DIVULGA ESCRITOR
José Sepúlveda
O Menino
Ai, Menino
Belém Efrata está alvoroçada! O povo se aglomera em todo o lado Cansado por aquela atroz jornada Atravessando o monte e o valado
Aí, Deus‐Menino, desces lá dos céus Aonde eras louvado em cada dia E vão te colocar os filhos teus Para nascer em rude estrebaria
A jumentinha mansa, fatigada, Cansada, quase que perdia o tino, Trouxera nessa sua caminhada A mãe e, no seu ventre, o seu menino
Um burro e uma vaca te aqueceram Naquela noite longa, escura, fria Franzino o pai, se as lágrimas vieram, Com grande amor te olhava e te sorria
Mas ao chegar feliz, pra seu espanto, Os dois não encontraram um recanto Aonde pernoitar, pela cidade
Nem reis nem sábios na gruta estiveram... Presentes p’ra te dar pastores trouxeram Com gestos de humildade, amor profundo
E numa manjedoura, entre animais, No aconchego santo de seus pais, Nascia o Salvador da humanidade
E nesse sítio próprio de animais Sem lágrimas, lamentos, tristes ais, Nascias tu, o Salvador do mundo!
José Sepúlveda
José Sepúlveda
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www.divulgaescritor.com | dezembro | 2021