36ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Sumário Capa

Entrevistas

PORTUGAL Lúcia Saraiva................................................................26 Maria Lascasas..............................................................32 Rosa Marques...............................................................37

Magno Jardim LER, CONHECER E LIBERTAR-SE, POR MEIO DA LITERATURA! Pág.12

Colunas Solar de Poetas – José Sepúlveda...............................35 Poetas Poveiros – José Sepúlveda..............................40 A Vida em Partes – Tito Mellão Laraya.......................68

BRASIL Alberto Remesar............................................................42 Altair Maia....................................................................46 Ana Costa......................................................................52 Ana Paula Quintanilha Bastos.......................................56 Ariolino Neres Sousa Junior...........................................61 Fábio Antonio Gabriel.............................................................66 Francisco Luís..........................................................................69 Gilvan de Souza......................................................................73 Gisele Virange..........................................................................77 Lorena Zago.............................................................................82 Luíza de Castro........................................................................87 Nana Gonçalves......................................................................90 Pedro Nelson Feliz..................................................................94 Silvana Lemes de Souza.....................................................100 Vilson Alves dos Santos.......................................................105

Participação Especial Rosa Maria Santos............................................................25 Fernanda Comenda.........................................................30 Edielane Lacerda da Cruz................................................44 Marina Solé Pagot............................................................55 Marcos Pereira dos Santos .............................................59 Marta Maria Niemeyer....................................................72 Miguel Rodrigues.............................................................75 Nell Morato.......................................................................80 JackMichel........................................................................88 Blog Faces de uma capa..................................................93 José Lopes da Nave..........................................................99 Helena Santos.................................................................104 Maurício Duarte.............................................................107


Shirley M. Cavalcante (SMC)

Coordenadora do projeto Divulga Escritor

www.divulgaescritor.com www.portalliterario.com www.revistaacademicaonline.com

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VI Nº 36 Edição agsoto - 2018 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação EstampaPB Revisão ortográfica das entrevistas Josias A. de Andrade Texto Ideal - http://texto10.wix.com/mais Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

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Com sucesso, chegamos à 36ª edição de 2018, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Nesta edição temos como destaque de capa o autor português Magno Jardim. Composta por mais de 40 autores contemporâneos, divulgando os seus livros, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 36. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio no Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada, Josias A. de Andrade, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: revista literária da lusofonia, uma revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo. Boa leitura!


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Jardim LER, CONHECER E LIBERTAR-SE, POR MEIO DA LITERATURA! Manuel MAGNO Cachucho JARDIM nasceu em 2 de setembro de 1986 na bela cidade do Funchal. Uma das coisas que mais o atraíram desde cedo foram os mistérios do universo, a escrita como linguagem e forma de comunicação entre as pessoas. De suas múltiplas facetas, é bombeiro na reserva onde já desempenhou e sempre que necessário desempenha sua função em prol da comunidade; também é empresário na área da restauração, na qual, juntamente com sua companheira, gere quatro espaços comerciais estando presentemente a promover um projeto de reconstrução para uma nova área habitacional e de restauração no mesmo concelho onde habita, no Concelho da Calheta, o maior Concelho da ilha da Madeira na zona oeste. Reparte os seus dias na área da Cultura em projetos de ordem artística, englobando músicos nacionais e estrangeiros, bem como algumas figuras públicas e na promoção de eventos. É um aguerrido defensor da justiça e sempre que pode atua na esfera política demonstrando o que melhor e valoroso o ser humano tem.

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“5º Império”

A

qui começa a saga de traduzir para o plano terrestre, já não o espiritual, aliada à designada “Mensagem” de Fernando Pessoa, expoente máximo da literatura Portuguesa, as ideias e profundos vazios da minha alma, dando assim a quem lê-se da minha poesia, a visse também unida a um grande sentimento de pertença a este mundo, como o é o de todos nós. Mas vendo e querendo de todo o meu ser o ver plasmado, transfigurado e materializado como um objetivo concreto de um meio e um fim a serem atingidos, por via de facto, da transformação e ou da metamorfose mental como alguns o dizem. Se bem que mais não é do que um reinterpretar da realidade por via literária, a tal natureza pudesse fluir como as águas a um rio. Sem que nada fica-se por dizer ou até mesmo perdido pelo cami-

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nho, tornando a cada passo, e, se intensificando mais pelo processo da aquisição de recursos para que o visse acontecer, porque escrever para já simplesmente não mais servia. Assim destacando-me do processo criativo e da forma de criação dada, a dúbia conquista do pensamento, que mais do que a sua origem permite, tirar a conclusão de um método único de inclusão da minha individualidade e anseios pessoais na vida das pessoas, transformando-me e tentando fazer parte integrante das vivencias das mesmas através da literatura, isto no mais simples fator de que me permite a liberdade. Assim como as notícias e a televisão nos entra em casa de uma forma quase autónoma e despida de preconceitos e a leitura nas escolas, assim a minha obra o pretende ser, se bem que devido a um grande trabalho, intrincado e com a colaboração de imensas pessoas que o integra, para a alguns como um dever, para outros como uma escolha pessoal. Contendo um título peculiar e fazendo parte de uma constante profecia a evoluir, amplamente mais explorada e fundamentada nos seus paços iniciais pelo Abbade Joaquim De Fiori em 1180, aproximando-a então da cultura com o seu verdadeiro dom do estudo e de todo o espiritismo por ele vivenciado dando seguimento ao professo mito quinto imperial sucessivo da alma humana, através da sua confissão ao mundo e pleno da sua consciência e substancia, sendo até aceite por toda a comunidade eclesiástica da época pelos seus pensamentos e escritos. Assim foi-se transmitindo ao longo do tempo a essência deste “império” que mais não é do que o Homem na sua essência a usar das suas faculdades psíquicas e mentais como uma forma de se adaptar

ao mundo em que vive na mais estrita obediência às regras e respeito morais que a sociedade e a organização civil por si própria exige como modo de vida social e o obriga. Além do mais é sempre uma forma de inteligência adaptativa, fazendo uma pequena comparação com a escrita criativa. Esta atrevo-me a dizer que brota da alma, nesta pequena obra sob a forma poética em que no fim tento comparar sob a égide quinto imperial a grandiosidade da mesma. www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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Por fim mas não por ultimo, o desenrolar, o processo, o esforço e a aquisição de conhecimento para tal equiparação. A busca incessante dos pontos ou das linhas guias do ilimitado mundo da escrita e dos escritores para a criação de algo marcante, que seja comum a todos e que a todos se identifique por ser a causa comum que os liga, a perseverança das nossas ideias, das nossas sensações e a transmissão desse mesmo conhecimento, alguns de forma aleatória, outros de forma mais laboriosa e incisiva.

Sinopse:

“Este livro foi inspirado em tudo o que desassossega a “Mensagem” de Fernando Pessoa. Após anos de pesquisa, interacções e conclusões, eis que poetizando cheguei à conclusão artística do que através da história e dos acontecimentos relatados seria, a partir dos meus olhos, sentidos e própria consciência, a “messiânica” alegoria de Fernando Pessoa, o último Lusitano, cuja Lusitanidade seria, no fim, a descoberta da sua própria identidade e o reconhecimento da sua grandeza e ser, o que não é mais do que “ser português” em toda a esfera que engloba o Império da escrita e dos valores traduzidos, transmitidos e passados de geração em geração, através dos grandes actores da história e da literatura portuguesa e seus feitos, quer seja Vasco da Gama, Luís de Camões ou António Lobo Antunes. Somos um marco no Mundo.”

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“5º Império – A Quimera” Como vinha referenciado em relação á minha primeira obra “5º Império” a veracidade da mesma vem se confirmar na elaboração desta 2ª com o título de “5º Império – A Quimera” e através de um nome tão expressivo quanto o seu verdadeiro significado. Para a conclusão desta obra contei com a colaboração de três autores madeirenses que partilham da mesma visão sob a forma mais transcendental que o tema em si merece como cada qual à sua maneira o que triangulando acaba por injetar a verdadeira objetividade cimeira da produção de texto milenar acerca e por via desta esfera. Conta com o prefácio de um grande homem: -Eduardo Amarante -Nasceu no Porto em 1953. Seguiu estudos de Direito na Universidade de Lyon, mas foi no domínio da Filosofia e da Antropologia religiosa que se especializou. É autor de dezenas de livros e de artigos cuja temática versa sobre a História em geral, a simbologia e os cultos e tradições de Portugal. O seu objectivo é trazer ao conhecimento público as motivações profundas e essenciais que caracterizam o modus vivendi do povo português. Dentro deste âmbito, desde o ano de 1979 (data em que fundou a Nova Acrópole em Portugal, na cidade do Porto) proferiu mais de duas centenas de conferências, palestras e lançamentos editoriais, vários colóquios e seminários. Em 1982 fundou a Nova Acrópole na cidade de Lisboa. Foi Director, durante dezoito anos, simultaneamente da associação Nova Acrópole e da Revista do mesmo nome e, anos mais tarde, fundou e dirigiu as Edições Nova Acrópole. Durante este período de tempo leccionou cursos nas áreas de Filosofia do Oriente e do Ocidente, Psicologia, Simbologia, Antropologia, Oratória e Relações Humanas; igualmente dirigiu e orientou várias actividades como passeios e visitas culturais, bem como rallys megalíticos pelo país; jantares-tertúlia com convidados; representação de peças de teatro clássico; grupos de voluntários para limpeza de monumentos nacionais como meio de preservação do património, etc. Demitiu-se de todos os cargos e funções em 1997. Em 1997 fundou e dirigiu as Publicações Quipu até ao ano de 2004. Actualmente é director editorial do Projecto Apeiron e dedica o seu tempo à investigação e à escrita. Ler mais: https://www.apeiron-edicoes.com/autor-eduardo-amarante/

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Foi preciso em certa medida o contacto com a pessoa certa no meio de todo este mistério ou nevoeiro como diz Fernando Pessoa entre outros, para que a publicação chega-se ao domínio publico sob a forma de livro pois das mais diversas maneiras tento sempre escrever e partilhar informação viável sob essa égide, agora sobre a minha égide visto estar-me a afirmar nas mais diversas áreas

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da sociedade, quer a nível da comunicação social, quer a nível da cultura e da educação, quer a nível empresarial está sempre por detrás a defesa das minhas ideias e do meu ideal pessoal de cooperação entre todo o ser humano para o bem comum com a sal projeção assente na paz. Aqui dou voz ao Miguel Santos, ao Alexandre Barbosa e ao Ricardo Jardim para que expressem a sua

opinião e se aproximem também do meu estudo dinamizando assim a difusão e compreensão do tema mais amplamente e nas mais variadas esferas e neste caso especifico estendo-me á crise politica que se deu em Portugal em 2008 e que mudou completamente a forma como vivemos e de certa forma nos auto governamos em relação ás tomadas de decisão de quem realmente nos governa.


DIVULGA ESCRITOR Não posso deixar de falar e igualar um pouco ao caos que também ocorre neste momento no Brasil, na Venezuela e noutras tantas supostas democracias em que o poder não está nas mãos do povo e acabamos por viver encarcerados nas nossas próprias casas, na nossa própria terra, no nosso próprio país servindo apenas de uma ferramenta e numero para que do nosso ser o instrumentalizem em seu próprio benefício referindo assim sermos a resposta para a modernização social e infraestrutural de uma nação e da canalização dos seus recursos e seu controle para que depois sirvam para nos serem cobrados outra vez para que usufruamos do que já é nosso por direito, liberdade e independência. Este livro constituído por 105 páginas, quase o dobro em relação ao primeiro, revela também trechos poéticos com uma forte componente espiritual e heroica bem como muitas explicações prosaicas sobre o assunto e da relação que eu aqui como autor quero estabelecer com quem se sinta no direitos da mesma forma que eu de auferir dos valores e da nobreza aqui exposta para o bom combate. Uma arma a favor da liberdade quando aqui reza o ditado em que a “A escrita é mais forte que a espada”.

Sinopse:

“Sempre na procura de valores e do nosso ser, dividimo-nos e questionamos o nosso caminho, a nossa senda individual no mundo. Não obstante, como acontece com todas as formas de vida neste planeta, esse mesmo trilho que a alma percorre em busca do seu sentido, do seu propósito e do conhecimento de si própria, acaba por se cruzar inevitavelmente com outras entidades no mesmo processo eternamente intrínseco ao humano em toda a sua existência. É neste sentido, nestes derradeiros tempos da nossa civilização, que as ideias e os valores mais altos se levantam e nos são transmitidos ao longo da nossa história, para que nunca nos esqueçamos de quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Por mais curta que seja a demanda, que ela se glorifique por meio das nossas acções, por meio das nossas palavras. Este é um livro actual, com uma perspectiva simples e até mesmo poética sobre a presente civilização, relevando a força de vontade que sentimos em nos queremos libertar de tudo aquilo que nos amordaça. - Magno Jardim” https://www.amazon.com/IMP%C3%89RIO-Jardim-Alexandre-Barbosa-Ricardo/dp/9898447710

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DIVULGA ESCRITOR 5º Império – O Eco das Palavras

Esta obra começa por se inserir numa temática que em muito domina a nossa sociedade moderna, neste caso na liberdade de pensamento e que ferramentas poderemos usar para discernir e saber como as aplicar no nosso dia a dia. Bem sabemos que o estudo e a educação fazem uma inevitável parte da nossa formação e preparação para a vida a que, em última análise somos acometidos a viver dadas as limitações impostas em alguns casos pelo modelo civilizacional em que o nosso estado assenta. Assim sendo a nossa realidade vai se alterando consoante esse padrão e as necessidades a ele requeridas a nível de tomada de decisões políticas de quem por nós decide sendo essa a única linha orientadora que separa o bem do mal, mas que em nada idealiza para um novo paradigma de sustentação do que é e em que consiste a Raça humana na sua essência. Fernando Pessoa, Luís de Camões, entre muitos outros ilustres da história portuguesa tendo por basse os seus ensinamentos fundados nas mais antigas ordens espirituais e ecuménicas vieram ao longo dos tempos a escrever no sentido de preservar esse ideal e a obra “Mensagem” deste icónico autor que é Fernando Pessoa mais não é do que um mote de um sistema intricado de escrita filosófica e assinaladamente codificada construída com o intuito de nos passar esse gene, essa identidade mundial, originalmente portuguesa e santificada pela criação do que é hoje Portugal em 1119 , mas também do que é a nossa espécie, preservando o esprito e o génio que nos move em relação à conquista do nosso lugar no Mundo. Todos temos um propósito a cumprir neste efémero tempo de vivencia a que chamamos de vida.

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DIVULGA ESCRITOR Segundo defendem muitos ideais, ainda que, para confirmar o facto de esses que forma designados a executar a sua missão (os que mudam as mentalidades e oferecem novas perspetivas a partir da realização e execução da sua tarefa); pois caminhando é que se faz o caminho, e, como exemplo dado dessa mesma aliança entre o Ser espiritual e o nosso plano terrestre, os desígnios a que somos chamados a servir. Passando sempre por ser uma transmissão de conhecimento, a “Mensagem” desse homem sábio expandiu os meus horizontes para algo que já desde muito jovem tinha vindo a constatar, essa mudança de paradoxo existia e acompanhava-me desde sempre expressando-se através da minha personalidade contraditória e individualista. Esta matriz que se desenvolve no meu dia a dia acompanhada de uma boa dose de discernimento, mais não seja quando essa falta ocorre, bem fazem os meus conhecidos e amigos questão de me lembrar por estarem a par do meu propósito quer inconscientemente ou não, ou, certamente no sentido de me testar em relação à veracidade de tal ocorrência. Por um mundo melhor tem sido o meu mote, desde a criação de uma consciência global de partilha de conhecimento e de assertividades em relação à forma mais correta ou não de participar das decisões de quem nos governa com a maior transparência em prol do bem comum, pois tirando eles, a percentagem que sofre com as consequências da sua governação é maior do que aqueles que auferem de seus benefícios e passar as ferramentas necessárias adquiridas através da leitura da minha obra por achar que nesse sentido está completa, para que cada um possa começar a sua revolução individual. Estamos sem dúvida numa nova era, num ponto de viragem único em www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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DIVULGA ESCRITOR que os nossos corações puros estão unidos e tal como este “5º Império” foi idealizado pelo profeta Daniel na Bíblia para apaziguar as mente mais revoltosas para a boa nova, bem este “5º Império – O Eco das Palavras” vem trazer a mensagem por inteiro desse pequeno segmento que nos vem devolver a humanidade e tornar claras as situações de vileza pelas quais passamos sob uma nova luz, uma nova evolução na etapa da criação de um império universal ao espirito e “Ser” de cada um, império esse onde quem quer que se atreva à aquisição do que de mais profundo o ser humano tem; impera, e, sobre ele como próprio dono da sua alma e senhor de si mesmo irá atuar como agente dessa mesma mudança, da realidade que quer ver no seu exterior. Muitos livros são escritos acerca do assunto, mas nenhum na prática revela a génese e a execução hermenêutica tão bem quanto o que nos é dado a ler como obras obrigatórias de estimulação cerebral e preparacional no desenvolvimento pessoal nas escolas para a conclusão e persecução do ensino até ao seu auge máximo quanto o é um Doutoramento/ Especialização numa determinada área. Mais acontece quando estamos a passar de uma fase de autismo social a que estamos sujeitos devido à dependência das novas tecnologias e ao vasto leque de opções e facilidades que ela nos oferece na tentativa de apreender novos valores, se bem que, até mesmo resgatar alguns antigos e já esquecidos, avançado assim, tanto na evolução científica e tecnológica, como na

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tão esperada evolução espiritual adequada a estes novos tempos de descoberta. Este livro em nenhuma das suas partes é denso, contem algumas intervenções de outros autores que do mesmo conhecimento derramam a sua luz e desenha dentro de si um percurso, uma animosidade que quando descoberta na sua singela iniquidade irá revelar um oposto, uma nova dimensão do querer e do “Ser”.

Sinopse

“Esta é uma obra em que Magno Jardim pretende elaborar a partir do processo de pensamento e de ideias uma ponte e fazer com que seja um desmistificar da “Mensagem” de Fernando Pessoa através da interpretação em que tenta criar um vazio e um sentido de impotência no leitor tendo por forma o objetivo ultimo de o espicaçar, chocar e gozar com e da liberdade que o leva a escrever este livro de uma maneira dinâmica ao lado mais hu-

mano e sensível das pessoas. Promete ser revolucionário visto ser um evoluir das suas duas primeiras obras “5º Império” e “5º Império - A Quimera” esta ultima com a colaboração de três autores Madeirenses que também partilham da mesma opinião do que esta “Mensagem” representa e tentam derramar essa mesma luz na consciência do leitor, Magno Jardim refere-se a essa sua forma de quase insana e ao mesmo tempo cósmica em que pretende assim a expansão sem dúvida dos horizontes através da autoanalise e do auto conhecimento, dar fatores para o desenvolvimento do pensamento critico, estimular o processo criativo pessoal de cada pessoa, dar um novo universo ao mundo transformando-nos a cada um de nós inicialmente, promover a liberdade e a força de expressão contida em cada Ser Humano justo e ponderado.” Link para compra https://www.chiadobooks.com/livraria/5-imperio-o-eco-das-palavras


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O Móbil Esta obra começa por se inserir numa temática que em muito domina a nossa sociedade moderna, neste caso na liberdade de pensamento e que ferramentas poderemos usar para discernir e saber como as aplicar no nosso dia a dia. Bem sabemos que o estudo e a educação fazem uma inevitável parte da nossa formação e preparação para a vida a que, em última análise somos acometidos a viver dadas as limitações impostas em alguns casos pelo modelo civilizacional em que o nosso estado assenta. Assim sendo a nossa realidade vai se alterando consoante esse padrão e as necessidades a ele requeridas a nível de tomada de decisões políticas de quem por nós decide sendo essa a única linha orientadora que separa o bem do mal, mas que em nada idealiza para um novo paradigma de sustentação do que é e em que consiste a Raça humana na sua essência. Fernando Pessoa, Luís de Camões, entre muitos outros ilustres da história portuguesa tendo por basse os seus ensinamentos fundados nas mais antigas ordens espirituais e ecuménicas vieram ao longo dos tempos a escrever no sentido de preservar esse ideal e a obra “Mensagem” deste icónico autor que é Fernando Pessoa mais não é do que um mote de um sistema intricado de escrita filosófica e assinaladamente codificada construída com o intuito de nos passar esse gene, essa identidade mundial, originalmente portuguesa e santificada pela criação do que é hoje Portugal em 1119 , mas também do que é a nossa espécie, preservando o esprito e o génio que nos move em relação à conquista do nosso lugar no Mundo. Todos temos um propósito a cumprir neste efémero tempo de vivencia a que chamamos de vida. Segundo defendem muitos ideais, ainda que, para confirmar o facto de esses que forma designados a executar a

sua missão (os que mudam as mentalidades e oferecem novas perspetivas a partir da realização e execução da sua tarefa); pois caminhando é que se faz o caminho, e, como exemplo dado dessa mesma aliança entre o Ser espiritual e o nosso plano terrestre, os desígnios a que somos chamados a servir. Passando sempre por ser uma transmissão de conhecimento, a “Mensagem” desse homem sábio expandiu os meus horizontes para algo que já desde muito jovem tinha vindo a constatar, essa mudança de paradoxo existia e acompanhava-me desde sempre expressando-se através da minha personalidade contraditória e individualista. Esta matriz que se desenvolve no meu dia a dia acompanhada de uma boa dose de discernimento, mais não seja quando essa falta ocorre, bem fazem os meus conhecidos e amigos questão de me lembrar por estarem a par do meu propósito quer inconscientemente ou não, ou, certamente no sentido de me testar em relação à veracidade de tal ocorrência. Por um mundo melhor tem sido o meu mote, desde a criação de uma consciência global de partilha de conhecimento e de assertividades em relação à forma mais correta ou não de participar das decisões de quem nos governa com a maior transparência em prol do bem comum, pois tirando eles, a percentagem que sofre com as consequências da sua governação é maior do que aqueles que auferem de seus benefícios e passar as ferramentas necessárias adquiridas através da leitura da minha obra por achar que nesse sentido está completa, para que cada um possa começar a sua revolução individual. Estamos sem dúvida numa nova era, num ponto de viragem único em que os nossos corações puros estão unidos e tal como este “5º Império” foi idealizado pelo profeta Daniel na

Bíblia para apaziguar as mente mais revoltosas para a boa nova, bem este “5º Império – O Eco das Palavras” vem trazer a mensagem por inteiro desse pequeno segmento que nos vem devolver a humanidade e tornar claras as situações de vileza pelas quais passamos sob uma nova luz, uma nova evolução na etapa da criação de um império universal ao espirito e “Ser” de cada um, império esse onde quem quer que se atreva à aquisição do que de mais profundo o ser humano tem; impera, e, sobre ele como próprio dono da sua alma e senhor de si mesmo irá atuar como agente dessa mesma mudança, da realidade que quer ver no seu exterior. Muitos livros são escritos acerca do assunto, mas nenhum na prática revela a génese e a execução hermenêutica tão bem quanto o que nos é dado a ler como obras obrigatórias de estimulação cerebral e preparacional no desenvolvimento pessoal nas escolas para a conclusão e persecução do ensino até ao seu auge máximo quanto o é um Doutoramento/ Especialização numa determinada área. Mais acontece quando estamos a passar de uma fase de autismo social a que estamos sujeitos devido à dependência das novas tecnologias e ao vasto leque de opções e facilidades que ela nos oferece na tentativa de apreender novos valores, se bem que, até mesmo resgatar alguns antigos e já esquecidos, avançado assim, tanto na evolução científica e tecnológica, como na tão esperada evolução espiritual adequada a estes novos tempos de descoberta. Este livro em nenhuma das suas partes é denso, contem algumas intervenções de outros autores que do mesmo conhecimento derramam a sua luz e desenha dentro de si um percurso, uma animosidade que quando descoberta na sua singela iniquidade irá revelar um oposto, uma nova dimensão do querer e do “Ser”. www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

SILENCE!

M

ais uma vez, Ruanita engoliu em seco, parecia-lhe mentira o que estava prestes a acontecer naquele belo entardecer. O sol ia declinando e preparava- se para se esconder por detrás da frondosa árvore do pequeno jardim. Uma lágrima peregrina descia-lhe no olhar, entristecida pela noticia que acabara de chegar. Não entendia tudo aquilo. Com voz trémula, perguntava: - Que aconteceu? O que se passou? Manuelito fixou seus olhos castanhos e, baixinho, lançou algumas palavras quase impercetíveis, não conseguindo evitar a tristeza que ia no olhar da sua tão querida companheira. A vida prega-nos destas. Chegara o momento de partir, de procurar algo que lhes pudesse proporcionar maior estabilidade no seu quotidiano. Há muito que procurava mais do que esta lhe proporcionava. Depois, havia tantas outras coisas que falavam maios alto do que aquela relação entre os dois.

Ruanita deu dois passos em direção à porta, rodou a chave na fechadura e entrou. O mundo desmoronou-se à sua volta, parecia um enorme baralho de cartas, uma a uma deslizando por entre os dedos, caindo no chão, provocando aquele estranho ruído. A última ficou balanceando na palma da sua mão. Olhou-a limpando as lágrimas que teimosamente deslizavam pelo seu rosto. Como estava distante o brilho de felicidade de outros dias. Agora, só mesmo tristeza e desolação. Manuelito não sabia o que dizer, estava triste, mas a decisão estava tomada, tinha que encontrar o seu rumo. Sabia que a sorte não passa duas vezes por si duas vezes. Aquela separação ia ser um tormento, não se não desse esse passo, nunca se perdoaria. Ao ver aquele velho piano, Ruanita deu dois passos na sua direção, levantou a tampa e sentou-se, esboçando algumas notas. Mozart – “Requiem For a Dream”. Sim, um sonho que desvanecia naquele estranho entardecer. Meu Deus, como iria ela sobreviver àqueles momentos tão cheios de tristeza e de solidão? A sua respiração era lenta e compassada. Parecia esvair-se lentamente, não iria aguentar. Ao ouvir o som do piano, Manuelito entrou na pequena sala. Em seguida, deu dois passos adiante e partiu, sem se despedir. Ouviu o som seco e rudo do bater da porta quando esta fechou bruscamente. E os seus olhos se rasgaram num sufocado e ininterrupto choro que lhe dilacerava todo o ser e penetrava fundo no âmago da alma.

Cansada e sem forças, Juanita lançou-se sobre a cama e chorou horas a fio. Exausta, apagou a luz e adormeceu. Como gostaria de não voltar a despertar! A vida perdera o sentido. No correr da noite, acordou estremunhada. Perdera a noção do tempo. Tudo era breu ao seu redor. Cambaleante, levantou-se, acendeu a luz. Tentava reordenar tudo o que se tinha passado. Estonteada, parecia-lhe ouvir o som surdo do piano, muito distante. Apoiada à parece, foi seguindo o estranho som e abriu a porta do quarto. O sim parecia agora mais limpo e real. Parecia vir dos lados da saleta. Com custo, continuou. Era agora mais claro e vivo. Noturno de Chopin, reconheceu. Pareceu reviver. Correu para aquele lugar mágico e deparou com alguém sentado no seu piano, tocando a sua música, pelo homem da sua vida. - Amor, que pesadelo, ó Deus! Num instante, lançou-se nos braços de Manuelito e ali ficaram tempo sem fim, silentes, com o coração transbordando de felicidade. Manuelito olhou aqueles olhos castanhos, mergulhados em lágrimas de alegria, e disse: - Voltei, amor, o meu lugar é aqui, tu és tudo o que almejo para mim. Juntos vamos ser felizes. Vem, vamos tocar. Sentados ao piano, entoaram a quatro mãos aqueles sons mágicos de Bethoven que tantas vezes tinham tocado em tempos idos. Silence! Um olhar apaixonado o envolveu enquanto aqueles sons mágicos se elevavam no ar, envolvendo toda a sala. Uma vez mais, era o triunfo do amor nas suas vidas. www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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ENTREVISTA

ESCRITORA LUCIA SARAIVA ...é preciso acima de tudo aprender a olhar, observando em profundidade o mundo que nos rodeia. Valorizando o que de bom há dentro de nós e aprender a viver com o que temos… Só assim nos encontramos e vivemos em Paz…”

No distrito de Viseu, em Sátão, nasci e ali passei os primeiros anos de vida. Parti então com a minha mãe e irmãos, para Luanda – Angola, reunimo-nos a meu pai que, ali, exercia a sua atividade profissional. Outros anseios trouxeram-me de novo a Portugal. No Porto, continuei os estudos e mais tarde, já a viver e a trabalhar em Lisboa, casei e fui mãe. Durante anos trabalhei na área de Secretariado e mais tarde, consequência dos multíplices conhecimentos, tornei-me empresária ao criar uma empresa de Organização de Eventos.

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Em Abril de 2014, encorajei-me a partilhar tal escrita com o mundo e nasceu o primeiro livro de poesia em Maio de 2015 “A Vida Passa e os Sonhos Ficam”. Entusiasmada com os comentários, decidi dar corpo ao segundo livro em Novembro de 2015 “Folhas Secas, Beijos Teus” em Novembro de 2016 publiquei o terceiro livro “Amar de Mar”, esperando continuar a merecer os incentivos de quem gosta de ler poesia.

Boa Leitura!


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Além de “Amar de Mar” você tem publicado mais duas obras poéticas. Apresente-nos: “Vida passa e os Sonhos ficam” – Como digo no poema que deu o nome ao livro; Acordamos para a vida / começamos a sonhar. / E a vida sempre a passar / e alguns sonhos / vão ficando para trás. / Outros acompanham-nos / todos os dias, todas as noites, / com luar ou sem luar /com estrelas cintilantes / ou num céu fechado em nuvens, / não paramos de sonhar. (excerto do livro) … para mim um livro com conteúdo interessante, esgotado e não penso reeditá-lo.

Escritora Lúcia Saraiva é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a atrai nos textos poéticos? Lúcia Saraiva - A sensibilidade e imaginação do autor na escrita poética ou prosa. O que a escrita representa para você? Lúcia Saraiva - A poesia é o desnudar da minha alma. É o dividir com o mundo o meu sentir. Na minha mente há um mundo imaginário de emoções e sentimentos presos e deixo-os fluir como o percurso de uma lava quente de um vulcão em erupção ou livremente como o percurso de um rio ou pássaro que voa ou de uma flor a desbrochar. Escrever poesia ou prosa é um bálsamo é um sonhar constante é uma serenidadepara minha alma e assim me sinto em Paz. Quais temáticas estão sendo abordadas em seu livro “Amar de Mar”? Lúcia Saraiva - No meu Livro “ Amar de Mar” , escrevo poemas sobre vários temas, assim como aldravias, incidindo mais sobre o Mar, Amor, Tempo, Solidão, Pobreza, Sonhos e Silêncio. Como foi a escolha do título? Lúcia Saraiva - Como penso que o Amor não tem dimensão, quando intenso e profundo, comparei-o com a imensidão do mar e assim surgiu de imediato o título “AMAR de MAR”. Achei que seria um título bem expressivo.

Apresente-nos um dos textos apresentados nesta obra poética. Céu e mar Olho o céu e vejo o mar Olho o mar e vejo o céu Olho o céu unido ao mar Num longo e eterno beijo. Vêem as nuvens cinzentas Cortam o horizonte azulado O vento provoca tormentas O beijo perpétua exaltado.

“Folhas secas e Beijos teus” – retirei também um pequeno excerto do poema que deu o título ao livro “Folhas Secas – Beijos Teus - É Outono as folhas secas / caem uma a uma das árvores / como beijos perdidos / à procura dos teus lábios. / Teus lábios doces carnudos / são ajustados aos meus / nem penses tu que um dia /deixas de me levar aos céus.”…tcontinuo no tema do amor, faz parte da minha natureza de Mulher, Mãe e com outros temas diversificados. Fiz uma 2ª edição e ainda tenho alguns livros.

As ondas escondem a linha intangível O céu e o mar continuam no beijo Mais levantado provoca o previsível O mar agita a sua ondulação a jeito Tocam-se mais profundamente O infinito com ciúmes enegrecia Deixou cair lágrimas bruscamente Depois da nostalgia, voltou a acalmia.

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Onde podemos comprar os seus livros? Lúcia Saraiva - Sou uma autodidata - O segundo e o terceiro livro foram edição de autor, porque tive com a primeira editora, uma grande desilução. Prometeu promover a venda em Livrarias o que nunca aconteceu. A venda dos livros é por mim feita enviando via Correio com portes pagos depois de ser feito o pagamento. Habitualmente contactam comigo pelo Messenger no Facebook ou via email: lucia_saraiva@hotmail. com Quais os principais hobbies da poeta Lucia Saraiva? Lúcia Saraiva - A caminhada matinal à beira-mar, sempre que acordo a horas. Dedico parte do meu tempo na leitura o que me ajuda a aperfeiçoar a escrita. Frequento Tertulias de Poesia, sou convidade para lançamentos de livros para dar Voz aos poemas do autor, sempre que convidada faço teatro, canto num Grupo de Vozes da Morna de Cabo Verde e tenho um Grupo KantáVoz com 5 amigas que actuamos cantando fado, morna e dizemos poesia. Quais os seus principais objetivos como escritora? Lúcia Saraiva - Ser reconhecida no mundo dos poetas.

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Lucia Saraiva. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Lúcia Saraiva - A leitura é aconselhada por muitos Psiquiatras e Psicologos, funciona como Terapia Sendo Poesia ensina a com subtileza a fantasiar a Vida, como digo num pensamento meu; “ O poeta é um pássaro sentado no silêncio da escuridão. / Canta palavras mágicas que lhe voam do pensamento. / Escreve para deleitar corações, que precisam de se encontrar na poesia / e ver um mundo novo cheio de fantasia”….. é preciso acima de tudo aprender a olhar, observando em profundidade o mundo que nos rodeia. Valorizando o que de bom há dentro de nós e aprender a viver com o que temos… Só assim nos encontramos e vivemos em Paz … Nunca deixar de Sonhar.

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA FERNANDA COMENDA

UMA AVENTURA NA ESTRADA

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sol brilhava, o calor já se fazia sentir em Alverca, António levantou-se, arranjou-se e após tomar o pequeno almoço e a sua bica matinal, no café próximo da sua casa, meteu-se no seu Mini verde e rumou para norte. Janelas abertas, o ar que circulava refrescava o interior do veículo…feliz, António assobiava ao som da música que saía da rádio, “O que eu gosto é do verão”, de Fúria do Açucar: “Na Primavera o amor anda no ar. Na Primavera os bichos andam no ar. Na Primavera o pólen anda no ar E eu não consigo parar de espirrar. No Verão os dias ficam maiores. No Verão as roupas ficam menores. No Verão o calor bate recordes E os corpos libertam seus suores. Eu gosto é do Verão De passearmos de prancha na mão. Saltarmos e rirmos na praia De nadar e apanhar um escaldão. E ao fim do dia, bem abraçados A ver o pôr-do-Sol Patrocinado por uma bebida qualquer. “

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António estava apaixonado, ia naquela manhã de verão ter com a sua namorada que estava no Baleal. Ele já se via de mão dada com a bela menina a passear à beira-mar com o sol a bronzear…um passeio à ilha e um beijo a adornar! Estava quase a chegar a Ferrel, quando na estrada no meio do pinhal, um trator ao fazer uma manobra, obrigou-o a parar… naquele momento, duas portas do seu carro abriram-se…António surpreendido e assustado nem teve tempo de olhar, um homem sentou-se ao seu lado e dois atrás, fechando as portas e dando ordens: - Vamos lá acelerar, temos pressa, muita, muita pressa! - Mas quem são os senhores, o que querem? Por que entraram assim no meu carro? – Perguntou António aflito, vermelho, a transpirar. - Deixa-te de perguntas, pá, anda mas é com o carro! – Ordenou-lhe um deles. António lá andou com o carro, amedrontado mas mostrando sangue frio. Não tremia. A sua cabeça recheada de pensamentos sem resposta, pensando o pior. Nisto, o motor do carro deu sinais de mau funcionamento.


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- Vê lá mas é se aceleras, ou estás a fazer de propósito? – Proferiu o que ia a seu lado. Os três homens começaram a conversar. António apercebeu-se de que tinham fugido da prisão de Alcoentre, com certeza que chegaram até ali utilizando o mesmo sistema, ou teriam vindo a pé, questionava-se António. E os foragidos comentavam: Foi uma fuga e peras! Os gajos, os guardas, devem estar a matar a cabeça, como conseguimos! Ah! Ah! Ah! - Quem não deve estar a matar a cabeça é aquele guarda que tu mataste! – Disse outro, rindo-se os três a banda despregadas. António agarrado ao volante, cada vez se apercebia mais dos criminosos que transportava e não sabia bem como se salvar daquela situação…mas o acaso ou o destino ou Deus fizeram com que o carro se avariasse e estivesse intermi-

tentemente a parar. António sempre com as mãos no volante, quase sem olhar os usurpadores, disse: - O carro não está bem, tem problemas! - Parece verdade, o carro não está bom, não acham companheiros? – Perguntou como que em afirmação o viajante da frente, virando-se para os outros de trás. - Sim, não está mesmo, disseram os outros em coro, saindo todos do carro rapidamente e correndo em direção à praia, visto já estarem no Baleal. António arrancou com o carro que parecendo obra divina, começou a trabalhar e dirigiu-se para o parque de campismo dessa mesma localidade, entrando e só assim se sentindo em segurança. Decidiu não contar nada à namorada nem aos familiares aí presentes, mas também não saiu do parque dizendo que estava muito cansado.

Nessa tarde, ouviu na rádio que três reclusos altamente perigosos, fugitivos da prisão de Alcoentre tinham sido capturados na praia do Baleal. Um deles era um dos três irmãos Cavaco, criminosos. Um estava capturado, mas faltavam os outros dois. Onde estariam? Contou finalmente a sua história aos familiares e amigos. Gozou o fim de semana, sentiu o sol, a aragem do mar, o vento a bater-lhe na cara, saboreou o namoro, mas sem nada comentar … aqueles momentos de pavor assombravam-lhe a memória. O fim de semana terminou, o regresso a Alverca era inevitável, segunda-feira tinha de ir trabalhar, mas já não partiu sem antes trancar as portas do carro, “não fosse o diabo tecê-las!”. Durante essa semana, de vez em quando, vinha-lhe à memória a sua amedrontada aventura. Soube pela rádio, que os outros dois irmãos Cavaco também tinham sido capturados e um deles morto, estavam em Bobadela, na casa de alguém que tinham feito refém. Além de já terem conseguido fugir do Algarve, quando o casal que estava a ser refém já há algumas semanas desses irmãos Cavaco, tinha conseguido denunciar a situação pela qual estava a passar. António sentiu que tinha tido muita sorte …ajuda divina, Deus estava com ele! A história que acabei de contar passada há mais de vinte anos, é verídica embora possa parecer fictícia, mas a vida real é também muitas vezes feita de magia… 09-08-2018 www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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ENTREVISTA

ESCRITORA MARIA LASCASAS

Maria Lascasas é um pseudónimo de Maria Beatriz Ferreira. Natural de Gondomar, 1950. É Praticante de actividades de ar livre – montanha – sócia nº 156 da Federação de Montanhismo de Portugal. Licenciada em História pela Universidade do Porto (1983), obteve o grau de Mestre pela Universidade do Minho Transpostos para o papel em branco, “Um Braçado de Estrofes” deixa antever o quotidiano e oferece uma variedade temática valiosa, creio eu, para uma apreciação do sentido da vida. É de vida que se trata, é um abraço do tamanho do mundo, para o Mundo.

Boa Leitura!

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Escritora Maria Lascasas, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a encanta nos textos poéticos? Maria Lascasas - O que mais me encanta é o sentido da poesia propriamente dita. É o sentimento em acção através da palavra escrita. É a arte de se sentir exprimindo uma dualidade de sentidos, tão frios quanto quentes, tão longínquos quanto perto de cada um. Cada texto - seja formal ou não - tenha rima livre ou bem estruturada é um documento vivo, em trocadilhos por vezes próximos da realidade. São mágicos e é tudo. Quais temáticas estão sendo abordadas em seu novo livro “Um Braçado de Estrofes”? Maria Lascasas - “Um Braçado de Estrofes” não se circunscreve a um tema específico, nem obedece a qualquer critério ou regras rígidas de escrita: Versa, isso sim - com rima livre - tanto a noite como o dia, as estações do ano e a natureza no seu explendor, perpassando do mar à montanha os diversos matizes que os sons e as cores nos oferecem. O amor e a vida, a vida e a morte, numa introspecção sistemática rodeiam os demais temas. Transpostos para o papel em branco, “Um Bra-


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çado de Estrofes” deixa antever o quotidiano e oferece uma variedade temática valiosa, creio eu, para uma apreciação do sentido da vida. É de vida que se trata, é um abraço do tamanho do mundo, para o Mundo. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Maria Lascasas - Só existiu um critério pessoal na escolha deste título: - procurar que o conteúdo coubesse todo numa frase. Encaixar cada palavra e cada estrofe na emoção da escrita. Sem descorar a questão semântica, resumir a construção dos poemas sempre num diálogo constante entre cada um deles e a mensagem de que os meus dedos se iam vestindo em cada imagem.

Apresente-nos um dos textos publicados em “Um Braçado de Estrofes” Maria Lascasas - Claro, com muito prazer: Não acredito em dias perfeitos Os gestos repetidos que ofereces no silêncio do cansaço em que adormeço o meu grito de crente pressente que o dia não está – ainda – terminado ficou assim sem resposta, inacabado Eu que desperte só na eternidade Que, da noite me resta a capa transparente de um sono incompleto e massacrado Chamo por ti nem ouves, nem respondes já meu corpo, arrojado, se cansou E, de manhãzinha – o corpo – ao sol agradeceu ser outro dia agora seja ele perfeito, seja outro eu. www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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Sabemos que os textos tem um pedacinho do autor. Comente sobre o momento de escrita deste texto poético. Maria Lascasas - Se a poesia é, em si mesma, uma arte – a literatura – importa que nos detenhamos na análise de nós mesmos. Existe um pouco de paixão pela escrita, a fome de transformar ideias em páginas inteiras, na busca incessante de uma “perfeição” vestida do inacabado poema e, adormecemos no cansaço para um acordar onde todo o corpo esconde o silêncio e o grito. Cada momento é único. Nem sempre passível de explicação em discurso acessível, simples e harmonioso. Neste, procurei uma transparência tão longínqua quanto próxima, tão fria quanto quente, que exprimisse um sono massacrado pela insónia. Onde podemos comprar o seu livro? Maria Lascasas - O livro poderá ser adquirido na editora Modocromia, através de modocromia.editora@ gmail.com , na distribuidora Dinalivro, na Livraria Bertrand ou pelo meu email: marbelha.ferreira- gmail. com Temos conhecimento de que este é o seu quinto livro editado, tem tido facilidade nas vendas? Maria Lascasas - É o quinto livro e não tem sido fácil vender. É um investimento e um prazer que pessoalmente se vai aguentando pelo grato que é ver que há semprer alguém que nos elogia. Não tem havido lucros.

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Sabemos que já temos livro novo no prelo. Apresente-nos, o seu novo livro de crônicas. Maria Lascasas - Com alguma espectativa, espero fique pronto em Setembro de 2018. Este livro de crónicas resultou de um concurso, criado pela Editora Papel D’Arroz, e tem o ttítulo de “Qualquer vida poderá dar um filme”. Resumidamente poderei acrescentar que assenta no diálogo entre dois amigos que procuram o som do mar para desfiarem histórias com seis décadas de existência. Num diálogo quase perfeito, misturam-se a voz da introspecção e a crueza da realidade. Vestiram palavras para colocar no ar e no papel vidas em discurso directo e poético. Os factos não são a sua história, são sim o pano de fundo sobre o qual teceram os seus caminhos e apontadores da sua própria cronologia e reflexão. Trocam e revivem memórias pessoais e revisitam lugares em nome do amor que a vida lhes roubou cedo de mais. Quais os seus principais objetivos como escritora? Maria Lascasas - Partindo do princípio de que, se escrevo logo sou escritora, sinto necessidade de referir que aqui impera um pouco de bom senso. Nem tudo que se escreve poderá ser considerado um “bom texto”. Alindamos por vezes algumas verdades e deixamos nascer o poema nú e crú geralmente bem vestido de seda deslizante. Sonhamos o livro e a obra sai. O meu principal objectivo é obter visibilidade através de um público mais alargado do que aquele que ainda detenho e que

dificulta a venda dos livros. Analisar a avaliação que o público específico venha a fazer do meu trabalho, será a tarefa fundamental. Terei que repensar - de futuro - se escrevendo sinto libertados males maiores que a ansiedade, ou até o medo, venha ele do papel em branco, venha do escape moribundo da minha voz no rebentar mais profundo das palavras. Reanalisarei se valerá a pena editar ou deixar na gaveta. Parar nunca. A situação porém, está incomportável. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Maria Lascasas. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Maria Lascasas - Muito obrigada. Gostaria, antes de finalizar, de agradecer àqueles que me têm - de alguma forma apoiado - dando seus pareceres e divulgando o meu trabalho, num abraço. Aos outros que pretendam iniciar esta febre de escrever, deixo um apelo de criatividade. Sejamos diferentes na forma e no método e criemos beleza na melodia que as palavras têm quando as soltamos no momento certo. Nunca haverá formula perfeita.

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SOLAR DE POETAS Por José Sepúlveda

António Giacomo Stradivari

De tempo a tempo vinha ao povoado Com seu bornal ao ombro. E com prazer Satisfazia assim algum recado Que os seus pais pediam p’ra fazer.

Um dia o jovem viu surpreendido O anúncio: “Preciso de aprendiz” E fez-se luz no sonho adormecido De ser um marceneiro e ser feliz.

E sempre que lá ia, ele parava Na casa desse velho marceneiro E com encantos mil apreciava As obras que fazia, prazenteiro.

Mas não, como podia ele pensar Em ser um marceneiro se sabia Que havia tanto jovem no lugar Que estar nele lugar almejaria!

O mestre era já velho e consciente Que aquele sacerdócio feito amor Iria precisar e muito urgente De encontrar agora um sucessor.

Mas quando o mestre como desafio Propunha aos candidatos por tarefa Limpar aquele sótão negro e frio, Fugiam do lugar a toda a pressa.

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SOLAR DE POETAS Por José Sepúlveda

Passaram-se semanas. Ao voltar Um dia ao povoado, com surpresa, Olhou e viu ainda a anunciar “Preciso de aprendiz”: Mas que surpresa!

Um dia, o jovem desce aquela escada E disse: “Meu bom mestre, aqui me tem, A lida que me deu ei-la acabada, Me diga por favor se ficou bem”

E cheio de coragem, entra e diz: “Bom dia, mestre, queira me aceitar, Humilde e pobre, como o aprendiz Que o mestre está tentando encontrar”

O mestre, com a ajuda do aprendiz, Subiu a escada e com grata surpresa Olhou aquela sala, ora arrumada, Tão cheia de frescura e de beleza

O mestre olhou o jovem com espanto E disse-lhe: “Às sete da manhã Quero te aqui limpando cada canto Do velho e sujo sótão que ali está”.

E o jovem foi crescendo passo a passo, Fazendo juz à arte que aprendia E desbravando para além do espaço As sensações imensas que sentia.

Esfuziante, cheio de alegria, Ao regressar das lidas da cidade, Contou ao pai e disse: “Eu sei que um dia Vou ser um marceneiro de verdade”.

E prosseguiu seu sonho dedicado Levando a sério o mestre e o seu ensino. E um dia se sentiu determinado E ei-lo a construir um violino.

E se a distância longa que existia Do lar ao povoado, com vontade, Um dia e outro dia a percorria E logo se encontrava na cidade.

Não era mais o humilde fazendeiro, Cresceu e ao seu redor tudo mudou, Evoluiu e num violineiro Prestigiado um dia se tornou.

Chegou o mestre. Olhou com simpatia, E disse para ele calmamente: “Sobe essa escada e limpa a porcaria Que anda lá pior cima, faz-te gente!”

E a fama deste mestre se espalhava E viu a sua indústria florir E toda a gente vinha e procurava Também um violino conseguir.

Subiu a velha escada. A escuridão Cobria aquele sótão. Com coragem, Foi gatinhando, andando pelo chão, Limpando cada canto na passagem.

E foi mil violinos construindo Com ávida paixão e amor profundo E pode assim viver seu sonho lindo E ver o Stradivarius correr mundo!

Passou-se uma semana, outra semana E o mestre observava com surpresa A força e a coragem que ele imana Enchendo essa oficina de beleza.

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ENTREVISTA

ESCRITORA ROSA MARQUES Os textos que compõem «Prisioneiros do Progresso» são filhos de uma mágoa profunda. Foram escritos ao longo do tempo, como um desabafo... um grito de revolta... contra as injustiças infligidas ao ser humano... por outros seres humanos, seus semelhantes!” Rosa Marques nasceu em Portugal, na ilha da Madeira, freguesia da Camacha, onde viveu até aos dezoito anos de idade. Após o seu casamento mudouse para Porto Santo. Preocupa-a a grande instabilidade em que o mundo se encontra e a situação precária em que muitas pessoas vivem. Gosta de ler e de tudo o que está ligado à cultura; por vezes escreve um pouco do que lhe vai na alma: sobre recordações da infância e sobre a Natureza, a quem declara um amor incondicional. Colabora com duas revistas literárias e tem participações em mais de vinte obras colectivas, em Portugal e no Brasil. Em 2016, publicou o livro de poesia «Mar em Mim» com o selo Sui Generis e lançou, recentemente, «Prisioneiros do Progresso», a sua segunda obra poética. Boa Leitura!

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Escritora Rosa Marques, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Que critérios foram utilizados para a seleção dos textos que compõem a obra «Prisioneiros do Progresso»? Rosa Marques - Eu escrevo sobre tudo o que nos rodeia e isso abrange muitos temas; a Natureza, o mar, o amor, a amizade, as crianças e, principalmente, questões sociais, humanitárias e tecnológicas. Escrevo sobre o que está mal... sobre o que causa sofrimento e está a destruir a Humanidade. Por serem textos de cariz social e falarem de situações actuais, que infelizmente vêm-se agravando de dia para dia, eu pensei em publicá-los... inicialmente, incluindo-os num livro de poesia mais abrangente, que seria dividido em duas partes. Depois de reuni-los, e em conjunto com o meu amigo e editor Isidro Sousa, verificámos que havia textos em número suficiente para compor um livro. Dessa forma, não foi necessário criar um esquema específico. Bastou organizá-los devidamente. Ao longo do livro encontramos alguns títulos como «Que Mundo é Este?», «Que Crença é Essa?», «Humanidade em Crise», «Basta!» e «Eis o Mundo Que Temos», junto com outros textos (em menor número) que são uma mensagem de esperança e de gratidão: «Vida Breve», «O Amor Não Morre», «Bem-haja Quem Ajuda», etc. Apresente-nos a obra... Rosa Marques - «Prisioneiros do Progresso» é um conjunto de textos poéticos que expressam revolta, descontentamento, uma mágoa profunda por tudo o que está a suceder à Humanidade. A pobreza, a violência, a dor provocada pelas guerras, pelos terríveis atentados, por todas as formas de injustiça e aniquilação praticadas contra o ser humano... A forma insensível como o homem tem vindo a tratar a Terra nos últimos tempos, promovendo um desenvolvimento exagerado e sem controlo, www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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DIVULGA ESCRITOR causando desequilíbrio... danos irreversíveis no Planeta. É um progresso anómalo que desumaniza, empobrece os seres humanos, divide-os e leva-os à solidão, tornando-os materialistas e tecnológicos. A ausência de valores é uma realidade alarmante, a principal causa da actual situação de instabilidade no mundo, originando o desprezo pela vida humana, afastando o homem daquilo que o diferencia e humaniza: a sua parte espiritual. Destruindo o seu habitat, o homem do século XXI caminha a largos passos para o abismo da destruição, da anulação de si próprio... São estas as principais preocupações que reflectem os poemas deste livro. O que pesou na escolha do título? Rosa Marques - Houve a preocupação de se escolher um título que abrangesse toda a temática do livro, e até chegarmos a «Prisioneiros do Progresso» foram pensadas outras hipóteses, mas pareciam sempre incompletas... ou inadequadas. Há um texto na página 72 que se chama «Prisioneiro do Progresso», no singular, onde podemos ler: «Prisioneiro do progresso, o homem / Já não vê para além do palpável, do que é material / Sua mente está absorvida de uma forma total /Orientada para o consumismo...», e outro com o nome «Prisioneiros do Progresso», no plural, que inicia o livro e diz: «É urgente (...) reverter a situação...» e «Progresso SIM...Com equilíbrio (...) / Progresso NÃO...Quando os danos são maiores que os benefícios». A expressão «Prisioneiro do Progresso» é também referida num outro texto na página 68, onde se pode ler: «Refém das Tecnologias / Dominado por elas e por uma sede / Incontrolável de poder...», «O homem tornou-se / Um ser materialista e tecnológico...», «O homem perdeu a capacidade / De observar o belo...a NATUREZA» e «Prisioneiro do progresso...inconsciente». Depois de analisarmos as várias alternativas,

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concluiu-se que não havia necessidade de procurar um título apelativo e abrangente fora do livro...A expressão «Prisioneiros do Progresso» caracterizava (e reflecte!) todos os conteúdos da obra. Assim sendo, ficou para título...e até agora tem sido bem acolhido. Apresente-nos um dos textos publicados no livro... «INSENSIBILIDADE» (página 85) Que seres são esses? Que intencionalmente causam a desordem... A dor...entre a humanidade? Porquê tanta falta de amor? Uma ganância tamanha Uma crua desumanidade... Faz que deixem o seu semelhante morrer de fome Viver nas ruas à mercê das intempéries... Porque há entre os seres tanta insensibilidade? SENHOR, é urgente um homem novo... Com um novo saber... Um sentimento mais consciente e profundo... Que saiba amar e respeitar o seu semelhante Preservar o meio onde vive... E com as suas acções Contribuir para o bem do mundo! Comente sobre o momento de escrita deste texto; o que inspirou a sua criação? Rosa Marques - Os textos que compõem «Prisioneiros do Progresso» são filhos de uma mágoa profunda. Foram escritos ao longo do tempo, como um desabafo... um grito de revolta... contra as injustiças infligidas ao ser humano... por outros seres humanos, seus semelhantes! Desilusão perante a triste realidade que todos os dias entra em nos-

sas casas através da comunicação social. O sofrimento causado pelas guerras e pelos atentados, a tragédia dos incêndios, etc. Tristeza por ver que a Humanidade caminha para um inevitável abismo... caso não haja uma mudança a curto prazo, que repare os danos já causados... em todos os aspectos. É necessário travar a destruição do Planeta, valorizar o ser humano... e não tanto o materialismo, as tecnologias. Vivemos numa época em que existem já muitos conhecimentos, e também a consciência de que estamos a agir mal... numa época em que algo mais pode e deve ser feito para minorar o sofrimento da Humanidade...para construir um


DIVULGA ESCRITOR Porque esta foi sempre uma preocupação minha, e será sempre! Actualmente, valoriza-se o materialismo, as aparências... mais do que o ser humano. Perderam-se os bons valores, a humanidade... As sociedades tornaram-se individualistas e isso gerou egoísmo, violência, insensibilidade entre os seres. Esta desumanização conduz à insegurança, ao medo, à solidão...o pior dos males. Onde podemos comprar os seus livros? Rosa Marques - Quem os desejar adquirir, pode pedir-me por mensagem privada, através da minha página do Facebook, que tem o nome Maria Correia, ou por email (rccorreiamarques@gmail.com). Mas também os pode solicitar directamente à Edições Sui Generis( http://letras-suigeneris.blogspot.com ). Além disso, estão à venda na livraria online Euedito (https://www.euedito.com/ suigeneris), na Libros.cc (https://libros.cc) e na Amazon (www.amazon. com). Em Porto Santo, está à venda na Loja do Profeta.

mundo mais justo para nós, e para as gerações vindouras. O que diferencia «Prisioneiros do Progresso» de seu primeiro livro de poesias «Mar em Mim»? Rosa Marques - «Mar em Mim» enaltece a beleza das duas ilhas, Madeira e Porto Santo, onde nasci e sempre vivi... fala do belo! «Prisioneiros do Progresso» fala do mundo em geral, de uma dolorosa realidade que todos nós sabemos que existe. Mas o tema da desigualdade social já tinha sido abordado no primeiro livro... nos poemas «Abandono», «Escola Pobre», «Ao Acaso», «Um Mundo Melhor», «Um Novo Amanhecer», «Carta ao Pai Natal», etc.

Quais os seus principais objetivos como escritora? Rosa Marques - Gosto de escrever, e actualmente sinto necessidade de o fazer. A escrita é para mim um bálsamo... uma forma de liberdade... e ao mesmo tempo uma completude da qual já não saberia abdicar. Editar os meus livros, «Mar em Mim» e «Prisioneiros do Progresso», participar em antologias e revistas literárias, partilhar conhecimentos e afectos, com pessoas de diferentes culturas, tem sido uma experiência enriquecedora que não tem preço. Espero continuar a escrever... explorando e aperfeiçoando esta área... aprendendo sempre mais. No entanto, conto editar, ainda neste ano, um livro para crianças, que há muito está escrito. E também um livro de contos... este sem data definida ainda, mas já entreguei os dois à editora. A

Sui Generis já está a cuidar da publicação de ambos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Rosa Marques. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para os nossos leitores? Rosa Marques - Aos mais jovens, aconselho que reservem algum tempo para ler, e não se deixem escravizar pelas tecnologias, de forma a criar dependência. Que façam da leitura um hábito de vida... porque há nos livros todo um saber que não se aprende nas escolas, nem no nosso dia-a-dia. Ler um bom livro é uma experiência individual que permite dar asas à imaginação, sendo muito enriquecedora a nível pessoal. Em relação à situação do mundo... acredito que apenas com a participação de todos será possível mudar o mundo para melhor. Aprendendo e ensinando as novas gerações a valorizar a vida, a parte espiritual e humanitária, a preservar o meio ambiente onde vivemos, a respeitar e amar a NATUREZA, fonte de todo o equilíbrio. Por pequena que seja a contribuição de cada um, ela será sempre valiosa; em conjunto formará um todo, e tornar-se-á grande e útil a toda a Humanidade. Para terminar, deixo uma frase de François de Mauriac, que coloquei no meu livro: «De nada serve ao homem conquistar a Lua se acaba por perder a Terra.» É uma pequena frase, mas diz muito... faz-nos reflectir.

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“Noite Intranquila”

Minha alma chora

Dou voltas e voltas neste meu leito De nada me serve, não, não tem jeito Troco a minha almofada de posição Começa a conversa o meu coração..

Minha alma chora Não sei o porque, Será de dor? Não sei dizer

Esta noite é impossível adormecer A mente não desliga... nada a fazer Levanto-me, dou voltas tento desligar Mas o cérebro continua sempre a falar..

Sinto meu peito apertado, como se um turbilhão se avizinhasse. Olho o céu está azul, o dia claro

Espreito pela janela falo com as estrelas Procuro a mais brilhante no meio delas É escusado, parece ser todas tão iguais Volto ao meu leito, não quero pensar mais.

Minha alma chora, esse choro transborda pelos olhos Não consigo conter.

Maria José

Minha alma chora Antevendo o que há de acontecer. Maria Do Carmo Poleza

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Poema de Rosa Maria Santos Pintura Gloria Costa

Mulher Guerreira Mulher Guerreira, Em cada novo amanhecer Tens a força do querer Com crer e confiança, Carregas no ventre a criança Que será o futuro Deste mundo impuro Retrato da falsidade, Da crueldade Que invade a humanidade. Olhas à volta E um grito de revolta Por tanta injustiça Libertas com emoção, Sentindo o coração De nova geração A pulsar dentro de ti, Que trará amanhã, Quiçá, Uma nova realidade Onde reine a liberdade.

Olhas o mundo presente Faça sol, ou chuva, ou vento, O trabalho te espera, Afagas o ventre com carinho, Com cautela, E num instante Sorris confiante, Cheia de alegria, Com força, com coragem, e ousadia Enfrentas cada dia Com o coração na mão Em busca de pão! A vida é um fardo pesado Mas o filho por ti gerado Ajuda-te a enfrentar As vicissitudes da vida Tornando-a mais colorida Sendo a razão do teu viver Rosa Maria Santos

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ENTREVISTA

ESCRITOR ALBERTO REMESAR Explicar de maneira clara, sem muitos jargões médicos, que esses distúrbios são graves, interferem no bem estar da pessoa e da família e que há tratamentos.”

Dr. Alberto Jorge Remesar Lopez tem certificação em Medicina do Sono pela Associação Brasileira do Sono, Mestre em Psiquiatria pela UFRJ, Doutor em Ciências pela UNIFESP. Escreveu o livro para todos que buscam maior conhecimento sobre o ronco. O ineditismo é a busca pelas transformações que aconteceram nas espécies que nos originaram e resultaram nesses distúrbios no ramo humano. Por exemplo, os chimpanzés não roncam. Outro aspecto, se não inédito, mas que estava espalhado em publicações voltadas para os profissionais especializados, é a história de como lidamos com o ronco ao longo da nossa história e a descoberta da apneia do sono.

Boa Leitura! 42

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O ronco e a apneia do sono são apresentadas e tratadas pelo Dr. Alberto Remesar Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Alberto Remesar, é uma honra contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a pesquisar e escrever sobre o ronco e a apneia do sono? Alberto Remesar - A curiosidade. Brincava na areia com meus filhos na praia de Lopes Mendes (Ilha Grande/RJ) e pensei que não podíamos entrar no mar pelo risco de afogamento, mas que nossos ancestrais desenvolveram-se nas águas. Um turbilhão de perguntas sobre as mudanças que ocorreram nas espécies até o surgimento da nossa, quais as outras espécies que roncavam e tinham apneia do sono e se as alterações anatômicas, fisiológicas, comportamentais foram parecidas ou não com as nossas. Decidi procurar essas informações, pois acreditava que já haviam escrito sobre o assunto, principalmente os americanos. Fiquei surpreso porque ninguém escrevera sobre o assunto. A ideia do livro surgiu depois porque me parecia que o assunto poderia interessar a outras pessoas. Quais temáticas estão sendo abordadas em seu livro “O ronco e o cutucão da minha mulher. Uma história evolutiva e clínica do ronco e da apneia do sono”? Alberto Remesar - São duas: uma evolutiva e outra médica. A primeira refere-se à busca das origens evolutivas do ronco e da apneia do sono nos humanos; a segunda, como os povos e as sociedades da antiguidade até os tempos atuais entenderam o que era ronco, as paradas respiratórias (apneia do sono), as possíveis consequências no dia a dia e como tentaram tratá-lo.


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Apresente-nos a obra Alberto Remesar - O livro divide-se em três partes: a primeira, o surgimento da vida, das transformações ocorridas ao longo de bilhões de anos nas espécies que propiciaram o surgimento da espécie humana; a segunda, os “caminhos evolutivos” que tomaram nossos antepassados a partir do ancestral comum com o dos chimpanzés e que resultaram na nossa estrutura respiratória, o que possibilitou o surgimento do ronco e da apneia do sono; a terceira parte abarca a história das crenças e os tratamentos desenvolvidos pelos povos/sociedades antigos até a pesquisa intensa nos dias atuais sobre o que são esses distúrbios do sono, suas causas, consequências e tratamentos disponíveis. Sabemos que foi realizada uma peculiar e sistemática pesquisa para elaboração desta obra literária. Conte-nos algumas curiosidades que encontrou no caminho percorrido para elaboração de “O ronco e o cutucão da minha mulher. Uma história evolutiva e clínica do ronco e da apneia do sono”? Alberto Remesar - 1) A surpresa das pessoas sobre o tema do livro que misturava evolução das espécies com o surgimento do homem e o aparecimento do ronco e da apneia do sono em nossa espécie e as explicações atuais sobre a anatomia, a fisiologia, a clínica e os tratamentos desses distúrbios do sono ou “Você fala sobre tudo isso?”. 2) A crença de que o ronco tinha utilidade para nossos ancestrais, pois afastariam os predadores à noite. 3) A surpresa que alguns pesquisadores tiveram

Quais os principais serviços oferecidos pela clínica Dr. Alberto Remesar? Alberto Remesar - 1) Tratamentos dos transtornos psiquiátricos e dos distúrbios do sono em adultos (Dr. Alberto). 2) Tratamentos dos distúrbios do sono em crianças e adolescentes (Dra. Elitânia). 3) Exames de polissonografia: a noturna ou basal, com o uso do CPAP e a diurna ou o teste das múltiplas latência para o sono.

quando perguntei se os chimpanzés roncavam. 4) A crença de que as mudanças que ocorreram na faringe tiveram o propósito de desenvolver a fala nos humanos. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura do livro? Alberto Remesar - Explicar às pessoas que o ronco e a apneia do sono são distúrbios humanos com origens muito antigas. - Explicar de maneira clara, sem muitos jargões médicos, que esses distúrbios são graves, interferem no bem estar da pessoa e da família e que há tratamentos. A quem indica leitura? Alberto Remesar - Ao público geral a partir dos 25 anos. Onde podemos comprar o seu livro? Alberto Remesar - Nas livrarias físicas e virtuais, já que está em formato físico e digital.

Quem desejar como deve proceder para obter mais informações sobre os serviços oferecidos? Alberto Remesar - Site: www.querodormirmelhor.com.br Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Dr. Alberto Remesar. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Alberto Remesar - A primeira: o ronco e a apneia do sono são distúrbios graves e as pessoas precisam procurar tratamento o mais rápido possível. Segunda, tenha curiosidade na vida, faça perguntas, procure respostas, exija Educação de qualidade e apoie e divulgue a Ciência.

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA EDIELANE LACERDA DA CRUZ

ERA UMA V C

erto dia me encontrei em um corredor de uma grande instituição educacional. Já estava lá a dois anos. Me deram a chave de uma das portas e me disseram para arrumar a sala dos livros. Fiquei muito feliz, eu amo livros desde que me conheço por gente. Coloquei a chave na fechadura, a virei bem devagar, fui abrindo e quanto mais eu via mais o meu coração chorava. Uma sala escura, suja, com caixas rasgadas, espalhadas por todos os lugares. Livros destroçados, gemendo, feridos pelo chão. Parte de seus corpos abandonados aqui e ali, como se tivesse acontecido uma terrível guerra na qual os livros foram derrotados. Havia muita dor, triste-

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za. Os autores pediam, suplicavam socorro. Estavam tão fracos e restaram tão poucos. Não dava para reconhecer de onde tinham vindo ou a que lugar pertenciam. Gritinhos de fadas misturados com súplica de homens honrados, que escreveram a história deste país, deste mundo. Precisavam de consolação, de cuidados, de hospital. Fechei os meus olhos e pensei: quem, quem poderia ter feito aquilo. Crueldade, tortura. A quanto tempo estavam naquelas condições? Juro...chorei. Estava tão cansada de encontrar situações semelhantes, arregaçar as mangas e sozinha, sem ter muita atenção dos dominadores da terra, limpar, cuidar, separar, costurar, remendar, classificar,


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VEZ registrar, carimbar, dar identidade às faces desconhecidas de inestimáveis tesouros. Deus, quantas vezes! Crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos. Sofridos, incompreendidos, abandonados, desprezados, tratados com desdém. Calaram as suas vozes, foram seus algozes quando deveriam ter sido os seu libertadores. Eles confiaram e decepcionaram-se. Não, não poderia abandoná-los por maior que o desafio se apresentasse imenso. Me tornei a guardiã deste tesouro inestimável. Mais uma vez dei tudo de mim, além de mim. Exauri as minhas forças, trabalhei muito mais do que deveria. Era urgente, precisava fazer alguma coisa.

Transformei-me em uma chatóloga, correndo aqui e ali, pedindo ajuda... mas ela não vinha. Mesmo assim, como que fazendo carinho peguei em minhas mãos cada livro e dei a eles o que precisavam. Ar, luminosidade, corpo, casa, lugares definidos pelo galardão que mereciam. Levei as queridas almofadas de mamãe, os meu próprios tapetes. Decorei com delicadeza e singeleza cada cantinho, cortinas de rendas, de corão, fantoches... Trabalhei de madrugada, muitas. A sala foi transformando-se em um lindo castelo encantado, habitado por reis e rainhas, príncipes e princesas, fadas e bruxas, grandes teóricos, romancistas, cronistas, poetas...ali havia um portal do tempo e podia-se ir aonde os sonhos, o imaginário concebesse. Foram surgindo animais que falavam, florestas, grandes cidades, astros. Tudo foi ficando colorido, claro e alegre. As crianças vinham de todos os lugares, os professores admiravam-se. Correu a notícia de uma linda sala de livros. Vieram muitos, tiraram fotos, publicaram e elogiaram, mas não a mim. Isto já não importa. Sabem o que importa? Os livros foram arrancados novamente do seu

lugar, onde a educação alça a sua voz e proclama falaciosamente a importância destes, da leitura. Dizem que não há lugar para eles, no momento, mas se for conveniente aos poderosos farão até duas salas de livros, quando possível. Já não entendo mais nada. Falta ou sobra lugar? Onde este coração ganhará vida? Apenas me torno algoz de meus amigos porque obedeço ordens, hierarquias e não adianta espernear, gritar, chorar, pedir, suplicar. Eles estão lá espremidos, escondidos. Faço tudo o que posso. Confesso... choro mesmo, deixo que as lágrimas caiam de meus olhos e limpem o pecado de tão grande aprisionamento. Agora, neste momento estão trancados, sozinhos sem saber o que acontecerá com eles. Pessoas entram e saem deste depósito, os pegam sem nenhum respeito, os largam em qualquer lugar, os ufanam, os rasgam, os riscam, os sujam e ainda zombam deles. O castelo dos livros foi destruído sem remorso, depois de anos de construção. Nós ficamos em silêncio em um depósito que com carinho depositei meus amigos, esperando que surja um salvador que ame os livros e faça com que o coração do saber volte a pulsar.

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ENTREVISTA

ESCRITOR ALTAIR DE SOUSA MAIA O resultado de tanto lixo é a extinção de rios e a morte da flora e fauna, provocando um desequilíbrio ambiental em todo o planeta, com consequências imprevisíveis para o ser humano.” Altair de Sousa Maia é economista pela Universidade de Brasília UnB, com especialização em Comércio Internacional e Relações Internacionais. Trabalhou no Ministério da Indústria e do Comércio, e no Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Por um longo período lecionou economia e economia Internacional na Universidade Católica de Brasília, e na União Educacional de Brasília - UNEB. Participou de inúmeras feiras e viagens internacionais, nas Américas, Europa e África. Hoje dedica-se a proferir palestras sobre o Comércio Internacional e sobre as questões africanas, no Brasil e no exterior.

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Continente Africano o mais rico continente do mundo Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Altair Maia, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a pesquisar e escrever sobre a cultura africana? Altair Maia - Todos nós, queiramos ou não, temos um pé na África. Sempre me intrigou o fato de o continente africano ser, talvez, o mais rico continente do mundo e, no entanto, ter uma das populações mais pobres do planeta terra. Um dia fui convidado para realizar uma pesquisa na Costa Oeste da África. Quando pisei pela primeira vez o solo africano, senti que tinha algo a fazer ali. A partir desse momento comecei a aprofundar os estudos sobre as diversas sociedades africanas e suas relações com os demais países do mundo, principalmente com a Europa, Estados Unidos da América e os novos parceiros asiáticos.


DIVULGA ESCRITOR Em que momento surgiu inspiração para elaboração de seu livro “Mundo mundo Vasto mundo”? Altair Maia - Certo dia estávamos na fronteira da Mauritânia com o Senegal (onde começa o Deserto do Saara), quando fomos surpreendidos por uma tempestade de areia. O fenômeno, completamente novo para mim, era algo assustador. A ordem, nesse caso, é: cubra o rosto, feche os olhos e fique quieto. O rosto desprotegido, em uma tempestade de areia pode levar a cegueira. Naquele momento não senti medo: senti foi pavor ante aquela força descomunal da natureza. A partir daí comecei a ler sobre o Deserto do Saara e as tempestades de areia. Como uma coisa puxa outra, fui estudando sobre o clima, os animais, os desertos, os lixos e os lixões oceânicos, a extinção de rios etc. Você sabia que o Deserto do Saara é maior que o Brasil? São 9 milhões de quilômetros quadrados de pura areia e pedra. Apresente-nos a obra Altair Maia - Os desertos e áreas degradadas são uma realidade em nosso tempo. O somatório dessas áreas atinge cerca de 20% das terras emersas do Planeta e, a cada ano, mais de cem mil quilômetros quadrados se somam a esse número que não para de crescer. Por outro lado, a explosão demográfica no planeta (8 bilhões de habitantes), e o advento do plástico (material não degradável), propiciou a criação de montanhas de lixo em terra, e a formação de lixões oceânicos, com milhões de quilômetros quadrados de extensão. O resultado de tanto lixo é a extinção de rios e a morte da flora e fauna, provocando um desequilíbrio ambiental em todo o planeta, com consequências imprevisíveis para o ser humano. Como foi a escolha do título? Altair Maia - Os desertos crescem

continuamente. O Deserto do Saara cresce mais de 20 mil quilômetros quadrados por ano. Se nada for feito, em pouco tempo todo a África será um deserto. Mas algo está sendo feito. Uma muralha está sendo erguida ao Sul do Saara, para isolar o deserto e proteger o restante do continente. Essa muralha ira de uma ponta a outra do continente, iniciando pelo Senegal, no Oceano Atlântico, indo até o Djibuti, no Golfo de Áden, do outro lado do Continente. Não será uma muralha de pedras, mas sim uma muralha de arvores. Oito mil quilô-

metros de comprimento por quinze de largura. Uma obra descomunal. Em função disso o livro teria por título “Muralha”. Mas surgiu tanta coisa, em todo o mundo, que a pesquisa foi se tornando cada vez mais vasta. Vasta como o mundo. Ai me lembrei do Drummond: Mundo mundo, vasto mundo.... Quais os principais desafios para escrita de “Mundo mundo Vasto mundo”? Altair Maia - O estrago que já fizemos em nosso planeta é algo que não www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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DIVULGA ESCRITOR conseguimos nem quantificar. Cada país, cada povo, cada região tem sua história pra contar. Uma história que é igual, amarga e triste. O lixo produzido pela humanidade vem crescendo de forma assustadora. Menos de 10% desse lixo é reciclado. O restante fica por ai, espalhado pela natureza, em terra, no ar, nos rios e nos oceanos. Todos os dias meus amigos, de todos os cantos e de todas as cores, me mandavam notícias sobre algum desastre ecológico em sua região. O desafio maior foi colocar toda essa informação num livro pequeno, de rápida leitura, para despertar o consciente coletivo da humanidade. O que mais chamou a sua atenção no período de construção desta obra literária? Altair Maia - As descobertas. Todos os dias descobria um fato novo. Levei um susto quando descobri que as areias do Deserto do Saara cruzam o Oceano Atlântico e chegam até a Amazônia. Depois “bordejam” pela Cordilheira dos Andes e chegam até o Rio Grande do Sul. Outro susto foi a neve de cor de alaranjada, em Sochi, na Rússia. Mas o que chama mesmo a atenção é o fato de comprovarmos a transformação dos oceanos em “lata de lixo” do mundo. Além de “Mundo mundo Vasto mundo”, você tem publicado outras obras literárias. Apresente-nos os títulos. - África – Um negócio da China. Um livro que retrata a penetração da China no continente africano. - O desafio do Atlântico Sul – Demonstrando as dificuldades de se fazer negócios com a África - Tributo a Jonathan Makeba – Denunciando a corrupção na África, provocada por governos e grandes empresas multinacionais, promovendo a manutenção da pobreza africana. - Griots – Sons e Cores de África – Diversos ensaios sobre hábitos e

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costumes dos povos africanos - Baobá – Cenas e fatos de África – Um livro contando as peripécias por mais de 30 países na África. - Mascaras e Caveiras – A busca por objetos sagrados na Nigéria. Uma história arrepiante. - MGF – Denunciando a Mutilação Genital Feminina em todo o mundo muçulmano. - Filhos da Lua. A caçada aos negros albinos em toda a África é algo repugnante.

decemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Altair Maia - O continente africano é a próxima e última fronteira da humanidade. Após a África, restarão somente os gélidos desertos polares e a escuridão das profundezas oceânicas.

Onde podemos comprar os seus livros? Altair Maia - Os livros em formato eletrônico (e-book), podem ser adquiridos na livraria www.amazon. com Livros impressos, diretamente comigo; altair2001@yahoo.com Quais temáticas são abordadas em suas palestras? Altair Maia - África. Desenvolvimento. Comercio Exterior. Questões ambientais. Relações Brasil África etc. Em todas as palestras há um toque sobre as questões do relacionamento entre as nações, de forma a torna-las “mais humanas, menos secas”. Os erros cometidos na África, nos últimos quatro ou cinco séculos são responsáveis pela migração em massa que está ocorrendo atualmente. Nossos erros, de hoje, serão responsáveis pelos fatos de amanhã. Pelo menos nas relações entre as Nações, o homem poderia deixar de ser o lobo do homem. Quem desejar como deve proceder para entrar em contato com o autor e palestrante Altair Maia? Altair Maia - Pelo e-mail altair2001@ yahoo.com ou pelo telefone +5561983408484 Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Altair Maia. Agra-

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITOR JANDER OLIVER

HOMOFOBIA E PRECONCEITO EM ‘O MUNDO CINZA’ DO AUTOR JANDER OLIVER

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em narrar a história de um personagem gay, o livro fala da sua infância e numa vida simples que levava numa cidadezinha do interior, onde o preconceito não fazia parte de seu dia a dia, pois as crianças brincavam e eram felizes. O bairro era pequeno e todo mundo se conhecia a violência e a tristeza não existia. Já quando adolescente Arthur começa a sofrer pressões de seus colegas, para ver quem era o maior pegador de meninas na escola, era coisa de adolescente, mas que começava incomodar Arthur, onde ele vive uma intensa confusão com ele mesmo, sentia que ele tinha duas pessoas dentro dele e isso era conflitante o tempo todo, para fugir da não aceitação momentânea, ele até chega namorar uma menina e com o tempo ele vê, que não é bem isso que ele quer para sua vida.

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Na faculdade ele começa a cursar o curso de Administração, pois os seus pais queriam que ele fizesse coisas que fossem bonitas para a sociedade, onde um filho cursar administração na época era motivo de orgulho para um pai, mas na verdade Arthur queria fazer outro curso, seus pais jamais deixaram que ele cursasse, pois achavam que era coisa de mulher na cabeça deles, o curso de Administração era uma coisa que exigia muito, os trabalhos da faculdade eram feitos sempre em grupos, onde muitas vezes eram feito na casa de colegas da faculdade, depois de um ano Arthur conhece o seu amigo Alex, onde começam a ter uma amizade cada vez mais forte e aí nasce entre eles o primeiro amor, onde vivem intensamente esse amor em busca de uma felicidade e de uma vida só entre eles dois. Pais de Arthur achavam que os dois eram amigos e assim por muitas vezes deixava-os sozinho em casa para viajar, meses se passaram, onde Artur resolve passar o Ano Novo com seu amor em uma praia e sua família, na volta para casa a família de Alex sofre um grave acidente e com isso Alex vem a falecer, Arthur fica internado por vários dias e depois de sair do hospital ele fica sabendo da notícia que perdeu o seu verdadeiro amor. Passa-se um tempo e Artur resolve contar para seus pais que ele é gay, com isso vem a rejeição, onde seus pais tomam a decisão de manda-lo para um mosteiro, pois essa

era a única maneira que tinha de livrar de Arthur, para eles o filho era vergonha daquela cidade e seus pais ficavam se perguntando o que as pessoas iriam falar, com isso Arthur é forçado a deixar o país. Depois de alguns anos no mosteiro, resolve sair, pois acreditava que estava pecando contra Deus e também estava lá contra sua vontade e que não seria justo tentar enganar a si próprio, e com isso ele se sentia um pecador, pois ele não pensava em outra coisa a não ser ele mesmo. Sua chegada ao Brasil é complicada onde ele não tem sequer o mínimo para viver e morar, pois sua vida começaria do zero, depois de alguns dias na rua. Consegue arrumar um trabalho, depois de alguns anos andando por São Paulo e conversando com amigos ele começa a conhecer os lugares que os homossexuais frequentavam, pois Artur não estava muito bem, pois ele era um menino ingênuo, que já havia sofrido algumas desilusões amorosas, o mundo passa oferecer muitas coisas e aí ele acaba se perdendo em seus sentimentos e começa a viver uma vida de sexo desregrado, sem se preocupar com sentimento de ninguém, o sexo pas-

sa a ser algo viciante em sua vida até o momento que ele chega ao fundo do poço, onde ele pensa em se matar. Depois de três meses no hospital, volta para sua casa, ele descobre que não tinha mais moradia, Onde é forçado a morar na rua, onde precisa fuçar lixo para poder matar a sua fome e ter que lidar com os homens que lhe procuravam para fazer sexo através de dinheiro ou até mesmo muitas vezes por um prato de comida, assim foram alguns anos de sua vida pelas ruas de São Paulo. Num belo dia se sentou à beira de uma sarjeta e começou a pedir a Deus para que lhe desse uma segunda chance, porque queria ser uma pessoa diferente e começar tudo de novo. Em meio aquele monte de carros que ali passavam, um carro preto apresentou problemas e parou próximo a Arthur, onde uma senhora desceu do carro e avistou naquele canteiro e lhe perguntou se sentia fome. Alguns anos depois Dona Marisa havia transformado Arthur em um homem reconhecido pela sociedade através de seu talento, o sonho de menino havia se concretizado através daquela senhora, pois ele começa carreira internacionalmente reconhecida pela sua dedicação em seus produtos. Link para compra do livro: https://www.clubedeautores.com. br/book/247998--O_mundo_Cinza#. W2Nwv9JKjIV www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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ENTREVISTA

ESCRITORA ANA COSTA De repente tive um sonho com minha falecida avó materna e quando acordei a crônica estava prontinha na minha cabeça. O título é “Carta da vovó”. Foi lindo e encantador, vale a pena conferir.”

Ana Costa é autora de crônicas e contos. Escreve exatamente o que gostaria de ler e usa a sensibilidade e o timing cômico para transformar situações comuns do dia a dia em histórias instigantes. Estreou como escritora com o livro autobiográfico Volta, se houver motivo para voltar, lançado na cidade de São Paulo em 2016; em Lisboa, Portugal e em Montreal, Canadá em 2017. É coautora das antologias “Eternamente Você”; “Inquietação”; “Escritores da Língua Portuguesa, edição bilíngue: portuguêsfrancês”; e “Silêncio das palavras”. Sua mais nova obra, “Razão para ser louca”, foi lançada em junho deste ano e neste livro a autora aponta questões cuja essência mostra a maneira livre, leve, solta e louca de viver. Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ana Costa, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela escrita literária? Ana Costa - Aconteceu como resultado do questionamento de vida. Eu precisava organizar meus pensamentos e a melhor forma que encontrei foi por meio da escrita. E gostei. Facilita minha comunicação. Hoje utilizo a escrita como a forma de diálogo mais eficaz para mim, pois ao escrever tenho o tempo necessário para fazer o jogo de palavras sem as inconvenientes pausas presentes na comunicação verbal (por conta da afasia que herdei do AVC). Apresente-nos, o seu novo lançamento literário “Razão para Ser Louca” Ana Costa - “Razão para ser louca” é o novo livro da escritora Ana Costa, após o sucesso de “Volta, se houver motivo para voltar”, ganhador do prêmio Troféu Literatura 2017. No Razão para ser louca, 41 contos e crônicas se alternam entre vivências pessoais e anedotas kafkianas; situações cotidianas e extraordinárias; viagens e permanências; encontros e desencontros;


DIVULGA ESCRITOR impressões e expressões; medos e coragens; e encantamentos e desilusões. Todos narrados no estilo peculiar de Ana Costa, uma prosa direta, franca, e salpicada de muita emoção e, sobretudo, humor. Lembranças da infância; experiências de uma mãe de adolescente; amores europeus; vivências em Paris; cartas da avozinha querida; cargas mentais; bizarrices; e excentricidades também aparecem no livro, entre muitas outras razões para sermos loucos. Como foi a escolha do título? Ana Costa - Vivemos em um mundo onde os “ditos normais” matam, roubam e sabotam. Isso me deixa triste, entretanto, conclui que a loucura saudável mantém a lucidez. Por isso que desejo que tenhamos motivos para sermos loucas, pois os lúcidos sempre têm. Foi daí que nasceu o título do livro. Sabemos que a escrita faz parte dos momentos da vida do autor. Apresente-nos, um dos textos publicados nesta obra literária comentando o momento de sua escrita. Ana Costa - Conforme consta na pergunta, a escrita faz parte dos momentos da vida do autor, especialmente na crônica, em que na maioria das vezes o protagonista é ele próprio, razão pela qual senti dificuldade em escolher um texto, pois todos eles mostram um pouco de mim. Enfim, escolhi a crônica que carrega o título do livro “Razão para ser louca” e a crônica “Existem fatos que precisam ser contados”, cujo diferencial é a intensidade da emoção.

rária “daquelas” (escritor tem dessas coisas. Rsrsrs), e estava difícil me conectar com os anjos da inspiração. De repente tive um sonho com minha falecida avó materna e quando acordei a crônica estava prontinha na minha cabeça. O título é “Carta da vovó”. Foi lindo e encantador, vale a pena conferir.

O que mais a encanta em “Razão para Ser Louca”? Ana Costa - Cada texto tem seu encanto particular, mas no momento de escrever a crônica que conclui o livro, pensei em escrever algo que emocionasse, mas naquele momento eu passava por uma ressaca lite-

Soube que já temos datas previstas para sessão de autógrafos. Apresente-nos, as novas datas. Ana Costa - Estarei na 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Pavilhão do Anhembi, no dia 5 de agosto (domingo), das 13:00 às 14:30, no Estande da Scortecci Edito-

ra, Avenida 1, Rua 5. No mesmo dia e local, das 18:30 às 21:30 participarei do lançamento da antologia “O silêncio das palavras”, com a crônica “Como nos velhos tempos”. Em setembro o “Razão para ser louca” será lançado em Curitiba e em outubro já está confirmado o lançamento em Portugal. Esse movimento me incentiva a continuar acreditando no meu trabalho. Além de “Razão para Ser Louca” você tem publicado o livro “Volta, se houver motivos para voltar”, apresente-nos está obra literária. Ana Costa - Volta, se houver motivo para voltar é um compilado de crôni-

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tura Nacional. Precisamos ler mais, ter mais estímulo, assim, tento de forma peculiar escrever uma prosa leve e bem humorada. Além de fazer ri e emocionar, convido o leitor a refletir comigo sobre temas que causam impacto social, a exemplo do bullying e da carga mental da mulher. Se eu conseguir motivar um leitor, já valeu o trabalho.

taria de agradecer a oportunidade e o carinho da equipe da Revista Divulga Escritor. Bem, a mensagem que deixarei é um pedido: leia e incentive a leitura, porque ela traz conhecimento, sonhos, raciocínio lógico e acumula “reserva cognitiva”, da qual podemos precisar no futuro (para mim, esse futuro, acidentalmente, já chegou e estou usando e abusando do meu estoque de reserva cognitiva. Rsrsrsrsrs). É verdade! Enfim, para encerrar, usarei uma frase do escritor Ray Bradbury que acho interessante: “Muita gente ouve vozes quando ninguém está por perto. Alguns são chamados de “loucos” e ficam confinados em quartos onde olham para a parede o dia todo. Outros são chamados de “escritores” e fazem basicamente a mesma coisa”. Por sorte sou escritora, portanto, sabiamente louca. Ah, quase esqueci, leia meus livros e não se esqueça de dar sua opinião, o feedback é importante para o escritor.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ana Costa. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Ana Costa - Em primeiro lugar gos-

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cas que tem como start o episódio de AVC que sofri em novembro 2014. Na sequência destaco nos textos o lado engraçado das sequelas e como lidei com as situações que se seguiram. O livro foi ganhador do Prêmio “Troféu Literatura 2017”, na categoria de melhor livro biográfico de língua portuguesa; e concorreu ao Prêmio Jabuti 2017. Em junho deste ano foi lançada a 2ª edição da obra na capital paulista. Seu livro Volta, se houver motivo para voltar já foi lançado em outros países e exposto em feiras internacionais, qual a vantagem? Ana Costa - Em termos financeiros o resultado não foi expressivo, mas as experiências foram gratificantes, afinal, fiz outras viagens, outras histórias e senti orgulho de mim. Sou autora iniciante, e como não ficar orgulhosa em ter minha primeira obra na biblioteca de Fernando Pessoa, em Nova York e Canadá? Isso é motivador. Onde podemos comprar o seu livro? Ana Costa - Pelo e-mail: anacosta.livro1@gmail.com Livraria Asabeça Livraria Martins Fontes Amazon Americanas Submarino Quais os seus principais objetivos como escritora? Ana Costa - Contribuir com a Litera-

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DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA MARINA SOLÉ PAGOT

Paradoxo Temporal

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arina Solé Pagot, nascida em 2002, recebeu a inspiração para escrever desde pequena. Por isso que, aos 12 anos, ela começou uma jornada que a carrega até hoje: escreveu um livro que se tornaria uma trilogia. Coração de Obsidiana, lançado de forma independente, ganha, neste ano, suas sequências: O Cavaleiro Branco e Reino de Memórias, completando a série chamada de Os Três Escolhidos, baseada nos queridos contos de fadas que, ainda depois de tantos anos, divertem e emocionam pessoas de todas as idades. Acompanha a jornada de três adolescentes aparentemente normais no mundo das famosas histórias. Tomás, Davi e Beatriz se veem absorvidos por aquele universo mágico e estranhamente familiar. Buscando formas de se adaptarem à nova realidade em que se encontram e batalhando para compreender visões, profecias e sentimentos confusos que parecem ressurgir a cada novo passo dessa aventura, os três precisam derrotar o mal que assola tal dimensão e trazer, finalmente, paz ao reino que se embrenha de forma mais intensa em seus corações. Além dos romances fantasiosos que já escreveu, Marina também se inspira muito no cotidiano e em pequenas ideias para criar suas crônicas. Segue aqui uma delas.

O vento me sufoca. Sufoca ao mesmo tempo que preenche meus pulmões da forma mais etérea possível. Como se estivesse me concentrando na Força, eu me sento sobre a amurada sentindo e canalizando tudo ao meu redor. O vendaval iminente causando arrepios pelo meu corpo e todo meu organismo fervendo por dentro, um paradoxo biológico. Além do vento, o barulho de galhos e folhas, o cheiro de tempestade me invadindo. A certeza de que um dia tudo passa me imerge e a quantidade absurda de oxigênio me deixa sem ar. E eu só quero deixar com que o vento me leve, que ele me envolva e me carregue para longe de tudo. Aquela vontade estúpida e sem malícia alguma de me jogar de uma altura considerável e que um furacão possa simplesmente transportar meu corpo. Os pingos de chuva caem sobre mim, destruindo todo meu caderno e apagando minhas palavras que tentam explicar algo inexplicável. A vida pulsa fora e dentro de mim, naquela catacrese inútil de tentar entender o que é ser. Os olhos abertos, sensíveis e sem enxergar nada, pois estão totalmente imersos em sensações. Tudo não passa de um sentimento: a de estar vivendo e existindo, na certeza de que a qualquer momento as Parcas podem se distrair e cortar a linha que nos faz respirar. Mas o que me move a continuar na chuva, a sentir frio e esquecer todo o aconchego do interior? Talvez fosse a vontade de me sentir parte de algo que não é apenas um corpo, mas sim algo que resiste às adversidades. Talvez apenas meu comportamento antissocial se manifestando e a idiota prepotência de achar que sou melhor sozinha. Não é necessário música, pois o silêncio acompanha a cadência surda de meu coração. Não é necessário companhia, pois sinto os abraços dos galhos e as gotas de chuva me cobrindo. Não é necessário respirar, pois o próprio vento infla meus brônquios. E não é necessário nem por um segundo que uma voz sussurre “tudo vai ficar bem”, pois a língua da vida invade meus lábios da forma mais suave e deliciosa, naquela inefável convicção de que somos infinitos. Agora aos 16 anos, Marina não desiste de seu sonho de continuar escrevendo. Em um turbilhão de palavras que rondam sua mente diariamente, ela deseja fazer um livro de crônicas e já vem trabalhando em mais duas obras – um spin-off de os Três Escolhidos e uma história futurística relacionada à ciência. Continua trabalhando em crônicas e juntando pontas soltas para criar e cativar seus leitores. Contato: mpagot9@gmail.com www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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ENTREVISTA

ESCRITORA ANA PAULA QUINTANILHA Trago nesse livro a temática de incluir sem medo, falo um pouco sobre autismo, síndrome down, surdez, desenvolvo artigos científicos para pesquisadores poderem usar em suas pesquisas.

ANA PAULA QUINTANILHA BASTOS DE JESUS, possuo graduação em Letras Língua Portuguesa pela Universidade de Santo Amaro (2001) e graduação em Artes Visuais pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro (2009). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, pós-graduada em Educação Especial pela Universidade da Grande Fortaleza, possui cursos de complementação na área de inclusão. Sendo que algumas pesquisas fazem parte do livro de minha autoria intitulado “Inclusão Sem Medo”, uma Coletânea de Artigos, o livro é uma coletânea de artigos científicos voltado para pesquisas cientificas com tema centra as deficiências e síndromes. Já possuo dois livros publicados o outro trás um tema infanto

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juvenil intitulado O Maravilhoso Mundo da leitura, contos e crônicas. Minhas produções literárias bem como minhas pesquisas para conclusão do Mestrado fui permeado com troféu literário com o titilo de Mulheres Notáveis Cecilia Meireles no ano de 2017 na cidade de Itabira, no mesmo ano recebi a comenda Castro Alves fruto das minhas pesquisas, as quais se encontra publicadas na revista acadêmica online, no site Web artigos, no site Só Pedagogia, no blog Ecos Latinos. Participação como palestrante no Congresso da Faculdade Polis das Artes, na Federal de São Carlos, na Federal de Cubatão.

Boa Leitura!


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ana Paula Quintanilha Bastos de Jesus, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a atrai na Inclusão Social? Ana Quintanilha - Bem primeiro o que mais me atrai é poder fazer a diferença na vida das pessoas com deficiência. Também tenho um olhar diferenciado para inclusão da seguinte maneira olho não só a deficiência, mas também olho para as dificuldades em todas as áreas da aprendizagem e assim inserir a todos em todos os momentos principalmente no ambiente escolar e ao mesmo tempo expandir para além dos muros das escolas. Quais temáticas estão sendo abordadas em seu livro “Inclusão sem medo”? Ana Quintanilha - - Trago nesse livro a temática de incluir sem medo, falo um pouco sobre autismo, síndrome down, surdez, desenvolvo artigos científicos para pesquisadores poderem usar em suas pesquisas. A dificuldade de incluir no ensino regular também é uma temática muito importante que requer bastantes pesquisas futuras. Exemplifique com alguns títulos dos artigos publicados na obra. - OS ENTRAVES DA INCLUSÃO DOS ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR - A DIFICULDADE DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NO CICLO I DO ENSINO FUNDAMENTAL - O DIREITO DE INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR E SUAS DIFICULDADES.

Apresente-nos a obra (sinopse) Ana Quintanilha - Trata-se de uma coletânea de artigos para trazer um pouco de conhecimento sobre a in-

clusão bem como conhecimento das deficiências, para ajudar a quem necessita de conhecimento sobre inclusão. Hoje uma Educação de

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DIVULGA ESCRITOR qualidade é dar condição essencial a qualquer pessoa e garantido o que precisam, durante algum tempo as pessoas com necessidades especiais tiveram seus direitos contestados. Uma mudança na formação dos professores se faz necessária, para aspectos que possam garantir não só situações de interação, como também os objetivos acadêmicos no processo de escolaridade e assim incluir a todos numa realidade que vem cada vez mais crescendo nos últimos anos. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “Inclusão sem medo”? Ana Quintanilha - Os objetivos a serem alcançados com meu livro nesse momento são os mais importantes para os pesquisadores dessa temática: - Transmitir conhecimento; - Transmitir aprendizado; - Colaborar com os professores que trabalham com a inclusão; No decorrer das pesquisas realizadas, o que mais chamou a sua atenção? Ana Quintanilha - O que mais me chamou atenção foi mesmo a insegurança dos professores frente a inclusão, e conforme uma pesquisa realizada para concluir minha dissertação a falta de formação foi bem discutida entre os professores. Soube que vai participar da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, qual o dia, local, horário? Ana Quintanilha - Sim irei participar no dia 4 de Agosto de 2018 as 12:00

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hora no Stand da Editora Autografia , nesse dia estarei com a veste talar para fotos e autógrafos, tudo com muito carinho para meus leitores. Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São Paulo - SP, 02012-021 Telefone: (11) 3060-4717 Quem não puder comparecer a bienal como deve proceder para compra do livro? Ana Quintanilha - Ana Paula vai lançar o livro “Inclusão sem medo: uma coletânea de artigos” na Bienal do Livro de São Paulo e um dos artigos da obra estará no Palavreiras, Antologia 2018 da Editora Autografia. A obra já está à venda em nossa loja online, adquira seu exemplar através do link: http://www.autografia.com.br/ loja/inclusao-sem-medo:-uma-coletanea-de-artigos/detalhes. Quais os seus principais objetivos como escritora? Ana Quintanilha - Poder transmitir mesmo um pouco de conhecimento e ao mesmo tempo ajudar e contribuir nas pesquisas sobre a temática em questão. E também com as palestras poder diminuir os entraves da inclusão entre alunos professores e família. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ana Paula Quintanilha Bastos de Jesus. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Ana Quintanilha - Lição: As crianças têm olhos, coração, sensibilidade e sabedoria que nós, adultos, por vezes, desconhecemos ou deixamos

morrer, definhar. Rebelamo-nos tão facilmente contra o sofrimento, porque não descobrimos ainda os segredos do milagre. Um defeito, conflitos, angustia, cruzes, dores e desafios podem dar-nos asas para sobre voar o comodismo, a mediocridade. Quando aceitos com humildade, fracassos, derrotas e limitações, não raro se convertem em degraus de crescimento na Escada da Vida. Pe. Roque Schneider, SJ Deixo essa mensagem nos pesquisadores temos que mudar o nosso olhar frente à inclusão e assim poder fazer a diferença na vida dessas crianças, uma vez que essa demanda vem crescendo cada ano o número de matricula aumenta muito e cabe a nos professores e pesquisadores estar sempre buscando conhecimento e nos qualificando cada vez mais para poder atender esses alunos com excelência a inclusão merece.

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DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITOR MARCOS PEREIRA DOS SANTOS

DIREITO E JUSTIÇA: DUAS FACES DA MESMA MOEDA?

Direito!? Justiça!? Assim como ler e escrever são dois processos distintos e interdependentes, há também uma conexão indissolúvel entre Direito e justiça. Na sociedade dos dias atuais, é comum ouvir as pessoas falarem de modo deveras coloquial frases do seguinte tipo: “Quero meus direitos! É uma questão de justiça!” ou “Exijo que se faça justiça! É meu direito!” Tendo como base tais assertivas, pode-se assegurar que, em termos etimológicos, filológicos e semânticos, os vocábulos “direito” (“jus”, em latim) e “justiça” apresentam definições conceituais, significados e aplicabilidades sociojurídicas notadamente distintas e variadas, embora haja uma relação umbilical de interconexão e interdependência mútua no que tange a ambos os termos. Afirmamos isso, porque Direito e justiça se constituem como duas faces da mesma moeda, uma vez que não existe Direito fora do campo

da justiça e nem tampouco há justiça desvinculada do Direito. Trata-se, pois, de uma via de mão dupla; que se entrecruzam. Outrossim, dizem respeito, em essência, a constructos diferentes do ponto de vista etimológico e epistemológico; porém, ambas convergem sinergeticamente para um mesmo objetivo em comum: fazer valer as leis (lex, em latim; ou nomos, em grego) e a aplicação das mesmas de forma equânime para o bom funcionamento da sociedade e o harmonioso convívio social entre os cidadãos de direitos e deveres. Para que seja possível melhor compreender essas questões, correlacionando os conteúdos jurídicos trazidos a lume com a acessibilidade (visível na linguagem textual menos rebuscada), logicidade da exposição e democratização/socialização da informação a ser transmitida, é imprescindível apresentar neste (breve) ensaio acadêmico-científico algumas noções básicas sobre Direito e justiça, levando-se em considera-

ção o Direito no contexto da justiça e a justiça no contexto do Direito. O Direito, como Ciência e regra/ norma obrigatória disciplinar, não é algo que interessa apenas a juristas, ministros, desembargadores, magistrados, promotores de justiça, advogados, delegados de polícia, peritos, detetives, escrivães, conselheiros tutelares e demais profissionais e especialistas da área jurídica. Em sua amplitude, o Direito é extremamente útil a todas as pessoas, sejam elas pertencentes à esfera civil, militar, eclesiástica ou jurídica. Isto se deve ao fato de que todo cidadão, no dia a dia, depara-se com diversas situações diferentes alusivas ao Direito: compra e venda de imóveis, aluguel de casas, câmbios, permutas, transações comerciais, empréstimos bancários, pagamento de dívidas, negociações com fornecedores de mercadorias, impostos, previdência social, relações trabalhistas, acordos contratuais, dentre outras. Todavia, sem um mínimo de conhecimento jurídico a esse respeito,

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as pessoas estarão fadadas a ficarem inseguras e indecisas para tomar decisões, além de correr o risco de serem facilmente ludibriadas a todo instante por meliantes e usurpadores. Daí a urgente e extrema necessidade de todo cidadão ter ciência e consciência de seus direitos (individuais, civis, políticos, sociais, fundamentais, etc.), deveres (éticos e morais) e obrigações (de fazer e de não fazer) no âmbito da sociedade em que vive. Sendo o homem um ser eminentemente social e político (concepção filosófica aristotélica) e a sociabilidade a característica primordial da espécie humana, ou seja, do homo sapiens sapiens, donde as ações, as condutas e os comportamentos dos seres humanos interferem substancialmente para a construção ou destruição da sociedade de classes antagônicas, foi necessária a criação de regras/normas capazes de preservar a paz, a harmonia e a disciplina no convívio social entre os homens; nascendo assim o Direito, entendido, em sentido amplo, como o conjunto de regras obrigatórias (ou normas jurídicas) que disciplinam (no sentido literal do termo!) a convivência social humana. Grosso modo, o Direito nasceu da necessidade de se estabelecer um conjunto de regras ou normas (éticas e morais) que dessem certa ordem à vida em sociedade. Nesse contexto, a norma jurídica é elemento primaz para a existência, constituição, implantação e implementação do Direito. Afinal, nenhuma sociedade pode, de fato, subsistir sem um mínimo de ordem, direção, sentido, disciplina, solidariedade, responsabilidade, compromisso, respeito, empatia e justiça entre os sujeitos sociais.

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Diante do exposto, podemos asseverar que a justiça se configura, então, como sendo a virtude ética e moral que consiste em dar ou deixar a cada indivíduo o que lhe pertence por direito. E também em punir infrações e restituir bens materiais e a dignidade humana. Ela é a jurisdição, a alçada fundamental do Direito. Estando a justiça em conformidade com o Direito, a mesma, no aspecto jurídico, deve estar presente em tribunais e fazer parte do caráter e da vida profissional de juízes e demais pessoas encarregadas de aplicar as leis na sociedade de forma igualitária, íntegra, rigorosa, condizente, ponderada, imparcial, incorruptível, justa, implacável, inflexível, eficaz e eficiente. É a “balança da justiça”, a qual não tende nem para um lado e nem para o outro; mas se mantém em posição de equilíbrio constante. Mais do que um “estado de graça” ou autoridade judicial, a justiça precisa ser compreendida ainda como algo que não está apenas atrelado à punição, condenação, coerção ou repressão. Ela está, em linhas gerais, aquém de castigos (físicos, inclusive) de toda ordem e muito mais para além disso. A justiça, em suma, encontra-se diretamente veiculada ao Direito, devendo ser entendida primordialmente como a virtude ético-moral que inspira o respeito aos direitos (e deveres) de outrem e que faz dar a cada pessoa o que lhe pertence, bem como solicitar/cobrar o que é devido. É uma questão de equidade, e também de justificação; ao menos em certa medida. E mais: trata-se de justa justiça! Portanto, as relações entre Direito e justiça constituem aspecto

fundamental de discussão e análise crítico-reflexiva, visto que são duas faces da mesma moeda; não sendo possível enaltecer ou fazer apologia exclusiva a uma em detrimento da outra. Efetuar uma analogia acerca do nível de relevância no tocante ao Direito e à justiça seria verossimilhante a correr o risco de indagar o seguinte: Quem nasceu primeiro e tem maior importância: o ovo ou a galinha? No intuito de dissolver as imagens distorcidas ou falaciosas e as muitas nuvens pseudoideológicas que recobrem a nua realidade e gravitam em torno do Direito e da justiça, almejamos sinceramente que este ensaio científico possa despertar a consciência jurídica de todas as pessoas. Afinal, o Direito não socorre os que dormem. É preciso estar sempre desperto! Por isso, já afirmavam os antigos romanos: onde houver sociedade, aí estará o Direito; e onde houver o Direito, aí estará a sociedade. E, simultaneamente, a justiça como aporte dialético teórico-prático (práxis) e (sus)tentáculo basilar do Direito. Marcos Pereira dos Santos – Brasileiro. Pós-doutor (PhD) em Ensino Religioso pelo Seminário Internacional de Teologia Gospel (SITG) – Ituiutaba/MG. Bacharelando em Direito pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) – câmpus universitário de Ponta Grossa/PR. Duque Palatino, Marquês e Comendador. Literato e pesquisador. Defensor militante dos direitos humanos e da educação escolar de qualidade. Professor universitário em Ponta Grossa/PR. E-mail: mestrepedagogo@yahoo. com.br


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ENTREVISTA

ESCRITOR ARIOLINO NERES SOUSA

Ariolino Neres Sousa Junior, advogado civilista; docente em direito civil; escritor; mestre em direito pela Universidade da Amazônia (Unama); membro da comissão dos direitos das pessoas com deficiência da OAB/ PA; membro associado do Instituto Brasileiro do Direito de Família (IBDFAM). Boa Leitura!

A presente obra tem a preocupação de discorrer acerca de importantes temáticas voltadas aos direitos humanos no contexto sociojuridico nacional, sendo que suscita abordagens variadas no que tange às relações de exploração de mão de obra do trabalhador em situação de escravidão; atos de violência no âmbito social e moral; imigração ilegal; advento da responsabilidade civil e infringência as normas do consumidor.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Ariolino Neres Sousa Junior, é um prazer tê-lo conosco na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a pesquisar e escrever sobre a inclusão social? Ariolino Junior - Desde muito tempo já venho pesquisando sobre a respectiva temática. Na verdade, quando obtive minha primeira formação em pedagogia (2002) comecei a estudar a inclusão social, direcionando-a especificamente minha pesquisa para o público alvo “pessoas com deficiência” e acessibilidade ao ambiente escolar, no caso para aqueles estudantes autistas ou com alguma síndrome específica. Posteriormente, após me formar no curso de direito (2007), considerando minha pré formação em educação, resolvi proceder a interdisciplinaridade direcionando a inclusão social das pessoas com deficiência para análise da acessibilidade ao mercado de trabalho, sob a proteção da legislação previdenciária e constitucional. Quais temáticas estão sendo abordadas em seu livro “Direitos humanos na contemporaneidade: relevância no cenário sociojurídico nacional”? Ariolino Junior - A presente obra é heterogênea, pois retrata algumas temáticas importantes, tais como análise acerca do “DIREITO ALTERNATIVO E SUA POSSÍVEL CONEXÃO COMO DIREITO INSURGENTE E O “ACHADO NA RUA”; atuação do “MINISTÉRIO

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DIVULGA ESCRITOR PÚBLICO PARAENSE NA APLICAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA “PROJETO HOMEM CONTRA A VIOLÊNCIA: REEDUCANDO O HOMEM AUTOR DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA”; discussão acerca das “REGRAS DA INCAPACIDADE NUMA PERSPECTIVA CIVIL- -CONSTITUCIONAL”; uma abordagem acerca do “TETO DOS GASTOS PÚBLICOS NO QUE CONCERNE AO DIREITO À SAÚDE”; uma análise da “RESPONSABILIDADE CIVIL EM DECORRÊNCIA DA PRÁTICA DO DANO ELEMENTAR”; uma reflexão acerca do “O MEDO E O MAL-ESTAR SOCIAL COMO COMPONENTES DO DISCURSO DE ÓDIO”; uma análise crítica quanto ao “TRABALHO FORÇADO: A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA E A VIOLAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA”; uma discussão acerca do “DIREITO DO CONSUMIDOR SUPERENDIVIDADO E A POSSIBILIDADE DE RENEGOCIAR AS SUAS DÍVIDAS E O DEVER DO FORNECEDOR DE COOPERAR À LUZ DO PLS 283/2012”; e finalmente uma discussão acerca dos “HAITIANOS NO BRASIL”. Apresente-nos a obra Ariolino Junior - A presente obra tem a preocupação de discorrer acerca de importantes temáticas voltadas aos direitos humanos no contexto sociojuridico nacional, sendo que suscita abordagens variadas no que tange às relações de exploração de mão de obra do trabalhador em situação de escravidão; atos de violência no âmbito social e moral; imigração ilegal; advento da responsabilidade civil e infringência as normas do consumidor. Dessa forma, a obra traz a discussão e reflexão de conteúdos que visam interpretar a ciência jurídica nacional contemporânea em seu variado grau de complexidade e compreensão. Logo, os renomados juristas da presente obra embasaram suas pesquisas em temas condizentes com as relações e exercício de poder público e privado, em conflitos sócio-ideológicos e análise e interpretação jurídicodoutrinária. O que mais chama a sua atenção

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após pesquisas relacionadas aos temas pesquisados? Ariolino Junior - sem sombra de dúvida, as referências bibliográficas foram categoricamente bem selecionadas pelos autores em seus artigos, isto é , além de atualizadas, foram importantes para dinamização das informações e elaboração de dados quantitativos e qualitativos que ajudaram a construir e enriquecer as pesquisas em prol do leitor. Além de “Direitos humanos na contemporaneidade: relevância no cenário sociojurídico nacional” você

tem outros livros publicados, apresente-nos as obras publicadas. Ariolino Junior – - Sistema de cotas de acesso ao mercado de trabalho para pessoas com deficiência – Está obra começou a se delinear durante a graduação em direito, motivada pela polêmica ainda presente no âmbito das relações sociais, em diversos países do mundo, inclusive no Brasil, envolvendo o sistema de cotas de acesso ao mercado de trabalho para pessoas com deficiência. A abordagem ganha contornos de relevância por seu caráter multidisciplinar e pela


DIVULGA ESCRITOR diversidade de aspectos versados , com o fim de dotar o leitor de amplos conhecimentos sobre o tema e de chamar atenção das autoridades para a urgente inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mediante a implementação de políticas públicas capazes de assegurar os direitos fundamentais dessa população. - Pessoas com deficiência em situação de neoescravidão urbana – O tema em estudo se caracteriza como sendo um dos mais polêmicos, vivenciado no cotidiano das relações laborais que e a analise da “neoescravidao” urbana envolvendo pessoas com deficiência no setor laboral da economia brasileira. Atualmente no Brasil, ainda ha a ocorrência da pratica da “neoescravidao” urbana, cuja caracterização e oriunda do comportamento exercido por determinados empregadores, em seus setores de produção, comercio e serviços, que tem contribuído para o advento de elementos caracterizadores de trabalho degradante, prejudicando, assim, o cotidiano de trabalho de muitas pessoas com ou sem deficiência. Especificamente retratando as pessoas com deficiência, a realização da “neoescravidao” urbana traz como consequência a infringência não apenas das normas legais de proteção aos direitos fundamentais sociais em prol desse publico alvo, como também a própria condição de dignidade da pessoa humana.” - Dialogando com o direito testamentário brasileiro - Um dia iremos passar por esse estágio de situação que é encarar o evento “morte”, mesmo sabendo que a grande maioria ainda não esteja preparada psicologicamente para encarar esse desafio. Dentro dessa realidade, encontramos algumas respostas no estudo do direito das sucessões, cuja meta é apresentar soluções e ferramentas jurídicas de análise acerca de como se portar após o falecimento de alguém, isto é, o que fazer daqui para frente diante do óbito de um ente querido familiar ou não. Nesse sentido, surge a proposta dessa obra

em trazer algumas informações e esclarecimentos de dúvidas no que tange ao funcionamento do testamento. As perguntas e respostas foram elaboradas com o propósito de informar o leitor para entendimento do contexto de regras voltadas ao direito testamentário brasileiro, subsidiado pelo Código Civil 2002. Por fim, é importante frisarmos que a presente obra não está direcionada somente a conquistar a leitura do profissional do ramo jurídico, pelo contrário, temos a preocupação de conquistar e despertar a curiosidade do cidadão leigo que, inclusive, em algumas situações, sequer sabe a real finalidade de um testamento, mas tem interesse em buscar a reso-

lução dos seus problemas. Façamos um excelente diálogo juntos! Onde podemos comprar os seus livros? Ariolino Junior - “Sistema de cotas de acesso ao mercado de trabalho para pessoas com deficiência”: site do estante virtual: https://www. estantevirtual.com.br/livros/ariolino-neres-sousa-junior - “Pessoas com deficiência em situação de neoescravidão urbana”: Site do Morebooks: https://www. morebooks.shop/store/pt/book/ pessoas-com-deficiência-em-situação-de-neoescravidão-urbana/ isbn/978-3-639-89672-5

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- “Dialogando com o direito testamentário brasileiro”: Sites: https://www.submarino.com. br/produto/129704973/livro-dialogando-com-o-direito-testamentario-brasileiro https://lumenjuris.com.br/direito-civil/dialogando-com-o-direito-testamentario-brasileiro-2016/ - “Direitos humanos na contemporaneidade: relevância no cenário sociojurídico nacional”: Sites: https://www.saraiva.com.br/ direitos-humanos-na-contemporaneidade-9938773.html https://www.jurua.com.br/shop_ item.asp?id=26404 Quais os seus principais objetivos como escritor? Ariolino Junior - pensar no coletivo é de fundamental importância. Quando escrevemos uma obra sempre devemos pensar em nosso público leitor, naquilo que faz parte

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de seu cotidiano e suas aspirações. O escritor deve mergulhar fundo no universo das palavras, a fim de construir informações e ideias coerentes visando conquistar a simpatia e opinião do seu público leitor alvo; - dinamizar minhas obras para outras distintas culturas e civilizações também faz parte de meus objetivos enquanto escritor. É meta de qualquer escritor em presenciar sua obra ser divulgada e apreciada por outras nações com culturas variadas e distintos modos de pensar e agir. Daí a importância da tradução das obras para os idiomas locais e, acima de tudo, produzir obras voltadas às realidades daquelas civilizações são importantes prioridades afim de conquistar novos leitores. E, com o passar do tempo, a fama e o reconhecimento profissional do escritor são consequências que certamente irão acontecer com naturalidade. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Ariolino Neres

Sousa Junior. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Ariolino Junior - penso que a solução para constituirmos uma nação dinamizadora, critica, coerente e não manipuladora é mediante o incentivo da leitura. Prática esta que já deve ser incentivada desde a tenra idade perante nossos filhos, amigos e demais familiares. O universo literário deve ser penetrado e fazer parte do cotidiano de todos seres humanos. Certo que, infelizmente, nem todos tem essa brilhante oportunidade de assim o visitá-lo por razões socioeconômicas e culturais, porém aquelas pessoas que recebem tal oportunidade devem assim abraçar de imediato. Portanto, caríssimos leitores, o livro continua, penso eu, ser a importante solução para respostas de nossas eventuais dúvidas e problemas pessoais ou até coletivos. Somente através da leitura e do incentivo ao estudo do universo literário poderemos formar cidadãos preparados tanto psicologicamente como socialmente a enfrentar e vencer os desafios e obstáculos do nosso cotidiano social.

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ENTREVISTA

ESCRITOR FÁBIO ANTONIO GABRIEL Um dos textos publicados fala sobre o respeito enquanto princípio ético. Respeitar o outro como fundamento de uma sociedade mais fraterna e solidária e tolerante.”

Nascido em Quatiguá (PR)e residente em Joaquim Távora no mesmo estado, Fabio A. Gabriel é formado em filosofia, teologia e pedagogia; é especialista em ética e mestre em educação. Trabalha como professor de filosofia na Rede Estadual do Paraná. É organizador do site Coletâneas Científicas, que reúne as obras que publicou e organizou. Trabalhou como professor de Filosofia na Universidade Estadual do Norte do Paraná e atualmente é doutorando em educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Dedica-se ao estudo sobre a relação entre filosofia e educação, ética e formação de professores de filosofia. Boa Leitura!

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Livro ‘Minutos de Reflexão’ do escritor Fábio A. Gabriel é destaque no catálogo AVON Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Fábio Gabriel, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o livro “Minutos de Reflexão” representa para você? Fabio Gabriel - Agradeço a oportunidade de partilhar da minha experiência com os leitores de “Divulga Escritor”. “Minutos de reflexão” é minha primeira obra destinada a um público não apenas acadêmico e sim um público geral e é uma experiência muito proveitosa. Tenho recebido de diversas regiões do país contato relatando a experiência com o livro e tem sido algo muito interessante esta experiência de escrever um livro de pensamentos.


DIVULGA ESCRITOR Apresente-nos a obra Fabio Gabriel - Trata-se de uma obra de pensamentos sobre ressignificar a própria existência e encontrar um sentido para a vida buscando formas de valorizar a própria existência. Apresento como primeiro passo para isso o perdoar-se a si mesmo e aos outros e a busca de viver uma vida autêntica. O livro possui diversas mensagem que buscam auxiliar o leitor na reflexão sobre os rumos a tomar da sua própria vida. Como foi a parceria com a Avon para comercialização do livro por meio do seu catálogo? Fabio Gabriel - Recebi o convite com alegria de realizar esta parceria e tem sido uma parceria muito proveitosa porque possibilita que o livro seja muito bem distribuído pelos revendedores AVON Apresente-nos um dos textos publicados no livro. Fabio Gabriel - Um dos textos publicados fala sobre o respeito enquanto princípio ético. Respeitar o outro como fundamento de uma sociedade mais fraterna e solidária e tolerante. O livro também trabalha em vários momentos a importância do respeito à dignidade humana como fundamento de uma vivência ética. Em que momento sente-se mais inspirado a escrever textos reflexivos? Fabio Gabriel - Varia muito, geralmente as ideias surgem em momentos inesperados. Quando vou escre-

ver procuro contato com a natureza como forma de inspiração. Qual a mensagem que deseja transmitir aos leitores por meio dos textos que compõe o livro? Fabio Gabriel - Pretendo transmitir uma mensagem de valorização da pessoa humana e de que as pessoas

Fabio Gabriel - Ajudar as pessoas a pensarem sobre o próprio sentido da sua vida, perdoarem-se a si mesmo, ressignificarem sua existência e serem realizados. Onde podemos comprar o seu livro? Fabio Gabriel - O livro está disponível pelo catálogo AVON e quem desejar adquirir pode adquirir diretamente comigo pelo email fabioantoniogabriel@gmail.com Sabemos que seus projetos e agenda literária estão sempre em movimento. Quais os seus próximos projetos literários? Fabio Gabriel - Estou organizando no momento um livro sobre “Formação de professores na contemporaneidade”

devem lutar pelos sonhos e realizar seus projetos de vida. Ressalto como afirma Sarte que não importa o que você fizeram contigo importa o que você faz com o que fizeram de ti. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio de “Minutos de Reflexão”?

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Fábio Gabriel. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Fabio Gabriel - Agradeço a revista pela oportunidade e quem desejar conhecer melhor meus trabalhos pode visitar os sites: www.fabioantoniogabriel.com e www.coletaneascientificas.com

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A VIDA EM PARTES Por Tito Mellão Laraya: advogado, músico e escritor larayaescritor@hotmail.com

O LIVRO Não importa se é dia de branco ou feriado, se é de dia ou de noite, se é hora própria ou imprópria, a ideia do livro vai-se brotando no meu ser. Eu, sem ter hora nem jeito, sem pesquisar o que já foi feito, vou botando no papel as ideias que me aparecem então! Algumas fogem outras permanecem, sei que a entrega para esta missão exige dedicação integral. Ainda não consegui estabelecer um horário para as ideias brotarem, e se não for rapidamente coloca-las no papel, elas se perdem como vieram, mas outras irão aparecer. Fico encantado com o escrever um livro, pois muito se parece com minha existência. As coisas acontecem por espasmos, para no final tomarem a forma fluida e constante que eu lhes der. Algumas vezes misturo assuntos, outras humores, pois ele nunca, nem quero que isto aconteça, deixou de ser retrato meu. Algumas vezes paro outras alucinadamente trabalho sem saber o rumo que as coisas estão a tomar. No fim, na primeira revisão, começarei a dar sua forma final. E, um dia lhe direi: agora fala!

SER PALHAÇO OU ADMINISTRADOR? Um homem, cansado que estava da vida de mesmice diária, passa por um hospital, e na ala infantil, escuta choros e gemidos. Aquilo tocou seu coração, largou o emprego de administrador de empresas, e com um grupo de amigos, vestiu-se de palhaço e foi fazer comicidade para dar um pouco de alegria àqueles que choravam. A ideia foi um sucesso, nos quartos dos hospitais as crianças esperavam ansiosamente o momento que os cômicos iriam aparecer. Pessoas sensibilizadas com a ideia começaram a fazer doações, não só em dinheiro, mas se habilitando a serem novos membros do grupo. O grupo cresceu, o fundador começou a fazer palestras para angariar fundos e mais gente para trabalhar. Virou pagina de jornal, fizeram filmes sobre ele, mas não era feliz. Sempre procurava uma meta difícil de alcançar, e como diriam “quem está feliz com o que tem, não merece o que tem”. Um dia, voltou ao hospital e pensou: como eu era feliz quando eu era apenas palhaço... Contratou um administrador e voltou a subir no seu palco, o quarto das crianças que sofrem, e foi feliz!

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ENTREVISTA

ESCRITOR FRANCISCO LUÍS “Primeiramente pretendo destituir as travestis brasileiras da conotação quase que omnipresente com a marginalidade. Como todos os migrantes que cruzam geografias, pretendem alcançar novos projetos de cidadania, segurança e mobilidade social ascendente.” Francisco J.S.A. Luís nasceu em Lisboa em 1971. Foi investigador do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, é Doutorado em Antropologia Social e Cultural e Mestre em Direito Administrativo e Administração Pública. Travestis Brasileiras em Portugal foi certamente o seu primeiro grande exercício antroplógico de integração concetual e humana do “outro” diferente. Trata-se de um trabalho de 10 anos que finalmente cumpre o seu propósito: dar voz a quem não a tem.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Francisco JSA Luis, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “Travestis brasileiras em Portugal”? Francisco Luís - Travestis Brasileiras em Portugal; Trans-migrações e indústria do sexo transnacional surge na sequência da minha tese de doutorado em Antropologia social e cultural. A ideia emerge da vontade de comunicar a experiência e os conhecimentos adquiridos nesta viagem a uma realidade que me era totalmente estranha. Na verdade, para fazer uma tese de doutorado, teria que me confrontar verdadeiramente com o outro antropológico e emprender a tarefa de desvendar essa alteridade, sob muitos aspetos objeto duma dinâmica socio-antropológica de invisibilização. No fim do dia, é esse confronto com a alteridade que aparentemente se opõe à nossa realidade, bem como as dificuldades que emergem desse processo, que estão na base de muitos dos conflitos e dilemas sociais/humanos a que profusamente assistimos nos nossos quotidianos. O contato com a instabilidade, mutabilidade e fluidez das travestis brasileiras surge naturalmente como um exercício de redefinição de fronteiras e dogmas.

Boa Leitura!

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Que temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária? Apresente-nos alguns tópicos do Sumário. Francisco Luís - Estabelecemos como base para a estruturação desta obra, a analogia entre as migrações geográficas e as migrações de género/ sexo. Para tal dissecamos as migrações de género das travestis brasileiras em contexto de prostituição e os seus projetos migratórios para Portugal e Europa. A partir desta matriz, desenvolvemos um enquadramento destes fluxos e mobilidades, naquilo que consideramos ser um processo que potencia a tal ideia de confronto construtivo com o outro. Nunca como hoje, as pessoas viajam, a informação circula e as sociedades se transformam com uma intensidade não compatível com estruturas sociais mais estáveis, assentes na tradição e na reprodução acrítica de modelos socio-normativos. Hoje como nunca, as identidades estão repartidas e a noção de raíz identitária original se encontra sob forte escurtínio da reflexividade crítica dos sujeitos, outrora, incentivados a não se desenvolverem na sua especificidade identitária. Tal, coloca novos desafios aos Estados-Nação e aos próprios atores sociais que o revitalizam por ação duma crítica

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transformadora do contrato social que os sustenta. Hoje, como nunca, o sistema mundo se tornou polissémico e instável. Um dos exemplos dessa transitividade questionadora, reside quanto a mim, na capacidade revelada pelas travestis brasileiras em se reinventarem identitariamente e se projetarem para fora das fronteiras brasileiras, revelando com todo o esplendor a sua capacidade de integração num sistema mundo, relativamente ao qual parecem pulular nas suas margens. Demonstrando, portanto, como um produto da cultura brasileira se auto.recria e estrategicamente se desenvolve fora dessas fronteiras. Como todos os migrantes, apenas desejam alcançar projetos de cidadania/dignidade plena e mobilidade social ascendente. Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe o livro? Francisco Luís - Primeiramente O facto de utilizar recorrentemente a expressão “travestis brasileiras” resulta daquilo que considero ser uma especificidade identitária e cultural não constatável noutras geografias e não da colagem de algo negativo a uma nacionalidade. Como exemplo, posso referir a aplicação de silicone

industrial entre a pele a a carne dos sujeitos travestis, a que inclusivamente assisti em Portugal. Pois bem, as maiores dificuldades residiram em conseguir aceder à rede social travesti em Portugal. Duplamente fragilizadas em termos de cidadania, quer enquanto transgéneros, quer como migrantes maioritariamente indocumentadas e trabalhadoras do sexo. Mesmo um trabalho académico exige uma estrutura ou, se quisermos, um enredo. Não foi fácil, pois este universo de estudo revela-se uma fonte de múltiplas matérias de interesse relevante a vários níveis. A seleção desses campos socio-antropológicos, revelou-se portanto, um segundo obstáculo a ultrapassar. Quais os principais desafios para escrita de “Travestis brasileiras em Portugal”? Francisco Luís - O grande desafio a que me propus foi a realização dum trabalho académico que pudesse ser lido e interpretado por não-especialistas. Manter o interesse na leitura exige ritmo e fluidez semântica, para tal, tentei conciliar uma perspectiva explicativa e descritiva dos factos, com uma narrativa dinâmica centrada nas vidas e dificuldades experien-


DIVULGA ESCRITOR ciadas por estas pessoas. Esta abordagem parece-me interessante, pois cruza as viagens interiores do eu, com os fluxos migratórios característicos dos séculos XX e XXI, procurando demonstrar como umas, são indissociáveis das outras, mantendo entre si uma rede de vastas cumplicidades. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária? Francisco Luís - Primeiramente pretendo destituir as travestis brasileiras da conotação quase que omnipresente com a marginalidade. Como todos os migrantes que cruzam geografias, pretendem alcançar novos projetos de cidadania, segurança e mobilidade social ascendente. Demonstrar também, como o seu papel e poder aquisitivo no exterior, se convertem em novos capitais sociais no Brasil, pois passam a ajudar as famílias como a maioria dos migrantes faz. Exemplos desse empowerment decorrem da sua capacidade em fazer investimentos na terra de origem e como consequência, a sua contribuição para a revitalização da economia brasileira regional, inclusivamente com reflexos na redução da taxa de desemprego. Ou seja, o projeto migratório pode alterar o estatuto das travestis na sociedade brasileira. Na maioria das vezes, essa mudança começa pela família que anteriormente havia cortado laços com eles, sendo as relações reativadas inicialmente por intermédio das remessas enviadas, que a um certo nível se substituem à coabitação como elemento de congregação de afetividades. Apresente-nos a obra Francisco Luís - Pois bem, O século XXI acentuou a celeridade dos processos globalizantes e a densificação de tecidos urbanos repletos de contrastes. O mundo já não é a preto e branco e o anonimato trouxe consigo a cor sob a forma de diferença, que, enquanto experiência vivida,

se tornou comunitariamente possível na cidade. Quebra-se na prática a uni-direcionalidade entre sexo e género ou entre sexo e sexualidade, enfrentando-se esquemas de pensamento enraizados. O paradigma máximo desta autonomia sistémica alcança-se na construção de uma identidade travesti mutante, mutável e instável que acompanha um mundo profusamente povoado por fluxos intensos e interdependências várias. É na sociedade global que as travestis encontram espaço para a vivência transnacional e comunitária das viagens trans. Brasil, Europa, cidade, prostituição e migração surgem como fatores chave para a sua disseminação geográfica e identitária. A rua tornou-se a sua nova casa e as outras travestis são agora a sua família. Soube que o evento de lançamento será em setembro. Qual o dia, hora e local? Francisco Luís - Sim. O evento irá ocorrer no clube literário do café Chiado, em Alcântara, Lisboa. Estaremos disponíveis para receber quem quiser estar presente, às 14.30 na Rua de Cascais n.º 57. Quem não puder ir ao lançamento do seu livro onde poderá adquiri-lo? Francisco Luís - O livro poderá ser adquirido em https://www.chiadobooks.com/livraria/travestis-brasileiras-em-portugal-percursos-identidades-e-ambiguidades . Caso subsistam dúvidas podem sempre contatar a Chiado Editora no Brasil ou as livrarias que comercializarão a obra. Estes contatos poderão ser consultados em: https://www.chiadobooks.com/ distribuicao Quais os seus principais objetivos como escritor. Pensas em publicar novos livros? Francisco Luís - Neste momento estou a trabalhar em duas áreas distintas, uma delas tem a ver com as migrações asiáticas para Portugal,

nomeadamente de Bangladeshianos, Indianos e Paquistaneses. Paralelamente, estou a preparar a minha tese em direito administrativo e administração pública, com o enfoque direcionado às fundações de direito público. Por agora, ainda não penso em novas publicações. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Travestis brasileiras em Portugal” do autor Francisco JSA Luis. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Francisco Luís - Ler é fundamental, ler permite-nos viajar, quando às vezes não há condições materiais para o fazer. Leiam este trabalho que pretende integrar a migração das travestis na restante migração brasileira para Portugal e dar-vos notícia de como se processam as vidas dos vossos concidadãos em Portugal. Viajarão num duplo sentido, pelas vidas daqueles que emigraram e daqueles que no Brasil se encontram na base inferior da pirâmide social, mas que, ainda assim teimam em sonhar com dias melhores. Conhecer é essencial para compreender e a compreensão ocupa um papel cada vez mais fulcral neste mundo, que juntos construímos e do qual deixaremos um legado, melhor ou pior, aos nossos filhos.

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA MARTA MARIA NIEMEYER

A fórmula do amor

Fazenda mal-assombrada Queria uma história, história de arrepiar. Na escuridão noturna o vento a assobiar... Um estalo na janela, pisca-pisca no escuro, um silêncio noturno de assustar almas do outro mundo. Acordei apavorada, uma assombração sentada na poltrona da sala. Tão grande era sua mão que tocava violão. Uma música de Villa-Lobos me deixou assim tão bobo... Fui pé ante pé confirmar, pegaram-me pelas costas. Tão forte o agarrão, que desabei logo no chão. Quebrei quatro costelas, e dois dentes em uma gamela. Até hoje vivo com sequela. Eu morava na fazenda, doze quartos de aposento. Tinha energia fraca;

a usina, um moinho que vivia parado. Da sala até a cozinha uma viagem de translado. A casinha, logo ali, tinha um vaso boquiaberto querendo me engolir. As dependências do porão exalavam mofo, em torno do quintal o cheiro de gado. A escadaria da varanda tinha ares de pecado. Mais um quarto ao seu lado, ele vivia trancado. A fazenda era da Mata, nada a ver com meu nome. Tinha o cuidador de bois, meu compadre Arlindo. Ordenhava o primeiro esguicho... Sentada ao pé da escada, esperava o leite fresquinho, espumando, o desenho: aquele bigodinho!

A cor do amor, púrpura, apaixonado, impaciente, desequilibrado, às vezes despetalado. Amor doce inocente, olhar dependente. Azul da cor do mar, anil varonil, vigoroso saboroso, desconfiado. Amor inseguro, preocupado, caliente, apimentado... Amor exigente, ciumento, desaprovado. Essência exalada... Amor puro, incondicional, verdadeiro, perdoa o mundo inteiro. Alvo, cândido, inocente; almeja o murmúrio nas águas da paz. Amor ferido em luto, Amargo, atormentado... Amor cristalino, transcende o revoar da primavera. Amor de inverno e verão, de todas as estações. Amor o ano inteiro, amor puro e verdadeiro. Amor aos corações brasileiros e estrangeiros. Amor às criaturas...

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ENTREVISTA

ESCRITOR GILVAN DE SOUZA O livro é formado por poesias principalmente e contos, revelando minha visão sobre depressão, ansiedade, angústia, preconceito, homofobia, superação, amor e morte.”

Gilvan de Souza, nasceu em 1965 em Eunápolis, no estado brasileiro da Bahia. Atualmente mora e trabalha como professor de língua portuguesa em duas escolas municipais na cidade São Paulo. Escreve poesias e contos desde a adolescência. Em 2002 e 2003, participou de um concurso da Revista da Folha, Edição dos Leitores, do Jornal Folha de São Paulo, tendo sido premiado e publicado como primeiro lugar e, no ano seguinte segundo lugar, com uma crônica na coluna GLS da revista.

Após tratamento psiquiátrico autor lança ‘Ainda assim seremos felizes’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Após tratamento psiquiátrico autor lan Escritor Gilvan Souza, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que a escrita representa para você? Gilvan Souza - Representa muito! É uma forma de desabafo, de reflexão sobre a vida, suas dores e alegrias. Enfim a minha arte se esvaindo, se concretizando em palavras, sentimentos e visões. Pedindo um fim ao preconceito e aceitação da depressão, da morte e do amor como elementos.

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DIVULGA ESCRITOR Como foi o processo de construção do seu livro “Ainda Assim Seremos Felizes”? Gilvan Souza - Foi um processo árduo, mas feliz. Após uma internação numa clínica psiquiátrica devido a problemas no exercício da profissão após ser agredindo por um aluno e no meu posicionamento defensivo perante a vida, fui encaminhado para um tratamento psicológico. Como meu psicólogo trabalhava como método de interpretação de sonhos(Jung) e eu nunca me lembrava dos sonhos. Lembrei dos poemas e contos que escrevi durante e estes serviram de material para nossas conversas sobre minha vida. O tratamento reacendeu minha criatividade e, durante ele, voltei a escrever cada vez mais. E esse material virou o livro “Ainda Assim Seremos Felizes”. Apresente-nos a obra Gilvan Souza - O livro é formado por poesias principalmente e contos, revelando minha visão sobre depressão, ansiedade, angústia, preconceito, homofobia, superação, amor e morte. Exemplifique, apresentando alguns tópicos publicado no sumário. Gilvan Souza - Procuro transformar os meus sentimentos e sofrimentos em textos poéticos, enxutos e reveladores. O livro se divide nessas etapas, as dores, a superação e o amor. Quais os principais desafios para escrita desta obra literária? Gilvan Souza - Os principais desafios ao escrever esse livro, para mim, foi a exposição de sentimentos negativos e sofrimentos causados por eles na minha alma. Assim como todo preconceito por ser gay. Num país, onde se mata mais pessoas da comunidade LGBT do mundo tem que ser audacioso e corajoso para assu-

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com eles. Isso me deixou feliz e sensível perante um mundo diverso, mas único. Onde podemos comprar seu livro? Gilvan Souza - Ainda Assim Seremos Felizes está em diversas livrarias de Portugal e do Brasil fisicamente e como e-book. A edição física está excelente, bem dividida e com qualidade gráfica muito boa. No site da Editora Chiado e das livrarias Agapea Libros, Libreria Casa Ortiz, Livraria Travessa, Livraria Cultura, Libros y Juegos, Amazon, Google Books, FNAC...

mir as dores e alegrias por ser homossexual. Num mundo onde só se compram livros de autoajuda, como se as pessoas fossem padronizadas, iguais e as dores fossem escolhas pessoais, parece não ter espaço para a revelação de sentimentos obscuros, complexos e diversos. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “ Ainda Assim Seremos Felizes “? Gilvan Souza - O objetivo é sempre tocar no coração alheio para que este tenha um olhar diferenciado sobre a depressão, a ansiedade, a homofobia, o amor e a morte. Só se constroem relações saudáveis através de reconhecimento que somos pessoas ímpares e temos alegrias e dores, alegrias e formas de amar e de se superar completamente individuais. O que muda no autor Gilvan de Souza após escrita do livro? Gilvan Souza - Me tornou mais verdadeiro, menos obscuro. Muitos leitores acharam meus textos bonitos, porém tristes, mas se identificaram

Quais seus principais objetivos como escritor? Gilvan Souza - O objetivo é levar os leitores a refletirem sobre nossas dores, preconceitos e levar a eles outras realidades, outros mundos, outras utopias... Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Gilvan de Souza. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Gilvan Souza - Que leiam meu livro, questionem meu texto e consigam ver o outro com mais carinho e menos censura e crítica. Nem tudo no mundo é opção, algumas características nossas são apenas diferenciais, assim como muitos têm olhos verdes e eu castanhos. Muito obrigado!

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DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITOR MIGUEL RODRIGUES

Lenha

O céu está cheio de estrelas, Mas nenhuma igual ao Sol. Eu até que gosto de vê-las, No entanto me sinto tão só.

Teu abraço

Eu vivia dentro do inferno, Sucumbido em uma depressão. Dias tristes, muito inverno. Quando surgiu seu olhar de verão!

Olhos de estrelas

Nos jardins há tantas rosas. Os campos estão floridos. A atmosfera está cheirosa. Os pássaros em alaridos.

No meu céu há duas estrelas Que cintilam intensamente. Emocionado fico ao vê-las. Estão sempre em minha mente.

Por mais que fuja e negue. Fechar os olhos, a mente. Ainda que o chão não regue, Não morre essa semente.

Estava escorrendo para o abismo Preste a despencar no precipício. Alienado de tudo, vítima de autismo. Você chegou trazendo um início...

Como posso viver sem esse olhar Que ilumina o meu caminho? Essas estrelas que me fazem encantar, Que olho com muito carinho.

Quanta besteira derrubar a árvore, Achando que me livraria desse olhar. Por mais que o tempo devore, Um milhão de semente desabrochará,

A ti eu dei mais que o meu amor. Entreguei para ti minha vida inteira. Enterrei a tristeza e a minha dor. Você é a lenha da minha fogueira.

São os olhos do meu lindo amor. Elas vivem em meu coração. Quando iluminam, sinto calor, Seu brilho elimina a solidão!

Pois quando a planta foi destruída, Era o tempo da florada, primavera. Logo as sementes no chão caídas Formaram no peito essa biosfera!

Por isso te amo e amarei até o fim. Teus cabelos negros formam um laço. Estarás sempre presente em mim, Nada é mais gostoso que o teu abraço!

Outra constelação no espaço reluz, Mas nenhuma me emociona tanto. Meus olhos precisam dessa luz. É nesse olhar que eu me encanto...

E o coração que ficaria deserto, Transformou-se numa floresta. Não adianta lutar em campo aberto. Ao vencido, o que mais lhe resta?

Iemanjá

Vejo teus cabelos negros na noite mais escura. Encanto-me no dia do teu sorriso. Encontro a paz na chuva do teu lindo olhar A tua pele morena é fresca, é maravilhosa.

Meu coração fica em festa diante de ti. A minha alma voa pelos campos. Nenhuma outra consegue superar. A minha vida está nas tuas ondas.

Nesses segredos eu reflito e me perco. Nada é mais interessante que as tuas curvas. A tua inteligência também me fascina. Uma mulher além das outras mulheres.

Iemanjá, saindo das águas, tão radiante, Colares de conchas enfeitando seu pescoço. Diamantes enfeitando seus cabelos reluzentes. Um perfume que invade o ar noturno.

Cheia de mistério como o cosmo infinito. Chegas trazendo a manhã mais brilhante. Teu ser de luz pinta as cores das flores. Um anjo diferente, que causa harmonia. www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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ENTREVISTA

ESCRITORA GISELE VIRANGE Esta pesquisa propõe fazer uma análise das estratégias utilizadas pelo Jornal o Dia online, no que diz respeito ao apelo visual e interatividade.” Foto autora: Roger Machado

“Não desista! Siga em frente”, este é o lema da escritora Gisele Virange de Aguiar, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro, na maternidade da Praça 15. Gisele é a terceira filha entre sete irmãos. Quando criança seus pais a educava nos princípios bíblicos, princípios que regem sua vida até hoje. Na adolescência a escritora iniciava o gosto pela caligrafia, pintura, música e projetos sociais. Em 2008, entrou na faculdade no curso de Comunicação Social (jornalismo), concluído em 2012. Em 2016, iniciou o curso de pós-graduação em Gestão Ambiental, na Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, concluindo-o em 2017. Em 2014, nasce seu primeiro livro “Orai sem cessar”, pela editora Multifoco. Em 2016, o segundo livro “Tocou-me” é lançado pela mesma editora. Atualmente, Gisele está empenhada na divulgação e comercialização de sua nova obra: “O Visual do Jornal O Dia Online: Ruído Atrativo ou Comunicação?”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Gisele Virange, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento surgiu inspiração para inicio de sua pesquisa sobre o jornal “O Dia Online”? Gisele Virange - A inspiração surgiu no decorrer das minhas pesquisas acadêmicas. Ao longo do curso observava o visual de jornais impresso e online os quais conduziam a noticia entrelaçada com os elementos tipográficos. Em alguns jornais a diagramação da pagina estava em concordância com os elementos tipográficos (letra, ,imagens , alinhamento e tabelas. Outros, apresentavam aspectos que supostamente poderia dificultar a compreensão da noticia quando a hierarquia de conteúdo era aplicada de forma incoerente. Partindo dessa análise decidi abordar o tema afim de expor os aspetos negativos e positivos dos atributos vinculados à noticia . De acordo com Bringhurst (2005, p.31), a tipografia, proporciona um conjunto de característica atrativa essencial para o texto, e entre algumas se destacam o convite à leitura, a conexão do texto a outros elementos e a indução a leitura. Entretanto, com o uso inadequado pode-se observar, por exemplo, que a variedade de tipo de letras junto com diversas imagens no jornal online acabam dispersando a atenção do leitor ao invés de atraí-lo

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DIVULGA ESCRITOR Quais os principais desafios para escrita de seu livro “O visual do jornal o Dia Online: Ruído, atrativo ou comunicação”? Gisele Virange - Destaco o desafio de fazer a análise no período transitório nos veículos de comunicação na revolução tecnológica. Apresente-nos a obra literária. Gisele Virange - O visual dos veículos de comunicação impresso ou na mídia digital pode ser um atrativo positivo, ou torna-se negativo na comunicação. Leitores de jornais impresso e da mídia online a cada evolução tecnológica se tornam mais exigentes na escolha do veículo onde vai ler a notícia. Hoje o jornalismo online proporciona aos leitores não apenas textos, mas também um conjunto de ferramentas e atrativos que proporcionam interatividade no site jornalístico. Entretanto, com tantos veículos de comunicação, os jornalistas tentam se enquadrar na área digital fazendo uso das ferramentas proporcionadas pelo avanço tecnológico, usando estratégias que valorizam a informação. Esta pesquisa propõe fazer uma análise das estratégias utilizadas pelo Jornal o Dia online, no que diz respeito ao apelo visual e interatividade. Quais as principais temáticas que estão sendo abordadas? Gisele Virange - O avanço da internet, fase digital: um novo jornalismo? Análise do Jornal O Dia Online, recursos visuais: do impresso à mídia digital, cor: identidade visual, tipografia: período de transição, surgimento do jornal online, os desafios do jornalismo contemporâneo. Ao estudar sobre o jornal “O Dia

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mentos de sedução e indução à informação. Embora o apelo visual esteja presente no Jornal O Dia online, podemos afirmar de acordo com a bibliografia apresentada, que estes atrativos tornam-se relevantes ou não como complemento da informação, pois estes dentro do contexto ideológico de veiculo de comunicação são genitores de idéias no subconsciente e no emocional de quem os lêem. A quem indica leitura de “O visual do jornal o Dia Online: Ruído, atrativo ou comunicação”? Gisele Virange - Indico para todos que visam interagir com a informação. Onde podemos comprar o seu livro? Gisele Virange - “O livro pode ser adquirido através do site”: www.editoramultifoco.com.br Online”, o que mais chamou a sua atenção nos resultados de sua pesquisa? Gisele Virange - Após essa análise, conclui-se que os aspectos visuais no mundo moderno são essenciais, entretanto, a gama de variedade de elementos pode torna-se um facilitador de distração com relação ao texto verbal. Atualmente, segundo especialistas na área de comunicação, o que tornou-se relevante à noticia é o apelo visual. Desta forma, embora a tecnologia tenha proporcionado muitas opções com relação à forma de como passar a informação, isto pode também ser um atributo negativo, pois pode depreciar ou distrair o leitor acerca do que realmente interessa. Neste trabalho são apontadas algumas características relativas ao apelo visual entre imagens e textos, ressaltando estes como ele-

Quais os principais hobbies da escritora Gisele Virange? Gisele Virange - ler e ouvir musica. Quais os seus principais objetivos como escritora? Gisele Virange - Ajudar o leitor de forma simples e claro no âmbito da leitura e perenizado. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Gisele Virange. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Gisele Virange - Leiam sempre! _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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SER OU NÃO SER… DE ACADEMIA

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s amigos mais chegados sabem que não morro de amores por academias de letras, também que usei meu espaço no Facebook para críticas. É a minha opinião como escritora. Porém, vou abordar o assunto de uma maneira diferente e quem sabe, assim, poderemos contar com as tais academias para melhorar o cenário literário brasileiro. Em 2014, início da vida literária, nenhum livro publicado e um conto que participava de uma coletânea em Lisboa, Portugal. Não era nada, menos ainda do nada que sou hoje. Uma amiga recebeu um “convite”

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para participar de uma academia, devendo desembolsar um valor que ela não tinha, e também não havia publicado nenhum livro. Passadas algumas semanas, recebi um “convite” para a mesma academia. Fui sondar para conhecer o processo seletivo. Não existia processo seletivo, nada a ver com as obras do escritor, com o seu trabalho no cenário literário, com sua contribuição à cultura brasileira. Pagando a taxa estipulada, seria o autor automaticamente empossado ou encadeirado – acho que o termo se encaixa melhor. Eu, gaúcha, residente e domiciliada em Porto Alegre, ainda uma guriazinha na literatura, vou fazer o

que, numa academia de letras no interior de São Paulo? Vestir uma fantasia e tomar posse de uma cadeira… Não serve de nada. E lá fui eu expor o assunto no Facebook, emitindo tão somente a minha opinião… É pompa e circunstância, não representa nada para o autor, sequer ajuda a vender livros. Outras academias vieram me procurar, até que recebi um convite diferente pelo inbox do Facebook. Fiquei curiosa para saber do que se tratava e informei meu e-mail para esclarecimentos. Confesso que fiquei chocada com a proposta. O prêmio para o qual fui “selecionada” levava o nome de um poeta renomado.


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Sequer sabiam quem eu era e precisava enviar currículo. Além disso, não passava de uma festa de gala no interior de um “estado” - riquíssimo em história e cultura, onde o prêmio seria entregue. Na papelada recebida com instruções, sugeria hotel e até salão de beleza para ficar elegante para a festa de premiação. Aí então, fiquei imaginando as comissões, a rede por trás de toda a pompa e circunstância da tal festa, que tinha ainda outras opções de participação monetária, digamos assim. Minha indignação me levou a espinafrar o autor do convite no inbox do Facebook – tamanha a vergonha que eu sentia naquele momento, optei em não divulgar o assunto. Há poucos dias, lendo no feed de notícias do Facebook uma escritora comentando sobre um prêmio recebido daquele “senhor”, fui espiar como andavam as coisas por lá… E parece que uma escritora reclamou de tanta cobrança e alguns estavam consolando-o nos comentários de um post, onde um autor dizia que “tudo é cobrado, até o ENEM, precisa ser pago taxa de inscrição”. Levei um choque com esse comentário. Como comparar o ENEM, que garante vaga na universidade, de estudan-

tes da rede pública, com um prêmio fajuto que não serve para nada? Outra academia do interior de Pernambuco, convidando uma autora gaúcha para ser empossada acadêmica e ocupar uma cadeira na referida instituição. E eu pergunto: e os autores pernambucanos? Cadê os poetas de Recife e arredores? Poetas e romancistas do interior de Pernambuco? É absurdo convidar autores de tão longe, que nada têm a ver com a cultura do Estado. O investimento precisa ser feito em casa, com os de casa, com a cultura e a literatura de cada estado da federação. Não sou contra academia de letras. Sou contra a falta de critério que quase todas estabelecem em seus estatutos. Deveriam honrar a sua cultura; prestigiar os autores de seu estado; promover cursos e concursos para divulgar a literatura dos seus membros; comprar livros dos autores participantes e/ou da cidade ou estado, doando para instituições de ensino, creches, orfanatos; ações para promover a leitura nas comunidades, junto às famílias para que possam ensinar os próprios filhos, que a leitura traz o conhecimento e o conhecimento poderá mudar suas vidas, seu futuro. Difun-

dir a cultura do estado é importante para manter as raízes e as tradições de um povo. E não sou contra os autores serem membros de academias. Sou contra o estrelismo, ainda mais quando temos tantos problemas na área da educação. Jovens e adultos que têm problemas com a língua, que escrevem mal, que não sabem ler fluentemente. Alguns poderão dizer: “não tenho nada a ver com isso, não é problema meu”. De fato, não é seu o problema, mas se você escreve e quer vender livros, é sim um problema seu! Lembrem-se que os críticos literários e a mídia nem sabem que a maioria de nós existe. Quanto a mim, estou vivendo a literatura, não exatamente como gostaria, mas estou ainda aprendendo e fazendo o que gosto, promovê-la. Ajudar poetas e romancistas a subir os degraus é gratificante, e não preciso vestir uma fantasia para isso… é só ir lá e fazer e o “obrigado” que se segue… faz o meu dia ser muito feliz. O que eu quero, o que almejo é ver os meus escritos reconhecidos pela contribuição à literatura brasileira. Se não acontecer… apenas adubarei um canteiro de margaridas com as cinzas do meu corpo!

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

ESCRITORA LORENA ZAGO O objetivo principal deste Conto tem como alicerce belíssimas lições de vida de um menino da cidade, contracenando com as belezas naturais de uma floresta que lhe é apresentada pelo avô, em um acampamento durante um final de semana.”

Margarida Lorena Zago - (Lorena Zago), Pedagoga, FUBR (Fundação Universidade Regional de Blumenau, SC.) Pós- Graduada em Psicomotricidade e em Psicopedagogia, UNIDAVI (Universidade Para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, SC.). Mestranda em Educação - UPAP (Universidade Politécnica e Artística Del Paraguay – PY). Parapsicóloga pelo Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville, SC. Presidente da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina de Presidente Getúlio, Membro do Conselho Estadual da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina. Membro do Conselho Superior Brasileiro da Academia de Letras do Brasil. Foi Secretária Municipal de Educação e Cultura no município de Presidente Getúlio, por dez anos. Casada. Três filhas e quatro netos.

Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Lorena Zago, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever “O Acampamento”? Lorena Zago - Os personagens do Conto “O Acampamento” são assíduos leitores dos Contos que eu havia escrito anteriormente. Imbuídos em contribuir com as histórias infantis e deixando uma mensagem de fantasia mediada com a realidade aos leitores e a literatura infanto-juvenil, empenharam-se os meus personagens, em contribuir com uma aventura de um final de semana, em busca de conhecimento em meio a uma floresta. O que mais a atrai nos contos? Lorena Zago - O que mais me atrai nos Contos infantis, infanto-juvenis e adultos é a possibilidade de viajar no fantasioso universo imaginário, deleitando-me com os cenários e com


DIVULGA ESCRITOR os personagens. Coloco-me em suas aventuras, sonhos, realidades. Sinto-os, um a um e fico maravilhada com as suas conquistas, aprendizagens, vivências, respeito, amor, carinho, amizades, diálogos e muito mais... Vislumbro um universo familiar que aponta para a importância da união e desvelo entre os seres que compõe o seio familiar, tão importante para a formação dos cidadãos. Apresente-nos “O Acampamento” Lorena Zago - O Acampamento é um Conto que apresenta uma experiência fantástica de um avô e seu neto em busca de conhecimento em meio a uma floresta. O objetivo principal deste Conto tem como alicerce belíssimas lições de vida de um menino da cidade, contracenando com as belezas naturais de uma floresta que lhe é apresentada pelo avô, em um acampamento durante um final de semana. Uma história que poderá ser lida por pessoas de oito a oitenta anos, servindo de lição para inúmeras famílias, primando por aprendizagens múltiplas, no seio familiar. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio da leitura desta obra literária? Lorena Zago - O objetivo maior ao escrever contos infantis ou infanto-juvenis é a valorização das vivências saudáveis no seio familiar. Entendo ser este o núcleo mais efetivo e de suma importância para a constituição e contribuição na formação dos cidadãos e de suas personalidades. Os momentos saudáveis vivenciados com avós, pais, tios, professores e amigos, ficarão registrados eternamente no baú da memória. Haveremos de dar o devido valor aos seres em construção e em evolução.

Qual o momento, enquanto escrevia “O Acampamento” que mais chamou a sua atenção? Lorena Zago - Ao escrever O Acampamento inseri-me em cada momento vivenciado por seus pares. Senti-lhes a alegria desde a preparação dos pertences na noite anterior ao passeio, a felicidade de Marcos ao acordar na manhã seguinte, a chegada à casa do vovô José e finalmente a realização do grande sonho de um avô e de seu neto em busca de desconhecido em meio a uma floresta. Para Marcos tudo era novo e a expectativa o deixava eufórico. A alegria dos pares, a cada novo movimento vivenciado, era imensurável! Todos os momentos corroboravam para aprendizagens prazerosas, instigantes, coroados de amor, confiança e infinitos conhecimentos inimagináveis. Marcos, seu avô José e seu pai Lauro, viveram uma aventura belíssima em meio à natureza. Fauna e flora eram por demais lindas e contagiantes! O que a escrita representa para você? Lorena Zago - A escrita proporciona-me sonhar, viajar a lugares desconhecidos, transpor horizontes e fronteiras. Aguça o meu mundo interior, imaginário, permitindo-me desnudar minha alma, meus anseios, minhas frustrações, alegrias e superações. Dialogo com o desconhecido possibilitando-me o encontro com os leitores, dos quais, inúmeras vezes, recebo mensagens gratificantes. Isso me move a inserir-me cada vez mais na Arte da escrita. O diálogo inimaginável é o maior retorno e estímulo, que um escritor pode receber. Amo escrever! Além de “O Acampamento” você

tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos. Lorena Zago - Tenho 8 obras publicadas e inúmeras em andamento à espera de publicação, dentre as quais ; Contos infantis, infanto-juvenis, adultos, poemas, lendas e romances. Publicadas: A Borboleta Encantada no Jardim Secreto, A Canoa de Coqueiro, Tomy e a Princesa do Mar, Um Natal de Esplendor, Um Segredo Muito Sigiloso, O Acampamento, Poemas, Contos e Encantos I, Poemas, Contos e Encantos II, em três idiomas, Português, Espanhol e Alemão. Participo de inúmeras Antologias e Coletâneas. Onde podemos comprar os seus livros? Lorena Zago - Os meus livros poderão ser adquiridos nas Livrarias Catarinense de Blumenau, Florianópolis, Itajaí, Joinville, Balneário Camboriú, Livrarias Curitiba e na Central Livros em Rio do Sul, Blulivros em Blumenau, Analú Presentes em Presidente Getúlio e pelo Messenger no Facebook. Quais os seus principais objetivos como escritora? Lorena Zago - Enquanto escritora meus principais objetivos estão alicerçados em mensagens de bem-estar, amor ao próximo e à natureza. Também, pretendem ser um vislumbre à superações apontando para a evolução dos seres. O meu diálogo pretende transcender o amor em dimensão maior. Sinto que há a necessidade se abrir as portas das memórias e dos corações, emanando ao Mundo generosas doses de compreensões, diálogo e reflexões profundas, para amenizar ou até mesmo erradicar a neces-

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sidade do Ter pelo Ser. Primo pela mudança saudável e por um Mundo mais Humano! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Lorena Zago. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

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Lorena Zago - Queridos leitores, honro-me com cada Ser que se dispuser a dialogar comigo, nas linhas e entrelinhas dos meus escritos. Que as minhas mensagens possam servir para despertar momentos de reflexões, lazer e ações prazerosas, a você leitor, refletindo-se às pessoas e contextos de seu entorno. Um forte e carinhoso abraço literário, de paz e luz!

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ENTREVISTA

ESCRITORA LUIZA DE CASTRO Quando estou escrevendo, o rumo da trama me pertence e a sensação é incrível. Durante o processo, sinto-me poderosa, capaz de concretizar os sentimentos e desejos dos personagens. O objetivo é dar vazão ao texto e ver até onde ele vai. Escrever é somente prazer.”

Luiza de Castro nasceu em Santos-SP/Brasil, em 1975. Reside em São Paulo (capital) com marido e dois filhos. Aos 23 anos, graduou-se em medicina e mudou-se para São Paulo onde concluiu a residência médica em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua como infectologista há 16 anos. Apaixonada por romances desde o início da adolescência, utiliza sua formação acadêmica como base para compor suas obras de ficção.

“Escolhas do Coração” é o mais recente lançamento da autora

Boa Leitura!

O que a escrita representa para você?

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Luiza de Castro, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever? Luiza de Castro - Acredito que escrever tenha ocorrido como uma consequência do hábito inveterado da leitura de romances. Desde o início da adolescência, estava sempre com um livro nas mãos e com o próximo na bolsa. E entre um e outro escrevia em minha mente um texto complementar ao que estava lendo. Mas foi somente na fase adulta que este texto virtual foi de fato parar no papel e confesso que foi muito mais prazeroso do que imaginei que seria.

Luiza de Castro - Significa não so-

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mente desenvolver minhas próprias histórias. É uma oportunidade incrível de vivê-las. Quando estou escrevendo, o rumo da trama me pertence e a sensação é incrível. Durante o processo, sinto-me poderosa, capaz de concretizar os sentimentos e desejos dos personagens. O objetivo é dar vazão ao texto e ver até onde ele vai. Escrever é somente prazer. Como surgiu inspiração para o romance “Escolhas do Coração”? Luiza de Castro - Quando comecei a escrever “Escolhas do Coração”, havia lido um livro de sucesso em que o protagonista se mantinha afastado do seu amor por se considerar um perigo para ela. Como trabalho com portadores de HIV, achei que este seria um tema contemporâneo que ainda não havia sido inserido no


DIVULGA ESCRITOR contexto heterossexual. No livro, o protagonista, portador de HIV, tem sérios problemas em aceitar o amor da personagem principal, por se considerar “perigoso” para ela. Apresente-nos a obra? Luiza de Castro - O livro conta a história de Julia Hittman, uma atraente e bem-sucedida jornalista e escritora que tem seu coração dividido entre o seu melhor amigo Jack Taylor, o lindo fotógrafo com quem trabalhava em Nova York e o orgulhoso doutor Pedro Rodrigues, médico cardiologista e dono de um haras no Brasil onde Julia se instalara para escrever seu romance após uma briga com Jack. Julia se apaixona perdidamente por Pedro que, apesar de também ser apaixonado por Julia, sente-se inferior a ela e torna o relacionamento entre eles cheio de conflitos, joagndo-a de volta nos braços de Jack. Trata-se de um triângulo amoroso composto de três partes. A primeira conta a história de Julia no momento presente. A segunda parte se passa no momento anterior à vinda de Julia para o Brasil e conta sua história com Jack. Na terceira parte do livro, Julia retorna aos Estados Unidos. Então, o destino lhe prepara uma surpresa e obriga Julia a escolher entre os dois amores de sua vida. Qual o momento, enquanto escrevia o livro, que mais a marcou? Luiza de Castro - No final da segunda parte, quando Julia perde toda a esperança no futuro de seu relacionamento com Pedro. Qual o cenário, espaço geográfico escolhido para a obra? Luiza de Castro - A obra apresenta essencialmente dois cenários: As partes 1 e 3 se passam nos Estados Unidos, principalmente em Nova York. A parte 2 se passa principalmente em um haras no interior do Estado de São Paulo.

Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Luiza de Castro - Jack é o amor passado de Julia e Pedro é o amor presente. A série de eventos ocorrida na trama leva Julia a decidir entre os dois e baseou a escolha do título. O que mais a encanta em “Escolhas do Coração”? Luiza de Castro - Os protagonistas atravessam uma longa jornada para se libertarem de seus conflitos e limitações e, com isso, se permitirem encontrar a felicidade. No livro, existe a mensagem que o amor pode transformar a forma de pensar de um indivíduo, sem alterar seus valores pessoais. Onde podemos comprar o seu livro? www.amazon.com.br www.amazon.com www.biblioteca24horas.com.br Quais os seus principais objetivos como escritora? Luiza de Castro - Meu principal objetivo como escritora é proporcionar entretenimento. Deixar o leitor absorto na história de

forma que ele viva o momento juntamente com os personagens. Não espero deixar uma mensagem para o mundo. Espero que o leitor entre no livro e não queira sair! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Luiza de Castro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Luiza de Castro - Existem vários tipos de objetivos ao se ler um livro. Eles nos tocam de forma e intensidade diferentes, mas creio que cada livro nos acrescente uma cor nova na alma. Espero que, tendo ou não um gênero preferido de leitura, sempre haja oportunidade para que um livro possa colorir seu cotidiano.

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA JACKMICHEL

Biografia da autora:

JACKMICHEL “A ESCRITORA 2 EM 1” TEM 9 LIVROS LANÇADOS EM TRÊS ANOS DE CARREIRA JackMichel “A Escritora 2 em 1” mesmo tendo entrado a apenas três anos no mercado editorial já fez 9 lançamentos de peso que são orgulho das belas-letras brasileiras . Escrevendo nos mais variados gêneros literários ela já lançou Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua (Drago Editorial, 2016), 1 Anjo MacDermot (Drago Editorial, 2016), Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate (Drago Editorial, 2016), Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017), Sixties (Helvetia Edições, 2017), Tim, O menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017) e Anotações Da Lagarta Papinha (Leia Livros, 2018). Com muito material escrito guardado na mochila a autora promete novas publicações para logo mais. Os book trailers e spots televisivos de suas obras estão expostos no site de vídeos YouTube.

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JackMichel é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, novela, romance, fábula e conto de fadas. Publicou Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua (Drago Editorial, 2016), 1 Anjo MacDermot (Drago Editorial, 2016), Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate (Drago Editorial, 2016), Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017), Sixties (Helvetia Edições, 2017), Tim, O Menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017) e Anotações Da Lagarta Papinha (Editora Leia Livros, 2018). É associada da ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), da LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura) e da UBE (União Brasileira de Escritores). Seus contos e poemas constam em antologias internacionais bilíngues: Amor & Amore (Edizioni Mandala), Os Melhores Poemas de 2016 (ZL Editora), Faz de Conto II (Helvetia Edições), 1ª Antologia Cultive (Fast Livro), III Antologia Mulheres Pela Paz 2017 Edição Especial (Fénix), Antologia de Poesia Brasileira Contemporânea Além da Terra Além do Mar (Chiado Editora), Antologia Criticartes 2017 (Biblio Editora), A Vida em Poesia II (Helvetia Edições), Antologia Brasileira Prosa e Poesia volume I (Editora SOL) Antologia Sem Fronteiras pelo Mundo... Vol.3 (Edi-


DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA

tora Rede Sem Fronteiras), II Antologia Cultive Le Temps Du Reveil, III Antologia Cultive Coragem, Antologia O Homem, O Projeto do Mundo (Helvetia Edições). Também foi destaque em diversos jornais e revistas on-line de literatura, artes e cultura como Varal do Brasil, Arca Literária, Ami, Divulga Escritor, Geração Bookaholic, Conexão Literatura, Criticartes, Philos e Letrilha. Participou do XXIX Salão Internacional do Livro de Turim 2016, I Salão do Livro de Lisboa 2016 e I Salão do Livro de Berlim 2016. Em 2017 tomou parte nos eventos: XVIII Bienal Internacional do Livro do Rio, 4ª Feira do Livro Livre de Buenos Aires, 31º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, XXX Salão Internacional do Livro de Turim, Salão Internacional do Livro de Milão, BUK Festival Literário de Modena, Feiras Literárias de Mântua, Bolonha e Roma; e em 2018 no 32° Salão do Livro e da Imprensa de Genebra e na 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Recebeu Menção Honrosa no Prêmio de Excelência Literária “Troféu Corujão das Letras” e no II Concurso Cultive de Literatura “Prêmio Cultive de Litterature”. Conquistou o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prêmio ALALS de Literatura” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”.

JackMichel/ redes sociais:

Facebook: https://www.facebook. com/escritoraJackMichel/ Twitter: https://twitter.com/JackMichel2017 Instagram: https://www.instagram. com/jackmichel2017/ Google+: https://plus.google. com/112246483579431089961 Tumblr: https://escritorajackmichel. tumblr.com/ Pinterest: https://br.pinterest.com/ jackmichel2017/ JackMichel/vídeo: JackMichel “A Escritora 2 em 1” Promo Video https://www.youtube.com/watch?v=3F8J4ck6XHU JackMichel “A Escritora 2 em 1” Iº Lugar no II Festival de Poesia de Lisboa - Promo Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=E3EgcVsLzBA JackMichel Books - Promo Vídeo

https://www.youtube. com/watch?v=qKNNsL0Kb6E JackMichel na Bienal Internacional do Livro/Rio 2017 - Promo Vídeo https://www. youtube.com/ watch?v=lJ3IrJ9Gg7Y Booktrailer Arco-Jesus-Íris – JackMichel https://www.youtube. com/watch?v=iBjgF0DkAik&t=34s Spot Televisivo LSD Lua – JackMichel https://www.youtube. com/watch?v=Khg1oKH6WKo Spot Televisivo 1 Anjo MacDermot JackMichel https://www.youtube. com/watch?v=dmVR-jE07pU&t=31s Spot Televisivo Sorvete De Pizza Mentolado X Torpedo Tomate - JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=Zn5xRdnwJvQ Spot Televisivo Ovo – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=dsBd0O_e5WI Book Trailer Oficial da obra Papatiparapapá https://www.youtube.com/watch?v=qbC4iWoCsTo Spot Televisivo da obra Sixties – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=FqOHYwE6Ukw Spot Televisivo da obra Tim, O Menino do Mundo de Lata JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=vNetlo9xB9Q Book Trailer Oficial da Obra Anotações da Lagarta Papinha - JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=3NS_atm9t9Q www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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ENTREVISTA

ESCRITORA NANA GONÇALVES Levar o leitor a perceber que nem sempre o que parece ser ou imaginamos nas pessoas é de fato o que acreditamos. E que as surpresas boas também ocorrem, o importante é sempre seguir com cautela.”

Nana Gonçalves nasceu em 28 de dezembro de 1972 na cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil. Primeira filha do Vidreiro Samuel Gonçalves e da Costureira Lourdes. Tem dois irmãos, três filhos e uma neta. Professora, Pedagoga, Poetiza, Escritora. Gosta de conversar com pessoas amigas e dar boas gargalhadas. Perseverante, lutadora, nunca desiste de seus sonhos! Está sempre criando algo e tentando melhorar tudo ao seu redor. Plantar sementes, seu ideal! Escrevo desde 6 anos e sempre sonhei com o momento dessa realização, lutei e luto muito por isso.

Boa Leitura!

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Conhecendo objetivos e processo de criação de ‘Olhar Oculto’ da escritora Nana Gonçalves Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Nana Gonçalves, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever? Nana Gonçalves - O prazer é imensamente meu. Bem, o que me fez ter o gosto pela arte da escrita é o prazer que eu tenho com o jogo das palavras em harmonia, ou seja, o fato de poder criar ouvindo minha alma, expor com a escrita aquilo que sinto, imagino, penso e desejo e vivo. Escrever para mim é sentir a alma vibrar em letras! Como surgiu inspiração para “Olhar Oculto”? Nana Gonçalves - Inspiração é algo que tenho demais e com “Olhar


DIVULGA ESCRITOR caprichar. Onde podemos comprar o seu livro? Nana Gonçalves - Site www.amazom.com.br ou www.nanagoncalves.com.br Quais os principais hobbies da escritora Nana Gonçalves? Nana Gonçalves - Sempre amei dançar, ler, pesquisar o que me interessa, bater papo e obviamente amo escrever, pois é um grande prazer. Quais os seus principais objetivos como escritora? Nana Gonçalves - Poder mostrar as pessoas minhas obras e levar aos meus leitores, além de reflexão, o prazer em se envolverem, se verem, aprenderem, se divertirem, se emocionarem, se alegrarem com minhas histórias e fatos de minha vida.

Oculto” não foi diferente. Pensei em levar o leitor, a imaginar várias possibilidades para um desfecho inesperado e assim a coisa foi fluindo.

rece ser ou imaginamos nas pessoas é de fato o que acreditamos. E que as surpresas boas também ocorrem, o importante é sempre seguir com cautela.

Apresente-nos a obra Nana Gonçalves - Alice uma moça insegura, louca pelo trabalho e solitária. Cansada depois de um dia de serviço, sede ao pedido de sua única amiga e tudo então muda drasticamente em sua vida. Conhece o medo, o amor, passa a ter situações que já não sabe mais se são reais ou alucinações. Um encontro entre quatro pessoas que surpreende.

Qual o cenário, espaço geográfico escolhido para a trama? Nana Gonçalves - O cenário conta inicialmente nos primeiros capítulos na cidade, mas a trama toda se desenvolve no campo de uma cidade totalmente imaginária.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio do enredo que compõe a obra? Nana Gonçalves - Levar o leitor a perceber que nem sempre o que pa-

Qual o momento que mais a marcou enquanto escrevia “Olhar Oculto”? Nana Gonçalves - Foi quando escrevi o primeiro e último capítulo, pois penso são os responsáveis por toda a obra. O primeiro porque é o que irá prender o leitor ou não! E o último, porque irá conquistar o leitor para os próximos livros. Então procurei

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Nana Gonçalves. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Nana Gonçalves - Quero que todos os leitores da Revista Divulga Escritor jamais desistam de seus sonhos, metas e ideais de vida, pois sonhos não demoram para serem realizados, eles apenas acontecem na hora certa. Nunca desistam, estudem, pesquisem, busquem, afinal nada vem para aquele que espera sem ação. Acredite e seja humilde e jamais parem de lutar. Agradeço demais participar desta entrevista.

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DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | BLOG FACES DE UMA CAPA

Hoje trago a divulgação do meu livro destinado à Bibliotecas Comunitárias, que surgiu a partir do meu TCC da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação - FaBCi - FESPSP. Sinopse: Mesmo diante às novas tecnologias e o rápido acesso à informação, a sociedade atual encontra-se em um patamar de desinformação muito alto principalmente no que tange às sociedades menos favorecidas. Nesse sentido surgem às bibliotecas comunitárias, que por serem normalmente gerenciadas por uma multidisciplinaridade de pessoas da própria comunidade e não contar com um modelo de gestão, acabam muitas vezes por deixarem de existir. Esse trabalho tem o propósito de servir como um modelo de gestão aos interessados em constituir uma biblioteca nesse gênero, servindo de suporte desde sua criação, captação de recursos, parcerias, até sua construção - o trabalho técnico mais apropriado para o usuário (comunidade), disponibilização para o usuário e ações culturais e demais serviços que podem ser desenvolvidas nesses espaços onde normalmente contam apenas com doação para sua existência. Essa pesquisa foi realizada para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo - FESPSP. Caso haja interesse: Compre AQUI: https://www.nea-edicoes.com/catalog/details/ store/gb/book/978-613-9-61319-9/modelo-de-g est%C3%A3o-de-bibliotecas-comunit%C3%A1rias?s earch=grazielli

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ENTREVISTA

ESCRITOR PEDRO NELSON FELIZ Justiça, justa justiça. É questão do Direito! Sociedade como que em areia movediça. Será que o Brasil ainda tem jeito?”

Brasileiro. Natural do município de Bituruna, Estado do Paraná (PR). Atualmente, reside na cidade de Ponta Grossa/PR. Especialista em Perícia e Auditoria Ambiental, bacharel em Administração e tecnólogo em Processos Gerenciais pelo Centro Universitário Internacional UNINTER – pólo educacional de Ponta Grossa/ PR. Iniciou estudos junto ao curso de Bacharelado em Direito pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) – câmpus universitário de Ponta Grossa/PR. Embaixador da Paz. Comendador. Benfeitor Cultural da Humanidade. Poeta, escritor, trovador, ensaísta, articulista e antologista. Membro integrante do Portal Movimiento Poetas del Mundo, em Valparaíso (Chile). Possui poemas e poesias editados em livros, coletâneas e antologias literárias, bem como ensaios e artigos

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científicos publicados em revistas científicas especializadas. Voluntário social em ações humanitárias e defensor militante de causas alusivas aos direitos humanos em nível (inter) nacional. Realiza cursos de extensão universitária, desenvolve pesquisas acadêmico-científicas e exerce atividades profissionais diretamente veiculadas às áreas de Gestão e Educação Ambiental, Administração Pública, Pedagogia Social, Educação para o Trabalho Voluntário, Educação Especial e Inclusiva (tradução/ interpretação de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS), Educação Patrimonial, Logística de Transportes e Direito Educacional. Endereço eletrônico: pedronfeliz@hotmail.com Boa Leitura!


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor e pesquisador Pedro Nelson Feliz, é um prazer tê-lo conosco na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu a ideia para a construção de “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários”?

Pedro Feliz - A obra científico-literária intitulada “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários” foi recentemente organizada por mim (organizador principal) em parceria com o meu estimado amigo e colega da área literária Prof. Dr. Marcos Pereira dos Santos (co-organizador), brasileiro, natural da e residente na cidade de Ponta Grossa, Estado do Paraná (PR), e fora publicada durante o primeiro semestre de 2018 pela Editora Darda, cuja sede principal está localizada na cidade de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Em linhas gerais, a ideia para a elaboração organizacional e posterior publicação da obra literária supracitada é resultante de conversas informais, bate-papos e envio/troca de e-mails realizados por mim junto ao professor Marcos, bem como pelo fato de nós dois sermos literatos (escritores e poetas) e pesquisadores das áreas educacional e literária; além de termos grande afinidade pessoal e literária, fazendo assim uma bela junção, um enlace perfeito, entre nossas formações acadêmicas (inicial e continuada), campos de atuação profissional, preferências, anseios e perspectivas de um futuro bastante promissor para ambos. Ademais, vale mencionar também o fato de existir, atualmente, no mercado

editorial e literário brasileiro algumas poucas obras científico-literárias (em termos de coletâneas e antologias, especificamente) abordando temas e assuntos diversos concernentes à área jurídica nos gêneros/estilos literários de poema, poesia e conto. Apresente-nos a obra. Pedro Feliz - A antologia “Poe(ma) tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários” é uma obra científico-literária primorosa, sem igual, de importância capital e de valor acadêmico-científico e literário incalculável. O opúsculo literário supra aludido tem como principal meta/ função trazer a lume diferentes textos literários – particularmente nos gêneros/estilos de poema, poesia e conto – que foram redigidos por vários literatos (poetas, contistas e escritores), profissionais oriundos da área jurídica (juristas, desembargadores, magistrados, promotores de justiça, defensores públicos, delegados de polícia, advogados, peritos, conselheiros tutelares, professores das várias áreas do Direito, dentre outros), pesquisadores, educadores, docentes e demais pessoas interessadas em literatura jurídica. Trata-se, outrossim, de uma compilação de poemas, poesias e contos jurídico-literários referentes a diversos assuntos e episódios (marcantes ou não) alusivos à área do Direito em geral, tais como, por exemplo: petição, habeas corpus, perícia policial, notificação e intimação judicial, ação processual penal, criminalística (homicídio/feminicídio/infanticídio), tribunal de júri popular, interrogatório, acareação, pensão alimentícia, solução de conflito de interesses, privação temporária da liberdade, práticas de justiça restaurativa, audiências de custódia e de instrução e julgamento, mandato de prisão, condução coercitiva, tráfico, droga-

dição, violência contra crianças/adolescentes/idosos, provas testemunhais, casos de “segredo de justiça”, sentença judicial, alvará de soltura, nova reforma trabalhista e previdenciária, fuga de detentos em unidades prisionais, prisão perpétua, assalto à mão armada, furtos e roubos, estupro, assédio moral e sexual, “Lei Maria da Penha”, “Operação Lava-Jato”, patrulha escolar, direito educacional, direito eletrônico/eleitoral/ambiental, educação escolar em ambiente prisional, dentre outros temas congêneres.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio dos textos publicados na coletânea? Pedro Feliz - Além de trazer à tona diferentes temas e assuntos deveras atuais e polêmicos na sociedade brasileira contemporânea, “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários” busca, por intermédio de vários textos redigidos pelos organizadores e demais autores participantes da obra científico-literária em foco, particularmente nos estilos/ gêneros literários de poema, poesia e conto, romper paradigmas tradicionais/conservadores, barreiras, fronteiras, tabus, mitos, preconceitos, estereótipos, ideologias “vãs”, concepções falaciosas/sofismáticas, opiniões de senso comum (doxa), teorias-e-práticas (práxis) “engessadas” e visões distorcidas que, muitas vezes, gravitam em torno do campo literário e, de modo mui particular, da área jurídica em geral; especificamente no que tange às múltiplas facetas, instâncias e decisões jurisprudenciais alusivas ao Direito em seus diversos ramos e sub-ramos de atuação na atual sociedade de classes antagônicas. Ademais, a publicação da obra literária supracitada é, dentre outras, uma das formas de levar as pessoas a pensar e refletir criticamente sobre os seus direitos e deveres como cidadãos sociais e www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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DIVULGA ESCRITOR políticos, bem como a (re)avaliar o papel desempenhado pelo Poder Judiciário no contexto brasileiro do século XXI. Quais os principais desafios para construção desta obra literária? Pedro Feliz - Dentre todos os desafios que, grosso modo, são inerentes aos processos de elaboração, diagramação, revisão, editoração, publicação, distribuição e comercialização de uma obra científico-literária, poderia mencionar, de comum acordo com o meu grande amigo Prof. Dr. Marcos Pereira dos Santos (co-organizador da antologia em questão), que a maior dificuldade identificada por nós durante o longo período de abertura até o fechamento das inscrições no site da Editora Darda (60 dias consecutivos), endereçadas aos participantes da obra científica intitulada “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários”, ora de domínio público, consistiu em reunir um grande contingente de literatos (escritores, poetas e contistas) dispostos realmente em escrever poemas, poesias e/ou contos literários diretamente relacionados ao campo do Direito, em suas diferentes áreas e subáreas de atuação profissional na sociedade brasileira dos dias atuais. Os motivos atrelados a isso, supomos, hipoteticamente, que estejam veiculados a diversos fatores, tais como: proposta temática inovadora e desafiante, ética profissional, empatia, sigilo jurídico, dentre outros. Como foi a recepção e aceitação dos “convidados” para participar de “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários”? Pedro Feliz - Grosso modo, é possível dizer que a recepção e aceitação dos “convidados” para participar como autores solo da obra científico-literária intitulada “Poe(ma) tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários” fora substancialmente positiva e significativa, ao

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menos em certa medida. Entretanto, conforme dito anteriormente, pode-se cogitar a hipótese de que o entrave atrelado ao fato de haver determinada dificuldade em reunir um número expressivo de literatos (poetas, escritores e contistas) dispostos em redigir poemas, poesias e/ou contos jurídico-literários, em específico, está relacionado a diferentes elementos, constructos, motivos, justificativas, aspirações, anseios, perspectivas, momentos e contextos.

Qual o perfil dos participantes? Pedro Feliz - Os participantes, considerados autores solo, da antologia intitulada “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários” são oriundos de diferentes localidades (Estados e municípios) do Brasil, sendo a grande maioria deles profissionais da área do Direito (desembargadores, juristas, magistrados, promotores de justiça, defensores públicos, delegados de polícia, advogados, peritos, conselheiros tutela-


DIVULGA ESCRITOR res, docentes de Direito, dentre outros). Mas, a obra científico-literária mencionada também contou com a grata, preciosa, primorosa, rica, significativa e valorosa contribuição de pesquisadores, educadores, professores, pedagogos, administradores, economistas, contabilistas, assistentes sociais e demais profissionais e pessoas interessadas em literatura jurídica em geral. Apresente-nos um dos textos publicados, para que o nosso leitor possa conhecer um pouco melhor o que vai encontrar ao adquirir esta tão peculiar obra literária. Pedro Feliz - À guisa de exemplificação ilustrativa, considero ser profícuo e relevante citar um trecho (primeira estrofe, apenas!) do poema intitulado “Direito no plural”, de minha autoria, e também do poema “Justiça às cegas, sim!; justiça cega, não!”, de autoria de meu estimado e querido amigo Prof. Dr. Marcos Pereira dos Santos, cujos poemas estão contidos na obra científico-literária “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários”: DIREITO NO PLURAL (Autoria de: Pedro Nelson Feliz --organizador da obra) Área da Ciência! Direito Constitucional, Educacional, Penal, ... Questão de consciência! Direito em sentido plural, geral. JUSTIÇA ÀS CEGAS, SIM! ; JUSTIÇA CEGA, NÃO! (Autoria de: Marcos Pereira dos Santos --- co-organizador da obra) Justiça, justa justiça. É questão do Direito! Sociedade como que em areia movediça. Será que o Brasil ainda tem jeito? Onde podemos comprar o livro? A obra científico-literária intitulada “Poe(ma)tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias

e contos jurídico-literários” pode ser encontrada e adquirida, a preço de custo e deveras acessível, em muitas livrarias do Brasil. Todavia, a aquisição ilimitada de exemplares da antologia supra aludida pelos interessados pode, preferencialmente, ser solicitada de forma direta junto à Editora Darda, a qual detém todos os direitos autorais e créditos de editoração, publicação, distribuição, comercialização e catalogação, por meio do site: www.dardaeditora. com.br ou ainda pelos seguintes endereços eletrônicos: contato@dardaeditora.com.br ou coletaneas@ dardaeditora.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. Quais os seus principais objetivos como autor? Pedro Feliz - Como autor-escritor de livros, antologias literárias, poemas, poesias, trovas poéticas e ensaios/artigos acadêmico-científicos em geral, minha intenção precípua é a de escrever, escrever e escrever. Ou seja: escrever sempre, “escrever para viver e viver para escrever”. Enfim: “escre(vi)ver”. Numa só frase: estar continuamente “escre(vi) vendo”; parafraseando e fazendo, aqui, minhas as sábias e filosóficas palavras de meu estimado amigo literato e pedagogo Prof. Dr. Marcos Pereira dos Santos, co-organizador da obra literária intitulada “Poe(ma) tizando e contando direito: coletânea de poemas, poesias e contos jurídico-literários” , a qual está sob a minha organização e responsabilidade primaz. Afora isso, na condição de autor-escritor brasileiro contemporâneo, almejo sinceramente socializar/democratizar os conhecimentos científicos e literários a todas as pessoas, independente de classe social, raça/etnia, gênero sexual e/ ou credo religioso; a fim de que por intermédio da leitura crítico-reflexiva as mesmas possam se emancipar culturalmente, sendo assim autônomas, criativas, empreendedoras e

conscientes de seus reais direitos e deveres (civis, sociais e políticos) na sociedade pós-moderna, tecnológica e globalizada/mundializada do terceiro milênio. E, em última instância, outro objetivo seria o de divulgar os meus trabalhos de pesquisa e produção científica nos âmbitos universitário e literário, tanto na área do Direito quanto em outros campos do saber científico diretamente correlacionados aos meus cursos de formação acadêmica (inicial e continuada). Ademais, acredito que todo autor-escritor deve, por excelência, deixar um grande legado cultural para a humanidade, o qual seja extremamente útil, eficaz e eficiente para a geração presente e também para as gerações vindouras. Sobre qual(is) tema(s) escreve atualmente? Pedro Feliz - No campo da Literatura, em específico, dedico especial atenção à elaboração de poemas e poesias, cujas temáticas, na maioria das vezes, estão diretamente relacionadas à área do Direito em geral. Mas, também há poemas e poesias versando sobre outros temas/assuntos, quais sejam: educação, escola, professor, meio ambiente, realidade social, família, cotidiano, filosofia de vida, trabalho social voluntário, emoções, sentimentos, segurança, dentre outros. Em relação ao âmbito acadêmico-científico, por sua vez, tenho buscado com afinco desenvolver estudos e pesquisas científicas, bem como redigir e publicar, em periódicos especializados, alguns ensaios/artigos científicos veiculados às áreas de Gestão Ambiental, Administração Pública, Pedagogia Social, Educação para o Trabalho Voluntário, Educação Especial e Inclusiva (tradução/interpretação de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS), Educação Patrimonial, Logística de Transportes e Direito Educacional. Vale frisar que alguns desses ensaios e artigos científicos são de autoria www.divulgaescritor.com | agosto 2018

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DIVULGA ESCRITOR e publicação solo, ao passo que outros são redigidos e publicados em parceria com outros estudiosos das áreas anteriormente mencionadas, em especial com pesquisador, poeta, escritor e professor doutor Marcos Pereira dos Santos, a quem considero meu grande amigo, verdadeiro irmão para mim. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Pedro Nelson Feliz. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Pedro Feliz - Literatura é vida e arte! Direito e justiça convergem sinergeticamente! Com base em tais assertivas, pode-se argumentar que: ler e escrever são duas ações que estão diretamente interligadas entre si. São práticas interdependentes, indissociáveis, cuja relação é de cunho umbilical. Ler é, grosso modo, uma questão de hábito, gosto e preferência; ao passo que escrever, em linhas gerais, diz respeito a treinamento, costume e exercício prático que tem como marco referencial basilar a leitura. Daí a necessidade de, nos dias atuais, as escolas de Educação Básica, no Brasil, desenvolver as suas atividades didático-pedagógicas de modo contextualizado, interdisciplinar e na perspectiva da metodologia do “alfabetizar letrando”, tanto de forma convencional quanto sob a égide das novas plataformas digitais/eletrônicas, utilizando, inclusive, as diferentes mídias tecnológicas de informação e comunicação e as redes sociais para finalidades genuinamente educacionais. Embora seja (parcialmente) adepto da utilização de diferentes tecnologias midiáticas em redes sociais, por exemplo, não possuo atualmente página em facebook, site, blog, orkut, instagram, twitter, dentre outros aplicativos tecnológicos similares. Apenas faço uso devido e adequado de correio eletrônico pessoal (e-mail) para fins especificamente relacionados às minhas atividades pessoais, acadêmicas, científicas, literárias e pro-

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fissionais. Posto isto, é salutar dizer ainda que poema, poesia e conto são três gêneros/estilos literários fundamentais, enunciativos e elucidativos pelos quais todo literato pode começar a transformar o mundo para melhor, fazendo da escrita das palavras poéticas algo sublimar e fenomenal para a ressignificação e o redimensionamento da sociedade, da cultura (popular e erudita) e dos sujeitos sociais pensantes. Eis, pois, a razão de ser e existir dos poetas: utilizar adequadamente as palavras para denunciar barbáries e promover a paz, o amor, a união, a fraternidade, a harmonia, a tolerância, a solidariedade, a caridade, a esperança, dentre outras inúmeras virtudes. E isto é “show de bola”! Ademais, teria ainda algo a nos dizer; em específico? Pedro Feliz - Sim. Primeiramente, quero agradecer a Deus pelo dom da vida e da sabedoria. Em segundo lugar, aproveito o ensejo para prestar meus sinceros e cordiais agradecimentos ao querido Prof. Dr. Duque Dom Marcos Pereira dos Santos, Sua Alteza Sereníssima, a quem tenho grande apreço, estima, respeito, consideração e fraterna amizade, principalmente pelo fato de o mesmo me apoiar, estimular, incentivar e auxiliar em meus empreendimentos na carreira acadêmico-literária, indicando, inclusive, meu nome para participação em publicações de livros, ensaios/artigos científicos, coletâneas e antologias literárias, ingresso em Academias de Ciências, Letras e Artes, concessão de entrevistas e recebimento de comendas (títulos nobiliárquicos e medalhas de Honra ao Mérito). Digo isto, porque no mês de junho de 2018 fui graciosamente outorgado com o Título Honorífico Nobiliárquico de Embaixador da Paz pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz (SCIEP/RJ), o Diploma de Mérito Cultural e Social Comendador Pedro

Nelson Feliz e a Comenda Benfeitor Cultural da Humanidade, ambos os títulos nobiliárquicos concedidos pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBACLA/RJ); bem como com a Medalha de Honra ao Mérito (FEBACLA/ RJ), cujas instituições sociais são atualmente presididas por Sua Alteza Real e Imperial Príncipe Dom Alexandre da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho. De modo muito especial, agradeço também à Revista Divulga Escritor/Revista Literária da Lusofonia pelo convite a mim efetuado por indicação de meu estimado amigo professor Marcos, possibilitando-me a oportunidade ímpar de participar, com grande alegria no coração, desta belíssima entrevista jornalística. Fico muitíssimo agradecido. Parabéns a toda equipe editorial desta renomada Revista! Grato por tudo! Em última instância, convém deixar registrado o seguinte pensamento para reflexão: “É preciso ter determinação para conquistar o sucesso. Jamais deixe que as pessoas de façam desistir daquilo que você mais almeja na vida. Acredite. Lute. Estude. Trabalhe. Conquiste. Pense sempre positivo! E, acima de tudo, seja muito feliz”.

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DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITOR JOSÉ LOPES DA NAVE

FELICIDADE

VOO AO LUAR

Felicidade é o sol que fulge,

Aprisionado, soltaste-me as asas,

mesmo através de cinzas nuvens,

voamos no firmamento azul,

procurando o seu encanto dispersar

rumo ao sol que nos aconchega.

nas gotículas de chuva que humedecem o rosto

Minha única paz,

e nos fazem sorrir na esperança desejada.

vida, glória, esperança

Felicidade são as estrelas centelhantes

vontade de amar

que brilham nas noites escuras,

embala em ti.

matizando o céu com o luar azulado

Sem saber caminhar,

a enfeitiçar os sentidos atentos

a ti me doei.

aguardando um sorriso franco

A parte de mim, passando!

que a alma reclama, ansiosamente.

Apenas tu continuas viva,

Felicidade é ter connosco o bem desejado

és a minha força.

na partilha de sentimentos

Tudo o que sou,

que as almas em si preservam ,

sou por ti.

sendo o clamor o canto aos meus ouvidos.

Sem ti é difícil

Felicidade são pequenos nadas

ser.

que nascem, crescem, se desenvolvem

Beijei-te no anoitecer,

e transformam em bem duradouro,

sonhei, teu corpo ebúrneo

convivendo connosco.

de diáfano tule vestido,

Felicidade é a sabedoria de viver

ao meu encontro

na fortuna e adversidade dos dias,

se doando, enternecido,

acolhendo-a, como flor de vida.

em conjunto voo de luar.

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

ESCRITORA SILVANA LEMES Crônicas do magistério e outros causos” apresenta textos bem-humorados e delineia caminhos para uma leitura prazerosa e fluida; a piada e a gozação presentes nas crônicas são a mais completa tradução da vitalidade transformadora do ser humano.”

Silvana Lemes é professora alfabetizadora na rede pública estadual de ensino, diretora de escola, autora e idealizadora de diversos projetos educacionais. É autora do Plano de Curso Formação Internacional em Coaching no Instituto de Ensino Superior Latino Americano-BH, professora pesquisadora, pedagoga e psicopedagoga. Mestrado em Educação: Psicologia Educacional PUCSP (cumprimento de créditos), doutoranda em Psicologia Social pela Universidade John F. Kennedy – Buenos Aires-Argentina; poeta e escritora, membro imortal da Academia Itapetiningana de Letras e membro correspondente imortal da Academia Luminescência Brasileira. Autora de seis trabalhos premiados: 2 prosas poéticas e 4 poemas. Autora de diversos artigos científicos e cinco livros publicados.

Boa Leitura! 100

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Silvana Lemes é a mais recente entrevistada Divulga Escritor Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Silvana, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento se sentiu preparada para publicar o seu primeiro livro solo? Apresente-nos o seu primeiro livro. Silvana Lemes - Meu primeiro livro “Lembrança - Primeiras Poesias” foi publicado após insistência de minhas alunas da pós-graduação. Certa ocasião, esqueci de fechar um documento no laptop, justamente minha primeira poesia. A insistência das alunas para lerem foi tanta, que acabei cedendo. Após isso, veio a insistência em publicar. Relutei, e uma das alunas insistiu que eu publicasse num site de escritores


DIVULGA ESCRITOR e aguardasse os comentários. Caso me sentisse mais segura, disseram que eu deveria publicar. Essa aluna me chamou de egoísta por esconder algo tão bonito de tantas outras pessoas, continuei não acreditando nos elogios e decidi me inscrever em um concurso literário. Acabei por ganhar o 1º lugar e após o concurso, criei coragem para publicar. O que diferencia “Sonhos, Impressões e Sentimentos” de seu outro livro de poesias “Vidas, vividas passadas e sonhadas”? Silvana Lemes - O primeiro livro é marcado pela dor da perda e pela saudade trazida por ela, em algumas poesias livres o desabafo com Deus por não aceitar a decisão tomada por Ele. O livro “Vidas vividas, sonhadas e passadas” também traz as marcas da saudade; entretanto, o tema “amor” é o que mais se destaca. O amor à vida, à natureza, a crença em uma força superior, a crença no amor verdadeiro que traz alívio, que acalenta a alma e o coração. Esses são os temas mais marcantes do livro. A exaltação à natureza e sua força expressa nas poesias demonstra o quanto minha condição humana me coloca como uma fagulha de pó, dominada pelo Cosmo e pela Natureza, onde me coloco diante de uma escala numérica e me vejo na escala negativa.

Apresente-nos um dos textos poéticos, publicados Após publicar três livros de em um de seus livros. poesia, conte-nos, o que a motivou a escrever crônicas? “Quase nada” Silvana Lemes - Decidi escrever crônicas na tentativa de À sombra do abacateiro, testar meus próprios limites, meu pensamento se pôs a divagar. queria saber se seria capaz de Meus olhos viam tantas belezas, escrevê-las. Busquei no baú que a mente se pôs a trabalhar. das memórias histórias que A imaginação viajou pelo tempo foram relevantes e inesquecína tentativa de versos criar. veis. E como sou professora, a As mãos se puseram a escrever, maioria das histórias e causos para finalmente a rima se materializar. estavam relacionadas ao maObservei o céu, as nuvens e as plantas, gistério; me recordei de situaSenti o vento minha pele tocar. ções engraçadas e inusitadas, Senti a efemeridade do tempo, como professora, estudante de como em uma fração de segundos e diretora. Após relembrar de toda a paisagem pudesse mudar. todas essas histórias, resolvi Ali à sombra do abacateiro eu estava, colocar tudo no papel, e quanentre os insetos e grandes árvores a me sombrear. do menos percebi, elas estaEnquanto tudo observava, vam ali, as crônicas haviam me pus novamente a pensar: acabado de nascer. A maioria Será que tinha um ser superior delas, até mesmo as histórias que do alto pudesse me observar? tristes, se transformaram em Diante de insetos e plantas pequenas, uma grande comédia; os texme senti um gigante no mundo. tos tiram gargalhadas do leiEra eu o ser dominante, tor e de fato vão surpreender de um outro ser superior oriundo. quem as ler; aliás, esse livro Continuei a paisagem contemplar, foi uma surpresa e acabou para o alto me pus a olhar, indo parar na Alemanha. Percebi então que eu era uma fagulha de pó, solta no ar. Apresente-nos “Crônicas do Diante do Cosmos imenso e belo, Magistério e outros causos”. alguém lá do alto, deve pensar: Silvana Lemes - “Crônicas do Que ser tão pequeno é esse, magistério e outros causos” que acha o mundo poder dominar? apresenta textos bem-humoImaginei-me posta diante de uma escala, rados e delineia caminhos em forma de pirâmide e números a destacar. para uma leitura prazerosa Humildemente abaixei a cabeça, e fluida; a piada e a gozação percebi que no topo jamais eu ia estar. presentes nas crônicas são a Fiquei olhando os números mais completa tradução da em seguida me pus a contar; vitalidade transformadora do Estava eu, na escala negativa, ser humano. (...) As relações e abaixo dos insetos e das areias do mar. interações com a família perSolta, jogada ao vento, meiam seus textos com o caridominada pela grandeza do tempo, nho, o amor e, acima de tudo, da Natureza, a paciência de mãe. Cada hisdo Universo e tória é o retrato de bons moda força mentos vividos com os filhos do Ar. pequenos e toda traquinagem própria da idade.

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DIVULGA ESCRITOR Após publicar livros de Crônicas e poesias, surge um romance. O que a inspirou a escrever “Sara e Eu”? Silvana Lemes - Pode parecer estranho, mas o romance nasceu de um sonho em duas etapas; iniciou em uma noite e se estendeu na noite seguinte. Sonhei com uma garota parecida com uma prima chamada Tânia, que protegia e salvava um menino de 5 anos de um incêndio. O título seria Tânia e Eu se não fosse a continuação do sonho. Na noite seguinte sonhei que observava a torre de um castelo em que minha professora de música “Sara” estava assistindo um parto. Olhei para ela de fora do castelo e perguntei o que fazia ali no meu sonho, e ela me respondeu: estou esperando você nascer! Na manhã seguinte, num recesso escolar de julho, iniciei a escrita do livro e concluí em quinze dias. Quando fui fazer a revisão, me emocionei e chorei em dois dos capítulos, até pensei que estava ficando louca. Apresente-nos a obra. Silvana Lemes - (...) “Sara e Eu” nos traz uma narrativa intrigante: a trajetória de Rodrigo, a saga de um menino que se torna homem precocemente e toda a dificuldade desse duro amadurecimento (...) A força de “Sara e Eu” está em trazer à baila temas bastante pertinentes e que justamente por isso incomodam. Pela obra desfilam corrupção, criminalidade, a problemática do processo de adoção no Brasil, a importância da liberdade de imprensa, a urgente questão de gênero e, mais do que isso, a sobrevivência em um país extremamente desigual, precário de oportunidades, que oprime nossas crianças e as joga numa selva de pedras onde impera a lei dos mais fortes. Nossos heróis são sobreviventes de um universo decadente que os engole e aprisiona, mas também são lutadores que vencem a batalha da existência e nos brindam com uma lição de força, solidariedade e pureza de sentimento pelo outro.

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Onde podemos comprar seus livros? Silvana Lemes - Os livros podem ser adquiridos nas grandes livrarias: Martins Fontes, Livraria Cultura, Saraiva, nos sites das editoras All Print Editora, Scortecci Editora, Editora Protexto, Editora Buriti, Estante Virtual, Shopping Uol, Zoom, Cia dos Livros, Shopfácil, Shoptime, Submarino, Amazon, Mercado livre, Americanas, Lojas Cem, Extra. Quais os seus principais objetivos como escritora? Silvana Lemes - Após ter seis dos meus trabalhos premiados, sendo 4 poesias e 2 prosas, sem dúvida alguma, o reconhecimento nacional das minhas obras por seu valor literário e cultural e principalmente, o reconhecimento como poeta e escritora brasileira contemporânea.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Silvana Lemes de Souza. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Silvana Lemes - A arte de ler e escrever é libertadora. Há os que amam a leitura e fazem da escrita a materialização da liberdade, e há os que amam a escrita e fazem da leitura a sua eterna viagem; então amem, viajem e libertem-se! Esse é apenas um dos múltiplos caminhos para a realização pessoal ou a plena felicidade. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA HELENA SANTOS

SENTIRES

A NOITE

Fui e já voltei Mas tanto penei Ainda gosto de por aqui andar Metade de mim nunca daqui sai Encontrei um abrigo de amor Que tanta falta me faz Por isso muito me dói Quando sou obrigada a me ausentar Alguns dias para repousar Ordens de quem de mim anda a cuidar Porque a saúde não me corre de feição E a cada dia a vida escapa-me da mão Tenho tanto para dizer Sequer me querem escutar Mas continuarei a tentar Confio na força do amar Não na ilusão da razão É o que me ensina o coração Enquanto a esperança me habitar E de emoção a vida palpitar Estarei aqui de alma cheia A retribuir o muito que me dão Pelo pouco que tenho a oferecer A quem faz por merecer Gratidão, amizade, respeito Sempre terão em forma de sorrisos E para quem não fui tão doce Peço perdão E que sigamos para mais um ano De muita harmonia, alegria e poesia Porque para mim, já terminou o Verão!

A noite está cheia de vida e do meu quintal usufruo de tamanha magia. A lua está em festa, com convidados cheios de cor, tornando-a numa fonte de alegria e frescor.

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Carregadas de energia estão as estrelas, que dançam animadas ao som da música de uma cotovia talentosa e notívaga, espalhando luz e transmitindo paz a quem para elas olha embevecido com tanta beleza e criatividade. Os pirilampos também contribuem para o quadro paradisíaco com o seu piscar, para lá e para cá, iluminando o jardim que os meus olhos admiram como se estivesse num conto de fadas. Ao longe avisto luzes, imensas luzes. Umas são de rua, outras de habitações e só consigo imaginar famílias felizes e amantes apaixonados dentro delas. Hoje o meu coração está especialmente colorido, o que raramente acontece e isso ajuda a que esta noite seja saboreada com serenidade, confiança e esperança. A temperatura está à medida do meu estado de espírito, amena. A brisa que vem do mar, a dois passos daqui, provoca um arrepio divinal. A melodia das ondas que os meus ouvidos conseguem captar, levam-me a navegar a horizontes incríveis, embora eu me mantenha sentada no chão do meu quintal. A noite está gostosamente fresca, bonita, perfumada e tanto o meu corpo como a minha alma, se recarregaram de vida e certamente que quando o sono me vier buscar, deixarei que me leve no seu colo e me proteja com o seu manto, para que a minha noite seja de pleno descanso. É nestes raros momentos que sinto que vale a pena viver. Adivinho um doce amanhecer!


DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

ESCRITOR VILSON ALVES DOS SANTOS Loverthink é a personificação do autor no personagem em sua busca interior pelo controle emocional em uma abordagem filosófica do autoconhecimento, por meio da exploração das percepções cotidianas que envolvem a vida e o cotidiano das pessoas.” Vilson Alves dos Santos nasceu em Paranaíba, MS, em 5 de janeiro de 1985. É estudante, policial e escritor. Filho de pedreiro e mãe do lar, sempre trabalhou e estudou, buscando a cada dia se aprimorar nos estudos. Fez administração de 2004 a 2009, curso de formação de soldados da PM de 2008 a 2009, direito de 2008 a 2012 e foi pós-graduado em direito processual em 2013. Prestou inúmeros concursos na área jurídica e policial, dentre outras. Em 2017, após licenciar-se do serviço ativo para tratar de assuntos particulares, é o período em que pensa e escreve o Livro “Loverthink em uma Introspecção Filosófica e Emocional”. Em seguida se prepara para dar continuidade à carreira literária e as novas percepções de vida sob a óptica de Loverthink.

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Vilson Alves dos Santos, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? Vilson Santos - Melhorar as técnicas de escrita foi sempre algo cobrado em vestibulares e concursos, e essa busca pelo aperfeiçoamento veio trazendo o interesse pela superação e pela construção de ideias. E, então, surge a vontade de compartilhar um pouco de ideias e de conhecimentos por meio de uma filosofia de autoconhecimento através do amor. O que o inspirou a escrever “Loverthink em uma Introspecção Filosófica e Emocional”? Vilson Santos - O que me inspirou foi perceber o poder das palavras, das ideias e do autoconhecimento na vida das pessoas, ao passo que favorece um dimensionamento de real contribuição para a vida de cada um. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Vilson Santos - Loverthink é a personificação do autor no personagem em sua busca interior pelo controle emocional em uma abordagem filosófica do autoconhecimento, por meio da exploração das percepções cotidianas que envolvem a vida e o cotidiano das pessoas. Apresente-nos a obra. Vilson Santos - É uma obra que visa à exploração das percepções de vida do leitor fazendo-o refletir temas que o introduzem ao autoconhecimento pelas reflexões que envolvem a adesão pelo pensar e repensar as vivências do cotidiano de Loverthink por meio de suas filosofias de vida.

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DIVULGA ESCRITOR Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária? Vilson Santos - O livro tem o escopo de aguçar a sede pelo compartilhamento de conhecimento e pela união de esforços individuais em prol da construção de posicionamentos cada vez mais abrangentes e coletivos, por meio da divergência e ampliação de perspectivas para que o leitor construa suas próprias experiências por meio dos estímulos conduzidos pelas filosofias de vida apresentadas por Loverthink. Comente os principais desafios para a construção de “Loverthink em uma Introspecção Filosófica e Emocional” Vilson Santos - O desafio foi encontrar tempo para que então pudesse focar em promover a realização do sonho de deixar minha contribuição para a vida de inúmeras pessoas, após muitos anos de preparação para dar início a esse projeto; e, assim, saciar a vontade de materializar e promover por meio de uma gota de conhecimento a construção de um mar ideológico desencadeado pela soma de inúmeros esforços individuais. Como vem sendo a busca por uma editora para edição do livro? Vilson Santos – Procurei, em meu primeiro contato, o editor e escritor Auber Lopes, editor regional dos estados de RS, SC e PR, o qual me respondeu: “Que trabalho magnífico tens em mãos! Fiquei profundamente encantado, admirado, entusiasmado! Exultante! Penso que Loverthink tem imenso potencial para ser o novo sucesso literário brasileiro! Não estou exagerando! Recebo, mensalmente, de três a cinco livros para avaliar a possibilidade de publicação por minha editora e, por ser extremamente crítico, raramente os autores conseguem me tirar um

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elogio mais amplo que ‘é um bom trabalho’. Te asseguro: nesses dois anos que estou atuando no mercado literário, nada sequer próximo ao teu livro chegou-me às mãos!”. Diante da surpresa de uma resposta tão positiva e gratificante, fiquei otimista em buscar uma editora de maior abrangência. Quais os principais desafios para escolha da editora? Foi determinado algum critério para seleção e escolha da editora? Vilson Santos - Como ainda não possuo experiência no mercado literário, vou aprender com a experiência de erros e acertos durante o processo de escolha e publicação desse que será o primeiro livro da série Loverthink. Quais os seus principais objetivos como escritor?

Vilson Santos - Levar as pessoas a repensarem suas práticas cotidianas, fazendo uma imersão no mundo literário, abstraindo e ampliando interpretações do universo real exposto por meio de abordagens ideológicas e filosóficas. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Vilson Alves dos Santos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Vilson Santos - O mundo é muito pequeno para quem vive à velocidade de um pensamento. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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MANUAL DO GUERREIRO DA LUZ

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qui passo a analisar o livro Manual do Guerreiro da Luz de Paulo Coelho. O livro aborda temas universais que permeiam a vida de todas as pessoas – conquistas, derrotas, escolhas, destino, paixão, esperança, amizade, entre outros. A publicação é uma compilação de pequenas histórias ou considerações já publicadas antes em “Maktub”, coluna que fez parte do jornal Folha de São Paulo, e de outros jornais, entre os anos de 1993 e 1996. Um livro de “lições de vida” não é original nem tão pouco fora do comum... Muitos escritores dedicaram seu tempo numa brochura deste tipo. O que há de diferente nesse Manual do Guerreiro da Luz é que Paulo Coelho se debruça sobre algo constante em sua trajetória literária – e não só espiritual ou religiosa – desde, ao menos, o prólogo de As Valkirias (livro autobiográfico). Refiro-me a citação do seu mestre J. quando diz: “ Porque a gente sempre destrói aquilo que ama.” Uma afirmação que encerra uma contradição tremenda, mas verdadeira. Os sonhos vão à ruína quando se tornam possíveis... Achamos que não merecemos aquela conquista, aquela vitória, e acabamos a destruindo. Longe de ser um adágio de magia ou de religião, a assertiva contém um pensamento filosófico existencialista ou de espiritualidade profunda e, de acordo com Paulo Coelho, provém do seguinte poema; dado a ele por J., escrito num guardanapo de papel: “A gente sempre destrói aquilo que mais ama em campo aberto, ou numa emboscada; alguns com a delicadeza do carinho outros com a dureza da palavra; os covardes destroem com um beijo, os valentes, destroem com a espada.”

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Seja como for, Paulo Coelho mantém o foco durante todo o livro em contradições que aparentemente são isto mesmo, afirmações contraditórias; mas que para o interessado nas coisas do espírito, tem todo sentido. Como diz um dos seus excertos: “O diabo mora nos detalhes”, de acordo com um antigo provérbio da Tradição. E mesmo sendo árduo e longo, o trabalho com o interior sempre vale a pena. “Um Guerreiro da Luz sabe que tem muito para se sentir agradecido.” Essa gratidão “não se limita ao mundo espiritual, ele nunca esquece seus amigos”. “Ele não precisa ser lembrado da ajuda dada a ele por outros, ele é o primeiro a lembrar e ficar certo de que compartilha com eles todos os benefícios que recebe.” Dessa forma, percebemos que este Manual do Guerreiro da Luz não é um livro de autoajuda como muitos já escritos. Talvez seja um livro de “autotranscendência”, porque nele podemos encontrar tanto histórias que nos levam a uma reflexão quanto pensamentos que nos tornam alertas para uma realidade maior, diferente das superficialidades com que a mídia, ou a própria sociedade, nos acostumaram ao longo da vida. Um livro para não ter medo da vitória, para não ter medo de ser feliz... Literalmente... (Este texto foi publicado originalmente no programa Meu Patrono Visto por Mim da Academia Virtual de Letras António Aleixo em julho de 2017). Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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