Revista Telaviva 263 Novembro de 2015

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 24_#263_nov2015

E S P E C I A L C obert u ra T elas F ó r u m

TRAVESSIA TRANQUILA

Audiovisual dribla a crise econômica, mantém recursos públicos e garante crescimento graças à TV por assinatura e às plataformas on-demand. BRANDED CONTENT Marcas e canais investem em conteúdos cada vez mais sofisticados

PROGRAMAÇÃO Produção nacional se mantém nas prioridades dos canais abertos e pagos


SaVe tHe Date

15ª

eDiÇÃO

02.02.2016 AUDITÓRIO FINATEC, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASÍLIA/DF

Conteúdo e networking em um só lugar. Venha debater as políticas públicas e regulatórias do setor de telecomunicações, internet e comunicação com os formuladores de políticas, reguladores, representantes das áreas regulatórias, estratégicas e da sociedade civil, acadêmicos e analistas de mercado. principAis temAs dA 15ª ediçÃo: •A agenda política e regulatória para o ano de 2016 •Os caminhos possíveis para a revisão do modelo de telecomunicações •Os desafios competitivos no cenário atual •A relevância e o futuro do regime público e o papel do regime privado •Os limites da regulação dos serviços na Internet •Os ajustes necessários á Lei Geral de Telecomunicações •Os ajustes necessários à Lei do SeAC •O Marco Civil da Internet no ambiente da Internet das Coisas •A nova dinâmica do mercado de radiodifusão e conteúdos

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ste é o último número da revista TELA VIVA impressa. Desde 1992, TELA VIVA acompanhou a evolução do mercado de produção e distribuição de conteúdos no Brasil. Começou como uma revista para o mercado de TV aberta, praticamente a única forma de exibição naqueles dias, além das salas de cinema e do VHS. Acompanhou de perto o surgimento da TV por assinatura no país, e viu seu suplemento Pay-TV ganhar vida como revista independente, até ser descontinuada depois de mais de dez anos de existência. TELA VIVA acompanhou a evolução das tecnologias de produção, do U-Matic ao 4k, e de distribuição, do broadcast analógico ao over-the-top. Cobriu a derrocada do cinema brasileiro nos anos Collor, sua retomada nos anos 2000 e o surgimento e consolidação das leis e mecanismos de incentivo à produção. Noticiou de perto a criação da Ancine, do Fundo Setorial do Audiovisual, da Lei 12.485 e de tantas outras. Durante todo este tempo, foi a principal, talvez única fonte de informação para o mercado, cobrindo assuntos que não estavam nos jornais e nas revistas semanais generalistas. Uma geração de produtores, diretores, executivos de TV e cinema se informou e se formou em nossas páginas. Desde muito cedo, a partir de 1995, percebemos que a Internet mudaria tudo. Mudaria o mercado e a forma de se produzir e consumir conteúdos. E mudaria também a maneira pela qual o mercado se informa. Não só isso. Mudaria, e mudou, a publicidade, que sempre sustentou este projeto jornalístico. Jornais e revistas do mundo inteiro sofreram e vêm sofrendo com a queda nos anúncios. Nem mesmo a TV aberta vem escapando da corrosão nas receitas publicitárias. O momento é, portanto, de mudar. E sempre tivemos a coragem para isso. Em 20 anos de atuação no mundo online, TELA VIVA consolidou sua marca como noticiário digital para o mercado audiovisual. Hoje tem dezenas de milhares de leitores diários de seus boletins. E vem apostando, também há quase 20 anos, em eventos de alta qualidade para o setor, que são hoje obrigatórios na agenda de qualquer profissional atuante. Algo se perde, é claro. O papel ainda tem um caráter mais permanente, um pouco menos efêmero que o digital. Permite mais aprofundamento, forma um registro histórico importante. Mas insistir em mantê-lo seria fechar os olhos a uma realidade que está dada. Esta não é, de forma alguma, uma despedida. Apenas a constatação de que a realidade mudou, para o setor e para nós. A essência do que fazemos continuará sempre a mesma: jornalismo de qualidade, independente e comprometido. Aos leitores e anunciantes que nos acompanharam até aqui, obrigado. Seguimos juntos, em outras frequências.

capa: rjr/shutterstock.com

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scanner 6 figuras 10 12 evento Telas – Festival Internacional de Televisão reuniu setor de produção e público em mostra, debates e apresentações 24

mercado

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Produtores comemoram o crescimento e a manutenção da oferta de recursos

conteúdo

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Marcas buscam novos formatos e querem participar dos programas

programação

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Canais apresentam suas demandas aos produtores e parceiros

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making of case

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Biografia de Zé do Caixão marca a estreia do canal Space em ficção original no Brasil

cinema

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Transmissões de eventos ao vivo levam novo público às salas

upgrade agenda Experimente o app da revista Tela Viva!

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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Grátis

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Abra uma janela para um novo mundo

canaloffplay.com Disponível em HD e SD nas principais operadoras do país.

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( xxxxxxxxx) Frente

O especial será reexibido no canal nos dias 25 e 26 de dezembro.

Foi criada no último dia 30 em São Paulo a Frente Parlamentar Mista do Audiovisual, presidida pelo deputado Orlando Silva (PCdoB/SP) e tendo como secretária geral a deputada Bruna Furlan (PSDB/SP). “Temos uma agenda com 17 pontos. Temos Deputado Orlando Silva que fazer avaliações periódicas e rever a agenda quando necessário. A frente precisa ter objetivo”, destacou Silva na cerimônia de lançamento, no MIS. “Para nós, produtores, parlamento é uma coisa muito distante. Mas percebemos que se a gente não militar, não avançamos em nossas conquistas. Economia criativa representa apenas 2,7% do PIB, com potencial para chegar a 10%”, disse Paulo Schmidt, presidente da Apro. Participaram ainda das discussões e do lançamento da frente a ABPITV, a Aprosom, o Siaesp e o Sicav.

Redonda O canal BBC Earth estreou no dia 20 de novembro uma edição especial da série nacional “A Bola” com uma hora de duração. Gilberto Gil é o narrador desta produção da Pindorama Filmes, com direção de Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone. O programa viaja em busca da origem da mais simples e perfeita das brincadeiras do homem. São várias histórias que se unem por meio de viagens pela América Latina, Ásia e Europa. A produção visita a Alemanha, Irlanda, Myanmar

e Tailândia, para mostrar como cada povo desenvolveu uma relação muito particular com a bola. Os nomes dos esportes também são únicos, como sepak takraw, radball, futebol gaélico, jikunahaty e chinlone, e cada um deles é praticado de forma diferente. Entre as curiosidades esta a prática do jogo com bola pelos nativos do Brasil antes da chegada dos portugueses. Conhecido como “futebol de cabeça”, o jikunahaty é praticado pelos índios Parecis no Mato Grosso e marca o encontro do corpo físico com o espiritual.

Aperto

Escoamento A Turner decidiu exibir algumas partidas da Liga dos Campeões fora de seus canais esportivos EI Maxx e EI Maxx 2. TNT e Space vêm exibindo partidas. No início das negociações com as principais operadoras para o carregamento do Esporte Interativo, ainda não concluídas, a Turner anunciou que não abriria os sinais dos jogos nos canais da programadora que não fossem os ligados à marca EI. A mudança de postura, segundo executivos do mercado, pode estar ligada à chegada da época de renegociação dos contratos existentes da Turner com algumas operadoras. “Pode ser uma estratégia para valorizar os canais”, diz uma fonte. De qualquer maneira, a medida reduz um pouco a pressão pelo carregamento dos canais EI junto às grandes operadoras.

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foto: Renato Araújo/ABr

foto: divulgação

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Os estados de Alagoas, Amapá, Minas Gerais e Rio Grande do Norte foram autorizados a aumentar as alíquotas de ICMS sobre a prestação de serviços de acesso à Internet. A decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 27. Autorização semelhante já havia sido dada para os estados o Amazonas, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. As novas alíquotas serão estabelecidas pelas secretarias de fazenda dos estados. No mesmo ato, o Confaz autorizou o reajuste das alíquotas do ICMS sobre o serviço de TV por assinatura no estado de Mato Grosso e o Distrito Federal. As taxas subirão de 10% para 15% em 2016. Esse imposto subiu para o mesmo patamar de 15% no Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins.

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Queda

mesmo período do ano passado. Os números fazem De janeiro a setembro parte do relatório da deste ano, a Receita Federal Redução na Receita Federal, que arrecadou R$ 1,3 bilhão de imposto de renda ou arrecadação registrou arrecadação em setembro de R$ contribuição sobre o lucro do setor de 95,2 bilhões de líquido (CSLL) do setor de telecom em tributos federais, telecomunicações. Esse valor 2015: uma queda de corresponde a uma 4,12% na queda de 46,22% na comparação com comparação com o o mesmo período obtido em igual período do ano passado e o de 2014, quando foram pior resultado para o arrecadados R$ 2,5 bilhões. mês desde 2010. No Já nas atividades de rádio acumulado do ano, a e televisão a queda de arrecadação federal arrecadação foi ainda maior, de somou R$ 901,1 bilhões, 64,48% na comparação ano a ano. um recuo de 3,72% na Em nove meses deste ano, a Receita comparação com o mesmo período Federal arrecadou das emissoras R$ do ano passado. 1,05 bilhão ante R$ 2,9 bilhões no

46,22%

Renovado O Paramount Channel completou seu primeiro ano na América Latina e lançou nova identidade visual na programação on-air, nas redes sociais e também em peças promocionais. A mudança inclui um novo logo e novas chamadas nos comerciais. Além disso, a programação ganhou novos blocos temáticos chamados Destino Paramount. Todos os dias da semana, um bloco diferente será apresentado e destacará um gênero, um diretor ou um ator reconhecido.

Cícero Aragón e Adriana Demjen, da AllTV

Internacional A programadora independente Box Brazil firmou uma parceria com a consultora e distribuidora AllTV Communications, que representará os canais da programadora nos Estados Unidos e na América Latina. A AllTV se dedica à distribuição exclusiva de canais internacionais, conteúdos de entretenimento em geral para sinais televisivos e outros meios de distribuição. Também realiza consultorias para lançamentos e comercialização de canais de televisão em todo o mundo. A empresa representará os canais Prime Box Brazil, Music Box Brazil e Travel Box Brazil.

Edital para TV A Spcine lançará em breve um edital voltado à produção independente de conteúdo televisivo. Alfredo Manevy, presidente da empresa pública, admite que o lançamento atrasou, por conta de outras demandas que foram atendidas nestes primeiros meses da Spcine, que começou a operar oficialmente no início do ano. "O edital que vai sair é melhor do que aquele que teria sido lançado há alguns meses", ponderou. Em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual, o edital contará com R$ 10 milhões, dos quais R$ 8,5 milhões serão destinados à produção e R$ 1,5 milhão em desenvolvimento de projetos. "Será um desenvolvimento diferente, em parceria com os canais, trabalhando um conceito de grade", adiantou. Segundo Manevy, a Spcine negociou junto à Ancine um desconto no valor do licenciamento destes conteúdos por parte dos canais parceiros, de modo a incentivar um investimento maior na produção, formando uma coprodução de fato com estes canais, "que funcionará como um laboratório de produção".

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Para a publicação do edital, explicou Manevy, falta a liberação dos recursos do Governo do Estado, que é parceira na Spcine. Multiplataforma Outra novidade é que o edital permitirá parcerias com canais de TV aberta e por assinatura, bem como com serviços de vídeo sob demanda, "desde que haja um modelo de negócios com possibilidade de retorno econômico, ainda que pequeno". O retorno deve ser não apenas para o produtor independente, mas também para a Spcine. "Não queremos perturbar o modelo de negócios de ninguém, mas queremos participar e queremos que o produtor independente participe", finalizou Manevy.

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( scanner) Foto: divulgação

Sarah2/shutterstock.com

Tesoura

José Luiz Martins, Patrícia Leme e Nilvio Alves

Nova atividade A Zohar Cinema lançou uma divisão da empresa, a Zohar Content, focada exclusivamente no mercado de entretenimento e da criação audiovisual. A nova divisão amplia o portfólio de trabalho que a produtora já desenvolvia na publicidade para o branded content. A nova empresa dará continuidade a todos os projetos não-broadcast da Zohar Cinema, como o longa “Soundtrack”, com distribuição da MGM e Europa Filmes, a ser rodado em 2016; a série documental “Gerchman”, para o canal pago Arte 1; o longa “O Paradoxo de Andrômeda”, pré-selecionado no Cinemart 2015; e o documentário – com coprodução internacional com a K.O Amsterdã – “Do Zero ao Infinito”, sobre o colecionador de Vinil Zero Freitas ; entre outros projetos. A Zohar Content conta com os redatores e roteiristas José Luiz Martins e Patricia Leme. Os dois atuarão ao lado dos quatro sócios da empresa, Carlos Paiva, Isabelle Tanugi, Fernanda Rossi e Fernando de Souza, bem como do diretor de atendimento Nivio Alves de Souza, que assume as funções de diretor de novos negócios na Zohar Content. A divisão conta em seu casting com diretores de cena como a dupla Tomat, Marcos Mello e Ian SBF, diretor de cena, roteirista e sócio do Porta dos Fundos, além de parcerias internacionais – como com a produtora inglesa Nexus. Também conta com novos talentos focados neste mercado: Julio Secchin, Michel Coeli, Radiográficos, Roberto Andreoli, Pedro Rossi e Rico Faissol.

Expansão O BNDES aprovou a concessão de colaboração financeira no valor de R$ 12 milhões à produtora paulista Coração da Selva, para o financiamento do seu plano de negócios referente aos anos de 2015 a 2017. O projeto inclui a expansão de atividades e de novos produtos audiovisuais da empresa. Metade do apoio (R$ 6 milhões) são recursos incentivados no âmbito da Lei do Audiovisual. O plano da empresa inclui a abertura de filiais no Rio de Janeiro e em Fortaleza. Estima-se que, com a operação, sejam criados cerca de 520 novos postos de trabalho diretos e indiretos.

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A BBC anunciou que cortará £ 150 milhões em custos (cerca de US$ 228 milhões) para cobrir seu déficit. Um dos motivos apontados para a queda nas receitas da emissora pública britânica é o menor número de pessoas pagando anualmente a taxa de broadcasting, um tributo que todo cidadão que usa a TV aberta no Reino Unido deve pagar para receber a programação pública. Serão eliminados mil postos de trabalho e será criada uma estrutura mais enxuta, com menos níveis hierárquicos. Segundo a emissora, esta é a primeira parte de um processo que deve cortar ao todo £ 700 milhões. Muitos britânicos têm preferido assistir ao conteúdo da BBC por streaming, em plataformas como o iPlayer, em tablets ou celulares. O governo britânico quer mudar a lei e passar a cobrar a taxa mesmo dos domicílios que não têm televisão. Um dos serviços que será descontinuado é o Red Button, conhecido mundialmente como o maior exemplo de interatividade em TV aberta no mundo. Através dele os espectadores recebem informações extras sobre programas e eventos esportivos. O corte representa uma economia de US$ 24,3 milhões. Segundo a BBC, a interatividade agora se dará apenas nos dispositivos conectados à Internet.

Talentos A Globo lançou em novembro o Globo Lab, uma iniciativa para selecionar projetos que envolvam “narrativas inovadoras e talentos criativos” e que permitam “a experimentação de linguagens e formatos, a cocriação com jovens inovadores, o fomento da produção de conteúdo nativo para a internet, além de contribuir para o relacionamento com a nova geração de produtores”. O cadastramento dos projetos precisa ser feito pelo portal da Globo Universidade até o dia 15 de janeiro, e nesse primeiro momento a emissora busca um projeto para uma websérie que tenha de cinco a dez episódios. Os 20 primeiros projetos selecionados passarão por visitas e oficinas no Projac. Numa segunda seleção, dez projetos serão selecionados e ganharão mentoria e aprofundamento também oferecidas pela Globo. Por fim, o projeto selecionado terá sua websérie produzida e exibida pelo portal Gshow. O autor também passará por uma imersão de cinco dias no Projac. Mais informações pelo site www.globouniversidade.com.br/globolab

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Força regional A Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) de Maceió e a Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo (SMCET) de Cuiabá divulgaram os resultados finais de seus editais de apoio à produção audiovisual lançados em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Ao todo, os dois municípios investirão R$ 1,9 milhão. O edital lançado pela FMAC, na cidade de Maceió, vai apoiar com R$ 600 mil a produção do longa-metragem “Cavalo”, de Werner Salles Bagetti e Rafhael Barbosa, apresentado pela produtora Núcleo Zero Publicidade. Além disso, o município investirá R$ 300 mil em seis projetos de curta ou média metragem: “O Cortejo”, da Associação Cultural PopFuzz; “Avalanche”, da Associação dos Artistas de Massaranduba; “Ressonância”, do Instituto Quintal Cultural; Os Desejos de Mirian”, de Ismélia da Penha Balduce Tavares; “Wonderfull – Meu Eu em Mim”, de Dário Francisco de Oliveira Júnior, e “As Melhores Noites de Varoni”, dos Coralistas Associados da Escola Técnica Federal de Alagoas. Cada curta receberá R$ 50 mil. Dos R$ 900 mil em premiação oferecidos pelo edital alagoano, R$ 600 mil serão aportados pelo Programa Brasil de Todas as Telas, com recursos do FSA, e os R$ 300 mil restantes virão do orçamento anual da FMAC. Já o edital de Cuiabá selecionou um total de nove projetos, sendo três telefilmes (dois documentários e um de ficção) e

seis produções de curta ou médiametragem (uma animação, dois documentários e três filmes de ficção). O valor total de premiação do edital é de R$ 1 milhão. Desse valor, R$ 660 mil serão aportados pelo Fundo Setorial do Audiovisual. Os telefimes selecionados foram “Loop”, da Plano B Produções, “Vila Haiti”, da R.S Shinike, e “As Cores que Habitamos”, da Lamiré Cinema e Vídeo. Assim como em Maceió, Cuiabá decidiu investir em seis curtas: “Sísmico”, da “A Produtora Produção de Áudio e Vídeo”; “Filhos da lua na terra do sol”, da Lamiré Cinema e Vídeo; “Um peixe para dois”, da Mario H.C Zugair Produções; “3 tipos de medo”, da Plano B Produtora de Filmes; “Pandorga”, da R.S. Shinike Muller e Shinike; e “Aquilo que me olha”, da MT Okamura e Serviços.

Maciej Bledowski/shutterstock.com

Regional

Lei de Filmagens São Paulo poderá ter um guichê único para os pedidos de licenças de filmagens na cidade. Um projeto de Lei de Filmagens será encaminhado à Câmara Municipal. Segundo Alfredo Manevy, presidente da Spcine, a ideia é centralizar as licenças em um balcão único, na própria Spcine. Os valores cobrados pelas licenças serão repensados. "Haverá uma gradação mais racional e realista em relação aos tipos de produção", explicou Manevy, falando sobre as filmagens de publicidade, longas, curtas, televisão etc. Sobre a necessidade de esperar a tramitação o projeto na Câmara, o presidente da Spcine afirmou ter confiança de que haverá celeridade. "Assim como aprovamos a lei da Spcine em tempo recorde, em três semanas, temos condições de fazer com a Lei de Filmagens", disse.

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A Globosat ampliou a sua cobertura de sinal regional para mais duas cidades, Salvador e Recife. A partir de agora, é possível programar veiculação direcionada aos consumidores destas capitais nos canais da programadora. A cobertura do sinal em Salvador se estende a Lauro de Freitas e atinge público potencial de 132 mil pessoas. A capital da Bahia é a quinta praça de maior potencial de consumo do Brasil, sendo que o perfil dos assinantes é formado em 73% pelas classes A e B. Deste total, 28% têm filhos e 45% trabalham. O sinal em Recife também abrange as cidades de Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. O potencial de assinantes na região é de 127 mil pessoas, composto por 89% da classe AB, sendo que 48% têm filhos e 66% trabalham. Com estes lançamentos, a Globosat passa a ser a única programadora a comercializar o sinal regional em 15 praças: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos (SP), São Paulo, Campinas (SP), São José dos Campos (SP), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Salvador, Recife e Fortaleza.

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Atendimento

Reforço duplo

A Vapt Filmes contratou Cecília Carvalho para atuar na sua equipe de atendimento. A profissional já passou pela Academia de Filmes e pela Volcano Hotmind. Em sua trajetória, desenvolveu trabalhos para Wunderman, Fischer, África, Etco, FCB, Nova SB, Globo e outras agências.

Cecília Carvalho

Internacional A Viacom Brasil contratou o executivo Renato Martinez para liderar seu departamento de venda de conteúdo internacional. Ele será responsável pelo setor no Brasil e em demais países do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai). Martinez terá como principal função a comercialização, junto aos Renato Martinez canais abertos e diferentes plataformas, de todo o conteúdo da Viacom, incluindo as marcas Nickelodeon, Nick Jr., MTV, Comedy Central, Spike, BET e VH1. O profissional tem 12 anos de experiência nas áreas de marketing, vendas e novos negócios e passou por empresas como Endemol, RedeTV! e Livead.

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( figuras) A O2 contratou Rodrigo Pesavento e Fred Luz para seu time de diretores de cena. Os profissionais levarão suas equipes de fotógrafos, montadores e demais profissionais de Rodrigo Pesavento, produção para atuar em projetos Fernando Meirelles e Fred Luz na produtora. Natural de Porto Alegre, Luz dirigiu filmes para Johnson & Johnson, Tramontina, Santander e Olympikus, além de documentários e programas de TV. Já Pesavento atua como roteirista, produtor e diretor de documentário e ficção e ganhou diversos prêmios, incluindo o Profissionais do Ano.

Diretor A Great anunciou Maurício Castro em seu casting de diretores de cena. Castro tem passagens pela Bora Filmes e Câmera 12, produtoras onde atuou como finalizador e assistente de direção. Em seguida foi para a Publicis trabalhar como coordenador de animação, editor e finalizador. Ele continuará sendo o diretor criativo dos trabalhos de animação e pós-produção assinados pela Great.

Sócio

Conselheiro Otávio Luiz Rodrigues Junior foi oficialmente nomeado para ocupar a vaga de Marcelo Bechara no Conselho Diretor da Anatel. O ato foi publicado no Diário Oficial da União. O novo conselheiro nasceu em Crato (CE) e é formado em direito com mestrado, doutorado e pós-doutorado na área. Atuou na Advocacia Geral da União, onde ingressou por concurso público em 2001, e no Ministério da Justiça, no Superior Tribunal de Justiça, no Supremo Tribunal Federal e no Ministério das Comunicações. Trabalhou também em defesa do programa de inclusão digital do governo federal. O nome de Otávio Luiz foi aprovado no Senado por 56 votos a favor e 4 contrários. Seu mandato vai até 4 de novembro de 2020.

CFO

Publicidade A produtora Damasco contratou diretor João Wainer para integrar seu núcleo de publicidade. O profissional já trabalhou na TV Folha e dirigiu o documentário “Junho – O mês que abalou o Brasil”. Na publicidade, já produziu documentário para Nívea e um filme que rendeu a conta da Jac Motors para a Ogilvy. João Wainer e Marcelo Monteiro

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Diretor de cena na Conspiração há cinco anos, Ricardo ‘Gordo’ Carvalho passa a figurar entre os sócios da produtora. Sua trajetória profissional é marcada pela direção de atores, incluindo crianças e bebês. Entre seus trabalhos estão os filmes da campanha “A número 1” (Brahma), “GosRicardo ‘Gordo’ Carvalho toso como a vida deve ser” (McDonald´s), “Desarmamento” (Bronze no Clio Awards Festival) e “Mamíferos” (Parmalat). O diretor esteve à frente de campanhas para marcas como Unilever, Procter & Gamble, Nestlé, Mastercard, Bradesco e GM.

O francês Adrien Muselet assumiu o cargo de CFO na Glaz Entretenimento. Muselet foi diret or executivo de cinema da Conspiração Filmes em 2014 e 2015, sendo um dos produtores de “Vai que cola – O filme” (2015). Anteriormente, foi diretor comercial da RioFilme de 2009 a 2014, participando da reestruturação e Adrien Muselet do planejamento da empresa. Começou sua carreira em 2004 como analista de investimentos na Investimage e é formado em Administração pela HEC – Hautes Études Commerciales (Paris). A Glaz se fundiu recentemente com o Copa Studio, em ação anunciada durante a MIPCOM, onde a nova holding se lançou no mercado internacional.

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FIM DE ANO É PARA FAZER O QUE JÁ FAZEMOS O ANO TODO: CELEBRAR. Food Network, o único canal de estilo de vida que conecta os telespectadores através dos sabores.

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100% LIFESTYLE.


cobertura

(capa)

Da redação

c ar tas.tevav iva@co nvergeco m .co m .br

O encontro do audiovisual foto: marcelo kahn

São Paulo sediou a segunda edição do Telas – Festival Internacional de Televisão, que este ano contou também com o TelasFórum, braço de negócios derivado do Fórum Brasil de Televisão. O youtuber PC Siqueira participa de conversa com fãs na Oca do Ibirapuera

D

urante uma semana, os profissionais do setor audiovisual e o público em geral puderam entrar em contato não apenas com produções de qualidade vindas de todo o mundo, mas também com seus realizadores, produtores e atores. A Converge Comunicações (que edita TELA VIVA), em corealização com a Spcine, promoveu o segundo TELAS – Festival Internacional de Televisão de São Paulo, e trouxe para dentro do evento o TelasFórum, nova denominação do Fórum Brasil de Televisão, que chegou à sua 16ª edição. O evento ganhou casa nova, com a chegada da Oca do Ibirapuera a seu circuito. Ao longo da semana de 9 a 15 de novembro, o espaço foi transformado em um centro de

debates e celebração da produção feita não apenas para a televisão, mas para toda as mídias digitais. O TELAS ocupou ainda alguns outros espaços nobres da cidade, como a Unibes Cultural, a FAAP, o MAM e o MIS, com debates e exibições de programas. Na Oca, ao longo da semana, o público pode encontrar-se com artistas como os atores-mirins das séries “DPA” e “Buu”, do canal Gloob, e os personagens do “Show da Luna”, do Discovery Kids, além de participar de pré-estreias de programas e documentários. O espaço recebeu também ao longo da semana encontros com youtubers e viners, talentos da Internet que fazem grande sucesso, como PC Siqueira, o Amigo Gringo e Karen Jonz. A Oca foi palco também de apresentações e debates, como o

realizado em parceria com a Apaci, que trouxe a cineasta Anna Muylaert para debater o case do filme “Que Horas ela Volta”, e apresentações de realidade virtual, com David Mellor, diretor da Framestores (NY), empresa por trás de filmes como “Vingadores” e “Harry Potter”, e Ricardo Laganaro, da O2. Também foi lá que aconteceram, dentro do seminário gratuito Telas Criatividade e Inovação, encontros de roteiristas, com a presença dos criadores de “Narcos” e “Burn Notice”, e debates sobre tecnologia e narrativas, com curadoria de Igor Kupstas, da O2 Play. Nas páginas a seguir, alguns momentos que marcaram essa semana fundamental para o audiovisual na cidade de São Paulo.


Talento premiado

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TELAS premiou mais uma vez os programas que foram destaque no último ano, avaliados por cinco júris especializados, formados por Gabriela Romeu (jornalista), Erik Leyton Arias (realizador colombiano), Hermínia Bragança (coordenadora de conteúdo infantil da TV Brasil / EBC), Aída Queiroz (Diretora de animação e codiretora do Anima Mundi), Paulo Gustavo Pereira (jornalista e escritor), Newton Cannito (roteirista), Tata Amaral (cineasta), Nora Goulart (produtora), Bruno Assami (gestor cultural), Valdemar Jorge Filho (produtor), Leticia Muhana (consultora de programação da Globosat e diretora do canal Viva), Jorge Espírito Santo (jornalista e diretor artístico do “Fantástico”), Luisa Campos (gestora de conteúdos na Synapse), Vera Zaverucha (especialista em políticas públicas, produtora e autora), Flavia Guerra (documentarista e jornalista), Juliane Cavalcante (produtora e responsável por licenciamentos e coproduções na Acerp), Marcos Didonet (diretor do Festival do Rio), Eliza Capai, (jornalista e documentarista), Alexandre Muniz (especialista em regulação, diretor e roteirista), Diogo Moyses (jornalista, produtor executivo e especialista em políticas públicas) e Jorge Gonçalves (coordenador de desenvolvimento econômico na Spcine). Confira os premiados de 2015:

Websérie

• Melhor websérie – “Armas silenciosas para guerras secretas”, da Bonobo Filmes • Menção honrosa – “Empoderada”, da Dandara Produções

Infantojuvenil

• Melhor produção infantojuvenil – “Meu pai”, da Casa de Cinema de Porto Alegre • Melhor direção infantojuvenil – “Meu pai”, da Casa de Cinema de Porto Alegre • Melhor roteiro infantojuvenil – “Irmão do Jorel”, do Copa Studio • Realização artística infantojuvenil – “Meu pai”, da Casa de Cinema de Porto Alegre • Prêmio internacional infantojuvenil – “Cleo”, da Imira Entertainment – Espanha

Documentário – série

• Melhor Documentário – série: – “Deu match!”, do Cinegroup • Melhor direção Documentário – série – “Amores livres”, da Globosat • Melhor roteiro Documentário – série “Sete vida em 7 cordas”, da Doblechapa Cinematografia • Realização artística Documentário – série – “André Midani – Do Vinil ao download”, da Conspiração Filmes • Prêmio Internacional Documentário – série “Mentira la verdad”, da Encuentro – Argentina

Documentário- feature

• Melhor documentário – feature – “O Estopim”, da TVA2 Produções • Melhor direção Documentário – feature – “O Estopim”, da TVA2 Produções • Melhor roteiro Documentário – feature – “Esse viver ninguém me tira”, do Cine Group • Realização artística Documentário – feature – “Baré: povo do rio”, do Sesctv • Prêmio internacional Documentário – feature – “Tus padres volverán”, da Gabinete Films – Uruguai

Life-style

• Melhor série Life-style – “Receita de viagem com Bel Coelho”, da Grifa Filmes • Menção honrosa – “melhor hostess” – “Missão extrema com Karina Oliani”, da Bossa Nova Films Criações e Produções

Ficção

• Melhor série Ficção – “Santo forte”, da Moonshot Pictures • Melhor direção Ficção – “Partiu?!”, da Colateral Filmes • Melhor roteiro Ficção – “Vizinhos”, da Globosat • Melhor ator Ficção – Matheus Nachtergaele (“Zé do Caixão”, da Contente Produções) • Melhor atriz Ficção – Maria Helena Chira (“Zé do Caixão”, da Contente Produções) • Realização artística Ficção – “Zé do Caixão”, da Contente Produções • Prêmio internacional Ficção – “Humans”, da AMC Networks – Estados Unidos • Menção honrosa – novos talentos e ousadia temática – “O ninho”, da Bezouro filmes

Grandprix do júri

• “O Estopim”, da TVA2 Produções


fotos: marcelo kahn

(galeria) Atores e equipe da série “Condomínio Jaqueline”, da Coração da Selva / Fox, que abriu o festival.

Silvia Elias, da Turner

Chris Brancato, showrunner da série “Narcos”

David Mellor (Framestore, NY), Ricardo Laganaro (O2) e Tadeu Jungle (Academia de Filmes) em painel sobre os avanços da realidade virtual

Jimmy Leroy, da Viacom

Juliano Enrico leva um dos prêmios por “Irmão do Jorel”

foto: daniel ducci

foto: danilo ramos

Mônica Pimentel, da Discovery

foto: daniel ducci

Paulo Barata, da Universal

Alberto Nicolli, da Sony

Público pôde participar de workshops de figurino, adereços e efeitos especiais.

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Adelaide Oliveira de Lima Pontes, da Funtelpa (Pará)


O ator Paulo Cesar Pereio participa do pitching da Fox

Julio Worcman, do Curta!

Aaron Mendelsohn, roteirista e diretor da Writer’s Guild of America

foto: daniel ducci

Público teve acesso às mostras e debates durante toda a semana na Oca

foto: danilo ramos

Atores de “Buuu” tiraram fotos e responderam perguntas dos fãs

Mauricio de Sousa recebeu homenagem do Telas das mãos do secretário de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki Equipe de “Estopim”, vencedor do Grand Prix do júri do segundo TELAS

foto: daniel ducci

Demonstração de realidade virtual atraiu o público do festival

Pierre Cattan (Smallbag), Rodrigo Terra (EraTransmídia) e Felipe Braga (Los Bragas) em painel sobre transmedia.

Painel sobre realities com Fernando Sugueno (Band), Willian Pesenti (SBT), Daniela Busoli (Formata) e Carla Albuquerque (Medialand)

Painel sobre gastronomia e televisão com os chefs Rita Lobo, Pedro Benoliel, Carla Pernambuco e André Mifano

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cobertura spcine apresenta:

( mercado) Da redação

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Que crise?

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m 2013, o setor audiovisual foi diretamente responsável por 0,54% do PIB brasileiro, contribuindo com R$ 22,2 bilhões. O dado foi apresentado em primeira mão pela diretora da Ancine Rosana Alcântara durante o TelasFórum, encontro do setor que aconteceu em novembro, realizado pela Converge Comunicações e pela Spcine. Ainda no evento, Manoel Rangel, presidente da Ancine, apontou que o crescimento do setor nos próximos anos passará não apenas pela continuidade do crescimento do mercado de TV paga como pelo desenvolvimento de novas fronteiras de distribuição, com destaque para o vídeo sob demanda. Operadoras de TV paga e grupos de mídia também apostam em um aumento na importância das novas formas de distribuição, sobretudo de forma não-linear e multiplataforma. Enquanto a Net aponta bons resultados nessa seara, Globo e o governo detalham seus planos para o VOD. Segundo o estudo da Ancine, o valor adicionado pelo setor no PIB representa um crescimento real de 4,1% em comparação com o ano de 2012, e de 65,8% em comparação com 2007, quando o estudo começou a ser publicado. Ao longo deste período, a média de crescimento anual é de 8,8%, superior à média de todos os setores juntos. O relatório indica um aumento expressivo da participação das operadoras de TV por assinatura no valor adicionado total do setor

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fotos: marcelo kahn

No TelasFórum, setor audiovisual comemora momento positivo e aponta o VOD como próximo motor de crescimento.

Rosana Alcântara, da Ancine: participação do setor no PIB cresceu.

audiovisual, subindo de 24,3%, em 2007, para 37,5%, em 2013. Programadoras e outras atividades relacionadas às operadoras elevaram sua participação de 6% para 12,2% no mesmo período. O segmento de exibição cinematográfica também registrou aumento em sua participação, que foi de 1,6% para 3%. Seguindo o caminho inverso, a participação do setor de TV aberta foi de 63,7% em 2007 para 44,2% em 2013. Os segmentos de produção e pós-produção (3,1% para 2,3%), distribuição (0,8% para 0,4%) e comércio varejista e aluguel de fitas de vídeo e DVDs (0,5% para 0,3%) também registraram redução na sua participação.

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O segmento de TV aberta, no entanto, ainda aparece em primeiro lugar em volume de contribuições, com valor adicionado bruto de R$ 9,8 bilhões. Na sequência, aparecem as operadoras de TV paga, com R$ 8,4 bilhões. Desse montante, R$ 4,4 bilhões se referem ao valor adicionado por operadoras via cabo e R$ 3,9 bilhões ao valor adicionado pelas operadoras via satélite. O levantamento da Ancine é de um período anterior à crise econômica nacional. No entanto, ficou claro no evento que, para o audiovisual, não há crise.

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Nos primeiros nove meses de 2015, foram emitidos 2,8 mil CPBs (Certificado de Produção Brasileira) pela Ancine. Foram 3,33 mil em 2013, 3,36 mil em 2014. Segundo Rosana Alcântara, o número menor em 2015 não se deve a uma diminuição, mas apenas ao fato de o ano ainda não ter terminado. Segundo ela, a Ancine não detectou nenhum movimento de queda no ritmo de registro de produção nacional para TV. Os montantes investidos através de mecanismos de incentivo fiscal também é crescente. Segundo a Ancine, os recursos do Fundo Setorial Audiovisual destinados à programação de TV por assinatura saltaram de R$ 55 milhões em 2013 para R$ 171,4 milhões em 2014 e no acumulado de 2015. O número supera o de produção de cinema, que foi de R$ 40,6 milhões para R$ 103,7 milhões no mesmo período. O Artigo 39, correspondente ao que as programadoras internacionais deixam de recolher em Condecine em troca de investimentos em coprodução, passou de R$ 28 milhões em 2013 para R$ 60,2 milhões em 2014. Outro mecanismo muito utilizado em produções voltadas para TV por assinatura é o Artigo 3ºA da Lei do Audiovisual. Nesse caso, passou-se de um montante de R$ 28,5 milhões em 2013 para R$ 59,5 milhões em 2014. Hoje, 96 canais de TV por assinatura cumprem cotas de tela, o que totaliza 54 mil horas de

TV da sala de estar ainda é a plataforma preferida de consumo de conteúdos sob demanda, e por isso o Now teve o sucesso alcançado. Fernando Magalhães, da Net/Claro

conteúdo brasileiro por ano e 33 mil horas de conteúdos independentes. Nova onda O aumento de recursos no setor teve como principal motor os incentivos fiscais e os investimentos realizados através do FSA, além do aumento da demanda por conteúdos gerado pelas cotas impostas pela Lei do SeAC e de um crescimento acelerado da TV paga nos últimos anos.

desse mercado por meio de um novo marco legal. Ao enumerar as prioridades que deverão fazer parte das diretrizes do segundo ano do Programa Brasil de Todas as Telas, Rangel ressaltou a importância de “manter os investimentos nos patamares

A desaceleração da TV paga não impacta imediatamente na demanda por conteúdo, uma vez que as cotas não levam em conta a base já alcançados” e “ter o VoD como a perspectiva de fronteira de crescimento do setor audiovisual”. Segundo ele, a regulamentação do mercado de VoD será importante nesse sentido (a Ancine já disse que essa regulamentação deve prever garantias de cotas para produções nacionais), e ele citou ainda a plataforma pública de vídeo sob demanda que está sendo desenvolvida pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura como um canal importante de distribuição de conteúdos nessa plataforma. Tanto a maior operadora de TV por assinatura do Brasil, a Net, quanto a TV Globo reconhecem que existe uma mudança significativa de comportamento do consumidor de produtos audiovisual digitais, mas ambas acreditam que as respostas que estão sendo dadas pelos dois setores é suficiente para responder a essa nova demanda.

A desaceleração da TV paga não impacta imediatamente na demanda por conteúdo, uma vez que as cotas não levam em conta a base. No entanto, ela não deve ser o motor do crescimento da produção nacional no médio prazo. O setor já aponta o vídeo sob demanda como a nova onda. A continuidade do crescimento, diz Rangel, passará não apenas pela continuidade do crescimento do mercado de TV paga como pelo desenvolvimento de novas fronteiras de distribuição, e onde a Ancine mais coloca suas fichas é no vídeo sob demanda, a ponto de estar preparando para o próximo ano uma normatização

“Na primeira semana o Globo Play teve mais de um milhão de downloads nas lojas de aplicativos.” Eric Bretas, da Globo

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( mercado) “O governo quer um serviço de VOD em que os conteúdos sejam distribuídos aos receptores de TV digital aberta pelo próprio espectro da radiodifusão.” Pola Ribeiro, da SAV/MinC

cobrado um adicional a cada compra) quanto aqueles que estão disponíveis no modelo de catch-up (ou seja, já estava disponíveis na oferta de canais lineares e podem ser assistidos de maneira não-linear) A Net tem como estratégia melhorar a curadoria de alguns conteúdos específicos e oferecer séries específicas de títulos de um mesmo diretor ou artista, ou ainda lançar listas de filmes recomendados por especialistas e formadores de opinião. “Dentro de um universo de 30 mil títulos que temos hoje, esse tipo de recomendação é necessária e as pessoas se surpreendem ao descobrir o que está disponível. Para o diretor de mídias digitais da TV Globo, Eric Bretas, o lançamento do Globo Play é uma resposta da TV Globo a essa demanda dos usuários, mas não é uma iniciativa isolada. “A TV Globo tem iniciativas de conteúdos distribuídos em mobile e pela Internet desde a Copa

Fernando Magalhães, principal executivo responsável pela contratação de conteúdos da América Móvil disse que a TV da sala de estar ainda é a plataforma preferida de consumo de conteúdos sob demanda, e por isso o serviço de VOD da Net, o Now, teve o sucesso alcançado. Segundo ele, um percentual significativo dos usuários da Net hoje já tem acesso aos serviços sob demanda. Segundo informações de mercado, a Net comercializaria entre 2,5 milhões e 3 milhões de conteúdos transacionais por mês, número que Magalhães não confirma, mas segundo ele uma parcela muito grande dos usuários da operadora já consome conteúdos on-demand, tanto os transacionais (pelos quais é

do Mundo de 1998”, lembrou. para ele, a diferença do Globo Play para as iniciativas anteriores é a universalidade de plataformas, de smartphones a TVs conectadas. Ele diz que na primeira semana o Globo Play teve mais de um milhão de downloads nas lojas de aplicativos e que a curta experiência do produto já mostra que dois terços da audiência vem de dispositivos móveis, seja pelo app, seja pelo acesso pelo browser usando um dispositivo móvel. VOD público O secretário do audiovisual do Ministério da Cultura, Pola Ribeiro, reiterou durante o evento a disposição do governo de criar uma plataforma de distribuição de conteúdos nacionais sob demanda, intenção que já havia sido anunciada pelo ministro Juca Ferreira à revista TELA VIVA em agosto. Ribeiro trouxe, contudo, um elemento novo à proposta. Segundo ele, o governo tem a intenção de trabalhar na possibilidade de um serviço em que os conteúdos seriam distribuídos aos receptores de TV digital aberta pelo próprio espectro da radiodifusão, possivelmente utilizando as frequências dos canais públicos, e esses conteúdos ficariam disponíveis

“Depois do Sexo”

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projeto de série “Depois do Sexo”, da Superfilmes, venceu o pitching realizado pela Fox no TelasFórum. O projeto é de autoria de José Roberto Torero e Marcos Aurélio Pimenta e prevê 40 episódios. A Fox assinará uma carta de intenção de desenvolvimento com o projeto vencedor, e receberá os produtores para encontros de desenvolvimento dentro dos canais Fox. Além do vencedor, disputaram: “Asselvajados” (Cubo); “Dias Nublados” (Artesã); “O que Todo Cabra Macho Deveria Saber” (Laura Velho); “Ai, que Narcisa” (UNO).

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Carlos Queiroz (Fox), Patrick Leblanc (Superfilmes), Júlia Priolli, José Roberto Torero e Zico Góes (Fox)

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e armazenados no receptor do usuário para serem consumidos sob-demanda. É um modelo similar ao que algumas operadoras de DTH (TV paga via satélite) fazem, conhecido como “push VoD”. Em sua apresentação, Pola Ribeiro não deu mais detalhes sobre como seria o funcionamento tecnológico dessa solução, sobre a capacidade das caixas para esse tipo de serviço, sobre as negociações de direitos nem sobre o modelo econômico. O governo tem a intenção de criar uma espécie de Netflix de conteúdos nacionais que serviria para dar vazão à produção brasileira hoje fomentada por recursos públicos. Segundo Ribeiro, essa plataforma seria também utilizada pelas prefeituras interessadas no Canal da Cidadania e pelo Canal da Cultura, ambos parte dos canais previstos no decreto de TV digital e que estão sendo desenvolvidos pelo governo. A Cinemateca e a Acerp - Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto - devem ter papel central no serviço, disse Ribeiro a TELA VIVA. Do online para a TV Talentos e produtores de conteúdo para Internet querem as telas maiores, diz James Glasscock, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Machinima. Um dos casos de maior sucesso no mundo de produção de conteúdo para a Internet, o Machinima começou sua trajetória há cerca de 10 anos como uma agregadora de conteúdos. Hoje está fazendo o caminho inverso, tornando-se uma grande produtora de conteúdos de qualidade profissional. Esse caminho é natural porque é desejo dos talentos que começaram na Internet terem seus produtos exibidos em telas maiores, na TV e eventualmente até no

“Nosso objetivo é ir além do Youtube porque os talentos querem estar nas telas maiores, nos cinemas, e nós fazemos isso.” James Glasscock, do Machinima

é a terceira janela. A empresa prioriza para suas produções e dos talentos que agrega primeiro licenciamentos exclusivos para canais e produtos específicos, depois passando pela janela dos serviços de subscription video-ondemand (SVOD) e então entregando ao Youtube onde, obviamente, está o grosso da audiência. Ele rechaça a ideia de que a geração alvo do Machinima (millenials) seja uma geração sem disposição para consumir conteúdos pagos. Ele diz que esta geração para por conteúdo, mas quer um conteúdo específico e sempre de forma não-linear em em múltiplas plataformas. E, obviamnte, conteúdos de interesse dessa geração. No caso da Machinima, a aposta foi em eSports (esportes relacionados ao universo de games), games em si (incluindo personagens e temáticas específicas desse universo) e personagens de quadrihos e heróis. Outro aspecto importante na estratégia da Machinima é o ambiente mobile, que representa globalmente cerca de 80% da audiência. No Brasil o Machinima agrega 16 milhões de espectadores únicos por mês, 343 milhões de visualizações ao mês, 1,8 bilhão de minutos visualizados e 56% do consumo é em dispositivos móveis e tablets. Daniel Conti, diretor do canal de Internet Vice no Brasil, diz que a exemplo do que está acontecendo internacionalmente, há planos de criar um canal de TV no país para 2016. Sem dar maiores detalhes, ele explica que é objetivo da Vice ter até meados do ano que vem o canal no Brasil. “Não é fácil ter que explicar o modelo de coprodução, mas vamos dar esse próximo passo”, diz ele.

cinema, diz o executivo. “Não competimos com os outros produtores, mas criamos oportunidades. O que fazemos é entrar em produções de maior custo, achamos os talentos e investimos neles. Nosso objetivo é ir além do Youtube porque os talentos querem estar nas telas maiores, nos cinemas, e nós fazemos isso”, disse Glascock. As produções profissionais próprias da Machinima variam de US$ 20 mil a US$ 2 milhões por episódio, explica. Hoje a Machinima agrega cerca de 300 mil horas anuais de conteúdos gerados pelos talentos e investe para produzir cerca de 600 horas de conteúdos com “qualidade de estúdio”. O executivo conta que hoje, dentro da estratégia da Machinima, o Youtube

“Até meados de 2016, a Vice quer ter um canal de TV no Brasil.” Daniel Conti, da Vice

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fevereiro

março

dia 2

dia 29

WTC Events Center São Paulo, SP

Auditório Finatec

O evento que aborda o principal motivo da existência da sua empresa: o cliente. Congresso e Palestras de Negócios para debater e aprimorar todas as questões que envolvem os serviços de relacionamento e atendimento ao consumidor.

Universidade de Brasília, Brasília, DF Os responsáveis pela agenda política e regulatória reúnem-se para discutir as principais metas e definições do setor de telecomunicações para os próximos anos.

abril

maio

dias 12 e 13

dias 3 e 4

WTC Events Center Royal Tulip Brasilia Brasília, DF

O Painel Telebrasil é o principal encontro das lideranças e autoridades da área de telecomunicações no Brasil.

São Paulo, SP

Toda a cadeia do mercado reunida para debater os temas mais atuais da mobilidade. Tudo sobre o universo de conteúdo móvel discutido por executivos de grandes empresas e ainda a premiação mais esperada do ano!

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junho

dias 29 a 1º/julho Transamérica Expo Center São Paulo, SP

Fórum Saúde Digital

agosto

dia 22

Maior encontro do setor de TV por assinatura e banda larga da América Latina, é o único evento que congrega os principais operadores do setor, empresas de telecomunicações, produtores e programadores de conteúdo, empresas de tecnologia e provedores de internet para debater as pautas mais relevantes do mercado.

setembro

dias 1 e 2

Fórum WTC Events Center São Paulo, SP

Royal Tulip Rio de Janeiro

Amplo e atual, na dose que o setor de saúde brasileiro precisa. Especialistas, gestores e fornecedores apresentam tecnologias e projetos inovadores que estão movimentando hospitais clínicas, laboratórios de diagnósticos e indústria farmacêutica.

O evento dos que decidem. Grandes definições do mercado e novidades previstas para os próximos anos apresentadas em debates entre Governo e dirigentes do setor de satélites.

outubro

dias 4 e 5

Rio de Janeiro, RJ

novembro

São Paulo, SP

WTC Events Center São Paulo, SP

Congresso e palestras que apresentam tendências, soluções e projetos de desenvolvedores pensadas para otimizar processos e negócio do mercado corporativo.

dezembro

dias 5 e 6

São Paulo, SP Maior fórum de discussões jurídicas sobre o mercado de telecomunicações, TI e comunicações. Referência para advogados, consultores, analistas e autoridades envolvidos em questões jurídicas do setor de TICs.

O evento tem como objetivo dar visibilidade a produção para a televisão nacional e internacional, junto a parcelas maiores da população possibilitando seu acesso inclusive àqueles que não dispõe de serviços de TV paga. spcine apresenta:

O tradicional Fórum Brasil de Televisão, em 2015, passou a chamar-se TELAS FORUM e reúne os principais players do mercado audiovisual nacional e internacional num evento dedicado à geração de novos negócios entre criadores, produtores, exibidores, distribuidores, canais de TV e plataformas digitais de dentro e fora do país.


cobertura spcine apresenta:

(conteúdo)

Leandro Sanfelice

lean dro@co nvergeco m .co m .br

A marca é o conteúdo

Novos valores do consumidor e maior poder de escolha no consumo de conteúdo aumentam a relevância do branded content para produtores, canais e anunciantes.

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atuar de maneira complementar com aquelas que já existem”, avaliou Rui Porto, consultor de marca da Alpargatas. O profissional apresentou o processo de evolução da marca Havaianas, de um produto de baixo custo para um item de moda cobiçado em todo o mundo. Em outubro deste ano, a marca investiu na produção da série “The Posto Code”, produzida pela Villar e exibida no canal Sony. Em seis episódios de 23 minutos, a obra conta as histórias reais de 18 personagens que frequentam os postos da orla da Zona Sul, no Rio de Janeiro. Canais Em 2015, a Discovery produziu 52 ações de conteúdo com marcas integradas, quase três vezes mais que as 20 produzidas em todo o ano de 2014. Entre as produções deste ano, oito foram de longa duração, ocupando espaço como programa na grade do canal. No ano anterior, apenas uma obra desse tipo foi produzida. Os números, apresentados pelo vicepresidente de vendas publicitárias da Discovery, Roberto Nascimento, mostram o crescimento do segmento de branded dentro dos canais do grupo. Ainda de acordo com Nascimento, cerca de 35% dos acordos fechados com marcas nesse ano incluíram ações de conteúdo. “Há cada vez mais espaço para falar com as marcas sobre produção de conteúdo. Estamos mostrando fotos: daniel ducci

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m um cenário no qual o consumidor é bombardeado diariamente com milhares de informações e tem cada vez mais controle sobre aquilo que quer - e que não quer - assistir, as marcas precisarão investir cada vez mais em conteúdo para fazer sua mensagem chegar até ele. A avaliação foi apresentada por Paulo Coelho, diretor de criação da DM9DDB, no TelasFórum. Segundo Coelho, o consumidor atual não vê na marca apenas um fornecedor de produtos. “Ele tem um novo perfil. Para ele, a compra não é apenas compra. Quando ele compra ele está apoiando os valores da marca e representando os seus valores”, disse o profissional. Para esse consumidor, o discurso unidirecional tradicionalmente adotado pelas marcas estaria perdendo efeito. “É preciso sair de cima do palco e falar com esse consumidor olho no olho, no mesmo nível e iniciando um diálogo”, concluiu. No evento, ele também apresentou alguns cases produzidos recentemente, como a campanha do Itaú para a Copa do Mundo 2014, a criação do “Smokable Book”, para promover a marca de papel de seda do rapper Snoop Dogg, a iniciativa “Mães Seguranças” para o clube de futebol Sport e a campanha “Rádio Gay”, que combateu a homofobia com sucessos produzidos por homossexuais em rádios de todo o país durante a Parada Gay. “Sem dúvida trata-se de uma resposta ao novo consumidor e uma maneira de se comunicar mais diretamente com ele, apresentando valores e DNA da marca. É mais uma mídia, que está só começando e deve

“Para esse novo consumidor, a compra não é apenas compra. Quando ele compra ele está apoiando os valores da marca e representando os seus valores” Paulo Coelho, da DM9DDB

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que é possível criar uma história, entreter e levar a marca e seus conceitos para dentro desse conteúdo sem interferir”, disse o executivo. Em produções de longa duração, disse, o conteúdo passa por curadoria e deve se adequar à programação do canal como outro programa qualquer. “É preciso inserir a marca de maneira orgânica, sem interferir na programação. A qualidade do programa e o interesse para o público devem ser os mesmos que nos demais programas”, explicou. Segundo ele, o grupo pretende expandir ainda mais o faturamento com o branded content. Para isso, está integrando mais de um anunciante por ação. “Há programas que podem contemplar mais de um produto de forma complementar. Isso aumenta o rendimento comercial e também permite investir em maior qualidade de produção”, avaliou Nascimento. Curadoria Desde 2010 o GNT tem um grupo de profissionais dedicado ao branded content. Segundo Leonardo Moura, coordenador de produtos do canal, toda proposta recebida pelo canal passa, em primeiro lugar, pelo crivo da equipe de conteúdo, que definirá se a proposta tem potencial e como ela será desenvolvida. Na sequência, o processo de produção também é liderado pelo canal. “A agência e o anunciante acompanham e perto, mas é a equipe de conteúdo do canal que segue à frente”, disse. O objetivo é garantir que as marcas sejam inseridas

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no conteúdo de forma natural, evitando ‹ruídos› na grade de programação e garantindo que a produção agrade o público direcionado do canal. “É preciso pensar em um conteúdo bom para o anunciante mas principalmente bom para a audiência. Em um canal segmentado não pode haver ruído e o conteúdo tem que ser inserido de forma natural na programação. Dessa forma, o público também recebe melhor a mensagem do anunciante”, diz. O canal exibe o reality “Desafio da Beleza”, que chegou a sua quarta temporada em 2015. Produzido pela Moonshot, o programa é resultado de parceria entre o canal e O Boticário, que conta com inserções de product placement da linha de produtos Make B nos episódios. Emoção Para Luiz Sanches, sócio e diretor de criação da AlmapBBDO, o conteúdo é “mais uma forma que as agências podem explorar para contar histórias e emocionar as pessoas”. Como exemplo, Sanchez apresentou o case “Despedida da Kombi”, que foi utilizado pela Volkswagen para comunicar o encerramento da produção do veículo icônico. A AlmapBBDO transformou histórias reais de pessoas que viveram momentos marcantes com um Kombi em uma série de minidocumentários. Ao final da ação, a Kombi se despedia dessas pessoas com presentes simbólicos e de forte apelo emocional. “Tivemos uma resposta muito boa. No final, quase desistiram de aposentar o carro”, brincou Sanches. A emoção também é a aposta do canal de esportes ESPN para inserir cada vez mais as marcas no seu conteúdo ao vivo. “O esporte tem uma capacidade única de mexer com a emoção das pessoas e isso abre possibilidade para integrarmos as marcas nesse conteúdo”, disse Rafael Davini, vice-presidente

“Em um mundo online com inúmeras opções de entretenimento as marcas não podem ficar de fora”

cartão após acompanharem a série. Além disso, os telespectadores estariam mais propensos a adquirir algum produto Mastercard este ano (30%) do que os que não acompanham a série (18%).

João Daniel Tikhomiroff, da Mixer

de vendas publicitárias da ESPN. Segundo Davini, é um desafio unir a presença das marcas com o conteúdo esportivo ao vivo. No entanto, ele destacou o potencial desse conteúdo para gerar repercussão nas redes sociais e trazer as marcas para o diálogo estabelecido nessas plataformas. “O conteúdo ao vivo e inédito vem antes da conversa - é ele que gera a conversa”, concluiu. O executivo apresentou a campanha “A Gente Explica, Você Vira Fã” para o rugby, produzida em parceria com a Amarok. Seguindo campanhas semelhantes feitas para outras modalidades pouco tradicionais no país, a ESPN criou conteúdo explicando o funcionamento do esporte, suas regras e história. No conteúdo interativo, a marca era inserida de forma orgânica, relacionando as características do seu veículo - inteligência e força - ao rugby. O canal também exibe a série “Capitais do Futebol”, produzida em parceria com a Mastercard e que chegou neste ano a sua quinta temporada. Segundo a ESPN, a série original registrou a maior audiência dos seus canais na América Latina, com público de mais de sete milhões de espectadores apenas na primeira temporada. Para identificar o impacto da ação para o anunciante, o grupo promoveu um levantamento com seus telespectadores. De acordo com o canal, o levantamento mostrou que 89% dos telespectadores de “Capitais do Futebol” que têm um Mastercard estariam mais propensos a usar o

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“Trata-se de uma resposta ao novo consumidor e uma maneira de se comunicar mais diretamente com ele, apresentando valores e DNA da marca” Rui Porto, da Alpargatas

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Produção Segundo Rita Moraes, sócia da Los Bragas, a maioria dos projetos da produtora conta com apoio e ações de marcas. Para ela, o foco de um conteúdo de marca bem sucedido deve estar na narrativa, e não no produto em si. “A relevância do projeto vai estar na sua história. O conteúdo é um espaço para a marca apresentar sua cultura, desejos e prioridades, muitas vezes sem ser necessária a presença do produto em si, mas com um conteúdo que a pessoa tenha prazer em ver, que ela vá procurar. É preciso encarar o público mais como telespectador que como um consumidor”, disse. A profissional também destacou a importância da colaboração entre as “quatro pontas” - produtora, agência, canal e anunciante - na criação de projetos de conteúdo. Para João Daniel Tikhomiroff, vice-presidente internacional da Apro e sócio-fundador da Mixer, o branded content já está presente na comunicação das marcas há muito tempo. No entanto, o cenário atual de consumo de conteúdo em mídias digitais aumenta sua relevância, e o investimento em conteúdo passa a ser essencial para manter a mensagem das marcas relevantes. “Em um mundo online com inúmeras opções de entretenimento as marcas não podem ficar de fora. É preciso estar presente de forma criativa e cativar o público para que ele assista saboreando, não como se fosse imposto, mas se emocionando e rindo”, disse.


cobertura spcine apresenta:

(programação)

Mariana Toledo

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Trio de tendências: on-demand, Brasil e comédia foto: marcelo kahn

Em encontro com produtores independentes durante o TelasFórum, executivos de televisão traçaram os perfis atuais dos seus canais e indicaram suas expectativas para parcerias e novas produções com o mercado no próximo ano.

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cada vez mais uma obrigatoriedade para os novos produtos. Os canais voltados para o público adulto se mostraram especialmente focados no desenvolvimento dos seus conteúdos em vídeos on-demand. Alguns deles já estão totalmente integrados à plataforma e consolidados no mercado. É o caso, por exemplo, da Fox. O Fox Play, criado no segundo semestre de 2014, contou com boa recepção do público brasileiro e, recentemente, apresentou uma iniciativa inédita na plataforma: a série “O Grande Gonzalez”, parceria do canal com o grupo Porta dos Fundos, estreou na programação da TV no último dia 2 de novembro e, em seguida, tanto

os dias 9 e 10 de novembro, representantes de boa parte dos canais da TV por assinatura e da TV aberta participaram do TelasFórum, em São Paulo. Durante os encontros, os executivos conversaram com produtoras independentes sobre os perfis atuais de seus canais, seus cases recentes de sucesso e suas expectativas em relação a novos projetos e produções para 2016. A principal demanda ressaltada por todos não é novidade – a adequação às mais variadas plataformas é

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o primeiro quanto o segundo episódio do seriado já estavam disponíveis no Fox Play. E a estratégia de adiantar os vídeos em on-demand permaneceu até o final – o que significa que os usuários da plataforma tiveram acesso ao último episódio do programa com antecedência, na véspera da sua exibição na televisão, que aconteceu em 13/11. O gerente de conteúdo dos canais Fox no Brasil, Carlos Queiroz, garantiu que a ideia foi bem sucedida e deverá ser adotada outras vezes. Outros canais ainda trabalham para levar seus conteúdos para as plataformas on-demand e criar variedades para elas. O Arte1, por exemplo, é um canal em ascensão: segundo o diretor executivo Caio Carvalho, eles têm acompanhado um crescimento constante do número de assinantes – hoje, somam-se quase 14 milhões – mas um dos maiores desafios enfrentados pelo canal pertencente ao Grupo Bandeirantes ainda é o lançamento definitivo da plataforma ondemand. De acordo com Carvalho, a questão é prioridade do Arte1 para o próximo ano. O objetivo se repete com os canais do Box Brazil – Prime Box Brazil, Music Box Brazil, Travel Box Brazil e Fashion TV. Cícero Aragon, diretor do grupo, enfatizou que a ideia do desenvolvimento do Box Brazil Play era um objetivo presente desde a sua criação, seis anos

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atrás, mas que somente agora o projeto tem ganhado forma. João Palomino, diretor de produção e jornalismo da ESPN, pontuou que a missão do canal é “atender aos fãs de esporte, independentemente de qual seja o meio de chegar até eles”. Isso explica a forte presença do grupo em outras plataformas de conteúdo, tais como internet, rádio e redes sociais: “Dessa forma, podemos oferecer aos anunciantes e produtoras formas de avaliação específica para que eles saibam qual o impacto daquela informação que estão passando – quem atingiram, como atingiram e qual foi a extensão disso”, justifica. Enquanto a busca pela consolidação de espaço na plataforma de vídeos on-demand por meio dos seus conteúdos já produzidos é foco para esses canais, na área dos infantis as atenções estão voltadas não somente para essa “transferência” de conteúdo, mas também para a produção de materiais exclusivos para smartphones, redes sociais e portais da internet. O Gloob apresenta-se como um exemplo nesse aspecto. Apesar de ser relativamente novo no mercado (no ar desde junho de 2012), o canal já se estabilizou perante seu público e, hoje, aparece na lista dos cinco mais assistidos pelas crianças e bate anualmente a marca de 60% de crescimento. Alinhados a uma audiência que tem acesso a celulares de alta tecnologia e tablets cada vez mais cedo, eles entenderam que o único meio de conquistar definitivamente o target de 4 a 10 anos é oferecer a essas crianças um conteúdo fora da televisão, de modo que elas possam associar as outras plataformas com o canal e reconhecer facilmente suas marcas. Paula Taborda, gerente de programação e conteúdo, explica como isso funciona na prática: “Assim que fechamos um novo projeto, nossas

e outros que estreiam direto em outro formato. Justamente por isso, identificamos as mídias sociais como uma vertente a ser explorada em futuras produções”. Portanto, apesar de a necessidade de se fazer presente não só com produções originais em suas grades de programação na TV, mas ainda em todas as outras plataformas de mídia e conteúdo não ser uma preocupação recente no mercado, a adequação aos novos formatos é uma busca contínua e, ao que tudo indica, tem sido bem liderada pelos canais infantis.

Carlos Queiroz, da Fox: experiência bem sucedida de exibição na plataforma on-demand.

equipes já começam a trabalhar na criação de um jogo para internet ou um aplicativo de celular com os personagens. Hoje, existem mais de cem jogos do Gloob e os resultados são expressivos”. Entre os líderes de audiência com as crianças ainda está o Cartoon Network, do grupo Turner. A gerente de conteúdo dos canais infantis da rede no Brasil, Daniela Vieira, ressaltou alguns dados positivos: oito das dez produções mais assistidas na TV a cabo são deles e, em setembro, o Cartoon foi o número um da TV paga. Nas redes sociais, a presença é massiva – são quase dois milhões de curtidas no Facebook e uma programação específica que contempla vídeos, gifs, “memes” e jogos com os personagens do canal. Um dos gigantes do grupo Viacom, a Nickelodeon, também segue crescendo. Presente em 110 países e alcançando, dessa forma, 180 milhões de lares, o canal tem igual preocupação aos outros acima citados em relação à criação de conteúdos exclusivos para as multiplataformas. Jimmy Leroy, vice-presidente criativo, informou: “O canal conta com aplicativos para celular, site, VOD e outros. Há produtos com desdobramentos feitos para cada uma das plataformas

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Divertidos e não didáticos Os canais voltados para as crianças que participaram do TelasFórum – Nickelodeon, Cartoon Network, Boomerang e Gloob – foram unânimes ao afirmar que seus conteúdos, tanto os trazidos de fora quanto as produções originais brasileiras, não visam educar o seu público, e sim ser um meio de entretenimento para ele. “É claro que o inapropriado para o nosso target, de 7 a 12 anos, não tem espaço no canal” – ressalta Daniela, da Turner, referindose à programação do Cartoon Network – “Mas é importante saber que a nossa premissa não é ser educativo. Buscamos irreverência e humor na medida certa”, complementa. Representando ainda o Boomerang, que atualmente destina-se a um público de 4 a 7

“Lançamento de plataforma online é prioridade para 2016.” Caio Carvalho, do Arte1

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( programação) “Assim que fechamos um projeto, nossas equipes já começam a trabalhar na criação de um jogo para internet ou um aplicativo de celular.”

anos, ela definiu que a missão aqui também não é didática. “Nele, igualmente buscamos o inesperado e o irreverente, mas com um tom mais sutil, por conta da audiência de faixa etária mais baixa. Não temos o ideal de ser ‘fofos’. Nossos personagens são aqueles que têm a aparência contrastada pelo comportamento atrevido”, finaliza. Mesmo o canal Gloob, que tem o target de 4 a 9 anos, também não está interessado em investir em produções cujo conteúdo seja diretamente relacionado ao escolar. Seus cases internacionais de maior sucesso – como “Alvin”, “O Livro da Selva” e “Angry Birds” – são exemplos de que o entretenimento é o fator mais relevante das produções do canal. “O que estamos buscando para novos projetos são programas de humor transversal e muita aventura”, declara Paula Taborda. A própria TV Escola, que está há quase 20 anos no ar e firmouse no mercado com o slogan “o canal da educação” está mais atenta a esse desaparecimento do conteúdo integralmente educativo das grades dos canais infantis. Preparando-se para transmitir em sinal digital, o desafio atual da TV Escola apresentado por Mônica Gardelli, diretora-geral da Acerp (gestora do canal), é produzir um material educativo que não seja necessariamente didático ou correspondente ao currículo escolar. “A ideia é

Paula Taborda dos Guaranys, do Gloob

investir em projetos ou produtos para licenciamento em um formato que reúna entretenimento e informação”, detalha. Segmentação Assim como os canais infantis, que têm apresentado cada vez mais um perfil bem definido e fechado portas para novas produções que saiam desses ideais, os canais adultos também demonstram interesse em direcionar seus conteúdos para nichos específicos. A diretora de produção Silvia Elias abriu o encontro com os canais Turner expondo o “DNA” de cada um deles. O TBS, por exemplo, é 100% focado na programação de humor. Já a Warner, por exibir séries renomadas, importa-se com conteúdos “robustos, elaborados e multiplataformas e séries que obrigatoriamente tenham desdobramento e continuidade”, segundo ela. O TNT, carro-chefe do grupo, é o canal de filmes. Com pouco espaço para séries, esse tipo de produção tem espaço no TNT se contar com nomes relevantes, como diretores ou atores conhecidos (a série “Latitudes”, de Alice Braga, foi citada como um exemplo de case desse tipo que funcionou). Por fim, o Space, que completa o grupo, tem a adrenalina como foco – dando exemplo da sua mais recente produção e a estreia do Space na área de dramaturgia, “Zé do Caixão” (no ar desde 13/11). “Os produtos para o Space devem provocar emoção extrema no público”, conclui a diretora. Já no encontro com os canais Sony, onde estavam presentes o vicepresidente sênior e gerente-geral da Sony Picture Television no Brasil, Alberto Niccoli, a VP de programação, Kátia Murgel, e o supervisor de

Daniela Vieira, do Cartoon: quase dois milhões de curtidas no Facebook e uma programação específica que contempla vídeos, gifs, “memes” e jogos com os personagens do canal.

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produção e desenvolvimento, Alexandre David, também foi falado sobre o diferencial de perfil dos canais do grupo. De acordo com Kátia, a Sony é um canal de variedades. Fazem parte da grade realities renomados, de formatos conhecidos e exportados mundialmente, como “The Voice” e “Top Chef”. Já o AXN é predominantemente de seriados, e conta com temas que permeiam entre crimes e processos de investigação. A supervisora de criação e desenvolvimento dos canais Discovery, Maria Carolina Telles, mostrou que o grupo espera que produtoras interessadas em parcerias saibam exatamente para qual canal da rede seu conteúdo seria mais indicado. Segundo ela, o ID tem crescido em audiência feminina, na faixa de 25 a 54 anos, e tem seus temas divididos entre as vertentes investigação, mistério e enigmas. Já o Turbo é o canal para os homens. De acordo com Maria Carolina, máquinas, mecânicas, customização, motores, adrenalina e velocidade são os temas que ganham espaço aqui. A maior amplitude de gêneros e formatos do grupo fica com o Discovery Channel. Entre os temas que suas produções abordam, estão exploração, mistério, sobrevivência, aventura e vida selvagem. O Animal Planet pode contemplar animais selvagens, relações humanas com esses

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animais ou histórias de animais domésticos. Um dos maiores canais da rede, o Home & Health combina conteúdos de makeover, customização, sexualidade, feminismo, gastronomia, decoração, relacionamento e transformação. Carolina enfatiza: “É um canal para a nova mulher; Qualquer projeto que caminhe para o retrocesso feminino será descartado”. Por fim, o TLC tem como objetivo central mergulhar em histórias e formatos que representem o universo underground – subculturas, estilos de vida peculiares, personagens fortes são os caminhos. A tendência de uma programação cada vez mais segmentada – presente não só no mercado de televisão, e sim na mídia como um todo, a exemplo de revistas e blogs – existe entre os executivos dos grandes canais. É esperado, por parte deles, que as produtoras se adaptem a essas condições no processo de criação de novos projetos para os grupos. Genuinamente brasileiros É ainda de comum interesse entre todos os canais que participaram do TelasFórum o investimento em produtos genuinamente brasileiros. Isto é, não só produções criadas e desenvolvidas aqui, e sim séries e programas com características e traços nacionais marcantes. Há um notável crescimento de audiência entre os canais que têm o ideal de ser totalmente brasileiros – o Curta!, por exemplo. O sócio-fundador, Julio Worcman, o define como “o canal superbrasileiro”. Com três anos de existência, ele analisa que o Curta! conquistou um público fiel, que soma 12 milhões de assinantes. A grade é dividida por dias temáticos: segunda-feira, para música; terça, para arte; quarta, para cinema; quinta, para pensamentos (filosofia, literatura,

psicologia e antropologia) e sexta para sociedade (história, sociologia, política e meio ambiente). “A ideia dessa divisão é buscar uma fidelização da audiência”, explica o sócio-fundador. O encontro com o CinebrasilTV também confirmou o nascimento – e rápido fortalecimento – desse nicho de canais interessados na produção de conteúdos sobre o Brasil. O diretor de conteúdo Hermes Leal frisou que a temática do canal gira em torno da realidade e da cultura brasileira. Sobre os projetos em potencial para se tornarem produções do CinebrasilTV, ele anuncia que os temas que interessam são o país e os desdobramentos de sua história, que podem percorrer pelo passado, pelo presente e pelas previsões para o futuro. “Atraem nossas atenções assuntos como organização social, transformação urbana e comportamento.”, completa. Nessa mesma leva, está o Canal Brasil, que se apresenta como “o canal do cinema brasileiro”. Henry Galsky, coordenador de projetos, comunicou que, com exibição anual de aproximadamente 800 longas, eles já são o terceiro maior canal de filmes do país e fecharam recentemente importantes parceiras – com o Telecine, para coproduções, e com o GloboNews, para documentários. No momento, o objetivo do Canal Brasil é fechar novos acordos para coproduções

de filmes ou séries, de ficção ou não-ficção, que tenham esse ideal de levar para a TV histórias nacionais autênticas. O Box Brazil também busca produzir projetos com essa marca nacional. O Music Box Brazil é um canal dedicado à música brasileira, contemplando todos os gêneros. “A ideia é atrair atenções para artistas que não têm espaço em outros meios”, mencionou Ramiro Azevedo, coordenador-geral da programadora. Já o Fashion TV, que existe em mais de 190 países, por enquanto exibe aqui mais conteúdos que vem da matriz e de outras filiais pelo mundo do que os desenvolvidos no Brasil. A oferta das produtoras ainda não é grande, e Azevedo enfatiza que eles estão totalmente abertos a propostas. “Procuramos um conteúdo diferenciado do formato de um especialista avaliando e combinando looks. O foco é moda, mais precisamente a criação de moda no Brasil”. Os grandes grupos da TV também estão voltados para essa busca de identidade nacional. Maria Carolina Telles, da Discovery, abordou o assunto: “Os formatos que buscamos atualmente devem ser essencialmente brasileiros, mas com amplo potencial de exportação”. O tópico se repetiu no encontro com os canais ESPN. João Palomino revelou: “Apesar da sobrevivência em números depender da programação ao vivo, vemos como uma obrigação trazer profundidade e boas histórias dentro da nossa especialidade, o esporte”. E complementa: “Por isso, a ESPN está em busca de parcerias e produtoras para colocar essas novas histórias no ar. É do interesse do canal resgatar a história do esporte no país, especialmente o olímpico.” Até novembro de 2016, a ESPN se prepara para lançar mais de 40 produções nacionais, entre séries e filmes. Há na grade prevista uma maratona de exibição

“Os formatos que buscamos atualmente devem ser essencialmente brasileiros, mas com amplo potencial de exportação.” Maria Carolina Telles, da Discovery

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( programação) “Nosso grande trunfo é a exibição em larga escala. Temos a tela e precisamos do conteúdo.” Hiran Silveira, da Record

de documentários préOlimpíadas e filmes com assinatura de diretores brasileiros renomados, como Cao Hamburger, Laís Bozansky e Ugo Giorgetti. O diretor do Universal, Paulo Barata, e a gerente de produção, Ana Cristina Padrão, anunciaram que seus três canais – Universal, Studio Universal e SyFy – voltarão a avaliar propostas de produtoras a partir de janeiro. O propósito da ação é aumentar a quantidade de conteúdo nacional independente na sua programação. “Nosso objetivo é ter uma marca global com linguagem local, com figuras e talentos com os quais o público possa se identificar”, salientou Paixão. A tendência aparece também entre os infantis. Para Daniela Vieira, da Turner, programas do Cartoon Network têm grande potencial de exportação, ou seja, podem ser dublados e exibidos lá fora. O que significa que “Os projetos devem ter uma característica brasileira de destaque, mas também um viés de universalidade para poder viajar. Exemplos de cases de sucesso nesse âmbito são ‘Turma da Mônica’ e ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’”, disse. Paula Taborda, do Gloob, ratifica: “É do nosso interesse investir em projetos nacionais – esse tipo de produção cresceu 847% desde a criação do canal. Dos dez programas mais assistidos do Gloob, quatro são produções brasileiras. Tudo que produzimos de nacional dá resultado”, comemorou.

masculino, acredita que tenha o humor como grande diferencial, levantou Yara Camargo, produtora-executiva. “Os potenciais projetos para o History podem transitar por gigantes da indústria, conteúdo com entretenimento, assuntos interessantes e polêmicos, aventura e

exemplo de case de sucesso do canal produzido no Brasil é o ‘Show do Kibe’, com Antonio Tabet, que já tem segunda e terceira temporadas garantidas”, contou a diretora de produção Silvia Elias. Já a Warner tem como demanda atual a produção de seriados de comédia no Brasil, informou a diretora, reafirmando assim a propensão humorística dos canais de TV a cabo. A Record esteve representada pelo diretor de aquisições e relações internacionais Hiran Silveira, que abriu o bate-papo com as produtoras revelando que eles planejam expandir a presença de produções realizadas com produtores independentes na sua programação – a ideia é produzir, anualmente, de duas a quatro séries de ficção. O plano, disse Silveira, reflete uma mudança na forma de produzir da Record.

Até novembro de 2016, a ESPN se prepara para lançar mais de 40 produções nacionais, entre séries e filmes. sobrevivência”, apontou. Cristiano Lima, diretor de programação da Fox, apresentou o principal canal da rede como “o canal do entretenimento para a família que tem, como premissa, trazer alegria e felicidade para o público”. Já o FX repete a intenção de entreter a audiência, mas com um foco mais masculino. “Interessam para o canal produções de humor ácido, ousadia e politicamente incorretas”, completou Lima. São exemplos produzidos recentemente pelo grupo dentro dessa área de comédia os programas “Politicamente Incorreto”, com Danilo Gentili, e “O Grande Gonzalez”, com o Porta dos Fundos, exibidos pelo FX e pela Fox, respectivamente. Por fim, o grupo Turner também demonstrou estar com os olhos atentos para as comédias. Entre os canais da rede está o TBS, que exibe apenas produções humorísticas. “Um

Tempo de humor O History, canal focado no entretenimento para o público

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Segundo o executivo, o canal está, aos poucos, deixando de focar na produção própria: “Principalmente na dramaturgia, a ideia agora é produzir em parceria com mercado”. E ele justifica: “Nosso grande trunfo é a exibição em larga escala. Temos a tela e precisamos do conteúdo.”. O diretor ainda indicou o perfil do conteúdo desejado pelo canal. De acordo com ele, a Record busca séries de ficção com duração entre cinco e dez episódios, nos gêneros de ação, policial ou com denúncias de problemas sociais. Os programas teriam episódios diários na programação do canal. No entanto, eles estão abertos a ouvir ideias que fujam do perfil previamente traçado: “Não queremos restringir muito, portanto estamos recebendo todas as propostas e avaliando.”, encerrou Silveira.

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Notícias Os acontecimentos nacionais e internacionais que estão modelando os mercados de broadcast, TV por assinatura, over-the-top, cinema e produção audiovisual.

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Amigos se encontram no Natal

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ara reencontrar seu grande amigo urso polar no Natal, um pinguim sai do Polo Sul e viaja em seu barco de gelo até o Polo Norte, para divulgar o conceito “Seja o Feliz Natal de Alguém”. No caminho, passa por várias peripécias e finalmente é ajudado por uma baleia para chegar a seu destino. Esse é o tema da campanha do shopping Vale Sul, em São José dos Campos (SP), toda criada em animação 3D, com versões de 60” e 2’. Ao contrário da maioria das produções, em que o prazo é o grande problema, neste caso a produtora trabalhou com folga: a decoração de Natal foi definida no início do ano, e com ela veio a ideia da house do shopping de criar praticamente um curta-metragem de animação. O trabalho foi desenvolvido diretamente entre a equipe da agência interna do cliente e a produtora. “Para trabalhar o roteiro, chamamos a redatora e autora de livros infantis Christiane Gribel, que desenvolveu a jornada do pinguim. O filme é praticamente um épico e o roteiro realmente foi trabalhado como em uma ficção”, explica o diretor André Fiorini. Toda produção precisa resolver uma equação que envolve três variáveis: tempo, verba e qualidade. Com tempo e verba sobrando, a qualidade é alta. Nesse caso, a possibilidade de trabalhar com tempo permitiu que a produtora encontrasse a melhor solução de processo e produção para manter o nível de qualidade, já que o roteiro apresentava dois dos maiores desafios para os animadores 3D: pelos e água. “O custo seria proibitivo se não tivéssemos tanto tempo, pois a renderização do material é lenta. Mas pudemos fazer toda a renderização 30 30

FOTOs: divulgação

Com prazo para trabalhar, produtora conseguiu os efeitos desejados.

Animação apresentava dois grandes desafios: pelos e água

internamente e isso fez diferença no custo”, explica Fiorini. Para criar o oceano, a equipe da Consulado Filmes usou o plug-in Ocean, que cria deformações bem realistas do comportamento da água. Além disso, utilizou simulação de partículas especialmente nos momentos em que duas superfícies diferentes se encontram, como o barco e a água ou o pinguim e a água. “A sequência em que o pinguim está sozinho no mar é a que define a jornada, é a mais importante do filme. Então tivemos que usar todos os recursos possíveis para produzir a água”, comenta. Além do pinguim e do prso polar, outros animais comemoravam o Natal no Polo Norte: uma lebre, um furão, uma raposa, uma rena e um husky siberiano. Então o desafio de criar animais com certo realismo também exigiu uma boa dose de dedicação e experimentações da equipe.

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O resultado do trabalho surpreendeu a equipe de marketing do shopping. “A Consulado conseguiu traduzir no filme todo o sonho que surgiu a partir da nossa decoração de Natal, superando nossas expectativas. Eles criaram o roteiro, o jingle e fizeram toda a produção, indo realmente além do que esperávamos”, diz. A trilha sonora foi gravada pela cantora Rhaissa Bittar. Além do filme, que vai ser se tornar um curta-metragem, o projeto também rendeu o livro “O Pinguim e o Urso Polar”, assinado pela roteirista e escritora Christiane Gribel, com ilustrações de Raoni Marqs, a ser distribuído gratuitamente para as crianças que visitam o Papai Noel no shopping. ficha técnica Cliente Vale Produtora Produção executiva Direção Roteiro Direção de arte Direção de animação Coordenação de pós produção Produtora de áudio Cantora

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Sul Shopping Consulado Luciana Pessoa André Fiorini Christiane Gribel e André Fiorini Anna Caiado Lucas Dal Mauricio Andrade Panela Rhaissa Bittar


O conto de Natal da Coca-Cola Curta teve direção de fotografia do diretor de “Cinema Paradiso”.

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campanha de Natal da Coca-Cola este ano abrange ações nas mais diferentes plataformas – físicas e audiovisuais. A primeira ação é o curtametragem “Uma ponte para Noel”, que começou a ser exibido nos cinemas da rede Kinoplex em 12 de novembro e que estreou no horário nobre da Rede Globo na íntegra, com seus mais de 4 minutos de duração. Com roteiro assinado por José Roberto Torero e direção de fotografia de Blasco Giurato – que fotografou o longa-metragem “Cinema Paradiso” – o filme conta a história de um garoto que vive com o pai, interpretado por Milhem Cortaz, e espera a chegada do Papai Noel, que não vem. Para ele, o problema é que a ponte que dá acesso à cidade está quebrada e não comporta o trenó do Bom Velhinho. O pai tenta reconstruir a ponte sozinho e não consegue, mas a cidade toda se mobiliza e juntos criam uma ponte nova que logo recebe a Caravana do Natal da Coca-Cola, com o Papai Noel e várias atrações. A ideia é que este seja o primeiro de uma série de filmes de Natal, que a cada ano retrarão as Caravanas de Natal da marca – um desfile de caminhões cenografados que realmente percorre várias cidades do Brasil. “Criamos uma história muito mais rica do que a grande maioria dos produtos publicitários, e a ação é ainda muito mais ambiciosa, uma verdadeira campanha integrada que inclui dois filmes, um livro, as rotas da caravana, ações de ponto de venda e mais”, explica Gustavo Lacerda, um dos diretores de criação do filme. Rodado em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, o curta-metragem combinou as filmagens ao vivo com efeitos em 3D – principalmente nas

conhecemos quando exibi meu filme ‘Coração Vagabundo’ no Festival de Roma. Ele trabalhou com Fellini, tem 74 anos e era o mais empolgado”, afirma o diretor. Em parceria com o Google, a J. W. Thompson ainda criou uma ação no mundo digital. O Zombie Studio, que assinou os efeitos especiais do curtametragem, também produziu uma animação 360o que é vista com o Google Cardboard, um tipo de óculos 3D de papelão que se acopla ao celular para que se veja diferentes ângulos e histórias paralelas em formato de animação desde o momento em que os caminhões da Caravana Coca-Cola chegam à cidade de Matias. Os óculos são destacados do próprio pack da embalagem. ficha técnica Cliente Coca-Cola Direção de criação Gustavo Lacerda e Gustavo Soares Roteiro/Argumento José Roberto Torero, Ricardo John, Gustavo Soares Redator Julia Velo, Ana Cavalcanti e Guilherme Nesti Diretor de arte Gustavo Lacerda, Pablo Lobo, Ricardo Kawano, Fernanda Sousa, Ilka Freitas, Pedro Carvalho, Pedro Ricci Produtora Spray Filmes Direção Fernando Grostein Andrade Direção de fotografia Blasco Giurato Diretora de arte Claudia Calabi Edição Raoni Rodrigues, Caio Saad, Renan Cipriano e Kelvin Freitas Finalização Lili Carvalho, Driano Torres, Regina Mimi Yokota Pós-produção Raoni Santos, Zombie Studio e Dot Cine Animação 3D Zombie Studio Produtora de som B.A.start Trilha original Lucas Lima

Filme é parte de ação que incluia presença da Caravana em várias cidades.

atrações que chegam com a caravana. O casting incluiu atores experientes como Milhem Cortaz, e também o garoto Guilherme Ely, grande revelação, para o diretor Fernando Grostein. “Nunca tinha trabalhado com um ator mirim tão carismático”, diz. O mais animado, porém, era o diretor de fotografia italiano Blasco Giurato, que veio ao Brasil especialmente para o projeto. “Nós nos

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( case )

Leandro Sanfelice

leandro@convergecom.com.br

“Zé do Caixão”

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uando o projeto da série “Zé do Caixão” foi aprovado em um pitching da Turner realizado em Atlanta no início de 2013, o diretor Vitor Mafra ganhou a oportunidade de colocar em prática um projeto que vinha idealizando há anos, desde que leu pela primeira vez “Maldito – A Vida e o Cinema de José Mojica Marins”, biografia do icônico e excêntrico diretor escrita em 1998 pelos jornalistas Ivan Finotti e André Barcinski. O próprio Barcinski assina o roteiro da série, ao lado de Ricardo Grynszpan e do diretor. A primeira ideia do diretor foi produzir um longa-metragem, mas foi na TV que o projeto de “Zé do Caixão” acabou encontrando seu espaço. Com seis episódios de uma hora na grade de programação, a série produzida pela Contente foi lançada em novembro no canal Space, marcando também a estreia do canal em produção de dramaturgia no Brasil. “O Vitor enlouqueceu com a ideia de fazer esse projeto desde que leu o livro, e desde então vinha trabalhando para transformálo em uma obra audiovisual. Quando a produtora já estava mais consolidada, porque dramaturgia é uma produção mais complexa, resolvemos apostar no pitching”, diz Andre Vaisman, sócio da Contente e produtor executivo da obra. Com orçamento de R$ 2,9 milhões, “Zé do Caixão” foi financiada pelo Space com recursos incentivados via artigo 1°A. Trata-se da primeira produção de ficção nacional do canal. “É uma obra que se encaixa muito bem dentro da proposta e marca nossa estreia na dramaturgia

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FOTOs: divulgação

Produção da Contente inspirada em biografia do cineasta marca a estreia do canal Space na produção de obras de ficção no Brasil.

Projeto de longa virou série de TV.

Com orçamento de R$ 2,9 milhões, série foi financiada pelo Space com recursos incentivados via artigo 1°A. no Brasil. Queríamos uma obra que também tivesse apelo comercial mas, principalmente, apelo cultural e qualidade”, diz Rogério Gallo, vice-presidente dos canais Turner no Brasil. A obra pertence à produtora, mas a programadora tem exclusividade de dois anos. A série foi rodada entre março e abril deste ano em São Paulo, com gravações

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no bairro do Bom Retiro, no Cine Olido e em outros espaços da capital paulista e da cidade de Paranapiacaba. Segundo Vaisman, centralizar a maior parte das gravações no Cine Olido foi uma maneira de adaptar a produção ao orçamento disponível. “A ideia foi ter um espaço onde pudéssemos fazer tudo, reduzindo gastos e cumprindo o orçamento. Adotamos um ritmo muito intenso de gravações”. Além disso, conta, havia a intenção de reproduzir o método de trabalho do próprio Mojica, que valorizava a coletividade. “Ele tinha um grupo que o seguia onde quer

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que fosse, e o apoiava em todas suas empreitadas”, diz o produtor. A série foca na figura de Mojica e sua carreira no cinema, mostrando as filmagens das produções do cineasta. Paralelamente, a obra conta histórias da sua vida pessoal e aborda sua relação com elenco, produtores e equipe. Cada capítulo de “Zé do Caixão” utiliza um filme icônico da carreira de Mojica como fio condutor do enredo. Foram selecionadas seis obras: “A Sina do Aventureiro”, “À Meia-Noite Levarei sua Alma”, Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver”, “O Ritual dos Sádicos”, “Perversão” e “24 Horas de Sexo Explícito”. “São suas principais obras e também algumas que marcam períodos importantes da vida do próprio Mojica, como seu primeiro filmes, o faroeste ‘A Sina do Aventureiro’”, explica Vaisman. O ator Matheus Nachtergaele foi escolhido para interpretar Mojica em toda a série. Completam o elenco Felipe Solari, ex-VJ da MTV, que vive um produtor chamado Mário Lima, e Maria Helena Chira, conhecida por suas atuações nas novelas “Ti Ti Ti” e “Sangue Bom”, como a atriz Dirce Morais. Os pais de Mojica também aparecem no seriado e são interpretados por Anamaria Barreto (“O Casamento de Romeu e Julieta”) e Walter Breda (“Amores Roubados”). Livro Fruto de anos de pesquisa dos jornalistas Ivan Finotti e André Barcinski, que conviveu por anos com o próprio Mojica para produzir o livro, “Maldito – A Vida e o Cinema de José Mojica Marins” foi a principal inspiração para a série. “É um material de pesquisa fantástico, fruto de anos de trabalho. O Barcinski conviveu por anos com essa figura única que é o Mojica e a participação dele, principalmente na concepção do roteiro, foi essencial”, diz Vaisman. Lançado pela primeira vez em

Sinopse: Série foca na figura de Mojica e sua carreira no cinema, mostrando as filmagens das produções do cineasta. Paralelamente, a obra conta histórias da sua vida pessoal e aborda sua relação com elenco, produtores e equipe.

1998 pela Editora 34 e fora de catálogo há anos, “Maldito – A Vida e o Cinema de José Mojica Marins” está sendo relançado em uma edição especial de 666 páginas (200 a mais que a primeira). Aproveitando o lançamento da série, a nova edição traz mais imagens de bastidores e filmografia atualizada.

Ficha técnica

Premiação “Zé do Caixão” levou três prêmios no Telas – Festival Internacional de Televisão de São Paulo. Além de ser considerada a série de ficção com melhor realização artística, a obra garantiu os prêmios individuais de melhor ator para Matheus Nachtergaele e melhor atriz para Maria Helena Chira.

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Produtora Contente Canal Space Gênero Drama Diretor Vitor Mafra Diretor de Fotografia Kaue Zilli Diretor de Arte Avelino Los Reis Figurino Viviane de Silos e Nana Oliveira Caracterização Ana Van Steen Maquiagem e cabelo Anita Tagliavini

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(exibição)

Ao vivo, nos cinemas

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m menos de duas horas de venda, todos os ingressos para as primeiras dez salas de cinema abertas para a exibição da final do torneio nacional do game League of Legends (LOL) haviam se esgotado. Ao final, a partida acabou levando mais de 10 mil pessoas aos cinemas, em 44 salas, às 8h da manhã de um sábado. Antes do torneio digital, a transmissão de eventos como jogos da UEFA Champion’s League, da Copa do Mundo e o Super Bowl também levaram milhares de pessoas ao cinema. Além de oferecer uma alternativa para gerar receita fora de horários comerciais, a lista crescente de transmissões de eventos indica um novo mercado com potencial inexplorado para as redes exibidoras e viabiliza o acesso a um novo público. Esse segmento foi um dos principais temas debatidos na edição deste ano da Expocine, promovida em São Paulo entre os dias 17 e 19 de novembro. Segundo Laudson Diniz, CEO da Cinelive, empresa especializada na transmissão de eventos especiais para cinemas, cerca de 70% do público presente na final de LOL não tem – ou não tinha – o hábito de frequentar os cinemas. “É um público que não costumava ir ao cinema, e agora está indo para ver esse conteúdo”, disse. Segundo Vinícus Pagim, diretor de programação da Cinemark, o público em eventos especiais nas salas do grupo em 2014 foi 141% superior ao do ano anterior e, até o momento, 2015 já aponta um crescimento de mais de 60%. “É um

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Syda Productions/shutterstock.com

Transmissões de eventos levam novo público às salas. Segmento foi um dos destaques da Expocine 2015, que também debateu a distribuição de obras nacionais.

mercado ainda novo e estamos testando e aprendendo o que dá certo e o que não dá. São exibições que exigem tratamento diferenciado, mas em compensação o potencial é muito grande”, disse. Para Diniz, o principal diferencial desse tipo de experiência no cinema está na coletividade. “No caso de LOL estamos falando de um conteúdo que poderia ser visto de graça em casa, e mesmo assim as pessoas pagaram R$ 50,00 para ver no cinema. Isso mostra que elas querem encontrar outras pessoas com os mesmos interesses, querem torcer juntas”, avaliou. A mesma tendência foi observada por Pagim na transmissão do episódio especial de “Doctor Who”, “The Day of The Doctor”. A previsão inicial era que a transmissão fosse ocupar duas salas em São Paulo e Rio de Janeiro, mas no final a rede de cinemas acabou exibindo o episódio em 31 salas de 17 cidades. “O

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que vimos foi uma experiência similar à que temos em grandes estreias de filmes, com pessoas fantasiadas, confraternizando, felizes. Não se trata só do conforto e da tela grande, o principal diferencial está na experiência em conjunto”, relatou. Novo público Para chegar a esse novo público, no entanto, será preciso primeiro entendê-lo. Segundo Diniz, 98% do público de LOL comprou ingresso online, porcentagem consideravelmente maior que a do público tradicional do cinema. Ao longo dos dias em que os ingressos ficaram à venda, a Cinelive foi bombardeada com as mais diversas dúvidas. “Eles perguntavam se o ingresso só valeria para o cinema onde ele

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foto: divulgação

comprou, se ele realmente ia precisar imprimir o ingresso – afinal não estão acostumados”, disse. Para ele, os cinemas precisam começar a se adaptar a esse novo público. “Quando tentamos dar um brinde no jogo para o público do cinema, a única forma que encontramos foi utilizando os ingressos. Imagina pedir para esse público guardar um pedaço de papel por dez dias – eles não fazem isso. Novamente percebemos muitas dúvidas”, contou. Na ocasião da final internacional do torneio de LOL, disse, a Cinelive temeu que não fosse repetir o sucesso do evento nacional, após um princípio lento nas vendas de ingressos. A tendência se reverteu após o grupo promover eventos com os competidores internacionais, além de cobertura e conteúdos exclusivos em parceria com a ESPN. “Vimos também que esse e um público que quer ser bem tratado, cultivado. Ele quer conteúdo exclusivo, quer um diferencial”.

“É um público que não costumava ir ao cinema, e agora está indo para ver esse conteúdo”. Laudson Diniz, da Cinelive

Para Patrícia Cotta, diretora de marketing da Rede Kinoplex, entender esse novo cliente é uma tarefa especialmente desafiadora porque se trata de um público muito segmentado. “O público que vai assistir a uma ópera é completamente diferente daquele que vai assistir a final de um campeonato de videogame. Para entendê-los, é preciso observar seus hábitos, e aprender sobre o mundo deles”, disse a profissional. Distribuição nacional Em outro painel, debateram-se os desafios atuais da distribuição de obras nacionais no país. Apesar de ter produzido mais de cem filmes em 2013 (129) e 2014 (114), o Brasil pouco avançou em termos de participação nas bilheterias nacionais, que segue próxima de 20%. “Seguimos com o problema de produzir mais, mas só entregar cerca de oito a dez filmes por ano que realmente competem no mercado e

levam o público ao cinema”, avaliou Bruno Wainer, diretor e fundador da Downtown Filmes, distribuidora dedicada exclusivamente a obras nacionais. Para Wainer, isso acontece porque as políticas do setor não estão fortalecendo as empresas de maneira adequada. “Estamos avançando muito pouco em uma das metas estabelecidas pela Ancine, que é fortalecer as empresas, ao invés de trabalhar os projetos caso a caso”. Além disso, o diretor criticou o valor recebido pelo governo em obras de maior apelo comercial financiadas com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que classificou de “descabido”. “Isso acaba gerando uma esquizofrenia financeira, onde muitas das obras produzidas simplesmente não geram retorno financeiro e onde aquelas que de fato competem no mercado e mantêm o share acabam devolvendo grande parte do valor arrecadado para o investidor (FSA)”. Segundo o profissional, o mercado brasileiro seguirá apresentando resultados irregulares enquanto essas distorções não

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( exibição) “Seguimos com o problema de produzir mais filmes no geral, mas só entregar cerca de oito a dez por ano que realmente competem no mercado e levam o público ao cinema”.

foto: divulgação

forem corrigidas. “As empresas acabam ficando fragilizadas, e isso impede maiores investimentos para ampliar e ocupar mercado”, disse. Entre as iniciativas defendidas pelo empresário está a ampliação de linhas automáticas de financiamento. “A meu ver, é um mecanismo que gera um ciclo virtuoso, em que os resultados obtidos pela empresa aumentam sua capacidade de captar recursos”, opinou.

Bruno Wainer, da Downtown

papel incrível nesta retomada da cinematografia nacional, mas não iremos conquistar um público extenso como o brasileiro com apenas um gênero”, disse.

Segmentação e variedade Representante do setor público no painel, Alfredo Manevy, presidente da Spcine, destacou avanços nos editais da empresa paulista. Segundo ele, as linhas de financiamento estão levando em conta desde o início a participação das distribuidoras e segmentando as obras de acordo com seu potencial de mercado em três níveis – autorais, médias e grandes. Para Manevy, é preciso entender melhor a vocação das obras de cada uma dessas categorias, para melhor direcionar sua distribuição. No caso das obras autorais, por exemplo, ele defendeu a exploração de novas plataformas de distribuição, como o VOD. “São obras que desempenham um papel importante de promover novos talentos e inovação, mas que não desempenham bem nas bilheterias. Colocamos um esforço enorme em colocá-las no cinema e acho que poderíamos obter resultados melhores e encontrar mais público em plataformas alternativas”, avaliou. Por fim, Manevy defendeu a variedade maior de gêneros e temas na produção audiovisual brasileira para cinema como uma maneira de atrair mais público para as salas. Hoje, as comédias são responsáveis pelas maiores bilheterias. “A comédia desempenhou e desempenha um

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“A comédia desempenhou e desempenha um papel incrível nesta retomada da cinematografia nacional, mas não iremos conquistar um público extenso como o brasileiro com apenas um gênero”.

foto: daniel ducci

Combate à pirataria Na abertura do último dia do evento, a Motion Pictures Association (MPA) apresentou oficialmente a Coalizão do Cinema Contra o Camcording (4C), entidade que reúne exibidores e distribuidores no combate à prática de se gravar filmes no cinema para depois reproduzi-los sem autorização na Internet. Segundo Ygor Ribeiro, vicepresidente e consultor de proteção de conteúdo da MPA América Latina, a coalizão atuará em três frentes: treinamento de funcionários, compartilhamento de informações e pressão por punições mais severas para os piratas. Fazem parte do grupo a 20th Century Fox, Paramount Pictures, Sony Pictures, Universal Pictures, Walt Disney Studios e Warner Bros. Pictures. O executivo comemorou a prisão, em meados de novembro, do casal acusado de gerenciar o site Mega Filmes HD, e lembrou que eles publicavam muitos filmes gravados nas salas. “Muitos filmes chegavam ao site antes de sair dos cinemas. É preciso combater a prática, é aí que a pirataria começa”, disse Ribeiro. A coalizão já produziu um vídeo sobre o tema, que será exibido em treinamentos para

Alfredo Manevy, da SP Cine

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funcionários. Na obra, as empresas recomendam que o funcionário fique atento a pessoas com comportamento suspeito, como ficar segurando uma bolsa apontada para tela sem se mover. Se perceber algum comportamento estranho, o funcionário deve pedir para que a pessoa o acompanhe para fora da sala para tentar achar a câmera escondida. “O funcionário deve cuidar para que o cliente que está ali receba aquilo pelo que pagou, o entretenimento. O cliente não pode levar um pedaço do banco, por exemplo, e também não pode levar um pedaço do filme”, explicou Ribeiro. Para ele é preciso que as autoridades responsáveis passem a adotar penas mais severas para esse tipo de crime. José Bento, diretor de operações da Cinemark, compartilha a mesma opinião. “Há dois anos montamos uma operação e pegamos em flagrante um ‹camcorder›. Ele saiu da cadeia no dia seguinte e ainda mandou um e-mail tirando sarro da situação. Essa certeza de impunidade incentiva esse tipo de ação”. O site também reunirá informações compartilhadas entre os exibidores, para mapear melhor a atuação dos piratas. Segundo Ribeiro, as empresas conseguem saber quando e onde os vídeos publicados na internet foram gravados, por meio da tecnologia de marca d›água. “Sabemos de onde o conteúdo vem, e podemos verificar nas câmeras prováveis suspeitos”, concluiu. Leandro Sanfelice

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( upgrade )

Fernando Lauterjung

Fotos: divulgação

fernando@convergecom.com.br

Transporte 4K

A Triveni Digital incluiu o codec HEVC em sua ferramenta de análise e solução de problemas de streams de transporte de vídeo StreamScope MT-50. Com a novidade, passa a monitorar o transporte de vídeo em 4K. Através de recursos avançados, como suporte HEVC, filtragem inteligente, análise de legendas, e monitoração de áudio, o StreamScope MT-50 permite que as operadoras detectem e resolvam erros do stream de transporte de vídeo.

StreamScope MT-50 passa a monitorar o transporte de vídeo em 4K.

O equipamento suporta diversos padrões de compressão de vídeo, do HEVC ao H.264 e MPEG-2, permitindo que as operadoras façam uma transição suave para uma infraestrutura totalmente baseada em HEVC. Como é baseada em software, a solução ainda pode receber suporte a novos formatos de vídeo e tecnologias de compressão, eliminando a necessidade de hardware adicional. O suporte HEVC está disponível para todas as versões do StreamScope MT-50, incluindo o StreamScope Portal, um analisador ultraportátil, baseado em um tablet touchscreen. O suporte também faz parte do StreamScope MT-50 HDT, que oferece uma opção de interface de 10 GigE e um touchscreen em formato 16:9HD. Além do suporte a HEVC, o StreamScope MT-50 inclui recursos de monitoramento de closed-caption e de áudio. Também é possível armazenar relatórios de erros durante um longo período de tempo para realizar análises post-mortem e manter registros completos de conformidade com as regulamentações da indústria.

Ingestão

Artel Video Systems apresenta seleção integrada de IP, Ethernet, e soluções de transporte de mídia em 4K.

A Glookast lançou uma nova versão da solução do seu produto de ingestão baseada em arquivos Gloobox Ingester. A nova versão oferece uma solução turnkey de ingestão projetada para trabalhar em conjunto com o novo sistema de armazenamento de entrada da Avid Isis 1000. O Gloobox Ingester LT é projetado para fornecer aos usuários um meio de automatizar a ingestão de arquivos XDCAMHD ou AVC-Intra no Isis 1000 ou outros sistemas de armazenamento compartilhado. A solução pode criar arquivos que são compatíveis tanto com Avid Media Composer, quanto com o Adobe Premiere Pro CC. Para instalações que desejam gerenciar a mídia por meio da integração com o software de gestão de ativos de terceiros, os arquivos criados pelo Ingester LT e seus metadados associados são compatíveis com padrão Cantemo Portal.

Fibra e Ethernet

A Artel Video Systems, fornecedora de soluções em IP e de transporte de mídia em fibra óptica, apresentou uma solução integrada de IP, Ethernet, e soluções de transporte de mídia em 4K. À plataforma DigiLink, que inclui agregador Ethernet de nove portas e transceivers óticos, foi adicionado trunking e marcação VLAN. Traz ainda demodulador L-band para ASI. A plataforma se soma à Fiberlink, que traz a solução 3514 de transporte de quatro canais 3G/HD/SD-SDI (4K/UHD), com suporte a resoluções 4K/UHD em 60 quadros por segundo; bem como a série SDI Flex 3394, que suporta tráfego bidirecional 3G/HD/SDSDI, áudio, dados, Ethernet e fibra.

Gloobox Ingester trabalha em conjunto com o novo sistema de armazenamento de entrada da Avid Isis 1000. T e l a

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( agenda )

JANEIRO 14 a 21 PIFF - Festival Internacional de Cinema de Pune, Pune, Índia. www.piffindia.com

FEVEREIRO

19 a 21 NATPE Miami, Estados Unidos. www.natpe.com/market. E-mail: rperth@natpe.org

Responsáveis pela agenda política e regulatória se reúnem para discutir as principais metas e o planejamento do setor de telecomunicações para os próximos anos

19 a 24 Festival Internacional de Programas Audiovisuais (FIPA), Biarritz, França. www.fipa.tv/en/ E-mail: info@fipa.tv

Dia 2 Seminário Políticas de Telecomunicações, Brasília, DF. E-mail: info@convergecom.com.br. Telefone: (+5511) 3138-4676

27 a 7/2 Festival Internacional de Cinema de Roterdã, Roterdã, Holanda. www.iffr.com/em E-mail: tiger@IFFR. com. Telefone: (+31) 10 890 90 90

ABRIL

11 a 21 Festival Internacional de Cinema de Berlim, Berlim, Alemanha. www.berlinale.de/en/HomePage.html. E-mail: info@berlinale.de Telefone: 49 30 25920-0

31 a 3/2 Realscreen Summit, Washington, Estados Unidos. summit.realscreen.com/2016/ E-mail: jpinto@brunico.com

MARÇO 2 a 7 56º Festival Internacional de Cinema de Cartagena das Índias, Cartagena, Colômbia. www.ficcifestival.com/ E-mail: info@ficcifestival.com. Telefone: (57 - 5) 664 2345

FEVEREIRO 8 a 11 Kidscreen Summit, Miami, Estados Unidos. www.summit.kidscreen.com/2016/ jpinto@brunico.com Telefone: 416-408-2300

7 a 17 É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, São Paulo e Rio de Janeiro. etudoverdade.com.br. Email: info@etudoverdade.com.br Telefone: (11) 3064-7485

JUNHO 8 a 19 63º Festival de Cinema de Sydney, Sydney, Austrália. www.sff.org.au/

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De 29 de junho a 1º de julho de 2016 Transamérica Expo Center, São Paulo, SP [pavilhões D e E] Maior encontro do setor de TV por assinatura e banda larga da América Latina, congrega os principais operadores do setor, empresas de telecomunicações, produtores e programadores de conteúdo, empresas de tecnologia e provedores de internet para debater as pautas mais relevantes do mercado.

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