Abbi glines 13 the best goodbye

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Disponibilização: JUUH ALVES Tradução: MÁH ESTEVES Revisão Inicial: ANA ROSA Revisão Final: CAMILA CARTER, NICOLE Leitura Final e Formatação: DADÁ


by Abbi Glines

disponibilizados

pr贸ximo lan莽amento


“O olhar no rosto de Rose gritava que ela estava escondendo alguma coisa. Inferno, ela tinha praticamente corrido para longe de mim. Havia um motivo para essa reação. Eu sabia que havia…”

Após dez anos como empregado de um misterioso chefão do crime, River “Capitão” Kipling está pronto para deixar seu sórdido passado – e sua posição temporária como gerente de um restaurante – para trás. A única coisa no caminho para sua “aposentadoria” é o seu compromisso em inaugurar um novo restaurante em Rosemary Beach. Com sua irmã, Blaire, por perto, Capitão até poderia atrasar seu sonho de abrir um bar para pescadores a beira-mar, mas as atenções indesejadas de sua gerente, Elle, o deixam ansioso para sair o mais rapidamente possível. Até que ele percebe Rose Henderson, a nova funcionaria do restaurante. Tudo que ele sabe sobre a linda ruiva de óculos bonitinhos é que ela é uma mãe solteira do Oklahoma. Mas há algo excessivamente familiar sobre o sorriso dela... algo estranho na maneira que ela olha para o Capitão...


Para Heather Howell, por sempre me fazer rir, até quando eu estava triste; por ficar ao meu lado em todas as coisas, e por ficar comigo ao longo da minha vida, principalmente quando eu precisava de alguém tão chata quanto você ao meu lado. Te amo muito, menina.


ROSE

Ser baixinha é uma porcaria. Nunca houve um momento em minha vida quando eu pensei, "Puxa! Ser baixa é impressionante". Nem uma vez. Eu nunca conseguia alcançar coisas em lugares altos. Que era o que estava acontecendo agora. Eu tinha sido enviada por Elle para descompactar as taças e alinhá-las nas prateleiras atrás do bar, mas estava me esforçando mais do que queria admitir. Eu não era fã da maître. Ela era linda, digo, para não falar alta. Ela não tinha ideia de como era difícil para alguém que tinha apenas 1,63 se equilibrar nas pontas dos pés em cima de um banquinho de bar, e com as mãos cheias de taças. Ou talvez ela soubesse, e tenha me pedido isso apenas para ser cruel. Inclinando-me para frente, eu escorreguei outro copo em segurança numa das prateleiras embutidas na parede. O banco balançou e eu parei, prendendo a respiração. Movimentando-me lentamente de volta, consegui manter meu equilíbrio. Só mais duas caixas para desempacotar, pensei, desejando que cada caixa não possuísse dez copos. "Você quebra as taças e o custo sai do seu salário. Eu não tenho espaço no orçamento para louças quebradas", uma voz profunda falou lentamente atrás de mim. Eu conhecia essa voz. Eu não a ouvia muitas vezes, mas quando ouvia, era geralmente porque seu dono estava irritado comigo. Uma vez não tinha sido assim. Uma vez essa voz aliviou meus medos, me protegeu e me deu um lugar seguro para ficar.


Mas agora, tudo que eu tinha dele eram frieza e palavras sem importância. Eu costumava pensar que a dor fosse diminuir em algum momento. Mas nunca aliviava. O tempo havia nos mudado tanto. Em vez de amá-lo até ficar sem fôlego, eu só queria dar um tapa em seu rosto bonito antes de sair da cidade. "Desça, Rose," River ordenou asperamente."Vá fazer algo útil. Vou buscar alguém que possa gerenciar isso." Pelo menos ele se lembrou do meu nome neste momento. Na semana passada, ele havia se referido a mim como Rachel, Daisy, e Rhonda, em três ocasiões diferentes. Minhas constantes correções devem ter feito diferença. Eu consegui que o cara tivesse o restaurante cheio de novos funcionários, e o stress da grande inauguração em apenas duas semanas estava pesando sobre ele. Mas mesmo assim. O garoto que eu conhecia tinha sido gentil, atencioso e um herói. Meu herói. Em algum momento ao longo dos últimos dez anos, River tinha mudado seu nome para Capitão, e tinha se tornado hostil. Intocável. Mesmo sua namorada, a "Oh! Tão agradável Elle", parecia não ter acesso ao lado mais suave de River. O lado que um dia eu tinha conhecido muito bem. Ninguém teve isso. E eu não acreditava que isso ainda existisse. "Elle me disse para guardar as taças ali", eu disse, pulando para baixo do banco e levantando-me tão reta quanto poderia. River era bem mais alto do que 1,88 agora, e ele sempre foi bem mais alto que eu. Mesmo quando tínhamos dezesseis anos. Ele não comentou nada sobre o que eu disse. Em vez disso, acenou com a cabeça em direção à cozinha. "Brad precisa de ajuda com os suprimentos de cozinha que acabaram de chegar.


Vá ajudá-lo. Eu vou encontrar alguém que não está verticalmente desafiado a acabar com isto." Meu rosto ficou quente de vergonha. Não era como se eu tivesse feito algo errado ou quebrado alguma coisa. Eu tinha feito tudo direitinho. Podia estar fazendo o trabalho lentamente, mas estava fazendo-o sem danos. "Eu estou bem. Minha altura não está afetando minha capacidade de fazer este trabalho, se é isso que você quer dizer," Eu retruquei. Ele nem sequer olhou para mim quando andou em direção à porta. "Abrimos em duas semanas. Eu gostaria das taças no lugar até lá." Ele disse, antes de ir embora. "Idiota", murmurei. Eu tinha pensado em terminar de guardar as taças sozinha, de qualquer maneira. Mas, com a minha sorte, eu ia acabar quebrando uma caixa inteira delas. E não podia me dar ao luxo de perder esse emprego. Eu tinha embalado minha vida inteiro e me mudado para Rosemary Beach, Florida, quando descobri que este era o lugar onde encontraria River. Eu tinha procurado por ele durante anos, sem sorte. Esta tinha sido a primeira direção real que eu tinha conseguido descobrir. Então, eu a tinha tomado. Conseguir este trabalho foi mais fácil do que eu pensava, também, e eu precisava disso. A cidade não era grande, e era difícil arranjar emprego. A casa que eu tinha encontrado para alugar era no subúrbio da cidade e, embora pequena, era segura e acessível. Era tudo o que precisávamos. Nós estávamos vivendo numa pensão em uma das enormes casas de praia que ladeavam a costa. O único residente na casa principal era uma senhora idosa, Diana Baylor, que parecia entusiasmada por ter-nos à frente de sua porta dos fundos. Era um bom ajuste, para todos nós.


Mas, sem esse trabalho, eu não teria nenhuma razão para ficar perto de River. E eu tinha uma missão. Uma da qual eu não estava mais tão certa, embora. Então era comum que ter que ficar me lembrado que não estava fazendo isso por mim. Minhas necessidades e desejos tinham ficado para trás há nove anos, quando Ann Frances entrou no mundo e tornou-se minha razão de viver. No dia que Franny fez cinco anos, ela pediu uma coisa: encontrar seu pai. Todos os anos desde então, isso era tudo o que ela pedia, em seu aniversário e no dia de Natal, sem falta. Ela queria saber do seu pai, assim como suas amigas sabiam dos delas. Eu tinha dado desculpas e tentando compensar o fato de que ela só tinha a mim. Mas então eu comecei a procurar pelo o garoto que eu tinha amado tanto, mesmo quando eu tinha sacrificado tudo para mantê-lo seguro. Olhando para trás, eu me perguntava se o meu sacrifício tinha sido um erro. O apelo de Franny para conhecer seu pai me fez sentir como se eu tivesse falhado com ela ao tentar proteger River. Mas eu era uma criança também, e com escolhas a fazer escolhas que afetariam as únicas pessoas no mundo que eu amava. "Você vai terminar o trabalho que eu te dei ou vai ficar ai sem fazer nada?" A voz de Ellie me tirou dos meus pensamentos. Seus longos cabelos escuros estavam caídos sobre os ombros, e seus felinos olhos verdes me encaravam. Eu não sabia por que ela tinha decidido me odiar, mas ela tinha. "O Capitão me disse para parar e ajudar Brad na cozinha", respondi, tentando não deixar que minha antipatia por ela soasse através do meu tom. Se ela se queixasse a River, eu tinha certeza que ele ia me demitir. Elle era um dos maiores obstáculos para o meu plano, já que eu definitivamente não queria alguém tão


perverso no mundo de Franny. Por mais que minha filha quisesse conhecer seu pai, eu tinha que primeiro decidir se esse homem era digno dela. Infelizmente, eu tinha descoberto, depois de duas semanas trabalhando com ele, que ele não estava exatamente à altura. Eu não tinha certeza se algum dia seria capaz de cumprir o pedido da minha filha. "Bem. Então vá. Você está perdendo tempo. Temos coisas a fazer", ela rebateu, apontando para a cozinha como se eu não soubesse onde ela ficava. Com um aceno de cabeça, eu então fui. Não havia razão para ficar em sua presença por mais tempo do que o necessário.

CAPITÃO Nada estava correndo dentro do cronograma. Deveríamos estar mais perto da abertura do que estávamos, mas eu esperei muito tempo para contratar toda a equipe. Esse tinha sido meu erro. E agora eu estava começando a questionar minha escolha de funcionários também. Consertar o que estava errado num restaurante era uma coisa; abrir um totalmente novo era outra. Isto não era o que eu queria fazer com o resto da minha vida, e eu estava questionando o quanto de esforço eu queria colocar neste lugar. Eu tinha acabado com meu passado, mas enfrentar o futuro não estava provando ser fácil ou promissor. Talvez eu precisasse de uma nova direção. Uma vez que o local fosse instalado e estivesse funcionando, eu deixaria a operação nas mãos de outra


pessoa, e encontraria uma vila de pescadores em algum lugar, com um bar num cais que eu pudesse comprar. Administrar um bar para um grupo de pescadores locais parecia mais fácil. Mas, manter este lugar aberto e funcionando com sucesso tinha que acontecer primeiro. Não apenas porque eu devia isso a Arthur Stout, o proprietário, mas porque eu sempre terminava o que começava. Além disso, o que Arthur estava pagando me permitiria encontrar um bar num cais, para que eu pudesse finalmente desfrutar de uma vida fácil. “Nós precisamos despedir essa ruiva. Ela não está preparada para isso” anunciou Elle quando entrou no meu escritório. Eu não precisei que perguntar a quem ela estava se referindo; eu já sabia. Rose Henderson era pequena, com curvas que poderiam parar o transito, e o rosto de um anjo. O bonito par de óculos que ela usava não diminuía sua aparência de jeito nenhum; eles apenas faziam seus olhos se destacarem. E isso, claro, só fez Elle odiá-la mais. Ela não gosta de concorrência, e eu poderia dizer que ela via Rose como uma ameaça. Não era como se eu tivesse dado a ela qualquer razão para isso - era porque todo homem que trabalhava aqui tinha nitidamente notado Rose. Ela definitivamente não era do tipo que passava despercebida. "Que ruiva seria essa?" Perguntei, não afastando os olhos dos meus papeis não preenchidos. "A baixinha. Aquela que não pode fazer merda nenhuma. Eu disse a ela para colocar os copos na prateleira, e ela se queixou para você. Eu sou a gerente, Capitão. Ela não pode passar por cima de mim.” Eu tinha contratado Elle como gerente porque ela foi altamente recomendada por alguém em que Arthur confia. E eu


concordei com ele logo depois de conhecer e entrevistá-la. Transar com ela em meu escritório no dia seguinte não tinha sido planejado, mas ela veio firme em cima de mim, e ela era quente. Eu não via nenhum problema com isso. Eu gostava de mulheres altas e esguias, e ela encaixava perfeitamente comigo. Mas ela também confundiu o fato de estar simplesmente dormindo na minha cama com ter algum tipo de controle sobre mim, e eu precisava corrigir isso. "Nós não contratamos Rose, Elle. Eu contratei. E não estaremos demitindo ninguém. Ela não passou por cima de você. Ela só não podia alcançar as prateleiras. Ia acabar caindo e quebrando alguma coisa. Então eu dei-lhe outra coisa para fazer." Embora eu não estivesse olhando para ela, podia sentir sua frustração. Ela não gostou da minha resposta. Elle certamente tinha alguns problemas com controle, mas ela dava uma excelente chefa. "Eu não a quero aqui." Ela fez beicinho. Finalmente olhei para ela. Ela tinha os lábios cheios enrugados para fora, como se estivesse prestes a chorar. Na maioria das pessoas pareceria ridículo, mas ela sabia como fazêlo da maneira certa. Empurrando para trás da mesa, eu acariciei minha coxa. "Venha aqui, Elle," exigi, mantendo meu rosto sério. Ela se moveu lentamente em torno da minha mesa, deslizando o lábio inferior entre os dentes. Excitação estava queimando em seus olhos. Essa era a única coisa que eu podia fazer: se eu precisava acalmar Elle, sexo sempre iria resolver. "Se você deseja usar essa boca sexy para me excitar, então precisa parar de usá-la para me provocar," Eu disse quando ela parou na minha frente.


"Onde você me quer?", Perguntou ela, sem fôlego. "De joelhos," eu pedi. Ela desceu rapidamente e começou a desatar minhas calças. Enrolei uma mecha de seu cabelo escuro em volta do meu dedo e deixei a textura sedosa provocar-me enquanto ela puxava minha calça para baixo, depois minha boxer, até meu pau estar em suas mãos. "Engula-me pela sua garganta tanto quanto puder suportar," eu disse a ela quando comecei a acariciar seu pescoço exposto. Ela fez um som choramingando que foi direto para o meu pau. Baixndo a cabeça, ela me puxou para sua boca como a porra de um vácuo. Eu inclinei minha própria cabeça para trás, e gemi. Eu precisava disso hoje. Melhor calmante do mundo. "É isso aí, baby, chupa mais forte", eu a encorajei, colocando a mão na parte de trás de sua cabeça e a empurrando gentilmente para que eu deslizasse mais para baixo em sua garganta. O ruído de engasgos só me fez mais quente. Eu adorava quando ela engasgava em volta do meu pau. "Boa garota. Tão bom, porra." Eu a elogiei, sabendo que ela só ficava melhor quando eu falava. "Suga meu pau. Fundo, baby. Tão bom." Uma batida na porta do meu escritório a fez congelar, mas eu segurei sua cabeça no meu colo, assim ela não podia se afastar. "Estou ocupado. Vá embora,” eu gritei. Quando a pessoa não disse nada, eu afaguei-lhe a cabeça, para que ela terminasse. E foi o que ela fez.


Uma hora depois Elle deixou meu escritório, e eu fui para a cozinha ver se Brad tinha deixado tudo em ordem. Os meus níveis de estresse tinham diminuído, e Elle parecia mais segura e menos ansiosa para se livrar de Rose. Lembrar Elle que ela era a pessoa que eu estava fodendo fazia maravilhas para sua atitude. Riso foi à primeira coisa que eu ouvi quando entrei na cozinha: a risada profunda de Brad, seguida por uma feminina. Eu segui o som para parte de trás da cozinha, e encontrei Brad coberto no que parecia ser farinha, enquanto Rose segurava a barriga e ria ao ponto de falta de ar. Rose se virou para olhar para mim. Um aperto no meu peito me bateu enquanto seus olhos dançavam com o riso. O azul claro deles era familiar, mas era mais do que isso. Era como se eu já a tivesse visto rir antes. Ouvido-a rir. Observa-la fez meu peito doer de uma forma que não fazia sentido. Como se eu... sentisse falta dela. Mas eu nem sequer a conhecia. Rapidamente o sorriso dela morreu, e ela enxugou as lágrimas que tinham se formado de tanto rir. Ela desviou o olhar para Brad. Aparentemente eu a deixava nervosa, mas então, eu nunca tinha sido gentil com ela, exatamente. Ela era apenas uma empregada que eu tinha contratado. Eu estaria indo embora em breve. Não estava aqui para fazer amigos. "Desculpe, chefe. Eu estava mexendo numa caixa na prateleira lá, e um saco de farinha caiu e, bem, você pode ver o que aconteceu", explicou Brad, ainda rindo. Eu afastei meu olhar de Rose e olhei para Brad. Ele piscou para ela, e começou uma


tentativa fútil de espanar a farinha de si. Ele precisava de um chuveiro. E eu também não me importaria se ele colocasse alguma distância entre ele e Rose.

ROSE Os cachos loiros de Franny saltavam enquanto ela corria, vindo da borda da água na minha direção. Sra. Baylor estava sentada sob uma árvore de carvalho, com uma bebida frutada na mão e um chapéu de palha de abas largas na cabeça. As duas tinham se ligado, e a Sra. Baylor tinha se oferecido para cuidar de Franny enquanto eu trabalhava. Ela disse que lhe daria algo para fazer, e alguém com quem passar o tempo. Franny nunca tinha tido qualquer tipo de avó em sua vida, mas queria uma família. Era algo que ela sempre tinha notado nas outras crianças - a forma como eles estavam cercados por uma mãe, um pai, irmãos, avós, primos, tias e tios, - e ela ansiava pela mesma coisa. Ironicamente, essa era a única coisa que eu não podia dar a ela, porque também não tinha família. Sendo eu própria filha adotiva os cinco anos, até que fugi, aos dezesseis, eu só tinha uma pessoa na vida que considerava família. A única família que Franny tinha, também: River. Ela tinha o meu cabelo - ou pelo menos a minha cor natural, - os meus olhos e, Deus nos ajudasse, ela parecia ter herdado a minha baixa estatura, também. A única coisa nela que não era uma réplica completa de mim era a cor da sua pele. Franny ficava um marrom dourado de estar fora no sol, mesmo que por apenas um pouco de tempo. Nisso ela parecia com seu


pai. Ela também tinha o seu senso de humor, e o seu sorriso. Mas essas eram coisas que só uma mãe iria notar. Para todos os outros, ela era exatamente como eu. "Eu peguei um peixe, mamãe! Um peixe realmente vivo. Exceto que eu tive que tirar o anzol da boca dele e jogá-lo de volta na água antes que morresse. E eu não queria matá-lo. Espero que o gancho não o tenha ferido muito. Sra. Diana disse que estava tudo bem. Os peixes podem ser consumidos, mas eu queria que o que eu peguei encontrasse sua família. Eles poderiam estar sentido falta dele." Franny mal respirou em sua longa explicação, e então jogou os braços em volta da minha cintura e me abraçou com força. "Eu senti sua falta hoje, mas nós nos divertimos. Nós fizemos brownies de fudge de chocolate." Eu me abaixei para beijar o topo de sua cabeça, e então virei para olhar a Sra. Baylor. Ela sorriu calorosamente e se levantou. O vestido sem alças que ela usava dançava com o vento em torno de suas pernas enquanto ela caminhava na nossa direção. Ela sempre me pareceu tão montada e glamourosa. "Como foi o trabalho hoje, Rose?", Ela perguntou. "Bom, muito obrigada", eu respondi, sorrindo. "Ouvi dizer que vocês duas tiveram um dia cheio de diversão." Sra. Baylor sorriu para Franny com carinho. "Ela faz com que os dias brilhem mais, mas não é uma pescadora." Franny riu e puxou minha mão. "Vamos entrar e comer alguns brownies com leite." "Sim, vamos todas estragar nosso jantar com a decadência do fudge de chocolate," Sra. Baylor concordou, apontando para casa principal. Ela nunca parecia ansiosa para que nós voltássemos para a nossa própria casa de campo. Eu me


perguntei se ela ia sentir falta de Franny, uma vez que o início das aulas seria na próxima semana. Elas tinham ficado tão próximas. Pelo menos eu sabia que quando Franny descesse do ônibus da escola todos os dias, ela teria o prazer de um abraço esperando por ela. E isso fazia tudo muito mais fácil. Eu tinha lutado com a decisão de deixar Oklahoma, onde nós estávamos estabelecidas com segurança. Franny tinha amigos lá, e meu trabalho como secretária em sua escola tinha me mantido perto dela. Mudar-me para cá tinha sido um grande salto para nós, mas eu tinha feito isso por Franny. E no fundo, eu tinha feito isso por River, também. Eu não queria lamentar essa decisão mas, quanto mais via River, mais eu desejava ter ficado em Oklahoma.

QUATORZE ANOS ATRÁS Outro lar adotivo. Eu não me apego a nenhum deles. Eu tinha parado de desejar uma família anos atrás. Agora eu só esperava que ninguém fosse me machucar, e que eu pudesse me alimentar todos os dias. Porque eu sabia como era ser ferida e passar fome. Cora estava ao meu lado, com sua carranca dura e postura tensa. Ela não esperava que eu durasse aqui, também. Nós já tínhamos passado por isso antes. Eu tinha sido movida de casa em casa nos últimos oito anos, desde que minha mãe tinha me


deixado num estacionamento de loja em um supermercado. Cora Harper era minha assistente social, e tinha sido encarregada de me colocar em cada nova casa. "Você ficará bem aqui, Addison. Não discuta com eles. Não se queixe. Quando disserem para fazer alguma coisa, faça. Tire boas notas, e não entre em brigas na escola. Esta casa pode ser a pessoa certa para você. Eles querem uma filha. Você apenas tem que ser boa." Eu sempre fui boa. Pelo menos, eu tentava ser. Eu não discutia. Eu só pedia comida quando meu estômago doía porque eu estava com fome, e eu entrei numa briga na escola só uma vez, porque a outra garota tinha me empurrado e me xingado. Eu tentei o meu melhor para ser boa. Só que o meu melhor não era bom o suficiente. Eu não iria esperar que aqui fosse diferente. "Sim, senhora", eu respondi educadamente. Cora olhou para mim e soltou um pequeno suspiro. "Você é uma criança bonita. Se você agisse corretamente, ia encontrar uma casa em que pudesse ficar". Eu desejei dizer a ela que eu agia certo. Estava na ponta da minha língua, mas mordi de volta a verdade e apenas acenei com a cabeça. "Sim, senhora", respondi novamente. Segui Cora até a casa consideravelmente amarela e com um grande alpendre branco em volta. Eu gostei da aparência deste lugar. As outras casas que eu vivi não pareciam em nada como esta. Elas eram geralmente velhas e cheiravam engraçado. Antes que Cora pudesse bater na porta, ela se abriu lentamente. Um rapaz alto parou ali. Ele tinha cabelos loiros que estavam um pouco longos demais, e desgrenhados. Seus olhos verdes passaram de Cora para mim. Em seguida, ele franziu a testa. Eu realmente nunca tinha visto um menino que pensasse


ser bonito até agora, e ele já estava franzindo a testa para mim. E eu não tinha sequer bagunçado as coisas ainda. "Você é pequena. Pensei que você fosse da minha idade", disse ele, olhando para mim. Eu odiava ser chamada de baixinha. Todos falavam sobre eu ser pequena para minha idade. Eu tive brincadeiras sobre isso na escola o suficiente. Endireitei meus ombros, tentando ficar mais alta. "Talvez você seja muito alto," retruquei. A mão de Cora enrolou no meu ombro, e ela apertou com tanta força que eu estremeci. Suas unhas longas morderam minha pele, lembrando-me que eu tinha que fazer isso direito. Se eu não fizesse, seria levada para a casa das meninas, e eu conhecia que os pesadelos que aconteciam lá. Eu tinha ouvido histórias. "Desculpe," murmurei com a dor no meu ombro, onde Cora não tinha me soltado. "Solte-a. Você está machucando ela," o menino disse com raiva, puxando a minha atenção de volta para seu rosto bonito. Ele estava olhando para Cora, parecendo pronto para avançar e me afastar dela. "Jesus, ela é pequena. Você não tem que apertar o inferno fora dela", disse ele, franzindo a testa. "River Kipling! Cuidado com a língua," uma voz gritou, pouco antes da figura de uma mulher que se tornaria meu pior inimigo aparecer na porta.


CAPITÃO Meus olhos se abriram e eu joguei fora o cobertor, correndo para a beira da cama antes de tomar uma respiração profunda. Eu estava coberto de suor frio, e meu coração ainda estava batendo. Este sonho era um que eu conhecia bem, mas tinha sido um tempo desde que o tive. Desde os meus dezesseis anos eu estava lutando contra um demônio que rasgou meu coração e nunca o devolveu. Morte do caralho. Eu tinha matado homens. Tantos homens. Homens que mereciam morrer. Homens que abusaram de crianças. Homens que não pertenciam a essa terra. E com cada um, eu estava salvando-a. Aquela com quem eu tinha falhado. A que eu não tinha sido capaz de salvar. Eu já havia tentado superar esse pesadelo de muitas formas mas, dez anos mais tarde, eu ainda sonhava com ela. Em algumas noites sonhava sobre como eu a tinha perdido. Como eu não tinha sido forte o suficiente para salvá-la. Mantendo meus olhos fechados, eu respirei fundo e enterrei meu rosto em minhas mãos. Cada respiração queimava conforme meu peito se abria. O belo rosto de Addy olhando para mim, sorrindo, enquanto seu cabelo loiro dançava em volta dela no vento. A imagem me fez sentir completo, mas era só uma provocação. Uma doce memória. Uma das últimas lembranças que eu tinha dela. Mas então o sonho sempre se transformava tão rapidamente. Sangue por toda parte. Addy coberta pelo mesmo, e tudo que eu podia ver era ela. A mulher que me tinha preso e ria enquanto observava Addy morrer. Eu gritava cada vez, mas não conseguia chegar perto


dela. Eu estava congelado. Não era possível salvá-la no sonho, nem mesmo segurá-la. Ela tinha sido a minha alma gêmea. Minha outra metade. Mesmo quando éramos crianças, eu sabia que ela era a melhor amiga que eu tinha. Não levou muito tempo para eu perceber que a amava. Uma vez, inclusive, eu temi que a amasse demais. Pensar em Addy doía mais do que eu poderia descrever. Passei minha vida depois dela esperando essa dor aliviar, aguardando o dia em que eu seria capaz de pensar em nosso tempo juntos com um sorriso. Mas no fundo eu sabia que nunca faria isso. Ela tinha perdido a vida por minha causa. Tão bonita e delicada. Tudo que eu sempre quis fazer foi protegê-la e abraçála. Eu tive que me livrar desses pensamentos antes de ir trabalhar. Fazia meses desde que eu tinha sonhado com Addy. Normalmente acontecia porque algo impulsionava uma memória, mas eu não tinha certeza do que era neste momento. Por que ela estava de volta nos meus sonhos, que tantas vezes se transformaram em pesadelos? Certamente havia algo que me fez pensar nela. Não era Elle. Disso eu tinha certeza, já que eu sempre tive o cuidado de nunca sair com qualquer uma que me fizesse lembrar de Addy. Mulheres loiras e pequenas estavam fora do meu radar. Eu já havia tentado isso uma vez, mas as memórias tinham me batido com tanta força que eu quase tinha quebrado e ido buscar ajuda profissional. As lembranças me mataram lentamente por um tempo, fazendo-me desejar ter ido com ela. A vida parecia sem sentido sem o seu sorriso. Mas eu fui mais forte do que isso, e tinha encontrado uma nova maneira de viver.


Mesmo que essa maneira consistisse em tirar a vida de outros. Meu passado não era algo que eu lamentava, no entanto. Eu tinha feito o que precisava ser feito para salvar a mim mesmo, e parar os pervertidos de ferir outras crianças. Não era legal, mas eu era o tipo de cara que dava uma merda sobre a lei. Levantei e fui tomar um banho, esperando encontrar uma maneira de empurrar as memórias de volta para os recessos da minha mente. Duas horas mais tarde, quando entrei no meu escritório, Major Colt estava sentado no sofá em frente à minha mesa, com seu sempre presente sorriso no rosto. Se o cara não fosse tão bom no que fazia, eu não teria enganchado-o com Benedetto De Carlo. Qualquer pessoa que podia manter essa fachada de playboy e matar pessoas por dinheiro em seu tempo livre era impressionante. Eu parecia ser o que eu era: um idiota. Certamente não tinha o charme de Major Colt - e também não o queria, porra. "Por que você está aqui, Colt?", Perguntei, jogando as chaves sobre a mesa. "Parece que o meu próximo alvo está ligado a alguém por aqui. Então pensei em ter um pouco de diversão em Rosemary Beach enquanto trabalho. Você viu as pernas de algumas destas mulheres?" Eu não podia imaginar por que Benedetto iria mandá-lo para Rosemary Beach. A menos que não fosse Benedetto. Ultimamente ele estava dando mais e mais poder para o homem que estava preparando para assumir seus negócios: Cope. Ninguém sabia o sobrenome do cara. Nós só sabíamos que ele estava no comando. E que ninguém discutia com ele. "Cope enviou-lhe?", Perguntei.


"Sim. Ele é o único com quem eu lido agora. DeCarlo não está mais dando ordens. Ele deixou isso para Cope." Eu suspeitei ser o único em que Benedetto ainda confiava pessoalmente. Ele era a coisa mais próxima que eu tinha de uma figura paterna na minha vida –ele me pegou quando eu era um garoto assustado, e me deu um propósito. "Não o irrite," avisei Colt. Eu já tinha visto Cope matar só porque podia. E essa merda foi assustadora. O cara não fez perguntas; ele só terminou o jogo e saiu. Era o que alguém como Benedetto tinha que fazer, mas não eu. Eu concordei em apenas uma coisa: eu atirava se eles merecessem. Não aos olhos da lei, mas aos meus olhos. Isso era tudo o que importava para mim. Se eu pensava estar salvando alguém que precisava, então eu puxava o gatilho. Major riu. "Sim, eu te entendo. Ele é o rei da foda." Ele era mais do que isso, mas Major iria descobrir por si mesmo em breve. "Eu tenho trabalho a fazer, Colt. Tem algo mais que você precise de mim?" Maior levantou e deu de ombros. "Não, só queria dizer oi, e avisar que vou estar aqui por um tempo." Ótimo. Fantástico. Merda. Uma batida na porta voltou minha atenção para longe de Major. "Entre", eu gritei, esperando que não fossem mais problemas no início da manhã. Os óculos chamaram minha atenção primeiro. E então, sua risada de ontem voltou para mim, e meu estômago se apertou. E se ela tivesse sido quem fez o pesadelo voltar? Porra, eu esperava que não. Não queria demiti-la por isso. Mas também não poderia


trabalhar com ela, se ela estivesse de verdade recriando meus demônios. "Posso ajudá-la?", Perguntei, tentando não ficar perturbado em vê-la. Ela olhou nervosamente para Major e, em seguida, de volta para mim. "Minha filha está doente. Ela acordou com febre esta manhã, e a cuidadora que eu tenho com ela é uma senhora idosa, e não posso esperar que ela se exponha ao que quer que Franny tenha. Eu também preciso levar Franny para ver um médico." Alívio por não ter que vê-la hoje tomou conta de mim. "Quanto tempo você acha que isso vai levar?" Seu corpo inteiro ficou tenso, e era como se ela estivesse fisicamente tentando se conter para não atirar em mim por minha resposta insensível. Eu quase sorri. "Felizmente eu vou ter uma prescrição do médico para ela ainda hoje, e então ela vai estar bem o suficiente para eu vir amanhã", disse ela, num tom que comunicava exatamente o que seu corpo estava tentando não dizer. Ela estava chateada comigo. "A criança não tem pai?" Eu respondi, querendo vê-la irritada, por algum motivo insano, obviamente. Mas, em vez dela ficar na defensiva e soltar tudo para fora sobre mim, seu rosto ficou pálido. Ouvi Major murmurar um palavrão, que eu sabia que era dirigido a mim. Foda-se, o pai da garota estava morto ou algo assim? Porra, foda-se minha boca estúpida. "Eu não penso assim... não", ela respondeu num sussurro, antes de recuar e fechar a porta.


"Você é um idiota Grau A," Major murmurou, parecendo irritado. "Ela parece uma coisa doce. Uma coisa doce e muito sexy. E ela é uma mãe solteira." Ele estava certo, então não discuti. Eu lhe devia um pedido de desculpas.

ROSE Infecção na garganta. Isso não ia ficar melhor em vinte e quatro horas. Eu precisaria ficar em casa com Franny por dois dias, no mínimo, antes que os antibióticos fizessem o seu trabalho bem o suficiente para me deixar voltar ao trabalho. No entanto, ter que deixar meu chefe saber disso me fez querer sumir. As palavras de River - não, - Capitão, voltaram para mim. Não havia nenhuma razão para nós ficarmos. Mas eu não poderia dizer que isto foi um erro. Pelo menos eu sabia o que tinha acontecido com o menino que eu tinha carregado em meu coração por todos esses anos. Eu não estava privando Franny de um bom pai. Capitão era um idiota. Ela não precisava conhecê-lo. Além disso, eu me perguntei se ele ainda acreditaria em mim. Olhei para o quarto que nós compartilhávamos, e Franny estava dormindo pacificamente, graças ao remédio que tinha dado a ela. Eu peguei o copo de gelo derretendo ao lado da cama, e andei nas pontas dos pés para fora do quarto. Ligar para o Capitão era o próximo na minha lista. Se ele me desse um tempo difícil sobre isso, então eu iria sair antes que ele pudesse me despedir. Havia outros trabalhos nesta cidade. Eu poderia


conseguir um deles até que nós tivéssemos guardado dinheiro suficiente para nos mudarmos mais uma vez. Cuidar de nós era o que eu fazia, e eu era boa nisso. Nada disso acabaria em arrependimento. Esta seria simplesmente uma porta que eu poderia finalmente fechar, para que finalmente pudesse seguir em frente. A culpa que eu sentia sobre namorar outros caras não me assombraria por mais tempo. Eu não veria o rosto de River sorrindo para mim cada vez que um cara me convidasse para sair. De agora em diante, eu diria que sim se eu gostasse do cara. Eu não iria mais viver com auto-culpa todos os dias. Eu fui lá fora para fazer a ligação, por que não queria acordar Franny. Se eu tivesse sorte, Elle atenderia minha chamada, e lidaria com isso da forma incorreta. Então eu poderia simplesmente sair. Fácil. "Olá?" A voz profunda do Capitão vibrou através do telefone. Eu odiava gostar de sua voz estúpida. "Capitão, aqui é Rose. Minha filha tem infecção na garganta, e eu vou precisar ficar com ela por dois dias.” Eu soltei rapidamente e, em seguida, fiquei tensa, pronta para sua resposta. "OK, sim. Tome quanto tempo precisar", ele respondeu. Eu me esqueci de respirar por um momento, e apenas fiquei lá, com minha boca aberta. Será que eu tinha ouvido o homem corretamente? "E sobre o meu comentário de hoje", disse ele. "Sinto muito. Foi rude e insensível. Eu não deveria ter perguntado nada daquilo. Eu respeito o fato de que você é uma mãe solteira trabalhadora".


As palavras que eu estava pronta para gritar para ele evaporaram enquanto eu estava em êxtase silencioso pelo que estava ouvindo. "Você está aí?", Perguntou. Eu consegui acenar com a cabeça, embora ele não pudesse ver. Engolindo ruidosamente, eu abri minha boca novamente e consegui guinchar, "Obrigada." O Capitão soltou um suspiro e esperou um momento. Ele estava esperando eu dizer mais? Ele tinha me chocado. Eu não sabia o que falar. "Apenas me ligue quando souber que pode voltar. Vamos gerir sem você enquanto você cuida da sua filha", disse ele, antes de terminar a chamada. Ele não esperou eu dizer mais, mas eu percebi que ele tinha desistido da minha resposta. Eu segurei o telefone na minha mão e olhei para ele sem expressão. Isso tinha realmente acontecido? "Mamãe," Franny chamou de dentro. Corri de volta para ela. Eu descobriria os motivos do Capitão mais tarde.

QUATORZE ANOS ATRÁS "Você gosta de comer, não é?" Ele falou com um sorriso divertido do outro lado da mesa. Se ele não fosse tão agradável de olhar eu o ignoraria, mas eu gostava de vê-lo sorrir. Mesmo que ele estivesse me


provocando. Minhas bochechas estavam quentes de vergonha por engolir minha comida tão rapidamente. Eu nunca sabia quando a comida ia parar de vir. Enquanto pratos completos estivessem na minha frente, eu pretendia apreciá-los. Eu apenas assenti como resposta. "Eles não vão parar de alimentá-la", ele me garantiu, como se tivesse lido minha mente. Esse garoto não sabia o que era estar com fome. Eu sabia. E também sabia que as coisas boas não duravam muito. Você tinha que aproveitar enquanto estivessem acontecendo. "Eu meio que pensei que eles poderiam comer com a gente hoje à noite, mas o pai não voltou para casa na hora do jantar. Mamãe fica emburrada. Isso acontece muito. Você vai se acostumar." Eu coloquei outra garfada de purê de batatas em minha boca. Enquanto eles me alimentassem, eu não me importava onde comiam. "Você não é uma grande faladora". Engoli em seco e apoiei meu garfo na mesa. Ele era bom o suficiente, embora gostasse de me provocar. Talvez pudéssemos ser amigos enquanto eu ficasse aqui, se eu desse a ele uma chance de me conhecer. "Eu gosto do frango", eu finalmente disse, porque não sabia o que mais dizer. Seu rosto passou de um sorriso para um sorriso enorme, e ele começou a rir. Meu rosto esquentou ainda mais desta vez, e ele começou a sacudir a cabeça enquanto ria. "Não, isso é-", ele soltou outra gargalhada alegre "isso é bom. Estou feliz que você gosta da galinha, Addison."


"É Addy", eu respondi num sussurro. Ele ficou em silêncio e se inclinou mais perto. "O que você disse?" Eu empurrei o meu embaraço à distância e encontrei seu olhar. "Meu nome é Addy." Os cantos de sua boca levantaram, e o verde de seus olhos brilhou. "Eu gosto disso. Addy." "Obrigada. Eu também. Addison é muito longo, e parece velho." Seu sorriso ficou no lugar, e ele deu de ombros. "Eu não acho que soa velho, mas Addy se encaixa." "Minha mãe me chamava de Addy," eu surpreendendo-me. Eu nunca tinha falado sobre ela.

admiti,

"O que aconteceu com sua mãe?" Eu queria contar a ele. Eu nunca quis contar a ninguém, mas eu queria dizer a esse rapaz. "Ela me deixou há muito tempo... no estacionamento da loja do supermercado..."

CAPITÃO Quando a porta do meu escritório abriu sem uma batida, eu achei que fosse Elle. Ela continuava a acreditar que eu ter uma vida sexual com ela dava-lhe algum tipo de poder por aqui. "Bata na próxima vez," Eu falei, sem olhar para cima. Ela fez beicinho, mas eu não estava de bom humor.


"Minhas mãos estavam cheias com o seu café. Eu o interceptei de uma alta menina de cabelos escuros que você continua mantendo ao redor," Blaire respondeu. Eu levantei meu olhar para ver minha irmã em pé na porta, com um sorriso e uma xícara de café. "Mas eu estou pensando que, com essa atitude, eu poderia manter este café para mim." Eu tinha conhecido minha irmã apenas há alguns anos. Eu nem sabia que ela existia até meu pai biológico me encontrar. Mas, a partir do momento em que nos conhecemos, ela tinha feito todo o possível para se certificar de que nos tornássemos uma família. E ela conseguiu. Era difícil dizer não à Blaire Finlay. "Sinto muito. Pensei que você fosse Elle", expliquei. Compreensão iluminou seus olhos semelhantes aos meus enquanto ela se aproximava e colocava o café na minha mesa. "Nesse caso, eu entendo completamente. Ela é irritante.” Deixe isso para Blaire, ser franca. Ela sempre dizia o que estava pensando. "A que devo este prazer?", perguntei, tomando meu café e me inclinando para trás para estudar minha irmã, que estava ficando confortável na cadeira em frente à minha mesa. "Apenas senti sua falta. Eu pensei que com a sua mudança para Rosemary Beach nós nos veríamos com mais frequência, mas você trabalha o tempo todo. Eu estava reclamando disso esta manhã, e Rush sugeriu que eu viesse vê-lo e convidá-lo para jantar". Rush Finlay era seu marido, e filho do baterista da banda de rock mais famosa do mundo, Slacker Demons. Eles começaram a liderar a lista dos melhores há vinte anos, e ainda estavam nela. O mundo do qual Rush veio era muito diferente do


de Blaire, mas eles funcionavam juntos. Ele adorava o chão que ela pisava, e era um surpreendentemente grande pai para o filho. "Este lugar tem consumido cada misero segundo do meu tempo. Esta é a minha primeira vez realmente começando um restaurante, e é mais do que eu esperava". Blaire inclinou a cabeça, e seu cabelo loiro pálido caiu sobre um de seus ombros. "Então, isso é um não para o jantar?" Eu estava ocupado, mas sabia que se eu dissesse que não ela ficaria triste, e consequentemente eu me sentiria como merda. E então eu teria mais uma visita hoje, de Rush. E não seria uma visita amigável. Eu cedi. "Eu estarei lá. Diga-me quando." Ela sorriu para mim, e eu percebi que fazê-la sorrir assim valia a pena encontrar tempo para sair com a família. "Ótimo! Que tal amanhã à noite?", perguntou ela, batendo palmas como se eu tivesse acabado de lhe dar a melhor notícia do mundo. "Eu posso amanhã à noite." "Perfeito. Sete horas. E não traga essa garota. Você pode trazer alguém se quiser, mas não ela. Ou eu posso convidar uma amiga ou algo assim..." Ela parou. Eu não sabia qual das amigas de Blaire poderia ainda estar solteira, mas não estava prestes a arriscar. "Eu não vou trazer Elle, e não quero que você convide qualquer outra pessoa, qualquer um. Vai ser apenas uma coisa de família." Blaire sorriu enquanto se levantava, e algo sobre aquele sorriso me deixou nervoso. Sua mente já estava girando. Droga. "Vejo você depois", disse ela. "Não exagere. O lugar parece ótimo, e eu tenho certeza que vai ser um sucesso. Basta reservar algum tempo para si mesmo".


Eu balancei a cabeça. Em toda a minha vida, apenas uma outra pessoa já se importou o suficiente para me dar essas palestras sem sentido. Enfiei a memória à distância. Eu já estava sonhando com Addy novamente; não podia deixá-la em minha vida diária, também. "Entendi", assegurei, apenas para que ela parasse com o carinho e saísse. Eu não queria que ela se importasse. Não quando eu estava tão cru emocionalmente. "Amanhã à noite, então," ela repetiu, como se eu fosse esquecer. Então ela saiu. Eu tomei um longo gole de meu café, e deixei queimar todo o caminho pela minha garganta ate chegar ao meu estomago. Havia papelada para preencher, e ligações para fazer. Momentos depois que a porta se fechou atrás de Blaire, alguém bateu. Reprimindo uma maldição, eu olhei para cima. "Entre", eu disse, mais alto do que o necessário. A porta abriu lentamente, e o rosto de Rose espiou dentro. "Desculpe se eu estou te interrompendo. Eu apenas... Queria que você soubesse que estou de volta, e lhe agradecer a compreensão sobre Franny estar doente. Vou trabalhar horas extras o resto da semana para compensar." Ser um chefe linha-dura era mais fácil quando não se conhece os detalhes da vida pessoal dos outros. Mas eu sabia agora que Rose era uma mãe solteira, e isso, porra, mudou as coisas. Ela era tão jovem, mas tinha mantido a filha, e estava cuidando dela. Eu respeitava isso. Seus grandes olhos piscaram por trás de seus óculos, e eu me perguntei como ela pareceria sem eles. Ela era linda com eles, mas eu não conseguia evitar imaginar o quão mais atraente ela seria se ela não estivesse se escondendo por trás deles.


"Ela está melhor agora?", perguntei, antes que pudesse me parar. A expressão tensa de Rose diminuiu, e ela sorriu um sorriso que iluminou seu rosto. Meu intestino apertou como tinha feito quando eu ouvi a risada dela no outro dia na cozinha. Algo sobre seu sorriso golpeou como um chicote em mim. "Sim, obrigada. Ela está muito melhor, e pronta para sair e brincar de novo", disse Rose, com óbvio amor e alívio em sua voz. Ela amava sua filha. Não havia nenhuma dúvida sobre isso. "Bom. Estou feliz que ela está melhor. Não se preocupe com as horas extras. Você pode voltar para as horas de trabalho regulares. Eu não acho que estamos muito atrasados.” Ela assentiu com a cabeça. "Está bem. Devo encontrar Elle para minhas instruções para o dia?" Elle iria comê-la viva, então eu balancei a cabeça negativamente. O que era ridículo, uma vez que Elle iria em breve ser a chefe do pessoal de serviço, e Rose teria de responder a ela, eventualmente. Eu não poderia protegê-la de Elle para sempre, e eu não deveria ter que, porra. Eu tinha que corrigir isso. Elle não tinha ideia sobre a vida de Rose. Ela precisava relaxar. "Volte para a cozinha e ajude Brad. Ele tem outra encomenda. No almoço de hoje o pessoal da cozinha vai preparar alguns dos nossos pratos anunciados, e a equipe vai se reunir na sala de jantar para uma degustação, para que todos vocês saibam como descrever cada prato para os clientes." "Sim, senhor." Ela respondeu um pouco rápido demais como se não pudesse esperar para ficar longe de mim, - antes que recuasse e fechasse a porta, me deixando sozinho.


ROSE Ele odiava o meu riso, ou talvez fosse apenas o som da minha voz. Será que ele os reconhecia? Era isso? Ele odiava a menina que pensava ter fugido e o deixado? Eu era uma lembrança de algo que ele queria esquecer? Andando para fora, eu inalei a brisa quente e tirei um momento para permitir que a dor no meu peito aliviasse. Estar perto dele estava fazendo a dor mais forte. As coisas que eu tinha sido capaz de deixar de lado, e as memórias que eu tinha encontrado uma maneira de esconder, agora estavam batendo na minha porta. Elas tinham começado a escorregar em meus sonhos; às vezes eu não conseguia sequer respirar. Eu não tinha certeza se ele pensava no que tinha acontecido comigo durante todos esses anos. Minha escolha naquela época foi rápida, e eu só tive uma coisa em mente: protegê-lo. Eu já tinha causado problemas suficientes, e ficar lá somente teria nos destruído no final. Ela teria visto. Ela tinha me deixado com nenhuma outra opção. Eu tinha feito o que precisava fazer. Era óbvio que meu riso causava uma reação nele. Seu olhar examinador tinha me encarado, e a frieza que vi em seus olhos roubou qualquer prazer que eu estava tendo. Ele poderia arruinar a minha capacidade de sorrir com esse olhar. Brad tinha notado hoje na degustação também. Eu não era a única que percebia o estranho comportamento de River quando eu ria. Brad tinha se inclinado e cochichado algo com Elle, algo mal sobre degustar a comida, e quando eu ia deixar uma pequena risada escapar, os olhos de River tinham grudado em


mim. Brad pareceu irritado e disse: "Qual é o seu problema?" Sob sua respiração. Se ele estava reconhecendo meu riso, eu precisava ser mais cuidadosa. Eu não estava pronta para ser honesta com ele ainda. Ele tinha demonstrado alguma bondade e, por um momento, eu tinha visto o menino que conheci sob aquele exterior frio. Mas ainda não era o suficiente para eu deixá-lo entrar na vida de Franny. O olhar de Elle sempre que ela olhava na minha direção confirmou que eu não iria trazê-la à vida da minha filha. E se Elle fosse um exemplo do tipo de mulher que River mantinha em torno de sua vida agora, então ele também não era bom o suficiente para Franny. O simples fato era eu não confiava nele. "Você vai para casa?" Brad me perguntou quando eu cheguei ao meu carro. Eu estava tão perdida em pensamentos que não tinha ouvido-o andar atrás de mim. "Sim, minha filha estará esperando por mim", eu disse com um sorriso. Eu reconheci a atitude sedutora que ele estava usando comigo. Eu tinha lidado com isso de muitos homens ao longo dos anos. Às vezes eu namorava, mas nunca durou, porque os homens não conseguiam lidar com o fato de que Franny vinha primeiro. Eu era uma mãe antes de tudo. "Você e Franny estão interessadas em se juntar a mim para uma pizza na praia?" Sua pergunta me pegou de surpresa, e eu olhei para cima quando interrompi minha busca para as chaves do carro na minha bolsa. "O quê?", Perguntei, embora o tivesse ouvido perfeitamente. Ele sorriu, e havia quase uma covinha na bochecha esquerda. Seus dentes eram agradáveis e brancos também. Ele


tinha um bom sorriso. "Eu sei que preparar refeições gourmet é minha profissão, mas eu gosto de uma boa pizza de queijo tanto quanto qualquer cara. Há um lugar que eu vou, em Grayton Beach, que é perto do mar." Olhei para ele em choque. Ninguém nunca tinha convidado eu e Franny para sair. Na maioria das vezes, quando os caras descobriam sobre Franny, davam desculpas e recuavam. Brad, no entanto, parecia completamente legal com o fato de que eu tinha uma filha de nove anos de idade. "Uh, bem.. sim claro. Franny ama pizza." Eu ouvi a surpresa em minha voz. Brad riu novamente e acenou com a cabeça em direção a uma caminhonete Ford branca. "Eu vou seguir você para casa, então podemos pegar Franny." Ele parecia tão feliz. Eu simplesmente assenti com a cabeça novamente. Brad era, provavelmente, dois anos mais velho do que eu, e ele era alto, com cabelos e olhos castanhos escuros. Ele era construído como alguém que passava um tempo na academia. Havia sete servidores do sexo feminino no restaurante que eram jovens, solteiras e lindas. Por que ele estava me perseguindo? Eu sabia que duas dessas meninas tinham uma queda por ele, já que elas estavam sempre inventando razões para ir para a cozinha falar com ele. Ele era educado e se coportava perfeitamente bem, mas nunca as incentivava. Não que sua atitude as impedissem de tentar novamente. Mas eu tinha assumido que seu comportamento significava que ele era comprometido. Talvez uma namorada, ou uma noiva. Mas não era o meu negócio, então nunca perguntei.


"Vejo você daqui a pouco", disse ele, agora com uma piscadela, e depois virou e caminhou para sua caminhonete. OK, então talvez isso fosse uma espécie de coisa de amigos. Quero dizer, ele convidou Franny sem piscar um olho. E tínhamos apreciado a companhia um do outro nos poucos dias que River tinha me colocado na preparação, para ajudar até grande inauguração. Finalmente meus dedos tocaram no anel da chave do carro na parte inferior da minha bolsa. Eu tinha aberto a porta e começado entrar quando vi alguma coisa com o canto do meu olho. Olhando para trás, vi que River estava caminhando para fora da porta com Elle. Ela tinha os braços em torno de sua cintura, e sua mão descansava em seu quadril. Eu podia vê-la rindo para ele. Esse não era o meu River. Quanto mais eu ficava ao seu redor, mais meu coração lamentava pela perda do garoto que eu tinha amado. Algo tinha lhe se transformado neste homem. Um reconhecido homem bonito, e amargo. Eu não queria que meu humor despencasse, então fui embora sem olhar para trás.

TREZE ANOS ATRÁS "Onde está Addy?" River perguntou a sua mãe. Eu podia ouvi-lo do armário onde estava trancada. Estava escuro, e eu realmente tinha que usar o banheiro, mas eu sabia que não podia


bater ou fazer qualquer som. Ela me deixaria aqui por mais tempo se o fizesse. "Addison está sendo punida. Vá se lavar para o jantar. Papai vai estar aqui esta noite. Ele ligou e prometeu estar em casa. Nós poderemos finalmente ter uma refeição em família." Sua voz excitada me fez estremecer. Eu tinha pavor daquela voz. "Por que Addy está sendo punida? Onde ela está, mamãe?" River parecia irritado. Sua mãe suspirou alto. "Isso não é problema seu. Vá se lavar, como um bom menino." "Eu tenho treze anos. Não fale comigo como se eu tivesse cinco. Estou crescido, mãe. Agora, me diga onde você colocou Addy. Agora!" Ele rugiu o último bocado, e eu apertei os olhos com força, rezando para que ela não batesse nele. Ele não iria reagir. Ele nunca o fazia. Ele simplesmente a deixava bater nele até cansar. Em seguida, ela iria fugir para o quarto dela, e ele iria me encontrar. "Seu nome é Addison. Addy soa ridículo. E não grite comigo”, ela disse, ainda soando feliz demais. "Seu pai vai estar aqui a qualquer minuto. Não vamos brigar. Com ela fora do caminho, podemos desfrutar da nossa refeição." Eu ouvi um estrondo, e pulei para trás contra a parede. "Se você não me disser onde ela está, eu vou jogar cada prato nesta cozinha contra a parede." A voz de River soou muito mais velha do que a de um menino de treze anos de idade. "Por favor, Deus, não deixe que ela bata nele", eu sussurrei, me perguntando se Deus ouviria quando eu rezava pedindo ajuda por alguém. Eu sabia que orar por mim mesma não funcionava. Eu já tinha tentado isso, à exaustão.


Um guincho estridente de voz alta fez meu coração apertar. "Solte o meu braço!" "Não. Eu não vou deixar você me bater, e eu não vou deixar você trancá-la. Onde. Ela. Está?" "Por favor, por favor, por favor, Deus," eu implorei silenciosamente no escuro. Ele estava indo longe demais. "Ow!", Ela gritou. "Você está machucando meu pulso." "Então me diga onde Addy está!" "No armário do corredor." Ela soltou um rosnado de raiva. "Mas se você for atrás dela, vou trancá-lo no sótão." "Nããão!" Eu chorei sob a minha respiração. O sótão estava tão quente e sujo. Toda vez que ela me trancava lá dentro eu tinha pesadelos durante dias depois. "Você não está me colocando em qualquer lugar. Eu vou dizer ao papai", disse ele. Em seguida, seus passos se aproximavam na minha direção. Eu desejava que ele tivesse me deixado aqui. Íamos ter que pagar por isso mais tarde. Ela faria algo terrível. A maçaneta virou, e eu pisquei contra a luz quando olhei para ele. Ele era tão alto e, naquele momento, com aquela expressão feroz em seu rosto, eu tinha certeza de que ele era o meu anjo. Talvez Deus tenha me ouvido e enviado River. Ele caiu de joelhos e estendeu a mão para mim. "Está tudo bem, Addy. Eu estou aqui." Sua voz era suave. Nada como a que eu tinha ouvido-o usar com sua mãe. "Se você tirá-la do closet, eu vou chamar os serviços sociais para levá-la embora. Eu não tenho que mantê-la aqui. Ela não é o que eu queria. Ela é uma criança média."


Eu não queria ir para uma casa de adoção, e não queria perder River, mas mantive minha boca fechada. Entre as minhas opções, havia dois tipos de males. Eu conhecia este, e não sabia o que iria enfrentar lá fora. Eu também não teria River de cuidando de mim se saísse. "Se você mandá-la embora, eu vou dizer ao pai que você está tomando comprimidos de novo", disse River, se virando para olhar para ela. "Eu sei. Eu tenho a prova. Vou dizer a ele, e ele vai sair dessa vez. Para sempre." Eu não tinha certeza de quais pílulas ele estava falando, mas seu rosto empalideceu. Ela não disse nada, apenas virou e se afastou. "Vamos, Addy. Ela vai se trancar por esta noite. Eu a venci em seu próprio jogo", disse ele, pegando minha mão na sua e dando-lhe um aperto suave. "Vamos pegar um pouco de comida." "Seu pai está voltando para casa", eu sussurrei, com medo de que ela me ouvisse e voltasse. Ele fez uma careta e balançou a cabeça. "Não, ele não está. Ele está com sua secretária. Vamos lá, vamos comer."

CAPITÃO Ele a fez rir. Brad tinha, porra, a feito rir bastante hoje, e eu tinha tido muitas oportunidades para assistir. Dizer a mim mesmo que o riso de Rose me lembrava dela era um eufemismo. Rose tinha a risada de Addy. Até mesmo a forma como seus olhos


dançavam, e a forma como ela inclinava a cabeça, eram idênticas às de Addy. Era difícil ver e ouvir. Eu tive que impedir-me de pedir para ela parar de rir duas vezes hoje. Eu odiava a forma como o som me fazia sentir, porque junto com o calor de seu sorriso veio à dor aguda da perda. Algo que eu pensei que fosse superar anos atrás. Eu teria que manter Rose à distância. Ela era uma empregada e uma mãe solteira. Eu não podia demiti-la. Eu só tinha que evitá-la, ou ia rachar. Dano emocional demais vinha com essas memórias. Mesmo depois de todos esses anos... era um trauma que eu nunca esquecerei. Minhas ações após a morte de Addy tinham me mudado. Eu nunca seria a mesma pessoa novamente. Com cada homem que matei, eu perdi um pouco mais da minha alma. Mesmo aqueles homens que mereciam a morte, ser aquele que acabava com suas vidas tomou um pedaço de mim. Eu sabia que nunca iria amar novamente, porque não conseguia. Minhas emoções não eram normais; eu estava assombrado, tanto por eles quanto por acabar com eles, e de uma forma que não poderia ser curado. Quando estacionei minha caminhonete na marina onde guardava meu barco, vi o carro de Elle. Eu lhe disse que não estava no clima para companhia esta noite, mas ela não tinha escutado. Ela raramente fazia. Talvez o que eu realmente precisava era deixa-la tirar minha mente do passado, então. Eu tinha vivido no barco durante a maior parte da minha vida adulta. Tê-lo significava que eu poderia sair a qualquer momento, e eu gostava da liberdade que ele me dava. Eu tinha sentido falta dele quando estava no Texas, meu estado mais recente de residência. Casas trouxeram de volta lembranças ruins para mim. Eu não poderia mais me fazer ficar numa casa.


Meu barco me dava paz. Entrando nele, notei Elle na pequena cozinha fazendo sanduíches. Quando ela fazia coisas como esta, eu me sentia culpado por continuar as coisas com ela, se é que eu realmente estava fazendo isso. Ela tinha seus problemas, mas não era tão ruim assim. Quando eu precisava de alívio do estresse, ela estava lá. Eu simplesmente não tinha o que ela precisava emocionalmente. Eu não ia querer mais. Eu nunca me preocupei com ela profundamente, e certamente não a amava. Seus longos cabelos castanhos giraram sobre seu ombro quando ela olhou para mim. Então ela sorriu. Aquele sorriso era seguro. Ele não causou constrições dolorosas no meu peito. Ela não me lembrava de tudo que eu tinha perdido. Ela poderia rir, e seu sorriso não iria me afetar. No entanto, não era por isso que eu gostava de Elle. "Eu sei que você disse que não estava com disposição para nada, mas eu percebi que você precisava comer, e eu também estava com fome, então fiz alguns sanduíches. Podemos comer juntos, pelo menos. Então eu vou embora." Ela sabia que não ia sair tão bem quanto eu. Mas eu apenas balancei a cabeça e caminhei até a geladeira para pegar uma cerveja. "Você quer alguma coisa?", Perguntei. "Cerveja está ok", ela respondeu, já mais feliz. Ela sabia que tinha ganhado. E eu estava cansado demais para me importar. Eu peguei duas cervejas e coloquei a dela no balcão antes de pegar meu sanduíche. Era o maior dos dois. Ela raramente comia grandes porções. Eu inclusive duvidava que ela fosse comer metade do sanduíche que preparou para si mesma.


Dando uma mordida, me inclinei para trás e observei as ondas negras. Estava calmo esta noite. Sem vento para fazer as coisas difíceis. "Você não quer se sentar?", Ela perguntou, interrompendo meus pensamentos. Eu balancei a cabeça e dei outra mordida. "Você parece tenso hoje. Como se estivesse pronto para explodir a qualquer momento." Ela ficou me olhando muito de perto. Se ela conectasse meu humor com Rose as coisas ficariam feias. No entanto, essa era outra razão para me distanciar de Rose. Você está protegendo-a. Assim como fazia com Addy. O pensamento estava lá antes que eu pudesse afasta-lo. Era a verdade, claro. Eu estava protegendo Rose. Simplesmente porque a risada dela me lembrava de Addy. Eu poderia mentir para mim mesmo e dizer que estava intrigado com ela porque ela era uma mãe solteira e uma trabalhadora. Mas isso não era tudo. Eu sabia que não era. "Quanto mais perto chegamos da abertura, mais tenso eu fico. Você vai ter que lidar com isso”, eu respondi sem emoção. Eu podia ver Elle brincando com seu sanduíche em vez de comê-lo. Ela queria mais de mim. Eu sabia que chegaria o dia em que ela pressionaria por mais. Sempre acontecia. E eu sempre lhes mandava seguir seus caminhos. Mais não era comigo. "Eu gostaria que você se abrisse para mim. Estou aqui para ouvir. Eu me importo com você. Pensei que estávamos ficando mais próximos. Ainda ontem, em seu escritório..."


"Nós fodemos, Elle. Isso foi tudo que aconteceu. Uma transa. Eu lhe disse no início, eu só fodo, querida. Você quer mais, você está com o cara errado." Minhas palavras eram frias, mas isso era eu. E ela precisava ouvir. "Você não é o cara intocável e duro que quer que eu acredite que é. Eu vi você baixar a guarda. Então é só comigo? É isso? Você não me quer?" Este era o momento. Eu poderia machucá-la e dizer que não, não a queria, e enviá-la em seu caminho. Mas ela era minha gerente. Eu não a amava, mas não gostava de ser cruel, com qualquer um. "Não é você," Eu pus para fora. Eu não estava querendo compartilhar um pedaço de mim ou do meu passado, no entanto, ela precisava entender que eu não era o cara que ela estava procurando. "Dei meu coração há muito tempo." Ouvi sua ingestão rápida de respiração. Ela não estava esperando por isso. Dando outra mordida no meu sanduíche, peguei minha cerveja e me empurrei fora da sala. Eu precisava de distância de Elle. De todos. "Você está dizendo que está apaixonado por outra pessoa?" Era mais do que isso, mas eu só dei um aceno de cabeça e bebi minha cerveja. "Quem? Onde ela está?", Perguntou Elle, sua voz aumentando apenas o suficiente para me deixar saber que ela estava chateada. "Não vamos falar sobre isso."


"Você não quer falar sobre isso?", Ela gritou atrás de mim. "Nós estivemos porra, juntos, por semanas, e você deixou de fora o fato de estar apaixonado por outra pessoa? O que estamos fazendo, então? Huh?" "Porra", eu respondi. "Você é um... você é um... ugh! Eu não posso acreditar que eu-" Ela parou e soltou um grunhido, então se dirigiu para a porta. "Eu não vou ser usada", disse ela, como se estivesse prestes a sair. "Bom" foi a minha única resposta. Ela não devia permitir que a usassem. "Isso é tudo que você vai dizer? Sério?" Eu coloquei a minha cerveja para baixo e finalmente me virei para olha-la. A fúria em seu rosto era o que eu esperava. Esta era a maneira que sempre terminava. Mesmo que eu avisasse no início que eu nunca iria querer mais. "Eu lhe disse alguma vez que você poderia ter mais alguma merda de mim?" Ela olhou para mim, mas finalmente concordou. "Corrigindo. Eu não fiz. Você foi a única que quis mudar as regras". Eu podia ver a dor em seus olhos, e me senti culpado por colocá-la lá. Eu me sentia culpado cada maldita vez. Elle não disse mais. Ela só virou e saiu. E finalmente, eu estava sozinho.


ROSE

Franny estava encolhida no sofá, dormindo, quando cheguei em casa. Sra. Baylor estava sentada na poltrona com um livro no colo. Ela levantou os olhos do que estava lendo e sorriu antes de me cumprimentar com um sussurro. "Eu tentei convencê-la a ir para a cama, mas ela queria esperar por você. Ela brincou muito hoje. Nós ainda fizemos três dúzia de bolinhos de macadâmia. Você precisa levar alguns para as pessoas que trabalham com você amanhã; não seremos capazes de comer todos." O caminhonete de Brad parou atrás da minha entrada da garagem, e eu olhei de volta para ele. Eu não esperava que Franny estivesse dormindo tão cedo. Normalmente ela era uma coruja da noite. Mas eu também não estava prestes a perguntar a Sra. Baylor para ficar com ela enquanto eu saía para comer pizza com um cara. "Obrigada por hoje. Eu sei que ela se divertiu", eu disse enquanto olhava para minha filha. Ela era o meu mundo. Eu nunca seria capaz de agradecer a Sra. Baylor o suficiente por ser tão boa para ela. Sra. Baylor se levantou e limpou a garganta suavemente. "Bem, parece que você tem companhia." Sua voz tinha um tom divertido. Virei-me para ver Brad saindo de sua caminhonete. Ele parecia incerto sobre se deveria continuar avançando ou não.


"Ele é um amigo de trabalho. Eu só vou explicar que Franny está dormindo e dispensá-lo". "Bobagem. Você precisa fazer alguns amigos, e de onde eu estou de vendo, esse amigo é uma bela vista". Meu rosto ficou vermelho. "Franny esperou por mim. Eu quero estar aqui se ela acordar." "E você pode estar. Mas isso não significa que você não pode mudar os planos com esse jovem garoto e convidá-lo para tomar copo de vinho e se sentar em sua adorável varanda. As estrelas estão bonitas esta noite." Eu duvidava que Brad bebesse vinho. Ele parecia mais como um bebedor de cerveja. E ele estava com fome. Tudo que eu tinha eram sobras de empadão de frango da noite anterior. Eu tinha os ingredientes para uma pizza, no entanto. Franny e eu tínhamos pizza de noite uma vez por semana, então eu sempre mantinha a cozinha abastecida com o que precisávamos. Sra. Baylor bateu no meu braço quando passou por mim. "Você vai descobrir isso." Então ela sorriu para Brad antes de caminhar pelo pátio para sua casa. Eu não tinha certeza se deveria oferecer a opção de fazer uma pizza aqui. Ele parecia realmente animado sobre o lugar em Grayton Beach. Convidar um cara para jantar não era algo que eu já tinha feito. E, embora ele estivesse se tornando um amigo, eu ainda estava nervosa. "Está tudo bem?", Ele perguntou enquanto caminhava em minha direção. Sua testa estava enrugada em uma carranca por isso. "Sim, mas acontece que Franny adormeceu. Ela estava doente no início desta semana, e não está cem por cento ainda."


Fiz uma pausa ao invés de me oferecer para fazer pizza. Brad era bom o suficiente para aceitar, mesmo que não quisesse. "Isso é compreensível", respondeu ele, em seguida, olhou por cima do ombro para a casa antes de olhar para mim. "Você estaria a fim de pedir uma pizza, em vez de sair?" Essa foi à garantia de que eu precisava. "Na verdade, tenho tudo que precisamos para fazer uma pizza aqui. Eu poderia cozinhar para você”, ofereci. Um sorriso se espalhou em seus lábios. "Eu gostaria disso." "Ok, me deixe acordar Franny e colocá-la na cama. Ela vai querer falar comigo por alguns minutos, imagino. Vamos lá para dentro. Eu não tenho qualquer cerveja, mas tenho chá doce," eu disse a ele, sentindo um sorriso bobo no meu rosto que eu não pude conter. Isso era bom. Ele era bom. "Eu sou um grande fã de chá doce", ele respondeu. Eu não era boa nisso, mas ele não pareceu se importar. Eu liderei o caminho para dentro, em seguida, rapidamente fiz um copo de chá. Franny continuou dormindo. Eu não queria que ela acordasse e ficasse confusa ao ver um homem estranho na casa. Ela não estava acostumada a homens estando em nossa casa em tudo. "Aqui está" disse com um sorriso quando entreguei o copo a Brad. "Apenas me dê um segundo para levar Franny." Eu realmente queria pedir-lhe para sair enquanto eu fazia isso, mas ia parecer rude. "Eu vou apreciar a vista da água lá na sua varanda de trás enquanto espero", disse ele com uma piscadela antes de se dirigir para a porta.


Era como se ele pudesse ler minha mente. Eu quase disse obrigada, mas me contive. Quando ele estava em segurança do lado de fora, eu fui até o sofá e delicadamente passei a mão sobre o cabelo de Franny. "Você precisa ir para a cama", sussurrei perto de seu ouvido. Ela se moveu lentamente antes de piscar os olhos enquanto tentava se concentrar em mim. "M'kay", ela murmurou, e então se aconchegou mais profundamente no sofá. "Eu não posso mais te carregar, então você vai ter que se levantar. Eu vou levá-la para cama." "Me carrega", disse ela novamente, e levantou um braço para que eu a pegasse. Sorrindo eu a ajudei a ficar de pé, e coloquei seu corpo próximo ao meu lado. "Eu amo você", disse a ela. "Eu também te amo", ela respondeu com voz grogue. Eu queria dar-lhe tudo. Todas as coisas que eu nunca tive. E, na maior parte, eu tinha conseguido. Eu tinha dado a ela uma vida estável, e ela não tinha dúvidas de que estava segura e era amada. Quando chegamos ao quarto, ela foi direto para cama e se enrolou, sem abrir os olhos novamente. Tirei as cobertas e a cobri, em seguida, dei um beijo em sua cabeça. "Você gosta dele?", Ela sussurrou, abrindo os olhos para olhar para mim. "Quem?", Perguntei, imaginando se ela estava sonhando. Ela muitas vezes falava em seu sono. "O cara na varanda dos fundos." "Oh!", Eu respondi, surpresa.


Ela sorriu, depois fechou os olhos novamente e puxou as cobertas até o queixo. "Deixe um pouco de pizza para amanhã." Com uma risada, eu a beijei mais uma vez antes de ir me juntar a Brad na varanda.

CAPITÃO

DOZE ANOS ATRÁS Esperei do lado de fora da escola de Addy. Todos os dias ela iria me encontrar aqui, porque gostávamos de ir a pé para casa juntos. Antigamente nos costumávamos pegar o ônibus escolar, mas quando eu bati num garoto que empurrou Addy e derruboua no chão durante o trajeto, eu tinha sido suspenso desse privilégio. O que era bom para nós. Nós apreciávamos a caminhada para casa. Addy sempre me contava sobre o seu dia, e eu adorava ouvir sua conversa. Ela ria das coisas que eu falava, e eu tentava o meu melhor para ser engraçado. Parecia que aqueles risos me pertenciam. Addy não ria bastante em casa. Minha mãe garantia isso. Mas cada chance que eu tinha, eu lhe dava um motivo para rir. Isso me dava mais prazer do que qualquer outra coisa. As portas se abriram, e Addy saiu. Seus cachos loiros balançaram pendurados em suas costas, e ela olhava para a luz do sol quando me viu. Dando um passo para frente, eu acenei minha mão, e só assim seu rosto se iluminou. Mais uma vez,


aquele sorriso me pertencia. Ela só o dava para mim. E meu peito ficava apertado o tempo todo por isso. "Ei, River, ainda está de pé sexta-feira à noite? Meus pais estão fora da cidade, então talvez você pudesse vir e assistir um filme." Era Mallory Buchanan, que parou do meu lado e jogou o cabelo sobre o ombro de forma dramática. "Sim, claro", concordei. Mallory estava flertando comigo por duas semanas, e eu a convidei para sair na sexta-feira. Eu não costumava flertar com meninas ou falar com elas na frente de Addy. Eu podia ver que a deixava desconfortável sempre que eu fazia. Voltei a olhar para Addy, e vi que seu sorriso tinha ido embora, e que ela estava caminhando mais devagar. Ela não estava com pressa para chegar a mim agora. Por que Mallory tinha que falar comigo aqui fora? "Sim, eu tenho que ir," eu disse a Mallory, afastando meu olhar de Addy. Corri em direção a ela. O sorriso forçado no meu rosto era para aliviar sua mente. Addy tinha se tornado minha melhor amiga. Ela me entendia de uma maneira que ninguém mais fazia. Cuidávamos um do o outro, e falávamos sobre tudo. Só que eu não tentei trazer o assunto das meninas para ela. "Ei, você", eu disse quando cheguei perto o suficiente. "Hey", ela respondeu, e suas bochechas ficaram um tom claro de rosa. "Eu não queria interromper você." Ela sempre fazia isso, sempre agia como se estivesse no meu caminho. Eu a conhecia o suficiente para ter cuidado em torno dela, mas odiava que ela pensasse que não era mais importante do que as outras meninas. Ela era a pessoa mais importante na minha vida. Ela sempre seria.


"Não seja boba. Você é minha garota favorita. Você sabe disso," eu disse, e coloquei meu braço em volta dos ombros para puxá-la para um abraço rápido. "Quando chegarmos em casa, vamos para a lagoa, fazer nosso dever de casa lá?" Ela adorava a lagoa. Tínhamos que caminhar ao longo de um trajeto considerável através das madeiras atrás da nossa casa para chegar ate lá, mas ela adorava ir. O sorriso que eu estava procurando estava de volta quando ela balançou a cabeça. "Eu gostaria disso." Eu sonhei com ela novamente. Mas desta vez não havia sangue. Tinha sido sobre nós. Do jeito que éramos. Sobre a maneira confortável que eu me sentia em torno dela. Vendo seu sorriso para mim e me sentindo completo com ela. Caminhando na proa do meu barco com uma xícara de café, assisti o sol nascer enquanto as memórias de Addy voltavam para mim. Não que eu tivesse esquecido aqueles momentos. Eu me lembrava de tudo sobre ela. Todos os momentos que tivemos estariam para sempre gravados no meu cérebro. Tinha passado tanto tempo desde que eu tinha dado um pensamento sobre eles. A dor aguda no meu peito estava escondida, tão apertada que eu não seria capaz de deixa-la sair. Ela vinha com as memórias. Era por isso que eu tentava não me lembrar. Mas, enquanto eu estava aqui na água, observando a beleza do sol da manhã iluminando lentamente o céu, me senti bem. Addy adorava a água, e gostava de ver o sol nascer. Nós tínhamos visto tantos amanheceres juntos. Ela teria adorado viver em um barco. Teria sido uma aventura. Enquanto ela estivesse comigo, ela teria passado por cima de qualquer coisa.


Ouvi passos atrás de mim. Eu sabia pelo peso dos passos que era um homem. Alguém com um propósito. Eu não precisava virar. Ouvir era mais importante do que ver na minha linha de trabalho. "Cope", eu disse, em seguida, tomei outro gole do meu café enquanto o sol brilhava sobre a água. "Cap", ele respondeu. Ambos os nossos nomes foram abreviados por DeCarlo. O seu era Copeland, mas todos o chamavam de Cope. "Eu não trabalho mais para DeCarlo. Não vejo por que você estaria aqui.” Eu nunca duvidei que DeCarlo fosse tentar me puxar de volta. Ele não queriaque eu saísse. Mas havia uma pequena lasca da minha alma que eu tinha sido capaz de segurar, a peça que apenas as memórias de Addy mantinham viva... e eu não estava disposto a perder isso também. "Vim para avisá-lo", disse ele, o que sempre me fez lembrar de um rosnado. Ele era o homem mais irritado que eu já conheci. Combine isso com a sua estrutura maciça, e ele certamente podia ser intimidante. Ele era uma parede de tijolos cobertos de tatuagens sólidas. "Alguém está aqui. Não sei quem, mas rastrearam você." Eu fiz uma careta. "Alguém esta atrás de mim, por causa de um emprego anterior?" Ele deu de ombros. "Não sei. Você acabou de ser rastreado. Mantenha seus olhos abertos." Merda. Eu não queria trazer meu ex-inferno para qualquer lugar perto da minha irmã e sua família. "Quanto tempo eles estiveram aqui?" "Pelo menos um mês. Talvez mais."


E eles ainda não tinham feito nada? Isso não era típico. Isto era maluco. "Vou encontrá-los." "Eu tenho que corrigir algumas das merdas do Major", disse Cope, em seguida, voltamos para baixo da doca. Ele não era um homem de muitas palavras, mas eu sempre gostei dele. Eu não estava preocupado com alguém me rastreamento. Se eles estivessem aqui, eles não iriam deslocar-se sobre mim; eu sentiria sua presença na primeira vez. Era apenas uma questão de tempo antes que eu descobrisse quem era.

ROSE

Eu tinha retocado minhas raízes na noite passada, depois de Brad sair, por isso hoje o meu cabelo estava ainda mais vermelho escuro. Colorir meu cabelo loiro não era algo que eu queria fazer. Era muito trabalhoso, mas era parte do meu disfarce. Isso e os óculos me faziam parecer bastante diferente da garota que ele conheceu. Eu também tinha crescido, e minhas bochechas estavam mais definidas, meus seios haviam preenchido, e meus quadris alargaram após o parto. Eu também tinha perdido aquele brilho de admiração nos meus olhos. Naquele primeiro dia eu acreditava profundamente que ele ia me reconhecer de alguma maneira. Que ele saberia quem eu era, e que a minha bravata seria desnecessária, porque ele ainda seria meu homem maravilhoso que me reconheceria instintivamente, e iria adorar nossa filha uma vez que eu lhe contasse sobre ela. Mas isso não tinha acontecido. Ele nem


sequer olhou para mim. O máximo que ele já tinha falado comigo foi para me dizer o que eu precisava fazer. Ontem à noite, quando Brad e eu tivemos o nosso encontro de pizza, eu percebi que sentia falta de ter esse tipo de conexão. Eu não tinha experimentado nada parecido na minha vida adulta. Nunca tinha tido alguém para rir e conversar sobre coisas de adultos. Eu não estava dizendo que poderia me apaixonar por Brad, porque, honestamente, não acho que exista mesmo uma pequena chance. Por mais que eu não queira admitir, River ainda tinha um grande pedaço do meu coração, que o Capitão ainda não tinha sido capaz de matar. Às vezes, quando ele não estava olhando para mim, eu podia ver sua expressão pensativa enquanto ele trabalhava algo em sua cabeça, e eu sentia que estava na presença de River por um momento. Esses pequenos vislumbres eram suficientes para mantê-lo firme em meu coração. Amar River tinha sido o meu mundo, e você não pode simplesmente dizer ao seu coração para parar de amar alguém. Eu estive tentando durante anos, nem que fosse apenas para aliviar a dor de perdê-lo. Respirando fundo, eu entrei na sala de jantar, pronta para enfrentar mais um dia. Eu esperava ver Elle comandando todos ao redor mas, em vez disso, havia River-Capitão gritando comandos e reclamando sobre as coisas que tinham sido feitas errado. Corri rapidamente para ouvi-lo antes de passar tempo demais guardando minha bolsa. "Os talheres têm que ser enrolados com as especificações fornecidas. Elle deu três aulas sobre isso, e todos vocês participaram de pelo menos uma. O enrolamento dos talheres será feito por cada servidor, a cada próxima noite, até que haja trezentos preparados e prontos para servir. Essa merda não está


qualquer lugar perto do certo. Pode um de vocês demonstrar como deve ser feito?" Ninguém levantou a mão. O olhar tenso no rosto do Capitão os havia silenciado. Dando um passo à frente, eu ergui minha mão. "Eu posso." Eu tinha passado por duas das aulas de Elle, e ela tinha tomado todas as oportunidades para fazer de mim um exemplo. Eu tinha enrolado mais de trinta conjuntos em um dia, porque ela não parava de dizer que o meu trabalho estava desleixado. Eu não tinha dúvida de que poderia fazer isso agora. Os olhos do Capitão trancaram em mim, e ele pegou um guardanapo de linho e um conjunto de talheres. "Mostre-me." Eu não deixei seus olhos penetrantes me intimidarem, mas também não sustentei seu olhar. Havia sempre a chance de que ele finalmente visse os olhos por trás dos óculos. Eu levei os suprimentos e os coloquei sobre a mesa, e ele ficou de pé ao lado. Então enrolei os talheres mais perfeitamente do que qualquer coisa que Elle já tinha feito. "Parece que alguém prestou atenção." O alívio era evidente em sua voz. "Elle está fora pelos próximos dias. Eu preciso de você, para ensinar esse bando como fazer isso certo", disse ele em um tom suave. Em seguida, levantou o olhar para todos os outros. "Se vocês não puderem enrolar a porra dos talheres corretamente dentro de dois dias, estão demitidos. Entendido?" A tensão na sala era pesada, mas todos eles responderam afirmativamente. Isso significava que eu tinha o resto do dia para ensinar-lhes a maneira correta de embrulhar talheres. "Bom trabalho", disse o Capitão, com uma voz que agitou memórias. Havia bondade em seu tom. Quase como se ele sentisse que éramos uma equipe. Nós tínhamos sido a melhor equipe uma vez.


"Obrigada", respondi. "Se qualquer um deles te der um momento difícil, deixe-me saber. Eu não estou abrindo este lugar com nenhum preguiçoso a bordo. Há uma pilha de fichas na minha mesa, de pessoas que de bom grado querem ocupar seus lugares." Eu não duvidava disso. Diferente do Kerrington Country Club, este era o único lugar na cidade que traria grandes pagamentos. "Ok", eu disse, olhando para longe dele e me concentrando no dever em minhas mãos. "Mãos à obra", ele latiu para o resto da sala, me fazendo saltar. Em seguida, ele bateu no meu ombro e saiu da sala de jantar. Os resmungos e reclamações começaram como sussurros, mas ficaram mais altos rapidamente. Eu pensei ter ouvido o nome de Elle algumas vezes. Ninguém parecia preocupado em fazer o que ele acabara de dar ordens para fazer. "Hey, Rose, você está bem?", Perguntou Brad quando entrou na sala de jantar da cozinha. Eu levantei um guardanapo na minha mão e forcei um sorriso. "Eu tenho que ensinar a todos como enrolar talheres", expliquei. Ele olhou para os outros, percebendo a falta de preocupação geral, e então franziu a testa. "Hey!", Ele gritou, chamando atenção. Quando todos os olhos estavam sobre ele, ele apontou para mim. "Vocês precisam aprender a enrolar a porra dos talheres, e Rose não tem todo o maldito dia. Prestem atenção." Várias mulheres sorriram para Brad, como se ele tivesse feito o que elas queriam que ele fizesse. Ele era solteiro e


atraente, então eu não as culpava. Elas pararam de fofocar sobre onde Elle poderia estar, e ouviram quando eu comecei a primeira das muitas lições desse dia.

O assunto era que o Capitão tinha terminado as coisas com Elle, e que ela estava em casa fazendo beicinho. Seja qual for o motivo, eu estava aliviada por ter um tempo longe dela nos próximos dias. Mas era demais esperar que ela não fosse voltar. Meninas como ela não desistem sem lutar. Uma vez que todos não estavam mais antenados sobre por que Elle não estava no trabalho, eles pareciam mais dispostos a ouvir a lição dos talheres. Brad me checava a cada trinta minutos ou mais, para ter certeza de que eu tinha a atenção do grupo. Eu gostava disso nele. Ele era útil, e parecia verdadeiramente se importar. Novamente, era uma sensação agradável. Uma que eu não tinha sentido em um tempo muito longo. "Hey," disse Brad agora. "Eu tentei uma nova entrada hoje para o menu. Você está interessada em ajudar e provar? Poderíamos comer aqui, ou voltar para sua casa e compartilhar com Franny. A opinião da pequena pode ser boa." Ergui os olhos para encontrar os dele enquanto polia as mesas. Eu não tinha o ouvido entrar, mas lá estava ele de novo, sendo agradável. "Uh, sim. Isso parece bom. Quero dizer, estou indo para casa. Franny vai precisar jantar."


Um sorriso surgiu em seu rosto, o fazendo parecer ainda mais bonito. "Ótimo. Eu vou arrumar tudo, e encontro você aqui em alguns minutos." Ele correu de volta para a cozinha. Com um sorriso satisfeito em meus lábios, eu me abaixei para finalizar o polimento da madeira grossa de mogno do tampo da mesa que eu estava trabalhando. Capitão tinha dito que precisavam brilhar. "Você e Brad estão saindo?" A voz profunda do Capitão encheu a sala, fazendo meu coração vibrar. Frustrada, eu empurrei a sensação a distância, e levantei meus olhos para olhar para ele. Sua expressão não era amigável ou curiosa, mas sim inflexível. "Nós somos, uh, amigos. Eu acho", respondi. Porque, honestamente, eu não tinha certeza do que nós éramos ainda. "Você acha?" Ele parecia irritado com a minha resposta. Endireitando minha coluna, eu segurei seu olhar e dei-lhe a mesma expressão aborrecida que ele estava me dando. "Eu não vejo como isso é da sua conta.” Um sorriso tocou seus lábios, e ele inclinou a cabeça ligeiramente para a esquerda - mas seus olhos permaneceram duros. Nada como River. Não quando ele me olhava assim. "Brad é o melhor chef do Sudeste. Eu não vou demiti-lo. Vai ser você que estará desaparecendo se as coisas não derem certo. Entendido?" A dor em meu peito estava de volta. Eu odiava ver esse lado dele. Era algo que eu nunca tinha experimentado dirigido a mim. Deixar de lado o passado era difícil, mas ele estava tornando mais fácil com momentos como este. Eu nunca seria capaz de dizer adeus ao River, ele ia ser para sempre uma parte de mim, mas eu estava me preparando para deixá-lo ir.


"Eu entendo", respondi com os dentes cerrados. "Hey, Rose..."A voz de Brad sumiu quando ele entrou na sala. "Oh, hey, Capitão. Eu tentei criar o prato principal. Rose e eu estamos indo para a casa dela para testá-lo." Ele ergueu as caixas de comida em suas mãos. "Nós vamos deixar você saber o nosso veredicto." O Capitão deu um aceno de cabeça e saiu da sala sem dizer uma palavra.

CAPITÃO

Eu estava com um humor péssimo. Jantar com minha irmã não era algo que eu queria fazer hoje à noite, mas cancelar não era uma opção, também. Se eu tentasse cancelar, ela ia fazer beicinho, e seu marido iria aparecer na minha casa chateado. Então, para evitar o drama, eu decidi ir. Dirigindo para sua mansão na praia, eu fiz uma varredura rápida dos carros na garagem, e fiquei aliviado ao ver que éramos apenas nós. Ela não tinha convidado o resto de seus amigos. Hoje à noite eu não estava com humor para todos os casais felizes e suas crianças. Quando cheguei à porta, toquei a campainha e esperei. Eu pude ouvir os pés pequenos caminhando um pouco antes de uma pancada bater e abrir a porta. "Eu consegui!" Meu sobrinho gritou.


A porta se abriu, e eu olhei para baixo e vi Nate Finlay sorrindo para mim com um grande sorriso cheio de dentes. Seus olhos cinza com prata eram idênticos aos de seu pai. Diabos, a maior parte do garoto era a cópia do seu pai. Blaire não poderia reclamar muito. "Ei, Tio Cap", disse ele, enquanto segurava seu punho para bater com o meu. Abaixei e bati em seu punho, em seguida, fiz o som de "explodi-lo", ou ele me faria fazer novamente, até que eu entendesse direito. Eu aprendi essa lição rapidamente. "Ei, garoto", eu disse. “Estamos comendo “purê de batas”, ele explicou, como se isso fosse a melhor coisa do mundo. "Esse é o único item no cardápio com o qual ele se preocupa", disse Blaire, andando atrás dele. "Eu prometo que fiz mais do que apenas purê de batatas." Os cheiros vindos da cozinha me deixaram com fome. Eu estava pronto para um pouco de comida. O que Brad tinha cozinhado no restaurante tinha um cheiro muito bom, mas ele tinha usado essa refeição para impressionar Rose. Pensar nisso me irritava ainda mais. Eu não queria admitir para mim mesmo que não gostava da ideia de Rose com Brad, mas foda-se se isso não era verdade. Pensar em Addy tinha ferrado com a minha cabeça. E estava me deixando irritado com Rose. Inferno, eu mal tive uma conversa com Rose. Eu não tinha nenhuma reclamação sobre ela além dela me lembrar de Addy. Ela trazia memórias que eu tinha tentado arduamente reprimir. Dizer que eu a demitiria tinha sido frio e desnecessário mas, no fundo, eu queria fazer exatamente isso. Eu queria uma desculpa para afastá-la de mim. Ela era possivelmente a melhor


funcionaria que eu tinha, e eu estava tentando garantir sua demissão por causa do meu passado assombrado. Não era justo com ela e, mais uma vez, eu lhe devia um pedido de desculpas. Esta merda não precisava se tornar um padrão. "O que há com o cenho franzido? Purê de batatas não é tão ruim", disse Blaire, me estudando de perto. Blaire não sabia nada do meu passado, e eu queria manter isso assim. "Eu amo purê de batatas. Acabei de ter um longo dia. E tenho um monte na minha mente, com a abertura do restaurante em uma semana". Minha irmã não parecia convencida. "As costelas estão prontas," Rush chamou da cozinha. Blaire sorriu novamente. "Costelas na grelha". Costelas parecia bom. "Estou morrendo de fome." "Perfeito. Vamos alimenta-lo." "Purê de batatas!" Nate aplaudiu quando correu na frente. O garoto não tinha ideia de quão boa sua vida era. Seu pai o adorava, e sua mãe o amava incondicionalmente. Seu mundo era muito diferente do que aquele em que eu vivia. A vida de Blaire tinha começado bem, mas depois que sua irmã gêmea foi morta num acidente de carro, tudo tinha virado um inferno. Eu estava feliz que ela tinha conseguido uma segunda chance. Ela merecia. Blaire tinha a vida que eu queria para Addy. A que sentamos e sonhamos juntos. Addy teria sido uma mãe incrível. Ela tinha um coração tão grande que dominava todo o mal que tivemos que enfrentar. Se eu não precisasse tanto dela, poderia tê-la salvado. Saído mais cedo. Mas eu a queria perto de mim.


ONZE ANOS ATRÁS Eu nem sequer entrei quando cheguei em casa do meu encontro. Eu sabia que Addy não estaria lá dentro. Mamãe estava em seu mais novo evento de arrecadação de fundos hoje à noite. Foi por isso que eu tinha concordado em ir a qualquer lugar sem Addy. Eu sabia que ela estaria segura. Ainda assim eu não tinha sido capaz de me divertir, ou a menina que tinha ficado rapidamente nua para mim. Meus pensamentos tinham estado com Addy e em como eu precisava ver como ela estava. Pensar nela sozinha me incomodou. Ela não deveria estar sozinha. Eu não precisava de sexo, de qualquer maneira. Eu poderia conseguir durante o horário escolar, se precisasse. Eu andei em volta da casa e me dirigi para o caminho que eu sabia que iria me levar ao lugar favorito de Addy na lagoa. Eu podia ver seu cabelo loiro brilhando ao luar antes de poder ver qualquer outra coisa. Eu amava seu cabelo. Eu pisei de pé em pé, chegando devagar e disfarçando minha presença . Ela estremeceu, virando-se para ver quem se aproximava. O olhar de medo em seu rosto desvaneceu-se rapidamente em um sorriso satisfeito. Um que só eu tinha. Eu tinha visto seu sorriso para outros caras. Ninguém tinha esse sorriso além de mim. O sorriso que fazia seus olhos se iluminarem e brilharem. Se outro cara ganhasse aquele sorriso,


eu não tinha certeza se conseguiria lidar com isso. Eu ia ferir alguém. "Você está de volta", disse ela. O tom feliz em sua voz me fez sentir como manteiga quente. "Sim, não foi muito divertido." Ela sorriu e olhou para longe de mim, de volta para a água. "O que, ela não tirou a roupa rápido o suficiente?" Havia uma amargura no seu tom de voz que eu não gostei. "Uh, não, não foi isso. Apenas prefiro estar aqui." Addy voltou à cabeça para mim lentamente, e seus olhos pareciam estar procurando por qualquer sinal de mentira no meu rosto. "Realmente?" "Sim, realmente. Eu sempre prefiro estar com você." Ela mordeu o lábio inferior por um momento, e então franziu a testa. "Então por que você foi?" Eu não tinha certeza. Porque eu sabia que ia ficar com alguém? Porque... Inferno, eu não sabia. Eu preferia estar com Addy. Eu sempre preferia estar com Addy, mas ultimamente, quando eu olhava para ela, eu pensava em coisas. Coisas que eu precisava parar de pensar. Ela era minha melhor amiga, e precisava de mim, tanto quanto eu precisava dela. Nós lutávamos uma batalha diária naquela casa, e contávamos um com o outro para passar por tudo isso. Era só que, quando eu me deixava ir, eu imaginava como seria o gosto de beijar seus lábios, como se sentiria sua pele macia. Que tipos de sons ela faria quando a tocasse sob sua camisa ou escorregasse minhas mãos em sua calcinha. Foda-se, eu não podia pensar nisso. Eu olhei para longe dela, para a água. Addy era especial. Ela era perfeita, e toda


minha para proteger. Mesmo de mim. "Eu fui porque tinha necessidades humanas, isso é tudo. Estou aqui agora. Onde eu quero estar", finalmente respondi. Ela não respondeu, e eu não olhei para ela, por medo de meus pensamentos aparecerem no meu rosto, mesmo enquanto eu lutava muito duro para mantê-los longe. "Você quer ir para dentro e fazer um pouco de pipoca antes dela chegar em casa?", Perguntou Addy com um sorriso em sua voz. Minha resposta foi suficiente para ela. Ela não ia pressionar por mais. Ela nunca fazia. Eu me virei para olhar para ela, e eu soube então, sem dúvida, que ela era meu mundo. Ela era a minha casa. Não aquela casa, dirigida por pais muito fodidos e que nunca estavam por perto para mim. Addy era meu lar. Ela sempre seria. E um dia, eu daria a ela uma mansão, e teríamos filhos. Ela viveria como uma princesa. "Sim, vamos fazer um pouco de pipoca", eu respondi, levantando e estendendo minha mão para ela. Ela escorregou a dela na minha, e eu a apertei com força. O sorriso em seu rosto era melhor do que qualquer pipoca jamais poderia ser.

ROSE Era finalmente a noite da inauguração do restaurante, e o local foi inteiramente reservado. Durante a semana passada, tivemos tudo funcionando até meia-noite todas as noites,


deixando o lugar pronto para o grande evento. Brad não tinha vindo outra vez ate minha casa, mas fez questão de me dar coisas que estava tentando colocar no menu durante minhas pausas. Ele até me mandou para casa com um sanduíche gourmet grelhado de queijo e batatas chips para Franny um par de noites. Ela o encantou, o que não era surpreendente. Ela tinha esse efeito nas pessoas. O Capitão tinha me evitado. Entre todo o trabalho de ficar longe de mim e de manter distância de Elle, ele parecia estar esgotado. Elle tinha retornado determinada a agir como se estivesse bem. Todos nós tivemos de ouvir sobre seus encontros, porque ela contou tudo às meninas que limpavam, e o fez tão alto que todos soubemos dos detalhes, também. Se ela estava esperando fazer ciúmes no Capitão, ela estava falhando. Ele estava majestosamente a ignorando. Eu quase senti pena dela. Quase. "Você acha que Elle iria me matar se eu tentasse algo com o Capitão?", Uma das outras funcionarias, Patricia, me perguntou, quando cortou seus olhos sobre meu ombro e deu um sorriso insolente em sua direção. Olhei para trás por cima do meu ombro, apenas para ver o Capitão examinando a sala enquanto conversava com Brad. "Provavelmente, mas você realmente quer namorar com o chefe? Olhe onde isso deixou Elle," eu disse honestamente. Ela tinha que ser uma mulher forte de espírito para voltar depois de ser dispensada pelo homem no comando, e todos sabiam disso. Patricia fez beicinho, e seus lábios pintados muito rosa parecia ainda maiores do que o habitual. "O único outro gostoso aqui é Brad, e todo mundo sabe que ele tem uma coisa por você." Ela voltou sua atenção para mim. "Você gosta dele, certo?"


Será que eu gosto dele? Sim, eu gostava, mas nós éramos amigos. Ele era sedutor por vezes, mas principalmente nós apenas conversamos e rimos. "Hum, bem, ele é um cara legal. Gosto de passar tempo com ele, mas não estamos num relacionamento ou qualquer coisa. Nós somos apenas amigos." Seus olhos castanhos escuros se iluminaram, e ela piscou os cílios antes de olhar novamente para os dois homens. Desta vez, seus olhos estavam fixos em Brad. "Ótimo. Obrigada!", disse ela, antes de andar na direção deles balançando os quadris e com um brilho determinado nos olhos. Eu poderia ficar ali e assistir, ou poderia terminar de arrumar as tabelas e acender as velas. Escolhi o último, e comecei a trabalhar. Se Brad estava interessado nela, bem, bom para ele. Não faria mal a nossa amizade. Pelo menos, eu não acho que faria.

Estávamos cada um com três mesas para cobrir. Capitão queria garantir que a cada hóspede fosse dada a maior atenção possível. Eu tinha duas na parte superior e uma no topo, então não estava sobrecarregada - somente sob pressão para ser perfeita. Brad estava recebendo elogios dos comensais, e todos estavam aproveitando a comida. Ele se saiu muito bem, considerando que era a noite de abertura. Eu olhei em volta para ver o Capitão conversando com um mais velho e obviamente rico e importante homem, que tinha


uma mulher mais jovem e bonita ao seu lado. Eu teria imaginado que era sua filha se sua mão não estivesse colada em sua cintura possessivamente. O homem estava sorrindo e parecia satisfeito de estar conversando com o Capitão. "Esse é Arthur Stout", disse Patricia, sussurrando ao meu lado. "O dono deste lugar." Bem, então, fazia sentido. Eu balancei a cabeça e me dirigi para a cozinha. O pedido da mesa sete já estava pronto. Voltei para a linha de serviço e vi Brad organizar pedidos e colocar para fora pratos fumegantes. Ele tinha uma bandana amarrada em torno de sua cabeça para segurar o cabelo desgrenhado. Ele olhou para cima e me lançou um sorriso. "Hey," ele disse, antes de se concentrar no prato no qual estava trabalhando. "Sete está pronto", Henry, um dos outros cozinheiros, chamou. "Ótimo. Obrigada," eu respondi, voltando-me para um dos garçons esperando ao lado. "Leve-o para sete. Da esquerda para direita. Eu vou seguir logo atrás." Uma das coisas que o Capitão insistiu era que o principal servidor da tabela não devia servir a comida. Eles deveriam seguir atrás, prontos para enfrentar qualquer coisa que estivesse errada ou obter aos convidados tudo o que fosse solicitado. Eu tinha me virado para sair quando Brad gritou: "Ei, amiga." Não tendo certeza se essa saudação era para mim, eu parei e olhei para ele.


Ele piscou e balançou a cabeça. "Eu preciso intensificar meu jogo." Então ele voltou ao trabalho, ainda sorrindo. Ele estava falando sobre o que eu tinha dito a Patricia? Será que ela lhe disse? "Flerte durante a sua folga. Você tem pessoas para servir, e ele tem comida para cozinhar. Sem distrações, Rose." A voz dura do Capitão me assustou, e eu empurrei meu olhar para cima para vê-lo me encarando da porta da cozinha. Eu vinha trabalhando além de perfeitamente esta noite, próxima a excelência, inclusive, e este era o tratamento que ele me dava? Eu não estava flertando, muito obrigada, eu vim trabalhar! Por que ele não estava corrigindo Brad? Mordendo minha língua, eu encarei o seu olhar zangado com o meu próprio antes de sair por ele sem dizer uma palavra. "Rose," Capitão chamou com voz entrecortada. Eu queria continuar andando e ignorá-lo, mas chamei a atenção dos outros no corredor, que estavam agora nos assistindo. Eu respirei profundamente e parei para olhar para o meu chefe. "Sim, senhor?" Eu mordi fora. Seus olhos faiscaram um momento, e eu me perguntei o que tinha feito de errado para deixá-lo tão chateado. "Reconheça quando eu lhe der instruções." Sua voz era baixa, e o tom de alerta só me deixou mais irritada. "Você deve direcionar suas instruções para aqueles que precisam delas. Eu não fiz nada de errado." Eu tentei ocultar o ácido da minha voz, mas era difícil. "Eu disse que Brad é o melhor. Não quero sua cabeça em qualquer lugar alem da comida."


"Eu não estou distraindo-o. Eu estava apenas pegando a comida da minha mesa e levando para fora," Eu atirei de volta em defesa. "Então por que o foco dele estava em você quando ele deveria estar rebentando sua bunda na merda de um fogão? Não se faça de idiota comigo, Rose. Conheço mulheres, docinho. Conheço muito, muito bem." Era isso. O Capitão tinha me empurrado longe demais. "Eu vou terminar a noite, e então vou embora. Isso é o que você quer, depois de tudo. Eu não vou trabalhar aqui apenas para ser acusada de coisas que não fiz." Eu falei mais alto do que deveria, mas não me importei. Girei sobre os calcanhares e me afastei do homem mais irritante que eu cometi o erro de retornar à minha vida.

CAPITÃO

Merda. Fiquei olhando para Rose enquanto ela caminhava pela porta e entrava na sala de jantar. Ela estava certa. Era Brad quem estava flertando com ela. Eu os tinha observado durante toda a noite, e poderia dizer que, quando Patricia disse a ele que Rose tinha dito que eles eram apenas amigos, ele não tinha gostado. Imaginei que ele não pôde esperar para discutir isso com ela depois de fechar. O fogo em seus olhos, mesmo por trás daqueles óculos, me lembrou de Addy. Quando pressionada, Addy tinha o mesmo fogo. Essa mesma determinação. Meu peito doía. Sempre doía


quando me lembrava dela, e Rose me faziam lembrar todo o maldito tempo. As lembranças só foram piorando. Não havia nenhuma arma na minha mão, e nenhuma vingança nos meus planos agora. Eu tinha deixado essa vida para trás. E minha mente estava mais uma vez aberta para as partes boas da vida. As melhores parte. Mesmo que estivéssemos vivendo no inferno naquela casa com os meus pais, Addy tinha feito tudo perfeito. Ela tinha feito tudo valer a pena. Eu tinha pensado que estava salvando-a, mas foi ela quem me salvou. Ela tinha me dado um propósito. Ela tinha me mostrado o que era sentir amor verdadeiro. Então, depois de tudo o que ela tinha me dado, eu falhei com ela no final. Eu não a tinha salvado, depois de tudo. Me amar era o que a tinha matado. Encontrar Addy e eu juntos na cama tinha deixado minha mãe insana. Não tinha sido nossa primeira vez - Addy tinha me dado sua inocência meses antes, e tinha sido o momento mais bonito da minha vida. Nosso tempo juntos nos aproximou ainda mais, e forjou uma ligação que eu pensei que nunca poderia ser quebrada. De certa forma, eu tinha razão. A posse de Addy em mim ainda estava lá. Ainda forte. "Merda, parece perfeito lá fora. Não há necessidade de você estar aqui de cara feia." A voz de Major me tirou dos meus pensamentos. Concentrei-me no homem na minha frente e empurrei minhas memórias e meus problemas com Rose de lado. "Eu estou pronto para seguir em frente. Esta não é a minha coisa", eu disse simplesmente. Porque não era. Eu precisava de mais solidão. Major inclinou a cabeça e me estudou. "Você está dizendo que quer voltar? DeCarlo cagaria um tijolo, ele ficaria tão feliz." "Não. Disse que estava acabado com ele, e estou."


Major deu de ombros. "Entendi. Mas é emocionante. A emoção quando você começa. A caçada. Você não sente falta disso?" Ele poderia parecer como um jogador bem jovem que estava sempre pronto para uma boa risada, mas Major Colt era um cara fodido. Talvez não tão fodido quanto Cope, que eu não tinha certeza se ainda tinha uma alma, mas pelo menos você sabia o que esperar com Cope. Major podia enganar. Mesmo sua própria família. O que ele fez, diga-se de passagem, e de forma brilhante. Olhei em volta, me certificando que ainda estávamos sozinhos antes de responder. "Eu fazia isso para sobreviver, não porque gostava. Eu estava buscando algo que nunca realmente encontrei." Major sorriu. "Então você está dizendo que eu sou um porra doente." "Sim", eu disse. Major riu. "Não, eu penas gosto do jogo." Acontece que vida não era um jogo. Era um presente. E escolher tomar esse presente de outra pessoa não era fácil. O que nós fizemos nunca foi certo. Não significava que eu iria mudá-lo, porem. Toda vez que eu puxei o gatilho, eu sabia os custos. Eu sabia o que significava. E embora eu não fosse Deus, e escolher quem tem que viver ou morrer não fosse o meu trabalho, eu o fiz de qualquer maneira. Corrigi alguma merda errada no mundo, esperando a cada vez que eu estivesse salvando alguém como Addy. "Por que você ainda está aqui? Trabalho deve ser feito", disse eu, passando por Major e andando em direção à porta. "É complicado. Isso não é entrar e atirar. DeCarlo quer algumas respostas primeiro. Sorte minha, eu tenho que foder


com uma gata quente para obter essas respostas. Deus, eu amo este trabalho." Parei na porta. "Eu vou sair daqui em breve. Mas eu quero você fora, e o trabalho de DeCarlo feito antes de eu ir. Não quero essa merda perto da minha irmã e sua família. Esqueça a buceta e se concentre na tarefa." Eu não esperei por sua resposta antes de abrir a porta para voltar para a sala de jantar. "Você acha que Mase disse a Reese sobre o que DeCarlo fez?" Major perguntou em voz baixa. Fiz uma pausa. Eu me perguntava o mesmo. Ela foi uma das razões pelas quais eu tinha ido ao Texas antes de vir para Rosemary Beach. Eu não falei novamente com Reese agora que o meu trabalho para ela estava feito, mas com Mase eu conversei de vez em quando. Matar o homem que havia molestado e abusado de Reese quando ela era criança tinha sido um dos meus maiores momentos de sucesso. Ele arruinou a vida de uma jovem mulher com sua doença. Eu teria feito qualquer coisa para me certificar de que ele nunca tocasse outra garota. DeCarlo era seu verdadeiro pai, e queria a morte do homem mais do que ninguém. Sua filha tinha sido uma lutadora. Ela tinha atravessado um inferno e, em seguida, caminhado diretamente para os braços de Mase Colt Manning. Um cara que iria valorizala e amá-la para o resto de sua vida. Ela tinha sido uma das sortudas. "Não. Eu acho que se ele tivesse dito a ela, DeCarlo saberia." Major assentiu. "Sim." Eu não esperei por mais, e fui verificar a sala de jantar. Eu precisava que esta noite fosse um sucesso, para que eu pudesse sair e descobrir o resto da minha vida.


Arthur estava feliz. Os clientes estavam felizes. E eu estava contente que a porra toda tinha acabado. Logo este lugar seria entregue ao filho do amigo de Arthur, Jamieson Tynes. Tudo que eu tinha que fazer era treiná-lo ao longo das próximas semanas e, em seguida, deixar que ele se virasse sozinho. Era bem depois da meia-noite, antes de trancar meu escritório e me dirigir para a saída. O pensamento de deitar na minha cama nunca pareceu tão bom. O dia de hoje tinha começado antes do amanhecer, e não tinha abrandado nenhuma vez. "Capitão," Elle chamou, e eu empurrei meu olhar para vê-la de pé do lado de fora da sala de jantar. Eu estava fazendo o meu melhor para ficar bem longe dela. "Sim", eu respondi em tom de brincadeira. Eu não queria qualquer drama com ela. Especialmente não esta noite. "Podemos conversar?" "Não." "Sério, é assim que vai ser? Dormimos juntos por semanas. Nós estávamos num relacionamento. Você não pode simplesmente desligar emoções como essas." Eu parei e deixei que ela reconhecesse meu olhar irritado. "Eu não tenho emoções, Elle. Eu lhe disse no início, assim como repeti ao longo do caminho, que eu era o tipo de cara apenas para foder. Nada mais."


"Por quem você está apaixonado, então? Huh? Onde ela está?” Elle levantou a voz e deu um passo em minha direção. "Se ela é tão malditamente maravilhosa, por que ela não está aqui lutando por você? Porque eu estou aqui, e eu te amo. Ela não o faz, ou estaria aqui." A emoção que eu não sentia por Elle foi superada pela emoção que sempre vinha à tona com qualquer menção à menina que eu amava. A quem pertencia o meu coração, de uma forma que ninguém mais o teria. "Ela não era nada como você. Ela era pura e gentil. Ela era altruísta, e quando sorria, o mundo se iluminava. Ela era minha melhor amiga. Minha razão para me levantar de manhã. Isso é quem diabos ela era. Ninguém vai competir com isso. Nunca." Elle levantou as mãos como se eu fosse louco. "Você se ouve? Você está falando sobre ela no passado. Ela se foi. E você sabe disso. Supere! Ela obviamente o fez." Eu a odiava naquele momento. Eu odiava sua voz. Eu odiava o jeito que ela parecia. Eu odiava o ar que ela respirava. Eu queria que ela calasse a boca. Meu corpo ficou tenso de fúria, e eu tive que lutar contra o desejo de enterrar meu punho na parede. E eu não sequer podia rugir de raiva para ela sair da minha vista. Eu não podia perder minha calma aqui. Não agora. Toda a aversão e o ódio que sentia por ela estava contido no brilho do olhar que dirigi a ela. Ela iria vê-lo, e se fosse tão inteligente quanto eu achava, nunca chegaria perto de mim novamente. "Ela está morta." Dizer essas palavras nunca foi fácil. Eu queria falar qualquer outra merda. Qualquer coisa, alem de admitir isso em voz alta.


Eu não esperei pela resposta dela, mas a cor pálida de seu rosto me disse que ela tinha entendido o recado. Deixei-a para trás e fui para o meu único refúgio seguro: meu barco.

ONZE ANOS ATRÁS Minha mãe estava cantando na cozinha. Isso nunca era um bom sinal. Eu parei na porta e coloquei minha mão protetoramente na frente de Addy. Era um reflexo. Como se minha mãe fosse nos ouvir e vir correndo como uma louca para atacá-la. Eu sabia que isso não iria acontecer, mas também estava me preparando para o que poderia significar. Minha mãe cantando significava que ela estava feliz, o que normalmente significava que ela achava que meu pai estaria em casa cedo para jantar. Meu pai nunca voltava para casa para o jantar. Ele não voltou em mais de quatro anos, desde que começou a dormir com sua secretária. Mesmo agora que ele teve um filho com outra mulher e passavaa a maior parte de suas noites com sua outra família, minha mãe ainda fingia que não era o caso. Avistei a garrafa vazia de tequila na mesa de café e olhei para Addy, que estava olhando para ela, também. Este era definitivamente outro mau sinal. Minha mãe louca era uma coisa. Minha mãe louca e bêbada era outra. "Vá para o seu quarto e tranque a porta", eu sussurrei para ela.


Ela olhou para mim com aqueles grandes olhos. Havia medo lá, mas havia também determinação. Ela balançou a cabeça. "Eu não vou deixá-lo sozinho com ela. Se eu me trancar, você sabe que ela vai vir atrás de mim, e você vai lutar contra ela, e ela vai bater em você. " Eu era mais alto do que a minha mãe agora, e mais forte. Bater em mim não doía. Mas ela bater em Addy poderia quebrála. Eu não ia deixar isso acontecer novamente. Quando eu tinha cometido o erro de ficar depois da escola para treinar com a equipe de basquete, Addy tinha voltado para casa, e minha mãe bêbada deu-lhe um pulso quebrado. Eu ainda não tinha me perdoado por isso. "Não me machuca quando ela me bate. E eu não vou deixar que ela te machuque", eu disse calmamente. Eu não queria que ela nos ouvisse. Eu queria Addy trancada em segurança primeiro. Ela finalmente suspirou em derrota e acenou com a cabeça. "Está bem, mas se ela começar a atacá-lo, eu vou sair." "Não, Addy. Por favor. Por mim, fique lá. Eu vou me defender se tiver que fazer." Eu não queria magoar minha mãe. Eu a odiava por como ela tratava Addy. Eu a odiava porque ela não podia ser normal, ela não conseguia ser mãe. Mas eu não queria machucá-la fisicamente. Eu só queria nos tirar desse inferno. Eu também sabia que se a ferisse, ela me faria pagar enviando Addy para longe. Sem mim, Addy não teria ninguém para protegê-la da próxima vez. Eu tinha que mantê-la segura. "Eu te amo", ela sussurrou para mim, os olhos cheios de lágrimas não derramadas. Nós estávamos dizendo isso por um tempo agora, embora eu achasse que isso significava algo diferente para ela. Eu estava apaixonado por Addy, mas ela não olhava para mim da mesma


maneira que eu olhava para ela. Ela nunca flertou ou tentou chamar minha atenção como outras meninas fizeram. Eu não pude evitar meus próprios sentimentos, no entanto. Em algum lugar ao longo do caminho, ela passou de minha melhor amiga para a pessoa que eu queria estar para sempre. Nós éramos jovens, mas a merda com a qual eu tinha lidado me fez crescer rápido. Tinha feito isso para nós dois. Eu sabia o que sentia. Addy me possuía. Ela simplesmente não percebia isso. "Eu também te amo", eu respondi, então balancei a cabeça em direção aos degraus que levavam aos nossos quartos. "Agora vá. Eu vou lidar com ela. Você fique trancada lá dentro." Addy me deu um último olhar suplicante, mas eu apontei para as escadas, firme na minha decisão. Finalmente ela se virou e calmamente fez seu caminho para o quarto que tinha sido uma vez um pequeno escritório para o meu pai. Tínhamos um quarto de hóspedes onde Addy poderia ter sido colocada, mas minha mãe a tinha movido para o menor quarto na casa. Muitas vezes me perguntei se era porque era o cômodo mais distante do meu. Com a porta fechada e trancada atrás dela, eu fiz o meu caminho para a cozinha, para enfrentar minha mãe bêbada e louca. O cabelo da minha mãe estava lavado e recém-penteado. Ela estava usando um vestido e um par de saltos enquanto mexia alguma coisa no fogão. Havia uma garrafa de tequila no bar à esquerda, e um copo de vinho ao lado, cheio de licor. Ela estava cantando uma velha canção, que dizia ser a música do meu pai. Eu sabia que esta noite ia ser ruim. "O que você está cozinhando?" Perguntei, esperando que distraí-la da ausência de Addy fosse funcionar. Anunciar que eu estava em casa apenas a fazia lembrar de Addy e, ultimamente, ela odiava Addy mais e mais.


Ela se virou. O rímel preto escorrendo pelo seu rosto muito maquiado não foi surpreendente. Quando bebia tequila, ela geralmente chorava. Muito. "Bolinhos de frango. O bebê ama frango e bolinhos", disse ela, sorrindo. Merda. Ela estava de volta à coisa do bebê novamente. Desde que o pai teve um bebê com a secretária, mamãe às vezes fingia que ela e meu pai tinham tido um bebê, também. Era cansativo pra caralho. Eu já tinha contado tudo isso ao meu pai, e lhe pedido para que tirasse Addy e eu de casa e conseguisse alguma ajuda para mamãe, mas ele sempre me ignorava. Ele não acreditava que fosse tão ruim. No entanto, ele nunca voltou para casa para ver o quão louca sua esposa tinha se tornado. Tudo o que ele fazia era pagar as contas e manter o dinheiro na conta da mamãe. "Eu tenho dever de casa. Vou deixá-la com ele. Você e o bebê desfrutem dos bolinhos de frango", disse eu. Se eu jogasse junto, ela geralmente mantinha a calma. Era quando eu tentava falar a verdade que ela perdia sua merda. "Nós vamos. E você virá comer alguma com a gente quando o pai chegar em casa", ela gritou atrás de mim. "Sim, claro." Em seguida, o choro começou, e eu congelei. Merda. Isso nunca terminava bem.

ROSE Eu não era uma desistente, mas eu lancei o desafio ontem à noite em meu momento de raiva, e agora tinha mantê-lo. Logo, eu


tinha que encontrar outro emprego. Chegando no restaurante, eu me virei e olhei para Franny. Eu tinha que levá-la para sua consulta no dentista hoje, por isso ela estava comigo. "Você fica aqui. Tranque as portas. Eu estarei de volta num minuto", eu disse a ela antes de sair. "Eu gostaria de poder entrar e vê-lo", disse ela, estudando a parte de fora do lugar. Realmente, era um belo edifício. Arthur Stout não poupado custos, isso era certo. "Eu sei, e eu sinto muito. Mas não é um bom momento", eu expliquei. Eu não queria dizer a ela que estava saindo. Ainda não. Eu precisava encontrar outro trabalho primeiro. Minha menina poderia ser uma pessoa preocupada. Fechei a porta e esperei até que ela trancasse, em seguida, me dirigi para a entrada. Eu precisava entregar minha carta de demissão. Eu sabia que eu não iria receber uma boa referência dele, de qualquer maneira, mas ainda queria fazer tudo corretamente. "Pensei que você tinha se demitido," Capitão falou, e eu me virei para vê-lo saindo de sua caminhonete. Eu não o tinha visto estacionando lá, mas eu certamente estava focada na minha tarefa para reparar nos arredores. Eu levantei minha carta de demissão. "Eu fiz. Só vim aqui para lhe dar isso." Mantive minha coluna reta. Ele não tinha ideia das esperanças e sonhos que tinha quebrado. Não só minhas, mas principalmente de Franny. Ela nunca conheceria seu pai agora, porque eu não confiava nele para ser o homem que ela precisava. Eu não podia ver sua expressão por trás de seus óculos de sol, mas neste momento, eu não me importava. Eu sabia quão cínico e frio ele era. Ele provavelmente jogaria o papel no lixo logo


que entrasse no restaurante, e nunca iria pensar em mim novamente. "Você tem certeza que quer fazer isso?", Ele perguntou, me surpreendendo. Fiz uma pausa. Por que ele estava perguntando isso agora? Ele tinha ficado com raiva de mim na noite passada, e por algo que eu não tinha feito. "Você não é um chefe justo. Você não gosta de mim, e eu não sei nem mesmo por que. Eu trabalho duro, e tento o meu melhor para ser tão profissional quanto posso. Mas na noite passada você estava..." "Errado", ele terminou por mim. "Eu estava errado." Fechei minha boca, em seguida, a abri novamente, antes de fechá-la mais uma vez. Eu não sabia o que dizer sobre isso. Eu já tinha visto este lado do Capitão antes, quando ele pediu desculpas sobre ter sido rude comigo quando Franny estava doente. Mas eu não o tinha visto assim desde então. "Ouça, Rose, eu não vou ficar aqui por muito mais tempo. O local está aberto agora, e eu vou treinar o novo gerente nas próximas semanas. Não temos qualquer amizade entre nós, mas você é uma boa funcionária. O lugar precisa de você. Só porque nós não... trabalhamos bem em conjunto, isso não significa que você não possa trabalhar com o novo cara. Fique. Dê-lhe uma chance." Ele estava saindo? O quê? "Para onde você está indo?", Perguntei, ignorando completamente o fato de que ele tinha acabado de me pedir para ficar. Ele deu de ombros. "Ainda não sei. Apenas não aqui." Não deveria importar. Mas, de alguma forma, importava. Eu não poderia mudar o fato de que eu gostaria de saber que River estava a salvo e bem. Eu tinha vivido dez anos sem saber onde


ele estava, e durante todos esses dias eu me preocupei e torci para que ele estivesse feliz. Saber que ele tinha se tornado esse homem, que era tão diferente do garoto que eu tinha amado, era difícil, mas pelo menos eu sabia onde ele estava. Que ele tinha família aqui. Eu queria ter essa paz. Se ele saísse, eu perderia isso de novo. E só porque o meu River se tornou Capitão, não mudava o fato de que eu me importava. Eu sempre me importaria, porque eu sempre amarei River. Ele era uma parte de mim. "Você está realmente chateada com isso, Rose. Alguma razão especial?" Capitão falou lentamente, como se estivesse se divertindo. Obriguei-me a sair dessa e balançar a cabeça em negativa. Não havia nenhuma maneira que eu pudesse explicar minhas preocupações para ele. Mesmo se eu tentasse, havia uma boa chance de ele me odiar por tê-lo deixado sem uma explicação todos esses anos atrás. Se ele rejeitasse Franny então, bem, eu não poderia lidar com isso. Então eu não disse nada. "Mamãe, eu preciso usar o banheiro," a voz de Franny chamou, e me afastei do Capitão para olhar para minha filha. Ela tinha saído do carro, e estava olhando para mim com um olhar sincero de desculpas. "Ok, sim." Eu me virei de volta para o Capitão, mas ele não estava olhando para mim. Seu foco estava em Franny. "Eu preciso levá-la para dentro para usar o banheiro. Está bem?", Perguntei. Ele não respondeu. Em vez disso, ele ficou ali congelado. Eu não tinha certeza de que ele estava respirando. Nem um músculo de seu corpo se movia. Seu foco estava trancado em Franny.


Ela arrastou os pés e nos observou. O pequeno sorriso em seus lábios quando ela encontrou meu olhar me bateu forte. Oh, Deus. Eu não tinha pensado nisso. "Por favor", ela acrescentou, esperando minha resposta. Meu coração estava batendo contra o meu peito quando eu senti uma mistura de ansiedade e medo que fez minha pele formigar. Não era assim que deveria acontecer. Não na frente de Franny. Agora não. "Eu juro que eu não estou fazendo isso apenas para ver o lado de dentro," Franny acrescentou, quando começou a caminhar na minha direção. "Quer dizer, eu quero vê-lo, mas eu realmente preciso ir no banheiro." Seus cachos loiros, assim como os meus próprios cabelos naturais, saltaram enquanto ela andava, e seu sorriso parecia quase idêntico ao meu. Seus olhos azuis dançaram, e tudo o que eu podia fazer era esperar que ele não pudesse perceber as semelhanças. Voltando-me para ele eu pude ver, mesmo através dos óculos de sol que ele usava, que ele estava seguindo cada movimento de Franny. Esta não era a maneira que um homem reagia ao ver uma menina de nove anos de idade. Ele sabia. Ele via sua menina Addy nela. A mão de Franny se envolveu em torno da minha e apertou. Ela sorriu para o homem que silenciosamente a encarava. "Oi. Sou Franny. Você trabalha com a mamãe, como o Brad?", perguntou ela inocentemente. Houve um estremecimento com a menção de Brad, e seu olhar finalmente se mudou de Franny para mim. Eu me senti exposta. Eu precisava encobrir e esconder. Ele estava vendo


muito, e eu não tinha certeza se juntaria as pontas soltas. Eu queria que ele descobrisse? "Quem é você?" Ele finalmente falou, sua voz rouca. "Eu sou Ann Frances, mas todos me chamam de Franny. Quem é você?" A inocência em sua resposta fez meus olhos arderem e meu estômago apertar. Não era assim que deveria acontecer. Assim não. Apertei a mão de Franny. "Vá por aquelas portas ali, e vire à direita. Você vai ver a placa do banheiro à sua esquerda." Ela assentiu com a cabeça antes de correr para dentro, para ver exatamente o que queria ver. Depois que ela se foi, eu me virei para olhar para o Capitão. "Quem é você, Rose?", Perguntou ele. Quem ele pensava que eu era? Se ele pudesse ver as semelhanças entre Franny e a menina que uma vez eu fui, então ele não poderia ver além da minha cor de cabelo, óculos e corpo adulto para me reconhecer, também? "Não sei o que você quer dizer", respondi com cuidado. Capitão respirou fundo e olhou em direção ao prédio. "Aquela é a sua filha?" "Sim." Ele moveu seu olhar de volta para o meu. "Então, quem é você?" Eu não estava dando isso a ele. "Você tem todas as minhas informações num arquivo", eu o lembrei. Ele tirou os óculos de sol, e seus olhos se estreitaram ligeiramente quando ele me estudou. Eu tentei não prender a


respiração, mas não consegui evitar. que queria que ele me reconhecesse. sabia que ele não era mais o meu escondida. Não apenas por causa de mim mesma.

Havia uma parte de mim Mas a parte de mim que River queria permanecer Franny, mas também por

River queria me proteger, mas este homem... Eu não tinha certeza de como eu iria sobreviver a ele. Ele tinha o poder de me quebrar de uma forma que eu não iria ser capaz de me recuperar. "Tire os óculos." As palavras do Capitão soaram como uma ordem, embora sua voz fosse apenas um sussurro. Olhei para ele. Desta vez, eu estava congelada. Será que ele me veria agora? Era isso? Se eu tirasse os óculos, tudo estava acabado. Ele saberia mas, e depois? Será que eu poderia apenas apostar que ele ia aceitar Franny? Aceitar que eu estive escondendo minha identidade durante todos esses anos? "Este lugar é tão legal!" A voz animada de Franny chamou. Eu não poderia ter ficado mais aliviada ao vê-la. Desviando seu olhar intenso, me dirigi para a minha filha, esperando o sorriso que eu tinha colado no meu rosto fosse o suficiente para ela entrar no carro sem dúvidas. "Nós estamos atrasadas para o dentista. Precisamos ir," eu disse a ela, tão calmamente quanto poderia controlar. Eu mal podia conter a ponta de pânico na minha voz. "Eu odeio o dentista," Franny resmungou, e sua excitação de repente desapareceu enquanto ela se lembrava de onde estávamos indo. "Mas você quer manter seus dentes", eu a lembrei, como sempre fazia. Eu estava mais do que ciente do conjunto de olhos seguindo cada movimento nosso, mas, embora o calor do seu olhar pudesse ser sentido contra cada parte do meu corpo, eu


não olhei para trás. Eu continuei andando até o carro, rezando para que ele nos deixasse ir. Franny se virou e acenou para ele, e eu fechei os olhos com força, desejando que minha filha não fosse tão malditamente amigável, às vezes. Ela voltou para o carro, e eu fiz o mesmo. Minha oração foi atendida. Ele nos deixou ir.

CAPITÃO Fui direto para os arquivos de funcionários e tirei a pasta de Rose Henderson. Eu li suas informações pessoais, seus empregos anteriores e seu endereço. Ela recebeu um GED. Não havia menção de faculdade em seu arquivo. Ela vinha trabalhando desde que tinha dezoito anos, e tinha excelentes referências de todos os seus ex-empregadores. Especialmente da escola primária em Oklahoma, onde ela tinha recentemente trabalhado como secretária. Mas isso era tudo mentira. Puxando meu celular do meu bolso, eu disquei o numero da linha privada de Benedetto DeCarlo. "Cap" foi sua única saudação. "Eu preciso de informações sobre alguém, o mais rápido possível", eu disse a ele. "Está bem. Quem?"


"Seu nome é Rose Henderson. Eu vou digitalizar seu arquivo e enviá-lo para você agora. Preciso de tudo que você puder encontrar". "Eu vou colocar meus homens nisso", respondeu ele. "Não seus homens, você. Eu quero que só você verifique sobre este assunto. Ninguém mais." DeCarlo ficou quieto um momento. "Vai me dizer por quê?" "Eu acho que... Porra, eu acho..." O que eu achava? Aquela menina parecia com Addy, mas o que isso significa? Addy tinha ido embora. Então, quem era Rose? "Acho que ela está conectada a ela." Eu sabia que ele ia entender. Havia apenas uma ela em minha vida. "Eu vou conseguir sua informação dentro das próximas horas", disse ele antes de desligar. Uma vez que eu digitalizei o arquivo e o enviei para DeCarlo, me afundei em minha cadeira e fiquei olhando para a papelada em minhas mãos. Então, muitas semelhanças. Eu estava me agarrando em algo por desespero? Sim, Rose tinha a risada de Addy, e quando ela sorria, às vezes, eu sentia como se tivesse levado um chute no estômago. Essas poderiam ter sido simples coincidências, mas sua filha parecia com Addy. A menina se parecia tanto com Addy que eu não tinha sido capaz de falar em primeiro lugar. Ela era mais jovem do que a Addy que eu conheci, mas ainda se parecia tanto com ela. Tinha sido difícil respirar. O olhar no rosto de Rose tinha gritado que ela estava escondendo alguma coisa. Inferno, ela praticamente fugiu de mim. Havia algo sobre isso. Eu sabia que havia. Eu não estava engolindo essa merda. Quem diabos era Rose Henderson?


Eu não era bom em esperar. Eu tinha memorizado cada palavra da ficha de Rose. Eu tinha repassado mentalmente todas as conversas que já tive com ela. Meus sonhos noturnos sobre Addy tinham retornado depois da primeira vez que eu ouvi a risada de Rose. Em seguida, descobri que sua filha parecia um clone de Addy. Havia uma ligação. Tinha que haver uma porra de conexão. Ninguém aqui conhecia Rose. Exceto, possivelmente, Brad. Eu estava irracionalmente zangado com ele no momento, porque ele estava perto de alguém que estava de alguma forma ligada a Addy. Não fazia sentido, mas eu não gostei. Eu o queria longe dela. Mas agora, eu queria saber o que ele sabia sobre Rose. Talvez ela tivesse dito algo a ele que poderia ser uma pista. Fui direto para a cozinha, sabendo que ele estava trabalhando lá. No momento em que a porta se abriu, Brad olhou para mim. "Nós precisamos conversar", eu disse, antes que ele pudesse começar a me contar sobre uma nova entrada que ele queria experimentar ou o quão bem estava fazendo outra. O homem sempre falava sobre comida. "Ok", ele disse com o rosto franzido enquanto pousava a faca e limpava as mãos na toalha pendurada na cintura da calça jeans. "É sobre Rose. Você pode me encontrar no meu escritório?" Eu não queria que ninguém ouvisse.


Os olhos de Brad saíram piscaram ligeiramente, e ele concordou. "Certo. Ela está bem?" "Sim", eu respondi num tom cortante. Eu então voltei para o meu escritório, com Brad me seguindo. Depois que ele fechou a porta, eu não o esperei perguntar mais nada. Este era o meu tempo para perguntas. "De onde Rose é? Será que ela já mencionou?" A carranca de Brad aprofundou ainda mais e, em seguida, ele balançou a cabeça. "Não", disse ele. "Ela nunca falou sobre qualquer família além de sua filha?" "Ela não tem família. Ela foi uma criança adotiva.” Ele disse essas palavras como se fosse um fato simples. O impacto delas, no entanto, me deixou engasgado sobre esse algo no qual eu não queria acreditar. "Criança adotada", eu repeti, mas não era uma pergunta. "Sim. Ela disse que deixou o sistema quando tinha dezesseis anos, por causa de uma situação ruim. Não falou sobre qualquer outra coisa, no entanto. Ela mudou de assunto muito rápido quando tentei falar sobre isso." Sentei na borda da minha mesa e agarrei os lados dela com as duas mãos, para evitar gritar de alívio, raiva ou... foda-se eu sabia o que estava acontecendo comigo agora. Isto não era real. Eu não podia acreditar nisso. "Ela fez algo errado? Ela é uma pessoa genuínamente boa, Capitão. Ótima mãe. E uma mãe solteira. Nunca foi casada." Eu queria ficar sozinho, para que eu pudesse ligar para DeCarlo. Mas eu tinha mais uma pergunta. "Quantos anos tem a filha dela?"


"Nove." Foda-me.

ADDY Quando chegamos em casa e eu vi que a caminhonete do Capitão não estava na garagem, eu sabia que não seria por muito tempo. Levei Franny para visitar a Sra. Baylor, e expliquei que gostaria de um tempo sozinha, me certificando que Franny pudesse ficar até eu ir busca-la. Sra. Baylor parecia preocupada, mas, considerando que eu estava lutando contra ansiedade, medo e incerteza tão ferozmente, esconder como eu me sentia dela era impossível. Ter Franny escondida e poder ficar sozinha até o Capitão aparecer era melhor. Eu tinha que decidir o que fazer a partir daqui. Capitão sabia alguma coisa. Ele ligou os pontos. Era muito provável que ele tenha me reconhecido, e me odiasse tanto que tivesse me deixado sair. Mas eu conhecia o suficiente sobre o homem que ele se tornou para saber que ele ia querer mais respostas. Eu esperava suas perguntas o mais cedo possível. E não demorou sequer uma hora depois que eu cheguei em casa para sua caminhonete parar na calçada. Quando ouvi a trituração de conchas sob os pneus eu soube, sem olhar, que era ele. Esperei na mesa da cozinha enquanto ele fez o seu caminho até a porta.


Seus passos pararam, e ele esperou um momento antes de bater. Era isso. Hora da verdade. Eu teria que lidar com as consequências, e manter Franny protegida ao máximo. Levantando-me, eu respirei fundo e tentei acalmar meu coração. Em seguida, tirei os óculos e os coloquei sobre a mesa. Não havia nenhum ponto em usá-los agora. Quando eu cheguei aqui, eu sabia que esse dia chegaria. Eu tinha me preparado para ele várias vezes durante o ano passado. Mas percebi agora que nunca se pode realmente estar preparar para algo assim. O nosso passado certamente não era normal, mas o jeito que eu amei River Kipling também não era. Ele tinha sido minha âncora na tempestade, até que eu precisei ficar livre para salválo. E eu tinha feito exatamente isso. Porque eu o amava muito. Quando abri a porta, cada lembrança que eu tinha de River me inundou. Todo bom momento, cada momento de mudança de vida, cada vez que ele me fez sentir segura. Eu devia ao rapaz as respostas às perguntas deste homem. Contar-lhe a verdade. Tudo.

ONZE ANOS ATRÁS Sentei-me enrolada na minha cama enquanto lágrimas silenciosamente deslizavam pelo meu rosto. Minhas estúpidas bochechas sardentas. Eu odiava ter sardas. Eu odiava ser baixa. Eu queria ser alta e bronzeada, como Delany O'Neil. Então talvez River olhasse para mim do jeito que olhava para ela.


Eu apertei meus olhos bem fechados, tentando esquecer a imagem que eu sabia que ficaria gravada eternamente na minha cabeça a partir de hoje. River deveria estar esperando por mim, para irmos para casa, mas ele não estava lá quando eu cheguei. Achei que, já que eu tinha saído da aula mais cedo, eu poderia ir encontrá-lo em seu caminho. Eu queria contar a ele que eu tinha passado no teste de história para o qual ele me ajudou a estudar. Não tinha sido difícil encontrá-lo. Ele tinha Delany O'Neil pressionada contra seu armário, e suas mãos estavam sobre os seios dela, e sua boca estava colada à dela. Eu mesma vi um vislumbre de língua, mas se era a dela ou a dele eu não tinha certeza. Era difícil ver qualquer coisa quando meu coração explodia em um milhão de pedaços no meu peito. Delany tinha as mãos emaranhadas nos cabelos ensolarados de River - cabelos que eu sempre quis tocar, mas que nunca encostei. A perna dela estava deslizando até seu quadril, e quando ele moveu uma mão para agarrar sua coxa, eu não pude mais lidar com a dor. Cobri minha boca para silenciar meu clamor, me virei e corri para casa. A casa estava vazia. Eu estava grata por não precisar me preocupar com uma surra ou castigo apenas por estar viva. Meu quarto era o único conforto que eu queria. Ficar trancada lá dentro, sozinha. Somente eu e meu desgosto. Eu sabia que River gostava de Delany. Eu o tinha visto observa-la quando ela passava. Ele era bonito, e era apenas uma questão de tempo antes que ela viesse atrás dele. Ele se apaixonaria por ela em seguida. Então iria querer sempre estar com ela, e eu seria deixada aqui sozinha. Pelo menos eu não teria que me preocupar com ele se machucando ou tendo que cuidar de sua mãe louca. Ele ia ter


uma pausa disso quando estivesse com Delany. Eu só precisava aprender a viver com essa nova realidade e sobreviver enquanto ele estivesse desaparecido. Não era ser como eu pudesse tê-lo por perto para me proteger para sempre, de qualquer maneira. A maçaneta virou, e eu pulei antes do barulho começar. "Addy, você está aí?" A voz de River estava em pânico. Eu não tinha dito a ele que estava voltando para casa sozinha, mas em minha defesa eu sinceramente pensei que ele ia se esquecer de mim com Delany agarrada a ele. "Sim", eu resmunguei, me encolhendo com o som da minha própria voz. "Merda, você está bem? Por que você voltou para casa sem mim? Será que ela te machucou? Foda-se, Addy, abra a porta." Ele estava preocupado comigo. Ele estava sempre preocupado comigo. Eu era o seu fardo, e eu odiava saber disso, ainda mais do que odiava minhas sardas. Eu funguei e limpei meu rosto, sabendo que ia estar vermelho e manchado. "Por favor, Addy. Abra", ele implorou. Levantei e fui até a porta, desejando não ter que enfrentá-lo. Eu ainda podia ver suas mãos em Delany, e sua língua em sua boca. Encolhendo-me de inveja e nojo, eu abri a porta. River se empurrou para dentro antes que eu pudesse abrir inteiramente a porta. "O que aconteceu?", Perguntou ele, cobrindo meu rosto e me estudando cuidadosamente para detectar quaisquer sinais de abuso. "Nada", eu murmurei, me afastando dele quando percebi onde aquelas mãos tinham estado recentemente. "Você vê, eu estou bem. Você pode ir" Eu apontei para a porta sem fazer contato visual com ele.


"Como diabos você está bem? Você nem sequer esta olhando para mim, e desde quando você me chuta para fora de seu quarto? Addy, algo aconteceu, e eu quero saber em quem diabos eu preciso bater." Ele estava sempre pronto para me salvar. A melhor amiga baixinha e sardenta, que aconteceu de também estar apaixonada por ele. "Ninguém. Não é o que você pensa. Eu estou apenas emocional”, admiti. Voltei para me sentar na minha cama. "Você nunca é emocional. Algo está errado. Conte-me." Ele não tinha percebido ainda que realmente não ia gostar de saber o que estava de errado. Ele pensava que queria saber o que tinha me deixado triste, mas ele realmente não queria saber. Como ele iria lidar com isso? Eu não era uma garota que ele poderia evitar. Eu morava em sua casa. E vivia diariamente no mesmo inferno que ele. "Você confiaria em mim se eu lhe dissesse que você não quer saber sobre isso, e que você não pode corrigir o que quer que seja?", Perguntei. Ele balançou a cabeça negativamente. "Eu quero saber o que te fez chorar, porque eu sei que posso, porra, corrigi-lo." Suspirando, eu abracei meus joelhos e baixei meu queixo sobre eles, desviando meu olhar do dele para olhar para a parede. Poderíamos fazer isso à noite toda. Ele não sairia até que eu contasse qual era o problema. Ele também saberia se eu tentasse mentir para ele, porque ele podia me ler muito bem. Em muitas maneiras, nós éramos semelhantes. Mas confessar meus sentimentos por ele ia nos ferir tanto. Ele era o meu melhor amigo, e se eu ia ter um pouco de tempo para me adaptar a isso, então ele também devia estar preparado. Eu duvidava que esta fosse seria última vez que eu iria me enrolar e chorar sobre ele e Delany. Ou alguma outra garota.


"Eu vi você com Delany," sussurrei. Assim que eu disse isso, desejei não ter feito. Eu esperava que ele não tivesse me ouvido. E quando ele não respondeu, eu pensei que talvez eu tivesse tido sorte, e que ele não tinha escutado minha admissão. Fechando os olhos com força, eu prendi a respiração. "É por isso que você está chorando?", Ele perguntou muito suavemente, em um tom que me disse que ele se importava. Isso só me fez sentir pior. Ele odiaria pensar que tinha me feito chorar. Eu tinha sido egoísta por lhe dizer algo assim. "Addy, fale comigo. É por isso que você deixou a escola sem mim, e por que você está chorando agora?" River tinha quinze anos. Ele era popular na escola, e embora não praticasse esportes (mais uma vez, por minha causa), as pessoas ainda o amavam. Seria realmente tão errado eu ter me apaixonado por ele, também? Sua mão tocou meu braço, e eu pulei, mas ainda não olhei para ele. Eu me sentia tão culpada. Era minha culpa que ele não praticava esportes, e agora eu estava o fazendo pensar que não podia ter encontros, ou eu choraria como um bebê. "Sinto muito. Basta me ignorar. Juro que nunca vou reagir desse jeito de novo", eu disse com tanta convicção quanto pude. Eu queria que ele acreditasse. "Responda, Addy. Você está chorando pelo que viu? Eu e Delany?" Estremeci, odiando ouvir o nome dela na sua voz. Mas ela era alta, bonita e popular. Eles combinavam. Eles se encaixam. River sentou ao meu lado, mantendo a mão no meu braço. "É isso aí. É por isso que você está chorando. Porque você me viu com Delany, e isso chateou você".


Ele não estava fazendo perguntas agora. Ele estava afirmando o que tinha entendido do meu silêncio. "Por que você se aborreceu?", Perguntou. Sua voz era um ruído surdo quando ele se aproximou de mim para seu polegar acariciar meu braço. "Você sempre falou comigo antes. Não pare agora. Eu preciso que você me diga, Addy. Por favor. Fale comigo." O apelo desesperado em sua voz foi a minha ruína. Eu o estava machucando, e ele não merecia isso. Eu virei meu olhar para o dele, lágrimas não derramadas. "Sinto muito. amigos, e eu sei que você faria qualquer qualquer coisa por você também. Então, quero te dizer porque não quero que você

e meus olhos tinham Eu... eu sei que somos coisa por mim. Eu faria isso é injusto, e eu não se sinta mal por mim."

River não se mexeu. Seus olhos me imploraram para continuar, então eu fiz. "Eu estava com ciúmes. Foi difícil de ver..." Eu engoli o caroço na minha garganta. "Eu não queria... Eu não quero..." Eu fechei os olhos. Eu não poderia dizer isso olhando para ele. "Eu não quero estragar a nossa amizade, mas eu estou apaixonada por você." Pronto. Eu tinha dito isso. Antes que eu pudesse pensar em outra coisa, as mãos de River estavam mais uma vez cobrindo meu rosto. Mas, desta vez, foi diferente. Houve uma intimidade que não estava presente quando ele me verificou a procura de contusões. "Olhe para mim, Addy." Lentamente eu abri os olhos e olhei para ele. Havia tanta emoção lá. Eu não era capaz de lê-lo e saber o que ele estava sentindo. "Eu estive apaixonado por você por um longo tempo. Eu só não sabia que você se sentia do mesmo jeito."


"O quê?", eu disse, confusa. Ele me deu um sorriso, em seguida, chegou mais perto. "Eu estou apaixonado por você. Você é tudo que me interessa." Franzindo a testa, eu olhei para baixo e tentei esconder meu rosto, mas ele se agarrou a mim com um firme e suave toque. "Eu vi você, com Delany." "Não, o que você viu foi eu sendo um cara. Eu não achava que você sentia mais do que amizade por mim, então quando Delany deu em cima de mim, eu aproveitei a oportunidade. Eu não a amo. Ela ama a si mesma o suficiente por nos dois. Ela foi apenas uma distração." "O quê?" Eu repeti. "Vocês... você tocou seus seios e sua coxa. Eu vi sua língua na boca dela". River se encolheu como se sentisse dor. "Eu odeio que você tenha visto isso. E eu nunca vou fazer algo assim de novo. Eu juro por Deus. Se você me ama, Addy, então eu sou seu. Eu tenho sido seu por anos."

CAPITÃO Ela não estava usando os óculos, e sem essas grandes lentes cobrindo seu rosto, eu podia ver seus olhos claramente. Olhos que tinham me assombrado por anos. Ela tinha mudado a cor do cabelo, mas era o rosto de Addy. Apenas a versão adulta. Como eu não tinha percebido antes? Porque eu não sabia que ela estava viva. Eu nunca olhei para Rose na esperança de ver Addy.


"Addy", eu disse, simplesmente precisando que ela confirmasse que eu não estava tendo alucinações e que tudo isso era real. Que ela era real. Ela se afastou da porta para que eu pudesse entrar. "River", ela respondeu simplesmente, e era a única resposta que eu precisava. Todas as perguntas que eu tinha formulado no meu caminho até aqui, quando eu ainda estava com medo de acreditar que Rose era Addy, desapareceram. Eu não conseguia formar palavras. A melhor coisa que eu consegui dizer foi "Como?" Addy fechou a porta uma vez que eu estava lá dentro, e se virou para olhar para mim. "Como o que? Como é que eu o encontrei?" Encontrou-me? Ela tinha procurado por mim? Fazia dez anos. Eu balancei minha cabeça. Sim, eu queria essa resposta também, mas em primeiro lugar... "Como você está viva?" Ela franziu a testa e me estudou por um momento, como se minha pergunta não fizesse sentido. Será que ela não achou que seria a primeira coisa que eu gostaria de saber? Porra, eu tinha acreditado que ela estava morta durante dez anos, inferno. Se eu tivesse alguma ideia de que ela estava viva, eu teria ido atrás dela. A encontrado. Eu tinha esse tipo de poder com DeCarlo. Encontra-la teria sido fácil, mas eu tinha visto o que minha mãe tinha feito para ela. "Eu não entendi sua pergunta. Eu saí sem dizer uma palavra porque estava te protegendo da sua mãe. De mim e do destino que você teria se eu ficasse. Eu nos salvei, realmente. Mas por que você achava que eu estava morta?" "Por que você saiu? Você sabia que não tinha que me salvar. Eu deveria mantê-la segura, Addy, e não o contrário. E eu pensei


que você estivesse morta porque minha mãe chegou em casa com uma arma nas mãos e sangue em suas roupas. Ela admitiu ter te matado e jogado seu corpo num lago, mas nunca quis revelar o local exato. Você nunca voltou para casa. Eu pensei que ela estivesse mentindo, mas você nunca mais voltou. Você nunca entrou em contato comigo. Eu fui até a polícia, e minha mãe foi presa e enviada para um hospital psiquiátrico, onde finalmente tirou sua própria vida. Foda-se, Addy, eu tive todo maldito corpo na água em um raio de cem milhas encontrado assim que tive dinheiro e poder para fazer isso. Eu queria que você fosse adequadamente enterrada." Meu coração estava batendo no meu peito enquanto eu deixava as memórias e a dor lavarem por mim. Vê-la aqui de pé era quase demais. "O sangue era meu," ela disse calmamente. Mas eu já sabia disso. Os policiais haviam confirmado. "Ela me pegou na escola naquele dia. Eu tinha pedido ao diretor para esperar e chamá-lo, mas ela estava em seu melhor comportamento, e explicou que não queria que você ficasse perturbado por causa da consulta no meu médico. Então eu fui, embora eu soubesse que não havia nenhuma consulta médica.” "Ela me levou para fora da cidade e estacionou na parte de trás de um estacionamento de uma estação de ônibus. Então ela me perguntou quantas vezes nós tínhamos tido relações sexuais. Eu não queria contar a ela. Aquele olhar louco estava em seus olhos, e eu sabia que se eu confirmasse, ela se perderia. Então, eu disse que tinha sido apenas uma vez. Ela me bateu no rosto, e meu lábio arrebentou. Então ela me perguntou de novo, e eu disse que foram três vezes. Ela me bateu novamente. Então ela me perguntou de novo. Isso se repetiu por cinco vezes, embora minha resposta permanecesse a mesma. Eu estava sangrando muito a esta altura, quando de repente ela empurrou dinheiro


para mim e me disse para entrar num ônibus e ir embora, e nunca mais voltar. Que eu poderia estar grávida do seu pirralho, e que ela não iria me deixar manchar o nome de vocês.’’ "Ela disse que o que tínhamos feito foi sujo, e que ela não acobertaria isso. Se eu não saísse, ela ia me mandar de volta para o sistema, e se eu estivesse grávida, eles levariam meu bebê para longe de mim. Minha menstruação estava atrasada. Eu não tinha contado nada a você porque não tinha certeza ainda se era realmente uma preocupação, mas ouvi-la dizer que eu ia acabar perdendo não só você, mas também meu bebê, foi o suficiente para me aterrorizar.’’ "Peguei o dinheiro e comecei a sair do carro quando ela agarrou meu braço e o torceu até que eu gritar. Em seguida, ela disse que se eu tentasse entrar em contato com você, ela nos mataria. Eu acreditei nela. Mas, quando eu pude me dar ao luxo de verificar as coisas um par de anos mais tarde, descobri que ela estava num hospital psiquiátrico. E então eu simplesmente não consegui encontrar River Kipling em qualquer lugar. Apesar disso, eu nunca parei de procurar". Porra. Sentei ali e ouvi as palavras de Addy, e nem uma vez a questionei. Minha mãe tinha sido uma louca, mas eu nunca pensei que ela deixaria Addy ir. Que ela tivesse medo dela, e que a tivesse mandado embora. Eu sempre pensei que sua insanidade tivesse tirado a vida de Addy. "Você tinha apenas dezesseis anos," eu sussurrei, com medo de ouvir como ela sobreviveu se Franny... se Franny fosse minha. Addy acenou com a cabeça, mas seu rosto ficou tenso. “Não foi fácil. Eu estava em um abrigo, recebendo uma refeição grátis, quando o cheiro de nabo me deixou enjoada. A esposa do ministro que estava ajudando a servir a comida imediatamente


veio para o meu lado e me ajudou a me limpar. Deborah Posey foi a minha salvadora. Ela descobriu que eu tinha dezesseis anos e que estava sozinha, e me levou para a casa dela. Ela me comprou o teste de gravidez que confirmou que eu estava grávida. Eu queria procurar você depois disso, mas o medo de perder você e o bebê... eu não podia fazer isso com qualquer um de vocês.” "Deborah me deixou ficar com sua família até que minha barriga começou a aparecer e não poderíamos mais esconder a gravides. Eles eram da Batista do Sul, e a congregação não aceitaria uma adolescente grávida vivendo na casa do ministro. Então ela me ajudou a conseguir um emprego em Oklahoma, onde sua irmã morava, e foi lá que eu fiz uma vida para Franny e eu". Odiar minha mãe tinha sido algo que eu tinha aceitado há muito tempo. Eu odiava meu pai ainda mais ferozmente, embora, porque ele nos havia deixado com ela. Ele não tinha ajudado. Mas agora, saber que Addy tinha passado por esse inferno me fez odiar a mulher que me deu a vida ainda mais. Tantas coisas poderiam ter acontecido com Addy. Tantas coisas ruins, quando eu não estava lá. "Ela é minha." Eu precisava dizer isso em voz alta. Eu sabia que Franny era minha, mas ouvir a confirmação de Addy tornava real. Ela apenas balançou a cabeça. Eu tinha uma filha. Mas a mulher na minha frente era uma estranha agora. A garota que eu tinha amado uma vez, e conhecido melhor do que ninguém, era agora distante e reservada. Ela era forte e independente. Ela não precisava mais de mim. Ela também não parecia gostar muito de mim. Éramos estranhos, e a pontada que veio com essa realização me cortou profundamente.


Quando eu não disse nada, Addy foi até a pequena sala de estar. "Por que não nos sentamos? Posso conseguir uma bebida." Eu não tinha saído do lugar onde eu estava. Addy estava muito mais calma sobre tudo. Mas então, ela tinha estado aqui me assistindo, sabendo quem eu era, há mais de um mês. Ela tinha tido tempo para se adaptar. Segui-a e sentei na primeira cadeira que vi, mas não conseguia parar de olhar para ela. Eu deveria ter percebido. No primeiro dia do caralho que ela entrou no restaurante. "Seu cabelo," eu disse, com mais acusação em minha voz do que o necessário. Mas caramba, ela havia se escondido de mim. Ela estava se escondendo, merda, bem na minha frente. Ela tocou o cabelo mais escuro e me deu um pequeno sorriso. "Eu não queria entrar em seu mundo como Addy. Eu precisava ter certeza de que o homem que você havia se tornado era alguém que eu queria que Franny conhecesse. Ela está perguntando sobre seu pai durante anos, e eu tenho procurado. Quando te encontrei, eu não queria trazê-la em sua vida até que soubesse que você iria aceitá-la, e que ela não iria se machucar." Tão chateado como eu estava, eu entendia. Ela era uma mãe amorosa, protetora. Algo que ela nunca tinha tido em sua própria vida. Algo que nenhum de nós tinha tido. O fato de que ela não tinha intencionalmente escondido minha filha de mim aliviou a raiva, mas eu ainda me senti roubado. Perder Addy tinha me enviado num caminho que tinha me moldado num homem que não era nada como o menino que a amava. Eu não era o cara que ela tinha deixado para trás. "Eu sou diferente. Já fiz coisas que me mudaram", eu disse, olhando para ela quando ela se sentou à minha frente.


Ela me deu um sorriso tenso e desviou o olhar. "Eu sei que você é diferente. Eu já vi isso." Essas palavras me fizeram sentir como se eu tivesse falhado. Eu tinha lutado para sobreviver. Ela não sabia nada do que eu tinha sofrido. Eu sabia que sua vida tinha sido difícil, mas a minha não tinha sido fácil, também. Não houve nenhuma mulher do ministro para me ajudar. Eu tinha matado homens. Eu tinha perdido a porra da minha alma, porque sua morte tinha me arruinado. "Eu quero conhecer minha filha." Eu não ia deixa-la afastar Franny de mim. Se ela não estava feliz com o homem que encontrou, eu entendia. Mas eu tinha o direito de conhecer minha filha. E estar envolvido em sua vida. Addy virou seu olhar de volta para mim. "Bom. Porque ela quer conhecer seu pai."

ONZE ANOS ATRÁS Bati uma vez na porta de Addy. Mamãe estava desmaiada de tão bêbada, mas eu ainda tive cuidado para não fazer barulho suficiente para perturbá-la. Eu queria que ela permanecesse desmaiada. Addy tinha ficado escondida em seu quarto, como eu disse a ela para ficar, durante toda a noite. Nós ainda não tínhamos chegado a falar sobre o dia. Além disso, eu só queria estar perto dela. Ela estava me deixando segurar a mão dela na


escola agora, e ontem à noite, ela me deixou abraçá-la até que adormecesse. Eu queria mais do que isso. A porta se abriu lentamente, e Addy me deu um sorriso tímido antes de se afastar e me deixar entrar. Estar perto dela, sabendo que eu podia tocá-la, me fez sentir um pouco fora de equilíbrio. Eu queria muito, mas eu não queria assusta-la. Eu não queria perder o que tinha conquistado. Meu coração sempre batia mais rápido quando estava perto dela. "Acabei de terminar minha lição de casa", disse ela, caminhando até a cama para guardar seus livros. Seu cabelo loiro caiu sobre seu ombro. Eu queria brincar com seu cabelo. Correr meus dedos por ele e observar os fios deslizarem sobre minha mão. "Você não precisa de ajuda com alguma coisa?", Perguntei. Ela colocou os livros na mesinha ao lado da cama e balançou a cabeça negativamente. "Não esta noite." Então ela sentou e deu um tapinha no local ao lado dela. "Você está pronto para fugir. O que está errado?" Merda. Eu estava estragando tudo porque não conseguia manter a calma perto dela. Minha imaginação estava ficando muito selvagem. Eu tinha que me controlar. "Eu estou bem. Só não tenho certeza se você quer ou não que eu fique esta noite." Deus, deixe que ela diga sim. Ela sorriu e baixou a cabeça. "Eu sempre quero que você fique", disse ela baixinho. Meu coração bateu contra minhas costelas, e eu respirei fundo. Calma. Eu tinha que ficar calmo, porra. Me aproximei para sentar ao lado dela. "Então, como foi a escola hoje?", perguntei, esperando não soar tão enrolado quanto me sentia.


Ela chegou mais perto de mim, e sua mão escorregou sobre a minha. "Foi bom. O mesmo de todos os outros dias." Eu virei minha mão, de forma que nossas palmas se tocassem, e enfiei os dedos através dos seus bem menores. Até mesmo sua pele pálida contra a minha pele bronzeada me excitava. Isso ia me matar. Eu a queria tanto... e eu tinha que parar de pensar sobre quão suave e doce a pele sob roupa seria. "River", disse ela, inclinando-se na minha direção. Respire. Eu tinha que se lembrar de respirar. "Sim?" "Por que você não me beija?" Eu bloqueei meu olhar com o dela. "O quê?" Suas bochechas ficaram rosa. "Por que você não me beija?" Ela repetiu. "Eu sei que você gosta de beijar meninas, mas você ainda não me beijou." A virilha da minha calça jeans ficou extremamente apertada quando eu olhei para ela toda inocente, com seu bonito rosto me pedindo para beijá-la. Como eu poderia ir devagar agora? Eu não tinha certeza se seria capaz de parar quando fosse preciso, ou como faria para impedir minhas mãos de irem a lugares que ela não estava preparada para ser tocada ainda. "Eu estava esperando até que você estivesse pronta", eu disse a ela honestamente. Ela lambeu os lábios, e a ponta de sua língua espiou para fora, me provocando. "Estou pronta." Este seria seu primeiro beijo, e o meu último primeiro beijo. Porque uma vez que eu fizesse isso, eu nunca tocaria qualquer outra pessoa novamente. Apenas Addy.


ADDY Então, muitas vezes ao longo dos últimos dez anos eu tinha imaginado este dia. Quando eu veria River novamente e explicarlhe-ia por que eu tinha fugido, e lhe contaria sobre Franny. Mas, tudo que eu tinha era a memória de River. Eu não conhecia o Capitão. O homem que ele havia se tornado era alguém com quem eu não me importava muito. Mas ele queria ser parte da vida de Franny, e ela merecia isso. Ele não era um homem mau. Ele só não era mais o cara que eu tinha conhecido. Então, novamente, eu não era mais a garota que ele tinha amado também. Era difícil de enfrentar, mas agora que eu estava aqui com River, e não meu chefe Capitão, eu tinha que lidar com isso. "Será que ela sabe que eu sou o pai dela? Ou que seu pai está nesta cidade?", Ele perguntou, me olhando de perto, como se estivesse tentando determinar se eu estava mentindo. Eu balancei minha cabeça. "Ela não tem ideia. Como eu disse, eu precisava ver quem você era agora, antes de dizer qualquer coisa a ela." Ele não gostou quando eu disse isso. Eu poderia dizer pela maneira como seus olhos apertaram, mas eu não estava aqui para fazer amizade com ele. Franny vinha primeiro. Ele precisava saber isso. "Quando podemos contar a ela?" Eu gostava que ele dissesse "nós", como se estivesse pronto para assumir um verdadeiro papel em sua vida. No entanto, eu


estava acostumada a ser a única responsável pelas decisões sobre ela, e uma parte de mim ainda não estava pronta para compartilhar. "Eu posso conversar com ela hoje à noite, mas preciso fazer isso sozinha. Quando ela entender que foi por isso que eu a trouxe aqui, e que eu queria esperar para apresentá-la a você, então nós podemos nos encontrar. Nós três." Ele assentiu. Eu estava feliz que ele não discutiu. Nós nos sentamos lá em silêncio, sem olhar um para o outro. Havia um abismo entre nós, que eu nunca tinha imaginado que existiria. Ele tinha sido meu companheiro de alma, o meu melhor amigo, e eu tinha mantido essa memória dele por todos esses anos. Doía saber que não éramos mais como antigamente, simplesmente porque eu sabia que precisava deixar nossa historia acabar. Olhando para longe de minhas mãos, eu lhe perguntei: "Por que eu não conseguia te encontrar, e por que você mudou seu nome?" Eu contei-lhe tudo, mas ele não tinha me dado nada. "Papai se divorciou da mamãe quando ela foi internada, e, em seguida, se casou com Carlotta, a secretária. Então eu fugi. Deixei a cidade e não olhei para trás. Conheci um homem que me deu um emprego e uma fuga. Uma maneira de lidar com meus demônios". Era isso? Ele não ia me contar nada mais do que isso? "O que você fez? Você mudou seu nome porque fugiu?" Ele balançou a cabeça e se levantou. "Eu mudei porque queria esquecer o que River Kipling tinha sofrido. Eu queria começar uma vida onde o passado pudesse ser esquecido." Era isso. Tudo o que ele ia dizer. Estendendo a mão, ele disse: "Me dê seu telefone. Vou salvar meu número nele."


Eu não questionei. Fiz o que ele pediu. Ele rapidamente acrescentou seu número nos meus contatos e entregou o telefone de volta para mim. De pé, eu esperei por mais, mas ele se virou e se dirigiu para a porta. Eu o assisti até que ele parou e se virou para olhar para mim. "Eu não vou aceitar sua carta de demissão. Eu fui um idiota na outra noite, e não serei novamente. Foi uma noite estressante, e Brad merecia a correção, não você. Vejo você amanhã à noite no trabalho. E fale com Franny. Eu já perdi bastante tempo com ela. Ligue assim que ela estiver pronta." Em seguida, ele abriu a porta e saiu, sem esperar pela minha resposta. Eu nunca teria imaginado que hoje à noite fosse terminar assim. Fui até a janela para ver o Capitão entrar em sua caminhonete e ir embora. Uma vez que ele se foi, eu fui pegar Franny na Sra. Baylor. Eu planejava manter Franny em casa no dia seguinte. Nós teríamos todo o tempo necessário falar sobre o Capitão. Eu sabia que ela teria dúvidas. Eu também sabia que ela gostaria de conhecer o Capitão oficialmente o mais cedo possível. Ela vinha esperando por um longo tempo para conhecer seu pai.

Eu comecei a fazer panquecas com gotas de chocolate, que eram as favoritas de Franny, e mandei uma mensagem para o Capitão.


Eu vou falar com Franny hoje. Ela vai querer vê-lo em breve. Me deixe saber quando você estiver disponível. Levou apenas alguns segundos para ele responder. Eu vou estar pronto quando ela estiver. Este era River. Eu não tinha mais acesso a ele, mas talvez, por Franny, ele seria o cara que uma vez eu conheci. O protetor que iria fazer ou ser o que ela precisava. Eu confiei nele. Eu só esperava não estar errada. "Isso são pedaços de chocolate?", Perguntou a voz sonolenta de Franny. Eu podia sentir a emoção em seu tom. "Sim, são," eu respondi, segurando o saco de batatas fritas. "Uhul! Eu vou pegar o leite", disse ela, correndo até a geladeira. "Boa ideia. Estão quase prontos." Franny se concentrou em não derramar o leite, e eu terminei as panquecas. Uma vez que tínhamos tudo na mesa, eu olhei para o relógio enquanto Franny encobria um bocejo e afundava numa cadeira. "Hoje nós vamos sair, só você e eu. Sem escola. O que você acha?" Eu disse, um pouco brilhante demais. Franny me estudou por um momento. "Será que vamos nos mudar de novo?", perguntou ela, com medo em sua voz. Eu balancei a cabeça negativamente e sorri. "Não, mas tenho algo sobre o qual quero falar com você. Uma coisa boa. Então, vamos comer, e depois podemos falar." Ela não pegou o garfo. "Que coisa boa?" Eu não deveria ter mencionado isso ainda. Ela era uma garota impaciente. Ela gostava de saber o final antes de ler um


livro ou assistir um filme. Era obvio que ela ia querer saber o tema da conversa antes que começássemos a conversar. "Você come primeiro, depois a gente conversa", eu respondi, antes de dar uma mordida no café da manhã. Franny olhou para suas panquecas e cedeu. Ela não podia resistir ao seu deleite favorito. Eu respirei um suspiro de alívio. Eu precisava de tempo para me concentrar e me preparar antes de contar a minha filha que ela tinha conhecido seu pai ontem.

CAPITÃO Eu não tinha dormido na noite passada. Quando eu voltei para o barco, peguei uma garrafa de uísque e tomei vários goles longos antes de bater meu punho contra uma parede. Então eu tinha arremessado uma cadeira e quebrado sua perna. Eu tinha me inclinado para trás e segurado a cabeça entre as mãos enquanto as emoções furiosas dentro de mim me destruíam. Addy está viva. Nós temos uma filha. Eu tinha perdido todos esses anos com as duas. Eu tinha matado homens, e perdido cada pedaço da minha alma fodida, exceto aquele que ainda mantinha o amor que eu sentia por essa menina. Uma garota que eu nem tinha certeza se ainda gostava de mim. Quem diabos poderia culpá-la? Eu tinha sido um idiota com ela. Eu tinha, porra, ficado irritado quando a filha dela, não, nossa filha, estava doente, e ela tinha tomado conta dela sozinha. Porra! Minha filha. Ela estava cuidando da minha filha, e eu a tinha feito se sentir como se


fosse um problema. O nó doente em meu estômago revirou enquanto eu me lembrava de todas as conversas que eu tive com ela desde que ela voltou para a minha vida. Olhar em seus olhos na noite passada tinha sido a minha ruína. Eu tive que dar o fora daquela casa o mais rapidamente possível. Conseguir um pouco de distância. Eu tinha estado tão perto de cair de joelhos e pedi-lhe que me perdoasse. O que poderia ter sido a melhor coisa que eu poderia ter feito, diga-se de passagem. Mas eu estava tão emocionalmente cru que não tinha certeza de que poderia ir muito alem de um pedido sincero de desculpas. Eu puxei meu telefone do meu bolso novamente para olhar para o texto simples que ela tinha enviado, apenas para que pudesse ver seu nome na minha tela. Addy. Meu peito se contraiu, e eu suspirei. Ela estava aqui. Isto era real. Eu tinha ficado acordado durante muitas noites imaginando como a nossa vida seria agora, se eu tivesse estado lá para protegê-la. Ela era a minha razão na vida para lutar. Cada batalha que eu lutei, cada erro ou acerto, tinha sido para ela. Mas para quê? Ela tinha se distanciado de mim. Eu a tinha decepcionado. Eu tinha matado o cara que ela conheceu. Este era eu agora. Era tudo o que tinha sobrado. E eu nunca seria o suficiente para ela. Ela merecia muito mais. Eu tinha saído em busca de justiça para outros, enquanto a única pessoa no mundo que eu deveria ter amado ou me preocupado estava lutando sobreviver. Eu não iria para o trabalho até Addy ligar. Eu não podia. Ficar de pé no meu barco, segurando meu telefone perto de mim, à espera de seu próximo texto, era tudo que eu poderia fazer.


ONZE ANOS ATRÁS Meus pais estavam gritando um com o outro durante mais de uma hora. Eu segurei Addy em meus braços enquanto estávamos deitados na cama, ouvindo em silêncio. Nós dois queríamos que meu pai fizesse alguma coisa, mas ele nunca o fez. Não nos impedia de ter esperança, no entanto. Quando a porta se fechou, os soluços da minha mãe ficaram mais altos, e eu pensei que iria iniciar a nossa parte da luta agora. Mas, em seguida, ela gritou e bateu a porta novamente quando foi atrás dele. Estávamos sozinhos agora. O silêncio na casa era absurdamente pacífico. "Você acha que ela deveria dirigir?" Addy sussurrou, embora ninguém estivesse em casa para nos ouvir. "Não, mas eu não posso impedi-la", respondi. Eu provavelmente poderia, mas isso significava trazê-la de volta para dentro da casa, e isso faria de Addy um alvo. Logo, eu não estava disposto a fazer isso. "Ele não vai voltar, não é?", Perguntou ela, e havia medo em sua voz. Nós dois sabíamos que, se isto chegasse ao tribunal, Addy seria retirada da nossa casa e enviada para outro lugar. Eu não iria deixar que a levassem de mim. Quem sabia em que tipo de situação ela ficaria em seguida? Pelo menos aqui ela me tinha. "Não, mas eu não vou deixar ninguém levá-la," eu assegurei.


Ela se aconchegou mais perto de mim, e inclinou a cabeça para cima para pressionar um beijo no meu queixo. "Eu te amo", disse ela baixinho. "Eu também te amo. Sempre", respondi. E eu queria dizer isso. Eu a amaria para sempre. "Promete?", perguntou ela. "Juro por Deus." Isso a fez sorrir, e eu adorava fazê-la sorrir. "Você vai dormir aqui comigo?" Minha resposta era sempre sim. "Sim. Não há nenhum outro lugar onde eu gostaria de estar." Ela moveu as mãos para espremer meus braços com força. "Beije-me, por favor." Mais uma vez, outro pedido que eu nunca recusaria. Seus lábios eram tão macios que me faziam querer ter cuidado com eles, mas ela sempre pressionava mais, aprofundando nosso beijo, até que eu me esquecia de tratá-la como se ela fosse quebrar. Suas mãos deslizaram até meu peito enquanto pegava punhados de minha camisa e arqueava o corpo contra mim. Moendo cada curva apertada contra mim. Seus seios brincavam comigo, porque eu não os tinha tocado ainda. Não de verdade. Mas Deus, eu queria, e do jeito que ela estava se esfregando contra mim, eu sabia que ela queria também. Ela estava pronta. Na escuridão de seu quarto, iluminado apenas pela luz da lua que entrava através de uma pequena janela acima de sua cômoda, estávamos encapsulados em nosso mundo seguro. O mundo que criamos para esquecer o mal que nos rodeava. Nós não pensávamos em nossos desejos como sentimentos errados.


Tínhamos visto o errado, e sabíamos que isso não era. A sensação era muito genuína. Nossos corações estavam se responsabilizando por isso. Eu tinha estado com meninas quando era só a luxúria. Portanto, eu sabia a diferença. Eu lentamente escorreguei uma mão sob sua blusa, e ela ficou imóvel, sua respiração pesada, enquanto eu avançava sobre o sutiã e seu seio direito. Ela estremeceu quando eu corri meu polegar sobre o mamilo empurrando contra o algodão desgastado. Eu precisava de mais. Puxando para baixo a frente do sutiã, eu libertei seus dois seios e movi minha outra mão, para que eu pudesse segurar os dois simultaneamente. Addy rolou de costas e soltou um pequeno gemido que fez meu pau idiota reagir. Seus olhos se fecharam e ela arqueou as costas, dando-me mais, e eu peguei. Meu sangue estava bombeando tão forte que eu podia ouvi-lo quando tirei sua blusa e a joguei no chão antes de tirar seu sutiã. Seus olhos se abriram, e ela olhou para mim com uma mistura de necessidade e incerteza. "Você é linda", eu disse a ela, inclinando-me para dar um beijo em seus lábios. Ela abriu a boca contra a minha facilmente, e colocou os braços em volta de mim. Seus mamilos duros e agora nus pressionaram em meu peito, e meu pau estremeceu novamente. Comecei um rastro de beijos por seu queixo em direção a seu pescoço e, em seguida, passei algum tempo em sua clavícula, antes de passar minhas mãos repetidamente em cada mama cremosa. Seus mamilos rosa pálidos, mais perfeitos do que qualquer coisa que eu já tinha visto, cresceram ainda mais quando minha boca se aproximou e eu puxei um em minha boca.


Addy gritou meu nome, e suas mãos foram para minha cabeça, segurando meu cabelo enquanto ela se contorcia debaixo de mim. Hoje à noite eu teria que parar por aqui, mas eu sabia que isso era apenas o começo. Eu estive apaixonado por Addy há um tempo agora, e ela tinha acabado de me dar um gosto de mais. Eu nunca iria querer ninguém além dela. Isto era o mais próximo ao céu que qualquer homem poderia chegar.

ADDY Franny olhou para mim sem dizer uma palavra. Eu estava preocupada que tivesse me apressado, ou que não tinha pensado o suficiente sobre isso, ou que ela estava chateada que eu tinha escondido isso dela desde que tínhamos chegado. "Assim... ele quer me conhecer, também, então?", ela perguntou, com os olhos com grande admiração. Este tinha sido seu único pedido por tanto tempo. Tê-lo finalmente concedido tinha que ser esmagador. Eu soltei a respiração que estava segurando quando percebi que seu silêncio não era porque ela estava com raiva; era porque ela estava ganhando algo que queria desesperadamente. "Sim, ele quer. Muito. Ele não tinha ideia de que você existia. Houve um mal-entendido que nos manteve longe, e me levou muito tempo para encontrá-lo. Mas ele está feliz que eu o achei. Ele quer conhecer você, também, e ser uma parte da sua vida."


Ela torceu o nariz. "Nossa vida, você quer dizer?" Não... não nossa. Apenas dela. Eu sabia disso a partir da nossa conversa de ontem à noite, e de observá-lo ao longo dos últimos meses. Ele não estava interessado em me conhecer. Eu não tinha qualquer apelo para ele agora. As pessoas que fomos uma vez já não existiam. Não de verdade, pelo menos. "Ele quer conhecer você, querida. Você é filha dele. Nós amamos muito um ao outro uma vez, e você foi concebida a partir desse amor. Mas nós crescemos e mudamos desde então. Nós não temos mais esses sentimentos." Franny assentiu como se entendesse, mas eu podia dizer pelo olhar em seu rosto que ela não entendia. De modo nenhum. Quando você tem nove, é difícil assimilar um monte de coisas. Especialmente coisas que até sua mãe tem dificuldades para entender. "Você vai estar lá quando eu o ver?" "Sim", eu assegurei a ela, e ela pareceu aliviada. "Ok, quando eu posso vê-lo?" Eu sabia que isso iria acontecer. Uma vez que ela decidia algo, ela o queria imediatamente. "Ele disse que estaria pronto quando você estivesse", eu respondi. Franny respirou fundo e acenou com a cabeça. "Estou pronta." Era isso. Todos esses anos querendo saber, e isso era tudo. River estaria na vida de sua filha. Eu quis isso por tanto tempo. Franny merecia. "Ok." Eu peguei meu telefone e mandei uma mensagem para o Capitão. Ela está pronta para vê-lo. Nem mesmo trinta segundos depois a resposta chegou.


Você quer que eu vá aí, ou seria mais fácil para ela se nos encontrassemos para tomar um sorvete ou algo assim? Eu olhei para Franny, que estava me observando e mordendo o lábio inferior nervosamente. Sorvete seria bom, eu acho. Ele respondeu imediatamente. Encontre-me no Shack Sugar quando estiver pronta. Eu estarei esperando. Isto foi tão rápido. Ele tinha acabado de ver Franny ontem, e foi um acidente total. Agora ele iria conhecê-la e se tornar oficialmente uma parte de sua vida. Olhei para a minha filha. Havia uma chance de que isso pudesse me machucar, mas eu passaria por qualquer dor por ela. Se eu pudesse apenas lembrar que o Capitão não era meu River. Não mais. Eu esperava poder confiar em meu coração para perceber o que minha cabeça já tinha entendido. Eu não teria River de volta. "Nós vamos encontrar com ele no Shack Sugar para um sorvete", eu disse a ela com um sorriso. Ela tinha ido ao Shack Sugar uma vez. Tinha sido um deleite quando eu recebi meu primeiro salário, logo que nos mudamos para cá. Era uma sorveteria pitoresca e cheia de todos os doces que você poderia imaginar, perto da praia. Ela bateu palmas e pulou. "Eu vou me vestir." Eu a vi correr de volta para o quarto, e esperei estar fazendo a coisa certa. Se isso a fazia tão feliz, eu temia ter que me preparar para a dor potencial também. Mas eu tinha que manter minha decisão. Meu instinto dizia que não importava o que acontecesse, o Capitão estaria lá para ela. Ele podia ter mal gosto para mulheres, mas isso era algo que eu discutiria com ele


quando chegasse o momento. Resumidamente, Franny teria que ser a garota mais importante em sua vida agora.

ONZE ANOS ATRÁS Eu assisti à distância enquanto Delany flertava com River. Porque possivelmente me chutariam para fora de casa se um professor notasse que River e eu éramos um casal, nós agíamos de forma diferente na escola. Eu queria segurar sua mão, mas ambos sabíamos que se alguém dissesse a seus pais, eles iriam me mover. Então eu seria enviada para um lar para meninas até que tivesse dezoito anos. Eles tinham uma reputação terrível, e eu nunca mais veria River novamente. A coisa mais difícil era assistir as meninas flertar com River. Ele nunca flertava de volta, e sempre mantinha distância, mas ainda era difícil de assistir. Eu me perguntei se ele iria começar a me odiar porque sua vida era tão difícil comigo nela. Eu não queria ser um fardo para ele, mas eu não era muito útil. Sua mãe ia à loucura quando eu estava por perto, então ele tinha que me manter longe dela. Eu não poderia ser uma namorada normal, e por isso ele não podia me levar para sair, o que significava que ele não tinha encontros, também. Delany tocou o peito dele e eu parei de respirar, observando e desejando que eu pudesse ir embora e confiar nele. Mas era


mais do que simples confiança. Eu queria ver seu rosto. Ver se ele a queria também. Era tudo que eu tinha para me tranquilizar. Aqueles seus lábios cheios que eu tanto amava tocar viraram para baixo em desagrado quando ele pegou a mão dela e a removeu enquanto recuava. Eu estava muito longe deles para ouvir, mas ele parecia irritado. O aperto no meu peito, que eu sabia ser ciúme, lentamente desapareceu, e eu já tinha começado a me virar para ir embora quando seus olhos se encontraram com os meus. Eu tinha sido pega. Eu desejei não ter saído mais cedo. Eu não gostava que ele pensasse que eu o estava espionando. Isso era injusto, também. Ele não precisava de mim observando cada movimento seu. Os cantos de seus lábios se levantaram e ele sorriu para mim, e então começou a caminhar em minha direção. Eu poderia correr, então não teria que enfrentá-lo agora - mas ainda teria que enfrentá-lo mais tarde. Delany chamou por ele, mas ele não olhou para trás. Então ela me lançou um olhar de puro ódio antes de se virar e sair andando com raiva. Eu não me importava que ela achasse que River estava comigo. Ela não era alguém que podia nos prejudicar. "Aproveitando o show?", suavizando com suas palavras.

Ele

perguntou,

seu

sorriso

Eu senti minhas bochechas aquecerem, e baixei minha cabeça, incapaz de olhá-lo nos olhos. Eu era culpada, e foi embaraçoso. "Desculpa. Eu estava andando e quando te vi..." Eu parei. Sua mão roçou meu rosto, que era o único contato que ele se atreveu a ter comigo na escola. "Você é minha garota, Addy.


Você sabe disso. Eu não quero mais ninguém." Sua voz era um sussurro rouco e baixo. Minhas entranhas estavam quentes. Só River me fazia sentir assim. Antes dele, eu não sabia que era possível sentir um dia de verão pulsando através de todos os membros do corpo, como sol e limonada doce. "Eu sei. Eu apenas... eu estava... me desculpe," eu disse finalmente. Não havia mais nada que eu pudesse dizer. Ele sabia por que eu o observava. Eu não ia mentir. River riu. "Acho que se a sua menina está com ciúmes, é porque ela o quer tanto quanto você a quer. Se ela deixar de ser ciumenta, é porque provavelmente ela quer outro alguém. Vou aceitar seu ciúme. É doce." Sorrindo, eu olhei em seus olhos. "Eu ia dizer que não estava com ciúmes, mas se é assim que você vê, então eu estava incrivelmente ciumenta." Eu sussurrei para que ninguém mais pudesse me ouvir. River piscou. "Bom. Porque qualquer cara que olha para você me faz ver vermelho. Vamos para a aula." Eu andei ao lado dele pelo corredor, com o peito tão grande e cheio de amor que era uma maravilha ele não explodir.

CAPITÃO Sentei num banco do lado de fora do Shack Sugar, prestando atenção para o carro de Addy. Eu tinha chegado aqui dez minutos depois que ela mandou a mensagem, sabendo que


poderia passar uma hora antes que elas chegassem - mas eu não as deixaria chegar aqui primeiro. Eu também precisava ver Addy novamente, porque eu tinha estado uma confusão na noite passada. Eu mal tinha sido capaz de falar ou fazer sentido em qualquer coisa; eu estava tão distraído com ela sentado na minha frente, sabendo agora quem ela era. Depois de quebrar a merda e acalmar minha raiva e frustração pela forma injusta como a porra das nossas vidas tinha acabado, eu estava pronto para ver nossa filha. Eu estava pronto para vê-la como minha. Saber que nós tínhamos feito uma criança durante a época mais brilhante e mais feliz de nossas vidas de alguma forma facilitou as más recordações. Franny fazia toda a dor do nosso passado valer a pena. Eu apenas desejava que pudesse ter estado lá. Eu sabia agora que a vida que Addy e eu tínhamos imaginado abraçados na cama nunca iria acontecer, mas pelo menos eu tinha Franny. Eu tinha uma parte dela que era minha também. Nós compartilhávamos algo, não, nós compartilhávamos alguém. O produto do único amor que eu já experimentei. A ideia de que Addy poderia ter amado novamente me fez sentir o corte de uma faca de açougueiro no intestino. Houve outras mulheres para mim, mas eu nunca tinha dado o meu coração para ninguém mais. E se ela tivesse? E se eu não tivesse sido seu único amor, apenas o seu primeiro? Eu poderia lidar com esse tipo de informação? Foda-se, não. Eu teria que quebrar mais merda, porque quando se tratava de Addy, eu era irracional. Notei seu carro no momento em que ela apareceu na pequena rua, e me levantei para que ela pudesse me ver. Era isso. Eu ia me encontrar com a minha filha. Era também a minha chance de mostrar a Addy que eu não era um bastardo completamente frio.


O carro parou em um local de estacionamento a poucos passos de distância, e eu pude ver todo aquele cabelo loiro, tão parecido com o da sua mãe. Franny se destacava, tal como Addy sempre tinha feito. Addy virou e disse algo a ela, e Franny acenou com a cabeça antes que elas abrissem suas portas e saíssem. O rosto de Franny me olhava com um misto de esperança, medo e excitação. Ela era tão fácil de ler quanto Addy. Eu estava começando a pensar que ela não tinha herdado nada meu, mas ter uma filha que era a réplica exata de Addy não era uma coisa ruim, ou pelo menos não seria, até que ela tivesse idade suficiente para encontros. Então eu teria que ter certeza de que os meninos soubessem o quão bem eu segurava uma arma. O pensamento me fez fazer cara feia, e Franny parou seus passos. Eu percebi que o estava fazendo e sacudi o pensamento para longe, colocando em meu rosto um sorriso que não iria assustar minha filha. Ela relaxou um pouco e pegou a mão de sua mãe antes de andar o resto do caminho em direção a mim. Mudei o meu olhar para Addy, que tinha seu longo cabelo vermelho puxado para o lado em um rabo de cavalo baixo sobre o ombro. Seus ombros estavam nus e sua pele clara exibia um punhado de sardas. Eu costumava brincar com ela sobre suas sardas enquanto beijava cada uma delas, o que sempre a fazia rir. O azul pálido da parte superior de seu top combinava com seus olhos, fazendo-os ainda mais brilhantes quando ela olhava para mim. Havia um ligeiro aviso neles, mas também havia confiança. Ela estava confiando em mim para entrar na vida de Franny, mas eu podia ver que ela era uma mãe protetora. Mais uma vez, proteção era algo que nós nunca tínhamos tido de um pai. Eu adorava que ela tivesse garantido à nossa filha coisas que


sempre tínhamos desejado. Eu me encarregaria de ter certeza que Franny tivesse ambos os pais agora. "Olá, Capitão," Addy disse com um pequeno sorriso. "Franny provavelmente tem um monte de perguntas para você. Espero que você esteja preparado para uma menina curiosa. Mas vamos pegar um pouco de sorvete em primeiro lugar, e depois podemos sentar e conhecer uns aos outros. Facilitando tudo." Ela estava no controle, e eu estava bem com isso. Ela sabia o que fazia Franny confortável. Mesmo que eu quisesse desesperadamente passar um tempo com Franny e perguntar a ela sobre a escola e sua música favorita, e que tipo de filmes ela gostava, não era hora ainda. Eu balancei a cabeça em acordo e tentei tranquiliza-la com meu olhar que eu não queria estragar nada disso. Eu queria manter essa confiança que ela tinha me dado. Eu queria Franny feliz também. Nós andamos para dentro, e Franny olhou para sua mãe. "Que sorvete você quer?" "Hortelã chocolate chip", eu respondi por Addy, lembrando que ela sempre escolhia esse sabor quando estava disponível. Eu esgueirava dinheiro da bolsa da minha mãe e a levava para tomar sorvete depois da escola sempre que podia. Os olhos de Addy arregalaram, e ela olhou para mim antes de se voltar para Franny. "Um, hortelã chocolate chip", ela repetiu. Franny sorriu para nós dois. "Ela sempre fica com esse. Eu continuo pensando que ela vai mudar de ideia. Ela nunca faz,” Franny explicou enquanto olhava ao longo dos diferentes sabores. "E você nunca terá o mesmo sabor duas vezes", disse Addy, em seguida, deu uma espiada em mim. "Exatamente como outro


alguém que eu conheço", ela sussurrou, sorrindo. Ela não só estava me deixando saber que ela se lembrava de que eu gostava de experimentar todos os sabores, mas também me mostrando que nossa filha tinha alguns dos meus traços. Franny poderia ser uma mini Addy, mas ela tinha sua própria personalidade. Eu poderia dizer que tinha. "Eu quero o praline pecan. Tem pedaços de nozes pecan nele. Veja!", Disse Franny, apontando para o sorvete. "Cone de preferência?" Eu perguntei a ela. Ela virou o rosto animado para mim. "Eu gosto de cones de waffle." Eu já sabia de qual Addy gostava, então me virei para o rapaz esperando para anotar nossos pedidos. "Duas colheres de pecan praline no cone de waffle, duas colheres de hortelã chocolate chip no cone de açúcar e uma colher de cada um desses sabores no cone de waffle." "Mamãe nunca nos deixa tomar duas colheres", disse Franny, com os olhos arregalados enquanto olhava para a mãe. "Está certo. Mas hoje é um dia diferente", Addy assegurou. Eu senti o olhar de Addy em mim, e o encontrei com o meu próprio. "Você não gosta de menta com gotas de chocolate", disse ela com naturalidade. O que tinha sido verdade em determinado ponto, mas ao longo dos últimos dez anos, menta com gostas de chocolate era tudo que eu já comi. Eu não diria isso a ela, no entanto. Em vez disso, dei de ombros. "Eu sou um temerário."


Ela sorriu e balançou a cabeça antes de pegar o cone cheio de praline pecan que o cara entregou no balcão. "Aqui está querida. Vamos encontrar um bom lugar à sombra para comer." Franny correu para a porta enquanto lambia seu sorvete, e Addy se virou para mim. "Eu vou pagar pelo nosso." Como se eu fodidamente fosse permitir isso. "É por minha conta," eu disse e, em seguida, peguei outro cone do cara e entreguei o sorvete a ela. "Vá ajudar Franny a encontrar um local." Addy me estudou por um momento, então me deu um pequeno aceno de cabeça e fez o que eu pedi.

ADDY Ele estava diferente. Este não era o homem que eu conheci ao longo do mês passado. Ele não estava tão duro e frio. O fato de que ele se lembrou do meu sorvete favorito pode ter me ajudado a balançar um pouco. Era como se por um momento eu tivesse River novamente. Eu não queria esperar por isso ou ter esperança, no entanto. Mas eu estava feliz que esse fosse o homem que Franny iria encontrar e conhecer. "Ele é muito alto", disse Franny calmamente. "E ele parece forte." Alto e forte. Isso era o que ela pensava até agora. Eu sorri quando nos sentamos em uma mesa redonda com um grande guarda-sol bloqueando o sol.


"Ele também comprou o nosso sorvete. Isso é bom." Eu concordei com um aceno de cabeça. "Ele é um bom homem." No fundo, eu sabia que ele era. Franny sorriu e lambeu seu sorvete. "Bom local" Capitão disse quando puxou uma cadeira do outro lado de Franny e na minha frente. "O sorvete está bom?", Ele perguntou, olhando para Franny. Ela limpou a boca com as costas da mão enquanto acenava vigorosamente. "Eu amo isso aqui. Nós viemos aqui uma vez logo que nos mudamos. Mas é muito caro, portanto não voltamos mais." Num primeiro momento, eu quis rastejar debaixo da mesa e me esconder, mas eu não tinha nada para me envergonhar. Franny não era uma criança carente. Ela tinha uma vida boa, e eu tinha dado isso a ela. Eu segurei minha cabeça erguida, como se o que ela tivesse acabado de dizer não fosse embaraçoso para mim em tudo. "Sorvete o tempo todo tira a emoção. Você iria ficar entediada. Vira um deleite quando você só tem de vez em quando", disse o Capitão. Eu podia sentir seu olhar em mim, então levantei meus olhos do meu próprio cone. Ele me deu um pequeno sorriso e levou uma lambida de seu sorvete. "Mamãe disse que você a levava muito para tomar sorvete. Será que ficava chato?" Franny perguntou com sinceridade completa. Ao longo dos anos, sempre que ela perguntava sobre o pai, ela me pedia para lhe contar algo sobre ele. Lembrei-me de cada história que já tinha contado a ela, e baixei os olhos de volta para o meu sorvete. Eu esperava que ele entendesse que eu não lhe contava essas historias porque estava segurando a esperança de


que algo iria acontecer entre nós; eu apenas dei a Franny fragmentos do seu pai ao longo do caminho. "Sim, nós costumávamos sair para tomar sorvete, e você tem um ponto. Nunca ficou chato", respondeu o Capitão. "Eu também penso assim, porque tem um gosto muito bom. Temos sorvete para o almoço na escola às quartas-feiras. Mas não é como este, e é apenas baunilha ou chocolate". "É mesmo?" Capitão estava ouvindo atentamente, e ela estava adorando a atenção. "Em seguida, às sextas-feiras, temos um cupcake para comemorar todos os aniversários da semana, e às vezes ficamos com veludo vermelho. São os meus favoritos. Exceto por minha amiga Anna, que prefere os de chocolate, e por isso sua semana favorita não é o meu favorito da semana..." Franny tinha a atenção de seu pai, e ela estava em um rolo. Eu me inclinei para trás com meu sorvete enquanto nossa filha contava ao Capitão tudo o que ele poderia querer saber sobre sua vida. Ela mal veio à tona para respirar. As únicas pausas que ele recebeu foram quando ela precisava tomar uma lambida de sorvete, e mesmo assim, ele mal teve a chance de recuperar o fôlego antes de ela começar a falar novamente. Observei o oceano, mas de vez em quando eu espreitava o Capitão para ver como ele estava lidando com a tagarela de nove anos de idade. Toda vez, ele parecia fascinado. Como se não houvesse nada que ela pudesse dizer fosse aborrecê-lo. Ele acenou com a cabeça e disse as coisas certas nos momentos certos. Isso só fez Franny mais ansiosa. Eu tinha a sensação de que ela estava guardando tudo isso para o dia de hoje. A maneira como ele interagiu com ela deixou claro que eu estava errada por hesitar em contar a ele sobre ela. Escondê-la


dele tinha sido a minha maneira de protegê-la, mas será que eu tinha realmente acreditado que seu coração pudesse ser tão diferente dez anos depois? Mesmo que ele tivesse mudado e endurecido, sua bondade e instinto de proteção ainda estavam lá. Eu sabia que Franny tinha acabado de se tornar uma das mais sortudas meninas no mundo. Porque, quando River Joshua Kipling decidia que valia a pena proteger, ele fazia o possível e o impossível para não falhar.

DEZ ANOS ATRÁS Ela estava gritando, e podíamos ouvi-la do lado de fora. River parou na porta da frente e ergueu a mão, me segurando. "Você vai para o nosso lugar na lagoa. Eu vou lidar com ela e depois te encontrar lá". Se eu não fosse para casa, ela ficaria furiosa. Ele sabia disso. Na semana passada, ela havia jogado um copo em sua cabeça quando ele me enviou para o meu quarto e me disse para trancar a porta. Eu não estava deixando que ela fizesse isso de novo. Graças a Deus seus reflexos o impediram de ser acertado. "Não, eu vou entrar. Ela está ameaçando há semanas me mandar embora. Eu não quero dar-lhe uma razão." Eu sabia que usar o meu medo de deixá-lo seria a única maneira que ele concordaria. "Eu não vou te deixar enfrentá-la." "River, você não pode impedir." "Ela não vai te mandar embora, porque sabe que eu vou denunciá-la. Vou ligar para os serviços sociais. E eu vou sair,


também. Ela sabe disso. Você não vai ser tirada de mim." A determinação em sua voz me fez sentir segura, mesmo que eu estivesse do lado de fora de uma casa com uma louca furiosa me esperando do lado de dentro. "Ela está no telefone com meu pai", disse ele, estendendo a mão para apertar a minha. "Vá para a lagoa, por mim." Eu balancei minha cabeça. "Não. Eu não vou te deixar aqui sozinho." River suspirou, e então se virou para mim e colocou as duas mãos sobre os meus ombros. Ele era bem mais alto que eu agora. "Addy, por favor. Eu posso lidar com ela e acalmá-la. Mas se ela te machucar, eu vou machucá-la. E eu não quero magoar minha mãe. Ela precisa de ajuda. Eu preciso entrar lá sabendo que você está segura." Olhei para ele, desejando que ele não estivesse certo. "Eu odeio que você lide com ela sozinho. Eu odeio ser a razão de seu descontrole." Ele me puxou para perto dele e baixou a boca ao meu ouvido. "Você é minha razão de tudo." Então ele me beijou na bochecha e se endireitou. Em meio a este momento insano, eu tinha borboletas no estômago. Mas ele sempre teve esse efeito em mim. "Eu não me lembro de como minha vida era antes de você", eu disse a ele honestamente. "E eu não quero lembrar." Ele sorriu. "Lembro-me de como eu era antes de você, e eu não quero nunca mais viver sem você novamente."


CAPITÃO Após o nosso encontro de sorvetes, Addy concordou em trazer Franny para jantar daqui a três dias, na sua noite de folga. Eu estava tentando dar-lhes tempo para se ajustarem com o fato de eu estar em suas vidas, mas eu com certeza não queria esperar tanto tempo. Assistir Franny conversar era fascinante. Ela era uma bola de energia, e eu sentia como se tivesse uma vida inteira para compensar com ela. A papelada na minha mesa estava esperando por mim, mas minha cabeça não estava no trabalho. Estava nas duas meninas da minha vida. As únicas que eu sempre iria amar. Uma batida interrompeu meus pensamentos. "Entre", eu gritei. Brad abriu a porta e entrou. Eu tinha deixado uma mensagem para ele vir me ver. Eu tinha algo que precisávamos discutir, e a cozinha não era lugar para isso. "Ei, você precisa de mim?", Ele perguntou, parecendo como se tivesse acabado de se arrastar para fora da cama. "Ficou acordado até tarde?" Eu perguntei, esperando que ele dissesse que sim. Eu queria sua atenção fora de Addy. Ele assentiu. "Sim, eu fiquei até tarde trabalhando numa nova ideia para um menu. Levei três tentativas, mas acho que acertei em cheio. Eu vou fazer isso hoje, e vamos tentar." O cara era obcecado com comida, mas era o que ele fazia de melhor. "Você faz isso", eu respondi. "Feche a porta, e se sente."


Hoje o novo gerente estava vindo para o restaurante, o que ia me dar mais tempo para passar com Franny e sua mãe. Porque eu pretendia passar um tempo com Addy. Mesmo que ela parecesse insegura sobre mim. "Brad, qual é o seu relacionamento com Ad... quero dizer, Rose?" Eu me corrigi rapidamente. Chamá-la de Rose era difícil agora. Lembrar disso no trabalho seria difícil. Mas explicar uma mudança de nome para todos também não seria fácil. Brad franziu a testa e se mexeu na cadeira. "Nada ainda. Quer dizer, eu acho que nós somos amigos. Gosto de passar um tempo com ela. Isso é contra a política? Eu assumi, desde que você tem encontros com Elle, que estava tudo bem". Ele passou de nervoso para rápida defensiva. "Não, não é contra a política, mas eu vou pedir para você dar um passo atrás em sua tentativa com Rose." Seu cenho franzido se aprofundou. "Por quê?" Porque ela era minha Addy, e eu não o queria, porra, perto dela, fazendo-a rir. "Porque você tem uma cozinha de primeira classe para cuidar. Flertar com os colegas não é algo para o qual você tem tempo. E Rose tem uma filha. Ela precisa se concentrar nisso quando não está aqui. Então recue." Brad olhou para mim por um momento, em seguida, ficou de pé. "Não sei como eu ser seu amigo e vê-la depois do horário afeta nosso trabalho. Ela é a melhor funcionaria que nós temos, e você sabe disso. Ela não deixa nada afetar seu trabalho." Ele precisava recuar. Minhas mãos apertaram com força enquanto eu olhava para ele. "Não me force sobre isso", eu disse, abaixando a minha voz ao encontro de seu desafio.


"Você gosta dela? É disso que se trata? Por que da última vez que verifiquei, ela não era o seu tipo. Você vai para as Elles do mundo. E Rose não é como Elle. Nem mesmo perto." Eu concordava com ele completamente sobre isso. "Eu estou cuidando dela. Isso é tudo. Você pode sair agora." Eu não queria deixar nenhum espaço para discussão. Parecia que ele queria dizer mais, mas não o fez. Eu sabia como eu parecia para ele agora. Ele não ia dizer nada com o aviso no meu olhar. Com uma expressão frustrada, ele se virou e saiu do meu escritório. Não tinha saído como o esperado, mas teve que ser feito. Brad era o melhor cozinheiro chef em torno daqui, e eu odiaria demiti-lo porque ele não podia se afastar de Addy.

Eu me perdi pelas próximas horas, cuidando da papelada e do telefone. Quando Jamieson Tynes finalmente apareceu, eu estava irritado e aliviado. Arthur tinha dito que ele estaria vindo hoje, e eu precisava dele aqui agora mais do que nunca. Ele seria o meu caminho para criar o tempo livre que eu precisava para minha filha. Sair de Rosemary Beach já não era o plano. Eu tinha chegado a um acordo com isso imediatamente. Tempo com Franny e Addy era a minha prioridade. Eu queria apresentá-las para minha irmã e trazê-las para o meu mundo. Mas precisava de mais de Addy primeiro. Ela não era a mesma garota confiante que tinha procurado por mim para tudo.


Meu peito doía com o pensamento. Eu queria isso de volta. Eu a queria me olhando como se soubesse que eu ia fazer tudo melhor. Eu sabia que ela era forte. Deus, ela tinha provado isso mil vezes com o jeito que tinha sobrevivido e criado a nossa filha. Ela era muito mais forte do que eu percebi. Mas eu não queria que ela tivesse que ser forte, caralho. Eu queria estar lá para dar-lhe alguém para se apoiar. Para compartilhar a vida. Meus sentimentos por ela nunca mudaram. Mesmo quando eu tinha pensado que ela estava morta, ela me controlava. Ela era a única razão pela qual eu segurei o pedaço de alma que me restava. Eu queria manter alguma parte de mim para ela. Mesmo quando ela não estava aqui. "Você é o Capitão?", Perguntou Jamieson, e eu percebi que tinha me perdido em meus pensamentos de Addy, de novo. Levantei-me e estendi minha mão. "Sim, sou eu. Presumo que você seja Jamieson." Ele apertou minha mão e acenou com a cabeça. "Desculpe, estou atrasado. Meu vôo de Dallas foi adiado." Só assim, ele estava aqui. "Não se preocupe. Eu tinha coisas que precisava endireitar esta manhã. Eu vou passar o resto do dia mostrando o lugar e apresentando-o aos empregados." Jamieson era mais jovem do que eu, mas ele seguia um estilo quase escolar, com sua calça e camisa de Oxford. Eu sabia que ele estava desconfiando da minha calça jeans desbotada e camiseta preta. Claro, eu sempre mudava de roupa antes que o serviço de jantar começasse, mas durante o dia eu ficava confortável. Ele parecia precisar aprender a relaxar um pouco, também. "Ótimo. Estou animado com esta oportunidade."


Eu revirei os olhos. Ele era um garoto. Certamente iria perder esse entusiasmo em breve. Ele estava prestes a entrar no mundo real. Passei por ele e abri a porta. "Vamos começar pela cozinha, e eu vou lhe mostrar o lado de trás das coisas. Apresentá-lo à equipe de culinária. Vamos nos encontrar com os demais funcionários quando eles chegarem, em uma hora." Jamieson puxou um Mini iPad para fora de sua pasta. O que diabos ele estava fazendo? "Posso deixar a minha bolsa aqui?", Ele perguntou. Eu apenas assenti, ainda tentando descobrir para o que serviria o iPad. "Ótimo. stou pronto para tomar notas diligentes", explicou ele, segurando o iPad. Isso ia ser interessante.

ADDY Franny tinha implorado para vir trabalhar comigo esta noite. Ela queria ficar na parte de trás com o Capitão. Ela não entendia que ele estava ocupado durante toda a noite, e que não poderia entretê-la ao longo do dia. Mas, a partir do momento em que tinha entrado no carro depois do sorvete, ela falou sem parar sobre seu pai. Ela não o chamava mais de Capitão, também. Ela se referia a ele como seu pai quando falava sobre ele para mim. Eu sabia que ela gostava do jeito que soava, mas eu temia que ela estivesse apressando as coisas.


Ambos pareciam estar apressando as coisas. Ou talvez fosse eu quem precisava relaxar. Talvez fosse só eu que precisava de espaço e tempo para me adaptar. Franny tinha sido só minha por tanto tempo. Compartilhar suas emoções, e seu amor, era difícil. Eu não esperava por isso. Eu queria que ela tivesse tudo. Eu queria que ela conhecesse seu pai. Eu só não queria que ela sentisse que eu não tinha sido o suficiente. Essa era a minha insegurança, embora, e eu sabia disso. "Reunião na sala de jantar. O gerente em treinamento que vai assumir o lugar do Capitão está aqui. Ouvi dizer que ele é jovem e super quente", Patricia informou quando eu fui arrumar minha bolsa na sala dos funcionários. "Ok", eu respondi. Eu sabia que o Capitão não estava pensando em ficar. Todo mundo sabia disso. Ele não tinha mantido isso exatamente em segredo. Mas eu esperava que ele não estivesse deixando a cidade. Não em breve. Não agora que eu o trouxe para a vida de Franny. "Sala de jantar, agora. Todo mundo," Elle gritou num tom mandão quando entrou na sala. Seu olhar nivelou-se em mim, e então ela se virou e saiu. "Quem quer apostar que ela fode ao redor com o gerente novo antes do final da semana?" Daniel, um dos funcionários que eu não conhecia bem, sussurrou. Vários dos outros riram baixinho e abafaram suas risadas. Eu realmente esperava que ela fizesse isso, mas era uma esperança egoísta que eu não iria explorar. Eu não tinha necessidade de pensar nisso.


"Você não está usando seus óculos", disse Natalie Pomar, sorrindo para mim. "Eu sabia que algo estava diferente em você. Eu gosto de você com lentes de contato. Seus olhos são incríveis." Não havia nenhuma razão para eu usar os óculos falsificados agora. E eu também não explicaria que não usava lentes de contato. Em vez disso, eu apenas agradeci e segui todos para a sala de jantar. Eu não consegui me impedir de olhar para a sala do Capitão, e meus olhos pousaram sobre ele, e então rapidamente desviei o olhar. Eu não queria que ele me pegasse olhando. Eu ainda estava confusa sobre meus sentimentos por ele. Quando ele estava com Franny, eu via River em sua expressão. A dureza derretia, o sorriso que costumava fazer todas as coisas ruins na minha vida ficarem bem tocava seus lábios, e eu sentia um puxão que não queria sentir. Que eu não estava pronta para sentir. Que eu estava com medo de sentir. "Ele é gostoso", uma servidora feminina sussurrou. "Ele é todo estilo sexy", disse outro atrás. "Droga. Ele é certinho. Eu posso afirmar apenas olhando daqui", Kyle murmurou baixinho. Isso me levou a sorrir. Kyle tinha cobiçado Capitão de longe desde o primeiro dia. Ele falava para quem quisesse ouvir sobre quão atraente ele achava o Capitão, e sobre como a vibração perigosa do chefe o deixava suado e dolorido. Isso era mais do que eu queria ouvir, sem sombra de duvida. "Não, ele é definitivamente de meninas. Ele já está verificando Elle", Natalie resmungou. "Porque ela está flertando com ele", respondeu Daniel. "Ela quer tentar fazer ciúmes ao Capitão, ou marcar território."


"Capitão nem está prestando atenção. Ele está olhando para cá", disse Kyle em um sussurro. Então ele se virou para olhar para mim, e de novo para o Capitão. "Ele está olhando para Rose. Você parece bem sem óculos." Eu sorri para Kyle. "Obrigada." Ele girou o olhar para a frente da sala, e acenou com a cabeça. "Sim. Ele está olhando para Rose." Eu não queria olhar, mas estava curiosa. Lentamente eu virei meu olhar para ele, e nossos olhos se encontraram imediatamente. Ele estava me observando de perto. Um pequeno sorriso apareceu nos cantos de sua boca, e eu não pude me impedir de sorrir de volta. "Que merda, ele é tão quente", Kyle falou lentamente, e eu afastei meu olhar do Capitão e olhei para os meus pés. Kyle riu, e Natalie soltou um assobio. "Wow. Alguém chamou a atenção do menino mau. Ele é assustador e quente, tudo ao mesmo tempo", disse Kyle. Eu ignorei isso. Eles não conheciam o Capitão. Eles não sabiam como o menino cresceu, ou a vida que ele tinha sofrido. Mas então, eu também não sabia o que ele tinha vivido ao longo dos últimos dez anos. Talvez a vibração perigosa fosse real. Uma imagem dele rindo com Franny sobre uma história que ela controu a ele voltou para mim, e eu balancei o pensamento longe. Ele não era perigoso. Eles só pensavam que seu cabelo longo demais, manchado de sol e puxado para trás num coque na nuca o fazia parecer perigoso. Mas eu gostava daquela nuca. Eu gostava muito. Ela me fez pensar sobre coisas. Coisas com as quais eu não tive contato em um tempo muito longo. "O rosto de alguém está vermelho brilhante. O que eu perdi?" Hillary perguntou quando parou ao meu lado.


"Oh cara, justo o patrão lá em cima verificando Rose”, Kyle fofocou. "Como você sabe que ele não estava me olhando?", Perguntou Hillary em um tom arrogante. "Porque você acabou de chegar aqui, e ele tem olhado desde que ela entrou na sala," Natalie respondeu, claramente se divertindo. Havia uma espécie de atrito entre elas que eu não tinha notado antes. "Bem, a coisinha pequena precisa entrar na fila. Eu sou a próxima que vai tê-lo. Elle está se movendo para o cara novo ao que parece, e eu quero um pouco do mauzão lá em cima. Ele vai resistir uma vez que eu conseguir mantê-lo sozinho comigo por cinco minutos", disse Hillary. Em seguida, ela passou por nós rebolando seus quadris, andando em linha reta para o Capitão. "Ela é uma cadela", disse Natalie num tom de desgosto. "A maioria das mulheres são", disse Kyle, e então piscou para mim. "Exceto você, querida." Eu queria continuar a olhar para o chão ou para fora da janela. Olhar para qualquer lugar, exceto para onde meu olhar estava determinado a ir. Mas então eu também queria assistir, e não tinha certeza do porquê. E daí que Hillary flertou com ele, e que ele gostou? Ele era somente o pai da minha filha. Era o meu passado. Eu não tinha direito a nenhuma reclamação sobre ele. Mas, quando ela se inclinou para sussurrar em seu ouvido e sua atenção foi desviada de mim para ela, meu coração rachou só um pouco. Eu não pude evitar. Velhos hábitos custam a morrer. "Deus, eu espero que ele seja mais esperto do que isso", murmurou Natalie.


"Oh, ele vai transar com ela. Seu tipo sempre foram as quentes fodas fáceis. Ele simplesmente as usa. Isso é parte da coisa bad-boy sexy que nos deixa todos loucos", disse Kyle. "Isso é uma vergonha", Natalie sussurrou, soando tão desiludida quanto eu me sentia. Capitão abaixou a cabeça e respondeu a Hillary enquanto ela apenas continuou lá, com um sorriso satisfeito no rosto sedutor. O que eles estavam fazendo? Planos para mais tarde? Meu intestino torceu, e eu me odiava por isso. Odiava demais. "Você está namorando Brad, não é?", Perguntou Daniel. Eu olhei para ele, esperando que a agitação interna que eu estava experimentando não estivesse exposta no meu rosto. "Não, não realmente. Somos amigos, isso é tudo," eu o corrigi. Brad flertou, mas ele não fez mais do que isso. Ele não me ligou ou mandou mensagem. Nós só conversamos no trabalho, e ele era um grande cara, mas eu não queria mais dele. Eu gostei da amizade fácil que tínhamos tido, embora. "Ah, ele só olha para você, então eu achei que houvesse algo mais ali", explicou Daniel. Eu não disse nada sobre isso. Eu não sabia que Brad olhava muito para mim. Eu raramente olhava em sua direção, a menos que estivéssemos conversando. O Capitão pigarreou para chamar a atenção de todos. "Ok, todo mundo. Estamos todos aqui, então é hora de apresentar a todos aquele que em breve será o gerente. Jamieson Tynes foi escolhido por Arthur Stout para assumir meu lugar nas próximas semanas. Enquanto ele está aqui, vocês estarão à sua disposição para quaisquer perguntas. Vou começar saindo algumas noites por semana e deixando Jamieson assumir, de modo que as


decisões e ordens serão vindas dele. Jamieson, eu vou deixar você continuar a partir daqui. Esta é a sua equipe. Conheça-os." Olhei para Jamieson, imaginando se esse bando iria comê-lo vivo. Ele parecia muito jovem e ingênuo. "Oh, merda, lá vem ele," Kyle sussurrou. Olhei para cima e vi o grupo de empregados se abrir como o Mar Vermelho. "Ele está tão determinado. Sexy”. Kyle fez um som estranho de prazer em voz baixa. Eu não conseguia desviar o olhar desta vez. Eu assisti com os olhos arregalados quando o Capitão veio para mim. Havia um brilho em seus olhos que me animou, mas eu não tinha certeza do que isso significava. "Rose, venha comigo", disse ele, em voz alta o suficiente para os outros ouvirem, embora tenha sido uma demanda macia. Eu só balancei a cabeça e o seguiu até seu escritório. Eu estava com medo de olhar para qualquer outra pessoa, mas eu podia sentir seus olhos grudados em nós. Esperando para ver o que estava acontecendo. Eu o segui obedientemente, porque, honestamente, eu não tinha certeza que alguém já havia dito não a esse homem. Quando ele tinha aprendido a embalar tanto poder, com apenas um olhar atento e algumas palavras? Quando ele abriu a porta de seu escritório, eu fui atrás dele, me perguntando se estava cometendo um erro. Ele estava com um humor estranho, e eu não sabia porque eu tinha algo a ver com isso. Quando eu entrei, ele fechou a porta, e eu pulei um pouco no alto clique. "Você não estava olhando para mim", ele disse em uma voz firme, espessa.


Eu tinha olhado para ele. Será que ele perdeu isso? Nós estávamos olhando um para o outro antes de Hillary entrar na sala. "Eu não sei o que você quer dizer," eu disse, um pouco sem fôlego por causa da atmosfera intensa na sala. "Não, você estava olhando para mim, mas então você parou e não me olhou de novo." Como ele estava fazendo o oxigênio na sala tão rarefeito? Eu tentei tomar uma respiração profunda. "Eu olhei para longe quando você o fez", eu disse num sussurro. O Capitão deu um passo em minha direção, e o resto do oxigênio na sala evaporou completamente. Eu precisava me agarrar a alguma coisa. Este não era um estado de espírito no qual eu já o tinha visto antes. Eu não tinha ideia de como lidar com ele. "Eu não a quero.” Ele explicou. “Mandei ela embora. Mas você não voltou a olhar para mim", disse ele, sua voz tão profunda e rouca que eu não pude evitar meu peito subindo e descendo com cada curta ingestão de ar. "Oh", eu botei para fora, assistindo a tempestade em seus olhos. O verde tinha escurecido para avelã, e a linha dura de sua boca se transformou em algo mais... sedutor. Minhas pernas estavam fracas. "Sim. Oh", ele repetiu. "Por que você não olhou de novo para mim?" Porque eu não gostei do que tinha visto. E eu não tinha razão para não gostar, então parei de olhar. "Eu não sei", menti. A forte movimentação dos cantos de sua boca me disse que ele não acreditou em mim. Mas a plenitude de seus lábios era fascinante. Eu poderia assisti-los de perto todos os dias e nunca me cansar. Seus lábios eram assim tão cheios todos aqueles anos


atrás? Ou eu tinha sido muito jovem para apreciar a beleza de sua boca? "Addy." Sua voz tinha ficado ainda mais profunda, e eu tremi com o som do meu nome vindo de seus lábios. Ele resmungou uma maldição, que estalou a minha atenção para longe de seus lábios. Mas então, ohar para os seus olhos não era fácil. Eles estavam escuros agora, suas pupilas dilatadas com a intensidade de seu olhar. "Não minta para mim. Por que você não olhou novamente para mim?" Pisquei, tentando quebrar o encanto no qual ele estava me envolvendo, mas não ajudou. Eu teria necessidade de agarrar seus braços para me manter na posição vertical se ele continuasse assim. Seria isso ou encontrar um lugar para me afundar. "Você parou de olhar para mim primeiro." Obriguei-me a dar um passo para trás, na esperança de me apossar de mim mesma, mas o movimento do Capitão espelhou o meu quando ele deu um passo comigo. Me senti como se estivesse sendo enjaulada, e tanto quanto isso deveria ter me aterrorizado, não aconteceu. Minha cabeça sabia que este era River. Eu não conseguia ter medo dele. Tínhamos muito passado entre nós. "Por um momento, quando eu tive que me fazer claro para aquela menina. Então meus olhos voltaram a olhar para onde eu queria, mas..." Ele fez uma pausa, e sua mão se moveu para escovar os nós dos dedos ao longo do meu braço, tão delicadamente que era como um sussurro. "Você não voltou a olhar para mim. E simples assim, eu já não conseguia me concentrar. Eu nem tenho certeza do que eu falei para a equipe.


Eu só queria seus olhos em mim. Eu não gostei de te ver olhar para o chão. Eu queria que você olhasse para mim." Meu Deus. Está bem. Este não era o homem com o qual eu estava acostumada. Este não era o homem da loja de sorvete. Que diabos foi isso? E por que ele estava fazendo o meu coração bater tão rápido a ponto de estar em perigo de romper meu peito a qualquer momento? "Eu não estava esperando por isso", eu disse, finalmente capaz de dizer algo que fizesse sentido, e que lhe explicasse o que eu estava sentindo. Seu olhar caiu para a minha boca desta vez, e meus joelhos se dobraram ligeiramente. Ele parecia faminto. Como se quisesse me provar. Não, como se ele quisesse que eu fosse sua última refeição. Suas grandes mãos agarraram minha cintura. Seu toque era elétrico; eu podia sentir o calor na minha pele, mesmo através de minhas roupas. Eu poderia muito bem estar parada lá, pelada. "Quando a vi pela primeira vez novamente, como Rose, eu fui incapaz de desviar o olhar. Ninguém tinha me deixado assim. Não desde... bem, você. Eu não gostava de olhar para você como Rose, porque você se movia como a minha Addy. Você ria como a minha Addy. Você era pequena e feminina, exatamente como a minha Addy, e eu não queria ninguém por perto que me lembrasse do que eu tinha perdido. Eu fiquei longe de qualquer pessoa que me fez lembrar de você. Mas Rose era difícil de ignorar. Eu a assisti mais do que deveria. E eu odiava que Rose estivesse despertando algo dentro de mim que eu tinha reservado para outra pessoa. Mas então eu descobrir que você era essa pessoa. Você está aqui de novo, e continua fazendo merda com a minha cabeça, Addy."


Isto foi honesto. O tipo de honestidade emocional que eu não esperava. Eu sabia quem ele era o tempo todo; ele tinha sido o único no escuro, mas ele me sentiu mesmo assim. Era por mim que ele era atraído, independente de como eu me apresentasse. "Houve Elle", eu disse simplesmente, lembrando tanto quanto ele. Ele poderia ter me sentido, mas era Elle quem ele tinha inclinada sobre a mesa deste mesmo escritório. Seus olhos nublaram com pesar. "Ela era uma distração. Todas elas foram uma distração. Há centenas, eu não vou mentir para você. Mas eu nunca liguei para nenhuma delas. Eu nunca deixei que elas me tivessem da maneira que você me teve. Ninguém tocou minha alma, Addy. Só você." Minha pele aqueceu com suas palavras. Eu não tinha dormido com ninguém desde ele. Fazia dez anos, e era difícil de acreditar, mas eu nunca quis estar com mais ninguém. E até que eu amasse novamente, eu não estava dando essa parte de mim a alguém. Ser íntimo com alguém os traria para a minha vida, e isso significava entrar também na vida de Franny. Ninguém nunca tinha sido bom o suficiente para tanto. "Centenas?" Eu repeti. Eu desejei que sua confissão não doesse. Mas ele tinha pensado que eu estava morta. Ouvi-lo dizer que tinha se apaixonado por apenas uma ou duas mulheres seria mais fácil? Não. Teria me matado. "Nunca liguei para elas. Nunca vi seus rostos. Nenhuma. Eu não podia ver ninguém depois de você", ele repetiu, enquanto movia uma mão até um lado do meu rosto. Ele precisava saber. Eu não estava pronta para isso ainda. "Eu não estive com mais ninguém... só você." Sua mão apertou a minha cintura, e seu corpo ficou tenso. Por um segundo, ele fechou os olhos e soltou um profundo


suspiro, que eu sabia que era de alívio. Em seguida, seus olhos estavam em mim novamente, e suas pupilas estavam completamente dilatadas. "Ninguém?", Disse ele, como se estivesse se segurando a essas duas palavras como uma espécie de tábua de salvação. "Ninguém", eu repeti, porque parecia que ele precisava ouvir. "Foda-se", ele sussurrou, e então se afastou. Eu tropecei para trás, agarrando o encosto de uma cadeira para me manter firme. O Capitão se virou e caminhou até sua mesa. Ele colocou as duas mãos sobre a parte superior dela e baixou a cabeça enquanto ficava ali, parecendo estar em algum tipo de tumulto. Eu não disse nada. Eu pensei que ele fosse querer saber. Que ele gostaria de ouvir que tinha sido o único para mim. Mas sua reação foi confusa. Eu finalmente fui capaz de tomar uma respiração profunda; ele estava longe o suficiente agora, e sua energia e presença não sugavam todo o ar em torno de mim. Minha cabeça começou a clarear, e o feitiço no qual ele tinha me envolvido começou a desaparecer enquanto eu o assistia lutar consigo mesmo. "Eu não sou o mesmo. Eu sou mais escuro, Addy. Já fiz coisas que me quebraram. O menino que você adorou e tratava com cuidado se foi. Eu não o conheço mais. Ele não está comigo. Eu sou... intenso. Mesmo com você, especialmente com você, eu me perdi, e..." Ele balançou a cabeça, então a levantou e se virou para mim. "O que eu quero, o que eu gosto, não é algo que você conhece. Eu não posso ir lá com você." Ele estava falando sobre sexo? Eu estava perdida. "Por quê?", Perguntei, esperando que ele fizesse mais sentido.


Ele olhou para mim com aquele olhar. Um olhar que eu não tinha visto em muito tempo, e isso me bateu duro. Esse era o visual que eu queria. "Você é muito especial, muito fodidamente preciosa para lidar com quem eu me tornei." Eu não gostava dessa resposta. E também não acreditava nele. Apenas há alguns momentos ele estava olhando para mim como se não quisesse nada mais do que me ter. "E se eu quiser o que você se tornou? E se o homem que eu vejo é aquele que eu quero? Eu não tenho uma escolha?" Percebi então que eu queria dizer cada uma dessas palavra. Eu queria o homem que ele tinha se tornado. Ele estava diferente, mas eu também estava. Será que ele não via isso? Eu era mais forte e mais dura, e eu poderia sobreviver. Assim como ele. Suas mudanças não o tornaram menos atraente. Eu era uma mulher agora. E precisava de um homem, e não do menino das minhas memórias. "Você não entende, e eu não posso te dizer. Se o fizer, você vai sair da cidade e nunca olhar para trás. Eu não posso deixar isso acontecer. Quero provar que posso ser o pai que Franny merece. Eu não vou deixar você sair." Mas ele não queria ser nada para mim. Não foi dito, mas estava claro. A realização cortou através de mim de uma forma que eu nunca ia superar, mas eu era seria forte do que isso. Eu era uma sobrevivente, e eu não iria implorar a ninguém para me querer. Eu tinha feito isso quando criança uma vez, e minha mãe tinha me deixado de qualquer maneira. Nunca mais. Nem mesmo por River Joshua Kipling.


CAPITÃO

Meu humor tinha ido para o inferno. Eu tinha rosnado respostas a qualquer um corajoso o suficiente para fazer perguntas, e Jamieson estava irritando a merda fora de mim com seu terno e seu Mini iPad. A noite de hoje simplesmente não terminava mais. Ficar absurdamente ocupado foi o que me impediu de perseguir Addy e observar cada movimento que ela fez. Quando ela saiu do meu escritório sem dizer uma palavra, eu sabia que tinha estado perto de puxa-la outra vez para dentro. Eu poderia tê-la beijado. Ela teria permitido. Quando ela se inclinou para mim, e seu corpo tinha respondido às minhas mãos, eu me senti como o rei do mundo. E então ela me disse o que eu já tinha temido. A inocência que brilhava em seus olhos não era um ato. Enquanto eu tinha mudado ao longo dos anos, destruindo minhas emoções para matar a dor, Addy tinha essencialmente permanecido a mesma. Ela tinha se tornado mais dura, e tinha aprendido a sobreviver, mas isso só a fez mais especial. Como eu poderia tocá-la? Como eu poderia mesmo ser digno de estar perto dela? Porra, se ela soubesse as coisas que eu queria fazer com ela, ficaria apavorada. Tudo o que ela teve foi um menino que estava tão apaixonado por ela que o doce sexo fácil tinha sido perfeito. Mas eu não queria fácil com ela agora. Eu a queria nua e inclinada sobre a mesa, com as pernas abertas para que eu


pudesse me ajoelhar entre elas e saboreá-la, algo que eu nunca tinha feito. Eu queria seus joelhos ao redor da minha cabeça enquanto eu a segurava com as mãos e corria minha língua através de seu calor, até que ela gritasse meu nome, tremendo com os resultados do meu beijo. Então eu queria bater em seu apertado traseiro, e ver seu rosto num espelho enquanto ela gozava em todo meu pau. Porque não haveria preservativo com ela. Eu não queria nada entre nós. Fechei os olhos e pensei em sair mais cedo. Eu não podia continuar assim. Eu estava ciente de cada movimento que ela fazia. Mesmo que eu não estivesse olhando para ela com fome, eu a sentia. Eu sabia com quem ela estava falando e o que ela estava fazendo. Sua risada ecoou e meus olhos se abriram quando um aperto rolou em cima de mim. Ela estava na cozinha. O filho da puta a estava fazendo rir. A fúria fervendo em minhas veias era mais do que eu poderia controlar agora. Ele tinha sido avisado. Bati a porta da cozinha aberta, e meu olhar fixou em Addy imediatamente quando ela olhou para Brad. O sorriso ainda estava em seu rosto, e tudo que eu queria fazer era bater o inferno fora do meu chefe de cozinha, até que eu tivesse seu sangue em meus dedos. A escuridão que eu sabia que nunca deveria tocá-la tomou conta de mim, e eu não podia para-la. Eu continuei me movendo em direção a eles. Este era o monstro que eu não queria que ela visse. O que eu não podia controlar. "Não", eu disse, meu olhar nivelando sobre Brad. Eu não disse mais nada. A necessidade de machucá-lo estava me sufocando. Seus olhos se arregalaram, e eu pude ver incerteza e medo. Eu queria isso. Ele precisava me temer como a merda. Eu não era


um homem bom. Eu estava quebrado, fodido, e ele estava ficando muito perto de uma mulher que me pertencia. "Capitão!" A voz de Addy virou para mim, mas eu não olhei para ela. Eu mantive meus olhos fixos nos de Brad até que ele balançou a cabeça e deixou sua atenção cair na comida que estava em sua frente. "Capitão", Addy disse novamente, claramente irritada. Eu me virei para olhar para a parede sobre a cabeça dela. Eu não podia deixá-la ver meus olhos agora. Eu sabia o mal que ela seria capaz de ver ali. O mal que se infiltrou através de mim. "Isso não está bem." Ela parecia furiosa agora. "Não deixe ele chegar perto de você", foi tudo o que eu disse antes de me afastar. Se ela não tivesse entendido por que eu agi da maneira como tinha feito mais cedo hoje, então eu tinha certeza que ela me entenderia agora. Eu tinha que sair e me acalmar. Não havia um ginásio aberto neste momento nesta pequena cidade, e agora eu realmente precisava bater em alguma coisa até que estivesse exausto demais para ficar de pé. "Mesa cinco está infeliz com o seu bife, embora ele esteja cozido à temperatura solicitada", disse Jamieson, correndo na minha direção. Eu não dei à mínima se a mesa cinco estava infeliz. "Lide com isso. Não há tempo como o presente para aprender a lidar com merda”, eu disse com um grunhido que não consegui controlar antes de ir para fora.


DEZ ANOS ATRÁS Quando eu abri a porta do quarto de Addy, eu congelei. Minha respiração parou. Meu coração parou. Eu não podia me mover. Era tarde, e minha mãe estava dormindo do outro lado da casa, perto do meu próprio quarto. Eu estava esperando até ter certeza que ela tinha tomado seu remédio para dormir antes de vir para Addy. Isto não era o que eu estava esperando. Em seu quarto escuro, com a luz da lua brilhando sobre ela, Addy estava parada na minha frente vestindo nada. Absolutamente nada. Eu precisava falar ou respirar ou algo assim, mas não conseguia tirar os olhos dela. Eu estava com medo de estar dormindo, e que se tivesse que me mexer eu acordaria, e isto teria ido. Eu tinha pensado nela desse jeito. Eu sabia que ela ia ser bonita, mas nunca percebi realmente quão perfeita ela seria. Ela estremeceu, e isso foi o suficiente para me acordar do meu transe, me fazendo pelo menos fechar e trancar a porta. Ela estava nua, e não era um acidente. "Hey," ela disse suavemente, e meu pau, que já estava em estado de alerta, empurrou. O que ela estava fazendo? "Hey," eu resmunguei, meus olhos sobre seus cremosos peitos roliços, completamente nus para mim. Meus olhos foram descendo, olhando seu estômago plano e a sarda solitária ao lado de seu umbigo que eu amava. Então eu respirei fundo quando abaixei meu olhar para ver o pequeno triângulo de cabelo loiro.


"Addy", eu sussurrei enquanto ela continuava a ficar assim para mim. "Sim?" Ela parecia tão afetada quanto eu estava. "Você é linda... perfeita", eu disse com admiração. "Eu sou?" Ela parecia insegura, mas esperançosa. Deus, ela nunca tinha se olhado no espelho? Isso era... merda, isso era toda fantasia que eu já tive. "Completamente", eu assegurei, arrancando os olhos de seu corpo para olhar para o rosto dela. Ela sorriu timidamente. "O que está acontecendo, Addy?" Eu estava com medo de ter esperança. "Eu quero... hoje à noite. Estou pronta." Porra. Está bem. Nós tínhamos brincado um pouco à noite enquanto nos beijávamos, mas sempre terminava antes que ficasse doloroso. Isto não era o que eu esperava dela. "Por quê? Quero dizer, você tem certeza?" Meus olhos se fartaram de tanto olhar para a pele suave que eu tanto queria tocar. Que eu queria sentir se movendo contra a minha. "Porque eu te amo, e eu quero ficar tão perto de você quanto possível", ela sussurrou. Dei um passo na direção dela. Minhas mãos tremiam quando cheguei mais perto. Era isso. Hoje à noite eu a teria de uma forma que ninguém mais o faria. Ela se tornaria completamente minha. Gostaríamos de conhecer um ao outro mais profundamente. Nossa conexão já era diferente de tudo que eu já tinha experimentado na minha vida, e agora se tornaria inquebrável. "Tem certeza?", perguntei, antes de estender a mão para tocar seu quadril nu.


"Sim", ela disse, e eu não hesitei. Eu a puxei para mim e reivindiquei sua boca enquanto seu corpo moldava ao meu. O sexo que eu tive nas traseiras dos carros e outros locais menos atraentes tinha sido para liberação, porque eu estava com tesão e elas estavam dispostas a me fazer sentir bem. Mas isso era diferente. Eu queria memorizar cada segundo. Cada polegada de seu corpo. Quando eu me afundasse dentro de Addy, eu lhe daria tudo de mim que ela ainda não possuía. "Eu te amo tanto", eu disse contra seus lábios enquanto nos movia até sua cama. "Eu também te amo", disse ela, olhando para mim com toda a confiança no mundo. Eu nunca tinha estado com uma virgem antes. "Vai te machucar na primeira vez," eu disse, rezando para que ela não voltasse atrás agora. Ela sorriu e abaixou a cabeça contra o meu peito. "Eu sei, mas com os seus braços em volta de mim, não importa. Nós vamos estar o mais próximo que podemos chegar. Isso é o que eu quero, mais do que qualquer coisa." Meu tremor foi piorando. A emoção, a necessidade e o desejo de estar dentro da minha garota, misturados com o quanto eu a amava, era quase demais para suportar. "Tire sua camisa, River. Eu quero sentir você contra mim, com nada entre nós", disse ela em meu peito. Em seguida, ela se afastou apenas o suficiente para que eu pudesse fazer o que ela pediu. Seus seios subiam e desciam rapidamente conforme sua respiração ficava mais rápida. Seus olhos estavam na minha camisa, que eu puxei sobre minha cabeça. Seus mamilos rosados e apertados brincavam comigo, e a ideia de senti-los contra o meu


peito nu me trouxe perigosamente perto do ponto de gozar em meu jeans. Isso podia ser mais do que eu conseguiria suportar. Largando minha camisa, eu olhei para ela, esperando. Eu precisava que ela desse o próximo passo, porque eu estava com medo de assusta-la. Sem hesitar, ela levantou os braços para envolve-los em torno do meu pescoço enquanto ficava na ponta dos pés e pressionava os seios contra mim. "Foda", eu sussurrei num gemido, incapaz de não responder verbalmente. "É tão bom, não é?", Disse ela com um gemido suave. "Sim", eu respondi, movendo minhas mãos pelas costas dela até que lentamente segurei seu bumbum nu. Eu a levantei, pressionando-a contra mim, e então ela enrolou as pernas em volta da minha cintura, colando seu centro na minha virilha. Seu calor ultrapassou a barreira do meu jeans. A imagem dela assim, aberta e pressionada contra mim, quase me deixou de joelhos. Eu tive que me afundar na cama, ainda segurando-a. Ela moveu os quadris levemente, e o calor em seus olhos inflamou. "Oh sim... oh," ela disse suavemente. Ela estava movendo seu clitóris sensível sobre o cume no meu jeans. Segurei-a imóvel. "Não, querida. Isso vai acabar antes de começar se você fizer isso. Eu não posso lidar com tanto. Já estou muito perto," eu disse a ela, minha voz baixa e rouca. "Ok, bem, você pode ficar nu, então, também?" O fato de que ela estava ligada o suficiente para me perguntar algo tão valente e fora do normal tinha me feito sorrir. Addy estava me pedindo para ficar nu. Se eu estivesse dormindo, eu ia acordar chateado pra caralho.


ADDY

Ouvir Franny falar sobre o nosso encontro para jantar com o Capitão durante duas noites foi difícil. Eu não estava pronta para vê-lo, muito menos para jantar com ele. Por uma questão de fato, tão logo Franny fosse para a escola naquela manhã, eu estava ligando para o trabalho e dizendo que fiquei doente. Eu não queria enfrenta-lo hoje. Não depois da montanha-russa que foi a noite passada. Eu fui de sentir como se estivéssemos conectados e totalmente rejeitada. A verdade era que eu o queria, mas ele tinha me jogado de lado porque eu não tinha feito sexo em dez anos. Para tornar as coisas ainda mais brilhantes, quando Brad tinha brincado dizendo que ia enfiar uma espiga de milho na bunda de um convidado particularmente difícil, o que foi a única coisa que me fez rir durante todo aquele dia de merda, o Capitão tinha entrado na cozinha como um louco. Ele estava furioso porque Brad tinha me feito rir? Porque isso era tão inaceitável? "Eu disse a Cameron o quão alto meu pai é, e que ele tem grandes músculos. Ele tem grandes músculos, não é, mamãe?" Sim, seu pai tinha músculos. Não era o tipo de corpo moldado em academia, mas o de um duro homem de trabalho. Eu balancei a cabeça e tomei um gole da minha aveia. Ele também tinha olhos realmente incríveis, e seus cílios eram longos e escuros em comparação com os destaques em seu cabelo.


"Ela disse que seu pai era maior, mas eu sei que ele não é. E o meu é mais bonito. Eu sei disso. Eu não acho que alguém tem um pai tão bonito quanto o meu.” Ela tinha um ponto aí. Que eu não ia comentar, no entanto. Eu apenas continuei comendo meu mingau de aveia. "Você acha que ele vai participar da minha festa de aniversário?" O aniversário de Franny demoraria mais cinco meses para chegar. Eu não tinha ideia do que o futuro reservava para nós e o Capitão. Eu nunca tinha mentido para ela antes; eu tinha sido honesta sobre tudo. Exceto, é claro, esconder a verdade dela sobre o motivo pelo qual estávamos em Rosemary Beach, mas isso tinha sido uma omissão temporária. "Eu não sei, Franny. Falta bastante tempo para isso ainda, e nós estamos apenas recendo-o em nossas vidas. Ele poderia se afastar." Eu tinha ouvido falar que ele nunca tinha planejado ficar por aqui por muito tempo. "Ele sempre poderá visitá-la quando tiver tempo. Mas eu não sei mais do que isso agora." A luz nos olhos de Franny esmaeceu. Eu odiava ser a causa disso, mas como eu poderia prometer algo que não tinha certeza? "Se ele puder estar lá, então ele vai. Eu sei," assegurei-a, querendo aliviar a minha resposta brusca demais. Ela sorriu então. "Eu aposto que ele vai querer estar. Você pode fazer um grande e saboroso bolo de veludo vermelho. Eu os amo tanto. Ele gosta, também, ele disse que sim. Eu perguntei. E ele vai adorar o seu. Você faz o melhor." "Se veludo vermelho é o que você quer, então é isso que eu vou fazer", eu assegurei.


Ela parecia feliz com isso. Levantando, ela se aproximou e beijou meu rosto. "Eu vou escovar meus dentes, e então vou ficar pronta para a escola." Eu balancei a cabeça, dei-lhe um aperto e assisti minha menina saltar para fora da cozinha. Eu queria que ela tivesse tudo. E, para ela, o Capitão era parte disso. Se eu apenas pudesse controlar tudo em sua vida, e realizar todas as suas esperanças e sonhos...

Quando Addy estava na escola e eu de volta em casa, coloquei um par de shorts e uma camiseta regata, e decidi que era uma boa hora para limpar a casa de cima para baixo. Eu estava grata por ter sido Jamieson quem respondeu quando eu liguei e disse que estava doente. Ele me disse que esperava que eu ficasse melhor em breve, e foi muito profissional e educado. Eu me perguntei quanto tempo seu entusiasmo ia durar. Não ter que lidar com o Capitão tinha sido uma grande vantagem para mim. Eu não tinha certeza se isso iria afetar a minha noite de folga, no entanto. Eu sabia que ele queria comer com Franny. Achei que, uma vez que ele ainda era o chefe, ele teria a certeza de que eu ainda estivesse de folga do trabalho naquela noite. O plano de hoje era limpar nossa casa e esquecer o passado completamente. Especialmente os momentos em seu escritório, quando eu tinha me feito de boba derretendo contra ele como uma idiota. A maneira como ele tinha me rejeitado tão facilmente


pareceu como ser encharcada com um balde de água fria. Depois de assistir o modo como ele tratava as mulheres no mês passado, eu devia ter sido mais esperta do que isso. Eu não culpava Elle agora. Se ele tinha ficado todo quente e intenso com ela também, roubando-lhe o fôlego sem um segundo pensamento, não admira que ela estivesse obcecada por ele. E ele não tinha prometido ficar, em qualquer momento. Ele tomou o que ela estava oferecendo. A minha oferta, no entanto, era muito inexperiente para ele. Idiota. Idiota mulherengo. Uma vez eu tinha sido o que ele queria. O fato de que eu só tinha estado com ele nos fez mais próximos então. Ele tinha ficado orgulhoso disso, e me feito sentir especial. Nossos olhos se trancavam num corredor lotado na escola, e nós nos conectávamos sem palavras. Ele tinha nos ligado de uma forma que me arruinou para qualquer outra pessoa. Eu não queria ter esse tipo de conexão com outra pessoa. Tudo tinha mudado para ele, no entanto. Ele queria outras coisas agora, e não estava disposto a me ensinar como agrada-lo. Bem. Tanto faz. Eu não precisava dele. A única coisa que eu detestava era que suas ações estavam manchando a memória do que nós tivemos uma vez. Eu tinha mantido a memória de uma determinada noite sempre por perto, e ela me manteve aquecida quando eu estava sozinha. Mas agora ela não era suficiente. Ou talvez eu simplesmente não fosse o suficiente.


DEZ ANOS ATRÁS Olhei para mim mesma no espelho do banheiro. Outras pessoas poderiam ver que eu estava diferente? Eu me sentia diferente, e eu podia ver a diferença. River tinha me abraçado por horas na noite passada, depois que tínhamos tido relações sexuais. Então ele tinha limpado e cuidado dos meus lençóis cedo esta manhã, me puxando de volta em seus braços para um beijo antes de voltar para o seu quarto. Eu não tinha sido capaz de voltar a dormir depois que ele saiu. Tudo o que eu podia fazer era sorrir enquanto olhava para o teto, recordando cada momento. Tinha doido, mas a maneira como ele tinha me segurado e sussurrado em meu ouvido o quanto me amava havia ajudado a aliviar a latejante dor, até que ele pôde se mover novamente. Seu rosto quando ele se acalmou e olhou para mim, com sua mandíbula frouxa e seus olhos vidrados, tinha sido bonito. Eu queria ver isso de novo. Ver o preservativo manchado com meu sangue quando ele o tirou tinha me assustado, mas ele tinha pegado a sua camiseta e limpado entre as minhas pernas, me dizendo que era normal sangrar na primeira vez. Eu confiei nele. E não sentia que dizer que o amava fosse suficiente agora. Era muito mais do que isso. Ele era o que me completava. Ele fazia minha vida completa. Agora River parou atrás de mim, passou os braços em volta da minha cintura e olhou para o nosso reflexo no espelho. Eu vi como ele virou a cabeça para beijar minha testa antes de olhar de novo para mim. Nossos olhos diziam mais do que simples palavras jamais poderiam.


Seus braços bronzeados estavam se tornando os braços musculosos de um homem, e eu adorava tê-los em torno de mim. Eu também tinha adorado a maneira como eles flexionaram quando ele se manteve em cima de mim na noite passada. Por um momento eu fiquei perdida na maneira como seus músculos moviam com cada vai e vem de seus quadris. Outra coisa sobre ele que era linda. "Como você se sente?", Ele perguntou, me observando de perto. O sorriso em meu rosto deve ter contado a ele tudo o que ele precisava saber. "Perfeita." Ele engoliu em seco e colocou a palma da mão contra o meu estômago, me segurando mais apertado contra seu peito. "Eu também."

CAPITÃO O carro de Addy estava na garagem quando eu fui até sua casa. Quando eu tinha chegado no escritório e descoberto que ela havia ligado dizendo que estava doente, tinha me virado e caminhado de volta para fora. Ela não estava doente. Pelo menos, eu esperava que ela não estivesse. Eu estava mais do que certo que ela havia faltado o trabalho para ficar longe de mim. E eu merecia, caramba. Ontem à noite correu tudo errado. Eu queria me aproximar dela e ter um relacionamento com a minha filha. Ok. Eu a queria. Pronto, falei. Porra, eu queria Addy. A ideia dela com outro alguém me deixava louco. Mas como eu poderia


tê-la? O homem que eu era agora nunca poderia ser alguém que ela amaria. Eu estacionei meu carro e me dirigi para a porta, sem ter certeza do que pretendia dizer - mas eu tinha que dizer alguma coisa. Essa coisa entre nós tinha que ser concertada, por Franny e pela minha sanidade. Dormir à noite passada tinha sido impossível. O olhar no rosto de Addy antes dela se virar e sair do meu escritório tinha me insultado. Como eu poderia protegê-la de mim mesmo? Eu a tinha protegido de todos os outros, mas nunca tinha precisado protege-la de mim. A pequena varanda da casa de hóspedes que ela alugou estava limpa, com flores em vasos dando ao local um aspecto caseiro. Mesmo as escadas foram varridas e limpas. Addy tinha dado muito a nossa filha. Eu nunca seria capaz de dar a ela o que Addy conseguiu. Mas eu queria dar-lhe tudo em meu poder. Antes de eu subir o último degrau, a porta se abriu, e Addy estava ali, olhando para mim. A primeira coisa com a qual eu deveria ter me preocupado era o que eu ia dizer para corrigir nossa situação. Mas não foi isso que me chamou a atenção. Ela não estava usando sutiã. Seus seios muito maiores estavam amontoados numa blusa que não era grande o suficiente para contê-los. Deus me ajude, eu a queria nua. "Por que você está aqui?", Ela retrucou. Eu tive que sacudir minha cabeça para tirar meus olhos de seus seios e recuperar o foco. Olhar para o seu rosto com raiva ajudou. Eu a não queria com raiva de mim. Eu tinha que encontrar uma maneira de compensar a noite passada, e a forma de merda com que eu tinha lidado com as coisas. Mas ela precisava de um sutiã. Um saco de batatas gigante seria ainda melhor. "Eu vim para conversar", eu disse.


"Conversar", disse ela, sem se mover da porta, mantendo o olhar de aço em seu rosto. Isso só a deixou mais quente. Addy com raiva não era tão assustador. "Posso entrar?" "Não", ela retrucou. Eu ia ter que fazer melhor do que isso. "Addy, me desculpe. Eu fui um idiota ontem à noite, e gostaria de falar sobre o que aconteceu. Por favor." Isso a suavizou um pouco. Eu pude ver a raiva que ela estava usando como escudo deslizar um pouco. Ela mordeu o lábio inferior e deu um passo para trás. Isso era um bom sinal. "Está bem. Certo." Quando ela se virou para entrar, eu aproveitei o momento para apreciar a vista de seu traseiro. Foi uma jogada idiota, mas seu corpo estava tão cheio agora, e eu não o tinha visto nu com essa aparência ainda. O corpo que eu tinha reivindicado uma vez não parecia mais o mesmo, e eu queria ver de perto as mudanças. "Você gostaria de uma bebida?", Ela perguntou, olhando de volta para mim. Eu afastei meu olhar de sua bunda para balançar negativamente minha cabeça. "Não, eu estou bem, obrigado." "Ok, então, vamos conversar." Ela olhou para mim com uma franqueza que eu não estava acostumado. Ultimamente ela mal me olhava nos olhos. Mas então, eu mesmo trouxe isso para mim, também. Ela fez sinal para eu sentar no sofá, e se sentou na cadeira em frente a ele. Eu desejei ter vindo mais preparado. Eu tinha tomado uma decisão apressada para vir uma vez que ela não estava no


trabalho, mas agora que eu a tive em paz, não sabia por onde começar. Ela parecia irritada. Mais uma vez, eu não estava acostumado a isso. "O que aconteceu no meu escritório, eu lidei com aquilo errado. Me deixei levar pelo momento e, em seguida, suas palavras me trouxeram de volta à realidade. Para..." Fiz uma pausa, porque a parte seguinte precisava ser redigida com cuidado. Perturbá-la agora não era uma boa ideia. Eu duvidava que ela fosse me dar outra chance para corrigir as coisas. E, pelo amor de Franny, mais do que qualquer outra coisa, eu precisava que ela gostasse de mim. Confiasse em mim. Mais uma vez. "Os últimos dez anos desapareceram ontem, e erámos só nós de novo. Você era... minha, e eu perdi a cabeça. Eu estava lá no momento em que você confiou em mim, e você era a razão de eu acordar todas as manhãs. Minha cabeça estava lenta em recuperar o atraso com meu coração ou emoções, ou o que quer que fosse. Eu só lidei com tudo isso errado. Quando eu percebi o que estava fazendo, já era tarde demais. Eu tinha dado um passo longe demais." O olhar de Addy caiu para seu colo enquanto ela torcia suas mãos. Eu teria dado qualquer coisa para saber o que ela estava pensando. Eu repassei o que tinha dito na minha cabeça, esperando que soasse da maneira como eu quis dizer. Subestimar o que tinha acontecido entre nós não era o que eu queria fazer. Não com Addy. Porque o que eu tinha perdido naquele momento, eu não iria ganhar de volta. "Eu acho que me perdi também. Você era apenas River por um momento. Então, eu te entendo.” Ela ergueu o olhar para encontrar meus olhos, e a dor que eu vi lá torceu meu intestino. "Mas o que aconteceu na cozinha? Por que você ficou tão zangado? Nem Brad nem eu fizemos nada para inflamar sua ira."


Merda. Porra. Eu não tinha uma resposta para isso, e se era por isso que ela parecia magoada, eu odiava minha reação ainda mais. A ideia de que ela poderia ter sentimentos por Brad quase me desfez. Eu não podia lidar com isso. Não, nós não erámos a Addy e o River do nosso passado, mas nem no inferno eu ia sentar e deixar que ela se apaixonasse por outro homem quando eu tinha sido o único que ela já tinha conhecido. Saber disso tinha me mantido acordado a noite toda. Addy só havia sido tocada por mim. Ela tinha dado a si mesma para mim, e ainda era só minha nesse sentido. Querendo admitir ou não, ela tinha se guardado para mim. Em seu coração, ela me pertencia. Foda-se, isso me fazia sentir como um homem das cavernas. Eu queria que ela continuasse assim. Eu amei saber que ninguém mais tinha tocado nela. Eu estava obcecado sobre isso. E queria mantê-la assim. O problema era que eu não poderia manter cada Brad fora da vida dela; ela não merecia isso. Não era justo. Especialmente quando eu estava muito fodido para ser o que ela precisava. Eu sabia que ela estava esperando que eu respondesse sua pergunta. Eu poderia mentir. Seria mais fácil para nós dois. Mas eu não queria mentir para ela. "Eu estava com ciúmes", disse simplesmente. Seus olhos se arregalaram, e ela não disse nada. Mas a surpresa em seu rosto significava que eu precisava dizer mais. Ela não devia ficar com a ideia errada. "Você tinha acabado de me dizer que eu fui o único homem com quem tinha estado. Velhos sentimentos voltaram com força total, e eu não vou mentir para você, Addy, para um homem,


saber de algo assim é intenso. Especialmente quando tivemos a conexão que tivemos. Uma que ficou comigo e mudou o curso da minha vida. Saber que você só esteve comigo, bem, isso deixou meus sentimentos crus. Quando ouvi Brad fazer você rir, eu me perdi. Toda a possessividade que eu não tenho direito de sentir tomou conta, e eu agi como um idiota. Eu não deveria ter feito nada daquilo. E não vou fazer novamente. Sinto muito." Addy soltou um suspiro e balançou a cabeça. Ela manteve sua expressão neutra. A única coisa que me revelou algo foram seus olhos. Eles estavam incertos. Isso eu sabia. Mas eu não ia enganá-la. Eu não podia fazer isso com ela ou com a nossa filha. O que precisávamos era uma amizade. E isso era algo que eu poderia dar a ela. Eu manteria a sujeira em minhas mãos longe dela. "Eu quero estar na vida de Franny. Ela é perfeita. Eu pensei que ela fosse toda igual a você, mas apenas sua aparência é a mesma. Ela tem um pouco de mim em sua personalidade, e esse é o dom mais precioso que já me foi dado. Você foi a única família que importava na minha vida por tanto tempo. E agora você me deu alguém que é uma parte de mim. Alguém que eu posso amar incondicionalmente." Os olhos de Addy estavam cheios de lágrimas não derramadas, e ela fungou e assentiu com a cabeça. "Está bem. Sim. Eu quero você na vida dela, também. E ela quer você lá. Ela já está dizendo a todos na escola que seu pai é o maior, o homem mais forte na terra." Ela piscou para conter as lágrimas. "O nosso passado vai aparecer às vezes. É impossível isso não acontecer. Velhas emoções vão retornar, e eu não acho que nós podemos impedir que isso aconteça. Mas eu quero que Franny tenha você em sua vida. Eu quero que ela tenha o que eu não tive."


Addy já tinha dado tanto a ela, mas eu entendi o que ela quis dizer. Eu queria isso também. Eu só tinha que proteger Addy de mim mesmo, dando a cada uma delas o que precisavam.

ADDY As coisas no trabalho correram bem com o Capitão depois que conversamos. Tentei não deseja-lo mais. Mas, toda vez que ele sorria para mim ou fazia uma piada, me observando para ver se eu ia rir, meu coração derretia um pouco mais. Eu sabia quem era aquele cara. River estava começando a se mostrar através dele, e cada vez que o fazia, eu me apaixonava um pouco mais. Brad tinha dado um grande passo para trás, e eu estava realmente aliviada por isso. Eu não queria me sentir como se tivesse que ter cuidado em torno de Brad se ele flertasse comigo. O Capitão tinha dito que não iria reagir exageradamente novamente, mas eu simplesmente não gostava da ideia do Capitão tendo um momento difícil em assistir Brad e eu juntos. Talvez isso fosse uma fraqueza feminina, e talvez eu devesse simplesmente ser mais forte. Fazê-lo sofrer. Mas eu nunca gostei de joguinhos. E não ia começar a fazer isso agora. Eu não estava interessada em Brad romanticamente, de modo que usá-lo para tingir o Capitão estava errado. Felizmente Brad tinha tomado a dica do Capitão, e recuado completamente. Agora ele simplesmente assentia com a cabeça quando me via. Eu raramente dava-lhe um sorriso agora.


E mesmo que isso doesse, eu sabia que Brad poderia preencher o vazio no qual eu tinha vivido por dez anos. Mas ele merecia mais do que ser a segunda opção. Ele era um grande cara. Apenas não era aquele que eu queria. Hoje à noite era o nosso jantar com o Capitão. Franny estava saltando as paredes desde que tinha chegado em casa da escola. Ela tinha me perguntado três vezes se seu tinha separado seu vestido de verão bonito. Era seu vestido favorito, e vê-la tão ansiosa para agradar o Capitão me fez sorrir. "Venha aqui", eu disse a ela, secando minhas mãos depois de lavar o resto dos pratos desta manhã. Ela se aproximou de mim, me olhando com olhos iguais aos meus. "Seu pai acha que você é a mais bela e perfeita menina que ele já viu. Ele está orgulhoso de você. Ele vai adorar este vestido, mas também adoraria os shorts jeans e camiseta que você estava vestindo anteriormente. Ele não se importa com o que você veste. O amor dele não é algo que você precisa conquistar. Ele já a amava no momento em que descobriu que você era filha dele. E é assim que um bom pai deve ser. Nós te amamos incondicionalmente, porque não podemos agir de outra forma. Você é nossa menina preciosa." Franny soltou um suspiro e sorriu, parecendo como se eu tivesse acabado de tirar um enorme fardo de seus ombros. "Ok", ela sussurrou. "Isso é bom. Porque eu não quero que ele vá embora." Esse tipo de medo era algo com o qual eu não queria que ela tivesse que lidar. Eu ia falar com o Capitão sobre esse assunto. Eu tinha sido honesta com ela sobre não ser capaz de controlar o que acontecia com ele. Ele ainda podia deixar Rosemary Beach,


mas eu esperava que não o fizesse. Ele precisava saber que Franny estava lutando com isso. Apenas ele poderia aliviar a mente dela sobre esse assunto. Não eu. Ela sabia que eu sempre estaria aqui. Éramos uma equipe. O Capitão não tinha entrado na equipe ainda. Ela não confiava nele dessa forma. Ele tinha que ganhar essa confiança. "Vamos aproveitar esta noite. Você vai ter a atenção completa dele," eu disse a ela, evitando o resto do seu comentário. Franny me deu um sorriso torto, que era igual ao do seu pai. Eu não apontei isso para ela. "Nem toda a sua atenção", disse ela, em seguida, virou-se toda babados na sala de estar. Eu não perguntei a ela o que aquilo significava. Seus pensamentos costumavam saltar por todo o lugar. "Ele está aqui!" Ela gritou, assim que os pneus da caminhonete do Capitão rangeram sobre a calçada. Merda. "Ele está adiantado!", Acrescentou ela, correndo para a porta. Ele estava dez minutos adiantado. Isso era muito tempo para Franny. Esperei onde eu estava e a deixei abrir a porta e cumprimentá-lo. Os olhos do Capitão imediatamente a encararam quando ela abriu a porta enquanto ele chegava no topo das escadas. "Hey," ela disse, em seu tom borbulhante que significava que tudo estava certo em seu mundo. Graças a ele. O Capitão sorriu, e os cantos de seus olhos enrugaram, o que era novo para mim. Essas eram marcas de um homem. Um homem que tinha sorrido ao longo dos anos. Ele tinha tido motivos para sorrir, e eu estava grata por isso. Eu não queria pensar nele sendo infeliz.


"Veja só como você está bonita!", Ele disse, e eu com certeza poderia tê-lo beijado logo em seguida. Ele disse exatamente o que ela precisava ouvir. Claro que eu também queria beijá-lo porque a visão dele numa camisa azul de botões e jeans desbotados era um pouco esmagadora. Um homem não deveria ser tão bonito. Não era justo. "É o meu vestido favorito," ela disse, antes de girou para mostrar como o vestido balançava um pouco na parte inferior. "Eu posso ver por que", respondeu ele, e ela sorriu ainda mais brilhante. Quando ele ergueu o olhar e me encarou, eu desejei que meu coração não tivesse acelerado tão descaradamente. Isto não era o que precisávamos. Não era o que ele queria. Era um grande erro estar atraída por ele. Um erro ainda maior sentir tantas coisas por ele. Ele poderia me destruir. "Tal mãe, tal filha", disse ele com um sorriso lento. "Não é todo dia que um homem leva para jantar duas das garotas mais bonitas da cidade." Franny riu e se virou para olhar para mim. Eu consegui recuperar meu controle e sorrir de volta. Fui até o aparador, onde tinha deixado minha bolsa e, de costas para eles, respirei fundo e iniciei uma pequena conversa revitalizante na minha cabeça. "Tudo bem, homem de sorte, vamos embora." Tentei fazer minhas palavras soarem como uma provocação, mas eu estava com medo que minha voz tivesse vacilado um pouco. O Capitão estendeu a mão para Franny, que imediatamente colocou a pequena mão na sua e levou-o para fora da porta. Eu queria parar de andar e apenas vê-los ir. Ele era tão grande e masculino, e às vezes até parecia perigoso. Mas vê-lo segurando a


mão de Franny, e a cabeça conversando, era de tirar o fôlego.

dela

inclinada

para

cima,

Eu toquei meu estômago e pedi silenciosamente aos meus ovários para se acalmarem antes de pegarem fogo. Supere isso, Addy. Franny subiu na frente da caminhonete do Capitão e se sentou de modo que eu pudesse caber também. Mas eu precisava de espaço para me recompor novamente, e optei por ficar na parte de trás de sua cabine. Franny estava feliz, e começou a contar para o Capitão cada momento de seu dia. Eu o ouvia responder quando necessário, e era óbvio que ele estava se divertindo. Eu não poderia imagina-lo deixando Rosemary Beach. Não quando ele queria este relacionamento. Pelo amor de Franny, esta era mais uma conversa que eu teria que ter com ele. No fundo, eu sabia que eu não queria que ele saísse por motivos egoístas também. Embora Franny viesse primeiro em todas as coisas, pela primeira vez desde que eu a segurei em meus braços, eu queria algo para mim também. Algo que eu nunca poderia ter, o que significava que eu teria que lidar com isso, e rápido. A felicidade de Franny vinha primeiro.

CAPITÃO Eu não podia sair do minha caminhonete rápido o suficiente. Conversar com Franny era incrível. Ela queria me


contar tudo, e eu adorava isso. Mas Deus me ajude, Addy cheirava tão bem que minhas mãos suavam. O perfume dela tinha tomado conta da minha caminhonete, e cada pequeno movimento que ela fazia era como um choque elétrico para os meus sentidos. Eu estava tão tenso no momento em que estacionei, que abri a porta e sai rapidamente apenas para poder dar uma respiração profunda que não fosse preenchida por Addy. Limpar minha cabeça era a coisa mais importante agora. Eu estava começando a conhecer minha filha e construir uma amizade com a mãe dela. Não ostentar uma porra de um pau duro toda vez que eu pensava sobre a pele macia de Addy era a coisa mais importante agora. Jesus, eu estava fodido. Tomei mais uma lufada de ar limpo antes de caminhar pela frente da caminhonete para abrir a porta de Franny e ajudá-la a sair. Addy abriu sua própria porta e saiu. Eu queria ajudá-la também, mas ela não ficou esperado, assim eu a deixei ir. Se ela queria definir limites para essa coisa com a gente, eu tinha que deixá-la fazer isso. Eu estava desmoronando rapidamente. Era difícil manter minhas boas intenções quando ela cheirava como o céu, parecia um anjo e estava usando um vestido vermelho do caralho. Maldito vestido, tornava quase impossível desviar minha atenção dela. "Que lugar é este?", Perguntou Franny. "É o melhor lugar por perto para um hambúrguer, e é perto do mar. Eu pensei em nos tirar de Rosemary Beach para uma mudança de ares. Aqui é Grayton Beach. Você vai gostar. Há música ao vivo no exterior, se você quiser ouvir depois que comermos."


Ela abriu um grande sorriso e acenou com a cabeça. Eu estava começando a pensar que ela ficaria feliz em fazer o que eu sugeri. Essa foi uma realização fuminante. Esta menina tinha acabado de me conhecer, e já queria ficar perto de mim, conversar comigo, e me ter em sua vida. Isto deveria ter sido difícil, mas com Franny, tudo era fácil. Agora, com a mãe dela... Eu afastei esse pensamento. Eu não podia pensar em Addy agora. Eu faria isso em casa sozinho esta noite. "Eu sei tocar violão," Franny anunciou, me observando de perto. "Mamãe me ensinou. Mas ela toca melhor." Impossível não olhar para Addy depois disso, que estava andando calmamente atrás de nós. Eu me deixei ficar perdido por um momento, num tempo em que éramos só nós, quando ela só iria olhar para mim. Lembrei-me de quando troquei minha coleção de cartões de beisebol que meu pai tinha me dado, e que seu pai lhe dera antes disso, por um violão usado numa loja de penhores. Addy nunca soube como eu tinha conseguido esse iolão, e eu nunca tinha contado a ela, mas ela tinha adorado o presente. Nós o tínhamos mantido escondido debaixo da cama, e ela só podia tocá-lo na lagoa, ou quando minha mãe não estava em casa. Quando eu pensei que ela tinha ido embora, eu tirei o violão de debaixo de sua cama e o tinha mantido comigo desde então. Ele estava numa caixa, armazenado de forma segura na minha casa de barco. Eu não o segurava há anos. Mas hoje à noite eu o faria. Segura-lo já não causaria dor insuportável agora. Quando chegasse a hora certa, eu o daria de volta a sua legítima dona.


Addy ergueu seu olhar para encontrar meus olhos, e um sorriso tocou seus lábios. "Franny é uma musicista natural", disse ela. Me obriguei a olhar para longe dela. "Aposto que ela é. A mãe dela é incrivelmente talentosa", eu disse, olhando para frente, de modo que nenhuma das meninas pudesse ver meus olhos; eles diziam mais do que precisava ser dito. "Será que a mamãe tocava para você quando você a amava?", Perguntou Franny inocentemente. Quando você a amava. Estas quatro palavras eram demais. Eu apenas assenti. "Ela costumava tocar para mim durante a noite, e cantar canções até que eu adormecia. Então ela me ensinou a tocar", continuou Franny. Outra coisa que Addy tinha dado a nossa filha. "Hey, eles têm torta de limão caseira aqui!", Disse Franny, dando um salto da felicidade. "Olhe para esse lugar. É o melhor do mundo. Eu amo torta de limão." "Então nós vamos encomendar uma torta inteira, e comer até que você fique doente", eu disse a ela. Ela riu, mas depois olhou para sua mãe. "Acho que ele está brincando. Eu não vou comer até ficar doente". A risada suave de Addy enviou formigamentos quentes à minha espinha. "Tenho certeza que ele está só te provocando." "Eu? Provocando? Estou falando completamente sério", eu disse, olhando por cima do meu ombro para piscar para ela. O flash de calor em seus olhos não passou despercebido.


Sim. Estávamos fodidos. Se ela me queria tanto quanto eu a queria, estávamos absolutamente ferrados. Franny soltou minha mão e correu os degraus até a porta do restaurante. Eu a segui e dei o nosso nome para a recepcionista. Quando me virei para encontrar as meninas, vi Franny estudando o grande aquário de peixes de água salgada. Addy estava atrás dela, apontando diferentes peixes e ensinando a ela seus nomes. As duas eram muito para lidar. Eu podia ver os outros olhando para elas. Um cara do bar estava olhando para Addy com interesse. Eu nivelei um olhar de aviso para ele enquanto caminhava até elas, antes de colocar minha mão na parte inferior das costas de Addy. O olhar do homem me encarou e, em seguida, caiu de volta para sua bebida. Ele entendeu a mensagem. Vi então que Addy estava olhando para mim. Ela tinha visto demais. Levei um momento para perceber que minha mão em suas costas a deixou tensa. Não havia maneira nenhuma de disfarçar o fato de que eu tinha acabado de toca-la com um gesto de posse. Por mais que eu não quisesse, eu afastei minha mão e olhei para o aquário. "Estou impressionado que sua mãe conhece todos os nomes desses peixes." Franny olhou para mim e sorriu. "Mamãe sabe tudo", ela informou com sinceridade completa, em seguida, virou-se novamente para observar o aquário. Eu discordei. Se ela soubesse de tudo, saberia que o vestido que ela estava usando, assim como seu perfume, estavam me deixando louco. Tocá-la como se ela fosse minha não deveria tê-la surpreendido. Se ela soubesse de tudo, ela saberia que eu estava pendurado por um fio.


"Kipling, mesa para três", disse a dona do restaurante atrás de mim. "Somos nós." Peguei a mão de Franny. "Yay!" Sua mão pequena encontrou a minha mais forte, e eu teria apenas ficado ali a segurando se nós não tivéssemos que seguir a anfitriã até a nossa mesa. Eu tinha pedido um lugar na janela, para que pudéssemos ter uma boa vista. Franny sentouse na cadeira perto da janela e olhou para mim esperançosamente. Eu sabia onde ela me queria. Então tomei o assento ao lado dela, e ela sorriu e olhou para fora da janela. Addy tomou a cadeira na minha frente. E eu pude sentir novamente seu delicioso perfume. "Olha, estão jogando voleibol lá fora", disse Franny, apontando para algumas crianças na praia. Eu tentei não imaginar coisas sobre Addy que eu não deveria estar imaginando, e tentei arduamente me concentrar em minha filha. Esta noite poderia ser a mais longa da minha vida, mas eu não conseguia pensar em qualquer outro lugar que eu preferisse estar.

ADDY Quando o Capitão finalmente estacionou em nossa garagem, Franny já tinha adormecido no banco da frente. Ele estacionou e olhou para mim com um pequeno sorriso. "A esgotamos."


"Finalmente. Eu gostaria de ter um quarto de sua energia", eu respondi, abrindo minha porta. "Mas ela gostou de hoje à noite. Obrigado por tornar especial." Eu tinha um pedaço de torta de limão embrulhado no meu colo. Os olhos de Franny tinham brilhado quando a sobremesa chegou à mesa e, embora ela mal tenha terminado uma fatia, foi importante para ela que o Capitão tivesse comprado a torta inteira. Desci do carro enquanto o Capitão caminhava para o nosso lado. Ele começou a abrir a porta de Franny, mas parou e olhou para mim. "Você teve uma boa noite?" A pergunta foi sincera. Como se ele quisesse que eu dissesse sim. Eu tinha tido uma noite maravilhosa, mas houve momentos em que eu tinha confundido o que éramos e o que não éramos. As linhas tinham se turvado novamente, e a fantasia de sermos uma família feliz foi fácil de comprar. Eu não podia deixar isso se tornar algo pelo qual Franny esperaria. "Foi muito bom. Obrigada”, eu respondi. Ele inclinou a cabeça e me estudou por um momento. "Apenas bom, hein?" O fato de que esse homem precisava ser tranquilizado era doce. Eu queria beijar esse olhar fora de seu rosto, mas rapidamente me recuperei desse momento vertiginoso e recuei. O Capitão me seguiu. Eu o assisti confusa, me perguntando o que isso significava. Eu não queria jogar jogos provocativos com ele. "Não", ele disse suavemente quando eu comecei a me afastar novamente. "Só por um momento, me deixe estar perto de você. Eu sei que isto não é o que você quer. Que não é inteligente. Mas..." Ele fechou os olhos com força e apertou os dentes. "Eu só preciso te tocar."


Oh, Deus. Oh. Deus. Eu estava congelada, e me mover era impossível. Ele se aproximou mais, até que nossos peitos quase se tocaram. Nós já tínhamos estado aqui antes. Não tinha terminado bem. Mas, embora minha cabeça estivesse gritando para eu parar, meu coração estava batendo descompassadamente, e as borboletas no meu estômago já tinham levantado voo. "Durante toda a noite eu tenho me afogando no seu perfume," ele disse em um sussurro rouco, abaixando a cabeça e escovando o nariz no meu pescoço. Deixei escapar um suspiro trêmulo enquanto o ouvia inalar profundamente. "Incrível. Todo a minha caminhonete cheira como você agora. Eu não vou ser capaz de tirar você da minha cabeça. Não que eu pudesse te esquecer antes". Suas palavras fizeram meu cérebro ficar um pouco nebuloso. Não era bom. Uma mão tocou minha cintura e correu para se estabelecer no meu quadril. "É tão bom", disse ele, ainda correndo o nariz ao longo da pele sensível do meu pescoço. "Nada nunca foi tão bom." Eu deveria ter me movido. Deveria ter dito alguma coisa. Em vez disso, eu agarrei seu bíceps para me equilibrar. Eu era uma idiota mas, nesse momento, eu não me importava. Eu queria mais. Quando seus lábios tocaram a base da minha garganta, eu inalei tão agudamente que me assustei, apertando meu domínio sobre ele. "Só me deixe provar um pouco. Eu preciso de uma pequena amostra sua. Eu juro que vou parar." Eu não tinha certeza se ele estava me implorando ou convencendo a si mesmo.


Se eu pudesse falar, teria dito a ele que eu estava à sua mercê, que ele podia fazer o que quisesse. Fazia tanto tempo desde que eu tinha sido tocada assim. Muito, muito tempo. Sua outra mão deslizou por cima do meu quadril e, em seguida, acariciou minhas costas, até que foi lentamente baixando. Ele me puxou para perto enquanto seus lábios beijavam ao longo da minha clavícula e meu pescoço. Minha cabeça caiu para trás, dando-lhe mais acesso ao meu pescoço. Meu corpo estava se tornando calor líquido, e eu tinha certeza que ele poderia fazer o que quisesse neste momento, porque eu não lhe pararia. Sua outra mão deslizou em meu cabelo e segurou a parte de trás da minha cabeça enquanto ele beijou seu caminho até meu pescoço, parando para dar pequenas lambidas onde meu pulso batia furiosamente. Ele pressionou sua língua contra um pequeno ponto e eu gemi. "Eu preciso da sua boca de novo, Addy", disse ele. Antes que eu pudesse sequer pensar em responder, ele cobriu minha boca com a sua. Eu dei a ele o que ele queria, porque eu queria isso também. O toque de seus lábios me fez tremer e agarra-lo desesperadamente. Ele me beijou até que nossos corpos pareciam estar flutuando. O atrito que eu ganharia se abrisse minhas pernas e as envolvesse em torno dele era tão tentador que eu tive que lutar para permanecer quieta. Eu tinha que parar tudo isso. Franny estava dormindo na caminhonete, mas se ela acordasse e nos visse, isso apenas iria confundi-la mais. Ela acharia que alguma coisa estava acontecendo, mas nada tinha mudado. Um beijo não mudava nada. Ele disse que queria amizade. Então, por que eu estava beijando-o?


Eu arranquei minha boca da dele e o empurrei. Para ter espaço. Para limpar minha cabeça. Deus, eu era tão fraca. Franny poderia ter acordado e nos visto. No que eu estava pensando? Quando eu tinha me tornado tão descuidada? Furiosa comigo mesma, eu ignorei a necessidade persistente do meu corpo. Franny vinha primeiro. "Nós não podemos fazer isso", eu disse, soando como se tivesse acabado de correr cinco milhas. O olhar nos olhos do Capitão era demais, então eu olhei para a lua por cima de seu ombro. Eu não conseguia olhar para ele agora. Eu podia senti o calor que ele estava sentindo também. Eu só não sabia o que íamos fazer com isso. Porque sessões de rapidinhas não eram algo que eu queria. "Eu lutei para evitar tocá-la durante a noite toda, e eu apenas..." Ele pausou. "Eu perdi o controle por um minuto. Eu precisava te tocar e prova-la novamente." Bem, ele era honesto. Voltei a olhar para a caminhonete, feliz por Franny ainda estar dormindo. "Eu preciso levá-la para a cama. É tarde", eu disse. "Vou levá-la" Capitão respondeu, se virando para abrir a porta da caminhonete e pegar nossa filha. Eu abri a porta da frente. Respirações profundas, juntamente com a brisa da noite ajudaram a refrescar minha pele corada. Eu podia sentir os olhos do Capitão em mim enquanto caminhávamos para dentro de casa, mas eu não ia olhar para ele. Eu não podia. Ele tinha que saber como isso me fazia sentir. Não era justo. Ele não estava sendo justo. "Onde?", Ele sussurrou. Eu balancei a cabeça na direção do quarto de Franny, e abri caminho para que pudesse puxar para trás as cobertas de sua cama.


Tirei as sandálias dela e rapidamente a enfiei na cama, beijando sua testa quando ela se enrolou mais profundamente nas cobertas. Quando me virei, Capitão estava observando-a dormir. O amor em seus olhos fez meu estômago apertar, e eu tive que deixá-lo lá. Se ele queria mergulhar nesse momento, tudo bem. Mas eu não tinha que assisti-lo fazer isso. Eu o senti passar pela porta, e sabia que ele estava me seguindo. O clique suave da porta do quarto de Franny me fez desejar ter ficado lá dentro com ela. A salvo dele. Segura de minhas fraquezas e emoções. "Eu não vou pedir desculpas por aquilo lá fora", disse ele em voz baixa. Eu não me virei para olhar para ele. "Eu fui uma participante voluntária. Não há necessidade de se desculpar." Ele soltou um suspiro pesado. "Vamos, Addy. Olhe para mim." A ideia de olhar para ele me assustou. Mesmo agora, meu corpo ainda estava zumbindo. Olhar para ele não ajudaria. "É tarde", eu disse. Ouvi seus passos pesados e tensos quando seu calor se aproximou de mim. Se ele me tocasse, eu tinha que me lembrar que a nossa filha estava dormindo há apenas um quarto de distância. "Eu quero te proteger. De tudo. Eu sempre quis. Mas eu não acho que possa protegê-la de mim mesmo. Eu pensei que pudesse." Sua voz estava tão perto que eu podia sentir o calor de sua respiração. "Eu não posso. Eu quero você demais. Eu quero ser capaz de tocar em você. Não é fácil para mim, Addy. Nada disso é."


Eu dei um passo para trás e esbarrei no bar. "Por que você acha que eu preciso ser protegida de você?", Perguntei. Quando eu tinha precisado disso? Ele baixou o olhar neste momento, e eu pensei que ele ia se calar mas, em vez disso, ele correu as costas dos dedos pelo meu braço e sobre a minha mão, numa carícia suave. "Eu fiz um monte de coisas que me danificaram. Eu pensei que estava muito quebrado e que nunca ia me sentir assim novamente. Eu não achei que a minha alma enegrecida pudesse precisar, querer e desejar qualquer um assim de novo." Embora eu quisesse saber o que ele tinha feito, não era com isso que eu estava preocupada no momento. Ele queria, precisava e me desejava. "Eu acho que você trouxe um pedaço de mim de volta à vida. O maior pedaço de mim. O pedaço que eu perdi quando pensei que você tinha morrido. Eu sinto agora muito mais do que já senti em um longo tempo." Sua mão escorregou na minha, e eu deixei ele unir nossos dedos. "O que estamos fazendo?", Perguntei. "Tudo. Estamos fazendo tudo. Eu quero tudo. Eu sempre quis tudo com você. Isso não mudou." Uau. Não era o que eu estava esperando. "O que 'tudo' significa?", Perguntei. Eu não queria esperar qualquer coisa além do que ele estava me oferecendo. Ele segurou meu rosto com a mão livre. Sua outra mão ainda estava segurando a minha. "Eu te quero. Eu quero a nossa filha. Eu quero ser mais do que uma parte de suas vidas. Eu quero estar em suas vidas. Mas agora, eu só quero você. E quero tanto que não posso me concentrar em qualquer outra coisa."


Minha boca abriu um pouco enquanto eu olhava para ele. "Venha para a minha caminhonete. Eu só preciso te tocar um pouco, Addy. Por favor", ele implorou, me puxando em sua direção. Ele não me beijou. Ele manteve seu olhar preso nos meus olhos enquanto esperava minha resposta. Franny tinha um sono profundo. Sair de casa para sua caminhonete era seguro. Ela não podia nos ouvir lá fora. "Ok", eu sussurrei. Ele fechou os olhos por um momento, e então sua mão se apertou em torno da minha quando ele se moveu tão rapidamente que eu quase perdi o equilíbrio. Ele quase me puxou para fora da porta. Quando chegamos na porta, ele me pegou e deu vários passos largos até que estávamos abrindo a porta de sua caminhonete. Eu caí sobre meus cotovelos no banco de trás, e olhei para ele enquanto ele pairava sobre mim. Seus olhos percorreram lentamente meu corpo, até que pousaram na bainha do meu vestido de verão, que tinha subido quando eu deslizei sobre o banco, e que agora estava expondo minhas coxas nuas e dandolhe um vislumbre da calcinha vermelha combinando embaixo. "Vermelha", disse ele. Em seguida, ele olhou para mim. "Ela é fodidamente vermelha. Eu estava me atormentando durante toda a noite sobre a cor que elas poderiam ser. Nunca imaginei que você iria combinar sua calcinha com esse vestidinho sexy." O vestido não era sexy. Era um vestido vermelho simples. Mas eu gostava da maneira como ele se encaixava. Ele observou meu rosto quando passou a mão pela minha perna. Seus dedos deslizaram pelo meio das minhas coxas fechadas, e ele as empurrou abertas. "Eu quero isso", disse ele, baixando a boca para a minha.


Eu queria isso também, e se ele não desse logo para mim, eu iria tomar dele. Sua boca tocou a minha, e eu arqueei para prová-lo. Eu amava seus lábios. Quanto mais ele me beijava, mais eu me tornava obcecada por eles. Eu queria mordisca-los e lambê-los. Eu queria senti-los pelo meu corpo. Eu tremia com esses pensamentos que eu reprimi por um longo tempo. Capitão moveu a mão até seu dedo roçar minha virilha e o cetim da minha calcinha. Eu estava encharcada, e eu sabia disso, mas tinha se passado tanto tempo, e eu o queria tanto que não podia me controlar. Ele quebrou nosso beijo, mas não se afastou dos meus lábios. "Tão molhada. Tão gostosa. Eu preciso te provar, baby." Eu queria implorar para ele para fazer exatamente isso, mas apenas consegui choramingar. Mas ouvir meu lamento era tudo que ele precisava. Capitão jurou com as mãos dele estavam calcinha pelas minhas pernas, ajudando-o a me

um rosnado, e segundos depois ambas sob o meu vestido, puxando minha pernas. Eu levantei meus quadris e libertar da barreira indesejada.

Ele levantou minha calcinha ao nariz e a cheirou, em seguida, com um sorriso perverso, a dobrou com cuidado e colocou-a no painel do seu carro, como se tivesse todo o tempo do mundo. Eu me mexi, precisando de algum atrito. O gesto era doce e muito sexy, mas meu corpo parecia estar pegando fogo. "Bom", disse ele, deslizando a mão na minha perna. "Eu vou fazer você se sentir bem. Eu juro." Em seguida, ele levantou minha perna e a colocou por cima do ombro, antes de fazer o mesmo com a outra.


Eu parei de respirar quando ele segurou meu olhar, abaixando a cabeça até que o primeiro toque de sua língua quase me mandou voando para fora do assento. Eu gritei, mas então sua língua deslizou contra o meu clitóris inchado novamente, e eu comecei a gemer. Isso era muito bom. Eu tinha estado sem sexo por tanto tempo, que sabia que isso ia ser demais. Minhas mãos agarraram punhados de seu cabelo longo enquanto ele continuava seu doce tormento, me degustando calmamente. Com cada lambida, eu queria agarrar alguma coisa. Mendigar e implorar. O prazer estava construindo rápido, e meu corpo estava pronto para o que estava por vir. Quando calor explodiu dentro de mim, eu joguei minha cabeça para trás e gritei, e meu corpo continuou tremendo enquanto o Capitão continuava seu beijo íntimo durante todo o meu orgasmo. Quando meu êxtase abrandou, ele beijou minha coxa e moveu lentamente minhas pernas de seus ombros, aproximando seu corpo até me cobrir. Em meio a minha neblina feliz, eu olhei fixamente para ele. O sorriso em seu rosto me fez rir. Ele estava se regozijando por dentro por me fazer perder o controle assim. Eu me sentia tão bem que não me importava. Ele poderia tripudiar tudo que quisesse se eu pudesse ter um pouco mais disso outra vez. "Foi bom?", Ele perguntou, esfregando meu lábio inferior com o polegar. Eu balancei a cabeça. O sorriso bobo no meu rosto não podia ser disfarçado. "Você é incrível", disse ele com a voz rouca. "É tão boa que eu poderia até mesmo saboreá-la um pouco mais." Eu gostava dessa ideia. Muito.


Mas a evidência de sua excitação estava pressionando contra a minha coxa. Sua calça jeans ainda estava no lugar, mas eu podia sentir a rigidez, e a queria também. Eu queria fazer ele se sentir tão bom quanto ele me fez sentir. Movi a minha coxa para que ela esfregasse contra sua ereção, e ele assobiou por entre os dentes. "É a minha vez", eu disse, me movendo novamente. Ele moveu os quadris desta vez, aumentando o atrito. "Não é necessário. É tudo sobre você hoje à noite", disse ele, me prendendo de forma que eu não pudesse abrir sua braguilha como eu queria. "Mas eu o quero", eu disse, abrindo minhas pernas para que ele pudesse ver o que estava entre elas. Tudo o que ele tinha que fazer era se mover um pouco para pressionar contra onde eu o queria. "Porra, Addy," ele disse sem fôlego, esfregando os quadris onde meu calor estava provocando-o. Eu queria mais do que isso. Eu queria dar-lhe mais. "Deixeme", eu disse, movendo minha mão para baixo para pega-lo através de seu jeans. Ele fechou os olhos quando eu esfreguei minha mão sobre seu pau duro. "Eu quero tocá-lo", eu disse, tentando desabotoar sua calça. Ele abriu os olhos e olhou para mim. A necessidade em seu olhar me fez tremer e apertá-lo mais forte. Sua mandíbula se apertou. "O que você quer?", Ele perguntou, movendo os quadris. "Eu quero o seu pênis na minha boca", eu disse a ele francamente enquanto o pressionava suavemente. Ele soltou um gemido e saiu de cima de mim até que estava sentado. Me apressei em ficar de joelhos ao lado dele antes que


ele mude de ideia. "Não é necessário que você faça isso, mas fodame, eu não posso negar quando você pergunta assim." Eu rapidamente abaixei seu jeans, até conseguir segurálo nu em minhas mãos. Ele assobiou por entre os dentes de novo, e sua cabeça bateu no encosto do banco, mas ele não tirou os olhos de mim. Eu gostava de saber que ele queria me ver fazendo isso. Abaixando minha boca, eu beijei a ponta de seu pau, e ele tremeu sob o meu toque. Eu amei o poder que isso me dava. Eu queria fazê-lo tremer. Eu o queria gozando na minha boca da mesma maneira que eu tinha perdido o controle com ele antes. A ideia me excitava, e eu senti o calor entre as minhas pernas começando a formigar novamente. Eu afastei minhas pernas ligeiramente enquanto segurava a base de seu pênis com uma mão, e então deslizei minha outra mão entre minhas próprias pernas, para provocar a dor doce que estava de volta. "Foooda," ele gemeu, e eu olhei para cima para vê-lo assistindo eu me tocar. "Eu vou ficar apenas observando, baby." Sorrindo, eu deslizei meus lábios em torno dele, até a cabeça de seu pênis bater no fundo da minha garganta, me fazendo engasgar. "Calma, baby. Não se machuque. Eu não quero que você faça isso." A preocupação em sua voz rouca me disse que tanto quanto ele não queria que eu me machucasse, ele estava gostando também. Eu chupei duro quanto o puxei em minha boca como um pirulito. "Eu gosto desse jeito", eu disse e, em seguida, o levei de volta na minha boca, fazendo seu corpo ficar fraco. Ele estava completamente à minha mercê.


CAPITÃO Eu gosto desse jeito. O que diabos isso significava? Ela disse que não tinha estado com qualquer outra pessoa, e da última vez que ela fez isso, ela não tinha engasgado. Eu assisti quando a cabeça inchada do meu pau deslizou por sua garganta. No momento, eu não podia reservar uma fodida preocupação sobre o que ela quis dizer com “eu gosto desse jeito”. Deus, ela era linda. Foquei minha atenção na mão que ela tinha entre suas coxas abertas, e senti meu pau latejar em sua apertada boca quente. Nunca tive um boquete tão bom, maldição. Ela não era uma especialista, mas o fato de que ela estava dando tudo que tinha enquanto mantinha sua bunda redonda no ar para se acariciar estava fazendo a minha própria fantasia pessoal se tornar realidade. Ela gemeu, e a vibração me fez cerrar o abdômen numa tentativa de me segurar e evitar gozar na sua boca. Eu não podia fazer isso com ela. Eu nunca fiz quando éramos mais jovens. Sua língua girou ao redor minha cabeça sensível, e eu agarrei um punhado de seu cabelo, afastando-a de mim. "Eu vou gozar," ofeguei, me controlando para não me libertar no rosto dela. Ela olhou para mim quando empurrou meu pau em sua garganta, justo quando ela gozou em sua própria mão, tremendo e gemendo. E então eu me perdi. Segurando sua cabeça - mas


não querendo que ela parasse agora - eu gozei em sua garganta, e ela engoliu tudo, sem engasgar. "Porra, Addy, foda, baby," Rosnei enquanto o prazer me abalava. Observa-la me chupar até a última gota me fez querer deixar isso ainda mais sujo. O tipo de sujo que eu gostava. A ideia só fez meu pau se contorcer de volta à vida enquanto ela lentamente afastava os lábios, me deixando com um sorriso faminto nos lábios antes dela lamber o pouco que tinha vazado. O sorriso de satisfação no rosto dela era malditamente adorável. Estendi minha mão para agarrar a mão que tinha estado entre as pernas dela, trazendo-a para minha boca para que eu pudesse chupar seus dedos. "Oh," ela murmurou enquanto me assistia. Ela apenas ficou ali parada, ajoelhada no banco com as coxas ainda bem abertas, me observando. Quando eu tinha seus dedos limpos, eu larguei sua mão e perguntei algo que eu realmente precisava muito saber, mas que tinha medo de pedir. "Como você sabia que eu gostava do engasgo?", Perguntei. Ela franziu a testa em primeiro lugar, em seguida, compreendeu o que eu estava pedindo e sorriu, abaixando a cabeça timidamente. Como ela poderia estar tímida comigo agora, depois de tudo que tínhamos feito? "Só porque eu não estive com outro homem não significa que eu não tenha usado minha imaginação para encontrar algum alívio." Eu não tinha certeza se tinha gostado dessa resposta. "E quem você estava imaginando?" Eu perguntei, ainda precisando ouvir que só tinha sido eu. Mesmo que isso fosse injusto, eu não conseguia evitar.


Com a expressão mais sincera que eu já vi em seu rosto, ela disse simplesmente: "Você. Com quem mais eu poderia fantasiar?" Estendi a mão para ela e a puxei para o meu colo, reivindicando sua boca. Quando ela apertou sua molhada buceta nua sobre o meu pau semi-duro, eu tive que quebrar o beijo para senta-la de volta no banco do carro. Se ela continuasse fazendo isso, eu ia acabar transando com ela aqui mesmo no banco de trás, e nós ficaríamos nesta caminhonete durante toda a noite. E aqui não era onde eu queria que nós tivéssemos nossa segunda primeira vez. Ela merecia muito mais. Eu já tinha deixado que ela me chupasse. Eu tinha que me controlar. Ela não era uma vagabunda. Ela era a minha Addy. "Não. Aqui não. Não gosto disso." Minha voz estava afetada com a dor dessa necessidade que era impossível controlar. Addy chegou mais perto quando eu a coloquei de volta. Afastar-me dela ia contra cada instinto que eu tinha, mas eu não estava deixando as coisas entre nós acontecerem desta forma. E eu meio que me odiava por isso. "Addy, baby, não nesta maldita caminhonete. Pelo menos não na primeira vez." "Esta não é a nossa primeira vez, ou você esqueceu?", Perguntou ela, inclinando a cabeça para o lado com um sorriso provocante. "Eu nunca poderei esquecer. Nunca", respondi, acariciando seu rosto. "Sempre será somente este rosto." Eu não disse mais. Ela sabia o que eu quis dizer. Nenhum de nós precisava explicar. Ela fechou os olhos e se inclinou para o meu toque. "Ok", ela sussurrou.


Precisar desta mulher nunca havia mudado para mim. Quando ela era uma menina, eu precisava dela para me completar. Só então eu poderia sobreviver. Agora que eu a tinha em meus braços novamente, eu ainda precisava dela. Ela era o que me fazia sentir inteiro. Fazia tanto tempo desde que eu tinha sentido essa sensação de plenitude que eu tinha quase esquecido como era. Addy deslizou do meu colo e sentou no banco ao meu lado. "Eu preciso voltar para dentro, no caso de Franny acordar", explicou ela, estendendo a mão para a maçaneta da porta. "Eu vou acompanha-la até a porta," eu disse, abrindo a porta do caminhonete do meu lado e pulando para fora, em seguida, me aproximando para pegar a mão dela. Ela deslizou a mão na minha, e eu sempre. Parte de mim temia eu que fosse isso não passaria de um sonho. Que Franny. Que minha vida ainda estaria Desprovida de necessidade.

queria mantê-la lá para acordar em breve, e que eu não teria Addy ou desprovida de emoção.

"No que você está pensando?", Ela perguntou. Afastei esses pensamentos e apertei sua mão na minha quando comecei a caminhar em direção a porta. "Nada." Isso não foi o suficiente para ela, no entanto. Ela parou de andar e puxou meu braço para chamar minha atenção. "Não diga nada. Eu conheço essa carranca. É o River tendo pensamentos infelizes. No que você está pensando?" Uma vez eu tinha sido capaz de contar tudo a ela. Mas sabia que não seria capaz de fazer isso agora. Havia trevas na minha vida que ela nunca ia entender. Eu não poderia compartilhar essas coisas com ela, não se quisesse mantê-la em minha vida.


Eu tinha que ser digno dela e de Franny. Meu passado era algo que teria de ficar em segredo. "Eu só não quero acordar e descobrir que tudo isso foi um sonho", eu respondi finalmente. Toda a verdade que eu pudesse dizer a ela, eu diria. Eu iria compensar as mentiras que teria que contar. Sua pequena mão apertou a minha. "Eu também." "Eu tenho muito para compensar. Eu mudei, mas não quando se trata de você. Estar com você me leva de volta ao que eu pensei que tivesse perdido". Eu só esperava que ela acreditasse em mim e visse isso também. Ir embora hoje à noite me assustava. Uma vez que ela tivesse tempo para pensar sobre o idiota que eu havia sido desde que ela chegou, ela podia se arrepender. Mas eu não a perderia. De novo não.

ADDY Como você sabia que eu gostava do engasgo? Eu cobri o rosto com as mãos e gemi em constrangimento. Ontem à noite eu fiquei tão agitada por estar nos braços de River novamente. Eu não tinha pensado sobre o que eu estava fazendo. À luz do dia, porém, eu repassei tudo na minha cabeça. E não reconhecer a mulher que me tornei. Ouvi Franny na cozinha e empurrei os pensamentos de River para fora da minha cabeça. Eu tinha que me focar no hoje.


Ontem à noite significou algo para mim. Eu só não sabia o que tinha significado para ele. Especialmente depois que ele teve tempo para dormir e pensar. Esta tarde no trabalho, porém, iria responder às minhas perguntas. A maneira como ele agisse comigo me diria se eu tinha me comportado como uma idiota ou se ele tinha sentido o mesmo que eu. O jeito como ele tinha olhado para mim antes de sair me fez querer acreditar que ele estava onde eu estava, porém. "Mamãe, você quer um waffle?", Perguntou Franny, virando para sorrir para mim enquanto esperava a torradeira disparar seu café da manhã. Eu balancei minha cabeça. "Não, obrigada, baby. Acho que café é suficiente por agora." "Eu sabia, mas quis perguntar mesmo assim." Sorrindo, eu me aproximei do fogão e peguei o bule. "Quando eu vou ver o papai de novo?" Boa pergunta. Nós realmente não tínhamos discutido isso ontem à noite. "Em breve, tenho certeza. Ele gostou de estar com você tanto quanto você gostou de estar com ele,” assegurei. Ela sorriu e sentou-se à mesa. "Acho que ele gostou de estar com você, também. Ele olha muito para você." Eu baixei minha caneca de café para baixo e me recompus. "Não tenha ideias sobre nós, está bem?" Eu precisava que ela entendesse. Meu coração se quebrando era uma coisa, mas o coração quebrado de Franny era outra. Eu não estava disposta a correr esse risco. Ontem à noite eu tinha estado com River novamente, mas eu não podia esquecer do lado dele que era comandado pelo


Capitão. E o Capitão não era alguém em quem eu estava disposta a confiar. Ainda não. "Eu não estou tendo ideias. Só estou dizendo que o vi olhando para você várias vezes. Aposto que se ele te visse com seu cabelo loiro ele realmente te acharia linda." Franny não tinha gostado quando eu colori meu cabelo de vermelho. Ela disse que não parecia certo. Ela gostava que nós fossemos parecidas. "Eu não acho que esse seria o caso. Mas concordo que é hora de voltar para a minha cor original." Franny começou a comer, e eu pude beber meu café calmamente, suspirando de alívio por esta conversa ter chegado ao fim. "Quando você o ver hoje, vai perguntar se ele quer tomar um sorvete com a gente de novo?" Ela o queria perto o tempo todo. "E se eu o convidasse para vir jantar aqui na minha próxima noite de folga? Podemos cozinhar para ele." Franny sorriu para mim. "Sim, isso é ainda melhor. Mas vamos cozinhar o nosso melhor prato. Não apenas pizza. Eu posso fazer os biscoitos." "Está bem. Temos um acordo", eu concordei.

No momento em que eu comecei a trabalhar naquela tarde, estava ainda mais insegura. Parte de mim esperava uma ligação


ou possivelmente uma mensagem dele. Mas não houve nada. Por duas vezes eu quase mandei uma mensagem o convidando para jantar, mas me parei antes de redigir qualquer coisa. Eu não tinha certeza do que ele estava pensando, e se ele lamentava o que tinha acontecido ontem à noite, então eu não tinha certeza se poderia enfrentá-lo. Especialmente depois do que eu tinha feito. Meu rosto corou de vergonha mais uma vez, e eu abaixei minha cabeça enquanto entrava pela porta de trás. "Você está atrasada." O tom agudo de Elle me assustou, e eu olhei para cima para vê-la saindo do escritório do Capitão, fechando a porta atrás dela. A dor aguda que passou por mim me fez estremecer. Eu não queria que ela pensasse que tinha me chateado, mas saber que ela tinha estado no escritório do Capitão era difícil suportar. Especialmente desde que eu tinha os ouvido fazendo sexo lá uma vez. "Estou cinco minutos adiantada”, respondi. Eu nunca chegava atrasada. Ela sabia disso, e odiava. "Não pelo meu relógio. Eu vou descontar se isso acontecer novamente". Eu queria revirar os olhos, mas não o fiz. Abrindo caminho, eu passei por ela e fui para os armários na sala dos funcionários, guardar minha bolsa e pegar meu avental. Quando passei pela porta do Capitão, tive que resistir à vontade de chutá-la. Eu não sabia o que ela estava fazendo lá dentro, mas odiava estar tão completamente ciumenta. Ontem à noite claramente tinha sido um erro. Ele não tinha mandado mensagem ou ligado durante todo o dia, e então eu vi sua ex saindo de seu escritório do momento que cheguei. Se eu não reconhecesse as pistas que estavam sendo lançadas contra


mim, então estaria apenas sendo ingênua. Ele era o pai de Franny. E isso era tudo. Eu não ia jogar este jogo. Brad estava na sala dos funcionários quando eu entrei, e se virou e sorriu para mim. "Ei." "Hey," eu respondi, surpresa que ele tinha realmente falado comigo. "A noite passada foi uma loucura ocupada. Estou feliz que você estava fora.” Conversa fiada. Outra coisa que eu não esperava. "Sim? Espero que esta noite não seja tão ruim". "Espero que este novo cara possa lidar com as coisas quando o Capitão se for." Outra coisa na qual eu não tinha pensado. Será que eu continuaria trabalhando aqui quando o Capitão tivesse ido embora? Por que continuar neste trabalho e lidar com Elle quando eu poderia trabalhar em algum lugar onde não tivesse que lidar diariamente com uma cadela que me odiava? "Tenho certeza que o Capitão vai deixa-lo pronto quando finalmente se for", eu disse para preencher o silêncio. Porque agora eu realemente não queria pensar sobre o Capitão. "Você está certa. Eu vou.” A voz do Capitão veio da porta. Eu fiquei tensa, mas não me virei para olhar para ele. "Oh sim. Eu sei que você vai. Eu só quis dizer que ele não é como você. Eu não tenho dúvida de suas habilidades." Brad parecia um pouco nervoso. "Rose, eu preciso ver você em meu escritório." Sua voz tinha suavizado quando se dirigiu a mim, diferentemente daquela que ele tinha usado com Brad.


"Estou atrasada. Se eu não for para o salão de jantar, sua namorada vai me descontar. Ela disse exatamente isso quando a vi saindo de seu escritório mais cedo." A amargura no meu tom era óbvia. Eu não tinha a intenção de dizer tudo isso, mas tinha escapado. E agora eu parecia uma puta ciumenta. Porcaria. "Agora, Rose." Sua voz baixou, e eu podia ouvir um pequeno aviso em seu tom. Por mais que eu quisesse gritar para ele ir embora, porque eu realmente queria começar um total ataque feminino, eu assenti e fechei meu armário com mais força do que o necessário antes de me virar para segui-lo ao seu escritório. Só que ele não tinha saído, e tinha presenciado todo o meu ataque de nervos. Ele estava me observando com uma carranca franzindo sua testa. Ele estava confuso, como deveria estar, digase de passagem. Eu estava exagerando completamente. Mesmo com tudo que tínhamos feito ontem à noite, não era como se tivéssemos feito alguma promessa. Eu não era uma menina no ensino médio, mas estava agindo como uma adolescente louca. Eu suspirei. Não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso, exceto mostrar arrependimento. Eu não achava que o meu orgulho fosse me deixar pedir desculpas, no entanto. O Capitão virou e dirigiu-se para seu escritório. Tudo o que eu podia fazer era seguir seus passos. Eu podia sentir os olhos de Brad me seguindo, mas não havia nenhuma maneira que eu fosse dizer adeus a ele, ou até mesmo olhar para ele. Eu podia não ser nem capaz de fazer contato visual com ele novamente depois disso. De alguma forma, eu apenas consegui me envergonhar ainda mais.


No primeiro passo que eu dei dentro do escritório do Capitão, ele se virou e envolveu sua mão ao redor do meu pulso e me puxou para perto, antes de bater à porta atrás de mim. Eu pulei, e meu pulso acelerou sob o seu toque firme. Eu tinha deixado-o com raiva, mas não estava com medo dele. "Namorada?", Ele disse em voz baixa e rouca quando me apoiou contra a porta. "Da última vez que eu verifiquei, era a sua buceta que eu estava lambendo." Oh, meu Deus. "Elle não tem poder para fazer merda nenhuma contra você. Suas ameaças são inúteis. Eu não vou deixá-la te machucar, e você sabe disso. Ou, pelo menos você deveria saber disso, porra." Ele parou e abaixou a cabeça até que seus lábios beijaram meu pescoço. "Você com ciúmes me irrita e me excita, tudo ao mesmo tempo." Oh, meu Deus. Sua língua saiu, e ele a correu ao longo da curva do meu pescoço. "Eu não quero mais ninguém. Te disse ontem à noite que foi sempre o seu rosto que eu vi. Toda maldita vez. Eu nunca poderia amar ninguém além de você." Meu corpo se derreteu contra ele. "Eu tentei tudo o que havia para experimentar. Eu fiz tudo que podia para tirar você da minha cabeça. Mas não passou um dia sequer sem eu sentir sua falta. Nem um dia sem que eu visse seu rosto quando fechava meus olhos." Sua boca beijou meu pescoço, até que ele colocou um pequeno beijo no canto da minha boca. Então ele colou sua testa contra a minha, e me pegou pela cintura até me elevar ao nível dos seus olhos.


"Diga-me o que a irritou. Foi Elle saindo do meu escritório? Só porque a cadela vem aqui não significa que eu a quero aqui. Você precisa confiar em mim." "Você não ligou, ou mesmo mandou mensagem o dia todo," eu soltei. Um lento sorriso surgiu em seus lábios, e ele balançou a cabeça. "Eu estava te dando espaço para aceitar tudo isso. Nós. Ontem à noite foi intenso, e eu não queria oprimi-la. Mas se eu tivesse pensado por um segundo sequer que você estava esperando eu ligar, eu teria te ligado, porra." Toda a preocupação e ciúme que eu tinha sentindo me corromper durante todo o dia desapareceram, e eu passei meus braços em volta do pescoço dele. "Sinto muito." Ele riu e se inclinou para reivindicar minha boca num beijo que era tão doce quanto quente. Agarrei um punhado de seu cabelo, e suas mãos me seguraram mais apertado quando ele me puxou contra seu corpo. "Enrole suas pernas em volta de mim", disse ele contra os meus lábios. Quando eu fiz o que ele pediu, ele me levou até o sofá, deitando enquanto me segurava. "Acho que vou mantê-la aqui a noite toda", disse ele com um sorriso arrogante. "Eu definitivamente vou ter um desconto salarial, então", respondi. Ele deu de ombros. "Eu conheço o chefe." Rindo, eu me inclinei para beijá-lo novamente. Porque quando nós estávamos assim, eu estava em casa.


CAPITÃO Eu estava assistindo Addy na sala de jantar atendendo uma de suas mesas. Eu ficava tentando me concentrar no trabalho, mas sempre acabava aqui atrás. Ela riu do homem mais velho, que estava contando a ela uma história que parecia divertir sua esposa. Addy tinha um charme que deixava todos à vontade. Eu me encontrei querendo-a novamente só para mim. "Então é isso que tem te distraído tanto ultimamente," a voz de Blaire sussurrou ao meu lado. Virando-me, olhei para minha irmã, que estava verificando Addy com um sorriso no rosto. "O que você está fazendo aqui?", perguntei, um pouco irritado ao ser pego justo por Blaire, de todas as pessoas. "Vim para descobrir por que você ignorou os meus dois últimos telefonemas, e só respondeu minhas mensagens com palavras de ma silaba." Ela assentiu com a cabeça na direção de Addy. "Eu gosto do que vejo. Ela é uma boa razão para me ignorar. Bethy disse que viu você com uma ruiva atraente e uma adorável menina loura na última noite. Pensei em vir vê-lo e perguntar sobre isso. Mas agora eu posso ver por mim mesma Então, ela tem uma filha?" Eu dei um passo atrás para o corredor, antes que Addy pudesse virar e nos ver olhando para ela e conversando. Eu não tinha notado que a amiga de Blaire, Bethy, estava em Grayton ontem à noite. Mas então, depois que eu tinha colocado meus olhos em minhas meninas, ninguém mais teve importância.


"Venha ao meu escritório," Eu disse a ela. Se Blaire ia fazer perguntas, eu queria um pouco de privacidade. "Eu não achava que você fosse alguém que namoraria uma mãe solteira, mas eu estou gostando desse seu lado." "A menina, Franny. Ela é minha." Pronto, eu disse isso. Eu precisava contar a alguém. Eu queria dizer a alguém. Os olhos de Blaire arregalaram ligeiramente, e sua boca se abriu enquanto ela olhava para mim. "Sua?", ela perguntou, ainda em estado de choque. "Rose... É alguém do meu passado. Uma parte de meu passado que sempre mantive guardada. É uma longa história. E eu não sabia sobre Franny até uma semana atrás." Os olhos de Blaire estavam queimando e brilhando, e ela colocou as mãos nos quadris como se estivesse pronta para atacar alguém. "Ela escondeu sua filha de você?" Eu balancei a cabeça e levantei a mão para acalmar minha irmã. "Não foi desse jeito. Ela não podia me encontrar. Deixei aquela vida para trás e corri. Mudei meu nome, fiz algumas escolhas que foram ruins. Me encontrar não foi fácil. Mas ela continuou procurando". A postura de Blaire relaxou, e sua expressão suavizou. "Oh, bem, isso é diferente." Eu balancei a cabeça. "Sim. Ela não teve uma vida fácil, também. Eu me culpo por isso, mas ela me tem agora, e eu não vou a lugar nenhum.” Ficamos em silêncio. Eu podia ver as rodas girando na cabeça de Blaire. Eu apenas tive que esperar enquanto ela pensava sobre isso. "Eu quero conhecê-las", disse ela simplesmente.


"Bom. Eu quero que elas te conheçam, também.” Blaire sorriu. "Eu não posso acreditar nisso." Se ela conhecesse a verdadeira história... Mas eu nunca diria a ela. Meu passado era algo que iria ficar entre Addy e eu. Blaire tinha acabado de entrar na minha vida. Nós compartilhávamos o mesmo pai, mas eu tinha nascido de uma mãe adolescente, que tinha me dado para adoção. Quando eu tinha decidido encontrar meus pais biológicos, também tinha encontrado Blaire. Uma irmã que eu nem sabia que tinha. Éramos mais próximos agora, mas isto ainda era mais do que eu queria compartilhar com ela. "E o seu nome não é realmente Rose. É Addy. Ela me estudou por um tempo, para se certificar de que eu tinha me transformado num homem digno da nossa filha. Por isso ela se disfarçou e mudou seu nome”. O sorriso de Blaire cresceu. "Eu gosto dela. Ela é uma mãe protetora. Isso diz muito sobre uma pessoa.” "Espere até você encontrar Franny, e ver o trabalho incrível que ela fez ao cria-la." "Jantar na minha casa, na sua próxima noite de folga. Certifique-se de trazer as duas" Blaire não perguntou - ela simplesmente ordenou. "Deixe-me falar com ela sobre isso primeiro. Me certificar de que ela concorda. Isto tudo é novo para nós, e eu não quero fazer nada que seja demais para Franny." Blaire soltou uma risada e sorriu para mim. "Você é um pai. Eu adoro isso." Eu também adorava. "Sim", respondi.


Uma vez eu tive minha irmã fora do meu escritório, eu fui para verificar as coisas no restaurante. Não era como se eu fosse exatamente necessário, mas eu queria ver Addy. "Rose chegou atrasada na tarde de hoje para a reunião na sala de jantar. Eu estou fazendo uma ligação para organizar sua demissão", disse Elle, saindo da cozinha e vindo diretamente para mim. "Não", eu respondi, irritado que Elle estivesse atacando Addy por ciúmes. "Por quê? Você está saindo com ela? É isso? Se havia mais alguém esta tarde, você os deixou ir. Por que fugir com ela?" Eu andei em torno Elle e me dirigi à sala de jantar. "Me responda. Ela é aquela que finalmente te mudou?" Eu parei no meu caminho, odiando a descrença em sua voz, como se ela fosse superior a Addy. Garota estúpida. Olhei para trás por cima do meu ombro e encontrei seu olhar zangado. "Ela é a melhor funcionaria que temos aqui. Você sabe disso, assim como todos os outros." Por mais que eu quisesse dizer a ela que sim, que eu estava com Addy, eu não poderia fazê-lo. Se eu fizesse isso, ela ia atacar Addy com uma ferocidade que ia resultar na sua demissão, e isso iria chatear Stout. "Ela é medíocre, na melhor das hipóteses," Elle estalou. "Não seja ridícula," eu respondi, aborrecido com toda essa conversa.


"Eu odeio você!", Ela gritou acaloradamente. Eu não sentia nada por ela, então não respondi.

ADDY Ele me observou durante toda a noite, e isso me faz sentir animada e nervosa ao mesmo tempo. Eu gostava de saber que ele estava lá, mas também estava preocupada em esquecer o que estava fazendo se olhasse para ele. Eu esperava que ele fosse me encontrar no momento em que o restaurante fechou, mas ele não estava lá. Eu fui pegar minha bolsa nos fundos, ainda pensando que ele ia aparecer, mas ele nem deu sinal. Elle não parava de olhar para mim e sorrir, como se houvesse de algo que eu desconhecia. Eu a ignorei e decidi parar no escritório do Capitão para desejar-lhe boa noite. Talvez ele estivesse apenas ocupado. A porta do escritório estava aberta, e eu podia ver que estava vazio. Eu pensei em mandar-lhe uma mensagem de texto, mas mudei de ideia. Eu precisava chegar em casa para Franny, então esperaria até que ele entrasse em contato comigo. Talvez ele estivesse tentando me dizer algo, mas eu não fazia ideia de como descobrir o que poderia ser. Havia vários cenários correndo pela minha mente, mas quando eu saí, percebi que não era nenhum deles; sua caminhonete ainda estava no estacionamento, e ele também. Na escuridão, eu podia vê-lo profundamente absorto numa conversa com uma loira alta. O cabelo dela estava puxado para trás com


força num rabo de cavalo, e ela vestia couro preto apertado. Eles não poderiam estar mais perto um do outro sem realmente se tocarem. Fiz uma pausa e os observei. Mesmo nas sombras, eu podia ver que o rosto do Capitão tinha uma intenção enquanto a escutava. Eu nunca a tinha visto antes, mas ele parecia conhecê-la. Ela era importante para ele. A maneira como seu corpo se inclinava para o dela enquanto falavam queria dizer alguma coisa. Havia um ar de intimidade entre eles que fez meu estômago revirar. Capitão parecia apaixonado enquanto falava, se inclinando mais perto na direção dela. Eu não podia ficar e assistir isto por mais tempo. Eu não sabia o que era, mas podia dizer, apenas a partir deste pequeno vislumbre, que era mais do que eu poderia aceitar. Me apressando para o meu carro, peguei minhas chaves e o destranquei. Chegar em casa e segurar Franny apertado iria aliviar essa dor. Saber que ela estava lá sempre me ajudava a enfrentar tudo. Ela vinha primeiro. Ela era tudo o que importava neste mundo. Eu não precisava dele. Franny sim. Mas eu não. Eu poderia sobreviver a isso. Eu era mais forte agora. Quando eu saí do estacionamento do restaurante em direção a minha casa as lágrimas já ardiam em meus olhos, e eu tive que pisca-las de volta. Chorar por isso não era algo que eu faria. Amanhã eu tinha certeza que ele teria alguma desculpa, embora eu não achasse que eu fosse me importar em ouvi-las dessa vez. Nada poderia explicar o que eu tinha visto. Eu segurei minhas lágrimas durante toda a viagem para casa, e quando eu finalmente cheguei, estava tão exausta de segurar tudo que apenas corri para dentro.


Abraçar Franny durante toda a noite era o que eu precisava.

Ele mandou três mensagens e ligou cinco vezes dentro de uma hora. Eu apenas o ignorei. Enrolada na cama com Franny, coloquei meu telefone no modo silencioso e assisti quando ele se iluminava a cada vez. Eu não ia responder. Se ele estivesse tão preocupado comigo chegando em casa em segurança, ele deveria ter estado lá quando eu saí do trabalho. E não com a estranha loira. Ele nem tinha notado quando eu sai. Me lembrar disto me dava mais força para me manter firme toda vez que me sentia fraquejar.

"Mamãe, por que o papai está do lado de fora dormindo na caminhonete?", Perguntou Franny. Abri os olhos e olhei para cima para encontra-la se inclinando sobre mim. Tentar compreender exatamente o que ela tinha acabado de dizer, no entanto, levou um momento. "Ele está dormindo lá fora. Em sua caminhonete", disse ela, com uma expressão confusa e ansiosa. "Não vai acordá-lo?" Quem estava lá fora? "Huh?" Eu perguntei enquanto me sentava e esfregava os olhos, tentando me concentrar na minha filha.


"Papai. Em sua caminhonete." Ela estava começando a soar frustrada. "Capitão?" Eu repeti, me sentindo ainda mais confusa. Franny soltou um suspiro. "Eu vou acorda-lo." Então ela se virou e correu para fora do quarto. O Capitão estava lá fora em sua caminhonete. Merda! Levantando-me, peguei um par de shorts sujo e os vesti junto com a blusa com a qual eu tinha dormido antes de ir atrás de Franny. Por que o Capitão estaria dormindo em sua caminhonete na frente da minha casa não fazia sentido para mim. Mas, seja o que for, eu não queria que Franny fosse acorda-lo e confrontá-lo. "Franny, espere!" Gritei enquanto corria atrás dela. Ela tinha sua mão na porta e estava prestes a sair quando parou e olhou para mim. "Ele está dormindo em sua caminhonete." Ela parecia preocupada. Eu concordei e finalmente entendi o que ela estava dizendo. "Deixe-me ver por que ele está lá fora. Você fica aqui e começa a fazer o café da manhã. Tenho certeza que ele vai entrar quando estiver acordado. Faça um waffle para mim, também," eu sugeri, esperando que isso fosse mantê-la em casa. Ela parecia dividida quando olhou para a janela. "Ok, mas se certifique que ele entre. Eu quero vê-lo. Ele está aqui para me ver, eu acho." "Eu vou fazer isso. Prometo," assegurei. Eu não lhe dei tempo para discutir antes de começar a andar até a caminhonete do Capitão. Eu sabia que Franny estaria assistindo pela janela, portanto, gritar com ele não era uma opção.


O fato de que ele estava aqui me enfureceu. Ele estava me manipulando. Ele sabia que eu não iria reagir mal na frente de Franny. Além disso, qual era o ponto em dormir aqui a noite toda? Eu não tinha atendido suas ligações; deveria ter sido o suficiente para ele entender que eu não queria vê-lo. Mas, vê-lo dormindo com a cabeça inclinada para trás contra o assento não ajudava o meu temperamento. Ele até parecia bom dormindo. Isso não era justo. Maldito seja ele. Bati com força na janela e silenciosamente o assisti acordar com o susto do som repentino. Eu não lhe dei tempo para acordar antes de bater de novo e olhar para ele. Franny estava assistindo, mas eu estava longe o suficiente para que ela não pudesse ver meu rosto. Capitão se sentou e abriu a porta. Eu dei um passo para trás, cruzando os braços sobre o peito defensivamente. "O que você está fazendo aqui?", Perguntei, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. "Você não atendeu o telefone." "E portanto faz sentido você dormir em sua caminhonete na minha garagem? Franny agora está preocupada com você, e está fazendo waffles. O que significa que você vai ter que entrar e comer os waffles malditos com ela. Certifique-se de parecer bem e de formular uma razão convincente para justificar por que você se sentiu obrigado a dormir na minha garagem antes disso, porem.” Capitão olhou de volta para a casa, e eu vi um vislumbre de pesar em seu rosto por fazer Franny se preocupar. Pelo menos ele sentiu isso. Agora ele tinha uma pista sobre como era o meu mundo.


"Por que você não atendeu o telefone?", Ele perguntou, olhando para mim. Seu cabelo estava despenteado de dormir na caminhonete, e eu queria me aproximar e arruma-lo. Mas eu não faria. Eu não iria tocar esse homem novamente. "Eu estava na cama. Se você quisesse falar comigo, deveria ter feito isso antes de eu sair do trabalho. Eu não estava disponível para conversar quando eu cheguei em casa. Esse tempo é reservado para Franny." Eu olhei para ele, esperando que ele me desse uma razão crível do porque não tinha me esperado na saído do trabalho. Ou alguma desculpa estúpida que fosse. Ate porque, não havia nada que ele pudesse dizer que não me fizesse sentir magoada com o que eu tinha visto. "Você está com raiva", disse ele, dando um passo mais perto de mim. Eu apenas ri. Como eu poderia responder a isso? "Venha para dentro e coma waffles com nossa filha. Em seguida, saia." Eu me virei para caminhar de volta para casa. "Por que você está brava? Você me viu falando com Alexa ontem à noite? É disso que se trata?" Ótimo, ela tinha um nome. "Se esse é o nome da loira, então sim," eu respondi, não me acalmando. "Ela é uma velha amiga." "Bom para você." "Addy, pare. Sério, me escute." Eu não parei. Eu estava muito brava com Alexa sendo uma velha amiga. "Addy", ele gritou de novo. "Não faça isso." "Eu estou indo comer com Franny. Ela está nos observando agora."


Ele não disse mais nada, mas eu podia ouvir seus passos atrás de mim. Olhei para cima para ver Franny à espreita na janela, como eu sabia que ela estaria. "Deixe-me explicar o que você acha que viu antes de entrarmos", disse ele, em voz baixa para que Franny não fosse capaz de ouvir do lado de dentro. "Não há nada a explicar," eu respondi. Eu ainda não estava pronta para amolecer. O fato de que ele tinha dormido fora da minha casa não era suficiente para corrigir o que eu tinha visto. Se eu tivesse que lidar com mulheres em seu carro, em seu escritório e Deus sabia onde mais, então eu não estava fazendo isso. Eu não iria competir por sua atenção. "Basta fazer Franny feliz, Capitão. Isso é tudo que eu preciso de você", eu disse com um sorriso, pelo amor de minha filha, e então entramos em casa. Franny estava correndo de volta para a torradeira quando a porta se abriu. "Eu estou fazendo waffles", ela anunciou para o Capitão. Não para mim. "Eu vou querer dois", eu disse a ela. Ela olhou para mim e sorriu, surpresa que eu ia comer também, mas não questionou. "Eu quero três", disse o Capitão, andando atrás de mim. "Ok!", Disse Franny, acenando como se sua celebridade favorita tivesse acabado de entrar na casa. Eu não ia deixa-lo machucá-la. Eu tinha permitido que ele entrasse em seu mundo, e agora ele seria o que ela precisava. Eu ia ter ter certeza disso.


CAPITÃO Ela estava chateada, e eu não tinha ideia de como diabos eu ia me explicar dessa vez. Alexa trabalhava para DeCarlo. Ela tinha estado com ele quase tanto tempo quanto eu, e não tinha planos para sair. Havia poucas pessoas neste mundo que eram tão implacáveis quanto Alexa. Ela era uma assassina treinada, e ninguém a viu chegando, porque ela faz o papel muito também. Seus alvos mais fáceis eram homens, simplesmente porque ela poderia usar seu corpo e sua aparência para seduzi-los antes que os apagasse. Era mais fácil para ela abate-los, e ela fazia isso sem emoção. Eu a tinha visto em ação mais de uma vez, e o jeito que ela matava era intenso - e sem um pingo de remorso. Ontem à noite ela tinha vindo ao restaurante para me informar que os membros de uma gangue estavam vindo atrás de mim. Eles tinham algumas informações privilegiadas sobre quem havia matado seu "irmão", e queriam vingança. Saber que havia uma possibilidade de meu passado voltar para estragar as coisas agora era a merda mais assustadora que eu já tive de engolir. Se eles tivessem estado me observando, não demoraria muito para que descobrissem quem Addy e Franny eram. Eu tinha vindo aqui ontem à noite para me certificar de que elas estivessem a salvo. Quando Addy não tinha respondido o telefone, eu não podia relaxar. Eu não estava deixando-as sozinhas até Cope e Alexa encontrarem os bastardos que estavam procurando por mim. Ambos estavam na cidade, e estavam aqui por mim. Se Cope tivesse vindo me ver à noite anterior, poderíamos ter evitado


toda essa merda, e então eu não teria Addy chateada comigo. Mas ele tinha enviado Alexa enquanto estava rastreando. Puta que pariu. A única desculpa que eu tinha para Addy era que Alexa era uma velha amiga. Dizer a verdade não era algo que eu estava disposto a fazer. Eu a perderia se ela soubesse. Ela iria pegar a nossa filha e correr como o inferno. E quem poderia culpá-la? Olhei por cima da mesa para a minha filha enquanto ela conversava alegremente, completamente alheia ao fato de que sua mãe estava pronta para me apunhalar com o garfo que estava inocentemente usando para comer seus waffles. "É hora de você se vestir para a escola", disse Addy quando Franny tinha terminado de comer. "Tudo bem, mas papai pode me levar?", Ela perguntou, olhando de sua mãe para mim, esperançosa. "Eu adoraria te levar", eu disse antes de Addy responder. Ouvir Franny me chamar de pai tão facilmente fez meu peito inchar. Addy assentiu. "Isso fica bom para mim. Agora se apresse, para que ele não tenha que se apressar para chegar na escola a tempo." "Eu vou!", Ela disse, pulando da cadeira e correndo de volta para o quarto. Voltei minha atenção para Addy, que estava limpando a mesa antes de Franny sair. "Você não vai nem mesmo olhar para mim?", perguntei, precisando de seus olhos em mim para que ela pudesse ver o quão sincero, porra, eu estava sobre esta situação. "Não há razão para isso", foi sua resposta.


"Addy, por favor,", eu implorei. Ela parou de pegar o prato de Franny e finalmente levantou os olhos para encontrar os meus. "O quê?" Eu tinha a sua atenção agora, e, porra, era mais pressão do que eu esperava. Era como se eu tivesse cinco segundos para manter sua atenção, e o calor estava lá. "Quando eu digo que ela é uma velha amiga, quero dizer exatamente isso. Ela está na cidade com outro amigo meu. Um cara. Eles estão juntos. Eles tinham algumas informações para mim, sobre meu antigo emprego. É só isso." Eu estava mais do que certo que Cope e Alexa tinham fodido. Portanto, não era uma mentira completa. Eu estava insinuando que eles eram algo mais, mas foi a melhor coisa em que eu pude pensar, e pelo olhar nos olhos de Addy ela parecia estar acreditando, então eu continuei. "Eu pensei que eu ia vê-la sair. Quando percebi que seu carro tinha ido embora, comecei a ligar, mas então você não respondeu. Eu estava preocupado, e queria vê-la, por isso vim até aqui. Dormir do lado fora foi à única maneira de eu poder encontrar qualquer paz. Eu precisava ouvir sua voz." "Posso usar isso?", Perguntou Franny. Addy piscou e se afastou da mesa para virar e olhar para a nossa filha. "Sim, isso está bom. Por que você não usa seus tênis brancos?" Franny assentiu, e correu de volta para o quarto. "Posso voltar aqui depois de levá-la para a escola?" Ela não olhou para mim - em vez disso, permaneceu olhando para frente. "Eu não sei, Capitão." "Addy, você tem que acreditar em mim."


Ela se virou para olhar para mim, e havia medo evidente em seus olhos. Ela estava com medo de confiar em mim. "Ela precisa de você. Eu te quero em nossa vida. Mas estou com medo de precisar de você, também." Eu me levantei e comecei a me mover na direção dela quando Franny veio pulando com sua mochila no ombro. "Pronto!" Addy voltou para a limpeza. "Não esqueça sua lancheira. Está na geladeira." Franny correu até a geladeira e pegou uma lancheira de bolinhas cor de rosa, em seguida, foi até Addy e colocou os braços ao redor da cintura dela. Addy se virou e abaixou-se para abraça-la. "Tenha um dia maravilhoso. Faça isso importante", disse ela. Franny assentiu. "Pode deixar," ela assegurou sua mãe. Elas abraçaram uma e outra, e então Franny se aproximou de mim. "Vamos lá." O olhar de Addy encontrou os meus, e ela me deu um aceno de cabeça simples. Esse era todo o incentivo que eu precisava.

ADDY

Eu tinha feito de novo. Eu tinha tirado conclusões precipitadas. Eu não o deixei explicar. Quando eu tinha parado de confiar nele? Quando eu tinha ficado tão negativa? Fiz a mim


mesma estas perguntas, e muitas mais, enquanto limpava a cozinha e tomava um banho antes do Capitão retornar. O fato de que ele tinha dormido do lado de fora simplesmente porque eu não tinha respondido às suas chamadas era prova suficiente de que ele se importava, e que eu estava sendo uma idiota. Depois de todo esse tempo, eu ainda era incrivelmente ciumenta e insegura. E eu não queria ser assim. Ele nunca me deu razão para não confiar nele, naquela época ou agora. Eu tinha que parar com isso. Até o momento em que eu estava fora do chuveiro e vestida, Capitão já estava batendo na minha porta. Eu lhe devia um pedido de desculpas, e esta seria a última vez que faria isso. Da próxima vez que eu visse alguma coisa, iria perguntar a ele do que se tratava primeiro, antes de ficar de mau humor e chateada. Quando eu abri a porta, o Capitão entrou e olhou para mim. "Você tem que parar de fazer isso comigo, Addy. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dois dias e de tudo que eu disse a você, eu acho que você sabe onde minha cabeça e coração estão. Onde sempre estiveram". "Eu sei", concordei. Ele abriu a boca para dizer algo, mas parou quando minha resposta afundou. "Eu não vou fazer isso de novo", eu assegurei a ele. Ele deu um passo mais perto. "Eu não gosto de pensar que você está com raiva de mim." Eu dei um passo para trás, sem saber o que ele estava fazendo. Mas ele deu mais um passo, fechando a distância que eu tinha criado. "Não é possível para mim amar alguém além de você." Sua carranca desapareceu, dando lugar a algo mais profundo. Algo intenso.


Meu coração apertou com suas palavras, e foi difícil pensar em qualquer outra coisa. Quando as mãos em volta da minha cintura me puxaram para perto, eu fui de bom grado. Este era o meu River. O garoto que roubou meu coração e nunca o devolveu. "Venha aqui", ele disse suavemente, antes de sua boca pressionar contra a minha. Eu deslizei minhas mãos por seu peito e agarrei seus ombros enquanto ficava na ponta dos pés. Era tão alto quanto eu poderia alcançar. "Tão baixinha", ele murmurou contra meus lábios, e em seguida, me pegou e nos levou até o bar. Ele me colocou sobre o balcão, para que minha boca estivesse em seu nível. "Eu sempre quis te abraçar e te proteger. Nem sempre eu podia. Mas Deus, eu queria. Eu falhei tantas vezes. Há dez anos, eu estava vazio... quebrado." Ele parou e fechou os olhos, depois respirou fundo. "Eu pensei que tinha te perdido. Eu vivi sem você, lutando contra os demônios que não podia matar". Mudei minha mão para tocar o lado de sua mandíbula suavemente. "Estou aqui agora. Não há mais demônios para enfrentar." Eu assisti sua garganta quando ele engoliu em seco e me deu um pequeno aceno de cabeça. Mas havia algo em seus olhos que me preocupava. Antes que eu pudesse olhar mais de perto e descobrir o que estava errado, suas mãos apertaram sobre meus quadris, e ele me puxou para mais perto dele. "Eu preciso de você", ele disse com um grunhido suave. Eu precisava dele também. Eu precisei dele durante dez anos. De muitas maneiras. Mas agora, eu sabia que a forma da qual ele estava falando era o jeito que eu mais precisava dele. Eu sempre precisava dele desta maneira. Só dele.


Levantando minhas pernas, eu as envolvi em torno de sua cintura. "Deixe-me levá-la para a cama", ele sussurrou quando beijou minha orelha. "Não." Eu balancei minha cabeça. "Faça aqui." Ele se acalmou, e eu corri minhas mãos debaixo de sua camisa para sentir seu peito musculoso. "No balcão?", Ele perguntou, se afastando apenas o suficiente para travar seus olhos nos meus. Eu balancei a cabeça e mordi meu lábio, porque nunca tinha feito algo assim antes. Eu queria. Eu queria saber como sexo selvagem e desinibido era. Eu era uma mulher adulta, e uma mãe, mas nunca tinha experimentado essas coisas. Coisas que eu apenas gostaria de experimentar com River. Suas mãos em minhas coxas as abriram o suficiente para que eu pudesse sentir sua ereção pressionada entre minhas pernas. Meu clitóris pulsava com excitação. Isto era real. Não era a minha fantasia. Era melhor. Com um rosnado baixo, sua boca cobriu a minha novamente, e eu me segurei nele, sentindo seus músculos flexíveis sob o meu toque. O cheiro de sua pele era inebriante e eu me senti tonta por inalar tão rapidamente, tentando conseguir mais dele. Eu adorava tê-lo cobrindo meu corpo com o seu. Eu adorava me sentir como se estivéssemos conectados. Não foi até ele sussurrar "Levante os braços", que eu percebi que ele estava tirando a minha blusa. Obedeci, tremendo de emoção. Quando suas mãos cobriram meus seios e apertaram, não pude deixar de gemer. Era tão bom. A dor em meus mamilos disparou direto para o meu núcleo, e eu podia sentir a umidade na minha calcinha. Era como se ele estivesse acendendo


lentamente um fogo de artifício; a qualquer momento, ele iria tocar no ponto certo e eu desmoronaria. Ele desabotoou meu sutiã com uma mão e lentamente o puxou para longe, deixando-o caindo ao chão. "Tão linda, porra", ele murmurou, seus olhos grudados em meus seios nus. Meus mamilos estavam tão duros que eu estava com medo de que se ele os tocasse, eu gozaria. Não que eu não quisesse ter um orgasmo, mas quão patético seria se eu fosse tão fácil? Suas mãos se moveram para segurá-los, e ele escovou o polegar sobre as cristas sensíveis. Eu não queria que isso acabasse nunca. Ser tocada por ele desta forma era divino. Mais do que eu poderia ter esperado. Ele beijou seu caminho pelo meu pescoço e eu me inclinei para trás, arqueando meu corpo para que ele pudesse ter mais acesso. Eu queria sua boca em toda parte. Me levando a lugares que eu nunca tinha estado - lugares que eu só queria visitar com ele.

CAPITÃO Encontrar a força para levar isso lentamente foi à coisa mais difícil que eu já tinha feito. Eu não queria levar isso lentamente. Eu queria Addy nua e envolvida em torno de mim enquanto eu me enterrava profundamente nela até que me perdesse. Meu corpo tremia quando eu pensava sobre como isso ia ser. A vida sem ela tinha sido um inferno, mas eu percebi que tinha encontrado meu céu tendo-a novamente agora. Perdê-la de


novo era impossível. Eu nunca faria isso. Ela não era o tipo de cara que poderia sobreviver à perda da mulher amada duas vezes. Deslizando minha mão até sua coxa, até que eu pudesse sentir a umidade de sua calcinha, eu prendi a respiração. "Por favor, agora", disse ela, raspando as unhas em meus braços. "Eu quero você dentro de mim." Inalando profundamente, eu pude sentir o cheiro de sua excitação, e meu pau latejou. "Tira", Rosnei enquanto levantava sua bunda do balcão para puxar a calcinha por suas pernas e joga-la no chão. Suas mãos tremiam enquanto ela trabalhava no botão da minha calça jeans. Por mais que eu quisesse vê-la me despir, tudo que eu conseguia pensar agora era no quão quente seria quando eu deslizasse meus dedos nela. Eu a ajudei a desabotoar minha calça jeans e empurra-la para baixo dos meus quadris. "Estou tomando a pílula", disse ela, tocando minha virilha com reverência. "Nós podemos... fazer sem preservativo?" Eu sabia que estava limpo. Eu me mantive protegido, e tive certeza de verificar após o relacionamento com Elle terminar. Segurei suas pernas amplamente abertas, e fiquei entre elas observando seu rosto fascinado enquanto lentamente me movia para entrar nela. Eu a havia tocado. Eu sabia como ela era apertada. Era tudo o que me impedia de bater violentamente dentro nela conforme exigia a necessidade arranhando meu corpo. Seu alto suspiro foi seguido por suas mãos apertando meus braços e seus olhos queimando de excitação. Deslizar nela estava


em outro nível de pura felicidade. Um baixo gemido quebrou do meu peito enquanto sua boceta me apertava a cada polegada que eu afundava. As pernas de Addy agarraram firmemente ao redor da cintura, e o ruído ofegante que ela estava fazendo só tornou tudo mais quente. "Você é tão apertada," eu disse com os dentes cerrados. "Sinto muito", ela sussurrou, olhando para mim com preocupação em seus olhos. Eu abaixei minha boca para tocar a dela. "Não se desculpe por ser malditamente perfeita, Addy. Você se sente tão bem que eu estou perto de ficar louco." Ela soltou meus braços e deslizou as mãos ao redor do meu pescoço. Sua boca fez um pequeno "oh" no segundo em que eu estava completamente enterrado nela. "Oh, Deus", disse ela, se agarrando a mim enquanto pressionava seu peito nu contra o meu. "É isso aí." Eu maravilhoso momento.

fechei

meus

olhos

apreciei

o

Quando eu balancei meus quadris para trás, ela fez pequenos sons sensuais que fizeram minhas bolas ficarem mais apertadas. Eu ia explodir cedo demais se ela não parasse com essa merda sexy. "Você está bem?" Eu perguntei a ela, precisando que fosse bom para ela mais do que qualquer outra coisa. "Sim, oh, sim, tudo bem", disse ela em meu pescoço, onde seu rosto estava agora escondido. Sua língua saiu e deu uma pequena lambida na minha pele. Nossos corpos começaram a se mover em ritmo perfeito. A pele dela estava totalmente pressionada contra a minha, e sua


boceta apertou meu pau com cada pulsar. Eu sabia que no momento em que ela gozasse eu estaria terminado. Eu nunca seria capaz de aguentar enquanto ela gozava sem encontrar meu próprio alivio dentro dela. Sua mão deslizou pelo meu peito e descansou no meu abdome. Ela olhou para baixo para nos assistir pouco antes de seu corpo ficar tenso e começar a tremer. Erguendo a cabeça, ela olhou para mim. Sua boca estava ligeiramente aberta, e seus olhos estavam fechando. A mão no meu abdome apertou em punhos enquanto ela gritava meu nome. Não Capitão, mas River. E com isso, eu a segui ao longo do orgasmo.

Duas horas mais tarde, eu estava segurando Addy em sua cama enquanto ela dormia. Depois de eu ter me recuperado na cozinha, eu a tinha trazido aqui, e nós tínhamos feito amor novamente. Desta vez, mais lento e mais profundamente. Eu tinha conseguido fazê-la gozar duas vezes antes de segui-la. Ela tinha então fechado os olhos e se enrolado em mim antes de cair num sono exausto. Outra coisa que eu tinha sentido falta. Segurar Addy enquanto ela dormia tinha sido uma parte da minha vida antes. Era o que me ajudava a dormir à noite. Sem ela em meus braços, dormir tinha sido quase impossível durante anos. Olhei para o teto. Meu passado estava de volta para me assombrar, e eu não ia fugir dessa vez. Eu tinha que enfrentar o que quer que aprecesse, e encontrar uma maneira de manter


Addy, também. Ela e Franny eram a minha vida. Eu tinha me prometido que tinha terminado com as mortes. Mas, se alguém ameaçava o que eu mais amava, eu os lembraria com que eles estavam lidando. Eu faria qualquer coisa para proteger as minhas meninas. Meu celular vibrou na mesa ao meu lado. Estendi a mão para ele com cuidado, para não perturbar Addy. Era DeCarlo. "Eles estão aqui. Você vai ter que cuidar disso." Era isso. Nada mais. Mas eu sabia exatamente o que ele estava falando. Meu último trabalho ainda não tinha acabado.

MAJOR Estava escuro como a merda. Eu odiava trabalhar no escuro. Em momentos como este, eu me perguntava no que diabos tinha me metido. Eu tinha ansiado pelo perigo e pela emoção. Algo além do que eu tinha. Mas, era realmente isso o que eu queria? Trabalhar com o Capitão tinha sido legal. Ele não era um assassino de sangue frio. O homem tinha compaixão, e sabia quando traçar uma linha e ficar num dos lados. Cope, no entanto, era a porra de um maníaco. Eu juro, o cara matava por diversão. Ele nunca agia como se a carnificina o afetasse, ou como se ele lamentasse algum de seus atos em algum momento. E este era o homem com quem eu deveria pegar minhas ordens de trabalho.


Foda-se a minha vida. "Capitão foi alertado. Isso vai acabar em breve." A voz de Cope veio das sombras. Droga. Ele sempre chegava do nada. Eu nunca podia ouvir o filho da puta. Ele era como um ninja maldito. "Como é que vamos fazer isso? Nós os localizamos?", perguntei, irritado que ele mais uma vez tinha se esgueirado para cima de mim quando eu estava ativamente tentando estar alerta. "Alexa os tem no alvo. Capitão vai com ela, e eles vão levalos para fora." O Capitão tinha dito que tinha parado com a matança. O fato de que ele tinha que vir por causa de um antigo posto de trabalho não parecia bem para mim. Eu queria ter a certeza de que quando eu saísse, eu seria verdadeiramente livre. "Ele não está mais trabalhando", eu respondi. "Por que não podemos fazer? Inferno, eu vou fazer isso." Cope acendeu um cigarro e deu de ombros enquanto olhava para a velha casa que eu tinha sido instruído a espiar. "Você está certo. Mas isso é problema dele. Capitão pode estar fora, mas ainda tem sangue em suas mãos para DeCarlo. Temos suas costas, mas ele sabe que essa morte é sua responsabilidade." Parecia ferrado para mim. Eu ainda não compreendia todos os funcionamentos internos de tal coisa. O que eu sabia era que DeCarlo não estava completamente em cima e para cima. Havia algo mais acontecendo. Tudo o que eu recebi foram ordens de Cope, e até agora, eu não tinha sido capaz de fechar um negócio por conta própria. "A garota que você está vigiando é em quem você precisa se concentrar. Achamos que ela sabe do que precisamos. Eu vou


dar-lhe os detalhes amanhã. Hoje à noite nós terminamos isto para o Cap." O trabalho para o qual fui enviado aqui estava ficando cada vez mais complicado. Eu não tinha certeza de quais eram os detalhes ainda. Só que havia um homem que eles estavam procurando, que tinha sequestrado uma criança dez anos atrás e fugido com ela. Não tinham me dito nada mais. Cope pegou o telefone e verificou a tela. "Ele está pronto. Alexa o armou, e ele vai. Vamos nos mover desse jeito, caso ele precise de mais apoio", disse Cope, deixando cair o cigarro aceso e pisando nele. Ele começou a se mover em direção à floresta atrás de nós. "E sobre a casa?", Perguntei quando me virei para segui-lo. "Não há ninguém de importância. Mas preciso de você numa localização privilegiada, e percebi que isso vai mantê-lo ocupado", ele respondeu num tom aborrecido. Idiota. Ele era realmente irritante como o inferno. Eu tinha estado aqui observando esta casa durante três horas, e tinha cerca de um milhão de picadas de mosquito para mostrar para ele. "Quando você está pensando em me dar mais crédito?", perguntei irritado. Todo mundo tinha tanto medo de lidar com ele, mas ele só tinha matado aqueles que lhes foram dito para eliminar. Ele seguia ordens da mesma forma que todos os outros. "Quando você fizer a porra do trabalho que lhe for dado", respondeu ele enquanto continuava a avançar. "Agora, cale a boca e pare de reclamar como uma mulher. Foco. Cap pode precisar de nós". Eu queria discutir, ou pelo menos chama-lo de filho da puta, mas mantive minha boca fechada. Eu realmente não tinha


um trabalho que poderia ser considerado fácil. Ter que perseguir a irmã do meu primo me deixava confuso. Não ajuda que eu já tivesse meus olhos sobre ela antes de ter assinado toda essa merda. Nan tinha um pedaço de bunda quente. Mas, se ela estava transando por aí com alguém que DeCarlo queria, então estava em perigo. E eu não poderia nem mesmo dizer a Mase sobre isso. Não se quisesse que qualquer um de nós vivesse.

ADDY Após a manhã mais incrível da minha vida, eu tinha acordado com um Capitão distante e estranho. Eu não esperava que ele saísse assim. Quando éramos mais jovens, havíamos nos tornado mais ligados toda vez que dormíamos juntos. Mas a experiência atual foi completamente diferente. Seus pensamentos estavam em outros lugares. Quando ele tinha me dado uma desculpa que tinha que começar a trabalhar para lidar com algumas coisas, seus olhos disseram outra coisa. Eu senti como se tivesse levado uma cotovelada. Meu estômago permaneceu torcido num nó pelo resto do dia. Franny voltando para casa ajudou a iluminar algumas coisas. Tendo-a falando sobre o seu dia, e ouvi-la rir de seus programas de TV preferidos foi uma distração boa. Eu não tinha que trabalhar naquela noite, e estava imensamente agradecida por isso. Enfrentar Capitão agora parecia impossível.


Eu não tinha certeza do que dizer a ele, ou até mesmo como olhar para ele. Ele tinha me dado um beijo de adeus e dito que ia me ligar em breve. E foi isso. Em seguida, ele tinha saído daqui o mais rápido possível. A constante conversa de Franny sobre como se divertiu quando ele a levou para a escola naquela manhã também não ajudou. Quando ela finalmente parou de falar sobre ele e começou a sua lição de casa, fiquei aliviada. Me concentrei em fazer o jantar, mesmo que eu não tivesse apetite. Eu não tinha comido nada durante o dia inteiro. Não havia espaço no meu estômago para nada alem daquele nó que tinha sido deixado ali. Quando a hora de dormir de Franny finalmente chegou, e eu ainda não tinha recebido uma mensagem de Capitão, fiquei arrasada. Foi difícil permanecer sorrindo enquanto a colocava na cama, considerando que meu coração estava lentamente quebrando, mas eu consegui. Não foi até que eu soubesse que ela tinha adormecido que me permiti me enrolar no sofá com meu telefone na mão, deixando a primeira lágrima cair lentamente. Eu sabia que ele estava ocupado, e eu sabia como seu trabalho era, mas também sabia que, se ele quisesse, ele teria encontrado um momento para, pelo menos, enviar uma mensagem. Qualquer coisa. Qualquer coisa teria sido bom. Uma batida na porta me assustou, e eu pulei para fora do sofá enxugando os olhos. Talvez fosse o Capitão, e ele tivesse vindo me ver para explicar por que não tinha dado notícias durante dia todo. Corri para a porta e a abri, esperando ver o Capitão, mas congelei quando um homem extremamente alto e


assustador, com os mais amplos ombros que eu já tinha visto, trancou seus frios olhos azuis acinzentados em mim. Agarrei com força o meu telefone na minha mão. Eu não tinha ideia de quem ele era, mas tive a sensação de que eu precisaria do telefone para discar 911. Me perguntei se poderia fazer isso rápido o suficiente. "Pare de pensar num plano de fuga. Eu não estou aqui para te machucar. Peça a sua vizinha lá fora para cuidar de sua filha e venha comigo. Capitão precisa de você." O quê? Olhei para o homem, imaginando como ele conseguia ser tão atraente, mas assustador como o inferno ao mesmo tempo. E como ele sabia sobre minha vizinha e minha filha. "Nós precisamos ir. Deixe a sua menina protegida, e vamos sair", disse ele com autoridade. "Desculpe, mas quem é você?", Perguntei, dando um passo para trás, com a mão ainda na maçaneta da porta. Ele suspirou como se eu o estivesse esgotando. "Sabia que deveria ter enviado Alexa", ele resmungou. Então, com um olhar irritado, ele apontou para o quarto onde Franny estava dormindo. "Sua filha precisa ficar com a sua vizinha. E eu preciso levar você para a porra do hospital, porque Capitão tinha algumas merdas para resolver esta noite. Quando ele acordar sua bunda vai querer ver sua mulher. Agora, será que você poderia fazer o que eu digo, e parar de me fazer um milhão de perguntas malditas?" Duas coisas que eu nunca queria ouvir na minha vida eram "Capitão" e "hospital" na mesma frase. Talvez fosse estupidez, ou talvez fosse o medo que eu estava sentindo pelo Capitão... ou talvez eu simplesmente não pudesse imaginar que alguém que quisesse me prejudicar falaria comigo como se eu fosse uma


criança desobediente, mas eu peguei meu telefone, mantendo os olhos no homem grande o tempo todo, e disquei o número da Sra. Baylor. "É melhor ser para a sua vizinha que você está ligando," ele murmurou. Diana respondeu no segundo toque. "Rose, você está bem?" "Sim, senhora Baylor, eu estou bem. Mas eu preciso visitar um amigo que está no hospital. Você poderia, por favor, vir e ficar aqui com Franny? Ela já está dormindo." Eu podia ver o alívio no rosto do homem quando ele balançou a cabeça e caminhou de volta para a escuridão de uma caminhonete preta que eu quase não podia ver, mesmo à luz do luar. "Ó meu Deus. Espero que tudo esteja bem. Eu estarei aí." "Obrigada", respondi antes de desligar. Saí para a varanda. "Como você conhece o Capitão?", perguntei ao homem. "Trabalhamos juntos." Eu não podia imaginar este homem trabalhando num restaurante de qualquer tipo, mas, em seguida, Capitão realmente não se encaixava no próprio setor. "No restaurante aqui?", perguntei, sabendo que se ele dissesse que sim estaria mentindo. O que parecia uma risada abafada veio primeiro. "Foda-se, não" foi à única resposta que eu recebi antes dele subir em sua caminhonete. Sra. Baylor correu pelo quintal e acariciou minhas costas antes de subir os degraus da varanda. "Eu fico com ela. Você vai ver o seu amigo."


Agradeci-lhe novamente com um abraço e desci correndo os degraus para entrar na caminhonete de um estranho no qual eu estava escolhendo confiar completamente.

Uma vez eu estava na caminhonete, me sentei e virei para estudar o homem que já se dirigia para a estrada. "Só porque ela parece inofensiva não significa que ela não é uma mulher inteligente. Tenho certeza que ela reparou na marca e no modelo desta caminhonete, bem como anotou o número da placa antes de partimos. Se eu não voltar, ela vai chamar à polícia." Um pequeno sorriso, quase indescritível, tocou o canto da boca do estranho. "Bom", foi sua única resposta antes de seu rosto voltar a aparentar completa neutralidade. Por mais estranho que ele fosse, a resposta era reconfortante. "Você poderia me dizer o seu nome, por favor?", Perguntei. Ele fez uma careta. "Cope." Cope? Que tipo de nome era esse? "Cope como Copeland?", Perguntei. "Cope como Cope", foi sua resposta. Bem, tudo bem, então. "Prazer em conhecê-lo, Cope. Eu sou-" "Addison Turner. Você viveu na casa de River Kipling como filha adotiva por quatro anos. Sua mãe era uma puta louca e abusou de você. Eu sei tudo sobre você deixando-o para salvá-lo."


Meu queixo caiu quando ouvi este homem resumir todo o meu passado com o River em quatro frases. Como ele sabia disso? Ele era realmente tão próximo de River? "Então, o Capitão está realmente no hospital? Isso é verdade?" Ele balançou a cabeça e se manteve carrancudo. "Ele vai ficar bem?" perguntei, e meu coração começou a bater mais rápido conforme meu medo conquistava o caminho até o topo. Embora eu tivesse entrado de bom grado nesta caminhonete, eu não tinha tanta certeza de que ele estava sendo honesto comigo. "Foda-se, sim. Cap já sobreviveu a mais do que uma bala na perna. Ele vai ficar bem, mas vai te querer lá." Bala na perna... "O quê?", perguntei, agarrando a maçaneta da porta quando a palavra "bala" afundou. Alguém havia atirado nele? Como? Por quê? Ele precisava trabalhar hoje à noite. "Essa não é a minha merda para compartilhar com você. Cap vai ter que fazer isso. Mas sim, ele vai ficar bem. Ele ainda vai ficar com a perna. Tiro limpo, completamente sem sequelas." Eu não disse muito mais depois disso enquanto o assistia dirigir na direção do hospital. Uma grande parte de mim estava pensando que eu preferia que ele tivesse vindo me raptar do que me escoltar até o hospital onde o Capitão estava deitado perto da morte. Quando ele foi para o estacionamento, eu quase pulei para fora da caminhonete em movimento. "Whoa, mulher. Sério, relaxe, foda-se. Eu vou levar você lá em cima o mais rápido possível", ele latiu para mim quando eu comecei a abrir a porta. "Eu preciso chegar até ele", respondi.


"E eu vou te levar até lá. Jesus", ele resmungou quando abriu a porta da caminhonete e eu pulei do meu assento. Esse cara tinha que se apressar, ou eu ia deixá-lo aqui e ir direto para o balcão de informações. Eu não tinha tempo para esperar sua boa vontade. "Quarto 345. Vá na frente. Eu preciso de café", disse ele, como se pudesse ler minha mente. Eu nem sequer olhei para ele antes de começarmos a correr.

CAPITÃO Manter meus olhos abertos era uma porra difícil. Os analgésicos que tinham me dado eram intensos. Eu senti a bala rasgar minha perna quando o idiota puxou o gatilho. Minha mente não tinha registrado ainda que minha perna tinha sido baleada, no entanto. Tudo que tinha me importado era que eu estava vivo. Que eu não estava abandonando Addy e Franny. Não era a primeira vez que eu tinha sido baleado, mas foi a primeira vez que eu não queria morrer. Eu tinha algo pelo qual viver agora. E isso mudava tudo. Eu tinha matado dois homens esta noite. Cope tinha atirado no terceiro quando eu tinha caído com a minha perna ferida. Este era o meu fim. Eu tinha uma família agora, e essa vida não era o que eu queria para elas ou para mim.


"Addy está a caminho", disse Alexa, levantando-se da cadeira. "Vou encontrar Cope e ajuda-lo a pegar alguns cafés. Ele teve que lidar com o interrogatório policial, mas se saiu bem com isso, e os tiras já se foram agora". Eu não pude acenar com a cabeça, porque parecia que ela pesava um milhão de toneladas. "Obrigado", eu sussurrei. Eu não queria Addy entrando aqui com Alexa sentada no meu lado. Ela não entenderia este mundo, ou o que eu tinha feito. Mas eu ia ter que ser sincero, de qualquer maneira. Se eu tivesse morrido hoje à noite, ela não teria entendido o porquê. Eles nunca teriam explicado a ela. Meu segredo teria morrido comigo. Então Addy precisava saber. Ela merecia saber. E eu teria que confiar que ela me amava o suficiente para me perdoar por tudo que eu tinha feito. Alexa caminhou até a porta, mas parou e olhou para mim antes de sair. "Ela entrou na caminhonete com Cope, um cara que ela não conhecia, só porque ele lhe disse que você estava no hospital. Ela não se preocupou com a própria vida, porque estava mais preocupada com você. Nós dois sabemos como lidar com as aparências, mas depois disso, eu acredito que ela é capaz de perdoar qualquer coisa." E então ela saiu pela porta sem dizer qualquer outra palavra. Todos sabiam do meu passado com Addy agora. Eu tinha dado-lhes o panorama geral, mas Cope já tinha pesquisado sobre ela e sabia de tudo. Ele sabia que Rose era Addy antes que eu soubesse, inclusive. O bastardo era um gênio. A porta só tinha sido fechada há alguns momentos quando se abriu de novo. E então Addy entrou na sala, com os olhos arregalados e o rosto vermelho, se comportando como se eu tivesse morrido.


"River", disse ela sem fôlego. Em seguida, sua mão cobriu sua boca, e ela soltou um pequeno soluço quando se aproximou de mim lentamente. Eu queria me levantar e puxá-la em meus braços, mas não podia me mover. "Venha aqui", eu disse, usando toda a minha força para levantar meu braço e dar-lhe espaço para deitar no meu peito. Ela não vacilou antes de fazer exatamente o que eu queria. Eu pressionei um beijo no topo de sua cabeça. "Eu estou bem", assegurei. "Você levou um tiro", disse ela com um soluço sufocado. Era por isso que eu tinha que contar tudo a ela. Ela precisava saber. Eu teria que enfrenta-la agora, mas, pelo menos fiz o que tinha que ser feito. Eu estava fora. Isso nunca aconteceria novamente. Benedetto tinha me prometido. "Sim, mas eu vou ficar bem. Prometo." Ela fungou. Eu odiava saber que ela tinha chorado. "O que aconteceu? Por que você não estava no trabalho? Ou você estava?” Quando a mensagem tinha chegado, eu sabia que tinha que lidar com essa merda antes que algo atingisse Addy ou Franny. "Eu realmente não queria ir para o trabalho. Pelo menos não para o trabalho que você conhece. O que aconteceu está relacionado ao meu trabalho anterior. Com a vida que eu vivia antes de chegar em Rosemary Beach. É também a razão do porque você não conseguiu me encontrar nos últimos dez anos.” Ela levantou a cabeça do meu peito e me olhou. Seus olhos estavam cheios de preocupação. Contar isto a ela era uma porra aterrorizante. Eu não queria que ela fosse embora. Mas o fato era


que, se ela se afastasse, eu ia persegui-la e implorar para que ficasse se fosse necessário. Mas ela tinha que saber. "É uma longa história. Começou quando eu pensei que você estivesse morta e deixei meu pai. Eu fiquei perdido e sem-teto por um tempo, até que conheci um homem. Ele me deu uma casa e uma forma de combater a dor e o horror que me consumiam. Eu quero te contar tudo agora, mas estou lutando para ficar acordado depois de tomar este medicamento…" Eu não tinha percebido minha fadiga até que falei sobre ela em voz alta, mas, de repente, eu estava me afogando em ondas de sonolência. Ela estendeu a mão e a passou sobre a minha cabeça, escovando meu cabelo para trás suavemente. "Descanse. Eu não vou embora. Não vou te deixar." Meus olhos se fecharam enquanto ela continuava a brincar com o meu cabelo. "Quando eu lhe contar tudo... você pode tentar. Mas eu vou persegui-la", eu disse, com a língua pesada. "Bom", ela sussurrou perto do meu ouvido. Saber que ela estava aqui e que não ia sair era tudo que eu precisava naquele momento, e então deixei o sono me levar.

Quando abri os olhos de novo, eu não tive que procurar para encontrar Addy. A cabeça dela estava ao meu lado, e sua mão estava escondida nas minhas enquanto ela dormia. Ela estava sentada na cadeira ao lado da cama. Olhei para ela e apreciei a vista. Ela sempre parecia tão calma quando dormia. Eu


adorava assisti-la. E saber que ela tinha ficado perto de mim desse jeito enquanto eu dormia me fez sorrir. "Ela está dormindo por cerca de uma hora agora." A voz de Blaire me assustou, e eu virei minha cabeça para ver minha irmã sentada do outro lado da cama, olhando atentamente para mim. "Major ligou para Mase, que avisou Rush. Estou feliz por ouvir de outra pessoa que meu irmão havia sido baleado e estava no hospital." Agora ela parecia irritada. "Os caras com quem eu estava não sabiam que precisavam ligar para você," eu disse a ela. Ela arqueou as sobrancelhas. "Mas sabiam que precisavam chamá-la?" Eu olhei de volta para Addy. "Sim, sabiam." Blaire soltou uma risada, suave, para não perturbar Addy. "Eu ficaria magoada com isso se não estivesse tão feliz de ver alguém tão doce e gentil como ela segurando sua mão, como se você fosse seu mundo inteiro. Eu gosto de ver isso.” Ela sempre fazia tudo certo. "Você vai contar a ela sobre isso? Sobre o porquê de você estar aqui?”, Perguntou Blaire. Eu pude ver um flash de preocupação fraternal em seus olhos, o que eu já esperava. Mas o que exatamente ela sabia sobre o porquê de eu estar aqui? "O que você quer dizer?", Perguntei, observando-a de perto. Ela se inclinou para frente e segurou meu olhar. "Eu pareço estúpida para você? As pessoas não saem e apenas levam um tiro nesta cidade. Outra coisa está acontecendo aqui. Você veio de Dallas, e conhece Mase e Reese. Um homem que merece morrer ameaça Reese, e então acaba se suicidando. Depois disso, você se muda para cá. Eu pensei sobre isso, e algo está errado. Você não


parece ou age como um homem que quer trabalhar no negócio de restaurantes. Você parece um homem que sabe como lidar com uma arma. E então você leva um tiro na perna, o que também não combina com o que você me disse sobre si mesmo. E só para ficar claro, você não tem que me dizer nada. Eu só quero que você saiba que eu sei que algo está acontecendo. Seu passado é um mistério. Ninguém sabe muito sobre seus pais adotivos, e você não fala sobre eles. Então sim, com certeza faltam peças nesse quebra-cabeças. Mas, você vai contar tudo a ela a verdade, pelo menos?" Eu balancei a cabeça. Porque eu ia, mas isso era tudo o que Blaire saberia. Blaire sorriu e se levantou, em seguida, se aproximou de mim e colocou a mão sobre o meu peito. "Bom. Ela é a única pessoa que precisa realmente conhece-lo. O verdadeiro você. Para manter essa relação, você não pode manter segredos. Confie em mim, eu sei.” "Obrigado. Concordo com você." Blaire sorriu e apertou minha mão. "Se você precisar de alguma coisa, me ligue. Quando estiver pronto, eu quero trazer Nate até aqui para visita-lo. Eu vou ficar por perto, mas acho que você tem toda a ajuda que precisa agora, e provavelmente precisará de algum tempo a sós com ela, também.” "Sim, eu vou", respondi. "Vai ficar tudo bem. Ela ama você”, Blaire me assegurou. Em seguida, se virou e saiu do quarto. Depois que ela se foi, eu foquei minha atenção em Addy enquanto ela dormia. Era de manhã agora, e embora eu conhecesse Addy bem o suficiente para saber que ela tinha tudo


programado com Franny, eu ainda estava preocupado com a minha garota acordando sem sua mãe por perto. Logo ela teria nós dois com ela, todas as manhãs. Ela também teria seu próprio quarto, e eu a levaria para a escola todas as manhãs. Eu queria compensar todos esses anos que eu tinha perdido com minha mulher e minha filha.

ADDY Ouvi vozes profundas falando baixinho quando lentamente abri meus olhos. Eu podia sentir o calor da mão de River segurando a minha. Eu não tinha certeza de quanto tempo eu estava dormindo, mas quando acordei, descobri que sua irmã, Blaire, tinha estado lá. Eu nunca a conheci formalmente, mas antes de River ter descoberto quem eu era, eu a tinha visto visitar o restaurante. Agora parecia que ele tinha mais visitantes. Senti a mão de River apertar a minha. "Bom dia", disse ele. Eu pisquei e foquei nele. "Hey," respondi, esperando não parecer uma bagunça. Seu sorriso suavizou ainda mais, e meu coração deu uma pequena cambalhota no meu peito. "Você precisa deitar ao meu lado na próxima vez que dormir aqui. Vai ficar dura e dolorida agora.”


Eu me endireitei e me estiquei. "Eu vou ficar bem. Você precisava de seu sono. Eu não gostaria de saber que te incomodei.” Ele balançou a cabeça. "Não. Você dormindo ao meu lado teria me feito tão bem que eu provavelmente teria dormido por mais tempo." Eu senti minhas bochechas quentes, e assim de repente eu só queria me inclinar e beijá-lo. Alguém limpou sua garganta atrás de mim, e a boca de River se transformou num sorriso quando ele levantou os olhos para as outras pessoas na sala. Eu tinha esquecido que não estávamos sozinhos. "Addy, eu gostaria que você conhecesse alguns dos meus amigos", disse ele. Virei-me, surpresa ao ver um homem com uma mulher ao seu lado. Os longos cabelos dela eram escuros, causando um forte contraste com os olhos mais azuis que eu já tinha visto. Ela estava segurando o braço do homem, e um sorriso amável estava estampado em seu rosto. A protuberância sob o vestido de verão que ela estava vestindo tornou fácil de ver que ela estava grávida. "Olá", eu disse, dando um sorriso em sua direção. Seu rosto abriu um sorriso satisfeito quando ela estendeu a mão livre para mim. "Olá, sou Reese. É tão bom conhecer você”, disse ela, em seguida, olhou para o homem ao seu lado. "E este é o meu marido, Mase." Marido. Oh, eu gostava disso. River tinha amigos casados. Mase era alto, com cabelos escuros e longos apenas o suficiente para amarra-los num rabo de cavalo baixo. Seu jeans surrado lhe cabia muito bem, e a camisa xadrez de botão que ele


usava era de mangas compridas, que ele tinha enrolado até os cotovelos. "Fico feliz que ele encontrou uma mulher que pode aturalo", disse Mase, se referindo ao Capitão. Minhas costas endureceram, e meu sorriso desapareceu. Eu decidi que eu não gostava muito desse cara, Mase. "Desculpe?" Eu rebati, pronta para defender o meu homem. Reese riu e bateu no braço de Mase. "Pare com isso, antes que ela dê um soco em você." Então ela olhou para mim. "Ele está brincando. Nós dois estamos muito felizes que o Capitão tenha encontrado alguém que se preocupe com ele como você obviamente faz. Queremos vê-lo feliz." Mase fez um som em sua garganta, que soou como se ele pudesse não concordar, mas não disse nada. "Você vai perceber logo que eu tenho um grupo colorido de pessoas no meu mundo que chamo de amigos", disse River atrás de mim. Voltei para perto dele e segurei sua mão enquanto estudava estes dois chamados amigos dele. "Parem com isso, vocês dois. Ela vai nos odiar, e eu quero que ela goste de nós", disse Reese com uma expressão preocupada. "Estes dois sempre veem tudo em preto e branco, mas no final, são grandes amigos. Vivemos em Fort Worth, e assim que ficamos sabendo sobre o acidente por Blaire, pegamos um avião e viemos para cá". "Vocês vieram com o jato particular do seu pai", disse River para Mase num tom divertido.


Mase revirou os olhos, e Reese apenas sorriu largamente. "Ok, tudo bem, era um jato particular, mas estávamos com pressa." Eles tinham um jato particular? Parecia que eles eram do Texas, mas não parecia como se tivessem um jato particular. "Mase aqui é o único filho de Kiro Manning. Ele odeia admitir, mas é", explicou River. Eu conhecia esse nome, mas quem era Kiro Manning mesmo? Eu já tinha ouvido isso antes. Só não tinha certeza de onde. Reese riu e olhou para Mase. "Veja, ela nem sequer sabe quem é Kiro, então você está seguro. Sem fãs assustadoras." "Fã maluca, minha bunda. Mesmo quando ela perceber quem ele é, ela não será uma das fãs do seu velho", disse River, parecendo irritado agora. Voltei a olhar para River. Ele sorriu. "Porra, eu amo que você não sabe quem é Kiro. Você sabe disso, certo?" Droga, quem era Kiro Manning? "Slacker Demon’s, baby. O pai de Mase é o vocalista do Slacker Demon’s". Foi quando meu queixo caiu. Porque eu não poderia lembrar os nomes dos membros da banda, mas certamente sabia quem eram os Slacker Demon’s. River apertou minha mão e franziu a testa. "Seu pai é o vocalista dos Slacker Demon’s?" Eu perguntei num sussurro, mesmo que todos pudessem me ouvir.


"Sim, mas ele não é tão impressionante quanto você está pensando," Mase respondeu. "Sim, ele é", Reese soltou. Eu estava um pouco sobrecarregada. Como River conhecia essas pessoas? "Eu tenho uma fazenda e crio cavalos. Eu não sou nenhum garoto roqueiro, porra." Mase parecia aborrecido. Reese deu um tapinha no braço do marido. "Eu sei, baby. Você não é nada parecido com ele." "Porra, nunca", disse River atrás de mim. Ele estava gostando disso, aparentemente. "Eu acho que nós já visitamos o suficiente. Vamos dar ao Capitão algum descanso, e voltamos mais tarde. Rush e Blaire foram nos visitar há meses, por isso vamos estar lá, se você precisar de alguma coisa", disse Reese. "Obrigado. Eu aprecio isso, mas está tudo bem por aqui. Dê ao meu sobrinho um abraço por mim", disse River. "Claro", respondeu Mase, já saindo do quarto. Olhei para River. "Uau, Ok, isso foi interessante." Ele suspirou. "Eles são umas das partes do meu passado que eu preciso explicar."


CAPITÃO Mase tinha começado a ligar os pontos. Eu podia ver isso em seus olhos quando ele me estudou. Quando eu disse a eles que Addy era do meu passado e que eu a amava desde que era um adolescente, só tinha reforçado suas suspeitas sobre o porquê de eu estar tão focado em Reese antes de eles se casarem. Ele sabia que seu pai tinha algo a ver com a morte de seu padrasto, que havia molestado-a. DeCarlo não pode resistir a dar-lhe uma pequena dica. Mas isso era tudo que Mase sabia. Até agora, quando eu tinha certeza que ele tinha começado a montar mais do quebracabeça. O que significava que eu tinha que falar com Addy antes que as coisas explodissem na minha cara e ela ouvisse a verdade de algum outro lugar. Eu precisava ser o único a explicar tudo a ela. Não que eu tivesse uma desculpa válida. Matar alguém era difícil para qualquer pessoa aceitar. Mesmo que os cadáveres compusessem a pior escória da terra. O coração e a alma de Addy não estavam feridos e quebrados como tinha acontecido comigo quando pensei que a tivesse perdido. Eu sabia que estava pedindo muito ao confiar que ela ia me perdoar e aceitar tudo que eu tinha feito ao longo dos anos. Mas perdê-la também não era possível. Contar-lhe a verdade era o meu primeiro passo apenas. Eu lidaria com a próxima etapa uma vez que soubesse o que teria que fazer. "Você gosta deles?", Ela perguntou, quebrando batalha interna.

minha


"Sim. Ele é um bom homem, e Reese é especial. Você vai amá-la quando a conhecer melhor. Há tanta coisa que eles não sabem sobre mim, e que obscurecem sua visão sobre você. Coisas que eu quero te explicar. Coisas que assustam a merda fora de mim por lhe dizer, porque eu não posso te perder.” Addy sentou na cadeira onde tinha dormido e manteve seu olhar nervoso sobre mim. "Isso não soa bem", disse ela baixinho. Não era bom. Era escuro e torcido, e completamente fodido. Mas era parte de mim, e o motivo pelo qual estava aqui hoje. Se eu pensasse por um momento que ela estava viva, eu teria passado esses anos procurando por ela. Procurando. Salvando... a mim mesmo. Isso não era o que tinha acontecido, embora, e o passado era algo que eu não podia mudar. "Eu fugi. Eu não poderia lidar com o fato de que você tinha ido morrido. Eu odiava todos. Especialmente meu pai, que nunca teve tempo para ajudar minha mãe. Ele nos deixou lá com ela, e eu acreditava que ela tivesse te matado. Eu estava com tanta raiva, e tão fodidamente vazio." Essa era a parte fácil de explicar. Sua mão subiu e cobriu a minha. Esse pequeno toque ajudou, mas eu não tinha certeza de que ela ainda iria me tocar assim uma vez que conhecesse toda a verdade. "Eu vivi nas ruas por mais de um ano. Tornei-me bom no que faço, ou tão bom quanto você pode se tornar quando vive por conta própria aos dezesseis anos. Uma noite, eu decidi roubar um homem rico. Eu normalmente pegava suas carteiras sem que eles vissem. Eu era rápido. Não mantinha cartões de crédito. Na verdade, eu os destruía, para que ninguém pudesse usá-los. Eu tinha alguma espécie bússola moral torcida. Mas eu pegava o dinheiro, para poder me alimentar, principalmente. Fiz amigos


nos becos, para que pudesse me manter vestido." Parando, eu esperei para ver se ela ia comentar algo. Roubar era o menor dos meus pecados. Se ela não aceitasse isso, então o resto do que eu tinha para lhe dizer ia me destruir. "Vá em frente," ela insistiu com um suave sussurro. "Naquela noite, eu roubei com sucesso a carteira do maior senhor do crime de Chicago. E ele poderia ter me matado. Ele tinha vários homens ao redor, mas eu nem sequer os vi até que saí correndo com sua carteira, que ele ainda não tinha ideia que eu tinha roubado. Mas um de seus caras me viu, e eles me pararam. Ele não podia acreditar que eu tinha a sua carteira, porque não tinha sentido nada quando o roubei. Mas seu homem a puxou do bolso do meu casaco e a jogou para ele. O homem me estudou por vários momentos. Eu sabia, só pelo olhar em seus olhos, que eu estava em apuros. Havia poder lá, o suficiente para aterrorizar uma pessoa normal. Mas eu não tinha mais nada que me fizesse querer viver." Sua mão apertou a minha com força, e eu sabia que ela não gostou de ouvir isso. Eu beijei sua mão antes de continuar. "Ele me perguntou meu nome e quantos anos eu tinha. E então me perguntou como eu me sentia sobre viver num barco. Eu não sabia o que dizer, então fui apenas honesto e disse que seria melhor do que viver numa caixa. Ele então me levou para casa naquela noite, e me deu um lugar para viver em seu barco. Durante o próximo ano, ele me preparou. Me treinou. Quando eu completei dezoito anos, já era um dos seus. Observei seu mundo, sabendo que não estava bem com tudo isso. Tão sem alma quanto eu me sentia, eu ainda tinha um coração. Eu não podia tolerar tudo que via, mas ao mesmo tempo também percebi que ele estava operando nas áreas em que o nosso sistema judicial falhava."


Fiz uma pausa, e me preparei para o que eu ainda tinha que dizer. Addy estava me observando de perto. Eu não queria deixala triste. Mas dizer a verdade era tudo que eu poderia fazer. "Eu tinha uma regra. Uma regra que eu nunca quebrava. Eu só aceitava os trabalhos quando o alvo era um homem que tinha abusado de uma criança. Isso era tudo. Ninguém mais. Benedetto tinha se tornado o pai que eu nunca tive. Ele tinha me dado abrigo e uma casa quando eu precisei. Eu lhe devia. E eu também tinha demônios visitando meus sonhos, e lentamente me comendo vivo. Eu sabia que o que ele estava oferecendo seria uma saída. Um lugar para me perder, e ao mesmo tempo encontrar uma maneira de viver de novo". Eu parei e estudei seu rosto. Havia uma ligeira careta em seus lábios enquanto ela permanecia sentada em silêncio, ainda segurando minha mão. Ela ainda não entendia, mas então, eu também não tinha sido muito detalhista. A ideia de realmente dizer que meu trabalho se resumia a matar homens parecia um caralho impossível. "O que você quis dizer quando me contou que esse cara te deu um trabalho e elegeu alvos para você?", Ela perguntou. Addy queria os detalhes. E eu tinha que dá-los ela. "Um trabalho era alguém que Benedetto queria eliminar, ou alguém ao qual ele tinha sido contratado para silenciar. O alvo era a pessoa que deveria ser... assassinada." Antes que eu pudesse me acovardar, continuei. "Eu matei homens, Addy. Muitos homens. Cada um deles tinha feito coisas terríveis para uma criança. Eu pesquisei. Se eu encontrasse os culpados, acabava com suas vidas. Foi assim que eu conheci Reese. Ela foi molestada por seu padrasto durante anos. Ele a convenceu de que ela era estúpida e burra quando, na verdade, ela só tinha


dislexia e não sabia. Seu pai verdadeiro é o homem que me salvou. Ele queria vingança, e eu dei vingança a ele. Mas o padrasto de Reese foi apenas um de muitos. Ele foi o último homem que eu matei. Depois dele, eu saí. Deixei Benedetto, e comecei uma nova vida. Aqui." A mão de Addy escorregou da minha, e eu a deixei ir embora. Ela precisava de espaço, e, tanto quanto me doeu, eu tinha que respeitar isso. Eu estava esperando por isso. "Você... matava pessoas com uma arma?", ela perguntou, incrédula. Eu balancei a cabeça. "Eu matei monstros que abusaram repetidamente de crianças." Ela segurou as mãos na sua frente e olhou para o chão. "Quantos?", Ela perguntou em voz baixa. Eu queria dizer a ela que não sabia, ou que não tinham sido muitos. Mas a coisa era que eu lembrava de cada rosto. Lembreime de cada momento do fim de suas vidas. "Vinte e seis", respondi. "Vinte e seis", ela repetiu, como se estivesse tentando entender tudo que eu tinha dito. "Se você parou, por que levou um tiro?" "Os membros da gangue de um dos meus alvos desejavam vingança e me seguiram até aqui. Aqueles que continuam a trabalhar para Benedetto foram quem os rastrearam. É por isso que Alexa está aqui, e é assim que eu a conheço. Cope também. Considerando que eram pontas soltas de um antigo alvo meu, também era meu trabalho acabar com eles. Ou eu os matava, ou eles me matavam. Eu matei dois deles, e Cope matou o outro. O último morreu com o dedo no gatilho, e quando caiu disparou na minha perna."


Ela deu vários passos para trás, até estar encostada na parede olhando para mim. Eu queria saber o que ela estava pensando. O olhar de repulsa que eu temia não estava em seu rosto, mas ela também não estava bem com essa história. Eu podia afirmar isso. Mas então, eu nunca esperei que ela reagisse bem. "Será que os outros vão encontrá-lo?" Eu balancei a cabeça negativamente. "Essa foi uma situação incomum. A maioria dos que ficam não sabe quem fez o trabalho. Essa quadrilha em especifico sabia por causa de suas relações com Benedetto no passado". Ela passou a mão pelo cabelo nervosamente. "Você poderia ter morrido." "Não, eu não poderia. Entrei com cuidado, e estava armado e coberto. Eu sou um profissional. Eu estava a salvo.” "Um assassino profissional?" Isso era o que eu não queria que ela pensasse. "Não foi isso que eu quis dizer. Eu sabia o que estava fazendo. Eu estava a salvo.” "E se mais deles vierem? E se eles machucarem Franny?” Ela cobriu a boca e balançou a cabeça, como se a ideia tivesse acabado de ocorrer-lhe. Sentei-me, estremecendo com a dor em minha perna e desejando como o inferno que eu pudesse puxá-la em meus braços para tranquiliza-la. "Ninguém nunca vai tocar em Franny ou em você. Eu nunca deixaria isso acontecer. Você é a minha vida, Addy. Vocês duas são."


Addy recuou, indo para a porta. "Eu não posso fazer isso", disse ela, balançando a cabeça negativamente. "Eu simplesmente não posso." Então ela se virou e saiu correndo. Eu não podia me mover. Ela me deixou, e eu não podia merda, fazer nenhum movimento para ir atrás dela.

ADDY Ele matou pessoas. Eu estava na cozinha, olhando para o lado de fora com uma xícara de café na mão, com esse simples fato passando repetidamente pela minha cabeça. Franny estava em segurança na escola, e eu precisava dormir, mas não tinha certeza se conseguiria. Eu o amava. Essa era a outra coisa que não saia da minha cabeça. Eu o amava mesmo assim. Talvez mais. Quão ferrada isso me fazia? Como eu poderia amá-lo mais por matar pessoas? Porque eles eram escória que abusavam de crianças? Será que isso o tornava bom? Em meu coração, sim. Eu queria os pervertidos que arruinavam as vidas das crianças mortos. Só pensar que alguém poderia ferir Franny dessa maneira me deixava furiosa. Se alguém abusasse dela, eu também o mataria. Então, eu era tão diferente dele? Ele me contou a verdade quando não precisava ter feito. Isso era algo que ele nunca teria que me dizer, se não quisesse. Ele podia ter mentido para mim. Ele poderia ter inventado uma


história que fizesse sentido. Me contar a verdade tinha sido uma grande aposta. Enorme, mesmo. O que me fez amá-lo ainda mais. Eu ainda estava digerindo tudo isso. Eu tinha fugido do hospital logo após River terminar sua história porque tudo o que eu tinha sido capaz de ver naquele momento foi o rosto de Franny. O medo de que suas escolhas na vida poderiam machucá-la tinha sido demais. Ela o queria em nossa vida tanto quanto eu, mas a que custo eu poderia deixar isso acontecer? Ele tinha certeza que a reação dessa gangue tinha sido um caso atípico? Realmente não haviam outros alguéns de seu passado que poderiam ameaça-lo, e consequentemente ameaçar a nossa filha? Eu queria acreditar nisso e seguir em frente, mas Franny era a minha prioridade. Ela precisava de mim para protegê-la. Ser egoísta só porque eu amava River tanto que quase não conseguia respirar não era aceitável. Eu tinha que fazer o que era melhor para ela. Mas estar perto de seu pai parecia certo. Eu queria que fosse certo. E eu queria confiar nele para mantê-la segura. Eu queria que ela tivesse tudo. Estabilidade. Um pai. Eu amei River durante toda a minha vida. Ele havia se perdido e encontrado uma nova maneira de sobreviver, e por mais que eu não apoiasse o que ele tinha feito, não mudava o fato de que eu o amava. Eu sempre o amaria. Eu coloquei minha caneca de café no balcão. Eu sabia o que tinha que fazer. Eu nem tinha que pensar verdadeiramente sobre isto. Eu nunca tinha feito nada assim antes. Exceto quando estava tentando salvar a vida de River. Desta vez, eu queria dar a nós três à vida que nos tinha sido roubada. Mas eu tinha que calcular tudo muito bem agora. Eu já não era uma adolescente assustada sem ninguém a quem


recorrer. Eu era forte. Eu tinha aprendido a sobreviver sozinha, e eu tinha chegado até aqui. Era hora de parar de ter medo.

Duas horas mais tarde, eu tinha Franny comigo, e nós caminhávamos para quarto de hospital de River. Eu tinha explicado a ela que ele tinha sido baleado na perna por acidente, e que ia ficar bem. Ela entrou em pânico, é claro, mas eu a tinha acalmado. Então ela me fez ir até uma loja comprar um saco de chocolate, uma caixa de donuts, um saco de batatas fritas e dois balões. Aparentemente isto era o que ela achava ser necessário para ele se sentir melhor. "Você acha que ele vai estar acordado?", Ela perguntou enquanto fazíamos nosso caminho pelo corredor em direção ao quarto do Capitão. "Eu não sei, mas vamos esperar silenciosamente ele acordar, se estiver dormindo," assegurei a ela. Porque eu sabia que, uma vez que tivéssemos entrado no quarto do Capitão, ela não ia querer sair tão cedo. Quando chegamos perto da porta, ouvi a voz de uma mulher, e ela parecia chateada. Fiz uma pausa, não querendo entrar com Franny ainda. "Alguém está lá, mamãe", disse Franny, olhando para mim preocupada. "Aposto que é sua irmã, Blaire. Talvez devêssemos esperar."


"Você não pode sair", ouvi. "Pare de ser tão teimoso! Eu vou ligar para ela. Vou trazê-la até aqui. Você não pode caminhar, Capitão." A voz de Blaire tinha subido, e suas palavras eram claras agora. Inconfundíveis. Ele estava tentando sair por minha causa. Agarrei a mão de Franny e a levei para o quarto comigo. Ele não precisava sair. Eu só esperava que ele não tivesse tentado ainda. Eu não seria capaz de me perdoar se fizesse sua lesão piorar. "Estou deixando este hospital de merda e-". Suas palavras pararam quando ele viu Franny e a mim. Ele nos abraçou, junto com os itens que tínhamos comprado. "Hey", disse Franny, parecendo nervosa. "Eu não acho que você deva se levantar. Vai machucar ainda mais a sua perna. Diga a ele, mamãe. Ele não pode levantar." Ela tinha ouvido bastante da angústia na voz de Blaire para saber que ele estava prestes a fazer algo estúpido. Maravilhosamente perfeito, mas estúpido. "Deite, River. Por favor," eu disse, caminhando até colocar os itens que eu estava segurando sobre a mesa antes de voltar para ele. "Estamos de volta. E não estamos indo embora." Ele ostentava um olhar esperançoso enquanto me observava. "Graças a Deus", disse Blaire, parecendo aliviada. "E, por mais que eu queira conhecer Franny e passar algum tempo em família, acho que vocês precisam de algum tempo sozinhos." "Sim", concordou River, não olhando para a irmã. "Obrigada, Blaire, e eu sinto muito por isso", eu disse a ela, sabendo que ela ia entender o que eu quis dizer. Eu não queria dizer muito mais na frente de Franny. "Eu comprei balões. Bem, mamãe comprou. E nós também compramos coisas boas para você comer, porque a comida do


hospital é ruim. Por que você queria ir embora? Foi porque a comida é nojenta?” disse Franny. Suas perguntas trouxeram um sorriso aos cantos da boca de River. "A comida é ruim, mas se você me trouxe coisas boas, então acho que posso relaxar e ficar aqui mais algum tempo." Franny sorriu para ele, e começou a puxar para fora da sacola os donuts e coloca-los na frente dele. "Nós não trouxemos leite porque a mamãe disse que eles teriam isso aqui. Você precisa de leite para comer donuts.” "Eu concordo completamente. Precisamos pegar um copo de leite para cada um e abrir esta caixa." Eu não tinha certeza se ele já podia comer qualquer coisa como rosquinhas, mas eu lidaria com isso quando as enfermeiras viessem. Ele concordaria com qualquer coisa que Franny dissesse a esse ponto, e eu o amava ainda mais por isso. Ela, por sua vez, estava fazendo um bom trabalho de não mostrar como estava chateada por vê-lo na cama com a perna toda enfaixada e pendurada lá. Ele se virou para olhar para mim, e falou tão baixinho que eu senti que poderia derreter. "Você voltou." Eu balancei a cabeça. "Sim. Eu deixei algo aqui que eu amo demais." Seus olhos enrugaram nos cantos quando seu sorriso cresceu. "Sim?" "Sim", eu respondi. "Então, será que você acha que pode amá-lo com o passado que o acompanha?" Dei de ombros e me aproximei dele. "Eu o amei pela maior parte da minha vida. Não posso parar agora.”


River estendeu a mão para mim, e eu a apertei na minha. Ele me puxou para mais perto, e eu fui de bom grado. "Espere... você ama a mamãe?" O tom de Franny era uma mistura de admiração e emoção. "Amei desde que ela tinha doze anos. Nunca parei", ele respondeu. O calor de suas palavras espalhou por mim, e eu me inclinei contra ele. "Será que isso significa que você vai se casar com ela?", Perguntou Franny, juntando as mãos e arregalando os olhos conforme nos olhava. "Isso não é-" Eu comecei a dizer, mas fui cortada quando River me puxou para um beijo rápido e casto. "Sim, eu vou. Ia me fazer o homem mais feliz do planeta ter vocês na minha vida, juntas.” Sorrindo contra seus lábios, eu virei minha cabeça para ver Franny nos observando com uma expressão esperançosa. "Eu acho que é seguro dizer que o amamos e queremos mantê-lo." Ela assentiu com a cabeça entusiasticamente. "Sim, nós vamos casar com você!", ela exclamou. O Capitão riu e estendeu a outra mão em sua direção. Ela correu até ele e, com cuidado para não machuca-lo, o deixou puxá-la para o seu lado. "Ter minhas meninas", disse ele, beijando o topo de sua cabeça. "Faz todos os caminhos que eu percorri para chegar até aqui valerem a pena". Franny não entendeu a profundidade disso, mas eu sim. Um dia, quem sabe, ela entenderia também.


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