropecuários. Uma das grandes atrações, neste ano, será ACGZ (Associação dos Criadores Gaúchos de Zebu) que abordará o tema “Zebu moderno, resultado garantido”, visando à evolução zootécnica da subespécie Zebu nas duas últimas décadas e, pela primeira vez, terá participação da FARSUL (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul). Na programação acontece também julgamentos das raças Gir Leiteiro, Brahman, Gir, Tabapuã, Nelore e Nelore Mocho e Guzerá.

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Maquinário

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A Agritech apres dade visual, juntam enta sua nova identiente com a sua co mpleta linha de tratores e microtratores volta das para agricultura familia r, na Expointer, rea lizada de 30 de agosto a 07 de setembro, em Es teio/RS. A Agritech é uma em presa fabricante de máquinas agrícolas da m arca Yanmar Agrit ech. Os visitantes da Expoin ter vão conhecer o mais novo modelo de trator, o 1175S, com 75 cv de potência. Também terão contato com a no va logomarca, a identidad e da empresa, qu e buscou nessa criação visua l traduzir o novo m omento da companhia, m antendo a essênc ia simples e forte, representa da pelo homem no campo, unida à tecnologia que conduz a empr esa.


lando ual de Giro m a d ta s re te In ção P, co , em Lins/S o da Exposi A 21ª ediçã de 9 a 12 de outubro também exposição da será realiza e 300 animais. Haverá ça de mais de d sen o participaçã Gir Leiteiro com a pre cleo dos Criadores da raça ado Nú O recém-cri oroeste Paulista . is a im n a 100 o do N de Giroland na organização atuará do evento.

Dia do Algodão 2014 deba te a utilização da tecnologia no sistema produtivo com a inserção do produto. O evento aconteceu na Faz enda Aliança, em Jataí/GO, no últ imo dia 8 de agosto e foi promovido pel o Grupo Maggioni em parceria a com Agopa (Associação Goiana dos Pro dutores de Algodão). Os produtores discut iram vários temas como Tecnologias ao Cultivo do Algodão; Controle de Pra ga tores que Afetam a Produtivi s, Fadade e a Qualidade do Fio; Compara ções nômicas e Econômicas, Ben Agroefícios de Cultivares Algodão, entre outro s.

Leilão de Touros ta de animais zebuespecializadas em genética de pon ino, par Cam e iraí Nav as end Faz G, as Canal do Boi e terá as No dia 24 de agosto, em Uberaba/M Mocho. O leilão será transmitido pelo cionário, Emergido, re Nelo e re Nelo s raça das s tore reprodu do Fun catálogo será composto por filhos ínos, realizam leilão e ofertam 200 comando da batida do martelo. O ca. no néti pec oGe Leilo e Exp a ia e Bah ant dur ncia erá Estâ s leiloeira ue. O evento acontec taq des de ros tou ros out tre den ói, Donato, Bacana, Quilano, Her

Sucesso

No dia 26 de junho, o Grupo Monte Verde comemorou seus 30 anos, em grande estilo, durante noite que superou as expectativas dos criadores. No leilão foram ofertados 20 lotes da raça Nelore. O lote mais valorizado com seis fêmeas foi arrematado por Zebuínos Arte Real, pela média de R$ 53.226,53. Foram ofertados mais 12 lotes de fêmeas com média R$ 63.191,49 cada, e oito prenhezes com a média de R$ 57.000,01, resultado total de R$ 1.198.500,10.

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Mercado Virtual

Curtas

mundo moderno estão prar, aprender e interagir do com , a der ven de as form as As nov Na cadeia do agronegócio, facilitando a vida de todos. il acesso fác de ital dig rma tafo centradas no mundo virtual pla com dinâmica e avançada gócio dutos e serviços do agrone AVANTTISHOP é um web site em ofertas de diferentes pro rica Andréa te, está OP ISH NTT AVA da o e navegação transparen and presa é a integração. No com rodução animal e integrante da brasileiro. A proposta da em stre em rep me , ária erin vet dica mé o, ttishop.com.br Renesto Coimbra Jacinth sultoria Pecuária. ww w.avan equipe técnica da Avanti Con

Vaca Girolando bate Recorde Xaquira tem família inteira de genética CRI e está entre as maiores produtoras de leite do mundo

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A vaca Girolando ¾ XAQUIRA, filha do touro Holandês GRANGER (CRI Genética), produziu em um único dia 113,270 quilos de leite no Torneio Leiteiro da Exposição de Alpinópolis/ MG, em 17 de julho. Com essa marca, ela se torna a segunda maior produtora de leite do mundo, superando a vaca cubana Ubre Blanca. Atualmente, a vaca pertence a João Roberto Boleli (Fazenda Gordura); a criação é de José Carlos Raiz (Fazenda Recanto da Lagoa). Segundo Bruno Scarpa Nilo, coordenador técnico da CRI Genética, a genética é o principal fator para que os animais mostrem seu potencial de produção. Ele explica o acasalamento de Xaquira, feito totalmente a partir de produtos CRI: “É uma filha de GRANGER em uma vaca ½ sangue filha de outro touro nosso, o NITRITO. Além disso, ela é neta de uma vaca filha do LETHAL”.

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O ‘Genesis’ da boa genética A obtenção de filhas extremamente produtivas com produtos da CRI Genética tem seu ponto de partida no Programa Genesis, que completa 25 anos neste mês de agosto. A central possui um conjunto de 45 mil matrizes da raça holandesa. Elas passam por processo de seleção em rebanhos comerciais, em condições reais de tratamento. Essas fêmeas resultantes do processo de melhoramento genético serão a base para a formação da nova safra de touros que serão destinados à coleta de sêmen e de vacas que ingressarão no Genesis.

Para Bruno Scarpa, com o GENESIS, a CRI enxerga além ao produzir “vacas excepcionais e, a partir delas, obter os touros que irão melhorar rebanhos”. Por selecionar e buscar grandes vacas para serem mães de touros, é que a CRI tem “os melhores e mais consistentes reprodutores de leite do mundo, gerando filhas como a Xaquira”. O programa de seleção genética da CRI permite chegar a filhas, tanto Holandesas quanto Girolandas, capazes de deixar mais lucro no bolso dos pecuaristas e maior rentabilidade na pecuária leiteira.


www.crigenetica.com.br

A CRI é conhecida como a empresa de I.A. líder mundial devido a excelência em genética, a incorporação de novas tecnologias, a dedicação para elevar as taxas de concepção e o fato de ter como missão maximizar a rentabilidade dos produtores. A genética CRI está sempre a frente nos grandes programas de melhoramento genético do País. Na Megaleite sua genética foi consagrada em várias Campeãs. Genética CRI: Mexerica Jurist Santa Luzia, primeira colocada no Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando; lha do touro Holandês Jurist Baronesa Jurist Santa Luzia, Grande Campeã ¾ da Megaleite, Filha de Jurist RCH Stella 1021 Blitz, Grande Campeã Holandesa, lha de ToyStory África da SLS, Reservada Vaca 4 anos ¾ No Torneio Leiteiro da Megaleite a raça Guzerá também bateu recordes com a genética CRI. Fantasia FIV da JUZZ, 3º lugar no Torneio Leiteiro e Campeã Fêmea Jovem e Reservada Campeã.

Representante CRI Helder de Andrade Lemos helderandrade3@gmail.com (35) 9132.9599


Depoimentos | julho/agosto 2014

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Sementes

que garantem a produtividade Novas descobertas da ciência fazem as sementes mais resistentes às intempéries da natureza

Altair José Capato é produtor de milho na Fazenda Santa Terezinha, em Batatais/SP e em outras áreas arrendadas no município de Passos/MG. Nos 350 hectares plantados de milho para a segunda safra, optou pelos híbridos 2688 e 2B 587 da Dow AgroScienses. A escolha desses híbridos se deu pela rusticidade e produtividade, aliada a tecnologia Power Core que confere uma grande proteção contra o ataque de lagartas.

Com a colheita em andamento, a sua expectativa está sobre o rendimento médio de mais de100 sacos por hectare, o que, segundo ele, deverá se confirmar quando puder apurar a produtividade total da lavoura. Quando a equipe da Revista Terra Boa encontrou-se com o Sr. Capato, no final de junho, ele contabilizava 20% da colheita. Mas, pela sua experiência e o que observou durante a granação dos grãos, os resultados da produtividade se confirmariam. Como o período de chuvas foi muito atípico nos últimos dois anos, a rusticidade aliadaà produtividade dos híbridos terá uma procura cada vez maior, segundo o produtor. Ele também enfatiza que, na safrinha de 2013, além da falta de chuvas a ocorrência de fortes ventos prejudicou as lavouras; a produtividade registrada na 2ª safra de 2013 foi de 85 sacos por hectare.

Segundo o produtor para a próxima safra de verão 2014/15, a maior área plantada de milho será com os híbridos 2B810 PW, 2B587 PW e o lançamento da empresa 2B610 PW da Dow AgroScienses, a grande aposta do setor. Para o Consultor Técnico da Triângulo Agro, Luis Fernando Damião, que assiste o Sr. Capato, os produtores precisam ter atenção especial na hora da escolha dos híbridos a serem plantados, tanto na safra de verão como na 2ª safra, pois o mercado oferece híbridos que aliam alta produtividade com alta tolerância à seca, doenças e pragas. Segundo Fernando, além da boa escolha dos híbridos os produtores precisam ficar atentos ao manejo das lavouras, nutrição equilibrada e programa fitossanitário adequado a cada situação.


Novos adubos para a agricultura

Melhor aproveitamento e menores impactos ambientais são oferecidos em novo produto que será produzido no Brasil

A busca por novos conhecimentos, novas tecnologias, é uma constante na Triângulo Agro, empresa de consultoria, sediada em Passos/MG. Na mais recente viagem técnica realizada pelos sócios-proprietários, Marcos Antônio Pollo e Alexandre Silva, eles conheceram na Espanha, as unidades de industrialização da Fertibéria, uma das empresas parceiras da Triângulo Agro. Entre os novos produtos e novas tecnologias apresentados, Marcos Pollo e Alexandre destacam os adubos estabilizados ou adubos racionais, que têm como proposta o aproveitamento total e menor impacto para o meio ambiente, sem contaminações para lençóis freáticos e aumento de gazes para o meio ambiente.

O produto que é utilizado pela empresa na Europa será fabricado no Brasil. Segundo os técnicos, os produtores terão maiores ganhos em produtividade com maior sanidade das plantas com essa tecnologia, uma vez que há uma unificação de micronutrientes e macronutrientes em um grânulo, o que evita as perdas. “Essa proposta é nova para a nossa região e, com certeza, ainda enfrentaremos resistência, mas acreditamos que no futuro essa será a tendência em adubação por várias vantagens que esta tecnologia oferece”, disse Marcos Pollo. Atualmente, cerca de 10% dos produtores atendidos pela empresa usam o adubo unificado. “A conquista será em longo prazo, pois o produtor enfrenta algumas dificuldades na relação com o custo, já que o

produto é importado. Mas esse adubo é a tendência para o futuro e, com a produção no País, os custos serão menores. O Brasil cresceu muito em produção, mas ainda há grandes desperdícios, seja na aplicação dos fertilizantes ou no seu aproveitamento. O adubo estabilizado contribuirá para um menor impacto e melhor aproveitamento, gerando melhor sanidade nas plantas e maior produtividade”, disse Alexandre.

35 3522-1104

Os empresários da Triângulo Agro, Marco Pollo e Alexandre, na Espanha onde foram conhecer os novos produtos que a Fertibéria produzirá no Brasil, com foco na agricultura de precisão e a preservação do meio ambiente.

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Soluçþes para a sua lavoura!

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Nutrição

Pesquisa com capim híbrido

beneficia produção animal no campo

De acordo com uma das últimas pesquisas do CNPq, as universidades brasileiras

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detêm 80 mil pesquisadores que contribuem continuamente para o progresso

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das áreas nas quais estão inseridos. Os investimentos refletem em números e resultados positivos para todos os setores. No caso da agropecuária, os avanços têm alcançado muita prospecção no cenário nacional e internacional.


Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), encontramos o pesquisador e professor da área de Forragicultura e Pastagens, Leandro Martins Barbero, mestre em Zootecnia e doutor em Ciência Animal e Pastagens pela USP/ESALQ, que desenvolve um trabalho com capim híbrido, uma alternativa de forragem interessante para um país que pretende se destacar no cenário mundial como grande produtor de alimentos em um futuro breve. Com o lançamento de novos cultivares de gramíneas forrageiras tropicais espera-se a melhoria nos índices produtivos da fazenda. Entretanto, é necessário tomar cuidado com a forma de utilização destes pastos. Muitas vezes, os produtores imaginam que o novo capim é o tão sonhado “capim milagroso”: resistente à seca, ao encharcamento, tolerante a solos ácidos, com altos teores de alumínio e pobres em fertilidade, produtor de muita forragem, tanto na seca quanto nas águas, e, por fim, proporcionando alta produção animal. Infelizmente, este capim não existe. Segundo o professor, para ter sucesso nos resultados com a utilização de um novo

capim, pesquisas devem apontar seus pontos fortes e fracos, frente à estratégia de manejo a que ele foi submetido. “Nossos estudos realizados na UFU têm objetivado avaliar a produção de forragem, a qualidade do pasto, o potencial de perenização e massa de raízes. Deve ser destacado que o capim em estudo apresenta alta proporção de folhas em relação a colmos”. Os dados obtidos até o presente momento mostram uma relação folha/colmo de 5,7:1, ou seja, para cada 5,7 kg de folhas se tem apenas 1 kg de colmo no pasto, o que, do ponto de vista de produção animal, é muito importante, haja vista que o componente do pasto que o animal prefere são as folhas. Leandro garante que deve ser levado em consideração a rápida rebrotação do pasto. “Nos estudos realizados tivemos um período de rebrotação de 24 dias no verão. Isso significa que, em manejo rotacionado, os animais poderiam voltar ao pasto a cada 24 dias. A qualidade do capim também é elevada. Dados mostram teores de proteína bruta no verão em torno de 18 %, o que para gramíneas do gênero Brachiaria são valores muito bons”, revela.

“Nos estudos realizados tivemos um período de rebrotação de 24 dias no verão. Isso significa que, em manejo rotacionado, os animais poderiam voltar ao pasto a cada 24 dias. A qualidade do capim também é elevada. Dados mostram teores de proteína bruta no verão em torno de 18%, o que para gramíneas do gênero Brachiaria são valores muito bons”

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A vantagem da utilização de um capim híbrido é que ele é desenvolvido objetivando aliar características positivas de algumas cultivares ou até mesmo espécies

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O Capim Híbrido

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A vantagem da utilização de um capim híbrido é que ele é desenvolvido objetivando aliar características positivas de algumas cultivares ou até mesmo espécies. Quando se faz o cruzamento entre diferentes gramíneas, a intenção é obter um capim com melhor capacidade de adaptação ao solo, ao clima e ao pastejo. Desta forma, as vantagens são maior produção de forragem, forragem de melhor qualidade, resistência a pragas e doenças e, por fim, maior produção animal, como cita o pesquisador da UFU. As condições em que os capins híbridos podem ser utilizados são diversas, como manejo com lotação rotacionada, geralmente recebendo aplicação de fertilizantes e proporcionando elevada produção de forragem; manejo sob lotação contínua, em que os pastos são maiores e a entrada de insumos geralmente é menor. Além da pastagem diferida, para ser consumido na época de escassez de alimento, ou seja, nos meses de julho a setembro nas regiões Sudeste e Centro-oeste. Em sua grande maioria os capins híbridos estudados no Brasil são do gênero Brachiaria. “O interessante disso é

que no Brasil aproximadamente 80 % das áreas de pastagens são formadas por Brachiarias, o que mostra o alto potencial de adaptação destas gramíneas ao nosso clima e solo”, diz. Atualmente, no Brasil, existe apenas um capim híbrido comercializado. Este capim foi desenvolvido pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), na Colômbia, e chegou ao Brasil com o nome Mulato II (Brachiaria hibrida CIAT 36061). Este cultivar é o resultado de três gerações de cruzamentos e seleção realizados pelo CIAT. De forma geral, este capim é o resultado do cruzamento entre Brachiaria ruziziensis x Brachiaria decumbens cv. Basilisk e Brachiaria brizantha cv. Marandu. Seus direitos comerciais foram adquiridos por empresa que o comercializa como Convert HD 364. Muitos outros cultivares de capim híbrido estão em fase de pesquisa iniciais e alguns em fase de pré-lançamento. A Embrapa dispõe atualmente de mais de 1.000 genótipos diferentes de capins híbridos. Também, algumas empresas têm desenvolvido pesquisa para o lançamento de cultivares de capins híbridos e detêm genótipos a serem lançados em breve. “Com relação à utilização de capins híbridos, na UFU iniciamos alguns trabalhos de pesquisa objetivando gerar pro-

tocolos de manejo para estes pastos. Da mesma forma, a Embrapa e empresas que comercializam sementes têm desenvolvido pesquisas neste sentido. O fato que deve ser levado em consideração é que existem atualmente poucas informações na literatura a respeito da utilização destes capins em sistemas de manejo no Brasil”, ressalta Leandro. Futuros estudos a serem desenvolvidos na UFU objetivarão determinar o manejo ideal para o Convert HD 364. Nestes estudos, serão definidas metas de pastejo para o manejo rotacionado, contínuo e pastejo diferido. Em breve, outros cultivares serão lançados pela Embrapa e por empresas privadas que têm trabalhado com melhoramento de plantas forrageiras. A expectativa é grande para o desenvolvimento de bons materiais e que estes venham a contribuir ainda mais com a pecuária nacional. “Diante das informações científicas que temos acerca dos poucos capins híbridos estudados atualmente, pode ser dito que melhorias virão para a pecuária. Este é o fruto de muito trabalho de pessoas envolvidas neste meio. Assim, o Brasil se destacará ainda mais no cenário mundial de produção, especialmente de carne e leite, que são os produtos oriundos das nossas extensas áreas de pastagens”, finaliza.


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Valente é o nome da empresa de Ângelo Roque de Oliveira e Simey Batista Gomes.

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Tecnologia

De Maria da Fé/MG, onde trabalhavam com

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agricultura familiar, escolheram a também mineira cidade de Carmo do Rio Claro/MG para dar continuidade à função de produtores. Estão no município há 13 anos.

O foco dos sócios era a agricultura familiar até o ano 2000. A partir desta época, resolveram investir em milho, soja e feijão, mas até o ano de 2007 não obtiveram grandes resultados em produtividade por falta de tecnologia. Naquele ano, a oportunidade de uma viagem técnica aos Estados Unidos transformaria a trajetória profissional dos sócios. Ao ver o quanto os americanos estavam à frente dos brasileiros na produção de cereais, utilizando a agricultura de precisão, resolveram investir na mesma tecnologia e trouxeram para o Brasil o que os produtores americanos já utilizavam para aumentar significativamente a produção e reduzir custos com adubação na lavoura. Ângelo e Simey perceberam que o futuro da agricultura estaria atrelado à gestão que utiliza de tecnologias e procedimentos para otimizar os sistemas de produção, tendo como foco a variabilidade da produção e dos fatores que envolvem essa variabilidade. Os produtores reconheceram que, embo-

ra o cereal fosse o mesmo, cada localidade, cada pedaço da terra, tinham as suas necessidades e era preciso entender e analisar cada uma dessas partes de forma específica para alcançar a produtividade ideal. Convencidos dos resultados dos produtores americanos, adquiriram equipamentos, softwares e foram em busca das altas produtividades. Assim surgiu a Valente Agricultura de Precisão. Ângelo e Simey foram pioneiros em Carmo do Rio Claro ao utilizar a agricultura de precisão, aplicando adubos em taxa variável, ou seja, levando para a terra somente aquilo de que ela precisa, evitando, desta forma, o aumento de custos ao mesmo tempo em que trabalhavam com o uso racional de adubos. Nesses quase sete anos de trabalho, a produtividade das lavouras em que atuam saltou em 30%. As áreas de atuação incluem o milho, a soja, feijão, o café e a cana; a empresa já conta com mais de 20 funcionários. A tecnologia foi dividida com os parceiros, que se tornaram clientes e puderem ver a sua produtividade aumentar significativamente. O uso racional de insumos agrícolas, a minimização de impactos ambientais e a maximização da qualidade, produtividade e do retorno financeiro, são pontos de trabalho da agricultura de precisão. Hoje a Valente Agricultura de Precisão atua em todo o planejamento de adubação para o plantio. O processo inclui a coleta de solo, análises, interpretação de análises e aplicação localizada de insumos.


A primeira etapa consiste na identificação da variabilidade existente no solo e dos diversos fatores da fertilidade. A análise correta do solo respeitando as diferenças é traduzida em mapas que indicam a quantidade correta de nutrientes como cálcio, magnésio, enxofre, fósforo, potássio e outros nutrientes que devem ser aplicados, conforme a necessidade de cada cultura. As máquinas adequadas e preparadas para a adubação com taxa variável concluem o trabalho. A Valente Agricultura de Precisão atende dezenas de produtores e está em fase de expansão. “Toda a nossa equipe é treinada e tem especialização em máquinas de agricultura de precisão e manejo de adubação. O produtor não sobrevive sem esta tecnologia”, afirmou Ângelo. Somente em Carmo do Rio Claro e região, a empresa trabalhou em 15 mil hectares de amostragem do solo. Além dos benefícios da tecnologia, que prevê a necessidade correta de nutrientes para o solo, Ângelo destaca os ganhos operacionais e financeiros. Nesse período de seca, por exemplo, em que a cultura não responde sem a chuva, os nutrientes aplicados na última adubação e não extraídos da terra pela falta de água estarão lá. Essa identificação gera menores investimentos para aqueles que optarem pela agricultura de precisão. “Se o produtor optar pela adubação convencional, vai perder dinheiro usando adubo mais do que o necessário”, ressaltou.

Com bons resultados em produtividade e economia na preparação da lavoura, a técnica conquista cada vez mais produtores Valente Agricultura de Precisão 35 3561 1218 www.valenteagriculturaprecisao.com.br

Agricultura

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agronegócios Edição especial capa dupla!

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Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.

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