Scout #23

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EDIÇÃO #23 | AGOSTO 2021 | GRATUITA

SCOUT

MERCADO LOW COST

ENTREVISTA FRANCISCO RAMOS

MUDAR PARA MELHORAR


SOUNDSCOUT EDIÇÃO DE AGOSTO

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Editorial | 3

Editorial AGOSTO 2021

I

nício das competições, mercado de transferências e Jogos Olímpicos. Agosto não poderia ser mais interessante e, para além disso, a Scout regressa com mais uma edição repleta de entrevistas, análises e rubricas referentes ao futebol mundial.

Na edição de agosto, realce ainda para a antevisão da jornada inaugural da edição 21/22 da Liga Portugal, o onze das melhores transferências com valor inferior a 10 milhões e um artigo referente à mudança de posição/ polivalência de jogadores.

No que diz respeito às temáticas desta edição, o principal destaque é a entrevista a Francisco Ramos. Formado no Porto, Francisco Ramos esteve vários anos de dragão ao peito e foi uma das principais figuras da equipa B portista na inédita conquista da Segunda Liga. Depois de passagens pelo Vitória SC e pelo Santa Clara, o médio de 26 anos cumprirá a segunda temporada ao serviço do Nacional e, em conversa com a Scout, abordou vários temas, entre os quais o percurso na formação portista, as épocas na Primeira Liga e a passagem pelos escalões jovens da seleção portuguesa.

Para terminar, a Scout desafia os leitores com um quiz referente ao mercado de transferências, apresenta mais dois talentos do futebol mundial na rubrica “Regresso ao Futuro” e revela o onze da vida de João Rodrigues, hoquista do Barcelona e da seleção nacional.

Diretores: Filipe Carvalho, João Lemos e Pedro Carvalho

Agradecimentos: Francisco Ramos, CD Nacional, João Rodrigues

Diretor de redação: Pedro Carvalho

Créditos: Getty Images, Global Imagens, UEFA, FIFA, FPF, Liga Portugal, Transfermarkt, zerozero, Maisfutebol, CD Nacional, FC Porto, Vitória SC

Em todas as imagens reproduzidas na revista e/ou respetivo website, foram respeitados os seus devidos direitos de autor e devidamente referenciados na ficha técnica. Desta forma, não pretendemos infligir quaisquer danos aos seus respetivos autores, colocando sempre em evidência a sua justa e respeitada utilização.

Ficha técnica

Redação: Pedro Carvalho, Rodrigo Ferreira e Diogo Teixeira Marketing: João Lemos Web development: João Lemos Diretor Departamento Design: João Lemos

Boa leitura!

Pedro Carvalho

Design gráfico: Francisco Canais Revisão: Diogo Teixeira e Guilherme Kunsler

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4

| Índice

08

22

06

30 26

10

24

31

06

08

10

Regresso ao futuro

Mercado low cost

Entrevista Francisco Ramos

22

24

26

Liga Portugal

Quiz

Mudar para melhorar

Jornada 1

Transferências

30

31

11 da minha vida

Agenda

João Rodrigues

Agosto

SCOUT


ESTÁ A CHEGAR! SÉRIE A

SÉRIE B


6

| Regresso ao futuro

• 19

ANOS

• 1,71

M

• EXTREMO • BÉLGICA • PÉ DIREITO • 22M VALOR MERCADO

Regresso ao futuro

JÉRÉMY DOKU • RENNES

SCOUT

Já há quem diga que é o “novo” Sadio Mané. Estamos a falar de Jérémy Doku, uma das principais promessas do futebol belga. O extremo, de origem ganesa, terminou a sua formação no Anderlecht (esteve no Beerschot até 2017) e desde aí impressionou na equipa principal do clube belga. Bastou uma época para que o Rennes desembolsasse 26 milhões de euros pelo jogador, naquela que foi a transferência mais cara da história do clube. Depois daquilo que vimos recentemente no Euro 2020, podemos dizer que o “risco” compensou para o clube francês… Sendo um extremo destro, Doku tem a capacidade de jogar em ambos os flancos (na direita é um jogador mais vertical, enquanto que na esquerda é mais imprevisível e recorre à diagonal para rematar) e é um desequilibrador nato. Rápido, ágil e forte no drible (não tem receio de encarar o adversário), o “camisola” 18 impressiona pela mudança de velocidade, mas como em todos os jovens ainda necessita de melhorar alguns aspetos, como a tomada de decisão. Realce ainda para o facto de que, com apenas 19 anos, Doku já é uma presença assídua na seleção belga (não esquecer que é nº 1 do ranking FIFA), onde já cumpriu 10 internacionalizações (dois golos), as duas últimas no Euro 2020.


Regresso ao futuro | 7

• 23

ANOS

• 1,78

M

• MÉDIO DEFENSIVO • ALEMANHA • PÉ DIREITO • 8M VALOR MERCADO

NIKLAS DORSCH • AUGSBURG

Atualmente, a Alemanha não se pode queixar no que concerne à qualidade dos seus médios. Para além de jogadores como Kroos, Gundogan, Goretzka e Kimmich, Niklas Dorsch tem tudo para ser um dos sucessores na Mannschaft. Proveniente da formação do Bayern Munique, o médio não foi aposta no gigante alemão (ainda jogou na equipa secundária) e rumou ao Heidenheim, clube da segunda divisão, onde esteve duas temporadas antes de rumar à Bélgica para representar o Genk. Habitualmente, Dorsch é o jogador mais recuado do meio-campo e assume-se como um construtor de jogo. Toque de bola, qualidade de passe (muito forte na variação do flanco) e inteligência nos movimentos sem bola são alguns dos pontos fortes do alemão. Defensivamente, o médio é agressivo, um bom recuperador de bolas (foi o jogador que o fez mais no Euro Sub-21) e rápido na pressão ao adversário. A boa época no clube belga e o excelente desempenho no Europeu Sub-21 (campeão e presença no melhor 11 da prova) despertou a atenção de vários clubes e o médio está de regresso à Alemanha para representar o Augsburgo. A ida para a Bundesliga parece natural, surpreendente foram os valores do negócio (7 milhões de euros), pouco para a qualidade e potencial do médio.

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8

| Mercado low cost

Com apenas um mês para o fecho do mercado, os clubes começam a finalizar os plantéis, tendo em vista o início das competições em agosto. Como é natural, o fluxo de transferências tem aumentado e nomes como Jadon Sancho, Sergio Ramos, Gigi Donnarumma e Raphael Varane têm sido protagonistas das mudanças mais sonantes. Porém, em todos os mercados existem grandes oportunidades para garantir jogadores a um preço inferior ao esperado, que aliam o bom rendimento desportivo com uma futura valorização. Não obstante o facto de a quantia da transferência não ser o único parâmetro na contratação de um jogador (valor do salário, possíveis cláusulas/comissões e os anos de contrato são outras vertentes do negócio), a Scout elaborou, até ao momento, o onze das melhores contratações (não garantimos nada!) abaixo dos 10 milhões de euros.

Mercado low cost

XI Transferências (<10 M)

SCOUT

J. Sá A. Ramalho E. Royal

8M€

R. Ibañez

2,5M€

9M€

M. Bakker N. Dorsch

K. Olsson

7,5M€

7M€

4M€

M. Olise S. Berghuis

9M€

9,3M€

N. Lang

5,5M€

L. Nmecha

8M€

Valores Transfermarkt Nota: Transferências a “custo zero” e por empréstimo não foram contabilizadas para a eleição deste onze.

6M€


EDIÇÃO DE VERÃO


10

| Entrevista: Francisco Ramos

ENTREVISTA

FRANCISCO

RAMOS

SCOUT


SCOUT


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| Entrevista: Francisco Ramos

ENTREVISTA

Francisco Ramos

Formado no Porto, Francisco Ramos esteve vários anos de dragão ao peito e foi uma das principais figuras da equipa B portista na inédita conquista da Segunda Liga. Depois de passagens pelo Vitória SC e pelo Santa Clara, o médio de 26 anos cumprirá a segunda temporada ao serviço do Nacional e, em conversa com a Scout, abordou vários temas, entre os quais o percurso na formação portista, as épocas na Primeira Liga e a passagem pelos escalões jovens da seleção portuguesa.

SCOUT

SCOUT: Tendo em conta que a tua família está ligada ao futebol – o teu pai jogou muitos anos, e agora é treinador-adjunto no Varzim, e és primo do Luís Neto – isso influenciou o teu começo na modalidade? FRANCISCO RAMOS (FR): Sim, sem dúvida, principalmente o meu pai. Lembro-me de ser pequenino e ir ver os jogos. Ele já não jogava, mas era treinador-adjunto do Varzim e levava-me sempre aos jogos. Foi um grande impulso para ir para o futebol. Depois, ao ver o meu primo Neto, também nas camadas jovens do Varzim, a singrar, deu-me ainda mais vontade. No início, tinha o prazer, de divertir-me, mas depois também começou a ficar mais sério quando vi que poderia chegar a um patamar alto. SCOUT: No Varzim foste treinado por algum familiar? FR: Não, por nenhum. Joguei lá até aos 13 anos, mas não fui treinado por nenhum familiar.

SCOUT: Aos 13 anos vais para o Porto. Como é que surgiu a oportunidade e se esse foi o primeiro momento em que pensaste que isto poderia ser sério? FR: Nessa altura, ainda não pensava muito. Surgiu o convite do Porto e, como era alto para a minha idade, sobressaía sobre os outros e tinha alguma qualidade. Isso fez com que o Porto me viesse buscar. Ainda hesitei em ir ou não porque era novo e tinha de ir para o Porto estudar todos os dias, mas são oportunidades que passam uma vez e decidi aceitar. Não estou nada arrependido e ainda bem que aceitei porque está a ser uma grande caminhada. SCOUT: Mencionaste os estudos, isso era uma prioridade para ti ou o futebol falava mais alto? FR: Não, meio meio. Sempre segui os estudos. Os meus pais sempre me chatearam para isso, para nunca deixar de estudar, e eu segui também porque não queria depender apenas do futebol. Eu fiz o 12º ano e acabei por entrar na faculdade, mas congelei a matrícula.


Entrevista: Francisco Ramos | 13

Sinto-me um jogador de posse, que gosta de ter bola, porque na formação, no Porto, a tínhamos quase sempre.

SCOUT: Tendo em conta que o Porto possui um domínio em quase todas as partidas nas camadas jovens, pensas que isso formatou as tuas características enquanto jogador, ou seja, sentes que és um jogador mais indicado para um estilo de posse? FR: Sim, quando entras no Porto, ficas um jogador “à Porto”. O jogador “à Porto” tem isso, a mística que toda a gente fala, mas também ficas moldado ao tipo de jogo que praticam no Porto. Estive dez anos lá e é impossível não ficar moldado a isso. Sinto-me um jogador de posse, que gosta de ter bola, porque na formação, no Porto, a tínhamos quase sempre. Marcamos muitos golos, ganhamos quase todos os jogos, mas quando chegas a sénior, as coisas não funcionam bem assim. No entanto, tu nunca perdes essas características que ganhaste ao longo dos anos da formação, por isso sinto-me um jogador que se identifica com o estilo do Porto.

SCOUT: No percurso pelas camadas jovens do Porto, houve algum jogador(es) que sentiste que tinha todas as condições para chegar longe? FR: Sou de uma geração do Rafa Soares, André Silva e depois também joguei com a geração do Gonçalo Paciência por isso estou aqui a falar de nomes que sempre sobressaíram. Jogadores com um nível muito acima da média na altura e sempre senti que poderiam chegar a um nível alto. Quando falo em nível alto, falo de uma Primeira Liga para cima.

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| Entrevista: Francisco Ramos

Devido ao nosso estilo de jogo, de posse, onde arriscávamos muito na frente, jogávamos para marcar e foi isso que nos levou ao título. Era um futebol que não se praticava na Segunda Liga.

SCOUT: Na transição para sénior, ingressaste na equipa B do Porto e na segunda época estás presente na conquista do título da Segunda Liga. Na chegada ao segundo escalão sentiste muito impacto? FR: Sim, eu mal subi a sénior senti o impacto, mas não muita diferença. Tínhamos um plantel já algo maduro e depois, no meu segundo ano de equipa B, tínhamos um plantel que valorizava ainda mais o que é “ser Porto” e isso fez com que chegássemos ao título. Sem dúvida que apanhámos equipas muito fortes e os jogadores são muito experientes, por isso é que a Segunda Liga não é nada fácil. Nós vemos hoje em dia e é equilíbrio até ao fim. Conseguimos fazer uma coisa diferente do que o que tinham feito até à altura. SCOUT: Quando é que foi o “click” onde vocês perceberam que poderiam chegar ao título, sabendo que é difícil uma equipa B impor o seu jogo na Segunda Liga? FR: Nós até começamos mal esse campeonato com uma ou outra derrota, outro empate, poucas vitórias, mas depois tivemos uma sequência muito boa de vitórias que nos levou lá para cima. A partir daí, não é que pensássemos que iríamos conseguir, mas fomos pensando jogo a jogo. Vitória aqui, vitória ali e era difícil de nos ganhar. Toda a gente se lembra do Porto B dessa época e éramos uma equipa que sofríamos golos, mas marcávamos ainda mais. Devido ao nosso estilo de jogo, de posse, onde arriscávamos muito na frente, jogávamos para marcar e foi isso que nos levou ao título. Era um futebol que não se praticava na altura na Segunda Liga.

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Entrevista: Francisco Ramos | 15

SCOUT: No ano passado também tivemos o Estoril e o Vizela, que também apresentaram um futebol positivo… FR: Apresentaram uma coisa diferente, um futebol rápido e com muita dinâmica. Isso causa toda a diferença na Segunda Liga. SCOUT: Preferes um estilo de jogo que privilegia a posse ou um estilo baseado mais em transições? FR: Eu cresci a jogar assim, sempre com posse e em ataque organizado. No entanto, a minha chegada a sénior fez-me pensar que nem todas as equipas podem jogar assim. Há equipas mais fortes a jogar no pragmatismo, à espera do adversário para depois em quatro, cinco ataques, fazerem dois golos. Às vezes essas levam a melhor, outras vezes não. São estilos de jogo, mas identifico-me com os dois. Obviamente, joguei mais tempo em estilo de posse e ataque organizado, mas identifico-me também com o contra-ataque.

Penso que, devido à lesão, perdi um ano importantíssimo para mim porque tinha vindo de uma grande época. Talvez fosse uma época de afirmação na Primeira Liga.

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| Entrevista: Francisco Ramos

SCOUT: Na temporada seguinte à conquista do título da Segunda Liga, tiveste o infortúnio de te lesionares quando ias para o Chaves por empréstimo… FR: Sim, no final de ano da equipa B, onde fui campeão, ia ser emprestado ao Chaves, que na altura tinha subido de divisão. Fui para os Jogos Olímpicos, para o Brasil, com a seleção, e acabei por partir o quinto metatarso e já não voltei a Chaves, mas sim ao Porto para me curar lá. Tive três meses e meio parado e acabei essa época na equipa B, perdendo esse ano de empréstimo devido à lesão. SCOUT: Achas que essa temporada poderia ser importante para a tua afirmação na Primeira Liga? FR: Sim, penso que, devido à lesão, perdi um ano importantíssimo para mim porque tinha vindo de uma grande época. Talvez fosse uma época de afirmação na Primeira Liga para depois voltar outra vez a um patamar alto, mas são coisas que acontecem no futebol. Ninguém me disse que iria acontecer como ninguém me disse que não iria acontecer, por isso fica no ar. Acho que seria muito importante ter sido emprestado nessa época para me afirmar. SCOUT: Acabaste por fazer a segunda metade da época na equipa B do Porto e depois segues para Guimarães, na época seguinte, para representar o Vitória SC. Acabou por ser uma opção tua sair em definitivo? FR: Sim, foi em definitivo, com o Porto a ficar com uma percentagem, mas foi uma decisão minha. O Vitória mostrou interesse e, como todos sabem, é um grande clube. Também me cativou porque ia participar na Liga Europa. Tínhamos o Mister Pedro Martins, uma excelente equipa, com adeptos exigentes e muita visibilidade. Foi uma grande experiência e estou feliz de lá ter jogado.

SCOUT


Entrevista: Francisco Ramos | 17

SCOUT: Tiveste a noção de que seria difícil entrar na equipa principal do Porto? FR: Sim, sem dúvida. Agora há mais oportunidades, mas há quatro, cinco anos não era assim.

A estabilidade do clube faz toda diferença para se conseguir apostar nos jovens. SCOUT: Quão importante é o papel do treinador para cativar os jovens jogadores da formação a ficar no clube? FR: Na minha altura, na transição de equipa B para equipa principal, apanhei três treinadores que estiveram na equipa principal: o Lopetegui, o José Peseiro e o Nuno Espírito Santo, ou seja, não há uma continuidade e uma estabilidade como há agora. Na minha altura, tinhas de provar a três treinadores que podias e tinhas capacidade para lá estar. Hoje em dia, se o mister Sérgio Conceição gostar, como já tem essa continuidade, permite apostar em ti e acho que isso faz toda a diferença. A estabilidade do clube faz toda a diferença para se conseguir apostar nos jovens. E aí, sem dúvida que é uma mais valia ter treinadores como o Sérgio Conceição e o Rubén Amorim, que apostam em jovens e não têm medo. Conseguem uma mistura de jovens com malta mais madura e fazem-se excelentes plantéis e trabalhos.

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| Entrevista: Francisco Ramos

SCOUT: Depois também depende bastante da política do clube. Pensas que neste momento ainda existe em Portugal uma cultura de privilegiar o jogador estrangeiro ao invés dos atletas da formação? FR: Está a começar a mudar e muito. Acho que, de vez em quando, acontece uma ou outra contratação mais cara de um jovem de outro país, mas são pontuais. Já estamos a apostar muito mais nos nossos miúdos da formação, que têm muita qualidade. Por vezes falam do futebol português, mas todos os anos nós exportamos jogadores para fora de grande qualidade, que vão para os grandes campeonatos e acabam por singrar, por isso acho que cada vez mais estamos a olhar mais para nós e a valorizar-nos, ao invés do que era antigamente. SCOUT: Voltando ao Vitória, fizeste uma temporada em Guimarães e acabas por sair no ano seguinte para o Santa Clara. Quais foram as principais razões para teres ficado apenas uma época no Vitória SC? FR: Nesse ano, chegou o mister Luís Castro e acabei por não ter o meu espaço lá. Depois, chegaram jogadores como o André André, o João Carlos Teixeira e acabei por sentir que não ia ter o meu espaço. Depois o Mister João Henriques, do Santa Clara, e o diretor Diogo Boa Alma mostraram interesse e eu aceitei porque achei que depositaram muita confiança em mim. Não me arrependo de nada e fui muito feliz.

SCOUT

SCOUT: Como é a experiência de jogar num clube que reside numa ilha, neste caso em São Miguel? FR: Ainda por cima fui no primeiro ano do Santa Clara na Primeira Liga depois de muitos anos. Foi uma experiência engraçada porque é uma ilha linda, aconchegada, com qualidade de vida, onde come-se bem. Para além disso, o Santa Clara é um clube muito acolhedor, tínhamos um grupo fantástico e isso aí faz toda a diferença. Depois, os resultados estavam à vista, fizemos duas excelentes campanhas.

O objetivo é sem dúvida ganhar, jogo a jogo, para no final subir a uma liga onde o Nacional merece estar.


Entrevista: Francisco Ramos | 19

SCOUT: Atualmente, vais para o segundo ano no Nacional e a época passada acabou por não acabar da melhor forma, culminando na descida de divisão. Os objetivos para esta temporada passam pela subida de divisão? FR: Sim, o Nacional pensa sempre para subir. O clube faz parte do núcleo forte de equipas que nos últimos anos têm estado na Primeira Liga, por isso acho que este ano não foge à regra. O objetivo é sem dúvida ganhar, jogo a jogo, para no final subir a uma liga onde o Nacional merece estar. SCOUT: O que pensas que acabou por não correr tão bem no ano passado? FR: Eu acho que na primeira volta tínhamos 21 pontos, ou seja, muitos pontos de vantagem sobre adversários diretos. Nas nossas contas faltavam ali cerca de dez, onze pontos para garantir a manutenção, mas na segunda volta acabamos por fazer só quatro pontos e, como vimos, o campeonato foi muito nivelado até ao fim. Foi até à última jornada para saber quem descia e quem ficava, por isso acho que se decidiu nos pormenores porque a diferença pontual não foi muita. Em vários jogos, nós poderíamos ter feito melhor e não o conseguimos fazer, o que culminou na descida de divisão.

Só nós, jogadores, podemos mudar a história dentro do campo. Os treinadores ajudam-nos muito, mas só depende de nós. SCOUT: Referiste a mudança de treinador e, muitas vezes, os clubes tentar utilizar o efeito positivo de uma “chicotada” psicológica para alterar o rumo dos resultados. Achas que isso acaba por acontecer? FR: Acho que depende de caso para caso. Nós vemos casos com sucesso, outros sem ele. Muitas vezes o problema está no grupo, outras vezes está na relação do grupo com o treinador. Depende do caso, mas uma coisa posso garantir: só nós, jogadores, podemos mudar a história dentro do campo. Os treinadores ajudam-nos muito, mas só depende de nós.

SCOUT: Tendo em conta que fizeram uma boa primeira volta, aquela série de jogos sem ganhar na segunda volta acabou por pesar ao invés de algumas equipas que tiveram o percurso contrário? FR: A série sem ganhar causa sempre um mau estar e um desconforto no grupo. Depois também tivemos a mudança de treinador… Tudo isso faz parte do nosso psicológico e mexeu um bocadinho, mas acho que foi decidido nos pormenores.

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| Entrevista: Francisco Ramos

SCOUT: A ida para o estrangeiro está nos teus planos? FR: Gostava, gostava muito. Se surgir a oportunidade daqui para frente acho que a vou agarrar porque gostava de ter uma experiência fora. Experimentar outros campeonatos, outras culturas, outros mercados, e vou fazer por isso, para conseguir essa experiência. SCOUT: Gostarias de jogar em algum particularmente? FR: Não tenho assim nenhum campeonato predileto. Gosto de todos, é tudo alto nível. Itália, França, Espanha, Inglaterra… todos acabam por ter campeonatos de alto nível. Ficaria contente com qualquer um. SCOUT: E qual seria o campeonato onde achas que as tuas características se encaixavam mais e a adaptação seria melhor para ti? FR: Se calhar Itália, Espanha, onde o futebol é mais tático, com mais posse e não tanta força.

Nos outros países até podem ser mais atléticos, mas aqui nós temos o dom de jogar.

SCOUT

SCOUT: No que diz respeito à seleção nacional, possuis um largo historial nos escalões jovens (72 internacionalizações) e competiste em várias fases finais de grandes competições, incluindo uma presença nos Jogos Olímpicos, em 2016. Conta-nos como foi a experiência de estar naquele que é talvez o maior evento desportivo do mundo? FR: Quando saiu a convocatória fiquei muito contente porque sabia que era uma coisa que me ia acontecer uma vez na vida e que acontece a poucos atletas. É o maior torneio desportivo do mundo, não de futebol, mas iríamos integrar esse leque e viver essa outra parte dos desportos e como funcionava a aldeia olímpica, etc… Fiquei felicíssimo de ir, apesar de vir com uma lesão de lá, mas acho que valeu por tudo. Estar com os melhores atletas do mundo, de cada modalidade, conviver com eles de perto, comer na mesma mesa que desportistas como o Nadal, o Usain Bolt e atletas com um patamar elevadíssimo no desporto. Fizemos uma boa campanha e representamos bem o país. Fomos com um excelente grupo e ainda por cima sendo no Brasil, no Rio de Janeiro, acho que ainda ficou uma experiência mais memorável.


Entrevista: Francisco Ramos | 21

SCOUT: Como referi anteriormente, estiveste em várias fases finais de competições, entre as quais o Europeu de sub-21, que é aquela competição que tem faltado no palmarés de Portugal e onde já estivemos muito perto de a conquistar. FR: Sim, agora recentemente com a geração do Diogo Dalot, que ganharam o título em sub-17 e sub-19. Agora não conseguiram o sub-21, porém nós acabamos sempre por chegar a essas fases avançadas da prova. É sinal de que há muita qualidade em Portugal e o jogador português cada vez é mais valorizado pela qualidade que tem. Nos outros países até podem ser mais atléticos, mas aqui nós temos o dom de jogar. Nós estamos a trabalhar melhor em cada equipa, com melhores treinadores, melhores preparadores e isso leva-nos a conseguir chegar a essas fases finais (e nas seleções temos excelentes treinadores também). A junção disso leva à realização de excelentes campanhas, às vezes culminam com o título, outras não. Só quem está lá é que sabe e é muito difícil chegar a uma fase final, quanto mais a uma final. Acho que estamos no bom caminho. SCOUT: Atualmente, achas que cada vez mais o coletivo está a superiorizar-se ao individual? Ainda neste Europeu, a Itália foi um belo exemplo… FR: Sim, acho que só se ganha jogos em equipa e sempre será assim, no entanto se tiveres os melhores jogadores estás mais perto de ganhar. No caso da Itália, tens um conjunto de grandes jogadores que funcionam bem em equipa e isso faz toda a diferença. Eles são uma equipa com grande espírito, com muita gente do lado deles a apoiar, a praticar um grande futebol, e que vinham de uma sequência sem perder de 30 jogos ou algo assim. Foram merecidos campeões da Europa.

SCOUT: O que pensas da prestação de Portugal neste Euro 2020? FR: Somos uma equipa competente e difícil de bater. Às vezes não fazemos muitos golos, mas também sofremos poucos, e o jogo com a Bélgica foi definido no pormenor. Depois, até acabamos por estar muito melhor do que a Bélgica nesse jogo e se houvesse um vencedor justo seria Portugal. Depois quem nos diz que não poderíamos ir longe de novo? Mas foi uma exibição competente da nossa parte no Europeu e temos qualidade para mais. SCOUT: A seleção A ainda é um dos teus objetivos? FR: Agora é difícil. Temos gente muito competente na seleção, médios muito competentes em todas as posições. Não penso nisso, penso em seguir a minha carreira tranquilo, desfrutar ao máximo e ser feliz. SCOUT: Embora ainda falte muito para terminares a carreira, pensas em continuar no mundo do futebol, quem sabe como treinador? FR: Gostava de acabar e seguir algo ligado ao futebol. Treinador, treinador-adjunto, estar ligado a um clube, gostava… Tenho foco nisso e é um dos meus objetivos, continuar ligado ao futebol, e farei por isso.

SCOUT


22

| Liga Portugal — Jornada 1

J1 Agosto marca o início da edição 2021/22 da Liga Portugal. Numa competição onde se espera golos, emoção e bons espetáculos, a Scout deu uma “vista de olhos” à jornada inaugural e antevê três partidas que prometem ser bastante interessantes.

VITÓRIA SC X PORTIMONENSE 2.00

3.20

3.75

Depois de uma excelente prestação em Paços de Ferreira, Pepa está em Guimarães à procura de recolocar o Vitória SC nos lugares europeus. A curiosidade é muita para ver aquilo que a equipa vimaranense é capaz de fazer, com um plantel que, até ao momento, conta com poucas alterações em relação à temporada passada. Destaque para a entrada de Borevkovic (poderá ser um bom reforço para o eixo central da defesa) e a inclusão de jovens talentos da formação como Gui, Tomás Handel e Herculano. Em busca da tranquilidade por via da continuidade, o Portimonense parte para mais uma temporada com Paulo Sérgio ao comando. Boa notícia para os algarvios é o regresso do médio Lucas Fernandes à competição (jogador diferenciado e que esteve parado desde outubro) e a (para já) continuidade de Beto, jogadores fundamentais na manobra coletiva da equipa. No plano teórico, será um jogo onde o Vitória SC parte com favoritismo (assumirá o controlo do jogo e possui melhor plantel), mas o Portimonense terá uma palavra a dizer através de transições rápidas, aproveitando as individualidades que possui em zonas mais adiantadas do terreno.

SCOUT

PAÇOS DE FERREIRA X FAMALICÃO 2.30

3.10

3.10

O Estádio Capital do Móvel recebe um dos jogos mais entusiasmantes da primeira jornada da Liga Portugal. O “europeu” Paços de Ferreira (este jogo será a meio da 3ª eliminatória da Conference League) procura entrar com o pé direito depois da excelente temporada passada e para isso conta com Jorge Simão como novo técnico. Será interessante perceber como é que irá funcionar o trio de meio-campo dos pacenses (que tão bem foi elogiado no ano passado) visto que não contará com Bruno Costa (reforço do Porto) e Stephen Eustáquio (esteve presente na Gold Cup). No Famalicão, a chegada de Ivo Vieira na segunda metade da temporada passada foi um fator determinante para reerguer a equipa e será interessante perceber se ela conseguirá manter a mesma performance, tendo em conta a saída de jogadores importantes como Rúben Vinagre, Ugarte e Gil Dias. Prevê-se uma partida equilibrada, com ambas as equipas à procura de um futebol positivo em busca do golo.


Liga Portugal — Jornada 1 | 23

SPORTING X VIZELA 1.23

4.65

20.00

MOREIRENSE X BENFICA AROUCA X ESTORIL PRAIA 2.37

3.10

6.80

4.60

1.40

3.00

Num duelo entre duas equipas recém-promovidas, Arouca e Estoril prometem um encontro bastante disputado na primeira jornada da Liga Portugal, até pelo facto de ter existido um triunfo para cada lado na época anterior.

MARÍTIMO X BRAGA 4.30

3.45

1.80

TONDELA X SANTA CLARA Depois de uma excelente amostra no play-off de subida (vitória inequívoca sobre o Rio Ave), o Arouca manteve a espinha dorsal da temporada passada, destacando-se jogadores como o defesa central João Basso, o lateral Thales ou o avançado André Silva. Do outro lado, o Estoril procura dar seguimento à excelente época passada (campeão da Liga 2 Sabseg), numa equipa onde despontam jovens portugueses como o guarda-redes Daniel Figueira, o médio Miguel Crespo e o extremo Chiquinho. Veremos como estas equipas se comportam no principal escalão do futebol português...

3.00

3.10

2.37

PORTO X B SAD 1.26

5.40

10.00

GIL VICENTE X BOAVISTA 2.32

3.05

3.10

Odds do dia 01/08, sujeitas a alterações.

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24

| Quiz — Transferências

1. Quem é o jogador mais caro de sempre? A

Paul Pogba

B

Neymar

C

Kylian Mbappé

D

Cristiano Ronaldo

2. Qual foi o valor da transferência? A

184 milhões ¤

B

203 milhões ¤

C

222 milhões ¤

D

236 milhões ¤

3. Quem foi o jogador mais caro do século XX? A

Ronaldo

B

Zidane

C

Ronaldinho

D

Luís Figo

4. Quem é o jogador sub-20 mais caro de sempre? A

Kylian Mbappé

B

João Félix

C

Ousmane Dembélé

D

Anthony Martial

5. Qual destes jogadores movimentou mais dinheiro, na soma de todas as suas transferências? A

Gonzalo Higuaín

B

Zlatan Ibrahimovic

C

Antoine Griezmann

D

Álvaro Morata

1. B; 2. C; 3. D; 4. A; 5.D.

SCOUT

?

?


Quiz — Transferências | 25

6. Em que ano Cristiano Ronaldo foi contratado pelo Real Madrid? A

2007

B

2008

C

2009

D

2010

7. Qual a maior compra de sempre do Bayern de Munique?

?

Lucas Hernández

B

Leroy Sané

C

Corentin Tolisso

D

Arjen Robben

8. Quem é o jogador português mais caro de sempre? A

Cristiano Ronaldo

B

Luís Figo

C

Pepe

D

João Félix

9. Quem é a compra mais cara do futebol português? A

Hulk

DB

Darwin Núñez

C

Julian Weigl

D

Raúl Jiménez

10. Quem é a compra mais cara do futebol português, fora dos três grandes? A

Wallace

B

Abel Ruiz

C

Adil Rami

D

Angel Gomes

6. C; 7. A; 8. D; 9. B; 10. A.

?

?

A

SCOUT


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| Mudar para melhorar

Num futebol cada vez mais modernizado, estudado ao pormenor e com múltiplas variantes, o conhecimento que cada intérprete possui das várias posições no campo é fundamental para um melhor entendimento do jogo e melhor desempenho das tarefas que lhe são solicitadas pelo treinador.

Mudar para melhorar

Nesse sentido, a polivalência é cada vez mais um requisito na hora de encontrar a contratação perfeita e que faça subir o nível médio qualitativo da equipa.

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Contudo, mais do que desempenhar bem vários lugares, a modalidade continua a privilegiar os “especialistas” da posição, ainda que nem todos se especializem na função em que começaram as suas carreiras. Na verdade, são vários os exemplos de jogadores que foram mudando de posição ao longo da carreira e que acabaram mesmo por subir o nível na nova missão que lhes foi proposta. O exemplo clássico prende-se com os extremos que recuaram no relvado e passaram a desempenhar a posição de lateral, tendo uma maior amplitude e visão de todo o retângulo de jogo. Além disso, é algo que favorece os jogadores rápidos, potentes e que tenham maior dificuldade em espaços curtos, na medida em que podem embalar desde trás e aproveitar o espaço quando são solicitados por companheiros no ataque.


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Por outro lado, apesar de ser menos frequente, também existem casos de jogadores que começaram as suas carreiras no quarteto defensivo e, fruto do seu talento, foram subindo no campo até terminarem como extremos, médios ofensivos ou mesmo avançados. Por fim, no meio campo existem também mudanças, nomeadamente recuos do último terço ofensivo para a primeira fase de construção ou mesmo para a linha defensiva, mas também exemplos de centrocampistas que subiram no terreno para zonas adiantadas, onde podem fazer uma maior diferença no ataque. No fundo, a heterogeneidade que possui a modalidade é propícia a mudanças, sendo que a maior criatividade dos técnicos, maior exigência de excelência em várias áreas e complexidade do jogo também são vetores determinantes para o aumento de jogadores capazes de mudar de posição, como se estivéssemos perante um estádio evolutivo permanente.

Apesar de talentoso desde tenra idade, o cachineiro atingiu o patamar mais alto da sua carreira quando se converteu em lateral esquerdo, ao ponto de ser titular na Seleção nessa posição e de chegar ao Real Madrid a troco de 30 milhões de euros. Do outro lado do campo, também Miguel ou João Pereira atingiram uma maior notoriedade enquanto laterais, alcançando o posto de titular na Seleção em fases finais e fazendo a diferença no futebol espanhol. Lá fora existem outros exemplos interessantes, como Roberto Carlos, que chegou a ser extremo esquerdo no Inter e depois tornou-se num dos melhores laterais esquerdos da história, em Madrid, bem como Dani Alves, caso semelhante, mas do lado direito. Mais recentemente, nomes como Ricardo Pereira, Alphonso Davies ou Marcos Acuña passaram pelo mesmo processo com nota positiva.

Após este ponto mais generalizado, importa sustentar esta visão com exemplos efetivos, começando por antigos extremos que se tornaram em grandes laterais. Em Portugal é algo recorrente, sendo Fábio Coentrão o caso paradigmático.

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Diferente disto são os casos de centrais que passaram a ser laterais, como Sérgio Ramos no período áureo da Espanha, entre 2008 e 2010, fixando-se depois como central a partir de 2012; ou de médios que, em virtude da sua inteligência e qualidade na posse, também vieram garantir outro tipo de recursos à posição de lateral. Joshua Kimmich, Zinchenko, Marcos Llorente ou Sergi Roberto são casos paradigmáticos. Em sentido inverso, podemos analisar casos de elementos que iniciaram a sua carreira como laterais e que, fruto da sua facilidade em zonas mais adiantadas ou maior capacidade para desequilibrar, foram subindo no terreno. De lateral para médio, temos os exemplos de David Alaba, que consegue ser um dos melhores do Mundo a lateral, médio e central, e de Javier Zanetti, lateral de eleição e campeão da Europa, pelo Inter, enquanto médio. Por outro lado, outros ainda se aventuraram em terrenos mais adiantados, convertendo-se em desequilibradores de exceção, como são os casos de Gareth Bale, um dos grandes nomes da última década, ou Juan Cuadrado. O leque de defesas fecha-se com os exemplos de centrais que subiram para o meio campo, sendo Marquinhos (várias vezes um ‘6’ em Paris) e Miguel Veloso (carreira de sucesso a médio) exemplos claros; ou mesmo para avançados, como é o caso de Carlos Vinícius, que chegou a ser central no Brasil e se foi convertendo num ponta de lança de qualidade.

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Passando ao meio-campo, são vários os médios ofensivos que se foram convertendo em médios defensivos de sucesso, atingindo o topo do futebol mundial. Em Portugal, Matic tornou-se num dos melhores ‘6’ do Mundo, ao passo que Enzo Pérez foi igualmente recuado para a posição ‘8’ e, mais tarde, fixou-se mesmo como ‘6’ na Argentina. Também Andrea Pirlo passou pelo mesmo processo, convertendo-se naquilo que os italianos apelidam de regista, ao passo que Toni Kroos passou de médio ofensivo para um centrocampista que parte de zonas mais recuadas. Em sentido inverso, Pedro Gonçalves mostrou na época passada que também existem médios capazes de subir no terreno e assumirem outro tipo de protagonismo na finalização. No ataque existem igualmente casos de mudanças, nomeadamente de extremos que, fruto do seu perfil futebolístico ou do avançar da idade, foram derivando para terrenos mais centrais. Foi assim com os ‘nossos’ Luís Figo e Cristiano Ronaldo, com James Milner ou David Beckham, ao passo que Antoine Griezmann sofreu uma transformação gigante com Simeone, deixando de ser um extremo irreverente para se assumir como um segundo avançado de elevado requinte. No fundo, não havendo uma fórmula infalível para detetar um jogador com capacidade para render mais noutra posição, parece claro que a abertura mental do mesmo para tal mudança e a criatividade do treinador são pontos fundamentais para desfazer a rigidez posicional que era habitual no século XX.


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João Rodrigues

JOGADOR PROFISSIONAL HÓQUEI BARCELONA E SELEÇÃO NACIONAL

11

DA

MINHA VIDA

BUFFON

PUYOL

MALDINI NESTA

XAVI

ZIDANE

FIGO

RONALDINHO

MESSI

RONALDO RONALDO

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AGOSTO 15

Tottenham X Man. City

16h30

J1

22

Arsenal X Chelsea

16h30

J2

28

Man. City X Arsenal

12h30

J3

28

Liverpool X Chelsea

17h30

J3

15

Barcelona X Real Sociedad

19h00

J1

21

Athletic Bilbau X Barcelona

21h00

J2

28

Bétis X Real Madrid

21h00

J3

29

Atlético Madrid X Villarreal

21h00

J3

13

Mönchengladbach X Bayern

19h30

J1

14

Dortmund X Eintracht Frankfurt

17h30

J1

29

Wolfsburg X Leipzig

16h30

J3

22

Sampdoria X Milan

19h45

J1

23

Roma X Fiorentina

19h45

J1

Lille X Nice

J2

3/4, 10

3.ª Pré-eliminatória

17/18, 24/25

Play-Off

5, 12

3.ª Pré-eliminatória

19, 26

Play-Off


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