Terra Boa Agronegócios - Ed 12 Mar/Abri 2014 - ExpoZebu 80 anos

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agronegócios ano 2 | edição 12 | Março/Abril 2014

Expozebu 80 anos A vitrine da pecuária nacional

Profissão

As belas fotos de Zezinho Peres

Pecuária de Corte O Nelore aos olhos de Paulo Lemgruber

Eleições

Os presidentes da ABCBS e Girolando




Colaboradores do Zebu Em 80 anos de Expozebu, muitos foram aqueles que contribuíram para a seleção genética das 10 raças registradas na ABCZ. Para cada uma delas, destacamos um criador, que representa nesta edição, todos aqueles que acreditaram e apostaram na criação do Zebu.

Brahman José Rubens de Carvalho, o Rubiquinho, da Fazenda Brumado, é tradicional criador de Brahman e Nelore, nos Estados de Goiás, Tocantins e São Paulo. Filho de Rubico de Carvalho, um dos criadores que promoveu a última importação de animais vivos da raça Nelore na década de 1960, e que alavancou o crescimento da raça no País. Herdou do pai o mesmo despojamento ao passar 10 anos em Houston, no Texas, gerenciando a Four Star Cattte, fazenda criada em parceria com americanos para motivar a criação do Nelore nos EUA e do Brahman no Brasil. Nesse período, conheceram as qualidades do Brahman e se tornaram um dos grandes criadores da atualidade.

Cangaian A raça foi trazida para o Brasil nas importações de 1962/1963. O registro genealógico foi fundado em 1988. O primeiro macho a ser registrado foi “Chumar” se Sérgio Jacinto Costa; a primeira fêmea foi “Dandaka”, também do mesmo criador. A raça vem sendo mantida pelos criadores Rui e Arlindo Drummond, na Fazenda Barreiro, em Ituiutaba/MG. Os criadores apostam no Cangaian pela pureza da raça.

Nelore José Carlos Prata Cunha, da Fazenda Fortaleza, é um dos herdeiros da tradicional marca VR, que completa 100 anos de criação e seleção da raça Nelore em 2014. Desde 1950, a marca está consolidada como referência em qualidade na criação do Nelore. Na década de 1960, liderada por Torres Homem Rodrigues, filho de Vicente Rodrigues, criador da marca, enviou para a Índia dois especialistas: o veterinário José Deutsch e José da Silva, o Dico, em busca de novos animais para a promoção da raça em terras brasileiras. Os animais mudaram a história do Nelore no Brasil. Hoje, com sede em Valparaíso mantém outras unidades de criação no Mato Grosso e Tocantins.

Guzerá Antônio Pitangui de Salvo é filho do pioneiro na criação da raça Guzerá no Brasil, o pecuarista Antônio Ernesto Wema de Salvo. Proprietário da Fazenda Canoas, é criador em uma das regiões de maior reduto da raça: Curvelo/ MG. A trajetória de seu pai na seleção genética da raça, bem como na atuação política organizacional foi passada para o filho. Antônio Pitangui de Salvo é presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil e mantém a seleção genética de animais promovida pela família há mais de 70 anos.

Indubrasil Elair Bachi é um dos jovens criadores da raça, no Sítio Tio Fiorindo, em São Silvestre-Paim Filho/RS. É o primeiro criador gaúcho a registrar seus animais na ABCZ. Iniciou na atividade em 2007 com animais direcionados para a produção de carne, mas estendeu seu criatório também para aptidão leite. Começou seu criatório com seis animais, mas já investe em seleção genética. Na Expointer/2013 os animais de Elair Bachi foram destaques.


Sindi Adaldio José de Castilho Filho é tradicional criador da raça Sindi, na Fazenda Novo Horizonte/SP. Os animais chegaram ao País em importações nos anos de 1936 e 1962 e, desde esse período, a família Castilho investe na raça, que conquista cada vez mais números expressivos e amplia criatórios por todo País, devido a sua dupla aptidão para o leite e para a carne. Entre as conquistas das Fazendas Reunidas estão os campeonatos de Melhor Expositor e Melhor Criador na Expozebu de 2013.

Gir Leiteiro Gabriel Donato de Andrade, da Fazenda Calciolândia, é engenheiro civil e pecuarista. Como engenheiro, fundou a Construtora Andrade Gutierrez, empresa que atua na construção pesada, concessão pública e telecomunicações. Como pecuarista, destaca-se na seleção genética da raça Gir Leiteiro. Trabalho iniciado em 1962 e que o fez detentor de um dos melhores plantéis da raça no País. É um grande incentivador de novas tecnologias agropecuárias de ponta adequadas às condições tropicais. Foi um dos líderes responsáveis pela implantação do teste de progênie para o Gir Leiteiro, em parceria com a Embrapa Gado de Leite, reconhecido como um dos melhores programas de seleção de zebuínos para a produção de leite em todo mundo.

Gir Beatriz Garcia Cid e Filhos mantêm na Fazenda Cachoeira, em Sertanópolis/PR, a excelência na criação do Gir Leiteiro, iniciada por seu pai Celso Garcia Cid, na década de 1960. Ele foi um dos pioneiros das importações de 1960 tanto da raça Gir, quanto da Nelore. O criatório da Fazenda 2C é um dos poucos no País que preservam até hoje linhagens de animais puros de origem importada, os chamados POIs, gado controlado pela ABCZ, que nunca foi cruzado com animais sem registro ou de genealogia desconhecida.

Nelore Mocho Ovídio Carlos de Brito, presidente do Conselho da Guaporé Pecuária (Marca OB), é filho de Ovídio Miranda Brito, criador da marca. Economista e pecuarista, Ovídio é criador no Mato Grosso e um dos maiores vendedores de touros no Brasil, com foco na produção de carne e muito investimento em Pesquisa & Desenvolvimento. Com mais de 65 anos na seleção genética dos animais, o Grupo OB tem um dos maiores rebanhos de gado PO registrado do País e o maior rebanho de Nelore Mocho. O registro do primeiro animal da raça na ABCZ é da Marca OB. Sua empresa foi a primeira a leiloar gado via satélite, em 1994, diretamente de Araçatuba/SP, e desde então promove leilões todos os anos.

Tabapuã A raça genuinamente brasileira foi originada na Fazenda Água Milagrosa, em Tabapuã/SP, na década de 1940, através do pecuarista Dr. Alberto Ortenblad, que manteve seu criatório até 2005, ano em que a fazenda foi vendida para o empresário Fabio Zucchi Rodas. Após o seu falecimento, em 2008, seus sucessores (Grupo Rodas), administram a fazenda, que manteve seu criatório. A raça Tabapuã é considerada a maior conquista da zootecnia brasileira dos últimos 100 anos.


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EXPEDIENTE EXPEDIENTE

Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 12 | março/abril 2014 Direção executiva Bolivar Filho Conselho editorial Bolivar Filho Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Dalton Filho / Thiago Ometto contato@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 terraboaminas@hotmail.com Redação Denise Bueno Isis Oliveira/Designer Ana Paula Rodarte/Estagiária Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@outlook.com Fábio Fatori fabiofatori@yahoo.com.br Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro www.issuu.com/terraboa Publicidade: terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

10 ESPECIAL Uberaba: polo nacional do Zebu

16 CAPA Os 80 anos da ExpoZebu

22 DEPOIMENTO A rentabilidade da safrinha

28 CURTAS O que acontece

34 LEILÕES Leilão Santa Luzia

38 ARTIGO Rebanho de Qualidade

40 PECUÁRIA DE LEITE A produção na Fazenda Triângulo

46 ASSISTÊNCIA TÉCNICA Parceiras da DeLaval

48 GALERIA Expo Nelore Passos

50 ARTIGO Controle de zoonoses

54 ARTIGO A história do Café

56 COMITIVA Tropeiros do século XXI

60 RODEIO Na arena com campeões


Leitores da TB Fábio Fatori - Fato Rural

Tive o prazer de receber a Revista Terra Boa, dezembro e Janeiro 2014, pelo correio e também pelas mãos do editor Bolivar Filho, que gentilmente me presenteou no Guarujá, onde moro, com mais alguns exemplares da revista, que quero descrever e parabenizar. Vou dar meus parabéns começando pelas capas, um primor de design gráfico por Dalton e Cleiton (tive o prazer de conhecer a ambos), com fotos espetaculares, de fotógrafos espetaculares que são Zzn Peres (capa Fernando Penteado) e Filipe Andrade (capa Triângulo Agro). No miolo, matérias muito boas, escritas pela talentosa Denise Bueno (a quem já tive a honra de dar entrevista), e nas coberturas fotográficas, o jovem, mas muitíssimo talentoso, Reginaldo Faria. Finalizando, parabéns principalmente a Bolivar Filho, que fez um brilhante trabalho até aqui (e já tem 2 anos) com muita garra, persistência, regularidade e, principalmente princípios, o que resultou em credibilidade do mercado, respeito, admiração por produzir uma Revista com R maiúsculo; não mais uma; não mais uma oportunista; mas sim uma revista bonita, gostosa de se ler, com fotos lindas de animais e fazendas, transmitindo em cores, um Brasil pujante, verde e rico de uma gente feliz e bem cuidada. Uma Revista feita por um cara do ramo, com perfil de empreendedor como são todos (ou quase todos) do setor de agronegócios do Brasil. Parabéns a todos, do cafezinho ao editor da Revista Terra Boa: uma revista que veio para dar informação e lazer, porque uma revista feita em couchê, valorizando as fotos e não só as notícias e matérias, dá também momentos relaxantes para contemplar o que o Brasil tem de melhor - nossas paisagens.

Os pioneiros da linhagem Lemgruber O guardião do original Nelore Lemgruber, Paulo Lemgruber, em sua casa no município do Carmo/RJ, com a edição da revista Terra Boa Agronegócios, que traz na capa Fernando Penteado Cardoso, também grande defensor da linhagem e seu guardião. Os dois criadores trabalham para manter a linhagem fechada preservando a originalidade dos animais importados por Manoel Lemgruber no século XIX.


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Ao leitor

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Grandes Comemorações Com esta edição, a Revista Terra Boa Agronegócios comemora os seus dois anos de publicação. É um marco para nossa equipe e um privilégio comemorar esta data na edição em que retratamos os 80 anos da ExpoZebu. Caminhada e tanto de muitos pecuaristas que, ao longo de oito décadas, fizeram de Uberaba, como o prefeito da cidade, Paulo Piau, nos disse em reportagem desta edição, a meca do zebu no Brasil. E como comemorar 80 anos e não retratar aqueles que marcaram essa história? Impossível. Assim, a nossa seção de colaboradores desta edição foi transformada em colaboradores do Zebu. Gostaríamos de destacar todos eles, mas os aqui lembrados representam toda a cadeia de pecuaristas que fizeram do Brasil o maior exportador de carne do mundo. Fomos buscar na fonte dados do início da criação da raça Nelore no País. Para isso, visitamos o Sr. Paulo Lemgruber, na sua fazenda São José, no município de Carmo/RJ. Lá pudemos conhecer a fazenda de Manuel Lemgruber, berço do Nelore no País, e entender um pouco mais da linhagem, a qual destacamos em uma série iniciada na última edição. Outro grupo que comemora muitos anos de atividade é o Grupo Cabo Verde, de Passos/MG. São 71 anos de tradição e 13 de leilões anuais da Fazenda Santa Luzia. Uma grande representatividade para os criadores da raça Girolando. Como o foco de todos é a profissionalização, nós também buscamos, através da informação, trazer orientações mais técnicas para os criadores. Esse material está retratado nos artigos de nossos colaboradores, profissionais reconhecidos da pecuária de corte e de leite, que dividem sua experiência com os nossos leitores. Coincidentemente, várias associações de raças iniciaram 2014 com nova diretoria. É o ciclo da vida que se renova, para que novas conquistas sejam associadas às consagradas pelas diretorias anteriores. Que as matérias desta edição possam ser fomento de novas conquistas para todos.

Grande Abraço e boa leitura! Bolivar Filho

Nas capas desta edição, Mercedita I FIV GGOL, da HVP, por Fábio Fatori, e montagem com imagens da ABCZ.

Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:

http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!

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Especial

Uberaba: polo nacional das raças zebuínas O prefeito de Uberaba, Paulo Piau, é engenheiro agrônomo e produtor rural. Foi eleito deputado estadual por três mandatos e também conquistou uma vaga na Câmara Federal, antes de assumir o cargo de executivo na prefeitura de Uberaba

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Nos seus 17 anos de vivência na vida pública, foi autor de 235 projetos e leis, e integrou 17 CPIs e comissões especiais, criadas para fiscalizar e discutir os mais diversos assuntos da sociedade. Também foi o relator do Novo Código Florestal Brasileiro na Câmara Federal. Em janeiro, apresentou um balanço de seu primeiro ano de governo, 2013, com seu plano de gestão para 2014, chamado de “Uberaba no Gás Total”. Na publicação de prestação de contas da prefeitura mostra a realização

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de mais de 500 obras e ações, entre elas muitas voltadas à valorização e crescimento do agronegócio. Pelas comemorações dos 80 anos da Expozebu, a maior feira de zebuínos do mundo, realizada em Uberaba, a Revista Terra Boa Agronegócios entrevistou Paulo Piau, para conhecer as ações que fazem com que o município se destaque não somente pelo crescimento das raças zebuínas, como também por outros segmentos que norteiam o agronegócio no Triângulo Mineiro. Confira abaixo a entrevista.


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TB - Qual é o desafio do prefeito de Uberaba, no ano em que a capital mundial do Zebu comemora os 80 anos de criação da EXPOZEBU? PP - Ser prefeito desta cidade é uma grande responsabilidade, pois 90% da carne e 80% do leite produzidos neste País têm sangue zebuíno. Por isso mesmo, estamos sempre de mãos dadas em parceira com a ABCZ para receber visitantes, para que eles vejam a pujança de nossa cidade e do gado zebu. A Expozebu Dinâmica, que também é um evento capitaneado pela ABCZ, é uma das grandes apostas de Uberaba. Acreditamos que a Expozebu Dinâmica irá agregar ainda mais valor a esta cadeia produtiva.

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TB - A cidade está nos primeiros lugares no ranking do agronegócio no País. Qual o desafio do município diante desse dado? PP - Uberaba é uma cidade tradicional neste segmento. Além do gado zebu, a primeira braquiária, a soja no Brasil Central, foram disseminadas no País depois de trabalhadas em nosso município. Fomos fornecedores de alimentos para a Guerra do Paraguai. A história de Uberaba com o agronegócio é uma história antiga e de sucesso, portanto ser um dos maiores PIB’s do agronegócio do Brasil é um título que nos dá orgulho e é merecido pelo que Uberaba fez pelo Estado, pelo País e pelo mundo, evidentemente. É claro que, para estar entre os primeiros do ranking, é preciso ter muita gente envolvida no processo. Em primeiro lugar, o produtor e o trabalhador rural, pois são eles, na verdade, que são os grandes responsáveis por esta marca. Depois as entidades de classe, universidades, institutos de pesquisa e fabricantes de insumos, máquinas e equipamentos e seus comerciantes,

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Paulo Piau, Aloizio Mercadante, Antônio Andrade, Anastasia e Dilma Rousseff no Parque Fernando Costa.

além do próprio Poder Público, que desenvolve pesquisa, ou assistência técnica de extensão rural e órgãos de financiamento da agricultura; ou seja, a exibição desta marca envolve muita gente que definitivamente tem comprometimento. TB - Uberaba tem outras conquistas. O que o senhor destaca na agropecuária do município nesse novo tempo? PP - Estamos na fase do sêmen, do embrião e já avançamos para o clone bovino. É uma tecnologia de ponta empreendida pela agropecuária Mata Velha, em parceria efetiva com a Embrapa e universidades. Estamos evoluindo, avançando. Somos o maior polo de fertilizantes da América Latina. Entramos na área de produtos para alimentação animal. O destaque fica por conta da tecnologia, com o Parque Tecnológico que está sendo desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em parceria com as universidades e institutos de pesquisa. Para mim, este é o grande desa-

fio do momento: desenvolver tecnologia e conhecimento. A Expozebu Dinâmica também faz parte deste contexto. TB - Mesmo com números expressivos, quanto o setor do agronegócio ainda precisa crescer em Uberaba? PP - Precisamos melhorar a armazenagem, estocagem e agregar valor aos produtos. Produzimos muito milho, soja, temos horticultura e leite. A ZPE – Zona de Processamento e Exportação, que estamos implantando, também agregará valor aos produtos. Precisamos fazer milho e soja virar embutido. Cada processo industrial deste vai agregar valor ao produto e, assim, faremos com que Uberaba aumente ainda mais seu PIB no agronegócio. TB - Quais são os projetos da prefeitura direcionados ao homem do campo e à produção agrícola? PP - Desde a política agrícola do município, que é desenvolvida junto


com as entidades e instituições correlatas, até a política pública desdobrada em assistência, principalmente, ao pequeno produtor, há envolvimento da prefeitura. Temos a compra dos alimentos produzidos pelo pequeno produtor, pelo agricultor familiar, que tem a garantia da comercialização do que produz, assistência técnica e apoio político. Temos aqui duas grandes vertentes: o apoio social ao pequeno e o apoio político ao grande produtor. A parte de mecanização, estradas rurais, ou seja, são inúmeros serviços que prestamos ao produtor. Mas o apoio político, com a parceria é fundamental. Temos agora o projeto Agrovila que levará infraestrutura às comunidades rurais, disponibilizando serviços como saúde, educação, segurança pública, habitação, saneamento básico, esporte e lazer, asfalto e energia elétrica, além de arranjos produtivos para as comunidades rurais.

TB - Em 2013, Uberaba conquistou o primeiro lugar do IDR (índice de Desenvolvimento Rural) no Sudeste e o sexto dentre as cidades do Brasil. O que esta conquista significou para o município e para a sua administração? PP - Nestes quase 200 anos de Uberaba, cada um deu a sua contribuição, seja o poder público, a iniciativa privada, mas, sobretudo, o agricultor e o agroindustrial. Na nossa cidade o agrocomércio se estabeleceu de forma definitiva. Eu diria que esta marca do IDR é importante, pois demonstra que os produtores têm uma qualidade de vida maior, como o trabalhador rural também. Para Uberaba isto é motivo de orgulho, pois significa que eles têm instrução, renda e longevidade. TB - Sendo produtor e engenheiro agrônomo, como avalia o agronegócio no seu município?

PP - Dizer que estamos felizes e satisfeitos não é verdade, pois buscamos sempre a fronteira do conhecimento e do desenvolvimento. Mas se nós somos tão importantes em nível nacional, significa que todos trabalharam: O Poder Público no âmbito Federal, Estadual e Municipal, mas, principalmente, a iniciativa privada. Todo este complexo de relacionamento dentro da cadeia do agronegócio fez com que Uberaba fosse uma cidade destaque. Como prefeito, tenho que dizer da responsabilidade de dirigir um município desta grandeza, pois o agronegócio é o maior negócio desse País. Quem faz o equilíbrio da balança comercial e sustenta as crises econômicas do Brasil são a agricultura e a pecuária. Se Uberaba está com destaque neste setor, temos destaque em nível nacional e, até em algumas áreas, em nível mundial.

A história de Uberaba com o agronegócio é uma história antiga e de sucesso, portanto ser um dos maiores PIB’s do agronegócio do Brasil é um título que nos dá orgulho e é merecido pelo que Uberaba fez pelo Estado, pelo País e pelo mundo Momento político no Parque Fernando Costa com o ex-presidente da ABCZ, Duda Biagi

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Capa

ExpoZebu

Comemora 80 anos

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Ao chegar a sua 80ª edição, programada para 03 a 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, a ExpoZebu se firma como a maior exposição de pecuária zebuína do mundo e como uma das principais vitrines para os avanços tecnológicos e genéticos que envolvem a produção de carne e leite no Brasil.

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A maior vitrine da


pecuรกria nacional Fotos: ABCZ

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O universo das raças zebuínas no Brasil se formou no início do século XX, com os primeiros animais trazidos da Índia por criadores que buscavam mais qualidade para o rebanho bovino brasileiro. O zebu se adaptou fácil ao clima brasileiro e a criação se fortaleceu tanto no país, que surgiu a necessidade de promover uma exposição que reunisse os principais criadores do Brasil. Realizada em 1906 em Uberaba, por iniciativa do criador Cel. José Caetano Borges, a primeira ExpoZebu já atraiu uma grande movimentação de pessoas, além de gerar grandes negócios e uma disputa acirrada entre os melhores animais de raças zebuínas do país. A partir daí, a Exposição só cresceu e se consolidou no cenário agropecuário como um dos principais eventos do gênero em todo o mundo, chegando a sua octogésima versão em 2014, com novas propostas para os criadores de zebu do século XXI. As primeiras edições da ExpoZebu foram organizadas pelo poder público até o ano de 1934, quando foi criada a Sociedade Rural do Triangulo Mineiro (SRTM) que, pouco mais de três décadas depois, transformou-se na Associação Brasileira de Criadores

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1ª EXPOSIÇÃO DE GADO EM UBERABA - FAZENDA CASSU - 1096

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de Zebu (ABCZ). A primeira edição da ExpoZebu organizada pela SRTM, em 1935, teve como meta a fixação de normas e critérios para o desenvolvimento e criação da pecuária zebuína no país. Foi o primeiro passo para tornar a ExpoZebu e a ABCZ referências mundiais em pecuária, “não só pelos serviços prestados na área de Registro Genealógico, como também nas ações de melhoramento genético, promoção das raças zebuínas e defesa dos interesses dos pecuaristas brasileiros”, informa Luiz Cláudio Paranhos, presidente da Associação. “Em um país com tão grande extensão territorial como o nosso e com tantas diversidades culturais, a entidade conseguiu consolidar inúmeras ações para a melhoria do nosso rebanho, o que, sem dúvida, contribuiu muito para que o Brasil alcançasse recordes importantes no setor do Agronegócio e se consolidasse como um grande fornecedor de carne bovina e também como um importante produtor de leite,” completa Luiz Claudio. A importância da ExpoZebu cresceu conforme a atividade pecuária no Brasil. A grande movimentação de produtores rurais em torno do evento atraiu a atenção de políticos, tanto que as visitas do Governador de Minas Gerais e do Presidente da República

tornaram-se tradição na exposição desde 1911, proporcionando importantes debates sobre a agropecuária. Ao fixar normas e critérios para a criação e o desenvolvimento da pecuária zebuína no Brasil, a ABCZ iniciou um dinâmico processo de enfrentamento dos desafios que envolvem a criação de gado zebu. A superação desses desafios pode ser comprovada com o crescimento do rebanho e a consolidação do país como um dos maiores produtores de carne e leite no mundo. Neste constante processo de busca de soluções, a ExpoZebu tem sido um importante meio de difusão de tecnologia direcionada à criação zebuína, característica presente desde a primeira edição do evento. “Os pioneiros foram, sem dúvida, grandes desbravadores e visionários, por terem tido a coragem de buscar em um continente totalmente desconhecido, enfrentando todo o tipo de adversidade, a genética que deu origem ao rebanho zebuíno brasileiro. Hoje o nosso grande diferencial são as tecnologias que foram incorporadas e que nos permitem fazer um trabalho de seleção ainda mais rápido e apurado. Cabe a nós sermos também visionários e investirmos cada vez mais naquilo que poderá nos trazer melhores resultados”, diz Luiz Claudio Paranhos. Diante da grande importância que a ExpoZebu tem para a pecuária brasileira, a ABCZ preparou uma edição especial para comemorar esta história de sucesso. “São 80 anos de história, mas muito mais que isso, são 80 anos de conquistas para a pecuária brasileira. Por isso, a ABCZ planeja uma edição histórica para comemorar as oito décadas de realização da ExpoZebu, com uma grande homenagem a todos aqueles que ajudaram a fazer da exposição e, consequentemente, da pecuária zebuína brasileira, referência mundial em produção de carne e leite”, conta o presidente da Associação. Com a evolução da genética e de outras tecnologias direcionadas à pecuária de corte e de leite, a ABCZ viu na ExpoZebu um importante meio de difusão destas novas informações. Por isso, nesta edição comemorativa da 80ª edição do evento, acontece pela primeira vez a ExpoZebu Dinâmica, um espaço para a demonstração das novas tecnologias descobertas. “Promover um


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evento para difundir as tecnologias da pecuária é urgente neste momento, as soluções são inúmeras, portanto termos uma vitrine com a chancela da ABCZ é altamente providencial”, explica João Gilberto Bento, coordenador da ExpoZebu Dinâmica. O evento será realizado em Uberaba, na Estância Orestes Prata Tibery Jr, entre os dias 07 e 09 de maio. Numa área de 70 hectares, serão demonstradas soluções tecnológicas para melhoria do desempenho e renda das pequenas, médias e grandes propriedades de produção de carne e leite. Cerca de ¾ das terras produtivas brasileiras são ocupadas pela pecuária. Com um rebanho tão numeroso, a necessidade de um evento com as características da ExpoZebu Dinâmica era cada vez maior. A grande expectativa de produtores e empresas do setor pecuário com o evento dá indícios de que a meta de transformar a ExpoZebu Dinâmica em um evento tão representativo quanto a ExpoZebu será atingida rapidamente. “A ideia não é concorrer com a ExpoZebu e sim criar condições de oferecer ao visitante um pacote pecuário o mais completo possível”, explica João Gilberto, informando que são esperados cerca de 20 mil visitantes nos três dias de evento. A realização da ExpoZebu Dinâmica também é um suporte ao projeto “Zebu de ponta a ponta”, desenvolvido pela ABCZ para fomentar a criação das raças zebuínas, destacando suas vantagens

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e importância na pecuária brasileira e, consequentemente, no cenário mundial. “O futuro da pecuária passa pelo investimento em tecnologias que começam na genética e terminam na mesa do consumidor, passando pelo melhoramento genético, produção de alimento para os animais, manejo sanitário e tudo o mais que compõe o conjunto de soluções para termos uma pecuária cada vez mais moderna, competitiva e sustentável”, explica o coordenador da ExpoZebu Dinâmica. Mas o lançamento da ExpoZebu Dinâmica não é o único foco da 80ª edição da ExpoZebu. Além de homenagear os criadores pioneiros, a intenção da ABCZ também é fortalecer as ações já existentes que, de alguma forma, fomentem a pecuária. “A ExpoZebu é uma feira referência no setor. O que há de melhor no país em termos de raças zebuínas pode ser encontrado nos pavilhões do Parque Fernando Costa e comparado nas pistas de julgamento, além de poder ser adquirido nos tradicionais leilões”, explica o presidente da ABCZ. A consolidação da ExpoZebu e de outras ações de incentivo à pecuária zebuína fortaleceu a ABCZ e a elevou ao posto de maior associação pecuarista do mundo, o que traz reflexos altamente positivos em suas relações institucionais. “Em nossas viagens pelo país, durante as exposições, leilões,


nas reuniões com criadores, dias de campo e outros eventos que temos a oportunidade de acompanhar, percebemos um grande respeito pela ABCZ, inclusive, do setor político que sempre nos recebe muito bem em Brasília. Esse respeito é motivo de orgulho para nós que estamos à frente da diretoria da ABCZ neste momento. Por outro lado, faz com que o nosso senso de responsabilidade seja ainda maior, porque sabemos que muito é esperado de nós. Nosso compromisso é tornar a pecuária brasileira cada vez mais competitiva, moderna e sustentável”, conta Luiz Claudio Paranhos. Para comemorar os bons resultados, a diretoria da ABCZ tem dado atenção especial à 80ª Expozebu que é o grande ponto de encontro da pecuária zebuína nacional e internacional. ExpoZebu De 03 a 10 de maio Parque Fernando Costa - Uberaba/MG

www.abcz.org.br

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Depoimento

aumenta rentabilidade na entressafra A entressafra pode ser um período de boa produção, se o produtor rural optar pelo segundo plantio ou “safrinha”. A prática intensificada entre os meses de janeiro e março, cresce ano a ano com as facilidades do plantio direto.

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A produção de milho na safrinha, que a princípio era marginalizada pelos produtores, hoje vem favorecendo a alimentação dos animais, a proteção do solo e o aumento da rentabilidade no período da entressafra. O produtor Cláudio Paim Beraldo, 49, é um dos que apostam nesta opção de plantio. Proprietário da fazenda Ypê, em São João Batista do Glória/MG, cultiva milho, soja, feijão, sorgo e girassol. Com produção de leite de 15 mil litros/ dia, o plantio do milho na safrinha é essencial para a alimentação do

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seu rebanho. No ano passado, foram colhidas 121 sacas na safrinha em área de milho sobre milho. A sua produção na safra 2013/2014 chegou a 55 toneladas de silo por hectare usando a variedade 2B688. Onde sobrou o milho do silo, colheu-se milho para grão com produtividade de 192 sacos por hectare. Apesar dos resultados satisfatórios, a falta da chuva nos últimos meses foi um grande impasse para o cultivo do milho. Mas a tecnologia e a ciência ajudam a amenizar parte desses problemas, como no caso da semente escolhida. Por isso, os pro-

Cláudio Pain Beraldo em lavoura de milho, na Fazenda Ypê


dutores buscam por sementes que se adaptem melhor às diferentes safras e às condições climáticas. Cláudio Beraldo optou pelo uso do híbrido da Dow AgroSciences 2B 710 PW, que é um milho de alta produtividade, rústico e resistente para a safrinha. “Eu acho que esta variedade responde mais do que as outras, se fosse um milho de outra qualidade, renderia menores quantidades, disse o produtor. Segundo Cláudio, entre as vantagens do cultivo da safrinha está a possibilidade de boa lucratividade, muitas vezes não alcançada no período da safra. “Nós trabalhamos em terras caras, a safrinha é uma maneira de melhorar a rentabilidade por hectare”, afirmou.

Produção garantida O produtor Nilceu Soares Vilela, 68, é proprietário da fazenda Primavera, em São João Batista do Glória/MG. Com uma área de 120 hectares destinados ao plantio de milho, ele tem alcançado bons resultados com as sementes da Dow AgroSciences. O híbrido utilizado por Sr. Nilceu é o 2B 688PW para silagem, uma variedade precoce que tem como ponto forte a produção de silagem e grão úmido, sendo altamente resistente à seca. O produtor já faz uso da variedade há aproximadamente cinco anos e diz ter sempre boa produtividade. “Ele tem uma quantidade de grãos na silagem que impressiona”, afirmou o produtor. A silagem é fator primordial para manter a produção de 2.900 litros de leite/dia na Fazenda Primavera. Para

esta produção, o Sr. Nilceu mantém 140 vacas em lactação. Parte da sua produção, ou seja, 80 hectares são destinados à silagem. Os 40 hectares restantes são utilizados para a comercialização do milho. O produtor considera bom o retorno obtido com o 2B 688PW, tanto na parte de silagem, quanto na parte da dieta completa dos animais. “Nós aumentamos bem a produtividade do leite e tenho certeza que é devido ao milho”, comentou. Mas em busca de melhor produtividade, Nilceu utilizou na safra anterior a variedade 2B 810PW que produziu 274 sacos/hectare. A consultoria na Fazenda é feita pela Triângulo Agro. Segundo o produtor, esta assistência tem sido fundamental para o aumento da produtividade na fazenda. “Nós sempre recebemos a orientação do Marco Pollo, sócio-diretor da Triângulo Agro e do Bruno, vendedor técnico. Hoje, eu planto essa variedade, mas tenho a certeza que se surgir variedade melhor eles nos indicarão o que é melhor para a produção em nossa propriedade”, afirmou Nilceu.

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Nilceu Soares Vilela e seu filho Fernando, na Fazenda Primavera, em São João Batista do Glória

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Curtas

Treinamento Alunos do Centro Acadêmico do curso de Engenharia Agronômica da FESP/UEMG, campus de Passos/MG, montaram stand no Parque Adolfo Coelho, durante a 51ª EXPASS, para assessorarem os trabalhos na pista de julgamento dos animais das raças Nelore, Gir Leiteiro e Girolando, avaliados para as etapas regionais e nacionais do ranking das raças. Entre os trabalhos estava também a assessoria na pesagem do leite durante o Torneio Leiteiro e palestras. Entre os temas abordados ‘Genética Animal’, palestra ministrada pelo médico veterinário Lucas Eduardo Pereira Coimbra.

Muares Em Biritiba Mirim/SP, nos dias 12 e 13 de abril, acontece a Festa de Tropeiros, no Sítio Nossa Senhora Aparecida. O evento reunirá cavaleiros e tropeiros que participarão de provas de muares e equinos de marcha e 3 tambores de muares. No domingo, dia 13, uma cavalgada está programada com saída do Sítio Nossa Senhora Aparecida, local da prova, com destino à Igreja Matriz de Biritiba Mirim.

Cenário da seca O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Zé Silva, e secretários de sete Estados do Nordeste buscaram em Brasília recursos para amenizar a queda da produção agrícola em decorrência da seca. Entre as propostas estava a renegociação de financiamentos agrícolas. De acordo com o secretário mineiro, existe a necessidade de disponibilização de milho dos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a alimentação do rebanho do Estado. O grão seria transportado das regiões do país onde ainda há disponibilidade de milho.

Principais perdas Feijão 70,4 mil toneladas - 11% da safra mineira Milho 1, 5 milhão de toneladas- 21 % da safra | março/abril 2014

Soja 340 mil toneladas, 9% da safra

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Os números divulgados pela Emater foram consolidados com base nos levantamentos em 65% da área plantada de feijão, 60% da área cultivada de milho e 67% da área de soja.


Agroecologia e Produção Orgânica

O ano de 2014 começou para os cariocas com mais um grande evento da Associação dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha do Estado do Rio de Janeiro (RJQM). A 4ª Etapa do XXVIII Campeonato Estadual RJQM aconteceu entre os dias 7 e 9 de fevereiro no Centro Hípico de Sapucaia. Foram 3 dias com provas de 3 Tambores, 6 Balizas, Laço de Bezerro, Team Penning e GP RJQM. Para o presidente da RJQM, Frederico Mendonça, os números foram muito bons. “Tivemos um total de 473 inscrições, com 200 animais participando do evento e R$66.661,00 distribuídos em prêmios”. O proprietário do Centro Hípico, Carlos Castro, elogiou o evento. “Estamos no caminho certo, com um número médio de inscrições muito bom. De nossa parte, procuramos sempre melhorar para oferecer boas condições aos competidores. Para construir nosso Centro, viajamos para os melhores centros hípicos da Europa e Estados Unidos. Pensamos no clima do local escolhido e também na altitude para beneficiar animais e atletas”, explicou.

Minas Gerais é o primeiro estado a implementar uma Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica. Sancionada pelo governador Antonio Anastasia, a Lei nº 21.146/14 tem como objetivo ampliar e fortalecer a produção, o processamento e o consumo de produtos agroecológicos, orgânicos e em transição agroecológica, com ênfase nos mercados locais e regionais. As ações serão destinadas prioritariamente aos agricultores familiares, urbanos e aos povos e comunidades tradicionais. O Estado conta, atualmente, com 366 agricultores orgânicos certificados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que é o órgão responsável pela garantia da qualidade orgânica dos produtos em todo o país.

Números da Produção Orgânica Mundo – Aproximadamente 1,4 milhão de produtores orgânicos no mundo. Área plantada de 67 milhões de hectares. Movimenta aproximadamente R$ 50 bilhões

A edição de 2014 do Circuito ExpoCorte (nova denominação do Circuito Feicorte) já tem tema e cidades definidos. O evento, que em 2013 teve a participação de mais de 7 mil pessoas em cinco etapas, representando cerca de 100 milhões de cabeças de gado, discutirá esse ano “Como conseguir o máximo de minha propriedade”. A primeira etapa será em Cuiabá/MT nos dias 19 e 20 de março, no Centro de Eventos do Pantanal. O evento passará ainda por Campo Grande/MS, Uberlândia/MG, Ji-Paraná /RO e Araguaína/TO. “O evento, formatado de forma customizada, vem percorrendo, desde 2012, as principais regiões de produção de gado de corte do Brasil para difundir conteúdos de referência e levar ao pecuarista as tecnologias disponíveis para o desenvolvimento do seu negócio, através das empresas de destaque em cada segmento e da contribuição de importantes especialistas do mercado, que discutem com o produtor como aprimorar sua produção. A edição de 2014 será realizada pela primeira vez em locais como Araguaína e Uberlândia, além de voltar a regiões que tiveram resultados excelentes. Isso mostra que o formato do evento, pensado para levar tecnologia, conhecimento e discussão para onde o produtor está, é muito acertado”, afirma Carla Tuccilio, diretora da Verum Eventos, empresa que está à frente do Circuito ExpoCorte e da ExpoCorte São Paulo, que ocorre de 24 a 26 de junho, em São Paulo/SP.

Brasil – Maior mercado consumidor da América do Sul. Expectativa de movimento em 2013 de US$ 2 bilhões Minas Gerais – 366 agricultores orgânicos certificados pelo Ministério da Agricultura

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BRAFORD EM EXPANSÃO O manejo de animais Braford teve início no sul do País, mas com a sua trajetória de expansão além dos pampas, a raça ganha cada vez mais espaço nos rebanhos de todo o Brasil. Características como fertilidade, precocidade, musculosidade, volume e qualidade de carne, capacidade de adaptação aos trópicos e valor híbrido fazem com que a raça seja uma opção vantajosa dentro da perspectiva da produtividade na pecuária de corte. Pela importância da raça e por entender que o Brasil tem um dos melhores Braford do mundo, a equipe da CRI Genética passou a contratar touros para comercialização de sêmen. Com a contratação de Gladiador, em 2013, a CRI Genética difunde a raça com três touros em sua bateria. A escolha por esse animal, destaque no leilão de outubro/2013 da Estância Bela Vista, foi baseada na performance superior e nas características fenotípicas do touro, que demonstrou muita musculosidade, caracterização racial, boa pigmentação e opção de acasalamento interessante.

foto Berrante Comunicação/Juliano Guerra

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Teste genômico

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Pecuária de Precisão. Essa é a proposta da CRI Genética com o lançamento do Precise Genomic Testing, um “Preciso” Teste Genômico que auxiliará no programa de melhoramento genético de fêmeas bovinas. A partir de 2014, a central passa a disponibilizar análise genômica, através do uso de milhares de marcadores moleculares para as raças Holandês, Jersey e Pardo Suíço, em animais puros. Com o processamento do teste, é possível conhecer o ranking dos melhores animais de um rebanho, sejam bezerras, novilhas ou vacas em produção. Isso porque os marcadores moleculares, usados na avaliação, agem no material genético coletado do animal, apontando se, em seu DNA, existe ou não o gene de determinada característica. A partir do teste genômico é possível decidir, logo nos primeiros meses de vida dos animais, quais devem permanecer no rebanho e como devem ser recriados. Enquanto no teste de progênie demora-se mais de cinco anos para se obter resultados, com o genômico, o produtor poderá ter um claro poder de decisão logo após o nascimento do animal, acelerando o processo de seleção e melhoramento, diminuindo gastos e aumentando a lucratividade.

Cafe Nos primeiros meses do ano, o clima seco na Região Sudeste impulsionou novamente os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York. Investidores temem que a falta de chuvas tenha causado danos significativos às lavouras de café dessa região, que inclui o maior estado produtor do grão que é Minas Gerais.


Brasil em Bruxelas Certos de que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e União Europeia é essencial para o agronegócio brasileiro, a presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu, e mais 16 empresários participaram em Bruxelas do Fórum Empresarial. Na avaliação da CNA, a assinatura de um acordo com a União Europeia será um marco para que o Brasil possa abrir novas frentes de negociações comerciais, que têm importância crucial para ampliar o acesso a mercados dos produtos agropecuários. O agronegócio é responsável por 22,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. O setor agropecuário como um todo gera 37% dos empregos formais do Brasil e suas exportações representaram, em 2013, 41,3% do total de vendas ao exterior do país. A UE é o destino de 22% do total das exportações brasileiras.

Há mais de 25 anos na administração da Associação Paulista dos Criadores de Nelore (APCN), Evaldo Rino Ribeiro, passou a presidência para José Eduardo Meireles Filho, mais conhecido como Dindo. Com a experiência adquirida nesse período passa a contribuir como diretor-financeiro. “Estamos desde os tempos de Ubaldo Oléa e Jaime Nogueira Miranda nos dedicando a construir um alicerce, uma base sólida, nesta, que é hoje, uma instituição respeitada, responsável pelo fomento de todos os eventos da raça Nelore do estado. Ela é a única associação que participa de todas as exposições paulistas de Nelore e prima pelo incentivo aos novos selecionadores e às pequenas exposições, para que continuem a promover a nossa raça e nossos criadores” relatou Evaldo, experiente criador e empresário reconhecido. Para a nova diretoria ele deixa equipe consolidada, competente e respeitada pelo mercado, que dá suporte técnico e veterinário, através de convênio com a UNIMAR (Universidade de Marília). Uma sede muito bem montada no parque de exposições de Bauru que abriga escritório plenamente equipado nas áreas de TI, comunicação, mobiliário, veículos, técnicos fixos e outros credenciados que acompanham o Ranking Paulista. Perguntado sobre o que planeja, o novo presidente afirma, com humildade, que pretende divulgar o Nelore, seguir os princípios do mestre Evaldo e se dedicar muito a um trabalho que ama fazer: aprender de Nelore. “Me doar à causa de promover a mais importante raça bovina do mundo no estado de São Paulo é uma honra pra mim” finaliza Dindo Meireles.

Brahman Alexandre Coccapieller Ferreira é o novo presidente da ACBB (Associação dos Criadores de Brahman do Brasil). A eleição ocorrida em 17 de fevereiro elegeu diretoria para mandato de 2 anos. Compõem a nova diretoria o Vice-Presidente: Ovídio Carlos Cunha de Brito; Secretários: Moisés Fernandes Campos; Adalberto Cardoso; Charles Wanderley Maia;Daniel Teixeira Dias; Manoel Afonso de Almeida Filho; Miguel de Paula Xavier Neto. Diretoria-Executiva: Diretor-Tesoureiro: Daniel Teixeira Dias; Diretor-Secretário: Charles Wanderley Maia; Diretor de Marketing: Fábio José de Faria Camargos.

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Embral leilões, 33 anos dedicados ao leite AGRINDUS AUMENTA A SUA PRODUÇÃO A meta é chegar a 22 milhões de litros de leite

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! Opor tunidade de ouro Anual de fêmeas

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s promove o 5º Leilão No dia 12 de abril a Agrindu TE do melhor o genética, filhas por FIV e açã ali av com as tod s, en será jov top 100. O show de genética ros tou com s ora ad do de e tim Viva. nsmissão ao vivo pelo Terra em Descalvado/SP com tra

Tendo como meta 1.700 vacas Holandesas puras em lactação, a Agrindus possui hoje o maior rebanho do gênero no Brasil – com quase 4.000 fêmeas, 100% registradas na Associação Brasileira da Raça Holandesa e com total controle oficial. Com alto desempenho produtivo gerou 18 milhões de litros de leite em 2013 e projeta para 2014/2015 chegar a 22 milhões de litros - um salto de 22,2%. Esse crescimento se deve em parte à expansão feita em 2012 de 25% da área de free stall (baia livre) para vacas em lactação (totalizando 1.560 baias). A empresa – que detém a marca própria Letti (iniciada em 2007), se destaca por várias inovações nestes quase 70 anos de existência. Exemplos: há mais de 20 anos adota o sistema free stall com dieta completa. Em 1996 houve outro salto tecnológico com a instalação da ordenha 2x18 “sidebyside” para 200 vacas por hora, utilizando três ordenadores em novo free stall. Em 16 anos (1997-2012), a nova unidade da Agrindus produziu 201 milhões de litros. Em 2006 a empresa já produzia 30 mil litros por hectare/ano, em três ordenhas, 24 horas por dia. Há dois anos a Agrindus adota espaço modelo: brete “sidebyside” 2x30 com subsolo, para ordenha de até 330 vacas por hora. Hoje a média é de 50 mil litros por dia.“Os animais são criados em condições completas de bem-estar, têm conforto, ótima alimentação e liberdade para caminhadas, descanso e banhos de sol”, explica o diretor da empresa Roberto Jank Junior.


Leilões oficiais com credibilidade A Associação Mineira de Gado Holandês possibilita agora o melhoramento genético assistido pelo Genoma. Em 2014, além dos eventos tradicionais que realiza, a Associação pretende lançar programa exclusivo para o gado Holandês na TV e leilões oficiais, com credibilidade. “Temos um promissor mercado para 2014, com procura intensa por animais de genética superior e, como sempre, contaremos com a Embral, nossa parceira de muitos anos e que, assim como a Associação Mineira, vive do leite e para o leite!”, avisa Leonardo Moreira.

Barreiro Branco abre a cabeceira

Excelência dos Araxás Os criadores mineiros Pedro Ananias Aguiar (Fazenda Congonhas, de Araxá), Luiz Carlos Rodrigues (Genética NovaTerra, de Conquista) e Daniel & Magnólia Silva (Fazenda Valinhos, de Monte Alegre) promovem o 4º Leilão Girolando Excelência dos Araxás, dia 4/4, às 20h, no Parque de Exposições de Araxá. Serão 40 lotes, sendo 19 lotes de convidados especiais. Transmissão ao vivo pelo Canal Terra Viva. Imperdível!

A Fazenda Barreiro Branco, Abaeté/MG, se destaca pela excelência de matrizes das raças Gir Leiteiro e Girolando. É a máxima qualidade de seu plantel que estará à venda no 1º Leilão Gir Leiteiro e Girolando da RTPA. Serão 65 exemplares selecionados pela mão de Ricardo Cordeiro Toledo, dentre eles 47 novilhas Gir Leiteiro prenhas ou inseminadas, 8 touros da raça Gir Leiteiro, 10 novilhas F1 (livro fechado), filhas de doadoras Gir Leiteiro de alta lactação. Dia 22, às 14h com transmissão pelo Terra Viva.

Reserva especial Girolando Em sua 13ª edição, o Leilão Fazenda Santa Clara traz para o tattersall a reserva do plantel ofertando 130 vacas em lactação e 100 novilhas 7/8 de sangue. Marcílio Torres traz exemplares de eficiência produtiva testada pelo mercado. Acontece no próximo dia 23/3, em Bela Vista de Goiás, com transmissão ao vivo pelo Novo Canal.

Referência de qualidade! A Fazenda Araras, de Fernando Dela Corte, vai colocar a cabeceira à venda. São 230 fêmeas Girolando registradas sendo 160 vacas 1/2, 3/4 e 7/8 de 1ª cria recém-paridas e 70 novilhas 3/4 e 7/8 amojando. Produção diária de 9.000 litros de leite. É o 5º Leilão Anual Juventude & Produção que será realizado em Morrinhos/GO, dia 13/4, às 14h. Transmissão pelo Terra Viva.

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Leilões

Grupo Cabo Verde comemora 71 anos em

tradicional leilão da Raça Girolando O último final de semana de abril vai entrar para a história do Grupo Cabo Verde. A Fazenda Santa Luzia, em Passos/MG, será palco das melhores oportunidades em negócios de genética leiteira da raça Girolando no país, durante a 13ª edição do Leilão Anual Girolando Santa Luzia, que já se tornou uma tradição no setor, e do 4º Leilão Noite de Gala

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Um arremate que oferece animais de altíssima qualidade e atrai um público aproximado de mil investidores. Os arremates começam na sexta-feira, dia 25, com o Leilão Noite de Gala. “Teremos a oferta de animais de destaque, pinçados com a ajuda do Boi Assessoria, no universo total dos animais da Santa Luzia e de nossos parceiros. Será uma grande oportunidade para adqui-

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Fotos: Gustavo Ribeiro

rir animais que possam contribuir com o melhoramento genético do rebanho Girolando”, disse Maurício Silveira Coelho, diretor da Fazenda Santa Luzia. “Algumas novilhas seguirão prenhes de embriões das principais doadoras da Santa Luzia, portanto, os investidores levarão uma genética de excelente qualidade, e, no ventre, uma geração à frente em termos de qualidade e avanço genético.

Trabalhamos para que o leilão sempre supere as edições anteriores, devido ao trabalho de melhoramento genético da fazenda que produz um grande número de animais, o que permite uma rigorosa seleção dos melhores indivíduos”, comenta. De acordo com um dos grandes parceiros da Santa Luzia, o diretor geral da Xapetuba Agropecuária, Thiago


Silveira, investir na genética Girolando da Fazenda Santa Luzia é ter a certeza do retorno almejado. “O trabalho de seleção genética desta fazenda é muito bem conduzido, prova disso são as inúmeras fêmeas de destaque nas pistas e torneios leiteiros que já fizeram ao longo de décadas. Acho que todo criador procura acertar na compra, e uma conquista da Santa Luzia significa credibilidade no mercado, condição adquirida através da seriedade que a família Cabo Verde conduz seus negócios”, ressalta.

lido da biotecnologia da FIV, multiplicando as suas melhores doadoras”, explica. Maurício ainda ressalta que os participantes do leilão encontrarão animais de primeira linhagem. “Serão mais de 300 animais, mais de cem vacas jovens em início de lactação, além de 120 novilhas prenhas e algumas bezerras de destaque, que serão ofertados no leilão do dia 26. E nesse ramo de negócio a evolução não pode parar. “Uma das principais ações de destaque da fazenda em

2013 foi o emprego maciço de embriões de FIV em vacas leiteiras. Foram mais de 3.500 embriões implantados, gerando 1400 prenhezes e, como resultado disso, esperamos um avanço genético ainda mais acelerado no rebanho e um número ainda maior de fêmeas. Serão 80% de partos de FIV com 90% de fêmeas geneticamente superiores”. De acordo com o veterinário do Grupo Confiança Genética, que tem mais de 30 anos de experiência na pro-

A busca permanente da qualidade Maurício admite que é um grande desafio ser referência em leilão da raça Girolando, com reconhecimento pelo trabalho realizado há décadas. “Em 2014 comemoramos 13 anos consecutivos de realização dos leilões da Santa Luzia. Isto só é possível quando se tem uma reprodução eficiente das vacas, garantindo a reposição normal do rebanho e ainda o excedente para venda. Temos aí talvez o maior desafio: produzir animais geneticamente superiores a cada nova geração. Para isso, a fazenda Santa Luzia tem se va-

Maurício Silveira Coelho Diretor da Fazenda Santa Luzia

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Adilson da Matta Andrade Veterinário do Grupo Confiança Genética

Thiago Silveira Xapetuba Agropecuária

fissão, Adilson da Matta Andrade, a genética Girolando da Fazenda Santa Luzia não é simplesmente uma questão técnica. “Tenho a Santa Luzia como referência, pois além do profissionalismo técnico, eles mantêm a paixão para com o criatório de gado leiteiro; de onde vem a grande dedicação e, consequentemente, a conduta ética e política em relação ao meio. Estão sempre envolvidos com grande destaque em eventos da pecuária leiteira e agronegócio”, ressalta. Adilson relata que há mais de 20 anos indica para criatórios a compra de animais Girolando da Santa Luzia. “Há dois anos, como coordenador do ‘Grupo Confiança Genética’ estamos adquirindo animais de ponta da Santa Luzia para fazer parte do seleto grupo de nossas doadoras. A grande preocupação da Santa Luzia em passar o negócio para as próximas gerações da família, como já acontece há três, rege uma conduta ímpar em termos de comprometimento com o resultado; assim como em relacionamento com funcionários, parceiros, clientes, compradores e, logicamente, com grande diferencial em produtividade devido à qualidade em quantidade. Por tudo isto, tenho certeza na hora de adquirir ou indicar a genética Santa Luzia”, enfatiza o veterinário.

Parceiros A Fazenda Santa Luzia possui diversos parceiros que têm em comum o mesmo objetivo: a maior eficácia através do melhor rebanho Girolando. Luís Fernando Dela Corte é um deles. Em sua propriedade, a Fazenda Araras, em Morrinhos/GO, onde é pecuarista há sete anos, ele trabalha somente com animais da raça Girolando para a produção leiteira de 15 mil litros/dia e para concursos em pista. Segundo ele, o criatório da Fazenda Santa Luzia é o primeiro do país. “Eu destaco a seriedade do trabalho do Maurício Silveira Coelho. Classifico a Santa Luzia como o primeiro criatório do Brasil, o restante aprende com ele”. Luís também destaca o grau de sangue ¾ dos animais da Santa Luzia, o preferido por ele para as suas atividades. É parceiro da Santa Luzia há dois anos. Luís Fernando Dela Corte – Pecuarista - Fazenda Araras – Morrinhos/GO.

Fazenda Santa Luzia 35 3522.1075 www.grupocaboverde.com.br

Luís Fernando Dela Corte – Pecuarista Fazenda Araras – Morrinhos/GO

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Leiteiro Leilão Virtual Gir Can São José do Can

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das 10:30 hs, No dia 27, domingo, apartir do do Leite, no Agrodurante o programa Merca ual Gir Leiteiro São Canal, acontece o Leilão Virt l serão ofertadas beJosé do Can Can, no qua Gir Leiteiro da mais zerras, novilhas e tourinhos das melhores doaalta qualidade, fruto de FIV . A Fazenda São José doras São José do Can Can dos principais planteis do Can Can tem hoje um comandada pessoalde Gir Leiteiro do Brasil, e é Coelho Vitor, que no mente pelo patriarca José os, tem saboreado o auge dos seus mais de 80 an mais nos principais gosto da vitória dos seus ani vários recordes natorneios leiteiros do pais com ão leiteira. cionais e mundiais de produç Can, orgaCom este leilão Virtual da Can , finaliza o final de nizado pela Nova Sat Leiloes po Cabo Verde. semana de negócios do Gru

A Santa Luzia A Fazenda Santa Luzia dedica-se à atividade leiteira, sendo pioneira no cruzamento de gado zebuíno com taurino na região Sul e Sudoeste de Minas. Com um plantel de 3.500 fêmeas Girolando, sendo mil em lactação, produzindo diariamente 18 mil litros de leite, a Santa Luzia está entre as maiores fazendas especializadas na atividade leiteira do país, segundo o ranking Top 100 MilkPoint. Toda essa produção é alicerçada num rigoroso programa de seleção e melhoramento genético do Girolando, que já rendeu à Santa Luzia vários títulos de Melhor Criador e Expositor Nacional, além de muitos recordes de produção e valorização dos seus animais.


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Artigo

Rebanho de Qualidade

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Duas décadas de trabalho pelo melhoramento genético do rebanho nacional mostram as conquistas de consultores e criadores

Ao longo da minha experiência profissional como zootecnista, acompanhei a transformação do rebanho nacional. Consultor da CRV Lagoa há 22 anos, com especialização em pecuária leiteira, acompanhei a evolução do gado holandês PO nas exposições e a sua consolidação como gado especializado em produção. Vivenciamos também a ascensão do Gir Leiteiro e o resultado do cruzamento entre as raças Gir Leiteiro e Holandês, que originou o Girolando. Como aqui falamos sobre raças leiteiras; a forma de pagamento do leite, nesse período, também sofreu mudanças. Além do volume, hoje, consideramos como moeda a qualidade, a proteína, a Contagem das Células Somáticas. Competir e produzir nesse cenário com produtividade e qualidade não é tão difícil como a maioria dos produtores pensam, mas exige disciplina e conhecimento para poder concorrer de igual para igual com aqueles que já utilizam dessas ferramentas. Só crescemos em nossa atividade quando temos conhecimento. Na pecuária de leite não é diferente. Entre tantas técnicas disponíveis para o melhoramento genético do rebanho, destaco a Inseminação Artificial e a IATF que controla o intervalo entre partos. Técnicas conhecidas pela maioria dos produtores, mas, muitas vezes, não

utilizadas da maneira correta diante dos custos operacionais. Assim, criamos nos últimos anos uma forma de consultoria diferenciada que leva a informação in loco, ou seja, a Inseminação Artificial Volante vai até a fazenda do produtor. Com este programa, procuramos diminuir os custos operacionais e atender a demanda de pequenos e médios produtores. O trabalho é mais extenso e criamos também ações para treinamento das equipes nas fazendas. Se a nossa intenção é levar informação e promover a melhoria genética do rebanho, com menores custos, firmamos parcerias para garantir essa atividade com cooperativas, sindicatos e prefeituras. Conhecer o mercado em que atua e as melhores opções de acasalamento em busca de qualidade e produtividade é fundamental para ter sucesso em qualquer atividade da pecuária. Para oferecer essas informações aos produtores tenho que “beber” da fonte, ou seja, tenho que buscar informações na fonte, que, no meu caso, é a CRV Lagoa, empresa para qual trabalho há 22 anos. Experiência é o que não lhe falta. No Brasil são 40 anos de atuação e mais de 140 anos de seleção de gado PO. Entre seus programas de melhoramento genético está o Gestor Leite, o único do País para a avaliação de fêmeas de raças leiteiras. A CRV Lagoa tam-

bém é reconhecida pelo ICAR (Comitê Internacional para o Controle da Produtividade Animal), única empresa capacitada para a avaliação genética dentro desse programa. Para oferecer o melhor aos pecuaristas, temos em oferta sêmen de touros consagrados como Backup, que ganhou Palheta de Ouro com mais de 600 mil doses de sêmen comercializadas e C.A Sansão classificado por oito vezes como o primeiro no ranking da ABCGIL, Paramount que vendeu mais de 1 milhão de doses de sêmen, entre outros. Informação somada às melhores ofertas do mercado e custo diferenciado é o que o pecuarista brasileiro precisa para oferecer produtos de alta qualidade, seja leite ou carne.

Fábio de Camargo Pacheco Zootecnista 16 98152.5251

crvlagoapacheco@gmail.com


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Pecuária de Leite | março/abril 2014

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Fazenda Triângulo conquista equilíbrio na produção

Depois de vivenciarem diversas experiências com a pecuária leiteira, os irmãos e sócios, João Everaldo, Daniel Evergisto e José Evenaldo dos Santos optaram pelo sistema de produção a pasto com a utilização do pastejo rotacionado. A raça escolhida foi a Jersolando.


A Fazenda Triângulo, de propriedade dos irmãos, fica no município de Passos/MG. Com área de 18 hectares, totalmente irrigada, produz 3.000 litros de leite/dia. A venda do produto é garantida pela APROLEITE (Associação dos Produtores de Leite do Sudoeste de Minas Gerais). Em janeiro, a contabilidade registrava R$ 1,23 por litro de leite comercializado. Para chegar a este sistema e aprovar os resultados, os irmãos vivenciaram outras experiências. Conheceram antes a produção com a raça holandesa e o uso do free-stall. Era um outro momento. Dificuldades com o stress dos animais e problemas com casco os levaram a raça Girolando e ao semi-confinamento. Na sequência, conheceram o Jersolando e o pastejo rotacionado. Raça e sistemas adotados hoje e aprovados pelos produtores. “Na relação custo/benefício, o nosso resultado é excelente. Buscávamos a sanidade dos animais e custo operacional mais baixo, o que conseguimos nesse formato de produção”, disse Daniel. Este sistema foi apresentado aos produtores pelo engenheiro agrônomo Fernando Leal, que é o consultor da fazenda. Embora toda a mudança tenha as suas dificuldades iniciais como a queda da produção e o espaçamento entre cios, tudo foi equilibrado em apenas quatro meses. “O acompanhamento técnico nesse momento é fundamental para nos tranquilizar”, ressaltou Daniel.

Esta tranquilidade foi garantida por Fernando, que presta assessoria para a Fazenda. Segundo o engenheiro agrônomo, a produção de leite é uma atividade muito complexa, que exige manipulação de vários fatores de produção e o sucesso da atividade está vinculado à manipulação destas variáveis. “Na produção de leite, podemos trabalhar com sistema confinado e sistema de semi-confinamento (verão pastejo rotacionado e inverno silagem + aveia e azevem, semeada sobre o capim Mombaça). O confinamento tem um custo de implantação maior e a vida útil da vaca é menor, tendo uma vida de 3 anos de lactação. Já o sistema do semi-confinamento tem um custo de implantação menor e a vida útil da vaca é maior, com 5 anos de lactação. Nesse formato conseguimos trabalhar com uma recria mais enxuta, pois temos que descartar apenas 20% das vacas por ano. No confinamento precisamos trabalhar com toda recria para reposição”, explica Fernando. Ainda segundo o agrônomo, no pastejo rotacionado, a proteína bruta do Mombaça chega a 15%, índice maior que a silagem de milho que é de 8% . “Com esses índices conseguimos trabalhar com um concentrado com menos PB. Atualmente, a proteína onera os custos da atividade. Todos esses fatores trabalhados, em conjunto, nos levam a ter um sistema de produção altamente lucrativo e com baixo custo”, disse Fernando.

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Para entender o processo de opção entre um sistema ou outro; e o tipo de alimentação do rebanho, o custo/benefício é sempre o fator determinante. Observe abaixo o porquê de cada escolha adotada na Fazenda Triângulo.

Produção e Alimentação Uma vaca produzindo 20 litros de leite vai precisar segundo o NRC de 16% de PB na dieta total 60% da dieta = volumoso (silagem de milho ou Mombaça) e 40% = concentrado

custos Custo do concentrado de 17,5% PB = R$ 0,60 o quilo Custo do concentrado de 28% PB = R$ 0,90 o quilo Nas duas situações a vaca consumirá 7 kg de concentrado

Mombaça: 60 x 15 = 9% de PB Se a vaca precisa de 16% de PB, a deficiência de 7% de PB deverá vir do concentrado 7/40 = 17,5% PB (concentrado de 17,5% PB)

Um produtor trabalhando com 100 vacas em lactação investirá:

Silagem de Milho: 60 x 8 = 4,8% de PB Se a vaca precisa de 16% de PB, a deficiência de 11,2% de PB deverá vir do concentrado 11,2/40 = 28% PB (concentrado de 28% PB)

Mombaça = 7kg de concentrado x R$ 0,60 x 30 dias x 100 vacas = R$12.600,00 reais de ração por mês Silagem de Milho = 7kg de concentrado x R$ 0,90 x 30 dias x 100 vacas = R$18.900,00 reais de ração por mês * Dados Janeiro/2014/Fernando Leal

Adaptação

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Para mudar o sistema de produção, os proprietários da Fazenda Triângulo contaram com algumas facilidades como o sistema de irrigação já adquirido para a produção de milho. Com este mesmo sistema, hoje eles mantêm os 104 piquetes de capim Mombaça sempre com alta produtividade; o que vai garantir a alimentação do rebanho no período do verão. Os lotes de animais em produção comem à vontade, entre uma ordenha e outra, em piquetes renovados diariamente. Assim, após de alimentarem fartamente em um piquete, no dia seguinte passam para outro novinho. Os piquetes já utilizados pelas vacas em produção são finalizados com o pastejo das vacas secas.

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A escolha do capim Mombaça foi criteriosa. A variedade é mais produtiva e tem alta qualidade. No manejo dos animais, as vacas chegam ao piquete quando o Mombaça atinge 90 cm de altura. Nesse porte ele tem 95% de área foliar, oferecendo na parte mais alta da folha, maior valor nutricional. Os animais em lactação vão consumir o Mombaça deixando-o com cerca de 30 cm de altura. Nesse ponto, as folhas oferecem valor nutricional mais baixo e são consumidas pelas vacas secas, que tem uma exigência nutricional menor nesta fase. Para a implantação dos piquetes, o primeiro passo exige o levantamento topográfico e a divisão da área. (Confira abaixo os quatro módulos com 26 piquetes em cada módulo). “Nos módulos mais próximos da ordenha trabalhamos com as vacas de maior


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produção e nos mais distantes as vacas de menor produção. O Mombaça é muito produtivo e tem uma qualidade muito alta, mas exige manejo e fertilidade do solo muito alta”, disse Fernando. Na Fazenda Triângulo são realizadas duas ordenhas ao dia. A primeira delas na madrugada e a segunda no período da tarde. Os animais em produção depois de se fartarem com o capim são encaminhados para o barracão onde descansam e se alimentam de silagem e ração. Ficam à sombra, enquanto aguardam a ordenha da tarde; após este período, retornam ao pasto onde ficam até a ordenha da madrugada. Esta dinâmica de pastagem, cocho/descanso e pastagem é elogiada pela médica veterinária da fazenda e filha de João, Débora Silveira Santos. Segundo Débora, os tetos das vacas em produção ficam mais preservados com este sistema, pois logo após a ordenha elas voltam ao pasto ficando um longo período em pé. O tempo é necessário para o fechamento do esfíncter e proteção dos mamilos evitando, assim, incidência de mamite. A produção na fazenda é de 18l/animal/ordenha e chega a 23 litros nos períodos de maior produção. O índice é considerado excelente pelos proprietários. Eles ainda destacam que o valor recebido pelo leite é resultado do índice de sólidos no produto, uma das buscas atuais do mercado. “Recebemos mais pelo nosso produto porque temos qualidade e estamos oferecendo o que o mercado busca nesse momento”, disse João. A alimentação do rebanho é dividida em pastejo de verão com o Mombaça e pastejo de inverno com aveia e azevém mais silagem, sendo 50% de pastejo e 50% de silagem, que também é produzida em área da fazenda. A ração os animais recebem o ano todo na proporção de 1 kg para cada 3 litros de leite produzidos. “A aveia e o azevém não oferecem a quantidade necessária de massa para os animais, assim temos que alterar a dieta do rebanho no período do inverno”, disse João.

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Segundo o produtor, cada pecuarista tem um perfil para a produção. No caso da Fazenda Triângulo o sistema de irrigação já adquirido possibilitou uma mudança mais rápida com custo de produção inferior ao praticado no sistema de alimentação com os animais no free-stall. A área irrigada é de 18 ha para atender 220 animais, sendo que 180 estão em produção. A taxa de reposição da fazenda é de 20% a.a. O controle zootécnico é feito por Débora, a primeira da família a vir integrar o time de administração da fazenda. Há um ano ela acompanha os trabalhos. Como resultado ela cita a positividade das vacas para a prenhez com índice de 70% nos 90 dias do pós-parto e aos 150 dias com 90% do rebanho com prenhez confirmada. Segundo Débora, por estar mais próxima e acompanhar o trabalho semanalmente, ela consegue resultados excelentes como esta precocidade nas taxas de reprodução. Ela também ressalta o uso do protocolo de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), o que traz excelentes resultados com o melhoramento genético e reprodutivo dos animais. Com esta evolução do rebanho, Débora afirma que a partir de julho de 2014 começarão a comercializar animais oferecendo ao mercado cerca de 50 cabeças de Jersolando, já apuradas no seu rebanho através do Kiwi-cross. Os primeiros animais da fazenda, o rebanho Girolando, foi cruzado com Touro Jersey resultando no 1/2 sangue Jersolando. Esses animais foram cruzados com touro Holandês resultando no ¾ Jersolando que foram cruzados na sequência com touro Jersey resultando em animais 11/16 Jersolando. Entre as características dos animais Jersolando, os produtores destacam a fertilidade, docilidade, rusticidade, precocidade e menor energia de mantença, ou seja, as vacas são mais leves e, portanto, andam mais, pastam mais, com menos stress físico.

Fazenda Triângulo 35 9191-8365


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Assistência Técnica | março/abril 2014

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FortMilk e Nutribom as parceiras da DeLaval

A DeLaval há mais de 125 anos vem inovando no ramo da pecuária leiteira, fazendo-se presente não só no Brasil, como em mais de 100 países espalhados pelo mundo. A empresa oferece soluções a clientes com rebanhos de 1 a 50.000 animais e chega agora ao sudoeste de Minas Gerais tendo como representantes a Nutribom, que há aproximadamente 10 anos vem distribuindo e representando a marca DeLaval no centro-oeste mineiro, e a sua nova parceira FortMilk, empresa com grande conhecimento e vasta experiência nas propriedades leiteiras da região, assim como conhecimento técnico especializado DeLaval. Entre seus serviços, a Nutribom - FortMilk oferece plantão 24 horas por dia, 07 dias por semana, contando com um estoque, para pronta-entrega, de produtos, peças e acessórios DeLaval. Isso proporciona agilidade nos serviços e evita a paralisação dos equipamentos. Além da venda de todo o portfólio Delaval, a Nutribom – FortMilk possui

soluções para Qualidade do Leite (detergentes, desinfetantes, dips, etc.), Manutenção de Equipamentos de Ordenha e Tanques (peças, teteiras, mangueiras, etc.), Conforto Animal (camas, ventiladores, divisórias, bebedouros, etc.), Nutrição (mixers (vagão), Calf Feeder (alimentador de bezerros automático), inoculantes, sucedâneo lácteo (leite em pó), etc.), Tanques Refrigeradores (no mais variados modelos e tamanhos), Equipamentos de Ordenha (como balde ao pé, canalizadas, rotatórias e VMS - sistema de ordenha voluntario.), entre outros produtos e serviços. Trabalhando com transparência, seriedade e respeito, a Nutribom - FortMilk busca satisfazer com excelência as necessidades de seus clientes. Estes e outros aspectos fazem da Nutribom - FortMilk uma empresa confiável, profissional e parceira do homem do campo, especializada em soluções para a pecuária leiteira, levando a marca DeLaval às fazendas da região.


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Passos

Superando expectativas, a Exposição de Nelore realizada de 14 a 21 de março, em Passos/MG, reuniu no Parque Adolfo Coelho Lemos, 400 animais oriundos de criatórios de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso. Com esse número de inscrições, a etapa de Passos que pontua para o ranking regional e nacional, poderá se tornar a segunda maior exposição do Estado e a terceira maior do País, ficando abaixo apenas das etapas de Uberaba/MG e Avaré/SP.

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O crescimento do número de animais, em 100% na comparação com a etapa de 2013, quando passaram pela pista de julgamento 220 animais se deve ao bom trabalho de base realizado por criadores locais, juntamente aos demais de todo País. Entre os muitos criadores ouvidos pela reportagem o nome

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de Ronaldo Bonifácio da Silva, o Bony, era considerado como o grande motivador da etapa de Passos. Criador e consultor da raça, Bony disse que o resultado é consequência do apoio dos amigos neloristas. “Nós convidamos e eles prestigiaram o evento. Isso é muito importante. Vamos continuar trabalhando para man-

ter o nível da exposição, não somente com esse número de animais, mas com a qualidade apresentada na pista. A avaliação dos animais dos melhores criatórios do País ficou a cargo dos juízes Gilmar Siqueira de Miranda, Luiz Renato Tiveron e Antônio Carlos de Souza.

Fotos Terra Boa

Eventos

Expo Nelore


Galeria Expo Nelore Passos agroneg贸cios

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Benefícios do Controle de Carrapatos em Bovinos

O carrapato dos bovinos é responsável por importantes prejuízos à cadeia produtiva da pecuária, causando perda de peso, anemia, falhas reprodutivas, transmitindo doenças aos bovinos e afetando a qualidade e o valor comercial dos couros. O animal infestado perde em produção, apresentando menor crescimento, reprodução tardia ou deprimida e, podendo ainda, morrer por ação direta do parasito ou de doenças associadas, como a Tristeza Parasitária. O desempenho do rebanho é abaixo do seu potencial e o produtor investe na atividade, mas sem o retorno desejado. Eliminando o carrapato, os bovinos ganham mais peso, produzem mais e melhor. O uso de produtos de pulverização vem reduzindo seu efeito no controle do parasito, pois devido à seleção de indivíduos resistentes aos princípios ativos em uso, houve a diminuição do intervalo de tempo entre tratamentos.

Esta situação força o produtor e seus funcionários a pulverizar os animais, às vezes, todas as semanas, o que representa um incômodo para todos, gerando maior desgaste das instalações, custos elevados com insumos (mesmo baratos, seu uso constante e ineficaz se torna muito caro) e perdas na produtividade. Há maiores riscos de acidentes, principalmente machucados, fraturas, abortos ou mesmo queda na produtividade pelo estresse. Acatak® Pour on é um produto que controla o carrapato de forma diferente. Ele inibe a formação da carapaça de revestimento do parasita, impedindo que chegue a fase adulta, portanto, morrendo sem que tenha condições de colocar novos ovos. Da mesma forma, durante seu longo período de ação, afeta as larvas de carrapato (micuins) que sobem no animal, matando-as e limpando a pastagem da infestação. O animal recolhe o parasita e este não fecha o ciclo. Atua inclusive nos grupos de carrapatos resistentes aos produtos convencionais, tornando-se uma importante ferramenta para o produtor no combate desta praga. Um programa de controle do carrapato eficaz é aquele que

combate o problema no animal e no pasto, ajudando na redução da carga parasitária, eliminando os prejuízos e as preocupações dos produtores. Assim é possível obter um maior desempenho animal e gerar melhores oportunidades comerciais para todos os elos da cadeia produtiva. O produtor fica orgulhoso de seus animais, limpos de carrapatos e principalmente dos prejuízos sobre o desempenho, tendo a oportunidade de expressar seu potencial genético e responder aos investimentos, alimentação e manejo que o produtor realiza.

Rodrigo Piovesan Paiva Técnico em Agropecuária pela Escola Federal de Muzambinho Representante da Geraesvet 35 9817-8751


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Artigo

A História do Café

Cafeicultura: Tipos de Colheita por Patrick Figueiredo - apreciador de cafés gourmet

Manual A maior parte das lavouras de café no Brasil ainda emprega a colheita manual, pois a maioria das propriedades são pequenas (ainda que sejam grandes fazendas diante dos pequenos produtores no restante do mundo – média de 7 hectares por produtor, enquanto na Colômbia a média é de 1,4 hectare e no México no máximo 2 hectares) e o custo do maquinário é muito elevado.

Seletiva

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Imagem Lucas Soares

Na “colheita a dedo” como também é conhecida, somente o grão no estado cereja é colhido. Apesar dos

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custos serem bastante elevados, as fazendas que se preocupam com a qualidade costumam adotar este método. O trabalhador normalmente recebe por volume colhido, e como nesse modo de colheita o rendimento é baixo, o custo com o trabalhador passa a ser maior. É um tipo de colheita muito usado em países da América Central e também na Colômbia, Peru e Equador, onde a colheita é feita durante todo o ano. Os resultados desse tipo de colheita são muito bons, pois geram cafés com menos impurezas e, com isso, grãos de melhor qualidade que serão utilizados no preparo do café cereja descascado e do despolpado. Algumas destas propriedades brasileiras estão se certificando pela Rainforest Alliance e pela Ultz Kapeh e são fornecedoras de famosas cafeterias, como a Starbucks e torrefadoras italianas como a Illycaffè e Lavazza e a suíça Nespresso.

Derriça O sistema de derriça é usado na maioria das propriedades brasileiras. É a retirada, manual ou mecânica, dos frutos do galho de uma só vez. Frutos cerejas, verdes, passas e secos são colhidos ao mesmo tempo. Na maioria das fazendas os frutos não são separados e vão diretamente para a secagem no terreiro, gerando, consequentemente, um café de qualidade inferior. Derriça de Pano: Panos são estendidos ao pé das plantas e os frutos arrancados caem sobre os panos. Aqueles frutos que caem no chão são recolhidos por varrição e ensacados separadamente, pois o contato com o solo compromete a qualidade. Derriça no Chão: Prepara-se o chão, varrendo-o ao pé da planta e o fruto é arrancado dos galhos e vão caindo no chão, depois são recolhidos e ensacados.


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Com nossos pensamentos, transformamos ideias em ações e fazemos um mundo melhor

Tanto a derriça de pano quanto no chão exigem grande quantidade de mão de obra. Derriça Mecânica: Os derriçadores mecânicos facilitam a colheita e reduzem o custo operacional, já que diminuem a mão de obra. Suas hastes vibram e derrubam o café no pano que são colocados em carretas para que sejam puxados por tratores. Geralmente uma máquina substitui cem pessoas por turno. Depois de colhido, o café é separado de folhas e impurezas por abanação (frutos são colocados em peneiras e jogados para o alto até que as impurezas sejam eliminadas). Os grãos devem ser transportados no mesmo dia até os lavadores para iniciar o processamento (poucas propriedades têm esta estrutura). O boia (grão natural) segue para o terreiro. Os verdes e cerejas vão para os despolpadores. Os verdes são separados e depois levados para o terreiro e o cereja descascado pode ir para o terreiro, ou ainda, para um tanque de fermentação para o preparo do café despolpado.

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Comitiva

Os tropeiros

do século XXI Por Bolívar Filho

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Eu sempre reafirmo nos editoriais da Terra Boa que precisamos divulgar o Brasil que poucos conhecem. Não é que de tanto afirmar, em uma das voltas que a vida dá, me vi organizando uma viagem para o Pará, onde levaria uma tropa de cavalos da raça Quarto de Milha. A minha paixão pelo agronegócio começou nesse segmento, sempre trabalhei com a compra e venda de equinos e tenho verdadeiro encantamento pela atividade. A viagem, não seria bem uma comitiva. Afinal, éramos apenas três na boleia do caminhão: eu, Leandro, mais conhecido por Calango e o Júlio, que também tem um

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apelido diferente: Mojica. Embora não tenha apelido, o meu nome soa estranho para muitas pessoas: é Bolivar para alguns e para outros Bôlivar. Com programação para 15 dias, a viagem se estendeu para 18. Levamos 12 animais da raça Quarto de Milha e 4 Jumentos da raça Pêga, de excelente qualidade. Estávamos em busca de um novo mercado. Já comercializei animais desta forma, porém em outro formato de viagem; os animais seguiam na frente, eu chegava somente no momento da comercialização. Reconheço que a experiência vivida desta vez foi divertida, tensa, cansativa, ale-

gre e gratificante. Afinal, em cada região encontramos culturas diferentes e vivenciando as diferenças aprendemos sempre mais. Saímos de Passos/MG no domingo, 09 de fevereiro, com destino a Goiânia. Nada mal no primeiro dia de viagem, estradas boas, caminhão ajeitado do amigo e parceiro, Luiz Manoel Tranquilini, o Nenéu, da SL Barreiro de quem comprei parte dos ani-


mais. Chegamos a Goiás sentindo na pele o calor que assolou todo o País no mês de fevereiro. Percorreríamos 2.300 KM, tínhamos muita estrada pela frente. Com a minha rede de contatos, programei algumas paradas para rever velhos amigos. Passamos por Goiânia, Porangatu, Gurupi, Paraíso do Tocantins, Araguaína e Marabá. Vimos de tudo um pouco. Estradas boas, outras ruins; estradas desertas, outras movimentadas. Observei que, embora falte muito a fazer, as estradas melhoraram, desde a última vez que estive naquela região, há 10 anos. A cana-de-açúcar segue para Goiás e a soja entrando em peso no Tocantins, levam progresso para essas regiões e alavancam a economia nesses estados. Dos mais de dois mil quilômetros, acredito que percorremos 200 km de estradas muito ruins. Asfalto, pontes, terra e rios foram rompidos para chegar ao destino que era Marabá. Vivenciamos tudo isso. Com uma tropa de excelente qualidade no caminhão, de animais preparados para o esporte, encontramos um universo surpreendente nesse seguimento, à medida que avançávamos para o Pará. As provas do Laço, Tambor, Vaquejada são fortes também nesses estados e o Team Penning começa a crescer. Conheci muitos centros de treinamentos e fiquei surpreso com as pistas particulares que conheci. A turma do cavalo, como costumamos dizer, é forte por lá com competidores excelentes e de alto nível. Tanto que irão se reunir no Maranhão em um torneio nos moldes dos realizados na região Sudeste com premiação prevista de R$ 300 mil. O cavalo é integrado à cultura nos estados de Goiás, Tocantins e Pará. Pela extensão das propriedades os animais de sela são muito valorizados para o trabalho nas fazendas. Chamou a minha atenção a preocupação dos compradores com a genética dos animais. Eles buscam conhecimento da linhagem e querem saber tudo sobre a preparação dos animais para os esportes, ou seja, aquele que é melhor para a prova de velocidade ou para a lida com o boi. Em cada parada uma nova emoção. Uma delas foi no tradicional hotel para gado Chico Boi, que oferece toda a estrutura para descanso da boiada ou tropa e, também, para os tropeiros, que tive o prazer de conhecer. Fomos surpreendidos a todo instante pela diversificada culinária brasileira. Mantivemos a nossa cozinha itinerante,

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mas saboreamos os pratos típicos da região como a Buchada de Bode, a carne de sol, o cupim bovino assado, carne valorizada naquela região e que tem um sabor diferenciado devido à maneira como eles a preparam. O Tacacá, uma iguaria da região amazônica, o caldo tem aspecto esquisito, mas o sabor é inigualável. Ficamos surpresos com os temperos típicos da região como o coentro do norte, as pimentas, o tucupi, o jambu. Aprendemos sempre mais ao experimentar novos sabores. Dividimos o nosso tempero com aqueles que se achegaram a nossa comitiva. Entre os pratos feitos por nós, o contrafilé com tomate e cebola foi o campeão da praticidade e do sabor. (Leia a receita na Capa Grande Campeã nas páginas 40 à 41). É claro que vender 16 cavalos em 16 dias pode ser considerado uma saga, mas para este resultado me vali dos amigos. Em cada uma das paradas contava com um companheiro que anunciava que havia uma tropa a ser comercializada naquela cidade. Assim, em Porangatu, cidade próspera na divisa de Goiás com o Tocantins, o anfitrião foi o Clóvis da Confiboi, representante da Agrocria; em Gurupi, o Dabronze; no Paraíso do Tocantins o Leandro do Neném Boiadeiro; em Araguaína o Paina, laçador profissional conhecido em todo Brasil e Robertinho, companheiro antigo, passense que reside em Araguaína. Em cada encontro, uma confraternização, muita prosa e troca de conhecimentos, é claro. No nosso destino final, Marabá, o Hélio Júnior e o Antônio Roldão nos recepcionaram no Rancho do Vale. Na cidade, contei também com o apoio da família. Minha irmã Priscila e meu cunhado Rubem, que prestam serviços nas obras da Vale, foram também anfitriões. Comitiva que é comitiva, leva e trás animais. Assim, levamos cavalos e trouxemos gado, da Fazenda Santa Lúcia, do Grupo Cabo Verde, que mantém criação da raça Tapabuã, Gir e Girolando no Pará, para a Fazenda Santa Luzia, em Passos/ MG. Lá tivemos o prazer de conhecer um show de estrutura e de belos animais. A nossa viagem chegou ao fim ao desembarcarmos os animais na Fazenda Santa Luzia, no amanhecer do dia 26 de fevereiro. Fim da comitiva. Foi importante reviver, relembrar e, principalmente, conhecer novas paragens. Agora, os trabalhos se centralizam em Passos, na sede da revista Terra Boa Agronegócios. Afinal, há muitas histórias para contar.


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Rodeio

Na arena com campeões Há 14 anos, ele é um profissional de rodeio. Começou como assessor de pista, informando os currículos e as performances dos competidores nas montarias e fazendo toda a assessoria

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do que acontece na arena.

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De temporada em temporada, cada vez mais conhecedor do universo de peões e touros, conquistou a posição de diretor de arena e mais recentemente a de cerimonialista. Com esta vasta experiência, Robert Barbosa Silva, o Sambanga, assessora rodeios em Minas Gerais, São Paulo, Goiás e onde mais o convidarem. Experiência é o que não lhe falta. A convite de amigos começou assessorando as ações que acontecem na arena. A atividade pode parecer fácil, mas é de uma responsabilidade danada. Qualquer informação errada compromete o resultado da competição. Os profissionais dessa área são formados pela experiência e autodidatismo. Somando participações em vários estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás, Robert acabou sendo convidado, no auge da sua carreira como diretor de arena, por empresários do setor, para exercer a função de cerimonialista. Na sua trajetória profissional trabalhou com grandes nomes do rodeio como Gilberto Mega e, com o locutor Gleydson Rodrigues, atuou nos eventos de Jaguariúna e Americana. Indicado pelo salva-vidas Ronan Felipe integrou a equipe do badalado campeonato Cristal Top Teen no ano de 2009. Desde 2011, ano em que começou a atuar no cerimonial de abertura, até os dias atuais, associa até duas funções em um mesmo evento. O diretor de arena coloca literalmente a mão na massa. Ele é o responsável pela segurança dos animais, competidores e público. Porteiras, trincos, grades tudo é supervisionado por ele. E ainda tem mais, a seleção de competidores e animais também passam pela sua avaliação. “Podemos eli-

minar competidores, como rejeitar animais caso haja irregularidades”, disse. Segundo Robert, o segmento do rodeio cresce no mundo porque agrega valor de vários mercados como o de bebidas, entretenimento e vestuário. Na expectativa da temporada 2014, ele espera trabalhar em 25 eventos. Um número considerado excelente para quem já atuou em até 43 rodeios durante o ano.

O palco e a festa No cerimonial de abertura, o seu foco é o esportista, a valorização do atleta que enfrenta a força de um touro. “Quero mostrar o perfil dos competidores, pois vejo a arena de rodeio como um embate entre gladiadores. Busco agregar valor à festa”, disse Robert se referindo à apresentação dos peões e toda a alegoria que é usada para encantar o público. Na função de cerimonialista, Robert tem como foco o esportista, mas busca, além do show que o público espera, um cerimonial prático, objetivo e encantador. Entre as ferramentas de trabalho, spray de fogo, laser, máquina de fumaça e informação sobre a performance de peões e touros. A meta é encantar sempre. “Este é o momento de valorização e apresentação individual dos peões. É nesse momento que o público conhece e o que fizeram na arena, ganhando ou perdendo”, ressaltou. Com tantas atividades na carreira, Robert acaba sendo um multiprofissional da arena, eclético, pode exercer até duas funções em um mesmo evento. Sobre o mercado de 2014, ele está confiante. Acredita que os jogos da Copa do

Mundo, que acontecerão no período da maior concentração de rodeios por todo Brasil, não atrapalhará em nada a festa. “O foco da festa é o rodeio, mas o futebol e os shows sertanejos agregarão ainda mais valor à festa”, disse. No mundo do rodeio há vários ídolos. Ele destaca Adriano Moraes, pois foi o seu desempenho nas arenas que o motivou a seguir na profissão. Robert acompanhou a carreira do competidor no Brasil e nos Estados Unidos. Como diretor de arena, ele destaca Dedi Damasceno. Segundo Robert, ele era calmo nas ações da arena e ao mesmo tempo mantinha uma organização dinâmica. Barretos e Jaguariúna lideram como as melhores festas e crescem as etapas da PBR Brasil. Entre os touros ele destaca Bad Boy de Guto Paglione, Mistério de Júnior Zamperline e Agressivo de Paulo Emílio. Entre os peões Silvano Alves, bicampeão mundial e Guilherme Marchi.

Robert Barbosa Silva 35 9141-2822

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agronegócios Edição especial capa dupla!

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Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.

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