Loretta chase serie canalhas 04 a noiva do conde louco

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Percorreu com os lábios a bochecha acetinada, e Gwen suspirou. O suave som acendeu a disposta chama interior do desejo. Os dedos do Dorian encontraram um fechamento... — Se está tratando de me assustar — ouviu a voz difusa, enquanto o fôlego do Gwen lhe fazia cócegas a orelha — não te sai bem. As mãos se imobilizaram. Elevou a cabeça e a olhou. Gwen abriu os olhos, e o encantado olhar verde ficou em foco. Imediatamente, o de Dorian se dissipou, baixo esse escrutínio penetrante. — Estava sofrendo um ataque de loucura — disse, consciente de que sua voz, algo rouca, expressava outra coisa. Apartou a vista do olhar da moça, que o apanhava, e retrocedeu. Mechas de cachos vermelhos tinham escapado das fivelas e lhe caíam, selvagens, ao redor do rosto rosado e do pescoço. O vestido estava um pouco torcido. Retrocedeu e se olhou as mãos, temeroso de recordar onde tinha estado e o que podiam haver feito a uma inocente, por pertencer a um caipira lascivo como ele. — O que é o que passa contigo? — perguntou-lhe — Por que não me detiveste? Tem uma idéia do que poderia haver feito? Gwen arrastou o vestido para acomodá-lo. — Tenho uma idéia bastante aproximada — respondeu — Conheço os mecanismos da reprodução humana, como disse a minha mãe. Mas ela acreditou seu dever maternal me explicar isso por si mesmo. Alisou-se o sutiã. — Devo dizer que assinalou um par de sutilezas que eu desconhecia. E, como era de esperar, Genevieve me instruiu mais à frente, ainda. Cheguei à conclusão de que não é tão simples como acreditava. — colocou-se outra vez um par de fivelas no cabelo — Com isto não quero dizer que não tenha experimentado consideráveis elucidações sob sua tutela, milord — se apressou a adicionar Gwen — Uma coisa é que contem como são os beijos íntimos, e outra muito distinta experimentá-los em carne própria. O que é o que olhas assim? — observou-se a si mesma — Esqueci que algo? Tenho algo solto? — Girou, lhe apresentando as esbeltas costas — Preciso me grampear algo? — Não. "'Graças a Deus", adicionou Dorian para si. Gwen se deu a volta outra vez e lhe sorriu. Sua boca era muito larga. Dorian o notou antes e sentiu e saboreou cada átomo dessa boca. Não recordava havê-la visto sorrir antes. Se a viu, tinha-o esquecido, pois era uma curva larga e doce que o enlaçava como um encantamento. Não sabia como resistir a sua cálida promessa. Não sabia como lutar contra ela e contra si mesmo, simultaneamente. Ignorava como afastá-la, tal como deveria fazê-lo, pois Gwendolyn lhe provocava desejos desesperados para abraçá-la. Pareceu-lhe que não sabia como fazer nada. O documento que lhe pediram que assinasse, os motivos que lhe deram para fazê-lo, obrigaram-no a enfrentar-se ao que tinha tentado ignorar. E se aproximou dela tratando de assustá-la, pela segurança da própria Gwen e a paz de sua consciência. E entretanto, Dorian, que em outra época tinha sido capaz de fazer tremer a rameiras endurecidas, não podia provocar a menor ansiedade nesta moça, como tampouco conseguia despertar sua própria consciência débil. Em outra época tinha sido capaz. Tempo passado, antes dos dores de cabeça, antes que a enfermidade começasse seu insidioso trabalho de sapa.

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