O Mito das Religiões

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ANTÓNIO GRAÇA MIRANDA

que interfere na vida humana como um “Deus” justiceiro que lhe provoca temor e impõe castigos, criando-lhe regras de conduta e de vivência duras na condição de ser humano vivente na Terra, para que se acautele com a sua própria sobrevivência. Não existe neste Deus qualquer espécie de amor manifesto à humanidade; existe apenas temor que Deus se preocupa em impor e recordar constantemente como imposição rígida à Humanidade no cumprimento da sua lei, quer no Antigo Testamento como no Al Corão. Por outro lado, a Teologia Católica tem a pretensão de querer estudar o «Deus exterior» do Antigo Testamento dentro do conceito religioso. Poderá alguém fazê-lo? Eventualmente poderá, quando muito, estudar o «Sagrado», que é a parte divina do Homem relacionada com a Consciência, na sua integralidade e fenomenologia. Mas «Deus»? Parece-nos impossível de ser estudado teologicamente por alguém, pois nem se quer a ideia cabe no conceito religioso que as religiões bíblicas lhe querem dar, porque não existe uma base lógica de sustentação partindo da própria definição religiosa do conceito de “Deus”, como se demonstra pela prova do absurdo! Começamos logo com a discórdia entre as três Religiões, sobre a essência de Deus. Para as religiões Judaica e Islâmica Deus é Uno. Para a Cristã, Deus é Trino (ou Trio): são três pessoas numa só! Se «Deus», como as religiões bíblicas pretendem, é uma entidade exterior, omnipotente, omnipresente, omnisciente, etc., então a sua obra (O Universo) tem de estar omnicompleto. Porque é uma «Criação» e porque, por definição o que é criado está completo, é obra finalizada. Portanto, algo Criado por «Deus»,

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