
10 minute read
PORQUE CORRER BEM NÃO É UM DADO ASSEGURADO
A ESCOLA DE CORRIDA AJUDA CENTENAS DE JOVENS DAS MODALIDADES DO SPORTING CP A MELHORAREM NA AGILIDADE, VELOCIDADE, TÉCNICA E COORDENAÇÃO
DE UMA ACTIVIDADE TIDA POR MUITOS COMO SIMPLES E BÁSICA.
Para qualquer atleta, principalmente num emblema como o Sporting Clube de Portugal, correr parece ser uma actividade simples e facilmente dominada. No entanto, há técnicas e actividades que permitem aos desportistas, com especial foco nos mais jovens, evoluírem na velocidade, agilidade, técnica e coordenação de corrida, o que vai influenciar vários outros factores. Nesse sentido, e para optimizar e potenciar todos os jovens atletas, que são vistos e tratados de forma cada vez mais multidisciplinar, o Centro de Optimização Desportiva (COD) do Sporting CP criou a Escola de Corrida. Em actividade desde Outubro de 2022, a Escola de Corrida é um projecto do departamento de performance do COD e afecta mais de dez equipas dos escalões de formação do andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol do clube verde e branco. Todas as semanas, em vários pavilhões espalhados pela Área Metropolitana de Lisboa, os conjuntos começam um treino de forma diferente, aprendendo com Carlos Silva, treinador de atletismo do Sporting CP e técnico responsável pela Escola de Corrida.
O Jornal Sporting e a Sporting TV acompanharam vários treinos da Escola de Corrida com diferentes modalidades e contou também com a presença de João Pereira, coordenador de performance do COD que começou por explicar o que é pretendido com este projecto.
“O objectivo é dotar estes atletas de um maior atleticismo com actividades diferentes das modalidades que praticam. Desta forma, conseguimos criar atletas e não apenas jogadores das próprias modalidades. Quando estes atletas são expostos a este tipo de actividade, é expectável que após poucas sessões sintam alguma diferença, mas queremos resultados a longo prazo. Não somos imediatistas e não queremos criar o melhor atleta sub-15 ou sub-17. Queremos atletas o mais robustos possíveis para serem jogadores da sua modalidade, para terem longevidade, para serem melhores atletas e serem mais activos”, disse aos meios de comunicação Leoninos antes de explicar a escolha de Carlos Silva: “Tem uma experiência enorme no atletismo e é a pessoa mais indicada para gerir este processo. Passa o conhecimento que tem no atletismo para este tipo de actividades”.
Para Carlos Silva, “o prazer deste trabalho é que é um trabalho de projecto”. “Quando assim é, tem tudo para correr bem. A Escola de Corrida é algo em que penso no meu trabalho diário há muito tempo, mas aqui com outro padrão de funcionamento. Com estes escalões mais jovens, queremos criar padrões de movimento e de coordenação. Aproveitar os fundamentos da corrida e trabalhá-los. Queremos dar mais ferramentas a estes atletas para que tenham mais um elemento de evolução”, acrescentou. Do lado das próprias modalidades afectadas, a Escola de Corrida tem sido muito bem-recebida. Nuno Januário, treinador da equipa sub-15 feminina de futsal, destacou uma “colaboração excelente”: “As atletas têm absorvido todas as informações e competências de forma rápida e é uma mais-valia para nós a nível de agilidade da corrida e para retirar alguns vícios. Tornam-se mais rápidas e se conseguirmos ganhar milésimos de segundo é um factor diferenciador quando estamos a competir”. Teresa Jordão, coordenadora da vertente feminina do futsal do Sporting CP, não tem dúvidas de que o projecto “traz muitos benefícios” e que “tem sido muito importante ver a evolução das miúdas”. Rafael Rafael, treinador da equipa sub-15 masculina de hóquei em patins, explicou que Carlos Silva “adapta os métodos que usa no atletismo para o hóquei em patins” e que a Escola de Corrida “tem sido vantajosa para os atletas, que têm 13 e 14 anos e ainda não podem fazer uma componente de máquinas com pesos pesados”. Ricardo Gomes, coordenador da formação de hóquei em patins, lembrou que, “normalmente, vemos os atletas com os patins calçados e com o stick na mão” e que, com a Escola de Corrida, o objectivo é prepará-los “para não serem apenas atletas” quando estão sob essa condição. “Tudo isto é muito benéfico e quando chegarem a seniores tudo será mais fácil”, garantiu. Pedro Spínola, antigo jogador de andebol do Sporting CP e da selecção nacional, é hoje treinador na formação da modalidade verde e branca e apoia a Escola de Corrida: “Se começarmos a olhar para o atleta como um todo, este tipo de trabalho faz todo o sentido desde a formação. Saber correr é a base do andebol e de qualquer desporto. Se não soubermos correr e se não tivermos coordenação, tudo fica mais difícil”. Também Francisco Carrilho, treinador estagiário da formação de andebol, destacou que “a Escola de Corrida é muito importante para ajudar os atletas a compreenderem as habilidades da corrida”. A aceitação do projecto e a crença nos seus benefícios é mesmo geral a todas as modalidades, uma vez que os resultados são claros e estão à vista de todos. É assim na equipa sub-15 masculina de voleibol, com o treinador André Candeias a garantir que verificou “uma melhoria muito grande na coordenação dos atletas”. Já Marco Silva, técnico dos sub-13, frisou que “a grande diferença sentida é o desenvolvimento precoce das capacidades físicas motoras”. Para Carlos Teodoro, coordenador da formação da modalidade, esta “é uma oportunidade muito boa que o Sporting CP está a proporcionar com este projecto da Escola de Corrida porque está a dar aos atletas ferramentas para poderem evoluir mais rapidamente”. Por fim, o basquetebol. Marta Valente é treinadora da equipa sub-14 feminina do Sporting CP e lembrou que um jogador, “para ser bom, não precisa apenas de saber driblar passar ou lançar”.



“É importante saber correr, ter coordenação e agilidade. O Carlos [Silva] traz-nos essas ferramentas extra”, acrescentou. Vasco Oliveira, também ele treinador da formação do basquetebol, tocou noutro ponto: “Face aos dois anos que todos vivemos em pandemia, sobretudo para as crianças que não puderam brincar e não tiveram a educação física informal e formal que deviam ter, esta temática tem ainda mais importância nas coisas simples: correr e saltar”.
Como Os Atletas Da Forma O V Em A Escola De Corrida
Margarida Macieira - futsal

“Tenho notado grande diferença nos treinos e nos jogos. Dá-nos novas técnicas de corrida”
Marta da Silva - futsal
“Sou guarda-redes e os guarda-redes têm saído mais com bola”
Diego Sanches - andebol
“Estamos a aprender a correr e a movimentarmo-nos melhor dentro de campo. Estamos a correr melhor e está a ser muito bom”
Rodrigo Peixoto - voleibol
“Sabia que ia ajudar na movimentação e na recepção. Tenho melhorado na coordenação das pernas”
Rodrigo Pimenta - voleibol
“Estamos a desenvolver os gémeos e as coxas para conseguirmos saltar mais e chegar à bola mais rapidamente”
Rita Balsinha - basquetebol
“Está-nos a ajudar a correr mais rápido e a saltar mais”
Alexandre Carola - hóquei em patins
“É óptimo. Ajuda-nos bastante na parte física e, também, na parte psicológica porque nos leva a pensar em objectivos maiores”
Sofia Dias - basquetebol
“É muito importante para nós. Temos de ter coordenação e tem sido uma experiência boa e divertida. Consigo movimentar-me melhor no campo, correr e saltar melhor”
Modalidades Futsal
A D Cima Ficou Adiada
SPORTING CP PERDEU COM SL BENFICA NA FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL DE FUTSAL POR 4-1. UM MINUTO FATAL, NO SEGUNDO TEMPO, DITOU O RESULTADO.

Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografia: João Pedro Morais
A equipa de futsal do Sporting Clube de Portugal saiu derrotada na final da Taça de Portugal, por 4-1 frente ao SL Benfica e adiou a conquista do décimo troféu nesta competição no historial do clube Leonino. Um jogo que acabou por ficar decidido na segunda parte e no espaço de cerca de um minuto, quando faltavam sensivelmente cinco para o final. Diego Nunes fez dois golos nesse espaço de tempo, quando o Sporting tinha o jogo controlado e o resultado estava em 1-1. Para chegar à final, a equipa Leonina afastou nos quartos de final o Sporting Clube de Braga, nas grandes penalidades, após empate a três golos no tempo regulamentar e depois de a formação de Nuno Dias ter recuperado de uma desvantagem de dois golos (3-1), já dentro dos segundos 20 minutos de jogo. Zicky Té, na primeira parte, Alex Merlim e Diego Cavinato, este bem perto do final da partida, marcaram os golos Leoninos. No desempate, nas grandes penalidades, o Sporting CP concretizou todas as tentativas e uma decisiva defesa de Bernardo Paçó ajudou a fazer a diferença para a equipa Leonina, naquela que foi uma possível final antecipada.
Na meia-final, o Sporting CP marcou encontro com o Grupo Cultural e Recreativo Nun´Alvares, equipa que compete no Campeonato do 2.º escalão, mas que obrigou o clube Leonino a ‘ar-
Sporting Cp
regaçar as mangas’ para vencer o conjunto de Fafe. Resultado final de 5-1, novamente com o Sporting CP a ter de virar uma desvantagem, gerada por um golo de Cássio. Mas Tomás Paçó, Estebán Guerrero, um autogolo de Jô Cambangula e, ainda, golos de Diogo Santos e de Pany Varela viraram o jogo. Quanto à final e logo no início do jogo, o SL Benfica teve uma boa oportunidade, com remate ao poste da baliza de Guita e recarga defendida pelo guarda-redes Leonino. O Sporting CP não se perturbou, equilibrou o jogo, criou ocasiões, mas não marcou e o SL Benfica aproveitou uma oportunidade, com remate de Jacaré para inaugurar o marcador. A ter de ir atrás, o Sporting as duas balizas em lances consecutivos. Guita defendeu o remate de Rocha, isolado e na resposta, Gugiel evitou o golo dos Leões em dois remates. O jogo ficou cada vez mais aberto, à medida que avançavam os minutos de jogo, com o Sporting CP a controlar as operações, no entanto, uma recuperação de bola do benfiquista
CP voltou à carga, mas Leo Gugiel evitou remates para golo de Erick Mendonça e de Zicky Té, que estiveram em boa posição perto da baliza das águias.
Diego Nunes permitiu-lhe atirar para a baliza que estava desguarnecida e recolocar a equipa da Luz em vantagem. O Sporting CP sofreu novo rude golpe, com Diego Nunes a bisar, nem um minuto depois. Faltavam pouco mais de cinco minutos para o final do jogo e a equipa verde e branca estava em situação difícil.
A quatro minutos e 24 segundos, o Sporting CP passou a jogar com guarda-redes avançado, no entanto foi a equipa encarnada a marcar mais um golo, com Arthur a atirar para a baliza Sportinguista, que estava deserta. Os Leões ainda tentaram o golo, mas Pany Varela atirou ao lado e Gugiel defendeu os remates sportinguistas. Um resultado que foi castigo demasiado pesado para o Sporting CP, que acabou vítima do velho ditado de que ‘quem não marca, sofre’. Sexta-feira, novo embate, agora para a Liga Placard, frente ao ADCR Caxinas/Poça Barca, na jornada 20, a partir das 20h30, no Pavilhão João Rocha.
Sorteio Da Uefa Futsal Champions League
O Royal Sporting Club Anderlecht, da Bélgica, será o adversário do Sporting Clube de Portugal nas meias-finais da UEFA Futsal Champions League, ditou o sorteio realizado na manhã de quarta-feira, em Palma de Maiorca.
Os Leões de Nuno Dias têm encontro marcado com a equipa belga para o dia 5 de Maio, às 17h00 portuguesas, menos uma do que em Espanha.
O RSC Anderlecht deixou pelo caminho na Ronda de Elite o favorito FC Barcelona, actual campeão europeu em título. Na equipa belga há um antigo jogador do Sporting CP, o talentoso canhoto Diogo, além de haver outros jogadores que já alinharam no Campeonato português, casos dos guarda-redes Cristiano Marques e de Diego Roncaglio e ainda do pivô, John Lennon.
Em caso de vitória nas meias-finais, o Sporting CP jogará a fina a partir das 19h00 portuguesas, de domingo, com o vencedor do jogo entre o AE Palma Futsal e o SL Benfica. Todos os jogos da final four vão decorrer no Velódrom Illes Balears, em Palma de Maiorca.
LEOAS DERROTADAS NAS MEIAS-FINAIS
Por sua vez, a equipa principal feminina de futsal do Sporting Clube de Portugal falhou o acesso à final da Taça de Portugal, depois de perder frente ao SL Benfica por 1-3 na meia-final, igualmente realizada no Pavilhão Municipal da Póvoa de Varzim.
4
2 de Abril de 2023 | Taça de Portugal – Final | Pav. Mun. Póvoa de Varzim (1-1 ao intervalo)
SL BENFICA 1 -
Jacaré (3’) Diego Nunes (34’, 35’) Arthur (37’) Pany Varela (18’)
Sporting CP: Guita e Bernardo Paçó [GR]; Tomás Paçó, Erick Mendonça, Diogo Santos, Alex Merlim [C], Diego Cavinato, Anton Sokolov, Hugo Neves, Pany Varela, Zicky Té e Estebán Guerrero. Treinador: Nuno Dias.
Disciplina: cartão amarelo a Pany Varela (28’) e Zicky Té (29’)
O Sporting CP estava mais instalado junto à baliza do SL Benfica do que o contrário e como recompensa pelas tentativas que ia fazendo de se acercar com perigo da área adversária, os Leões marcaram mesmo o merecido empate. Recuperação de bola de Diogo Santos e Pany Varela a isolar-se para bater Leo Gugiel e fazer o 1-1, numa primeira parte marcada também pela lesão de Tomás Paçó, que teve de sair amparado pelos colegas, com queixas muito fortes no tornozelo esquerdo, num lance com o guarda-redes das águias. Ao intervalo, o marcador registava empate a um golo, que deixava tudo em aberto para os segundos 20 minutos. A segunda parte começou com sinal mais do Sporting CP e Digo Santos e Sokolov tiveram espaço para remates que levaram perigo à baliza das águias. O Sporting CP apertava cada vez mais o cerco e houve ainda um remate com selo de golo de Erick, com Gugiel a defender. À passagem dos 7 minutos, o perigo rondou
Dérbi intenso do início ao fim com as Leoas a adiantarem-se no marcador, aos 13 minutos, apesar de a formação encarnada ter criado maior perigo até esse momento. Livre do lado direito batido por Carolina Pedreira, com Débora Lavrador a surgir ao segundo poste e a fazer o 1-0 para o Sporting CP.
Ainda assim, a vantagem Leonina durou pouco, uma vez que o SL Benfica, igualmente de bola parada, chegou ao empate logo no minuto seguinte e o intervalo chegou com o 1-1 no marcador.
Na segunda metade, o Sporting CP foi à procura de voltar para a frente, mas foi o SL Benfica que deu a volta ao marcador: Raquel Santos fez o 1-2 e Ana Catarina sentenciou o resultado aos 39 minutos.

