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Introdução

O seguinte trabalho é fruto de uma pesquisa historiográfica envolvendo os artefatos de armazenamento de som e suas embalagens. Ele foi idealizado a partir do desejo da autora, como estudante de design, de unir o interesse pela música junto com temáticas inerentes ao curso de sua formação.

As embalagens de discos e cilindros de cera (a serem comentados ao longo do trabalho), são o tema norteador da pesquisa, que tem como objetivo geral entender a evolução do armazenamento, proteção e identidade dessas embalagens ao longo de seus primeiros anos, assim como sua chegada ao Brasil e seus idealizadores no contexto nacional. Entendemos que as capas de discos ou embalagens de cilindros são interdisciplinares quando analisadas no contexto do design, pois podem ser entendidas como um produto, como um espaço de comunicação visual, e até mesmo um serviço de proteção dos discos e cilindros. Por conta dessa pluralidade, alguns objetivos específicos foram traçados. São eles:

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a) Compreender a evolução tecnológica do armazenamento de música analógico e suas inovações, desde sua criação até a consolidação do formato Long Play; b) Compreender a evolução das embalagens desses sistemas de armazenamento de música e seu desenvolvimen-

to e mudanças ao longo do recorte temporal escolhido; c) Compreender e analisar a comunicação visual presente nessas embalagens e sua evolução ao longo do recorte temporal escolhido; d) Compreender quem são os agentes projetadores dessas peças de comunicação visual, assim como seu papel e contribuição para com a indústria fonográfica no recorte temporal escolhido;

Entendido desta maneira, o estudo busca um caminho um pouco diferente se comparado às “clássicas” pesquisas de Histórias do Design que, não raras vezes, se veem na situação de optar entre os conceitos de “design de produto” ou de “design gráfico”.

Do ponto de vista da indústria fonográfica, compreendida como o conjunto de empresas da indústria da música especializadas em gravação, edição e distribuição de mídia sonora, muita coisa mudou desde que sons começaram a ser gravados e, consequentemente, mercados foram criados. As inovações, disputas de formatos, modelos de distribuição e consumo, etc. colocaram em evidência que o formato do produto interfere em sua visualização gráfica (e vice-versa). E, no meio desta dinâmica, o design e as diversas facetas da criação da profissão de designer (no caso específico, dos capistas), ao longo do início do século XX – período onde a maior parte deste estudo se concentra. Essa, portanto, é uma maneira de se ler um aspecto muito específico da História do Design: não do Design de Produtos ou do Design Gráfico isoladamente. Mas da interação entre esses dois universos, em meio ao universo musical.