Ji 459 novembro 2016

Informativo da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Novembro de 2016 | Edição 459

Especialidade em evolução Em 8 de novembro, comemora-se o Dia Internacional da Radiologia. Desde o ano passado, a data também é celebrada como o Dia Nacional do Médico Radiologista. Em meio a comemorações, o Jornal da Imagem conversou com especialistas de origens e trajetórias diferentes para olhar para o passado e tentar desvendar o futuro: entender quais os grandes avanços da radiologia e seus desafios atuais.

Páginas 9 a 14

JPR’2017

Coordenadores e módulos

NOTÍCIAS SPR

Com as inscrições para a 47ª Jornada Paulista de Radiologia abertas, é hora de conhecer os módulos disponíveis e os professores, brasileiros e estrangeiros, responsáveis por seus conteúdos.

Estudo brasileiro ganha mídia mundial

Página 7

Página 19

twitter.com/spradiologia facebook.com/sociedadepaulistaderadiologia @spradiologia

Durante a JPR’2016, pesquisadores se reuniram para dar andamento a um trabalho sobre o Zika vírus destinado a radiologistas. O estudo ganhou a capa da Radiology e reportagem no aclamado The New York Times.

APLICATIVO DO JORNAL DA IMAGEM Esta edição também está disponível em versão digital. Baixe o aplicativo na app store do seu dispositivo (versões para Android e iOS)

2 • PALAVRA DO PRESIDENTE

Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Av. Paulista, 491 – 3º andar CEP 01311-909 – São Paulo – SP Tel. (11) 5053-6363 – Fax (11) 5053-6364 www.spr.org.br

“O homem é um animal político”

Filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) • Departamento de Diagnóstico por Imagem da Associação Paulista de Medicina (APM)

DIRETORIA PARA O BIÊNIO 2015/2017 Presidente Dr. Antônio Soares Souza Vice-Presidente Dr. Carlos Homsi Secretário-Geral Dr. Mauro José Brandão da Costa

1º Secretário Dr. César Higa Nomura

2º Secretário Dr. Henrique Simão Trad

Tesoureiro-Geral Dr. Décio Roveda Jr.

1º Tesoureiro Dr. Gustavo Kalaf

2º Tesoureiro Dr. Douglas Jorge Racy

Diretor Científico Dr. Renato Adam Mendonça

Diretor de Defesa Dr. Jaime Ribeiro Barbosa Profissional

Dr. Antônio Soares Souza, presidente da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR)

Diretor de Patrimônio Dr. Cyro Padilha Balsimelli Diretora de Assuntos Dra. Eloísa de Mello Gebrim

Culturais Diretor de Tecnologia Dr. Marcelo de Maria Félix

da Informação Presidente do Clube Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santana

Roentgen Presidente do Clube Dr. Nelson Gomes Caserta

Manoel de Abreu

Presidente SPR Jr. Dr. Renato Hoffmann Nunes

Presidente do Dr. Antônio José da Rocha Conselho Consultivo

CONSELHO

CONSULTIVO

Dr. Antônio José da Rocha Dr. Ricardo Emile Baaklini Dr. Tufik Bauab Jr. Dr. Marcelo D’Andrea Rossi Dr. André Scatigno Dr. Adelson André Martins Dr. Renato Adam Mendonça Dr. Celso Hiram de Araújo Freitas Dr. Aldemir Humberto Soares Dr. Nestor de Barros Dr. Jaime Ribeiro Barbosa Dr. Luiz Antônio Nunes de Oliveira Dr. Giovanni Guido Cerri Dr. José Michel Kalaf

Comissão Editorial

Dr. Aldemir Humberto Soares Dr. Carlos Homsi Dr. Celso Hiram de A. Freitas Dr. Cássio Ruas de Moraes Dr. Tufik Bauab Jr.

Edição Lilian Mallagoli MTb. 30.443-SP Comunicação Tatiana Gentina – tatiana@spr.org.br Marketing Mayra Leal – mayra@spr.org.br

Design Gráfico Marco Murta – Farol Editora farol@faroleditora.com.br

Impressão Hawaií Gráfica e Editora São Caetano do Sul, SP

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da SPR.

Algumas pessoas dizem odiar a política, e acreditam não fazer parte dela. A verdade é que não tem como: a partir do momento em que estamos organizados em sociedade, estamos todos envolvidos com política, dela dependemos e somos parte

Este título é uma conclusão do filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), que observou que o homem precisa de coisas e depende de outros. Assim, para alcançar sua plenitude, busca a comunidade, e isso o faz ser naturalmente político.

Algumas pessoas dizem odiar a política, e acreditam não fazer parte dela. A verdade é que não tem como: a partir do momento em que estamos organizados em sociedade, estamos todos envolvidos com política, dela dependemos e somos parte. Palavra originada do grego politikos, significa “de, para, ou relacionado a grupos que integram a pólis”, sendo “pólis” a cidade.

Vivemos recentemente as eleições para prefeito e vereador. Algumas cidades, como São Paulo, se resolveram no primeiro turno; a capital carioca terá a decisão no segundo turno, em 30 de outubro – redijo estas linhas dez dias antes. Mesmo quem se acha não político e votou em branco ou nulo, está praticando política, porque o não posicionamento é também um posicionamento. Assim, resta-nos agora torcer para que o brasileiro tenha tido clarividência em suas decisões, e tenha votado nos menos corruptos – que, por enquanto, é o que nos sobra.

Nossa especialidade também viveu seu momento eleitoral nas últimas semanas: durante o Congresso Brasileiro de Radiologia (CBR 16), em Curitiba, PR, foi feita a aclamação na Assembleia Geral de sua nova diretoria, o que era previsto caso houvesse apenas uma chapa concorrendo. Dr. Manoel de Souza Rocha foi nomeado presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e conduzirá a entidade por dois anos, assumindo no primeiro dia útil de 2017.

Fiquei muito satisfeito com a nomeação; Dr. Manoel, um querido colega, é também um grande mestre e nos deixa, assim, a certeza de que o CBR continuará em mãos seguras, voltado para a defesa da classe, a valorização de nosso título e a atualização científica.

Durante o Congresso, tivemos a honra de assistir a uma palestra do juiz Sérgio Moro, que descreveu com detalhes as peripécias que acontecem neste país. Intitulada Corrupção sistêmica e reformas, recebeu a presença de 2 mil pessoas, ávidas por ouvir o que o coordenador da Operação Lava Jato tinha a dizer neste momento tão delicado e crítico que vivemos.

Dentre outras verdades, Dr. Moro nos lembrou de que a punição da corrupção pública não deve ser vista como uma desgraça, mas como uma honra para a nação, e que ela não deve ser vista como uma doença. Disse também que o Brasil, por enfrentar os seus problemas, tem tido uma imagem positiva no exterior, fato ao qual devemos nos agarrar para ter a convicção de que dias melhores virão. Traremos uma cobertura ampla do CBR 16 em nossa próxima edição, de dezembro.

Olhando para nossas atividades, até o fechamento desta edição, teremos a última edição do ano do Clube Manoel de Abreu, em Ribeirão Preto. Também, após aproximação com a Federação Mexicana de Radiologia e Imagem – sim, aproximação política e científica – eu, Dr. Antônio José da Rocha e Dr. Jacob Szejnfeld tivemos a honra de participar do Congresso Mexicano de Radiologia em Chihuahua. Temos a certeza que essa proximidade deve render frutos científicos e culturais para ambas as entidades, com benefícios aos seus membros – esperamos ter novidades em breve! Traremos cobertura também em nossa próxima edição dos dois eventos.

Encerro lembrando que, se Outubro foi Rosa, Novembro é Azul: homens, especialmente os acima de 45 anos, devem procurar o médico para prevenção do câncer de próstata. As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) eram de 68 mil novos casos para 2015. Vamos buscar viver com saúde!

OPINIÃO • 3

Edição 459 – Novembro de 2016

O valor da RM multiparamétrica (RMmp) na detecção precoce do câncer da próstata A maioria dos cânceres da próstata (CP) é detectada com base na elevação do nível sérico do antígeno prostático específico (PSA). Em pacientes com PSA elevado, a confirmação histológica da neoplasia é feita pela biópsia transretal guiada por ultrassom. Além de complicações graves que ocorrem em 1 a 3% dos pacientes, a biópsia tem limitações importantes, pois deixa de diagnosticar cerca de 1/3 dos cânceres clinicamente significantes (CCS) e detecta um número significativo de cânceres clinicamente insignificantes (CCI). Esses dados, por si só, justificam diretrizes internacionais, que recomendam o uso da RMmp em pacientes com elevação persistente do PSA e biópsia(s) negativa(s).

A avaliação multiparamétrica da próstata deve ser feita preferencialmente em equipamento de 3 Tesla com bobina de superfície e obtenção de imagens ponderadas em T1, T2, difusão e estudo dinâmico com contraste endovenoso. Em relação à biópsia, a RMmp

tem como vantagens permitir a redução da sobredetecção do CCI e o aumento na detecção do CCS. Recentemente, temos observado uma tendência em se usar esse exame, antes mesmo da primeira biópsia. Além das vantagens em relação à biópsia, outro fator que contribuiu para sua maior utilização foi a divulgação da segunda versão do sistema PI-RADS feita pelo American College of Radiology em 2015 (PI-RADS-v2). Nesse documento ficam estabelecidos os requisitos técnicos mínimos para uma avaliação multiparamétrica e a padronização da descrição dos seus achados. Essa nova versão permitiu uma melhora na comunicação entre radiologistas e urologistas e um melhor conhecimento do valor e das limitações do método.

Com base no PI-RADS-v2, o radiologista determina, em uma escala de categorias que varia de 1 a 5, a probabilidade de a alteração encontrada representar câncer CCS. PI-RADS igual a 1 significa que

essa probabilidade é muito baixa.

Quando o PI-RADS é igual a 2, a probabilidade é baixa; PI-RADS 3 corresponde a uma probabilidade intermediária (achados duvidosos) e PI-RADS 4 e 5, probabilidades alta e muito alta, respectivamente.

Na presença de uma lesão suspeita, o radiologista deve indicar a sua exata topografia, utilizando para isso um esquema padronizado de setorização anatômica da próstata.

Este esquema propicia, na maioria das vezes, uma adequada amostragem da lesão durante a realização da biópsia confirmatória.

Com base nestes argumentos, podemos especular que num futuro próximo a RMmp poderá vir a ser incluída no programa de rastreamento inicial do CP. Para que isso ocorra, precisamos testar e validar esta segunda versão do sistema PI-RADS em diferentes cenários clínicos, disponibilizar tanto a RMmp como as biópsias de ótima qualidade não apenas nos grandes centros diagnósticos.

Agora, o Jornal da Imagem também é digital!

Conteúdo pode ser acessado por dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Faça o download gratuitamente na loja de aplicativos do seu aparelho e fique bem informado!

Dr. Adilson Prando é Chefe do Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital Vera Cruz Campinas, SP.

Outra possibilidade é tornar o exame mais rápido e com menor custo, eventualmente dispensando a realização da sequência T1 e as imagens nos planos sagital e coronal da sequência T2 e dispensando até mesmo a sequência dinâmica com contraste. Ou seja, realizando apenas uma avaliação biparamétrica da próstata (imagens ponderadas em T2 no plano axial e imagens ponderadas em Difusão).

Como se sabe, essas sequências potencialmente dispensáveis possuem valor limitado na detecção precoce do câncer da próstata.

4 • CONEXÃO DIGITAL

Como a realidade virtual pode auxiliar no processo de diagnóstico?

José Eduardo Venson (jose@animati.com.br) é formado em Ciência da Computação pela UFFS, mestrando no grupo de interação, visualização e computação gráfica do instituto de informática da UFRGS e desenvolvedor na Animati – Computação Aplicada à Saúde.

Com o estado atual dos dispositivos de realidade virtual já é possível identificar com acurácia fraturas em exames volumétricos

Na medicina, a realidade virtual (RV) vem sendo aplicada na maioria das vezes em simulações 3D para treinamentos e no planejamento de cirurgias. Os simuladores virtuais têm apresentado sucesso principalmente no treinamento de cirurgias minimamente invasivas e em processos robóticos [1].

No diagnóstico, porém, enquanto a aquisição de exames 3D é oblíqua (ex. TC e RM), as imagens são frequentemente visualizadas slice por slice em telas 2D. Nos casos em que a visualização 3D é considerada útil (ex. colonoscopias virtuais e planejamento de cirurgias), o volume é manipulado com mouse e teclado como uma projeção interativa em monitores tradicionais.

Por outro lado, a popularização da tecnologia 3D motivou a pesquisa de displays estéreos em aplicações médicas [2]. Do mesmo modo, a “widespread” de dispositivos RV, como Oculus Rift, tem atraído o interesse dos profissionais da saúde.

O mercado global de softwares para a visualização avançada de imagens médicas (3D e 4D) gerou U$1,8 milhão em receitas durante 2015 e espera-se cerca de U$3,2 bilhões em 2024, de acordo com o novo relatório da empresa Transparency Market Research [3]. O avanço dessa área requer pesquisas para estabelecer em quais casos a realidade virtual pode trazer benefícios reais.

Um ponto chave da RV é que ela produz uma representação compreensiva dos dados visuais, até mesmo para não especialistas. Isso abre possi-

Radiologista analisando uma reconstrução volumétrica em ambiente virtual

bilidades para distribuição de exames a médicos solicitantes que podem usá-la para um plano detalhado das cirurgias, bem como para comunicação com pacientes durante consultas.

Outra vantagem é que um ambiente virtual fornece um campo de visão teoricamente ilimitado, que pode ser explorado por radiologistas para organizar representações de dados 2D e 3D (eventualmente 4D), otimizando a relação entre foco e contexto, essencial para a eficiência da análise [4].

Uma das inovações no fluxo de trabalho médico é a impressão de modelos 3D para anatomia e patologia específicas de cada paciente. No entanto, essa tecnologia ainda é cara e limitada em termos de modelagem.

A realidade virtual é uma alternativa mais flexível e de menor custo.

Dado esse contexto, recentemente, em nossas pesquisas, aplicamos um experimento com radiologistas para avaliar o uso de realidade virtual nos processos de diagnóstico. O primeiro passo foi desenvolver uma aplicação de processamento avançado de imagens que permita a reconstrução 3D de TC e RM em dispositivos móveis e equipáveis (wearables).

A solução foi desenvolvida para se integrar a sistemas PACS, com o objetivo de permitir a visualização em ambiente imersivo de qualquer exame presente nessas bases de dados. A interface implementada fornece duas possibilidades: a primeira é baseada no acesso móvel, no qual roda com o próprio celular conectado a um head mounted display (HMD), como exemplo um óculos de papel que

pode ser impresso em casa. A segunda alternativa roda em computadores pessoais conectados a um dispositivo mais robusto, Oculus Rift.

Quinze radiologistas e um físico médico participaram do experimento como voluntários. Esse estudo foi o primeiro contato com realidade virtual para 81,3% dos participantes. A principal tarefa do experimento é encontrar fraturas num volume reconstruído no ambiente virtual, através da aplicação de rotações, escalas e translações, bem como o ajuste de janela.

Os nossos resultados mostraram alta eficácia na identificação de fraturas.

Esses resultados, bem como a avaliação de usabilidade, conforto e desconforto, qualidade da imagem e facilidade de uso serão apresentados em Munique, Alemanha, no mês de novembro, no simpósio chamado Virtual Reality Software and Technology (VRST) 2016.

A próxima etapa da pesquisa é avaliar a eficácia do uso dessa tecnologia para outros profissionais da equipe médica, com o objetivo de fornecer uma interface mais completa e intuitiva durante a avaliação de imagens diagnósticas.

Referências 1. VAN BEURDEN, M., IJSSELSTEIJN, W., AND JUOLA, J. 2012. Effectiveness of stereoscopic displays in medicine: a review. 3D Research 3, 1, 1–13.

2.

MARTINEZ ESCOBAR, M., JUNKE, B., HOLUB, J., HISLEY, K., ELIOT, D., AND WINER, E. 2015. Evaluation of monoscopic and stereoscopic displays for visual-spatial tasks in medical contexts. Comput.

Biol. Med. 61, C (June), 138–143.

3. RESEARCH, T. M., 2016. Advanced (3d/4d) visualization systems market – global industry analysis, size, share, growth, trends, and forecast 2016. http://www.transparencymarketresearch.com/advanced-3d-4d-visualization-systems.html.

4.

NI, T., BOWMAN, D. A., AND CHEN, J. 2006. Increased display size and resolution improve task performance in information rich virtual environments. In Proceedings of Graphics Interface 2006, Canadian Information Processing Society, 139–146.

ENTREVISTA • 5

Edição 459 – Novembro de 2016

França: tradição e desenvolvimento com otimização de recursos tecnológicos e financeiros Em 2017, a Jornada Paulista de Radiologia, em sua 47ª edição, será organizada pela SPR em parceria com a Sociedade Francesa de Radiologia (SFR), entidade tradicional que tem hoje 107 anos. Esta não é, porém, a primeira vez que essa aliança ocorre – as duas Sociedades começaram a dividir experiências e somar atividades em 2001, por meio da atuação do Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética da SPR (Germe).

Dr. Carlos Homsi, vice-presidente da SPR, teve participação ativa nessa trajetória, já que é um dos principais interlocutores junto à entidade europeia.

Aqui, ele relembra um pouco desse trabalho conjunto, explica as nuances e peculiaridades da Radiologia francesa e fala sobre o que se pode esperar para o evento do ano que vem, especialmente em relação ao conteúdo científico Como foi o início da relação entre a SPR e a radiologia francesa?

Em 2001, nossa primeira atividade conjunta foi para desenvolver e coordenar a grade de musculoesquelético para a JPR. No começo, não foi diretamente com a Sociedade Francesa de Radiologia, mas com dois de seus grupos de estudos: unimos o nosso Germe ao Grupo de Estudos e Trabalho em Radiologia Osteoarticular (em francês, Groupe d’Étude et de Travail en Radiologie Ostéo-Articulaire, ou Getroa) e ao Grupo de Estudos de Ecografia do Aparelho Locomotor (Groupe d’Étude d’Échographie de l’Appareil Locomoteur, ou Gel).

Quando começou o trabalho com a Sociedade Francesa de Radiologia?

Foi em 2009, quando fizemos em conjunto o Congresso França-América Latina de Radiologia na 39° JPR e, para tanto, contávamos com um coordenador francês, um brasileiro e um latino para cada subespecialidade.

Trata-se de uma escola bem tradicional, não?

A escola europeia de medicina foi dominante na primeira metade do século vinte, particularmente a francesa. Nossas faculdades de Medicina foram fortemente influenciadas por ela. Era muito comum que seus alunos estudassem em livros de autores franceses em francês, ou traduzidos para o espanhol.

A partir da segunda metade do século vinte, no pós-guerra, a liderança do desenvolvimento científico e tecnológico passou para os Estados

Unidos – e o inglês tornou-se a linguagem internacional das publicações didáticas e científicas em todas as áreas do conhecimento. Na radiologia não foi diferente.

A moderna radiologia, com seu avançado arsenal tecnológico, é muito diferente daquela praticada na primeira metade do século vinte. Sua aplicação sofre variações geopolíticas em função do desenvolvimento econômico e científico, do regime político, do grau de judicialização e do modelo comercial e de saúde pública de cada país.

Quais são as características da medicina francesa?

O sistema de saúde francês é majoritariamente socializado. A distribuição territorial dos equipamentos de radiologia é baseada em dados demográficos e nas necessidades específicas de cada região segundo estudos de saúde pública. Como os recursos financeiros e tecnológicos são limitados, os médicos franceses preocupam-se em desenvolver protocolos e algoritmos de avaliação diagnóstica que atinjam um bom resultado para o paciente com o melhor custo possível para o sistema público de saúde. O radiologista francês traz consigo essa bagagem e busca a melhor integração entre clínica, laboratório e diagnóstico por imagem.

A ultrassonografia, por exemplo, é muito desenvolvida na França e nos demais países da Europa, por ser um método diagnóstico de baixo custo de aquisição e muito resolutivo em inúmeras situações clínicas. Porque é um método médico-dependente, não se desenvolveu da

mesma forma em alguns países que dispunham de mais recursos financeiros e que acabaram por privilegiar os demais métodos de diagnóstico por imagem, que são operados por técnicos ou tecnólogos. Como o custo do sistema de saúde é hoje uma preocupação mundial, essa posição em relação ao uso da ultrassonografia tem sido revista mesmo nos países mais abastados.

Como foi a negociação para a parceria em 2017 e quais as expectativas?

Começamos a negociação em julho de 2015 com a Sociedade Francesa de Radiologia através de seu diretor de relações internacionais, Dr. Jean Luc Drapé, com a inestimável colaboração do radiologista pediátrico Dr. Philippe Devred, que também atuou de forma decisiva no Congresso França-América Latina, na JPR’2009, e do Dr. Gerard Morvan, que coordena o lado francês do programa de musculoesquelético, é membro honorário da SPR e foi o pioneiro, em conjunto com o Dr. Xavier Stump, no desenvolvimento dessa parceria com a SPR há mais de 15 anos.

Esperamos cerca de 25 professores franceses.

Eles vão participar ativamente de diversos módulos, como musculoesquelético, medicina interna, neurorradiologia, intervenção, radioproteção, profissionalismo e teremos uma palestra com um convidado a confirmar sobre o tema do Congresso – Radiologia Francesa: as relações humanas e a boa prática médica.

No programa de musculoesquelético, destaco os workshops de ultrassonografia com demonstração ao vivo acoplada a uma exposição teórica, um modelo de ensino de alto valor didático, no qual os franceses atuam com maestria – além do restante do programa que foi elaborado com esmero pelos coordenadores franceses e brasileiros.

Nossa expectativa é de que os ensinamentos a partir do modelo francês possam nos aportar reflexões ou opções de soluções que sejam úteis e adaptáveis à nossa prática médica, com consequente benefício aos nossos pacientes.

6 • EVENTOS SPR

SPR traz ao Brasil curso europeu obrigatório para neurorradiologistas Denominado European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology in Latin America – 1st Cycle • Module 1: Anatomy and Embryology, o evento será realizado pela SPR de 8 a 11 de fevereiro de 2017, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo. Trata-se, na verdade, da primeira vez que a So-

ciedade Europeia de Neurorradiologia (ESNR) e o Conselho Europeu de Neurorradiologia (EBNR) trazem à América Latina o seu principal curso, o European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology.

Obrigatório para os neurorradiologistas europeus e pré-requisito

para a realização da prova do EdiNR (Título de Especialista Europeu em Neurorradiologia), o curso chega ao Brasil graças a uma parceria inédita das entidades europeias com a SPR para beneficiar os profissionais da América Latina – fará parte dos Cursos Avançados da Sociedade.

Membros SPR têm desconto contínuo As inscrições estão abertas a membros e não membros da SPR – membros pagam o mesmo valor, com desconto, até 20 de janeiro; já não membros e sócios de outras entidades têm desconto diferenciado até 20 de janeiro, quando se encerram as pré-inscrições.

Após essa data, só estarão disponíveis no local do evento, sem desconto, de acordo com a disponibilidade de vagas.

Intenso, o programa científico será oferecido por meio de aulas teóricas na parte da manhã, dadas em sua maioria pelos professores estrangeiros, com tradução para o português e espanhol, e workshops à tarde, coordenados simultaneamente por dois professores. A programação e outras informações estão disponíveis em http://goo.gl/1Sy8MI. Ao fim do curso, será dado certificado de participação àqueles que atin-

girem a frequência necessária, também endossado pela SBNR. Haverá, ainda, uma prova sobre o conteúdo apresentado para treinamento dos participantes, e os aprovados receberão um certificado à parte da EBNR. O curso é equivalente e apresenta o mesmo valor dos cursos realizados pela ESNR/EBNR na Europa. O 1st Cycle • Module 1: Anatomy and Embryology será o primeiro evento de um total de quatro cursos. Os

três restantes serão realizados em 2018, 2019 e 2020.

Quem cursar os quatro módulos em São Paulo e realizar a prova final poderá prestar a prova do EdiNR (Título de Especialista Europeu em Neurorradiologia) na Europa.

Mais informações sobre o título em http://goo.gl/LQ6z8G.

GERME discutirá patologias e tratamentos de Quadril Nos dias 11 e 12 de fevereiro, será realizado o VII Curso Temático Anual do GERME, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo. O tema do evento será Quadril – a expectativa é que se apresentem temas voltados às patologias, lesões e melhores imagens, também diagnósticas, para oferecer opções de tratamento ou cirurgia aos clínicos. Tradicionalmente, os Cursos Avançados oferecem a participação de especialistas na grade de professores. Em breve, os nomes serão confirmados.

Em outubro, as inscrições foram abertas exclusivamente a membros da SPR, que contaram com a maior taxa de desconto possível. A partir de 1º de novembro, estão disponíveis também a não membros, e há desconto para quem se inscrever até o dia 30 do mês.

O prazo subsequente com desconto termina em 12 de janeiro, quando se encerram as pré-inscrições. Após essa data, inscrições estarão abertas no evento, caso ainda haja vagas disponíveis.

O curso tem tradição de ser muito concorrido e ter vagas esgotadas rapidamente. Por isso, interessados devem ficar atento aos prazos.

Caso o inscrito deseje receber pontos para renovação do seu título de especialista junto à CNA-CAP, deve optar por isso no ato de inscrição, assinalando a opção no formulário. Interessados em receber os pontos devem pagar o valor equivalente a 3% do total de sua inscrição – valor que será destinado à Associação Médica Brasileira.

Caso o congressista não possa mais comparecer ao curso, pode fazer o can-

celamento até 20 de janeiro de 2017 para o e-mail financeiro@spr.org.br.

Até essa data, a SPR reembolsará 70% do valor pago.

Confira a grade de aulas e faça sua inscrição pelo endereço http:// migre.me/vi8V3.

História

Em fevereiro de 2011, a SPR deu início a uma série de Cursos Avançados que apresentam como principal característica um programa científico multidisciplinar, aulas de nível avançado e discussões conduzidas por radiologistas e especialistas renomados.

Além de radiologistas, esses eventos têm como público outros médicos especialistas atuantes nas áreas correlacionadas: pediatras, ortopedistas, cardiologistas, pneumologistas, etc.

7

Edição 459 – Novembro de 2016

Conheça os módulos e coordenadores da JPR’2017 Os trabalhos para a 47ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR’2017) estão em ritmo crescente. O evento, agendado para 4 a 7 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, é organizado pela SPR em parceria com a Sociedade Francesa de Radiologia (SFR). O evento terá como tema principal Radiologia Francesa: as Relações Humanas e a Boa Prática Médica.

O congresso contará com professores de todo o Brasil e de diversos países do mundo, principalmente da França, de onde virão mais de 20 palestrantes para cumprir sua programação. A França também divide com o Brasil a coordenação de grande parte dos mó-

dulos – a exceção fica com o curso Latin Safe, programa de controle de radiação da América Latina, para o qual há o envolvimento de um coordenador chileno.

Nesta edição, apresentamos os módulos oferecidos e os coordenadores responsáveis por cada curso – professores renomados em seus países que buscaram o mais diferenciado conteúdo para esta edição do evento, e tiveram também o cuidado de selecionar professores diferenciados.

Alguns cursos são tradicionalmente muito procurados, e as vagas tendem a se esgotar rapidamente.

Por isso, fique atento aos prazos e garanta o seu lugar nos cursos de interesse o quanto antes.

CURSO

COORDENADORES

PAÍS

Cabeça e Pescoço

Carlos Jorge da Silva, Eloisa Santiago Gebrim e Mauro Miguel Daniel

Brasil

Philippe Halimi

França

Andrei Skromov de Albuquerque, César Higa Nomura, Henrique Simão Trad e Walther Yoshiharu Ishikawa

Brasil

Jean Nicolas Dacher

França

Imagem da Mulher

Ayrton Roberto Pastore, Jacob Szejnfeld e Patricia Prando Cardia

Brasil

Informática em Radiologia

Marcelo de Maria Felix e Thiago Julio

Brasil

Intervenção Guiada por Imagem

Denis Szejnfeld, Marcos Roberto de Menezes e Rodrigo Gobbo Garcia

Brasil

Introdução à Pesquisa

Claudia da Costa Leite

Brasil

Mama

José Michel Kalaf, Luciano Fernandes Chala, Maria Helena Siqueira Mendonça e Selma di Pace Bauab

Brasil

Medicina Interna

Douglas J. Racy, Nelson Caserta e Tufik Bauab Junior

Brasil

Jean-Pierre Tasu e Olivier Rouviere

França

Bárbara Juarez Amorim, Carlos Alberto Buchpiguel, Claudio Tinoco Mesquita e George Barbério Coura Filho

Brasil

Cardiovascular

Medicina Nuclear

Musculoesquético

Neurorradiologia

Oncologia

Pediatria

Fabiano Nassar de C. de Cardoso, Felipe Ferreira de Souza e Marcelo Novelino Simão

Brasil

Gérard Morvan

França

Antonio José da Rocha, Lázaro Luís Faria do Amaral e Renato Hoffmann Nunes

Brasil

Fabrice Bonneville

França

Frank Boudghene

França

Marcio Ricardo Taveira Garcia, Marcos Roberto de Menezes e Rubens Chojniak

Brasil

Antonio Soares Souza, Lisa Suzuki e Yoshino Tamaki Sameshima

Brasil

Chantal Durand

França

As aulas estão disponíveis no site do evento – www.jpr2017.org.br – onde as inscrições estão abertas.

Durante o mês de novembro, elas estarão exclusivamente disponíveis aos membros da SPR, que, estando em dia com suas obrigações financeiras, têm seu registro feito gratuitamente.

Em dezembro, as vagas estarão disponíveis também a não membros, que contarão com prazos diversos para obter descontos. Todas as informações estão disponíveis no site da Jornada.

Acompanhe as novidades e desdobramentos do evento também pelo site da SPR – www.spr.org.br – na newsletter semanalmente enviada pela entidade e nas próximas edições do Jornal da Imagem.

www.jpr2017.org.br

CURSO

COORDENADORES

PAÍS

PET-CT

Bárbara Juarez Amorim, Carlos Alberto Buchpiguel, Claudio Tinoco Mesquita e George Barbério Coura Filho

Brasil

Profissionalismo

Renato Adam Mendonça e Carlos Homsi

Brasil

Tórax

Arthur Soares Souza Jr., Gustavo de Souza Portes Meirelles e Pablo Rydz Pinheiro Santana

Brasil

Gilbert Ferretti

França

Ultrassom Geral

M. Cristina Chammas e Sergio Aron Ajzen

Brasil

Biomédicos

Homero José de Farias e Melo, Marcos Coparbo e Solange Amorim Nogueira

Brasil

BI-RADS®

Nestor de Barros

Brasil

Densitometria

Marília Martins Silveira Marone

Brasil

Enfermagem

Eliana Porfírio e Rosemeire Keiko Hangai

Brasil

Física em Radiodiagnóstico

Renato Dimenstein, Alessandro André Mazzola, Ilo de Souza Baptista, Marcus Vinicius Bortoloto e Solange Amorim Nogueira

Brasil

FLAUS

M. Cristina Chammas e Jorge Rabat

Brasil

Radiologia Geral

Jaime Ribeiro Barbosa e José Carlos Silva

Brasil

SEADI

Augusto Scalabrini Neto e Luiz Antônio Nunes de Oliveira

Brasil

Técnicos e Tecnólogos em Radiologia

Lúcia Helena Solha

Brasil

Latin Safe

Hilton Muniz Leão Filho e Lory Dean Couto de Brito

Brasil

Pablo Soffia

Chile

8 • EVENTOS SPR

Casos do CMA: publicação no Caderno 2 Em todas as edições do Clube Manoel de Abreu do ano, o domingo é específico para a discussão de casos: os participantes levam seus materiais para compartilhar as experiências de seus serviços com os presentes, contribuindo para o desenvolvimento científico de cada um e a atualização, tão necessária na Radiologia.

A partir de 2017, os autores dos casos apresentados passarão também a ser convidados a publicar seus casos no Caderno 2, encarte

científico do Jornal da Imagem. As regras gerais e ajustes de textos e imagens serão, a cada evento, divulgados aos autores, para que possam entregar a discussão em um formato que caiba no jornal.

No entanto, publicamos aqui um resumo para ajudar os participantes a se prepararem.

Adeque seu caso para ser publicado O material pode ser encaminhado para o e-mail jornaldaimagem@spr.org.br TEXTO Todas as contagens de caracteres em editor de texto consideram os espaços.

O arquivo deve ser enviado em editor de texto contendo:

• T ítulo: deve ser sucinto, contendo o diagnóstico e eventualmente algum achado importante ou manifestação relevante, para a qual os autores querem chamar a atenção dos leitores.

• Nome do(s) autor(es): não deverá ultrapassar a quatro autores; inserir também o serviço onde o caso foi desenvolvido.

• História clínica: deve conter a descrição sumária dos dados mais relevantes da história. Não deverá trazer nome ou iniciais do paciente.

Tamanho de 150 a 250 caracteres.

• Diagnóstico final: apenas a citação do diagnóstico, sem descrição.

• Discussão: deverá conter uma breve discussão dos achados de imagem do caso apresentado, além de uma revisão da literatura clínica e de imagem, onde os autores deverão descrever as manifestações mais importantes para o diagnóstico, incluindo também outros achados de métodos novos de imagem, que porventura não tenham sido empregados naquele caso. Um último parágrafo poderá trazer a discussão dos padrões anatomopatológicos, quando for o caso, e um resumo breve do tratamento e prognóstico.

• Leitura sugerida (ou referências): os autores deverão sugerir dois ou no máximo três artigos aos leitores. A citação de livros deverá ser evitada.

• Tamanho: de 3000 a 3300 caracteres, incluindo Referências Bibliográficas.

IMAGENS • Devem ser enviadas em formato JPG ou TIF, com 300 dpi de resolução, e pelo menos 1024 pixels de largura (ou 8,67cm). A combinação “medida” e “resolução” precisa estar, necessariamente, dentro desses parâmetros mínimos para que a imagem seja aceita e publicada.

• Quantidade: de 4 a 5 imagens no máximo (não serão aceitas imagens duplas); Os arquivos devem estar claramente denominados: Figura 1, Figura 2, Figura 3 etc. Em um segundo arquivo de texto, as legendas das imagens devem estar escritas de forma que possam ser facilmente relacionadas às figuras. A descrição das legendas deverá ser breve e evitar repetir a descrição do texto.

Tamanho: de 100 a 150 caracteres por legenda.

• Caso o material tenha tamanho muito grande para envio por e-mail, recomenda-se a entrega de CD/DVD no dia da reunião em que o caso é apresentado ou envio pelo correio à SPR: SPR A/C Jornal da Imagem/Caderno2 Av. Paulista, 491 – 3º andar São Paulo – SP – 01311-000.

Cobertura do CMA de Ribeirão Preto na próxima edição!

A cobertura do Clube Manoel de Abreu de Ribeirão Preto será publicada na edição de dezembro do Jornal da Imagem, já que, quando do fechamento desta edição, o evento ainda estava em curso.

Confira nossa próxima edição!

EMPRESAS PARCEIRAS

Confira os contatos destas empresas na página 26 desta edição.

CAPA • 9

Edição 459 – Novembro de 2016

História que se escreve A radiologia em 8 de novembro de 2016 No dia 3 de outubro, o portal AuntMinnie.com publicou uma reportagem chamada As três maiores ameaças para a radiologia. O texto original em inglês pode ser lido em https://goo.gl/dj8oeS. De forma objetiva, as ameaças citadas foram: a diminuição da procura por imagens conforme o cuidado com a saúde se move para fora dos hospitais; reformas de pagamentos; e a ascensão de aprendizado da máquina, que se tornará uma força poderosa na radiologia nos próximos cinco a dez anos e poderia pôr em risco a especialidade. Segundo os autores, esta última tendência seria a mais preocupante.

Mas como os profissionais brasileiros enxergariam essas e outras questões?

Neste mês de novembro, no dia 8, é celebrado o Dia Internacional da Radiologia e o Dia Nacional do Médico Radiologista. Nos dois casos, a data foi escolhida por ser o dia em que Wilhelm Conrad Röntgen descobriu a existência dos raios X, em 1895. Em 2012, a Sociedade Europeia de Radiologia (ESR), a Sociedade Radiológica da América do

Norte (RSNA) e o Colégio Americano de Radiologia (ACR) se uniram para passar a celebrar a data como o dia internacional da especialidade – anualmente, muitas ações são orquestradas por meio do portal www.internationaldayofradiology.com para que sociedades do mundo todo possam participar e abraçar as campanhas sugeridas.

No ano passado, a Lei nº 13.118 instituiu oficialmente no país a comemoração anual do Dia Nacional do Médico Radiologista em 8 de novembro. A proposta era discutida desde 2009, quando foi apresentada pelo então de-

Wilhelm Roentgen (1845-1923), físico alemão, recebeu o primeiro Prêmio Nobel de Física, em 1901, por sua descoberta dos raios X em 1895

putado federal Dr. Eleuses Paiva, ex-presidente da Associação Médica Brasileira.

Com tanto a comemorar, é hora também de analisar onde está a especialidade, seus maiores percalços e vitórias e a importância que ela tem na vida dos profissionais. Para isso, o Jornal da Imagem conversou com profissionais – aqui listados em ordem alfabética –, de serviços e origens diversas, para estabelecer um panorama da radiologia atual. Conheça as histórias e opiniões desses profissionais e ajude a repensar e a renovar a especialidade!

10 • CAPA

Dra. Andrea Cavalanti Desafios

Na minha visão, o maior desafio da radiologia é estar presente em todos os momentos.

Sim, exatamente isso! Nós, radiologistas, tivemos que nos habituar a sair da sala de laudos e nos mostrar atuantes em todas as áreas dos hospitais. Nossa opinião é requisitada nas UTIs, à beira dos leitos, nos atos cirúrgicos. E também nos dispomos a intervir em diversas situações.

Nossa especialidade mudou. Ficou mais dinâmica e nos põe diante de muitos desafios e escolhas difíceis. Creio ter sido essa a maior mudança nos últimos anos.

Conquistas

Temos tantos avanços... E podemos falar muito sobre isso. Resumindo: inovação tecnológica; diagnósticos muito precoces em diversas situações, particularmente nas doenças oncológicas com PET/CT. Muitas e muitas inovações tecnológicas na minha área de atuação (ultrassonografia e alguns procedimentos intervencionistas), como o uso do contraste por microbolhas e a elastografia.

E também em todos os outros métodos de diagnóstico por imagem!

Os guidelines que norteiam as condutas clínicas e que são deveras importantes, temos o consagrado BI-RADS®, os atuais TI-RADS, PI-RADS e tantos outros. Uma união de conhecimentos vastos clínico-imaginológicos que têm como base a detecção precoce de doenças graves e seu tratamento a tempo de salvar a vida do paciente.

A radiologia não é mais adjuvante. É fundamental. E isso é uma grande mudança e responsabilidade.

Experiência

Atuo na área desde 1996. A radiologia representa minha paixão pela medicina. Encaro como especialidade de extrema importância.

Me sinto realizada e honrada em cada laudo que orienta a conduta clínico-cirúrgica do paciente.

Acho que é um grande desafio ser radiologista. E amo minha profissão!

Dr. Antônio Carlos Matteoni de Athayde Desafios

Creio que hoje um dos grandes desafios da radiologia, face à crise que abarca todo o povo brasileiro, é conseguir substituir o parque tecnológico, quando necessário, e em muitas situações, realizar as manutenções, até que não sejam as preventivas, apenas as corretivas.

Sabemos que muitas clínicas não se preocupam com o contrato de manutenção na hora

Dra. Andrea Cavalanti

Dr. Antônio Carlos Matteoni de Athayde

adequada de fazê-lo, que é ao comprar, e vão fazê-lo posteriormente, quando a negociação torna-se muito mais difícil.

O momento requer imaginação, criatividade, e com certeza será revertido; entretanto, demandará tempo para acontecer, afinal, toda crise tem começo, meio e fim.

Vejo também como papel social da classe e desafio extremamente importante, relevante, é procurar manter o nível de emprego do corpo funcional.

Outro grande desafio é mantermos a nossa atualização; as mudanças, as técnicas têm evoluído de forma muita rápida, e temos que ser estudantes toda nossa vida. Para nossa felicidade, o advento da internet nos ajuda e muito.

Para os mais velhos, como eu, atualização significava receber Radiology, AJR, etc. com três a quatro meses de atraso, pois vinham de navio.

Hoje, temos os artigos ahead print e apps que nos avisam quando há artigos novos sobre determinados temas que selecionamos, os quais, muitas vezes, chegam até sem estarem formatados em PDF – e olhe que não estamos falando de tanto tempo atrás, talvez de apenas 15 a 20 anos.

de Ipanema, com o Dr. Amarino Carvalho de Oliveira, profissional e ser humano ímpar, com um conhecimento dentro e fora da medicina de causar inveja a qualquer um. Fui um privilegiado em haver tido a oportunidade de conviver com ele, sobretudo por esta convivência haver ocorrido no momento em que engatinhava na especialidade, então, apenas radiologia. A ultrassonografia e tomografia computadoriza estavam muito incipientes, e a ressonância magnética não era ainda gestada comercialmente.

A radiologia representa tudo em minha vida profissional: gosto muito do que faço, tudo o que tenho devo a ela, ao meu trabalho, não venho de família rica. Faço questão de frisar: é a minha vida profissional, pois se assim não o fizesse, estaria deixando de falar do outro lado, que é tão importante ou até mais que a profissão, que é a família. Sem ela, fica difícil a profissão caminhar bem, fica complicado, e com ela fica muito mais fácil. Quando a família cresce, como agora, com a chegada de dois netos, com diferença de 18 dias entre eles, fica tudo muito melhor; ver meus filhos encaminhados, sempre me dando prazer e orgulho.

Conquistas

Com certeza, o avanço da computação, da tecnologia da informação, foi primordial para a evolução e, em certas áreas, de forma muito rápida, estamos umbilicalmente ligados à informática. Sua evolução repercute de forma direta na radiologia e no diagnóstico por imagem; crescemos, nos desenvolvemos juntos. Com este galopante e crescente desenvolvimento, cada dia que passa, sabemos mais de menos.

Isso levou à criação da subespecialidade, pois não há como acompanharmos e sermos muito bom em todas as distintas áreas; o manancial do conhecimento é incomensurável.

Experiência

Atuo na área desde 1978, quando realizei meu internato. Naquela época era possível fazer o sexto ano na especialidade, no Hospital

Dr. Antônio Soares Souza Desafios

Entre os muitos desafios para o radiologista hoje, é poder ter uma boa formação em uma especialidade tão ampla como a radiologia, o que inclui centros de excelência, e manter ao longo dos anos uma atualização constante.

Nesse contexto, a SPR tem trabalhado bastante com cursos de atualização e revisão durante todo o ano para seus membros, inclusive com ensino online.

Outra preocupação que tenho é com o distanciamento que ocorre hoje entre o radiologista e o paciente. Em muitos casos, o radiologista fica no terminal de laudos sem contanto algum com o paciente ou com a condução do

CAPA • 11

Edição 459 – Novembro de 2016

aperfeiçoamento dos radiologistas para obter da nossa especialidade o máximo que ela puder oferecer, dentro de limites sustentáveis. É uma tarefa hercúlea.

Conquistas

Dr. Antônio Soares Souza

Dr. Cássio Ruas de Moraes

exame, o que não entendo como prática ideal, distancia o médico da profissão, da condução do exame e do paciente. Nesse contexto, as boas práticas médicas em radiologia perfarão o tema principal da próxima JPR, conjuntamente com a Sociedade Francesa de Radiologia.

Notamos também um processo crescente de fusão de grandes empresas da área de diagnóstico, com mudança no cenário antigo, onde o radiologista tinha o seu consultório junto com outros sócios. Esse modelo tem mudado e parece de maneira consistente.

Temos que estar preparados para novos modelos e transformações, que constantemente tem ocorrido em nossa profissão.

Me preocupa o que tem ocorrido com a radiologia pediátrica especialmente no Brasil: notamos que poucos centros de formação investem nela, que é uma especialidade importante e que todo radiologista geral tem contato no seu dia a dia. Trabalho em um hospital pediátrico e sei que patologias pediátricas têm apresentação totalmente diferente das do adulto, requerem conhecimento apropriado.

Por falha na formação de muitos profissionais, muitas vezes esses diagnósticos não são realizados da maneira adequada.

ação muito maior do radiologista no contexto da prática médica e tornando-o ferramenta imprescindível. Mudou totalmente a trajetória da nossa profissão e colocou o radiologista em posição de destaque na abordagem e condução do paciente.

Conquistas

O desenvolvimento tecnológico na nossa especialidade foi imensurável e extremamente rápido.

Quando comecei minha formação no final da década de 70, começo dos anos 80, o diagnóstico era basicamente realizado pela radiologia geral, engatinhando a ultrassonografia e tomografia computadorizada e, logo a seguir, na década de 80, começaram a surgir os primeiros aparelhos de ressonância magnética. Os anos e décadas que se seguiram foram de grandes mudanças, com novos métodos, permitindo diagnósticos que no passado eram muito difícil ou mesmo impossível de serem realizados.

Os novos métodos associados aos incríveis avanços tecnológicos mudaram o paradigma de nossa especialidade, permitindo uma atu-

Experiência

Atuo na especialidade há 36 anos. Fiz minha residência em radiologia geral e depois minha especialização em Radiologia Pediátrica no Children’s Hospital de Boston e de Cincinatti e tenho dedicado meu trabalho em radiologia pediátrica no Ultra-X e na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

Trabalho com ensino e pesquisa na graduação, pós-graduação e na residência em Diagnóstico por Imagem nas duas instituições.

Sinto sinceramente que eu nasci médico, nasci para essa profissão que amo e me dedico com afinco. A radiologia me completa porque, no dia a dia, posso ajudar de maneira direta, com diagnósticos que possibilitam o tratamento adequado e, muitas vezes, crucial na conduta do paciente, tanto no hospital pediátrico, como no meu consultório. A radiologia pediátrica propicia uma relação médico-paciente muito grande, o que é muito gratificante.

Dr. Cássio Ruas de Moraes Desafios

O futuro da radiologia não deixa de ser um desafio. Depois de todo o desenvolvimento tecnológico, de tudo o que foi alcançado, nossa tarefa teria de ser fazer chegar ao maior número possível de pessoas os frutos dessa conquista. Isso se faz com boa gestão da assistência médica, seja pública ou privada, para torná-la financeiramente viável. Também se faz com a formação de melhores médicos, capazes de utilizá-la com critérios para uma maneira eficaz. E também com o constante

Comecei a me interessar pela radiologia já no último ano da Faculdade de Medicina.

Dessa época para cá, tive a boa sorte de viver toda a evolução da especialidade que resultou em sua abrangência e sofisticação. No começo de minha carreira, embora já tivessem decorridos setenta anos da descoberta dos raios X, em essência, fazíamos o que Roentgen fizera: gerar os raios em aparelhos já muito aperfeiçoados em relação ao tempo de Roentgen, produzir uma reação química numa película fotográfica, revelá-la e fixá-la, para depois interpretar as imagens. Invadimos o corpo humano de múltiplas maneiras, desenvolvemos técnicas e também arte, e contribuímos para resolver problemas dos pacientes e enriquecer o conhecimento médico.

A esse panorama, vieram juntar, num tempo relativamente curto em termos históricos, outras maneiras de estudar a anatomia in vivo: a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Ficamos maravilhados com a possibilidade que se abria de expor áreas que nos eram cegas até então.

Nesse advento, quando pudemos associar os vários métodos no estudo de um determinado caso clínico, cada um com sua contribuição específica, pareceu-me o período mais gratificante da nossa especialidade.

A avalanche de informações que se seguiu nos trabalhos de exploração de cada um dos métodos, no entanto, fez com que as partes se separassem e ganhassem vida própria como subespecialidades e já agora como especialidades completas. Não podemos esquecer que nada disso teria sido possível sem o desenvolvimento da informática. E, posteriormente, a digitalização dos nossos serviços fez realmente a diferença aumentando a eficiência e a velocidade em nossa prática.

O resultado foi que fomos nos tornando mais técnicos e menos médicos. Acabou o suor, mas nos tornamos mais sedentários.

Desapareceu a arte do exame bem feito, que agora é totalmente produzido por aparelhos.

Da mesma forma, reduziu-se o espaço para elaborações diagnósticas intuitivas.

Experiência

Tenho exatos 53 anos de especialidade. A radiologia é minha identidade. Apesar de ter os mais variados gostos e passatempos, ela é o meu epicentro, não só para o sustento da família como por ser o meio de ser útil ao semelhante. Se me fosse tirada completamente, eu cairia num vazio existencial.

Angustiante. Por isso, é com satisfação que traço estas notas e agradeço a oportunidade que me ofereceram.

12 • CAPA

Dr. Giovanni Cerri Desafios

A Radiologia vai ter grandes transformações nestes próximos anos e o radiologista tem que estar preparado.

A automação de laudos é uma realidade próxima, vai modificar a forma de o radiologista trabalhar e talvez, em médio prazo, pode modificar também o mercado de trabalho.

O radiologista deve voltar a ter um papel ativo com contato direto com o paciente, precisa sair do isolamento anônimo da sala de laudo. Áreas como a de ultrassom não serão atingidas pela automação em curto prazo, e a intervenção e, em particular a teranostic, intervenção terapêutica associada a radioisótopos, são grandes oportunidades de expansão da atuação do radiologista.

Conquistas

A introdução das imagens processadas por computadores foram o grande marco do avanço da Radiologia nas últimas décadas; a tomografia, ressonância e ultrassonografia foram produtos deste desenvolvimento e da revolução que a radiologia representou.

O PACS deu eficiência na laudagem e na forma que laudo, e imagens passaram a chegar de forma rápida ao paciente, ao seu médico e às diferentes áreas do hospital.

A atuação do radiologista no tratamento através da Radiologia Intervencionista foi outro marco importante.

Experiência

Em 1977, comecei minha residência em radiologia no HCFMUSP, vou completar 40 anos na especialidade. Tive a oportunidade de acompanhar toda a sua revolução e ver como a Radiologia ajudou as pessoas a viveram mais e com melhor qualidade de vida.

A radiologia representa toda a minha vida profissional e todo o sucesso que tive na minha carreira devo à feliz escolha que fiz em 1976, quando me formei na FMUSP. Especialidade inovadora, que sempre apresentou novos desafios, me obrigando a correr atrás das novas tecnologias e a torná-las acessíveis ao meu grupo.

Dr. Henrique Simão Trad Desafios

Acho que os desafios da radiologia são múltiplos e em diversas instâncias. É uma especialidade hoje de extrema complexidade, com subespecialidades cada vez mais diferenciadas, quase que mundos à parte. Entretanto, todos os serviços de radiologia, independente da magnitude, necessitam tanto do subespecialista quanto do radiologista geral, e esperam essa dualidade em qualquer profissional contratado.

Uma realidade inclusive em países desenvolvidos, como os Estados Unidos.

Dr. Giovanni Cerri

Dr. Henrique Simão Trad

Primeiro, como especialidade médica, é fundamental que os radiologistas se mantenham unidos, participando de sociedades regionais, e se mantenham atualizados e em contato constante com colegas. A fragmentação da radiologia e a participação de não radiologistas no diagnóstico por imagem é crescente. Embora essa subespecialização seja de várias formas positivas, e a troca de experiências com colegas de outras especialidades seja frutífera, é fundamental que a visão do especialista em imagem seja predominante na estruturação da especialidade como um todo. Apenas radiologistas de formação, e principalmente radiologistas na prática diária é que tem condições de uma visão global da especialidade e de uma defesa específica da nossa classe.

Como profissionais médicos, os desafios são inúmeros, envolvendo todas as esferas da prática diária, desde a lide com pacientes e colegas, e mesmo todo o material humano ao redor da radiologia hoje, imprescindível para a qualidade de todo o processo de diagnóstico por imagem. Qualidade é fundamental, e hoje ela não se restringe apenas à imagem. Eu chamaria a atenção, nesse contexto, de duas situações que eu considero centrais, que seriam o tempo para a entrega do laudo, e o diálogo com colegas solicitantes. É fundamental que a radiologia entenda que a única coisa que separa um exame de seu respectivo e adequado laudo é o tempo de procrastinação que o radiologista perde entre o término do exame e a leitura das imagens. Idealmente, um exame deve estar completamente pronto o mais próximo da saída do paciente de sala. Todo intervalo até esse resultado chegar ao colega solicitante é desperdício. Além disso, melhorar a comunicação e estreitar os laços com os colegas solicitantes é cada dia mais fundamental, principalmente na prática das subespecialidades, com exames de maior complexidade e resultados mais específicos.

Outro desafio significativo da radiologia é o uso correto e prodigioso da palavra escrita.

Não só pela frequência desconcertante de erros

linguísticos, mas na era do politicamente correto, é patente o desempoderamento que essa doutrina causa, impedindo o profissional de se comunicar e transmitir claramente sua opinião.

E em cima disso, cada vez mais as novas gerações de radiologistas sofrem com o excesso de informações, principalmente técnicas. Embora seja extraordinária a capacidade de retenção dessas informações, em excesso, é frequente o impedimento da clara transmissão da interpretação diagnóstica, faltando os poderes de síntese e conclusão fundamentais ao propósito do diagnóstico por imagens.

Por último, como especialidade no âmbito econômico, a radiologia brasileira está em grande transformação. Com grandes empresas tomando conta do mercado radiológico, o modelo de trabalho da radiologia tem sido reformulado dia a dia. Não são incomuns histórias de má remuneração e condições muito longe de ideais de trabalho. Embora seja completamente contraproducente a exploração do material humano central de um serviço de diagnóstico por imagem – o radiologista –, as histórias se repetem constantemente. Novamente, união e comunicação entre os radiologistas são fundamentais.

Conquistas

Eu responderia essa questão de uma perspectiva pessoal, do meu início na especialidade no começo dos anos 2000. Um dos maiores avanços tecnológicos que eu vi foi a difusão, pelo menos no Brasil após os anos 2000, da TC multislice, uma técnica que continua revolucionando e colocou a tomografia de volta no centro da prática radiológica, com novos e únicos exames, além de uma releitura completamente renovada do método.

E em segundo, eu colocaria também a difusão das tecnologias auxiliares de PACS e RIS que simplesmente transformaram a nossa prática, permitindo um aumento sem precedentes na produtividade do radiologista, e permitindo o desenvolvimento da telerradiologia, entre outras ferramentas de comunicação e transmissão de imagens. É imprescindí-

CAPA • 13

Edição 459 – Novembro de 2016

Dr. Jaime Barbosa

Dr. Nelson Caserta

vel para a prática da radiologia hoje o conhecimento das tecnologias de transmissão/confecção de imagem e laudo, e elas configuram investimentos centrais na estruturação de um serviço radiológico.

parte integrante da equipe médica do paciente; lembrando que podemos examinar nossos pacientes, ter contato mais próximo com os mesmos e tomar decisões que realmente contribuam para o “diagnóstico”, sendo útil para o paciente. Caso contrário, poderemos não fazer parte dessa equipe médica; mas, para isso não ocorrer, o médico radiologista tem que estar presente e não a distância, isto é, não só dar o laudo após o fato ter ocorrido. Se agirmos dessa maneira, nossa contribuição para o paciente não representa nada; como em algumas ocasiões, é o médico do telelaudo.

Isto é um alerta para o médico radiologista de hoje, para ter participação efetiva no conhecimento da especialidade.

Experiência Atuo há dez anos como radiologista formado, mais três anos de residência.

Radiologia é minha arte. Em minha opinião, existe uma conceitualização errônea de arte como expressão basicamente do subconsciente, do intuitivo ou de sentimento. Arte é também expressão do domínio pleno de uma habilidade, muitas vezes complexa e multifacetada, onde, pela contínua prática e pela busca incessante de maestria, passa, em diferentes situações da prática, a não apenas ser um processo consciente e controlado, mas aceita e se aperfeiçoa com a expressão intuitiva daquele que a pratica. Todos os dias, nas diferentes situações e desafios a que somos expostos, respondemos não só com nosso conhecimento técnico de radiologistas e especialistas, mas intuitivamente nos expressamos, buscando a solução de problemas, o diagnóstico correto e melhor prática médica. Pela nossa formação médica, no árduo trabalho do dia a dia, é fundamental que possamos nos expressar como profissionais, excedermos na nossa prática e assim obter satisfação na radiologia.

Dr. Jaime Barbosa Desafios A principal preocupação para os radiologistas é não ficarem entusiasmados com a evolução da ciência médica e também com a evolução técnica da radiologia e com suas características mais recentes, para não diminuírem a importância do “diagnóstico”.

Para melhorar nosso diferencial é que devemos atuar como médicos interessados em resolver o bem-estar do paciente, fazendo

Conquistas

A maior conquista na especialidade é a sua grande contribuição para o “diagnóstico precoce” nas doenças, e para isto ocorrer, houve uma grande evolução técnica, sobretudo quando conseguiu unir a computação ao raios X para aquisição das imagens. O primeiro deles foi com a tomografia, no início da década de 1970, que veio revolucionar inicialmente a neurorradiologia. Para se obter um exame de TC de crânio, levava alguns minutos e, em poucos anos, já se fazia o mesmo exame em alguns segundos com melhor qualidade. Esta evolução técnica fez diferença na trajetória da especialidade; posteriormente vieram a ressonância, a radiologia intervencionista e, mais recentemente, a angiocoronariografia.

Experiência

Me formei em medicina em 1971, fiz a residência médica em radiologia geral, que era o normal para época; após terminar a residência, comecei a trabalhar em minha cidade, Presidente Prudente, numa equipe que contava com dois colegas.

Fiz um estágio em mamografia no hospital A. C. Camargo, em São Paulo, sob orientação do Professor Dr. Alberto Mendes – naquela época, estava iniciando a mamografia.

Dediquei a profissão e comecei a participar das atividades da especialidade; primeira reunião do Clube Manoel de Abreu em São José do Rio Preto, em 1974, e daí em diante não parei mais, participando efetivamente das reuniões da especialidade; e inclusive das Jornadas da SPR, que na época eram realizadas no interior do estado de São Paulo, dos eventos do CBR, e ainda, das Jornadas do Rio de Janeiro.

E com essa participação efetiva, fiz alguns artigos para as revistas médicas da especialidade; participava com apresentação de casos no Clube Manoel de Abreu, e com esta participação cheguei à Presidência da SPR e do CBR. Inclusive, fui diretor científico da SPR, e há alguns anos faço parte da Comissão Científica da SPR, no Módulo de Radiologia Geral.

Dr. Nelson Caserta Desafios

Hoje vejo uma busca grande por velocidade por meio da tecnologia. Você quer exames rápidos, detecção precisa, resultados definitivos: isso é resultado do progresso, uma mudança do ser humano no sentido de a tecnologia tornar o mundo mais veloz. Não sei se isso é 100% bom ou se vai chegar o momento de colocar o pé no freio. Há muitas máquinas, e estamos sendo pouco humanos. Talvez tenhamos que achar um ponto de equilíbrio lá na frente para que a máquina não faça perder a humanização do ato médico.

Como trabalhamos com tecnologia cada vez mais rápida, precisa e definitiva, em que tudo é altamente calculado, pode ser que grande parte desse ato médico seja substituído pela precisão da máquina. A nanotecnologia, que vai entrar na radiologia, terá que ter o pensamento do homem atrás da máquina.

Conquistas

Testemunhei e vivenciei toda a mudança ocorrida no papel da radiologia e em sua tecnologia. O papel que era puramente auxiliar, desempenhado de maneira satélite da ação médica, hoje vejo como ação ainda auxiliar, mas com muito mais força, mais contribuição na atividade médica do que era antes.

Com isso, o papel do radiologista também adquiriu uma importância muito acentuada nesse meio, que é a relação entre o paciente e o médico – ou entre a equipe médica e a atenção médica, o paciente. Hoje, você não pensa isoladamente, embora a medicina ainda tenha na relação médico-paciente o seu maior significado. Mas, nas questões complexas, você necessita de um trabalho em equipe, muitas vezes a troca de opiniões, direcionamento para certas condutas; esses atos médicos que vão beneficiar o paciente exigem um grande relacionamento entre a equipe médica, o interesse do paciente e o objetivo das duas partes, de resolver aquela situação da melhor maneira possível.

14 • CAPA Experiência Tenho 40 anos de formado, atuando na área de imagem. A radiologia pra mim foi uma surpresa.

Eu estava direcionado para ser um obstetra.

Quando entrei na residência de ginecologia, já estava pensando em mudar. Na Unicamp, naquela época, a radiologia já era muito boa e sobrava vaga; me convidaram, me transferi e foi uma surpresa. Peguei um grupo muito bom, mestres muito eficientes e aquela satisfação se prolongou.

Quando entrei, o auge era a radiologia vascular. Acompanhei o surgimento da ultrassonografia, intervenção, biópsia, Doppler, tomografia e ressonância, então me sinto muito familiarizado. Hoje, acho que ela desempenha para mim uma função vital – ao lado da atividade da especialidade, há o lado humano, de conviver com os colegas, e a vida associativa – em particular, na SPR. Tenho amigos aqui, e o ambiente é muito bom.

A radiologia é uma das especialidades em que o profissional é mais interessado na educação continuada. Como já disseram os portugueses, a radiologia é tão bonita que até as outras especialidades querem exercê-la.

Dr. Sergio Ajzen Desafios e conquistas O treinamento para se tornar um radiologista é longo, competitivo e intenso. Diferentemente dos primeiros profissionais, que tinham “apenas” radiografias para analisar, trabalhar com Diagnóstico por Imagem atualmente implica em lidar com uma grande variedade de ferramentas.

Os avanços digitais na radiologia nas últimas duas décadas contribuíram nitidamente para a melhoria da assistência médica geral. Métodos de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, medicina nuclear, bem como procedimentos guiados por imagem intervencionista, vão além do resultado que as próprias imagens produzem. Os sistemas integrados de comunicação e armazenamento de imagens digitais permitiram a distribuição de imagens no nível planetário, tornando o radiologista peça chave no atendimento clínico vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, tanto no ambiente hospitalar como a distância, independente de onde o radiologista estiver, através da telerradiologia. Radiologistas devem produzir relatórios de exames que forneçam informações solucionadoras aos médicos solicitantes, e não simplesmente descrever os possíveis achados.

A cada dia, o radiologista ocupa mais intensamente um papel decisivo no diagnóstico e na terapêutica das doenças, influenciando condutas e participando de procedimentos curativos minimamente invasivos, com consequente melhoria no bem-estar das pessoas e no aumento da expectativa de vida de homens e mulheres.

inesperada e preocupante: o esgotamento (burnout) médico. Em 2016, constatou-se que o índice de esgotamento entre os médicos radiologistas do sexo masculino foi de 48%, e das radiologistas, 58% (Medscape Radiology Lifestyle Report 2016: Bias and Burnout, Carol Peckham – January 13, 2016). Com estes percentuais tão elevados, é de grande importância a reflexão aprofundada e responsável sobre essa questão.

Experiência

Dr. Sergio Ajzen

Os sistemas computacionais avançam no caminho de superar o desempenho do ser humano em tarefas cognitivas complexas. Não há dúvidas de que, na área do Diagnóstico por Imagem, a computação cognitiva promoverá uma grande transformação. Devemos entender e aproveitar esse novo horizonte. Embora a computação cognitiva possa reduzir a necessidade de interpretação dos exames de imagem de rotina realizados atualmente, irá também aumentar a nossa eficiência, permitindo cada vez mais a nossa participação em outras áreas, como, por exemplo, na imagem molecular. Estudos iniciais demonstram que métodos por imagens podem identificar alguns biomarcadores preditivos no prognóstico de tumores. O constante enriquecimento dos conhecimentos, associado a fontes de big data, transformarão o diagnóstico integrado cada vez mais em realidade, mostrando que pacientes que tenham a mesma doença, na realidade, tenham uma combinação genotípica única e, portanto, necessitem de terapias individualizadas.

O aumento da tecnologia, no entanto, pode limitar as interações pessoais entre radiologistas e clínicos. Os radiologistas devem atuar além das imagens. Devem fazer parte de equipes multidisciplinares, cujo impacto positivo se direcione à população.

A constante evolução tecnológica na área da saúde, o aumento da concorrência, a disseminação da informação e a maior exigência dos pacientes levam as empresas que desejam maior qualidade dos serviços a aumentarem o ritmo de imobilizações de equipamentos, provocando elevação significativa dos custos. Para os radiologistas, a consequência disto é a maior quantidade de atendimentos por profissional, com tempos menores para a elaboração de laudos e a exigência de manutenção da qualidade, fatores que acabam por promover grande pressão sobre o profissional moderno.

Enquanto que, sem dúvida alguma, a informatização ajuda a melhorar a segurança e a qualidade para o paciente e para o sistema de saúde, há, entre outras, uma consequência

Durante o meu internato no curso médico na Faculdade de Medicina da Unicamp, tive a oportunidade de participar, sob a orientação do Prof. Silvio dos Santos Carvalhal, de reuniões clínico-patológicas, nas quais pude ver a importância de correlacionar os achados clínicos com exames radiológicos, laboratoriais e com a necropsia. Admirador inconteste pela tecnologia, no 6º ano meu interesse voltou-se para a radiologia, pois imaginei que o futuro traria uma boa e encantadora associação entre esta área e a clínica médica. Desta forma, ao final do meu curso médico, em 1981, passei no concurso para residência em radiologia na Escola Paulista de Medicina, hoje parte da Universidade Federal de São Paulo, onde permaneço há quase 35 anos.

Neste tempo, tive a sorte de vivenciar grandes avanços na medicina e, em particular, na radiologia, com a introdução de todos os métodos seccionais de imagem de que dispomos.

Da radiografia simples e contrastada até as incríveis reconstruções tridimensionais; a introdução (da qual me sinto honrado em ter feito parte) e pleno estabelecimento da radiologia intervencionista diagnóstica e curativa; a digitalização, transmissão e armazenamento das imagens; laudos estruturados, revisão de laudos por pares; acompanhamento a distância em tempo real dos exames – são alguns dos exemplos que marcaram esta evolução.

Durante todo esse tempo, a radiologia teve lugar marcante na minha vida, tanto profissional como socialmente. Foi a partir dela que pude trabalhar em entidades privadas de reconhecida excelência médica, dar conforto à minha família, pertencer a um meio universitário de qualidade (tanto nacional como internacional), ter a experiência de morar fora do Brasil, de viajar profissionalmente e para lazer, fazer parte das nossas associações representativas, auxiliar no desenvolvimento e na educação da especialidade e de ajudar a melhorar a qualidade da área de Diagnóstico por Imagem nos vários níveis do setor público.

Dia 8 de novembro, o dia em que Wilhelm Conrad Röntgen descobriu a existência dos raios X em 1895, celebra o dia Nacional do Radiologista/Dia Internacional da Radiologia. Sinto-me imensamente honrado em fazer parte desta especialidade e, com meus colegas, integrarmos uma equipe de saúde comprometida em gerar uma melhor qualidade de vida para os pacientes do nosso País.

Organização

Apoio

16 • EVENTOS SPR

Aula do Clube Roentgen foca em US do início da gestação A penúltima reunião de 2016 do Clube Roentgen será realizada em 9 de novembro, no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza, em São Paulo. Para a aula de abertura, foi convidado o Dr. Sergio Kobayashi, que abordará o tema Ultrassonografia Morfológica do Primeiro Trimestre da Gestação. Em seguida, serão discutidos, por profissionais convidados de serviços diversos, quatros casos fornecidos pelo Hospital Servidor Público Estadual, sob coordenação do Dr. Gladstone Mattar.

Em outubro, os debatedores Drs. Lucas Rios Torres, Afrânio dos Reis

Teixeira Neto, Felipe Barjud P. do Nascimento e Augusto Kreling Medeiros discutiram os temas enviados pela Santa Casa de São Paulo, que foram coordenados pelo Dr. Renato Hoffmann Nunes. Já a aula de abertura foi apresentada pelo Dr. Mauro Brandão – US do Ombro: Armadilhas Mais Frequentes Para o Não Especialista.

Presidido pelo Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santana, o Clube Roentgen é

realizado na segunda quarta-feira de cada mês, às 20 horas. O hotel fica na Al. Santos, nº 85, e a participação nessa atividade é livre.

Com o apoio da Pixeon, o evento é transmitido online em tempo real, permitindo que os internautas não apenas assistam, como também enviem perguntas aos apresentadores.

Veja como participar em http://spr. org.br/cursos-via-web/.

Confira outras informações sobre o Clube Roentgen em http://spr.org.br/eventos/clube-roentgen.

EDUCAÇÃO DIGITAL

Confira a programação do Curso Online Quatro módulos continuam a compor as aulas do Curso Online de Radiologia da SPR este mês: Abdome/Trato Digestório, Abdome/Trato Geniturinário, Mama e Radiologia Musculoesquelética. Dinâmico e interativo, o curso permite que o aluno estude em seu ritmo, de onde estiver.

Lançado na JPR’2015, tem uma metodologia própria de ensino, um

ambiente de estudo inovador e um sistema de avaliação distinto. Traz ao todo nove módulos, divididos por subespecialidade: Neurorradiologia, Cabeça e Pescoço, Neuropediatria, Radiologia Musculoesquelética, Imagem da Mulher, Mama, Tórax, Radiologia Cardiovascular e Abdome. Seu material didático é composto por video-

aulas, artigos científicos de apoio, além de acesso a fóruns de discussão. Ainda, o aluno tem o suporte de tutores online gabaritados para esclarecer eventuais dúvidas sobre o conteúdo apresentado.

Confira a programação deste mês e veja como participar no site http://spr.org.br/curso-on-line-de-radiologia/.

MÓDULO: Abdome/Trato Digestório

MÓDULO: Mama

Coordenação: Dr. Douglas J. Racy e Dr. Antonio Soares Souza

Coordenação: Dra. Paula de Camargo Moraes

01/11

Cuidados e técnicas de exames contrastados do tubo digestório em crianças – Dr. Luiz Antonio Nunes de Oliveira

08/11

TC e RM do abdome em RN e crianças: principais indicações e cuidados técnicos (overview) – Dra. Taisa Pallu Davaus Gasparetto Anomalias do TGI alto no RN e na criança – Dra. Fernanda Del Campo Braojos Braga

16/11

04/11

11/11

Anomalias do TGI baixo no RN e na criança – Dr. Rodrigo Regacini Afecções hepatobiliares e pancreáticas no RN e na criança – Dra. Lisa Suzuki

22/11

18/11

25/11

Coordenação: Dr. Douglas J. Racy e Dr. Antonio Soares Souza 03/11

Neuroblastoma e tumores retroperitoneais extra-renais em crianças – Dr. Henrique Manoel Lederman Avaliação inguinoescrotal em pediatria – Dra. Márcia Torre Moreira

10/11 10/11 a 17/11

Malformações anorretais e massas pélvicas na criança – Dr. Henrique Manoel Lederman Avaliação do módulo de Abdome/Trato Geniturinário

Procedimentos mamários percutâneos: indicações e técnicas – Dr. Décio Roveda Jr. Lesões benignas e subestimáveis: principais tipos e apresentação nos métodos de imagem – Dra. Giselle Guedes Netto de Mello Câncer de mama: principais subtipos e apresentação nos métodos de imagem – Dra. Juliana Alves de Souza

Implantes mamários: o que o radiologista deve saber – Dra. Su Jin Kim

Avaliação do módulo de Abdome/Trato Digestório

MÓDULO: Abdome/Trato Geniturinário

Rastreamento mamário: prós e contras – Dr. Luciano Fernandes Chala

TNM – Dra. Tomie Heldt Ichihara

Massas hepáticas na criança – Dra. Lisa Suzuki 22/11 a 03/12

BI-RADS para RM – Dra. Mônica Akahoshi Rudner

Avaliação mamária em crianças e adolescentes – Dra. Paula de Camargo Moraes

MÓDULO: Radiologia Muscoloesquelética Coordenação: Dr. Fabiano Nassar de C. Cardoso, Dr. Felipe Ferreira de Souza e Dr. Marcelo Novelino Simão 03/11 11/11 a 18/11

Medicina Esportiva em Adulto e Criança – Dr. Mauro Brandão Avaliação do módulo de Radiologia Musculoesquelética

EVENTOS SPR • 17

Edição 459 – Novembro de 2016

Grupos de Estudos promovem oito reuniões este mês Reserve sua agenda para participar deste evento, presencialmente ou online, em alguns casos. Trata-se de uma grande oportunidade para atualizar conceitos científicos e entender a propedêutica de outros profissionais e serviços por meio da discussão de casos.

As datas dos encontros dos Grupos de Estudos em novembro são: Dia 3: Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (Gera) e Grupo de Estudos de Mama (Gema); Dia 8: Grupo de Estudos de Ultrassonografia (Geus); Dia 10: Grupo de Estudos de Radiologia Cardiovascular (Cardio); Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe); e Grupo de Estudos de Neurorradiologia (Gene); Dia 22: Grupo de Estudos de Pediatria (Geped); Dia 23: Grupo de Estudos de Imagem Quantitativa (Giq).

Desde 2003, ano da fundação do primeiro dos grupos – o Germe –, profissionais da área de Diagnóstico por Imagem se reúnem no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza ou na sede da SPR, em São Paulo, para compartilhar experiências, transmitir dicas práticas e exibir casos científicos. Trata-se de um momento que permite troca de informações e questionamentos.

Para participar, basta comparecer ao local do evento ou, se preferir, participe via web.

• P ara verificar todas as informações sobre os grupos e sua agenda, acesse http://spr.org.br/grupos-de-estudos/.

• Veja como participar das reuniões que são transmitidas online em http://spr.org.br/cursos-via-web/.

REUNIÕES DE OUTUBRO

Gecape

Gema

Germe

Gera

Geus

REUNIÕES DE SETEMBRO Geus

Geped

Giq

Veja mais fotos no Instagram da SPR (http://instagram.com/spradiologia) e na versão digital do Jornal da Imagem

18 • NOTÍCIAS

AZUL

é a cor de novembro

O rosa está para outubro assim como o azul está para novembro. A diferença, é o foco da prevenção: no primeiro caso, alerta-se as mulheres a se prevenir contra o câncer de mama. Já neste mês, é a vez dos homens se cuidarem: novembro é internacionalmente dedicado às ações relacionadas ao câncer de próstata e à saúde do homem.

O mês foi escolhido devido ao fato do dia 17 ser considerado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.

Trata-se do sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens. Sabe-se que 75% dos casos ocorrem em homens com mais de 65 anos. Da mesma forma que o câncer de mama, quando diagnosticado e tratado no início, tem os riscos de mortalidade reduzidos.

A glândula da próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. Produz cerca de 70% do sêmen, e representa um papel fundamental na fertilidade masculina.

Dieta equilibrada e exercícios físicos ajudam a diminuir o risco de desenvolver a doença, bem

O movimento do bigode

como evitar os vícios da bebida alcoólica e do fumo.

Os sintomas mais comuns – mas que só aparecem quando a doença está avançada – são a dificuldade de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da urina.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU – http://portaldaurologia.org.br/) recomenda que homens com 45 anos de idade ou mais façam um exame de próstata anualmente, o que compreende o toque retal e o PSA. O Instituto Lado a Lado pela Vida é idealizador e realizador do Novembro Azul. Seu portal oferece informações sobre a doença, ações e campanhas – www.ladoaladopelavida.org.br.

A movimentação nacional segue o exemplo do Movember (do inglês moustache, bigode, e november), campanha de caridade lançada pelo australiano Adam Garone. Em 2003, ele fez uma brincadeira com os amigos e os desafiou a cultivar um bigode por 30 dias para ajudar a angariar fundos e sensibilizar a população para a prevenção e o tratamento.

Porém, já no ano seguinte, mais pessoas abraçaram a causa. Hoje, são arrecadados mais de 200 milhões de dólares, doados por quase 2 milhões de pessoas no mundo inteiro. No Brasil e em outros países, empresas doam parte dos lucros das vendas de seus produtos para ONGs e entidades como o Instituto Lado a Lado pela Vida.

Progetto Diventerò: resultado em 10/11 A edição de 2016 do Progetto Diventerò, segunda a ser realizada, teve uma grande procura e recebeu 34 inscrições. Parceria entre a SPR e a Fundação Bracco, iniciada em 2015, trata-se de uma iniciativa pela qual as duas entidades selecionarão três radiologistas que irão à Itália em 2017.

O Progetto Diventerò (“Projeto vou me tornar”) é uma iniciativa plurianual da Fundação Bracco (Fondazione Bracco, Milão – Itália) para acompa-

nhar jovens de talento durante seu treinamento profissional, promovendo um percurso inovador de consolidação entre o mundo acadêmico e aquele do trabalho diário.

Três radiologistas brasileiros receberão uma bolsa de estudos de seis semanas em uma instituição de excelência na Itália. Para cada fellow será atribuído um mentor, que irá fornecer orientação, pareceres científicos e técnicos durante o período de estágio na Itália.

No fim de outubro, foram realizadas as entrevistas presenciais ou via Skype com os inscritos. Em 10 de novembro, será feita a divulgação dos três aprovados. A previsão é que a viagem seja feita em março de 2017. No retorno, após 45 dias, eles farão a apresentação de trabalho e/ou entrevista de conclusão a ser entregue em até 60 dias com direitos cedidos à SPR.

NOTÍCIAS SPR • 19

Edição 459 – Novembro de 2016

Estudo brasileiro sobre Zika conquista mídia mundial O estudo foi capa da Radiology, veículo científico da principal entidade de Radiologia do mundo, a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA). Mas não parou aí: conquistou também a mídia leiga, por meio da capa do aclamado The New York Times, de 24 de agosto.

Durante a Jornada Paulista de Radiologia de 2016, foi completada uma equipe de pesquisadores que conseguiu produzir um trabalho de grande utilidade, interesse e valor para os radiologistas sobre o Zika vírus, e que, por isso, obteve impacto inédito na Radiologia.

Os autores – em especial, os Drs. Patricia Oliveira Szejnfeld, Adriana Melo, Fernanda Tovar Moll, Debora Levine e Jacob Szejnfeld – trabalharam exaustivamente examinando, coletando informações e reunindo exames complementares.

Conseguiram caracterizar e documentar os graves danos cerebrais causados pela infecção por Zika vírus em surto infeccioso iniciado no segundo semestre de 2016 em Campina Grande, Paraíba. Foi feita uma precisa quantificação das lesões cerebrais, além da observação dos mecanismos não restritos à microcefalia, termo que limitava o conhecimento da extensão das repercussões da infecção pelo vírus.

Nos salões da JPR, o grupo completou a coleta e organizou as atividades para estruturar e analisar os casos. O trabalho foi finalizado e publicado em pré-impressão na Radiology, da RSNA, sob o título Congenital Brain Abnormalities and Zika Virus: What the Radiologist Can Expect to See Prenatally and Postnatally (Anormalidades Cerebrais Congênitas e Zika Vírus: o que o radiologista pode esperar para ver pré e pós-natal).

Entre outras repercussões, o artigo produziu um alerta mundial sobre as consequências desta infecção no sistema nervoso central dos fetos feito para Organização Mundial de Saúde. Foi também reconhecido na imprensa leiga, tendo recebido manchete na primeira página do jornal The New York Times: Scans of Brains Show an Array Of Zika Effects (Digitalizações de Cérebros Mostram uma Disposição de Efeitos do Zika).

A publicação pré-impressão fez com que o trabalho tivesse repercussão na literatura científica, sendo desde o início o artigo mais baixado na Radiology de todos os tempos.

Em outubro, foi escolhido como capa da Radiology – volume 281.

O editor, Dr. Herbert Y. Kressel, enviou um email parabenizando os autores e ressaltando o alcance diferenciado que o trabalho teve no site e das mídias sociais (veja box).

“Acredito que esta notícia é do interesse de nossa comunidade científica, não somente por seu valor, mas por ser reflexo direto de ações patrocinadas por nossa sociedade científica”, afirma Dr. Jacob Szejnfeld.

Finalmente, durante o Congresso da RSNA, a ser realizado no fim de novembro, haverá uma sessão dedicada ao tema com a presença dos autores.

Editor da Radiology parabeniza autores do trabalho “Prezados Autores, É incomum para um editor escrever aos autores de um trabalho a não ser que haja um problema. Neste caso, escrevo para parabenizá-los pela maravilhosa contribuição ao nosso entendimento dos achados de imagem em fetos e neonatos infectados pelo Zika. Consigo imaginar quanto trabalho deu reunir os dados, analisá-los e apresentar a informação de forma tão convincente. Vocês todos fizeram isso magistralmente e, mais importante, como uma imagem ‘vale mais do que mil palavras’, como dizem, esta coleção de dados atraiu enorme atenção em todo o mundo. Além disso, acredito que ajudou a estimular mais discussões significativas sobre políticas públicas em prevenir, administrar e promover fundos em pesquisa sobre a infecção do Zika. Parabéns!

A quantidade de atenção da mídia que o trabalho tem recebido é excepcional. Mais importante, nos primeiros três dias em que foi postada online com acesso livre, foram feitos mais de 13 mil downloads, tornando este o artigo mais visto de todos os artigos que publicamos no mês inteiro! Rastreamos as atividades de mídia e mídia social dos artigos que publicamos usando uma

escala chamada Altmetrics. Se vocês visualizarem o artigo em full view no nosso site, verão o espiral colorido na margem direita. Lá podem ver a nota e, se clicar nela, podem ver as postagens monitoradas sobre seu trabalho.

Atualmente, atingiu a mais alta nota de qualquer artigo que já publicamos desde que começamos a usar esse serviço! Está também no topo de 5% de toda pesquisa biomédica publicada em qualquer campo que rastreamos.

Esperamos ansiosos por publicações futuras de seu grupo neste importante tópico.

Atenciosamente, Dr. Herbert Y. Kressel, Editor, Sociedade Radiológica da América do Norte – RSNA.”

20 • SPR GLOBAL

SPR tem agenda intensa no Congresso Internacional A Diretoria da SPR aproveitou a presença de renomados profissionais e entidades da especialidade no Congresso Internacional de Radiologia (ICR), realizado em Buenos Aires, Argentina, para fazer reuniões de parceria e planejamento. Dessa forma, é possível buscar benefícios aos membros SPR em eventos e congressos de diversos países e, da mesma forma, buscar os melhores conteúdos para compor os eventos da Sociedade.

Reunião com Sociedade Europeia (ESR) – Foi discutido

um convênio entre a SPR e a ESR, cuja assinatura tem previsão de ser concretizada durante o RSNA 2016, nos Estados Unidos. O objetivo é desenvolver projetos de trabalhos em conjunto no futuro, principalmente voltados aos jovens radiologistas.

Reunião com Associação Colombiana de Radiologia (ACR) – A SPR já mantém

uma parceria com a entidade colombiana, e, nesta ocasião, as diretorias de ambas se reuniram para rever detalhes desse trabalho conjunto e buscar oportunidades de intensificá-lo.

Reunião Latin Safe – O projeto Latin Safe começa a tomar forma; por isso, as lideranças da América Latina aproveitam cada congresso internacional para se reunirem e discutirem próximos passos. O ICR contou com um fórum sobre o tema redução de dose, que teve a participação de diversas entidades de proteção radiológica, como o Image Gently, o Image Wisely, uma organização africana e o próprio Latin Safe. Cada um expôs o que tem desenvolvido em seu continente e houve a discussão de uma proposta de trabalho conjunto para o futuro.

Residentes recebem como prêmio viagem ao ICR

JPR’2018 – A SPR também se

– Os residentes Drs. Augusto Lio da Mota Gonçalves Filho e Paula Nardocci foram os vencedores do 2º Encontro de Residentes da SPR, realizado durante o Curso de Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres SEcaf), em julho, em São Paulo. Como prêmio, receberam a viagem para Buenos Aires e a participação no congresso, um dos mais importantes do mundo.

reuniu com a RSNA para alinhar os próximos trabalhos e discutir a renovação da parceria. A JPR’2018 já está confirmada como evento conjunto entre as duas entidades.

Membros da SPR dão aulas em Paris Foi realizado, de 7 a 9 de setembro, o 43º Congresso Anual da International Skeletal Society, no Centro de Convenções do Hotel Marriott Rive Gauche, em Paris. Os Drs. Atul Kumar Taneja e Marcelo Bordalo Rodrigues foram convidados a palestrar. O Dr. Atul ministrou a aula Wrist Imaging Techniques: What to Use and When, e o Dr. Bordalo, as aulas Lisfranc Ligament Anatomy and Injury Patterns e Rectus Femoris Anatomy and Lesion Characterization.

Outros membros da SPR participaram das sessões científicas e

discussão de casos, como os Drs. Marcelo Novelino Simão, Marcelo Nogueira-Barbosa, Ivan Godoy, Paulo Helito, Jamilly Gomes e Leonor Savarese.

A International Skeletal Society (ISS) é uma das sociedades de radiologia musculoesquelética mais importantes mundialmente e o congresso deste ano tornou-se o maior evento da sociedade até então, com mais de 800 participantes.

Em 2017, será realizado em Nova York. Informações: http:// internationalskeletalsociety.com.

Drs. Atul Kumar Taneja (ao lado) e Marcelo Bordalo Rodrigues (acima) durante as aulas em Paris

RSNA 2016

ECR 2017

As pré-inscrições terminam em 4 de novembro. O maior evento da Radiologia mundial organizado pela Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), será realizado de 27 de novembro a 2 de dezembro, no McCormick Place, em Chicago, Estados Unidos.

Informações em www.rsna.org/Annual_Meeting.aspx.

As inscrições para o Congresso Europeu de Radiologia (ECR 2017) têm maior taxa de desconto até 16 de novembro. Elas podem ser feitas no endereço www.myesr.org, onde há mais informações estruturais sobre o evento e seu programa científico.

SPR GLOBAL • 21

Edição 459 – Novembro de 2016

Dr. Douglas Racy representa SPR no Congresso Italiano De 15 a 18 de setembro, foi realizado em Nápoles o 47º Congresso Nacional da Sociedade Italiana de Radiologia Médica (SIRM). Trata-se de um evento já tradicional, reconhecido em sua região e de grandes proporções, que recebeu cerca de 2 mil congressistas. O local que o abrigou foi o Mostra d’Oltremare, um centro de convenções em um conglomerado construído em 1940 que possui teatro, restaurante e hotel, com estrutura semelhante à oferecida pelo Transamerica Expo Center – o tamanho do evento em muito lembra a JPR.

Em suas diversas salas de aula, foram apresentadas palestras sobre variados tópicos da radiologia, ultrassonografia, tomografia compu-

tadorizada, ressonância magnética, oncorradiologia e intervenção.

Dr. Douglas Racy foi convidado a participar como palestrante e, repre-

sentando a SPR, falou sobre Imagem do Linfoma (Atualização), com enfoque em PET CT e RM de corpo inteiro. “Fui muito bem recebido pelos italianos, a sala de aula estava cheia, com uma plateia extremamente interessada nos temas e fazendo perguntas a respeito do assunto daquela sala, que era Oncorradiologia”, afirmou.

O convite foi feito graças a uma parceria existente entre a SPR e a SIRM: “Acredito que essa parceria é de extrema importância, pois aproxima as sociedades e disponibiliza uma troca de experiências e o surgimento de novas amizades dentro da nossa especialidade”, completou Dr. Racy.

Parabéns aos profissionais

que, em meio a imagens e sombras, desvendam sinais que salvam vidas

8 de novembro

Dia Nacional do Médico Radiologista Lei Federal Nº 13.118 de 07/05/15

Uma homenagem da SPR

22 • ARTIGO

Conspicuidade

Dr. Celso Hiram de Araújo Freitas é membro do Conselho Consultivo da SPR e da Comissão Editorial do Jornal da Imagem

Entre ter um nódulo de mama nítido e um conspícuo, eu vou querer ter um nítido que parece ter muito mais chance de ser benigno. Diga a uma mulher que veio pedir esclarecimentos que ela tem um nódulo conspícuo na mama...

O Caserta outro dia me perguntou se eu, quando escrevia, tinha um título em mente para depois desenvolver o tema. Eu disse a ele que muito ao contrário, eu ia escrevendo o que ia aparecendo na cabeça e depois ia ver que título iria por no artigo. Isso é parecido com o que o Stanislaw Ponte Preta (saudade) escreveu certa feita em seu jornal. O título eu guardei; o conteúdo, não me lembro mais. O mesmo que irá acontecer com esse artigo que vocês não irão lembrar nem do título, nem do conteúdo.

O Stanislaw chegou em uma barbearia num fim de tarde com um artigo debaixo do braço e disse aos circunstantes, depois de cumprimentá-los: “Estou com um artigo debaixo do braço, tenho que entregá-lo ao jornal e ainda não tenho título para o mesmo”. Um a um, os presentes intrigados foram perguntando: “É véspera de sete de setembro, deve falar de desfile...”. O outro disse: “Deve falar de banda... Deve falar de fanfarra... Deve falar de trombeta...

Deve falar de tambores...”. “Nada disso”, respondeu o articulista... “Se não fala em nada disso”, afirmou o outro, “o título deve ser Nem Trombetas e nem Tambores...”. Assim foi!

“Conspícuo” realmente é uma palavra áspera, insipida e difícil de ser pronunciada. Um palavrão que, quando pronunciado, será capaz de jogar longe a dentadura de um incauto. Diga a um amigo numa prosa de boteco que ele é um cara conspícuo.

Com certeza, depois da perplexidade, ele irá mandar você praquele lugar.

Um grupo de amigos estava comemorando uma pescaria no Pela Porco, um boteco que fazia uma feijoada de primeira. O panelão ficava no fogo o dia inteiro com aquele mundo de feijão defumado pelo charuto do cozinheiro. Era a feijoada mais original da cidade, pois até a mão de obra era de porco. Na realidade, o nome do boteco era Dimas Drinks do Panelão; nós é quem chamávamos de Pela Porco... Estávamos comemorando uma caçada de perdizes no Paraguai e a turma era grande e a folia era grossa. Certo momento, pediram ao Dr. Bardijão para encerar a festa com um discurso, coisa que ele fazia com maestria de ilustre causídico de-

cano. Nem um pio no boteco, com a voz embargada ele quis dar destaque ao maior caçador da turma (o único talvez) que era conhecido na cidade por ser árbitro de futebol na várzea francana. Enérgico, o baixinho apitava com um cassetete na cintura e não levava desaforo para casa. Voltando ao discurso, depois de uma pausa, emocionado disse: “Além do mais, Barioni, você reconhecidamente é uma pessoa impoluta...”.

“Impoluta é a pqp”, ele retrucou na hora, indignado.

Ora, impoluto, conspícuo e aleivoso são palavras usadas por quem gosta de causar espécie no ambiente. Como o palavreado rebuscado dos gongóricos, criado por Luiz de Gongora Y Argote. O linguajar das cortes era desse naipe. “Você quer dançar comigo?” é conspícuo.

“A senhorita poderia me dar o prazer dessa contradança?” é protocolar e gongórico.

Meu pai dizia que o linguajar do sertanejo pernambucano naquele seu tempo de engenho era rebuscado e seguia um certo padrão do linguajar bíblico do tipo: “Em verdade vos falo...”. Outras vezes, tão gongórico como: “Meu senhor, dou-lhe a conhecer que pracolá vi um homicídio cachorral provocado pelas rodas borrachinosas de um veículo em disparada velocidade...”.

Um carro atropelou um cachorro!

Outra famosa que meu inesquecível professor de português (Lugo) usava para definir gongorismo era “colóquios flácidos para adormentar bovinos”, ao invés do famoso “conversa mole para boi dormir”.

Não use “nítido”; use “conspícuo” que é muito, muito mais chocante.

Entre ter um nódulo de mama nítido e um conspícuo, eu vou querer ter um nítido que parece ter muito mais chance de ser benigno. Diga a uma mulher que veio pedir esclarecimentos que ela tem um nódulo conspícuo na mama...

No congresso, agora, nessa limpeza de cozinha que finalmente fizeram, a palavra mais ouvida era “procrastinação”. Ufa, encheu o saco e poderiam simplesmente numa linguagem mais forte dizer às branquelas maritacas: “não enrola”.

A corrupção que assolou o país nesses governos passados colocou em cheque nosso judiciário, pois o dinheiro roubado foi declarado pelo Partido dos Trabalhadores e aprovado pela Justiça Eleitoral. Há uma distância imensa hoje dentro dessa corrupção, entre dinheiro e valor. Estão sendo processados indivíduos com muito dinheiro, mas nenhum valor. No meio desse povo corrupto, os políticos vivem a mendacidade. Mendacidade é a filosofia inspiradora do mensalão do PT e da turma capturada pela Lava Jato.

Por falar em mendacidade, lembrei-me do poeta Thoreau, que definiu bem essa filosofia. Lembrei-me ainda de glorificar o clima de superação que essa Paraolimpíada trouxe para nós, povo brasileiro.

Vamos torcer pelo Brasil dar certo.

Vamos nos lembrar do nosso tempo de criança, que a gente brincava de pique em grupo e cada um ajudava como podia: corre Moro, pega o Inácio atrás da moita...

PERFIL • 23

Edição 459 – Novembro de 2016

“O impossível é apenas difícil” Dr. Zé da Luz somava todos os ingredientes para ter um futuro duvidoso – nasceu em uma família simples, de muitos irmãos, no interior do Piauí. Aprendeu a ler aos 17 anos e formou-se médico apenas aos 37.

Mas nunca desistiu, e já teve sua trajetória reconhecida por uma ONG internacional Dr. Zé da Luz, como é carinhosamente conhecido, nasceu em 1934, no Piauí – de fato, seu nascimento se deu na Fazenda Sussuapara, no sertão do Estado, a 18 km do município de Picos. Ele não chegou a cursar o primário. Trabalhador rural dos 5 aos 16, aprendeu a ler aos 17 anos.

Graduou-se médico em 1971, aos 37 anos, na Escola Médica de Pós-Graduação da PUC pelo Prof. Nicola Caminha e no Instituto de Radiologia e Medicina Nuclear Manoel de Abreu pelo Prof. Dr. Abércio Arantes Pereira. Dois anos depois, fundou seu Instituto em Ourinhos, interior de São Paulo.

Dr. Zé da Luz tornou-se presidente da Associação Paulista de Medicina – Regional de Ourinhos, membro do Conselho de Administração da Unimed e radiologista do Serviço de Imagem do Hospital da Unimed da cidade, além de dirigir seu instituto.

Em 2005, esteve por oito dias na Suíça a convite de uma ONG. O convite aconteceu após Therezinha Dey, brasileira que vive naquele país e representa a Associação Raízes, ler a autobiografia do radiologista, intitulada José da Luz e suas histórias: porque o impossível é apenas difícil. Encantada com sua história, convenceu-se de que o radiologista poderia contribuir com o III Congresso de Literatura da entidade, em Genebra, lançando o seu livro. Isso seria um grande incentivo para todos da Associação, que tem como missão amparar imigrantes em dificuldades e manter a cultura brasileira. “Eles se identificaram com a minha história. Muito do que eu passei aqui eles passam lá”, afirmou na época o médico, que mostrou aos participantes 180 fotografias da sua cidade, do sertão e muitas regiões do Brasil.

Ministrou uma palestra em Berna, capital da Suíça. Foi convidado pela esposa do embaixador do Brasil na Suíça, Giza Viana, para dar uma entrevista nos estúdios da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. Lá visitou também o Hospital de Medicina da Universidade de Genebra e o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), roteiro agendado pela Associação Raízes com Giza Viana em missão diplomática. “Foi uma grande experiência. Fui recebido como uma personalidade importante. Não esperava encontrar pessoas em dificuldade, que vissem em mim um estímulo”, contou.

preparar para o vestibular e, em 1964, ingressar na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.

Concretização dos sonhos

De volta a Picos, ingressou no ginásio; estudou muito sozinho, de madrugada, sob a luz da lamparina, já que de dia trabalhava como mangaiô, uma espécie de vendedor de pau-de-arara. Terminado o ginásio, foi para o Rio de Janeiro em um caminhão pau-de-arara durante nove dias e lá chegou sem conhecer ninguém.

Algum tempo depois, lá reencontrou um conhecido do sanatório que lhe arrumou um emprego, e Dr. José da Luz pôde, então, cursar o científico, se

Durante os 5º e 6º anos de faculdade, aceitou trabalhar em hospitais apenas em troca de moradia e alimentação. Em 1969, formou-se médico.

Depois cursou residência em Radiologia e mudou-se para Ourinhos, onde começou a se estabelecer.

“Na 5ª JPR em São Carlos, que teve como anfitrião o Dr. Santini, ouvi a indicação e determinação do Padim Juvenal Calixto, de Bauru, e decidi ir para Ourinhos em junho”, conta.

Muitos outros desafios foram superados até que ele finalmente montou seu próprio serviço, a Clínica de Radiologia e Ultrassom Dr. José da Luz, na qual utiliza todos os tipos de método de diagnóstico. Ocupou o cargo de presidente do Clube Manoel de Abreu no biênio 1983-1985.

Em 2011, o Dr. Zé da Luz foi homenageado na 41ª Jornada Paulista de Radiologia, como patrono do evento. “Foi uma surpresa agradável.

Nunca sonhei com a escolha. Acho que há muitos merecedores, mas já que a bola caiu indicando a minha vez, estou feliz”, comentou.

Não há honraria que o faça deixar de ser simples e de fácil trato. E parece não haver prêmio suficiente para convencê-lo de que, sim, ele é merecedor!

Dr. Zé da Luz é casado há 46 anos com Aura Gibara Bordallo da Luz, com quem tem três filhos – Tereza, Benjamim e Samara – e dois netos – Dhiana Lotús e Ravi.

Capítulos tortuosos

Aos quatro anos, começou a trabalhar na roça.

Aos 14, perdeu a mãe quando ela dava à luz ao oitavo filho. Aos 15 anos, ele teve tuberculose e, três anos depois, foi internado em um sanatório de freiras em Teresina. E foi exatamente durante esse período que aprendeu a ler e a escrever.

Dr. José da Luz, sobre homenagem na JPR’2011: “Foi uma surpresa agradável. Nunca sonhei com a escolha"

24 • LEITURA DINÂMICA

Obra faz cobertura completa da saúde do feto A Elsevier está trazendo ao mercado editorial a edição atualizada da obra Twining Medicina Fetal.

O livro foi idealizado pela radiologista Dra. Anne Marie Coady e a especialista em medicina fetal Dra. Sarah Bower. Ele mostra, passo a passo, as fases necessárias para a cobertura da saúde do feto, desde a detecção e a interpretação, até as abordagens de condutas de sucesso.

Apresenta os últimos desenvolvimentos na detecção de anomalias em quatro capítulos novos: Crescimento Fetal; Distúrbios Hematológicos; Patologia Fetal e Tumores Fetais. Também estão presentes os principais avanços nas tecnologias de imagem, incluindo o Ultrassom 3D, IRM Fetal e

Doppler em Cores. Esta 3ª edição tem 632 páginas.

Dra. Anne Marie Coady é consultora na área de radiologia e especialista em serviços de ultrassom fetal no britânico Spire Hull and East Riding Hospital. É membro das associações Royal College of Radiologists, The British Medical Ultrasound Society, The International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynaecology e The Royal College of Radiologists. Atualmente, é a única radiologista a possuir o Certificado de Higher Training in Obstetric Ultrasound em sua área.

Dra. Sarah Bower é consultora em Medicina Fetal no Centro Harris Birthright Research para Medicina Fetal do King’s College Hospital NHS Foundation Trust, em Londres.

Gostaria de ver um livro recémlançado da área de Radiologia e Diagnóstico por Imagem nesta seção?

Envie sua sugestão para jornaldaimagem@ spr.org.br

Seja parceiro de quem sempre investe em inovação.

1. Optix: maior SNR através de fibra ótica para recepção de sinal RF. 2. Ecomagination: menor espaço de instalação, menor consumo de energia elétrica e zero perda de hélio.

3. Silent: exames sem ruído.

Os produtos/tecnologias mencionados neste material podem estar sujeitos à regulamentação do governo. Seu embarque e efetiva comercialização só poderão ocorrer após a aprovação do regulador.

3.0T SIGNA PIONEER

3.0T SIGNA PET-MR

1. TDI: a mais recente e inovadora em tecnologia de recepção de sinal RF. Muito maior relação SNR e uniformidade da imagem.

2. MAGIC: seis contrastes em apenas uma aquisição de cinco minutos. É a magia da maior produtividade e facilidade de uso.

3. 97 canais: pronto para o presente e preparado para o futuro.

1. Nova tecnologia: aquisição simultânea de PET e RM. 2. TOF (Time-of-Flight): maior CNR (400ps).

3. Maior sensitividade do mercado: 21 cps/kBq.

produtos.saude@ge.com www.gehealthcare.com.br

TM Rio 2016 | Todos os direitos reservados.

1.5T SIGNA CREATOR 1.5T SIGNA EXPLORER

JB38780BR

Faça parte da grande família SIGNA MR que, há mais de 30 anos, vem inovando em direção ao futuro. Conheça os últimos lançamentos e tenha 3 motivos para se decidir:

TÚNEL DO TEMPO • 25

Edição 459 – Novembro de 2016

HÁ 30 ANOS O Jornal da Imagem destacava, em novembro de 1986, que o 21º Congresso Brasileiro de Radiologia teria Oncologia: Terapia e Diagnóstico como tema. O evento aconteceria no Parque Anhembi e aguardava a chegada de seis professores estrangeiros.

A edição também frisava que o Dr. Waldir Maynone havia sido homenageado como presidente de honra da 18ª Jornada de Radiologia do Rio de Janeiro. O evento foi conduzido pelo então presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia, Dr. Max Vianna do Amaral.

O 7º Congresso Europeu de Radiologia, que ocorreria no ano subsequente, já era então anunciado.

O Colégio Brasileiro de Radiologia organizava, então, uma caravana para facilitar a ida dos brasileiros ao evento, em Lisboa, Portugal. Na ocasião, já havia 200 profissionais confirmados para a viagem.

REALÇANDO NA IMAGEM

O CONTRASTE DA VIDA Bayer, sinônimo de inovação, tem como um de seus princípios propiciar ciência para uma vida melhor.

Na área de diagnóstico, é pioneira em meios de contraste para raios-X, tomografia e ressonância magnética. No Brasil, introduziu o conceito de contraste órgão-específico, visando diagnósticos mais precoces de forma não-invasiva de patologias hepáticas focais.

Do diagnóstico ao tratamento, a Bayer oferece soluções que contribuem para um cuidado diferenciado de seus pacientes.

www.ri.bayer.com.br

L.BR.MKT.01.2016.4595

26 • NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Equipamentos Vendem-se ou alugam-se equipamentos de: cintilografia óssea GE (modelo Discovery NM 630, lacrado, na caixa e com garantia de 36 meses no contrato com a GE) e tubo de mamógrafo GE - DMR. Contato com Romero Garcia: (11) 98284-7059 / romerogarcia10@gmail.com.br. (1) Vende-se aparelho de US Philips Envisor com três sondas (convexa, endovaginal e linear), pouquíssimo uso e em perfeitas condições. R$ 25 mil.

Contato com Emeline: (21) 99847-9061 | emeline.lemonde@gmail.com. (2) Vende-se tomógrafo Prospeed GE, ano 1996, com contrato de manutenção com a GE desde novo, todos os manuais e fanton de calibração. R$ 90 mil. Contato com Flavius: (11) 99691-5191. (3) Vende-se ressonância magnética 1,5T Philips completa - ou se aceita parceria com clínica ou hospital.

Contato: (73) 99981.8408 | cid.imagens@gmail.com. (3) Vende-se sistema de diagnóstico por ultrassom modelo DC-T6 com software 4D, tela 17 polegadas (c5-2)

e transdutor convexo 1.5- 5.5 com harmônica angulação 68 graus para DC-T6. Contato com William: (13) 3476-6161 | adm@cedial.com.br. (3) Vende-se equipamento de ultrassonografia X8-LV com 4D, transdutor convexo volumétrico (XB-AX-V10), transdutor endocavitário curvo (V10 – X8) (CF OP-5 102), transdutor linear (X8) (cfop 5.102) e guia de biópsia plástica ED (CF OP 6 102). R$ 70 mil. Contato com Viviani: (13) 34766161 | relacoesp@cedial.com.br. (3) Vendem-se ultrassonografia GE Logiq 5 Pro, com Doppler colorido/pulsado e sondas convexas, de 3.5 MHz, linear, de 7 a 10 MHz, e endocavitária; e tomógrafo helicoidal GE HiSpeed LXI, recondicionado pela fábrica em 2009, mais tubo 3.5 MHU com 325 mil cortes. Contato: (88) 3614-5152 | financeiro@medscan.med.br. (3) Vende-se aparelho de tomografia computadorizada helicoidal da marca Picker, modelo PQS, com tubo novo e contrato de manutenção. R$ 180 mil. Contato com Fábia: (62) 98412-2911. (3) Vende-se mamógrafo digital (DR) Fuji Amulet 2012 com todos os opcionais,

A Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem não se responsabiliza, nem cível, nem criminalmente, pelas informações inseridas nesta seção, sendo estas única e exclusivamente responsabilidade do anunciante. A SPR também não possui qualquer participação ou interesse econômico nos negócios efetuados em decorrência dos anúncios.

pouco usado e sempre com contrato de manutenção. Aceita-se como parte do pagamento raios X analógico, mamografia analógica ou CR. Contato: administracao@digimaxdiagnostico. com.br. (2)

Oportunidade O Hospital Universitário da UFES oferece quatro vagas de Aperfeiçoamento nível 4 em Radiologia e DI (reconhecido pelo CBR), englobando as áreas de RM, TC e US em geral, em Vitória (ES). Pré-requisito: conclusão de residência médica em Radiologia e DI credenciado pelo MEC e/ou CBR. Carga horária: 42h semanais (sem remuneração). Inscrições: de 1º/11/16 a 6/2/2017. Informações: (27) 3335-7177 (Sandra Littig), (27) 33357430 (Enf. Armelinda Pedrini) ou pelo email r4hucam@gmail.com. (1) Aperfeiçoamento nível 4 (A4), reconhecido pelo CBR, em RM de alto campo, com bolsa e plantões remunerados, discussões de casos incluindo TC multislice e PET-CT e

pré-laudos. A DIIMAGEM oferece duas vagas para 2017, equivalentes ao 4º ano de residência médica. Local: Campo Grande (MS). Pré-requisito: três anos de residência médica em serviço credenciado pelo CBR. Médico responsável: Sérgio Augusto Maksoud. Informações com Sandra: (67) 3316-4529 | (67) 99221-2326 | sandra@diimagem.com.br. (2) Radiologistas com Título de Especialista pelo CBR para atuar em Hospital de São Paulo duas vezes por semana, nove horas por dia (ultrassonografia e tomografia). R$ 12 mil + R$ 2 mil (chefia) + produtividade.

Contato com: Ricardo (11) 99601-1487 | ricardogomiero@hotmail.com. (2) Vendo minha parte da sociedade de uma clínica de imagem há 18 anos no mercado, excelente reputação, carteira com mais de 20 convênios e seguradoras, com cinco aparelhos de ultrassonografia, um mamógrafo e uma densitometria óssea, no centro de Taubaté (SP). Contato com Hernani: (12) 997215313 / hernanimoreira@uol.com.br. (1)

Como ANUNCIAR Os membros da SPR que estiverem em dia com a anuidade poderão publicar seus anúncios nesta seção gratuitamente. Os radiologistas que não forem associados devem pagar uma taxa. Para sócios em dia do CBR, o ônus por publicação é de R$ 250. Já para os radiologistas que não forem membros nem da SPR nem do CBR, o ônus por anúncio é de R$ 300. O anúncio deve ser enviado até o dia 10 de cada mês, para publicação no mês subsequente. Outras informações: jornaldaimagem@spr.org.br.

SERVIÇO Bird Solution (11) 5016-5509 / www.birdsolution.com.br • Carestream 0800 891 7554 / www.carestream.com.br • Cryo Service (19) 3828-3400 / www. cryoservice.com.br • Digitalmed (11) 2376-0515 / www.digitalmed.com.br • E-people (11) 3562-2970 / www.epeople.com.br • Fujifilm (11) 5091-4000 / 50914999 • IBF (11) 2103-2000 / www.ibf.com.br • Imagem Sistemas Médicos (11) 4133-0053 / www.imagem.med.br • Konica Minolta www.konicaminolta.com. br • Konimagem (11) 2950-1971 / www.konimagem.com.br • Livraria Imagem Médica (11) 5873-3811 • Macsym (11) 2957-7735 / www.macsymtec.com.br • Mallinckrodt 0800 178 017 • Penta Médica (11) 5181 5555 / 5694 0555 / www.pentamedica.com.br • Pixeon (48) 3205-6000 / www.pixeon.com / (11) 2146-1300 • Shimadzu (11) 2134-1643 / www.shimadzu.com.br • Sul Imagem www.sul-imagem.com.br • Toshiba (11) 4134-0000 / www.toshibamedical.com.br.

Já conhece o Programa de Relacionamento da SPR? Acesse o site da SPR e conheça os benefícios específicos para cada categoria de asssociação Valorização

Confiança

Conteúdo

Relacionamento

O membro é prioridade na SPR. Os associados têm direito a um período exclusivo de inscrição na JPR e no Curso de Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres Secaf) e estão isentos das taxas de inscrição.

O que nos une é uma relação de confiança mútua, renovada e ampliada nesse novo modelo de relacionamento mais inclusivo e próximo.

Nossa missão é promover excelência em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, e isso inclui o associado como figura central desse cenário.

Queremos reforçar a parceria firmada e a confiança construída nestes anos de atuação da entidade e valorizar os esforços em promover o conhecimento na área da Radiologia.

Programa de Relacionamento da SPR Um jeito novo de conectá-lo ao que a Radiologia tem de melhor

www.spr.org.br

AGENDA • 27

Edição 459 – Novembro de 2016

Eventos da SPR

2016

NOV

Data 3

Evento

Outros eventos

Local

Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (Gera)*

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Mama (Gema)*

4e5

12º Congresso Brasileiro de Neurorradiologia congressoSBNR.com.br

São Paulo, SP

8

Grupo de Estudos de Ultrassonografia (Geus)*

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Meios de Constraste (GEMCR) 9

10

Clube Roentgen* Mini CCRP Hospital Servidor Público Estadual

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Radiologia Cardiovascular (Cardio)*

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe)* Grupo de Estudos de Neurorradiologia (Gene)*

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear http://goo.gl/ce4MDH

São Paulo, SP

22

Grupo de Estudos de Pediatria (Geped)*

Sede da SPR

23

Grupo de Estudos de Imagem Quantitativa (Giq)**

Sede da SPR

RSNA 2016 – http://goo.gl/VV7aV

Chicago, EUA

12 a 14

27/11 a 2/12

Eventos da SPR

2016

DEZ

Data

Outros eventos

Evento

Local

7

Clube Roentgen* Mini CCRP Unicamp

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

8

Grupo de Estudos de Neurorradiologia (Gene)*

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Meios de Contraste (GEMCR)

Sede da SPR

14

Informações sobre eventos da SPR: www.spr.org.br ou (11) 5053-6363.

Sede da SPR: Av. Paulista, 491, cj. 41, São Paulo.

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza: Al. Santos, 85, São Paulo. *Evento com transmissão via web em parceria com a Pixeon. ** Evento com transmissão via Skype; agenda completa das transmissões em: www.spr.org.br/cursos-via-web.