30ª Divulga Escritor: Revista Literaria da Lusofonia

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capa Entrevistas

Sumário

Felipe Daiello O Escritor que conhece o Mundo - Pág. 09

PORTUGAL Miguel Pinheiro.....................................................................................23 BRASIL Ana Costa..............................................................................................27 Carlos Alberto.......................................................................................31 Geninho Lima........................................................................................35 Hermano José Almeida.........................................................................39 Ítalo Anderson.......................................................................................45 Jefferson Lima......................................................................................51 Jp Santsil...............................................................................................58 Marcelo da Costa Azeredo....................................................................65 Reny Lima.............................................................................................70 Soraya Rubia.........................................................................................75

Participação Especial Estevão de Sousa...................................................18 Helena Santos......................................................30 Rosa Maria Santos................................................33 Rosa Marques........................................................44 Rosana Nicácio.....................................................48 Isabel Bastos Nunes .............................................54 Taciana Valença....................................................62 Jucelia Betinardi...................................................64 Petrônio Borges....................................................69 Texto Ideal.............................................................72 Nell Morato...........................................................79 FLAL ....................................................................80

Colunas

Solar de Poetas – José Sepúlveda...........................26 Mercado Literário – Léo Vieira..................................36 A Vida em Partes – Tito Laraya.................................37

Livros em Foco

Blenda Bortolini......................................................84 JackMichel.......................................................88 R. D. Silveira................................................................90



Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano V Nº 30 Edição out-2017 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação EstampaPB Revisão ortográfica das entrevistas Josias A. de Andrade Texto Ideal - http://texto10.wix. com/mais Para Anunciar smccomunicacao@hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Shirley M. Cavalcante (SMC)

Editora e Coordenadora do projeto Divulga Escritor - www.divulgaescritor.com

30ª edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia é apresentada com enorme orgulho e satisfação a você leitor. Penúltima edição de 2017 trás em destaque de capa o autor Felipe Daiello apresentando o seu vasto arcevo literário. A edição de N. 30 está composta por mais de 30 autores, divulgando entrevistas, livros, textos em prosa e em versos... LITERATURA. Divulga Escritor, hoje, é uma das maiores revistas literária da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário, o editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Vamos juntos ler e divulgar a Revista Literária da Lusofonia, apoiar os nossos escritores e escritoras contemporâneas. Muito obrigada equipe Divulga Escritor, administradores dos grupos: Obrigada, Jose Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio Brasil Obrigada, a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas em entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantém o projeto vivo! MUITO OBRIGADA, por juntos estarmos Divulgando LITERATURA. por juntos estarmos dizendo ao mundo, EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma Revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo. Boa Leitura!





LIVROS EM FOCO | ESPECIAL COM O ESCRITOR FELIPE DAIELLO| Para aquisição dos livros clique no link: http://www.editoraage.com.br/autores/243/felipe-daiello

Felipe Daiello

O Escritor que conhece o Mundo Felipe Daiello, engenheiro, gaúcho de Porto Alegre, após a conclusão da trilogia “As Rodas da Fortuna”, agora efetua mergulho nas delicadas questões do Oriente Médio. Desafio proposto pelo escritor Carlos Abbud, a execução de narrativa longa resultou nesta nova obra. “Ventos do Deserto” narra episódios de extremismos contra a civilização judaico-cristã, de querelas entre sunitas e xiitas, do surgimento dos guerreiros de preto, da Sharia como constituição obrigatória para muçulmanos e não crentes e da implantação de novos califados para lutar contra os pecados do ocidente. – Allah Akbar! Haran! Haran!


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Ventos do Deserto: Espião nas Terras de Alá Personagem, ambiente e ação são os três ingredientes básicos de qualquer boa narrativa. Este romance de Felipe Daiello os tem imponentes e em profusão. Em torno do personagem central, o espião e empresário Michael Müller, transcorre uma ação ágil, cercada de mistério, angústia e permanente dúvida. O ambiente principal é o sempre conturbado e beligerante Oriente Médio, envolvendo todos os grupos e interesses atualmente em jogo, que fazem surgir extremismos políticos e religiosos, como as querelas entre sunitas e xiitas, o Estado Islâmico, a difusão da Sharia como constituição, entre outros. Ao narrar episódios de lutas, disputas entre religiões e conflitos de personagens de dupla face, perdidos entre perigos, dunas e costumes tribais, Ventos do Deserto proporciona momentos de intenso envolvimento com o rico enredo, sem contar que leva o leitor ao conhecimento das razões do permanente conflito entre os povos daquela região. Paulo Flávio Ledur -

A Viagem dos Bichos Como dica de leitura compartilhada entre pais, filhos, avôs e netos, o autor Felipe Daiello lança "A Viagem dos Bichos", com ilustrações de Vagner Coelho. Seis heróis precisam obter passaporte para saírem das suas fronteiras, para conhecer novos amigos e novas regiões. Usando técnicas modernas de pedagogia, através de imagens é possível despertar a imaginação dos nossos pimpolhos e obter ferramentas para aproximar gerações.

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Aventura dos Bichos Um livro para jovens leitores, mas são também pequenas fábulas que podem ser lidas pelos adultos, uma vez que os animais em aventura são todos eles personificados, enfrentam as alegrias e os problemas que encontramos no dia a dia, como a dificuldade da autodescoberta, como o ser diferente, como a frustração, como a busca do afeto e o encontro com a gratidão, a falta de coragem e a coragem, para concluir que há esperança; “um sonho, uma realidade e um caminho na vida”. Um livro importante para o tempo que vivemos, este tempo de informações superficiais e de individualismo. Jane Tutikian / Outono de 2012 Sonhos iniciais. É preciso ousadia, esconder medos, fugir da mediocridade de dias cinzentos, para desbravar e conhecer alternativas da existência. Viver na busca permanente, desde o primeiro ato, exige decisões. O papel da nossa atuação não foi ainda escrito nem planejado. Seremos o ator principal ou simples coadjuvante? Personagem sem direito a voz ou decisões? Simples decoração num palco cheio de luzes, de aplausos e vitórias de outros figurantes? É necessário coragem para abandonar conforto, segurança, ao enfrentar o desconhecido; única maneira de encontrar futuro e razão na nossa passagem pelo Universo. Não há como fugir; a realização e a verificação da dimensão dos sonhos exigem audácia e aventuras. Antes do ato final, quando a cortina desce, existem oportunidades que não podemos desperdiçar. Saiba a hora. O que está do outro lado da montanha, além da nossa ilha, do nosso chão, da nossa alma? Desafios? Curiosidades? O que o arco-íris sinaliza quando encontra o infinito? Sofia, tripulante recém-chegada à família, que as histórias relatadas, como os animais das fábulas, sirvam de estímulo e orientação desde os teus primeiros passos. A maior aventura é concedida pela vida. O caminho depende só de única decisão. Olha para frente; nunca meças os passos percorridos e a distância da partida. Roteiro ambicioso, mas preciso, sem excesso de cuidados, com parceiros, com amigos e guias de muita luz. Escolha. Decida. Cada amanhecer, momento de agradecimentos, é oportunidade de concretizar os pensamentos e os sonhos da madrugada, hora de testar disciplina, decisões e renúncias. A humanidade avança seguindo os passos de aventureiros, pessoas simples que ousaram avançar bem além da projeção da sua sombra. Não percas tempo atrás de palavras que significam coisa alguma, ou gastes energia sonhando a tua vida, mas realiza e vive os teus sonhos. Sê mais um aventureiro... www.divulgaescritor.com | out 2017

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As Rodas da Fortuna – Espiral da Eternidade Parte 1 A história, cujos lances Daiello faz reviver com seus episódios, escritos num estilo comunicativo e ágil, acaba convertendo-se em amável convite para percorrer léguas e léguas da História em si, como as poderia percorrer um turista com sensibilidade aos aspectos das paisagens, aos mil e um incidentes da jornada, e até aos sortilégios das Mil e uma Noites do Oriente. O contista não distorce os fatos. Prefere envolvê-los numa aura que, desde Guimarães Rosa, passou a chamar-se estória, uma interpretação bem estruturada, livre e imaginosa dos fatos do passado. (Armindo Trevisan)

As Rodas da Fortuna – Espiral da Eternidade Parte 2 Autor e viajor, Felipe Daiello roda mundo com a acuidade e a prontidão do bom estudante. Não apenas lê. Vai e vê. Sente a história como algo que flui. E nesse corpo fluido de eventos dá vida a personagens que multiplicam seus pontos de vista. Aqui, ele contempla o girar das rodas da fortuna. Por essas coisas do pensamento, vieram--me à mente aqueles jogos de armar nos quais uma tela inteira vem num saquinho de muitas peças misturadas para que, laboriosamente, o conjunto seja remontado. É a técnica do autor. Só quem conhece a imagem inteira pode, depois, fragmentá-la segundo a inspiração, a intenção e a criação literária propõem. O leitor de As rodas da fortuna Parte 2 conhecerá histórias incomuns, apresentadas como recortes da grande experiência humana. Percival Pugina - Escritor e pensador.

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Os Segredos da Fechadura Segredos. Pecados. Sedução. Quem não se interessa? Felipe Daiello sabe que sexualidade e mistério, ainda mais quando combinados, atraem olhares e atiçam os demais sentidos. Só que ele não se contenta e vai além: aposta na curiosidade feminina e já na capa expõe suas intenções: Os segredos da fechadura, que tem como subtítulo Pecados mortais da sedução, é declaradamente um livro de contos eróticos para mulheres. Corajoso, o Daiello. Afinal, até Freud constatou o quanto é difícil compreender o que nós queremos. Pois temos aqui um engenheiro, professor e empresário que, em seu nono livro (em apenas oito anos!), lança-se sem pudores na aventura de decifrar esse enigma. De aventuras, por sinal, ele não foge. Felipe Daiello é também pesquisador, atividade para lá de beneficiada pela vocação de viajante. E como viaja, o Daiello. Não só viaja nos livros, viaja por eles. As minhas ilhas, de 2006, é resultado dessas andanças, reunindo crônicas sobre os diversos lugares do mundo que ele visitou. Até chegar a estes Pecados mortais, também foram muitos quilômetros rodados, espiando por variadas fechaduras da Índia e da China. Fechaduras orientais, lá onde a palavra exótico dança para o olhar, chama ao toque por seus cheiros, sons e sabores. Mais do que vivenciar in loco a experiência sensorial, ele conversou com especialistas, leu, buscou também o amparo da razão. O resultado, Felipe Daiello nos apresenta nestes 43 contos, onde oferece às leitoras – e, por que não, também aos leitores curiosos – uma jornada por enigmas difíceis de decifrar, que intrigam na mesma proporção de sua complexidade. O escritor, que estreou na literatura em 2006 com Minhas marias – perfis de mulheres –, encara mais uma vez o desafio de escrever sobre e para o sexo oposto. Notem o possessivo que está tanto no livro de estreia quanto no segundo, de viagens – índice da busca de intimidade do autor com os temas. Desvenda os segredos? Decifra os enigmas? Afinal, o que pensam os homens – ou o que pensa Daiello – sobre o que as mulheres querem? Isso quem vai descobrir é você, ao longo desses contos. Talvez as perguntas sigam sem resposta. Talvez você responda: em literatura, precisamos delas? Laís Chaffe – Escritora.

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A Revolução dos Velhos “Se eu tivesse lido este livro há 20 anos, certamente estaria mais equipado para enfrentar a 4ª roda. É que ele não está só indicado para velhos, mas principalmente para jovens que um dia serão velhos. De qualquer forma, nunca é tarde para iniciar uma revolução. A essência desta revolução deve iniciar dentro de cada um de nós, estabelecendo a busca da felicidade como único objetivo da vida.” Dr. Fernando Lucchese (Médico e escritor)

Palavras ao Vento Palavras as Vento relata as histórias ouvidas desde a infância até a maturidade, muitas delas esquecidas, apagadas, mas que o movimento das folhas das àrvores, das ondas do mar, das nuvens no céu teimam em recordar. Ventos amigos, tranquilos, outros não tanto, rajadas violentas, tormentas. Em cada instante, algo é revelado, trazido à tona. Preciso registrar os sentimentos, as vozes que não querem calar. Nem sempre ouço os conselhos, os avisos que os amigos procuram entregar. Perigosas dificuldades podem com antecedência ser percebidas. Não é momento de as desprezar. “Palavras ao Vento, de Felipe Daiello, representará para os leitores uma muito grata surpresa - pela criatividade, pela imaginação, pelo domínio da palavra. Uma leitura que comove e gratifica”. MOACYR SCLIAR

Onde estão os Dinossauros?

Belíssima narrativa, onde Felipe Daiello mostra as qualidades essenciais de um bom romancista. Verossimilhança dos personagens, descrição do ambiente com realidade e poesia, ação centrada na valorização de um povo tão longínquo da sua querência gaúcha e brasileira. ALCY CHEUICHE

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As Minhas Marias – Perfis de mulheres

Lendo As Minhas Marias, você verá, meu amigo, de hoje em diante, que todas as Marias são mulheres distintas em seus modos de viver e imorredouras nas suas individualidades. De repente, num suspiro quase patético, você dirá simplesmente: Eu conheço essa Maria de algum lugar... e terá vontade de ser adolescente outra vez, para ser mais esperto e ver as mulheres não só por fora, mas sobretudo por dentro.

As Minhas Ilhas – Fragmentos de Viagens Com base nas experiências de suas viagens por diversos lugares do planeta, o autor apresenta ao leitor não apenas um guia de viagem, mas também um material de pesquisa e as crônicas de um viajante atento ao cenário e seus protagonistas. As Minhas Ilhas são crônicas baseadas nas observações desse viajante-engenheiro das múltiplas facetas. Para Daiello, os fragmentos do mundo podem apresentar aos que procuram, quem sabe, encontrar novas fronteiras e novos amigos. Com esta obra, o autor quer, mais do que tudo, estimular as pessoas a saírem de seus casulos, enfrentando o desafio da descoberta de novos horizontes.

Enfrentando os Tubarões – O segredo do sucesso Enfrentando Tubarões, de autoria de Felipe Daiello, engenheiro de formação e empresário de visão, empolga pela objetividade com que expõe as agruras que qualquer empresário de pequeno ou médio porte vivencia quando desenvolve um projeto de instalação de uma empresa.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Estevão de Sousa

VIAJANDO COIMBRA, Imagens de Coimbra

Para aqueles que gostam de viajar, e... quem não gosta? Vamos levar-vos hoje a conhecer uma linda cidade, localizada no centro de Portugal. Trata-se nem mais nem menos de Coimbra, a cidade dos “capas negras”. Não julguem que estes são alguns descendentes do conde Drácula, ou coisa que o valha. Não! As capas negras, não são mais do que o traje académico, usado pelos estudantes da universidade, que consiste numa capa, batina e calças pretas. Esta linda cidade, banhada a seus pés pelo rio Mondego, o maior rio nascido em Portugal, está servida a partir da capital do país e da cidade do Porto, por belíssimas auto estradas e uma linha internacional de rápidos comboios, que proporcionam ao viajante toda a comodidade, na sua deslocação à pérola do Mondego. Ao chegar, caso venha do sul, o turista, começa por se deparar na margem esquerda do rio, com o Mosteiro de Santa Clara - a Velha, edificação do séc.XIII, no qual a rainha Santa Isabel viveu, após a morte do rei D. Dinis e onde esteve sepultada durante três séculos até ser trasladada para um outro Mosteiro, o de Santa Clara - A Nova, - no qual o seu corpo repousa - também este visível da estrada. 18

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O PELO MUNDO PORTUGAL Mosteiro de Santa Clara . A Velha

Já mais desviada dos olhares de quem chega, encontra-se a quinta das lágrimas, palco dos amores de do rei D. Pedro e de D. Inês, onde hoje existe um charmoso hotel, dotado do máximo conforto. Andando um pouco mais e passando para a margem direita, pela ponte de Santa Clara, entra-se no “largo da portagem” - considerado a sala de visitas da cidade - assim chamado por, em tempos imemoriais ser ali cobrada portagem aos viajantes vindos do sul. No centro deste largo, encontra-se a estátua de Joaquim António de Aguiar, ilustre natural de Coimbra, presidente do Conselho de Ministros do reino, por três vezes.

Ali se situam dois belos edifícios: o Hotel Astória e o Banco de Portugal, ambos construídos pelo mesmo arquiteto, por volta de 1926. Um pouco mais à direita - na Couraça da Estrela - localiza-se o prédio do antigo Governo Civil, hoje um belíssimo hostel. Seguindo em frente, entra-se na rua Ferreira Borges, no fim da qual se situa, à esquerda, a igreja de São Tiago, templo do séc XIII, localizando-se ainda, ao fundo da praça do comércio, a igreja de São Bartolomeu, datada do séc X. Do lado direito, subindo, encontra-se a Torre e porta de Almedina, porta que, na muralha dava acesso à cidade alta e cujo aspeto atual remonta ao séc XVI. Subindo mais um pouco, o visitante encontra a sé velha, cujo edifício congrega os

estilos gótico, românico e renascentista, remontando o início da sua construção ao séc XII, logo após a batalha de Ourique, e mandada construir por D. Afonso Henriques, quando escolheu Coimbra para capital do reino de Portugal. Regressando, inicia-se a rua Visconde da Luz que, entroncando na Ferreira Borges, vai até à Praça oito de Maio, onde se encontra situado o mosteiro e a igreja de Santa Cruz. Mosteiro de Santa Cruz

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Este Mosteiro, fundado em 1131 pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, com o apoio de D. Afonso Henriques, teve como primeiro prior São Teotónio que veio a ser o primeiro santo de Portugal e cujo corpo se encontra sepultado na capela maneirista da sala do capítulo daquela igreja. Aqui funcionou a que foi considerada a melhor escola do país, onde estudou o que mais tarde, veio a ser Santo António de Lisboa e, tudo leva a crer, também o grande Luís de Camões. Considerado Panteão Nacional, por lá se encontrarem sepultados D. Afonso Henriques e D. Sancho I, os dois primeiros reis de Portugal, não é hoje o Mosteiro nada do que foi, por se encontrar amputado de uma vasta área que, ao longo do tempo foi destruída. Vejamos o caso do chamado “jardim da manga”, fonte renascentista que em tempos idos fez parte dos claustros do mosteiro e que atualmente constitui um monumento isolado. A construção da igreja de Santa Cruz que começou por ser românica, passou, no reinado de D. Manuel I a ter uma fachada manuelina, a qual infelizmente, está quase destruída pela ação do tempo. Se o viajante subir a avenida Sá da Bandeira, encontrará o Parque

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| Estevão de Sousa

de Santa Cruz, ou Jardim da Sereia, cuja origem remonta ao ano de 1131. No séc XVIII, D. Gaspar da Encarnação tornou-o um espaço de lazer público. Da sua entrada, virada para a praça da República, fazem parte três estátuas, junto a uma cascata, que significam: a fé, esperança e caridade.

Se regressar à praça da República, e subir a Alexandre Herculano, o viajante, encontrará o Aqueduto de São Sebastião, vulgo Arcos do Jardim, construído no séc XVI sobre um antigo Aqueduto romano, por determinação do rei D. Sebastião, tendo por cima do arco principal, lado norte, a escultura de são Ro-


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Universidade de Coimbra

que e do lado sul, a de são Sebastião. Este Aqueduto, que ligava ao castelo, destinava-se a abastecer a cidade antiga, de água. Passando em frente ao Aqueduto e continuando a percorrer, encontramos a Universidade de Coimbra. Esta universidade, a mais antiga do país e uma das mais antigas

do mundo, criada em 1290 por D. Dinis, fixou-se definitivamente em Coimbra, no Paço de Alcáçova no ano de 1537, por ordem do rei, D. João III, após ter estado por duas vezes sediada em Lisboa. Do edifício da Universidade sobressai a sua Torre, com a velha “cabra”, sino que chamava os alunos para as aulas. Para além destes monumentos outros haverá que, por terem menos interesse, não foram mencionados, não nos esquecendo daqueles que, nas décadas de 50 e 60 foram destruídos para construção da cidade universitária. Como o leitor já teve oportunidade de constatar, é Coimbra uma cidade carregada de história, aqui representada pelos monumentos que referimos e que vale a pena visitar. Mas, como nem só de história vive o homem, neste caso o viajante, oferece-lhe a cidade e a sua região outros e não menos interessantes atrativos. Vejamos: Num raio extremamente reduzido poderá o leitor, interessado por arqueologia, visitar a estação arqueológica de Conimbriga, antiga cidade romana que deu origem a Coimbra. Deslocando-se um pouco para norte encontrará a estupenda região vinhateira da Bairrada, deslumbrando-se com a paisagem de vinhedos a perder de vista, de onde

são extraídos os famosos vinhos da Bairrada, conhecidos em todo o mundo, e dos quais faz parte o belíssimo espumante, indispensável no acompanhamento do prato típico da região, que não poderá deixar de degustar: o famoso leitão à Bairrada! Se, depois de se banquetear com o estupendo leitão, conhecido pela sua saborosíssima pele crocante e pelas batatas fritas cortadas às rodelas, também elas estaladiças, ainda arranjar mais um cantinho no estômago, não se esqueça de provar a doçaria conventual que remonta ao sec. XV, como os pasteis de Santa Clara, o pudim das clarissas, o manjar branco, ou ainda, o pastel de Tentugal. Que mais lhe poderemos dizer para o convencer a vir até Coimbra? Ah! A queima das fitas! A tradicional festa dos estudantes, que se celebra todos os anos em Maio, e que traz à cidade milhares de forasteiros, vindos de todos os pontos do país; ou, a não menos importante festa da cidade, celebrada a 4 de Julho, em honra da sua padroeira, Rainha Santa Isabel, cuja mão, intacta, pode ser vista no mosteiro de Santa Clara, a Nova. Seja bem vindo! Estêvão de Sousa 2017

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ENTREVISTA

ESCRITOR MIGUEL PINHEIRO

O livro apresenta reflexões, pensamentos, questões, dúvidas sobre qual é o sentido da vida e sobre certas problemáticas e ideologias das sociedades do nosso mundo, tudo isto em poesia.”

Miguel Pinheiro nasceu em Lisboa em 1977 e vive em Torres Novas desde 2010. Estudou Engenharia das Telecomunicações, mas acabou por se licenciar em Informática e Gestão de Empresas. Sempre teve uma forte ligação com as artes, seja como artista, seja como apreciador. A música é uma enorme paixão. Aprendeu a tocar diversos instrumentos musicais, faz produção musical como passatempo e, no momento, desempenha o papel de percussionista num grupo de inspiração tradicional ibero-latina. Também faz teatro, pertencendo a um grupo de teatro amador do local onde vive no momento. Desde tenra idade que o gosto pela literatura está bem presente na sua vida, iniciando-se na escrita com a criação de poemas para composições musicais. Rapidamente começou a escrever poesia frequentemente. A sua paixão pela escrita não se resume apenas à poesia; no entanto, ainda não publicou nenhum trabalho noutros campos da literatura. Boa leitura!

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DIVULGA ESCRITOR Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Miguel Pinheiro, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que mais o encanta na arte literária? Miguel Pinheiro - O que mais me encanta na arte literária é a possibilidade de se usar as palavras para exprimir sentimentos, ideologias, criar mundos, paisagens e, com elas, podermos divagar, imaginar, viajar… É uma arte bastante enriquecedora, tanto para quem a produz como para quem a consome, capaz de nos abrir a mente, moldar a nossa própria personalidade. Por outro lado, a literatura é um testemunho de quem somos, que perdura ao longo dos tempos. Em que momento se sentiu preparado para publicar “Fragmentos da Reflexão”? Miguel Pinheiro - Ser escritor é um sonho que me acompanha desde muito jovem e ao longo dos anos sempre fui escrevendo. A ideia de publicar este livro surgiu quando, quase por acaso, ao ler alguns poemas que havia escrito havia vários anos, verifiquei que, juntos, poderiam contar uma viagem, uma viagem pelos pensamentos, pelas dúvidas e questões que se nos deparam no percurso da vida. Nessa altura pensei que poderia ser interessante divulgá-los, porque embora sendo reflexões minhas, poderiam inspirar outras pessoas, poderiam sensibilizar de alguma forma, despertar sentimentos e sensações e, em última instância, entreter. Complementei-os com outros escritos mais recentes, organizei-os e nasceu o conceito.

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Quais temáticas estão sendo abordadas nesta obra? Miguel Pinheiro - O livro apresenta reflexões, pensamentos, questões, dúvidas sobre qual é o sentido da vida e sobre certas problemáticas e ideologias das sociedades do nosso mundo, tudo isto em poesia. Representa uma viagem de um ser na

busca da verdade universal, partindo dos seus sentimentos mais interiores, sonhos e devaneios para os seus sentimentos relacionados com o exterior que o envolve. Aborda temas como o sentido da vida, os sonhos, os prazeres, a guerra, o sofrimento, a religião, a exclusão social, a inferiorização da mulher, a cultura, entre outros.


DIVULGA ESCRITOR Como foi a seleção dos textos para compor o livro? Miguel Pinheiro - A seleção foi bastante natural, quase automática. Fui agrupando os poemas por temas, e a evolução da viagem foi-se construindo.

Apresente-nos um dos textos publicados nesta obra literária. Miguel Pinheiro De onde vêm estas palavras? Ainda não vi nada, ou talvez nem me lembre Serão fragmentos de vidas ausentes, Ou criações de ilusões presentes? Para onde irão depois? De onde vêm os sonhos? Impávidas alucinações de lugares esquecidos Serão fragmentos de momentos vividos, Ou visões de um estado semelhante? Para onde irão depois?

Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Miguel Pinheiro - O tíUm turbilhão de sentidos tulo representa o que Desordenados no espaço e no tempo podemos encontrar no Impõem a sua presença em tal momento livro. São poemas que se E depois vão… E depois vêm… caracterizam por serem Esquivam-se e permanecem reflexões e, tendo em conMarcam e desaparecem… ta que foram escritos em E para onde irão depois? momentos bastante distintos no tempo, ao longo dos anos, acabam por ser fragmentos. Podem ser lidos indi- Onde podemos comprar o seu lividualmente, e cada um completa- vro? -se a ele próprio, no entanto todos Miguel Pinheiro - O livro pode ser juntos formam o conceito, dando a adquirido online nos sites: sensação de algo contínuo. https://www.chiadoeditora.com (versão em papel e e-book) O que mais o atrai em “Fragmen- https://www.wook.pt tos da Reflexão”? https://www.bertrand.pt Miguel Pinheiro - Sou amante de Ou, em Portugal, em diversas livrapoesia, e o que me atrai mais nes- rias tradicionais. te livro é o facto de dar ao leitor a possibilidade de refletir sobre o Além de escritor, você é músico. mundo real, sobre problemáticas Conte-nos sobre o grupo de múdo mundo contemporâneo, senti- sica a que pertence. Quem desejar mentos humanos, sensações, ques- conhecer um pouco mais sobre o tões e dúvidas existenciais, de uma Miguel Pinheiro percussionista, forma poética, quase fantástica. como deve fazer? Para além disso, como é caracterís- Miguel Pinheiro - O nome do grutico na poesia, há espaço para uma po é La Fontinha e inspiramo-nos livre interpretação das palavras em músicas de tradição ibero-latipor parte do leitor. na. Somos um grupo de amigos que

se junta por amor à música. Eu fui o último a integrar a formação, ficando responsável pelas percussões. Poderão encontrar mais relativamente a este projeto e a outros meus trabalhos musicais na página do Facebook https://www. facebook.com/lgim77 ou em http://lgim77.blogspot.pt . Para mim, além de um hobby, a música é uma paixão. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Miguel Pinheiro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Miguel Pinheiro - Que não vivam apenas, que se sintam realmente vivos, que não desistam de viver e que encontrem a força nos sonhos, nos desejos, nos livros, nas artes, no que nos rodeia e mesmo nas dificuldades que se deparam no percurso por este mundo, o qual chamamos vida.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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SOLAR DOS POETAS Por José Sepúlveda

EM BUSCA DO INFINITO

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uando pela noite me encontro comigo, logo me sobrevêm pensamentos mil que muitas vezes me levam em viagem pelos caminhos desconhecidos da fantasia. E vejo campos verdejantes. Flores multicolores que brotam daquele manancial de verde à minha frente e eu correndo, correndo sem parar. E procuro entender essa beleza, essa sensação de paz, essa ânsia de infinito… e mergulho num poema. Estranho o seu humano, uma fonte de força e de energia, muitas vezes descartados como se fúteis e sem interesse. E penso em Deus (eu acredito em Deus!) e no excelso amor que sempre está disposto a oferecer generosamente a todos os seus filhos. E essa Força transcendental cerca-me de repente e eis-me a penetrar no desconhecido do ser, quiçá, no mundo que há-se vir e que nos faz sentir tão pequenos. E de repente, dou comigo a escrever uma carta de amor a esse Deus de quem tantas vezes me afasto, agradecendo os momentos belos que me vai proporcionando na minha vida, na

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companhia dos meus ente queridos. É o coração de poeta que grita por uma liberdade que não entende nem alcança, é o grito que nos salta do peito à procura dum infinito que não conseguimos vislumbrar. É a essência do ser que somos que resiste, insiste na procura dessa uto-

pia, desse mundo onde navega, cujo mar tempestuoso da vida insiste em esconder, amordaçando-o, fazendo-o negar a sua própria existência. Um dia, sim, um dia encontrá-lo-á, quem sabe se no mesmo mar revoltoso onde navega e que tanto o prende à essência de si mesmo.


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ENTREVISTA

ESCRITORA ANA COSTA

E as inspirações, bem, essas vêm das leituras, as quais, associadas aos fatos do dia a dia, às observações e às viagens, se transformam nos sentimentos que me movem, e então, procuro utilizá-los de forma a conquistar o leitor.”

Ana Costa nasceu em Floriano, Piauí, é paulistana de coração e mãe do João. Coleciona canetas, pedras e copos em miniatura. Viciada em leitura, música, óculos, viagem, praia e psicanálise, é autora de crônicas, contos e do livro autobiográfico “Volta – se houver motivo para voltar”, lançado em dezembro de 2016 em São Paulo (Ed. Scortecci). A obra conquistou o Prêmio Troféu Literatura 2017, como melhor livro biográfico de língua portuguesa publicado em 2016, concorre ao Prêmio Jabuti e foi lançada em Lisboa, Portugal, em junho de 2017; e em Montreal, no Canadá, em setembro deste ano. A autora foi selecionada para a “Antologia Eternamente Você” que encontra-se no prelo, na “Antologia Escritores da Língua Portuguesa, edição bilíngue: português/francês”. Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ana Costa, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a encanta na arte literária? Ana Costa - O prazer é meu em participar dessa conceituada revista. Entendo que escrever seja a melhor forma de expressar a linguagem do coração. E o meu en-

cantamento perpassa pelo relacionamento espontâneo e afetivo com a escrita. Que tipo de textos você gosta de ler? Ana Costa - Gosto de ler todos os gêneros literários; isso é meio clichê, mas é verdade. Leio tudo que possa agregar conhecimento e enriquecer os argumentos. Entretanto,

não nego a predileção por contos, crônicas e biografias. Se a “obra” estiver disponível, sempre haverá aqui uma ávida leitora. O que mais a encanta na leitura destes tipos de textos? Ana Costa - O encantamento paira na possibilidade de identificação e de conexão entre o autor e o leitor. www.divulgaescritor.com | out 2017

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DIVULGA ESCRITOR como a autora lidou com o vazio interno, com as mudanças no dia a dia, realizações, afetos e a mais nova paixão: escrever. Outros relatos importantes são as lembranças da infância, onde a autora foi reaver o sorriso. A narrativa é cativante, bem humorada, provoca emoção, reflexão, interesse pelo desenrolar dos fatos e especialmente, proximidade com a narradora. Como surgiu inspiração para “Volta – se houver motivo para voltar”? Ana Costa - Atolada em dores e lutos, percebi que cabia só a mim suplantar as dilacerações emocionais ou me apiedar. Portanto, a ideia do livro partiu da necessidade de isolar o “barulho do silêncio” e de reinventar a identidade. Naquele momento, casualmente, recebi o convite para participar de um concurso literário, o que me motivou a escrever um conto, com o qual fui classificada. Foi o start para transformar as emoções em arte. E as inspirações, bem, essas vêm das leituras, as quais, associadas aos fatos do dia a dia, às observações e às viagens, se transformam nos sentimentos que me movem, e então, procuro utilizá-los de forma a conquistar o leitor. Apresente-nos a obra. Ana Costa - O livro “Volta – se houver motivo para voltar” retrata os caminhos percorridos após a autora ter sofrido AVC (Acidente Vascular Cerebral) em novembro de 2014, fato impactante na sua trajetória. O episódio do AVC, a demissão, a separação, a interrupção do doutoramento e a falta de perspectivas são questões apontadas. O livro também expressa 28

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O que mais a encanta no enredo de “Volta – se houver motivo para voltar”? Ana Costa - A forma simples, leve e bem humorada com a qual são relatados os fatos. A mensagem de superação, coragem e irreverência interessa a todos. Suponho (sorriso). Como foi a escolha do título? Ana Costa - “A ‘volta’, tema central da escrita, assume diversas conotações e se traduz na reconstrução de identidades e na reconexão da vida.” Foi o que escreveu a psicanalista Clary Khalifeh, na orelha do livro, cuja descrição é exatamente o motivo pelo qual escolhi o título. Onde podemos comprar o seu livro? O livro “Volta – se houver motivo para voltar” pode ser encontrado nos seguintes links: WWW.autoranacosta.com ou e-mail: anacosta. livro1@gmail.com Quais os seus principais objetivos como escritora? Ana Costa - Ainda sou aprendiz, mas “quando crescer”, quero ser uma boa escritora. Meu foco é escrever aquilo que gostaria de ler, escrever da melhor forma possível, fazer-me entender e não entediar o leitor, objetivos elementares.

Soube que já temos livro novo no prelo. Conte-nos sobre seu novo projeto literário. Ana Costa - Estou desenvolvendo novo projeto. Se os anjos da inspiração me ajudarem, no início de 2018 publicarei o segundo livro. O título ainda não está definido, mas provavelmente será “Razão para ser louca”. Afinal, motivo é o que não falta, além do mais, “de louco, todo mundo tem um pouco” – ou muito –, sei lá. Aguardem. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ana Costa. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Ana Costa - Agradeço a oportunidade e a atenção da equipe da Revista Divulga Escritor. A mensagem que posso deixar ao leitor é que se dedique ao hábito de ler, porque a leitura é instrumento de aprendizagem. Aproveito a oportunidade para deixa como dica, o livro “Volta – se houver motivo para voltar”, porque além de compartilhar história de reconstrução de vida, a narrativa pode estimulá-lo a refletir sobre sua própria vida, se assim, o desejar; e ainda terá motivos para dar boas risadas. Também, sugiro que o leitor, na medida do possível, dê feedbacks, pois as críticas e sugestões ajudam no aprimoramento do autor. O elogio também, e ainda eleva a autoestima. Isso é bom. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Helena Santos

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osto de estar perto do céu ou de Deus, quando me sinto sem chão. Por isso, escalei a montanha mais alta que os meus olhos alcançaram. Fui à procura de ti, ao encontro de mim. Encontrei um céu azul alegria, umas nuvens transparentes e um sol ardente, mas consciente de que embora me encontrasse só naquele lugar perdido de tudo, era frágil e ele teria de ser prudente. O vento não me castigou a pele delicada como uma flor, própria de quem se alimenta de amor. Em vez disso, refrescou a minha mente que fervia de tão impaciente e ansiosa, por não saber que desfecho teria a minha incessante procura. Sabia que podia terminar numa queda vertiginosa. À chegada, avistei um Condor. Elegante nas suas vestes, corpo cuidado e discreto. De longe, observou-

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PERTO DE DEUS -me. Todos os meus movimentos controlou, mas não se manifestou, como se não quisesse interromper um ritual. Então, simplesmente esperou, voando em círculos, mantendo uma certa distância como se estivesse a proteger-me ou apenas a dar-me as boas vindas, com algumas subtis piruetas. Ali estava eu, entregue nem eu mesma sabia a quê ou a quem. O silêncio que ouvia, enchia-me a alma de certezas incertas e o horizonte aos meus pés, mostrava-me caminhos inexistentes. Estava espiritualmente perdida, com dois meios de salvação: a beleza da natureza nas suas formas e cores e um Condor que desde o início me adoptou, assim o senti. Cheguei com as mãos cheias de nada, mas regressaria com o coração cheio de tudo… tinha me prometido. Munindo-me de toda a força que me restava, gritei perguntas ao Uni-

verso, esperando que as respostas chegassem em eco. O eco chegou, mas as respostas não as facultou. Uma lágrima rebolou pelo meu rosto. O Condor que tudo observou, de mim se aproximou e fixando os meus olhos, perguntou o que fazia ali uma delicada flor que aparentava ser um forte, mas carregava tanta dor. Respondi que procurava um amor perdido, que já tentara resgatar e não havia conseguido. Disse-me que o amor nunca se perdia e nunca se ganhava, simplesmente se sentia e que o meu sempre esteve comigo. Sugeriu que sentisse como enchia o meu coração e veria que nada tinha sido em vão. Regressei à vida no dorso de um Condor, que me mostrou que nunca há lugar para a dor, sempre que a prioridade for o amor que sentimos, não o que gostaríamos que alguém sentisse por nós e que só assim poderemos nos vestir de serenidade.


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ENTREVISTA

ESCRITOR CARLOS ALBERTO

O livro foi acontecendo por intuição. Vinha a escola e ou o sambista na mente e eu criava os versos, algo aleatório.”

Professor, fisioterapeuta, poeta, escritor, compositor. Carlos Alberto Carneiro Souza é “Artilheiro da Cultura” do Centro Literário do Museu do Forte de Copacabana e Acadêmico Correspondente da Academia de Letras e Arte de Goiás Velho. Algumas premiações por mérito literário: “Pensando a Educação” (ABRAPA e Universidade Estadual de Salvador), 2015; “Federico García Lorca – Heranças Luso-Espanholas” – Editora Comunicação, 2015; “Escritor Excelência” – Editora “Mágico de Oz”, 2015; convidado para ingressar por mérito literário em algumas academias literárias brasileiras e portuguesas; convidado para receber premiações por mérito literário, como a comenda “Luís Vaz de Camões” e o troféu “Cora Coralina”. O poeta representou o Samba em Poesia e Composição (“Um Samba Tangado”, com parceria de Nilo Motta) no “Rio Tango Festival”, em 2015/2016, e agora por acontecer, em 2017; é autor de quatro livros, com participação nas bienais de 2012, 2013 e 2015. Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Carlos Alberto Carneiro Souza, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pelo samba?

Carlos Alberto - Desde criança gostava do ritmo, da alegria do carnaval, das fantasias. No início da adolescência, comecei a frequentar os ensaios da Portela e me apaixonei. Quais critérios foram utilizados para a escrita e seleção dos textos

apresentados em seu livro “Tributo ao Samba II Poesia de Bamba”? Carlos Alberto - Senti necessidade de maior pesquisa histórica, para realizar um trabalho de maior fundamento, procurando seguir uma cronologia, desde o século XIX, mantendo a linguagem irreverente

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DIVULGA ESCRITOR O livro foi acontecendo por intuição. Vinha a escola e ou o sambista na mente e eu criava os versos, algo aleatório. O que significa Poesia de Bamba? Carlos Alberto - Tornou-se, para mim, um jargão de duplo sentido: bamba, o homenageado, bamba quem versa a homenagem...

dos versos mais próxima ao mundo do samba, crítica ao modelo do Estado, sempre discriminador e perseguidor e ao poder do capital, sempre se apropriando, explorando e deformando nossa arte popular. Este livro, como o anterior, representa apenas uma célula de um grande embrião; sendo assim, muitos bambas vão passar despercebidos aqui. O que diferencia “Tributo ao Samba II Poesia de Bamba” de “Tributo aos Bambas do Samba, uma homenagem de palavra”? Carlos Alberto - Maior pesquisa histórica e ordenação. “Tributo aos Bambas do Samba” nasceu por incentivo de minha revisora e consultora poética, professora Danielle Ramos de Moraes. Eu pretendia fazer um livro eclético de homenagens poéticas (vários artistas de ritmos variados, humor, esporte etc.) e ela convenceu-me a colocar o foco em minha grande paixão, o samba! 32

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Apresente-nos cinco motivos para ler “Tributo ao Samba II Poesia de Bamba” Gostar do samba e de sua história; Gostar dos sambistas e das escolas de samba; Gostar de poesia; Gostar de leitura simples, reflexiva, inspiradora, com patente de malandragem. Enfim, carioca... Buscar inspiração para composições. O que mais o encanta nesta obra literária? Carlos Alberto - Os versos simples e melódicos que, tenho certeza, o céu do samba me assoprou... Como aquele pescador “que se encanta mais com a rede do que com o mar”. Apresente-nos um dos textos a serem publicados neste maravilhoso tributo ao samba. Carlos Alberto - Uma das homenagens ao samba, que se chama “Samba-Arma” (versos finais): “O samba é joia que veste o ladrão, que se arma com o samba! E assalta um coração... Assim como a poesia e o amor... O samba É a arma da inspiração! Carregada de ilusão! Que só dispara na dor...”

Onde podemos comprar seus livros? Carlos Alberto - O livro está à venda pelo site da LEIA LIVROS (livraria e loja virtual). qvsaudeja. souza@hotmail.com (meu endereço de e-mail) - COLEÇÃO SAMBA E POESIA AQUI – https://plus. google.com/u/3/collection/s Hn BE (para me conhecer um pouco mais) Você é compositor, pode nos deixar um link para que nossos leitores conheçam um de seus trabalhos como compositor? Carlos Alberto - Não está disponível ainda. Havendo interesse, sugiro o contato por e-mail, para que eu encaminhe por anexo (qvsaudeja. souza@hotmail.com). Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Tributo ao Samba II Poesia de Bamba”, do escritor e compositor Carlos Alberto Carneiro Souza. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Carlos Alberto - Alimentem-se deste hábito prazeroso e curativo. LEIAM, LEIAM E LEIAM! Também, “Tributo Ao Samba II Poesia de Bamba”.

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Rosa Maria Santos

A

nsiosa, espreitava a janela. Estava na hora, tinham acabado de bater as 18 horas no relógio da igreja. Olhava atentamente para um lado, a seguir para o outro, na esperança de ver aparecer o desconhecido que nos últimos dias misteriosamente ali surgira. O coração batia apressadamente, parecendo querer saltar-lhe do peito a qualquer momento. Suspirava. Nada nem ninguém demovia a sair daquela janela. Eram momentos seus, íntimos, que ninguém ousaria usurpar-lhe. O Janota, aquele gatinho persa, cinzento, peludo, coçava-lhe as pernas, querendo chamar a sua atenção. Mas não, momentos eram apenas dela quiçá, dessa figura misteriosa que desde há algum tempo tomara muitas das suas horas do seu descanso. Sorria para consigo. Parecia uma adolescente, só nele, elegante, despreocupado a caminhar na-

O DESCONHECIDO quela rua, a sua rua. Coitado! Nem lhe passava pela cabeça que desde há dias estava sendo observado a cada instante! Desde há um mês para cá, era a sua rotina diária… e ela, atentamente, desde o primeiro dia, seguindo os seus passos. E cogitava para consigo: Quem será? Curiosidade! Coisas de mulheres, quem sabe, apaixonadas. Impaciente, olha de novo o relógio. Uma hora. Arre! Não vem. Que terá acontecido? Hummmm, não estou a gostar, ufa! Os minutos pareciam horas, a angustia aumentava e ela ali, desesperada, sem poder fazer nada. Nem o conhecia, como entrar em contacto com ele? A noite vai chegando. Há que retomar os afazeres domésticos. Mas o seu pensamento estava cativo, o ilustre misterioso não lhe saía da mente, sentia-se estranhamente só, a melancolia cercava-a. Hoje não veio. Sensação estranha de perda. Ele começava a fazer par-

te de si, sentia-se sua prisioneira, agora. Dezoito horas… Que ansiedade! O que está a acontecer comigo, perguntava. O tempo passava. Hora de descanso. Deitou-se, aconchegou-se, agarrada aos lençóis, como se num abraço. Tentou dormir. Não, não conseguia, o sono não chegava. Levantou-se e foi ler o livro que tinha sobre a mesa de cabeceira. Poesia. O seu preferido. Ao longo da leitura, sua mente viajava até ao desconhecido, sentiu-se numa rua estreita procurando, procurando. Soltou um suspiro e logo um calafrio. Sentiu-se arrepiada. Porque penso nisto, perguntava. Cansada, colocou o livro sobre a mesinha e voltou-se a deitar até adormecer. E ver-se em sonhos vagueando rua após rua, à procura do homem que a possuíra e agora era um ser a viajar no âmago do seu subconsciente.

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR GENINHO LIMA Geninho Lima nasceu em Pombal, estado da Paraíba, em 1980. É pósgraduado em Gestão de Negócios pela Faculdade Anhanguera, atua como supervisor de vendas na área de petróleo e gás, e também é compositor tanto na área infantil como em outros segmentos, como sertanejo e forró. Está iniciando sua carreira literária com o livro “O pedido”, além de outros dois projetos em andamento em áreas diferentes, como poesia e autoajuda.

Boa leitura! O que mais o encanta na leitura desse tipo de texto? Geninho Lima - A possibilidade de voar na imaginação, o universo infantil é fascinante.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Geninho Lima, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais o encanta na arte literária? Geninho Lima - A possibilidade de criar nosso próprio mundo. O que o motivou a escrever “O pedido”? Geninho Lima - Poder contribuir com a formação de novos leitores e pessoas melhores, já que o livro traz uma reflexão no contexto. Quais temáticas estão sendo abordadas por meio do enredo que compõe a trama? Geninho Lima - É uma poesia em forma de livro, mas ao mesmo tempo é para refletir.

Quais os seus principais objetivos como escritor? Geninho Lima - Despertar nas crianças o desejo pela leitura.

editora: https://web.facebook.com/ editoraapmc/?_rdc=1&_rdr, nas livrarias da região do Alto Tietê, em São Paulo, e direto comigo pelo whatsapp (11) 9 8981-4710. Além de textos voltados para o público infantil, você escreve em outros segmentos literários? Geninho Lima - Tenho dois projetos em andamento: um voltado para a poesia e outro de autoajuda, voltado para área comercial e de marketing.

Como foi a escolha do título? Geninho Lima - Foi difícil, o título retrata o real sentimento do perso- Quais tipos de textos você gosta nagem. de ler? Geninho Lima - Adoro literatura Onde podemos comprar o seu livro? infantil, realmente pareço criança; Geninho Lima - No facebook da também gosto de contos e cordel.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Geninho Lima. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Geninho Lima - Eu é que agradeço a oportunidade de falar sobre meu trabalho. A mensagem que quero deixar aqui é para que os pais incentivem seus filhos a ler; dessa maneira estarão contribuindo para formar pessoas de bem. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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MERCADO LITERÁRIO Por Leo Vieira | leovieirasilva@gmail.com Leo Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura.

A ERA DA PROSTITUIÇÃO ARTÍSTICA

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ode parecer forte e agressivo esse tema, mas veja como que hoje um autor é obrigado a escrever o que não gosta. Em nome de modinhas literárias, muitos estão embarcando e encarando o desafio como um teste de sobrevivência. A questão é que em nosso emprego civil, temos que aprender a gostar do que faz. Gostar de ser pontual, de tornar a atividade organizada, manter a sua mesa limpa, ser acessível à equipe e aos superiores, etc. Essas regras tornam o dia produtivo e mantém vida longa no emprego. Tais mudanças literárias fazem o autor assumir um estilo que não é dele, se deixar influenciar pelo modismo literário alheio, causando mudança de pensamentos e de rumos. Isso se leva no caminho da política, religião e demais escolhas. Escritores: se valorizem! Não queiram se envolver em tudo somente para agradar.

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Conformismos

O escritor está aceitando que escritor nacional nunca vai fazer sucesso. Também está aceitando que nunca irá ganhar dinheiro. Ele também concordou que deve gastar muito mais para ter reconhecimento. É hora de dar um basta. Ou então, se esta disposto a apanhar mais da vida e ser saco de pancada, então entra no saco. Quando a gente fica doente, não devemos ficar agonizando questionando a enfermidade. Temos que correr pra solução, antes que o padecimento agrave e acabe com a sua vida. Não seja um moribundo literário. Tenha opinião e escolha. Se está muito difícil, tenha disposição para aprender como não fazer para sofrer tanto nessa trilha literária, que é tão acidentada. Aprenda a ser criativo e reverter a situação. Nem sonhe tão alto. Tenha etapas. São tantas fórmulas criativas pra testar que só depende de sua força de vontade.


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A VIDA EM PARTES Por Francisco Mellão Laraya larayaescritor@hotmail.com Francisco Mellão Laraya é advogado, músico e escritor.

A HISTÓRIA DE RAPUNZEL

Conta à lenda, que existia, no mundo mágico da sedução, uma moça com enormes cabelos, que despertava amores e admiração! Os homens ficavam alucinados pela beleza de cabelos tão bem tratados, por aonde ia, sempre havia admiração e polêmica sobre o que deveria fazer com eles. Havia alguns que os admiravam, sentiam neles fonte de erotização, mas outros diziam serem presentes do criador e que ela devia se santificar em virtude de sua aparência. Nunca queriam que a caridade fosse norma primordial existente, mas a plasticidade fosse a constante de sua

existência, e por ela deveria conduzir sua conduta. Um dia, cansada, em dúvida sobre o que fazer com suas madeixas, viu meninas carecas, que não tinham fio algum na cabeça, em virtude de doença. Foi para casa e se pôs a pensar, pois o que era motivo de tanta polêmica podia aos outros ajudar. Foi a um hospital, cortou os cabelos, para uma peruca transformar. E, com o corte novo, pode ver quem a admirava pelo que ela era, ou por o que desejavam dela. A resposta não sabe dar, pois esta dúvida todos carregamos na vida, mas ela tem uma certeza: fez alguém feliz!

SER PALHAÇO OU ADMINISTRADOR? Um homem, cansado que estava da vida de mesmice diária, passa por um hospital, e na ala infantil, escuta choros e gemidos. Aquilo tocou seu coração, largou o emprego de administrador de empresas, e com um grupo de amigos, vestiu-se de palhaço e foi fazer comicidade para dar um pouco de alegria àqueles que choravam. A ideia foi um sucesso, nos quartos dos hospitais as crianças esperavam ansiosamente o momento que os cômicos iriam aparecer. Pessoas sensibilizadas com a ideia começaram a fazer doações, não só em

dinheiro, mas se habilitando a serem novos membros do grupo. O grupo cresceu, o fundador começou a fazer palestras para angariar fundos e mais gente para trabalhar. Virou pagina de jornal, fizeram filmes sobre ele, mas não era feliz. Sempre procurava uma meta difícil de alcançar, e como diriam “quem está feliz com o que tem, não merece o que tem”. Um dia, voltou ao hospital e pensou: como eu era feliz quando eu era apenas palhaço... Contratou um administrador e voltou a subir no seu palco, o quarto das crianças que sofrem, e foi feliz!

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ENTREVISTA

ESCRITOR HERMANO JOSÉ ALMEIDA

O livro foi acontecendo por intuição. Vinha a escola e ou o sambista na mente e eu criava os versos, algo aleatório.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Hermano José Almeida, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento se sentiu preparado para publicar “Anjo de Vidro”? Hermano José - “Anjo de Vidro” é um projeto que começou a nascer quando tive uma fratura no fêmur esquerdo, aos 47 anos, e voltei a ser cadeirante. Inicia com esse fato. Es-

Hermano José Falcone de Almeida, 53 anos, é formado em medicina pela UFPB, possui mestrado pela UFPB e doutorado em filosofia pela UFPE. Almeida está publicando seu quinto livro “Anjo de Vidro”. Em entrevista, o autor compartilha conosco um pouco de sua trajetória pessoal e literária. Boa leitura!

tava querendo dizer algo. O livro (o quinto) foi minha catarse. Como foi a escolha do título? Hermano José - Tenho uma doença genética, a osteogênese imperfeita. Tive, até hoje, 35 fraturas. O termo anjo de vidro é uma mistura dos filmes de Win Wenders, “Asas do desejo” e “Tão perto e tão distante” com o nome com o qual a doença é conhecida popularmente “ossos de vidro”.

Percebemos que os textos apresentados nesta obra não possuem título. Qual a motivação para este perfil textual? Hermano José - A mistura de biografia e um romance que retrata muito do Brasil atual é uma tentativa audaciosa. Surgiu enquanto narrava minha vida em hospitais. Aos poucos fui delineando um romance que saiu do meu corpo. www.divulgaescritor.com | out 2017

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O que mais o encanta em “Anjo de Vidro”? Hermano José - Nesse aspecto, posso considerar meu livro mais elaborado. Algo novo que pretendo dar continuidade nos próximos trabalhos. Tem uma responsabilidade política e social que foi surgindo. Qual a passagem do livro que mais o cativou? Comente o motivo pelo qual este texto se diferencia dos demais. Hermano José - Acredito que o livro tenha momentos fortes. Não posso escolher um. Muitos foram complexos e demandaram muito do meu emocional. Escrever, para mim, é fundamental. Escrevo usando emoção e fluxo de ideias. “Anjo de Vidro” começa quando volto a ser cadeirante e me deparo com o caos no país. Me vi fragilizado em um país imerso em caos. Por ser leitor compulsivo, vou pegando mui-

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tas influências: de Lima Barreto a Hilda Hirst, por exemplo. A geração beat... Essa muito me ajudou a moldar um estilo. Onde podemos comprar o seu livro? Hermano José - Para adquirir “Anjo de Vidro” pode enviar whatsapp para 83 9 93826976. Tem muitas encomendas de outros estados. Soube que já temos livro novo no prelo. Apresente-nos seu novo projeto literário. Hermano José - O próximo livro já nasceu. Vou continuar falando de minha vida, dando relevo ao colégio e minhas dificuldades por ter fraturas e me ausentar. Vou criar um romance infanto-juvenil com personagens atuais, dentro da minha biografia. Um desafio. Pois bem, estamos chegando ao

fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Hermano José Almeida. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Hermano José - A mensagem principal é que escrever é um ato ético, de catarse. Temos que provocar o leitor. Falar com quem lê. Meu estilo ainda vai ser estudado. Muitos especialistas me ajudam nesse aspecto.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL E nela encontrou a calma e a paz sagrada De uma longa e incomparável praia De areia fina e dourada… E logo, nesse momento aprazível Cativo ficou da sua beleza… Preso do seu encanto… e grato a Deus Deu-lhe o nome de Porto Santo

O REGRESSO DE COLOMBO Rosa Marques

QUANDO FINDA O VERÃO Setembro aproxima-se do fim e com ele Termina o verão, ano após ano Nesta época, a ilha fica mais calma E repousa agora, recolhida em sua solidão! Nos meses que se avizinham Pouca gente pela praia, pelas ruas Espaços públicos, calçadas E esplanadas nuas… O sol já quase não tem a quem beijar Mas mesmo assim continua a brilhar E por vezes brilha intensamente… Cintilante o mar… imponente, noite e dia Incansavelmente… Vai aperfeiçoando o seu canto E no dia de todos os Santos ouvem-se Preces, canções vindas de longe De um tempo já tão distante… Desse dia em que Colombo Depois de grave tormenta Aportou à bela ilha ensolarada

Chegou Colombo… o navegante Vindo lá da sua terra tão distante! Transpôs o vasto Oceano Na sua bela caravela o mercador Genovês E desembarcou na Ilha Dourada Mais uma vez! Na praia… para o saudar Grande multidão encontrou! Todos lhe deram vivas…e Desejaram as boas vindas. Todos lhe queriam falar… Ele a todos os presentes Amistosamente saudou! Com alguma cortesia, fizeram-se As apresentações, trocaram-se oferendas E de novo, à volta da fogueira dançaram E cantaram belíssimas canções! Os que por lá estavam, juntamente Os que, com ele chegaram… Depois todos juntos percorreram a cidade Provaram bebidas… e as iguarias… Em amigável cumplicidade… Pela noite dentro era grande a euforia… E por ser Cristóvão Colombo, Pessoa educada…e de fácil trato Por companheiro o tratavam… Por amigo já todos o chamavam!

(Todos os anos no mês de Setembro, é feita uma recriação histórica da chegada de Colombo à ilha, evento muito bonito e que atrai muitos visitantes) 44

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ENTREVISTA

ESCRITOR ÍTALO ANDERSON

Não imaginei receber, em 2017, um convite tão célebre. Tenho muito carinho por Fortaleza, pois em cada pedaço da cidade vivi um pouco de minha história. Quando soube que Angela Feingold, atual presidente da ALAF, e Izabelle Valladares, presidente da Literarte, consideraram meu nome para a posição, fiquei estupefato. Será uma grande responsabilidade assumir a posição pela qual passaram nomes estimados.”

Ítalo Anderson é artista, autor de poesia e gestor cultural. Natural de Fortaleza, Ceará (1993), vive em São Paulo desde os 19 anos. Seu primeiro livro, “Gaveta Aberta”, foi publicado no ano de 2014 através do selo carioca Futurarte de poesia contemporânea. Em 2015, teve sua primeira exposição individual, “Primeiros enquadramentos”, de fotografias, sediada na S.I. Guilherme Cossoul, em Lisboa. Em 2016, lançou o livro Pelo Ralo, durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Frequentou formações como o Laboratório de Linguagens Visuais, na Escola Pública de Artes Visuais da Vila das Artes e Oficina de Dramaturgia na Universidade Federal do Ceará. Possui também formação em Gestão Cultural no curso de Administração Pública da Cultura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ítalo ganhou prêmios por seu trabalho artístico e poético, entre eles se destacam Prêmio Fernando Pessoa de Honra ao Mérito (Fundação Cultural de Curitiba | Literarte, 2016) e prêmio de destaque pela Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre/ Literarte (2014). Em 2017, passou a ser membro da “The International Association of Art, IAA / AIAP, L’Association Internationale des Arts PlastiquesUNESCO” e do Sindicato Nacional de Artistas Plásticos, além de ter recebido o título de acadêmico do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa, em janeiro do mesmo ano. Boa leitura!

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DIVULGA ESCRITOR Jovem poeta e artista, Ítalo Anderson se prepara para assumir a presidência da Academia de Letras e Artes de Fortaleza Assessoria do autor

Quais desafios você acredita que irá enfrentar ao tomar posse? Ítalo Anderson - Acredito que os desafios à frente de uma Academia de Letras e Artes são de maior escala, porém não de uma natureza muito distante daqueles que enfrentamos como autores e artistas. O maior deles é de formação do hábito. Precisamos de mais leitores, de mais frequentadores de museus, galerias e espaços culturais. Aumenta-se a escala, porém aumenta também o impacto das ações. Não serão desafios fáceis, mas não tenho dúvidas de que contarei com os ilustres acadêmicos honorários e correspondentes da ALAF, que sempre me receberam muito bem. Quando começou sua trajetória de trabalho com Cultura? Ítalo Anderson - Aos 18 anos, tive a oportunidade de cumprir um estágio de iniciação acadêmica no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno, da Universidade Federal do Ceará, sob a direção do Prof. Dr. Hector Briones. Um grande gestor cultural e um célebre disseminador de conhecimentos, me ensinou muito sobre Políticas Culturais e me deu liberdade para elaborar e desenvolver projetos sob a sua supervisão. No T.U., como é carinhosamente chamado por todos que o frequentam, aprendi a ter paixão

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por trabalhar com Cultura por vivenciar o quanto isso é importante para a sociedade. Em seguida, pouco antes de minha mudança para São Paulo, atuei como estagiário no Espaço Cultural da Universidade de Fortaleza, onde recebi uma sólida formação em Arte-educação com Cristina de Pádula (EAV Parque Lage) e, sob a coordenação da Profa. Adriane Hortêncio, pude atuar no educativo, o que para mim foi como um mergulho na rica coleção da Fundação Edson Queiroz. Pude observar um pouco do processo de curadoria do Paulo Herkenhoff, que também é uma referência para mim.

Precisamos de mais leitores, de mais frequentadores de museus, galerias e espaços culturais”

E hoje, o que toma seu tempo em São Paulo? Ítalo Anderson - Presto serviços formalmente na área da Cultura e tenho projetos paralelos – nos quais trabalho no meu próprio ritmo. Estão concentrados em meu ateliê de criação, Tactus, que existe desde o ano de 2015. Qual livro você está lendo no momento? Ítalo Anderson - Estou lendo o primeiro romance de Dany Laferrière, indicação de um amigo quebequense. O que mais o encoraja a assumir a posição de Presidente da ALAF?

Ítalo Anderson - Será uma alegria dividir meu trabalho entre Fortaleza e São Paulo. Quero levar para a capital cearense o que a capital paulistana tem de melhor a oferecer, e continuar a trazer aquilo que Fortaleza tem de especial – pois não é possível trazer em uma só viagem! Quero ser um elo entre as duas cidades, fomentando o maior número de iniciativas culturais que minha energia permitir. É isso que me encoraja.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Consultora na área de Gestão com as Pessoas, Mentora, Palestrante, Professional Coach e Analista Comportamental Disc Profile e Facilitadora de Metodologia LEGO® SERIOUS PLAY® Methods Contato (84)99670-6309 E-mail:nicacio.rosana@gmail.com Instagran: Rosana.Nicacio

Rosana Nicácio

Aprendendo a Crer [ser] Olá, Caros Leitores Espero que estejam maravilhosamente bem. Este é o meu sentimento de bem querência pela vida de cada um de vocês. O tema que retrato no presente texto me leva a estimular a uma das inteligências múltiplas definida pelo psicólogo cognitivo educacional Howard Gardner, que é a Inteligência Intrapessoal e, segundo o autor, refere-se à inteligência que nos permite compreender e nos controlarmos internamente. As pessoas que se destacam neste tipo de inteligência são capazes de acessar seus sentimentos e refletir sobre eles. A inteligência em ênfase, também possibilita aprofundar a visão e compreender as reflexões sobre o porquê de uma pessoa ser do jeito que é.

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Considerando o estudo de Howard Gardner, acredito ter essa inteligência muito latente e que me faz lembrar uma canção do nosso interprete e compositor brasileiro, Milton Nascimento, que foi gravado em 1981 pela gravadora Ariola, que se chamava “Eu, caçador de mim” e vivo nessa constante caçada pelo entendimento do meu comportamento ativo, passivo e reativo perante as circunstâncias de tormentas e bonanças da vida e o convívio com os mais diversificados perfis de seres humanos. Levando em consideração as duas fontes mencionadas, tenho o desejo de relatar a importância do meu ávido interesse do aprender a Crer[SER] diuturnamente. Quero deixar claro, que procurei usar de um trocadilho para a palavra Crescer, pois fica duas refle-

xões a serem feitas, a importância do aprender a crescer e do aprender a crer(acreditar) no ser. No mundo corporativo a expressão que é demasiadamente comum em se tratando de redução de custos é fazer “mais com menos”. A presente expressão é pertinente para retratar minha compreensão e transformação do meu comportamento atual no desejo de aprender à Crer[SER], pois procurei retroceder na minha timeline e me veio as recordações da infância, que a felicidade do meu ser se dava pela simplicidade dos acontecimentos, tais como: passeio à pracinha, ao parquinho, ao circo, tomar um delicioso sorvete com calda de chocolate, das manhãs de domingo para fazer castelos de areia na beira da praia e com toda essa simplicidade,


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eu como criança expandia um farto sorriso no rosto de felicidade. Com a chegada da adolescência, era a vez da felicidade ser evidenciada com as boas notas no boletim (fazendo jus ao investimento dos meus pais em meus estudos), era curtir veraneio nas férias, viajar para casa dos primos, ir às festinhas americanas, mas nada tão feliz, quanto as paixões arrebatadoras, os beijos escondidos, os namoros proibidos. Afinal, tudo que era proibido, era um desafio a ser vencido, mas acima de tudo vivido, sem medos, sem dúvidas, sem pensar em consequências, mas o prazer de viver o momento presente como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. E um novo ciclo se inicia, esse os das responsabilidades, o desejo do sucesso promissor na carreira, na aquisição de bens materiais, de reconhecimento, mas acima de tudo o desejo de ser livre, de alçar voos altos e sozinha, fora do ninho dos pais, na construção do meu próprio ninho, com direito a uma família constituída. De acordo com vários físicos de renome internacional que defendem a ideia de que a mente huma-

na teria uma capacidade profunda nas quais as intenções das pessoas influenciariam a construção da realidade, a qual também concordo, só tenho a mencionar, que após desejos e pensamentos no decorrer desse ciclo, a concretização vem de forma bem sucedida. Depois de uma busca incessante de tantos sonhos, realizações, observo que o desejo de tudo isso é a tal felicidade, o que na infância era algo tão simples e precisávamos de tão pouco para viver os momentos felizes. Agora é chegada a hora do parar no Pit Stop e fazendo uma analogia com os carros de Formula 1, vem o questionamento: por que os pilotos levam os carros para o Pit Stop? Não tenho dúvidas, que para reabastecimento de combustível, manutenção, troca de pneus e assim como os carros, é importante fazermos um Pit Stop para reavaliarmos o que realmente está valendo a pena na trajetória da vida, para que se possa ainda ter tempo para traçar um novo caminho e uma nova forma de caminhar. Alerto que esse Pit Stop da vida é necessário todos os dias e de preferência o dia todo. Não deixe

para o dia seguinte, semana seguinte, mês seguinte, ano seguinte, pode ser tarde demais e você não terá a oportunidade de se conhecer, entender seus comportamentos ativos e reativos e seu desenvolvimento e crescimento moral como ser humano. Chego na atualidade, com a expressão de redução dos custos “fazer mais com menos”: menos consumo, menos apego, menos rancores, menos julgamentos, menos vaidade, menos dona da verdade, menos razão, menos ingratidão, porém, quero mais experiência, mais compartilhamento, mais entendimento, mais sorriso no rosto, mais alegria, mais gentileza, mais conhecimento do que não sei e mais aprimoramento do que já sei. Quero saber mais sobre as pessoas, quero mais conversas reais, amores reais, quero mais o meu bem e fazer o bem, que me faz bem, também. Quero ser mais feliz sozinha, para compartilhar minha felicidade com outras pessoas. Resumindo: Quero ser mais conhecedora e transformadora do meu ser para poder CRER[SER]. Gratidão e recebam meu abraço de coração para coração.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

| Rosana Nicácio

A vida em aquarela “Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá. O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela De uma aquarela que um dia enfim Descolorirá” (Aguarela – Toquinho) A música Aquarela, interpretada na voz do Toquinho, sempre me transmitiu a beleza de ver o mundo e a vida de forma colorida. Tudo se transforma em pureza e tranquilidade. Pensando bem, da vida não sabemos nada. Projetamos muito o tempo futuro, relembramos na mesma proporção o tempo passado e esquecemos de viver o tempo presente, como presente nos ofertado a viver intensamente. Não quero dizer que não precisamos planejar, sonhar, realizar, projetar, mas precisamos acima de tudo viver e saber viver, deixar um legado, fazer valer a pena a sua estadia na vida terrena, sempre fazendo o bem, sem olhar a quem. Desta forma, fará o bem de outrem e o nosso bem, também. A cada amanhecer, precisamos ACORDAR. Isso mesmo, A-COR-DAR, a cor dar a vida, contribuir e colorindo a vida das pessoas como uma linda aquarela. O significado, segundo o dicionário Aurélio, acordar “é entrar em acordo, estar em harmonia, conciliar-se”.

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Não existe coisa melhor do que estar em harmonia consigo mesmo. Faz-nos ter equilíbrio e clareza para resolução das dificuldades, conciliar-se faz eliminar do nosso ser as culpas, medos, dúvidas e prevalecer o autoperdão e, dessa forma, abrir caminhos para abundância e prosperidade. Acordar também me retrata ao fato de despertar para novas possibilidades, desapegando e sempre deixando fluir uma energia vital de renovação, mudança, melhoria contínua em diversos aspectos, seja moral, espiritual, pessoal ou profissional e, quando despertamos, observamos o quanto tempo não foi empregado na distração. Quando estamos distraídos não nos damos conta do vigiar e muito menos orar, agradecer e pedir por nós e pelos outros. Portanto, façamos da nossa vida uma linda aquarela, sempre no caminho do bem, plantando bons frutos, para uma colheita abundante, pois chegará o dia que essa linda aquarela descolorirá e descobriremos o real sentido da vida.


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ENTREVISTA

ESCRITOR JEFFERSON LIMA

É claro que também existe emoção nos textos narrativos, mas a poesia se propõe a tocar o ser; sem rodeios, sem ficcionar uma história, ela vai direto ao destino: a alma humana.”

Jefferson S. Lima, nascido em João Monlevade (MG), no Dia do Folclore, em 1976, teve por ambiente de suas primeiras leituras as bibliotecas públicas e as montanhas ricas em minério da sua região, onde também ambientou seus primeiros versos, já no final da adolescência. Hoje, vive em Santa Luzia, no mesmo estado, e integra a ALUZ – Academia Luziense de Letras e Artes, ocupando a cadeira de número 20. Casado, pai da Yasmin Louise, tem nas artes a complementação de sentidos à sua vida. Na poesia, participou de várias coletâneas, antes de ter seu primeiro livro solo publicado. Também se expressa por meio da música e das artes plásticas. Em 2015, foi finalista do 2º Prêmio Sesi de Literatura, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG. Boa leitura! Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Jefferson Lima, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte poética? Jefferson Lima - Desde criança fui um leitor voraz e ávido por novidades. Dentre os pouquíssimos livros

que havia na minha casa, eu tinha um carinho especial pelo livro O Menino Azul, de Cecília Meireles. Este primeiro contato com a poesia deixou ali a semente para que, alguns anos mais tarde, eu viesse a me interessar pela arte de Drummond e Adélia Prado. Nas aulas de literatura fiquei embriagado pela melancolia dos versos de Álvares de www.divulgaescritor.com | out 2017

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DIVULGA ESCRITOR Azevedo e não me contive, descobri que por meio da poesia era possível não apenas transmitir o que sentia, mas também despertar algo adormecido na alma daquele que lê o que escrevo. O que mais o encanta nos textos poéticos? Jefferson Lima - Essa força que a poesia tem para emocionar, provocar, levar às lágrimas por meio de um texto escrito ou declamado. É claro que também existe emoção nos textos narrativos, mas a poesia se propõe a tocar o ser; sem rodeios, sem ficcionar uma história, ela vai direto ao destino: a alma humana. Até quando busca refletir, conscientizar ou criticar um fato, o poema traz o bálsamo da esperança em dias melhores. Quais critérios foram utilizados para a seleção de textos para o seu livro “Se for poesia...”? Jefferson Lima - Foi uma seleção difícil, porque, sendo meu primeiro livro solo, meu desejo era buscar em tudo o que escrevi ao longo de vinte e quatro anos algo que fizesse sentido num único livro. A seleção, então, passou a buscar por textos que, de alguma forma, mais me tocaram nesse período, seja pelo momento pessoal que estava vivendo ou por uma percepção que eu tinha na época em que escrevi e que ainda vejo como atual. Como se deu a escolha do título? Jefferson Lima - Queria um título que trouxesse algum enigma que levasse o leitor a refletir, a interrogar. Ao mesmo tempo, um olhar otimista sobre as desilusões de cada

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Apresente-nos um dos textos publicados em “Se for poesia...” Minhas Questões Para onde foram os dias que já vivi? Onde foi parar o som das minhas gargalhadas? Em qual temporal choveram minhas lágrimas evaporadas? Em qual coração estará o amor que já não é? De onde vem a saudade? Onde estão as pessoas que amei? É possível haver alguém que nunca sentiu esse vazio? As boas lembranças apaziguam as dores de outros momentos? Por que é impossível reviver algo com a mesma intensidade? Onde você está? O que fizemos de nós? Os rumos da vida justificam as ausências? Por que as despedidas? Num abraço apertado somos sinceros? Guardamos o silêncio necessário diante da dor? Onde estão os dias? Em qual temporal chorei? Por que há despedidas? Há silêncio ante a dor? Para as incertezas há respostas?

dia – talvez não seja como eu gostaria, mas se puder ser poesia... Nota-se um cordão unindo num ponto comum qualquer dos temas explorados nesta obra, que é uma quase fixação na passagem do tempo e a finitude da existência. Daí a escolha da capa. Até a finitude e o escorrer da vida na ampulheta do tempo pode ser poesia!

Quais temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária? Jefferson Lima - Amor, saudade e fé. Muitas indagações sobre os muitos “porquês” que a vida nos apresenta, alguma crítica e, sobretudo, celebração por existir. Onde podemos comprar o seu livro?


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Jefferson Lima – “Se For Poesia...” pode ser adquirido diretamente comigo, seja por mensagem inbox ou pelo e-mail rabiscoepoesia@yahoo. com, como também pelo site da Editora Delicatta, www.editoradelicatta.com.br. Quais os seus principais objetivos como escritor? Jefferson Lima - Após a publicação do primeiro trabalho, que está tendo uma ótima repercussão, nasce uma esperança e um alento sobre a possibilidade de ainda se fazer boa literatura no Brasil, apesar dos incentivos escassos. Quero, junto à

comunidade onde vivo, divulgar meu trabalho nas escolas e bibliotecas. É preciso fazer a diferença na vida dos pequenos leitores, incentivando e plantando a semente nesses corações. Apesar de tudo, podemos acreditar que dias melhores virão. Se for poesia... Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jefferson Lima. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jefferson Lima - Agradeço a opor-

tunidade e quero parabenizá-los pela iniciativa desse espaço tão importante. Aos amigos, digo que é urgente construir uma rede de bons leitores, plantar a sementinha da literatura em nossas crianças, para que formem uma consciência crítica e lúcida do mundo que as cerca. Se a estrada for bem iluminada ninguém ficará perdido.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Isabel Bastos Nunes

Ah! Memórias do tempo Que o tempo não consegue compreender... Dentro de mim, fica a vontade de chorar Não de dor, mas de saudade, Não pelo que fiz... Mas pelo que não pude fazer Ficando-me sempre a saudade!

Amargura de poeta Memórias do tempo... Vincado no papel das minhas recordações Vi um retrato já desfocado pelo tempo Coisas antigas… esmorecidas Até já roídas pelas traças... Mas quando encontramos são um contentamento! E vieram-me à memória tempos idos Nossas recordações de juventude E folheando todos os anos do passado Relembro todos aqueles segredos Que eram só nossos...bem guardados Não fosse alguém descobri-los e lê-los! Que ingenuidade a nossa... Que mal fazia então nesse tempo Sequer dar a mão ao nosso amigo... Olhando para todo o lado com receio Às vezes até, de um beijo fugidio... Mas a luz que vem desse retrato Faz com que a magia seja realidade Dando-me uma irreprimível vontade De ir ao encontro desse espaço Onde todos os nossos sonhos estão guardados Viajando numa terceira dimensão.

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Queimo ilusões que não tenho Queimando o que não pretendo Quando os sonhos não sustenho, E os deixo divagar. Deixo-os apenas voar Livremente como o vento À procura de outro lugar Onde possam encontrar A inspiração que não tenho… Queimo as ilusões esquecidas Daquelas noites perdidas Em que arduamente escrevia O que a alma me ditava, E sem descanso noite e dia Eu nelas acreditava Esquecendo o frio e o desconforto Quando a inspiração me tocava E eu escrevia, escrevia, escrevia… Queimo as ilusões de uma vida Refugiando-me no desassossego, Sentindo-me por dentro vazia E, não conseguindo escrever A amargura sentida Num gesto ainda por dizer, Me doí o corpo e a alma Pela incapacidade de o fazer…


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Queimo a imensidade do tempo Na luz das chamas que por dentro Me aqueciam, como lava quente de um vulcão, E, escrevia poemas de amor, de ternura, de desalento De esperança e paixão. Na escuridão me sinto Queimando assim, a minha ilusão!

Enquanto por ti espero E enquanto eu espero por ti Vagueio errante em pensamentos Por entre montanhas e rios correntes Sabendo que há outra vida além daquela Que eu procuro para lá destes momentos, E, essa vida em mim Que me transporta para tão distante Procuro traduzi-la Numa simples folha de papel Escrita como se uma tela fosse Onde as imagens, são palavras E as cores são os meus silêncios. E não me aparto do teu ser Que tenho quase meu E quase posso dizer, Que a leve brisa que sinto Seja o teu respirar, quando ofegante chegas, Sei lá de onde, ao meu pensamento. E por ti vou esperando Mesmo com ilusão…que importa? Se no horizonte das minhas lembranças, A espera terá sempre lugar, E os caminhos que percorro Levam-me a tantos lugares Que às vezes prefiro por ti esperar Seja no mundo o que for…só para poder sonhar!

O Piano E ali estavas tu, mas na verdade não o eras porque te via noutra dimensão enquanto as tuas mãos percorriam o velho piano, um pouco desafinado talvez, mas isso pouco importava porque a melodia que tu tocavas me enchia o coração. Entrei devagarinho para não te incomodar e não estragar esse momento mágico que me trazia recordações de um passado longínquo em que os dois tocávamos juntos as mesmas melodias. Recordo quando te olhei pela primeira vez, cabelo escuro, fronte erguida, olhar destemido, mãos grandes e dedos mágicos. Estudavas solfejo, e batias os compassos com as mãos na tampa do mesmo piano onde hoje tocas, eu vinha de uma aula de composição, e olhei-te de soslaio, ficando calada a admirar o teu empenho em estudar aquela lição com a qual irias possivelmente prestar provas daí a pouco, tu pressentiste-me…talvez o meu olhar fosse mais forte do que eu, e o teu sorriso era lindo, até um pouco trocista. Perguntaste-me se queria estudar contigo e eu, que detestava as aulas de solfejo, de repente vi-me a estudar contigo, embora eu já tivesse ultrapassado esse estágio, mas não disse nada. A partir desse dia, não nos deixamos mais, e as aulas eram sempre mais alegres, mais divertidas porque do nada fazíamos o tudo e ríamos com isso. Um dia, deixaste tudo para trás e correste atrás de uma ilusão loira e esbelta, de uma estudante de dança clássica, e eu fiquei sentada ao piano estudando uma peça de Mozart, mais precisamente a Marcha Turca, que atacava martelando o piano, para esquecer a dor de te ter perdido.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

| Isabel Bastos Nunes

O tempo foi passando, a dor diminuindo, e hoje quando te encontro já não sinto nada, tu também foste preterido por um bailarino sueco, de longos cabelos loiros e um belo físico…talvez me tenha sentido vingada, não sei, talvez até nessa altura já não me dissesses nada? Mas continuavas a tocar com magia, e o piano, (ainda que levemente desafinado), tocado por ti, parecia ter vida. Olhei-te mais uma vez, não deste por mim, ou talvez tenhas dado sim, mas preferiste assim e eu também diga-se em abono da verdade. Ficou no ar um não sei que de saudade, talvez um dia, quem sabe, voltemos a tocar a mesma melodia!....

(quando o tema é primavera...) Quando o tempo não pára…

… E porque não é no tempo, que eu te espero, eu procuro-te no sol que beija a praia, na morna aragem que vem das montanhas cheias de tranquilidade e cheiros, com que beijam os dias, que sabem sempre a Primavera. Procuro-te nas minhas memórias e quando fecho os olhos vejo-te mergulhado nos teus pensamentos, sentado na areia, joelhos dobrados, rosto virado em direcção ao sol e em plena meditação. Não consigo acostumar-me à tua ausência, e sinto a falta dos teus afagos dos teus olhares e da tua inquietação quando algo te perturbava o pensamento… E então relembro quando de mãos dadas, passeava-mos à beira-mar olhando o paraíso que nos rodeava. As colinas que ladeavam a praia, estavam floridas qual Primavera em Portugal, a brisa abanava-as e elas dançavam como bailarinas dançando, a valsa ou até o corridinho, e tu parecias acompanhá-las correndo para elas como se fossem tuas namoradas e as quisesses abraçar…ah! Amor, como eu gostava desses passeios em que as nossas gargalhadas ecoavam na imensidão do mar e que mais pareciam devaneios de namorados, com alguns ciúmes à mistura, quando eu me demorava a olhá-lo… E porque não é já no tempo que te procuro nem te espero encontrar, mas sim na imensidão do universo, para onde o teu espírito voou, eu vou ao encontro dos cheiros dessa Primavera, do marulhar do mar, dos raios de sol que beijam a praia, imaginando que te vou encontrar, sentado na areia, joelhos dobrados, sorrindo… sorrindo, mãos na areia e nos olhos o brilho do luar!

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ENTREVISTA

ESCRITOR JP SANTSIL

Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso.”

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Meu nome é João Paulo, porém sou conhecido pelos meus amigos e familiares como Jp. Nasci em Salvador, Bahia, onde morei também na Ilha de Itaparica. Sou professor de Capoeira Angola e ecoalfabetizador e permacultor, onde tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais. Atualmente, moro em Israel, onde constituí uma linda família. Aqui, trabalho com construção e manutenção de ambientes aquáticos ecológicos, agrofloresta e agricultura orgânica policultural. Também sou músico percussionista e amo escrever. Sou também estudante e praticante de Alquimia Operativa, Kabbalah, Gnosticismo, Sabedoria Essênica e de Cultos Africanos e Nativos Brasileiros.

Boa leitura!


DIVULGA ESCRITOR Quilombo dos Palmares é destaque em entrevista com o autor Jp Santsil Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Jp Santsil, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que despertou inicialmente o seu gosto pela história do Quilombo dos Palmares? Jp Santsil - Eu, praticamente, cresci ouvindo histórias e escutando músicas a respeito do Quilombo e Zumbi dos Palmares. Nasci em Salvador, capital da Bahia, o verdadeiro centro da cultura afro-brasileira. A capital baiana é a cidade com maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York, majoritariamente de origem iorubá e congolesa, vindos da Nigéria, Togo, Benim e Gana, Congo e Angola. Depois da ditadura militar (1985), os blocos afros como Ilê Aiyê (1974), o Malê Debalê (1979), Olodum (1979), Muzenza (1981), Cortejo Afro (1998) e o Bankoma (2000) se reergueram na capital baiana, onde as suas maiores inspirações para as letras dos seus enredos foi Palmares e seus heróis. Isso contribuiu muito para minha inspiração desse meu primeiro livro. Apresente-nos “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo” Jp Santsil - Essa obra nos conta a história de um ancião Griot chamado Djeli, um descendente dos antigos povos Mandês, os Mandinkas que se transforma no tutor espiritual e moral do jovem príncipe de Palmares N’zambi, depois

que ele regressa a N’gola N’janga, o K’ilombo. Djeli torna-se o guardião do Sagrado e Eterno Contínuo, pacto feito pelos seus antepassados, os primeiros africanos. Djeli vê em N’zambi o cumprimento de uma antiga profecia, pela qual de tempos em tempos, no fim e no início de uma nova era, quando a humanidade está em pleno caos, surge um guerreiro libertador que é o Filho daquela que mais brilha. E assim se desenrola uma incrível saga nas terras do Novo Mundo. Mas a obra vai muito mais além do que se possa imaginar... Há mistérios! Quais os principais desafios para a escrita de seu romance histórico “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”? Jp Santsil - Os desafios foram muitos. Desde a construção de um ambiente geográfico, até o desenrolar de toda essa história de que não se tem muitos relatos históricos. Só para se ter uma ideia, ao quebra-cabeça histórico do Quilombo dos Palmares falta 80% de suas peças, das quais 15% são relatos dos bandeirantes, sertanistas e alguns governantes, e o restante, 5%, são alguns “fatos históricos” dentro desses soberbos relatos que os colonos autovangloriavam nas suas invasões sobre Palmares e seus líderes. Então, temos 80% de muito engodo e fantasia sobre o Quilombo e seus personagens. Aí é que entra a minha criatividade ao recriar todo

um ambiente e mundo, coligando outros personagens históricos, continentes e reinos da época. Quanto tempo demorou para ser escrito o enredo que compõe o livro? Jp Santsil - Sete anos de pesquisa, três de escrita e mais um de papeladas e burocracias. Daí nasceu meu livro. As pesquisas não só foram sobre o Quilombo dos Palmares praticamente, até porque não há muito a se pesquisar sobre o tema. Mas estudei geografia e modos de vida dos africanos e colonos europeus, guerras coloniais e medievais e suas estratégias, armas e guerrilhas, economia colonial e governança; além da história de outros reinos europeus que colonizaram o Brasil, como os holandeses e espanhóis. E a história de povos que também se refugiaram no Brasil com a colonização, como os judeus fugindo da Inquisição da Igreja Católica na Europa, formando assim, um panorama intercontinental da história colonial no Novo Mundo. Quais os principais personagens que compõem a trama? Jp Santsil – Djeli, um personagem fictício; N’zambi, o Zumbi dos Palmares; Dandara (Maria Paim); Akualtune; Akotirene; N’ganga N’zumba; N’ganga N’zona; Fernão Carrilho; Domingos Jorge Velho; Calabar; Branca Diaz; e Antonio Soares, entre muitos outros personagens subjacentes. O que mais o encanta nesta obra literária? Jp Santsil - Eu poderia dizer que são as muitas histórias e ensinamentos do ancião Griot Djeli, os momentos introspectivos de N’zambi, a histówww.divulgaescritor.com | out 2017

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ria vivida na recriação de um conto e a tentativa de contar a verdade por mais que faça doer ou revoltar. Pois nesse romance histórico, há verdades que tanto os “de esquerda” como os “de direita” se surpreenderão. Aqui, não tive a intenção de agradar “negros” ou “brancos”, mas de penetrar o inconsciente dessa história, e como simples escrivão registrar essa visão. Me tornei nulo, apenas deixando que os personagens se manifestassem como “eles” queriam se manifestar. Sinto que o livro se escreveu sozinho, fui apenas o cavalo que a história montou. Assim completei o meu dharma de limpar essa triste história.

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Soube, ao ler sua apresentação, que a real história do Quilombo dos Palmares é diferente da que conhecemos hoje nas salas de aula. A real história, hoje desconhecida por muitos, poderá ser encontrada, pelo menos em parte, em seu livro “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”. Explique-nos um pouco melhor estas controvérsias; confesso que estou curiosa em conhecer a verdadeira história. Jp Santsil - Reuni todos os fatos históricos, junto a uma bela ficção imaginativa, interligando os muitos personagens históricos da época.

Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso. Na História não se sabe ao certo quem foi Zumbi, ou Ganga Zumba, ou se esses personagens foram os mesmos. Até porque naquela época Palmares já era uma incógnita, e as poucas informações vieram de alguns bandeirantes e sertanistas que ousaram invadir o Quilombo. Tudo relatado por meio de poucas cartas “um tanto fantasiosas”, para contar os seus feitos e


DIVULGA ESCRITOR bravuras de guerra. A história real é realmente irreal, engodo e fantasia. Onde podemos comprar o seu livro? Jp Santsil - Devido ao fato de essa história ser ainda inconveniente para a moderna sociedade brasileira, tive resistências de algumas grandes editoras em publicá-la. Então, para não deixar que essa linda obra ficasse na gaveta por mais tempo, resolvi lançá-la independentemente de editora. Vocês encontrarão essa obra em 5 x 8 (12,7 x 20,32 cm) capa mole brilhante, e, em A5 6 x 9 (15,24 x 22,86 cm) em capa dura ou mole – fosca ou brilhante, além de formatos digitais (EPUB, MOBI, AZW e PDF) eBook, aqui: https://www.jpsantsil.com/ no meu website pessoal. Também lá estará o BookTrailer que conta um pouco da minha trajetória de escrita desde os desertos israelenses até a conclusão, no Rio de Janeiro. Quais os seus principais objetivos como escritor? Jp Santsil - Despois da escrita de: “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA”, pretendo definitivamente seguir uma carreira de escritor. Não sei bem ao certo em que ramo, já que meu primeiro livro foi um romance histórico. Mas sei que desejo me focar em temas fortes e que toquem a consciência e espiritualidade do ser humano; que toquem mais ainda o seu coração. Pois acredito no poder e na magia da literatura como um fator educativo na formação e transformação cultural da condição humana, rompendo as muitas cápsulas da ignorância nas quais fomos aprisionados e arraiga-

dos com o tempo; por uma sociedade de valores competitivos de raça, classe e status. Sei que muito mais obras de grande valor e beleza hão de vir por aí em minha trajetória de autor. Quem desejar conhecer melhor os seus estudos e pesquisas como poderá convidá-lo para palestras em eventos, palestras em salas de aula? Jp Santsil - Além de escritor, sou professor de Capoeira Angola, e com a capoeira fui viver dois anos em Quito, no Ecuador. Lá, realizei muitos trabalhos e projetos com jovens (http://capoeira-angola-ecuador.blogspot.co.il). Sou também ecoalfabetizador e permacultor. Tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais (http://www. quilombomoderno.org). Atualmente, moro em Israel, no Oriente Médio. Porém, estou constantemente regressando ao Brasil. Quem desejar me contatar, pode me encontrar nesse link que está aí, ou pelo e-mail: quilombomoderno@gmail. com. Estarei sempre disposto a responder qualquer questão. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jp Santsil. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jp Santsil - Esta obra é fruto de uma vasta pesquisa histórica e sapiência de vida, a qual contém segredos e mistérios tanto acadêmicos, quanto espirituais, base de meus estudos culturais, como um mestiço latino-

-americano brasileiro e cidadão do mundo. E dos meus estudos espirituais, como ser humano em plena expansão de consciência, nos muitos ensinamentos das culturas africanas, nativo-americanas e do Mediterrâneo asiático e africano. A obra contém não só os muitos ensinamentos dos judeus cabalísticos e essênios, cristãos gnósticos, europeus alquímicos, ameríndios (andinos, amazonenses e costeiros), mas também as culturas africanas ancestrais dos Yorubas e Mandinkas. E, é claro, toda a cultura dos conhecimentos quilombolas dos afro-brasileiros. Assim, desejo a todos paz!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Taciana Valença

Partindo

Administradora de Empresas, Produtora Cultural, responsável pelos projetos Navegando em Poesias e Conversando Perto de Casa (que ocorre todos os quartos sábados na Livraria Jaqueira no Recife), editora da Revista Perto de Casa, que está entrando no décimo ano de circulação nos bairros da zona norte do Recife, diretora social da União Brasileira de Escritores (Recife). Escreve poesias, contos, haikais e crônicas. Tem dois livros infantis lançados em 2009 (Malu em Apuros e Poesias para Crianças) e está em fase de elaboração do seu primeiro livro de poesias que será lançado ainda esse ano. Seus textos já foram publicados em antologias diversas: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, União Brasileira de Escritores, Oficina Literária do escritor Raimundo Carrero, Quarta Antologia de Poetas da Língua Portuguesa, primeira Antologia de Contos Fantásticos, entre outros. Em 2012 teve seu trabalho reconhecido no livro Mulheres que Mudaram a História de Pernambuco, na época também pelo seu trabalho no programa Perto de Casa na TV (TV Saber), onde fazia um programa de entrevistas.

Deixou-se largar debaixo das cobertas. Dia frio, d’alma nublada, meias vestindo pés congelados. Apenas um café o fez levantar naquele instante. O cheiro daquele pequeno grande prazer que vez por outra caía como bálsamo sobre suas inquietações. Tentou escrever. Em vão. Nenhuma palavra. A cabeça vazia, uma vontade de nada como se nada fosse verbo. Cabelos em constante desalinho. Um riso acompanhava a lágrima dessa tortura. Lá fora as árvores tentavam dizer alguma coisa e as cigarras anunciavam que mais um dia chegava ao fim. Adormeceu ali, no velho e bom sofá, cheirando a cigarro. Arrastando os chinelos mal encaixados nos dedos por conta das meias, foi até o banheiro. Lavou o rosto preguiçosamente, puxando com os dedos as rugas como querendo esticar a pele sofrida pelo passar dos anos, da bebida, dos cigarros e das noites mal dormidas... Depois de tanto tempo resolveu. Trocou as roupas, não enfrentando o banho gelado, pegou as chaves do velho Jeep, abandonado na garagem, e seguiu estrada afora, como a buscar sol, caminhos ou lugar qualquer onde respirasse um pouco de vida. E foi assim que perdi meu personagem. Ele simplesmente se foi, sem aviso, sem mais.

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Prelúdio

Diálogo solitário este. Rubras as faces na lembrança. Não eram só palavras, era a voz, Esse líquido viscoso Emprenhando pelos ouvidos, Livre, direto, sem ruído. Intensa fúria que desbrava, Rasga e empurra o que engasga. Canção repetida que explode Sacode, e, quando se vê Lágrimas escorrem Gota a gota enchendo o copo Que por desastre se derrama; Pó misturado na lama Resvalou... Fim da peça ou intervalo? Quiçá um prelúdio, Óleo onde se banha No escorregar da vida Saturado tempo que se fecha Tantas eras por vir... E agora, essa flecha!


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Jucelia Betinardi

Escolha

Na vida, muitas vezes nos encontramos em situações complicadas, não encontrando saída para nada. A maioria das vezes é porque a nossa cabeça vive cheia de problemas cotidianos. Queremos fazer tudo ao mesmo tempo, e quando isso não acontece ficamos nervosos, mas ficar assim não vale a pena, até porque, nem sempre tudo dá certo. Devemos nos acalmar e dar tempo ao tempo, o que tiver que acontecer, vai acontecer, basta termos um pouco mais de paciência, pois nem Deus pôde criar o mundo num só dia. Quando deitamos devemos organizar nossos pensamentos, pensando positivamente, para não acordarmos insatisfeitos no dia seguinte. Assim, teremos um novo dia onde tudo pode acontecer. Se pensarmos sempre o melhor, dia após dia, encontraremos novos caminhos e novas idéias para solucionar nossos problemas. Podemos ser triunfantes, basta caminhar para frente e ver que temos capacidade para tudo, nunca pensando o contrário, andando sempre com a cabeça erguida. Seguindo estes caminhos, podemos conseguir tudo na vida.

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O Outro Lado da Vida

Tudo pode se tornar muito melhor se olharmos o outro lado do mundo. Deus olha por nós, guiando nossos passos. Estamos nos preparando nesta vida para a outra, para que nossa alma esteja pronta para seguir o caminho certo, rumo ao céu, onde todos desejam um dia estar. Para que isso aconteça, temos que estar com o espírito puro e olhar o mundo com amor e prosperidade. Muitas pessoas se desesperam ao pensarem na morte, quando deveriam se sentir mais seguras e confiantes, pois a morte é só uma passagem, e é no outro lado da vida que poderemos ser realmente felizes, Deus estará ao nosso lado para mostrar que a morte não é o fim, mas sim o começo de uma nova vida, onde tudo é bom. Para isso, devemos procurar fazer sempre o bem para todos. Agindo assim, nunca cairemos no erro, para que não haja arrependimentos mais tarde por termos desperdiçado chances de nos tornar pessoas melhores. A vida pode ser maravilhosa se soubermos viver.


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ENTREVISTA

ESCRITOR MARCELO DA COSTA AZEREDO Por Giuliano de Méroe

Escritor Marcelo da Costa Azeredo, é um prazer para nós contar com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Qual foi sua motivação maior para escrever um livro sobre aviação? Marcelo Azeredo - Concluí meu curso homologado para mecânico de manutenção em 1999. A minha pouca experiência profissional me fez pensar que o referido curso havia me qualificado para o mercado de trabalho. Um curto período de estágio com manutenção em helicópteros foi suficiente para me convencer de que havia muito a aprender. Descobri que os quase dois anos de escola foram apenas uma breve introdução ao que eu realmente iria encontrar. Fui instruído por professores com uma longa carreira profissional na área de manutenção, porém a didática utilizada não alcançava todos os estudantes da mesma forma. A vontade de aprender me levou a buscar várias fontes de consulta, e eu ficava sempre ima-

Marcelo da Costa Azeredo, 54 anos, casado, tem formação profissional com início nos desenhos técnicos, cursos de mecânica automotiva, computação gráfica (Auto Cad 3D) e finalmente na aviação. Após o curso de mecânica de aviação, trabalhou com aviões grandes, pequenos e helicópteros. A insatisfação com os métodos de ensino o levou a buscar suas próprias fontes de aprendizagem e repassar os conhecimentos adquiridos a outras pessoas. Assim, tornou-se instrutor em cursos de mecânicos e pilotos em escolas privadas e aeroclubes de duas cidades Goiânia (GO) e Recife (PE). Azeredo conseguiu seu espaço como instrutor, e eternizar suas aulas era um grande sonho. Conseguiu fazer isso por meio do livro, onde descreve os componentes valendo-se de textos e ilustrações, como se fosse uma simples aula. Boa leitura!

ginando como teria sido mais fácil se meus instrutores fossem mais objetivos. Com o tempo acumulei conhecimentos que passaram a ser utilizados em minhas aulas, e o desejo de eternizar esse trabalho surgiu na forma deste livro.

O que o ensino, como instrutor de pilotos e mecânicos, significa para você? Marcelo Azeredo - Para mim, ensinar é a mais digna das atividades dentro de uma sociedade. Fazer parte da vida de outras pessoas con-

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DIVULGA ESCRITOR tribuindo na formação profissional é algo que fica para a vida toda. Imagine um piloto vivendo sua rotina diária de voos em que diversas situações vão lembrá-lo das aulas cujos procedimentos foram exaustivamente explicados e debatidos. Gosto muito de fazer parte disso. Poderia nos explicar melhor um ponto? O seu livro “Motores convencionais para aviação” é essencialmente técnico? Marcelo Azeredo - Olhando de modo geral este é, sim, um livro técnico, pois trata da descrição de um tipo de máquina e dos fatores que contribuem para o seu satisfatório desempenho. Mesmo assim, pensei tanto no leitor sem conhecimento prévio, como no mecânico experiente. Faço questão de mostrar que componentes complexos são sempre a evolução de máquinas mais simples. O seu papel como instrutor em escolas privadas é o mesmo que nos aeroclubes? Marcelo Azeredo - Sim. Todas as escolas de pilotos seguem o mesmo programa de curso determinado pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Pode nos falar sobre as inspirações que tornaram possível a feitura deste livro? Marcelo Azeredo - Organizar textos e desenhos no formato de um livro me parecia, a princípio, uma ideia distante e inviável. Meus alunos, por muitas vezes, me cobravam a elaboração de apostilas para complementar o material didático disponibilizado pelas escolas, e com o passar dos anos a vontade de manter meu trabalho “vivo” se in66

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tensificava. Com o apoio de meus familiares – esposa, pai e mãe –, esse sonho passou a ser realidade. Um trabalho ao longo de quase dez anos e que continuará a ser melhorado nas próximas edições. Atualmente estou trabalhando no segundo livro que trata dos motores de turbina a gás.

“Motores convencionais para aviação” aborda muitos princípios das ciências exatas, como física, aerodinâmica, cálculos precisos, teoria de voo etc. O leitor não familiarizado poderá sentir alguma dificuldade inicial? Marcelo Azeredo - Pensando exatamente nesse tipo de leitor, colo-


DIVULGA ESCRITOR em seu corpo interno um estreitamento que exercerá uma variação de pressão, essencial para que o combustível seja misturado ao ar e depois levado à queima. Quais os seus principais objetivos como escritor? Marcelo Azeredo - Meu principal objetivo como escritor é disseminar conhecimentos sobre os sistemas de propulsão e com isso aprender sempre mais. A maioria dos escritores e instrutores utiliza uma linguagem técnica para descrever sistemas complexos. A meu ver isso torna o aprendizado bem mais difícil. Prefiro me apresentar com uma linguagem simples e acessível mostrando ao estudante que também estou ali para aprender. A minha facilidade em executar e entender desenhos técnicos é, para mim, uma das melhores formas de apresentar um sistema. Quero simplificar a forma de aprender.

quei nos primeiros capítulos do livro a descrição de vários conceitos de física, química e aerodinâmica, necessários ao entendimento do motor. Os princípios básicos de aerodinâmica têm aplicação em diversos componentes da aeronave. Um exemplo disso é o carburador de um motor a pistão, que possui

No ordenamento geral dos tópicos que abordam o funcionamento das máquinas, algum deles, em particular, possuem maior relevância em sua preferência pessoal? Marcelo Azeredo - A parte que mais me interessa nos componentes mecânicos e máquinas em geral é a capacidade de transformação de algum tipo de energia em energia mecânica. Gosto de estudar sobre sistemas alternativos de geração de energia, bem como imaginar máquinas com melhor eficiência. Onde nossos leitores poderão comprar seu livro? Marcelo Azeredo - O livro é vendido na escola em que leciono (NAV Treinamentos – Recife), em alguns sites especializados (Editora Bian-

ch) e diretamente comigo por contato no Face. Agradecemos sua participação nessa mostra de seu pensamento poético. Deseja fazer mais alguma colocação aos nossos leitores? Marcelo Azeredo - O livro “Motores convencionais para aviação” foi elaborado com base no programa de aulas que utilizo nas turmas de formação para pilotos privado e comercial. Participo da formação desses profissionais há mais de quinze anos, e durante esse tempo observei as diferentes dificuldades de cada estudante. O compromisso de ensinar me levou a criar um material didático próprio por meio do qual crio uma grande quantidade de ilustrações mostrando de uma forma simples, componentes complexos. Obs.: - Todas as ilustrações do livro (com exceção de fotos de pessoas) são de minha autoria, feitas em Auto Cad 3D. - Meu livro foi mostrado no Salão Literário, em Montreal, no Canadá, nos dias 9 e 10 de setembro do corrente ano.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL cionários saudáveis, felizes e produtivos. Por isso, a meditação é tão importante¹. Se pararmos para pensar um pouco, todos nós, claro que sem uma técnica aperfeiçoada fazemos de alguma forma meditação. Quem não já parou para pensar um pouco sobre algum problema ou refletir sobre alguma situação? Acreditamos que todos já passaram por uma experiência semelhante, mas mePetrônio Borges ditar da forma como os orientais o Professor e palestrante fazem é bem melhor. Mas o que é meditar? O verbo significa: estudar o penMeditar é preciso quando: sabemos samento, o conteúdo de; pensar sobre; ponderar, a resposta e mesmo assim preparar alguma coisa duvidamos dela amadurecendo-a longamente; projetar, intenós ocidentais não somos tar. Não é preciso ser um budista acostumados a meditar com frequência, mas para entender que a meditação essa prática nos últimos vem a estudar o nosso pensamendias está começando a mudar. Pois to, e ou, ponderar. Como o título até grandes empresas, como o Face- deste artigo sugere, meditar é prebook, o Twitter e o LinkedIn, estão ciso quando: sabemos a resposta e adotando essa prática no cotidiano mesmo assim duvidamos dela, em dos funcionários, tudo isso para que alguns momentos paramos ou até travamos em situações que não esa produtividade venha a aumentar. Mas o que tem a haver meditação tamos acostumados a passar. Senticom produtividade? O engenheiro mos a necessidade de pedir socorro budista Chade-Meng Tan, trabalha a alguém de nossa confiança, mas na Google exatamente com medi- se pararmos um pouco para meditação. Em uma entrevista à revista tar, quase sempre temos a resposGalileu, foi feita a seguinte pergun- ta, apenas queremos que alguém ta: Qual é a importância da medi- confirme a nossa ideia. Ao adquirir tação no ambiente de trabalho? A mais conhecimento, começamos a meditação é como um exercício. Se ter a consciência do que é certo ou você medita, vai ganhando aptidão errado, basta parar, meditar, refletir mental e emocional. Com isso, to- e logo a resposta vem. Um estudo realizado por duas dos os aspectos da sua vida melhoram, incluindo saúde, felicidade e professoras em psicologias, Caroprodutividade. E, obviamente, para lina Baptista Menezes e Débora as empresas, é importante ter fun- Dalbosco Dell’Aglio, com o apoio

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do CNPq, disseram que a meditação, caracterizada como o treino da atenção plena à consciência do momento presente, tem sido associada a um maior bem-estar mental, emocional e físico. Afinal, por que meditar? As respostas obtidas na pergunta aberta sobre como os praticantes percebem que a meditação se reflete nas suas vidas indicam que eles experimentam e mantêm a prática meditativa porque sentem uma série de resultados positivos, que abrangem diferentes âmbitos de sua vida. Foram citados benefícios emocionais, cognitivos, físicos, espirituais e sociais, porém predominaram as respostas relacionadas às áreas cognitiva e emocional, as quais apresentaram percentuais mais altos, corroborando estudos anteriores². A meditação acalma a nossa mente, deixa-a alerta e relaxada, o praticante experimenta emoções antes não percebida. É possível praticar em qualquer lugar, em casa, no trabalho e até mesmo em áreas externas. Pode levar o tempo de 1, 2, 3 ou até 10 minutos, o importante é parar, relaxar a mente, se concentrar, manter uma coluna ereta, observar sua respiração e deixar se levar pelos bons fruídos que trazem tal exercício. Ao meditarmos sempre que possível, criaremos um hábito diário, e perceberemoss que a tranquilidade virá para ter maior produtividade pessoal e profissional. ¹http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Psicologia/noticia/2014/12/guru-do-google-da-dicas-de-meditacao.html. ²www.scielo.br/pdf/ pe/v14n3/v14n3a18 www.divulgaescritor.com | out 2017

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ENTREVISTA

ESCRITORA RENY LIMA Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Reny Lima, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais a encanta na arte poética? Reny Lima - Comecei a me encantar com a escrita quando entrei na faculdade, mas não imaginava que um dia seria escritora; o que me faz encantada é colocar no papel meus sentimentos. Que temas costuma abordar nos textos que você escreve? Reny Lima - Escrevo de tudo, depende da ocasião e oportunidades; no geral escrevo mais o que sinto. Você tem um estilo específico para a escrita de poema, como soneto, quartetos...? Reny Lima - Não, escrevo de forma livre, sem muita rima ou algo do gênero.

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Reny Lima é amante das letras, escreve deixando o coração falar, elevando a alma, tentando abrilhantar os versos que escreve. Formada em Letras (Português e Inglês) e suas respectivas literaturas pela Faculdade Multieducativa em 2009, em Taguatinga (DF), exerce a função de Técnica de Enfermagem, profissão em que se formou pela Escola Técnica de Saúde de Brasília em 1989, à qual dedica boa parte do seu tempo. Por meio de seus poemas, realiza o sonho de escrever, deixando transparecer a alma e seu coração, desnudando os sentimentos.

Boa leitura!

O que a poesia representa para você? Reny Lima - Todos os meus sentimentos, bons ou ruins, todo amor que posso doar.

Você tem participações em várias antologias; alguma em específico a marcou? Por quê? Reny Lima - Participei da I Antologia da Academia Taguatinguense de Letras e da antologia de meus po-


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Apresente-nos um de seus textos poéticos: A culpa é sua Por eu te amar tanto assim, por querer você sempre perto de mim, com esse sorriso lindo, sua voz macia, olhar penetrante. A culpa é sua por eu não conseguir te esquecer, ter você entranhado no meu ser, arraigado em meu coração, você é o oxigênio do meu pulmão, o bater do coração, alma em transformação. A culpa é sua, por eu depois de tantos anos, ainda desenhar seu rosto na areia, escrever seu nome na madeira, sentir seu perfume nas flores, sorrir balbuciando palavras desconexas pensando em você, fazer meu ninho no seu ser. A culpa é sua por eu não me esquecer de ti. A culpa é minha por te amar assim.

emas, quatro volumes pela editora Beco das Letras. A I antologia foi um marco no meu trabalho. Como andam os preparativos para a produção do seu livro solo? Reny Lima - Está a todo vapor e deve ficar pronto até final de setembro, com o título “Silêncio da alma”. Além de textos poéticos, costuma escrever em outros segmentos literários?

Reny Lima - Estou começando a escrever um conto, e também iniciando alguns trabalhos de cordel. Quais os principais hobbies da escritora poética Reny Lima? Reny Lima - Ler, visitar livrarias, teatro, ficar ao ar livre e, claro, ficar com a família. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Reny Lima. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor.

Que mensagem você deixa para nossos leitores? Reny Lima - Para que tenham o hábito de ler, e cada vez mais pela leitura adquiram conhecimento. Que os pais incentivem seus filhos a lerem cada dia mais, pois por meio da leitura vão adquirir conhecimentos.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

O revisor de textos e suas atribuições Josias A. de Andrade

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momento político, com graves reflexos na economia, traz consequências desastrosas para todo o setor produtivo, e no meio editorial não é diferente. É com pesar que, com certa frequência, tomo conhecimento de que um autor ou editor suspendeu um projeto temendo a incerteza do mercado ou mesmo por falta de verba. E pensando bem, é até louvável suspender uma publicação a fazê-la sem o devido zelo profissional. Mas nem todos agem assim, e aí nos deparamos com publicações mal produzidas e sem mesmo a devida revisão textual para garantir que erros não passem despercebidos. Deixando a crise econômica de lado, neste arti72

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“O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm”, disse Luis Fernando Veríssimo em matéria publicada na revista VIP Exame, mar. 1995, pp. 36-37. Conheça o ofício deste profissional e entenda sua importância na cadeia produtiva do livro.

go vamos nos ater às atribuições do revisor e analisar o quão importante é a revisão de textos na produção editorial. É tarefa do revisor de textos examinar a obra respeitando a individualidade do autor, e por meio de análise criteriosa reconhecer, identificar e corrigir as falhas nela cometidas durante o processo criativo. Este profissional, normalmente graduado em Letras ou Jornalismo, muitas vezes faz mais do que simplesmente retificar palavras e acertar concordâncias. Cabe a ele deixar o texto atraente, melhorar as construções textuais, dar destaque às ideias, reforçar a mensagem, proporcionar clareza e garantir a coerência do discurso. Às vezes o trabalho é tão complexo, que implica reescrever todo o texto, ou seja, fazer um copidesque. No passado a revisão de textos restringia-se – e isto durante muito tempo – à correção ortográfica e gramatical. Tempos depois foi incorporada ao âmbito das edito-

ras, espaço em que esse profissional passou a exercer sua função. Com o advento da internet, a atividade passou a ser exercida a distância. Somado a isso, os programas de computador tornaram a execução da tarefa bem mais fácil e limpa, mas sem eximir o revisor da completa responsabilidade sobre a revisão. Portanto, jamais deve-se confiar o trabalho a revisores eletrônicos. A revisão de textos, na verdade, vai além da correção gramatical, o que a maioria das pessoas nem sequer imagina. Esta tarefa envolve um processo mais elaborado para garantir a qualidade do conteúdo, e não visa alterar a estrutura e ideia originais. O bom revisor deve respeitar o estilo do autor, seja no texto de um livro, de um trabalho acadêmico, de um projeto, artigo ou discurso, não importa o material. A revisão textual tem enorme importância e interfere na qualidade ou no resultado esperado. Dito isto, cabe ainda esclarecer que o trabalho do revisor engloba


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a análise da linguagem, quando ele perceberá se está adequada ao objetivo e à mensagem que o autor quer passar. Além dos aspectos gramaticais e estilísticos, o revisor busca melhorar a organização e exposição das ideias. Assim cai por terra e desmistifica-se a ideia errônea de que revisão é simplesmente pontuar o texto e acentuar as palavras. Infelizmente há até “revizores” que pensam assim, são os piratas, assunto de um artigo recente que escrevi para a revista Divulga Escritor, edição de agosto-setembro/2017. No mesmo artigo dou dicas de como não cair nas mãos desses pseudorrevisores. Voltando ao assunto, uma boa revisão é o resultado do trabalho de um bom revisor. Mesmo que a frase faça uma afirmação óbvia, não deixa de transmitir uma verdade. Em um universo de milhares de pessoas fazendo a mesma coisa – no caso, revisão de textos –, poucas são as realmente aptas a realizar uma revisão em nível excelente. Garantir que o documento escrito esteja claro nem sempre é tarefa fácil, pois a escrita demanda escrever e reescrever num processo contínuo em busca da perfeição. As ideias, muitas vezes, são boas, mas por falta de domínio da língua são mal apresentadas. É aí que o revisor de textos entra: é seu papel garantir a clareza na exposição do pensamento para assegurar que o leitor compreenda a mensagem. Não basta o autor ter boas ideias. Para expor seus conhecimentos, é preciso que respeite as normas cultas da língua, organize o pensamento e que haja clareza na exposição. Não havendo esse domínio, confia-

-se a tarefa ao revisor de textos. Se seguir o clássico modelo de introdução, desenvolvimento e conclusão, melhor ainda. É bom lembrar que o texto bem escrito passa credibilidade ao leitor e promove informações claras, coerentes e redigidas conforme as normas cultas. Afinal, é para isso que existem as normas, para serem aplicadas. Ainda que o escritor seja exímio na arte de redigir, durante o processo de escrita vários pontos acabam passando despercebidos e prejudicam a qualidade do trabalho. Cabe ao autor escrever, e ao revisor, revisar. Uma vez cada um exercendo seu papel, o resultado será uma produção isenta de imperfeições. Um erro, por insignificante que possa parecer, ficará na lembrança do leitor. O livro deve ser lembrado por suas qualidades excelentes, jamais por seus defeitos. E sendo lembrados por seus defeitos, no caso erros, jamais serão recomendados. A pressa ao escrever, para não perder aquela ideia surgida num insight, leva o autor a escrever frases confusas e às vezes com raciocínios inconclusos, necessitando aí de um exercício de adivinhação por parte do revisor. Este é um ponto delicado e requer um diálogo entre revisor e escritor. Uma vírgula fora do lugar ou a falta dela, por exemplo, pode gerar ambiguidade ou alterar um significado. Alguém, numa campanha publicitária, já disse que uma vírgula muda a história. Mais que isso: não só muda a história, como altera valores para mais ou para menos, condena ou absolve. Tudo na revisão importa, e nada deve passar despercebido, ainda que alguém diga

que o revisor procura “pelo em ovo”. E procura mesmo, e sempre acha. Na revisão é uma habilidade esperada do revisor ter percepção acurada para saber o que é importante e o que não é na escrita. Saber o que cortar, o que acrescentar; sugerir fundamentado em bases sólidas e argumentar com propriedade. Outro ponto importante em revisão é a coesão, isto é, como os componentes se conectam em uma relação de dependência para a formação de uma sequência linear na frase. A coesão trata dos processos que dão a sequencialização correta para assegurar a ligação linguística entre os elementos textuais. São os mecanismos de coesão que introduzem os argumentos e organizam sua retomada na sequência do texto. Para se obter a melhor coesão é importante escolher o conectivo adequado para expressar as diversas relações semânticas. Lembre-se de que os conectivos podem expressar relações semânticas diferentes, daí a revisão ser uma atividade que exige muito de quem a exerce. Uma vez ciente da importância desta etapa na produção do livro, não deixe de contratar este profissional para dar aquele acabamento que seu texto necessita. A Texto Ideal – Serviços Editoriais está no mercado editorial há 17 anos atendendo autores (novatos e veteranos), editores, estudantes, pesquisadores e universidades na produção de textos com qualidade excelente. Para mais informações, entre em contato: Texto Ideal – Serviços Editoriais Site: http://texto10.wixsite.com/mais e-mail: arquitexto@gmail.com Skype: josias747 www.divulgaescritor.com | out 2017

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ENTREVISTA

ESCRITORA SORAYA RUBIA

No entanto, para resplandecer essa luz de dentro de nós, teremos que desalojar muitas negatividades, escuridão, crenças, medos, enfim, uma série de criações destituídas de luz. Por isso é algo tão desafiante.” Por Giuliano de Méroe

Escritora Soraya Rúbia Bandeira, nossa equipe editorial está grata por colaborar conosco na Revista Divulga Escritor. Sua folha curricular acadêmica é ampla, o que requer inegável esforço. Parabéns! Apresente-nos as principais motivações para a escrita de seu livro “A

Soraya Rúbia Bandeira, Mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social; Especialista em Consciência e Educação; Formação em Terapia Transpessoal. Trabalha como Revisora de livros e trabalhos acadêmicos; docente; Terapeuta. Boa leitura!

Arte da Iluminação no despertar para o que Eu Sou”. Soraya Rúbia - Como Terapeuta Transpessoal e pessoa interessada no tema iluminação e nos ensinamentos de Saint Germain sobre a “Divina Presença Eu Sou”, deparei-me em um processo pessoal de intensa mudança que me exigiu colocar em prática todo conhecimento sobre tais assuntos. Foram momentos bastante desafiantes em que pude constatar a sabedoria do Eu Sou, pois experimentei a instabilidade da mudança em plena consciência, apenas centrada em buscar a Unidade com a Fonte, permitindo-me sentir a instabilidade sem

ser sugada pela mesma. No meio de todas as nuances do processo, a alegria de perceber-me Criadora e compartilhar essa experiência na forma de conhecimento fez parte da mudança, que está ocorrendo para todos. Claro que em níveis e intensidades diferentes, conforme a permissão de cada um. Quais os principais desafios para a escrita do enredo que compõe a obra? Soraya Rúbia - Um dos principais desafios foi conseguir sair das minhas próprias convicções, crenças, personagens, identidades e ideias (ego) e permitir que algo maior se

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DIVULGA ESCRITOR apresentasse, visto que somente quando me desnudei do ego é que muita coisa pôde, realmente, passar por mim. Outro grande desafio é a rapidez da expansão da consciência e, por exemplo, quando o livro já estava impresso e li alguns trechos, já havia uma mudança na consciência e forma de lidar com determinada questão. Aceitar que o livro saiu como tinha que ser é o grande desafio, pois um livro, para o autor, é sempre uma obra inacabada, visto que sempre estaremos alcançando níveis mais elevados de expansão de consciência. E o maior aprendizado foi sentir que o livro poderá ser lido e ser inspirador para qualquer pessoa sensível à mudança. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Soraya Rúbia - Bom, para o título eu desejava usar dois carros-chefes: a iluminação e o Eu Sou (que é a manifestação do Divino em nós). Então, veio o insight de que a iluminação é uma arte, em função das várias nuances e da nossa capacidade criativa para ultrapassar os processos sem comprometer nosso viver. Daí tem a questão que muitos estão despertando para o Eu Divino, para a consciência desta Unidade em si. Então, “despertar para o que Eu Sou” é despertar para a nossa Essência onde reside todo o potencial de criação, talentos, dons... Representando o que cada um de nós é. O interessante é que acordei um dia sentindo que precisava mudar algo no título, mas não consegui enxergar o óbvio que era a saída do “que”. Mas o título que ficou também representa bem a obra, pois evidencia a perspectiva pessoal de cada um de nós como criadores/manifestadores da realidade. 76

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O livro “A Arte da Iluminação no despertar para o que Eu Sou” pode ser considerado um livro espiritualista? Soraya Rúbia - Como Terapeuta Transpessoal eu poderia dizer que é um livro de abordagem transpessoal. No entanto, não gostaria de colocá-lo na caixinha espiritualista, pois

sabemos que esta visão mecanicista fragmentou bastante o conhecimento. Há uma abordagem espiritual, sim, contida no livro, e que faz parte da grande cena que é a vida. Inclusive, antes eu achava que este livro era para as pessoas que estavam despertas ou despertando, mas depois que algumas pessoas que


DIVULGA ESCRITOR nem sabem dessa coisa de iluminação leram o livro e sensibilizaram-se, percebi que é um livro que pode ser lido por qualquer pessoa, afinal, ressalto, trata-se de Vida! O que é uma iluminação? Notamos que esta palavra está presente nas filosofias orientais; poderia explanar mais sobre essa ideia? Soraya Rúbia - A visão de iluminação mudou muito desde os tempos passados. Isto porque também as energias do planeta estão bem diferentes. Antes havia muita densidade energética no planeta e para uma pessoa iluminar-se ela precisava isolar-se do mundo para poder conseguir acessar o Eu Sou e fundir-se com a Luz, a Consciência maior. Daí, ela não conseguia permanecer no planeta. Para mim, pessoalmente, iluminar-se é resplandecer a luz de dentro de si mesmo, é acordar para a Unidade que cada um É em conexão com a Fonte. No entanto, para resplandecer essa luz de dentro de nós, teremos que desalojar muitas negatividades, escuridão, crenças, medos, enfim, uma série de criações destituídas de luz. Por isso é algo tão desafiante. É dito, através de mensagens canalizadas, que estão disponíveis para a humanidade todas as energias que facilitam a autorrealização. Em uma linguagem simples e direta, o livro busca abordar alguns desafios enfrentados nesta jornada. No release do livro, observamos a expressão “volta para a casa”. Estamos curiosos. O que pretendeu dizer? Soraya Rúbia - A volta para casa é a volta para o nosso coração, que é onde reside a nossa verdadeira Essência. Nos acostumamos tanto a

viver uma vida humana, que quando falamos em Divino as pessoas pensam logo em religião. O livro provoca a sentirmos o que de mais rico existe em nós, que é a nossa Essência, nosso Eu Divino. Há tanta manipulação acontecendo, que o Ser afastou-se de si mesmo, buscando fora o que sempre esteve dentro. Então, voltar para casa significa voltarmo-nos para nossa Essência, apor meio de ações centradas no coração, visto que estivemos tanto tempo centrados na racionalidade, que esquecemos o que verdadeiramente somos. Soraya, por gentileza, escolha e mencione uma das passagens que considera alcançar o mais elevado pensamento do seu livro. Soraya Rúbia – Esta semana fui à praia, e a maré bem baixa, o que deixava à mostra uma beleza inusitada de pedras revestidas de algas verde-esmeralda, lagos e areias fofas. Sentei-me em uma pedra recôncava que parecia um trono e senti toda a beleza do lugar. Me recostei para trás pendendo a cabeça fazendo um giro de 360º, o que me deu uma visão espetacular do todo. Um céu de um azul esplêndido, como uma redoma, com algumas poucas nuvens que pareciam pintadas à mão, um sol brilhando e aquecendo suavemente, ao fundo muitos coqueiros e uma brisa suave: a noção exata de paraíso. Cada elemento dava forma a esse lugar e cada um exercendo seu papel. Como escolher o que melhor representava essa beleza? Impossível. Analogamente, experimentei tanta abertura de consciência ao escrever este livro, que é impossível trazer um trecho que represente o pensamento mais elevado, visto que este livro possui muitas chaves con-

tidas na simplicidade das experiências. Mas evidencio a confiança no Eu Sou como a maior experiência vivida. É comum alguns autores viajarem para pesquisar; em outros casos, se sentem melhor, simplesmente por mudarem de vista. Com você acontece o mesmo? Soraya Rúbia - Criar, para mim, é um ato que envolve prioritariamente sair da mente. Então, todo o conhecimento adquirido no decorrer de tantos anos, em livros, cursos, jornadas, workshops, dentre outros eventos, já estava alojado na mente que, paradoxalmente, eu precisava esvaziar para poder trazer os insights da dimensão Divina em consonância com as experiências humanas. Na escrita do livro, precisei ir à praia constantemente e fazer muitas respirações conscientes, no intento de abrir os canais de intuição para a clareza necessária ao fluir da escrita que brotava não só de mim, mas também por/através de mim. Quais os seus planos como autora? Soube que já temos livro novo no prelo. Soraya Rúbia - Sempre amei escrever; é um potencial que trago comigo. Portanto, sempre terei um projeto em mente para escrever. Neste momento, compreendi que tudo tem seu tempo. De fato, tenho um projeto pronto, mas as circunstâncias exigiram-me aguardar o tempo de o mesmo maturar para alcançar seu objetivo como obra. Mesmo porque sou uma escritora que me entusiasmo bastante em criar e me expressar por meio das palavras escritas e sentir que esta escrita pode inspirar outras pessoas em suas vidas, pois é www.divulgaescritor.com | out 2017

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Antes eu achava que este livro era para as pessoas que estavam despertas ou despertando, mas depois que algumas pessoas que nem sabem dessa coisa de iluminação leram o livro e sensibilizaram-se, percebi que é um livro que pode ser lido por qualquer pessoa, afinal, ressalto, trata-se de Vida! sempre uma escrita que vem do coração. De coração para coração. Há algo de interessante que possa ser contado sobre o livro? Soraya Rúbia - Antes do lançamento do livro aconteceu um episódio que considero bem interessante. Estava na livraria conversando sobre as demandas da organização do coquetel de lançamento e internamente sentia muita alegria e gratidão pela realização, pelo apoio que sentia dos Seres Divinos e principalmente dos Mestres Ascensos aos quais tenho afinidade. Então, após as possibilidades que discutíamos, ou disse: – na verdade, o que gostaria era brindar com champanhe ao som de um violino em gratidão à vida por esta realização. Voltei para casa de ônibus e, acreditem, que entrou na condução um rapaz

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com uma beleza física e espiritual bastante evidente com um violino e começou a tocar. Outra sincronicidade foi que a pessoa da livraria me ligou do mercado dizendo que havia um espumante com o nome do mestre ascenso com o qual eu tinha afinidade e que estava com um preço bem em conta. Haja sincronicidade! Onde nossos leitores poderão comprar seu livro? 1. Por meio da Livraria Fontenele – São Paulo: http://fontenelepublicacoes.com.br/produto/arte-da-iluminacao-do-despertar-para-o-que-eu-sou/ 2. Livraria Corpo e Mente – Salvador - Tel.: (71) 3011-5970 / 33581070 3. Livraria Cultura https://www.livrariacultura.com.

br/p/livros/autoajuda/espiritualidade/a-arte-da-iluminacao-do-despertar-para-o-que-eu-sou-46683766 4. Por intermédio da autora – Salvador – BA (livros autografados): sorayabandeira@gmail.com Escritora Soraya Rúbia Bandeira, agradecemos sua participação; nossa equipe é grata à oportunidade de compartilhar seu pensamento, esforços e ideais. Qual mensagem deixa para nossos leitores? Soraya Rúbia - Agradeço a oportunidade de poder falar sobre o livro, inclusive para dar clareza aos que ainda possuem uma interrogação quanto ao tema. A minha mensagem é que possamos buscar a Unidade que cada um É, dentro de si mesmo, de volta para nossa casa que é nosso coração. Para isso, é preciso amar, principalmente a si mesmo, para que esse Amor e Luz possam transbordar em nossas ações diárias. Todos estamos nesta busca, só precisamos fazê-la de forma consciente. A confiança no Eu Sou é a chave para a mudança de uma forma mais suave, e a permissão para a mudança é fundamental.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

HIERARQUIA… CADÊ O RESPEITO? Hierarquia = Qualquer classificação que tenha como base as relações entre superiores e dependentes.

Nell Morato

T

odas as sociedades precisam de organização para existir. Independente de qual seja a sua classificação, a hierarquia estará sempre presente. Possui autoridade, e é quem tem o poder de ordenar, de comandar. Hierarquia requer conhecimento, experiência e responsabilidade. Exige habilidade e o dever de arcar com as ações e o comportamento, às vezes, inadequado de seus subordinados e colaboradores. Também, em alguns casos, prestar contas de seus próprios atos, devendo agir com sensatez e imparcialidade. Nas sociedades particulares, o conjunto de membros está subordinado às mesmas leis ou preceitos. E a ascendência é determinada por mérito. É necessário ir galgando o caminho da chefia, muitas vezes, em passos lentos. Faz-se necessário a vivência por todas as etapas do processo para só então, assumir o tão almejado cargo. Nas sociedades públicas, a teoria é completamente diferente da práti-

ca, do uso, do abuso do cargo e do poder alcançado. Autoridade significa: direito que determina o poder para ordenar; poder exercido para fazer com que (alguém) obedeça. Ou ainda, a designação atribuída ao representante de um governo. No caso, representante do eleitor/cidadão, que vota e elege quem vai assumir a responsabilidade pela coisa pública. Não existe mérito na ascendência ao cargo público. É uma escolha pessoal do eleitor, diante do que se oferece na imprensa, de quem discursa com mais ênfase, com mais emoção. Falta conhecimento, experiência e responsabilidade… Também falta imparcialidade, sensatez, honra e mérito. E sobra ideologia… São legisladores das leis que os isentam de punição, e também que os beneficia com benesses e valores extraídos da coisa pública. Extraídos dos eleitores que escolheram erroneamente os seus representantes. Hierarquia para educar. As escolas, sejam públicas ou privadas, no seu organograma funcional, conta com diretor e vice-diretor, que determinam as regras de funcionamento dentro do método curricular. O objetivo de uma escola é ensinar e fortalecer a educação que crianças

e jovens recebem de seus familiares desde o nascimento. Os professores são peças fundamentais, para que a escola exerça suas atividades com competência, alcançando excelentes resultados. Respeitar a hierarquia é fundamental para alcançar os resultados. Apenas ensinar não basta. Como um professor vai orientar seus alunos ou até mesmo fazer-se respeitar como autoridade em sala de aula, se ele próprio não respeita a hierarquia da escola em que trabalha? Qualquer programa ou projeto que envolva uma escola e seus alunos, há de se trabalhar em conjunto para chegar aos objetivos propostos. Os alunos serão os beneficiados com as ações oferecidas e todo o quadro funcional da escola, responsável pelo sucesso alcançado pelos estudantes. Vence a ação conjunta. Se o trabalho for bem-feito, o destaque será da escola realizadora e dos estudantes que dela participaram. E a honra e o orgulho pelo trabalho realizado é de todos, independente de ser ou não nomeado de forma individual. Os aplausos serão para o conjunto da obra, ou seja, os estudantes, os professores, a direção e a escola. www.divulgaescritor.com | out 2017

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

FLAL

Anjo de Guerra - primeiro lugar no concurso Infantojuvenil do FLAL O cheiro dos corpos em decomposição me sufocava mais do que a nuvem preta de fumaça que se fazia de cobertor. Meus olhos ardiam, e a boca, seca, tentava sem sucesso emitir um grunhido qualquer. Minha cabeça girava desorientada, seguindo um mantra inconsciente. Mantenha-se viva, dizia. Quase impossível. Nas mãos, um amuleto: uma boneca de pano pálida, suja e desbotada... A preferida de Ana. Sobre mim, um prédio inteiro. Imersa aos escombros e confundida com um pedaço de parede qualquer, beijava o chão e chorava. Chorava porque precisava encontrar Ana, e porque precisava

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de minhas lágrimas para beber e fingir matar a sede. Por uma pequena abertura entre os destroços e o chão, espiava a grande concentração de pessoas ao redor. Estavam fugindo dos horrores da guerra, a esperança os iluminava – pena que não podiam fugir das próprias lembranças. Eu estaria longe também, não fosse Ana. Salvar minha irmã era o que me mantinha viva, soterrada naquela imensa construção. Pensava em como ela estaria se sentindo, sozinha e perdida no meio da fuligem e das cinzas. Minha irmã... Tão inocente para entender a dimensão dos acontecimentos. Ela fazia parte dessa dança fria e violenta, a guerra era o seu quintal e a infância ficara esquecida. Não tinha tempo para isso, brincadeiras poderiam ser mortais. Em nosso último momento juntas, disse-lhe para correr, muito embora o alarme do ataque aéreo tenha abafado minha voz. As escadas do prédio onde morávamos estavam abarrotadas. Era eu ou ela. Uma teria que ficar para trás. Lembro-me dos seus olhos verdes viran-


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do-se para mim, enquanto era arrastada pela multidão que fugia. Ela entregou-me a boneca, com lágrimas tímidas marcando a bochecha. - Prometa que vai me buscar – sussurrou, apertando seu corpo contra o meu. Eu prometo, Ana. Vou ficar viva, por você... Tentei dizer, mas não consegui proferir em voz alta. Precisava dar esperança àquele anjo órfão, cujo sangue era o mesmo do meu. Dei-lhe um último abraço apertado, acariciei seu nariz e a empurrei no fluxo da multidão escada abaixo. Fiquei sozinha com a boneca e o prédio cedendo sob meus pés. Uma voz interrompeu minhas lembranças e me fez voltar aos escombros onde estava. Estava ali há dias ou há horas? Não importava mais. Um par de olhos verdes muito familiares me espiavam pelo vão entre o prédio e o lado de fora. As pessoas que passavam atrás dela sumiram da minha vista. Por um momento, a única coisa que ouvia era o abafado batimento do meu coração. Ali, naquele pedacinho de inferno, eu só conseguia enxergar aqueles olhos. Meu último pedaço de lar. Ela estava com roupas limpas e brancas, e as bochechas, vermelhas e sadias, emolduravam um sorriso infantil. - Amira! – disse, e percebi que não era a primeira vez que falava. Saí do transe. Ana, tentava responder, mas não conseguia. Como ela me achara? - Não tenha medo, Amira. Vim te salvar. – Ela estava serena e sorridente, não se

dava conta do caos ao seu redor. Eu queria sair dali, abraçá-la, protegê-la... Fugir para bem longe e dar a ela a vida que merecia. Me contorci, me espremi entre os escombros, mas nada funcionava. Ela, ali fora, segurou minha mão e gritou palavras de incentivo. A correnteza de pessoas tomava as ruas e fugia, aterrorizada por mais um estrondo familiar. À medida que a voz de Ana era abafada pelo barulho que crescia em uma velocidade espantosa, o medo me dominava por completo. Consegui sussurrar um “Corra!”, mas Ana não se moveu. Ela apenas segurou mais forte minhas mãos e esperou. Senti o restante do prédio desabar mais uma vez sobre mim. O novo míssil atingira o prédio em cheio, meus pulmões estavam vazios. Respirar estava quase insuportável, minhas forças se concentraram nas mãos de Ana. Meu corpo inteiro tremia em espasmos, e vi um rastro de sangue escorrer por minha perna. Tentei tapar os olhos da minha irmã, mas ela afastou minhas mãos. Ofegando, enrolei o vestido da boneca no ferimento. O espaço ficava cada vez mais apertado, e minha audição era abafada. Um nó se formou na minha garganta. Eu não poderia deixar Ana ali, vendo seu último pedacinho de família se esfacelar bem à sua frente. Ela continuava calma, aquecendo meu corpo com o olhar. E sorria. Uma força me invadiu por completo. O instinto de proteção falou mais alto, e decidi agir. De repente,

me senti leve: meus pulmões dilataram e o ar era limpo. Sem fuligem, sem sujeira. A saliva encheu minha boca numa cachoeira, minhas pernas já não doíam mais. Soltei as mãos de Ana, e, em uma força sobrenatural, empurrei os destroços que me prendiam. Ela me ajudou a ficar de pé. Cambaleante, abracei-a, incrédula, e sorri. Escapáramos novamente. Agora, era só seguir a multidão e dar um novo rumo a nossas vidas. Chamei minha irmã, mas ela, de novo, não se moveu. Apontou para a boneca no chão; chamuscada e depenada, era só mais um item na coleção de destroços. Desviei o olhar daquela ideia dolorosa de infância roubada, mas Ana insistiu. - Olhe de novo – ela falou, firme. Chamuscada e depenada, pensei. Mais um item na coleção de destroços. Chamuscada e depenada, chamuscada e ... Ela fitou-me nos olhos, com sua serenidade inquietante. - Eu vim te buscar, Amira. Vamos embora daqui, é hora de encontrar papai e mamãe. Ela apontava para uma luz intensa atrás de nós. Virei-me para ver o que era e entendi. Juntas, fomos embora, para nunca mais voltar. Finalmente, teríamos paz.

Texto por: Amanda de Aguiar Piazza; idade: 16 anos; série: 3º ano do Ensino Médio. Escola: Educandário Imaculada Conceição – Florianópolis.

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Ambiguidades – Primeiro lugar no concurso de textos anônimos do FLAL Por Anita Regina Santos

Hoje não te escreverei. Não esvaziarei meu sentimento tão rosa com palavras cinzas. Nem encherei meu peito com as cinzas das palavras ditas – mal ditas. Não farei do meu coração um sepulcro. Deixarei sem nada, aberto. E o vento passará e me contará uma linda história que um dia eu senti. Hoje viverei o dia. Viverei cada segundo do dia. Sentirei cada sensação. Cada alegria. Cada angústia. Saberei de cada pensamento. Ouvirei cada voz em mim. Não tentarei me segurar no que já não há. Nada me prende. Nada, nada, nada. Apenas me solto. Desfaço as amarras. Desato meus nós, um a um. Hoje eu paro: quero ver a vida acontecer. Quero um tempo. Sem cobranças. Sem explicações. Quieta, sem mais barulhos. Sem mais arroubos. Sentir o movimento do meu corpo - vivo. Preciso ser eu comigo. Só ser. Ser só. Com tudo que sou. Quero ser colorida outra vez. Não há mão me amparando. Não 82

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há um deus me cuidando. Não há luz no fim do túnel – a vida acontece é dentro do túnel. Sou eu por mim. E só. Olharei para as coisas como elas são. Hoje não farei alarde. Nem vãs tentativas tentarei. Nada voltará a ser o que já foi. Nada nunca volta. O tempo é sempre outro tempo. As pessoas são sempre outras pessoas - ainda que continuem sempre as mesmas. Tudo muda o tempo todo. No próximo minuto que começará nada mais será igual. Tudo transitório, passageiro, impermanente. Não há para o que voltar. Eu hoje – imanente, presente. Não. Eu hoje não vou te escrever, nem te responder, nem te cha-

mar, nem te ofender, nem te querer, nem te deixar ir, nem te amar, nem te odiar, nem te esquecer, nem lembrar teu jeito, nem te desprezar, nem sentir tua falta, nem desejar te falar, nem tentar te convencer, nem te pedir perdão. Não vou nem pensar em você. Hoje não questionarei se é crime amar. Não questionarei a minha entrega. Nem questionarei por que ainda espero tanto. Ainda aceito tanto. Ainda quero tanto. Hoje deixarei que o vazio me preencha. Deixarei que o silêncio me tome todas as palavras, para que eu não diga mais palavra nenhuma. Que eu cale tudo em mim. Hoje quero ser. Quero ter um tempo imóvel. Quero a morte simbólica de um pedaço em mim, de algo que já foi. De algo que não volta. Só hoje me permitirei sentir cada gota de saudade. Deixarei doer tudo que tiver para doer. Ficarei melancólica o quanto eu queira. Depois, sentirei orgulho por continuar. Estou cansada. Nada farei hoje. Apenas hoje.


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DIVULGA ESCRITOR LIVROS EM FOCO | ESPECIAL BLENDA BORTOLINE | Blenda Bortolini, nasceu em Belo Horizonte / MG no dia 22 de outubro de 1970. Vive em Genebra, na Suíça. Possui dupla cidadania, é também italiana. Estudou Filosofia na Universidade PUCMINAS e Teologia no Centro de Treinamento Bíblico Carisma em BH. Casada desde 2006 e mãe de dois filhos. Escreveu vários livros, entre eles: A Sementinha, (4 edição) O Espinhento, (4 edição) O Mestre Precisa de você, (esgotado) No colo do inimigo: uma intimidade mortal, (esgotado) Meu defeitinho,(esgotado) Ser de verdade, e obras bilingues como: A Cigarra desafinada, Ame os bichos do Brasil e Salmos Modernos.. Também escreveu vários poemas e crônicas com participação em várias antologias bilingues em francês, Inglês, Alemão e Italiano. Participa desde 2015 no Salon du Livre et de l’apresse Genève. E no ano de 2015 fez exposição dos seus livros no Salão Internacional do Livro em Torino na Itália. Coautora da Antologia MADRE TERRA - 4° Antologia bilíngue “Italiano & Português” da A.C.I.MA. Coautora da Antologia: Escritores da Língua Portuguesa II, tem seu nome na Enciclopédia Italiana de Artistas Contemporâneos Lusófonos, com grandes nomes da Literatura e das Artes em comemoração aos 8 séculos da língua Portuguesa, a enciclopédia de artistas brasileiros e italianos. Recebeu o prêmio da Associação de Poetas de Angra dos Reis em parceria com a Editora Mágico de Oz em Portugal, com a Medalha Monteiro Lobato, a entrega do Prêmio “Escritor Destaque 2015. Menção Honro84

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Blenda Bortolini

sa do Varal do Brasil em Genebra na categoria conto Infantil e ganhou o 3º lugar do prestigiado concurso na categoria Conto, no Concurso Literário Cultive 2017 prêmio ALALS de Literatura cujo o tema foi Cultive. O concurso foi avaliado por um prestigiado juri composto por Augusto Lopes ( presidente da ALALS), Socorro Cavalcanti (cientista social e acadêmica da ALACE), Reto Monaco(acadêmico das ALALS e historiador em Genebra), . Maria Graça Melo (vice presidente da APP).do concurso organizado pela Associação Cultive em Genebra em 2017 com o conto Cultive bons frutos. Participa como Coautora: A arte de ser mulher, organizado pelo Jornal sem Fronteiras. Coautora da Antologia, Faz de Conto. Blenda é Organizadora da Antologia Salmos Modernos, teve o lançamento na Embaixada Geral do Brasil em Genebra em outubro de 2016. Em maio de 2017 participou do 31° Salon International du Livre de Genève, apresentou duas obras. A Cigarra Desafinada, escrita em por-

tuguês e em Francês. Também foi lançado o livro paradidático, escrito por Blenda Bortolini e a escritora Valquíria Imperiano, em Francês e Português: Aimez les animaux du Brésil (Ame os animais do Brasil). Um estimulo às crianças a preservarem a fauna das 5 regiões Brasil em risco de extinção. O lançamento do livro foi marcado por uma passeata ecológica, animação com crianças de todas as idades fantasiadas com os bichos abordados no livro, desfilando por todo o Salão do Livro de Genebra, organizada pela Associação Cultive dentro do Salão. A passeata foi comandada por Blenda Bortolini que, “vestida” de Madame Fauna, chamou a atenção de todos para os problema da Fauna Brasileira e de todo planeta. Um tema universal que atirou a atenção da imprensa local. Blenda Bortolini pôde falar à imprensa local dos problemas da nossa terra e apresentar o livro Aimez les animaux du Brésil. Os temas abordados pela autora são: Amor, preservação, respeito, confiança, otimismo, Bullying, inclusão social e respeito às diferenças e fé. Ainda no ano de 2017 a autora fará o lançamento oficial do seu livro: A cigarra desafinada em comemoração ao dia das crianças a convite do Conselho de Cidadania do Consulado do Brasil em Genebra. E em outubro fará o lançamento da Antologia Salmos Modernos em Israel na Torre de Davi no período da Festa dos Tabernáculos. Seus livros são vendidos diretamente pelo e-mail da autora: blendaebortolini@hotmail ou pelo site www.blendabortolini.com.br


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A Sementinha

Um lindo e empolgante conto destinado às crianças em idade escolar, que traz uma temática filosófica sobre as decisões e os valores da vida. A obra descreve o drama vivido por uma pequena Sementinha, sonhadora e confusa, que se vê na difícil escolha de decidir entre realizar o seu sonho de ser uma grande árvore ou apenas servir de alimento para os peixes e os pássaros. Um livro também interativo, quando a criança decide o final da história, ajudando a sementinha na melhor escolha a ser tomada. Um material ainda alternativo, que auxilia aos professores e educadores no trabalho da escrita e da gramática, trabalhando assim a reflexão, a sensibilidade e a critica. Portanto, um ótimo auxílio pedagógico! O livro ainda oferece a oportunidade de interação por meio de um concurso literário na escola entre os alunos, com a escolha do melhor final para o enredo. A obra também é uma ótima ferramenta para a elaboração de uma peça teatral, dada sua riqueza e seu valor.

O Espinhento

Um conto infanto-juvenil emocionante, que traz a reflexão sobre a difícil arte do relacionamento e sobre como aceitar as diferenças e como lidar com as rejeições e o bullying diários. A obra é um convite, um incentivo, para consideramos o valor da verdadeira amizade e a importância do autoconhecimento. A trama se desenrola a partir do drama vivido por um porco-espinho, que tinha dificuldades de aceitação entre os outros animais da floresta por ter uma natureza que fere, machuca, por conta de seus espinhos em todo o corpo. Quem está por perto dele, teme de se aproximar. Estabelece-se aí um diálogo, então, emocionante, entre o porco-espinho e uma velha e sábia árvore. Traduzindo: cativante

Ame os animais do Brasil

É o primeiro livro da série: Extinção. Nele aborda de uma forma simples e técnica quais os animais que correm risco em extinção em todas as 5 regiões do Brasil. Um excelente material para escolas. www.divulgaescritor.com | out 2017

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DIVULGA ESCRITOR LIVROS EM FOCO | ESPECIAL BLENDA BORTOLINE |

A Cigarra desafinada

Um conto infantil que motiva o leitor partir em busca dos seus sonhos e a vencer os seus desafios. Uma reflexão sobre a verdadeira amizade e como devemos comportar diante dos imprevistos da vida. Uma obra divertida que foi adaptada em peça teatral.

No Colo do inimigo – Uma intimidade mortal A obra traz uma reflexão a respeito dos relacionamentos errados. As consequências da escolha errada. Fala das questões mal resolvidas e a tendência humana em acreditar que “dessa vez vai ser diferente” ou “ Eu tenho o domínio dessa situação”. O texto é baseado na história do personagem bíblico Sansão que se apaixonou por Dalila e ignorou o poder da influência da mulher.

Salmos Modernos – Antologia

A obra traz uma coletânea de textos, por diversos escritores que apreciam o contato com o Criador e O reconhecem como fonte inspirativa. Também por compositores da música gospel brasileira, cujas algumas canções são reconhecidas nacionalmente, muitas delas premiadas pelo Grammy Latino. Os textos de Antologia Salmos Modernos foram escritos em forma de prosa e versos, os autores traduzem bem o que muitos de nós sentimos e pensamos. Não se trata de uma releitura dos Salmos bíblicos, mas uma quase “retrospectiva”, guardadas as devidas proporções, do que mais profundo existe em termos da ambivalência da alma de todos nós. A capa é o renomado artista plástico Renato Amisy, que já possui inúmeros trabalhos realizados e reconhecidos. A obra foi organizada e idealizada por Blenda Bortolini. 86

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DIVULGA ESCRITOR LIVROS EM FOCO | AUTORA 2 EM 1 JACKMICHEL |

Escritora JackMichel conquista 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa com o poema Alma Simbolista e participa da antologia internacional A Vida em Poesia II

ALMA SIMBOLISTA (*) Alma simbolista, entrego-te agora este alfanje antigo, que é de ouro rútilo. Toma-o! Pega-o! Dou-te por missão afastar dos meus Sonhos a negra Realidade miseranda. E, terminado o prélio, torna aqui! Que iremos, ambas, em demanda dos páramos risonhos onde não há lágrimas ou luto, misérias ou esquecimento – só espaços!... Subindo, encontraremos o empíreo nefelibático e o confabular Cruz e Souza, Camilo Pessanha, Maeterlinck... subindo mais, contemplaremos as visões vaporosas de Moreau ... E mais além... nos giros feros da funda eternidade (quem sabe?) veremos os sonhos dos poetas materializados!... * Alusão ao Simbolismo, movimento literário da poesia e das outras artes que surgiu no final do século XIX. 88

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Biografia da autora: JackMichel é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. A escritora publicou seu primeiro livro Arco-Jesus-Íris em 2015 pela Chiado Editora. Em 2016 lançou pela Drago Editorial as obras LSD Lua, 1 Anjo MacDermot, Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate, Ovo e em 2017 lançou Papatiparapapá, pela Editora Illuminare. É associada da ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), da LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura) e da UBE (União Brasileira de Escritores). Seus contos e poemas constam em antologias nacionais e antologias internacionais bilíngues: Amor & Amore (Edizioni Mandala), Os Melhores Poemas de 2016 (ZL Editora), Faz de Conto II (Helvetia Edições), 1ª Antologia Cultive (Fast Livro), III Antologia Mulheres Pela Paz 2017 Edição Especial (Fénix),Antologia de Poesia Brasileira Contemporânea Além da Terra Além do Mar (Chiado Editora), Antologia Criticartes 2017 (Biblio Editora), A Vida em Poesia II (Helvetia Edições). Também foi destaque em diversos jornais e revistas on-line de literatura, artes e cultura como Varal do Brasil, Arca Literária, Ami, Divulga Escritor, Geração Bookaholic, Conexão Literatura, Plural, Criticartes e Philos. Participou do XXIX Salão Internacional do Livro de Turim 2016, I Salão do Livro de Lisboa 2016 e I Salão do Livro de Berlim 2016. Em 2017 tomará parte nos eventos: XVIII Bienal Internacional do Livro do Rio, 4ª Feira do Livro Livre de Buenos Aires, 31º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, XXX Salão Internacional do Livro de Turim, Salão Internacional do Livro de Milão, BUK Festival Literário de Modena, Feiras Literárias de Mântua, Bolonha e Roma. Ganhou o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prêmio ALALS de Literatura” e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”.

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JackMichel em vídeo:

JackMichel “A Escritora 2 em 1” Promo Video https://www.youtube.com/watch?v=3F8J4ck6XHU Booktrailer Arco-Jesus-Íris – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=iBjgF0DkAik&t=34s Spot Televisivo LSD Lua – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=Khg1oKH6WKo Spot Televisivo 1 Anjo MacDermot JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=dmVR-jE07pU&t=31s Spot Televisivo Sorvete De Pizza Mentolado X Torpedo Tomate - JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=Zn5xRdnwJvQ Spot Televisivo Ovo – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=dsBd0O_e5WI Book Trailer Oficial da obra Papatiparapapá https://www.youtube.com/watch?v=qbC4iWoCsTo

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DIVULGA ESCRITOR LIVROS EM FOCO | O AUTOR R. D. SILVEIRA |

O INFERNO É VERDE O inferno é verde na Amazônia colombiana, brasileira, da droga, dos conluios e da safadeza da corrupção. Será que a vida precisa ser passada num inferno para que a sociedade possa melhorar, ou será que é preciso investigar as gangues modernas com ramificações no mundo inteiro? A aclamação da critica sobre “O Inferno é Verde” leva em conta a narrativa sobre o narcotráfico, a guerrilha, as organizações multinacionais do crime e a realidade contemporânea de um Brasil que inclui a operação Lava-jato comandada pelo juiz Sergio Moro. Em momentos singulares o texto que espreita até os extremismos de Donald Trump, revela um cenário de amor improvável. Amaru, índia Baniwa e Nolan, agente especial, protagonizam um romance que une a selvagem nua a banhar-se nas águas amazônicas, a um investigador acostumado a combater o crime com drones e robôs virtuais. A trama dividida entre a Floresta Amazônica, Curitiba e o litoral paranaense, é protagonizada pela 3-i, fictícia agência internacional de inteligência com integrantes de diversos países. Uma megaoperação chamada Green Hell investiga um império de drogas bem no meio da Floresta Amazônica. À frente da operação está o psicólogo Nelson Moore, um homem analítico e que aplica a terapia cognitiva para entender adversários e amigos.

... R. D. Silveira – consegue não somente fazer com que nos importemos com os personagens, como gerar uma reflexão pertinente sobre a sociedade, tudo embalado por uma narrativa nervosa, daquelas em que o leitor não consegue baixar o livro, algo que somente os bons romances são capazes de fazer. Com uma narrativa que poderia facilmente ser transportada para a tela do cinema ou da TV, “O Inferno é Verde” é uma das obras paranaenses mais interessantes do ano e que não deixa a desejar a nenhum bestseller por aí” Rodrigo de Lorenzi Oliveira Jornalista 90

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... Posso afirmar a qualidade do livro, pois o autor consegue relacionar os diversos episódios com a realidade da situação brasileira e, de certa forma, do mundo, vivida nos tempos atuais de segunda metade da segunda década do terceiro milênio, em que a tecnologia impera. Isso paralelo ao acirramento do tráfico de drogas e de influências em que o ganho de muito dinheiro é muitíssimo mais importante do que são os valores da vida humana” Roque Aloisio Weschenfelder Crítico literário Onde comprar: Livraria Garcia http://www.livrariagarcia.com.br/O-Inferno-e-verde Livraria Cultura

R. D. SILVEIRA marca sua vida pela Psicologia, o Rádio e a Televisão. Psicólogo, professor e jornalista, dirigiu veículos de comunicação, recebeu prêmios e criou projetos de educação a distância. É um avaliador de pessoas que trata pacientes, escreve artigos e ensina. Aclamado, ‘‘O Inferno é Verde” provoca uma indagação: entre crimes, paixão, sexo e Lava-Jato, o que incita mais a leitura frenética da trama? “É apenas um romance, mas o título é uma metáfora”, diz o autor em palestras. A dor e a esperança se misturam. O inferno pode não ter dor, o verde pode não ser esperança. Usando o nome do livro, R. D. Silveira mostra que é no modo de pensar das pessoas sobre as coisas que as cercam que encontramos o Bem-Estar. “O Inferno é Verde” do romance é um entretenimento, O “Inferno é Verde” do título é um modo de ser feliz.

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DIVULGA ESCRITOR Obrigada a todos escritores que fazem do Divulga Escritor o maior projeto de divulgação literária da Lusofonia


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