56ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Angeli RosePresidente do Instituto Internacional Cultura em Movimento – IICEM

Brasil

Beatriz Zawislak.............................................................................................31 D. Umbelino.....................................................................................................38 Jacques Fernandes – JAX................................................................................54 Jean Carlos......................................................................................................61 Mino de Oliveira............................................................................................69

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Marisa Alves...............................................................................................34 Mirian Menezes de Oliveira...................................................................36 Rosa Maria Santos....................................................................................40 JAX ................................................................................................57 FALPA – Federação das Academiasde Letras do Pará..........................58 Jucélia Betinardi Fachini..........................................................................67 Grazielli Moraes........................................................................................68 Tito Mellão Laraya.....................................................................................72

ENTREVISTAS COLUNAS

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Solar de Poetas..........................................................................................46 Poetas Poveiros.........................................................................................50
capa

Shirley M. Cavalcante Editora e

do projeto Divulga Escritor

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia

Ano VII Nº 56

Edição de novembro de 2022 Publicação Bimestral

Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664

Diagramação: EstampaPB

Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 996161090

Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à 56ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

Nesta edição, temos como destaque de capa a presidente do IICEM, nossa querida Angeli Rose, apresentando o Instituto Internacional Cultura Em Movimento, suas principais atividades, membros e objetivos.

Composta por mais de 20 escritores contemporâneos, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo.

Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 54.

Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos.

Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos:

Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal.

Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal.

Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal.

Obrigada, Manso Preto, director do Minho Digital, apoio em Portugal

Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil.

Obrigada, Nell Morato, apoio no Brasil.

Obrigada, Evandro, do Blog Atraentemente, apoio no Brasil.

Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas.

Obrigada, a todos participantes, que mantêm o projeto vivo!

Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI.

Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista, colaborativa, elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo.

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Coordenadora

Divulga Escritor

Você Escritor

Que pensa em publicar Não importa em que área atue Editor no momento de selecionar Vai escolher os livros melhores De comercializar.

Leve em consideração que o Editor

Na hora de editar Vai escolher os autores Que divulgam melhor o seu trabalho Para então os seus livros, A publicação financiar.

O gestor de uma empresa, Na hora de aceitar, O convite do escritor Para o seu livro apoiar, Os colaboradores comprar, Vai logo no Google, facebook, Informações do escritor coletar.

Por isso escritor, Quanto mais e melhor divulgar, O seu trabalho literário, Maior chance de sucesso terás, E a sua carreira literária alavancar.

Você Escritor, Não deixe de divulgar, Entrevistas, resenhas, Artigos, textos, apresentações... Divulgar, divulgar, divulgar...

Mais uma dica Literária, Agora vamos lhe dá, Ter foco no público-alvo, É sempre um bom caminho, a realizar, Pois, assim selecionarás empresas, eventos... Identificarás os gestores, Com foco e determinação, O apoio você irá encontrar, Com palestras o livro apresentar.

Vem para o projeto Divulga Escritor O seu livro divulgar, Entrevistas realizar, Textos apresentar, Amigos novos encontrar.

Te esperamos para juntos Cada vitória comemorar! Vem com a Equipe Divulga Escritor, Que estará sempre por aqui, para juntos te divulgar!

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Sobre a “Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia” por Dra. Alexandra Vieira de Almeida

Link para acesso a edição da revista com destaque para matéria de capa com a Dra. Alexandra

https://issuu.com/smc5/docs/40_divulga_ escritor_revista_literar

O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacional mente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para no vos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial.

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Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ)

O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacional mente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profis sionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e pro jetos voltados para o mercado editorial.

A Revista desde seu nascimento preza pela elaboração de entrevistas especializadas, tendo como princípio conhecer, de antemão, o perfil do entrevistado. Assim, se torna mais pleno o domínio do foco almejado, com entrevistas bem elabora das e questionadoras que revelam a beleza e especificidade do escritor divulgado. O foco divulgacional de cada profissional apresentado é conduzido com mestria pelas mãos eficientes de Shirley M Cavalcante, que com seu dom criativo e reflexivo, leva os entrevistados a se adentrarem no terreno de sua própria obra de modo magistral. A jornalista conhece como ninguém o domínio da palavra exata e essencial, não deixando nada a desejar aos grandes entrevistadores da grande mídia.

Mas não só de entrevistas que a Revista se vale para divul gar a verdadeira literatura. A Revista também divulga textos literários, tanto no gênero prosa, como no gênero da poesia. Assim, podemos encontrar um leque diversificado de textos, como artigos, contos, crônicas, e poemas, sendo apresentados em todas as edições da Revista. Ela não tem patrocínio. Como então ela sobrevive em meio às dificuldades e crises em que vivemos, sem nenhum apoio das grandes empresas ou veícu los de divulgação ou do próprio Estado? Ela se vivifica por um retorno colaborativo, pela união, pela fraternidade entre os participantes da revista. Todos colaboram para que a revista aconteça e apareça na mídia, com grande sucesso.

E qual o grande retorno disto? A Revista é inteiramente gratuita. Isso mesmo. Para todos que acessam a internet, ela está disponível e bela como sempre, enobrecendo o trabalho destes profissionais admiráveis com grande destreza e impor tância. A Revista tem ampla divulgação em várias mídias, além de diversos apoios quando se fala em trabalhos personalizados por edição. Todas as edições da Divulga Escritor podem ser acessadas de forma gratuita. Este é o grande diferencial do pe riódico, uma publicação que se vale de sua maior importância em toda a lusofonia.

Portanto, Shirley M. Cavalcante é uma desbravadora de ma res infinitos, trazendo à público a força e a garra de uma mulher que não para e oferece um trabalho de extrema qualidade e con fiança. A jornalista é um exemplo para todos aqueles que querem alcançar o reconhecimento de um trabalho perfeito e inigualável. A Revista Divulga Escritor tem verdadeiramente uma máxima importância, sendo a maior revista literária da lusofonia, divul gada e apreciada amplamente, tendo muitos seguidores. Vivas à Shirley M Cavalvante e seu trabalho esplendoroso.

Link para última edição da revista, a de N.46 no ISSUU

https://issuu.com/smc5/docs/46__divul ga_escritor_revista_literaria_da_lusofoni Outras edições no ISSUU https://issuu.com/smc5

Serviços

Links para acesso gratuito a todas edições publicadas Revista: Site da Revista http://www.divulgaescritor.com/revista/ Recanto das Letras - em PDF http://www.recantodasletras.com.br/ autor_textos.php?id=185182&catego ria=M&lista=ultimas

Almanaque Literário http://www.almanaqueliterario.com/revis ta-literaria-da-lusofonia

Quem desejar participar é só encaminhar email para nosso editorial informando o que deseja divulgar na revista, apresenta remos proposta. smccomunicacao@hotmail.com

Não temos a revista impressa. Valores para participar da Revista

• Valor da página para PF - 50 reais ou 13 Euros (publicação de textos em versos e em prosa, como conto, crônicas.)

• Valor da página para PJ - 300 reais ou 70 Euros

• Valor para publicação de entrevista - 100 reais ou 25 Euros

• Capa - Negociação individual.

Promoção Divulgação de livro, sinopse, juntamente com imagem de capa do livro, R$30,00(trinta reais). Aguardamos seu contato!

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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam

“Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade.

Saudades eternas.”

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Shirley Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

Homenagem a Margot Weide - In Memoriam

“Descobri tardiamente que tinha nos deixado, linda Margot. Agradecemos por todo o seu apoio e participação. Agradecemos por seu legado literário, que fica para gerações.

.

Saudades eternas.”

Shirley Cavalcante

Editora Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

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www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 12 DIVULGA ESCRITOR Quer ser o próximo entrevistado para Revista Literária da Lusofonia? Entre em contato com o nosso editorial, apresentaremos proposta: smccomunicacao@hotmail.com | 55 83 99616 1090 Você é o Aqui destaque
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Angeli Rose

Presidente do Instituto Internacional

Cultura em Movimento – IICEM

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Representa também espaço de convivência da diversidade, da pluralidade com viés dialógico, aspectos fundamentais para pensar e construir um mundo melhor,mais democrático e menos desigual.”

Entrevista com a escritora e Presidente do IICEM

Angeli Rose

Angeli Rose é professora, pesquisadora, escrito ra,PhD em Educação e Linguística Aplicada (UFRJ); Multi DhC em Educação ,Literatura e Belas Artes organizadora de antologias;Presidente do IICEM, fundadora do Coletivo Mulheres Artistas,Dire tora de Eventos e Divulgação da AJEB,Membra de diversas associações e academias de Letras nacionais e internacionais; Chanceler Máster e Comendadora de Excelência e Qualidade em Edu cação (Braslíder);Embaixadora da Paz (OMDDH/ LITERARTE);ex-colunista do Jornal Clarín Brasil(Di gital); potencializadora de talentos;autora de “Bio grafia não autorizada de uma mulher pancada”; “Reflexões sobre experiências de leitura e algu mas contribuições do mito de Don Juan” (E-book e impresso); “Jornalismo Cultural: Um exercício de Valor” (E-book e impresso) e o mais recente, “Pedras Deslizantes”,uma coletânea de poemas autorais; e co-autora de mais de 60 antologias nacionais e internacionais.

Boa leitura!

Angeli Rose, é um prazer contamos com a sua partici pação na DIVULGA ESCRITOR: REVISTA LITERÁRIA DA LUSOFONIA. Conte-nos, como surgiu o Instituto Internacional Cultura Em Movimento – IICEM? Angeli Rose - A parceria inicial com a Prof. Dra.Titular em Estudos de Literatura e Cultura Brasileiras,Luciana Nasci mento(UFAC/UFRJ),primeira Vice-Presidente do IICEM e co-fundadora,nasceu de anseios comuns e afins que fo ram se delineando à medida que estreitamos a amizade e conversamos sobre o desejos de estarmos à frente de uma instituição cultural. Inicialmente, sem forma clara, até que

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

chegamos ao formato de “instituto”. Ambas docentes há muitos anos, com diversas experiências profis sionais em torno do magistério superior e da pesquisa, o que nos levou a entender que o aspecto for mativo estaria presente nas ativida des a serem promovidas. Também o aspecto transformador, para além do informativo, seria deter minante como aposta no desen volvimento do pensamento crítico para o exercício pleno da cidada nia, através da Cultura e da Arte. O fato de vir da experiência exito sa de ter fundado e estar coorde nando o Coletivo Mulheres Artis tas – hoje, parceiro do IICEM - , isso foi também fundamental para que a aproximação com Luciana se desse, posto que ela desenvolvesse estudos sobre realidades femininas em seus estudos investigativos. E você sabe que um sonho sonhado junto, compartilhado, tem maior chance de tornar-se realidade. As sim nasceu o IICEM.

Quais os principais objetivos do IICEM?

Angeli Rose - Na condição de or ganização social e civil sem fins lucrativos, o IICEM tem por obje tivos: Promoção da  cidadania por meio do incentivo e da difusão das manifestações artístico-culturais. Além disso, o IICEM tem promovi do  projetos e atividades que fomen tam a cultura e o meio ambiente, proporcionando uma  circulação dos produtos culturais através de e redes de distribuição e difusão. Além disso, a Editora Cultura Em Movimento, braço do IICEM, bus ca publicar autores não canônicos, ou que estão fora da grande mídia editorial, a fim de revelar novos au tores e oportunizar a ampliação do cânone literário, oferecendo novos produtos de qualidade para a críti ca literária e a ensaística de especia listas e pesquisadores.

Para você o que o IICEM repre senta?

Angeli Rose - É a criação de um ter ritório de resistência a um cenário hegemônico em que a cultura está reificada em muitas de suas frentes de ação. Representa também espa ço de convivência da diversidade, da pluralidade com viés dialógico, aspectos fundamentais para pensar e construir um mundo melhor,mais democrático e menos desigual.

Quantos membros hoje o Institu to Internacional de Cultura Em Movimento tem?

Angeli Rose - Nosso quadro de membros conta com as categorias de Fundador; Efetivo; De Honra; Correspondente-Internacional; Poeta-Honorário e Benemérito. Portanto, no geral estamos com 55 membros. Já tivemos mais até, chegamos a 75 no primeiro ano de existência do IICEM, mas é espe rada certa flutuação e movimento de entra e sai nesse tipo de institui ção, até que se estabeleça no cená rio cultural. Porém, considerando que nossa divulgação ainda é por “boca a boca”, entre amigos, por indicação, candidaturas com apre sentação de currículos ou convites, como é o caso dos Membros de Honras, principalmente, podemos considerar que estamos caminhan do para a expansão da instituição. No momento, inclusive, estamos em fase de reavaliação e reestru turação do quadro administrati vo, entretanto, em fluxo contínuo de acolhimento e adesão de novos membros até abril de 2023,de pois , a associação deverá ser epi sódica por editais específicos.

Apresente-nos nomes e atividade dos membros:

Angeli Rose - Entre os Membros de Honra, convidados pela Presidên cia, citarei alguns, porque são mui tos : A Ex-Ministra de Direitos Hu

manos, Desembargadora Luislinda Valois (BA); o ex- Ministro da De fesa e do Esportes,o jornalista Aldo Rebelo(SP); o escritor,colunista da FSP, agora imortal pela ABL, Ruy Castro(RJ); a escritora Eloi sa Seixas(RJ);o fotógrafo de Artes, Dr. Euderson Kang Tourinho(RJ); a escritora Dra, Juçara Valverde (RJ);o dicionarista e DhC. Wagner Azevedo; Prof.Dr. Celso Sanches (estudioso das questões do Meio -ambiente e poeta); o Prof.Dr. Leo nardo Villela da área da Educação Superior, ambos da UNIRIO; o Di retor e Fundador da Confederação Internacional do Livro, Alan Mo rales (Peru); a Presidente da Acade mia Inclusiva de Acadêmicos Bra silienses (AIAB), a premiada Prof. Dinorá Couto Cançado, dedicada à inclusão de deficientes visuais;a premiada escritora Sonia Rosa; a Presidente da Academia Brasileira de Belas Artes, Dra. Vera Gonzáles; a editora(ZMF) e escritora, Zélia Fernandes(nossa Conselheira); os gestores culturais Dom Alexandre Carvalho (Presidente da Federação Brasileira de Acadêmicos de Ciên cias, Letras e Artes – FEBACLA e Conselheiro Fiscal do Instituto) e Dom Iguaci Luiz de Gouveia (Pre sidente da Organização dos De fensores dos Direitos Humanos – OMDDH); o ficcionista e Prof. Dr. Gustavo Bernardo (UERJ);o poeta e tradutor Alexei Bueno; e em outras categorias: Poetas Ho norários Eliseu Banori E Ernesto Moamba;Membro Benemérito, o fotógrafo de Arte, o italiano Dr. Micheli Angelillo; como Corres pondentes - Internacionais,temos a educadora Maurianne Caminha Peterson(Suíça);o Prof.Dr. Maged Elgelaby(Egito);além dos membros efetivos,como a poetisa Zezé Li bardi (tesoureira IICEM); o Prof. Dr. Thiago Krause(historiador da UNIRIO,no momento em Prince ton);Vivian Gestial (Administrado

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ra pública e responsável pelo marke ting e divulgação do IICEM). Posso resumir que contamos com um qua dro de membros de diferentes áreas do conhecimento e atividades artís ticas, nas diversas categorias, o que gera uma rica experiência de troca e debates possíveis e desejáveis.

Apresente-nos algumas das ati vidades já desenvolvidas pelo II CEM, e principais resultados. Angeli Rose - Eu mesma fiquei sur presa, em parte, recentemente quan do preparamos um informe sobre as atividades promovidas no primeiro ano do IICEM. Nos demos conta de que tínhamos realizado muito com diversidade de eventos, entre presenciais e virtuais. Mas digo “em parte”, porque, se de um lado temos trabalho muito, sem parar, desde a fundação e criação do IICEM em 16 de Julho de 2021, o que desfaz a sur presa, isto é, são resultados do que estamos construindo; de outro lado, temos nos surpreendido pela nossa capacidade de realização em meio a uma pandemia, momento em que a cultura foi impactada fortemente; e ao mesmo tempo, a recepção e a participação de amigos e membros diante das proposições que tem sido apresentadas. Neste primeiro ano, há que se considerar que a nossa receita foi bem pequena, porém, consegui mos, ainda sem patrocínios, realizar muito, e cabe destacar que o apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, através da 1ª.Vi ce-Presidente, Prof. .Luciana que as sinou um termo de cooperação com o projeto de autoria dela Cartografia Urbana, Centros e Margens(UFRJ), iniciativa fundamental para o ano de 2022. Assim, realizamos ativida des como: uma “feira literária”, a FE LICA (RJ), Feira Literária Carioca, da qual sou idealizadora e produto ra, com o enorme apoio da equipe IICEM, à qual sou imensamente agradecida pela dedicação e com

petência. Foram 6 dias de atividades em Março /2022, das 10 horas às 19 horas,com palestras, lançamentos literários, cordel, música, dança, rodas de conversas,debates,exposi ção e venda de livros para todos os gostos e idades. Esta “feira”,realiza da na Sala de Leitura da Biblioteca Écio Salles do Planetário da Cidade, contou com 180 convidados, entre artistas, ativistas, palestrantes, escri tores, performer,pesquisadores,mú sicos,acadêmicos,gestores culturais oferecendo atividades de excelên cia e um debate de qualidade sobre a cultura brasileira nas diferentes facetas ,principalmente, contempo râneas. Além disso, promovemos exposições visuais de fotografia de arte; palestras, lançamentos literá rios, show musical de Bossa Nova, e participação nas “feiras virtuais de livros internacionais” promovi das pela Confederação Internacio nal do Livro do Peru, das quais sou Embaixadora Cultural, portanto, de 40 em 40 dias um país diferente tem conhecido mais de 20 artistas que organizo em lives de palestras, lan çamentos, saraus, rodas - de conver sas, pequenas apresentações musi cais, enfim, realizações que atendem tanto ao público do exterior, como local.Expedimos certificações,in clusive, as chamadas horas com plementares de acadêmicos,gra duandos em diferentes cursos. Para além das cerimônias de Posses que também são enriquecidas com dis cursos significativos e audições inte ressantes de MPB, ou declamações poéticas. Todas estas atividades fo ram gratuitas, incluindo coquetéis, lanches e confraternização de fim de ano, patrocinadas pelo IICEM. Desenvolvemos uma campanha de doação de livros com temática so bre o Rio de Janeiro que foram doa dos (mais de 100) para a Biblioteca Municipal Écio Salles,especializada em Rio de Janeiro – ela fica sediada dentro do Planetário da Cidade do

Rio de Janeiro.Atualmente, também temos a oferta de Residência para pesquisadores e artistas. No mo mento estamos para lançar a Revista Acadêmica do IICEM (Digital); a primeira antologia do IICEM,Pala vras Incontinentes, com mais de 30 autores selecionados e alguns con vidados. Iremos no fim do ano,de zembro, outorgar a Comenda Maria Firmina dos Reis em homenagem a primeira romancista negra bra sileira e voz abolicionista, em par ceria com o Instituto Mundo Cul tural Word,dirigido pela jornalista e escritora Élle Marques. Também outorgaremos o título de Doutor Honoris Causa (DhC), em parce ria estabelecida com a universidade EBWU, em termo de cooperação,a alguns profissionais da cultura sele cionados,membros e não-membros. Também a partir desta parceria, e com o Colégio Superior Cristão de Moçambique, dirigido pelo Prof. Manasse,estaremos orientando alunos da pós-graduação strictu censo(Mestrados e Doutorados).

Quem desejar ingressar no II CEM, como deve fazer para se candidatar?

Angeli Rose - Obrigada pela opor tunidade de informar essa impor tante frente do IICEM. Entrar em contato conosco através do email contato@culturaemmovimento.

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org , por exemplo, e manifestar seu interesse em associar-se. Depois desta iniciativa por parte do inte ressado, que será orientado sobre como dar continuidade ao proces so de associação. Solicitaremos um currículo e/ou minibiografia, dados pessoais (foto; endereço completo; redes sociais),em seguida, aprecia do o material,o futuro membro de verá conhecer o Estatuto Social do Instituto,contribuir com uma taxa de ingresso no valor de R$150,oo; e a anuidade no valor de R$200,oo, o que equivale a menos de 17 reais por mês (valores que poderão ser divididos),contribuições que aju darão na realização da cerimônia de Posse,organização de arquivos internos,secretariado, elaboração de flyer de divulgação e diploma ção,além da realização de eventos,a maioria gratuitos, alguns brindes para membros, ou iniciativas que, quando são pagas, dão prioridade aos membros e descontos para estes. Por isso, é tão importante o membro colaborar, seja ele de que categoria for. No entanto, cabe esclarecer que o IICEM está legalizado com CNPJ, gerando algumas despesas com con tador, e alguns tributos. ,assim como informar que a obrigatoriedade da anuidade e da jóia de ingresso é de membros correspondentes-Interna cionais e membros efetivos, mas es tamos abertos a doações dos demais

membros e de amigos e admirado res do trabalho, o que tem aconteci do eventualmente.

Quais os novos projetos do Insti tuto?

Angeli Rose - No seu segundo ano de existência, passando por algu mas reestruturações administra tivas, vamos continuar apostando em atividades virtuais, como as participações nas feiras de livros e literárias, além de promover um Seminário Temático com partici pação de membros, incrementar e fortalecer a editora Cultura Em Movimento (ECEM), da qual sou Editora-Chefe, que está sob a coor denação editorial do Prof.Dr. Jorge Eduardo Magalhães, membro efeti vo do IICEM, e que aceita em fluxo contínuo originais para publicação. Ofereceremos logo no início de 2023,minicursos de temas e áreas diversas,seção sob a coordenação do historiador Djalma Augusto,mem bro efetivo. Pretendemos também criar uma frente dinâmica em que o Instituto possa estar com seus mem bros de fora do Rio de Janeiro, isto é, nós procuraremos realizar eventos nas cidades, quiçá países, de mem bros e amigos (para fazer novos amigos!). Incrementar a associação de parceiros, como os que já temos: o Instituto Mundo Cultural Word; a Editora Apena; a Galeria de Arte italiana de Michele Angelillo;o Co letivo Mulheres Artistas. A primeira edição do Premio Cultura Em Movi mento com diversas categorias. Se rão projetos que, acima de tudo, de verão oportunizar a troca de ideias e obras entre interessados, estudantes e público ávido por cultura em geral, contemplar a diversidade, incluindo questões sobre o clima no planeta, os povos originários e o combate ao racismo estrutural e à violência, principalmente, contra mulheres e crianças. Enfim, desenvolver proje tos também sugeridos por membros

e estruturados a ponto de poderem concorrer a patrocínios públicos e privados. E sem perder de vista que a realidade hoje exige criar eventos virtuais, presenciais e híbridos, a fim de atender a todas as possibilidades de inclusão e participação no deba te público sobre a arte e a cultura e nosso modo de vida.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o Instituto Internacional Cultura Em Movimento - IICEM. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Angeli Rose - Primeiro, associe-se ao IICEM! Venha apoiar a constru ção colaborativa de um projeto em que a pluralidade e a diversidade são a tônica das iniciativas,visando uma vida melhor e mais justa para todos. Mas independente disso, gostaria de manifestar o quanto vale a pena acreditar que promover a cultura, especialmente artística,seja ela de que grupo social for, é também uma forma de promover a solidariedade, o amor ao próximo e o respeito ao Outro, princípios fundamentais e caros a nós do IICEM e para todo cidadão ciente do seu lugar aqui no planeta Terra. E não poderia deixar de agradecer à Equipe IICEM, a pri meira Vice- Presidente, aos mem bros fundadores, às famílias que também nos apoiam (à minha que rida família que está comigo nessa aposta!) e a todos que têm acredita do e investido seu tempo e recursos no IICEM. Gratidão.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato: smccomunicacao@hotmail.com

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 23 DIVULGA ESCRITOR
www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 24 DIVULGA ESCRITOR O IICEM já faz história! Um pouco da memória do INSTITUTO INTERNACIONAL CULTURA EM MOVIMENTO (Comenda por adesão a ser outorgada pelo IICEM –Dez/2022)

(Comissão editorial formada por Membros do IICEM da 1ª. antologia do IICEM, a ser lançada em dez/2022,no prelo)

(Capa da Revista acadêmica Cultura Em Movimento, 1º. No. Temático em alusão ao centenário da Semana de Arte Moderna: Modernidades e Modernismos)

(Atividade de representação em rádio local)

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 25 DIVULGA ESCRITOR
(O IICEM também promove debate a partir do lançamento de livros ensaísticos)
www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 26 DIVULGA ESCRITOR Série de homenagens a MEMBROS DE HONRA premiados: (Convite para Cerimônia de Posse de MEMBRO DE HONRA- IICEM) (Outro momento de Posse de MEMBRO DE HONRA) (A Equipe IICEM participa das Feiras Virtuais de livros internacionais, divulgando agenda e debatendo questões culturais)
www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 27 DIVULGA ESCRITOR Prof.Dra. Angeli Rose, Presidente IICEM , foi promovida a EMBAJADORA CULTURAL pela Confederación del Libro Peru: Reconhecimento do trabalho de divulgação e produção de lives com atividades diversas nas feiras virtuais internacionais de livros Logomarca FELICA – FEIRA LITERÁRIA CARIOCA,1ª. edição,idealizada por Angeli Rose) (Evento, em parceria, FEBACLA/IICEM/OMDDH, Presidentes na comemoração dos 10 anos de fundação da FEBACLA e 1 ano do IICEM –JUN/2022: Dom Alexandre Rurikochki Carvalho;Angeli Rose;Dom Iguaci Luiz de Gouveia e a ex-vice-Presidente ,Luciana M. Nascimento.Apoio da SMCRJ,realizado no Centro de Artes Calouste Gulbenkian,Centro /RJ- Br)
www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 28 DIVULGA ESCRITOR
da Membra Efetiva, a escritora e contadora de histórias Carla De Jesus (BA) em sessão lítero-musical na Feira Virtual de Livros do México
2022)
reunião de gestão do IICEM,antes da fundação –2021: Futuras Presidente e Vice-Presidente no Café da Confeitaria Colombo – Forte Copacabana – RJ/Br)
mesmo evento integrado, alguns Membros e convidados foram homenageados com a Medalha Gonçalves Dias: Coordenador Editorial, Prof.Dr. Jorge Eduardo Magalhaes)
(Participação
(1a.
(No
www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 29 DIVULGA ESCRITOR (Evento de Lançamento do IICEM em 18/11/2021, na antiga sala FALARJ, Centro/RJ-Br: Presidente Angeli Rose e a editora da ZMF Zélia Fernandes, Membra de Honra) (Campanha de doação de livros sobre o RJ: momento de integração SMC-RJ/IICEM/BMES: março/2022) (Reunião de planejamento para 2022, IICEM/SMCRJ: Sala de leitura da Biblioteca Municipal Écio Sales, no Planetário da Cidade – RJ/Br) (O carinho com nossos membros e amigos: Botton,um dos brindes ofertados pelo IICEM)
www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 30 DIVULGA ESCRITOR
de encerramento do ano de 2021, patrocinado pelo
com 25 participantes e uma breve preleção do Membro de
tradutor
surgimento
confeitarias
mundo
da Editora Cultura Em Movimento que recebe originais em fluxo contínuo) (Revista de variedades acadêmicas em Podcast,PROSACAST,edição no. 1/2021,disponível no site do IICEMwww.culturaemmovimento.org )
(Evento
IICEM,
Honra, o poeta e
Alexei Bueno, sobre o
das
no
e no Rio de Janeiro e a vida literária – 16/dez/2021) (Divulgação

Como já salientei, o meu livro narra a história da Mona Lisa de Leonardo Da Vinci, através de uma abordagem didática, para tornar a apresentação das informações suficientemente acessível, mesmo para quem não é da área da História ou da História da Arte”

Entrevista com a Escritora

Beatriz M. Mikusinski Zawislak

Dados Biográficos de Beatriz M. M. Zawislak Nasci em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1939. Sou filha de um polonês, Floriano Mikusinski, que, em 1930 com 23 anos de idade, deixou seu emprego na área da contabilidade num banco ligado ao comércio exterior da sua cidade natalPoznan, na Polônia - e veio tentar a sorte no Brasil, em Porto Alegre, onde conheceu minha mãe, Rosa Pradel Furtado. Sempre fui muito curiosa e uma aluna interessada em vários assuntos. Ao ler a biografia da cientista polonesa Maria Sklodowska Curie (a famosa Madame Curie), decidi fazer o Bacharelado em Física na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Contudo, ao terminar a Licenciatura em Física, na mesma universidade, decidi dedicar-me à Didática da Física; assim, fiz Mestrado em Educação (com ênfase no Ensino da Física) na Faculdade de Educação da UFRGS. Posteriormente, entre 1979 e 1980, fiz uma especialização em didática da Física na Universidade Paris VII, no LIRESPT (Laboratoire Interuniversitaire de Recherche sur l’Enseignement des Sciences Physiques et de la Technologie), também identificado como LIREST. (Nesse período, meu marido, Fernando Zawislak, fez pesquisas no Instituto de Física Nuclear da Universidade ParisSul de Orsay, enquanto nosso único filho Paulo Antônio de 12 anos cursava a escola elementar). E ao viver em Paris, nas muitas visitas ao Museu do Louvre, pude conhecer e apreciar a famosa Mona Lisa de Leonardo da Vinci e algumas outras pinturas do genial artista e cientista do Renascimento. Boa leitura!

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Escritora Beatriz M. Mikusinski Zawislak, é um prazer contarmos com a sua participação na Di vulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que a motivou a escrever “Mona Lisa e seus mistérios”?

Beatriz Zawislak - A ideia surgiu durante uma viagem que fiz em 2019 a Amboise, na França, onde Leonardo da Vinci viveu os últimos anos de sua vida e aí morreu em 1519, há quinhentos anos. Na ver dade, porém, meu interesse por Da Vinci e sua Mona Lisa já havia sur gido em 2010, quando li a respeito do “roubo da Mona Lisa” ocorrido em 1911. E, como faço parte de um grupo de estudo da língua italia na, escrevi o meu livro em italiano, traduzindo-o em 2021 para o por tuguês. Hoje, em 2022, o livro tam bém está disponível em inglês.

Entre o momento de inspiração, até a publicação da obra, levou quanto tempo? Conte-nos, como foi o processo para escrita do livro. Beatriz Zawislak - Desde 2010 eu vinha comprando livros (em italia no, inglês, francês e em português) sobre Leonardo Da Vinci e sobre o período em que ele viveu, isto é, sobre o Renascimento. No entanto, foi depois da viagem a Amboise, em 2019, como já disse, que de cidi reunir as informações sobre Da Vinci centradas na sua icôni ca Mona Lisa. E durante o ano de 2020 escrevi o livro, reunindo as informações sobre a Mona Lisa de modo didático através de indaga ções (um conjunto de sete “obser vações” apresentadas na seção-3) que auxiliaram a orientar o proces so de desenvolvimento do texto.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária?

Beatriz Zawislak - O principal ob jetivo do meu livro é apresentar al guns fatos com base em resultados de trabalhos de pesquisadores de renome, como por exemplo:

* Antes de pintar a Mona Lisa do Louvre, Leonardo pintou uma ver são anterior, na própria tábua de álamo do Louvre, mas apagou-a; contudo, o “pentimento” (arrepen dimento em italiano) foi recupe rado pelo cientista francês, Pascal Cotte e apresentado ao mundo em

2015, como um Retrato Oculto sob a Mona Lisa do Louvre, retrato que exibe a modelo Lisa bem mais jo vem do que a Lisa do Louvre e com vestimenta e penteado diferentes do que se vê na Lisa do Louvre; *Antes de pintar a Mona Lisa do Louvre, Leonardo pintou em tela de linho uma versão conhecida como a Mona Lisa de Isleworth, a qual exibe a modelo Lisa, vestida e penteada como a Lisa do Louvre, mas com um esboço de paisagem

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atrás de si; e essa versão foi apre sentada ao mundo pela Fundação Mona Lisa (gestora da obra) em 2012, mostrando a modelo Lisa (as sim como a Lisa do Retrato Ocul to) com aspecto bem mais jovem do que a Lisa do Louvre. Com essas informações, – no final do livro, na seção 4.5 -, apresento a minha hi pótese sobre a gênese do quadro do Louvre, através de sete conjecturas concatenadas.

Apresente-nos a obra Beatriz Zawislak - Como já salien tei, o meu livro narra a história da Mona Lisa de Leonardo Da Vinci, através de uma abordagem didá tica, para tornar a apresentação das informações suficientemente acessível, mesmo para quem não é da área da História ou da Histó ria da Arte. Assim, antes de abor dar o tema do livro, apresento os três primeiros retratos de mulheres pintados por Leonardo Da Vinci: o Retrato de Ginevra de’ Benci; o retrato conhecido como A Dama com Arminho e o retrato de La Bel le Ferronnière, com o objetivo de, a partir dessas três pinturas, obser var o processo criativo e evolutivo de Leonardo na pintura de retratos (i.e., de quadros não religiosos), antes de pintar a sua famosa Mona Lisa do Louvre. A seguir, o quadro do Louvre é descrito em detalhes. Quanto à paisagem, descrevo-a destacando os trabalhos desenvol vidos pelos pesquisadores: Carla Glori, Angelo Bellocchi e Davide Bellocchi, cujas pesquisas associam a paisagem a uma região do norte da Itália.

O que mais a atrai na leitura de “Mona Lisa e seus mistérios”? Beatriz Zawislak - Creio que o meu livro apresenta uma caracte rística importante: concentra em cerca de cem páginas um conjunto de informações pouco conhecidas,

mas muito bem documentadas e concatenadas, ou seja, informa ções que normalmente não estão integradas, mas são apresentadas de modo independente. Por exem plo, quem estiver interessado na paisagem da Mona Lisa do Louvre, vai procurar informações apenas sobre esse assunto. Eu, no entan to, não só descrevo a paisagem da Mona Lisa do Louvre e destaco os trabalhos de recentes pesquisas desenvolvidas por pesquisadores de renome, mas também apresen to a Mona Lisa de Isleworth, como sendo uma versão feita por Da Vinci antes da pintura do Louvre, tendo como base os resultados de pesquisas feitas pelo físico John Asmus, pelo historiador e arqueó logo Jean-Pierre Isbouts e, tam bém, pelos pesquisadores Salvato re Lorusso e Andrea Natali. Além disso, ao buscar informações sobre a gênese da Mona Lisa do Louvre, descobri a existência da Mona Lisa do Prado, uma cópia feita por um aluno de Da Vinci, pari passu com o mestre, mas cuja Lisa aparenta ser mais jovem do que a Mona Lisa do Louvre, indicando, com isso, que Da Vinci “trabalhou” na Mona Lisa do Louvre ao longo do tempo, depois de o aluno ter finalizado a sua cópia.

Quais os principais desafios para a escrita desta obra literária?

Beatriz Zawislak - Os desafios estão relacionados à exaustiva, mas prazerosa e muitas vezes sur preendente busca de informações, que foram obtidas não só em livros sobre Leonardo da Vinci (em por tuguês, italiano, francês e inglês), mas também em artigos científicos obtidos na internet, principalmen te em italiano e em inglês

A quem indica a leitura?

Beatriz Zawislak - A leitores curiosos, que gostem de se atua

lizar em assuntos de arte e de história

Onde podemos comprar o seu li vro?

Beatriz Zawislak - No e-commer ce da Editora AGE www.editoraa ge.com.br, que envia inclusive para o exterior e nas melhores livrarias do Brasil. O livro também está dis ponível em e-book (nos formatos PDF e EPUB) em lojas como a Amazon e Google Play.

Quais os seus próximos projetos literários?

Beatriz Zawislak - Meu próximo projeto ainda está ligado a Leonar do da Vinci e a sua genialidade. Tenho muito material escrito em italiano, como por exemplo, sobre o Homem Vitruviano, sobre a San ta Ceia de Milão. Devo organizar o material e traduzi-lo para o por tuguês

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom co nhecer melhor a escritora Bea triz M. Mikusinski Zawislak. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nos sos leitores?

Beatriz Zawislak - Cultivem a curiosidade e o hábito da leitura para buscar respostas para seus questionamentos.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 33 DIVULGA ESCRITOR

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARISA ALVES

Luciana Alves nasceu em 1976, em Vinhais (Bragança, Portugal), e foi a vencedora do 3.º Concurso Literário “Receitas Secretas” da

D’Arroz Editora (2014).

Descobriu a escrita casualmente, apesar de escrever, desde tenra idade, nos papéis mais improváveis. Gosta de estar rodeada da Natureza, a sua grande inspiração na escrita. É autora de 6 livros e coautora de 40 coletâneas. Participa em revistas digitais com os seus textos (poemas, ensaios, contos e crítica literária) e orienta sessões de escrita criativa nas escolas onde leciona.

O caminho do desapego

“Coragem, às vezes, é desapego.

É parar de se esticar em vão, para trazer a linha de volta. É aceitar doer inteiro até florir de novo”.

Lá fora reinava o silêncio. Rompera a aurora e o frio da quela noite de abril ainda se notava. O som dos pássaros agitados acordou-a. Levantou-se. Olhou através da janela do quarto, por onde, àquela hora, entrava o cheiro das laranjeiras na rua, com as suas cores resplandecentes: o verde da copa, o castanho do tronco, o laranja do fruto que ansiava por crescer. Verdadeiro prenúncio da vida a acontecer, da renovação dos ciclos. Passava pouco das 6:30 da manhã. O dia começava a cla rear e o sol, com o seu brilho leve, apesar de distante, nas encos tas da cidade e dos campos que a rodeavam, preparava-se para aparecer. Naquele momento, abriu a janela. Mirando o horizon te, pareceu-lhe ver a sua vida a passar-lhe diante dos olhos.

Como era traiçoeira a memória! Se, por um lado, dava a entender uma realidade, por outro lado, tornava-se ilusória.

É ela que permite abrir os gavetões da mente, alguns dos quais pensamos estarem fechados, mas que, mal se desenleia o fio da mesma, se deslindam episódios e sensações, que fazem parte de cada um, apesar de remotos no tempo. A mente é mesmo uma caixa de Pandora, nunca se sabe se abri-la será a melhor opção a tomar. Mas a verdade é que ela não conseguiu defender-se do que a sua mente lhe apresentava.

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Marisa Papel

Nunca dera nada como certo. A vida não lho permitira e, quando o fazia, por lapso ou mera distra ção, era a própria vida que tratava de lhe lembrar que não valia a pena fazer planos a longo prazo. Então, a partir de certo ponto no seu trilho, passou a viver um dia de cada vez.

Ultimamente, estava com extrema dificuldade em deixar os pensamentos fluírem. Os seus projetos e sonhos eram agora como um castelo construído nas nuvens, passível de ser destruído por uma leve venta nia. A maior parte deles havia já desabado. Um empre go de sonho, uma carreira profissional, amigos para a vida, uma família perfeita: tudo estava desfeito, tão frá gil como a folha que vai arrastada, rio abaixo, pela brisa do vento matinal.

Lentamente, levava a vida com a bagagem que conseguia acarretar, com os seus erros e falhas, com as suas virtudes e defeitos, sem nunca esquecer que a es perança é a última a morrer. A sua ainda não morrera. Tudo havia de melhorar.

A vida ensinou-lhe que há alturas em que o caminho se faz sozinho e que, muitas vezes, mesmo acompanhados estamos sós. Aprendera a sentir o tempo, que passava vagaroso nos segundos e nos mi nutos. Percebeu ainda que ele é soberano e põe tudo no seu devido lugar.

No longo e árduo caminho, foi levando a sua cruz e, na tentativa de apaziguar a sua alma, fazia vo tos, a cada ano, para mudar. De estilhaços de vidro se foi colando novamente a cada perda, para renascer e, qual Fénix, mostrar a quem a rodeava que tudo ficaria bem. Mas não foi assim.

A vida ensinou-lhe que a mão de quem mais pre cisava para a apoiar era aquela que continuamente se lhe escapava. E foi-se permitindo desapegar. Desapegou-se

de locais que lhe pesavam pela sua história e vivência. Desapegou-se de bens que lhe traziam memórias ingra tas e desagradáveis. O mais difícil foi desapegar-se das pessoas, que acumulava na sua vida, muitas das quais entraram sem motivo nem propósito, apenas pelas cir cunstâncias. Mas pensava: “como não me desapegar de quem só deseja o meu mal? De quem só me fez sofrer? De quem não acrescenta nada à minha vida?”. Prosse guiu vagarosamente e, tal como o caracol, arrastou-se e fez um caminho de desapego.

Na pandemia, que em pequenas partículas dizi mava o Mundo, viveu tempos estranhos. Os abraços, os beijos e as carícias foram evitados; o toque, que antes era veiculador de sensações, transformou-se em pro pagador de doença. Durante anos, foi o fim de tudo. Do toque. Do abraço. Do aperto de mão. Do beijo. Da liberdade. Mas ela seguiu caminho.

Pelo percurso, distanciou-se de amigos e familia res; escolheu quem queria a seu lado e deixou ir quem não era para estar. Percebeu que algumas pessoas par tem e não regressam; outras, mesmo distantes, estão sempre presentes; e poucas delas sempre estiveram e nunca partirão. Percebeu que não podia impor a sua presença na vida dos outros, do mesmo modo que não aceitava a imposição dos outros na sua. Quem se esfor çara para a conhecer e perceber como ela era, ficou.

Fechou a janela. Fechou a memória. Não conse guia mais estar ali. Desejava ausentar-se daquele quar to que parecia aprisioná-la. Mas estava enganada. O quarto não era a sua prisão, ela é que se transformara no calabouço de si própria. Agora era preciso aceitar a catarse na sua vida. Só assim podia avançar e reno var-se. Era a hora de largar amarras, de renascer e de seguir em frente o seu caminho do desapego, à procu ra de um destino mais leve.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA DE LIVRO EM LIVRO

Vou lhe contar uma história bem curtinha e interessante. Nem preciso da memória, como figura endossante. A vida é contraditória, às vezes, até estressante.

Mas a vida é enciclopédia: coleção de várias obras. Talvez, um pouco comédia... Os enredos são manobras, para escapar das tragédias. A leitura, ela nos cobra!

Às vezes, somos fechados e jogados nas estantes. Às vezes, somos tachados de compêndios militantes. De quando em quando, grifados, por sermos extasiantes.

_E então, qual é a boa história!? Escuto alguém perguntar... Respondo que é a trajetória de cada ser singular. Cada processo é uma História difícil de parodiar.

Romance, conto ou poesia... De tudo, temos um pouco. Realidade ou fantasia, oriundos de um mundo mouco... Fato concreto, ou magia! Somos sensatos e loucos!

Cada ser é u’a coleção De letras e pensamentos... Artigos em construção; narrativas sem remendos... Semântica e sedução... Sintaxe, em seus fragmentos...

(In: ANTOLOGIA BIBLIOTECA, Ed. Netebooks, São José dos Campos, 2022)

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...há vários livros dentro de nós. Não importa o que é escrito e sim o ato. É libertador, terapêutico e uma forma de integração com o outro, com o mundo, a partir do que a princípio seria só seu. Aventure-se!”

Entrevista com a Escritora

D. Umbelino

D. Umbelino é brasileira de Minas Gerais, tem 45 anos e estreia como escritora com seu romance Vermelho Caos, que concorre ao 7.º Prêmio Kindle de Literatura da Amazon. Gestora em uma empresa estatal, formada em Direito e especialista em Criminologia, a escritora sempre teve interesse no estilo de filmes e literatura que envolvessem a temática do drama psicológico e criminal, com uma boa dose de suspense, características presentes em seu romance de estreia. Boa leitura!

Escritora D. Umbelino, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “Ver melho Caos”?

D. Umbelino - Sempre digo que há muitos livros dentro de nós e acredito que este pediu para ser escrito, pois a narra tiva há cerca de 20 anos faz parte do meu imaginário, com variações, que agora materializaram-se nessa escrita.

Após a inspiração, quanto tempo levou para escrita e pu blicação do livro?

D. Umbelino - O livro apresenta sua história dividida em sessões de terapia entre paciente e psicóloga. Cada sessão foi escrita separadamente por cerca de um ano e depois condensada em um fio com começo, meio e fim – fim este bastante surpreendente, diga-se de passagem! Então posso dizer que a materialização do projeto, entre escrita e publi cação, durou um ano. O livro foi publicado em 29 de julho de 2022 e já na sua estreia experimentou ótimas classifica ções no ranking da Amazon.

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Apresente-nos a obra

D. Umbelino - Ela o recebe em seu consultório, sem prever a mistura de sentimentos que poucos encon tros suscitariam neles. Apesar de serem dois estranhos, pairava no ar a sensação de que algo os unia, mesmo que eles não pudessem definir. Em meio ao caos de seus pensamentos, ela já não sabia dizer onde sua existência terminava para que a dele começasse. Ou sabia? Um desafio audacioso: descobrir o que está por trás daquilo que proje tamos no outro.

Quais os principais objetivos a se rem alcançados por meio da leitu ra de “Vermelho Caos”?

D. Umbelino - O livro é um sus pense psicológico, estilo thriller e, pelo feedback que sempre recebo dos leitores, meu objetivo princi pal - que era envolver o leitor em um enredo que vai aos limites em várias etapas, contendo várias re flexões sobre a vida, a relatividade da ética, de conceitos sociais e re ligiosos – vai além, surpreendendo pelo absurdo que toma por vezes o rumo da história, prendendo o lei tor, confundindo-o, fazendo com que ele ame e odeie.

O que mais a atrai no enredo que compõe a obra?

D. Umbelino - Sua capacidade de envolver e surpreender, do que só tive consciência após a publicação.

A quem indica leitura?

D. Umbelino - A adultos que gos tem de uma leitura que incomoda, prende, choca e surpreende.

Você tem outros livros publica dos, se sim apresente-nos.

D. Umbelino - Estou em outro projeto, bem diferente do primeiro, em que está em criação uma nova

sociedade, feminina e distópica, com pitadas de ficção científica e política. Nos últimos dias tenho pensado bastante no título, e pela dificuldade em encontrá-lo, sinto que ainda terei muito tra balho em maturar esse novo livro, mas pre tendo lançá-lo já no primeiro semestre de 2023.

Onde podemos com prar os seus livros?

D. Umbelino - Verme lho Caos, por estar con correndo ao 7º Prêmio Kindle de Literatura, está disponível exclu sivamente na Amazon, sob a forma de e-book.

Na minha página do Instagram @d.umbe lino.escritora há pu blicação de resenhas, motivos para ler, quotes realizados por leitores que já experienciaram o livro, para quem queira conhecer mais sobre a obra.

O que a literatura representa para você?

D. Umbelino - Abertura da mente. Minha leitura preferida é sempre sobre realidades diferentes da nos sa, sejam reais de outros tempos ou fantasias. Sinto que nesse tipo de te mas, podemos abrir os portais para além do que é apenas visto, captado pelos nossos sentidos. E assim po demos ir além da nossa realidade material, que é restrita.

Como concilia vida pessoal, pro fissional, com a escrita?

D. Umbelino - Escrever, antes de tudo, é um prazer. E para o prazer sempre há tempo.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora D. Umbelino. Agradecemos sua par ticipação na Divulga Escritor: Re vista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

D. Umbelino - Todos deveriam es crever algo. Como disse anterior mente, há vários livros dentro de nós. Não importa o que é escrito e sim o ato. É libertador, terapêutico e uma forma de integração com o outro, com o mundo, a partir do que a princípio seria só seu. Aven ture-se!

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

Peny, Diferente mas Igual

Layping-One era uma aldeia situada no meio de nada, rodeada de árvores por todos os lados. Nin guém conseguia sair dali porque não havia estradas onde veículos pudessem circular, deslocavam-se em pequenos carros de madeira puxados por dois animais.

Como era uma aldeia pe quena e de parcos recursos, quase ninguém ali se deslocavam mas por isso mesmo, porque não era apela tiva, os seus habitantes agradeciam a Deus por proteger o seu pequeno paraíso. Todos se entreajudavam. Viviam da pesca e da agricultura e quando surgiam problemas de saúde ou com as suas colheitas, as pragas e doenças eram combatidas com recurso a métodos naturais que herdaram dos seus avós e cujo segredo era preservado pela anciã do grupo que, com todo o zelo, se encarregava de passar o testemu nho como chegara a si, de geração em geração.

Naquele recanto abençoado da terra não havia invejas ou in trigas, todos eram amigos e iguais entre si.

- Nesta nossa linda Aldeia Abençoada pelo céuCantava Ti’ DoroteiaOutro dia nos nasceu.

Somos privilegiados E gratos à Divindade Campos viçosos, cuidados, Graças à sua bondade

Vai a semente à procura Quando lançada na terra E germina com fartura Com saber que em si encerra.

Trabalhador nosso povo Para bem da comunidade Desde o mais velho ao mais novo, Sempre unido, com vontade.

É assim nossa família, Unida e em comunhão Numa constante vigília Para que não falte o pão.

Rivalidade, não há Porque é puro o coração E que logo de manhã Levantam-se e dão a mão.

As suas peles de tom doura do, queimadas pelo calor do sol, os seus olhos eram escuros e cabelos cacheados dum negro encantador. As modestas casas eram construí das em madeira e a temperatura do ar era amena, naquele microclima que os protegia do frio e do calor, uma aldeia, aos olhos de quem lá vivia, que era perfeita, uma dádiva de Deus. Só mesmo de barco ou de avião podiam sair do seu lugar sagrado, mas esses meios, nin guém os conhecia lá na aldeia. E sair dali para quê? Eram felizes e isso bastava.

Ao fim da tarde, juntavam -se todos na Casa da Comunidade, onde podiam refletir, conversar, trocar os bens da sua produção. Quando um enorme bongo assi nalava as dezoito horas quando o sol declinava, fazia-se um grande silêncio em todo aquele espaço. Era então que Malaquias, o chefe da aldeia, se levantava e, chamava as crianças expectantes e ordenava que começasse o programa social que tinham preparado para o mo mento. Programas lúdicos, educa

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tivos, de apelo à unidade, à convi vência e à fraternidade. A anciã da aldeia ia explicando tudo o que ia ocorrendo. Ao fim da reunião, deli cadamente, fazia perguntas simples para se aperceber do modo como as crianças tinham absorvido os ensinos do dia. Se havia pergun tas, carinhosamente respondia a cada um, tentando explicar o que não conseguiram compreender. E o tempo corria lento na aldeia de Laping-One.

- Entenderam a lição?Perguntava SaloméO que dizes tu, João? E tu Maria José?

Não há nada a perguntar?Sigamos de qualquer forma, Há mais coisas a tratar Para que se cumpra a norma.

Breve as chuvas vão chegar, Há que guardar a colheita E a terra preparar Que o inverno logo espreita.

Outras plantas semear Para o bem de todos nós Pois cada um é o pilar Que deixaram os avós.

Simeya e Simão, um casal muito jovem, esperavam agora com expetativa o seu primeiro re bento que não tardaria, iria nascer. Todos estavam de braços abertos para o receber. Era sempre assim. Sempre que nascia uma criança lá

na aldeia, era tempo para festejar mais um milagre de Deus. E os fes tejos haveriam de se prolongar du rante três dias e três noites, para dar as boas vindas ao novo habitante lá da Aldeia.

Quando começou a aproxi mar-se a hora do nascimento, a Al deia entrava em polvorosa.

Naquele manhã, era vê-los a correr de um lado para o outro, na esperança de a qualquer momento ouvirem o choro da criança, pre núncio de que tudo estava bem, que finalmente saíra do ventre da sua mãe. Havia mais de três anos que não nasciam crianças lá na Al deia e a chegada deste novo ser era encarado como mais uma dádiva de Deus. Quando finalmente o seu grito ecoou pela Aldeia, os habitan tes inclinaram-se em sinal de reco nhecimento ao seu Criador.

Como era a tradição lá na Aldeia, a anciã assistia a cada nas cimento e era ela quem iria espa lhar pelo povo a novidade, se era menino ou menina. Logo que se se abriu a porta onde o parto decorria, Doroteia saiu, carregando em seus braços a criança bem resguardada. E anunciava feliz:

- Bom dia, ó povo da minha terra. Eis que vos anuncio estas no vas de grande alegria. Simeya aca bou de dar à luz uma menina, cujo nome vai ser Peny. Posso dizer-vos ainda que tanto a mãe como a filhi nha se encontram de boa saúde. Si meya e todos nós estamos muito fe lizes. Espalhai por todo o povo esta

mesma felicidade para que haja alegria na nossa terra. Exultantes de alegria, todos se foram afastan do de regresso ao trabalho ou aos lares. Nasceu um novo ser e a vida continua.

Simão, o pai da pequenina Peny, estava emocionado. Pegou na sua princesinha nos braços, olhou para o seu belo rosto e chorou de emoção, agradecendo ao Divino por tão grande milagre na sua vida. - Hossanas lá nas alturas, É tão linda esta criança! Dá-lhe, ó Deus, essa ventura De um futuro de esperança.

Muito obrigado, Senhor Por esta nossa filhinha, Vai ser ela o grande amor Na vida que se avizinha.Chorava com emoção Olhando o pequeno ser E o seu forte coração Não parava de bater.

E ao bater acelerado, Quase saltava do peito, O seu cabelo dourado, Um sorriso tão perfeito!

Peny sua Pipoquinha, Afagava e lhe sorria, Pegava em sua mãozinha E ela correspondia.

Os dias se passavam e Peny era agora o centro das atenções em toda a Aldeia, naquele lugar distan te, longe de tudo, mas onde nada

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PARTICIPAÇÃO

ESPECIAL

COM A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

faltava. Ali havia paz, alegria e amor a rodear a pequena Peny que lenta mente crescia. O seu rostinho era ainda mais atraente, a cor da sua pele tornara-se brilhante, o seu ca belo cacheado era da cor do sol. O seu sorriso irradiava alegria. Todos gostavam da pequena Peny que lentamente foi esboçando os seus primeiros passos. Não tardou e já corria por toda a parte, irrequieta, participando nas brincadeiras das outras crianças que viviam ao redor.

E eis que começou a trautear as primeiras palavras. Oh, quanta alegria pairava no rosto de cada um. Todos a olhavam com carinho. Era a primeira criança que nascera com cabelos de ouro lá na aldeia. Mas isso era um privilégio! Depois, vinha-lhes à memória o velho dita do que lhes era lembrado de gera ção em geração: «Todos diferentes, Todos Iguais».

- Mamy, Papy – lhes diziaMeu cabelo é diferente? Não sabem como queria Ser igual a toda a gente!Esperteza não faltava Àquele pequeno ser Que quando triste ficava, Transmitia o seu sofrer.

E pensavam na razão De ela seu tão branquinha - Diferente, mas então? Parece uma princesinha!

A Anciã, persistente, Procurou livros antigos E via se antigamente Houve bebés parecidos.

Tinha aquele olhar vivaço, Não parava de saltar Mas trazia àquele espaço Outra vontade de amar.

Os arquivos percorreu E neles foi encontrar Algo que a surpreendeu E a fez desabafar.

Peny, pipoca dourada, Era albina, com certeza Tinha pele esbranquiçada Mas uma rara beleza.

Não era doença alguma, Era apenas diferente Corria como uma pluma, Muito pura e inteligente.

Um dia, numa pocinha Que a chuva enlameou, Foi lavar-se essa menina E toda escura ficou.

- Mãezinha, já estou igual Á Ritinha, à Joaninha!

- Tu és tão especial! Disse, sorrindo, a mãezinha

Simão, ao ver o seu entusias mo enquanto falava com a mãe, viu-a toda enlameada, correu para ela, abraçou-a e disse-lhe:

- A cor da tua pele é igual à nossa, filhinha, apenas um pouco mais clara. Os teus olhos azuis são mais claros porque as estrelas que riam olhar-te lá do alto e ver o mar, os teus longos cabelos são tão so mente raios de sol. Quando chove, as densas nuvens olham-te e dizem:

- O sol raia de novo, vamo -nos daqui. Como vês, tudo na vida tem um propósito, e o propósito é a tua felicidade, a natureza tudo cria, tudo recria, tudo transforma a seu bel-prazer. E tu és um dom da na tureza, Peny.

E a mãe prosseguiu:

- És e vais ser sempre a meni na mais amada, a Pipoquinha Dou rada, até que um dia o Senhor nos chame. Mas vem daí, princesinha, precisas tomar um banho reconfor tável, uma princesa não pode andar por aí enlameada. Vamos até casa, sim?.

- Vamos sim, na verdade sin to-me desajeitada, incomoda-me esta pele a secar.

Aprendi a lição. Vou aceitar ser como sou, a avó anciã diz que o que interessa é o que vai dentro de nós, o resto não importa para nada, não é verdade?

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- Isso mesmo – acrescenta ram os pais – Vamos lá colocar de novo a nossa princesa no seu pe destal. Parece que nasceste há pou cos dias, mas a verdade é que já vais a caminho dos quatro anos. Como o tempo passa!

Quem procura lá no mar Os teus olhos cor de azul? As estrelas a brilhar Desde o norte até ao sul.

A tua pele branquinha, Essa cabelo dourado Fazem de ti princesinha Do nosso mundo encantado

Cresceste depressa, filhinha, Que o tempo passa a correr, Mas tu serás sempre minha Mesmo depois de crescer.

Esta vida é mesmo assim, Já todos fomos crianças No nosso belo jardim Hoje feito de lembranças.

Vamos lá p’ra te lavar Porque vai tardia a hora Do teu banhinho tomar E irmos daqui p’ra fora.

E lá foram em direção a casa. Além do mais, tinham que se mul tiplicar para não chegarem atra

sados à reunião do fim da tarde. Imaginavam que a anciã teria boas novas para transmitir aos membros da comunidade. Se por um lado o aspeto de Peny os levava a pensar, por outro, era também um desafio que precisavam vencer porque na verdade, lá bem no fundo, embo ra diferentes, todos permaneciam iguais em seus sentimentos.

Quando chegou a hora, ali es tavam eles, como sempre, pontuais. O que traria de novo Doroteia para lhes transmitir?

- Bom povo da minha terra. Depois de consultar todos os arqui vos, legado dos nossos ancestrais, aprendi que nada há de estranho na pele mais clara da nossa Peny. Trata-se apenas de uma situação genética em que a sua pigmentação se desenvolveu de forma diferente. Em tudo, Peny é como qualquer um de nós.

O Povo rejubilou ao ouvi-la Agora, sabiam que o seu raio de sol estava bem e essa era uma razão para a Aldeia festejar.

Quando terminava a reunião, distribuíram-se sorrisos e abraços e todos se sentiam felizes, cantando em coro a canção que tão carinho samente tinham preparado para si, a Canção da Pipoquinha de Cabe los de Ouro.

Havia no Povoado Uma criança branquinha De cabelo cacheado Tal qual uma princesinha.

Ela corria, saltava, Fosse de noite ou de dia Era feliz e adorava A gente que lhe sorria.

Um dia questionou O paizinho e a mãezinha Porque que é que ela ficou Com a pele tão branquinha.

Mas todos gostavam dela, Não havia diferença Era uma pequena estrela, Amavam sua presença.

Ser diferente ou igual, Em qual ocasião É o momento especial De aprender uma lição.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 43 DIVULGA ESCRITOR

EM DESTAQUE LIVRO

“ESPERANÇA NO PAÍS DO ARCO ÍRIS

Sinopse

Esperança é uma menina muito ativa, gentil e gosta imenso de ler.

Nos seus tempos livres, adora acompanhar sua mãe até à horta onde cultiva produtos saudáveis para consumo lá de casa.

No dia em que completa os seus sete anos de ida de, ela está ansiosa, tinha a certeza que esse ano tudo iria ser diferente, por causa da pandemia e como consequência, o confinamento. Na cozinha, a mãe preparava um delicioso bolo e algumas gu loseimas para festejar. Infelizmente, o confinamento impediu a pre sença de muitos dos familiares e sobretudo dos amigos. Mas a ausência que mais ia sentir era a dos avós, tanto maternos como paternos, o que lhe ocasionava uma grande tristeza. Lá te ria que perder a chuva de abraços de parentes e amigos.

Apesar disso, quando chegou o dia, sentia-se feliz. A mãe prepara-lhe uma surpresa e gra ças às novas tecnologias, a mãe preparara -lhe uma surpresa, uma ligação virtual com os avós, alguns parentes e até alguns dos seus melhores amigos. Essa ligação pro porcionou-lhe até momentos de elevada emoção que a levou a comover-se quando ouviu uma música composta pelos avós para aquele dia.

E eis que feliz e contente, a menina, en quanto folheia um livro de fadas que lhe haviam oferecido, adormece e como por magia vai entrar no reino encantado do Arco Íris, lugar onde tudo pode acontecer.

Venha daí, entre connosco no Reino do Arco Íris.

O livro está publicado em e-book em:

https://issuu.com/rosammrs/docs/esperan_a-no-pa_s-do-arco-_ris-ebook

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 44 DIVULGA ESCRITOR

A borboleta

No seu casulo escuro e tão fechado A larvazita um dia apareceu E foi permanecendo o tempo achado Suficiente... E por ali cresceu.

E o tempo se passava e eis-senão-quando No informe corpo algo aconteceu E um par de asitas nasce com desmando E a borboleta linda apareceu

E lentamente se desenvolvia Num tempo sem ter tempo. Até que um dia Do seu casulo escuro se fartou...

Deixou essa prisão e de repente Abriu as suas asas e, imponente, Lançou-se ao vento... e pelo céu voou!...

José Sepúlveda

A tartaruga

Andava a tartaruga em passo lento Algures pela praia a passear E ao ver-me, para e fica num momento, Com quanto espanto, inerte e a olhar.

E foi então que um puro sentimento, Daqueles que nos põem a pensar, Tomou meu frágil ser. Então, me sento E ali fiquei consigo a conversar.

A tartaruga olhava docemente, Inerte e queda, ali a minha frente, À espera do que eu tinha p’ra lhe dar.

O sol brilhava. O mar, num canto lento, Tentou adivinhar o pensamento Que minha mente ousara em si gravar.

José Sepúlveda

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 46 DIVULGA ESCRITOR

Tristeza

Meu Deus, porque verter gotas de sangue Ao ver dilacerado o coração? Porque fenece assim meu corpo exangue Perdido no palácio da ilusão?

Porque padecem corpo e mente em dor Se nos caminhos tristes desta vida Em qualquer parte e seja aonde for Eu vivo uma esperança adormecida?

Lava meu corpo, ó Deus, rasga os tecidos Deste esqueleto imundo, o sofrimento Dum mau viver-morrer que paira em mim

E deixa me voltar aos tempos idos E renovar em mim cada momento E nunca, nunca mais sofrer assim!

Menina do mar

Ei-la deitada sobre a fina areia A olhar, a apreciar os sons, a cor, A ouvir o murmurar da maré cheia, Talvez alheia a tudo ao seu redor.

O seu biquíni verde, curto, ousado, Cobria seios, madre, ao pormenor; Seu corpo escultural, ora dourado, Discretamente, oculta o seu pudor.

Deusa do mar, esbelta, doce e bela, Lá vai pisando o mar, estou a vê-la Calcorrear sozinha a fina areia

Em passos lentos, leves, delicados E a ver mil corações apaixonados, Perdidos no seu canto de sereia!

Canção do mar

Oiço o cantar das ondas do meu mar Na sua eterna e doce melopeia, Aquele interminável labutar Num louco desafio com a areia

Serenidade e paz, um som constante, Perene e doce o mundo ao meu redor! Um beijo e outro beijo à eterna amante Em mil abraços dados com fulgor!

Ondas do mar, conforto de minha alma! Lançado sobre a areia, o gozo, a calma E o meu muito obrigado ao meu Senhor!

Como é suave e bom sentir-me assim, Ouvir o imenso mar cantar p’ra mim A melodia eterna desse amor!

José Sepúlveda

Papoula

Fui-te encontrar tão pura, tão brilhante, Esvoaçando ao sol, ao frio, ao vento, Num prado avermelhado, verdejante, Inspiração do nosso pensamento!

Papoula linda, és em cada instante Fragilidade, cor e sentimento, Caricia aveludada e elegante, Em pétalas levada num momento

Delicadeza e luz, quanta beleza, Na tua concepção! Tenho a certeza Que quando já nas mãos do Criador

Ele te olhou com seu tão meigo olhar, Beijou-te com amor e que ao soprar Sorriu quando te viu voar no amor!

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 47 DIVULGA ESCRITOR

EM DESTAQUE LIVRO José Sepúlveda

Trata-se de uma história real. José Pedro, tinha acabado de constituir o seu lar.

Abandonou a sua carreira como funcionário pú blico e dedicou-se com a família a servir o pró ximo em terras africanas.

Oriundo de famílias ligadas à aristocracia, ain da jovem, deixou a sua terra com os pais e o irmão e partiram Lisboa, onde reorganizaram a sua vida.

Um dia, sentiu o chamado por Deus e decidiu partir com a esposa e filha como missionários para Angola, onde exerceram como professo res e depois pastoreou diversas igrejas.

Foi ainda diretor do seminário adventista do Bongo durante algum tempo.

É todo esse trajeto cheio de aventuras que se conta neste livro que desde já o convidamos a ler.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 48 DIVULGA ESCRITOR
livro está publicado em e-book em: https://issuu.com/correiasepulveda/ docs/jos_pedro_falc_o_sincer_ebook_
O
MEMÓRIAS DE UM MISSIONÁRIO
José Sepúlveda JOSÉ PEDRO FALCÃO SINCER

Não chores

Serenidade

Não chores, meu amor, não vês que um dia Nós vamos caminhar na eternidade Por verdejantes prados e a alegria Vai ser para nós feliz realidade?

Não vês que o sol que brilha no horizonte Nos vai iluminar e dar alento E as águas vão jorrar em cada fonte Tão frescas, cristalinas, todo o tempo?

Não vês, amor, que as aves vão cantar De manhãzinha, enquanto o sol brilhar, Trinados mil tão cheios de beleza?

Não chores, meu amor, declina o sol, Mas logo de manhã, ao arrebol, O sol virá beijar-nos, com certeza!

Eu hoje, ó Pai, senti imensa paz Ao vir a tua Casa de Oração, Gozei desse silêncio que nos faz Sentir amor e paz no coração

E é puro o sentimento pois nos traz Momentos de deleite, adoração… É uma sensação que nos apraz E induz à paciência, à reflexão

Ai, como é bom viver o Amor, ó Deus, Sentir abrir as portas la dos céus, Ouvir suaves cânticos, louvor!...

E no silêncio ouvir dizer: - Meu filho, Eu sinto me feliz pois vejo o brilho Do teu olhar refletindo o meu Amor!

À janela

Um poemazinho apenas Mas cheio de amor, paixão Com palavrinhas pequenas Que saem do coração.

Ao raiar da nova aurora Abro os olhos a sorrir E sinto chegar a hora Desta solidão partir.

Olho tudo à minha volta E ouço o vento soprar Leva consigo a revolta Que a vida tem p’ra me dar.

Olho as pedras da calçada Uma a uma tão escuras E minha alma apaixonada Entre as suas amarguras.

Só porque passas por ela Parecem cheias de vida Daqui da minha janela Toda ela é colorida.

Só quando passas por mim Ou olho com novo olhar E as flores do meu jardim Vão meu dia perfumar.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 50 DIVULGA ESCRITOR
José Sepúlveda José Sepúlveda

Não chores

Quem sou?

Não chores, meu amor, não vês que um dia Nós vamos caminhar na eternidade Por verdejantes prados e a alegria Vai ser para nós feliz realidade?

Não vês que o sol que brilha no horizonte Nos vai iluminar e dar alento E as águas vão jorrar em cada fonte Tão frescas, cristalinas, todo o tempo?

Não vês, amor, que as aves vão cantar De manhãzinha, enquanto o sol brilhar, Trinados mil tão cheios de beleza?

Não chores, meu amor, declina o sol, Mas logo de manhã, ao arrebol, O sol virá beijar-nos, com certeza!

José Sepúlveda

Serenidade

Eu hoje, ó Pai, senti imensa paz Ao vir a tua Casa de Oração, Gozei desse silêncio que nos faz Sentir amor e paz no coração

E é puro o sentimento pois nos traz Momentos de deleite, adoração… É uma sensação que nos apraz E induz à paciência, à reflexão

Ai, como é bom viver o Amor, ó Deus, Sentir abrir as portas la dos céus, Ouvir suaves cânticos, louvor!...

E no silêncio ouvir dizer: - Meu filho, Eu sinto me feliz pois vejo o brilho Do teu olhar refletindo o meu Amor!

Sou olor na hora incerta Saudade que se liberta Da raiz do pensamento Sempre, sempre em movimento. Sou tristeza ao fim do dia Que perde a sua alegria Em noites de solidão Quando é triste o coração.

Sou quase tudo e sou nada Quando pela madrugada Eu vivo a desilusão Da nossa triste união.

Nas veias corre o meu mar, Co’as ondas a rebentar Quando a alma em grãos de areia Pela praia serpenteia.

Grita alto o pensamento Quando olho para dentro E em meu pensamento vou À procura de quem sou!

MOMENTO

É este o momento que beija a chuva um prenúncio de outono breve entre despojos de folhas cadentes.

À janela

Um poemazinho apenas Mas cheio de amor, paixão Com palavrinhas pequenas Que saem do coração.

Ao raiar da nova aurora Abro os olhos a sorrir E sinto chegar a hora Desta solidão partir.

Olho tudo à minha volta E ouço o vento soprar Leva consigo a revolta Que a vida tem p’ra me dar.

Olho as pedras da calçada Uma a uma tão escuras E minha alma apaixonada Entre as suas amarguras.

Só porque passas por ela Parecem cheias de vida Daqui da minha janela Toda ela é colorida.

Só quando passas por mim Ou olho com novo olhar E as flores do meu jardim Vão meu dia perfumar.

Rosa Maria Santos

O tempo descreve a curva exacta um rangido de vento agreste na floresta urbana a síntese de setembro.

Há uma prece de silêncio íntimo no momento crepuscular a idade é uma inquietação medular.

Aqui no infortúnio conciso do mundo as palavras são murmúrios de água e a constatação do ser efémero.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 51 DIVULGA ESCRITOR
Cassandra Alpoim

PALAVRAS E GESTOS

Por vezes com certos gestos Várias palavras dispensamos Pois se surgem os manifestos Em pensamentos os criamos.

Se pode parecer monotonia Como maneira de comunicar Mantendo a certa harmonia Suas acções se fazem notar.

Por vezes há uma imagem A transmitir sua mensagem Mas que se faz pronunciar.

E num processo elaborado Com um sentido organizado Surge uma forma de dialogar.

Jesuino Vieira (J.V.)

QUEM ME DERA

Escrevo-te, ciente, que não lerás O que, amargurado, aqui escrevo, Que só pelo meu amor me atrevo, Sabendo que valor não lhe darás.

Não sei que fetiche meus olhos veem, Que tanto forçam o meu coração, A ver amor, em vez, de ilusão, Na qual só os infelizes creem.

Quem me dera, que o meu coração, Se revoltasse e dissesse não, A tudo, aquilo, que o faz sofrer.

Assim, quer lesses ou não, o que escrevo, Deixaria, então, de ser este cego, Qu’ esta quimera, me levou a ser.

Oco

algum sentido busco em mim desnorteado e confuso me sinto ideias alinho sem chegar ao fim fujo das tentações do absinto busco nos sentidos já tão gastos sabedorias, vindas até dos lodos deles, espero conhecimentos vastos é certo que sério uso dei a todos a alma e seus segredos ocultos sei que um dia hei de saber ler por agora são misteriosos vultos ainda não os consigo entender para o ver por dentro, esperei mas dei com ele tão seco e frio tanto sonhei que me decepcionei encontrei o meu coração vazio...

Ironia

A vida está repleta de contradições Que mais complexa fazem com que seja Por tudo s’ansiar sem se saber o que se deseja, Vazia que é d’amor e d’outras simples paixões.

Pretende-se muito, as maiores ilusões, O que a nada se resume p’ra que se veja Que quanto maior é o que da vida s’almeja, Maior a decepção e o juntar de frustrações.

No fundo, basta o génio ser minúsculo P’ra que a vida se torne numa utopia, O que nem de base serve p’ra um opúsculo

Quando há que troçar da própria ironia, Pois todos devíamos ver um crepúsculo P’lo menos uma vez no final de cada dia…

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 52 DIVULGA ESCRITOR

Minh’Alma renasceria...

De Alma empedernida triste e cansada na mente indizível...sufocada e dorida abrupto, o coração nem sente.

O mau tempo no peito corre como vendaval dando à vida o direito de sentir que é normal.

E de trevas me envolve a nebulosidade constante como um manto me acolhe dando-me tréguas por um instante.

Ai se eu pudesse mudar o tempo de felicidade me envolveria... na ilusão contra esse tempo... minh’Alma, de novo, renasceria.

Ilda Ruivo DELÍRIO

Passo como uma papoila murcha e sem graça, esvoaçando ao vento da manhã, quimera adormecida no tempo, voando como uma ave endoidecida através do ar...

Prende-se a mim a tua voz a incendiar a tua boca com os meus desejos... E, em delírio, tremem os teus lábios com os meus beijos.

A lua vazia …

No céu uma lua vazia, Ausente da sua rotina… Tal como eu… Ausente de tudo Envolta em pensamentos De desejos loucos e profanos De um amor proibido, Fechado em teus lábios, Selado em nossas almas. Desata-me deste sofrimento Ama-me assim em silêncio

Catarina Dinis Pinto “Meu

Anjo”

Meu Anjo voa com asas douradas Entra no meu sono pelas madrugadas Meu anjo tem o brilho de mil estrelas Ilumina-me a alma com a luz de velas...

Meu anjo voa feliz sobre o meu mundo Me guarda e guia com amor profundo Não o vejo, mas sei que ele está por perto Tem o aroma fresco das flores do deserto...

Meu anjo voa sempre, sempre a meu lado Tem asas abertas e tem alento perfumado E... num pequeno instante que me deixe só Meu anjo sente pena e me beija com dó...

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 53 DIVULGA ESCRITOR

Procuro

Entrevista com o Escritor

JAX

FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA (JAX) Nascido no Rio de Janeiro, 2/6/1952

Diplomata aposentado. Bacharel em Direito (UFRJ); Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA Autor de Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do JAX (2019), Lamparina Luminosa, SP; Afinal de Contos...(2019), Illuminare, RS; Microcontos, Mini-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), Assis, MG; Para um Menino, Nada É Difícil?, Flamingo, SP/Lisboa (2021); De Volta a Ibitinema (com novas histórias na bagagem), Astrolábio, SP/Lisboa (2022).

Participou de antologias das editoras Assis, Illuminare, Palavra é Arte, Recanto das Letras, ArteCultural, Chiado Books, Scortecci e do Círculo Literário do Clube Naval.

Boa leitura!

Escritor Jax, é um prazer contarmos com a sua partici pação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofo nia. Conte-nos, em que momento começou a escrever “De volta a Ibitinema”? Comente sobre a escrita do li vro até a publicação.

JAX - Desde a publicação, em 2016, do meu segundo li vro, Ibitinema e Outras Histórias, planejei vir a escrever nova versão, ampliada, do conto principal, que se compõe de memórias da infância e juventude passadas no sítio si tuado naquela localidade. Aos poucos, foram sendo agre gados mais episódios, com recordações complementares e também com histórias fictícias, mas condizentes com a realidade da roça que conheci. No início de 2022, consi derei satisfatória a ampliação feita, selecionei outros con tos e microcontos para compor o livro e submeti minha proposta ao Grupo Editorial Atlântico, que a aprovou e indicou a editora Astrolábio para publicar a obra.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 54 DIVULGA ESCRITOR
confrontar as deliciosas experiências de um garoto carioca em férias na roça, o Tiago, com os desafios e a dura realidade do campo”

Apresente-nos a obra JAX - De Volta a Ibitinema cons titui um conjunto de memórias e de ficções de variada temática. As primeiras registram situações pas sadas e personagens diversas que fizeram parte do meu cotidiano nos anos 50 e 60, como a cozinhei ra de primeira do sítio, a velhinha benzedeira que vinha à proprieda de de tempos em tempos ou, ainda, o barbeiro e o jornaleiro do meu bairro carioca, a Tijuca. Quanto às histórias fictícias, incluí no li vro vários trabalhos recentes, nos quais exploro elementos de misté rio, bem como casos insólitos, na linha do absurdo e do “non-sense”, que sempre me atraíram na litera tura em geral e também na Nona Arte, as histórias em quadrinhos, das quais sou fã.

O que diferencia, “De volta a Ibi tinema” de “Ibitinema e Outras Histórias”?

JAX - No conto revisto, coloquei um pouco mais de ficção do que cons tava da versão original, de 2016. Os episódios relativos à morte de um bom lavrador e ao sonho do franzi no Tonico são bons exemplos disso. No intuito de conferir maior dose de imaginário ao conto principal, inventei tais personagens, que, não obstante, guardam nítida coerên cia com tipos do interior brasileiro e bem podem ter existido de ver dade, em Ibitinema, Pirapetinga ou alhures. A essência da história mantém-se, porém. Procuro con frontar as deliciosas experiências de um garoto carioca em férias na roça, o Tiago, com os desafios e a dura realidade do campo

Apresente-nos

“Ibitinema”

JAX - Ibitinema é um distrito de Santo Antônio de Pádua no estado do Rio de Janeiro, separado de Pi rapetinga, em Minas Gerais, pelo rio “xará” da cidade mineira. Na

quela localidade fluminense, fica o sítio da irmã mais velha da mãe de Tiago, que ali adorava passar suas férias. A maior parte da família nasceu em Pirapetinga e residiu na jurisdição mineira enquanto alguns membros se estabeleceram em Ibi tinema ou em outros lugares. Tive o privilégio de lançar o livro “Ibiti nema” no mesmo sítio das aventu ras de Tiago.

Quais os principais objetivos a se rem alcançados por meio da leitu ra desta obra literária?

JAX - Ademais do entretenimento natural da leitura (que eu muito valorizo), dar o que pensar sobre os diferentes conteúdos do livro: o contraste entre o cotidiano dos anos 50/60 e o atual; o valor da amizade e da camaradagem; os desafios para manter a harmonia entre marido e esposa; os aspectos por vezes insólitos da morte e das cerimônias fúnebres; os riscos ine

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rentes à violência, física ou mental; os mistérios e absurdos que podem cercar bom número de ocorrências; a vida, enfim, que passa diante dos olhos de quem, se calhar, mal a vê.

O que mais o atrai em “De volta a Ibitinema”?

JAX - Além do prazer natural que sinto em escrever e criar histórias, este livro proporcionou-me a enor me satisfação de voltar a contar com a colaboração de meus filhos na concretização da obra. Assim como foi o caso do livro anterior (Para um Menino, Nada É Difí cil?, Flamingo, 2021), eles fizeram as ilustrações de “De Volta a Ibiti nema” com muita inventividade, capricho e carinho. Embora não se tenha animado a ilustrar o livro, meu terceiro filho, Marcelo, tam bém colaborou, inspirando-me a incluir uma ou outra situação ao texto. Tampouco posso deixar re gistrar a permanente colaboração de minha querida esposa, Eliana, quem me inspira e dá permanente força para criar.

Onde podemos comprar o seu li vro?

JAX - Por meio dos sites da edito ra Astrolábio, do Grupo Editorial Atlântico e das livrarias Travessa e Martins Fontes, no Brasil, e Chiado Books, em Portugal.

Além destas obras literárias você tem outras obras publicadas, apre sente-nos títulos e segmentos?

JAX - De meus sete livros publica dos, creio que somente três ainda

estão disponíveis (sem ser em se bos). O livro de contos infantisna verdade, para todas as idades -, Para um Menino, Nada É Difícil?, pode ser adquirido junto à editora Flamingo ou nos sites do Grupo e livrarias acima indicados. Meu quinto livro, Microcontos, Mi ni-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve, também pode ser adquirido por encomenda junto à editora Assis, de Uberlândia, MG. Ressalto o excelente trabalho edi torial desse livro (de bolso), graças ao talento e à dedicação de minha amiga, a também escritora Ivone Gomes de Assis. Transcrevo um dos microcontos:

QUENTÍSSIMO

Sem querer ser radical, pa lavra plena de significado é canícula.

Basta olhar sua raiz para en tender que significa um ca lor do cão ou, se preferirem, quente pra cachorro!

Quais os principais objetivos a se rem alcançados por meio da lite ratura?

JAX - Em primeiro lugar, manter seu papel tradicional de suscitar ideias e de motivar os leitores a co municar-se e a trocar impressões sobre os livros que leram. Isso esti mula a convivência, objetivo central de qualquer comunidade. A leitura também contribui individualmente na medida em que leva cada um a interpretar e a avaliar o universo à sua volta. Para não se estagnar, uma comunidade requer espíritos críti

cos, capazes de trazer novas luzes à discussão dos mais variados temas. Não faz mal se os livros estiverem no formato de papel ou estampados em telinhas. A literatura sempre se fará necessária para o ser humano.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jax. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literá ria da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? JAX - Mantenham o saudável hábi to de ler e de compartir ideias com seus conhecidos. Agradeço de an temão aos que se interessem pelos livros que publiquei. Os que qui serem conhecer previamente meus escritos, antes de aventurar-se em compras, podem visitar o site do Recanto das Letras ou ler publi cações virtuais como esta Revista Literária da Lusofonia ou a Revis ta LiteraLivre, nas quais costumo “aparecer”. Minhas cordiais sauda ções a todos vocês.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura

Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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BRILHA OUTRA LUZ EM PIRAPETINGA

De Paris, a Cidade-Luz por excelência, ao mais simples burgo na face da Terra, toda urbe possui brilho próprio e emblemático. Al gumas cidades brilham, entre ou tros aspectos, por suas belezas na turais, como Capetown, Vancouver e Rio de Janeiro. Há aquelas que se iluminam com monumentos histó ricos, tais quais Cartago, Jerusalém e Roma, ou com arrojadas constru ções modernas, a exemplo de Dubai.

Vários centros urbanos res plandecem por meio de seus filhos ilustres. Para não fugir à Zona da Mata mineira, na qual se centra a presente crônica, é o caso de Vol ta Grande, berço do renomado ci neasta Humberto Mauro.

Nessa mesma região das Ge rais, Pirapetinga vê nova luz bri lhar em seu firmamento. Luz com maiúscula, diga-se de passagem. Nessa simpática cidade, que o rio de nome idêntico separa do vizinho estado do Rio de Janeiro, Amélia Luz estendeu suas atividades do magistério à arte literária. Compôs poemas e aldravias de grande criati vidade, bem como crônicas e outros textos em prosa de aprazível leitura.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JACQUES MAGALHÃES – JAX

* JAX, Ibitinema e Outras Histórias, ed. Lamparina Luminosa, SP, 2016. JAX gostou tanto do referido prefácio que o reaproveitou no seu livro “De Volta a Ibitinema (com novas histórias na bagagem), ed. Astrolábio, São Paulo e Lisboa, 2022.

Amelinha, como é conhecida por seus familiares e amigos, acen deu seu sobrenome com a energia do talento. Antes mesmo de aven turar-se pelo campo literário, já dava mostras de sua inteligência e saber nas rodas de conversa. Não ficava restrita ao mundinho típico do interior brasileiro. Ia além, tra zia aprendizados e conhecimentos adquiridos em suas leituras e mos trava-se atenta ao que ocorria por todo esse Brasil e mundo afora.

Veio a casar-se com um que rido e saudoso primo do narrador, tornando-se sua prima por imedia ta afinidade, a qual vale bem mais do que os elos de sangue restriti vamente definidos pela frieza das leis. O prefácio que elaborou para o livro “Ibitinema”*, ademais do conteúdo primoroso, demonstra o carinho com que ela desde logo se integrou à nova família. Da mesma forma, o texto que escreveu sobre o velho engenho existente na então propriedade da sogra exala sensibi lidade na apreensão e interpretação de tantas histórias ali passadas.

Escapa ao propósito desta crônica eleger as melhores criações literárias da nossa escritora e poeti sa. Afigura-se mais realista refletir que cada um dos afortunados leito res da Amelinha terá sua preferência própria e certamente justificável.

Não se pode furtar, porém, de citar mais um exemplo. Entre tantas belas poesias que escreveu, cabe recordar, a juízo do cronista, a “Canção de um Tempo”, que foi merecidamente selecionada como uma das melhores do ano de 2019,

publicadas na Revista LiteraLivre. Nes se poema, Amélia reflete que, em sua vida, tudo se mostrou passageiro e que nada do que a cercou lhe pertenceu de fato. Sem dúvida, uma reflexão extensi va a todos os seres conscientes de sua mortalidade e imunes às reluzentes ilu sões da realidade. Por outro lado, como numa antítese, os versos revelam a eter nidade da arte e geram a convicção de que o talento pertence a quem o possui (desde que não seja enterrado, como na parábola bíblica, e sim multiplicado e dividido em operação mais do que sim plesmente matemática).

Quem quiser saber mais, fica a sugestão do livro “Luz e Versos” (ed. Becalete, SP, 2017), no qual a escritora erige imaginativas construções líricas em torno de “linhas”, “pontos”, brinque dos e jogos de infância, amores, Marias mil e uma infinidade de temas enfoca dos com graça, argúcia e o particular poder da palavra.

Recomenda-se, ainda, seu mais recente livro, “Contos de Argila”, da Rede Sem Fronteiras, com o qual ela participou literariamente da 92.a Feira do Livro de Lisboa, em 2022. A poetisa envereda pelos caminhos da prosa com a costumeira poesia, plena de amor pela vida, pela humanidade e pela família, inclusive a que carinhosamente abraçou em seu primeiro casório. Esse carinho reflete-se na capa do livro, na qual in cluiu cena de um menino a brincar com sua sombra, sob o olhar da avó, no sítio de Ibitinema. Tais personagens são o fi lho mais velho e a mãe deste narrador. Pra concluir em tom bem cario ca: valeu, prima!Versão atualizada do texto publicado no Recanto das Letras, Escrivaninha, julho de 2020.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A FALPA – FEDERAÇÃO DAS ACADEMIAS DE LETRAS DO PARÁ

Literaluta: A FALPA como um instrumento de luta pela literatura Paraense

1. Rememorando um sonho

O mundo da Grécia antiga deixou um legado de valor imen surável. São inúmeras obras de uma vasta abordagem. Contudo, foi o filósofo ateniense Platão que

nos inspirou a nos reunirmos en quanto confrades que lutam em prol das letras e das artes. Ao perceber a importância de deixar um legado para posteridade Pla tão adquiriu um terreno em uma das mais belas áreas do subúrbio

de Atenas. O local era ornado com belas arvores, estátuas e oli veiras, foi chamado de Akade mia fazendo menção ao lendário herói ático chamado Akademos que emprestou seu nome para tal região.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 58 DIVULGA ESCRITOR

Com Platão aprendemos duas lições que nos conduziram em uma luta que culminou no nasci mento da Falpa. A primeira lição foi a de que a Academia nasceu na Periferia de Atenas, assim preci samos nos livrar da falácia de que uma Academia ostenta o apogeu de ser um pseudo olimpo, casa dos deuses imortais, a Academia é periferia, lugar de luta e acolhida, é uma egrégora de resistência em prol da literatura.

A segunda lição que aprende mos com Platão é a de que o nome importa, ele está ligado a missão do projeto. O nome AKademia remete a Akademos, o herói que percebeu onde Helena estava presa, foi quem motivou a libertação da jovem tão bela. A literatura é a conexão de mente que nos salta em beleza e em conhecimento, desta forma a exemplo do ocorrido somos inci tados a sermos heróis da resistên cia literária propalando e zelando pela beleza da produção literária e democratizando o acesso de todos que queiram produzir ou aprecias.

Diante da observação da rea lidade das Academias de Letras do Estado do Pará se identificou três categorias, sendo Academia de Le tras, Academias de Letras e Artes e Academia de Literatura de Cordel, desta forma o confrade (título que usamos para nos identificar) Fran ciorlys Viannza membro efetivo da Academia Castanhalense de Letras e outros confrades e confreiras ini ciaram no ano de 2021 um projeto de mobilização das Academias do Interior do Estado do Pará na busca de construírem uma representativi dade no âmbito estadual.

O grande passo inicial foi a realização de um circuito de lives com as academias por meio do Ca nal Vianza TV e a Fampage da Edi tora Parágrafo, grande parceira do Projeto. Cada cenáculo foi convida do a contar sua história, memória e as obras de seus membros. A prin cípio a construção dessa rede não se contava com muitas academias, mas logo se foi descobrindo outras pelo interior do Estado e cada vez mais a rede foi crescendo. As lives também forma fomento para in centivo a literatura, estimulando a leitura e produção.

Um segundo passo muito importante foi a construção de um grupo de interatividade por meio de um aplicativo da comunicação instantânea. Não demorou muito o grupo já estava com mais de se tenta membros de diversas partes do Estado interagindo entre si. Foi um encantamento, lembro-me de definir tal momento com uma pa lavra da cultura paraense, a palavra Mundiar que significa encanta mento. Tudo isso à medida que foi acontecendo foi nos encantando.

A construção dessa rede foi aos poucos sendo desenhada, mais arcádias foram se integrando, che gamos a um quantitativo de 27 academias compondo esta rede. Mobilizou-se um grupo de debate composto pelos presidentes e vi ce-presidente de cada academia. Definiu-se nome como sendo Fe deração das Academias de Letras dos Estado do Pará Representada pela sigla FALPA. Começaram os trabalhos em comissões para cons trução dos documentos e do evento de formalização.

O Estatuto foi muito bem ela borado pela comissão responsável a partir das deliberações dos demais trazendo um documento moderno e democrático de construção co letiva que apresenta nossos ideais para o futuro deste grande projeto. A constituição da primeira eleição se deu por candidatura de chapa única sendo eleita por aclamação na cerimônia de posse. O estatuto e a eleição da primeira diretoria re presentam passo significativos que para esse sonho se torne realidade. A Consolidação da Falpa foi um ato pioneiro no país, pois até o presen te momento não temos informa ção da existência de rede formal de Academias e uma Federação que as represente dentro de um estado.

2. Do sonho para realidade

“Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se so nha junto é o começo da realidade”. Esta frase do célebre livro de Mi guel de Cervantes - Dom Quixote de La Mancha foi o impulso neces sário para compreendermos que o sonho tão vívido, fruto de uma “li teraluta” aguerrida, enfim o sonho estava se tornando realidade. No sábado, 20 de agosto de 2022, aconteceu na cidade de Nova Ipixuna, a grande assembleia, onde se fizeram presentes ou representadas as Academia de Letras de todo o es tado do Pará. A solenidade em Nova Ipixuna ocorreu em conjunto com o “Encontro Regional da Academia de Letras do Pará e Região – ALERPRE”, entidade da região sul e sudeste que é presidida pelo acadêmico José Fer reira que se fez nosso anfitrião.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A FALPA

– FEDERAÇÃO DAS ACADEMIAS DE LETRAS DO PARÁ

Foi notório o interesse cul tural da população, dado pela pre sença das autoridades locais e os presentes demonstrando a gana pela valorização do cenário literá rio. Evento inédito, que fará parte da história da literatura paraense: a fundação formal da Federação das Academias do Estado do Pará (FALPA); um sonho gestado há muito tempo, ganhou vida e nas ceu em uma manjedoura simples, porém acolhedora, nasceu no co ração do interior paraense, na bela e formosa cidade de Nova Ipixuna.

O sonho de tantos homens e mulheres que produzem arte e cul tura no Pará agora se congregam em uma única fonte denominada FALPA. A Federação surgiu no dia 22 de junho de 2021, mas somente agora, em 20 de agosto de 2022, foi legalmente fundada, com a aprova ção de seu estatuto e posse de sua primeira diretoria.

Momento único e importan te para literatura paraense. Uma solenidade que entrou para histó ria, e foi sucedida por um banquete recheado de muita música, poesia e literatura.

3. Olhando para o futuro

O processo de registro en quanto Pessoa Jurídica nos permi tirá existir perante o poder público abrindo as portas para consolida ção da FALPA e das academias as sociadas que no presente momento perfazem um total de 27 silogeus.

A FALPA surge como o obje tivo de coordenar, fomentar, produ zir, realizar e empreender ações para o desenvolvimento da Literatura e das artes em geral, no Estado do Pará, e, principalmente, representar os interesses das Academias de Le tras existentes em território paraen se, bem como fiscalizar as políticas públicas do setor. Possui prerrogati va consultiva e deliberativa em rela ção às políticas de arte e cultura.

A FALPA se pautará pela ma nutenção de intercâmbio artístico e cultural entre as Academias e en tidades culturais, empenhando-se no aprimoramento e na melhoria da cultura estadual, incentivando a solidariedade através das letras, das artes e da cultura em geral, de fendendo os direitos e projetos das instituições acadêmicas e centros

culturais do estado, assim como artistas e literatos e, ainda, pro movendo o estudo das letras e das artes em geral, assim como a difu são de todas as formas de sua ma nifestação no território estadual. Colaborar com o poder público e instituições privadas, visando à preservação, à ampliação e o aper feiçoamento dos estudos literários, linguísticos, artísticos e folclóricos; servindo como fórum de debates dos problemas da cultura, especial mente no Estado do Pará.

Com a FALPA, todas as aca demias paraenses caminham juntas. E parafraseando Miguel de Cer vantes reiteramos que um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas um sonho que se sonha junto é realidade. A Federa ção é uma realidade! Desta forma, alçamos um voo rumo ao infinito, fugindo da inércia, pois o que nos move é a paixão pela arte e cultura.

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Ronaldo Ferreira Pinheiro Diretor de Comunicação Falpa Presidente da Academia Tucuruiense de Letras e Artes - ATL

Entrevista com o Escritor

Jean Carlos

Jean Carlos de Andrade é Professor formado em Letras, adepto da pintura em tela, tendo como hobby vários quadros pintados, Professor em Capoeira, Comunicador, Escritor e Poeta mineiro com 11 livros publicados, também já participou de dez Antologias Nacionais, sendo que uma delas teve seu lançamento no Salão do Livro, em Genebra na Suíça. O autor fez uma breve participação figurativa na série Carga Pesada da Rede Globo. Em 2012 esteve no Programa Encontro com Fátima Bernardes, nesta mesma emissora, foi o assunto principal no Programa Mais Caminhos da EPTV Globo. Jean Andrade é membro da ALG e AIL (Academias de letras – Goiás e Pernambuco). Em 2017 foi o protagonista do comercial da Ford Caminhões, tendo como roteiro, o livro Vida de Caminhoneiro, este filme foi exibido em todos os canais de TV e internet. Jean Carlos de Andrade é natural da cidade de Bom Repouso/MG, mas reside em Estiva/MG desde 2005, cidade esta que o acolheu com enorme carinho.

Boa leitura!

Escritor Jean Carlos, é um prazer contarmos com a sua par ticipação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?

Jean Carlos - Obrigado, é um prazer e uma alegria poder partici par desta conceituada Revista Literária. Eu sempre gostei muito de escrever, registrar o meu dia a dia e produzir algumas histó rias, isto desde os tempos de escola. Aos 18 anos de idade, iniciei os meus trabalhos como caminhoneiro, realizando viagens por todo Brasil, deste modo, gostava de registrar todos os aconte cimentos da viagem, tendo comigo um diário de bordo. Neste caderno foram registrados vários acontecimentos da minha vida de caminhoneiro, fatos tristes, alegres e engraçados, também vários desabafos de momento. Neste mesmo período, também escrevia diversas poesias, algo que fui guardando ao longo do tempo, mas nunca tive a pretensão de publicar, era apenas o meu momento solitário, de conversas comigo mesmo.

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Neste livro o autor relata fatos verdadeiros e curiosos da vida de um caminhoneiro.”

O que o inspirou a escrever “Vida de Caminhoneiro”?

Jean Carlos - Como disse anterior mente, em minha vida de estradei ro, eu pude observar e viver diver sas aventuras, decepções, tristezas, fatos engraçados, amigos e culturas diferentes, deste modo, meu hob by era escrever um diário de bor do, sempre registrando todos estes acontecimentos, como desabafo mesmo, pois queria guardar aque le momento, talvez prevendo que alguém um dia pudesse ler e viver aquilo comigo, mesmo que de for ma pensante, mas nunca pensei que pudesse virar um livro.

Conte-nos como foi o processo para escrita deste livro, em que momento escrevia, como foi sur gindo inspiração, quanto tempo demorou do início ao fim da es crita até a publicação?

Jean Carlos - O processo de es crita foi natural, em momentos de descanso, em locais desertos e silenciosos, muitas vezes em pá tios de grandes empresas enquan to aguardava o carregamento ou a descarga do caminhão, também na zona rural, em meio a natureza das lavouras do Norte, Nordeste e Sul de nosso país. Além dos fatos que me aconteciam diariamente, tam bém escrevia poemas e citações re ferentes ao meu dia a dia, mas com o tempo, separei estas inspirações, sendo que já publiquei além do li vro Vida de Caminhoneiro, outros quatro livros poéticos. Eu trabalhei como caminhoneiro por mais de 20 anos, mas o livro registra cerca de 15 anos de estrada.

Apresente-nos a obra

Jean Carlos - VIDA DE CAMI NHONEIRO: histórias reais nar radas por um caminhoneiro bra sileiro, suas aventuras e festas, seus dramas e angústia, a vida longe de casa e da família, experiências com

acidentes e assaltos, a morte vista de perto. Neste livro o autor Jean Carlos de Andrade relata fatos ver dadeiros e curiosos da vida de um caminhoneiro. São histórias engra çadas, tristes e também emocionan tes. É a emoção em acelerar o “car rão” cada vez mais pelas rodovias, transportando todo tipo de cargas, conhecendo pessoas e culturas di ferentes, minúcias da vida de um profissional responsável e realiza do na vida. O livro traz desabafos e também críticas pela decepção com que nossos governantes cuidam das grandes rodovias, responsáveis pelo progresso de nosso país.

Este livro está sendo um marco em sua vida, conte-nos, um pouco como vem sendo a receptividade da obra por seus leitores.

Jean Carlos - O livro Vida de Ca minhoneiro foi uma grande e feliz surpresa, nunca imaginei que teria tanta receptividade por parte do leitor, imaginava que talvez fosse bem aceito pelos companheiros de estrada, os caminhoneiros que também se identificariam com a história, sendo igual a deles, mas me surpreendi, pois, o meu livro teve uma ótima aceitação por parte de outros leitores, fora deste círculo estradeiro, tendo pessoas comuns, professores, advogados e até mé dicos que leram e gostaram muito da obra, aqueles que nunca imagi navam como de fato era a vida de um caminhoneiro. Com uma ótima aceitação, já estive falando de meu livro em diversos meios de comu nicação, tendo como principal, a grande mídia televisiva (Rede Glo bo), sendo que já participei do Pro grama Encontro com Fátima Ber nardes, Mais Caminhos da ETPV e Multishow GloboSat, além de canais como Record TV, TV Aparecida e canais locais, aliás, em meu livro eu também cito uma passagem muito bacana, uma pequena participação

figurativa na Série Carga Pesada da Rede Globo, ao lado dos atores An tônio Fagundes e Stenio Garcia (Pe dro e Bino). Meu livro também foi utilizado como roteiro para produ ção do filme Rotina, sendo o maior trabalho de marketing da Ford Ca minhões, este comercial foi muito premiado no Brasil e no exterior, um trabalho belíssimo da PBA Ci nema, sendo exibido em todos os canais de tv e internet.

Quais os principais objetivos a se rem alcançados por meio da leitu ra de “Vida de Caminhoneiro”?

Jean Carlos - Creio que o objetivo principal desta leitura seja a apro ximação das pessoas com a história que envolve o mundo estradeiro, tendo eu a pretensão de levar até estas pessoas, um pouquinho do que vive o caminhoneiro brasileiro, revelando as suas angústias, seus desejos, a sua particularidade, sua tristeza, alegria e principalmente a importância que o caminhonei ro tem para o nosso Brasil, pois, eu costumo dizer: “Tudo que você tem na mão, foi trazido por um ca minhão”. A leitura desta obra visa primeiramente mostrar a vida deste profissional que vive na estrada, que literalmente carrega o Brasil e o pro gresso nas costas. Eu, como autor e caminhoneiro que fui, busco reco nhecimento e o respeito à esta clas se tão sofrida e esquecida, tentando através da escrita, conseguir um pouquinho de respeito e admira ção para o amigo caminhoneiro que vive e trabalha, noite e dia, levando e trazendo o progresso e o alimento que é o sustento de nosso povo.

Quais os principais tópicos abor dados pela obra?

Jean Carlos - O Livro Vida de Ca minhoneiro aborda diversos temas, que são narrados por seu autor em tempo real, muitas vezes vividas e sentidas na pele, aventuras e peri

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gos da estrada, as tradicionais festas e a alegria, também os dramas e a angústia, a vida lon ge de casa e da família, experiên cias com acidentes e assaltos, a morte muitas vezes vista de perto. Neste livro o autor relata fatos verdadeiros e curiosos da vida de um caminhoneiro. São histórias engraçadas, tristes e também emocionantes, vividas intensamente por uma pessoa real, não é uma ficção, é a emo ção verdadeira de um brasileiro que conta a sua história de vida, percorrendo estradas e cortan do fronteiras, transportando todo tipo de cargas, conhecendo pessoas e culturas diferentes, o livro também traz um desabafo, enfatizando na decepção pelo descaso de governantes, autori dades e até empresários que des conhecem o valor de um cami nhoneiro, que é como eu disse, os responsáveis pelo progresso de nosso país.

Além de “Vida de Caminho neiro” você tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos e segmentos.

Jean Carlos - Após publicar o Livro Vida de Caminhoneiro, minha inspiração seguiu adian te, sendo que já publiquei 11 livros com assuntos diferencia dos, entre história, causos, poe sias e esportes.

São eles:

A Magia da Capoeira – Este livro conta um pouco sobre as particularidades e a magia desta luta brasileira, seus golpes e tradi ção, Mestres antigos, as minúcias e as particularidades de sua criação.

Viver em Bom Repouso - Um livro histórico sobre a cidade de Bom Repouso/MG, história que se inicia no tempo dos Bandeirantes, com

causos engraçados, lendas e várias histórias contadas por moradores antigos.

O Espectador dos Milagres de Je sus - Este é um trabalho religioso, a maior história de todos os tempos, porém, contada de uma maneira

diferente. A história de Jesus Cris to em sua jornada na terra Santa, acompanhado por um garoto cha mado Felipe.

Emoções de um Corintiano - Um jeito divertido e simples de mostrar o amor ao querido Corinthians.

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Narrativas do próprio autor, con quistas importantes, todos os he róis e a emoção em campo.

Pensamentos Poéticos - Este livro contém citações e textos poéticos. O próprio título deste livro nos su gere a leitura dos pensamentos e devaneios do escritor.

A Bella Luna - Um conto poético que contém nas entrelinhas uma sexualidade inocente, com um to que de humor, momentos emocio nantes e também tristes, com um grau romântico significativo.

Compartilhando Poesias - Poesias e citações, algo que no sentimento mais sublime de nosso interior, será aflorado à cada palavra.

Espaço Sagrado (Significados Sacros da Igreja) – Um projeto de documentação da Simbologia Teo lógico-Litúrgica do espaço sagrado, trazendo conhecimento dos Aspec tos Simbólicos Litúrgicos e os Sig nificados Sacros da Matriz de Bom Repouso/MG

Poesias Para a Vida - O autor uniu dois de seus livros em um só, mas também inseriu novos textos poéti cos de sua autoria, escrevendo cada pensamento delicadamente se ins pirando em seu dia a dia.

Café com Palavras - Pensamentos compartilhados pelas redes sociais, frases e citações que tiveram uma boa aceitação por parte dos segui dores virtuais.

Onde podemos comprar seus li vros? (máximo 3 opções)

Jean Carlos - Todos estes livros estão disponíveis no formato im presso e E-book no site do Clube

de Autores (www.clubedeautores. com.br), sendo publicações inde pendentes e sob demanda, também no site Agbook (www.agbook.com. br) e disponíveis no site da Ama zon em formato E-book.

Quais os seus próximos projetos literários?

Jean Carlos - Muitas ideias estão sendo trabalhadas, pretendo ainda escrever e publicar mais um livro religioso, com inspirações divinas e boas palavras para o dia a dia, tam bém pretendo e isto já está em an damento, publicar um livro infantil, com causos, fábulas, histórias, poe sias e citações direcionadas para as crianças. No momento estou atuan do como Diretor Municipal de Cul tura de minha cidade, Estiva/MG, estando a frente da Biblioteca Mu nicipal, incentivando a leitura e a visita ao museu recentemente cria do por nossa administração, tendo em meus projetos, vários encontros e bate-papos culturais com profes sores, escritores e pessoas ligadas a arte, a gastronomia e a cultura de nosso município. Também realizo um trabalho de grande importân cia na Pastoral da Comunicação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Estiva/MG, sendo o comuni cador e apresentador de diversos acontecimentos e celebrações, com transmissão ao vivo, da mesma for ma, mantenho um canal Informa tivo de nosso Município, intitulado Informativo Estiva, canal este do qual realizo diversas reportagens e entrevistas que são vinculadas nas Redes Sociais.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom co nhecer melhor o escritor Jean Carlos de Andrade. Agradecemos sua participação na Divulga Es

critor: Revista Literária da Luso fonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jean Carlos - Eu que agradeço pelo espaço e oportunidade de me ex pressar e mostrar um pouquinho de meu trabalho cultural e literá rio nesta importante e conceitua da revista literária, como também, apresentar meus livros e meus pen samentos, é de fato uma alegria estar com vocês. O meu desejo se assim posso dizer, é o de felicidade para todos, também, que os sonhos se realizem, que os projetos sejam concretizados e que a arte e a escri ta sejam o nosso guia nesta vida de incertezas, que cada um possa se expressar da melhor forma possí vel, escrevendo e publicando seus sonhos e ideais, que sejamos nós reconhecidos por nossa arte e que o mundo se inspire em nossos mais belos pensamentos. Desejo a cada um e a todos, muito sucesso e mui tas inspirações, que nossas palavras sejam eternizadas e apresentadas ao mundo de forma abrangente, que sejamos nós, escritores e poetas, guias e divulgadores da esperança e da boa palavra. Deus abençoe e proteja a todos nós!

At.te, Jean Carlos de Andrade, um Escritor e Poeta mineiro.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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EM DESTAQUE LIVRO

“ESFORÇO POSITIVO” DO AUTOR ALMÉRIO BARBOSA

Neste livro, Esforço Positivo, que é um verdadeiro manual para dependentes químicos e seus familiares brecarem o mal do vício, mostro, de maneira clara e objetiva, os preconceitos, as dificuldades para com bater essa doença, as alegrias de quem consegue vencê-la e, principalmente, mostro que todo e toda dependente tem a capacidade de se esforçar para acabar com a dependência, pois para consumir as drogas e as bebidas alcoólicas, sem perceber, faze mos inúmeros esforços.

Almério Barbosa nasceu em São Paulo em 1958 e, três anos depois, mudou-se para Cotia (SP), onde mora até hoje. Já trabalhou de caddie, ser vente de pedreiro, ajudante geral e ajudante ad ministrativo em escolas de Cotia e, desde 2008, trabalha como secretário de escola municipal em Vargem Grande Paulista (SP). Participou de duas antologias da Scortecci Editora, em 1997 e 1998. Também pela Scortecci publi cou seu primeiro livro, de forma indepen dente, “Justiça para a periferia”, em 2003. O segundo, “Família Periferia Nivelando Por Cima”, foi publicado pelo selo Um por To dos e Todos por Um, em 2013. Ambos es tão esgotados. Foi o primeiro colocado em um concurso sobre o Dia da Consciência Negra, realizado em Cotia em 2006, e, na mesma cidade, obteve a primeira coloca ção no Mapa Cultural, na fase municipal, em 2009. Em 2015, publicou, de forma independente, seu terceiro livro, “Não Se Deixe Manipular”, pela Editora Bibliote ca 24 Horas, também esgotado. Em 2020, publicou, pela Editora Autografia, o livro “O Combate à Corrupção Começa na Eleição”. Em 2021, publicou o e-book “Poesias Para a Periferia” pela Editora Serra Azul.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

COM A ESCRITORA JUCÉLIA BETINARDI FACHINI

Jucélia Betinardi Fachini

É natural de Curitiba-PR, nascida no dia 20 de dezembro de 1964 em uma família de origem italiana. Se formou técnica em química, e nas horas vagas gosta muito de pintar, ouvir música e principalmente de escrever. É casada e mãe de dois filhos. Participou da coletânea: “Memórias e Passagens de um Tempo” da Editora Scortecci, “Conexão III”, ConexãoV, Espaço Cultural Core to da Nogue Editora. .É Colunista do Jornal de Colombo.E também participa de revistas literárias online.

As flores

Como são lindas as flores, sempre marcando presença em nossas vidas. As pessoas gostam muito de flores, pois ela tem o poder de alegrar os ambientes, com seus perfumes, cores e formas diferentes, cada uma delas com sua própria beleza. Bem vindas em qualquer ocasião, são magníficas! Nos jardins ou até mesmo dentro de casa, elas dão outro aspecto, criando um ambiente muito agradável para todos. Também nos momentos de festa, como aniversários, casamentos, formaturas.... Elas nunca deixam de estarem presentes, seja para enfeitar ou presentear, pois as pessoas se sentem muito felizes ao receber, por exemplo, um buquê de flores em um dia comemorativo. Por essas razões, é muito importante o cultivo e valorização das flores, pois elas trazem grande alegria e paz no coração de todos a sua volta.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM GRAZIELLI MORAES

Biografia

Fazendo uma analogia com as borboletas, que são tão livres depois que saem do casulo, elas decidem onde elas querem ir, e onde querem pousar e alegrar o dia daqueles que tem a oportunidade de vê-la.

Para uns sorte, para outros mau agouro, mas ali estão elas desfilando com suas lindas asas e cores.

Na vida temos a mania de querer guardá-las num pote só pra gente e não deixar nunca mais ela sair dali, mas concorda que se ela quisesse ficaria e nem precisa va você aprisionar?!

Assim são as pessoas e as coisas nas nossas vi das, por “amor”, acabamos querendo que mesmo contra vontade elas fiquem ali, pra sempre.

Eu particularmente já quis sim, que pessoas ficas sem comigo pra sempre, trabalhos fosse eternos, ami zades nunca acabassem... lembro a primeira borboleta que pousou levemente em minha vida e eu em minha inocência de criança achei que sim, seria eterna, e deixa eu te contar, nada é eterno e nem permanece em nossas vidas o tempo que queremos, mas, o tempo necessário pra aprender algo, é preciso que saibamos tirar provei to desses momentos, afinal, quando elas decidem bater asas e voar, podem não mais voltar.

Dói sim, mas pra seu bem e para o dela, deixe-a ir, isso é sabedoria e maturidade, quem sabe um dia ela volte, mas não crie expectativas, elas doem ainda mais, apenas guarde os bons momentos que teve ao lado dela e deixe-a colorir o dia de outras pessoas, se for sua, ela volta, caso contrário, aparece outra, pode acreditar!

Espero que em minhas poucas palavras, mas de coração, que pra alguém sirva esse pedacinho dos meus pensamentos!

Beijos Borboletas

Conheçam o Emoções Curadas Madei xas Encanadas lá no Instagram @madei xasencantadas um projeto super legal de autoconhecimento através dos livros e da leitura.

www.facesdeumacapa.com.br

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Grazielli Moraes Bibliotecária de formação, blogueira, terapeuta e amante dos livros e da leitura.

Entrevista com o Escritor

Mino de Oliveira

Filosofo, produtor cultural de espetáculos teatrais e de TV, autor do livro REALIZO, LOGO SOU (Filosofia, Humor & Psicologia Aplicada), Diretor e produtor do Curta metragem SEXO, TEMPO E DINHEIRO (DVD-10 minutos em parceria com a TV CULTURA) 2009. Há mais de 30 anos atuando no setor cultural. Atualmente, Mino de Oliveira coloca a disposição o Stand Up multimídia HOMO BOSSALIS (comportamental que busca estimular a reflexão positiva do desenvolvimento humano), e o Stand Up HOMO BOSSALIS (pisando na Jaca) adaptada do livro Realizo, Logo Sou.

Boa leitura!

Escritor Mino de Oliveira, é um prazer con tarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. O que o motivou a escrever “Realizo, logo Sou.”

Mino de Oliveira - Realizo, Logo Sou, nos mostra como que somos uma massa de ma nobra e cada dia mais ficamos preso em um círculo vicioso, no qual não REALIZAMOS nada, com sua visão de mundo e toda sua

experiência de vida, Mino de Oliveira nos mostra um caminho claro, simples e singelo para você.  questionar o rumo da sua VIDA

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária?

Mino de Oliveira - O compromisso de cada individuo e realizar a missão (sonho) que se comprometeu para ganhar esse presente que e a VIDA. Para entender me lhor o significado (manual) da vida Leia!!! https://reali zologosou.com.br/

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Apresente-nos o livro

Mino de Oliveira - REALIZO, LOGO SOU

Quem é você que está preso neste escafandro de carne e osso, passando por esse planeta de expiação?

REALIZO, LOGO SOU expõe de maneira visceral os nossos vícios cotidianos e nossos “pecados” universais. Você está trabalhando ou Realizando?

O que você faz hoje (...) tem Relevância? 98% da população do planeta trabalha fazendo o que não gosta para sobreviver. Todos carregando a Síndrome de Vazio Interior (sensa ção de que falta algo relevante).

Você está aqui, mas não é daqui, logo... Ao ganhar esse presente que é a “VIDA”, você assumiu o compromisso da “Realização” Leia REALIZO, LOGO SOU. É obrigatório. Até para aqueles que preferem continuar mergulhados na escuridão de sua existência mundana. Eu sou Mino de Oliveira e se REALIZO, LOGO SOU.

Quais os principais tópicos do Sumário?

Mino de Oliveira - Reciclando valores... Os Quatro pesadelos... Cinco Estágios e a Iluminação...

A quem indica leitura?

Mino de Oliveira - Para todos que trabalham fazendo o que não gos tam para sobreviver.

Dê-nos 3 motivos para ler “Reali zo, logo sou”?

Mino de Oliveira - Conscientiza ção de onde você Veio, onde Esta, quem E e para onde você Vai.

Onde podemos comprar o seu li vro?

Mino de Oliveira - Em todas as livrarias físicas por $39,90 e em to das as livrarias digitais por $32,00

Quais os seus próximos projetos literários?

Mino de Oliveira - SEM NO CAO... NESSE PLANETA DE EX PIACAO... (lançamento 2023).

Quais os principais objetivos a se rem alcançados por meio da lite ratura?

Mino de Oliveira - Resgatar o lei tor dessa prisão existencial, RECI CLANDO HABITOS. ATITUDES E VALORES.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom co nhecer melhor o escritor Mino de Oliveira. Agradecemos sua parti cipação na Divulga Escritor: Re vista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Mino de Oliveira - Agradeço a to dos pela leitura, deixo meu site para mais informações, contato. https://realizologosou.com.br/

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura

Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato: smccomunicacao@hotmail.com

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 70 DIVULGA ESCRITOR

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM 0 ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA

O NÃO SER

Será que existe só verdade? Pois até mentindo temos que viver Existem os dilemas da senilidade. O dia a dia nos leva a ter. E ainda queremos apenas ser Quando trabalhamos com as inverdades O dia a dia do viver E os sonhos que temos da realidade O não ser não é a negação do ser Mas a antítese da mediocridade Que nos leva a ilusões do querer ter E sabemos que não são só de inverdades Os sonhos que nos cansamos de ter Mas uma forma de realidade É tão fácil falar essas mediocridades Pois até rimando sei escrever Mas tem o dia a dia da senilidade As ilusões que queremos ter Os sonhos da pouca idade E a vontade que queremos ter De um dia apenas ser Por isso o não ser É um retrato da realidade

EXPLICAÇÃO

Os meus textos não terão uma sequência lógica no tema, isto porque meu livro se chama: Eu sou assim... Nós somos três coisas: o que verdadeiramente somos, que vamos tentar descobrir, o que os outros acham de mim, e o que eu acho que sou. Vou procurar suprir esta desigualdade com textos diferentes, em sequência lógica, espero que apreciem.

Isto é o escrever impressionista, nunca uso o preto nos meus raciocínios da certeza final, mas as cores que levam à sensibilidade e à discussão.

Obrigado TITO

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 72 DIVULGA ESCRITOR

Freud já dizia que o melhor personagem de um escritor é ele mesmo, então em cada livro que escrevo e que escrevi, há um pouco de mim, ou muito conforme a leitura de quem o faz.

Esse livro é então um resumo, sem o ser de tudo que fui, sou e do que serei.

As dúvidas são para mim, elementos de criação.

O meu escrever nasce na dúvida e se desenrola numa incansável busca pela certeza e a verdade.

Vou escrevendo, pondo no papel pedaços de mim numa incansável procura pela verdade absoluta, é o que minha alma atormentada por dúvida pede.

E vou divagando, pensando, e preencho folhas de ilusão e algumas verdades meramente transitórias.

Aí descubro que a única verdade absoluta é a existência de Deus, o resto todo é transitório.

Um homem descobriu que da ponta dos seus dedos nascia a vida. Ele pensou muito para descobrir isto, e viu que seu coração nascia nas coisas que criava, sejam elas pinturas, poesia, enfim tudo o que criava, aí descobriu a magia da criação, por a alma em tudo o que se faz. No começo sofreu muito, pois as críticas a sua arte, soavam-lhe como uma crítica a si mesmo.

Depois tornou-se feliz, porque podia ser verdadeiramente ele nos momentos de sua vida, e criar uma continuação de si mesmo.

Ai se eu tivesse um desejo nesta noite de verão, de mulheres, carinho, compreensão ou dinheiro, ai se eu tivesse um desejo, penso não só em uma, mas todas as coisas do mundo, pois desejo não posso ter, pois não é verão.

As noites não são mais mornas, pois não é verão, são frescas como as noites de outono são.

Não tenho mais desejos e frustrações pelo não ter, mas calma e tranquilidade, tenho só desejo de escrever, não de frustações mas do escrever por escrever.

O meu escrever estava calado há tanto tempo, que agora se desembestou a falar, e a ideia de todo falar da frustração que não existe, mas da minha vontade de me comunicar, flui como um vulcão a soltar fogo, este fogo que me consome algumas vezes, agora me ajuda a criar. Pois me sinto realizado e isto basta, como as noites que não são mornas e mal dormidas, mas frescas e descansadas e do meu ser brota uma alegria enorme, pensando no dia que vai nascer de novo, e transbordar de alegria.

Não penso em chorar, ou qualquer forma destrutiva ao ser, mas em rezar e agradecer a Deus pela minha existência, por mais um dia, enfim pela vida.

Tanta gente que sofre sem razão, já fui assim, hoje apenas agradeço e valorizo os dons recebidos.

Amém

Hoje me perguntaram sobre o que são minhas novas linhas, ainda não sei, pois apenas escrevo o que meu coração manda.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 73 DIVULGA ESCRITOR

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM 0 ESCRITOR TITO MELLÃO

LARAYA

Não tenho intenção de argumentar, nem de provar nada, mas espero que quem leia o que escrevo, veja e sinta que a felicidade é possível, basta querer e basta lutar para isso acontecer.

O médico contou-me hoje que tenho muitos anos de vida, muitas páginas para preencher com ideias, muitas horas para me divertir refletindo. Bem vinda a vida, meus pesadelos acabaram-se. Encaro com alegria as folhas em branco na minha frente, é como minha vida se apresenta agora, muitas folhas em branco para viver com palavras minhas.

O dia nasce na minha janela, e a vida flui nas minhas veias, a frase “já não quero mais a morte, tenho muito o que viver” ecoa dentro de mim. Quem sabe... o futuro a Deus pertence, mas estamos nós a plantar no presente os alicerces do futuro.

Queria contar a alegre notícia a meus pais, mas eles morreram, mas hoje ao caminhar de manhã depois de cumprimentar o dia, o cosmo com uma atitude de respeito a todos, fez com que ele brilhasse, minha respiração vai ser inspirar amor e esperança, e deixar a vida fluir no meu corpo. Bom dia

O dia morre, hoje é sexta feira, termina uma semana de vitórias pessoais que ninguém vai ver, só eu vou me sentir melhor, e isso para mim basta.

Há muitas lutas ingratas que são só para os outros satisfação. Estas páginas são vitórias minhas neste dia de outono, são pedras com as quais vou construindo meu castelo mental, meu livro.

Há tantos que lutam para ser ou parecer ser o que não são, e tem satisfação com isso. Eu vou vendo, meditando e escrevendo, do fruto do meu raciocínio algo nascerá, mais um livro, que talvez ninguém leia, mas construí algo, criei um livro e isso me alegra.

Alguns lerão, entenderão as palavras e acharão que é fácil fazê-lo, e depois darão desculpas porque não o fazem. Eu, mudo no meu canto, vou preenchendo folhas de papel, que talvez daí nasça outro livro, e isso me satisfaz.

Acordo de madrugada, neste outono, com as janelas entreabertas da minha sala, vejo as primeiras luzes do sol virem brincar com o meu escrever. É o dia que nasce para mim e me transborda de alegria. A cidade acorda preguiçosa, aos poucos, e eu, esfuziante de alegria, ponho-me a escrever essas linhas. Quem nunca viu o nascer do dia não sabe da beleza que o mundo guarda para si, e que Deus nos mostra todo dia.

Quero cumprimentar a todos, mas dormem, pois meu ser transborda de alegria com a beleza do mundo. Só sei fazer o sinal da cruz, agradecer e escrever.

Bom dia a todos.

Há pessoas que não veem beleza no nascer ou pôr do sol, apenas acham graça na cor do dinheiro, não amam a Deus nos seus grandes feitos que é a vida, depois criticam aos outros por ter fé e amor a Deus e à vida.

O formalismo da lei esquecendo os ensinamentos de Jesus e utilizando palavras do Mestre para justificar apenas os lucros, são a sua solução de vida.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 74 DIVULGA ESCRITOR

Cada um é cada um, eu sou feliz porque consigo ver a beleza da vida, já os outros se pensam diferente de mim, eu entendo, não existem dois dedos iguais na mesma mão.

Eu escrevo, o que eles fazem é problema deles.

Comecei a pensar assim quando vi que a morte é certa, como a vida também. Quando morrer terei deixado páginas de palavras que tem vida e não morte. O dia repousa nas palavras que eu escrevo, já é noite. Dormi um pouco e agora escrevo para voltar a descansar. Junto com o dia que repousa, todas as expectativas do dia que se foi repousam juntos, esperando o grande milagre do amanhecer, onde volto a escrever sobre o dia de domingo que acorda, e deixo para trás as frustrações e provocações do sábado que se foi.

Boa noite

Bom dia, dia, hoje você nasceu mais belo e antes, neste dia de outono. Deus mostra para mim sua face, sempre. Alguns querem ver outros desprezam, eu sou feliz porque vejo a beleza da vida e posso dizer: Bom dia. Escrever páginas que talvez ninguém leia, mas é aonde sou mais verdadeiro. Como é bom não se importar com os outros algum tempo e expor isso. Nem que sejam palavras escritas.

Sou um derrotado, mas não me sinto assim, tenho paz. As dificuldades que vierem vamos enfrentar, nem que seja para perder de novo e o lucro seja apenas palavras escritas.

Bom dia: dia. Não sou ninguém, a única certeza comigo é de ser ninguém, e trago comigo todos os sonhos que existem no mundo. Por isso escrevo, porque preencher com uma caneta folhas de papel, não precisa de muito, e posso contar o meu amanhecer, e a tristeza do meu anoitecer, como faço agora, e é destas folhas, lotadas de ideias e de palavras, que pretendo ser alguém. Esta é a razão do meu escrever.

Foi no banco da Faculdade de Direito que aprendi a escrever, e, caminhando por seus corredores, que aprendi a pensar da forma que me deu inspiração. O que me deu inspiração, um dia crítica, e hoje me garante o nome de poeta. Devo a minha sensibilidade e as críticas ao meu ser, sempre pensativo, às vezes escrevendo, sorvendo tudo o que há nesta vida, e transmitindo em palavras escritas, todo o meu ser.

Bom dia, dia, hoje ao acordar não vi uma luz no céu, só a noite escura da madrugada mostrava-me uma visão do mundo, nenhuma luz, nenhuma esperança, só a madrugada escura adentrava minha sala, fui parabenizado ontem por ser o sucessor da literatura na minha Faculdade, me disseram que eu escrevi sobre tudo, hoje escrevo ao nascer e amanhecer do dia. O mistério do dia guarda em si revelações, então vamos a elas durante o dia. Agora descanso mais um pouco, com café da manhã tomado, esperando o correr do dia que apenas me transborde de inspiração.

Na fazenda, era nessa hora que se ordenhava as vacas, e eu ia à mangueira com a minha caneca tomar meu leite, esta é a razão pela qual acordo cedo, e me alimento de madrugada, força do hábito.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 75 DIVULGA ESCRITOR

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

COM

0 ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA

Foi aí que aprendi a ver a beleza do nascer do dia, não é só no parto que a vida nasce, mas todo dia Deus reserva este milagre e espetáculo para nós. Por que escrevo sobre o nascer do dia e ao anoitecer, é como o milagre da vida brota em mim, talvez uma fotografia mostre o que vejo melhor, mas não o que sinto. Confio na minha caneta e no meu escrever para traçar um retrato da minha alma, sou escritor, não fotógrafo. Talvez ao lerem minhas palavras cada uma delas lusco fusco diferente, e distinto do meu. Esta é a magia de minhas palavras, ao descrever a vida, crio uma nova existência para quem me lê. Por isso sou poeta, com os pés no chão e a cabeça cheia de sonhos e recordações. Este sou eu! Onde o torpor e a alegria do amanhecer me acompanham todo o dia, e com a alegria da madrugada vou vivendo o dia. Não uma euforia, mas uma alegria maior, existencial, de caminho percorrido, de dia feito e cheio de esperança para o futuro vindouro.

Da janela da minha sala, aonde nasce o dia para mim, ficava imaginando o mundo na rua, como as pessoas se portavam ao nascer e pôr do sol, se para elas tinham a mesma importância que tinha para mim, nisso o interfone toca. É o rapaz da portaria me avisando que minhas compras haviam chegado. Desci, só vi as compras e a portaria, o entregador já tinha ido.

Meu mundo, como desde o começo da pandemia, se resume aos limites de onde moro, nada mais!

A minha caneta e o meu papel é o meu vínculo com o mundo, tanto o exterior como o interior; e destes escritos vou construindo a minha realidade; esta de ideias que estampo no papel e que afugentam a minha solidão.

É a tênue linha entre a loucura e o equilíbrio, e é nela que me seguro todos os dias com muita força.

Já sei pelos jornais que não sou só, mas em muitos lares, em muitos países vive-se a mesma situação.

A minha vida me sorri, espero que a de todos seja igual, guardando suas características. É no outono e inverno que nasce a literatura, por causa do isolamento, e como as estações mudam conforme os países, temos produção sempre.

Hoje estamos em um dia quente de outono, guardo comigo a frustação de não ter dado certo, meus sonhos são o contrário disto. Vamos ver se ainda acredito em sonhos. Vamos continuar fazendo o que sei fazer que é escrever. Quem sabe alguém leia minhas palavras um dia. Segundo o diretor da minha Faculdade eu já sou reconhecido, mas faz ressalvas.

Ser verdadeiro leva a ressalvas.

Vou descansar mais cedo hoje, e amanhã acordarei melhor quem sabe... Ontem sonhei com um dia melhor que viria, mas foi sonho, por hora resta-me lutar para transformá-lo em realidade.

Hoje acordei com a disposição e vontade de lutar, já é um bom começo, e acreditar em um mundo melhor, isto é fé.

Os planos do passado transformar em realidade para o futuro. Não existe solução mágica sem luta, para o que queremos temos que lutar, assim venceremos.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 76 DIVULGA ESCRITOR

Eu hoje fui cumprimentado que eu havia conseguido a imortalidade pelas coisas que eu fiz, que eu escrevi, eu havia conseguido isto. Havia sonhado com isso esta madrugada antes disto acontecer e estar eufórico a escrever estas linhas, para guardar sempre este momento.

Ontem me deram tâmaras, vieram sem as sementes, quem me deu achou que estava me dando um presente maior, mas olhei aquelas frutas frustrado, pois o fascínio de procurar um ozinho em cada semente se perdeu. Aprendi desde cedo que na fuga de Jesus para o Egito, junto com Nossa Senhora e São José, encontraram em um oásis uma tamareira carregada, ao que Maria exclama ó, e marcou a partir daquela data todas as sementes de tâmara com um pequeno ó Desde pequeno conheço esta história e desde pouca idade procuro a marca nas sementes, e sempre acho para me fascinar.

A alegria da vida está nas pequenas coisas, não no dinheiro, ou isto que pregam ser bom, mas uma recordação infantil traz-nos muitas alegrias. E o sonho de ver um milagre, também!

Os milagres da vida estão aí, em qualquer canto basta observar, ter sonhos que irá encontrá-los.

Na minha sala sempre tem uma flor, é uma promessa de vida nova que olho todo dia, e a flor marca, como a história que contei me marcou, por isso cultivo a beleza, e a alegria, me faz bem, me tira da matéria, me transporta para o espiritual que também sou eu.

Escrevo tudo isso depois do almoço, no outono, Mario Vargas Llosa disse que é necessário haver o inverno para ter literatura, e a mim é necessário haver esperança para as palavras brotarem, e os primeiros raios de sol batem em minha mesa, trazendo o sonho de um mundo melhor.

Carreguei muito tempo a pecha de louco ser por escrever, prefiro ser e ser feliz a deixar meus filhos, meus livros, que me conduzirão para a eternidade. Freud dizia que o homem tem filhos na procura de ser imortal, eu escrevo, e é assim que sou.

Meus pais me fizeram sensível, e não sabiam que era um presente de Deus, e eu agradeço todo dia isto.

Sou feliz, não sorridente, mas feliz, e isto é que importa. Me perguntaram se eu estava me sentindo bem, e apenas disse: Voltei a escrever, estou bem.

Voltei a escrever, depois de muito tempo parado, estou feliz! Assim como uma criança precisa de nove meses de gestação, meus livros são escritos todos a mão e passam por uma longa gestação, e a alegria que a mãe tem após o parto, sinto a cada página escrita, por isso os tenho como meus e sinto ciúmes deles. É um trabalho artesanal!

Tudo o que vale a pena na vida é construído aos poucos, com capricho, com sangue, suor e lágrimas, para valer a pena, como foi a Inglaterra após a guerra.

A felicidade também é assim, não a euforia de algum tempo, felicidade é mais profunda, é razão de vida, é argumento final, existencial. Escrevo para ser feliz, vem da alma.

Comecei a escrever este livro há cinquenta anos atrás, o escrevi por partes e o reescrevi por inteiro agora, ou, melhor ainda, estou reescrevendo.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 77 DIVULGA ESCRITOR

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

0 ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA

1

Meus heróis eram diferentes, como Fernando Pessoa e José Régio, alvo de críticas e até hoje são grandes, assim sou eu, mais um átomo que se animou a ler os dois e resolver a escrever.

Tenho livros em várias bibliotecas no mundo, mas sou eu, o Tito, que escreve no Brasil, e está em Portugal e no resto do mundo, posso andar na rua incólume, sou pobre e apenas um escritor, a antítese dos valores de hoje, minha fonte de inspiração, Jesus Cristo. Não ser é a história do anti-herói, não do comum, mas daquele que acreditou em si, a duras penas.

2

Eu nasci para ser o que sou, escritor. Fui fazer a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, porque lá era berço dos escritores, e eu queria ser um. Quando Cervantes escreveu um livro sobre seu anti-herói, Dom Quixote de La Mancha, não esperava as punições e perseguições, mas o livro mais lido no mundo depois da Bíblia é este.

A figura do anti-herói perdedor acompanha a imaginação como exemplo de vida, mas todos preferem o outro lado da moeda. Religiões foram criadas, ideologias também, na tentativa de distorcer a sabedoria do ser, e criar uma interpretação mais amena sobre a História, conforme o gosto da época, e de quem criou.

Um dia, e já era noite, chegando a casa dos meus pais, onde eu vivia, vejo uma luz no jardim, e uma voz que me chamava pelo nome: TITO. Olhei, eu havia voltado de uma internação por dar uma interpretação diferente do julgamento de Jesus, e vejo a imagem de Jesus Cristo que brilhava, e me convida a pregar. Eu pensei, não Senhor, não posso pregar, meu sistema nervoso não me ajuda, e já não tenho mais crédito. Então escreva, disse-me Ele, e eu comecei a escrever os meus livros, e divulgá-los pelo mundo, não tinha dinheiro e minhas edições foram pequenas, e as editoras, assim que esgotassem, punham a máquina para rodar e faziam mais livros. Assim me tornei escritor do que escrevo. Sabia desde o começo que não ia ser fácil, e hoje tenho livros no mundo inteiro, que logicamente não me deram dinheiro, mas acho que cumpri a minha missão, mas só resolvi contar a história, neste meu derradeiro livro, que comecei naquela época. Muitos não gostaram e me puniram, mas já estava esperando por isso. Resolvi, então, contar o fato neste livro, entre outras coisas, agora está feito.

3

A humanidade respeita aqueles que lutaram por um ideal, admira as pessoas que foram anti-heróis, pois guardaram em si a beleza de ser homem, de ser o que são.

Espero ter honrado a Deus e a mim, ao escrever essas linhas, que foram escritas em um dia. Partilho o meu segredo com todos, sem medo, com um pouco de receio, mas já está feito.

A única coisa que não me tiraram foi a arte de escrever, o que agora faço, esperando o pior.

A visão me pediu para ser um pregador, eu acho que sou um pregador, pois meus livros estão distribuídos em bibliotecas do mundo inteiro; e as coisas de Deus devem se revestir da gratuidade, assim qualquer um pode ter acesso.

www.divulgaescritor.com | novembro | 2022 78 DIVULGA ESCRITOR

Opiniões sobre o texto

Opiniōes sobre o texto: Com características autobiográficas, o texto de temática filo sófico-religiosa, propõe questionamentos e reflexões sobre a busca do conhecimento de si mesmo, a busca pela verdade absoluta e a busca pela felicidade. Transitando entre a poesia e a prosa poética, entre a linguagem intimista e a linguagem argumentativa, numa simbiose que oscila entre a realidade e a ficção, ocorre a inserçåo de um nar rador-personagem que reflete sobre a arte de escrever e a sua missão como escritor. Texto de rara beleza poética e profundidade qu se propõem a questionamentos sobre o ter e o ser, o ser e o não ser, o não ser e a mediocridade, sonhos e ilusões e a reali dade, a verdade e as inverdades, recorrendo frequentemente à antítese, como recurso estilístico bastante eficaz, aproximando palavras e pensamentos de sentidos opostos, e de grande valia para a lógica dissertativa. Utilizando-se esse narrador, que é também personagem, de linguagem com forte poder de persuasão, comportando-se como um pregador no púlpito em sua misssão de convencimento, acompanhando seu « discípu lo », até o final da « pregação ». Adotando no texto um rito semelhante ao do prega dor, quando no templo e, como se sua escrita fosse um sermão, « ora e prega », com a missão de conduzir e convencer os seus « discípulos » a receber e semear a palavra de Deus. Nesse raciocínio lógico-argumentativo, aproxima-se do padre Antonio Vieira em seus sermōes, com o intuito de exaltar a importância da pregação, utilizando-se de recursos metalinguísticos, como no « Sermão da Sexagésima », onde questiona a fru tificação da palavra de Deus e argumenta sobre a eficácia da mensagem do pregador. Recorrrendo também à metalinguagem, como na obra do padre Vieira, ao expllcar a construção do texto, as partes em que o mesmo se divide e na apresentação de ques tionamentos que são objetos de reflexão. Oscilando o texto entre o estilo confessional, quando o narrador fala de si, como se estivesse em momento de confissão e o estilo lógico-argumentativo,quando compara a missão do escritor à missåo do pregador e, assim, justificando sua vocação como « escritor-pregador ». E, nessa condição, reve lando seus sentimentos mais profundos, quando se compara a Cervantes, na sua dor pela incompreensão do seu trabalho como escritor, ao anti-herói, Dom Quixote de La Mancha, quando em sua busca por um ideal, e a Fernando Pessoa e José Régio, como seus heróis.

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