26ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Sangue, paixão e corrupção em “A Reportagem”, livro de Bettina Muradás - Pág. 07

PORTUGAL Joana Reis..............................................................................................15 João Bettencourt.....................................................................................19 BRASIL Almir Neves...........................................................................................26 Almir Santos..........................................................................................30 Ana Paula Q. Bastos de Jesus.................................................................36 Carmen Lúcia Hussein...........................................................................41 Fernando Jacques de M. Pimenta - JAX................................................44 Helder Moura........................................................................................50 João Pedro S. dos Santos........................................................................56 Jhonathan Moreira..................................................................................60 Margot Weide.........................................................................................67 Michel Ibrahim Khouri Filho.................................................................72 Ricardo Brown.......................................................................................77 Sandra Wernek.......................................................................................83 Sergio Fragoso.......................................................................................92 Vanessa Cruz..........................................................................................97

Participação Especial

Giuliano de Méroe................................................12 Estevão de Sousa..................................................24 Rosa Maria Santos.................................................28 Helena Santos.......................................................34 José Lopes da Nave..............................................33 Noka.....................................................................40 Marcos Freitas......................................................43 Roberto Patzlaff...................................................48 Gil Sabino..............................................................54 Letícia A. Ucha.....................................................58 Arnaldo Teixeira Santos.......................................64 Maira M. Trentin..................................................70 Pedro Santos.........................................................71 Marta Maria Niemeyer.........................................76 Jô Ramos..............................................................81 Isidro Sousa..........................................................88 Nell Morato.........................................................96

Entrevistas

capa

Sumário

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Ironi Jaeger..............................................................101 Fábio Gabriel...........................................................103

Colunas

Solar de Poetas – José Sepúlveda......................17 Poetas Povoeiros – Fátima Veloso.................18 Mercado Literário – Léo Vieira.........................87

Livros em Foco

Cleverson Garrett.............................................104 Rô Mierling.......................................................105 Lorena Zago......................................................107 JackMichel...................................................108 Paula Laranjo.....................................................110 Ana Faria...........................................................111 Palmira Heine......,,,,,,,,,,,,,,,,..............................112 M. Books............,,,,,,,,,,,.....................................114


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Shirley M. Cavalcante Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano V Nº 26 Edição -abr/mai 2017 Publicação: Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

(SMC)

Editora e Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com

26ª edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia é apresentada com enorme orgulho e satisfação a você leitor. Divulga Escritor é a maior revista literária da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário, o editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Nesta edição temos como destaque a autora Bettina Muradás, apresentando em matéria de capa “A Reportagem” A edição de N. 26 está composta por mais de 40 autores participantes, divulgando entrevistas, livros, textos em prosa e em versos... LITERATURA. Vamos juntos ler e divulgar a Revista Literária da Lusofonia, apoiar os nossos escritores e escritoras contemporâneas. Muito obrigada equipe Divulga Escritor, administradores dos grupos: Obrigada, Jose Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio Brasil. Obrigada, a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas em entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantém o projeto vivo! MUITO OBRIGADA, por juntos estarmos Divulgando LITERATURA. por juntos estarmos dizendo ao mundo, EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma Revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo. Boa Leitura!




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ENTREVISTA

Sangue, paixão e corrupção em “A Reportagem”, livro de Bettina Muradás Nascida em Curitiba- PR, a jornalista Bettina Muradás foi desde cedo seduzida pelo universo das palavras. Foi repórter e colunista no jornal “Correio de Notícias” e na “Singular Agência de Notícias”. Redatora e editora premiada na agência de publicidade “Umuarama”, decidiu assumir sua paixão pelo campo e enfrentar um novo desafio no meio rural. Como diretora da Jatobá Pecuária, contribuiu para o aperfeiçoamento do plantel de gado Nelore da empresa e a conquista do tricampeonato como melhor criador de gado Nelore do Brasil em 2008. A carreira como escritora teve início junto com sua primeira filha. Horas e dias de permanência em casa entre fraldas e mamadeiras a levaram a produzir o primeiro manuscrito “Inverno no Vale”. Além de escritora, empresária e tenista amadora, atua também como vice-presidente do Instituto TMO - Associação Alirio Pfiffer de apoio ao Transplante de Medula Ossea e encara a atividade do terceiro setor com seriedade profissional e incansável dedicação. Boa leitura!

Somos jornalistas, mulheres. As relações não vão além... Posso dizer que Gisele é a heroína que me conquistou.”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Em que momento pensou em escrever “A Reportagem – Nos rastros da corrupção: uma história de sangue e paixão no Brasil”? Bettina Muradás - A cena política brasileira já vivia em ebulição. O escândalo do Mensalão era o assunto 8

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preferido na mídia. Era apenas mais um escândalo numa fileira que teimava em crescer. Este cenário de corrupção fora de controle forneceu o pano de fundo necessário para uma história de paixão e crime que deu vida às personagens que existiam no meu universo de escritora.

construção do enredo que compõe a obra? Bettina Muradás - O maior desafio é a criação de fatos que levem a trama a uma determinada situação, sem deixar que a história escape por caminhos tortos ou se afaste da vida das personagens.

Quais os principais desafios para

Como foi a escolha dos nomes


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para os principais personagens que compõe a obra? Bettina Muradás - Gisele Coelho foi batizada em homenagem ao balé Giselle. Assim como a jornalista Gisele Coelho, a Giselle do balé é uma mulher forte, capaz de salvar o homem que ama, e ao mesmo tempo romântica a ponto de morrer por amor. Matthew Newman ganhou seu nome de Paul Newman, um ícone do cinema que conseguia deixar transparecer a rebeldia na pessoa do bom moço de olhos penetrantes. A Gisele Coelho, personagem principal da obra e você, autora da obra, são jornalistas, além de exercerem a mesma profissão existe alguma relação entre você e a Gisele? Bettina Muradás - Somos jornalistas, mulheres. As relações não vão além... Posso dizer que Gisele é a heroína que me conquistou. O que mais a encanta em “A Reportagem”? Bettina Muradás - As colisões e encontros que levam as personagens a entrelaçar suas histórias e viver uma trama cinematográfica. Se pudesse descrever o livro em duas palavras quais seriam? Bettina Muradás - Paixão. Poder. A quem indica leitura do livro? Bettina Muradás - Qualquer leitor que queira se aventurar na leitura de uma história envolvente em ritmo acelerado. Com relação ao cenário, quais cidades estão sendo apresentadas através do enredo que compõe “A Reportagem”? Bettina Muradás - Em busca de

pistas e provas, as personagens percorrem várias cidades: Curitiba, Brasília, Nova York, Miami e as ilhas Grand Cayman. Podes nos apresentar um trecho do livro para apreciação de nossos leitores? Bettina Muradás – “Os dados estavam lançados. As apostas estavam fechadas. Já eram 21 horas quando Gisele resolveu voltar ao hotel Blue Tree Towers. Ela sentia um enorme vazio interior. Cabeças começavam a rolar e ela ainda não sabia se deveria comemorar ou não. Talvez este fosse o começo de uma nova atitude política, mas ela não tinha certeza. O Presidente da República havia sido impedido de exercer o cargo pelos parlamentares. A votação não tinha sido arrasadora como queriam os oposicionistas, mas ainda assim o impeachment saíra vitorioso. Quase 500 deputados haviam votado a favor do julgamento do presidente pelo Senado Nacional, além do seu afastamento imediato. Euforia e crises de choro se seguiram à votação. Nas ruas, o som das batucadas lembrava uma noite de carnaval. O Presidente seria agora julgado pelo Senado. O líder governista no Senado acabava de renunciar ao cargo. Gisele só queria ir para casa. Estivera longe tempo demais. Milagrosamente, Pedro Mello havia conseguido uma reserva num vôo para São Paulo no dia

seguinte. Um grupo de repórteres de televisão ofereceu-lhe uma carona na van que os aguardava no estacionamento. Seria impossível encontrar um táxi. Marcaram um horário para a saída da van e foram para as últimas entrevistas daquela noite. Quinze minutos antes da hora marcada, Gisele saiu do prédio do Congresso. Com dificuldade percorreu cinco metros em direção ao estacionamento. Num relance percebeu a presença de um homem baixo e magro que se esgueirava com agilidade em meio a multidão. A massa cada vez mais compacta e gente impedia que os olhos de Gisele se fixassem no homem. Ela se virou tentando puxar a maleta de seu laptop que teimava em se enroscar nas pessoas. Foi neste instante que sentiu uma pontada em algum lugar de seu corpo. Instintivamente,

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levou as mãos aonde suas terminações nervosas indicavam. Ao seu lado, uma senhora gorda gritava desesperadamente, pedindo ‘Socorro’. Gisele tentava compreender o que estava acontecendo quando olhou para suas mãos e viu o sangue que escorria pelos seus dedos e tingia de vermelho sua camisa branca numa rapidez surpreendente. Os gritos aumentaram de intensidade, sua respiração ficou difícil e o céu ganhou uma claridade inesperada.” Qual o tipo de textos que gostas de ler? Bettina Muradás – Gosto de me envolver nos Thrillers em ritmo frenético de autores que constróem seus textos sem descuidar da narrativa, e ainda conseguem trazer à tona questões intrínsecas à nossa realidade.

O que mais a encanta na leitura destes tipos de textos? Bettina Muradás – Me encantam as histórias que me obrigam a virar a página. Que me desafiam a ler o próximo parágrafo. Bettina, você é vice-presidente do Instituto TMO - Associação Alirio Pfiffer de apoio ao Transplante de Medula Ossea, conte-nos um pouco sobre o Instituto, quais os objetivos. Bettina Muradás – O Instituto TMO tem 28 anos de história de apoio ao STMO. Nesse tempo, fizemos a doação de equipamentos ao Hospital de Clínicas do Paraná e a reforma das instalações para melhor atender os pacientes. Patrocinamos vários projetos de pesquisa e qualificação profissional. Em 2016 inauguramos a Casa Malice que hospeda pacientes e seus acompanhantes que che-

gam de todos os cantos do Brasil, sem condições de se manter em Curitiba durante o período de pré e pós-transplante. De que forma os nossos leitores podem ajudar o Instituto TMO. Bettina Muradás – Através do projeto Adote um Leito na Casa Malice, doações diretas, voluntariado ou a realização de ação em prol do ITMO. www.institutotmo.org.br Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Bettina Muradás. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Bettina Muradás - Espero que mergulhem nas páginas do livro e se entreguem ao prazer de viver esta história pela ótica da sua câmera.

ONDE COMPRAR

Chiado Editora https://www.chiadoeditora.com/ autores/bettina-muradas

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com 10

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Editor da Revista Acadêmica On-line Giuliano de Méroe

Apresentação da Revista Acadêmica On-line

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A Revista Acadêmica On-line, editada pela SMC Comunicação Humana - Divulga Escritor, é um veículo de comunicação direcionado a divulgar textos literários e acadêmicos, filosóficos, artísticos e de atividades profissionais, de amplo interesse, com a finalidade de interligar os povos e compartilhar seus saberes, mantendo contato e intercâmbio com centros de pesquisa, nacionais e estrangeiros. Nossa Revista destina-se a pesquisadores independentes, professores, graduandos, mestrandos, doutorandos, profissionais liberais (áreas de Administração, Economia, Direito, Educação, etc), que pretendam divulgar seus artigos, periódicos, estudos de casos e textos de reflexão teórica-conceitual. Demais estudiosos e profissionais não abrangidos pela descrição bási-


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ca, poderão ser admitidos, mediante parecer da Administração Editorial da Revista Acadêmica Online. Nossa missão é contribuir para a circulação dos saberes humanos lato sensu, mediante a divulgação de trabalhos de pesquisa, análises teóricas, documentos, notas e resenhas bibliográficas que possam subsidiar as atividades científicas teórica e prática - em organizações públicas e privadas. A equipe propõe-se a publicar artigos científicos de pesquisadores – professores ou alunos – brasileiros, servindo como um espaço para comunicação de ideias entre os grupos de estudiosos e seus respectivos campos. Dispõem-se, também, a publicar resenhas e monografias, dissertações, teses e ensaios teóricos. Nosso foco é divulgar o trabalho acadêmico, para um maior número de leitores, não temos Qualis ou outras certificações direcionadas para outros veiculos exclusivamn-

te acadêmicos, somos uma revista acadêmica com foco Divulgacional. Nossas edições são bimestrais. O periódico comporta publicação em diversas categorias de trabalhos como: Artigos, Antologias, Notas de Pesquisa, Resenhas, Ensaios Teóricos, Monografias, Dissertações e Teses. Não haverá limite de páginas para essas categorias. A Revista Acadêmica On-line, no entanto, somente aceitará trabalhos que mencionem as fontes utilizadas em pesquisa, independentemente do veículo: livros, artigos, teses, revistas científicas, sites de pesquisa na internet e veículos multimídia. Os trabalhos, quanto à formatação, deverão respeitar as especificações técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (tipo e tamanho de fonte; espaçamento entre linhas, margens e parágrafos; citação; tabelas; gráficos; notas de rodapé e Referências Bibliográficas). Para enviar seu trabalho a Re-

vista Acadêmica On-line, o autor deverá acessar o site www.revistaacademicaonline.com, verificar qual é a categoria correspondente, e entrar em contato via e-mail no endereço: editorial@revistaacademicaonline.com Para determinados casos, quando houver necessidade de mais esclarecimentos, os textos poderão ser encaminhados no endereçamento eletrônico destacado no parágrafo acima. Os artigos são revisados pelo corpo editorial nos aspectos ortográfico-gramaticais e quanto a estrutura. Um artigo, no mínimo, deve incluir obrigatoriamente: Resumo, Introdução, Desenvolvimento (desdobramento do tema em seções ou capítulos), Conclusão e Referências Bibliográficas. Pedimos de preferência, que no Resumo, os autores descrevam sucintamente do que se trata a pesquisa, mencionando o objetivo e qual metodologia adotada.

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ENTREVISTA

ESCRITORA JOANA REIS Joana Reis é natural do Algarve, desde muito cedo desenvolveu uma enorme paixão pela leitura. Incentivada pela professora da escola primária, que percebeu a facilidade com que escrevia pequenos guiões, aceitou o desafio que esta lhe fez e, nas festas de fim de cada ano, escrevia e dirigia pequenas peças de teatro que eram aplaudidas com entusiasmo pela plateia. Com o passar dos anos, e ao contrário do que é usual acontecer com as paixões, a sua paixão pela literatura criou raízes profundas. Escreveu vários livros, mas, a dificuldade em encontrar os meios necessários para editar, obrigou-a a guardá-los, na esperança de um dia realizar o sonho de editar. Embora “Jet-Set” não seja o seu primeiro livro escrito, é o primeiro a ser editado. A editora, Capital Books, editou o livro, tornando realidade este sonho.

Este livro reflecte a hipocrisia, que por vezes se esconde atrás de falsos brilhantes, mas que escondem segredos nefastos, que nem o brilho do ouro consegue ocultar.”

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

ONDE COMPRAR

Escritora Joana Reis é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita literária? Joana Reis - O prazer é todo meu. É um privilégio ser entrevistada por voçês. O meu gosto pela literatura, começou quando eu ainda era criança. Escrevia contos que povoava a minha imaginação. O que mais a encanta na arte literária? Joana Reis - È a liberdade de dar vida a personagem que se transformam de acordo com a minha inspiração e isso fascina-me. Como surgiu o romance Jet Set? Joana Reis - Este romance surgiu após eu ter lido uma entrevista sobre uma figura importante da sociedade portuguesa, na qual ela relatou, que sofria de violência doméstica. Como foi a escolha do título? Joana Reis - foi uma coincidência em relação a uma conversa banal entre duas amigas, sobre as mulheres aparentemente bem sucedidas da nossa sociedade e que são capa de revista várias vezes . Comente sobre a obra para que nossos leitores possam melhor conhecê-la Joana Reis - Jet Set desmistifica o glamour de algumas celebridades, que as revistas cor de rosa vendem. Este livro reflecte a hipocrisia , que por vezes se esconde atrás de falsos brilhantes, mas que escondem segredos nefastos, que nem o brilho do ouro consegue ocultar.

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amazom.com ou geral@capitalbooks.net

Quais os principais desafios para a construção do enredo que compõe a obra? Joana Reis - Foi muito desafiador, transportar para a “realidade” a vida dupla, que muitas figuras públicas vivem e se sujeitam em prol da sua imagem. De que formas estes desafios foram superados? Joana Reis - Consegui superar os desafios , quando os personagens embora imaginários deram vida á história que muitas vezes, nada mais é do que verdades escondidas do grande público que consome as revistas cor de rosa. Dizem que as personagens têm muito do autor. Qual dos personagens de “Jet - Set” tem mais de você? Por quê? Joana Reis - Rita é a personagem central. Ela tem muito de mim ficou orfã muito cedo, assim como eu e como eu, ela foi educada por familiares que não a amaram genuinamente. Rita tornou-se uma força da natureza e não permitiu que os obstáculos a impedissem de atingir os objectivos a que se propôs. Eu também sou assim.

Quais os seus principais objetivos como escritora? Joana Reis - O meu grande sonho é ser reconhecida pelo meu trabalho como escritora e ver o meu livro ser traduzido para vários idiomas. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o romance “Jet – Set” da escritora Joana Reis. Agradecemos a sua participação na Revista Divulga escritor. Que mensagem voçê deixa para os nossos leitores? Joana Reis - Jet-set é uma história envolvente, em que o leitor tem a possibilidade de viver a sua própria história. assim desafio todos os amantes da leitura e todos os que são loucos por livros a entrar na história e que sintam o sabor da paixão ao conhecer cada um dos personagens, assim como eu também vivi essa mesma paixão ao escrever este romance. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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SOLAR DOS POETAS Por José Sepúlveda

SOLAR DE POETAS, COLETÂNEA II UM MARCO NA VIDA DO SOLAR DE POETAS

Ao fim de sete anos, seguindo um percurso nem sempre fácil, depois de muitos líderes terem passado pela sua Administração, saindo muitas vezes para dar origem a outros grupos de poesia, a Administração do Solar de Poetas decide apresentar aos seus leitores e amigos a Segunda de Coletânea de Poesia, com a chancela do seu nome, de novo em conjunto com a Modocromia Editora que tem vindo ao longo de alguns anos a ser a sua parceira editorial. A primeira teve lugar em 2014 e foi uma referência no espetro literário de então, sendo referenciada por muita gente ligada à arte literária e que contou com participantes de prestígio reconhecido. A segunda, editada agora, redunda igualmente num grande êxito editorial, com a presença de 94 autores, muitos deles com nome feito nestas lides e que prestigiaram muito a edição. Alargados uma vez mais os horizontes e espectativas, ei-la integrando um bom número de autores portugueses, residentes e da diáspora portuguesa no mundo, brasileiros e italianos, não tendo ido mais longe por dificuldades diversas surgidas com

autores doutros países lusófonos. A Reportagem do evento do lançamento na carismática Biblioteca do Diana Bar, na Póvoa de Varzim, já publicada em e-book, atesta bem da singularidade e êxito do evento que se pautou por uma noite cheia de alegria que teve para a animar na componente musical o Grupo de Cantigas Regionais da Universidade Sénior do Rotary Club da Póvoa de Varzim que coim o seu prestigio e qualidade abrilhantou a noite com música regional de relevo e que teve ainda a cobertura em fotografia e vídeo da Informédia, Rádio e Tv. Estas duas edições juntam-se assim a muitas outras temáticas, publicadas em e-book ao longo dos anos e que versaram temas tão diversos como maus tratos, mulher, poesia, natal, desporto e muitos outros. O Solar de Poetas cresceu e ao

longo dos anos teve necessidade de setorizar a sua atividade, criando dois novos grupos: Solarte, a Arte no Solar; e Solar-si-dó, a música no Solar, além de mais dois canais de divulgação: Canal de Divulgação do Solar (Casa do Poeta) e SolarTv online. Graças ao dinamismo do seu grupo de Administradores e do Corpo de Comentadores, o grupo tem crescido em número e prestígio. Continuou com as suas relevantes parcerias com Divulga Escritor, Modocromia Editora e três programas de rádio semanais, cujo tema é a poesia: Hora de Poesia (Rádio Vizela); Conversando com as Palavras (Radio Matosinhos online) e Culturando (Informédia, Rádio e Tv). Outras virão em breve para que o prestígio do grupo possa assim ser cada vez mais reconhecido. Saúdo a Rosa Maria Santos, Administradora executiva do Grupo Solar e a Maria Esther, diretora da Modocromia Editora, como as grandes obreiras desta coletânea, a quem se deve o êxito desta publicação. Saúdo também grupo Divulga Escritor e as Rádios parceiras que não se cansaram de divulgar esta edição. Como Fundador e Coordenador do Grupo, a minha gratidão. www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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POETAS POVEIROS Por Fátima Veloso

DA PALAVRA POÉTICA Falo da ESCRITA como refúgio para desconvocar a angústia que nos enrola em embaraço e medo. Falo da PALAVRA que respira em ritmos ondulantes e se desprende do seu vazio interior para terçar o perfume, o sabor e o brilho, naufragando em inventários de sentidos, formas, sonoridades e sintaxes translúcidas. Falo da POESIA onde o verso se ajeita e adormece, e se agasalha do escuro da noite. Falo do POEMA como voz dispersa no vazio, perdida em furores visionários, em travessias e quedas sustentadas pelo verso.

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E falo do SILÊNCIO como linguagem da memória que repousa no papel como um grito que anseia a Luz. A língua é constituída por palavras (signos) que controlam, que têm algo de pré-concebido, daí a urgência da palavra poética que sulca o territótrio inquietante das emoções, da sinonimia, do trabalho de modelação, lapidação e escultura da palavra. Ama-se a palavra poética, ama-se a escrita e parte-se em voos peregrinos, em busca da luz, embarcando na ousadia de traçar uma verve única, na ânsia de tocar o inédito e o Belo.


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ENTREVISTA

ESCRITOR JOÃO BETTENCOURT João Bettencourt é o pseudónimo de Mário José Matos de Sousa. Nasceu em 20 de Março de 1970 na bela cidade de Viana do Castelo. Com cerca de um ano foi com seus pais para a ex-colónia portuguesa de Moçambique, voltando a Portugal cerca de cinco anos mais tarde, logo, após o 25 de Abril de 1974. Hoje, vive na freguesia cheia de tradição de Santa Marta de Portuzelo - Viana do Castelo, com sua mulher e dois filhos. A nível formativo iniciou o seu percurso escolar com grande dificuldade de adaptação, chegando a terminar o Curso Completar de Electrotécnia, numa fase de trabalhador/ estudante no ensino nocturno. Apesar de ter tido outras formações, sua escola mais preciosa foi a vida. E é dessa Vida feita de humilhações, tropeços, perdas, desamores mas, também, de afectos, alegrias e amores que retira inspiração para as suas obras.

Junta cada pena em teu caminho, permite-te conhecer a mensagem de cada uma, para construires as asas que te farão voar na leveza do encontro com teu propósito e missão…”

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor João Bettencourt é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, uma das nossas primeiras curiosidades é como foi a escolha do seu pseudônimo “João Bettencourt”? João Bettencourt - O prazer é todo meu, é uma honra e um privilégio ser entrevistado pela Revista Divulga Escritor de tanto prestígio e é com profunda gratidão que me dirijo a vós pelo muito que fazem em prol da cultura literaria. Respondendo à sua pergunta, no início, tive o desejo de manter o anonimato sobre quem era o autor da obra. Mais do que a pessoa que está por detrás daquilo que foi escrito, interessava-me que fossem as palavras a tocar o leitor. Quando escolhi o nome e como acredito que nada acontece por acaso, tive o cuidado de homenagear todos aqueles que foram importantes no meu caminho, então criei um nome completo João José de Oliveira Bettencourt. Bettencourt escolhi em homenagem ao Dr. Eduardo Bettencourt que foi um mestre que revolucionou minha vida, inclusive, esteve na minha ligação com a escrita. Depois, escolhi Oliveira que é o nome da família de minha esposa Cristiana, que é a mulher da minha vida e da sua família que tem sido um berço de apoio e proteção na vida. O José, que faz parte do meu nome real, como homenagem ao meu pai, minha mãe, irmã e toda a família, sem eles nada seria! E o João, que foi o nome que me surgiu quando fechei os olhos e pedi a Deus que ele me fosse dado, numa forma de agradecer à espiritualidade tudo na minha

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jornada terrena. Engraçado é que vi, mais tarde, que era um nome com vibração numerologica de escritor. Coincidências? Nada acontece por acaso! O que o motivou a ter gosto pela escrita literária? João Bettencourt - Tendo sido um jovem um pouco inadaptado a este mundo denso, meu gosto pela escrita literária surgiu tarde, próximo dos trinta anos. Numa primeira fase, foi o Dr. Bettencourt que me instigou à leitura de livros superinteressantes sobre os segredos da vida, romances filosóficos e espirituais (devorava-os com prazer). A segunda fase que é a da escrita, devo-a a Deus e à minha mulher. Completamente apaixonado quis oferecer a ela um bouquet de flores e nele coloquei um cartão com uma imagem bela e a palavra amo-te (impressa). Com uma sinceridade que adoro nela, ela teve a coragem de dizer «Só isto impresso sem nada que seja teu, uma palavra…um gesto sei lá!». Fiquei triste e ruborizado, dizendo-lhe que não tinha jeito para a escrita mas aquela palavra Amo-te, siginificava muito para mim e que por mais palavras que eu colocasse elas não a iriam definir…mas, disse-lhe que iria escrever para ela. A partir daí, entreguei-me e deixei que meu coração falasse sobre a forma escrita, enchia de SMS, cartões e mensagens de amor e não parei. Anos mais tarde, apercebi-me que para além de a amar, a escrita era também, uma paixão que nascera graças ao citilante véu luminoso do amor verdadeiro que acabaria por revelar minha essência.

Em que momento pensou em escrever o romance “PEGASUS - O Cofre da Sensibilidade”? João Bettencourt - Por volta dos quarenta anos, fiz as primeiras tentativas. É como se estivessemos a aprender a conduzir, com muito cuidado para que nada falhe (receios e exigências) mas depois olhava para o resultado final e via que a escrita não era fluída. Portanto, foi necessário “andar com o carro” para perder o medo e chegar a um destino que já existia, em mim, sendo que, precisei de descobrir a estrada misteriosa para lá chegar. Depois, de uns manuscritos incompletos, uma obra arrumada na gaveta, fez-se luz e comecei a criar o romance/ diário que é o “PEGASUS – O Cofre da Sensibilidade”. Como foi a escolha do título para esta obra? João Bettencourt - Ela veio em forma de sonho, literalmente!... Tinha uma ideia de que o livro iria ser um diário, onde o personagem iria ex-


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plorar os desafios da sua existência, no dia-a-dia. Sabia que o personagem iria falar com seu diário como se fosse uma entidade viva mas não sabia que título lhe dar. Adormeci com a vontade de encontrar um título e tive um sonho, onde um livro aberto gerava umas asas e delas surgia um lindo Pegasus cheio de luz, a partir daí, senti que esse seria o título. Fiz umas investigações sobre os mitos antigos, e descobri que Pegasus nascera dentro da barriga da medusa de sete cabeças depois de morta. Isso revelava a mensagem principal do meu romance, vencer o nosso mal interior para que se revele a luz do bem. Uns dias mais tarde, vendo um corso carnavalesco e já com enredo do livro na minha cabeça, olho em frente e vejo um carro alegórico com um Pegasus enorme, branco…escusado será dizer que deixei cair umas lágrimas…o universo fazia aquilo em que eu acredito, falava comigo! Quais os principais desafios para escrita do enredo que compõe “PEGASUS - O Cofre da Sensibilidade” João Bettencourt - Tive muita preocupação em criar um livro que fosse de leitura simples e agradavél. Era importante, que o leitor ficasse agarrado ao enredo e sempre com vontade de saber o que viria a seguir, pois foram este tipo de livros que criaram a minha paixão pela leitura. Ao falar de assuntos sérios tentei usar a vida como pano de fundo, a ironia e o humor. Este é um livro que fala sobre a vida e os desafios diários que todos temos, nossas dificuldades finaceiras, emocionais, do país e a nivel mundial, bem como, sobre a morte, a vida para além da vida, a educação dos

filhos… a vida é um tema muito vasto e por isso, foi um grande desafio. De que forma estes desafios foram superados? João Bettencourt - Criando um personagem que é um segurança de um edifício municipal que é uma biblioteca/arquivo municipal e que dispõe das longas noites solitárias para escrever um diário onde conta suas histórias e reflete sobre a vida. O facto de ter aproveitado estar próximo de tantos livros e sua leitura, também, permitiu que colocasse no que escrevia conhecimentos que eram fonte daquilo que já lera. Deste modo, cada capítulo é uma história e pode ser lido dessa forma, sendo que todas elas se interligam à vida do personagem. É um livro que pode ser lido no metro, no comboio, no autocarro e em cada capítulo o leitor pode fazer uma reflexão, retirar uma mensagem sendo que, haverá sempre a curiosidade do que poderá vir a seguir. Como foi a escolha dos textos para compor o seu livro “In_Versus”? João Bettencourt - Costumo dizer que gerei duas crias e as amo incondicionalmente. Uma é o romance “Pegasus…” e a outra, é o livro de poesias “In_Versus”, cada uma com a sua personalidade, com corpos diferentes (um em formato papel, outro em digital). O “In-Versus” é um livro de mensagens, onde a poesia com suas metáforas nos leva ao nosso mundo interior. Quando o poeta se entrega, para receber inspiração para seus poemas, sabe que

a recebe vindo de algo superior. É, esse lado, do mestre interior que todos nós trazemos dentro de nós que exploro nos textos. “In” prefixo de dentro; “Versus” do poema; Universo (Único Verso, no príncipio era o verbo); ou Inversos quando somos confrontados no espelho com o nosso reflexo e incapacidade pessoal. Quais temáticas estão sendo abordadas através dos textos poéticos apresentados nessa obra. João Bettencourt - É um livro de sonetos simples, não decassilábicos, que pega num objecto normal para nos colocar perante uma caracteristica emocional e a desnuda no sentido de colocar o leitor numa reflexão e um possível despertar. Todo o livro é um apelo ao despertar do amor incondicional dentro de nós. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos textos que compõe a obra? João Bettencourt - Somente, aquele www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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que se ama por aquilo que é (Ser e não Ter/Querer), pode amar incondicionalmente, porque não irá cobrar nada do que foi dado, nem se sentirá em dívida pelo que foi recebido. Para isso, precisamos de uma viagem profunda ao nosso interior, elevando a nossa consciência através do auto-conhecimento e depois, ação. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor João Bettencourt. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Qual mensagem você deixa para nossos leitores? João Bettencourt - Junta cada pena em teu caminho, permite-te conhecer a mensagem de cada uma, para construires as asas que te farão voar na leveza do encontro com teu propósito e missão… faz o voo da essência e da felicidade que gera um legado! Sei que são capazes, basta amar e sonhar, vou adorar ver-vos voar!...

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ONDE COMPRAR O “PEGASUS – O Cofre da Sensibilidade” http://www.sedaeditora.pt/pesquisa/?q=Jo%C3%A3o%20Bettencourt%20Pegasus%20-%20 O%20Cofre%20da%20Sensibilidade http://joaojobettencourt.wixsite.com/pegasus http://joaojobettencourt.wixsite.com/pegasus/ contact O “In_Versus” só pode ser lido on-line e é um livro-oferta (gratuito) http://www.bookess.com/read/28145-in-versus/ e_mail: joao.j.o.bettencourt@sapo.pt facebook: https://www.facebook.com/pegasus. ocofredasensibilidade/?fref=ts https://www.facebook.com/joao.bettencourt.9822

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritor Estevão de Sousa

Crônicas de um tempo distante Quando, em mil novecentos e cinquenta e sete, após quatro anos de permanência em Angola fiquei livre do serviço militar, na inspeção, em Nova Lisboa, hoje Huambo, não previa o que quatro anos mais tarde se iria passar a nível bélico, naquele território. Por não ter sido apurado para o serviço militar, a minha vivência nos acontecimentos de mil novecentos e sessenta e um, e subsequentes, foi praticamente de observador privilegiado. Digo privilegiado, porque por diversas vezes tive ocasião de acompanhar, muito de perto, operações das nossas tropas. No ano de mil novecentos e 24

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sessenta e um, então com a idade de vinte e quatro anos, fui surpreendido - bem como todos os restantes portugueses e angolanos que não estavam ligados aos chamados movimentos de libertação - com as chacinas no norte de Angola. Por esta altura residia em Robert Williams, hoje Caála, - localizada no centro do território - onde era funcionário público. Alertado pelos acontecimentos, o Administrador do Concelho, temendo que os mesmos pudessem vir a acontecer na, então, vila Robert Williams, convocou todos os homens válidos a quem entregou algumas armas, pertença da admi-

nistração; algumas tão velhas que as balas, quando eram disparadas, em vez de irem direitas, na sua trajetória, iam de lado! A todos foram indicados postos, onde ficaram na noite de sábado para domingo de Páscoa, de vigia. Aqueles para quem as armas não chegaram, foram munidos de paus. Estava assim constituída a defesa da vila! Eu, por exemplo, como não tinha sido tropa, nem na arma sabia pegar. Mas… era necessário mostrar firmeza! Por volta do ano de mil novecentos e sessenta e quatro, fui colocado em Salazar, hoje N’Dalatando. Aí, tive oportunidade de, devido


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à minha função - funcionário da JAEA - percorrer todo o distrito do Cuanza Norte, nomeadamente as vilas de Quiculungo, Bula Atumba, Pango Aluquém, Terreiro, Mucaba e margens do rio Dange, onde, por serem zonas bélicas, convivi muito de perto com as nossas tropas; bastas vezes, até integrado em colunas militares. Em todas estas zonas existiam fazendas de café, algumas recuperadas após terem, em 1961, sido atacadas de surpresa, e todos os seus proprietários e trabalhadores - pretos ou brancos - chacinados. Na altura em que por ali andei, em todas, sem exceção, haviam sido construídas torres, (autênticas fortalezas, com ameias e tudo), onde em caso de novos perigos, os trabalhadores, se poderiam refugiar. Cerca de seis anos depois, - após ter estado dois anos e meio em Novo Redondo, hoje Sumbe, com todo o distrito do Cuanza Sul em paz, - fui colocado em Carmona, na altura, capital do distrito do Uíge. No Uíge, já a coisa mudava de figura! Aqui, a maior parte do distrito vivia sob a ameaça das intervenções dos chamados “libertadores” como se os que por lá mourejavam, tentando granjear o seu sustento, sujeitos a todos os sacrifícios, fossem opressores! - Transitar pelas estradas e picadas do Uíge era extremamente perigoso, requerendo muitas vezes proteção militar. Nestas situações, fui algumas vezes testemunha de quão difícil era a vida das nossas tropas. Di-

fícil e arriscada! Não posso dizer que tenha alguma vez presenciado cenários de luta, mas que andei por sítios em que nos sujeitávamos a, de um momento para o outro, sermos alvo de emboscadas, lá isso andei! Se tive medo? Claro que tive! Lembro-me de viagens por picadas, em que dos lados, só existia mata e capim com dois metros de altura, onde era impossível ver o que quer que fosse, para além do mesmo - por onde só se transitava, com um mínimo de segurança, integrado em coluna militar - e, em que o piso era de tal ordem irre-

gular que não nos permitia andar a mais de dez à hora. Lembro-me ainda de chegar a Nova Caipemba e as autoridades militares me não deixarem sair da povoação por, no dia anterior, terem assassinado e esquartejado uma fazendeira holandesa e os seus empregados, ali a dois quilómetros, quando circulavam na estrada Nova Caipemba - Zalala. Lembro-me de chegar ao Bembe e encontrar uma vila-fantasma, onde não existia qualquer morador civil por, numa noite, terem sido mortos esquartejados e esventrados durante um inesperado ataque do inimigo; sendo os únicos habi-

tantes, os soldados de uma companhia de tropas portuguesas que, havia ido substituir outra, por essa ter sido dizimada num ataque noturno à vila; e, onde os utentes do salão do clube, eram... um rebanho de cabras! Dos muitos milhares de quilómetros que percorri por aquela Angola e do muito que vi, esta foi a imagem que talvez mais me tenha marcado. Imaginem chegarem a uma cidade fantasma, de um filme do Oeste Americano, em que, durante o dia, se não vê viva alma, onde todas as casas se encontram desertas. Por ali pairou a morte! Lembro-me ainda que, numa viagem a Sacandica - pequena povoação comercial junto da fronteira com o Congo - ter que atravessar um rio, fazendo equilibrismo ao longo de um tronco, por no dia anterior, o camion berliet que, seguia carregado com mantimentos, para a companhia aquartelada em Sacandica, ter partido a ponte e caído ao rio, onde ainda se encontrava, morrendo o motorista e perdendo-se todo o carregamento. Uma das imediatas consequências deste acidente foi, chegada a hora do almoço, - o qual nos ia ser servido no quartel da companhia estacionada em Sacandica - dada a escassez de mantimentos, o que era para ter sido bacalhau com batatas, acabou por ser só, batatas com...Batatas! Estes episódios e outros como estes, constituem as “crónicas de um tempo distante”. www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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ENTREVISTA

ESCRITOR ALMIR NEVES Almir neves nasceu, trabalhou e estudou em Catanduva-sp, onde cursou até o primeiro ano da Faculdade de Ciência e Letras. Lá, residiu até meados de agosto de 1991. Após, radicado em Araraquarasp, reside com a sua família e onde trabalha atualmente.

Que é possível construir uma humanidade pelo ensinamento do AMOR universal. Viver a harmonia tão desejada por muitos.”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Amir Neves é um prazer contarmos mais uma vez com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos em que momento pensou em escrever “O Príncipe dos anjos e Raonke o aprendiz”? Almir Neves - Foi um pedido de minha esposa que além dos poemas que crio escrevesse também estória pratiquei, assim escrevendo estória infantil, após, enquanto estudava a estrutura da prosa – dar vida aos personagens: principal e antagonista; e ao meio que iria influenciar para o desenvolvimento da trama - fui construindo o assunto que mais me impressionava no momento. 26

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Conte-nos um pouco sobre o enredo que compõe o livro? Almir Neves - Um possível Santuário no espaço imaginário onde Anjos vivem e auxilia os seres humanos em sua jornada. Trazer proteção e orientação a esses ao enfrentar os desafios da vida. Para isso foi escolhido um aprendiz pelo mérito de seu caráter como vinculo do trabalho do bem a ser desenvolvido na terra. Como foi a escolha dos nomes para os principais personagens? Almir Neves - A partir de três sons vocálicos místicos criei o nome do Raonke (o aprendiz) e Angélica (seu amor platônico) para expressar beleza angelical. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através do enredo que compõe a obra?

Almir Neves - Que é possível construir uma humanidade pelo ensinamento do AMOR universal. Viver a harmonia tão desejada por muitos. A quem indica leitura? Almir Neves - A todos que desejam um mundo melhor. Se pudesse descrever o seu livro “O Príncipe dos anjos e Raonke o aprendiz”, em duas palavras, quais palavras seriam? Almir Neves - Amor e Bem. O que mais o encanta nesta obra? Almir Neves - Ser a minha primeira estória em prosa. Colocar mais um tijolo na construção do bem que desejamos consciente ou inconsciente, apesar de tratar-se obra de ficção. E a luta do Raonke pelo não- violência vencer e afastar o mau aparente.

Você já participou de várias antologias e coletâneas, qual a participação que mais o cativou, por quê? Almir Neves - Revista do Grupo de Poesia ‘Guilherme de Almeida’. Por ser onde tudo começou: Catanduva-sp, minha querida terra natal. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “O Príncipe dos anjos e Raonke o aprendiz” do autor Almir Neves. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Almir Neves - Agradecer por vossa simpatia e dedicação a divulgação de novos escritores. Que toda obra literária tem os seus leitores, são esses que busco alcançar.

ONDE COMPRAR

Versão impressa. https://www.clubedeautores.com.br/book/ 194884--O_Principe_dos_anjos_e_Raonke_o_ aprendiz?topic=arvores#.WKmSw9IrK1s e-book: https://www.amazon.com.br/dp/B015U1NNAM

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Rosa Maria Santos

Vem Amor… - Que frio! Lucrécia olhou uma vez mais para o seu leito vazio. - Desperdício - pensava ela, desiludida e apaixonada. Esta cinzenta quarta feira estava a terminar. O dia começara bem, tinha o António a seu lado… Este esboçou um largo sorriso e foi embora. Até quando? Olha agora a cama ainda por fazer, os lençóis amarrotados e, triste, cantarolava: - António, António, no silêncio sepulcral daquele quarto vazio. As horas passavam lentas. O dia correu de feição embora chovesse torrencialmente. Nesse cantarolar, meio tolo, olhava o sol que, sorrateiro, entrava pela janela e espreitava afetuosamente, beijando-lhe o rosto. Nada nem ninguém lhe podia roubar o bom humor. Sim o efeito António fazia as horas do dia correr sem percalços. Sem se aperce28

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ber, largou um suspiro longo como se quisesse respirar profundamente aquele suave perfume que ficara ali no ar. Todo o seu ser gritava por António, o olhar percorria o quarto de lés a lés, em busca de algo que pudesse lembrar-lhe o seu amado, algo que os ligasse fortemente, nessa solidão imensa. As horas passaram. Eram já 18 horas. Regressou a casa, deixando para trás o raiado de um por de sol lindo que ficara junto ao mar. Escurecera. Em casa, sozinha, queria desligar-se do mundo exterior e entrar no seu mundo mágico, um mundo dos sonhos, quiçá, o sonho doce do olhar de António. Queria ouvir a sua voz suave, sentir os seus ardentes beijos, entrar no seu paraíso e, quem sabe, cometer loucuras, momentos de amor. Despiu-se à pressa e deitou-se. Tentava ainda absorver o fulgor do

seu corpo nos lençóis frios e amarrotados daquela cama agora ainda cheia de solidão. No seu silêncio, sentia ainda a sua presença. Imaginava as suas mãos calejadas percorrendo-lhe o corpo suavemente, com doçura. Arrepiou-se. Ufff, suspirou. Entrou nos recantos proibidos da sua memória, sentiu o seu desejo erótico, amor proibido. Ai António, vem, amor. Estou aqui. Absorvida com os pensamentos da noite anterior, fechou os olhos e acabou adormecida. Acordou estremunhada, de repente, passado um tempo que nem soube medir. Deixara o mundo louco dos sonhos. Tudo na memória se dissipou. Na sua lembrança, apenas a imagem de António. Ouviu passos. Saltou da cama e correu para a sala. Não, não pode ser! O mesmo perfume. Era ele. - Antóniooooo – chama. A porta abre-se. E ele abraça-a com carinho. Que saudades, amor! Chegaste? Vem, amo-te!


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ENTREVISTA

ESCRITOR ALMIR SANTOS Bispo Almir Nunes Santos, casado com Maria Angela Candido Marques Nunes. Cidade de origem, Rio de Janeiro, psicanalista, bacharel em teologia, terminando o mestrado em janeiro próximo; terapeuta reikiano, consultor educacional; Ucamprominas e faculdade ISEIB; cursa pós pela mesma em antropologia; Pastor em Cristalina Góias, da Igreja de Cristo, é presidente estadual da COMEM (Convenção dos Ministros Evangélicos Mundial; cujo bispo primaz é George Lima;) escritor já há alguns anos, com sete obras lançada no “Clube de Autores” e antes de tudo isso, apenas servo de Deus, sem Ele isso tudo é nada, a quem é grato por tudo que fez em sua vida, pelos filhos, pela família, e pelos verdadeiros amigos, pois ninguém faz nada sozinho. trabalha atualmente. Boa leitura!

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...os meus personagens, tem de tudo, de todas as fraquezas humanas, mais tem sua vida limitada pelo meu caráter.”


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Bispo Almir Santos é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita literária? Almir Santos - Uma mente fértil desde criança, contava historias para meus irmãos mais novos, e percebi com o passar dos anos, que poderia passar isso tudo para o papel, tive também ainda novo, em quem me inspirar, minha mãe, ela vivia me contando historias; tenho em cadernos; historias e muita coisa escrita que ainda não tive tempo para passar para o computador, escrever para mim, é uma terapia, Em que momento surgiu inspiração para escrita de seu romance “Mariana – Em busca de um grande amor”? Almir Santos - Eu conheci há muitos anos, uma amiga, que tinha uma historia parecida, eu só criei algo há mais, e mudei a cidade de sua origem, no meu livro, ela nasceu em campo alegre de Goiás; Comente um pouco sobre a obra? Almir Santos - O romance “ mariana em busca de um grande amor” é na verdade uma novela escrita, com varias personagens, é a historia de uma jovem do interior de Goiás, na cidade de campo alegre, e que tinha um sonho de se casar com um príncipe encantado, estuda, se prepara para o seu trabalho, e descobre a sua vocação na policia federal, vai para são Paulo, e lá começa seu primeiro caso como agente, e de forma inocente já se apaixona, e no fim, descobre que as vezes o príncipe na verdade é um sapo. E volta para

perto de sua cidade e tem vários momentos em Brasília, uma cidade corrupta e perigosa; Quais os principais desafios para construção dos principais personagens que compõe o enredo de “Mariana – Em busca de um grande amor”? Almir Santos - Manter cada uma das personagens, na linha que você criou para cada uma, os seus personagens tem que sair de dentro de você como um filho, e cada um vai dizer a que veio, cada personagem

herda muito do que o romancista tem por dentro, em tudo é preciso haver limites, tanto na ficção, como no real, quando você vê uma novela televisionada, a maior parte das personagens, mostra o caráter e as escolhas do roteirista; posso falar de amor, de sexo, de dinheiro, de política, de família, sem perder ao meus valores e a essência da alma, e não me vender para fazer sucesso; os meus personagens, tem de tudo, de todas as fraquezas humanas, mais tem sua vida limitada pelo meu caráter.

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Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através do enredo que compõe o livro? Almir Santos - Nessa vida, nem tudo é o que parece; pensar antes de se apaixonar, pense antes de se casar, e quando entrar em qualquer área da vida, seja política, seja religião, ou na vida amorosa, não se venda, não vale apena, pois tudo nessa vida tem um preço, eu vou colher lá na frente, o que plantar aqui hoje. A quem você indica leitura? Almir Santos - A todos, é um livro leve, com pequenas doses de tudo que nós seres humanos procuramos, amor, carinho, dinheiro, família, paixões, e dignidade, nesse romance poderão ler e descobrir que eu faço o meu destino, eu escolho como eu quero o resultado final da minha vida, e esse é só o um, ainda tem o segundo fascículo, onde ela vai voltar a suas origens, mais não será fácil. Quais os seus principais objetivos como escritor? Almir Santos - O que todo escritor sonha, um livro que venha fazer a diferença na vida de alguém, eu estaria sendo hipócrita se dissesse que não gostaria de um best-seller que me trouxesse fama e dinheiro, mais não é isso que busco, isso pode até vir a acontecer, mais se eu souber que um dos meus livros ajudou alguém, ajudou uma família, mudou um casamento, resgatou filhos, eu me sentiria sim realizado, eu não escrevo para conta bancarias, eu escrevo para vidas,

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Bispo Almir Santos. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Almir Santos - Leia; busque conhecimento, pois as pessoas podem até lutar para tirar algo da sua vida, seja dinheiro, casa, bens mátrias, e até pessoas, mais o que jamais alguém pode tirar de dentro de você, é CONHECIMENTO, estudar, pesquisar, será sempre útil para todos, existem duas arma poderosas usada pelo homem, um revolver e uma caneta, os dois podem matar, mais só um pode trazer de volta a vida, A CANETA USADA NAS MÃOS CERTAS, PODE MUDAR O MUNDO; UM REVOLVER TODO MUNDO PODE USAR, MAIS UMA CANETA . SÓ OS HOMENS INTELIGENTES. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

ONDE COMPRAR Clube de autores: é só entra no site www.clubedeautores.com, e clicar BISPO ALMIR NUNES Lá tem vários livros já publicado; livros na área teológica, na área da psicanálise, e romance


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritor José Lopes da Nave

BRAÇADO DE FLORES

IMPASSIBILIDADE

Criança, quando ao longe te vejo, caminhando graciosamente, com um braçado de flores que te perfumam o rosto e no campo, delicadamente, recolheste, azuis, róseas, a enaltecer –te a face, angelical, meu olhar em ti se detêm, te acompanha no passo, embevecidamente.

Sequiosas são as penas de amor, a acompanhar os dias floridos de azul embriagantes de cor, mas vividos em soledade. Sequiosos são os dias perdidos, reflectindo o futuro apartado, dorido que me acompanha, desde o sol nascer, até ao anoitecer. Sequiosas são as noites de solidão vividas no isolamento, em profunda meditação, na esperança do porvir auspicioso, que me contente. Assim, existem dias! E, impassível me sinto.

Criança és a suavidade da natureza. Criança, és a continuidade do presente. www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Helena Santos

VIVER O PRESENTE A vida só sabe correr O Tempo não perde tempo O que foi perdido, não será recuperado Mas pouco se aprende Amarramo-nos ao passado E perdemos o presente Quem nos entende? O ontem apenas serve de ensinamento Já nada muda E se não estivermos atentos Embrulha-nos em sofrimento Ignorar um amor de sempre Que está mesmo à sua frente

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Agarrando-se a mágoas de antigamente Só de alguém que tem medo do que sente E prefere esconder-se A assumir que o amor Continua efervescente E que na fuga ou rejeição Encontra o porto seguro Quanto engano e ilusão É próprio de quem não controla Nem o corpo, nem a mente Tampouco o coração Se o passado é dor O futuro enganador Apostemos no presente É nele que mora o Amor!


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SALVE-SE O DIA O dia amanheceu sem cor, deixei de vislumbrar o meu amor e senti-me a perder fulgor Ainda que assaltada pelo desanimo, decidi salvar o dia, pintando-o de alegria e por arrasto, também eu ganharia Pelas frestas das janelas, o perfume das rosas do meu canteiro invadiu o minha alma e algo de bom se adivinhava Como a rua por mim esperava vesti-me do jeito que gostava, simples e prática, com sapatilhas a condizer e um lindo laçarote prata que contrastava com o meu cabelo negro agora curto, mas que muito me encanta E tanta luz iluminou o meu olhar, que tinha acordado sem vontade de brilhar Maquilhada já estava com a minha beleza natural e com a confiança que me é peculiar saí e enfrentei a vida com passos firmes Andei sem destino, apenas me soltei ciente de que uma batalha estava ganha e de que a guerra não me iria escapar De repente o céu apresentou-se multicor no horizonte descobri o meu amor e os sorrisos, ai os sorrisos rasgaram-me os lábios e nem senti dor Quem se atreveria a estragar um dia sabendo que me teria como adversária habituada a lutar e a vencer, tendo como armas apenas o amor, simplicidade e a harmonia? Assim, em vez de perder, salvei e desfrutei de mais um dia

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ENTREVISTA

ESCRITORA ANA PAULA QUINTANILHA BASTOS DE JESUS Ana Paula Quintanilha Bastos de Jesus, mestranda em Ciências da Educação pela UNIVERSITY UNIGRENDAL, graduada em Letras pela Unisa, Pós-Graduada em Educação Especial Inclusiva pela FGF – Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, Complementação Pedagógica em Artes Visuais pela Faculdade Uni-Ítalo. Tem sua experiência voltada para Educação Especial, Professora de Espanhol pela Prefeitura Municipal de Embu das Artes e de Artes no Estado de São Paulo. Apresentou um trabalho intitulado: Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular, no Congresso da Faculdade Polis das Artes, tendo como titulo “Compartilhando Saberes: Sonhos, Experiências e Possibilidades”, no Embu das Artes. Desenvolveu um trabalho voltado para Inclusão na SAED – Sala de Apoio ao Estudante com Deficiência, preparando material pedagógico para que os alunos possam interagir com todos (Inclusão Social).

Boa leitura!

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Os mais difíceis é recepcionar esses alunos e o professor não está preparado para receber em sua turma, esse é um grande entrave da inclusão.”


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Por Giuliano de Méroe

Escritora Ana Paula Bastos, seja bem-vinda à Revista Acadêmica Online. Pode-nos dizer os motivos do seu profundo interesse nas Ciências da Educação? Ana Paula - O meu interesse é poder contribuir com a formação dos professores. Algum fato da vida cotidiana ou ideologia contribuem para sua dedicação? Ana Paula - O fato foi ao ingressar no Município de Embu das Artes e me deparei com a inclusão e quis me aprofundar nas pesquisas sobre inclusão. O que é a Educação Inclusiva? Ana Paula - A educação inclusiva é uma ação educacional humanística, democrática, amorosa, mas não piedosa, que percebe o sujeito em sua singularidade e que tem como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. Muito, pois o benefício seria fazer parte de todo o processo de ensino aprendizagem sem prejuízo, bem como todo o tipo de inclusão. Conte-nos sobre o seu novo livro: “Inclusão sem Medo - Uma Coletânea de artigos”. Como surgiu essa ideia? Ana Paula - Bem o livro surgiu após várias pesquisas para compor minha dissertação do mestrado juntei os artigos para dividir minhas pesquisas com as pessoas que procura aprender um pouco mais sobre a inclusão é ainda tem um pouco de receio.

-nos os endereços disponíveis, por favor. Ana Paula - O livro foi selecionados 4 artigos sobre inclusão e pode ser encontrado pelo site: www.agbook. com.br logo mais estará disponível nas livrarias.

Como está organizada a estrutura do seu livro. Onde nossos leitores poderão encontra-lo? Informe-

Os estudos do seu livro apontam determinados problemas à Educação Inclusiva, no tocante ao En-

sino Fundamental e Superior. Na sua observação como escritora, quais são os mais difíceis? Ana Paula - Os mais difíceis é recepcionar esses alunos e o professor não está preparado para receber em sua turma, esse é um grande entrave da inclusão. Outro ponto seria a família também não está preparada para ter um ente com limitações, e assim dificulta o trabalho da escola. www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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Observamos em suas matérias, também como nossa Colunista, que menciona com frequência alguns documentos como: Declaração de Salamanca (1994), a Constituição de 1988, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a Declaração Internacional de Montreal (2001). Por quê essas conferências internacionais são tão necessárias à Educação? Ana Paula - São essas leis que garantem os direitos dos deficientes hoje, pois muitas das vezes temos que recorrer as lei para ter seus direitos garantidos e assim fazerem parte do processo de inclusão. Na prática, como é realizado o trabalho de Inclusão dos alunos com necessidades especiais, em sala de aula? Ana Paula - Primeiro o professor deve estar qualificado para atender esse aluno, o mesmo deve fazer parte de todas as atividades dentro das suas limitações. Sobre os estudantes surdos, em sua opinião quais as práticas de ensino, e pedagogias adequadas, alcançam os melhores resultados à aprendizagem? Ana Paula - As praticas devem ser adaptada para os alunos surdos, esse aluno deve ter contado com as duas línguas que ainda e uma raridade acontecer, pois requer adequações e interprete de libras para todos que necessitam. No seu dia a dia como educadora, você pode notar certas precauções mesquinhas contra os portadores de necessidades especiais? Ana Paula - Às vezes noto principalmente dizerem que são capazes

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de fazer sem ao menos deixar tentar desenvolver o que lhe foi proposto. Como pesquisadora no Mestrado em Ciências da Educação, quais os autores que se afinam com seu modo de pensar? Ana Paula - GLAT R, FERNANDES EF. Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira. Revista Inclusão: MEC/SEESP. 2005; 1(1). LIMA PA. Educação Inclusiva e igualdade social. São Paulo; AVERCAMP, 2002. PAULINO, Marcos Moreira; SANTOS, Mônica Pereira dos. Inclusão em educação: culturas, políticas e práticas. São Paulo: Cortez, 2008. MITTLER P. Educação Inclusiva: Contextos sociais. 1ª. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. Indico esses autores para futuros pesquisadores A Revista Acadêmica Online agradece sua participação. Estamos gratos em conhecer um pouco mais de sua área e suas atividades afins. O que recomendaria aos professores iniciantes, e àqueles que almejam os mesmos passos como educadores? Ana Paula - Bem aos incitantes recomendo que façam sempre pesquisas e procurem sanar todas as duvidas que tiverem ao receber um aluno com deficiência, procura sem entregar esse alunos em todas as atividades respeitando suas limitações excluir jamais. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Noka ©Noka www.bynoka.wix.com/noka www.facebook.com/envolvetecomigo

DIA INTERNACIONAL DA MULHER Sou mulher, mas este não é o meu dia especial! E não é, porque todos os dias posso orgulhosamente dizer que sou mulher! É nesta condição que manifesto a minha opinião…as minhas ideias certamente ainda procuram um grandioso lugar, mas…a seu jeito sabem estar, bem próximas do patamar, onde sempre os homens puderam interpretar, os seus vigorosos papéis. Interpretações agora conjuntas que clamam o aplauso. O aplauso que nós podemos dar! Mas este aplauso não é universal, apenas algumas nações o proclamam, por isso se diz internacional. Pois para aquelas bravas, a quem lhes é tolhida a sua opinião, sem saberem porque razão, ainda vivem a desventura desta condição. É por elas que este DIA existe! Para que todas nós, lhes possamos dar voz. A voz que lhes é calada, a vontade manipulada e os direitos do Ser ceifados! 40

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E mesmo neste mundo que já aplaude, as interpretações conjuntas, ainda há quem não vislumbre a verdadeira condição de ser mulher! É também por essas Mulheres que ainda não o são, que lhes devemos dedicar este dia fundamental! Como clara lembrança de cada diferença que lhes fazem sentir, da

memória de todas as que não se fizeram ouvir! Sim…é para estas Mulheres! Para nós, que estamos deste lado do mundo onde há aplausos, este dia, de uma forma ou de outra será ditoso, mas para elas…este dia nem sequer existe, será um dia reprimido como tantos outros…um dia triste!


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ENTREVISTA

ESCRITORA CARMEN LÚCIA HUSSEIN Autora de 21 livros, Carmen Lúcia Hussein, é destaque na literatura internacional. Carmen Lúcia Hussein é poeta e professora universitária . Doutora e com Pós-doutorado em Psicologia Escolar no Instituto de Psicologia na USP. Tem 21 livros de poesia sendo 1 livro traduzido em italiano, francês, inglês e espanhol e outro em espanhol. Participou em 129 Antologias tendo 68 divulgadas no exterior sendo 36 nos países lusófonos e 15 nos países latinos (espanhol). Pertence a Academias (9) e associações (4) no exterior (-Lisboa, - Galiza, - Valparaiso,NLABA-Buenos Aires; Divine Académie-Paris- Grande Embaixadora; ALB-Suíça; Coninter-RJ; DelMundoSantiago,CEMD-Diáspora (Mo); ACIMA-Milão; WPS-Canadá. E a entidades (11) e associações(3) nacionais. Prêmios nacionais e no exterior recentes. Prêmio “Melhores Obras Do Mundo“ a poesia (Ser objeto) pela Rebra na Antologia comemorativa de 18 anos. Medalha de Confreira da Cultura Coninter - Artes. Prêmio Machado de Assis de Honra ao Mérito Cultural L-Lisboa-Pt. Altas Insígnias outorgadas pela Divine Académie - (Paris). Menção Honrosa a Poesia (Eternidade) no III Prêmio Varal do Brasil em Genebra. Prêmio Excelência pelo CEMD (Diáspora Mo)..e CIEEGalíciaTem livros divulgados em Lisboa e em Santiago de Compostela, Galícia Mora hoje em São Paulo e nasceu em Taubaté.

A arte literária necessita de muita dedicação para ser elaborada e criada com beleza e a pesquisa científica precisa também.”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Camen Lúcia Hussein, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que mais a encanta na arte literária? Carmen Hussein - Gosto de poetizar com poucas palavras e com beleza. Hoje, você tem um grande número de livros publicados abordando diferentes temáticas. Como foi surgindo estes diferentes gostos literários? Carmen Hussein - Tenho 2 livros profissionais. E depois surgiram os de poesia. Tenho 21 livros de poesias De forma geral qual a mensagem que você quer transmitir aos leitores através da sua escrita literária? Carmen Hussein - Quero transmitir na poesia os dramas e a beleza da existência. Nos livros de Psicologia Educacional a verdade da ciência. Qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Quais os principais desafios para escrita deste livro?

Carmen Hussein - O livro mais difícil foi ”A Casa Amarela” que é a vida minha, do meu marido e filhos. O principal desafio foi escrever sobre a doença e morte do meu filho.

Você já participou de várias antologias e coletâneas, qual a participação que mais a cativou, por quê? Carmen Hussein - Foram as Antologias iniciais já que descobri naquela ocasião que era poeta.

Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? Carmen Hussein - O livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado foi “ A Casa da Rua XV-Versos.”

Se pudesses descrever sua carreira literária em duas palavras quais seriam? Carmen Hussein - A minha carreira literária me possibilitou a realização e a satisfação de criar poesia e textos científicos de psicologia.

O que a motivou a escrevê-lo de forma mais intensa que os demais livros publicados? Comente sobre o livro Carmen Hussein - È um livro de poesias sobre a minha infância e juventude na minha c idade Natal que é Taubaté.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Carmen Lúcia Hussein. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Carmen Hussein - A arte literária necessita de muita dedicação para ser elaborada e criada com beleza e a pesquisa científica precisa também.

Qual o livro que alcançou um maior número de vendas? O que mais a encanta nesta obra? Carmen Hussein - Os livros mais divulgados foram os livros de poesia meditativa e religiosa como” Meditações”,” Poemas Contemplativos “e O ypê roxo no jardim.”. Gosto deles por darem novos ângulos de vida..

ONDE COMPRAR

www.livrariacultura.com www.amazon.com www.carmenluciahussein.com.br

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritor Marcos Freitas QUADRA DA ESPERANÇA

TEMPOS EPÍGEOS

ano após ano a mesma ilusão promessas de chuva e nada no sertão

escarificações e embebecimentos para a água da vida.

o vento do mar o roçar do chão a semente lançada agonias e solidão

O TEMPO SEM QUANDOS

quando vim para cá o tempo espichou o sol. a noite acabrunhou-se calada. a chuva que chovia, deu-se a chover sem parar. a noite tornou-se dia, de tanta água a transbordar, das sarjetas e bueiros, primeiro, das ruas, casas e lagos, após. quando vim para cá o tempo espichou o sol e a mim, corpo-estrito, sem os meus, sem quandos.

LILÁS

na seca caatinga leveza e beleza: outono de jitiranas

no endorso do tempo (hilo distante) a quebra da dormência tegumentar: sementes de novos sonhos?

enquanto o povo dorme, nova plântula germina.

MARCOS FREITAS – nasceu em Teresina, Piauí, 1963. Engenheiro e Poeta. Professor Universitário. Publicou os livros “A vida sente a si mesma”, “A terceira margem sem rio”, “Na curva de um rio, mungubas”, “Inquietudes de horas e flores”, “Na tarde que se avizinha e outros poemas”, “Sentimento oceânico”, “Que venha a seca”, dentre outros. Filiado à Associação Nacional de Escritores ANE e à União Brasileira de Escritores – UBE. Página na web: www.emversoeprosa.blogspot.com

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ENTREVISTA

ESCRITOR FERNANDO JACQUES DE M. PIMENTA - JAX JAX, ESCRITOR-CARTUNISTA, COM DIPLOMACIA SE DESTACA NA ARTE LITERÁRIA Autor Fernando Jacques de Magalhães Pimenta, publica sob o pseudônimo JAX, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1952 Filho de Jacques da Costa Pimenta e Malvina Magalhães Pimenta. Neto do cidadão português Fernando da Costa Pimenta Formado pelo Instituto Rio-Branco, do Ministério das Relações Exteriores (Diplomacia) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Direito). Mestrado de Ciência Política, Universidade George Washington, EUA. Exerceu funções do Serviço Exterior brasileiro em Luanda (1976-77), Washington, DC (1978-82), Bruxelas (1990-93), Montevidéu (1993-95), Montreal (1999-2004), Vancouver (2007-11), Assunção (2011-16) e São José (2016-...). Autor dos livros Traços e Troças (2015) e Ibitinema e Outras Histórias (2016). Apreciador de cinema, música, literatura e HQ. Boa leitura!

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Além da criação de personagens e situações, a prática literária oferece-me oportunidade de comunicarme com outras pessoas. Essa possibilidade de comunicação foi especialmente importante na infância e na adolescência, dada minha relativa timidez.”


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor JAX, para nós é uma honra contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita literária? JAX - Sempre gostei muito de ler e, desde as primeiras leituras, sentia vontade de também produzir minhas próprias histórias. Ainda assim, demorei a pôr em prática esse projeto de escrever. Inicialmente, meu passatempo resumia-se a desenhar histórias em quadrinhos. Comecei a fazê-las e a criar meus personagens já a partir de uns cinco anos de idade. No caso da literatura, os primeiros textos surgiram na adolescência. O pioneiro, uma crônica intitulada Sonhos de Rei, data de 1968, sendo seguida por várias outras histórias. Houve longo intervalo nessa “produção” no início dos anos oitenta (também no caso das HQ). Em 2011, voltei a dedicar-me à elaboração de textos e desenhos. O que mais o encanta na arte literária? JAX - Tudo que representa criação exerce grande atrativo em mim. Como nunca tive a menor inclinação ou talento para outras formas de criação, como a música, minha tendência foi apegar-me ao que conseguia produzir e agradar ao público próximo - parentes e amigos que liam meus textos e desenhos, estimulando-me a prosseguir. Além da criação de personagens e situações, a prática literária oferece-me oportunidade de comunicar-me com outras pessoas. Essa possibilidade de comunicação foi especialmente importante na infância e na adolescência, dada minha relativa timidez.

Como foi a escolha do título para o seu livro “Traços e troças”? JAX - Eu planejava chamar o futuro livro de “Rabiscos”, até saber que um amigo havia lançado obra com denominação quase idêntica. Mantendo a ideia de um trabalho iniciante, em que o autor meio que rabisca suas criações, a opção Traços e Troças pareceu-me adequada, ainda mais porque guardaria perfeita relação com os traços dos desenhos e com o fato de boa parte do conteúdo do livro pertencer ao domínio do humor. Quando me reuni pela primeira vez com os responsáveis pela Editora Lamparina Luminosa, eles também reagiram favoravelmente ao título proposto e assim ficou. Comente sobre o livro JAX - Sendo minha primeira aventura de publicação, procurei reunir, no livro, textos e desenhos diversos, de variadas épocas, que possam oferecer um espectro amplo de ideias e experiências que vivi, presenciei ou simplesmente imaginei, embora, no último caso, sempre relacionadas a algo o mais próximo da realidade. A temática cobre desde situações mais corriqueiras, do cotidiano - como o “drama” de um cidadão com sua doméstica, que não coincide com seu senso de arrumação -, até casos que refletem o absurdo da existência humana, em especial a aparente incapacidade das pessoas de alterarem seu destino, sua realidade, como o homem que foi andando até descobrir que estava sem pernas. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos

textos que compõe “Traços e troças”? JAX - É difícil resumir, mas em geral espero transmitir mensagens positivas, como o valor do amor e da amizade, a necessidade de tolerância, de compreensão em relação ao próximo, sem prejuízo, naturalmente, da igual necessidade de revoltar-se ante a injustiça e os comportamentos desumanos. Procuro apontar, igualmente, a conveniência de encarar a vida com bom humor (desesperar, jamais, como prega uma célebre canção brasileira). Embora meu senso de humor possa assumir, ocasionalmente, matizes de sátira contundente, no mais das vezes busco enfoques mais amenos e descontraídos, em provável sintonia com a relativa ingenuidade dos anos cinquenta e sessenta, tão caros para mim. Quais os principais desafios para escrita do seu livro “Ibitinema e Outras Histórias”? JAX - No caso do conto principal, Ibitinema, transformar memórias dos tempos da infância em matéria de interesse para quem vier a ler, pela identificação de circunstâncias ou de personalidades que www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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não se limitam a um ambiente familiar único. Nem sempre é viável dar universalidade a tudo. Procurei equilibrar-me entre o muito específico e o que poderia representar um ou outro aspecto mais geral. Os demais textos foram talvez menos desafiantes. Dão continuidade ao meu propósito de narrar situações e sentimentos variados, além de prestar certo tributo a pessoas (sempre com nomes fictícios) e a lugares que prezo, como o Rio de Janeiro e o bairro da Tijuca, Arraial do Cabo, Pirapetinga e Ibitinema. De que forma estes desafios foram superados? JAX - Da forma mais simples possível: relendo e repensando o que escrevia, para evitar erros narrativos e, sobretudo, interpretações equivocadas. Quando se trata de pessoas, sobretudo de pessoas queridas, é importante tomar cuidado para não incorrer em depreciações ou em juízos precipitados. Como gosto, em geral, de dar um tempo para que a narração “decante”, não encontro dificuldade em reler e, quando necessário, refazer o que escrevi antes.

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O que mais o encanta nesta obra? JAX - O fato de dois de meus filhos haverem participado com ilustrações. Além disso, “Ibitinema e Outras Histórias” causaram-me tanta satisfação quanto “Traços e Troças”. São duas obras que evocam saudosas lembranças de amigos e dos tempos vividos nos lugares por onde passei, com destaque para Rio (Tijuca), Ibitinema, Pirapetinga e Arraial do Cabo. Representam, ambas, a concretização do sonho de ser escritor. O segundo livro ainda me permitiu o prazer de lançá-lo no sítio onde se desenrola o conto central, hoje uma bela casa de eventos, o Engenho (pertencente a minhas primas Amélia e Wilmary), e numa linda cerimônia, da Academia de Letras de Pirapetinga, MG. O que o motivou a escrever crônicas? JAX - A crônica é um gênero literário que logo figurou em minhas primeiras leituras e que sempre me agradou pela singeleza, bem como pela graça da maioria dos textos lidos. Como carioca que sou, sinto as crônicas indelevelmente associa-

das à minha cidade (embora célebres cronistas brasileiros não sejam oriundos do Rio). Esse sentimento terá certamente influenciado minha preferência pelo gênero, ao lado da minha tendência à concisão. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor JAX. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? JAX - Desejo agradecer à Revista a oportunidade de apresentar-me a seus leitores e solicitar àqueles que se interessarem em ler qualquer uma das duas obras a gentileza de encaminhar eventuais comentários diretamente à editora. Como escritor-cartunista precavido que sou, permito-me encarecer, de antemão, que, por favor, não insultem minha santa mãezinha, nem o meu querido Fluminense F.C., o melhor time de futebol do mundo. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Palestrante Roberto Patzlaff

NEUROVENDAS

O cérebro para resultados Durante muitas décadas estudos neurocientíficos tiveram um aumento significativo procurando entender de maneira mais clara de que forma o cérebro influência nos comportamentos dos seres humanos. Dentro deste contexto podemos dizer que as neurociências estudam a relação do cérebro com o comportamento e trata-se também de um campo interdisciplinar como várias outras disciplinas; neuroimagem, neuroquímica, neuroanatomia, neurofisiologia, genética, psiquiatria, psicologia, pedagogia e neurologia. Todas essas disciplinas formam as “neurociências”. Neurociência é o estudo do sistema nervoso. Sua estrutura, seu desenvolvimen48

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to, funcionamento, evolução, relação com o comportamento e a mente e também suas alterações. Existem várias maneiras de estudar o sistema nervoso que é um dos mais complexos, desde microscopicamente até as relações corpo e ambiente, comportamental como andar e falar ou comportamentos encobertos como pensar, imaginar e sonhar. Neurovendas é o estudo do comportamento do consumidor, o que faz com que ele tome a decisão de compra. Nossa neurologia inclui não apenas os processos mentais invisíveis, mas também as reações fisiológicas a ideias e acontecimentos. Uns refletem os outros no nível físico.


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Corpo e mente formam uma unidade inseparável, um ser humano. 80% das decisões de compra são tomadas de forma inconsciente. O ser humano processa grande parte dos estímulos sensoriais no nível inconsciente e já foi inclusive comparado a um iceberg. O ser humano compra com a emoção e justifica com a razão. A maioria das nossas decisões estão ligadas as nossas emoções, memórias, crenças, valores e identidade. As nossas emoções constituem um rigoroso sistema de sinais a respeito de nossas relações com nosso mundo interno, com o nosso mundo externo, com o outro e com nossos grupos sociais e isto se dá num nível inconsciente. Você sabia que algumas lojas de roupas mantêm o ar-condicionado numa temperatura mais elevada durante o inverno, para que o cliente tenha a sensação de que o tempo está ainda mais frio e, com isso, convencê-lo a comprar agasalhos? E que algumas lanchonetes borrifam aroma de bacon em seu ambiente para aguçar o paladar dos clientes? Ou ainda que a música de uma loja ou a essência que os consumidores sentem ao entrar nela podem não ser por acaso? A esses recursos utilizado por muitas empresas, principalmente no setor do varejo, damos o nome de marketing sensorial, ele tem como propósito, despertar os desejos, impulsos, motivações e reações para então fixar a marca, o produto ou o serviço, criando sensações através dos 5 sentidos humanos, formando assim um vínculo emocional com o consumidor e estimulando sua percepção para os produtos nas gôndolas”.

Como os consumidores tomam decisões de compra?

Dentro da estrutura fisiológica do cérebro, existe internamente, uma representação de 3 cérebros que é chamado por muitos de cérebro triádico. O cérebro está organizado em três partes e que atuam como órgãos separados, com diferentes estruturas e funções celulares diferentes. O tronco cerebral fica na parte superior da coluna vertebral, na base do crânio. Essa camada é chamada o “cérebro reptiliano” assim chamada porque a partir de todos os vertebrados, répteis a mamíferos têm um. Esta é a estrutura do cérebro que controla em última análise, ações e decisões. As pesquisas em neurociências demonstram que, embora os três cérebros comunicam uns com os outros, cada um tem uma função especializada: • O “cérebro analítico” córtex. Pensa. Ele processa os dados racionais e suas partes deduções com os outros dois cérebros. • O “cérebro emocional” límbico. Sente. Ele processa emoções e intuições e também compartilha suas descobertas com os outros dois cérebros. • O “cérebro decisório” reptiliano. Decide. É preciso a entrada de outros dois cérebros, mas ele controla a tomada de decisão final do processo. Depois de saber que o verdadeiro decisor é o cérebro reptiliano, suas vendas inteiras e estratégias de marketing devem aplicar os princípios de comunicação completamente direcionados para este, a fim de ser mais impactante e eficaz os seus resultados.

Quer saber mais sobre “NEUROVENDAS”?

Participe de um curso específico sobre “Neurovendas” no Instituto Humanos. www.institutohumanos.com.br

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ENTREVISTA

ESCRITOR HELDER MOURA Nascido em 1957, em Campina Grande (Paraíba), Hélder Moura ingressou no jornalismo em 1983 na Gazeta do Sertão, onde se tornou editor-chefe, atuando sempre no colunismo político. Venceu alguns prêmios de poesia e, em 1985, lançou o livro Coração de Cedro. Já em João Pessoa, se tornou colunista do jornal Correio da Paraíba, desde 1992 e, em seguida, apresentador da TV Correio (Rede Record), onde ganhou vários prêmios de Imprensa. É também professor universitário do Instituto Federal da Paraíba, onde leciona sobre algoritmos e lógica. Atualmente, edita blog no Jornal da Paraíba (Rede Globo), sobre política e também sobre viagens, humor e literatura.

Boa leitura!

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Mas, não posso negar que me diverti muito com a Turma da Língua Impiedosa, que não é exatamente um personagem, mas que expressa o fenômeno da comunicação como algo tão inerente ao humano, em qualquer época ou circunstância.”


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Quais os principais desafios para escrita do enredo que compõe a obra? Helder Moura - Primeiro deles foi ter uma ideia. Ideias não se vendem em gôndolas de supermercado. Depois, claro, começar. Começar e obstinar para prosseguir com os bons ventos da inspiração. Afinal, não são raros os momentos em que sobrevém uma terrível calmaria. Tudo para. Faltam palavras, sobra desânimo. E se não houver obstinação realmente, naufraga. Depois, vem a publicação, que também é um desafio e tanto. Por fim, encontrar quem leia. Livro é para ser lido. Senão, de que valeria contar uma história, se não há quem escute?

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Helder Moura é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que mais o encanta na arte de escrever? Helder Moura – Respondo me apropriando das palavras do personagem Aparício, no contexto de “Dom Agápito”: “A criação é um processo tormentoso. Quem se dispõe a essa aventura, sabe como é sofrer para parir a sua cria. É um parto do qual não se escapa impune. Deixa marcas, feridas profundas, cicatrizes que o infeliz é obrigado a carregar pelo resto da vida. Mas, apesar da perversidade das dores, também traz uma alegria sublime. Criar é quase como brincar de Deus. Talvez até seja. Quem sabe não seríamos todos nós partes integrantes de um grande romance, escrito por ordem superior, sem, obviamente, termos a consciência perfeita disso.” Em que momento surgiu inspiração para escrita do enredo que compõe o seu livro “O Incrível Testamento de Dom Agápito”? Helder Moura – Na minha adolescência de leitor ávido, eu havia encontrado referências a Óbidos num livro de memórias de Érico Veríssimo, “Solo de Clarineta”, fiquei fascinado pelo castelo e decidi, um dia, conhecer a cidade. Aconteceu muito tempo depois, durante uma viagem a Portugal, em 2004, creio. Então, enquanto andava pelas muralhas, vendo do alto as ruas e travessas e as pessoas indo e voltando, toda a história me

ocorreu, assim, de repente. Mas, como eu não tinha à época pretensões literárias, quando cheguei ao hotel apenas rabisquei uma espécie de esqueleto, um projeto de livro e esqueci. Só que, anos depois, em 2011, o demônio da literatura me fez encontrar o material e decidi encarar o desafio de escrever o romance. O livro foi lançado, em Lisboa, em julho de 2012, pela Editora Chiado, de Portugal. Logo depois, também na Bienal de São Paulo. Em janeiro de 2013, voltei a Portugal e, a convite do Conselho Municipal (Prefeitura), lancei também em Óbidos. O livro esgotou ao longo daquele ano, foi quando fiz contrato com Editora Miró, que lançou a 2ª edição. No final de 2016, fui a Óbidos para participar do Folio (Festival Literário Internacional) e lançar a 4ª edição.

Dizem que os personagens têm muito do autor. Qual dos personagens de “O Incrível Testamento de Dom Agápito” tem mais de você? Por quê? Helder Moura - Bem, eu poderia dizer que todos os personagens têm muito de mim, e nenhum deles em especial tem mais. Foi a sensação que tive ao escrever. Mas, não posso negar que me diverti muito com a Turma da Língua Impiedosa, que não é exatamente um personagem, mas que expressa o fenômeno da comunicação como algo tão inerente ao humano, em qualquer época ou circunstância. Se pudesses descrever o livro em duas palavras, quais seriam? Helder Moura - Malícia e cobiça.

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Quais os principais hobbies do escritor Helder Moura? Helder Moura – Ler, ler e ler. Depois, viajar. Você é um dos coordenadores do projeto “Sol das Letras” um evento literário de referência na cidade de João Pessoa, conte-nos um pouco sobre o projeto. Helder Moura – A ideia do projeto surgiu durante lançamento de “Dom Agápito” na Feira de Livros de Frankfurt, em 2013. Naquele ano, o evento era dedicado à literatura brasileira. O Ministério da Cultura organizou um grupo com 70 escritores de todo o País, mas, lamentavelmente, nenhum da Paraíba. Eu viajei a convite do Governo alemão. Lá, em conversas com outros escritores, percebi que praticamente não conheciam a literatura contemporânea produzida na Paraíba, e isto muito me desencantou. Eles só falavam de Zé Lins, Ariano Suassuna e Augusto dos Anjos, no máximo Zé Américo. E nós temos uma produção de excelente qualidade. Então,

no retorno, convidei alguns amigos e propus a criação da Confraria Sol das Letras, que teve como primeiro projeto do Por do Sol Literário, atualmente na sua 38ª edição, um evento felizmente consolidado, que visa exatamente projetar a literatura produzida na Paraíba, tanto para os próprios paraibanos, quanto para fora do Estado. Quais seus principais objetivos como escritor? Helder Moura – Minha única ambição como escritor é continuar escrevendo e publicando. E, se possível, sendo lido. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Helder Moura. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Helder Moura – Primeiro, destacar o trabalho desenvolvido pela revista. Extraordinário. Fascinante. Sobretudo oportuno, num cenário de

tantas dificuldades porque passam os escritores, especialmente nestas latitudes, para ter alguma visibilidade. E quem não quer? O escritor não escreve para si, afinal. Depois, torcer que esse trabalho estimule o surgimento de novos talentos. E certamente estimulará. Finalmente, agradecer pela deferência da entrevista. E por fim mesmo, declarar que não existe nenhum povo, tribo, nação. Nunca existiu e certamente nunca existirá, que não tenha sua expressão através da narrativa. Tem sido assim desde que os primórdios. A literatura é, portanto, a identidade de uma gente. A gente em torno de uma fogueira para ouvir e contar suas histórias.

ONDE COMPRAR

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

Miró Editorial www.miroeditorial.com.br/ As edições em inglês, italiano e espanhol estão a caminho, mas ainda indisponíveis.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Gil Sabino

por um mundo melhor O projeto AGENDA VIVA foi lançado com a proposta de produzir conteúdo sobre arte e cultura, promovendo artistas paraibanos em suas diversas áreas de atuação como música, literatura, teatro, cinema, dança, fotografia, artes plásticas, e também turismo. Inicialmente atuando no Estado da Paraíba, onde tem já realizado laboratório havia um ano de experiência, com publicação da fanpage 54

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AGENDA VIVA e grupo responsivo, com grande impacto de programação com a presença e apoio de importantes artistas, nomes consagrados como as atores Zezita Matos e Marcio Tadeu, ambos da TV Globo, cantores Zé e Elba Ramalho, Chico César, e também os novos Val Donato, Nathalia Bellar, Érica Maria, Seu Pereira, Totonho e muito outros. A Paraíba teve sempre uma

cena cultural muito forte desde Augusto dos Anjos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Ariano Suassuna, Pedro Américo, Anayde Beiriz, Celso Furtado entre outros. O atual momento cultural é muito rico, muito presente, inclusive, nos planos nacional e internacional, projetando artistas no cinema, na música, na literatura, HQ, nas artes em geral. Segundo Gil Sabino “O projeto


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AGENDA VIVA tem foco na cena alternativa, mesmo sem esquecer a grande mídia. Foi observando todo esse quadro atual que decidimos abrir espaço para comunicar as artes. É responsabilidade nossa, não podemos nos furtar em promove-la.” De maneira geral o AGENDA Viva propõe interligar mercados, uma como que interface ampliando a relação entre produtores, gestores, empresários, patrocinadores, artistas, consumidores, público em geral. Uma plataforma na internet, um network com uma agenda interativa viva, muito viva. Com mídia digital, entrevistas itinerantes em teatros, cafés, ateliers, feiras, congressos, espaços onde houver cultura; e exibição de clipes musicais, poemas, traillers de filmes, making off, etc. Assim, os públicos tanto dos artistas como dos espaços culturais, formam uma grande comunidade consumidora do produto artístico. É esse o conceito que a Agenda Viva segue buscando atingir objetivos de mercado. Outra estratégia de ação é a realização de eventos próprios e apoio ao trabalho de terceiros. Com Projetos Especiais, trabalho de marketing, branding, valorização da marca AGENDA VIVA e também os artistas, cuidando da imagem, da autoestima, ampliando possibilidades, participando, inovando, abrindo mercados. De início o projeto conta já com apoio de importantes nomes como Walter Santos (Grupo WSCOM), Juca Pontes (Sol das Letras), Alberto Arcela (Oficina de Propaganda), Kalline Almeida (Porta Cênica Produções Artísticas), Guy Joseph, Carlos Aranha (APL – Associação Paraibana de Letras), Mayara Almeida (PSI), Shirley Cavalcante (Portal Literário), e outros; a parceria de alguns veículos de comunicação e também patrocínio e espaços de cultura, marcas e produtos. Ainda Gil Sabino, conclui afirmando pensar e acreditar inovar através de novos canais e estratégias para dialogar e ganhar liberdade de expressão. Por isso um projeto vivo, uma comunidade onde a música, a literatura, cinema, artes em geral, tornem o mundo melhor.

GIL SABINO é paraibano, jornalista, gestor de marketing, e Diretor de Cultura da API – Associação Paraibana de Imprensa. Atua em consultoria nas áreas de produção, atendimento e captação de recursos para grandes projetos. Atualmente produz o AGENDA VIVA, um projeto cultural destacando mídias sociais, eventos, branding (marca), e projetos especiais em parceria com o Portal WSCOM; criando uma grande comunidade consumidora de arte e cultura. Autor de blog sobre cultura e negócios no portal WSCOM; começou na área de comunicação nos anos 70, produziu programas para as rádios Tabajara, Arapuan e Correio, e foi um dos primeiros DJ´s do Estado. Nos anos 70/80 produziu shows de Chico César, Bráulio Tavares, Cida Lobo, Dida Fialho, e com o ator e diretor Fernando Teixeira, a Coletiva SEXTA FEIRA 13, no Teatro Santa Roza. Dirigiu em 1995 a programação da rádio Arapuan AM – FM, abrindo espaço para tocar artistas paraibanos como Elba e Zé Ramalho, Cátia de França, Limusine 58, Erick Von Sosthen e outros . Representou as grandes gravadoras multinacionais como EMI , BMG Ariola, SONY Music, e também as nacionais Atração Fonográfica e Polydisc, e trabalhou com artistas de renome como Gonzaguinha, Clara Nunes, Nando Cordel, Michael Sullivan, Jorge Vercilo, e outros. De volta à Paraíba, está novamente em cena com o projeto Agenda Viva, parceria com a WSCOM, que cria uma grande comunidade virtual consumidora de arte e cultura. facebook.com/agendaviva www.agendavivapb.com.br (83) 9 9949 1886 g.sabino@uol.com.br

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ENTREVISTA

ESCRITOR JOÃO PEDRO SIMAS Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Sou estudante de teologia e filosofia, desde pequeno servo da arte. Costumo dizer que busco tudo que eleva, apazigua e divirta. Gosto muito de séries, uma boa música, um bom filme, um bom livro. Sou sedento por saber, visto que foram à sabedoria, o conhecimento e as virtudes que deram fama a Salomão.

Boa leitura!

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Escritor João Pedro Simas dos Santos, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que mais o encanta na arte literária? João Santos - Acho interessante que mais e mais gente estão se aventurando na arte ainda mais com os aplicativos wattpad e spirit fanfic. aprimora o vocabulário, estimula a criatividade e imaginação e consequentemente com maior Vocabulário,virá maior facilidade em escrever.


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Que temas você aborda em seu livro “As 108 poesias da vida”? João Santos - Um pouco de barroco, romantismo e haikai. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos textos apresentados nesta obra poética? João Santos - Mostrar que não sou somente barroco nem ultra romântico, mas um pouco de cada estilo em um estilo único. O que diferencia “As 108 poesias da vida” de seu livro “Poesias em Geral 2017”? João Santos - O segundo são poesias improvisadas somente desse ano e o anterior são as 108 poesias principais da minha trajetória.

Comente sobre o seu livro “Decerto de um Eterno Aprendiz” João Santos - São pensamentos, que me melhoraram e achei válido passar a frente. O título era pra ser decerto ou certamente um eterno aprendiz. Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe esta obra? João Santos - Coordenar os pensamentos, para montar a obra. Você tem dois livros abordando temática teológica, comente um pouco sobre eles: João Santos - “Compêndio Teológico”, um esboço de monografia teológica. “Uma Pitada de Filosofia e Metafísica”, pensamentos em torno de filosofia, teologia e metafísica.

ONDE COMPRAR

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor João Pedro Simas dos Santos. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? João Santos - Gratidão a equipe por ajudar divulgar, o uso que a arte faz de mim e aos leitores, espero que possam dar um voto de confiança às minhas obras e se gostarem passarem a frente. paz, sucesso e harmonia para todos. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

Clube de Autores https://www.clubedeautores.com.br/authors/340117 www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Letícia A. Ucha

ARAPUCA Quando ele entrava no bar, Cibele já sentia seu perfume. Aroma amadeirado misturado com sândalo. Ele era alto, olhos grandes ar misterioso. Pedia sempre a mesma bebida: whisky com duas pedras de gelo. Ficava sentado numa mesa de canto fazendo várias ligações e anotações em seu tablet. Às vezes, chegava algum amigo para conversar rapidamente. Permanecia pouco tempo e ia embora. Cibele mestre na arte de coquetéis, às vezes lhe perguntava se ele queria algum drink diferente. Ele sempre respondia com olhar ao longe, entre uma tragada e outra de cigarro. A verdade era que ele mal sabia da existência da simpática bartender. 58

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--- Como ele é lindo. Eu só o vejo aqui. Nunca vi na rua. – disse Cibele à sua colega Solange. --- Pois eu acho ele muito estranho. Os amigos que chegam para sentar com ele parecem que saíram da página policial. Acho que esse cara não é do bem. Fala sério: esse cara nem sabe que você existe! Você deveria dar uma chance ao Ernesto, este sim é do bem. – Disse Solange balançando a cabeça. --- Você está enganada: a cartomante me disse que o amor da minha vida seria um homem bonito e frequentador do bar. --- disse Cibele mexendo no cabelo na esperança de ser notada por seu alvo. O tal homem chamava-se Jordão e andava sempre bem vestido.

Uma noite, quando ele já estava estacionando o carro em frente ao bar de sempre recebeu uma ligação: -- Cara, fiz a entrega dos “doces e balas” conforme combinado. Descobrimos que temos um infiltrado entre nós. Talvez o outro bando já saiba do “presunto”. Está com ele ainda? -- Sim, não tive tempo de fazer a desova. – Disse Jordão coçando o queixo. -- Então, dá um jeito, consegue um álibi. Não sabemos ao certo se há também alguém da polícia entre nós. – disse o comparsa. Jordão desligou o celular. Mordeu os lábios, apreensivo. Alterou o horário de seu celular e de seu notebook para duas horas atrás. Entrou no bar. Cibele sentiu o perfume do homem perto do balcão. Ele sorriu, pediu um Blood Mary à Cibele e que lhe acompanhasse à mesa.


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A bartender caprichou no drink, fez uma jogada de cabelos e foi caminhando sinuosamente até à mesa de Jordão. -- Sente-se. – disse ele com ar conquistador. -- Gostaria, mas não posso estou em horário de trabalho. – Disse Cibele em tom de lamento. -- Venha, sente-se um minuto aqui . Seu drink está tão bonito que merece uma foto. – disse Jordão já pegando o celular. --- Foto? Eu nem estou arrumada.. --- Não , precisa você já é bonita por natureza. Tire rapidamente seu avental que nem parecerá que você está trabalhando. Cibele, sorriu feliz. Finalmente, o homem que tanto admirava estava lhe dando atenção. Tirou rapidamente o avental e ficou com a roupa que costumava sair a rua. Sentou ao lado de Jordão. Jordão passou o braço por cima e pediu para outra garçonete tirar a foto dos dois. Feito isso, já postou a foto com Cibele na rede social. Para todos os efeitos a foto estava sendo postada às 22 horas. Cibele, feliz nem achou estranho a mudança radical de Jordão. -- Hoje haverá uma festa muito concorrida na cidade, será seguida de show. Você quer ir comigo? -- Disse Jordão aproximando-se da moça como estivesse prestes a lhe dar um beijo. -- Bem... só se eu pedir para uma colega cobrir meu horário. Posso dizer que tive uma “dor de cabeça”. – Disse a moça toda faceira. -- Isso, vai ser ótimo para nos conhecermos melhor. – Disse Jordão. A moça saiu radiante ao encontro de sua colega Solange que aceitou o favor mesmo estando contrariada.

Enquanto isso, Jordão enviava um a mensagem para seu comparsa dizendo que “o peixe mordeu a isca.” Retocou a maquiagem, ajeitou os cabelos no banheiro e lá estava Cibele pronta para sair com Jordão. Foram até o carro. Como a festa começaria mais tarde, resolveram passar primeiro em um movimentado fast food da cidade. O objetivo era ser visto na companhia da moça. Cibele não percebeu nada. Durante o rápido jantar entre batatas-fritas e hamburguers foi surgindo uma afinidade que espantou até mesmo o calculista Jordão. Pela janela da lanchonete era possível ver os primeiros raios que indicavam chuva para as próximas horas. Na saída do restaurante, já dentro do carro ouvem um forte : estrondo. O carro que estava atrás deles bateu de tal forma que amassou a traseira do carro, abrindo o porta-malas. Em um ato reflexo, Jordão e Cibele saem do carro para ver o aconteceu. Jordão grita: --- Fique dentro do carro. Aflita e com o barulho dos raios, Cibele não ouve. O homem que bateu o carro custou a sair porque teve que parar a briga de seus dois filhos que estavam no banco de trás.

Jordão falou ao homem que não foi nada, que seu próprio seguro resolverá. O homem coçou a cabeça surpreso, mas não insistiu, afinal livrara-se do conserto. Quando Jordão virou seu rosto para falar com Cibele, ela estava parada com os olhos esbugalhados e sem fala. Ele olhou para o porta-malas aberto e percebeu que ela viu o cadáver. --- Entra já para o carro. – diz ele em tom ríspido. --- Por favor, não faça nada comigo, eu prometo não contar nada. Jordão pega o caminho que leva à saída da cidade. --- Para onde estamos indo? Eu quero descer. – Disse Cibele gritando. --- Cala essa boca, que eu preciso pensar em algo.—Disse ele olhando pelo espelho retrovisor. – Estamos sendo seguidos. Cibele chora ainda mais. O carro que estava os seguindo começou a atirar e acertou os pneus do carro onde estavam Cibele e Jordão. Este foi obrigado a parar o carro e pegou o revólver que estava no porta-luvas e começou a atirar também. Cibele aproveitou e saiu do carro e correu em direção ao mato que cerca a estrada. Neste instante, além dos raios começou a chover. Cibele virou-se e vê uma chama enorme vindo da direção de onde havia fugido. Correu ainda mais. Finalmente, encontrou um bar de beira de estrada onde havia um taxista que aceitou levá-la de volta a cidade. Dois dias depois sem ter contado a ninguém sobre o ocorrido abriu o jornal e lê a notícia: “Encontrados na estrada km “X”, dois corpos em veículo carbonizados.” www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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ENTREVISTA

ESCRITOR JHONATHAN MOREIRA Jhonathan Moreira começou sua carreira em fevereiro de 2013. Tem 29 anos e é natural de Vitória - ES. Publicou sua primeira obra “Investindo em Relacionamentos” em 2016. Concluiu um curso livre de Psicanálise Clínica. Ministra palestras sobre relacionamentos e questões existenciais. Atualmente, é graduando em Psicologia (Forma-se em 2017) e também se dedica ao aperfeiçoamento da arte - a arte da escrita. Suas obras e tudo o que faz têm o seguinte propósito: Contribuir para o fortalecimento dos relacionamentos, semear valores que homenageiam a vida, que promovam e dignifiquem o ser humano e que manifestam sua gratidão ao Autor da Vida.

Boa leitura!

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Não nascemos prontos, portanto, a cada dia é tempo de aprender a se relacionar com profundidade. Quanto mais e melhor um ser humano se relaciona, melhor e mais significativa será a sua vida.”


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Jhonathan Moreira é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a escrever sobre Relacionamentos Interpessoais? Jhonathan Moreira - Para mim também é um prazer participar da Revista Divulga Escritor. Bem, é uma história longa, contudo, vou resumir em três pilares: 1) percebi que me relacionava muito mal e, com isso, percebi que as outras pessoas também. 2) O ser humano que mais admiro fora a pessoa que mais investiu em relacionamentos de todos os tempos – ele fora um mestre na arte de se relacionar, portanto, queria descobri o seu segredo (ainda que parcialmente), desde então tenho buscado aprender essa arte e compartilhá-la com meus leitores e com as pessoas que assistem as minhas palestras; 3) ao estudar a temática sobre relacionamentos humanos e observar a vida diária, percebi que um ser humano pode ter tudo (em todos os aspectos), mas se não cultivar boas relações, ele não tem nada – os relacionamentos são a essencialidade da alma humana, portanto, sem eles o ser humano é vazio, sua vida perde o sentido progressivamente e o prazer em existir desaparece. Um rico pode viver miseravelmente, se não tiver boas relações; um pobre pode viver prosperamente, se tiver boas relações. O que são Relacionamentos Interpessoais? Jhonathan Moreira - De maneira literal, é a relação que envolve duas ou mais pessoas. Em outras palavras, é todo vínculo ou contato que um ser humano tem com outro ser

humano. Desde um sorriso na direção de outrem até o conversar por horas com uma pessoa. Essas características são importantes para a compreensão, contudo, relacionamento vai muito além delas. No livro comento sobre. Em que momento se sentiu preparado para publicar o seu livro “Investindo em Relacionamentos: autoconhecimento e amor próprio são essenciais”? Jhonathan Moreira - Não me recordo do momento especificamente. Na verdade, foi algo natural e processual, pois a preparação foi acontecendo enquanto eu caminhava, isto é, na medida em que avançava no desenvolvimento do livro e, com isso, o amadurecimento das ideias. A meu ver, um livro não acontece, mas ele é gerado, assim como, no geral, é necessário nove meses para o nascimento de um bebê humano. Durante a gestação são necessários cuidados e atitudes específicas por parte da mãe e dos envolvidos para que o resultado final seja alcançado: o nascimento. Em relação a minha experiência, tudo que ocorreu durante o processo culminou para que em certo momento em dissesse: “Chegou o Momento da Publicação; de apresentar meu “filho” (livro) ao mundo.”. Quais os principais desafios para a construção do enredo que compõe o livro? Jhonathan Moreira - Houve vários, contudo, o principal foi: VENCER A MIM MESMO. E dois desafios secundários: as condicionantes da vida diária e os desafios que todo escritor brasileiro possui para levar sua obra aos leitores. Entretanto, nada foi capaz de me fazer desistir

– a prova disso é a concretização do livro aqui apresentado. De que forma estes desafios foram superados? Jhonathan Moreira - Com foco, paciência, estudo e muita persistência. E o grande segredo: A “Fé” (um força que me transcende) - que me eleva acima de mim mesmo, dos desafios, dos medos, das dores e dos problemas existenciais que acometem o existir de qualquer ser humano - foi à força (e é) que me fez superar todos os desafios. De forma geral qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através das temáticas abordadas em “Investindo em Relacionamentos: autoconhecimento e amor próprio são essenciais” Jhonathan Moreira - A mensagem que desejo transmitir é que nunca foi tão essencial e urgente INVESTIR EM RELACIONAMENTOS (No livro explico o que isso significa). Relacionamento é tudo e tudo é relacionamento; sem ele nada poderia existir, nem eu e nem você que me lê, e nem tampouco o amor - o relacionamento transcende-os. É preciso valorizar e cultivar boas relações, hoje e sempre, pois isso cooperará para uma vida mais leve, feliz e abundante. No final de tudo, todos querem apenas ser amados e valorizados – o canal por onde isso potencialmente pode acontecer é por meio de boas relações. Você vem ministrando palestras, apresentando várias temáticas relacionadas a um melhor relacionamento, conte-nos um pouco sobre as palestras, como vem sendo a receptividade do público? Jhonathan Moreira - O objetivo www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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com as palestras é tocar à alma dos que as ouvem, levando-os a refletirem sobre a importância que há em se INVESTIR EM RELACIONAMENTOS e observarem como estão as suas próprias relações. Por meio dessas reflexões, os ouvintes - se aquilo que foi ministrado tiver ido de encontro com seu ser mais profundo - se movimentarão rumo a construções de relacionamentos mais profundos e saudáveis. Quanto à receptividade: Tem sido ótima. Fala-se muito de temáticas relacionadas ao dinheiro, sucesso, entre outros (e não há nenhum problema quanto a isso; não é uma crítica), contudo, pouco se fala sobre relacionamentos – a minha experiência pôde constatar que a curiosidade do que será “palestrado” e o desejo de construir boas relações, cooperam para a receptividade do público. As palestras que ministro é uma oportunidade de um autoexame das relações que se tem construído; não com o objetivo de se culpar, mas com o objetivo de melhorá-las, pois, como já foi dito nessa entrevista, bons relacionamentos cooperam para uma vida mais significativa, feliz e abundante. E quem não quer ter uma vida assim? Eu quero. Quem desejar como deve proceder para contatá-lo para palestras? Jhonathan Moreira - É muito simples. É só acessar o meu site por este endereço: http://www.jhonathanmoreira.com/palestras. As informações necessárias para solicitar a palestra estão todas lá. Em 5 minutos é possível escolher a palestra e

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preencher o formulário. Num prazo de no máximo três dias úteis, a solicitação será respondida. Poderia compartilhar o momento mais especial que você vivenciou em sua carreira? Jhonathan Moreira - Sim, certamente. Relembro-me muito bem desse momento. Ele ficará marcado na minha memória e no meu coração para sempre. Tive a honra de apertar a mão, dá um abraço, ter um livro autografado e tirar algumas fotos com o escritor AUGUSTO CURY. Em sua opinião, como estão os relacionamentos interpessoais na atualidade? Jhonathan Moreira - Eles estão Superficiais e descompromissados, de forma geral. No passado, os laços humanos eram doentios; hoje, eles não existem mais, pois, as pessoas, no geral, preferem viver em suas ilhas particulares. Falta respeito e há uma indisponibilidade em ouvir e compreender as necessidades/anseios do outro. Há muito exigência em relação ao outro e o foco fica em satisfazer as próprias necessidades, tratando o outro como um mero objeto – assim que esse não for mais útil, joga-o fora. Relacionamento são “trocas”, isto é, é dar e receber. Quando só um dos relacionandos dá, certamente, chegará um momento em que ele irá se cansar e, então, esse investimento cessará, pois perceberá que está sendo “explorado” emocionalmente e em outros aspectos. Infelizmente, isso é mais comum do que se pensa. Esse

tipo de relação suga a energia que movimenta a vida. Em contrapartida, uma relação saudável aumenta essa energia, pois, cada relacionando é um doador e um recebedor - o outro é visto com um ser humano que precisa ser amado, valorizado e respeitado, e não como um objeto a ser usado – essa é a base para se construir uma relação profunda e saudável. Amigo (a) leitor (a), o que foi relatado acima faz sentido para você? Poderia comentar? Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor e palestrante Jhonathan Moreira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jhonathan Moreira Agradeço a honra em participar da Revista Divulga Escritor. Parabenizo-os pelo ótimo trabalho. Aos leitores e leitoras deixo essa reflexão: Vamos investir em relacionamentos e tornar isso num estilo de vida; investir em relacionamentos é investir na vida. Não nascemos prontos, portanto, a cada dia é tempo de aprender a se relacionar com profundidade. Quanto mais e melhor um ser humano se relaciona, melhor e mais significativa será a sua vida. Desejo a todos vocês que possam ter bons encontros relacionais, pois eles aumentam a felici-


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dade e dotam a vida diária de mais sentido e prazer. Relacionamento é tudo e tudo é relacionamento. Deixo minha gratidão a todos os envolvidos com essa entrevista. E, em especial, a vocês, leitores (as) que investiram esse momento de vossas vidas para lerem essa entrevista e por tornarem o meu trabalho mais significativo. Obrigado pela existência de todos vocês. Sucesso, paz e prosperidade. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

ONDE COMPRAR

Versão impressa: https://clubedeautores.com.br/book/140509-INVESTINDO_EM_RELACIONAMENTOS#. WKdQkk0rK01 Versão digital: https://www.amazon.com.br/gp/product/ B01AZHJG34?*Version*=1&*entries*=0 Site do autor http://www.jhonathanmoreira.com/jhonathan-moreira Contatos com o autor: Pelo meu site: www.jhonathanmoreira.com | escritor.ace@gmail.com Pela fanpage: https://www.facebook.com/I.RELACIONAMENTOS/ Kdfrases: http://kdfrases.com/usuario/Jhonathan_Moreira Twitter: https://twitter.com/Jhonathan_ACE

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritor Arnaldo Teixeira Santos

“Três Bichos Te Esperam, Quatro Te Comerão” Começo a minha colaboração nesta revista, divulgando livros e autores portugueses, com o último livro do escritor português Manuel Andrade, “Três Bichos Te Esperam, Quatro Te Comerão”. 64

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Resenha do romance

“Três Bichos Te Esperam, Quatro Te Comerão” é um romance profundamente psicológico em que Fran¬cisco, um homem de idade já avançada, em estado terminal e confinado a uma cama de hospital, rememora e dá testemunho da sua vida. Com grande lucidez, mas não isento de contradições, o velho destila inesperados ensinamentos, questiona aquilo que cremos valioso na nossa vida e revê, finalmente,

as coisas da existência terrena que verdadeiramente valeram a pena. A trama apoia-se ainda em outros personagens: Isabel e Matilde, duas mulheres muito significativas na vida do velho, tão diferentes e contudo tão fortemente impressas na sua memória; os companheiros da sua infância e da sua juventude; e outros personagens eloquentes do seu passado. A todos convoca agora o velho Francisco, e trá-los à luz da memória com nitidez e com um ritmo de pensamento quase catártico e vertiginoso. O seu constante remoinho mental reflete-se no seu discurso aparentemente caótico, que alterna desor¬denadamente os tempos e os lugares, mas cuja leitura vai montando um puzzle cheio de surpresas e com uma profícua profundidade humana. Este romance indaga a cada instante qual o sentido da vida e da misericórdia, bem como qual o sentido da redenção – se é que ele existe – que encerra a morte.


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A autenticidade e a crueza do velho espalham a sua sabedoria emotiva ao longo de toda a trama, ques¬tionando as diferenças entre amor e sexo, entre a rotina quotidiana de uma vida simples e autêntica e a multi¬plicação do prazer, rebobinando a vida até uma infância e uma juventude plenas e levando-nos por fim até à posterior maturidade, quando hipotecámos tudo na luta pelas ambições profissionais e o status, pela imagem e a vaidade. Este romance é acima de tudo um grande tratado sobre a vida, sempre fugaz e insatisfatória, e ainda sobre os seus gozos e as suas sombras, tendo sempre como pano de fundo o tempo que nos escapa, imparável, entre os dedos das mãos. O autor, valendo-se da sua própria experiência passada de psicólogo clínico e do seu trabalho com

doentes em estado terminal, analisa com precisão cirúrgica a matéria de que somos feitos, nós todos, os seres humanos. Não lhe interessam tanto as convenções ou o que é socialmente aceitável, e não teme afundar-se nas misérias e contradições humanas, por mais cruéis que estas possam ser. Como assinala o grande escritor português Urbano Tavares Rodrigues (https://pt.wikipedia.org/ wiki/Urbano_Tavares_Rodrigues), na nota introdutória do livro, há um “lirismo doloroso” neste romance, no qual reside também a sua grande qualidade literária, assim como nos novos horizontes literários que abre sobre o remorso humano, o envelhecimento do desejo ardente e da sua pulsão e as aspirações dolorosamente não concretizadas da existência humana. www.divulgaescritor.com | fev/mar 2017

Palavras introdutórias ao livro, pelo escritor Urbano Tavares Rodrigues: “O sofrimento, a perda de uma perna, o clima de agonia e morte que ronda o hospital, a chocante intensidade das conversas das enfermeiras, onde há sexo, prazer e desafio, são o cenário em que o narrador personagem vai memorando a sua vida, por vezes com humor trágico-burlesco, as duas mulheres que amou, tão diversas e tão fortemente impressas no seu passado, e até a história decadente de alguns companheiros de jornada. A invulgar riqueza dramática deste romance, revelação de um novo grande escritor, Manuel Andrade, atinge não raro uma crueza quase brutal. Assim ele vai ao fundo das existências que recria e tem ao mesmo tempo registos líricos, de www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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um lirismo doloroso, que acentuam por contraste o que há de terrível, de quase apo¬calíptico, neste mergulho nas vísceras do ser humano. Um romance absolutamente inesquecível para quem o leia. Algumas das personagens deste romance são, pela sua riqueza, como modelos e mitos sociais, sus¬ceptíveis de gerarem outras histórias autónomas, à semelhança do que já tem sucedido com outras obras da literatura universal. O que importa de momento é ler e reler lucidamente este romance de Manuel Andrade que, na sequên¬cia dos seus tão originais, comoventes ou hilariantes, Contos do Varziela,* nos dá a conhecer toda a profundi¬dade de um insuspeitado mundo de quotidianos abismos.” Comentários sobre o romance, por figuras importantes portuguesas: Rui Reininho, vocalista da banda pop portuguesa GNR: “Dos muros altos da demência, daqui “do alto castelo que é a fantasia...” saltando pelos murais da loucura, sem moralizar”. Carlos Daniel - consagrado jornalista da televisão pública portuguesa RTP: “O Manuel Andrade escreve como se tivesse vivido várias vidas, em idades com sonhos diferentes. E pesadelos. Pega no bisturi das emoções e pesquisa estórias no mais fundo de nós, que é pela alma adentro que viaja mais vezes.”. Fátima Campos Ferreira - consagrada jornalista da RTP Percorrer este livro reforça-me a insegurança mas, também, a ilusão e a esperança que mantenho no ser humano. Sendo que, por último e, curiosamente, a parte final, a da morte, com a sua descrição, é o que me agarra à vida… O enorme desafio de sermos íntegros e inteiros. (…) E é por isso que eu te chamo o Luis Buñuel da escrita, Manuel Andrade, pelo realismo, pela crueza com que nos descreves e nos vês!

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Sobre o autor: Manuel Andrade nasceu na cidade nortenha portuguesa de Santo Tirso (distrito do Porto) em 1969. Publicou três livros com o pseudónimo Manuel de Varziela, edições que rapidamente se esgotaram nos circui¬tos comerciais: “Por Esta Avenida Sem Fim” (Brasília Editora, 1995); “Quadras Deste Lugar à Margem” (Brasília Editora, 1997); “Contos do Varziela” (Campo das Letras, 2001). Já na segunda e terceira edições, respetivamente, tem editados, como Manuel Andrade, os seguintes romances: “Lugar de Um Deus Que Me Livre” (Idioteque, 2015), que inspirou o filme “Pára-me de repente o pensamento”, de Jorge Pelicano; “Elogio dos Amantes Derradeiros” (Idioteque, 2016). Foi o impulsionador e criador de um Grupo de Comunicação e produziu, ao longo de seis anos, eventos culturais como o “Escritaria”, “Plast & Cine” e “Concelho de Estado”, onde teve oportunidade de trabalhar di¬retamente com José Saramago, António Lobo Antunes, Mia Couto, Urbano Tavares Rodrigues, Augustina Bessa-Luís ou Mikhail Gorbachev. Antes de ser editor e produtor de eventos, exerceu a profissão de psicólogo clínico, onde trabalhou com doentes em estado terminal. Foi nesse contexto hospitalar que conheceu um velho truculento e irascível, mas ao mesmo tempo filosófico e de uma grande lucidez acerca da vida, com desafiantes horizontes mentais. Este velho, inspirou o protagonista do romance “Três Bichos Te Esperam, Quatro Te Comerão”. Este romance, editado em Portugal pela Idioteque, Communication Group, vendeu três edições e prepara já uma quarta. A capa é da autoria da consagrada artista plástica Emília Nadal.


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ENTREVISTA

ESCRITORA MARGOT WEIDE AUTORA BRASILEIRA MORANDO HÁ VINTE E CINCO ANOS NA ALEMANHA É DESTAQUE NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA Nasci em São Paulo; morei e conheci quase todos os Estados brasileiros. Cursei a escola Técnica de Química Têxtil e me formei pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro, trabalhando durante anos em diversas áreas como psicóloga. Acreditei na minha intuição e embora amando a alegria brasileira em suas misturas culturais e raciais, fiz-me portadora do passaporte alemão, saindo do Brasil com minhas filhas há vinte e cinco anos. Aqui encontrei a paz para escrever. Tanto no Brasil como na Alemanha busquei pelo que denominamos áreas não científicas e exercito em âmbito privado o esoterismo que me inspirou neste romance. Meu lema de vida é “acredite e vai”.

Busque-se! Descubra quem você é em sua essência e seja! Crie a sua história; você é único e está dentro da vida com um objetivo. Seja positivo em suas propostas e vá em frente; se a ideia veio, acredite!”

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Margot Weide é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos em que momento surgiu inspiração para escrever “Alaba Textory – O sussurro dos Sinos”? Margot Weide - Para mim é um prazer e uma honra participar dessa entrevista e agradeço muitíssimo pela oportunidade da Revista Divulga Escritor. Respondendo... escrever e ler sempre foram meus passatempos preferidos; ao chegar na Alemanha me veio um vazio intelectual por que eu não dominava perfeitamente o idioma alemão. Me correspondia com amigos e parentes, mas a ideia de escrever para me distrair, me agradou. Eu tinha como quê um encontro com os meus personagens e era divertido criá-los, construi-los em suas dificuldades e vitórias. Fazê-los crescer por dentro, principalmente, em suas emoções, medos, ameaças cotidianas... Este livro é o primeiro de uma trilogia, de que forma esta trilogia está dividida? Margot Weide - Na verdade esse é o meu primeiro livro e a trilogia está dividida por datas, épocas. Quando eu encerrei o meu romance “Alaba Textory - O sussurro dos sinos”, senti que a história tinha muito potencial, e poderia continuar. Assim, coloquei o ano seguinte tal qual vinha fazendo e procegui criando “Alaba Textory - A melodia dos ecos”. Os três romances tratam do mesmo tema: a realização do ser humano; sua busca interior; suas limpezas interiores, colocando os lixos mentais fora. 68

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O que são lixos mentais? Margot Weide - Tudo o que nos foi ensinado e que não nos servem! Nos sufocam em nossa existência. São conceitos e pré-conceitos sem valores, ultrapassados, os quais não nos favorecem como indivíduos. Somos manipulados através do medo; pecado; ameaças que nos freiam para a vida e em nosso crescimento como pessoa. Sem querer abusar do espaço que me concedem há no meu segundo livro um exemplo colocado em símbolos: “”... Por que nos assustamos? Ou numa história mais clara: inúmeras pessoas nos falaram. E essas inúmeras vozes se tornaram uma só, fortemente gravada em nossos neurônios. Essas vozes disseram: “Você precisa se proteger, o inverno será rigoroso, isto é, virão muitos problemas”. E no intuito de nos ajudar, ofereceram agasalhos, os quais sem pensar, sem questionar, vestimos. Nos cobrimos, nos protegemos, sem saber ao certo o que fazíamos e por que o fazíamos. Vestimos várias

camisetas, por cima delas várias camisas de mangas longas, vários pulôveres e dois ou três casacos. Com toda certeza nossa percepção é de desconforto e incômodo. Estamos pesados e abafados, no entanto, nos sentimos protegidos. À medida que retiramos casaco após casaco, um alívio se faz presente, porém percebemos que embora o peso maior se tenha ido, ainda estamos apertados, sufocados. Então, na busca de conforto, iniciamos a retirada dos pulôveres, um depois do outro, lentamente. Experimentamos, testamos nosso novo bem-estar. Sem nos darmos conta, foram retiradas também algumas camisas. Assim, com um nível mais claro de sensibilidade, notamos que as camisas e camisetas que restam em nosso corpo não nos cabem direito; nos foram doadas aleatoriamente e as enfiamos sem antes verificar se nos serviam de verdade. Algumas são grandes, outras pequenas e precisamos retirá-las para trazermos conosco o que queremos e o que


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precisamos... o que se adapta a nós, à nossa natureza divina. Até porque o inverno ameaçador não existe. Aí está o conflito: nos disseram que o inverno viria e precisamos retirar roupas que não nos cabem. “Ficar despido!?! Não sentirei o frio de que tanto falaram? Será mesmo necessário vestir-me adequadamente? Acho até que essas camisas e camisetas estão boas. Algumas têm tamanho menor... é, apertam um pouco, mas já me acostumei a elas. Se penso melhor, nem apertam tanto.” Melhor viver o mal-estar para sempre do que nos sentirmos vulneráveis, mesmo que por um curto período. Melhor viver o mal- estar para sempre, agredir nossos nervos e músculos, do que mudar uma situação conhecida””. Desde o inicio da escrita do primeiro livro sabia que ia ser uma trilogia? Margot Weide - Não em absoluto! Não haviam planos. Eu não escrevi uma trilogia. Meu livro estava dividido casualmente em datas e Estados brasileiros e a Novo Século Editora teve a ideia de formá-lo em três por ser muito grosso para o mercado, no entanto dentro da história, enfoco de forma premente “o realizar-se”, “o desligar-se de medos encobertos” que nos adoecem... entristecem, nos levam à caminhos infelizes. Quais os principais desafios para escrita da trilogia? Margot Weide - O desafio não esteve na escrita, mas sim, no pós-escrita. Um livro está no mercado e fica-se na espectativa da edição do segundo. Os leitores têm que esperar e nos cobram. Ai vem o segundo romance que fica meio capenga entre o antes e o depois...

Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através das obras? Margot Weide - Independente dos subtítulos a mensagem é única: Busque-se! Descubra quem você é em sua essência e seja! Crie a sua história; você é único e está dentro da vida com um objetivo. Seja positivo em suas propostas e vá em frente; se a ideia veio, acredite! Os três romances tratam do mesmo tema de forma envolvente e suave, primando muito pelo valor feminino. Nós temos, como mulheres um lado intuitivo que foi deixado de lado; esse lado abandonado é citado com ênfaxe na minha história, sem no entanto o super valorizar. Eu o trago à tona. A realização do ser humano; sua busca interior; a forca interna que todos nós trazemos conosco. O que são lixos mentais? Tudo o que nos foi ensinado e que não nos serve! De que forma as mensagens se complementam? Margot Weide - Minha leitura não se complementa... não complementa e sim libera; abre espaço, faz pensar e sentir. Também embala... faz crescer. Diverte; conseguimos rir e chorar; lidar com emocao nos encaminha ao nosso âmago! Qual a previsão para lançamento do terceiro e último livro da trilogia “Alaba Textory – Venha, vamos dançar”? Margot Weide - Acredito que em junho já esteja no mercado. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Margot

Weide. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Margot Weide - Leiam! Leiam sempre! A leitura nos faz criar mundos por dentro e por fora; nos trás opções de aberturas psíquicas; nos amplia como seres. Cuide-se: o primeiro amor é para você! _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

ONDE COMPRAR Livraria Saraiva; livraria Cultura e as possibilidades por internet que são, inclusive mais em conta no preço.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Escritora Maira M. Trentin Maira M. Trentin, 20 anos, brasileira. Mobilidade na Universidade de Évora para estudar Educação e Teatro. Contadora de histórias e escritora das palavras encontradas na mente e no coração.

Engrossar o Caldo Cuidado. Este texto não se trata sobre culinária, entretanto ele pode te queimar. Há várias formas de olhar o Globo Terrestre. Alguns o olham como uma superfície de água e terra, outros como uma esferade átomos, outros como uma bolinha de gude no Universo. Eu o vejo como uma grande panela que contém um saboroso caldo. Aliás, não um único, mas vários. Tantos quantos seres humanos na Terra e são eles mesmos que acabam por multiplicar, mesclar e temperar cada um dos caldos. Quando pessoas reunidas em um sítio dedicam-se a reflectir sobre a miséria em países subdesenvolvidos, a emissão de gases poluentes, alimentação saudável e sustentável e outros diversos assuntos estão, pois, a incrementar o caldo do desenvolvimento e evolução da sociedade como um todo. Outras pessoas, em outro sítio, a refletir sobre a roupa suja do vizinho, a bebida mais eficiente para a embriaguez ou o melhor modo de encobertar uma mentira produzem um caldo com o sabor... não tão agradável. Seja qual for a visão que se tem da Terra, ela precisa de caldos melhores. E está em cada conversa, em cada ação, em cada encontro entre pessoas a escolha de qual caldo se vai engrossar. Obs.: Texto ficou em segundo lugar em concurso desenvolvido por: Setor de Desenvolvimento Académico e Empreendedorismo e Associação Académica da Universidade de Évora

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritor Pedro Santos Atualidade Num mundo de injustiças diversas. Onde ocorrem penosas guerras. Crianças pobres passam fome. O Rico tudo come. A natureza, agredimos esse ser inocente! Poluímos, destruímos, causamos chuvas infernais. Posso não ser clarividente, Contundo prevejo desastres fatais. Existem culturas, religiões e crenças diferentes: Arte, música, poesia, costumes, deuses, ideais. Todas nascidas das grandes mentes Dos nossos queridos ancestrais. Isto indica diferenciação humana. Povos que veneram a natureza e os animais. A maioria reside na América e na raiz Africana, Mas então e os demais? Existe hoje, uma pluralidade de cidadãos

Mais livres até na sexualidade. O meu sonho é que todos deem as mãos. Tornar-se-á esse sonho realidade? Seria um grande passo, seria evolução. O respeito e compreensão pelo o outro Baseado na confiança, razão e emoção. Faria deste mundo louco, Num lugar menos frio sem perdão. Recuemos um pouco na história, Na época da escravidão, Os descobrimentos que foram glória Basearam-se em atos sem coração. Seja no passado ou no presente, Seguimos sempre esta corrente. Obs.: Texto ficou em primeiro lugar em concurso desenvolvido por: Setor de Desenvolvimento Académico e Empreendedorismo e Associação Académica da Universidade de Évora

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ENTREVISTA

ESCRITOR MICHEL IBRAHIM KHOURI FILHO Michel Ibrahim Khouri Filho, brasileiro, casado, professor de matemática, formado na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guarulhos(aposentado), nascido em São Paulo no Bairro do Tatuapé nesta Capital, Gosta de escrever desde a infância, ocasião que compunha versos e pequenos contos. O autor possui 7 livros publicados - Vozes de Minh’alma, A dança da borboleta, Terra Roxa, Coriscos no Céu, A Ilha do sol, Fúria Negra, O Monge dos Diamantes. Tem como objetivo atual sobreviver daquilo que escreve.

Boa leitura!

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Procurem obras de escritores brasileiros, você há de verificar a existência de centenas deles que escrevem bem, no entanto permanecem no anonimato por muito tempo.”


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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Michel Ibrahim Khouri Filho é um prazer contar com a sua participação na revista Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita literária? Michel Filho - Lembro-me que em minha tenra infância, eu e meus irmãos, com apoio de minha mãe, pedíamos a meu pai nos contasse uma história. Ele tinha uma habilidade sem precedentes em fazer isso, e o conto nos prendia por vários dias, porque era contada em capítulos, à noite, antes de nos recolhermos. Ele tinha a nacionalidade libanesa e nos contava às histórias que ouviu quando muito menino, na escola onde ficou internado, a guerra o tornou órfão muito cedo, com nove anos aproximadamente. Minha mãe, descendente de portugueses, tinha o mesmo hábito, contava histórias que ouvia de seus avós. Assim, crescemos eu e meus irmãos, dentro deste clima, que muito certamente influenciou na minha vontade de escrever histórias e na de meu irmão, A. Ibrahim Khouri, um excelente poeta, também com vários livros editados. O que o encanta nos romances e aventuras que escreves? Michel Filho - O que mais me encanta, seja um romance ou aventura é ver a história começar a ganhar corpo. Quando escrevo, deixo a imaginação fluir e me limito a escrever o que estou imaginando naquele momento, começo a perceber que a certa altura devo dar um direcionamento a história, cujo título, não rara as vezes , já o tenho na cabeça e começo fazer com que o título e a história viagem lado a lado.

Conte-nos qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Michel Filho - Todos os sete livros que tenho editado, a saber: A Dança da Borboleta, Coriscos no Céu, Terra Roxa, A Ilha do Sol e Vozes de Minh’alma, mais os seis que tenho para editar, giram em torno de mais ou menos cento e trinta páginas, porque acredito que um livro não deve ter um número muito reduzido de páginas, por não ter a necessária habilidade em dar corpo a história e conseguir termina-la de forma conveniente, quero dizer, não gostaria de termina-la de forma abrupta, nem tampouco, muito longo, com número excessivo de páginas, tendo em vista, ter que se alongar muito do meio do livro para o seu término, fugindo um pouco da sequência e objetividade, tornando-o cansativo. Assim, quase todos tem o mesmo número de páginas e o mesmo tempo, com mínimas diferenças. Quanto à publicação, como dependem de oportunidades, ou recursos próprios é de tempo incerto. Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe os seus livros? Michel Filho - Quando começo a escrever um livro, não tenho ainda nada em mente, deixo a imaginação conduzir a pena e só vou me preocupar com o enredo quando percebo que a história está querendo tomar corpo, ai então, vou conduzindo, dando rumo a ela e pensando no título, ou tendo o título na mente, procuro montar a história no entorno dele. Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? Michel Filho - O livro que mais ráwww.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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pido foi escrito, tem por título Terra Roxa, tinha na época, a história baseado na minha infância numa pequenina cidade do interior, morei lá por um pequeno espaço de tempo, onde havia uma capela nos moldes da história e um padre que aos domingos, se deslocava da cidade vizinha e vinha rezar a missa, onde eu e meu irmão nos dispúnhamos a tocar o sino da capela, convocando os moradores. Baseado nestes fatos e outros coincidentes com a história, não foi difícil imaginar o resto da história. Não demorou muito para em negociação com a Editora, conseguisse publicá-lo. O que o motivou a escrever de forma mais intensa do que os demais livros escritos? Michel Filho - De todos os livros escritos, o que mais me envolvi foi Terra Roxa, o escrevi pensando em minha infância, com tudo que me cercava, a lembrança da pequena capela, onde eu tocava o sino chamando os moradores do lugar, a paisagem bucólica, a pequenina estação de trem, onde duas vezes por dia parava um trem de passageiros, uma pela manhã e outra no início da noite. O que mais o encanta em seu primeiro livro escrito “A Dança da Borboleta”? Michel Filho - O primeiro livro, A Dança da Borboleta escrevi com ansiedade e certo encanto; a inexperiência me fez refazer, várias vezes, folhas inteiras e quantas vezes, abandonei tudo que havia escrito para recomeçar. A emoção do primeiro livro escrito foi um marco para mim, a satisfação tomou conta de tudo... Depois de algum tempo, relendo achei que precisava rever 74

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algo ou mudar alguma coisa aqui e ali... Ia fazê-lo, não fosse à intervenção de um amigo pintor, que me disse que escrever era como pintar, enquanto você não entregar a sua obra, verá sempre a necessidade de um retoque aqui, ali... Acolá. Não mexa mais nessa história, escreva outra, a sensação vai ser sempre a mesma. Qual o livro com maior número de vendas? Michel Filho - A dança da Borboleta, Coriscos no Céu, Terra Roxa e A Ilha do Sol, foram editados ao mesmo tempo e muito recentemente, não se destacando um ou outro volume, pequenas diferenças apresentam no número de vendas de cada um desses títulos.

dito. Procurem obras de escritores brasileiros, você há de verificar a existência de centenas deles que escrevem bem, no entanto permanecem no anonimato por muito tempo. Gostaria de receber dos meus leitores, opiniões sobre a obra lida, para tal, utilize meu email: Michelibrahimm@Gmail.com,o qual consta na ficha técnica de todos os livros. Sabemos que no Brasil, o número de leitores é muito reduzido, mas gostaríamos que estes fãs da leitura incentivassem outros a ler, assim, demoraria menos para que o Brasil alcançasse um número conveniente de leitores de todo tipo de obra, para que a população tivesse um grau de cultura mais elevado. Com toda certeza, todos nós seriamos beneficiados.

De forma geral qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio do enredo que compõe seus livros? Michel Filho - Em todos os livros que escrevo, gosto de mexer com o imaginário do leitor a história termina de uma determinada forma, mas dou margem ao leitor, para que a imaginação dele termine a história. A mensagem a ser transmitida, cada volume encerra uma diferente; alguns títulos a mensagem é explicita, em outros, bem complexa. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Michel Ibrahim Khouri Filho. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para os nossos leitores? Michel Filho - Gostaria que as pessoas se dedicassem mais a leitura, conhecessem melhor os escritores brasileiros, lhes dessem mais cré-

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Marta Maria Niemeyer

Caiu do Ninho Oh natureza exuberante! O verde mais verde, o amarelo alaranjado do flamboaiã se destaca dançando com a brisa do mar. Um bando de pássaros coreografando o céu do luar. No romper da aurora o coral de canarinhos anuncia a chegada do dia. O romântico beija – flor vem saudar sua amada, cheio de amor. O sol se desponta com a mesma simpatia, trazendo luz, calor e alegria, para animar a festa da gurizada. Nas cadeias montanhosas a última nuvem de algodão se despede. Um coral de sapos que passara a noite na balada, desliga seus microfones, para o descanso. Meu tio Carlos sobe ao terraço da casa para admirar a paisagem, se depara com um canarinho ao chão, fica preocupado. Aquele filhote não pode ficar ali. Ainda muito 76

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pequeno, poucas penugens, rasas penas nas asas, Imaturo para voar. Tio Carlos não sabe como fazer para ajuda-lo. Chama sua mulher: - Amor vem cá, por favor. Eles tem mais de vinte anos de casados, mas conservam o hábito de diálogo com o mesmo carinho de sempre. Deve ser os ares da natureza que mantem a fórmula do amor. Ela sobe a escada imediatamente e encontra o filhote com fome e sede, vai ao quintal buscar minhoca, oferece ele recusou. Eles oferecem água, ele bebe. Agora o que fazer? Onde fica o ninho? Que angústia... Procuram, procuram, procuram... Enxergaram umas folhas secas entre as madeiras e telhado da cobertura. Tia Maria diz: - Encontrei aquelas folhas ali, pode ser o ninho, vou subir a escada e pôr lá. Sobe e percebe, sua

mão não alcança, insiste e consegue colocar o filhote próximo do ninho imaginado que ele o encontrará. Ela desce a escada e vai cuidar de seus afazeres. Mais tarde volta ao terraço para conferir. O filhote está no chão outra vez. Tia Maria pega a escada e sobe para salvá-lo. Ela posiciona a escada, sob em direção das folhas secas onde imagina ser o ninho, pega o filhote novamente, sobe a escada e introduz em um buraco bem próximo das folhinhas. Tia Mari fica feliz e pensa: - Acho que consegui colocar em seu ninho. Ela desce as escadas e imediatamente aparece um canário assustado, com incríveis voos rasantes. De certo deve ser a mãe preocupada com seu filhote. Minha tia reage e diz: - Que mãe é você? Cuida direito de seu filho. A canarinha não diz nada e fica quietinha pousada no fio de luz. Parece que entendeu o recado. Tia Maria nos conta admirando o mistério da natureza.


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ENTREVISTA

ESCRITOR RICARDO BROWN Ricardo Brown, nascido em São Paulo perdeu seu pai em morte prematura aos dois anos de idade e, a partir de então foi criado pela sua avó paterna e suas duas tias. Sendo que uma delas o estimulava à leitura e a escrita desde os primeiros anos de alfabetização, já que ela sempre lhe cotava e lia histórias de diferentes autores da literatura infantil. Depois disso, por motivo de força maior, já que sua avó falecerá e suas tias não podiam criá-lo foi para um colégio interno e lá permaneceu dos sete aos quinze anos de idade. Sempre teve gosto pela leitura escrita, companhia inseparável até os dias de hoje. Formou-se em Publicidade Propaganda e MKT pela Universidade Anhembi Morumbi e Pedagogia no Instituto Singularidade de Pedagogia. É Autor de quatro publicações com a temática Bullying pelas editoras Paulus e Impacto Educacional e Lançou em 2005 de seu primeiro livro pela Editora Larousse, cujo título é “Refugiados em Busca de um Mundo sem Fronteiras”.

O ser humano evoluiu tanto na tecnologia, mas infelizmente nos aspectos mais importantes de sua existência que é o do convívio social e geográfico, e, que, por isso mesmo necessita de respeito mútuo para que haja uma convivência pacifica, se apresente muitas vezes tão atrasado...”

Boa leitura!

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Por Giuliano de Méroe

Escritor Ricardo Roberto Brown, é um prazer contarmos com sua participação no Projeto Divulga Escritor. A respeito do livro “Refugiados em Busca de um Mundo sem Fronteiras”, o que o motivou a produzi-lo? Ricardo Brown - Inicialmente foi uma proposta de minha companheira Célia Hara que é educadora e assistente social e que trabalhava na Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, me propôs que eu escrevesse um livro sobre os refugiados já que se trataria de algo inédito voltado para o público infantojuvenil, seria uma forma de eles terem uma visão mais adequada e sem preconceitos sobre as diferenças. Para quem não sabe a Cáritas realiza um lindo e necessário trabalho humanitário há mais de trinta anos em prol de estrangeiros que precisam sair de seus países para preservar suas vidas e ter seus direitos básicos preservados. Foi algo delicioso, apesar de ser sobre um assunto tão dramático, criar personagens baseados em relatos das experiências que os refugiados tiveram antes e depois de conseguirem o apoio da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo. Como organizou a estrutura do livro? Ricardo Brown - O enredo foi baseado, como mencionei, ouvindo as emocionantes e sofridas histórias que relatavam a angústia dos refugiados de terem que abandonar seus países de origem. Mas, na verdade, em termos de estrutura física do livro, a gerente editorial da Larousse na época, (2005), gostou dos originais que lhe enviei e, como a editora já tinha uma coleção com o nome 78

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“Ninguém Merece” (inspirada na gíria que se usava na ocasião) e que tratava de assuntos como o preconceito, racismo, etc;., resolveu apostar em meu livro e incluí-lo nessa coleção. Eles mesmos se encarregaram de fazer toda a estrutura dentro do padrão editorial Larousse. Eu pouco palpitei a respeito, gostei da finalização e aprovei. Claro que opinei sobre os agradecimentos, a apresentação inicial e me adequei também ao número de páginas que correspondia ao padrão utilizado para a coleção. Qual a dificuldade que os garotos Pablo e Jeremmy, enfrentaram, quando aportaram no Brasil? Ricardo Brown - Como eles fugiam de seus países em busca de dias melhores, aportando em uma terra em que mal sabiam falar o seu idioma, esta foi uma das principais barreiras. Porém, a dificuldade que lhes trouxe maiores aborrecimentos e constrangimentos foi a discriminação causada por seus companheiros de classe. O fato de terem trejeitos característicos de suas origens, além do sotaque, cor de pele e dificuldade em entender uma língua totalmente nova para eles, despertaram em alguns maliciosos colegas de classe, a prática do bullying. A escolha de dois refugiados com afinidades linguísticas foi proposital? Ricardo Brown - Na verdade não, eu os coloquei em meu livro, porque na época se falava muito de refugiados de Serra Leoa e também dos problemas que as FARCs traziam para a Colômbia. E isso acabou sendo o que mais me motivou a escolhê-los. Eu só retratei o que estava em evidência na mídia, naquela ocasião.

Qual a influência da personagem Lili na aculturação dos dois refugiados, o colombiano Pablo, e o leonês Jeremmy? Ricardo Brown - A aculturação nesse caso foi mais a emocional e afetiva do que propriamente a territorial. É claro que a influência dela em lhes mostrar os locais para passearem e o próprio diálogo em si, fez com que houvesse uma maior aproximação e integração entre eles e o País que escolheram forçosamente viver. Porém, o que eles necessitavam mesmo naquele momento era de alguém que lhes acolhesse sem julgamento e preconceito e isso a Lili soube fazer muito bem. Aliás, esse encontro dos refugiados com a Lili é que dá todo o sabor da emocionante história que realmente vale a pena ser lida. Nossa equipe foi informada de que o seu livro foi adotado como material escolar. Como foi apresentá-lo à Diretoria dos Colégios? Ricardo Brown - Quando conversei a respeito da ideia com a Larousse, eles acharam ótimo porque seria interessante ter uma abordagem, mesmo que paradidática sobre assuntos como preconceito e o bullying, coisa que na ocasião, nem se falava muito e tão pouco sobre os refugiados. Ter a possibilidade de abordar o tema na escola que é o berço formador de opinião e de aprendizado, e tratar de um assunto tão polêmico e real, foi desafiador e maravilhoso. Claro que eu e os divulgadores da Larousse tivemos que trabalhar bem até conseguir introduzir o livro em algumas escolas como o Colégio Polilogos, por exemplo, que é uma instituição em que a sua grande maioria é de alunos coreanos. E tive ainda a sorte da professora ter tido


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e conseguisse captar um pouco da vida sofrida que tiveram tentando fugir em busca de um pouco de dignidade. E até por esse motivo, para não se tornar um livro muito denso já que é dirigido ao público infantojuvenil, resolvi criar uma ficção com personagens que se encontraram dentro do ambiente escolar para que ali eu pudesse transmitir e traçar um paralelo entre, a relação e convívio dos alunos das nossas escolas, com o tratamento que se dá aos refugiados, aos migrantes e imigrantes pelo mundo afora. E isso se deu em meu livro, de uma forma leve e lúdica e, claro, com o devido respeito às histórias desses refugiados. A Caritas e o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) tiveram papel fundamental em minha pesquisa sobre o tema. E, além disso, essa minha atividade de escrita me proporcionou conhecer Instituições que ocupam espaço de fundamental importância na aplicação de políticas públicas, serviço social, psicológico e jurídico para os refugiados.

o interesse de trabalhar com os seus alunos, o tema sobre o preconceito e a diversidade. Isso foi importante porque ela adotou o livro para várias turmas e, dessa forma, todo ano eu era convidado a visitar os alunos como autor e eles me recebiam com muito carinho fazendo a maior festa. Isso sim é muito gratificante para um autor! É ai que ele consegue

mensurar quanto e como o seu livro está alcançando o público desejado. Na elaboração do livro, conte-nos, como foi a contribuição dos Centros de apoio aos refugiados? Ricardo Brown - Eles contribuíram muito me convidando para uma reunião com os refugiados, isso possibilitou que eu os conhecesse

O assunto deste livro possui alguma relação com Bullying, temática de seus livros anteriores? Ricardo Brown - Sim, com certeza. Essa relação é inevitável, já que quando falamos de desrespeito às diferenças, especialmente em sala de aula, está implícito o problema do bullying, termo tão usado nos dias de hoje. Quando escrevi o livro em 2005, esse termo não era usual, mas, no entanto, os problemas de desconsideração, humilhação, preconceito e descaso com o próximo, inclusive de forma rotineira, infelizmente são comuns já há muito tempo. Por isso, é difícil nesse caso, dissociar o tema refuwww.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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giados do tema bullying. Os livros que escrevi posteriormente sobre bullying, também são destinados ao público infanto-juvenil e adotados em algumas escolas. E, sem dúvida o que me motivou e me inspirou a também escrevê-los, foi a primeira experiência que tive quando escrevi o livro refugiados pensando nas salas de aula. Já que é ali, nas escolas, que grande parte desses problemas de bullying, acontece. Nossa equipe agradece sua participação. Qual o seu recado aos nossos leitores e a nossos cidadãos sensíveis às questões internacionais? Ricardo Brown - Gostaria em primeiro lugar de agradecer a oportunidade de tal entrevista e também deixar claro que, o que mais assola o convívio humano são a intolerância e desrespeito ao próximo. A diversidade humana sempre existirá e, portanto, é inadmissível que a imbecilidade humana chegue a tal ponto de classificar, rotular e desrespeitar o outro que pertence à mesma raça humana que a sua, só porque tem a cor, a religião ou ide-

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ais políticos diferentes dos seus. O ser humano evoluiu tanto na tecnologia, mas infelizmente nos aspectos mais importantes de sua existência que é o do convívio social e geográfico, e, que, por isso mesmo necessita de respeito mútuo para que haja uma convivência pacifica, se apresente muitas vezes tão atrasado... Acho que já passou da hora da humanidade acordar para a necessidade de repensar seus valores e suas relações interpessoais de qualquer natureza, do contrário, dificilmente haverá compreensão de que somos semelhantes, independentemente da cultura, do sexo, da cor, da religião e das crenças políticas. Sinceramente não acredito que haja sociedade que se mantenha saudável sem essa consciência!!

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

ONDE COMPRAR Livraria Cultura; Saraiva; Estante Virtual entre outros grandes sites e é claro também na editora Escala que agora é do mesmo grupo Lafonte e Larousse. É só dar um Google e encontrará o meu livro. Gostaria de aproveitar e fazer um adendo sobre o nome que aparece na capa de meu livro, ou melhor, do meu sobrenome Brown. Em meu livro está escrito “BOWN” sem a letra “r” e foi proposital, utilizei a numerologia cabalística naquele período de minha vida e por isso a mudança no sobrenome, o que de certa forma ficou como um pseudônimo. Porém nos outros livros que escrevi voltei a utilizar o “Brown” normalmente, foi apenas uma experiência. Poderão também entrar em contato comigo pelo facebook: Ricardo Roberto Brown ou ainda pelo e-mail: brownricardo888@gmail. com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Jô Ramos

I Salão do Livro do Canadá – Montreal 2017 O 1º Salão do Livro do Canadá-Montreal, a ser realizado em setembro de 2017, vai reunir autores, escritores, artistas plásticos, estudantes e professores de Literatura. A ZL Editora apresenta uma proposta inovadora apostando nesta atividade como um aliado no aprofundamento e extensão das feiras literárias internacionais. Condições de participação Editores e autores independentes, ou não, poderão se inscrever para o nosso evento. Para participar é só preencher o formulário, que enviamos por e-mail, quando solicitado pelo autor/editor. O pagamento da inscrição e o envio do material solicitado completam a inscrição. A ZL EDitora se propõe: 1- Expor os livros enviados e os trazidos pelos participantes 2- Nos ocupamos da gestão das vendas

3- Coordenar a presença dos autores, organizando as sessões de autógrafo e bate-papos com leitores e demais escritores Autores presentes O evento acolherá os autores para sessões de autógrafos. Cada autor terá 1 sessão de autógrafo. A inscrição para as sessões é agendada a partir do preenchimento do formulário, do pagamento da inscrição e do envio do material. IMPORTANTE: Autores podem enviar seus livros, caso não possam estar presente. Faremos a exposição e a venda. O pagamento da participação deverá ser realizado através de depósito bancário ou pelo sistema Western Union para quem mora no exterior. Os dados serão enviados por e-mail para quem solicitar. Nosso e-mail: zlcomunicacao8@gmail.com Produtora Executiva: Jô Ramos

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ENTREVISTA

ESCRITORA SANDRA WERNEK ROMANCE “O PODER DA FÉ” DA AUTORA SANDRA WERNECK CATIVA POR SUA ESCRITA CLARA E CONSISTENTE Sandra Werneck é o pseudônimo de Sandra M. G. Gonçalves, nascida a 27 de julho de 1960 em São Paulo. Graduou-se em Letras Língua Inglesa com trabalhos na área de Linguística Aplicada e Sociolinguística, tornando-se Mestre na área. Em paralelo, ingressou no Projeto de Extensão da Universidade Federal do Amazonas, intitulado Clube do Autor, que publicou várias coletâneas de contos: Folhas Verdes, Folhas Livres, Folhas Mortas, Folhas Fantásticas, Folhas Eróticas, Amores e Infâncias, apaixonando-se pelas palavras e pela literatura. Recentemente teve escolhido o conto “Estorvo” para publicação na edição de setembro/2016 e “A Amante” na edição de dezembro/2016 da revista Germina Literatura, ganhando com ele o Prêmio Incentivo do 34º Concurso Literário Yoshio Takemoto de 2016. Com “A caçada”, obteve o 2º lugar no concurso da Academia Mateense de Letras (2017) - Prêmio Elza Cunha. Participou da antologia Damas do Império (2016) e da antologia Memórias de um bar pela editora Illuminare (2016), da coletânea de contos Escritor Profissional vol. 3 pela Editora Oito e Meio (2016). O Poder da Fé foi seu romance de estreia.

Eu vejo o mundo muito polarizado, ou preto ou branco, seja na política, na religião ou nas redes sociais. Essa intolerância é perigosa.”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Sandra Wernek é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais a encanta na arte de escrever? Sandra Werneck - Escrever é lançar um outro olhar para a realidade, utilizando todo o arsenal que se estende à nossa frente e que podemos dispor: notícias correntes, amigos, familiares, poesia, poemas, fantasia etc. E o que me encanta é a arte de reinventar essa realidade criando um universo e personagens específicos capazes de dialogar com o leitor de um jeito peculiar. Em que momento pensou em escrever “O Poder da Fé”? Sandra Werneck - Escrevi a primeira parte de ‘O Poder da Fé’ há quase quinze anos. Assim nasceu a clarividente, uma personagem que vivia ludibriando pessoas em proveito próprio. Ainda morava no Rio de Janeiro e tinha ingressado em um curso de roteiro em que precisava de uma estória original. Com o tempo, a vontade de escrever se acendeu novamente. Além disso, houve uma proliferação de igrejas com pastores que também ludibriam pessoas em benefício próprio, então achei que poderia ser um complemento da primeira parte. A última parte foi o desdobramento das outras duas.

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Comente sobre a obra Sandra Werneck - Clara, esposa de Rogério, traveste-se de clarividente para ludibriar as pessoas e assim esquecer aquilo que dói por dentro e corrói sua alma, aproveitando para brilhar e destacar-se da multidão de tipos simplórios de seu bairro. Ela se envolve com Alemão, desprezando a única visão premonitória que tem em vida. Rogério, marido de Clara, movido pelo remorso e o desejo de enaltecer a mulher, cria uma nova igreja, travestindo-se de pastor, deixando-se seduzir pelo dinheiro fácil. Mas a perfeição não existe, nem mesmo no fausto. Ele percebe que a religião, mais que unir, pode segregar as pessoas. Antônio, irmão de Rogério, tenta restaurar a infância perdida e o louvor que aquece, ainda que o pastor não acredite, ainda que ele não queira, ainda que seja tarde. Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe o livro? Sandra Werneck - Um bom enredo necessita de uma estória envolvente que surpreenda, um bom conflito e obstáculos que são colocados ao longo da narrativa para mostrar ao leitor que tipo de pessoa seu protagonista é. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através do enredo que compõe “O Poder de Fé”?

Sandra Werneck - Eu vejo o mundo muito polarizado, ou preto ou branco, seja na política, na religião ou nas redes sociais. Essa intolerância é perigosa. Concordo com Baumann e Giddens que trata nossa identidade como multifacetada, carregamos em nós todas as nuances. O que quero dizer com isso (e é a mensagem que deixo) é que para cada situação existem pelo menos dois pontos de vista, é nossa obrigação nos colocarmos nas duas posições para entender o ponto de vista do outro, que pode vir a ser a nossa, eventualmente, em outra circunstância. O que mais a encanta nesta obra literária? Sandra Werneck - Esse romance é minha estreia na seara literária em que eu primei pelos trechos onde a linguagem foi bem cuidada, assim como a consistência dos personagens. Quais os seus principais objetivos como escritora? Sandra Werneck - Acredito que a obra de um escritor deve agradar a ele mesmo em primeiro lugar, entretanto acredito também que todo escritor busque leitores a quem possa passar esse seu olhar especial, a sua mensagem.


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Você já participou de várias antologias e coletâneas, qual a participação que mais a cativou, por quê? Sandra Werneck - Quando eu escrevo um conto, não há uma ideia pré-concebida sobre onde vou inscrevê-lo ou a qual concurso eu devo submetê-lo. Como falei anteriormente, ele deve satisfazer primeiramente o autor, independente de qualquer outra coisa, mas se o seu texto é apreciado em revistas literárias específicas e academias o sentimento de satisfação é grande. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Sandra Werneck. Agradecemos sua par-

ticipação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Sandra Werneck - Ler é adquirir olhares, é conhecer o mundo, novas culturas, novas experiências, novas visões de vida. É tornar-se mais completo e melhor esclarecido. Leiam sempre mais. Vocês não irão se arrepender.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

ONDE COMPRAR

Chiado Editora em https://www. chiadoeditora.com/autores/sandra-werneck Eventualmente, poderá ser adquirido pela Livraria Cultura em www.livrariacultura. com.br onde ainda está em processo de catalogação e com a própria autora em smgg396@hotmail.com. Também diretamente pelo facebook www.facebook. com/sandra.godinhogoncalves

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MERCADO LITERÁRIO Por Leo Vieira | leovieirasilva@gmail.com Leo Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura

ESCRITORES DE YOUTUBE

“Todo ser humano deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. Isso significa que todos nós temos vocação. Talento é outra questão. Todos nós também podemos escrever livros. Funkeiros, gamers, youtubers, entre outras celebridades virtuais, todos têm esse direito. Não iremos esquecer de que as editoras e livrarias precisam faturar e elas irão dar mais preferência com o produto que tem mais expectativa de venda. Vejo escritores e blogueiros se comportando como se existisse um “Conselho Regional de Escritores” para proibir que tal artista publique um livro. Vamos ter bom senso e mais amabilidade com essas pessoas e com o seu público.

AMIZADES LITERÁRIAS FALSAS

É muito fácil ter um batalhão de amigos para ir na sua festa badalada. Mas são muito poucos os que te acompanhariam em um momento de tristeza e enfermidade. Tenho visto nesse meio literário muitas amizades falsas. Vi também muita gente legal se decepcionando com pessoas sem caráter. Vi sociopatas querendo manipular, puxar tapete e se destacar às custas dos outros. Pessoas interesseiras que fingem amizade e que depois que conseguem o que querem, desaparecem sem o mínimo de gratidão. Isso quando não desfaz a amizade. Depois querem falar que há desunião? Eu prefiro dizer que há hipocrisia! Abomino e repudio essa atitude medíocre, mesquinha e imatura. Dispenso amizades falsas e não dou segunda chance para quem apronta comigo. E vocês (blogueiros e escritores), fiquem mais espertos quando um parceiro efusivo ficar cheio de gentilezas para o seu lado. Não é porque somos legais que vamos deixar sermos feitos de trouxa.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritor Isidro Sousa

DECIFRA-ME... OU DEVORO-TE! Numa tarde abrasadora, em pleno esplendor de Agosto do ano 2015, a autora Guadalupe Navarro surgiu no meu percurso literário. Embora o seu nome fosse familiar, de uma obra poética em que ambos participáramos no início desse Verão, nunca havíamos trocado uma palavra. Ela abordou-me pelas redes sociais, solicitando esclarecimentos sobre a antologia A Bíblia dos Pecadores, cujo regulamento acabara de tornar público. Elucida88

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da sobre a essência do projecto, que só abrangia textos em prosa, volveu algo assim: «Eu sou poetisa, não escrevo prosa.» Lamentou o facto de a nossa Bíblia de Pecadores não contemplar poesia, reiterando o seu interesse em participar numa obra colectiva tão instigante. Exploradas todas as possibilidades, sem todavia conseguir contornar essa limitação, Guadalupe Navarro acabou por considerar «Posso tentar escrever um texto;

talvez uma crónica...» e mencionou a ideia que, nesse preciso momento, se lhe delineava na mente, sobre Sodoma e Gomorra. Recordando que, meses atrás, eu também experimentara escrever poesia para uma antologia poética, e fi-lo com êxito, incentivei-a de imediato: «Se sente vontade de escrever uma estória, não hesite!» Ainda renitente, mostrando-se receosa em adentrar num terreno desconhecido, aceitou o desafio, porém, salvaguar-


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dando que não se comprometeria. Nos dias subsequentes, à medida que ela cimentava pedra sobre pedra naquela muralha em que se transformaria o texto, expunha-me ideias, dava conta de avanços e recuos, receios e dificuldades, buscando sempre uma palavra esclarecedora que facilitasse o contorno de obstáculos literários. Até que decidiu mostrar as páginas que já redigira, ansiando que eu lhe transmitisse uma opinião sincera. Mal li os parágrafos iniciais, gargalhei. A trama, sobre a bíblica esposa de Lot em estátua de sal transformada quando fugia do fogo devastador disparado do céu sobre Sodoma, achava-se incompleta, todavia, vislumbrei logo que se tratava de uma sátira inteligente, divertidíssima – uma relíquia! Era difícil conter-me; as gargalhadas prevaleciam. Se até aí, porque desconhecia a escrita de Guadalupe Navarro, receava transmitir alguma indicação, para não constrangê-la ou melindrá-la, nesse instante a minha posição alterou drasticamente. Fui peremptório: «Tem de concluir o texto! Sem qualquer hesitação! É uma ordem! Força, Guadalupe!» Entusiasmada, mergulhou com ainda mais afinco nesse universo da prosa tão temeroso quão desafiante. Finalizou o trabalho. Quando me chegou às mãos, li-o e reli-o; ainda hoje não canso de o reler. A autora nem acreditava no fascínio que a sua estreia na prosa me despertara! Refiro-me a A Estátua de Sal, a mesmíssima sátira sobre o episódio da destruição de Sodoma, abordando a falta de hospitalidade, os excessos

e a imoralidade que grassava nessa cidade remota, bem como as incursões incestuosas daquelas filhas que, julgando-se sozinhas no mundo, embriagam e seduzem o pai para, com ele, gerarem descendência. Essa estória, publicada em 2016 na antologia inaugural da Colecção Sui Generis, está compilada nas primeiras páginas do segundo livro da

autora, Decifra-me... ou Devoro-te!, editado recentemente pela Sui Generis. Daí em diante, a nossa cumplicidade, entre mim e a autora, acentuar-se-ia de dia para dia, embora não houvesse convívio presencial, somente comunicação virtual pelas redes sociais; e a amizade crescendo, solidificando, uma confiança mútua enraizando-se. Guadalupe interessou-se por todas as obras colectivas que eu viria a organizar na área da prosa, participando nelas com re-

gularidade. Nessa época (a Sui Generis ainda inexistia), concebi outra antologia para a editora que então dinamizava, intitulada Boas Festas, dedicada ao Natal. A estória natalina (O Arrepio de Micaela, também incluída em Decifra-me... ou Devoro-te!), num registo diferente do texto anterior, que a autora fez chegar às minhas mãos despertou-me igualmente a atenção. E ela foi mergulhando, de modo crescente, no universo da prosa. Mostrava-me, inclusive, textos destinados a projectos de outras editoras. Fosse qual fosse o tema envolvido em novas antologias, ela fabricava imediatamente uma trama, visando participar. E que tramas apresentava! Uma imaginação fértil, prodigiosa, que surpreende constantemente. A sua capacidade de criar enredos complexos, quer sejam dramáticos ou humorísticos, aliada ao elevado grau cultural (os conhecimentos sobre História são soberbos), é incrível. E desenvolve cada tema com vontade férrea, inigualável, nunca vacilando perante obstáculos, só respira quando finaliza cada trama. Foi desse modo – atrevo-me a dizê-lo – que Guadalupe Navarro se viciou na construção de narrativas. Ao ponto de deixar para segundo plano a escrita poética, em prol da prosa. Um universo verdadeiramente irresistível que a emaranhou nas suas teias. Que a desafiou. Envolveu. Fascinou. Aprisionou! E muita água deslizou sob a ponte desde que ousou aventurar-se na espantosa e deslumbrante Estátua de Sal. Meses volvidos, em maré de confidências, ela revelaria pormewww.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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nores da vida pessoal que vi reflectidos no perfil de algumas personagens; falaria também, despida de quaisquer complexos ou constrangimentos, sobre a paralisia cerebral de que é portadora e a forte depressão que a afectava na época em que me abordara. Naquele abençoado Verão de 2015 em que vários sonhos desencadearam o primeiro passo rumo à realidade... Frisou publicamente o quão bem o meu incentivo (a escrever prosa) lhe fizera, ajudando a superar essa fase menos boa – às vezes, basta um estímulo, um simples empurrãozinho para se ultrapassar o receio de falhar. Além disso, a solidariedade por ela manifestada, em momentos críticos da minha trajectória editorial, para contornar situações assaz delicadas, contribuiu mais ainda para aprofundar uma vera amizade, tornando-nos confidentes literários. E daí a considerar a possibilidade de editar uma obra pela Sui Generis, compilando textos redigidos ao longo dos últimos tempos, foi um salto. Na realidade, um livro que marca um ciclo bastante significativo, verdadeiramente sui generis, no percurso da autora. Decifra-me... ou Devoro-te! principia com o magnífico A Estátua de Sal, primeiro texto em prosa de Guadalupe Navarro, destinado à antologia inaugural da Colecção Sui Generis, e finaliza com Mea Culpa, um drama igualmente inspirado em episódios bíblicos, concebido propositalmente para o segundo volume da mesma antologia, A Bíblia dos Pecadores. Entre o primeiro e o derradeiro texto, desfilam uma dezena de contos e crónicas de igual modo marcantes – estórias totalmente distintas, do drama à aventura, recheadas de humor e uma certa 90

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malícia, ou mesmo sarcasmo, redigidas com uma simplicidade sofisticada e, não raras vezes, uma ironia refinada, para as diversas obras colectivas, em Portugal e no Brasil, em que a autora participou. São estórias aparentemente simples, mas que se revestem de uma sensibilidade e uma intensidade profundas, explorando, todas elas, universos verdadeiramente sui generis. E o que dizer da galeria de personagens? Magistral! Maioritariamente femininas, as personagens destas tramas são figuras singulares, especiais, numa primeira vista um tanto “malucas”, mas que se revelam seres humanos incríveis, salvo raras excepções, dotadas de grande humanidade, as fragilidades mesclando com fortes personalidades, mostrando fraquezas, mas também a força interior que delas emana. Como a bela Micaela e os seus sintomáticos arrepios enquanto se embrenha nos afazeres para o Natal ou a sensível e solitária Mónica, em A Máscara, a filha rejeitada que busca forças no talento para colmatar o desprezo familiar e se enamora pelo homem errado. E também a espevitada Ludmila e as suas deambulações vampíricas, em O Sonho, a enigmática Rosana cujo misterioso retorno à sua cidade natal desperta atenções porventura indesejadas, em Riacho, e a atrevida e sofisticada Olga, que se envolve carnalmente, em Mea Culpa, com um membro do clero para tentar compreender uma antepassada por todos considerada a mula sem cabeça da sua região. Sem olvidar a deliciosa discussão com Santo António da exuberante narradora de O Colar de Pérolas, que diverte com as peripécias libidinosas da madame inglesa que “virou duquesa” e escandalizou

a sociedade do seu tempo ao desencadear um evento insólito, deveras incomum, que envolvia “homens sem cabeça”, e ainda a destemida e imperturbável Rosa Martina, em A Armadura de Sancho, que viaja pelos confins da História e convive com espectros enquanto planeia instituir o dia especial (ou internacional) dos fantasmas, desvendando a origem de alguns mitos ou superstições. E a histérica e inescrupulosa editora Branca de O Casarão, autêntica “amiga do alheio” inspirada em certas realidades que grassam no meio literário e afectaram, de algum modo, a autora, é igualmente digna de registo. Ou de atenção! Se as mulheres que embelezam estas estórias fascinam, magnetizam, emocionam, fazem vibrar, as figuras masculinas, embora em desigualdade numérica, são também envolventes, sedutoras, carismáticas. Veja-se o executivo, jovem e elegante, que procura achar, em O Lado Obscuro de Afonso, a mulher que a sua falecida avó consideraria ser “uma moça decente” para casar, mas alimenta uma vivência sórdida, doentia, na clandestinidade, algo inimaginável numa mente aparentemente sana. Ou o discreto e charmoso António em A Mulher de Branco que experimenta, após uma noite de diversão entre amigos, ainda que casualmente, um encontro surreal, deveras inusitado, numa instigante narrativa que aborda o universo fantástico, onde referências mitológicas marcam presença, como Daphne, a bela e estonteante ninfa em frondoso loureiro transformada para escapar à perseguição desenfreada de Apolo, o deus da beleza que lhe inspira profunda aversão. A propósito, realçam-se refe-


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rências às mitologias mas não só; os frequentes contextos históricos também se destacam nestas peças literárias, com inúmeras menções devidamente enquadradas a reis e rainhas, príncipes e princesas, imperadores, pontífices e a outras personalidades emblemáticas ao longo dos tempos, que denunciam o arraigado conhecimento, o elevado grau cultural da autora, de que se socorre, vastas vezes, para caracterizar cenários, personagens ou as ambiências que as rodeiam. E não se pense que é tudo! O mundo infantil, aliado ao reino animal, é recordado em Totó. Através da visão de uma adorável tartaruga, exilada num jardim zoológico após um acidente lhe ter danificado o casco, vamos conhecendo, numa narrativa profundamente nostálgica, uma saudade de corroer a alma, as complexas relações da sua família de acolhimento por tantos anos, que a adoptou como membro, onde se incluem três crianças que a adoram, particularmente a menina mais nova que “não é bem igual aos outros” e terá em si reflectido algo de autobiográfico, a quem a autora empresta vivências ou emoções nitidamente pessoais. As doze estórias que compõem as cento e cinquenta páginas de Decifra-me... ou Devoro-te! são divinas, irresistíveis, autênticos bálsamos para a alma. Estórias despretensiosas que numa primeira instância podem afigurar-se bastante simples, porém, revestidas de uma sofisticada complexidade; algumas aparentemente sem nexo mas de uma profundeza intensa, de um humanismo sem igual, ricas na nobreza de sentimentos, nos afectos ou nas relações interpessoais, bem como nos contextos em que são inseridas,

nas ambiências envolvidas. Estórias enigmáticas, magistrais, em que cada protagonista, cada personagem, cada enredo convida à leitura... à viagem, ao mergulho no seu universo, ao desafio de desvendá-la. Estórias arquitectadas e levadas a cabo por uma alma sensível, cativante, mulher guerreira, autora talentosa, um ser humano deslumbrante que, independentemente de vicissitudes do foro pessoal, contagia todos, à sua volta, com a magia das palavras que agora dispersa ao mundo nas páginas deste livro: Decifra-me... ou Devoro-te! Palavras que deliciam, seduzem, envolvem. Palavras que prendem, anestesiam, deleitam. Palavras que, atingida a derradeira linha de cada trama, deixam sempre um sabor a pouco. Decifra-me... Ou Devoro-te! Pois então, decifrem-no! Não sejam devorados... pelo pecado da ignorância.

O AUTOR

Isidro Sousa nasceu em 1973, numa aldeia remota das Terras do Demo (Portugal), e vive em Lisboa. Jornalista desde 1996, fundou, dirigiu e editou revistas, jornais e guias turísticos, colaborou com diversas editoras, participou em duas dezenas de obras colectivas, foi distinguido num concurso literário e organiza todos os projectos da Colecção Sui Generis, que criou em 2015. Publicou dois livros: «Amargo Amargar» e «O Pranto do Cisne». Blogue do autor: http://isidelirios.blogspot.pt

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ENTREVISTA

ESCRITOR SÉRGIO FRAGOSO Sérgio Fragoso, natural de União da Vitória - PR, mora no Mato Grosso desde 1989 e em Alta Floresta MT desde 1995. É servidor público da Universidade do Estado de Mato Grosso - Unemat e trabalha na biblioteca do Câmpus desde setembro de 2005. Durante a adolescência tinha o hábito de devorar gibis, mas só conseguiu concluir os estudos depois de adulto e graduou-se em Administração (2012) e fez pós-graduação em Gestão Universitária (2014). Sempre foi inquieto quando o assunto era fazer algo diferente, começou a escrever criando um blog no ano de 2010 “Administração e Sucesso” (http:// administracaoesucesso.com/) onde fala de tudo um pouco e também dá dicas básicas de informática, foi assim que publicou alguns livros de informática básica ainda no ano de 2014. No entanto, aquilo ainda não o deixou satisfeito e no ano de 2015 decidiu começar a escrever seu primeiro romance.

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Para escrever os livros eu precisei pesquisar e saber fielmente como eram as cidades, dando a impressão de que eu realmente estive lá.”


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parecia com outra e então você acaba ficando na dúvida. No livro Nicholas não fica na dúvida e corre atrás de Chloe, no entanto, assim como no livro as pessoas podem se confundir.

Por Giuliano de Méroe

Escritor Sérgio Fragoso, seja bem-vindo a Revista Divulga Escritor. Sabemos que é autor de vários romances e contos. Parabéns pelo empenho. Gostaríamos de saber, sobre o porquê do seu grande interesse pela literatura romântica? Sérgio Fragoso - É um prazer participar deste projeto, fiquei muito feliz por conceder esta entrevista. Quando escrevi meu primeiro livro não tive dúvidas, seria uma história de amor. Acredito que isso tem muita influência de meu lado pessoal. Sou uma pessoa romântica, que acredita em namoro, casamento, viver feliz para sempre ao lado de uma mulher, e isso os leitores vão encontrar em meus livros. Mesmo quando isso parecer improvável, o amor estará sempre presente. Inclusive nos contos eróticos o romance sempre é o mais importante. Tivemos o prazer de ler o 1º capítulo do seu livro “Quando eu te conheci”. Como surgiu essa ideia? Sérgio Fragoso - Pensei em uma única frase “o rapaz reencontra uma garota que mexia com seu coração nos tempos de colégio” depois ele descobre que na verdade é apenas alguém idêntica a ela. Depois disso criei toda a história que não posso dar mais detalhes para não contar o livro inteiro aos leitores. Onde se passa a história? Comente sobre o enredo que compõe a obra. Sérgio Fragoso - A história se pas-

sa principalmente em Los Angeles, com algumas passagens em São Francisco e Houston, ou seja, nos Estados Unidos. Os personagens ficam indiretamente ligados e os acontecimentos obrigarão Nicholas a iniciar uma investigação que pode ou não comprovar suas principais suspeitas. Também precisará provar que está apaixonado e isso não será muito fácil. Descontraidamente, caminhando pelas ruas, às vezes, temos grandes surpresas em encontrar alguém que nos é familiar. Já aconteceu também com você o que se sucedeu ao menino Nicholas? Sérgio Fragoso - Comigo nunca aconteceu, mas certamente que em grandes cidades, assim como no livro deve ser muito fácil acreditar que você viu uma pessoa a qual se

Nicholas, Lauren, Kate, Chloe.... Algum motivo especial para dar esses nomes aos seus personagens? Sérgio Fragoso - Primeiramente porque a história é contada nos Estados Unidos então os nomes são comuns naquele país, e se eu dissesse que não tem um motivo especial para alguns nomes seria mentira. Para Nicholas eu emprestei o nome de um grande autor, Nicholas Sparks e Chloe veio da série Smallville, sou apaixonado por Chloe Sullivan, se fosse possível eu me casaria com a personagem. Também já utilizei o nome de minha filha Sarah em outro livro. Você escolheu os Estados Unidos por algum motivo especial, já esteve nos locais onde se passa a história? Sérgio Fragoso - Já me perguntam antes o motivo de eu ter escolhido os Estados Unidos. Escolhi porque queria lugares lindos e que encantam as pessoas de alguma maneira. Seria o mesmo que escolher São Paulo ou qualquer outra cidade brasileira, por exemplo, isso porque eu nunca fui aos Estados Unidos e nem a São Paulo. Para escrever os livros eu precisei pesquisar e saber fielmente como eram as cidades, dando a impressão de que eu realmente estive lá. www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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Nicholas gosta de crianças? Pareceu-nos tão emocionado quando viu Henry descer do carro. Sérgio Fragoso - Sim ele gosta de crianças assim como eu. Nos meus romances sempre será possível encontrar este tipo de sentimento e tudo mais o que está relacionado, desde a concepção até ao nascimento de uma criança. Como foi a construção da personagem Chloe? Sérgio Fragoso - Eu precisava dar vida à personagem e então criei uma garçonete que vivia com sua mãe em uma região pobre de Los Angeles. Ela praticamente sustenta a casa sozinha e tem um passado um pouco desconhecido. Perdeu o pai quando ainda era pequena depois que ele foi à falência. Sua mãe parece guardar um grande segredo. Toda a história é relacionada com a vida de Chloe. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através do enredo que compõe a obra?

Sérgio Fragoso - Que um grande amor do passado ainda pode estar vivo dentro de nosso coração. Mesmo quando pensamos que nossa vida é aquela que sempre vivemos, podemos descobrir que tudo pode ser uma simples farsa. E também que é possível perdoar alguém mesmo quando esta pessoa fez uma grande maldade que transformou vidas inteiras. Você já tentou ser publicado por uma editora tradicional? Sérgio Fragoso - Enviei o livro “Quando eu te conheci” para uma grande editora brasileira que costuma publicar novos escritores nacionais, para minha alegria o livro foi aceito e seria publicado, mas por questões financeiras eu acabei não fechando o contrato. Agradecemos sua participação na revista Divulga Escritor. É uma honra termos o privilégio deste bate-papo, e mostrar um pouco do seu pensamento a nossos leitores convidados. Qual a mensagem

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que deixa para nossos leitores? Sérgio Fragoso - Eu é que me sinto honrado em participar desta entrevista, quero dizer que faço histórias pensando em vocês queridos leitores e fico imensamente feliz quando ouço um elogio de algum leitor. Também quero dizer que meu sonho de ser publicado por uma editora tradicional ainda está de pé. Estou com mais um livro escrito e trabalhando em outro. Portanto, muitas histórias ainda estão por vir. Espero que eu consiga transmitir minhas mensagens aos leitores em cada novo livro publicado.

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Quando eu te conheci https://www.amazon.com.br/dp/B01K2AIGJO/ Clube de Autores: https://www.clubedeautores.com.br/book/209108--Quando_eu_ te_conheci#.WJEeDTggViY Os outros livros em formato e-book também são vendidos na Amazon e os livros em formato impresso no Clube de Autores. Mais informações em meu site http://sergiofragoso.com e no Facebook https://www.facebook.com/sergiofragoso1977/

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Escritora Nell Morato

4º FLAL ARTE E ESTILO Sou escritora. Autodenominei-me escritora quando escrevi um livro e decidi me jogar literalmente na literatura. Escrever um livro e vendê-lo, não é tarefa fácil. Mas eu pergunto: literatura é isso? Escrever e vender? É isso que nos dá prazer? É isso que nos estimula a continuar escrevendo todos os dias? Ver nosso livro na vitrine de uma livraria? Ou encontrar alguém num ônibus ou metrô lendo o meu livro? Não, não é mesmo! Ser lido é estimulante, e elogios fazem sorrir a nossa alma. Mas ser escritor é muito mais que isso. E o que vejo diariamente, nas redes sociais, são livros desvalorizados pelos próprios autores. E autores desvalorizados 96

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pela ambição de virar celebridade. Conteúdo carente de qualidade e a ânsia de ser reconhecido. Quando o amigo e escritor Luiz Amato criou o FLAL, a sua intenção era de valorizar a literatura brasileira e seus autores. Com o real objetivo de marcar e reconhecer a imagem dos novos escritores. E estamos chegando à quarta edição do festival com atividades para 220 escritores, divididos entre entrevistas e bate-papos e muitas outras atividades. O 4º FLAL Arte e Estilo estará dividido em dez semanas temáticas, onde ofereceremos atividades interativas; dois concursos de textos que se transformarão em duas coletâneas; debates para discutirmos

os rumos da literatura e do mercado no Brasil. Festival totalmente escrito online no Facebook, onde o público poderá acompanhar e participar, comodamente sentado em sua poltrona preferida. Paralelamente ao EVENTO, vamos disponibilizar nossa fanpage para compra e venda de livros dos autores participantes. A livre negociação será entre os autores e o público interessado. A organização não terá nenhum envolvimento na negociação financeira, caberá ao autor vender, receber e enviar ao comprador, da forma que desejar. O FLAL – Festival de Literatura é totalmente gratuito, contando com um total de dez voluntários na equipe: Luiz Amato, Ironi Jaeger, Nell Morato, Daniela Garcia, Nanci Penna, Elizabeth Machado, Rô Souza, Luana Karoliny, Lizi Reis e Natali Felix. Seja na organização, divulgação ou mediação, estaremos atentos para que tenhamos um excelente festival e que a literatura e seus autores sejam valorizados. No dia 1º de abril, a partir das 14h, abriremos o festival com a apresentação do Programa do 4º FLAL Arte e Estilo. Faremos um desfile de todas as atrações que nos acompanharão durante as dez semanas de literatura. Contamos com a sua participação, com a sua leitura e seus comentários. Escritor precisa ser lido. Leia-os você também! EVENTO: https://www.facebook.com/ events/1882855601936542/


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ENTREVISTA

ESCRITORA VANESSA CRUZ AUTORA PERNAMBUCANA MORANDO NA SUÉCIA SE DESTACA EM “AS SEIS TERRAS SAGRADAS” Vanessa Cruz de Araújo, nascida em Recife, em 1981, aos doze anos de idade, Vanessa apreciava criar e contar histórias para as amigas, que recebiam com grande interesse. No ano de 2007, seguindo um forte desejo, ela começou a escrever este conto, concluído somente em 2012. Na crescente paixão da autora por criar e escrever, “As Seis Terras Sagradas” foi aos poucos tomando grandes proporções, de modo a ser dividido em três partes. Atualmente morando na Suécia, Vanessa inspirou-se nas antigas sagas islandesas, as quais ela estudou brevemente, para aprimorar seu romance. Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco, ela redefiniu, a partir de seu amor por escrever, a sua profissão.

Ante as adversidades, a fé é imprescindível. E, imerso em fé, o homem tem poder para ser e fazer o que deseja.”

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Vanessa Cruz de Araújo é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que mais a encanta na arte de escrever? Vanessa Araújo - Sinto-me totalmente livre para me expressar e também aprecio a ideia de despertar emoções através dos contos que escrevo. Em que momento pensou em escrever “As Seis Terras Sagradas – A Saga de Hadizat”? Vanessa Araújo - Em 2007, inspirada primeiramente por um jogo de computador (Baldur’s Gate II). A princípio, não havia um título nem se tratava de uma trilogia, mas, com o tempo, fui desenvolvendo. “As Seis Terras Sagradas – A Saga de Hadizat” é uma trilogia, conte-nos de que forma está dividido o enredo, entre os livros, que compõe a trilogia? Vanessa Araújo - Muito resumi-

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damente, o enredo está dividido da seguinte forma: Parte I - “Ziel-Dår e o Império das Sombras” introduz o leitor à dimensão em que se passa a história, às duas principais energias que compõem essa dimensão, à origem da Era de escuridão que tomou conta dela e à profecia que anuncia a vinda da poderosa Chama Sagrada, precursora de uma nova Era, pacífica e harmoniosa. Descreve sua origem, desenvolvimento e ações iniciais para a realização da missão. Parte II - “Naish é Revelada” inclui os próximos passos da Chama Sagrada, ao lado de alguns companheiros (personagens antigos e novos). Foca na autodescoberta dela e desses companheiros, fundamentais para o sucesso da missão. Enfim, relata de que modo convocam os povos do mundo para a luta. Parte III - “A Retomada” abrange a grande batalha, a vitória do bem sobre o mal. Quais os principais desafios para a escrita da Trilogia? Vanessa Araújo - Minha criativi-

dade é intensa, logo, escrevo sob ímpeto, passo por cima de conveniências e regras. Logo, só tenho um grande desafio: a revisão. De que forma estes desafios estão sendo superados? Vanessa Araújo - Eu dou, alegremente, o melhor de mim para o meu trabalho. Com disposição e paciência, vou revisando aos poucos, parágrafo por parágrafo. Aplico o que sei e pesquiso o que esqueci ou desconheço. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através do enredo que compõe “As Seis Terras Sagradas – A Saga de Hadizat”? Vanessa Araújo - Ante as adversidades, a fé é imprescindível. E, imerso em fé, o homem tem poder para ser e fazer o que deseja. Conte-nos um pouco mais sobre o enredo do primeiro livro “As Seis Terras Sagradas - A Saga de Hadizat - Parte 1: Ziel-Dår e o Império das Sombras” que compõe a trilogia, e já está disponível para compra. Vanessa Araújo - “Ziel-Dår e o Império das Sombras” inicia narrando o grande amor e infortúnio vividos pelos pais de Hadizat, a Chama Sagrada, assim como seu nascimento. Aos oito anos de idade, ela é raptada pelo Lorde das Sombras, Döhr-Kiah, usurpador da Sexta Terra Sagrada do Mundo Enérgico, Ziel-Dår. Ele apaga sua memória e se faz passar por herói, a fim de incluí-la no exército que formou com outros jovens raptados, desmemoriados e iludidos. Embora cresça nessa condição, ela encontra um cúmplice em seu mentor, Nero, uma amiga, Moann, e Döhr-Yager, filho de Döhr-Kiah, com quem vi-


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vencia um amor proibido. Apesar das mentiras e de desconhecer sua verdadeira identidade, Hadizat não cede à escuridão e causa, no final, uma catástrofe nesse império sombrio. Qual a previsão para lançamento do segundo livro? Vanessa Araújo - Maio 2017 Podes nos contar um pouco mais sobre a parte 2: “Naish é Revelada” ? Vanessa Araújo - Naish é Revelada” inicia com a chegada dos sobreviventes de Ziel-Dår ao Mundo Físico. Nele, Hadizat faz novos companheiros e, sob uma circunstância impensável, reencontra o amado. Vários personagens são introduzidos, como Wolpak, um engraçado e emotivo guerreiro; Aelin, uma harpia ousada que abandona sua severa tribo; Ioràn, um sábio, amoroso e misterioso monge; e Saza, um cômico e louco demônio Gazir. Também são descritos, detalhadamente, o Mundo Físico (seus seres, costumes e crenças), as mais diver-

sas castas de demônios e os kamarianos. Durante a missão de, ao lado dos companheiros, convencer os povos a guerrear para retomar as Seis Terras Sagradas, Hadizat finalmente descobre a verdade sobre si e volta à terra em que viveu até seus oito anos, Naish. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Vanessa Cruz de Araújo. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Vanessa Araújo - Uma linda mensagem de Ziraldo, “O livro é o alimento da alma”.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Escritora Ironi Jaeger

1 - Aldous Huxley, autor do clássico Admirável Mun-

do Novo, narrou suas experiências com alucinógenos num livro chamado As Portas da Percepção. Aliás, o nome do grupo de rock, The Doors foi inspirado no livro, As Portas da Percepção. 2 - Também foram as drogas (em especial o ópio e haxixe) que inspiraram o poeta Charles Baudelaire a escrever. Os Paraísos Artificiais, uma reflexão sobre o uso de substâncias alucinógenas. 3 - Baudelaire e Huxley não foram os únicos nem os últimos a passar as experiências com drogas para o papel. O escritor Paulo Mendes Campos certa vez escreveu um relato sobre experiências com alucinógenos que foi extremamente elogiado pela crítica. Para escrever sobre o assunto, o escritor brasileiro experimentou LSD sob a supervisão médica de um amigo. Seus pontos de vista e observações estão no ensaio Experiências com LSD, publicado pela primeira vez no começo dos anos 1960. 4 - No início da carreira, o escritor George Bernard Shaw teve que ser sustentado pela mãe por que não conseguia vender seus livros.

5 - O primeiro acidente de automóvel no Brasil foi

causado pelo poeta Olavo Bilac. Ele bateu numa árvore em 1897. 6 - Lolita, de Vladmir Nabokov, teve a princípio sua publicação recusada. O romance era tido como tão controverso que apenas uma editora (Olympia Press) o quis publicar. Três anos depois, quando o livro já era um hit, outras invejosas mudaram de ideia. 7- O poeta português Fernando Pessoa tinha o hábito de escrever sob diversos pseudônimos, cada um com um estilo e uma biografia próprios. Entre os pseudônimos adotados estão Ricardo Reis, Alberto Caieiro e Álvaro de Campos. 8 - O monstro em Frankenstein não tem nome. Na verdade, Frankenstein é o nome do cientista que criou o monstro. 9 - J.K. Rowling escreveu todos os livros do Harry Potter à mão. 10 - Virginia Woolf, Goethe e Hemingway tinham o hábito de escrever em pé. Fonte para pesquisa Wikipédia.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Consultor Fábio Gabriel

CONSULTOR EDITORIAL BUSCA AUTORES QUE QUEIRAM PUBLICAR SEUS LIVROS Fábio Gabriel, professor de Filosofia, com diversos livros publicados pela Editora Multifoco, Rio de Janeiro, inicia atividades como consultor editorial da referida editora. Autores interessados em publicar livros, entrem em contato com a Gabriel Consultoria Editorial para receberem as informações necessárias. Trabalhos literários, como romances, poemas;trabalhos acadêmicos transformados em livros, se selecionados, receberão consultoria desde a preparação dos originais até o lançamento. Fábio Gabriel é autor de diversos livros, entre eles, Filosofia e Educação: um diálogo entre os saberes na contemporaneidade. Licenciado em Filosofia e em Pedagogia, bacharel em Teologia, especialista em Ética e em ensino de Filosofia e Sociologia, mestre em educação, doutorando em educação pela UEPG, professor de Filosofia no Colégio Rio Branco de Santo Antonio da Platina. Caso haja interesse, envie seu livro para avaliação - email: fabioantoniogabriel@gmail.com Site: www.fabioantoniogabriel.com

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LIVROS EM FOCO | AUTOR CLEVERSON GARRETT |

“Suspiro” Poeta curitibano se destaca em Portugal e mira a França O escritor Cleverson Garrett participa de 3 importantes coletâneas de poetas lusófonos Um dos nomes de maior destaque da poesia brasileira contemporânea, o jornalista e escritor Cleverson Garrett, vem ganhando espaço em Portugal. Tudo começou com o lançamento do segundo livro do escritor intitulado “Suspiro”- Chiado Editora, em 2015. De lá pra cá, o poeta tem visto aumentar o interesse por sua obra, tanto no Brasil, como em terras portuguesas. No ano passado uma de suas poesias foi selecionada para o livro “Perdidamente – Antologia Poetas Lusófonos Contemporâneos”, publicação da editora portuguesa Pastelaria Studios, que contou com poetas Africanos, Portugueses e Brasileiros. O volume dois da antologia será publicado no próximo mês de abril, e novamente contará com um poema de Garrett. Recentemente Cleverson foi selecionado pelo antólogo Gonçalo Martins, responsável pela segunda edição da antologia “Além da Terra, Além do Céu”, lançamento da Chiado Editora, programado para chegar as livrarias em maio, no que promete ser o evento poético do ano no Brasil. Segundo os editores, será apresentada ao público uma obra que perdurará como um dos mais arrojados objetos de poesia publicados em nosso país. A antologia será lançada em São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa. 104

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No embalo dos bons ventos que sopram a favor da carreira, Cleverson está finalizando “O Guardião da Pirâmide”, romance autobiográfico com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2018, livro que está em negociação com editoras na França e em Portugal. Para este ano, Garrett tem na agenda além dos lançamentos das antologias no Brasil e em Portugal, um convite para lançar o livro “Suspiro”, na FLIPO- Feira Literária Internacional de Porto de Galinhas -PE, no mês de setembro.

Recentemente a fanpage do escritor vem recebendo inúmeras visitas de fãs de todas as regiões do país, de Portugal e da França. Confira a página do poeta. https:// www.facebook.com/garrettcleverson/?ref=aymt_homepage_panel

Onde achar os livros?

https://www.chiadoeditora.com/ autores/cleverson-garrett http://www.livrariascuritiba.com. br/cleverson-garrett


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LIVROS EM FOCO | AUTORA RÔ MIERLING |

“Diário de uma Escrava”

Escritora gaúcha lança livro polêmico sobre violência sexual e psicológica Em dias de tantos casos de violência de diversos tipos contra a mulher, todo e qualquer movimento em prol de um alerta nesse sentido se torna útil e socialmente produtivo. Em novembro de 2016 a editora DarkSide Books, que por sua vez atualmente publica os livros da criminóloga Ilana Casoy sobre crimes reais, abriu as portas a novos talentos e escolheu dois escritores brasileiros para publicar. No catálogo da editora ainda não havia nenhum autor nacional de ficção publicado. Foi um momento de valorização a literatura nacional e um dos nomes publicados foi o da escritora gaúcha Rô Mierling lançando o livro Diário de uma Escrava, que obteve mais

de um milhão e meio de leituras na plataforma de leitura digital Wattpad. Esse livro, que em apenas poucas semanas já esteve no ranking dos mais vendidos da Amazon e Submarino, encontrando destaque nas estantes das livrarias físicas de todo o Brasil, e com muitas resenhas na rede social literária Skoob, aborda um tema forte e chocante: o sequestro e a escravidão sexual de uma menina de apenas 14 anos. O livro conta sobre anos de escravidão, tortura, estupros e privações dos mais diversos tipos. De forma extremamente crua, descritiva e violenta, o livro joga na cara do leitor o que pode acontecer quando uma adolescente é sequestrada para fins sexuais. Gerando grandes polêmicas entre leitores e críticos, o livro está sendo analisado para fins de adaptação para o cinema e mostra que o final de muitas histórias pode não ser exatamente como os otimistas esperam. Cenas de estupro, sodomia e assassinato são descritas em detalhes, o que aterroriza muitos leitores, mas não deixa de servir como um verdadeiro “sacode” na sociedade que muitas vezes imagina que o mal bate apenas a porta do vizinho. O livro segue sua jornada levantando opiniões diversas e serve como alerta para o cuidado com nossas meninas e mulheres. Com uma história muito bem escrita, embasada em diversas pesquisas e um enredo perfeitamente desenvolvido, o livro atinge de forma hábil o seu objetivo: chegar a todos os tipos de leitores e deixar a mensagem de que é melhor prevenir do que remediar quando o caso é a violência sexual e psicológica. O livro está disponível em todas as livrarias do Brasil e é uma excelente dica de leitura para nossa sociedade. www.divulgaescritor.com | abr/mai 2017

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LIVROS EM FOCO | AUTORA LORENA ZAGO |

“Poemas, Contos e Encantos” O livro “Poemas, Contos e Encantos II”, traduzido em três idiomas: Português, Alemão e Espanhol, traz em seu bojo poemas que dialogam com o leitor estimulando sua mais íntima necessidade de refletir sobre o amor em todas as dimensões. Romantizado e constituído de acenos para um olhar reflexivo aos contextos, contemplando a notoriedade do outro, tanto na área infantil, juvenil, quanto adulta, podendo estender-se à senilidade. Poemas e Contos, encantam em sua essência, estimulam a ler e refletir norteando a sonhar um mundo que enaltece o Amor e o bem-estar do Micro e Macro Universo!

“Um Segredo Muito Sigiloso” Um Segredo muito Sigiloso é um Conto que revela o afeto, a confiança e o amor compartilhado entre avós e netos. Ressalta o esplêndido mundo imaginário e criativo das crianças, ao mesmo tempo em que oportuniza um diálogo interior, com cada Ser, que um dia já foi criança. Cômico e fantástico!

“Minhas Férias, Minhas Diversões” Eduarda Gabrielly Bairro, neta da autora Margarida Lorena Zago, escritora Imortal/Mirim da Academia de Letras do Brasil. Sinopse: Momentos vivenciados por uma menina e tempos sublimes de sua infância, compartilhada com seus familiares e amigos.

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LIVROS EM FOCO | AUTORAS JACKMICHEL |

A Vida em “Ovo” Release da obra Ovo (Drago Editorial, 2017) Londres da década de 60. Na Pensão Blue Direction reside Bunny Babb, um estudante da Universidade de Cambridge. Ele adorava ovos; para ele um ovo merecia ser tratado com atenção, cuidado, dedicação... pois, lá dentro daquela frágil casca, havia vida na sutil albumina chamada “clara” e na rica parte central amarela chamada “gema”. Assim, ele observava-os, estudava-os, analisava-os horas inteiras, como se todo o universo estivesse concentrado ali naquela junção do óvulo com o espermatozoide. Mas ele não os adorava simplesmente por possuírem a forma elíptica, ovalada, oviforme, ovóide das coisas únicas incomuns que não tem rival no mundo, e sim, porque um dia ele deixara cair e quebrar um ovo na cozinha da casa de seus pais, em Winchester (Hampshire), e não esquecera mais aquele fato: ele ficara impressionado com o mar alaranjado de gema espalhada entre a transparência da clara e a casca branca quebrada em muitos pedaços. Ninguém sabia da-

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quilo, nem mesmo seus seis amigos. Fora a rotina das aulas da universidade, tudo por ali foi mudando de tal forma que o véu cinza do mistério indecifrável foi pintando, devagar, aquele céu-arco-íris em céu-chumbo, dando a todas as coisas um toque trêmulo de delirium tremens. Então, Bunny Babb se vê cada vez mais envolvido numa trama de pesadelos onde ele encontra personagens estranhos como o Sr. Ovo Magnífico, os ovofrancidanêses, o B. B. Flor, seis dráculas, que vivem dentro de um Mundo-Jardim. Para resolver seu trauma de infância ele tem uma sessão de psicanálise com o Dr. Freud, num confortável divã da Consciência Cósmica da Flor e, enfim, consegue ter uma vida normal. Spot Televisivo Ovo – JackMichel (YuouTube) https://www.youtube.com/watch?v=dsBd0O_e5WI Amazon https://www.amazon.com/ dp/856903072X/ref=sr_1_4?s=books&ie=UTF8&qid=1489097501&sr=1-4&keywords=ovo


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Biografia da autora JackMichel

JackMichel é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram na cidade de Belém, Estado do Pará (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. A escritora publicou seu primeiro livro Arco-Jesus-Íris em 2015, pela Chiado Editora. Em 2016 lançou pela Drago Editorial as obras LSD Lua, 1 Anjo MacDermot, Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate e Ovo. É associada da A.C.I.M.A (Associazione Culturale Internazionale Mandala) e da LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas). Seus contos e poemas constam em antologias nacionais e antologias internacionais bilíngues: Antologia Criticartes (Biblio Editora), Amor & Amore (Edizioni Mandala), Os Melhores Poemas de 2016 (ZL Editora), Faz de Conto II (Helvetia Edições), Espinhos e Rosas (Editora Illuminare), Antologia Cultive (Fast Livro), Mulheres Pela Paz (Fénix), Além da Terra Além do Mar (Chiado Editora). Também foi destaque de diversas revistas on-line de literatura, artes e cultura como Varal do Brasil, Revista Literária, Ami, Divulga Escritor, Geração Bookaholic, Conexão Literatura, Criticartes. Participou do XXIX Salão Internacional do Livro de Turim 2016, I Salão do Livro de Lisboa 2016 e I Salão do Livro de Berlim 2016. Em 2017 tomará parte nos eventos: XVIII Bienal Internacional do Livro do Rio, 31º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, XXX Salão Internacional do Livro de Turim, Salão Internacional do Livro de Milão, BUK Festival Literário de Modena, Feiras Literárias de Mântua, Bolonha e Roma. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”.

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LIVROS EM FOCO | AUTORA PAULA LARANJO |

“Essência da Alma” PALAVRAS As palavras são desejos que se escrevem. As palavras são anseios que se pedem. As palavras são as cores de uma pintura. As palavras são o encanto de uma loucura!

“Reflexos”

CEGUEIRA Meus olhos procuram teus olhos na ânsia de um olhar, querem ouvir-te dizer como é bom amar. Teu olhar me envolve e me deixa solta, quero contigo ficar completamente louca. Nossos olhares se cruzam e cegam a minha mente, meu sonho é ter o teu olhar eternamente!!

QUERO Para onde fores eu quero ir!!!

Quero que sintas saudades de mim… Quero que seja eu o motivo da tua lembrança.

Quero que me procures em todos os recantos, Quero estar contigo e quero que me encontres sempre no teu coração!! em todos os lugares.

Paula Laranjo, natural de Leça da Palmeira - Porto. Licendiada em Engenharia Agronômica. Trabalha na Direção Regional de Agricultura. Desde cedo se apaixonou pela leitura e pela escrita, na adolescência começou a escrever poesia. Membro da Associação Portuguesa de Poetas. Possui dois livros de poesia editados: “Reflexos” e “Essência da Alma”. Tem uma página no facebook (Reflexos Poéticos), onde informa sobre seu percurso poético e trajetória literária. Publicação do seu 1º livro de poesia “Reflexos” em 2014. A 10 de Outubro de 2014, apresentação de “Reflexos”, na Biblioteca Municipal de Matosinhos – Florbela Espanca.. Apresentação do 2º livro de poesia, intitulado “Essência da Alma”, em Novembro de 2015, no Clube Farense, em Faro. Entrevista no programa de rádio “Portugalíssimo” da rádio PopularFm - Pinhal Novo - 28/02/2016. Entrevista poética ao Jornal Mira Online – 7/04/2016.. Sessão de autógrafos do livro “Essência da Alma”, na Feira do Livro de Lisboa – 3 de Junho de 2016. Entrevista no programa de rádio “Noites de Poesia” da Rádio Marinhais - 5/09/2016. Sessão de autógrafos do livro “Essência da Alma”, na Feira do Livro do Porto – 17 de Setembro de 2016.

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LIVROS EM FOCO | AUTORA ANA FARIA |

“Um bom ano” Escritora mineira lança livro que fala sobre bullying Ana Faria mostra que, com determinação, é possível superar traumas e medos. O novo romance da autora relata a história de Clara, uma adolescente que está cursando o ensino médio e enfrentando o mal do século, o bullying. Clara foi abandonada pela mãe quando era criança, sendo criada pelo pai, um homem silencioso e severo. Por ter passado por situações constrangedoras nas escolas que estudou, a jovem tem a autoestima baixa e vive solitária. Por seu comportamento agressivo, foi obrigada a mudar de colégio e agora estuda em uma rede de ensino particular, onde, mais uma vez, é rejeitada por seus colegas, por causa da sua aparência. Ana Faria aborda, com uma narrativa simples, leve e objetiva, um tema que está presente em todas as escolas do país. De acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – 30% das crianças brasileiras já sofreram bullying. De acordo com uma pesquisa feita em 2010 pelo órgão, Belo Horizonte está no segundo lugar do ranking nacional de casos de

bullying na escola, com 35,5% de agressões. A escritora também mostra que é possível superar essa situação, apesar de todos os desafios vividos. Além disso, Ana Faria mistura ao assunto questões como medo, esperanças, sonhos, amor, amizade e perdão, dando mais vida a história da jovem Clara. Ana Faria é mestre em geografia pela PUC Minas, atua como educadora de ensino fundamental e superior, morando em Belo Horizonte, Minas Gerais. Além de Um Ano Bom, ela escreveu diversos contos e antologias, tem um e-book publicado, Um Amor e muitos Verões, e está trabalhando em outras obras. Dados da obra: Título: Um Ano Bom Autora: Ana Faria Páginas: 231 Editora: Letramento Assessoria de Imprensa: Paola Patrício – assessorialiteraria@ outlook.com / (31) 9.8618.6855

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LIVROS EM FOCO | AUTORA PALMIRA HEINE |

“O Lápis Mágico” O livro conta a história de um lápis mágico que torna real tudo aquilo que, com ele, se desenhava. Maria, uma menina comum, encontra o lápis no chão quando retornava da escola e resolve levá-lo para casa. A partir de então, tudo o que ela desenha com o lápis se torna realidade. Mas, apesar da alegria de saber que poderia ter tudo o que queria a partir de um simples desenho, Maria não consegue parar de desenhar, se trancando dias e noites no seu quarto, o que a faz ficar sem amigos, sem as brincadeiras que adorava, e sem a felicidade que tinha antes de encontrar o lápis. A escritora baiana Palmira Heine tem se dedicado à literatura infantil há alguns anos.

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Suas histórias levam os pequenos leitores a viajarem no mundo da imaginação, estimulando o gosto pela leitura, a partir de textos literários de qualidade, direcionados ao público infantil. Temas relevantes como diversidade, respeito ao meio ambiente, respeito às diferenças, dentre outros, são abordados na obra da autora baiana, levando para os leitores reflexões que são importantes para a formação de cidadãos pensantes. Conheça um pouco mais o trabalho da autora, navegando nas páginas do site. Link para compra e contato: www.palmiraheine.com.br Contato: pavibheine@gmail.com


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LIVROS EM FOCO | EDITORA M. BOOKS LAWRENCE JOFFE |

A HISTÓRIA ÉPICA Um relato épico dos 4.000 anos de história dos judeus desde os patriarcas e reis passando por séculos de perseguição até o florescimento de uma cultura mundial A história dos judeus é a narrativa sobre uma tribo errante que fincou suas raízes e se tornou uma nação. Este livro explora a fundo a fé e o povo judeu e seu impacto na civilização, de Moisés e Jesus a Maimônides e Einstein. No início deste livro, você encontrará uma introdução, uma linha do tempo e uma descrição das tradições e festividades judaicas, explicando como ao longo do tempo este povo do Oriente Médio produziu uma série de textos sagrados que compõem o volume mais amplamente lido em toda a humanidade. Atualmente, o Velho Testamento da Bíblia, ou Torá, inspira cerca

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DO POVO JUDEU de 14 milhões de judeus, aproximadamente 2 bilhões de cristãos e, por meio de suas narrativas descritas no Corão, 1,5 milhão de muçulmanos. Por mais de 4 mil anos, o povo judeu sobreviveu a despeito dos intermináveis ataques e perseguições. Aqui está o relato bíblico de como os patriarcas Abraão e seus descendentes transformaram os nômades hebreus em 12 tribos israelitas que acreditavam num Deus único e num código ético distinto. Intrínseco à história judaica é o tema do retorno à Terra Prometida – Israel – e os séculos de vida na Diáspora, fora de Israel. O antissemitismo corre em paralelo a essa história.

SOBRE O AUTOR: Lawrence Joffe nasceu na África do Sul e vive na Inglaterra há muitos anos. É palestrante de temas relacionados ao judaísmo e ao Oriente Médio e atuou como consultor em documentários da televisão assim como em um filme sobre os judeus do Sudão. Lawrence foi administrador do Fórum Árabe Judaico de Londres. Como jornalista independente, seus trabalhos sobre arte, música, arquitetura, história, política, religião e crítica literária foram publicados em jornais como o Jewish Chronicle, o Jewish Quarterly, Middle East, The Independent e em outros jornais e periódicos. É formado em filosofi a e política pela Universidade de Oxford e autor de Keesing’s Guide to the Middle East Peace Process e escreve regularmente para o The Guardian. M. Books do Brasil Editora Ltda Atendimento ao Cliente: 11 3645-0409 / 0410 - Fax: 11 3832-0335 Email: vendas@mbooks.com.br Visite nosso site: http://www.mbooks.com.br / Twitter: @mbooks_ / Facebook: facebook/mbookseditora

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Obrigada a todos escritores que fazem do Divulga Escritor o maior projeto de divulgação literária da Lusofonia




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