Revista Tela Viva 127 - Maio 2003

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ter­cei­ri­za­da

men­te a maior parte de seu con­teú­do, expli­ca o dire­tor geral, Ricar­do Ran­­gel. “Mas no fu­tu­ro tere­mos tam­bém pro­­ du­ções inde­pen­­den­tes”, diz. “Es­ta­mos aber­tos a rece­ber as pro­pos­tas. Todo pro­je­to bem mon­­ta­do é bem-vindo, desde que res­pei­te nosso con­cei­to, de pro­gra­ma­ção sem vio­lên­cia, vol­ta­da à famí­lia”, com­ple­ta. Com­pa­ti­bi­li­da­de Mas essa aber­tu­ra não se dá de qual­ quer forma. “Os pro­gra­mas têm que ser ade­qua­dos à filo­so­fia da emis­so­ ra e têm que com­por com a nossa grade”, diz Beth Car­mo­na. Ade­qua­ção pare­ce ser a pala­vrachave. As emis­so­ras e os ­ canais de TV paga rece­bem deze­nas de pro­je­tos por mês, ­alguns bem for­ma­ta­dos, com pilo­tos ou até pro­gra­mas com­ple­tos, ­ou­tros ape­nas no pa­pel ou nem isso. “Antes de mais nada, o pro­gra­ma

A TV Cultura tem vários programas independentes de linha, como “Expedições” e “Saúde Brasil”.

tem que ser foca­do na linha da TV. Se ­ alguém qui­ser tra­zer um ‘The Most Ama­zing ­Videos’ é ­melhor nem vir”, afir­ma Mar­ti­nez. “Fora isso, não exis­te res­tri­ção”, com­ple­ta. Mas ele expli­ca que ­ alguns cri­té­rios são impor­tan­tes, como por exem­plo o pro­gra­ma não con­cor­rer com ­ outros que já exis­tam na grade. Ele diz tam­ bém que quan­to mais defi­ni­do o pro­ je­to, maio­res as chan­ces de exi­bi­ção. “Tem gente que chega só com a idéia, é difí­cil ava­liar.” É claro que tra­zer o pro­je­to já com uma pro­pos­ta de patro­ cí­nio tam­bém ajuda.

Beth Car­mo­na expli­ca que a pro­ du­ção inde­pen­den­te entra de forma com­ple­men­tar na grade, suprin­do um con­teú­do que falta na pro­gra­ma­ção. “Não adian­ta me tra­ze­rem dez pro­gra­ mas sobre meio-ambien­te”, exem­pli­fi­ ca. “Não somos uma mera dis­tri­bui­do­ra de con­teú­do. Temos uma grade, uma linha, e os pro­gra­mas que exi­bi­mos têm que se ade­quar a ela”, com­ple­ta. E tam­ bém avisa aos “pre­ten­den­tes” que não adian­ta ape­nas ter uma ótima idéia. “No míni­mo a pes­soa tem que man­dar um texto deta­lhan­do o pro­je­to”, diz. Mesmo assim, Beth conta que quase nunca um pro­gra­ma é usado do jeito que chega à TV, sem­pre são neces­sá­rias adap­ta­ções à lin­gua­gem da tele­vi­são. Mode­los As emis­so­ras são bom­bar­dea­das qua­ se dia­ria­men­te com ofer­tas de pro­gra­ mas, ­ alguns vin­dos até de pro­fis­sio­ nais da pró­pria TV. Mar­ti­nez expli­ca que há duas for­ mas de um pro­gra­ma ­entrar na grade. Há pro­je­tos que vêm de fora e são ofe­re­ci­dos à Cul­tu­ra e há temas que são pedi­dos pela dire­ção da TV e que o depar­ta­men­to de pro­gra­ma­ção tem que encon­trar no mer­ca­do. “Nesse caso a maio­ria das com­pras é feita no exte­rior. Não há no Bra­sil uma ofer­ta de pro­gra­ma­ção sobre natu­re­ za, por exem­plo, como a da BBC, que às vezes pre­ci­sa­mos. Ou pro­gra­mas sobre os gran­des mes­tres da pin­tu­ ra.” Nes­ses casos, reve­la, a TV acaba pagan­do até mais do que quan­do

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