Revista Telaviva 261 - Setembro 2015

Page 1

televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 24_#261_set2015

ANALÓGICO PARA SEMPRE? Emissoras já falam em não digitalizar cidades com menos de 20 mil ou até 30 mil habitantes. Incerteza sobre o switch-off preocupa governo, teles e fornecedores.

INTERNACIONAL Debates do IBC apontam que continuidade da TV não passa pelo broadcast

MERCADO - SET Fornecedores apostam na digitalização, no 4k e na transmissão por IP


edição

9a15, novembro de 2015 SÃO PAULO, SP

O melhor da produção audiovisual nacional e internacional! •Apresentação de programas • Exposições • Workshops •Oficinas • Debates • Premiações • E mais

O c a

|

U n i b e s

C u l t u r a l

|

FA A P

|

A u d i t ó r i o

I b i r a p u e r a APOIO

Saiba mais e participe! www.festivaldetv.com.br facebook.com/telasfestivaldetv twitter.com/TelasFestivalTV

PARCEIRO DE MÍDIA

Informações: 11. 3138-4660 REALIZAÇÃO

CORREALIZAÇÃO

PROMOÇÃO


FOTO: ARQUIVO

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro

Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski

André Mermelstein

andre@convergecom.com.br

Mais ágil

A Editor Tela Viva News Redação

Projetos Especiais Arte

Depar­ta­men­to Comer­cial

Inscrições e Assinaturas Marketing Administração TI Central de Assinaturas Internet E-mail Redação E-mail Publicidade E-mail Impressão

André Mermelstein Fernando Lauterjung Leandro Sanfelice Lúcia Berbert (Brasília) Lizandra de Almeida (colaboradora) Samuel Possebon Bruno do Amaral Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Bárbara Cason (Web Designer) Lúcio Pinotti (Tráfego/Web) Wilson Dias (Assistente) André Ciccala (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te) Gislaine Gaspar (Gerente) Gisella Gimenez (Gerente) Julia Poggetto (Assistente) Claudia Tornelli Zegaib (Gerente) Marcelo Pressi (Gerente) www.telaviva.com.br assine@convergecom.com.br (11) 3138-4600 telaviva@convergecom.com.br (11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.

Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

Ancine colocou em consulta pública duas INs (Instruções Normativas) que prometem simplificar os processos de análise e aprovação de projetos na agência e dar mais transparência a estes processos. Os textos recebem contribuições pelo site da agência até 20 de outubro. A IN de Acompanhamento de Projetos regulamentará a elaboração, apresentação, análise, aprovação e acompanhamento da execução de projetos de obras audiovisuais realizados por meio de ações de fomento indireto. Já a IN de Prestação de Contas dispõe sobre os procedimentos para a apresentação e análise das prestações de contas de recursos públicos aplicados em projetos audiovisuais executados por meio de ações de fomento direto e indireto. A previsão é que elas sejam publicadas até dezembro. Entre as mudanças propostas, estão o orçamento em grandes itens, a prestação de contas amostral, a simplificação de processos do FSA e a revisão da análise de direitos. O projeto contempla ainda a futura eliminação da documentação em papel. Os orçamentos, por exemplos, poderão ser menos detalhados, caindo de cerca de 200 para cerca de 40 itens, facilitando a elaboração e o acompanhamento. Isso dá ao produtor mais flexibilidade, disse o presidente da agência, Manoel Rangel a TELA VIVA. A prestação de contas também será simplificada, com os projetos que não têm ressalvas sendo aprovados mais facilmente, enquanto uma amostra de 5% é sorteada para um “pente fino”. A Ancine pretende aliás zerar o passivo de prestações de contas pendentes de apreciação. Serão analisados dois lotes por ano, sempre em julho e em dezembro do passivo. A previsão é que em quatro anos o passivo esteja superado. Ainda, os direitos relativos à obra audiovisual deverão ser analisados em um único “locus” na agência reguladora. E haverá a padronização dos critérios com base na definição de marcos para a análise em cada etapa. Desde a edição da Lei 12.485 (Lei do SeAC), a demanda por produções nacionais para a TV cresceu significativamente. A produção cinematográfica também vem crescendo. A Ancine virou uma agência superpoderosa, gestora tanto dos mecanismos de incentivo fiscal quanto do fomento direto via FSA. Mas eram patentes as dificuldades da agência, amarrada pelas regras por vezes draconianas da administração pública, em dar vazão às demandas na velocidade que o mercado exige. Os produtores ouvidos por TELA VIVA aplaudiram a iniciativa, em especial uma das promessas feitas pela agência: a de que com as medidas os prazos de cada etapa não apenas serão reduzidos, mas também serão mais previsíveis. Os editais do FSA não serão mais publicados de uma só vez, no final do ano, mas ao longo dos meses em uma programação bianual. Isso, somado à previsibilidade dos prazos das etapas de análise e aprovação, dará às produtoras uma facilidade maior de se programar, planejar seus investimentos e projetos. É uma ótima notícia, há muito aguardada.

CAPA: EDITORIA DE ARTE CVG SOBRE IMAGEM DE BOHBEH/SHUTTERSTOCK.COM

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

3


Ano24_#261_ set15

(índice ) 14

20

scanner figuras radiodifusão

28

6 12 14

Setor vê dificuldades na digitalização e cogita manter o sinal analógico em pequenas cidades

mercado

20

Apesar da pressão pela digitalização, fornecedores começam a perceber a chegada da crise nas emissoras

evento 30

24

Na IBC, radiodifusão não consegue encontrar seu espaço no futuro da mídia

32

making of case

28 30

Mulheres ao Mar 2 demandou gravações em cidades do Brasil, México e Estados Unidos

upgrade agenda Experimente o app da revista Tela Viva!

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

T E L A

V I V A

S E T

32 34

GRÁTIS

2 0 1 5


T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

5


( scanner )

( xxxxxxxxx)

A Claro HDTV traz novos canais HD ao seu line-up. Os canais SporTV 3 HD, Discovery World HD, H2 HD, FX HD, ID HD, Canal Brasil HD, Cinemax HD, Premiere 2 HD, Premiere 3 HD e Premiere 4 HD chegam sem custo adicional na mensalidade. Por conta da chegada dos novos canais HD, o line-up da operadora passará por

FOTO: ARQUIVO

algumas mudanças. O canal Gloob HD passa para a posição 601, enquanto que o Premiere Clubes HD vai para a posição 721. Além de lançar novos canais em HD a Claro HDTV traz, a partir do dia 23 de setembro, a distribuição do sinal em alta definição da Globo São Paulo, Globo Rio e das Afiliadas da Globo, TV Bahia, em Salvador, e TV Verdes Mares, em Fortaleza.

Vai ficar de fora

Manoel Rangel, da Ancine

A Anatel pretende retirar a faixa de 3,5 GHz do edital de licitação de sobras, que deve acontecer em novembro deste ano. A justificativa é a possibilidade de interferência com o serviço de TV por satélite na banda C (RTVO), como insistiram os radiodifusores e os operadores de satélite. A decisão final ainda não foi tomada pelo conselho, que aguarda uma manifestação da área técnica, mas é a própria área técnica que defende a exclusão da faixa, segundo apurou este not iciário Há ainda a expectativa de a agência defender, na Conferência Mundial de Radiocomunicação, a ser realizada em novembro, a harmonização da destinação dessa faixa para o serviço móvel. Como resultado imediato, a retirada da frequência do leilão reduz as opções de acesso a espectro licenciado pelos pequenos provedores, que por sua vez não tinham interesse nesta faixa.

Tributação

Regulamentação A regulamentação do vídeo sob demanda (VOD), em elaboração pela Ancine, pode definir cota de conteúdo nacional, obrigação de investimentos em produções locais ou regras de proeminência adequada, entre outras exigências. Segundo o presidente da Ancine, Manoel Rangel, essas obrigações fazem parte das regras adotadas para o serviço em países da Europa e que estão sendo analisadas para a construção da norma brasileira. “É importante que o País encontre uma regulação mais adequada às suas especificidades”, defende Rangel, que participou de evento em Brasília. Ele disse que a questão está sendo discutida pelo Conselho Nacional de Cinema, que se reúne todos os meses. A meta é ouvir todos os agentes envolvidos na atividade, afirmou. isenções, incentivos e benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução da base de cálculo ou de crédito presumido. A efetividade do projeto no caso dos serviços de Internet ainda precisa ser comprovada, avaliam especialistas.

FOTO: DIVULGAÇÃO

SCENERY2/SHUTTERSTOCK.COM

Alta definição

A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 10 de setembro, projeto de lei complementar do Senado que, entre outras providências, prevê a incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), cobrado pelas prefeituras e Distrito Federal, para disponibilização de áudios, vídeo, imagens e texto pela Internet, com exceção de jornais e das prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que pagam ICMS. Ou seja, deve tributar a Netflix. Segundo o relator da matéria no Plenário da Câmara, deputado Walter Ihoshi (PSD-SP), o projeto vai estabelecer uma base mínima de 2% do ISS e acabar com a guerra fiscal. “Também temos de atualizar a lista dos novos serviços que não constam na lista atual e, sobretudo, os serviços de Internet como a Netflix, que não é tributada”, defendeu. De acordo com o texto, o imposto não poderá ser objeto de

6

T E L A

V I V A

Remendo O presidente da Comissão Netflix pode ter de recolher ISS. Técnica Permanente do ICMS, do Confaz, Marcelo Ramos de Mello, disse que a tributação de ISS de serviços de vídeo por demanda, como o Netflix, previsto no projeto aprovado na Câmara, é um remendo e fatalmente haverá discussão judicial. Segundo ele, serviços de comunicações têm, constitucionalmente, incidência de ICMS, mas entende que, por óbvio, as empresas vão optar pela taxação menor de 2% no caso do imposto municipal.

S E T

2 0 1 5


EDHAR/SHUTTERSTOCK.COM

Streaming flexível O Looke, novo serviço de streaming de vídeo, foi lançado. O novo serviço chega com variados modelos de negócio. Através de uma mesma interface, além do plano de assinatura, o usuário poderá realizar somente o aluguel ou a compra de conteúdos que foram lançados recentemente no cinema - em até 45 dias após o lançamento em cinema. O serviço traz filmes e séries estreados, com valores que variam entre R$ 2,90 a R$9,90 para locação e R$ 12,90 a R$ 45,90 para compra. A assinatura custa R$ 18,90, sendo que neste período de lançamento o primeiro mês é grátis. O serviço conta com mais de 7,5 mil filmes, documentários, shows musicais e séries.

Juntas A NBC Universal Internacional e a Ole Communications formaram uma joint venture para distribuição na América Latina Hispânica de cinco canais da NBCU: Universal Channel, E! Entertainment Television, Studio Universal, Syfy e Telemundo Internacional. O acordo também inclui a distribuição do canal E! no Brasil. A NBCU América Latina anunciou que Klaudia Bermudez liderará a nova joint venture como vice-presidente senior e gerente geral. Exceto pelo canal Telemundo Internacional no México, que continuará a ser distribuído pela Televisa, os cinco canais serão distribuídos pelo Grupo HBO Latin America (HBO LAG) na América Latina hispânica. O mesmo acontecerá com o E! no Brasil. Separadamente, as vendas dos afiliados do canal E! Entertainment Television têm sido geridas pelo HBO LAG na América Latina desde 1996. No Brasil, a NBCU manterá parceria com a Globosat.

Looke tem mais de 7,5 mil conteúdos.

Novo comando

Pirataria

FOTO: DIVULGAÇÃO

VEJOM/SHUTTER STOCK.COM

Amazon, Cisco, Google, Intel, Microsoft, Mozilla e Netflix estão se unindo para desenvolver um novo formato aberto de vídeo. Para isso, as empresas estão formando um grupo chamado Alliance for Open Internet. O novo formato, ainda sem nome, será desenhado para atender uma variedade maior de dispositivos, incluindo aqueles com menor desempenho, e conexões com pouca velocidade. Além disso, irá

suportar proteção de cópia (DRM). De acordo com post publicado no blog oficial da Mozilla, o formato não demandará pagamento de royalties e será lançado sob a licença apache 2.0, que permite o uso e distribuição do código fonte. Com a iniciativa, as empresas podem acelerar a substituição do Adobe Flash, que cobra taxas pelos programas desenvolvidos com sua tecnologia.

A presidência da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), estatal responsável pela TV Brasil, NBR, Agência Brasil entre outras, mudou. Nelson Breve transmitiu o cargo a Américo Martins, que já estava na Américo Martins, da EBC empresa como diretor geral desde o começo do ano. Apesar de ter sido uma transição suave e esperada, existe uma diferença clara entre as prioridades que a empresa teve na gestão Breve e as prioridades, pelo menos em discurso, na gestão Américo Martins. “A EBC precisa começar a mudar rapidamente no c onteúdo. O meu foco será no conteúdo, para começar a fazer diferente na comunicação multimídia, na TV e no rádio”, disse Martins em seu pronunciamento de posse.

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

O bloqueio de violações ao direito autoral como uma das exceções previstas na regulamentação da neutralidade de rede foi defendido pela Motion Pictures Association (MPA) e pela Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI) em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o Marco Civil da Internet. De acordo com as entidades, a medida traria benefícios ao País, que perde R$ 4 bilhões por ano com pirataria na rede.

7

ANTONIAART/SHUTTERSTOCK.COM

Vídeo aberto


( scanner)

DENIS ROZHNOVSKY/SHUTTERSTOCK.COM

Espaço de criação O Google lançará uma nova sede do Youtube Space no Rio de Janeiro. O empreendimento funcionará no Armazém 1, em uma área de mais de 2 mil metros quadrados, e abrigará estúdios, pós-produção e cenários para ajudar criadores do Youtube a produzir novos conteúdos. O espaço ainda está em construção, com previsão de entrega para dezembro de 2016. O novo Youtube Space funcionará como uma incubadora, oferecendo aos youtubers ferramentas e orientações. Para usufruir do espaço, os youtubers precisarão ter, no mínimo, 2,5 mil inscritos no seu canal. Para os novatos, haverá a oportunidade de cursos e workshops, onde terão contato com especialistas do setor. Youtube Space funcionará como uma incubadora.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Arte brasileira O canal Arte 1 lançou uma nova grade de programação. A nova formatação da grade marcará lançamento da faixa Arte 1 Nacional, espaço reservado para as produções brasileiras. Com estreias sempre às quartas-feiras, às 19h, a sessão apresentará obras de cineastas brasileiros reconhecidos. O canal passará a exibir faixas temáticas todos os dias da semana, sempre às 22h30, e mudou sua grade de exibição de séries, que passam a ir ao ar sempre às 21h30 em um novo formato. As produções agora serão transmitidas de segunda a sábado, uma série diferente a cada dia. Entre as novidades estão as Arte 1 terá faixa para produções brasileiras. estreias de três novas coproduções nacionais, que contaram com curadoria direta do canal: “Arte Ativa”, “Arquitetos Brasileiros” e “Tec Art”.

Conteúdo Infantil O Nickelodeon apresentou seu novo aplicativo para dispositivos móveis Android e iOS. O app Nick possui download e conteúdos de 19 marcas do canal, como Bob Esponja, Tony La Chef e Henry Danger. Outras 180 peças de conteúdos serão inseridas, incluindo jogos, vídeos engraçados e episódios de programas. O app terá atualizações diárias e download 100% gratuito.

Publicidade digital A MediaMath iniciou a operação da ProG, plataforma de mídia programática para compra e venda de publicidade digital da Globo. Anunciada em agosto, a plataforma é responsável exclusivamente pelo gerenciamento de espaços publicitários nos canais hospedados na Globo.com. A MediaMath oferecerá aos anunciantes acesso à lista de preços do lance inicial das comercializações, além da possibilidade de saber o valor pago por aquele espaço publicitário assim que a negociação for concluída. Na primeira fase do projeto, a plataforma está restrita aos 30 maiores anunciantes da rede em leilão fechado.

Mais simples

A Ancine lançou o “Ancine + Simples”, programa que tem o objetivo de simplificar processos, incluindo prestações de contas, acompanhamentos e análises. O plano apresenta um conjunto de compromissos a serem entregues gradativamente, até dezembro de 2016. O “ Ancine + Simples” visa coordenar uma série de iniciativas com o objetivo de dar maior previsibilidade e objetividade. É necessário enxugar processos e inferir maior flexibilidade à relação da agência com os donos dos projetos”, disse Manoel Rangel, presidente da Ancine. “O sistema deve enxergar a singularidade de cada projeto

8

e conceder aos contemplados a chance de atualizar a agência sobre o andamento e eventuais mudanças”, concluiu. A primeira iniciativa do programa foi a abertura de consultas públicas para duas INs. A IN de Acompanhamento de Projetos regulamentará a elaboração, apresentação, análise, aprovação e acompanhamento da execução de projetos de obras audiovisuais

T E L A

V I V A

S E T

realizados por meio de ações de fomento indireto. Já a IN de Prestação de Contas dispõe sobre os procedimentos para a apresentação e análise das prestações de contas de recursos públicos aplicados em projetos audiovisuais executados por meio de ações de fomento direto e indireto. Além disse, a Ancine publicou em seu portal a listagem de prestações de contas com avaliações pendentes. A iniciativa faz parte do Calendário de Superação do Passivo em Prestação de Contas do Ancine + Simples. A lista está dividida em oito lotes com prazos distintos para a conclusão da avaliação. A previsão é que o passivo seja superado em quatro anos.

2 0 1 5


Estreia para poucos A primeira rodada da fase de grupos da UEFA Champions League, em meados de setembro, marcou a estreia da transmissão do torneio em novo canal no Brasil. O Esporte Interativo, que tem exclusividade do campeonato nas plataformas TV paga e online, promete mais de 200 horas de Liga dos Campeões todos os meses distribuídos entre seus canais - EI Maxx e EI Maxx 2 - e plataforma online. Pela primeira vez, todos os jogos da competição serão produzidos, narrados e comentados em português. Até o momento, no entanto a distribuição dos canais segue restrita às operadoras Oi TV, GVT, TV Alphaville, Cab o Telecom, Multiplay, Nossa TV, TCM, ORM, Sunicity e

Produção baiana

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Cozinha saudável

Brisanet. A Turner, detentora dos canais EI, chegou lançar uma campanha na mídia para rebater o que chamou de “informações incorretas” que “tem sido disseminadas no mercado alegando que a Turner estaria cobrando um preço alto” pelo conjunto de canais esportivos (Esporte Interativo, EI Maxx e EI Maxx2). Segundo a programadora, o preço é o mais baixo entre os canais esportivos. A iniciativa foi uma resposta da Turner ao argumento apresentado pelas principais operadoras em seus canais de atendimento para não carregar os canais Esporte Interativo.

A Nickelodeon estreou o programa “Cozinhadinho”, produção da Cine Group. Na atração culinária, a nutricionista Andréa Santa Rosa Garcia apresenta receitas saudáveis na companhia dos “Cozinhadinho” terá 26 episódios. apresentadores mirins Vitor Praude, Giovanna Menezes, Elis Vida e Pedro 14 Voltas. O programa será exibido de segunda a sexta , às 13h. “Cozinhadinho” terá com 26 episódios, e apresentará receitas elaboradas com a participação de técnicos de nutrição do Sesi. A cozinha não será o único cenário do programa, que também acompanhará ; as acrianças em visitas a plantações, feiras, mercados, restaurantes e diversos outros ambientes ligados ao tema da atração. RASULOV/SHUTTERSTOCK.COM

Nas páginas das operadoras nas redes sociais é possível perceber um volume grande de reclamações de assinantes sobre a impossibilidade de assistir a Liga dos Campeões, e a resposta das operadoras é em relação ao preço do canal. Operadoras ouvidas por TELA VIVA, por sua vez, disseram que as negociações com o canal Esporte Interativo seguem abertas, e que o impasse no carregamento do canal é meramente negocial: ainda não se chegou a um acordo que agradasse a todos. Um operador disse que o valor pedido pelo canal é de fato abaixo da média do valor dos canais esportivos (que são altos), mas que o EI pede este valor para a distribuição nos pacotes básicos, que têm muito mais assinantes, enquanto os demais canais estão em pacotes avançados.

Multiplataforma A Viacom anunciou o lançamento do Viacom Play Plex, um conjunto de aplicativos de TV everywhere que, segundo a programadora, permitirá que seus parceiros distribuidores possam oferecer aos usuários de tablets e smartphones em todo mundo o acesso ao conteúdo de todas as suas marcas internacionais de TV. A partir do quarto trimestre de 2015, os Aplicativos da Viacom poderão ser lançados em 180 países aplicativos do Viacom Play Plex estarão disponíveis para serem lançados em qualquer um dos 180 países e territórios onde a Viacom detém e opera canais de TV. Haverá um aplicativo de TV móvel nas vendas exclusivo para cada uma das maiores marcas internacionaisQueda de TV de TVs em 2015 pertencentes à Viacom - Comedy Central, MTV, Nickelodeon, Paramount Channel, Spike e BET - oferecendo acesso a video sob demanda (VOD), bem como transmissões ao vivo e outros tipos de conteúdo.

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

A partir de novembro, entra no ar a primeira série de animação totalmente produzida na Bahia. Produção da Liberato Produções, com coprodução da TVE Bahia, e baseada na obra dos quadrinhos do cartunista e quadrinista Cedraz (baiano de Miguel Calmon), a série “A Turma do Xaxado” tem 26 episódios de um minuto cada. A série animada é a primeira realização baiana produzida através da linha de financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual, Prodav 1/2010, destinada para produção de obras que já tenham garantida a janela de exibição em TV. Além deste Série é a primeira no estado lançamento, que contou com o FSA estão em andamento, em coprodução da TVE Bahia, as séries de animação “Bill, o Touro” (26 episódios de 1´30”), da Origem Comunicação, com direção de Ducca Rios; “A Natureza do Homem” (26 episódios de 1´30”), da Inspirar Ideias e criação e direção de Caó Cruz e Fausto Jr; e “Tadinha” (91 minutos, divididos em 13 episódios de 7 minutos cada), uma produção da Truque Vídeo e da Origem Comunicação, com autoria de Ana Claudia Caldas e Ducca Rios.

9


The Fabulist

VOD no satélite A SES está investindo no desenvolvimento de tecnologias para manter a oferta de DTH competitiva em meio à procura crescente por conteúdo sob demanda e em múltiplos dispositivos. A empresa apresentou na IBC, em Amsterdã, as soluções de entrega de vídeo Liquid VOD (Video on Demand) e Lucid OVP (Online Video Platform). Ao mesmo tempo, a empresa está trabalhando com parceiros para garantir a segurança da criptografia do conteúdo em plataformas que utilizam a tecnologia SAT>IP, que transforma o sinal DVB-S do satélite em IP e viabiliza a entrega de conteúdo em múltiplas telas. A SES espera que, combinadas, as soluções ofereçam experiências semelhantes aos serviços de vídeo sobre IP das operadoras de cabo e fibra e dos serviços over-the-top (OTT), com a vantagem de ter maior alcance e escalabilidade. Nesse contexto, o satélite se tornaria a plataforma ideal para levar VOD e multiscreen em territórios de grande extensão e regiões onde estruturas de fibra e cabo não chegam. Na plataforma Liquid VOD, os primeiros minutos das obras disponíveis no catálogo do serviço da operadora ficam armazenados no set-top box. Quando o cliente seleciona o conteúdo que deseja assistir, o aparelho usa esses minutos

FOTO: PEDRO RIZZO

O E! Entertainment Television lança no dia 19 de outubro a produção “The Fabulist Brasil”. Produzido pela Endemol Brasil, o programa é uma versão nacional do formato americano “The Fabulist”. No Brasil, tem apresentação da modelo e apresentadora Gianne Albertoni e da vlogger Laila Coelho. Na atração, as apresetadoras recebem Versão nacional do programa é convidados especiais como o empresário apresentada por Gianne Albertoni Facundo Guerra, o promoter Helinho Calfat, o e Laila Coelho ator Raphael Sander, e as modelos Caroline Bittencourt e Renata Kuerten para discutir tendências. “The Fabulist Brasil” tem 10 episódios semanais de 30 minutos cada. A atração conta com apoio das marcas Diageo, Renaissance São Paulo, Westwing e Casa Bossa.

para identificar o sinal do restante do filme sem delay. Como os filmes estão sendo constantemente transmitidos e ocupando espaço em banda, os catálogos disponíveis devem ser menores. “É preciso selecionar o conteúdo que o assinante tem mais interesse de assistir. No entanto, há bastante flexibilidade. É até mesmo possível modificar o portfólio ao longo do dia, para atender diferentes públicos-alvo em diferentes horários”, disse Jurandir Pitsch, vice-presidente de vendas para América Latina Sul da SES. A plataforma é voltada para operações de larga escala e visa atender regiões de grande extensão territorial, onde levar estruturas de fibra e cabo demandaria grandes investimentos. “São lugares onde soluções de IPTV levariam ainda muitos anos para chegar. Apostamos na Índia com um mercado de grande potencial, mas essas características também estão presentes no Brasil”, disse Pitsch. 10

T E L A

V I V A

S E T

FOTOS: DIVULGAÇÃO

( scanner)

Glaz e Copa Studio se fundiram no Grupo Glaz Entretenimento

Fusão As produtoras Glaz e Copa Studio se fundiram no Grupo Glaz Entretenimento. No início deste ano a Glaz recebeu investimento de um Funcine gerido pela Investimage Asset Management, tendo como investimento prioritário o desenvolvimento de um departamento de televisão na produtora, que já produzia conteúdos para TV, mas tinha mais experiência em longas-metragens. “Após a entrada da Investimage, no planejamento da empresa, decidimos ampliar também a nossa capacidade de produção de animação”, disse a CEO da Glaz, Mayra Lucas. “A associação com o Copa era natural. Já somos parceiros de longa data e há afinidade no trabalho das duas produtoras”, explicou. A Glaz já vinha trabalhando com animação, tendo lançado em cinema o longa produzido em stop-motion “Minhocas” e, em TV, a série “Historietas Assombradas (Para Crianças Mal-Criadas)”, exibida no Cartoon Network. Nesta última, o Copa foi parceiro em modelo de prestação de serviço. Já o Copa Studio, que há alguns anos deixou de prestar serviço de produção animação, dedicando-se ao desenvolvimento de conteúdo original, traz para o grupo as propriedades “Tromba Trem” e “O Irmão de Jorel”. “Agora o Grupo Glaz Entretenimento é dono d os dois maiores cases de animação: ‘O Irmão de Jorel’ e ‘Historietas’”, comemorou Mayra. A Glaz já está produzindo um longa baseado na série “Historietas” e, com a fusão, começa a trabalhar no desenvolvimento de um filme também da série “Tromba Trem”. A sede do Grupo Glaz, no Rio de Janeiro, deve agora ir para endereço da Copa Studio, no centro da cidade. 2 0 1 5


ELES ESTÃO SEMPRE À PROCURA DAS RECEITAS MAIS SUCULENTAS.

www.foodnetwork.com.br 100% LIFESTYLE


( figuras) Sociedade

Em continuidade ao plano de ganhou diversos prêmios, entre eles desenvolvimento estabelecido com a dez leões em Cannes. Luiz Villaça é chegada do sócio-investidor Funcine reconhecido pelos longas “Por Trás Investimage 1 e em comemoração aos do Pano”, “O Contador de Histórias” e seus dez anos de atuação no mercado está finalizando “De Onde Eu Te Vejo” audiovisual, a (co-produção BossaNovaFilms BossaNovaFilms, anunciou Ale Warner Bros. e Lucas e Luiz Globo Filmes). Villaça como Também criou novos. Junto e dirigiu séries aos fundadores como “Retrato Edu Tibiriçá, Falado” e “A Denise Gomes e Mulher do Willy Biondani, Prefeito”, para os profissionais a TV Globo, e Ale Lucas, Edu Tibiriçá, Denise Gomes, Luiz Villaça e Willy Bondiani (no retrato) abraçam a “Vizinhos” e liderança “3 Teresas”, para impulsionar o crescimento para o GNT. Em paralelo, Ale e dos negócios. Ale Lucas atuou por Villaça continuarão trabalhando vinte anos como redator e diretor como diretores do casting da de criação de grandes agências e BossaNovaFilms. Renata Celete

Coordenação A 3dar Brasil contratou Renata Celete para comandar o atendimento e a coordenação de projetos. Especializada em animação 3D e 2D, instalações de vídeo arte, project mapping, branded content, concept art, realidade virtual, projeções, desenvolvimento de software para web, vídeo games e apps, a empresa argentina é parceira da Side Cinema desde março deste ano, quando abriu operação no país e se anexou às instalações da produtora brasileira.

FOTO: LUCIANA SERRA

Foco no roteiro

A Formata, produtora comandada por Daniela Busoli, ex-Fremantle e Endemol, contratou o autor e roteirista Newton Cannito como diretor de criação e desenvolvimento de projetos. Com a chegada do profissional, a produtora recém-lançada expande sua atuação para a dramaturgia. Sob coordenação de Cannito, a Formata já está desenvolvendo projetos de séries para TV paga. Entre eles, uma adaptação do livro “Espírito Santo”, de Luiz Eduardo Soares (“A Elite da Tropa”), e uma série policial com protagonismo feminino, também com o autor. Duas séries infanto-juvenis, criadas por Cannito, também estão em desenvolvimento. Segundo o profissional, a Formata dará ênfase ao processo criativo em seus projetos, garantindo maior autonomia para roteiristas. “Hoje se fala muito do problema de roteiro mas não se fala da questão de roteirista, que não

12

T E L A

V I V A

Orlando Senna

Conteúdo nacional O canal CinebrasilTV, dedicado ao conteúdo nacional independente, contratou Orlando Senna para o cargo de diretor de programação. O profissional – que até então atuava como presidente da TAL (Televisión América Latina) – chegou ao canal nesta semana com a missão de organizar o projeto de expansão de conteúdo original e supervisionar aquisições de conteúdo. O CinebrasilTV tem, entre obras em fase de pré-produção, filmagem e edição, cinquenta projetos de séries e documentários em andamento. “O canal tem uma proposta muito inteligente no sentido de estar direcionado para um público específico. O trabalho seguirá essa linha”, explica Senna. O profissional já trabalhou nos jornais no Correio da Manhã, Última Hora e Jornal do Brasil e foi Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura no período de 2003 a 2007. Em 2008, atuou como diretor geral da TV Brasil.

tem poder criativo. Há uma cultura na produção brasileira que não respeita o processo autoral. Tiram crédito, passam para outro terminar o trabalho sem perguntar, destroem o texto e depois dizem que ficou ruim. Claro que fica ruim, não há unidade dramática, coesão”, disse. Cannito foi criador e roteiristachefe do seriado “9mm: São Paulo”, exibido pela Fox. Também foi roteirista Newton Cannito da série “Cidade dos Homens” e da telenovela “Poder Paralelo”, de Lauro César Muniz. Para cinema escreveu o roteiro de longas-metragens como “Broder”, de Jeferson De, e “Quanto vale ou é por quilo?”, de Sérgio Bianchi. Doutorado em Cinema pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), atuou como Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura entre os anos de 2010 e 2012. Cannito também participa do Conselho Consultivo da Associação nacional de Roteiristas, da qual já foi presidente.

S E T

2 0 1 5


Jornalismo

Publicidade e branded content A Side Cinema contratou o diretor de cena Sérgio Glasberg, profissional com mais de dez anos Sérgio Glasberg de experiência em filmes publicitários de varejo e produtos de beleza. Na nova casa, Glasberg atuará com publicidade e branded content. Antes de chegar à Side Cinema, Glasberg passou por Conspiração, SFilmes e Cia de Cinema. Também prestou serviço para outras produtoras, como Mandacaru Filmes e Dogs Can Fly, além de ter dirigido dois filmes para Colgate na Argentina por meio da Fight Films. O diretor já trabalhou com marcas como Marisa, CocaCola Zero, Rede Globo, Grendene, L’Oréal, Risqué, Monange e Beauty Color. No segmento artístico, Glasberg filmou o curta-metragem “Mukhtaran, Ensaios sob a Guerra” (2010), baseado na peça teatral de mesmo nome de Eugênia Thereza de Andrade. Além disso, gravou o DVD de “Pra Nhá Terra”, musical infantil do grupo Ponto de Partida, e videoclipes como “Dê”, de Miranda Kassin e André Frateschi, “De uns Tempos pra Cá”, do Chico César, e “Judas”, do rapper e escritor Ferréz, com o qual foi finalista do Prêmio VMB 2003.

Reformulação Após a aquisição do Esporte Interativo (EI) no início deste ano, a Turner Brasil integrou toda sua equipe de vendas publicitárias sob o comando de Gilberto Corazza, diretor executivo de Vendas Publicitárias e Planejamento Comercial. A partir deste mês, Corazza assumirá o gerenciamento de vendas publicitárias de esportes da empresa, incluindo o Esporte Interativo, EI Maxx, EI Maxx 2 e o site do EI. Ele também mantém a supervisão do Cartoon Network, Boomerang, TNT, Space, Gilberto Corazza Warner Channel, TCM, TBS muitodivertido, Glitz e CNN International. Corazza será responsável pelas operações diárias da área de vendas publicitárias da Turner Brasil, com equipes em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Ele se reportará a Marcelo Cataldi, vice-presidente das equipes de Vendas Publicitárias no Brasil e Panregional da Turner América Latina.

Aprovado O Plenário do Senado aprovou a indicação do exsenador Aníbal Diniz para o Conselho Diretor da Anatel. Ele recebeu 55 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção. Aníbal Diniz Diniz passou por sabatina na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado na manhã do mesmo dia e recebeu 22 votos favoráveis e um contra. O exsenador defendeu a prestação do serviço de banda larga em regime público até atingir a universalização.

T E L A

V I V A

S E T

Os jornalistas Ricardo Melo e Albino Castro se juntam à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Melo assumirá a diretoria de jornalismo, até então sob o comando da jornalista Nereide Beirão, e Castro vai atuar como assessor especial da presidência da EBC. Colunista político da Folha de São Paulo, Ricardo Melo atuou no jornal como redator, editor-assistente e editor adjunto de Mundo, editor de Opinião, secretário-assistente de Redação, repórter especial, editor da Primeira Página, coordenador da integração das plataformas impressa e digital da Folha e produtor-executivo da TV Folha. Também foi chefe de redação do SBT, editor-executivo do “Diário de S. Paulo”, do “Jornal da Band”, do “Jornal da Globo”, do “Jornal da Tarde” e do “Jornal da Lilian”, no Portal Terra. Melo exerceu, ainda, o cargo de editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico e foi repórter especial da Revista Exame. Já Albino Castro tem experiência profissional em direção-geral de televisão, jornal impresso e mídias eletrônicas. Foi diretor de jornalismo do SBT, TV Gazeta e TV Cultura.

Migração Rodrigo Guimarães está deixando a Spcine. O profissional atuava na instituição há um ano como Gerente Executivo de Desenvolvimento Econômico. Antes, havia trabalhado na Rio Rodrigo Filme por três anos. Guimarães Guimarães deixa o setor público para assumir o cargo de diretor de novos negócios da produtora Panorâmica Comunicação, no escritório de São Paulo. O profissional terá a missão de ajudar a empresa em um projeto de expansão no segmento de TV e mercado internacional, além de colaborar na criação do núcleo de produção de cinema.

Hermano A produtora Vapt contratou o diretor argentino Adriano Bruzzese. O profissional já dirigiu campanhas para marcas como GM, Ford, Coca-Cola, Toyota, Canon, Sony e Unilever. Alem disso, Bruzzese já trabalhou com nomes reconhecidos do Adriano Bruzzese mundo da música como The Chemical Brothers, The Prodigy, Gustavo Cerati e Iron Maiden. O profissional se junta à equipe formada por Maurício Eça, Carlos Ricci, Gustavo Bradau, Tico Vicente e Rafael Dany.

2 0 1 5

13


COBERTURA

( capa ) Fernando Lauterjung e Leandro Sanfelice

fern an do@convergecom .com .b r e lean dro@ co nvergeco m .co m .br

Eternamente analógica?

R

adiodifusores e fornecedores estão céticos em relação ao plano de desligamento dos canais analógicos de TV. Essa última etapa da migração da TV analógica para a digital no País é fundamental para que seja liberado espectro para o serviço de banda larga móvel. Esse espectro, vale destacar, já está vendido para as operadoras móveis. Durante o evento da SET que aconteceu em agosto em São Paulo, TELA VIVA ouviu de agentes do setor que será impossível ter todos os pontos de transmissão de TV digitalizados no prazo e mesmo fora do prazo. E mais, a radiodifusão já começa a pregar a manutenção do sinal analógico em algumas localidades. Os planos de digitalização das duas maiores redes de TV ainda não foram alterados por conta da crise financeira, que já é fortemente sentida pelos grupos de mídia. Pelo menos é o que disseram executivos do SBT e da Globo. Mas nem tudo sairá como se espera em relação ao desligamento da TV analógica. Segundo estas emissoras, nas cidades com menos de 20 mil habitantes, o switch off não deve acontecer pois não há plano de digitalização. Dos 5.556 municípios brasileiros, 3.826 tem menos de 20 mil habitantes, ou 69% do total. Os radiodifusores já trabalham com a hipótese de manter o sinal analógico "convivendo" com a banda larga LTE, em 700 MHz, para a banda larga móvel.

14

EDITORIA DE ARTE CVG SOBRE IMAGEM DE BOHBEH/SHUTTERSTOCK.COM

Radiodifusão aponta inviabilidade econômica para chegar com o sinal digital em muitos municípios. Incertezas regulatórias e mercadológicas freiam investimentos por parte das emissoras na digitalização, impactando em toda a cadeia de fornecedores.

Segundo o diretor geral de tecnologia da Globo, Raymundo Barros, a emissora, assim como sua rede de afiliadas, pretende ter todas as cidades com mais de 20 mil habitantes digitalizadas até o final de 2018, para quando está previsto o desligamento da TV analógica. Até o momento, a rede da Globo conta com 105 geradoras digitais e 350 retransmissoras, cobrindo aproximadamente 130 milhões de brasileiros. Para chegar a todas as cidades com mais de 20 mil habitantes estarão digitalizadas 122 geradoras e 1,19 mil retransmissoras, cobrindo 172

T E L A

V I V A

S E T

milhões de habitantes. "O resultado econômico desses municípios (os pequenos) para a TV aberta é muito limitado", destacou o executivo no evento. A esta reportagem, Barros afirmou que os planos de investimento para 2016 e 2017 estão feitos e já comprometidos, mas que para 2018, os investimentos na digitalização podem ser impactados, dependendo do resultado da crise, sobretudo na rede de afiliadas. "Trabalhamos com a digitalização das cidades com até

2 0 1 5


“Dezesseis RTVs já estão instaladas em Minas Gerais, prontas para operar, mas impossibilitadas por falta de autorização. No Brasil, não haverá cobertura sem que as RTVs entrem em operação.”

longe da zona de interferência com o LTE, na faixa dos 700 MHz. "Acho que podemos negociar uma convivência entre os serviços. A SET está conduzindo estudos de interferência", diz Barros. Pelas contas de Franco, do SBT, são 2,5 mil cidades no país com menos de 10 mil habitantes e onde deve haver convivência entre o sinal de TV analógico e os serviços de banda larga móvel nas faixas de 700 MHz. FOTO: DIVULGAÇÃO

20 mil habitantes, mas se for necessário, podemos subir a barra um pouco, para cidades com 30 mil, por exemplo", explicou. "O custo por habitante é muito alto. A maioria dessas cidades só tem TV por conta do investimento das próprias prefeituras", completou. No caso do SBT, disse a TELA VIVA o vice-presidente de redes e assuntos regulatórios Roberto Franco, a digitalização já está contratada e em processo de execução em todas as emissoras e retransmissoras próprias nas cidades com mais de 50 mil habitantes. "Abaixo dessa linha, vamos investir em algumas cidades que estão em pontos estratégicos, como Mairiporã (SP), por exemplo", conta Franco. No caso das outras cidades abaixo da linha de corte estipulada pelo SBT, Franco não descarta investimentos das prefeituras, como foi feito no passado. "Vamos conversar com essas

Raymundo Barros, da Globo

prefeituras e ver o que dá para fazer", completou. Analógico perpétuo Raymundo Barros, da Globo, diz que os radiodifusores trabalham com a hipótese de manter sinais analógicos em cidades menores. "Estas cidades já são bem atendidas em termos de serviços de telecomunicações, portanto não devem despertar tanto interesse das operadoras móveis", diz. Além disso, a canalização de TV nessas localidades é mais baixa, mantendo os canais de TV

Incertezas Mesmo nas cidades que estão acima da linha de corte criada por cada uma das redes, a digitalização ainda enfrenta

>>

Fale diariamente com mais de 30 mil leitores qualificados. O portal Tela Viva traz o melhor noticiário sobre TV aberta, TV por assinatura, cinema, produção de conteúdos, publicidade e mídias digitais.

NOVO LAYOUT

NÚMEROS DA AUDIÊNCIA DO PORTAL TELA VIVA*

PAGE VIEWS

108.676/MÊS VISITANTES

58.118/MÊS VISITANTES ÚNICOS

32.991/MÊS DURAÇÃO MÉDIA/VISITA

04:55’’

*FONTE:

Para anunciar: 11 3138.4657 | comercial@convergecom.com.br T E L A

V I V A

S E T

www.telaviva.com.br

2 0 1 5

15


( capa ) “Abaixo dessa linha (50 mil habitantes), vamos investir em algumas cidades que estão em pontos estratégicos.”

dificuldades. A maior delas é a falta de garantias de que as emissoras não sofrerão interferências, agora ou no futuro. Muitas retransmissoras operam com licenças de RTVs secundárias. As licenças primárias garantem à emissora um canal livre de interferências, enquanto as secundárias, que têm tramitação muito mais rápida no Ministério das Comunicações no pedido das licenças, são precárias e, em caso de interferências com outras emissoras ou serviços, devem ser desativadas. O Minicom promete uma solução para isso. Segundo Raymundo Barros, a demora na solução do problema com as RTVs já causa atrasos na digitalização de algumas regiões. Segundo ele, na região metropolitana de Belo Horizonte, por conta da topografia, não é possível garantir cobertura apenas com SFN – single frequency network, quando mais de uma transmissão do mesmo sinal é feita na mesma frequência, de forma sincronizada. "Dezesseis RTVs já estão instaladas em Minas Gerais, prontas para operar, mas impossibilitadas por falta de autorização", diz. "No Brasil, não haverá cobertura sem que as RTVs entrem em operação", completa. O SBT também já conta com equipamentos comprados para algumas retransmissoras, aguardando autorização. No evento da SET, o então secretário executivo do Minicom, Luiz Antonio Alves de Azevedo, afirmou que está para ser assinada a portaria resolvendo um imbróglio que impedia a migração de parte significativas das retransmissoras de TV para o sinal digital. Segundo o secretário, 4 mil pedidos de migração

Roberto Franco, do SBT

de licença de RTV secundária para primária feitos até julho deste ano serão atendidos. Os pedidos feitos após esse prazo serão atendidos conforme a disponibilidade de frequências. Existem cerca de 5,5 mil RTVs secundárias no País. "O radiodifusor precisa ter segurança e garantias em relação ao canal que lhe é outorgado", disse Alves de Azevedo. O secretário lembra que os pedidos de licença para a retransmissão secundária sempre foram apenas uma forma de dar uma agilidade na ineficiência do estado em lidar com as demandas, uma vez que a tramitação demanda menos estudos técnicos. "Temos 54 mil processos tramitando no Ministério das Comunicações", completou. E mais incertezas... Para os fornecedores, as incertezas e falta de planejamento inviabilizam investimentos. O diretor presidente da fabricante de transmissores digitais Rohde & Schwarz, Heitor Vita, avalia que "há problemas nos dois lados – na ponta (emissoras) e também na cadeia de produção". Segundo ele, a indústria de

“Uma fábrica precisa ter um planejamento antecipado, não pode arriscar investir e aumentar a produção em um cenário instável – se expande e não há projetos, a situação fica complicada.” Heitor Vita, da Rohde & Schwarz

16

T E L A

V I V A

S E T

transmissores dificilmente conseguirá produzir o suficiente para atender o prazo e, com falta de verbas, emissoras seguem postergando seus projetos. "A indústria de transmissores, por exemplo, está muito aquém de atender as necessidades do Brasil. Se pensar na demanda necessária e no que se fabrica hoje no País, não há condições de atender no prazo. Ao mesmo tempo, as emissoras não estão bem economicamente e os projetos vêm sendo novamente postergados". De acordo com o executivo, incertezas em relação ao prazo do desligamento e a falta de planejamento e recursos por parte de emissoras menores inviabilizam a expansão da produção. "Não tem continuidade e uma fábrica precisa ter um planejamento antecipado, não pode arriscar investir e aumentar a produção em um cenário instável – se expande e não há projetos, a situação fica complicada", explica. O diretor geral de mais uma das principais fornecedoras de transmissores do país afirmou achar "muito difícil" garantir a recepção do sinal digital em 93% das residências, condição prevista em decreto para o desligamento do sinal nas cidades. Ele disse estimar que mais da metade dos televisores do país não estejam prontos para receber o sinal digital. "O televisor não é mais prioridade de compra em grande parte dos lares brasileiros e não tem mais um ciclo de substituição tão ágil. Muitas vezes as pessoas optam por continuar utilizando o aparelho enquanto ele funcionar", avaliou. Para ele, a distribuição de set-top boxes digitais populares

2 0 1 5


significativo porque o prazo para algumas regiões está próximo e muitas emissoras apresentam projetos 'no susto'. Mas não há planejamento de longo ou médio prazo". Nesse cenário, diz, é improvável que as indústrias corram riscos. "A indústria precisa de uma afirmação, de uma certeza para expandir essa produção.

Não posso investir em mais que dobrar essa produção e correr o risco de não haver demanda". O temor das fabricantes, segundo Zamot, é que, por falta de planejamento, a demanda se concentre nos últimos meses do prazo final. Nesse caso, não seria possível atender o mercado.

FOTO: AGÊNCIA FOTO ANDRES

para famílias de baixa-renda amenizará o problema, mas não será suficiente para resolvê-lo. "Há muitas residências recebendo o sinal analógico fora dos critérios para distribuição dos aparelhos. Muitas delas com orçamentos apertados, com outras prioridades. É uma questão complexa", disse. Além disso, o diretor lembrou que há muitas emissoras pequenas, inclusive públicas, com recursos humanos e financeiros insuficientes para conduzir o processo de digitalização. "Nesse caso o problema atinge principalmente emissoras públicas e redes religiosas", afirmou. A mesma questão foi apontada pelo diretor comercial de uma das principais fabricantes de câmeras que atuam no mercado brasileiro. "Há emissoras até mesmo de porte médio, afiliadas de redes importantes, que simplesmente não sabem onde vão encontrar dinheiro e não possuem nenhum planejamento", disse. O problema, nesse caso, seria maior em cidades pequenas do interior do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Marcelo Zamot, gerente de vendas da fabricante de antenas Ideal, faz coro. Segundo ele, será difícil desligar o sinal analógico dentro do cronograma. "Para desligar o analógico é preciso ter uma cobertura praticamente igual no digital. Acho que teremos algo em torno de 60% de cobertura e então será necessário reavaliar e pensar se é possível desligar com cobertura menor", diz. Além disso, ele explica que a indústria precisaria aumentar sua produção para atender a demanda. Segundo ele, o problema é que a falta de planejamento por parte de governo e das próprias emissoras inviabiliza investimentos maiores nas linhas de produção. "A indústria vem vivendo de expectativas. Nesse último ano o aumento na demanda foi

T E L A

Yasuo Sakamoto, vice-ministro das Comunicações do Japão

UM NOVO FUTURO

R

adiodifusores, notadamente a Globo, começam a apontar a necessidade de discutir a evolução da TV para as definições mais avançadas, como 4K e 8K. Em debate durante o Congresso do SET Expo, o diretor geral de tecnologia da Globo, Raymundo Barros, chamou setor e governo a entrarem no debate. Segundo ele, as vendas de televisores 4K em 2016 devem ser próximas, em volume, às vendas de HDTVs em 2007, "com a diferença de que, desta vez, a radiodifusão não tem um plano de evolução". Barros apontou que as novas plataformas de produção de conteúdo já são em 4K. A Globo, disse, renovou parte significativa do seu parque de câmeras, já investindo no 4K. A emissora também prepara uma unidade móvel de produção 4K para usar na Olimpíada, em 2016. Em 2018, quando deve acontecer o desligamento da TV analógica, a

V I V A

S E T

2 0 1 5

maioria das produções da Globo já será em UHD. "Como será a distribuição e a transmissão? Nem a televisão e nem os órgãos reguladores estão debatendo o futuro da TV aberta. Já estamos atrasados", disse Barros. Na abertura do evento, o viceministro das Comunicações do Japão, Yasuo Sakamoto, chamou o Brasil a avançar na parceria iniciada com a TV digital para os padrões do 4K e do 8K. Segundo ele, no Japão a meta agora é acelerar a adoção do 4K e o 8K. A expectativa é que os Jogos Olímpicos de 2020, que serão realizados no país, já sejam televisionados em 8K. Segundo Sakamoto, hoje já é feita a transmissão de conteúdo em 4K no Japão via satélite. Em 2016, começam as transmissões teste em 8K. "Em 2016 celebrare­mos dez anos da parceria com o Brasil. É a hora ideal para avan­çar a parceria na evolução do padrão", disse.

17


SPCINE APRESENTA:

O PRINCIPAL EVENTO DE DEBATES, NETWORKING E NEGÓCIOS EM PRODUÇÃO AUDIOVISUAL DE SÃO PAULO!

PRESENÇAS INTERNACIONAIS CHRIS AARON JAMES ALFREDO MICHAEL

BRANCATO CRIADOR, ROTEIRISTA E SHOWRUNNER DA SÉRIE

“NARCOS”

MENDELSOHN GLASSCOCK DIRETOR DO

HEAD DE

DESENVOLVIMENTO WRITER’S DE NEGÓCIOS DA GUILD OF MACHINIMA AMERICA

APOIO INSTITUCIONAL

PARCEIROS DE MÍDIA

BARRIOS

CONRAD

SHOWRUNNER DA SÉRIE

PRESIDENTE DA

“BURN NOTICE”

PROMOÇÃO

DIRETOR DA

FRAMESTORE

PICTURES

LEADERSHIP (EMBA) FOUNDATION

APOIO

PATROCÍNIO WI-FI

BERLIN SCHOOL OF CREATIVE

DAVID

MELLOR

PARCEIROS INSTITUCIONAIS

CORREALIZAÇÃO


Dias 9e10

novembro, 2015

INFORMAÇÕES

telasforum.com.br

WTC EVENTS CENTER, SÃO PAULO, SP

inscricoes@convergecom.com.br 0800 77 15 028 comercial@convergecom.com.br Participe do evento nas redes sociais usando a #telasforum

/telavivanews

GRAPHIT/SHUTTERSTOCK.COM

4 AUDITÓRIOS SIMULTÂNEOS COM: PAINÉIS DEBATES RODADAS DE NEGÓCIOS ENCONTRO COM CANAIS

@telasforum

PITCHING FOX OS PARTICIPANTES PODERÃO TAMBÉM FAZER PARTE DA SELEÇÃO DO CANAL!

ENCONTRO COM OS CANAIS A&E/History

Discovery Kids

MTV

Animal Planet

ESPN

Multishow

Arte1

Fashion TV

NatGeo

Bis

Fox

Sony

Boomerang

Fox life

Space

BoxBrasil

FX

TBS

Canal Brasil

Glitz

TLC

Cartoon

Globo

TV Brasil

CinebrasilTV

Globonews

TV Escola

Comedy Central

Globosat

Universal

Curta!

GNT

Warner

Discovery

Home&Health

e outros


COBERTURA

(mercado)

Leandro Sanfelice

lean dro@co nvergeco m .co m .br

Vídeo na rede

C

om o processo de digitalização do sinal de televisão ainda em curso, a demanda por equipamentos digitais e HD ainda é um dos principais motores do mercado de câmeras profissionais no país. A avaliação é de Luis Fabichak, gerente de marketing para produtos profissionais da Sony. “No Brasil temos um cenário um pouco diferente de mercados mais maduros como Japão e EUA, que já completaram sua transferência para o digital HD e já buscam investimentos em Ultra HD. No Brasil ainda estamos passando pela transição do analógico para o digital e HD”, diz. Para o executivo, a divulgação, em junho deste ano, das datas de desligamento do sinal analógico em três grandes capitais – Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro – intensificou a demanda pelos equipamentos. “Embora o governo tenha adiado em outras regiões para 2018, conseguimos enxergar oportunidades nesse movimento do mercado. Sabemos que existe um parque muito grande de produtos que hoje são captados em SD fazendo o upgrade para o HD – a oportunidade no Brasil ainda está nessa transição”. Segundo Rony Luiz Pussenti, gerente de sistemas e soluções da Panasonic, “a demanda encontra-se principalmente em câmeras de jornalismo P2 (camcorders com gravação em cartão) e estúdio. Também temos bastante penetração das câmeras PTZ (Pan Tilt Zoom)”. De acordo com ele, as emissoras maiores já concluíram sua transição para o digital. “Boa parte dos clientes já estão no digital, mas ainda há aqueles que precisam digitalizar – principalmente

20

FOTO: AGÊNCIA FOTO ANDRES

Digitalização e migração para IP abrem caminho para novos serviços.

Avanço do processo de switch-off e Olimpíadas devem aquecer o mercado para fornecedores em 2016

pequenas emissoras religiosas e universitárias. Precisam fazer isso porque seus produtos estão com muito tempo de uso e, além disso, há a demanda do regulador (switch-off), que dessa vez não parece que vai voltar atrás”. 4K Ainda sem definição para transmissão terrestre e poucos televisores capazes de recebê-lo, o Ultra HD já começa a ser demandado por produtores de conteúdo e broadcasters. Além de oferecer melhor qualidade de imagem mesmo em transmissões HD, a tecnologia garante maior longevidade para o conteúdo e aumenta seu potencial de exportação. Além disso, os produtores e as emissoras podem oferecer conteúdo diferenciado em plataformas e aplicativos online.“Já temos um grupo mais seleto produzindo em HD há algum tempo e já passando a investir em 4K não de uma forma completa, mas iniciando testes. Embora hoje não tenha uma definição para transmissão, testes estão sendo feitos”, diz Fabichak, da Sony. “O cliente pode ter o material bruto em 4K para transferir para

T E L A

V I V A

S E T

HD, com ganhos em qualidade de imagem e cor”, explicou. Além disso, diz o executivo “é possível exibir o conteúdo em 4K por meio de aplicativos”, que funcionariam no modelo OTT. Na edição deste ano da Set Expo, a empresa exibiu seu primeiro televisor com sistema operacional Android. Na tela, um aplicativo da Globosat contava com conteúdo em 4K no seu portfólio. A tecnologia é apontada por Leonel da Luz, vice-presidente de vendas da Grass Valley para a América Latina, como principal aposta da empresa no segmento de câmeras. “Para os próximos anos, temos uma estratégia focada em serviços IP e 4K”, diz. “O 4K tem grande apelo para distribuição via OTT. Além disso, vemos empresas produzindo em UHD para preservar seu conteúdo por mais tempo”, conclui. Câmbio Segundo os fabricantes ouvidos por este noticiário, muitos dos grandes

2 0 1 5


projetos previstos pelas emissoras estão sendo postergados, principalmente devido ao aumento do preço do dólar. Segundo Fabichak, da Sony, a variação no valor da moeda afeta diretamente o preço dos produtos, na sua maioria importados. “Apesar dos broadcasters contarem com isenções fiscais, os produtos são importados e taxados em moeda estrangeira, então isso impacta. A emissora que planejou seu budget em reais no início do ano tem seu orçamento reduzido consideravelmente. Os interesses continuam, mas vemos que muitos investimentos ficam na lista de espera”, explica. Leonel da Luz, da Grass Valley, também destacou o impacto do dólar no preço dos equipamentos. “No Brasil especialmente sofremos o efeito da crise, consequência direta do aumento do preço do dólar, que impacta no custo dos equipamentos. Com isso, o orçamento programado pelas emissoras no ano passado se diluiu”, explica. “Como temos grandes projetos que dependem desse orçamento, temos projetos que se postergam – alguns mais, outros menos”, disse. Para cumprir as metas do ano, a empresa vem contando com projetos menores e constantes.

“Já temos um grupo mais seleto produzindo em HD há algum tempo e já passando a investir em 4K. Não de uma forma completa, mas iniciando testes”.

Olimpíada A expectativa das empresas, no entanto, é que o mercado tenha crescimento acelerado no ano que vem, impulsionado por Olimpíada, 4K e digitalização. “Estamos prestes a fechar contratos grandes com empresas que transmitirão jogos da Olimpíada que precisam se preparar”, diz Fabichak. “Apesar da crise, continuamos vendendo, até por questão de necessidade”, diz Pussenti, da Panasonic. A empresa é fornecedora oficial da Olimpiada 2016

IP, nuvem e VOD Em um ano em que o mercado broadcast vê investimentos desacelerar em um ambiente de incertezas econômicas e políticas, a integradora AD Digital está conseguindo atingir metas de crescimento agressivas. No início deste ano, a empresa traçou como objetivo faturar cerca de R$ 150 milhões num período de três anos, até o final de 2017. Para 2015, o plano prevê crescimento de 30%, com faturamento total

de R$ 52 milhões. Segundo Sonia Poloni, diretora de marketing da empresa, os bons resultados se devem a uma demanda crescente por soluções capazes de reduzir custos e oferecer novos meios de monetização do conteúdo. Em um cenário de dificuldades financeiras, diz, a tendência é que as emissoras busquem simplificar suas estruturas. “No contexto atual de instabilidade econômica e política, as empresas mais que nunca buscam maximizar resultados e reduzir custos, e não se pode desconsiderar a ajuda que a tecnologia esse processo. As empresas estão deixando a zona de conforto e se abrindo para a inovação para se manterem competitivas”, diz. Nesse contexto, a executiva vê como principais tendências para o mercado de mídia e entretenimento a migração do conteúdo para IP, o armazenamento em nuvem e o investimento em serviços OTT, OVP (Open Video Player) e VOD. “A migração para o IP e o armazenamento em nuvem possibilitam a pulverização desse conteúdo e facilitam a criação de novas formas de monetização de conteúdo na web – seja com assinaturas, publicidade ou transaciona”, avalia. Segundo ela, o avanço da digitalização também facilitou e incentivou o investimento nesse tipo de serviço. No estande da empresa na Set Expo 2015, evento que promovido em agosto em São Paulo, o destaque foi o lançamento de uma solução de armazenamento em nuvem com a Quantum. Na última semana, a AD Digital já havia apresentado ao mercado a solução VNOC (Video and Network Operation Center), que, de acordo com a empresa, oferece serviço de monitoramento da

Luis Fabichak, da Sony

FOTOS: DIVULGAÇÃO

e, assim como a concorrente, conta com o evento para intensificar as vendas. “A demanda vai crescer muito, pois já existe um contrato com o Comitê Olímpico que prevê a compra de equipamentos para os jogos”, conclui. Segundo Eldad Eitelberg, diretor de operações da Ucan, a empresa, especializada em transmissão de vídeo ao vivo, espera fechar contrato para locação de 350 mochilinks LiveU para as cobertura da Olimpíada e da Paraolimpíada. O número é mais que 50% superior aos 220 equipamentos locados para a Copa do Mundo em 2014. De acordo com Eitelberg, os principais clientes são canais jornalísticos internacionais. “Nosso equipamento visa atender a área de jornalismo dos canais de televisão. Em determinadas coberturas, é preciso um instrumento que permita colocar o conteúdo no ar o mais rápido possível”, diz.

“Para os próximos anos, temos uma estratégia focada em serviços IP e 4K” Leonel da Luz, da Grass Valley

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

21

>>


( mercado) objetivo, além de maior produtividade, é passar a fabricar torres de grande porte (até 150 metros) e capacidade e expandir sua atuação para o mercado de telecomunicações. ”Estamos nos preparando e queremos levar nosso know-how para esse novo mercado. Nossa previsão é ter esses novos produtos no mercado no primeiro semestre de 2016”, disse o diretor.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

“Esperamos que a demanda aumente ainda mais a partir do final desse ano, quando o desligamento do sinal começar de fato”

estrutura das emissoras, com identificação e prevenção de falhas. “A AD Digital vem surfando algumas ondas de crescimento nos últimos anos e, na última expansão do seu portfólio, passou a oferecer soluções voltadas justamente para a redução de custos”, explica Poloni.

Marcelo Zamot, da Ideal

realizadas com satélite e redes terrestres, e não somente com satélites como na maioria das redes brasileiras”, disse. A empresa já fechou contrato para fornecer a solução à RPC, afiliada da Globo no Paraná.

rquivamento e A gerenciamento de mídia De acordo com Rosalvo Carvalho, presidente da Videodata, além dos investimentos em digitalização e transmissão de dados, a demanda por soluções de gerenciamento de mídia, armazenamento digital e automação também vem crescendo. Segundo o executivo, a empresa fechou acordo com a Globo para automatizar os centros exibidores da emissora em São Paulo e no Rio com soluções da Pebble Beach. O projeto, diz, deve ser concluído já no segundo semestre deste ano. Além disso, a empresa tem acordos fechados com as filiadas TV Morena, em Mato Grosso, e ETV, em Cuiabá, para digitalizar seu sistema de MAM (arquivamento e gerenciamento de mídia), com solução da Mediaportal. “A solução pega o conteúdo que estava em fitas e organiza-os em um banco de dados únicos, permitindo buscas mais ágeis”, disse o empresário. A Videodata também fechou acordo com a Ericsson para representar a solução de mini-links de microondas digitais para redes terrestres da fornecedora no mercado broadcast brasileiro.De acordo com Carvalho, a solução permite que empresas de radiodifusão atendam a demanda de capacidade de rede para transmissão de TV. “Com a distribuição em rede do sinal digital para cidades menores, as coberturas nesses locais passam a ser

FOTO: AGÊNCIA FOTO ANDRES

Novos mercados De acordo com Marcelo Zamot, diretor de vendas da fabricante de antenas Ideal, o faturamento da empresa no primeiro semestre desse ano foi 45% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. O plano da empresa, que vem crescendo entre 20% e 30% nos últimos anos, é aumentar seu faturamento em cerca de 40% em 2015. Segundo o diretor, o momento favorável se deve, principalmente, à demanda gerada pela interiorização da digitalização do sinal de TV. “Esperamos que essa demanda aumente ainda mais a partir do final desse ano, quando o desligamento do sinal começar de fato”, disse. Além disso, a empresa notou maior demanda de rádios, no contexto da transição do sinal AM para FM. Embalada após anos de faturamento crescente, a Ideal está investindo para diversificar sua oferta de produtos, expandindo para novos mercados. Segundo Zamot, a empresa importou novo maquinário e investiu na ampliação da linha de produção e de mão de obra ao longo do último ano. O

“Existe um enorme potencial de demanda por transmissores digitais no mundo todo e isso será atendido pelas instalações brasileiras” Yasutoshi Miyoshi, da Hitachi

22

T E L A

V I V A

S E T

Digitalização e exportações Em um ano de conjuntura econômica desfavorável no mercado doméstico, a Hitachi do Brasil está apostando nas exportações para manter suas metas de crescimento. Segundo Yasutoshi Miyoshi, diretor geral da empresa, a multinacional definiu a planta da empresa no Brasil como sede internacional de produção de transmissores. “Neste ano nosso volume de vendas no mercado doméstico está semelhante ao de 2015, apesar do cenário desfavorável. Com essa decisão, esperamos assinar mais contratos de exportação para atingir nossas metas de crescimento”, disse o executivo. Para isso, a Hitachi vem ao longo dos últimos anos investindo em uma nova planta com maior capacidade na cidade de Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. “Essa planta agora está operando em 100%. É uma instalação maior, com dez mil e quinhentos metros quadrados e melhor equipada”, disse Miyoshi. Segundo ele, a ideia é atender a demanda que será gerada pela digitalização de diversos países além do Brasil. “Com exceção de América do Norte, Japão, Coreia do Sul e Europa Ocidental, a maioria dos países ainda precisa digitalizar. Então existe um enorme potencial de demanda no mundo todo e isso será

2 0 1 5


“No contexto atual de instabilidade econômica e política, as empresas mais que nunca buscam maximizar resultados e reduzir custos, e não se pode desconsiderar a ajuda que a tecnologia esse processo”

atendido pelas instalações brasileiras”. No mercado brasileiro, a empresa espera um aumento na demanda para o próximo ano com a intensificação do desligamento do sinal analógico. “O mercado está começando a se mexer até devido ao volume de trabalho necessário para fazer essa transição. Há muito trabalho a ser feito e pouco tempo”, avaliou Miyoshi.

Sonia Poloni, da AD Digital

IP no satélite Com lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2016, o satélite 29e da Intelsat permitirá que a empresa passe a oferecer novos serviços no Brasil. De acordo com Márcio Brasil, diretor comercial da Intelsat, o novo satélite suportará o tráfego de conteúdo em IP e melhor regionalização da transmissão. “Essas são as principais tendências nesse mercado para os próximos anos”, diz o diretor. Com cobertura nas regiões das Américas e do Atlântico Norte, o satélite será o primeiro lançamento do programa Epic NG, destinado a satélites de alta capacidade. O 29e terá spotbeams de 5 GHz em banda Ku com mais de 12 Gbps de throughput agregado. De acordo com o diretor, seu lançamento marcará a chegada da plataforma de distribuição de conteúdo IP IntelsatOne Prism no Brasil. Apresentado na NAB deste ano, o serviço permite uma integração do conjunto de serviços oferecidos pela operadora, de forma a permitir mais flexibilidade à comunicação das emissoras de TV. “A plataforma vai ajudar os clientes que precisam se conectar via IP de um lugar a outro utilizando uma plataforma compartilhada”, diz Brasil. Com o Prism, um canal de TV pode contar com uma rede multimodal para todo o tráfego de conteúdo e comunicação. O canal não precisa ter

uma antena para comunicação via satélite com suas afiliadas ou com suas unidades de produção móvel. Ao invés disso, conecta-se ao teleporto da Intelsat via fibra ou qualquer outra estrutura de telecomunicação, controlando o uso do satélite remotamente. A comunicação com as unidades móveis pode trafegar múltiplos conteúdos – com isso a equipe de produção pode mandar o sinal de múltiplas câmeras, o sinal já editado para diferentes dispositivos – bem como a comunicação entre as equipes remota e local. Segundo Brasil, “será possível trafegar vídeo, arquivo, dados ou voz sobre IP. Você pode mandar o vídeo linear via IP, online, pode mandar arquivos, pode acessar a internet e pode ter um canal de voz sobre IP”. Além disso, diz, o novo satélite permitirá melhor regionalização de conteúdo. “Você pode utilizar a própria limitação dos spotbeams, com poteência concentrada, para regionalizar o alcance e o recebimento do seu conteúdo. Atualmente, com os white beans, isso depende de autenticação e acesso condicional”, explica. Alta definição e regionalização No início de agosto, o 8 West B da Eutelsat foi lançado com sucesso. Cobrindo a América Latina, o satélite faz parte de um projeto de expansão da

T E L A

“Com o switch-off, as filiadas precisam expandir a distribuição do sinal, e o satélite surge como boa opção”” Rodrigo Campos, da Eutelsat

V I V A

S E T

2 0 1 5

23

empresa na região. “Uma das mudanças estratégicas na Eutelsat nos últimos anos foi a decisão de avançar para mercados onde tínhamos menos presença, entre eles América Latina e Brasil”, disse Rodrigo Campos, diretor geral da companhia no Brasil. De acordo com o executivo, a digitalização da TV aberta, a transição para o HD e a regionalização da programação elevarão a demanda por capacidade e alcance de distribuição nos próximos anos, criando boas oportunidades para empresas de satélite no país. “Com o switch-off, as filiadas precisam expandir a distribuição do sinal, e o satélite surge como boa opção”, avalia. Fora do setor de vídeo, o executivo cita a utilização da banda Ka para oferta de internet via satélite como a principal tendência para a região. “Ainda não lançamos o satélite 65 West A e já vendemos toda sua capacidade em banda Ka, e o mesmo aconteceu com o Eutelsat 3 B. Toda nossa capacidade nessa banda – em operação e com lançamento previsto – está vendida e sua principal utilização é a internet banda-larga via satélite”, revela. Com lançamento previsto para o início do ano que vem, o 65 West A operará em uma carga útil de banda Ka com 24 feixes pontuais dos quais 16 cobrirão grande parte do Brasil e gerarão acima de 24 Gbps de desempenho. Ele se juntará a outros três satélites da Eutelsat que operam na região – 8 West B e 12 West A. Nesta semana, a empresa anunciou acordo com a SpeedCast Serviços Multimedia para fornecer capacidade em banda Ku para aplicações de vídeos corporativos. Além disso, a Eutelsat ambém assinou um contrato de 15 anos com a Hughes, subsidiária da EchoStar, para o aluguel de toda a capacidade da banda Ka cobrindo o Brasil no satélite.


COBERTURA

(evento)

Samuel Possebon, de Amsterdã

sam uc a@co nvergeco m .co m .br

A TV mudou de dono

Durante o IBC 2015, uma mensagem ficou clara aos participantes: o conteúdo tem um futuro brilhante, mas não será na TV aberta.

D

FOTOS: DIVULGAÇÃO

esde 1967 o IBC é um evento-referência para o mercado de TV europeu, tradicionalmente dominado pelas grandes estatais de radiodifusão. O evento rivaliza em importância com a NAB e ainda hoje é a vitrine para as discussões sobre o futuro da televisão. O que se viu no IBC 2015, realizado em setembro em Amsterdã, não é muito diferente do que já se falava em anos anteriores: UHD, interatividade, conteúdos over-the-top por IP, big data, publicidade programática... Mas a constatação é dramática: nada disso está no futuro da radiodifusão. Ou seja, o caminho de evolução da TV é promissor. Só não é na TV aberta. Para se ter uma ideia, ao longo de todo o evento, em cinco dias de palestras, apenas algumas sessões técnicas foram dedicadas ao futuro da radiodifusão. Nos keynotes e sessões principais, grandes players tradicionais do mercado de TV, BBC e TV France, entravam para falar de conteúdos OTT, de seu papel como produtores de conteúdos para outras plataformas, como parte de uma revolução maior que passa pela banda larga e pelos dispositivos móveis. Transmissões abertas, espectro e o modelo tradicional da radiodifusão eram solenemente ignorados. "Nos últimos cinco anos vimos um grande crescimento do vídeo na Internet, mas mesmo assim o broadcast foi resiliente até agora. Agora temos que ver como será

24

o comportamento daqui para frente, considerando que a Internet vai se tornar mais forte", diz o diretor de parcerias do Yahoo UK, Tom Tomazio. Para ele, as emissoras de TV precisam entender que a audiência do futuro estará nos dispositivos móveis. "Quem não tiver um app de distribuição de conteúdo está morto. O futuro é combinar a oferta de publicidade com a análise dos dados do usuário. As TVs precisam se associar à Internet. Os dólares irão para vídeo e para o mobile", diz ele. Para os radiodifusores, que dependem das receitas publicitárias, a briga é mais complicada. "Os valores da publicidade tendem a se alinhar com os da Internet, e o modelo também, e isso será difícil para os radiodifusores", diz ele. Para Michael Harrit, diretor de soluções de mídia da Sony Media, a revolução da TV está chegando pelas redes IP. "Hoje, além dos conteúdos HD, já temos condições de fazer transmissões ao vivo por IP, com qualidade. Isso elimina a emissora como intermediária, e essa será uma grande mudança no modelo da TV", afirma o executivo. Erwin Jansen, presidente da Y&R Europa, ao dar a perspectiva do mercado publicitário para o debate, diz que a chave da migração das verbas publicitárias está no resultado. "O dinheiro irá onde o resultado for mais efetivo, e a Internet está aos poucos conseguindo isso. É claro que o futuro é digital". Mas as mudanças estão se dando também dentro do

“As pessoas podem conseguir conteúdo de qualidade de mais alternativas e por preços mais baratos.” Bruce Tuchman, da AMC/Sundance

T E L A

V I V A

S E T

próprio ambiente da TV paga. Para Bruce Tuchman, presidente da AMC/ Sundance International, a grande mudança será a eliminação dos intermediários e a revisão inequívoca do modelo tradicional de distribuição de conteúdos e empacotamento da TV por assinatura. "A Internet trouxe uma nova dimensão de conveniência. As pessoas podem conseguir conteúdo de qualidade de mais alternativas e por preços mais baratos. Isso coloca muita pressão nos bundles, e as pessoas estão querendo conteúdos melhores", diz ele. Para Tuchman, essa pressão não é sobre as operadoras, que têm a banda larga como produto principal, mas sobre as empacotadoras e programadoras. "Assistir TV no modelo linear é um retrocesso para uma nova geração e para todo o mundo que está assistindo os conteú­ dos nos serviços OTT", diz o executivo. A briga no mercado de mídia hoje é, indiscutivelmente, entre TV e Internet, com a morte anunciada das plataformas de conteúdo impresso e com o rádio agonizando para as novas tecnologias de streaming. Para manter vivo seu modelo de negócio, as TVs (abertas e pagas) discutem sobre como aplicar o conceito da publicidade programática, inerente à Internet, à sua realidade. A resposta é que é possível, mas não é simples. Há alguns casos de emissoras de TV que estão agressivamente atuando no campo da publicidade programática, como a inglesa Channel 4, ou a TF1 francesa, mas o processo é bem mais complicado. O primeiro desafio é formar uma base de dados sobre os telespectadores/usuários dos serviços. Na Internet, de uma maneira geral, é

2 0 1 5


“O dinheiro irá onde o resultado for mais efetivo, e a Internet está aos poucos conseguindo isso.”

navegação dos usuários, o que dificulta a coleta de dados. Linearidade morreu Dos debates do IBC, uma questão parece superada: os modelos não-lineares, seja de empresas oriundas do mundo da Internet, como Netflix, Amazon e Apple, seja nos produtos de vídeo sob-demanda das próprias operadoras de TV por assinatura, deverão substituir, em pouco tempo, o modelo tradicional de empacota­ mento da TV. Mas o que isso significa para os produtores de conteúdo? Gary Woolf, vice-presidente da all3media, uma produtora de conteúdo controlada pela Liberty Media e pela Discovery, ressalta que não existe mais como permitir que os produtores e detentores de direitos fiquem presos a um único modelo. "A demanda por conteúdos de qualidade, mais caros, é cada vez maior, e um bom acordo com um canal cobre, no máximo, 70% do custo de produção. Precisamos compensar essa diferença buscando benefícios fiscais, coproduções, financiamentos públicos e, sobretudo, precisamos de outras plataformas e janelas de distribuição", diz ele. Por isso, ter a oferta dos conteúdos no VOD e em outras plataformas nãolineares é essencial para rentabilizar as produções. "O VOD é a grande oportunidade para o produtor de conteúdo", diz ele, lembrando

Erwin Jansen, da Y&R Europa

entender como é o comportamento das pessoas". As empresas de Internet, diz ele, têm uma grande vantagem por terem essas informações como parte inerente aos seus serviços. "Mesmo que as empresas de Internet entrem no mercado de mídia, a chave para as empresas de TV será a oferta de conteúdo de qualidade, por isso as oportunidades estão aí para todos". A AOL TV, plataforma de publicidade programática da AOL, garante que quanto mais precisos os dados, mais a publicidade passa a ter valor para o anunciante, ainda que a Internet tenha uma flexibilidade muito maior em termos de oferta de pacotes e audiências. "Os resultados estão aí: desde abril tivemos 5% de aumento das receitas e em 2016 prevemos um crescimento de receitas de 16%", diz Lewis Sherlock, diretor internacional da AOL TV. O Brasil, segundo ele, está no radar da empresa. "Estamos com algumas parcerias sendo trabalhadas no país para a nossa plataforma de publicidade programática", disse ele a TELA VIVA, sem dar detalhes. Em relação a este novo modelo de publicidade para televisão aberta e canais, há ainda questões legais a serem observadas, especialmente no Brasil, onde as empresas de telecomunicações, por exemplo, não podem, pelo Marco Civil da Internet, ter acesso a qualquer dado de

T E L A

>>

TRANSMISSÕES COMERCIAIS EM UHD DATA Novembro/2013 Fevereiro/2014 Junho/2014 Julho/2014 Setembro/2014 Outubro/2014 Dezembro/2014 Março/2015

OPERAÇÃO SK Telecom (IPTV) Netflix (OTT) Wasu (OTT) Amazon (OTT) KT (IPTV) NTT (IPTV) Sky TV (US) e DirecTV (DTH) Sky Perfect (DTH) Fonte: Sony Pictures

V I V A

S E T

2 0 1 5

25

CHESKY/SHUTTERSTOCK.COM

simples aos provedores de conteúdo saberem o que está sendo assistido, por quem (no caso dos serviços identificados) e em que condições. Com base nessas informações, basta um bom trabalho de big data e análise das informações para se fazer inserções para demografias específicas, ou para indivíduos específicos. Mas para canais de TV, o problema inicial consiste em conhecer o usuário. Para aqueles que têm a rede ou acesso ao set-top box, o modelo é possível, mas muitas operadoras não partilham os dados com os canais, e preferem fazer diretamente a comercialização da publicidade. Quando se tem o dado do set-top, fica mais fácil. A saída, conta Jonathan Lewis, head de inovation da Channel 4, é migrar o conteúdo para plataformas online (seja na web, seja na forma de apps) e oferecê-lo gratuitamente em troca do consentimento do usuário em ceder seus dados. "Temos 9 mil horas de conteúdo para catch up e vimos 21% de crescimento no VOD. Isso significa filtrar grandes quantidades de dados e informações. É preciso focar a audiência, ter inserção automática, ter uma boa base de dados e é preciso ter conteúdo premium para que as pessoas tenham interesse", diz. "O broadcaster precisa ser agnóstico em relação à plataforma de distribuição dos seus conteúdos e inserção da publicidade", completa. Lewis descarta a possibilidade de usar dados de terceiros, compartilhados com outros serviços. "Isso não é o ideal. Precisamos de dados primários, porque a Internet tem isso", diz. Para Fabrice Mollier, deputy general manager da TF1 Publicité, "é preciso ter dados de target, de eficiência e o alcance. É importante ter uma boa visão do que os espectadores fazem, e não apenas o aspecto demográfico, e isso é difícil para quem não tem rede própria. Tem que fazer muita pesquisa, muito desenvolvimento de inteligência para


( evento)

UHD e IP no futuro da TV No front tecnológico, o que se viu no IBC foi um debate sobre o aprimoramento da qualidade de imagem, de um lado, e a inserção das empresas de televisão no mundo do IP, do big data e do processamento e distribuição em nuvem das informações. A ultra alta-definição (UHD) e suas variações (4K, 8K e processamento de imagens com HDR – High Dynamic Range) dominava a cena na exposição e nas demonstrações. Obviamente, há uma corrida 26 26

“O processamento em nuvem e o transporte de dados por IP é uma realidade para qualquer indústria.”

FOTO: DIVULGAÇÃO

algumas estatísticas "No Reino Unido, 36% dos usuários de pay TV já fazem catch up de conteúdos pela Internet. Em alguns casos, 40% da audiência já vem do consumo não linear. Em algumas operadoras, como a Sky, 73% dos assinantes usam as plataformas online. As pessoas não consomem o conteúdo na melhor tela possível, mas na melhor tela disponível", diz Woolf. "Por isso, precisamos pensar muito bem nas janelas e nas novas plataformas de distribuição". Para Phillip Lupp, diretor para a Europa da Scripps International (canais HGTV, Food Network entre outros), todas as novas plataformas de distribuição e os novos modelos dos operadores de TV paga tradicionais trazem um elemento muito positivo: "a diferenciação vem pela qualidade, e nunca o conteúdo de qualidade foi tão demandado". As operadoras tradicionais se beneficiam dos conteúdos ao vivo e dos conteúdos esportivos. As operadoras de conteúdo sob demanda como Netflix e Amazon estão apostando em produções próprias de alta qualidade, diz o executivo. A má notícia, diz ele, é que esse tipo de conteúdo é caro, não só pelo custo de produção, mas porque exige um marketing específico, "para fazer os programas conhecidos individualmente, porque a venda será individualizada, e a programadora passa a ser apenas um selo de qualidade".

Ulf Ewaldsson, da Ericsson

liderada pelos japoneses da NHK para anunciar o início das transmissões experimentais em 8k no ano que vem com vistas ao lançamento comercial na Olimpíada de Tóquio em 2020, mas a realidade do UHD (ver tabela) está nas redes fechadas e IP. A NHK sempre liderou o processo de adoção de padrões de alta definição, e agora trabalha para "tirar leite de pedra", já que a ampliação da definição terá que vir sem o aumento da fatia de espectro aberto destinado à emissora. Por isso a maior parte dos analistas aposta que as transmissões em 4K e, sobretudo, em 8K, só virão por meio de redes IP e de satélite, e não na radiodifusão aberta. E, na verdade, as operações que de fato existem em UHD, como o canal BT Sport, Netflix, Amazon etc., são todos transmitidos em meios confinados, o que mostra que a radiodifusão, até agora, está fora do jogo. Mas não existe uma clareza de qual o sentido da UHD, seja no aspecto técnico que defina UHD ou no aspecto comercial. Para o CTO da Discovery, John Honeycutt, a discussão vai além de resolução. "HDR é um novo componente importante que tem que ser considerado, e temos ainda uma discussão de framerate. Eu acho que 24 quadros por segundo (fps) não é bom para UHD. Tem que ser de 60, 120 fps, preferencialmente, mas isso significa muito mais banda. Uma imagem 4K com HDR tem um resultado melhor do que 8K. Nosso negócio não é vender aparelho de TV, eu vendo uma experiência". Na mesma linha de análise vai o CTO da BBC, Matthew Postgate. "É preciso pensar naquilo que faz mais diferença para as pessoas, se é 8K ou se é HDR, porque o espectro é limitado". E, é claro, a indústria ainda aguarda uma padronização do UHD e do uso do HDR.

••

TT EE LL A A

V V II V V A A

••

SS EE TT

Tudo por IP Outra tendência consolidada é o uso do protocolo IP entre os equipamentos de produção e pósprodução de vídeo, em lugar da comunicação por SDI (Serial Digital Interface) tradicional, limitada para processamento sem perdas de sinais UHD. Só que esse é um mundo novo para as emissoras de TV, e é onde o casamento com o universo das empresas de TI e telecomunicações está se dando com mais intensidade. Uma das principais constatações da IBC 2015 é que faltam profissionais com conhecimento no universo de TV e no universo de roteamento e redes IP. Para Ulf Ewaldsson, CTO da Ericsson e que, curiosamente, participa este ano de sua primeira IBC, com a convergência entre o IP e a produção audiovisual, constata-se uma fragmentação ainda maior de padrões e procedimentos, a exemplo do que aconteceu quando as telecomu­ nicações foram inundadas pelo IP. "Mas, à medida que as indústrias convergem, a fragmentação deve diminuir porque são várias pessoas que estão trabalhando contra essa fragmentação. O processamento em nuvem e o transporte de dados por IP é uma realidade para qualquer indústria, não só para a TV. Há muita gente pensando nesses problemas ao mesmo tempo", diz Ewaldsson. Durante a IBC 2015, a Sony anunciou que testará juntamente com a Globo, durante as Olimpíadas do Rio, uma unidade móvel 4K inteiramente IP. Segundo apurou este noticiário, esse será um dos principais passos da Globo para conhecer a realidade dos equipamentos IP, mas será apenas um teste, visando entender os problemas para o futuro.

2 2 0 0 1 1 5 5


T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

27


( making of )

Lizandra de Almeida

cartas.telaviva@convergecom.com.br

Sob medida para o Facebook

A

nova campanha da OLX, desenvolvida exclusivamente para o meio digital, contou com uma parceria fundamental para atingir seu objetivo de falar com o público jovem: o Facebook. Com um histórico de produções feitas para a TV, é a primeira vez que o site de classificados gratuito produz uma peça exclusivamente para veiculação na rede social. O argumento do filme é simples: uma garota realiza seu sonho de fazer uma tatuagem graças à venda de seu violão usado na OLX. A história, porém, é contada de trás para frente, então o filme começa com a garota no estúdio fazendo a tatuagem e em seguida vamos vendo o que ela fez para chegar até lá. Gravado com uma câmera subjetiva, o desafio da equipe da produtora Consulado era unir essas duas peculiaridades da narrativa: a visão em primeira pessoa e a montagem invertida. “Fizemos um monstro simulando a produção de forma linear e depois invertemos na pós-produção, para ver se o roteiro funcionaria”, explica o diretor do filme, Daniel Baccaro. Na montagem, algumas cenas foram aceleradas para mostrar todo o processo. “O desenho da tatuagem é o elemento mais importante da narrativa, porque na história ele foi feito pela própria protagonista”, diz Baccaro. A tatuagem foi submetida a uma pesquisa no Facebook, cuja equipe de criação esteve envolvida em todo o processo. Chamada de Creative Shop, é a área da rede social voltada ao desenvolvimento de projetos criativos para grandes marcas. Campanha utilizou o Facebook para atingir público jovem 28

T E L A

V I V A

S E T

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Nova campanha da OLX foi desenvolvida exclusivamente para meio digital “Desenvolvemos todo o trabalho em parceria com o cliente e com o Facebook, contando com informações sobre o público fornecidas por eles antes de produzir”, diz o diretor. A equipe do Facebook também contribuiu com a construção da narrativa, pensando nos recursos da própria plataforma e principalmente na tela do celular. “Queremos, a partir dessa campanha no Facebook, nos aproximar ainda mais do público jovem – que é hoje um importante usuário da nossa plataforma – e reforçar como a venda de produtos que estão sem uso pode ser uma maneira de realizar sonhos e objetivos, de forma simples e rápida”, afirma Roberto Cury, Gerente de Marketing Digital da OLX Brasil. “Nosso objetivo é, a exemplo do que já acontece em países da Europa, difundir, cada vez mais, entre os brasileiros a cultura de compra e venda de itens usados. E enxergamos que o Facebook é um importante canal para a OLX aumentar a sua penetração no país, principalmente em mobile, que já representa 55% dos acessos na plataforma”, complementa.

2 0 1 5

FICHA TÉCNICA Cliente Criação Equipe Facebook Produtora Produção Executiva Direção Direção de fotografia Roteiro Pós-Produção e finalização Produtora de som

OLX OLX e Facebook Creative Shop Bruno Montoro (Client Partner) e Daniel Bottas (Creative Shop) Consulado Tomás Gurgel Daniel Baccaro André Dip Guilherme Keller Consulado Panela


Luva de pelica Campanha cinematográfica destaca produtos da Sadia Produtora alugou um galpão nos arredores de São Paulo, onde montou seis cozinhas completas e alguns pequenos sets para cenas específicas

P

ara reagir à intensa campanha da Seara, que nos últimos meses apresentou uma série de filmes protagonizados pela apresentadora Fatima Bernardes, a Sadia recorreu a uma linguagem completa­mente diferente. Se a Seara se valeu do testemunhal da apresentadora em filmes luminosos e bem “família”, a Sadia deixou que os produtos falassem por si, em uma campanha totalmente cinematográfica intitulada “Ode à comida”. Sorte da produtora, que conseguiu fazer o que o diretor Claudio Borrelli descreveu como “uma verdadeira Disneylândia da culinária cinematográfica”. O filme parte do conceito “Sadia entra com os ingredientes, você põe o encanto”, visando estimular o público a dar seu toque pessoal combinado à conveniência dos produtos congelados. O resultado é um filme cheio de mistério, com pitadas de magia, em ambientes mais escuros do que o normal para filmes de alimento e uma fotografia primorosa, sem locução e com uma trilha à la Harry Potter. Para criar tudo isso, a produtora

conseguia ópticas diferentes. Hoje você pode usar a mesma lente em corpos de câmera diferentes e também conseguir ópticas diferentes”, explica. Os efeitos especiais também contaram com todos os recursos disponíveis, de traquitanas a pósprodução. A gravação no galpão foi feita em oito diárias e, ao final, todos os deslocamentos deixaram as duas equipes exaustas. O resultado, porém, é um filme que se destaca no intervalo comercial.

alugou um galpão nos arredores de São Paulo, onde montou seis cozinhas completas e alguns pequenos sets para cenas específicas. “O briefing não era o de um filme clássico de comida, mas de um filme com narrativa de cinema. Eu não sou um diretor que faz filme de comida, fazia anos que não fazia um pack-shot. Então decidi trabalhar com dois fotógrafos: o que sempre trabalha comigo e um especializado em comida”, diz Borrelli. Assim, as cenas foram gravadas em duas frentes. “Enquanto eu trabalhava em um set, ele trabalhava em outro e eu acompanhava pelo vídeo assist”, explica. O galpão era imenso, e exigia que a equipe se deslocasse muito. Cobrir todas as janelas também foi um desafio enorme. Para facilitar o processo, a produtora contratou uma culinarista e um food truck, que se deslocava entre os sets e garantia o preparo prévio dos pratos. “Usamos muitos tipos de câmera, o que sempre deixa o colorista louco”, brinca o diretor. GoPro, BlackMagic, Red e Phantom foram os principais modelos. “Antes você tinha um corpo de câmera e um jogo de lentes e assim

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5

FICHA TÉCNICA Agência F/Nazca Saatchi & Saatchi Cliente BRF Produto Institucional Direção geral Fabio Fernandes e de criação Eduardo Lima Criação Fabio Fernandes Produção Killers Direção Claudio Borrelli Direção de arte Paulo Ribeiro Direção de Andreas Schwarzer fotografia e Ted Abel Pós-produção/ Casablanca Finalização Montagem Claudio Borrelli e Marcelo Cavalieri Produtora de som Tesis

29


( case )

Leandro Sanfelice

leandro@convergecom.com.br

SOS Mulheres ao Mar 2

Equipe de produção da Ananã gravou continuação da comédia em cidades do Brasil, México e Estados Unidos.

Assim como seu antecessor, “SOS Mulheres ao Mar 2” contou com filmagens em alto mar

E

m Outubro, chega aos cinemas “SOS Mulheres ao Mar 2”, sequência da comédia de mesmo nome produzida pela Ananã Filmes em 2013. A produção é resultado de parceria da produtora com Globo Filmes e Universal Pictures International. “SOS Mulheres ao Mar 2” traz de volta Giovanna Antonelli como protagonista e repete a parceria entre o produtor Júlio Ochoa e a diretora Cris D’amato. Com orçamento aprovado de R$ 7,9 milhões, a obra captou recursos incentivados com apoio dos artigos 1º, 3º e 3º-A da Lei do Audiovisual. Diferente do primeiro filme, distribuido pela Disney, “SOS Mulheres ao Mar 2” será distribuida por Europa Filmes e Universal. A previsão é que o filme estreie com 450 cópias nos cinemas nacionais. Assim como seu antecessor, “SOS

30

Mulheres ao Mar 2” contou com filmagens à bordo de um cruzeiro da MSC. “Buscamos repetir a equipe do primeiro, que já contava com a experiência para filmagens em alto mar. Reproduzimos a mesma lojística, com casting de figurantes diários com a tripulação. Novamente contamos com apoio muito grande da MSC”, diz Ochoa. Além das gravações em alto mar, a equipe filmou nas cidades de Cancun, Rio de Janeiro, Miami e Orlando ao longo de seis semanas. “No primeiro longa realizamos o sonho de viajar a Veneza. Nesse segundo, visitamos outro destino turístico icônico, nos parques dos Estúdios Universal em Orlando e nas

FILME ACOMPANHA AS PROTAGONISTAS EM UMA VIAGEM PELAS ESTRADAS DE MÉXICO E ESTADOS UNIDOS À BORDO DE UM MUSTANG VERMELHO 1969 •

T E L A

V I V A

S E T

praias do Caribe”, diz o produtor. O filme acompanha as protagonistas em uma viagem pelas estradas de México e Estados Unidos à bordo de um Mustang vermelho 1969. “As pessoas já esperavam as gravações dentro do navio, e a nossa ideia foi supreender, adicionando novos elementos. Foi difícil encontrar o mesmo modelo de carro para alugar em diferentes países”, conta. Segundo Ochoa, o roteirista Bruno Garotti e a diretora Cris Damato o acompanharam em uma viagem preliminar aos parques da Univeral, que ofereceu livre acesso aos brinquedos temáticos em Orlando. De acordo com o produtor, o roteiro foi construido com base nas locações, com o objetivo de explorar melhor os cenários. “Quando Universal e Europa adquiriram o filme, porque a Disney decidiu não continuar, viajamos por um mês por todo o percurso do

2 0 1 5


filme (México, EUA e Cancun), Inclusive fomos aos parques ver os brinquedos com todo apoio da Universal, sempre registrando imagens. e conhecer os lugares onde gravaríamos e os parques. Então construímos uma história que explorasse bem esses locais e planejamos bem o cronograma, já que precisávamos ter as gravações conluídas em março”, diz Em Miami, a equipe de produção fechou parte do porto da cidade para gravar uma cena com acidente de automóvel. “Tivemos muito suporte das autoridades locais. É nítido que lá existe uma cultura que respeita o audiovisual e encara ele como negócio”, avalia Ochoa. Além de contar com uma equipe fixa brasileira nas gravações, a Ananã contou com equipes de apoio regionais nos outros países. De acordo com o produtor, um dos principais desafios foi adaptar o orçamento da produção que, orçada em reais, foi gravada em cenários internacionais após desvalorização considerável da moeda. Trama e elenco Assim como no primeiro longa, “SOS Mulheres ao Mar 2” investe em um elenco repleto de atores globais reconhecidos, incluindo Giovana Antonelli (Adriana), Reynaldo Gianechinni (André), Fabiula Nascimento (Luisa) e Thalita Carauta (Dialinda). Na história, a carreira de Adriana como escritora e seu relacionamento com André avançam sem maiores problemas. Isso tudo é ameaçado quando ela descobre que uma jovem top model que acompanha André em uma viagem de negócios em um cruzeiro está tentando reconquistálo. Adriana então convoca mais uma vez sua irmã Luiza e sua ex-diarista Dialinda, que agora trabalha nos Estados Unidos, para tentar alcançr o barco em uma viagem de carro.

T E L A

Equipe filmou nas cidades de Cancun, Rio de Janeiro, Miami e Orlando

SINOPSE: A carreira de Adriana como escritora e seu relacionamento com André avançam sem maiores problemas. Isso tudo é ameaçado quando ela descobre que uma jovem top model que acompanha André em uma viagem de negócios em um cruzeiro está tentando reconquistá-lo.

V I V A

S E T

2 0 1 5

31

FICHA TÉCNICA

Produção: Ananã Filmes Coprodução Universal e Globo Filmes Produtor executivo Júlio Uchôa Direção: Cris D’amato Roteiro Bruno Garotti


( upgrade )

Fernando Lauterjung

fernando@convergecom.com.br

Pente fino

O StreamScope RM-40 DTV agora monitora em redes 10GigE.

O

intensidade inconsistentes e componentes em falta. Depois de ter sido detectado um fluxo de transporte ou emissão de legenda oculta, o StreamScope RM-40 fornece aos engenheiros um relatório em tempo real que inclui miniaturas de vídeo de alta resolução e de texto, o que lhes permite identificar rapidamente o problema e resolvê-lo. Os relatórios podem ser armazenados no longo prazo, permitindo aos operadores realizar análises post-mortem e manter registros completos de conformidade com as regulamentações da indústria. A solução apresenta uma interface de usuário baseada na Web com código de cores que exibe vídeo e áudio miniaturas, gráficos bitrate, medições de intensidade, gatilhos de alerta.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

sistema de monitoração de stream StreamScope RM-40 DTV, da Triveni Digital, ganhou a capacidade de monitoração em redes 10GigE. A solução end-toend de monitoramento e análise de vídeo permite a operadores de cabo identificar e resolver problemas de vídeo e áudio de qualidade, a partir da rede principal 10GigE, ainda assegurando o cumprimento de regras de closed caption e os padrões de intensidade de áudio. O StreamScope RM-40 suporta alta taxa de transferência, mantendo todos os recursos de monitoramento em um único equipamento, com economia de espaço no rack e reduzindo o consumo de energia. Entre os recursos para detectar e eliminar problemas com a transmissão que podem causar prejuízos perceptíveis em vídeo e áudio, erros de sincronização labial, tuning intermitente, níveis de

O ViBE 4K encoda em tempo real usando HEVC.

Padrão avançado

A

s soluções para exibir, arquivar e enviar e receber contribuições começam a abraçar o universo 4K de forma mais consistente. A Thomson Video Networks está lançando a solução de codificação ViBE 4K para radiodifusão em Ultra HD (UHD). Construído sobre o chassis

do encoder ViBE, o lançamento permite que as empresas de mídia para alavancar vídeo para a alta eficiência de codificação HEVC, com compressão ao vivo de fontes UHD em até 60 quadros por segundo e 10 bits de cor. Recebendo sinal sem compressão em UHD a 8 vezes o bit rate das atuais fontes de vídeo em HD, o ViBE 4K encoda em tempo real usando HEVC (H.265), o padrão mais avançado existente.

HDX

A

Nugen Audio apresentou nova opção de DSP para o seu meter de loudness VisLM-H2, voltado para usuários de sistemas Avid Pro Tools HDX. Aproveitando a tecnologia híbrida AAX DSP, a solução integra no ambiente profissional o Avid HDX e implanta recursos do motor de áudio da Avid para o usuário do Pro Tools. Em conjunto com o limitador de pico ISL 2 DSP, o VisLM-H2 DSP permite acessar as ferramentas loudness da NuGen dentro do contexto de um ambiente otimizado HDX. Os usuários existentes são elegíveis para o upgrade para a versão DSP por US $ 99 e os novos usuários serão capazes de escolher entre o VisLM-H2 e a versão VisLM-H2 DSP.

32

T E L A

O VisLM-H2 é voltado para usuários de sistemas Avid Pro Tools HDX.

V I V A

S E T

2 0 1 5


Nova Comunidade de Vídeo da América Latina Recentemente posicionado na privilegiada posição 48° Oeste *, o satélite NSS-806 oferece uma expansão da comunidade de vídeo premium do SES-6, na posição 40.5° Oeste. O satélite permite que programadoras, operadoras de TV e instituições governamentais alcancem novas audiências na região. Ambas comunidades de vídeo são vialibilizadas pelo Programa de Antena da SES nas principais programadoras e receptoras de TV por assinatura da região. www.ses.com

* Satélite ocupa posição Brasileira 48° Oeste com offset de -0.5° (47.5° Oeste)


( agenda ) OUTUBRO

30 a 7 de novembro Festival Internacional de Cinema de Mar Del Plata, Mar Del Plata, Argentina. Web: www.mardelplatafilmfest.com/29/.

NOVEMBRO

4 a 11 American Film Market, Santa Monica, Califórnia. Web: http://www. americanfilmmarket.com/. E-mail: AFM@ifta-online.org 5 a 15 Festival Internacional de Cinema de Copenhagen, Copenhagen, Dinamarca. Web: cphdox.dk/em. E-mail: info@cphdox.dk

OUTUBRO

O Congresso Latino Americano de Satélites reúne anualmente os representantes do governo e dirigentes do setor para discutir e debater as principais questões que envolvem o mercado satelital.

18 e 19 Festival Internacional de Cinema de Amsterdã, Amsterdã, Holanda. Web: www.idfa.nl/industry/ festival.aspx E-mail: info@idfa.nl

15 e 16 15º Congresso Latino-Americano de Satélites, Rio de Janeiro, RJ. www.convergecom.com.br/portal/eventos/satelites. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br. Telefone: 0800-7715028.

DEZEMBRO

1 a 6 Festival Imagem-Movimento, Macapá, Amapá. Web: www.festivalfim. blogspot.com.br/.

SPCINE APRESENTA:

NOVEMBRO

NOVEMBRO

Evento reúne produtoras, distribuidoras e canais de TV aberta e por assinatura. Com foco em oportunidades de negócios, promove debates de temas relevantes para o setor audiovisual.

Festival Internacional de TV de São Paulo promove a exibição de conteúdo televisivo nacional e internacional na capital paulista. Objetivo é dar maior visibilidade à produção para a televisão.

9 e 10 TELAS Forum - Mercado de Conteúdos Audiovisuais de São Paulo, São Paulo, SP

9 a 15 TELAS - Festival Internacional de Televisão de São Paulo, São Paulo, SP

www.telasforum.com.br E-mail: inscricoes@convergecom.com.br. Telefone: 0800-7715028

www.festivaldetv.com.br E-mail: inscricoes@convergecom.com.br. Telefone: 0800-7715028

34

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5


SAVE

THE DATE

O mais relevante e tradicional encontro de direito digital e das comunicações! Participe de debates de temas como: Revisão e modernização do modelo legal e regulatório das telecomunicações; Neutralidade, zero rating e outros desafios ao Marco Civil da Internet; Desafios regulatórios e concorrenciais ao mercado de programação; Regulamentação dos serviços de vídeo sob demanda (VOD); Abordagens regulatórias para a economia compartilhada; A legislação de direito autoral no ambiente 2.0; Cyber-segurança, privacidade e proteção de dados pessoais.

INFORMAÇÕES:

0800 77 15 028 inscricoes@convergecom.com.br convergecom.com.br/portal/eventos

PARCEIRO INSTITUCIONAL SELECT

30/nov e 1º/dez, 2015 WTC EVENTS CENTER, SÃO PAULO, SP

PARCEIROS INSTITUCIONAIS

PROMOÇÃO

REALIZAÇÃO


36

T E L A

V I V A

S E T

2 0 1 5


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.