51ª Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia

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Sumário ENTREVISTAS Brasil

Amélia Luz........................................................................................................46 André Moreira...................................................................................................54 Érica Attanazio..................................................................................................62 Getúlio Reis........................................................................................................72 Grace Kelly........................................................................................................80 Rosa Maria Santos.............................................................................................86 Pietro Costa......................................................................................................96 Sérgio Evangelista............................................................................................111 Vini Alves.........................................................................................................121

Brasil Rosa Maria Santos..............................................................................................86

Eliana Machado Criatividade Uma artista Multifacética

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Pág.18

COLUNAS Solar de Poetas ....................................82 Poetas Poveiros ....................................84

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Carlos Arinto............................................................................................11 Graça Amiguinho.....................................................................................41 Beatriz Mecking........................................................................................44 Magna Aspácia..........................................................................................48 Osmar Gomes dos Santos.....,,,,,,,,,,........................................................52 Mirian Menezes de Oliveira..................................................................57 Valéria Borges...........................................................................................58 Christiane Couve de Murville...............................................................60 Ricardo Pontes Nunes............................................................................65 Fernando Jacques – JAX.........................................................................68 Ivair Antonio Gomes................................................................................70 Tito Mellão Laraya...................................................................................71 JackMichel...................................................................................75 Rosa Maria Santos....................................................................................90 Vikas Prakash Joshi.....................................................................................92 Rosa Marques............................................................................................93 Jô Ramos....................................................................................................95 Edimilson Eufrásio..................................................................................100 Chaiene Santos........................................................................................104 Maurício Duarte......................................................................................109 Paulo Roberto..........................................................................................114 Flavio Joppert...........................................................................................116 Irlen Leal Benchimol..............................................................................124 www.divulgaescritor.com | março | 2022


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Shirley M. Cavalcante

Editora e Coordenadora do projeto Divulga Escritor

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 51 Edição março de 2022 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação: EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à 51ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Em destaque, temos uma autora e artista multifacética brasileira, residente, na França, Eliana Machado. Composta por mais de 30 autores contemporâneas, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 52. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Manso Preto, director do Minho Digital, apoio em Portugal Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada, Nell Morato, apoio no Brasil. Obrigada, Evandro, do Blog Atraentemente, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, a todos participantes, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista, colaborativa, elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo. Boa leitura!

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Divulga Escritor Por Shirley Cavalcante (SMC)

Você Escritor Que pensa em publicar Não importa em que área atue Editor no momento de selecionar Vai escolher os livros melhores De comercializar. Você Escritor, Não deixe de divulgar, Entrevistas, resenhas, Artigos, textos, apresentações... Divulgar, divulgar, divulgar...

Leve em consideração que o Editor Na hora de editar Vai escolher os autores Que divulgam melhor o seu trabalho Para então os seus livros, A publicação financiar.

Mais uma dica Literária, Agora vamos lhe dá, Ter foco no público-alvo, É sempre um bom caminho, a realizar, Pois, assim selecionarás empresas, eventos... Identificarás os gestores, Com foco e determinação, O apoio você irá encontrar, Com palestras o livro apresentar.

O gestor de uma empresa, Na hora de aceitar, O convite do escritor Para o seu livro apoiar, Os colaboradores comprar, Vai logo no Google, facebook, Informações do escritor coletar. Por isso escritor, Quanto mais e melhor divulgar, O seu trabalho literário, Maior chance de sucesso terás, E a sua carreira literária alavancar.

Vem para o projeto Divulga Escritor O seu livro divulgar, Entrevistas realizar, Textos apresentar, Amigos novos encontrar. Te esperamos para juntos Cada vitória comemorar! Vem com a Equipe Divulga Escritor, Que estará sempre por aqui, para juntos te divulgar!

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Quer ser o próximo entrevistado para Revista

Literária da Lusofonia?

Aqui

Você é o

destaque

Entre em contato com o nosso editorial, apresentaremos proposta:

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Sobre a “Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia” por Dra. Alexandra Vieira de Almeida

Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) Link para acesso a edição da revista com destaque para matéria de capa com a Dra. Alexandra https://issuu.com/smc5/docs/40_divulga_ escritor_revista_literar

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O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacionalmente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial.

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A Revista desde seu nascimento preza pela elaboração de entrevistas especializadas, tendo como princípio conhecer, de antemão, o perfil do entrevistado. Assim, se torna mais pleno o domínio do foco almejado, com entrevistas bem elaboradas e questionadoras que revelam a beleza e especificidade do escritor divulgado. O foco divulgacional de cada profissional apresentado é conduzido com mestria pelas mãos eficientes de Shirley M Cavalcante, que com seu dom criativo e reflexivo, leva os entrevistados a se adentrarem no terreno de sua própria obra de modo magistral. A jornalista conhece como ninguém o domínio da palavra exata e essencial, não deixando nada a desejar aos grandes entrevistadores da grande mídia. Mas não só de entrevistas que a Revista se vale para divulgar a verdadeira literatura. A Revista também divulga textos literários, tanto no gênero prosa, como no gênero da poesia. Assim, podemos encontrar um leque diversificado de textos, como artigos, contos, crônicas, e poemas, sendo apresentados em todas as edições da Revista. Ela não tem patrocínio. Como então ela sobrevive em meio às dificuldades e crises em que vivemos, sem nenhum apoio das grandes empresas ou veículos de divulgação ou do próprio Estado? Ela se vivifica por um retorno colaborativo, pela união, pela fraternidade entre os participantes da revista. Todos colaboram para que a revista aconteça e apareça na mídia, com grande sucesso. E qual o grande retorno disto? A Revista é inteiramente gratuita. Isso mesmo. Para todos que acessam a internet, ela está disponível e bela como sempre, enobrecendo o trabalho destes profissionais admiráveis com grande destreza e importância. A Revista tem ampla divulgação em várias mídias, além de diversos apoios quando se fala em trabalhos personalizados por edição. Todas as edições da Divulga Escritor podem ser acessadas de forma gratuita. Este é o grande diferencial do periódico, uma publicação que se vale de sua maior importância em toda a lusofonia. Portanto, Shirley M. Cavalcante é uma desbravadora de mares infinitos, trazendo à público a força e a garra de uma mulher que não para e oferece um trabalho de extrema qualidade e confiança. A jornalista é um exemplo para todos aqueles que querem alcançar o reconhecimento de um trabalho perfeito e inigualável. A Revista Divulga Escritor tem verdadeiramente uma máxima importância, sendo a maior revista literária da lusofonia, divulgada e apreciada amplamente, tendo muitos seguidores. Vivas à Shirley M Cavalvante e seu trabalho esplendoroso.

Link para última edição da revista, a de N.46 no ISSUU https://issuu.com/smc5/docs/46__divulga_escritor_revista_literaria_da_lusofoni Outras edições no ISSUU https://issuu.com/smc5 Serviços Links para acesso gratuito a todas edições publicadas Revista: Site da Revista http://www.divulgaescritor.com/revista/ Recanto das Letras - em PDF http://www.recantodasletras.com.br/ autor_textos.php?id=185182&categoria=M&lista=ultimas Almanaque Literário http://www.almanaqueliterario.com/revista-literaria-da-lusofonia Quem desejar participar é só encaminhar email para nosso editorial informando o que deseja divulgar na revista, apresentaremos proposta. smccomunicacao@hotmail.com Não temos a revista impressa. Valores para participar da Revista • Valor da página para PF - 50 reais ou 13 Euros (publicação de textos em versos e em prosa, como conto, crônicas.) • Valor da página para PJ - 300 reais ou 70 Euros • Valor para publicação de entrevista - 100 reais ou 25 Euros • Capa - Negociação individual. Promoção Divulgação de livro, sinopse, juntamente com imagem de capa do livro, R$30,00(trinta reais). Aguardamos seu contato!

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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam “Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade. Saudades eternas.” Shirley Cavalcante Editora Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR CARLOS ARINTO

NOTÍCIAS DO TEMPO QUE PASSA Por iniciativa do autor Manuel

Amaro Mendonça, as edições “debaixo dos céus” publicaram no final de 2021 um livro de homenagem ao editor Isidro de Sousa, por ocasião da passagem do primeiro ano do seu falecimento. (12-102021) Esta edição denominada “filhos de um Deus menor” pretende homenagear um projeto do saudoso Isidro, que ficou inacabado, não tendo conhecido a luz da edição. Desconhecendo-se se chegaram a existir originais em arquivo, por se ter extraviado o espólio deste filho de um Deus menor (inclusivamente desconhece-se se deixou algum inédito escrito, nunca dado ao conhecimento, quer do próprio Isidro de Sousa, quer da obra proposta, da coleção “sui generis”) Manuel Amaro Mendonça reuniu quinze autores que escreveram ou rescreveram o tema e o ofereceram ao homenageado como tributo póstumo.

Isidro de Sousa era um perfecionista. Um autor atento, um fazedor de amizades, um colecionador de talentos. Gastava tempos infinitos a rever os textos, escolhia capas e imagens para a divulgação das suas propostas com gosto e originalidade sempre crescente. Projetava os que com ele colaboravam para novas plataformas (na divulgação e na apresentação dos livros)tendo juntado em seu redor um grupo de pessoas que continuam a escrever e

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a edificarem obra. Fizeram-no pela primeira vez com o Isidro. Sabe-se que estavam registados vinte autores, para colaborarem na edição original do Isidro de Sousa. Quinze responderam ao apelo do Manuel Amaro Mendonça para esta homenagem. Se são os textos originais ou outros, não se sabe. Sabe-se que foram compilados e escritos com o objetivo de homenagear e lembrar o Isidro, a quem a vida atraiçoou bem cedo. (faleceu com 54 anos).

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR CARLOS ARINTO

PENTAUTORES

Os pentautores são: Carlos Arinto, Jorge Santos, Manuel Amaro Mendonça e Suzete Fraga. Com a saída da Ana Paula Barbosa (o quinto elemento deste conjunto) está prevista a entrada para a sua substituição de Ana Maria Monteiro, que já participará na edição de 2022. Todos os anos, os pentautores convidam um autor a participar. O primeiro foi o Fernando Ventura Morgado, que depois desta sua aventura, com os pentautores, já editou dois livros em nome próprio: “Porto cor-de-roxo” e “ Os pinguins não moram aqui”. Agora, no início de 2022, edita-se o quinto volume desta saga: “ Deusas, Fadas e Bruxas” com a participação da convidada Lucinda Maria. Os anteriores são: “ Antes quebrar que torcer” (2017) Além (2019) Heranças (2020) “ Histórias da Chuva e do vento” (2021) Os pentautores são todos oriundos e residentes no norte do País, à exceção de Carlos Arinto, que é de Lisboa. Não sendo uma ovelha tresmalhada, é a tal diferença (ou virgula) que estabelece a regra.

E PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA Os autores que se reuniram sob esta “bandeira literária” de “pentautores” estiveram na génese das edições literárias coletivas do Isidro de Sousa em 2015, com “A biblia dos pecadores”. De mencionar também, que dois outros autores, que têm acompanhado o percurso destes “caminheiros” têm tido igualmente iniciativas individuais que aqui salientamos: Sérgio Sola, com a escrita de ficção científica e Joaquim Bispo, com o grupo de exercício literário “conto eu, contas tu”. Igualmente, um terceiro, Jorge Manuel Ramos criou uma editora de grande pujança e sucesso editorial, denominada “O Declamador” acolhendo prosa e poesia, ficção narrativa ou prosa poética. Marcela Reis (agora Mar Wolkers) e Paula Homem têm seguido o caminho da poesia, com participações variadas e multifacetadas em muitas edições. Muitos escritores brasileiros, cujo rasto perdemos, mas que estão vivos e ativos, partiram ou passaram pelas edições “sui generis” e pelas iniciativas que os mencionados autores, poetas e escritores de nacionalidade portuguesa têm desenvolvido. Para terminar, se informa que Carlos Arinto, possui uma bibliografia de mais de 18 títulos em nome individual, a coordenação dos “cadernos de poesia” na sua quarta edição em 2021 e a participação em cerca de 50 edições coletivas. Tem participação em eventos literários “(in-finita”, com particular destaque para as obras de intercâmbio luso-brasileiro “Conexões”) exposições de pintura e escultura como autor convidado (onde expôs poesia em dimensão de tela 80x60) e dinamizador cultural de alguns espaços e saraus literários. Para 2022 em agenda: casa dos livros, Lisboa, Pan-Morille (Portugal – Espanha), Festa do livro em Campo Mayor e Festival MoitaMostra em Castro Daire.

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Eliana Machado

Criatividade Uma artista Multifacética 18

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Entrevista com a escritora

Eliana Machado Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Eliana Machado é escritora, poetisa, tradutora (Ed. Actes Sud), editora (Les Éditions des Trois Rivages), doutora em literaturas, pintora e professora de idiomas em Mônaco. Nasceu no Brasil, morou na Espanha e vive na França desde 1994. Formou-se em Línguas e Literaturas (espanhol, português e russo) na Universidade de São Paulo e doutorou-se em Literatura Espanhola na Universidade Nice Sophia-Antipolis. Passou no concurso público francês e tornou-se professora de espanhol e francês. Leciona espanhol no Principado de Mônaco desde 1997. Entre prosa e poesia, possui 8 títulos publicados em 4 idiomas. O primeiro volume de sua saga de ficção científica, Brasil: aventura interior, foi publicado em castelhano — Los Elegidos (<urlr. me/5JF9n>) — e recebeu em 2017 o Prêmio de Melhor Romance Talentos Helvéticos Brasileiros III (Suíça). Em 2021 publicou o segundo tomo, Alétheia: uma viagem no tempo (<urlr.me/ nD4xY>). Recebeu o Prêmio Excelência Literária da União Hispanomundial de Escritores (UHE) e o prêmio de Melhor Autor Estrangeiro da Union Internationale de la Presse Francophone (UPF) de Mônaco.

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Escritora Eliana Machado, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Você é escritora, poetisa, tradutora, editora, doutora em Literatura, pintora e professora de idiomas em Mônaco. É brasileira, de São Paulo, e vive na França. Primeiramente, gostaríamos de saber o que a levou a sair do Brasil. Eliana Machado - Obrigada. É uma grande satisfação poder figurar na revista Divulga Escritor e responder às suas perguntas. Viver outra cultura sempre esteve presente nos meus projetos de vida, além do que a multiculturalidade corre pelas minhas veias, a tal ponto que, quando alguém me pergunta qual é a minha nacionalidade, tenho vontade de dizer apenas que sou terráquea. Meus avós paternos eram imigrantes, um oriundo de Portugal e a outra da Itália. Meu avô Jaime Machado falava 8 idiomas e dava aulas até de russo. Acho que herdei dele essa aptidão pelas línguas e culturas estrangeiras. Aos quinze anos comecei a estudar alemão, formando-me mais tarde em Letras (espanhol, português e russo) pela Universidade de São Paulo (USP). Recebi várias bolsas de estudos de governos estrangeiros, mas foi a da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) que me levou a Madri em janeiro de 1993. Foi assim que eu vim parar na Europa. Do país de Miguel de Cervantes mudei-me para o de Victor Hugo, onde me doutorei em Literatura e construí a minha vida. Em 2004, passei em um concurso 28

público na França e me tornei professora de francês e de espanhol. No ano seguinte, o governo francês me enviou em missão para lecionar no Principado de Mônaco, país que nos seus 2 km2 de superfície possui 125 nacionalidades representadas. Nesse sentido, posso dizer que trabalho no lugar apropriado: rico em diversidade. Conte-nos como se deu o início e o desenvolvimento da escrita em sua carreira literária. Que tipo de textos começou a escrever? Eliana Machado - Eu escrevo desde criança. Comecei a redigir pequenas histórias, provavelmente impulsionadas pela leitura reiterada de duas coleções díspares presentes na nossa biblioteca — Antologia Ilustrada do Folclore Brasileiro e Contos e Lendas dos Irmãos Grimm —, curiosamente ambas com oito volumes. Adolescente, um dos meus passatempos favoritos, além de escrever, era ler biografias de autores brasileiros famosos. Admirava a trajetória de cada um deles, que incluía tanto seus êxitos quanto seus fracassos. Essas eram as histórias que mais me impressionavam. Foi também naquela época que compreendi que o ofício de escritor precisava apoiar-se em uma segunda ocupação para atender às suas necessidades básicas.

Até que ponto pode-se dizer que a sua obra é brasileira? Eliana Machado - A obra literária leva intrinsecamente a marca da cultura onde nasceu. Ela está presente, primitivamente, no DNA do escritor. Logo, ela leva o selo do país ou dos países onde o escritor cresceu e amadureceu. Assim sendo, no caso de um escritor binacional, como eu, a literatura é forçosamente produto de uma fusão, que pode ser múltipla, de acordo com as culturas com as quais ele tem contato no seu dia a dia. Na sua opinião, qual seria a utilidade da literatura? Eliana Machado - Como dizia o slogan de uma marca famosa, a literatura tem “mil e uma utilidades”. Ela é uma forma de comunicação, seja com o objetivo de entretenimento, seja de transmissão de saberes. Para o leitor, a literatura lhe permite enriquecer seus conhecimentos nas áreas mais diversificadas. O romance histórico, por exemplo, ainda que obra de imaginação, recria uma época não vivida pelo leitor, aportando-lhe uma compreensão mais ampla sobre a vida em tempos remotos e permitindo-lhe entender melhor o seu presente por meio da narração sobre esse passado, em que convivem personagens fictícios e personagens históricos. Podemos ver isso em obras de escritores como Liev Tolstói, Victor Hugo ou José de Alencar. Quanto ao romance de ficção, um dos seus objetivos principais é tecer uma trama que atraia o leitor, que o cative, criando uma relação especial entre este último e o autor. O escritor, por meio de seus personagens e situações descritas,

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lhe oferece, além de diversão, sua maneira pessoal de conceber certas questões. Por sua parte, o leitor pode desfrutar das experiências e emoções dos personagens. Quando foi a primeira vez que você se sentiu escritora ou foi assim denominada? Eliana Machado - O caminho para tornar-se escritor é longo e às vezes não temos uma noção clara da etapa na qual nos encontramos. Se eu fizer uma retrospectiva, houve eventos que me indicaram desde cedo o caminho que iria seguir. Aos dezesseis anos um poema meu foi lido por uma amiga chamada Cláudia em uma das rádios locais de São Paulo. Tratava-se de uma espécie de réquiem à minha melhor amiga e cúmplice — Rossana Tadeu Vittucci —, que estava indo à minha casa para tomar aulas de Matemática quando foi atropelada e morta por uma van ao descer do ônibus. Essa foi a primeira tragédia que conheci na vida. O poema perdeu-se nas inúmeras viagens; só me lembro do último verso alentador: “O sol vai brilhar mais uma vez”. Há oito anos, quando faleceu meu pai, organizando os seus papéis, encontrei um diploma de honra ao mérito recebido em um concurso promovido pela Secretaria de Educação quando eu tinha dez anos de idade. Não me lembrava desse documento. Fiquei feliz porque vi que já naquela época eu me preocupava com o meio ambiente, pois o trabalho laureado versava sobre esse tema. Nesse sentido, acho que somos como um grão vegetal que encerra dentro de si todas as informações sobre o tipo de planta que pode ser mais tarde; logo, entra em cena o ecossistema, que produzirá ou não as condições necessárias para seu desenvolvimento, de acor-

do com, e até além de, suas bases orgânicas. Apesar de ter escrito em antologias virtuais e não virtuais antes de publicar um livro solo, foi em 2010, no dia da apresentação do meu primeiro livro, Blanco en el blanco, que eu me senti como uma literata. O evento aconteceu na Livraria Martins Fontes, da icônica Avenida Paulista. Esse foi o dia que marcou minha carreira de escritora, um perfeito divisor de águas. Se havia alguma dúvida quanto ao caminho que estava seguindo, naquela tarde eu soube que aquele não seria um acontecimento isolado, que dali para a frente não haveria volta e que, por aquele ato, eu assumia a responsabilidade de alimentar e cuidar daquela escritora que, oficialmente naquela tarde, havia nascido em mim. Quais são as obras ou os autores que leu e que gostaria de compartilhar conosco? Eliana Machado - São muitos, mas vou indicar alguns. Carlos Drummond de Andrade, com seu célebre poema “No meio do caminho”, Machado de Assis, com o conto “A vida eterna”, Mário de Andrade, com o seu inclassificável Macunaíma, Jorge Luis Borges (“O outro”), Julio Cortázar (Casa tomada), Adolfo Bioy Casares (A invenção de Morel), Pablo Neruda (Canto general), Honoré de Balzac (La peau de chagrin), Jules Verne (Vinte mil léguas submarinas), Charles Baudelaire (As flores do mal) , Florbela Espanca (Livro de mágoas), Virginia Woolf (Orlando), Maiakovski (“Lílitchka” ). São obras e autores que admiro. Agora vamos falar das suas obras. Sabemos que, entre prosa e poesia,

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você tem 8 títulos publicados em 4 idiomas e que só o seu quarto livro foi escrito em português, o que é bastante curioso. Como foi isso e sobre o que você escreve? Eliana Machado - Meus três primeiros livros (Blanco en el blanco, Locus Brasilis e Succès Intimes) foram de poesia e escritos em outro idioma que não a minha língua materna . Acho que foi porque, na época, espanhol e francês eram os idiomas mais presentes na minha vida. Então, de forma totalmente consciente, um dia decidi que era hora de escrever em português. Devo dizer que essa foi uma maneira de recuperar o domínio da língua vernácula da qual tinha me afastado e de me realinhar com as minhas raízes. Tenho predileção por temas fantásticos, não o fantástico interior que nasce dos nossos medos e que era o predileto de Guy de Maupassant; meus temas abrangem o fantástico exterior, fora da psique humana. Meu primeiro livro escrito em português foi Sete contos brasileiros, uma obra de contos fantásticos cujos temas têm muito que ver com o respeito da alteridade, dos direitos dos animais e o respeito ao meio ambiente. A partir dessa publicação, comecei a escrever uma saga brasileira de ficção científica, cujo primeiro volume — Brasil: aventura interior — foi publicado no Brasil em 2016, no Peru (Ed. Mesa Redonda) e na Espanha (Los Elegidos, <urlr.me/ 5JF9n>), tendo recebido, em 2017, o Prêmio de Melhor Romance — Talentos Helvéticos Brasileiros III (Suíça); este ano está sendo publicado nos Estados Unidos pela Underline Publishing. A tradução para o francês está pronta e espero encontrar uma editora que se interesse em publicá-la ainda este ano. O 29


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segundo volume — Alétheia: uma viagem no tempo — saiu em 2021 (<urlr.me/nD4xY>) e o terceiro está a caminho. Espero que algum diretor de cinema se interesse pelo enredo e o transforme em uma série, dessas que vemos na Netflix. Houve um diretor de cinema anglo-brasileiro que há alguns anos leu Brasil: aventura interior e se interessou em transpô-lo para o cinema. Começamos a falar sobre o roteiro do filme, mas o projeto não vingou por falta de financiamento. Como acredito que tudo acontece no momento certo, continuei escrevendo e já estou preparando o terceiro volume. Sem dar spoilers, conte-nos um pouco sobre a sua saga de ficção científica. Eliana Machado - Brasil: aventura interior é o primeiro volume da saga. Está ambientado em São Paulo, na Serra da Cantareira, em uma das maiores florestas tropicais urbanas do mundo, declarada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco. Nele, narram-se as aventuras dos Abelhudos, um grupo de sete adolescentes — três garotas e quatro garotos — às voltas com um alóctone — um ser extraterrestre — chamado Davoss, que lhes incumbirá de uma perigosa missão: salvar o planeta azul de uma segunda raça de ETs que querem exterminar a raça humana. No segundo volume da saga — Alétheia: uma viagem no tempo — , dez anos se passaram desde que os adolescentes tiveram o primeiro contato com Davoss. Contrariamente ao precedente, este romance está ambientado na Holanda. Conta a história de Marcel José Pelim, um jovem brasileiro que viaja à Europa com o intuito de fazer pesquisas para o seu doutorado em Mitologia. 30

Antes de ir a Dublin para estudar, ele passa alguns dias de férias na Holanda. Logo no primeiro dia, em uma das caixinhas de correio do edifício onde se hospeda, Marcel se vê atraído por um objeto enigmático do qual logo se apodera. Trata-se de um artefato dotado de tecnologia não humana, que o levará a conhecer seres estranhos, entre eles uma extraterrestre. Essa situação mudará de maneira capital o seu futuro e, teoricamente, o futuro da humanidade. Onde podemos comprar os seus livros? Eliana Machado - Meus livros estão disponíveis principalmente na Amazon. Também tenho vários audiocontos (<https://urlz.fr/hr5p>), dos quais o último foi “O besouro Hércules”: <https://urlz.fr/hr5U>). No fim da entrevista, eu lhes deixarei todos os links. Conte-nos os principais desafios de uma escritora brasileira em outro país. Eliana Machado - Para mim, o desafio foi grande porque só comecei a publicar na França e eu era completamente desconhecida tanto no meu país quanto aqui. Além disso, para alcançar um nível satisfatório de domínio da língua francesa escrita e poder publicar minhas obras para o coletivo francês levou bastante tempo. Considerando que você tem livros publicados em várias línguas, sente diferença quanto ao público leitor? Eliana Machado - Cada leitor é único, porém, de acordo com o país, o interesse dos leitores varia. Não obstante, quando escrevo algo, não estou pensando em quem vai ler, mas na urgência da minha mensagem. Nesse sentido, sou um pouco

como aquele náufrago que escreveu uma missiva, colocou-a dentro de uma garrafa e a lançou em seguida ao mar. Talvez, quando alguém encontrar a tal da garrafa, o autor já esteja morto, porém, de alguma maneira, o emissor não morreu, sua mensagem, sua história, continua viva esperando cair nas mãos certas. Você já participou de várias antologias e coletâneas. Qual foi a participação que mais a cativou e por quê? Eliana Machado - Sim, participei de antologias nos Estados Unidos, no México, no Brasil, em Portugal, na Itália etc. E também escrevi vários prefácios. A antologia que mais me marcou foi a de Florbela Espanca, para a qual escrevi também o prefácio (Editora Mágico de Oz, 2020). Eu havia estudado sua obra na faculdade, porém tive de estudá-la novamente, e de maneira mais aprofundada, para prefaciar a obra. Durante algumas semanas, eu me levantava e dormia com a Florbela Espanca, o que me fez sentir como uma atriz que encarna de uma tal maneira o seu personagem que termina afetada por ele. Em sua carreira literária já participou de vários eventos. Qual foi o momento/evento que mais marcou e por quê? Eliana Machado - Foi no Salão do Livro de Mônaco, em 2014. Eu estava participando como autora. Em determinado momento, os organizadores anunciaram que iriam divulgar o nome de alguns autores premiados. Estava conversando com amigos, sem prestar a devida atenção aos anúncios. E então ouço meu nome. Fiquei surpreendida, pois não esperava receber o prêmio de Melhor Autor estrangeiro de Mônaco. Foi um dos melhores presentes na minha

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carreira de escritora. Agradeço aos organizadores da Rencontres Littéraires Fabian Boisson. Além de escritora, você é pintora. Apresente-nos seu trabalho artístico com pinturas. Eliana Machado - Posso dizer que houve um começo claramente identificável. Eu estava trabalhando no computador, quando recebi uma mensagem de um amigo que conhece a minha predileção por música clássica — diga-se de passagem, meu pai era músico, cantor de ópera no Teatro Municipal de São Paulo. Na mensagem, ele pedia que escutasse As quatro estações, de Vivaldi, em um remix do músico e compositor Max Richter. Ao ouvir os primeiros acordes, senti como se um botão no meu cérebro tivesse sido acionado. Tive uma necessidade premente de pintar, mas não havia material para isso. Abri a gaveta do armário e peguei sombra de pálpebras, batom, rímel, esmalte de unhas e assim nasceu a primeira pintura, que leva o nome de Quatro estações. Nos meses que se seguiram, continuei pintando quase que freneticamente, uma obra por dia. Também continuei utilizando os materiais mais insólitos, como quinoa, amaranto, café, sementes de chia, ou então fios de cabelo que retirava da minha escova e ia guardando até obter um bom tufo. Um dia, minhas flores haviam perdido as pétalas, então eu as recolhi e fiz um quadro chamado Métisse. Neste exato momento, tenho 110 obras, algumas delas disponíveis na minha página do Instagram (<https://www.instagram.com/escritoramachado/>). Fiz a minha primeira exposição de pintura no dia 31 de outubro de 2021, no prestigioso edifício da

Prefeitura de Solliès-Pont (França), no fechamento do Festival de Outono Arts et Poésie, um convite do meu querido amigo e poeta Georges de Rivas. Também foi a minha primeira leitura de poemas em três idiomas na França. Este ano também participo com livros e pinturas no evento organizado pelas professoras Márcia Regina Büll e Sueli Lopes — O Grito Artístico da Independência — que comemora a Semana de Arte Moderna de 1922, uma mostra de Literatura, Artes visuais e Apresentações musicais, do 21 de março a 5 de abril, na Galeria do Circolo Italiano San Paolo, no emblemático edifício Itália, localizado no centro de São Paulo e, do 18 ao 24 de julho, na Espacio Gallery em Londres. Este ano também está previsto o meu primeiro vernissage solo, entre os dias 15 de junho e 15 de julho (<https://urlz.fr/hAIT>) na Galeria Atelier 27, inaugurada no mês de janeiro na cidade de Grasse, um empreendimento da artista francesa Alexia Aubert. Estou muito feliz porque não faz muito tempo que pinto e percebo que minha obra está sendo bem acolhida pelo público francês. Bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a polifacética artista Eliana Machado. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Eliana Machado - Agradeço imensamente à Revista Literária da Lusofonia, com a qual já tive ocasião de colaborar há alguns anos, e também a todos os leitores, os quais, espero, vão querer conhecer um pouquinho mais minha produção.

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Alguns links: YouTube (Escritora Eliana Machado): 6 Audiocontos “O Curupira” – “Rex, o Peixe-Sáurio” – “Prisma” – “Nephila Maculata” – “Sobrosso”: <https://urlz.fr/ hr5p> “O besouro Hércules”: <https:// urlz.fr/hr5U> Page web: <https://www.machadoeliana.com.br/home> Instagram: <https://www.instagram.com/escritoramachado/> Facebook: <https://urlz.fr/hr5r> Wikipedia: <https://urlz.fr/hr5A> E-mail: <meugema@hotmail.com>

OBRAS:

Poesia: Blanco en el blanco (Brasil, Scortecci, 2010, prólogo de José Antonio Mazzotti), Locus brasilis (Peru, Ed. Mesa Redonda, 2012, prólogo de Raúl Zurita), Succès Intimes (França, Les Éditions des Trois Rivages, 2014, prólogo de Inès Nagadef: <https://urlz.fr/ hu13>), Hommage poétique à César Vallejo/Homenaje poético a César Vallejo (Editora, França, Les Éditions des Trois Rivages, 2015: <https://urlz.fr/hu17>), À queimaroupa (Brasil, RG Editores, 2016: <https://urlz.fr/hu1g>), prólogo de Carlos Garrido Chalén. Prosa: Siete cuentos brasileños/ Seven Brazilian short tales, em edição bilíngue espanhol-inglês (USA, Ovejita de Papel, 2015: <https://urlz.fr/hu0Q>, e Brasil, Scortecci, 2016); Sete contos brasileiros (Brasil, Scortecci, 2016); Brasil: aventura interior (Brasil, Scortecci, 2016 ; Les Éditions des Trois Rivages, 2020: <https://urlz. fr/hu0T>, Peru, Ed. Mesa Redonda, 2017, Espanha, Ed. Terra Ignota: <urlr.me/5JF9n>); Alétheia: uma 31


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viagem no tempo (Edição Kindle – Amazon – 2021: <urlr.me/nD4xY>. Dicionário: Dictionnaire français-espagnol de l’hôtellerie-restauration, RG Editores, Brasil, 402 pages, 2020 e Les Éditions des Trois Rivages, França, 2020: <https:// urlz.fr/hu1i> Tradução: Em co-tradução com Vitalie Lemerre – Editora Hubert Nyssen Editeur, Actes Sud, Arles, França.

Algumas apresentações e entrevistas:

Da escritora Patrícia Melo: • 2020 – Gog Magog, 160 p., <https://urlz.fr/hu1k> • 2017 – Feu Follet, 336 p., <https://www.actes-sud.fr/ node/61375>

_ Entrevista a la Escritora Eliana Machado, por Luís Antônio Herwim Vasquez <https://www.youtube.com/watch?v=-rmkDSmxU9E&t=79s>

Do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza: • 2021 – Gog Magog (Gog Magog), 160 p., <https://urlz. fr/hu1k> • 2008 – Une Fenêtre à Copacabana (título original Uma Janela em Copacabana), 287 p., <https://urlz.fr/hu1n> • 2006 – Bonne Anniversaire, Gabriel (título original Vento Sudoeste), 292 p., <https://urlz.fr/hu1q> • 2005 – Objets Trouvés (título original Achados e Perdidos), 303 p., <https://urlz.fr/ hu1r> • 2004 – Le Silence de la pluie (título original O Silêncio da chuva), 290 p., <https://urlz. fr/hu1s>

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_ Focus Brasil NY 2020 – Depoimento 7! <https://www.youtube.com/watch?v=Gb4nI2VkQQo&t=571s> _ La Puerta de la Pirámide. Jorge Arijón entrevista a la Escritora Eliana Machado <https://www.youtube.com/watch?v=HQsUazj6QQI> _ Livros em revista. Ralph Peter entrevista a Escritora Eliana Machado. <https://www.youtube.com/watch?v=jsZOZj0o5HI&t=44s>

_ Apresentação da escritora franco-brasileira ELIANA MACHADO na Universidade de Nova Iorque (NYU) em setembro de 2015 durante o III Encontro Mundial de Escritores Brasileiros no Exterior e II Seminário de Expressões Literários da Diáspora Brasileira. <https://urlz.fr/htZM> _ Organização das Nações Unidas (ONU), Inauguração do Festival Latino-Americano de Poesia da cidade de Nova York. • Apresentação, disponível: <https://urlz.fr/htZQ> _ Galerie l’entrepôt de Mônaco, encontro literário: “La femme, l’art et la littérature”. Apresentação e leitura bilingüe (português-francês) de Três Escritoras Brasileiras: Cecília Meireles, Dora Ferreira da Silva e Cora Coralina. Leitura do meu poema “E agora, Maria?”, a cargo de Eliana Machado. • Visualizações disponíveis: <https://urlz.fr/htZR> _ Recital « À l’ombre de Vallejo », Maison de l’Amérique Latine, Paris. Com minhas leituras em espanhol, português e francês. <https://urlz.fr/hAJR>

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Destaque para imagens de capa dos livros da autora Eliana Machado

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Destaque para pinturas da artista Eliana Machado

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA GRAÇA AMIGUINHO

Maria da Graça Foles Amiguinho Barros Nasci em Santa Eulália, Elvas em 13 de fevereiro de 1946 Tirei o Curso Geral de Comércio na Escola Industrial e Comercial de Elvas Em 1965 terminei o Curso do Magistério Primário, em Portalegre Fui Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1960/1965 Exerci a minha profissão durante 32 anos Fiz um Programa de Rádio, sobre Educação, em Vila Nova de Gaia, em 1980 Em 2004 despertei para a poesia e a música Em 2005 editei “O Meu Sentir” poesia Em 2015 comecei a escrever, semanalmente, no Jornal online “Elvasnews” Em 2018 editei “Alma Alentejana” poesia ilustrada pelo meu filho Rui Barros, com poemas musicados por mim Em janeiro de 2019 organizei a Colectânea “Elvas à Vista” com autores portugueses, musicando vários poemas Em setembro de 2019 organizei a Colectânea “Eurocidade, Badajoz, Elvas, Campo Maior”com autores das 3 cidades, tendo musicado diversos poemas Em 2020 editei “Não te disse Adeus” poesia, musicando vários poemas Em setembro de 2020 organizei a Colectânea “Raia Luso Espanhola” com autores portugueses e de Espanha-Galiza, Astúrias e Extremadura, musicando diversos poemas Em setembro 2021 será editado “Meu Alentejo” poesia e prosa com ilustração do meu filho Rui Barros Em fevereiro de 2021 fui convidada a colaborar no Blogue Galego, “De Vella a Bella” com textos e músicas minhas. Em setembro 2021 será lançada a Colectânea “Cultura sem Fronteiras” com autores Portugueses e das mesmas regiões de Espanha, já citadas. Em setembro 2021 será editado o meu primeiro CD com músicas da minha autoria e poemas meus e de vários autores da Colectânea Cultura sem Fronteiras, com arranjos do músico Lino Lobão.

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Voa a Poesia Soltam-se as palavras, vindas não sei de onde. Vestem-se de asas coloridas, alegres, tão lindas, ou carregadas de tristeza, de dor, de ansiedade, expressão desta incerteza, deste sonho feito de esperança, partindo em busca de outro lugar, terra ou mar, onde, como em criança, meu peito palpitante, possa, eternamente, descansar.

Um sonho não pode morrer! Não deixes os teus sonhos fechados, trancados, a morrerem, sufocados. Abre-lhes as portas e as janelas, mostra-lhes a luz do sol e as estrelas. Põe-lhe asas grandes, fortes e resistentes para suportarem os ventos, as tempestades e tudo o que encontrarem, até as maldades. O mundo que fale, que chore de inveja, que se morda de raiva, porque, quem sonha com alma, não hesita, não pestaneja. Nessa tua franqueza, no teu sorriso, terás a certeza de que vale a pena, às vezes, perder o juízo!

Um dia e outro dia Em cada amanhecer, em mim renasce a Esperança de voltar a ter o riso e a alegria do meu tempo de criança! Será utopia, ilusão, demência ou pura fantasia?! É uma constância, forte persistência, em sonhar a vida, acreditar nessa flor perfumada, indefinida, a que eu chamo, Amor!

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O meu destino Não sei se o destino é meu. Não o comprei a ninguém! As voltas, sim, dou-as eu! O resto vem, quando vem! Mas há quem diga, e com razão, Que tudo está escrito no céu. Um Anjo nos põe na mão O que Deus nos ofereceu! Desse ato de amor, Cada qual faz o que quer. Eu abracei com fervor O dom de poesia escrever! Tarde de luz

Eu quisera que esta luz, suave e mansa, Vinda não sei de onde, Mas que para mim avança, Me dissesse a verdade, A verdade que meu pensamento, Obcecado com a realidade, Por vezes não alcança! Luz que não me ofuscas a visão, Luz que iluminas a minha mente, Fala-me das coisas do coração, Fala-me de um mundo diferente! Nesta tarde feita de sossego, Diz-me que foi embora o medo, Diz-me que o sonho mau já acabou! Embala-me nas asas da andorinha Que, como eu, se sentiu sozinha, E triste, de Portugal, abalou.

Sonho de um Carnaval Olhei-me no espelho do tempo. O meu coração se enfeitou, o meu pé saltitou e com um cheirinho a festa, longe, a minha imaginação voou. Grande salão engalanado, damas e cavalheiros conversando. Uma música alegre, mas suave, tocando, era convite irresistível. O meu traje era maravilhoso, colorido, com lindos folhos. Muito longo, até aos pés, ornamentado de belas rendas venezianas, antes nunca vistas, pelos meus olhos. O meu rosto estava encoberto com lindos desenhos artísticos, que me ofereciam a liberdade de ocultar os sinais da idade. Belo jovem, de mim se aproxima e ao ouvido me sussurra, a sua vontade de ir comigo, dançar uma valsa. Fico perturbada, com tanta amabilidade e não resisto ao seu convite. De braço dado, suavemente, me leva para o centro do encantador salão, onde reinava grande animação. As suas mãos envolvem a minha cintura, o seu perfume é uma verdadeira loucura. Rodopiando, rodopiando, o meu pé, de vez em quando, ia calcando. Assim, se tornou a valsa, divinal. Sentia o bater do seu coração e a sua face de mim se aproximar, em grande excitação. Por um momento, quase tocou com os seus lábios, nos meus. Oh! meu Deus, que sensação! Estava prestes aquele beijo, desenhado nas asas de um desejo. Quase, quase a acontecer, eis que acordo desse idílio, tão suada, a cama em desalinho, e eu, muito assustada. Era hora de me levantar e sair cedinho. Já ia longe o amanhecer. Talvez, num outro Carnaval, encontre o meu príncipe. Neste, afinal, não passou de um sonho, essa valsa tão especial! www.divulgaescritor.com | março| 2022

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA BEATRIZ MECKING

Sou natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, tenho dois filhos e um neto. Vivi dos quatro aos dez anos na cidade de São Lourenço do Sul, onde fiz a escola primária. Depois, minha família voltou a Pelotas, onde me graduei em Letras (Português/Inglês e Francês). Ao terminar meus estudos na Aliança Francesa de Pelotas, ganhei uma bolsa para estudar na França: passei o ano letivo 1973/1974 em Paris. Ainda na década de 70, fiz mestrado em Teoria Literária na PUC - RS, em Porto Alegre. Trabalhei em várias escolas, entre as quais destaco o Colégio Estadual D. João Braga, onde atuei no Centro de Línguas, ensinando francês. Posteriormente, fiz concurso para a UFPel - Universidade Federal de Pelotas; lecionei no departamento de Letras até minha aposentadoria. Comecei a escrever nos tempos do ginásio, entusiasmada com as histórias de Monteiro Lobato. Fixei-me no conto, a princípio mais longo; depois, aos poucos, meus textos encurtaram e agora estou trabalhando com minicontos. Pertenço à Academia Sul-Brasileira de Letras- ASBL, à Academia Internacional de Artes e Letras Sul-Lourenciana - AIL e sou acadêmica correspondente da Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências “A Palavra do Século 21” - ALPAS 21. Posto meus contos e crônicas no site Recanto das Letras. Livros publicados: Tempo de Renascer e outros contos (Pelotas, 1997), Histórias do Cotidiano (Pelotas, 2001) Os passos de Júlia novela (Porto Alegre, 2008) e Curtas Histórias (Porto Alegre, 2014).

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Noite de lua cheia Arrastou os passos até a porta de casa: excepcionalmente, estava cansado. Dera mais aulas do que o habitual e pesava-lhe o intenso exercício físico. “Não nos deixes”, “não aceitamos que nos deixes” – aquele coro de mulheres ainda zumbia no seu ouvido. Uma, duas, várias – todos a sua volta, insistindo para que ficasse. No momento em que colocava a chave na fechadura, sentiu uma presença do seu lado: “Tens que continuar.” Imperiosa, a voz prosseguiu: “Se não continuas, morres!” A lâmina penetrou-lhe o peito: desabou. Uma lua redonda, enorme, pairava sobre sua cabeça. Estatelado ficou, sem mensuração de tempo, vislumbrando imagens que iam e vinham, a mente confusa, uma aflição que o fazia agitar-se, virar de um lado para o outro, intranquilo. Era alta madrugada quando acordou. Suando em bicas, apalpou-se: estava inteiro, estendido no sofá da sala. Através da cortina do pátio, esparramava-se o brilho da lua.

A nova realidade Todos na parede. Se não os encontra noutro lugar, tem todos ali, dependurados nos seus trajes antigos, sorrisos acanhados, a foto de família dos anos passados. Deixou-os por lá, como se petrificados naquele conjunto que vem desbotando ao longo dos anos. Por vezes, para na frente deles, procura lembrar-se de outro tempo, em que eles se mexiam, falavam, gritavam, agiam, brincavam, brigavam. A acompanhante encontra-a embevecida diante do quadro da família, os olhos molhados, o olhar para longe, muito longe. “Aqui estão todos”, ela murmura. “Sei”, responde a outra. “Tenho uma notícia para lhe dar.” “Boa?” “Sim. Imagine quem está vindo ver a senhora.” Imobiliza-se na tensão. Os segundos eternizam-se. “A sua filha que mora no México.” A moça observa-lhe a reação. Ela sorri e solta um ‘Deus seja bendito!.’. “Contente?” “Não são todos, mas…” Olha amorosamente para o filho que já se foi, para o marido. “Mas é bom ver a Suzana, muito bom!” Põe-se a perguntar sobre os pormenores da visita. Um dos membros da família ganha vida e salta do quadro para a realidade.

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Entrevista com escritora

Amélia Luz

Amélia Luz – Formou-se em Pedagogia – Administração Escolar e Magistério – Orientação Educacional – Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa com Pós Graduação em Psicopedagogia e Planejamento Educacional. Oficineira de versos levou às escolas a palavra poética despertando a juventude para a leitura e a poesia como meio de educar para a cidadania e para a paz. Recebeu premiações em concursos literários em vários estados do Brasil e exterior. É coautora em muitas coletâneas em prosa e verso. Membro de várias associações culturais e literárias no Brasil e exterior. Boa leitura!

Na literatura encontro o esconderijo sagrado reservado aos deuses onde me mantenho livre no altar da paz. Silêncio, não acordem os pássaros que dormem. Entregome, rendo-me. Leio, sobretudo!”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Amélia Luz, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? Amélia Luz - O gosto pela escrita surgiu quando me descobri leitora, ainda menina. Mais tarde com o fazer didático comecei a escrever poemas que oferecia aos meus alunos em minhas aulas de Literatura. Desenvolvi esses trabalhos ao participar de concursos literários 46

e palestras, ao publicar em antologias passando para a prosa com mais maturidade ao explorar autores consagrados na leitura habitual. Ler e escrever, um ato conjunto: ideias! Em que momento se sentiu preparada para publicar “Luz & Versos”? Amélia Luz - Os originais gritavam na gaveta pedindo liberdade. Por muito tempo ficaram guardados. Certo dia resolvi alforriá-los e publiquei o livro. Fiz o lançamento na escola onde fui alfabetizada e no meio esco-

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lar senti-me realizada ao dividir com os alunos os meus escritos poéticos. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Amélia Luz - O meu sobrenome LUZ que tanto gosto pelo seu significado, e VERSOS pela categoria literária escolhida. Então LUZ & VERSOS em questão. Apresente-nos um dos textos publicados na obra? ROSAS DE FERRO Amélia Luz Esculpir a poesia Em fios de ferro No alicate das próprias mãos, Na forja, no fogo, no jogo do coração... Modelar a palavra com sabedoria, Dar vida ao verso livre, à fantasia, Na lida insana, cotidiana, Oficina da emoção! A mão, delicada e pura, Modelando o prazer de fazer, O verso faminto que ora sinto, À luz da manhã que inicia silenciosa. Apalpar a poesia e o enigma, Na perplexidade de criar do ferro bruto Rosas modeladas em brasa viva. Compor a fachada da alma De um templo ornado de magia interior... Esconder em páginas vibrantes As ideias gigantes de um escultor, Em sua hora plena de criação... Ultrapassar o tempo De um mundo para outro, Enquanto a descoberta da felicidade Nos embriaga e enlouquece! E não há cansaço ao fundir as rosas, As rosas em versos da minha emoção, Sublime centelha, faíscas da inspiração!

Sabemos que cada texto contém um pouco do autor, conhecimentos, sentimentos... comente sobre o momento de criação deste texto. Amélia Luz - A alegria de ver o sonho/ embrião da menina Amelinha exposto no papel em forma de poesia – “As rosas da minha emoção”.

Onde podemos comprar o seu livro? Amélia Luz – O livro editado pela Editora Becalete – São Paulo, está esgotado. No momento terei que fazer uma reedição. Além de “Luz & Versos” você tem outros livros publicados. Apresente-nos o seu belo acervo literário. Amélia Luz - Sim, tenho em poesia POUSOS E DECOLAGENS, VERSOS D’ALDEIA. Em prosa CONTOS DE ARGILA e (crônicas) SILÊNCIOS CLARINAM AO LONGE? Quais os seus próximos projetos literários? Amélia Luz - Penso em 2022 publicar alguns livros infantis e um livro em poesia “Aldravista”, poesia minimalista em que trabalho a metonímia, na poesia disposta em seis versos uni vocabulares, emoções condensadas em poucas palavras.

Amélia Luz - Tenho ideias aventureiras. Não me conformo com o espaço do meu jardim ou do meu quintal. Sufocam-me! Como gosto de estradas que me levem às descobertas, ao desconhecido! Andarilha, transito em terras estranhas esperando o dia do embarque. Uma parte de mim dissolve-se na multidão que passa apressada. A outra isola-se no recanto do jardim questionando o porquê das curvas da estrada, dos espinhos traiçoeiros e das farpas de dor. Gosto de liberdade, de espaços. Na literatura encontro o esconderijo sagrado reservado aos deuses onde me mantenho livre no altar da paz. Silêncio, não acordem os pássaros que dormem. Entrego-me, rendo-me. Leio, sobretudo!

Pois bem, estamos chegando ao fim Divulga Escritor, unindo você ao da entrevista. Muito bom conhecer mundo através da literatura melhor a escritora Amélia Luz. Quer ser entrevistado? Agradecemos sua participação na Entre em contato com nosso editorial, Divulga Escritor: Revista Literária apresentaremos proposta. da Lusofonia. Que mensagem você Contato: smccomunicacao@hotmail.com deixa para nossos leitores?

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA MAGNA ASPÁCIA

A festa cigana Magna Aspásia Fontenelle Uma família vivia na fazenda ‘Estrela no sul do Arizona’, composta pelo pai, a mãe e os irmãos (sendo dois filhos legítimos e um adotado), um cachorro, um gato e a governanta. Viviam do cultivo da agricultura e agropecuária. O pai, homem rico, austero, trazia todos sob seu comando. Tinham hora para tudo: almoçar, jantar, brincar, estudar. Assim, a menina Melaine crescia junto ao seu irmão Haine, não muito felizes devido à austeridade do pai, senhor Nicanor. Um dia apareceu nas redondezas uma caravana de ciganos, com suas coroças puxadas por lindos e potentes cavalos. Montaram suas barracas enfeitadas com lindos tapetes e almofadas coloridas, alumínios brilhando e as crianças brincando. As mulheres, com suas roupas coloridas, anéis, pulseiras, brincos, dentes de ouro na boca, cabelos presos com lenços coloridos, vendiam tachos de cobre, panelas e liam as linhas das mãos das pessoas, orientando sobre presente, futuro e descortinando o passado. Os homens se encarregavam dos animais, da compra e venda de gado e do ouro. As crianças acompanhavam as mães nos afazeres domésticos e nas andanças para as leituras das linhas das mãos. Assim, viviam os ciganos nômades no seu destino, mas tradicional nos seus valores e cultura.

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Na noite da chegada à referida fazenda, fora preparado uma festa para comemorar o aniversário da matriarca dos ciganos dona Encarnação. Muitas flores, músicas românticas de origem ciganas, às mulheres e crianças com suas vestes coloridas, lenços, pulseiras, esperavam a hora para celebrarem a vida junto com a aniversariante e seus convidados Ao lado da carroça, dona Encarnação olhava a fogueira que soltava labaredas que subiam aos céus, como quem reverenciava a lua majestosa e as estrelas que brilhavam, inebriando todos num misto de magia. Inicia-se a festa com a apresentação dos irmãos ciganos Ray e Esmeralda. Ray, rapaz jovem de cabelos e olhos castanhos, sorriso largo, olhar penetrante; Esmeralda, menina moça de cabelos negros compridos, olhos negros, sorriso marota, andar brejeiro. Dançava ao som da guitarra de seu irmão, que tocava melodia típica do povo cigano. A leveza dos passos da dança de Esmeralda era como a brisa que balança as folhas das árvores em noite de primavera. Bebidas e comidas típicas eram servidas aos convidados e aos ciganos. A festa transcorria na maior alegria. Eis que, de repente, apareceu uma cavalaria de justiceiros que chegaram atirando para tudo que é lado e colocando fogo nas carroças dos ciganos e roubando suas coisas. Muitos ciganos morreram sem nem sequer poder se defender. Alguns fazendeiros, mulheres e crianças também morreram. Um menino cigano se escondeu e, ao término da matança, se viu sozinho no mundo e foi até a Fazen-

da Estrela, que ficava bem próximo ao acampamento. Chegando ao seu destino fora recebido pelo proprietário da Fazenda senhor Nicanor, amedrontado, desconfiado relatou o acontecido ao mesmo. Senhor Nicanor compadecido com sua dor e com sua condição nômade e órfã acolheu –o como integrante de sua família. Entretanto, Haine, não gostava dele, pois, sentia muita inveja do ciganinho, Jessé, que era alegre, gentil e ensinara Melaine a cantar e a dançar como Esmeralda, que fora morta com um tiro no peito na noite da festa de aniversário de dona Encarnação. O que parecia uma boa escolha de vida para Jessé tornou-se um pesadelo. Ele era humilhado, perseguido, ridicularizado e sujeito a outros danos emocionais e psicológicos. Não obstante, isso, a amizade entre o ciganinho Jessé e Melaine crescia cada dia. O ciganinho Jessé, com o passar dos anos, tornou-se um belo rapaz, e Melanie uma bela dama. Às escondidas, tornaram-se namorados e juraram contrair matrimônio. No entanto, a condição social entre ambos era gritante e os pais de Melaine jamais aceitariam essa união. Jessé aconselhado pela governanta Maria partiu em busca, de melhores condições de vida para se tornar rico e merecedor do amor da bela dama. Jurou-lhe que voltaria: — Minha amada, espere-me que logo voltarei rico para nos casarmos. A primavera floriu, verão de sol brilhante e vento no rosto passou, as folhas das árvores outonais caíram, indicando o fim e o início da vida, as chuvas chegaram trazendo

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o frio e a água para regar as plantações e encher os açudes. Era o ciclo da vida na sua plenitude mostrando que findara mais um ano. Passaram-se muitas primaveras, invernos, outonos e verões e Jessé não retornara. Melaine, desesperançada, enamorou-se de outro rapaz, fazendeiro rico. Casaram-se, mas, seu coração nunca esquecera aquele ciganinho… Eis que um dia à tardinha, estava ela, o esposo, seu pai, irmão e outros familiares sentados na varanda da casa grande de seu pai, quando chega um homem bem vestido numa carruagem, acompanhado de um cocheiro. Desceu da carruagem, cumprimentou a todos, que não o reconheceram. Senhor Nicanor, pai de Melaine, muito solícito, perguntou o que o moço desejava. -Jessé, todo imponente, respondeu: sou aquele ciganinho que vocês acolheram em vossa casa, e eu vim cumprir minha promessa: desposar-me com sua filha. Melaine, não acreditando no que vira e ouvira, desmaiou sendo socorrida pelo, o esposo. Senhor Nicanor, diante da revelação, caiu sentado na cadeira atordoado, pois pensava que o ciganinho tivesse morrido. Haine ficou de boca aberta e mais uma vez invejou Jessé. Afinal, quem tinha carruagem e cocheiro era muito rico, enquanto ele vivia às custas do pai. Os demais parentes ficaram admirados… Somente a governanta Maria deu um forte abraço em Jessé, pois fora ela quem o encorajara a ir em busca de melhores condições de

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vida. Senhor Nicanor, já recobrado do susto, informou a Jessé a triste notícia de que Melaine estava casada com outro. Jessé, muito decepcionado e magoado, imediatamente voltou para a cidade com o coração despedaçado, pois acabara de perder o amor de sua vida. Melaine viveu infeliz com seu marido. Nunca esquecera aquele ciganinho alegre, gentil que a ensinara a dançar, que ficava nos campos, nos rios, nas árvores brincando, sorrindo, com a ternura da infância e o esperançar da vida. No entanto, a condição social de Jessé os separou para sempre… *Magna Aspásia Fontenelle, natural de Carolina- MA, residente em Uberaba-MG, professora, escritora, tradutora, consultora educacional, palestrante, oficineira. Máster em ““Formación de profesores de lengua espanhola”- Espanha; graduada em Letras/Português e Espanhol, pós-graduada em áreas educacionais na formação inicial e continuada de professores, especialista em Valores Humanos; Autora e coautora de artigos científicos, ensaios, contos, etc, publicados em revistas, sites, livros no Brasil e no exterior. Dra em Filosofia Universica, consagrando-se por mérito em Philosophos Immortalem-Ph.I;Dra. Honoris Causa em Literatura (Dra. h. c.), pesquisadora convidada da (UFTM) atuando no Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores (GPFORME-CNPq), colaboradora da Revista Aristos Internacional- -Portugal-Espanha; colunista do Jornal Rol-Sorocaba-SP; Fundadora e presidente da Academia de Letras do Brasil,ALB,Uberaba-MG e da Akademia Alternative Pegasiane Brasil/Albânia; Delegada da Associação Nacional e Internacional de Imprensa(ANI-RJ)-Brasil no Estado de Minas Gerais; Delegada Cultural da Febacla(RJ) para o Triângulo Mineiro, membro de várias academias de letras nacionais e internacionais. Agraciada com a várias honrarias nacionais e internacionais; Medalha Mandacaru- -Selo Enseada das Letras-Recife–PE; Guardiã Perpétua do Patrimônio Cultural do Triângulo Mineiro (FEBACLA-Rio de Janeiro), Troféu Carlos Drummond de Andrade-Itabira-Minas Gerais, Mulheres Notáveis-Troféu Cecilia Meireles-Itabira-Minas Gerais. Acadêmica Benemérita cadeira n.º12 eternizada em seu nome como Patrona (FEBACLA-RJ). Personalidade Gold-Jornal Terra da Gente-Surubim-PE; Título de Cidadania Uberabense outorgado pela Câmara Municipal de Uberaba; Recebida como hóspede oficial da cidade de Paraguaçu Paulista-São Paulo. Título de Condessa Fontenelle outorgado pela Augustíssima Casa Real Imperial dos Godos do Oriente-RJ; Prêmio de Grande Honra Gonçalves Dias (Febacla-RJ); Mulher Virtuosa (Febacla-RJ); Prêmio Machado de Assis ( Febacla-Rj); Prêmio Monteiro Lobato-Melhor livro traduzido- Virtud Humillad do autor albanês Kristaq F.Shabani-(Literarte-RJ); Escritora do Ano de, 2019, 2020 Akademia Alternative Pegasiane Albânia- Gjirkastra-Albânia, Embaixadora da Paz pela OMTDH(ONU) dentre outros.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR OSMAR GOMES DOS SANTOS

O LÁPIS Estou em todo lugar. Basta a vontade irrefreável de trazer para o mundo concreto aqueles mais íntimos pensamentos que lá me manifesto. Dou vida a ideias, retrato características, por vezes abstratas, de um real quase imaginário. Minha composição é por deveras simples - está na essência de quase tudo que existe -, mas meu ofício é dos mais árduos. Passo de mão em mão, empresta aqui, dá acolá. Como uma das mais belas metáforas, preciso sofrer na ponta de uma lâmina fria e afiada para oferecer melhor de mim, ao mesmo tempo em que me consumo e me desfaço. Volto às minhas origens, como carbono que sou, na certeza de aqui regressar. Sou instrumento de trabalho do poeta, escritor, de profissionais de várias áreas. Estou nos mais diversos ofícios e, certamente, estive presente na tenra idade, nas primeiras palavras rabiscadas por aquele que agora lê estes rascunhos deixados nesta página em branco, com quem funciono desde sempre em perfeita harmonia. Traduzo o sorriso da criança no parque, tal como denuncio a tristeza no olhar do pequenino que vende balas entre um vermelho e outro de um semáforo qualquer. Critico com veemência as mazelas de uma sociedade por deveres carregada de hipocrisia, mas ao mesmo tempo repleta de solidariedade e compaixão. Não tenho medo de retaliações e jogo pesado com aqueles representantes públicos cuja encenação não passa de uma mera tragédia da vida coti52

diana, que em nada representam os interesses coletivos. Da mesma maneira, presto reverência àqueles que ousam fazer diferente e dignificam a confiança recebida de um povo. Vivo um eterno paradoxo entre o belo e o feio, o sim e o não, o pode não pode, o certo e o errado. Afinal, qual é mesmo o lado certo da moeda, se não aquele que interessa a quem convém? Sou apenas um instrumento que traduz um copo que pode estar meio cheio ou meio vazio. Assim, muitas vezes deslizo na conveniência daquele que me conduz. Trago notícias boas, de conquistas, de superação, de cura. Mas teimo em fazer lágrimas correr de rostos, por vezes ingênuos, tamanha a emoção da tristeza, das tragédias, que não posso fugir à missão de retratar. Como diz o dito popular: são ossos do ofício. Sigo falando das nuances da vida, dos carmas, das infâncias abandonadas a uma árdua vida de duro trabalho. Aqui ou acolá, transcrevo em detalhes sórdidos as vidas ceifadas, as famílias que ficam órfãs. Já me reinventaram por diversas vezes. Formatos, aromas, tamanhos, cores. Mas minha essência permanece a mesma, e receio que assim se perpetuará. Decerto que nem sempre será possível deixar minha marca, eis que surge uma rebelde borracha, que adora pregar peças, e se posta a desfazer, bem-feito, aquilo nem sempre tenho zelo e esmero. Apenas a borracha - e não é qualquer uma - é capaz de limitar minhas inquietações. Desfaz-se a

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linha mal traçada, meio fora de prumo, que reproduziu pensamentos que agora não passam de arrependimentos, de desilusão, daquilo que já não é mais. Com ela vivo uma relação paradoxal, em alguns momentos de amor e ódio, já que ela insiste em apagar os traços que vou deixando pelo caminho. Por isso, preciso estar sempre seguro, convicto de minhas posições. Se errado, ela, a borracha, reaparece para me mostrar que nem sempre sou dono da razão. Com humildade, reconheço minhas falhas e me refaço, tornando a deixar gravadas as minhas marcas. A bem da verdade, quisera eu que apenas as marcas boas ficassem para posteridade, que apenas as mágoas, tristezas, tragédias e tantas outras impressões ruins fossem simplesmente apagadas. Como seria bom! Há casos em que, por força de norma, sou relegado e não posso me fazer presente. Ah! Mas considerando a máxima de ser permitido o que não está proibido, aproveito para me deleitar em doces e ingênuas mãos, ainda que me afague de forma desajeitada e sem a coordenação apropriada. Que bom seria ser sempre levado por essa indolência pueril. Mas reforço ser apenas um instrumento, cujo resultado de todo esforço também é o que chamamos de “mundo real”, das dores e sofrimentos cotidianos. Seguindo a régua e o compasso, ou mesmo descompassado, teimo eu em meus rabiscos, meus traços, traduzidos em música, poesia, notícias, desenhos. Aguço os mais diferentes sentidos na tentativa de, por vezes sem sucesso, causar uma impressão, deixar minha marca. Sou um lápis, feito essencialmente de carbono. Minha principal característica é a persistência em transcrever, em alvas folhas de papel, aquilo que é captado com a alma. Faço, me desfaço e me refaço numa interessante trama dramatúrgica, que persiste em dialogar entre o real e o imaginário, dando vida e sentido a um cotidiano em preto e branco.

Osmar Gomes dos Santos, Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís-Maranhão; Professor, escritor, cronista. Autor e coautor de artigos científicos, livros,Antologias, ensaios, publicados em revistas, sites, jornais etc. Articulista dos Jornais “O Imparcial” e “ Jornal Pequeno” de São Luís-Maranhão; membro fundador da Academia Ludovicense de Letras; membro fundador da Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras; membro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas. Mestre em Garantirismo e Processo Penal pela Universidade de Girona-España. -Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais-Universidad del Museu Social Argentino (UMSA-Buenos Aires/Argentina). Atuou como Delegado de Polícia Civil do Estado do Maranhão; Assessor-Chefe da Segurança Pública do Estado do Maranhão; Coordenador de Polícia Especializada do Maranhão; Secretário-Chefe do Gabinete da Câmara Municipal de São Luís; Procurador Geral Adjunto da Câmara Municipal de São Luís. Diretor Geral do Fórum Desembargador Sarney Costa, Chefe do Departamento Jurídico do Banco Bradesco S/A e Membro Suplente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão. Autor das obras -Lembranças e Emoções – Poemas; Crônicas Selecionadas; Crônicas; e Manual Prático do Candidato a Cargo Eletivo. Coautor da Revista/Perfil dos Acadêmicos da Academia Ludovicense de Letras (ALL-Maranhão); Sentenças - Juízes vitaliciandos; discurso do Acadêmico Cleones Carvalho Cunha. Foi o orador Oficial do seu Curso de Direito - Formando 1986. Agraciado com os Títulos de Cidadania das cidades maranhenses de São Luís; Bacabal; Coelho Neto; Barreirinhas; Afonso Cunha; Loreto; Penalva. Medalhas: Medalha do Mérito Judiciário pelos 10 e 20 anos de Magistratura; Medalha Simão Estácio da Silveira maior comenda da Câmara Municipal de São Luís-Maranhão; Medalha Alferes - do Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão; Medalha Madalena Serejo-concedida pela Associação dos Magistrados do Maranhão por desempenho profissional; Medalha da Associação do Ministério Público do Maranhão. Títulos: Dr.Honoris Causa em Literatura pela (Febacla); Embaixador da Paz pela OMDDH-RJ (registrada junto à ONU). Personalidade do Ano de (2020) pela Akademia Alternative Pegasiane-Albânia. Comenda Benfeitor Cultural da Humanidade- Febacla-RJ; Comenda Cavaleiro da Ordem de Glotland-Casa Real e Imperial dos Godos do Oriente-RJ; Grande Prêmio Gonçalves Dias-Febacla-RJ; Comenda do Mérito Histórico Dom João VI-Febacla-RJ. Diploma Grau de OFICIAL na ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas, do Ministério do Trabalho-Brasil.

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Entrevista com escritor

André Moreira André Moreira é natural do bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, tem formação bastante eclética: Técnico em Turismo, Licenciado Pleno em Matemática e é Pós-Graduado em Sexualidade e Psicologia. Também um amante e grande conhecedor da Cultura Brasileira em especial o Carnaval Carioca e os Festejos Juninos. Com muito orgulho foi o primeiro autor negro a lançar um livro no Centro Cultural Banco do Brasil que foi o maior lançamento da Drago, no ano de 2018. Possui dois livros publicados. Ambos pela Drago: O Expresso da Mooca e o História e Memória da Cultura Junina. O Expresso da Mooca é um romance que trata de reencarnação, bissexualidade e sobre as diferenças culturais entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Através de um personagem machista, egocêntrico e intenso chamado Lucas Rafael. O livro é uma história forte que te fará refletir muito sobre a vida e as nossas escolhas; bem como, a nossa eterna busca pela felicidade. Já o segundo, o História e Memória da Cultura Junina do Rio de Janeiro é o primeiro livro publicado que fala sobre as Festas Juninas do Rio e é extremamente explicativo, fácil e didático. Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor André Moreira, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? André Moreira - Agradeço muito a oportunidade! Então, acredito que a minha grande motivação foi a minha mente irrequieta. Minha prima dizia que desde criança eu já contava que seria professor, escritor e cientista. Provavelmente eu não sabia, na época, que a palavra certa era pesquisador, risos! O que a escrita representa para você? André Moreira - Bom, se hoje temos uma história devemos àquela arte de registrar, seja pictografia, seja contagem, seja escrita... Escrever é, muitas das vezes, uma forma de chamar a atenção para o paralelo da nossa existencialidade. Apresente-nos “História e Memória da Cultura Junina do Rio de Janeiro”. André Moreira - Ah!! Este livro foi uma grande aventura. Sempre gostei e acompanhei os festejos juninos fluminenses. Por isso, quando soube que ainda não havia literatura sobre tal, reuni a galera, dividimos os tópicos e usamos a boa e velha literatura de recorte, ou seja, cada autor escreveu sua parte e juntamos tudo. A ideia era que o livro fosse facilmente utilizado nas salas de aula. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária? André Moreira - O principal objetivo era apresentar ao público leigo o movimento junino, visto que, não

havia anterioridade. Como a ideia era apresentar. Nós deixamos a leitura bem simples, ilustrada e direta. Além de “História e Memória da Cultura Junina do Rio de Janeiro” você tem um outro livro publicado pela Drago Editorial, “O Expresso da Mooca” o que o inspirou a escrever este romance?

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André Moreira - Então, embora o Expresso tenha sido meu primeiro romance publicado. Ele não é o primeiro livro que escrevi. Na verdade, é o quarto. Mais dias, menos dias, com certeza colocarei os outros projetos para a frente. A inspiração do Expresso da Mooca veio após uma viagem a São Paulo. Quando voltei a história me veio à 55


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cabeça “como uma onda de rádio”. Prova disso é que eu levei dez anos para escrever 33 páginas que estavam fora da ordem da trama e completei as outras 253 páginas em três meses. Ah, isso mesmo, o Expresso não foi escrito na ordem. Na verdade, eu escrevia um capítulo e depois ia encaixando. Você lerá, lerá e somente saberá que não foi escrito na ordem porque eu estou te contando aqui. A história é frenética e eu te convenço que a história é real, mas é ficção... ficção gay pseudológica. Apresente-nos a obra André Moreira - O Expresso apresenta as diferenças culturais do eixo Rio x São Paulo através de um cara desbocado, problemático, sofrido e machista que, por conta de muitos traumas vividos, se descobre bissexual, mas isso tudo nos surge de forma cômica com uma linguagem jovem no início e vai te chamado à reflexão de maneira mais séria nos instantes finais, ou seja, o livro tem humor, sexualidade, cultura, reencarnação e muitas surpresas. Convença-me, me dê três motivos para ler “O Expresso da Mooca”. André Moreira - Um excelente roteiro que alterna a terceira com a primeira pessoa, um protagonista controverso e uma aula sobre as duas mais importantes cidades do Brasil. Onde podemos comprar os seus livros? André Moreira - Na Amazon, na Livraria da Travessa e na própria Drago Editorial. Expresso da Mooca História e Memória da Cultura Junina do Rio de Janeiro

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Quais os seus próximos projetos literários? André Moreira - Quatro ideias estão na minha mente. Em especial um livro sobre uma Escrava Africana, um livro futurista extremamente orgástico onde o enrede será a robofilia ou um livro sobre o Transtorno de Personalidade Narcisista.

você deixa para nossos leitores? André Moreira - Vivemos tempos difíceis, mas a minha mensagem é: “Vivam mais intensamente, tenham mais experiências, arrumem sua casa doando tudo o que é excesso e pensem; três vezes ao dia; no futuro – beijos de luz!”.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor André Moreira. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA

(?) Por Mirian Menezes de Oliveira Como explicar a morte a quem só conhece a vida? É fácil falar de: pipoca, filme e beijo na boca... São índices de vida. Mas falar de morte é viajar em nuvem. A morte não tem cor, não tem chão, nem consistência, para aqueles que de vida se alimentam todo dia. É gostoso falar de cerveja, riacho e abraço, porque cerveja, riacho e abraço... são manifestações de vida. Mas sentir a morte é gesto único... Unicíssimo e Ímpar. (In: ROTINAS E SURPRESAS, ESPIRAIS DE VIDA, Mirian Menezes de Oliveira – São Paulo: Scortecci, 2014)

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA VALÉRIA BORGES

Formação: Administração. Especializações: Direito e Gestão Empresarial; Gestão, Orientação e Supervisão Escolar; Gestão Cultural; Gestão de Eventos; Gestão de Projetos Turísticos e; Credenciamento em Jornalismo. Experiência Profissional: Atuou área administrativa da Itaipu Binacional e da FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Foi Gestora Acadêmica de várias Faculdades do Paraná- entre 2000 e 2008. Foi Diretora de Turismo (gestão 2005) e Secretária de Cultura e Turismo da cidade da Lapa-Paraná (gestão 2009). Foi Diretora Geral do Hospital Regional da Lapa-Pr (2020). É Presidente da Associação Literária Lapeana. Presidente da OSCIP Instituto Borges da Silveira. É Diretora da Empresa Santa Barbara Produções. É Coordenadora da UTIL – Universidade da Terceira Idade da Lapa. Membro: Instituto Histórico e Cultural da Lapa, Centro de Letras do Paraná, Academia de Cultura de Curitiba, Academia Feminina de Letras do Paraná, Academia Paranaense da Poesia, Centro Feminino Paranaense de Cultura, Academia de Letras e Artes de Pato Branco-Pr. Livros publicados: 3 de poesias (Rastos, Tantos Eus e Reticências), crônicas: “Penso Assim...”, de história “Lapa Tropas e Tropeiros – Caminhos da História”. Participações em mais de 70 coletâneas (impressas e digitais). Organização de diversas coletâneas. Contatos: email valbs@hotmail.com e site: www.valeriaborgessilveira.com.br

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O AMOR QUE FAZ VIVER Quero ser o sol Que brilha para você E a nuvem que faz chover... A saudade que chega E o amor que faz viver... Quero fazer você sorrir, Sonhar e sentir Tudo de bom que está por vir... Quero que o beijo dure, Que o tempo cure E nos faça ver Que somos mais... Somos tudo Podemos o infinito.

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A VIDA A vida se faz de instantes/ momentos Não de plenitude. Nem tudo é constante. Tudo envolve sentimentos E atitudes! Um lindo amanhecer... Curtir o sol ao nascer! O dia até anoitecer... O pôr do sol é uma linda obra! A chuva é necessária. E isso tudo prova Que a vida é mágica e compromissaria! Valorizar a natureza Amar as pessoas e sua essência... Fazem parte de cada história!

SÓS OU A SÓS . Você está passando e nem vê... Nem me vê... Tudo está passando correndo E vamos esquecendo E nem notamos Que quem amamos Também passam por nós... Vamos vivendo e Vivendo... Muitas vezes nos deparamos sós Ou a sós... Vamos vendo e Sentindo Que nem sempre o que sonhamos Se traduzirá em futuros anos E dará voz Ao que almejamos... Sinto falta de você Mas... Você está passando e nem vê... Nem me vê...

EU MULHER Sou sincera e objetiva Às vezes “dona de mim”, incisiva... Mas nunca dona do mundo. Serei sempre uma mulher de verdade nem tanto Amélia nem tanto Elizabeth Sempre entre sorrisos e tramas Buscando ser cortês, Um pouco impetuosa talvez... Mulher terra, a própria primavera... Que um lindo futuro espera Que sonha ser conquistada. Ficar com “a alma” massageada... Ter a vida abençoada Sempre respeitada Com poesia nos lábios, no sorriso, Nas letras, na caminhada... Sou fera, sou anjo, Sou mãe, sou filha, sou irmã, sou amiga. Livre e comprometida, Forte e frágil... Sensível e atrevida... Tenho sorte e sou ágil, Sou cordial, quase sensata, Nunca ingrata... Acredito no amor Sei pouco da vida Por vezes morro de saudade De uma fase imensurável, nem vivida... Sou desdobrável. Quase um poema, um sol... Ou mulher lua, indomável, De temores nua...

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE

ANJO DA GUARDA Gostaria tanto de conversar com ela! Mas, há muitos anos, ela não me ouve mais, tampouco me vê ou sente. E olha que, quando ela era menina, tínhamos uma relação muito próxima. Ela adorava a minha companhia e me via em todos os lugares; nas árvores, nos pássaros, nas flores, na cadeira, no abajur, no silêncio de seu quarto, em seus sonhos, nas estrelas... Mas, agora, nem se lembra mais de nada disso. Vive atarantada, correndo contra o tempo, mergulhada na internet, no celular, nas mídias sociais... Difícil parar um segundo para apreciar a vida, a natureza, admirar o pôr do sol, sentir a sua respiração, quem diria então ouvir o próprio coração. Além do mais, milhões de pensamentos abarrotam a sua mente; que roupa usar no final de semana, as unhas e o cabelo por fazer, desentendimentos com uns e outros, disputas, frustrações, desejos e mais desejos. E com a mente assim agitada, volta e meia, mais alguma recordação desagradável insiste em importunar. Ressentimentos, coisas mal resolvidas, o que falou, ou não, se falou demais e assim por diante, quanta coisa na cabeça!

Logo, é absolutamente compreensível que ela não consiga se lembrar de mim, imagine então me ouvir, ver ou sentir. Vivo aparecendo em seus sonhos e sussurrando em seus ouvidos para que tenha algum insight. Porém, dos sonhos, ela não se recorda mais ao despertar pela manhã. Quanto à intuição, anda muito fraca. Confesso que não sei mais o que fazer, sendo que preciso urgentemente me comunicar com ela. Sei que está prestes a fazer uma grande bobagem. Afinal, com tantos grilos rodopiando à sua volta, como ter uma visão clara do que realmente lhe acontece? Como fazer boas escolhas? O que você sugere? O que faria no meu lugar? Quem sabe, apareço vestido de demônio em seu pesadelo desta noite. O que acha? Posso ainda tentar jogar o abajur em cima dela ou fazer a lâmpada piscar loucamente. Nada como um susto bem grande para levá-la a refletir um pouco mais. Ou, então, lanço para cima dela um resfriado bem forte, daqueles de derrubar mesmo, obrigando-a a ficar em casa e se recolher. No delírio da febre alta, ela talvez me ouça finalmente. Eu não desisto. Pois a amo incondicionalmente.

Christiane Couve de Murville publicou a trilogia A CAVERNA CRISTALINA, a série ATÉ QUANDO? e o A VIDA COMO ELE É, no Brasil e na França. Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo, com especialização em Psicodrama e Orientação Profissional, também é bacharel em Ciência da Computação pela USP. Christiane faz as ilustrações de seus livros. www.cmurville.com.br

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Entrevista com escritora

Érica Attanazio Érica Jardim Attanazio Rodrigues, 42 anos. Érica é filha de Salvador e Maria de Lourdes, casada há 18 anos com Roberto César (seu primeiro namorado) e tem dois filhos gêmeos de 15 anos, Arthur e Matheus. É professora da rede pública da cidade do Rio de Janeiro há 20 anos e atua no ensino fundamental I e Educação Infantil. É bacharel e licenciada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. A escrita e a leitura sempre fizeram parte da sua vida desde a infância, pois recebeu de seus pais uma criação voltada para os livros de literatura brasileira e estrangeira, além de conhecimentos acerca da história da humanidade. Érica também recebeu incentivo por parte de seus professores por demonstrar desenvoltura na escrita ao longo da sua vida escolar, tendo diversas vezes sido premiada em concursos de escrita. Boa leitura!

Ao ler o livro tem-se a nítida impressão de que a história poderia ser real, não apenas pelo pano de fundo histórico inspirado na realidade, mas principalmente pela construção dos relacionamentos de amizade e família, muito aproximado do que qualquer um de nós poderia ou possivelmente possa ter vivido.” 62

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Érica Attanazio, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever? Érica Attanazio - Desde muito cedo eu tive incentivo por parte dos meus familiares, tendo acesso a varias opções de leitura, incluindo literatura e conhecimento da humanidade. Também tive incentivo por parte dos meus professores (de escolas públicas do Rio de Janeiro) que ao perceberem o dom desde a infância, me estimularam a aprofundar-me ainda mais acerca da literatura e obter conhecimento e inspiração. O que a inspirou a escrever “Antônimos”? Érica Attanazio - A história começou a ser pensada na década de 90 (período da minha adolescência), a partir da observação das coisas que eram pertinentes e que compunham o dia a dia de jovens entre 15 e 20 anos. Os personagens foram moldados com elementos comportamentais de vários amigos e familiares, extraindo as melhores essências. A história tem como “um personagem secundário” os elementos desta década retratada (anos 90 do século XX), como os meios de diversão da época, músicas, costumes e até acontecimentos verdadeiros que foram entrelaçados na história do livro, além de locais reais que serviram como cenário. Assim conclui-se que a juventude da década de 90 e suas várias nuances pré século XXI, os relacionamentos amorosos e de amizade, foram as principais inspirações para a obra.

Apresente-nos a obra Érica Attanazio - Cristina e Anderson são os protagonistas, eles são dois adolescentes descobrindo as delícias e dores do primeiro amor. Aparentemente são opostos (o que explica o título “Antônimos”), e isso gera inúmeras discordâncias, mas também os leva a um processo de autoconhecimento e interiorização, também de busca e amadurecimento. (Sinopse oficial da capa do livro) O dia e a noite, a alegria e a tristeza, o amor e o ódio. Palavras antônimas, opostas, duas faces de uma mesma moeda, uma sem outra não tem razão de existir... Anderson e Cristina. Ele, narcisista, conquistador, manipulador, praticamente nunca soube o significado da palavra “não”. Ela, tímida, insegura, medíocre na sua própria percepção. O que eles têm em comum? Absolutamente nada... Na lei da física, duas cargas elétricas se atraem se tiverem sinais opostos. Assim como nessa lei, Anderson e Cristina, dois opostos são atraídos um para o outro numa espécie de magnetismo tão absurdamente insuportável, que se torna impossível resistir apesar dos choques e descargas elétricas. Na última década do século XX, nasce uma história de amizade, companheirismo e de um amor que de tão profundo é capaz de virar-nos do avesso, revelando assim que essa pode ser a melhor parte que temos em nós. O que mais a atrai no enredo que compõe a obra? Érica Attanazio - O romance em si que é possível de ser sentido pelo leitor através das descrições detalhadas de sensações e sentimentos por

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parte das narrativas de Anderson e Cristina. Outra “cereja do bolo”, são as relações de amizades que tecem uma história profunda de sentimentos verdadeiros e parceria construída e levada para o resto da vida. Ao ler o livro tem-se a nítida impressão de que a história poderia ser real, não apenas pelo pano de fundo histórico inspirado na realidade, mas principalmente pela construção dos relacionamentos de amizade e família, muito aproximado do que qualquer um de nós poderia ou possivelmente possa ter vivido. Desta forma, muitos leitores se identificaram com o romance, tendo a impressão de ter viajado no tempo para a melhor época das suas vidas. Apresente-nos os principais personagens da obra e os critérios que foram utilizados para escolha dos nomes. Érica Attanazio - Anderson é o personagem masculino principal, começa a história com quinze anos, é um garoto mimado que não se importa com os sentimentos das pessoas. Ele é descendente de judeus (por parte da sua mãe), mas ainda assim cresceu desenvolvendo vários tipos de preconceitos oriundos da sua educação condescendente. Cristina é a personagem principal feminina, ela inicialmente é uma menina tímida que sofreu bulling no início da adolescência e leva consigo muitas ressalvas a respeito de sua aparência. Ao descobrir seu primeiro amor, também entra num processo de autodescoberta, crescendo enquanto personagem, deparando-se com uma força inata e uma personalidade encantadora e apaixonada assim como contagiante. Calvin é primo e melhor amigo de Anderson, confidente, conselheiro e eleito por unanimidade pelos leitores como o melhor personagem da his63


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tória, por sua personalidade extrovertida e expressiva. Ana Cláudia, é a melhor amiga da Cristina, é muito extrovertida e verdadeira, não tem “papas na língua”. Sidney (Ney) e Isabelle são outros dois amigos que integrarão o quadro das amizades, eles crescem como personagens ao longo da história. Os critérios de escolha de nomes foi a inspiração dos nomes mais utilizados na época retratada. Onde podemos comprar o seu livro? Érica Attanazio - O livro está disponível nos seguintes sites de vendas: Drago Editorial, Amazon (também na versão e-book no Kindle), Casas Bahia, Ponto Frio, Extra, Lojas Americanas, Subamarino e Shoptime. Quais os seus próximos projetos literários? Érica Attanazio - O volume dois de Antônimos já está sendo escrito e além deste projeto ainda tenho outro em andamento que é uma história de época com cunho de suspense e romance. Quais os principais objetivos a serem alcançados na área literária? Érica Attanazio - Desejo principalmente que minhas histórias sejam conhecidas pelo máximo de pessoas possíveis e que os meus personagens encantem a todos. Espero continuar escrevendo e trazendo alegria e leveza para a vida das pessoas, assim como fazê-las refletirem sobre si mesmas, inspiradas em meus personagens e suas histórias. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Érica Attanazio. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Re64

vista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Érica Attanazio - A literatura assim como a música, o cinema, a TV, tem como principal objetivo entreter, mas a sua real importância está em trazer uma nova ótica acerca da nossa própria vida. Não é raro encontrarmo-nos num momento de reflexão ao ouvir uma música escrita com maestria com métricas bem elaboradas e combinadas ou ao ler um bom livro que nos faz mergulhar num outro mundo ou realidade (mas que ainda nos faz meditar em sua poesia e reflexões aprofundadas). Algo semelhante acontece em

filmes e romances, séries e novelas. Enfim, a arte desde a antiguidade eleva o ser humano e muitas vezes é através dela que transcendemos, portanto leiam, reflitam e busquem cada vez mais conhecimentos para as suas vidas. Ah, leiam Antônimos e me sigam no Instagram autora_ ericaattanazio.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR RICARDO PONTES NUNES

Ricardo Pontes Nunes nasceu numa família de sete irmãos em Timon, interior do Maranhão, onde na infância, segundo conta, vivia grande parte do tempo dentro de um mundo povoado por seres e lugares que lhe pareciam assombrosos e irreais, o mesmo mundo fantástico que mais tarde, na adolescência, se lhe depararia novamente em seus primeiros contatos com a literatura. Morando atualmente em Manaus, depois de ter vivido no Rio de Janeiro e em São Paulo, busca recriar aquela antiga atmosfera em contos e ensaios. Afirma não crer na desalentada máxima teosófica de que, em essência, na ficção sejamos incapazes de criar coisas novas, como se nos limitasse um círculo de mitologemas que apenas se rearticularia e repetiria. “Pensar assim é acreditar que a vida já está dada”, declara. Demonstrar isso, segundo o autor, é uma das metas do seu livro de estreia na ficção: Entre Fados e Tumbas - e outros relatos mundanos.

APRESENTAÇÃO Quinze contos complementam-se e cruzam-se em algum ponto, ora de forma mais nítida, ora nem tanto, seja por meio do cenário onde convergem ou do pano de fundo histórico, mas sobretudo no que revelam sobre a marca da condição humana na busca dos personagens por livrarem-se do que se lhes parecem estigmas, através de gestos de resiliência, superação e coragem. Nesse itinerário o autor conduz os leitores por narrativas vivas, relatos, lugares, tempos, histórias e personagens. Em sua escrita minuciosa e imagética, o autor traz quem o lê para dentro da história, de forma fluida, desenhando os cenários e as personagens e alimentando o estado de surpresa do que sempre está por vir. Entre Fados e Tumbas: e Outros Relatos Mundanos é uma obra para ler como a quem entra em uma estrada, à deriva, sem saber para onde vai, mas apreciando o caminho.

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Sinopse Constança Aguiar: relata a trajetória de uma mulher que odeia o filho que teve com o homem que ela tentou assassinar após anos de uma violenta convivência; O Jaguar: várias gerações de uma família do interior passam a conviver com o trauma de ter tido um dos últimos descendentes devorado ainda bebê por uma fera ao ser deixado numa varanda dentro de um cesto enquanto sua mãe pendurava roupas no varal; O Último Navio Fantasma: baseado em fatos, narra a assombrosa história de um simples pescador ao deparar-se com um estranho navio chinês abandonado numa praia. O pungente relato que ouve dos poucos sobreviventes presos no porão da enorme embarcação envolvem sua luta para devolver o navio à navegação em uma aura mística mas também venturosa; A Seita de Irineu Lopes: ambientado em princípios do século passado, descreve o envolvimento de um líder religioso com um movimento revolucionário até seu trágico e solitário desfecho; Viagem: um estudioso colono acaba largando tudo em sua vida e seu trabalho de astrônomo e engenheiro na fundação de uma sesmaria após ser seduzido pelo fascínio que lhe desperta uma tribo de nativos; A Ferrovia: três gerações de mulheres de uma mesma família têm o fio condutor de suas vidas marcado por trágicas relações pecaminosas e deprimentes até que uma delas renega seu sobrenome como forma de romper aquele ciclo; 66

Um Uróboro: um enamorado casal passa gradualmente a perceber que seu amor reflete o símbolo circular de uma serpente que devora a própria calda; O Cognoscível Paradeiro de Fawcett: a lendária história do explorador britânico desaparecido na floresta amazônica em 1925 é recontada a partir de uma visão que distorce a mística que envolve o caso para chegar a uma resposta para o enigma; Bichos: a visão de um condenado à morte sobre a degradação do gênero humano a partir das impressões que lhe causam os insetos e vermes que enxerga estarem infestando sua sela; Aos Deuses Manes: falecido no séc. II d. C., um ex soldado pretoriano resume sua vida a partir do epitáfio que lhe escreve a esposa; O Sonho de Viriato: ao contemplar o mar pela primeira vez, Viriato procura intuir sua ancestralidade até começar a encontrar evidências de quem foram, onde e o que sucedera a seus antepassados imediatos; Os Deuses Facínoras: recria o caso de um homem escravizado como zumbi e sua caminhada desde a violação de sua suposta sepultura até o dia em que consegue recuperar sozinho sua razão e sua liberdade; Entre Fados e Tumbas: um homem e sua esposa veem o rumo de suas vidas ser engolfado pelos desdobramentos políticos que se anunciam uma ignota batalha durante o processo de Proclamação da República no Brasil. A Intrusa: uma mulher sedutora entra para uma família através de

um casamento, quando então uma cartomante vizinha prevê a trama de sua perfídia, mas ninguém consegue impedi-la de ir se apossando de tudo, inclusive que consume seu último e fatal objetivo.

TRECHOS “Na infausta noite em que levaram o corpo de Bastides para casa depois que o legista atestou a falência dos seus sinais vitais, um sujeito com gestos e indumentária de feiticeiro penetrou na casa pesarosa. Esgueirou-se entre o luto e entrevistou-se com a aturdida mãe do velado. No centro da sala, discretamente sacou um longo e escuro prego do escapulário que trazia preso à cintura. Gemeu circunspecto uma inaudível prédica na língua kimbundu e cravou fundo o metal na planta do calcanhar esquerdo do cadáver [...] Os Deuses Facínoras, in Entre Fados e Tumbas “Podia ser que tivessem limpado e arrumado o quarto nas vésperas, mas seu aspecto de poço, de calabouço, estava gravado na atmosfera que o preenchia. Antes que pudesse se virar para fugir da imagem confusa do estranho desconhecido, ouviu a voz maternal da mulher atrás de si. Essa senhora conduziu seus passos embaraçados para dentro do recinto e ela deve ter-se curvado, porque pôde sentir o calor do seu hálito bem rente a sua nuca quando sussurrou com sua voz de anciã quem era o desconhecido: -Esse homem aí, criança, é seu avô! [...] A Ferrovia, in Entre Fados e Tumbas

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Fawcett, in Entre Fados e Tumbas “O Mar da China, os estreitos do Oceano Índico e, depois das áfricas, as imensidões do Atlântico perfariam seu pretensioso itinerário. Só lhes importava agora o presente, esse tempo de certezas, onde sua corajosa perícia de navegantes inveterados e os porões repletos do pescado que haveriam de fisgar consagrariam sua fama e fortuna [...] “Jaime entendeu que todas elas ali concorriam para que a mãe sustentasse a resolução do que já lhes devia ter contado, e aproveitou a evidência de ter se dirigido ao centro da cozinha onde lhe estendiam a tigela de sopa para extrapolar seu desespero de viciado. Pegou a deixa da conversa interrompida e disse, em tom de pejo, olhando direto no rosto de Constança Aguiar antes que ela o evitasse: - Você sempre cagou pra mim porque eu, sendo filho de um preto que nunca soube quem foi, não saí branquinho que nem aqueles convencidos dos seus outros filhos. [...] Constança Aguiar, in Entre Fados e Tumbas “Também não sei se foi meu avô quem plantou no quintal da frente uma figueira enorme onde uma espécie pequena de vespa negra estabeleceu uma colmeia na copa. Talvez ela já estivesse lá quando ele adquiriu o terreno, porque parecia muito antiga, com o ameaçador influxo barroco de suas monstruosas raízes aéreas e seus cipós derramando-se até o chão semelhantes à uma intricada rede de tentáculos preênseis e estranguladores apenas adormecidos, o que me causava uma estranha sensação de repulsa e as-

fixia. Moramos ali, naquela casinha dos fundos, por um tempo, cerca de dois ou três anos, creio, até a chegada da intrusa [...] A Intrusa, in Entre Fados e Tumbas “Três letárgicos anos cumpriram as instruções daquele seu último telegrama. Certa reverência ou um conveniente esquecimento contiveram ou acumularam os ímpetos da curiosidade e da diligência dos seus correspondentes. Decorrido o tempo, esse inveterado iconoclasta, a lacônica premonição de sua mensagem ter-se-ia degenerado em mera presunção, em abuso de confiança, em despedida suicida, em atestado de insanidade ou, o que seria pior, em ingratidão. Aí soou o alarme de que seu incógnito destino lindava com o corriqueiro ou com a fatalidade, mas também com o insólito. Para desbaratar o turbilhão de hipóteses, sobretudo as mais fantasiosas, uma aparatosa campanha estrangeira com comboios de mulas, entrepostos e barcaças fluviais bateu seu itinerário perdido até aos lodosos pântanos onde se afantasmaram os resquícios dos seus últimos rastros [...]

O Último Navio Fantasma, in Entre Fados e Tumbas “E nesse dia viu o que seus olhos cinzentos e penetrantes não puderam escrutar: em plena luz do sol a pino, o mago dos feitiços benfazejos, Pedro Damiano, atear fogo na mais pura e translúcida água de se beber. Na verdade, tratava-se de aguardente concentrada de cana-de-açúcar dentro de uma imensa tigela feita de casca de coité. Diante do estrondo repentino causado pela ignição do álcool, os desprecavidos espectadores atropelaram-se para fugir. Nesse momento não faltou aquele desinfeliz personagem a quem sempre lhe falham os cambaios ou é pisoteado na hora da correria do cada um por si Deus por todos. Mas o rosto caído que se virou para olhar para trás cortou num átimo a banguela gargalhada de Pedro Damiano. Era um menino Lemur, cujas lágrimas lhe borravam no rosto a poeira que aos poucos baixava para deixar ver sua expressão de mais lídimo terror ao pedir entre gemidos para que nunca lançasse sobre seu povo os malefícios de sua ciência terrível [...] Viagem, in Entre Fados e Tumbas

O Cognoscível Paradeiro de

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR FERNANDO JACQUES – JAX

OUTRO CONTO DE FADAS NADA ENFADONHO Maria e João gostam de ação. Que rima com diversão. Canivete no cinto e mapa na mão, João está pronto para mais uma aventura. Valentia não lhe falta, mas, se apertar a situação, sabe que a esperteza de Maria pode livrá-los de qualquer perigo. Os dois contam ainda com sua fada madrinha, embora ela, coitadinha, seja meio atrapalhada. A boneca favorita da Maria anda às voltas, até hoje, com aquele rabo de sereia que lhe pôs a fadinha, num toque infeliz da varinha. Será que magia rima com estripulia? Talvez com medo de outra mancada da madrinha, os dois saem de casa cedinho, de fininho, pra não chamar atenção.

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O mapa que João diz que achou (Maria desconfia que ele mesmo desenhou) indica a existência de um tesouro na ala oeste da floresta, nunca explorada por eles. Só não explica de que tesouro se trata. Quanto mais mistério, melhor, não é verdade? O início do caminho, ou da trilha, como insiste o menino, parece conto de fadas. Flores, borboletas e pássaros mil, a preencherem a caminhada com perfumes, cores, movimentos e cantos para todos os gostos. Maria tira da inseparável mochila o bloco de notas no qual desenha as espécies novas que vê e descreve com exatidão: flor de pétalas compridas e grenás, que cheira a laranjeira; borboleta de asas em for-

mato de oito, uma amarela e preta, a outra, amarela e azul (que raro!); pássaro branco, de calda verde e topete vinho, cujos trinados lembram os primeiros acordes da marcha do Fluminense Futebol Clube (maravilhoso!). João comparte a alegria da irmã com essas novas espécies, mas jamais descuida do seu olhar vigilante, sempre à espreita da aparição de algum ogro, gigante ou bruxa malvada. Ai de quem pretender atacá-los! O canivete afiado afugentará os mal intencionados. Ao entrar cada vez mais na floresta, a trilha vai perdendo a luminosidade e a alegria das flores, pássaros e borboletas. É a vez do cri-cri dos grilos e do zum-zum dos insetos voadores. A caminha-

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da torna-se mais penosa e devagar. Desvia da urtiga! Olha a pedra no caminho! Cuidado com as cobras e escorpiões! Cadê o salgueiro, a partir do qual precisarão virar à direita? Um duende simpático esclarece que a pobre árvore ficou reduzida a mero toco de tronco, vítima de um lenhador vilão. Graças a essa informação, os garotos encontram o que restou do salgueiro e continuam firmes em seu trajeto. O bater de asas mais forte alerta os jovens exploradores, que se jogam ao solo para escapar das garras do morcego gigante. O bicho quis investir de novo, mas a pedrada certeira de João deixou-o zonzo, fazendo com que voasse pra longe, em busca de presas fáceis. E essa agora? Como vão oferecer chá de erva cidreira à figueira brava para ela acalmar-se e revelar-lhes o túnel que têm de atravessar? João esquecera do chá, mas Maria, sempre prevenida, apanhou a garrafa térmica em sua mochila e resolveu o problema. Satisfeita com a deliciosa bebida, a figueira brava providencia, com simples estalar de galhos, que a mata cerrada se abra para os irmãos passarem.

Findo o túnel, que se mantém aberto para o retorno dos dois, vem a travessia do rio, com o apoio dos peixinhos que ali nadam: “vamos, continuem! Agora falta pouco.” A escalada da montanha foi facilitada pela ajuda do unicórnio azul, que se lembrou daquela vez em que quebrara a asa e Maria o socorreu com muito carinho. Voou com ambos até o outro lado da montanha. “Que bom, exclamou João, agora termos tempo de voltar pra casa antes do almoço.” Evidente que o guri já estava com fome. Seguindo as últimas pistas do mapa, encontraram o tesouro. Pendurada no ramo de linda mangueira, havia uma gaiola dourada e, dentro dela,... a fada madrinha? Meio envergonhada, ela contou que quisera ajudá-los, mas, não sabia como, soltara o papagaio de ouro que ali estava e acabou presa em seu lugar. Maria e João libertaram sua atrapalhada madrinha e polidamente dispensaram sua mágica de voltar pra casa. Imaginem onde iriam parar? De toda forma, os dois sentiram-se contentes com a aventura e dispostos a outras mais. Afinal de contas, as peripécias de ambos nunca hão de terminar.*

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JAX, janeiro 2022. Outros contos infantis do autor em JAX, Para um Menino, Nada É difícil?, Ed. Flamingo, Lisboa/São Paulo, 2021. * Como já disse o autor em “João e Maria, a História que Não Para” (Ibitinema e Outras Histórias, ed. Lamparina Luminosa, SP, 2016).

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR IVAIR ANTONIO GOMES

Não é necessário sair do Brasil para viver uma aventura empolgante cheia de intrigas e conspirações que envolva toda a força de segurança nacional atrás de um mistério que ameace a nação. As autoridades do globo sabem que ele é um atirador que pode atingir um alvo a mais de oitocentos metros e pode matar com uma arma longa, curta ou mesmo desarmado. Seus alvos podem estar distantes ou morrer com sua respiração no rosto. Letal com armas afiadas, um especialista em explosivos, em criar venenos e armas aplicadas. No mundo da espionagem, é conhecido como “Xstranho”. Como parar um assassino se as autoridades policiais não conhecem sua verdadeira face? Quando um delegado de Florianópolis, no Litoral sul do Brasil, começa a investigar mortes aleatórias e percebe que elas possuem ligações, ele se depara com o que pode ser a maior ameaça que o Brasil já enfrentou. Em Morte em Dezembro você vai encontrar Xstranho, um assassino internacional conhecido por suas ações e que jamais foi identificado. Ele nunca falha em seus contratos. Um a um, ele vai eliminando os participantes do Encontro do Mercosul. Criando um caminho de sangue e destruição por onde passa. No entanto, ele tem um alvo prioritário, o novo presidente eleito dos EUA, que também marcou presença no Mercosul. Fato. No verão de 2000 Florianópolis, sediou o encontro do Mercosul. Durante 30 dias a cidade fer70

veu de agentes policiais, nacionais e internacionais. Entra-se como ebook na amazon.com.br Link https://www.amazon.com. br/Morte-Dezembro-Ivair-Antonio-Gomes-ebook/dp/B00JSPXO2Y “Pegando esse evento como mote, Ivair Gomes criou ‘Morte em Dezembro’. É um livro de ficção, mas o autor fez entrevistas com autoridades policiais locais e visitou ‘in locu’ o local onde se daria o evento. Mostrando profundo conhecimento dos órgãos policiais envolvidos e dos trâmites do evento, o autor cria um cenário que em nada deve aos grandes autores do gênero.” https://www.skoob.com.br/livro/resenhas/325260/edicao:364506 “Morte em Dezembro é um livro intenso. Relata os mecanismos de investigação da polícia brasileira e demais integrantes, de vários departamentos ao redor do mundo. É um thriller que desde o início já prende o leitor, falando sobre uma eletrizante caçada a um assassino em território

brasileiro e a busca do seu real ...” livrocast.com.br › “- E foi assim, finalmente, que conheci o livro Morte em Dezembro, de Ivair Antonio Gomes. Dono de uma linda capa e com um enredo grandioso em proporções e mistério. A obra de pouco mais de 200 páginas ganhou prioridade na minha lista de leitura... “ www.vortexcultural.com.br › Literatura › Resenhas “- Este interessante thriller investigativo mostra que nem só de fantasia vivem os novos nomes da literatura brasileira. A estrutura adotada pelo autor chama a atenção logo de cara ...” www.ciadoleitor.com/.../resenha-morte-em-dezembro-ivair-antonio ... “Assassinatos aparentemente sem relação nenhuma começam a acontecer em Florianópolis, um mês antes do Encontro do Mercosul que ocorrerá na cidade, onde reunirá vários líderes e autoridades mundiais. Um delegado de polícia ...”

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA

Isso é Filosofia Não sei o que escrever , pois a verdade se parece com a mentira e a mentira tem roupa de verdade , e assim desde o começo dos tempos, não tenho obrigação nenhuma com a verdade dos fatos , apenas quero levar meu leitor a pensar sobre eles, e se é verdade ou mentira, o que me importa.? Importa apenas o pensar, Pois a verdade ou mentira são rótulos e dependem da interpretação de cada um, e a maneira de escrever uma verdade pode fazer com que ela se pareça com fantasia aos de quem lê, mas o importante é a interpretação dos fatos, pois o que conto são fatos de alma e nesses sou real, não minto. O meu escrever é o meu pensar temperando com o meu sentir, nisso ele é real. e a interpretação é de cada um O pensar é um ato solitário. cabe ao escritor estimular., mas as conclusões são pessoais e solitárias, mas com reflexos coletiva. E assim a vida, eu não crio retrato a vida Na mitologia greco-romana o deus que simboliza a verdade tem duas caras Isso é filosofia.

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Entrevista com escritor

Getúlio Reis Getúlio Cesar Reis da Silva, Suboficial Especialista em Comunicações Navais/Telegrafista da Reserva Remunerada da Marinha do Brasil (SO-CN-TL-RM1), nascido a 20 de fevereiro de 1965, em Duque de Caxias – RJ. Completou o Ensino Médio em 1982, tendo se formado em Técnico de Contabilidade, área de Ciências Exatas, mas sempre gostou muito de ler e escrever. Entrou para a Marinha do Brasil em 1983, foi promovido a suboficial em 11 de junho de 2008 e foi para a Reserva Remunerada em 13 de abril de 2013. Serviu como militar à Marinha do Brasil (MB) por 29 anos e 6 meses de onde tem ótimas recordações de vários fatos de sua carreira militar naval, porém, o que mais o regozijou foi ter sido selecionado, após vários testes psicológicos e exames médicos, para ser um dos 32 homens a compor a tripulação do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT) por 4 meses, no período de OUT/1998 a FEV/1999, tendo passado Natal e o Réveillon na Ilha, numa época que a comunicação ainda era precária, e ficavam praticamente isolados do mundo. Boa leitura!

Posso considerar que essa foi a maior experiência que tive em toda a minha vida, pois além de aprender a conviver com o isolamento e à distância de tudo e de todos, pude aprender muitas coisas e viver várias experiências que só foram possíveis na Ilha da Trindade.”

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Rio de Janeiro em Encantos e mistérios da Ilha de Trindade

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Getúlio Reis, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Apresente-nos a Ilha da Trindade. Getúlio Reis - Trindade é uma Ilha Oceânica, distante cerca de 620 milhas de Vitória (ES) e 765 milhas do Rio de Janeiro (RJ), sendo considerada a primeira porção de território nacional e o ponto oriental extremo do território brasileiro, junto com o desabitado e inóspito arquipélago de Martin Vaz. Existem duas teorias sobre a descoberta da ilha. Na primeira a ilha teria sido descoberta pelo navegador espanhol João Alves em 1501, que a época se encontrava a serviço da coroa portuguesa; pela segunda hipótese, a descoberta dessa ilha é atribuída ao português Estevão da Gama em 1502, durante a segunda viagem de Vasco da Gama as Índias. Nesta ocasião a ilha foi batizada de “Ilha da Santíssima Trindade”. A partir daí a Ilha começou a ser visitada por outros navegantes aventureiros que, ao se depararem com ela, pensavam descobrir uma nova ilha. Foi o que aconteceu quase dois séculos depois com a chegada da expedição inglesa chefiada pelo astrônomo

inglês Edmund Halley, em 1700, que realizava medições magnéticas a pedido do governo inglês e que toma posse da ilha em nome da Coroa Britânica. Com a Constituição Brasileira de 1823, a Ilha passou a fazer parte do território brasileiro. Trindade só seria ocupada de novo em 1895, quando a Inglaterra toma posse da ilha mais uma vez, sob o pretexto de instalar uma estação de cabo submarino que se estenderia até a Argentina. Esta segunda invasão perdurou até 1896. Em 1897, o Brasil reconquistou o direito sobre a ilha após intensa batalha diplomática contra o Reino Unido, onde o Diplomata Rui Barbosa se destacou e recebeu o título de “Águia de Haia” devido a sua atuação na Corte Internacional de Haia na Holanda, na qual defendeu a posse da Ilha da Trindade para o Brasil. Trindade adormece no silêncio das suas montanhas, mas ouve-se no meio da noite o barulho estrondoso da arrebentação, quando as ondas se chocam violentamente contra as rochas. As tartarugas aparecem misteriosamente – enormes e espantosas – para depositarem seus ovos nos buracos-ninhos feitos à beira mar. E os caranguejos, como uma pra-

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ga de gafanhotos, espalham-se por toda a sua extensão, tomando todos os recantos da Ilha. No alto do céu azul iluminado pela luz da lua, ecoa os grunhidos das aves e, no mar, os peixes cortam o descanso das águas. Essa é a Ilha da Trindade. Ao dar início ao seu trabalho na Ilha, em que momento pensou em escrever um livro, registrar os mistérios e encantos da Ilha? Getúlio Reis - Quando decidi me inscrever para passar quatro meses na Ilha da Trindade, sabia que seriam dias de solidão, pois apesar de toda a camaradagem entre os militares, não há nada que substitua a presença da família e dos amigos mais chegados, e na época, a comunicação com o continente era bem precária. Determinei-me a fazer o manuscrito de um livro-diário logo que o navio partiu do Rio de Janeiro e nele procurei mostrar o que realmente aconteceu no meu dia-a-dia e como fui descobrindo as histórias sobre a Ilha e os maravilhosos lugares que ela contém. Para que os quatro meses passem, sem que se sinta os dias muito longos, é necessário procurar preenchê-los de todas as formas possíveis. Além da busca constante de atividades, utilizei 73


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o tempo procurando aprender sobre a Ilha, lendo e ouvindo de outros militares da turma anterior e mesmo da minha turma que já haviam estado anteriormente na Ilha. Apresente-nos seu livro “Ilha da Trindade” Getúlio Reis - Você tem ideia da estranha quantidade de caranguejos que existe na Ilha de Trindade? Já imaginou o tamanho das tartarugas que “aparecem” e desaparecem misteriosamente, deixando seus ovos? Ou tem ideia da quantidade de pessoas que já morreram misteriosamente nos vários locais perigosos da ilha? Dificilmente você respondeu sim a essas perguntas porque – de fato – o arquipélago onde hoje fica o Posto Oceanográfico da Ilha de Trindade é um dos locais mais incompreendidos, inóspitos e isolados do planeta. Tema de dezenas de lendas e até de um misterioso “aparecimento” de OVNI. Há muito o que contar sobre o tão famoso POIT. Meu livro tem como foco descrever a ilha e como é o isolamento no local onde dezenas de militares da Marinha do Brasil se revezam tomando conta desse pedaço extremo do país. São 160 páginas e o ISBN é 9788595962330. O manuscrito permaneceu guardado e só se tornou livro agora após 23 anos de ter retornado da Ilha. Graças ao Gustavo Drago, da Drago Editorial que já publicou três livros meus, e a minha esposa Marcia Duarte que também incentivou, eu me senti motivado a digitar e finalmente transformar em livro aquele diário de histórias e vivências. Então, este livro sobre a Ilha da Trindade é o meu primeiro livro escrito, porém o quarto a ser publicado. O que mais o atrai nesta obra literária? Getúlio Reis - O que mais atrai é 74

que é uma obra atemporal, pois embora eu conte as dificuldades da época, eu aproveitei para contar a história e as estórias da ilha, e também as histórias vividas por mim naqueles quatro longos meses. Como militar da Marinha do Brasil, você atuou em diversas regiões, pensas em escrever sobre uma outra experiência ou só a Ilha da Trindade o inspirou a escrever um livro? Getúlio Reis - Como já falei acima, o livro Ilha da Trindade é o meu quarto livro publicado, o meu primeiro livro também foi sobre experiências na Marinha do Brasil (Cenários Pitorescos de um Marujo), o segundo foi sobre minhas viagens e experiências de motociclista (Motociclismo – Vivendo e aprendendo) e o terceiro foram crônicas sobre conclusões tiradas das minhas experiências na vida (Crônicas da Vida), todos publicados pela Drago Editorial. Onde podemos comprar o seu livro? Getúlio Reis - O Livro Ilha da Trindade pode ser adquirido Pelo portal da Drago Editorial https://www.dragoeditorial.com/p/ ilha-da-trindade-getulio-reis-14x21-160-paginas/ Na Amazon https: // w w w.ama zon.com .br/ dp/8595962332/ref=cm_sw_r_ awdo_navT_g_SEAMB3PF3GMF68ZDD30V No Mercado Livre onde eu mesmo envio, autografado e com dedicatória nominal https://produto.mercadolivre.com. br/MLB-2135483227-livro-ilha-da-trindade-quatro-meses-onde-o-brasil-comeca-_JM Quais os seus próximos projetos literários? Getúlio Reis - Estou com dois pro-

jetos em andamento, um sobre textos criados ou adaptados para a realidade atual (O pensador moderno) e outro sobre minhas experiências de corridas de rua e de como me tornei um ultramaratonista (Corridas de rua – O esporte mais democrático). Quais os principais objetivos a serem alcançados na área literária? Getúlio Reis - Me considero um escritor amador, e meu primeiro objetivo foi que amigos adquirissem meus livros e realmente gostassem de ler e o segundo foi que pessoas fora do meu círculo de amizade adquiram meus livros e possam vivenciar minhas experiências. Ler é viver! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Getulio Reis. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Getúlio Reis - A minha mensagem que está em todos os meus livros é que o melhor jeito de se aprender é com os acertos dos outros, não com os erros; e muito menos com seus próprios erros. E ler é o caminho.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA JACKMICHEL

JackMichel é o primeiro grupo da literatura mundial formado por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São de Belém – PA (Brasil) e seu slogan é A Escritora 2 Em 1. O tema de sua obra é variado posto que tem 22 livros publicados em diversos gêneros literários. Foi destaque em periódicos de arte e cultura e também participou de book fairs na Europa e no Brasil. Dentre outros prêmios, incluindo menções honrosas, ganhou 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa, IV Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros e 3º lugar no I Concurso Literário da Casa Brasil Liechtenstein. Em 2021 estreou como apresentadora do webshow “Chá Literário com JackMichel” e passou a fazer parte da “Galeria dos Imortais” na Casa dos Poetas em Petrópolis/RJ. Além da escrita JackMichel também se dedica às artes plásticas e seus desenhos estão a mostra no Catálogo da Arte Brasileira, na Artes Expo Galeria, na Exposição Virtual da Galeria & Curadoria Tortorelli, na Primeira Expo 2022 da Affresco Galeria e na Coletiva Virtual de Artes & Artistas 2022 e no Catálogo Online de Arte da Nossa Galeria de Arte. Website Oficial da JackMichel A Escritora 2 Em 1 https://www.websiteoficialjackmichelaescritora2em1.com/

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JackMichel Apresenta artes em giz de cera Ave César

Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

Brinquebrinquedrodropel Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

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Bruxas De Algum Dia Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

Dança Dos Véus Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

O Sultão E O Cão Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

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No Cabaré

Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

O Anão Pançudo Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

Dama De Saia Balão Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

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Anjos Subindo Para O Céu Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

O Homem De azul

Desenho com giz de cera 2021 21 cm X 15 cm

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Entrevista com escritora

Grace Kelly

Grace Kelly Campos Ferreira, nasceu no dia 20 de janeiro de 1973, friburguense, teve sua infância dividida em Cachoeiras de Macacu e Rio Grande, filha e neta de mulheres fortes. Formou-se em História na extinta Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia e está mestrando na Funiber, atua na cidade onde nasceu Nova Friburgo, dando aula de História e Filosofia na rede privada, além de atuar na rede municipal de ensino. Apaixonada por literatura brasileira se arriscou em escrever “As várias faces de uma mulher”, contando um pouco do que viu de seu olhar janeleiro. Hoje, com 49 anos, casada e mãe de três jovens filhos faz sua estreia com crônicas e contos. Boa leitura!

A obra retrata a história de uma mulher de grande personalidade que se vê entrando na adolescência novamente junto com os seus filhos, mas retrata, também, ela com suas várias lembranças em todas as fases de sua existência, ela criança, adolescente, jovem e agora adulta, com todos os temores que todas as fases podem trazer.”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Grace Kelly, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que a motivou a escrever contos e crônicas? Grace Kelly - A motivação foram as pessoas, pessoas que lidamos em nosso cotidiano, pessoas que simplesmente passam por nós, elas me inspiraram com suas histórias, sejam elas cômicas ou emocionantes, acho que cada um tem algo a ser contado e ouvir é a melhor maneira de agregar tantos fatos e a partir daí surgiram as narrativas variadas de intercâmbios de diversas experiencias e de múltiplos personagens. O que mais a atrai nestes segmentos literários? Grace Kelly - De fato é a brevidade de uma narrativa, o início, o meio e o fim, cada conto e cada crônica se explica praticamente em um capítulo e deixa sempre a reticencia do que poderia ser ou ainda do que virá. Em que momento se sentiu preparada para publicar “As várias faces de uma mulher”? Grace Kelly - Esta pergunta é bem difícil de responder, na verdade tem cinco anos que estou me preparando para essa publicação, e acho que chegou a hora.

Apresente-nos a obra aos seus olhos. Grace Kelly - A obra retrata a história de uma mulher de grande personalidade que se vê entrando na adolescência novamente junto com os seus filhos, mas retrata, também, ela com suas várias lembranças em todas as fases de sua existência, ela criança, adolescente, jovem e agora adulta, com todos os temores que todas as fases podem trazer. O que mais a atrai nesta obra literária? Grace Kelly - Tive uma professora de Sociologia na faculdade que sempre dizia que nada mais atrativo que o cotidiano, a simplicidade do dia a dia, é justamente isso que me atrai: os pontos mais simples do dia a dia e as mudanças que ao passar dos anos isso pode trazer. Deixe-nos uma passagem da obra para que possamos conhecer um pouco do perfil de sua escrita. Grace Kelly - “Eu acordei tarde. Não era frio nem quente. O céu parecia nublado, embora o azul disfarçasse o cinzento. Acordei e vi minha imagem refletida no espelho. Não gostei. Qual foi mesmo a última vez que me vi jovem? Sim. Foi ontem... quando eu tinha 17 anos. Estava no auge da adolescência, com o pé na juventude.” A quem indica leitura? Grace Kelly - Creio que a leitura seja interessante para as mulheres,

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os adolescentes e jovens de todas as idades. Onde podemos comprar o seu livro? Grace Kelly - Em livrarias e sites da editora. Quais os seus próximos projetos literários? Grace Kelly - Bem, estou trabalhando na sequencia desta obra com outros olhares e ensaiando uma fantasia (e quando digo “ensaiando” digo ensaiando mesmo (risos)). Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Grace Kelly. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Grace Kelly - Somos pra muitos, ruas, vielas e avenidas, alguns passam por nós de forma a não percebermos, uns ficam breves e outros ficam conosco em quanto o tempo permitir. Permita dar ao tempo o que o tempo pode nos dar; experiência.

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José Sepúlveda

Poetas Quantos poemas fiz, quantas belezas Mandei a meu amor quando era meu, Quantas loucuras vãs, quantas vilezas Ridículas contei, quantas, ó céu! Chamaram-me poeta, quais nobrezas! Que és tu, irmão poeta, mais que eu? Poemas são palavras, são certezas Que a mais singela frase enterneceu. Poetas somos nós, é toda a gente Que vive neste mundo e é somente A forma de escrever que em nós varia Se alguns dizem poemas a cantar, Também os há que os dizem sem falar E quem, silente e só, faz poesia! José Sepúlveda

Perfume Senti o teu perfume, de repente, Entrei no nosso mundo de prazer, Olhei-te nos teus olhos ternamente, Rendi-me aos teus encantos de mulher Ai, minha amada, tudo é diferente Se estás perto de mim! Teu nobre ser Me inspira, me dá forças, me faz gente E em ti encontro um novo alvorecer Se quero ter-te sempre em mim presente, Se anseio que tu sejas minha mente, É por te querer bem, minha querida Que nada em ti me é indiferente, Eu quero-te sentir ardentemente Momento após momento em minha vida José Sepúlveda

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Rosas

Sonho

Aqui te envio rosas, minha amada… São rosas que eu espalho à tua frente Para que possa ter-te bem presente, Bem perto de minha alma apaixonada…

Eu quero ser poeta, talvez louco, Daqueles a quem nada satisfaz, Eu quero nesta vida ser capaz De desventrar as coisas, pouco a pouco.

E quando, pela alta madrugada, Tu fazes parte do meu corpo e mente Me sinto como vão delinquente Vagueando tão sozinho nessa estrada

Viver a vida, o sonho, a ilusão, Na efémera esperança de encontrar Os trilhos desse incerto caminhar Que há de alimentar essa paixão.

São rosas de toucar que eu algum dia, Seguindo para além da fantasia, Hei de entregar-te em suave amanhecer…

Eu quero ser poeta sonhador, Sentir o desafio que acarreta Ficar na dependência de uma pena,

E quando as minhas rosas te entregar Descobrirei, por fim, como encontrar, De novo essa alegria de viver

Se, nesse anseio, em busca desse amor, Concretizar o sonho e for poeta, A vida será sempre o meu poema!

José Sepúlveda

José Sepúlveda

Poeta

Tela da Vida

Pegou numas palavras ocas, vãs, Tiradas do seu antro de venturas… Juntou-lhes coisas boas, coisas más E polvilhou com frases bem maduras

Lancei meus sentimentos numa tela E pus‐me a pincelar na noite escura Olhei e então notei ser tão singela A tela desta minha vida obscura

E o sentimento livre que se faz De coisas simples, quem sabe, inseguras Partiu à descoberta, sem afãs, De vivo colorido, imagens puras…

Pintei naquela tela uma aguarela Com as cores que ditava o coração Senti‐me aprisionado numa cela De amor, de fantasia e de ilusão

E de repente viu-se confrontado Com mil palavras, num amontoado… Poliu-as, burilou-as, deu-lhes brilho…

E quando já no fim olhei meu quadro Fiquei olhando um lado, o outro lado, A minha estrada em cores ressarcida

Deixou gritar bem alto o pensamento Em plena liberdade… e num momento Soltou seu grito: - Ó Deus, nasceu-me filho!

Nos traços dessa tela eu descobri As sensações estranhas que vivi Nas tensas pinceladas desta vida

José Sepúlveda

José Sepúlveda

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José Sepúlveda

Vencedor

Procuro

Não digas a ninguém que teu eu sou, Não penses que és o dono de meu peito Que dessa estrada errante, só ficou Desilusão do teu mundo é imperfeito.

A bela borboleta que há em mim Voando vai com a sua magia De flor em flor, ao longo do jardim Bem cheia de glamour e fantasia

Ó mar tempestuoso, o que restou Das ondas de vaidade e preconceito? Perderam-se na praia. E agora vou..., Vou sim... seguir o Seu caminho estreito.

E dança ao luar na maré cheia Desde o jardim até ao areal Para se transformar numa sereia Que busca um novo amor, um seu igual.

Não mais irei sentir-me tão sozinho, Eu hei de arquitetar o meu caminho Na trama emaranhara de meu ser.

E gira e rodopia nessa dança Alheia ao sol, ao mar, à ventania E ao som da melopeia que me encanta Eu canto com o mar em sintonia.

E entre qualquer luta, qualquer dor, Estou bem certo, vá por onde for, Nas mãos do meu Senhor, eu vou vencer! José Sepúlveda

Um Céu de Estrelas

Como se não houvesse um amanhã, Meu pensamento voa para ti E este meu olhar cor de avelã, Ao ver-te, te contempla, te sorri.

Um Céu de estrelas... Olho o firmamento... Meu pensamento voa para ti E vivo intensamente esse momento E nesse mar de esperança, te senti

Envolta nesta dança angelical Perscruto um amor puro, verdadeiro, E ao longo desse tempo tão real, Procuro te encontrar o dia inteiro.

Olho tão nobre e puro sentimento Que brota do teu peito e me sorri E nesse enleio imenso peço ao vento Mil beijos de teus lábios de rubi

Rosa Maria Santos

Estrela minha, brilha em meu olhar, Eu hei de me por ti apaixonar Em cada curva desta imensa estrada… E vamos dar um rumo á nossa vida E nesse Céu de estrelas, tu, querida, Serás a estrela em cada madrugada! José Sepúlveda 84

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Rosa Vermelha O sonho que circunda nossa vida A torna leve, simples, colorida, Qual rosa no jardim, rubra, encarnada, Sempre macia, bela, perfumada. O sonho para além da fantasia, Status quo que o mundo aprecia, Olhar, apreciar o universo Distante deste mundo atroz, perverso. E quando sonho, sinto-me acordada, E a pétala vermelha, aveludada Eu toco, qual pequena poesia Que surge no meu mundo em harmonia. Sinto a fragância dessa linda flor Se simboliza a força do amor, Qual dádiva descida lá do céu Que ao canto do jardim apareceu.

Antes que seja tarde! Antes que o frio se instale nas paredes de uma casa vazia e meus olhos não enxerguem p´ra lá de uma solitária janela, quero olhar a vida de frente, abraçá-la a cada dia e a cada dia morrer nela. Antes que o horizonte se desvaneça no meu olhar, quero ver o entardecer na calmaria do mar, escutar as gaivotas alvoroçadas e abraçar o silêncio da noite em cada onda espraiada.

Tão bela a cor, tão cheia de magia A dar sabor ao longo desse dia, Tão frágil delicada, abençoada, É essa rosa obra, delicada. Rosa Maria Santos

E só a poesia nos traz a cor do amor, A cor da saudade, A cor da desilusão, Quando o mar se desvanece com encanto, De uma sereia, Que navega nas ondas dos seus sonhos. E só a poesia nos traz a cor da solidão, De um adeus perpétuo, Uma alma que não desiste do impossível. E só a poesia escreve, O que boca não consegue dizer, E fica em silencio Para não trair as razões…

Porque se faz tarde e já não sinto prazer nos dias quentes de primavera, nem no inverno o aconchego das noites frias. Ergo hoje… as mãos ao céu, agradeço por tudo que tenho, antes que se faça tarde e se desvaneçam os meus dias. Teresa Costa

Catarina Dinis Pinto

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Entrevista com escritora

Rosa Maria Santos Rosa Maria Santos, nasceu em S. Martinho de Dume, Braga, mas a vida levou-a a fixar residência em Sines. O cuidado dos seus filhos levou a que tivesse de abandonar o trabalho ativo no exterior. Foi aí que sentiu necessidade de se dedicar à escrita, sobretudo à poesia. A condição de mãe levou-a a enveredar por um sentido criativo de «invenção» de histórias que ia contando aos filhos e que mais tarde iria desenvolver. Respondeu a diversos convites, cujos trabalhos receberam relevantes distinções nacionais e estrangeiras. Em julho de 2018, publicou o seu livro de poesia Rosa jasmim. Posteriormente, começou a publicar livros em formato e-book. Conta já com algumas dezenas de livros publicados na sua biblioteca virtual, em temáticas distintas: poesia, contos infantojuvenis ou juvenis. Participou em diversas coletâneas de Poesia, portuguesas, italianas e brasileiras, tendo sido distinguida algumas vezes: . 2º Prémio de Poeti Internazionali. Poema Rosa de Saron Itália; Maio 2017. . 3º Prémio de Poeti Internazional - Itália. Com o poema “Violino”; 5° Biennale del Festival Interna-

zionale Delle Emozioni, Itália - Maio 2019. . Prémio d’Onore Concurso de Premio Letterario Internazionale di Poesia “Gocce di Memoria“, Itália, Junho 2019 con la poesia Sfera di cristallo (Bola de Cristal). . Concorso “Il Meleto di Guido Gozzano” Sezione Autori di lingua straniera - ATTESTATO DI MERITO, settembre 2019 com la poesia Assenza (Ausência). Itália, . Concorso di Poesia Internazionale " Gocce di Memoria" VI edizione Menzione d'onore con la poesie “Il mio quadro” – (Meu quadro). Itália julho 2020. . 2.ª Classificada no Prémio Poeti Edizione del Concorso Internazionale di Poesia Esteri “Ouve” (Ascolta) dezembro 2020. Menzione di Merito de poeti Internazionali 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Racconti “Esmeralda” dezembro 2020. Boa leitura! 86

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Em destaque ‘Vidas Suspensas’ da autora Rosa Maria Santos Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Rosa Maria Santos, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, em que momento pensou em escrever “Vidas Suspensas”? Rosa Santos - O romance Vidas Suspensas foi escrito para um projecto muito aliciante para que fui convidada. Tinha 20 dias para o escrever e, com muito empenho e diligência, depois de algumas noites de vigília, apareceu. Como foi o processo de escrita, para construção do romance? Rosa Santos - O processo de escrita não foi complicado. Olhamos ao nosso redor o sorriso de uma avó carinhosa, a vida que gira em corropio e logo a imaginação se expande e engendra quase que espontâneamente o enredo que vai fluindo até que surge a obra. Espero que os leitores gostem de ler Vidas Suspensas. Apresente-nos a obra Sinopse Rosalinda, uma profissional de medicina interna, labora num dos hospitais da cidade. No seu lar mantém um relacionamento complicado com Luís Paulo, como ela, médico, que lhe presta apoio num período difícil da sua vida - a morte dos seus pais num trágico acidente de viação. Luís Paulo é simpático, atencioso.

Mas, de um momento para o outro, tudo se desmorona. O carinho demonstrado por ele transforma-se gradualmente num infernal clima que lentamente se vai tornando insuportável: agressões verbais, violência física e uma vida de todo indesejada. Quando chega o almejado período de férias, Rosalinda refugia-se na sua pequenina casa lá na aldeia, uma herança da avó Francisca e que fora o lugar onde passou uma infância muito feliz. As recordações da avó, dos pais, dos tios e primos, que não via há muito tempo, serão constantes. Agora, restavam a Ti’ Maria e o Ti’ Lucas, os “pais” que a acolharam e cuidaram com tanto carinho após a morte dos seus progenitores. Na pacata aldeia, riscada do mapa, reencontra o primo Júlio, filho dos pais adotivos. É junto dele que depois de muitas peripécias e aventuras encontra, por fim, o amor da sua vida. O que mais a atrai nesta obra literária? Rosa Santos - Não tenho partes que me atraiem especialmente, todo o enredo é apelativo e nos leva a querer “começar” pelo fim.

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Onde podemos adquirir o seu livro? Rosa Santos - O livro pode ser encontrado no site da Editora Cordel D’ Prata, na Wook e na Fnac Online, mas podem também contactar-me pessoalmente através de mensagem privada no facebook. Vai ter o evento de lançamento, já sabe data, local? Rosa Santos - Vidas Suspensas encontra-se já em alguns pontos de venda, desde três de janeiro. Oportunamente, a Editora Cordel D’Prata entrará em contacto comigo para realização de um evento de apresentação. Devido ao tempo conturbado que todos nós estamos a passar com o Covid 19, ainda não foi possível agendar uma data. Além de “Vidas Suspensas” você tem outros livros publicados, como podemos ter acesso ao acervo? Rosa Santos - Edições em Papel: . Rosa Jasmim (poesia), Capa do Mestre Adelino Ângelo – julho 2018. . Vidas Suspensas, janeiro 2022 . Tenho mais de setenta e-books de contos e poesia publicados na minha Biblioteca na plataforma do ISSUU.

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Quais os seus próximos projetos literários? Rosa Santos - Tenho em mente publicar diversas coleções de histórias infantojuvenis, parcialmente já escritas: . «Histórias da Bolachinha» . «As Aventuras de Maria Laura» . «As Aventuras do Ratinho Samir» Em preparação, tenho também um novo livro de Poesia e, quem sabe, um novo romance. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Rosa Maria Santos. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Rosa Santos - Quero deixar uma mensagem de incentivo a todos aqueles que amam a escrita para que não desistam de expressar os seus senti-

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mentos, seja em grupos literários, em edições em papel ou publicações em e-book, que o façam sem receios. Será esse o caminho que levará a toda a gente a mensagem que têm para deixar aos vindouros, deixar gravada a pegada da sua peregrinação na vida, a oportunidade de deixar registado o seu nome nos anais do mundo literário. Bem hajam por essa ousadia. Conhecer trabalhos da autora acesse: Biblioteca Ebook: https://issuu. com/rosammrs Blog: https://romyflor.blogspot. com/p/blog-page.html

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

Minha mãe, sempre! Há dias, quando te visitei, nessa casa onde cresci e da qual guardo as mais belas lembranças, reparei na tua voz arrastada, ocasionada pela tua mais débil saúde. Senti-me triste e pensativa. De regresso a casa, pensei na vida que nos foge, na escassez de um tempo que afinal é nosso. Eu sei que não é a idade que nos faz partir, pois há em ti uma réstia de esperança que nos alimenta e nos faz sorrir. A tua bonita idade de noventa e um anos, eu mesma não sei se lá chegarei, nos leva a viajar no tempo e a pensar em como é efémera a vida. Há momentos em que penso em ti, na avó Francisca, quando te dizia: - Não quero morrer, filha, a que respondias com um ar resignado: - Não está na nossa mão querer ou não morrer, esses desígnios são de Deus. Logo, ela retorquia de imediato: - É tão bom viver minha filha, não me deixes morrer!

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Tantas vezes o repetia que um dia, cheia de coragem, eu lhe disse: - Avó, tu nunca vais morrer, pois eu não deixo. Parece que estou a ver o seu rosto a brilhar de felicidade. Eu bem sei que ela sabia que nada havia a fazer, mas a esperança de vida fazia-a acreditar que às vezes nos sentimos imortais. Recordações que fervilham na memória, o ver-te constantemente a enfrentar a gravidez, quase nem tinhas tempo de te recompor e, um filho após outro, havias de nos gerar. Apesar de tantas dificuldades económicas, rebento após rebento soubeste enfrentar tantas dificuldades na tua penosa caminhada pela vida, sempre enfrentando a dureza da jornada de trabalho de cada dia, para que o pão de cada dia não faltasse à nossa mesa e que por vezes se mostrava tão escasso, era tanta gente! Tempos difíceis, no fulgor da ditadura!

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Recordo do teu zelo para connosco, do carinho que nos davas quando penteavas, nos fazias as tranças! Ai, essas tranças, como brilhava o teu olhar! Depois, eram os lindos vestidos que nos fazias e ias lavar com afinco nas águas gélidas de invernos rigoroso. Essas mãos roxas e gastas pelo tempo ias depois aquecer no velho fogão de lenha, lenha que recolhias na mata nas horas livres do verão e mantinhas encasteladas na arrecadação do quintal, para que pudesses enfrentar o rigor de cada inverno. Era assim, mãe, foram esses os teus tempos de menina e moça, até que te viste mulher, para enfrentar o trabalho e a canseira, quase sempre com um filho no ventre, uma boca mais para alimentar a seguir. Os filhos foram crescendo e os mais velhinhos ajudando nas lidas da casa, o barco era grande, mas o trabalho era cada vez maior. Os tempos de escola foram surgindo e a azáfama também. A acrescentar, vinham as tarefas escolares que, com maior ou menor conheci-

mento tinhas que enfrentar. Tempos árduos que não vou nunca esquecer, mãezinha. Quão mais aprazível seria a vida sem o peso de tantos filhos. E logo, sem que tivesses tempo de te aperceber, chegaram os netos, cada vez em maior número, que foste acolhendo com alegria. Como era bom quando os sentias ao teu redor! E tu mesma deste o teu contributo para os ir criando, à medida das necessidades, conforme as forças te fossem permitindo. Alguns, fixaram a sua residência mais longe, a muitos quilómetros de distância, mas mesmo esses os sentias como que presentes, juntos de ti. Não poderás nunca imaginar quanta mágoa sentiam por estar tão longe, tão distantes, de não ter acompanhado a tua jornada num tempo sem tempo em que a idade avançava e o ocaso da vida se ia avizinhando. Coisas do destino, mãe, das nossas opções de vida. Cada um cresce e segue o seu caminho, como tu, mãe. Sabes? A vida dá muitas voltas, as coisas são como são, mas duma

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coisa podes estar certa. Mesmo quando isso acontece, aqueles de quem gostamos, que fazem parte de nós, mantêm-se sempre presentes bem perto do coração. Os filhos que Deus te deu, Tu com carinho os criaste E a vida aconteceu Pois sempre nos apoiaste. Cada teu filho embalaste Com a mente sempre alerta E sempre os esperaste Co’a porta franca e aberta. Ensinaste-lhes caminhos Que haviam de percorrer Um dia os teus netinhos Haveriam de aparecer. Minha mãezinha querida, Minha amada companheira, Serás sempre a boa amiga Que hei de amar a vida inteira.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR VIKAS PRAKASH JOSHI

Vikas Prakash Joshi é escritor, editor, tradutor, palestrante e jornalista freelancer baseado em Pune, Índia. Ele escreve para crianças desde os 17 anos, começando com contos e uma coluna em um grande jornal inglês da cidade, lido por milhares de pessoas. Ganhou prêmios em concursos de redação municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Ele escreve em inglês, traduz de Marathi, e seus artigos de não ficção e contos para crianças foram traduzidos para 20 idiomas, tanto estrangeiros quanto indianos, com muitos mais a caminho. Seu primeiro livro, para crianças, My Name is Cinnamon está programado para sair no próximo ano, pela editora mundialmente famosa Hay House. O livro foi apreciado por pessoas de mais de 40 países e também por importantes escritores indianos; trechos apareceram em 15 idiomas. Ele foi publicado em muitas das principais publicações inglesas do país e ganhou 9 prêmios em oratória. Seus hobbies incluem falar em público, cozinhar e viajar. Ele foi palestrante em prestigiados festivais literários online como Phoenix Literary Festival 2021, Phoenix Junior Literary Festival 2021 e Book Bakers Literary Festival 2020. Ele está trabalhando em seu segundo e terceiro livros. Para saber mais, consulte https://eatdessertfirstgreece.com/2021/08/21/vikas-prakash-joshi/ ou escreva para joshi. vikas500@gmail.com 92

Ela era Pallavi. E Neerad gostava dela, assim como todos os outros rapazes da 9ª classe da Escola Secundária de St.Vincent em Pune. Não era nenhuma surpresa. Com a sua beleza, excelentes notas e corpo bonito, ela atraía muita atenção. Neerad se contentava em admirá-la de longe, já que ele não era o tipo de rapaz que poderia facilmente falar com as meninas. Ele vinha praticando diariamente há três meses em preparação para o concurso anual de canto da escola. “Se eu ganhar esse concurso, Pallavi será minha”, ele pensou muitas vezes para si mesmo. Como ele esperava, Pallavi estava lá na primeira fila. Ele cantou “Tanha Dil” (Coração Solitário) uma canção de sucesso de um filme Hindi recente, e pelos aplausos ele sabia que tinha cantado bem. O que era mais doce era o olhar de apreciação de Pallavi. Cantores vieram e foram, mas até agora só Neerad tinha realmente brilhado. Agora era Sudhir do 9º ano, o nerd da turma, que ia cantar. Honestamente, Sudhir não tinha talento algum mas a maneira como Neerad e todos os seus outros amigos, começaram a rir incontrolavelmente e até gritaram “Boo!” “Boo!” foi cruel em todos o sentidos. Sudhir saiu correndo do palco quando a sua canção acabou. Como esperado, Neerad ganhou o primeiro prêmio. Ele pegou no troféu e procurou Pallavi no público. Ela não estava lá. Quando saiu do auditório, ele a viu sentada com Sudhir, ela estava o consolando. “Porque você fez piada com ele idiota?” Ele estava em silêncio “Talvez ele não seja um bom cantor, talvez não saiba cantar, isso não te dá o direito de fazer piada com ele. Pelo menos ele tenta participar de algo em que não é bom. Alguma vez você já fez isso? Você faz ideia de como ele deve ter se sentido?”Ela colocou a mão no ombro de Sudhir enquanto ele sentava em silêncio. “Sudhir, sinto muito pelo que fizemos. Sei que pode parecer falso, mas falo a sério”, disse Neerad. Sudhir apenas balançou a cabeça e enxugou as lágrimas. Depois de um tempo, ele perguntou “Pallavi, não vai voltar para casa?” Ela não respondeu durante algum tempo. “A casa do Sudhir não fica longe da minha. Quando o pai dele chegar, eu vou com ele», disse ela, finalmente. Ele caminhou para sua casa, com o troféu agora parecendo um metal barato.. Escrito por Vikas Prakash Joshi Traduzido por Caroline Bisognin de Mello www.divulgaescritor.com | março | 2022


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA ROSA MARQUES

O PIÃO DE MANELITO

(Quando as brincadeiras eram ao ar livre) O mês de Março estava no fim; faltava pouco para a Páscoa. Passarinhos cantavam em coro, entre as verdes folhagens. Outros, irrequietos, saltitavam pelas veredas numa busca frenética de ervas e musgos para retocarem os ninhos. Pelos campos brotavam flores, um verdadeiro matiz de cores alegres a perfumar os dias. As tardes eram soalheiras e longas, um claro convite às brincadeiras ao ar livre. As crianças mais crescidas ansiavam pelas férias da escola e, no regresso a casa, principalmente os rapazes, demoravam-se pelos caminhos a jogar ao pião, a improvisar brincadeiras do nada, só pelo prazer de estarem juntas, de retardarem o regresso a casa. Naquela manhã, antes de sair para a escola e sem a mãe ver, Manelito pôs na sacola o pião novo que o padrinho lhe oferecera quando ele completara12 anos. Era um pião bonito, feito de madeira e muito suave ao toque. Tinha duas riscas paralelas, pintadas no sentido da largura; uma vermelha como as cerejas, a outra azul-ciano, e Manelito não via a hora de o mostrar aos colegas. Durante a aula de português, aproveitando um momento em que o professor Joaquim estava absorto a consultar uns apontamentos num dossiê aberto em cima da secretária, Manelito tirou com cuidado o pião da sacola e, semiescondido, mostrou-o a João, o seu colega de carteira. E quando este, muito admi-

rado, ia abrir a boca para dizer algo, ouviu-se a voz de Jaime, o rapaz da carteira da frente, que nesse momento se virara para trás a dizer alto: — O Manelito tem um pião! Todas as cabeças convergiram para aquele ponto e um burburinho, ainda que receoso, perpassou pela sala. Manelito guardou imediatamente o pião no mais fundo da sacola, pois conhecia bem o professor Joaquim, que tinha por hábito apreender todos os objectos que os alunos traziam para a escola susceptíveis de causar distracções durante as aulas. Guardava-os em lugar seguro e tão secreto, que dificilmente voltavam a ver a luz do dia. De nada servia fazerem queixa aos pais; a reputação do professor adquirira já um elevado estatuto e nenhum pai no seu perfeito juízo ousaria contestar os seus métodos de ensino, que, até à data, tinham funcionado muito bem. O professor Joaquim ensinara já várias gerações; a sua eficiência e rectidão eram bem conhecidas na ilha. Por esse motivo, todos o respeitavam e admiravam. Muito empenhado na arte de ensinar, raramente um aluno seu era reprovado num exame ou saía da escola sem ter aprendido o essencial para a vida. Quando adultos, os alunos lembravam-no pela sua severidade pacífica, porém exigente, e sentiam-se agradecidos por tudo o que lhes ensinara, por vezes à custa de muito porfiar.

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Após cometer a infracção, Jaime voltou-se para a frente. Muito quieto e calado, aguardava a reacção do mestre. Este, contudo, ao levantar a cabeça, ajeitou os óculos e, olhando a turma, limitou-se a pedir silêncio para continuar a aula. Fora uma sorte o professor não ter apanhado o pião, comentavam os rapazes, que, no regresso a casa, se juntaram no caminho para brincar ao pião. Abandonavam as mochilas a um canto, desenhavam um círculo no chão e depois surgiam as apostas, a ver quem era capaz de fazer o pião girar durante mais tempo. Alguns já dominavam aquele jogo, por ser muito comum entre os rapazes daquela época. Havia até quem conseguisse pegar no pião enquanto rodava e mantê-lo a rodopiar na palma da mão por mais algum tempo; diziam então que o pião estava adormecido, proeza que não era para qualquer um. Outros andavam ainda a aprender. Manelito era um deles, e só após muitas tentativas conseguira que o pião rodopiasse um pouco, entre a galhofa dos mais experientes. Era necessário algum cuidado ao enrolar o cordel à volta do pião, de forma que não ficasse nenhuma folga, instruíra-o o pai. Dessa cautela dependia o sucesso do jogo, mas, claro, era perícia que se adquiria com o tempo e a prática. Naquela tarde, todos conseguiram pôr o pião a rodar, ainda que por pouco tempo, com excepção do Rui, que, por mais que os amigos lhe demonstrassem como se fazia, não atinava com o jeito. Após enrolar o fio à volta do pião, atirava-o para dentro do círculo, mas, em vez de rodar serenamente, o pião dava algumas cambalhotas desajeitadas e depois ficava para ali inerte a jazer na terra, como coisa sem préstimo. Choviam então as gargalhadas, a troça dos outros, e o Rui, sem proferir palavra, afastava-se chateado. No entanto, na matemática, ninguém lhe levava a melhor. Era um ás com os números, comentavam os colegas, boquiabertos com a facilidade com que ele resolvia as equações de aritmética.

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A BELEZA DOS LÍRIOS Através da cortina transparente vislumbro o mundo lá fora. Apenas a beleza dos lírios desfaz a tristeza da manhã! Preciso sair e chove, olho à volta, vejo, sinto o conforto da casa. Até mim chega o calor da lareira acesa, um brilho ilumina a sala de jantar, é meu desejo ficar ali para sempre! Lá fora os lírios brancos, os lilases, tremem de frio… A chuva fustiga suas frágeis pétalas mas eles resistem, continuam belos! Álgida a brisa toca meu rosto na lúgubre manhã fria, onde nem um pipilar de passarinho se ouve nesta manhã de Inverno e nostalgia! Porém, ao passar junto à ribeira ouço o coaxar das rãs… E o murmúrio doce das canas verdes ciciando segredos ao vento! E esta presença faz-me sentir acompanhada! A fonte com seu pequeno jardim, está hoje desabitada… Mas a beleza dos lírios… Ah, a beleza dos lírios acompanha-me para sempre! Abril de 2017, antologia: «Saloios & Caipiras»

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA A EDITORA JÔ RAMOS

Editora ZL Books anuncia sétimo Salão do Livro de Portugal 2022 Lisboa e Açores receberão escritores em encontro cultural que apresenta a literatura lusófona Escritores, atenção: Está confirmada a sétima edição do Salão do Livro de Portugal 2022. Este ano, em duas cidades: Lisboa e Açores. A data será confirmada em breve, com previsão para o segundo semestre, e promete reunir autores dos mais variados estilos literários, levando a cultura nacional para a Europa. O evento recebe escritores recém lançados no universo editorial, como profissionais já reconhecidos por suas obras. Para participar, basta ter um livro lançado no mercado, no idioma português. As inscrições vão até abril. Organizado pela jornalista e gestora da ZL Books, Jô Ramos, que já tem mais de 9 obras lançadas, o destaque desta edição será a possibilidade de estar em duas cidades portuguesas. Na programação, os autores participantes terão um momento onde podem apresentar sua obra, seja com leitura de seus poemas, ou trechos que achem interessante ressaltar ao

público. Haverá mesas com exposição e vendas dos livros de todos os escritores envolvidos. Ao final, acontecerá um coquetel exclusivo ao time de escritores. De acordo com Jô Ramos, o escritor sempre busca explorar novas maneiras de fazer parte do mundo — seja através de suas ideias, tradições e cultura, por isso é importante a realização de encontros que possam proporcionar essa troca de pensamentos, além do intercâmbio cultural de países. “Assim como as pessoas desenvolvem novos modos de expressão e de relações com os outros, as nações também criam uma imagem, uma personalidade. Se a imagem composta que está sendo projetada é atraente, ela servirá como um farol e seduzirá visitantes, investidores e visionários, por isso, nós escritores e pessoas ligadas à literatura temos o dever de avançar nos debates e nas motivações culturais”, defende a escritora.

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Salão do Livro de Lisboa 2022 Inscrições: até abril Datas: segundo semestre de 2022 Local: LISBOA - Fundação Amália Rodrigues Datas: segundo semestre de 2022 Local: AÇORES - Ilha de São Miguel, no Centro Natália Correia. Informações e inscrições pelo e-mail: zlbooks11@gmail.com

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Entrevista com escritor

Pietro Costa Pietro Costa, Assessor Jurídico de 2ª Instância - MPU. Pós-Graduação “Lato Sensu” em Globalização, Justiça e Segurança Humana, realizada pela ESMPU em parceria com o Ruhr-Universitat de Bochum/Alemanha. Escritor. Poeta. Agente e Produtor Cultural. Presidente da Academia Cruzeirense de Letras. Membro de diversas Academias Literárias e Entidades Culturais no Brasil e no exterior. Embaixador da Paz da OMDDH. Autor de 5 obras literárias (Entre a caneta e o papel: um convite à transcendência, Chiado Books, 2018; A Rosa dos Ventos, Art Letras, 2019; Juras de Poesia Eterna, Art Letras, 2020; Urbanos, Editora Art Letras, 2020; Lua a Pino, Edições e Publicações, 2021). Coautor de mais de 100 coletâneas. Coorganizador das Coletâneas Então é Natal (Versejar, 2020) e A Dor que deveras sente - tributo a Fernando Pessoa (Versejar, 2021). Colunista do Jornal ROL desde 16.11.2020. Detentor de várias honrarias, prêmios e títulos. Em seus textos, de escopo bem heterogêneo, procura dialogar com as várias vertentes do saber, sobretudo a filosofia, a psicologia e a literatura. Há ênfase no transcendente, nas relações afetivas e nos paradoxos da era contemporânea de maximalismo digital e coisificação da vida. Boa leitura!

Literatos salvam os nossos dias dos vendavais, mortes lentas e melancolias, educando o imaginário da humanidade mediante referenciais como cidadania, respeito, empatia, solidariedade, valorização da criticidade e cultivo da vida intelectual, de modo a restituir aos corações a tenacidade, a leveza, o sonho e a esperança.” 96

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DIVULGA ESCRITOR Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Pietro Costa, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? Pietro Costa - Os meus primeiros textos foram, em sua maior parte, poemas com uma perspectiva bastante introspectiva e voltada ao amor de vertente platônica, sem nuances de crítica social ou elucubrações filosóficas, surgindo por volta dos doze anos de idade. A paixão fervorosa pela escrita, a rigor, irrompeu mesmo nos primeiros semestres da faculdade, ao estudar disciplinas jurídicas do eixo propedêutico, ou seja, que têm a ver com a formação preliminar e de cunho humanístico, como Teoria Geral do Direito, Teoria Crítica do Direito, Filosofia, Hermenêutica, as quais, por sua vocação interdisciplinar, atiçaram minha curiosidade por outros domínios de saber, como a psicologia, linguística, sociologia e a própria literatura. O que mais o atrai nos textos poéticos? Pietro Costa - As sutilezas e ambivalências que libertam sensibilidades, a loucura que nos salva dos hospícios, a recusa ao óbvio e supérfluo, a escuta (cri)ativa e curativa, o escrutínio de si mesmo e da vastidão de sentimentos, vivências e idiossincrasias que povoam o mundo, o desnudar de nossas proezas, feridas e hipocrisias diante do espelho da consciência, as palavras como pás que lavram terras abundosas ao semear no solo fértil de corações sensíveis mensagens-libelos que nos preenchem de paz, gra-

do vento De cada nota, é exalado o pormenor O júbilo eloquente do pertencimento

tidão, esperança, amor, fé, empatia, justiça, inclusão, resiliência e humanismo. Apresente-nos o seu mais recente lançamento “Lua a Pino” Pietro Costa - Lua a Pino reúne mais de cem poemas densos, introspectivos e reflexivos, que se destacam pela elegância dos ritmos, e pelas sucessivas e delicadas nuances, como se vê nestes excertos (“Lua a pino a revolver este ser, lupino/Insone prodígio nos namoricos da noite/Vivo e embevecido pelo furor do instinto”), acompanhados de significativas ilustrações, que enaltecem Brasília, bem como as belezas da natureza, do feminino, da paixão e do amor, além de expressar a irresignação do poeta com as engrenagens perversas que muitas vezes movem o mundo (“O sangue que corre nas veias humanas/É dor que escorre nas ruas suburbanas/ Alguns sorrisos parecem fora de lugar/A alegria parece escolher onde habitar”). Presentei nossos leitores com um dos textos publicados na obra TIM-TIM No seu semblante, o poente em fogo Abrasando o coração de bons sonhos O dia se vai, desfaz todo mau agouro Palavras dão liga: encontro romântico

Envolvo-me na brisa doce, perfumada Seus olhos soam como pirilampos raros Animados nessa noite densa e estrelada E as luzes da cidade parecem mais claras Acendem poemas que estavam letárgicos O brandir dos co(r)pos vira a madrugada Sabemos que cada texto contém um pedacinho do autor, comente sobre o momento de criação deste texto. Pietro Costa - O poema relata a experiência do primeiro encontro com a minha esposa, a qual conheci em uma rede social. Após um bom tempo de interação a distância, havia uma forte ânsia de nos encontrarmos pessoalmente. E foi algo verdadeiramente intenso, lindo, memorável, poético na melhor acepção. Além de “Lua a Pino” você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos e uma pequena apresentação de cada obra. - Entre a Caneta e o Papel, Chiado Books, 2018: Reunião de escritos poéticos do autor, com suporte em diversos domínios do saber, que intercalam um estilo audacioso e leve, quando tenta universalizar o lugar da “poiesis”, da capacidade

Meus sentidos dançando ao derredor Ouço a cantilena insistente

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imaginativa, que não deve ser adstrito a círculos intelectuais determinados ou grupos elitizados; tampouco a mentes brilhantes e especialmente conectadas com o divino. - A Rosa dos Ventos, Art Letras, 2019: A temática abordada é a relação entre amor e poder, às vezes convergente e harmoniosa, às vezes penosa e conflituosa. A rosa e a espada, na ambivalente imagem da capa, simbolizam a tênue ligação entre força e delicadeza, afeto e violência, suscitando temor e esperança, pois a rosa pode envolver o punhal ou ser dilacerada por ele. O poder sem amor é desnorteio, naufrágio; o poder que sabe amar é renovador e sopra caminhos para uma navegação saudável no oceano das relações humanas. - Juras de Poesia Eterna, Art Letras, 2020: Designa uma obra poética em que o amor, sob suas diversas facetas (apolíneo, dionisíaco, contemplativo, transcendental, carnal, hedonista etc), é proclamado e declarado sob as bênçãos da Musa. - Urbanos, Art Letras, 2020: Consiste em uma obra literária que compila poemas e ensaios, cuja tônica é abordar as mais variadas problemáticas sociopolíticas e culturais derivadas da condição gregária do ser humano.

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Onde podemos comprar os seus livros? Pietro Costa - Diretamente comigo, de preferência (61 99657-6847), para eu ter o prazer de redigir uma dedicatória personalizada e enviar brindes; ou na Kindle Amazon. Quais os seus próximos projetos literários? Pietro Costa - Em andamento, o Prêmio Literário Escreve-me, uma homenagem a Florbela Espanca, no contexto das celebrações pelo decênio da FEBACLA – certame aberto a autores e autoras lusófonos, com inscrições até 08/02/2022; a publica-

ção de dois livros autorais no vigente ano, sendo um deles totalmente digital e o outro impresso em verso e prosa, com ilustrações impecáveis; levar a minha escrita para antologias, coletâneas, saraus e projetos de escritores e escritoras provenientes de outros países da América Latina; chegar a 200 participações em coletâneas/antologias; produzir novos conteúdos audiovisuais em parceria com Cláudia Lundgren e Damelis Castillo; entre outros objetivos. Você é presidente da Academia Cruzeirense de Letras. Apresente-nos a Academia. Pietro Costa - A Academia Cruzeirense de Letras – ACL, fundada em

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DIVULGA ESCRITOR Texto do autor: 06 de agosto de 2014, desde o início buscou contribuir para o desenvolvimento cultural, apresentando a arte em suas múltiplas linguagens, produzida na Região Administrativa do Cruzeiro, no DF e Entorno para todo o Distrito Federal. Nossa jovem e dinâmica Arcádia já teve participação assídua, enquanto anfitriã e convidada, de vários saraus em praças públicas, shoppings e até mercados, além de contribuir em diversas feiras literárias. Com o respaldo dos pares, fui eleito em agosto de 2018, e reconduzido em 2020, para mais um mandato de 2 anos. Seguimos ativos na pandemia e em expansão, graças ao prestígio alcançado.

PANDEMILAGRES

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Pietro Costa. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Pietro Costa - Literatos salvam os nossos dias dos vendavais, mortes lentas e melancolias, educando o imaginário da humanidade mediante referenciais como cidadania, respeito, empatia, solidariedade, valorização da criticidade e cultivo da vida intelectual, de modo a restituir aos corações a tenacidade, a leveza, o sonho e a esperança. A literatura, conforme ensinou Northrop Frye, é o escudo para nos proteger das ilusões tantas com que a sociedade nos ameaça, como discursos publicitários, políticos, de burocratas, o fenômeno da fake news e a histeria midiática. É pela imaginação que nos refugiamos da agressiva pobreza de espírito, disfarçada nas farsas cotidianas e no pensamento de turba.

Entes divinos operando grandes façanhas, Nesta era pandêmica tão voraz, confinante, A criatividade traz redentoras artimanhas, É refúgio contra a sofreguidão fulminante.

No burburinho e no vaivém da memória, A nos melindrar, um mar de incertezas, O mesmo barco e as mesmas fraquezas, O que vem a seguir, naufrágio ou vitória? Ancorados em fidedignas potencialidades, Distintivos vivos da alma, briosos valores, Chegaremos à margem de nossos clamores, Desbravando insólitos oceanos e verdades. Páginas tangem multifárias subjetividades Para reprimir as excruciantes tempestades. A litera cura silentes, inexprimíveis dores. Telas efusivas de cores, sabores e amores.

Ao reprimir as excruciantes tempestades, Fortemente munidos de impetuosidades, Literatos e artistas salvam os nossos dias, Dos vendavais, mortes lentas, melancolias. Novos olhares, ampliados de perspectivas, Lindas paragens para janelas prospectivas, Pandemilagres a desenrolar-se, à exaustão Pela força da palavra, da arte e do coração

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

Serviços (Contatos do autor) https://www.instagram.com/pietrocosta_escritor https://www.youtube.com/c/PietroCostaAcadCruzeirenseLetras https://pietrolemoscosta.blogspot.com https://www.facebook.com/pietro.costa.9480/ https://www.instagram.com/acadcruzeirensedeletras/ http://academiacruzeirense.blogspot.com/ www.divulgaescritor.com | março| 2022

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR EDIMILSON EUFRÁSIO

Poeta e escritor Edimilson Eufrásio assume a presidência da Academia Jahuense de Letras O jornalista, escritor e poeta Edimilson Eufrásio assumiu a presidência da Academia Jahuense de Letras para o biênio 2021/2023 Em cerimônia realizada no dia 9 de setembro de 2021, no Auditório do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – CIESP – Jaú, foi empossada a nova diretoria da Academia Jahuense de Letras – AJL, para gestão no biênio 2021/2023, e cujo presidente é o jornalista, escritor e poeta Edimilson Eufrásio. A cerimônia foi dirigida pelo Dr. Antônio Fernando Reginato Jr e secretariada pelo acadêmico Adão Valdemir Levorato. O presidente empossado tem 52 anos, natural de Americana/SP, foi empossado pelo ex-presidente Dirceu Barbosa. Edimilson Eufrásio é do quadro da AJL já há oito anos e tem como patrono Olavo Bilac, tendo ocupado cargo na direção em gestões anteriores. Eufrásio é autor de 4 obras literárias, os livros “Uma vez Poeta, sempre Poeta”, “Lágrimas de Poeta”, “Regressando além das Letras” e “Para toda a Vida!”, bem como partícipe de antologias nacionais e internacionais.

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Em seu discurso de posse, agora como presidente, o jornalista, escritor e poeta enfatizou a importância do apoio recebido pela atual diretoria, destacando a importância de o trabalho da nova gestão revelar novos talentos, bem como sobre a necessidade de parceria com o poder público para o desenvolvimento de projetos de acesso aos cidadãos à literatura, artes, enfim à cultura. Eufrásio, disse que chegar à presidência da AJL é a realização de um sonho e deixou claro que esse é compartilhado, pois, fará uma gestão colegiada, de comum acordo com os diretores e demais confrades e confreiras da AJL. À imprensa, Eufrásio disse que lutará pela “tão sonhada sede própria da Academia” e que também tem planos de propor interação entre as Academias e o lançamento de uma antologia poética com autores da AJL e a valorização e o descobrimento de novos talentos.

Ainda a cerimônia de posse foi abrilhantada com a apresentação musical do cantor Izael Lopes e a entrega de certificados a personalidades de destaque literário como a escritora e poetisa Geni Mariano Guimarães, da presidente da CBtur – Câmara Brasileira de Turismo Ruthinea de Carvalho, do ex-vereador Carlos Lampião Bigliazzi Magon, dentre outras personalidades e apoiadores da literatura, arte e cultura de Jaú e região. A nova diretoria da Academia Jahuense de Letras é constituída por: Edimilson Eufrásio (presidente), ele que é jornalista, escritor e poeta; Heleni Falcão Buscariolo (vice-presidente), professora; Shirley Aparecida Batista Spernega (Vina Ferreira) a secretária geral que é escritora e Roberto Aguera Oliver, como tesoureiro – ele que é tenor. Serviço Para mais informações e participação, pede-se a gentileza de contatar a presidência da AJL por telefone ou e-mail: (14) 99604-3131 e academiajahuensedeletras@uol.com.br.

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Diretoria

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Jornalista, escritor e poeta Edimilson Eufrásio, realizou live “Para toda a vida!” Essa foi a segunda Live poética a ser apresentada pelo poeta Edimilson Eufrásio, que recentemente foi eleito presidente da Academia Jahuense de Letras. Foi realizado no dia 15 de dezembro (quarta-feira), as 17horas, a apresentação da live poética com o jornalista, escritor e poeta Edimilson Eufrásio, que foi eleito recentemente, presidente da Academia Jahuense de Letras. O evento foi transmitido pelas redes sociais Facebook e Youtube e contará com a participação de intérpretes musicais (cantores), poetas, jornalistas, escritores de 20 cidades. A promoção foi da EPA Promoções Artísticas Ltda e com apresentação do radialista Marcelo Mendonça, da Radio Energia FM. Houve a participação de cantores que gravaram a música do poeta Edimilson Eufrásio, escritores, representantes das Academias de Praia Grande, Bauru, Votuporanga, da Grande São Paulo, Clube Literário de Gravataí/RS, dentre outros convidados especiais.

E ainda, a participação da Presidente da Câmara Brasileira do Turismo de São Paulo, Ruthinea de Carvalho, da cantora Célia Zainn de Feira de Santana/BA, lançando o clipe da canção “Refém de Mim”, com a produção de Paulo Bindá. Serviço EDIMILSON EUFRÁSIO: “Um neorromântico Pós-moderno” O programa está a disposição pelos links das redes sociais: https://www.facebook.com/edimilson.eufrasio/ https:// www.youtube.com/channel/UCOv0Da51zELsy5DVxpj9UwA .

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR CHAIENE SANTOS

Chaiene Santos é Wattpad Star, cirurgião-dentista, Mestre em Odontologia. Mora na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, onde gosta de apreciar a natureza, o que também o inspira a criar suas histórias. Com 38 obras, atualmente é o mais lido em ficção científica no Wattpad em língua portuguesa. O sonho começou a virar realidade após a publicação da trilogia Os Filhos do Tempo. Milhares de leitores na internet abraçaram a criativa história de ficção científica. Desde então, o reconhecimento rendeu mais de Dois milhões de leituras em toda a Trilogia e um Prêmio Wattys. O autor brasileiro tem três paixões em sua vida: a escrita, a profissão e a família. Nessa jornada literária, ele parte do Brasil para o comércio internacional com histórias traduzidas para inglês e espanhol. Com mais de 200 mil seguidores nas redes sociais, ele faz curso de roteiros. FÍSICOS E EBOOKS: https://lnkd.in/ewNgKrM Wattpad: www.wattpad.com/chaienesantoswriter

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Obras: Trilogia “Os Filhos do Tempo” Premissa: IDEIA GOVERNANTE: Nós seremos eles e, então, nos criarão. História inspirada no versículo da bíblia sagrada (APOCALIPSE 22:13): “Eu sou o Alfa e o Ômega. Não há ninguém antes de mim, nem haverá depois...” Livro 1 - Os Filhos do Tempo (Trilogia) Livro 2 - A Origem da Vida Livro 3 - A Batalha dos Deuses Gênero: Ficção científica - Mais lido Wattpad no gênero em português. Vencedor do Prêmio Wattys. Trilogia

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com mais de dois milhões de leituras no Wattpad. PREMISSA: Um jovem inseguro, apaixonado por uma misteriosa colega de classe, que se revela uma alienígena disposta a tudo pra salvar seu universo, se vê envolvido numa arriscada jornada onde ele é o único capaz de salvar uma princesa alienígena de um inimigo mortal. Quais mistérios se ocultam além das estrelas? Enquanto a maioria dos jovens preocupa-se com a faculdade, amizades e até mesmo namoradas, Nícolas passa suas horas com a cabeça fora de órbita. Literalmente. Ele nunca teve um pai e por isso se sente triste. Seu maior desejo é conhecer o espaço. Fazendo o curso de Astronomia, ele fica mais à vontade entre corpos gasosos, supernovas e buracos negros, sonhando em um dia desvendar os grandes enigmas do Universo. Até que uma misteriosa garota entra na sala de aula... E Nícolas descobre, emocionado, que encontrou a sua própria estrela. Zara é o seu nome, aquela que os cabelos parecem raios de Sol, a única capaz de arrancar o ar - e a voz - do jovem protagonista desta história. E, contra todas as probabilidades, algo surge entre os dois. Mas não pense que este é um romance adolescente como tantos que já leu. Porque Zara, ao contrário do que Nícolas pensa, não é o que parece. Vinda de uma galáxia desconhecida, ela tem uma missão: atrair Nícolas e levá-lo para o seu planeta. Vivo. Não importam os custos. Do sucesso de sua missão não depende apenas o seu futuro, mas de tudo aquilo em que ela acredita... Inclusive o futuro da humanidade. Quando a verdade aparece, Nícolas se envolve em uma teia de mentiras e intrigas que vão além de tudo que sonhou. Entre poderes telecinéticos, fendas temporais e dados científicos, o tempo se desdobra, revelando que os alienígenas que conhecemos estão mais perto e são mais parecidos conosco do que imaginamos. Trecho: — Professor, o senhor já pensou se o homem evoluísse acompanhando a tendência do aumento cerebral dos parentes de primatas dos quais descendemos? E a mutação das arcadas dentárias pela alteração dos nossos hábitos alimentares, diminuição dos dedos pelo uso da Robótica? Ausência de unhas pelas mutações? — Aonde você quer chegar, rapaz? — E se atravessando a rede espaço-temporal, nós conseguíssemos voltar ao passado terrestre usando motores de dobras gravitacionais? O senhor já imaginou que os discos voadores podem ser pilotados por humanos evoluídos do futuro? — Meu jovem, isso é impossível. Você só pode estar brincando — disse o professor de física sorrindo. — Apenas é possível viajar para o futuro acelerando próximo à velocidade da luz. Você tem a imaginação muito fértil. Imagine se os extraterrestres somos nós, humanos? Isso é loucura! — Ele riu por alguns segundos. Nícolas voltou a si. Ponderava no seu íntimo: “Há alguns dias atrás, eu também pensaria assim”.

Duologia O Homem Fantasma Premissa: Um feiticeiro da Idade Média quer eliminar todos os outros para ser o único e dominar a humanidade e o mundo dos mortos. Uma criança que será um ser poderoso está em seu caminho e um velho mago ajuda o menino a escapar e sobreviver. Na mais profunda escuridão, nos momentos mais desesperados, a magia o libertará. Quando os últimos dias do mundo da magia parecem estar se aproximando ... Tempos sombrios colocam os magos da Europa em grande risco. Em nome de Deus, a Inquisição usa o poder da Igreja para manipular as mentes das pessoas e também para iniciar uma Caça às Bruxas que acaba queimando até a morte vidas inocentes. No entanto, o verdadeiro propósito clerical não é outro senão aumentar a riqueza da Igreja exterminando qualquer pessoa vista como uma ameaça em potencial. Ao mesmo tempo, uma rebelião ocorre entre os feiticeiros dos clãs mais respeitáveis, quando alguns deles decidem se render às práticas da magia do mal em busca de poder ilimitado.

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... uma criança com poderes sobrenaturais nasce para mudar o destino de muitas vidas ... e mortes. Existe uma profecia ... Sobre um ser especial que será capaz de unir o Reino dos Humanos ao Reino da Magia ... Alguém com grandes poderes, um Homem Fantasma com a capacidade de andar na linha fina que separa os vivos dos mortos ... E cabe a Juan, um mago sobrecarregado por traumas passados, a responsabilidade de cumprir a profecia e guiar essa criança no caminho da bondade até o dia em que o dom supremo finalmente acordar. Mas ele terá que lutar contra feiticeiros do mal, criaturas terríveis e enfrentar intrigas, traições e muitas mortes em uma jornada que é manipulada até pelo próprio tempo. Você está pronto para conhecer O Homem Fantasma? Chaiene Santos é o autor da trilogia de ficção científica Os Filhos do Tempo, seu trabalho de estreia no gênero de ficção. Agora, Chaiene surpreende os leitores novamente, convidando-os a se juntar a ele em uma jornada encantada, cheia de mistérios, perigos e muitas aventuras. O Homem Fantasma é uma ótima história que chama a atenção dos leitores de capa a capa, tornando cada página uma redescoberta de magia e fantasia.

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O Outro Lado No futuro, após um transplante de cérebro, um agente federal introvertido tenta sobreviver movido pelo sentimento de vingança. Ao reencontrar seu amor, descobre um perigo mortal e enfrenta criminosos capazes de qualquer coisa para impedi-lo de fazer justiça. São Paulo, metade do século XXI, o controle da própria evolução pelo homem é real. E isso pode destruí-lo... O mundo se desenvolve, avança em várias áreas com a ajuda da tecnologia, inclusive na medicina. Transplantes antes inviáveis tornam-se rotina, e aquilo que não é possível de se encontrar por compatibilidade, é substituído por peças robóticas. É o que acontece com Samuel; após uma emboscada com graves consequências, partes suas são negociadas e outras como um hemisfério do cérebro inseridas por transplante, o que o transformam em um novo homem, disposto a utilizar essa nova chance para mudar a sua vida.

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Incompatibilidade de Gêmeos Uma arquiteta desorganizada perde seus filhos gêmeos para sua irmã mais velha e quer recuperá-los, mas inimigos poderosos tentam destruir sua vida. TRECHO: Quanto ao irmão, era bastante preguiçoso para o estudo, mas se alguém o chamasse para uma festa, era o primeiro a chegar. O jovem acreditava que na vida tudo dependia de sorte e que um dia o sol iria brilhar para ele. Não queria perder nenhum momento de prazer e por isso preteria o que lhe impedisse de se divertir. Mas a irmã não deixava as coisas fáceis para ele. Enquanto os pais não ligavam para exigir do rapaz um posicionamento em relação aos estudos, ela sempre o encorajava a estudar.

A Lua da Morte A esperança pode ser mortal. Após a Terceira Guerra Mundial, o planeta Terra foi destruído. Dele restam apenas as lembranças na memória dos seus sobreviventes. A humanidade, ou o pouco que remanesce, vive em Marte com condições precárias, na expectativa de que encontre um lugar no espaço para construir um novo lar. Até que em Enceladus, uma das luas de Saturno, os seres humanos encontram condições apropriadas para isso, inclusive água, para alívio de todos. Mas alguma coisa se esconde nas profundezas desse lugar inexplorado. Algo antigo, faminto, que ao descobrir o gosto de sangue humano não irá mais parar, até devorar todos os habitantes do lugar. Como combater aquilo que não se conhece? Chaiene Santos, aclamado escritor da série Os Filhos do Tempo e de O Homem Fantasma, resolve inovar mais uma vez, homenageando filmes clássicos como Alien, o Oitavo Passageiro e O Segredo do Abismo. Estão prontos para mergulharem em seus medos mais ocultos? As obras foram traduzidas para as línguas inglesa e espanhola disponíveis na Amazon e Wattpad.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR MAURÍCIO DUARTE

RETICÊNCIAS DE MIM... Uma autobiografia de Carlos Alberto de Oliveira “O conteúdo desse compêndio tem a égide e a indicação do próprio autor, posto que esta produção não é só literária, o que eu gostaria que se consolidasse junto à apreciação do leitor. “Estão aqui, dir-se-ia, no mesmo plano, poeta, escritor, Arquiteto e outras variantes da técnica e da cultura. “Com diversos livros publicados e trabalhos em coletâneas. Todos irmanados em torno da literatura que lhes aprove colocar nas mãos do público leitor. “Verdade é que as sementes germinaram em terra fértil, floresceram e deram luz. “E este livro é sim, uma AUTOBIOGRAFIA, pois que é uma secção de minha vida e de meus tropeços e acertos. Assim, justifica-se e impõem-se este livro. “Entende-se de modo geral que toda autobiografia é uma reunião de momentos e obras notáveis, porém temporal e é isso o que pretende este livro: Colocar de forma impressa o que se passou em minha vida.” Carlos Alberto Oliveira – autor

Editora Filos

68 páginas 14,8 x 21 cm capa colorida miolo PB Cerqueira César 2020 ISBN: 9 786587 128344

Preço: R$ 30,00 + FRETE dos correios Adquira este livro pelo pag seguro: https:// pag.ae/7XZ6P7Bba Ou adquiria este livro com pedido pelos e-mails: duarte.mauricioantonio.maurici@gmail.com ou literagonca.livraria@gmail.com

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Ou ainda pelo telefone: 21 2 7010439 – Mauricio Duarte E whatsApp: +55 21 986659411 Maurício Duarte

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Prefácio

Arquiteto, artista plástico, escritor, poeta, compositor e outros atributos artísticos que compõem suas competências, Carlos AOliveira não esgota, no entanto, sua figura humana ampla, singular e autônoma nestes epítetos. O nosso amigo e colega acadêmico da AGLAC, é muito mais do que isso. Carlos AOliveira, senhor de seu destino, cidadão, homem de artes e cultura, peregrino da existência, “amado e amante”, é, antes de tudo, alguém em profundo deslindar de seus tempos e luzes. Alguém que conheceu o doce e o amargo da vida... O sensual e a solidão da vida... O sucesso e os percalços da vida... Tudo plasmado nesta autobiografia que muito me honra e gratifica escrever o prefácio.

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O nosso amigo, aliás, torcedor do Fluminense, no futebol, é um apaixonado pela vida. Apaixonado pelas mulheres, pelo amar e pelo amor. Hoje, com sua companheira, Anilce dos Santos Silva, Carlos nos traz sua existência em completo, desnudando o íntimo do seu ser para nos mostrar quem é Carlos Alberto de Oliveira. O “Reticências” de Carlos se “impõem”, dessa forma, para criar um livro único no sentido de que, original; é uma viagem pelos caminhos vivenciados, vencidos, experimentados, saboreados e evoluídos... O Universo das letras e artes bem cedo encantou Carlos. Seu empenho e curiosidade são registrados na infância. O desenho, a pintura, a arquitetura, a composição musical, está tudo aqui nesta autobiografia, a nos focar, ora com uma lupa, um zoom no detalhe, ora com uma visão panorâmica, com avassaladora e contumaz lucidez do autor. Grato a tudo o que conquistou e tudo o que recebeu como presente, Carlos AOliveira possui o dom da síntese, porque muito do que o leitor pode vir a saber é um brotar de sementes, um ar matinal de montanha... Algo que encontra total saciedade, total completude, mas ao mesmo tempo, nos diz que há uma enormidade de reticências, um mundo de caminhos trilhados e por trilhar...

Seja na “Trilogia dos Tempos” (Quartos de Tempo, Em Tempo e Outros Tempos), seja na trilogia das luzes (Chamas, Clarão e À Luz) o poeta e escritor nos brinda com doses generosas de sabedoria e força vivaz. Interpenetrando-se, logicamente, com sua jovialidade e inovação como artista plástico surrealista na Série “Olhares e Intenções” e sua imponente criatividade nos projetos de arquitetura do NEAM (Núcleo Espírita Alam de Melo), no Complexo Meteoro e no Colégio Odete São Paio, dentre muitos outros trabalhos... Em suma, Carlos AOliveira, artista e escritor, arquiteto e compositor, premiado e reconhecido, várias vezes, tanto nacional quanto internacionalmente, nos demonstra sua imensa paixão pela cidade de São Gonçalo – RJ. Faz-nos relembrar que o sonho, o tempo presente das coisas futuras se alimenta da memória, o tempo presente das coisas passadas e tem seu lugar na própria vida, tempo presente das coisas presentes. Que o leitor beba nesse manancial de produção artística, literária, arquitetural, urbanística... E tenha plena certeza de que o ser humano Carlos Alberto de Oliveira possui a ubiquidade neste livro inteiro: a faculdade divina de estar presente em todas as fases e dimensões desta obra. Aproveitemos... Mauricio Antonio Veloso Duarte Membro Efetivo da AGLAC . Cadeira 56 . Patrono: Marechal João Batista de Mattos

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Entrevista com escritor

Sérgio Evangelista Sou muitas coisas na vida, professor, líder, cozinheiro, desenhista, artista, palestrante, inventor, escritor e outras que nem me lembro mais, mas que vez ou outra me recordo. Sou formado em Administração, Ciência da computação, Psicopedagogia e já trabalhei nas mais diversas áreas nessa vida, aliás sinto que já vivi várias vidas, mas não me sinto a vontade de falar sobre elas, por isso criei um mundo, para narrar tudo que passei, todas as vidas e dons que tenho e tive. Hoje sou líder de transformação e cultura em um parceiro Google, trabalho com pessoas incríveis e sou muito feliz, em alguns dias estarei me mudando para a Europa para começar uma nova vida, com novos desafios, novos aprendizagens e descobrir ainda outras “realidades”. Boa leitura!

Livros e histórias salvaram minha mente quando mais novo, espero que esse mundo possa ajudar ou distrair alguém da mesma forma que muitos outros fizeram por mim ao longo da vida”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Sergio Evangelista, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Crônicas da Escuridão”? Sergio Evangelista - Esse livro começou a muitos anos, escrevo histórias desde criança, mas nunca finalizei nenhuma, rsrsrs...A alguns anos comecei a compilar todas em um único universo, com isso criei as Crônicas, com vários seres e mundos ligados, interagindo e coexistindo.Esse universo que criei é minha vida, cada ser e lugar foi um momento que vivi e descrevi de uma forma fantástica. O que mais o atrai nesta obra literária? Sergio Evangelista - O carinho, criei esse universo pensando em vários detalhes, como cada nome tem um motivo e significado, não somente das pessoas, mas lugares, coisas, mundos. Todos os seres, lendas e deuses eu pesquisei e me inspirei muito para descrever. Apresente-nos a obra? Sergio Evangelista - CRÔNICAS DA ESCURIDÃO é uma história criada há muitos anos, sobre um mundo tão vasto e assombroso no qual humanos nem sonham que existe, um lugar onde todos os seres como lendas, deuses, pensamentos, sonhos e pesadelos vivem e coexistem. Acompanhe neste primeiro livro a história de Baltazar, um carniçal, filho de um dos vampiros mais velhos e poderosos do mundo e sua busca para resolver o maior desafio de sua vida até o momento e descobrir que influenciará não só sua existência, mas a de todos os mundos. Descubra a alegre Victó112

ria, uma menina que ouve os pensamentos das pessoas; e seu melhor amigo, que vivem a situação mais absurda possível na vida de um jovem e ainda assim precisam fugir e se esconder quanto antes contra um mal que não conhecem. Desvende a

origem de Deimos, um menino solitário que encontra e é encontrado pela escuridão e juntos vivem uma aventura quimérica pelo cosmo, errando e aprendendo juntos que quanto mais obscuro, mais fascinante é o destino

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O que o motivou a escrever um enredo envolvido com a escuridão? Sergio Evangelista - Minha vida, sempre me senti em meio a escuridão, muitas vezes como se estivesse assistindo o mundo seguir de dentro das sombras. Na vida temos luz e escuridão diariamente, mas damos muito mais atenção para a que achamos benéfica, na minha vida a luz muitas vezes mais me machucou e deu medo que as trevas, por isso a escuridão. O que mais o atrai em “Crônicas da Escuridão”? Sergio Evangelista - A mistura kkkkkk, como cada capitulo é focado em um personagem, eu criei vários mundos e realidades, com deuses, mitos, sonhos, tudo no mesmo lugar, como um bar, rua, cidade. Dei um carinho especial para as mitologias brasileiras, e elas terão inclusive muita relevâncias nas próximas histórias. Como se deu o processo de escrita da obra, foram meses, dias.... já tinha todo o enredo em mente, ou a história foi se desenrolando ao escrever. Sergio Evangelista - Uma vida, como comentei a história são momentos que vivi, cada personagem sou eu em um momento diferente, assim como somos todos, tive várias vidas e quis dar outra forma para elas, portanto além de ter história para vários livros e contos, sempre terei mais enquanto respirar

Você, atualmente, é líder de transformação e cultura, de alguma forma a sua profissão influenciou na escrita do enredo que compõe a obra? Comente um pouco sobre este “elo”, se é que existe, entre você e o livro. Sergio Evangelista - Sim e não ahhahahah, meu trabalho é ajudar pessoas, dou treinamento, palestra e lidero um time incrível, auxiliando empresas a evoluir, amo o que faço, mas nem de perto me ajuda a ser escritor. Porém, como o livro conta minha história, provavelmente em algum ponto terei contos e mundos para descrever o que vivo agora, mas ainda não pensei nisso rsrsrrs Onde podemos comprar o seu livro? Sergio Evangelista - Pode ser comprado na Amazon ou no site da Drago o livro físico, em breve também estará disponível nas principais redes de livros do pais, como Americanas, Submarino, Magazine Luiza e muito mais Drago o livro físico: https://www.dragoeditorial. com/p/cronicas-da-escuridao-sergio-evangelista-14x21-186-paginas Amazon: https://amzn.to/3dP1Wrl

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Quais os seus próximos projetos literários? Sergio Evangelista - Já estou no 3º Livro, continuando essa saga e tenho alguns contos menores que complementam o mundo, se tudo sair como planejado, será um livro por ano por alguns anos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Sergio Evangelista. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Sergio Evangelista - Muito obrigado pela oportunidade, esse livro começou como uma forma de desabafo, um fechamento de ciclo que ressignificou muitos momentos da minha vida, hoje tenho mais respeito e admiração por escritores por conhecer o trabalho que é escrever. Livros e histórias salvaram minha mente quando mais novo, espero que esse mundo possa ajudar ou distrair alguém da mesma forma que muitos outros fizeram por mim ao longo da vida. Até mais pessoal e obrigado novamente.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR PAULO ROBERTO

Formado em Letras – Português, Paulo Roberto tem imensa paixão à Literatura e Artes Plásticas. Publicou recentemente o Livro, Pôr dos Sonhos pela editora Multifoco com o pseudônimo (Bebetto), também Membro de dois grupos de Artistas: Celeiro Literário e Academia Planaltinense de Letras, ambos do Distrito Federal e também o idealizador do Projeto de Graffiti, “Arte em Trânsito” em Sobradinho DF.

Livro Pôr dos Sonhos Livro que trata de temas sentimentais, psicológicos e jogos de palavras. Dividido em partes, mostra diferentes momentos como: amor, tristeza, alegria e reflexão, mas tudo dependerá do ponto de vista do leitor.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITOR FLAVIO JOPPERT

Relatório do Dr. Schwanstein sobre as Armas Nucleares De acordo com as resoluções da Academia Internacional de Astrologia-Quântica foi me designado escrever algumas palavras que desmistificassem o uso de Armas Nucleares, e relatar o quanto de hediondo está no uso dessa arma brutal. Primeiramente desejaria lembrr alguns acordos de direito internacional que proíbem o uso de armas de destruição em massa. Podemos citar a Convenção de Haia de 1899 que proíbe o uso de armas químicas e venenos; o Protocolo de Genebra de 1925 que proíbe o uso de gases asfixiantes, armas químicas e biológicas; com esses dois dispositivos estaria a Corte Internacional de Haia munida como poderemos ver de lastro legal para proibir, condenar e punir pesquisas, desenvolvimento, fabricação, e uso de armas nucleares. Iniciamos o relato propriamente dito do que é conhecido sobre armas nucleares, foram desenvolvidas pelo Dr. von Braun e fornecidas aos aliados durante a Segunda Grande Guerra. O físico Dr. Albert Einstein trabalhava com a questão Quântica da Energia. Já o Dr. von Braun trabalhava com combustíveis e explosão. 116

A bomba dita atômica utiliza uma série de combustíveis explosivos que quando acionado o detonador causam uma explosão de carácter explode tudo incendiário. Não se sabe, nem foi revelado ao autor desse relatório a fórmula química da bomba atômica. Mas o que se sabe é que ela não envolve a energia do núcleo dos átomos. Isso é o trabalho do Dr. Einstein. Porém o que a explosão da bomba nuclear causa é a liberação de radicais e gases muito tóxicos, por isso interditável pelo Protocolo de Genebra, que causam a morte por envenenamento respiratório, falência pulmonar gradativa, envenenamento da medula óssea e por fim atrofia e gradativa falência na sua produção. Como podemos ver é uma bomba que fere o direito a vida, fere o direito a sobreviver, fere os direitos humanos, e fere os direitos dos soldados. Ela atua contaminando o ambiente com seus resíduos tóxicos causando o que seria considerado leucemia mas não é. Leucemia é uma infecção sanguínea causada por amebas, segundo um renomado cientista nosso amigo que há muito perdeu sua cátedra universitária por causa das suas ideias revolucionárias. O que o resíduo da bomba atômica causa é um envenenamento da medula óssea, que para de produzir glóbulos vermelhos e brancos. Ou os produz com defeito. Isso é causado pela radição? Claro que não. Todos os átomos são radioativos, a radiação existe no ambiente. A bomba atômica ou qualquer outra bomba a menos que seja produzida com partículas de urânio não vai causar contaminação radioativa alguma. Outro fato, se um cidadão pegar um martelo de urânio enriquecido e malhar uma bigorna de urânio enriquecido não vai haver explosão alguma. Esse o mito da bomba nuclear de que duas chapas de urânio enriquecidas são projetadas uma contra a outro é pura ilusão. O trabalho energético do Dr. Einstein que definiu a construção de usinas atômicas é um trabalho de outro nível embora muito perigoso ainda. Na Usina Atômica o que existe é um disco de urânio enriquecido em rotação acelerada que aquece e aquece uma caldeira de água produzindo vapor como numa locomotiva a carvão, esse vapor vai acionar válvulas que vão realizar um movimento de turbina capaz de produzir eletricidade. A água quente é lançada no ambiente. Surgiu dos estudos do Dr. Albert e de um experimento de um copo de água aquecido próximo de um rádio. É uma energia limpa, mas que se vazar pode causar danos graves a reprodução humana. Repetimos que a bomba atômica não utiliza de processos de radiação, nem de química nuclear, ela é um composto de combuswww.divulgaescritor.com | março | 2022


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tíveis que explodem incendeiam e liberam gases tóxicos que contaminam o ambiente e envenenam os seres vivos. Já a atuação de uma explosão de uma usina nuclear produz a contaminação por partículas de urânio enriquecido que vão atuar causando sérios danos a estrutura química dos seres vivos porque o que contamina são partículas atômicas em alta velocidade que vão quebrar as estruturas vitais. Produzindo as teratogeneses por radiação. Baseado nesses fatos cabe as Nações Unidas decidir sobre o uso da energia atômica e seus riscos de acidente para oferecer energia nuclear e garantir o funcionamento da estrutura econômica da humanidade como energia limpa mas de alto risco de acidente e danos irreparáveis. Cabem aos Tribunais Internacionais julgar e punir o desenvolvimento, produção e uso de armas nucleares. Por serem armas que ferem direitos como o direito a vida. O primeiro passo é entender que essas armas produzem gases tóxicos muito venenosos formados por radicais liberados durante a explosão de combustíveis. Sabendo disso será possível conhecimento técnico para desmantelar a produção de armas nucleares e decidir sobre o uso de energia nuclear. Devemos entender que são duas coisas completamente distintas que usam o mesmo nome: nuclear. Como tudo que constitui esse universo são compostos de átomos massa e energia mas seus princípios de atuação são diversos e diferentes. Compactuamos com o Green Peace em sua luta contra o uso de Armas Atômicas e Energia Nuclear. Precisamos divulgar os conhecimentos técnicos que vão ser a ferramenta de dialogo e argumento para por fim a essa total desgraça desnecessária que o ser humano criou a Guerra Atômica. Sendo que a mesma forma de conhecimento vai garantir a decisão do uso ou não da energia atômica. Nossa bandeira é a verde dos partidos ambientalistas, compactuamos com ONGs ambientais como o WWF e a Fundação o Boticário para por fim a desastrosa capacidade de alguns seres humanos em destruir nosso Planeta e nossas vidas. É claro que esse diagnóstico é muito técnico e vai causar suspeitas, a indústria de armamentos vê seu lucro e não vai cooperar com a informação que vai permitir vencer essa luta verde pelo direito a vida. Não suspeitem de quem defende o direito a vida, suspeitem de quem mata por dinheiro. É essa a grande injustiça dessa história a bomba é construída para dar lucro, a usina construída para manter o lucro. É o fim!

Os Contos Proibidos Sabe-se que este estilo de literatura tem a vexa de proibição ou condenação. Quando se começa a discutir o sexo dos anjos, se depara com uma premissa o essencial está garantido e é possível discutir o supérfluo. Essa literatura é uma ótima ferramenta para desenvolver lideranças, como uma pílula que faz o papagaio falar. Talvez por isso mesmo muito marginalizada. Seria possível discutir algumas outras proibições. Podemos considerar que os crimes podem ser dolosos ou culposos. Como a ONU proibiu as esterilizações, como se fica se o congresso autoriza a castração química? Primeira verdade quanto a uma proibição séria em que não se discute uma bobagem. O que fazer se um composto medicamentoso causar atrofia de epidídimo? São questões que deveriam ser debatidas ao invés de discutir a prosa e a poesia. Alguns países do mundo assinaram acordos proibindo o uso de armas nucleares em seus territórios e manobras militares. Então alguém proibiu bomba nuclear. Porque continuam fabricando, estocando e usando então. Claro é mais fácil proibir a literatura que vai abrir os horizontes da juventude e novas lideranças, para manter a cangalha nos ombros da população. Se é aceitável que se castre um estuprador, o bom senso implica em não castrar um intelectual que nunca estuprou mulher alguma. Mas o aparelho de controle populacional tem realizado suas arbitrariedades como se pode ver. Outra proibição é a de que o homem fique em privação sexual por espaço maior que alguns meses. Sinceramente é essa a maior comédia do mundo. Eu conheço um erudito que passou duras penas até conseguir uma companhia. A proibição de privação sexual é mais uma lei dos contos de fadas, que mandam as favas. O certo é que em nossa sociedade tem um certo grupo que não obedece lei alguma e faz o que quer. Eles agem como se a casa fosse deles. Dai aqui o lixo não ser coleta coletiva. É a Casa da Mãe Joana. O grupo que mais produz lixo, age como quer. Conclusão? Atrapalha o resultado final que é a gestão do lixo. Apelando a lei natural há a proibição não matar, o que mais se vê são casos de crimes assassinatos. Como se esse principio não existisse. Se fosse feito uma gradução de importância o que seria mais caro ou necessário à humanidade para proibir, seria leviano que dissesse que os estilos literários fossem os mais necessários de proibição. Compreendesse que acusar de subversão um texto é cobrir o olhos delicadamente para a fome do povo e para os problemas ambientais.

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DIVULGA ESCRITOR Esse deboche que a classe comete é como o velho dizer se não tem pão que comam brioches. O proibir ao bel prazer, indica apenas uma imaturidade e uma falta de lógica ao se relacionar com a realidade. A realidade é fome, é devastação ambiental, é carência, é privação sexual, é esterilização, é um grupo de trombadinhas diplomados agindo na sociedade. Mas o Dr. Furacão vem proibir a única ferramenta que restou ao ambientalista para fazer alguma coisa, seja ela esclarecer consciências seja ela desenvolver novas lideranças ou não. Lembrar dessa proibição de discursos falsos, textos “rabínicos”, ficções teria sua indicação social se se tratasse de uma sociedade perfeita. Pode-se ver o drama que a máxima e sua aplicação “perto de quem come; longe de quem trabalha” causou no mundo. Se foge do trabalho como obra do diabo, é a busca do bem estar interesseiro. Mas como sempre termina discutindo o sexo dos anjos. Uma discussão que não leva a lugar algum, que não vai resolver os problemas, e muito menos vai desenvolver a consciência ou lideranças. Ai está no ponto de vista desse texto o problema. Cabeça vazia oficina do demônio: é onde chega a discussão do sexo dos anjos, começar a proibir o detalha, quando há uma estaca no olho do cidadão que não consegue resolver os problemas nem quer que os outros resolvam. A proposta é essa dar pílula para o papagaio falar. Se vai ser a penas a consciência de uma aula legal, ou se vai desenvolver novas lideranças cabe ao destino decidir. Mas se sabe que o que eles estão preocupados em proibir como subversivo é um farelo perto do que passa pelo nariz deles e eles não fazem nada. A mente deles é uma fécula, e sua atuação no controle social criminosa. Só se pode dizer saiam de perto de quem discute o sexo dos anjos, eles só podem ser malucos, tem uma cabeça de coco parasita (se colocar um coco no lugar da cabeça deles eles fariam as mesmas coisas); são mentes parasitas. Não existem parasitas de estimação todos eles são nocivos. Tenham juízo e se afastem da frívola discussão do sexo dos anjos. É esse o valor do Bobo da Corte, poder dizer a verdade para que encontrem as soluções para os problemas antes que seja tarde de mais. Assim se consegue dizer as coisas sem machucar ninguém. Ou seja, de forma pacífica, são dicas inofensivas para a solução de problemas. A preocupação deles não é a bomba atômica, não é a castração química, não é a esterilização, não é o remédio mutagênico eles vivem num conto de fadas. Com consciência isso é o começo do trabalho para transformar a realidade. Alguém um dia vai chegar lá, e essa foi a formação possível, barata, e democrática. O cidadão que sabe que esse estilo literário é proibido, tem a obrigação de conhecer todas as demais proibições, de avisar, e de por em prática. É uma questão de importância. O que este texto quer tratar é da completa falta de limites, o antigo ou 8 ou 80. Não considere 2 pesos, duas medidas; mas pensa ser tolice cobrar o imposto da hortelã e deixar cortar o pau jacarandá de graça.

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DOCE DAMA SEREIA Didascália: Essa é de como os Senhores foram dignos e discernidos em não se meter mais com ele. NA PRAIA De teu mar cantar De um coração o dom Amar preamar Mosto de maré A dama do mar desvenda O docel doce do céu Encarnada de estrelas Está pronta a amar Dos marujos o canto Ao coração chamar Contorce em desejos O prazer da mesa De sonhos e desejos Na salmoura do mar De amor salgar Já sem alma o comandante Volta tonto do amor Com o coração devorado Deveras para sempre amado A nau que do rochedo Teve a Sorte Cantou das ondas o medo É morto de amor No céu a lua encanta No mar a dama canta E no porto bebe o marujo Com o dolma sujo de amor Seu suor salga o mar E seu sal faz a dama cantar Voltando ao norte com encanto Navega no longe aceno De uma batalha a menos A dama era seu jantar Tocou escama por escama Vendo seu amor ter prazer Noturno encanto da pesca Coração devorado comer Esse toque de escama Esse coração arpoado Fez luar assombrado De um corpo abandonado Molenga ao bater das ondas Busca um coração para amar O marujo volta para o ano

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DIVULGA ESCRITOR A dama em cantos sonhar Uma harpa de estrelas A tocar as cordas Nova nau que chega ao porto Anzol ao marujo agora Volta-se ao velho toque de escamas Sua bela voz Canta ao céu e arpoa o anzol É vencer a batalhar atroz Do amor veloz Arremessa o marujo nas ondas A dama lhe devora o coração Já compõem o docel do céu Repousa no fundo do mar É uma estrela de luz No céu o Salmo de Bodas No fundo do mar repousar São sempre elas todas Que cantam de novo um louvor De encontrar um tolo De encontrar um amor Foram novas duas estações Em paços de ganso o albatroz Vá voa, voa, voa o sol é seu Canta a hora da beleza Que a honra de amar é sua Mergulha nas vagas desse mar Como amargo sabor doce De um amor contemplado Da revolta de ser amado Do voo a fragata ao mar Sobe as nuvens o voador Sela numa queda o banho Já não é comandante é sonhador Até o crepúsculo deseja esse amor Devorar-te de uma bocara por prazer Desse sal que aumenta o desejo De eterna vontade de prazer Morde, arpoa, fere, treme em ondas Que morto agora o corpo fenece Já mora em teu coração Como passado amor Volta ao mundo das lembranças De um chão de estrelas andanças Em tua lembrança a fome acontece É certo a nau abandonada Se desfaz nos rochedos Estrondo e medo É o que vejo Teu amor voltará... Lendo a sorte nas conchas Jogo de azar

Sabe em que estrela anda Sabe onde o marujo está Volta o Sol de novo é luz Sombra que busca no porto O mar é um sorver amargo Que salga o amor com gosto Coroada pelo mar com seus frutos Ostenta soberana o coração Daquele que te entregou o corpo E morreu em tuas mãos Vá, vá, vá são duas gotas Em teu rosto salgadas Como orvalho de maré Ao lamber aumenta a fome E a vontade de amar Vendo no longe o marujo voltar Tece em espumas as redes Que com cantos e sonetos Faz ele se entregar Essa moeda esse lamento É um outro momento É um mar que vem e volta E no rochedo se faz destroçar É teu canto alegre Em que o marujo quer repousar É no teu manto Em que ele quer naufragar Entorpece com esse sal O desejo de amar Bêbado dessa água Ele se entrega a devorar Volta ao rochedo nau nossa Que o comandante acabou de casar Repousa entre estrelas Amado como há de ser Pela dama de escamas Que lhe devorou sem comer Foram canto e assombração A treva desse amor Agora repousa sem dor Em prazer eterno jaz Por essa dama em flor Doce lua que o prazer traz Adoece seu corpo na cama Se desfaz nas ondas do mar Só quer a dama a lua Por todo prazer que lhe faz Sobre o alto rochedo Vê a volta do namorado Em ondas e orvalho tragado No berço do mar repousa amado Volta que sou tua

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Nefasta lua Me espera que sou teu Prepara-se a nau para Desfazer com a âncora no rochedo Tece um canto fúnebre o anjo Que te guarda o amor Retorna a teu berço de espumas Ao cantar flor, amor, e dor Soberana dama do mar A teus pés ponho meu amor Guarda em meu coração doce flor NA CARPINTARIA Marteladas dá o capataz A tecer a nau fúnebre São marteladas fúnebres São marteladas de amor Do marujo a mortalha Que sangra o mar terra atrás A forma é celebre E dado nome de flor É um novo barco Uma galeota para casamento Cordas e paramentos Te levam ao mar Vem, vem, vem amar A dama te tece um canto E eu martelo teu pranto Na torre as horas O almoço salgado Hora do descanso E novas marteladas As mãos se deformam doem O pau toma forma de nau Que no rochedo se desfaz Num gesto amado Voa, vê, veloz o albatroz Conta a dama o que vê Qual merenda que tomba De sua boca por puro prazer Senhora do mar outra nau Estão a martelar Pendão da popa Canhão a boreste Teu canto é a mortalha Que o marujo veste E martela e da forma Como peça de ouro Que veste a coroa Com veste de couro Martela e serra E lhe corta um pau Estão dando a forma 119


DIVULGA ESCRITOR A outra nau Agora é o prego Eterno de cobre Que lhe fere a mão E lhe faz um corte Martela e contempla É um novo bote Que te salva das ondas E te salva da morte A nau está pronta E está no mar Cadente de marujos Para a dama casar Martela a martelada A mão em dor É áspera como flor O Canto agora é do corvo Que vê a pesca e o lenhador Prepara as bodas com o mar Na terra a moça em dor Martela o lenhador O rochedo é um estorvo Se só levasse o marujo Não se tem um lamento Menos marteladas Menos um momento Na torre a badalada Novo almoço novo alento Uma escama em meus dentes Um prego e um momento É a escama fúnebre De uma ova arpoada Que se colheu em gotas de sangue Como as nossas marteladas Agora apavorada Chora a moça na calçada Esse barco é fúnebre E desfaz meu casamento No rochedo as bodas seladas São destroços por um momento Voltam as marteladas São fúnebres cantos Que das mãos suadas Revelam o pranto Pau cortados e pregos Então meu testamento De um serrote velho Que corta as ondas E sangra o mar Como mandamento

O amor e o rochedo num momentoÉ um momento de Lembrança e emoção Na torre canta as horas A chuva molhou a nau No bar a talagada Como o mar fez doce Doce empada de camarão O duro rochedo Para me lembrar seu coração O sol é coberto de nuvens É a peste que assombra a lua Como o mar cobre o marujo É a peste que assombra o mel Escamas molhadas de amor A dama rouba o amor Como duras penas de um anjo E te guarnece o fel Na torre batem as horas É hora do albatroz É honra almoçar Roubar um pescado Tenho gotas em meus olhos Repleto de prazer Tenho sal em meu paladar Coberto de razão Um pastel de vento Na tarde canta o corvo Como o vento do mar Na porta daquela moça O sal é deverás doce Contando que o amado Na hora de amar Esta nos braços de outra Na praça o corvo do mar Amanhecem as marteladas Na praça o albatroz O sol aquece a carne salgada As marteladas dão as horas Pregos e martelos Momento certo de namorar Pregos martelados Tortos, tortos TRISTE FINAL FELIZ Sem enferrujar A quermesse se arma na praça Como mãos velhas Chegam moças com emoção Cansadas de trabalhar De sol a lua, buscam amor São alegres mortalhas Quem sabe aquele moço São véus com dor Não lhe entrega uma flor De um mapa celeste Nas dunas descansam Com estrelas de amor O céu azul é manto Na torre soam as horas A relva das docas Hora do almoço É o encontro de amor A bacalhoada com os ossos Na praça a quermesse Restos gatos e cães Com danças e emoção São como o lobo Nas dunas pequenos lagartos E os leões São testemunhas A Amarga dose salgada Que a outras moças se dão o coração O voltar a trabalhar Agora é hora de recomeçar Novas marteladas Com flores e momentos Me fazem chorar Certos de amar A nau está pronta Não são escamas são vestes A se selar no rochedo São graças de garças a voar Com o mar alvoroçado O povoado se alegra Em ver sua dama contente Sela com uma ancora o estrondo O sol nasce e se põem Todos amam o doce sal Como um trovão de bombarda O sal doce do suor Nova manhã a luz do sol Do trabalho de amar Vem com ventos e chuva São sujas de pó e serragem Desfaz a manhã São almas molhadas de mar! A tora molhada, Molhada em pedaços

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Entrevista com escritor

Vini Alves

Meu nome é Vinícius de Almeida Alves, tenho 21 anos, sou bissexual, estudante de Direito e acima de tudo, escritor. Sou um jovem pardo, LGBTQIA+, latino-americano e vivendo em uma região amazônica, por óbvio não cresci assistindo ou lendo livros os quais personagens como eu fossem os protagonistas, ou meramente não fossem colocados como um poço de estereótipo e escada para o protagonista homem, branco, cis, hetéro, europeu/ norte-americano. Meu objetivo como escritor é escrever histórias para que jovens meninas e meninos de todas as cores, etnias, sexualidades, religiosidades e gêneros possam se sentir representados, acolhidos, mostrar que eles podem ser os protagonistas das suas próprias histórias, e não precisam ficar em segundo plano. Em outras palavras, quero inspirar eles e lhes dar esperança. Boa leitura!

Desafio vocês a lerem e não se identificarem com nenhum dos personagens, os personagens fazem esse universo tão gostoso de ler. “

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Vini Alves, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Defensores do Olimpo”? Vini Alves - “Defensores do Olimpo” veio de inspiração da minha própria vida, peguei muitos aspectos dela e de coisas que aconteciam comigo naquele momento de amadurecimento, onde já estava na adolescência e me preparando para a vida adulta, e percebi o quanto não é fácil, o quanto pesa terem expectativas, preconceitos e conceitos acerca de você. E mais do que apenas eu, esse livro tem como inspiração mostrar para todos os jovens que eles não estão sozinhos, que todos, independemente de quaisquer traços étnico-sociais passamos por esse amadurecimento, junto com seus ônus e bônus, que todos passamos por esse momento de assustadora responsabilidade e revigorante liberdade, mas que ao mesmo tempo é diferente e particular para cada um em sua individualidade. Conte-nos como foi o processo para escrita da obra, quanto tempo para concluir o projeto, e ficar pronto para edição? Vini Alves - Originalmente escrevi Defensores do Olimpo entre os meus 15-16 anos, durante o meu tempo no Programa High School da HSE, como parte dos meus projetos de “Short Story”. Eu senti a necessidade de externar tudo que eu sentia, e colocar de uma forma que as minhas dores e pensamentos pudessem ajudar outros a passar por momentos semelhantes e superarem. Escrevia capítulo a capítulo, não tinha um roteiro pronto, segui minha intuição, no total, levei qua122

tro meses para escrever a obra por completo. Levei mais alguns anos para publicar por falta de verba para publicar, mas com ajuda da Drago Editorial com seu plano de publicação, com meu estágio e ajuda dos meus pais, hoje estou aqui pronto para contar essa história.

protagonistas são os “defensores do Olimpo”, seus pais um dia também foram, e os pais deles antes, e assim por diante, mostrar que esse momento de descoberta, medo e ansiedade não é exclusividade deles, faz parte do ciclo da vida, faz parte de se tornar adulto e responsável.

Quem são os defensores do Olimpo? Vini Alves - Os defensores do Olimpo são um conceito incorporado nesse universo, representam os doze herdeiros ao trono olimpiano, em outras palavras, aqueles que um dia guiarão a próxima geração de deuses, e por tanto precisam provar seu valor e que são capazes de “defender” seu lar, convicções e ideais. Também é um referencial para que o leitor perceba que assim como os

Apresente-nos os principais personagens que envolvem a trama? Vini Alves - Os principais personagens na obra são os doze herdeiros dos atuais olimpianos, cada um com seus talentos, histórias e questões a serem descobertas. A obediente e obstinada Silver; A astuciosa e implacável Lilliam; A enérgica e impulsiva Kimiko; A sábia, porém insegura Dawn; O seguro e arrogante Sam; O resiliente e reflexivo Brock;

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A poderosa e imparável Sônia; A determinada e vingativa Lunes; A doce e forte Leah; O fogoso e hábil Drox; A serena e acolhedora Bios; E... Bem, acho melhor reservar algumas surpresas para a leitura. O que posso dizer é que mesmo sendo vários protagonistas, todos têm seu espaço para brilhar. Outra personagem que merece destaque é Pelupdus, cuidado com ela, ela pode não ser o que aparenta, a inimiga maior do Olimpo esconde mais segredos do que qualquer outro ser, subestimá-la pode ser um erro grave. Apresente-nos a obra? Vini Alves - Defensores do Olimpo é a jornada dos doze herdeiros dos deuses Olimpianos, suas aventuras, descobertas, primeiros grandes amores e também decepções, tudo isso enquanto buscam provar que são dignos do título que exercem. Eles enfrentam inimigos milenares de seu povo, renovando o ciclo da vida, uma nova geração enfrentando os perigos e provações que todas eventualmente passam. Nesse interim eles querem descobrir quem eles realmente são, o que eles realmente querem defender. A obra mostra que mesmo passando pelas mesmas situações, cada individuo reage e lida com isso de maneira distinta e pessoal, e espero que os leitores possam ver isso e se identificar com algum dos heróis e suas questões, suas qualidades e defeitos, conquistas e medos. O que mais o atrai no enredo que compõe a trama? Vini Alves - Os personagens carismáticos, como eles são desenvolvidos e aprofundados, não somente os protagonistas, mas todos os personagens, sejam eles coadjuvantes, secundários ou terciários; eles têm passado, presente e se depender de

oito livros, sendo que tenho quatro escritos. Mas também tenho um segmento de outros livros para publicar, como meus livros de crítica social específicos sobre determinados temas como relacionamentos abusivos, padrão de beleza tóxico e estigmas sociais. Um excelente exemplo é “O Garoto com Nome de Estrela” que conta a história de um jovem aspirante à modelo que descobre a podridão por de trás do mundo de luzes e glamour. Atualmente estou escrevendo um original sobre jovens brasileiros herdeiros espirituais das ninfas com a missão de proteger a natureza. mim, um futuro pelas sequências da saga que pretendo lançar. O que atrai na trama é como os personagens são diversos, mas ao mesmo tempo é coeso, cada um com particularidades que os fazem únicos e destacam seu papel na trama. Há aqueles que impõe respeito e autoridade, há os engraçados, há os que vivem apaixonados, sempre tem que ter os comediantes e é claro os do contra querendo comprar briga. Desafio vocês a lerem e não se identificarem com nenhum dos personagens, os personagens fazem esse universo tão gostoso de ler. Onde podemos comprar o seu livro? Vini Alves - O livro pode ser adquirido no site da Drago Editorial: “https://www.dragoeditorial.com/p/ defensores-do-olimpo-vini-alves-16x23-390-paginas/” e em breve nas parceiras da editora como a Amazon e as livrarias Leitura em todo o país. Quais os seus próximos projetos literários? Vini Alves - Meus projetos envolvem a publicação das sequências de ‘Defensores do Olimpo” que serão

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Vini Alves. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Vini Alves - A mensagem é que todos podem brilhar, todos têm o potencial de ser mais, de ser o melhor, que suas particularidades e experiências pessoais lhe fazem especiais e únicos, por mais que hajam outros parecidos, ou que seja comparados aos seus pais, sempre se lembrem, sempre haverão características que os distinguirão dos demais e isso é bom, a marca da individualidade. Espero que os leitores possam se apaixonar e ter uma experiência imersiva com a aventura, que ela possa de alguma forma os inspirar. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

ESCRITORA IRLEN LEAL BENCHIMOL

Passe Um Natal Encantado Com os Piratinhas do Bem Mais um ano se encerra e os Piratinhas do Bem já estão agitados, aguardando Papai Noel e seus presentes. A criançada vai adorar conhecer mais sobre a motivação desta turminha em tornar o Natal uma época inesquecível. Por meio da Corrente do Bem, a brincadeira predileta dos Piratinhas do Bem, Capitão Ilan, Lord Arthur e os demais personagens querem espalhar boas energias ao público amazônico e além de suas fronteiras. Venha conhecer mais desta época encantada com esta aventura totalmente gratuita. Baixe agora mesmo seu ebook e venha conosco para uma aventura sem fim que visa a propagação de um único conceito: o da fraternidade. Clique nos arquivos abaixo para baixar a versão de OS PIRATINHAS DO BEM E O NATAL MÁGICO DA FLORESTA (em duas versões: português e inglês).

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e O Natal Mágico na Floresta

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Prefácio Esta é uma mensagem singela de Natal. Um raio de luz para nos lembrarmos de que, mesmo em tempos de pandemia e incerteza, sempre há um elemento que nos permite apreciar esse tesouro que é a Fraternidade. A Esperança. Sérgio Pereira Couto Edição e tradução

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Todos os Piratinhas do Bem estavam brincando no Parque do colégio quando, de repente, o local se transformou na floresta encantada. Tempestade Vermelha e a bússola Eirunepéia já estavam a postos para mais uma aventura de Natal. O Capitão Ilan e o peixe-boi Isaac Moysés reuniram quase todos os membros da tripulação. - Vamos lá, crianças, entrem! - Disse o Navio Tempestade Vermelha. A botinha Linda Lee estava encantada com tanta união, amor e carinho entre todos os amigos do Clube dos Piratinhas do Bem. “Que energia boa!”, pensou.

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- Tem algo no ar! Entrem todos no Navio! - Ordenou o Capitão Ilan. - Ao trabalho, marujos! - Aonde vamos? - Perguntou o peixe-boi Isaac Moysés. - Vamos brincar da nossa brincadeira favorita: a Corrente do Bem! - Explicou o Capitão Ilan. - OBA! - Gritaram todos. - Peraí que ainda estou entrando no Navio! Engatei meu rabo aqui… Ai ai ai! - Gritou a bruxa Cabeça de Jacaré. - Alguém me ajude! Ubirajara, Isaac Moysés, Eugênio e Lord Arthur foram socorrê-la.

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- Isso é charme! - Comentou a bruxa Cabeça de Cupuaçu. E começou a rir sozinha. - Não é para rir, não! Queria ver se fosse com você! - Respondeu a bruxa Cabeça de Jacaré! - Já não está mais aqui quem falou! Desculpe! Tem razão! Cruz credo! - A bruxa Cabeça de Cupuaçu se benzeu. - Calma, meu povo! - Disse a preguicinha Trombosnélia. - Nossa aventura é de paz, amor, fé e esperança. Acalmem os ânimos! - Isso mesmo, feiticeira Trombosnélia! - Aprovou o Capitão Ilan. - Você chegou para acalmar os ânimos por aqui.

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- Afinal de contas, somos uma família! E daqui a pouco já é o Natal! Oba! - Completou o peixe-boi Isaac Moysés. - O que é o Natal, mesmo? - Perguntou a botinha Linda Lee, enquanto estavam limpando os rios. - É o nascimento de Jesus Cristo! - Respondeu Lord Arthur. - Ih, eu achava que era aniversário do Papai Noel, pois ele deixa muitos presentes para mim. Disse uma menininha ribeirinha que passeava de canoa pelo Rio Negro. - Qual seu nome, menininha? - Perguntou a bruxa Cabeça de Jacaré.

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- Inaê! - Cunhã Inaê, o Natal, além do nascimento do Salvador, que é Jesus, simboliza a alegria da criatura, que somos nós, que recebemos a visita do Criador. - Disse a bruxa Cabeça de Jacaré. - Nossa, estou tão inspirada que até estou duvidando que essas palavras saíram da minha mente. - E que mente! - Exclamou a botinha Linda Lee. E todos riram. - Perdi até o raciocínio! - Sorriu a bruxa Cabeça de Jacaré.

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- Entendi! Ah, então Papai Noel é mais um convidado da festa que também ajuda as pessoas? - Perguntou a cunhã Inaê. - Mais ou menos isso, Nessa época a caridade, o amor, a solidariedade e o perdão sensibilizam ainda mais as pessoas. São frutos do sentimento do Natal. Este veio para nos dizer que temos que viver em fraternidade! - Explicou a preguicinha Trombosnélia. - Eita! E o que é essa “fraternidade”? - Perguntou o Indiozinho Ubirajara. - Deixa eu procurar aqui na internet. - Disse o peixeboi Isaac Moysés. - Ah, achei! “Fraternidade é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos”.

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- Alguém pode traduzir essa linguagem difícil, por favor? - Perguntou Ubirajara. O Capitão Ilan se manifestou de imediato: - Resumindo, todos temos que viver como se fôssemos uma família, como irmãos e não apenas na época de Natal, pois temos que ajudar, incluir, amar, cuidar, valorizar, preservar nosso bem mais precioso: a nossa família. Avante, Piratinhas do Bem! Vamos nos divertir, brincar e ajudar a todos que precisam. E lembrem-se do nosso lema: sem amor, nada tem valor! O amor acima de tudo que fizermos! Como de costume, os Piratinhas do Bem continuaram a brincadeira da Corrente do Bem, ajudando a quem precisa.

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Passaram mais um dia lindo de Natal, brincando na floresta, limpando os rios, cuidando dos animais em perigo, levando ajuda aos que precisam. E enchendo o mundo ainda mais de amor e esperança. Um Feliz Natal! Uma Feliz vida! Que Deus abençoe seu caminho com as graças divinas! Que Deus ilumine o mundo inteiro para que enxerguem o real valor da vida e do mundo em que vivemos.

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E entendam que coisas materiais não compram amor! Viva a Fraternidade! Um grande abraço de toda a nossa turma! Avante, Piratinhas do Bem! Manaus, 14 de dezembro de 2021. Irlen Leal Benchimol

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Os Piratinhas do Bem © 2021 by Irlen Leal Benchimol. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida sem a autorização da autora.

www.ospiratinhasdobem.tk

Irlenbench@gmail.com

@ospiratinhasdobem @irlenbenchimol_escritora

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