Revsita Tela Viva 152 - Agosto 2005

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( tecnologia II )

John Luff

c a r t a s @ t e l a v i v a . c o m . b r

A evolução da computação gráfica

Copyright Video Systems 2005

Desenvolvimento nos últimos 20 anos democratizou o acesso às tecnologias, mas a formação profissional ainda é o ponto mais importante.

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departamento gráfico de uma emissora de televisão costumava ser ocupado por artistas hábeis em técnicas “tradicionais” de desenho, como lápis, caneta, pastel, óleo e outras. Os artistas comerciais eram artistas experientes que haviam sido treinados para adaptar seu talento às necessidades dos anúncios e vinhetas. Os portfólios eram carregados para lá e para cá em pastas grandes o bastante para conter folhas de papel de diversos formatos e tamanhos. Era uma arte nobre, e um profissional qualificado que mostrasse um bom serviço para uma emissora logo seria requisitado por outras estações. Não em questão de minutos, mas certamente de horas, de forma que o conteúdo gráfico dos programas e anúncios tinha que ser estabelecido logo cedo, para que houvesse uma boa chance de se conseguir o que se queria a tempo de se gravar a imagem com a câmera ou exibi-la ao vivo. A pressão de tempo da televisão, bem como dos jornais, revistas e outras mídias, criaram uma nova necessidade, que os softwares vieram a atender plenamente. Introduzidos na década de 80, os computadores foram ganhando potência suficiente para serem capazes de rodar softwares sofisticados, de processamento gráfico pesado. Os sistemas especializados eram caros e requeriam longos períodos de treinamento para fazer a transição da “arte de papel” para a arte eletrônica. Os resultados foram impressionantes. Em geral, a arte

criada eletronicamente para a televisão era muito mais sofisticada em sua manipulação de imagens existentes que qualquer coisa que pudesse ser feita anteriormente. Evolução Nas duas últimas décadas, houve um processo de “democratização” da tecnologia. Em nenhum lugar isto é mais palpável que na área de gráficos e efeitos de vídeo. O retoque digital de imagens chegou a um nível de sofisticação que permite uma produtividade e criatividade incríveis, ao mesmo tempo em que o preço dos equipamentos e softwares despenca. O Photoshop e outros pacotes de softwares são agora onipresentes, usados para publicidade, produção, retoque fotográfico e até uso doméstico. Há pouco menos de uma década, o nível computacional exigido para um trabalho

novas plataformas de 64-bit permitirão trabalhos ainda melhores. profissional em design gráfico (para televisão ou outros propósitos) jogava todo o poder nas mãos do hardware. Hoje, PCs comprados pela Internet têm capacidade mais que suficiente, e os consumidores estão retocando suas próprias fotos em casa ao invés de recorrer aos antigos profissionais especializados (às vezes com resultados bem piores, é claro). Uma nova geração de artistas comerciais foi capacitada. Estes artistas não têm menos talento que seus 50

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companheiros da década de 70, mas estão adaptados e lidam tão bem com mouses e tablets quanto com caneta, pincel e tinta. Eles têm habilidades que não estavam disponíveis a seus antecessores quando se graduaram ou entraram no mercado (muitos dos quais conseguiram fazer a transição com bastante competência). O paralelo com editores de filmes é total. Em ambos os casos, a tecnologia evoluiu para ferramentas poderosas, liberando os profissionais criativos para fazer coisas que antes só eram possíveis em sonhos. Formação Do ponto de vista técnico, todo o segredo da transição foi a educação de profissionais de hardware e software em tecnologias pelas quais eles tinham pouca ou nenhuma afeição. A ciência da cor desenvolveu-se por cerca de cem anos. A computação gráfica tem se tanto 20 anos de disseminação. Traduzir a ciência da reprodução da cor para o software vem sendo um processo interativo que se estende por muito tempo. Infelizmente, muitos dos primeiros sistemas de computação não levavam em conta questões de colorimetria, ou pelo menos não em um grau alto de importância. O segundo problema era que as placas de vídeo eram geralmente adaptadas para simplesmente dar saída em monitores de computador, com resultados muito ruins quando usadas em broadcast. Hoje há inúmeros hardwares disponíveis com saídas padrão SMPTE

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