Rogue - Shifters (Werecats) 02 - Rachel Vincent

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Rachel Vincent Shifters 02

Tiamat World

Formatada: Inglês (Estados Unidos)

Rachel Vincent Werecats ou Shifters 02

Rogue

Esta bem, os gatos nem sempre caem de pé... Eu sei melhor do que a maioria. Desde que voltei para o meu orgulho, tenho tomado grandes decisões e cometido erros ainda maiores: do tipo que se paga com vidas inocentes. Como a primeira e única mulher executora, tenho muito que demonstrar ao meu pai, ao orgulho e a mim mesma. E com vários gatos assassinados aparecendo em nosso território, estou trabalhando mais do que nunca, embora sempre encontre energia para um pouco de diversão depois do trabalho com Marc, meu parceiro, tanto dentro como fora do serviço. Mais nem todos os meus erros estão atrás de mim. Estamos começando a suspeitar que os mortos estejam conectados a uma erupção de mulheres humanas desaparecidas e que todos eles parecem ser colocados aos meus pés, dois ou quatro, você escolhe. E uma terrível imprudência pode custar mais do que posso suportar...

Disp. em Esp: Purple Rose Envio: Gisa Revisão Inicial: Lu Avanço Revisão Final: Carol e Greicy Formatação: Carol e Greicy Tiamat - World

Comentário da Revisora Lu Avanço: Bem segue a saga dos werecats o Marc é um tonto eu não sei se odeio ele ou a Faythe ô mulherzinha, eu tive vontade de arrebentar ela imagina eu com um Marc ia ficar pensando muito não, mas a história esquenta e ela se vê cometendo um crime grave... leiam ai vcs vão me dizer se não tenho razão kkkkkkk.

Comentário da Revisora Greicy: Eu adorei o livro. Ei não apreciei muito o primeiro, mas esse me convenceu. Um livro bem escrito. Uma história fascinante. Não é o que chamaria de livro hot, embora tenha cenas quentes. Leitura recomendadíssima!

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Capítulo 1 —Capturar e soltar, meu traseiro! — Grunhindo, estrelei a cara do extraviado1 contra o capô do automóvel de Marc, conseguindo liberar uma mão bem a tempo para evitar seus dentes. O bastardo media quase o dobro de meu tamanho, e atacava como um… bom, como um gato assustado, determinado a jogar tudo o que se interpor em seu caminho incluindo, eu. A uns metros detrás de mim, Marc observava, sem dúvida tomando mentalmente nota de cada aspecto de meu rendimento assim ele poderia recreá-lo logo para meu pai. Até agora, não estava lhe dando algo bom para reportar. Bater num vagabundo sem o sentido de lhe ensinar uma lição era uma coisa, eu aprendi facilmente táticas comuns de medo. Entretanto, tudo isto de apanhá-los-e-jogá-los… Era puro lixo. Uma total e completa idiotice. O que meu pai estava pensando? O único golpe de sorte que tive em toda a tarde era que o extraviado se dirigiu a uma zona deserta, nos subúrbios das Dumas, Arkansas. Se ele tivesse se aproximado das luzes da cidade em lugar de afastar-se delas, nunca o teríamos apanhado. Nem sequer teríamos tentado. Não podíamos nos arriscar que os humanos vissem uma mulher de tamanho médio, como eu, lançar pelos ares um homem que me superasse em pelo menos vinte quilogramas. E a verdade era que se o extraviado soubesse lutar, provavelmente não poderia havê-lo apanhado. Não que a captura não tivesse sofrido contratempos, entretanto. Marc não fez nenhuma tentativa de ajudar. —Poderia me dar uma mão, aqui? — Espetei-lhe sobre meu ombro, apertando a cabeça do extraviado contra o carro quando se retorcia, tratando de ficar livre de minhas garras. Uma risada masculina se escutou detrás de mim, sem ir acompanhada por passos. —Está fazendo muito bem, querida. —Não me… chame… assim… maldito… seja — grunhi-lhe com as mandíbulas apertadas. Com minha mão livre, agarrei um dos braços soltos do intruso e o apertei contra suas costas. Sua outra mão me escapou, arranhando a pintura. Isso não fez nenhuma diferença sobre o explorado automóvel de Marc. Marc riu, indiferente a minha ameaça. Inclinando-me para frente, apoiei-me contra o extraviado para mantê-lo quieto. Seu coração pulsava furiosamente contra o fino material, brilhante, de uma blusa vermelha. Eu não tinha um plano de luta. Sua mão livre se agitava, ainda fora de meu alcance. Apertei-lhe o pulso que havia capturado. Seus ossos soaram. Uivando de dor, ele resistiu. Agarrei ele, decidida a não danificar 1

Um humano iniciado na secreta existência “troca-forma” mediante a violência e não por nascimento.

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minha captura sozinha. Não com Marc vendo. Ele nunca me deixaria esquecer. —Me deixa ir, cadela. — O gato grunhiu, suas palavras distorcidas por ter seu rosto apertado contra o carro. Detrás, Marc riu de novo. —Acredito que ela prefira; Faythe. —Ou ajuda ou se cale. — Com a mão livre, procurei no bolso traseiro de minha calça, as novas algemas, recém-saídas do pacote e ainda brilhantes. Era hora de usar. O metal se chocou contra o metal quando abri a primeira argola, e o movimento do extraviado se intensificou. Jogou sua cabeça para trás e lançou seu braço livre em um incômodo ângulo. Sua mão se estrelou contra a minha. Meu punho se abriu. Por um agonizante momento, o meio círculo aberto de metal ficou pendurado no meu dedo indicador, o outro extremo oscilava como um pêndulo. Logo, deslizou da minha mão e caiu na ponta do sapato esquerdo do prisioneiro. Apertando minhas mãos em seu pulso, agachei-me para agarrá-la, fazendo-o inclinar-se para trás no processo. Ele as chutou. As algemas deslizaram sob o carro, arrastando-se sobre o cimento. —Maldita seja! —Muito para algo brilhante e novo. Puxei, nos endireitando em posição vertical e golpeei a parte de trás da cabeça do extraviado. Ele grunhiu. Marc riu. Apenas pude conter um grito de frustração. Não imaginei que minha primeira captura-e-liberação fosse assim. Fazendo um lado da minha irritação, aprisionei o extraviado sobre o automóvel, mas era muito tarde para recuperar o controle. Me equivoquei, e ele havia voltado a descobrir suas bolas. Grunhindo, o gato lançou seu cotovelo para trás, no meu lado esquerdo. A dor atravessou meu peito e abdômen. A respiração me escapou em um único e rígido sopro. Seu braço deslizou através do meu punho, e quase perco o agarre. Ao diabo com isto. Seu golpe passado da maneira ‘linda e fácil’ para a ‘rápida e brutal’, minha forma favorita de jogar. Aspirei profundamente. O fogo percorria meu lado recém golpeado. Troquei o peso para minha perna esquerda e empurrei com força meu joelho direito em sua virilha. O extraviado emitiu um único som afogado de dor, como se estivesse tragando sua própria língua. Por um momento, só escutei a respiração constante de Marc nas costas e os grilos chiando ao nosso redor. Então meu prisioneiro gritou. Suas notas vocais teriam feito com que Steven Tyler2 fizesse uma careta. Satisfeita de que ele não podia ficar de pé, muito menos correr, deixei-o ir. Desabou no chão, a meus pés, gritando como uma menina. —Bom, certamente essa é uma forma de fazê-lo. — Marc se aproximou ao meu lado. Parecia um pouco pálido, e não era somente pela luz da lua. Afastei o cabelo do meu rosto, olhando a patética forma no cimento. —Me dê suas malditas algemas, — soltei pra Marc, sem a mínima vergonha por ter jogado no meu oponente uma joelhada na virilha. Marc tirou as algemas de seu próprio bolso traseiro. —Me recorde de não te deixar brava. — Disse, as deixando cair em minha mão aberta. —Ainda precisa que lhe recorde isso? 2

Vocalista da banda de rock norte-americana Aerosmith.

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De joelhos, coloquei os braços do extraviado atrás das costas e o algemei. Ainda estava gemendo quando o arrastei pelo cotovelo e meio o joguei sobre o lado do passageiro do carro. Na porta, o fiz girar para que me enfrentasse. —Como se chama? — Em lugar de responder, olhou de soslaio o decote baixo de minha blusa. Não foi a resposta mais inteligente ou original, mas era definitivamente uma melhora para o menino que tentou dar uma provada. Mesmo assim, eu não estava com humor para ser comida com os olhos. Pelo menos, não por ele. Deixei meu punho voar, e meus nódulos se estrelaram contra sua caixa torácica. Seus olhos se abriram como pratos, e apertou seus dentes em um puf de dor. —Esta é a última vez que pergunto, — adverti-lhe, me focando em suas pálpebras fechadas. — Logo só te nocautearei e te chamarei Tom Doe3. Sua escolha. Agora, Qual é seu maldito nome? Seus olhos se abriram de repente olhando fixamente os meus, como se analisasse o quão séria era a minha ameaça. Seja lá o que viu deve tê-lo convencido. —Dan Painter, — disse, abreviou o final de seu próprio nome com ira. —Sr. Paiter. — Assenti, convencida de que estava dizendo a verdade, baseada na sua expressão e na constante, embora rápida, pulsação de seu coração. — A que devemos o desprazer de sua visita? — Suas sobrancelhas se levantaram em confusão. Revolvi meus olhos. —Que diabos está fazendo aqui? — As rugas de sua testa relaxaram enquanto a compreensão se esparramava por sua cara. —Só fazendo meu dever cívico, — insistiu ele. — Perseguindo um pedaço de bunda, não que importe agora. A cadela me escapou. Marc se adiantou. —Esse deve ter sido algum pedaço de bunda, para te tentar dentro do território sul central. Grunhindo interiormente, sustentei minha língua. Teria sido uma má ideia gritar com meu companheiro na frente do prisioneiro. Novamente. —Não tem ideia. —O extraviado olhou pra Marc sobre meu ombro. —Ou talvez tenha. — Seus olhos se deslizaram novamente pra mim, apertei meus dentes enquanto seu olhar viajava para baixo por minha blusa e ajustadas calças negras. —Esse tipo singelo de rosto, mas ela o tem onde conta, huh? — Senti Marc se tencionar detrás de mim e ouvi os nódulos de seus dedos fazer pop. Ele estava formando um punho. Mas demorou muito. —Considere essa a única advertência para ficar fora de nosso território. — Meu punho voou em um formoso gancho de direita. Meus nódulos foram de encontro à sua bochecha esquerda. Sua cabeça estalou para trás e de lado. E pela segunda vez em quatro minutos, desabou. Desta vez inconsciente. Já flexionando minha mão golpeada, deixei-o cair. O que me importava se raspava a cara 3

São chamados de John Doe os homens americanos não identificados Tom: é gato. Assim a autora fez uma analogia entre os nomes, mantendo o significado.

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sobre o asfalto? Ele era sortudo, pois não lhe quebrei a maçã do seu rosto. Pelo menos, não achei que teria lhe quebrado nada. Exceto possivelmente meus próprios dedos. Atrás de mim Marc fez o som de um assobio suave, claramente impressionado. —Esse não é o procedimento padrão, — disse, com seu tom totalmente razoável enquanto se inclinava sobre o corpo do extraviado para abrir a porta traseira de passageiros. —Sim, bom, não sou sua guardiã padrão. — O resto dos empregados de meu pai respeitavam mais as regras que eu. Eles também possuíam muita mais testosterona e dois ovários a menos. Nenhum deles sabia realmente o que fazer comigo. Marc sorriu, puxando minha mão machucada para a luz da lâmpada do interior do automóvel. — Não discutirei isso. — Inclinou meu pulso para uma melhor vista, e eu fiz uma careta. — Não está quebrada. Pararemos por gelo no caminho para a zona livre. —E um pouco de café, — insisti, já temendo as longas horas de direção ao leste para a fronteira Arkansas-Mississípi, onde liberaríamos Dan Painter na zona livre no outro lado do rio Mississípi. —Preciso de café. —É obvio. — Inclinando-se, Marc agarrou a camisa do extraviado com sua mão esquerda e a cintura de seus jeans com a outra. Ele levantou o inconsciente werecat 4 e o lançou de cabeça no assento traseiro. —Esse foi um gancho de direita infernal. — Marc tirou um rolo de fita adesiva aparentemente do nada. Ele arrancou uma tira larga e a enroscou ao redor dos tornozelos do Sr. Painter, logo dobrou as pernas do extraviado pelos joelhos para poder colocar seus pés dentro do automóvel. —Não me lembro do seu pai ter te ensinado isso. —Não o fez. Marc fechou a porta de um golpe e arqueou uma sobrancelha para mim em pergunta. Sorrindo, ajoelhei-me para olhar debaixo do automóvel. —Final do campeonato de Briga. Ele assentiu. —Impressionante. —Imagino. — coloquei minhas mãos e joelhos sobre o asfalto, averiguei tudo debaixo do carro, procurando minhas algemas. Perdi meu primeiro par afundando no Rio Vermelho na perseguição de um inofensivo, mas reincidente delinquente um mês atrás. Se voltasse sem o jogo novo, meu pai me esfolaria. Ou as descontaria de meu salário. Meus dedos rasparam por um grosso e cheio arbusto de grama entre as pedras e roçaram no extremo arredondado de uma garrafa quebrada. —Precisa de um pouco de ajuda? — Marc se agachou para percorrer com sua mão lentamente meu quadril. Sorri-lhe amplamente por cima de meu ombro. —Não vai encontrar nada ai. —Isso é o que você pensa. — Sua mão deslizou para cima por todos os lados enquanto meus dedos roçavam um suave arco de metal. Agarrei a alça e me retirei debaixo do automóvel, e Marc 4

Criaturas que trocam de forma, nesse caso, de homem para gato.

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puxou-me para me levantar. Fez-me girar para ele enquanto eu deslizava a algema dentro do meu bolso traseiro, logo ele me empurrou contra o lado do automóvel. —Vamos tirar um descanso — sussurrou, inclinando-se para roçar meu pescoço com seus lábios. — Como se você tivesse estado trabalhando, — disse, mas minha mão alcançou automaticamente seu braço. Meus dedos roçaram as linhas de seu tricípite, com minhas unhas roçando a superfície de sua pele, levantando um arrepio. Amava provocar esta reação nele. Davame uma sensação de poder, de controle. E mesmo assim o sentimento era mútuo; não podia lhe dizer não, e ele sabia. —-Então por que não me põe pra trabalhar? — ronronou contra meu ouvido, pressionandose mais perto de mim. Seus dedos metendo-se entre eu e o automóvel, movendo-se lentamente para cavar meu traseiro, seu agarre firme e forte. Inclinei-me para frente para lhe dar melhor acesso. —Temos tempo? —Todo o tempo do mundo. A não ser que tenha um toque de recolher do qual eu não estou informado. —Sou adulta lembra? —OH, lembro. — Sua língua baixou ligeiramente pelo lado do meu pescoço, duvidando apenas nas quatros cicatrizes em forma de meia lua, deixando um rastro úmido para ser acariciado pela cálida brisa de Setembro. —Você é muito, muito adulta. — Sua língua retomou seu curso, dando toques por minha clavícula antes de mergulhar em meu decote. O ponto doce chamou-o. Com boa razão. —E o nosso pouco disposto convidado? — Meus dedos percorreram seu peito, sentindo a dura superfície plana através de sua camiseta. —Ele pode encontrar sua própria distração. — As palavras de Marc se amorteceram contra minha pele, com seu fôlego quente sobre a curva superior de meu peito. —Falo sério. — Empurrei-o até o nível dos olhos. —O que acontece se ele acordar? —Ficará com ciúmes. Marc se inclinou para me beijar, mas pus uma mão sobre seu peito. Respirando um suspiro impaciente, ele olhou sobre meu ombro pela janela do automóvel, logo voltou para encontrar meus olhos. —Ele está totalmente desacordado. Além disso, nunca temos privacidade no rancho, de qualquer forma, o que importa? — Privacidade. Converteu-se em nosso bem mais precioso, e o fornecimento nunca era suficiente para satisfazer a demanda em uma casa cheia de werecats com maneiras deficientes/ruidosas e meninos adultos com audição sobrenatural e sem vida própria. Marc estava certo: estar no meio de um nada em Arkansas era quase tão privado como o que conseguiríamos, alguma vez. Pelo resto do que passasse nas nossas vidas. Assenti, deslizando lentamente minhas mãos por debaixo da frente de sua camisa. —Okey, mas é melhor que tenha uma manta aí dentro. — Atirei minha cabeça para o portamalas. —Porque não vou deitar sobre o asfalto. — Ele franziu o cenho, e seu nariz se encontrou 7


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com o meu quando se inclinou para outro beijo. —Quem disse algo a respeito de deitar? — seu telefone celular soou no bolso de seu quadril, justo quando seus lábios roçavam os meus — Sim. Sorri, nem um pouco surpreendida. O tempo era tudo, e nesse sentido, meu pai era uma força a ser levada em conta. Marc deu um passo para trás, puxando o telefone de seu bolso, e minhas mãos caíram de seu peito para posar-se em meus quadris. —Maldita seja, Greg, — murmurou, olhando para a tela iluminada. —Diga o que estávamos a ponto de fazer, e ele provavelmente nos deixará em paz, — disse, abrindo a porta dianteira. Diferente da maioria dos pais, o meu era… entusiasta a respeito da minha relação com meu namorado. Assim como minha mãe também. Eles amavam Marc como se fosse seu filho, e teriam feito qualquer coisa para fazer de nós um casal honesto, inclusive grudar um anel no meu dedo. Era um pouco arrepiante, ficar pensando nisso por muito tempo. —Essa não é uma conversa que particularmente desfruto ter com seu pai. — Marc franziu o cenho enquanto o telefone continuava tocando. —E se Michael me der mais um conselho, vou lançá-lo através da janela do living, embora seja seu irmão. — Estremeci. —Ele não fez. — Marc levantou suas sobrancelhas. Maldito seja. Ele Fez. Marc não teria que matar Michael; faria eu mesma. Eu simplesmente não conseguia lhes fazer entender que minha vida privada era exatamente isso: privada. Sorrindo agora, Marc pressionou o botão de atender e sustentou o telefone em sua orelha. —Olá, Greg. O que está errado? — A resposta de meu pai veio alta e clara. —Quando chequei minhas mensagens encontrei algo interessante. Uma chamada anônima a respeito de um gato morto. Espero que tenha uma pá. — É obvio que Marc tinha uma pá. Porque tem melhor maneira de terminar um encontro do que enterrando um corpo no meio da noite? É oficial. Meu trabalho fede. Capítulo 2 —Uma chamada anônima? — disse Marc, com sua testa enrugada. —Isso é… incomum. A que horas foi? —Pouco depois das sete. — Graças a minha melhorada audição, a voz de meu pai era facilmente audível, embora eu estivesse a vários metros do telefone. Pressionei o botão do lado do meu relógio iluminando o mostrador. Passava um pouco das dez. A mensagem era de três horas atrás. —De onde ligaram? — perguntou Marc. Sobre o telefone, meu pai aclarou sua garganta. —Uma cabine Telefônica no sul de Arkansas. Você e Faythe são os mais próximos, assim Mantenha seus olhos abertos, porque quem fez a chamada ainda pode estar por perto. — O silêncio se instalou por um momento. —Preciso que você identifique o cadáver e dê um jeito no corpo. Marc me olhou, e eu neguei com a cabeça. Diabos não. Já tínhamos nos desviado da nossa 8


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muita antecipada “viagem de fim de semana” para dar um jeito num infeliz intruso, e estávamos a ponto de cuidar de outro. Isso era suficiente por uma noite. O corpo podia apodrecer por tudo o que me importava. Exceto que não podíamos permitir que apodrecesse. Pelo menos não onde os humanos pudessem encontrá-lo, esses tendenciavam a ficar tensos e curiosos a respeito dos cadáveres, e eram geralmente inflexíveis a respeito de determinar a fonte do problema. Que, é obvio, somos nós. Bem, não o meu Pride5 especificamente, mas como um membro de nossa espécie. Portanto, Marc e eu daríamos cargo do corpo, se quiséssemos ou não. Pelo bem do Pride. Porque esse era nosso trabalho. Marc franziu o cenho, e eu assenti a contra gosto. —Sim, daremos um jeito no corpo logo que agente se desfizer do extraviado no assento traseiro, — disse. —Fez sozinha? — perguntou meu pai e eu apertei meus dentes. Não pude evitar. Liguei para lhe informar sobre o intruso como uma boa garota, e fui recompensada com uma ordem de apanhá-lo sem ajuda. Foi a ideia de meu pai de uma prova. Eu não estava de acordo com a maioria dos aspectos de meu treinamento. Não havia tanta intromissão ao redor como o esperado, e havia de longe muitas ordens a seguir. Felizmente, havia também uma ampla oportunidade para descarregar minha frustração com o pretexto de proteger e defender os limites de nossa propriedade. Essa parte não era tão ruim. —Só digamos que sua filha tem um tremendo gancho de direita, — disse Marc, com a risada borbulhando atrás de suas palavras. —Não me surpreende. — Nosso estimado Alfa deu instruções a Marc sobre o cadáver exposto enquanto nos instalávamos dentro do automóvel, e no momento em que dobramos para a direita fora do estacionamento vazio, ele desligou o telefone. —Então, que supõe que devemos fazer com o corpo? — perguntei, bastante segura de que já sabia a resposta. —Enterrá-lo. A não ser que queira levá-lo a faculdade para mostrar e contar? —Sabichão, — espetei. O enterro era o que eu havia esperado. Infelizmente, não tínhamos vindo preparados com uma retro escavadeira. Ou um caixão. Tudo o que tínhamos era um kit de emergência e um par de pás que Marc guardava no porta-malas, para uma ocasião assim; especial. Soprando com irritação, olhei minhas roupas, selecionadas para a nossa escapada de fim de semana em mente. Mas nossa viagem foi cancelada. Não haveria jantar tranquilo em um restaurante com guardanapos de tecido. Nem pipocas em um teatro escuro. Nem quarto privado, longe dos inescapáveis olhos e ouvidos de nossos companheiros werecats. Em lugar disso, estaríamos trabalhando. Toda a noite. Sem horas extras. A maioria dos meus amigos retornou à faculdade na semana passada e passaram provavelmente a noite reunidos ao redor de livros e caixas de pizza. Eu, em troca, açoitei um intruso, em saltos de sete centímetros, e logo estaria cavando à mão uma tumba na metade da noite. Senti meu humor obscurecer só de pensar na faculdade, e no fato de não estar lá. E no fato 5

Um tipo de território demarcado, onde há leis propostas por um conselho. Um Alfa com poderes de delimitar à área de seu domínio, junto a sua família; e executores da lei (fazem através da força física o comprimento da ordem e lei)

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de não completar meu mestrado, ou nem sequer usar minha muito nova Licenciatura em Arte num futuro imediato. Mas negociei com meu pai pelos próximos dois anos e três meses de minha vida, para ficar a serviço do Pride e treinar para um futuro que não estava sequer segura de querer. —Definitivamente um pescoço quebrado. —Hmm? — murmurei, olhando fixamente a linha das árvores a seis metros ao leste. Se me focasse nelas, no modo em que a lua projetava as sempre diferentes sombras dos ramos enquanto se balançavam na brisa da madrugada, não teria que olhar o cadáver. E realmente não queria olhar o cadáver. Tínhamos o encontrado justamente onde o informante disse que o faríamos, em um descampado a mais ou menos meia hora ao sul de Little Rock, perto de um pequeno povoado rural chamado White Hall, o qual ostentava algo assim como seis mil residentes. Pelo pouco que podia ver na escuridão, White Hall parecia um lugar decente para crescer. Um lugar que não merecia uma visita nossa dê-meia-noite. Marc girou sua lanterna para a minha cara, e estremeci, fechando meus olhos apertadamente contra o repentino resplendor. —Preste atenção, Faythe, — espetou, sua anterior alegria sumida. Ele era todo negócios agora, ajoelhando-se junto ao homem morto que jazia de barriga para baixo sobre a grama. — Disse que é definitivamente um pescoço quebrado. Veem sentir isto. —Não obrigada. — afastei sua lanterna pro lado e pisquei com impaciência, esperando que os círculos flutuantes de luz desaparecessem de minha visão. — Posso vê-lo bem daqui. —Sim, mas não pode senti-lo. — Olhei para baixo para ver o punho de Marc ao redor de um punhado de cabelo do cadáver, usando-o para rodar a cabeça do pobre homem, o qual obviamente não opôs resistência. —Os ossos meio que… rangem, quando giro seu pescoço. Isso significa que sua coluna está fraturada. —Fascinante. Realmente. — Traguei com dificuldade, E Marc continuou a torcer a cabeça do homem, apontando sua orelha em direção à grama. Talvez ele pudesse realmente escutar todos os ossos triturados. Ewwwww. —Poderia parar com isso por favor? Deixa o pobre homem tranquilo. —Perdão. — Ele deixou cair a cabeça, e esta golpeou a grama com um asquerosamente sólido golpe seco. —É estranho, entretanto. Nenhuma mordida ou marca de garra em nenhum lado. —Como sabe? Você só viu seu pescoço. — Com um suspiro de resignação, baixei o olhar para o corpo, com as cenas do último episodio de CSI6 piscando luzes de alerta através de minha mente. —Não deveríamos virá-lo, para detectar feridas sob suas roupas, ou algo assim? E se ele foi assassinado em outro lugar e logo transladado para cá para evitar que encontrássemos a verdadeira cena do crime? —Cena do crime? — riu Marc, e eu chiei meus dentes, incômoda com o fato dele estar tão cômodo ao redor de cadáveres. — Anda assistindo muita televisão, — disse, focando novamente a 6

Seriado americano de investigação criminal.

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lanterna no pescoço do werecat. Só que não era simplesmente um werecat. Era um extraviado, um humano iniciado em nossa secreta existência mediante a violência e não por nascimento. Pelo menos ele fora um extraviado. Agora estava morto, e sua posição social já não importava. Bastardo sortudo. —É investigação. — Arrastei meu olhar do cadáver para a cara de Marc. Seus olhos negros estriados de dourado brilhavam à luz da lua. —Que seja. — Marc se encolheu e o raio da lanterna se moveu na grama. —Meu ponto é que ele não foi mordido ou arranhado. Não sinto cheiro de sangue. Empurrando as mechas úmidas de meu cabelo fora de meu rosto, cheirei o ar, ruborizando irritada quando me dava conta que ele tinha razão; se houvesse um pouco de sangue presente, fresco ou velho, teríamos sentido o cheiro. E se não havia sangue, não havido tido luta. Nenhum werecat—até em forma humana—falharia em provocar sangue com uma mordida ou arranhão. Como estava segura que o assassino era um werecat? Simples. Nenhum humano teria a força para romper o pescoço de um homem só com as mãos e julgando pelos roxos na parte traseira do pescoço do cara morto, isso era exatamente o que lhe aconteceu. Certamente, esta teoria poderia caber a um urso pardo, ou alguém de outra espécie de troca-formas, mas as possibilidades disso eram quase nulas. As outras poucas espécies que existiam não estavam interessadas em nós e o sentimento era mútuo. —OH, — disse, lhe jogando outra vez um olhar que se dedica aos mestres quando aceita que eles tem razão. O que mais poderia dizer? Marc era o perito em cadáveres e apesar de... Há alguns meses atrás, eu não sabia quase nada sobre vítimas de assassinato. E eu gostava assim. Marc suspirou. —Bem. Se isso te faz feliz, vou olhar se por acaso ele tem outras feridas. — Com um notável grunhido de esforço, tirou a camiseta ao homem morto, expondo um enredo de velhas cicatrizes que começavam desde sua espinha e terminavam de ambos os lados de seu peito. Olhei com o cenho franzido as velhas e curadas cicatrizes. —Tem razão. Admito-o. Não há nenhuma razão para despi-lo. — Marc me deu um sorriso arrogante e deixou cair a camisa do pobre homem. Mordendo meu lábio pela frustração, joguei uma olhada no meu relógio, pressionando um dos botões para iluminá-lo com um suave brilho verde. Quase uma da manhã. Genial. Deveria estar enroscada ao lado de Marc na cama, exausta mais satisfeita. Em troca, estava cavando tumbas clandestinas à luz da lua, exausta e ainda mais enojada. Tínhamos abandonado o inconsciente Dan Painter em uns espessos arbustos ao leste do Rio Mississipi no norte da Cidade de Arkansas, ainda estava atado e também amordaçado, para lhe ensinar uma lição. Depois tínhamos retrocedido duas horas para nordeste, em uma estrada de

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duas vias. Ou melhor, Marc retrocedeu. Eu recitei o prefácio dos Contos do Canterbury 7 em minha cabeça. Em Inglês médio. Ao avesso. Marc tinha suas habilidades especiais e eu as minhas. Claro que as suas eram muito mais praticas que as minhas em nossa linha de trabalho. Os meninos maus quase nunca se intimidavam com uma comovente representação do Hamlet. Apertando meus dentes, aderi a meu último e pequeno fornecimento de vontade e deixei toda a esperança de ver minha cama antes do amanhecer. Se ia ficar a noite toda acordada, também poderia fazer algo útil no momento. —Esta bem, um pescoço quebrado, mas nenhuma outra ferida óbvia. —Disse, puxando a prega de minha cômoda camisa branca. Claro que se eu soubesse que encontraria um cadáver, teria colocado algo… escuro. Ou descartável. Embora pelo menos me considerava afortunada de estar usando jeans e uma camiseta. Se não fosse pela bolsa que empacotei para nossa fuga de fim de semana, estaria cavando com calças caras e uma blusa vermelha de seda. —Assim, provavelmente estamos procurando outro extraviado — continuei, limpando a sujeira imaginária de minhas calças. — Talvez um rancoroso, ou com um histórico de comportamento violento? — podia sentir a fina capa de areia por toda parte a meu redor, como um pó fantasmal de morte, que de algum modo ardia sob minha pele. Ou talvez eu estivesse exagerando. Marc se encolheu, ignorando meu desconforto enquanto seu rosto se alisava em uma expressão ilegível. —Isso descreve cada extraviado que conheci. Mas isso não importa, porque não estamos procurando por um. Estamos aqui para eliminar o corpo, não para investigar o assassinato. Assenti e afastei meu olhar. Eu o conhecia melhor. O Conselho Territorial, nominalmente conduzido por meu pai, nunca ataria seus recursos na investigação de um só extraviado. Eles certamente veriam o gato morto como uma pulga a menos em sua pelagem coletiva. —Não importa o que ele estava fazendo aqui, ou quem o Matou, — sussurro Marc, ajoelhando-se ao lado do corpo. — Ninguém se importa. Ele nunca expressou tal preocupação por alguém, e doeu meu coração por ele, sabendo provavelmente o muito que custava dizê-lo diante de mim. Eu sabia que se preocupava não porque conhecesse o extraviado, mas sim porque não o fez. Porque ninguém o fez. E porque, como o gato morto que nós enterraríamos, Marc era um extraviado. Ele estava confrontando o que eu sabia que era um de seus piores temores: um rápido enterro no meio da noite, sem um só amigo que amavelmente o recordasse. Enquanto eu vivesse, isso nunca aconteceria com Marc. Ele tem toda minha família, e ao nosso Pride inteiro para que o sentisse falta e o recordasse. Embora a injustiça de um enterro em segredo para um gato anônimo ainda o incomodava. A moral e a raiva queimavam brilhantes em seus olhos quando levantou a vista para mim e não havia nada que eu pudesse fazer para apagar as chamas. Marc deu uma olhada pra longe do meu olhar compreensivo, mas antes de voltar para o 7

É uma coleção de histórias (duas delas em prosa, e outras vinte e duas em verso) escritas a partir de 1387 por Geoffrey Chaucer. Na obra, cada conto é narrado por um peregrino de um grupo que realiza uma viagem desde Southwark (Londres) à Catedral de Cantuária para visitar o túmulo de São Thomas Becket.

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corpo, sua expressão se endureceu em sua habitual cara de negócios, fria e ilegível. Era um mecanismo de defesa que eu aprendi dele. Sacou uma carteira de couro marrom do bolso do extraviado e folheou o conteúdo: dois cartões de crédito, uns poucos recibos dobrados, uma nota enrugada de vinte e pelo menos duas dúzias de rangentes e novas cédulas de um dólar. Marc deslizou a carteira de motorista de sua cobertura plástica e me passou sem nem sequer lhe jogar uma olhada. Olhei a foto e imediatamente lamentei havê-lo feito. Até que vira sua cara, Bradley Moore só fora um corpo, um cadáver anônimo que seria eliminado rapidamente, para assim eu poder desfrutar a minha noite. Mas agora viu sua licença, sabia que Moore vivia em Cleveland, Mississipi e foi licenciado para conduzir motos. Ele acabava de celebrar seu aniversário número trinta e quatro, um e noventa de altura e pesava noventa e seis quilogramas. E portava os mais bonitos e hipnóticos olhos cor gis-azulada que eu já vi. —Sente esse cheiro? — Perguntou Marc. —Que cheiro? — deslizei a licença em meu bolso dianteiro e me ajoelhei junto dele, impaciente pra esquecer os impressionantes olhos do Sr. Moore. —Acredito que é do assassino. Sinto o cheiro de outro gato sobre ele. Sobre sua roupa e aqui, em seu pescoço — Dobro-se para inalar onde havia indicado e meu estomago se revolveu. Entendia sua compaixão pelo extraviado desconhecido; realmente o fazia. E depois de ver o rosto do Moore, não podia menos que estar de acordo. Mas três meses antes, eu tive que rasgar a garganta de um gato para libertar a mim e minha prima Abby, quando fomos sequestradas. E tão pouco prático como parece, considerando minha linha de trabalho, não planejei ter contato íntimo com um cadáver de novo. Eu poderia aguentar envolver o cadáver em um plástico e colocá-lo em um buraco na terra, embora tivesse sido mais fácil se nunca tivesse sabido o nome da vítima. Mas inalar o pescoço de um cadáver estava fora da minha definição de um comportamento decoroso. Era macabro e inquietante. —Posso cheirá-lo daqui. — Disse. Marc não pediu que me aproximasse, mas tampouco ia fazê-lo. —Cheira-te como a um extraviado? Inalei profundamente, revisando mentalmente os aromas que já conhecia. O mais forte era o de Marc. Almiscarado e masculino, seu aroma era tão familiar como o meu próprio. Também estava misturado com o meu, o resultado de cada beijo e abraço que tínhamos compartilhado desde minha última ducha. A qual também tínhamos compartilhado, começando por aí. Logo, filtrei e elimine os aromas do campo ao redor de nós, eram tão penetrantes que apenas tive que me esforçar para distingui-los. Identifiquei arvores, grama, terra, orvalho fresco e vários roedores pequenos, sobre tudo coelhos e ratos. Sobre o corpo havia muito mais aromas, incluindo a colônia do Sr. Moore, o fedor opressivo de fumaça de cigarro e um forte e mentolado spray de hortelã para o hálito. O que captei depois de afastar todos esses aromas era o que Marc queria dizer. Vinha do extraviado, mas não era seu aroma pessoal. Era algo mais. Um pouco definitivamente felino, abundante e áspero. Um pouco 13


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picante… Uma sacudida passou por minha coluna, me esfriando, me entorpecendo. O terror rasgou meu peito. Por um longo momento, meu coração se recusou a pulsar e não pude fazer nada mais que olhar fixamente o cadáver. Eu conhecia esse aroma. Ou um aspecto dele, de qualquer forma. —E bem? — Perguntou Marc, me olhando enquanto eu olhava o corpo, meus olhos se entrecerraram em concentração. —Gato estrangeiro. — Parei e dei um passo para trás, muito horrorizada para formular uma frase completa. —O que? —Marc elevou o olhar para mim bruscamente, logo olhou de novo ao Moore. — Não. Isso não pode ser. Luiz está longe. Já teríamos escutado algo se ele ainda estivesse ao redor. Luiz era um do par de extraviados da selva que invadiu nosso território ha três meses, sequestrando e violentando a sua vontade. Eu lutei contra ele uma vez e ganhei, mas ele escapou e não tivemos notícias dele desde então, um fato que me assustava mais do que estava disposta a admitir em voz alta. E me deixava endemoniadamente furiosa. —Não é Luiz. — Estava segura disso. O aroma era muito breve o que queria dizer que o assassino apenas havia tocado à vítima mas sábia duas coisas sem duvida. O aroma não era de um gato nativo e tampouco era do Luiz. —Apenas há um rastro do aroma. — Marc sacudiu devagar sua cabeça, sem deixar de olhar o pescoço de Moore. —Não vejo como você pode saber alguma maldita coisa sobre isso. —Só sei. — Só me encontrei com o Luiz uma vez, mas fora o suficiente. Se vivesse até os duzentos anos, ainda lembraria do seu aroma em meu leito de morte. Estava impresso permanentemente em meu cérebro, junto a memórias inocentes como o gosto de meu primeiro beijo—Marc—e o sabor de meu primeiro sorvete—framboesa. —Bem. — Marc assentiu, me olhando. —Não é Luiz. Mas é um extraviado? — Contra meu sentido comum e a pesar do impulso irracional de correr ou ao menos encontrar uma arma me ajoelhei para cheirá-lo de novo. Não ajudou. —Não acredito. Há algo… estranho sobre este aroma. É uma essência estrangeira, mas há algo… mais. Se é que tem sentido. —Não tem, — Disse Marc enquanto me punha de pé e me afastava do cadáver do Moore. — Mas você tem razão. — Ele ainda estava ajoelhado ao lado do corpo, olhando-o enquanto uma ligeira brisa balançava as largas folhas da grama contra seu jeans. —Há algo que não se encaixa. — inclinou-se para frente e logo para trás, franzindo o cenho pela frustração. —Qual era seu nome? —Bradley Moore. — Deslize minha mão em meu bolso, sentindo a Lisa superfície do cartão de plástico, agora quente por meu calor corporal. —Era de Mississipi. Marc assentiu, como se já soubesse a ultima parte. Não seria muito difícil de adivinhar. Mississipi era o território livre mais próximo, era o lar da maior concentração de extraviados no país, misturados com a população humana como lobos disfarçados de ovelhas. Nós estávamos a menos de sessenta e quatro quilômetros da fronteira do Mississipi, onde os viajantes interestaduais eram recebidos, ao cruzar a linha estatal, por um decaído clube de striptease, no qual sem dúvida Moore planejou gastar uma parte de sua carteira. Pelo menos a maior 14


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parte de seu plano para a tarde estava claro. Infelizmente, um montão de notas de um dólar não havia feito nada para responder as perguntas que chiavam em meu cérebro como pequenas bolas prateadas em uma máquina de pinball. —Bem, façamos logo isso. — Marc ficou de pé e esfregou suas palmas contra suas pernas, como se pudesse limpar a sensação da carne morta de suas mãos como o pó da estrada. Sabia exatamente como se sentia. —É uma vergonha que o filho da puta não tivesse a cortesia de lhe dar um enterro decente. Nós fazemos isso mais pelos intrusos e esse idiota não se incomodou em enterrar seu amigo. — Pisquei pelo tom do Marc, baixo e áspero. E zangado. Então captei o que quis dizer. —Acredita que Moore conhecia quem o Matou? —De que outra maneira o assassino poderia se aproximar dele? Pensei nisso durante um momento, ainda esfregando a licença em meu bolso enquanto olhava fixamente a terra perto da cabeça do pobre Sr. Moore. —Não tem feridas defensivas, — disse finalmente. Tomei outro fôlego profundo, procurando de novo com meu sensível nariz qualquer rastro de sangue. Não havia nenhum. —Não há sangue sob suas unhas ou em sua boca. Não se defendeu. Marc tinha razão. Eles provavelmente se conheciam. Mas como era possível isso? Como poderia um extraviado americano ter se tornado amigo de um gato estrangeiro que não negociava nos Estados Unidos, muito menos no território sul central? E o que estavam fazendo em nosso território? Marc assentiu outra vez, interrompendo minha silenciosa confusão. Um vislumbre de sorriso me mostrava que ele estava agradado com que eu entendesse ao que se referia. Eu não estava contente. Não queria entender sobre morte e assassinos. Infelizmente, o que eu queria não importava mais. Os Alfas não eram grandes admiradores do livre arbítrio. De fato, nossa estrutura social e política eram mais um sistema monárquico, no qual o monarca era invariavelmente o macho mais forte do território. O poder não era transferido a um dos vários filhos do Alfa, E sim ao gato que se casasse com sua única filha. Esse genro e a futura Alfa devem ser muitos fortes para dirigir, proteger e em última instância controlar o Pride inteiro, se não o sistema inteiro se desfaz. E o sistema, junto com a continuidade de nossa espécie, deve ser protegido custe o que custar. Meu pai era um pouco rebelde em comparação com os outros membros do Conselho Territorial, os Alfas de cada um dos outros nove territórios. Em vez de designar o Pride sul central a meu futuro esposo—Marc, conforme diziam meus pais—ele queria me entregar as rédeas. Esse pensamento estava enviando ondas chocantes de raiva e impropriedade para certos membros do Conselho. Se o escandaloso esquema de meu pai alguma vez chegasse a implementar, um dia eu teria a oportunidade de trocar o sistema de dentro. E era a parte de dentro o que me incomodava. Um arrepiou me percorreu ao pensar em estar na posição de meu pai. Marc confundiu meu tremor com o de compaixão para o extraviado morto. —Provavelmente nunca o viu vir. — Marc sacudiu sua cabeça com repugnância.—O bastardo só o alcançou por trás e lhe quebrou o pescoço. Meu telefone soou no silêncio depois de suas palavras, me resgatando do fato que não sabia 15


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o que dizer. Cavei meu bolso direito dianteiro, procurando o telefone. Estreitando os olhos para a pequena tela, senti alívio ao reconhecer o número da linha privada do meu pai. —É meu pai. Marc assentiu e se dobrou para estender um rolo de plástico negro sobre a grama a seus pés. Pressionei o botão para aceitar a chamada enquanto ele estendia o plástico sobre a terra ao lado do corpo do Moore. —Chamava? — disse no telefone, dando as costas a Marc enquanto ele se dispunha a puxar o cadáver. —Encontraram-no? — Perguntou meu pai. —Sim, — Fiz uma careta ao pesado golpe e ao ranger do plástico a minhas costas. —Acredito que temos que investigar este caso. — Marc se aproximou em silencio atrás de mim e eu sabia que se congelou pela surpresa. Ele nunca teria expressado tal petição. —Faythe…— uma cadeira rangeu no fundo quando meu pai se inclino para trás. —Sabe que não temos os recursos para investigar cada extraviado que morre em uma briga. Só perseguiríamos nossas próprias caudas. Enterrem-no e voltem para casa. Exalei lentamente, me perguntando se estava tratando de satisfazer a Marc ou de pôr a minha própria mente a gosto. — É um pouco mais complicado que isso. —E como é isso? —Há um aroma sobre o corpo. É muito débil e é somente sobre o pescoço assim estamos um noventa e nove por cento seguros de que é do assassino. — Vacilei quando as seguintes palavras pareceram me engasgar, ameaçando me asfixiar. Então, finalmente, cuspi-as, fazendo caretas pelo mau sabor na minha boca. —É de um gato estrangeiro. Uma aguda e silenciosa inalação foi a única resposta de meu pai. Ele estava preocupado e irritado tal como eu estava com as notícias de um forasteiro em nosso território. Graças a Deus. —Está certa disso? — perguntou, sua voz foi terrivelmente tranquila como Marc que permanecia atrás de mim. —Completamente. O silêncio se estendeu na linha e eu sabia exatamente o que ele estava pensando. Aprendi a reconhecer essa particular pausa nos últimos três meses; todos perto de mim a faziam com bastante frequência. Ele estava pensando em Miguel, debatendo-se entre me perguntar ou não se eu estava bem. Como o resto de minha família, meu pai tinha medo de me transtornar com as lembranças do bastardo que me sequestrou, encarcerou e me golpeou até a merda. Ao que parece ele pensava que eu era forte o suficiente para procurar intrusos e enterrar cadáveres, mas muito delicada para resistir a lembrança de minhas próprias lembranças. Imaginem-no. O que meu pai não compreendia, o que nenhum deles parecia compreender, era que me fazer trabalhar toda manhã me lembrava Miguel, o extraviado da selva completamente indiferente à liberdade individual e ao direito de uma mulher a dizer -Não- mudou minha vida para sempre. Eu estive de acordo em trabalhar com meu pai em troca da oportunidade para perseguir Miguel. Para tomar meu merecido pedaço de carne do sádico bastardo que assassinou a uma das 16


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minhas amigas de infância e violentou minha prima adolescente. E que tinha tratou de vender às três como uma propriedade a um Alfa da selva em algum lugar no Brasil. Embora ninguém acreditasse, pensar no Miguel não me transtornava tanto como me inspirava. Recordava-me do meu novo objetivo, pelo qual estava disposta a renunciar o fim de semana com meu namorado para chutar até a merda um extraviado e enterrar outro. E de vez em quando realmente precisava de um aviso, assim desejei que meu pai continuasse e somente o cuspisse. E finalmente o fez. —-Miguel está morto, Faythe. Não vai retornar. —Malditamente certo. — Mas tremi apesar da cálida brisa. Marc pôs uma de suas quentes e pesadas mãos sobre meu ombro, obviamente estava escutando a conversa. —Você Esta bem? — a voz de meu pai soava vazia, do jeito que ele fazia quando enterrava sua cabeça em uma de suas mãos, sem se importar com o telefone. A distância, uma whip-poor-will8 cantou, indiferente a nossa presença. — Sim. Estou bem. — E se não, logo estaria. —Sério — acrescentei, antes que tivesse a oportunidade de perguntar se eu tinha certeza. —Só deixa agente terminar logo com isto. —Esta bem. — Na linha, ele aclarou sua garganta e deu um toque com uma caneta sobre os papeis em seu escritório e não pude aguentar um sorriso. Meu pai se foi; o Alfa chegou. —Está bem, assim você está certa de que o assassino é estrangeiro. É um gato da selva? Inalei outra vez, mas fui recompensada sozinha com frustração. —Não sei. É muito fraco para ter absoluta certeza, mas é definitivamente uma possibilidade. E há algo estranho sobre o aroma. É estrangeiro, mas também é algo… mais. Se é que tem sentido. —Não tem muito sentido, sinto muito, — disse ele. —Reconheceria se o cheirasse outra vez? —Absolutamente. — Assenti, embora ele não pudesse me ver. —Eu também. — Marc se agachou para recolher uma pá oculta em grande parte pela grama. Não me incomodei em transmitir sua reposta; meu pai podia ouvi-lo muito bem. —Bem. Esse é um começo. —Alguma pista sobre quem fez a chamada? — perguntei, revolvendo meus pés na larga grama. —Ainda estamos trabalhando nisso, sem muita sorte. — Metal chiou e imaginei meu papai apoiando-se para frente outra vez em sua cadeira de escritório. —A única coisa que temos certeza é que quem ligou era um macho — Isso era quase óbvio. As gatas fêmeas eram poucas entre muitos e nunca fomos desatendidas por muito tempo para tropeçar com um morto em um campo vazio. —E que é um de nós, soava jovem, mas isso não é suficiente para nos ajudar. Owen reuniu uma lista dos extraviados que vivem perto da fronteira de Arkansas. —Bradley Moore esta nessa lista? — perguntei, jogando um olhar sobre meu ombro para ver Marc deslizando umas tesouras sobre o plástico, no qual Moore estava agora de barriga para cima. —Me dê um minuto…— revolveu os papéis e aclarou sua garganta enquanto eu olhava 8

É um pássaro de porte médio (cm 22-27) do Norte e América Central.

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fixamente para as arvores . —Sim. Bradley Moore. Tem alguma razão para suspeitar dele? —Não. — atrás de mim chegou um ruído de rasgo enquanto Marc rasgava tiras de um grosso rolo de fita. —Agora tem uma razão para tirá-lo de sua lista. Esta morto. —No geral temos que nos esforçar mais para identificar os corpos que não são de nossa própria linhagem. O qual, certamente, referia-se à linhagem de Marc. Marc era o executor de meu pai… o agente encarregado de aplicar as acusações e as penas de morte para qualquer werecat culpado de um dos três crimes capitais: assassinato, infecção ou divulgação de nossa espécie a um humano. —Bem, este foi fácil. Ainda conservava sua carteira. — Empunhei minha mão esquerda para impedir de mover-se até meu bolso e sentir a licença do Moore. —Isso é incomum. Eles normalmente os despojam de sua ID 9 e todas as coisas de valor. —Sim, bom, este é até mais estranho. — Afastei meu cabelo de meu rosto, fazendo uma nota mental de usar um rabo-de-cavalo em meu próximo enterro. —Seu pescoço está quebrado, mas não foi nem arranhado nem mordido absolutamente, e não tem feridas de defesa. Marc acredita que ele conhecia seu atacante. —Tem alguma marca sobre seu crânio? Não cheira a alguma substância química estranha? Sacudi minha cabeça antes de me dar conta de que ele em realidade não podia me ver. —Não, não vi nenhum golpe. Um… espera. — Dei a volta para Marc com uma sobrancelha levantada. Ele franziu o cenho e me deu sua lanterna, logo se agachou para rasgar uma tira de fita ao final do vulto negro. O plástico se abriu para revelar a cara do Bradley Moore, seus bonitos olhos olhavam para o nada. Marc levantou a cabeça de Moore com cuidado e eu fiz uma careta com a facilidade com que movia seu pescoço quebrado. Sua boca era um jogo de duas linhas duras, Marc moveu seus dedos rapidamente, mas meticulosamente sobre o crânio do extraviado, examinando cada polegada dele enquanto eu o olhava, aguentando a vontade de vomitar. Finalmente, pôs a cabeça no plástico e me olhou, seus olhos brilharam com o raio da lanterna. —Não há golpes. E o elemento estranho no aroma é biológico, não uma substância química. —Esta bem. — Meu pai suspirou pela frustração. —Só enterrem-no e voltem para casa. — Ele fez uma pausa e pude sentir a chegada do sermão, inclusive quando falou com um cansado sorriso em sua voz. —E se fizer Marc cavar sozinho, darei a ele todo seu pagamento. Mmmm, essa era uma boa ideia. Que se supõe que eu faria com meu pobre pagamento de qualquer forma? Vivia com meus pais, não adquirira um carro e nem dívidas. E odiava ir às compras. Marc poderia ter meu pagamento, especialmente se cavasse a maldita cova sozinho. Sorri abertamente, olhando Marc pela esquina do meu olho enquanto falava pelo telefone. —Obrigado pela advertência. Tenho que ir enterrar um corpo. —Façam-no com ao menos dois metros de profundidade, — disse meu pai e muito poucas pessoas poderiam ter escutado o esgotamento em sua voz. Logo desligou. Sem um “Obrigado por 9

identificação

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abandonar seu fim de semana para fazer meu trabalho de enterro, Faythe.” Nenhum “Retorna a salvo pra casa.” Nem sequer um adeus. Os Alfas eram todos negócios. Um pouco ofendida, empurrei meu telefone entre meu bolso e encontrei os olhos de Marc. Franziu-me o cenho severamente, porem seus lábios apresentavam um vislumbre de sorriso. —Nem sequer diga, — adverti a ele. —Não vou cavar essa tumba sozinho. Nem sequer por seu pagamento anual. Assim, deixa de olhar a terra como se fosse manchar sua alma, princesa, e comece a trabalhar. — Sorrindo abertamente agora, lançou-me a pá com uma só mão. Agarrei-a, embora literalmente nunca tivesse sustentado uma pá antes. Os gatos possuíam bons reflexos, o que não era sempre algo bom. Ele sorriu abertamente, seus olhos dourados resplandeciam à luz da lua. —O primeiro que cavar dois metros ganha. —Ganha o que? —Um cochilo na volta pra casa. Gemi, meu bom humor começava a falhar. Nada bom podia sair dessa aposta. Se eu perdia, teria que conduzir toda a viagem de volta pra casa de cinco-horas-e-meia. Mas se ganhava, Marc conduziria, que era muito, muito pior. Com ele no assento do condutor, tinha medo até de piscar, muito menos dormir. O jogo favorito de Marc nas estradas era rotular a estrada, que ele jogava aproximando-se só o suficiente dos caminhões para passá-los e estendia uma mão pelo vidro e tocava seu para-choque traseiro. Sério. O homem pensava que a inevitável morte não se aplicava a ele, somente porque não lhe aconteceu nada, ainda. Marc rio da minha expressão horrorizada e afundou sua pá na terra perto do casulo de plástico negro. Com um suspiro, me uni a ele, tratando de definir se preferia me arriscar a dormir ao volante, ou dormir com Marc ao volante. Era uma decisão difícil. Menos mal, teria três sólidas horas cavando para me decidir. Que sortuda. Capítulo 3 Marc cavou um metro e meio primeiro, e enquanto ele sorria em sinal de triunfo, completamente coberto de terra da tumba, deixei cair minha pá em derrota. Eu já estava farta, e nenhuma só ameaça dele poderia tirar meu cansado e imundo traseiro do chão. Esquecendo a minha camisa que um dia foi branca, recostei-me suando na grama úmida pelo orvalho enquanto Marc rolou o corpo do Bradley Moore dentro do buraco, logo lhe atirou terra em cima com a pá. Agarrei as chaves que Marc sustentava para mim e arrebatei minha pá do piso, com meu ânimo cada vez mais de cão com cada passo que dava para o carro, a pesar do alívio de deixar pra trás a tumba sem nome. Isto não era como planejei passar meu tempo livre. Parei cinco vezes por café em meu caminho pra casa, e tive que usar o banheiro em cada ocasião. Marc dormiu o caminho todo, e seu detestável ronco conseguiu me manter mais acordada do que o efeito da cafeína durante a viagem desde White Hall, Arkansas, ao rancho Lazy S. A propriedade da minha família era desprovida de animais domésticos a pesar do nome do 19


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rancho, situado nos subúrbios de Lufkin, Texas, a cem quilômetros do limite de Louisiana. E, aos vinte e três anos, ainda vivia com meus pais. Mas assim também faziam três de meus irmãos maiores, e quatro dos meus colegas guardiões, embora eles tecnicamente vivessem na casa de hóspedes que ficava na parte traseira da propriedade. O conceito de uma dinâmica de grupo é diferente para os werecats do que o é para os humanos. Os membros do Pride são muito unidos, emocional e fisicamente, ambos, especialmente o grupo central, que consiste no Alfa, sua família, e seus guardas. Nós sempre vivemos em um grande, e em sua maioria informal, grupo de amparo, comodidade e interação social. Devido a que uma das principais obrigações de um guarda é proteger e assistir ao Alfa, o que não poderíamos fazer se não estivéssemos com ele a maior parte do tempo. Felizmente, as vantagens equilibram os inconvenientes de estar sempre sob o atento olhar de meu pai. A maior parte do tempo. E o benefício número um, tirando comida grátis e roupa recém dobrada, era o fato que a mastreada propriedade da minha família ficava ao lado do Bosque Nacional Davy Crockett e seus 160.000 hectares de floresta. O que se tornava um sensacionalmente grande e conveniente pátio de jogos para uma casa cheia de werecats. Eram quase 10 da manhã quando girei o carro de Marc faltando um quarto de milha de distância sobre o cascalho do caminho da entrada. Estacionei no círculo do caminho, tão perto da porta de entrada como pude, o calor me golpeou como a explosão de vapor de uma caldeira quando abri a porta do automóvel. O índice de quarenta graus de calor era nosso inferno pessoal, uma especialidade do mês de Setembro no Texas, garantia derreter os turistas onde se encontrassem. Mas eu era uma nativa, e todo o abrasador e ardente asfalto tirava de mim um suspiro de cansaço. Os saltos das minhas botas afundaram no cascalho quando me pus de pé, olhei para Marc, onde ele ainda seguia sentado roncando contra o lado da janela de passageiros. Deveria acordá-lo, pensei. Mas então, ele deveria ter se oferecido para dividir a direção comigo. Estava muito cansada para entrar em uma briga com minha consciência, e mais do que um pouco irritada com Marc. Assim, baixei a janela do passageiro para evitar que ele cozinhasse e fechei a porta com suavidade, sorrindo pra mim mesma enquanto Marc se movia em seu assento, logo reassumiu o ronco, ainda inconscientemente frio a pesar do calor. Minhas botas sapatearam enquanto subia com dificuldade o alpendre, e quando abri a porta da entrada, ar frio saiu a meu encontro. Pendurei-me na entrada por um momento, com uma mão em cada lado do arco da porta, deixando à brisa artificial secar meu suor e jogar fora o calor que drenava lentamente minha vitalidade. Em meu quarto perto do final do comprido corredor central, despi-me completamente, atirando minhas roupas sujas em uma pilha junto à porta. Considerei as pôr na cesta, mas já que não planejava de usá-las novamente, passar por tanto esforço parecia inútil. Olhei ao redor do quarto, feliz de encontrar tudo como deixei. Meus livros centenas deles estavam abarrotados em duas filas profundas dentro da minha única biblioteca, os extras empilhados horizontalmente onde quer que eles entrassem. Minha cama estava desfeita, porque eu não a fiz, e porque me recusei a permitir minha mãe entrar e limpar meu quarto desde a minha 20


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primeira semana em casa, quando me dei conta que ela usava as tarefas domésticas como uma desculpa para me espiar. Isso não podia continuar. Além disso, eu era sem dúvida alguma, o suficientemente grande para limpar meu próprio quarto. Ou para não limpá-lo. Assim havia lhe dito que se mantivesse malditamente fora. Ela franziu o cenho por minha linguagem, mas concordou. Em minha cômoda, fiz uma pausa para tirar meu relógio e olhar meu próprio reflexo. Parecia como a merda. Suja, suada, atrapalhada, e… ainda usando os brincos de diamante que coloquei em concessão aos meus planos originais para a noite anterior. Fora um milagre que não tivesse perdido a ambos, juntos com o lóbulo da minha orelha, pelo temperamento agitado e desesperado dos punhos de Dan Painter. Ou por seus dentes. Tanto como odiava admiti-lo, ainda que para mim mesma, não estava, de jeito nenhum, preparada para a minha briga com Painter. Depois que nos desfizemos do extraviado, Marc riu da minha expressão desconcertada enquanto tirava item por item de emergência do porta-malas, os quais eu nunca vi porque nunca tive razão para usar um. O kit incluía duas pás, um rolo de plástico preto de 3mm, fita adesiva, jeans preto e uma regata preta, um par de sapatos velhos, e um machado. Não perguntei para que era o machado, porque duvidava que seu uso incluíra troncos de arvores caídos e acolhedoras fogueiras. Além de tudo, Marc era nada se não estivesse preparado. Ele era como um Escoteiro muito grande. Um Escoteiro com preciosos olhos marrons salpicados de ouro e brilhantes cachos pretos coroando um físico suficientemente sólido para parar um maldito trem de carga. Um Escoteiro que podia fazer uma garota gritar com um único extenso olhar… Okey, ele realmente teve um pouco em comum com os Escoteiros, que não seja toda essa coisa sobre preparação. E seu maldito equipamento de emergência não impediu de deixá-lo assar em seu próprio automóvel agora, não? Completamente satisfeita com minha vingança, desenterrei uma muda de roupa interior e uma camiseta de dormir e as lancei sobre a cama, logo caminhei lentamente dentro do meu banheiro privado e fui diretamente à ducha. Dez minutos depois, caminhei fora do repentino gélido banheiro, ensopada, mas cheirando a sabão de lavanda, em lugar de suor e imundície. Para o sensível nariz de um gato, o cheirar bem é muito, muito importante, especialmente em forma humana, onde o aroma do corpo, a diferença da essência pessoal, não é socialmente aceitável. Estava alcançando meu roupão quando os primeiros grunhidos do Pink-U+UR hand soaram do meu telefone celular. Tirei o roupão do cabide e empurrei meus braços pelas mangas em meu caminho fora do banheiro. No centro do piso do meu quarto olhei ao redor por meu telefone, meu enfoque deslizando na cômoda, cama, mesa de cabeceira, e as prateleiras da parede antes de finalmente encontrá-lo perto da minha escrivaninha. Ali. Só mais em baixo. Meu olhar caiu na roupa que chutei para a direita da minha porta. Agachando em frente a pilha, revisei os bolsos de meus jeans freneticamente, me perguntando quem diabos estaria me ligando as 10 da manhã numa quinta-feira? Infelizmente, já não tinha muito contato com o mundo fora de Lazy S, e meus companheiros guardiões não se incomodavam nem em bater na minha porta antes de entrar, muito menos em me ligar primeiro. 21


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Talvez fosse Abby. Ela passou a maior parte do verão no rancho, recuperando-se de sua horrorosa experiência nas mãos de Miguel com sua colega sobrevivente-eu. E me ligou pelo menos uma dúzia de vezes nas três semanas que esteve em casa, com pouco a dizer salvo que ela estava bem. Ela parecia estar contente de escutar que eu estava bem, também, e de me escutar tagarelar a respeito de meu interminável e exaustivo treinamento. Mas Abby já deveria ter retornado à escola, então quem… Sammi. Um sorriso se formou na minha cara apesar da minha fadiga quando pensei em minha companheira de quarto da universidade, e quanto tempo passou desde que eu falei com ela. Meus dedos se fecharam ao redor do telefone e o abrir sem me incomodar em olhar o identificador de chamadas. — Alo? — disse, esperando totalmente escutar o alegre e apressado bate-papo de Sammi do outro lado da linha. — Sentiu saudades? — a voz do homem era aguda e com hostilidade óbvia, inclusive nessas duas palavras. A voz inesperada e a pergunta zangada me surpreenderam tanto que caí sobre meu bumbum, golpeando a parte posterior de meu crânio contra a escrivaninha. Confusa, e ainda esfregando o novo golpe em minha cabeça, sustentei o telefone a distancia para ler o número na tela. Não reconheci. —Deveria sentir saudades? — finalmente perguntei, pressionando o telefone contra minha orelha. — Acredito que é uma questão de opinião, Faythe. Minha ideia do que você deveria fazer obviamente tem pouco em comum com a sua. A irritação cintilou em meu peito como dor de estômago. — Quem diabos é? — demandei meio convencida de que o locutor ligou pro número errado, embora ele soubesse meu nome. Emitiu um rosnado e estalou sua língua em meu ouvido, e eu cerrei meus dentes contra seu som intimidador e a sensação de sua desaprovação. — Quão rápido se esquece? — sussurrou, e a inimizade em seu tom me fez estremecer. Aturdida, e agora realmente zangada, olhei o telefone novamente, esperando reconhecer o número com um segundo olhar. Não pude, entretanto o cara obviamente me conhecia. Na realidade, ele falava, como se eu devesse estar esperando sua ligação. Como se estivéssemos retomando uma velha e inacabada conversa… E de repente eu sabia. Andrew. O choque deixou meus pulmões sem ar. O telefone escorregou da minha mão e aterrissou em meu colo, logo deu cambalhotas no chão com um som surdo no silencioso tapete. Milagrosamente, permaneceu aberto. Nunca escutei meu ex-namorado humano falar uma palavra com fúria antes, e a ira em sua voz o deixava completamente irreconhecível. Por um momento, simplesmente fiquei olhando o telefone, muito estupefata para me mover. Não falei com o Andrew há três meses, desde o dia que abandonei a escola e aceitei trabalhar para o meu pai. Escutá-lo agora era estranho e incômodo, especialmente considerando o quão furioso obviamente ele estava. Mas então, essa última parte pelo menos era em parte culpa minha. Depois de sobreviver a uma surra de Miguel, tomar uma vida para defender a minha própria, e me tornar a primeira e única guardiã feminina do país, já não era mais a mesma garota que Andrew havia 22


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alguma vez conhecido. Toda a experiência na universidade, incluindo o exótico (porque ele era um namorado humano normal) parecia realmente insípida, e muito menos relevante para minha nova vida. O que era na realidade minha vida pré-universitária. Tentei dizer a Andrew que estava abandonando a faculdade, e que Marc e eu havíamos voltado a ficar juntos, mas Andrew não atendeu seu telefone celular, e seu companheiro de quarto não sabia onde ele estava. E honestamente, pensei que seria mais fácil para todos os envolvidos se deixasse que todos os meus esforços parassem ali, assim todos podíamos seguir em paz. Eu estava claramente equivocada. —-O que, de repente não tem nada pra dizer? — disse Andrew, entrando em meus pensamentos. —Isso certamente é novo. Como a sua atitude. Levantei o telefone e o sustentei em meu ouvido, insegura do que ia dizer até que as palavras saíram por vontade própria. —Andrew? — perguntei, com as engrenagens de meu cérebro chiando quase audível enquanto tratava de conciliar este homem ressentido e com a língua afiada com meu Andrew, que era doce, e divertido, e… bom. Não pude fazê-lo. —Então se lembra? — seu sarcasmo era tão agudo como minhas garras. —É obvio que me lembro. —Eu tampouco te esqueci. — Não soava tão satisfeito por esse feito, e no momento, o sentimento era mútuo. Antes que pudesse responder, um discordante rangido soou em meu ouvido, como se ele tivesse coberto o telefone do outro lado da linha. Então ouvi indecifráveis palavras de irritação, e a linha ficou muda. Estática, e sem respiração. Ele desligou. As palavras “fim da chamada” apareceram impressas na tela de meu telefone confirmando. Pelo menos um minuto mais tarde, a minha porta se abriu e bateu contra os meus joelhos, a cabeça de Marc apareceu pela borda da porta para ver no que ele bateu. Ele me encontrou ainda olhando fixamente meu telefone, e com meu roupão entreaberto sob minha coxa. —Terá que pressionar os botões para fazê-lo funcionar, —disse, com sua expressão completamente séria. —Obrigado, sabichão. — Sacudi minha cabeça para dissipar a fadiga e o choque de escutar Andrew, que tirou minha última reserva de energia. Marc me ofereceu sua mão enquanto entrava no quarto. Tomei, e ele me levantou. Ele teria me puxado para um abraço, mas eu lhe dirigi um bicudo olhar a sua roupa coberta de imundície e ele retrocedeu, golpeando meu quadril na esquina da escrivaninha. —Tem algo errado com seu telefone? —Não. Só estava checando a bateria. Caminhei pesadamente até a penteadeira e deixei o telefone cair ao lado do meu relógio, fingindo indiferença enquanto abria a gaveta de cima e pegava roupas intimas aleatoriamente. Mas meu falso gesto casual quase foi arruinado quando me dei conta que já tinha um par limpo esperando sobre a cama. Não podia dizer a Marc sobre a ligação, porque ele assumiu desde o começo que eu terminei as coisas com Andrew corretamente. Eu não menti, exatamente. Eu 23


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somente não corrigi sua hipótese. E realmente, era minha culpa que nos estivéssemos sem sorte? —OH. — Marc tirou sua camiseta puxando sobre a cabeça e a deixou cair em cima da minha roupa. —Você tem seu próprio chuveiro. — Cruzei meus braços sobre a frente do meu roupão para mantê-lo fechado. Não podia me concentrar em estar irritada quando ele estava meio nu, e ele sabia malditamente bem. Marc me deu um sorriso malicioso e fechou a porta dando uma patada com o pé. —Me Deve isso. É o mínimo depois de me deixar suar até a morte no crematório de um carro. — Coloquei o par extra de roupa interior de volta à gaveta. —Bem você merecia isso por ter dormido durante a viagem toda. —Vou te compensar por isso. — Seus jeans caíram no chão, e meus olhos os seguiram sem poder fazer nada, hipnotizada pela cor marrom dourada de sua pele. Não era justo me tentar enquanto eu estava muito fraca para resistir. Felizmente, eu também sabia como jogar este jogo. Deixei abrir o roupão, emoldurando meu corpo com tecido de toalha lavanda. Marc se aproximou com os braços abertos, com luxúria em seus olhos e impaciência em seu andar. Mantive-o a distancia com os braços. —Não enquanto cheirar como um valentão. — Grunhiu e retrocedeu voltando pro banheiro, com seus olhos sustentando os meus. —Estarei de volta em dois minutos. Conte o tempo. Dois minutos. — Ri. —Dois minutos, ou não terá sorte. — Deixei o material cair lentamente. A ducha já estava ligada no momento em que meu roupão tocou o piso, mas estava muito cansada para rir enquanto vestia uma camiseta de dormir e entrava em minha roupa interior. Deslizei-me sob as cobertas com pensamentos de Marc na ducha, escorregadio com sabão, água, e perfumado com meu xampu. Já esquecera da ligação de Andrew no momento em que cai adormecida, e a última coisa que escutei antes de me entregar ao esgotamento foi o grunhido de frustração de Marc quando abriu a porta do banheiro e me encontrou já enroscada. Sem ele. Capítulo 4 —Faythe, tome cuidado! Voltei-me instintivamente para o som da voz de Ryan no instante em que a ouvi. Deveria saber melhor. No canto do porão, meu segundo irmão em pé se aferrava as barras de aço da jaula, olhando fixamente sobre meu ombro com os olhos muito abertos em alerta. As sombras trocaram de posição na parede diante de mim. Roupa sussurrou atrás de mim. Os batimentos de um coração alheio ecoaram em meu ouvido. Fôlego quente agitou os pelos na parte de atrás de meu pescoço. Fiz-me girar para fazer frente a meu inimigo. Já era tarde demais. Meus olhos encontraram os seus enquanto seu pé golpeou meu tornozelo. Ele arrastou meus pés pra fora por debaixo de mim. Meu traseiro bateu no grosso colchonete azul com um ruído surdo. Meus dentes estalaram juntos, com minha bochecha entre eles. Chupando a ferida, olhei ferozmente pra meu oponente. Ethan sorriu para mim, me olhando através de seus olhos verdes, mais brilhantes que os 24


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meus, e meu cenho franzido desapareceu. Eu nunca fora capaz de permanecer zangada com o menor dos meus irmãos, ele era condenadamente alegre. Mas esse não era o caso da ovelha negra da família. —Maldito seja, Ryan! — falei bruscamente, me torcendo para olhá-lo ferozmente sobre meu ombro. —Sua estúpida advertência me fez mais estrago do que benefício. Deixa de tentar me distrair e mantenha sua boca inútil fechada da próxima vez. —Bem. —As mãos de Ryan caíram das barras, e as deslizou dentro de seus bolsos, onde geralmente as mantinha ocultas. —Continue praticando em silêncio total. Sempre que o cara malvado for mudo, você estará preparada. Ele parecia disposto a dizer mais, sem dúvida com uma boa dose de sarcasmo, mas só um olhar de nosso pai o fez se calar. Com seus finos lábios pressionados firmemente juntos, Ryan caminhou arrastando seus pés através do concreto para a cama de armar em uma esquina da jaula. Meu pai se voltou de seu filho pródigo para fazer frente à verdadeira provação da sua vida: eu. —Admito que já considerei amordaçar Ryan, mas desta vez sua interrupção expõe um bom ponto. — Ele passeou pelo chão até mim, alisando a parte dianteira de sua engomada camisa branca enquanto caminhava. A pesar do calor do imundo, sem ar condicionado, porão. Meu pai parecia tranquilo e perfeitamente bem engomado, como de costume. —E esse ponto seria...? — Deixei minha pergunta pendurada enquanto aceitei a mão que Ethan oferecia. Ele me puxou para cima sem nenhum esforço visível, então me deu umas palmadas nas costas. Olhei-o furiosamente, irritada ao me dar conta de que enquanto eu estava ensopada de suor, ele ainda nem começou a suar. Não parecia justo já que ele era maior e mais forte. Bom, na realidade não era muito mais forte que eu, mas definitivamente era mais resistente, apesar dos melhores esforços de nosso pai em estender meus limites. Meu pai se deteve com a ponta de seus sapatos polidos tocando a borda do colchonete. —Sim, Ryan sem dúvida vale menos para o Pride que o dinheiro que custa lhe dar de comer— Nesse momento, meu irmão encarcerado grunhiu profundamente em sua garganta, mas outro olhar do Alfa o calou. Ryan poderia ter sido eloquente em sua insatisfação sobre seu miserável alojamento, mas não estava a ponto de tornar sua situação pior. Era prudente em questões de auto-preservação, se não em outra coisa. —Entretanto, sua interrupção é típica da classe de distrações que enfrentará em uma luta real. Meu pai ajustou a armação metálica de prata dos seus óculos e ficou olhando fixamente através das lentes. Uma entrevista estava chegando. Podia sentir. —Dificilmente pode esperar um confuso, e descontrolado werecat para obrigá-lo a se calar só para que possa se concentrar em pô-lo fora de sua miséria, certo? Franzi o cenho, infeliz ao escutar que deixei cair toda pretensão de que estas lições fossem sobre autodefesa. Era músculo sendo contratado agora, eu gostasse ou não. Suspirando, reposicionei as largas alças de um sutiã esportivo preto que eu não preenchia completamente. —Não, mas... — Ele levantou uma grossa e gasta mão para me silenciar. —Tem que praticar como se cada luta fosse real, como se o perigo não estivesse só lá fora 25


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para você, mas também para aquele sob sua proteção. Deve ao resto do Pride dar tudo o que tem. Todo o tempo. Não pode ganhar uma luta real, se distraindo com facilidade. Rangi meus dentes, lutando com o impulso de recordar a meu pai que eu estava no mundo real, que durante os últimos três meses, estive perseguindo os intrusos, entregando advertências, e patrulhando as fronteiras do território. Estava sob supervisão, é obvio, mas não dois dias antes, quando capturei Dan Painter por minha conta. Queria dizer isso e mais, mas não o fiz, porque sabia qual seria sua resposta. Ele perguntaria por que, se eu era capaz de mais, não o demonstrava agora. Eu não tinha uma resposta para ele. Assim mantive minha boca fechada. Essa era uma lição que aprendi muito bem durante o verão. E claro que aparentemente essa era a única que havia aprendido, assenti concisamente, enviando meu rabo-de-cavalo em uma sacudida dura atrás de mim. —Prove-me outra vez. — Com isto, meu pai se apoiou em um canto escuro do porão, sua roupa desvanecendo-se nas sombras enquanto a escuridão parecia consumi-lo, mas com seus brilhantes olhos verdes resplandecendo. Tomei uma profunda, respiração relaxante, pronta para a quarta rodada. Ou era a quinta? Eu não podia recordar, mas não importava, já que Ethan estava vindo pra cima de mim, de novo. Desta vez eu estava preparada. Fiquei de cócoras, pés e joelhos separados, de modo que meu centro de equilíbrio estava mais perto do chão e minha posição mais estável. Ethan andou para mim, incrivelmente ágil. Lançou-se nos últimos poucos metros. Corri para minha esquerda e fora de seu caminho. Ele deslizou diante de mim. Dei a volta para não o perder de vista. Ethan girou meio passo, mostrando-se um felino ágil e flexível. Caiu sobre seus joelhos na minha frente. Atirou sua mão para minha perna. Lancei-me fora de seu alcance e o expulsei com meu pé direito. Meus tênis se conectaram com sua mandíbula. Sua cabeça estalou pra trás. Ele grunhiu enquanto dava um passo pra trás, e tanto sua largura e volume poriam as tentativas insignificantes de Ryan em vergonha. Ethan esfregou o queixo. Sorriu-me com doçura. O suor fresco brilhava sobre suas costas sob a luz direta da lâmpada pendurava no teto. Caiu na posição de quatro patas, seus dedos estendidos sobre o colchonete. Suas costas arqueadas. Meu sorriso desapareceu. Ele ia saltar. Eu apenas o vi se mover. Gotas de suor golpearam o colchonete. As calças de treinamento de Ethan eram de um preto impreciso, enquanto voava para mim. Caí no colchonete, rolando em minhas costas. Joguei meus cotovelos pros lados e pressionei meus joelhos em seu peito. Os pés flexionados, apontando as solas de meus sapatos no teto. Ethan aterrissou exatamente onde havia se dirigindo: em mim. Seu peso esmagou minhas pernas em meu tronco. O ar explodiu em meus pulmões. Os dedos agitados por um punhado do meu cabelo. Grunhindo, impulsionei as pernas para fora do meu corpo. Ethan voou de costas através do porão, ainda a vários pés do chão quando passou pela borda do colchonete. Retorcia-se no ar, como quando um gato cai de um poste. Seus desgastados tênis golpearam o chão. Suas mãos seguindo quase imediatamente. Ethan assobiou de dor enquanto seu impulso o conduziu pra frente, cortando suas mãos no concreto áspero. Ele saltou com elegância em seus pés, me dando as costas, e os ombros encolhidos. Quando deu a volta para 26


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me fazer frente sorria. —Maldita seja, Faythe! — Gritou, esfregando duas marcas de sapato num vermelho intenso em seu peito nu. —Onde aprendeu isso? De pé, abri a boca para responder, mas minha primeira sílaba terminou em uma série de vogais quando algo bateu em meu ombro esquerdo, me conduzindo ao colchonete. Aterrissei no meu lado direito, imobilizada por algo duro e pesado. O ar passou com rapidez por meus pulmões pela segunda vez dentro de poucos minutos. Com a primeira de minhas respirações recuperadas, tomei o aroma de meu novo atacante, inclusive quando reconheci sua risada. Meu temperamento se enfureceu. Eu nem sequer o ouvi chegar. Por que nossos passos no porão não podiam ranger como em todos outros? Estúpida construção de alta qualidade. Isso é o que vem de ter nascido de um arquiteto. —Saia... — Fiz uma pausa, empurrando à forma em volta de mim enquanto me torcia sobre minhas costas —...de cima. Vai ao inferno longe de mim. Marc sorriu, apoiando-se em suas mãos enquanto seus joelhos se moviam para montar descaradamente meu quadril. —Me dê uma boa razão. Franzi o cenho, deixando de lutar para olhar para ele. —O que vou te dar são cinco segundos para se levantar antes de acabar com a pouca possibilidade que tem de produzir filhos comigo ou com mais alguém. No lugar de fazer caso a minha ameaça, riu de novo e se inclinou para me roubar um beijo. Assobiei e me equilibrei fora do piso com um feio grunhido de esforço, minhas mãos empurrando a parte dianteira de sua camiseta escura. Eu não o fiz com meus pés de fato, logo removeria Marc absolutamente mas a ira devia ter sido evidente em meus olhos, porque meu pai aclarou a garganta, e nós dois nos detivemos a olhar para ele. —Marc, se levante. Minha boca se abriu com surpresa e minhas mãos caíram para descansar em meu estômago. O Alfa estava me respaldando? No lugar de Marc? Eram os caminhos do inferno escorregadios com gelo? Os porcos tomaram o céu? Sorri pro meu pai, satisfeita por seu apoio, embora eu não o necessitasse. Poderia escapar de Marc por minha conta. Sem dúvida já havia feito antes. Mas então meu pai teve que ir e arruinar o que poderia ter sido um momento de vinculação sem precedentes de pai e filha. Ele encontrou os olhos de Marc, com um sorriso reclamando ligeiramente as enrugadas comissuras de sua boca. —Eu quero netos. É obvio. Rodei meus olhos em frustração. Só porque eu perdi de vista o panorama geral não significa que ele não o perdeu. Ou que ele nunca o faria. Marc jogou uma olhada em exasperação a minha cara e deslizou sobre o colchonete ao meu lado direito, entre meu pai e eu. O gesto, embora claramente inconsciente, era mais que apropriado. Marc sempre se interpunha entre nós, embora fosse difícil dizer a qual de nós estava tratando de proteger. —Netos, né? — eu disse, me sentando em um movimento desigual. A brincadeira de meu 27


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pai não era divertida, porque na realidade não era uma brincadeira. Era outro aviso de que não importava em quão boa guardiã me convertesse, não podia escapar de meu dever principal, e nenhuma quantidade de adoçante poderia fazer que a pílula baixasse facilmente. Pus-me de pé, e Marc deu um passo para trás. O sorriso do Ethan desapareceu, deixando cair suas mãos penduradas frouxamente dos seus lados. A minha esquerda, os sapatos do Ryan se arrastaram longe de mim no chão de sua cela, e eu quase podia sentir a tensão na ponta da habitação. Eles pensavam que eu ia começar a gritar, podia ver em seus rostos. Reuni-me com os olhos de meu pai e me forcei a rir. —Não sabe o que fazer com o Ryan. Que demônio faria com um montão de netos correndo sob seus pés? Nosso Alfa sorriu, e Marc exalou em alívio. Ele era um grande fã do meu novo esforço para ser agradável, porque como mão direita do meu pai e minha outra metade potencial, geralmente estava apanhando no meio de nossas lutas e forçando o papel de moderador. E Marc era um péssimo moderador, que estava igualmente de bem. Os Alfas normalmente têm sua própria maneira, e portanto havia pouca necessidade de lições de compromisso. —O que eu faria com netos? — Meu pai ajustou os óculos de novo, provavelmente para ocultar o alívio em seus olhos. Ou talvez estivesse se divertindo. —Eu faria exatamente o que fiz quando você e seus irmãos eram pequenos: permitir-lhes-ia engatinhar por toda parte até que sua mãe lhes ensinasse a usar o banheiro. — Fez uma pausa para olhar, e seus olhos faiscavam. —E para o Ethan, isso demorou algum tempo. Quase cinco anos, se não me falhe a memória. —Obrigado, papai. — Ethan arrebatou uma toalha do velho banco de supino e a utilizou para limpar o suor do rosto e do peito. Ryan soprou, e Ethan o olhou fixamente. Apesar dos laços familiares muito próximos, e o fato de que todos menos um de meus irmãos seguem vivendo comigo em nosso lar de infância, nenhum de nós simpatizava muita pela temporada estendida do Ryan na jaula. Nem sequer eu, que até Ryan tornar o porão sua residência, mantive o recorde no Pride de dias consecutivos passados atrás das grades. Eu não vi a luz do dia durante duas semanas consecutivas uma vez. Ryan se aproximava do final de seu nonagésimo dia, sem final à vista, e merecia cada segundo de seu castigo. Na realidade, merecia algo pior, mas nosso pai rechaçou constantemente minha petição de que lhe castrássemos. Deve ter sido coisa de homens. —Cuidado, presidiário, antes que me esqueça de esvaziar a lata de café. — Ethan grunhiu. Ryan abriu sua boca para responder, mas a fechou com um estalo de dentes. Seu olhar viajou à esquina da jaula, onde seu banheiro improvisado se encontrava, vazio no momento. —Isso foi o que pensei. — Ethan deixou cair a toalha no banco e caminhou para trás sobre o colchonete. Ryan lhe franziu o cenho, mas manteve a boca fechada. Esteve pateticamente comportado nas últimas treze semanas, talvez com a esperança de ser liberado logo por conta do bom comportamento. Mas nosso pai não era um funcionário das prisões estatais. Não deixaria Ryan sair até que soubesse o que faria com ele. Infelizmente, na falta de “esfolá-lo vivo”, tínhamos que mediar um castigo mais adequado para a parte que Ryan jogou no inferno com Miguel expondo a todos. A 28


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única exceção são as tesouras na cozinha que mantenho esterilizadas e prontas para trazê-las. —Está bem, vamos tentar de novo. — Meu pai retrocedeu lentamente longe do colchonete. —Marc, se interessaria em unir-se a eles? —Encantado — Dando as costas ao Alfa, Marc me favoreceu com um sorriso zombador, encorajado pelo calor em seus olhos. — Seria meu prazer levá-la ao colchonete. Mais uma vez. Empurrei passando por Marc para olhar furiosa pro meu pai. —Dois contra um? Isso não é justo. Ethan riu, mas não lhe dei atenção, já que desejava ter mantido minha boca fechada. —Só os meninos falam da vida em términos de igualdade, Faythe. — A cara de meu pai era inexpressiva, sua boca firme, em linha reta. Mas seus olhos refletiam os fantasmas de lembranças mais dolorosas do que podia imaginar. —A vida não é nem justa nem injusta. É o que é, e nossa responsabilidade é fazer frente ao que venha. Incluindo os opositores que não lutam com honra. Tem que estar completamente consciente de seus arredores. Estar preparada para lutar com o inesperado, como Marc saltando por trás. — produziu-se um passo mais perto do colchonete, operando seu ponto de início com sua presença. Um nó se formou em minha garganta quando me dava conta que ele racionalizava melhor que eu. Se tivesse estado prestando mais atenção ao que me rodeava três meses antes, eu nunca teria sido sequestrada. Assenti com a cabeça, me sentindo como no jardim de infância no que uma vez estive, aceitando uma bem merecida repreensão por colorir a tapeçaria de couro do seu escritório. —Então, está dizendo que dois contra um é justo? —Não, estou dizendo que não importa se for justo. Faz o que tem que fazer para sobreviver. Todos nós o fazemos. Agora, nos dê o melhor possível. — Com isso, seu olhar se desviou intencionalmente sobre meu ombro. Voltei-me para Marc, preparando-se para vir de novo, se eu estivesse pronta ou não. Mas Marc se foi. Girei a minha direita, e Ethan se foi, também. Maldito seja, pensei, compreendendo a amortização em um momento muito tarde. Voltei-me para o sussurro de uma branda sola no concreto. Marc estava em mim antes que pudesse reagir. Ele me empurrou para trás com uma mão. Seu pé varreu minhas pernas por debaixo de mim. O ar explodiu em meus pulmões quando golpeei o colchonete com as costas. Outra vez. Marc montou sobre meus quadris, suas mãos fixaram meus ombros no colchonete. Minhas mãos rodearam seus pulsos tratando de empurrá-lo, mas ele não se moveu. A adrenalina escaldou minhas veias, me incitando à ação. Arremeti meu punho direito, que bateu no lado esquerdo de sua cabeça, justo em cima de sua orelha. Seus olhos se arregalaram com surpresa, e seu sorriso desapareceu em uma careta de dor. Antes que pudesse reagir, empurrei-o no peito com ambas as mãos. Caiu sobre o colchonete em seu lado esquerdo, uma mão pressionando sua cabeça. Saltei sob meus pés, contente com meu desempenho. Marc parou, esfregando-a cabeça. —Maldição, Faythe. — Ethan assobiou. — Papai, eu não acredito que tenhamos que vê-la vencer durante mais práticas. Todos sabem do que ela é capaz. 29


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Da esquina de meu olho, meu pai assentiu. Sua expressão apanhada entre surpresa e orgulho. As dobradiças rangeram no alto, e todos olhamos acima. —Greg, tem uma chamada Telefônica. Piscando, vi Víctor Di Carlo de pé no degrau superior, sua escura forma avultada contra o sol de fim da tarde brilhante da cozinha atrás dele. —Pegue a mensagem —o Alfa disse, sem duvidá-lo um instante. Vic franziu o cenho. —Um... provavelmente deveria pegar esta. É Parker. Encontraram outro corpo. Capítulo 5 Meu pai passeou diante da sólida mesa de carvalho na esquina de seu escritório, com o telefone em seu ouvido direito. Seus passos se caracterizam por serem longos, suaves, confiantes, em contraste com a clara tensão nas linhas de seu rosto. Do telefone receptor chegou o ritmo constante da voz de Parker, explicando tranquilamente o que encontrou. Me sentei na poltrona de couro com Marc, escutando a chamada Telefônica do meu pai. Não estávamos sendo curiosos, entretanto, pelo menos eu esperava. Se meu pai não quisesse que escutássemos, teria nos jogado atrás da parede de concreto, e portanto estaria virtualmente oculto em um santuário. A maioria dos seres humanos teria utilizado o alto-falante do telefone, mas ele não se incomodou com isso. Ethan e Vic se sentaram na nossa frente, nas poltronas de couro. Cobrindo o piso de madeira duro e no centro das poltronas e um tapete oriental, em ricos tons de prata, jade, e negro, através dele, meu pai caminhava escutando o relatório de Parker. O que eu peguei da conversa até o momento era que Parker e Holden, seu irmão caçula, encontraram o cadáver de um extraviado em um beco atrás de um restaurante em Nova Orleans em plena luz do dia. Parker deixou o rancho no dia anterior para acompanhar Holden de volta ao campus, Onde ele vai terminar seu ultimo ano escolar, depois de ter passado o mês visitando a fazenda. Ele combinou com Holden para almoçar em seu restaurante favorito “Cajun” que fica perto de Metairie. Depois da refeição, e provavelmente algumas bebidas, se eu conhecia bem Parker, os irmãos Pierce saíram para pegar um taxi e voltar para o campus. Em vez disso sentiram o cheiro de um extraviado desconhecido. Nova Orleans e as comunidades ao seu redor estavam na borda do território centrosul. Nosso território. Como um executor do meu pai, Parker era obrigado a capturar o invasor e escoltá-lo por toda a fronteira até o Mississipi, como Marc e eu fizemos com Dan Painter dois dias antes. Mas, a busca pelo extraviado em Nova Orleans os levou até um beco atrás do restaurante, onde o cheiro ficou mais forte do que fraco. O extraviado não estava correndo deles nem indo até eles, o que significava que estava se preparando para uma briga ou que já esteve em uma e perdeu. Depois de alguns minutos, Holden viu um pé saindo debaixo de uma pilha de lixo, e eles 30


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souberam o porquê do extraviado não ter atacado. Depois de ter colocado vários sacos de lixo de lado, a maioria já rasgada por cães da vizinhança, eles descobriram o cadáver de um homem branco de altura mediana e aparentando uns trinta e poucos anos. Era definitivamente um extraviado, e ele foi assassinado. A menos que você leve em conta, que ele naturalmente, quebrou seu próprio pescoço. Meu pai não levou. —Por favor, me diga que você não deixou o corpo exposto, — disse meu pai, com a sua mão grossa massageando a testa enquanto andava pelo escritório. Seus óculos estavam em cima da escrivaninha, abandonado e inútil. A voz de Parker chegou na linha, surpreendentemente clara. —Não se preocupe. Nos o cobrimos de novo com o lixo, e ainda estamos no beco. Não é como se pudéssemos andar por Metairieo o dia todo, cheirando a lagosta. O que você quer que agente faça? O silêncio do meu pai zumbiu no meu ouvido, e eu olhei pra cima o encontrando ainda em pé, com os olhos fechados em concentração. Como nós não encontrávamos corpos diariamente, mais dispor de um cadáver não era novidade para um executor, e geralmente não exigia mais do que um telefonema para o Alpha para relatar a situação. Infelizmente este caso não era simples, o corpo foi encontrado no meio do dia, e em um lugar bem povoado. Isso quase nunca acontecia, por que até mesmo os extraviados resolviam seus problemas de werecats no escuro, e em locais completamente isolados da sociedade humana. Caso contrario, corriam o risco de revelar nossa existência para o mundo humano. Era uma questão de auto-preservação que ao contrario dos humanos, a maioria dos nossos membros parece compreender instintivamente. Todavia, de vez em quando nos deparamos com werecats–extraviados, selvagens ou do Pride, que não mostram nenhum interesse em esconder suas atividades, e portanto nossa existência, do resto do mundo. Embora a exposição pública seja uma ameaça maior para os extraviados, que não tem uma rede de proteção, ficaríamos todos a mercê de perder tudo que construímos. E não estamos prestes a recuar e deixar isso acontecer. Divulgação, termo do conselho para a falha de um werecat em manter sua existência em segredo, era um crime capital, deixar um corpo insepulto cai bem na definição de divulgação. A política do conselho para qualquer criminoso capital, comumente chamando de Rogue10, era eliminá-lo o mais rápido possível, utilizando qualquer meio necessário. Meu pai o Alpha do Pride centro-sul e chefe do conselho territorial, já havia traçado o destino dos malfeitores que deixaram o extraviado morto em Metairie. Meu pai era seu juiz e Marc o seu carrasco. E não haveria recurso. No entanto antes de se preocupar em capturar e eliminar o assassino, averiguariam o que fazer com sua vítima, um dilema bastante interessante. Como se pode dispor de um werecat assassinado no meio do dia, nos subúrbios de Nova Orleans? Ethan mudou de posição no sofá, e seu movimento chamou minha atenção. Ele arranhou seu ombro nu distraidamente enquanto olhava o nosso pai, claro que com a intenção de escutá-lo como eu. 10

Política do conselho para qualquer criminoso capita. Esse tende a decidir o que fazer com um extraviado que não respeita as leis do Pride, as corrompendo.

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Por último, meu pai deixou seu ritmo. E ficou de pé diante de sua escrivaninha, de costas para o resto do quarto, o telefone seguindo preso a sua orelha. —Que outros negócios têm próximo ao beco? —Um... Espera, — disse Parker. Levemente a voz de Holden veio através de um surdo e confuso ruído, logo em seguida Parker estava na linha de novo.—Parece... que há uma floricultura, outro restaurante, uma tipografia, uma loja de antiguidades, uma loja de ferragens e... acredito que é um lugar seco, mais limpo. Por que? O que tem em mente? —Onde deixou a caminhonete? —O Alfa perguntou, no lugar de responder. Parker pegou nossa antiga caminhonete de doze passageiros, cheia com a bagagem de Holden. —No campus, a quatro milhas de distância. —Já descarregaram? —Sim, ontem à noite, —disse Parker. —Está bem, escute cuidadosamente, — meu pai começou, e um silêncio atento desceu tanto no escritório, como na linha Telefônica. —Envia Holden a loja de ferragens para comprar dois macacões de pintor e dois pares de luvas de trabalho. Quando voltar, coloque o macacão e as luvas, depois lhe dê as chaves da caminhonete e um pouco de dinheiro. Diga-lhe que tome um táxi de volta ao campus, e coloque várias das caixas da mudança na parte de trás da van depois, para ter uma razão de estar no beco. Fique com o corpo, apenas por precaução. Quando Holden retornar, mova a caminhonete o mais próximo possível do beco, sem chamar muita atenção, enquanto ele põe a bagagem. Então, pegue plástico e um rolo de fita adesiva no kit de emergência da van. Põe um pouco de plástico no fundo da minha caminhonete. Utilize uma camada dupla. Se minha caminhonete estiver com comida podre no tapete, você passará a noite toda a lavando. Franzi o cenho, preocupada com a constatação de que meu pai estava mais preocupado com o tapete de quatorze anos, do que com o corpo cuja disposição se planejava. Mas isso foi uma das coisas que fizeram dele um bom Alfa. Ele fez o que foi preciso. E pensava em tudo. Tudo. Meu pai tirou os óculos da sua escrivaninha, limpando-os com um lenço de seu bolso, com o telefone apoiado no ombro. —Suponho que está sozinho no beco? —No momento, — disse Parker. —Um homem tirou o lixo do restaurante faz um minuto ou dois, mas voltou e nem sequer notou nossa presença. —Bom. Meu pai cuidadosamente colocou os óculos sobre seu nariz e começou a caminhar através do piso de madeira de novo, de frente a sua escrivaninha dando as costas à parte do sofá que Vic e Ethan estavam. —Coloquem o corpo na caminhonete, feche as portas, envolvam-no em plástico, e fita adesiva. Façam rapidamente, e nessa ordem. Holden conduz de volta à escola, tirem os macacões e os enrolem separadamente. Obedeça os limites de velocidade e não chame atenção. —Esse era seu costume habitual, um aviso que Parker não precisava, mas Marc não podia escutar muito bem. —Depois de deixa-lo, voltem para casa, e nos encarregaremos de sua disposição aqui. Virei para Marc, com as sobrancelhas arqueadas com uma pergunta. —por que? — Com a 32


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boca em silêncio, esperando que ele tivesse compreendido o processo de raciocínio do Alfa melhor do que eu. Afinal de contas, ele era um executor por mais de uma década. Marc levantou seu dedo indicador, assinalando que me explicaria isso em um minuto. Ou talvez que eu poderia fazer a pergunta em voz alta em um minuto. Independentemente disso, teria que esperar. Odeio esperar. Meu pai fez com que Parker repetisse suas instruções, palavra por palavra, que também era desnecessário. Entretanto, nosso intrépido líder não era um tomador de riscos, razão pela qual eu não entendia sua ordem de trazer o corpo pra casa. Nunca evacue onde você dorme. Essa era a regra número dois para dispor de um cadáver. É obvio, as frases de meu pai seriam um pouco diferentes, mas o ponto é o mesmo; cadáveres sempre são eliminados longe da Lazy S, e eu sabia de pelo menos dois lugares de enterro entre Nova Orleans e o leste do Texas, nenhum dos dois forma utilizados recentemente. Sendo assim por que ia desejar que o corpo viesse pra casa? A menos que quisesse vê-lo. Ou talvez sentir seu aroma. Mais por que? A resposta me golpeou logo que eu pensei na questão. Encontramos dois corpos em três dias, o que era incomum, mas não tão grande como um acordo. A violência, como tudo na vida, parecia que ia e vinha em ciclos. Às vezes passávamos um ano sem um problema, então apareciam vários corpos que não eram de nossa criação, em um só mês. O que obviamente disparou o interesse do Alfa neste caso foi o fato de que tantas vítimas morreram com pescoço quebrado, o que significa que os assassinos atuavam na forma humana. Isso era quase espantoso. A maioria dos extraviados homicidas matava em forma de gato, mordendo a parte posterior do crânio da vítima, rasgando sua garganta ou estripando o pobre imbecil, pelo menos não é o meu favorito. Mas estas vítimas foram assassinadas pelo mesmo, de maneira muito rara. Eles estavam relacionados. Isso era evidente. O que significava que o gato estrangeiro que deixou o cheiro em Moore ainda andava livremente pelo território sul-central, ao que parece, exercitando sua própria marca de controle na população, e no processo infringindo tantas leis do conselho que poderia inclusive começar uma lista. Não que particularmente esse Rogue se importe com as leis de nosso Conselho. Além do mais, se tratava de um gato da selva. Os gatos da selva são gatos que fazem os lobos parecerem cães domésticos. São selvagens. Brutais. Governados pelo instinto, no lugar da lógica ou da lei. Ao invés de convocar um debate para o melhor curso de ação, os gatos selvagens convergem para lutar, e o que o vencedor disser, eles fazem. Este tipo de comportamento só escapou à atenção dos humanos, porque ao contrario dos gatos do Pride que convivem com o mundo, os gatos da selva... bem, vivem na selva. São nativos da Amazônia, a mais profunda, deserta, escura, e menos explorada face do planeta, onde as pessoas somem sem qualquer explicação ou lugar em particular. Onde a humanidade, em sua maior parte, ainda não construiu estradas de concreto e torres de celular, as mantas de segurança universal da era moderna. Mas se este gato selvagem, na pior das hipóteses, tivesse saído da selva, aqui o seu comportamento não civilizado não passaria despercebido pelas autoridades humanas. Não sem 33


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nossa ajuda, pelo menos. E nós lhes ajudaríamos, sem dúvida. Nós gostaríamos de lhe ajudar a passar dessa vida para a próxima. Engoli seco, ainda observando meu pai. O medo gelava meu sangue só de pensar em enfrentar outro gato da selva, com raiva enrolei minhas mãos em punhos no meu colo. Suada, com os punhos nervosos. Quando estava satisfeito com a recitação de Parker, meu pai disse adeus e deixou cair o telefone sem fio de novo em seu lugar. Por um momento, ficou de costas pra nós, sua forma ainda emoldurada pelo lado do vidro, a vitrine de prateleiras atrás da sua escrivaninha, onde suas placas e troféus brilhavam sob as luzes que minha mãe colocou estrategicamente. O Alfa se virou, lançando um suspiro que soava cansado, e continuou caminhando através do quarto. Quando afundou em sua poltrona, de frente para todos nós, pela primeira vez me dei conta de como ele estava rígido, como se a ação lhe fizesse mal, e percebi com um choque me sacudindo que meu pai já estava velho. Possivelmente, velho demais, para lidar com outro gato da selva deixando sua marca com cadáveres em todo nosso território. Quando continuou olhando o tapete sob seus pés ao invés de falar, olhei pra Ethan, que se encolheu. Marc foi o primeiro a romper o silêncio. —Quer que Faythe e eu obtenhamos o aroma do corpo, Greg? Meu pai assentiu com a cabeça, seus olhos verdes que olhavam de Marc para mim. —Precisamos associar os assassinatos, se for possível — disse, o que confirma minhas suspeitas. Estralou um dedo, um velho hábito que às vezes significava que estava zangado, mas neste caso indicava uma profunda reflexão. —Mas não podemos encontrar qualquer outra coisa. Este último corpo pode ser simplesmente o resultado de um descuido de um extraviado que não aprendeu a se controlar, ou a cobrir sua matança. Ethan franziu o cenho. —Como vamos saber que não é igual ao caso de Moore? Vic se moveu em seu assento, e o couro rangeu sob seus pés. —Pelo que Marc me disse na última noite, o atacante de Moore não era novo. E de nenhum lugar próximo. Voltei-me para Marc, perguntando o que ele sabia que eu perdi. —Como sabe? — Eu não sabia que havia uma diferença entre o aroma de um velho extraviado e a de um novo. —As cicatrizes do Moore. A maioria delas eram velhas e desvanecidas. Meus olhos foram atraídos para o peito de Marc, onde marcas similares se escondiam debaixo de uma camiseta do concerto de Van Halen. Suas cicatrizes eram velhas e desvanecidas também. Marc fora arranhado, e, portanto infectado há quinze anos, quando ele tinha quatorze anos. —Assim, Moore não era novo. — Encolhi meus de ombros, sem deixar de olhar pro seu peito. —O que isso importa? Estamos falando que o assassino deve ser novo, não a vítima, certo? Marc cruzou os braços sobre seu peito, como se soubesse o que eu estava pensando. —Moore teve dezenas de feridas curadas. Era óbvio que esteve em várias brigas, e suponho 34


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que ganhou a maioria delas, já que não o mataram. Não tem jeito de um novo extraviado poder matar alguém com tanta experiência como Bradley Moore. OH. Isso fazia sentido. —-Está bem, mas isso é uma espécie de ponto a ser discutido— eu disse, minha mão estava em cima da mesa, a minha direita, meus dedos escovavam a parte de trás de um gato a ponto de saltar. —Se o assassino se infectou ou se inclusive não for um extraviado realmente não importa. O que importa é que Moore pode ter sido assassinado por um gato da selva. E isto é uma nova era, provavelmente, também. —Gato da selva? Estamos procurando um gato da selva? —Ethan olhou para frente e para trás entre eu e Marc. —Quando vão esclarecer ao resto de nós? —Não estamos seguros disso ainda. — Meu pai franziu o cenho, aborrecido por minha língua solta. —E vocês só precisavam saber o básico. Eu não vi necessidade de alarmar a todos sem uma prova adicional. —Bom, agora temos a prova— Ethan murmurou, extraindo uma carranca do rosto de pedra do nosso pai. O Alfa cruzou seus braços sobre seu peito. —Não, não temos. E não vamos saber, até Parker voltar com o corpo. —Está bem, isso o novo corpo nos dirá. Mas, como estamos seguros de que Moore foi assassinado por um gato da selva? —Vic perguntou. —-Não estamos— admitiu Marc, acariciando minha perna. —Mas é certamente possível. O aroma era definitivamente estrangeiro. —Sim, mas isso não tem sentido, tampouco. — eu tirei a mão dele, distraída pelos pensamentos girando em minha cabeça como um caleidoscópio de cores. —Extraviados da selva rasgam as suas vítimas. —Sabíamos que era um fato, depois de limpar a desordem que Luiz fez com as garotas da universidade no inicio do verão. —Pescoço quebrado parece um pouco mais limpo e ordenado. —E muito fácil, — Marc acrescentou. —Moore não se defendeu o que significa, que provavelmente nunca o viu vir. Deve ter conhecido seu assassino e era de sua confiança esse bastardo. —Fez uma pausa, franzindo o cenho a ninguém em particular. —Por que ia confiar em outro extraviado, especialmente em um gato selvagem? Vic arqueou as sobrancelhas. —Por que inclusive nem sequer sabia que era um gato selvagem? Executamos o único que conhecíamos. —Não por ser um gato da selva. E sim por sequestro, estupro, assassinato, e outra infinidade crimes. Meu pai estralou outro dedo, e todos se voltaram para sua cadeira, onde sentou em silencio durante os últimos minutos, nos deixando discutir, colocar o nosso ponto de vista e nossa duvidas sobre a situação, outro aspecto da nossa formação. Quando teve toda a nossa atenção, as linhas ao redor de sua boca se aprofundaram. —Isso parece ser a linha de fundo. Com um pouco de sorte, saberemos como Moore e seu assassino estavam associados, e isso nos dirá como encontrar o bastardo.—ficou de pé, 35


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sinalizando o final da improvisada reunião. —Saberemos mais quando Parker voltar com o seu cadáver. Ethan riu, e logo engoliu sua risada com um severo olhar do meu pai. Escondi meu próprio sorriso no ombro de Marc. Meu pai era estranho na forma de referir-se a todos os corpos mortos pelo nome da pessoa que o encontrou. Ou da pessoa que o matou em primeiro lugar. Seu hábito não era nada macabro, e como uma menina, eu me estremecia cada vez que ele havia feito essa referência. Os meninos pensavam que era engraçado. Mantinham ranking de todos os cadáveres que meu pai lhes atribuía, como se fosse uma questão de orgulho. Eu não fiquei surpresa ao descobrir, um mês atrás, que Marc mantinha a liderança com uma margem confortável. Eu estava mais preocupada com o fato, de que na realidade, ele nunca encontrou um só corpo. O que me disse a respeito de sua contagem de matança foi suficiente para me dar pesadelos. E bastante para pensar na possibilidade de solicitar um novo parceiro para o campus. —Parker deve retornar às nove e meia, sendo assim, quero todos no celeiro as nove e cinquenta. E preciso de um par de voluntários para incinerar o homem quando tivermos terminado com o corpo. — o olhar de meu pai posou automaticamente sobre Marc, e Marc, por sua vez olhou pra Vic. —De maneira nenhuma. — Vic moveu a cabeça com veemência, seu cabelo marrom pulando em ondas. —Owen e eu acabamos de retornar da patrulha. Marc piscou. —Faythe e eu nos encarregamos do último corpo. —Cavar um buraco é uma coisa. Cremar um cadáver, e logo moer os pedaços sólidos, é outra coisa. —Vic fechou os olhos um instante, sem dúvida recordando a ultima vez que havia feito a cremação. —Aquele cheiro permanece com você. Ethan suspirou, olhando de um a outro com irritação. —Não é como se o corpo fosse se sentar e gritar Boo…, vocês são grandes bebês. — Virou o rosto para o nosso pai com um olhar artificial de estoicismo, sua melhor tentativa de parecer sério. —Jace e eu faremos. Ninguém se incomodou em perguntar se ele deveria consultar seu companheiro antes de voluntariar a ambos. Jace Hammond seguiria Ethan até o inferno, se houvesse uma garrafa de cerveja gelada nele. —Onde está o menino bonito? — Perguntou Marc, enquanto colocava sua mão dura na minha. Dei um rápido olhar a seu rosto, que revelava uma máscara de tensão que se estendia forte e familiar, com suas características escuras, eu exalei em frustração. Passei todo o verão esperando que a precária trégua entre Marc e Jace se rompesse, e até agora eles me surpreenderam, mas esse fato passava uma sensação frágil e transitória. —Jace foi ao armazém comprar licor — disse Ethan, procurando meus olhos rapidamente antes de passar a mão pelo cabelo preto e espesso. —É sua vez de reabastecer os suprimentos. —Okay, —meu pai disse com sua voz de Alfa, nos trazendo de volta ao tema, todos os olhos se voltaram para ele. — Gravem e espalhem as palavras. Nove e quarenta e cinco no celeiro. 36


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Qualquer pessoa que chegar um minuto mais tarde perderá um pagamento. Sabe o que isso significa Ethan. —dirigiu-se à sala com meu irmão atrás dele, tratando de falar sobre sua saída e o seu atraso. —Mas, papai, se você tivesse visto a garçonete, entenderia totalmente... Meu pai rolou os olhos. —Não me envergonhe com suas desculpas. — deteve-se e se virou para Ethan, com sua expressão ainda mais severa do que o habitual. —E já que estamos discutindo sua vida social... Está bem prevenido para o encontro desta noite? Quase me engasgo tentando conter a risada, Vic e Marc se sacudiram com seus próprios esforços. —Sim, estou bem. Obrigado por perguntar. —Ethan golpeou o ombro do meu pai, como se estivesse falando com um dos outros meninos, mais do que com um Alfa. —Me alegro de estarmos tendo esta pequena conversa. —Estou falando sério, Ethan. — A expressão de meu pai era escura. —O mundo não está preparado para sua descendência. E eu tampouco. —Sei, sei. Tenho tudo sob controle. — Com isso, Ethan foi de cabeça baixa pelo corredor para seu quarto. Meu pai seguiu, sacudindo a cabeça em silêncio. Logo que se foram, Vic caiu no sofá de risada, sustentando seu estômago como se doesse. Marc e eu nos derrubamos sobre a poltrona de couro, rindo até que as lágrimas se formaram em nossos olhos. O controle de natalidade não era um tema discutido pelos werecats. A maioria dos Gatos queria ter filhos, e até recentemente, pensávamos que Toms não podiam engravidar mulheres humanas. Tínhamo-nos equivocado. Toms poderiam, de fato, procriar com mulheres humanas. Em raras ocasiões. A prova era... Bem... Os extraviados. Todos os extraviados. Segundo o Dr. John Eames, geneticista de um dos Prides do norte, cada um dos indivíduos que ele perdeu testando-os, durante um estudo de dez anos, eram meio humanos, e ele lhes chamava de halfwerecats por conta de seus genes. Ou algo assim. A versão dos leigos é que os extraviados, de acordo com o bom doutor, possuíam genes de werecat antes de serem infectados. Herdaram os genes de um desconhecido antepassado werecat em algum lugar das diversas árvores genealógicas. Sua conclusão era que os seres humanos normais, sem genes recessivos de werecat, não podem ser infectados. Mas as pessoas, que têm genes dos werecats, podem ser infectadas com um simples arranhão ou mordida. Eu não pretendo entender todos os detalhes, como tampouco fazia a maioria dos Toms que eu conhecia. Especialmente Ethan. Que a ultima coisa que ia perturbar sua vida social era um risco microscópico. O risco de procriação é equivalente ao de acertar um alvo com uma flecha a um quilômetro de distância. Mas meus pais não gostam de correr nenhum risco, me encontrei frustrada como Ethan com a ironia; De mim, queriam filhos. De meus irmãos, queriam prevenção. Sem deixar de sorrir, Marc se apoiou no braço da poltrona de couro. —Ainda temos três horas até o jantar — disse, Passando a mão lentamente na minha coxa. Sorriu-me. 37


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—Ah, sim? Quer me ver cozinhar é? Minha mãe fazia o jantar, cinco noites da semana, porque isso é o que minha mãe tem feito sempre. Entretanto, nos sábados, tínhamos que fazê-los por nos mesmos ou morrer de fome. E esta noite - Noite de segunda-feira – era a noite do encontro semanal de meus pais, data em que meus pais jantavam fora de casa, como fora desde antes que eu pudesse recordar. Quando eles estavam fora da cidade, Michael -Atlas- Sanders, meu irmão maior, levava-me para jantar, ansioso como sempre, por levar o peso do mundo sobre seus ombros, para que todos o vissem. Ele absorvia o grande problema. Marc pôs as mãos ao redor da minha cintura e me virei para subir em seu colo. Eu me pendurei sobre ele, meus joelhos contra seus quadris, enquanto meus dedos se desenhavam ao longo da linha dura de seu peito. Inclinando-se para frente, afastou meu cabelo com seu nariz, ronronando em minha orelha. —Se você cozinhar, vou fazer com que valha a pena. —Você lava os pratos? —Sorrindo, Delicadamente puxou minhas costas, e meus dedos percorreram seu estômago, através das ondas de sua camisa. Com cada toque, sentia sua pulsação se elevar, e a minha respondia igual. Lambeu os lábios e os seus olhos vagavam para debaixo do meu rosto, a várias polegadas da minha clavícula. Calafrios prometedores percorreram através da minha pele, suas mãos deslizaram lentamente acima da minha cintura. Seus dedos tocando os lados dos meus seios através de meu sutiã, minha respiração ficou presa em minha garganta. Marc sorriu por minha reação, mas o olhar teve mais calor do que humor. Sua mão escavou minha nuca, puxando-me para ele e seus lábios roçaram minha bochecha. —Eu pensava em outra coisa, embora minha ideia implique algo quente e úmido. Atrás de mim, alguém bufou, e eu saltei. Minha cabeça deu a volta, rápido o suficientemente para fazer meu pescoço estalar. Vic se sentou no sofá frente a nós, seus braços estavam cruzados sobre o peito menos definido que o que eu tava acariciando. Esqueci que ele estava ali, e, a julgar pela expressão na cara de Marc, ele tampouco sabia. Envergonhada, voltei-me para sentar no sofá, com minha perna encostada em Marc. —-Você sabe, ninguém gosta de um voyeur11- disse Marc, a insinuação de um sorriso arruinou qualquer tentativa de ser um tom grave. —Não é verdade, — Vic insistiu. —Tem gente que acha divertido ser observado. Como esse frango em Atlanta... — Rolei meus olhos, e comecei a rir, ele trocou de tática. — Eu só seria um voyeur se invadisse sua privacidade. —Ele abriu os braços para indicar o escritório que nos rodeava. —Se não queriam audiência, deveriam ter economizado o show no ambiente. Deixei minha testa cair no ombro de Marc, meu cabelo caindo para frente para ocultar minhas bochechas chamejantes. —Acho que ele tem razão. —Então— Vic sorriu. —Quem cozinha? Fiz um inventário mental dos outros membros de nossa família, em busca de alguém para 11

Indivíduo que obtém satisfação sexual ao observar pessoas em insinuação ao ato, ou na prática de masturbação e/ou sexo em si.

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essa tarefa. Parker ainda estava na estrada, e Ryan estava encarcerado, quer dizer, o menos útil com relação aos trabalhos domésticos. —Onde está Owen? — Perguntei, minha boca já saboreando a ideia de um frango frito. —Ele levou o trator a Livingston para consertá-lo e só voltará daqui a algumas horas. Jace e Ethan têm um encontro duplo com um par de gêmeas, eles se conheceram no Sonic. Vic cruzou suas mãos sobre o peito e tentando ocultar um sorriso. Franzi o cenho, segura de que ele estava brincando, mas sua expressão, disse o contrário. —Sério. E não podem se encontrar separadamente com as meninas. Fiz uma careta de simpatia para as gêmeas que eu não conhecia. —Então, voltamos ao Marc e seu mundialmente famoso cachorro quente com queijo — eu disse, me esfregando no ombro de Marc. Deu de ombros debaixo de mim. —Farei apostando em uma corrida. Aos perdedores; cozinhar e limpar — ele acrescentou com um olhar de reflexão. —Uma corrida até as árvores? —O brilho em seus olhos refletiu em mim como aluna. E Marc sabia que eu gostava de correr. Sacudiu a cabeça. —Muito fácil. Até o arroio. Eu assenti. —Só tem que parar uma vez que chegue às árvores para mudar. — Bem. — Marc se voltou para Vic. —Esta dentro? —Por comida grátis? — Vic sorriu, seus olhos azuis brilhavam com a alegria mais pura que eu vi em três meses desde que assassinaram sua irmã. —Maldição sim. —À contar do três. — Joguei um olhar de um ao outro, e o couro rangia, já preparada para correr. —Um... —Dois, três, — Marc terminou por mim. Franzi o cenho, mas antes que eu pudesse gritar — asqueroso — me pegou no ar pela cintura e me lançou através do tapete, sem nem sequer um grunhido. —Agarra— gritou pra Vic, que acabava de saltar de seu assento no sofá. Os olhos do Vic se ampliaram quando eu voei para ele, incapaz de me deter ou de inclusive alterar minha trajetória. Meus braços se agitavam no ar, e eu caí sobre ele com toda a graça de um hipopótamo dançando quebra-nozes. Meu impulso nos levou, ao sofá, onde caímos de lado, e meu joelho quase lhe golpeou a sua virilha. Minha testa bateu na parte traseira do sofá sob o ombro de Vic, e meus dentes estalaram agudamente. No momento em que eu recuperei equilíbrio suficiente fiquei de pé, a fúria, sem dúvida, brilho em meus olhos, Marc não estava à vista. Grunhindo, lancei-me pelo corredor enquanto uma porta se fechava do outro lado da casa. Porra Faythe! Pensei, tão zangada comigo mesma como estava com Marc. Será que você nunca aprende? Capítulo 6 39


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Os passos de Vic bateram rapidamente atrás de mim no chão do corredor de azulejo. Me joguei na corrida, indo atrás de Marc com meu coração pulsando em meus ouvidos e a adrenalina bombeando por minhas veias. Uma litania de frases coloridas surgiu na minha cabeça enquanto tratava de decidir qual expressaria melhor minha indignação com Marc. Descartei “desprezível gato infectado” e estava inclinando-me para “futuro eunuco” quando alcancei o final da sala. Abri a porta intempestivamente, e o calor me atingiu imediatamente, a intensidade da umidade formava uma presença quase sólida. Era como tentar inalar algodão úmido. Empurrando através da inicial obstrução de calor, saltei sobre o degrau e corri, deixando a porta se fechar nas minhas costas. Mas no lugar do barulho de vidro sendo sacudido e do clique metálico, a porta se fechou com um sólido golpe seco e um gemido nasal de dor e surpresa. Desacelerei e olhei para trás sobre meu ombro. Vic estava parado atrás de mim segurando a tempestuosa porta aberta com uma mão, enquanto a outra cobria seu nariz. O sangue escorria pelo seu braço direito, gotejando do seu cotovelo para aterrissar no chão formando uma poça vermelha sobre o degrau. Merda. Eu lhe dei uma portada na cara. —Desculpa! — gritei, me virando de volta pra enfrentar o pouco que podia ver de Marc enquanto ele se agachava debaixo de um ramo baixo na linha das árvores. Vic murmurou algo tão baixo e abafado que nem com minha audição melhorada de gato eu poderia decifrar, mas podia adivinhar, e não era bonito. Com meus olhos no objetivo, corri com uma nova onda de velocidade, impulsionada pela determinação e a irritação com Marc. O sangue corria nas minhas veias. Meus pulmões se expandiam com cada profundo e estimulante fôlego. Meu corpo inteiro estava vivo apesar do calor, desfrutando a emoção do esforço e a glória de estar ao ar livre. Puxei meu sutiã esportivo por cima da minha cabeça enquanto passava pela casa de hóspedes, onde viviam Marc e os meninos. O vento quente arrancou o material leve dos meus dedos, que se enganchou em uma moita de arbustos que crescia ao longo da varanda traseira da casa de hóspedes. Enquanto corria, soltei a fivela do meu cabelo e a deixei cair no chão. Na linha das árvores, chutei para tirar os sapatos e me despi da cintura para abaixo. Em uma pequena clareira dentro do bosque, deixei-me cair de quatro patas, feliz por ver Marc na mesma posição a vários metros de distância. Ele quase terminou a Mudança, e eu não havia nem sequer começado, assim fiz uma versão abreviada da minha habitual rotina de meditação silenciosa. Enquanto me focava no ritmo lento de cada inalação e expiração, minha mudança começou por si mesma, uma conveniência que era o resultado de anos de prática e um esforço consciente para controlar minha mente e corpo com facilidade. Na Mudança, uma regra era certa: quanto mais ansiosa ficava, mais dor experimentava. Mas aprendi rápido, depois da primeira Mudança na puberdade, a relaxar e se harmonizar com a dor. E eventualmente cheguei a lhe dar boas-vindas. Minha mente nunca esteve tão clara como quando a dor me forçava a se concentrar e interiorizar meu foco. Cada abrasadora sensação 40


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aguda afiava meus pensamentos, e cada dor agonizante lubrificava as engrenagens em meu cérebro. Minha adquirida habilidade de pensar através da dor fora bem vinda em mais de uma ocasião, e vinha salvando minha vida pelo menos duas vezes. Isso fazia da dor minha amiga. Um amigo muito bom da classe amor x ódio. Enquanto minhas costas se curvaram e minhas articulações se deslocavam dentro e fora de seu encaixe, através dos meus olhos quase fechados em concentração capturei um movimento a minha direita. Marc terminou sua Mudança. Ele estava parado na minha frente em quatro poderosas patas felinas, músculos largos se sobressaindo debaixo de um casaco de pelo lustroso de um preto sólido. Ele olhava para mim através dos mesmos olhos dourados salpicados de marrom que tem na forma humana, embora o formato fosse totalmente diferente. Diferente dos leões, tigres, e as demais raças de gatos grandes, que têm pupilas redondas similares às humanas, em forma de gato, nós tínhamos as pupilas ovais dos gatos domésticos, fendas posicionadas verticalmente. E como ainda era de dia, as pupilas de Marc se estreitaram quase completamente, ficando praticamente inexistente, para proteger suas sensíveis retinas. Pisquei-lhe, e ele lambeu meu rosto em retribuição, mostrando uma boca cheia de dentes afiados e ligeiramente curvados. Ele estava zombando de mim. Ele já poderia estar na metade do caminho para o arroio, mas ficou ao meu redor para ver minha mudança porque sabia que podia se permitir. Marc estava ostentando sua antecipada vitória, e nesse momento, meu novo objetivo de vida se converteu em fazê-lo pagar por sua arrogância com uma boca cheia da poeira amarga levantada por minhas patas, quando elas passassem voando por ele. Marc me olhou atentamente, esperando o início da fase final de minha Mudança, a qual seria seu sinal para partir. Se ficasse ao redor até que eu tivesse terminado, não teria nenhuma chance. Uma nova dor surgiu através do meu rosto enquanto começava a esticar-se sobre uma corrente de ossos largos e dentes sobressalentes. Marc bufou pelo nariz e escapuliu com graça para a extremidade da clareira. Minhas patas tocaram a suave camada de hera, ele se voltou para um último olhar, justo quando a primeira onda de pelo brotava em minhas costas, fluindo para baixo por minha espinha para cobrir meu torso. Com um silencioso e poderoso impulso sobre a terra, Marc foi embora, voando por cima da moita de três metros para aterrissar sem um ruído do outro lado. No momento em que garras afiadas e curvas apareceram nos meus novos pés de gato, eu já não podia escutá-lo correndo pelo bosque. Mas isso não significava muito. Os gatos podem ser absolutamente silenciosos quando querem. E Marc queria. Com seu nariz ainda gotejando sangue, Vic afastou um galho baixo e se agachou nos bosques. Fiz uma pausa, grande o suficientemente, para lhe dar um olhar de desculpa. Logo corri atrás de Marc pelo bosque em direção ao arroio. As árvores passavam voando enquanto eu corria, lançando minha forma ágil sobre os troncos cobertos de musgo ao redor dos arbustos. Meu corpo resistiu ao extenuante exercício no início, porque não teve tempo de alongar apropriadamente a nova configuração dos músculos. 41


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Mas logo o ato de correr facilitou minha rigidez residual e aliviou essa sensação de não-encaixoem-minha-própria-pele seguida da Mudança. Com esses traumas solucionados, eu estava livre para desfrutar a emoção da corrida através do bosque numa velocidade que nenhum humano podia possivelmente experimentar sem o benefício de um motor e pelo menos dois pneus. Depois chegaram os sons da floresta: residentes da natureza, ocupados até no calor do meio-dia. Meus ouvidos com prática tiveram poucos problemas para se adaptar aos milhares de grasnidos, chiados, piar, assobios, e o rangido rítmico das folhas, enquanto procurava qualquer sinal de Marc. Marc havia desaparecido verdadeiramente, passou só alguns minutos correndo quando o barulho de água corrente alcançou meus ouvidos. Inclusive se não soubesse o caminho de cor, poderia ter seguido a fonte do som. Ao invés de rastrear através do aroma como os cães, os gatos usam sua sensibilidade auditiva para localizar sua presa, um ao outro, ou algo que faça ruído. Segui o som, e uns minutos depois pude sentir o cheiro da água. Ou melhor, senti o cheiro dos minerais, plantas, e criaturas na água. E de repente pude sentir o cheiro de Marc. Podemos não usar nossos narizes para rastrear, mas regularmente o usamos para identificar uns aos outros, e meu nariz estava me dizendo que Marc estava em algum lugar um pouco há frente. A corrida não estava terminada ainda. Animada, adquiri uma nova explosão de energia. Os animais pequenos se lançaram fora do meu caminho. Espinhos cravaram na pele das minhas pernas e do estomago. A cada passo delimitado, minhas patas afundavam na suave capa de hera, musgo, e folhas do ano passado. Corri diretamente na brisa, removendo os ramos sobre a minha cabeça, e só o ocasional rangido de um ramo debaixo das minhas patas delatava a minha presença. E quando me aproximei do riacho, escutei um débil som de aborrecimento. Marc. E ele estava perto. Corri ao redor de uma área de pés de framboesas para encontrá-lo exatamente na minha frente e dirigindo-se diretamente ao arroio. Ele já estava quase lá. Mas eu também. Um grunhido retumbou do fundo da minha garganta. Ao invés de parar diante da minha advertência, Marc acelerou. Eu fiz o mesmo, com meus músculos queimando em protesto. Os gatos são velocistas, não corredores de longa distância. Mas eu estava muito perto! A distância entre nós reduziu. Minhas garras agarravam a terra enquanto eu corria me proporcionando tração sobre uma manchada cama de musgo escorregadio que crescia mais grosso à medida que se aproximava da água. Meus pulmões queimavam pelo esforço, exigindo que eu ganhasse, e que não colocasse meu corpo no tormento do calor do dia para nada. Mas eu não podia ganhar. A cauda de Marc estava só a uns centímetros do meu nariz, mas me faltava velocidade pra oferecer, nem mais energia para gastar. Marc trapaceou, e ele ia ganhar. A não ser que eu trapaceasse também. Depois de hesitar por um instante, afundei meus dentes na ponta da cauda de Marc. Ele rugiu e parou imediatamente. Ao invés de parar graciosamente, que sem dúvida, ele tentou, ele caiu para frente, tropeçando nas suas patas dianteiras. Seu focinho se chocou contra o chão, enterrando-se no pedaço de musgo, enquanto suas pernas traseiras levantavam, impulsionando o resto do seu corpo para frente. Ele parecia um porco enraizado na lama. Soltei sua cauda sem diminuir, e soprei em seu ouvido enquanto passava por ele. Era o mais 42


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próximo de rir em sua cara que eu podia fazer. Recuperou-se rapidamente. Olhei para trás para vê-lo vir correndo atrás de mim com musgo preso em seus dentes. Era muito tarde. Mergulhei no riacho até os ombros, soprando e sacudindo minha cabeça enquanto inalava muita água. Antes que pudesse limpar minhas fossas nasais, Marc saltou dentro da água atrás de mim. Bufou e golpeou a superfície com a pata dianteira, me salpicando com um contragolpe de água. Tenho certeza que está zangado, trapaceiro filho da puta, pensei. Mas tudo o que pude fazer foi lhe grunhir. E salpicá-lo também. Na maior parte, as histórias dos gatos odiando água são exageradas. A respeito de nós, é uma completa mentira. Como a maioria dos gatos grandes, amamos a água. Os meninos e eu éramos conhecidos por passar tardes inteiras do verão chapinhando no arroio, flutuando nas partes mais profundas. Nós pescávamos quando estávamos famintos, ou cansados, estirávamonos na margem para nos secar ao sol antes de nos afastar saltando dentro do bosque para mais recreação. E com a reserva nacional rodeando nossas terras, tínhamos um montão de bosque para jogar. Enquanto os bosques estavam geralmente povoados de humanos durante a temporada turística, nenhuma trilha ou acampamento estavam perto de nosso parque privado. Vimos muito poucos excursionistas, e nessas raras ocasiões quando o fizemos, o ruído de sua aproximação nos dava muito tempo para se esconder nas árvores antes que os caminhantes de duas pernas aparecessem. Marc e eu jogamos água por vários minutos antes que Vic, agora em forma de gato, entrasse silenciosamente na margem do arroio, anunciando sua presença com um pequeno rugido. Seu nariz parecia melhor, do eu pensava. Estava inchado, mas reto, e o sangramento parou. Provavelmente doía como o inferno, mudar depois de receber uma ferida pode reduzir o tempo de cura pelo menos a metade. A melhor explicação que escutei para o fenômeno era que os músculos, ligamentos, e ossos são deslocados e voltam a se reorganizar durante a Mudança, de qualquer forma as lesões começam a sanar automaticamente enquanto nossas partes são unidas em novas posições. Eu experimentei pessoalmente isto duas vezes, e acolhi gratamente a recuperação acelerada a pesar da dor extra. Vic rosnou da margem, claramente balbuciando para nos dois. Embora eu não pudesse entender sua frase exata, o essencial ficou bastante claro: Os dois trapacearam, e ele não intencionava cozinhar o jantar. Nunca. Dito isso, ou grunhindo, neste caso, ele saltou dentro da água entre nós, cobrindo os ombros de Marc com uma pesada pata negra e arrastando-o para debaixo d’água. Os dois saíram cuspindo, cada um afundando o focinho na água enquanto tratavam de molhar um ao outro. Me afastei para olhar da margem do arroio, e para saciar a sede que desenvolvi durante minha corrida. Mesmo me enchendo com água, meu estômago não estava satisfeito. A fome roia em mim, meu estomago exigia uma compensação pelas calorias queimadas durante a Mudança. A Mudança requer um montão de energia, as quais devem ser repostas rapidamente com comida e água. Água, havia um montão. A comida era outra história. 43


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Meu estômago grunhia, voltei-me para recrutar Marc e Vic para a caçada que já estava planejando. Mas novamente, Marc se foi. Vic estava nadando sozinho no meio do arroio, me fazendo gestos com a cabeça para que eu me juntasse a ele. Perguntava-me vagamente onde estava Marc, Fui pra fora da margem e nadei até Vic, com a intenção de afundá-lo como ele fez com Marc. Mas quando levantei uma pata por debaixo d’água, minhas garras só a alguns centímetros de sua cabeça, uma coisa pesada caiu sobre minhas costas. Afundei até o fundo do arroio, agitando meus membros na fraca corrente. Por um momento, entrei em pânico, sugando água através do nariz na confusão. Minhas patas raspavam inutilmente em pedras soltas e lisas, lutando para me agarrar. Minha cauda revolveu a água, rápido o suficientemente para criar uma leve espuma. Então o peso se foi, e flutuei de volta para a superfície, cuspindo e bufando com minha primeira baforada de ar. Marc fez uma reverência, mantendo-se flutuando. As manchas de ouro em seus olhos brilhavam com deleite. Ele parecia estar rindo de mim, através de um focinho cheio de afiados e pontudos de gato. O desgraçado. Eu rosnei pra ele com ira fingida, golpeando sua orelha com minha pata, as garras a mostra. Mas não lhe golpeei forte o suficientemente para ferir, ou sequer romper sua pele, porque estávamos somente brincando. E porque o agarraria de novo mais tarde, quando fosse o momento apropriado. Quando tivesse a vantagem da surpresa. Quando ele tivesse esquecido completamente que eu ainda lhe devia… Depois do salto campeão de Marc, nos jogamos no arroio, nadando e salpicando água uns aos outros, até que meu estômago renovou sua demanda de comida com cólicas no lugar do seu ronco habitual. Mas então, estava muito cansada, por nosso jogo e pela fome, para sequer pensar em caçar. Saltei para a margem, sinalizando aos meninos que queria mudar de novo, lançando a cabeça em direção ao rancho. Marc subiu pela margem norte do arroio e se foi pelo bosque com Vic o seguindo de perto. Evidentemente eles mais enérgicos que eu. Mas então, eles não passaram toda a tarde treinando com Ethan. Os segui penosamente, sem me preocupar em manter o ritmo. Certamente para o momento que chegasse a casa e mudasse de volta, alguém já teria começado a cozinhar. Ou pelo menos pedido algumas pizzas. Mas enquanto fazia meu caminho pelo bosque, caminhando pesadamente em volta dos troncos no lugar de saltá-los, algo se deslocou pelo lado esquerdo de minha visão. Minha cabeça girou instintivamente para seguir o movimento, com as orelhas arqueando-se para frente enquanto o resto de meu corpo congelava. A princípio, não vi nada mais que o enorme ar livre: árvores, folhas secas, matos, e ramos caídos. Mas logo algo se moveu de novo, e meu foco mudou. Foi então que vi o outro gato. Meu pulso se intensificou, e cerrei meu maxilar. Minhas patas se flexionaram, garras enterrando-se na terra por instinto. Foi só uma olhada breve, um flash da pelagem negra entre duas árvores, ha pelo menos doze metros de distância. Mas foi suficiente para me pôr imediatamente em alerta. Não havia feito nenhum esforço em ser silenciosa no meu caminho de volta do arroio, como 44


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tampouco Marc ou Vic haviam feito, assim qualquer outro gato nos bosques saberia certamente que nós estávamos ali. Se ele fosse um de nós, inclusive meu não residente irmão, Michael, que vinha algumas vezes ao mês fazer uso de nosso excesso de terra selvagem, Teria nos feito notar sua presença por cortesia. Com exceção de Ryan, a quem não lhe permitia sair de jeito nenhum, todos nos éramos muito unidos, e nenhum de nós teria desprezado os outros caminhando sem uma saudação. O misterioso gato não era um de nós. Em alerta agora, estiquei-me, ficando completamente quieta em um matagal de madressilva. Devia pedir ajuda. Não havia ilusões a respeito da minha habilidade para dominar sozinha, um intruso em forma de gato. Não com a reserva de energia golpeada por uma tarde de treinamento e uma mudança sem alimento. Mas se eu estivesse equivocada? Se o gato fosse um dos nossos, e estava fora para um estranho passeio solitário? Se gritasse um rugido de alarme e todos viessem correndo para me encontrar espreitando um de nossos próprios gatos, os meninos nunca me deixariam esquecer. Deveria ter certeza. Fui atrás do outro gato, com meus passos silenciosos e seguros, meus ouvidos em alerta por qualquer som que me dissesse qual caminho havia tomado. Infelizmente, a breve olhada que eu dei a pelagem negra não fez nada para me ajudar a reduzir a lista de possíveis suspeitos. Todos os werecats são negro sólido em forma felina, independentemente da cor do seu cabelo e o tom da pele na forma humana. A pelagem negra é parte de nossa herança, inclusive para os extraviados recentemente iniciados. Para identificar o gato desconhecido, precisava do aroma dele, ou vê-lo mais de perto. Depois de menos de um minuto de espreita cuidadosa, mantendo meus olhos, ouvidos, e nariz alerta, escutei o ranger de folhas a oeste e ajustei minha direção em consequência. Minutos mais tarde, escutei o estalo de madeira estilhaçando-se. O som estava muito mais perto dessa vez, e justamente a minha esquerda, do lado de um espesso matagal de arbustos. Silenciosamente pisei com cuidado na borda do arbusto e espiei ao seu redor. A princípio não vi nada mais que árvores e arbustos. Mas logo o ouvi respirar, lenta e regularmente, e perto do chão. O suspeito werecat jazia completamente estirado e tranquilo debaixo de um cedro com os olhos fechados, quase dormido. Salvo que não era ele. Era ela, era minha mãe. Bufei bruscamente com a surpresa e dei um passo para trás, esperando que ela não tivesse me ouvido. Em meus vinte e três anos de vida, só vi minha mãe duas vezes em forma de gato, porque desde que se converteu em mãe, ela só mudava quando estava realmente aborrecida. A primeira vez que a vi com garras e cauda foi no dia que sua mãe morreu, quando eu tinha dez anos. A segunda vez foi na noite que Ryan deixou o Pride para viver como um gato selvagem, quebrando seu coração. Ela ficou sozinha nos bosques por três dias, e meu pai proibiu todos nós de ir atrás dela. Com a testa enrugada de preocupação, ele havia dito que ela precisava de tempo para chorar sua perda, e que deveríamos estar dispostos a lhe dar tudo que necessite. Assim como fizemos. Ryan, pensei, liberando minha pata traseira do matagal de grama sem fazer nenhum ruído. Isto é sobre Ryan. Minha mãe esteve passando grandes períodos de tempo sozinha o verão todo, 45


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inclusive durante a estadia de Abby, o que simplesmente não era seu estilo. Normalmente, ela teria usado a visita de uma companheira gata como uma oportunidade para me mostrar como deveria viver minha vida. Mas desta vez, entregou-me minha prima adolescente, várias vezes na semana, alegando que Abby precisava de muitas distrações para ajudar na recuperação do seu calvário nas mãos de Miguel. Resultou que eu concordei, ela até me deixou ensinar a Abby os fundamentos da autodefesa durante sua estadia, afinal, nada melhor pra extravasar a raiva reprimida do que chutar um grande saco de boxe com uma apavorante cara desenhada nele. Não pensei em perguntar o que minha mãe estava fazendo durante nossas sessões de “terapia”. Assumi que ela estava em seu quarto, tecendo algo para um leilão de caridade ou pra outra coisa. Evidentemente eu estava equivocada. Tudo começou no dia que voltamos de Missouri com o corpo do irmão menor de Vic, Anthony, junto com os restos de Miguel e Sean, seu cúmplice. Pensei que minha mãe estava tentando lidar com o que aconteceu, a perda de Tabby, e a quase perda de mais duas, me incluindo. Depois de tudo, nossa própria existência fora ameaçada, nossa vulnerabilidade coletiva fora exposta. Mas eu deveria saber melhor. Minha mãe era mais forte que isso. Ela era a coluna vertebral silenciosa de nossa família e um antigo poder no Conselho Territorial. Como tal, podia lutar com ameaças e desastres de grande escala, porque não estavam apontados pessoalmente pra ela. Mas não podia lutar com Ryan. Ryan era seu calcanhar de Aquiles. Ele a machucou duas vezes agora, a primeira vez quando nos abandonou, e a segunda quando se associou a Miguel para salvar sua própria pelagem. Mas havia algo mais na crise pessoal de minha mãe, a culpa que a levou ao isolamento no bosque, que ninguém mais sabia. Minha mãe escondia algo, que a estava comendo viva. Capítulo 7 Subi de novo através do bosque logo que era seguro que minha mãe estivesse dormindo, e durante os vinte minutos de retornar andando ao rancho, debati sim ou não lhe dizer que sabia seu segredo. E que eu não era a única. Que além de mim, mais dois sabiam, e estava segura de que nenhum deles o diria nunca. A motivação do Ryan para manter sua boca fechada era a mesma de sempre: para salvar sua próprio pele. Nosso pai deixou-o viver contra os desejos da maior parte do resto do Conselho Territorial. De fato, nosso pai era quão único permanecia entre o Ryan e uma morte muito lenta, muito dolorosa. Ryan nunca faria nada para incomodar ao homem que o mantinha com vida, e nada poderia pôr sua existência em maior perigo que dizer a nosso pai que ele usou nossa mãe para espiar no Conselho Territorial. A única outra pessoa que sabia que minha mãe havia involuntariamente alimentado a nossos sequestradores de informação privilegiada era Abby. Ela esteve encerrada em uma cela no porão ao lado da minha quando nos inteiramos que Ryan traiu a sua família para salvar sua própria vida, e ela esteve tão desgostada com ele como eu. Mas me prometeu não dizer uma palavra disso a ninguém. 46


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Pelo bem de minha mãe, não pelo do Ryan. Na claridade dentro do bosque, detive-me para Trocar de novo, minha mente ainda em minha mãe. Eu nunca questionei minha decisão de não lhe dizer o que sabia. Tecnicamente, não era nenhum de meus negócios, mas mais importante, eu não queria ser a causa dos problemas entre meus pais. Ela denotou nenhum dano. Pelo contrário, esteve tratando de emendar a ruptura entre o Ryan e o resto da família. Pouco depois que Ryan se foi, quando eu tinha treze anos, minha mãe se voltou secretamente obsessiva rastreando-o para falar com ele de sua reincorporação ao Pride. Depois de dois anos de busca, encontrou-o, e embora ele aceitou ansiosamente seu dinheiro, constantemente se negou a voltar para casa. Em retrospectiva, acredito que isso foi o mais perto que alguma vez chegou a defender algo no que ele acreditava. Quando Ryan se enredou no plano de sequestro do Miguel e começou a usá-la para espiar no conselho, minha mãe não teve a menor ideia. Eu só poderia assumir que supôs quando Owen arrastou ao Ryan a casa em escárnio, por não falar dos grilhões. Eu não podia estar segura, entretanto, porque nunca perguntei a qualquer deles. Mas pelo que sabia, ela não falou uma só palavra com o Ryan da noite que meu pai o encerrou. Minha Mudança terminou, forcei aos pensamentos de minha mãe e irmão fora de minha mente enquanto entrava no pátio traseiro para encontrar minha roupa. Normalmente não teria incomodado em me vestir até que tomasse banho. Os werecats estão acostumados a nos ver uns aos outros em todas as variações de nudez, assim como todas as etapas de meia-troca. Mas esperávamos a um repartidor na propriedade logo, por isso teríamos que fazer concessões. Caminhar nua diante dos seres humanos não era uma boa maneira de manter um perfil baixo com a comunidade local. Era uma excelente maneira de fazer novos amigos, entretanto. Infelizmente, Marc não gostava dos novos amigos. Vestida, à exceção de meus pés descalços, atravessei o pátio e entrei no corredor traseiro, os sapatos pendurando nos dedos de minha mão esquerda. Antes de chegar ao meu quarto, Ethan saiu da cozinha com um empilhado de Pringles cheddar12 embalado em uma mão. Ele sorriu, estendendo seu aperitivo para mim. —Um bocado? Duvidei, depois me encolhi de ombros. —Em realidade, sim. Obrigado. — Encontrávamos a metade do caminho, só a uns poucos pés da porta aberta de meu dormitório, e lhe arrebatei o empilhado completo de sua mão, sorrindo enquanto dançava fora de seu alcance. Eu seguia esquivando o agarre pelos largos braços de meu irmão, quando a porta do escritório de meu pai se abriu e apareceu na soleira. —Karen! — ele gritou à casa em geral. — supõe-se que devemos estar ali em uma hora 12

É um aperitivo produzido pelo grupo Procter & Gamble. Ainda que a princípio o aperitivo seja feito de batatas fritas com queijo cheddar.

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Era evidente que esperava uma resposta, fez uma pausa, olhando pelo corredor em nossa direção. Mas a resposta não chegou. —Karen? — Ele chamou de novo, caminhando no centro do corredor. Ainda não havia resposta. Os olhos de meu pai se travaram sobre os meus, e meu coração começou a pulsar com força. Certamente ele podia ouvi-lo. Ele sabia que eu sabia algo. Logo que resisti a tentação de esconder detrás do Ethan. — Algum de vocês viu a sua mãe? — Sim. — disse Ethan, e meu coração em realidade deu um tombo. Sabia que mamãe estava no bosque? Se era assim, por que não o mencionou? Ele sabia tão bem como eu que ela só Trocava quando estava aborrecida por algo. Mas deveria ter sabido que Ethan estava brincando. — Senhora magra. Olhos azuis e juba cinza— ele continuou, seus olhos brilhando em apreciação de sua própria brincadeira. —Responde pelo nome 'Mamãe'. Nosso patriarca franziu o cenho, seus olhos obscurecidos. Felizmente, pensou que Ethan estava respondendo pelos dois, que me pareceu muito bem. Lancei outra batata frita em minha boca e comecei a entrar em meu quarto antes que meu pai pudesse me fazer perguntas em particular. Mas meus pés se congelaram no ar quando a voz de minha mãe se ouviu do dormitório de meus pais. —Deus, Gregory! — disse em voz alta. A porta se abriu e minha mãe caminhou no corredor com uma toalha ao redor do cabelo, atando o cinto de uma bata de banho rosa pálido. Seus pés apareciam por debaixo da bata. Dois pés completamente humanos com as unhas perfeitamente polidas. Fique boquiaberta, e me alegrei de que ninguém me olhasse. Como diabos conseguiu me adiantar? —Que diabos está gritando? — Minha mãe demandou, e por um momento, pensei que lesse minha mente. Mas então ela apoiou suas mãos em seus quadris e olhou em irritação a meu pai. — Alguma vez nos atrasamos? —Há uma primeira vez para tudo— disse papai. Mas enquanto sua voz era tão severa, seus olhos eram agradáveis quando olhava a minha mãe. Seus olhos eram sempre agradáveis quando a olhavam, como se algo lhe derretesse o coração, mesmo que ela o questionava ou golpeava sua mão por tratar furtivamente de tomar um bocado de massa crua de bolacha. E que provavelmente era uma avaliação bastante boa. Ela o descongelava por fora. Era uma maldita coisa boa que alguém pudesse. —Bom, ainda estou esperando a primeira vez que me deixe estar pronta em paz. — Sua boca crispando-se em um esforço por não sorrir. —Vemo-nos no carro em vinte minutos. — Ela retrocedeu em seu quarto e fechou a porta brandamente. Segui seu exemplo. Em meu quarto, despi-me pela terceira vez esse dia e me dirigi diretamente ao banho para uma ducha rápida. Limpa, seca e com aroma de lavanda, puxei uma escova através de meu cabelo ainda úmido e me vesti com um par de shorts curtos de jeans e minha camiseta elástica verde favorita. Detive48


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me em minha penteadeira para pôr meu relógio, e logo me olhei no espelho. Não está mau, pensei, escovando o cabelo que se aferrava a meu pescoço. Mas com minha garganta exposta, meus olhos captaram as cicatrizes de minha primeira e única batalha: quatro pequenas meias luas brancas caindo do lado esquerdo de minha garganta. Ninguém o notava nunca. Mas eu o fazia. Todo o tempo. E cada vez que meu olhar se centrava nelas, lembrava-me das unhas do Miguel pressionando através da superfície de minha pele e afundando-se em minha carne. Miguel cortou meu ar por menos de dois segundos, mas foram os dois segundos mais terríveis de minha vida. Ainda pior que essa lembrança era o fato de que deixou sua marca em mim. Permanentemente. Não podia deixar de vê-la como uma marca de vergonha, um aviso diário de que eu não fora capaz de manter suas mãos fora de mim. —Ele está morto. — O disse em voz alta para me consolar, mas não funcionou. Miguel podia estar morto, mas Luiz ainda estava em alguma parte. Escondendo-se. Esperando. Eu estava segura disso. Desapareceu com muita facilidade. Era muito bom para ser verdade. E se o novo corpo nos dava evidência de outro gato selvagem no território, o resto do Conselho teria que escutar. Sacudida pelos pensamentos de que os pesadelos não terminaram ainda, tirei meu cabelo sobre meu ombro, cobrindo as cicatrizes. Então o escovei de novo para trás, zangada comigo mesma por ser tão escrupulosa. Os moços levavam suas cicatrizes com orgulho, como evidência do trabalho que haviam feito para manter ao resto de nós seguros. Por que não eu? Inclusive a vista delas me revolvia o estômago... —Perdeu-te? Saltei, e logo girei para encontrar o Marc apoiado no marco de minha porta, com os braços cruzados sobre um bronzeado e bem tonificado peito. —Deixa de me espiar— disse, mentalmente amaldiçoando o sigilo de um werecat. Mas eu não pude convocar um fio severo em minha voz. Ele se via tão malditamente bem para arreganhálo. Marc sorriu e cruzou a soleira, empurrando a porta com seu pé. Ele passeou pelo quarto para desabar-se sobre minha cama desfeita, as plantas de seus pés roçando meu tapete oriental cor nata. Meu pulso se disparou só por olhá-lo. —Vic encomendou pizza. Ri enquanto me aproximava dele, eu havia adivinhado. —O que pediu? — Marc se inclinou para frente para agarrar meu pulso logo que esteve a seu alcance. Ele me levou a seu colo, acariciando meu queixo, justo debaixo de minha orelha direita, enviando um formigamento de faíscas a arder em lugares muito prometedores. —Uma amante das carnes, uma amante do queiro, e uma suprema. Todas grandes. —Isso será suficiente para mim— sussurrei, arrastando meus dedos abaixo do lado de seu rosto. Seu queixo era áspero e sua barba fazia cócegas em meus dedos, uma textura deliciosamente masculina. Eu gostava da barba em seu queixo. Especialmente nele. —Mas o que vocês dois vão comer? Marc riu, e o empurrei para trás sobre a cama, onde ele nos fez rodar até que fiquei 49


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olhando-o. A luz do abajur no teto fez um halo ao redor de sua cabeça, mas ele não era nenhum anjo. Suas seguintes palavras o confirmaram. —Tenho uma ideia— murmurou, beliscando brandamente o lóbulo de minha orelha entre seus incisivos. —Mas Vic é um desafortunado. — Sua língua se arrastou de meu ouvido para minha garganta. —Mmm— ronronei enquanto meus braços serpenteavam ao redor de sua cintura, meus dedos tocando ligeiramente sobre os músculos de suas costas enquanto se avultavam e balançavam por debaixo de minhas mãos. —Pode ser que necessite um lanche, também. —Isso se pode arrumar. — Ele enganchou sua mão direita por debaixo de meu joelho e envolveu minha perna ao redor de sua cintura. Sua mão passou roçando lentamente pela longitude de minha coxa para cavar meu traseiro por debaixo de meus shorts. Apertou, e meu fôlego se enganchou. Deslizou sua mão por debaixo da prega de minha camisa, e meu coração deu um tombo. Ele moeu seus quadris em mim, e... Meu telefone soou, Pink cantando U + U Hand em toda o quarto. Exalei pela frustração, plantei uma mão contra seu peito e tratei de empurrá-lo, mas ele só grunhiu e se negou a mover-se. —Deixa-o tocar— ele gemeu. O qual me pareceu irônico, tendo em conta o título da canção. Deixei cair minha cabeça contra os lençóis enrugados e suspirei, desfrutando da sensação de seu peso que me oprimia na cama. —E se for importante? —O que poderia ser mais importante que isto? — Sua mão se arrastou por meu estômago, e eu me retorci debaixo dele. Mas a canção seguiu tocando, e não era uma dessas pessoas que podem simplesmente deixar ao telefone tocar. Sou muito curiosa. E sim, sei o que a curiosidade fez ao gato. —Tenho que respondê-lo, Marc— disse, acariciando o cabelo na base de seu crânio. —Só tomará um segundo. —Bem. — Mas ele se negou a mover-se, por isso me retorci por debaixo dele, o que me deu ideias muito interessantes para mais adiante... Sorrindo a mim mesma pelas imagens travessas em minha cabeça, tomei meu telefone celular de minha mesa, olhando o número na tela. Meu sorriso se murchou imediatamente, deixando minha expressão vazia. Era o mesmo número que vi faz um dia e meio. Quando Andrew chamou. —O que aconteceu? — Marc perguntou. —Nada. — Meu polegar se suspendeu sobre o botão ‘sim’ enquanto tratava de acalmar meu coração que pulsava com força. Se ele o ouviu acelerar, saberia que lhe menti. Então teria que lhe explicar, e ele saberia que não era a primeira vez. Odiava lhe mentir. Realmente o fazia. Mas se lhe dizia que era um ex-namorado me incomodando, empenharia-se em arrumar o problema por mim. E isso não só ofenderia meu orgulho-eu era apenas sua típica mulherzinha em apurosprovavelmente implicaria uma desagradável viagem por rodovia, uma overdose de testosterona, e 50


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um esforço importante de limpeza, o que só pioraria as coisas para todos os envolvidos. Sobre tudo, o próprio Marc. Assim em realidade, estava-lhe mentindo por seu próprio bem. Ou ao menos isso me disse enquanto abria minha boca, tentando cavar inclusive mais profundo em meu buraco proverbial. —É Sammi— disse, me sobressaltando interiormente inclusive quando a mentira saiu bem.—por que não vai fazer uma salada para acompanhar a pizza? Vou estar aqui, está bem? Marc franziu o cenho. —Bem. Mas nós não estávamos aqui— disse, assinalando para a cama com uma inconfundível faísca de travessura em seus olhos. Eu assenti, e foi fazer-me uma salada. Às vezes era muito doce por seu próprio bem. E pelo meu. Fechei a porta detrás dele e pulsei o botão ‘Sim’, cortando a canção da Pink pouco antes de que o telefone pudesse trocar a meu correio de voz. Mas eu não falei, em parte porque sabia que posto que ainda podia ouvir os passos do Marc, ele podia ouvir algo que dissesse. Mas a outra razão, de pelo menos igual importância, era que não sabia o que dizer. —Estiveste pensando em mim? — Disse Andrew no vazio estático sobre a linha. Merda. Até que ele falou, aferrei-me à pequena esperança de que me equivoquei. Que não era seu número de telefone em minha tela. Mas essa esperança era tão real agora como o Coelho de Páscoa. —Sei que está aí, Faythe. Ouço-te respirar, assim responde à pergunta de merda. Abri a boca, mas eu não sabia o que ia dizer até que a primeira palavra se deslizou de meus lábios. Capítulo 8 —Sim. Frustrada com minha própria reposta, deixe que minha cabeça caísse golpeando contra a porta, logo sustentei meu fôlego até estar segura de que Marc não voltaria para investigar o som. Não o fez. Em troca, do outro lado da casa veio o pequeno som do selo magnético separando-se enquanto ele abria a porta do refrigerador. —Sério? — Andrew soava desconfiado, quase tão surpreso por minha resposta como eu o estava. Mas era a verdade; eu estive pensando nele. De feito, havia tido problemas bloqueando-o de meus pensamentos. Sentia-me culpada pelo modo em que deixara as coisas entre nós e em quão feia ficaria a situação se não deixava de me chamar. Suspirei em silêncio. Por que me sentia obrigada a ser honesta com o Andrew, mas não com o Marc? Devia ao Marc menos do que devia ao Andrew? Não. A verdade era que devia a ambos uma explicação. Eu os abandonei aos dois—embora depois de cinco anos—sem dizer adeus. Mas Marc era como eu. Ele era forte e obstinado, e… um de nós. Resistente. Andrew era humano e frágil em um modo que eu nunca poderia entender e 51


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que Marc não podia recordar. Honestidade era o menos que devia ao Andrew, até certo ponto. —Sim, a sério. — Disse por fim. Arrebatei o controle remoto de minha cômoda e apontei pra meu estéreo. A música ressonou à vida dos alto-falantes montados nas esquinas do quarto. Um ritmo frenético e insultante. Imaginem-no. Contando com a música para cobrir minha voz, devolvi minha atenção ao Andrew e exalei lentamente em antecipação a uma muito incômoda conversação. —Estava pensando que deveria me haver esforçado mas em me pôr em contato contigo em Junho. —Está certo. Felizmente, terá a oportunidade de arrumá-lo, logo. —O que? —Meu pulso se acelerou. Não. Ele estava vindo para ver-me. Andrew não podia vir ao rancho. Não existia nenhuma possibilidade em que uma reunião entre ele e Marc resultasse bem. Ou até uma reunião entre ele e meu pai, quem também assumia que minha indiscrição humana era algo do passado. —O que significa isso? — perguntei, minha voz suave pelo horror que não pude dissimular, mas ele somente riu. —Andrew, Como quer que arrumemos isto? Quer falar? Podemos falar. Me deixe te explicar o que aconteceu. — Uma versão disso, de todos os modos… Ele soprou. Em realidade soprou em meu ouvido. —OH, me deixe adivinhar. Não sou eu, é você. Eu somente já não encaixo em sua vida, verdade? — a amargura em sua voz ferroava. —Não é assim. — Mas o era. Era exatamente assim, de forma que ele possivelmente não poderia entender. —OH? Então o que é? Seus pais? Tem medo de me apresentar a seus pais? —comecei a responder, mas ele falou sobre meu protesto. —Eles nem sequer sabem sobre mim, verdade? Nunca lhes disse. — Sua acusação era áspera e aguda. Mas esta vez ele se equivocava. —Claro que o fiz. — Minhas palavras se precipitaram em sair; estava impaciente em defender algo legítimo. —Eles sabem. Ele realmente pensava que meus pais acreditavam que eu era virgem? O que eu me amedrontava lhes dizer que fui à universidade e tido sexo? Seguro, minha mãe se via como se pertencesse a uma comédia dos anos cinquenta, mas meus pais não eram nem estúpidos nem ingênuos. Que era sem dúvida um dos motivos pelos que enviaram os meninos para me cuidar. —Disse-lhes? — ele não me acreditava; o que era óbvio. —E eles o aceitaram? Encolhi-me embora ele não pudesse ver o movimento. —Bom, duvido que estejam emocionados por isso. — Eles não estavam contentes com minha promiscuidade mais do que qualquer pai estaria. Mas seu verdadeiro problema não era que tivesse deixado a um menino em minha cama, mas sim, a um menino humano em minha cama. Um menino com o que não podia ter um futuro, quem nunca poderia casar-se comigo e lhes dar netos. Algo que não podia dizer ao Andrew, naturalmente. —Esta mentindo. — Disse Andrew pelo telefone, e em realidade pude escutar seus dentes moendo uns contra outros enquanto falava por eles. —É uma fodida mentira e nós sabemos 52


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malditamente bem. —Nós? — franzi o cenho pela confusão. —Quem somos nos…? —Se não lhes falou sobre mim. Não disse a sua família mais do que disse a ele. —Andrew…— na rádio, a música cedeu o passo a um anunciador que divagava sobre o clima e o tráfego, e baixei minha voz esperando que ninguém passasse pelo meu quarto até que começasse a seguinte canção. —Andrew, De que diabos está falando? —Você me deve, Faythe. Eu sei onde estas, e sei com quem. E quando chegar o momento, isso não fará nenhuma maldita diferença. Ele não será capaz de prote… Outra voz no fundo, palpitando pela fúria do Andrew como um martelo em um bloco de gelo… rápido e violento. E eficaz. Não pude entender o que disse, e antes que tivesse uma oportunidade de pensar nisso, Andrew havia retornado. —Verei-te logo, Faythe. Diga ao Marc que o verei, também. Acredito que ele e eu temos muito do que falar. OH, não. OH demônios não. O alarme tirou de meus membros e me pus de pé tão rápido que a cadeira caiu sobre o tapete frente a mim. —Andrew! — sussurrei no telefone, lhe jogando uma olhada à porta de meu quarto, só para estar segura. —Não tem ideia do que estas… Mas ele se foi. Desligou. De novo. Furiosa, fechei meu telefone de um golpe e o atire sobre a cômoda detrás de mim, logo me inclinei para recolher a cadeira. Que diabos estava mal com ele? Estrelei de repente a cadeira contra o chão, mas isso não me ajudou a queimar minha raiva. Andrew e eu somente tínhamos saído por uns meses e nos separamos quase quão mesmo estivemos juntos em primeiro lugar. Assim, Que diabos esperava ganhar ele vindo aqui para confrontar ao Marc? OH, merda. Marc. Afundei-me na cadeira, esta vez frente a minha cômoda. Marc nunca atacaria a um humano e na maioria das circunstâncias não faria nenhum movimento ofensivo inclusive se fosse assaltado por um, assim em realidade não estava preocupada com que fizesse mal ao Andrew. Mas meu pai nunca confiaria em mim de novo se descobria que ocultei a primeira chamada para mim mesma. Nem tampouco Marc. Eu não queria causar dano ao guardar meu segredo. Mas seriamente, como ia ou seja que um pequeno ex-namorado humano poderia causar tanto problema? Não terminei com um homem tranquilo, racional e agradável em vez do homem amargo e zangado com o que acabava de falar? O que mais me gostei no Andrew era quão normal era. O incrivelmente agradável e confiável. Ele era quase aborrecido, o qual amava por quão bem contrastava com minhas garras e golpes na vida de casa. O mais atrevido que havia feito alguma vez com o Andrew fora, bom… com ele, a plena luz do dia. Em seu apartamento. Sob as cobertas. Com a porta fechada com chave. Andrew não era do tipo de meninos atrevido… ao menos não quando fomos casal. Inclusive durante nosso encontro à hora do almoço, só horas antes de que eu abandonasse o campus, ele se queixou quando lhe mordisquei muito forte seu lóbulo da orelha. Em vez de protestar, Marc teria protestado por mais. 53


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Ele sempre queria mais. Mais rápido. Mais forte. A qualquer hora. Em qualquer parte. Se Andrew viesse a Lazy S, o desastre arderia sobre seus talões. —Como é que ele sabe onde vivo? —Perguntei-me enquanto abria meu telefone de um puxão e navegava na tela de histórico de chamadas. Eu nunca o havia dito, especificamente, assim não poderia me visitar. Mas não seria muito difícil de averiguar, até com nada mais que meu nome e uma conexão de Internet. Pressionei o botão de marcado e esperei de pé até que o telefone do Andrew soou em meu ouvido. Soou quatro vezes e ao tempo respondeu seu correio de voz—com a voz mecânica de uma mulher—eu já me estava passeando. Quando o assobio cortou meus pensamentos, parei, com uma mão apoiada contra meu quadril. —Andrew, sou Faythe. Deixa de me desligar o telefone! E não venha aqui! Lamento ter te deixado assim, mas acabou. Não pode vir aqui. Por favor. Desliguei e joguei o telefone esta vez contra a parede, contente só em retrospectiva de que não se rompeu. De todos os modos, como sabia Andrew do Marc? Sammi. Ninguém mais na escola sábia do Marc, mas Sammi o viu. Ela deve ter dito ao Andrew. Meu coração palpitou de novo, alcancei o telefone do piso e marquei a minha companheira de quarto. Mas ela tampouco estava em casa, assim que lhe deixei uma mensagem em sua secretaria eletrônica lhe pedindo que me chamasse logo que pudesse. Logo me sentei no bordo de minha cama e forcei aos batimentos de meu coração para que reduziram a marcha, meu fôlego se converteu uniforme. Se saísse neste estado, Marc saberia que algo ia mal no momento em que pusesse um pé na cozinha. Não podia seguir fazendo isto. Era injusto para o Marc e mau para minha saúde. Se Andrew chamava outra vez, contaria-a verdade ao Marc. Preferia que ele se zangasse comigo por uns dias que tomá-lo por surpresa quando Andrew aparecesse na porta. Diante da casa, o timbre soou e escute ao Vic abrir a porta, intercambiando brincadeiras com o menino da pizza enquanto pagava por nosso jantar. Quando a ira e a frustração deixaram de correr por minhas veias, pressione o botão de ligar do estéreo no controle remoto, deslizei meu telefone em meu bolso e passei uma escova por meu rabo-de-cavalo, recordando a mim mesma uma vez mais que estive falando com a Sammi em caso de que Marc perguntasse. Logo rezei para que não acontecesse, e me dirigi ao vestíbulo. Na cozinha, Marc e Vic montavam guarda ao redor de três abertas e fumegantes caixas de pizza, com uma fatia em cada uma de suas mãos. Marc me viu e engoliu seu bocado. —Aqui está sua salada. — Disse, logo que fazendo uma pausa antes de por inteira outra fatia em sua boca. —Obrigado. — Olhei onde ele assinalou com um pedaço de casca de pizza e encontrei um tigela de cereal só cheio de alface molhada. Ri-me. Deveria havê-lo sabido. Inclusive sobre duas pernas, Marc era um carnívoro, que fazia só uso dos grupos alimentícios que continham carne, gordura e lácteos. 54


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Ele provavelmente nem sabia que mais levava uma salada. Por sorte, como o resto de nós, ele possuía um grande metabolismo. Acabava de abrir uma lata de soda fria da casa de hóspedes quando um tamborilar de saltos soou no azulejo da cozinha. Minha mãe fez uma pausa na entrada da cozinha usando um simples mas elegante vestido negro à altura dos joelhos, complementado somente pelas pérolas em sua garganta que faziam jogo com o moedeiro em sua mão direita. —Voltaremos em umas duas horas. — Sua voz era baixa e suave como a voz das mulheres. Como caramelo de açúcar e manteiga, era doce e aparentemente suave, que foi a parte que fez seu aviso tão molesto. Era terrivelmente difícil revelar-se contra uma voz tão formosa, mesmo que te dizia o que já deveria ter obtido a esta altura de sua vida. —Estaremos na Mansão sobre a Colina, em caso de que nos necessitem. — Continuou ela, claramente falando comigo enquanto seus olhos vagavam pela comida que poluía sua prestigiosa cozinha. —E, certamente, seu pai terá o celular ligado. —Aww, mamãe, — disse Ethan, aparecendo detrás dela para pôr um braço através de seus ombros. —Ela pode ser uma pirralha malcriada, mas tem a idade suficiente para cuidar de si mesmo por umas duas horas. —Sim, é obvio que tem idade suficiente, — seguiu minha mãe. Ela me sorriu e acariciou a mão do Ethan carinhosamente onde está descansava sobre seu ombro. —Os velhos hábitos são difíceis de deixar às vezes. Minha mãe era um estudo na contradição. Pequena, afetada e delicada, ela era a encarnação da graça feminina, com uma espinha de aço puro. Era tão autoritária como de voz doce, ocultando uma vez mais o poder que ela dirigiu sobre a Câmara de vereadores Territorial detrás da fachada de esposa modelo dos anos 1950. —Vamos, Ethan, chegaremos tarde. — Chamou Jace do vestíbulo, seus passos retumbavam para a porta principal. Ele estava saindo com alguém outra vez, e só me sorria se eu lhe sorria primeiro, mas já não ficávamos sozinhos juntos de novo, e ele deixou de me provocar completamente. As coisas entre nós não haviam tornado a ser as mesmas desde que admiti que estava apaixonada pelo Marc, e tão triste como isto me fez, parecia ser um sacrifício necessário para conservar a paz na casa. —Não esqueça que seu pai os quer a ambos no celeiro às nove e quarenta e cinco, — disse mamãe, tratando de estirar as rugas da camisa do Ethan. Ele franziu o cenho e afasto sua mão. —Estaremos ali. Ao fim e ao cabo. Jace deu um passo à vista detrás deles e golpeio a cabeça do Ethan, fazendo que seu cabelo se despenteasse para frente. —Chegaremos a tempo. — Ele puxou Ethan para a porta dianteira por um braço, sem sequer fazer contato visual com qualquer de nós. —me guardem um pouco de pizza. —Consiga a tua! — gritou Vic enquanto se fechava a porta. —De novo pizza? — mamãe se aproximou i para inspecionar. —Sabem, não lhes faria mal a nenhum dos três comer algo verde de vez em quando. — Sorrindo abertamente, agarrei minha — 55


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salada da bancada detrás de mim e fiz arrebentar um pedaço de alface em minha boca, mascandoo fortemente enquanto mastigava. —Olhe. — Deixei a tigela e cruzei meus braços sob meus peitos, me apoiando contra a bancada para lhe sorrir. —Estas feliz? —É um princípio, — concedeu ela, rechaçando elevar-se a meu nível. —Mas a próxima vez acrescenta um pouco de tomates e cenouras. —Mas eu não… —Karen! — bramo meu pai do outro lado da casa, cortando meu protesto. —Não há motivo para gritar, Greg. Posso te ouvir inclusive quando sussurra. — Minha mãe girou um olho para mim em cumplicidade, como se compartilhássemos uma espécie de experiência especial em virtude à tolerância com o sexo masculino. Tomei outra dentada da pizza do Marc, ignorando-a. Recusava-me a me vincular com ela a não ser que escolhesse uma atividade que não requeresse de minhas artimanhas femininas. Eu as perdi algum dia durante minha adolescência. Meu pai apareceu na porta da cozinha, usando um traje negro de três peças, que ressaltava sua alta e atlética figura que mantinha inclusive em meio de seus cinquenta. O colete prateado e a gravata ressaltavam as linhas prateadas em seu cabelo, seus olhos, o mesmo vibrante verde que o do Ethan, contrastava intensamente com a formalidade monocromática. —Vê-te genial, papai, — disse, desejando poder abraçá-lo sem engordurar toda sua roupa com os restos de pizza. —Estou de acordo. — Minha mãe abrigo seus braços a seu redor, descansando sua cabeça sobre seu ombro enquanto suas mãos se escondiam entre sua jaqueta para acariciar suas costas. Meu coração doeu enquanto os olhava, reconhecendo a postura que Marc e eu tomávamos incontáveis vezes. Mas certamente nós nunca parecíamos tão apaixonados, tão pitorescos como faziam eles. Nesse momento, estava absolutamente segura de que havia feito o correto ao guardar o segredo de minha mãe. Eles deviam ver-se assim para sempre, e seu segredo, provavelmente terminaria com seu matrimônio, terminaria com a possibilidade de mais abraços assim. —Aonde vão disfarçados como duas estrelas de cinema? — perguntou Vic. Minha mãe nos deu um estirado, sorriso de sofrimento em silêncio. —Encontraremo-nos com o chefe da Comissão Urbanística de Dallas. —Vocês nunca voltarão a tempo para as nove e trinta. — Disse Marc, vocalizando exatamente meu pensamento.—Sempre podemos nos encontrar na manhã, de todos os modos. —Não. — Meu pai nem sequer duvido. —Não deixaremos um cadáver apodrecendo no celeiro devido a um jantar de negócios. Nenhum jantar de negócios. — Sorri ante a resolução de meu pai, limpando a gordura de pizza de meu queixo com uma toalha de papel. Sua corrida dependia dele e a fabricação e manutenção das conexões adequadas, mas ele não deixaria que nada interpor no caminho dos negócios do Pride. —Sua mãe desenvolve uma enxaqueca ao redor das oito e teremos que nos desculpar para tratá-la. Assim não tomem o risco de chegar tarde porque se pensem que eu o farei. Não o farei. 56


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Nenhum de nós o duvidava, meu pai não fazia planos que não podia cumprir. Nem tampouco fanfarroneava. Ele era um horrível jogador de Pôquer, mas era um dos melhores Alfa do mundo inteiro. Eu deveria sabê-lo, estive recebendo o último de sua sabedoria e guia mais que qualquer outro no Pride. Eu esperava que um pouco disso desaparecesse. Eu não estava sustentando meu fôlego. Capítulo 9 Três horas e meia depois, a pizza se terminou, a cozinha estava limpa, e Parker retornou de Nova Orleans, tendo escondido a caminhonete no celeiro sem incomodar-se em tirar primeiro corpo. Não é que eu pudesse culpá-lo. Os meninos e eu nos sentamos na casa de hóspedes na escuridão, passando duas enormes terrinas de pipocas enquanto que estávamos assistindo The Howling (O urro) na obscenamente grande tela plana de televisão. O filme era um dos favoritos da casa, e a base para um antigo e honrado jogo de bebida do território Sul-Central um gole por cada uivo no filme. Hollywood não podia resistir a uma boa chicotada de homens lobo, nem tampouco nós. Marc, Parker, Owen, e eu nos amontoamos na velha poltrona escocesa amarelo e marrom, eu no colo do Marc, de frente à televisão, com minhas pernas estiradas sobre os outros. Ethan sentado no piso a nossos pés, com suas pernas esparramadas no piso de madeira marcada, e sua cabeça descansando contra o flanco de minha coxa. Ao outro lado do quarto Vic estava estendido em sua poltrona reclinável e Jace estava dobrado em forma de bola, todo abarrotado na poltrona sozinho. Obviamente não estava fazendo bico, mas tampouco estava feliz ou depravado, a pesar do fato que ele e Ethan retornaram de seu encontro duplo meia hora antes de muito bom humor, ambos cheiravam a loção frutífera e sexo recente. —Aí vai ela. — Parker meneou sua prematuramente cinza cabeça com desgosto, enquanto a heroína na tela colocava a bata preparando-se para sair do bangalô. Sozinha. Na metade da noite. —Fora, para checar sons estranhos que provinham do bosque, armada com nada mais que uma lanterna e um sorriso bonito. —Uma lanterna é melhor que nada, — murmurei, recordando a noite de três meses antes quando abandonei a casa de hóspedes na metade da noite, completamente desarmada. É obvio, eu não estive seguindo algum detestável uivo, de maneira que não imaginava que havia meninos maus me esperando no bosque. Estive procurando um pouquinho de privacidade para poder pensar. —Aí vai, a estúpida! — Disse Vic, inclinando-se para frente em sua poltrona, com seu copo cheio agarrado entre seu polegar e os dois primeiros dedos. Sorri. Não pude evitá-lo. Criticar o filme era parte de nossa tradição. A melhor parte, em minha opinião. Alguém se burlava dos efeitos passados de moda, e alguém mais se burlava da surpreendente ingenuidade da heroína e a memória convenientemente reprimida. E indevidamente, durante uma das muitas cenas de Mudança de baixo pressuposto, um dos 57


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meninos gritava à vítima do dia que atacasse, Caralho, depois de tudo, os troca formas são mais vulneráveis na metade da Mudança. Nenhum werecat que valorasse o custo de sua própria manutenção trocaria alguma vez diante de seu inimigo. Não havia modo mais rápido de morrer. Bom, havia uma maneira mais rápida de morrer, embora a indústria do cinema não fazia ideia também. Balas de prata. Há. Entretanto, teria que amar Hollywood por convencer ao mundo que os troca formas eram endemoniadamente difíceis de matar. Quão decepcionados estariam provavelmente todos eles se descobrissem que qualquer bala de chumbo normal faria o trabalho bem. Recostei-me contra o peito do Marc e me relaxei nos braços com os que ele me envolveu. Mas logo os dois nos esticamos, quando um comprido e penetrante uivo brotou dos alto-falantes envolventes montados todos ao redor do quarto. Os olhos do Marc se iluminaram e Ethan ficou rígido contra minha perna, completamente imóvel enquanto inalava uma grande baforada. Logo, todos os meninos se uniram, atirando a cabeça para trás em sincronia e uivando à lua. Ou melhor dizendo, à tela. Eram bastante bons, também, considerando que os gatos não uivavam. Ao menos não como os uivos de cães, como um fundamental grito de vitória. Ou uma advertência. Olhando-os, não pude evitar rir. Eram todos estúpidos. Grandes, musculosos e peludos estúpidos. Mas eram meus estúpidos. Quando o último latido agudo desapareceu de meus ouvidos, Marc se enroscou para agarrar dois copos cheios do final da mesa inclinada a sua esquerda. Ele pressionou um deles em minha mão e levantou o outro a seus lábios. Todos a meu redor, fizeram o mesmo, tomando goles de uma vez como o haviam feito cada vez que um dos Homens lobos no filme uivava. Se fossem humano, todos estariam vendo duplo para então. Mas graças a sua tolerância cuidadosamente mantida ao álcool e ao metabolismo werecat, os meninos não estavam nem perto de estar bêbados. Ao menos, não ainda. —Tira de um vez, Faythe! — ordenou Parker, enchendo novamente o copo que Ethan lhe deu. Vacilei, olhando fixamente o pequeno copo em minha mão. Supunha-se que veríamos meu pai no celeiro em vinte minutos para inspecionar o corpo de um extraviado assassinado. Para mim, beber parecia uma maneira muito pobre de começar uma reunião assim. Mas os meninos viam o cadáver de Nova Orleans como uma razão para dar um gosto, mais que uma para não fazê-lo. Era a maneira em que eles faziam frente aos aspectos menos prazerosos de seu trabalho. Um regime estrito de álcool, sexo anônimo, excluindo o Marc, e negação. Eles se estavam mantendo sãos a eles mesmos. Ou talvez estavam criando sua própria classe de loucura. De qualquer maneira, estavam determinados a me fazer um deles, e eu estava cada vez menos disposta a resistir… —Bebe-o! — disse Parker, enchendo novamente o copo do Owen. Olhei ao Marc, com minhas sobrancelhas arqueadas. Deu de ombros, assim abri minha boca e drenei o copo, o primeiro da noite. A tequila queimava como o inferno enquanto baixava, mas 58


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era melhor que o whisky. Ligeiramente. Sorrindo, entreguei meu copo ao Parker. Trocou a garrafa de whisky por tequila e voltou a encher meu copo. Era oficial. Eu era um dos meninos, para o bem ou mau. —Agora, por isso é pelo que os homens lobos não o obtêm na vida real. — Vic se inclinou para deixar uma garrafa meio vazia do licor no piso a um lado de sua poltrona reclinável. —Eles são muito malditamente aficionados ao som de suas próprias vozes. —O que? — Tomei um gole da lata de Coca do Marc, tratando de sufocar as chamas chamuscando minha garganta. —Os homens lobos são só histórias. Produto maciço de Hollywood. Nunca foram reais. —Infernos que não o são. — Vic estava ainda sorrindo, mas seus olhos eram sérios. —Eles eram tão reais como nós, e um condenado espetáculo muito mais prolífico que os contos infantis. —Está-te incomodando, Faythe, — disse Owen, a risada brilhando em seus olhos negros enquanto se acomodava na poltrona debaixo de minhas panturrilhas. Vic sacudiu a cabeça, ondas de cabelo marrom voando. —Digo realmente a sério. —Então onde estão agora? — Parker drenou seu novo gole. Vic deu de ombros. — A sobrevivência do mais apto resultou não referir-se a eles. Os homens lobos não tinham sigilo, e pouco sentido comum. Os muito estúpidos começavam a uivar cada vez que se emocionavam, como um cachorrinho urinando a si mesmo sobre as brigas de mesa. Obtiveram que os confundissem com lobos reais e os caçassem até a extinção mais de cem anos atrás, antes que os humanos tivessem alguma vez a oportunidade de averiguar que suas histórias da hora de dormir eram reais. Na tela, Karen White abandonou a valentia por um breve ataque de sentido comum, encerrando-se a si mesmo na relativa segurança de seu bangalô. Na casa de hóspedes, desceu o silêncio cético. —Sim, correto! — burlou-se Ethan, como de costume, o primeiro em expressar sua opinião. —Não estou brincando— disse Vic. — pergunte a seu papai. —Falando do diabo…—disse Owen, torcendo-se para olhar a janela da frente. Uma luz iluminou sua cara, banhando o quarto com o resplendor dos faróis de meu pai quando seu auto se deteve em seu lugar habitual do estacionamento, junto à casa principal. —O último em chegar ao celeiro descarrega o corpo! — gritou Ethan, e os meninos saltaram à ação. Ethan desligou a TV, e Parker começou a tampar as garrafas ao azar. Vic saltou da poltrona, chutando o apoiava seus pés em seu lugar. Owen puxou um punhado de copos e os lançou na ilha da cozinha, não disposto a deixar uma desordem na casa que ele em realidade não ocupava. Parei-me enquanto os meninos corriam a toda pressa pelo living, mas Marc me puxou novamente sobre a poltrona junto a ele. As manchas de ouro em suas íris brilhavam com travessura. Sua mão se deslizou até minha caixa torácica, com o polegar roçando o meu peito. Ethan golpeou através do piso para a porta sem regular uma olhada em nós. Parker estava lhe pisando nos calcanhares. 59


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Marc se inclinou, seu olhar enfocado em meu pescoço. Inclinei minha cabeça para trás para obrigá-lo. Seus lábios se arrastaram desde debaixo de minha orelha até a base de minha garganta. Minhas mãos o alcançaram automaticamente, encontrando seu caminho sob sua camisa, jogando pelas cristas e vales de seu estômago. —Não vou descarregar esse corpo, — sussurrei enquanto seus dentes arranharam minha clavícula. —Não precisará fazê-lo. — Ele se inclinou para um beijo, e meus lábios entreabertos lhe deram a bem-vinda. Ele me puxou de volta sobre seu colo assim eu me sentava escarranchada sobre ele, com minha boca ainda sobre a sua. Meus dedos se arrastaram por seu braço até seu pescoço. Puxei-o mais perto, inclinando sua cabeça para acomodar melhor minha língua. Marc gemeu dentro de minha boca. Seu polegar roçou meu mamilo e ofeguei. Vidros se destroçaram detrás de mim, e o intenso aroma de whisky rodou pela habitação. Me apartando do Marc, retorci-me em seu colo para ver o Jace parado em um atoleiro, com a garrafa quebrada a seus pés. Seus olhos estavam fixos em mim. Em nós. Merda. Pensei que já se foi. —Jace? —Estou bem, — espetou, arrebatando um pano da barra. Ele o deixou cair na piscina do Johnnie Walker e pisoteou pela cozinha por uma vassoura. Levantei-me para ajudá-lo, mas Marc pôs uma mão em meu ombro e negou com sua cabeça, olhando ao Jace com frustração e compaixão evidente. Ele tinha razão. Oferecer ajuda ao Jace o envergonharia mais. Assim deixamos ao Jace com sua desordem e cruzamos o campo ocidental detrás dos outros, nos dirigindo para o vermelho e grande celeiro que dominava a paisagem. Depois de um par de minutos a porta da casa de hóspedes se abriu de repente a nossas costas e escutamos Jace caminhar detrás de nós. Não fez nenhuma tentativa de ficar bem, e nos abstivemos de olhar para trás por cortesia comum. Jace estaria bem. Ele sempre o estava. E eu faria um maior esforço em não alardear de nossa relação frente a ele. Conversamos com todos os outros enquanto se encontravam reunidos em frente do celeiro, esperando, seus estados de ânimos sóbrios pela tarefa à mão. Quando meu pai nos viu, assentiu e caminhou para a entrada. As velhas e oxidadas dobradiças chiaram quando ele abriu as enormes portas duplas do celeiro, centrada sob o telhado inclinado consideravelmente. Uma rajada de ar saiu a nosso encontro, opressivamente quente, embora a temperatura exterior já começava a cair desde te derreta aonde esta até quase tolerável. O interior de nosso celeiro era tão pitoresco como o exterior. Estábulos vazios se estendiam à esquerda e direita, deixando um amplo e vazio espaço no centro, que ia a todo o comprido do edifício. O piso de terra coberto com aromático feno solto, como assim também o mezanino de cima. Ambos os lados das portas, escadas de madeira levavam a mezanino, onde se apoiavam vários fardos, ainda restantes do ano anterior. Em um par de meses, ambos os níveis do celeiro se amontoariam cheios de fardos de feno, até que meu pai os vendesse aos ranchos vizinhos, os quais, a diferença de nós, mantinham animais. 60


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A caminhonete de meu pai jazia no corredor central, vendo-se fora do lugar em um celeiro construído perto de cem anos atrás. Amassado e com a pintura azul e manchas de oxido pulverizadas como um rastro de sardas vermelhas, a caminhonete viu um montão de ação durante estes quatorze anos, e carregou mais de sua justa parte de corpos. Nosso Alfa conduziu a todo mundo dentro, logo fechou as portas, nos encerrando no calor. E com o extraviado morto. —Okay, Parker, vamos dar uma olhada. Olhei a meu pai enquanto falava, e pisquei com uma diversão irônica. Ali estava parado, suando em um traje de três peças, com seus sapatos sujos pela imundície do piso, pedindo ver um cadáver que Parker havia trazido para casa de Nova Orleans. A vida não podia ser mais rara. Certamente. Parker abriu as portas traseiras da caminhonete e Vic adiantou sem que o pedissem para ajudar a tirar o envolto pacote negro da zona de carga. A fetidez foi forte e imediata, mas não era o aroma de carne podre. Era o aroma de comida podre, do lixo de debaixo de onde o corpo fora enterrado. Juntos, Vic e Parker baixaram o pacote até a palha pulverizada do piso, logo tiraram as tiras de fita do plástico, desembrulhando e expondo o corpo debaixo de um punhado podre de alface, tomate, azeitonas e macarrão. Inalando profundamente por minha boca, forcei todos os rastros de desgosto de minha expressão e me obriguei a olhar à vítima. Ele era da minha idade, talvez um par de anos mais velho, com sardas e olhos quase negros, os que podia ver porque ninguém se incomodou em fechar. Ou talvez as pálpebras se negaram a cooperar. A primeira vista, não podia dizer se seu pescoço fora quebrado, mas estava mais que disposta a tomar a palavra do Parker a respeito disso. Meu pai não o estava. Ele se ajoelhou junto ao ombro esquerdo do homem e agarrou um punhado de cabelo negro sujo, logo puxou a cabeça para a direita, moveu-se sem resistência visível, e calafrios subiram por minha coluna vertebral quando os débeis ossos chiaram juntos. Seu pescoço não só fora quebrado. Mas quebrado em dois. Como em um corte completo da medula espinhal. Ele nunca teve uma oportunidade. Nosso Alfa ficou de pé, limpando-a sujeira e a palha de seu joelho. —Ethan, checa sua identificação. Ethan escavou no bolso traseiro direito do homem e saiu com uma magra carteira de couro negra, dobrada em três, a qual entregou sem abri-la. Meu pai tomou a carteira e folheou seu conteúdo. Não a passou ao redor nem tirou nada. —Robert Harper. Vinte e três anos. De Picayune. Mississipi. Ele viveu no território livre, o qual não era uma surpresa. —Então o que estava fazendo em Nova Orleans? —perguntou Owen. Exatamente, estive perguntando o mesmo. —Ele poderia ter estado fazendo nada, — disse Parker. —Ou ninguém. Mas seja o que fora que estava fazendo, deve ter sido bastante importante para arriscar-se a invadir o território Sul 61


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Central. —Não necessariamente. — Todos os olhares se voltaram para o Marc, quem estava apoiado na caminhonete, com seus braços cruzados sobre o peito e um pé sobre o pneu traseiro. — Picayune está a menos de uma hora de Nova Orleans, e nós só temos, o que, dois gatos do Pride vivendo ali além do Holden? Quais são as possibilidades que algum deles se houvesse aproximado o suficiente para cheirá-lo de cabo a rabo? Ele provavelmente fez incontáveis viagens sem que nós soubéssemos. Não seria muito risco para ele. Meu pai assentiu em acordo com ele. —Infelizmente, não podemos estar em todos os lados ao mesmo tempo, e Harper obviamente sabia isso. —Bom, alguém seguro como o inferno o cheirou de cabo a rabo esta vez, — disse Jace. —Evidentemente. — Meu pai se voltou para mim, e contive a respiração. Temia capturar sua atenção da maneira que um menino que não fez a tarefa teme ser chamado pelo professor. — Como é o corpo do Parker comparado com o teu? Grandioso. Um exame surpresa, pensei, reconhecendo sua transição a modo de conferência. —Como é o corpo do Parker comparado com o meu? Hmm. — Dei ao Parker um rápido e teatral olhar de cima abaixo, e ele sorriu, claramente agarrando a linha de meus pensamentos. — Lindas pernas e bíceps assassinos. Mas tenho melhores tetas. Sem dúvida. Meu pai franziu o cenho, mas não antes que uma faísca de diversão cruzasse seu rosto. Se não a tivesse estado procurando, não a tivesse visto. —Faythe… —OH, bem. — Logo que resisti o impulso de revoar meus olhos, juntando meus pensamentos para o teste que acabava de apresentar. —Não parece haver muitas diferenças a primeira vista. — Nosso estimado Alfa assentiu, e continuei, caminhando lentamente ao redor do corpo enquanto falava. —A única diferença que vejo no momento são suas respectivas idades. Harper tinha vinte e três, e Moore era como uma década mais velho. Cada um morreu aparentemente por um pescoço quebrado. Ambos são brancos, e ambos extraviados. Ambos são de textura grande, o que me faz perguntar como um atacante pôde aproximar-se suficiente a qualquer deles para lhes romper o pescoço sem sofrer como mínimo um arranhão. — Okey, tecnicamente Marc assinalou isso primeiro, mas se ele podia tomar emprestada minha ducha, eu podia tomar emprestada sua sabedoria. Correto? Em cócoras sobre o piso junto ao cadáver, obriguei-me a examinar os dedos. —E apoiada na carência de sangue e pele debaixo de suas unhas, assumirei que estou no caminho certo a respeito disso. Levantei a vista a meu pai, e o assentiu para que continuasse, sua cara cuidadosamente carente de expressão. Detrás de mim, Marc sorria, obviamente satisfeito. Sorri-lhe e me pus de pé, me esfregando as mãos na frente de minha calça por hábito, embora realmente não houvesse tocado o cadáver. —Ambos os corpos foram encontrados em nosso território, mas perto do limite com o Mississipi, cada um a menos de uma hora de sua própria casa. — Fiz uma pausa, fechando meus 62


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olhos no pensamento enquanto as engrenagens de meu cérebro zumbiam os suficientemente rápidos para me enjoar. —OH, espera. Acabo de pensar em outra diferença. — Uma segunda pausa. —Não, duas. —Continua. — Embora a cara de meu pai permanecia ilegível, pensei que detectava um indício de estímulo em seu tom. —Assumindo que eles morreram onde foram encontrados, Robert Harper foi assassinado na metade de Nova Orleans, mas Bradley Moore morreu em um campo vazio em Arkansas, a quilômetros de algo mais que campos vazios e um pequeno bosque. —E a outra diferença? — solicitou Marc. —O assassinato do Moore foi informado, embora anonimamente mas o do Harper não foi. Em realidade, é um milagre que Parker e Holden o encontrassem antes que alguém mais o fizesse. Por um momento, ninguém falou. Logo o chefe teve que ir e arruinar meu bom humor. —Alguém vê algum defeito em sua lógica? Olhei ao redor audazmente, desafiando-os silenciosamente a cada um a falar. Tivesse arruinado a curva em minha classe de lógica na universidade com uma pontuação perfeita no final, e estava bastante confiada em minhas deduções. Assim veio como uma completa bofetada na cara quando Ethan falou. —Seguro, ninguém chamou para informar o corpo em Nova Orleans, mas isso não significa que não tivesse sido informado. Por isso sabemos, o assassino estava em caminho a um telefone público quando Parker e Holden encontraram o corpo. —Isso é certamente possível, — disse papai enquanto eu tirava a língua ao Ethan, muito consciente de quão imatura estava sendo. Meu irmão correspondeu, como sabia que o faria. — Alguém mais? Vic se esclareceu garganta. —Bom, isto não é um defeito na lógica da Faythe, já que ela mencionou, mas sempre existe a possibilidade que algum ou os dois fossem assassinados em algum outro lugar, e logo transladados. —Sim, mas sem um laboratório forense, não temos forma de saber, assim vou sugerir que nos concentremos no que sabemos. Ou no que podemos cheirar. — Os olhos de meu pai vieram a repousar-se em mim, logo giraram ao Marc, quem agora estava parado detrás de mim, com seus braços ao redor de meus ombros. O queixo do Marc roçava a parte traseira de minha cabeça. —Suponho que quer que nos aproximemos pessoalmente aos rastros de aromas do Harper. O Alfa assentiu. —Posso cheirá-lo bem daqui, obrigado, — disse, fazendo meu melhor esforço por não enrugar o nariz. Enquanto que um humano tivesse encontrado ofensivo a fetidez do lixo podre, para nós era virtualmente insuportável. Ao menos em forma humana. Como gatos, estávamos mais acostumados à natureza dos aromas menos agradáveis, a maioria dos quais eram uma parte normal da vida selvagem. Mas as coisas eram diferentes em duas pernas. 63


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Meu pai franziu o cenho, e sua cara se endureceu, mas antes que eu pudesse fazer as coisas piores para mim, Marc me deu um pequeno empurrão e me seguiu para o corpo. Me ajoelhando junto ao ombro do Harper, girei a olhar a meu pai, quem estava luzindo sua cara de Alfa. Novamente. —Suponho que quer saber se ele tem o mesmo aroma raro que o último. Papai assentiu. —E algo de interesse que note. Seguindo a iniciativa do Marc, inclinei-me mais perto do corpo, lutando para tragar o desfiladeiro crescendo na parte posterior de minha garganta. Respirei profundo por meu nariz, e senti revolver-se a meu estômago. Tratando de ignorar as nauseia, pus uma mão sobre minha boca e tomei outra respiração profunda. Detrás de mim, Ethan riu pelo baixo, e eu fiz uma nota mental de chutá-lo acidentalmente em algum lugar sensível a próxima vez que treinássemos. Marc me olhou com suas sobrancelhas arqueadas, e assenti para lhe dizer que estava bem. Inclinei-me uma vez mais. Esta vez me concentrei em classificar os aromas para me distrair de minhas vontades de vomitar. Para minha surpresa, funcionou. Detectei algumas variações no tema das verduras podres, e três ou quatro classes de carnes poluída com cogumelos. Carne cozida. Harper não esteve morto o suficiente para começar a cheirar a si mesmo, sobre tudo porque passou a maior parte do dia em uma caminhonete com ar condicionado. Depois da comida, identifiquei vários aromas biológicos, provavelmente de potes vazios de lixo de banho. E debaixo de tudo isso estava o aroma. Que estava procurando. Era débil, e nunca o tivesse notado debaixo dos outros fortes aromas se não houvesse já sabido o que procurar. Mas estava definitivamente ali. Olhei ao Marc, com minhas sobrancelhas arqueadas em pergunta. Ele assentiu. Ele o cheirava também. Os assassinatos estavam conectados. Voltando-me para corpo, fechei os olhos em concentração. Escorando minhas mãos no piso à esquerda do cadáver, não ia terminar um perfeito dia bom caindo de cara sobre um homem morto-segui meu nariz, me movendo para a direita quando o aroma crescia apenas mais forte. Quando começava a desvanecer-se novamente, movia-me de retorno a minha esquerda até que meu rosto se abateu -com os olhos até fechados- sobre o ponto aonde o aroma era mais notável, embora se desvanecia inclusive então. Abri meus olhos. Estava a centímetros do pescoço quebrado do Harper. O aroma era mais forte no único lugar que estávamos seguros que o havia tocado o assassino, e isso só podia significar uma coisa: eu estava cheirando a essência do assassino. Pondo-me de pé, girei para enfrentar a meu pai. —É a mesma essência que a do Moore. É definitivamente um gato estrangeiro, mas é… mais, de algum jeito. — Ethan riu baixo pelo não intencional trocadilho, mas o ignorei. —Diferente. E é mais forte em seu pescoço. —Está em suas duas mãos também, — disse Marc, levantando-se para parar-se a meu lado. Em lugar de responder, nosso Alfa se ajoelhou ao lado do corpo, sem fazer caso à imundície do piso, e fechou seus olhos enquanto inalava profundamente justo acima do pescoço do cadáver. 64


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Exalou, logo inalou de novo. Sua testa se enrugou e seus olhos se abriram. Ele ficou de pé e tirou um lenço limpo do bolso de sua jaqueta. —Eu não o cheiro. Cheiro a podridão, e seu aroma pessoal, e colônia troca, mas nada mais. — Ele franziu o cenho profundamente, limpando suas lentes por costume, e suas próximas palavras foram mais suaves de como estava acostumado a falar. —Acredito que este velho nariz não é exatamente o que estava acostumado a ser. Então Parker se adiantou e Owen o seguiu. Eles se ajoelharam um junto ao outro, inalando com expressões quase cômicas de concentração. Uns segundos mais tarde, ficaram de pé, agitando suas cabeças ao uníssono. O aroma é muito fraco, e completamente afligido pelo fedor do lixo. Cada um dos outros tomaram seus turnos, mas nenhum deles pôde detectar o aroma. Mesmo assim, era quase divertido ver o desfile de homens fornidos ajoelhando-se por turnos no piso sujo do celeiro para cheirar o corpo repleto de lixo. E para o momento em que Vic parou, com sua noz do Adão movendo-se enquanto ele agitava sua cabeça com decepção, eu decidi que eles não podiam cheirar o aroma porque nunca o cheiraram antes, eles não sabiam realmente o que estavam procurando. Marc e eu somente havíamos sido capazes de localizá-lo porque tínhamos conseguido um bom aroma deste anteriormente no Bradley Moore. Marc deu de ombros. —Bom, suponho que vocês só têm que tomar a palavra por isso. Meu pai negou com a cabeça, franziu o cenho ao Harper, como se a vítima tivesse a culpa da debilidade da misteriosa fragrância que seu corpo levava. —Isso não é o suficientemente bom. O mesmo gato é responsável por assassinar aos dois extraviados. Em nosso território. Não podemos deixar que isso continue, nem permitir que fique impune, e se formos detê-lo, devemos saber quem é. Ou o que é. Tenho que cheirar seu aroma. Decidido agora, com a linha da mandíbula firme, meu pai se voltou rapidamente e se afastou de nós. Olhei-o partir, notando a determinação em seu passo longo e o som final do golpe cada vez que seus talões golpeavam o chão. Mas não entendi o que pensou até que girou no último estábulo vazio da direita e se perdeu de vista. Ele Ia trocar. Em forma de gato, todos seus sentidos seriam mais reforçados, até sobre a elevada sensibilidade entre as duas pernas. Meu pai queria lhe dar a seu nariz felino a possibilidade do êxito onde a versão humana falhou. Enquanto ficamos parados nos olhando os uns aos outros, esperando que nosso alfa terminasse de Trocar, meu olhar voltou para corpo, e meu pensamento ao aroma em questão. O aroma era mais forte no pescoço do Harper, onde fora agarrado por seu assassino. Isso fazia sentido. O que não fazia sentido, era o fato que o aroma era também notável ao menos para o Marc, nas mãos do Harper, entretanto não tínhamos encontrado feridas defensivas. —Ei, meninos? — Seis cabeças se voltaram em minha direção. —Harper tem o aroma do assassino em suas mãos, ele deve haver tocado ao bastardo. Mas não tem sangue ou tecido 65


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debaixo de suas unhas, e nenhuma ferida defensiva. — Fiz uma pausa para lhes dar um momento para digerir o que havia dito. —por que Harper tocaria a seu assassino, e mesmo assim não tentar proteger-se a si mesmo? No fundo de minha mente, notei o sussurro das garras raspando a dura terra calcada enquanto meu pai se aproximava do final de sua Mudança no outro lado do celeiro. —A resposta mais óbvia é que ele confiava em seu assassino, — arrastou as palavras Owen, trocando seu chapéu de cowboy para diante e atrás de sua cabeça com uma tosca e curtida mão. —Conhecia-o pessoalmente. Assenti. Marc chegou à mesma conclusão sobre o Moore em Arkansas. —Sim, isso tem sentido para um gato de Pride. — Meus irmãos e companheiros guardiões eram muito próximos. Haviam sido amigos e companheiros de lar por anos, e em um Pride, uma conexão assim forte, vinha com um montão de contato físico. —Mas ambos, Harper e Moore são extraviados. Solitários. Eles nasceram humanos, e os homens humanos não tocam muito a outros. Eles podem dar a mão, mas isso só poria o aroma na mão direita do Harper. Correto? Jace assentiu, claramente seguindo a linha de meu pensamento. —Assim por que Harper tocaria a seu assassino com ambas as mãos, se não fora para lutar com ele? —Exatamente. Um som de aborrecimento nos chamou a atenção para a parte posterior do celeiro e me voltei para ver meu pai caminhando sobre com suas silenciosas patas sobre o chão de terra calcada. Até em seus cinquentas, meu pai era impressionante e fisicamente intimidante como gato. Não era tão largo como Owen ou Marc, mas era volumoso e sólido, e obviamente poderoso. Como todos os werecats, a pele de papai era lustrosa e negra sólido, sem manchas ou rosetas. Mas a diferença do resto de nós, ele era fácil de identificar à distância, até com o vento soprando seu aroma na direção equivocada. Com a experiência, meu pai desenvolveu uma mecha de pele prateada detrás de cada orelha, o mesmo tom e lugar das duas mechas prateadas mais destacados em seu cabelo. À medida que se deslizava para nós, movendo-se com graça pelo chão, pensei na diferença entre a vida do Alfa de um Pride como meu pai e a de um extraviado como Harper. Meu pai possuía tudo: respeito, responsabilidade, poder, e mais amigos e família dos que soubesse o que fazer com eles. Pelo contrário, a maioria dos extraviados estavam isolados socialmente e constantemente arriscando-se a perder tudo por um extraviado mais rápido ou forte. O que expõe uma pergunta muito importante: Em quem diabos confiaria um cauteloso solitário? Alguém no que não tem nenhuma razão para temer, pensei, surpreendida pelo óbvio que parecia a resposta em retrospectiva. Mas quem era esse? A quem não lhe temia um extraviado? Meu pai fez uma pausa no bordo do círculo que tínhamos formado ao redor do corpo no piso. Ele abrangeu a todos em uma única e amplo olhar, logo caminhou diretamente ao corpo, dobrando-se para posicionar seu nariz a menos de três centímetros do pescoço do Harper. Sua larga cauda se sacudia lentamente detrás dele, e suas fossas nasais se moviam nervosamente quando inalava, cheirando para isolar o aroma que nenhum do resto podia identificar. 66


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E ainda as engrenagens de meu cérebro giravam furiosamente. Estava sobre algo e não podia deixá-lo ir, mesmo que meu pai levantou sua cabeça do corpo, ofegando em triunfo. Quem era o suficientemente forte para quebrar o pescoço de um extraviado, e mesmo assim o suficientemente inofensivo para ficar fácil? Quem podia aproximá-lo suficiente para tocar a um gato extraviado sem disparar seu alarme interior? E só assim, soube a resposta. Eu podia. O assassino não era um gato absolutamente. Ela era uma gata. Capítulo 10 Meu pai ressurgiu das cavalariças vazias, já em duas pernas, com um satisfeito olhar de um gato que comeu um canário. Tomou-se um tempo para colocar as calças, mas as partes restantes de seu traje, incluindo meias estavam envoltos em seu braço esquerdo, seus sapatos pendurando dos dedos de sua mão direita. Estávamos tendo um olhar raro de nosso Alfa em sua maior informalidade, e não podia deixar de sorrir. —A essência é definitivamente isso— disse, caminhando para nós do outro extremo do celeiro em passos largos e seguros. —eram débeis, mas muito marcados, uma vez que me apanhou. Não estamos procurando um extraviado depois de tudo. Fez uma pausa dramática, e me divertia me dar conta de que meu pai estava arrastando o momento para prolongar a tensão. Em que estava trabalhando. Todos os olhos estavam sobre ele, e Ethan realmente se inclinou para diante em antecipação. O Alfa abriu a boca para dizer sua grande revelação, mas tomei pela mão. Simplesmente não pude resistir. —Estamos procurando uma gata. —Sussurrou-me, mas todos escutaram claramente no silêncio criado por nossa ansiosa pausa teatral do Alfa. No bordo de minha visão, Marc chegava a mim, mas meus olhos estavam em meu pai, cujo o primeiro rosto registrava surpresa, depois moléstia. Orgulho. Estava orgulhoso de mim pensando que era por minha conta. Sorriu-me, desfrutando do que parecia um raro momento de competência. Mas meu pai não deixava de me olhar, como esperando mais. Meu sorriso desapareceu enquanto me perguntava o que me faltava. Estava irritado comigo por chegar a ele a propósito? Em lugar de responder a minha tácita pergunta, ele sorriu e me olhou como ao resto dos meninos. O que pensava, não o queria falar diante de outros. Ao menos, não ainda. —Como sabe?— Perguntou ao fim, como se nunca se deteve. —Raciocínio dedutivo. — Emitindo-o agora abertamente, olharam-se cara a cara assombrados, importunados pelos conhecimentos aos que estavam reagindo por minhas notícias, não é minha habilidade para deduzi-lo. —Não há maneira de que o extraviado permitisse que alguém mais se aproximasse o suficiente para lhe fazer dano sem ir à defensiva. A menos de que esse alguém fora uma garota. Especificamente, uma gata, o calcanhar de Aquiles do gato. Ethan franziu o cenho, o cepticismo gravado em todas as linhas de seu rosto ante a ideia de que uma garota nunca seria sua perdição. Estava mais que feliz de fazer estalar sua borbulha 67


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sexista. —Lhe diga papai. Harper e Moore conseguiram seus bilhetes perfurados por uma garota. E poderia ser muito facilmente que tenha acontecido, ao Ethan. A autodefesa própria teria sido a última coisa em mente que meu irmão menor tivesse encontrado com um gato extraviado na rua. Teria estado mais interessado em pôr suas mãos em cima dela que em manter a sua. —De maneira nenhuma. — Sacudiu a cabeça, o cabelo curto e negro caía sobre sua frente. Suspirei. —Os gatos não são ameaçados pelas gatas. Estou orgulhoso de me considerar uma exceção a essa regra, mas em geral, os homens werecats não veem nada que temer em uma fêmea de sua espécie. Apesar de que um membro de não-tão-belo sexo, eu tivesse cometido o mesmo engano. A verdade era que todos foram formados do nascimento a subestimar às mulheres. Alguns de nós, subestimam-se assim mesmo. Enquanto que a sociedade humana tem feito progressos maravilhosos na luta pela igualdade de gênero, os Werecats da comunidade seguiam estando nas décadas anteriores. Entretanto era uma irritação, de fato era, compreensível a razão. As gatas malhadas são muito raras, uma média de só uma de cada seis ou sete nascem no Pride. Uma vez que se incluam nos extraviados, os quais são todos varões, a proporção se volta ainda mais pequena. Dado que a tecnologia ainda tem que eliminar a necessidade de um ventre no processo de procriação, não só são muito raras as mulheres werecats, são muito valiosas. Como se tratam os tesouros raros e valiosos? Com muito cuidado e respeito. E com um resultado a determinar a eliminação dos possíveis perigos. Por essa razão, a maioria das gatas chegam a ser mães de tempo completo, como minha mãe. Como tais, podem permanecer sob o atento olhar e os braços protetores de seus maridos e das equipes encarregadas que o fazem cumprir, que com muito gosto dão suas próprias vidas para proteger à mulher que algum dia se fará cargo das próximas gerações de werecats. Frustrante e terrivelmente arcaico, mas certo. E quando pensei dessa maneira, não era realmente uma grande surpresa que nenhum de nós considerou que o assassino poderia ser uma mulher. Ou que Harper e Moore deixaram deslizar-se através de suas defesas pessoais. Temor por sua vida foi provavelmente a última coisa em qualquer mente do homem quando viu a gatinha misteriosa. A primeira foi a luxúria, não o duvido. Em seu segundo pensamento, poderia ter sido a única coisa em suas mentes. —Pensa-o — disse, desfrutando de meu momento na luz brilhante. —Vocês vieram eliminando algo assim desde o começo dos tempos. Recorda a Adão e Eva? Sansão e Dalilah? Devo continuar? Ao parecer não, a julgar pelo que refletiam em seus rostos. Eu duvidava, que reconheceriam referências do Calypso, Cerque, ou Sherezade. Talvez Lorena Bobbitt... —O que seja. — Ethan olhou de mim ao Marc, continuando, voltou-se para mim. —Se estiver tão segura de que é um gato agora, por que nenhum de vocês reconheceu o aroma em primeiro lugar? Me encolhendo de ombros, cruzei os braços sobre o peito. —O aroma é muito débil, e igual ao resto de vocês, metemo-nos nisto esperando encontrar 68


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o aroma de um gato. Assim que isso é exatamente o que encontramos, ou o que pensamos que encontramos. Além disso, não posso falar pelo Marc, mas eu estava surpreendida pelo aspecto exterior da pista. Isso me surpreendeu e me assustou tanto que não acredito analisá-lo mais. Marc assentiu com a cabeça, envolveu seus dedos quentes através dos meus. Apertei-lhe a mão, em resposta, lhe dando obrigado em silencio por me respaldar. Se perdemos tanto o gênero do gato, não sairia procurando como uma idiota —Bom, ela não é um gato da selva. — A voz de meu pai chamou um silêncio quebrado unicamente pelos grilos no exterior, e senti uma pequena medida de tensão de felicidade pelos músculos de meu pescoço. —Ela não tem esse aroma característico do Amazonas. Mas ela é definitivamente de algum lugar ao sul do Equador. —Santa... merda. — Vic olhou a nosso Alfa, alterando o que esteve a ponto de dizer. — Uma gata da América do Sul? Estamos procurando uma assassina que mata gatos extraviados? Em nosso território? Como é isso possível? Apesar da feminista frustrada em mim, insisto em que as mulheres eram capazes de algo homens-incluidos no assassinato, admitiria que eram as perguntas similares. Para meu conhecimento, eu era a outra gata que nunca mataria a ninguém, e eu o havia feito em legítima defesa. Sobre tudo. Não havia sinais de que Harper ou Moore tentassem fazer dano a gatinha. E além de tudo isso, houve uma pergunta ainda maior... —Quem demônios é ela? — perguntei, minha atenção estava em meu pai, inclusive quando alguém se queixou brandamente sobre minha linguagem. Ninguém mais debatia em torno de nosso Alfa, considerou-se uma falta de respeito. Eu não o fiz por ser grosseira, fiz-o para lhe recordar que apesar de que ele me teve aonde ele queria no momento eu não estava completamente maleável. E, sinceramente, às vezes me escapou. Minha mãe tinha razão: os maus hábitos morrem dificilmente. —Não sei— disse meu pai, surpreendeu-me com o desconcerto honesto em sua voz. É obvio que não sabia. Não havia nenhuma razão pelo que deva sabê-lo. Mas eu estava acostumada a que tivesse todas as respostas... —Como demônios chegou aqui? — Parker se perguntou em voz alta. —E onde estão seus guardiões? Por que sua família a deixa vir aqui sozinha? Ela tem que estar sozinha, não? —Sim. — Marc assentiu com firmeza. —Saberíamos se houvesse em nosso território um contingente de estrangeiros. Uma coisa é que um gato possa fugir da detecção por um tempo. Mas contra um contingente inteiro? — Seu tom subiu em questão ao extremo. —De maneira nenhuma. Jace escovou seu cabelo castanho e curto para trás de seu rosto e seus olhos de cobalto faiscaram com o entusiasmo repentino. —Talvez ela não tem família ou guardiões. Talvez ela é uma extraviada. Vic sorriu, e inclusive Parker ante a ideia de uma mulher extraviada. Não as havia, e que eu saiba, nunca houve. Nem sequer em alguma lenda. A teoria geralmente aceita pelo Pride era que as mulheres humanas eram muito fracas para sobreviver já seja por infecção, ou o período de 69


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transformação. Para minha surpresa, a teoria sobreviveu à revelação dos últimos tempos O Dr. Carver falou sobre os genes recessivos dos werecats, pelo fato de que nenhuma só vez tenha encontrado a uma mulher extraviada. Entretanto, não há nenhuma prova de que fora impossível, já não estava disposta a aceitar a velha teoria como um fato. As mulheres realmente poderiam fazê-lo, tanto como os homens o podiam fazer, e nossa gata misteriosa era uma prova disso. Talvez, embora a possibilidade de uma mulher extraviada existisse, ao menos em minha mente, nosso assassino não encaixava em um projeto de lei. —Não. — Marc e eu falamos com uníssono, e me fez gestos para que continuasse. A atenção começou a suar, e ele era mais que bem-vindo. —Ela não é uma extraviada— disse, e assentiu. Segundo seu aroma, comprovamos que era uma gata natural. Uma gata natural de nascimento da América do Sul, ao parecer. —Então nos leva de volta as minhas perguntas, — disse Parker. —Se ela pertencer a um dos Prides da América do Sul, onde estão seus guardiões do Pride? Por que teriam que deixar que se fossem por sua conta? —Talvez os matou a todos— sugeriu Vic, com uma sombra de humor mórbido detrás de seus olhos. Ethan se cruzou de braços. —Então provavelmente não lhes importará se a temos. — Seu sorriso arrogante claramente mostrou sua confiança em que podia dominar qualquer gata. Franziu o cenho, divertido. —Ethan, ela é uma assassina, não um cachorrinho extraviado. Não pode ser sério. Mas ele só sorriu, e a maioria dos outros, de repente o encontraram fascinante. Olhei a meu pai em busca de ajuda, mas ele simplesmente fez um gesto a meus companheiros guardiões, e disse levar minha queixa à Assembleia Geral. A frustração retumbava até minha garganta na forma de um grunhido suave. —Meninos, vamos! — Não podia acreditá-lo! Estávamos falando sobre um assassino a sangue frio, e atuaram como se fora um gatinho extraviado que queriam adotar. —O que sugere, Faythe? — Owen perguntou com suavidade, olhavam-me desde abaixo de um chapéu de vaqueiro manchado e descolorido. —Você deseja executar a um gato? Eu? Minha incerteza ardeu como o sal esfregado na ferida aberta a qual era minha própria indignação. Que a gatinha, fora uma assassina. Mas também era uma gata. Isso estava muito mal, e me necessitava. Quer dizer que, literalmente, devo obter e acabar com o assassino? Sobre a base das expressões que me rodeavam, os meninos chegaram a um tácito e unânime Conclusão: sim. Deve-se conseguir chegar a ela, sem a pena de morte por causa de seu gênero. Pensaram que podia reformar a esta assassina, quem quer que fosse. Ou, ao menos isso pensei que valesse a pena tentá-lo. Inclusive Marc, que se reuniu com seus olhos sem pestanejar. Meu pai se esclareceu garganta, isolando efetivamente a réplica, nem sequer pensou ainda. Todas as olhadas se voltaram para ele, e me dava conta de que teria os braços cruzados e que ninguém olharia ao pobre Harper. Nosso interesse se deslocou do morto à garota que o deixo em um atual estado de rigor cadavérico. 70


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Nosso Alfa olhou a cada um de nós. —Cruzaremos essa ponte quando se desmorone sob nossos pés. Por agora, acredito que a pergunta mais importante é: Quem é ela? Enquanto que seriamente acha dúvida de que, matou a toda sua família, o fato é que está funcionando em todo o sul dos EUA matando a gatos extraviados, assim que eu diria que há uma possibilidade, muito boa estando em bons términos com seu Pride. Mas sem mais informação, ou um aroma mais forte, não poderemos começar a supor a que orgulho pertence. — Meu pai deixou cair seus sapatos no chão diante de seus pés e olhou a seu redor ao estábulo. —Eu não sei sobre o resto de vocês, mas tive suficiente entusiasmo por esta noite, e necessitamos tempo para pensar em tudo isto. Vou à cama, e sugiro que o resto de vocês façam o mesmo. À exceção do Jace e Ethan, é obvio. Ethan assentiu com a cabeça, e Jace se adiantou para envolver o corpo e incinerá-lo. Voltei-me para o Marc, com a intenção de perguntar se me salvei da morte só porque eu possuía ovários, mas antes de que pudesse abrir a boca, meu pai explodiu. De uma vez. Meus olhos se fecharam no temor. A explosão nunca foi um bom sinal. Marc me deu uma cotovelada e me abriu os olhos para encontrar ao Alfa vindo por volta dos dois. Como eu esperava. —Vocês dois empacotem suas malas antes de ir à cama. — Meu pai se apoiou na caminhonete e colocou uma meia negra, continuando, se deslizou em seu sapato. —Quero que tomem o primeiro voo na manhã a Houston Internacional. — Aonde? — Perguntou Marc, puxando de mim para ele. Fundi-me em seu peito, atirando seus braços ao redor de mim enquanto minha cabeça caía para trás para descansar em seu ombro. Eu não queria ir a qualquer lugar. Tínhamos estado em casa só dois dias, e prefiro discutir com o Ethan duas vezes ao dia e no próximo mês sair a outro lugar. —Nova Orleans. Se a memória não me falhar, Kevin Mitchell, ainda vive ali. Quero que se reúnam com ele e averiguem o que sabe a respeito do Harper, do restaurante e se podem averiguar o que estava fazendo ali. Logo tirem o Picayune e observem ao redor de seu apartamento. Darei a direção. — Meu pai fez uma pausa para colocar o outro meia e o sapato, e logo se levantou e se deslizou o resto de sua roupa. — Falem com seus vizinhos. Sejam discretos, é obvio, para saber se algum deles viu ele com uma mulher que poderia ser a gata. Obtenham uma boa descrição. Enquanto que vocês o estejam fazendo, vou trabalhar em sua identidade desde outro ângulo. Tenho um contato na Venezuela que deve ser capaz de nos dizer que talvez falte uma filha, e por que. Minha boca se abriu, e a fechei antes de que alguém o notasse. — Tem um contato na Venezuela? — por que não sabia disso? —Faythe, eu estive em seis continentes diferentes antes de dar o primeiro passo. Quando deixasse de soar surpreendida de que trago um pouco de experiência do mundo a minha posição? —Não me surpreende, papai. Estou pronta para acumular um pouco da minha. — Levantou uma sobrancelha. —Bem. Comecem com Nova Orleans. E, Faythe? —Sim. 71


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—Tome cuidado com o que pede. A vida tem uma maneira de te dar o que quer, já seja que esteja preparada para isso ou não. Franzi o cenho. —Por que diz isso? Com um sorriso enigmático, o Alfa seguiu através das portas do estábulo. Um momento mais tarde, sua voz saiu flutuando na escuridão. —Tenho-te, não? Capítulo 11 Kevin Mitchell nos encontrou ao recolher a bagagem. Não o reconheci até que deu um passo em meu caminho e agitou sua mão, seu amplo sorriso melhorou o que de outra forma seria uma cara normal. —Faythe Sanders, vê-te assombrosa! — disse ele, seus olhos negros se moveram para cima enquanto seu olhar se deslizava sobre minhas calças curtas de jeans antes de parar sob decote de minha camisa. Seu olhar lascivo me fez lamentar não ter optado por um macacão de pintor em vez da cômoda camiseta negra. Ou talvez uma grande bolsa de papel. Em vez de sacudir minha mão a estendi a contra gosto, ele a usou para me empurrar em um íntimo abraço, como se nos conhecêssemos um ao outro durante anos, quando realmente só nos encontramos uma vez. Me arrepiando, libere-me do abraço involuntário e me dobrei para recolher minha bolsa, determinada a manter o cérebro do Kevin enfocado nos negócios e deixá-lo ali. Ele era somente uns anos mais velho que Marc, mas meu intestino o etiquetou como um velho no momento em que seus olhos fizeram contato com meus peitos. Se ali era onde ele pensava que estavam meus olhos, não queria nem saber onde procuraria meu cérebro. Mas eu estava muito segura de onde encontrar o seu. —Olá, Kevin. — Joguei uma olhada ao Marc e comecei a tomar sua mão como era habitual. Mas então me detive. Não queria que nenhum deles pensasse que usava ao Marc para me proteger da atenção não desejada. Em troca, agarrei minha bolsa com ambas as mãos, embora não fora pesado, e encontrei os olhos do Kevin com franqueza enquanto apresentava ao Marc. —Marc Ramos, Kevin Mitchell. —Em realidade nos encontramos antes, mas foi faz muito tempo. — Disse Marc, estendendo sua mão. Sua expressão permaneceu admiravelmente neutra, a pesar do grunhido possessivo que eu sabia que ele sustentava preparado no profundo de sua garganta. Kevin estudou a mão que lhe ofereceu Marc durante vários segundos, como se a inspecionasse em busca de imundície, e meu apertão sobre minha bolsa aumentou enquanto olhei os olhos do Marc endurecer-se e esticar seus ombros. Isto não ia ser bonito. Podia afirmar. —É obvio. — Kevin finalmente aceitou a mão do Marc, mas em vez de apertá-la, ele a espremeu, e para meu horror, Marc a espremeu como resposta. —Quem poderia esquecer o extraviado domesticado pelo Greg?

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A mão do Marc se apertou visivelmente ao redor dos dedos do Kevin, seus nódulos ficaram brancos. De novo. Ambos os homens apertaram suas mandíbulas, Kevin pela dor e Marc em um óbvio esforço por controlar seu caráter e não romper a mão do Kevin. E arrancar-lhe por que não podiam os meninos encontrar uma forma mais original de provar sua destreza masculina? Uma luta corpo a corpo tivesse sido mais útil. Ou talvez comparando a longitude de suas… presas. Dei uma cotovelada ao Marc nas costelas e ele o soltou. Logo se girou para mim e formou um sorriso artificial só um momento antes de girá-la para o Kevin. —Suponho que esta é sua grande oportunidade. Kevin levantou uma de suas sobrancelhas para o Marc. —Para que? —Para provar a você mesmo. Não é por isso pelo que estas aqui? Acredita que se impressionar à filha do chefe, ele por fim te converterá em agente. Sua espetada verbal me fez sacudir e recordar que eu em realidade vi o Kevin não uma, a não ser duas vezes, a primeira vez fora faz onze anos. Era somente uma menina quando Kevin solicitou trabalho como um dos agentes do território sul central. Meu pai o aceitou no nosso Pride desde seu de nascimento, mas o rechaço como agente, junto com outros quatro gatos, incluindo a meu irmão Ryan. Embora Marc não havia completado dezoito, obteve o trabalho. E ao parecer ele não fora muito educado com o Kevin, embora me custava culpá-lo depois do comentário sobre extraviado. —Em realidade, só quero ajudar. — Kevin tragou densamente e fez uma tentativa torpe de sorriso. Marc assentiu, usando sua cara de negócios, quase inexpressiva e impossível de ler. —Bem. Isso Mantém em mente, e estaremos bem. Mas se esquecer suas intenções desinteressadas, teremos sérios problemas. Entende? Por um momento, Kevin não disse nada, e eu quase podia ver o ciclo de possíveis respostas em seu cérebro enquanto as expressões revoavam por sua cara. —Olhe, só estou fazendo um favor ao Greg. — Disse finalmente, decidindo-se por um olhar arrogante de eu-não-sei-do-que-esta-falando enquanto tentava implicar que ele e meu pai tinham uma relação muito mais próxima que a que tinham em realidade. Não nos enganou. Marc lançou sua mochila sobre o ombro, tomou sua bolsa negra do piso, e saiu para o estacionamento, sem nem sequer jogar uma olhada atrás para assegurar-se que o seguíamos. Franzi- o cenho ao Kevin, logo me adiantei para alcançar ao Marc. No estacionamento, enquanto o abafadiço calor da Louisiana se instalava a nosso redor, Kevin passou rapidamente ao lado do Marc e o seguimos até um sedan quatro portas, verde, com um amassado no para-choque traseiro e um arranhão de um metro na porta lateral do condutor. Kevin lhe deu a volta ao carro para desbloquear a porta de passageiros, primeiro a da frente, sustentando-a aberta para mim com um sorriso atraente. Quase admirei sua tenacidade. Marc não o fez. Ele tirou minha bolsa e a atirou sobre o assento junto com as duas dele, logo se estirou para a porta traseira e a desbloqueou ele mesmo. 73


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Sustentou a porta traseira aberta para mim enquanto eu subia, logo me deslizei para ficar exatamente atrás do assento do condutor. Marc se sentou no assento a meu lado e fechou a porta de repente sobre o beiço irritado do Kevin. No momento em que nosso condutor lhe deu a volta ao carro e abriu sua própria porta, seu resolvido sorriso estava firmemente em seu lugar de novo. Ele era resistente; teve que admitir. —Aonde? — Kevin ajustou seu espelho retrovisor para poder ver meu rosto. Disse-lhe o nome do restaurante e a direção do Metairie que meu pai escreveu abaixo, e Kevin saiu do estacionamento sem outra palavra. E sem reajustar seu espelho retrovisor. Baixei minha janela para aliviar o calor do carro, logo desabotoei meu cinto de segurança e me enrosquei ao lado do Marc sem importar a temperatura, alegre ao saber que agora Kevin não podia me olhar fixamente sem ver o Marc também. No espelho, os olhos de nosso chofer se enrugaram por seu cenho franzido, logo trocaram para olhar a estrada. Incluído Holden Pierce, havia outros dois gatos do Pride que viviam perto de Nova Orleans, ambos mais amáveis, mais educados e imensamente mais agradáveis que o que estava atrás do volante. Mesmo assim, meu pai insistiu no Kevin Mitchell como nosso guia durante o dia, provavelmente só para provar minha autodisciplina. Estava segura de que se chegava a casa sem a cabeça do Kevin em minha bolsa, conseguiria uma estrela de ouro permanente em meu registro. Ou talvez uma dessas carinhas felizes. O pai do Kevin era o Alfa de um dos Pride do norte, e lhe dar uma surra de merda ao filho de um Alfa, inclusive se era um verdadeiro estorvo, não faria muito bem nas relações entre-Prides. De fato, seria realmente mau. Alguém que procurasse uma razão para expulsar a meu pai de sua posição como chefe do Conselho Territorial—E haviam várias pessoas na fila—teria muitas munições se um de nós perdia nosso temperamento coletivo com o Kevin sem uma ampla justificação. Por isso, no avião, Marc recitou a toda pressa alguma merda sobre como esta atribuição seria uma avaliação de minhas habilidades diplomáticas. Mas isto realmente era uma prova para minha paciência. E estava disposta a apostar que Marc perderia a sua antes que eu. Depois de nos cozinhar durante quarenta e cinco minutos na parte traseira da sucata do Kevin, paramos em frente de uma larga rua com lojas que se conectavam entre si, cada casa era um negócio diferente. Kevin estacionou em paralelo próximo e descemos como os turistas que virtualmente somos, enquanto um jazz pesado saía por uma porta aberta próxima e estranhos nos golpeavam e empurravam para uma calçada que bem poderia fritar um ovo. Esta parte da cidade obviamente se recuperou amavelmente do infame furacão. A primeira coisa que notei foi o pôster de ‘Fechado na porta’ do Bar&Grill Cajun. Segundo um pôster apoiado na janela dianteira, o restaurante não abria para almoçar até as onze, o que nos dava quase meia hora para ficarmos ao redor como idiotas antes de que pudéssemos falar com os empregados . —Comprovemos o beco enquanto esperamos. — Sugeriu Marc. Fomos porque era sua ideia, não a minha, por óbvias razões.

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O restaurante estava em meio do bloco, assim tivemos que caminhar passando uma floricultura e uma loja de ferragens, logo demos a volta na tinturaria para chegar à boca do beco. Uma vez ali, descobrimos que embora o restaurante não abriria em trinta minutos, o pessoal dentro estava já preparado trabalhando em uma confusão de aromas picantes que fizeram que meu estomago grunhisse em antecipação por comida que nunca antes provei. Como soubemos? A porta traseira do Bar&Grill Cajun estava meio aberta e por ela se derramavam risadas, sons metálicos de implementos de cozinha e picantes e líricos acentos para o beco. —Não podemos ir sem comer ali, — eu disse ao Marc, agarrando seu braço com uma mão enquanto lhe indicava a porta aberta com a outra. —Estou morrendo de fome. Ele sorriu amplamente. —Ordenaremos extra e a levaremos a casa. —Tem fome? — me perguntou Kevin desde meu outro lado. —Há um grande restaurante italiano perto de meu apartamento. Você gosta do manicotti13? —Obrigado, Kevin. — Eu estava tratando de atuar com tato e discrição. E maneiras. —Mas quero provar algumas comidas favoritas locais. Justo aqui. — Fiz uma pausa para olhar ao Marc, logo continuei, embora não tivesse visto o que estava procurando em sua expressão. —É bemvindo em nos acompanhar. Kevin franziu o cenho. —Obrigado. — Disse ele, mas não estava segura se esse era um 'Obrigado, mas não obrigado' ou 'Obrigado, eu adoraria.' —Está bem, Agora o que? — resmunguei sob meu fôlego, olhando a extensa fila de lixeiras à distância enquanto me concentrava nos especiais aromas para bloquear os outros, menos agradáveis que provinham do mais longínquo do beco. Parker havia dito que ele encontrou o corpo do Harper no deságue mais próximo ao Bar&Grill Cajun. Mas que estávamos procurando exatamente? Quando nos aproximamos do lixeiro, meu avanço se obstaculizo por um momento quando pus meu sapato sobre um putrefato tabua de um velho soalho de madeira, um sentimento de terror se instalo em meu estomago. O contêiner se via bastante limpo, tanto como se poderia ver. Estavam sobre o nu e viscoso concreto, mas sem a inundação de lixo que Parker havia descrito. Os coletores de lixo claramente vieram e se foram, levando-se qualquer prova que nós pudéssemos ter encontrado para o esgoto da cidade, aonde estivesse. E eu não me apressaria por averiguá-lo. Marc subiu em uma pilha de caixas de madeira para olhar dentro do contêiner de lixo, levantando a pesada tampa se nem sequer um grunhido. —Esta quase vazio. — Disse ele, me olhando. —E o que há aqui, cheira a recente. Detrás de mim, dobradiças de metal chiaram quando uma porta se abriu no outro lado do beco a tão só uns metros do Bar&Grill Cajun. Dava-me a volta para ver um pequeno e magro homem vestido com calças negras e uma camiseta cor rosa quente. O homem arrastou um tijolo 13

Um tipo de massa, parecido com Canelone em seu sabor e preparo, com dimensões diferentes. Serve recheado com carne, frango ou presunto com muito queijo. Tem origem italiana.

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quebrado para a soleira para manter a porta aberta, e quando entrou no beco, pude ver que o bloco de impressão negro na parte dianteira de sua camiseta dizia Fruto Proibido. —Ei, não podem estar de novo aqui. — Disse ele, apertando seu punho no agarre por uma bolsa de lixo em sua mão. Marc me agarrou pelo cotovelo e olhei para cima para encontrar algo intenso e implorante em seus olhos. Estava tratando de me dizer algo, e eu não lhe estava entendendo. Talvez queria que golpeasse ao homem? Parecia-me algo exagerado, mas definitivamente eficaz. O pequeno homem na porta alcançou um rádio sem fio que pendurava de seu cinturão. Frisei minhas mãos em punhos e comecei a dar um passo adiante. Marc me deteve por meu cotovelo, e lhe joguei uma olhada para ver como me girava seus olhos exasperado. Oops. Ao parecer este não era um bom momento para um golpe. Kevin olhava de mim, ao Marc e por ultimo ao homem, logo colocou as mãos nos bolsos, sem fazer nenhum esforço por ajudar. —Minha irmã deixou seu telefone celular aqui ontem, e ninguém responde. — Disse Marc, lhe acrescentando a sua voz uma saudável dose de irritação enquanto cabeceava para o restaurante detrás de nós. —Os meninos da cozinha disseram que podíamos revirar no lixo. Em realidade, os meninos da cozinha não nos tinham notado ainda. Provavelmente não nos tinham ouvido por seu próprio alvoroço. Mas o pequeno homem tragou a mentira do Marc sem vacilar. Sua mão se afastou do cinturão e relaxou sua postura. Parecia mais que disposto a acreditar que eu era somente uma garota tola que sua mais perigosa qualidade era sua incapacidade de não perder suas próprias coisas. Não pude evitar me sentir insultada pela facilidade com que aceito esse pensamento. —Boa sorte— o insignificante assentiu para o contêiner enquanto caminhava para ele, passando a menos de um metro de mim sem nem sequer um arrepiou de medo. Maldição. Tínhamos que fazer algo com minha aparência inofensiva. —O caminhão de lixo foi o primeiro em chegar esta manhã. — Disse o insignificante, esvaziando sua bolsa no contêiner. —Teriam melhor sorte se procurassem o Santo Graal ali. — Caminho de volta ao outro lado do beco, sem fazer nem uma tentativa por manter-se longe de mim, embora se manteve notavelmente afastado do Marc, e inclusive do Kevin. Fazendo uma pausa na porta de Fruta Proibida, o insignificante sustentou a porta aberta com uma mão e empurrou o tijolo de volta ao interior. Logo se deu a volta para me olhar de cima abaixo. Mas mais que tudo acima, porque eu era ao menos um metro mais alta que ele. —Não posso ajudá-la a encontrar seu telefone, senhorita. — Disse ele, encontrando meus olhos com um olhar muito mais audaz do que eu acreditava possível em um homem tão pequeno. —Mas se você decidir que quer um trabalho, venha para ver-me. Aproxime-se ao bar e pergunte pelo Jeff. —Antes que me recuperasse pela surpresa, ele desapareceu no interior escuro do edifício. As gargalhadas do Kevin encheram meus ouvidos, justo no momento em que Jeff desapareceu dentro.

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—Ele acaba de te oferecer um trabalho como stripper. Parece muito mais divertido que sua linha de trabalho atual, e eu seguro como o inferno pagaria por ver como tira a roupa. Não, a nudez casual não era grande coisa para os werecats; era em geral, inevitável. Mas fazer striptease não era nudez casual, e uma situação indesejada—especialmente em frente do Marc—era algo importante, como Jace muito bem sabia. Minha mão direita formou um punho, mas antes que pudesse pô-lo em movimento, o braço do Marc se disparou passando o meu. Seu punho golpeou no estomago do Kevin. A risada do Kevin finalizou em um repentino assobio de ar que saía de seus pulmões. Voou golpeando-se primeiro no traseiro com a parede, logo caiu em um enrugado montão de tecido jeans e algodão no chão. Há! Marc tinha perdido sua paciência primeiro, e de repente eu me encontrava de muito bom humor. Embora, meu ânimo também se elevou por ver o Kevin lutando para não vomitar. Estendi minha mão para o Kevin, mas ele a afastou de uma palmada e parou somente, olhando ao Marc por cima de meu ombro enquanto ficava de pé. Quis lhe dizer que estaria cantando como Soprano se Marc não me tivesse adiantado, mas parecia que seu orgulho não estava em bom momento para escutar no que se teria convertido. Lástima. Com uma mão pressionada contra seu estomago, Kevin respirou fundo várias vezes com os olhos no chão, avaliando mentalmente a seriedade de suas lesões. Quando finalmente elevou a vista, parecia zangado mas surpreendentemente acalmado. Se Marc o empurrou para a parede com um só golpe, e tinha ficado vivinho e abanando o rabo… pelo resto, também o houvesse feito eu. Kevin olhou através de mim como se eu não estivesse ali, olhando ao Marc. —Sabe, não sou o único que acaba de sugerir a sua noiva que tire a roupa por dinheiro. — Embora, em realidade, isso era exatamente o que tinha feito. —Talvez deveria descarregar sua irritação com esse pequeno imbecil. —Ele é humano. — Grunhiu Marc, com seus punhos ainda apertados. —Ele obteve liberdade inconscientemente. Por esta vez. E já que não penso voltar a vê-lo, provavelmente viverá. Mas esta é sua última advertência de cuidar de sua boca… se quer conservar suas presas. Uma fraca e cálida brisa soprou descendo pelo beco no lado oposto a nós, agitando vários pedaços de papel e trazendo consigo um inconfundível aroma de mofo. Quando uma das partes se revolveu até as sombras, minha atenção se centro na porta pela que Jeff tinha entrado. Uma só folha de papel se agitava na superfície de metal amassado, pendurando de uma larga tira de fita adesiva. —Um, Marc? — passei com cuidado sobre uma caixa que se encontrava em meu caminho para a porta traseira de Fruta proibida. —Terá que ver o pequeno imbecil de novo. Logo. —O que? —O vidro rangeu detrás de mim, quando a bota do Marc passou sobre uma garrafa quebrada. Ele se deteve a meu lado, seguindo meu olhar para o anúncio impresso em negro sobre papel cor rosa quente.

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No centro da página havia uma fotografia em branco e preto do estereótipo de mulher loira, sorrindo com sua formosa boca e igualmente povoadas pestanas. Na parte superior se lia: —Viu-me? — sob a foto estava o nome —Kellie Tandy— e uma lista com sua descrição. Baixo isso, o pôster dizia: — KELLIE DESAPARECEU DURANTE SEU TURNO EM FRUTA PROIBIDA NA QUINTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DO 2008. SE VOCÊ TIVER ALGUMA INFORMAÇÃO DE SEU PARADEIRO, POR FAVOR CHAME O 555-7648. $$ SE RECOMPENSA $$ QUALQUER INFORMAÇÃO QUE NOS AJUDE A ENCONTRÁ-LA. —Recorda o montão de notas de um dólar na carteira do Bradley Moore? — perguntei ao Marc, ainda olhando o pôster. —O único edifício dentro dos cinco quilômetros perto desse maldito campo era um clube de striptease. Acredita nas coincidências? Marc sacudiu a cabeça lentamente, e quando seu cenho se aprofundou, soube que estava pensando quão mesmo eu. —Harper não estava no Bar&Grill Cajun. Estava no Fruta Proibida. Capítulo 12 11 de setembro. A stripper desapareceu fazia já três dias, desde quinta-feira, o dia em que sepultamos o Bradley Moore em Arkansas. E logo, ontem sábado, Parker e Holden encontraram o corpo do Robert Harper no beco que ficava atrás do lugar de trabalho da stripper desaparecida. Não vi nenhuma conexão óbvia, mas igual a Marc, eu não acreditava nas coincidências. Kevin se concentrou na imagem da garota desaparecida e sua testa se enrugou em confusão. —Espera, — Disse, elevando o tom de voz enquanto suas palavras saíam. —Greg disse que seus homens encontraram aqui um extraviado morto. Um tipo chamado Harper. Assim, quem é Bradley Moore e que tem que ver com o psicopata que assassinou ao Robby Harper? E como diabos tem que ver tudo isto com a stripper desaparecida? Meu pai deu ao Kevin só a informação que ele precisava conhecer, a qual não incluía nada sobre o gato estrangeiro ou o corpo que tínhamos sepultado em Arkansas. —Robby Harper? — Perguntei, me dando a volta para olhar ao Kevin com os olhos entrecerrados, enquanto que o familiar uso do nome do extraviado morto se afundava. Ignorei suas perguntas fazendo a minha. —Conhecia-o? Kevin sacudiu a cabeça como se tentasse esclarecer seus pensamentos. —Só por sua reputação. O…uh, acostumava cruzar a linha divisória de vez em quando para enfiar-se nessa Big. Suponho que não há muito por fazer nas zonas rurais do Mississipi. —E, é obvio, reportou-o por invasão de propriedade, certo? — Perguntei, estando já consciente de que ele não o fez. Marc deu um passo ameaçador para ele, e Kevin deu de ombros, encurvando as costas. —Não parecia o suficientemente importante para incomodar ao Greg. Especialmente tendo em conta todos os problemas que ele esteve tendo para te manter controlada. — Lançou um olhar acusador em minha direção antes de voltar sua atenção para o Marc, que representava a maior ameaça. Até onde ele sabia.

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A última afirmação do Kevin retumbou em meus ouvidos e os cabelos de meu pescoço se arrepiaram. Meu primeiro impulso seria retificar sua equivocada interpretação com meu punho, mas uma profunda e lenta respiração, pôs meu temperamento sob controle. Vê, eu realmente estou amadurecendo. Parcialmente. —Ele não estava tendo problemas comigo, — Respondeu bruscamente. —E você devia ter reportado ao Harper no momento em que pôs um pé no território sul-central. —Vamos, Faythe. — Kevin cruzou os braços sobre seu peito, como se ignorasse que Marc estava disposto a mutilá-lo se não justificava a irregularidade de não ter reportado ao intruso. — Todos sabemos que tem a seu pai em uma situação muito incômoda. Você não se estabilizou com um gato decente, por nenhuma razão que alguém entenda, e ele não poderá fazê-lo por você, assim que o melhor que ele pode fazer é te manter controlada até que entre em razão e lhe dê alguns herdeiros. Um som estrondoso chegou a meus ouvidos, e tomou um longo momento reconhecer que era o som de meus dentes chiando. Estava lutando para controlar minha raiva, mas não era fácil fazê-lo com o Kevin ostentando o fato de que minha vida pessoal era tão privada como um vídeo sexual de um famoso. —Se dizia que seu pai te manteve vigiada pelos últimos cinco anos só para que estivesse a salvo e em um só lugar. Se isso for verdade, ele não foi consente e teve que manter a equipe ocupada te observando caminhar com seus amigos da universidade. Greg não teve o pessoal trabalhista para revisar cada prova litográfica de invasão de propriedade em anos. E tudo é por você. Mesmo que neguei com a cabeça, a fúria lançou faíscas de indignação por minha coluna vertebral, uma parte de mim se perguntava se ele tinha razão. Fazia que meu pai se abstivera de fazer seu trabalho? Forcei ele a dividir sua lealdade entre o resto do Pride e eu? Comprometeu a segurança pela que ele tanto trabalhou para nos dar? Não intencionava que isso acontecesse e de que minhas decisões afetassem a todos os outros de uma maneira tão drástica. Entretanto. Só queria um pouco de liberdade, mas todo o Pride pagou por minha liberdade. Se um imbecil como Kevin Mitchell viu isso, por que demônios eu não o vi? Felizmente, Kevin estava tão consumido em sua própria defesa que não se deu conta de minha ira nem de minhas próprias dúvidas. —Estava-lhe fazendo um favor a seu pai. — Ele cruzou os braços, determinado a justificar seu equívoco. —Sou perfeitamente capaz de vigiar a um extraviado que perambula pela fronteira sem ter que preocupar Greg. Se houvesse um verdadeiro problema, teria feito uma chamada. Mas não houve necessidade. Eu controlava tudo muito bem. Marc deu um passo adiante e Kevin deu um para trás, acovardando-se e descruzando os braços quando se topou com um depósito de lixo. Marc o olhava fixamente, a cor ouro de seus olhos brilhavam em sinal de raiva e de um desafio tático. —Então, como explica que Harper terminou morto em um beco? Kevin levanto as mãos, com as palmas para fora. 79


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—Não tenho nada que ver com isso. Não estive ontem aqui. Não tenho nem ideia de quem o matou. Surpreendida, dei um olhar ao Kevin e pela extremidade do olho vi Marc ficar rígido. Ele o ouviu, também. —Não esteve aqui ontem? — Grunhiu. —Quer dizer que esteve aqui outros dias? Com o Harper? Kevin gaguejava como a expressão dos olhos. Finalmente entendeu a gravidade de todas suas ações. E não tinha nem ideia de como sair delas. —Conta tudo, Kevin. — Não fiz nenhum movimento para interceder quando Marc o encurralou. Marc era mau se passando por policial, não por não poder uma situação como essa, mas por não ser aceitável se fazer de policial bom. —Foram juntos Harper e você à Fruta Proibida? Estiveram no clube de strippers? —Não te incomode. A resposta é óbvia. — Disse Marc, sua voz denotava asco. Ele olhou ao Kevin da mesma maneira em que um gato olha a um camundongo com o que planeja jogar, em lugar de matá-lo. — A única coisa que não entendo é por que um pirralho afetado como você, passaria tempo com um improvisado febril extraviado. Kevin me deu uma olhada por cima do ombro do Marc, evidentemente se deu conta de que eu era a menor ameaça. E eu não queria desiludi-lo. — Ele me pagou. Inclinei minha cabeça e tratei de não me burlar pela confusão. —Pago-te para passar o momento com ele? Acaso isso não é estar um pouco desesperado? Kevin me olhou fixamente, sacudindo a cabeça enquanto seu suor escorregava pelo pescoço. —Ele me pagou para manter a boca fechada. Para deixá-lo cruzar o lago e para passar o momento em uma cidade onde as ruas não estão vazias às 21:00. —E você foi com ele? — Perguntei-lhe, pressionando-o um pouco. —Sim, para mantê-lo vigiado. E o que passa se me pagava? De todos os modos, seu pai deveria me pagar. —por que não estava com ele ontem? — Perguntou Marc. Kevin ficou olhando o chão, empurrando uma garrafa quebrada com o pé. —Meu chefe me chamou para trabalhar, assim não pude ir. Não fazia ideia de que ele tinha morrido até que Greg me chamou ontem à noite. Marc se lançou para frente e seus punhos se estrelaram contra o depósito de lixo a ambos os lados da cabeça do Kevin, deixando dois profundos buracos no metal. —Se estiver mentindo, caminhara com claudicação14 pelo resto de sua vida. Kevin olhou ansiosamente ao Marc, logo me olhou e sua sobrancelha esquerda começou a contrair-se nervosamente. —É a verdade. — Embora ele estava claramente zangado, sua voz saiu como um agudo gemido. —Quer ver meu maldito cheque de pagamento? 14

É o sintoma característico de insuficiência circulatória nos membros inferiores, o que causa dores e dificuldade de locomoção.

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Satisfeito, Marc deu um passo atrás e relaxou os braços, mas mesmo que ele não se comportava de maneira ameaçadora. Ele parecia dominar ao Kevin intimidando ao pequeno homem com sua presença. —Conhece a Kellie Tandy? — A pergunta do Marc deu crédito a minhas próprias suspeitas de que a stripper desaparecida estava envolvida de algum jeito. —Só a vi. Ela é ardente. — Kevin fez uma pausa e se encolheu, me olhando por cima do ombro do Marc. —Bom, suponho que ela agora está morta, então direi que ela era ardente. A repugnância rodou através de mim por sua completa falta de compaixão pela garota desaparecida. A falta de Diplomacia deveria ser castigada, Kevin estava a centímetros de passar meu ponto de não volta. —Acredita que Robby a matou? — Perguntou, totalmente inconsciente de minha irritação. Mas essa pergunta me deu que pensar. Retirei as mechas úmidas de meu rosto, tendo em conta sua pergunta. Não intencionava lhe responder, mas seria genial que em realidade tivesse uma resposta para lhe dar. Pensava que Harper matou a stripper? Porque se ele a tivesse atacado, o único resultado possível seria que à matou. Está bem. Esse era o único resultado possível, e sem dúvida o único que concluímos. Mas eu em realidade suspeitava dele? Não estava segura. Não podia ver como Kellie Tandy encaixava em tudo isto. Não ainda. E se Harper a matou, seria mera coincidência que ele fora assassinado somente dois dias depois? —Alguma vez viu outros gatos no clube de striptease, algum extraviado ou a qualquer outro? — Marc perguntou, quando não respondi a pergunta que Kevin me fez antes. —Não. Só há outros dois na zona, que eu saiba. O menino mais jovem, Pierce vai ao Loyola, mas os universitários não passam o momento por aqui. E Jamey Gardner vive perto do Baton Rouge, mas não o vi em quase um ano. Assinalei com a cabeça para a porta traseira de A Fruta Proibida. —Conhece o Jeff o insignificante? —Sim. Ele é um dos garçons. Seu irmão é o dono do lugar. —Ele conhece o Harper? — Marc perguntou. —Não acredito que Jeff nos conheça por nosso nome, mas provavelmente reconheça uma foto. Ou uma descrição. —Bem. —Marc deu um passo atrás do depósito de lixo e do Kevin, fazendo gestos para o final do beco. —vamos averiguar o que esse insignificante viu ontem. Estava parada entre o Marc e Kevin no vestíbulo de Fruta Proibida, banhada na fria corrente de ar que fluía do condutor de ventilação acima de nós. A artificial rajada de ar rapidamente converteu o suor que percorria minha espinha em um frio riacho, era uma transformação a qual acolhi com agrado. Tivemos de que caminhar ao redor da porta principal com um calor de trinta e nove graus, que se fazia pior pela umidade relativa revoando ao redor de 90 por cento. Felizmente, a porta principal estava aberta, provavelmente porque os empregados não puderam entrar pela porta traseira, tampouco. 81


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O interior do clube de striptease era visível através de um largo arco, havia o piso de vinil adesivo, coleções de quadros baratos, e a longitude do bar era muito mais do que esperava menos as mulheres nuas. O clube não se abriria até dentro de dez minutos, assim que a elevada plataforma de baile estava escura e vazia. Graças a Deus. A última coisa que nossa farsa de uma investigação precisava era que Kevin tivesse uma estimulação hormonal e se comportasse como um imbecil totalmente frenético. Embora as bailarinas ainda não estavam sacudindo seus bem proporcionados traseiros, Jeff e outro homem mais alto vestido com uma ardente camiseta rosada estavam detrás do bar trabalhando duro, secando copos e contando o dinheiro da caixa registradora. E a julgar pelo aroma de comida frita, era evidente que alguém estava ocupado na cozinha. O letreiro que estava fora do local anunciando um almoço especial de asas quentes e carnes ardentes, servido com a bebida de sua escolha. E embora minha boca se sentia mais seca que uma duna de areia, a bebida que gostava, não era nenhuma que se servisse em Fruta Proibida. Enquanto olhava ao Jeff, o insignificante, verter amendoim em um dos recipientes do bar, uma pequena mulher com muito busto passou pelo vestíbulo da entrada, logo que vestida como uma versão brincalhona da Chapeuzinho Vermelho. Se ela estava procurando o Lobo Mal, não teria muita sorte. —Sinto muito, meninos, ainda não abrimos, — Disse Chapeuzinho em um sensual acento 15 Cajún , lhe mostrando uma pequena boca, cheia de pequenos dentes brancos ao Kevin antes de que tirasse sua atenção dele e se concentrasse no Marc. Só no Marc, ela nem sequer me deu um olhar. Cadela. —Odeio te pedir que vá, amorzinho, — Disse, lhe batendo suas pestanas a meu noivo, com suas mãos apoiadas no quadril e levava uma pequena saia de lycra de cor escarlate. —Mas as regras são as regras. Retorna em cinco minutos e te darei um show. Logo te deixarei comprar um gole. — Ela inclinou a cabeça para um lado e golpeou seu lábio inferior com a ponta de uma larga unha pintada de vermelho. —OH, diabos te convidar a um gole. Marc ficou olhando-a aos olhos e seus lábios se curvaram em um lento e sedutor sorriso. —Por muito tentador que pareça, não estou aqui por prazer. Exclusivamente, — Ele acrescentou, como se fora uma ocorrência tardia. —Minha amiga está aqui para ver o Jeff sobre um trabalho. Meu queixo se abriu abruptamente até o berço de meu decote. Sério. Quase me deslocou a mandíbula. E, é obvio Kevin riu, sabendo que ele estava a salvo por que Marc não lhe pegaria em público. E porque eu estava parada entre eles. —Sua amiga? — A pequena Chapeuzinho Prostituta perguntou, seu olhar se deslizou em minha direção pela primeira vez. Fechei minha mandíbula a toda pressa e fiz meu melhor esforço para tirar o assombro de minha cara. Era algo bom, mas a ira se equilibrou para tomar seu lugar. Não ia solicitar um

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Dialeto proveniente da França, muito falado e Nova Orleans.

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trabalho como stripper. Nem sequer para averiguar que lhe passou ao Robert Harper. E sobre tudo não em um clube aonde não têm em conta a seus empregados. Meus dentes se apertaram enquanto os olhos da Chapeuzinho corajosamente percorriam meu corpo. Nunca fora observada dessa maneira por uma mulher, não que eu saiba. E não estava segura de como não responder agradavelmente. Ou possivelmente nem sequer devesse me incomodar. Finalmente, ela assentiu, aparentemente satisfeita com minha aparência. —Me alegro de que me aceite, — Disse, com minha voz carregada de ironia. Marc foi o único que captou meu tom e eu estava segura disso porque chutou um pouco minha sapatilha quando Chapeuzinho olhou por cima do ombro para o bar. —Não terá muito problema em convencê-lo para que lhe de uma oportunidade, — Disse, voltando a olhar ao Marc, embora ela estivesse falando comigo. —De todas as formas, não somos muitas trabalhando neste momento. —Isso é certo, — Disse Marc, como se acabasse de recordar. —Vimos o papel sobre a bailarina desaparecida. — O papel estava pego na janela de frente e eram quão mesmos o que estava na porta traseira. —Sim, isso foi estranho, — Disse Chapeuzinho, seu falso acento desapareceu quando seus olhos se encheram de uma genuína preocupação. Inclusive sua postura trocou. Ela abraçou a si mesmo e dobrou um joelho, balançando todo seu peso em um salto agulha vermelho. —O que é o estranho? Ela agarrou seu grande capuz vermelho e se retirou uma mecha de cabelo comprido de cor café escuro girando-o ao redor com seu magro dedo. —Bom... —Te apure, Corinne! Cinco minutos! O nome da Chapeuzinho era evidentemente Corinne, ela olhou sobre seu homem ao alto e magro homem com outra ardente camiseta rosada parado no cenário que agora estava iluminado. —Já vou! — ela gritou, e logo murmurou, —Me dê um maldito minuto, — em voz baixa enquanto se voltava para nós. E quando digo nós, refiro-me ao Marc. —Carinho, por que não falamos um pouco depois de meu show, está bem? Sente-se e me reserve um assento e vou te ver depois que eu dance.— Sim? —Suponho que posso reservar uns quantos minutos, — Disse Marc com um sorriso deslumbrante. Apertei os punhos em minhas mãos enquanto ela se girava em seus estúpidos e perigosos saltos altos e pavoneando-se, rebolando o traseiro e tudo na sala principal, encrespou seu dedo sobre um dos ombros do Marc para convidá-lo a que a seguisse. Como diabos faz isso? Pensei enquanto seguimos a Corinne para uma cabine contra a parede da parte traseira. De algum jeito, Marc conseguiu uma testemunha potencial para lhe fazer perguntas e goles. Sem perder nenhuma faísca de dignidade.

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Entretanto, eu teria que aparentar querer tirar a roupa por dinheiro em frente de um salão cheio de homens estranhos, só por uma oportunidade de tirar alguma informação da garçonete. Nem em sonhos. Marc se meteu na cabine e Corinne se inclinou para sussurrar algo no ouvido, sua mão descansava em seu ombro. Só que realmente não lhe estava sussurrando nada. Se o estivesse fazendo, eu a escutaria. Assim que o que fora que ela estava fazendo comprometeu sua língua, em vez de sua voz. Um olhar de advertência do Marc me fez manter a boca fechada, mas isso não impediu que minhas unhas, minhas curtas e desarrumadas unhas mas muito úteis, se enterrassem em minha palmas. —Jeff, traga algo de beber para estes cavalheiros, — A puta vestida de vermelho, perdão, a bailarina exótica, gritou em seu caminho à porta marcada com o letreiro de: Só Trabalhadores. —E acredito que a garota que está com eles quer falar contigo. — De algum jeito, ela o fez soar como algo sujo, a pesar do fato de que se supunha que ia aplicar pelo excelente trabalho que ela já teve. Empurrei o Marc e sentei a seu lado, reprimindo a entristecedora necessidade de expressar meu desgosto em voz alta. Infelizmente, estávamos em um lugar público e não tinha mais opção que manter à história que Marc fazia para mim. Mas ele o pagaria mas tarde. Sim que o pagaria. —O que seria? — Jeff gritou, inclinando-se no bar com ambas as palmas de suas mãos contra a superfície polida. —Whisky e coca, — Disse Marc, levantando uma sobrancelha para o Kevin, que tomou assento frente a nós na mesa. Não tínhamos regras contra beber no trabalho, por que se necessita uma grande quantidade de álcool para alterar o julgamento ou a coordenação de um gato. E isso era muito malditamente conveniente, considerando que os abstêmios não suportavam a ideia de mesclar-se entre a multidão de um clube de striptease. Sobre tudo, um clube de striptease de Nova Orleans. —Uma Michelob16— disse Kevin, enquanto os alto-falantes ocultos se escutavam desde algum lugar perto do teto pintado de negro e a música do fundo começava a soar. Só quando a música começou a soar, dei-me conta que antes esteve desligada. Isso expôs a sensação de querer caminhar para as portas da entrada. Bom, isso e o fato de que estava em um clube de striptease. Não é que a nudez me incomodasse. Entretanto, a descarada publicidade de sexo com perfeitos desconhecidos me fazia sentir um pouco incomoda e embora sabia que havia uma diferença entre dançar nua e a prostituição, sentia-me um pouco confusa sobre isso. E esperava seguir assim. Menos de um minuto depois de que começasse a soar a música, os primeiros clientes reais entraram pela porta principal, uma turma de homens de minha idade, usavam roupas de civil mas com o mesmo corte de cabelo militar –uma clara amostra dos meninos da aeronáutica que

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Marca famosa de cerveja (tipo chope) tradicional nos EUA.

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estavam de licença. Eles escolheram uma mesa perto da plataforma de baile e escolheram um enviado para que pegasse suas bebidas. Quando o garçom passou por debaixo do bar com uma garrafa, a música de fundo ficou em silêncio e as brilhantes luz cobraram vida no cenário. Segundos depois, a nova música se apoderou dos alto-falantes, muito mais forte e mais movimentada que a anterior, Corinne passou através de um pesado véu negro e se pavoneava na plataforma, quase completamente coberta por sua capa com capuz de cor vermelha. No momento. Imediatamente os meninos que estavam adiante começaram a dar gritos e a rir, atrevendose a chamar à Pequena Senhorita Encapuzada para que se aproximasse. —Aqui têm, — Jeff o garçom disse a menos de um metro de meu ombro esquerdo. Saltei, surpreendida por sua repentina aparição. Estive distraída pelo espetáculo de striptease que não notei ao humano aproximar-se. Isso foi triste. Jeff pôs um pequeno copo cheio de um líquido escuro diante do Marc e uma espumosa jarra de cerveja em frente do Kevin. — Desfrutem do show, meninos. — Disse, e logo girou sua atenção para mim. Toda sua atenção. Ignorou ao Marc e ao Kevin da mesma maneira em que Corinne o havia feito comigo. Ao parecer a visão seletiva era contagiosa. —Trocou sua opinião sobre o trabalho? Dei um olhar ao Marc para ver se ele intencionava que eu continuasse com a falsa entrevista. Ele me empurrou do assento com um suave e sutil empurrão de quadril. —Uh, sim, — Disse, parando com estupidez para tratar de não cair ao chão. Jeff sorriu e tomou uma segunda oportunidade para avaliar minhas… um… qualidades. Ele assentiu com a cabeça muita mais do que Corinne o fez um gesto para o bar. —Passa no meu escritório. Com a extremidade de meu olho, vi Marc ficar tenso e soube que ele me observaria passar através das mesas para assegurar-se de que não me dirigia realmente para outra parte que não fosse o mencionado escritório. Ele me deixaria continuar este jogo, mas não me deixaria fora de sua vista, nem do alcance de seu ouvido. Segui ao Jeff até o bar e tomei assento em uma cadeira sem respaldo que ele tirou. Para minha surpresa, em vez de retornar a seu lugar detrás do bar, ele se sentou em um banco ao meu lado e se deu volta para mim com seu sorriso amplo e um pouco impaciente. —A melhor parte de meu trabalho é a vista prévia das próximas atrações. Não é tímida, verdade? Pisquei os olhos um olho ao Jeff, e logo me dei volta para olhar ao Marc, a ira, sem dúvida ardia em meus olhos. —Vou matar-te, — Pronuncie, mas ele só riu. Saiu-me o tiro pela culatra17. Pensei, me girando para o bar outra vez. Passaria um longo tempo antes que me sentisse bem para tirar a roupa depois de tudo isto…

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Jargão muito utilizado para referir-se a que planejáva-mos algo que nos atingiu primeiro; ou provemos do nosso próprio veneno.

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Capítulo 13 Os olhos do Jeff vagavam por debaixo de meu rosto enquanto esperava minha resposta, e para minha extrema frustração, não senti nenhuma vez queixar-se, porque meus bens foram uma parte legítima do processo de solicitude. Assim que disse que o primeiro que me veio à cabeça, só para chamar seu olhar para cima. —Necessito o dinheiro. —Então está no lugar correto, né... sinto muito, não ouvi seu nome? —Julie. — Melhor que Jane Smith, verdade? —Está bem, Julie... — Jeff tomou um porta papel no bar e se deslizou para mim, junto com uma pluma. —vamos obter os documentos da primeira forma. Papelada? Para strippers? Meus olhos se abriram enquanto cortava as capas dos documentos revelavam uma aplicação, um formulário W-4, um formulário de liberação em caso de lesões pessoais, e umas páginas com as taxas a respeito das coisas que os clientes estavam e não estavam autorizados a fazer, alguns dos que eram as transgressões que nem sequer considerei, ruborizei-me só pensando. Depois de uma vida de casual, não sexual nudez entre meus companheiros werecats, depois de tudo, eu estava aparentada com a maioria dos membros de nossa casa, pareceu-me que a ideia de fazer alarde de meu corpo por dinheiro... era de mau gosto, por dizer o menos. Jeff deu conta de minha expressão de surpresa e, possivelmente, a maneira torpe que mantive o porta papeis como se o clipe de metal fora a morder meus dedos. —Primeira vez? — perguntou, com a testa enrugada na consternação. Assenti, levantando uma coxa do agora pegajoso vinil para poder cruzar as pernas à altura dos joelhos. Sentia-se como um desses momentos de cruza-suas-pernas. —Bom, então terei que verte dançar, é obvio. Tem seu próprio traje? Sacudi a cabeça, e sorriu ante o estupor em minha cara. —Isso está bem. Vamos Unir nossas mentes e encontrar um ato para você. É alérgica às plumas ou de fita de dupla face? — Meu olhar vazio deve lhe haver indicado a respeito de minha confusão. —Você sabe, adesivo pessoal— Seus olhos se dirigiam de volta a meus peitos, e de repente compreendi. Adesivo pessoais? Eewww! Dando voltas em meu tamborete, dirigi um olhar furioso ao Marc através da sala, mas ele sorriu e saudou. Vai pagar, de boca, e riu, claramente desfrutando de minha humilhação. Bastardo Vicioso. —É um “não” nas plumas? — Perguntou Jeff, e assentiu em silêncio. —Está bem, podemos fazer de peles. Não te importa com peles, verdade? Era tudo o que não podia fazer rir na cara. —Não, não me importa de pele, e eu sou aficionada à maldita garras— eu disse, mais para benefício do Marc que do Jeff. Na cabine, Marc soltou uísque fora de seu nariz, pulverizando Kevin da frente para baixo.

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—Garras... — Jeff murmurou, claramente a representação de um equipamento que não tinha vontades de ver alguma vez. —Eu nunca considerei lhe pôr garras ao traje de gata. Kellie Nunca pensou nisso. Kellie? Estremeci-me ao me dar conta de que não só me prepara para substituir a stripper faltante, mas sim estavam dispostos a entregar a seu equipamento. Eu não podia pôr em um beco o traje de menina, dança e muito menos em torno dela. Jeff continuou, alheio a minha reação. —Mas então, as unhas largas, como garras. Mas para você, — pegou minha mão esquerda, examinando minhas unhas desiguais—garras falsas poderia ser só a coisa. Não é muito comprida ou aguda, não obstante se deseja tratar de não afugentar aos clientes. Isso é o que penso... —Está bem, adiante e preencha as folhas— disse Jeff, de pé, enquanto olhava como enchia a multidão no clube. —Quando tiver terminado, vamos voltar para o escritório de meu irmão e nos pode mostrar o que tem. — Ele sorriu. —Normalmente faríamos em primeiro lugar, mas algo me diz que sabe exatamente como manter a atenção de um homem. — De fato eu o fiz. Obter um estrito controle sobre suas bolas. A atenção de um homem nunca afastado muito de sua virilha sobre tudo quando estava em perigo mortal. Dei um caloroso sorriso, assentiu-me com a cabeça e agarrou a caneta, e Jeff se foi detrás do bar para ajudar ao garçom a manter-se ao dia com uma avalanche de ordens de bebida. Que diabos vou fazer agora? Pensei, fazendo girar o lápis entre os dedos. Marc queria saber o nome completo do Jeff, classe e número de série, o que era. Como mínimo, que haveria se Jeff levava uma saia. Ou um fio dental. Uma mudança na música me chamou a atenção, e olhei ao cenário para ver uma pequena mulher da Ásia dançando em um disfarce de dragão, de cores brilhantes que poderia, como muito, ser descrito como abstrato. Ao outro lado do quarto, encontrei ao Marc e ao Kevin sentados a ambos os lados da Chapeuzinho vermelha, que agora levava uma camisola vermelha, em sua maior parte transparente. Ela se sentou de lado na cabine semicircular, orientando suas costas para o Kevin para dar toda sua atenção ao Marc. Ao Kevin não parecia lhe importar. A sua cerveja enquanto olhava à mulher dragão cortar capa detrás da capa de brilhantes escama. Por isso, Marc parecia contente de ter toda a atenção de Corinne para ele, e se ela não estava já segura de seu desinteresse nas mulheres humanas em geral, provavelmente tivesse acreditado na sua atuação eu mesma. Depois de tudo, encarregados de fazer cumprir o tratado e normalmente violento, zangadas mulheres dispostas como cães guias de ruas, não é belo. Eu nunca vi Marc paquerar com outra pessoa antes, mas o fez bem. Muito bem. Felizmente, eu era o suficientemente segura em mim como em nossa relação, sabendo que ele só estava fazendo seu trabalho. Marc pensava em sua aparência, seu belo rosto esculpidos da mesma maneira que pensava de seus dentes e garras: as armas, como dois mais no seu arsenal pessoal. E ele nunca duvidaria em usar qualquer arma ao seu dispor se considerava necessário. Que me fez pensar o longe que estaria disposto a ir...

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—Tão longe como é necessário— uma voz suave e traiçoeira me falou desde algum lugar profundo dentro de meu coração. —Ele faria tudo pelo Pride, e você sabe. Corinne colocou uma mão no bíceps e um pé enganchado em torno da panturrilha debaixo da mesa, do Marc parecia estar comendo acima. Olhou diretamente a seus olhos, era um ato de cortesia. Eu estava bastante segura de que rara vez havia strippers em trabalho, aproximou-se dela, para escutar melhor o que estava dizendo sobre a música forte. Que era só para mostrar, é obvio. Podia ouvir perfeitamente bem. Caralho, eu poderia ter ouvido se me tivesse concentrado. Mas não o fiz, porque embora eu sabia que era só a atuação, fazendo seu trabalho pelo bem do Pride, não queria escutar a outra mulher dizer a meu noivo quão quente estava. Se eu queria que ele soubesse, estaria maldita e digo para mim mesmo. Logo, quando toquei minha caneta na barra, Marc começou a interrogar Corinne. Eu sabia que quando o momento chegasse, inclusive sem escutar, porque a mão caiu de seu braço e seu olhos se reduziram à bebida de cor vermelha brilhante sobre a mesa. Enquanto falava, presumivelmente respondendo a suas perguntas, Corinne recolheu as unhas de uma mão, os antebraços descansando sobre a mesa. Sua expressão se passou de alegre e coquete a triste e preocupada. O que significava que Marc estava fazendo seu trabalho. Inspirados por seu êxito, li no porta-papel em frente a mim, tendo em conta meu próximo movimento. Como foi que Marc recebeu informação de sua fonte, enquanto que eu só consegui papelada? Felizmente, não era muito tarde para jogar a carta contra Jeff. Sem dúvida que seria mais fácil de provar que uma parte de minha pele com alergia à fita dupla face. Mas eu não podia fazê-lo. Eu não podia cintilar minha carne, em troca de informação. Por minha vida, sim. Estive por esta estrada três meses antes, e prometi que nunca iria viajar de novo. E eu não estava disposta a romper meu voto por mera informação. Se não me falha a memória, Marc para paquerar no nome do dever, mas não pude seguir seu exemplo. Isso seria denegrir a mim mesmo, e o uso do Jeff e eu não podia fazer qualquer. Teria que procurar outro enfoque. Um enfoque que me deixe com minha roupa e minha autoestima intacta. Pouco a pouco, uma ideia começou a formar-se. Eu já havia feito um nome, por que não inventar uma história para ir com meu novo personagem? O que acontece se Julie chegara realmente ao Fruta proibida procurando um trabalho? E se ela veio procurar outra coisa? Quando terminou a corrida e Jeff retornou, eu estava preparada. —Esqueceu como se escreve seu nome? — Perguntou, assinalando à aplicação em branco, segundo ficou uma garrafa de água de manancial no bar diante de mim. —Obrigado. — Fiquei olhando a garrafa como a abria e tomei um gole comprido, de forma deliberada e esperamos, obviamente, evitando os olhos como fez uma recapitulação da garrafa e a pus de novo na barra. —Passa algo? — Perguntou, agachando a cabeça em minha linha de visão para apanhar meus olhos. Dei-lhe um vacilante sorriso de consciência. 88


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—Eu, né, não estou realmente aqui para um trabalho. Jeff arqueou uma sobrancelha e agarrou um punhado de amendoins procedentes de uma fonte no bar. Apoiado na esquina que forma o bar de onde voltou em um ângulo de noventa graus, meteu-se um dos frutos secos na boca, mastigando, enquanto me olhava. —Muito bem, estou intrigado. O que quer? Sorrindo, permiti-lhe mostrar o verdadeiro alívio em meu rosto. Que estive contando com sua curiosidade, que não era realmente tal risco. A maioria dos homens se aproveitavam de qualquer oportunidade para prolongar uma conversa com uma moça bonita. Jeff não levava aliança de casamento, e eu já reuni que gostava das mulheres, por isso as probabilidades de que estava mostrando interesse em meu favor. Um ponto para meu enfoque. —Informação — disse, meu sorriso se desvanecesse em uma expressão séria, com a suficiente ira para dar autenticidade. —Informação? Essa é uma nova. — Fez uma pausa para mastigar os frutos secos em um pouco mais, e seguiu meu contato com os olhos audazes para mostrar sua determinação. —Que tipo de informação? — perguntou, com a boca ainda meio cheia. —Quero saber quem merda é meu marido. Jeff se engasgou com seu bocado, tossiu para esclarecer a garganta. Quando podia respirar de novo, pôs-se a rir a gargalhadas, a admiração que mostrava em seus olhos, é de esperar por mim, e não para meu marido. —Marido— Deixou cair o amendoim restante de novo no recipiente e escovando o sal das palmas de suas mãos, olhando fixamente a minha mão esquerda. —Você não está usando um anel de casamento. — Você poderia, ser sua esposa se atarraxar a alguém mais? — Cuspi, manter o contato visual para reforçar minha sinceridade. —Além disso, tenho sérias dúvidas que Robby o levasse quando esteve aqui. Um jogo limpo, verdade? — Deu de ombros, e se inclinou tomei minha garrafa de água de novo para outro gole. —Assim, quem é seu marido, e por que acredita que está te enganando? — perguntou-se, inclinando-se a trabalhar em outro punhado de amendoins. —Meu marido—. Suspirei, como se de preparar-se para uma larga história. —Robby Harper, programador de computadores e estudos de aspirantes. estivemos casados menos de um ano, e que já está procurando um pouco de algo extra na lateral. — Fiz uma pausa e dei uma risada amarga. —Bom, até ontem à noite, suponho que não olhará mais. —E sabe por que...? Joguei uma olhada bruscamente, deixei que uma pequena dentada filtrar-se em meu tom. — Devido a que nem sequer se incomodou em tomar banho antes de chegar a casa. Pude cheirar a cadela nele. — E. —O perfume— acrescentei rapidamente, como me ocorreu que os seres humanos provavelmente, Não podia cheirar os aromas do outro jeito como dos gatos de maneira possível. —Acredito que a conheceu aqui, e eu quero saber quem é. — Dei um olhar

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suspeito ao redor da habitação, olhando à bailarina pavoneando-se no cenário em um biquíni princesa Leia, antes de retornar ao Jeff. Ele assentiu com a cabeça na compreensão. —Eu não conheço muitos dos clientes por seu nome, assim terá que me dizer sua aparência. Mas posso dizer agora mesmo que provavelmente não estava com uma de nossas meninas. Meu irmão se executa este lugar pelo livro, e as meninas que rompem as regras não duram muito tempo. Eu desprezei seu juízo com um gesto descuidado de minha mão. Eu já sabia que não estava procurando por uma bailarina de striptease. Mas Julie Harper não. —Ele tem o cabelo castanho e curto e olhos escuros. São quase negros, em realidade. Jeff franziu o cenho e sacudiu a cabeça. —Eu não chego a me aproximar o suficiente aos clientes para chegar a ver a cor de seus olhos, e além disso, acaba de descrever a um terço de nossos clientes. Algo mais sobre ele que poderia recordar? Mordi meu lábio inferior como eu pensava. —Sim. —Troquei no tamborete do bar, onde minhas nuas coxas se pegaram no vinil de novo, e se voltou para a cabine onde Marc e Kevin seguiam sentados com Corinne. —Vê esses tipos sentados com a Chapeuzinho Vermelha? — Voltei-me ao redor para ver Jeff estático na habitação principal com pouca luz. —Sim. —O da esquerda é um amigo do Robby. Vinham aqui juntos. Até a última noite, pensei que iam à gama de armas. Jeff assentiu com a cabeça e se meteu outra de amendoim na boca. Mordeu, e logo se ingeriu, enquanto que esperei, cada vez mais nervosa com cada segundo que passava. Logo voltou a assentir. —Sim, Lembro-me de seu marido. Ele veio um par de vezes ao mês. Normalmente se consegue uma dança com a Ginger, a ruiva no sutiã de coco e minissaia de erva. — Olhei ao redor da habitação, tratando de localizar a Ginger— como Jeff continuou. —Mas Ginger não trabalha de dia, e ontem seu marido estava aqui para o almoço. Primeiro, um através da porta. Lembro porque se foi com os clientes, a única mulher que tivemos toda a semana. Recebemos uns quantos que vêm nas sextas-feiras e sábados de noite com seus maridos e noivos, mas quase nunca recebe a mulher no almoço. E quase nunca vêm sozinhas. — Meu coração pulsava. Ele viu a gata. E se acordou dela. —Robby se foi com esta mulher? —Sim. Talvez... uma hora depois de aberto. Algo assim. Inclinei-me sobre o bar, a luta para não parecer muito ansiosa. —Sabe seu nome? —Não. Eu nunca havia a visto antes de ontem. Bebeu uma água mineral com gás, entretanto. Pediu isto com grossura, o acento sexy. Espanhol, talvez. —Lembra de como era ela? 90


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Jeff franziu o cenho, como se acabasse de lhe perguntou se o açúcar é doce. —Nunca esquecerei o que parecia. Estava quente. Rodei meus olhos, preparada para um pouco de exagero em sua resposta. Depois de tudo, lhes devotei meu trabalho como stripper. Que tão alto pode ser seu nível? —Há algo mais específico que 'Quente'? —Sim, sinto muito. — E ele realmente parecia senti-lo. Ou pelo menos envergonhado. —Ela estava sobre sua altura, talvez um pouco menor. A pele escura, exótica. Cabelo comprido e encaracolado, não é tão negro como o seu, mas ainda bastante escuro. Os olhos cinza pálido. sobrenatural-pálida, mas formosa. Seus olhos me dava conta. Lembro quando ela se foi porque eu estive a ponto de lhe oferecer uma bebida da casa, então eu levantei a vista para vê-la sair da porta com... bom, com seu marido. — Jeff deu de ombros de desculpa. —Isso ajuda? —Sim. Obrigado. — Fiquei de pé, já dirigindo para a saída. —Ouça, o que vais fazer quando te encontrar com ela? Eu lhe respondi debaixo de minha respiração. — Vou utilizar algumas de suas nove vidas. Capítulo 14 Dava as graças ao Jeff por sua ajuda e chamei a atenção do Marc, ao outro lado da pista. Levantou uma sobrancelha para mim, assinale-lhe a porta com a cabeça para lhe dizer que estava pronta para ir. Ele assentiu com a cabeça, e deu uns leves golpes no ombro do Kevin. Todos juntos e em pé, Corinne saiu da cabine detrás do Marc. Lhe ofereceu a mão, mas ela o abraçou em seu lugar, e sussurro algo em seu ouvido. Seus lábios apenas se moviam, mas eu não queria saber que lhe estava dizendo, assim que me dei a volta e abri caminho entre uma massa de pranchas, para alcançar a porta. Almoçamos no Bar&Grill Cajun, onde Marc e eu trocamos informação em meio da Jambalaya18 picante, fazendo todo o possível por ignorar as interrupções do Kevin. Ele estava trabalhando horas extras para nossa boa causa, mas bem podia manter guardado seu fôlego. Devíamos informar o incidente a meu pai, inclusive se fôssemos capazes de lhe entregar ao assassino: a gata amarrada e amordaçada. Depois do almoço, Kevin nos conduziu à fronteira do Mississipi no Picayune, onde encontramos o apartamento do Robert Harper sem muitos problemas. Vivia no segundo andar, ao lado da Sra. Grady, uma anciã amistosa e aborrecida que se viu encantada de ajudar aos amigos do Robert, e sua pequena irmã Julie para sua festa de aniversário surpresa. Infelizmente ela não sabia o nome de nenhuma das numerosas amigas da Julie. Segundo a Sra. Grady, Harper tinha visitantes quase todas as noites que frequentemente ficavam a dormir, mas nenhum permaneceu mais de 1 dia, nos 4 anos que fora seu vizinho, e

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Uma comida típica de Nova Orleans, em que os principais ingredientes são: arroz, frango, presunto cru, lagostas e muita pimenta: pimenta do reino moída, curry e cayena.

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nenhum deles coincidiu com a descrição da gata. Evidentemente Robert se afeiçoava pelas ruivas, de vez em quando lhe via com alguma loira, mas nunca com morenas. De acordo com a descrição do Jeff da mulher que viram com o Robert no dia anterior, se afeiçoava por usar uma cor de cabelo diferente cada dia. Quando reunimos toda a informação que pudemos da Sra. Grady, Marc e eu, deixamos ao Kevin na salinha, escutando sugestões de menu para a festa, enquanto utilizava as chaves da Julie, que em realidade provinham do bolso do Harper para revisar o apartamento. Não descobrimos nada interessante a parte de uma pilha de roupa suja e uma afeição mau sã do Spam e espaguetes. Kevin nos resgatou da Sra. Grady, quem nos deixou ir a contra gosto, e nos levou de volta a Nova Orleans, onde fizemos uma parada para comprar Baguetes e café, antes de ir comprar nossas passagens para o voo de volta. No aeroporto, Kevin estacionou rápido e abriu o porta-malas sem descer do automóvel. Saí pela porta de passageiro e caminhei em círculo para agarrar minha bolsa, enquanto que Marc, inclinou-se para trocar umas últimas palavras com o Kevin através da janela do condutor. —Permanece em casa e tenha o telefone a seu alcance. — A voz do Marc foi baixa e assombrosamente profissional. —Receberá uma chamada do Greg muito em breve. —Ei, não tem porque ser assim.— disse Kevin sussurrando. —Não há porque envolver ao Greg. Estou seguro de que poderemos obter algo, simplesmente entre nós dois. —Não, nós não podemos— Marc disse. Ficou de pé e deu as costas à porta, percorrendo a distância e aceitando a bolsa que lhe estendi. —… Acredito que está muito melhor que eu. — Kevin disse ao Marc quando já tínhamos avançado vários passos. —A única razão é que tem a Faythe a seu lado, sem ela, só serias outro gato andarilho, que lambe as botas do Alfa, um passo em falso e vai ao lado equivocado do rio. —O que disse? — Perguntei-lhe, voltando a olhar ao idiota de nossa escolta, mas sem me dar conta, Marc já estava junto ao carro movendo de um modo estranho a mão esquerda, pelo ângulo em que estava aberta a janela e seu punho se estrelou no nariz do Kevin. Saltou sangue em todo o volante, e no para-brisa e a parte dianteira da camisa do Kevin. Kevin estava muito ocupado para gritar, e Marc voltou para meu lado com calma, limpando sua mão ensanguentada com um pano molhado que tirou de sua mochila. Atirou o pano no cesto de papéis mais próximo e continuou andando para o aeroporto sem dizer uma só palavra. Finalmente pensei que deveria trocar o timbre de meu celular e revisar minhas mensagens de voz, enquanto esperávamos para entrar o avião. Havia duas mensagens. O primeiro era de meu pai, dizia que enviou ao Vic e Owen antes que encontrassem outro corpo. Depois de uma segunda pista por parte do mesmo informante anônimo. Foi ao Picckering, um povo pequeno perto da Louisiana, pela borda ocidental do Distrito Ranger Calcasieu da Kisatchie Nacional Florestal. Marc recebeu uma mensagem similar em seu correio de voz. Minha mão começou a tremer quando vi o número da segunda mensagem, era do Andrew. Demônios. Escutei a mensagem quando Marc foi ao banheiro que estava mais próximo de nossa porta.

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—Recebi sua mensagem Faythe. — Se não soubesse, poderia dizer que sua voz era interrompida por uma série de poluentes orgânicos persistentes ou fortes explosivos, seguidas por um distintivo Thwup, thwup thwup de folhas golpeando o ar, como os rotores de um helicóptero só que um som maior e mais desvencilhado, e quando o silêncio se estabeleceu, continuou como se não tivesse sido interrompido. —Não quer me ver, mas eu morro de vontades de verte. Não passou muito tempo para que isso ocorra. — Suas seguintes palavras foram interrompidas por outra série de barreiras e Marc saindo do banheiro, dirigindo-se para mim. Sorrindo, fechei o telefone e o meti na bolsa, me afundando na cadeira de plástico no aeroporto, ele se sentou a minha direita. Isto fora muito longe, eu deveria dizer ao Marc e a papai sobre o Andrew, mas agora tínhamos que nos mover. Além disso, não podia fazê-lo no aeroporto ou no avião. Marc não ia reagir muito bem e ele não deve estar em um avião cheio de gente quando se inteire. Eu o diria mais tarde, quando estivermos sozinhos, e o direi também a meu pai. Esta vai ser uma noite longa. Às nove da noite, Marc e eu estávamos de novo no rancho. Minha mãe preparou o jantar para todos, toda a família exceto Vic e Owen, estávamos sentados ao redor da mesa de dois metros e quarenta da sala de jantar, comendo em frente ao forno e escutando nosso relatório. —Assim, que Harper se foi com a gata voluntariamente? — perguntou Jace cravando dois aspargos com seu garfo. —Isso é o que parece. — Despertou o açúcar de meu chá, —De acordo com Jeff, o garçom, era o mais adequado para nos descrever à pessoa com a que se foi, deu-nos uma descrição bastante detalhada, embora não sabia seu nome. Ela é de minha altura, talvez um pouco mais baixa, o cabelo comprido, escuro e encaracolado. Olhos de cor cinza pálida, a pele escura e exótica, ele disse que era ardente, o que acredito que significa que é curvilínea. Ou talvez que está preparado para ir-se ao inferno por seu crimes. — Os olhos do Ethan se iluminaram, acredito que importava mais o fato de que a gata fora assassina. Eu ocupei minha boca enchendo-a com pescado, em vez de lhe dizer o que pensava o fodida que eram suas prioridades. Fazendo caso omisso dos hormônios de meu irmão, olhei por volta do final da mesa onde meu pai se sentou em silencio durante os últimos quinze minutos enquanto escutava meu informal relatório. —O que é que seu contato da Venezuela tem para dizer? — Pôs seu garfo no bordo do prato e limpou a boca com seu guardanapo. —Nada ainda, mas espero escutar algo logo. Até então tudo o que temos para seguir é a descrição. —Maravilhoso— franzi o cenho. —É um começo, é mais do que tínhamos antes. — Disse Parker, cortando um pouco de batata gratinadas com o bordo de seu garfo. —Mas não posso acreditar que Kevin Mitchell sabia o que acontecia com o Harper e não o informou. A gente pensaria que é mais inteligente que isso. —Sim poderia pensar. —Murmurei, empurrando os aspargos para um atoleiro de molho holandês. 93


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Não pensava dizer a meu pai que Kevin me jogou a culpa de nossa falta de mão de obra. Felizmente Marc se sentiu relutante a falar dele também. Teria que recordar lhe dar obrigado depois. Recordei aborrecida a merda que fez para tratar de me converter em uma bailarina de striptease. —Por certo, o disse ao Kevin que receberia uma chamada tua Greg — disse Marc, —Muito em breve. —OH o vai obter mais de uma chamada. — a mão de meu pai fez uma pausa ficando com o garfo a metade da boca. —Quando isto termine, vai obter um traslado à fronteira do Mississipi, e as instruções de permanecer na zona livre, até que seus pais decidam o que fazer com ele. Vou telefonar ao David Mitchell, logo que terminemos aqui. Ao outro lado da mesa, minha mãe se esclareceu garganta com cortesia para chamar nossa atenção. —O que acontece a bailarina que falta? —Seu nome é Kelly Tandy, ela vai a Tulan porque tem uma vaga parcial ali. — Disse Marc. — Um par de anos atrás, ela procurava um trabalho para obter o dinheiro que lhe faltava para completar seus estudos e sua companheira a convenceu para que dançasse no Fruta Proibida. Quando Kelly desapareceu, sua companheira de quarto chamou à polícia. Apresentaram-se no clube um par de horas mais tarde fazendo perguntas e tomaram uma foto da Kelly para seu arquivo. Mas isso foi tudo. Pareciam pensar que Kelly apareceria em um par de horas mais tarde e disseram a sua companheira que retornasse a seu apartamento e esperasse. —Suponho que alguma vez se apresentou? — perguntou Ethan com a boca cheia de comida. —Correto, ao dia seguinte, quando a polícia lhes disse que estavam fazendo todo o possível, sua companheira fez o pôster de pessoa desaparecida por sua conta e fez uma coleta com outros empregados de Fruta Proibida para oferecer como recompensa. —E sua família? — Perguntou Parker —Não podem exercer seus pais certa pressão à polícia? —Não tem pais— disse porque Marc estava muito ocupado mastigando. Tragou saliva e tomou um gole de água para esclarecer a garganta. —Morreram em um acidente quando ela tinha dezesseis anos, passou o resto da secundária em um lar de criação porque seus avós eram muito velhos para ocupar-se dela. É das favoritas entre as bailarinas — a expressão do Marc foi independente e profissional. Mas o conhecia muito bem para ler a expressão de seu rosto. A perda de seus pais foi o que impulsionou ao Marc a investigar sobre a Kelly. Ele se debilitava pelos órfãos, porque quando tinha quatorze anos, sua mãe foi assassinada pelo mesmo andarilho que o infectou. —Está bem, me deixe ver se o entendi — disse meu pai, empurrando seu prato vazio para frente. —Kelly Tendy desapareceu do Fruta Proibida em Nova Orleans, uma quinta-feira, o mesmo dia que Bradley Moore foi assassinado em Arkansas, mas a polícia não se interessou em procurála. No sábado Robert Harper atrai a uma gata ao mesmo clube lhe rompe o pescoço no beco e deixa o corpo enterrado no lixo, em menos de duas horas, Parker e Holden encontram o corpo e nos trazem ele — olhou ao redor de nós esperando uma resposta. —Parece bem para mim.

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—Para mim também— Jace falou, enquanto o resto se limitou a assentir com a cabeça, exceto minha mãe. Empurrou para trás sua cadeira e se foi à cozinha sem dizer uma só palavra. Segundos depois retornou com um bolo de queijo com morangos feito em casa, o qual começou a cortar para servilo. —Assim, limitamo-nos a acreditar que tudo é coincidência? — Ethan perguntou, tomando a sobremesa que minha mãe lhe entregava, e o passou ao Jace, quem o passou ao Parker, que o passou a meu pai. —Tudo isto ocorreu no clube do Striptease em Nova Orleans mas não podemos entender como é que se relaciona com outros eventos. Mas tem que está-lo, Certo? Encolhi-me de ombros vendo como passavam outro prato. —Bom não tudo aconteceu no Fruta Proibida. —O que quer dizer? — Perguntou Jace. Marc respondeu por mim, colocando um pedaço de bolo de queijo em meu prato. —Bradley Moore morreu quatro milhas aproximadamente de outro clube de striptease em Arkansas. Havia um montão em sua carteira. Ethan jogou uma olhada a meu pai e perguntou. —Assim se trata de clubes de Striptease? —Não. —Meu pai pôs a faca no bordo de seu prato com o cenho franzido a seu filho menor, como se ele houvesse dito que a terra é plana. —Eu apostaria que a localização é irrelevante. Pelo menos para a gata. Inicio-se no leste de Arkansas pelo que sabemos, como é, depois se trasladou a Nova Orleans e em ambos os casos, parece que ela trouxe um cão andarilho de um clube de striptease para matá-los. Mas porque ia a clube de striptease? Por que uma mulher iria a um clube de striptease sozinha? Não é somente um gato, não é qualquer mulher. Seu olhar percorreu de cima abaixo, olhando a cada um de nós a sua vez, incluindo a meu pai. Ninguém respondeu, e no silêncio, o grunhido de um motor de automóvel retumbou do exterior. Owen e Vic estavam de volta na caminhonete. —Faythe? — perguntou minha mãe, pus atenção quando ela entreabria os olhos para mim. Por que me escolhiam? ninguém mais conhecia a resposta. Por que vocês não vão a um clube de striptease? Franziu-lhe o cenho, tratando em vão de seguir sua lógica. —Eu não o faria. —Você foi a um hoje — assinalou com voz exasperada como se sua declaração fora perfeitamente lógica, mais que uma distorção da verdade. —Isso não conta, eu estava trabalhando, fui questionar ao garçom. —Ela pareceu satisfeita com minha resposta, e recolheu o serviço de prata para confeitaria de uma vez que falava. —Assim foi a um clube de striptease em busca de um homem? —Não é como isso— Insisti. —-Não estava procurando um encontro. —Estes homens morrem por romance? — Perguntou ela, felizmente trocou sua atenção de mim. —Foram assassinados com muito vinho e velas? — Ninguém respondeu, mas meu pai estava 95


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sentado em sua cadeira, com os braços cruzados sobre seu peito, cheio de orgulho ao ver sua esposa trabalhando. —Não porque esta gata, não estava procurando um encontro, ela estava trabalhando também. —Disse Marc, Procurar a alguém? Ele foi o primeiro que advertiu que meu pai assentia com a cabeça estando de acordo. —Foi Moore e Harper, pôde ter sido alguém mais, já que ela estava de caça. Na salinha de entrada, escutaram-se as botas do Owen que golpeavam o azulejo. Jace olhava do Marc a minha mãe, enquanto colocava o garfo na mesa até com um pedaço de bolo trespassado ao final. —Ela se afasta para caçar? —Não exclusivamente — disse Owen na entrada do salão com seu chapéu de vaqueiro desgastado pendurando de seu punho. Apoio-se no marco da porta e Vic se deteve justo detrás dele, com a expressão sombria e o rosto manchado de terra. Meu pai arrastou sua cadeira para trás e olhou seu relógio. —Não os esperava de volta até dentro de outra hora. —É incrível a quantidade de tempo que pode economizar quando não tem que enterrar um corpo — disse Vic empurrando ao Owen e entrando na sala. —Esta vez tocou a um dos nossos. Jamey Gardner. Trouxeram-no de volta para um enterro digno. O salão estalou em um frenesi de perguntas e exclamações zangadas, destilando raiva pelo assassinato de um de nossos membros do Pride. Meu pai não se molestou em falar disso conosco. Ele somente se levantou e caminhou tranquilamente para seu escritório através da sala. A reunião ao redor da mesa, desvaneceu-se em silêncio enquanto todos saltavam para lhe seguir. Marc e eu nos afundamos no assento, enquanto todos outros nos rodeavam. Ninguém disse uma palavra. Sabíamos que em vez de gritar perguntas na porta do escritório de nosso Alfa era melhor controlar a raiva que nos encontrávamos. Assim escutamos enquanto falava por telefone, esperando que as respostas a nossas perguntas fossem reveladas no transcurso da conversação. Ele chamou desde seu escritório ao Michael nosso irmão maior. Michael não trabalhava conosco em quase onze anos, em caso de crise meu papai nunca duvidava em chamá-lo a sua casa para obter sua ajuda. Michael era um gênio na organização e gestão de recursos e se encontrava muito mais cômodo que nós em trabalhar com múltiplas linhas de telefone e navegando pela internet para obter informação. Sendo renomado sócio em um escritório de advogados local, também era nossos olhos e ouvidos na comunidade jurídica. A chamada ao Michael foi previsível, curta e ao ponto. —O que acontece? — Perguntou meu irmão em lugar de saudação. —Chama a seu chefe e lhe diga que necessita um dia livre manhã. Então lhe vou explicar isso quando estiver aqui. —Me dê meia hora.

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—Bem— meu pai desligou seu telefone, logo se deixou cair em sua cadeira, enquanto folheava sua agenda Telefônica em busca do seguinte número. Enquanto marcava, Ethan se agachou no chão a meus pés, jogando com o bordo desfiado do tapete, com a cabeça apoiada em meu joelho. Jace se sentou no outro lado, apoiando uma perna em uma pesada mesa de carvalho. —Wes? É Greg. —Meu pai se inclinou para frente em sua cadeira, com o telefone pego em sua orelha de novo. Fez uma pausa enquanto a voz do outro lado do telefone lhe perguntava sobre sua saúde. Wesley Gardner era o irmão maior do Jamey e o Alfa do Pride dos grandes lagos. —Estou bem. — Disse meu pai olhando secamente enquanto limpava sua testa. —Mas tenho más notícias sobre o Jamey. Durante um comprido momento só houve silêncio, o qual era quebrado pelo ranger ocasional da estática na linha e o ranger do couro quando Owen trocava de posição no sofá frente a Marc e eu, com seu chapéu em seu colo. Quando Wes finalmente falou, a dor em sua voz era evidente, inclusive por cima de centenas de quilômetros de distância. —Como ocorreu? Meu pai suspirou, sem deixar de olhar para baixo, em seu escritório, todos sabemos o muito que odeia esta parte de seu trabalho, e me alegrava de que inclusive nos delegou esta responsabilidade a um de nós, quer dizer, a mim. —Não estou seguro ainda. Temos uma denúncia anônima sobre um corpo perto do Kisatchie National Florestal na Louisiana. Resultou ser Jamey, sinto-o muito, Wes. Estamos fazendo todo o possível por agarrar… responsável. Olhei ao Marc, surpreso pelo fracasso de meu pai ao falar do gênero do assassino. O aspecto mais notável do caso por agora. Mas Marc não parecia dar-se conta. A retenção de informação em uma investigação era uma norma de procedimento, mas Wes era o irmão da vítima pelo amor de Deus, não um membro ao azar do Pride. —Quando quer que façamos o enterro? —Perguntou meu pai. Wes respondeu. —Iremos por ele. Você chame de novo com a informação do voo uma vez que faça as reservas. —Me deixe saber se houver algo que possa fazer. —O farei, obrigado Greg. Meu pai pendurou o telefone e se recostou na cadeira, com as mãos cruzadas sobre seu estomago, os olhos fechados. Parecia zangado e muito cansado. —Esta vez, Vic e Owen nos dirão o ocorrido. Vic olhou ao Owen e deu de ombros, de modo que começou Owen, deslocando-se de novo no sofá para fazer frente a nosso Alfa, o qual nem sequer abriu seus olhos. —Não há muito que contar. O corpo estava onde a pessoa que chamou disse que estaria. Estava coberto de folhas e terra solta, por isso não se podia ver seu rosto ao princípio, mas sabíamos que era Jamey desde o começo. Por seu aroma, — Owen olhou ao Vic antes de continuar. — Podíamos cheirar a ela também. Esta vez sabemos que procurar pelo aroma, ainda estava fresco. 97


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—Lesões? — Perguntou meu pai com os olhos ainda fechados. Owen frisou a aba de seu chapéu com ambas as mãos. —Nada, quão mesmo outros, só o pescoço quebrado. Meu pai assentiu reconhecendo a informação, mas antes de que pudesse dizer nada mais, o repico de saltos de minha mãe soou no corredor, acompanhado pelo rico aroma de um bom café. Segundos depois, ela apareceu pela porta, levando uma bandeja de prata, com taças fumegantes. Sem dizer uma palavra, cruzou o escritório, colocou a bandeja em uma esquina da mesa de meu pai, e começou a passar as taças individuais. Nesse momento estava tão agradecida pela taça de café carregado e creme com sabor baunilha que podia ter beijado a minha mãe. Apesar de que decidiu terminar de recolher a cozinha antes de incorporar-se a tão lamentável reunião. Apesar que acabava de servir taças de café de uma bandeja de prata em um local cheio de homens em sua maioria. Embora o fez em uma saia reta e saltos de oito centímetros. No momento eu estava tão agradecida pela cafeína para arruinar seu bom gesto dizendo que somos capazes de conseguir nosso próprio café. Por isso só sorri e lhe dei obrigado. E me dava um tapinha mental para deixar passar a oportunidade de discutir com minha mãe e desfrutar-se de que não chegaria ser como ela. —Algo mais? — perguntou meu pai ao Vic, assentindo com a cabeça a minha mãe em agradecimento ao tomar a taça que lhe ofereceu. Owen assentiu com a cabeça, quando Parker se sentou a seus pés. A poltrona de meu pai estava vazia mas nenhum se atrevia a sentar-se nela. —Havia um terceiro aroma no corpo do Jamey. De um andarilho, nenhum de nós o reconheceu. — Ele olhou a seu redor, estudando nossas reações. —Estou seguro de que não significa nada. É provável que entrou em contato com ele no transcurso do dia. Marc franziu o cenho e deixou a taça sobre a mesa a sua direita. —Estas seguro de que não era o aroma do Harper? —Perguntou e eu sabia no que estava pensando. Em lugar de informar as indiscrições do Robert Harper, Kevin ajudou às encobrir e tanto como eu odiava considerá-lo, não podia deixar de pensar que Jamey tivesse estado fazendo algo similar. Possivelmente por isso meu pai reteu informação ao irmão do Jamey. —Estamos seguros — disse Vic. —Todos temos bem definido o aroma do Harper e este definitivamente não era dele. Meu pai ficou de pé, ao escutar o ruído do veículo do Michael sobre a terra de frente. Um franzir do cenho escuro deu procuração de seu rosto ao ficar de pé e deixou a taça de café meio vazia no escritório. —Esta é a terceira vez que este gato andarilho esta matado em nosso território e agora que matou a um gato de nosso Pride, o conselho já não pode achar que nos está fazendo um favor. — Golpeou os nódulos de sua mão direita e a fenda resultante parecia ecoar em toda a habitação. — Posso conseguir os votos suficientes para combinar nossas forças agora. Os outros Alfa terão que fazer algo para demonstrar que lhes importa. Mas o conselho resistirá a ver-se obrigado a atuar e cada minuto que passem arrastando seus calcanhares no minuto em que essa gata não foi 98


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capturada. Ela esta de caça em nosso território e não posso me permitir o luxo de esperar ao conselho para encontrá-la. Tomou uma respiração profunda antes de continuar. —Assim… vamos informar- lhes a situação, já que estamos obrigados a fazê-lo. Então enquanto que brincam com seus polegares, vamos atrás dela nós mesmos. — Fez uma pausa, nos olhando a cada um individualmente, com a determinação gravada em cada linha de seu rosto. —Todo mundo ou entende?. —Sim, Demônios… entendemos! — Nosso alfa estava vigilante. Na ponta de meus dedos comecei a sentir um formigamento de emoção. Dava-me conta de que pela primeira vez em minha vida, estava orgulhosa de ser a filha de meu pai. Capítulo 15 Fora, meu pai e Michael partiram pelo caminho de entrada de cascalho um ao lado do outro, suas costas iluminadas só pela luz dianteira do alpendre porque a lua e a maioria das estrelas estavam ocultas por uma grossa capa de nuvens. O resto de nós partiu detrás deles. Menos minha mãe, quem ficou na casa. Vestido em seu uniforme típico de fora-do-trabalho de calças cáqui e camiseta de polo de marinha, Michael escutou sem dizer uma palavra enquanto nosso pai repassava os detalhes específicos do caso para ele. Seu ritmo nunca parou, e seu passo nunca vacilou, até que se inteirou do Jamey Gardner. No instante em que ouviu o nome do Jamey, ele pareceu tropeçar com nada, recuperando sua graça usual e ficando novamente em equilíbrio um instante mais tarde. Ele e Jamey foram amigos de infância, não tão próximos como Jace e Ethan, mas mais que só conhecidos. —Está seguro de que foi uma mulher? —Michael perguntou, seu passo era suave uma vez mais, mas notavelmente mais rápido e mais determinado. Meu pai assentiu. —Temos uma descrição dela, mas nenhuma ideia de quem é nem por que se concentra em gatos de nosso território. Ou de onde veio, embora acreditem que seja de algum lugar da Sudamérica, nos apoiando no aroma. O celeiro apareceu ante nós ao final do atalho de terra que corre pelo centro do campo ocidental. Em minha infância, fora meu lugar secreto de retirada, mas em lugar de tardes gastas na companhia do Oliver Twist e Jane Eyre, agora associava o aroma de feno fresco com a morte e o decaimento porque, pela segunda vez em só alguns dias, utilizávamos o celeiro como um depósito de cadáveres provisório. Com um puxão estoico, e sem sequer um grunhido, meu pai abriu as grandes portas duplas do celeiro. Outra vez. E outra vez nós caminhamos detrás dele. Mas esta vez, enquanto Owen e Vic descarregavam o pacote plástico da parte traseira da caminhonete, meu pai deu direções ao Jace e Ethan, quem foi até o palheiro para trazer os únicos três pacotes de feno que ficaram da última temporada. Nós não íamos pôr o corpo de um membro do Pride, um homem que passou vários verões de sua infância em nossa fazenda, no piso. 99


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—O ponto de partida mais óbvio é o aroma do extraviado não identificado no corpo do Jamey — meu pai disse em sua voz de Alfa, enquanto Owen tirava com cuidado as tiras de fita adesiva. —Estou disposto a apostar que este extraviado é nosso informante anônimo, e que ele viu o Jamey com a gata. Com um pouco de sorte, ele terá alguma informação útil para nós, como seu nome, e para onde se dirige ela. Assim que o primeiro assunto a atender é identificar a este extraviado. Quando a folha de plástico negro que envolvia o corpo do Jamey se abriu, uma mão inerte caiu pendurando a um lado até tocar o piso. Viu-se exatamente como a imagem de um filme de terror, e se sentiu assim, surrealista. Owen foi a passos pesado em suas botas para frente para colocar brandamente a mão do Jamey sobre seu estômago. Tão considerado como foi esse gesto, não ajudava realmente. Há muito poucas coisas que se podem fazer para que a visão de um companheiro morto seja mais fácil de aceitar. Especialmente sob circunstâncias tão horríveis. Meu pai avançou primeiro, enquanto o resto de nós o olhava com as mãos nos bolsos. Parou-se em silencio ao lado do Jamey, como se estivesse lhe dizendo seu adeus final, mas sabia pela forma em que seu peito subia e baixava que ele estava inalando profundamente para analisar o aroma. Ele não se inclinaria para cheirá-lo, pela mesma razão pela que não colocaria o cadáver do Jamey no piso, nem o deixaria exposto na natureza para ser alimento dos animais carnívoros. Finalmente, ele retrocedeu e sacudiu a cabeça. —Não reconheço o aroma, mas isso não me surpreende realmente. Não posso recordar a última vez que vi um extraviado em pessoa. Um com vida, pelo menos. Olhei ao Marc com um olhar divertido, e ele me sorriu. Meu pai provavelmente nem se deu conta de seu engano; sinceramente, nunca considerou o Marc como um extraviado. Ele considerava o Marc como um filho. Michael avançou logo e tomou a mão do Jamey entre as suas. Soube em segundos que ele não reconheceu o aroma, porque quando sua respiração retomou seu ritmo normal, ele não nos ofereceu nenhuma informação. Mas permaneceu com o Jamey durante quase um minuto, olhando fixamente à cara de seu amigo como se estivesse perdido em alguma memória longínqua. Finalmente, Michael sacudiu sua cabeça e se retirou em silencio a um lugar perto da porta. Para evitar olhar a qualquer de nós, começou a limpar seus óculos de bordo de metal que só usava para luzir-se. Marc e eu demos um passo para diante até nos localizar no espaço que ele desocupou. Marc inalou profundamente, e eu fiz o mesmo. Então me congelei. Filho da puta! Meus dedos se fecharam ao redor dos do Marc, e seus nódulos apertaram-se juntos rapidamente. Ele grunhiu de dor e tratou de tirar sua mão de meu agarre. Eu apenas o notei. Quando minha mão se relaxou, seus dedos se escorregaram fora de meu alcance. Ele se esfregou os nódulos machucados, sorrindo amplamente para mim. Ele o identificou também. —Reconhece o aroma? — Michael perguntou, sua voz aguda e claramente cética. Assenti, e o sorriso do Marc se ampliou até mais. Meu pai arqueou ambas as sobrancelhas, já impaciente com a ansiedade. 100


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—Então? —Dan Painter— disse, com o entusiasmo convertendo a minha voz em um sussurro ofegante. As coisas por fim começavam a ter sentido. Algumas coisas, pelo menos. Ethan sacudiu a cabeça. —Que demônios faz o aroma do Painter no Jamey Gardner? Consenti-me com um sorriso de satisfação, feliz de saber mais que ele sobre algo por uma vez. — Claramente Painter é o informante anônimo. Owen franziu o cenho, movendo seu chapéu daqui para lá em sua cabeça. —Isso não é tão evidente como parece acreditar que é, irmãzinha — disse arrastando as palavras —Pelo menos não para mim. —Isso apoio. — O olhar do Parker se movia inquieta de mim ao Marc. —me permita ver se estou entendendo isto corretamente— Vic começou, sustentando um braço por cima da porta de estábulo mais próxima. —Greg esteve recebendo chamadas telefônicas anônimas, todas do mesmo homem, informando as matanças da gata e nos dizendo onde encontrar os corpos. —Até agora vai bem. — Disse enquanto lhe piscava os olhos. —Obrigado. — Ele olhou a meu pai e então continuou. —Presumivelmente, o homem que chamava esteve seguindo à gata listrada, observando-a. E agora vocês pensam que é este tal Dan Painter. O mesmo extraviado que vocês agarraram e soltaram em Arkansas, faz quanto, três dias? —Correto. — Marc assentiu. Entretanto, eu me senti obrigada a corrigir um mal-entendido menor. —Em realidade, eu agarrei ao Painter. Eu. Só eu. Vic sorriu. —Meu engano. — Sorri ante o reconhecimento, e ele continuou. —Assim acreditam que Painter espiava à gata listrada, para então delatá-la logo. Mas acreditam que ela teve algo que ver com a stripper desaparecida também? —Ela não poderia havê-la matado. Ou sequestrado, ou o que seja. — Jace disse. —Tandy desapareceu na quinta-feira de noite, ao redor da hora em que a gata listrada esteve ocupada matando ao Bradley Moore. Em Arkansas. Ela não chegou a Nova Orleans, que nós saibamos, até dois dias depois. —Assim o que tem que ver a stripper desaparecida com os extraviados assassinados? Ou os gatos? — Ethan franziu o cenho, olhando o corpo disposto sobre o feno. —Suponho que já não se trata só de extraviados. —Possivelmente nada— disse meu pai. —-Mas possivelmente…— Ele se girou para encarar ao Michael, seus cansados olhos agora brilhavam com ideias ainda não pronunciadas. —Quando entremos, quero que faça uma busca de strippers desaparecidas em Arkansas e Luisiana. Mississipi e Telhas, também. Michael cabeceou. —Não há problema. Pensa que é possível que haja mais garotas desaparecidas que só a de Nova Orleans? 101


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—Não estou seguro ainda, mas penso que sua mãe tem razão. A gata está procurando algo. Alguém. Possivelmente ela procura a quem quer que tomou Kellie Tandy. Marc se estirou para me alcançar, e eu lhe permiti que se aproximasse. —Isso explicaria por que ela está dois dias detrás de quem quer que tomou a Tandy— ele disse. —Ela o está rastreando. —Não, de maneira nenhuma. — Sacudi a cabeça, e senti como meu cabelo roçava a camisa do Marc. —Não há forma de que ela pudesse ter rastreado a ninguém desde tão longe. — Era incrivelmente difícil para um gato rastrear a outro através de distâncias largas. No bosque não era tão mau, o ouvido é muito agudo, e o menor som pode delatar sua posição. Entretanto, sobre distâncias largas, é virtualmente impossível. Os gatos não podem rastrear com o nariz como o fazem os cães. E inclusive se pudéssemos, perderíamos o rastro no momento em que nossa presa subisse a seu carro. —Além disso, isso não explica por que ela matou a três gatos em menos de uma semana. Meu pai tomou suas mãos por detrás de suas costas, franzindo o sobrecenho ante o pensamento. —Não, não o explica, e um rastreamento de tão longa distância parece bastante inverossímil, mas sem mais informação, não vejo de que outra forma Kellie Tandy poderia estar conectada à gata listrada. —Bem, merda! — Ethan gritou, fechando sua boca bruscamente quando se deu conta de que quase insinuou diante de seu Alfa. —O que? — nosso pai perguntou, omitindo o protocolo social. —Acabo de me dar conta de que se Marc e Faythe houvessem trazido o Painter com eles para interrogá-lo em vez de soltá-lo, nós provavelmente saberíamos quem é a gata faz três dias. Bem, infernos. Podia sentir como minhas bochechas começavam a queimar. Ethan tinha razão. As desculpas começaram a revoar ao redor em meu cérebro, e várias saltaram imediatamente, preparando-se para ser usadas. Mas meu pai me adiantou. —Não é sua culpa— disse, tomando a ambos, ao Marc e a mim, com seu olhar. —Eu os disse que o soltassem. Vocês fizeram o correto. Assenti, agradecida por sua tranquilidade, mas não podia evitar sentir que cometia um grave engano. Outro grave engano. O qual só me recordou a respeito daquele outro que ainda não lhe revelei nem a ele nem ao Marc. —Disse Painter algo… não sei… importante, enquanto vocês o conduziam à fronteira? — perguntou Parker. —Pois, não. — Marc me teve apertada contra seu peito. —Ele estava inconsciente. Michael empurrou seus óculos, o que suspeitei só fazia para parecer mais preparado, mais longe acima em seu nariz. —Inconsciente? Como aconteceu que ele perdesse o conhecimento? —Eu… como que o nocauteei. — Encolhi-me de ombros timidamente quando Michael franzia o cenho. —Ele ficou vulgar, falando de perseguir um pedaço de… cauda. Assim que eu…—

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balancei o braço acima, imitando meu gancho direito ganhador. Mas o punho se congelou no ar e minhas palavras se arrastaram longe quando o que havia dito por fim teve sentido. Perseguir um pedaço de traseiro. Ele havia dito que perseguia um pedaço de traseiro. —Ele se referia à gata listrada— Sussurrei, muito surpreendida para dirigir algum volume real em minha voz. Mas não importou. Todos me ouviram. —Painter perseguia à gata listrada, e eu o nocauteei antes que nos pudesse dizer a respeito dela. Fora, as cigarras cantavam, enchendo o silêncio enquanto todos menos Marc me olhava fixamente em incredulidade absoluta. Então Ethan bufou. —Não é isso uma cadela? — Ele sorriu, sua expressão era de diversão escura, como se apreciasse a ironia, em lugar de verdadeira ira. Mas teria entendido a ira. Arruinara toda a investigação, inclusive antes de saber que havia uma. —Juro por minha vida que não faço estas coisas a propósito. — disse, permitindo que minha cabeça descansasse no ombro do Marc enquanto seus braços se envolviam ao redor de mim. Odiei sentir que outros membros de meu Pride deviam passar a maior parte de seu tempo limpando detrás de meus enganos. Eu era melhor que isso, e desejavam que eles soubessem. —É obvio que não o faz a propósito— disse Jace. Levantei a cabeça para olhá-lo, favorecida pela compreensão em sua voz, e me senti aliviada ainda mais ao encontrar simpatia em seus olhos. —Não havia maneira de saber que tudo isto passaria. Você não fez nada mau. —Ela não fez nada bem tampouco. — Michael disse entre dentes, ainda olhando fixamente ao corpo de seu amigo de infância. Quis golpeá-lo, mas resisti o impulso. Eu não era a fonte verdadeira de sua ira; isso era óbvio. —Jace tem razão. — disse meu pai, olhando ao Michael com compaixão em lugar de irritação. —Ela não poderia havê-lo sabido. — Agachando-se, tomou o plástico que pendurava sobre o feno debaixo do corpo do Jamey Gardner. Ele acomodou primeiro um lado, logo o outro, até que Jamey ficou completa e respeitosamente coberto. Agora de pé, meu pai se dirigiu à porta, gesticulando para o Michael para que o seguisse. —Pode utilizar o computador de meu escritório para realizar uma busca de strippers desaparecidas. Quero nomes localizações, datas em que desapareceram, idades, e qualquer outra coisa que seja pertinente. Também fotografias se pode as encontrar. Michael se afastou ao trote pelo campo ocidental, dirigindo-se para a casa principal. —Ethan, você e Jace vão informar a sua mãe a respeito do que temos até agora, e vê se ela pensou em outra coisa que possamos utilizar. Ethan assentiu, e ele e Jace tomaram o atalho de terra, detrás do Michael. Meu pai se girou para mim e ao Marc, e minhas mãos começaram a suar por medo de que ele nos pusesse em outro caso. Felizmente, ele pensou em algo mais. —Reconheceria a voz de Dan Painter se a ouvisse outra vez? —Sim. — Disse sem vacilação. E o peito do Marc se moveu ligeiramente a minhas costas quando ele assentiu.

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—O informante deixou uma mensagem em minha secretária eletrônica ambas as vezes que chamou, e guardei as mensagens. — Meu pai se deteve, me olhando profundamente aos olhos para transmitir a importância do que ele estava a ponto de dizer. —Quero que os dois os escutem e me digam se a voz na máquina pertence a Dan Painter ou não. Temos que confirmar a identidade do informante antes de seguir adiante com isto, porque se ele não é Painter, estaremos olhando tudo isto de forma equivocada. —Não há problema— disse Marc. Meu pai assentiu, satisfeito. -Bom. Vão. Marc e eu nos dirigimos para a casa juntos, enquanto Owen, Vic, e Parker ficaram atrás para ouvir qualquer instrução que nosso Alfa tivesse para eles. Uma brisa morna do verão soprou através de meu cabelo enquanto caminhávamos pelo campo, trazendo consigo o aroma de trigo do verão, terra, e árvores. E do Marc, porque ele se encontrava contra o vento de mim. Embora só por uma polegada ou algo assim. —Jace tem razão— disse, provavelmente ignorando quão estranha soava essa declaração vindo dele. —Você não fez nada mau. Isto não é sua culpa. —Um inferno que não o é. — Eu me neguei a olhá-lo, vendo fixamente para a casa diante de nós, subindo lentamente do campo de grama alta até a cintura ao redor de nós. —Se eu não tivesse nocauteado ao Painter, Jamey e Harper estariam vivos neste momento. Marc parou bruscamente, me girando por meus ombros para olhá-lo. —Possivelmente. Eles talvez ainda estariam vivos. Ou nós possivelmente teríamos conhecido a aparência da gata, e nada mais. Você não sabe se Painter nos teria entregue isso. E não sabe se nós a poderíamos ter parado. Verdade. Eu não sabia com certeza. Mas o sentia com cada pulsado de meu coração. Arruinei tudo. Gravemente. Cometi muitos enganos estúpidos em minha vida... infernos, a maior parte só nos últimos meses, mas nunca fora responsável pela morte de uma pessoa inocente antes. Nem indiretamente. E a culpa de saber que possivelmente teria podido salvar ao Robert Harper e ao Jamey Gardner me fazia sentir doente do estômago. Com verdadeiras náuseas. E incrivelmente zangada. Quando encontremos a esta gata, ela conseguirá muito mais que um pedaço de minha mente. Ela conseguirá um pedaço de meu punho, diretamente em seu pequeno pescoço bonito. No escritório, Michael estava sentado atrás do escritório de nosso pai, fazendo clique no computador com sua mão direita, e tomando notas com a esquerda. Fenômeno ambidestro. Ele assentiu para nós quando entramos, então continuou trabalhando imediatamente. Avancei direto ao maciço escritório de carvalho, enquanto Marc se assentou na poltrona de couro. —Ouça, Michael, onde está Holly? — ele perguntou, torcendo-se para nos encarar aos dois. —Em Roma, por dois dias mais— Michael respondeu sem tirar os olhos da tela. —Não esteve aí o mês passado? — Isso era Veneza, em julho.

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—Ah—Marc me piscou os olhos. Enquanto a maior parte dos outros tipos eram previsivelmente invejosos a respeito da esposa do Michael, uma verdadeira modelo de passarela, Marc me fazia saber uma e outra vez quão infeliz ele estaria com uma mulher como Holly. Ela se encontrava longe muito mais do que estava em sua casa, e a carreira do Michael raramente lhe dava a liberdade de viajar com ela. Marc me queria exatamente onde estava, em Telhas. Com ele, longe dos olhos ansiosos de milhões de homens de todo o mundo. Tratei de tomar tais declarações como o elogio que ele tentava que fossem, em lugar de me centrar na insinuação fundamental de que meu lugar estava em casa, com ele e com nossos futuros, embora longínquos e puramente teóricos, meninos. Me encarapitando ao bordo do escritório de meu pai, puxei a secretária eletrônica para mim, notando a luz vermelha piscando. Alguém chamou desde que nós fomos para o celeiro, e minha mãe não respondeu o telefone. Por que não? Então a resposta esteve ali, óbvia na retrospectiva. Ela estava no bosque. Sozinha. Outra vez. —O que faz? — perguntou Michael, seus olhos movendo-se rapidamente daqui para lá enquanto lia em silêncio da tela de computador. —Papai quer que escutemos as mensagens e nos asseguremos de que Painter é o tipo. — Balancei uma perna para golpear contra o lado do escritório. —Ouviu-os já? —Não. —Bem, te prepare. Apertei o botão de play na máquina, um modelo digital que não usava realmente uma fita, e me senti surpreendida primeiro, logo agradada por ouvir a voz de minha prima saindo do diminuto falante. —Olá, todos, sou Abby. — Ela se deteve, então suspirou e continuou. —Minha mamãe disse que se estiver segura a respeito de aprender a lutar, devo me comprometer realmente com isso, assim chamava para perguntar que classe de saco de areia vocês utilizam. O grande pesado? E sei que o ano escolar acaba de começar, mas teremos o recesso de outono em umas poucas semanas, e quereria realmente passá-lo com vocês meninos, se não terem inconvenientes. Possivelmente Faythe poderia ensinar alguns desses movimentos de auto defesa. Realmente quero aprender como incapacitar a um tipo com uma patada em… Apertei o botão para guardar a mensagem da Abby, e então comecei a ir para trás pelas mensagens mais antigas, olhando os números para descartar as chamadas de uma em uma sem as escutar. Havia uma chamada do telefone celular do Vic, e outra do Ethan. Logo estava meu próprio número, de quando chamou do aeroporto para dizer a meu pai que recebeu sua mensagem mais cedo. Apertei o botão uma vez mais, e um quarto número pareceu na tela. A data e hora eram próximas ao momento da segunda mensagem do informante. Assim apertei o botão de reproduzir. —Sou eu outra vez. O alcoviteiro amistoso da vizinhança…— escutamos em silêncio enquanto Dan Painter, e definitivamente era ele, dizia-nos onde encontrar o corpo de um werecat 105


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perto da borda mais ocidental do Parque Nacional Kisatchie na Luisiana. —E há mais informação de onde veio se você está interessado. Mas quero algo em troca, assim que a próxima vez, será melhor que você responda o maldito telefone. Houve um clique suave quando a conexão foi cortada, mas justo antes do clique houve um só estalo suave, como um disparo de canhão ao longe. E o som distintivo do ar sendo golpeado por um propulsor. Traguei-me um suspiro enquanto o sangue parecia congelar-se em minhas veias. Eu não podia assegurar que esse som era realmente o do disparo de uma arma, mas sim podia jurar que o ouviu antes. Essa mesma tarde, na mensagem que Andrew deixou em meu telefone. Maldição. Disse a mim mesma que não significava nada. Que eram dois disparo de canhões diferentes, ou explosões, ou o que seja. Dan Painter e Andrew não poderiam ter chamado do mesmo povo. Era só uma coincidência. Infelizmente, eu não acreditava nas coincidências. Capítulo 16 —Bom, já é oficial, —disse Marc, com alivio em sua voz, porque ainda notava meu ataque de pânico repentino. —Painter é o tipo. Nosso próprio excesso de trabalho, avaliação ao informante anônimo. Agora só temos que encontrá-lo. —Mmm-hmm, — murmurei, ainda olhando a secretária eletrônica. —O que acontece? — Marc me olhou cuidadosamente do centro do assento de couro. —Nada— o disse, muito rápido. Eu não queria lhe falar do Andrew até que estivesse segura do que escutei na mensagem do Painter. —Eu estava pensando que a melhor maneira de encontrá-lo seria começar com o número de onde chamou. — Assim se faz, Faythe. Encontra a verdade. Ao menos, tanto dela como você possa. —Leia o código de área, — disse Michael, a decepção na cara dizendo claramente que ele tivesse desejado pensá-lo primeiro. Saltou do escritório, rodeando a meu irmão para ver por cima do ombro como ele abria uma nova janela no navegador e escreveu: Guia Telefônica inversa na barra de busca do Google. Quando a nova tela se carregou, li na tela o número da secretária eletrônica. Michael acrescentou alguns dígitos a sua busca, e se sentou, enquanto que o navegador fez todo o trabalho. —Chegou a fazer alguma outra ligação? — Perguntei-lhe, olhando como a barra de progresso começou a encher na tela. —Sim. — Michael estendeu ambas as mãos sobre sua cabeça, enquanto se pulverizava como um gato dorminhoco no sol. —Uma de Arkansas, e duas mais de Louisiana. — Fez uma pausa, inclinando a cabeça para baixo para olhar por cima de seus óculos inúteis, a informação disponível na tela. —Aqui tem. — Ele assentiu com a cabeça para o monitor da tela plana. —Painter chamou de um telefone público em Leesville, Louisiana. — E embora, evidentemente, não significou nada para o Michael, segundo 106


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o mapa da tela, Leesville estava a menos de dez quilômetros ao norte de Pickering, onde a gata deixou o corpo do Jamey. —A primeira chamada veio de algum lugar em Arkansas, não? — Perguntou Marc, finalmente, impulsiono-se e se levantou do sofá a unir-se a nós ao computador. —Sim. Um... — Michael chegou através do escritório, tirou o Atlas enorme para ele. Já estava aberto na página de Arkansas, e meu pai deu a volta a duas cidades em tinta vermelha. Um deles era Dumas, a pequena cidade ao sudeste de Pene Bluff, onde pela primeira vez cheirado, continuando, viu Dan Painter quando nos detivemos por combustível. O outro era corredor branco, disse Michael, determinou meu próprio pensamento. —Não é onde vocês encontraram ao Bradley Moore? —E onde o enterramos. — Marc passou a mão por meu braço, e eu lutei para voltar a sorrir. —Isso tem sentido. Moore foi assassinado no Corredor Branco, e Painter viu o que aconteceu, assim é obvio que ele chamaria a partir daí. — Retorci-me nos braços do Marc para fazer frente a meu irmão. —Você disse que encontrou um relatório que faltava uma bailarina de striptease de Arkansas...? —Sim. — Michael deixou o Atlas e agarrou o bloco de notas no que esteve fazendo notas. — Amber Cleary. Desapareceu na noite da quarta-feira, depois de seu turno no Clube Luz da lua. A noite da quarta-feira. A vinte e quatro horas antes de que Kellie Tandy tivesse desaparecido em Nova Orleans. —Onde está o Clube de luz da lua? — Perguntei-lhe, atirando da gaveta do escritório de meu pai. No interior, agarrei um pequeno Bloco de notas da parte superior de uma pequena pilha e fechei a gaveta. Marc me entregou uma caneta do pote do escritório, e comecei a escrever no papel, enquanto Michael olhava através de suas próprias notas. —Um... Pene Bluff, Arkansas. —Onde está isso? — Apertei a caneta e o bloco de notas em um só punho, inclinei-me sobre o escritório para ver o Atlas. —Ali. —Marc alcançou a rodear meu braço para aproveitar a ver um ponto no mapa, antes de que inclusive encontrasse o lugar. Passou a mão fora de meu caminho e se centrou no ponto com o dedo aonde fora coberto. Pene Bluff, Arkansas, tinha quarenta e cinco milhas ao sul e ligeiramente ao leste do Little Rock. E a menos de dez milhas do White Hall, onde foi assassinado Bradley Moore. Estava começando a ver uma conexão, e não era bonito. —Bem, isto é o que tenho até agora, — ele disse, olhando por cima dos apenas legíveis garranchos em meu Bloco de notas. —Na quarta-feira, Amber Cleary desapareceu de um clube de striptease em Pene Bluff, Arkansas. Ao dia seguinte quinta-feira a gata assassinou ao Bradley Moore menos de dez milhas de distância, no White Hall. Esse mesmo dia, Kellie Tandy desapareceu na metade de seu turno no Fruto Proibida, em Nova Orleans. Logo, na sábado, a gata se apresentou no Fruto Proibido, onde matou ao Robert Harper. — Olhei para cima para encontrar que os dois meninos me olhavam. — Estou esquecendo algo? 107


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—Sim. As outras strippers desaparecidas. — Marc se apoiou na vitrine de meu pai de vidro e olhou ao Michael para sua confirmação. —Não disse que havia duas mais na Luisiana? Michael assentiu com a cabeça, folheando suas notas de novo. —Melissa Vassey nunca chegou a casa depois de seu turno no salão do Pegasus a noite do sábado. Tivemos o cuidado para deduzir que o Pegasus Lounge está localizado… —Sábado... — disse, meu cérebro lutando para armar um quebra-cabeças que ainda não tem todas as peças. —Leesville, Louisiana. Ou em algum lugar próximo. Michael assentiu. —Boa tentativa. —Como diabos sabe isso? — Confuso, Marc olhou para trás e adiante entre nós. Sorriu-me com triunfo. —Isto encaixa com a conexão. Uma stripper se perde, então, um dia depois, a gata aparece e encurrala a um gato. No domingo ela deixou o corpo do Jamey Gardner em Leesville, o que deve significar que no sábado, uma stripper desapareceu de Leesville, ou em algum lugar próximo. — Passei meu bloco de papel de notas em torno dele para que o vissem. —Mas a gata não pode ser a que toma às strippers. Ela estava muito ocupada matando ao Moore quando Kellie Tandy desapareceu, e ela estava matando ao Jamey Gardner quando Melissa Vassey desapareceu em Leesville. —Portanto, O álibi da gata para o sequestro é um assassinato? — Um sorriso irônico se desenhou nos lábios do Marc. —Isso é um inferno em sua defesa. —Não é exatamente a exoneração, verdade? — Eu Me encolhi de ombros. —Entretanto, sustentei-o. —O que sabe da sexta-feira? — Perguntou Marc, tomando o bloco de papel de minha mão. —O que quer dizer? —Apontou um dedo em uma linha em branco no bloco de papel de notas. —Sexta-feira em branco. Vê? Nenhum gato morto, e nenhuma strippers perdida. —Maldição. — Deixei-me cair sobre o escritório de meu pai e tomei meu bloco de papel de volta a um maior estudo. —Fez um buraco em minha teoria. — —Só um pequeno buraco, — disse Michael. —A strippers de Louisiana desapareceu a noite da sexta-feira, do Bar topless no Lafayette. Olhei a meu irmão por um momento, tratando de processar a nova informação e memorizando sua informação da linha em minha cabeça. Então me voltei e lhe arrebatei o atlas da esquina extrema da mesa. —Lafayette. — Risquei I-10 a I-49, logo para o norte com o dedo. —Se aderirem às autoestradas principais, Lafayette está no caminho de Leesville de Nova Orleans.—Marc olhou o mapa, minhas notas com as letras feitas depressa, ao Michael. —Assim não temos a uma bailarina de striptease sequestrada em Lafayette na sexta-feira, mas tampouco morreu nenhum gato. Por que? Michael deu de ombros. —Estamos assumindo que esta gata depois do que está fazendo, toma às strippers, verdade? 108


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Infelizmente, é um fato. —Claro a que não houve cadáver na sexta-feira porque não encontrou a um gato no Lafayette. Ali não há muitos de nós, e ela não pode correr dentro de um werecats em cada parada como combustível. — Apesar de que tínhamos encontrado o aroma através do Dan Painter não era da mesma forma. — Além disso, não temos alguém que viva perto de Lafayette, verdade? — Perguntei, olhando ao Marc por uma resposta, porque Michael esteve fora do circuito na maior parte da última década. —Não. Ninguém com permissão, de todas as formas. No Salão de entrada, soou um suave clique e o chiado das dobradiças, assinalou a abertura da porta dianteira. Meu pai entrou pela porta do escritório e se deteve quando se deu conta de que nós estávamos reunidos em torno de seu computador. —Esperem um minuto, meninos, vamos ver do que Michael se inteirou. Michael deu uma cotovelada a meu quadril com a ponta de sua caneta e desci da mesa, enquanto Vic, Owen, e Parker seguiram a meu pai no escritório. E bem? Caminhou para frente para tomar a posição de poder: sua cadeira do escritório. Michael se levantou e me deu um empurrão, Marc e eu lhe seguimos para a poltrona de couro, fazendo uma pausa para tomar minhas notas mais à frente do escritório. —Encontrei a três strippers só elas faltam até agora. O Alfa se afundou em sua cadeira, e Michael terminou de repassar os detalhes, continuando, estabeleceu seu bloco de notas no centro da mesa, onde não se pudesse perder. —Identificamos um padrão de conexão com os assassinatos das strippers desaparecidas. Identificamos um padrão? Pensei, deslumbrando todo conhecimento de meu irmão maior. Marc me levou na poltrona de couro junto a ele, apertando minha mão com simpatia, como se ele soubesse o que estava pensando. Inferno, provavelmente o fez. Papai escaneou o bloco de notas, ficou de pé, indicando ao Michael que tomasse seu assento. —Quero saber por que essas garotas, em particular, estão desaparecendo. O que têm em comum? Por sua ocupação? Há fotos? Todas são estudantes, ou foi Kellie Tandy a exceção? É por que seu trabalho é de strippers, ou algumas delas simplesmente são garçonetes de topless? — Meu pai se voltou para o Vic, Owen, e Parker, como se estabelecia em sua poltrona. —Se for agora, pode agarrar as notícias das onze. Não me surpreenderia se as strippers que faltam se converteram na notícia nacional. Vic assentiu e se levou ao Owen e Parker pela porta do corredor, presumivelmente para a casa de hóspedes, onde três televisores diferentes e dois computadores estavam ao seu dispor, preparados para ajudar pelo bem da humanidade. Ou bom... Gatos, neste caso. —Está bem... — Meu pai se voltou para o resto de nós. —Assim, capturaremos a gata quem quer que esteja atrás disto, mas não sabemos quem é, ou onde esta agora Verdade? —Correto, — disse Michael, estalando os dedos a distancia no teclado sem parar. Papai fechou os olhos, pensando evidentemente. —Assim que a última localização conhecida para a gata é Pickering, Louisiana, onde deixou o corpo do Jamey. E agora aonde estará? 109


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—Leesville, que é menos de dez quilômetros ao norte de Pickering, — disse-lhe, olhando minhas notas. Marc se desagradou mais perto de mim para ver melhor. —É onde a ultima stripper desapareceu, e onde Painter fez sua última chamada anônima. —E está segura que é ele? — Os olhos de meu pai se abriram para ver os dois desde sua poltrona. —Escutou as duas mensagens? —Só escutamos a última, mas definitivamente é ele, — disse, molesta a meu pai olhou ao Marc para que lhe confirmasse o que havia dito. Como se minhas palavras não fossem o suficientemente boas. —Assim sabemos quem é o informante, e temos uma descrição da gata. Quão único não sabemos nada é sobre quem é ela. —Bom, sabemos algo, — disse Marc, olhando em meu bloco de notas de meus joelhos. — tomou a uma stripper em um povo diferente nas últimas quatro noites. Se ficar a seu passo, poderia estar tomando outro agora. Mas não temos ideia de onde esteja. —Está bem, risca seu caminho. — Papai colocou suas mãos debaixo do queixo, estava pensando em seu gesto mais familiar. —Talvez possamos fazer uma supervisão sobre a base disso. Talvez possamos. Me caiu o bloco de notas no colo do Marc em caso de que tivesse uma folha nova, e me levantei. Meu pai me seguiu com o olhar ao passar junto a sua cadeira, e ouvi sua cadeira rangendo quando se voltou para ver-me. Parada frente à enorme mesa de carvalho, fiz um risco no Atlas e se deslizou mais perto a mim ao redor. —OK. dirigiu-se ao sul de Arkansas, todo o caminho de Nova Orleans. — segui as interestaduais através da linha do estado e na Luisiana. Mas logo tive que parar e voltear através das páginas de Atlas para encontrar Louisiana. —Desde Nova Orleans, provavelmente seguiu I-10 de Lafayette, depois, dirigiu-se ao norte-não estou segura de como chego a Leesville. —Meu dedo se abatia sobre Leesville. —dali, podia ir para o leste pela autoestrada 28, ou sua vez, já seja ao norte ou ao sul em 171. —Eu não acredito que volte para o leste, — disse Marc, fechando os olhos quando se inclinou a cabeça para trás contra as almofadas do sofá. —Parece que está trabalhando em seu caminho ao oeste. Ao Texas. Eu não estava disposta a vocalizar um pensamento, ao menos até que seja confirmado ou deixando minhas suspeitas da participação do Andrew. —Talvez. — exalei profundamente, meu coração pulsava lento, e logo apoiei meu quadril no bordo da mesa de meu pai, com a esperança de ter um aspecto completamente depravado e pus o Atlas de volta. Michael franziu o cenho, mas voltou para a recopilação de informação, quando lhe mostrei a língua. —Ao sul de Leesville, não há nada, mas muitas cidades pequenas e grandes bosques, até que você chega a I-10. De ali, poderia-se voltar em direção ao leste para Nova Orleans em que todos estamos de acordo que provavelmente não o fez ou ao oeste, em cujo caso acabasse em Beaumont, depois de Houston. Marc passou a mão através de seus cachos, logo inclinou sua cabeça sobre o respaldo do sofá e fechou os olhos outra vez. Parecia esgotado. Eu sabia exatamente como se sentia. 110


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—Bom, será-lhe mais perto, e mais fácil para encontrar. OH, merda! Eu não sabia que a stripper sequestrada pelo que estava passando, mas estava começando seriamente a suspeitar que isso estava relacionado com o Andrew. E eu sabia exatamente aonde Andrew se dirigia. Aqui. —Há alguma coisa nova nas bailarinas, ainda, Michael? — Perguntou meu pai. Meu irmão assentiu com a cabeça sem levantar a vista. —Sim. Só um segundo. — Saltei do escritório de meu pai, deixei o atlas e me dirigi à porta. —Já volto. —Aonde vai? — Perguntou meu pai, e ouvi a porta rangendo, ele se colocava de pé detrás de mim. —À casa de hóspedes por um refrigerante. — Minhas sapatilhas de esporte chiaram nos azulejos em um rápido, irritado ritmo. —Necessita ajuda? — Marc chamou. Não lhe respondi. Ao final do corredor, abri a porta de atrás e a empurrei de meu caminho. Depois se fechou detrás de mim, lancei-me escada abaixo, me perguntando onde ir. A casa de hóspedes estava fora e a questão é que; Vic, Parker, e Owen estavam ali, vendo os telejornais. O celeiro era um não terminante, também, parecia-me muito mal a interromper o descanso eterno do Jamey com meus próprios problemas, não importa quão grave fora. Em uma perda para onde ir, conformei-me com um pedaço de erva à esquerda da galeria de trás, contra a parede traseira da casa. Uma coruja chiou uma saudação enquanto que abri meu telefone, meu coração pulsava com força em meus ouvidos. Desloquei-me através das chamadas perdidas, agradecendo a boa iluminação da tela LCD. Não tardei muito em encontrar o correio de voz do Andrew, que eu não havia totalmente escutado no aeroporto. O não escutar já não era uma opção. Talvez nunca fora. Contendo o fôlego, pressionei um botão e levei meu celular ao ouvido, minha mão tremia. Concentrei-me na linha de árvores por diante, esperando a mensagem. —Recebi sua mensagem, Faythe. Se eu não sabia nada melhor, eu diria que: — Uma vez mais suas palavras, foram cortadas, o que soava como um disparo, e as hélices de um helicóptero o mesmo som que tínhamos escutado na mensagem do Painter para meu pai. —Não quer me ver. Mas te estou procurando. Espero verte. — Mais explosões, e as hélices no ar. —Tenha cuidado amanhã, eu estarei contigo. Não será por muito tempo agora. — Outra série de explosões, e esta vez o som de golpes, obviamente algum tipo de -avião se perdeu na distância sobre a linha. E os sons eram de, Andrew estava muito mais perto da ação do que esteve Painter. —Não posso esperar para te mostrar meu novo look. Acredito que isso você realmente vai gostar. Como não, verdade? A mensagem finalizou com um breve zumbido de estática, um clique em silêncio, depois, silêncio. Logo, uma suave voz feminina chegou na linha, perguntando se quero guardar a mensagem. Pulsei a tecla Sim e fechei o celular, com as mãos ainda tremendo. 111


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Minha respiração foi mais rápida, o pânico estalou, apoiei-me na parede para evitar que caísse. Os dedos de minha mão esquerda riscaram as linhas ásperas do tronco detrás de mim. Enfoquei-me na sensação áspera, arenosa, usando-o para me assegurar de que estava acordada. Que eu não estava em meio de um pesadelo terrível. Que não sonhei com o correio de voz horrível. E eu não sonhei. De algum jeito, se o tivesse deixado, escondido são e salvo entre seus livros, tênis, e Lattes 19 completamente não letais, e agora Andrew era um gato. Sua bondade honesta, é uma merda. Arrebatada por um arranhão de um extraviado. E se dirige para a mim. Capítulo 17 Não. Sacudi minha cabeça em negação, embora não havia ninguém para vê-lo. Isso não é possível. Entretanto era certo, apesar de tudo. Nem sequer sabia de mim, verdade? Nunca o disse. As palavras de minha última conversa com o Andrew se reproduziam em minha cabeça, e fazia muito mais sentido em retrospectiva. Ele não estava falando de nossa relação. Estava falando de sua nova espécie. Ele parecia pensar que eu sabia no que se converteu, e que o mantive longe de minha família. Mas eu não sabia. Como demônios poderia sabê-lo? Calafrios apareceram por todos meus braços e pernas, apesar da noite calorosa do Texas. Isto não podia estar acontecendo. Andrew era humano quando saí da escola. Absolutamente, totalmente cem por cento humano. Sem pelagem. Sem garras. Sem caninos. Assim quando trocou? E quem o trocou? Esfreguei-me ambos os braços de uma vez, tratando de compensar o frio que se estendia sobre mim de dentro para fora. A família do Andrew era do Tennessee, que pertencia ao Pride Meio Oeste, e foi à escola no Texas, que estava em nosso território. Assim a menos que tivesse estado em uma das zonas livres ultimamente, era bastante improvável que alguma vez conhecesse um extraviado. Só ficava outra possibilidade. Tanto como eu odiava admiti-lo, poderia ter sido arranhado por um gato do Pride. Mas as oportunidades eram escassas. A criação de um extraviado levado a uma sentença de morte, e muito poucos gatos do Pride estavam dispostos a tomar esse tipo de risco. Muito, muito poucos. E não é como se um extraviado pudesse ser criado por acidente. Um arranhão ou mordida infecciosa só se pode fazer em forma de gato, o contato físico de maneira informal com os seres humanos uma ronda de sexo duro ou inclusive uma briga a murros não podia eventualmente resultar na criação de um extraviado. Então onde poderia Andrew ter entrado em contato com um werecat em forma de gato? Qualquer werecat?

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CNPq lança uma nova versão do currículo Lattes, com um conjunto de implementos, novas funcionalidades e cruzamento de dados. O lançamento coincide com o aniversário de uma década da Plataforma Lattes.

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Neguei-me a acreditar que meu ex-namorado fora escolhido por acaso, isso era como dizer que Lincoln estava só no teatro equivocado no momento equivocado. Alguém havia arrastado intencionalmente o Andrew nos assuntos werecat, e quem fora o bastardo, seu destino seria selado uma vez que tivesse uma boa baforada do Andrew. A base do aroma do que infecta passa sempre através do de sua vítima ao menos ligeiramente tal como o aroma do Marc leva um aviso permanente do extraviado que matou a sua mãe e o infectou. Era uma cadela de dupla sacudida, e uma razão mais de que alguns extraviados nunca chegassem a um acordo com sua nova identidade. Mas neste caso, o rastro do aroma nos ajudaria a agarrar a espetada viscosa de quem pôs fim à existência humana do Andrew. Momento no que terminaríamos a sua. Olho por olho. Dizer ao Marc que o verei, também. Acredito que ele e eu temos muito que falar. Merda. A ideia da conversa me apresenta todos os novos níveis de estresse. E humilhação. E... Uma dor começou detrás de meus olhos e rapidamente se converteu em uma dor aguda, aguda e cansativa. Minha mão direita apertou meu telefone e minha esquerda voou até sentir meus olhos, que pareciam trocar. Por uns momentos estava cega, dependendo do rangido das folhas no vento que me asseguravam que ainda estava em meu próprio jardim. O pânico se apoderou de mim e quase gritei, aterrada pela sensação claustrofóbica da repentina, quase completa escuridão. Mas logo a dor desapareceu, e minha visão melhorou notavelmente. A luz se filtrou voltando a existir rapidamente, mas com suavidade. Olhei as árvores Além da casa de hóspedes, e vi cada folha enfocada misteriosamente fresca, as finas veias verdes, a beiradas dentadas. As fendas na casca da árvore pareciam surrealistas em seu detalhe áspero, desigual. Cada fibra de erva a meus pés se destacava em vivo contraste com as do meu redor, cada uma representada em um tom diferente de verde quando a luz disponível as golpeava em ângulos ligeiramente diferentes. Levantei a vista, esperando ver a lua separar-se da capa de nuvens. Mas não foi assim. Em todo caso, as nuvens se engrossaram, conforme o prognostico pelo meteorologista local, que havia diagnosticado uma tormenta fora de temporada forte durante a noite. Entretanto pude ver quase como se o sol se levantasse, embora minha visão estava tingida em tons de azul e verde. Meus olhos trocaram. Eu estava segura disso, embora não poderia dizer qualquer diferença em meu rosto sem um espelho para me olhar. Embora várias de nossas mais antigas lendas insinuavam a possibilidade, não havia outras Mudanças parciais na história, e até onde eu sabia, eu era a única werecat que alguma vez experimentou uma semi-troca. Havia-o feito em duas ocasiões, ambos em tempos de estresse extremo, entretanto apesar de vários esforços concentrados da última vez, eu fui incapaz de repetir a façanha. Por isso, o Conselho Territorial se negou a acreditar que minha Mudança parcial era algo mais que a ilusão de uma gata desesperada em uma situação desesperada, inclusive com Abby e Marc que testemunharam por mim. 113


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Se voltar agora, meu pai vai ver, e todos eles terão que me acreditar. Mas então teria que explicar o estresse emocional que provocou a Mudança parcial, e tão malditamente como eu queria demonstrar que podia fazê-lo, queria guardar meu segredo ainda mais. Ao menos até que pudesse dizer ao Marc sobre o Andrew em privado. Era o menos que se merecia. Apertando os dentes contra a dor, investi a Mudança parcial, logo que minha visão voltou para a normalidade, corri pelo pátio da casa de hóspedes e através da porta. Parker me saudou do computador na sala enquanto me dirigi diretamente à cozinha. Então, com seis latas da Coca-cola fria em mão, cruzei a sala de novo e o alpendre, bem a tempo para ouvir o chiado da porta com tecido metálico da casa principal abrindo-se. Olhei para cima enquanto Marc saía ao alpendre traseiro. —Faythe? — ele chamou, a preocupação em seu tom contrastava claramente com a mesma ira amarga que a voz do Andrew. —Onde está? Levantei os refrescos, tratando desesperadamente de regular meu pulso antes de que ele ouvisse a aceleração. —Justo aqui. Já vou. — Tomei uma respiração profunda, a seguir corri pelas escadas e através da erva verde e suave. —Passa algo? Cheira... ansiedade. —Não. Só sede. O que acontece? — Perguntei-lhe ao cruzar o pátio para ele antes que pudesse me fazer mais pergunta. —Michael encontrou um padrão com as bailarinas. — Soube pelo olhar sombrio em seu rosto quando subi os degraus que não ia gostar do que meu irmão encontrou. Entramos no escritório bem a tempo para ouvir o Ethan dizer a meu pai que ele e Jace não encontraram a minha mãe. —... Mas ela não pode ter ido muito longe. Seu carro segue à frente. —Ela está no bosque. — eu disse, me colocando no braço do sofá de couro, enquanto tirei uma coca e joguei nele. Meu pai assentiu, sua expressão de preocupação mas não de surpresa. Sabia de suas solitárias caminhadas no bosque. Devia havê-lo adivinhado. —Voltará quando estiver preparada — disse, evidentemente desprezando o tema. — Faythe, está tudo bem? —Bem. — Abri a parte superior da minha e bebi uma quarta parte de um gole, para não ter que responder a mais pergunta. No momento, de todos os modos. —Bem. Michael, repete o que disse sobre as garotas desaparecidas, para aqueles que o perderam. —Não encontramos nenhum padrão entre sua vida pessoal. — Michael se separou do escritório e ficou de pé, arrastando várias folhas da bandeja da impressora enquanto passava em seu caminho ao lado de nosso Alfa. —Elas têm idades de vinte e um a trinta e três. Todas elas são solteiras, exceto Melissa Vassey, quem está casada com um filho. Há um registro de um alvoroço domestico em sua direção, mas neste momento, estou pensando que não tem nada que ver com 114


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seu desaparecimento. Seus antecedentes educativos abrangem toda a gama, também. Uma graduada da universidade, uma ainda estudando, e duas só com diplomas de escola secundária. Por isso posso dizer, que nunca se conheceram uma à outra. Assim que eu estava perdido por completo nas coisas em comum até que fiz uma busca de suas fotos. Michael se encontrou com meu olhar, e minha garganta tratou de fechar-se quando vi o medo escuro em seus olhos, completamente sem filtrar por suas lentes. Levantou a primeira foto uma imagem pixelada em branco e negro impressa em papel de vinte e franzi o cenho, entrecerrando meus olhos para ver melhor. Sacudi a cabeça e sustentei minha mão para a página. Michael me entregou a primeira, e outra ao Marc. A imagem era de má qualidade, mas mais que suficiente para gerar o ponto de meu irmão. Melissa Vassey apoiada no pé da foto- com o cabelo comprido escuro, igual ao meu. Igual a Amber Cleary, cuja foto Marc sustentava. —Não se pode dizer destas, mas ambas têm os olhos verdes. E o mesmo ocorre com Pam Gilbert— disse Michael, sustentando uma das duas páginas restantes. —Wow— Jace sussurrou, me olhando abertamente. — parece-se com você. Não de tudo. Duas das três mulheres em questão estavam um pouco melhor dotadas que eu tão ridiculamente, no caso da Melissa Vassey e nenhuma e o mesmo nariz. Mas sabia o que queria dizer. Todas tínhamos o cabelo murcho e escuro e olhos verdes. Não a combinação mais comum de características. Ele está fazendo uma declaração, pensei, surpreendida até o ponto de mudez. Incapaz de arrancar meus olhos do rosto da Melissa Vassey, deslizou-me do braço do sofá a uma das almofadas. Embora maldita seja se souber o que ele está tratando de dizer. O Andrew que conheço nunca tivesse podido sequestrar a essas strippers. Mas então, ele nunca poderia haver feito essas chamadas de telefone, tampouco. Ele enlouqueceu, pensei, sacudindo a cabeça antes de que me desse conta do que estava fazendo. A febre do arranhão há fritado completamente seu cérebro. Por que ia sequestrar a Amber, e Kellie, e…? Espera. Surgiu em minha cabeça e franzi o cenho ao Michael. —Kellie Tandy não encaixa no padrão. Ela é loira. Michael assentiu. —Ela tem os olhos marrons, também. —Assim que ela não é parte disto? — Perguntei-lhe, meu cenho franzido profundamente. —Mas sabemos que a gata estava em Fruta Proibida. —Mostre-me isso —disse meu pai. Joguei uma primeira olhada a ele, e logo ao Michael, enquanto sustentava a última página da impressora. —Fruta Proibida tem um lugar na Web, com um ‘catalogo do elenco’, com fotografias dos bailarinos. Em disfarces. — Ele me deu a página, e tomei, temendo o que veria. —A terceira do final.

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Mas eu já a encontrei. Segunda fila. Kellie Tandy, da cintura para acima, seu amplo decote transbordando do sutiã de um traje de couro negro de gata, a Halle Berry 20. Entretanto, a parte importante, a parte que lhe fez encaixava no padrão, era seu cabelo. Levava uma peruca - um montão de cabelo negro e murcho, com orelhas de gato acentuadas se sobressaindo de cada lado. Também usava bigodes brancos de plástico pegos a seu rosto, a ambos os lados de um pequeno perfeito nariz humano. debaixo de uma autêntica aparência de olhos de gato. Eram lentes de contato teatrais. Devia ser. Mas eram estranhamente exatos, até as estrias em sua íris estava segura de que eram de vários tons de verde na vida real, embora eram cinzas na foto. Marc tomou minha mão na sua, acariciando o lado de minha palma com seu polegar, para me confortar. Se soubesse que era uma tarefa hercúlea impossível no momento. —Ainda não sabemos quem é a gata, ou por que está seguindo a este psicopata de clube em clube. Mas devemos ser capazes de averiguar quem é ele agora. Ou ao menos reduzir nossa lista de suspeitos de ‘todos os gatos no país’ a ‘alguém que Faythe conhece’. —Isso não pode ser muito difícil. — Sorrindo, Ethan se deixou cair sobre o assento do sofá frente a Marc e a mim. —Ela não pode conhecer muitos extraviados. Ela esteve na escola durante os últimos cinco anos, e nós saberíamos se alguém que não deveria andava por ali —E se não for alguém que ela conhece, a não ser alguém que a conhece? — Jace perguntou, estabelecendo-se no braço do sofá em meu outro lado. —Ou ele pensa que o faz? —É o mesmo — insistiu Ethan. —De qualquer maneira, se havia outro werecat no campus, nós saberíamos sobre ele. Ethan tinha razão. Estive sob vigilância constante pelos guardiões de meu pai na escola, e se outro werecat tivesse aparecido, o teriam tirado antes que eu tivesse a oportunidade de me romper uma unha no pobre bastardo. Mas a brincadeira estava sobre eles, porque o werecat em questão não era um werecat absolutamente quando estávamos no campus. Ele era um normal, humano especializado em matemática. —Basta— disse meu pai. —Faythe, acredito que Marc tem razão. O gato em questão parece te conhecer. Ou pelo menos sabe como parece. Assumindo que é um gato absolutamente, e não acredito que devamos descartar nada neste momento. Bom, Quem saberia? Só fez falta uma assassina em serie para trazer meu pai à igualdade de gênero no século XXI. Eu pensei que faria falta uma guerra a grande escala. Fechei meus olhos, atraí uma larga, lenta respiração, tratando de ignorar os batimentos de meu coração galopando. Quando abri os olhos, todo mundo me estava olhando. —Me permitam lhes economizar a todos um montão de problemas. Eu sei quem está sequestrando as strippers. —O que? — Marc trocou no sofá frente a mim, mas eu não podia olhá-lo. Vi meu pai em seu lugar, enquanto dizia o resto do que precisava dizer. —É Andrew Wallace. 20

Atriz que fez o filme mulher gato.

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O silêncio acolheu meu anúncio. O silêncio era absoluto e total, à exceção das respirações sussurradas que vinham ao redor da habitação. E Marc não tivesse podido estar inclusive entre elas. Acredito que de fato deixou de respirar. Michael foi o primeiro em falar, desde seu posto no braço do assento do sofá, e realmente deveria ter visto o que vinha. —Andrew? Esse tipo fraco com o que estava dormindo a primavera passada? —Maldito seja, Michael! — Olhei-o do outro lado do tapete enquanto Marc se esticava na almofada a meu lado. —Por favor, não faça disto uma coisa mais difícil do que já é. Deu de ombros, cruzando os braços sobre sua camisa polo impecável. —Simplesmente estou deixando as coisas claras. Assim... está-me dizendo que esteve fodendo a um sequestrador em série a maior parte de seu último semestre na escola? — voltou-se então para a cara de nosso pai enquanto meu sangue fervia. —Eu diria que o dinheiro da matricula foi bem gasto. —Michael... — meu pai disse, sua voz grossa com advertência. —O que? Eu não sou o problema aqui. Ela o é. — voltou-se de novo para me enfrentar, a fúria e a frustração lutavam pelo controle de sua expressão. —Onde Faythe vai, os problemas seguem, e como sempre, ficamos limpando sua desordem. —Filho da puta— apertei minhas mãos em um punho e comecei a me inclinar para frente, pronta e mais que encantada de liberar parte de meu estresse e frustração em seu rosto. — Ethan perfurou a metade do estado do Texas e nunca o rechaçaste à cara. —Ei— Ethan gritou com os olhos como pratos quando se endireitou no sofá frente a mim. — Não me meta nisto. —Só tenho um ex-namorado e me converto automaticamente na Jezebel do condado— O sangue pulsava em meus ouvidos e meus dedos formigavam com fúria com vontades de golpear e triturar algo. Saltei da cama até com os dedos em garras. Michael saltou do sofá e um assobio saiu através de meus dentes. Marc me agarrou no ar, com ambos os braços em minha cintura. Fez-me girar com um movimento suave e fluido e me deixou brandamente no centro da maca. —Não te mova.— me ordenou, olhou-me com uma mescla de indignação, confusão e suspeita com ira brilhando em seus olhos. —Ethan, sai— Meu pai estava ainda em pé, com os braços rígidos aos flancos e os punhos fechados. Ethan se voltou para discutir, mas o Alpha lhe negou com a cabeça. —Vai e leve ao Jace contigo. —Jace se levantou e empurrou a seu melhor amigo diante dele. Revolvi-me quando saíram e todos os olhos se voltearam para mim. —Michael tem razão? — Marc exigiu ainda de pé no meio do tapete. —Estamos falando de seu Andrew? —Bom não exatamente o chamaria MEU Andrew. —Faythe…— disse meu pai, me advertindo de novo. Estava fazendo uma nova tentativa de acalmar-se a si mesmo e eu estava disposta a lhe ajudar. Eu assenti. 117


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—Sim, é ele. Marc fechou os olhos e a testa enrugada. —Assim estamos procurando um ser humano. Sacudi a cabeça. Não podia dizê-lo em voz alta. —É um andarilho — disse meu pai, com voz grave e quase muito baixo para escutá-lo. A tentativa de acalmar-se a si mesmo, obviamente não estava funcionando. Eu nunca o escutei tão zangado. —Sim — O olhei aos olhos, me recordando a mim mesma, que eu não havia feito nada mau. Exceto as chamadas em segredo que manteve com ele. Eu não fazia ideia que Andrew estava envolto com as bailarinas e a gata. Marc me deu as costas e se dirigiu para o gabinete de bebidas ao outro lado da sala frente à mesa. —Como? — perguntou com um tinido no vidro enquanto vertia algo que não podia ver de onde me encontrava. —Não sei. —Vamos Faythe, isto é muito complicado para que minta sobre isso agora— disse Michael. —Fodasse— espetei. —Estou dizendo a verdade. —Marc, me sirva um duplo— disse meu pai e olhou para cima para ver o Marc servindo um copo de Whisky. Marc assentiu com a cabeça e tirou outra taça. —Michael? — perguntou-lhe e meu irmão assentiu com a cabeça. Marc não me ofereceu nada. Meu pai estralou os nódulo da mão direita contra a palma de sua mão esquerda. tratava-se de um aberto gesto agressivo, que me pôs muito nervosa. —Quanto tempo faz que sabe?. —Faz uns minutos quando saí, será uns dez minutos. —Como? —A mensagem do Dan. Marc cruzou o salão de novo, esta vez com dois copos de uísque curtos, cheios de uísque. Meu pai aceitou o copo e bebeu dele enquanto me olhava por cima do bordo. —O que há na mensagem? Apertei minhas mãos dando a volta, vi o Marc inferior a si mesmo, sentado no outro assento, em lugar de recuperar seu lugar a meu lado. Estava louco. E ia piorar. —Andrew tem estado me chamando. —O que? — Marc se endireitou quase jogando o uísque sobre seu braço—por que diabos não…? —Deixa que termine— ordenou meu pai, cortando ao Marc mostrando sua palma. Assentiu com a cabeça para mim para que continuasse. Respirei profundamente. Logo exalei. —Havia poluentes orgânicos persistentes que soavam como um helicóptero ao final da chamada do Dan. Estavam na última mensagem do Andrew também. Ele e o Dan Painter estão no mesmo lugar. 118


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Marc lançou sua mão e se levantou mais. —Sabe o que é? — Perguntou Michael ao tempo que meu pai disse. —Ou te disse que estava infectado? —Sim e não— olhei minhas mãos desejando que se encerrassem ao redor de um gole mas sabia que não podia lhe pedir ao Marc que me servisse um. —Definitivamente sabe, sobre todos nós. Mas não tenho ideia de como se inteirou. E não em realidade nunca me disse que estava infectado, por isso tomou tanto tempo decifrar que o estava. Juro-o, não imaginava o que estava ocorrendo. Meu pai assentiu com a cabeça, como dizendo que me acreditava. Mas não podia deixar de advertir, que não o dizia em voz alta. —Quanto tempo? — Perguntou Marc do bar, bebendo sua segunda taça de uísque. — Quanto tempo esteve chamando? Olhou aos olhos, esperei ver profunda dor e ira. Não me decepcionou. —Uma vez ao dia, desde sexta-feira a tarde. —Três dias? — Marc estrelou o copo sobre o bar e caminho para mim, detendo-se no bordo do tapete por cima de mim. Michael estava disposto a interceder apesar de que Marc claramente estava como louco, mas uma pequena sacudida da cabeça de meu pai o impediu. —Esteve chamando durante três dias e não me disse? por que não? —Porque sabia que isto passaria me mantinha a salvo, porque sabia que se punha-me de pé uma briga seria inevitável. Se permanecia calma e serena você permaneceria calmo também. Eu não sabia o que realmente estava passando, mas sabia que isto ocorria e você ia querer cuidar dele. Não quero que se encarreguem de meus problemas, sou capaz de solucioná-los eu mesma. —Claramente. — Marc esfregou sua testa com sua mão, como se tirasse uma dor de sua cabeça. —Fez um trabalho excelente, manipulando a informação que agora está dançando valsa em nosso território, sequestrando strippers que são parecidas a você. Grande trabalho! —Eu não sabia que tinha algo que ver com isto!, só estava tratando de evitar… bom, isto. Sempre fazem isto, tomam algo pequeno, algo que em realidade não tem que ver com seus negócios e volta os de maneira de que parece que fiz algo mal. Mas esta vez, eu não, eu não tinha que lhes dizer nada. Suas sobrancelhas arqueadas sobre seus olhos brilhantes de fúria. -Acredita que isto é algo pequeno? —Bom obviamente, não o do sequestro— admiti, me encolhendo de ombros. —Mas as chamadas telefônicas não eram nada, ao menos o que eu sabia. E enquanto eu não soubesse que Andrew estava comprometido em tudo isto, não era assunto dele. Um grunhido retumbou em toda o escritório, extraordinariamente, baixo e grave. Sua boca nunca se moveu, mas eu sabia que era Marc. Prejudiquei seus sentimentos e seu orgulho. E eu me incomodava com ele. Suspirei de derrota e olhei minhas mãos em meu colo.

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—Bom, não terá que preocupar-se de que coloque o nariz em seus assuntos. —Um movimento impreciso no bordo direito de minha visão. Voltei-me para ele por instinto. Marc se foi. Voltei para meu assento para vê-lo desaparecer da sala. Sua camisa como uma mancha negra além da sala. Eu estava de pé em um instante correndo detrás dele. Meu pai apareceu em um instante na porta de um nada, bloqueando meu caminho. Agachei-me para esquivá-lo. Um braço de ferro duro me agarrou pela cintura. Ele me deteve, dava-lhe uma patada e lutei, com minhas pernas, agitando-se no ar. —Tenho que lhe dizer, o que estou… —Deixa-o ir Faythe. Não quis dizer isso, lhe dê um pouco de tempo e ficara no esquecimento. —Não! —Sim— e isso foi tudo, meu pai me colocou debaixo de seu braço, na mas indigna posição que possam imaginar. Deu-lhe uma patada à porta para fechá-la, fazendo soar o marco, levo-me de novo carregada para o grupo de móveis, onde Michael esperava com cara de assombro. Meu pai me pôs de pés sobre o tapete, e me indicou com um gesto que me sentasse no sofá. Sentei-me. O que outra coisa podia fazer? Por um momento, tomou um gole a seu uísque enquanto meu irmão via em silêncio. Então, meu pai abriu a boca… só para tomar outro gole de seu copo. Não era um gole esta vez da bebida a não ser um gole. Quando me olhou de novo aos olhos, a determinação estava esculpida em uma linha firme em sua boca. —Sei que estas aborrecida, mas realmente temos que seguir com isto, tenho algumas pergunta. Está preparada? Assenti, é obvio que estava preparada. Era uma adulta e tive uma briga com meu noivo, não era um menino traumatizado. — Alguma vez trocou na frente do Andrew, ou teve contato com ele em forma de gato? Minha queixada caiu, literalmente minha boca estava aberta, olhei a meu pai como um idiota babando, surpreendeu-me o silêncio por uma pergunta tão grave que não golpeava meu orgulho se não meu coração. Esperava uma pergunta maldita, mas não isso, isso nunca. Meu pai virtualmente me acusava de infectar ao Andrew. De um dos piores pecados capitais um dos mais graves reconhecidos. Se se reconhecia a culpabilidade, a lei do conselho condenava ao acusado com a morte. Não encerrado. Não posto em exposição a seus companheiros gatos com uma cor escarlate no peito. Executado. Como podia sequer conseguir tal pensamento? Minha surpresa deu passo à ira, como era possível que meu próprio pai soubesse tão pouco de mim. Como podia me acusar de infectar a alguém. A qualquer pessoa, muito menos a alguém que uma vez me importou. —Fodasse — Gritei, enquanto saltava de indignação que subia por minhas veias, muito mais quente que o sangue. Meu pai – não meu Alpha – assentiu com a cabeça ao Michael e ele se manteve em calma, cruzando os braços diante de seu amplo peito. 120


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—Sente-se— disse Michael. Ele não me disse que cuidasse de minha linguagem, que era mais do que podia esperar dele. Duvidei, fiquei de pé, me negando a me sentar, já que só podia significar a derrota, não importava quanto importava. —Sente-se, Faythe e controla seu temperamento— disse meu pai. serviu-se o último gole da garrafa de uísque em seu copo e se inclinou para frente para pô-lo na mesa, em meu lado do sofá. Quando se tornou para trás, seus olhos estavam em calma e até com determinação. —Tenho que perguntá-lo, sabe, só responde a minha pergunta. —Bem, mas não vou sentar me. Encolheu-se de homens. —Faz o que queira. Maldita seja, de pé com sua permissão não satisfazia minha necessidade de ir mijar fora dele, pelo fato de me insultar. A estúpida psicologia inversa. Afundei-me no sofá e Michael seguiu meu exemplo. —É obvio que não, nunca troquei diante do Andrew. E nunca me viu em forma de gato tampouco. Para que saibam, nenhum humano me viu jamais…— minhas palavras se desvaneceram quando me dava conta de que estive perto de mentir. Acidentalmente mas isso não importa. Um ser humano me viu uma vez em forma de gato, um caçador, três meses atrás. Ninguém falou a respeito disso, salvo uma pequena história na emissora local, mas não fora acusada de nada. Não? Além disso os meninos se meteriam em problemas como eu, Ethan, Jace, Parker e Marc prometeram que não diriam nada. —Nunca, nunca me viu em forma de gato — terminei fracamente recebendo o olhar de meu pai, apesar da debilidade de minha credibilidade e o distraí do que quase havia dito. Seus olhos se entreabriram, mas não suspeitou nada, e decidiu decidido deixá-lo ir, ou esperar a discuti-lo mais tarde, mas ele não desafiou minha declaração. —Em seu conhecimento, alguma vez Andrew esteve em contato com outro gato? —Sim — disse, sem pensá-lo. A resposta parecia bastante clara para mim, mas pela expressão na cara do Michael minha frase carecia de peso para ser séria. —Obviamente entrou em contato com um gato. —Modifiquei. —A menos que o vírus se encontre agora no ar, em cujo caso o pânico na população parece inevitável. Meu pai assentiu com a cabeça esta vez, com um deixei um sorriso em seu rosto. Essa sugestão na comissura de sua boca, fez-me beber pela primeira vez, ao fim podia fazêlo. ele nunca teria sorrido se estivesse pensando em mandar a sua própria filha à morte. —Se for evidente que esteve em contato com um gato. Quero te perguntar, se conhecer a identidade desse gato. —Não, —fiz rodar minha cabeça, com a intenção de liberar a tensão acumulada em meu pescoço. —Não tenho nem ideia, e só para acelerar as coisas, não estou retendo nenhum tipo de informação. Bom de todas formas não há informação pertinente a este caso de todos os modos. —E ele te chamou três vezes? Encolhi-me de ombros tratando de parecer casual. 121


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—Sim, estava muito zangado, agora o entendo. E parecia pensar que eu sabia que ele estava infectado, embora não fazia nem ideia. por que ia a… —minha mão voou tampando minha boca, cortando as palavra. Meu coração se estrelou contra meu peito como uma realização súbita, chamuscando através de mim como uma descarga elétrica, provocando sensações de dor, que nem sequer sabia que poderia ter. Minha pele se estremecia. Doía-me a cabeça. Meu estomago se revolveu. Apertei a mandíbula para voltar meio a digerir as batatas gratinadas. Nesse momento soube, quem infectou ao Andrew. Nem sequer sabia como ocorreu. O único contato que tive com um homem gato, era… EU. Capítulo 18 —Qual é o problema? — Michael se inclinou para frente, para me agarrar se caía do sofá. Apenas o escutei. Estava muito ocupada escutando ao Andrew. Não lhes contou a respeito de mim. As palavras do Andrew jogavam em minha cabeça, sua voz se reproduzia em minha mente com uma precisão atemorizante. Deve-me, Faythe. O que lhe havia dito a meu pai era preciso em sua maior parte. Nunca troquei em frente do Andrew intencionalmente ou sabendo. Mas tampouco tentei dizer que meus olhos Trocam uma hora antes. E não eram a única parte de meu rosto que alguma vez experimentado uma inesperada Mudança parcial. Meus dentes também o fizeram. Mordi a orelha do Andrew justo o dia que deixei a escola, nem sequer duas horas antes que Marc tivesse aparecido no pátio. Rasgou a pele. Somente apenas, mas o suficiente para que saísse uma única gota de sangue. Aparentemente fora suficiente. Infectei-o. Não era minha intenção. Nem sequer sabia que o fiz. Ou que isso era possível. Mesmo assim, acidentalmente o fez um de nós, logo o deixei, abandonando-o na dor, temor, e a desorientação e incapacidade durante a transição. Era um milagre que tivesse sobrevivido. Huh. Olhe isso, pensei, me cambaleando no fio da histeria. Cometi um crime capital depois de tudo. Não é de estranhar que Andrew queria me matar. Realmente não podia culpá-lo. —Faythe, diga algo. — Michael me urgiu, e tomou um minuto me dar conta que me calei completamente. —Se não começar a explicar, Papai vai tirar suas próprias conclusões. —Muito tarde. — Papai me olhou com atemorizante intensidade, e tomou cada grama da força de vontade pra evitar me retorcer onde estava sentada. —Acredito que sei quem infectou ao Andrew, — sussurrei. Era o melhor que podia fazer. O Alfa se sentou mais reto em sua cadeira, com seus olhos entrecerrados com suspeita. Se ele não sabia exatamente o que ia dizer, deve ter estado bastante perto. E já não estava ansioso de escutá-lo. —O que aconteceu? — disse ao fim. —E considera muito cuidadosamente suas palavras.

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De repente o silêncio no escritório a prova de ruídos parecia perigoso, e de algum jeito incorreto. Sentia-me obrigada a enchê-lo com uma solta confissão, seguida de desculpas em balbuceios e explicações em lágrimas. Mas não o fiz. Não teria me envergonhado com tal desdobramento antes de me converter em guardiã, e seguro como o inferno que não ia fazer o agora. Mas devia dizer algo. Vacilei uma última vez. Decepcionei meu pai mais vezes das que podia contar, mas esta era a Grande. Isto era humilhação, decepção, e desilusão, tudo envolto junto, pacote com o grande laço vermelho da desonra. O presente que segue dando-se. —Foi um acidente, — disse, continuando com calma mas com rapidez, antes que tivesse oportunidade de me interromper. —Não entendi o que passou até justo agora. Michael assentiu, me urgindo a continuar. Ele parecia ser o único que queria que continuasse. Meu coração pulsava dolorosamente, com minhas mãos conectadas sobre meu colo, e meus dedos retorcendo-se e atirando um a outro sem piedade. —Mordi-o. Acidentalmente. — Não pude evitar repetir essa última parte. —Você o mordeu? Acidentalmente? — Os olhos verdes de meu pai se endureceram. Conhecia esse olhar. O Alfa chegou, e estava zangado. —Se explique. Agora. Assenti, agradecida pela oportunidade apesar da fúria em seus olhos. —Estava em forma humana. Deveria ter estado a salvo. Juro que não sabia o que estava passando. — Minhas mãos se moviam violentamente, pontuando cada frase, e parecia não poder as deter. —A esse momento não fazia ideia que isto fora possível sequer, mas agora acredito que meus dente Trocaram. Não puderam ter trocado muito porque não o notei, e tampouco ele. Mas essa é a única forma que pôde ter acontecido. Minhas desesperadas e balbuciantes desculpas se desvaneceram no silêncio, e meu pai ainda me olhava fixamente. Ao igual a Michael. Seus olhos se gravavam a fogo em mim, olhando além de minha explicação defensiva para a verdade. A verdade completa, a qual nosso pai obviamente não entendia. —Mordeu-o em forma humana? — por um longo momento e tortuoso, a confusão substituiu a fúria na expressão do Alfa. —por que? por que o morderia? Bem, ao inferno. Ele me ia fazer dizê-lo. Esta não era uma conversa que queria ter com meu pai. Nunca. Mas era muito tarde para me jogar atrás, assim inspirei profundamente e me equilibrei no escuro abismo. Melodramática? Diabos, se. —Estávamos… você sabe. Juntos. —Já vejo, — disse, depois de um comprido e tenso silêncio. Mas duvidava. Ele não luzia como se o visse. Meu pai parou, recuperando seu copo do final da mesa, e cruzou o quarto para seu escritório. Enquanto me afundava mais profundo no sofá, ele abriu a última gaveta do escritório e tirou uma garrafa meio vazia de uísque. Dos bons. Sentado agora, serviu-se duas medidas do líquido âmbar em seu copo, vacilou, logo se serviu uma terceira medida. Enquanto olhava beber a meu pai, me ocorreu que o testemunho que 123


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estava a ponto de pôr em marcha se parecia ao último voo de um Kamikaze. Seria um mergulho muiiiiito rápido e excitante, executada com o maior bem em minha mente. E era um virtualmente garantido final na morte. Minha. O martírio sempre parecia ousado e valente de uma perspectiva de fora, mas da cabine do avião de um Kamikaze, com a terra subindo a te encontrar, a vista emprestava. Meu pai enroscou a tampa de sua garrafa e a pôs na gaveta. Fechou a gaveta e tomou outro gole. Logo começou a vir para mim, caminhando lentamente, como se estivesse rígido, ou dolorido. Com um profundo e cansado suspiro, acomodou-se de novo em sua cadeira. Seus olhos se levantaram , e estavam completamente vazios. Em branco. Diabos, era bom. Por quase um minuto completo, meu pai me olhou fixamente, bebendo de seu copo. O silêncio se fechou em mim, e quis apartar a vista de seu olhar, mas não pude. Se rompia o contato visual, poderia pensar que estava ocultando algo, e necessitava desesperadamente que acreditasse que lhe estava dizendo a verdade. Agora, mais que nunca. Assim que os dois nos sentamos quietos e em silêncio, ignorando ao Michael. Finalmente, falou. —Vou dar a oportunidade de reconsiderar o que acaba de nos dizer. Isso é mais do que daria a qualquer outro gato no mundo. Entende o que te estou dizendo? Assenti. Ele me estava dando uma oportunidade de me salvar. De me retratar do que acabava de dizer. De decidir que cometi um engano, que não infectei o Andrew. Ele estava procurando uma desculpa justificável para salvar minha vida, ao menos até depois da inquisição oficial que o Conselho exigiria se ele se negava a que me executassem. Ele teria uma boa razão para isso se eu estava disposta a mentir. Mas não o estava. Não podia. Mentir sobre o que havia feito significaria me converter no egoísta monstro sem coração que Andrew já pensava que era. O monstro que o converti no que era e logo abandonado para morrer. —Quer… expressar de outro modo sua declaração? — perguntou meu pai. —Para o registro? Lentamente e com pesar, neguei com a cabeça. Era a única coisa mais difícil que alguma vez tive que fazer. Mais difícil que brigar por minha vida. Mais difícil que deixar ao Marc anos atrás. Mais difícil que voltar para casa. Mas era o correto. Sabia isso com cada pulsado frenético de meu coração. Em cada canto escuro de minha alma. Estava fazendo o honorável. Justo como meu Alfa me ensinou. —Faythe…— A voz de meu pai se sacudiu com fúria e com… terror. Ele tinha medo. Pela primeira vez em minha vida vi o medo no rosto de meu pai, delineando sua testa, vidrando seus olhos. —Não posso fazê-lo, papai. Estou dizendo a verdade. Sim, mordisquei-o, mas a infecção foi um acidente. Não se supõe que ocorra dessa maneira. Não deveria ser possível. Meu pai jogou o copo através do quarto. O movimento foi muito rápido como para que meus olhos o pudessem seguir. Não entendi o que passou até que o copo se estrelou contra a

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parede e o mordaz aroma do uísque impregnou o ar. Saltei, girando para ver a mancha úmida pelo revestimento de carvalho. Saiu disparado de seu assento. Sua poltrona caiu para trás, golpeando fortemente contra a madeira dura do piso. —Dou-te a oportunidade de salvar a você mesma, e você me diz esse disparate em troca? Outra vez? — Seu rosto estava avermelhado e seus olhos em chamas. —É a verdade. — Lutei contra a necessidade de levantar meus pés sobre o sofá e embolarme em uma bola de amparo. —Ensinou-me a dizer a verdade, a me orgulhar de fazer o correto, mesmo que é difícil. E agora quer que minta, porque é mais fácil? —Quero que salve a você mesma, custe o que custar! — deixou-se cair de joelhos em frente de mim, agarrando meus pulsos em suas mãos. Olhou aos olhos a centímetros de distância, me implorando que escutasse. Que entendesse. —Estamos falando de sua vida, Faythe. Nosso futuro. Não de quem perdeu a bola de criquet ou quem rompeu o vaso antigo. Já não tem oito anos, assim não me atire sua maldita honra na cara. Do que serve a honra quando está morta? Traguei densamente. —Do que serve a verdade se só a usar quando não importa? Seus olhos se marcavam a fogo em meus. —Maldita seja, Faythe! — Deixando cair meus braços, saltou a seus pés, e passou com fúria a um assombrado Michael, quem não pôde fazer nada a não ser olhar. —Todos sabemos que passou algo horrível nesse porão, e tem direito a acreditar algo que te ajude a enfrentar matar ao Eric. Mas agora o está levando muito longe. Isto não é um jogo. Não é terapia. Não é verdade-oudesafio. É sua vida —Sei, — sussurrei miseravelmente, desejando poder fazer o que ele queria. Desejando que fora assim de simples. Mas não o era. —Não acredito que o faça! — Ele girou para mim do outro lado do escritório. —Meu trabalho como Alfa é liberar ao Pride de qualquer ameaça. Mas meu trabalho como pai é te proteger a todo custo. Que se supõe que faça quando você é a ameaça? Por que me faz tão difícil te proteger? Tem que dar um pouquinho, Faythe. Tem que me encontrar a meio caminho. —Pela última vez, papai, estou dizendo a verdade. A mudança parcial é real. Abby o viu. Diabos, Marc o viu. Sabe disso. Ele negou com a cabeça, indo e vindo em frente da cadeira caída. —Abby não sabe o que viu. Estava escuro, e ela estava molesta e confusa. Disse que as sombras a assustavam, pelo amor de Deus. Minhas mãos começaram a suar quando me dava conta que testemunha pouco confiável era minha prima. O conselho não descrê dela realmente. Eles acreditam que ela pensava que viu minha mudança parcial. Mas acreditaram também que sou a responsável por plantar essa crença na traumatizada e impressionável mente de uma jovem. Minha cabeça girava, com as possibilidades passando ao voo muito rápido como para que as pudesse agarrar.

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—O que há a respeito do Marc? — perguntei por último, me aferrando ao único outra testemunha. —Ele o viu. lhe pergunte. — Certamente o Alfa não duvidaria de seu próprio mão direita. Meu pai fez uma pausa em seu passeio para me olhar com surpresa. —Marc diria qualquer coisa pra te proteger, — disse, como se eu já deveria ter sabido disso. —Ele estava te seguindo antes, porque estava devastada pela morte da Sara, e esta vez ele mentiria para salvar sua vida. Não é que o culpe, mas o conselho nunca lhe acreditará. É um extraviado. A metade deles pensa que sua palavra não vale, de todos os modos. Se lhe pedir que respalde uma história como esta, sua credibilidade rodará para sempre. Como a tua. Este Pride não pode dar o luxo de perder sua credibilidade mais do que pode permitir-se te perder. Não. Neguei com a cabeça, negando que o conselho desacreditaria ao Marc. Não era certo. Não podia ser. E até se o era, sempre e quando meu pai-meu Alfa acreditasse em mim, o conselho teria que fazê-lo. Não? E ali foi quando me dava conta que não importava. Nada disso importava, porque ele não acreditava em mim. Minha cabeça caiu na derrota. Se meu próprio pai não me acreditava, quem o faria? —O que quer de mim? — perguntei, me olhando as mãos, que jaziam inertes em meu colo. —Quer que minta? Meu pai esteve em frente de mim antes que pudesse piscar. Inclinou-se, com seu nariz a centímetros do meu rosto. Sua testa estava vermelha e enrugada, suas sobrancelhas escuras e juntas com fúria. Tratei de me apartar. Agarrou meu queixo, apertando-a entre seu polegar e índice. O dor se disparou por minha mandíbula. Se formaram lágrimas instantaneamente, nublando minha visão. Seus olhos nadavam diante de mim, piscinas de cor verde até mais brilhantes que as minhas, magnificadas pelos lentes de seus óculos. Choraminguei, muito aterrorizada para estar envergonhada de minha própria debilidade. —Papai...— começou Michael. —Quero uma prova! — rugiu meu pai. Ele em realidade me rugiu. A centímetros de distância. Meus sensíveis ouvidos soaram pelo abuso. Minhas mãos tremiam descontroladamente. Pisquei enquanto seu fôlego a uísque encheu em minha cara. Nunca o vi tão louco. Tão assustado. Tão aterrador. Não podia fazê-lo por demanda. Tratei uma e outra vez mas alguma vez funcionou quando estava relaxada e tranquila, assim que quais eram as possibilidades que funcionasse agora, quando estava meio histérica e cagada de medo? —Faz-o, — ordenou meu pai, me dando uma forte sacudida com o agarre no meu queixo. — Meu cérebro ressonava em meu crânio. Pisquei, e as lágrimas se derramaram de meus olhos.—Me mostre, — disse entre dentes. —Ou juro que te tirarei as garras para lhe economizar o problema ao conselho. Com meu queixo ainda em seu agarre, fechei meus olhos. As lágrimas se derramaram novamente, correndo por minhas bochechas. Não podia falar a sério. Não lhe poderia arrancar as garras de sua própria filha.

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Ou talvez poderia, especialmente se pensava que satisfazê-la ao conselho e os manteria fora de minhas costas. Mas não podia perder minhas garras. Sem elas, não poderia me defender. Dependeria de meu pai e seus guardas pelo resto do que passasse minha vida. E certamente não podia voltar para a escola com meus deformados dedos humanos sem unhas. O pânico se agarrou no interior de minha garganta, apanhando minha respiração. Meu coração se acelerou, e mais odiosas lágrimas correram por minha cara para gotejar na mão de meu pai. Não podia viver com esse tipo de dano. Não viveria com ele. Apertei os olhos fechados quando o primeiro lamento de dor nova se disparou por minha mandíbula. Reconheci imediatamente o que estava passando; evidentemente a lista de emoções que podiam desencadear uma Mudança parcial, incluía a mente intumescida pelo pânico. Sons de estalos encheram meus ouvidos, meus ossos rangendo como rochas explodindo. Meu pai ficou sem fôlego, e sua mão se separou de meu rosto. Abri os olhos para vê-lo afastandose de mim, ainda sobre seus joelhos. Seus olhos estavam exagerados, suas sobrancelhas arqueadas altas pela surpresa. E em choque. Minhas gengivas começaram a vibrar e a queimar. Minha língua começou a arder. Tampeime a boca com uma mão para afogar um gemido quando a dor se intensificou. O teto de minha boca parecia curvar-se, e tentei chiar meus dentes contra a agonia. Mas meus dentes já não encaixavam bem. Michael se inclinou sobre a poltrona de dois corpos e acendeu um abajur, para me ver melhor. E finalmente a dor começou a minguar, desvanecendo-se de penetrantes e profunda agonia a uma dor apagada, com uma pontada de vez em quando. Quando teve terminado, minha Mudança parcial completa, deixei cair as mãos longe de minha cara. Não precisava ver meu reflexo para saber que era monstruosa. A inalação aguda de meu pai dizia mais a respeito de minha aparência do que as palavras poderiam alguma vez conseguir, e por um único e completo instante incomum, sua expressão sem guarda não deixou nada a minha imaginação. O engasgado som do Michael só sublinhou o ponto. Logo o horror de meu pai havia simplesmente desaparecido, substituído por um profissional olhar vazio, a que era especialmente irritante nesse momento, quando teria apreciado um pouco de assombro e recompensa por meus esforços. Ou pelo menos certa curiosidade profissional. Mas até que sentisse como se recuperou de sua deplorável perda de controle, não obteria nada disso. Pelo menos não de meu pai. Michael, entretanto, estava inegavelmente impressionado. Ou talvez perturbado. De qualquer forma, ele tirou os inúteis óculos e me estava olhando com entrecerrados olhos descobertos. Mas não fez nem um movimento para aproximarse. De feito, poderia haver-se em realidade escapulido um pouco mais longe. O que foi estranhamente satisfatório. Apesar da reação de meu pai. —Bem? Diga algo — exigi. Ou mas bem, tratei de exigir. O que em realidade saiu foi uma mutilada cadeia de vocais e sibilantes consonantes muito estranhas inclusive para as compreender eu mesma, assim que meu pai não deveria ter tido nem ideia. Mas pareceu entender, de todos os modos. Ele entrecerrou seus olhos em mim para uma melhor vista. 127


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—Que… me… fodam! Capítulo 19 Podia contar com uma mão as vezes que escutei meu pai dizer blasfêmias, e agora o havia feito duas vezes na última meia hora. E para minha satisfação, sua voz refletia o assombro que esperava ver em sua cara. Entretanto, sem arrependimento por me assustar até o inimaginável. Não estava envergonhada por haver temido a meu pai. O medo era uma resposta perfeitamente razoável à fúria de um Alfa. Previsto, inclusive. Melhores gatos que eu se mijaram com terror quando um Alfa perdia seu temperamento. O medo era normal. E esta vez, também fora produtivo. Ficou de pé e pareceu flutuar para mim, afundando-se até os joelhos com uma facilidade e graça que não mostrou em anos. Tomou meu queixo em suas mãos, gentilmente esta vez, e girou meu rosto para a luz. Seu polegar empurrou meu lábio inferior para baixo para ver melhor meus dentes, o que parecia manifestamente desnecessário considerando que minha boca não se fechava, de todas formas. Ou possivelmente só estava ressentida ao ser examinada como um cavalo em um leilão. Especialmente depois de ser obrigada a atuar como um fenômeno de circo em exposição. —Satisfeito? — perguntei, quase marcando um de seus dedos. —Isso é sem lugar a dúvidas a coisa mais… assombrosa que alguma vez tenha visto. —Um… sim — gaguejou Michael. —É… em realidade algo. Eu revoei os olhos, desejando que tivesse estado surpreso sem fala. Sim, eu era sem dúvida horrível em comparação com sua esposa modelo de beleza clássica. Mas eu gostaria de ver a Holly rasgar a garganta de alguém com essas virtualmente inúteis dentes de porcelana. —Então acredita em mim agora? — perguntei, voltando para meu pai. —Vire um pouco mais para a esquerda. — Ignorou minha pergunta, apontando minha cabeça sem esperar a que cumprisse. Talvez não me entendeu. Não é que teria importado se o fez. Apertou-me as bochechas até que tive, ou que abrir grande a boca ou me arriscar a me cortar com meus próprios dentes. —Suas mandíbulas são mais largas, e seus dentes são definitivamente felinos, — disse, como fazendo um diagnóstico. —Sua língua é áspera, também, mas seus lábios ainda são humano, e não vejo sinais de pelo. —Obrigado pelo resumo, — murmurei, me liberando de seu agarre. Pus-me de pé e comecei a passar roçando a meu pai, desesperada por um pouco de espaço pessoal depois da invasão de minha boca. Mas antes de ter dado nem sequer um passo, a fugaz olhada de um movimento impreciso de mim mesma no espelho emoldurado em prata da parede, deteve-me em seco. Afundei-me novamente no sofá, curvando as mãos em punhos para evitar que tremessem. Essa breve, imagem fora de foco foi mais que suficiente. Não queria saber como me via. Sentir meus dentes com a língua me dava mais informação da que podia dirigir assim como estava. Uma Mudança parcial foi grandioso quando precisei rasgar a um sequestrador, ou ver na 128


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escuridão. Mas provar a meu pai que estava equivocado, e minha auto-satisfação estava desaparecendo rapidamente em auto-aversão. Odiava me ver como um monstro. Não tanto como odiava me ver como uma garotinha, mas quase. —Se estiver satisfeito, Vou trocar novamente agora, — cedi, enquanto meu pai se acomodava na poltrona a meu lado. E finalmente parecia impressionado. Bem por ele. Eu Ia trocar de volta. Mas não com eles me olhando. Além de seu enérgico protesto, pus-me de pé novamente, com cuidado de não olhar o espelho quando passei ao redor da cadeira caída. Dava-lhe as costas a meu pai e irmão, transbordei o processo, o que foi indevidamente mais fácil que a mudança inicial, do mesmo modo que retornar a casa de qualquer viagem feita sempre parecia tomar menos tempo que a tortuosa e lenta viagem ali. Quando tudo pareceu normal e pude falar com claridade novamente, apoiei-me contra o escritório com os braços cruzados debaixo de meus peitos. —Está satisfeito agora? Riu entre dentes. —Estou muito mais que satisfeito. Estou eufórico. Estou assombrado. Estou aliviado. — Ele deixou de falar e eu fiquei esperando. Certamente havia mais. Mas não o havia. Ele terminou. —Não está esquecendo algo? Meu pai franziu o cenho em concentração, claramente procurando em sua memória a omissão. —O que? Michael limpou seus óculos com um pano branco de seu bolso. — Acredito que ela está pedindo uma desculpa. —É obvio que o estou. Mereço uma desculpa! — Insisti. As sobrancelhas de meu pai se dispararam para cima com surpresa, e meus próprios olhos se ampliaram com incredulidade. — Não lamenta não ter acreditado em mim? —Certamente, lamento que tivesse tido problemas em demonstrar sua extraordinária nova habilidade, mas tivesse sido uma tolice de minha parte acreditar em uma coisa tão fantástica sem provas. Falei com os dentes apertados. —Eu confio em cada palavra que diz. Por que não pode me dar a mesma cortesia? Franziu o cenho. —Ganhei sua confiança. Nem uma vez te menti. —Quando menti para você? — ativaram-se os alarmes dentro de minha cabeça, Mas era muito tarde para me retratar da pergunta. —Faz meia hora, mentiu por omissão quando evitou mencionar ao caçador que te viu em forma de gato. Michael riu entre dentes, e o olhei, com minha mente correndo para decifrar como responder. OH merda. Merda, merda, merda. 129


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—Essa não foi tecnicamente uma mentira, — murmurei, já desejando ter deixado as coisas como estavam. por que não podia deixar de cavar minha própria tumba só uma vez antes que o buraco fora muito profundo para poder sair? O cenho franzido de meu pai se aprofundou, e senti uma conferência aproximando-se. —Não é a letra da lei o que importa, Faythe. É a intenção. Blah, blah, blah. Me ocorreu pensar que se a letra da lei deixava margem para a livre interpretação, devia ser reescrita, para evitar confusões. E lacunas jurídicas. Os advogados e contadores eram recompensados em lugar de castigados por encontrar lacunas jurídicas, então por que não o deveria ser eu? Porque eu não trabalhava para o governo ou para um homem comum. Trabalhava para meu pai. —Por quanto tempo sabia? — perguntei, tentando determinar o modo menos incriminatorio de averiguar quanto sabia realmente. —De uma hora depois que aconteceu, — disse. Abri minha boca, mas me interrompeu antes de que possa me impor. Deveria lhe haver agradecido. —Não se preocupe, ninguém fofocou a respeito de você. Escutei-os, Marc e a você discutindo sobre isso. Vocês dois não são realmente tranquilos, sabe. Maldita seja. Não importava todo o trabalho pelo que passou para cobrir todas minhas bases, sempre era minha boca a que me metia em problemas. Literalmente, no caso do Andrew. —Se sabia o que aconteceu, e sabia que os meninos estavam me cobrindo, por que não disse nada? Meu pai se levantou do sofá com elegância, de pé para me enfrentar. Sua boca subiu em um sorriso conspiratória, como se estivesse a ponto de me deixar entrar em um grande segredo. Tive curiosidade, em lugar de meu habitual desinteresse fingido. —Pensei-o, — disse finalmente. —Pensei em te ensinar toda uma lição de lealdade e obediência. Mas logo me dava conta que Ethan, Jace, e Parker não estavam mostrando deslealdade para mim tanto como mostrando lealdade para você e Marc. Sua boa disposição para protegê-los a ambos, possivelmente a um alto custo, mostrava o devotos que são a vocês dois, ainda quando não os pagam e não lhe fizeram nenhuma promessa. Não posso ensinar devoção como essa, e certamente não vou castiga-los. Especialmente se nada mais estiver vindo disso que um artigo Tipo-homem-das-neves no jornal e alguns informe de notícias locais que fez a esse pobre caçador soar como um parvo bêbado. Olhei a meu pai com incredulidade. Não só que não estava zangado conosco, nem espumando pela boca, como esperava, ele realmente estava encantado por nossa conspiração para reter informação. Às vezes me assustava mais que entendesse melhor aos meninos maus que a meu próprio pai. —Então não está zangado? — Poderia ser uma boa ideia pôr isto por escrito, enquanto que estou nisso. —Não esta vez. — Seu rosto se endureceu e seu olhar se estreitou, me dando a impressão que não via nada mais que meus olhos. —Mas antes que ditas me ocultar algo importante de novo, recorda minha vontade de ter uma segunda jaula instalada no porão. Só para você. 130


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Sorri amplamente. —Terei-o em mente. — Estávamos de volta em território conhecido agora. Ele dava ameaças, e eu as ignorava. Até aí podia dirigi-lo. E agora que estava mais a gosto, era hora de voltar para os negócios. —Então, a respeito do Andrew…? —Bom, obviamente não estou contente de descobrir que minha filha infectou ao extraviado que está causando tantos problemas. Mas pelo menos agora temos um ponto de partida. Bem, esse foi sem dúvida um modo de vê-lo, e não ia queixar me, considerando o perto que estive a uma possível pena de morte. —Michael, vá procurar ao resto dos meninos. Meu irmão assentiu, já dirigindo-se para a porta. —Bom, olhe o que encontrei, — disse, e me voltei para vê-lo de pé na soleira, com o pomo da porta na mão. Na sala mais à frente, Owen se levantava do piso, onde aparentemente estiveram esperando que a porta do escritório se abrisse. E não estava só. Vic, Parker, e Jace faziam fila detrás dele, Ethan na retaguarda. Marc não estava ali. Meu pai ria entre dentes desde sua poltrona. —Vocês são bons exemplos do que a curiosidade fez ao gato, não? — Parker deu de ombros, e só Owen teve a gentileza de olhar envergonhado. Nosso Alfa lhes fez gestos para que entrassem. —Venham a sentar-se. Agora que temos uma pista séria, temos muito trabalho por fazer. Havia algo nas notícias? —Sim. Aqui. — Vic lhe passou uma fina e arrumada pilha de jornais em seu caminho à poltrona de dois lugares, onde se acomodou ao lado do Parker. —Quer que vá procurar ao Marc? — perguntou Michael enquanto me sentava na poltrona. Meu pai levantou a vista dos informe, e seus olhos aterrissaram em mim. —Não, vamos lhe dar um pouco mais de tempo. — Escaneou a primeira página, logo lhe deu a volta e escaneou a segunda. Logo a terceira e final. —Isto é tudo? — perguntou, voltando de retorno à parte frontal da pilha. —Sim. — Parker passou uma mão por uma espessa cabeça com fios brancos. —Havia variações disso em um par de outros lugares de notícias, mas todos têm a mesma informação. O que não é muito. —Okey. — Inclinando-se para frente, meu pai deslizou o pacote de jornais sobre o final da mesa de meu lado da poltrona, a seguir se recostou na poltrona novamente para dirigir-se a todos nós. —Como esperava, a polícia de Louisiana há conectado os casos dos desaparecimentos das strippers em seu estado, e a imprensa nacional recolheu a história. Felizmente, ninguém parece dar-se conta ainda que a stripper de Arkansas está relacionada. Mas não tomará muito, especialmente se desaparecerem algumas outras. Infelizmente — torceu o braço para ver o relógio em seu pulso —se o padrão se mantiver, nisso poderia já ter acontecido. Jace franziu o cenho. —Então a única coisa em nosso favor é o fato que ninguém sabe a respeito dos gatos mortos. O que é somente porque os estivemos enterrando. 131


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Meu pai estralou um nódulo enquanto seu olhar saltava do Jace a mim, logo depois de volta ao Jace. —Isso é certo, mas não é quão único temos a nosso favor. Faythe, você gostaria de dizer-lhe em suas próprias palavras? —Um, não. Minhas palavras haviam feito suficiente dano por uma noite. Encolhi-me de ombros. —Adiante. Todos os olhos no quarto trocaram de mim a meu pai. Embora estiveram sentados justo para fora do escritório, não escutaram nenhuma palavra dita dentro, graças à porta de carvalho sólido e paredes revestidas de concreto, o que dava a meu pai um precioso grau de intimidade que invejei em mais de uma ocasião. —Bom, parece que o namorado humano da Faythe, ex em ambos os aspectos, está de algum jeito envolto no desaparecimentos das strippers. Não sabia que classe de reação esperava. Talvez que fiquem boquiabertos ou exclamações sobressaltadas. Mas a realidade foi mas bem decepcionante. —Uh, Ethan já nos contou essa parte, — disse Vic, lançando um olhar compassivo em minha direção. —Espere, — disse Jace, e vi a luz avançar detrás de seus olhos. Ele fora o único verdadeiramente escutando, porque todos esperavam ouvir notícias velhas. —Disse ‘ex’ em ambos os casos? O que significa que já não é mais um humano? Assenti em silêncio. E então veio o drama antecipado… —Que diabo? —Como é isso sequer possível? —Então sabe aproxima? Mas foi Parker o que deu no prego. —Isso é por longe muita coincidência. Estava saindo com uma werecat, então três meses depois aparece como um? — Os outros deixaram de falar um por um, agora escutando ao Parker. —Sabemos quem o fez? Tem que ser alguém conectado a Faythe. Ela é o único denominador comum. Esqueci de quão inteligentes eram os meninos. —Sim, sabemos quem o fez. — Meu pai fez uma pausa, me olhando. —Faythe. Todos giraram a ver-me espectadores. Eles pensavam que ele me estava chamando para que respondesse a pergunta, como um professor em um sala de aula de terceiro grau. Mas não o estava fazendo, e ao princípio ninguém pareceu entender. E esta vez, Ethan foi o primeiro em darse conta. —Faythe?—Olhou fixamente desde seu lugar no tapete ao lado do Jace, com a incredulidade escrita em toda sua cara. Logo a confusão se estabeleceu em seu lugar. —Você o infectou? —É complicado, e não temos tempo de explicá-lo justo agora, — começou meu pai. —Assim só me permitam lhes dizer que foi um acidente, e deixem-no assim.

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—Um acidente? — Obviamente Ethan teve várias perguntas mais como todo o resto mas a palavra do Alfa era definitiva, assim fechou sua boca e franziu o cenho. Não duvidava que me perguntaria os detalhes mais tarde, em privado. Com uma mão no respaldo da poltrona de meu pai, Michael se fez cargo da discussão, para trazer o tema novamente ao caminho. —Estamos assumindo que Andrew é em realidade responsável pelos desaparecimentos, mais que estar só envolto nelas. E já que estamos esboçando os piores cenários, atreveria-me a supor que estão todas mortas. —Okey— disse Vic, saltando ao carro da calma e o profissionalismo. —Qual é o plano? —Encontramos ao Andrew. Capturamos, dominamos, e averiguamos o que sabe da gata, se souber algo. Se não sabe nada, observamos o último clube de strip que visitou e esperamos a que ela apareça. Logo a agarramos. Caso fechado. —Não acredito que ao menino amante lhe tenha ocorrido mencionar aonde se dirigia? — perguntou Jace, puxando de uma borla desfiada do extremo do tapete onde estava sentado. —De fato…— sorri timidamente, e todos os incrédulos olhos do quarto se enfocaram em mim. —Está vindo aqui. —Para que diabos? — perguntou Ethan, justo quando Parker gritava, —é suicida? —Não sei. — Encolhi-me de ombros. —Provavelmente quer algum tipo de confrontação comigo. Reconhecimento. — O que entendia, por raro que pareça. —Entretanto não importa. Tudo o que temos que fazer é nos sentar e esperá-lo. Correto? —Disso nem pensar, — disse meu pai, e a acalmada finalidade em seu tom tomou por surpresa. —Não vamos permitir que esta confusão aterrisse em nossa porta. Não podemos nos permitir essa classe de atenção, já seja das autoridades humanas ou do resto do conselho. Temos que encontrá-lo antes de que chegue aqui. Maldita seja. Tão fácil que era. Vic franziu o cenho. —Bem por onde começamos? —Pelas chamadas telefônicas, — disse, e meu pai assentiu, mostrando tão só um indício de um sorriso de orgulho. —Sabemos que Andrew e Dan Painter chamaram do mesmo lugar esta tarde. —Sabemos? — interrompeu Ethan. —Sim. Ambas as mensagens soavam como explosões e o ruído de uma hélice. — Ignorei as olhadas confundidas ao meu redor. —Assim também sabemos que Andrew se está movendo desde Leesville, Louisiana, onde tomou a ultima stripper. Por isso ele e Painter e possivelmente a gata estão em algum lugar entre aqui e lá, em um povo com… um montão de disparos e helicópteros— terminei, meu tom em forma de pergunta. —Helicópteros de hospitais, talvez? Meninos, viram algo nas notícias sobre explosões? Vic, Owen e Parker, todos sacudiram a cabeça. Rapidamente pequenos golpes romperam o silêncio.

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—Me dê só um segundo…— disse Michael, e levantei o olhar para encontrá-lo inclinado sobre o teclado de novo, com a cabeça apenas visível detrás da tela de dezessete polegadas de meu pai. —Com um pouco de sorte, terei um lugar para vocês logo…— suas palavras se desvaneceram quando os cliques se fizeram mais fortes. Enquanto Michael fazia sua magia no computador, meu pai se deu a volta para o resto de nós. Seu olhar se posou primeiro sobre o Ethan como se estivesse considerando algo. Logo sacudiu a cabeça e se voltou para o Owen, a minha direita. —Você e Parker estejam preparados. Irão logo que tenhamos uma pista da próxima localização do Andrew, para explorar e ver se ele ainda continua ali. —Tomaremos a caminhonete? — perguntou Owen, já a metade do caminho para a porta, com seu poeirento chapéu de vaqueiro na mão. —Sim. E levem todo o equipamento de emergências, não só o que há no porta-malas. Traguei saliva, indisposta ao imaginar o uso que dariam ao equipamento de emergências quando encontrassem ao Andrew. Sim, ao parecer ele já não era o doce e tranquilo matemático que conhecia. Mas era minha culpa, ao igual a algo que lhe ocorresse. De repente me senti doente. —Faythe? — disse meu pai, e o olhei aos olhos a contra gosto, já temendo o que me ia pedir fazer. —Suponho que tem o numero do Andrew, desde que te esteve chamando. —Assenti e ele continuou. —Se Michael não pode encontrá-lo, quero que o chame e estabeleça uma reunião… em algum lugar que não seja aqui. Diga lhe o que lhe tenha que dizer. Aceita tudo o que te diga. Se ele realmente quiser uma confrontação contigo, deve estar desejando uma oportunidade assim. —Onde quer que nos encontremos? — perguntei, meus dedos se retorceram em nós sobre meu colo. Eu não desejava ver o Andrew de novo. —Em um parque ou um lugar para campistas. Algo que se veja aberto e rural, mas que em realidade não lhe dê oportunidade para escapar. E que seja adequado para que vocês possam esconder. — Disse ele, olhando ao redor ao Vic, Ethan e Jace. —Me deem um minuto, e terei um lugar para vocês. Enquanto isso… Vic, vá e traga um pouco de café. Ri-me, caso que era uma brincadeira de meu pai. Mas então Ethan e Jace seguiram ao Vic para a cozinha, sem sequer um sorriso. Evidentemente. Há um pouco de café, era uma forma de nosso Alfa dizer vai ser uma noite longa, meninos. —Não acredita que Marc deveria estar aqui? — perguntei alguns minutos depois, arrancando um fio solto da prega de minhas calças. Tão incomoda como era para mim falar frente a meu noivo de meu ex-namorado que se converteu em um psicopata, era pior não ter Marc ali. Michael deixou de teclar por um momento, e meu pai levantou a vista do atlas, onde teve olhando um mapa regional do Texas durante os últimos minutos. —Podemos informá-lo mais tarde. Vai ter que lhe dar um pouco de tempo, Faythe. Isto vai ser muito difícil de aguentar para ele. Algumas parte serão impossíveis. Sabe. Conhece-o. Assenti. Eu conhecia o Marc. Esse era o problema. —Café! — gritou Vic da cozinha através da sala. —Tomem enquanto está quente! Meu pai franziu o cenho profundamente, olhando a porta aberta. 134


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—Poderia ao menos havê-lo servido para nós. Ri-me, minha boca já estava babando pelo aroma que enchia o ar. —Acredito que o confundiu com mamãe. Temos sorte de que saiba como usar a cafeteira. —Todo homem sabe como fazer café. — Insistiu meu pai, em voz alta enquanto me seguia ao cruzar a habitação. —É um instinto de sobrevivência. Eu fiz minha primeira taça aos doze, embora minha mãe não me deixou beber outra até que passaram quatro anos. Na cozinha, passei roçando ao Ethan e Jace, que estavam frente a mim, e me levantei para tomar duas grandes taças do gabinete enquanto meu pai punha as colheres sobre o balcão. Pus uma taça em frente de meu pai e deixei a outra para mim, logo enchi ambas. —Ei, Vic, se servir café para o Marc, o levaria? — normalmente, diria ao Marc que viesse por seu maldito café, mas considerando que ele acabava de inteirar-se de que eu em segredo continuava em contato com meu ex-namorado assassino psicopata, imaginei que podia dirigir uma desculpa em forma de uma simples taça de café. Dois de açúcar, sem nata. —Ele se foi faz uma hora. — Disse Ethan, tirando um pão do cesto. —Aonde foi? Vic saiu da geladeira com um cartão de baunilha Francesa em creme, chutando a porta para fechá-la atrás dele. —Não sei. Acredito que só precisava sair por um momento. Não se preocupe. Voltará. Servi creme em meu café e a revolvi, sem receber nenhum consolo das garantias do Vic. —Ei, Faythe? — perguntou Jace, e levantei a vista para encontrá-lo me olhando do outro lado da barra. —Quanto sabe Andrew de nós? Quanto sabe de si mesmo? —Não sei. — franzindo o cenho, tomei minha taça enquanto o considerava. —Parece saber um pouco. — O que me dava conta só em retrospectiva, pensando em nossas conversas. —Ele certamente sabe o que somos, e onde vivemos. E parecia saber que meus pais não ficariam felizes com que o restante. — Embora eu não fazia nem ideia do que estávamos falando nesse momento. —Como é isso possível? — Jace empurrou sua cadeira para trás e se levantou para ir diretamente para a cafeteira quase vazia. —Entendo que saiba que está infectado. Assumo que se explicou a si mesmo. Mas se você alguma vez Trocou frente a ele e sei que alguma vez lhe disse sobre nós Como diabos soube que você o infectou? Ou que o resto de nós somos werecats, também? Ou que infectar humanos é algo realmente mau? —Em realidade, não tenho nem ideia de como soube algo disso. — Agarrei uma fatia de presunto da coleção de ingredientes para sanduiche que Ethan estava situando na bancada. — Mas isso será o primeiro que lhe perguntarei, se responder o telefone. —Bom, eu diria que alguém o disse. — Vic soprou cuidadosamente em sua taça. —Mas estou seguro que é muito simples como para que seja assim. Meu pai tomou outro gole de café. —Pelo contrário, normalmente a possibilidade mais simples é a resposta, e é lógico que Andrew poderia ter estado em contato com outro werecat em algum momento nos últimos meses. Deve ter sido muito difícil para ele sobreviver à enfermidade inicial e a primeira Mudança

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sozinho. E embora seja pouco provável, existe a possibilidade de que outro extraviado se compadeceu dele, em vez de fugir dele ou ataca-lo. A resposta de meu pai enviou a uma onda flutuar por minha memória. É uma maldita mentirosa, e nós sabemos malditamente bem. Nós. —Um filho da puta, isso é o que é! — me caiu a colher da taça e umas gotas de café salpicaram a bancada, mas apenas o notei. —O que? — Jace elevou sua vista do presunto, queijo e pepinos japoneses que estava pondo sobre uma fatia de pão. —Andrew não está só. — Agarrei um pepino japonês de seu prato e fiz um gesto com ele enquanto falava. —Os novos extraviados não ficam depois de sua transição tão fortes mental ou psicologicamente para fazer o tipo de dano de grandes liga que ele está fazendo. Não só. —Acredita que está trabalhando com alguém? — perguntou meu pai, seus olhos verdes brilhando pela nova possibilidade. —Sim. — Lancei o pepino japonês a minha boca e falei com a boca cheia enquanto o mastigava. —Acredito que foi assim desde o começo. A mesma pessoa o acompanhou em sua primeira Mudança e lhe ensinou a sobreviver como um extraviado. Ethan extirpou seu enorme sanduiche com ambas as mãos. —A gata Trapaceira? — Sacudi minha cabeça. —Não pode ser ela. Ela esta seguindo-o, não ao contrario. Vic franziu o cenho. —Assim, ela o estava ajudando, e ele se voltou louco e se foi por sua conta, e agora está tratando de apanhá-lo e detê-lo. —Mas ela é uma assassina. Por que um assassino trataria de deter outro? — argumentou Jace, expressando um pensamento que certamente todos tiveram ninguém acreditava que pudéssemos encontrar às strippers com vida. —Não acredito que ela queira fazer parte do jogo do Andrew, —disse, revolvendo de novo meu café enquanto pensava em voz alta. —Ela está claramente louca, mas olhem a forma em que mata aos gatos. Não os arranha, e não os morde. Não há sinais de violência de nenhum tipo, exceto o pescoço quebrado. Não sei porque os mata, mas não acredito que seja por vingança. Mas Andrew, por outro lado, está definitivamente molesto, e estaria disposta a apostar que essas strippers desaparecidas têm evidências disso, onde quer que estejam. — Fiz uma pausa e tomei o que ficava em minha taça. —Tenho uma teoria de porque Andrew fez esse giro de cento e oitenta graus. Por que ele de repente esta tão furioso e violento. —Sim. — Ethan deu de ombros. —É um extraviado. —Também Marc, e ele nunca sequestrou a ninguém. Ele é completamente devoto a seu Pride. Leal além do lógico. Ele daria sua vida por salvar a qualquer de nós, qualquer dia da semana. —Sim— assentiu meu pai com decisão. Com orgulho. —Ele o faria. Sorri-lhe. —Por isso posso dizer, a diferença entre o Marc e Andrew é que Marc nos tem. Ele é o que é e quem é agora porque você e mamãe o tomaram quando estava doente, ferido e órfão. Porque 136


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você o fez um de nós e lhe deu uma oportunidade. Se o Pride teve tão profunda influência sobre o Marc, em uma etapa tão crítica de sua vida—sua transição inicial— não é razoável pensar que alguém poderia ter tido igualmente uma influência sobre o Andrew? —Quer dizer uma má influência? — disse Jace, agarrando uma fatia de presunto do monte do Ethan. —Bom, sim. — Apoiei-me contra a bancada, de onde podia vê-los todos. —Acredito que quem o ajudou a passar a febre da infecção e lhe contou o que sabe sobre nós também o converteu no que é agora. E não acredito que foi a gata. Apoiada na maneira em que ela mata esses extraviados, não acredito que ela fora capaz de tanta vingança. Com minha teoria explicada, minha opinião expressa, servi-me outra taça de café, esperando que alguém falasse. Meu pai se via impressionado mas também preocupado. —Assim, você acredita que esta Andrew com esta má influência, seja quem é? — eu assenti, e ele fez ranger vários de seus nódulos de uma vez. Logo pôs sua taça vazia na pia e saiu da cozinha, passando o saguão, nos deixando a todos detrás dele. No escritório, pus minha taça ao final da mesa e me sentei no sofá. Jace se sentou junto a mim, e Ethan se sentou junto a ele, sem soltar seu sanduiche a meio comer. Vic se sentou no sofá frente a nós. No escritório, Michael seguia fazendo cliques. Inclinei-me para trás para lhe jogar uma olhada e o encontrei mastigando seu lábio inferior enquanto trabalhava. O que significava que estava frustrado. Ao parecer não teve sorte em localizar as explosões. —Está preparado para que chame o Andrew? — perguntei a meu pai. Embora ainda lhe temia à chamada, estava ansiosa por terminar de uma vez com isto. —Tenho dúvidas sobre isso agora. — Ele franziu o cenho, localizando-se suas mãos sob seu queixo. —Se Andrew realmente trabalha com alguém mais, não estou seguro de querer lhe conceder uma confrontação até que não saibamos contra quem nos estamos enfrentando. —Tem que ser alguém que saiba que Faythe infectou ao Andrew. — Disse Ethan, falando em torno de uma parte de sanduiche de presunto. —Do contrário, Andrew tampouco saberia. Assim que… Quem sabe que o mordeu? —Ninguém. — Disse, voltando de meu pai à cara de meu irmão menor. —Eu nem sequer sabia que aconteceu até esta noite. Mas quem quer que o cheire saberá quem o infectou, assumindo que o que o cheire reconheça meu aroma através do dele. Assim… pensemos em alguém que me conhece. Ou ao menos meu aroma. —Exatamente, — disse meu pai, obviamente aborrecido com o novo desenvolvimento. — Acredito que deveríamos postergar essa chamada telefônica até que pensamos em algo melhor do que isso… —Henderson. — Interrompeu Michael, em meio de outra série de cliques frenéticos no teclado. — Andrew estava em Henderson, Texas. Ao menos até esta tarde. —Está seguro? — meu pai se deu a volta para olhar ao Michel, na mesa detrás dele.

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—Bastante seguro. — Assentiu Michael, empurrando suas lentes mais acima de seu nariz. — As hélices que Faythe escutou não eram helicópteros. Eram aeronaves da segunda guerra mundial com os que uma equipe de demonstração fez um grande show esta tarde em Henderson, como parte da celebração do aniversário do povo. Completando com uma exibição pirotécnica, que sem dúvida, explica os disparos. —Bem, isso deveria nos fazer as coisas muito mais simples para encontrar ao Andrew. — Disse Vic, embora eu logo que podia lhe ouvir pelo som das engrenagens em minha própria cabeça. —Henderson está a só uma hora do rancho. Ele pode estar sentado na entrada justo neste momento. Ethan se engasgou com o último bocado de seu sanduiche, e Jace lhe golpeou as costas. Quando a garganta de meu irmão se esclareceu. —Poderia ter estado nos vendo por horas, sabem? —Ele não está aqui. — Disse, surpreendida ao escutar quão acalmada soava minha voz, em contraste com o pânico que sentia em realidade. —Não ainda. Ele disse que teria que fazer algo primeiro. Ao parecer não sou prioritária em sua lista no momento. Na frente, escutei o rugido de um motor, e me dei a volta para a porta em antecipação. Mas então reconheci o som do caminhão do Owen. Aonde diabos foi Owen? Esperava que fora Marc. Precisava ver seu rosto, para resolver a inquietação que se arraigava na boca de meu estomago. Precisava saber que me perdoou por não lhe dizer sobre as chamadas. Que íamos estar bem, sem importar o que acontecesse ao Andrew. E considerando que ele inclusive não sabia que infectei a meu ex, um bom resultado sobre nós estava longe de estar garantido. A porta principal se abriu, e passos ricochetearam sobre os ladrilhos. Owen havia retornado de onde seja que tivesse ido. —Estou seguro de que começassem a gritar por isso…— começou Vic, olhando ao escritório em geral. —Mas este pode ser um bom momento para trazer a câmera de vereadores a toda velocidade. Temos suficiente informação, agora não podemos nos dar ao luxo de perder o tempo discutindo. Eles têm que… —Absolutamente não! — olhei através do tapete para ele, logo me dei a volta para encarar a meu pai quando ele não respondeu imediatamente. Para meu horror, sentou-se com os olhos baixos e as mãos sob seu queixo, ao parecer, considerando a sugestão do Vic. —O que lhes vamos dizer? — demandei, já imaginando as caras de assombro dos outros Alfa. —A filha do presidente do Conselho acidentalmente infectou a seu namorado humano durante uma derrubada de meiodia, logo ele a seguiu até sua casa, deixando um rastro de desaparecidas Strippers a seu passo. — Meu pai soltou um cansado e pesado suspiro. —Faythe, eles têm direito ou seja. E podem nos ajudar. Quanto mais homens tenhamos, mais rápido podemos encontrar ao Andrew e à gata, e terminar com este desastre. Minha mão apertou o braço do sofá, meu pulso se acelerou. —Não papai! Temos que fazer isto por nossa conta. Se envolvermos ao conselho antes de que tenhamos ao Andrew sob controle, eles quererão minha cabeça sobre uma estaca no pátio dianteiro. 138


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Detrás de mim, os passados se detiveram. Já estava me dando a volta enquanto minhas últimas palavras se perdiam em um pesado, torturado silêncio, e muito tarde, me ocorreu que o som que vinha do saguão não era o som de botas de vaqueiro. Marc estava parado na porta, cada braço estava ao redor de uma bolsa de papel marrom. Nossos olhos se encontraram. Tive um segundo para ver a dor nos seus. Logo, as bolsas golpearam o chão, e ele se foi. Capítulo 20 Jace e Vic correram detrás do Marc, saltando sobre as bolsas caídas e entrando no vestíbulo. Nenhum tentou sequer me lançar um olhar. Desci do sofá, com um chiado silencioso de angústia que partia meu crânio em dois. No piso, em frente de mim, meio galão de sorvete de partes de triplo chocolate rodou através da madeira dura, parando só quando golpeou o lado de minha sapatilha. Meu sabor preferido. Ele saiu para comprar sorvete, para desculpar-se e que nos reconciliássemos. Filho da puta! Saltei por sobre o recipiente de cartão, e meu pai chamou meu nome. Eu o ignorei e corri detrás dos meninos, cruzando com quatro vasilhas mais de sorvete, cada um de um sabor diferente. No vestíbulo, tropecei com uma caixa de waffles e tive que me agarrar pela parede. Quando levantei o olhar, Vic desapareceu pela porta traseira, Jace e Marc foram adiante dele. Corri detrás deles, minhas sapatilhas esbofeteando o mosaico. Chamei o Marc, gritando seu nome com um desespero que machucou minha alma. Soube que ele podia ouvir, mas não me respondeu. Estava a só uns pés da porta traseira quando alguém tomou meu braço por detrás. Ethan me atirou para trás e deu um passo diante de mim, bloqueando completamente meu caminho. —Saia da frente! —Gritei, tratando de empurrá-lo a um lado e seguir correndo. Mas ele não se moveria. —Faythe... —Se mova! Ethan me sustentou, suas mãos tomando gentilmente pelos ombros, seus olhos estranhamente suplicantes. —lhe dê um pouco de tempo. —Não! Quão último ele precisa é tempo para pensar e zangar-se ainda mais. Ele não compreende o que ouviu. Tenho que lhe explicar. Eu o empurrei no peito, mas nele só se fez para trás por um breve instante, envolvendo a seu lugar original mais tarde, com ambas as mãos ao redor de meus braços. —Só piorará as coisas. Lutando contra as lágrimas, torci-me fora de seu agarre. —Se não quer sair machucado, sai de meu caminho. —Trato de te ajudar... 139


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—Sinto muito. —Permiti a meu punho direito sair voando. Chocou fortemente contra sua mandíbula. Ethan tropeçou para trás na parede. —Bem, vá fazer as coisas ainda piores! —ele me gritou, sua mão cobrindo a fresca mancha vermelha em sua cara. Para quando cheguei ao alpendre de atrás, os meninos já se foram, refugiando-se em seu dormitório, rodeados pelas cruas assinaturas da masculinidade: cerveja, pizza de um dia, e montanhas de meias sujas. Um relâmpago cintilou através do céu no momento em que dava um passo sobre a grama. Por um instante, acendeu o pátio traseiro completo em um alívio repentino de luz e sombras. A imagem ainda estava estampada em minhas retinas quando o trovão rugiu através do céu. A chuva se verteu das nuvens em um dilúvio repentino que Telhas, inclusive a parte leste de Telhas, raramente via. Estive empapada completamente em menos de cinco passos. Empurrando o cabelo molhado longe de minha cara, corri através do campo até chegar aos degraus dianteiros, e abri a porta mosquiteira. Esta voou atrás até esbofetear o revestimento. Gotejando água sobre o alpendre, tomei o pomo da porta dianteira, já me movendo para frente enquanto o girava. Nada aconteceu. Bem, quase nada. Empurrei a mim mesma diretamente para a porta, esperando que se abrisse. Em vez disso, quase rompi meu próprio nariz. Em toda minha vida, nunca, jamais vi a casa de hóspedes fechada. Eu sempre fui bem-vinda aí. Sempre. E agora Marc fechou a porta. Literalmente. Não tomei muito bem. —Abre a puta porta! —Gritei, golpeando a madeira com ambos os punhos. —Meu pai não está zangado comigo! —Gritei, me esforçando para ser ouvida por sobre a tormenta. —Isso não te diz nada? Nenhuma resposta. Joguei uma olhada sobre meu ombro e vi a forma de minha mãe perfilada na janela do dormitório do Ethan. Ela me olhava com seus braços cruzados sobre o peito, sem nenhuma tentativa de intervir. —Posso ir e conseguir uma chave! —Gritei, me voltando para a porta da casa de hóspedes. —Não pode me manter fora para sempre. — Infernos, chutarei a porta se não me abrir nos próximos dois minutos! Dei-lhe à madeira outra boa surra, me machucando completamente ambos os punhos, então me detive outra vez para escutar, apertando minha orelha contra a porta. Esta vez ouvi resultados: passos baixando pesadamente pela escada. Assim... parei e esperei pacientemente? Infernos que não, eu esqueci o significado da palavra paciência para então. No único no que podia pensar era em explicar ao Marc o que aconteceu realmente antes de que fora muito tarde. —Eu te ouço aí dentro. Veem abrir esta maldita porta antes de que a atire abaixo. —lhe dê um descanso, Faythe. —Era Vic, falando tranquilamente do outro lado da porta. A porta ainda enfurecidamente fechada. —acordara às pessoas no próximo condado. —Me deixe entrar para que possa falar com ele. — A chuva descendia tranquilamente por minha espinha, sob minha camisa, riscando a linha de temor que se estabelecia dentro de mim. 140


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Precisava fazer com que Marc compreendesse. Isto não podia ser o fim para nós. Não assim. — Posso arrumar isto. —Gritei, surpreendida por ouvir o pânico aparecendo em minha voz. — Juro que posso. —Sinto muito. Ele me esfolaria vivo. Melhor você lhe dá algum tempo para esquecer-se. —Esse é justo o tema. —Golpeei a madeira outra vez, e Vic amaldiçoou, então se moveu para trás. Muito tarde me dava conta de que ele esteve inclinando-se contra a porta. — Se não me deixa entrar para que o explique, ele não o esquecerá. Ele não compreende o que ouviu. —Perdão, Faythe —ele disse outra vez. — Ele só não quer verte. Isso não é possível, pensei. A chuva se escorria por meu rabo-de-cavalo. É obvio, Marc estava zangado comigo antes. Ele esteve zangado comigo durante cinco anos completos depois de que eu tivesse terminado com ele. Mas nunca se negou a falar comigo. Ele nunca me fechou a porta na cara. Passei férias inteiras com a Sammi e sua família para escapar de sua perseguição implacável, e ainda ele me chamou pelo menos uma vez à semana durante três anos, abrindo seu coração a minha secretaria de mensagens, com tanta dor em sua voz que eu não podia escutá-los sem chorar. Quando ele finalmente deixou de me chamar, o silêncio se sentia estranho. Sentia como se o mundo inteiro se calou quando Marc o fez; era como se pudesse ver as bocas das pessoas moverse, mas não podia ouvir o que diziam. Era como se houvesse me tornado surda. Esse silêncio emocional não parou até que Marc veio por mim ao colégio. E desceu em mim outra vez enquanto estava parada em seu alpendre dianteiro. Tudo o que podia ouvir era a chuva, como se o céu chorassem por nós dois. Olhei para minha mãe outra vez, para só vê-la dar a volta e afastar-se da janela. Ela olhou para trás uma vez e sacudiu a cabeça. Então se foi. Minha resolução se viu reforçada ante a deserção de minha mãe. Ela pode que saiba o que fez, ou pode que não, mas ela acreditava que eu perdi o Marc para sempre. Depois de anos de insistir para que voltasse com ele, ela se foi. Mas eu não. Retrocedi uns passos até descer os degraus, enfrentando a porta principal enquanto retrocedia para a chuva. A água se vertia sobre mim, esmagando as mechas soltas de meu cabelo contra minhas bochechas e testa. Enxuguei meu rosto com ambas as mãos, piscando chuva e lágrimas de meus olhos enquanto analisava a porta. Era sólida e forte apesar de sua idade. Mas também eu era , apesar de minha juventude. E, de todos os modos, o marco se romperia muito tempo antes de que o painel de carvalho o fizesse. Empurrei meu cabelo uma vez mais ao mesmo tempo em que voltava sobre meus passos. Já no alpendre, agarrei-me no poste de apoio para manter o equilíbrio e chutei a porta tão duramente como pude, concentrando o golpe justo debaixo do pomo da porta. A madeira se estilhaçou, e sorri com satisfação. Tomei o pomo da porta e o sacudi com ambas as mãos. Nada aconteceu. Nem sequer se moveu. Maldita seja!

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Uns dedos apareceram na janela, apartando um conjunto de mini cortinas brancas trocadas para revelar um par de olhos azul escuro e uma mecha de cabelo marrom. —Faythe, que demônios faz? —Jace gritou pelo vidro. Sua cara desapareceu e a cadeia de aço da porta zumbiu enquanto ele tratava de desobstruir a porta. Mas então uma coisa pesado golpeou a madeira, provavelmente a mão de outra pessoa. Vic riu. —Essa não é Faythe. —Ele disse. — É o Lobo Feroz, que vem para soprar nossa casa. —Ela vai entrar de uma maneira ou outra. -Jace disse. Vic riu outra vez. -Ela o vai tentar... —Pode apostar seu traseiro que sim! —Gritei, e chutei a madeira outra vez. Estilhaçou-se mais esta vez, mas ainda a porta não se movia. Entretanto, esta vez o problema não era a força da porta, a não ser a força dos tipos que a sustentavam em seu lugar do outro lado. Por um comprido momento, ninguém falou. Eu estava quase convencida de que eles se foram pela porta traseira quando Parker disse: —De acordo. —O que? Não! —Vic insistiu. —Ele não quer vê-la, e essa é sua escolha. —Assumirei a culpa —Parker disse, e a corrente soou ao ser movida outra vez. — Te tire do meio. —O ferrolho morto se deslizou e a porta se abriu só o suficiente para que eu pudesse ver sua cara. Os olhos do Parker eram duros, as sobrancelhas estavam franzidas em mal-estar. — Eu te permitirei entrar com uma condição. —Bem, diga. —Estava perfeitamente disposta a me comportar em troca da admissão. Poderia forçar a porta, mas não podia evitar que eles a mantiveram em seu lugar. E se atravessava a janela, teria sorte se não sangrava até a morte antes de chegar ao Marc. —Permitirei que entre para evitar que rompa a porta, não para que possa romper algo mais na casa. Nenhum dano. Nem a nossos coisas. Nem a suas coisas. Nem a ele. Você vá fazer o melhor, não pior. —Isso é tudo o que desejo. Deveria sabê-lo já. —Mas vi em seus olhos que ele não sabia isso. Ele não confiava em que não machucaria ao Marc. depois de tudo, eu o havia feito antes. Fechei os olhos e passei minhas mãos por meu cabelo, tratando de me arrumar física e emocionalmente antes de entrar. Parker abriu a porta e deu um passo sobre a soleira, gotejando chuva no piso marcado de madeira dura. Jace e Vic pararam lado a lado ao pé da escada, bloqueando meu caminho. Seus braços estavam cruzados sobre seus peitos, formando uma barreira física, outra parede para derrubar. Mas eu não estava disposta a fazê-lo. Já não. No exterior tive força. Estive disposta a derrubar a casa inteira para chegar ao Marc se precisava fazê-lo. Mas agora já quase o consegui, e estava cansada. Estava já doente de lutar. —Vamos, meninos —disse enquanto me aproximava. — Me deem uma pausa. Por favor. O conflito no rosto do Jace foi um tortura de ver. Sabia como ele se sentia a respeito de mim, mas nunca considerei realmente como se sentia a respeito do Marc, até que vi quão longe estava disposto a ir para protegê-lo. De mim. Inclusive de mim. Se ele pudesse, Jace me levaria longe do Marc. Mas ele não me permitiria machucá-lo. 142


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Encontrei-me com seus formosos olhos cobalto e assenti. Era o melhor que podia fazer para reconhecer nesse momento sua dor e o desconforto da situação. Aparentemente foi suficiente, porque ele se apartou. Vic não. Meu ombro escovou seus bíceps quando passei por seu lado e subi as escadas, ainda gotejando, e agora tiritando pela fria brisa do ar condicionado em minha pele empapada. As luzes estavam acesas abaixo, mas o piso de cima estava escuro. Se não fora pela luz de um relâmpago brilhante que entrou por uma janela, eu teria tropeçado com o tapete atirado ao final das escadas. Como estava, tive que ir medindo todo o caminho, passando por diante do quarto de banho e o primeiro dormitório, que Jace e Vic compartilhavam, com uma mão no corrimão. Senti com a mão ao longo da parede contrária até que localizei a porta do Marc. Minha mão encontrou o pomo de sua porta, e vacilei. Fechei os olhos e atirei a cabeça para trás enquanto escutava a chuva, me perguntando como ia conseguir que ele me escutasse. Finalmente, abri os olhos... não é que importasse, igualmente não podia ver uma maldita coisa, e soltei o pomo da porta. Em seu lugar, golpeei. Ele só reagiria da mesma forma se eu começava as coisas com descortesias e agressões. É obvio, ao ser cortês, eu lhe dava a oportunidade de me negar a entrada. Ou de me ignorar completamente, que foi exatamente o que ele fez. —Marc? — Chamei, golpeando outra vez. Ele não deu resposta, mas uma luz se acendeu em seu quarto, iluminando minhas sapatilhas empapados através da fenda sob sua porta. —Posso entrar, por favor? Devo-te uma desculpa e uma explicação, e eu gostaria de dar isso cara a cara. Por favor. Um som de madeira raspando contra madeira veio do outro lado da porta: gavetas de penteadeira abrindo-se. —Bem —ele disse. —Tenho algo que explicar a você também. Meu pulso saltou. Isso não podia ser bom. Abri a porta lentamente, e a primeira coisa que registrei foi seu aroma. O quarto inteiro cheirava como Marc, e fez, literalmente, acelerar meu coração. Traguei, piscando as lágrimas de meus olhos enquanto inalava. Ele estava por toda parte. Poderia ir-se neste momento, e seu aroma ainda estaria ali dez anos depois. Marc cruzou o quarto com uma pilha de roupa em seus braços, e seu movimento capturou minha visão enquanto ficava de pé na soleira da porta, olhando fixamente para seu quarto. Ele deixou cair a roupa em uma mala aberta sobre a cama desfeita, a metade equilibrada sobre o travesseiro e a outra metade em um montão sobre as mantas. —O que...? —Minha voz se quebrou, assim traguei e o tentei outra vez. —O que faz? —Empacotar. Pensei que era bastante óbvio. —Ele voltou para a penteadeira sem me olhar ainda. — Vou tomar algum tempo de descanso. —De descanso? —Eu me ouvi e me arrependi de soar como um papagaio estúpido, mas não pude evitá-lo. Nos quase onze anos em que Marc trabalhou para meu pai, ele nunca se tomou um só dia livre. Nem sequer um. O qual significava que ele provavelmente teria vários acumulados… inalei profundamente, me preparando para dizer meu discurso. Para obter que trocasse de 143


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opinião. —Lamento que o tenha ouvido assim. —Tratei de capturar seu olhar, mas ele não me olharia, nem deixaria de empacotar. Esclareci minha garganta e comecei de novo, seguindo seus movimentos daqui para lá através do quarto. — Mas não ouviu o suficiente para compreender o que aconteceu. —Escutei o suficiente. —Foi um acidente... —tomei seu pulso quando passou por diante de mim, com outra pilha de camisas em seu outro braço. Ele se congelou no lugar. Sua cabeça girou lentamente para mim, e finalmente nossos olhos se encontraram. Os seus estavam em branco. Vazios. Ele deu um puxão a seu braço para escapar de meu agarre, e continuou para a cama. —Marc, por favor poderia me olhar? Isto é o suficientemente duro sem que você esteja... empacotando. —Bem, então me permita fazer isso mais fácil. —Ele descarregou as camisas em cima da pilha dentro a mala e me olhou. —Eu. Escutei. O. Suficiente. Você infectou ao Andrew. Seu descuidado, peludo... e o que seja, jogo raro que estava jogando, condenou a um homem que era culpado de nada, mais que de merda a minha noiva, a uma vida de solidão e violência. Ainda pior, você é responsável por tudo que ele tem feito. Essas mulheres desaparecidas estão em sua consciência. Isso é tudo preciso saber. —Revolveu o topo da pilha dentro da mala de couro e tratou de fechá-la, mas o zíper resistiu. O jogo peludo? Estava falando a sério? —Isso não é tudo o que precisa saber. Poderia... —tomei o cabo de sua mala com exasperação e o afastei dele. Já esforçando seus limites, o zíper se deslizou atrás e a mala caiu aberta, jogando as meias e roupa interior por toda parte, na cama e o piso, como a explosão de um vulcão de algodão. Marc grunhiu e se agachou para recolher uma camisa. Eu a arrebatei da mão e a sustentei a minhas costas. —Poderia te esquecer da roupa por um minuto e me escutar? Por favor? —Bem. —Ele chutou um par de meias e cruzou seus braços através do peito. —Quer te explicar? Você escutou. Me explique como se esqueceu de algum modo de mencionar durante os últimos três meses que infectou a seu namorado da universidade. Me explique por que não pensou que isso era o suficientemente significativo para te incomodar em me dizer antes de que ele começasse a desforrar sua ira por você em outras mulheres com a suficiente má sorte de ter cabelo negro e olhos verdes. Não é que eu o culpe por estar zangado. Sei malditamente bem como se sente! — Marc recolheu sua agora rasgada mala e a lançou através do quarto. Eu me estremeci quando golpeou a parede, ao lado da janela, e caiu ao piso em um montão de couro e roupa enrugada. —Você me plantou em nossas malditas bodas, e eu te roguei para que retornasse. Só dei meia volta e o aceitei, apesar de que cada gato no país riu de mim a minhas costas. Mas, aparentemente, minha completa humilhação não foi suficiente para te satisfazer. Assim por que não me explica como esperas que reaja quando a comunidade inteira de werecats averigue que criou um substituto para mim a partir de algum menino mimado, vestido em um uniforme escolar que está mais familiarizado esperando na linha para seu leite gelado que com os pontos sutis de auto-preservação. Me explique só que demônios pensava, Faythe. —Ele gritou, e eu escoiceei com cada chicotada de sarcasmo. —Acredito que estou preparado para ouvir tudo isso agora. 144


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Respirei fundo, fazendo quanto podia para manter a calma e resistir de gritar. Ele tinha alguns pontos válidos, depois de tudo. —Eu não tratava de te substituir. E não lhe disse porque eu não sabia o que fiz. Não o entendi até esta noite. Mordi ao Andrew, mas foi um acidente. Bem, a infecção foi um acidente. — Disse, minhas palavras apressando-se juntas enquanto lhes dava marcha atrás. —Eu o mordi a propósito. Algo assim... —Estremeci-me quando as últimas palavras deixaram minha boca, compreendendo incomodamente que não estava ajudando a melhorar a situação. Marc piscou para mim e sua expressão se endureceu ainda mais, o qual era algo que eu não acreditava possível. —Quero saber sequer por que o mordeu? O calor se apressou através de minhas bochechas. —Provavelmente não. No exterior, uma rajada repentina de vento açoitou a janela com chuva, distraindo a atenção do Marc longe de mim. Quando ele encontrou meus olhos outra vez, os seus flamejavam em fresca ira. —Bem, tenho que dar um pouco de crédito ao menino colegial por isso, pelo menos. —Ele grunhiu, seu tom gotejando suficiente ácido para carcomer o piso de madeira dura. — Pela maneira em que Vic o descreveu, não pensei que ele teria bolas para ir por uma coisa de ação de pelagem e garras, especialmente tendo em conta quanto dano pode fazer com seus dentes e unhas humanas. E com uma condenada adaga por língua. Falando de línguas afiadas… suspirei. Isto não ia bem. —Eu nunca Troquei, Marc. —O que? —A confusão revoou através de seu rosto brevemente, antes de que o cenho zangado voltasse para seu lugar. —Então como infernos o infectou? Cuspiu em sua bebida quando ele não olhava? Injetou com seu sangue enquanto dormia? —Ja, ja... —encarapitei-me no extremo de sua cama, gotejando água de chuva em seu edredom enquanto desejava ter meu travesseiro para golpear. Mas, por suposto, com minha sorte, não havia nada no quarto que poderia golpear sem romper minha promessa ao Parker. Marc se sentou contra a cabeceira, frente a mim. Deu um pequeno olhar a meu punho fechado em seu edredom, e me atirou um de seus travesseiros. Esse pequeno ato me comoveu. Marc estava doído, humilhado, e zangado. Ele estava mais zangado comigo do que eu jamais o vi, e estava apavorado de me perder ante o Conselho ou ante o Andrew. E ainda por cima disso, sentia-se mortificado pelo que viu aparentemente como o último ato de desprezo. Mas ele sabia o que eu necessitava e me proporcionava isso sem vacilar um momento, ou provavelmente ainda sem ter um pensamento consciente a respeito. Marc sempre esteve ali para mim, ainda quando estava fazendo as malas para me deixar. Ele merecia ouvir a verdade de mim... mas o que merecia ainda mais era não ter que ouvi-la.

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—Se promete me escutar até que termine, eu prometo não omitir nada. Mas, por favor, não vá antes de que tenha terminado, porque não quero me perguntar logo se me deixou por causa do que escutou, ou por causa do que te faltou escutar. Ele inclinou a cabeça e me olhou através de seus olhos estreitos pela suspeita. —Significa isso que há mais à história que Andrew e você em uma estranha festa peluda de algum tipo? Se esse for o caso, sinta-se livre de omitir os detalhes não pertinentes. Sorri um pouco ante isso. Não o podia evitar. —Pois, sim. Há um pouco mais a respeito disso. E de uma vez é muito menos que isso. Não houve nenhuma estranha-festa-peluda, Marc. Só normal, inclusive meio, sexo. Suficientemente estranho, ele pareceu agradado para me ouvir descrever o sexo com outra pessoa como meio, e eu não me queixava. Algo que obtivesse que ele me escutasse, estava bem para mim. —Fala. Talvez deveria saber a respeito do que todos outros estarão cochichando. —Ele atirou de suas pernas sobre a cama e se sentou com as pernas cruzadas, parecendo assombrosamente vulnerável para um homem de seu tamanho. A nova postura indefesa do Marc fez pouco para que queria lhe mostrar totalmente meu interior. Arrojar-lhe possivelmente. Mas prometi lhe explicar, e não ia rechaçar a oportunidade de fazê-lo. —Estava em minha forma humana quando mordi ao Andrew —disse, subindo meus pés até imitar sua postura. —Meus dentes devem ter Trocado parcialmente no… pois, no pico das coisas. Não poderia ter sido uma Mudança muito grande, porque não recordo nenhuma dor, e não adverti nada estranho. — Envergonhada, olhei ao travesseiro em meu colo e descobri que o torci até obter só um pouco mais que uma bolsa amorfa de plumas. — Bem, não houve dor para mim, de todos os modos. Andrew gritou como se lhe tivesse tirado a orelha de uma mordida, mas apenas sangrou. Só um par de gotas. Marc franziu o cenho. —Então sim rompeu a pele? —Sim. Seu braço se moveu mais rápido do que meus olhos puderam seguir, e outro travesseiro de plumas se estrelou contra a janela antes de cair sobre a mala rasgada. Menos mal que não era um tijolo, pensei absurdamente. —Como pôde pensar sequer em dormir com um humano? —Marc demandou, e rompi meu olhar do travesseiro a contra gosto para voltar a encará-lo. — Há uma razão pela que temos as regras que temos, e aparentemente essa razão é você. Olhei-o fixamente, boquiaberta, esperando a que se desse conta do que havia dito. Minha irritação cresceu com cada segundo que passou retratar-se. —Nós não temos nenhuma regra contra dormir com humanos —disse, meus dentes apertados o suficientemente forte para fazer doer minha mandíbula. — Os meninos o fazem todo o tempo. A maior parte perdeu a conta faz muito tempo. Maldita seja, Ethan nem sequer se molesta em aprender seus nomes já. — Atirei o travesseiro para ele, e ele a agarrou em um 146


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punho. —Mas quando eu finalmente consigo uma vida própria, e tenha presente o fato de que era uma relação mutuamente monógama, todos atuam como se tivesse cometido um pecado capital. Com cada palavra que disse, meu tom subia um pouco, até que, para quando terminei, estava-lhe gritando, me parando em meus joelhos no extremo de sua cama. —O problema não é que tenha estado saindo com humanos, Faythe—ele disse, atirando o travesseiro a um lado. —O problema é que os estiveste infectando. Só um deles, pensei, mas sabia que era melhor não dizê-lo em voz alta. —Como se supõe que ia saber ou seja que isso era possível? —Gritei, saindo de sua cama para o piso. — Nenhum dos meninos jamais infectou a ninguém em forma humana, assim que como se supõe que ia ou seja que eu podia fazê-lo? —Não é o mesmo, Faythe. Você sabe que as mulheres humanas não podem ser infectadas. De fato, eu não sabia com toda segurança, e ele tampouco. Mas essa era outra discussão completamente diferente. —Eu não sabia sobre o Mudança parcial, Marc. Não fazia ideia que isto poderia acontecer. Se o tivesse sabido, jamais me teria aproximado do Andrew, nem ninguém mais, se esse era o caso. —Bom, é muito tarde para arrepender-se agora —Marc disse, seus braços abertos a ambos os lados de seu torso. — Em caso de que não o recorde, já que parece pensar que está por cima das leis do conselho, criar um extraviado é um crime. O conselho reclamará sua vida por isso. E eles desejarão que eu as entregue. Assim me diga como merda se supõe que devo tratar com isso! Capítulo 21 Assim que isso era o que estava mal com o Marc. Ele pensava que teria que me matar. Bom, claro que isso não era a única coisa que o incomodava, mas finalmente chegamos à parte que ele não podia superar. —Marc, foi um acidente, — disse, me movendo torpemente no enredado edredom. —O conselho não pode me condenasse por um acidente. —Você mesma o disse, Faythe. Eles quererão sua cabeça sobre uma estaca no pátio dianteiro. —Isso foi um exagero. Vocês parecem acreditar que eles não executarão à gata Trapaceira por assassinato, assim por que me executariam por uma infecção acidental? — estirei-me para tocar seu braço, mas ele o afastou como se o fora a fazer mal. Meus olhos se umedeceram, e me dei a volta lhe dando as costas enquanto piscava para afastar minhas lágrimas, esperando em cada doloroso minuto que me tocasse. Eu queria um abraço, ou inclusive um tapinha nas costas que me deixasse saber que ele se arrependia de haverse afastado de mim. Eu tivesse aceito inclusive uma desculpa. Mas ele não ofereceu nenhuma. Não é que pudesse culpá-lo.

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Quando me voltei para confrontá-lo, ainda estava de pé em meio de seu quarto, evitei olhálo aos olhos. Não queria saber o que estava pensando, mas o que é pior, não queria não sabê-lo. Desesperadamente não queria ver seu rosto de jogador me olhando. Assim não o olhei. —Eles não só vão aceitar sua palavra, Faythe. — Disse. —Necessitarão provas de que foi um acidente, e pelo que ouvi, não pode dar-lhe. Ainda evitando seus olhos, cruzei o quarto e endireitei sua mala com um áspero e zangado movimento. —Bom, segura como o inferno que posso tentá-lo. Me ajoelhando no chão, dobrei uma de suas camisetas em uma série de rápidos e bruscos movimentos. Deixei-a cair perfeitamente dobrada na mala, agarrei outra camiseta do chão, incomoda ao me dar conta de que agora lhe estava ajudando a empacotar. Mas precisava fazer algo com minhas mãos. —E embora não possa fazê-lo quando quero, já o provei a meu pai, e ele me apoiará. — Por um só batimento, duvidei, minhas mãos fizeram uma pausa. —Você poderia fazer o mesmo, se quiser. —OH, vamos, Faythe. — Na parede frente a mim, a sombra do Marc levantou suas mãos em exasperação. Retornei à roupa, me prometendo não olhar sua sombra, tampouco, enquanto ele me fazia um gesto de frustração. —Eles não me acreditarão pela mesma razão que não acreditam em seu pai. Pensarão que ambos estamos mentindo para te salvar. Demônios, Acaso ele e meu pai compartilhavam cérebro? Sacudi um par de jeans, meu olhar se centrou no tecido usado sob meus dedos. Se as coisas estivessem normais, teria trocado minha roupa empapada e tivesse posto sua roupa seca, mas neste momento, tive sérias dúvidas de que Marc quisesse que sua roupa cheirasse a mim. —O que acontece com o Andrew? — perguntei, ainda sustentando seus jeans. — Encontraremo-lo e o faremos atestar. Certamente eles pensassem que ele não tem nenhuma razão para me defender. Em todo caso, ele me quer morta. Marc caminhou ao redor da cama e se ajoelhou a meu lado. —O que te disse? — Quando não lhe respondi, ele me arrebatou as calças das mãos. Irritada, olhei-o aos olhos sem pensar que me arrependeria imediatamente. Odiava que ele não confiasse em mim, embora sabia que havia muito boas razões para que não o fizesse. —Ele me felicitou por uma vida feliz. — Disse, minha voz com uma boa dose de sarcasmo. Marc me olhou e eu me encolhi de ombros. —Bem, Que diabos acredita que me disse? Esta aborrecido comigo por havê-lo infectado, e depois abandoná-lo. Disse que teria algo que fazer amanhã, logo viria para uma reunião. —É incrível que tenha sobrevivido a sua mordida, sabe. A maioria de extraviados morrem aos dois dias de ser infectados. Não acredito que tivesse podido superar minha própria transição se seus pais não se encarregassem de mim. Nem sequer recordo ter sido arranhado. — Acrescentou, e quase pude sentir a minhas orelhas levantando-se, apesar de meu egoísta medo. Ele nunca me falava de seu ataque, guardava suas lembranças como se fossem ouro. —Eu 148


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somente lembro de ver minha madr…— deteve-se bruscamente e olhou pela janela detrás de minha cabeça, sua boca estava fechada firmemente. —O que é a primeira coisa que recorda depois de ser arranhado? — sussurrei, com a esperança de que se murmurava as palavras o suficientemente baixo poderia confundir minha pergunta com um pensamento de sua própria cabeça. Não tive tanta sorte. Marc deixou a janela para me olhar, um fantasma de sorriso apareceu nas esquinas de sua boca. —A primeira coisa que lembro é você. —Eu? — franzi o cenho, segura de que ouvi mau. —Sim. Despertei e te vi parada na porta, me olhando com esses enormes olhos verdes. Com uma boneca sem cabeça sob o braço, e uma mancha de terra em sua testa. E tudo o que pude pensar era em quão formosa era. — Um relâmpago ilumino o exterior e Marc piscou pela luz. E assim, o feitiço se rompeu. —Logo desmaiei de novo, e quando despertei, sua mãe estava ali com sopa. — Deu de ombros, e soube que terminou de falar. Ao menos sobre o passado. —Marc, o sinto. Sinto-o tanto. — Enquanto as gotas de chuva golpeavam contra a janela, fechei os olhos, tratando de decidir a melhor maneira de expressar meu arrependimento. —Nunca quis que algo disto acontecesse. Realmente, nunca, nunca o quis. Mas não posso trocar nada agora, e te entendo se quer ir… Ele sacudiu sua cabeça lentamente, como se estivesse derrotado. —Não vou a nenhuma parte. Greg não me deixaria partir em meio de uma investigação, de todos os modos. —Sério? — brinquei com o fio úmido da desfiado prega de minhas calças curtas, incapaz de olhar ao Marc enquanto oferecia uma alternativa. Ele merecia ao menos isso de mim. —Pode que papai provavelmente te deixe ir se o pressiona. Ele sempre fica do seu lado em vez do meu, de todos os modos. —Esta tratando de me convencer para que vá? Levantei meu olhar para ele, já sacudindo minha cabeça em negação. —Não. Absolutamente não. Mas quero que entenda no que te vais colocar se ficar. Isto vai piorar, não melhorar. Temos que encontrar ao Andrew, o que significa que eventualmente terá que estar na mesmo lugar com ele. Sem matá-lo, se tiver alguma esperança de que fale com o conselho. Marc rio com tristeza. —Não lhe farei mal a menos que tenha que fazê-lo. Já há feito suficiente para castigá-lo por dormir contigo. Olhei-o, com meus punhos apoiados em meus quadris. —Quantas vezes tenho que te dizer que foi um acidente? Um maldito acidente que provavelmente não poderia repetir-se se quisesse. Ele levantou ambas as mãos, como se se estivesse protegendo-se de um golpe. —Tudo o que estou dizendo é que o obteve mais do que esperava de você. 149


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—Obtive mais do que esperava dele, também. Muito mais. Sei que é completamente diferente agora, mas ele era realmente agradável e divertido quando era humano. Mas ao parecer suas maneiras não sobreviveram à transição. Marc sorriu. —Sim, bom, os teus não sobreviveram à puberdade, assim realmente não pode falar. Abri minha boca para rebater, mas Ethan me cortou, nos chamando de abaixo. Não o ouvi entrar na casa de hóspedes, talvez porque a chuva era muito forte. Mas era mais provável que Marc e eu estivéssemos ocupados gritando um ao outro para nos dar conta. —Se vocês meninos chegaram a uma espécie de trégua, papai quer falar com ambos em seu escritório. Se for conveniente para vocês fazê-lo. Ri-me. Não havia forma na terra que meu pai tivesse mencionado nossa conveniência. Mas enviar uma mensagem com o Ethan era como olhar em uma dessas velhas casa dos espelhos. Tudo se distorcia. —Já vamos. — Gritou Marc em direção ao Ethan. Para mim, estendeu sua mão direita. — Trégua? —Absolutamente. — Tomei sua mão e a sacudi, esperando que atirasse dela para um abraço. Mas não o fez. De caminho para a porta, Marc sustentou a porta aberta para mim. Mas ele não agarrou meu traseiro enquanto caminhava por diante dele. E embora entendia suas razões, não pude evitar me sentir ferida quando permaneceu vários passos afastado de mim ao baixar as escadas. Estava decepcionada, mas não surpreendida. Não podia esperar que as coisas voltassem para a normalidade de qualquer jeito. É obvio, normal para mim e Marc era um término relativo, de todos os modos. Se tivesse que dizer se Marc e eu estávamos entre frio ou quente teria que dizer que estávamos um pouco mais frios que o Polo Norte. Não sabia como tratar com a nova presença morna do Marc. Nunca o vi reclamar algo mais que toda minha atenção, e não reconhecia este amável e cortes comportamento. Era tão distante, tão frio. Atuávamos como se fôssemos estranhos. Ou pior ainda, só amigos. Abaixo, Parker me deu um sorriso tímido e Vic e Jace evitaram meus olhos por completo. Mas Ethan nunca foi bom com a sutileza. Ou o tato. —Assim, romperam meninos, ou o que? — perguntou, abrindo uma lata de refrigerante na cozinha. Marc me olhou com uma sobrancelha arqueada e um sorriso irônico. Encolhi-me de ombros. Teria gostado de saber a resposta a essa pergunta por mim mesma. —Parece que deve aprender a escutar melhor. — Disse Marc, deslizando suas mãos dentro dos bolsos de seus jeans. Ethan sorriu amplamente, imperturbável. —Jace me porá à informação logo. — Ele estava sem camisa, como sempre, e úmido pela chuva. Ignorando-os a ambos, empurrei a porta para abri-la e dar um passo para o alpendre molhado pela chuva, sem me importar se alguém me seguia ou não. 150


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Ethan correu detrás de mim, salpicando de refrigerante o alpendre sem incomodar-se em limpá-lo. —Vamos, Faythe, — disse, pondo um braço ao redor de minha cintura enquanto eu pisoteava a erva úmida, meu cabelo recém molhado já estava sobre meu rosto. Ele obviamente não estava ainda aborrecido por meu punho direito golpeando sua mandíbula. —Tenho vinte dólares apostando por isso. Perdoou-te? —Não é de sua incumbência. — Empurrei seu braço para cima por seu pulso e me coloquei debaixo dele. Com um suave movimento, enquanto grandes gotas caíam sobre nós, dei um passo detrás dele, girando seu braço para trás e acima, até que a ponta de seus dedos roçou sua omoplata. O uivo de dor do Ethan trouxe um sorriso de satisfação a meu rosto. Deveria ter sentido ao menos um pouco de culpa por golpeá-lo duas vezes em menos de uma hora. Mas não o fiz. Ainda lhe devia uns quantos duros golpes da infância. —Ei, obrigado, — disse Marc, tomando a lata de refrigerante meio vazia de Ethan, quando passo junto a nós. Bebeu o que ficava na lata, e logo a esmagou com seu punho, lhe dedicando um sorriso a meu irmão enquanto se afastava para a casa principal, nos deixando atrás na chuva. —Maldição, Faythe, não me faça te fazer dano. — Disse Ethan entre dentes, me empurrando para que lhe liberasse o braço. Apertei o agarre. —Quem apostou contra? — perguntei, empurrando-o para frente até que ele teve que, ou começar a caminhar ou cair de cara contra a erva molhada. —Jace? —Claro que não. Me deixe fora disto. — Murmurou Jace, me passando pela esquerda. —Não queria ter nada que ver com esse dinheiro sujo. Foi Vic. Jogue uma olhada ao Vic, e ele deu de ombros. —Ambos são uns descarados. — Deixe ir ao Ethan e lhe dei um empurrão, de boa maneira. —Não têm direito a colocar seus narizes em nossa vida privada. —Não existe a privacidade por aqui. —Vic pisoteou através da chuva com suas mãos metidas nos bolsos de seus jeans. Parker manteve a porta aberta para nós, e entramos juntos à casa, deixando um rastro de água e erva grudados nos azulejos do corredor. De caminho para o escritório de meu pai, entrei em meu quarto para trocar minha roupa por uma seca e me enrolar uma toalha em meu cabelo molhado. Logo me dirigi para o saguão. Na cozinha, os meninos—todos menos Marc—estavam reunidos ao redor de vários galões de sorvete, cada um cavava indiscriminadamente com sua própria colher. Sorri-lhes, logo me dirigi para o escritório. Meus dedos se fecharam sobre o pomo da porta quando se moveu por si mesmo. A porta se abriu e Marc saiu, suas mãos apertadas em punhos a seus flancos e seus olhos chamejantes. Deteve-se o tempo suficiente para encontrar meus olhos, logo passou a passo longos junto a mim e saiu pela porta traseira. 151


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Toda a comoção na cozinha cessou. Então, depois de só uns segundos de silêncio, Ethan foi o primeiro em rompê-lo. como sempre. —Que diabos lhe cravo no traseiro? Em seu escritório, meu pai levantou a vista de seu escritório pelo som da voz do Ethan. Mas seus olhos ficaram em mim. —Não tem sentido que fique na porta, Faythe. Entra e sente-se. — Ele deu uma olhada por cima de meu ombro e ao outro lado do corredor aos meninos na cozinha. —O resto de vocês tomem o sorvete e venham aqui. Enquanto me deixava cair no extremo do sofá mais próximo a ele, cruzando meus pés, ele ficou de pé e cruzou o quarto até sua cadeira sem esperar a ver se suas ordens foram seguidas. Ainda levava sua jaqueta, mas seu botão superior estava desabotoado e sua gravata não estava. encontrava-se sobre o encosto de sua cadeira. Com a exceção de uma emergência ocasional em horas de sono, quando meu pai vinha a seu escritório ainda em pijama e uma bata a jogo, não podia recordar alguma vez havê-lo visto trabalhar em menos que um traje completo. Era desconcertante. E um pouco desorientador. —O que aconteceu ao Marc? — perguntei, olhando a meu pai com suspeita. Olhou-me durante um comprido momento, seus lábios pressionados em uma firme e reta linha. —Separei a vocês dois. — Cruzou um tornozelo sobre seu joelho, esperando minha reação. —Ele não está decepcionado. Sentei-me reta e meus calcanhares golpearam o tapete um pouco mais forte do que pretendia. —Você o que? —Não como casal, — disse com calma, com as mãos cruzadas em seu colo. —Como casal de trabalho. Isso queria dizer que Marc tiraria férias depois de tudo? Envolvi minhas mãos ao redor do braço do sofá, afundando meus dedos no afresco e suave couro. —Por que? Nós trabalhamos bem juntos. —Não nesta tarefa. Você esta muito melhor equipada que os meninos para encontrar e interrogar ao Andrew, mas não quero o Marc em nenhum lugar perto dele. Necessitamos o Andrew vivo, e não só porque necessitamos a possibilidade de sua disposição ou capacidade para declarar sobre sua infecção diante do conselho. Precisamos saber o que aconteceu as strippers desaparecidas, e onde estão, e o necessitamos para isso. Infelizmente, não estou seguro de que Marc possa entregá-lo intacto. —Ele prometeu que o faria. —E não tenho dúvidas do que queria dizer quando o disse. Mas o fato de que necessite uma promessa dele deveria te dizer algo. Não podemos nos permitir que acidentalmente vá muito longe com o Andrew. —Ele não… —Parece. 152


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Maldita seja. Mas não podia deixar de pensar que era um bom sinal que Marc se incomodasse porque o separassem de mim. Se o tivesse tomado bem, teria que me preocupar. Jace se sentou a meu lado no sofá, e Owen se sentou no assento preferido, mas apenas e os notei. Aparentemente tampouco meu pai. —Quando tudo isto termine, retomaremos o tema. —Não há maneira de que o negociemos? — perguntei, minha voz soava esperançada e triste, inclusive para meus próprios ouvidos. —Não. — ele nem sequer sorriu, e com uma diversão quase amarga, dava-me conta que estava cansada de discutir, ao menos por hoje. Marc e eu provavelmente poderíamos fazer uma atribuição o um sem o outro. Depois de tudo, a ausência para crescer o carinho, verdade? Ou era fora de vista, fora de mente? Capítulo 22 —Então qual é o plano? — perguntou meu pai enquanto Vic e Parker entravam no escritório, cada um trazendo várias latas de refresco. —Michael quer ir ao funeral do Jamey, — disse, rechaçando cortesmente a lata que Parker lhe oferecia. —Assim, Owen, manterei-te aqui para me ajudar. Owen assentiu, abrindo a lata que Vic lhe passou. —Mandei Michael dormir no quarto de hóspedes. Wes Gardner estará aqui a primeira hora da manhã, e Michael e Ethan o acompanharão a casa para o funeral. —Isso era a prática habitual quando morria um gato de um Pride. Supunha-se que cada Alfa enviasse a seus próprios filhos para representar tanto o Pride como à família, independentemente de quão inconvenientes pudesse causar isso. —Ouviu isso, Ethan? — perguntou meu pai, sem levantar a voz. —Tenho-o, — gritou em resposta o mais novo dos meus irmãos da cozinha, onde estava vadiando. —Faythe, quando encontrarmos o Andrew, enviarei o Jace e o Vic contigo. Olhei ao Jace, surpreendida de que meu pai nos pusesse em casal depois da última vez que estivemos juntos a sós. Mas então, esta vez não estaríamos sozinhos. Vic estaria conosco, o que trazia outra pergunta. Vic e Marc foram companheiros por quase uma década antes que eu me convertesse em guardiã, assim se meu papai não me deixava trabalhar com o Marc, por que não os colocaram juntos? —Obrigado, — disse, aceitando uma das Coca cola do Parker. Mas antes que pudesse questionar o raciocínio de meu pai, Ethan entrou trazendo uma taça de café. —Aqui tem, papai, — disse, estendendo a taça. Meu pai a aceitou e assentiu ao Parker em agradecimento. Alguém estava tratando sem dúvida de conseguir o lado bom do Alfa. —Ethan, quero que vá à cama. Não nos podemos permitir que seja detido porque está muito cansado para ser cuidadoso. Ethan franziu o cenho, arranhando um ombro descoberto. —Quer que vá dormir agora? 153


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Meu pai olhou o relógio da parede intencionalmente. —São quase três da manhã. —Sei, mas…— Ele olhou ao redor do quarto, apelando silenciosamente aos outros meninos. Ninguém falou. Quando Ethan finalmente me olhou, abri meu refresco e lhe sorri, logo tomei um gole lento e comprido. —Bem, — murmurou, e arrastou os pés dentro da sala. Segundos depois, açoitou a porta de seu quarto, e meu sorriso se ampliou. Era a única que habitualmente discutia com meu pai, mas não ia arriscar pelo irmão quem apostou vinte dólares a que Marc me deixava. —Michael não pôde encontrar menção de nenhuma mulher desaparecida esta noite em qualquer lugar do Texas, Louisiana, Mississipi, ou Arkansas, strippers ou outra coisa. Assim que a última locação que temos do Andrew e quem quer que esteja trabalhando com ele é Henderson, Texas. Duvido que esteja ainda ali, mas se a gata não está ainda ali, penso que é seguro assumir que o estará logo. Assim vou mandar ao Marc e Parker ao Henderson amanhã a primeira hora, para que olhem os arredores e vejam que podem farejar. Meu pai olhava ao Parker enquanto falava, inclinando-se para diante para enfatizar suas seguintes palavras. —Vais trazê-la viva e sem dano. Não estamos seguros até de quem é filha, e não vamos arriscar zangar aos Prides do Sul a América maltratando-a sem uma explicação, não importa o que tenha feito. Trata-a como se fora quebrável. Entendido? Parker assentiu. Todos assentimos. Trazer a uma gata rufiã seria necessariamente diferente que trazer um gato rufião. Era só lógico. Entretanto, nosso Alfa continuava com os olhos no Parker, para impulsionar até mais seu ponto. —Eu disse ao Marc o mesmo, mas sinta-se liberado para recordar-lhe—Meu pai tomou um comprido gole de seu café, logo se dirigiu a todo o quarto. — Amanhã passaremos rastreando o Andrew. Na manhã Faythe o chamará e verá se pode averiguar com quem está, e de que negócios planeja fazer-se cargo amanhã. Alguma pergunta? Ninguém levantou a mão e ninguém abriu a boca. —Bem. Todos vão dormir. Mas configurem seus alarmes. Começaremos cedo. O quarto se limpou rapidamente, com meu pai à cabeça. Ele levou seu café consigo e desapareceu dentro de seu quarto. Caminhei pesadamente pelo corredor, aturdida, alheia aos largos ombros me roçando a seu passo e a brisa do ar condicionado soprando meu irremediavelmente emaranhado cabelo de meu rosto. Finalmente alcancei o final de um dia muito comprido, e não estava muito segura do que fazer com tudo o que passou. Essa manhã, fora um dos meninos bons, viajando a Nova Orleans para recriar a última hora de um tipo morto com o fim de aprender a respeito de seu assassino. Estava relativamente feliz com minha vida, e orgulhosa do trabalho que estava fazendo. Dezesseis horas depois, confessei um crime capital e me converti no objetivo da obsessão de um monstro psicótico de minha própria criação.

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Mas o pior de tudo, Marc e eu havíamos… O que fizemos? Brigamos, é obvio. Mas certamente não era a pior briga que tivemos alguma vez. Sem móveis quebrados, e sem sangue. Estávamos até inclusive em condições de falar. Então qual era meu problema? por que estava tão decepcionada por abrir a porta de meu quarto e não encontrá-lo folheando meus CDs em um par de calças de jogging de cós baixo, esperando que eu afrouxe o cordão e os deixe cair ao tapete? Não era como que estávamos juntos todas as noites. Então por que me dava medo ir à cama só esta noite? A resposta me pegou como um golpe no estômago, tirando o ar de meus pulmões enquanto deixava cair minha roupa no cesto. Pela primeira vez desde que fiz dezesseis anos, minha conexão com o Marc era indefinida. Não faz nem ideia de onde estávamos parados. Não quebramos, mas tampouco estávamos exatamente juntos. Ele já não estava zangado, mas tampouco estava aqui. Tomei uma ducha rápida, tentando me distrair dos pensamentos do Marc planejando minha próxima chamada telefônica ao Andrew. Não funcionou. Para o momento em que pisei no capacho, estava reproduzindo em minha cabeça a briga com o Marc, determinada a encontrar algo que podia ter dito para terminar as coisas de uma melhor maneira, melhor parada sobre o piso. Apareci em branco. Em meu quarto novamente, pus-me um par de calças negras elásticas de homem e uma camiseta de tiras fazendo jogo, meu pijama preferido. Estava passando um pente através de meu cabelo ainda úmido quando a porta de meu dormitório se abriu. Me girando, encontrei o Marc me olhando, com olhos melancólicos e o rosto sombrio. Estava parado junto ao marco da porta, vestindo nada mais que um par de jeans ajustados. Seus pés descalços estavam molhados e magras folhas de erva se aferravam a eles. Seu peito se elevava pelo que supunha foi uma louca corrida pelo pátio traseiro. Gotas de chuva caíam de seus espessos e escuros cachos para percorrer seu torso, cruzando as bem definidas linhas de seus ombros e as cicatrizes de garras em seu peito, para rodar por seus abdominais antes de molhar completamente a cintura de seus jeans. —Marc? O que aconteceu? — O pente caiu de minha mão enquanto ele cruzava o chão em vários passos largos e determinados. Sua mão esquerda foi ao redor de minha cintura, e a direita se enredou em meu cabelo molhado pela ducha, inclinando meu rosto para encontrar a sua boca. Beijou-me sem uma palavra, seus lábios duros, exigentes. Explorou minha boca desesperadamente, tomando o sustento de minha própria alma. A frente de minhas coxas nuas se esfregavam contra o jeans gasto, e senti o calor de sua pele debaixo. Meus dedos do pé logo que tocavam o tapete entre seus pés. De repente, abruptamente, Marc me soltou e deu um passo para trás, sacudindo sua cabeça com recriminação. Com negação. Meu peito subia e baixava, cada fôlego vinha duro e rápido. Nossos olhos se encontraram, e fiquei boquiaberta ante a crua dor nos seus. —Marc… Marc grunhiu ferozmente, possessivamente. Envolveu-me a cintura com ambas as mãos e me levantou, os bíceps inchando-se com o movimento. Minhas pernas se envolveram ao redor de sua cintura. Seu braço se arrastou ao redor da parte baixa de minhas costas, me sustentando 155


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acima. me mantendo perto. Meus braços rodearam se pescoço. Sua mão esquerda se deslizou em meu cabelo, cavando minha cabeça. Puxou-me e me beijou novamente, avidamente. Com urgência. Parecia desesperado por tocar cada parte de mim, por reclamar meu corpo com suas mãos, meu coração com seus olhos, minha alma com sua necessidade. Levou-nos através do dormitório. Minhas costas se estrelou contra a parede. Grunhi com surpresa, mas sua boca estava outra vez, cortando meu falso protesto com outro beijo voraz. Marc empurrou para cima a pregou a renda negra de minha camiseta elástica. Meus dedos seguiram suas cicatrizes. Sua mão embalou meu peito esquerdo, apertando. Rocei com meus dedos seu peito até o estômago, seguindo a linha fina e escura de cabelo debaixo de seu umbigo. Levantou meu peito, baixando sua cabeça. Seus dentes roçaram meu mamilo. Ofegando agora, arqueei minhas costas, empurrando para cima para ele. Me empurrou mais duro contra a parede, e sua boca se fechou sobre meu peito. Seus lábios eram quentes sobre minha pele, sua língua ainda mais quente. Minha cabeça caiu contra a parede, com minha boca aberta. Penteei seus cachos com meus dedos, enredando-os em uma massa de curtos e lustrosos cachos de cabelo. Suaves e sedosas mechas faziam cócegas no meu queixo. Maldição, amava seu cabelo. Passei minha língua por seu pescoço, envolvendo mais fortemente minhas pernas ao redor de seus quadris. Desesperada por mais, introduzi-me nele, através de ambas as capas de roupa. Marc gemeu ao redor de meu mamilo, empurrando para me encontrar. —Marc…— gemi, com minha voz rouca pela necessidade. Sua boca deixou meu peito, e levantou sua cabeça para ver-me. Sem sorrir só olhando. Esperando, suas mãos sobre meus quadris. —Por favor…— Minhas mãos foram provar à cintura de seus jeans. Meus dedos roçaram a lapela do material ao redor do botão, atirando. O botão se liberou de seu buraco. Marc gemeu novamente, a impaciência claramente no baixo e deslizante ruído surdo. Encontrou o cós de minha calça masculinos. Seus dedos se enroscaram ao redor de um punhado de renda negra elástica. Puxou uma vez. Duro. O material cortava em minha pele. As costuras se romperam. O elástico explodiu. Eu ofeguei. —Ei…! Marc deu um passo para trás e me deixou cair sobre meus pés. Cambaleei-me para trás contra a parede, sacudida pelo movimento repentino. A renda se deslizou por minhas pernas para terminar em um atoleiro sobre o tapete. Ele tirou seu cinto para baixo e sua calça caiu ao chão, boxes negros de seda ainda dentro. Caminhou fora de seus jeans, já encurvando-se para cavar meu traseiro. Seu olhar nunca deixou meu rosto enquanto me levantava com ambas as mãos, me suportando com facilidade. Minhas costas se deslizou para cima pela parede. Meus braços serpenteavam ao redor de seu pescoço. Seus lábios encontraram os meus novamente, afundando sua língua em minha boca. Baixou-me lentamente, deslizando-se dentro centímetro a centímetro. Por um comprido momento, nenhum dos dois se moveu. Soltou minha boca e se tornou para trás para ver-me. Para me olhar como eu o olhava, sabendo que estávamos unidos, tão perto 156


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como duas pessoas podiam estar. Nesse momento, esse terrivelmente curto momento perfeito, nada mais importava. Não havia Andrew, nem gata rufiã, e não havia conselho. Havia só Marc, vibrando dentro de mim. Ele fechou seus olhos e exalou. E só assim, o momento terminou, o desespero de volta. Seus olhos encontraram os meus, e a necessidade se estrelou nos dois. Imobilizou-me contra a parede com seu peito, com suas mãos deslizando-se rapidamente por mim. Logo se lançou de volta dentro, me empurrando contra a parede uma e outra vez. Não pude fazer outra coisa que me aferrar a ele, montá-lo, esperar que não terminasse nunca. Os dedos do Marc se arrastaram por meus flancos, os calafrios perseguindo-os com um rastro frio e formigante. Suas mãos agarraram meus quadris, me guiando, me moldando, seus dedos cravando-se em minha carne. Gemi e agarrei seus ombros, insistindo-o a seguir pelo irresistível e inegável desejo. Inclinando-se, mordiscou-me a crista da clavícula, logo se agachou mais. Mordiscou a curva superior de meu peito. Ofeguei, empurrando-o mais profundamente com minhas pernas. Gemeu e se empurrou dentro de mim mais rápido. Suas investidas eram agora frenéticas. Incontroláveis. Dirigiu-se a mim uma e outra vez, açoitando minha coluna contra a parede. Apertou seu agarre em meus quadris. Suas unhas rompiam minha pele enquanto me levantava e lançava para baixo, me amassando nele uma e outra vez. Ofeguei, me apertando ao redor dele enquanto se construía o prazer, impulsionado pela mútua necessidade. Fechou os olhos, e se lançou com mais força, mais profundo, me tirando gemidos de simultânea dor e prazer. —Marc…— era muito. Não podia suportá-lo. Ignorou meu inarticulado protesto. Graças a Deus. Ele tremeu, e veio a liberação estrelando-se em mim, pondo em ponta meus dedos do pé e levando todos meus pensamentos. Minha visão se obscureceu. Enrosquei meus dedos ao redor de seus bíceps. Apertei minhas pernas a suas costas. Estremeci a seu redor. Fechei fortemente as mandíbulas para evitar gritar e acordar a toda a casa. Marc abriu os olhos. Agarrou a parte superior de meus braços e os segurou contra a parede, ainda bombeando em mim. —Por que Faythe? — exigiu, seus olhos nadando com medo e ira. —Por que? Sacudi a cabeça, tremendo pelas consequências do violento êxtase. Não entendia. Não sabia o por que. Como de costume. Marc se estremeceu uma vez mais, e se desabou contra mim, me esmagando entre seu peito e a parede. Ainda estava dentro de mim. Ainda aferrava a ele, aterrorizada por nenhuma razão que pudesse nomear. Algo estava mau. Algo distinto a nosso pesadelo do dia. Inalei, aspirando o aroma da chuva do verão, o suor fresco, o sexo, e todas as coisas do Marc. Apartou-se, me levantando para pôr gentilmente sobre o chão. Minhas pernas cambalearam. Sentia-me vazia. Com um buraco. Perdida. 157


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Marc me deu as costas, e para minha surpresa e confusão, caminhou dentro de suas calças. A colocou e fechou, e nunca em minha vida escutei um som final tão horrível e aterrador. Devido a que se vestiu, segui seu exemplo. Atirei minha camiseta por cima de meus peitos e olhei para encontrá-lo sentado no piso, apoiado contra a parede onde me tive sujeita faz menos de um minuto. —O que está mau? — perguntei. Franziu o cenho, o que seja que esteve a ponto de dizer se perdeu. —Machuquei-te. —Não. — Sacudi minha cabeça, negando a verdade porque já não importava. —Está sangrando. — estirou-se e com uma mão tocou meu quadril, justo acima da cintura de minhas ajustadas calças cinzas. Seus dedos estavam manchados de sangue. Vi quatro profundos arranhões curtos em meu quadril, e um jogo igual no outro lado. —Está bem. — Cruzei o dormitório para a cômoda e tomei um lenço, tocando ligeiramente as marcas novas para evitar seus olhos. —Ainda está zangado comigo, — disse, esperando completamente que o negasse. —Sim. — Sua resposta tomou tão fora de guarda que agarrei o bordo da cômoda para manter o equilíbrio. No espelho, Marc se esfregava a testa, bloqueando momentaneamente seus olhos da vista enquanto falava, e meu coração ameaçou deixando de pulsar. —Estou tão zangado que logo que posso suportar te olhar. Apertei o lenço e meu pulso se enfureceu. —Então, o que foi isso? — Dava-me a volta, assinalando com fúria a parede, ainda úmida com meu suor. —Uma fodida de rancor? Uma mais para o caminho? Sua mão caiu e seus olhos encontraram novamente os meus, chamuscando minha alma como um ferro candente. —Sabe quantos gatos executei por fazer o que você tem feito? Pensou que tomei essas atribuições só porque seu pai me disse isso? Insegura de como responder, não disse nada, cruzando o dormitório até o final de minha cama, onde me apoiei no poste para me sustentar. —Acredito que a pena de morte está justificada por criar a um extraviado. Ninguém deveria sair-se com a sua ao roubar a humanidade de uma pessoa. Se José não tivesse estado morto já, tivesse-o matado eu mesmo, não só pelo que fez a minha mãe, mas também pelo que me fez . No que me converteu. —Marc, eu... —Se cale. — inclinou-se para diante, com os cotovelos nos joelhos. —Sei que não foi sua intenção infectá-lo, e sei que não pode revogá-lo, assim guarda o fôlego. — Suspirou e ficou de pé lentamente. —Sei que não tenho nenhum direito de estar de saco cheio contigo, mas não posso evitar o modo em que me sinto. Parte de mim quer rasgar os dedos deste Andrew um por um, só porque lhe tocaram. —Marc...

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—Mas outra parte quer felicitá-lo por ter escapado a morte-por-Faythe. — Sua voz se voltou fria, suas palavras cortavam com amarga cólera. -Juro-o, qualquer homem que se afaste de você sem mancar é afortunado. Só pergunte ao Ryan. Ou ao Eric e Miguel. Aturdida, afundei-me no final do colchão, me apoiando contra o poste da cama. Esse era um golpe baixo. Tive que atravessar a garganta do Eric com uma mordida para nos liberar a Abby e a mim, e só defendeu a mim mesma do Miguel. E vindo do Marc, essa declaração era mais que um pouco hipócrita. Serviu-se sua própria ração de justiça do Miguel. E desde que não estava morto nem mancando, Ryan tinha poucas razões para queixar do trato em minhas mãos. —É isso o que quer fazer? — perguntei, com minhas mãos apertadas ao redor da coluna de madeira enquanto olhava as bolinhas que cintilavam ouro nos olhos do Marc. —Quer te afastar de mim? —Sim. Retrocedi, como se me tivesse esbofeteado, e as lágrimas nublaram minha visão. Deveria ter sabido melhor para fazer uma pergunta da que não queria resposta. —Não sou um idiota, Faythe. — Marc ficou de pé, passando uma mão pelos cachos. —Sei que o melhor que poderia alguma vez fazer para mim mesmo é caminhar fora de seu dormitório justo agora e seguir até chegar ao México. Mas não posso fazer isso. Não o pude fazer cinco anos atrás, e não o posso fazer agora. E não sei por que. Meu cérebro logo que registrou o apagado movimento quando deu a volta e chutou a cadeira de meu escritório através do dormitório e contra a penteadeira. Saltei, com o choque ecoando em minha cabeça. A cadeira caiu ao chão, milagrosamente intacta. Marc se voltou para ver-me, curvando-se contra o escritório. —Nunca admite que sente algo por mim na frente de ninguém mais. Diabos, só está aqui porque fez uma promessa a seu pai. Se não o tivesse feito, estaria de volta na escola e a estas horas, com o Andrew, ou algum outro pobre tipo muito avoado para dar-se conta quão perigosa é até que seja muito tarde. Entretanto, apesar de tudo isso, a pesar que sei que não ficará aqui nem um dia mais do tempo que deve ao Greg assumindo que o conselho não te encerra, não posso simplesmente me afastar. E me odeio por isso. — Girando, açoitou seu punho contra a porta, e saltei novamente quando se sacudiu ruidosamente no marco. —Faz que me odeie, por não ser o suficientemente homem para dizer que o tive e te dizer que vá ao inferno. Sem palavras, olhava-o fixo, tomando forças desesperadamente para dizer algo para que tudo ficasse melhor. Para apagar o que ele havia dito, e retroagir o que eu fiz. Para obter o impossível. —Diga algo, Faythe, — ordenou Marc. Minha boca se abriu, mas não saiu nada. —OH, agora não tem nada que dizer. — Cruzou meus quarto em vários passos gigantes e esteve em minha cara antes de poder sequer piscar. Dobrando-se pela cintura, plantou um punho no colchão a cada lado de meus quadris, invadindo a propósito meu espaço pessoal. —me diga que estou equivocado— exigiu, me suplicando com os olhos que o tirasse de sua miséria. Ou 159


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possivelmente me estava desafiando a fazê-lo. —Me diga que sou mais que um corpo conveniente para esquentar sua cama e te manter entretida durante seu exílio do mundo real. Me diga que não está ficando aqui só porque tem que fazê-lo. Me diga que temos um futuro juntos. Maldita seja, Faythe, me diga algo! — disse, apartando-se de mim com desgosto. —Marc, eu… eu não sei o que dizer.—Pus-me de pé, revisando minha mente freneticamente por algo que o fizesse feliz, sem lhe mentir. Porque a verdade era, que não sabia se ficaria ou não, passados os dois anos e meio de acordo com o trato. Não sabia se ficaria no futuro com o Marc, porque não sabia se teria ou não, um futuro com o Pride, e sabia que não iria comigo se ia novamente. Estivemos no caminho uma vez; o que me levou a fugir do rancho a noite anterior a nossas bodas, o verão que fiz dezoito. Não podia lhe fazer isso de novo. Ou a mim. —Não é só um conveniente corpo quente, — disse, me movendo para ele com os braços abertos. Franziu o cenho com suspeita, mas me deixou envolver meus braços a seu redor e apoiar minha cabeça sobre seu peito. Percorri-o com minhas mãos, aliviada pelo aroma de sua pele e a sensação de sua carne. Relaxou-se só um pouco e retornou meu abraço, com seu queixo roçando minha têmpora. —se isso fosse tudo o que quisesse, estaria com...— murmurei. Marc se esticou em meus braços, e me congelei, me amaldiçoando em silêncio. Por que não podia aprender justo quando me calar? Deu um passo para trás, e seus olhos eram um frio amargo e distante. Tomou meus braços com um agarre de raiva. —O que quer Faythe? — grunhiu, todo rastro de calidez se foram de seu rosto. Agora havia só ira. —só esta vez, me diga exatamente o que quer de mim. —Quero justo o que temos agora, — disse, decidida a não deixar saber que seu agarre feria. —Isso é tudo? — deixou cair seus braços, boquiaberto ante mim com suspeita e dor fresca. —Quer o que temos agora? — repetiu minhas palavras lentamente, cuidadosamente, como as analisando para lhes encontrar um significado oculto. —O que acontece com status quo (estado das coisas) não é suficiente para mim? O que acontece se quero mais? —Estamos perfeitos juntos da maneira em que estamos. — Cheguei a ele, olhando fixamente em seus olhos. —por que trocar algo? Capturou meu pulso e levou meus dedos firmemente por seu rosto. —A vida troca as coisas, Faythe. Você trocou as coisas ao infectar o Andrew, ainda quando não era sua intenção. Não pode esperar que sigamos sendo os mesmos mais do que pode esperar que o tempo se detenha. Ou adapta às mudanças e segue adiante com o tempo, ou fica atrás. Assim qual vai ser? vais deixar que evoluamos, ou vais deixar nos atrás? Sacudi minha cabeça, tentando esclarecê-la. —Não sei o que está perguntando. —Maldita seja, Faythe, Sei que sabe! — Soltou minha mão e se deu volta, Inclinando-se para arrebatar minha cadeira do escritório do chão. A madeira rangeu sob suas mãos, e observei os músculos de suas costas esticar-se e amontoar-se, enquanto lutava com o que 160


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seja que estava preparando-se a dizer. Por último, envolvi meus braços ao redor de sua cintura e me amoldei contra ele. Deixou a cadeira e quando se voltou, seu rosto era uma estranha mescla de irritação, esperança, e determinação. —Não posso permitir que forme equipe com o Jace sem alguma classe de garantia. Pisquei. —Não me pode permitir isso? — Sabe o que quero dizer. Se, e eu não gostava nem um pouco. Já me desculpei por ter trazido o Andrew a nossas vidas. E estava mais que disposta a mimar ao Marc por um pouco de insegurança. Mas além disso, ele estava sendo totalmente irracional. Nada disto era com o Jace. —Não confia em mim? Arqueou uma sobrancelha. —Confiaria em você? Okey, ele tinha um ponto ali. Deixei-o no altar. Aparentemente nunca ia obter que o esqueça. —Que classe de garantias quer? —Uma promessa. — Com os olhos nadando na vulnerabilidade, pinçou em seu bolso direito e tirou um anel. —Se case comigo, Faythe. Diga que te casará comigo. Capítulo 23 Com meus olhos fechados, meu coração se destroçou em lentos incrementos de agonia. Então abri meus olhos, rezando para que as palavras adequadas chegassem a mim. —Amo-te, Marc. Sempre o farei. Dou-te minha palavra, e te pedirei que confie em mim. Sem símbolos, nem complicações. Só minha promessa, o que significa tanto para mim como esse anel significa para você. Neste momento, isso é o que tenho para te oferecer. — Fiz uma pausa, lhe rogando em silêncio. Logo em voz alta. —Por favor, me diga que é suficiente. Marc me olhou com decepção que raiava na devastação, e nesse momento, estive perto de me retratar pelo que havia dito. Minha resolução fraquejou quando minha atenção se centrou em seu rosto e no punho no que apertava o anel. Não podia suportar vê-lo sofrendo tanto por minha culpa. —Não é suficiente, — sussurrou entre dentes, sua mandíbula apertada. —Preciso saber que temos um futuro juntos. Aqui, com o Pride. Onde pertencemos. —Marc. Não posso…— pus-me de pé e dei um passo para ele, mas ele somente deu um passo para trás. A decepção desapareceu de seu rosto a uma velocidade alarmante, sendo substituída por ira. Uma ira muito, muito familiar.

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—Obrigado, Faythe. — Empurrou o anel em seu bolso e estremeci quando a aspereza e fúria em sua voz enviou calafrios por minha coluna. —Acaba de me devolver minhas bolas, e me deste a vontade de fazer o que deveria ter feito faz anos. Em um movimento cheio de ira, abriu de um puxão minha porta sem incomodar-se em girar o pomo. Lascas de madeira voaram quando o frágil marco se rompeu fora das dobradiças as deixando vazias. O painel oco caiu para frente, levando uma magra tira de madeira com ele. A tira caiu sobre meu tapete, e Marc tirou a porta de seu caminho, apoiando-a contra a parede. Então girou para o corredor sem um só olhar em minha direção. Segundos depois, a porta traseira se fechou de repente detrás dele, e estremeci. Marc se foi. Depois que Marc se foi, não pude dormir. Não podia fazer nada mais que ficar de pé em meio de meu quarto sustentando a peça quebrada do marco da porta. Ainda cheirava a ele, não importava para onde girasse, e o que realmente tomou vários minutos descobrir era que o aroma vinha de mim. De todas partes de mim. Intumescida, sentei-me no chão aos pés da cama, apoiada contra o bordo com meus joelhos contra meu peito. Cobri-me o rosto com as mãos, tratando de deter as lágrimas enquanto respirava o aroma do Marc. Algo golpeou meu pé, e levante a vista, esperando ver o Marc, inclusive se ainda estava zangado. Era Ethan. Ele não me sorriu, nem tampouco disse nada. Só me levantou de minhas mãos molhadas pelas lágrimas e envolveu seus braços a meu redor. Finalmente, quando pude respirar sem soluço, golpeou-me as costas duas vezes e me deixo ir. —Trago-te algo, — disse, fazendo um gesto com sua mão para que me sentasse em minha cama. Sentei-me contra o cabecero e limpei meu rosto com meu enrugado edredom antes de pegar meu travesseiro para pô-la em meu colo. Em minha penteadeira, Ethan girou me dando as costas, bloqueando mim vista do que fora que estivesse fazendo. Escutei o som de um roce suave, como de uma tampa desenroscando-se, logo o gorgoteo de um líquido caindo. Quando se deu a volta, sustentava uma pequena taça de papel em uma mão e na outra um dos pratos de minha mãe. O prato tinha um só e enorme brownie. A dupla porção de molho de chocolate se deslizava por um lado. —Onde conseguiu isso? — perguntei, choramingando pela última vez enquanto ele levava o serviço de comida de luxo um pouco mais longe. —Ángela o fez. Ou era talvez Andrea. —Wow. Obrigado. —Nem o mencione. — sentou-se na cama a meu lado apoiando-se em um de seus cotovelos. —Sério. É do Jace, e se descobrir que roubei um de seus presentes, nunca escutara o final da história. —Entendo-o. —Tomei o brownie em uma mão e lhe dei uma grande dentada, fechando meus olhos enquanto provava a perfeita, textura da torta e a suavidade e cremoso sabor do chocolate. O brownie não fez me sentir melhor sobre o Marc, mas tirou seu sabor de minha boca. O que era uma bênção, tendo tudo em conta. 162


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—Demônios, essas garotas sabem cozinhar. — Disse ao redor de meu bocado. Ethan rio, assentindo. —Estão especializando-se no Home Ec21. Ou uma merda parecida. Há. Nossa mãe provavelmente as amaria. —Vocês estarão bem, sabe. — Disse Ethan, pressionando a taça de papel contra minha mão. Duvidando-o, bebi dela sem pensar em perguntar o que era, e me engasgue com Uísque. —É de papai? — perguntei-lhe, ainda tossindo enquanto localizava a garrafa de Uísque sobre minha penteadeira. —Acredita que quero morrer? — perguntou Ethan. —É meu. E é tudo o que te darei. —É mais que suficiente, obrigado. — Disse, olhando os dois centímetros que ficavam no fundo da taça. Tomei outro gole e sustentei a pequena taça com as duas mãos enquanto olhava os olhos do Ethan. —Acredito que ele me deixou. —Penso que tem razão.— Beliscou uma esquina de meu brownie. —Sério, mas também, O que esperava? Quantas vezes pode rechaçar te casar com um menino e ainda esperar que espere por você? —Escutou-nos? Deu de ombros. —Não podia dormir. E não é como se vocês estivessem sussurrando. Pus a taça de papel sobre minha mesa de noite e alcancei outro bocado de brownie. É obvio que escutou. —Realmente pensa que voltará? —Bom, eu não disse isso. Mas não é como se ser abandonado fora letal. —Olhei-o enquanto mastigava. —Sim, como se você soubesse. —Estou bastante seguro de que nenhuma de minhas ex namoradas morreu por isso. — Disse. Endureci meu olhar, e Ethan sorriu com simpatia. —Sinto muito, Faythe, mas tem que admitir que mais ou menos merecia isso. Deixou-o plantado em suas próprias bodas. —Isso faz cinco anos! De que lado esta, de todos os modos? — estalei, me estirando pela taça de papel. Tome ficava nela em um só e ardente gole, e Ethan assentiu com a cabeça em aprovação. E um pouco de diversão. —Não há lados, — disse, e impulsionou seu cotovelo de debaixo dele. Sentou-se, sorrindo fracamente. —Olhe, não estou dizendo que ele não voltará por você. Só estou dizendo que não te faria mal para que te afogue em seus próprios fluidos até que ele o faça. —Obrigado, Ethan. É uma grande ajuda. —Não há problema. — Esmagou a taça de papel e a lanço através do quarto até o cesto de papéis ao lado de meu escritório. Do vestíbulo, o relógio do avô soou quatro vezes, e joguei uma olhada ao relógio de meu rádio para confirmar a hora. Efetivamente, eram as quatro da manhã e eu inclusive não fechava meus olhos para algo mais que piscar. Maravilhoso. 21

Teoria Prática de trabalhos domésticos.

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—Melhor ir dormir antes de que perca a oportunidade, — disse, sabendo bastante bem que Michael faria que Ethan conduzisse a maior parte da viagem. —Sim. — ficou de pé, apoiando-se contra minha destruída porta e me olhando com seus olhos só um matiz mas verdes que meus, —Está bem? —Sim, estou bem, — disse, atirando de meu edredom. —Mereço isso, Recorda? — Ele sorriu. —Sim, a sua é a semente do diabo. Sério, tem sorte de que ele não chamasse a nenhum exorcista. Atirei-lhe meu travesseiro, e Ethan riu, irrompendo no corredor enquanto o esponjoso míssil rosa passava roçando sua cabeça, ricocheteando no marco da porta estilhaçada em seu lugar. De repente esgotada, levantei-me e pus minha porta em seu lugar, apoiando a cadeira de meu escritório contra ela porque não podia sustentar-se por si mesmo. Agachei-me pelo travesseiro, e enquanto me punha de pé, meus olhos capturaram meu reflexo no espelho da penteadeira. Meu rosto estava vermelho e torcido de tanto chorar, meu cabelo estava detrás de meus ombros, emoldurando a elaborada fila de cicatrizes em forma de meia lua a um lado de meu pescoço, uma lembrança permanente de meu encontro com o Miguel, o gato da selva que me açoitou pesadelos após. Miguel havia sido o primeiro extraviado que vi pessoalmente, exceto Marc, e apesar de uma aparência similar e a compartilhada tendência de me amaldiçoar em espanhol, não pareciam em nada. Espera… Miguel não fora meu primeiro encontro com um extraviado. Foi Luiz. Briguei contra ele no campus e lhe deixei como presente um nariz quebrado. Essa fora a noite em que Marc apareceu e me trouxe para casa. Isso foi somente horas depois de que tivesse mordido meu namorado humano. Se Marc não fosse por mim, teria descoberto o que passou ao Andrew essa mesma noite. Teria cuidado dele. Eu nunca o teria deixado a mercê de qualquer gato psicótico como passou… OH, merda. Meus olhos se fecharam, e minha imagem no espelho foi tragada por minha própria privada escuridão. Luiz. Não havia outro gato perto do campus, ou em algum lugar perto da UNT. Nós teríamos sabido, se havia algum. Mas Luiz estava ali. Ele foi enviado para me sequestrar, e Miguel não ficou feliz com seu fracasso. Ele havia enviado o Luiz para um segundo tento. Felizmente, eu já fora. Mas não Andrew. Ele estava doente, e provavelmente para então já cheirando a mim. Andrew com o Luiz. No momento em que o pensamento passou por minha mente, soube que era certo. Não era de estranhar que seu alvo fossem strippers que se pareciam comigo. Ambos me odiavam. Minha nova teoria era perfeita sentido para mim, mas ninguém mais me acreditaria que Luiz não estava somente vivo, mas também em nosso território durante todo este tempo. Sem ser detectado. A única forma em que possivelmente te podia esconder de um Pride de mais de trinta gatos por mais de noventa dias era levar um perfil baixo e permanecer em um só lugar. Mas esse não era o estilo do Luiz. Três meses antes, ele esteve matando garotas de universidade e as 164


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deixando expostas, em uma classe de missão do Miguel. Se tivesse continuado com seu pequeno projeto, o teríamos encontrado. Merda, inclusive até a polícia poderia ter chegado até ele com tempo, o que tivesse sido mais desastroso. Mas da noite em que chutei o traseiro do Luiz na UNT, nós não encontramos nenhuma só garota morta. Ou algum outro sinal do Luiz, até que as strippers começaram a desaparecer. Ninguém mais sabia até que ele estava envolto, mas eu não duvidava. Por acaso Luiz continuou seu trabalho com vítimas diferentes? Se assim era, por que trocou seu Modus Operandi? E porque com uma pausa de três meses? Três meses. Agarrei o amaciado travesseiro rosa de minha penteadeira e a retorci em minhas mãos, lhe dando voltas enquanto armava o quebra-cabeças. A pausa era Andrew em período de recuperação. Seria isso. Luiz deixou sua afeição, para ser a enfermeira de meu ex enquanto atravessava a febre. Mas isso era estranhamente altruísta para um gato da selva. Que merda lhe importava se um extraviado sobrevivia ou não? Porque eu infectei o Andrew. Luiz provavelmente pensou que podia utilizar a meu ex para me atrair. Era por minha culpa. Ele provavelmente seguiu o Andrew no dia depois que fui embora, tratando de me encontrar, e descobriu o que eu fiz por acidente. Eu não só infectei o Andrew, levei o Luiz direito até ele. Furiosa, atirei meu travesseiro contra o cabeceiro, irritada com a forma inofensiva em que ricocheteou sobre o edredom. Todo este desastre: as strippers desaparecidas, os gatos mortos, as… questões do Marc. Nunca teriam acontecido se tivesse me dado conta que infectara Andrew. Precisava contar para meu pai o Luiz. Já estava no corredor, os frios azulejos estavam contra meus pés nus quando entrei em sentido. Não podia acordar a meu pai depois de menos duas horas de sono para divagar sobre uma teoria apoiada em uma intuição. Eu necessitava uma prova, algo para validar o que de outro modo seria o instinto de um agente sem experiência. Ryan. Teria que falar com o mesmo Leão Covarde. Ele talvez poderia saber algo sobre os planos do Miguel e seus cúmplices que justificaria minha especulação. Girando sobre um de meus calcanhares, devolvi-me ao caminho para a cozinha, fazendo uma pausa no vestíbulo para dar uma olhada ao relógio do avô. Inclusive com só um pouco de luz de lua que brilhava através da janela, pude ler claramente a hora. As quatro e vinte e duas da manhã. Provavelmente não veria de novo minha cama até o amanhecer. Era melhor assim, porque não podia dormir, de todos os modos. Na cozinha, bocejei enquanto passava a barra de caminho para a porta do porão antes de que meu esgotado cérebro processasse o que viu sobre a larga bancada branca. Ali, junto à parede, onde os meninos claramente limparam para fazer espaço a seu sorvete, havia uma brilhante bandeja de prata, na qual havia um prato de comida, carregado de halibut22 ao forno, batatas e vários aspargos cobertos em molho holandês frio. Ao lado do prato havia um guardanapo de linho, um garfo, um talher para a sobremesa e um prato de sobremesa vazio, com

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Um tipo de pescado, normalmente servido com batatas e molhos especiais.

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só uma migalha de bolacha e um pouco de molho de morango. E um copo de chá, no que o gelo se derreteu faz muito tempo. O jantar do Ryan. Ninguém se incomodou em levar-lhe. Sacudi minha cabeça, metade envergonhada e metade frustrada. O fato de que estivesse na bancada queria dizer que minha mãe passou a noite inteira no bosque. Ela fazia uma bandeja cada noite quando limpava a cozinha, mas sempre se negava a levar-lhe inclusive quando meu pai tentou convencê-la. Um de nós precisava fazê-lo, mas ao parecer era a tarefa menos favorita de todos, e fora esquecida com a excitação dos descobrimentos de esta noite. É obvio, o sorvete não esqueceu, e alguém obviamente encontrou tempo para comer a bolacha do Ryan. Genial, pensei. Ele ia estar de humor para falar esta noite. Se é que ainda estava acordado. Soprando pela frustração, pus o prato de sobremesa vazio e o garfo sobre a bancada, logo tomei a bandeja. Equilibrei a bandeja em uma de minhas mãos enquanto abria a porta do porão, então baixei as escadas, agradecida de que a luz ainda estava presa para iluminar meu caminho. A metade das escadas, o fedor estagnado me golpeou, sem dúvida o sufocante calor do porão piorava as coisas, inclusive nas horas da madrugada. —Já era tempo. —Espetou Ryan em forma de saudação, sentado em seu colchão. —Vocês esqueceram que seguia vivo aqui embaixo? Ou papai decidiu remediar isso? —Só se pode sonhar. — Parei a vários metros da jaula para olhá-lo. —E não me culpe do atraso. Passei a maior parte de hoje em Nova Orleans. Por um instante, seus olhos se iluminaram pela curiosidade. Mas então seu habitual cenho se deslizou a seu lugar e ele levou a conversação de volta a seu tema favorito: Ryan Sanders. —Sim, bom, alguém poderia ao menos ter esvaziado a maldita lata de café e trazido algo para jantar. Ou a lista de necessidades humanas básicas mudaram da última vez que vi a luz do dia? Franzindo o cenho, pus a bandeja em uma cadeira da escada ao lado da jaula. —Você esta em um cativeiro de luxo comparado com o inferno que me fez passar, assim te cale antes de que atire seu jantar pela privada junto com isto. — Grunhindo, peguei o pote fedorento de café que ele tirou de sua jaula e o levei ao quarto de banho ao outro lado do porão, detrás dos bancos de pesos e os suportes de todos os tamanhos. —por que não está dormido, de todos os modos? —O grunhido de meu estomago não me deixava dormir. Meus dentes chiaram enquanto enxaguava a lata na pia. —Tratava de dormir com o som de sua prima chorando depois de ser violada. — Zangada agora, avancei em passo longos para sua jaula e pus a lata onde ele pudesse alcançá-la, logo retornei ao banho para lavar minhas mãos. De volta à barras, tomei o prato do Ryan, derramando o molho holandês, e deixei cair o garfo dentro de suas batatas gratinadas. —Caminha até a parede e ponha suas mãos sobre a cabeça, as palmas contra os tijolos. 166


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—Vamos Faythe, Isto é realmente necessário? — queixou-se Ryan, fazendo um beiço para mim como se me importasse. Não o fazia. Eu deixei qualquer afeto familiar para ele a noite em que me deixou encerrada no porão do Miguel para brigar com dois violadores em defesa de minha honra. E minha vida. Dei-lhe um falso e informal encolhimento de ombros. —Bem. Importa-me uma merda se comer ou não. —Está bem, está bem. — Ryan se deu a volta e pressionou um lado de seu rosto contra a parede de tijolos, a mesma posição que ele assumia três vezes ao dia. Ao menos, até hoje. Satisfeita, ajoelhei-me no chão, diante de uma gaveta de aço na parte inferior da jaula, no qual empurrei seu prato e guardanapo. Logo passei minha mão por um dos barrotes para pôr seu copo de chá ao lado do prato. Enquanto me acomodei na cadeira, Ryan arrastou seus pés para agarrar o prato com uma mão e o copo com a outra, ignorando completamente o guardanapo enquanto retrocedia até seu beliche, o único lugar que havia para sentar-se e comer. Cruzei meus braços sobre meu peito, fazendo uma careta de desgosto enquanto ele lambia a manteiga do agarre de seu garfo. —Vai sentar aí e ver? — perguntou. Então, antes de que pudesse responder, olhou ao redor do porão, como se procurasse algo nas paredes. —Que horas são, de todos os modos? —As quatro e trinta da manhã. Afundou seu garfo em uma frio parte de pescado. -O que faz levantada tão cedo? —Tão tarde— corrigi-o. —Não foste à cama? — perguntou Ryan, sem incomodar-se em cobrir a boca. Minha mãe estaria horrorizada. Talvez suas poucas maneiras era a razão pela que não queria vê-lo. —Assim, que é tão importante como para que todos esquecessem de alimentar ao pobre menino na jaula? Estava em desacordo com a simpatia que Ryan acreditava que merecia, mas mantive minha boca fechada. Quanto mais o zangasse, menos me diria o que queria saber. —Tivemos uma noite muito agitada. — Inclinei-me para frente para olhá-lo diretamente aos olhos, e quando o fiz, notei pela primeira vez o muito que se havia recomposto seu rosto nos últimos três meses. Apesar da falta de luz solar e ar fresco, e as comidas recentemente perdidas, ele se via muito mais saudável do que esteve em Junho, quando nossas posições se investiram. O garfo se deteve centímetros de sua boca, com um aspargo parecido na ponta. —O que aconteceu? —Vai ter que falar com o Alfa para que restabeleça a autorização de seu cativeiro antes que lhe diga isso. — Ambos sabíamos que isso nunca passaria, mas como necessitava informação dele, lutei contra o impulso de rir pela decepção em sua expressão. —Entretanto, vou dar uma oportunidade para que obtenha alguns pontos. Mordeu a ponta do aspargo, seus olhos se reduziram pela suspeita. —O que quer? —Informação. Ryan sorriu enquanto mastigava. 167


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—Que tipo de informação, e quanto a desejas? —O suficiente para me assegurar de que não lhe alimentem amanhã se não começar a falar. Agora. — Acrescentei, meu rosto cuidadosamente em branco enquanto seu sorriso se voltou um gesto zangado. —Necessito que me diga tudo o que sabe a respeito do Luiz. Capítulo 24 —Luiz?—Ryan relaxou visivelmente, curvado contra a parede enquanto mexia várias partes de batata gratinada com o garfo.—por que quer saber a respeito dele? Ele está morto. —Como sabe? — De repente, desejei ter trazido uma caderneta, assim poderia tomar notas. Ou ao menos ter algo que fazer com minhas mãos. Meu irmão franziu o cenho. Tragou-se seu bocado e tomou um gole de chá não- tão-gelado antes de responder. —Bom, suponho que só o dei por morto, como todos outros. Por que? Ele apareceu? Não fiz caso de sua pergunta, sequei-me o suor de minha teta com o dorso de meu antebraço. Maldita seja, odeio os porões. —Alguma vez te reuniu com o Luiz, verdade? — Perguntei, e Ryan sacudiu sua cabeça, seu úmido e filamentoso cabelo cambaleando-se. —Alguma vez falou com ele por telefone? Ou escutou ao Eric ou ao Miguel falar com ele? Ele assentiu, empurrando outro extremo do aspargo em um atoleiro de molho holandês. —Escutei Miguel e Luiz discutir no telefone um par de dias antes de que lhe trouxessem. —O que estavam discutindo? —Como diabos vou saber? — Ryan embutiu o bocado em sua boca, logo falou ao redor dele. —Eles falavam português. Não é bastante similar ao espanhol para que eu compreendesse mais que umas poucas palavras. Minhas orelhas se ergueram, quase literalmente. —O que poucas palavras entendeu? —Jesus, Faythe— disse, atirando de uma suja sola com seu pé nu para cima da sua cama de armar. —Isso foi faz meses, e em realidade então não estava prestando atenção. Eu só queria que se calassem para que pudesse escutar a partida na televisão. —Pensa nisso por um momento— insisti. Ele franziu o cenho, mas fechou os olhos em concentração. —Eles disseram algo assim como 'mulher', que significa... —Mulher. Sei. — Agite minha mão para cortar sua explicação. —Que mais? —Me dê um minuto! — Mastigar mais e pensar mais, e eu não podia estar segura de que era mais difícil para ele. —Um. Ouvi ambos dizer ‘humano’ um par de vezes. E talvez ‘mordida'. E sei que ouvi algo assim como 'mate', que significa ‘matar’ em espanhol, porque lembro que pensei que poderiam ter estado discutindo a respeito de me matar. Mas nenhum deles disse meu nome, de modo que pode não ter sido o que entendi, depois de tudo. — Eu tristemente assenti, quase segura de que fazia sentido, embora a morte do Ryan estava certamente em algum lugar de sua 168


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lista de tarefas pendentes. — Pareceu-me como que eles estavam discutindo sobre seu projeto favorito. — O relógio da parede no vestíbulo soou cinco vezes, e bocejei na palma de minha mão, fazendo uma nota mental para pôr em marcha um pouco de café quando voltar ao andar de cima. —Algo mais? —Sim. Luiz disse algo a respeito do nariz de uma pessoa. Nariz. Então Miguel disse algo a respeito de uma universidade. Parecia muito insistente, e Luiz se mantinha dizendo não. Gritava que ele não queria ir à escola. Pensei que talvez Miguel queria que ele fosse aprender algo de inglês. Mas depois, quando Miguel disse que iriam atrás de você, dei-me conta de que provavelmente estavam discutindo sobre a melhor forma de te sequestrar da escola. Logo que escutei uma palavra que Ryan disse depois de ‘nariz’, porque isso me disse tudo o que precisava saber a respeito das últimas coisas que Luiz disse antes de desaparecer. Soava-me a que Miguel queria que Luiz tivesse uma segunda oportunidade comigo, mas Luiz não queria ter nada que ver com isso. Já que lhe quebrei seu nariz, realmente não podia culpá-lo. —Quando exatamente tiveram esta discussão? — Perguntei-lhe, levantando de minha cadeira para caminhar diante de sua jaula. —Que dia foi? —Merda, Faythe, eu não sei. — Fez uma careta no último bocado de halibut frio em seu garfo, flutuando a meio caminho de sua boca. —Bom, pensa-o! — Exigi, resistindo o impulso de golpear seus barrotes. —Quanto tempo passou entre sua discussão e o dia que me trouxeram? —Um par de dias. Foi justo antes do Miguel e Eric buscarem a Abby. — Ele mordeu o pescado e empalideceu como se tivesse mau sabor. Mas eu sabia que o problema era sobre o velho, as lembranças amargas como com o frio e flexível pescado. Meus dentes chiaram juntos, e minhas mãos se apertaram em punhos a meus lados quando imagens da Abby atrás das grades passaram por minha mente. Ela esteve golpeada e em estado de choque quando a vi pela primeira vez ali, escondida detrás de uma cortina de emaranhados cachos vermelhos. Ela saltava em cada som da casa de cima e passou a maior parte de seu tempo aconchegada no colchão em uma esquina de sua cela. Em lugar de deixá-la sair, ou inclusive enviar a nosso pai uma denúncia anônima a respeito de onde encontrá-la, Ryan a deixou a isso -e depois a mim- nessa prisão do porão temendo a cada segundo que passava. —Sim, Miguel fez que Luiz voltasse para o campus ao dia seguinte para tomar outra oportunidade comigo, ele facilmente poderia ter tropeçado com o Andrew no afeto da febre do arranhão — murmurei. —Quem é Andrew? — Perguntou Ryan. Olhei-o, irritada ao me dei conta de que estive pensando em voz alta. Mas por outro parte, tão cansada como estava, era um milagre que estivesse pensando algo. —Já terminou com esse prato? — Perguntei-lhe, atirando da prega de minha camiseta sem mangas agora pegando-se em minha pele úmida. —Sim. — Ele esvaziou o último do deslavado chá de seu copo. —Pode tomar este, Também. Mas poderia preencher minha água antes de ir? 169


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Olhei o dispensador de água situado perto da jaula para que ele pudesse colocar sua taça de plástico através das barras e obter água cada vez que quisesse. O depósito estava seco, e só notálo fez consciente de novo de quanto calor faz no porão. —Bem. — Tirei a jarra de água do dispensador e a enchi da pia no banheiro, depois o arrastei de volta através do porão e reinstalei a vasilha. Logo recolhi os pratos que meu irmão deslizei através do aplanado de aço inoxidável, e girei para ir. —O que está acontecendo aí acima, Faythe? — Ryan me seguiu até onde os barrotes permitiram enquanto me dirigi para a escada. —Ninguém baixou levantar pesos ou treinar em dias, e agora me deixam com fome. E você está perguntando pelo Luiz. Encontraram-no? Olhei-o por cima de meu ombro, uma mão no corrimão improvisado, um tubo de ferro de três quartos de polegada correndo ao lado da escada. —Não. Que eu saiba, ninguém nem sequer o procurou. —Vamos, Faythe! — Ryan gritou quando saltei pela escada. —Pelo menos me mantém informado. Eu nunca te deixei na escuridão. —Em realidade... — Eu estava no degrau superior, meu dedo já preparado no interruptor da luz. —Isso é exatamente o que fez. — Movi de um puxão o interruptor e dei um passo na cozinha, fechando a porta do porão no calor, o aroma, e seus protestos. Devia me ter me sentido culpada enquanto lavava seus pratos na pia e pus em marcha uma taça de café, mas não o fiz. Sentia-me cansada. E faminta. Se minha mãe estivesse de pé, ela faria panquecas, ou omeletes, ou algo igualmente complicado. Mas eu era muito preguiçosa para mesclar um montão de ingredientes a primeira hora da manhã, sobre tudo tendo em conta que não dormi, ou tomei meu café. Assim, me conformei com pão francês. Até eu poderia fazê-lo, com o mínimo esforço. Enquanto meu café se filtrava, sua mera fragrância me mantinha de pé, bati dois ovos em um grande tigela de vidro, e logo acrescentei creme de leite, baunilha e açúcar, e bati um pouco mais. De fato, bati a mescla viscosa por muito mais tempo do estritamente necessário, porque era terapêutico. Precisava golpear a merda de vida em algo, e como não o fiz antes nos barrotes do Ryan, os ovos pareciam ser minha única opção às cinco da manhã. Murmurando por debaixo de meu fôlego a respeito de como disciplinaria ao Ryan por seu crimes se estivesse a cargo, rebusquei no armário debaixo da barra por uma frigideira com os lados elevados, soando cada panela e frigideira propriedade de minha mãe contra um de seus irmãos de aço inoxidável ou recoberto de teflon. —bom dia— disse meu pai do outro lado da barra, surpreendeu-me tanto que me golpeei a cabeça contra o gabinete. Meu próprio ruído cobriu sua aproximação. —Papai, assustou a mais tim-dá... merda fora de mim. — Deixei o pão no balcão entre nós, esfregando o novo galo. —Poderia talvez fazer um pouco mais de ruído a próxima vez que entre na cozinha? Caminhou ao redor da barra e tomou duas taças de café do gabinete de acima. —Poderia talvez fazer um pouco menos de ruído a próxima vez que ditas torturar os utensílios de cozinha de sua mãe? 170


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—Sinto muito. — Chutei a porta do gabinete fechada e coloquei a mão na caixa de pão por uma fatia de pão francês. —Precisava me levantar, de todos os modos. — Serviu café em duas taças. —O voo do Wesley aterrissa em uma hora. Olhei-lhe enquanto alinhava fatias de pão no fundo da caçarola. —OH. — O esgotamento se colocou sobre mim como um peso literal sobre meus ombros ante o pensamento do Jamey Gardner, ainda envolto em plástico negro no celeiro. Enquanto que o pão se empapava de baba de ovo na frigideira, esquentei a prancha da cozinha. Meu pai pôs uma taça sobre o balcão diante de mim. —Por que estas levantada tão cedo? — Perguntou, movendo a tampa de uma garrafa de creme para abri-la. —E não me diga que teve vontade de fazer o café da manhã a todos. —Eu em realidade não me coloquei à cama ainda— disse, e meu pai franziu o cenho. Abriu a boca para começar a gritar, mas eu levantei minha mão para parar sua saída, desesperada por esse gole inicial de café antes de poder me defender com alguma coerência efetiva. Eu sorri quando os primeiros vestígios de cafeína entraram em meu sistema, e uma paz atordoada se instalou em seu lugar. —Acredito que descobri quem está ajudando o Andrew. Meu pai bebia em silêncio de sua taça, com calma esperando que eu continuasse. Maldita seja. Permaneci levantada toda a noite e provavelmente perdi ao Marc por toda a eternidade, embora meu pai parecia ter dormido durante essa parte, graças a Deus. Merecia ao menos um pouco de entusiasmo de meu Alfa, especialmente considerando que a informação que desenterrou foi parte do trabalho que ele me atribuiu. Carrancuda, dei-lhe as costas e coloquei as primeiras quatro fatias de pão empapadas na prancha. Meu estômago grunhiu quando o pão torrado chiando, os aromas misturas da manteiga e a baunilha adoçou toda a cozinha. —É Luiz— o disse, empurrando furiosamente o pão. Ainda ofendida, não me incomodei em me dar a volta, e lamentei minha decisão quando meu pai se engasgou com o café em surpresa. Dei-me a volta para vê-lo secando uma salpicadura indigna na frente de seu traje azul marinho. Um sorriso penetrou por detrás de meu cenho franzido, e a escondi rapidamente com minha própria taça quando levantou a vista. —Que diabos te deu essa ideia? — Perguntou, já recuperando seu aprumo habitual. —Um salto de intuição. — Volteei a primeira fatia de pão. —E estou um pouco surpreendida de que não me ocorreu antes. Aqui está a coisa. Não houve outros gatos em qualquer lugar perto do campus da UNT. Mas sabemos que Luiz estava ali, o mesmo dia que mordi o Andrew. Provavelmente nos viu juntos. Então, se ele retornava ao dia seguinte, o que aconteceria se não me encontrava? — Meu pai tomou um gole de sua taça, indiferente enquanto me olhava. Rodei meus olhos, gesticulando com a espátula. —Ele seguiria o Andrew! Verdade? Para chegar a mim? Mas já havia ido, e infectado recentemente. Ele seria capaz de cheirar meu aroma no Andrew. Em seu sangue. Isso seria muito difícil de ignorar.

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Ele franziu o cenho, e tratei de ocultar minha decepção em sua reação. Deveria ter sabido que não o conseguiria. Ele toma decisões apoiadas em fatos, não em saltos fantásticos de lógica, não importa quão bem fundamentados estivessem. —Faythe, isso é um montão de hipótese, e não evidencia real. — Meu pai pôs sua taça sobre o balcão com um tinido de cerâmica-sobre- cerâmica, que de algum jeito transmitiu suas dúvidas. —Deve ter algo concreto que me faça suspeitar de alguém, por todos as indicações, esteve morto faz um par de meses. —Ele não está morto. — Empurrei o cabelo de meu rosto e levantei a primeira fatia de pão torrado da prancha e o servi sobre um prato. —Todo mundo está assumindo que está morto porque não apareceu em um tempo. Mas eles estão mantendo o traseiro longe de todos nós, porque ele não está morto. Esteve ocupado assegurando-se de que Andrew sobreviva a febre. —Espera—disse meu pai, e eu fechei meus olhos em temor, segura de que sabia o que vinha. —Acredita que Luiz -um extraviado da selva assassino em serie- deixaria de matar moças da universidade para poder atender a seu ex-namorado até repor-se? Entende quão... absurdo soa isso? Meu punho apertou a espátula. —Sim. Eu acredito, sei. —E nós não temos forma de saber se Luiz realmente retornou depois de que se foi. Sorri para mim mesma enquanto tirava o último pão torrado da prancha. Tempo de jogar a carta de credibilidade. —Em realidade, com apoio na informação de minha fonte, estou bastante segura de que o fez. Ele arqueou uma sobrancelha. —E sua fonte seria...? —Ryan. Meu pai me olhou piscando, e me sorriu de orelha a orelha. —O que te disse Ryan, exatamente? Eu realmente, realmente quis evitar um pouco os detalhes, só para fazê-los mais fortes, já que Ryan em realidade não disse nada, mas meio recordou algumas palavras portuguesas. Mas meu pai verificaria por si mesmo tudo o que afirmará ter conseguido de meu irmão menos digno de confiança, assim disse juro-por-minha-propria-vida, juro-porque-me-tirem-minhas-garras a verdade. —Disse-me que ele entendeu uma discussão que Miguel e Luiz tiveram o dia que lhe chutei o traseiro no sequestro. — Um breve sorriso se deslizou mas lá de sua ilegível expressão habitual, assim continuei, animada. —Soava que Miguel queria que voltasse por mim, e Luiz não queria ir, porque lhe quebrei seu nariz. — Dei-me volta à estufa e deixe cair uma fatia fresca de pão na prancha, derramando acidentalmente a vitamina de ovo em todo o fogão antigo. —Agora, eu falei com o Andrew por telefone a manhã depois de que Marc e eu chegamos a casa, e ele já estava doente. Oxalá me tivesse dado conta então de que era o princípio da febre. Mas não o fiz.

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—Não teve nenhuma razão para fazê-lo— disse meu pai, e uma onda de gratidão se apoderou de mim por suas palavras. —Obrigado. De todos os modos, se Luiz voltou por mim esse dia, encontrou o Andrew em lugar de mim. —Mas não sabe com certeza que ele voltou para a UNT. Sorri docemente a meu pai quando pus seu prato no balcão frente a ele, junto com uma garrafa de creme. —Não. Mas não sabe que ele não o fez, tampouco. Meu pai e eu comemos lado a lado na barra, mastigando quase em silêncio enquanto ele pensava em tudo o que havia dito. Às cinco e cinquenta, Michael entrou na cozinha, já completamente vestido com calças jeans e uma camisa polo azul escuro e sombrio, sem dúvida, sua ideia de vestuário de farra amistosa de um homem em luto. Ethan o seguiu cinco minutos depois, só levava uma calça jogging cinza apertado na cintura. Seu cabelo negro e espesso estava ainda alvoroçado por dormir, e sua bochecha estava com um vigamento das linhas do travesseiro. Dirigiu-se diretamente à cafeteira, provavelmente guiado por seu nariz, porque não poderia ter visto algo através de seus olhos semicerrados. Entretanto, estava o suficientemente alerta para arrebatar a última metade de fatia de pão torrado de meu prato enquanto caminhava além da barra. —Prepare os teus— disse bruscamente, mas não fui capaz de desenvolver qualquer irritação real depois de que ele tentar tentado tão duramente me consolar a noite anterior. Ou melhor dizendo, três horas antes. —Sabe que eu não cozinho— murmurou com a boca cheia de meu café da manhã enquanto vertia o resto do café na taça de chá que agarrou acidentalmente. —Acorda, Ethan— disse meu pai, colocando uma caixa de cereal seco sobre o balcão diante dele. Michael adicionou duas tigelas e um litro de leite meio vazio, logo tirou duas colheres da gaveta dos cobertos. Ethan esvaziou sua taça, logo ficou olhando, claramente tratando de averiguar como acabou com uma das taças de chá de porcelana com estampados rosas de nossa mãe em lugar de sua própria taça extra grande. —Estou acordado— disse, esfregando o restolho escuro em seu queixo. serviu-se um montão do Cheerios em sua tigela, e logo os encharcou em leite e cavou dentro, comendo com o apetite de um gato de duzentas libras. O qual ele era. —Wes insistiu em conduzir do aeroporto, para nos economizar toda uma viagem ao lugar de aluguel carros, assim se seu voo aterrissa a tempo, deveria estar aqui em menos de uma hora. Assegurem-se de que está embalado e preparado para sair. Carreguem seus telefones celulares e levem uma bateria extra, no caso de precisar. E, Ethan, faz um pouco mais de café. Depois de começar sua manhã com uma lista de ordens, nosso Alfa abriu a porta do porão, moveu o interruptor da luz, depois desceu à a prisão provisória sem dizer outra palavra. Quando minha mãe entrou silenciosamente usando um traje de seda cinza pálido, carreguei meu prato na lava-louça e andei pesadamente pelo corredor a meu quarto, para evitar as olhadas 173


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compassivas quando Ethan difundisse as notícias sobre o Marc e eu. Desabei-me de barriga para baixo em minha cama, em cima de minha colcha enrugada, e fiquei dormida em segundos. Capítulo 25 Despertei às oito e cinquenta minutos, depois de quase três horas de sono, escutei o som de um golpe de alguém no marco de minha porta. —Estou acordada— murmurei, elevando a rosto do travesseiro só o suficiente para ser escutada. Não intencionava realmente de chegar até o Jace no corredor. —Bom, então, adiante. Seu pai quer verte. Deixe-me cair sobre minhas costas, olhando ao teto. —Me dê um minuto para me vestir. —Não está vestida? Sorri, pensei na qualidade de sua brincadeira alegre. Até a porta no corredor Comecei a me mover. —Jace— gritei, tratando de não rir quando eu saltava da cama para me levantar. Não estava tratando seriamente de jogar uma olhada, e se assim fora, não teria feito nenhum ruído. Mas se o deixou sair com uma brincadeira hoje, ele trataria de fazê-lo de verdade amanhã. Jace gritou como arrancou a porta com sua mão e a apoiou contra o marco. Depois me olhou com má cara, seus olhos de vagando o suficiente ao sul para ver minha camiseta e calças curtas. —Mentirosa! — ele me acusou, o sorriso em seus olhos arruíno sua careta. —Não está nua. —Quero dizer que ia me trocar. Ele sorriu. —A sim? —Boa tentativa. — Dei-lhe uns tapinhas na bochecha esquerda, sem problemas de uma recente reunião com sua navalha de barbear. O renascimento da atitude tolerante anterior do Jace me disse duas coisas: que sem dúvida nenhuma sabia que Marc me deixara, e Marc atualmente estava fora daqui. Se qualquer das declarações anteriores tivessem sido falsas, Jace nunca se permitiu tal confiança, suas brincadeiras sem sentido para mim. Pelo menos algo bom saiu da noite anterior tão desastrosa. — Diga a meu papai que eu estarei ali em cinco minutos. Vesti-me rapidamente em calças curtas de jeans vermelho. Depois de escovar os dentes e sustentar meu cabelo em uma rabo-de-cavalo rápido, agarrei meu celular e dirigi o escritório, temendo de uma próxima chamada do Andrew. Meu pai estava no telefone quando cheguei, assim que me sentei no assento de couro junto ao Jace. E Vic, estava somente no sofá, e Owen, no escritório de meu pai, a habitação estava vazia. —Onde estão todos? — sussurrei a Jace, olhando ao redor. —Michael e Ethan com o Wes Gardner há uma hora— disse, inclinando-se para me sussurrar ao ouvido. Seu fôlego sobre minha pele me deu calafrios, mas também me fez pensar no Marc, e a forma em que gostava de me sussurrar em espanhol ao ouvido, enquanto que... 174


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Meu pai se esclareceu garganta, e olhei para cima para vê-lo deixar o telefone no suporte. —Marc e Parker chegaram a Henderson faz vinte minutos. Estão explorando as amostras da gata. Não mencionou minha luta com o Marc, e embora eu estivesse tão mal para querer lhe dizer, não o faria. Sem dúvida ouviu o que ocorreu ontem à noite. Ou certamente alguém lhe havia dito. Sentou-se em uma esquina de seu escritório e me viu com um olhar severo. —O que aconteceu a sua porta? Ou, talvez não. —Marc. —OH— Meu pai assentiu com a cabeça, e isso foi tudo. Não há mais perguntas, ao menos no momento. —Em uns poucos minutos, vais chamar ao Andrew e tratar de averiguar seu paradeiro, e seu acompanhante atual. Mas primeiro, me deixe te dizer que verifique a informação que obtivemos do Ryan, e acredito que poderia fazer algo com essa teoria a respeito do Luiz. Papai se afundou em sua poltrona. As linhas brancas nas têmporas capturaram a luz do abajur, e lhe deu um aspecto cansado, e... um pouco velho. —Quem estava no telefone? — Perguntei-lhe, incômoda com a ideia de que meu pai, nunca estivesse disposto a retirar-se. Ele era o mais forte, o mais estável em minha vida, sobre tudo agora que Marc optou por sair dela. —Se você e Jace não tivessem sussurrando— sua voz era severa com desaprovação —você já tivesse sabido que estava falando com minha fonte na Venezuela. Anime-lhe apesar da menor censura sutil de minha forma familiarizada com Jace. —O que disse? —Ela tem alguma informação interessante que pode ser de alguma ajuda para nós. — Tomou um momento para desfrutar de minha surpresa pelo gênero de seu informante, então, contínuo. —Camilla não sabe de nenhuma gata que tenha desaparecido recentemente, mas disse que faz quatro anos e meio atrás houve uma erupção de desaparecimentos na zona. —Todos eram gatas? — Vic perguntou, e eu ainda estava, meio assustada por uma parte da resposta. Meu pai assentiu. —Elas desapareceram um de cada vez durante um período de seis meses, a partir de quatro diferentes países. Para a maior parte, os Alfas não estiveram em bons termos um com o outro, e nunca lhes ocorreu algum deles pedir ajuda, ou inclusive para alertar a seus vizinhos, até que foi muito tarde. —Quantos foram? — Perguntei-lhe, com meu punho apertado em meu abdômen enquanto tratava de facilitar a formação de nós no estômago. A conexão era evidente. Luis, Miguel e seus recrutas tinham tomado a três gatas americanos, incluindo a mim, antes de que fossem capazes de nos capturar. As possibilidades de que eles não estejam envoltos em um diagrama aparentemente idêntico em sua própria esquina do mundo são quase nulas.

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—Quatro— Meu pai parecia um empresário, que me dizia que estava molesto pela nova informação. —Têm a uma gata da Colômbia, uma do Equador, uma do Peru, e uma da Venezuela— Fez uma pausa, me olhou com cuidado. —Nenhuma das garotas foi encontrada. Por um momento ninguém falou, e supus que, como eu, estavam paralisados pelo horror e a indignação. Quatro garotas desaparecidas, e nenhuma delas se encontrou em mais de quatro anos. Poderiam ainda estar vivas? E se fora, que classe de inferno sofreram nas mãos de seus sequestradores? Eu não cheguei a fazer as perguntas de meus pensamentos. Eu não podia nem sequer ver além da névoa escura à deriva ao redor de meu cérebro, que obscurece a razão e a lógica em uma nuvem de raiva e indignação. Jace se esclareceu garganta, e o som se rompeu através de meu assombro. —Está bem, Faythe, ele e Luiz ainda estão vivos, a informação de Camilla poderia ser muito importante. Embora agora ele está tomando mulheres humanas, não gatas. Mas o que significa tudo isso, que tem que ver com a gata que estamos procurando? Não vejo a conexão. Eu não o vejo, tampouco, mas a imagem se estava formando em minha mente quando a névoa começou a finalizar. A gata, a matança do gato e o que se esteve escutando. Mas uma parte da imagem estava clara. —É Luiz, — disse, olhando distraidamente no tapete enquanto eu tratava de organizar meus pensamentos. —Não estou segura de como nem por que, só que ele é a conexão. Ela tem que estar detrás do Luiz, porque eu não vejo nenhuma conexão entre ela e o Andrew, ela e Luiz são da mesma zona do mundo. Bom, isso era um elo débil, só porque eram do mesmo continente não significa que alguma vez havia inclusive posto os olhos neles. depois de tudo, quantos gatos canadenses eu não conheci? Mas eu estava mais que pronta para tomar um prego ardendo. —Talvez ela é a mãe de uma das gatas desaparecidas, em busca de vingança— sugeri. Vic riu. —Sim, toma cuidado com as mamães renegadas. Elas são o pior— Olhei-o. —Alguma vez ouviste a frase: mãe má? —vamos centrar nos no tema atual, por favor— disse meu pai. —Sinto muito. — Vic tratou de deixar de sorrir mas não podia dirigi-lo. —Temos que encontrar o Andrew, antes que crie problemas muito perto de casa. É hora de lhe chamar — Meu pai franziu o cenho, sua atenção se fixo em mim, e eu lutei para me concentrar a pesar do esgotamento invasivo. — Meu pai se esclareceu a garganta para chamar minha atenção. —Sabe o que vais dizer? —Sim. — Apertei meu telefone em minha mão.—vou dizer como realmente foi infectado e que me desculpe. Se ainda há algo do velho Andrew, respeitará-o — E, francamente, eu não sabia o que outra coisa fazer. —Se ele ainda não sabe que nos disse a respeito dele, não o diga. Vai estar mais disposto a jogar em nosso lado se acreditar que pode te conseguir sozinho — disse meu pai. Assenti 176


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E ele gesticulou para meu telefone. –Disca. Sem pressões, pensei, muito consciente de cada par de olhos em mim, preparada para julgar minhas crescentes habilidades de guardiãs. Meus dedos tremeram quando toquei a tecla correspondente. Contendo o fôlego, pressionei o botão anterior e sustentei o telefone em meu ouvido. O timbre soou, o sintetizado som chegava a meus nervos já esgotados. Ouviu-se um estalo, logo o suave vaio de uma linha aberta quando Andrew respondeu seu telefone. —Estou me arriscando a falar aqui e pensar que está nervosa por me ver de novo. Foi uma típica saudação do Andrew, não tanto como um olá. Mas essa pequena olhada do homem que conheci me deixou esperançosa de que ainda possa estar o anterior Andrew ali em alguma parte. —Devo estar nervosa? —Em minha humilde opinião... sim. No sofá frente a mim, Vic rodou seus olhos, impressionado pela alta opinião do Andrew de si mesmo. —Por que? — Perguntei-lhe, atirando de um fio pendurando de minhas calças. A roupa rangeu sobre a linha. —Temos algo especial preparado para nossa pequena reunião. —Nós? Quem está contigo? — Olhei a meu pai, sem dizer uma palavra pedindo permissão para expressar minhas suspeitas. Ele assentiu com a cabeça, assim continuei. —É o Luiz? Eu contive a respiração, plenamente consciente de que se Andrew não estava com o Luiz, ele não teria ideia do que eu estava falando. Entretanto, seu silêncio repentino disse que eu estava quase segura de que era correto. —Como sabe isso? — Andrew murmurou. Meu pulso subiu, e me sentei reta, tanto emocionada como aterrorizada de que esteja confirmando-o. —Está contigo agora? Algo se estrelou no telefone, um som como a ruptura da madeira. —Como diabos sabe dele? — perguntou Andrew, e todos os rastros da espécie, homem amável que eu conheci se fio. Muito nervosa para me sentar, saltei do assento de couro e comecei a caminhar, incomodamente consciente de que meu pai fazia o mesmo quando precisava pensar rápido. —Andrew, me escute. Tem que se afastar dele. —por que? Assim pode me transformar em algum tipo de mascote com uma correia? Não tem já a um desses? Repentinamente insegura, detive-me brevemente, olhando a meu pai em busca de orientação. —me diga algo — pediu, e da esquina de meu olho, Vic usou sua mão como uma marionete para reforçar a ordem de meu pai.

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—Andrew, tem que confiar em mim. — Comecei a regular de novo meu passo, agora rapidamente, meus pés nus, sussurravam sobre o tapete. —Tudo o que está dizendo, não é certo. Está mentindo. —O que, como sabe? — Sua voz era aguda com fúria, continuando, por um momento desapareceu, um som enterrado debaixo do que parecia mais móveis quebrados. —Converteu-me em um monstro, depois me deixou morrer. Ele me salvou a vida. Ele me ensinou tudo.... —Não— Eu movi a cabeça, embora ele não podia me ver. —Está-te utilizando. Eu te mordi por acidente, e não sabia o que ocorrera até ontem à noite. Juro-lhe isso por minha vida. Nunca foi minha intenção te fazer dano. Mas ele esteve te utilizando todo este tempo, te mentindo e trocando a verdade para que faça o que ele queira. —Tem que estar em forma de gato para infectar a alguém— disse Andrew a pressão, suas palavras se cortaram com raiva. Bom, isso é certo. Mas... —O que significa que o fez de propósito. —Não! — Gritei, então foi alheio a todo mundo na sala. —Há mais dele que isso. me dê um... —Teve a oportunidade de me dizer sua parte, pelo contrário me deixou sem dizer um adeus. por que devo acreditar em uma palavra que diga agora? —Porque posso ajudar. Eu quero te ajudar. — Eu nunca havia dito nada mais verdadeiro em minha vida. Isso foi minha culpa... Andrew foi uma loucura. E provavelmente homicida. —Não quero sua ajuda de merda! — Gritou em meu ouvido, a amargura se rendia em sua voz de uma sombra do que alguma vez foi. Era hora de trocar de tática. Tomei uma respiração profunda e tranquilizadora. —Onde está, Andrew? Deixe ir por você. Irei sozinha— Cruzei os dedos e os mantive por cima de minha cabeça, para o benefício de meu pai. Eu não pensava em ir a nenhuma parte perto do Andrew e Luiz sozinha. Mas eles não precisavam saber isso. —Onde estou? — riu, e uma perversão malicioso da alegria se insinuo, ouvi uma débil risada doce, cheia de alegria me lembrei do Andrew anterior. O homem com os olhos suaves e retardados, as mãos pacientes. Ainda estava em alguma parte. Claro que sim. —Estou no inferno, Faythe. E vai me fazer companhia. A pena rodou através de mim em uma onda do desespero privado. Dor pelo Andrew, e pelo homem que fora. Detive-me frente ao escritório de meu pai, apoiada nele, com os ombros encolhidos, em dor e culpa. Se eu tivesse cuidado do Andrew durante sua transformação, poderia ter estado bem. Ele poderia haver-se parecido ao Marc. Mas eu não fiz cargo dele. Deixei-o para que o encontrasse Luiz, e agora a única parte do Andrew que conhecia a encontrava em uma nota familiar no eco oco de sua risada. O que havia feito? E poderia desfazê-lo possivelmente? —Sinto muito— o disse de novo, com a esperança de descongelar seu coração com minha penitência. —Eu daria algo por te trocar. Para que retornasse a sua vida. Mas não posso— Estabeleci meu passo de novo, cheguei à esquina da mesa de meu pai e me dei volta. —Mas eu posso te mostrar como viver a vida que tem agora. Por favor, me deixe te ajudar. —Vai a merda, Faythe! Você me pedirá ajuda logo.

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Minha respiração se enganchou em surpresa por essa ameaça, e olhei a meu pai, que parecia estar quase tão preocupado como zangado. —Andrew, disse que foi um acidente. —Você pode explicar a São Pedro— meu ex-humano, antes, tenro e doce grunhiu em meu ouvido. —Saúda-me isso quando o vir— O telefone se cortou em minha mão, e o sustentei frente a meu rosto, olhando a pequena tela a toda cor, em que agora se lia ‘fim da chamada’. —Maldita seja! — Minha mão apertava o plástico, e tomei várias respirações largas e lentas antes de que eu me recuperasse o suficiente para manter o controle de esmagá-lo. —Wow! — Disse Vic, assobiando entre seus dois dentes dianteiros—Esse é um extraviado furioso. —Dois extraviados furiosos imaturos—corrigi, meu pensamento para o Luiz, que era o culpado no que Andrew se converteu. —Quando encontrarmos o Luiz, ele vai pagar por completo com cada dedo de sua mão o que fez a cada uma dessas garotas, e por cada mentira com a que alimentou Andrew. Embora no momento, a verdade que me havia dito, incomodou-me mais. Provavelmente pensava que infectei Andrew a propósito. —De fato, —meu pai disse desde sua poltrona, e por um momento pensei que ele estava lendo minha mente. —Bom, ao menos agora sabemos que era verdade sobre sua participação. Entretanto, encontrei-me com um pequeno consolo, considerando todas as coisas. Depois disso, o dia chegou um pouco com mais tranquilidade. Marc e Parker não viram nenhum sinal da gata marota, e ainda não fazia ideia de onde encontrar ao Luiz e Andrew. Meu pai enviou o Owen, Jace, e Vic a correr no bosque, aparentemente para queimar um pouco de energia nervosa, e claro para dirigir-se à próxima confrontação, sempre que resultar uma. Mas acredito que era em realidade, para tratar de tira-los de sua pele durante uma hora de paz e tranquilidade. Eu fiquei, por esgotamento. Se era pela falta de sono, ou a emocionalmente e exaustiva chamada do Andrew, não sabia, mas para o momento no que os meninos saíram do escritório, logo que podia sustentar minha cabeça. Assim que me atirei no sofá de couro para tomar uma sesta curta, sozinha, como o havia feito quando era menina, adormecida pelo arranhão de um lápis sobre papel, como meu pai escrevia para facilitar sua mente. Algum tempo depois, ao redor de uma hora e meia, segundo o relógio da parede, os meninos se apresentaram de novo no escritório como uma manada de elefantes em um desfile. Jace recolheu meus pés e se sentou debaixo deles, Vic e Owen se acomodaram na poltrona de couro através de nós. Seguia esfregando o sono de meus olhos quando o telefone do escritório soou, surpreendida pela tranquilidade temporária. Meu pai respondeu, e no momento em que o que chamou me sentei, imediatamente já acordada. Sim Marc. —Não há rastro da gata ainda—disse depois de uma breve saudação. —Mas temos a Dan Painter aqui, e ele quer falar com você. Ele não parece saber nada dos extraviados que estamos

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procurando —Andrew e Luiz, obviamente— mas ele diz que conhece pessoalmente a gata. E só falará com o homem responsável. Capítulo 26 O telefone seguia pego a meu ouvido, meu pai arqueou as sobrancelhas com surpresa e deixou cair seu lápis sobre o escritório. —OH, de verdade?. —Sim— a voz do Painter era suave na distância do telefone e soava estressado, mas mesmo assim era fácil de reconhecer. —Demônios, quase me rompem a mandíbula, mas eu disse que estou falando pelo homem a cargo. —Esse seria o Alpha— disse Parker, em alguma parte da linha. —E não terá que amaldiçoar em frente do Alpha. Sim, eu até estava trabalhando nisso. —Sinto-o— murmurou Painter justo quando Marc dizia. —-Sim, ponho-o ao telefone? Meu pai fechou os olhos, tomando em conta a petição, logo os abriu e disse: —Por favor— o telefone soou estrepitosamente, enquanto trocava de mãos, e então ele estava falando com o informante. —Sr. Painter, entendo que você tem alguma informação para mim? —Assim é, mas tenho uma primeiro petição. Quero entrar. Meu pai franziu o cenho. —Entrar? —Sim, entrar, no pacote, ou como é que lhe chamem. O grupo, a organização. Eu sorri, imagens da escola secundária apareceram em forma espontânea, e meu pai parecia esboçar um sorriso. —Sr. Painter, chamamos de Pride, e os gatos não atuam em antecipação para obter uma recompensa, atuam por honra. Entende o que estou dizendo? —Sim, entendo-o— O ruído fluía pelo telefone, quando Painter trocou sua posição no assento. —Quer que derrame minha tripa em forma gratuita? —Quero estar seguro de qual é seu caráter, de que tem o caráter que requerem os gatos de meu Pride e, me dando a informação voluntariamente, ainda fica um comprido caminho para demonstrar isso. Maldita seja, é bom. Troquei meu sorriso a uma de cumplicidade com o Jace. —Entendo o que quer dizer— disse Painter. —Digo-te o que sei, e você me deixa jogar a seus jogos de rena. —Tem minha palavra, se nos ajudas com este problema, darei-te uma oportunidade, para demonstrar que é dos nossos. O que te parece? Fez-se um silêncio na linha por uns momentos, enquanto Painter pensava sobre a oferta. Logo suspirou.

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—Bem, quer saber a respeito da mulher, não?chamam-lhes Tabby23? —Sim, Como sabe dela? — Meu pai, tomou o lápis, e começou a escrever tudo o que Painter dizia. —Conheci-a aproximadamente ha uma semana, nesse clube do Mississipi. A primeira mulher gato que vi, e soube o que era imediatamente, inclusive se andei a sessenta centímetros de distância— Painter parecia tão orgulhoso de si mesmo que tive que sorrir. Meu pai assentiu com a cabeça, ainda escrevendo. —Você a esteve seguindo? —Não, estive viajando com ela. Cuidando sua empresa. Não sabia que era ela a que esteve matando gente, eu juro que não soube até o dia que os chamei a primeira vez. —Como se inteirou? —Eu, segui-a, conduzimos durante o dia, e chegamos a um hotel. Ela saía todas as noites, sozinha. Uma noite, segui-a. Acredito que sabia que estava ali, mas me deixou segui-la de todas as formas. Foi a outro clube de striptease, e meia hora mais tarde saiu com um tipo. Outro gato, tomou por trás, e o seguinte que soube, é que ela estava de pé sobre seu corpo. Quase me faço em minhas calças sabe? mas ela atirou dele para o automóvel e o colocou dentro, logo conduziu em meio de um nada e o deixou no campo. Eles disseram a vocês a respeito disso. Então me encontrei com este mal… quero dizer, com este tipo grande daqui e ela… quero dizer me nocauteou. A primeira vez que fui golpeado por uma garota. Jace me deu uma cotovelada, e franziu o cenho, ainda envergonhado de que acabado a nossa vantagem, antes de lhe tirar proveito. —Assim esteve viajando com esta tabby…— meu pai contínuo —aonde vai? —Homem não sei, um lugar diferente cada noite. Acredito que segue a alguém. Ela recebe estas chamadas em seu celular, de um tipo com acento estranho. Ele só diz o nome da cidade e desliga. Filho da puta, ela recebe chamadas também. Só que eu apostava a que vinham do Luiz, em lugar do Andrew. Que demônios está fazendo? —Assim que ela recebe uma chamada, vocês conduzem a uma nova cidade, onde ela sai e pega a alguém. Então você nos chama e reporta o assassinato? — Meu pai perguntou, com o lápis imóvel sobre o papel. —por que faz isso? —Escutei que as garotas são valiosas para vocês, meninos, as garotas gato. Pensei que vocês poderiam estar interessados nesta. Além disso ela está fazendo uma espécie de desastre em seu território. Pensei que a informação poderia valer algo. Painter queria o melhor de ambos os mundos. Estava desfrutando do tempo em companhia dos ruaceiros, mas diante de nós esperava um convite para unir-se ao orgulho. Uma versão idiota de um duplo agente. Meu pai vacilou e logo agitou a cabeça. —Qual é o nome desta gata? 23

Mulher gato.

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—Ela chama a si mesmo Manx, não me disse nada mais que isso. —Onde se encontra ela agora? — Meu pai golpeou a borracha no bloco de papel de notas. —Como o disse a eles, não sei, recebeu uma chamada deles e se foi. Um segundo depois, Marc estava de retorno na linha. —Então, o que fazemos com ele? —Painter tem um carro ai? —Sim — Marc soltou uma risada irônica.—Estamos sentados nele agora, no estacionamento do hotel. —Bem, estou enviando reforços. Algemem-no e enviem o de volta com o Owen, quando outros tenham chegado. —Não há problema— disse Marc. Meu pai desligou o telefone e ficou olhando aos quatro, ainda sentados no sofá. —Vão, agora, reúnam-se com o Marc e Parker. Owen, traz o Painter em uma só peça. Tenho várias perguntas mais para ele. O resto de vocês joguem uma olhada no Henderson, em equipes. Ninguém trabalha sozinho. Se não encontrarem nada em uma maneira rápida uma vez mais, quero que ponham uma equipe de vigilância no clube de striptease local, Michael disse que só há um, para tabby. O resto de vocês mantenha-se ao redor da cidade. Vejam os motéis, restaurantes e lojas de comestíveis em particular. Eles têm que comer e dormir em algum lugar. Jace já estava na porta preparado para sair, Vic parou em frente do sofá, olhando tudo ansiosamente. —Mantenham-se em contato comigo e com o Marc — disse meu pai, me olhando em particular, —E necessitamos o Luiz e o Andrew vivos se for possível. Vic franziu o cenho, decepcionado. —A ambos? por que? —Ainda há uma pequena possibilidade de que Andrew possa ajudar Faythe. Provavelmente ele não recorde como foi infectado, mas não desejo executar a melhor testemunha que temos, só em caso de que o possa responder pela transformação parcial. —E Luiz? — Jace perguntou detrás de mim. —As gatas desaparecidas— Lhe respondeu antes que meu pai, finalmente na mesma linha de pensamento. —Se ainda estiverem vivas, ele saberá onde estão. E seus pais quererão uma ou duas palavras com ele. Meu pai assentiu. —Não há problema— Vic afundou as chaves em seu bolso. —Vamos, eu conduzo. —Vá, liga o ar condicionado do automóvel— o disse, —só tenho que trocar minha roupa por roupa de trabalho. Vic deu uma olhada a minha camisa ajustada e calças curtas de uma maneira rápida, deu de ombros e se dirigiu à sala. Jace e Owen o seguiram para o automóvel, corri ao meu quarto, logo que fiz uma pausa quando escutei o automóvel de minha mãe estacionando na frente. Agarrei a porta de meu dormitório e atravessei de novo o lugar. Ia insistir em que Marc arrumasse a porta pessoalmente. 182


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Seria uma maneira de lhe dar uma lição por armar um ato e… bom teria que aproximar-se para reparar os danos. Depois de me trocar, vi minha mãe na sala olhando-se perfeitamente impecável com suas calças brancas e uma blusa rosa do tom exato de suas bochechas, levava uma grande bolsa de couro branco em uma mão e uma manta no braço oposto. —Aonde foi tão cedo? — perguntei-lhe, franzindo o cenho, ela se deteve para arrumar uma mecha de meu cabelo. —Tive um café da manhã com a Sra. Jennings e sua filha, olhe o que fez Natalie para o leilão— colocou a bolsa no outro braço e saco a manta de cor vermelha e ouro —Não é formosa? —Adorável— disse, por falta de uma melhor resposta. —Olhe o complicado desenho— minha mãe insistiu, colocando uma esquina da manta perto de meus olhos, olhe-o, mas não podia dizer que classe de ponto ou o que dele seja. E que era esse aroma? Era algo familiar. Incline-me para a manta, inalando profundamente. Devia ser Natalie. O aroma era suave e feminino e… por completo. Ou algo assim. E definitivamente humano, por isso imaginei a familiaridade. —Sabe, Natalie está esperando seu segundo... Arqueei as sobrancelhas a minha mãe tratando de trocar o tema. —O segundo O que? Hipoteca? Convicção? Oportunidade de uma nova vida? —Bebê, é obvio, seu segundo filho. O médico diz que é uma menina. Eu ri, realmente estava divertida de que minha mãe pensasse que deveria ser tão evidente. —Sim, bom, claro que Natalie não pode deixar inconsciente a um gato andarilho com um gancho de direita. —Não em seu estado. — Minha mãe franziu o cenho, dobrando a manta em uma peça arrumada, suave e esponjosa. —Às vezes me preocupo com você Faythe... —De volta falamos mamãe— dei voltas a seu redor, apesar de meu sonho de ser livre, até havia lugares noturnos aonde ir, e gatos que apreender. Minha mãe estalou a língua em vergonha por mim, mas eu nem sequer fiz uma pausa. Faltaria muito mais que sua desaprovação para deixar passar a adrenalina de me laçar a capturar aos meninos maus por trocar fraldas. Muito, muito mais. Vic, deu-me uma vez mais o cargo de correr pelas escadas e me deslizar em seu negro jipe Wrangler. Franziu o cenho, claramente não contente por meu conjunto, Jace se revolvia no assento de atrás com seus auriculares. Owen se sentou junto a ele preparado para dormir, assim que eu me deslizei no assento dianteiro. —É o mesmo que se tivesse usado papel plástico— Vic murmurou enquanto colocava a primeira e se punha em marcha e saía do circulo do estacionamento e conduzia em linha reta. —E também poderia franzir o cenho para te evitar dizer as coisas— me espetou, voltando para a porta para olhar pela janela.

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Minha roupa era perfeita para a situação, inclusive se meu jeans eram um pouco ajustados. Vic pode me beijar o traseiro, limita-se a ser presumido porque é o melhor amigo do Marc. Mas eu também posso ser molesta. Depois de meia hora de escutar os sons do tráfico e os roncos do Owen e os baixos golpes que saíam dos auriculares do Jace me aborreci e lutei por manter disposta. Não podia me dar o luxo de chegar ao Henderson aturdida e confusa, assim imaginei meus punhos sobre a rosto do Luiz. Por último com o fim de manter disposta, abri o porta-luvas para encontrar algo em que me entreter. Com sorte algo que ler. —Ei— disse Vic bruscamente, —poderia não mexer entre minhas coisas. —Sinto muito, estava procurando um mapa— Fechei o porta-luvas com um golpe seco e um suspiro de irritação. As mãos do Vic se apertaram ao redor do volante. —Eu sei como chegar ali. Torci-me no assento para lhe franzir o cenho. —O que te passa? estiveste com um humor toda a manhã. Com um suspiro me olhou, logo à estrada de novo, com a rosto estirado não só de ira, mas também de dor. Como se eu tivesse perdido algo? —O que passa comigo? estas atuando como uma idiota, uma idiota menina mimada, isso é o que acontece. —De que diabos está falando? — Eu estava mais confundida que zangada, o que provavelmente explique quão cansada estava. Vic respirou fundo, como se se dispusera a dizer algo importante. Algo ao que temia. —Com o Luiz nos pisando as costas, não posso deixar de pensar na Sara e Anthony, tratando de dar sentido ao que aconteceu. Mas não posso. Simplesmente não tem nenhum sentido. Oh, assenti estando de acordo, e em simpatia, Miguel, sequestrou e logo violou e assassinou a Sara, e Anthony, fora assassinado tratando de deter seu irmão assassino. Vic tinha razão. Não tem sentido que se encontrassem a morte os irmãos ou qualquer violência ao azar. Mas esse era o mundo em que vivíamos e embora pudéssemos trocá-lo não poderíamos trazer da morte a Sara e Anthony. —Suponho que é meu problema— me olhou e depois contínuo olhando a estrada. —A vida não tem nenhum sentido, nem tampouco a morte. Ninguém espera ver morrer aos jovens, mas pode lhe ocorrer a qualquer, em qualquer momento e não há maneira de preparar-se para isso. Bom, estava começando a soar um pouco fatalista. Embora me preocupava, não era como que Vic ia morrer em qualquer momento. Não se podia evitar o de todas formas. —Desde que morreu estive tratando de fazer tudo o que sempre disse que ia fazer. Tratar de viver realmente Sabe? — Seus olhos brilharam com determinação, como se acabasse de encontrar a chave da vida e estava decidido a usá-la antes que alguém trocasse a fechadura e lhe deixasse golpeando a porta. —estive lendo um montão de livros que tive da escola secundária— disse, enquanto olhava a estrada. —Eu sempre pensava em ler, mas parecia que nunca tinha o tempo para fazê-lo. Agora estou fazendo tempo. Estive chamando a meus irmãos mais frequentemente, e 184


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a meus pais. Inclusive estive tratando de provar mantimentos raros e novos como o sushi e formigas cobertas de chocolate. —Não ao mesmo tempo, espero. Sorriu a minha brincadeira oportuna, um pouco. —Me alegro da ampliação de seus horizontes, Vic— debaixo de nós o asfalto deu passo a um caminho mais amplo de superfície rugosa. —Mas não entendo que tem que ver isso, com que esteja zangado comigo. Fez uma careta de frustração, como se devesse ser evidente. —Eu já não tenho uma irmã Faythe. Mas te conheço desde antes que cumprisse os treze anos e te considero uma irmã agora. Especialmente desde que Sara morreu. O entendimento me empapava como a água a uma esponja e me deixou com fortes dores de cabeça. Traguei e pisquei para evitar que meus olhos se enchessem de lágrimas. Sabia o que estava pensando e me rompeu o coração. —Quero que tenha todas as coisas que ela não teve tempo para experimentar. Quero que tenha umas bodas, com um vestido comprido branco e montões e montões de padrinhos, umas bodas formosa— Ele sorriu a sua própria brincadeira e mordi os lábios para não recordar que já rechaçou essa experiência em particular. —E uma lua de mel em algum lugar tropical— continuou, fazendo caso omisso a meu mal-estar. —E sua própria família. Com o Marc— Os olhos do Vic deixaram de ver a estrada para posar-se em mim, me olhando com uma força física. Esta era o x da questão. —É um irmão para mim, como meus próprios irmãos o são, como Anthony foi. Sorri-lhe para aliviar o estado de ânimo. —Assim que os dois juntos séria como um incesto, Verdade? Nem sequer sorriu, e voltou a fixar o olhar à estrada, bem a tempo para desviar uma fileira de cones alaranjados criados em torno de uma construção na estrada. —Falo a sério Faythe. Você e Marc vão de mão, e me mata ver como caminha com uns e com outros quando não há nada ali. —Sim, te una ao clube. —Olhei pela janela para evitar ver seus olhos. Por muito que aprecie ao Vic, o do Marc e eu não é seu assunto. Fomos perfeitamente capazes de arrumar nossa relação por nossa conta. —Quando me inteirei do seu ex, pensei que tudo estava acabado entre o Marc e você. Não podia acreditar que lhe fizesse isso, inclusive embora vocês estivessem separados. Não merece nada disso— A construção da estrada terminou e Vic se traslado ao sulco direito. —Viveu um inferno cada dia que esteve fora, e agora que retornou, deveria ser feliz, mas não o é. Ele está sozinho e miserável e você estas aqui –vestida assim- com o Jace te olhando, e você o olha como à maldita lua. Não é de estranhar que Marc falasse com o Greg para que me enviasse com vocês dois em lugar do Parker. Ahh, isso é o que aconteceu, Marc contava com que Vic me jogasse um olho e ao Jace para que criasse cada momento incômodo nesta tarefa miserável, enquanto que Parker o centro do Pride esta comodamente fora do negócio. Olhei pelo espelho retrovisor para ver o Jace com a cabeça para trás com os olhos fechados, e os auriculares postos, felizmente. 185


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—Não estou vestida para o Jace— insisti, olhando para baixo na linha do pescoço de minha blusa. Em todo caso, eu estava vestida para o Marc, embora nunca o tivesse admitido em voz alta, ao menos que Marc queria falar disso mais tarde. Que não o faria. —Além está perdendo algo importante em tudo isto— Girei de novo de cara a ele, agarrando caso omisso do cabo da porta para manter as costas reta. —Marc me abandonou. Não ao contrário. Se quiser que voltemos a estar juntos, fala com ele. —Já o fiz. —Prendeu o luz de alerta antes de olhar para trás para trocar de sulco, e passar a um lento VW beettle. —Marc faria tudo por você Faythe, e não acredito que entenda isso. —É obvio que ele... Interrompeu-me, virando de novo no sulco direito. —Demônios ele morreria por você se o pede. Mas isso não é o suficiente para você. Tem que o ter em seus próprios términos. Sem correntes, sem compromissos. Mas para ele isso significa que não há segurança, que não há garantia de que você não separará de novo. —Isso não é justo— Minha mão esquerda encontrou o apoio da cabeça apertando-o pela frustração. —Eu somente o deixei, porque ele não queria ir comigo. Ele não quis deixar o Pride. —Nunca deveria lhe haver pedido que o fizesse. Você deu a escolha a Sophie e eu te disse que viveria com ela, isso é injusto. E agora o está fazendo de novo. Olhei em frente com interesse, e deixei cair minha cabeça para trás. —Eu não vou a nenhuma parte Vic. —Mas ele não sabe, não com certeza, e Marc tem que estar seguro— Fez uma pausa e só se escutou o som de nossos pneus na estrada e a respiração do sonho do Jace no assento traseiro. — ele me contou, o que lhe disse Kevin. —A respeito do que? — Então me lembrei. ‘Faythe é a única razão pela que ele ainda está aqui. Sem você, ele é somente outro andarilho que lambe as botas do Alpha, um passo em falso e esta fora do outro lado do rio’. —Esse filho da puta— disse em voz baixa logo disse em voz alta — Marc não pode acreditar nisso. Inclusive se nós não voltamos a estar juntos nunca, meu pai nunca o jogará. Ele quer ao Marc como a um filho. —Sim, mas o que acontecerá quando seu pai já não estiver a cargo? — Vic se inclinou para ajustar a saída do ar. —O que acontece se acaba com alguém mais? O novo Alpha não vai querer ter o Marc ao redor, e inclusive se o fizer, Marc não vai querer ficar e verte com outro. E aonde se supõe que vai? Que outro Alpha vai querer a um andarilho em seu Pride? Eu olhei para a janela para evitar que visse quão surpreendida estava. Eu nunca, nem uma vez considerei o futuro do Marc sem mim. Caralho, eu logo que considerei meu próprio futuro além dos dois anos e meio que devia a meu pai. O assento traseiro rangeu quando Owen se moveu em seu sonho assim disse em voz baixa com a esperança de que ele e Jace não tivessem escutado nossa conversa. —Nunca deixarei que isso aconteça. Ele sempre terá um lar aqui. —Isso é o que diz agora, mas as coisas podem trocar muito em poucos anos— Vic me olhou de novo com os olhos brilhantes e a expressão séria. —Faz-o feliz, Faythe. Toma o maldito anel e

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lhe prometa que algum dia lhe dará o que necessita. Sabendo que vai acontecer com o tempo, será suficiente para ele. —Vic eu… Não sei o que teria respondido se tivesse tido a oportunidade, mas não houve oportunidade, porque o telefone celular do Vic soou. —Espera— disse tirando seu telefone para ver a tela. —É Marc— Ele pressionou o botão de seu pequeno celular negro e o aproximou a seu ouvido. —Ei, O que acontece? Movi-me para o guichê desejando não poder escutar a conversação. Depois da conversa com o Vic, supus que eles não falariam de outra coisa mais que de mim, e da puta sem coração que era. E escutar isso do Marc, seria mil vezes pior que escutar do Vic. Entretanto, apesar do duro que tratava de não escutar, a primeira declaração do Marc me chamou a atenção. —…Vi a gata no clube de striptease aos subúrbios de Henderson… Capítulo 27 Vic pisou muito forte no freio para evitar um carro lento diante de nós, e Owen voou para frente, golpeando com os ombros, ou possivelmente com sua cabeça, a parte traseira de meu assento. —Owww... —Você realmente a viu? — Vic disse ao telefone enquanto Jace amaldiçoava detrás dele. —Não eu, o barman. — A voz do Marc soou distante, e um pouco cortante. —Disse que ela estava ali quando abriram, e se foi uns vinte minutos antes que chegássemos. Assim ainda está por aqui em algum lugar. Agarrei-me o tabuleiro de mando para me estabilizar enquanto Vic se desviava dentro e fora do tráfico. —Quanto tempo...? — Marc perguntou. —Dez minutos, como máximo. — Vic tocou a buzina a um caminhoneiro corpulento a nossa esquerda. —Já quase estamos ali. —Bem— Marc grunhiu. —Encontraremo-nos no estacionamento do Motel 6, saindo da Estrada 259. Oito minutos mais tarde, chegamos ao estacionamento e nos detivemos junto à velha caminhonete de meu pai, contra a qual Marc e Parker se inclinavam. No assento dianteiro estava sentado Dan Painter, com um machucado fresco desenvolvendo-se o no queixo, justo debaixo da que eu lhe dei três dias antes. —Este é o tipo? — Owen cabeceou para o Painter enquanto saía do Jipe de Vic. Assenti enquanto Marc tirava o Painter, que as mãos estavam algemadas por detrás de suas costas, da caminhonete. —OH, infernos que não! —Painter gritou, só baixando sua voz quando Parker lhe deu um murro no ombro o suficientemente duro para golpeá-lo contra o lado da caminhonete. —Eu não vou me aproximar dessa rameira. 187


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Não pude evitar sorrir. Até que Marc abriu sua grande boca. —Esteve vivendo com uma assassina durante a última semana e meia, e está assustado dela? — Fez um gesto desdenhoso para mim. Claramente, ele ainda estava zangado. —Homem, Manx está domesticada como uma gatinha, sempre que a deixe sozinha. Não lhe agrada ser manipulada. Aí é onde esses outros tipos foderam tudo. Intercambiei um olhar de cepticismo com o Owen, surpreendida por ouvir que Painter não havia tocado a tabby. Mas, embora fora estranho, eu lhe acreditei. Como Ryan, Painter me deu a impressão de ser a classe de tipo que considerava seu próprio bem-estar acima de tudo... incluindo seus hormônios. —Então, qual é o plano? — Jace perguntou, rodeando o Jipe para inclinar-se contra a porta do lado do passageiro, a meu lado. Justo a meu lado. Seu braço roçou o meu. Duas vezes. Esfreguei-me a testa, lutando contra o princípio de uma dor de cabeça imensa. Isto não ia ser bonito. —Bem, tenho que voltar para a fazenda— disse Owen, movendo o chapéu de vaqueiro daqui para lá em sua cabeça. —E Painter vai comigo. —Seu carro está lá— Marc dirigiu ao redor da caminhonete a um Dodge Daytona branco poeirento estacionado do outro lado. Parker atirou ao Painter ao lado do passageiro de seu próprio carro e o empurrou no assento dianteiro. Então tirou uma algema de seu bolso e assegurou as mãos algemadas do Painter ao cabo da porta de seu próprio automóvel. —Se mover sequer um dedo, Owen te deixará inconsciente de um golpe — Lhe advertiu Marc. Painter pôs os olhos em branco e assentiu. —Como que o supunha— Dois minutos depois, Owen jogou marcha atrás para a estrada no carro do Painter, que cuspiu fumaça e toda classe de ruídos até que se perdeu de nossa vista. Marc olhou ao redor ao resto de nós. —Iremos por um almoço rápido, então checaremos as ruas principais em dois grupos. Parker e eu já temos coberto o lado sul, assim os toca todo o lado leste da Rua Principal, e nós tomaremos toda a zona ao oeste. Vic desviou o olhar do mapa que Marc lhe passou. —Em carro ou a pé? —A pé— Disse Marc enquanto procurava sua carteira. —Com sorte, Faythe é a única de nós a quem algum dos dois extraviados reconhecerá, e isso é um pequeno risco que devemos tomar, tendo em conta a alternativa... nós não poderemos cheirar nada do carro. —Tomou duas notas de vinte de sua carteira e os entregou ao Jace. —Corre ao lado e consegue uma dúzia de espiga de milho e algumas bebidas. E faz-o rápido. Jace franziu o cenho. Mas fez o que foi ordenado, porque Marc o superava. E claramente não estava por cima de utilizar sua autoridade para manter Jace longe de mim. Isto se voltará um costume rapidamente. —Assim que a gata estava realmente no clube local de strippers? — perguntou Vic, com um pé sobre a curva do para-choque dianteiro. Sorri-lhe, agradecida de que alguém estivesse disposto a romper a tensão. 188


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—Sim— Parker assentiu. —O barman disse que ela andou ao redor do local, verificando tudo, inclusive ambos quartos de banho, então se foi, sem ordenar nada nem olhar sequer para o cenário. Disse que ele pensava que ela procurava a alguém. —Puderam cheirá-la? — Perguntei, curiosa por saber se seu aroma distintivo era mais forte quando estava fresco. —Só no pomo da porta do quarto de banho de damas— Disse Marc, e eu imaginei olhadas estranhas que deve ter recebido quando se agachou para cheirar a porta de quarto de banho. — Acredito que ela não tocou muito enquanto esteve ali. Bem, eu não a poderia culpar por isso. Mantivemo-nos parados em silencio durante vários minutos depois disso, até que Jace voltou da loja com duas bolsas brancas de plástico, e eu soltei um suspiro audível de alívio. Se ele demorasse um minuto mais, teria ido buscá-lo eu mesma. O único pior que brigar com o Marc era não ter nada que lhe dizer. Ou ter muito que lhe dizer, e não poder fazê-lo. —Aqui— Jace me entregou uma das bolsas plásticas. Em seu interior, encontrei um sortido de latas de refrescos e cinco garrafas de água. Entreguei um refresco e uma garrafa de água a cada um dos meninos, enquanto Jace entregava as espigas de milho. —Bom— Marc abriu a porta do lado do condutor da caminhonete. —Gira à direita na rua principal e estaciona o carro em um dos negócios dali. Então comecem a andar a pé. Mantenham seus telefones ligados e seus olhos abertos. E tratem de não fazerem nada estúpido. Ele não deu nomes, mas me olhava nessa última parte. Sabia por que estava zangado, e o entendia. Mas não precisava ser tão cretino a respeito. Estava intencionalmente tratando de me chatear? É obvio que sim. Terminei minha primeiro espiga de milho quando Vic encontrou a Rua Principal, e ia pela metade de minha lata do Pepsi antes que ele se desse conta de que estávamos na Rua Principal Sul, em lugar da Rua Principal Leste. —por que demônios necessita um povo quatro Ruas Principais, de todos os modos? — disse entre dentes enquanto mastigava um bocado de alimento. —Há só duas— disse Jace, abrindo sua garrafa de água no assento dianteiro. — As direções trocam onde as ruas se cruzam. Vic bebeu de seu Dr. Pepper e girou à direita para entrar no estacionamento de uma loja de mantimentos local. —É o mesmo. Estão preparados? Durante a próxima hora, andamos a milha e meia que constituía a Rua Principal Oriental, até que paramos para chamar o Marc e Parker. Eles nos chamaram meia hora antes, sem notícias, e não havia notícia alguma para informar de nenhum dos dois lados da linha durante a segunda chamada tampouco. —Retornem a seu carro, então dirijam-se para o Marshal Norte— disse Marc por sobre o ruído do motor de um carro que passava. —Nós tomaremos van Buren, e logo nos reuniremos para conseguir algo mais para comer se não encontrarmos nada esta vez.

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Isso soou bem para mim. Um par de espigas de milho não eram suficientes para abastecer de combustível a nenhum de nós para uma caminhada de duas milhas. A menos de meia milha de nosso percurso de volta, detivemo-nos em um passo de pedestre na Rua Oak. Quando o sinal trocou para nos dar passo, o pequeno grupo de pedestres começou a cruzar. Mas eu me congelei, imóvel pelo choque que me produziu o breve sopro de um aroma que me havia chegado com o vento. —Faythe? — Jace franziu o cenho, em alarme foto instantânea quando viu meu rosto. —O que acontece? —Ele está aqui— Meu olhar revoou freneticamente sobre a calçada, procurando um par de pernas largas e bronzeadas e uma cabeça familiar de cabelo marrom claro. Tentava passar desapercebida, mas me apoiando na expressão do Jace, não o estava obtendo. —Pode cheirá-lo? — Vic sussurrou, olhando casualmente ao redor da multidão de humanos. Assenti. Cheirava o Andrew, mas de uma forma em que jamais o cheirei antes. Seu aroma era… diferente. Era ainda o seu próprio, mas uma parte minha agora também havia. Era o aroma de um Werecat. Andrew era um extraviado. Entendi a verdade em minha cabeça. Inclusive o ouvi em sua voz pelo telefone. Mas não acreditava se o compreendi realmente, não o acreditava até que senti seu aroma de Werecat por mim mesma. —Onde? — Jace examinou a calçada conosco agora, as aletas de seu nariz se moviam enquanto ele cheirava o ar. —Não sei— Os gatos não caçam por aroma, como o fazem os cães. A equipe está tudo ali, mas o instinto não. Caçamos por som, e por vista... assim que algo mais complicado que identificar o aroma que sentimos. E a menos que Andrew tivesse parado para fazer pis em cada poste de luz pelo que passou, nós não poderíamos rastreá-lo. Assim que nos dividimos na esquina, examinando as vidraças das lojas e passeando lentamente pela calçada, tratando de ser sutis enquanto procuramos o aroma que eu logo alcancei a cheirar em primeiro lugar. Finalmente, justo quando começava a me sentir rara a respeito de vadiar em uma esquina em plena luz do dia, Jace sussurrou meu nome. Girei para encontrá-lo inclinando-se contra o poste da esquina, aparentemente esperando que a luz trocasse. Mas ele realmente me esperava e ao Vic. Caminhamos para ele, e tive que lutar contra o impulso de correr. —Onde? — Perguntei, inalando profundamente quando cheguei a seu lado. —O botão. Acredito que ele pressionou o botão— Seguindo os olhos do Jace, encontrei o botão de passagem de pedestre no poste. Se Andrew o pressionou, seu aroma se manteria. Pelo menos até que os aromas dos que o houvessem tocado depois dele cobrissem o aroma do extraviado. Pensando rapidamente, coloquei uma mão em meu bolso e tirei um punhado de moedas, a maior parte das quais deixei cair ‘acidentalmente’ na calçada. —Maldição— murmurei, me dobrando para recuperar meu dinheiro.

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Jace riu dissimuladamente, mas Vic se ajoelhou para ‘me ajudar’. Consegui uma boa cheirada do botão em meu caminho para baixo, e em minha ascensão novamente. Jace tinha razão. Andrew apertou o botão. O qual significava que… —Ele cruzou a rua. Guardando o último dó troco em meu bolso, estudei as vidraças das lojas ao outro lado da rua. Felizmente, a intercessão estava agora deserta, a maior parte da pequena multidão que a percorria à hora do almoço já retornara a seus vários escritórios, assim não havia ninguém ao redor para fazer comentários a respeito de quão estranho estávamos atuando. Quando não pude localizar ao Andrew pela janela da loja de ferragens, examinei um açougue local antiquado. No balcão, uma mulher obesa pagava pelo que pareceu ser uma barra imensa de frios. Detrás dela parou um homem negro em traje e gravata. E esperando detrás deles estava… Andrew. Não podia ver seu rosto, mas estava quase segura. —Meninos! — Assobiei, com minhas mãos encontrando e atirando de cada um deles. —Esse é ele, no açougue— Eu atirei deles até um canto escuro que nos ocultaria. Jace pestanejou ante o sol de tarde. —Onde? —Atrás do homem de traje. Leva uma camisa de linho branco a botões e umas calças ao joelho— Era um traje típico do Andrew. Se ele tivesse tido sandálias marrons de couro e uma mochila sobre o ombro, poderia ter sido um estudante viajando ao redor da Europa... com o cartão de crédito de sua mãe no bolso, é obvio. Vic franziu o cenho. —Está segura? Eu não recordo que ele fosse tão alto. —Bem, eu poderia ir cheirar ele... — sugeri, sorrindo quando ele se girou para me dedicar um seco olhar. —Sim, estou bastante segura. Ele se vê exatamente igual. —Pelas costas? — Vic levantou uma sobrancelha para mim para remarcar seu ponto. — Temos que estar seguros. Eu me queixei, mas sabia que ele tinha razão. Assim esperamos. A mulher deixou a loja com seu pacote sob o braço, e os homens detrás dela na linha se adiantaram. O cliente do traje se inclinou sobre o balcão para tomar algo de sua maleta e, enquanto esperava, o homem alto detrás dele se girou para jogar um olhar ao redor da loja, correndo uma mão por seu cabelo marrom, ligeiro e familiar, com pequenas mechas mais claras de loiro esclarecido pelo sol. Então ele olhou fora da janela, e nós conseguimos uma clara visão de seu rosto antes que se girasse para nos dar as costas novamente. Meu pulso saltou, e minha boca se voltou seca imediatamente. Minha mão apertou o braço do Jace. Era Andrew. Sem dúvida alguma. Os meninos se congelaram a ambos os lados de mim; eles o reconheceram também. —Jace, chama o Marc— Vic ordenou brandamente. —lhe diga onde estamos, e que encontramos o Andrew. Faythe e eu voltaremos pelo carro. Você segue-o, sutilmente, por favor, e nós lhe recolheremos. nos chame se o perder. 191


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Jace assentiu, com seu telefone já em mão. Vic se encaminhou pela calçada, virtualmente me arrastando com ele, porque eu não poderia tirar meus olhos do Andrew enquanto ele examinava com atenção a carne. Era estranho o pouco que trocou. Como podia ver-se tão inofensivo, tão humano, e entretanto ser um de nós? Finalmente, Vic deu a meu braço um último e duro puxão, e conseguiu minha atenção. Corremos ao carro, a velocidade humana, uma vez que estivemos fora de vista do açougue. No estacionamento, Vic açoitou ao Jipe em reversa, e eu terminei a agora quente garrafa de água que Jace deixou no assento dianteiro. Quando giramos à direita na Rua Principal Leste, quase oito minutos passaram, e Pink cantava do bolso dianteiro de minhas calças outra vez. Jace chamava. Marc e Parker o recolheram, e eles seguiam o Andrew pela rua Principal em seu carro prateado BMW Z4, que seus pais lhe compraram quando se graduou. Ambos os veículos se dirigiam ao oeste. Direto para nós. Vic divisou o Z4 enquanto eu pendurava o telefone. —se agache! — ele ordenou, mas antes de que pudesse fazê-lo, pôs uma mão detrás de meu pescoço e me empurrou para frente, de modo que fiquei dobrada na metade no assento do acompanhante. Uns segundos mais tarde, ele me soltou e o Jipe se desviou em um estacionamento meio vazio. Fez uma apertada, e muito rápida, volta em U, e se voltou sobre a Rua Principal. Marc estava dois carros adiante de nós, e pelo que podia ver, Andrew ia três carros diante dele. Um quarto de milha mais tarde, Marc acendeu sua luz e girou a direita. O seguimos por uma rua, onde a caminhonete se abrandou grandemente. Não havia ninguém entre ele e Andrew agora, e não seria difícil, ainda para um novato extraviado, dar-se conta de que estava sendo seguido por uma caminhonete cheia de homens que pode ou pode que não reconhecesse do campus. Depois de outro quarto de milha, Andrew girou à direita. Marc o seguiu, mas nos disse pelo telefone do Vic, agora em modo de walkie-talkie, que ficássemos ali. —Nos deem um minuto de ver aonde vai, e nós... — Marc se deteve em meio da oração, e um momento depois, Parker continuou: —Ali. Está girando para essa estação de trem. A voz imprecisa e estática do Jace chegou da linha, junto com o chiado dos assentos. —Não acredito que siga funcionando. Olhei fora da janela a minha direita, tratando de ver através de uma linha de árvores detrás de um edifício. A folhagem estava muito grossa pelo verão; e não podia ver nada mais que folhas. —Estarão na estação do trem? — Vic perguntou, apontando sua pergunta para o telefone que eu sustentava acima para ele. —Parece que sim— Marc se deteve, e um papel rangeu desde seu lado da conexão, provavelmente um mapa sendo desdobrado. —Há um parque perto, a uma quadra daqui. Podemos nos encontrar ali e decidir como continuar. vou chamar ao Greg. —Vemo-nos em seguida— Vic pôs o Jipe em marcha, e eu pendurei o telefone. Adiante de nós, a caminhonete avançou pela rua, e nós a seguimos. 192


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Olhei ao Marc através das janelas quadradas. Ele pendurou para quando dobramos a esquina, e momentos depois atravessamos um velho conjunto de vias do trem. A minha direita estava a estação do trem, e pude ver imediatamente por que Jace havia dito que acreditava que não estava em funcionamento. Estava abandonada. Deveria estar. As vias que levavam a estação estavam seriamente oxidadas. Os edifícios, um escritório ou estação de algum tipo, e uma estação de mecânicos, eram velhos e deteriorados, com pintura descascada, janelas quebras, paredes gretadas, e degraus torcidos. Os vagões velhos estavam dispersos através do terreno, tanto sobre como fora das vias, e o chão estava cheio de escombros, incluindo uma grua imensa que alguma vez teria sido utilizada para levantar cargas. A estação mesma se via estranhamente deserta. Era como olhar uma arrepiante casa encantada a meio paralisar rodeada pela imagem de uma perfeita vizinhança branca. E algo me disse que os ruídos estranhos que provinham da estação passavam inadvertidos, ou pelo menos sem ser investigados, todo o tempo. Sorte nossa. Girando sobre meu assento, olhei fixamente à estação depois que cruzamos as vias, até que Vic ingressou no parque. No terreno delimitado com linhas brancas no lado oposto aos balanços, estacionamos ambos os carros, um ao lado do outro, e saímos. Todos olharam ao Marc em busca de novas ordens. -Bom, este é o plano- disse, inclinando-se contra a parte dianteira da caminhonete. —Cruzarei o parque e vou explorar o terreno. Quando voltar, discutiremos uma linha de ação específica. —Permita ir. — insisti, golpeada pelo impulso repentino de demonstrar que meu desempenho de trabalho não estava afetado pela ruptura de nossa relação. Ainda era um membro valioso da equipe, ainda sem o Marc pego a meu quadril. —Sou a mais rápida. Marc sacudiu a cabeça, com sua expressão em branco. —Também é a mais ruidosa. Prefiro entrar e sair sem ser detectado antes de alertá-los a ambos. —Eu não tropeçarei e... —Não— Marc franziu o cenho. E, igual a com meu pai, isso foi tudo. Sabia melhor que continuar com esse ponto logo depois de um sólido ‘não’. Ainda me olhando, Marc se afastou. No bordo do parque, olhou ao redor para assegurar-se de que ninguém mais estava olhando. Então saltou sobre uma cerca metálica e desapareceu atrás do primeiro de pelo menos uma dúzia de vagões presumivelmente vazios. O resto de nós esperou no estacionamento, nos pondo mais e mais impaciente no calor de setembro. Dez miseráveis minutos depois de que se fora, Marc voltou, dando ordens inclusive antes de que chegasse ao carro. Meu pai teria estado orgulhoso. —Parker, você permanece com a caminhonete— disse, procurando as chaves em seu bolso. Estende o plástico sobre todo o piso e corte a corda em seções de noventa centímetros comprimento. — Esperamos tirá-los vivo, mas não estarão bonitos. Espera minha chamada, então leva a van para a entrada principal da estação. Isso é a única via de ingresso para um carro. Parker assentiu, agarrando as chaves que Marc lhe jogou. 193


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Marc se girou para encarar ao resto de nós, enquanto nos encontrávamos parados em uma linha reta como bons pequenos soldados. —Eles estão na estação velha de motores. As janelas estão muradas e obscurecidas, assim não pude vê-los, mas os pude ouvir falando e fazendo ruídos. O sangue corria a toda pressa através de minhas veias, soando em meus ouvidos a um ritmo tão frenético e rápido que pensei que possivelmente desmaiaria. Mas só estava emocionada, e mais que um pouco nervosa. Esta era a primeira grande missão em que participava desde que tínhamos eliminado ao Miguel, e essa missão fora um êxito agridoce. Perdemos a um homem. Nós não poderíamos perder outro esta vez. Nem sequer a um dos tipos maus. Tudo deveria sair segundo o plano. O qual era surpreendentemente simples. —As portas da estação estão fechadas do exterior, o que deixa só duas formas de entrar na estação — Marc dizia, observando a cada um de nós. —Uma porta padrão na frente e em uma na parte traseira. Jace e Faythe, vocês entrarão pela da frente. Irrompam e façam um pouco de ruído para conseguir sua atenção. Não pude evitar me perguntar por que me emparelhou com o Jace em vez de com o Vic. —Vic e eu recolheremos um par de pedras, então entraremos por detrás quando os escutarmos. O objetivo é tomá-los a ambos com um só golpe à cabeça. Sem matá-los. Assim controlem sua força, por favor— ele disse essa última parte olhando ao Vic. Vic cabeceou. —Alguma pergunta? Franzi o sobrecenho, pensando duramente. Certamente havia algo que devia perguntar. Não poderia ser tão simples. Verdade? Mas minha mente estava completamente em branco. —De acordo— Marc assinalou para a cerca na parte posterior do parque, por onde ele entrara na estação. —Iremos aí dentro, sobre esse último painel. Nos deem três minutos para nos acomodar no lugar. Então façam seu movimento. Irá tudo rapidamente dali. Mantenham os olhos abertos e a boca fechada. Nenhuma discussão, e nenhuma comunicação desnecessária. Mantenham suas mentes no trabalho. Compreendem? — Marc pareceu estar me olhando em particular quando disse isso, o qual me chateou. Jace assentiu e me deu uma cotovelada no braço. Olhei com o cenho franzido a Marc mas assenti a contra gosto. Parker subiu na caminhonete para fazer os preparativos, e nós corremos através do parque. O suor já corria por minhas costas e detrás de meus joelhos. Setembro em Telhas era um momento realmente podre para estar perseguindo tipos maus. Saltamos a cerca de um em um, para logo seguir ao Marc, nossos sapatos eram silenciosos na terra dura. Na frente do edifício, Marc assinalou um lugar entre as portas imensas da baía e a porta principal fechada, indicando que Jace e eu devíamos esperar ali. Ele assinalou seu relógio, mantendo acima três dedos, articulando —Três minutos— enquanto ele e Vic se dirigiam silenciosamente para o lado distante do edifício.

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Assenti, já concentrada em meu relógio. O ponteiro dos segundos parecia lento, passando de número em número com dolorosa preguiça. Quando completou seu primeiro ciclo, já estava aborrecida, olhando fixamente ao redor da estação às partes abandonadas, as máquinas, os carros, barris engordurados, e inumeráveis outras sobras dos dias de glória dos trens de carga. A minha direita, Jace suspirou. Inalou profundamente, e eu fiz o mesmo, procurando no ar qualquer sinal do Andrew ou Luiz. Não encontrei nenhum. Nem sequer no pomo da porta, que eles haveriam tocado certamente para entrar em edifício. A menos que entraram por detrás. Se esse era o caso, se a porta principal não foi aberta em anos, pode que estivesse fechada. E assim seria difícil de abrir? Hmm. Atraindo a atenção do Jace, indiquei-lhe de chutar a porta, em lugar de girar o pomo. Jace cabeceou. Olhando seu relógio, sustentou acima uma mão, com os cinco dedos estendidos. Quando encontrou meus olhos, dobrou para baixo um dedo. Então outro. Assenti; sua mensagem era clara. —Cinco… e quatro…— O terceiro dedo baixou, e estudei a porta, tratando de decidir onde chutar. Ali, justo debaixo do pomo. —…Dois…e um— Jace articulou. Ele assentiu para mim, e eu lhe assenti. Meu pulso saltou. Meu coração golpeava forte. Minha perna voou em uma forte patada. Chutamos exatamente ao mesmo tempo, em uma forma quase perfeita. Meu pai teria estado elevado. A madeira se estilhaçou. O metal rangeu. A porta se abriu de repente, inclinada em um ângulo estranho. Arrancado a dobradiça do marco. Por um momento, ficamos parados quietos, olhando fixamente o edifício, esperando a que nossa vista se ajustasse à escuridão dentro. Quando não se ajustou, olhei ao Jace e dei um passo dentro da estação. Aí é quando a figura dentro me veio lentamente em foco. A única figura. Um corpo. Não dois. Franzindo o sobrecenho, pestanejei enquanto olhava à forma parada no centro da habitação, possivelmente a uns trinta pés de nós. Algo estava mau. A figura era muito baixa para ser Andrew, e muito magra para ser Luiz. Seu cabelo muito comprido para ser qualquer dos homens em questão. Cheirei o ar e encontrei um aroma familiar, mas não o que eu esperava. Não era um aroma de um extraviado. Nem sequer era um aroma masculino. —Detenha— ela ordenou, com um acento belamente melodioso e lírico. E enquanto meus olhos se ajustavam um pouco mais, vi que ela nos apontava com ambas as mãos. —Não quero lhes disparar, mas o farei se me forçarem a fazê-lo. Nós não encontramos o Andrew, nem ao Luiz. Encontramos Manx. E ela apontava uma arma apontando diretamente à cabeça do Jace. Capítulo 28 —Whoa— Jace sustentou suas duas mãos em alto em uma familiar postura defensiva. — Manx Verdade? não queremos te fazer dano. Estamos procurando a alguém mas. — Sua voz não 195


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deu nenhuma indicação da verdade pela metade em sua declaração —Provavelmente a mesma pessoa a que você procura. Onde demônios estavam Marc e Vic? Olhei com fúria ao retângulo de luz na escuridão, o contorno de uma porta fechada estava a três metros detrás da gata. Além da porta, algo se moveu, bloqueando parte da luz. Marc e Vic estavam esperando. Eles provavelmente escutaram à gata falar e sabiam que possuía uma arma. Apanhá-la desde atrás provavelmente só conseguiria que disparasse a alguém, assim que eles estavam esperando por uma melhor oportunidade para fazer sua entrada. A gata franziu o cenho ao Jace, mas sua arma nunca vacilo. —Não estou procurando a ninguém. — Seu acento era espesso, mas seu inglês era perfeitamente compreensível. E sua mentira foi tão transparente como um painel de cristal. —Temos um objetivo comum, — disse, esperando que ela não queria disparar a uns aliados em potência. —Podemos nos ajudar. A gata grunhiu e voltou a arma para mim. Meu pulso salto e me fez um nó na garganta. Tomei uma profunda e calmante pausa, e o aroma da gata encheu meu nariz, especiado com esse estranho elemento que não conseguia decifrar. Minha mente retrocedeu ao momento em que minha mãe sustentou a manta vermelha e dourada para que eu a apreciasse. Cheirava lã? Ou algodão? Ou do que fora que a manta parecia? —Seu nome é Manx? — perguntou Jace mais forte do necessário, tratando de atrair sua atenção —e arma— longe de mim. Ela vacilou, deslocando seu olhar entre nós enquanto tratava de decidir quem era a maior ameaça. —O que é esse aroma? — perguntei ao Jace sob minha respiração. Seu aroma de repente parecia ser muito importante. —Ela cheira muito estranho. O que é? Os olhos da gata se abriram de surpresa, então rapidamente se reduziu a fúria. Seus lábios se apertaram. Ela ajustou seu objetivo e minha respiração ficou em minha garganta. O cascalho rangeu detrás de mim. Marc e Vic fizeram a volta pelo edifício? Manx pôs seu dedo no gatilho. —Não! — Jace se jogou diante de mim. A gata apertou o gatilho. Provocou um brilho azul. A explosão ressonou no edifício. Jace se estremeceu com violência, por todo seu corpo. Ficou tenso, logo, se cambaleio para trás. —Não! — Grite, as lágrimas nublavam minha visão. Dei um passo para frente para alcançálo, mas uma mão agarrou meu braço desde atrás, me sacudindo até perder o equilíbrio. Jace caiu ao chão. O aroma do sangue saturava o ar. Manx olhou ao Jace, com sua boca aberta pelo horror. Ela deixou cair a arma. A porta detrás dela se abriu de repente, e Marc entrou na habitação, com algo em uma mão. A gata se voltou para ele e se congelou. Vic correu, sustentando um tubo de aço. Então quem demônios estava me puxando, me afastando do Jace? 196


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— Me solte, — puxei meu braço, tratando de me soltar sem êxito. Dei-me a volta, esperando ver o Luiz e me preparando para lhe romper de novo o nariz. Vi o Andrew em seu lugar. A adrenalina se introduziu em meu sangue com uma sacudida de eletricidade. Sacudi furiosamente meu braço. As mãos suarentas do Andrew se deslizavam por minha pele. Suas unhas arranharam minha carne. Vaie de dor e dei um passo fora de seu agarre, me arrastando para o Jace. Jace piscou para a mim. Aturdida, tratei de esclarecer minha visão. Andrew saltou em meu caminho. Seu rosto estava torcido em uma careta viciosa. Quase não se parecia com o homem que conhecia. Ao homem a que lhe arruinei a vida. Atirou seu punho para mim. Agachei-me, minha perna já estava contra as suas. Meu pé golpeio seu tornozelo. Caiu sobre seu traseiro, vaiando. Seus dedos roçaram a prega de meu jeans. Esquive-o, logo me voltei para o Jace. Vic se ajoelhou a seu lado, com o torso nu, apertando sua própria camisa contra o ombro direito do Jace. Um reflexo de movimento chamou minha atenção. Girei minha cabeça para ver o Marc batendo uma tábua na Manx, que recuperou sua arma e apontava para o Vic. Lhe pegou no braço direito com a parte larga da tábua. A arma caiu de suas mãos e se deslizou sobre o concreto. Manx grito e caiu. Mas em vez de aferrar seu braço lesado, sua mão boa cobriu seu ventre em um gesto familiar de amparo. A manta brilhou em minha mente de novo. A que Natalie bordou. Natalie, quem estava esperando seu segundo… bebê. —Marc, não! — grite. Ele fico imóvel, a tábua apareceu detrás de sua cabeça, pronta para golpear a Manx de novo. —Ela está grávida! A impressão apareceu no rosto do Marc. Sob a tábua lentamente, olhando Manx com uma expressão de assombro —ou talvez horror— como se ela tivesse três olhos em vez de uma microscópica, parasitária, completamente pouco contagiosa invasão em seu útero. Em vez de golpeá-la de novo, ele chutou a arma. Se deslizou através da enorme sala, perdendo-se nas profundas sombras em menos de um segundo. Marc me olhou aos olhos, sua boca já aberta para perguntar como sabia. Em troca franziu o cenho e seu olhar se desagradou a algo detrás de mim. —Cuidado! Dei-me a volta, me agachando enquanto girava. Meus dedos se rasparam contra o arenoso cimento coberto de pó. Andrew estava parado detrás de mim, com seus braços levantados. E uma coisa pesada passou assobiando sobre minha cabeça. Enterrei meu punho em seu estomago. Uma rajada de ar saiu de seus pulmões. Ele se dobrou. Algo duro se estrelou em minha cabeça, e logo ressonou contra o chão. Pus-me de pé, esfregando a nova protuberância em meu crânio, e preparei outra patada. Meu pé se escorregou no tubos que ele me arrojou. Esta rodo sob minha bota. E caí sobre meu traseiro em frente dele.

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Chutou-me e rodei fora de seu caminho. Tome um fôlego rápido, e com ele aspirando pó e uma teia pegajosa. Andrew me chutou de novo, e alcance seu pé. Minha mão se fechou ao redor de seu tornozelo e puxei. Caiu a meu lado, recebendo a queda em ambas as mãos. Girei, e a pinça em meu cabelo se estrelou contra o concreto. abriu-se de repente. Grosso e negro cabelo caiu sobre meu rosto. Ele à parte, me congelando onde estava quando um alto, e desconhecido rugido retumbo de acima de minha cabeça. Lutando com meus pés, olhei para cima para ver uma sombra correndo à esquerda do depósito. E outra para a direita. Olhei fixamente, tratando de ver o movimento na escuridão. Mas tudo o que via eram sombras. A minha direita, Andrew se cambaleou e o eco de um grunhido se formou desde minha esquerda. Ao me dar a volta, vi uma figura escura de três metros e meio de altura, tomando forma à medida que se aproximava. A sombra se esclareceu, expondo a ágil e elegante forma de um werecat em meio de um salto. Luiz. Ele se escondera para Trocar. O gato aterrissou com graça no centro do quarto, em suas quatro patas. Marc o enfrentou, com a tábua de dois por quatro já pronta em suas mãos. Luiz o considerou por um momento, logo se girou para o Vic em seu lugar. —Vic! — gritei. Ele elevou a vista para ver o Luiz voando para ele, mas não teve tempo de mover-se. O gato aterrissou em seu peito, com suas garras ao descoberto. Vic gritou. Eu estava explorando o chão por uma arma, quando algo me golpeou. A dor explodiu. Voei para frente, lançando um pé por diante do outro para me manter de pé. Meus pés se enredaram entre eles e o chão se elevo a meu encontro. Caí sobre minha mão esquerda. A dor se disparou através de meu ombro, revivendo da velha lesão de três meses. Uns dedos se enredaram em meu cabelo e puxaram dele. Apertei a mandíbula para não gritar e me apressei a me pôr de pé para manter meu cabelo em meu couro cabeludo. —A vingança é uma cadela. — sussurro Andrew a meu ouvido, sua voz era um eco amargo do que uma vez fora. —Mas então, é igual a você. —Andrew, espera... Seu agarre em meu cabelo se fez mais forte, e seu punho livre se estrelou contra meu rim. O dor rasgou todo meu corpo, ricocheteando para uma repetição foto instantânea. Minhas pernas se dobraram e me desabei no chão. Pequenos sons de estalos enchiam meus ouvidos, enquanto centenas de cabelos eram arrancados de minha cabeça. Não podia respirar, nem muito menos gritar. Obriguei a meu corpo a mover-se, rodando a pesar da dor. Ele me deu um chute na coxa. Então os golpes se detiveram. Abri meus olhos, e Andrew se foi.

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Manx jazia inconsciente ao outro lado do quarto. Parker se ajoelhou frente a Vic, quem agora estava no chão perto do Jace, quem estava em uma piscina de seu próprio sangue. Além deles, Marc estava de pé, com um tubo de ferro em suas mãos, à frente do werecat. Luiz vaiou, mostrando os dentes. Lanço-se para frente. Marc bateu o tubos. Mas Luiz esquivo o golpe facilmente. Embora Marc já lhe deu ao menos um bom golpe; Luiz sangrava por debaixo de sua orelha direita. Sentei-me, e Andrew pisoteou por mim, dirigindo-se para o Marc. Antes que pudesse gritar, Parker parou de repente e tomou a parte de madeira que Marc deixou cair. Ele golpeou. A tábua se chocou contra o ombro do Andrew. Andrew golpeou o chão, e me pus de pé com cuidado, fazendo uma careta pela dor em minha coluna vertebral. Parker se voltou para o Luiz. Marc agitou o tubos, de novo, e de novo Luiz a esquivou, justo para a trajetória do Parker. Parker bateu, baixo e com arco, como se a tábua fora um pau de golfe. A tábua de dois por quatro golpeio a pata traseira esquerda do Luiz. Luiz gemeu e coxeou para um lado. Marc golpeou com seus tubos o ombro direito do Luiz. Luiz bufou e logo grunhiu. Saltou para sua esquerda, passando ao Marc e afastando-se de seu alcance. Em menos de um segundo, foi-se, coxeando direito para a porta. Marc correu atrás dele com o tubos manchado de sangue ainda apertado em seu punho. —Cuida deles— gritou sobre seu ombro para o Parker. Logo se foi. Andrew o viu ir-se, com sua mandíbula frouxa pela impressão, seus olhos brilhavam com fúria. Fora abandonado, de novo. —Andrew…— comecei, esperando que me acreditasse agora. Agora que finalmente entendeu que Luiz não queria ajudá-lo. E que eu poderia, se me deixava fazê-lo. Ele encontrou meus olhos, e a dor e o ódio nos seus me punha doente de só vê-lo. Odiavame. Não me deixaria ajudá-lo. E ele certamente não me ajudaria. —Que se fodam! — grunhiu através de seus dentes apertados, olhando de mim para o Parker, e depois, de novo para mim. —E fodasse. — Então se deu a volta e correu, direito para a porta dianteira. Corri atrás dele, sem pensá-lo duas vezes. —Faythe! — gritou Parker. —Tenho-o. — Grite, já a metade de caminho para a porta. —Nem te atreva a deixar o Jace sangrar até a morte. —Não! — gritou ele. Mas não me seguiu. Jace e Vic o necessitavam muito mais que eu. Ao menos, esperava não necessitá-lo. Segui o Andrew de volta à esquina do edifício, bem a tempo para ver a porta da abandonada estação de trens fechando-se de repente. Merda. Não sobrava tempo para brincar de esconde esconde. Se alguém reconheceu o disparo do Manx, teriam chamado à polícia. Os policiais provavelmente já se encontravam a caminho.

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Mas uma olhada a meu relógio disse que —incrivelmente— havia a passado menos de meia hora desde que saltei a cerca do pátio da ferrovia. Embora a luta no depósito pareceu durar uma eternidade, foi somente minutos. Graças a Deus. Subi correndo as escalas da ferrovia. —Andrew? — chamei, empurrando a suja porta de cristal. Estava dando minha posição, mas não me importava. Não vim para brigar com ele; vim a me explicar. E a me desculpar. —Andrew Onde está? — meus olhos registraram a habitação, mas não vi nem rastro do Andrew. —Não tem porque ser assim. Só quero te ajudar. — Minhas botas rangiam sobre o vidro quebrado enquanto entrava na habitação, e já dera vários passos antes de me dar conta que podia escutar sua respiração. Rápida e forte. Cheirei o ar quando meus ouvidos não puderam localizar sua localização. Seu aroma era forte e fortemente tingido de ansiedade. Ainda estava no quarto, em alguma parte. Pisando com cuidado, dirigi a um desmantelado posto de informação, a única construção à vista. Quando lhe dei volta à esquina, meu pé tropeçou com uma caixa registradora de metal e me agarrei à gretada bancada para me salvar de uma aterrissagem de bruços em um montão de cristais de janelas destroçadas. E ali, escondido atrás do balcão entre um quadro de metal e a parede, estava Andrew, sem camisa, com suas calças curtas de cor cáqui desabotoadas. Ficou imóvel, me olhando com suas duas mãos em seu fechamento. Sua camiseta jazia a seus pés. Estava despindo-se para poder Trocar. E me matar. Pude vê-lo em seus olhos. Tomei ar lentamente, devastada pela raiva nas linhas de seu rosto. —Andrew, tem que deixar-me— equilibrou-se sobre mim. Em forma humana, e de estar completamente escondido, de repente estava no ar. Seus ombros se chocaram contra meu peito. Meus pés deixaram o chão por só um instante. Então golpeei o piso, e seu peso tirou o ar de meus pulmões. Sentou-se sobre meu estomago, seus joelhos apertando contra minhas machucadas costelas. Minhas costas queimava em uma dúzia de lugares, no que cada parte de cristal se incrustava através de minha blusa e em minha carne. Fique aturdida e sem fôlego, desejando poder alcançar as algemas que apareciam em meu bolso. Andrew grunhiu, com seus olhos entrecerrados, seus lábios retirados de seus brilhantes dentes quadrados. Estava em forma humana, mas seu gato interior tomou o mando. E estava furioso. —Me escute. Não quer fazer isto. — Coloquei meus braços entre nossos corpos e levantei minhas mãos sobre seu peito. —Eu posso te ajudar. Me deixe me levantar e falaremos. Empurrei contra ele, mas não se moveu. Andrew não era tão grande como meu companheiro agente, mas ainda me superava o bastante. E graças a mim, sua força era de um werecat. Poderia fazer que se movesse mas não sem feri-lo, mas não queria feri-lo se não precisava fazê-lo. Já o prejudicara irreparavelmente.

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—Já terminei de falar contigo. — Grunhiu Andrew, seus olhos nadando em raiva. Sua mão agarrou meus bíceps esquerdo, forçando-o para o chão, e fiz uma careta quando um vidro se enterrou em meu braço. —Bom, não terminei de falar contigo. — Encontrei seus olhos, a só centímetros de meus. Sua ira impregnava a habitação como certamente o fazia seu aroma, e era provavelmente um mau momento para insistir em uma conversação. Mas precisava lhe explicar. Ele precisava saber a verdade. —Nunca quis te infectar. Foi um acidente. E estou tratando de ar... Seu punho voou, e minha bochecha explodiu. As lagrimas se formavam em meus olhos, e solucei em voz alta, não de dor —embora certamente doía— se não de angústia. O Andrew que conhecia nunca tivesse ferido a ninguém, muito menos a mim. Fechei meus olhos e respire com meus batimentos. —Isto é o que fez às mulheres? Às strippers? —Sim. — Cuspiu Andrew, e meus olhos se abriram de repente. Fixou seu olhar em mim com seu nariz dilatado. —Quer escutar sobre isso? Sacudi minha cabeça, tragando sangue do novo corte no interior de minha bochecha. Não queria escutar sobre isso. —Escolhemo-las porque se viam como você. Levava-as fora sozinhas. Era fácil, evidentemente não pareço perigoso. O que te parece essa ironia? Mas já não sou inofensivo, nunca mais. Sublinhou sua pergunta com outro golpe em minha outra bochecha. Mais dor, e esta vez luz brilharam detrás de meus olhos. Mas não o golpeie. Luiz converteu Andrew no monstro que era, mas lhe estava dando uma oportunidade. Eu não ia ferir o Andrew nunca mais. —Matou-as porque se pareciam comigo? — traguei fortemente e senti a meu próprio sangue. —Não parece justo. —Tentamos as infectar. A morte foi um desafortunado efeito secundário. E a vida é injusta. Você me ensinou isso. Luiz me ensinou algo um pouco mas pratico. — Seu punho voou de novo, golpeado meu lado esquerdo esta vez. Ofeguei. Logo mordi meus lábios para não gritar. Quando pude respirar de novo, olhei seus olhos com valentia, as primeiras faíscas de ira brilharam com um rescaldo de culpa e pena. —Ele te deixou, Andrew. Foi, mas estou aqui. O que te diz isso? —Que não é tão inteligente como acredita. — Seus olhos brilhavam com uma satisfação cruel. —Ele te queria viva. Eu não. — Andrew se apoio a minha esquerda, e suas mãos se envolveram ao redor da velha caixa registradora. A maldita coisa pesava pelo menos cinquenta quilogramas. Nunca seria capaz de levantá-la. Mas o fez. Tiro-a do chão, agitando seus braços pelo esforço enquanto a levantava por cima de sua cabeça. —Não! — o pânico injetou adrenalina em meu sangue, e toquei o piso procurando algo que pudesse utilizar como arma. Pedaços de vidro quebrado em minhas mãos. Meus dedos se fecharam sobre algo comprido, frio e duro.

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Andrew grunhiu e seus braços se esticaram. A caixa registradora tremeu em suas mãos, diretamente sobre minha cabeça. Levantei a arma que não via, tratando de nocauteá-lo antes de que me esmagasse o crânio. Meu objeto improvisado se enterrou na carne. O sangue se derramava sobre mim, quente e úmida. Seu corpo inteiro se sacudiu. Empurrei-me para trás e lancei ao Andrew para um lado. Suas mãos se abriram e a caixa registradora se estrelou contra o chão onde esteve minha cabeça. Engatinhei através do chão, ignorando os vidros que cortavam minhas mãos. Andrew se sentou contra a parede, seus olhos estavam estreitos e vazios. Suas mãos se aproximaram de sua garganta, agora atravessada por um pedaço de ferro da ferrovia. Vi muda de horror como saía seu sangue. Tudo passou em segundos. Suas mãos se afrouxaram e caíram em seu colo. Seu peito nu deixo de subir e baixar. E enquanto seu coração deixava de pulsar, o fluxo de sangue se reduziu as gotas. Ainda estava sentada no chão, em uma nebulosa de luz que se filtrava pelas sujas janelas, olhando a gigante piscina de sangue que primeiro poluía e depois derramava. Andrew estava morto. Eu o matei. E não podia sentir nenhuma maldita coisa. Capítulo 29 Marc nos encontrou, depois de uma eternidade, embora jurava que não podia ter passado mais de dois minutos. Deslizou-se pela porta principal, com olhos brilhantes, preparados para arrancar a qualquer de nós que tivesse sobrevivido. Em uma só olhada arrebatadora, escaneou toda a sala: escombros dispersos, o sangue do cadáver, e eu. Não me perguntou o que aconteceu. Ele só me ajudou a me pôr de pé e me abraçou, sem fazer caso da mancha do sangue que deixava sobre ele. Recordo-o me perguntando se estava bem. E lembro que não soube a resposta. —Faythe, necessito que faça algo por mim— disse, me limpando uma mancha de sangue do queixo. —Necessito que guarde o que está sentindo agora. Ponha em uma caixa em sua mente, sela-o e guarda-o com todas as suas outras lembranças— Tomou a mão e se deu conta das lascas de vidro Incrustados, que começou a retirar enquanto falava. —Mais tarde, pode abrir a caixa, e passar pelo que há dentro. Mas por agora, necessito que o guarde. Temos que limpar tudo, e sair daqui antes que chegue a polícia. Entende-me? Ainda intumescida, assenti. Entendi. Era o momento de salvar o dia. Outra vez. —Luiz? — Perguntei-lhe, Marc me levantou os braços e pós a blusa por cima de minha cabeça. —Escapou. — Ele me pôs brandamente pelos ombros e começou arrancando fragmentos de vidro de minhas costas. Pensei que me doeria, mas eu não sentia nada. —O parque tem um caminho até o bosque de pinheiro, e se deslizou através das árvores. Eu não o pude apanhar em dois pés, e não podia deixar ao resto de vocês. Não se preocupe. Vamos por ele. Claro que o faria. Igual a mim, por ter ido Andrew.

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Vic resultou estar bem. Luiz arranhou a merda fora dele, mas os arranhões, embora compridos, eram em sua maioria superficiais. Inclusive foi capaz de ajudar com a limpeza, assim enquanto que Marc me estabeleceu e me trocou com sua camisa, Parker e Vic se ocuparam da Manx, teve que ser algemada, apesar de um pulso muito torcido, e a levaram com cuidado à caminhonete. Ela estava viva mas inconsciente, e não poderíamos imaginar quão mau estava. Ou como estava o bebê. Jace recebeu um disparo no ombro. Perdeu muito sangue e foi à deriva dentro e fora da consciência, mas Parker disse que não parecia fatal. Já chamou a meu pai e ao Dr. Carver, que prometeu ir ao rancho imediatamente. Atiramos aos dois sangrentos e o tubos de ferro na caminhonete e logo Parker e Marc envolveram Andrew em uma bolsa de plástico, mantendo-a fechada com fita adesiva. Absorvi seu sangue do chão com um rolo de toalhas da loja, que atamos em uma bolsa de plástico, junto com minha blusa em ruínas. Os meninos jogaram branqueador sobre a mancha, de uma garrafa meio cheia que se encontrava em um dos banhos abandonados. Fizemos o melhor que pudemos com o pouco que podíamos. Esperávamos que fora o suficientemente bom. Marc se dirigiu a Lazy S, com o corpo do Andrew na caminhonete. Manx estava junto a ele, atada e ainda fora de combate, e a visão que tive dela me recordou à indignação de minha recente viagem na parte traseira de uma caminhonete estranha, também estão vinculados em sua maioria inconsciente. Remeti esse pensamento longe, em uma das caixas do Marc mental. Algum dia ia ter que limpar minha memória, e não ia ser bonito. Segundo as instruções de nosso Alfa, Parker levou o automóvel do Andrew em um campo vazio a uma hora e meia ao oeste de Henderson, onde Owen o recolheu. Apesar de suas lesões, Vic insistiu em que conduziria seu Jipe, assim que me sentei na parte traseira com o Jace, fazendo todo o possível para mantê-lo cômodo. Ficou com sua cabeça em meu colo. Os três nos estremecemos em cada buraco no caminho. Em casa, minha mãe, desinfeto-me as incisões, estalou a língua pelos roxos, e considerou o peito do Vic, depois da anestesia com um creme tópico. Fez que Jace estivesse o mais cômodo possível no sofá da sala, forrado de plástico para evitar manchas de sangue. Despertou pouco depois de chegar a casa, e me sentei com ele durante quase uma hora. Disse que pensava em que Manx me via como um objetivo. Logo, brincou sobre como deveria me haver empurrado fora do caminho, em vez de saltar diante da bala. Dei-lhe obrigado por ser um idiota. Então o beijei na testa e lhe deixe um tigela de sorvete em condolência. Manx terminou no quarto de hóspedes, onde minha mãe passou a maior parte das primeiras horas depois de nossa volta esperando que a misteriosa gata abrisse os olhos. Fora a primeira em surpreender-se, então o prazer de saber que Manx estava grávida, e ela confirmou meu diagnóstico de aficionada com uma rápida aspiração. Mas ela se sentiu mais preocupada com cada hora que passava sem que Manx despertasse. Eu não sabia como me sentiria a respeito da tabby que causou tantos problemas. Matou ao menos a três gatos na última semana, e disparou ao Jace, embora o mais perto que pude ver, ela 203


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realmente apontou ao Andrew, que se colocou atrás de minhas costas. Entretanto, havia problemas para sentir alguma simpatia real. Mas o bebê não podia ser considerado responsável pelas ações de sua mãe. Inclusive isso tive que admiti-lo. Enquanto minha mãe dividia suas funções de enfermeira entre o Manx e Jace, eu passei horas no escritório com meu pai, ajudando aos meninos a reconstruir todos os detalhes microscópicos de nosso dia, em Henderson. A caixa que se encheu em minha mente ficou perfeitamente selada enquanto a enchi com os esforços do Luiz de criar uma gata extraviada e com a participação do Andrew no projeto. Eu os disse que pensava que as estudantes universitárias, que Luiz matou durante o verão foram parte do mesmo plano. Eu disse que matei Andrew em defesa própria. Meu pai não estava feliz. A morte do Andrew seria um golpe mais contra mim, no olho coletivo do Conselho. Ainda teria que ser julgada, e agora não havia nenhuma testemunha a declarar que a infecção, era de fato um acidente. Ao parecer, matar o humano infectado que eu não previa infectar em primeiro lugar. Curioso, não? Minha reação com a gata não era muito melhor. —Disparou ao Jace? — Ninguém falou. Nenhum de nós sabia o que dizer, como meu pai passeava frente a seu escritório, esfregando o queixo com fúria. —Dar caça ao Luiz em forma humana? Com uma arma? Que tipo de gato extraviado faria isto? —O tipo grávida. — A boca do Vic se contraiu, tratando de negar um sorriso em toda regra. Vi a reação de meu pai, com cuidado, e não foi decepcionado. Não lhe surpreendeu no mínimo. —Sabia! — Acusou-me, saltando da cama a pesar da dor nas costelas. —Você sabia desde a primeira vez que cheirou seu aroma. Por que não nos disse? —Você disse que me tratam como se fosse feita de vidro. — Quando sua resposta claramente não lhe acalmou, prosseguiu. —Eu não lhe disse porque não queria que nenhum de vocês estivesse em condições cegas pela ameaça que representa. Assim que ela está grávida. Ainda assassinou a três gatos, e agora disparou ao Jace. Falando disso, Onde está a maldita pistola? Nesse momento, dei-me conta do muito que realmente respeito a meu pai. Ele não estava disposto a deixá-la fora da situação proverbial só porque ela estivesse grávida. —Guardamos na gaveta — disse Marc. Meu pai assentiu com a cabeça e disse a todos que conseguíssemos algo de comer. Justo depois de 8:00 PM o Dr. Carver finalmente chegou a fazer cargo dos pacientes. Dos quatro de nós. Declarou que as costelas estavam intactas e me disse que estava bem para trabalhar, apesar dos múltiplos cortes e as contusões. Ele elogiou aos pontos de minha mãe: —Formosas— e disse que Vic estaria bem, e que sua recuperação se aceleraria grandemente se trocasse logo no que se sentisse bem.

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Com as feridas de menor importância, o Dr. Carver caminhou pela sala, onde fez o que pôde pelo Jace. Esterilizou a ferida, tirou a bala e lhe enfaixou o buraco no ombro. As ordens para o Jace eram muito parecida com a do Vic: transformaria-se logo que fora possível. Manx lhe preocupava mais, porque ela não recuperou a consciência. Lhe tirou as algemas e lhe deu um exame completo, depois do qual disse a minha mãe que a gata tinha aproximadamente quatro meses de gravidez, e que o batimento do bebê estava ainda forte. Como era o da mãe. O pulso dela estava fraturado pelo confronto com o Marc de dois por quatro, por isso o doutor a engessou. Além disso, disse, que o único que podíamos fazer era que estivesse mais cômoda e esperar a que despertasse. Tanto que minha mãe tomou um interesse ativo e não foi a única. Os meninos estavam completamente fascinados pela Manx. Todos sabiam que ela era oficialmente uma garota má, mas em todo caso, a fazia ainda mais fascinante. Parker e Vic se detiveram na porta de entrada a intervalos aleatórios, só para olhá-la. Jace provavelmente haveria feito o mesmo se pudesse caminhar. Mas do que não pareciam dar-se conta, algo do que eu estava mais que disposta a lhes dizer, é que o início de massacre dos três gatos foi faz quase dois dias, parece que a gatinha extraviada não era de muito uso para os homens. Embora a gente obviamente encontrava um uso para ela. Meu pai e Marc questionaram a Dan Painter sobre a Manx muito tempo, no celeiro, já que Ryan ocupava a jaula, mas não chegaram a grande parte de algo novo. Não pensava que estava grávida e não sabia seu nome real. Nem de onde era. Só sabia que esteve indo de povo em povo, em resposta a uma série de chamadas curtas de telefones celulares de um homem com um forte acento. Ela não matou em cada parada, nunca tocou a um ser humano, e só eliminava aos gatos que ‘sujou’ com ela. Manx, ao parecer, não gostava de ser tocada, uma lição que Dan Painter aparentemente aprendeu rapidamente e bem. Que foi um ponto a seu favor, para mim. Depois de várias horas, não houve informação nova, meu pai deixou ir ao Painter, com a promessa de que se podia manter o nariz fora do território por um ano, então poderia solicitar oficialmente a admissão na oferta do Pride que nunca lhe o ouviu antes oferecer. Com essa promessa, Painter partiu ao Mississipi com a cauda entre as pernas e seu número de telefone e a direção, nos arquivos de meu pai. Na noite de terça-feira, vinte e quatro horas depois de nossa chegada à estadia, o Dr. Carver fazia uma segunda ronda de visita ao Jace e a Manx, e retornou a seu hotel, que o Pride pagava. Meu pai fez um relatório detalhado ao Conselho Territorial, e chamou Michael e Ethan para lhes dar uma atualização. Ethan não tomou a notícia da lesão do Jace bem, e estava ansioso por voltar para casa, mas meu papai lhe ordenou permanecer em honra a Jamey Gardner, e representar adequadamente a nossa família. Na hora do jantar, Jace se estabilizou o suficiente para transladar-se à casa de hóspedes, em sua própria cama. Parker criou um reprodutor do DVD extra na sala que Vic e Jace compartilhavam, e alugou quase duas dúzias de filmes de ação para ajudar a sua recuperação.

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Depois do jantar, sentei-me na esquina da cozinha, aconchegada em uma poltrona fofa, com o último livro de Stephen King. Mas eu não podia me concentrar na história. Não com o Luiz livre e o sangue do Andrew em minha consciência. E com os motivos da gata sendo desconhecidos. Fui para sala que os meninos já estavam chamando: Sala da Manx, em parte porque queria estar ali quando despertasse. Minha curiosidade construiu com cada passo das horas, até que quase estava desesperada por saber quem era ela, e por que sabia do Luiz o suficientemente bem para que merecia morrer. Porque, francamente, ela tinha razão. Mas nosso desejo de morte mútuo para o Luiz não fez a meu inimigo amigo… depois de tudo, matou a três gatos inocentes, um par de companheiros que se encarregavam de fazer guarda. Fiquei no quarto de convidados para me assegurar de que quando despertasse, haveria ao menos uma pessoa na sala disposta e preparada para manter Manx se por acaso ela tentasse sair. Às 8:13 PM, enquanto minha mãe regava um vaso de barro de begônias no batente, Manx finalmente abriu os olhos, depois de quase trinta horas de inconsciência. O primeiro que disse, em sua chiante voz e seu acento, era: —Onde está minha pistola? Ri-me em voz alta, e quase deixe cair meu livro. Minha mãe girou ao som da voz da gata, e estabeleceu seu regador perto da biblioteca. —Está encerrada no escritório de meu marido— disse ela, cruzando a sala com graça para a cama. —Não podemos permitir que caminhe com ela ao redor armada e carregada. Isso seria irresponsável. —Onde estou? — Manx perguntou, empurrando-se a si mesmo em uma posição sentada com sua mão ilesa. inclinou-se para os lados para conseguir um olhar a seu redor ao ombro de minha mãe. —Quem é? —Sou Karen Sanders, e está em minha casa. Tem um pulso quebrado e esteve inconsciente durante um dia e meio, mas o médico pensa que vais estar bem. E o estará seu bebê. Com sua mão ilesa. A tabby acariciou seu estômago, ainda quando não era visível. Minha mãe se instalou em uma cadeira junto à cama. —Tem perto de quatro meses, verdade? Manx assentiu com a cabeça, seus cachos ricocheteando sobre seus ombros. —De quem é? — Perguntei-lhe através do quarto, e lamentei a pergunta imediatamente quando ambas tentaram me incinerar com as chamas de seus olhos. Manx se agarrou o estômago mais forte. —Ele é meu. Minha mãe me olhou friamente. —Qual é seu nome, querida? Piscou surpreendida, minhas mãos apertaram meu livro. Querida? Tanto como o apelido que sempre me incomodei, querida. —Meu nome é Mercedes, mas tenho o do Manx a muito tempo... A Tabby olhou suas mãos, brincando com a costura de sua blusa. —O que prefere? — Minha mãe agarrou um molho de fios e duas agulhas de tecer da mesinha de noite. 206


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Manx deu de ombros. —São só nomes. Sentamo-nos em silencio durante vários minutos, até que já não pude suportar todas as perguntas sem resposta. —Por que persegue o Luiz? Minha mãe se retorcia em sua cadeira para me olhar, mas me ignorou. Para minha surpresa, a tabby respondeu com voz forte com o ódio e a determinação. —Ele é um monstro. Vou mata-lo— Vacilou, e se reuniu com meus olhos, ela acusou. — quando me encontrar com ele. Soprei. —Te una ao clube. —Conhece , Luiz? —Pode que saiba disso. — Eu não poderia resistir um sorriso. —Rompi-lhe o nariz. Manx riu, e o alegre som repentino me agarrou por surpresa. —Eu também Um sorriso se reflito em meu rosto. Ela podia lutar. É obvio que podia lutar. Matou a três gatos com suas mãos livres. Provavelmente só leve a pistola, porque -segundo minha mãe- o deslocamento depois do primeiro trimestre poderia ser perigoso para o bebê. Olhei cuidadosamente a Manx, curiosamente, apesar de minha ira e precaução. Quem é esta mulher grávida, esta garota, porque ela não podia ter mais de vinte anos e lutado com o Luiz, depois, perseguiu-o por três estados pela honra de pôr uma bala em sua cabeça? —Quando lhe rompeu o nariz? — Perguntei-lhe, mais fascinada pela Manx com cada palavra que pronunciava. —Quando ele tomou a meu bebê. —Seu bebê? — Joguei uma olhada a seu estômago, onde sua mão ilesa ainda descansava sobre o branco edredom de plumas, as unhas desiguais, os dedos cheios de calos. Ela sorriu brandamente e sacudiu a cabeça. —Meu primeiro bebê. Eu briguei com ele pelo menino. Rompi-lhe o nariz e o tire de seus braços. Mesmo assim ele tomou a meu filho— Olhou através dos olhos de minha mãe encantada. —Necessito a pistola. Não posso matá-lo sem ela, e não vou captura-lo vivo. Não outra vez— Com sua mão livre acariciou o ventre plano e seus olhos endurecidos. —Não vou perder a este bebê. Capturando-o vivo. Um dilúvio de compreensão súbita se apoderou de mim, e eu lutei para não me afogar nela. estivemos tão perto da verdade. Manx foi uma das desaparecidas Tabbies da América do Sul. Ela estava entre as primeiras vítimas de um projeto ambicioso, destinado a proporcionar uma brutal raça-Tabbies capaz de ser como um gato da selva provavelmente vários felinos da selva da Amazônia. Sara, Abby, formavam parte do projeto. Mas além disso, as estudantes universitárias mortas e strippers também participaram, nas tentativas do Luiz de criar tabbys, junto com o maior plano para tomar. 207


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De algum jeito Manx lutara por livrar-se de seus captores e agora em busca de vingança. Eu não podia deixar de respeitar isso. —Está a salvo aqui— disse minha mãe, quase cantando enquanto acariciava a mão da tabby. —Não vamos deixar que nada aconteça a você ou a seu bebê. Mas Manx se mostrou cética. Francamente não acreditou, como se o conceito mesmo da confiança fora alheio a ela. Algo que era compreensível, tendo em conta que passou os últimos quatro anos no inferno. Em um lugar onde cada homem que via a golpeava e a violava. Então um deles roubou a seu filho. Aprender a confiar nos homens uma vez mais era, provavelmente, a coisa mais difícil que Manx faria. Se isto fosse possível. E de repente compreendi por que matou aos gatos. Não é desculpa, sobre tudo porque não podia imaginar ao Jamey Gardner ferindo alguém. Entretanto, Manx não sabia. Quão único sabia é o que viveu e estava decidida a não voltar a passá-lo. Abri a boca, com a intenção de dizer algo brilhante, e reconfortante e singularmente apropriado. Mas antes de que pudesse pensar em uma só coisa, a porta chiou e se abriu no extremo da sala, e os passos golpeando no piso. —Greg— Marc chamou, correndo além do quarto em nada mais que jeans e um par de botas de trabalho. Estava fora de minha cadeira em um instante, correndo atrás dele a tempo para ver meu pai sair de seu escritório, com uma caneta em uma mão e um bloco de papel de notas na outra. —O que acontece? —Ele está aqui. — Marc se inclinou, apoiando as mãos sobre os joelhos enquanto recuperava o fôlego depois do que percorreu, obviamente, uma corrida louca da casa principal. — Luiz está aqui. O sangue se retirou de meu rosto, e me golpeio o frio aparecendo em meus braços. Por um momento, eu não podia me mover. Quase não podia nem respirar. Logo, um lento sorriso em meu rosto. Luiz está aqui. Em nossa terra. Minha terra. Estávamos meia dúzia de nós, e só ele. Eu ia ter uma segunda oportunidade para ele. Ou era minha terceira? Independentemente, seria minha última, e quando tudo tivesse terminado, seria um gato extraviado menos de que preocupar-se. —Onde? — Perguntou meu pai, enquanto cruzava o corredor a meu quarto, escutando ainda como eu me preparava para lutar. —No bosque. Parker se encontrou com seu aroma no bordo posterior da propriedade, ao passar a corrente. É fresco— Os meninos estiveram patrulhando duas vezes ao dia desde que retornamos de Henderson, no caso de. —Faythe! — Meu pai gritou enquanto tirava minha camisa sobre minha cabeça, na preparação a me transformar. Seria suicida fazer frente a Luiz de novo em duas pernas. Ainda com o sutiã e as calças curtas, corri ao escritório, onde Marc, Vic, e Owen, estavam, ao parecer me esperavam. Meu pai assentiu com a cabeça quando me viu, então se voltou para os meninos.

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—Vic, Marc, quero que se transformem, logo se estendeu para o bosque com o Parker. vamos procurar em cada canto de nossos bosques, e conservá-los, também—Fez uma pausa, esfregando-as têmporas com uma mão já que considerava a forma de continuar. —Owen, vá à casa de hóspedes e ajuda ao Jace. Que cerca à cama do Ethan, continuando, transforma-te e une a nós. Owen se dirigiu diretamente para a porta. —Movam-se em silêncio e com rapidez— disse meu pai. —Não vá longe de sua posição até que encontremos ao Luiz, e uma vez que o tenham encontrado rujam forte o suficiente para acordar ao maldito condado. Esqueçam-se de capturá-lo com vida. Manx pode nos dizer o que precisamos saber a respeito de suas companheiras Tabbies. Vamos por este gato extraviado de uma vez por todas. Fiquei assombrada com meu pai, uma emoção que percorreu em silencio através de mim. Ele ia a caça, também. Pela primeira vez desde que me converti em um valentão, ia caçar junto com meu pai. Meu Alfa. —Faythe? —Sim? — Eu estava preparada para suas ordens, desejosa de um pouco de ação. Luiz merecia a morte lenta e dolorosa pelo que havia feito ao Andrew, Manx, e a todas as demais garotas. Meu pai olhou aos olhos, sua expressão séria e sei de que se trata. Cético. Merda. —Quero que fique aqui enquanto exploramos o bosque —É obvio que não... — eu comecei, mas ele me interrompeu com um olhar furioso e um forte apertão em meu braço esquerdo. —Por uma vez, vai fazer exatamente o que te diga. Esse é seu trabalho. Se não poder seguir ordens, pode passar a noite na jaula com o Ryan. Está claro? assenti a contra gosto, e ele continuou. —Estou tomando a todos os meninos comigo, assim podemos cobrir os bosque mais rapidamente. Mas não posso deixar a sua mãe, Manx, e ao Jace aqui sem saber que posso contar contigo para cuidar deles. Para defendê-los, em caso de necessidade. Um indício de um sorriso apareceu em meu rosto, apesar de meus melhores esforços para mantê-lo oculto. —Quer que proteja às mulheres, meninos e feridos? Meu pai franziu o cenho. Era óbvio que não percebeu o motivo pelo qual encontrei minha missão de uma maneira divertida. —Bom... sim. Pode dirigir isto? —Parece que serei uma babá, e prefiro ir de caça. —Todos temos feito nossa parte para cuidar de meninos recentemente, — disse Marc, atirando em meu rosto o tempo que estive sob arresto domiciliar. —Pensa nisso como o pagamento de suas dívidas.

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Olhei-o. Mas logo assentiu com a cabeça. Eu poderia pagar minhas dívidas, inclusive se meu pai estava utilizando esta atribuição para me manter a salvo da ação. —Bloqueia todas as portas e janelas até que voltemos. E fecha as cortinas, no caso de... A voz de meu pai se foi aprofundando e com a ira ao pronunciar que normalmente teria sido uma ordem ridícula. Nunca necessitou bloquear tudo antes, porque nunca foi ameaçada na casa por ninguém, mas nosso Alfa, considerava seu direito de intimidar a merda que vivem fora de nós sobre um lugar regular. Por um momento, enquanto me observava, meu pai parecia que sorria. Logo passou o momento, e sua expressão não se pôde ler de novo. —Obrigado— disse, e os meninos lhe seguiram pelo corredor e saiu pela porta de atrás. Eu os vi até que dobraram à esquina da casa e saíram de minha vista. Quando eu já não podia ver suas sombras enquanto a tarde se estende detrás deles, voltei-me pesadamente e lentamente para a porta, que fechei com chave. Deixe a porta aberta para o Owen e Jace, e logo fui a meu próprio dormitório, para iniciar o fechamento e bloqueio de janelas. Como já passou a alavanca para bloquear uma parte, a alta janela de meu quarto de banho, ouvi ranger a porta ao abri-la. Owen chegou com o Jace. —Faythe, é você? — Minha mãe me chama como fechava a cortina de renda. —Sim. Estou fechando as janelas— Com a sala coberta, transladei-me para Ethan, onde havia duas janelas fechadas e asseguradas no momento, Owen estava na porta, ajudando ao Jace com um braço ao redor de seu torso. —Tempo de combate— burlei-me. —O médico só pode mover-se tão rápido como o paciente. — Owen baixou ao Jace brandamente sobre a cama do Ethan. —Estará bem até que voltemos? —Sim—. Jace assentiu. —Só liga o televisor antes de ir, por favor. Owen pressionou o botão de ligar da TV do Ethan e depois saiu para a porta, desabotoando a camisa em preparação a transformar-se. Entreguei ao Jace o controle do televisor e lhe dei um beijo na bochecha sem barbear, e logo vi o Owen na sala fechar a porta detrás dele. Nos próximos minutos, fui de quarto em quarto, bloqueando janelas e fechando cortinas. Senti-me como uma idiota. Se Luiz era forte e o suficientemente rápido para ultrapassar aos meninos, algumas janelas fechadas não iriam lhe dar mais de um momento para as ultrapassar. O que significava, se é que chega tão longe, que os únicos que estariam seriam os mais débeis membros da família e uns extraviados sicóticos... bom, eram-no para mim. E dei a bem-vinda a uma oportunidade de chutar o cérebro do Luiz por, violação, o roubo do bebê. E outra vez pela merda que era. Capítulo 30

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Deixei a janela do quarto de hóspedes por último, e por um momento fiquei observando a Manx e a minha mãe, maravilhada pelo cômodas que pareciam uma com a outra. Manx usava a camisola de renda em que minha mãe a vestiu, ressaltava sua cascata de cachos negros. Seu braço direito estava em um gesso e tipoia, e sua mão esquerda sustentava um copo de água. Via-se feminina e delicada, e incapaz das coisas que agora sabíamos que fez. —Em um primeiro momento levaram a quatro de nós, — disse, olhando seu copo. —Já estavam com a Ana quando agarraram. Mantiveram-nos separadas, mas nos podíamos ver uma à outra através das barras. Ela era tão jovem… Retrocedi para escutar da sala, com temor que parasse de falar se entrava. —Que tão jovem? — perguntou minha mãe, e soube que ela estava pensando em Abby. —Possivelmente quinze? Quinze? Minha mãe ofegou, e meus próprios olhos se fecharam com horror. —Ela gritava por sua mãe. Eu também gritava pela minha, — confessou Manx em voz baixa. —Quando perdi minha cauda. Muita dor. Bem, isso explica o nome, pensei, não disposta sequer a imaginar como podia perder sua cauda. —Como escapou deles? — perguntou minha mãe. —Aqui, me deixe te encher novamente isso, querida. — Sua cadeira rangeu quando ficou de pé, e passos suaves se arrastaram pelo quarto para o banheiro principal. —Faythe, é grosseiro rondar nas portas. Bem, demônios. Dobrei a esquina e entrei, com minhas bochechas em chamas. Manx me observou fechar a janela, e esclareceu sua garganta enquanto eu deixava o quarto. —Faythe? É bem-vinda a ficar. Encrespei-me com irritação. É obvio que era bem-vinda a ficar. Era minha casa. Deixei-me cair em uma poltrona de frente à porta e observei a minha mãe cuidar da Manx. A homicida grávida. —Como escapei? — perguntou Manx enquanto corria a água no quarto de banho. —Lutei. Finalmente sei que se não lutar, perco também a este bebê. Mamãe cruzou o quarto novamente e entregou de novo o copo a Manx. —Faz quanto tempo perdeu ao outro? —Não um. Dois. Minha mãe fez um som afogado estranho, engasgando-se provavelmente com seu próprio horror. Fechei os olhos, tentando imaginar como pode sair uma mulher de tanta tragédia com a mente intacta. Simplesmente porque eu ainda não quisesse meus próprios filhos não significava que não pudesse entender a perda de um. Ou dois. —Luiz tomou a dois de seus bebês? — Mamãe caiu na cadeira ao lado da cama, encontrando os profundos olhos cinzas de Manx com uma emoção muito além da mera lástima. —Ele, e outros. Eles me tiraram os bebês dos braços ao momento de nascer e os mataram. Um... — sua voz se quebrou, e seus olhos se encheram com lágrimas ante a lembrança —por um. Mas não este. Manterei este, e vingarei os outros. 211


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—Por que mataram aos bebês? — não pude resistir o perguntar, meus dedos jogando pela costura no braço da cadeira. —Pensei que todo o objetivo deles era tomar mulheres para fazer bebês e incrementar o tamanho do Pride. —Bebês, — disse Manx, com seus olhos tão cheios de dor que logo que podia suportar o olhá-la. —Eram muitos homens. Só queriam meninas. —Conseguiram alguma? Minha mãe me lançou outro olhar furioso, mas Manx assentiu gravemente. —O ano passado. Da Ana. Ela alimentou ao bebê por dezesseis meses. Mas logo apartaram à menina, porque não faz mais bebê enquanto faz leite. Ana se voltou louca. —Isso é atroz! — gritou minha mãe. Era a pior palavra que sabia. De acordo com minha mãe, a lista de atos atrozes incluía tudo do terrorismo ao genocídio. E aparentemente qualquer delito que separasse a uma mãe de seus filhos. Mas neste caso, eu concordava. —Dan Painter disse que Luiz te estava chamando— Parei e aproximei da cama vacilante, cansada de ter que esquivar a minha mãe para ver a gata. —Onde conseguiu o telefone, e como conseguiu ele seu número? Minha mãe me franziu o cenho, mas Manx pôs cuidadosamente o copo na mesinha de noite. O movimento a fez estremecer, e tencionou seu braço lesado. —Tomei o telefone do homem que matei para escapar. O telefone do Luiz está no telefone. Escutei antes falar com os homens, assim sei onde vai. O chamou. Ele me diz onde está, e que vá por ele. Afundei-me no extremo da cama, com cuidado de não sacudi-la. —Por que diabos faria isso? —Para me ter de volta. É obvio. Luiz estava provocando-a para que fora atrás dele. Ela era o ‘negocio’ do que ele e Andrew planejavam encarregar-se antes de vir detrás de mim. Manx soube todo o tempo o que ele planejava, e mesmo assim foi atrás dele. Esta era uma gata corajosa, e tanto como queria odiála, não podia evitar respeitar sua coragem. —Tentei levar a Ana comigo, mas ela grita quando a tocam. Não o pude. —O que aconteceu as outras? — perguntei, enquanto minha mãe se inclinava para recolher sua bolsa de tricô de debaixo da cadeira. —Também escaparam? Do quarto do Ethan, chiaram pneus, e soaram disparos gravados. Sorri. Jace encontrou um filme de ação. —Não. — Manx torceu o bordo do edredom em sua mão boa, e considerei brevemente lhe oferecer meu travesseiro de murros. —Rosa morreu no parto, dois anos atrás. Outro varão. Carmela se suicidou quando tomaram a seu filho. —Assim agora está somente Ana, — disse, pensando em voz alta. E ela está louca. —Não, ainda têm a Sonia. —Espera, quem é Sonia? — Sentei-me reta, fechando os olhos enquanto fazia cálculos mentais. O contato de meu pai havia dito que desapareceram quatro garotas. Manx era uma 212


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delas. Depois estavam Ana, Carmela, e Rosa. —Pensei que só pegram quatro gatas. — adicionei, quando minha mãe me lançou um olhar inquisitivo. Manx piscou para mim, e seus olhos cinzas pareciam ver diretamente através de mim. —Eles trouxeram a Sonia depois. Talvez… oito meses atrás. Ela era humana. Arranhada. Como chamam vocês aos gatos arranhados? — Sua testa se enrugou e seus olhos se fecharam em seus pensamentos. -Extraviados,- sussurrei com incredulidade. —Chamamos extraviados. —Sim. Ela era uma extraviada. Muito assustada. Muito doente. — Manx se tocou a têmpora esquerda. —Igual a Ana. Os clicks das agulhas de tecer de minha mãe fizeram uma pausa, deixando um pesado e significativo silêncio. Franzindo o cenho, arranhei-me a picada de um mosquito em meu pé. As implicações das afirmações de Manx se formavam redemoinhos em minha cabeça, me enjoando. —Como diabos fizeram eles. Minha mãe parou de repente e piscou, como se isso fora tudo o que fazia falta para esclarecer sua mente de pensamentos desagradáveis. Apoiou seu último projeto —um cachecol, por isso se via— sobre o assento de sua cadeira. —Alguém tem fome? Não acredito ter comido nenhum almoço hoje. Faythe? Neguei com a cabeça. A comida era a última coisa em minha mente. Já tivemos o jantar, e mais pergunta para Manx… —Mercedes, deve estar morrendo de fome, especialmente com o pequeno em caminho, — disse minha mãe, e Manx assentiu, acariciando seu ventre. Sinto-me como vontade de fazer frango e almôndegas. Geralmente não faço isso durante o tempo de calor, mas um pouco de caldo seria bom para o Jace. —Obrigado. — Manx sorriu. -Isso parece maravilhoso. —Faythe? Veem me ajudar. Arqueei-lhe as sobrancelhas a minha mãe com surpresa. Ela queria minha ajuda? Com a comida? Nem sequer sabia onde guardei a panela, ou o que seja que usasse para cozinhar quatro frangos inteiros ao mesmo tempo. Imperturbável, fez-me gestos com a mão para que a seguisse, e a segui dentro da cozinha. —Essa pobre garota passou por um inferno, — sussurrou com ferocidade, puxando uma sólida tábua de corte de uma despensa debaixo da barra. antes de que me tivesse recuperado do uso da blasfêmia de minha mãe, ela seguiu. —Quero que a deixe em paz e que seja amável com ela. Terá que repetir tudo a seu pai, de todos os modos, e não vejo razão para traumatizá-la duas vezes. Me passe a lâmina de açougueiro. Soprando com frustração, estirei-me pelo balcão e peguei a pesada lâmina para carne de vinte e dois centímetros de um enorme leva de facas, e vacilei só um momento antes de dar-lhe a minha mãe. Estava muito relutante a entregar uma faca tão grande a alguém tão evidentemente irritada comigo. Agarrei o balcão o suficientemente forte para fazer ranger o corte da madeira.

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—Em primeiro lugar, esta sou eu sendo amável com Manx. — Não a algemaram. Não a atiraram escada abaixo com o Ryan. Nem sequer a havia realmente interrogado. —E a verdade é que me sinto fodidamente com pena por ela. Passou por um inferno. Mas também tem informação que necessitamos a respeito do Luiz, e quem é que esteja dirigindo esta operação na selva. Sem mencionar o fato que assassinou a três gatos inocentes! Minha mãe puxou um frango inteiro envolto em plástico da geladeira e o deixou cair na tábua de cortar, muito mais forte do necessário. —Sua experiência com os homens quase não foi positiva, Faythe. Posso certamente entender como se deve haver sentido ameaçada por um par de gatos estranhos pondo as mãos sobre ela. —E o conselho poderia ver as coisas a sua maneira. — Embora ainda haviam muitas dúvidas. —Mas o fato segue sendo que não pode declará-la inocente somente porque sente lástima por ela. É o lugar do conselho o ajuizá-la, não o nosso. Mesmo assim o sentimento que estaria apoiando o outro lado do argumento quando chegasse minha própria hora de encarar ao conselho. —Estou em tudo de acordo contigo. — Levantou a lâmina no ar com ambas as mãos e a deixou cair com um ruído forte, cortando o primeiro desafortunado frango limpo na metade, com o pacote de plástico e tudo. —Seu destino depende do conselho. Mas até então, seu bem-estar -e o de seu filho- dependem de nós, e não te terei incomodando-a com perguntas que não lhe correspondem. Deixa o interrogatório para seu pai, e seja amável com a Mercedes. Esse é o fim da discussão. Ser amável? Ela queria que fora amável com a assassina em série do quarto de hóspedes? As prioridades de minha mãe estavam fodidas. —Se não for ser de ajuda aqui, me faça um favor e lhe leve a seu irmão algo para comer. Não acredito que tenha comido algum jantar, com todo o entusiasmo de hoje. Há alguns restos de guisado na última prateleira da geladeira. Para o momento em que terminei de esquentar o que acabou sendo meio galão de restos de guisado de carne muito grossa, minha mãe tinha os quatro frangos sobre a boca do fogão, em duas enormes panelas de aço inoxidável. Lavou-se as mãos e deixou a cozinha, dirigindo-se para uma companhia que obviamente encontrava mais prazerosa que a minha. Ainda irritada, agarrei uma colher e fechei a gaveta de um golpe, não muito satisfeita com a animação quando os garfos e as colheres soaram juntos. Minha mão vacilou sobre uma jarra de chá na geladeira, mas então troquei de ideia. Ryan tinha muita água, e os prisioneiros não deveriam obter chá doce, de todas formas. Ou bandejas de prata e guardanapos de tecido. Assim cruzei a cozinha sustentando só uma terrina de plástico de guisado, com a manga de uma colher aparecendo. Justo o que Ryan merecia. Sorri. Realmente agradada pela primeira vez em horas. Recebeu-me a escuridão quando abri a porta do porão. Acionei o interruptor da luz, mas não passou nada. Maldita seja. A lâmpada de luz se queimou novamente, e —naturalmente— guardávamos as extras no porão. 214


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Grunhindo com frustração, pisoteei escadas abaixo. —Ryan? Está acordado, inútil pedaço de pele? Tenho seu jantar, porque evidentemente todos outros esqueceram que existe. Não respondeu. Nem sequer se moveu, que pudesse dizer. A luz que se vertia degraus abaixo da cozinha não chegava até a jaula, e não podia ver uma maldita coisa além das barras. Maravilhoso. Pus o guisado no primeiro degrau e me abri caminho cuidadosamente para o banho, com os braços estirados para a frente para sentir as obstruções. Mas essa precaução foi inútil quando tropecei com o bordo do colchonete de exercícios e caí de bruços sobre o colchão de dez centímetros. depois disso, peguei-lhe ruidosamente com o cotovelo ao respaldo de uma cadeira dobradiça de metal e golpeei minha mão esquerda contra o que só pôde ter sido a máquina de empurrar as pernas. E, como última façanha de graça e equilíbrio, peguei a uma mesa de cartas empilhada à altura dos ombros com uma coleção de velhas fitas cassetes de heavy metal do Marc, os quais escutava enquanto levantava, para a grande irritação do Ryan. Felizmente, o alvoroço que fazem ao estrelarse contra o cimento não era nada comparado com o ruído que faziam procedendo dos alto-falantes. Por último, minha mão roçou o marco da porta do banho. Alcançando ao redor da parede, acionei o interruptor e uma única luz de quarenta volts piscou à vida, fazendo pouco para iluminar um porão que abrangia todo o comprido de nossa casa. Mas na escuridão, até uma pequena luz faz um comprido caminho. —Ryan? — entrecerrei os olhos através do quarto para sua jaula para encontrá-lo sentado sobre o piso junto à parede posterior. —Acordado. Por que diabos está dormindo sobre o chão de todas formas?- quanto mais me aproximava, mais estranha parecia sua postura. Não estava tão sentado a não ser curvado, com seu queixo roçando seu peito. —O que acontece? Meu coração pulsava com dificuldade, e me pôs um arrepio. Se tivesse tido cabelo no cangote, puseram-se de ponta. Ryan não se movia, e a luz do porão estava quebrado. Algo não estava bem. Com cautela agora, Fiquei parada completamente quieta e escutei. Ouvia respirar, vindo diretamente da minha frente. Ryan. Estava vivo, mas respirando tão levianamente que não podia ver seu peito mover-se. O que estava mal com ele? Agora trabalhando por instinto, inalei profundamente por meu nariz. Extraviado da selva. Minhas mãos se paralisaram. Tivesse reconhecido esse aroma em qualquer parte, e sabia que se pode fazer só uma coisa quando se enfrentava isso, só e desarmada: correr. Girei e corri para as escadas. Meu pé tocou o primeiro degrau enquanto minha mão agarrava o corrimão, mas me detive no ranger das dobradiças de acima. Lentamente, levantei o olhar, já sabendo o que veria na parte superior das escadas. Luiz. Capítulo 31

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Tive só um momento para processar o que vi antes que Luiz fechasse brandamente a porta, cortando a luz da cozinha. Mas esse foi tempo suficiente para ver a pequena pistola em sua mão esquerda. Maldita seja, está todo mundo caminhando armado agora? Minha boca se abriu, e tomei fôlego me preparando para gritar, mas o ronco sussurrado do Luiz surpreendente como um trovão no silêncio do porão fez-me reconsiderá-lo. Melhor. —Grita por ajuda. — Reconheci sua voz, embora a houvesse somente escutado uma vez antes, três meses atrás. —Grita por mamãe. A agarrou também. Minha intenção era lhes advertir que corressem, não gritar por ajuda, mas seu comentário me fez dar conta que isso nunca passaria. Elas nunca correriam. Manx estava morrendo por pôr ao Luiz em sua tumba, mas com um braço quebrado e nenhuma arma, não havia nenhuma possibilidade. E ainda se minha mãe estava disposta a me deixar lutar por minha conta, nunca abandonaria ao Jace, quem não podia correr, não importava qual fora o perigo. Meus dentes estalaram quando fechei a boca, com minha decisão tomada. Brigaria com ele sozinha. Ou, mas bem, esquivaria suas balas até que se esgotassem. Nenhum problema. Coooorreto. —Bem, — disse Luiz, e não pude evitar notar quão similar era seu timbre de voz ao do Miguel, embora seu inglês era talhado no melhor dos casos. —Só nós— Baixou um degrau com um pomp e sua arma fez um estranho click de deslize. —-Matou a meu irmão. Miguel. Farei-te pagar. —Não estava segura do que estava fazendo até que sua sombra se moveu para a pouca luz de banho que chegava às escadas. Estava apontando. Meu coração se estrelou contra minhas costelas, e me atirei à direita. Escutei um som de sucção de ar e um vazio pop, então algo passou por minha esquerda. A bala deu um golpe seco na parede detrás de mim enquanto eu tocava o piso. Meu torso aterrissou no colchonete, em um amplo retângulo de apagada luz de banho. Meu quadril direito se estrelou contra o cimento. Eu não matei o Miguel. E certamente não sabia que ele e Luiz fossem irmãos. Mas algo me dizia que Luiz estava muito menos interessado em nos feitos da vingança. Arrastei meu traseiro sobre o colchonete, e mais sons de click vieram de acima. Recarregando depois de um só tiro? Não sabia muito de armas, mas nos filmes os meninos maus sempre possuíam cinco ou seis disparos antes que suas armas fizessem o click de vazias. Assim que classe de pistola estava levando Luiz? O próximo som algo deslizando-se em posição com um estalo decisivo veio desde muito mais abaixo. Levantei a vista. Ele me estava apontando por cima do tubo de ferro do corrimão da escada. Rodei para diante, para as escadas. A pistola fez um estalo. O próximo disparo passou por cima de minhas costas. Sobre meu traseiro novamente, dei-me a volta para olhar, esperando um grande buraco no colchonete de exercícios. Não havia nenhum buraco. Havia só um dardo pequeno. Uma pequena agulha hipodérmica com uma pluma onde deveria estar o pistão. Uma pistola tranquilizante.

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Isso é o que passou Ryan. Luiz não fora capaz de chegar até meu irmão através dos barrotes, assim que lhe disparou com um dardo. Luiz não estava tratando de me matar, pelo menos, não ainda. Ele estava tentando me levar. Me reclamar no nome de seu torcido projeto e vingar a morte de seu irmão em mim todos os dias pelo resto de minha vida, portanto como durar. Um sapato se arrastou pelos degraus. Girei e olhei para cima. Luiz se elevava imponente sobre mim, apurando-se a recarregar. Chutou, apontando a minha cabeça. Lancei-me à direita e seu pé me passou. Agarrei sua bota no ar. Grunhindo, torci seu pé para a esquerda. Duro. Luiz girou em metade da queda. Suas mãos voavam no ar, procurando algo do que aferrarse. A pistola tranquilizador caiu ao chão. Estimulada pela perda de sua arma, sacudi seu pé para trás. Luiz caiu sobre um joelho em um dos degraus. Só suas mãos sobre o cimento o salvaram de um nariz quebrado. —Cadela! — murmurou, atirando de sua perna capturada. Sustentei com força, atirando em troca. Chutou, tentando remover meu agarre. Coloquei sua panturrilha debaixo de minha axila direita e envolvi ambas as mãos ao redor de seu tornozelo coberto em couro. Um pé descalço se segurou fortemente contra a parede debaixo das escadas, empurrei-me para trás, arrastando-o comigo. O joelho do Luiz se deslizou longe do degrau, golpeando na parede. Do estômago para cima, ele agora jazia de barriga para baixo na ascensão do degrau, grunhindo ferozmente. Escorei meus pés no chão e atirei de novo. Luiz girou sobre seu flanco e agarrou o corrimão com uma mão. Seu pé girou em meu agarre. Inclinei-me para frente, tentando tirá-lo fora dos degraus. Seu chute se soltou de minha mão. Caí sobre meu traseiro sobre o colchonete. Novamente. Enquanto retrocedia a toda pressa, minha mão roçou algo duro, e baixei a vista para ver o dardo encravado. Luiz caiu ao chão em frente de mim. Lancei um chute a sua cabeça. Ele a afastou com um golpe com uma mão. Engatinhe pelo colchonete, me dirigindo para o banho. Luiz se equilibrou sobre sua pistola ao pé das escadas. Subi a meus pés, olhando ao redor por algo que pudesse usar como uma arma. Não havia nada mais que a cadeira dobradiça de metal e os fitas cassetes do Marc. Luiz se voltou para mim, pistola em mão. Procurou um terceiro dardo em seu bolso e mordeu fora o capuz. Retrocedi, com minha mão roçando a pilha de fitas cassetes para descansar na parte posterior da cadeira de metal. Luiz separou a pistola e empurrou o dardo em seu lugar. O suor gotejava desde minha frente dentro de meus olhos. Rearmou novamente a pistola de um estalo e cuspiu o capuz do dardo. Agarrei a cadeira dobradiça e a movi para cima. Ele apertou o gatilho. O dardo soou na parte inferior do assento e caiu a meus pés no cimento. Se tivesse estado usando sapatos, tivesse-o destroçado a pisões. Em lugar disso, passei por cima dele para o colchonete. Luiz tentou colocar outro dardo dentro da arma. Não entraria. Esqueceu-se de lhe tirar o capuz, e não ia assinalar seu engano. Lancei-me para frente, empunhando a cadeira pregada. Luiz retrocedeu até que tocou o flanco da escada. Meneei a cadeira, agachou-se. A arma golpeou o chão um instante antes que seu punho golpeasse meu estômago. 217


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Tomei um doloroso fôlego e bamboleei de novo a cadeira ao Luiz. O capuz de plástico da pata impactou em sua cabeça. Caiu me cobrindo como uma manta, com seu peso me escorando ao colchonete. Seus dedos se envolveram ao redor de minha garganta. Aferrei seu polegar para evitar que seu punho se fechasse. Abriu-se a porta do porão e minha mãe apareceu no degrau superior. —Faythe? O que está acontecendo ali abaixo? Luiz soltou meu pescoço e se inclinou para a esquerda pelo dardo ainda pego ao colchonete. Rodei fora desde debaixo dele, na outra direção. — Má! Procura ajuda! Agora! — O que —Vá! — Saltei a meus pés enquanto o braço do Luiz se arqueava para mim. Algo afiado roçou minha panturrilha nua. Saltei para trás. Várias gotas de meu sangue gotejaram sobre o colchonete. Luiz saltou a seus pés. Dei marcha atrás, olhando para as escadas enquanto o fazia. Minha mãe se foi, mas deixou a porta aberta. Poderia-a ter beijado, agradecida pela luz. —Sua mãe? — Luiz respirou com força enquanto nos enfrentávamos. Assenti, secando o suor de minha testa com o dorso de meu braço. Lambeu-se os lábios, girando para minha direita. —Não baby, mas muita diversão. —Toca a minha mãe e nunca voltará a tocar nada de novo! — Esquivei sua investida, e meu quadril golpeou a esquina da mesa de jogo. Minha mão caiu sobre uma fita de fita cassete em uma caixa de plástico. A lancei tão forte como pude. Golpeou seu nariz e, para minha surpresa, deixou uma pequena e uma única gota de sangue. Luiz pisou em forte para mim e esmagou a fita debaixo de sua bota. Agarrei outra. Aerosmith. Não, não podia lançar ao clássico Aerosmith. Consegui uma cópia dos melhores hits do Thompson Twins e a ventilei. Uma esquina da caixa lhe pegou na testa. Piscou, e outra gota de sangue apareceu debaixo de sua sobrancelha esquerda. Com os punhos fechados a seus lados, Luiz grunhiu e se lançou para frente. Saltei para trás e me encontrei contra a parede. Tomou meu pulso e me puxou. Meu ombro explodiu e um eco de dor cintilou à vida pela lesão que sofri nas mãos de seu irmão em junho. Me retorcendo, deixei voar minha perna direita, procurando seu flanco. voltou-se e me empurrou. Duro. Golpeei o chão novamente, e sua bota restante se estrelou no lado direito de minha caixa torácica. Senti vários pequenos pops. A dor me atravessou o flanco. Um grito se arrancou de minha garganta. Cada fôlego enviou fogo ardente por meu peito. Luiz tirou o pé para trás para dar outro tiro. Um grunhido felino percorreu o ar detrás dele. Deixou fazer minha mão e se congelou. Logo girou lentamente, afastando-se de nós dois enquanto o fazia. Gato preparado. Não ia deixar a nenhum de nós em suas costas. Olhei ao gato que se acabava de expor, totalmente esperando ver o Marc. Era minha mãe, sua negra pelagem brilhando na luz do banho. Seus lábios estavam retirados de seus dentes em

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um grunhido. Suas garras estavam desenvainadas, com as pontas pressionando pequenas covinhas no colchonete de exercícios. Era uma mãe enjoadíssima. Minha barreira caminhou lentamente para o Luiz, e ele deu outro passo para trás. —Bom gatinho, —disse, com o temor engrossando seu acento. Gotas de suor em sua testa gotejavam em seus olhos. Piscou mas não fez nenhum movimento para secar sua testa Movimentos repentinos disparavam o instinto de ataque de um gato, e sabia muito bem para correr o risco. Apartei a um lado a toda pressa, olhando a minha mãe avançar sobre sua presa. Com a mão esquerda pressionando minhas costelas lesadas, usei meu braço direito para me empurrar para o banco de pesos. Luiz se inclinou lentamente. Seus olhos jogaram um olhar ao chão. Segui seu olhar até o dardo que ricocheteou na cadeira de metal. Minha mãe grunhiu. Luiz se congelou em um incômodo aspecto de meia cócoras. Olhou de minha mãe ao dardo uma vez mais. Incorporei-me usando a imprensa de perna para o equilíbrio. Luiz caiu de traseiro ao cimento, com sua mão procurando provas a emplumada agulha. Minha mãe saltou ao ataque, afundando-o ao piso. Suas garras trituraram seus ombros ao contato. Gritou e lhe agarrou o pescoço com uma mão. Seus dedos apertavam sua garganta, os bíceps inchando-se enquanto tentava mantê-la a distância. Muito tarde, vi seu outro braço menear-se para cima, com o dardo apertado em seu punho. Apunhalou a minha mãe no flanco com o tranquilizador. Ela rugiu pela dor, e pela fúria. Sua garra esquerda rasgou mais profundo em seu ombro direito. O branco osso brilhou por um instante antes que o sangue enchesse a ferida e se derramasse no cimento. Luiz envolveu sua outra mão ao redor do pescoço de minha mãe, apertando forte. Os olhos dela se voltaram em branco. Suas garras se afrouxaram. Ou o tranquilizador já fez efeito, ou ele em realidade a asfixiou até deixá-la inconsciente. Não podia dizer qual, mas temia o pior. Coxeei em quatro patas para a plataforma de ata, com a dor disparando-se por meu peito e flanco com cada irritante passo. Vaiando em agonia, liberei um peso de dezoito quilogramas de sua ranhura. A um metro de distância, Luiz estava com minha mãe a seu lado. A cauda dela crispada, e ele sangrava do seu ombro rasgado por todo o corpo dela. Seu braço direito pendurava frouxo a seu lado, mas de algum jeito o esquerdo ainda funcionava a pesar do mau trato. Forçando meus pés ao movimento, devorei a ata para cima tão alto como pude. A meio metro de distância, balancei-a para diante. Luiz levantou a vista bem a tempo. Seus olhos se ampliaram com surpresa, e com súbito medo. O peso se estrelou sobre ele, lhe enrugando a frente com um terrível e úmido rangido. Devorei o peso da ensanguentada ferida e o corpo do Luiz caiu sobre o torso de minha mãe. Meus punhos se abriram, e a ata caiu ao cimento. Afundei-me no chão, ainda sustentando meu flanco esquerdo, e usei minha mão direita para empurrá-lo fora de minha mãe e sobre o chão.

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Meu olhar roçou acidentalmente ao Luiz, e fechei os olhos para bloquear o que vi. O que lhe fiz. Ele já não possuía um rosto. Só uma cratera, com dentes incrustados em mutilada e molhada carne vermelha. Com meus olhos até fechados, percorri a minha mãe com uma mão, sentindo por seu peito. Encontrei-o, e enquanto minha mão se arrastava para cima por sua pelagem, abri os olhos. Seu peito se levantou uma vez debaixo de minha mão, e o ar de meus pulmões explodiu com alívio. Nem sequer me dei conta que estive sustentando a respiração. Dor nova se disparou por meu flanco pela exalação forçada, mas não me importava. Minha mãe estava viva. Sedada, mas esperançosamente bem. Recostei-me junto a ela sobre meu lado bom e me enrosquei em sua pelagem, minhas lágrimas misturando-se com o sangue do Luiz em um atoleiro sobre o chão. Assim foi como nos encontrou Marc, ensanguentadas e arroxeadas, mas vivas. Muito vivas. Capítulo 32 —Aí vai! Essa mulher nunca aprende. — Ethan se inclinou meio fora de sua cadeira em antecipação. Na tela, a atriz ficou olhando dentro do escuro bosque, vestida só com sua roupa de dormir. —Sim, mas você teria que fazer o mesmo— Jace rebato do sofá da sala. —Se escutas um grito no bosque, tem que ir investigar. É o instinto. Na cadeira frente a Ethan, Marc soprou. Ele não disse muito ultimamente, e parecia relutante a estar a sós comigo. Assim permaneci fora de seu caminho. Por agora. —Não é o instinto para os seres humanos— insistiu Vic do outro extremo do sofá, girando para arrebatar a tigela de pipocas do Parker, que estava sentado no chão a seus pés. Sentei-me aconchegada em uma poltrona perto da porta, olhando aos meninos ver um filme em lugar de ler o livro aberto diante de mim. Estive na mesma página durante três dias. —Ela conseguirá que venham por ela no final— disse Ethan, os olhos pegos à tela. Havia logo que descuidado o lado do Jace desde que chegou a casa do funeral do Jamey, quase um mês antes. Ele se burlava de seu melhor amigo sem piedade por ser gravemente ferido duas vezes em uma temporada, mas ele se preocupava com o Jace tão diligentemente como nossa mãe o fez, colocando a maioria de sua fé no iPod terapia, em lugar de em pastilhas e vendagens. Duas semanas depois de que Jace fora baleado, o Dr. Carver o declarou apto para Trocar e acelerar sua cura. Jace estava muito emocionado. Se a transformação foi dolorosa para ele, não mostrou nenhum sinal disso, suportando o processo em silêncio estoico, vigiado de perto pelo Dr. Carver e minha mãe. Logo, duas horas mais tarde, ele Trocou de novo, ao parecer satisfeito com os resultados. Quando a heroína na tela fugiu de volta a sua cabana, minha mãe apareceu na porta, levando um prato cheio de brownies. Se deteve em minha poltrona e me olhou, com o cenho franzido em preocupação. Estava fazendo isso muito ultimamente. —Estou fazendo um pouco de 220


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chá para seu pai— ela disse, balançando-se sem problemas em saltos de duas polegadas. —Quer um pouco? —Não, obrigado. Mas vou tomar um desses. — Ela sorriu e sustentou o prato para mim. —Obrigado. — Tomei vários, e mordi o primeiro, vendo quando minha mãe levava o prato ao centro da sala, para repartir suas maravilhas. Ela e eu nos levávamos melhor que nunca. O lutar lado a lado criou um laço entre nós que duas décadas sob o mesmo teto não pode. Mas me beneficiei da maioria de nosso encontro compartilhado com o Luiz. Descobri que minha mãe era um badass24 disfarçado. Ela era Van Helsing em um avental e sapatos de salto, e ao menos no momento não pude pensar em uma só coisa melhor que isso. Salvo que o herdei dela. Ao sair da sala com o prato quase vazio, minha mamãe pôs outro brownie na mesinha junto a mim e sorriu. Ela em realidade não recebeu uma dose completa do sedativo esse dia no porão. Ao parecer apunhalar a alguém com a agulha não proporciona a mesma força que o disparo de uma pistola impulsionado por ar comprimido. E, de todos os modos, o Dr. Carver me assegurou que inclusive todo o dardo completo não teria sido suficiente para imobilizar a um werecat adulto. Luiz devia contar disparando duas vezes, embora tinha o Ryan. Mamãe realmente desmaiou a partir de ser estrangulada. Ela tratou com isso bastante bem, pensei. Ela levou lenços de seda até que as contusões ao redor de sua garganta se desvaneceram por completo, e se referiu ao ataque como um -pequeno incidente-, como se não chamar uma rosa, para a luta menos real. Não o fez, mas bom, o que conseguiu ao final do dia.... Meu pai não podia ter estado mais orgulhoso de sua mulher. Ele tratava com atenção seus amigos Alfas várias vezes a cada um com a história de como mamãe e eu derrotamos ao extraviado da selva que penetrou mais à frente do exército de guardiões para invadir nossas vidas e destruir a fachada de segurança que anteriormente desfrutávamos. É obvio, ele deixou fora a parte onde, em lugar de encerrar ao Luiz, em realidade o encerramos conosco. Acredito que finalmente ele começa a compreender que há realmente algumas coisas que dizer por omissão seletiva. Infelizmente, esse princípio não podia aplicar-se quando se tratava de Manx. Com o Luiz morto, ela esteve conforme em completar sua informação, e finalmente nos disse seu Pride de nascimento e país de origem. Mercedes Carreño foi uma dos mais antigos Prides na Venezuela, e tão logo como disse seu sobrenome, meu pai fechou seus olhos no que poderia ser só dor. Ou frustração. Ele obviamente já sabia o que ela ia dizer nos. Dois anos depois do desaparecimento de Manx, seu pai foi assassinado por um vizinho Alfa ambicioso, que logo se fez cargo do território onde Manx nasceu. Seus irmãos morreram em defesa de seu território, e sua mãe morreu de angustia menos de um ano depois.

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Os badass, como bons Neuróticos obsessivos "atiram primeiro e perguntam depois". Além disso, eles sempre vão além.

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No momento em que ela brigou por ficar em liberdade de seus captores, Manx não tem lar ao que retornar e nenhuma família ficava para cuidar, à exceção do menino em seu ventre. Assim que ela pôs seus olhos na vingança, convencida de que nunca poderia criar a seu filho em paz enquanto que Luiz -o pai do bebê- ainda respirasse. Enquanto que o novo Alfa de seu antigo território sem dúvida a teria aceito, Manx não queria voltar mais para o homem que matou seu pai do que ela voltaria para os homens que mataram seus filhos. Assim o que, sem orgulho para defendê-la ou reclamar sua volta, sua sorte estava oficialmente nas mãos de nosso Conselho Territorial, que escolheram julgá-la em três cargos de assassinato. Entretanto, pela segurança de seu filho por nascer, sua audiência se postergou até depois do nascimento de seu filho. O conselho segue discutindo sobre o que fazer comigo. Os aliados de meu pai queriam que me deixassem ir com uma advertência. Seus inimigos quiseram fazer um exemplo de mim. E devido a sua relação com o acusado meu pai não conhecia algum dos debates. Assim vivíamos na ignorância dos procedimentos, à espera dos outros Alfas para chegar a algum tipo de acordo. E até esse momento, fora suspensa de minhas funções como guardiã. O mais perto que podia chegar à ação agora era respondendo o telefone de meu pai. —É porque ela é uma repórter— disse Owen, ainda vendo o filme do chão aos pés do Ethan. —Ela é naturalmente curiosa. Não pode evitá-lo. Eu ri. Era tão só como Owen desculpava as deficiências de outras pessoas. Inclusive personagens fictícios. Owen encontrava minha tendência a dizer o que penso -refrescantemente honesta-, e chamava o temperamento do Marc como -um profundo instinto de amparo.- Ele disse que Ethan -desfrutava exaustivamente a vida-, e que Parker -realmente sabia como passar um bom momento.- Segundo Owen, todos estávamos fazendo-o muito bem, e tudo estava bem no mundo. Queria compartilhar seu otimismo, mas por muito que o tentava, não podia deixar de ver as coisas através de minhas lentes coloridas de fumaça e névoa. —Olá, Faythe— Manx disse, pisando brandamente na sala de estar com os pés descalços detendo-se em minha poltrona. Seu pequeno vulto de bebê roçando o bordo da mesa, e ela se agachou para acariciar seu estômago através de uma folgada blusa pêssego de grávida. Ela inchava todos os dias, e eram mais carícias com sua barriga de forma que eu podia imaginar algum dia estar. O Dr. Carver tirou seu gesso dois dias antes, e declarou que ela estava em perfeito estado de saúde. Recordou-lhe que se abstivera de Trocar até depois que o bebê nascesse e que tomasse as vitaminas pré-natais que lhe receitou. E ele prometeu voltar cada mês ou assim, e checa-la, se ela se comprometia a não meter-se em problemas, e não deixar o rancho. Ela esteve disposta a aceitar o acordo. Todos os outros estiveram estado satisfeitos por isso também. Embora alguns dos meninosdizer Marc e Michael-ainda desconfiavam da Manx, nenhum deles quis ouvir falar de sua estadia em outro lugar até seu julgamento. A companhia de uma tabby grávida era uma oportunidade muito especial para deixá-la passar.

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—Te cale! Esta é minha parte favorita! — Vic gritou, tomando o controle remoto, enquanto na tela, a câmara enfocou ao casal nu em frente da fogueira. Não era o sexo o que ele desfrutava. Era essa primeira olhada da ideia de Hollywood do Trocar que acabava de passar a ter lugar durante a única cena de sexo do filme. Os meninos riram e mastigaram seus brownies, os olhos cravados no espetáculo de óleo, prótese, e o que só poderia registrar a fotografia de movimento. Manx levanto suas sobrancelhas enquanto olhava a tela, tomando um bocado de um brownie de meu decrescente montão. —O que é este Howling? —É um filme— o disse, orgulhosa de mim mesma por não lhe arrebatar meu surripiar de volta. Estava melhorando em ser amável com a Manx, como todo o resto, só tomou um pouco de prática. E ela não foi tão chata uma vez que acostumei a ela. Ela monopolizava um pouco a atenção, mas em realidade não importa, porque ela distraiu muito da atenção de mim, que me deixou livre de viver minha vida em relativa privacidade pela primeira vez. —Eles geralmente a veem com uma bebida na mão, tomando goles cada vez que um dos homens-lobo aúllan. Se não tomar cuidado, estará completamente destroçada no final. —Ei, Manx, veem te sentar! — Chamou Ethan, retorcendo-se em seu assento para lhe sorrir. —Não te importa? — Perguntou ela, irradiando seu sorriso de mil watts neles enquanto se escovava uma queda de cachos escuros ao lado de um ombro. —É obvio que não. — Vic agitou sua mão acima. —vamos rebobinar se desejas ver desde o começo. Encolhendo-se de ombros, Manx caminhou ao redor do sofá no centro da sala. Vários dos meninos ficaram de pé, passando por cima de um do outro para encontrar um assento para ela e pô-la cômoda. Ela terminou na cadeira vaga do Ethan, separada da multidão e afastada da pilha de corpos quentes. No mês que esteve conosco, ninguém havia tocado a Manx absolutamente, exceto o Dr. Carver e minha mãe. Com cada dia que passava na paz, ela parecia um pouco mais disposta a acreditar que ninguém no Lazy S queria machucá-la. E cada dia sorria um pouco mais. —Oooh, cuidado! — Exclamou Manx, em seu acento exótico, mordendo o lábio inferior quando o homem lobo na tela se equilibrou sobre sua vítima. —Faythe— meu pai me chamou desde seu escritório, logo que colocava o último bocado de brownie em minha boca. Ele não gritou, mas o tom de sua voz me pôs imediatamente no bordo. Mastiguei com fúria, deixe cair o livro em meu assento e me dirigi pelo corredor ao escritório. O que diria não seria agradável, e eu não estava preparada para mais más notícias. —Sente-se— ordenou desde sua cadeira do escritório, enquanto eu andei silenciosamente no escritório. Marc me seguiu, e nos sentamos nos extremos opostos do sofá. Meu pai assentiu para o Marc, ficou de pé, levando um envelope branco claramente de negócios, debaixo de uma folha de papel dobrada em três partes. —O que é isso? — O coração me pulsava com golpes pesados e minhas mãos começaram a suar. Eu estava bastante segura de que sabia o que ele sustentava, mas me neguei a acreditá-lo até que me disse isso em voz alta. 223


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—Eles tomaram uma decisão. — Deixou cair o papel sobre o bordo da mesa junto a mim, logo se afundou com cansaço em sua cadeira. —Estão-lhe acusando de infectar ao Andrew, depois matá-lo para te encobrir. Dois crimes capitais. A audiência começa em oito semanas. Oito semanas? Meu estômago se contraiu e fechei meus olhos em terror. Manx tem quatro meses, e eu tenho oito semanas? E o que? Que se fodam. Oito semanas são tempo mais que suficiente para preparar minha defesa. Depois de tudo, eu era inocente-em sua maioria. Tomei uma respiração profunda, depois abri os olhos e viu o terror puro no Marc. Então encontrei o olhar de meu pai, e pela primeira vez em minha vida, eu não poderia dizer qual de nós parecia mais preocupado. Ainda me observava, ele exalou com cansaço, e eu sorri. Que o jogo comece.... Fim

Comunidade: http://www.orkut.com.br/Community?cmm=94493443&mt=7 Grupo: http://groups.google.com.br/group/tiamat-world?hl=pt-BR Blog: http://tiamatworld.blogspot.com/

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