Radar da Sustentabilidade e da Economia Verde

Page 1

1


2

3


© 2015 - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal - Sebrae no DF Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no. 9.610) Informações e contatos Serviço de Apoio às Micro e Pequenos Empresas no Distrito Federal – Sebrae no DF SIA Trecho 3, Lt. 1.580 – Brasília/DF – 71200-030 Tel.: (61) 3362-1600 www.df.sebrae.com.br Conselho Deliberativo Banco de Brasília S/A – BRB; Banco do Brasil S/A – BB; Caixa Econômica Federal – CAIXA; Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal – CDL/DF; Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODEPLAN; Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal – FAPE/DF; Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAPDF; Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Distrito Federal – FACIDF; Federação das Indústrias do Distrito Federal – FIBRA; Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal – FECOMÉRCIO-DF; Fundação Universidade de Brasília – FUB; Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal – SDE; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE/NA PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO ESTADUAL Luís Afonso Bermúdez DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-Superintendente Antônio Valdir Oliveira Filho Diretora de Gestão e Solução Cassiana Abritta Garcia Brandão Diretor Técnico e de Atendimento Júlio Flávio Gameiro Miragaya Coordenação Flávia Martins de B. Firme Gestor de Sustentabilidade Ana Maria Costa Araujo Revisão de Texto Paula Vianna Projeto Gráfico e diagramação Strauss Comunicação Versão 2015

4

5


Sumário Apresentação ..................................................................................................................................................................................................5 Reflexão inicial ...............................................................................................................................................................................................7 A sustentabilidade como estratégia de negócio ...........................................................................................................7 Economia verde ...............................................................................................................................................................................9 Conceito SEBRAE de sustentabilidade ............................................................................................................................10 O SEBRAE e a sustentabilidade ....................................................................................................................................................13 A política de sustentabilidade do SEBRAE no DF ....................................................................................................14 Soluções SEBRAE de sustentabilidade .............................................................................................................................15 O que os empresários pensam sobre sustentabilidade .............................................................................................23 Gestão da sustentabilidade ...............................................................................................................................................................31 Gestão de resíduos sólidos ....................................................................................................................................................33 Uso racional da energia elétrica ..........................................................................................................................................39 Consumo de água .......................................................................................................................................................................40 Compras sustentáveis ................................................................................................................................................................41 Segmentos econômicos do DF ......................................................................................................................................................45 Indústria .............................................................................................................................................................................................45 Agronegócio ...................................................................................................................................................................................54 Comércio e serviços ...................................................................................................................................................................................59 Boas práticas de sustentabilidade no DF ...............................................................................................................................67 Eventos e paisagismo .................................................................................................................................................................68 Restaurante .....................................................................................................................................................................................69 Oficina mecânica ..........................................................................................................................................................................70 Supermercado ...............................................................................................................................................................................71 Agricultura ........................................................................................................................................................................................72 Beleza e estética ...........................................................................................................................................................................73 Gráfica ................................................................................................................................................................................................74 Moda ...................................................................................................................................................................................................75 Cooperativa ....................................................................................................................................................................................76 Ecologia ..............................................................................................................................................................................................77 Certificações .................................................................................................................................................................................................79 ISO 14001 ........................................................................................................................................................................................80 Certificação LEED.........................................................................................................................................................................82 Madeira de reflorestamento e certificação ..................................................................................................................84 Licenciamentos ambientais IBRAM ....................................................................................................................................88 Tendências e vantagens de negócios sustentáveis .........................................................................................................93 Reflexão final ................................................................................................................................................................................................97 Um novo modelo econômico baseado na sustentabilidade ..............................................................................97 Referências bibliográficas ...................................................................................................................................................................99 6

7


APRESENTAÇÃO O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal (SEBRAE-DF) fornece aos empresários e consultores das micro e pequenas empresas (MPEs) a primeira edição do Radar da Sustentabilidade e Fomento à Economia Verde. Acreditamos que esta publicação fortalecerá o papel do SEBRAE no DF como agente indutor da sustentabilidade, em total sintonia com a missão da instituição: promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios, bem como fomentar o empreendedorismo para for talecer a economia nacional. Esta edição está alinhada com o direcionamento estratégico 2022 do Sistema SEBRAE que estabelece, para a organização, uma atuação como catalisadora de iniciativas a fim de estimular a competitividade e a sustentabilidade dos pequenos negócios, articulando e incentivando o empreendedorismo, bem como gerando resultados crescentes e impactantes para fortalecer a economia e o desenvolvimento do País. As informações aqui compiladas são fruto da coleta, do tratamento e da produção de conteúdos que viabilizem, de forma substancial, dados relevantes para todos os setores econômicos. Esses dados compõem-se de estudos, conceitos, pesquisas, experiências positivas e legislações que dizem respeito à sustentabilidade das empresas, informações necessárias para subsidiar os empresários em suas decisões. Dessa forma, o Radar da Sustentabilidade e Fomento à Economia Verde objetiva auxiliar empresários a ampliar o olhar para os potenciais ganhos econômicos relacionados às gestões social e ambiental, proporcionando a suas empresas a possibilidade de se destacarem no mercado, agregarem valor às suas marcas e se diferenciarem perante a concorrência. Nossa maior satisfação será contribuir para o fomento de práticas sociais, econômicas e ambientalmente sustentáveis para o desenvolvimento, a consolidação e o crescimento da economia verde no DF. Desejamos uma ótima leitura.

8

9


1

Reflexão Inicial A sustentabilidade como estratégia de negócio A palavra sustentabilidade vem do vocábulo latino sustentare, que significa sustentar, favorecer, conser var. Essa palavra tem sido bastante propagada no mundo inteiro desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em junho de 1972, em Estocolmo, na Suécia. Entender o conceito de sustentabilidade é impor tante, pois ele está relacionado à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade. Na prática, ser sustentável significa explorar áreas ou utilizar recursos – naturais ou não – da forma menos prejudicial possível, buscando o equilíbrio entre as comunidades humanas e as demais formas de vida do nosso planeta. Baseado em três pilares: social, ambiental e econômico, o conceito de sustentabilidade se refere às ideias de preservação do meio ambiente, utilização de materiais renováveis e diminuição de desperdícios. O pilar social está baseado no princípio de que a busca por uma sociedade sustentável deve passar pela ideia de se construir uma sociedade bem cuidada e saudável; assim, engloba a criação de mecanismos que melhorem a qualidade de vida das pessoas, as leis de amparo às necessidades da população e o desenvolvimento de políticas de melhorias em áreas como educação, segurança e lazer. O pilar ambiental se caracteriza pela preocupação em preservar o meio ambiente e os recursos naturais, bem como em reduzir o desperdício de materiais. Para satisfazer a essas demandas, utilizam-se tecnologias limpas, observa-se a legislação ambiental e adota-se a prática de reuso e reciclagem, entre outras medidas. Nessa perspectiva, busca-se estudar as melhores formas de se desenvolverem projetos com o menor impacto ambiental possível e encontrar alternativas saudáveis para práticas dentro do contexto de cada região. Quanto ao pilar econômico, este ultrapassa seu significado superficial, relacionado ao aspecto financeiro: em verdade, ele remete ao sentido de cuidar da casa. Assim, nesse pilar, são analisados os temas relacionados à produção, à distribuição e ao consumo de bens e serviços.

10

11


Além desse tripé, há também aspectos mais subjetivos que podem e devem ser discutidos junto ao tema sustentabilidade, como as questões políticas e culturais, que serão discutidas mais adiante.

Economia verde Mais recente que o conceito de desenvolvimento sustentável, o termo “economia verde” foi definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma economia que “resulta em melhoria do bem-estar humano e da equidade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez de recursos naturais”. Isto é, a economia verde é aquela que aplica os pilares da sustentabilidade na atividade econômica. Considerando o pilar ambiental, esse modelo propicia que a produção de

Cabe ressaltar que empresas brasileiras dos mais variados segmentos e tamanhos se envolvem cada dia mais com a sustentabilidade ambiental, social e econômica. Esse movimento é demandado por pressão de diferentes públicos ou mesmo pela necessidade de se diferenciar perante a concorrência, seja por meio de vendas de empresa a empresa, seja por vendas a clientes diretos, mais conscientes e exigentes quanto à origem e ao processamento dos produtos e serviços que usufruem.

bens e serviços reduza as emissões de carbono, seja eficiente no uso de recursos e promova a inclusão social.

Nas empresas, o conceito de sustentabilidade está ligado diretamente à responsabilidade social. Atualmente, isso é visto como uma vantagem competitiva, pois a preocupação em causar menos impactos na natureza e nas comunidades onde atuam faz as empresas ganharem mais respeito do público consumidor. Além disso, muitas práticas ambientalmente sustentáveis acabam se revelando economicamente viáveis, ou seja, auxiliam na recuperação do capital financeiro, humano e natural do negócio.

O relatório lançado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em fevereiro de 2013, mostrou que a transição para uma economia mais verde e sustentável criou milhões de postos de trabalho em países com diferentes níveis de desenvolvimento: nos Estados Unidos, por exemplo, o número de empregos em bens e serviços ambientais foi de 3,1 milhões em 2010; no Brasil, no mesmo período, 2,9 milhões de postos de trabalho foram registrados em áreas dedicadas à redução dos danos ambientais. Outro estudo, realizado pelo Banco Mundial, aponta que, até 2030, a redução das emissões de carbono em mais de um terço é compatível com o crescimento do PIB e da economia.

Para o setor empresarial, a sustentabilidade pressupõe o reposicionamento político-estratégico e a adoção de novas práticas de produção, de maneira a gerar oportunidades a novos negócios e contribuir para o crescimento e a consolidação das empresas. O principal desafio, aqui, é conciliar crescimento econômico, preservação do meio ambiente e equidade social dentro dos três pilares (econômico, ambiental e social). Além disso, não são somente grandes empresas que podem adotar práticas sustentáveis; qualquer negócio, seja médio, pequeno ou micro, pode ser sustentável.

A economia verde, ao mesmo tempo em que gera empregos, também combate as causas do aquecimento global (emissões de CO2), o consumo irracional de água potável e os fatores que geram a deterioração dos ecossistemas.

De acordo com pesquisa realizada pelo MIT Sloan Management Review e o Boston Consulting Group, uma barreira que ainda existe referente a este modelo é a dificuldade dos empresários valorarem os resultados intangíveis da sustentabilidade. No entanto, a mesma pesquisa aponta que 37% dos entrevistados indicaram aumento nos lucros devido a seus esforços nesse sentido.

Entre as principais características da economia verde, destacam-se: • pouco uso de combustíveis fósseis (gasolina, carvão, diesel etc.) e aumento do uso de fontes limpas e renováveis de energia; • eficiência na utilização de recursos naturais; • práticas e processos que visam à inclusão social e à erradicação da pobreza; • investimento e valorização da agricultura verde; • tratamento adequado do lixo com sistemas eficientes de reciclagem; • qualidade e eficiência nos sistemas de mobilidade urbana.

Aplicado à economia, o termo sustentabilidade originou o conceito “economia verde”.

Parque da Cidade - Brasília 12

13


Conceito SEBRAE de sustentabilidade O SEBRAE, por sua vez, definiu o conceito de sustentabilidade como uma estratégia de atuação capaz de contribuir para o for talecimento continuado tanto da própria instituição quanto de micro e pequenas empresas. Esse for talecimento é ancorado na redução e na compensação dos riscos e dos impactos provenientes das atividades administrativas, no crescimento dos resultados econômico-financeiros e no estímulo à criação de novos negócios ligados à economia verde.

O que é um negócio sustentável e responsável? É a atividade econômica orientada para a geração de valor econômico, financeiro, ético, social e ambiental, cujos resultados são compartilhados com os públicos atingidos. A produção e a comercialização são organizadas a fim de reduzir, continuamente, o consumo de bens naturais e de serviços ecossistêmicos, de modo a conferir competitividade e continuidade à própria atividade e a promover e manter o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Esse conceito é composto pelos aspectos econômico, ambiental e sóciopolítico: • econômico: visa induzir a uma nova economia, ancorada nos princípios da economia verde, e atuar com foco na redução de desperdícios nos processos administrativos e produtivos; • ambiental: visa reduzir os riscos e os impactos ambientais dos segmentos nos meios físico, biótico e antrópico, bem como adotar medidas de compensação dos impactos causados; • social e político: visa atuar como articulador de atores sociais a fim de definir estratégias integradas para a consolidação política.

14

15


2

O SEBRAE e a sustentabilidade A missão do SEBRAE é promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios, bem como fomentar o empreendedorismo para fortalecer a economia nacional. As MPEs representam 99% dos 8,9 milhões de empresas existentes no País e geram 27% do PIB, 60% dos empregos formais, 40% da massa salarial e 1% das exportações. Metade delas está no comércio; 15% na indústria; 5% na construção civil; e 31% no setor de serviços. Pesquisas mostram que 65% dessas empresas pensam em adotar critérios de sustentabilidade; no entanto, 25% não entendem como fazer isso, como demonstra o quadro a seguir.

27% PIB GERADO POR ESSAS EMPRESAS

75% SOBREVIVÊNCIA DE EMPRESAS COM ATÉ 2 ANOS

60%

1,4%

EMPRESAS FORMAIS GERADAS SOBRE O TOTAL DO PAÍS

REPRESENTAÇÕES SOBRE AS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

65%

12%

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS QUE SE PREOCUPAM COM SUSTENTABILIDADE

MPES QUE AFIRMAM ENTENDER MUITO SOBRE O ASSUNTO

43% RENDA GERADA NO PAÍS

25% MPES QUE AFIRMAM ENTENDER POUCO SOBRE O ASSUNTO

Referências: http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=377, http:// www.pagina22.com.br/index.php/2013/11/micro-e-pequenas-empresas-mais-sustentaveis-e- possivel/

Para o SEBRAE, esses índices geram, não só no DF – que abriga cerca de 78 mil microempreendedores individuais e MPEs –, mas também no Brasil, uma demanda cada vez maior: orientar essas empresas sobre a aplicação da sustentabilidade e possibilitar que as potencialidades locais sejam exploradas dentro do conceito de economia verde. O Distrito Federal, por ter o maior PIB per capita do País – em torno de R$ 63 mil anuais (IBGE, 2013), quase três vezes acima da média brasileira – e ser a oitava maior economia do Brasil, mostrase um celeiro promissor para MPEs sustentáveis. Compreendendo esse cenário, o SEBRAE-DF sentiu-se impulsionado a desenvolver sua própria política de sustentabilidade, a qual nor teia o desenvolvimento de diversas soluções disponíveis para micro e pequenas empresas.

16

17


A política de sustentabilidade do SEBRAE no DF Considerando a importância da sustentabilidade para a sobrevivência e a consolidação das MPEs, o SEBRAE-DF elaborou e implementou sua Política de Indução à Economia Verde e à Gestão Sustentável. Com vistas à implementação na própria empresa e no mercado, essa política foi elaborada a partir do diagnóstico ambiental da sede da organização e da análise integrada do cenário de atuação dos governos distrital e federal, das entidades representativas de diversos segmentos econômicos e de instituições financeiras.

O principal objetivo dessa política é tornar o SEBRAE no DF uma referência nacional na implementação do seu sistema de gestão ambiental e na indução, no fortalecimento e na consolidação de uma nova cultura econômica no DF, ancorada nos princípios da sustentabilidade. Conheça, a seguir, as principais diretrizes dessa política.

Foco interno O foco interno dessa política consiste em priorizar a adoção de práticas sustentáveis nos processos internos do SEBRAE no DF. Para tal, faz-se necessário:

• implantar o Sistema de Gestão Ambiental; • integrar o Sistema de Gestão Ambiental aos processos internos do DF; • inserir a questão ambiental como critério nas tomadas de decisões; • incorporar a sustentabilidade a compras, contratos e parcerias firmados; • atender às políticas públicas, à legislação e às normas ambientais aplicáveis; • apoiar ações de redução de impactos ambientais nas áreas de influência da sede do SEBRAE no DF, em conjunto com os órgãos locais competentes; • abrir um canal de diálogo, por meio de processo participativo e inclusivo, com representantes dos empreendedores dos pequenos negócios, do governo, das universidades, entre outros.

Foco externo O foco externo dessa política consiste em estimular a economia verde e a gestão sustentável nas micro e pequenas empresas do DF. Para tal, faz-se necessário: • atuar com foco na indução de uma nova cultura; • qualificar, de forma permanente, o público interno (gestores e consultores); • atuar externamente, de forma integrada e compartilhada, por meio de diálogo setorial, na mobilização dos empresários, na criação de soluções e na execução destas; • atualizar as soluções aplicadas e monitorar os resultados de forma sistematizada; • atuar internamente, de forma integrada, na identificação de novas demandas dos segmentos atendidos pelo SEBRAE, no desenvolvimento de novas soluções e de ferramentas/estratégias de planejamento, além do monitoramento específico da atuação da política; • promover o intercâmbio entre as unidades do SEBRAE no DF com a finalidade de estimular a integração e a disseminação interna de boas práticas sustentáveis; • transversalizar o tema sustentabilidade no Plano Plurianual (PPA) de cada unidade e nas soluções do SEBRAE; • incentivar a constante visibilidade da política por meio de prêmios e da divulgação dos eventos do SEBRAE e de eventos externos; • divulgar anualmente os resultados por meio do Relatório Anual de Sustentabilidade do SEBRAE no DF, destacando os resultados internos e externos da política.

18

19


Soluções SEBRAE de sustentabilidade A partir dessa política, o SEBRAE no DF tem procurado levar ao conhecimento dos micro e pequenos empresários informações que ensejam a reflexão sobre a necessidade de mudar paradigmas no sistema de produção. Conheça algumas das soluções que têm ajudado empresários a desenvolverem práticas de negócios sustentáveis.

Metodologia SEBRAE de redução de desperdício A Metodologia SEBRAE de Redução de Desperdício Cinco Menos que são Mais visa beneficiar economicamente o desempenho ambiental da empresa. Ela deriva da experiência adquirida pela instituição com o desenvolvimento do projeto-piloto Elaboração de Plano de Melhoria de Desempenho Ambiental para Micro e Pequenas Empresas (1996) e da aplicação de outras ferramentas de gestão ambiental, tais como a norma NBR ISO 14001, os processos de coleta seletiva e os programas de produção mais limpa e boas práticas de gestão empresarial.

A proposta central dessa metodologia é abordar a dimensão ambiental da empresa a partir do aumento da competitividade, do aumento da capacidade produtiva e da redução de desperdícios, que proporcionam ganhos ambientais, econômicos e sociais. Além disso, visa reposicionar os negócios em um contexto de mercado mais moderno e competitivo. De acordo com essa metodologia, a gestão ambiental da empresa deve estar focada em cinco itens:

1. menos desperdício de água na produção; 2. menos desperdício de energia por unidade de produção; 3. menos perdas de matéria-prima por unidade de produção; 4. menos geração de resíduos; 5. menos poluição.

A aplicação dessa metodologia possibilita resultados positivos, os quais o SEBRAE estabelece nos cinco itens a seguir:

1. ganhos econômicos; 2. lucro; 3. competitividade; 4. satisfação do consumidor; 5. qualidade ambiental.

5-

5+

ÁGUA

GANHO ECONÔMICO

ENERGIA

LUCRO

MATÉRIA-PRIMA

COMPETITIVIDADE

RESÍDUOS

SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR

POLUIÇÃO

QUALIDADE AMBIENTAL

Fonte: Livro da Metodologia SEBRAE de Redução de Desperdício

20

21


Metodologia SEBRAE de Sustentabilidade para o Microempreendedor Individual

Modelo de negócio sustentável para hortaliças – padrão Canvas consultoria para uso eficiente de energia

A Metodologia SEBRAE de Sustentabilidade para o Microempreendedor Individual (MSSMEI) foi organizada para proporcionar benefícios econômicos associados à melhoria do desempenho ambiental do pequeno negócio. Também concebida a partir da experiência com o desenvolvimento do projetopiloto Elaboração de Plano de Melhoria de Desempenho Ambiental para Micro e Pequenas Empresas e da aplicação de políticas de gestão ambiental, aborda a dimensão ambiental da atuação dos microempreendedores individuais a partir do prisma do aumento da rentabilidade obtido com a diminuição dos eventuais desperdícios de insumos (materiais e trabalho).

O propósito dessa consultoria é apresentar aos empresários melhores práticas para reduzir contas de energia, corretas disposições de mobiliários, manutenção e uso de máquinas mais adequadas para suas empresas, projetos de iluminação e demais itens que possam contribuir para a economia de luz de seus negócios.

O principal objetivo da MSSMEI é levar os microempreendedores individuais (MEI) a adotarem práticas mais sustentáveis ao mesmo tempo em que reposicionam seus negócios em um contexto de mercado mais moderno e competitivo.

O foco dessa consultoria é orientar os empresários a atender às exigências dos órgãos de regulamentação ambiental. Trata-se de consultores especialistas no atendimento a todos os requisitos que farão das empresas instituições mais competitivas, sustentáveis e viáveis do ponto de vista fiscal.

Como resultado, o SEBRAE espera tornar os microempreendedores individuais mais competitivos e incitá-los a ampliar as possibilidades de melhorar a rentabilidade de seus negócios, bem como contribuir para a redução dos eventuais impactos negativos que resíduos, efluentes e emissões possam causar ao meio ambiente; em síntese, busca induzir a ampliação da sustentabilidade nos pequenos negócios. A aplicação dessa metodologia está dividida em duas etapas, distribuídas da seguinte forma:

• sensibilização (por meio de palestras e/ou clínicas tecnológicas); • consultoria (destinada ao prognóstico, a medições e a proposições de ações que visem ampliar a sustentabilidade do negócio).

Os temas a serem abordados na aplicação da metodologia são: • uso da água; • eficiência energética (energia elétrica, GLP e outras); • gestão dos resíduos; • consumo consciente no processo de compra; • saúde e segurança no trabalho; • aspectos sociais da atividade econômica; • cadeia de valores no ciclo de vida dos resíduos; • marketing verde; • sustentabilidade; • relação com fornecedores; • ética nos negócios; • cidadania.

22

Consultoria para licenciamento ambiental

Consultoria de marketing verde A consultoria de marketing verde objetiva criar um plano de comunicação para mostrar que o negócio tem condições de oferecer bons produtos e serviços, respeitando as gerações futuras. Visa, ainda, orientar os empresários no processo de comunicação como vantagem competitiva.

Diálogos setoriais Trata-se de encontros empresariais com instituições representativas de alguns segmentos econômicos. Esses diálogos objetivam discutir temas relativos ao desenvolvimento sustentável, aplicáveis ao cotidiano dos empresários, bem como oportunidades de negócios ligados à economia verde. Redução de desperdícios, eficiência energética, responsabilidade social, gestão eficiente do uso da água, gerenciamento de resíduos são alguns dos assuntos tratados nesses encontros.

Autodiagnóstico de sustentabilidade Solução on-line disponibilizada na internet, no endereço http://intranet. df.sebrae.com.br/ questionario/Quest/Questionario.aspx?id=3, em que, por meio de perguntas de múltipla escolha, o empresário do ramo de alimentação pode refletir sobre sua postura em relação às oportunidades e às estratégias de desenvolvimento sustentável para reduzir os custos do processo produtivo empresarial. O resultado do questionário proporciona ao empresário a possibilidade de analisar como a sua empresa se comporta do ponto vista sustentável.

23


Workshop sustentabilidade lucrativa O Workshop de Sustentabilidade Lucrativa objetiva oferecer aos empresários e empreendedores informações simples e práticas sobre os temas sustentabilidade e gestão ambiental. Com formato inovador, o workshop proporciona aos participantes uma grande troca de experiências e conhecimento. São palestras curtas e interessantes, em que o empresário atua como protagonista do encontro, ou seja, apresenta sua trajetória, seus erros, seus acertos e seus aprendizados, desde as boas práticas de sustentabilidade até a gestão do conhecimento.

Palestras As palestras de sustentabilidade abordam temas como gestão de resíduos sólidos, gestão sustentável na empresa, produção e consumo responsáveis, eficiência energética e gestão da água. São uma forma de atualização rápida ou até mesmo de familiarização com o tema explorado, além de ser um espaço para troca de experiências entre os participantes. As palestras são promovidas por profissionais de diversas áreas relativas ao tema, todos altamente qualificados e prontos para ajudar micro e pequenos empresários a refletir sobre seus processos produtivos no contexto da economia verde.

A Lei Geral nº 123/2006 e alterações definem assim as categorias de pequenos negócios no Brasil: Microempreendedor individual (MEI): receita bruta anual de até R$ 60 mil; Microempresa: receita bruta anual de R$ 60 a R$ 360 mil; Pequena empresa: receita bruta anual de R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões. O SEBRAE utiliza o conceito de microempresa e empresa de pequeno porte de acordo com o número de funcionários: Microempresa I) Na indústria e na construção: até 19 funcionários; II) No comércio e nos serviços: até 9 funcionários. Pequena empresa I) Na indústria e na construção: de 20 a 99 funcionários; II) No comércio e nos serviços: de 10 a 49 funcionários.

24

25


3

o que os Empresários pensam sobre sustentabilidade A Pesquisa SEBRAE Nacional 2012 “O que pensa o empresário da micro e pequena empresa sobre sustentabilidade” entrevistou 3.912 empresários em todo o País, em 2012. O resultado mostra que os pequenos negócios estão no caminho certo para o desafio da sustentabilidade. Poucos foram os empresários, apenas 2% do total, que alegaram não possuir conhecimento sobre os temas sustentabilidade e meio ambiente. A maioria (65%) avaliou como “médio” seu nível de conhecimento sobre esses dois temas; 21% dos entrevistados classificaram seus níveis de conhecimento como “pouco”; e 12% classificaram como “muito” (Gráfico 1)

65%

Gráfico 1: Como o(a) Sr.(a) avalia o seu conhecimento sobre sustentabilidade e meio ambiente?

21%

12%

26

Nenhum

Fonte: SEBRAE NA

2%

Pouco

Médio

27

Muito


Indagados se a sustentabilidade está fortemente associada a questões ambientais, sociais ou econômicas, os empresários das MPEs, em sua maioria, demonstraram ter plena consciência de que esse tema está associado, concomitantemente, aos três pilares, e não apenas a um ou dois deles.

Gráfico 3: Na sua opinião, qual é o grau de importância que as empresas deveriam atribuir à questão do meio ambiente?

Dos entrevistados, 87% disseram que a sustentabilidade está fortemente associada a questões ambientais; 82% a questões sociais; e 82% a questões econômicas, como se pode observar no Gráfico 2, a seguir.

Alto

Gráfico 2: Sustentabilidade está fortemente associada a:

Médio Não

13% Sim

87%

Questões Ambientais

Não Conhece/ Não sabe

Não

18%

18% Sim

82%

Questões Sociais

82%

Baixo

Fonte: SEBRAE NA

Não

QuestõesEconômicas Para uma maioria menos expressiva dos empresários entrevistados (46%), a questão ambiental representa oportunidades de ganhos, o que pode ser considerado como um fato bastante positivo. Em contrapartida, para 16% deles, essa questão representa custos e despesas e, para 38% deles, nem ganhos, nem despesas (Gráfico 4). Isto é, para um grupo nada desprezível de empresários (54%), as oportunidades de ganhos relacionadas à questão ambiental ainda não estão bem evidenciadas.

No que se refere ao grau de importância que as empresas deveriam atribuir à questão do meio ambiente, a imensa maioria dos empresários (75,2%) entende que deveria ser alto; 14,0% consideram esse grau de importância como médio; 5,4% como baixo; e 5,4% não conhecem ou não souberam responder a esse quesito (Gráfico 3).

28

Essa constatação reforça a necessidade de se esclarecer melhor esse grupo quanto às restrições e às oportunidades que o tema sustentabilidade implica quanto às ações necessárias a sua superação e ao seu alcance. Essa necessidade fica ainda mais evidente ao se considerar que a legislação e a fiscalização acerca desse assunto vêm se tornando cada vez mais rigorosas e intensas. Não se pode desprezar também o fato de o mercado consumidor estar mais exigente e seletivo, obrigando as empresas a se adaptarem urgentemente a esse novo contexto e a buscarem atuar de forma sustentável, tornando-se, assim, percebidas pelo mercado e pela sociedade em geral.

29


Gráfico 5: O(a) Sr.(a) conhece alguma empresa que possui ações de preservação do meio ambiente? Gráfico 4: Na sua opinião, a questão ambiental representa para sua empresa:

46% 38

%

16%

12%

Oportunidades de Ganho

Nem ganhos, nem despesas

40%

Custo e despesas

Fonte: SEBRAE NA

Fonte: SEBRAE NA

48%

Esses resultados mostram que ainda há uma quantidade expressiva de micro e pequenas empresas que não adotam práticas sustentáveis em relação ao meio ambiente ou que, se adotam, não as divulgam. Para 46% dos participantes, a questão ambiental representa oportunidades de ganhos para sua empresa; 38% consideram que ela não representa nem ganhos, nem despesas; e 16% avaliam que ela representa custos e despesas.

Perguntados se conheciam outra empresa que realiza ações sustentáveis relacionadas ao meio ambiente, quase a metade dos respondentes (48%) afirmou conhecer tais empresas; 40% disseram não conhecer empresas com essas características; e 12% dos entrevistados não responderam ou não souberam responder a essa questão (Gráfico 5).

30

Foi possível constatar que 69% dos empreendedores entrevistados acham que suas empresas passam uma boa imagem para os clientes quanto a práticas sustentáveis relacionadas ao meio ambiente; já 17% acham que não passam essa boa imagem; e 14% não responderam ou não souberam responder à questão (Gráfico 6).

Deve-se ressaltar que esse percentual de 69% de empresários que acreditam na boa imagem em termos de práticas sustentáveis em relação ao meio ambiente mantém certa coerência com os percentuais de empresários que alegaram realizar ações como coleta seletiva de lixo, controle do consumo de papel, controle do consumo de água, entre outras.

31


Gráfico 6: Na sua opinião, a sua empresa passa uma boa imagem em termos de preservação ambiental para os clientes?

Gráfico 7: O(a) Sr.(a) acha que as empresas que têm programas de preservação do meio ambiente atraem mais clientes?

8%

14%

13% 17% 79%

Fonte: SEBRAE NA

Fonte: SEBRAE NA

69%

Um fato positivo foi constatar que a maioria dos empresários consultados alegou adotar práticas sustentáveis em relação ao meio ambiente no dia a dia de funcionamento de suas empresas (Gráfico 8), como as relacionadas a seguir: Dos empreendedores de micro e pequenos negócios, 79% demonstraram ter consciência de que empresas que têm ações sustentáveis relacionadas ao meio ambiente podem atrair mais clientes.

Do total de entrevistados, apenas 13% consideram que essas ações não estariam relacionadas ao aumento da clientela e 8% não souberam responder a essa questão (Gráfico 7).

32

• • • • •

coleta seletiva de lixo (70,2%); controle do consumo de papel (72,4%); controle do consumo de água (80,6%); controle do consumo de energia (81,7%); destinação adequada de resíduos tóxicos, tais como solventes, produtos de limpeza e cartuchos de tinta (65,6%).

33


Dentre o rol de ações e práticas sustentáveis, destacou-se como a de maior percentual 83,4% a taxa de empresários que não costumam captar água da chuva e/ou reutilizar água. Isso se deve, muito provavelmente, ao elevado custo que esse tipo de investimento representa para os empresários de micro e pequenas empresas.

Gráfico 8: Sua empresa realiza/faz:

Coleta seletiva de lixo

Controle do consumo de papel

27.6%

29.8% Não

Controle do consumo de água

Tais resultados podem ser visualizados no Gráfico 9, a seguir, e comprovam, uma vez mais, que ações dessa natureza ainda não fazem parte da rotina da maioria das micro e pequenas empresas brasileiras.

19.4% Não

Não

Gráfico 9: Sua empresa realiza/utiliza:

Sim

Sim

Sim

70.2%

72.4%

Controle do consumo de energia

18.3%

Reciclagem de pilhas, baterias e pneus?

80.6%

Não

Captação de água de chuva e/ou reutilização de água?

16.6% Não

Não

Sim

34.4%

Não

48.3%

49.1%

Destinação adequada de resíduos tóxicos tais como solventes, produtos de limpeza e cartuchos de tinta.

Matéria-prima ou material reciclável no processo produtivo?

Sim

Sim

Não

34

65.6%

Fonte: SEBRAE NA

Sim

81.7%

59.9%

Sim

51.7%

83.4%

Fonte: SEBRAE NA

35


Como você avalia o engajamento da sua empresa com as causas de sustentabilidade, se comparando-a com as empresas competidoras nacionais?

Causou surpresa, entretanto, o fato de a maioria dos empresários de micro e pequenas empresas entrevistados (81%) desconhecer a RIO+20 (Gráfico 10). Essa constatação sinaliza certa preocupação, tendo em vista a crescente importância que o tema vem ganhando não só no cenário internacional, mas também no Brasil.

Gráfico 10: O(a) Sr.(a) sabe o que é a Rio+20?

4% NÃO SEI DIZER 17% ABAIXO DA MÉDIA

19% 56% NA MÉDIA

Sim 23% ACIMA DA MÉDIA

Não

81%

Gráfico-Fonte: PWC Sondagem Empresarial 2013 (Como você avalia o engajamento da sua empresa com as causas de sustentabilidade, se comparando-a com as empresas competidoras nacionais?)

Fonte: SEBRAE NA

Os empresários das grandes empresas do DF, potenciais clientes das micro e pequenas empresas nas cadeias de produção e distribuição, assim compreendem o engajamento de suas empresas com a sustentabilidade ambiental:

36

Os empresários das grandes empresas do DF também se mostram preocupados com a questão de recursos naturais/matérias-primas.

Outra pesquisa, publicada na Análise Gestão Ambiental 2ª Ed. 2013, aponta que 88% das grandes empresas já adotam política ambiental e que, dessas, 63,9% utilizam essa política integrada às demais políticas da organização.

37


4

Gestão da sustentabilidade Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) podem ser aplicados a qualquer atividade econômica e possibilitam a empresa ou organização controlar e minimizar os riscos ambientais de suas atividades. De maneira geral, empresas que incorporam práticas sustentáveis reduzem custos em decorrência de três procedimentos: consomem menos água, menos energia e menos matéria-prima; reutilizam, reciclam ou vendem resíduos quando possível; gastam menos com controle de poluição; e geram menos resíduos. Elas também elevam sua competitividade e conquistam novos consumidores, pois mostram seu grau de envolvimento com a responsabilidade social. Além disso, os órgãos públicos tendem a exigir a comprovação de práticas sustentáveis em seus editais de licitação de compras ou de contratação de serviços, assim como grandes empresas que priorizam fornecedores que valorizam a gestão sustentável.

Segundo o SEBRAE, o SGA ajuda a empresa a: • identificar e controlar os aspectos, os impactos e os riscos ambientais relevantes para a organização; • atingir sua política ambiental e suas metas de acordo com o cumprimento da legislação ambiental; • definir uma série básica de princípios que guiem a abordagem da sua organização em relação a suas futuras responsabilidades ambientais; • estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para o desempenho ambiental, assegurando o equilíbrio de custos e benefícios, para a organização e para seus vários acionistas e interessados; • determinar que recursos são necessários para atingir tais metas, garantir responsabilidades por elas e comprometer os recursos necessários; • definir e documentar tarefas, responsabilidades, autoridades e procedimentos específicos para assegurar que cada empregado aja no curso de seu trabalho diário para ajudar a minimizar ou eliminar o impacto negativo da empresa no meio ambiente; • comunicar tudo isso à organização e treinar pessoal para cumprir eficazmente seus compromissos; • medir o desempenho em relação a padrões e metas préestabelecidos e modificar a abordagem, se necessário.

38

39


Alguns empreendedores pensam que, por serem pequenos, não precisam adotar controles, organizar sua produção ou gerenciar suas atividades potencialmente poluidoras. Consideram que esse tipo de atividade destina- se apenas a empresas grandes. Isso não é verdade. A questão ambiental faz parte de qualquer tipo de negócio.

Gestão de resíduos sólidos Toda atividade humana, doméstica ou empresarial, gera resíduos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei 12.305/2010 – define resíduos sólidos como materiais, substâncias, objetos ou bens descartados por pessoas, empresas e organizações de todos os tipos. Em outras palavras, podemos concluir que resíduos sólidos são tudo aquilo que descartamos – o que, até bem pouco tempo, era considerado lixo. Da reutilização à geração de energia, tudo tem valor e pode se tornar fonte de renda e vetor de novos negócios.

A seguir, listamos alguns benefícios que uma empresa usufrui quando passa a realizar uma gestão sustentável:

• • • • • •

redução de custos, derivada de melhor gestão ambiental; melhoria de sua imagem perante o público e das vendas; fortalecimento da marca e fidelidade do cliente ao produto; valorização da empresa na sociedade e no mercado; ganho em tributação com as possibilidades de isenções fiscais; produtividade, em decorrência do maior empenho e da maior motivação dos funcionários; • retorno publicitário com a divulgação de mídia espontânea; • contratos com o setor público, que tende a selecionar empresas socialmente responsáveis e ecologicamente corretas; • contratos com grandes empresas, que necessitam alinhar sua cadeia produtiva com os novos valores.

Neste capítulo, apontamos alguns exemplos de medidas que ajudarão seu negócio a se tornar sustentável.

40

Em vigor desde 2010, a PNRS estabelece a responsabilidade compartilhada da gestão de resíduos sólidos entre o poder público, as empresas e os consumidores. Cada um desses atores deve fazer sua parte: as prefeituras devem oferecer o manejo responsável dos resíduos, com planejamento e construção de aterros sanitários, para onde devem seguir apenas resíduos orgânicos; as empresas, por sua vez, precisam aprimorar seus processos de produção a fim de oferecer produtos finais isentos de materiais desnecessários, que se tornarão resíduos nas casas e nos escritórios de seus clientes; por fim, os consumidores devem separar todos os resíduos que podem ter alguma utilidade e não misturar resíduos orgânicos com resíduos recicláveis.

A questão dos resíduos sólidos envolve mudanças de hábitos e pode ser melhor compreendida com a adoção do conceito dos “7 erres”: Repensar, Recusar, Reduzir, Reparar, Reutilizar, Reciclar e Reintegrar.

• Repensar: não comprar por impulso, mas sim questionando sobre o que é ou não fundamental consumir; • Recusar: não consumir o que foi considerado desnecessário; • Reduzir: não adquirir algo que não será utilizado ou consumido (princípio do consumo racional); • Reparar: verificar se o objeto tem conserto antes de descartá-lo. Além de reduzir resíduos, essa atitude gera economia ao evitar compra de um novo produto; • Reutilizar: sempre que possível, atribuir outras funcionalidades aos objetos, por exemplo, as embalagens; • Reciclar: transformar objetos usados em novos produtos para o consumo (metais, papéis, papelões, plásticos e vidros). A reciclagem depende da coleta seletiva, já implantada no DF; • Reintegrar: destinar alimentos e outros produtos orgânicos à natureza por meio de compostagem para produção de adubo, por exemplo.

41


A PNRS classifica os resíduos sólidos de acordo com a origem e a periculosidade. Resíduos sólidos urbanos surgem de estabelecimentos comerciais, domicílios e da limpeza urbana por meio da varrição de ruas e vias públicas e outros serviços públicos de limpeza. Podem ser divididos pela composição química em resíduos orgânicos, inorgânicos, sólidos industriais e especiais. • Resíduos orgânicos: compostos por alimentos e outros materiais que se decompõem na natureza como cascas e bagaços de frutas, verduras, materiais de podas de jardim etc. • Resíduos inorgânicos: compostos por produtos manufaturados como plásticos, cortiças, espumas, metais e tecidos. • Resíduos sólidos industriais: gerados nos processos produtivos e nas instalações industriais, podem ser descartados em estado sólido ou semissólido como iodos e alguns líquidos contaminantes, que não podem ser lançados na rede pública de esgotos ou em corpos d´água. • Resíduos especiais: podem ser gerados em atividades industriais, hospitalares, agrícolas, entre outras, e exigem cuidados especiais no seu acondicionamento, transporte, tratamento e destino final.

Com o propósito de compreender aspectos ambientais do segmento, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) realizou pesquisa, em 2011, com mais de 200 indústrias do DF, distribuídas nos segmentos indústria da transformação, construção civil e tecnologia da informação, nos portes micro,

As principais formas de destinação dos resíduos sólidos são os lixões, os aterros controlados, os aterros sanitários e a compostagem. • Lixões: forma incorreta de descarte, não preveem cuidados relacionadosà saúde pública e ao impacto ambiental dos depósitos. Embora a PRNS estabeleça que os lixões deveriam ter sido extintos em 2014, a maioria dos municípios brasileiros afirma não ter condições de cumprir a meta. • Aterros controlados: os resíduos descartados nesse tipo de local são cobertos por camadas de terra, mas esse cuidado não impede a contaminação do solo e das águas subterrâneas por substâncias tóxicas nem a produção de gases perigosos. Assim como os lixões, são uma forma inadequada de disposição final dos resíduos e dejetos. • Aterros sanitários: são considerados a forma mais adequada de disposição de rejeitos, pois são locais preparados com a aplicação de tecnologias que reduzem os impactos ambientais e os riscos à segurança e à saúde pública. Sua superfície é impermeabilizada para evitar a contaminação do solo e dos lençóis subterrâneos. Neles, também é feita a drenagem dos gases que se formam da decomposição da matéria orgânica, da água da chuva e do chorume. São isolados para evitar a presença de pessoas e animais. • Compostagem: técnica que reproduz e facilita o processo biológico natural de transformação de matéria orgânica por microrganismos. Trata-se de processo de transformação de matéria orgânica em adubo orgânico (composto orgânico). Depende da coleta seletiva.

média e grande empresa. Um dos aspectos pesquisados foi a geração de resíduos. Do total de empresas entrevistadas, 50,8% apontaram ter a intenção de implantar ou já ter implantado programa de redução na geração de resíduos. As empresas avançavam também para o uso de resíduos como matéria-prima ou insumo.

Planos de gerenciamento de resíduos sólidos Os planos de gerenciamento de resíduos sólidos devem ser elaborados e executados pelas empresas e entidades responsáveis pela geração dos seguintes tipos de resíduos:

A Norma NBR-10 004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), classifica esses resíduos conforme descrição a seguir: • Classe I: resíduos desse tipo apresentam riscos de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, entre outras características. Devem ser depositados em aterros especiais ou queimados em incineradores específicos para esse fim; • Classe II: constitui-se de resíduos não inertes, materiais ferrosos e não ferrosos com características do resíduo doméstico; • Classe II B: constitui-se de resíduos inertes, que não se decompõem ao serem dispostos no solo, como os da construção civil;

• • • • • •

de indústrias; de construção civil; dos serviços públicos de saneamento básico; de serviços de saúde; de mineração, gerados nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; resíduos perigosos ou que tenham características de composição ou volume diferente dos resíduos domiciliares, segundo classificação do Poder Público Municipal, gerados por estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços.

Esses planos devem se submeter às regras previstas na lei e nos planos municipais, estaduais e federais.

• Rejeitos: resíduos que não podem ser reaproveitados ou reciclados devido à falta de tecnologia ou viabilidade econômica para esse fim. Exemplos: absorventes femininos, fraldas descartáveis e papéis higiênicos usados.

42

43


Planos de gerenciamento de MPEs MPEs que geram apenas resíduos sólidos domiciliares ou similares a eles ficam dispensadas de apresentarem planos de gerenciamento de resíduos sólidos. Dessa forma, devem apresentar planos de gerenciamento próprios apenas as MPEs que geram ou lidam com resíduos perigosos e as obrigadas pelo poder executivo local, que resolve não equiparar a resíduos domiciliares os resíduos de limpeza urbana, de serviços públicos de saneamento básico, de serviços de saúde, de construção civil e de serviços de transporte.

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA Estudo da realação produto/meio ambiente, desde a extração dos recursos naturais até sua disposição final ENERGIA

ÁGUA

RECURSOS NATURAIS

Essa dispensa não significa desobrigação de participar da logística reversa ou da coleta seletiva. Quando exigido, o plano de gerenciamento pode ser apresentado por meio de formulário simples, disponibilizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Extração dos recursos naturais

Fabricação de matérias-primas

Fabricação de produtos

Comercialização e uso

Disposição final

As MPEs que operam de forma integrada na mesma área de abrangência podem elaborar um plano coletivo ou se inserirem nos planos de empresas maiores da mesma cadeia produtiva, desde que localizadas na mesma área de abrangência da mesma autoridade de licenciamento ambiental.

A exigibilidade ou a adequação dos planos de gerenciamento das MPEs deve atender à convocação das autoridades municipais ou regionais para audiências públicas ou específicas, visando engajar o empreendedor para que participe da elaboração do plano municipal ou regional de gestão integrada de resíduos sólidos.

EMISSÕES PARA O AR

Responsabilidade compartilhada A PNRS também institui a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (veja gráfico a seguir), que deve ser implementada de modo individual e encadeada pelos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana. Seus objetivos são promover o aproveitamento dos resíduos sólidos, direcionando-os para sua cadeia produtiva e para outras cadeias produtivas (logística reversa); reduzir a formação de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade; e estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis.

EMISSÕES PARA A ÁGUA

RESÍDUO SÓLIDO

Fonte: www.walmartbrasil.com.br/sustentabilidade/_pdf/relatorios/2013/Ponta-a-Ponta3.pdf

A responsabilidade pelas embalagens é dos fabricantes, dos fornecedores de materiais para a fabricação e ainda de quem as coloca em circulação. As embalagens devem ser fabricadas com materiais que restrinjam o volume e o peso às necessidades de proteção e comercialização dos produtos e projetadas de forma a serem recicladas ou reutilizadas de maneira técnica viável e compatível com as exigências aplicáveis aos conteúdos. A logística reversa é obrigatória para embalagens de agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, produtos eletrônicos, lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio, de mercúrio e de luz mista.

44

45


Reciclagem

Reciclagem gera R$ 12 bilhões por ano

Reciclar é transformar um material em outro produto. Além de preservar o meio ambiente, a partir do momento em que minimiza a retirada de nova matériaprima, também gera riquezas aos catadores de materiais recicláveis.

A seguir, estão descritos os tipos de materiais recicláveis.

Papel e Papelão •

jornais, revistas, impressos em geral;

papéis de fax;

embalagens longa vida.

Atualmente, a reciclagem é responsável por movimentar cerca de R$ 12 bilhões no País. Apesar disso, reciclamos apenas 1,4% dos resíduos sólidos e, com isso, deixamos de ganhar R$ 8 bilhões por ano. Esses dados são do Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEA). De acordo com o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil gera, diariamente, 201 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos. As regiões Sudeste e Nordeste são as campeãs neste quesito, com 51 mil e 98 mil toneladas geradas diariamente. O Centro-Oeste fica em quarto lugar, com 16 mil toneladas diárias. Considerando-se o total da geração de resíduos sólidos das cinco regiões e o total da população, calcula-se que cada brasileiro gera, em média, 1,2 kg de resíduos sólidos por dia.

Uso racional de energia elétrica Vidros

Metais

frascos, garrafas;

molas e latas;

vidros de conserva.

latinhas de cerveja e refrigerante;

esquadrias e molduras de quadros.

Usamos energia elétrica para gerar iluminação, movimentar máquinas e equipamentos, controlar a temperatura (produzindo frio ou calor), agilizar as comunicações etc. Dela dependem nossa produção, locomoção, eficiência, segurança, confor to e vários outros fatores associados à qualidade de vida. Quanto mais benefícios tiramos desse recurso, mais aumentamos seu consumo. No entanto, a construção de usinas, linhas de transmissão e distribuição trazem sérios prejuízos ambientais. Embora tenhamos uma matriz energética limpa, precisamos usá-la da forma mais

Não recicláveis •

cerâmicas;

vidros pirex e similares;

acrílicos;

lâmpadas fluorescentes;

papéis plastificados, metalizados ou parafinados

(embalagens de biscoito, por exemplo);

papéis-carbono, papéis sanitários, molhados ou sujos de gordura;

fotografias;

Plásticos •

garrafas, embalagens de produtos de limpeza;

potes de creme, xampu, condicionador;

espelhos;

tubos e canos;

pilhas e baterias de celular (devem ser devolvidos ao fabricante);

brinquedos;

sacos e sacolas;

fitas e etiquetas adesivas.

isopores.

46

Outra prática sustentável que pode e deve ser adotada por micro e pequenas empresas é o uso racional de energia elétrica. Grande parte dos problemas ambientais está relacionada com a exploração e o uso desse tipo de energia. Atualmente, 75% da energia elétrica gerada no mundo são consumidos por apenas 25% da população, principalmente nos países industriais.

sustentável possível.

No Brasil, assim como no resto do mundo, as atividades industriais e comerciais são as que mais utilizam energia elétrica. Enquanto o uso residencial corresponde a 23%, o comércio e a indústria consomem, juntos, 60% da energia produzida no País. De acordo com estimativas do setor elétrico, cada consumidor desperdiça, em média, 10% da energia fornecida, seja por hábitos adquiridos, seja pelo uso ineficiente de eletrodomésticos.

47


As sugestões a seguir foram retiradas de um guia desenvolvido pelo SEBRAE para reduzir o desperdício de energia elétrica:

• utilize circuitos e interruptores que permitam desligamento parcial de grupos de lâmpadas, possibilitando economia durante o dia; • aproveite ao máximo a iluminação natural e evite ligar lâmpadas durante o dia; • substitua lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que são mais econômicas; • instale aparelhos de ar-condicionado na parte superior do ambiente; • evite exposição direta do sol nos ambientes e nos aparelhos de arcondicionado, para gastar menos; • apague as lâmpadas e desligue os aparelhos assim que os ambientes forem desocupados; • regule a temperatura de aparelhos refrigeradores de acordo com o tipo de alimento armazenado; • pinte paredes e tetos com cores claras. Isso faz que se precise de menos luz para iluminar bem os ambientes; • prefira sempre o uso de ventilação natural e ventiladores. É mais econômico e saudável; • se usar o ar-condicionado, deixe as janelas e portas fechadas; • procure ligar o ar-condicionado pouco antes da chegada dos clientes, no local que for necessário, e desligue-o assim que possível; • sempre limpe o filtro do ar-condicionado, isso melhora a qualidade do ar respirado; • prefira equipamentos que consomem menos energia. Essa informação pode ser checada no selo PROCEL.

Consumo de água A água não só é essencial para a existência de toda forma de vida do planeta como também é necessária para a produção de energia elétrica. Embora a indústria utilize grandes quantidades de água (22%), é a agricultura que mais consome esse recurso: 70% de toda a água do planeta é utilizada para irrigação. O consumo doméstico corresponde a 8% desse total (dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO).

48

Fonte: Manual de Educação para o Consumo Sustentável. Idec.

8%

22%

70%

Agricultor 70% Doméstico 8% Industrial 22%

O volume de água na Terra ocupa, aproximadamente, 70% da superfície do planeta, sendo que 95% dele correspondem a águas salgadas. O Brasil é um país privilegiado quanto ao volume de recursos hídricos, pois abriga quase 14% da água doce do mundo.

Dicas para economizar água • Pequenos vazamentos ou práticas erradas fazem seu dinheiro escoar pelo ralo. Evite-os e, se aparecerem, repare-os imediatamente; • Substitua as torneiras tradicionais por torneiras com economizadores. O uso de aerador, por exemplo, resulta em economia de água.

49


Compras sustentáveis Considerar os critérios da sustentabilidade nas compras empresariais é uma premissa básica dos negócios inseridos na economia verde. Ao adotá-los em suas próprias compras, as MPEs contribuem para esse necessário modelo de desenvolvimento, que está em franco crescimento no mundo inteiro, e também se preparam para conquistar novos e maiores clientes como governos e empresas de maior porte.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Planejamento no primeiro semestre de 2014, as MPEs responderam por 80% das compras sustentáveis no primeiro trimestre do ano, cujo valor total foi de R$ 6,3 milhões. No comparativo entre janeiro e março de 2014 com o mesmo período de 2013, as MPEs aumentaram em 156% sua participação nas contratações econômica, social e ambientalmente responsáveis.

e a empresa, na prestação de seu serviço. O final desse processo culmina com os consumidores descartando corretamente os resíduos, o que arremata um ciclo de conscientização que sustentará todos os pilares da sustentabilidade. O processo de compra sustentável deve contemplar os diversos participantes envolvidos: comprador, área solicitante e aprovadores. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) destacou, em Manual de Compras Sustentáveis elaborado para suas empresas associadas, algumas referências de sustentabilidade que podem ser aplicadas em praticamente todo o processo de compras, conforme a tabela a seguir.

Etapas do Processo

1. Planejamento

Compras sustentáveis são aquelas que levam em consideração os pilares básicos da sustentabilidade: atitudes ambientalmente corretas, economicamente viáveis, socialmente justas, eticamente corretas e culturalmente diversas. Isto é, compra sustentável nada mais é do que a aquisição de um bem ou serviço considerando a adoção de critérios ambientais, sociais e econômicos.

Uma compra consciente quanto ao seu consumo e ao seu descarte também é considerada sustentável; portanto, procurar produtos sustentáveis ou serviços que tenham responsabilidade ambiental ou social torna-se uma atitude primordial para se realizar uma compra sustentável.

A importância das compras sustentáveis é fundamental para fomentar a criação de uma rede de fornecedores e compradores preocupados em atender à crescente busca de responsabilidade e sustentabilidade pelos consumidores. Por essa razão, todos esses agentes passam a ter a obrigação de incluir esses requerimentos para atender às próprias demandas e à de seus fornecedores e consumidores, por exemplo: a indústria, em seus insumos para fabricação; o comércio, em seus produtos para venda;

50

Sustentabilidade no processo • Decisão por revisão e inclusão de práticas em sustentabilidade • Revisão do orçamento das categorias

2. Identificação de necessidades

• Análise da cadeia de valor da categoria • Identificação dos principais impactos da cadeia nos aspectos socioambientais, seus riscos e oportunidades

3. Estratégia de compras

• Definição dos critérios de sustentabilidade para homologação, cadastro e guia aos fornecedores

4. Seleção de fornecedores

• Racional socioambiental de seleção de fornecedores • Avaliação da maturidade dos fornecedores candidatos em sustentabilidade

5. Gestão de contratos

• Monitoramento dos fornecedores em sustentabilidade • Avaliação e recomendação aos avaliados

6. Gestão de compras

• Definição e acompanhamento de indicadores de performance relacionados a aspectos socioambientais

51


5

Os segmentos econômicos do DF O Distrito Federal, quando comparado aos demais estados do Brasil, foi contemplado com o menor espaço geográfico autônomo do país. De acordo com as informações divulgadas no site oficial da Administração Regional de Brasília, o território possui apenas 5.783 km², o que corresponde a 26% da área do Estado de Sergipe – o menor Estado da Federação. Está organizado em 31 Regiões Administrativas (RAs), nas quais o número de habitantes e moradias não para de crescer.

Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população distrital é de 2,8 milhões de pessoas. A capital registra Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por habitante) de R$ 63 mil, o maior do Brasil (quase três vezes acima da média brasileira), e abriga 130 mil microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas, tornandose, assim, a oitava economia do País.

A atividade econômica, no entanto, não ocorre livre de impactos socioambientais. Seja no setor agropecuário, seja no setor industrial ou no setor de comércio e serviços, a atividade produtiva gera impactos ambientais, sociais, culturais e econômicos específicos, mais ou menos intensos, que repercutem de forma sistêmica.

52

53


Indústria Como mencionado anteriormente, a atividade industrial é uma das que mais consomem recursos e geram impactos negativos ao meio ambiente. Acompanhe o panorama dos setores industriais mais expressivos do DF: construção civil, indústria gráfica, movelaria e vestuário.

Os principais resíduos provenientes da construção civil são tijolos, blocos cerâmicos, concreto, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras, compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiações elétricas etc. A taxa de desperdício na construção civil também é alta, conforme demonstrado na tabela a seguir:

Construção civil

Tabela 1: Taxa de desperdício de materiais

A indústria da construção civil representa importante atividade para o desenvolvimento econômico e social. Apesar disso, ela provoca, pela própria natureza do negócio e pelo comportamento de algumas empresas, impactos ambientais negativos tanto pela busca de matéria-prima quanto pelo transporte e pela geração de resíduos. A pesquisa “Origens dos resíduos da construção civil” mostra que 59% destes se originam de reformas, 21% de edificações e 20% de construção de residências novas.

Materiais

Média

Mínimo

9

2

23

Aço

11

4

16

Blocos e tijolos

13

3

48

Placas cerâmicas

14

2

50

Revestimento têxtil

14

14

14

Eletrodutos

15

13

18

Tubos para sistemas prediais

15

8

56

Tintas

17

8

24

Condutores

27

14

35

Gesso

30

14

120

Concreto usinado

Edificações novas: (acima de 300 m²)

Residências novas:

20

%

54

Reformas, ampliações e demolições :

59%

Fonte: MMA Melhoria da Gestão ambiental urbana 2010.

21%

Taxa de Desperdício (%) Máximo

Fonte: ESPENELLI, 2005

55


Os dados mostram que, aosereduziro desperdício,ganha-se economicamente e ambientalmente. No Distrito Federal, segundo informações do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon/DF), algumas ações já estão sendo estudadas para diminuir o impacto causado pela construção civil. Uma delas é uma parceria para a obtenção de uma área do Exército, com vistas à implantação da ATTR, uma área de transbordo e triagem de resíduos sólidos da construção civil, mencionada na Lei Distrital. Tal área, se concedida, será de suma importância para a capacitação de profissionais na questão do aprendizado de como reciclar, como produzir materiais advindos de materiais reciclados etc. Neste local, pretende-se, em parceria com diversas entidades que já são parceiras em outros projetos (LACIS/UnB, ABCP e outras), implantar uma usina de reciclagem de resíduos, uma fábrica de elementos pré-moldados de concreto (utilizando materiais reciclados), bem como uma escola para disseminação dos conhecimentos obtidos.

A Lei 3.232, de dezembro de 2003, dispõe sobre a Política Distrital de Resíduos Sólidos no DF. Já a Lei Federal 12.305, de 2010, institui a Política Nacional de resíduos sólidos, orientando como deverá ser a destinação também do resíduo da construção civil para 2015.

Em 2014, o destino final dos resíduos sólidos coletados no DF foi o Aterro do Jóquei, localizado entre o Parque Nacional de Brasília e a cidade Estrutural. No ano de 2010, o Aterro do Jóquei contabilizou o recebimento de 776.141 toneladas de resíduos domiciliares e cerca de 5.000 toneladas diárias de resíduos provenientes da construção civil e de podas de árvores, enviados por órgãos do Governo e órgãos particulares. Em 2012, o resíduo da construção civil chegava a 7.000 toneladas por dia.

Indústria gráfica A indústria gráfica do DF tem se preocupado bastante com a questão ambiental e, por meio do Sindicato das Indústrias Gráficas do DF (Sindigraf-DF), vem implementando diversas ações no sentido de reduzir os impactos na produção gráfica. Um grande número de empresas já possui certificação junto ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito

Em uma parceria com o SEBRAE-DF, o Sindigraf-DF desenvolveu um programa de consultoria e a consequente certificação ambiental para inúmeras pequenas empresas gráficas do DF. Segundo o Sindigraf-DF, uma negociação feita com órgãos certificadores do FSC, Forest Stewardship Council, viabilizou a redução de custos, estimulando a certificação de dezenas de empresas locais. O Sindicato informa ainda que realizou negociações com empresas de coleta de resíduos, também certificadas, para obtenção de melhor atendimento, maior custo de aquisição e menor custo de coleta, organizando, assim, toda uma rede de atendimento na política de resíduos do setor.

No que se refere à indústria gráfica, nos últimos anos, o segmento vem reduzindo os impactos ambientais por meio do desenvolvimento de novos produtos, insumos e tecnologias:

• o papel possui hoje produção sustentável, a partir de florestas renováveis; • as áreas reflorestadas trocam bilhões de toneladas de carbono antes de serem cortadas para a produção da celulose; • o eucalipto, base da produção do papel no Brasil, é o segundo maior produto agrícola de exportação brasileira; além da celulose, exportamse madeira e essências; • o cloro para o branqueamento das fibras, na celulose, vem sendo substituído pelo peróxido, que não é poluente e é inteiramente reciclável; • as tintas de impressão, que antes continham óleos minerais, hoje são fabricadas com óleo vegetal, cuja produção é renovável e não utiliza material fóssil; • grande parte dos pigmentos minerais foi substituída por pigmentos vegetais; • as chapas para impressão, fabricadas com alumínio, eram processadas por meio de ações químicas. Hoje, essas chapas não utilizam mais produtos químicos e são processadas na própria impressora, suprimindo um resíduo gerado no processo; • todos os resíduos gerados pela indústria gráfica são recicláveis, podendo voltar ao ponto original ou ao mercado secundário; • por meio do desenvolvimento mecânico e eletrônico dos equipamentos, busca-se, no segmento mais eficiente, mais produtividade e menos consumo de energia.

Federal (IBRAM), órgão do GDF que tem competência para executar a Política Ambiental do estado.

56

57


Movelaria O uso de madeira certificada e de programas de redução de desperdícios na fabricação de móveis são os principais focos ambientais das indústrias moveleiras. A Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF) possui importante estudo que mostra o cenário estatístico da produção de madeira no Brasil. Os dados a seguir mostram os principais investimentos em programas sociais das empresas associadas à ABRAF, em 2012:

Em 2007, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ligado ao Sistema Fibra, juntamente com o Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário do DF (Sindimam), apresentou uma pesquisa a 110 empresas que apenas comercializam móveis em madeira, chapa, compensado ou MDF no Distrito Federal. Assim, não constituíam o universo de interesse do estudo lojas de fábrica, representantes de marca ou franquias.

SIA/SGCV Brasília

23,7% 1.0.08 0.0.64 0.0.02

Sociocultural 13,4%

40,8%

Dese nvolvimento Econômico 30,5%

Taguatinga

22,4%

Ceilândia

Saúde 19,6%

Outros 4,7%

Brazlândia

Total: BRL 149,0 Milhões

Gama

Educação e Treinamento 10,7% Meio Ambiente 21,1%

Lago Norte Planaltina Samambaia Sobradinho

Fonte: Anuário Estatístico ABRAF – 2013

58

5,3% 1,3% 1,31% 0,3% 1,31% 0,3% 1,3%

Fonte: SINDIMAM Estudo do mercado imobiliário – 2007

59


Vestuário A indústria de confecção é a principal destinatária dos produtos da indústria têxtil e é, em sua maioria, formada por empresas de micro e pequeno porte. Dados de 2012 mostram que a indústria têxtil e de confecção brasileira fatura, anualmente, cerca de R$ 100 bilhões.

Conforme estudo da Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável (Uniethos), as indústrias de tecido e de vestuário, juntas, constituem a quarta maior atividade econômica mundial, gerando mais de 14% dos empregos no mundo e alcançando cifras aproximadas a US$ 800 bilhões. O Brasil é um dos maiores produtores têxteis e de confecções do planeta, sendo o quinto no segmento têxtil e o quarto no de confecção.

Produção Mundial de Têxteis - 2010 PAÍSES

Produção Mundial de Vestuário - 2010

1000T%

PAÍSES

1000T%

China

38.561

50,7%

China

21.175

46,4%

Índia

5.793

7,6%

Índia

3.119

6,8%

Estados Unidos

4.021

5,3%

Estados Unidos

1.523

3,3%

Paquistão

2.820

3,7%

Paquistão

1.271

2,8%

Brasil

2.249

3%

Brasil

1.145

2,5%

Indonésia

1.899

2,5%

Indonésia

990

2,2%

Taiwan

1.815

2,4%

Taiwan

973

2,1%

Turquia

1.447

1,9%

Turquia

935

2,0%

Coreia do Sul

1.401

1,8%

Coreia do Sul

692

1,5%

Tailândia

902

1,2%

Tailândia

664

1,5%

México

748

1,0%

México

638

1,4%

Bangladesh

686

0,9%

Bangladesh

549

1,2%

Itália

660

0,9%

Itália

505

1,1%

Rússia

516

0,7%

Rússia

467

1,0%

Alemanha

456

0,6%

Alemanha

466

1,0%

SUBTOTAL

63.974

84,2%

SUBTOTAL

35.112

76,9%

OUTROS

12.105

15,8%

OUTROS

10.535

23,1%

TOTAL

76.079

100%

TOTAL

45.647

100%

Fo n t e : U N I E T H O S – Pe s q u i s a s o b re i n d ú s t r i a t êx t i l 2 0 1 3

60

A cadeia produtiva da moda passa por transformações, tanto no que se refere à busca de matéria-prima mais sustentável quanto no que se refere ao aproveitamento de sobras e à redução dos descartes. Isto ocorre pela sustentabilidade do negócio e pelo perfil de um novo consumidor, mais consciente, que busca marcas éticas e responsáveis, o que repercute na produção de artigos mais saudáveis para a sociedade e menos impactantes para o planeta. Criatividade e inovação têm sido focos importantes no novo cenário da moda, assim como inclusão de associações e cooperativas na cadeia produtiva.

No Brasil, o trabalho das pequenas confecções já se destaca principalmente por reaproveitar materiais que antes eram descartados.

Redução de desperdício na produção de roupas O novo perfil de design de moda busca unir e reorganizar: • a utilização de recursos renováveis; • a não acumulação de mais resíduos no ecossistema; • o direcionamento para a concepção de produtos com recursos provenientes de comunidades locais; • a união entre a produção, o apoio social e a consciência coletiva da extração; • a utilização eficaz dos recursos.

Uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro sobre a perspectiva de estudantes de design de moda e de profissionais já atuantes na área apresentou dados importantes sobre o panorama atual da relação moda-sustentabilidade. Essa pesquisa indicou que o conhecimento sobre matérias-primas e processos têxteis cresceu no segmento; entretanto, o conhecimento a respeito da existência de cooperativas e ONGs no setor ainda é baixa.

61


Apesar disso, várias marcas consagradas já possuem propostas socioambientais, tendência que cresce a cada ano, desde 2007, quando a São Paulo Fashion Week reuniu 37 estilistas sob o signo da moda responsável. Planejamentos ecologicamente corretos; cultivo de árvores para neutralizar o CO2; adoção de novos processos e materiais utilizados no evento são alguns exemplos de decisões relacionadas àquele evento.

A certificação baseada em produção orgânica pode ser emitida por uma organização credenciada pela Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM). No Brasil, o Instituto Biodinâmico (IBD) é uma associação habilitada internacionalmente a conceder essa certificação.

No País, existem, aproximadamente, 250 hectares de cultivo de algodão orgânico, inspecionados e certificados pelo IBD. Algumas instituições fiscalizadas:

• Coopnatural: cooperativa de Campina Grande (PB); • Programa Orgânico Coexis: empresa têxtil Coexis P&D Ltda.; • Yd Confecções: empresa de grande porte do setor de moda (350 mil peças de roupas por mês); • Esplar: organização não governamental, sem fins lucrativos, fundada em 1974, com sede em Fortaleza (CE); • Adec: Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural, formada por agricultores familiares agroecológicos; • Justa Trama Fibra Ecológica: consórcio de cooperativas.

A utilização de matéria-prima de menor impacto ambiental também cresce. Cada dia mais, o couro vegetal, por exemplo, substitui o couro animal e os produtos derivados de petróleo na fabricação de calçados, na confecção de roupas, bem como no revestimento de cadeiras, bancos e revestimentos automotivos.

No DF, a Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), tem alcançado inovações tecnológicas para o aperfeiçoamento do processo de produção do couro vegetal, conferindo ao produto melhores padrões de qualidade e possibilitando sua utilização na fabricação de artigos de vestuário, bolsas, mochilas, pastas e demais acessórios.

62

O mesmo ocorre com o uso do PET reciclado, utilizado em camisetas, por exemplo, cujo impacto ambiental é bem menor que o do uso de fibras virgens. Na produção reciclada, a economia de energia é de 76% e a redução de emissões de CO2 é de 71%.

A fim de sondar o comportamento de alguns negócios no DF, a empresa PWC Brasil realizou uma pesquisa, em 2013, que indica que os negócios movimentados pela administração pública e pelos setores de comércio e serviços são responsáveis por 94% do PIB de Brasília e das cidades do entorno, principalmente devido ao forte mercado consumidor.

O governo, como cliente, exige cada vez mais de seus fornecedores a comprovação de uma atuação socioambiental responsável, o que vem levando as empresas de pequeno, médio e grande portes a se adaptarem às diretrizes e aos indicadores que comprovem esta atuação.

Já o consumidor da iniciativa privada amplia seu conhecimento e diferencia marcas que atuam de forma socioambiental mais correta. Percebe-se, assim, a ascensão do consumidor ambientalmente consciente, que se torna cada vez mais exigente com empresas e governos para adoção de medidas preventivas.

Em 2013, de acordo com pesquisa realizada pela marca Tetra Pak, com 7.000 consumidores e 200 representantes da indústria de 13 países, 37% dos consumidores no mundo buscam regularmente selos ambientais em embalagens e 54% deles confiam nas informações contidas nos pacotes dos produtos – o que configura um aumento de 20% em relação a este índice, em pesquisa realizada em 2011.

A mesma pesquisa aponta uma importante diferença em termos de consciência ambiental entre mercados maduros e emergentes, isto é, em processo de crescimento econômico: 39% dos consumidores em mercados emergentes realizam, regularmente, separação de materiais para reciclagem; em mercados maduros, essa separação é feita por 75% das pessoas.

Um dado que merece atenção e análise nos planos de negócio é a comprovação de que os consumidores de mercados em desenvolvimento são quase duas vezes mais propensos a comprar produtos com embalagem ambientalmente responsável em comparação com consumidores nos países mais maduros. Vale ressaltar que esses consumidores têm três vezes

63


mais chances de comprar esses produtos, mesmo que custe mais que uma alternativa menos responsável com o ambiente.

A sustentabilidade passou a ser um dos grandes focos de atuação do agronegócio. Na atualidade, o novo produtor descobriu que pode fornecer produtos para a alimentação ou gerar insumos renováveis para a indústria, como fibras e combustíveis, respeitando a consciência ambiental. É dessa forma que o agronegócio vem enfrentando e vencendo o desafio produção × sustentabilidade.

A seguir, um quadro do comportamento do consumidor em mercados emergentes e em mercados maduros, no Brasil:

Agricultura de orgânicos A visão do consumidor nos diferentes mercados

Mercados Maduros

Mercados Emergentes

Tem confiança na qualidade dos produt os “verdes” em com paração com os reg ulares

32% assim percebem

12% assim percebem em mercados maduros

Busc a por inform açõe s ambien tais nos rótu los das em balagens (olha para logot ipos ambient ais)

47%

23%

Hoje, considera-se a agricultura orgânica como o modelo de geração de alimentos e de matériaprima mais desejável. De acordo com a Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM), esse modelo se define como “uma agricultura ecologicamente sustentável, economicamente viável e socialmente justa”. O Ministério da Agricultura (MAPA) considera como orgânico o produto cultivado em ambiente que adote sustentabilidade social, ambiental e econômica e que valorize a cultura das comunidades rurais.

Confia em logotipos verdes

61%

43%

Principais alimentos orgânicos produzidos no Brasil

Fonte: SEBRAE – pesquisa mostra o comportamento ambiental de consumidores. 2014

7% – Hortaliças

Agronegócio Devido aos inúmeros agentes envolvidos, é inegável a grande importância do agronegócio na economia brasileira. Diante disso, faz-se necessária a inserção desses agentes no mercado global, que, objetivando manter e até mesmo aumentar sua competitividade, devem estar aptos a atender à demanda atual.

31% – Soja

No entanto, com aumento da conscientização da necessidade de melhores condições ambientais, nasce um novo mercado e, assim, cresce a necessidade de adequação do agronegócio, uma das atividades mais nocivas ao meio ambiente.

Hoje, na prática do agronegócio, tanto o produtor rural quanto seus fornecedores têm a preocupação de aumentar a produtividade das áreas em que atuam e, ao mesmo tempo, de minimizar os impactos causados pela sua atividade. Isso ajuda a evitar o empobrecimento da fertilidade do solo e a redução da água disponível e, ainda, a proteger a biodiversidade da região onde atuam, garantindo a continuidade da produção ao longo do tempo.

64

25% – Café

Fonte: http://terceirocolegiojoseense.files.wordpress.com/2013/09/organica2.jpg

65


O que a agricultura orgânica não utiliza: • • • • •

Certificação

agrotóxicos; hormônios; drogas veterinárias; adubos químicos; antibióticos ou transgênicos em qualquer fase da produção.

A unidade de produção, na agricultura orgânica, é tratada como um organismo integrado com a flora e a fauna; é, portanto, muito mais que uma troca de insumos químicos por insumos orgânicos/ biológicos/ecológicos. O manejo orgânico, aliado ao melhor aproveitamento dos recursos naturais renováveis e dos processos biológicos, à manutenção da biodiversidade, à preservação ambiental, ao desenvolvimento econômico e à qualidade de vida humana, privilegia o uso eficiente dos recursos naturais não renováveis.

Agricultura convencional

Agricultura sustentável

Centralização do poder e controle nas multinacionais

Descentralização do poder, controle

Dependência de inúmeras fontes de energia e serviços provenientes do agronegócio

Baixa dependência de insumos de fora da propriedade e do complexo do agronegócio, inclusive do crédito rural

Domínio da natureza; eterna luta contra a natureza para extrair benefícios para a espécie humana

Harmonia com a natureza; o homem e a natureza são inseparáveis e estão interconectados

Baseado na especialização, na redução de base genética de plantas e animais e na monocultura

Baseado em práticas que estimulam a diversidade biológica em todos os níveis do sistema produtivo

Os recursos naturais são tratados como inesgotáveis

Comprometime nto com a conservação dos recursos naturais a longo prazo

A competição é vista como um aspecto positivo para a agricultura e para a sociedade como um todo

Importância da cooperação entre os agricultores e da necessidade das comunidades rurais

No Brasil, a produção de orgânicos está regulamentada pela Lei 10.831/2003, Decreto 6.323/2007 e Instrução Normativa 46/2011, do MAPA. A certificação de produtos orgânicos, ou Mecanismos de Controle para a Garantia da Qualidade Orgânica, é o procedimento pelo qual uma certificadora devidamente credenciada pelo MAPA e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) assegura, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e às práticas da produção orgânica. A certificação apresenta-se sob a forma de um selo afixado ou impresso no rótulo (selo do SisOrg) ou na embalagem do produto.

Um produtor brasileiro que deseja produzir ou comercializar produtos orgânicos deve integrar o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, cuja certificação é obtida por auditoria realizada pelo Sistema Participativo de Garantia (SPG) ou pelo Controle Social na Venda Direta.

Essa certificação garante a qualidade do produto ou serviço e é vista como uma forma de integrar a sustentabilidade à cadeia produtora já existente.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/3GPVT8D0P4/USwJiaKB2I/AAAAAAAAACM/MsR7mkz8Cu8/s1600/tabela.jpg

66

67


Avicultura Como abordado anteriormente, a consciência ambiental, de forma geral, ganha grande importância aos olhos da sociedade no mundo globalizado e, com isso, o emprego de práticas ambientais nas diversas atividades se torna quase obrigatório. Assim, as atividades produtivas vêm se adaptando a essa realidade e inserindo, gradativamente, práticas sustentáveis em seus diferentes segmentos de trabalho.

No que se refere à avicultura sustentável, observa-se não somente os fatores ambientais, mas também os fatores sociais no desenvolvimento da atividade. Nesse setor, observamos um novo avicultor, que busca não somente novas tecnologias, mas também o enriquecimento da base de produção a fim de realizar um trabalho mais produtivo e preservar o meio ambiente.

Estudos revelam que os países em desenvolvimento são considerados os grandes produtores de proteína animal no mundo e que o Brasil, nos próximos 15 anos, será o maior fornecedor desse tipo de proteína. A avicultura brasileira atende não só a modernas normas sanitárias, mas também a modernas normas de manejo. Além disso, oferece baixo impacto ambiental, o que a torna grande líder do mercado mundial.

Os produtores do setor avícola demonstram grande interesse em preservar o meio ambiente; promovem, dessa forma, produções futuras conscientes, pautadas na aplicação de diversas práticas sustentáveis no decorrer de seus trabalhos. Uma dessas práticas é a utilização da madeira de eucalipto em diversas etapas da cultura avícola, tais como na construção de aviários, no aquecimento de lotes, na secagem de grãos, nas caldeiras frigoríficas e no processamento de subprodutos. O eucalipto é uma espécie ecologicamente correta e lucrativa, excelente para gerar energia e produzir camas aviárias de qualidade.

O desenvolvimento da produção integrada de aves tem demonstrado, juntamente com outras culturas, como o eucalipto, bons resultados, o que incentiva a integração da avicultura com outras atividades e embasa, com sucesso, o desenvolvimento sustentável dessa prática.

68

Outra atividade considerada sustentável no segmento avícola é o manejo correto dos dejetos provenientes das criações. Estes podem ser reciclados e utilizados nas áreas agrícolas, onde há uma crescente demanda por nutrientes. Essa prática representa o encontro desses segmentos, iniciando uma relação de comercialização entre as produções e consolidando melhor a sustentabilidade em ambas.

Cabe destacar que a criação avícola também apresenta baixo consumo de água – menor que o da suinocultura e da bovinocultura – e utiliza menos terras aráveis.

A inclusão das questões ambientais na avicultura deve ser feita o quanto antes, preventivamente, nas áreas em que sua implementação e seu manejo são mais fáceis e custam menos. Isso é necessário, pois impactos ambientais, tecnicamente, ainda não existem e choques econômicos não foram causados, o que poderia vir a comprometer o desenvolvimento das atuais e das novas regiões produtoras.

Piscicultura A piscicultura no Distrito Federal ainda é uma atividade quantitativamente pouco expressiva. De acordo com informações da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), em 2012 , divulgadas pela imprensa, os produtores locais só conseguem fornecer 14% (5,3 toneladas) da demanda local, que é de 32 toneladas por mês.

No contexto nacional, entretanto, a prática da piscicultura tem buscado atingir o equilíbrio dos aspectos ambientais, econômicos e financeiros, aliados às políticas de sustentabilidade. Nos últimos anos, o estoque pesqueiro, em todo o mundo, foi comprometido pela pesca extrativista descontrolada, o que resultou na escassez de peixes e, consequentemente, na elevação dos preços de mercado.

69


Diante desse cenário, houve incentivo à criação de peixes em cativeiro, atividade que vem sendo incentivada no DF por meio de políticas públicas focadas no desenvolvimento desse mercado. Para o sucesso dessa atividade, é necessário um vasto conhecimento a fim de se aproveitar, de forma correta, a exploração de cada espécie e empregar boas práticas ambientais.

Lácteos O Brasil é o sexto maior produtor de leite no mundo, e essa atividade é de grande importância para a agropecuária, especialmente a de base familiar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País produz cerca de 35 bilhões de litros de leite por ano. Assim como a criação e a produção de peixes e frutos do mar ainda é uma atividade pouco explorada na capital do País, a produção de leite também não atende sequer metade da demanda do mercado local e é suprida, essencialmente, pela agricultura familiar. De acordo com dados de 2010, da Emater-DF, dos 162 milhões de litros de leite consumidos anualmente pela população distrital, somente 22% (35 milhões de litros) são produzidos localmente. O restante é produzido, principalmente, por Minas Gerais e por Goiás.

As preocupações com os impactos dessa atividade, porém, são base para que o mercado procure atender à demanda por práticas sustentáveis, já que a produção do leite também é responsável pela emissão de CO2 – causada, principalmente, por queimadas de vegetação e pelo revolvimento do solo com oxidação da matéria orgânica.

Tendo em vista o alto impacto da alimentação nos custos dos sistemas de produção de leite, tem-se como alternativa sustentável a eficiência alimentar dos rebanhos, pois, quanto melhores forem os nutrientes ingeridos pelos animais, maior será a sua conversão em produtos de qualidade e menor será o desperdício de alimentos. Além de prezar pelo bemestar animal, essa eficiência também se refere à redução da excreção de elementos potencialmente poluentes dos animais, de forma a reduzir o impacto ambiental na produção leiteira. O pecuarista leiteiro se preocupa realmente com a emissão de gás carbônico e metano e pode-se reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) , com boas práticas de manejo, práticas nutricionais e sanitárias .

70

As práticas sustentáveis, no que se refere ao segmento lácteo, vão muito além dos sistemas agropastoris de cuidados com os animais; elas englobam o manejo de pastagens, a seleção de nutrientes para alimentação do rebanho, como citado anteriormente, e seguem até a fabricação das embalagens dos produtos. No DF, não se conhecem exemplos dessas práticas, o que pode indicar a existência de um mercado potencial.

Agroindústria A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri) tem 80 agroindústrias registradas, grande parte delas artesanais. A produção é de produtos desidratados, embutidos, laticínios, doces, geleias e molhos, entre outros. O principal público consumidor desses produtores são os supermercados.

Comércio e serviços O segmento comércio e serviços cresce em todo o mundo e, no Distrito Federal, não é diferente. Em 2013, registrou-se alta de 6,34% nas vendas em relação a 2012. Segundo a Federação do Comércio (Fecomércio), em dezembro de 2013, os segmentos que tiveram melhor desempenho em relação a novembro do mesmo ano foram calçados, livrarias e papelarias, vestuário, lojas de utilidades domésticas, móveis e decorações, mercado e mercearia, agência de viagem, salão de beleza e pet shop.

Um dado que vem se destacando em todo o mundo é o percentual de crescimento da economia criativa, que envolve produtos e, sobretudo, serviços.

71


Turismo

Eventos sustentáveis

Mais um importante ponto a ser observado, no segmento turístico do DF, como destaca o sindicato Ruraltur, são os princípios de sustentabilidade. A Lei Distrital Nº 4.735 mostra que iniciativas voltadas ao ecoturismo terão de levar em conta questões como conservação da natureza, sustentabilidade, redução de resíduos sólidos nos locais das atividades e políticas de conscientização e educação. De acordo com informações da própria entidade, o Ruraltur-DF passou a implantar a certificação ambiental para o setor no final de 2014. Ainda segundo o sindicato, 50% dos associados atuam com gestão ambiental em suas propriedades.

Eventos sustentáveis são realizados com foco em uma visão sistêmica, desde a concepção até o pós-evento. Todos os participantes-realizadores, apoiadores, parceiros, patrocinadores, público-alvo, prestadores de serviços, expositores e palestrantes devem ser preparados tendo isso em vista.

O SEBRAE possui o programa de turismo do DF articulado com diversas associações e órgãos, incluindo o Trade de Turismo do DF, para fomento do segmento na capital. Esse programa também foi considerado documento norteador do processo de definição das áreas estratégicas para atuação do Arranjo Produtivo Local (APL) do turismo na capital. O SEBRAE, por meio de cursos, consultorias, palestras, workshops e pesquisas, bem como pelo fortalecimento da rede de empreendedores, contribui para a ampliação e o crescimento de pequenos negócios no mercado.

72

Algumas medidas são essenciais, tais como infraestrutura para a coleta seletiva dos resíduos; uso mínimo de produtos descartáveis, principalmente na cenografia e nas estratégias de divulgação e comunicação; participação social ou de traços da cultura local; comunicação pós-evento sobre os resultados ambientais, sociais, culturais e econômicos obtidos.

Para atingir os objetivos desejados, os eventos sustentáveis devem respeitar a legislação vigente, conservar o ambiente natural e sua biodiversidade, considerar o patrimônio cultural e os valores locais, estimular o desenvolvimento social e econômico local, bem como estabelecer planejamento e gestão eficientes.

73


Critérios de sustentabilidade

Sugestões de práticas sustentáveis em eventos

Sociocultural • Qualificar os prestadores de serviços, sensibilizar e engajar os participantes em atitudes sustentáveis; • Garantir o atendimento às questões ligadas à acessibilidade e à mobilidade; • Promover ações de inclusão social; • Valorizar aspectos da identidade da cultura local na gastronomia, na cenografia e na programação cultural.

Econômico

Transporte e mobilidade • Divulgar as linhas de transporte público para o local do evento; • Disponibilizar transporte coletivo; • Solicitar aos prestadores de serviços que utilizem apenas veículos com inspeção veicular e que façam transporte coletivo dos seus funcionários; • Incentivar o uso de bicicletas e carona solidária, disponibilizando vagas seguras e gratuitas.

Acessibilidade e valorização social

• Reduzir os custos do evento; • Gerar renda para grupos sociais e empresários locais; • Em médio prazo, induzir práticas de economia verde no mercado de eventos.

• Planejar acessibilidade e sinalização do evento conforme ABNT NBR 9050/04; • Contratar serviço de linguagem em libras; • Compor o staff do evento com idosos, pessoas com deficiência e diversidade de etnias.

Ambiental • Reduzir e compensar os impactos ambientais (meio físico, biótipo e antrópico) do evento.

Político • Atuar como articulador de atores e ações estratégicas que fomentem essa nova economia; • Estimular o planejamento participativo, considerando as demandas dos atores envolvidos; • Tornar públicas e transparentes as ações e os resultados obtidos.

Redução e neutralização de CO2 • Definir escopo do inventário: serão inventariadas as emissões de todas as etapas ou apenas da execução do evento? De todos os participantes ou apenas de um grupo? Para tal, devem-se considerar: - deslocamentos aéreos e terrestres; - uso de equipamentos elétricos /máquinas; - outras fontes de queima de combustíveis fósseis, como geradores; - resíduos gerados. • Planejar a ação de neutralização.

74

75


Uso eficiente de energia • • • •

Priorizar, na cenografia, a iluminação natural do local; Utilizar equipamentos elétricos apenas com selo Procel; Não utilizar frituras com equipamentos elétricos; Caso sejam necessárias lâmpadas temporárias, garantir o reuso pósevento e não utilizar as do tipo incandescente; • Comunicar, nos ambientes, o uso consciente de energia; • Utilizar cores claras nos materiais da cenografia; • Não bloquear as entradas de iluminação natural.

Gestão de resíduos • Identificar e contratar cooperativa local de catadores para gestão dos resíduos; • Definir e disponibilizar equipamentos para coleta seletiva; • Definir o local para descarte de materiais recicláveis; • Os produtos considerados perigosos serão de responsabilidade dos geradores, que devem emitir declaração de destino correto; • Garantir que os resíduos gerados sejam acondicionados de forma a viabilizar a destinação dos recicláveis para as cooperativas de catadores; • Criar projeto de sinalização gráfica/divulgação para a coleta seletiva e área de transbordo.

Uso eficiente de água • Comunicar, nos ambientes, o uso consciente de água; • Não utilizar mangueira na limpeza; • Fazer a diluição correta dos produtos de limpeza.

Materiais conscientes • Priorizar materiais certificados; • Não utilizar PVC em projetos de sinalização, pois usam metais pesados na produção; • Em materiais impressos, utilizar tintas sem metais pesados; • Priorizar o reuso dos materiais pós-evento e declarar seu destino; • Uso de materiais locais; • Não utilizar descartáveis. Caso sejam necessários, que sejam recicláveis e de rápida decomposição.

76

Saúde e bem-estar • Garantir atendimento com qualidade aos visitantes; • Disponibilizar locais para descanso do visitante, com ambientação adequada; • Garantir o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) do staff da montagem/desmontagem; • Garantir as condições adequadas de trabalho para o staff.

77


Educação para a sustentabilidade • Realizar capacitação das equipes de trabalho envolvidas no evento sobre as boas práticas de sustentabilidade adotadas, destacando a responsabilidade de cada equipe; • Planejar peças publicitárias permanentes com enfoques educativos que informem as ações de sustentabilidade do evento; • Criar espaço vivencial com o objetivo de dar visibilidade às práticas de sustentabilidade e criar um local de referência no evento; • Inserir critérios de sustentabilidade para os expositores, quando aplicável; • Durante os intervalos das palestras, utilizar vídeos curtos com enfoque socioambiental; • Inserir, na programação do evento, apresentações teatrais com temática socioambiental para uma interface educativa com participantes e staff; • Encaminhar para todo o mailing do evento o seu relatório de sustentabilidade; • Realizar reunião de avaliação com os prestadores de serviços sobre ações de sustentabilidade no pós-evento.

Alimentos e bebidas • Planejar cardápios com alimentos saudáveis/orgânicos e que valorizem a cultura local; • Evitar/minimizar o uso de produtos/utensílios descartáveis.

leiaute e cenografia • Planejar o layout priorizando: iluminação natural, iluminação de baixo impacto, qualidade interna do ar, uso de materiais sustentáveis na montagem dos equipamentos, materiais reaproveitáveis (pós- consumo), uso de tintas e solventes com baixa emissão de CO2, madeira apenas certificada (FSC); • Uso de artesanato local na cenografia/decoração; • Uso de móveis ecológicos; • Uso de equipamentos elétricos apenas com selo Procel.

Contratações sustentáveis • Quando necessária uma subcontratação, priorizar MEI/MPE e empresas formalizadas; • Contratar/subcontratar no mínimo 10% de pessoas deficientes; • Contratar/subcontratar no mínimo 10% de idosos; • Havendo disponibilidade de fornecedor local e que mantenha a qualidade da prestação do serviço, priorizar esse tipo de contratação; • Garantir a participação dos colaboradores nos treinamentos; • Realizar os procedimentos de gestão seletiva dos resíduos gerados no âmbito do seu contrato; • Garantir o atendimento da NR 18 - Saúde e Segurança no trabalho e respectivo uso de EPI e EPC, quando necessário; • Utilizar equipamentos elétricos eficientes.

Qualidade ambiental Comunicação • Reduzir a demanda de materiais impressos e, quando necessário, utilizar gráficas que tenham boas práticas de sustentabilidade e utilize papéis reciclados; • Não impedir a iluminação natural nas fachadas externas de vidro com materiais de divulgação; • Planejar o destino dos materiais de publicidade para futuro reuso; • Definir estratégia para comunicação e repercussão de todas as ações de sustentabilidade do evento, incluindo o relatório (pós-evento).

• Garantir a qualidade interna do ar com uso de ventilação natural e sem uso de equipamento com consumo de energia; • Garantir que, no horário do evento, não haja ruído de equipamentos; • Serviços com emissão de poeira e ruído devem ser feitos em locais abertos ou confinados, com uso/EPI apropriado; • Se necessário, utilizar ar-condicionado que tenha sistema acessório de renovação de ar; • Verificar a qualidade da limpeza dos sistemas de ar-condicionado; • Proibir fumo, inclusive nas entradas de ar do local do evento. Fonte: Manual de Sustentabilidade do Governo da Bahia

78

79


6

Boas práticas de sustentabilidade no DF

É possível compatibilizar empreendimento rentável com práticas de gestão ambiental e sustentabilidade. São inúmeros os exemplos de empresários que adotaram práticas sustentáveis no seu modelo de negócio no DF, em vários segmentos. Conheça alguns desses empreendedores que, hoje, colhem, felizes, os frutos positivos dessa mudança de paradigmas.

O que fazem as empresas sustentáveis? • Gastam menos água, pelo uso racional; • Consomem menos energia, pela redução do desperdício; • Usam menos matéria-prima, pela racionalização do seu uso; • Geram menos sobras e resíduos, pela adequação do uso de insumos; • Reutilizam, reciclam ou vendem resíduos, quando possível; • Gastam menos com controle de poluição.

80

81


Restaurante Green’s Conhecido por muitos brasilienses que se preocupam em ter uma alimentação mais saudável, o restaurante Green´s, inaugurado em 1996, começou, em 2010, a adotar práticas sustentáveis. Tudo começou com a separação de caixas de papelão e de latinhas do lixo comum para facilitar o trabalho dos catadores desses materiais. Até hoje, os Green’s da 202 Sul e da 302 Norte juntam, aproximadamente, 15 kg de latas diariamente. Em seguida, vieram a separação do lixo seco e do lixo comum, a instalação de papa-pilhas – que são levadas para um banco e uma rede de supermercados para serem corretamente destinadas –, o uso de lâmpadas econômicas e sensor de presença e o treinamento dos funcionários. Em 2010, o restaurante decidiu coletar todo o óleo de fritura usado na cozinha e doá-lo para uma empresa especializada em transformá-lo em matéria-prima para a indústria. Em troca, recebe detergente biodegradável e uma certificação. As lojas produzem 30 litros de óleo por mês.

Eventos e paisagismo Domebambu Estruturas A Domebambu Estruturas atua na fabricação, na venda e na locação de estruturas de bambu pré-fabricadas. As tendas e os gazebos são projetados e montados por uma equipe de engenheiros e arquitetos especializados em sistemas construtivos sustentáveis. A empresa cultiva e coleta bambus, materiais renováveis e de descarte biodegradável, garantindo sua capacidade de rebrota e sua rápida perpetuação, bem como gerando neutralização de carbono no processo produtivo. Os bambus são tratados em condições controladas, sem uso de produtos tóxicos e com a mínima emissão de resíduos. Além disso, são adquiridos de agricultores familiares, contemplando a responsabilidade social e incentivando a cultura do bambu e o desenvolvimento econômico local. Entre os eventos atendidos pela empresa estão a Copa do Mundo 2014, a Rio+20, a comemoração de 7 de Setembro, a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, a Mostra Nacional Ambiental – IBAMA e o Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local – SEBRAE.

82

83


Oficina mecânica RestauraCar A empresa oferece serviço de lavagem de carro com economia de 400 litros de àgua por veículo e, também, recolhe e destina corretamente os resíduos deixados nos carros ou entregues pelo público, como pilhas e lixo eletrônico, que são entregues a cooperativas de reciclagem.

Supermercado Super Maia Em janeiro de 2014, a rede de supermercados Super Maia inaugurou seu primeiro estabelecimento ecológico no DF. Incorporando um conceito ambientalmente correto, a loja da região administrativa de Sobradinho passou por reforma estrutural apostando em ações sustentáveis. Entre as mudanças, o prédio eliminou o uso de ar-condicionado graças ao telhado térmico, em que uma camada de isolamento diminui o calor na área interna da loja. A iluminação natural zenital, durante o dia, proporciona maior captação de luz, consequentemente, ganhos na economia de energia. Todas as lâmpadas são de LED, recicláveis, e, além de não emitirem raios ultravioleta, possuem durabilidade 25 vezes maior que as lâmpadas convencionais. Elas também não possuem mercúrio nem qualquer outro tipo de metal nocivo ao meio ambiente. A empresa também adotou equipamentos que utilizam gás carbônico para congelar alimentos e preservá-los. Estes refrigeradores não emitem gases nocivos à camada de ozônio como o clorofluorcarboneto (CFC), o conhecido gás de geladeira, que é um meio de retirar o calor que o equipamento produz. Também adotou tecnologia verde para equipamentos eletrônicos. Atuando em Sobradinho desde 2006, a empresa tem realizado diversas atividades com a comunidade. Em 2014, iniciou, ainda, um sistema de coleta e reciclagem de óleo, gordura e resíduos, além de vários pontos de coleta seletiva de lixo. As sacolas distribuídas na loja são de material oxibiodegradável, e todas as lojas adotaram a campanha para que os clientes evitem utilizar sacolas plásticas.

84

85


Beleza e estética Silvana Araújo SPA dos Cabelos O enfoque na sustentabilidade ambiental também alcançou o ramo de estética e beleza. A empresa Silvana Araújo SPA dos Cabelos, por exemplo, prioriza o consumo consciente de água. O estabelecimento utiliza técnicas e equipamentos que ajudam a preservar o meio ambiente como o Hair Size, uma metodologia que permite o diagnóstico do cabelo para mensurar, exatamente, a quantidade de tintura indicada para cada cliente, o que ajuda a evitar desperdícios. Além de economizar na compra do produto, a empresa ainda reduz a geração de resíduos químicos e efluentes contaminantes típicos desse tipo de atividade.

Agricultura Fazenda Malunga Criada em 1986 e situada a 70 km , aproximadamente, de Brasília, a Fazenda Malunga é referência em agricultura orgânica e se destaca no cenário do agronegócio como principal produtora de orgânicos no DF. A empresa participa do Programa de Qualidade Total Rural (QT Rural) do SEBRAE e fornece seus produtos para as maiores redes de supermercados locais; além disso, realiza serviço de entrega em domicílio. Na última década, aumentou suas vendas em 1.000%. Com essa expansão, abriu, em 2011, o Empório Malunga, loja situada em Brasília que fornece diversos tipos de produtos orgânicos. A Fazenda Malunga é prova de que trabalhar dentro dos princípios da agricultura orgânica, por meio da preservação do meio ambiente e do bem- estar social, também pode ser sustentável do ponto de vista econômico. Este tripé da sustentabilidade é justamente o que torna a empresa referência em seu processo de gestão.

86

87


Gráfica Gráfica Positiva A Gráfica Positiva, empresa familiar fundada em 1993, começou a adotar práticas sustentáveis em 1998. Nesses 17 anos, tornou-se referência em reaproveitamento de matéria-prima, quando passou a reutilizar o papel que sobrava das impressões para confeccionar brindes e mimos para os compradores, como bloquinhos de anotação, agendas e caixas. Essa transformação começou com atitudes bastante simples, como substituir a estopa usada na limpeza das máquinas por um pano lavável, até adquirirem máquinas mais modernas e autolimpantes. Para minimizar o uso de produtos químicos, a gráfica adotou, recentemente, novas chapas, que reduziram o consumo de álcool de 20% para 4%. A gráfica conquistou, em 2011, a certificação FSC (Forestry Stewardship Council), que atesta a origem responsável do papel utilizado nas impressões. Hoje, a Positiva passa por auditorias anuais para garantir a certificação. A empresa também doa as sobras de papel para uma cooperativa e os pallets que condicionam os papéis para funcionários e instituições. Além disso, a gráfica faz campanhas internas para reduzir o uso de copos descartáveis ao distribuir garrafinhas e canecas.

Moda Suzana Rodrigues A designer Suzana Rodrigues é reconhecida internacionalmente pela qualidade, pela beleza e pela originalidade de suas biojoias. Elaboradas a par tir de matérias-primas naturais e recicladas, de acordo com critérios de responsabilidade socioambiental, suas peças já foram expostas até em Paris, no famoso Grand Palais. Em 2002, começou um trabalho social voluntário com as internas da Penitenciária Feminina de Brasília, gerando profissionalização e renda para mais de 300 mulheres. Hoje, o trabalho social se estende às mulheres carentes da periferia de Brasília. Suzana já recebeu diversos prêmios internacionais pelo seu compromisso com temas sociais e ambientais e com a alta qualidade ar tesanal e inovação na criação de joias naturais.

88

89


Ecologia Eco-Lógica

Cooperativa Cooperativa Candangas Para Maria da Páscoa, da Cooperativa Candangas, o reuso de materiais é uma tendência e diferencia a marca frente aos consumidores. Produtora de bolsas e brindes ecológicos feitos da reutilização de banners, Candangas nasceu em 1998 como uma cooperativa dos trabalhadores autônomos de Planaltina e desenvolve um trabalho de artesanato voltado para a preservação do meio ambiente.

A Eco-Lógica é uma empresa pioneira na fabricação de telhas e placas ecológicas a partir do polietileno e alumínio retirados de embalagens longa vida (Tetra Pak) destinadas a produtos como leites, sucos etc. O impacto ambiental positivo do empreendimento é bastante relevante: para cada unidade de produto são necessárias 200 mil embalagens do lixo. A produção das telhas e placas não polui o solo nem a atmosfera, e elas são recicláveis, pois não perdem a capacidade de transformação. Fundada em 2012, a fábrica ocupa uma área de quase 500 m2 em Vicente Pires, uma das regiões administrativas da capital federal. As telhas produzidas são ideais para substituir as de amianto, condenadas e proibidas em vários países por seus impactos ambientais negativos e pelos danos que podem causar à saúde das pessoas e dos animais. O material para confecção dos produtos é fornecido pela própria multinacional Tetra Pak, que inicialmente resistiu à ideia, mas logo percebeu o lado positivo do empreendimento. De acordo com o empresário Ivanildo Rezende, segundo a ABNT, as telhas têm durabilidade de 30 anos e são capazes de reduzir o calor do ambiente coberto em 50%. Além disso, são antirruído, antimanchas e resistentes a chuva de granizo. Atualmente, a fábrica tem oito funcionários e vende para todo tipo de consumidor (residencial, comercial, rural etc).

Em 2013, por sua história de perseverança e luta, a cooperativa foi escolhida para participar do programa Caldeirão do Hulk, exibido na Rede Globo, onde puderam receber treinamento, dicas de especialistas e equipamentos novos.

A cooperativa recebe encomendas de escolas e empresas do Distrito Federal e de outros Estados. Segundo a presidente da cooperativa, senhora Maria da Páscoa, houve, no último ano, um aumento de 30% na procura pelos produtos da empresa. Isso reflete diretamente no aumento da renda e na qualidade de vida das diversas famílias envolvidas no processo de fabricação e venda.

90

91


7

Certificações O desenvolvimento sustentável é, hoje, um objetivo global que envolve organizações não governamentais, empresas privadas, governos e a sociedade em geral. Construir processos sustentáveis implica realizar, sistematicamente, ações que visam não só preservar os ecossistemas e a biodiversidade, mas também melhorar as condições socioeconômicas das comunidades nas quais a organização está inserida. Um grande número de ferramentas e diversas certificações estão disponíveis para o empresário que deseja produzir de forma sustentável. Sistemas de certificação, com sua abrangência ou limitação, podem prover uma estrutura operacional para verificar se os produtos são manufaturados, processados e distribuídos de maneira sustentável. Uma certificação adequada pode criar diversas vantagens para a empresa, tais como: • participação em mercados mais seletivos; • melhoria contínua de desempenho; • melhoria da relação da organização com seus fornecedores. São muitas as certificações voltadas para a qualidade ambiental e para a gestão social da empresa. Algumas delas são a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass) e a certificação ambiental da TÜV Rheinland do Brasil (Eco-Hotel). Todas essas certificações possuem indicadores específicos para avaliar a qualidade ambiental e social. Assim, a certificação de empresas e negócios funciona como um instrumento para garantir processos e procedimentos de produção e distribuição. Muitas empresas a utilizam como forma de controle da linha de produção e como norteadora para as ações e decisões de cada colaborador ou fornecedor envolvido com o negócio. Ela permite, quando controlada e avaliada, o processo de melhoria contínua, beneficiando a empresa e o segmento no que diz respeito aos aspectos econômico, social e ambiental. Conheça as principais certificações.

92

93


ISO 14001

O que a norma verifica?

No quesito ambiental, a certificação mais renomada é a ISO 14001. Desenvolvida pela International Organization for Standardization (ISSO), trata da gestão do desempenho ambiental da organização, do ciclo de vida dos produtos e da rotulagem ambiental, entre outros processos. A série de normas ISO 14001 especifica requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental que permitem à empresa formular a política e os objetivos ambientais. A organização passa então a gerenciar indicadores ambientais, utilizando eficientemente os recursos naturais, eliminando o desperdício e conquistando diferencial de marca. Em 2010, o Brasil já alcançava 4 mil certificações, consolidando-se como o país de maior número de certificados na América Latina .

A norma NBR ISO 14001 verifica o SGA da empresa e é baseada no ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act, isto é, planejar, executar, verificar e agir). A associação do método PDCA com a norma NBR ISO 14001 dá-se a partir dos seguintes processos/atividades:

• ISO 14001: refere-se aos requisitos fundamentais para as empresas identificarem, controlarem e monitorarem seus aspectos ambientais por meio de um sistema de gestão; • ISO 14004: complementa a ISO 14001, provendo diretrizes adicionais para implantação de um sistema de gestão ambiental; • ISO 14031: guia para avaliação de desempenho ambiental; • ISO 14020: conjunto de normas que tratam de selos ambientais; • ISO 14040: conjunto de normas para conduzir análises de ciclo de vida de produtos e serviços; • ISO 14064: contabilização e verificação de emissões de gases de efeito estufa para suportar projetos de redução de emissões; • ISO 14065: complementa a ISO 14064, especificando os requisitos para certificar ou reconhecer instituições que validarão ou verificarão a norma ISSO 14064 ou outras especificações importantes; • ISO 14063: trata de comunicação ambiental por parte das empresas.

94

• • • •

planejar: definição da política, dos impactos e das metas ambientais; executar: implementação do SGA e documentação, treinamento; verificar: auditorias ambientais e avaliação de desempenho ambiental; agir: ações de melhoria contínua.

Seis passos para se obter o certificado • Desenvolver uma política ambiental; • Identificar as atividades da empresa, os produtos e serviços que possuam interação com o meio ambiente; • Identificar requisitos legais e regulatórios; • Identificar as prioridades da empresa e definir objetivos e metas de redução de impacto ambiental; • Ajustar a estrutura organizacional da empresa para atingir esses objetivos, atribuindo responsabilidades, realizando treinamentos, comunicando e documentando; • Checar e corrigir o SGA.

A norma estabelece os requisitos para um SGA, contudo não define o que se deve fazer. Assim, as empresas podem desenvolver as próprias soluções.

95


Obtenção de dados e divulgação do desempenho

Histórico das certificações concedidas por Estado da Federação

Os dados para a certificação ISO 14001 são obtidos em auditoria externa, mas a norma pode ser utilizada para autoavaliação, para avaliação por clientes ou por organizações externas, sem, necessariamente, certificar a empresa-alvo da avaliação.

Descrição do relatório: Histórico do número de unidades de negócios que obtiveram certificação, agrupadas por estado emitidas dentro do SBAC para empresas nacionais e estrangeiras

Internamente, de acordo com a norma, a empresa deve realizar auditorias do SGA em intervalos planejados, verificando se ele é mantido corretamente. Essas auditorias devem ser sistemáticas e independentes.

As empresas que utilizam a norma devem decidir se comunicarão ou não seus resultados externamente. Se decidirem comunicar, deverão preestabelecer como farão. As empresas podem divulgar seus resultados em seus relatórios anuais financeiros ou de sustentabilidade, bem como em seus endereços na internet.

A ISO no DF

Estados

2010

2011

2012

2013*

2014

Total

Alagoas

0

1

2

0

0

3

Amazonas

2

4

1

0

0

7

Bahia

7

4

1

3

0

15

Ceará

1

2

1

1

0

5

Distrito Federal

0

0

1

0

0

1

Espí rito Santo

1

0

0

1

0

2

Goiás

5

2

1

0

0

8

Maranhão

1

0

0

0

0

1

Mato Grosso

1

0

2

0

0

3

Minas Gerais

4

3

1

3

0

11

14

13

15

12

0

54

Pernambuco

2

1

4

3

0

10

Ri o de Janeiro

2

8

6

4

0

20

Ri o Grande do Nor te

0

1

1

0

0

2

Ri o Grande do Sul

2

6

1

0

0

9

Santa Catarina

6

10

10

14

0

40

São Paulo

50

42

22

24

0

138

Tocantins

1

0

0

0

0

1

Paraná

Em 2008, o DF possuía o maior número de certificações ISO 14001 (43,5%) do Centro-Oeste. A Eletronorte era detentora de metade dessas certificações e respondia por 1,35% no cenário nacional. Contudo, em 2013, esse número diminuiu e ficou atrás de outra empresa certificada, a Distribuidora de Combustíveis Masut Ltda. Nesse mesmo ano, o número de certificadas ISO14001 no Brasil também decresceu.

Fonte: Histórico das certificações concedidas por Estado da Federação - INMETRO -2014

96

97


Certificação LEED A certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) criada pelo Green Building Council (GBC) é um sistema internacional de certificação e orientação para edificações, utilizado em 143 países. Com foco em construção sustentável, chegou ao Brasil em 2007, sendo, hoje, considerada o principal selo para edificações no País, com indicadores econômicos, sociais e ambientais. No Brasil, há 136 certificações acumuladas. Atualmente, o País está em quarto lugar no ranking mundial de projetos com o selo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e dos Emirados Árabes.

Registros por Tipologia

Bairro [4] Bancos [19] Cent ro Dis tribuição [2 8]

Registros e Certificações LEED no Brasil

Comercial [269 ] Esc ola [8] Esc ritó rios [33]

1000

Estád ios [11] Hosp ital [3] Hotel [7 ]

75 0

Industrial [39] Outros [347] Públ ic o [2 4]

500

Resi denc ial [6 ]

Registros no ano

Restau rant e [7 ]

Registros acumulados

250

Saúde [15]

Certificados no ano

Shopping [8] Supermercado [5]

Certificados acumulados

0

Varejo [5]

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: GBC Brasil – Certificações 2014

2013 Certificados acumulados: 136

Fonte: GBC Brasil – Certificações - 2014

Mais de 70% das empresas que obtiveram o selo são edificações de caráter comercial ou escritórios. Outros segmentos dos ramos industrial, fabril, esportivo, hoteleiro, varejista e hospitalar também registram-se para conseguir certificação LEED.

98

99


Segundo dados do GBC Brasil, o DF também se encontra na quarta posição no ranking dos estados brasileiros que possuem o maior número de edificações em processo de certificação LEED.

Registros por Estado No Distrito Federal, as florestas plantadas ocupam pequena área, a qual não aparece individualmente nos levantamentos realizados pelo setor. O mercado florestal do DF sofre grande influência do estado de Goiás, cuja produção anual de madeira é insuficiente para os diversos usos. Da produção florestal, 26,3% são destinados à produção de lenha, que é o principal produto florestal comercializado no DF (indústrias alimentícias, secadoras de grãos, padarias, pizzarias e olarias). A falta de madeira para lenha tem levado as empresas a criarem planos de fomento florestal como incentivo à produção florestal, o que tem se caracterizado como uma excelente alternativa de negócio, em especial aos pequenos produtores do DF e entorno.

AL [2] AM [9] BA [10] CE [18] DF [23]

5,1

%

ES [5] MG [19] MT [2]

Segundo artigo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o País apresenta a seguinte evolução da certificação florestal na indústria moveleira:

PA [5]

58,5%

18,9%

PB [3] PE [11] PR [43] RJ[158 ]

Número de certificados

RN [2] RS [21] SC [12]

9

SP [490] Ou tro

9 8

As edificações interessadas em conquistar o selo devem entrar com pedido de certificação na Plataforma LEED On-line.

Madeira de reflorestamento e certificação O Portal do Reflorestamento estima que o Brasil possua cerca de 6,5 milhões de hectares de florestas plantadas, podendo ampliar essa área para cerca de 15 a 16 milhões em dez anos, o que demandará investimentos da ordem de R$ 40 bilhões e gerará cerca de 200 mil empregos no meio rural. Devese ressaltar que o setor florestal pode vir a ser uma atividade estratégica para o desenvolvimento do País. No Brasil, 36% de toda a madeira produzida são utilizados para a produção de celulose, ao passo que a produção de serrados, na siderurgia a carvão vegetal, os painéis de madeira industrializada e os compensados consomem, respectivamente, 15%, 2%, 10%, 7,4% e 3,7% do total de madeira. O restante (26,3%) é destinado à produção de lenha e outros produtos florestais.

100

7

6

6 5 4

33

3

3 2

11

1

1

00

0 An o 1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

101


Selo FSC A seguir, os dados de certificação por região e por país:

O selo FSC é, hoje, o selo verde mais reconhecido em todo o mundo e deve garantir que a madeira utilizada possua como origem um processo produtivo ecologicamente adequado. De acordo com o relatório Global FSC Certificates: type and distribution, atualmente, o Brasil possui 6,961 milhões de hectares certificados na modalidade de manejo florestal e envolve 100 operações de manejo, entre áreas de florestas nativas e plantadas. O país ocupa o 5º lugar no ranking total do sistema FSC. Na modalidade de cadeia de custódia, o Brasil conta com, aproximadamente, 1030 certificados, com uma taxa de crescimento de um novo empreendimento certificado a cada dia.

Local

O mesmo estudo apresenta o dado global, conforme mapa que segue:

Total área/hectares

Número de áreas

África

6.729.825

47

Ásia

8.959.685

181

Europa

81.623.564

507

América Latina e Caribe

13.390.488

246

América do Norte

77.526.654

241

Oceania

2.557.506

38

Brasil

6.961.155

100

Fonte: FSC -Relatório Global FSC certificates - 2013

Global FSC certified forest area: by region

Outras certificações Erope

43,34% of total certified areas (81.623,654 ha) 507 certificates

North America 40,11% of total certified areas (77.526,654 ha) 241 certificates

Asia

4,10% of total certified areas (8.959,685 ha) 181 certificates

Oceania

Africa

1,44% of total certified areas (2.550,506 ha) 38 certificates

3,63% of total certified areas (6.729,825 ha) 47 certificates

Sout America & Caribbean 7,38% of total certified areas (13.390,488 ha) 246 certificates

Total certified area: 190.780,723 ha Nº coutries: 81 Total nº certificates: 1260

40% - 49% 30% - 39%

20% - 29% 10% - 19%

EXPLANATION Country name Hectare certified forest ( % of total forest cover / % of production forest cover) % increase or decrease since August 2012

Certificação orgânica Avalia questões socioambientais com ênfase na produção livre de agrotóxicos e de insumos químicos, garantindo alimentos e matérias- primas saudáveis e um ambiente livre de contaminação por agrotóxicos e por outras substâncias sintéticas.

Comércio justo

Percentage of total FSC certified forest area 75 % an d abov e 50% - 74%

Há ainda certificações específicas de acordo com o segmento e o impacto causado pela empresa, como os exemplos que seguem, apresentadas pela revista AgroANALYSIS, da FGV:

1% - 9% 0,01% - 1%

No FSC certified forest No FSC certified forest in countries with limited forest areas (less than 2000 ha production forest area)

Based on numbers from FSC International and FAO Forestry Paper February 2013

Trata-se de um movimento social internacional que busca o estabelecimento de preços justos e padrões ambientais e sociais em toda a cadeia produtiva. A Fair Trade Labelling Organization é a organização internacional que reúne entidades com esse perfil em todo o mundo. Ela beneficia os pequenos produtores e lhes garante relações comerciais diferenciadas e de longo prazo com os compradores. No Brasil, está em desenvolvimento a proposta de comércio ético, justo e solidário, liderado pelo Instituto Faces.

Fonte: FSC - Relatório Global FSC certificates - 2013

102

103


Rede de Agricultura Sustentável (RAS)

Licenciamentos ambientais IBRAM

Criado por ONGs da América Latina para promover mudanças socioambientais na produção agrícola regional, utiliza o selo Rainforest Alliance Certified. Hoje, atua também em regiões tropicais da África e da Ásia e avalia questões como a conservação da biodiversidade e as relações trabalhistas na unidade de produção. Tem grande importância na certificação de commodities como banana, cacau e café.

O Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), com o propósito de executar a Política Ambiental do Distrito Federal, é responsável pelo licenciamento de atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras. Assim, a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades que utilizam recursos ambientais considerados potencial ou efetivamente poluidores, bem como os empreendimentos capazes de causar, sob qualquer forma, degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento do IBRAM, o qual é constituído de três fases:

GlobalGap Criado por redes de distribuição da Europa, objetiva garantir a segurança sanitária dos produtos vegetais e dos animais que comercializa. Também considera questões trabalhistas e ambientais, porém de maneira superficial.

Sistemas de certificação ou verificação participativa Sistemas internos organizados por pequenos produtores para garantir a aplicação de normas desenvolvidas de maneira participativa. Diferencia determinadas características de produtos e processos produtivos. O sistema de certificação ou verificação participativa de maior relevância no Brasil é o da Rede EcoVida, de produção orgânica.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) possui portaria que regulamenta o Programa de Avaliação da Conformidade da Produção Integrada para todos os produtos do setor agropecuário no Brasil.

• Licença prévia: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção; • Licença de instalação: autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. Autoriza o início da obra ou o serviço no local do empreendimento, porém não autoriza seu funcionamento; • Licença de operação: autoriza o funcionamento da atividade ou do empreendimento após a verificação do cumprimento das exigências que constam das licenças anteriores, com medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Licenças de Instalação IBRAM (por ano)

67

68

Ressalta-se a expectativa de crescimento da busca de certificação da série ISO 26.000, em processo de implantação, que avalia as questões de responsabilidade social e empresarial , bem como o selo Procel, que garante eficiência energética de equipamentos eletroeletrônicos.

62

2011

2012

2013

Fonte: IBRAM/DF – 2013 104

142

159

105


Licenças de operação emitidas pelo IBRAM (por ano)

67

68

62 67 2011

68 2012

2013

Já a autorização ambiental é concedida a empreendimentos ou atividades de caráter temporário.

142

62

159

Autorizações ambientais IBRAM no DF

2011 142 2011

2012

108 2013

Segmentos e gestão ambiental O monitoramento feito junto às 1.500 maiores empresas do Brasil, referente ao período 2012/2013 e publicado em outubro de 2013 pela Análise Editorial, separa os segmentos que mais investem na gestão ambiental:

Práticas e procedimentos Possuem política ambiental?

2012

Em%

2013 108

71 2012

2013

Fonte: IBRAM/DF – 2013

2011

O Distrito Federal tem 390 mil hectares de área rural. Dos 19 mil produtores, 80% são pequenos e médios. Hoje, há, em andamento, 500 processos de licenciamento ambiental para os agricultores da região.

159

98

2011 41

O Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (SICAR) é uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente, em implantação em todo o Brasil, que deve ser utilizada por todos os estados brasileiros. Com isso, os 5,2 milhões de imóveis rurais que existem no País serão cadastrados e deverão se manter com a licença ambiental devidamente concedida. Os dados do cadastro são de caráter declaratório e de responsabilidade do proprietário rural e têm de ser atualizados sempre que houver alterações de domínio ou das características do imóvel.

71 2012

2013

Comércio

2012

2013

2012

Indústria 2013

2012

Serviços 2013

2012

Sim, integ rada com as demais políticas

69

70 ,9

59 ,6

44 ,1

70 ,2

73 ,1

66 ,7

64 ,8

Sim, integrada com as demais políticas

14 ,6

16 ,5

26 ,9

35 ,3

23 ,4

21 ,6

16 ,4

20 ,2

Sim, específica para meio ambiente

16 ,4

12 ,6

11 ,5

20 ,6

6,4

5,3

15 ,8

14 ,1

-

-

1,1

0,9

Não

98 2013

Agro

-

-

2

-

Fonte: Análise Gestão Ambiental - Análise Editorial – 2013

41 106

107


A pesquisa buscou também identificar aquelas empresas que já possuem ou que consideram relevante a certificação ISO 14001 por segmentos representados pelo agronegócio, indústria, comércio e serviços.

É importante ressaltar, na pesquisa, o quanto essas grandes empresas cobram dos fornecedores a comprovação da gestão ambiental.

Possuem ISO 14001? Em%

Agro 2013

2012 16 ,5

23 ,3

Sim

Comércio 2013 30 ,8

Indústria

2012

2013

2012

14 ,7

71 ,4

72 ,8

Serviços 2013 43

2012

Exigem comprovação de práticas ambientais para contratá-los?

45 ,5

Não,mas planejam implementar

40 ,5

55 ,9

34 ,6

38 ,2

10

9,3

23

26 ,1

Não, mas cumprem etapas para obtê -la

21 ,6

21 ,3

3,8

5,9

10 ,3

11 ,1

17

7,9

Não veem necessidade no momento

14 ,6

6,3

30 ,8

41 ,2

8,3

6,8

17

20 ,5

Fonte: Análise Gestão Ambiental - Análise Editorial – 2013

Contudo, mesmo empresas não certificadas adotam processos relacionados à certificação. Veja como isso ocorre por cada segmento:

Em% In%

Agro

Comércio

Indústria

Serviços

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

Sim

27 ,6

20 ,5

53 ,8

38 ,2

65

65 ,1

49 ,1

46 ,6

Exigem, mas não de forma sistemática

52 ,6

63

23 ,1

38 ,2

28

28 ,4

40 ,1

43 ,4

Não

19,8

16 ,5

23 ,1

23 ,6

7

6,5

10,8

0

Fonte: Análise Gestão Ambiental - Análise Editorial – 2013

Quais regras da série 14000 são aplicadas? Em% In%

Agro

Comércio

Indústria

Serviços

2013

2012

2013

2012

2013

2012

2013

2012

Auditorias Ambientais

86 ,5

81 ,6

66 .7

33 ,3

93 ,9

92,6

74,3

68,3

Comunicação Ambiental

67 ,3

67 ,3

30

41 ,7

60 ,3

55,1

57,4

3

Avaliação da performance ambiental

57 ,7

38 ,8

60

16 ,7

67 ,8

69

65,3

57,1

Rotulage m ambiental

13 ,5

12 ,2

13 ,3

25

11 ,2

9,3

6,9

4,9

Análise do ciclo de vida do produto/do serviço

7,7

8,2

13 ,3

25

25 ,2

34,7

5

3,4

Análise do ciclo de vida do processo

5,8

4,1

13 ,3

33 ,3

9,3

8,3

7,9

5,4

19 ,2

16 ,3

10

-

14,

5 24,1

12,4

29,3

1,9

2

3,3

8,3

0,5

0,5

7,4

5,9

Outras Não dese ja informar Fonte: Análise Gestão Ambiental - Análise Editorial – 2013

108

109


8

Tendências e vantagens de negócios sustentáveis Cabe destacar que, na cadeia de produção e distribuição, várias MPEs são fornecedoras das grandes empresas.

Pesquisa realizada pelo Centro SEBRAE de Sustentabilidade do Mato Grosso, em parceria com o Sistema de Inteligência Setorial de Santa Catarina (SIS/SEBRAE/ SC), mostra as tendências mais atuais de sustentabilidade e oportunidades de negócios, conforme listado a seguir.

Adoção de práticas sustentáveis, especialmente em setores com alta demanda por recursos naturais, como reaproveitamento da água, eficiência energética e gestão de resíduos sólidos.

• Sustentabilidade na cadeia produtiva Grandes empresas buscam fornecedores sustentáveis, exigindo a comprovação de adoção de princípios de responsabilidade socioambiental.

• Preocupação com o clima A neutralização de carbono tem expandido as ideias de negócio e proporcionado vantagens competitivas para pequenas empresas. Segundo dados do CDP (Carbon Disclosure Project), houve uma economia de cerca de R$ 13,7 bilhões em 29% dos pequenos negócios que diminuíram suas emissões de CO2. Indústria de etanol

110

111


• Ecoeficiência

• Feminização da economia

Uso inteligente dos recursos pela redução de impactos e desperdícios nos sistemas de produção. Isso envolve eficiência energética por meio, por exemplo, do aproveitamento da luz do sol nos ambientes e do uso de fontes de energia renovável, da gestão de água e também da reciclagem de resíduos, o que vai ao encontro da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

No Brasil, o número de mulheres empreendedoras chega a 51% do total dos empreendedores, conforme indica o estudo Global Entrepreneurship Monitor, ampliando, assim, a empregabilidade delas e o consumo.

• Talentos verdes Profissionais envolvidos em questões relacionadas à sustentabilidade são cada vez mais valorizados. De acordo com a pesquisa, existem, no Brasil, 16,4 milhões de empregos potencialmente verdes e que compõem mais de 69% da mão de obra de 20 setores de atividade econômica.

• Vantagem colaborativa As novas tecnologias, as novas mídias e as redes sociais proporcionam fluidez e flexibilidade às empresas, substituindo a óptica da competição pela colaboração.

• Sustentabilidade interior • A era do acesso Trata-se do surgimento de empresas que praticam leasing (alugam ou cobram taxas para utilização do bem), por exemplo, empresas de compartilhamento de bicicletas em áreas públicas. Consiste na transformação do “possuir” para o “usufruir”.

Consumidores mais voltados para busca de bem-estar e saúde geram expansão no mercado para novos negócios em produtos e serviços voltados a atender a essa demanda, aliando sustentabilidade, dimensão social e saúde.

• Brasilidade • Negócios 2.5 Empresas 2.5 são organizações que atuam com fins lucrativos por meio do foco social, buscando a gestão profissionalizada e o bem-estar da população. Promovem também aumento da fonte de renda e acesso aos serviços essenciais para os setores de baixa renda, isto é, as empresas 2.5 são aquelas que não se encaixam apenas no segundo setor (empresas criadas para o lucro) nem só no terceiro setor (ONGs e demais órgãos sem fins lucrativos). Segundo dados da pesquisa, a maior concentração de negócios 2.5 está na região Sudeste; 26% na região Sul; 24% no Nordeste; 7% na região Norte, e 4% no Centro-Oeste.

• Licenciamento ambiental e relatórios de sustentabilidade Pequenas empresas passam a adotar práticas de preservação ambiental e comunicá-las de maneira adequada, para atender à demanda de mercado. A licença ambiental é uma ferramenta que proporciona conhecimento das possíveis fontes de poluição existente. O relatório de sustentabilidade é uma forma de comunicar ao consumidor, cada vez mais exigente e preocupado com as questões social e ambiental, práticas de sustentabilidade realizadas pela empresa.

112

Marcas brasileiras que expressam brasilidade por meio de sabores, aromas, cores e costumes do Brasil ganham espaço no mercado. Isso indica grande oportunidade de negócio para pequenas empresas alavancarem suas vendas em grandes eventos como a Olimpíada de 2016.

Algumas vantagens de inserir as práticas sustentáveis no ambiente empresarial: Benefícios econômicos e financeiros

Benefícios estratégicos

Economia, em decorrência da redução do consumo de matérias-primas, água e energia.

Melhoria da imagem institucional.

Economia, em decorrência da reciclagem, da venda e do aproveitamento de resíduos.

Renovação do portfólio de produtos.

Redução de multas e penalidades por poluição.

Aumento da produtividade.

Maior competitividade.

Melhoria nas relações de trabalho.

Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição.

Melhoria das relações com os órgãos governamentais, a comunidade e os grupos ambientalistas.

113


Criação de linhas de produtos para novos mercados.

9

Melhor adequação aos padrões ambientais.

Reflexão final Um novo modelo econômico baseado na sustentabilidade O planejamento da economia verde já é uma realidade nos diferentes segmentos produtivos em decorrência da ampliação da consciência a respeito dos problemas sociais e dos impactos na economia, advindos da finitude dos recursos naturais. Sustentada em três pilares: 1) ser pouco intensiva em carbono; 2) eficiente no uso dos recursos naturais; 3) socialmente justa, a economia verde minimiza as externalidades provocadas pelo modelo tradicional de economia, incluindo mais pessoas no universo de potenciais consumidores, ao mesmo tempo em que garante recursos naturais para as presentes e futuras gerações.

Produção limpa, inovação, novas tecnologias ambientais e inclusão social são temas emergentes que ampliam a oferta de postos de trabalho, bem como o faturamento, o lucro e a renda de empreendedores e seus colaboradores. Empresas que ampliam o olhar para os potenciais ganhos econômicos relacionados à gestão social e ambiental se destacam no mercado, agregam valor à marca e se diferenciam perante a concorrência.

Para levar o discurso à prática, é necessário incluir, no planejamento estratégico de toda organização, seja ela de grande, médio ou pequeno porte, novas estratégias e ações para as ameaças e os pontos fracos relacionados ao cenário ambiental e social. O SEBRAE-DF já está em franco desenvolvimento dessa inclusão e atento ao fato de que o tempo exige respostas rápidas e efetivas. Há ainda muito por fazer. Por essa razão, coloca à disposição dos empresários locais todas as suas soluções para que a economia verde seja uma realidade cada vez mais fomentada e consolidada no Distrito Federal.

114

115


10

Referências Bibliográficas ABCV – Oferta de cultura audiovisual do DF. 2014. Disponível em: <http://www.abcv.com.br/> ABRAF – Anuário Estatístico. 2013. Disponível em: <http://www.abraflor.org.br/estatisticas/ABRAF13/ABRAF13_BR.pdf>

ABRELPE – Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2012. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/panorama_apresentacao.cfm>

ADASA – Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos. 2014. Disponível em: <http://www.adasa.df.gov.br/index.php?option=com_content&v iew=ar ticle&id=870:limpeza-urbana-e-manejo-de-residuos-solidoscenario&catid=74&Itemid=316> ADASA, CAESB, EMATER-DF, IBRAM, SEAPA, MMA, ICMBio – Projeto Descoberto. 2014. Disponível em: <http://www.descobertocoberto.df.gov.br>

AGEITEC – Novo desafio para avicultura: a inserção das questões ambientais nos modelos produtivos brasileiros. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/novo_ desafio_ a vicultur a_inser cao_questoes_ambientais_modelos_pr odutivos_ brasileiros_000fze4zrvy02wx5ok0cpoo6aw2rb1ui.pdf>

AGROANALYSIS – Revista de Agronegócios da FGV – Rumo à sustentabilidade. 2008. Disponível em: <http://www.agroanalysis.com.br> ANA – Projeto de abastecimento de água. 2014. Disponível em: <http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12448>

ANÁLISE EDITORIAL – Análise e gestão ambiental. 2013. Disponível em: <http://www.analise.com/index.php/site/publicacoes/exibe/3/analisegestao-ambiental

116

117


ANPAD – Melhoramento vegetal. 2013. Disponível em: <http://www.anpad. org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/ enanpad_2013/08%20-%20GCT/ PDF%20GCT%20-%20Tema%206/2013_EnANPAD_ GCT2306.pdf> ANVISA – Certificação Copa. 2013. Disponível em: <http://www.copa2014. gov.br/pt-br/noticia/hoteis-do-distrito-federalreceberao-selos-de- qualidade> ANVISA – Hotéis do DF e os selos de qualidade – Gerente de Alimentos da Vigilância Sanitária do DF. 2012. Disponível em: <http://www.copa2014. gov.br/pt-br/noticia/hoteis-do-distrito-federalreceberao-selos-de- qualidade>

BLOG DA ABPA – A Liderança Sustentável da Avicultura Brasileira. Disponível em: <http://blogs.ruralbr.com.br/franciscoturra/2012/01/16/a-lideranca- sustentavelda-avicultura-brasileira/>

CAMPO E LAVOURA – Comentário Avícola: Avicultura sustentável. Disponível em: <http://www.campoelavoura.com.br/noticia_print.php?cod=3985>

CODEPLAN – Idecon DF. 2013. Disponível em: <http://www.codeplan.df.gov. br/images/ CODEPLAN/PDF/idecon/IDECON-DF_3Trimestre_2013.pdf>

CODHAB-DF – Editais de chamamento às empresas de construção civil. 2014. Disponível em: <http://www.codhab.df.gov.br/Conteudo/pag_int. aspx?codConteudo=190> COMPAUTA – Sustentabilidade nas empresas. 2013. Disponível em: <http:// compauta.com.br/2002/economia/salao-de-beleza-em-brasiliaadere-a- sustentabilidade/> COOPA-DF – AGROBRASÍLIA. 2013. Disponível em: <http://www. agrobrasilia.com.br/ultimas-noticias/384-sebrae-df-lanca-o-brasilcentral- de-agronegocios-na-agrobrasilia.html> COOPA-DF – AGROBRASÍLIA: Criação de ovinos e caprinos. 2013. Disponível em: <http://www.agrobrasilia.com.br/ultimas-noticias/347-criacao-de- ovinos-ecaprinos-e-tema-de-dia-de-campo-na-agrobrasilia.html> CORREIO BRAZILIENSE – Brasília tem o melhor mel do país. 2010. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ cidades/2010/06/24/ interna_cidadesdf,199219/index.shtml>

CANAL DO PRODUTOR – DF – Centro de referência em produção de peixes. 2014. Disponível em: <http://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/distrito-federal-teracentro-de-referencia-em-piscicultura>

CORREIO BRAZILIENSE – Força dos Ventos. 2012. Disponível em: <http://www2.correiobraziliense.com.br/sersustentavel/?p=8155>

CANAL DO PRODUTOR – Representantes do setor lácteo defendem incentivos para práticas sustentáveis. Disponível em: <http://www. canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/representantesdo-setor- lacteo-defendem-incentivos-para-praticas-sustentaveis>

CORREIO BRAZILIENSE – Micro e Pequenos empreendedores. 2013. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ cidades/2013/11/30/ interna_cidadesdf,400986/projetos-facilitam- exportacoes-de-micro-e-pequenosempreendedores.shtml>

CARTILHA PISCICULTURA FORUM DAS ÁGUAS – Introdução à piscicultura sustentável. Disponível em: <http://201.2.114.147/bds/BDS.

nsfBB1E9E3204309460832574D0006B4176/$File/car tilha%20 piscicultura%2forum%20das%20aguas.pdf> CET/UNB – Estudo de oportunidades de investimentos em turismo no DF. 2011. Disponível em: <http://www.cet.unb.br/index.php?option=com_co ntent&view=article&id=185 4:estudos-de-oportunidades&catid=34&Item id=111>

CET/UNB – Observatório do Turismo no DF. 2014. Disponível em: <http://www.observatoriodf.com.br/index.php#>

118

CETESB – Resolução 307. 2002. Disponível em: <http://www.cetesb. sp.gov.br/ licenciamentoo/legislacao/federal/resolucoes/2002_Res_ CONAMA_307.pdf>

CORREIO BRAZILIENSE – País terá economia de consumo de energia elétrica. 2014. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ economia/2014/01/23/internas_ economia,409338/epe-pais-tera-economia- de-6-3-no-consumo-de-energia-em-2023.shtml>

CORREIO BRAZILIENSE – Ser Sustentável – Coleta Seletiva no DF. 2014. Disponível em: http://www2.correiobraziliense.com.br/sersustentavel/?page_id=89

CORREIO BRAZILIENSE – Vender para fora do país. 2013. Disponível em: <http://www. correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2013/11/30interna_cidadesdf,400990/comecara-vender-para-fora-do-pais-demanda- preparo-de-empresarios.shtml> DBO – Um sistema de produção leiteira efetivamente sustentável. Disponível em: <http://www.portaldbo.com.br/portal/MundoDoLeite/ AL/7457,,Um+sistema+de+producao+leiteira+efetivamente+sustentavel. aspx>

119


DIÁRIO DO PODER – SEBRAE-DF estrutura projeto de economia criativa. 2014. Disponível em: <http://www.diariodopoder.com.br/empreendedorismo/ sebrae-no-df-estrutura-projetode-economia-criativa/> ECODESENVOLVIMENTO – Sustentabilidade na Gestão de Eventos. 2013. Disponível em: <http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/ dezembro/seminario-em-brasilia-discute-asustentabilidade?tag=eventos- sustentaveis#ixzz2se1SdprM>

ECOFINANÇAS – As commodities ambientais. 2014. Disponível em: <http:// www. ecofinancas.com/noticias/commodities-ambientais-financeirizacao- natureza>

EMATER – Informações Agropecuárias do DF. 2012. Disponível e m : < h t t p : / / w w w . e m a t e r. d f . g o v. b r / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _ phocadownload&view=category&id=72&Itemid=55>

GDF – Ecopontos no DF. 2013. Disponível em: http://www.df.gov.br/noticias/ item/10000-dfter%C3%A1-ecopontos-para-substituir-%C3%A1reas-de- bota-fora-clandestino-foto.html GDF – Lançamento da Coleta Seletiva no DF. 2014. Disponível em: <http:// www.slu.df.gov.br/noticias/item/2122-coleta> GDF / SEAGRI – Parceria. 2014. Disponível em: <http://www.agricultura. df.gov.br/noticias/ itemlist/user/99-seagridf.html>

GDF – Zoneamento Econômico-Ecológico. 2012. Disponível em: <http:// www.zeedf. com.br/Arquivos%20e%20mapas/produto_5_relatorio_ zoneamento.pdf>

HY-LINE DO BRASIL – O novo momento da avicultura: controle ambiental. Disponível em: <http://www.hyline.com.br/hyline/noticia.php?id_ conteudo=2650&id_categoria=3&id_ area=1>

IBGE – Contas Nacionais. 2013. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/ Contas_Nacionais/ Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_ IBGE/pib-vol-val_201303caderno.pdf>

EMBRAPA – ABC da agricultura familiar. 2008. Disponível em: <http://www. infoteca.cnptia. embrapa.br/bitstream/doc/533478/1/CARTILHAAbc19. pdf> EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – Projeção da demanda de energia elétrica. 2013. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/mercado/ Documents/S%C3%A9rie%20Estudos%20 de%20Energia/20140203_1. pdf> EXAME – Convênio Economia Criativa no DF. 2014. Disponível em: <http:// exame.abril.com. br/pme/noticias/convenio-incentiva-pequenos-negocios- da-economia-criativa> FECOMÉRCIO – Lançamento do Índice de Criatividade das Cidades. 2012. Disponível em: <http://www.fecomercio.com.br/arquivos/arquivo/Indice_ de_criatividade_das_cidades_ a2z5yaaaaa.pdf>

FOLHA DE SÃO PAULO – Lixo Eletrônico no Brasil. 2014. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/12/1386086-lixo-gerado-por-

IBGE – Contas Regionais do Brasil. 2011. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/ economia/microempresa/default.shtm IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. 2014. Disponível em: <http:// www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/000000163529021020142943115 19477.pdf> IBGE – Produção da Pecuária Municipal. 2012. Disponível em: <ftp://ftp. ibge.gov.br/ Producao_Pecuaria/Producao_da_Pecuaria_Municipal/2012/ ppm2012.pdf>

eletronicos-crescera-33-em-cinco-anos-diz-estudo.shtml

GASTALDO; Felipe Bueno; SANTOS, Felipe dos; SANTOS, Rozali Araújo. As dimensões da sustentabilidade no agronegócio. Disponível em: <http://www. unicruz.edu.br/seminario/anais/2014/CCSA/GESTAO%20DE%20EMPRESAS%20RURAIS/C . Oral/Sustentabilidade%20no%20Agroneg%F3cio>

GBC BRASIL – Certificações. 2014. Disponível em: <http://gbcbrasil.org. br/?p=empreendimentos-leed>

120

GDF – Coleta Seletiva no DF. 2013. Disponível em: <http://www.df.gov. br/noticias/ item/10000-df-ter%C3%A1-ecopontos-para-substituir-%C3%A1reas-de-bota-foraclandestino-foto.html>

IBRAM/DF. 2013. Disponível em: <http://www.ibram.df.gov.br/servicos/licenciamento-ambiental. html> IDEIA SUSTENTÁVEL – Danone reforça gestão sustentável com adoção de plástico verde. Disponível em: <http://www.ideiasustentavel.com. br/2011/08/danone-reforcainiciativas-sustentaveis-com-adocao-do- plastico-verde/> INMETRO – Histórico das certificações concedidas por estado da federação. 2014. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/gestao14001/Rel_Cert_Emitidos_Loc_ Geografica.asp?Chamador=INMETRO14&tipo=INMETROEXT> INSTITUTO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA. 2014. Disponível em: <http:// www.iqa.or g.br/publico/suite/essencial/aplicativo/cliente/busca. o=&estado=b98f83032f6e8ca0c8f5a38bca1e3d75&cidade=0&ramo=0>

121


JORNAL DE BRASÍLIA – Sustentabilidade nas empresas. 2013. Disponível em: <http:// www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/cidades/474316/salao- de-beleza-em-brasilia-adere-asustentabilidade/>

JUSBRASIL – Agricultura familiar. 2013. Disponível em: <http://rf-brasil. jusbrasil.com.br/ politica/4780773/agricultura-familiar-participa-pela-1- vez-da-agrobrasilia>

META-ANÁLISE – Sustentabilidade: as ações nas pequenas e médias empresas. 2013. Disponível em: <http://www.metaanalise.com.br/ inteligenciademercado/index. php?option=com_content&iew=ar ti cle&id=8776:sustentabilidade-as-acoes-naspequenas-e-medias- empresas&catid=5:analise-setorial&Itemid=356> MILKPOINT – O que é um sistema de produção de leite ambientalmente sustentável? Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br/sobre- o -s i te /n ova s -d o- s it e /o - qu e- e -u m -s i st em a -d e -p r o d uc ao - de -l e it e - ambientalmente-sustentavel-45879n. aspx>

NOTÍCIAS E NEGÓCIOS – Empreendedores do DF terão treinamento em economia criativa. 2014. Disponível em: <http://noticiasenegocios.com. br/2014/02/empreendedoresdo-df-terao-treinament%E2%80%8Bo-em- economia-criativa-pelo-brit%E2%80%8Bishcouncil/>

PINI WEB – Sustentabilidade. 2013. Disponível em: <http://piniweb. pini.com.br/ construcao/sustentabilidade/brasil-supera-marca-de-100- empreendimentos-comcertificacao-leed-291869-1.aspx>

PLANETA SUSTENTÁVEL – O Agronegócio Sustentável. Disponível em:<http:// planetasustentavel.abr il.com.br/noticia/sustentabilidade/ conteudo_262270.shtml>

PORTAL DO REFLORESTAMENTO – Florestas Plantadas no DF. 2014. Disponível em: < http:// www.portaldoreflorestamento.com.br/florestas- plantadas-no-distrito-federal.html>

PWC – Sondagem Empresarial: A Força do Distrito Federal. 2013. Disponível em:<https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/institucionais/assets/ sondagem-df.pdf>

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA – Agenda estratégica Caprinos e Ovinos.2010. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_setoriais/AGES/Caprinos. pdf>

RENAI – APL de turismo do DF. 2008. Disponível em: <http://www.mdic.gov. br/arquivos/ dwnl_1248268397.pdf>

MINISTÉRIO DA CULTURA – Plano da Secretaria da Economia Criativa 2011/2014. 2010. Disponível em:< http://www2.cultura.gov.br/site/wp- content/uploads/2012/08/livro_ web2edicao.pdf>

RENAI – Cultura em números. 2007. Disponível em: <http://investimentos. mdic.gov.br/ public/arquivo/arq1322669308.pdf>

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – APLs da economia criativa. 2013. Disponível em: <http://www.desenvolvimento. gov.br/ sitio/interna/noticia.php?area=2&noticia=12705> MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – APL de suinocultura. 2007. Disponível em: <http://www.desenvolvimento. gov.br/arquivos/dwnl_1248268342.pdf> MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE – Brasília eliminará lixão e prioriza coleta seletiva e apoio a catadores. 2013. Disponível em:<http://www.mma.gov. br/informma/item/9617bras%C3%ADlia-eliminará-lixão-e-prioriza- coleta-seletiva-e-apoio-a-catadores> MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE – Melhoria da Gestão ambiental urbana.2010. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_ arquivos/4_manual_implantao_ sistema_gesto_resduos_construo_civil_ cp_125.pdf> MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE – Projeções 2024. 2012. Disponível em:<http://www. agricultura.gov.br/arq_editor/projecoes%20-%20 versao%20atualizada.pdf> MINISTÉRIO DO TURISMO – Certificações para meios de hospedagem. 2013. Disponível em: <http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR- classificacao/mtur-site/> MINISTÉRIO DO TURISMO – Intenção de viagem do Brasileiro. 2013. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_ noticias/20140205-4.html> 122

REVISTA MEIO AMBIENTE INDUSTRIAL – A evolução da Norma ISO 14.001. Disponível em: <http://rmai.com.br/v4/Read/290/a-evolucao-da-norma- iso-14001-e-o-fortalecimento-dasustentabilidade-empresarial.aspx> R7 NOTÍCIAS – De olho na sustentabilidade pequenas confecções transformam lixo em moda. 2013. Disponível em: <http://videos.r7.com/ de-olho-na-sustentabilidadepequenas-confeccoes-transformam-lixo-em- moda/idmedia/4fd7e4bffc9b7812db2ac54e. html>

R7 NOTÍCIAS – Lixo eletrônico. 2013. Disponível em: <http://noticias. r7.com/distritofederal/noticias/primeiro-ponto-de-descar te-para-lixo- eletronico-e-inaugurado-nestesabado-no-df-20120728.html> R7 NOTÍCIAS – Sustentabilidade na Indústria Têxtil. 2012. Disponível em: <http:// videos.r7.com/de-olho-na-sustentabilidade-pequenas-confeccoes-transformam-lixo-em-moda/ idmedia/4fd7e4bffc9b7812db2ac54e.html>

SEAGRI – Seminário VET-AGRO. 2014. Disponível em: <http://www. agr icultura.gov. br/arq_editor/file/Desenvolvimento_Sustentavel/ Producao-Integrada-Pecuaria/ Flyer%20Seminário%20VET-AGRO%202014%20(3).pdf>

123


SEBRAE – Agricultura Familiar. 2013. Disponível em: <http://www.sebrae. com.br/setor/ cafe/o-setor/merenda-escolar-e-paa/Car tilha%20Orgnicos_ na_Alimentao.pdf> SEBRAE-DF – DF criativa. 2010. Disponível em: <http://www.dfcriativa.com.br> SEBRAE – Governo lança campanha. 2014. Disponível em: <http://www. sustentabilidade. sebrae.com.br/Sustentabilidade/Not%C3%ADcias/ G o v e r n o - l a n % C 3 % A 7 a c a m p a n h a - B r a s i l - O r g % C 3 % A 2 n i c o - e - Sustent%C3%A1vel#sthash.IoQezvsP.dpuf>

SEBRAE – Ideias de negócios. 2013. Disponível em: <http://www. sebrae2014.com.br/ sebrae/sebrae%202014/Ideias%20de%20negocios/ Agrone g ocios%20-%20Pscicultur a%20-%20Cr iacao%20de%20 Peixes01.pdf> SEBRAE – Inovação e sustentabilidade são temas da Feira do Empreendedor DF. 2013. Disponível em: http://www.sustentabilidade.sebrae.com. br/Sustentabilidade/ Not%C3%ADcias/Inova%C3%A7%C3%A3o-e- sustentabilidade-s%C3%A3o-temas-daFeira-do-Empreendedor-DF-2013#sthash.pBBxipPi.yodUGMVB.dpuf-

SEDHAB-DF – Mapa densidade demográfica. 2012. Disponível em: <http://www.sedhab. df.gov.br/images/pdot/mapas/atualizacao_2013/mapa%205%20-%20densidade%20 bruta%20de%20ocupao_resolucao.jpg> SEDUMA – ZEE – DF – Organização territorial urbana. 2012. Disponível em:<http://www. google.com.br/url

SETCDF – Resíduos da construção e demolição. 2011. Disponível em: <http:// www. transparencia.df.gov.br/Planejamento%20Oramento%20%20PPA/ PPA%20212-2015%20 -%206212%20-%20Res%C3%ADduos%20Sólidos.pdf>

SILVA, Devanildo Braz da. Sustentabilidade no Agronegócio: dimensões econômica, social e ambiental. Disponível em: <http://www.unigran.br/ mercado/paginas/arquivos/ edicoes/3/3.pdf>

SINDIMAM – Estudo do mercado imobiliário. 2007. Disponível em: <http:// www.sindimam. org.br/documentos/Estudo-do-Mercado-Mobiliario-do-DF. pdf>

SEBRAE – Introdução a piscicultura sustentável. Disponível em: <http://www. sebraemercados.com.br/introducao-a-piscicultura-sustentavel/>

SISTEMA FIBRA – Pesquisa Boas práticas socioambientais desenvolvidas pelas empresas do DF. 2011. Disponível em: < http://www.sistemafibra.org. br/fibra/>

SEBRAE DF – Mercado de suinocultura no DF. 2014. Disponível em: <http:// www.sebrae. com.br/uf/distrito-federal/area_atuacao/agronegocios/ suinocultura>

SOBER – Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. 2007. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/2/986.pdf>

SEBRAE – O que pensam as micro e pequenas empresas sobre sustentabilidade.2012. Disponível em: <http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_ CHRONUS/bds/bds. nsf/1C7B72252F68A728832579F30068BDF3/$File/ NT00047606.pdf>

SOCIEDADE DE INVESTIGAÇÕES FLORESTAIS – Relatório Global FSC certificates. 2013. Disponível em: <http://www.sif.org.br/noticia/ cer tificados-fsc-globais-relatorio-2014-traznumeros-do-brasil-e-do- mundo>

SEBRAE – Pesquisa mostra comportamento ambiental de consumidores– Centro Sebrae de Sustentabilidade. 2014. Disponível em: <http://www. sustentabilidade. sebrae.com.br/Sustentabilidade/Not%C3%ADcias/ Pesquisa-mostra-compor tamentoambiental-de-consumidores-em- pa%C3%ADses-maduros-e-emergentes>

UDESC – Ecoluxo e sustentabilidade. 2009. Disponível em: <http://www. ceart.udesc.br/ revista_dapesquisa/volume4/numero1/moda/ecoluxoesust. pdf>

SEBRAE DF – Projeto Pais. 2011. Disponível em: <http://www.sebrae.com. br/uf/distritofederal/area_atuacao/agronegocios/Projeto-pais> SEBRAE – Sistema de Inteligência Setorial. 2014. Disponível em: <http://sis.sebrae-sc. com.br/sis/setor/noticias/visualizar?idNoticia=16858>

UFV – Certificação Florestal e o mercado moveleiro nacional. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rarv/v33n3/20.pdf> UNCTAD – Relatório da Economia Criativa. Uma opção de desenvolvimento viável. 2010. Disponível em: <http://unctad.org/pt/docs/ditctab20103_ pt.pdf> UNIETHOS – Pesquisa sobre indústria têxtil. 2013. Disponível em: <http:// www. siteuniethos.org.br/wp-content/uploads/2013/11/UNIETHOS_03_ versao_digital.pdfatual>

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE – Cadastro ambiental rural. 2014. Disponível em: <http:// www.semarh.df.gov.br/noticias/item/2273-df- lança-cadastro-ambiental-rural-dia-28.html>

124

SECRETARIA DE TURISMO DO DF – Destino preferido dos brasileiros. 2014. Disponível em: <http://www.setur.df.gov.br/noticias/item/3364-brasil-%C3%A9-o-destino-preferido-dosbrasileiros.html>

125


Outras referências EMATER – Relatório Anual de Atividades 2012 – Unidade orçamentária. 2012. FECOMÉRCIO – Vendas 2013. 2014. GDF / SEAGRI – Assessoria de Comunicação. 2014.

IBGE – Séries estatísticas & Séries históricas. 2012.

IBRAM-DF – Corredores Ecológicos. 2014. INMETRO – Ouvidoria – Certificações ISO 14001. 2014

MMA – Mapa Brasileiro das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade. 2008.

RESTAURA CAR – Flávio Bonfá. 2014.

RURALTUR – Turismo no DF – Coordenação do Departamento de Projetos. 2014.

SINDUSCON-DF – André Costa. 2014. SINDIGRAF-DF – Antonio Carlos Navarro. 2014.

126

SLU-DF – Serviço de Limpeza Urbana/DF – Alberto Correa Borges. 2014.

SPE – 2014.

127


Realização

www.df.sebrae.com.br SIA trecho 03 Lote 1580 | Setor de Indústrias e Abastecimento, Brasília - DF 0800 570 0800

128


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.