48ª Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia

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Sumário Brasil

ENTREVISTAS

Ajomar Santos..................................................................................................52 André Prez........................................................................................................63 Beatriz Rodrigues.............................................................................................68 Celso Godoi Neto.............................................................................................84 Eduardo Reghim..............................................................................................94 Gisele San’Ana Lemos......................................................................................104 Pedroom Lanne...............................................................................................118 Roberto de Barros...........................................................................................132 Roseli Lasta.....................................................................................................136 Saulo Alves......................................................................................................143 Silvia Schmidt..................................................................................................152

Portugal

Carlos Arinto..................................................................................................71 Marisa Alves...................................................................................................112 Sofia Andrade.................................................................................................156

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

AROLDO FERREIRA LEÃO

“A busca contínua por si mesmo” 176 livros publicados “Pesquisa profunda sobre o cangaço, Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências, expõe os ecos de um tempo de agonias e rupturas”

Pág.16 COLUNAS Poetas Poveiros ......................106 Solar de Poetas ......................108

Alexandra Vieira de Almeida........................................................................07 Gustavo Lintz..............................................................................................42 Gustavo Lintz e Luciano Gardino.............................................................44 José Maria Ramada....................................................................................56 Sônia Regina Silva......................................................................................60 Fabiane Linhares.........................................................................................62 Luciana Moura............................................................................................66 Lóla Prata.....................................................................................................67 Irlen Leal Benchimol.................................................................................74 Christiane Couve de Murville.................................................................76 Alexandre Santos........................................................................................78 Melchíades Montenegro............................................................................80 Roberto Mello.............................................................................................82 Fernando Jacques – JAX............................................................................88 Joáe Augusto................................................................................................90 Beth Braga...................................................................................................98 Margarida Drumond de Assis...................................................................100 Rosa Maria Santos.....................................................................................110 Rosa Correia..............................................................................................115 Mahana Cassiavillani..............................................................................116 Marta Maria Niemeyer...............................................................................125 Mirian Menezes de Oliveira.......................................................................126 Magna Aspásia Fontenelle.........................................................................127 Josenilton Leite..........................................................................................129 Vanderlei B. Costa.......................................................................................130 Lorena Zago.................................................................................................135 Dimas Oliveira..........................................................................................139 Livro - Pílulas de Poesia para Crianças.....................................................140 Livro – O Beijo de Juliana...........................................................................141 Livro inclusivo – O Legado de Auto-Superação........................................142 Flávio Joppe.................................................................................................146 Tito Mellão Laraya.....................................................................................155 Sonia S. Rosa...............................................................................................159


Shirley M. Cavalcante (SMC)

Editora Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com http://www.portalliterario.com/ www.revistaacademicaonline.com

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 48 Edição julho de 2021 Publicação Bimestral

Com sucesso, chegamos à 48ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664

Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo.

Diagramação: EstampaPB

Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 48.

Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094

Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos.

Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Em destaque, o autor Aroldo Ferreira Leão, com 176 livros publicados, nos revela um belo e diversificado acervo literário. Composta por mais de 40 autores contemporâneas, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA!

Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Manso Preto, director do Minho Digital, apoio em Portugal Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada, Ceiça Carvalho, apoio no Brasil. Obrigada, Evandro, do Blog Atraentemente, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, a todos participantes, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista, colaborativa, elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo.


DIVULGA ESCRITOR

Sobre a “Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia” por Dra. Alexandra Vieira de Almeida

Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) Link para acesso a edição da revista com destaque para matéria de capa com a Dra. Alexandra https://issuu.com/smc5/docs/40_ divulga_escritor_revista_literar

O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacionalmente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial. A Revista desde seu nascimento preza pela elaboração de entrevistas especializadas, tendo como princípio conhecer, de antemão, o perfil do entrevistado. Assim, se torna mais pleno o domínio do foco almejado, com entrevistas bem elaboradas e questionadoras que revelam a beleza e especificidade do escritor divulgado. O foco divulgacional de cada profissional apresentado é conduzido com mestria pelas mãos eficientes de Shirley M Cavalcante, que com seu dom criativo e reflexivo, leva os entrevistados a se adentrarem no terreno de sua própria obra

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de modo magistral. A jornalista conhece como ninguém o domínio da palavra exata e essencial, não deixando nada a desejar aos grandes entrevistadores da grande mídia. Mas não só de entrevistas que a Revista se vale para divulgar a verdadeira literatura. A Revista também divulga textos literários, tanto no gênero prosa, como no gênero da poesia. Assim, podemos encontrar um leque diversificado de textos, como artigos, contos, crônicas, e poemas, sendo apresentados em todas as edições da Revista. Ela não tem patrocínio. Como então ela sobrevive em meio às dificuldades e crises em que vivemos, sem nenhum apoio das grandes empresas ou veículos de divulgação ou do próprio Estado? Ela se vivifica por um retorno colaborativo, pela união, pela fraternidade entre os participantes da revista. Todos colaboram para que a revista aconteça e apareça na mídia, com grande sucesso. E qual o grande retorno disto? A Revista é inteiramente gratuita. Isso mesmo. Para todos que acessam a internet, ela está disponível e bela como sempre, enobrecendo o trabalho destes profissionais admiráveis com grande destreza e importância. A Revista tem ampla divulgação em várias mídias, além de diversos apoios quando se fala em trabalhos personalizados por edição. Todas as edições da Divulga Escritor podem ser acessadas de forma gratuita. Este é o grande diferencial do periódico, uma publicação que se vale de sua maior importância em toda a lusofonia. Portanto, Shirley M. Cavalcante é uma desbravadora de mares infinitos, trazendo à público a força e a garra de uma mulher que não para e oferece um trabalho de extrema qualidade e confiança. A jornalista é um exemplo para todos aqueles que querem alcançar o reconhecimento de um trabalho perfeito e inigualável. A Revista Divulga Escritor tem verdadeiramente uma máxima importância, sendo a maior revista literária da lusofonia, divulgada e apreciada amplamente, tendo muitos seguidores. Vivas à Shirley M Cavalvante e seu trabalho esplendoroso. 8

Link para última edição da revista, a de N.46 no ISSUU https://issuu.com/smc5/docs/46__divulga_escritor_revista_ literaria_da_lusofoni Outras edições no ISSUU https://issuu.com/smc5 Serviços Links para acesso gratuito a todas edições publicadas Revista: Site da Revista http://www.divulgaescritor.com/revista/ Recanto das Letras - em PDF http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=185182&categoria=M&lista=ultimas Almanaque Literário http://www.almanaqueliterario.com/revista-literaria-da-lusofonia Quem desejar participar é só encaminhar email para nosso editorial informando o que deseja divulgar na revista, apresentaremos proposta. smccomunicacao@hotmail.com Não temos a revista impressa. Valores para participar da Revista • Valor da página para PF - 50 reais ou 13 Euros (publicação de textos em versos e em prosa, como conto, crônicas.) • Valor da página para PJ - 300 reais ou 70 Euros • Valor para publicação de entrevista - 100 reais ou 25 Euros • Capa - Negociação individual. Promoção Divulgação de livro, sinopse, juntamente com imagem de capa do livro, R$30,00(trinta reais) Aguardamos seu contato!

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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam “Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade. Saudades eternas.” Shirley Cavalcante Editora Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

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AROLDO FERREIRA LEÃO “A busca contínua por si mesmo” 176 livros publicados “Pesquisa profunda sobre o cangaço, Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências, expõe os ecos de um tempo de agonias e rupturas”

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Entrevista com o escritor

Aroldo Ferreira Leão Aroldo Ferreira Leão é poeta, pesquisador e professor de matemática da UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco). Possui 176 livros publicados e tem participação em 45 antologias. Tem Doutorado em Educação Matemática pela UNESP. Seus temas de pesquisa vão desde a Teoria dos Números, passando pela História da Matemática e Filosofia da Matemática, indo até a Etnomatemática. Também dedica-se a pesquisas relacionadas aos temas da cultura popular, principalmente os vinculados à cultura do Sertão, como o Cangaço e a Literatura de Cordel, a Guerra de Canudos e o Padre Cícero, os Índios Cariris e a Guerra de Pau-de-Colher. Escreve desde textos científicos até ensaios, poemas, crônicas, contos, romances. Em 2013 recebeu o Prêmio Jabuti, com diversos professores da UNIVASF, na categoria Ciência Natural, pela escrita do livro Flora das Caatingas do Rio São Francisco, onde escreveu o terceiro capítulo. Mais informações a respeito do autor podem ser obtidas em seu sítio www.aroldoleao.com. “Penso que os estudos realizados, para se entender o tema do cangaço, necessitam de mais e mais esforços, no intento de conseguirmos enxergar, com precisão e competência, a alma de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Expô-lo ora como bandido, ora como herói, é tornar superficial nossas concepções e enredos sobre o cangaço.”

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Aroldo Ferreira Leão, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever, o levando a publicar 176 livros. Aroldo Ferreira Leão - Desde criança sempre tive uma certa tendência literária em minha alma, um certo viés de buscar me expressar pela palavra, escrevendo ou recitando. Eu tinha facilidade de decorar os textos poéticos de Augusto dos Anjos e Fernando Pessoa, por exemplo, e queria expor aquilo, mostrar que aqueles versos tinham essência, grandiosidade. As coisas iam ganhando intensidade, visceralidade, profundidade. De fato, minha primeira publicação em revista, no ano de 1986, acontece no jornal cultural Voo Primeiro de uma Arribação em Extinção, em Natal, a capital potiguar, onde, já realizando o curso de Engenharia Elétrica, fui convencido por um amigo a publicar meu texto. Já no ano de 1990, fui selecionado, pela Fundação José Augusto, com a publicação de um poema na antologia Novos Poetas no Rio Grande do Norte. Por outro lado, meu primeiro livro publicado, de poemas, acontece em 1995, intitulado A Trilogia da Dor. A partir de então, venho publicando, continuamente, arduamente, ano após ano, meus livros. A quantidade de obras publicadas, 176, apenas reflete a minha busca incessante pela recriação de minha alma em todos os sentidos, o meu esforço e perseverança na crença de um novo tempo no coração do homem. Tarefa difícil, complexa, infinita. É a descoberta de mim mesmo que procuro, o sonho me leva a multiplicar-me, a sondar-me vorazmente, ser envolvido entre o silêncio das umburanas, dos marmeleiros, e o canto do joão-corta-pau, da coruja-mãe-da-lua.

Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Aroldo Ferreira Leão - A bem da verdade, a poesia é o meu norte, âmago, farol. Quando me expresso em crônicas, contos, romances, ensaios, é o poeta procurando expandir-se, inundar-se de verdades e percepções elevadas. A mesma coisa acontece nas composições musicais, nos meus cinco CD’s lançados, onde todas as canções possuem, letra e música, de minha autoria. E, sendo mais preciso e arrebatador, também na construção de textos científicos, onde pontuo que a escrita de tais trabalhos deve ter algo de encantador, sublime, levar o leitor a refletir sobre a grandiosidade da pesquisa efetuada, se sentir irmanado com os ecos daquele conhecimento ali exposto, muitas vezes, às duras penas, porém trazendo, em sua intimidade, toda uma carga de buscas e sonhos do cientista. Em suma, o desenvolvimento de minha carreira literária, passa por um mergulho no mais profundo de mim, na tentativa transcendente, múltipla, de encontrar-me no mundo, de achar-me em meio ao caos de nossas vidas aturdidas, cercadas de egoísmo, angústia, transtornos. A minha literatura é, antes de tudo, a voz de meu espírito no vazio das existências, a procura, turbulenta e inquietante, por mim mesmo. Em especial, vamos conversar sobre “Lampião um estudo de buscas e essências”, o que o motivou a escrever sobre Lampião Aroldo Ferreira Leão - O livro, que teve a primeira edição em 2012, e segunda, em 2019, pela Editora Bagaço, da capital pernambucana, surgiu, de início, das minhas leituras de obras as mais diversas na Biblioteca da Diocese de Juazeiro da Bahia, organizada pelo Bispo Dom José Rodrigues, já falecido. O referido Bispo, humano e visionário, conse-

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guiu criar um acervo de livros, que sem medo de errar, pontuo como o mais importante da região do Polígono das Secas. Foi no dito acervo que comecei a ler algo sobre o cangaço e especificamente a respeito de Lampião. A Biblioteca tinha algo em torno de 10 livros focando no cangaço, mas também um material com fotos e reportagens, catalogado por Dom José Rodrigues. O fato é que, de tanto fluir pelo Sertão, ouvindo e reouvindo histórias sobre Lampião, pude ampliar minhas leituras, passando para quase 200 livros lidos, além de colher inúmeros depoimentos, principalmente de nonagenários e, por incrível que possa parecer, de indivíduos centenários, que muito me ajudaram a compreender a força e os absurdos do cangaço na região sertaneja. A coleta do material para a iconografia, bem como, as entrevistas com diversos depoentes, alicerçaram, burilaram, sedimentaram meu entendimento sobre o cangaço. Quem é Lampião? Aroldo Ferreira Leão - Um cangaceiro, que precisa ser melhor pesquisado e compreendido, em toda sua expansão e movimentação no mundo do Sertão. Penso que os estudos realizados, para se entender o tema do cangaço, necessitam de mais e mais esforços, no intento de conseguirmos enxergar, com precisão e competência, a alma de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Expô-lo ora como bandido, ora como herói, é tornar superficial nossas concepções e enredos sobre o cangaço. Creio que é preciso unir o material das fontes pesquisadas com bastante prudência, inteligência. Nossos Arquivos Públicos, que ainda contêm um excelente material de época, entre jornais e revistas, infelizmente carecem de uma atenção especial por parte dos pesquisadores, além de enxergarem, velozmente, tal material sendo en-


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golido pela força do tempo e pelo descaso com que o país trata de sua própria memória. Por outro lado, escutar os depoentes e filtrar suas explanações requer paciência, comedimento. Não é apenas receber o depoimento e aceitá-lo como uma verdade absoluta, deve-se ponderar bastante, confrontar as informações e trazê-lo ao público com o máximo de responsabilidade possível. Um outro ponto importante é a bibliografia consultada. Qualquer pesquisa necessita de uma lista de obras que leve o pesquisador a se sentir capaz de enveredar pelos rumos do tema que pretende abordar. Os livros a respeito de Lampião são diversos e requerem, por parte de cada autor, uma perspicácia e um discernimento para revelar ao leitor os atropelos e anomalias do cangaço. Lampião é o Sertão avançando sobre as percepções abaladas, a inquietação do transtorno fundamentando nas horas a força dos vazios, das perambulações na escuridão. Para construção desta obra literária, foram realizadas mais de 200(duzentas) entrevistas. Qual o perfil dos entrevistados, temáticas abordadas. Aroldo Ferreira Leão - Para chegar aos entrevistados, realizei, durante dois anos, um périplo de andanças pelo Sertão, que culminou com depoentes localizados nos Estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Incrível foi o encontro com cangaceiros ainda vivos, como foi o caso de Candeeiro e Aristéia, revelando-me sutilezas dos combates travados com os “macacos” e da forma como Lampião agia em meio ao seu bando. Também impressionante foi encontrar os soldados que estiveram presentes em inúmeras perseguições a Lampião. Nomes

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como Antônio Vieira da Silva e Elias Marques de Alencar, que participaram da Volante que vitimou Lampião na Grota do Angico, foram cruciais para que eu penetrasse no universo do cangaço com mais precisão, sutileza. Os inacreditáveis centenários Pedro Gondim, Joaquim Batista de Araújo (Quinca de Urbano), Maria Belizário da Rocha e Marcelina Lídia da Silva, esta nascida em 1904, foram depoentes maravilhosos, consolidando em minha alma inúmeras passagens das ações do bando de Lampião pelo Sertão afora. Apresente-nos alguns tópicos que estão em destaque no Sumário? Aroldo Ferreira Leão - Acredito que expondo aqui, uma apresentação resumida dos capítulos do livro, possa oferecer ao leitor uma ideia mais abrangente a respeito do meu Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências: De início, trago uma Introdução, intitulada O Sertão: O Silêncio dos Instantes, onde procuro mostrar os ecos intrigantes do Sertão varrendo nossas próprias percepções do mundo. No Capítulo 1 comento sobre o Cangaço e no Capítulo 2 enfatizo, como surgiram e se afirmaram, os ecos de Lampião no universo sertanejo. No Capítulo 3 relato as ações de Lampião no ano de 1922, explicitando o assalto à casa da Baronesa de Água Branca e a morte do comerciante Luiz Gonzaga. No Capítulo 4, tem-se o ano de 1923, com os cangaceiros fluindo nas Abóboras e em Cachoeirinha. No Capítulo 5, definindo o ano de 1924, tem-se a quase captura de Virgulino Ferreira, e o ataque do bando de Lampião a Souza, em solo paraibano. No Capítulo 6, pontua-se o ano de 1925, com o famoso combate do Serrote Preto e a morte do nazareno Ildefonso. No Capítulo

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7, evidencia-se o ano de 1926, com a morte de Manoel Gilo e a refrega na Fazenda Tigre. No Capítulo 8, explicita-se o ano de 1927, trazendo a invasão do bando de Lampião a cidade de Mossoró, em solo potiguar, além do incidente na Fazenda Ipueiras. No Capítulo 9, vê-se o ano de 1928, com a passagem dos cangaceiros de Lampião para o Estado da Bahia. No Capítulo 10, fala-se sobre o ano de 1929, com as invasões do bando de Lampião a Itumirim, Brejão da Caatinga, Santa Rosa de Lima, Igara, Cansanção, Queimadas. No Capítulo 11, situa-se o ano de 1930, com os episódios da família Salina e do tenente Geminiano. No Capítulo 12, registra-se o ano de 1931, onde se revela a morte de do cangaceiro Ezequiel, o Ponto Fino, irmão de Lampião. No Capítulo 13, foca-se no ano de 1932, em que se tem a prisão de Volta Seca. No Capítulo 14, consolida-se o ano de 1933, com a invasão do bando lampiônico a cidade baiana de Sento Sé. No Capítulo 15, esboça-se o ano de 1934, onde enxerga-se a morte do cangaceiro Arvoredo. No Capítulo 16, fundamentando o ano de 1935, mostra-se o incidente com Manoel Cândido. No Capítulo 17, trazendo o ano de 1936, esclarece-se a morte do terrível cangaceiro Zé Baiano. No Capítulo 18, define-se o ano de 1937, com as mortes de Manoel Moreno e Gorgulho, além do combate no Crauá. Finalmente, no Capítulo 19, molda-se o ano de 1938, explicitando, em julho de 1938 a morte de Lampião. Os Tópicos da Iconografia e dos Entrevistados trazem todo um apanhado da pesquisa para a escrita da obra Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências. Apresente-nos a obra Aroldo Ferreira Leão - Lampião: Um Estudo de Buscas e Essências


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traz um apanhado cronológico das ações e repercussões do cangaceiro Virgulino Ferreira, a partir do ano de 1922, quando é publicada, no Diario de Pernambuco, a primeira matéria envolvendo seu nome, em um periódico de grande circulação da capital pernambucana, até o ano de 1938, quando é pontuada a sua morte, no mês de julho, na Grota do Angico, em solo sergipano. O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia “Lampião um estudo de buscas e essências”? Aroldo Ferreira Leão - De fato, o que mais chamou a minha atenção na pesquisa foi a grande quantidade de depoentes, nonagenários e centenários, vivendo no universo de encantos e lutas da caatinga. Afora estes, não se deve esquecer que muitos octogenários foram registrados, mostrando, a força dos ecos do cangaço, em uma população acostumada a conviver com os enredos das façanhas e assombrações de Lampião. Quais os seus principais objetivos a serem alcançados por meio da literatura? Aroldo Ferreira Leão - O principal objetivo é sempre o da descoberta de mim mesmo, a percepção elevada de minha alma em relação a tudo que me cerca e me delimita no mundo. A literatura, penso eu, deve trazer à tona, a força e os mistérios do homem, suas angústias e fragilidades, seus medos e conflitos, suas alegrias e sonhos, seus impasses e transformações, suas perdas e dores, seus sumos e prumos, suas ausências e carências. Outro objetivo sutil é a expansão de minhas ideias e ideais, o norteamento luminoso, de meus voos e encantamentos, dentro do universo da escrita de textos que me possibilitem vasculhar-me pro-

fundamente, sondar-me continuamente, vivenciar-me intensamente. Quais os seus próximos projetos literários? Aroldo Ferreira Leão - A publicação de 1500 sonetos clássicos, todos de minha autoria, em um compêndio de três livros com 500 sonetos, intitulados O Movimento Incerto das Dissimulações, A Verdade dos Olhares Inquietos, O Mergulho na Luminosidade dos Sonhos. Também será lançado, até o final de 2021, o livro de pesquisa, na forma de ensaio, denominado Literatura de Cordel: Eco e Multiplicidade, onde realizo um estudo abrangente sobre os ecos da Literatura de Cordel, desde o início do século até os dias de hoje, pontuando seus mestres, a importância de sua linguagem, na maioria das vezes em versos, para se criar uma arte de altíssimo nível no Brasil. Na área da matemática estarei publicando, ainda em 2021, a obra A Aritmética na Grécia Antiga: Uma Análise de A Medida de Um Círculo, onde revelo a importância de se estudar os textos de Arquimedes para a compreensão da aritmética no mundo contemporâneo. Por fim, no início de 2022, estarei lançando o romance Sertão: Segredo e Sentença, em que coloco a alma humana em xeque, exploro os contextos da realidade sufocante que nos limita em nós próprios, nos definha cruelmente, nos torna confusos, canhestros, cúmplices de abandonos e dissimulações. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Aroldo Ferreira Leão. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Aroldo Ferreira Leão - A vida é

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sempre um segredo e uma busca, a certeza de que precisamos ser perseverantes com nossos sonhos, alimentarmos nossas almas com o entusiasmo dos olhares das crianças diante dos horizontes que nos abarcam e nos modelam no tempo. Cada um de nós carrega em si transformações e luminosidades, todavia o mundo segue nos tornando soturnos, vaidosos, volúveis, solitários. As almas estão confusas, amedrontadas com o porvir, alicerçadas nas controvérsias, cheias de temores, truculências, intransigências. É preciso, então, sermos pacientes uns com os outros, nos ouvirmos mais, nos sentirmos com profundidade. Nesta época de pandemia, onde a COVID-19 mostra suas larguras e corrosões, busquemos ser mais sensíveis, plurais. As mortes multiplicam-se, nos abrem para a realidade dos enredos trágicos, taciturnos. Viver é a união das rupturas aos impasses, dos sonhos às dissimulações, das fugas aos desconsolos, dos medos às percepções.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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Prefácio

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Anteriormente, já ouvira falar em Aroldo Ferreira Leão, através do nosso amigo comum, Agliberto Bezerra, ambos agregados ao serviço público estadual da Bahia. Através de conversas esparsas, soube ser ele percuciente pesquisador do Cangaço, além de inspirado poeta já de mil estrofes nascidas da sua inspiração sertaneja! Somente isto. Pelo meu inicial entendimento, era ele uma futura estrela da literatura cangaceira que despontava no horizonte do controvertido tema. Tudo bem. No ano de 2010, um certo dia, recebi em minha residência, em Barbalha, a visita de Aroldo Ferreira Leão que, estando na Estância – Balneário do Caldas, desceu até a cidade para conhecer-me. Veio com a esposa e filha e conversamos a tarde toda. Quanto mais se conversava, mais havia o que se conversar. De logo, vi tratar-se de um exímio comunicador: simpático, comunicativo, extremamente versátil, sabendo na ponta da língua estrofes variadas do cancioneiro popular sertanejo e fatos detalhados da turbulenta cena cangaceira dos sertões. De logo, senti estar ali um notável pesquisador do sempre momentoso tema Cangaço. Após prolongada conversa, no aperto de mão de despedida, veio o que eu não esperava: “O senhor vai prefaciar o meu livro sobre o Cangaço!” Mesmo surpreso com o convite, pus-me à disposição do visi-


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tante para prefaciar o seu futuro livro. O tempo foi passando, passando e eis que agora, em junho de 2012, recebi das mãos do amigo comum, Agliberto Bezerra, o “boneco” do livro: “LAMPIÃO: UM ESTUDO DE BUSCAS E ESSÊNCIAS”. De logo, comecei a folhear a grossa e densa brochura e em cada página virada, uma surpresa com muita admiração da minha parte! Inicialmente, pincei alguns capítulos ligados ao nosso Cariri, tais como: A morte de Gonzaga, em Belmonte, A morte de Sabino Gomes e outros mais chegados a nós do Sul do Ceará. Com surpresa, notei a verdade histórica “merejando” dos textos escritos pelo arguto autor. Pensei comigo mesmo: esta obra deveria ser prefaciada por Frederico Pernambucano de Melo, ou Ariano Suassuna ou Pedro Nunes Filho... mas, não poderei furtar-me ao atencioso convite do competente autor e eis-me aqui a elaborar o prefácio pedido. Aroldo Ferreira Leão é um pesquisador de mão cheia e usou uma estratégia sui generis na sua pesquisa: buscou os arquivos dos grandes jornais da época, sobretudo nos telegramas dos chefes de volantes e comandantes policiais aos seus superiores. As verdades daí surgidas são irrefutáveis, como o colorido do verniz do notável pesquisador que é o poeta, o folclorista e versátil Aroldo Ferreira Leão.

De início, logo no capítulo de abertura do suculento livro, fiquei realmente surpreso com a beleza do texto “O SERTÃO, O SILÊNCIO DOS INSTANTES!”. Que beleza! Dir-se-ia Euclides da Cunha Redivivo, ou Guimarães Rosa Nordestino. Que primor literário, que vivo colorido vernacular! Do autor eu já esperava muito, mas, não tanto! O livro é bom, é intuitivo, é didático, é brilhante! O texto é extremamente rico em metáforas! O vernáculo é primoroso, às vezes condoreiro e até gongórico! A fauna e a flora do sertão foram postadas em cada frase! Os usos e costumes sertanejos parece saltarem de cada capítulo! O vernáculo é escorreito, castiço mesmo! Cada tema é exaustivamente debatido, documentado, tudo com as fortes nuances da verdade histórica. A riqueza iconográfica salta aos olhos de cada leitor. O potencial bibliográfico é extremamente abrangente. No livro há cerca de 203 fotos de informantes e entrevistados! Da saída de Lampião das tórridas terras do Pajeú e regiões vizinhas, o inspirado autor diz o seguinte: “No dia vinte e três, Lampião, rês que desfez em si os augúrios e arrepios da descomunhão, na região do Navio, pernoita no lugar

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Ponta Fina, com Ponto fino e mais sete cabras. Estava, sem sobras nem dobras, vivenciando as obras do extermínio do bandidismo no Sertão pernambucano. No cano do fuzil confiava, fiava suas ações e deserções, porções de senões a invadi-lo e aturdi-lo sistematicamente. Visivelmente fragilizado, não se entregava a dissuasões, suava, sugava o aroma do abandono, sumia, surgia, em locais os mais variados, antigo balaio baio. Maio o impulsionava para Alagoas, entre mágoas e vagas, nódoas e chagas.”. Sintam os leitores como, vez por outra, o poeta emana em cada frase buscando libertar-se do casulo do Cangaço! Afinal, gostei do livro e o recomendo à leitura de todos os pesquisadores e poetas, curiosos e historiadores. Assim, de parabéns está o competente autor e a literatura cangaceira que incorpora agora mais um profundo conhecedor dos seus ricos e tortuosos meandros, vez por outra navegando nas asas da poesia. Barbalha, 15.6.2012, Napoleão Tavares Neves.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ESCRITOR LUIZ GUSTAVO LINTZ

Sempre Junto com Jesus Cristo Sua obra é importante para todo cristão Que com fé, acredita na sua grandiosa missão De evangelizar em nome de Deus toda a nação. Tem o poder de curar um coração aflito Que com fé te faz um pedido Para nunca mais ficar perdido. És o Santo Bendito, és Jesus Cristo Vamos agora a todos evangelizar Com músicas, palavras , reflexões e orações Trazendo Jesus junto de nós para meditar Evangelizar é preciso e trabalhar é só começar E a graça virá e você verá!!! Que é fácil evangelizar , é só começar.

A graça sempre virá, então vamos lá Comece agora a caminhar Junte-se a nós, venha trabalhar por Jesus e você receberá felicidade, paz e amor para compartilhar És o Santo Bendito, és Jesus Cristo Tenha coragem e venha conosco ficar todas as mãos irão te ajudar Sempre a melhorar. E a graça virá Então vamos lá É só começar. És o Santo Bendito, és Jesus Cristo

És o Santo Bendito, és Jesus Cristo

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Criador Se hoje estou inspirado É porque algo aconteceu E de repete você apareceu. Do jeito que você aparece sempre Na paz, na brisa suave e mansa E toca bem fundo meu coração. Fala-me coisas importantes e me ajuda A tomar o rumo certo e a direção correta No momento propício de cada situação. Você é meu escudo e protetor E te levo sempre comigo no coração Para achar alegre a solução. Hoje estou a beira-mar E espero um dia te encontrar Aqui ou em outro lugar Para poder te falar... Quanto TUA presença me ajuda Me impulsiona para ação Com muito amor no coração És o Criador , Meu DEUS Poderoso e maravilhoso Que me acompanha nas decisões e Em toda e qualquer solução.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR LUIZ GUSTAVO LINTZ E LUCIANO GARDINO

"Motivação traz resultado e resultado traz motivação. O ciclo de Ouro da eficiência" Luciano Gardino

“Com Foco você atinge objetivos, com planejamento você vai mais longe, com perseverança você vai além, com um método você deixa seu legado.” Gustavo Lintz

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Aos Analistas, Coaches, Facilitadores, Escritores e Mentores. A todos que comungam do desenvolvimento humano, organizacional, do empreendedorismo, da redução de perdas e da educação como a maior fonte de transformação, mudança e evolução de uma nação. Aos nossos aliados da DoctorCoach Academy (DCA), QualiPerformance (QP) e FACILITADORES AVOC-QUALI20-30; GRATIDÃO!!! GRATIDÃO!!! GRATIDÃO!!! Tantos foram os dias de desespero, dor, dificuldades e sacrifícios. No momento do fracasso muitos se afastam. E simplesmente a força parece nula. Porém, a partir de um revés, conseguimos buscar energia em algum ponto do corpo e potencializá-la, transformando-a em uma ATITUDE diferente daquela do momento da queda. Temos que nos levantar mesmo nas adversidades e lutar com perseverança e dedicação, para atingirmos os objetivos desejados. É simples, fácil e necessário, e em apenas alguns segundos ao colocar na sua mente e no seu coração a verdade que te move, você será capaz de realizar e será reconhecidamente reconfortante e maravilhoso quando atingir um objetivo intermediário que nos faz pensar e sentir claramente que a meta final está perto de acontecer, pois nos dá o gostinho da vitória mesmo antes de acontecer e isso nos faz correr com mais DISCIPLINA e FOCO em direção ao nosso sonho. Vencer é apenas um dos detalhes de uma trajetória tanto quanto começá-la. Então, tenha coragem, ousadia e consistência de dar os passos necessários para ser um vitorioso. A falta de foco não significa ser derrotado, honre e consagre tudo o que faz, todos os dias e man-

tenha uma gestão sensata do ponto A ao ponto B. E para que isso se torne simples, claro e seja um sucesso, treine certo com os mentores certos e saiba, quanto mais crescer mais será generoso. Devemos aprender com as falhas e corrigi-las para alcançar a excelência pois elas fazem parte dos riscos, mantenha seu equilíbrio sempre, jamais caia e tenha consistência para evoluir degrau a degrau sem pular etapas. Quando cair, se isso acontecer, tenha forças para se levantar rapidamente. E levantando tenha o equilíbrio e a persistência para manter-se em pé. Para manter-se em pé: leia, estude, ouça, medite sobre você mesmo e encontre as respostas que quer para seu futuro, enfrentando os risoco com consciência e estratégia. Esperar as coisas caírem do céu também é uma estratégia, mas posso afirmar que a melhor posição a ser tomada é a do planejamento estratégico bem definido e direcionado para a TRANSFERÊNCIA DO CONHECIMENTO. Quan-

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do aprendemos algo, multiplicamos nosso conhecimento. Quando ensinamos, aumentamos EXPONENCIALMENTE NOSSO CONHECIMENTO, nos tornamos mais felizes e nos sentimos mais importantes. A felicidade está em ver o outro como um par e os pares como um só. A unidade é um fator DIVINO e a individualidade é um DOM, porque a crise não suporta passividade. Por isso, ser feliz é colocar-se no lugar do outro e ver que a vida é simples e prazerosa de viver, apesar das situações que nos pareçam adversas por que a crise é um presente na vida de todos nós pois, te projeta para frente com motivação e faz a sua força de agir ser maior e aguça sua vontade de bater a porta do sucesso, sabendo que você é quem gira a maçaneta. Essas circunstâncias, nada mais são do que experiências que ainda não vivemos e, a partir do momento que passamos por elas, tornam-se comuns e normais. E fortalecem nossos vínculos em direção ao objetivo.


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Dessa forma, não existe situação adversa e sim falta de percepção do mundo externo e de uma maior e mais eficaz introspecção para enxergarmos os sinais que nos são oferecidos para tornarmos as decisões corretas e começarmos um efetivo PLANO DE AÇÃO abraçado na solução. Muitas vezes fazemos a nossa parte e não chegamos ao nosso objetivo. ENTENDA!!! Em algum ponto você poderia gerar um resultado 5%, 10%, 20% maior e essa era a diferença para alcançar a vitória com maturidade e controle emocional. Portanto, a vitória se alcança com DISCIPLINA, FÉ, PERCEPÇÃO, AUTOCONHECIMENTO, livre e aberto a ensinar e a aprender, transferindo seu amor, bons pensamentos, sentimentos de paixão, carinho, fraternidade, solidariedade, reciprocidade, prosperidade,

alegria, esperança, perseverança, vitória, segregação, AMOR AO ETERNO, gratidão por tudo e por todos, sem julgamento de qualquer comportamento. Tenha a certeza que irá MULTIPLICAR COM COARAGEM E OTIMISMO cumprindo sua missão e na linha de chegada haverá uma legião te acompanhando pelos seus valores, por seu caráter, por seus exemplos, pela tua obra e pelo seu compromisso com as pessoas e com seus objetivos, sempre com motivação, sorriso no rosto e principalmente percepção da mudança dos fluxos. E, nessa hora, queridos MENTORES e ALIADOS, chegou o grande dia. O DIA da recompensa, da VITÓRIA, do gosto doce dos aplausos, das metas claras, dos objetivos concluídos, dos propósitos definidos e inabaláveis, do gosto do sucesso com as lágrimas que escor-

rem em seu rosto, com um super sorriso no rosto, com um caloroso abraço em quem AMA compartilhando e expressando seus sentimentos e emoções. E passados alguns segundos... minutos...você olha para o futuro e diz... sendo que nessa caminhada de sucesso você renegociou metas, jamais renegociou a opção de desistir... E AGORA!!! Qual será meu próximo objetivo? Então respire profundamente para cocriar sua realidade com certeza que só prospera na crise quem tem senso de direção, responsabilidades e mais ainda, quem tem ações para acalmar as pessoas próximas e trazê-las a ambientes seguros e enriquecedores. Seja o que você veio para SER, com coragem de SER VOCÊ MESMO, fazendo o que você veio para fazer.

O EMPRESÁRIO E SUA ATUAÇÃO DENTRO DO SEU NEGÓCIO Os empresários de todas as formas de atuação na economia capitalista sabem que sua empresa só existe baseada na finalidade de gerar receitas e lucros. Ter participação no mercado significa apresentar produtos ou serviços oferecidos de forma a gerar resultado financeiro. A ideia de que é possível melhorar os resultados a partir da re-

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dução de perdas nos remete à simples operação matemática ilustrada abaixo: LUCRO = PREÇO DE VENDA - CUSTO A equação que nos é apresentada transmite a informação de que, para aumentar o Lucro (re-

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sultado), basta aumentar o preço de venda e/ou reduzir o custo. Na economia globalizada contemporânea, nem sempre é possível aumentar os preços. Dessa forma, para a grande maioria das empresas e seus negócios, a única alternativa de sobrevivência no mercado é atuar na redução dos custos.


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O empresário moderno é altamente capaz, conhecedor de seu produto ou serviço e traz na sua agenda de atividades uma alta carga de ações baseadas em entregar seus produtos ou serviços adequadamente ao mercado e, muitas vezes, sobra pouco ou nenhum tempo para atuar pensando em reduzir perdas. Para agir proativamente na redução das perdas, a Qualiperformance traz uma solução moderna e eficaz como resposta a essa necessidade. Trata-se de uma forma disruptiva de ensinar e implementar a Redução de Perdas em empresas e organizações de pequeno e médio porte, principalmente, devido à alta capacidade de assimilação e fácil entendimento dos conceitos. Isso evita que seja necessário colocar os colaboradores em uma sala de treinamento por longos períodos. É sabido que empresas de grande porte já utilizam amplamente técnicas e metodologias de redução de perdas, pois este conceito já faz parte da atividade industrial há várias décadas. Ainda assim, a oportunidade de agregar mais valor e melhorar os resultados de uma forma mais ágil pode ser uma importante opção oferecida a gestores de áreas específicas dentro de grandes organizações. O Quali Game – Jogo de Cartas da Redução de Perdas

Baseado em um game (jogo) – com cartas, figuras e frases sobre os temas a serem ensinados. O Quali Game se fundamenta em 4 Pilares, que a princípio, poderiam ser comparados ao Lean Manufacturing ou à técnica SCRUM. O fator diferencial desse game é a objetividade de ensinar e aplicar os conceitos de uma forma mais fácil, fluida e constante, motivando as pessoas para a filosofia e o pensamento na economia de recursos.

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Os Pilares

1) A FILOSOFIA – Baseado no conceito simples de que seu negócio pode falir se o seu CLIENTE decidir comprar em outro lugar. Ou seja, se ele não comprar com você, você não fatura. Essa premissa diz que o seu produto ou serviço deve ATENDER AS NECESSIDADES do seu CLIENTE. Conduza o seu negócio, desde o começo, com atividades que busquem atender uma necessidade do cliente. 2) O VSM – Value Stream Mapping (Mapeamento de Valor Agregado). Seu negócio deve ser analisado sobre o ponto de vista de processos, onde as atividades sejam pensadas e organizadas para gerar valor. Gerar valor nos modelos atuais requer uma boa dose de organização e técnica. Essa técnica é abordada no Quali Game com base nos fundamentos do Lean Manufacturing. 3) O KAIZEN – Melhoria Contínua. As boas ações devem continuar. Se algo foi feito no sentido de obter melhorias, deve haver ações que façam que isso continue a ser executado. A forma mais simples e eficaz de promover a experiência profissional, baseada em casos de sucesso e lições aprendidas e disseminadas. 4) As Perdas – a importância de definir onde ocorrem desperdícios. Há 4 grandes grupos de fontes de desperdícios. a. MOVIMENTAÇÃO – tudo o que for relacionado a deslocamento de materiais e mão de obra que possa ser otimizado e reduzido. Pois o fluxo de materiais, documentos e serviços 48

SEMPRE dependerá de uma movimentação. b. SUPER PRODUÇÃO – algo que é realizado no dia-a-dia que seja feito em excesso. As pessoas não param pra pensar se os processos são realizados em excesso, se repetem atividades desnecessárias apenas porque alguém disse que tem que ser assim. Analisar o que pode “não ser feito”. c. ESPERA – o que tem que ficar esperando que algo seja feito ANTES de uma atividade? Quantas vezes um processo fica PARADO porque está aguardando a ação de outra parte que não é entregue ou não é realizada? Esta é uma perda fortemente relacionada a TEMPO e FLUXO SEQUENCIADO. d. DEFEITOS – tudo aquilo que tem que ser refeito, trocado, retrabalhado porque não estava de acordo com o esperado, estava ruim ou mal feito. Enfim, aqui se enquadra a falta de eficiência de uma forma gritante e contundente. A atuação no mercado industrial por longa data que a Qualiperformance possui, indica que o sucesso desse tipo de ação depende muito do comprometimento e envolvimento de PESSOAS ligadas ao tema. Assim, na grande maioria das atividades de redução de perdas, o lado comportamental é trabalhado com hábitos e constância da aplicação do método. A empresa DoctoCoach Academy oferece ao mercado de RH os serviços de análise comportamental DISC, um excelente método que mapeia os pontos fortes e os pontos que podem ser melhorados nos profissionais e suas atividades. O objetivo é REFORÇAR os bons comportamentos e competências www.divulgaescritor.com | julho | 2021

e assim alocar ações e pessoas nos departamentos com a finalidade de melhorar os resultados da empresa, ou ainda, num setor ou departamento específicos. A união da Qualiperformance e da DoctorCoach Academy faz exatamente a integração entre as competências comportamentais com as competências gerenciais estabelecendo o fortalecimento da sistemática global de Redução de Perdas, reunindo a TÉCNICA COMPORTAMENTAL à TÉCNICA OPERACIONAL. Essa união oferece a opção de conhecer e alocar corretamente a força de trabalho das pessoas baseado no conhecimento dos seus perfis comportamentais utilizando o Quali Game como ferramenta associada à questão comportamental e de processos. Essa união de forças representa uma significativa oportunidade e reforça a missão de atuar com maior eficácia na melhoria dos resultados de empresas e departamentos usando uma ferramenta inovadora, fluída e profunda. Em um mercado de intensas mudanças, transformações, desafios e necessidade de novos métodos para alavancar resultados. Traga sua empresa para essa oportunidade! Fale conosco. Aguardamos seu contato. Desenvolva seu autoconhecimento, seu autodesenvolvimento, reduza as perdas, seja mais produtivo e lucre mais! Forte abraço , Autores: Dr. Gustavo Lintz e Professor Luciano Gardino Fundadores e Gestores da DoctorCoach Academy e da QualiPerformance “Produto você leva na caixa, na mala e transporta. Serviço você leva na mente e no coração.” Gustavo Lintz


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Quanto vale uma Oportunidade? VALE MUITO, E PODE CUSTAR MUITO MENOS DO QUE VOCÊ IMAGINA!! E não estou falando de dinheiro somente!!! Falo de: - Comprometimento, - Renúncias, - Escolhas, - Constância - Repertório E é claro de dinheiro!!! Como monetizar seus pensamentos, sua criatividade e suas ações? Você já pensou em monetizar comprando perfis comportamentais DISC ao invés de vende-los? Já pensou em ter mais eficiência em seus negócios, sessões e atendimentos, em qualquer esfera pessoal, profissional ou organizacional? Já parou para pensar que há uma tendência global de que está surgindo uma "Nova Escola"? E que não estamos totalmente preparados para este cenário atual? Por isso lhe trazemos um novo conceito de ensino, aprendizagem, contribuição e compartilhamento de conhecimentos e vivências - um método inovador, fluído, perene e profundo, COM PROPÓSITO CLARO E ORIENTADO À PESSOAS. Você sabia que a REDUÇÃO DE PERDAS é uma estratégia que traz melhores resultados para seu projeto ou negócio? Você sabia que esta prática é muito usada na indústria em diversos processos? E que pode ser utilizada por você? E por sua empresa? Empresas estão aplicando nosso método e obtendo de 15 a 25% de aumento em seus resultados. Isso soa bem para você? Então Conquiste as 5 CERTIFICAÇÕES da DoctorCoach Academy e QualiPerformance 1. Analista Comportamental DISC. 2. Analista de Redução de Perdas. 3. Analista de Gestão de Risco. 4. Consciência Humana 7.0 5. Vendas Contemporâneas Com a utilização de jogos lúdicos, metodologias ativas e plataforma web. Você terá suas sessões e mentorias estruturadas para atendimentos efetivos, tanto pessoal como profissional.

Você poderá, como FACILITADOR, aplicando nosso método, vender para empresas e empresários de forma fácil, fluída e rápida com plataformas pessoal e empresarial, e ainda ter oportunidade de obter selo de certificação e ser um dos um de nossos MENTORES. Venha para o Movimento Educacional Híbrido!!! Faça parte da Jornada da Excelência do Desenvolvimento Humano (JEDH) OPORTUNIDADE EXCLUSIVA!!! SEJA PIONEIRO!!! Tempos extremos necessitam de ações e decisões extremas! Quer potencializar suas habilidades e alcançar um alto nível profissional? Venha conosco!!! Nesse ponto você pode estar se perguntando: E isso é para mim? E essa resposta está dentro de você...... Quer saber mais!!!!? E fazer parte do nosso time? Faça sua aplicação AGORA e saiba se está alinhado com nossa missão, visão, valores, princípios e com nosso PROPÓSITO MAIOR!!! PESSOAS!!! Receba também uma cortesia da Doctorcoach Academy & Qualiperformance: - Uma aula totalmente grátis para VOCÊ descobrir seu perfil comportamental DISC, - Conhecer nosso jeito "On Time" de ser. - Participar da nossa Mentoria AVOC 7.0 que reúne orientação comportamental focada em pessoas, processos e produtividade. Clique agora no link abaixo, inclua seu currículo, cadastre-se e responda seu assessment DISC LINK: bit.ly/meh2025 ***IMPORTANTE*** SEPARE SEU CRRICULO PARA SUBIR NA PLATAOFRMA. INVISTA AGORA APENAS 15 MINUTINHOS DE SEU TEMPO... E PODE TER UM RETORNO EXTRAORDINÁRIO PARA SEU FUTURO!!

"Siga em frente corajosamente pois, a vitória sorri, apenas para aqueles que não param no meio da estrada."

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Entrevista com o escritor

Ajomar Santos AJOMAR JOSÉ DOS SANTOS nasceu em RecifePernambuco, no dia 26 de outubro de 1966, estudou o ensino fundamental I e II na Escola Eleanor Roosevelt (de 1975 a 1981) e o ensino médio na Escola Santos Dumont (de 1982 a 1985). Ele despertou seu interesse pela literatura quando cursava a 5ª série, época na qual após algumas aulas de português começou a compor os seus primeiros versos. Quando estava no 2º ano científico em 1986, um poema de sua autoria, intitulado de Pena de Morte, foi escolhido para participar da V Coletânea de Trabalhos Escolares, coletânea tal, que publicava os melhores textos literários dos alunos de escolas estaduais de Pernambuco. AJOMAR é Capitão aposentado da Polícia Militar de Pernambuco, já serviu nos seguintes batalhões: 6º BPM (de 1989 a 1994), CFAP (de 1994 a 1995), 13º BPM (de 1995 a 1999), 6º BPM (de 2000 a 2002), 19º BPM (de 2003 a 2006), QCG (Quartel do Comando Geral) (de 2006 a 2008), 6º BPM (de 2008 a 2010) e 1º BPM (2011), 6º BPM (2012 a 2016) e 10º BPM (2017 a 2019). Boa leitura!

“Supondo que o amor é um sentimento sublime que não escolhe o coração que quer habitar, por causa do seu porte de nobreza, é comparado com um castelo. ...Haverá ondas e tempestades que necessitarão da solidificação de sentimentos sinceros que serão comparados a um Castelo de Areia.” 52

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Em destaque “Pôr dos Sonhos” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Divulga Escritor - Escritor Ajomar Santos é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita? Ajomar Santos - O prazer é meu em poder contar com o apoio de um veículo de divulgação de tão nobre importância, que não se limita a divulgar obras literárias em apenas um estado ou uma região, mas no país inteiro, no nosso caso Brasil, podendo ser ampliado a outros países de língua portuguesa a exemplo de Portugal. Que já está se tornando um ícone de divulgação literária de livros e autores independentes ou não. Quanto ao meu gosto pela escrita, tudo começou quando eu estava na 5ª série (hoje denominada de 5º ano), minha professora de português ministrou algumas aulas sobre a composição de um poema. Nessa aula ela mostrou vários estilos, além de falar de verso, rimas, ritmo, métrica, etc. Naquele momento, percebi que era fácil compor um poema e comecei a escrever os meus primeiros versos. Comecei fazendo quartetos (quadrinhas), que são os poemas com quatro versos. Depois comecei a juntar três ou quatro quartetos e colocar um título. Mostrei a alguns amigos e amigas, que no início duvidaram da minha autoria, após vários desafios de compor alguns poemas na presença deles, passaram a me incentivar e divulgar as minhas obras literárias. Divulga Escritor - O que mais o encanta nos textos poéticos? Ajomar Santos - A poesia alimenta o coração e entorpece a alma, o poeta, muitas vezes, exagera no

seu romantismo e compara os seus sentimentos com elementos da natureza. O que me encanta nos textos poéticos é a magia, a busca pela perfeição dos sentimentos líricos entre o poeta e a sua musa inspiradora. Podemos ver essas características nos poemas de Castro Alves, Cecília Meireles e Florbela Espanca.

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Divulga Escritor - Como foi a seleção dos poemas e escolha do Titulo para seus livros de poesia: Corações amotinados – Conforme o tema, os corações amotinam-se porque não querem mais obedecer aos cérebros. Por isso, a seleção dos poemas foi baseado na busca do


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Castelo de Areia – Supondo que o amor é um sentimento sublime que não escolhe o coração que quer habitar, por causa do seu porte de nobreza, é comparado com um castelo. Mas a vida poderá trazer surpresas as quais fará o amor passar por diversas provas. Haverá ondas e tempestades que necessitarão da solidificação de sentimentos sinceros que serão comparados a um Castelo de Areia. Destaque um dos textos poéticos publicados em seu lançamento “Castelo de Areia” Confidências para a lua Fiz confidências para a lua Que vagava no céu tão feliz Revelei a ela o meu segredo: Você é tudo que eu sempre quis... Pedi a ela que ilumine As ruas aonde você passar E que quando ver você triste Que venha logo me contar... Falei para ela da minha saudade Quando você está longe de mim Fiz confidências da nossa paixão Sentimento que não tem mais fim...

poeta pela perfeição do amor ou paixão sentida pela sua musa inspiradora, enfrentando antagonistas como a saudade, a solidão, o ciúme, o adeus. Meu amor por uma rosa – Partindo do princípio em que o poeta se imagina como um beija-flor e a sua musa é comparada com uma rosa. Então os poemas escolhidos tem temas que lembram elementos da natureza como jardim, flores, rosas… 54

Mas, isso não quer dizer que outros temas deixassem de ser inclusos nesse livro. Da água para o vinho – O tema principal é a mudança radical de um sentimento. O amor que seria, supostamente, eterno, de repente termina com uma palavra adeus. O livro destaca o sofrimento do poeta em busca do reencontro com a suamusa inspiradora, ou ao menos, explicações que possam confortá-lo. www.divulgaescritor.com | julho | 2021

Pedi também que brilhasse Intensamente nos olhos teus Exceto quando fechados Durante os beijos meus... Comente sobre o momento de inspiração do texto Ajomar Santos - A ideia surgiu de uma suposição de que a lua que acompanha os enamorados pelas ruas. Estando eles juntos ou separados. E nesse momento havendo uma interligação telepática ou não que possa se confidenciar com o satélite natural da terra confissões dos sentimentos saudosos que massacram todos os corações.


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Divulga Escritor - Em que momento pensou em escrever o seu romance policial “Heróis e Vilões - as aventuras do Sargento Wesley Montecarlo”? Ajomar Santos - Em 1998 publiquei o meu 1º livro, Corações Amotinados, 120 páginas, gênero poesia, muitos amigos e amigas me apoiaram na compra e na divulgação. Alguns amigos, naquela época me sugeriram escrever um romance. Comecei a imaginar sobre o que escreveria e outra sugestão me surgiu… Escrever um romance no qual o protagonista fosse um policial militar. Naquele momento comecei a imaginar uma viatura da polícia militar composta deum sargento e dois soldados, os quais iriam participar de várias ocorrências de roubos, sequestros, homicídios nas ruas do Recife. Livro tal que publiquei em 2004 e sua reimpressão foi feita em 2014. Divulga Escritor - Como foi a construção do enredo e personagens desta obra? Ajomar Santos - A construção do enredo não foi difícil porque a violência, hoje banalizada, faz parte do nosso cotidiano. Todo o dia vemos reportagens sobre o assunto na TV, revistas e jornais. Quanto às personagens, as composições partiram da ideia de pessoas comuns enfrentando a violência do dia a dia. Divulga Escritor - Onde comprar os seus livros? (podes deixar até 3 links para compra) Ajomar Santos - Através do email ou Link na bio do Instagram ajomarsantos@gmail.com @ajomarsantosescritor Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escritor? www.divulgaescritor.com | julho | 2021

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Ajomar Santos - Prestigiar a literatura pernambucana e brasileira contribuindo com obras literárias de gênero romance policial e poesia com publicações de novos livros. Incentivar a leitura a novos leitores através de palestras, oficinas e reuniões literárias seja em feiras de livros, escolas, comunidades, etc. Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Ajomar Santos. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos em sua opinião o que o leitor pode fazer para ajudar a vencermos os desafios encontrados no mercado literário brasileiro? Ajomar Santos - Ler mais livros, principalmente de autores brasileiros, com a mesma intensidade que se tem em assistir aos filmes expostos nos cinemas. Mesmo concordando que os filmes apesar de serem frutos de roteiros de muitos livros, tornam-se mais fácil de conceber os seus enredos através do ver e do ouvir em alguns minutos, ao invés de ler durante dias ou semanas. Apesar de que muitas vezes chegamos a uma imprevisível conclusão: Ou o brasileiro é preguiçoso para degustar uma boa leitura ou então a emoção de assistir a um filme, ainda que seja roteiro de algum livro, é muito mais forte que a emoção de ler uma boa estória. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JOSÉ MARIA RAMADA------------------------------

José Maria Ramada Nasceu em Medelo – Fafe em 1958 onde viveu toda a sua infância. Emigrou para a Suíça em 1981 para trabalhar na restauração, onde as portas se lhe abriram e pode então tirar o curso de chefe de cozinha e posteriormente de formador, cursos que até hoje abraça com toda a dedicação. Regressou a Portugal em 1998. Vive actualmente na Madeira, continua a trabalhar no mesmo ramo, considerando-se um nómada. Colabora assiduamente com a imprensa regional, local e imprensa ligada á diáspora. Publicou 4 livros, “Flauta Partida” (história Infanto-Juvenil) em 2012, “A Viagem – O que os nossos olhos viram e os corações sentiram” (Narrativa) em 2014, “Vagueando em Sonhos”, (Poesia) em 2014 e por último em 2018 editou a Biografia do Agrupamento de Escuteiros de Medelo “45 Anos de História”. Tem a participação em mais de uma dezena de antologias e colectâneas colectivas do mundo lusófono. É o coordenador da colectânea de Autores Latinos no Mundo, “Alma Latina”, 2020 e 2021.

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“Vagueando em Sonhos”, é um livro de poesia em que o autor vagueia entre o sonho e a realidade, descreve acima de tudo vivencias, amores e desamores, era um sonho a edição deste livro, sonho concretizado depois duma longa caminhada, em que o coração falou mais alto e preferiu dar prioridade às duas primeiras obras editadas. 3º Livro do autor sobre a chancela da Editora Vieira da Silva.

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É a 4ª obra do escritor que retrata em biografia a obra do Agrupamento de escuteiros de Medelo – Fafe. Depois de 45 anos a educar, revivendo o passado, com a esperança no futuro, José Maria Ramada transcreve ao longo das mais de 700 páginas, não apenas a história do CNE em Medelo, mas um pouco da história do escutismo no mundo, em Portugal e em Fafe. Uma vida dedicada aos outros e á juventude em especial na educação não formal de jovens.

Vida em Branco Vida em branco. Uma vida cheia de nada Como uma folha branca, tantas vezes pálida Um coração desfeito Descarrego raivas, descontentamentos Dum corpo cheio de tudo e pleno de nada Tempestades, sismos, catástrofes assaltos e violações É a podridão do tudo e nada. Que o ser humano tem no coração Uma vida vazia. Tudo em branco, plena de tudo. E cheia de nada É a revolta de todas as revoltas, guerra sem fim, miséria e fome Alguns com tudo. E quase todos sem nada Vida em branco Uma vida plena de tudo Tão só e cheia de nada

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Saudades de ti Tenho saudades de ti. Saudades dos nossos momentos... Das vezes que cabelos ao vento, no meu rosto senti As carícias do teu pensamento. Saudades dos nossos momentos Bons e dos maus também. Tenho saudades de ti, como de mais ninguém, Tenho saudades das nossas conversas sem pé nem cabeça, Saudades das nossas discussões. Dos momentos em que o nosso peito tocava unindo nossos corações Tenho saudades dos nossos passeios, de mão dada Saudades da tua cara, quando mesmo sem querer eu te irritava. Saudades de ti e cada momento, em que passava ligeiro como o vento Aquele pôr-do-sol, á beira-mar. O desejo louco de te amar Saudades dos teus medos. Dos teus receios quando acariciava teus cabelos Saudades de como te preocupavas comigo, Saudades da tua fraqueza, mas que me dava força para ser forte. Saudades de ti e do vento norte. Naquela praia deserta na areia sentados Das palavras pelas quais nos enamoramos Saudades das tuas mãos nas minhas, a minha boca na tua. Saudades dos meus braços à procura dos teus. Dos teus quando procuravam os meus Tenho saudades de ti ao meu lado. Tenho saudades da tua presença em mim Mas porque sou assim? Tenho saudades de dizer “amo-te, Mas a verdade, é que tenho saudades de te amar Tenho saudades de estar contigo, simplesmente por estar. Ser feliz por apenas te olhar Sabes? Tenho saudades de ser amado e te amar.

Quero falar-te de amor Queria falar-te de amor. Da saudade que me magoa, Do tormento que me afoga, do amargo sabor de não estares aqui Como dói não saber de ti Quando me invade a saudade. Eu queria amor, que soubesses Talvez seja da idade. Como a vida fica dura, Quando acordo e estou só, será isto, loucura? Esta solidão que me envolve, Na garganta, magoa-me um nó. Corrói, seca como pó Não te ter, mas desejar-te, nos meus braços o teu corpo, O teu cabelo e o teu cheiro, sentir. Saber que não morreria, nesta saudade vazia, Sem te acariciar primeiro. Por isso, aqui sozinho, magoado, sofrido Confundindo os meus desejos, entre o sonho e o real, Sentindo até os teus beijos. Quero… Quero falar-te de amor Os dias passam, o tormento aumenta Esquecer-te, não consigo. Apenas o desalento, sentir que te não tenho Pouco a pouco, esta saudade corrói, o meu amor por ti, dói Sentir que não te tenho. Sem ti, estou a morrer. Querer e não te ter… Fica o amargo sabor, calado, sofrer. Por te querer falar de amor

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA SÔNIA REGINA SILVA Sônia Regina Da Silva: Bacharelanda e Licenciada em Letras pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Bacharelanda em Ciências Econômicas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACK). É Revisora Textual em Língua Portuguesa, Mestre e Pesquisadora na área de Literatura Brasileira. Possui obras publicadas como o artigo O MANIFESTO ANTROPOFÁGICO NO ÂMBITO DA IDENTIDADE CULTURAL DO BRASILEIRO pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) e o poema TEMPOS DIFÍCEIS, publicado pela Editora Chiado Books.

Natureza Mãe Oh minha bela e maravilhosa Natureza!! Venha me revigorar em pensamentos e sentimentos! Natureza maravilhosa e bela que tu és Minha Mãe protetora, venha me resguardar das insanidades cotidianas, que tanto nos furtam as energias. Oh sábia Natureza Mãe, entrego-me a ti para preencher-me das suas revigorantes energias! Acredito no seu poder Mãe-Natureza, na condição de filho a suplicar pela tranquilidade, paciência e descanso que tanto nos inspira a ter. Preciso de ti, Mãe sábia de todas as horas! Pois, é de ti que sempre buscarei as energias que me preenchem de prazer, para sanar as insanidades alienadoras do nosso cotidiano. Salve...salve... a nossa Natureza Mãe!

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Inquietações da Alma Minha alma grita Grita minha alma, onde as inquietações são constantes. Constantes são as minhas inquietações, que me desalentam a alma. Oh vida!! Seria você a zombar de minha pobre alma?! Alma cansada de tanto desalento. Vida, vida minha, peço-lhe trégua Cesse as minhas constantes inquietações Vida, minha vida, não zomba desta pobre alma. Minha pobre alma já está cansada de tantas inquietações Oh vida!!...não zomba da minha pobre alma Da minha pobre alma, não zomba não.

Quem somos? Eu e Tu, Tu e Eu Eu ou Tu, Tu ou Eu. Eu e Tu, Tu e Eu Nós...sujeitos plurais Quem somos, enquanto sujeitos plurais? Talvez uma mescla de vários pensamentos e sentimentos Uma mistura de tudo, que nos permite constituir o todo. Eu ou Tu, Tu ou Eu, quando um ou outro, saímos do todo para o particular Mas, quem somos, enquanto sujeitos particularizados? Somos pensamentos e sentimentos divergentes do coletivo. Ora, então, somos Eu e Tu igual a Tu e Eu e Eu ou Tu diferente de Tu ou Eu Logo, pergunto: Quem sou? e Quem és tu? Sejamos, talvez, o todo: Eu e Tu, Tu e Eu Ou o particular (as partes): Eu ou Tu ou Tu ou Eu.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA FABIANE LINHARES-------------

Uma nova palavra Uma nova palavra Visível no peito A olhar tamanha fonte A sentir como partiu Como o tempo É morada Na casa do hoje No colo do amanhã Na rima invisível do dia Na paz que renasceu o Amor a viver uma Alegria da vida Eterna da chegada Uma nova palavra Porque sou amada Porque ainda canto Porque a morte cansou Uma nova palavra Um ar respirado manhãs que O Sol não finge Aqui estou clara Como minha canção Letras como o vento E é tão paixão Tudo a que vim Porque vive Tudo a que ame

Imagem: Mirian Menezes

Além da alma Sem ilusão Sem perder o Meu dia quando É segundo Uma arte Para além da Alma para além Da valsa

Como é dança O olhar que se cansa A descansar na realidade Sem vestes E sem rua Porque está dentro Sem distâncias Porque são corpos

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O real tão de si Tão presente Porque uma Noite não tem fim Tão colo quando Também ama Se é tão beijo Como me encontra

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Entrevista com o escritor

André Plez André Plez é escritor e poeta, e também apaixonado por seu outro modo de vida: ser professor de língua portuguesa. Faz doutorado em educação, possui mestrado em linguística e é especialista em literatura brasileira. Natural da cidade de Mococa/SP, se dedica à leitura e escrita literária desde a infância. Boa leitura!

Como disse Aristóteles, a poesia é mais densa, reveladora e autêntica que os tratados de história. Por isso, a urgência desta obra em versos, que explodiram sem pedir licença, buscando descrever o horror que é viver no Brasil do bolsonarismo, tendo como protagonistas, além do verme, o vírus.”

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Autor escreve livro de poemas inspirado no governo bolsonarista Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor André Plez, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever e publicar um livro de poemas inspirado no governo bolsonarista? André Plez - Um poema pode falar sobre qualquer tema possível, desde o singelo cair de uma folha, até a desolação humana diante do horror, como no holocausto. O livro procura refletir e refratar a travessia tempestuosa na qual vivemos, pois estamos imersos na pior crise sanitária dos últimos tempos. Além disso, no Brasil, além da pandemia, também passamos por um pandemônio, personificado na figura do “verme”, aqui entendido com o inominável presidente da república. Inspirado nesse “duplo caos”, os versos buscam descrever o que é viver em um país como o Brasil durante a pandemia, no qual flagramos o constante descaso do governo federal, levando o país a ter um dos piores índices de infecção e de morte por Covid-19. Cotidianamente, nos defrontamos com um líder truculento que flerta com a ditadura, que propaga notícias falsas, que prega o charlatanismo, o anticientificismo, e zomba das mortes, além de não oferecer o mínimo respaldo para a população (como o auxílio emergencial), o que caracteriza uma necropolítica orquestrada com requintes de perversidade. Apresente-nos “Entre o vírus e o verme se esgueiram poemas” André Plez - A produção poética do livro insere-se na lírica engajada, que busca nos eventos históricos uma forma de mensuração social, promovendo uma crítica aos acontecimentos do Brasil, que desde o Golpe de 2016, vem sofrendo com atitudes arbitrárias por parte dos políticos e do judiciário. Como disse Aristóteles, a poesia é mais densa, reveladora e autêntica que os tratados de história. Por isso,

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a urgência desta obra em versos, que explodiram sem pedir licença, buscando descrever o horror que é viver no Brasil do bolsonarismo, tendo como protagonistas, além do verme, o vírus. Assim, além do cenário necropolítico, a obra descreve de forma lírica a crise sanitária e seus melindres. Uma obra contemporânea que dialoga com os gritos mudos surgidos, principalmente, no ano de 2020. O livro descreve, portanto, aquilo que Affonso Romano de Sant'anna disse sobre a sua poética: “uma poesia que eu não quero literária, mas que transmita sangue e vida. Enfim, política, paixão e poesia”. Quais critérios foram utilizados para escolha do título do livro? André Plez - O título não é nada fortuito em sua representação metafórica. Por um lado, temos o vírus: revelando o contexto histórico da pandemia, a crise sanitária provocada pela Covid-19. Por outro lado, temos o verme: caracterizando a figura do atual presidente do Brasil, que durante a pandemia trabalhou a favor do vírus. Quem duvidar desta última premissa, basta acompanhar as declarações oficiais do presidente, bem como as falas chulas e estapafúrdias que ele solta no dia a dia. Diante desse “binômio” esgueiram-se poemas, ou seja, com cautela os versos surgem em forma de denúncia, representando esteticamente o social, o caos, a dor, o luto e a revolta. Apresente-nos um dos textos publicados na obra. a morte do eu-lírico que se esmaga ante as trevas de infecundas e malditas palavras que deve ouvir e relatar e gravar e poetar para que não fuja da resposta futura o que esse verme destroça em nossa vida lançando rumo à fossa nossa esperança tardia...

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Comente sobre a construção deste texto poético. André Plez - No caso deste poema, valer-me-ei das palavras do poeta Getúlio Cardozo, que disse, ao lê-lo: “Remete o leitor para um tempo que está se esgotando, há versos resvalando no concretismo retirados dos escombros”. O poema denuncia a morte da voz poética, que se fere toda vez que reproduz a fala perversa do “verme”, cuja denúncia arranca do eu-lírico qualquer possibilidade de utopia, de esperança. Contudo, a arte existe para representar não apenas o belo, mas também o horror. Por isso, é necessário o grito em meio às trevas, para arrancar um pouco de luz do cotidiano pisoteado. No livro, há poemas formados por versos livres, concretos, mas também, há redondilhas, cantigas e até um soneto. Confesso que fiquei curiosa, gostaria de conhecer alguns tópicos que compõe o sumário do livro, pode ser? André Plez - O livro é composto por 54 poemas, organizados em 86 páginas. Não há uma divisão por tópicos, os títulos se esgueiram e se embaralham na descrição tanto do vírus, quanto do verme. Por exemplo, na obra, encontramos o poema “máscara”, que reflete o cenário pandêmico, a vida durante a pandemia. Em outro caso, temos o poema “o erro da ditadura foi torturar e não matar”, cujo título já traz uma das falas verborrágicas do presidente, denunciando os abusos durante os “anos de chumbo” no Brasil. Além disso, os temas se desdobram, como no poema “fakenews”, “ministério sem saúde”, “classe mérdia”, “um pato na paulista” ou “lavajato”, explorando facetas da política e da sociedade brasileira desde 2016 até o presente momento. Em suma, questões políticas e sanitárias, eis os tópicos que se embrenham nesse livro de denúncias. Onde podemos comprar o seu livro? André Plez - O livro pode ser adquirido através da loja virtual da Editora Penalux. Segue o link: https://www.editorapenalux.com.br/ loja/entre-o-virus-e-o-verme-se-esgueiram-poemas


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nal e opressora. O segundo, com o título “As três açucenas”, narra através do realismo fantástico a história de Emiliano, um velho fazendeiro que participa de eventos milagrosos, a partir da chegada de três caboclas nascidas misteriosamente de singelas flores. Como projeto poético, estou finalizando um livro com 280 haicais. Como um escritor está sempre escrevendo, tenho o projeto para mais dois romances, mas ainda estou na fase de pesquisa e preparação. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor André Plez. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? André Plez - Atualmente, há que se pensar a poesia como forma de militância, como forma de possibilitar a consciência social. Diante de tantas mentiras institucionalizadas, de tanta truculência e perversidade, devemos resgatar nossa consciência crítica para suportar e combater a opressão que nos cerca. Para encerrar, deixo a última estrofe do poema “aos idólatras, uma rosa!”: a face foi revelada / que horrenda sorri / um riso de deboche diante de centenas de milhares de mortos / o monstro sorri no inferno e não será perdoado / com-tudo / venceremos o ódio travestido de ódio / um dia / brindaremos / nossa face / ilesa Além disso, também faço a venda a partir das minhas páginas nas redes sociais (Facebook e Instagram): https://pt-br.facebook.com/escritorandreplez/ https://www.instagram.com/andreplez/

O sentido nos degraus (2014), Editora Ixtlan – poemas; Exagerados encantos de Elena (2016), Editora Ixtlan – romance; Entre o vírus e o verme se esgueiram poemas (2021), Editora Penalux – poemas.

Você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos. André Plez – A Coisa em Si (2008), Casa do Novo Autor – poemas; Tratando Sombras com Ternura (2012), Scortecci – romance; Os Insones (2013), Editora Ixtlan – romance;

Quais os seus próximos projetos literários? André Plez - Tenho dois romances no prelo. O primeiro, intitulado “Ecos do ego”, trata-se de um romance psicológico, que mergulha no inconsciente de um personagem angustiado, que busca nas trevas da cidade do interior uma forma de transcender sua realidade ba-

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Contatos: andreplez@gmail.com. Site: https://andreplez.wixsite.com/andreplez

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LUCIANA MOURA-----------------------------------

O Baobá que Veio de Lá “O baobá que veio de lá” da editora Prazer de Ler apresenta a força da ancestralidade de uma avó que conta muitas narrativas para sua neta, Lulu. De mudança para uma nova cidade, Lulu encontra um lindo baobá e muitas aventuras de encantar. A obra tem o poder de despertar o imaginário, o sonho e a fantasia. Sendo escrita por Luciana Moura, natural de Recife, Pernambuco, formada em pedagogia e pós-graduada em literatura infantil e juvenil, contando com as ilustrações de Hugo Resende. A árvore nativa do continente africano se estabeleceu no Brasil, em especial Pernambuco, que atualmente é considerada a capital brasileira do baobá, compõe a paisagem com seu tronco monumental envolvendo mitos e lendas. O enredo elencou a mesma como símbolo da importância da preservação ambiental e construção da identidade cultural, em especial para a infância, fazendo uso da relevância histórica e simbólica que possui. Tal feito é validado pela lei 10.639/03 que dispõe sobre a construção da identidade e valorização do ensino da cultura afro-brasileira e africana na escola promovendo à formação de cidadãos críticos-reflexivos e protagonistas de seus próprios contextos. Por fim, a personagem Lulu muda o curso da história articulando todos ao seu redor, em simultâneo a sua comunidade para cuidar da natureza e do conhecimento ancestral.

Autora: Luciana Moura @biblioencantos

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LÓLA PRATA------------------------------------------

E EU SEI FAZER VERSOS? Se antigamente a poesia se via confinada em um território privilegiado de acesso restrito a iniciados, no interior de complexas relações de poder, hoje a poesia pode ser em potência tudo. Cada época tem seus ideais, e, desconfio, o homem deste século XXI almeja ter tudo. Por que renunciar então a um saber que, a despeito da superada normatividade das tradições do passado, pode enriquecer a formação do poeta, fornecendo-lhe francas possibilidades de conhecer melhor o fenômeno poético? Marco Aqueiva 1966-2020 ARRIMO, impresso após muitas edições apostiladas desde 1994, tem palavras selecionadas por rimas. Embora seja elemento secundário e até mesmo, dispensável, a rima empresta harmonia e enlevo a quem compõe, lê, declama ou escuta poesia. Essencial a trovadores e sonetistas. A partir das terminações tônicas iniciadas por vogais, começam os vocábulos: sejam adjetivos, substantivos simples ou compostos, locuções adverbiais, expressões idiomáticas e verbos flexionados, que se combinam. As rimas imperfeitas vêm em seguida às outras. Dicionário de Rimas ARRIMO – 204 páginas – R$ 55,00, frete simples incluso. Livro didático com suplemento atualizado E EU SEI FAZER VERSOS?, mais de 80 estruturas para compor poemas. R$ 35,00, frete simples incluso. Caso desejem postagem com registro módico, acrescentar R$ 5,00. lola@pratagarcia.com

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Entrevista com a escritora

Beatriz Rodrigues Beatriz Rodrigues nasceu no dia 29 de junho de 2000, é de Belém/Pa, Brasil, atualmente é estudante da UFPA e é escritora em tempo integral, além de estar imersa no mundo das artes em diversas facetas. É poeta, romancista, contista e artesã. Escreveu seu primeiro livro aos treze anos, e desde então vem criando histórias e mundos próprios conforme lhe permite a imaginação. Até então publicou três livros: Beija-sóis, A minha e a sua felicidade e Não chame o resgate! — apesar de ter outros escritos guardados — e está sempre trabalhando em novos projetos. Leitora assídua, é amante de Percy Jackson e literatura fantástica, mesmo nunca tendo arriscado escrever fantasia (ainda). Boa leitura!

“Descrevi um cenário de guerra silenciosa e conflitos psicológicos onde meus personagens precisam encontrar um refúgio para se salvar em meio ao caos em que o mundo está se apresentando, e cada um deles tem decisões importantes para tomar sobre si mesmos e os demais a cada passo que dão.”

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gos e minha mãe; desde então eu sabia que a caminhada não seria fácil, o processo de editoração e preparação de um livro é trabalhoso e demorado, porém eu esperava contar com a minha paciência e dedicação, tendo em vista que esse reconhecimento eu havia merecido pelo meu trabalho, definitivamente muito grata por ter recebido a oportunidade de mostrá-lo ao público.

Em destaque “Sussuros da Floresta – A Última Sacerdotisa” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Beatriz Rodrigues, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever? Beatriz Rodrigues - Primeiramente, agradeço pela oportunidade de falar aqui. Eu escrevia pequenas histórias e poesias desde criança por brincadeira, gostava de colecionar agendas pequenas para escrever, mas era apenas um entretenimento, eu comecei a me dedicar à escrita aos treze anos, quando eu senti que eu podia criar universos semelhantes àqueles que eu lia nos livros que mais gostava, tentei fazer HQ’s, mas eu sempre colocava mais palavras que desenhos, até o momento em que me vi, por um acaso, digitando no computador vários capítulos de uma história que no dia nem imaginava que seria meu primeiro livro. Em que momento decidiu submeter o seu livro “Não chame o res-

gate” ao edital da Lei Aldir Blanc? Beatriz Rodrigues - Na verdade eu fiquei sabendo do edital em cima da hora, uma pessoa me avisou no último dia da inscrição e eu precisei correr com a inscrição. Confesso que estava bastante insegura porque ao longo de toda minha carreira escrevendo eu já havia tentado editais e concursos semelhantes, mas dificilmente concluía a inscrição por falta de fé. Mas neste em questão eu decidi que não tinha nada a perder se tentasse, já que tinha um livro escrito apenas esperando uma oportunidade para sair da gaveta. Comente sobre o momento em que soube que seu livro foi selecionado para publicação pelo edital? Beatriz Rodrigues - Com certeza um misto de felicidade com uma leve incredulidade, precisei ler meu nome no edital mais de duas vezes, até me certificar que era real e correr para contar aos meus ami-

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Apresente-nos a obra? Beatriz Rodrigues - “Não chame o Resgate!” é um suspense dramático de 166 páginas que conta a história do Pietro, alternando os pontos de vista ao longo do livro pelos outros personagens Bernardo e Laura. Descrevi um cenário de guerra silenciosa e conflitos psicológicos onde meus personagens precisam encontrar um refúgio para se salvar em meio ao caos em que o mundo está se apresentando, e cada um deles tem decisões importantes para tomar sobre si mesmos e os demais a cada passo que dão. Boa parte da história se apresenta por meio de feedbacks dos personagens e reflexões dos mesmos sobre a situação em que se encontram, fazendo-os se questionar se a guerra é de fato um acontecimento físico real ou um confronto de ideias nas suas próprias mentes relutantes em abandonar eventos traumáticos que se relembram constantemente. O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia o livro? Beatriz Rodrigues - Com certeza a forma não-linear que eu construí a narrativa e as mudanças de pontos de vista, assim como o uso tanto da primeira quanto da terceira pessoa ao longo dos capítulos. Não foi uma história planejada, eu comecei a escrever tarde da noite, abri o arquivo do word e só deixei as palavras fluírem sem sa-


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ber ao certo o que estava fazendo, até perceber o rumo que estava levando. Muito habituada a escrever romance e drama, Não chame o resgate foi o desafio que me proporcionou várias autodescobertas como escritora. E gostei bastante do modo como construí personagens com características tão distintas e ao mesmo tempo tão complementares, de uma forma que não existe um protagonista apenas, todos os três representam um só personagem principal. A experimentação de vários estilos que ainda não havia arriscado colocar em um livro foi o que me fez sentir mais orgulho do resultado da obra. Apresente-nos o cenário, espaço geográfico, escolhido para desenvolvimento da trama. Beatriz Rodrigues - “Não chame o resgate” não se passa em nenhuma cidade específica, não é uma informação relevante no livro, o cenário é uma estrada de asfalto comprida com vegetação baixa de um lado e uma densa floresta do outro. A maioria das cenas de flashback dos personagens ocorre em abrigos militares e lugares que frequentavam no seu passado, principalmente suas casas com suas famílias. Onde podemos comprar o seu livro Beatriz Rodrigues - No momento o meu site Beija-sóis ainda não disponibiliza a opção de compra, ainda está em construção. As vendas acontecem diretamente comigo, onde entrego o livro autografado em mãos na minha cidade ou envio pelo correio para todo o Brasil, basta entrar em contato comigo pela página do Facebook ou Instagram.

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Além de “Não chame o resgate” você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos e segmentos. Beatriz Rodrigues - Meu primeiro livro escrevi aos treze: A minha e a sua felicidade, é um romance bem leve que conta história do menino Cleber que decide fugir de casa e se perde em uma floresta onde passa por desventuras com uma companheira misteriosa que encontra na mata, foi publicado em 2015. Meu segundo é Beija-sóis, que publiquei em 2020, onde finalmente tive coragem de reunir minhas poesias em uma coletânea e tornar público o que para mim sempre foi mais discreto, e por esse tenho uma grande paixão por ter utilizado cores que gosto muito na capa (azul e amarelo) e a filosofia explicada no livro, tanto que Beija-sóis se tornou a marca do meu portfólio e o nome do meu site e redes sociais. Quais os seus próximos projetos literários? Beatriz Rodrigues - Atualmente estou escrevendo um romance, fugindo do meu padrão de cenários fictícios, ambientado na cidade onde moro, com temática LGBT, também estou escrevendo um romance policial onde abordo os conflitos de uma detetive com TDAH (déficit de atenção), que confesso que sempre quis dar vida à um personagem com características bem similares às minhas, e tenho projetos de escrever algum conteúdo de fantasia, que geralmente é o gênero que mais gosto de ler, mas ainda não escrevi muito sobre, além de contos. Sempre tenho vários arquivos em aberto no computador e vou escrevendo periodicamente conforme manda meu coração e minha inspiração.

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Beatriz Rodrigues. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Beatriz Rodrigues - Há uma coisa que eu gostaria muito que alguém tivesse me dito e insistido na ideia quando eu era criança, que tivesse me olhado nos olhos e dito: Beatriz, pegue um livro e leia. Porque eu descobri o prazer da leitura já no final da infância, e, apesar de ter amado passar anos e anos brincando eu gostaria de ter me dedicado à leitura desde mais cedo. Então eu preciso dizer que, sempre que possível, faça um esforço para ler, não importa o gênero, seja ou não ficção, ou até manuais de instrução e termos de garantia, mas a leitura é a maior esperança que eu tenho para o mundo. E, é claro, apreciem seus autores nacionais, e não falo só por mim, mas por tantos colegas e centenas de escritores brasileiros que tem uma mente tão brilhante e infelizmente não conseguem ver seus livros decolarem porque no nosso país não temos esse costume assíduo de ler. E se a leitura escolhida for o meu livro eu agradeço em dobro, estou sempre disponível nas redes sociais para compartilhar experiências e ouvir outros leitores e escritores.

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Entrevista com o escritor

Carlos Arinto Carlos Arinto, é natural da beira-serra, no interior de Portugal. Sempre escreveu e sempre foi mentiroso, porque a escrita é a arte de dizer mentiras com a verdade e a seriedade do que foi, do que poderia ter sido, do que inventamos e do que gostaríamos que tivesse sido. Poemas de juventude, crônicas e opiniões nos jornais e participação em alguns projectos coletivos. Como não é possível viver da escrita, fui percorrendo os caminhos da marginalidade sem dar nas vistas. Não foi à televisão, não vou às feiras dos livros, não dou autógrafos, não ando em encontros de escritores e não frequento outros agentes patogénicos. Não sou náufrago nem eremita. Faço o que gosto e o que quero e vivo bem com a escrita que alguns gostam, outros detestam e a maioria ignora. É a vida! Espero ser famoso daqui a duzentos anos, preparem-se para o meu aniversário. Actualmente sou gestor de uma associação cultural e de uma associação de prestação de cuidados sociais a idosos. A minha verdade: misturar os jovens com os velhos, criar o belo, construir um futuro com mais capacidades de deslumbramento. Boa leitura!

Portugal está cheio de prémios literários, das autarquias, ao governo, aos casinos, aos comemorativos, aos livreiros. Ganham os juris, ganham as editoras, ganham as notícias (quando as há) só não ganha o autor que continua a ser dispensável. Fico feliz por não estar contaminado com “prémios”. www.divulgaescritor.com | julho | 2021

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Em entrevista, autor português gera polêmica e divide opiniões Cada conto é autónomo e o tema diversificado. Se um leitor não gosta de um assunto, passa à frente e vai ler o conto seguinte. Ler sem cansar. Fazer pensar em situações pouco comuns, emocionar-se com situações e acontecimentos universais e eternos. A titulo de exemplo Xillella são 50 contos, a que acrescentei mais dez. Sessenta, portanto. Contos rápidos, outros não tanto.Do crime à ficção cientifica. As máscaras do amor são uma dissecação das relações entre pessoas, onde o epicentro é o amor entre sexos diferentes, constituído por pequenos fragmentos, que no fundo fazem um todo. Um mosaico, se quisermos, um puzzle, se desejarmos, um exorcismo do amor: do encontro à dispersão, ao reencontro, ao desejo à relação. Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Carlos Arinto, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? Carlos Arinto - Todos nascemos com uma tendência, um gosto especial para uma arte. (o desenho, a pintura, a escultura, o contar de uma história, a fotografia, a caricatura, etc) De entre as diversas artes aquela que sempre me apaixonou foi a escrita. Desde muito novo escrevi contos, poemas e pequenos apontamentos de que nem nem sei catalogar a espécie ou onde enquadrar…eram apenas palavras rupestres. Depois fiz jornalismo e crónicas e artigos de opinião. E o tempo foi correndo… O que mais o atrai nos contos? Carlos Arinto - O espaço curto

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em que o leitor (e o escritor) se espraiem. A forma como nasce, evolui e se mostra, para depois (de um sempre desejado pico de elevação (êxtase) e suspense ou curiosidade) terminar, cortando o mal pela raiz, caindo abruptamente ou deixando em suspensa a conclusão e o defecho colocando um ponto final no assunto (subjectivo e discutivel). Também por preguiça, por comodismo. Um romance é uma coisa que “nunca mais acaba” por vezes com repetições e mais repetições, com voltas rebuscadas para agarrar o leitor…uma chatice. Apresente-nos os livros de contos publicados Carlos Arinto - “As máscaras do amor”, “Nevoeiro Cerrado”, “Contos, que eu te conto”, “Muxarabiés e Treliças”, “Xillella”. Estes livros são constituídos por contos, por isso é impossível dar um resumo de cada.

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Onde podemos comprar os seus livros? Carlos Arinto - Pois é o mercado livreiro é um bonito sarilho. Na Amazon, na Bubock e na Book Mundo. Três editoras independentes, internacionais e que não escondem os livros nos armazéns. Além dos livros de Contos você tem outros livros solo. Apresente-nos, os títulos e segmentos dos livros publicados. Ruptura na Abastecimento: um romance sobre a solidão e o interior de Portugal. “Águias e Tarantalhões”: um romance sobre a guerra colonial portuguesa. As dolinas do meu parafuso: um conto, quase romance sobre ecologia e o verde. Gárgulas e Gargantilhas: poesia Quarentena: poesia Relato de conhecimento: Apresentação e abordagens das sociedades secretas. Estranhos Encontros: erotismo


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Estão “na moda” as antologias. Participou em alguma? Carlos Arinto - Sim, em 50. Mas hoje não me interessa. È uma forma de os editores ganharem dinheiro, nada mais. Aproveito para deixar aqui a minha homenagem ao Isidro de Sousa, recentemente falecido, o pioneirismo das antologias com qualidade e honestidade em Portugal. E cursos de “escrita criativa”? Em quantos participou? Carlos Arinto - Em nenhum. Portugal está cheio de gurus da escrita. Não creio que seja o caminho para aprender a fazer literatura, seja ela conto, novela, romance ou poesia. Infelizmente, Portugal está também cheio de vazios que fabricam legiões de adeptos e seguidores. Não me diga que não tem fãns? Carlos Arinto - Não! Deus tem sido bom comigo, nem fans, nem adeptos e muito menos seguidores, não estou interessado em fundar uma nova corrente espiritual que leia os meus livros. Com um grupo de amigos autores fundámos um grupo denominado “Pentautores”, porque somos cinco. Temos abordado os grandes temas do mundo como a morte, o além, a herença, etc utilizando o argumentário e processo critivo da Biblia: um facto>cinco olhares. E prêmios? Tem tido êxito nesta competição? Carlos Arinto - Nunca fui premiado. Não acho que isso seja mérito, serve, “apenas” para colocar um círculo colorido na capa e vender livros. (para além do valor pecuniário do prémio) Pessoas que escrevem um livro e ganham um prémio, pessoas que escrevem barbaridades e ninguém lê, mas ganham prémios. Pessoas que a história não recordará, mesmo quando se vai ao fundo da panela buscar os mais obscuro escrevinhadores que colecionaram prémios. Portugal está cheio

de prémios literários, das autarquias, ao governo, aos casinos, aos comemorativos, aos livreiros. Ganham os juris, ganham as editoras, ganham as noticias (quando as há) só não ganha o autor que continua a ser dispensável. Fico feliz por não estar contaminado com “prémios”. Afinal a escrita o que é? Carlos Arinto - A arte através da palavra. E um escritor, como o define? Carlos Arinto - Não é certamente alguém que um dia escreveu um livro. Um escritor é aquele que escreve, com disciplina, com objectivos, com ideias e com persistencia e perseverança. Alguém que analisa o mundo e traça o retrato psicológico da época e lugar em que vive, passeando pelos temas uniersais e globais. Não há nada de novo para escrever. Repetece o que já dito um milhão de vezes, só que de forma diferente e actualizada: crime, amor, jogos, aventuras, violência doméstica, poder, orgulho, traições, conquistas, guerras, concubinato, incesto, solidão, obediência, revolta, prisão, liberdade, revoluções, …. morte. E a literatura, hoje? Carlos Arinto - Estamos a construir o “novo normal”. Muita gente escreve (eu diria que “toda a gente” escreve) Existem autores muito bons. Excelentes e de superior qualidade criativa. Outros ainda estarão a dar os primeiros passos dessa nova realidade, mas o que sabemos é que os enfatuados académicos que nada acrescentam, embora escrevam muito bem, de acordo com todas as regras gráficas e preceitos das gramáticas e dos acordos ortográficos…esses… só alimentam os críticos que os endeusam, mas são nados mortos, peças decorativas, escritores da moda, pulgas que se julgam elefantes. O tempo fará a selecção natural.

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Quais os seus próximos projetos literários? Carlos Arinto - Não tenho. Não sou arquiteto e o projeto de escrita é um parto doloroso. Gostaria de escrever aquilo que os leitores gostassem de ler, mas…como saber o que um leitor quer? Então escreverei o que me fizer pensar que estou a psicoterapiar a minha condição de autor. Os grandes temas do universo, e a razão porque afinal – parece – que estamos aqui. Como todo o acto criativo, começa-se a escrever e depois o que antes não existia, surge e afirma-se! O interessante da vida é que nunca sabemos o amanhã. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Carlos Arinto. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Carlos Arinto - Leiam os livros, e opinem. Discordem, apoiem ou revoltem-se. Nunca fiquem indiferentes. Seria interessante haver acordos de colaboração entre autores portugueses e brasileiros, que escrevendo na mesma língua, o fazem de forma tão diferente.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA IRLEN LEAL BENCHIMOL-------------------------

Irlen Leal Benchimol é a

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Mais Nova Comendadora de Literatura Em 14 de maio nossa autora predileta, Irlen Leal Benchimol, tornou-se oficialmente comendadora, uma honra atribuída a todos aqueles que contribuem, de forma significativa, para a evolução cultural do nosso país. Aos poucos os Piratinhas do Bem vão se firmando como patrimônio brasileiro. Os comendadores revelam seus diplomas. Da esquerda para direita: Caroline da Silva Braz, Omar Maia dos Santos (presidente da Apadam), Irlen Leal Benchimol (a representante da literatura infanto-juvenil) e seu filho, Ilan Haim Benchimol dos Reis Conte. O título recebido oficialmente foi: CRUZ DO MÉRITO ACADÊMICO E PROFISSIONAL Dama Comendadora Doutora Irlen Leal Benchimol Área de Literatura Escritora, Compositora e poetisa outorgada pela Câmara Brasileira de Cultura. A câmara, segundo seu site oficial, apoia de forma irrestrita todas as manifestações de arte, desde a dança, passando pelas Artes Plásticas, até as Artes Cênicas. Estimula a Pesquisa

nas áreas científica e humanas e estabelece intercâmbio cultural com outros países. Investe na Criança visando a formação do cidadão e cidadã, além de desenvolver pesquisas em genealogia e heráldica. Também identifica e homenageia personalidades que se destacam no meio acadêmico, por sua “ORDEM DO RECONHECIMENTO SOCIAL E CULTURAL” que é responsável pela edição da “Cruz de Reconhecimento Social e Cultural” reconhecida em toda américa Latina. Do Jornal do Commercio de Manaus, edição online de 15 de maio. "A Câmara Brasileira de Cultura e a Academia de Ciências e Artes fizeram a entrega de Comendas e Certificações a personalidades e instituições, cujo trabalho é de grande relevância para o desenvolvimento cultural, artístico, educacional e social da Região Amazônica. A Câmara Brasileira de Cultura é uma ONG Nacional, reconhecida nas Américas do Sul e Central , Caribe, Europa . Representa o universo Acadêmico, por intermédio dos seus Conselhos e Acadêmicos da Academia de Ciências e Artes. Dentre outras ações a organiza-

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ção investe na Criança visando à formação do cidadão e cidadã. Homenageia empresas que se destacam em seus segmentos, premiando-as com Troféus e respectivos Diplomas de Reconhecimento nas áreas; Comercial e Responsabilidade Social e Ambiental. No âmbito Acadêmico, reconhece profissionais de todas as áreas pertinentes ao universo das Ciências Exatas e Humanas. A entrega das honrarias aos novos Comendadores foi realizada nos salões Brasil-Portugal do aristocrático Luso Sporting Clube, no dia 8 de maio. O espaço foi devidamente oxi-zanitizado pela empresa Cohen Serviços que tem exclusividade no uso de equipamentos de ozônio contra o novo coronavírus para ambientes fechados, assegurado pela Anvisa. O professor José Baptista Santos é o Conselheiro Representante da CBC na Região Norte do país e, juntamente com o Comendador Flávio Grillo, presidente do Luso Clube, fizeram a entrega das comendas aos 28 homenageados". PARABÉNS À COMENDADORA IRLEN LEAL BENCHIMOL. E AVANTE, PIRATINHAS DO BEM!


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE----------------

TREINANDO O DESAPEGO

Christiane Couve de Murville é doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo. Publicou a trilogia “A Caverna Cristalina“ e o “A vida como ela é”, no Brasil e na França, a série “Até Quando?” e “O Pequeno Príncipe visita São Paulo”. Ela faz as ilustrações de seus livros. www.cmurville.com.br

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Impressionante como juntamos coisas ao longo da vida. Outro dia, abri meus armários. Todos abarrotados! Compreendi que era hora de fazer uma boa triagem e doar o que não usava mais ou tinha em excesso. Comecei o meu exercício de desapego. Separei tudo que poderia agradar ou ser útil para outra pessoa. E quantas blusas, cintos, sapatos, casacos, bolsas, bijus, toalhas, xícaras, pratos, panelas, vasos, quadros, almofadas, livros! Para quê? Eu não precisava de tudo aquilo. Além do mais, se havia tanta coisa sobrando aqui é porque devia estar faltando em outro lugar. O excesso de um lado indica escassez do outro. Muita gente ficaria feliz com um casaco quentinho, um livro interessante ou um tênis usado ainda em bom estado. Depois da triagem e das doações feitas, me senti mais leve e satisfeita. Mas compreendi que o verdadeiro exercício de desapego não é esse que tinha acabado de realizar. O verdadeiro exercício de desapego é abrir o armário, pegar aquilo que mais gostamos, amamos de paixão, e oferecê-lo a alguém que eventualmente ficará feliz com o presente. E não podemos querer, ou mesmo esperar, que os outros valorizem tanto quando a gente as coisas que lhes oferecemos.

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Também é necessário se desapegar do resultado de nossas ações. Doar sem esperar nada em troca. E você, já fez o seu exercício de desapego? Experimente! Melhor treinar o desapego quando ainda lúcidos. Pois a vida se torna muito sofrida e pesada quando não queremos abrir mão, de jeito nenhum, de nada do que juntamos. Garanto que se sentirá mais leve e, quando a morte chegar, será mais fácil deixar tudo para trás. Afinal, chegamos neste mundo sem nada e não levamos absolutamente nada dos bens materiais que acumulamos aqui. Inexoravelmente, um dia teremos que deixar para trás tudo que juntamos. O “Até Quando? O vai e vem” (Chiado Books) também está disponível em francês - “Jusqu´à Quand? Le va-et-vient” – em formato livro no www.thebookedition. com e em e-book na Amazon BR, Kobo, Google Play, Nook, Livraria Cultura. Esta é a história do João que vem para o mundo e faz um monte de bobagens, vive reclamando e culpando os outros pelas suas infelicidades. Ele logo morre e se percebe em seu salão de memórias, local à margem do mundo terreno, onde encontra registros de tudo que fez ou não em vida, dos erros e acertos cometidos, das pessoas que magoou, mas também de seu potencial. Insatisfeito com sua atuação recente, João decide voltar à Terra para esclarecer equívocos e provar para si mesmo que tem qualidades. O maior desafio era perdoar a si mesmo! (...) nada acontece por acaso (...) tudo que se faz ou pensa tem consequências. (...) receberia de volta tudo que semeasse (...) não estamos todos interconectados, intimamente

ligados uns aos outros, e também à natureza? (...) o que se percebe no outro é o que se tem dentro de si (...) a intenção é a chave que abre ou fecha portas. (...) afinal os inimigos costumam ser sempre aqueles que estão do lado de lá do muro ou da fronteira. (...) Tinha aprendido que não poderia ficar esperando seus sonhos acontecerem sozinhos.

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Em “Até Quando? O vai e vem” acompanhamos as idas e vindas do João e de sua família entre a Terra e seus salões de memórias. É sempre a mesma turma se reencontrando. Mas João, por conta de ter tomado as águas do esquecimento para aquietar memórias incômodas, ainda não reconhece ninguém.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ALEXANDRE SANTOS------------------------------

Arte Agora aponta caminhos nestes novos tempos

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m agosto de 2020, imaginando que, por conta da pandemia de coronavírus, não realizaria a edição anual da Festa Literária Internacional do Ipojuca (a FLIPO, que, a essa altura, já passara a ser uma festa cultural e deixara de ser uma 'festa de Ipojuca'), a Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural decidiu criar um canal no YouTube. Pelo projeto original, o canal teria o objetivo de divulgar obras, ideias, pensamentos, empreendimentos e propostas artísticas e culturais, através de reportagens, anúncios, bate-papos, entrevistas, clipes, comentários e pronunciamentos de personalidades dos mundos da arte e da cultura. Depois de curto período de indefinição, acatando sugestão do poeta Rogério Generoso, a Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural optou por dar ao canal o nome de 'Arte Agora' e, ao tempo que o designer Aluísio Ricardo criava uma logomarca fadada ao sucesso, após cumprir as formalidades requeridas pela plataforma YouTube, incluindo a abertura de endereço digital, ainda sem projeto acabado e programação definida, [a Câmara] o criou em 14 de agosto de 2020. Definidos endereços, ponto de partida e marca oficial, era hora de inaugurar o canal. 78

Inicialmente constituído por um único programa, cujo nome reproduzia o seu próprio nome, depois de lançar um clipe genérico à título de experiência, o Canal Arte Agora marcou a inauguração das suas atividades no YouTube para o dia 08 de setembro de 2020. Os parceiros tiveram, então, menos de um mês para resolver problemas e embaraços, desde a escolha e familiarização da plataforma de funcionamento até a definição do modelo do programa ArtAgora - primeira atração do canal e do seu primeiro entrevistado. Neste interim, embora perdurassem dúvidas técnicas e operacionais, a concepção do programa ArteAgora foi detalhada de modo a atender ao objetivo geral de divulgar obras, ideias, pensamentos, empreendimentos e propostas artísticas e culturais, através de entrevistas com personalidades do mundo da arte e da cultura. Assim, conforme planejado, mesmo com alguns problemas (que seriam superados ao longo do tempo), o canal Arte Agora foi inaugurado em 08 de setembro de 2020, com a apresentação da edição número 1 do programa ArteAgora, levado ao ar em encontro transmitido ao vivo pelo YouTube, quando o escritor Alexandre Santos, coordenador nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural e idealizador do canal, entrevistou José Renato Siqueira, www.divulgaescritor.com | julho | 2021

presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), abordando os desafios da entidade nestes tempos marcados pela pandemia. Nos meses seguintes, num processo acelerado de aperfeiçoamento, o canal Arte Agora aprimorou seus recursos técnicos com a incorporação e utilização dos programas sofisticados, estágio que abriu caminho para a criação da Central Iguana de Produções Artísticas, núcleo encarregado da produção de vinhetas e clipes e da adaptação dos vídeos exibidos pelo canal. Embora ainda trilhando os passos iniciais, a história do Canal Arte Agora constitui significativo caso de projeto bem sucedido e aponta caminhos que revolucionam a forma de apresentação de grande parte dos produtos oferecidos pelas organizações associadas à Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Depois de inaugurado, considerando 'Arte' como todas as formas usadas pelo homem para descrever ou modificar o Universo, o Canal Arte Agora fez profissão de fé em quatro princípios - liberdade de expressão; prevalência do convidado como elemento central dos programas; importância da arte, da cultura, da ciência e da tecnologia como instrumentos estratégicos do desenvolvimento; e crença na resistência cultural como elemento de superação do obscurantismo e construção de um


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mundo melhor para todos - estruturando, aos poucos, uma linha de trabalho claramente definida. Esta linha de trabalho - em parte, importada da dinâmica praticada pela Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural - percolou e impregnou toda a programação do Canal Arte Agora e, somada ao desejo de atender aos interesses e necessidades explícitas ou implícitas do público, terminou por constituir filosofia de trabalho compatível com as crenças do grupo que o mantém, com o conforto dos entrevistados convidados e com o interesse do seu público-alvo. Dando corpo e substância a uma idéia vitoriosa e seguindo fielmente a sua filosofia de trabalho, em pouco tempo, o Canal Arte Agora se consolidou como ambiente de informação e fruição para os amantes da arte e da cultura. Não foi à toa que, em janeiro de 2.021 - apenas a quatro desde a estreia no YouTube -, o Canal Arte Agora atingiu a marca das 1.000 inscrições e, em maio de 2.021, dobrou o número de inscrições. Estes números, talvez, não tivessem significado especial se a ambiência de atuação do Canal fosse outra. Nesta perspectiva, considerando as carcacteristicas do seu público, especialistas apontam o expressivo patamar de reconhecimento alcançado pelo Canal Arte Agora, inscrevendo-o num seleto circulo de bam-bam-bans da comunicação digital. A condição de 'excelente ambiente de informação e fruição' do Canal foi impulsionada já nos primeiros momentos do programa ArteAgora pela criação de curadorias setoriais - entregues aos escritores Antônio Cabral Filho, Bernadete Bruto e Taciana Valença, que o movimentaram com sessões de literatura engajada e de variedades artísticas -, cujo propósito era ampliar e diversificar o espectro de atuação do Canal. Em pouco tempo, à medida que [o Canal] superava inseguranças próprias da incipiência, inclusive aquelas [inseguranças] decorrentes do desconhecimento técnico e atingia grande

número de linguagens artísticas - literatura, coreografia, teatro, artes visuais, fotografia, etiqueta, cinema, perfumaria, moda, música, artesania, etc - precocemente, o programa ArteAgora atingiu a maturidade, estimulando a Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural a ampliar a grade da programação do Canal pela oferta de novos programas. Assim, com o objetivo de contribuir para o processo de formação de opinião e de abrir espaço para manisfestações que escapam do espectro naturalmente associado ao universo artístico, o Canal Arte Agora criou os programas 'A semana em revista' - resenha marcada pela perspicácia, pelo deboche e pela irreverência, com a apresentação e comentário sobre as principais notícias do período por Alexandre Santos e Fernando Moura - e 'AJFS convida' - talk show conduzido por Alexandre Santos com entrevistas a personalidades de destaque em áreas de interesse da sociedade. Na sequência, ampliando ainda mais o alcance da programação, o canal Arte Agora criou os programas ARTEclipe - exibição de clipes artísticos -, Destaque Literário - programa de entrevistas conduzido por Raldianny Pereira com a participação de personalidades homenageadas pelo projeto homômimo -, ARTEfilmes - publicação de documentários e filmes de interesse -, Palco Iluminado - programa conduzido pela poeta Bernadete Bruto dando destaque a livros e autores -, Comendo bem de Sol a Sol - programa de culinária conduzido por Patrícia Xavier com apresentação de pratos e cardápios -, Espaço Encantado do Faz de Conta - programa infantil apresentado pela arte educadora Vera Nobrega dedicado ao público infantil -, Espaço Cordel - programa conduzido por Madalena Castro dedicado a literatura de cordel - e Linhas & Entrelinhas - programa de crítica literária apresentado por Flávia Suassuna. Vale destacar que a incorporação de novos programas torna o canal Arte Agora mais atrativo, pois, como passa

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a atender reclamos ainda insatifeitos, atinge novos públicos, ampliando a sua capacidade de satisfazer a necessidade de informação e de distração da sociedade. Assim, como consequência direta da expansão, o canal Arte Agora reforça sua importância no circuito no qual atua, inclusive como elemento formador de opinião pública. Aliás, por mais por 'mais completa' que possa parecer, a grade do Canal Arte Agora nunca estará marcada com o carimbo de 'Definitivo', pois, reafirmando o compromisso com a 'melhoria' e a crença em que, por melhor que seja, uma situação sempre poderá ser melhorada (ou piorada), o Canal está permanentemente em busca de novidades e disposto a avaliar a pertinência das ideias que lhe são apresentadas. Assim, recusando apenas propostas que atentem contra os padrões éticos seguidos pela Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural (a entidade não realiza projetos relacionados com preconceitos de natureza racial, social, sexual, que estimulem o crime e a violência desnecessária, que atentem contra os direitos da Pessoa Humana, que atentem contra a liberdade objetiva e que possam contribuir para a injustiça e iniquidade), o Canal Arte Agora está sempre disposto a promover ajustes capazes de melhorar a grade de sua programação. Desta forma, a incorporação de novos programas nunca deve provocar surpresas, pois a possibilidade decorre de um sistema de trabalho comprometido com a 'Melhoria' e com o atendimento das necessidades e conveniências do público que se dispõe a atender. Por tudo isto, o Canal Arte Agora vem consolidado uma sólida posição entre os veiculos que garantem espaço para a divulgação da arte e da cultura, especialmente nestes tempos incertos, marcados pela referência geral de 'novo normal'. Link para acesso ao Canal Arte Agora no Youtube https://www.youtube.com/channel/UCxwPjGzu4in4c6W-ny0On5g.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR MELCHIADES MONTENEGRO-------------------

SINOPSE

Um casal de gêmeos, filhos de pai e mãe escravos, nascem no dia 27 de setembro 1871, véspera da assinatura da Lei do Ventre Livre, em um engenho de açúcar na Zona da Mata Sul

de Pernambuco. Aos dezessete anos, pelo ato da assinatura da Lei Áurea, foram expulsos pelo antigo “senhor” deles e da propriedade no dia 14 de maio de 1888, por não terem profissão, com os gêmeos seguiram os órfãos e velhos escravos sem mais força para o eito. Fato ocorrido nos demais engenhos e fazendas espalhados pelo Brasil. Sem amparo e conhecimento tornaram-se caminhantes pelas

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SERAFIM & DAMARIS 14 DE MAIO DE 1888, O DIA QUE NUNCA EXISTIU

estradas, mendigando e enxotados das escadarias das igrejas e calçadas de vilas e cidades. De escravos tornaram-se párias sociais. O livro aborda as vicissitudes dos gêmeos enfrentando perigos, morte dos companheiros mais velhos, estupro e tentativas de estupro e outras formas de descriminação. Afinal encontram amparo nos verdadeiros abolicionistas, que silenciosamente sem discurso inflamados, os tratam com humanidade e conseguem sobreviver: aprendendo por força própria: uma profissão. Enfrentaram, igual a todos os irmãos na cor, o preconceito velado através de subempregos, pobreza imensa, soberba no trato, condições de moradia insalubres, e proibição das danças e de seus cultos religiosos. No final um raio de esperança ocorre, quarenta e seis anos depois do dia 14 de maio de 1888, quando é realizado na cidade do Recife, em 11 de novembro de 1934 o 1º Congresso Afro-Brasileiro, abrindo as portas para rica cultura negra, escondida por 340 anos embaixo dos chicotes.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ROBERTO MELLO----------------------------------

Vieses da Vida Roberto Mello Carlos, de dez anos, é amiguinho de Paula, de oito. Ambos estudam na mesma escola, mas não na mesma série. É uma rotina vê-los juntos, tanto na hora do intervalo como também no mesmo ônibus escolar por causa do itinerário. Os dois são filhos de militares e pertencem ao mesmo clube social. E no ônibus escolar a caminho de casa, Paula comenta: — Carlinhos, mamãe falou que papai vai solicitar minha transferência de grupo escolar. — Ué! Como assim? — Acho que iremos mudar de casa. — E quando isso vai acontecer? — Não sei! Após o curto diálogo, a preocupação paira sobre ambos. Não conversam mais nada. Provavelmente, o mergulho às profundezas dos pensamentos ou envoltos em emoções e quiçá argumentos, por alguns minutos, os tenham deixados reflexivos. O silencio fora rompido pela supervisora escolar que acompanha os alunos dentro do ônibus. — Paula, seu ponto. Pode vir para frente. Ainda sentada, a menina beija a bochecha do amigo, se levanta e caminha em direção ao motorista. Carlinhos apenas a acompanha com o olhar. Ela desce. O ônibus retoma a viagem. Ele, pela janela, acena. 82

Já em casa, seus pais lhe perguntam: — Que carinha é essa? — Nada não. — Nada? — Estou triste. — Por quê? — A Paula vai sair da escola. — Mas você também vai — o pai afirma. — Como assim, papai? — Não entendi. — É simples. Eu e o pai dela fomos transferidos de unidade militar, consequentemente, iremos para a Vila Militar. Agora seremos vizinhos. Ela irá morar no mesmo prédio e no mesmo andar. Nisso, o menino de pele dourada pelo sol, troncudinho, cabelos e olhos pretos, abre um sorriso e comenta que irá dormir cedo para a noite passar rápido. Os pais, naquele instante, percebem o apego e carinho que sente pela Paula. — Já sei quem será a primeira namorada – a mãe comenta. O pai balança a cabeça e expressa um leve sorriso. Na manhã seguinte, o amigo de Paula está eufórico pelo ônibus escolar. Tão logo o veículo estaciona, a porta se abre e, rapidamente, ele adentra e cumprimenta o motorista com um bom dia muito alegre. O motorista se espanta com a atitude. Então, se dirige ao aswww.divulgaescritor.com | julho | 2021

sento preferido, se acomoda e aguarda a próxima passageira – sua amiga predileta. Não resistindo à ansiedade que o envolve até a alma, fica em pé olhando pelo para-brisa para ver Paula que aguarda a chegada do ônibus. Quando ele a avista, exclama gritando: — A Paula está lá! A Paula está lá! O motorista dá uma gargalhada e comenta: — Calma! Fique tranquilo. Vou parar. O que há com você? Quando ela aparece no corredor, Carlinhos segue ao seu encontro. — Tenho novidades para você. — Boas ou ruins? — Seremos vizinhos de porta e também vou sair da escola. A menina magra de olhos esverdeados, clara, cabelos longos em tom castanho-claro e sempre ao estilo rabo-de-cavalo, solta um grito de torcida quando o time faz um gol e abraça Carlinhos. Ele se assusta com a atitude repentina de Paula. Os colegas ali presentes, em coro, entoam: são namorados, são namorados! *** As famílias tornam-se vizinhas de porta no mesmo prédio. A amizade se solidifica mais e mais. As idades avançam. As brincadeiras e diálogos amadurecem. O despertar de um sentimento


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maior ocorreu no baile de debutantes. Era o dia que Paula comemorava seus quinze anos. Ele de terno azul marinho, ela toda produzida naquele longo e lindo vestido branco. Eles se entreolharam de cima a baixo e trocaram elogios. Ao final do baile conversaram e aconteceu o que a mãe de Carlinhos profetizara quando eram crianças: um longo e carinhoso beijo. Após aquela noite, inevitavelmente, começaram a namorar. Os dois pareciam unha e carne. Muitas promessas, sonhos, desejos e planejamentos. Certo dia, o pai de Paula ao chegar a casa, comenta. — Tenho uma noticia que ao mesmo tempo é boa e ruim. — O que houve pai? — Paula questiona. — Fui transferido. O destino agora é Ponta Grossa. — Que meleca, pai! Na sequência, corre para seu quarto, bate a porta com força e começa a chorar. — Isso passa – O pai fala olhando para esposa. *** Antes das despedidas, combinaram de continuar o romance por meio de cartas. Paulatinamente, cada um foi vivendo sua vida e sabendo do outro pelas correspondências. Várias declarações e promessas de amor grafadas em papel. Os textos glamourosos foram diminuindo. O tempo e a distancia castigavam aquele amor translúcido de infância. Um sentimento semeado por anos, em dado momento, aflora com total liberdade e inocência, mas numa fração de segundos, é açoitado e despedaçado pela vida cotidiana. Apenas lembranças de belas tardes. Belas tardes essas, que foram regadas de encontros amorosos e que se estendiam sob os encantos oriundos do brilho das estrelas e ornamentados pela lua cheia.

Carlos resolveu constituir sua família e Paula também o fez. Ele continuou morando no mesmo local e Paula foi morar na Colômbia. Alguns anos depois... Numa quinta-feira, à noite, o telefone dele toca. — Tenho uma surpresa para você – A mãe de Carlos comenta. — Diga. — Advinha quem está aqui? — Não tenho a mínima ideia. — A Paula está aqui com a filha dela. Ao ouvir, ele disfarça um leve sorriso e diz: — Passa o telefone pra ela. Conversam durante uns 30 minutos e combinam um jantar. A saudade de um pelo outro estava escondida no âmago deles. O sentimento que ambos nutriam, estava carimbado com seus respectivos nomes. Não havia como negar. Eles ainda carregam tenras saudades, choros, mágoas e tristezas. Carlos não tinha como fazer contato porque ela havia ido para Bogotá. A única chance de um possível reencontro seria pela iniciativa de Paula, visto que, Carlos e sua família moravam no mesmo local. Ao telefone, ele comentara não apenas da saudade, mas também das viagens constantes no túnel do tempo com direito a reviver antigas emoções. Após as despedidas, o protagonista daquele amor impossível rememora a adolescência e acende uma pequena chama. A chama da probabilidade em continuar de onde pararam. Ele sente o coração acelerar e questiona a si mesmo: como ela deve estar hoje em dia? O que ela sentirá quando me encontrar? E chega o grande momento. Enquanto dirige, sua mente retira do seu arquivo passagens maravilhosas que eles desfrutaram em conjunto. Estaciona seu carro, faz o check-in

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junto ao espelho retrovisor externo e ingressa no restaurante combinado. Ao passar pela porta, logo na entrada, seu olhar adquire a visão panorâmica do local. A imagem de Paula ainda era da adolescência. Não avista nenhuma mulher sozinha. Escolhe a mesa e dirige-se para a mesma. Um garçom se aproxima e ele pede um copo de chopp. Pega o cardápio e começa a ler. Ergue a cabeça, olha a entrada do restaurante e nada. Torna a observar o cardápio. Abre, fecha, reabre e torna a fechar. De repente, ele ouve uma voz ao seu lado: — Quando é para ser, não adianta. Você não mudou em nada. Carlos se levanta e, de frente a ela, segura suas mãos e acrescenta: — Paula, você está mais linda do que antes. Abraçam-se e esquecem que estão em pé e ao lado da mesa que ele escolheu. Logo depois, se acomodam, permanecem por alguns segundos em silencio contemplando um ao outro. O jantar fora acompanhado de sorrisos, gargalhadas e até pequenos toques junto às respectivas faces e mãos. À saída do restaurante, eles trocam números de contatos e e-mails. Manifestam a vontade de outros reencontros. Carlos acompanha Paula até seu carro. Ela coloca a chave na fechadura da porta e, como um raio, ele a segura pela cintura. Delicadamente, com a mão direita, ele a toca em seu rosto, acaricia-a e vagarosamente aproxima-se de seus lábios. Paula não resiste àquele momento encantador ou mágico que os domina. É o beijo do reencontro, da saudade guardada, das lembranças ou dos desejos ocultos tão sonhados. Atualmente, ele, com 56 anos e dois filhos do primeiro casamento, ela, com 54 anos, duas filhas e um filho, também do primeiro casamento, continuam da mesma maneira: corda e caçamba – sempre juntos, entretanto, agora casados.


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Entrevista com o escritor

Celso Godoi Neto Celso Godoi Neto, brasileiro, casado com CARMEN REGINA MARTINS FERREIRA GODOI, professor, natural de Cruzeiro d’Oeste/PR, nascido aos 22 de abril de 1.976, reside em Porto União/SC, cidade irmã de União da Vitória/ PR, onde leciona. Exerce a profissão de professor nas disciplinas de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, junto à Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Em seu currículo constam projetos de teatro, música e poesia. Boa Leitura!

“O próprio fazer poético exprime muito bem o que é esta vida, pois sempre estamos presos a algo e por melhor que você seja nunca se sabe se é bom de verdade.”

Em destaque “Amanhã Talvez Fará Sol” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Celso Godoi Neto, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? Celso Godoi - Sempre me destaquei nas minhas redações, na 3ª série minha redação foi escolhida para eu ler ao Bispo em visita ao nosso colégio. Na 5ª série, em dois trabalhos de contos, os meus foram “con84

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templados” pela professora e eram disputados para leitura, enquanto os da classe eram curtinhos e escritos a mão os meus eram 10 páginas mais ou menos datilografadas pela minha irmã mais velha, que sempre me incentivou. Mais tarde, com 14 anos, comecei a escrever poesias pela influência do Renato Russo e nunca mais parei... guardo até hoje meus cadernos e as digitei para não correr o risco de as perder. Você tem um livro que foi vencedor do concurso Lei Aldir Blanc,


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Outras Palavras, Estado do Paraná. Apresente-nos a obra, descrevendo as temáticas abordadas em seus versos. AMANHÃ ,TALVEZ, FARÁ SOL (a vírgula é separada da palavra propositalmente) possui 60 poemas e é dividido em três partes: A IDA, A PARTIDA, A VOLTA. Canta a história de amor entre Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, com minha bisavó Ida. Separados pela 1ª Guerra Mundial, Ida é forçada pelo marido a fugir para o Brasil e deixa Caeiro em Portugal, que morre de amor. O esposo adoece no navio e falece enquanto Ida ainda está grávida. Aqui, ela vem para o Paraná mas abandona o filho (meu avô), deixando com a parteira e volta ao Rio de Janeiro para tentar voltar a Portugal mas não consegue. Só e sem dinheiro, ela se prostitui e uma noite ao atender um cliente é assassinada nas pedras do arpoador. Esta é a história linear que alia ficção e realidade em seus versos – a parte de minha bisavó é quase toda verdadeira. (rsrsrsrs) O que mais o atrai nos textos poéticos? Celso Godoi - A sensação de “liberdade” e “eternidade” perante uma vida efêmera, transitória e cheia de percalços. O próprio fazer poético exprime muito bem o que é esta vida, pois sempre estamos presos a algo e por melhor que www.divulgaescritor.com | julho | 2021

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você seja nunca se sabe se é bom de verdade. Creio que com a poesia, assim como na vida, estamos sempre travando um jogo contra o mundo, contra os outros e contra você mesmo, principalmente, e neste jogo não haverá vencedores. Além de “Amanhã, Talvez, Fará Sol” você já tem publicado outros livros físicos e em ebook. Apresente-nos os livros publicados. Físicos Às margens do rio sem nome – é um romance e narra a história de um poeta que vira-se contra a poesia e chega às raias da loucura nas idas e vindas, altos e baixos de uma sociedade mesquinha, hipócrita e “certinha”. O livro é um bom exercício de reflexão sobre o eu e o outro, tanto que foi “censurado” na minha cidade. O Cão – poesias. O cão é uma alegoria interessante ao que se refere à fidelidade e ao companheirismo. Os poemas transitam por esta linha, com vários latidos para quem não se confia, a priori. Proibido Para Maiores de 21 – poesias. Separei todos os meus poemas em etapas da minha vida e este inaugura a série POESIAS DE MEIA, juntando os poemas dos 17 aos 21 anos. Basicamente é quando passo para vida adulta, uma vez que minha namorada engravidou quando eu tinha 17 e casamos quando possuía 21 anos de idade. Marca uma poesia ingênua mas rica e bem elaborada. E-book Ipsis Litteris – romance. Conta a trajetória de um casal da crise à pós-separação e em como a mulher cresce e o homem torna-se refém dele mesmo. Uma análise sobre a inversão de papéis e valores causada pelo divórcio.


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Eu Não Morri Aos 27 – poesias. É o segundo livro da série POESIAS DE MEIA e seleciona os poemas dos 21 aos 27 anos de idade. Neste livro os poemas estão mais ácidos e tateando uma nova poesia, de cunho musical dialoga com a ilustração dos poetas que morreram aos vinte e sete anos e com os outros estilos musicais como o jazz, o blues e o clássico. Ao ler os poemas imagine-se no concerto das respectivas canções. 86

Depois do Amanhãser – poesias. É o terceiro livro da série POESIAS DE MEIA e seleciona os poemas entre os 27 e 30 anos de idade. Aqui eis a nova fase da vida (nascimento da minha filha) e da poesia, com inovações entre cacófatos e neologismos como no título. Os poemas trazem em si a própria reinvenção que devemos dar também na praticidade do cotidiano.

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Contos de Fados, Fardos e Fatos – poesias (postei hoje). É o quarto livro da série POESIAS DE MEIA, que encerrará aos quarenta anos no quinto livro. Este é um livro que trás versos mais simples mas não menos profundos e suas reflexões marcam a idade com que foram feitas as poesias – entre 30 e 35 anos – traduzindo a valorização do simplório.


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Onde podemos comprar os seus livros? Celso Godoi - Os livros físicos somente o PROIBIDO PARA MAIORES DE 21 você encontra da loja UICLAP https://loja.uiclap.com/ titulo/ua5135/. Os demais junto a este encontram-se os e-books no site da AMAZON https://www.amazon.com.br/s?k=celso+godoi+neto e da HOTMART, o qual estou finalizando as postagens. Quais os seus próximos projetos literários? Celso Godoi - Tenho vários livros prontos mas os mais próximos é “A VC”, um livro de poemas que marca um período muito difícil em minha vida que é um AVC hemorrágico que sofri setembro passado e ainda estou me recuperando (meu lado direito está cochilando ainda). O outro é um livro de contos que juntam alguns romances iniciados que não decolaram mas que dão bons contos, meio estilo Hemingway. Quais os seus principais obje-

tivos a serem alcançados por meio da escrita. Celso Godoi - A minha escrita irá onde ela tiver que ir, no mais, permanece no meu coração. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Celso Godoi Neto. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Celso Godoi - A humanidade é pequenininininha demais para termos tantas e tamanhas certezas:

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR FERNANDO JACQUES – JAX---------------------

Nascido no Rio de Janeiro, 2/junho/1952. Tijucano, tricolor, salgueirense. Diplomata de carreira, formado em Direito pela UFRJ. Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA Livros: Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do Jax (2019), Lamparina Luminosa, SP; Afinal de Contos... (2019), Illuminare, RS; Microcontos, MiniPoemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), Assis, MG; Antologias: Prosa e Poesia Brasileira, SOL, RJ; Contos de uma Primavera, Illuminare, RS; Coisas de Mãe, Assis, Uberlândia/ Lisboa, Brasil/Portugal; JAX e outros Autores, Palavra É Arte, SP (2019); E-Book Microcontos de Humor de Piracicaba, 2019; Ditos e Feitos, Antologia de Contos e Crônicas, Recanto das Letras, SP (2020).

PEQUENÍSSIMAS ANGUSTIANTE DESAFIO

O suor escorre da nuca, percorre as costas e arde no rego. Seu olhar estático busca uma saída. Inútil! À sua volta, percebe seres atemorizantes, alguns com aparência igualmente desesperada, outros com o semblante frio dos assassinos. Todos, sem exceção, querem a sua ruína, não tem a mínima dúvida. Como desejaria estar a milhas de distância! Maldito país dos infernos! Onde ainda se exige vestibular para a universidade…

TIRADA DA CARTOLA

Enquanto China e outros asiáticos fazem magia em matéria de desenvolvimento, Brasil e América Latina vivem em “impasses” de mágica.

HISTÓRIA DE BONDE

Se, na vida, tudo é passageiro, quem conduz o bonde da História?

HISTÓRIA DE BONDE 2

Sobre o trilho, parado, lá estava o bonde, que o condutor tentara

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em vão reconectar à rede elétrica. Dentro do bonde, também imóvel, um passageiro permanece, desprovido de energia para dali sair. Foi falta de amor? Perda do emprego? Tamanho desânimo deve ter sido fruto de forte desilusão. O bonde, talvez consertem logo. Seu usuário, improvável saber. Não se conclua, porém, que as máquinas superam os homens. Ao contrário, os enguiços humanos são mais desafiantes e dignos de atenção.

DECRESCENTE

Calcule quantos milhões poderão economizar-se caso milhares de pessoas evitem as centenas de compras supérfluas nas dezenas de lojas a que vão em um só shopping. PASSATEMPO Idade preciosa. Preciosidade. Idade adversa. Adversidade. Idade complexa. Complexidade. Falsidade! Insanidade! Idade que se preza, Não se desperdiça Com jogos de palavras.


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DIVERSÃO DE UM VERSO Por sentir-se prosa de sua habilidade com as palavras, o aspirante a poeta quis inovar no verso, fazê-lo diverso da costumeira ordem vertical. Seu verso seria horizontal e horizonte a um só tempo tanto para os leitores ávidos por poesia quanto para os que têm aversão a versos. Sua revolucionária versão do verso levaria à conversão dos demais poetas. Tal foi sua diversão que acabou sem saber sobre qual tema versaria

o magistral poema. Que perverso esse final adverso! PONTOS CARDEAIS, FINAIS O primeiro tomou o caminho do Norte, fez fortuna e morreu cheio da nota. O segundo escolheu a estrada para Leste, viajou muito, conheceu gente em quantidade e foi-se, chorado pelos amigos. O terceiro seguiu para Oeste, aprontou mil trapalhadas até atrapalhar-se de vez e falecer de modo tragicômico.

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O quarto preferiu rumar para o Sul, compor canções, escrever poesia e deixar a vida como obra de arte. Pouco importa a direção, tudo chega ao fim. Alguns dos textos acima foram incluídos pelo autor na Escrivaninha do Recanto das Letras, em 2020. Outros mais do mesmo gênero estão em JAX, Microcontos, Mini-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve, Ed. Assis, MG, 2020.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JOSÉ AUGUSTO CARVALHO------ ---------------

HOUAISS, UM DICIONÁRIO RUIM

S José Augusto Carvalho, mestre em linguística pela Unicamp e doutor em letras pela USP, é autor de um Manual de Pontuação, de Estudos sobre o pronome e da Gramática superior da língua portuguesa, entre outros, pela Editora Thesaurus, de Brasília

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egismundo Spina, no livro Episódios que a vida não apaga (São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 1999, p. 149) afirma que o “Aurélio não tinha, como não tiveram os próprios dicionaristas Cândido de Figueiredo e Laudelino Freire, estofo filológico para um trabalho sério, no campo da lexicografia”. Também não têm estofo os responsáveis pelos verbetes do Dicionário Houaiss. Eis, numa análise rápida, algumas inadequações que revelam ou a pressa ou a incompetência dos que elaboraram o léxico do Houaiss.


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1. O Houaiss erra na etimologia. No verbete próprio, Houaiss informa que a origem de vendável é o francês vendable. Segundo Cândido de Figueiredo, no livro Lições Práticas da Língua Portuguesa (8.ed. Porto: Livraria Clássica Editora, 1930, p. 242), vendável vem do substantivo português venda e não do francês. A terminação {-ável} pode formar nomes oriundos de verbos da 1ª conjugação, como condenar – condenável, amar – amável; mas também pode formar adjetivos a partir de nomes, como amorável (de amor, segundo Carlos Goes, no seu Diccionario de affixos e desinências. 3.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1937, s.v. avel, e não de um hipotético verbo amorar, segundo informa Houaiss no verbete amorável), palatável (de palato), miserável (de mísero) e, naturalmente, vendável (de venda). Oriundo do verbo vender, temos vendível, de emprego e sentido equivalentes a vendável. 2. O Houaiss erra na gramática. No verbete xerox, contrariando todos os dicionários e gramáticas do português, o Houaiss registra o plural xeroxes. As palavras terminadas em –x são invariáveis no plural. Fax, sax e fox não são exceções. As formas faxes, saxes e foxes são registradas como plurais regulares de faxe, saxe e foxe, variantes gráficas daqueles três vocábulos. Por isso, também é possível não pluralizar esses nomes obedecendo à norma geral dos nomes terminados em –x.

3. O Houaiss erra na sintaxe. Em muitos verbos, o Houaiss erra na predicação, ensinando, por exemplo, como transitivos indiretos verbos que são transitivos diretos. No verbete satisfazer, o Houaiss classifica esse verbo como transitivo direto e transitivo indireto, mas registra o exemplo “satisfazer (a) uma promessa”, pondo a preposição entre parênteses, numa clara demonstração de que a preposição, podendo ser suprimida, não introduz um objeto indireto, mas um objeto direto preposicionado, em que a preposição é apenas um recurso eufônico e não sintático. No verbete morar, o Dicionário classifica o verbo como transitivo indireto com o sentido de “residir em (determinado lugar). habitar, viver”, e exemplifica com as seguintes frases: “mora na rua das Acácias” e “mora em Brasília”, confundindo o adjunto adverbial de lugar com objeto indireto. Mais à frente, o Houaiss “ensina” que morar é transitivo indireto, com o sentido de “compartilhar moradia; viver com”, mas dá os seguintes exemplos: “mora com a mãe” e “mora com vários gatos”, confundindo o adjunto adverbial de companhia com objeto indireto. A mesma confusão de adjunto adverbial com objeto indireto está no verbete ir, verbo intransitivo que o Houaiss considera transitivo indireto na acepção 8 (dar acesso a), com o exemplo “Todos os caminhos vão a Roma”; na acepção 9, o Houaiss informa adequadamente que o verbo ir é intransitivo e dá o

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seguinte exemplo: “Esse platô vai quase até a serra da Canastra”. A expressão “até a serra da Canastra” é adjunto adverbial de lugar. Ora se dissermos “ Todos os caminhos vão quase até Roma”, o verbo ir deixa de ser transitivo indireto (na análise do Dicionário) e passa a ser intransitivo? Na verdade o Dicionário confunde adjunto adverbial de lugar com objeto indireto. Os complementos verbais (objetos direto e indireto) exercem função substantiva e não adverbial. Embora em “ir a Roma”, a expressão “a Roma” complete o sentido do verbo, nenhum gramático a consideraria objeto indireto, porque, dando a ideia de lugar, essa expressão exerce função adverbial. 4. O Houaiss erra na conjugação. No verbete adequar, o Houaiss conjuga esse verbo em todas os tempos e pessoas, contrariando dicionários (inclusive o Aurélio) e gramáticas que ensinam que adequar é verbo defectivo que se conjuga nas formas arrizotônicas, isto é, nas formas em que o acento tônico não cai na sílaba “de”. Assim, não existem no verbo adequar as três primeiras pessoas do singular do presente do indicativo nem, consequentemente, o presente do subjuntivo inteiro e o imperativo afirmativo. Assim, formas como “eu adéquo, ele adéqua” simplesmente não existem. 5 O Houaiss erra na explicação. No verbete gol, o Houaiss informa que o plural gols é um barbarismo


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e ensina as formas golos, goles e gois. Gois é uma aberração do dicionário, porque todas as palavras oxítonas terminadas em –ol têm a vogal aberta no singular e no plural: anzol, futebol, lençol, terçol, sol, etc. A palavra francês rôle (com a vogal tônica fechada) deu rol, em português, com a vogal aberta, mostrando a perfeita adaptação do galicismo aos padrões fonológicos e silábicos portugueses. Gois seria um plural adequado se gol tivesse a vogal aberta, como todas as palavras portuguesas em –ol. Como a tem fechada, gol é apenas adaptação gráfica do inglês goal e, portanto, a forma gols é perfeitamente aceitável. Em outras palavras, a forma gois é que seria um barbarismo. 6.O Houaiss erra no significado dos verbetes. No verbete cacófato, o Houaiss dá as seguintes definições: “1 som feio, desagradável, impróprio ou com sentido equívoco, produzido pela união dos sons de duas ou mais palavras vizinhas 1.1 palavra ou expressão obscena, ridícula ou fora de contexto, formada pela sílaba final de uma palavra e pela inicial da seguinte.” A primeira definição está mais próxima do conceito de cacofonia, que consiste no encontro desagradável de sons, não necessariamente obsceno, como em “ela tinha” (= é latinha); a segunda definição é que é de cacófato, que é o encontro de duas ou mais palavras que formam ou uma terceira palavra ou uma expressão obscena. Mas a definição de cacófato dada pelo dicionário é inadequada, porque o cacófato pode

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ocorrer não apenas no encontro da sílaba final de uma palavra com a inicial de outra, mas também no encontro de duas ou mais palavras vizinhas, como em “ela não tem pretensões acerca dela” (o cacófato “acerca dela” forma a expressão ridícula ou obscena: “a ser cadela”). Veja-se o Dicionário de termos literários, de Massaud Moisés (2.ed. São Paulo: Cultrix,1978), que, no verbete Cacofonia, estabelece a diferença entre cacófato e cacofonia.

8. No minidicionário, o Houaiss erra na divisão silábica. A palavra parapsicologia não tem hífen, por isso, a divisão silábica correta, segundo os gramáticos e a ortografia vigente, é pa-rap-si..., em que as consoantes ps se escrevem em sílabas separadas, como em silepse, elipse, lapso, etc. Mas, contrariando as normas ortográficas, o minidicionário Houaiss separa assim as sílabas de parapsicologia: pa-ra-psi...

7. O Houaiss erra na designação de classes de palavras. No verbete pastel, o Houaiss informa que se trata de um adjetivo de dois gêneros e dois números na designação de cor, como em “calças pastel”. Ora, o substantivo (preposicionado ou não) junto de um outro substantivo, sem formar palavra composta, exerce a função de aposto e não de adjetivo, como em Rio Amazonas, Montes Pirineus, o Rei D. Manuel, Tecidos Aurora, Praça da República, a cidade de Lisboa (exemplos de Evanildo Bechara, no livro Lições de português pela análise sintática 16.ed. ver. e ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001, p. 107-108), vestidos laranja, sequestros relâmpago, comícios monstro, desvios padrão, mandatos tampão, elevadores Nacional, óticas Visual, comandos surpresa, máquinas xerox (exemplo do próprio Houaiss, no verbete xerox), etc. O aposto é função substantiva e não adjetiva. O Houaiss, no entanto, em flagrante contradição, no verbete apositivo, cita “Leis antidroga” como exemplo. Ora, antidroga é um substantivo, como pastel, ao lado de outro substantivo. Por que em “Leis antidroga” e “máquinas xerox” há aposto; e em “calças pastel”, não?

9. O Houaiss erra ao omitir verbete citado em outro verbete. No verbete narcolepsia, o Houaiss dá como sinônimo a palavra hipnolepsia, que não existe no dicionário.

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10. O Houaiss erra na informação. No verbete estória, o Houaiss informa que se trata de um diacronismo e remete o consulente ao verbete história. Estória não é um diacronismo, porque só entrou na língua portuguesa atual em 1912, em Portugal, graças a Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, que propôs o termo no prefácio de seu livro Dama dos tempos idos para designar a narrativa de ficção. É o que informa Luis da Câmara Cascudo no seu Dicionário do Folclore Brasileiro (5.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1979, s.v. estória). No Brasil, o termo foi proposto por João Ribeiro e encampado por Gustavo Barroso em 1942, num artigo em que sugere oficialmente a grafia estória, calcada no inglês story, como metalinguagem do folclore para designar narrativas e contos tradicionais.. Os textos portugueses antigos, anteriores ao século XVI, registram estória por indecisão or-


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tográfica, como variante de história, e não como um item lexical distinto. Essa indecisão ortográfica é facilmente observável numa consulta aos Textos arcaicos, de Leite de Vasconcelos (5.ed. Lisboa: Clássica, 1970) em cujas páginas 14-15, por exemplo, o mesmo artigo definido, antes do substantivo herdamento, é grafado de três maneiras diferentes: o, hu e u. Na Crestomatia arcaica, de José Joaquim Nunes (5.ed. Lisboa: Clássica, 1959), só para exemplo, aparecem três grafias diferentes para a palavra honra: hõrra, homrra e honra (p. 29, 30 e 66, respectivamente). O imperfeito de haver é escrito avia ou aviia, por Fernão Lopes, mas era escrito havya por Azurara, na Crônica de Guinee (sec. XV). Mais modernamente, o Diccionario da Lingua Portugueza, de Moraes Silva (Lisboa: Typographia Lacerdina, 1813), registra vestígio dessa indecisão gráfica no verbete estorial, como variante de historial (sinônimo de histórico). 11. O Houaiss erra na argumentação, desrespeitando o Volp - no caso do registro da palavra berinjela, que o Aurélio e o Volp grafam adequadamente com < j >, mas o Houaiss, embora registre a forma com < j >, remete o consulente à forma beringela, com < g >, acrescentando em rodapé a seguinte informação: “encontra-se o registro dessa palavra com g desde a sua entrada na língua portuguesa; no entanto, a partir do século XX, constata-se que alguns vocabulários ortográficos e dicionários passam a consignar a grafia com j; tal opção é usual no Brasil, ao passo que em Portugal emprega-se somente a grafia beringela; neste di-

cionário preferiu-se a f. beringela a berinjela, tendo em vista a origem da palavra e os seus primeiros registros na língua.” (Grifo em negrito meu.) O Dicionário da língua portuguesa contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, no verbete beringela, informa: “Do ar. Bädinjānâ < persa bādnjān, pelo esp. berenjena). Bot. 1. Planta hortense, anual, da família das solanáceas (...) de grandes flores violáceas e fruto comestível.” Vê-se que a palavra veio de uma protoforma persa, e chegou ao espanhol por via árabe. Repare-se que, contrariamente à argumentação do Houaiss ao justificar a grafia com < g > da palavra berinjela, o étimo e todas as formas intermediárias na evolução dessa palavra se escrevem com < j >, como consta a informação etimológica do próprio Houaiss e do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Foi a partir do século XIV que berinjela passou a escrever-se com < g > na forma berengensa, depois bringella, no sec. XV, e bringela no século XVI, segundo informação do Dicionário etimológico Nova Fronteira, de Antônio Geraldo da Cunha (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. s.v.). Se a grafia anterior, na origem da palavra, etimologicamente, é com < j >, e não com < g >, não há como aceitar a argumentação do Houaiss. Em outras palavras, o Volp e o Aurélio têm razão. Fiquemos por aqui, na óbvia constatação de que é necessária uma boa equipe de estudiosos com excelente formação acadêmica para a elaboração de um bom dicionário.

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Entrevista com o escritor

Eduardo Reghim Nascido em 13/04/1976, o autor descende de família italiana, tradicional no ramo agrícola, em especial a cafeicultura. Residente na bela e pacata cidade de Varginha, sul das Minas Gerais, casado, pai de um lindo e extrovertido garoto de nome Miguel. O autor é amante fiel das letras; sua primeira paixão foi “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ainda na escola. Atuante nas demandas sociais foi presidente de associações, conselhos de bairro e diretor de cooperativa, além de contribuir nos eventos religiosos no bairro rural, onde está estabelecido desde o nascimento. Por fim, tem alma poética, gosta de rock das antigas, tendo Renato Russo como uma grande inspiração. Boa leitura!

“...as reflexões que a obra traz em si: como o auto perdão, dar a si mesmo a oportunidade do recomeço; questões sociais, como a vida de um sem teto, fazendo-nos refletir sobre o que pode levar uma pessoa a viver tal situação e, por fim, sobre o modo como tratamos aqueles que são diferentes de nós, afinal porque somos tão severos com o diferente, se na essência, ou seja, nos sentimentos somos tão iguais?”

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Em destaque “O Andarilho” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Eduardo Reghim, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela escrita literária? Eduardo Reghim - Olá, o prazer é todo meu. Bom, minha primeira experiência literária foi com Vidas secas, do grande Graciliano Ramos, encantou-me a narrativa onisciente do autor, o modo como ele induz o leitor a imergir na história descrevendo com maestria os sentimentos mais íntimos de cada personagem, isso me tocou muito. Outras fontes inspiradoras das quais me embriaguei foram: às músicas de Raul seixas em parceria com o grande Paulo Coelho: essa parceria esbanjou criatividade. A poesia de Renato Russo me motivou muito também. Entre os autores, inspirei-me em Oscar Wilde, Paulo Coelho, Machado de Assis, Jane Austen... Como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? Eduardo Reghim - Nos anos noventa, em plena adolescência me encantei com a criatividade das letras de Raul Seixas e também de Renato Russo, Raul e Paulo Coelho transbordavam inspiração em suas composições, já Renato transbordava poesia e, eu mero mortal, queria acompanhar essa inspiração, tanto que tentei alguns escritos, mas eles eram demasiados longos e dificilmente se transformariam em músicas. Ali pelos anos dois mil, percebi que estes escritos tinham mais a ver com poesia. Bom, a partir daí houve um grande hiato, onde nada escrevi, voltando tão somente no ano de

2014, quando minha mulher juntamente com minha irmã me desafiou a escrever um livro, pois apreciavam meus textos dizendo haver talento e inspiração neles. Foi então que resolvi tentar, essa tentativa, seis anos mais tarde resultou no romance que vou lançar em junho, “O ANDARILHO”. Foi justo nessa época quando iniciei a elaboração de contos. Nesta modalidade, além do apoio de minha mulher e de minha irmã, obtive respaldo e grandes contribuições num grupo de internet denominado “NOVOS ESCRITORES BRASILEIROS”.

mote especial, algo que sempre tive fé que poderia dar em uma ótima história. Em 2013, vi uma reportagem na internet, descrevendo sobre o hábito diário de um senhor ir a um restaurante, lá, se assentava na mesma mesa todos os dias, levando consigo um porta-retratos contendo a foto de sua mulher, falecida há anos e durante a refeição, o senhor dialogava com a fotografia, tal qual estivesse falando com a própria mulher. Quando li essa reportagem, comentei comigo mesmo, se um dia escrever um livro, vou colocar algo parecido.

O que o inspirou a escrever “O Andarilho”? Eduardo Reghim - Várias foram às motivações: o apoio de minha mulher e de minha irmã; o desafio em si de escrever algo complexo; a necessidade de expor minhas ideias e pensamentos através da escrita, enfim... Mas teve algo que me deu um

Apresente-nos a obra Eduardo Reghim - O Andarilho é um romance dramático e poético, onde acompanhamos a trajetória infausta de Stefano, um homem amargurado, definhando por uma culpa que o assola há tempos. Neste percurso, se esbarra em Mariane num encontro casual. Esse

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encontro desperta nele memórias de um amor enclausurado no passado, por breves momentos Stefano reencontra a felicidade de seus tempos áureos, inundados por poesia, mas também revive memorias de um desespero visceral. No decorrer do tempo, Stefano e Mariane vão se aproximando, mas é uma aproximação difícil, pois ambos têm contas a resolver consigo próprios. Stefano é enigmático pouco revela sobre seu passado, Mariane, por sua vez tem problemas com um figurão do crime, o mafioso Cezinha, conhecido como o anjo da morte. O desenrolar desses eventos, será impactante, revelador e surpreendente. Apresente-nos alguns tópicos do Sumário Eduardo Reghim - Começo pelo prologo, ele tem uma narrativa bem diferente dos demais capítulos, descrevendo um estranho diálogo entre o protagonista e uma enigmática mulher, que surge do nada. Detalhe, o prologo tem sua conclusão no penúltimo episódio do livro. Capitulo 1. O acaso: narra o conturbado encontro de Stefano e Mariane, os protagonistas. Capitulo 2. O ensaio de uma vida: descreve a juventude do protagonista e como foi à descoberta de seu primeiro amor. Capitulo 9. Mascaras ao chão: o clímax da história, onde revelações bombásticas veem a tona, é preciso ter preparo psicológico para ler este capitulo, além disso, foi onde mais usei a poesia e por isso o que mais gostei. Capitulo 10. O andarilho: onde conhecemos as consequências de um ato impensado. Capitulo 12. A forma da eternidade: uma conclusão alucinante da história foi muito gratificante escrever essa parte. Em sua opinião, o que mais atrai o leitor a ler “O Andarilho”? 96

Eduardo Reghim - Bom, creio que a narrativa em prosa poética pode ser um grande atrativo, mas vai muito além, posso afirmar que o leitor irá encontrar uma boa dose de romance, em alguns momentos muito agradáveis, afinal a descoberta do amor é sempre algo bom de sentir, mas também encontrará suspense, mistério e grandes reviravoltas praticamente em toda a história e ainda uma sutil dose do sobrenatural. Outro ponto que deve ser citado são as reflexões que a obra traz em si: como o auto perdão, dar a si mesmo a oportunidade do recomeço; questões sociais, como a vida de um sem teto, fazendo-nos refletir sobre o que pode levar uma pessoa a viver tal situação e, por fim, sobre o modo como tratamos aqueles que são diferentes de nós, afinal porque somos tão severos com o diferente, se na essência, ou seja, nos sentimentos somos tão iguais? Onde podemos comprar o seu livro? Eduardo Reghim - Na editora busca sentido, www.buscasentido.com/ @buscasentido instagram, também estará disponível na Amazon. Quais os seus próximos projetos literários? Eduardo Reghim - Já estou publicado em duas antologias, são elas: O vazio; histórias sobre depressão, com o conto Viagem indigesta, editora Illuminare e a pandêmica antologia Éramos livres, com o conto Dias sombrios, disponível na Amazon. Além destes e O andarilho, em breve será publicado o projeto Pavor&cia pela editora Leia Livros, onde participo com três contos: Sombras noturnas, O fruto proibido e O acerto, o gênero é terror. Agora estou iniciando o segundo romance com o titulo provisório, Medo, um drama psicológico; e tenho ainda muitas ideias maquinando por aqui, que em breve pretendo passar para o papel. www.divulgaescritor.com | julho | 2021

Quais os seus principais objetivos a serem alcançados por meio da literatura? Eduardo Reghim - Bom, não vou negar que sonho com sucesso e reconhecimento, sonhar ainda é permitido, mas me dou por satisfeito se me tornar um bom escritor, capaz de levar uma diversão, reflexão, ou o simples prazer de uma boa leitura a aquele que se dispuser a ler minhas obras, posso dizer que isso por si só é o suficiente para me deixar realizado. Claro que se o futuro me presentear com um sucesso próximo ao de King, ou Paulo Coelho, garanto-lhe que não vou me queixar, rs. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Eduardo Reghim. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Eduardo Reghim - Digo que a escrita foi a grande descoberta de minha vida, do mesmo modo o hábito da leitura, é um mundo que quando se entra, não há mais como voltar, alias, até há, mas a gente não quer, é um vício que não traz malefícios, portanto está mais para uma virtude viciante. Então, aconselho a quem ainda tem receios de adentrar neste mundo, que entre. Garanto que irá se arrepender, mas é de não ter entrado antes. Por fim, desejo á aqueles que se aventurarem nas leituras de minhas histórias que obtenham nessa leitura o mesmo prazer que obtive ao escrevê-las. Muito obrigado pela oportunidade e sucesso para todos nós. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA BETH BRAGA----------------------------Jornalista, Diretora e Apresentadora da TV Búzios Play, Poeta, Membro da Academia de Letras e Artes Buzianas "ALAB", Perita Judicial Federal - CONPEJ - SEJUD - TJERJ, Corretora de Imóveis, Prêmio de Personalidade do Ano de 2010 pelo Colegiado Acadêmico "ARTPOP" Academia de Artes de Cabo Frio, Detentora do Prêmio Literário Patrono Acadêmico Claudio de Sousa em 12 de Setembro de 2012 em Petrópolis/RJ pela Literarte - Associação Internacional de Escritores e Artista como "Melhor Poesia", Presidente do Conselho Comunitário de Segurança "CCS" de Búzios/RJ, Moção de Congratulações e Louvor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro pela luta e dedicação a favor da Cidadania, Conciliadora Mediadora e Árbitra da Justiça Arbitral, mãe, esposa; Cidadã do Mundo!

"Onde Estás"?

"VOCÊ"

Onde está que não te vejo? (dedicado ao meu amado esposo) Em que nuvem escura clara te pressinto Em tufão qual te escondes? Na areia alva do teu deserto Venha! Depositei meu corpo! Quero-te todo Tua umidade se fez oásis... Metade quão! Vastidão! Pego-te Areia do mar em dia de borrasca... Mordo-te Calmaria! E não satisfaço razão Saciês incontida... Que te doo... Contida! Metáforas físicas mentais! Mil retratos espelhados Escorregas em minhas mãos... Enfraquecidos e débeis! Não consigo prender-te! Modos másculos Morda-me Ímpetos de desejos Prenda-me! Total prazer! Alusão tola O amor incendeia Que se apossa Chama latente de paixão... Patológica e enternecidamente Entrego-me ao teu sentir! Onde o pejo se estampa Paladares me seduzem... Como indecoroso Aliciam-me dolentemente! Pecaminoso... Onde estás? Escondido talvez! Mistério fecundo Perdido nas entranhas do vagar, Tal qual criança A malograr intentos alheios! Estás a malograr os meus... Venha! 98

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"Majestoso Prado" Meu olhar se fixa... Se perde! O verde das folhas O verde das matas! Arco-íris reforça cores... Fantasias no ar! Oh Majestoso Prado Que pomposo reina! Brisa amena a soprar Refrescante nuvem pairar! Meus sentidos se afloram... Sinto na pele o frescor Sinto a Vida Viver! Os matizes das flores Montanhas e Vales O Jardim do Éden aos meus pés! Meus passos Largos... Curtos... Me transportam a lugares Dantes desconhecidos! Apresentam-me ao real e irreal De sonhos que um dia Embebecida de Amor Sonhei Sonhar!


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"HIPÓCRITAS" Incautos Putrefados... Odor fétido irradiam Por caminhos onde pisam! Calabouços enternecem Sentimentos podres fenecem Belezas extinguem! Desprovidos de senso comum Comungam com os cães raivosos Ferozes e babentos Caminhando a lugar algum!

" A DISPUTA"

(dedicado à minha amantíssima filha) Veio o Dezembro E com ele sua espera! Chegou o Janeiro E disse que chegarias ... Assim você chegou... Quase que não! O Fevereiro pensou em te recepcionar Mas num ato de engano O Janeiro te fez a Luz enxergar! Depois foi o Dia... O vinte e sete te queria Mas o vinte e oito te pedia... O Sol consultou a Lua Esta o firmamento! O Universo pediu permissão E com autoridade decidiu Que nasceríeis em Aquário Signo da Vida Peixe Prosperidade Amor e perenidade! Assim foi que você chegou aos meus braços Como um hóspede permanente Que te olha e diz Ama-me! Vim para ficar! E foi assim que Você chegou e ficou Para sempre alegrar e acalentar meu coração!!!

Imagem: Mirian Menezes

"TATOS" Beijos cândidos puros Sentimento límpido ilibado Apaixonantemente febris! Melancolicamente vejo teu semblante E minh'alma se exaure fremitantemente... Nossos braços nos abraçam calorosamente! Nossas mentes paralisadas Deixam-nos mudos e pejados perante... Nossos pômulos se tingem rubramente Nossos desejos obscurecem razão quê! Não o encontro em minhas células cerebrais Desencontros mentais sinto Quando Meus passos desencadeiam metas E tu encontras-te E não Diante deles! Fobia às anomalias hodiernas Que se nos apresentam Nos questionam... Enfraquecem-nos e enlevam-nos se preciso for! Fortes somos Não obstante estranhos em nossas próprias castas! Procuro-te com olhos de gratidão por ter-te e querer-te! Prazer em encontrar-te em minha frente Amando-me como louco A morder-me de desejos Arrastando-me por suas fibras... Músculos que cingem fortemente Penetrando como chaga quente pelante A perscrutar demorado caminho Ao iniciarmos nossa viagem ao sentir! Um olhar Um cigarro... Boa noite! Amanhã te vejo? Não te esqueças. Telefone-me. Amo-te!!!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARGARIDA DRUMOND DE ASSIS-------------

S

UM POUCO DE MIM

ou mineira, de Timóteo, radicada em Brasília há 27 anos; filha de Manuel Assis Bowen e de Margarida Drumond Bowen; mãe de Gelmar (esp. Eliana), Juliano (netinha Gabrielly, filha de Jacqueline) e Allan. Escritora, sou romancista, poetisa, cronista, ensaísta, historiadora, roteirista, trovadora, dramaturga e diretora de teatro. Agraciada com tantos gêneros literários, ainda me alegro ao acrescentar ser fotógrafa. Constam as exposições: “Campo e Cidade”; “Brasília: vida e arte”; “Belo e Divino” e “Portal de emoções”. Profissionalmente, sou professora aposentada de Língua e Comunicação, jornalista, assessora de literatura e revisora. Em 2012, completaram-se trinta anos de trabalho nas áreas de Educação e Comunicação, principalmente, atuando nos últimos vinte anos nas Faculdades Alvorada, UNICESP, AEUDF e Universidade Católica de Brasília – UCB, nesta última por mais de dez anos; e no meio jornalístico, aqui em Brasília, trabalhei na Rádio Capital; jornal A Gazeta e no Jornal Satélite. 100

Pelo desejo de sempre estar em contato com os leitores, escrevo Crônicas, desde 1970, quando comecei a fazê-las para a Rádio Educadora, Cel. Fabriciano/MG, onde já trabalhava; mantive por cinco anos, a partir de 2011, o espaço “Dom Luciano, pastor e irmão”, programa do Pe. Edemilson, na Rádio 9 de Julho, Arquidiocese de São Paulo - Capital. Paralelamente, durante dois anos, escrevi crônicas sobre Dom Luciano e Padre Antônio de Urucânia, programa “Vivendo nossa fé”, do Pe. Maikel - Rádio Educadora, Cel. Fabriciano; e na Rádio Ubaense, em Ubá/MG. Durante anos, fui colaboradora do Jornal Classivale, no espaço que intitulei “Eu conto pra você”, tratando de assuntos diversos; esporadicamente, escrevi para a Folha do Comércio, Diário da Manhã, Diário do Aço, Ipatinga, Tribuna do Prata, de São Domingos do Prata; e para o blog de André Falcão. Com início em 2017, estendendo-se até o final de 2020, mantive crônicas sobre o cotidiano, portal www.acontecendoonline.com.br, jornalista Leoncio Correa; redacaobairrosnet – Paulo César; facebook e blog pessoal, entre outros. www.divulgaescritor.com | julho | 2021

Início de 2021 e sempre em contato com os leitores e ouvintes, volto a participações em Rádio, desta feita na Rádio Cidade, 98,7, Cel. Fabriciano, programa “Poesia no ar” do poeta e radialista Henrique Júnior. Além de crônicas, levo ao ouvinte poesias e textos em prosa de minha autoria e comentários literários, em especial dos Clássicos. Nesta caminhada, sou Presidente coordenadora e fundadora da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB, Coordenadoria Distrito Federal (AJEB/ DF); membro de vários organismos culturais, dentre eles a Academia de Letras e Música do Brasil – ALMUB; Academia Taguatinguense de Letras – ATL; Academia Internacional de Cultura – AIC; Associação Nacional de Escritores – ANE; Academia de Letras e Artes de Goiás Velho – ALG; Academia de Ciências, Letras e Artes de Vitória – ACLAV; Academia de Letras e Artes Buziana – ALAB; Academia de Letras e Artes da Serra – ALEAS; Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores ACLAPT. No registro de algumas das premiações recebidas, destaco:


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a “Medalha Mérito Centenário Nascimento Jorge Amado 2012”; “Prêmio Interarte 2012”, por Melhores Livros de Romance – Aconteceu no cárcere; “Prêmio Excelência Cultural 2013 ABD”; “Destaque Poético 2013”, pela Academia de Letras e Artes de Fortaleza – ALAF; “Prêmio de Arte e Literatura Interarte 2014” - “Melhores Documentários”, por Dom Luciano, especial dom de Deus; “Destaque do Ano 2014 - Prêmio Carlos Drummond

de Andrade”; “Troféu sem Fronteiras – 2015 – 2016”; “Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros – 2017, categoria Biografia”, Dom Lara: vida de amor, testemunho de caridade; “Prêmio Troféu Imprensa Sem Fonteiras – categoria Literatura – 2018; “Prêmio AIC de Literatura, 2020”. Na formação acadêmica, eu me graduei em Letras – Português-Inglês e Literatura, pelo Centro Universitário de Caratinga - UNEC, Caratinga/MG; também, ali, a Pós-

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-Graduação em Língua Portuguesa; na sequência, Comunicação Social - Jornalismo, Universidade Católica de Brasília - UCB – Brasília/DF, e, também netsa Universidade, o Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental - Dissertação: “Percepção dos impactos socioambientais advindos do Turismo Religioso em Urucânia/MG. Em 2011, pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, cursei nova Pós, agora em Direção Teatral - Monografia: “Da página ao palco, estudo e transposição de linguagem de ‘O espelho’, de Machado de Assis”, peça cujo texto escrevi e dirigi como trabalho final do curso; em 2016 transformada em livro então editado. Pelo amor ao teatro, já levei ao palco vários de meus textos, dentre os quais, as histórias de Tempo de saudade; Tempo de saudade – uma homenagem a Brasília; Margarida Drumond – 30 anos escrevendo pra você; Dom Luciano, especial dom de Deus; Padre Antônio de Urucânia, a sua bênção; Aconteceu no cárcere; e O espelho, em reapresentação desta feita por ocasião do lançamento do romance Doce complicação, em nov. 2017 – atores Kizio Makicélio e Sandra Schnyder, dentre outros. Destaco também a peça que dirigi, após produção do texto com alunos do Ensino Médio, Centro Educacional 7, M Norte, Taguatinga/DF - Projeto Veredas, da Fundação Educacional do Distrito Federal e Fundação Roberto Marinho, do livro “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. De intensa formação e vivência cristã, fui catequista, durante muitos anos: em Timóteo, Cel. Fabriciano e Taguatinga; membro do Serviço de Animação Vocacional de Brasília. Participo das Missas da Divina Misericórdia, Capela Santa Luzia na Colônia


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARGARIDA DRUMOND DE ASSIS-------------

Agrícola Samambaia/DF, Pe. Dercílio Rodrigues Braga; e da Equipe de Liturgia – Capela Nossa Senhora Aparecida – Paróquia São Francisco de Assis – Valparaíso de Goiás/GO. Entre uma e outra atividade, levo meus livros a novas cidades, interagindo com outros grupos, fazendo teatro, recitais... Em meus 44 anos de Literatura, possuo 21 livros editados e 4 em e-book - lançados on-line durante o período da pandemia em 2020 e início de 2021. Transformei em uma Série de 3 volumes as 230 crônicas que escrevi sobre Dom Luciano, obra intitulada “Dom Luciano, pastor e irmão”, lançamentos Vol. I, em 27.08, Prefácio de Pe. Edélcio Ottaviani, SP, capital; Vol. II, em 05.10.2020, Prefácio de Pe. Vanderlei Santos Sousa, Juiz de Fora/MG; e 11.01.2021, Prefácio de Pe. Marcelo Moreira Santiago, Mariana/MG; também o livro de poesia, “Portal de emoções”, em 31.10.2020, Prefácio de Meireluce Fernandes, os quatro lançamentos pelas plataformas Zoom Meet e Google Meet. Para adquirir meus livros, entre em contato comigo pelo e-mail: ou pelo telefone (6198607-7680; marga-

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ridadrumond@gmail.com; http://facebook/margaridadrumond www. margaridadrumond.com.

Dentre outras obras da autoria de Margarida Drumond de Assis, estão:

ACONTECEU NO CÁRCERE – romance, 240 p., dez. 1994, Brasília/ DF; 2. ed. 1999; 3. ed. 2012 (Col. 3) Margarida Drumond, neste romance, traz a história de Inácio, um médico que se apaixona pela enfermeira Paula, mulher de seu tio, que é empurrado de um penhasco e morre. Ingênua, ela cai nas tramas do primo Humberto, enquanto Inácio é acusado do homicídio e vai preso, sentenciado a vinte anos. Enquanto isto, Paula se envolve com Gilberto para quem ela é a grande paixão. Desaparecem com Inácio, e ela tudo faz buscando localizá-lo, até que Dr. Arlon de Albuquerque leva Inácio a novo julgamento e proporciona surpresas e grande emoção a todos os presentes. “Aconteceu no cárcere faz com que o leitor vivencie cada fato, deixando-se envolver. Margarida faz com que o mesmo reflita sobre o jogo entre amor, ciúmes, justiça e vida.” Cristiane Gomes

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Evangelista, estudante universitária, Brasília/DF (R$ 40,00) PADRE ANTÔNIO DE URUCÂNIA, A SUA BÊNÇÃO – documentário biográfico, 258 p., nov. 2004; 2. e 3. ed. 2005; 4. ed. 2006, 5.ed. 2010, Urucânia/MG (Col. 11) “Este livro de Margarida Drumond de Assis é uma dádiva de Deus e permite o reavivamento das mensagens vivenciadas e espalhadas pelo Padre Antônio de Urucânia (...). Ele nos faz recordar o ardor com que as pessoas voltavam após receberem as bênçãos de Pe. Antônio, pelas graças alcançadas – paralíticos, cegos, doenças diversas e curas interiores, todos curados de seus males. É um instrumento de Deus e está na linha do serviço, vindo como um gesto, é o ‘Éfeta’ hoje. Deve ser lido por todas as pessoas, nas Paróquias, Dioceses e Arquidioceses, constituindo-se cada vez mais em um trabalho missionário coroado de êxito (...).” Dom José de Aquino Pereira, São José do Rio Preto/ SP, em 2006 (R$ 50,00)


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Entrevista com a escritora

Gisele Sant’Ana Lemos Gisele Sant'Ana Lemos, pseudônimo Diana Balis. Carioca, psicóloga, compositora e gestora cultural. Lança em 2021 a @Balis Editora, produz revistas, livros, antologias e cds. Livros solos: Signo do Amor e Grave & Agudo de poesias. Dois podcast: Cometa e 7 Pecados. Participa de 40 Antologias Nacionais e Internacionais. Membro do Poetas del Mundo e Academias de Arte e Literatura: Alpas 21, onde recebe a “Comenda Personalidade Literária 2021”; ALAB, ALAF, AVPLP, APPERJ, AJEBRJ. Boa Leitura

“O formato da narrativa utilizado pela autora torna cada encontro um verdadeiro evento, no qual a pessoa famosa acaba sendo apenas um motivo para a Gisele Lemos contar uma estória sobre momentos e situações que ela viveu.”

Os famosos não me reconhecem Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Gisele Sant’Ana Lemos, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “Encontros – Os famosos não me reconhecem”? Gisele Lemos - Sempre falei: “Eu conheço tantos famosos?” e na pandemia, COVID-19/2020, depois de muitos acontecimentos e perdas, eu iria a Portugal, lançar a 104

Coletânea Literária “Viagem a Portugal” de 14 autores portugueses e 14 brasileiros e no fim, nada aconteceu, e me refugiei em Minas Gerais, Três Corações, terra de meus pais e avós, e a Terra do Rei Pelé, acompanhada somente de minha Dakota (cadela) e sozinha, resolvi produzir: livros, revistas, e escrever o livro: “Os famosos não me reconhecem, encontros”. É um podcast em livro, uma travessia biográfica diversa. “Causos”? Serão verdades ou mentiras? -Cabe somente ao leitor decidir.

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Apresente-nos a obra Gisele Lemos - “Os famosos não me reconhecem. Encontros”. São vários causos, 35 histórias, verdadeiras ou não, com famosos que são: atores, músicos, diretores de teatro e cinema, políticos, jogadores de futebol.

Quais os seus próximos projetos literários? Gisele Lemos - II Homenagem as Estátuas de Bronze de sua Cidade, Coletânea Literária de vários autores, internacional e nacional. Em breve o lançamento.

Quais os principais tópicos do sumário? Gisele Lemos - Os nomes dos famosos são os capítulos do livro e a vida vai passando, sendo contada, desde a adolescência até a idade adulta. Não de forma linear, falo da vida e trabalho como professora de música e teatro, de cursos e professores que tive, os encontros nos capítulos cito alguns: Edwin Luisi, Gal Costa, Pedro Paulo Cava, Nando Reis, Maria Clara Machado, Walter Lima Júnior, Cláudia Jimenez, Evandro Mesquita, Paulo Betti, Molon, Lilian Knapp, Zagalo, Dira Paes, Fernanda Montenegro, Beth Goulart, Amir Haddad, Da Ghama, Susana Naspolini, José Wilker e o Gabriel (O pensador). O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia o livro? Gisele Lemos - Realmente conheço e tive muitos encontros na vida com os famosos globais que não me reconhecem e reflito: a minha vida poderia ter sido outra, ou não? Qual o feedback de leitura que mais a cativou? Gisele Lemos - No prefácio de Jorge Leão ele escreveu: Há que se compreender que o fã é sempre mais um na multidão em relação aos famosos, porém a autora mostra em suas estórias que nem sempre isso significa que o admirador seja menos importante que o admirado, visto que quem admira sempre constrói estórias em torno de cada encontro, enquanto que, para os famosos,

esse encontro com um fã acaba sendo nada mais do que uma efeméride. Na descrição de cada encontro com um famoso ou famosa, Gisele mostra claramente que nem sempre a ideia que temos sobre um determinado artista se confirma quando o encontramos, pois o costume de vê-los somente em palcos e telas, com roupas que fogem ao coloquial e maquiados, sob efeito de luzes e de todo um aparato inerente a um espetáculo, às vezes até nos deixa dúvida se estamos realmente olhando para aquela pessoa que tanto admiramos ou se é apenas alguém parecido. O formato da narrativa utilizado pela autora torna cada encontro um verdadeiro evento, no qual a pessoa famosa acaba sendo apenas um motivo para a Gisele Lemos contar uma estória sobre momentos e situações que ela viveu. Onde podemos comprar o seu livro Gisele Lemos - Diretamente com a autora, dianabalis@gmail.com e no site do Clube dos autores https:// clubedeautores.com.br/ e na Filo editora https://filoseditora.com.br/ Além de “Encontros – Os famosos não me reconhecem” você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos e segmentos. Gisele Lemos - Signo do Amor; Grave & Agudo; Poesias de amor. Poesia Brasileira.

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Quais os seus principais objetivos a serem alcançados na carreira literária? Gisele Lemos - Escrever e ler, é ato de resistência. (Apesar de nunca conseguir ler todos os livros de uma boa biblioteca). Tomar consciência de novos fatos e transbordar em atitudes honestas ao refletirmos, assim espero que todos possamos mudar o mundo, diante de pensamentos próprios e agirmos dignamente. Mas enquanto tenho o que contar, contarei, emocionar, emocionarei, o público é mais importante que eu, na carreira de autora. Mas nunca deixo de dizer o que penso ou sinto, respeitando as pessoas e o planeta terra. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Gisele Sant’Ana Lemos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Gisele Lemos - Agradeço sua leitura e desejo que acredite em você. Siga seus bons instintos, pesquise, leia e reescreva sua história de vida. Você poderá mudar sua vida em qualquer momento que decidir tomar atitudes, e assim como eu, não deixe o tempo passar demais para mudar. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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José Sepúlveda

Só!

Pegadas...

Ai quem me dera ser, mas não, não sou... Miragem sou lá longe em meu deserto Que em vão persigo... E quando já tão perto, Me perco nessa areia que a levou...

O teu sereno olhar, calmo, solene, Que ao meu viver traz força e energia Transforma a minha vida assaz perene Em mananciais de paz e de harmonia!...

E, solitário, sigo... e assim estou No meu peregrinar insano, incerto... Não sei por onde vou, para onde vou, Só sei que adormeci, quiçá, desperto...

Na minha embarcação tu és o leme Que traça o rumo, a estrela que me guia... E em ti me sinto alguém que nada teme E enfrenta o seu viver com alegria...

Qual pária, sigo o trilho dos meus passos Tão cheio de incertezas, de embaraços, Buscando aqui e além o meu caminho...

Em cada amanhecer, ao despertar, Eu sigo os passos teus e ouso pisar O teu andar seguro... E, peregrino,

E nesta insana peregrinação Persigo uma ilusão, outra ilusão, E não me encontro nunca, estou sozinho!

Refaço-me em pegadas. E uma a uma Eu pinto em cada onda, entre a espuma, Nos passos teus a cor do meu destino!

José Sepúlveda

José Sepúlveda

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Segura o Leme

Serpente

O teu sereno olhar, calmo, solene, Que ao meu viver traz força e energia Transforma a minha vida assaz perene Em mananciais de paz e de harmonia.

Não deixes que a serpente traiçoeira Rasteje no teu corpo impunemente, Quando atacar, manhosa, sorrateira, Vai deixar marca forte e consistente

Na minha embarcação tu és o leme Que traça o rumo, a estrela que me guia E em ti me sinto alguém que nada teme E enfrenta o seu viver com alegria.

Cautela, quando a vires a teu lado Olhando, perscrutando o teu olhar, Cuidado, meu amigo, tem cuidado, Porque ela se prepara p’ra atacar

Em cada amanhecer, ao despertar, Eu sigo os passos teus e ouso pisar O mar revolto, bravo. E, peregrino,

A sua língua dupla, entrecortada, Naquela face oculta e afiada, Envenenada está e tu vais ver

Refaço-me em teus olhos. E uma a uma Enfrento cada onda entre a espuma, E nos teus passos gravo o destino!

Que quando ataca com engenho e arte, Espalha o seu veneno em toda a parte Contaminando assim todo o teu ser

José Sepúlveda

José Sepúlveda

Inspiração

Menino Quando eras pequenino, os olhos teus Olhavam para mim com tal candor Que, deslumbrado, agradecia aos céus O ter-me dado o teu olhar de amor. Quisera nesse teu formoso olhar Reencontrar meus tempos de menino, Aquele tempo que me fez sonhar E alicerce foi do meu destino. Cresceste e ao sentir-te aqui tão perto, Em ti deponho o meu olhar incerto E olho os olhos teus, sempre a sorrir. Há nesse olhar o brilho das estrelas Que se transforma em melodias belas E trazem confiança a meu porvir. José Sepúlveda

Se houver algum poeta que me diga Que tenho de escrever todos os dias Respondo que não sou como a formiga Que passa a vida em longas correrias. Eu sou como a cigarra. Quando canto Eu canto porque sinto algum prazer, Resguardo-me sozinho no meu canto E canto aquilo que me apetecer E deixo que a raiz do pensamento Se expresse no silencio e num momento, Me venha e diga o que há para dizer, E quando essa vontade a sinto solta Com mais serenidade ou em revolta Me lanço como um louco a escrever José Sepúlveda

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José Sepúlveda

Rubro Maio O céu esta choroso, o mar em fúria Procura libertar-se dos grilhões Impostos sem pudor p'la corja espúria Formada por corruptos e ladrões! Do ventre do poder expelem merda E o mexilhão, cativo dos rochedos, É quem se quilha e sem querer quem herda A merda envolta em roubos e segredos Ai, povo meu, dos galeões, das guerras, Que conquistaste terras e mais terras Mostrando à gente a força que em ti vive! Lança o teu grito, impõe a tua lei, Irrompe dos grilhões, mostra que és Rei No teu jardim florido, amado e livre! José Sepúlveda

Flor de Abril Que bom lembrar! Naquela madrugada, Ouvi na rádio "E depois do Adeus", Falavam de soldados pela estrada Lançando para trás os nossos breus. O coração saltava-lhes da farda, O entusiasmo ali subia ao céu, Naquela noite longa, fria, parda, Ousaram libertar o povo seu. Uma fragata, algures lá no Tejo, Serpenteava como um percevejo, Co' as armas apontadas à cidade. Na Praça do Comércio, - ó tempo régio! Um nobre povo, o mesmo povo egrégio, Sem medo, conquistou a liberdade. José Sepúlveda

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Criança livre Com sorriso de menina Vai a criança na rua Tão segura, tão traquina E espalhando ternura. Ei-la que sorri com graça, Olhar puro e cristalino, Acena para quem passa, Flor suave, puro linho. Canta, canta, que harmonia! Seu olhar terno, seguro Cria em nós a fantasia De um amor, profundo e puro.

Saúde e paz, o lar, o pão, a vida Alimentou em nós a esperança Mas com o tempo gente pervertida Quis destruir a nossa confiança

Sofre coração

Partiu enfim a vida colorida Com que sonhamos ter como futuro Um dia a malvadez vai ser vencida E a um cais aportaremos mais seguro

O meu coração bate forte no meu silêncio.

Rosa Maria Santos

O meu coração tem o seu calor.

Mas o meu coração sofre pelo que sinto por ti. E este Mar leva as minhas lágrimas sem ninguém ver. Maria Sousa

"Liberdade"

Corre na areia, beleza, Vai tão cheia de esperança, Refletindo a natureza No seu olhar de criança

Liberdade por onde andas Aqui pela minha cidade Há tempo que não te vejo Parece uma eternidade! Presos entre quatro paredes Qual gaivota que no tempo Sem liberdade para andar Flor do jardim Voa com a imaginação, E se sairmos por vezes De sonhar que num momento que não meu O Covid vai nos apanhar! Tem o mundo em sua mão. Tivemos te liberdade Cheiro da flor E não te soubemos ver Rosa Maria Santos que não é minha Sei que és linda de verdade E dás asas para viver! Nascida e crescida Anda a polícia a passar Liberdade num jardim que não o meu Sempre com este regime Não se pode passear Uma gaivota, planava, planava Olhei-te Desobediência é crime! Alegre pelo imenso céu azul não te colhi flor Nobre povo, nação valente O povo alegre se manifestava dum jardim que não o meu Creio que tudo que fazem Por todo o Portugal de Norte a Sul É para o bem da gente A ti flor me declarei Sofremos até à exaustão Uma criança alegre perguntava Para a nossa proteção Ao pai que a segurava pela mão Maria Sousa Sabemos que brevemente Se a liberdade vai ser alcançada Vamos sair livremente! Ou se não passa de mera ilusão Este vinte e cinco de Abril Nada vai ser igual O povo observava o firmamento Hoje não temos liberdade Ao caminhar nas ruas da cidade Mas amamos-te Portugal! E esperava ansioso esse momento Celebramos com o coração De alcançar a sua liberdade Agradecendo aos heróis de então Que com força, amor e dedicação O rubro cravo que saiu à rua Libertaram a nossa belíssima nação! Trazendo a todos nós a igualdade Murchou num outro tempo amargura Que não venha mais nenhum mal E que viva a liberdade, e que viva Portugal Roubando assim nossa felicidade Maria José www.divulgaescritor.com | julho | 2021

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS-------------

O Pequeno Julian

S

entia-se um silêncio absoluto naquela sala em que tantas vezes a música tocou e os aplausos se estendiam por longo tempo. Ricardina olhava à sua volta e sentia ainda o perfume suave daquele homem que fora o amor da sua vida. Não pensava nunca que um dia, tão prematuramente, o anjo da morte o iria chamar. Era ainda tão novo! Não conseguia ainda aceitar as razões que levaram a este desfecho trágico que iria transtornar irremediavelmente a sua vida. Sentou-se na cadeira aonde tantas vezes se sentara nos intervalos para descanso, cerrou os olhos e, Santo Deus, lá estava à sua frente a sua imagem. Como pudera aquilo acontecer? Tinham passados poucos dias e ali estava ele presente a seu lado, acariciando-lhe a barriga. Como se senti feliz! Ricardina estava grávida de Julian, um filho tão desejado, o seu primeiro filho. Tantos planos que em momentos se dissiparam. O que seria de futuro a sua vida e do filho sem Julian? Como enfrentaria ela este momento tão difícil? 110

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Tinham passado somente oito longos dias desde que partira e as saudades eram já tremendas. Faltavam os seus beijos, o seu carinho, o calor da sua presença. Tantas perguntas sem resposta. Quanto queria rejeitar o pesado silêncio que se fazia sentir ao seu redor! Almejada a volta de Julian, sem ele, a vida perdera o sentido. - Julian – sussurrava insistentemente - porque partiste, amor? Volta para nós, sem ti, a vida perdeu o seu valor. Permanecia longas horas em silêncio, procurando o seu conforto. Era ali, naquela sala, que revivia as melhores recordações, a sua voz sentia-se à sua volta e ei-la aprisionada entre quatro paredes. Às vezes, sentia tão presentes as suas alegres gargalhadas que penetravam profundamente nos seus sentidos e conflituavam com o seu cérebro: “Ricardina, amor de meu coração, como estás linda. E tu, meu rebentinho, como estás? Como me sinto feliz! Sois a minha vida, o meu respirar. Não poderei nunca perder tão grande amor.” - Meu amor, porque partiste? – sussurrava – Sentimo-nos tão sozinhos, órfãos de ti. Levantou-se lentamente, pegou na velha guitarra e encostou-a à barriga. - Sente-a, meu filho, é a guitarra do paizinho que, desafortunadamente, nunca vais conhecer. Apesar dessa ausência física, irei mostrar-te como era, quanto te amava. Trazer para ti as suas memórias, o seu amor incondicional, os seus anseios. Irás senti-lo através de mim, prometo-te. Dentro do ventre, as batidas eram agora mais fortes, esperneava-se como que se sentisse o que a extremosa mãe lhe queria transmitir. Parecia ouvir o som da guitarra, o vibrar das cordas, tudo no seu mágico mundo no ventre da mãe. Uma tarde, enquanto caminha-

vam juntos, Ricardina fez uma pequena pausa, pararam frente a um estabelecimento de instrumentos musicais e disparou: - Vê, meu amor, vê o que te vou oferecer no dia do teu aniversário. - O que me vais oferecer, meu amor? – respondeu Julian – O dinheiro é escasso. Não te passe pela cabeça comprar-me uma nova guitarra, temos o nosso rebentinho e tudo o que temos vai ser escasso para ele. - Mas a tua guitarra está já tão velhinha! Tu precisas amor! Vê se gostas desta, sei que anseias uma assim, vai ser a minha prenda para o teu aniversário. - Oh! Como é linda! É mesmo a guitarra dos meus sonhos. Com ela, iria compor para ti as mais lindas melodias. Como te estou grato. Mas, não, não posso aceitar, neste momento, a prioridade é o nosso bebé, todo o dinheiro será necessário para ires para uma boa maternidade e teres o nosso filho em segurança. - Não, amor, está tudo bem, só precisava de saber se era essa a guitarra que desejavas. Antes de engravidar, fiz algumas economias. Tu mereces. Quanto a maternidade, não te preocupes, tudo se arranjará. Ao lembrar estes momentos, as lágrimas tombaram profusamente pelo rosto de Ricardina. Faltava então uma semana para o aniversário de Julian. Que tragédia, não chegou sequer a receber a tão desejada guitarra. E para seu infortúnio, nem iria ver Ricardina a dar à luz o seu precioso rebentinho, como ele carinhosamente lhe chamava. - A vida não é justa, é uma crueldade o que o destino fez connosco, meu amor! Fazes-me tanta falta! Ricardina sente agora uma forte dor no ventre. - Meu Deus, que dor tão forte! O que se passa comigo? Ó, não, não

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te posso perder! Não aguentaria ficar sem ti também! Ainda falta algum tempo, espera mais um pouco! Ricardina sai daquela sala, apelando à ajuda de Julian que já não pode estar presente. - Julian! Ajuda-me, meu amor! …. Passou-se algum tempo. Ricardina dá então entrada na maternidade e logo é programada uma cesariana para uma intervenção urgente. Momentos depois, Ricardina, adormece, e… - Ricardina, meu amor, não tenhas receio, o nosso rebentinho vai nascer, meu amor. - Julian, que saudades, meu amor, eu sabia que nunca nos irias abandonar. Vieste ver o nosso rebentinho? - Vim, sim. Nunca vos abandonaria. Estarei presente a cada momento no teu coração, junto a nosso rebentinho. Como é lindo! Nunca esqueças que foste o amor da minha vida e prometo que nas horas mais difíceis estarei sempre presente. E de repente, Julian desvaneceu-se como uma nuvem. Não me deixes, meu amor! – suplicava Ricardina. Foi então que despertou do seu sono, a tempo ainda de ouvir o médico voltar-se para enfermeira com um sorriso e dizer: Olá mamã, parabéns pelo seu lindo menino. Qual vai ser o seu nome? Ainda mal refeita dos efeitos da anestesia, respondeu: - Julian, senhor doutor, vai ser Julian como o pai! - Pois bem, seja bem-vindo o nosso Julian. Que o seu futuro seja prometedor . Ricardina olhou o rosto da criança, sorriu e disse: Como é lindo! Obrigado, papá, pela tua presença constante na nossa vida. Este é o nosso Julian, o nosso júnior!


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Entrevista com a escritora

Marisa Alves Marisa Luciana Alves (n. 1976, Vinhais, Bragança, Portugal) é escritora e acabou de publicar o seu 6.º livro. É professora desde 1999, licenciada em Português-Inglês (pela UTAD) e Mestre em Literatura Portuguesa (pela UCP). Venceu um concurso literário (2014) e é Associada da Academia de Letras de Trás-os-Montes desde 2018. É coautora de 34 coletâneas. Escreveu (2002-2004) para a revista UNEARTA (União dos Escritores e Artistas Transmontanos e Altodurienses), com textos de cariz cultural. Participa em revistas digitais, com os seus poemas, ensaios, contos e crítica literária. Orienta oficinas de escrita criativa direcionadas a crianças e jovens. Boa Leitura EXCERTO DO CONTO “Carlota, a menina canhota”

- Hoje a Mariana riu-se de mim, porque eu escrevo com a mão esquerda e não com a direita, como fazem todos. Disse que eu escrevia com a «mão errada» – declarou, desanimada, a Carlota. - Tu escreves com a mão esquerda porque assim tem de ser. És canhota.

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Portuguesa Marisa Luciana Alves é destaque literário no Brasil Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Marisa Luciana Alves, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a atrai nos textos voltados para o público infantil? Marisa Alves - Bom dia. Antes de mais, deixe-me agradecer à Divulga Escritor pela oportunidade que me foi dada. É sempre com satisfação que colaboro com a vossa revista. Quanto à pergunta que me coloca, desde criança que gosto de escrever e, apesar de, enquanto escritora ser um pouco atípica, pois não tenho horários certos para escrever, a escrita faz sentido na minha existência. O que mais me atrai na escrita infantil é o desafio, nada fácil, de escrever para crianças. Com o meu primeiro livro infantil senti o verdadeiro bichinho da escrita, da criação literária. Então, começou a minha viagem pela escrita da literatura infantil. Escrever contos infantis é uma grande responsabilidade. Ao fazê-lo, tento colocar fantasia e imaginação no papel, de modo a alcançar os meus pequenos leitores. Quando o faço, penso como eles. Onde e quando é que gosta mais de escrever? Marisa Alves - Onde? Em qualquer sítio. Ahah (risos). Numa mesa de café, num banco de jardim, numa sala cheia de gente… A inspiração pode surgir a qualquer hora. Para isso, só preciso de estar atenta, ouvir e observar. Penso que é o que mais me encanta no processo pré-escrita e o que me permite dar depois asas à minha imaginação. Quais são os seus autores de influência infantil? Marisa Alves - Os que fizeram

parte da minha infância, os intemporais Hans Christian Andersen, Irmãos Grimm, Jean de La Fontaine e a portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. Quem não se lembra do Patinho Feio? Da Princesa e a Ervilha? Ou de A menina do Mar? A Fada Oriana? Apresente-nos este último livro que publicou. Marisa Alves - Este é um livro para crianças e com crianças, de escrita bilingue, em português e inglês. É constituído por dois contos: Carlota, a menina canhota, a história de uma menina que escreve com a mão esquerda e vai questionar o porquê; e A Mochila Sorridente, um conto que trata de uma mochila que, como tantas outras, depois de usada durante um ano escolar acaba por ser posta de lado. Este livro contou

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com as ilustrações lindíssimas da ilustradora brasileira Maria Clara Reschke. A Maria Clara conseguiu captar exatamente as características das personagens, a essência das histórias e retratou-as na perfeição. Foi uma parceria excepcional! Além de “Carlota, a menina canhota/A mochila sorridente” você tem outros livros publicados. Apresente-nos os títulos e segmentos. Marisa Alves - Sim, é verdade. Contando memórias…, de 2011, é a compilação de uma recolha da literatura e cultura alentejanas, que realizei com alunas da Universidade Sénior de Borba. De suplicar por mais…, de 2013, é o registo de algumas memórias culinárias da minha mãe e uma homenagem às tradições gastronómicas transmontanas,


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das gentes de Vinhais (Bragança). O sono da Primavera, de 2014, tem três contos infantis, nos quais a Primavera aparece como espaço ou como personagem. A tua receita, meu amor!, de 2015, é uma novela em que o amor está presente e uma receita culinária vai ser o centro do enredo. Por último, o meu livro infantojuvenil O que Zeus mostrou aos Homens, de 2018, apresenta os Deuses da mitologia grega, que têm uma árdua tarefa que resolver, relacionada com o estado do meio ambiente na Terra. Quem desejar como deve fazer para adquirir os livros? Marisa Alves - Carlota, a menina canhota, A Mochila sorridente, e O que Zeus mostrou aos homens estão disponíves na editora Edições Toth (http://edicoestoth.pt/). Quanto a O sono da Primavera, pode ser adquirido em Edições Vieira da Silva (https://www.edicoesvieiradasilva. pt). Além disso, podem ser adquiridos através da Rota do Livro, em http://www.rotadolivro.pt/ ou nos sites de Bertrand, Wook. Sei que já recebeu um Prémio Literário. Qual foi a sua reação quando soube que tinha vencido o concurso? Marisa Alves - Sim, foi em 2014. Participei no Concurso Literário “Receitas Secretas”, da editora Papel D’Arroz, de Lisboa. Bem…foi algo indescritível. Senti-me afortunada, como deve compreender. Ver o meu texto como candidato, no meio de dezenas de textos a concurso, e depois como premiado, foi uma sensação maravilhosa! Não estava à espera. Quais os seus próximos projetos literários? Marisa Alves - O futuro a Deus pertence, mas de algo tenho a certeza: continuarei a escrever para crianças. Aliás, tenho alguns contos infantis que gostaria de publi114

car em livro. Não sei bem em que formato, mas a seu tempo… De momento, o projeto literário que tenho em mãos é o meu primeiro romance, que espero possa estar brevemente no prelo. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Marisa Luciana Alves. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Marisa Alves - Eu é que agradeço pela entrevista e, principalmente, pelo caminho que a Revista Divulga Escritor tem vindo a fazer ao longo dos últimos anos pela promoção da escrita e valorização da lusofonia. A mensagem que eu pretendo deixar aos leitores é a de que nunca devemos pôr de lado os nossos sonhos e devemos enfrentar as nossas dúwww.divulgaescritor.com | julho | 2021

vidas, indecisões e obstáculos. Os meus contos infantis, como os que agora apresento, são exemplo disso. “Carlota”, tal como tantas meninas e meninos, é canhota, escreve ou tem tendência para usar a mão esquerda. Quantas vezes os meninos canhotos se acham diferentes dos outros? Quantas vezes pensam que são “raros” porque escrevem com outra mão? Pois, a Carlota vem mostrar que escreve com a mão esquerda “porque assim tem de ser”. Obrigada, mais uma vez!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA CORREIA MARQUES-----------------------

SINOPSE

Livro Infantil: TIQUINHO, O MACACO QUE SABIA LER Autora: Rosa Marques Formato 20 cm x 20 cm, capa dura, páginas 38, editado em novembro de 2020

PAISAGEM DE INVERNO Árvores despidas de frio transidas... Bancos de pedra soturnos e frios, vazios! Um barco passa rasgando as escuras águas... As águas do rio! De longe em longe, como a desafiar a manhã, Em sua lúgubre frieza... Um pássaro canta... Grande é a sua tristeza! Rosa Marques ( junto ao Tejo, 2016 )

Feliz por já saber ler, o macaco Tiquinho partilha as histórias do seu livro com os amigos e outros animais da floresta… O Rafael contou na escola a tarde divertida que passou em casa dos avós... e todos os colegas quiseram aprender a fazer os barquinhos de papel… Era a primeira vez que um sapo aparecia no lago do jardim da casa da Aurora, por isso, ela faz tudo para conquistar a sua amizade… Entusiasmado com o que vê da janela do avião, o Bruno passa a viagem a comentar o que a sua imaginação vê naquelas nuvens que parecem flocos de neve, tão leves como o algodão… As peripécias do gato da Luisinha, da gata amarela e seus filhotes, ou do coelhinho bebé que se aventura a ir sozinho até à ladeira dos fetos… Destacando valores como a amizade, a partilha, a importância de aprender a ler, a fazer, a ser… Este livro é um pequeno universo de vivências... um tesouro para todas as idades... PRIMEIRO DIA DE ESCOLA Rompeu finalmente o dia tão ansiado por Raquel, que nas últimas duas semanas não pensara em outra coisa. Acordou cedo. Na cozinha a mãe preparava já o pequeno-almoço e um lanche para ela levar para a escola. Um misto de alegria e receio invadia todo o seu pequeno ser. Tudo era mistério, novidade para ela; a professora, os colegas, a sala de aulas, as veredas que teria de percorrer quase sempre sozinha até chegar à escola, o trânsito na estrada que lhe parecia tão longa e a deixava apreensiva… Encantou-a o cheiro do livro novo, as imagens coloridas, a textura da pasta comprada pelo seu pai, na cidade. Foi a primeira vez que Raquel viu tanta criança junta; meninos e meninas, pois nesse ano entrava em vigor no País, um novo sistema; as escolas que até à data eram masculinas ou femininas passavam a ser mistas… rapazes e raparigas na mesma sala de aula, sentados lado a lado, escutando a mesma lição. A empatia e o entusiasmo com a arte de aprender foi grande… e nos dias que se seguiram a menina corria satisfeita para a escola… corria porque temia chegar atrasada. No regresso a casa, uma vez por outra, entretinha-se a contemplar as flores amarelas que cresciam abundantes junto à ribeira, e a colher algumas… O desejo de aprender acompanhou-a pela vida fora e nos doze anos seguintes, fizesse sol ou chuva, frio ou calor, Raquel manteve o mesmo gosto pela escola e pelos livros, a mesma assiduidade e empenho… Rosa Marques

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MAHANA CASSIAVILLANI-------------------------

A Nobreza no Mito Literário E Marília? Era como se Marília sempre tivesse sido mãe. Sua carreira promissora na juventude fora apagada pelos muitos anos em que cuidou dos filhos. Era a mãe modelo. Sempre respeitando, sempre tentando ouvir, deixando que as crianças, e depois adultas, tivessem sempre sua individualidade. Quando seu pai morreu, se tornou mãe da própria mãe, que tinha sido criada à moda antiga e, como tal, não sabia fazer nada da vida prática sozinha. Marília tinha que levá-la ao mercado, ao médico, à fisioterapia, à natação. Também precisava ter os cuidados emocionais, então a visitava todos os dias para que não se sentisse sozinha. Na casa pequena de Marília, não havia espaço físico para sua mãe. Era uma espécie de tortura porque a mãe, diferente de Marília, nunca tinha sido uma mãe de verdade e a deixara com feridas profundas e uma sensação de abandono da qual não conseguia se desvencilhar e que, sem querer, passou para as filhas.

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A situação piorou quando veio o diagnóstico de Parkinson. Foi preciso encontrar lugar para a mãe de Marília em sua casa e isso aconteceu porque, naquele ano, as duas filhas se mudaram. Uma para casar, a outra para morar sozinha. Marília deparava-se com uma nova filha. Um corpo de mulher exigindo cuidados de criança. Fraldas, pomadas, papinhas. Tudo durou mais ou menos cinco anos e, nesse período, a filha de Marília que ha-

via saído para morar sozinha e que se chamava Clarice, voltou. Dormia na sala. Era depressiva e bipolar, então Marília precisava cuidar dela também. Duas filhas grandes como se fossem pequenas não é tarefa fácil para uma mulher, mas Marília era a mulher. E fazia tudo não com resignação, mas com uma vontade de ferro. Depois que a mãe partiu e a Clarice melhorou (encontrou um bom psiquiatra e acertou os remédios),

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ela decidiu fazer inseminação artificial e ter seu próprio filho ou filha. Marília apoiou, sua outra filha tinha uma mulher, uma companhia, mas Clarice era sozinha. Talvez por seus problemas nunca conseguiu fixar-se em um relacionamento duradouro. Fizeram o procedimento com todos os medos, dores e alegrias que ele traz e Clarice finalmente engravidou. Uma menina a que chamou Cecília. Clarice tomava seus remédios, estava bem e cuidava da filha com o maior amor que conseguia sentir. Marília também fazia sua parte, era mais que avó, era segunda mãe. Conforme Cecília crescia, Clarice começou a ter cada vez mais dificuldades em engolir. Principalmente os remédios, engasgava e vomitava com frequência. Marília se preocupava e exigiu que ela fizesse os exames de Parkinson. Eles não são tão precisos assim, mas era melhor ter uma ideia. O médico foi taxativo. Sim, havia a presença do Parkinson, e os sintomas começariam a aparecer. Marília e Clarice choraram muito. Clarice tinha presenciado todo o sofrimento da mãe e não queria que ela passasse por tudo aquilo de novo. Cecília tinha cinco anos. Conversaram muito e tomaram uma decisão. Mãe, não chore por mim, te deixo de presente meu bem mais precioso. Cuide dela e tente fazer ela não se esquecer de mim. Eu te amo com todo o meu coração e quero que você viva feliz. Clarice pegou todos os comprimidos de Rivotril que tinha em casa e os tomou de uma vez. Deitou-se no colo da mãe com a filha a seu lado. Quando percebeu que Clarice havia parado de respirar, a mãe acariciou seus cabelos, pegou o celular e chamou a ambulância.


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Entrevista com a escritor

Pedroom Lanne Pedroom Lanne é natural de São Paulo, 49, webdesigner, comunicólogo (Mestre pela Faculdade Cásper Líbero, 2009) e atualmente dedica-se a carreira de escritor. Desde 2015 vem se dedicando à escrita de uma saga de ficção científica de cunho ufológico intitulada "Adução & Abdução: o Épico Alienígena"; no começo deste ano, lança mais dois livros que dão sequência a essa história. São dois exemplares inéditos que compõem um box com os títulos Abdução, Contato de Terceiro a Quinto Grau e Abdução, Clonagem Experimental Humana, também disponíveis em ebook (pela plataforma Kindle). Além da literatura fantástica, uma paixão que nutre desde a pré-adolescência, Pedroom também possui alguns contos publicados em antologias do gênero e diversas poesias lançadas em publicações tanto no Brasil quanto em Portugal. No momento, o autor se dedica a escrita do quinto livro de sua saga ufológica, mas ainda sem saber se esse será o último de seu épico. Boa leitura!

“É uma história para quem gosta de leituras com profundidade e não tem pressa de chegar ao fim.”

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O alienígena Billy vai te conquistar em “Abdução” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Pedroom Lanne, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever a saga de ficção científica “Adução e Abdução: o Épico Alienígena”? Pedroom Lanne - Quando iniciei a escrita dessa saga, eu não tinha nenhuma pretensão que ela se torna-se uma. O primeiro título da série, a obra “Adução”, foi fruto da inspiração e da paixão que eu tenho em torno do assunto, a existência de vida no unive rso e de alienígenas. A ideia para desenvolver a história me veio em uma viagem a São Tomé das Letras (MG), uma cidade conhecida por supostos contatos imediatos. Depois que publiquei o primeiro livro, as ideias para continuar escrevendo sobre o assunto apenas me vieram à cabeça, então continuei escrevendo e, hoje, já estou no quinto livro que compõe a saga. Apresente-nos de que forma está segmentada a saga, em quantos livros? Pedroom Lanne - A obra está dividida em três publicações, as quais compõem quatro livros impressos e sete ebooks. Via de regra, cada livro meu, ao ser lançado em ebook, é dividido em partes, pois além de serem grandes, são pesados, contém várias ilustrações e gráficos. Meu primeiro lançamento foi “Adução, o Dossiê Alienígena”, em 2015. Nesse livro eu apresento o universo da obra e aqueles que serão os personagens protagonistas. O diferencial desse livro é descrever um tipo de contato imediato que não existe nas escalas de contato atuais, pois

narra a odisseia de uma família que se teletransporta para esse universo alienígena, ou seja, ao contrário das escalas de contato que são todas baseadas na ideia de que são os alienígenas que nos visitam aqui na Terra. Daí o termo “adução”, pois estes humanos protagonistas da obra serão aduzidos pelos alienígenas para que consigam se adaptar a esse novo universo o qual, acidentalmente, eles foram parar. Esse livro é divido em três ebooks, os quais se intitulam: 1-) Dossiê de um Transmutado Alienígena; 2-) O Estranho Universo Quântico; 3-) A Guerra da Inteligência Artificial. Em 2018, eu lancei o livro “Abdução, Relatório da Terceira Órbita”, que seria a continuação do livro anterior. Embora a história envolva os mesmos protagonistas, ela pode ser lida como uma obra independente. Nesta obra eu faço o caminho in-

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verso da anterior, ou seja, desta feita são os alienígenas que vêm para a Terra e acabam se envolvendo de maneira desastrosa com os humanos. Esta nova história possui dois eixos, esse primeiro em que os alienígenas estão na Terra (na atualidade de 1978), e outro em que segue a vida dos protagonistas já adaptados nesse universo hiperfuturista descrito no livro anterior. Esse livro é dividido em dois ebooks: 1-) Relatório da Terceira Órbita; 2-) Lobotomia Cerebral Autorizada. Em 2020, saindo agora em 2021 com certo atraso em função da pandemia, estou lançando dois livros: “Abdução, Contato de Terceiro a Quinto Grau” e “Abdução, Clonagem Experimental Humana”, que são vendidos conjuntamente em um box com os dois tomos. Esses dois livros concluem a trama inciada no livro anterior, no que tange a gran-


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de ABDUÇÃO que dá título à saga. Em Contato de Terceiro a Quinto Grau eu narro a grande abdução, na Terra, que foi o que motivou a escrita da obra. Já em Clonagem Experimental Humana, essa trama envolvendo os alienígenas que visitam a Terra chega ao fim – justo por isso, o box é veiculado com o slogan “A conclusão do Relatório da Terceira Órbita”, fazendo menção ao livro anterior que compõe a saga. Todavia, a saga não acabou. Embora a trama envolvendo esses alienígenas se conclua, muitos fatos permanecem em aberto, especialmente na parte da narrativa que foca a vida dos alienígenas protagonistas em seu universo futurista. Estes dois novos livros correspondem aos dois últimos ebooks, as partes III e IV da saga “Abdução”, cujos títulos são os mesmos dos dois livros. Em 2021, lançou dois livros “Abdução, Contato de Terceiro a Quinto Grau” e “Abdução, Clonagem Experimental Humana”, apresente-nos as obras. Abdução, Contato de Terceiro a Quinto Grau Na sequência da expedição da dupla SawmillA iniciada em Abdução, Relatório da Terceira Órbita, os alienígenas esbarram em um achado sem precedentes na história humana. Uma descoberta que os levará ainda mais ao passado até a pré-história do homem e será vital para a conclusão do relatório que encerra sua jornada pelo ano de 1978. Enquanto isso, no distante futuro paralelo do Universo Quântico, o alienígena Billy se defronta com uma linha existencial alternativa que marcará e ditará seu destino para sempre. Uma nova vida que o fará navegar da distante prisão em Plutão para um excêntrico habitat situado na lua marciana de Phobos.

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Abdução, Clonagem Experimental Humana O alienígena Billy está absolutamente determinado a restaurar a sanidade mental de seus antigos pais humanoides, para isso lançará cérebro de todos os seus conhecimentos e de seu capital político para garantir-lhes um lar digno na lua de Phobos. Em paralelo, no pretérito do ano de 1978, a expedição da dupla SawmillA fica em risco quando o coronel Jay Carrol coloca em prática um operativo que, além de tentar destruir a nave extraterrestre em seus domínios, inadvertidamente ameaça a vida de todos a sua volta, inclusive a sua própria. O que mais chamou a sua atenção ao escrever a trama que compõe a saga? Pedroom Lanne - A infantilidade do homem perante essa sociedade alienígena hiperfuturista e o vasto universo que habitam. No fundo, é disso que é a história, a saga por completo, se trata: de uma narrativa da evolução humana em vários aspectos: biológicos, científicos, tecnológicos, sociológicos e, sobretudo, éticos e, talvez, um pouco, também morais. Embora a história possua seus personagens principais e secundários, por trás de toda a saga há um protagonista oculto, que é a espécie homo sapiens – especialmente no primeiro livro, “Adução”. É por isso que não hesito em nomear a saga como um “Épico Alienígena”, pois se trata de um épico, um épico humano, embora o título mencione alienígena. Apresente-nos 3 motivos para lermos “Adução e Abdução: o Épico Alienígena”? Pedroom Lanne - É uma história que foge dos maiores clichês do gênero envolvendo histórias sobre alienígenas, e outros da ficção

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científica de modo geral. Especialmente pela narrativa ser descrita pelo ponto de vista dos alienígenas e, por exemplo, criar um universo bastante amplo, mas limitado ao Sistema Solar, ou seja, uma história explora mais o nosso próprio sistema do que se costuma achar por aí. Por fim, trata-se de uma saga para quem gosta desse gênero da ficção científica de cunho ufológico com uma pegada hard, no que tange do discurso científico que preenche boa parte da narrativa. É uma história para quem gosta de leituras com profundidade e não tem pressa de chegar ao fim. O que mais o atrai, como leitor, ao ler cada obra? Pedroom Lanne - A complexidade, o desafio, as reflexões e as lições que extraio da leitura. Especialmente, a capacidade de traçar paralelos com a realidade, a aprender e deduzir coisas que só através dos livros se torna possível. É uma série de coisas que, mesmo inconscientemente, você acaba trazendo para sua vida, que passa a compor a sua maneira de pensar e observar o mundo a sua volta; que estimula a sua imaginação. Onde podemos comprar os seus livros Pedroom Lanne - No meu site oficial há os principais links para a compra dos livros ou para me contatar pessoalmente e adquirir as cópias autografadas da minha obra. Os ebooks da saga são exclusividades do Kindle, da Amazon, gratuito para assinantes da plataforma (Unlimited). http://www.pedroom.com.br/aducao.htm Quais os seus próximos projetos literários? Pedroom Lanne - Completar a saga


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“Adução & Abdução”, agora em seu quinto livro, o qual está em processo de escrita neste momento. Espero, ano que vem, se tudo der certo, se sobrevivermos a este momento tenebroso que afeta a humanidade, estar lançando esse novo e, possivelmente, último episódio da saga. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Pedroom Lanne. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que men-

sagem você deixa para nossos leitores? Pedroom Lanne - Que leiam. Não necessariamente os meus livros, mas leiam. Quanto mais melhor. Outra dica que sempre dou é para que leiam os clássicos, os grandes filósofos, os pensadores e historiadores do passado, pois este é um dos grandes baratos da literatura e da escrita, o de navegar pelo pensamento de diferentes épocas, diferentes mundos.

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O Feixe Solar Por Pedroom Lanne O homem já possui a tecnologia e a capacidade de executar o tão sonhado teletransporte. Não aquele que você tanto anseia, tipo da série Star Trek capaz de transportar matéria, incluindo pessoas, mas, sim, o teletransporte de partículas. E se eu teletransporto uma partícula, bingo! Eu formo uma unidade binária. Essa é a base tecnológica que tornará real os nossos mais mirabolantes anseios da ficção científica. Entre esses anseios, podemos citar o surgimento da Inteligência Artificial; a colonização de Marte; o contato com espécies alienígenas mais evoluídas; o teletransporte de matéria e seres vivos que tanto desejamos; e a exploração de novos mundos em dimensões paralelas que sequer sonhamos existirem. Tudo isso passa pelo surgimento do FEIXE SOLAR, uma tecnologia que teletransporta tudo: energia, dados e pessoas entre o Sol, seus planetas e as dimensões do tempo. Esse é o grau de desenvolvimento da espécie e da sociedade descrita na saga de ficção ufológica do escritor paulistano Pedroom Lanne. Um mundo cuja inteligência, alienígena, já usufrui desse feixe. Uma espécie denominada Quântica, pois já domina as forças contidas no interior do átomo. Mas tudo começa assim, teletransportando-se uma única partícula; nem que seja, a princípio, resumida ao circuito interno de um chip. Mas, em vez de circular energia, um chip que teletransporta partículas como o fóton. Somente assim elevaremos nossa capacidade de processamento de dados ao grau que, por meio de uma partícula suja como o elétron, jamais seria possível. A partir daí, basta aumentar os 122

circuitos até formar uma rede global com as novas fibras – incluindo as vegetais, ainda não descobertas –, o emprego de satélites e estações retransmissoras não só para comunicar em ou na Terra, mas com outros planetas, até que se possa alcançar as estrelas. Ultrapassados 300 mil anos, enfim você chega ao cenário da saga de Pedroom Lanne, cujo primeiro título é Adução, o Dossiê Alienígena, publicado em 2015. Esse título introdutório narra a saga de uma família que executa tal ultrapassagem temporal, que acidentalmente atravessa o portal das dimensões e se depara com esse universo ultratecnológico, habitado por criaturas altamente evoluídas. Seres que, ao primitivo olhar humano, se transparecem alienígenas – e que não estão sozinhos, pois o feixe solar também é o habitat de entidades robóticas cuja complexidade de sua inteligência, aos homens, só pode ser espelhada nos deuses. Entre espécies biológicas e robóticas, esse universo compreende o Sistema Solar do Sol até o último astro de sua órbita, abraçando os mais longínquos planetoides e uma vastidão que um humano sequer seria capaz de imaginar existir e compartilhar sua própria estrela. Um universo que se estende pelas forças contidas na matéria e habilita a existência de dimensões paralelas. Dimensões paralelas, planetas e planetoides longínquos, porém conectados pela instantaneidade do feixe solar. É neste primeiro título que o autor conceitua essa sociedade alienígena ultrafuturista, a qual evolui no mesmo compasso em que sua capacidade comunicacional, através do feixe, navega para futuros e pretéritos mais distantes, unificando planos distintos que passam a evoluir em conjunto. Em paralelo a tudo isso, existe uma família burguesa que atravessou as dimensões e se deparou com www.divulgaescritor.com | julho | 2021

os alienígenas que sequer desconfiavam habitarem o Sistema Solar. Um casal de adultos e outro de crianças passam a conviver com eles sob a pressão de se adaptarem à nova dimensão ou estarem fadados a viver como reles animais – isso se conseguirem sobreviver. Esse processo de adaptação é a adução que intitula o livro – a elevação de meros homens ao patamar alienígena. Vale citar que, como proposta literária, esse livro diferencia-se totalmente da saga que se segue, especialmente por utilizar uma estrutura textual bastante não-ortodoxa, a qual cobra do leitor certo esforço para absorver a dimensão completa do universo descrito na narrativa. Na segunda obra do autor, Abdução, Relatório da Terceira Órbita, lançada em 2018, os tais burgueses protagonistas da obra anterior enfim viverão suas aventuras nesse assim chamado Universo Quântico antes inimaginável. É a partir desse ponto que a verdadeira saga se inicia. Finalmente os personagens passam a vivenciar a liberdade de um cosmo que permite livre trânsito entre os planetas e as dimensões; o feixe solar deixa de ser teoria e os permite navegar no espaço-tempo ao bel-prazer. Por outro lado, um universo que também cobra um alto saber para um antigo homem poder conviver com o novo patamar evolutivo à sua volta. Por isso, além de desfrutar desse novo mundo, os personagens também vão penar para se adaptar, irão se envolver em enrascadas, sofrerão traumas psicológicos e doenças, chegando até a morrer, mas apenas para reviver ou recomeçar sua jornada em uma nova dimensão – trafegando pelo backup de suas vidas, proporcionado pelo feixe solar e os infinitivos planos existenciais nele contidos. O feixe solar, como sugere seu nome, origina-se no Sol, onde o planeta Titã flutua em sua fotosfe-


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ra, captando e transmitindo energia para Mercúrio e, de Mercúrio, aos demais planetas. É neste planeta, à primeira vista inóspito, que o feixe solar é gerado. Mas o que é o feixe solar senão a máquina do tempo da sociedade quântica? Sim, mas não a única; nem a mais potente, pois a mais potente é o próprio núcleo solar, acessível em Titã. A poderosa gravidade do núcleo é a única máquina capaz de enviar sondas e naves para pretéritos tão distantes, que se situam muito aquém do que o feixe solar é capaz de captar. É dali que parte uma missão de uma dupla alienígena que faz o caminho oposto daquela família burguesa e retorna ao mesmo pretérito de onde ela havia partido, o ano 1978. Estamos de volta ao auge da Guerra Fria, porém, o pretérito em que esses alienígenas aportam já não é mais o mesmo segundo contam os livros de história. O quadro político que confronta nações capitalistas e comunistas é outro, e tende a piorar quando entidades sobrenaturais começam a estudar e a se meter nas relações humanas. Os alienígenas e sua nave acabam descobertos por militares, que querem apreendê-los. A missão propunha-se ser pacífica, objetivava tecer um Relatório da Terceira Órbita conforme a obra assim enuncia, mas o conflito está armado. A narrativa prossegue assim, alternando entre os protagonistas do livro anterior e sua jornada pelo Universo Quântico, até que o drama de sua vivência em um habitat que ainda lhes é estranho atinge um ponto de não-retorno; em paralelo, desenrola-se a jornada da nova dupla alienígena protagonista em sua observância a Terra de 1978 e aos militares que tentam capturá-los. Esses alienígenas se disseminam e se infiltram por toda a sociedade humana, passeiam pelo globo de leste a oeste, partindo da América

até alcançarem a China, onde uma misteriosa descoberta desafia a alta capacidade lógica e analítica dessa sofisticada espécie. É somente em Abdução, Contato de Terceiro a Quinto Grau, o terceiro tomo da saga, lançado em 2021, que a narrativa atinge seu clímax, embora seja essa uma história que proporcione vários clímaces em seu decorrer, especialmente na conclusão de cada livro. Aqui, finalmente o leitor viajará para Titã, na fotosfera solar, o planeta de cristal, e conhecerá não só onde se origina o imponente feixe solar, mas a sua história e o porquê de tal tecnologia ser o objeto que confronta homens e máquinas, que contrapõe os alienígenas humanoides à classe robótica; vai entender porque a inteligência artificial guerreou contra eles para obter seu controle. Porém, para atravessar tudo isso, será ao passado que os protagonistas, novos e antigos, terão de viajar antes que sua jornada possa atingir um novo clímax. Nesse pretérito longínquo, o leitor realizará uma jornada atemporal, simultaneamente decrescente e cronológica, até alcançar o período do Egito antigo, então retornar ao presente para compreender a dimensão de uma presença alienígena que afeta e altera a história de toda a humanidade. Tudo isso sem abandonar o momento presente, quando não são só os militares se intrometem na investigação e no relatório que os alienígenas redigem sobre a humanidade, inclusive o presidente da República se envolve na história. Não bastasse, um ufólogo enxerido investiga a situação e acaba fisgado em um complô que visa denunciar a presença alienígena em nosso planeta. Embora boa parte da narrativa fuja dessa cena pretérita ao retomar a narrativa daqueles velhos burgueses que ainda penam para conviver

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no Universo Quântico, é ao passado desse futuro que a história prossegue antes de recuperar a linearidade que parece abandonada em relação ao livro anterior. E conforme já dizíamos, ou esses burgueses se adaptavam, ou virariam animais de zoológico. Assim, é em um zoológico pra lá de excêntrico, embora um tanto quanto similar à vida em nossa velha Terra, que os personagens terão de reescrever sua jornada ao lado de animais alheios aos seus costumes e cultura, mais uma vez colocando em xeque sua sobrevivência neste novo estranho mundo. Após esse longo tour pretérito, somente no último tomo da saga, a obra Abdução, Clonagem Experimental Humana, lançada também em 2021, a narrativa antes dividida em múltiplas linhas temporais aparentemente independentes, enfim converge para uma trilha comum.

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É quando todas essas vertentes encontram seu desfecho, o novo clímax, e se comprovam muito mais interligadas do que se suspeitaria até então. Nesse tomo, os alienígenas em visita a Terra completam o Relatório da Terceira Órbita que haviam proposto para sua expedição, o qual coincide e parece profetizar o inevitável desastre que seu contato com os homens acaba desencadeando. Um contato que se estende ao futuro em que aquela velha família burguesa finalmente encontra o seu devido lugar no novo habitat, nem que seja o vasto universo interligado pelo feixe solar ou aquele zoológico em que estavam fadados a viver desde o começo. O feixe solar, a tão poderosa tecnologia que permite a esse universo futuro desfrutar o altíssimo patamar evolutivo cenário da obra – incluindo sua ampla fauna robótica

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– parece um pouco esquecido nesse ponto da trama, embora permaneça ativo e operante em seu transcorrer completo. Porém, será através dele que Pedroom Lanne retomará a narrativa no quinto tomo da saga, e se saberá quais são as consequências de se desligar uma tecnologia cósmica tão robusta quanto o feixe. Uma obra ainda em fase de escrita, mas já intitulada Abdução, o Epílogo da Epopeia Terrestre, na qual as arestas ainda pendentes de uma história que recusa-se a um único desfecho encontrarão seu épico final. Não à toa, parte de uma saga que, em sua totalidade, é nomeada Adução & Abdução: o Épico Alienígena. Texto de Pedroom Lanne Mais informações sobre a saga, visite: www.pedroom.com.br/aducao.htm


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARTA MARIA NIEMEYER -------------

VELHO MARACA FORRÓ ADIADO Pula fogueira iô,iô pula fogueira iá,iá É festa de São João vou tomar quentão até o dia clarear. Vou para Campina Grande requebrar no forró, desfilar na fogueira, dançar a noite inteira. Pensando bem acho que não vai dar, mais um ano protelar. Junho está chegando e este tição amarrando eu não posso viajar. Tenho que adiar para o próximo ano, o imunizante chegando todos nós vamos celebrar.

Nasci em 1950, desde o início com o pedreiro mineiro e o jovem engenheiro me divertindo com a galera, hoje sou um velho setentão. Fiquei famoso na história, fui o maior do mundo, palco de muitas glórias...Fiz muita gente famosa, no gramado com a bola. Na água o trampolim e revezamento, nas arquibancadas, cadeiras, tribunas e geral, alegria das famílias, brilho no olhar das crianças em tempo de Natal, Papai Noel o personagem mais aguardado. A música também participava da competição na “massa que amassa a massa”. Recebi artistas do mundo inteiro... Fui até maternidade de cigarra e borboletas, muitos peixinhos, terra e água para as crianças festejarem com aquela lambança que só elas sabem fazer. Muitas árvores com cipó completara as brincadeiras de Tarzan, até a Borboleta Biruta nascera aqui, enlouquecida, não aguentou com o barulho e desapareceu... Um fofoqueiro contou – me que para a terra de sua mãe ela voltou. Sua criadora é também frequentadora, olha com tristeza e saudade dos tempos daquela luz. Na passarela desfila lamentos e sofrimento por aqueles que aqui culminam. Esta pandemia me dá MUITA agonia, minha pista já foi estacionamento, hoje é só lamento. O silêncio me tortura, muita saudade, até quando terei que aguentar?

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Melhor imaginar a festança que será quando a galera voltar, muita luz e colorido, copos cheios e música no ar ... MEEEENGO, MEEEENGO, MEEEENGO! ... VAAAASCO! ... NEEEENCE! ... FOOOOGO! Um dia já fui glória, palco de João e José, no pulo, no arremesso e corridas... Minha vizinha saudosa conta com alegria sobre aquele aperto na mão do atleta representante desportivo. - É você? Deixa eu apertar sua mão de ouro? A equipe acabara de retornar da Olimpíada com a medalha de ouro, nosso vôlei brasileiro, em 1992. Meu filho aqui ao lado, o centro de treinamento de braços abertos os acolhiam. Hora manutenção, outra hora vem reforma e assim fui encolhendo como todo ancião. Deixei de ser o maior, mas uma vez reformado para a copa do mundo em 2014, um tal de padrão FIFA desculpas encontrada por minhas entranhas escoou muitos milhares de $$$... Não quero desfiar lamentos, apenas um desabafo, eu sou palco com destino à alegria e diversão para todo cidadão carioca, brasileiro e estrangeiro. Meu destino é ser e fazer você feliz. Marta Maria Niemeyer (pseudônimo) Nome completo/ Marta Maria da Mata Valle Tel: 991.430.908 ou 2254.4476 Livro: SÓ QUERIA TE DIZER.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA-------------

PASSARINHOS Maior presente quem me deu foi o passarinho, que, devagar, surgiu na sombra da janela, bem perto do batente, com muitos raminhos, o belo ser voador, montando sentinela. E a “passarinha”, com o seu namoradinho, fez dos gravetos: doce lar... morada bela... Estou feliz, porque cruzaram meu caminho! O austero ninho da varanda é a chancela. Eterno e doce lar! Monumento encantado! Castelo de ramos, arquitetado no ar, elevado por pássaros entrelaçados! Melhor do que tudo isso só o poder de voar... Fascinante e belo dom dos seres alados, especialistas na grande arte de planar! (Poema musicado por Jô Mendonça Alcoforado, no Projeto Intercâmbio Cultural)

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR MAGNA ASPÁSIA FONTENELLE----------------

Magna Aspásia Fontenellle, natural de Carolina-MA-Brasil e residente em Uberaba- MG-Brasil, professora,tradutora.dra em Filosofia Universica - Ph.I- Philosophos Immortalem. Mestre na área da Educação por la Univesidad de León – España; graduada em Letras Português/Español-Licenciatura Plena e pós em áreas educacionais. Pesquisadora convidada-UFTM- atuando no Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores-GPFORME-CNPq-UFTM. Consultora Educacional, palestrante, escritora autora e coautora de vários artigos científicos, livros, antologias e revistas publicados em periódicos nacionais e internacionais, tradutora. Membro Fundadora Imortal e Presidente da Academia de Letras do Brasil Seccional Uberaba-MGBrasil. Membro Fundadora da Academia Alternativa Pegasiane,AAP,Brasil.Delegada Cultural da FEBACLA-RJ para o Triângulo Mineiro-RJ,Agraciada com várias comendas no Brasil e no exterior., Dra Honoris Causa em Literatura e Acadêmica Benemérita cadeira nº12 Eternizada em seu nome como Patrona-FEBACLA-RJ. Título de Cidadania Uberabense outorgado pela Câmara Municipal de Uberaba; Recebida como hóspede oficial da cidade de Paraguaçu Paulista – SP.Organizadora da obra Antologia Internacional Brasil-Albânia,2021.

Alma Gêmea Poesias Magna Aspásia Fontenelle Alma Gêmea As ilusões são partidas... Não se contente com migalhas Minha alma é tão rudimentar, Anseio o amor. Ando pelas ruas A procuro da minha alma gêmea Olho por toda a parte e não a encontro... Perdeu-se no tempo -espaço Ou buscou aconchego em outros braços. Fez do abraço um laço. Onde estás, minha alma gêmea? Desfaça o laço, Volte para os meus braços, Pois, a magia feminina É capaz de transformar. Abraço em elo de ternura,.. Semeando o pólen da amizade Para fertilizar o solo do coração Fecundando a essência do amor Na benquerença da chama da paixão.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JOSENILSON LEITE, POETA DE GARANHUNS

Chora Coração Chora... Chora coração Chora das boas lembranças Do meu tempo de criança Que era pra mim paixão. Chora... Chora coração Pela música que tocava Pela Vila onde eu morava A Escola onde estudava Da família e dos amigos De Garanhuns e do Sertão. Chora... Chora coração Mas deixa viver comigo O amor por Garanhuns Minha Vila e meu povo Minha Mãe, pai e irmãos. Chora... Chora coração Chora de saudade Chora de emoção.

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Coração do Poeta Vou completando lacunas Momentos de inspiração Poemas que vêm da Alma Palavras do coração. Nos escritos do poeta Abrigo a fé e a força A coragem e a saudade O amor por uma moça. O sentimento e o afoite O perfume de uma flor Por vezes os maus momentos De tristeza e de dor. Também abrigo as nuvens Que plainam no céu Anil A luz do Sol e o calor O canto dos passarinhos. Abrigo as águas do mar A noite de lua cheia As estrelas reluzentes E o canto da Sereia. A esperança e a saudade Os meus tempos de Criança Garanhuns, minha Cidade A gratidão e a lembrança O cheiro de terra molhada A minha Rua Brejão O meu Nordeste aguerrido Minha família e amigos Meus professores queridos Abrigo no coração.

Fonte da Vida Mulher menina Mulher Esposa Mulher senhora Mulher Companheira Mulher eternizada. Mulher Dama Mulher Filha Mulher guerreira Mulher verdadeira Mulher amada. Mulher geradora da vida Mulher condutora do ser Mulher inteligente Mulher brilhante Mulher competente Amo Você. Fonte de sabedoria Hoje é o seu dia Somos a ti sempre gratos És a fonte da vida Sempre forte e aguerrida Mulher és digna de aplausos.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR VANDERLEI B. COSTA---------------

VIVA À INCLUSÃO!!!

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edras, morros, montanhas, serras, águas correntes, tempestades, neves, [...], são obstáculos para todos, em especial, para aqueles que querem lutar e vencer. Olhos que não veem, ouvidos que não ouvem, mãos que são impedidas de afagar, braços que não se movem para abraçar, pernas que não se movimentam para andar, [...], podem sim se tornar impedimentos para trilharmos caminhos, porém não se configuram em obstáculos para a consolidação da nossa sensibilidade humana. As palavras iniciais, narradas nesses excertos de textos são dirigidas respeitosamente ao jovem Kallil, exemplo de luta, perseverança, dedicação, persistência, coragem, bravura, [...], em enfrentar com muita galhardia o meio universitário, direito de muitos, espaço de poucos. Os processos excludentes que os sujeitos com deficiência enfrentam na sociedade são aviltantes. As dificuldades que enfrentamos para deixar as margens e se lançar ao meio são espinhosas. A aceitação da deficiência ao nascer, a convivência com os "nor130

mais", o ingressar na escola, o olhar estranho dos professores com a nossa presença na sala de aula, o medo de não dar conta de nos ensinar, por que não se sentem preparados, nos fazem levantar indagações: www.divulgaescritor.com | julho | 2021

• Até quando seremos motivos de interrogações? • Até quando seremos vistos como estranhos nesse lugar que alguns insistem em chamar de normal?


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• Até quando seremos obrigados a ouvir questões: ele - ela irá dar conta de ministrar uma aula? • Enfim, os sujeitos com deficiência aprendem mesmo? Essas indagações nos incomodam, a medida em que frente a elas somos obrigados constantemente a provar nossas capacidades. Kallil Assis Tavares, mesmo com Síndrome de Down, na UFG/ UFJ, em meio à ciência, conseguiu provar que somos capazes, conseguimos aprender, claro, ao nosso ritmo, ao nosso tempo, respeitando nossos limites, também nossas potencialidades. Dirijo-me respeitosamente a você Kallil para dizer-lhe que você demonstrou para a cidade de Jataí, para o Estado de Goiás, para a Universidade pública - lugar onde se produz ciências de que limites, barreiras, obstáculos, preconceitos, estereótipos, estigmas, [...], precisam ser quebrados. Peço em seu nome, Kallil licença para dizer aos que não acreditam na inclusão escolar dos sujeitos com deficiência que incluir é possível, bastando para tanto dar a nós oportunidade para estarmos aqui, convivendo juntos, partilhando dos

mesmos espaços, gozando dos mesmos direitos. Kallil quero dizer a você que enquanto docente, pretenso formador da consciência política dos cidadãos, não me importa o que você irá fazer com esse título de geógrafo. Não se preocupe, esse título é seu, luta sua, conquista social ainda de poucos em uma sociedade ladeada de hiatos sociais. Kallil!!! não concluo essa narrativa. Não é possível concluir em três laudas, dez parágrafos, dezenas de linhas, centenas de palavras, milhares de caracteres, sua luta, empenho e dedicação em uma causa que você seguramente acreditou: a educação. Gratidão amigo, você representa centenas, milhares, milhões de sujeitos que não tiveram, nessa sociedade conservadora, o direito de poder estar aqui nesse espaço que concebemos como Universidade. Parabéns.

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Vanderlei Balbino Costa. Lattes: http://lattes.cnpq. br/9675106511430204 131


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Entrevista com a escrita

Roberto de Barros Roberto de Barros Freire, nascido em São Paulo, capital em 10/08/1956. Bacharelado (1981) em Filosofia pela Universidade São Paulo (USP), metre (1994) e doutor (1999) em Educação pela Universidade Federal de Maro Grosso (UFMT) e doutor (2006) em Ética e Filosofia Política pela USP. Professor na UFMT desde 1985 do Departamento de Filosofia do bacharelado e da licenciatura, e professor do Mestrado Profissional em Filosofia. Além de participar de vários livros com capítulos, publicou o livro Dez proposições para uma filosofia simples (2009) pela EDUFMT. Os muitos ditos e poucos feitos do Dr. Schlack: compilação e notas de Ruben Stravelsky é a primeira incursão no campo literário, cuja publicação foi possível por meio de edital da Editora da UFMT, em 2020. É uma tentativa de unir filosofia e literatura.

Boa leitura!

Aqueles que assim como eu, amam literatura fantástica, irão descobrir um novo universo em Beckamel. Mergulharão num mundo cheio de mistério, suspense, aventura, imaginação e humor, tudo regado a muito molcanto.”

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Verdades ou mentiras sobre Dr. Schlack Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Roberto de Barros Freire, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever "Os muito ditos e pouco feitos do Dr. Schlack: compilação e notas de Ruben Stravelsky"? Roberto Freire - O intuito do livro é despertar uma reflexão crítica a respeito da sociedade de consumo. Seguindo uma tradição que se inicia na filosofia cínica, que acredita que a ironia e o riso são mais eficientes para promover o entendimento, o livro visa provocar o riso, escarnecendo os costumes atuais da sociedade do consumo, cuja maior produção é o lixo, seja das coisas que descarta por novas aquisições, seja pela imensa quantidade de embalagem descuidadamente dispensadas na natureza. Há uma chacota da vida atual, na qual as pessoas acreditam ser mais as coisas que possuem, que as qualidades individuais que possam apresentar. Além disso, brinca com o fato de que quanto mais se tem, mais trabalho para mantê-las limpas. Quem é o Dr. Schlack? Roberto Freire - O Dr. Schlack é um heterônomo estudado por um outro heterônomo (Ruben Stravelsky). O primeiro é um filósofo cínico e o outro um estudioso de filosofia. O cínico Schlack carrega certo tédio de ver as pessoas indo da casa para o trabalho e do trabalho para a casa, gastando a vida para possuir coisas, dívidas, passando uma vida escravizada pelas posses, pelos costumes, pelo convívio familiar. Dr. Schlack

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defende o celibato, acredita que ter filhos é contribuir com a destruição do mundo, pois significa gerar mais um consumidor contumaz a esgotar e destruir a natureza. Seu objetivo é convencer os demais a terem uma vida desapegada dos bens materiais e se dedicarem ao ócio criativo. Cite algumas peculiaridades sobre Dr. Schlack, que o leitor encontrará ao ler o livro? Roberto Freire - Uma das coisas peculiares ao Dr. Schlack é o fato de nunca ter trabalhado, vivendo às custas de sua mãe, do jogo e do descarte que as pessoas fazem após a aquisição de coisas novas. É uma pessoa que vive sozinha, que repugna o casamento, que passa sua vida lendo e debatendo textos filosóficos, escrevendo seus textos que publica no seu Blog e no seu perfil do Facebook. Tem mais uma existência virtual do que física, opinando sobre tudo e sobre todos, com sarcasmo, ironizando amigos e conhecidos com suas observações do cotidiano. Comente um pouco sobre a contextualização geográfica, em que o enredo está inserido. Roberto Freire - Não há uma localização geográfica específica. Dr. Schlack é um habitante da cidade, um urbanoide, de qualquer país. Não uma cidade pequena, mas um ser da metrópole. Com certeza Dr. Schlack é um fenômeno da nossa contemporaneidade, que necessita da internet, de um computador e do ambiente urbano onde recolhe suas coisas do descarte das coisas usadas dos demais. São os excessos da cidade que alimenta e satisfaz as necessidades mínimas e minimalistas dele. Apresente-nos a obra Roberto Freire - O livro é composto de textos em sua maioria curtos, que comentam algum evento urba134

no ou cultural. Cada um dos textos trata de questões próprias e o livro não precisa ser lido em ordem cronológica, podendo o leitor ler aleatoriamente. São comentários ou crônicas do cotidiano, que abordam as diversas facetas da existência de um mundo alienado e alienante, que escraviza as pessoas às suas profissões e relacionamentos, onde estão todos ocupados em ser felizes, ou melhor, em ter coisas, pois se acredita que a felicidade depende das coisas que se tem. Dr. Schlack nos apresenta a sua filosofia cínica aos poucos e em diversas passagens, mas não há uma ordem necessária para ser apreendida. Qual o momento que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia "Os muito ditos e pouco feitos do Dr. Schlack: compilação e notas de Ruben Stravelsky"? O que provocou o livro, ou melhor, sua organização, pois boa parte dos textos já estavam escritos, foi a pandemia convid 19, a partir de março de 2020. O fato de estar recluso em casa, praticando o distanciamento físico pois as atividades docentes continuaram de forma telepresencial, possibilitou a dedicação ao livro que aguardava o momento oportuno para sua conclusão. Achei que num momento de tanta tristeza e infelicidades devido a pandemia, seria bom algum humor. Espero que se divirtam com o livro, tanto quanto me divertir escrevendo-o. A quem indica leitura? Roberto Freire - O livro não é direcionado a um público específico. Apesar de possuir um conteúdo filosófico acentuado, ele não exige nenhuma especialização filosófica para a sua absorção. Pessoas extremamente moralistas talvez possam se chocar com algumas passagens, pela defesa às vezes contundente de alguns princípios amorais, mas o www.divulgaescritor.com | julho | 2021

humor deve amenizar essa impressão. Espero ter deixado claro que estou mais zombando das coisas do que defendendo algum princípio rígido. Onde podemos comprar o seu livro? Roberto Freire - O livro pode ser obtido gratuitamente, na editora, no seguinte link: https://www.edufmt. com.br/product-page/os-muitos-ditos-e-os-poucos-feitos-do-dr- s ch l a ck - c ompi l a % C 3 % A 7 % C3%A3o-e-notas-de-ruben-s Quais os seus próximos projetos literários? Roberto Freire - Estou preparando um livro de filosofia que espero terminar ainda nesse ano, e mais um livro de literatura, com outro heterônomo, também de humor, que pretendo terminar em breve. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Roberto de Barros Freire. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Roberto Freire - Espero que apreciem a leitura do Dr. Schlack, que possam se divertir com as passagens irônicas e sarcástica que ele contém. Se gostarem, recomendem aos amigos, se não gostarem, recomendem aos inimigos.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LORENA ZAGO ---------------

Por onde a vida deverá singrar!

Ao Luar!

Caminhando ao longo da vida, eu vou, Sem destino e aflições. Só levo comigo as sensações De encontrar-me com a paz, Passo a passo vou singrando Com leveza na alma. Missão cumpre-se durante o processo.

Ao luar, sonhei em teu mundo inserir-me. Em teus braços, deixar-me descansar. Nossos sentires colorindo os momentos De um amor que se completa ao luar.

O vento assovia Orquestrando os meus pensamentos. Ao longo do caminho compartilho meus sentimentos, Leves, harmônicos a flutuar, Sem endereço para ancorar. A suavidade mescla notas de conforto e solidão, Mas para trás, não volto não. Haja o que houver, Será absorvido com a evolução. A compreensão virá E o entendimento apontará, Para onde a minha vida deverá singrar!

Sopra o vento ao longe os fulgores Que nos unem e alegram essências, Traduzindo ao Mundo relíquias De duas almas o amor celebrar. Sobre as brumas do mar refletindo, O luar descortina sua luz, Envolvendo sentimentos e emoções, Conferindo sintonias ao amor. Oh luar, quanto ardor e ternura se fundem Em excelsos sentires a navegar... Nossas ânsias se mesclam ao infinito... Um oceano de emoções se estende sobre o mar.

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Entrevista com a escritora

Roseli Lasta Roseli Lasta é apaixonada por histórias e escreve desde que descobriu a magia da escrita. Autodidata, escreveu sua primeira história aos 9 anos de idade, com 80 páginas; a segunda aos 13; e terceira, A Senhora das Rosas, de aproximadamente 800 páginas, aos 17 anos. Entre outros projetos, atualmente, finaliza, em conjunto com Rosane Giroux, a saga The Chronicles Of The Elements. Membro ativo de vários grupos literários, casada e mãe de três filhos, ela vive no Sul do Brasil. Apaixonada pelos desafios da escrita, aceitou contar a história de Ervino e Lúcia Breitenbach de forma romantizada, acompanhando-os por um período de mais de 50 anos.

Boa leitura!

“Uma leitura leve e descontraída em uma história que perfaz mais de meio século de uma família que entendeu o que veio fazer neste mundo, que lutou, cresceu, prosperou e fincou raízes as margens do Rio Uruguai. Uma jornada de descobertas e surpresas.”

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Curas naturais e terapias alternativas é destaque e‘O Curandor’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Roseli Lasta, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “O Curandor”? Roseli Lasta - O pedido de uma amiga que queria guardar a história da família para a posteridade. Quais os principais personagens da obra? Roseli Lasta - Beatriz, a filha que conta a história da família Breitenbach, seu pai, Ervino e sua mãe,

Lúcia e seus irmãos, Marguit e Wolfram.

mostrou a ele — e a nós — que, com o destino, não há negociação.

Apresente-nos o livro (sinopse) Roseli Lasta - Quando o destino nos desafia, nem sempre é fácil entendê-lo. Menos ainda, aceitá-lo. Meu pai descobriu isto de uma maneira nada convencional. Um destino que o levou da sala de aula para um vilarejo encravado nas montanhas à beira do Rio Uruguai. Ali, descobriu um mundo que ele tentou ignorar por anos. Um mundo que o encarou e testou seus maiores medos e desejos. Um mundo que

O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia o livro? Roseli Lasta - A persistência da família frente as adversidades e surpresas que a vida lhes impôs.

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A quem indica leitura? Roseli Lasta - Apaixonados por terapias alternativas, por curas naturais, pelo universo místico da magia, sejam jovens ou adultos. Também a quem gosta de biografias ou de histórias mais rurais.


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O que o leitor pode esperar da leitura de “O Curandor”? Roseli Lasta – Uma leitura leve e descontraída em uma história que perfaz mais de meio século de uma família que entendeu o que veio fazer neste mundo, que lutou, cresceu, prosperou e fincou raízes as margens do Rio Uruguai. Uma jornada de descobertas e surpresas. Onde podemos comprar o seu livro? Roseli Lasta - amazon.com/author/ roselilasta Face: O Curandor@roseli.lasta.68 , e com a própria Beatriz Seidel — a personagem principal desta história. Soube que tens um projeto lindo para pessoas com necessidades diferenciadas. Apresente-nos o “Projeto Entender”? Roseli Lasta - O Projeto Entender vem mostrar de forma simples, através de uma voz infantil, os medos, expectativas, ansiedades, limitações e esperanças de crianças com necessidades. (Tentar entender como a cabeça de crianças com necessidades diferenciadas funciona, em relação a si mesmas, as suas necessidades, e ao universo que as cerca, é a função do Projeto Entender. Mostrar em forma de poesia e dramatização como elas se vêm, e como podem mostrar sua visão de si mesmas e do mundo para os colegas e para as pessoas consideradas “normais”, é seu propósito. Forjar um mundo mais inclusivo e mais humano, é seu objetivo.) Vídeos podem ser vistos na página do “Projeto Entender” no Facebook, no You Tube e na minha página pessoal do Facebook, Roseli Lasta. Quais os seus próximos projetos literários? Roseli Lasta - O romance futurista 138

“Utopia”, em fase de leitura crítica. O romance “A Senhora Das Rosas”, em fase de desenvolvimento. A saga “The Chronicles of The Elements”, composta por 5 livros, sendo finalizada nos Estados Unidos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Roseli Lasta. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Roseli Lasta - Faça o que você ama. Faça com paixão independente de www.divulgaescritor.com | julho | 2021

ser algo simples ou mais elaborado. Onde puseres teus olhos e tuas mãos que seja para engrandecer, para melhorar, para fazer brilhar. Leia, estude, trabalhe, viaje, viva.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR DIMAS OLIVEIRA---------------

Mais um livro do memorialista Dimas Oliveira

O

jornalista e memorialista Dimas Oliveira lançando mais um livro como organizador. Trata-se de “A Arte do Silêncio em Feira de Santana”, com versão no formato e-book Kindle (193 páginas) em venda no site da Amazon - http://www.amazon.com.br/ . O preço é de R$ 30,00. O cinema - arte muda, scena muda, arte do silêncio -, destacado nas páginas do jornal noticioso independente e literário “A Flor”, é que o autor mostra na publicação. Como era a exhibição cinematographica em Feira de Santana em parte de 1921, quando existiam duas casas de diversões na cidade, o Cine-Theatro Sant’Anna, de propriedade de Raul Ferreira da Silva, e o Cine-Theatro Elite, de Arlindo Ferreira, os dois na rua Conselheiro Franco? São compiladas 29 edições da publicação, entre abril e novembro daquele ano e mais uma edição de 12 anos depois, dezembro de 1933. Há 100 anos, na época do cinema mudo, os films eram em preto & branco, com duração média de 60 minutos e muitos eram em série de seis até 18 capítulos. Feira de Santana contava, então, com 50 mil habitantes, "uma parte significativa era habitué dos dois cinemas, em matinés e suarés, essas elegantes, com entrada a 1$000 (mil réis), com homens e mulheres bem vestidos na platéa, vibrando com os actores e actrizes em aventuras, dramas, comédias e westerns, os films que eram focalizados", como conta na apresentação Thomas Oliveira, organizador da edição, que cuidou de colocar o livro na plataforma digital, como ocorreu em 2014 com "cinema demais: ou era uma vez dezenas de filmes comentados e a situação do cinema em feira de santana", primeiro livro de Dimas Oliveira, lançado em formato físico. www.divulgaescritor.com | julho | 2021

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EM DESTAQUE LIVROS “Pílulas de Poesia para

Crianças” do escritor Luiz Carlos de Andrade

O livro “Pílulas de Poesia para Crianças” nasceu de uma parceria inesperada. O autor, Luiz Carlos de Andrade, de 67 anos, se uniu ao ilustrador, Nathan Pinheiro, de 10 anos. Os dois artistas se encontraram pela primeira vez na fila de um supermercado. Nathan desenhava se equilibrando em pé, enquanto o pai pagava as compras. Já o poeta recolhia as sacolas e resolveu conversar com o menino. Em poucos minutos, Luiz e Nathan se entenderam e receberam o aval do pai para a participação do filho no livro a convite do autor. O livro contém 33 poemas, dos quais 11 foram ilustrados. Tais poemas fazem parte do repertório da ação de voluntariado do autor, “Projeto Pílulas de Poesia”, que consiste na declamação de poemas infantis e adultos para pacientes dos hospitais do Servidor Público do Estado de São Paulo e do HC, ambos em São Paulo, Brasil. O “Projeto Pílulas de Poesia” foi lançado em agosto de 2018 e interrompido durante a pandemia. Os poemas do livro percorrem temas como igualdade, diversidade, ecologia, nutrição, bem como divertem com versos sobre cachorros que latem com diferentes sotaques e ursos fofos ou “ameaçadores”. Em outras palavras, o livro apresenta conteúdo educativo e diverte! Editado pela Editora Haikai, no Brasil, o livro está disponível na versão impressa e no formato e.book no site da editora e da Amazon. https://haikaieditora.com.br/?s=p%C3%ADlulas+de+poesia+para+crian%C3%A7as https://www.amazon.com.br/s?k=p%C3%ADlulas+de+poesia+para+crian%C3%A7as+luiz+carlos+de+andrade&__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ref=nb_sb_ noss Para contato com o autor: luizcarlos@retaarte. com.br

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O Beijo de Juliana: Quatro físicos teóricos conversam sobre crianças, ciências da complexidade, biologia, política, religião e futebol... do escritor Osame Kinouchi

Em O gene egoísta, obra que visa explicar a evolução na perspectiva do gene e não do organismo, Richard Dawkins trata o sorriso como um mecanismo que foi selecionado pois permite aos pais saber quais de suas ações são mais benéficas a suas crias, de modo que a partir do ponto em que um sorriso passa a ser algo recompensador, este pode ser usado como uma ferramenta de manipulação, ou seja, o gene de um indivíduo que sorri tem mais chances de sobreviver. A partir dessa perspectiva, até que ponto pode-se considerar o beijo de uma criança como algo puro e verdadeiro e não com motivação puramente egoísta? Existe solidariedade que não emerge do egoísmo? Vale a pena se preocupar com esses paradoxos? O beijo de Juliana não é um livro de respostas, mas um lugar onde opiniões diferentes se encontram. O livro é composto por e-mails que foram trocados por quatro físicos onde estes falam de forma totalmente descontraída sobre assuntos diversos, como futebol, política, religião, felicidade, ciência, filosofia, pensamento humano, vida, cada um apresentando sua cosmovisão seja questionando, provocando, afirmando, de modo a deixar a leitura intrigante e diferente das demais que também tratam desse tema.

Link para compra: https://www.amazon.com/Beijo-Juliana-Kinouchi-Osame/dp/8582738285

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EM DESTAQUE LIVROS O LEGADO DE AUTO-SUPERÇÃO do escritor Ramires Salsiano

O que você está deixando de Legado? Para seus filhos (a), funcionários (a) e/ou alunos (a)? E para os que acreditam em reencarnação: o que você está deixando de Legado para você mesmo (a) em outra vida? Uma coisa é certa: o seu legado vai repercutir positiva ou negativamente na humanidade. E dependendo da intensidade, ele poderá influenciar várias gerações (ou reencarnações, para os que acreditam). Tudo que você fizer vai compor a estrutura do Legado deixado por você, pois haverão atitudes positivas e negativas. Cada degrau que você sobe, você evolui e deixa no degrau que você passou uma mensagem de superação ou de depressão. Mas todo mundo tem a capacidade de se superar, apesar de nem todo mundo ser capaz de deixar para outra pessoa essa capacidade de se superar. E então, você é capaz de deixar de legado a capacidade de se superar, sem precisar dar uma aula para isso? E com esse livro você vai aprender a deixar de legado só a capacidade de superação e não a de depressão? Este livro, por si só, é uma demonstração que todo mundo tem a capacidade de superação e pode desenvolver ainda mais esse dom. O personagem do livro, prova isso a cada capítulo de forma mais simples e clara. Leia e descubra como desenvolver o DNA da Superação! Link para compra: https://www.amazon.com.br/LEGADO-AUTO-SUPERA%C3%87%C3%83O-Na-vida-gest%C3%A3o-ebook/ dp/B08TQXTMDJ

O LEGADO DE AUTO-SUPERAÇÃO: na vida e na gestão. Esta obra foi adaptada para facilitar o aprendizado de pessoas com "deficiência" da visão, audição e/ou fala, em forma de "videobook" (o livro todo está com narração, ilustração, legenda e Libras) batizado como Livro Inclusivo Digital, com um canal no youtube. Vamos conhecer o nosso canal?! (https://www.youtube.com/channel/UCcS5xwDavFmG1_xb9ZGP44w); Curta, compartilhe, seja especial, adquira a obra para presentear um amigo. 142

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Entrevista com o escritor

Saulo Alves Nasceu em Salvador, no dia 4 de outubro de 1983. Professor de língua Inglesa, com aperfeiçoamento na English Course Toronto, Gestor escolar e Coordenador pedagógico, palestrante na formação do curso BRITE 2019, parceria da Embaixada Americana com a CASA THOMAS JEFFERSON. Sempre teve a leitura como uma prática frequente na sua vida, consumidor voraz da literatura fantástica e seus clássicos, que tanto lhe deram alegria e aventuras incríveis. Sendo assim no início da vida adulta iniciou o curso de Letras, tendo a literatura Inglesa como sua matéria favorita. Após a conclusão do curso, começou a ministrar a língua Inglesa. o amor pela leitura deixa marcas e inevitavelmente ardeu uma vontade de criar a sua própria história, para dar asas à imaginação que foi regada com tantos clássicos da aventura. Boa leitura!

Além de tentar levá-lo para o grande público de leitores, nutro uma vontade de vê-lo adaptado para outras mídias e sendo disponibilizado em plataformas de streaming, transformá-lo em áudio book para aumentar o alcance e também é um livro paradidático.”

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Conhecendo ‘As Crônicas de Citarion’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Saulo Alves, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu “As Crônicas de Citarion”? Saulo Alves - As Crônicas de Citarion é realização de um sonho, sempre fui um leitor assíduo, e senti que lá no fundo dentro da minha cabeça ia crescendo o desejo de compartilhar uma criação minha. Queria proporcionar para os outros, um pouco do sentimento maravilhoso que me contagiava sempre que lia tantos livros maravilhosos. Esse pensamento foi ganhando força, até que decidi colocá-lo na ponta do lápis, quer dizer nas linhas do Word. Comente como foi se desenvolvendo a escrita das crônicas, diariamente, semanalmente... quanto tempo levou para escrita do livro? Saulo Alves - A ideia principal e o povo que lidera a história estavam em meus pensamentos há algum tempo. Quando decidi focar na realização do projeto, foi algo diário, na qual escrevia noite adentro, com as ideias fluindo, todo o processo desde que foquei o meu fervor, durou cerca de 2 a 3 meses para ter o projeto do jeito que queria. O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia a obra? Saulo Alves - Como aquele processo de escrita estava fluindo de forma

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leve e prazerosa, sempre pensei seria algo difícil, que teria problemas para desenvolver a história e até por isso, demorei tanto tempo para iniciar o desenvolvimento do livro. Apresente-nos o livro A obra é uma aventura que coloca em prática os laços de amizade e valores, que riquezas não podem comprar. Nosso jovem grupo Dren, Ters e zoer pertencem a uma raça incrível, com qualidades e conhecimentos maravilhosos, partem em uma missão por diversas locações de Citarion, encontrando novos seres o que revelará, incontáveis pontos de suas personalidades, ainda desconhecidos. Deverão contar uns com os outros e suas habilidades particulares, para superar essa jornada épica de suas vidas, enfrentando perigos mortais para assim, tentar derrotar um mal que pretende pôr um fim ao seu povo. Quais as principais características de “As Crônicas de Citarion”? Saulo Alves - Os laços de amizades e valores que as personagens vão adquirindo ao longo da história, a forma como lidam com os perigos mortais, sem perder a sua essência. A quem indica leitura? Saulo Alves - As Crônicas de Citarion – Meliguts é indicado para todas as pessoas que amam um bom livro. Procurei entregar um texto leve, agradável e ele está bom para todas as idades, para aqueles que estão começando a leitura agora, ou

aquele leitor mais experiente, afim de uma história de amizade, suspense e muita ação. As personagens foram inspiradas em alguém da sua vida? Saulo Alves - Sim. Dren a nossa personagem principal foi desenvolvida com caraterísticas físicas e comportamentais de acordo com a minha filha, Arien. Personalidade forte, decidida, destemida e muito atenciosa. Quais os planos para o livro? Saulo Alves - Além de tentar levá-lo para o grande público de leitores, nutro uma vontade de vê-lo adaptado para outras mídias e sendo disponibilizado em plataformas de streaming, transformá-lo em áudio book para aumentar o alcance e também é um livro paradidático.

Quais os seus principais objetivos como escritor? Saulo Alves - Meu principal foco, e tentar levar minha obra para o maior número de pessoas possível. Gostaria que o livro virasse temas de conversas entre amigos. Pensas em publicar novos livros? Apresente os seus próximos projetos literários. Saulo Alves - Sim. Inclusive quando escolhi o título do livro, a palavra Crônicas saltou em minha mente, justamente pela vontade de escrever uma série de livros situados em Citarion. Também estou com um projeto para escrever alguns casos reais, vivenciados em viagens mundo afora. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Saulo Alves. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Saulo Alves - Que continuem sempre mantendo o amor pela leitura e que autores independentes, no início de carreira sejam uma opção em meio a tantos grandes nomes do nosso cenário mundial.

Onde podemos comprar o seu livro? Saulo Alves - O livro está disponível nas principais plataformas digitais, tanto formato físico como em ebook. Pela praticidade indico o site da Amazon que está com um ótimo frete. Link para e-book: https://www.amazon.com.br/dp/ B08YDKNX2R/ref=cm_sw_r_wa_ awdo_E110JNY WYNQPGCEDivulga Escritor, unindo você ao 6J19E mundo através da literatura Link para o livro físico: Quer ser entrevistado? https: // w w w.ama zon.com .br/ Entre em contato com nosso editorial, gp/product/6586924669/reapresentaremos proposta. f=ox_sc_act_title_1?smid=A3AFContato: 88JRUEUL3V&psc=1 smccomunicacao@hotmail.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITOR FLAVIO JOPPERT-----------------------------------------

VOTO VERDE

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processo de explicação filosófica para o poder tem seus alicerces na República de Platão. As calendas gregas de suas cidades estados foram a alma da democracia romana. O processo político do Século XIX-XX foi o do fim das monarquias constitucionais e a implantação de um processo ditatorial que surgiu com o integralismo e nazi-fascismo. A democracia só iria se consolidar como opção no mundo no limiar do Século XXI. Com essa introdução a luz do fim do túnel é o processo de política verde. Os verdes são democratas. Mas e a temida ditadura verde? Precisamos neste ponto de vista, analisar o rumo da evolução política europeia e entender a crise capitalista que gera o pânico ambiental que alimenta o medo da ditadura verde. O feudalismo desaparece substituído pela monarquia. Um processo renascentista, de unificação imperialista. O feudalismo surge da 146

decomposição do Império Romano. Temos diversidades de governos e de produtos. Se da ecologia clássica tem-se que o pequeno é bonito: o feudalismo medieval e as cidades estado do período clássico foram o que a política concretizou de mais bonito. A noção de beleza e feiura, como é sabida envolve medo. Toda noção de Império é feia. Uma demagogia da truculência, do poder militar, e da violência. Talvez por isso os efêmeros períodos imperiais mexicanos. Talvez por isso o Império do Brasil não ultrapassou um Século. Porque o feudalismo não evoluiu para feudalismo democracia? Mas passou por monarquias, e ditaduras até ser um projeto democrático? Pode ser que a evolução seja cíclica. É necessário um período de império e outro de feudalismo, para alguns ajustes de contas. Nenhum império antigo sobreviveu até os dias de hoje, entre as religiões mais antigas conhecidas está www.divulgaescritor.com | julho | 2021

o Hinduísmo e o Budismo. Eles sobrevivem de forma oposta tanto ao feudalismo e ao imperialismo. Esses dois se alternam porque o mundo passa constantemente por crises. Seria o feudalismo uma forma de monarquia? Seria a crença de que o feudalismo não tem característica própria e seus opositores tanto monarquistas como republicanos pró imperialismo conseguem assim sufocar a outra opção. Então se tem um medo que o passado seja melhor, ou que o processo político seja cíclico e mais cedo ou mais tarde se tenha de frente a opção da cidade estado ou feudalismo com o rival ao império. Pode-se perguntar porque alimentar um império e sua máquina de guerra? A resposta está nas invasões de Alexandre, o Grande no território grego. Surgindo um império as cidades estados formam uma coalizão militar para defesa que é um outro império. Chega o fim do feudalismo e começa a fase imperial. A opção de financiar grandes


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exércitos passa a ser melhor aceita e a burguesia concorda em pagar por essa proteção. Quando vem a crise, o apelo passa a ser o feudalismo. Como se disse a vida atual é uma crise, o capitalismo pode desaparecer a qualquer momento e o antropoceno irá ser substituído por outra era. Quem é a voz de alerta a política verde. A terra não aguenta o consumo desenfreado, é o grande chavão e ideologia da política verde. Leis ambientais são necessárias para garantir a permanência do capitalismo? Ou a política verde tem seus alicerces na eco-ideologia, defende o pequeno é bonito, a população sabe disso, e a burguesia imperialista luta contra o sistema feudal sendo refratária ao voto verde? Para discutir o feudalismo como passado e opção futura de um processo de evolução cíclica constante é necessário um professor de história para debater em minúcias o que foi bom e o que foi mau no feudalismo. O presente texto não possui as ferramentas da história, sente a falta, e não é capaz dessa análise minuciosa. Poderia ser elencado como dois exemplos um pró e outro contra o pequeno é bonito do feudalismo, em que a administração territorial é inserida na vida cotidiana do território; e um contra vergonhoso: o ordalho. Mas isso é muito pouco para entender o processo, como se disse antes. Nas próximas linhas vai se tratar das questões evolutivas da política ambiental, como se tentou fazer até aqui de forma um pouco mais dispersa. Um pequeno histórico do ambientalismo como se pode ver: WWF - 1961 (Suíça), Greenpeace - 1971 (Canadá), Partido Verde 1972 (Austrália); permite supor que surgiu conclusivamente depois de duas guerras mundiais, ou seja de-

pois do capitalismo ter vivido suas piores crises e suas consequências. Necessário se faz imaginar quem os ambientalistas representam. Eles podem representar a natureza e um grupo de cientistas que defenda a preservação. Eles podem representar um grupo que defenda uma revolução verde. Eles podem representar os defensores do capitalismo antes que a crise desse sistema econômico não tenha mais resiliência. Falar em defesa do feudalismo mesmo sendo uma teoria ecológica é mais contra o status quo do que a defesa da monarquia. A monarquia onde sobrevive ainda é um sistema político que se define como economia de capital embora caminhe para a democracia e bem estar social. Muitas vezes se supõem do que esteja mais próximo, de lá da democracia utópica, exatamente por no passado ser o que foi de mais próximo do feudalismo. Não é isso que o ambientalismo político defende ainda: o feudalismo. Embora impregnado de ideais feudatários como a sustentabilidade. O modelo feudal e a sustentabilidade dentro do feudo. A pequena e alta burguesia ciosa da defesa de seu patrimônio tanto no passado histórico como nos dias de hoje é a massa de manobra do voto na sociedade. Manipuladora dos meios de comunicação, hoje em dia a televisão e a rápida internet é a proprietária dos principais veículos que atingem o povo. A mentalidade do povo é formada em um dia serei burguês e precisarei das forças armadas para defender meu patrimônio de “piratas invasores” internos e externos. Por isso o sistema imperial seja ele monarquista ou republicano é o modelo mental de política e economia.

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Mas e se o voto verde, aquele que a burguesia não enxerga, for o voto do grupo que defende um saneamento do capitalismo para que ele continue garantindo a economia de sociedade de consumo? A burguesia deu um tiro no pé. No Brasil esse grupo que tem a ferramenta para desviar da rota de degeneração econômica tem um dos piores resultados eleitorais. Elegeu um presidente socialista por causa de alianças de ideais simpáticos e tem um desempenho pior que a monarquia no Plebiscito de 1992 no imaginário popular. A revolução verde falhou em salvar o planeta? Não foi o verde revolucionário quem falhou, o grupo votante e sua massa de manobra e controle decidiram por um caminho de maioria que não garante as mudanças que podem ser concluídas antes da falência total da sociedade burguesa de consumo. O medo de que as previsões nunca ocorram como assustadoramente foram vaticinadas, uma capacidade de suporte do planeta mais plástica atendam ao mérito burguês de enriquecer sem controle e o dano na biosfera seja maior em termos de diversidade e qualidade de vida para o grupo marginalizado do que para a burguesia da capital que sempre poderá comprar um copo de água mineralizado, e viver num ambiente de ar condicionado. Essa burguesia assustadora tem medo da política verde, por isso ela é sufocada. O lucro da empresa armamentista garante o bem estar burguês, a devastação de florestas naturais e o plantio econômico do eucalipto ou do pinus são lucros avassaladores dos burgueses. Talvez não seja o medo da estrutura feudal que vem com a ecologia. Eles podem nunca ter tido


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olhos para isso em sua miopia para o lucro. Se se preserva o meio ambiente para aumentar o lucro é o imaginário capitalista em crise que pretende se manter ad eterno, e o voto verde só terá suas chances com alianças com um velho conhecido, candidatos de esquerda. Com as alianças de esquerda, os verdes perdem o apoio da sociedade tradicional não capitalista, e não burguesa. A esquerda assusta por causa de um filme chamado Doutor Givago em que o Tzar leva um tiro junto com sua família. Mais uma vez a mídia de comunicação criando uma atmosfera para garantir o capitalismo imperialista. Não é o tzar que leva aquele tiro martirizante, é o pequeno burguês e o proletariado com suas famílias. Não haverá mudanças necessárias se as leis verdes não forem aprovadas no mundo inteiro. A temida ditadura verde que tanto assusta é um processo mundial. Se em 1972 surgia o Partido Verde na Austrália, em 1986 ele nascia no Rio de Janeiro. A noção de interligação e interdependência é um aspecto de o cumulo do capitalismo não compreendia. O nacionalismo capitalista apenas só se preocupava com sua própria realidade. O ambientalismo de hoje sabe: se explodir uma usina atômica em Chernobil a Europa inteira é refém da radiação; se explodir uma bomba num teste nuclear lá em Mululoa, é aqui que os filhos da pátria vão morrer de câncer e anemias. Chegando ao fim dessas pou-

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cas palavras muito se pode concluir. Saiba o leitor amigo que um dos livros que melhor representa esse ideal feudatário e um dos melhores de ecologia no tema é “A Farsa Ianomâmi”, do General Carlos Alberto Lima Menna Barreto. A possibilidade de uma tribo indígena ter a auto gestão, ter a autonomia de escolha de destino ao contrário da soberania imperialista é uma leitura que permite as luzes de uma ecologia integrada na administração humana do espaço. Quando se abordou o caso do Hinduísmo e do Budismo como as religiões mais antigas da Terra, ainda sobreviventes o objetivo foi analisar adaptação as crises, o modelo de adaptação está lá. Criar um sistema mecânico eterno se aproxima muito mais da administração energética desses objetos de estudo. As questões do voto verde são exatamente essas corrigir o curso de entropia da sociedade humana para que o planeta tenha capacidade de suporte constante para todos. Se essa luta do WWF e Greenpeace chegou a escala de um partido político fragmentado no mundo inteiro foi uma consequência natural da evolução. O que se tem de nascimento de evolução é a Teoria da Formação das Espécies de Charles Darwin. Se um grupo de política ambientalista te estende a mão e assume um compromisso com o voto popular é porque está ciente do livro “Origem das Espécies”, de que o capitalismo malthusiano não tem medo da seleção natural e que está preparado para cumprir seu nefasto destino de consumir todos os re-

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cursos da Terra para no fim dizer que sobreviveu o melhor adaptado. Não é de altruísmo e caridade que se fala. O objeto sempre foi a sobrevivência em grupo. Se há um partido mundial, é exatamente porque surge a ideia de aldeia global, de grupo de integração. O Voto Verde deve se preparar para uma ação em conjunto mundial. As cimeiras do passado próximo muito contribuíram com isso embora tivessem e mantenham a posição de uma elite tomando a decisão por todos sem uma consulta popular. Mahatma Gandi foi o grande exemplo da luta por sustentabilidade. Mas foi aquele fruto da raposa dos olhos verdes. A luta ambiental é jovem, mas nosso planeta é velho. Tem-se um saldo de exploração e perde de diversidade que é completamente inimputável ao cálculo de água e alimentos para todos num quadro onde a humanidade inteira tenha qualidade de vida. Não desejem trabalhar com a hipótese de ter que sobreviver para provar que são os melhores adaptados. Essa raça de heróis é egoísta e não está preparada para adentrar a Era de Aquários. Sobreviver por ser o melhor embora seja a aceita teoria da evolução, é o que comporta a ideologia nazista, não é fraternidade, não é aldeia global, e não é a mensagem que o Buda trás em si. Um caminho de equilíbrio e constância do meio, para chegar a um sistema mecânico eterno, como se imagina o universo. O Voto Verde é isso!


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A OPÇÃO REPUBLICANA Entendo por opção republicana um movimento político moldado na ideologia da constante transformação. Se da oposição seja a monarquia perene e estável. A República define-se por si própria no sistema político igualitário. Não se pode esquecer que a Utopia Republicana foi a Revolução Francesa definia não apenas como ideologia de campo a igualdade mas também a liberdade e principalmente a fraternidade. Não existiria a igualdade se sobre os cidadãos existisse a tirania da segregação. Conduzir a análise pela liberdade a igualdade entre os cidadãos faria com que todos estivessem aptos a exercer as funções do executivo e legislativo. Diferente da monarquia onde anos de formação familiar moldariam o Rei e o parlamento, a “Câmara dos Lords”. A democracia inicia a Era Moderna com a Escola, que não mais no berço familiar, não mais na criptologia do segredo iluminati, mas num ambiente coletivo o povo terá uma formação básica e necessária para pensar e logo existir. De uma Idade Média um tanto quanto tardia o que mais me atrai na Republica é a Genova e Veneza Italianas e suas republicas aristocráticas. Embora o que se possa dizer de democracia seja o voto do parlamento, a liberdade da elite burguesa e um atender a demanda do bem comunal. O mundo feudal tinha a liberdade de optar pela opção republica aristocrática como se vê em exemplo das duas cidadelas, ou na Suíça liberta do Sacro Império Romano. Séculos mais tarde a Republica volta a cena com a Independência dos Estados Unidos. Um blefe

na Monarquia Inglesa que já tinha vido uma experiência não muito Gloriosa com a república de Lord Cromwell. Algumas considerações podem ser feitas. Se a República é o sistema mais evoluído e democrático porque a Grã-Bretenha restaura a monarquia? Fazendo de sua manutenção um exemplo de constitucionalidade e parlamentarismo. Se a república é um processo evolutivo que resultará na democracia romana eclodir num império. O que impede nosso processo evolutivo político no novo mundo, e mantém a República Francesa? O grande manifesto não seria a igualdade, seria a fraternidade. Há a liberdade da aquisição dentro de alguns critérios de títulos de nobreza e brazão dentro das principais republicas. Neste ponto de vista se lança um ponto de vista que a igualdade não está ferida. Há a liberdade de compra? Com alguma proibição para grupos destros ou sinistros? Mas havendo a liberdade de compra o uso de um título implica no não uso por quem não comprou. Se objetivar em comparar um título a um carro, ou a um relógio, caímos no mesmo problema, um usa uma Mercedes, o outro ônibus, um usa um Rolex e o outro um Mondaine. Na distinção se cria grupos de consumo e a problemática é a fraternidade está ferida pelo potencial de consumo e pela proibição de classes. Se é proíbo uso de títulos de nobreza e ternos completos por alguns grupos, a fraternidade está ferida ou pelo movimento social ou pela existência de um grupo que proíbe, e se proíbe fere a liberdade. Mas analisar sobre a luz da no-

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breza a causa republicana é uma pobre discussão do sexo dos anjos. Foi apenas um exemplo para o leitor amigo entender o que é igualdade, fraternidade, e liberdade o slogan do movimento republicano libertador. O desejo é discutir se a constante transformação política, alinhada a uma formação democrática niveladora é capaz de garantir o acesso de gabaritados aos poderes para que façam um bom governo. Ultrapassa a discussão se os três poderes são independentes e harmônicos entre si. Poder mudar e renovar alianças a cada mandato é a joia republicana. Isso é mantido por um sistema educacional controlado. Se todos os cidadãos não criminosos dentro de uma democracia são libres para concorrer a vaga máxima republicana, já há uma separação criminosos e inocentes. Mantendo a análise do que vai garantir a transformação se todos e todas tiveram uma educação democrática que garantiu a Senadora D. Benedita da Silva ser Governadora do Rio de Janeiro, cabe perguntar porque se tem uma “Rainha” e uma “Faxineira” se as duas podem ser Presidente da República como D. Dilma Russef. Mas o drama republicano não para ai. Centros burgueses de formação atraíram a juventude para se formar para garantir uma colocação seja no quadro burguês de emprego seja no quadro das governanças. Se o jovem podia ter aprendido o oficio ter lavrado a terra e mantido o “status quo” das guildas medievais. Tudo foi transformado. Hoje em dia não se usa boi no arado, são tratores e pensem que para operar tratores de arado é necessário especialização


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em informática. Foi mais um aspecto da transformação republicana. Otimizar o trabalho agrícola da gleba, conduzir o êxodo rural para ter mão de obra nas grandes cidades, sem considerar no produto lixo que é gerado em grandes centros urbanos condenáveis que precisam existir para manter uma economia de transformação. Talvez hoje em dia já se fale no quinto setor, se pode imaginar. Se numa análise monarquista há o gosto de ter um eu lírico a impessoalidade da opção republicana não é tão politica assim ela é tecnológica. O desejo é ser frio e analisar um sistema que está em transformação desde as Calendas Gregas da época de Sócrates e Platão. Nessas transformações hora aderna para a liberalidade hora aderna para a tirania. Um episódio vivido pela população brasileira foi o das Diretas Já. O sistema vigente era semelhante à escolha de um primeiro ministro. O parlamento se reunia e escolhia um general como presidente. Ele saia do quadro de oficiais generais e não do quadro parlamentar como o primeiro ministro de um parlamentarismo. A população gritou e queria o direito a 50% + 1 de votos escolher o presidente livremente entre todos os candidatos. Esse modelo pensado é uma tentativa de camuflar a desigualdade. Aquela pessoa melhor capacitada será selecionada agora pelo voto. Uma competição em que a única prova é publicidade. Uma corrida de marketing. Quem tocar a emoção da maioria povo leva. Quem emocionar a moça mais

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bonita casa, quem levar a maçã mais gostosa para a professora é provado. Começa a surgir uma competição, um torneio, um desfile de cavalaria que ainda não foi desmascarado. Às vezes o votado não é o geneticamente melhor gabaritado. Inicia a fase da Seleção Natural. Se o Príncipe é forte ele precisa ou não ler Maquiavel? Se dentro do quadro de formação democrática republicana em que todos os cidadãos terão livre acesso a eleição começa a aplicação de provas nas crianças, critérios educacionais de convencer a professora de que aprendeu e pode curtir as férias. Mas alguns alunos não vão bem – neurose esquizofrenia; e uma gama de empecilhos genéticos além da perda natural e da falha lógica vão oprimir os jovens e traumatizar na corrida pelas aprovações. Há uma diferença escalonada de rendimentos escolares que resulta em diferença no aprender. Há uma diferença na aceitação do voto mesmo com o melhor projeto piloto para a nação. Compreende-se aqui o resultado do Plebiscito Monarquista e a trajetória do Partido Verde. É necessário discernir que igualdade, liberdade, e fraternidade é um pouco diferente de vontade da maioria. A explicação seria a seguinte. Fere a fraternidade Juca não querer beber cerveja com José. Mas também fere a fraternidade José não querer beber água com Juca. O Brasão é uma liberdade, mas não soluciona a questão de fraternidade: confraternizar juntos, e não soluciona o direito de igualdade de todos terem acesso a mesma bebida.

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Mesmo que apenas 1% da população desejasse água ou cerveja esse 1% deveria ser respeitado em sua vontade. Aquela pessoa preterida na escolha presidencial sofreu o mesmo critério de desempate da escolha da água/cerveja. A escolha não foi baseada no que faz bem ou mal para a saúde, a escolha é o que me causa maior satisfação imediata. Se for esse o critério de desempate presidencial como foi dito a eleição é um processo de marketing. Objeto de estudo já conhecido da publicidade. Dominado por toda a burguesia mercantil. O processo de transformação vai passar por essa escolha. A questão do Voto Verde, talvez a evolução mascarada republicana onde o político tem a necessidade da formação ambiental. Se há a jogada de marketing na sociedade estampada nos logos de ONGs que defendem a bandeira ambiental. Como a população não se sensibiliza para a causa planetária. A Aldeia Global carece de emoção e empatia, quando a causa é a nítida defesa dos direitos a vida. O que faz a decisão pelo voto ser racional ou emotiva, o medo ou desejo, a busca por prazer é um aglomerado de questões da psique que envolvem o inconsciente coletivo. Então se diz: precisamos preservar o planeta, e no mundo inteiro a escolha é em sua maioria por políticos velhacos que vão fazer concessões as grandes empresas responsáveis pela degradação planetária. Essa escolha por políticos velhacos a maioria esmagadora em todos os parlamentos da Terra é emocional,


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racional, ou o inconsciente coletivo decidindo enfrentar os vaticínios de preservação ambiental? Tem diferença no voto racional/ emocional do parlamento/sufrágio universal? Inicia um novo processo de análise da causa republicana. Com um problema que as monarquias não conseguiram resolver. A clarividência é de que a politica ambiental não salvará o planeta por causa de questões emocionais no voto (medo/prazer). A população vai enfrentar as consequências da degradação ambiental nas próximas décadas. Sinceramente foi o que foi dito, a monarquia também não tem a ferramenta para lidar com um problema que precisa de uma formação especifica. Por isso lá não é exemplo aqui, neste quesito. A formação universal em educação é básica para uma política alicerçada em empatia. Foi assim que Adolph Hitler chegou a Chanceler convidado por von Hindenburg. Uma negociação de empatia, apoio, porcentagens em decisões injustas pelas proporções. Trabalhar com a maioria absoluta é possível dentro de um parlamento, numa população de alguns milhões não. Assim vai terminando a presente leitura apresentando alguns questões de eleições régias com exemplos em que os Hohenstaufen foram eleitos pelos príncipes eleitores como Imperadores do Sacro Império Romano Germânico anos mais trade depostos por mando militar, os Habsburgos eleitos por semelhante colégio eleitoral, a modelo das eleições republicanas que elegem os primeiros ministros.

A diferença era que uma eleição indireta semelhante a praticada no Governo Militar do Brasil elegia uma dinastia. Já Portugal teve D. Henrique de Borgonha indenizado com um condado que a mando militar constituiu o primeiro estado nação. D. Pedro I do Brasil se proclamou Imperador e Defensor perpétuo do Brasil por constituição, diferente de Napoleão I da França Imperador por voto do parlamento que teve um sobrinho Napoleão III eleito presidente da republica e confirmado Imperador. Na monarquia não se sabe o primeiro lugar não se disputa democraticamente exatamente para não lidar com a esmagadora emoção do inconsciente coletivo que pode levar ao declínio como na política do mundo inteiro os apelos ambientais não são suficientes para alertar a necessidade de mudança. Vive-se por esses anos de 2020, a nova década de 20 anos sombrios de escolhas, de uma era de aquários que não chegou, de um desarmamento nuclear que nunca houve. Sabe-se agora que o voto é pela manutenção da exploração planetária numa jogada politica republicana em que o bem estar momentâneo garante a satisfação total e necessária para não temer o futuro. Exatamente porque todos tem a mesma formação necessária ideologiacamente para ocupar o lugar Premier sem a necessidade da formação preparatória monárquica que capacita solucionar os problemas de forma diferente. Com a mesma possibilidade de voto democrático constitucional. Viva o Ambientalismo!

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Entrevista com a escritora

Silvia Schmidt Silvia Schmidt é natural de São Paulo, morou no Nordeste e Sul do Brasil, saindo de Florianópolis em 2000 em voos mais ousados para Inglaterra e EUA, com o objetivo de estudar o idioma inglês. Formou-se em Letras em Lorena-SP. Especializou-se em Comunicação e Semiótica na PUC/SP, Sociologia e Política/ USP, e Ontopsicologia em SC. Por 16 anos ministrou aulas de Literatura Brasileira. Em 2014 cria a editora para livros eletrônicos a Símbol@Digital quando lança seu romance de estreia Duty Free (2000) em formato epub durante residência artística na CASA DO SOL, em Campinas, no IHH (Instituto Hilda Hilst). Em 2017 ao entrar no coletivo Mulherio das Letras, cria a #LivrariaMulherio das Letras, espaço digital e físico nas cidades de Poços de Caldas-MG e Paraty-RJ para comercialização e distribuição de obras literárias, desde 2018. É curadora em revistas digitais e festivais internacionais de literatura e cinema.

Boa leitura!

É um livro cuja tessitura foi realizada também a partir de muitas práticas de meditação dinâmica e transcendental. Estas dando-me o mote, o ímpeto e muitos dos símbolos presentes em seus personagens.”

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Os contos de Encontros com a autora Silvia Schmidt

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Silvia Schmidt, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? Silvia Schmidt - Grata, amigos editores da Revista Divulga Escritor é uma alegria e com gratidão ter esta oportunidade de falar sobre minha carreira assim como divulgar meus trabalhos em literatura e edição. Bem, como toda menina romântica, comecei meu processo de escrita envolta em meus diários, cartas e poemas. Diariamente a registrar as histórias do dia a dia, meus desejos de adolescente, os segredos desta fase tão intensa. E foi bom, hoje vejo que após adquirida a alfabetização jamais deixei de escrever. Daí veio a sala de aula e uma produção mais técnica dentro do curso de Letras e mais tarde Comunicação e Semiótica, Sociologia, exigindo-me mais elaboração na consciência da Língua e da Linguagem. Percebi-me aí poeta verbovocovisual e os primeiros poemas nesta percepção não demoraram a surgir. O que viria a formar meu primeiro livroassim ao gosto do concretismo. Do qual muito me orgulho, mas este por conta do trabalho editorial exigente ainda não foi publicado. Vejam vocês, meu livro mais iconográfico é um livro ainda inédito. Daí por ordem surgiram os romances, hoje editados e lançados de modo autoral. São dois, de uma trilogia, um livro de contos recém lançado. Dois de poesia. E um de ensaio em grande progresso.

Quais temáticas estão sendo abordadas em seu livro de contos “EnCONTrOS – uma cartografia do tempo”? Silvia Schmidt - Os contos de Encontros, surgiram entre cortando a narrativa mais longa dos romances, estes mais exigentes pelo teor tempo-espaço. Daí que para arrefecer me desta coisa que é a paciência para editar e lançá-los fui criando novas narrativas e pequenas, ora mais extensas, já num conceito mais atualizado das coisas que eu ai vivenciando, percebendo e assim contando. Quando vi, havia material suficiente para um livro- dividido em encontros oníricos onde narro minhas experiências com o universo paralelo e vívido, em astral, ou não, em encontros super realistas. Assim como encontros na vida real que dei o nome de Encontros de Alma, em poetas. Esta parte II nitidamente autobiográfico o que é uma das minhas vertentes, desde 2000. Encontros uma cartografia do tempo é um livro de travessias e travessuras... rsrs dentro do contexto linguagem, pois mais inovadores no formato da escrita. Apresente-nos o livro Silvia Schmidt - Em “Encontros” temos uma narrativa permeada de hibridismos, de sentimentos inusitados que de modo orgânico se manifestam através de várias personagens em pleno expansão da consciência de si e do outro em momentos de estado rem-rapid eyes moviment. São encontros em astral, e, ou, em universo onírico e cujo estado de memória é ali praticamente objetivado para dar noção da vivacidade destes encontros. Amigas, e ou amantes, impulsionados pelo desejo de

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suas pulsões em pleno sonho. São contos que falam da realidade filtrada e do espírito de uma época como no conto Pachamama por exemplo. Em Poetas há a conexão espiritual entre duas mulheres em local histórico e o que as une além de um acontecimento familiar é também a poesia em seus diferentes gêneros. O tempo-espaço é repensado em dimensões outras e por isso super atual. Quais características foram analisadas e levadas em consideração para escolha do título da obra? Silvia Schmidt - Ah muitas coisas e vertentes científicas como a física quântica, dentro do conceito lei da atração muito em voga nos anos 2000, assim como hibridismo literário como gêneros preguiçosos e não tanto assim já que poesia e prosa podem e devem dialogar; também a filosofia dos afetos potentes de Deleuse e Guatari- daí o termo \cartografia- este mapa de atrativos em total conexão fisico-espacial. Ou seja, somos o que desejamos e o que desejamos nos tornamos. É um livro cuja tessitura foi realizada também a partir de muitas práticas de meditação dinâmica e transcendental. Estas dando-me o mote, o ímpeto e muitos dos símbolos presentes em seus personagens. A bem-aventurança em rotação. Oriente e Ocidente no devir. O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia os textos? Silvia Schmidt - O que mais me chama a atenção é o seu caráter de ineditismo - ou seja temas que agora e mais recentemente tem sido observado pela Ciência como o poder de projeção assim


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como de visualizar em si e de modo claro nossos sentimentos emoções e desejos. O poder do sonho. Do ato de sonhar. Onde podemos comprar o seu livro? Silvia Schmidt - Meus livros podem ser adquiridos nas redes sociais em especial via direct da @livrariamulherio no Instagram ou comigo no meu perfil @silschmidt no Facebook. Sempre me encontram e a partir destes também podem ler trechos, postagens e convites para novos lançamentos. Entrevistas e ou colaborações para revistas digitais. Além de “EnCONTrOS – uma Cartografia do tempo” você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos? Silvia Schmidt - Sim: Os romances “Duty Free” lançado em 2014 em formato digital e depois impresso em 2018 e “Made in Brasil” lançado em 2019: os livros de poesia contemporânea: “Baladas para ou um caderno do Mal 2017”; “Circunstâncias - uma polifonia do pensar 2018”. Quais os seus próximos projetos literários? Silvia Schmidt - Em progresso o livro de ensaios: Mil Pétalas Púrpuras 2021 e finalizar a trilogia com o romance Jennifer´s house, este que já está escaletado desde 2004. Apresente-nos a Livraria Mulherio das Letras. Quem desejar como deve fazer para vender seus livros por meio da livraria? Silvia Schmidt - A Livraria Mulherio é uma iniciativa minha dentro do movimento feminista iniciado em meados de 2017 em rede social, o Mulherio das Letras. Somos hoje mais de sete mil escritoras, voltadas para a produção livresca em toda a sua cadeia ou melhor ações, desde a criação de novas redes, editoras, curadoria para festivais, lançamentos e encontros nacionais. A #LivrariaMulherio realizou ações em todos estes níveis catalogando escritoras, realizando entrevistas, chamadas para coletâneas assim como leituras e sarau, elaboração de mesas com curadoria especializada em interseccionalizar conhecimento. 154

A #LivrariaMulherio vende, circula, apresenta e ou faz o necessário para a produção literária brasileira e também para que mulheres fora do Brasil possam ter visibilidade. Somos muitas e juntas mais fortes. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Silvia Schmidt. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Silvia Schmidt - Meu desejo é que todos procurem ler mais, adquirir livros em boas livrarias e sebos e via autores nas redes de modo mais fácil sem tantas taxações e para isso precisamos exigir de nossos representantes ações políticas para a democratização de toda a cadeia do livro. Educação livresca, produção intelectual e textual www.divulgaescritor.com | julho | 2021

por meio de novas editoras. Prêmios mais frequentes e de boa valia para o escritor cuja trabalho é imenso. Solitário sim. De frescor social e transformador de nossos perceptos e afectos como dizem Deleuze e Guatari. Revolucionários por que não... muito além de se entreter nesta produção ser potente em sua capacitação como leitor. Cidadão. Eis aí minha mensagem. Grata a vocês contem comigo para novas entrevistas e ou colaboração.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA---------------

O MEU SONHO IMPOSSÍVEL O meu sonho impossível é a paz. A paz entre os homens, a paz entre nações, que o mundo busque a compreensão e o entendimento, ao invés do poder. Se isto for possível, muito que bem! Se não o for, ficam aqui as letras de mais um homem que lutou por ela, para ingressar a fileira de tantos outros, no mundo inteiro que aceitaram tudo para consegui-la. Várias pessoas lutaram pela paz, em vários países do mundo, e deixaram suas histórias, apesar do sofrimento de sua luta como exemplo. O próprio Jesus o que pretendia era a paz em seu sentido mais amplo, e deixou toda a filosofia de paz, que deu origem as religiões, pois até os judeus, que não vêem ele como messias, tem em seu Tora o Evangelho de São Matheus. Depois disso, muitos lutaram e lutam por ela, mesmo tingindo seu caminho com seu próprio sangue. Alguns sem escorrer sangue, tiveram morte violenta, e a única coisa que pretendo é que o mundo viva em paz, com seus habitantes felizes. 35 Consciência: poesia? CONCLUSÃO O livro mais lido no mundo, depois da Bíblia, é D. Quixote de La Mancha, de Cervantes. A estória de um homem que lutou pelos seus sonhos, e a magia de transformá-los em realidade. Todos têm um pouco de D. Quixote e de Sancho Pança, seu fiel escudeiro prático, que aceitou de viver os sonhos do patrão para tirar proveito. Na luta pela paz, ou melhor, perseguir o sonho da paz é a única luta que todos vencem. Afinal, o Espírito Santo é a Paz!

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Entrevista com a escritora

Sofia Andrade Sofia Alexandra de Jesus Andrade é natural de Lisboa, é psicóloga pela Universidade Autônoma de Lisboa, e membro da Ordem dos Psicólogos Portugueses. É Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica e de Aconselhamento, tendo realizado estudos direcionados para crianças e jovens em perigo, onde adquiriu competências pessoais e sociais. A sua tese de licenciatura também foi direcionada para jovens, tendo abordado um estudo de investigação sobre comportamentos adictos em adolescentes. Trabalha na Administração Pública, e para além de ser formadora certificada pelo IEFP, é também colunista no Psicologia.PT, apoiando várias causas sociais, sendo participante ativa em causas voluntárias. Atualmente dedica-se também à escrita sendo autora do livro intitulado: “Crianças e Jovens em Perigo. Estudo de Casos Clínicos”. Boa leitura!

O livro pretende ser um alerta, consciencializar a sociedade de que maltratar uma criança é considerado crime público, pelo que qualquer pessoa que presencie maus-tratos infantis pode e deve denunciá-los.”

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Crianças e Jovens em Perigo Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Sofia Andrade, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como deu início suas pesquisas com crianças e jovens em perigo? Sofia Andrade - Tudo teve o seu princípio, que começou cedo na minha adolescência, o gosto e interesse pela leitura e escrita sempre teve presente em mim, posso afirmar que é inclinação pessoal chamada de vocação. Quando me perguntavam o que queria ser na minha adultez, eu respondia “professora primária ou psicóloga das crianças”, por gostar de ensinar e estabelecer relação de ajuda aos outros, nomeadamente com crianças/ jovens e respectivas famílias. O facto de ter efetuado o meu estágio de mestrado numa CPCJ., permitiu-me conhecer certas problemáticas, e identificar-me nessa área, colocando em prática a teoria para a qual me especializei, daí ter interesse em pesquisar e aprofundar conceitos nessa vertente.

O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia o livro? Sofia Andrade - Posso afirmar que a violência infantil, é considerada um problema de saúde pública que merece um olhar cada vez mais atento das entidades em matéria de jurisprudência e da própria sociedade. A violência não pode ser apresentada como algo normal, aceitável que acontece e sobre a qual nada podemos fazer, mas como algo que é possível prevenir. Cabe aos profissionais de saúde, no exercício das suas funções que contactam de forma direta, com estas situações de suspeita, estarem atentos e intervir o mais precocemente possível. O livro Crianças e Jovens em Perigo, foi um projeto impulsionador, nesse sentido, de forma a alertar a sociedade para esta problemática. O livro pretende ser um alerta, consciencializar a sociedade de que maltratar uma criança é considerado crime público, pelo que qualquer pessoa que presencie maus-tratos infantis pode e deve denunciá-los.

Em que momento pensou em escrever e publicar “Crianças e jovens em perigo – Estudo de casos clínicos”? Sofia Andrade - A leitura e a escrita sempre foram uma paixão, daí ter surgido o interesse por escrever e publicar. A publicação do livro surgiu por convite de uma editora, que conhecia o meu trabalho no Psicologia.pt, o portal dos psicólogos, onde mensalmente abordo várias temáticas da área da psicologia. Posso dizer que o livro baseou-se no meu percurso enquanto psicóloga estagiária na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJP). A publicação retrata dois casos de estudo relacionados com violência doméstica e as repercussões desses conflitos nas crianças e adolescentes, desta forma nasceu a ideia de adaptar o estudo para livro.

Apresente-nos a obra Sofia Andrade - O presente estudo foi realizado na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo. Para melhor compreendermos o fenómeno da violência infantil, sendo o caso mais comum e em foco na Comissão, vamos referir e clarificar neste estudo algumas questões tais como: A repercussão dos conflitos conjugais origina filhos traumatizados, revoltados ou com dificuldades no desempenho e insucesso escolar? O maltrato físico e psicológico poderá levar a consequências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança/adolescente? A violência infantil pode ter implicações graves no desenvolvimento da criança, levando por vezes à morte ou a ferimentos graves. Nalguns casos os efeitos estão mais ocultos, em que a violência afeta mais a saúde da criança,

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e a sua aprendizagem. Um dos tipos mais frequentes de violência infantil é a violência doméstica, que ocorre na maioria das vezes dentro de casa, no convívio familiar. Costuma prolongarse por muito tempo, sendo que a família, considerada o agente protetor da criança, tende a encobrir ou silenciar o ato de violência (Pires & Miyazaki, 2005). Neste estudo, procuraremos dar a conhecer a Instituição, os projetos que foram desenvolvidos, e todas as áreas de intervenção. Será também apresentada, a recessão teórica acerca das problemáticas, bem como todas as atividades realizadas ao longo deste trabalho. Apresente-nos alguns tópicos do Sumário Sofia Andrade - Nesta obra, podemos encontrar alguns temas relacionados com o estudo, cujo conteúdo consiste: a História da Criança, o Direito na Infância; a Família e a sua Importância no Desenvolvimento da Criança; Novas Formas de Família e o seu Ciclo Vital; a Problemática da Violência Infantil; a Violência Infantil em Portugal e Noutros Países; a Violência Infantil e as Várias Tipologias; a Criança Exposta à Violência no Seio Familiar; a Prevalência e os Fatores de Risco da Violência Infantil. A violência contra crianças e/ou adolescentes e a própria violência doméstica são temas que podemos encontrar e explorar no livro. A quem indica leitura? Sofia Andrade - Este projeto tem como finalidade chegar a todos os públicos em geral, com o objetivo de a publicação ser uma referência para estudantes e profissionais de saúde, atendendo a que não existem muitas referências bibliográficas na área. Quanto ao público em geral, pode, através do livro, ficar a conhecer o trabalho desenvolvido nas CPCJ´s e o papel dos técnicos que tra-


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balham na instituição e acompanham os casos. Deixo um alerta aos profissionais de saúde, de estarem atentos a estas situações de suspeita e intervir o mais precocemente possível. O conseguir recuperar famílias desestruturadas e transformá-las em relações saudáveis é um principio impar em atuar eficientemente e eficazmente em crianças maltratadas, famílias maltratantes. Onde podemos comprar o seu livro? Sofia Andrade - O livro encontra-se disponível em várias plataformas editoriais a nível online, nomeadamente: na Wook, Amazon, nas Edicões Vieira da Silva, e em várias livrarias do país, assim como nas Fnacs´s, Livraria Bertrand, Porto Editora, Livraria Almedina; Worten e em vários postos de correios de Portugal, e para consulta pública na rede de Bibliotecas de Lisboa. O livro encontra-se disponível, entre outros, nos seguintes endereços para consulta: https://www.wook.pt/livro/criancas-e-jovens-em-perigo-sofia-andrade/23224414 https://www.fnac.pt/Criancas-e-Jovens-em-Perigo-Sofia-Andrade/ a6900931 https://www.worten.pt/livros/livros-tecnicos/livros-de-ciencias-sociais-e-humanas/livro-criancas-e-jovens-em-perigo-de-sofia-andrade-portugues-2019-MRKEAN-9789897791987 Quais os seus próximos projetos literários? Sofia Andrade - Tenciono poder continuar a publicar e a trabalhar na área da violência doméstica, e fazer prevalecer os direitos das crianças, sendo uma causa que abraço, entre outras relacionadas com o serviço público e os direitos humanos. Em breve irei continuar a promover o livro, nas sessões de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa e Porto. Alguns eventos nas Fnac´s do país e também em algumas faculdades de psicologia, entre outros eventos como convidada. Neste momento, acabei de escrever o segundo livro na área dos comportamentos adictos nos jovens, e espero publicar em breve. 158

Quais os seus principais objetivos na carreira literária? Sofia Andrade - Como a escrita é uma das minhas paixões, tenciono enveredar pelo mundo literário, e continuar a escrever livros técnicos e direcionados para crianças e jovens, porque é uma área que gosto de trabalhar, continuar igualmente a escrever artigos para as revistas de psicologia. No futuro, tenciono abraçar novos desafios, quem sabe escrever um romance? É algo aliciante, pondo em prática a minha liberdade criativa. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Sofia Andrade. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Sofia Andrade - Como psicóloga e especialista na área da violência doméstica e infantil, possibilita-me fazer uma leitura e interpretar conceitos à luz das realidades apresentadas e usar conhecimentos teóricos e técnicos que vão servir como referência para a prática clínica e igualmente na escrita. A mensagem que transmito como psicóloga e autora, é que não devemos negligenciar www.divulgaescritor.com | julho | 2021

qualquer forma de violência, devemos civicamente ter coragem e denunciar este tipo de crimes. As crianças, pelas suas fragilidades, necessitam de mais atenção, muitas vezes, a violência é silenciosa, envolvendo segredos familiares e com proximidade aos agressores. Muitas, destas crianças vivem em segredo com o problema da violência na sua família e o medo reforça esse silêncio. Penso que o livro Crianças e Jovens em Perigo foi um projeto impulsionador, nesse sentido, de forma a alertar a sociedade para esta problemática, e denunciar situações graves das nossas sociedades. Cabe à psicologia e aos psicólogos, terem um papel impulsionador para uma sociedade mais solidária, equilibrada e de um mundo mais justo e saudável.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA SONIA S. ROSA---------------

Sônia S Rosa, Gaúcha da cidade de Canoas é artista plástica e escritora contadora de historia,recentemente Realizou uma exposição nas estações da trensurb com tema Feminicídio e Violência Doméstica, atualmente em meio a pandemia a escritora tem se dedicado a escrever novos livros infantis, a exemplo: (As aventuras do hiperativo na Pandemia) disponível na Amazon.com Sônia Rosa vem aperfeicoando suas técnicas no desenho artístico, buscando sempre a máxima Excelência e perfeição em tudo que realiza. Facebook: Sonia santos

A aventura do Hiperativo NA PANDEMIA A autora conta a história de Dudu diagnosticado na infância com Hiperatividade e Tod, nesta fase foi abandonado pelo pai, ficando inteiramente aos cuidados da mãe, que por sua vez não aceitava medicar o menino pois temia que o garoto não aproveitaria a vida como uma criança normal. Dudu por motivos da hiperatividade não dava folga a ninguém, na escola sofria e praticava Bullying, com enorme déficit de atenção não se prendia com nada que fosse de entretenimento. Com o advento da pandemia “ covid” exausto do confinamento exigido para crianças e demais moradores do condomínio Dudu se vê acuado e ainda mais agressivo, o isolamento social não fez bem ao menino, a saudade dos avôs acentua as crises de hiperatividade. Teve uma brilhante idéia, criar e vestir-se de Espantalho com isto na sua simplicidade achava que iria espantar o bicho da covid, pois ele mesmo não acreditava que um bicho invisível pudesse parar todo o mundo. Mas a mídia nos adverte Dudu que: Lave as mãos, use máscara e álcool em gel, e se possível fique em casa.

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Articles inside

Silvia Schmidt

7min
pages 152-154

Saulo Alves

4min
pages 143-145

Roseli Lasta

3min
pages 136-138

Livro – O Beijo de Juliana

1min
page 141

Dimas Oliveira

1min
page 139

Livro - Pílulas de Poesia para Crianças

1min
page 140

Roberto de Barros

5min
pages 132-134

Josenilton Leite

1min
page 129

Magna Aspásia Fontenelle

1min
pages 127-128

Rosa Correia

2min
page 115

Mirian Menezes de Oliveira

1min
page 126

Pedroom Lanne

17min
pages 118-124

Marta Maria Niemeyer

2min
page 125

Mahana Cassiavillani

3min
pages 116-117

Marisa Alves

5min
pages 112-114

Rosa Maria Santos

4min
pages 110-111

Gisele San’Ana Lemos

11min
pages 104-109

Margarida Drumond de Assis

6min
pages 100-103

Beth Braga

3min
pages 98-99

Joáe Augusto

10min
pages 90-93

Fernando Jacques – JAX

2min
pages 88-89

Eduardo Reghim

7min
pages 94-97

Celso Godoi Neto

6min
pages 84-87

Roberto Mello

6min
pages 82-83

Melchíades Montenegro

1min
pages 80-81

Alexandre Santos

7min
pages 78-79

Beatriz Rodrigues

7min
pages 68-70

Irlen Leal Benchimol

2min
pages 74-75

Christiane Couve de Murville

3min
pages 76-77

Carlos Arinto

7min
pages 71-73

Lóla Prata

1min
page 67

Gustavo Lintz e Luciano Gardino

13min
pages 44-51

André Prez

6min
pages 63-65

Gustavo Lintz

1min
pages 42-43

Ajomar Santos

7min
pages 52-55

Luciana Moura

1min
page 66

José Maria Ramada

4min
pages 56-59

Sônia Regina Silva

1min
pages 60-61

Fabiane Linhares

1min
page 62
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