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1 Área de Integração, M6 — Sebenta do tema 3.1: “A comunicação e a construção do Indivíduo”

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS POETA ANTÓNIO ALEIXO ESCOLA SECUNDÁRIA POETA ANTÓNIO ALEIXO

Sebenta do tema 1.3: “A comunicação e a construção do indivíduo” A — Conceito e fatores da comunicação O termo latino comunicare significava “pôr em comum” ou “partilhar”. Esse significado mantém-se. Entretanto, os estudos aprofundaram muito o conceito de comunicação e as técnicas que permitem uma comunicação eficiente e frutuosa. Os primeiros estudos e técnicas foram desenvolvidos sobre o conceito da comunicação como transmissão de uma mensagem de um emissor (E) para um recetor (R). Essas técnicas destinavamse a melhorar o sucesso de um orador que se dirige a uma assembleia ou a um tribunal para defender uma causa ou para os persuadir de algo. Durante o século XX, o aparecimento dos meios de comunicação de massa, do mercado publicitário, da psicologia e da sociologia combinaram-se para rever radicalmente e aprofundar os estudos sobre a comunicação. Hoje reconhecemos que existem diferentes modalidades de comunicação e entendemos a comunicação como um processo interativo condicionado por fatores sociais e psicológicos.

Comunicação como interação: a interação é a forma como nos relacionamos enquanto pessoas que contactam umas com as outras. É uma relação entre dois ou mais indivíduos através da qual eles se afetam mutuamente e trocam algum tipo de influência (= são de alguma maneira modificados um pelo outro). Quando se fala de interação deixamos de diferenciar os papéis de E e R, uma vez que qualquer interlocutor é, simultaneamente, E e R. Também deixamos de entender a comunicação como a simples transmissão de uma informação verbal de E para R, uma vez que múltiplas “mensagens” (M) transitam simultaneamente entre os interlocutores. Grande parte dessa comunicação não é, sequer, verbal ou intencional. Comunicar pode ser a resposta involuntária de um sorriso a outro sorriso, sentir interesse pela combinação de roupas da nossa colega ou, com a nossa atitude positiva, darmos ânimo a quem está ao nosso lado. Das linguagens que utilizamos para comunicar e interagir, a linguagem verbal é aprendida socialmente e é convencional, ou seja, a relação entre os signos (palavras) e o seu significado foi fixado pelos seus falantes e varia de uma língua para outra. Wakarimashita ka? Hai! Mas a aprendizagem social da linguagem inclui também a aprendizagem do manual de utilização, ou seja, dos códigos de utilização da linguagem numa grande variedade de situações sociais (o que se pode ou deve dizer quando falamos com a caixa do supermercado, quando falamos com pessoas mais velhas, etc.) e das regras de interpretação das mensagens verbais e não-verbais em cada tipo de situação (cf. Exemplo abaixo: “O branco e doce cisne…”). Essas regras são aprendidas e revistas ao longo da vida, em especial aquando da entrada em novos grupos secundários, e variam significativamente de uma cultura para outra. As linguagens e sinais não-verbais são em parte aprendidas e em parte inatas. Gestos como OK (polegar para cima) ou o V de vitória (indicador e dedo médio para cima) têm diferentes significados em diferentes culturas. As expressões faciais, os gestos de defesa ou a direção do olhar quando recordamos


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uma memória visual (para cima e para a esquerda?) ou quando mentimos (ara baixo e para a esquerda) são inatos. A linguagem corporal inata é uma das mais importantes na comunicação face a face, porque valida ou invalida as mensagens verbais. Sem termos consciência, enviamos e observamos este tipo de sinais dos quais depende grande parte da relação de confiança que se estabelece, ou não, entre os interlocutores. Não é uma linguagem totalmente fiável, porque alguns sinais que podem denotar nervosismo, por exemplo, também podem denotar mal-estar físico, fadiga ou algum estado de ansiedade provocado por fatores alheios àquela situação de interação. Todavia, fiável ou não, é extremamente poderosa e influente. Conhecer as mensagens físicas que podem reduzir a eficácia da comunicação permite-nos evitá-las ou reduzi-las — se bem que se deva ter o cuidado de não fazer passar o sentimento de que a nossa postura é artificial.

Nos anos 60 do século XX foi desenvolvida a abordagem sistémica do processo de comunicação. [Sistema significa um conjunto de partes interdependentes que funcionam como uma unidade (o redator e o leitor deste texto são sistemas).] Essa abordagem identificou os diferentes elementos envolvidos num processo de comunicação/interação e avaliou o papel de cada um desses elementos. Roman Jakobson, por ex. identificou, para além de E, R e M, o canal, o código em que as mensagens são veiculadas e o contexto em que a interação decorre. O contexto é, ele próprio, uma combinação de fatores. É formado pela situação em que decorre a interação (lugar, momento, cenário, interlocutores envolvidos, objetivos/intenções) e pelas regras sociais relacionadas com esses fatores. A combinação das regras, da personalidade e dos objetivos/intenções é decisiva para se compreender o significado das trocas (de mensagens ou de influências) que se dão entre os interlocutores. Passamos a detalhar: O lugar, o momento e o cenário em que decorrem a interação determinam as regras que devem ser seguidas e o tipo de trocas que se espera e/ou se admite que aconteçam. (ex.: se encontrar o meu médico na fila do cinema, não deverei aproveitar a oportunidade para me queixar das minhas dores nas costas e ele não deve fazer perguntas técnicas sobre a minha saúde perante outras pessoas… — porquê?). Dê um novo exemplo de como o momento e o lugar condicionam a interação entre os interlocutores. Os interlocutores/intervenientes que iniciam a interação têm um determinado estatuto social que condiciona formalmente o papel que podem desempenhar na interação, os objetivos e o tipo de trocas socialmente expectáveis e/ou admissíveis e as fórmulas que utilizam para estruturar a interação e para se dirigirem um ao outro. Por exemplo, se comprar uma revista no quiosque não posso entrar para o balcão e fazer o pagamento diretamente na caixa. Isso faz parte do papel do dono ou do empregado do quiosque. Se a nossa relação é apenas formal e comercial, o que se espera de mim é que compre e pague a revista, o que se espera dele é que a forneça, receba o pagamento. Espera-se que utilizemos fórmulas para começar e terminar a comunicação (“Bom dia,…”, “Obrigado!”) e para nos dirigirmos um ao outro (“Senhor…”, “O Senhor,…).


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[Dê exemplos de papeis, objetivos e fórmulas que não se deveriam utilizar. Justifique.] Negociação – Apesar de as interações serem enquadradas por normas sociais que as precedem, é frequente existir uma negociação entre os interlocutores sobre qual deve ser o papel de cada um e quais devem ser os objetivos e as regras da interação. Cada interlocutor pode ter uma ideia do seu papel ou uma determinada ambição que tenta que o outro aceite, mesmo que esteja a contradizer as regras formais ou sociais. Isto é feito tanto consciente como inconscientemente. Por exemplo, um chefe pode ser tímido e ter pouca vontade de chefiar, acabando por deixar que os subordinados tomem decisões que lhe competiam (ou vice-versa); ou um vendedor de automóveis pode dar palpites sobre o carro que o cliente quer comprar, a ponto de decidir a cor; ou numa equipa de trabalho um dos membros assume o controlo e os outros aceitam-no tacitamente.

[Imagens: Barak Obama saúda o imperador do Japão com uma vénia; G.W.Bush pisca o olho à rainha Isabel II]

Nestes exemplos existe já negociação de regras. Este tipo de negociação acontece também quando as regras formais são aligeiradas, reforçadas ou substituídas. Por ex., em Portugal é frequente os chefes fazerem questão de ser tratados por “dr.”. Geralmente, esta regra não é formal, mas imposta pelos próprios. Alguns fazem questão de ser tratados por “eng.º” ou “arq.º” em vez de “dr.”. Outros instituem como regra que todos sejam tratados pelo nome próprio… Nos exemplos acima, a negociação dos objetivos da interação acontece quando o vendedor de automóveis deixa de ser vendedor e passa a ser consultor de estética, ou se o coordenador da equipa de trabalho motiva os colegas não apenas para cumprirem uma tarefa que lhes fora consignada, mas para fazerem um trabalho tão bom que lhes permita pedir um bónus ao patrão. Nos filmes A Dúvida e O discurso do Rei observámos algumas cenas de negociação de papéis e de regras. Identifique e descreva brevemente uma dessas cenas. Personalidade; motivos e objetivos pessoais — Cada indivíduo inicia uma situação de interação com determinados objetivos pessoais ou formais (=que decorrem das regras instituídas). Esses objetivos podem ser concordantes ou discordantes com os dos interlocutores. Por ex., quando compro a revista no quiosque, os meus objetivos são concordantes com os do vendedor: ele quer vender, eu quero ler a revista. Se eu roubar a revista, os nossos objetivos são discordantes. Do mesmo modo, os meus objetivos pessoais podem não ser iguais aos objetivos formais que decorrem de um papel formal que desempenho: o objetivo formal do grupo de trabalho é cumprir uma tarefa que lhe foi dada; os objetivos pessoais dos seus membros podem ser ganhar um bónus, impressionar os colegas, obter uma promoção, etc. Um passo fundamental para equilibrar a minha relação comigo próprio(a) e com os outros é tomar consciência dos meus objetivos. Por vezes ajo com diferentes objetivos que podem ser concordantes ou contraditórios. A falta de clareza e de hierarquização dos meus objetivos


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facilmente me leva a entrar em contradição comigo próprio(a), a sentir-me confuso(a) e a ter uma relação desequilibrada ou conflituosa com os outros. Como é que este texto se aplica à relação entre Bertie e o seu irmão em O discurso do Rei?

O Ruído na comunicação — por ruído entende-se qualquer interferência, obstáculo ou distorção na comunicação. Pode ser um barulho, mas também pode ser muitas outras coisas. O ruído pode estar associado a qualquer dos elementos da comunicação:

Emissor/recetor: o desacordo sobre os objetivos, as regras e os papéis dos interlocutores é uma forma de ruído. Outras formas de ruído associadas aos interlocutores: desconhecimento do código; erros de codificação e de interpretação; organização da mensagem; técnicas de apresentação/emissão. Parte do sucesso da comunicação depende da capacidade do orador para captar o público. Algumas técnicas facilitam este sucesso: dicção, modulação da voz, postura corporal, sorriso, apresentação, direção e duração do olhar, posição das mãos, etc. Nos filmes a que assistimos (A dúvida e O discurso do Rei) observámos cenas em que o desacordo em relação às regras e aos papéis é um obstáculo à comunicação. Identifique uma dessas cenas em cada um dos filmes. Mensagem: conteúdo e clareza. O conteúdo é um fator de ruído quando está associado à incapacidade de o recetor interpretar o seu significado ou de se interessar por ele. A clareza é um fator de ruído quando está associada à incapacidade ou dificuldade de captar a mensagem como um todo coerente, organizado e acessível. Depende de aspetos formais como o vocabulário (os signos ou gestos utilizados) a estrutura, a sequência ou a pontuação. Algumas técnicas que aumentam o sucesso: simplicidade do vocabulário; sequenciação, começando pelo mais importante e pela perspetiva geral; repetição dos pontos essenciais; utilização de exemplos, incluindo pequenas narrativas ou imagens; utilização do humor. Contexto: os principais fatores de ruído associados ao contexto são: a) desconhecimento ou diferença na interpretação das regras que se aplicam a uma determinada interação, incluindo as que definem os papéis sociais e objetivos; b) desadequação da escolha do canal, do texto ou dos objetivos à situação física em que decorre a interação (ex.: produzir um texto complexo e exigente num local ruidoso ou a uma hora muito tardia; falar do processo de tratamento de esgotos durante um jantar…) Canal — Os ruídos associados ao canal são de natureza física. São interferências na emissão transmissão ou receção do sinal. Podem ser barulhos ambientais, o eco de uma sala, luz fraca,… mas também um defeito de fala ou uma surdez. Código — Existe ruído associado ao código quando algum dos interlocutores não o utiliza ou interpreta corretamente.


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Como sei o que o outro está a dizer?

Como é que aquilo que digo ou faço afeta o outro?

Há uma forma ideal de apresentar uma mensagem?

Que diferentes mensagens podemos transmitir ao mesmo tempo? Qual e a importância de cada uma delas?

B — Leis fundamentais (axiomas) da comunicação — Universidade de Stanford. 1. Não podemos não comunicar Somos naturalmente dotados da capacidade de observar e interpretar os comportamentos daqueles que nos rodeiam. Todos os comportamentos humanos observáveis são interpretáveis por outros seres humanos (e, em parte, por outros animais). Se houver o cuidado de observar diferentes comportamentos da mesma pessoa e de os situar no contexto, a capacidade de os interpretar corretamente aumenta muito. Assim, uma pessoa que ostensivamente se afasta das outras e não lhes dirige o olhar ou palavra está a fazer passar a mensagem de que não quer interagir…

2. Toda a comunicação tem dois níveis — conteúdo (significado) e relação. O significado é o conteúdo da mensagem transmitida. Não é o mesmo que o texto ou outros tipos de sinais, porque estes podem ter diferentes significados, mas aquele determinado significado. A relação é a chave que nos permite identificar o significado da mensagem (ex.: “És um palhaço”). A relação exprime-se no papel que cada interlocutor assume no contexto de uma determinada relação de interação, sendo esta enquadrada por um conjunto de normas sociais e pela negociação realizada pelos interlocutores. [ex. 2: beatitude o marotice? “O branco e doce cisne morre cantando e eu, chorando, chego ao fim do meu viver. (…) Morte, que ao morrer me enche de alegria e de desejo, se ao morrer outra dor não sentir, ficarei feliz de em cada dia morrer mil vezes.”] A forma como cada indivíduo se apresenta perante o outro provoca neste uma reação que condiciona as fases seguintes da interação. Por exemplo, um sorriso, um toque ou uma pergunta amável pelos filhos, de cujo nome se recorda, podem criar uma maior empatia; uma diretiva dada por um subalterno a um superior pode criar crispação. A eficácia da interação/comunicação depende desse acordo.


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3. A comunicação reflete os interesses dos interlocutores Cada interlocutor traz as suas intenções para a interação. Essas intenções podem ser concordantes (iguais), compatíveis ou incompatíveis. A sequência e a pontuação (=ênfase, cadência, tonalidade…) dadas a cada parte da mensagem refletem os interesses dos interlocutores e/ou a sua visão da realidade. Estes interesses também se manifestam na negociação dos interlocutores e, dessa forma, na relação que se estabelece entre eles (n.º 2).

4. Em cada ato de comunicação existem sempre um conteúdo literal (denotativo) e um conteúdo analógico (conotativo) O primeiro destes é o texto, ou equivalente, que possui um determinado conteúdo literal (ex.: “Vai à fava!” – que seria uma ordem ou recomendação dada a alguém para se dedicar à colheita de uma determinada espécie de leguminosa). O conteúdo analógico exprime-se através da linguagem corporal: gestos, timbre, tons de voz, expressões faciais, postura corporal, posicionamento… Será ele que, dentro de um determinado contexto e de uma determinada relção, nos dirá se “Vai à fava!” se refere a leguminosas ou a outro tipo de conteúdo.

5. Todas as interações são relações simétricas ou complementares. São simétricas quando os interlocutores têm estatutos semelhantes. Por exemplo, quando dois médicos analisam um caso em conjunto. São complementares quando os interlocutores têm uma relação desnivelada, ou seja, papéis de níveis diferentes — como, por exemplo, na relação entre um médico (autoridade ou figura patriarcal) e o paciente (recetor ou figura infantil).

C — O que podemos treinar para melhorar a comunicação com outras pessoas? Voz:   

Modulação: a ausência de modulação torna a voz monocórdica e dificulta a compreensão do texto; o excesso de modulação pode soar ridículo ou que o público está a ser infantilizado. Cadência: não deve ser demasiado rápida ou demasiado lenta. A aceleração, a desaceleração e as pausas ajudam a pontuar os pontos mais importantes ou a manter a tenção do público. Timbre: pode revelar cansaço, receio, crispação, descontração… é um forte indicador das atitudes do orador. Convém ter algum tónus e uma “cor” bonita. Alguma contenção e calma ajudam a mantê-lo onde o queremos. Dicção: sílabas e palavras bem pronunciadas, que todos compreendam sem esforço.

Rosto, mãos e postura: 

Sorriso: é um potente desbloqueador e criador de empatia. Convém que seja um sorriso verdadeiro, não uma máscara [permanente].


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Mímica facial: um rosto plástico e expressivo é mais cativante do que um rosto monocórdico. Convém que a expressão do rosto esteja de acordo com o que o orador pretende do público e com o conteúdo da mensagem, mas sem se cair no exagero. Olhar: o contacto visual direto aproxima o orador do público. Numa plateia grande, dois ou três segundos são uma boa medida de tempo. Olhar por cima dos últimos lugares da sala pode dar a impressão a todos os que se encontram nessa direção de que olhar lhes é dirigido pessoalmente. O olhar deve ser dirigido ao rosto, mas sem ser insistente e confrangedor. Mãos: as palmas expostas e viradas para cima são associadas a franqueza. As palmas viradas para baixo denotam uma postura de autoridade/atitude de superioridade. As mãos fechadas denotam reserva, falta de franqueza, defesa ou agressão. Os braços cruzados denotam defesa. O gesto de apontar é intimidatório e irritante – provoca atitudes de defesa. Postura e apresentação: tronco direito, queixo levantado e olhos nos olhos denotam (e suscitam) confiança. Deve-se evitar o exagero, para que a confiança não seja tomada como arrogância e o olhar como agressão. É conveniente apresentar-se bem cuidado (cabelos penteados, barba feita, unhas limpas, sobrancelhas alinhadas…) e bem vestido – o suficiente para o público lhe dar alguma credibilidade e não se sentir desconsiderado. Algumas situações formais exigem vestuário formal. Deve ser evitada uma apresentação extravagante. Posicionamento e movimentação: um bom orador fala de pé e não se esconde atrás de uma mesa ou de um ambão. Desloca-se quando é necessário e para melhor interagir com o público (por exemplo, aproximando-se de vez em quando ou avançando até meio da plateia).

Atitudes (Carl Rogers identificou um conjunto de atitudes que facilitam a relação de ajuda que se estabelece entre o psiquiatra/psicanalista e o seu paciente. São atitudes que, segundo ele, facilitam qualquer relação de interação): 

 

Honestidade/sinceridade: deve-se dizer aquilo em que se acredita e procurar manter a coerência entre o discurso verbal e a linguagem corporal. Devemos tomar consciência das nossas crenças, sentimentos e desejos para podermos resolver as nossas contradições e não deixar que elas repassem na comunicação com os outros. A falta de sinceridade destrói a confiança. Ouvir sem julgar e sem criticar: as críticas produzem defesas e as defesas impedem a boa comunicação. Ser respeitador e positivo em relação aos outros: querer fazer algo positivo com eles; esperar deles algo positivo; ver o seu melhor e o seu potencial; procurar compreender de modo realista a pessoa que eles são. Manter a sua/nossa individualidade: não mudar a minha maneira de ser, as minhas crenças, valores e objetivos em função dos meus diferentes interlocutores: o outro espera dialogar com um adulto, não com um banana.

Texto: 

Clareza: vocabulário correto, simples e acessível a todos. Sequenciação de ideias/informações (do geral para o particular; do mais para o menos importante). Conteúdo bem organizado e incluindo exemplos. Adequação ao tema e ao público. Inclusão de graças, histórias, perguntas retóricas e outros recursos estilísticos que captem a atenção e estimulem o público.


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Normas sociais: É fundamental conhecer as normas sociais pelas quais se regem que o público quer o tipo de situação em que com ele vamos interagir. Essas normas organizam as relações formais entre os papéis desempenhados pelos interlocutores, e são a base a partir da qual de estrutura a relação entre aquelas pessoas concretas que se juntam com um determinado objetivo e uma determinada situação. As expetativas desses indivíduos estão determinadas, à partida, por essas normas e pelos objetivos da interação.

Bibliografia: ROGERS, Tornar-se pessoa, Lisboa, Moraes Eds.; 1980 (5.ª ed.), caps. II, V, VI, VII, XI, XIV, XV PEASE, Allan e PEASE, Bárbara, Linguagem corporal, Lx., Bizâncio, 2009 (3.ª ed.) CARNEGIE, Dale, Como fazer amigos e influenciar pessoas, Lx., Lua de papel, 2014 (7.ª ed.) SANSAVINE, Cesare, Saber falar em público, Lx., Presença, 2008 HENRIQUES, A. F., Comunicar com audiências, Lx., Presença, 2004

Fontes das imagens: http://myviewofhumancapital.blogspot.pt/2012/04/porque-partilhar-ideias-e-bom-para.html http://smartkiss.net/marketing-e-emocao-como-o-cerebro-decide-o-que-partilhar/ mahsemlivrok.blogspot.com portaldoprofessor.mec.gov.br


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