Revista Linha Direta 21ª Edição - Ano VIII

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Setembro 2014 ● 21ª edição ● Ano VIII Distribuição gratuita ● Venda Proibida

Linha Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo www.sintetel.org ● sintetel@sintetel.org.br

Sintetel e UGT Juntos e mais fortes

Sintetel se associa à União Geral dos Trabalhadores

BRICS SINDICAL Centrais sindicais reivindicam dos BRICS compromissos com a classe trabalhadora

ENTREVISTA Ricardo Patah, presidente da UGT, fala da parceria com o Sindicato

MOBILIDADE URBANA O desafio de superar a mentalidade do Linha direta em revista 1 transporte individual motorizado


Institucional

Assista a TV WEB do Sintetel e informe-se de um jeito fácil e rápido A TV Web do Sintetel, batizada de Ponto de Encontro, repercute quinzenalmente acontecimentos relevantes para a categoria de telecomunicações e para a sociedade em geral. O trabalhador confere todas as semanas quadros fixos com dicas de cultura, lazer e saúde. Inclusive pode participar e esclarecer alguma dúvida. Tudo isso em um bloco único que varia de 10 a 15 minutos. Esse canal de comunicação tem o intuito de ser o ponto de encontro do trabalhador com o Sindicato de maneira leve e dinâmica. Acesse www.sintetel.org e consulte nosso acervo. É possível ver qualquer programa veiculado, não importa a data, a qualquer momento. Para isso, basta clicar na opção TV Web na página principal do site do Sintetel. Ainda é possível sugerir temas para os programas pelas redes sociais e pelo e-mail sintetel. imprensa@gmail.com Assista!

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Índice

Capa

Novos rumos

Sintetel muda de central sindical para encarar os novos desafios das telecomunicações em sintonia com o setor de serviços

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Entrevista

“A UGT nasceu para valorizar o trabalhador como cidadão” Ricardo Patah, presidente da central sindical, fala sobre política e a entrada do Sintetel na entidade

Sindical

A voz e a vez dos trabalhadores Centrais sindicais reivindicam dos BRICS compromissos com a classe trabalhadora

Tecnologia

Cuidado, eles estão online Sites de compras fazem 174 vítimas a cada mil consumidores, revela pesquisa; especialista aponta os cuidados necessários

30 Social

Necessária inclusão Falta de informação leva a maioria das pessoas a enxergar a deficiência como barreira

Editorias 4 Editorial

24 Cidades

8 Telecomunicações 26 Cultura 11 Mulher

28 Aconteceu

12 Trabalho

33 Passatempo

Artigos 32 Unidade de ação Artigo de João Guilherme Vargas Netto

34 Quem conta um conto aumenta um ponto Artigo do Leitor Linha direta em revista

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Editorial

Expediente

Sintetel entra em uma nova fase Almir Munhoz

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Presidente do Sindicato

ma decisão importante tomada pelos associados do Sindicato em conjunto com a nossa diretoria foi a saída da entidade da central Força Sindical e a autorização para filiação à UGT – União Geral dos Trabalhadores. Trataremos do tema na matéria de capa desta revista cujo título é “Novos Rumos”. Além disso, trazemos também uma entrevista com Ricardo Patah, presidente da UGT, que fala da importância da entrada do Sintetel na central. Quero deixar claro que saímos da Força Sindical pela porta da frente. Não temos quaisquer diferenças

como os companheiros. Ao contrário, nós admiramos suas qualidades. Entretanto, optamos pela UGT por ser uma central voltada para o setor de serviços. Tal fato pesou, pois tem muito mais a ver com a nossa categoria. O Sintetel continuará lado a lado com a Força Sindical, com as demais centrais e agora com a UGT na luta firme pela Pauta Trabalhista, que defende o fim do fator previdenciário, a correção da tabela do Imposto de Renda, a jornada de 40 horas semanais, entre outras reivindicações. Além disso, o companheiro Ricardo Patah já declarou que não medirá esforços para que consigamos a tão sonhada regulamentação da profissão de teleoperador. Vamos em frente!

Mensagem do Leitor “Prezados, venho, na oportunidade, cumprimentá-los e, assim, agradecê-los pelo recebimento da 19ª edição da publicação “Linha Direta”. Aproveito o momento para parabenizá-los pelo belíssimo trabalho. Peço-lhes, gentilmente, que também

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transmitam as minhas congratulações a todos os integrantes da equipe desta edição, reportagem, fotografia, projeto gráfico, diagramação, arte e organização deste projeto. Atenciosamente, Jair Tatto (PT) - Vereador SP

DIRETORIA DO SINTETEL Presidente: Almir Munhoz

Vice-Presidente: Cristiane do Nascimento Diretoria Executiva:Aurea Barrence, Fábio Oliveira da Silva, Gilberto Rodrigues Dourado, José Carlos Guicho, José Clarismunde de O. Aguiar. Diretoria Secretário: Alcides Marin Salles, Cenise Monteiro de Moraes, Leonardo Alves Ribeiro, Marcos Milanez Rodrigues, Maria Edna de Medeiros, Paulo dos Santos e Welton José Araújo. Diretor de Aposentados: Osvaldo Rossato Diretores Regionais: Elísio Rodrigues de Sousa, Eudes José Marques, Jorge Luiz Xavier, José Roberto da Silva, Ismar José Antonio, Genivaldo Aparecido Barrichello e Mauro Cava de Britto. COORDENAÇÃO EDITORIAL Diretor Responsável: Almir Munhoz Jornalista Responsável: Marco Tirelli (MTb 23.187) Redação: Emilio Franco Jr. (MTb 63.311), Marco Tirelli e Cindy Alvares Estagiária: Laura Rachid Diagramação: Agência Uni www.agenciauni.com Fotos: Fabio Mendes, J.Amaro, Jonas Alves e Shutterstock Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto e Paulo Rodrigues Capa: DIZ Comunicação Impressão: Gráfica Unisind Ltda. www.unisind.com.br Distribuição: Sintetel Tiragem: 10.000 exemplares Periodicidade: Quadrimestral Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64 | Vila Buarque | 01220000 | São Paulo SP | 11 3351-8899 www.sintetel.org sintetel@sintetel.org.br SUBSEDES: ABC (11) 4123-8975 Bauru (14) 3103-2200 Campinas (19) 3236-1080 Ribeirão Preto (16) 3610-3015 Santos (13) 3225-2422 São José do Rio Preto (17) 3232-5560 Vale do Paraíba (12) 3939-1620 O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sindical Internacional) e à Força Sindical. Os artigos publicados nesta revista expressam exclusivamente a opinião de seus autores.


entrevista

“A UGT nasceu para valorizar o trabalhador como cidadão” Ricardo Patah, presidente da central sindical, fala sobre política e a entrada do Sintetel na entidade

Patah defende um novo rumo para o sindicalismo brasileiro, incorporando as ideias de cidadania, ética e inovação para agregar os excluídos do mercado de trabalho.

por Marco Tirelli

A UGT é, atualmente, a terceira maior central do Brasil e a maior no setor de serviços. “A tendência, justamente por essa representação maciça de comércio e serviços, será o de elevar nosso crescimento”. A maioria dos sindicatos da UGT está no estado de

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om a filiação do Sintetel à UGT (União Geral dos Trabalhadores), Linha Direta em Revista conversou com Ricardo Patah, que é fundador e presidente da central sindical.

São Paulo, mas a central também tem grande representatividade em Santa Catarina, no Paraná e em Minas Gerais. Graduado em Direito pela Universidade São Judas Tadeu e em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Patah também é o atual presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, entidade na qual atua desde 1991. A seguir, os principais trechos da entrevista: Linha direta em revista

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entrevista Linha Direta: Segundo o Dieese, a UGT é uma das centrais que mais cresce no País. A que o Sr. atribui isso? Ricardo Patah: Nosso conceito de valorização do trabalhador do ponto de vista da inclusão social e da cidadania tem trazido muitos sindicatos para a UGT. A central valoriza todo sindicato independente do seu tamanho. Não temos o chamado baixo clero. Os sindicatos têm a mesma condição e a mesma capacidade de nos ajudar a construir esse projeto da valorização do trabalho decente e da inclusão social. A política que nós praticamos é a de desenvolvimento do Brasil, no sentido de ter uma distribuição de renda adequada, um IDH melhor, saúde e educação de qualidade. Isso tem feito a diferença no meio sindical. LD: Quais são os pilares que sustentam a UGT do ponto de vista programático? RP: Primeiro, nós somos independentes em todos os sentidos, inclusive do ponto de vista político. Nós não somos uma central que um partido vai determinar o que devemos fazer. Nós usamos os partidos cujos dirigentes são filiados para que eles possam, no poder legislativo ou executivo, trabalhar a fa-

"A política que nós praticamos é a de desenvolvimento do Brasil" 6

Linha direta em revista

vor da classe trabalhadora. Então é o inverso. Nós é que usamos os partidos. Nós queremos que o sindicalista e o trabalhador participem das eleições não só votando, mas sendo votado. A maior parte dos 513 deputados é da área empresarial ou do agronegócio, poucos têm a ver com a defesa do trabalhador. Queremos mudar esse panorama. LD: De que forma a Central vê as eleições de 2014? RP: Nós precisamos iniciar um processo para capacitar os nossos dirigentes para que eles possam representar os trabalhadores na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e assim por dian-

te. A maior parte das leis, que são elaboradas por meio dos projetos construídos na Câmara dos Deputados, são contra ou flexibilizam os direitos e os interesses dos trabalhadores. Por exemplo, os comerciários no Brasil tiveram uma derrota absurda: a flexibilização do trabalho. Para os comerciários, domingo é igual a qualquer dia. Infelizmente, não tivemos na época capacidade de fazer frente aos deputados para impedir uma situação dessas. A compreensão da importância da participação na política é fundamental. Hoje não passamos de 50 deputados, o que é muito pouco. Além disso, a formulação das necessidades do Brasil tem que passar pela cabeça dos trabalhadores. Temos que


entrevista "A regulamentação da profissão de teleoperador será uma das principais prioridades da central" participar para, aí sim, iniciar um processo de grandes mudanças em nosso País. LD: Existe algum desafio específico nas telecomunicações? RP: Nós temos uma situação muito grave nas telecomunicações. Devemos pressionar a ANATEL, que é a agência reguladora, para que nós tenhamos uma telefonia de qualidade e com um preço que seja razoável. Por isso é importantíssimo a nossa participação. E agora nós contamos muito com o Sintetel para desenvolver um trabalho específico. LD: De que forma a UGT pode contribuir com o Sintetel na luta pela regulamentação da profissão de teleoperador? RP: A UGT teve papel fundamental na regulamentação da profissão de comerciário. A regulamentação da profissão de teleoperador será uma das principais prioridades da central. Temos capacidade de articular junto ao Congresso Nacional e, em especial, com a presidenta Dilma. Nosso compromisso é fazer com que o Sintetel e todos os seus representados tenham condições de explicitar tanto no Congresso quanto com a presidenta da República, a necessidade e a importância dessa regulamentação.

Não podemos permitir essa insegurança que afeta os que trabalham nesse segmento. Essa juventude precisa estar cada vez mais próxima ao movimento sindical e eu tenho certeza absoluta que o Sintetel, na busca pela regulamentação, quer valorizar não só a profissão, mas a pessoa e o ser humano. Se nós tivermos gente que represente os trabalhadores lá no Congresso vai ser muito mais fácil do que quando você não tem ninguém. LD: E como se dá a relação da UGT com as demais centrais sindicais? RP: É bastante positiva. Quando as bandeiras são comuns como a questão da redução da jornada e o fim do fator previdenciário, nós trabalhamos de forma conjunta. Um exemplo foi na questão da política do salário mínimo. Mas existem questões de interesses distintos, como é o caso do setor de comércio e de serviço. Muitas das nossas demandas não eram colocadas da forma que deveriam ser. Nós valorizamos a estrutura sindical atual, somos a favor do imposto e da unicidade sindical. Não abrimos mão desses pontos. Outras centrais não pensam como nós. A UGT é plural e é nesse aspecto que nos diferenciamos de outras centrais. Nós valorizamos a política, mas nós não deixamos que o partido político se intrometa nas questões internas da central. Essa talvez seja umas das diferenças, mas temos uma relação muito cordial.

LD: E como a UGT se articula internacionalmente? RP: A UGT participa de todos os Fóruns internacionais. Somos filiados a CSI - Confederação Sindical Internacional -, que é a maior federação internacional de sindicatos. Lá temos cargos importantes. Temos uma participação na CSA, que é a Confederação Sindical das Américas. A CSI representa mais de 180 países e três centrais brasileiras são filiadas, UGT, Força e CUT. Na CSA também temos participação importante. Na UNI, na qual o presidente do Sintetel, Almir Munhoz, é um dos vice-presidentes, temos também participação. O mundo globalizado necessita da participação dos trabalhadores organizados. A UGT valoriza isso por demais. Leia entrevista na íntegra no www.sintetel.org na aba publicações/entrevistas Linha direta em revista

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telecomunicações

É possível democratizar as “Se o Fundo de Universalização dos Serviços em Telecomunicações (FUST) fosse aplicado devidamente, o cenário do setor no Brasil seria expressivamente melhor”, analisa Almir Munhoz, presidente do Sintetel por Cindy Alvares

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assados 16 anos da privatização do Sistema Telebrás, na teoria, a telefonia brasileira ampliou o acesso ao serviço à população. Porém, isso não significou competição entre as empresas por melhores serviços ou o devido retorno das receitas

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arrecadadas para o próprio setor. O engenheiro de telecomunicações Eduardo Tude, presidente da empresa de consultoria Teleco, disse ao site do Ipea que o crescimento recorde no uso ativo das linhas de telefonia móvel – que ultrapassou 270 milhões em 2014 – contribuiu com a expansão do acesso à internet no país e consequente para o crescimento das telecomunicações. No entanto, as concessionárias de telefonia fixa e móvel crescem em ritmo mais acelerado do que o número daqueles que têm acesso aos seus serviços. A nona edição da pesquisa TIC Domicílios, divulgada em junho pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), chama a atenção para

algumas desigualdades em determinadas classes sociais e regiões. Metade da população brasileira ainda não tem acesso à internet, o que hoje interfere diretamente na formação de milhares de pessoas, pois o uso das redes promove a interação no processo educativo e facilita a obtenção de informações. Nas classes A e B, a proporção de casas com acesso à internet é de 98% e 80%, respectivamente, na classe C é de apenas 39%. Já nas classes D e E, o acesso à rede atinge apenas 8%. A desigualdade também é espacial: nas áreas urbanas, a proporção de lares conectados é de 48%, enquanto que nas rurais chega apenas a 15%.


telecomunicações? Ou seja, os mais pobres têm o acesso à informação significativamente menor que os demais, o que só contribui para a desigualdade social. “O que se percebe é que, ao contrário do que todos pensam, o Brasil não está cada vez mais conectado como um todo. A esperança é que esses indicadores chamem a atenção das empresas. Inclusive o governo tem de desenvolver políticas públicas efetivas para a diminuição dessas diferenças.” analisa o coordenador da TIC Domicílios, Winston Oyadomari, em sua pesquisa. Para as empresas, as leis restritivas dos municípios e a ausência do repasse do dinheiro arrecadado para o próprio setor dificultam a ampliação dos serviços nas áreas apontadas com baixo acesso à internet. Por outro lado, a julgar pelos lucros crescentes das compa-

nhias do setor, sobram recursos para realizar melhorias na infraestrutura. Parte do dinheiro, porém, segue direto para o exterior e engorda o caixa dos grandes grupos globais. A universalização dos serviços de telecomunicações ajudaria a engrenar os aspectos necessários. Um grande passo rumo ao ideário de acesso à comunicação para todos. Almir Munhoz, presidente do Sintetel, explica que o governo federal arrecada dinheiro do setor e tem como subsidiar tanto ações que estimulem a atuação das empresas nessas regiões como também a conscientização das prefeituras que interferem nesse processo. “A telefonia no País é cara e os impostos não são revertidos em investimentos em infraestrutura para ampliar o serviço nas camadas mais

pobres da população e nem em formação profissional", esclarece Munhoz. “Se os recursos recolhidos do setor, como o FUST [Fundo de Universalizações dos Serviços em Telecomunicações (ver artigo na pag. 10), fossem devidamente aplicados, o cenário do setor no Brasil seria expressivamente melhor”, conclui.

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telecomunicações

Almir Munhoz

PRESIDENTE DO SINTETEL

Para onde vai o dinheiro do FUST?

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Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) é lei desde agosto de 2000 e foi criado para destinar recursos ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações. Isso significa que as concessionárias de telefonia fixa de regime público precisam, com essa verba, garantir o acesso de qualquer pessoa ou instituição ao serviço de telecomunicações, independente de sua localização e condição socioeconômica. As empresas também devem assegurar a utilização das telecomunicações em serviços essenciais de interesse público.

uma determinada área. A empresa que pagar mais ao governo, desde que obedecidas as regras, passa a ter este direito. Também fazem parte das receitas do FUST o preço cobrado nas transferências de outorgas de serviços de telecomunicações e a contribuição de 1% sobre a receita operacional bruta dos serviços de telecomunicações. Trocando em miúdos, trata-se de enorme quantia. Até 2013 o montante acumulado já chegava a R$ 15,987 bilhões.

É importante ressaltar que cabe ao Ministério das Comunicações elaborar as políticas, as diretrizes gerais e as prioridades que orientam as aplicações do FUST, bem como definir os programas, projetos e atividades financiados com recursos do Fundo.

Em minha opinião esse dinheiro deveria promover o desenvolvimento, o uso e a disseminação das telecomunicações e da informática em todas as escolas públicas e nos locais previstos pela Lei, além de financiar a formação profissional dos trabalhadores do setor. O serviço de telecomunicações necessita de formação técnica para assegurar a qualidade do emprego e do serviço prestado.

São receitas do FUST, entre outros, 50% dos recursos provenientes das vendas de outorgas de telecomunicações, ou seja, da venda do direito de prestar o serviço de telecom à população de

"Nossa Federação, a Fenattel, cobrou a utilização do FUST para fomentar a universalização da banda larga"

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Além, é claro, de ampliar e aprimorar as formas de acesso da população a serviços de saúde, com a implantação de recursos de telecomunicações nas instituições vinculadas ao Sistema Único de Saúde. Por diversas vezes nossa federação, a FENATTEL, cobrou a utilização dos recursos do FUST para fomentar a universalização da banda larga. Infelizmente, nada foi feito. E o que é pior, nem houve uma explicação oficial para justificar por que esse fundo está parado. Mas os recursos do FUST têm sido acumulados para elevar o superávit primário com o objetivo de equilibrar as contas do governo federal. Portanto, a função do fundo foi desviada. Quando se conseguir levar a banda larga a todas as Escolas e a todos os hospitais, quando se garantir acesso às telecomunicações para todos os brasileiros, quando todos tiverem acesso à internet, quando tivermos trabalhadores treinados e formados de maneira adequada, então chegará a hora de pensar em outros gastos, diferente do que ocorre atualmente.


Mulher

A principal proteção do bebê Entre os benefícios do leite materno estão a prevenção de diarreia e de doenças respiratórias e alérgicas por Laura Rachid

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amamentação tem papel decisivo no crescimento e na nutrição do bebê. Além de conter as proteínas necessárias para um desenvolvimento saudável, o leite materno previne o bebê de doenças e infecções. Sem contar os benefícios para a mãe, como a perda de peso e a prevenção de câncer de mama e ovário. Entre as milhares de pesquisas realizadas para descobrir os benefícios da amamentação está a do Instituto Karolinska, localizado na Suécia. Os resultados mostram que bebês alimentados exclusivamente pelo leite materno por quatro meses de vida ou mais têm 37% menos chances de desenvolverem asma. E não é só doença que o leite materno impede, como explica a pedia-

tra e pneumologista Christine Tamar, chefe do Serviço de Pediatria do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), no estado do Rio de Janeiro. “Os nutrientes contidos no leite materno fortalecem a musculatura da face e da boca do bebê e previnem futuros problemas na fala e na oclusão dos dentes”. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até os seis meses de vida o bebê deve ingerir apenas o leite materno, nada de bebidas e outros alimentos complementares, pois o sistema digestivo ainda está em fase de amadurecimento. “Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais”, explica a pediatra. Muitas mães acreditam que há alimentos que elas não devem ingerir para não afetar a qualidade do leite. Marie tem um ano e sete meses e é a primeira filha de Joana Ozi, 29 anos. A mãe conta que recebeu outra orientação do pediatra da fi-

lha “Há muitos mitos sobre esse assunto. O médico me aconselhou a comer normalmente”, revela. Para a enfermeira Ludmila Sare, a alimentação materna deve focar na saúde e no bem estar. “A mulher que amamenta deve beber no mínimo dois litros de água por dia e se possível ingerir derivados de milho, o que aumenta a produção de leite”. Licença maternidade Toda mulher que deu a luz e que contribui para a Previdência Social tem direito a quatro ou seis meses de afastamento do trabalho (depende da categoria). É o chamado período de licença maternidade. A lei também garante que durante a gravidez e cinco meses após o parto a mãe não pode ser demitida.“A licença maternidade de seis meses é uma conquista do movimento sindical", lembra Cenise Monteiro, secretária da mulher do Sintetel. "Mamães, não esqueçam que nesses primeiros meses a aproximação com o bebê é muito importante", finaliza. Linha direta em revista

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trabalho

Casados há 35 anos, Goreti e Roque Martins trabalham juntos na mesma empresa há 23 por Marco Tirelli

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m uma manhã ensolarada e quente no final de julho, a rotina se repete para Goreti e Roque. Acordam, colocam o uniforme de trabalho e vão para a rua. Ou melhor, para baixo dela. O casal trabalha como cabistas de linhas telefônicas, ou seja, entram nas caixas subterrâneas. Uma das tarefas é fazer o processo de transferência entre cabos de papel para cabos plásticos. Goreti e Roque moram em São José do Rio Preto há 14 anos e trabalham como cabistas na TEL, que é uma prestadora de serviços da Vivo/Telefônica. Mas a história deste casal começa bem longe de São Paulo, lá no Rio Grande do Sul. Goreti nasceu no município de Marau e Roque, em Passo Fundo. Eles se conheceram no final dos anos 1970 e o amor os uniu. O casal constituiu uma grande família, são cinco filhos e nove netos. Na vida profissional, Goreti foi a primeira a entrar para o setor de telecomunicações e foi direto para o escritório de serviço. Logo depois, Roque abandonou sua profissão de metalúrgico para acompanhar sua esposa, que já trabalhava na Gamboa Telecomunicações, no Rio Grande do Sul. A empresa prestava serviços para a antiga CRT – Companhia Rio12

Linha direta em revista

24 horas

grandense de Telecomunicações.

Quando Roque foi admitido na Gamboa, a empresa o colocou para trabalhar na classe L. “Eu comecei trabalhando na parte de lançamento de cabo, mas eu nem sabia o que era um cabo. Depois que aprendi, comecei a trabalhar diretamente com instalação”, relembra Roque. Roque e Goreti, no decorrer dos anos, passaram por diversos setores da empresa até optarem pela função de cabista, que remunerava bem. Para Goreti, a mudança não foi tão fácil. “Fui fazer os cursos necessários para a função porque tínhamos que aprender a soldar luva, emendar cabos, além de outras atividades. Na época, o pessoal

da empresa fiscalizava muito e como eu era uma mulher, piorou, né? Eles ficavam em cima de mim o tempo inteiro”, diverte-se Goreti.

Goreti relembra que o início foi muito difícil. "Agora não tem mais discriminação na empresa. Posso dizer que o pessoal me admira, apesar de encontrar gente na rua que me xinga pra caramba porque acha que o serviço é para homem. Dizem até que é por causa de mulheres como eu que tem tantos homens desempregados. Não tem nem o que falar em uma hora dessa, né?”. Depois que eles saíram da Gamboa foram admitidos, já como cabistas,


trabalho Goreti lembra que, na época, além dela, trabalhavam Roque e os colegas Biro e Carlão. “Nós estávamos em uma caixa, o Biro e o Carlão em outra. A caixa em que eles trabalhavam estava quase cheia d’água e o Roque pediu para que eu ficasse com o cabo nas costas que ele iria ajudar os colegas”, recorda.

s de união na empresa espanhola ITETE, ainda no Rio Grande do Sul. A empresa, entretanto, passou a prestar serviços em São José do Rio Preto e foi assim que Roque e Goreti mudaram para o estado de São Paulo.

Quando a ITETE perdeu o contrato, em 2005, e retornou à Espanha, o casal recebeu proposta para ir com a empresa trabalhar no velho continente. Mas eles recusaram. “Se tivessem oferecido um valor maior creio que a gente teria ido. Como eu disse na época: ‘a quantidade de euros que vocês estão oferecendo não vale o sacrifício de ficar longe da família, de ficar longe de todo mundo’. Teria que ser uma coisa que valesse muito a pena”, recorda Gore-

ti. Foi por causa disso, que há nove anos o casal foi admitido na TEL.

Histórias do dia a dia Certo dia Goreti e Roque estavam trabalhando em Santa Fé quando começou uma forte chuva. “Estávamos com duas caixas subterrâneas abertas com cabo de papel que não podia molhar de jeito nenhum”, destaca Roque. Fazia muito calor e o suor escorria. “Bem na hora de terminar o serviço, quando íamos colocar a sílica gel para a emenda ficar sequinha, começou a chuva. A gente começou a ficar apavorado porque era um lugar de baixada e as caixas começaram a encher de água,” relembra Goreti.

De repente a caixa na qual estava Goreti começou a encher d’água e ela não sabia o que fazer. Já a caixa onde estavam os demais pegou fogo no gerador. “Aconteceu um monte de coisa, mas digamos assim, de tudo que aconteceu, não aconteceu nada com o cabo. A gente não deixou que o nosso serviço se perdesse”, orgulha-se. Em resumo, o cabo não molhou. “Proteger o cabo é a nossa função. Se chegar a molhar tem que trocar tudo e o serviço está perdido”, explica Roque, para quem trabalha em subterrâneo é complicado. “Se molhar dá baixa isolação na emenda e nada mais funciona”, complementa. Às vezes, Goreti e Roque são obrigados a conviver com companhias estranhas na caixa subterrânea, tais como aranhas, baratas, ratos e cobras. “É simples, nós não mexemos com eles e eles não mexem com a gente. Eu só me preocupo quando não encontro baratas, pois onde não há baratas é porque tem escorpião. Até prefiro encontrar com elas”, diverte-se Roque. Viver e trabalhar juntos Ao serem perguntados sobre como é viver e trabalhar juntos, o casal tem a resposta na ponta da língua. “Não Linha direta em revista

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trabalho só trabalhamos juntos na profissão, como também trabalhamos na igreja evangélica Quadrangular de Jaguaré onde nós servimos a Deus. Então a gente é assim: servimos a Deus juntos, trabalhamos juntos, ficamos em casa juntos, dormimos juntos, ou seja, nós estamos sempre juntos”, explica Goreti. Mas, às vezes, eles têm contratempos normais da convivência. “De vez em quando a gente discute, principalmente em relação ao trabalho. Ele fala ‘faz assim’ e eu não quero fazer daquele jeito, quero fazer de outro”, afirma Goreti. Roque contemporiza: “o bom do negócio é que quando chegamos em casa os assuntos já estão todos certinhos e resolvidos”. Mas nem só de trabalho vive o casal. Nas horas vagas, como autênticos gaúchos, tomam chimarrão, assistem TV, mexem no jardim, fazem caminhadas, jantam em algum restaurante, vão ao cinema ou simplesmente ficam jogando conversa fora. Eles estão sempre viajando, pois cobrem toda a região de São José do Rio Preto, de Santa Fé, passando por Araraquara até Ribeirão Preto. “Quando saímos de férias não queremos viajar, queremos ficar em casa. Meu trabalho é viajar, então ficar em casa é um lazer porque sempre estamos fora e fica difícil fazer coisas simples como um jantar”, encerra Goreti. Para saber mais sobre a história do casal acesse: www.sintetel.org e assista pelo site o programa Ponto de Encontro edição número 22. 14

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Sindical

A voz e a vez dos

trabalhadores Centrais sindicais reivindicam dos BRICS compromissos com a classe trabalhadora por Laura Rachid

O

s chefes de Estado dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reúnem anualmente para aumentar suas participações nos rumos da política e economia do planeta, por meio, por exemplo, de parcerias comerciais e investimentos em energia e infraestrutura. Este ano, a VI Cúpula dos BRICS ocorreu em 15 e 16 de julho, em Fortaleza.

Na busca de ganhar espaço e colocar as reivindicações dos trabalhadores na agenda dos países envolvidos, foi realizado no mesmo período o III Fórum BRICS Sindical. Composto pelas principais centrais sindicais dos países do grupo, o fórum elaborou um documento solicitando aos comandantes mais compromissos com os trabalhadores.

O documento cita a necessidade de trabalhar com base nas normas e princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para promoção do Trabalho Decente, para garantir um piso de proteção social e universal e a transição do trabalho da economia informal para a formal. As centrais querem participação ativa nos BRICS. Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, que esteve Linha direta em revista

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Sindical no fórum, o grupo precisa de defensores dos direitos dos trabalhadores e não apenas dos empresários. “O BRICS é um importante bloco na política e na economia internacional, seu peso econômico é inegável, a participação no PIB equivale à União Europeia. Por essa razão, é importante que os trabalhadores possuam também o mesmo grau de participação do empresariado”. Patah observa ainda que é importante mudar a realidade a qual os trabalhadores estão submetidos. “Diante da informalidade, da precariedade e da má distribuição de renda, consequências do neoliberalismo na atividade econômica nos países dos BRICS, torna-se mais do que necessária a unidade do bloco, para que não venha a converter-se em algo meramente aduaneiro ou mercantilista como se viu reduzido o Mercosul”. A presidente Dilma Rousseff afirmou aos sindicalistas que

Dilma Rousseff se encontra com sindicalistas

Principais centrais sindicais dos países-membros do BRICS querem participação no grupo

Mas o que é BRICS? É um grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul que visa ganhar espaço na política e na economia internacional por meio de parcerias multilaterais, como a criação do Novo Banco de Desenvolvimento. Fundado em 2006, os países que compõem o BRICS se destacaram no cenário mundial devido ao rápido crescimento das suas economias e, por isso, são denominados emergentes.

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Se os sindicalistas ganharem espaço no BRICS, o interesse do trabalhador tenderá a ganhar mais força não só no Brasil, mas nos demais países do grupo. “A área empresarial já está instalada no bloco desde o começo. Eu imagino que na próxima reunião, que vai ocorrer em 2015, na Rússia, já teremos a agenda definida e com certeza a UGT participará de forma valorosa”, revela Patah. Segundo o doutor em comunicação pela USP, Rovilson Britto, com a cria-

ção de Novo Banco de Desenvolvimento, os BRICS caminham para a quebra da dominação norte-americana e da união europeia perante as demais nações. “Essa criação e as outras alianças do grupo são boas para o Brasil primeiro porque o país fica mais forte politicamente e segundo porque passa a abrir e ter acesso à metade do mercado mundial [os BRICS representam 45% da população global]”, explica.


Sindical haverá mudanças. “Na próxima reunião, acho que dará para vocês participarem. Assumo esse compromisso. Se os empresários podem fazer o seu fórum e apresentar propostas, os trabalhadores também têm esse direito.” Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) O encontro de 2014 teve um marco histórico nas relações internacionais: a criação de um banco voltado para financiamentos de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países emergentes que não recebem crédito suficiente dos principais órgãos internacionais. A instituição recebeu o nome de Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Outra medida foi a criação de um fundo de reserva alternativo para ajudar o grupo, semelhante ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Os BRICS querem maior representação nas instituições internacionais e solicitaram mudanças na governança do Banco Mundial e no FMI, mas até o momento não foram atendidos. “Essa demora faz com que façamos a nossa parte e não fiquemos só reivindicando”, afirmou Dilma. A criação do banco é um ato de defesa própria em busca de menos dependência desses órgãos globais. O NBD será operado pelos países dos BRICS e a sede será em Xangai, na China. Com capital inicial de 50 bilhões de dólares (dividido igualmente en-

Artigo

Por João Guilherme Vargas Netto

As vitórias dos BRICS sindicais Aquilo que não passava de um pró-memória esperto de um consultor das altas finanças acabou se transformando em uma realidade geopolítica de peso. Os cinco países que constituem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, no acrônimo em inglês) já produzem, somados, em paridade de poder de compra, um PIB superior ao dos Estados Unidos ou da União Europeia: 20% do PIB mundial. Ocupam mais que um quarto da superfície terrestre e neles vivem mais de 40% da população mundial. Os esforços coordenados desses países garantiram a realização em Fortaleza do 6º encontro dos BRICS, quando foi anunciada a criação do banco dos BRICS para enfrentar financeiramente o FMI, o Banco Mundial e a “troika” europeia.

tre os cinco países), o NBD pode chegar a 100 bilhões de dólares. O primeiro presidente será indiano e o Brasil ocupará a presidência do Conselho de Administração. Os sindicalistas que participaram do III Fórum BRICS Sindical também reivindicam par-

Mas o que quero destacar é o encontro sindical dos BRICS reunindo cúpulas sindicais expressivas de cada país. Apesar da enorme diversidade sindical existente (como a expressão da diversidade entre os países e suas histórias), foi possível realizar o encontro, que produziu um documento unitário onde se exige o reconhecimento por parte dos governos dos direitos sindicais, a começar pelo direito de representação oficial nas instituições comuns dos BRICS. A presidente Dilma recebeu a delegação sindical (é a primeira vez que um chefe de Estado anfitrião recebe uma delegação sindical e acata oficialmente suas reivindicações) e, fortalecidos pelo sucesso, os dirigentes já começaram a efetuar uma série de reuniões bilaterais, visando uma maior coordenação de suas atividades.

ticipação na administração do banco. “Consideramos que as centrais sindicais dos países deveriam estar representadas nos diversos grupos de trabalho, inclusive no banco, de forma a garantir que a dimensão da participação social nos BRICS seja fortalecida”, afirmaram os sindicalistas. Linha direta em revista

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Tecnologia

Cuidado, eles estão online Sites de compras fazem 174 vítimas a cada mil consumidores, revela pesquisa; especialista indica os cuidados necessários por Cindy Alvares

P

raticidade, agilidade, baixos preços, promoções e variedades. Ao observar o lado positivo, fazer compras pela internet é algo tentador. “Por que não economizar tempo e dinheiro?”, questiona a psicóloga Kelly Piffer, que há oito anos realiza compras pelos meios eletrônicos. A enfermeira Patrícia Linhares responde: “Comprei uma roupa pela internet, nunca recebi e nem consegui falar com alguém na empresa que pudesse me ajudar”. Ela conta que gastou R$ 80 em um vestido para usar no casamento da irmã.

Ficou sem dinheiro e sem a roupa. “Vi no Facebook este modelo, que na loja estava por R$ 300. Era muita diferença no valor e paguei o boleto no mesmo dia”, conta a enfermeira, que comprou o vestido de uma empresa que não existe. De acordo com a Pesquisa Sobre o Comportamento dos Usuários na Internet, realizada pelo FecomércioSP, 17,4 % das pessoas que realizaram compras pelos meios digitais já foram vítimas de crimes eletrônicos. Clonagem de cartão de crédito/débito, uso indevido de

O Reclame Aqui atua como canal de comunicação entre consumidores e empresas de todo o País. A reputação das empresas é calculada de forma automatizada. Nela se pode analisar qual a situação em que se encontra a empresa pela qual será feita a compra e quais tipos de reclamações são mais recorrentes. Inclusive é possível compartilhar suas experiências e aguardar uma resposta da empresa. www.reclameaqui.com.br

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dados pessoais, desvio de dinheiro da conta bancária e o não recebimento do produto são alguns exemplos dos golpes aplicados. Uma série de lojas populares ampliou suas vendas e aderiu ao sistema de compra online, conhecido também por e-commerce.

Nos postos de atendimento do Procon ou no site www.procon.sp.gov.br é possível obter orientações de consumo e possibilidade de registro de reclamações contra fornecedores. Além disso, o selo “Evite esses sites” foi criado pelo órgão em 2011 para alertar o consumidor sobre o alto risco de não receber o produto anunciado ou ter problemas após a compra on-line. São mais de 400 sites listados. Para conhecer esses sites, acesse: sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php


Tecnologia presas fantasmas e/ou não receberam seus produtos. Por isso, é preciso ficar atento a todos os detalhes antes de fechar negócio pelo internet. Desconfie, por exemplo, de preços muito diferentes dos da concorrência. “Não existe mágica”, conta Coelho. Kelly Piffer encontrou diversos problemas nas compras realizadas pela internet, mas afirma que a comodidade de não precisar sair de casa, ter mais tempo para pesquisar e não deixar o marido de mau humor por demorar no provador compensam. “Geralmente procuro sites que também tenham lojas físicas ou que utilizem o pagseguro [sistema de pagamento online que garante o produto ou serviço entregue ou o dinheiro de volta”, alerta. Apesar de alguns consumidores enfrentarem problemas na aquisição online de determinados produtos ou serviços dessas lojas, o especialista em golpes digitais Afonso Coelho faz uma ressalva. “Problemas com as grandes magazines são muito mais fáceis de serem revertidos pelos

órgãos de defesa do consumidor. Já com as empresas desconhecidas, muitas vezes de fachada, fica quase impossível o estorno de dinheiro de um produto não recebido”. Entre as vítimas de crimes eletrônicos, 16,2% compraram de em-

O Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - é uma associação de consumidores sem fins lucrativos. É independente de empresas, governos ou partidos políticos. Por meio do site, a associação publica notícias e informações para que os consumidores se previnam ou solucionem problemas relacionados ao consumo. O instituto testa comparativamente, avalia produtos e serviços e orienta consumidores em todo o Brasil. www.idec.org.br/

Os órgãos de defesa do consumidor aconselham a sempre buscar empresas que tenham maior solidez no mercado. Para saber sobre a “reputação” dessas empresas, diversas ferramentas ficam à disposição do consumidor. A Revista Linha Direta listou abaixo algumas dicas de como se prevenir.

O site Consumidor é um serviço público para solução alternativa de conflitos de consumo via internet. Lá as empresas cadastradas se comprometem a receber, analisar e responder as reclamações de seus consumidores em até dez dias. Ele não substitui o serviço prestado pelos Órgãos de Defesa do Consumidor, que continuam atendendo os consumidores por meio de seus canais tradicionais de atendimento. Para saber mais, acesse: www.consumidor.gov.br Linha direta em revista

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Capa

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udanças nem sempre significam rompimento. Mudar de casa, por exemplo, nem sempre é sinal de que há um problema com a antiga, muito pelo contrário. Às vezes, isso ocorre porque, em determinado estágio da vida, faz mais sentido morar em outra vizinhança. Esta é uma analogia que cabe perfeitamente para os novos rumos definidos pelos associados e pela direção do Sindicato em assembleia.

Novos ru Sintetel muda de central sindical para encarar os diversos por Emilio Franco Jr.

Depois de quase 20 anos filiado à Força Sindical, o Sintetel mudou de central e agora integra os quadros da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Entretanto, a direção do Sindicato fez questão de esclarecer que não ocorreu qualquer desentendimento político ou racha com a antiga parceira. “Após longa reflexão, optamos propor aos associados a mudança porque a UGT é mais voltada ao setor de serviços, o que nos torna muito mais próximos de seus objetivos”, explica Almir Munhoz, presidente do Sintetel. Durante o processo de desfiliação, a direção do Sindicato reafirmou o bom relacionamento com a Força, agradeceu publicamente pelos anos de parceria e assegurou que as entidades continuarão juntas nas lutas comuns. Contudo, a direção estava convencida de que a UGT representa uma ampliação no poder reivindicatório do Sindicato. Isso porque 90% da categoria de telecomunicações está relacionada ao setor de serviços, justamente o foco da central. “Te20

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mos certeza que tomamos uma sábia decisão e seremos assim ainda mais fortes”, completa Almir. A UGT Anteriormente ao nascimento da UGT, ocorrido em 2007, comércio e serviços não tinham a capacidade de interlocução adequada. Os setores juntos representam mais de 65% do PIB (Produto Interno Bruto) e aproximadamente 70% da mão de

obra brasileira. Apesar de ter nascido para suprir essa deficiência, a central tem o objetivo de agregar os mais diversos sindicatos. A filosofia principal é de que divisionismo e desmembramentos atrapalham a conquista de avanços para o trabalhador. Outro ponto dentre as diretrizes da UGT que chamou a atenção da direção do Sintetel foi a preocupação em valorizar o empregado como cidadão.


Capa

umos desafios do setor

Ricardo Patah explica a linha programática da UGT, focada principalmente no setor de comércio e serviços

Com o Sintetel, a UGT quer pressionar a Anatel a garantir bons serviços de telecomunicações

Para a central, não basta lutar pela redução da jornada de trabalho, por exemplo. É preciso contribuir com a formulação de políticas públicas nas áreas de saúde, educação e distribuição de renda. “A vinda do Sintetel enriquece muito a possibilidade de continuarmos construindo essa política que vai ao encontro de milhões de trabalhadores”, afirma Ricardo Patah, presidente da UGT.

Atualmente, a UGT conta com 1517 entidades sindicais filiadas. São 1340 sindicatos de base validados no Ministério do Trabalho e Emprego, 120 sindicatos filiados ainda em processo de validação, 55 federações nacionais, regionais e estaduais e duas confederações nacionais. A representação é de cerca de 4,5 milhões de trabalhadores.

O SINTETEL O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado de São Paulo é o maior do setor nas Américas. São 300 mil trabalhadores representados em três segmentos de telecom: operadoras, prestadoras e teleatendimento. Em 72 anos de existência, o Sintetel é pioneiro em diversas conquistas que foram importantes não só ao universo do trabalho Linha direta em revista

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Capa como também para a qualidade de vida dos trabalhadores.

Presidente do Sintetel, Almir Munhoz entrega abaixo-assinado pela regulamentação da profissão de teleoperador ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves

Mensagem de boas-vindas! Estimados e caros amigos, bem-vindos, A filiação do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo (Sintetel) à UGT é destacada por todos os dirigentes da nossa central como um momento histórico. A entidade, presidida pelo companheiro Almir Munhoz, é uma das mais importantes no movimento sindical brasileiro, pois seus atos e ações em defesa dos trabalhadores nas telecomunicações de São Paulo têm sido um exemplo para todos. Por si só, o setor de telecomunicações já é emblemático, mas depois que o Brasil optou pela privatização das telefônicas, a luta dos dirigentes da entidade para garantir direitos aos trabalhadores da categoria foi um marco em sua história. É essa experiência de luta, garra e determinação que os companheiros do Sintetel estão trazendo para a UGT. Sei que vocês chegam para

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somar, agregar e ajudar a construir uma nova página do sindicalismo brasileiro. A UGT, que nesse mês de julho comemora sete anos de existência, tendo como bandeira a prática de um sindicalismo ético, inovador e cidadão, sente-se mais fortalecida com a filiação do Sintetel. Hoje, o Sintetel vem somar e trazer sua experiência para tornar mais forte a luta dos mais de oito milhões de trabalhadores, representados por 1.160 sindicatos e federações, que já estão na UGT empunhando a bandeira pela valorização do trabalho, por maior distribuição de renda e contra a informalização que ainda impera no mundo laboral brasileiro. Unidos somos mais fortes. Unidos conquistamos mais. Ricardo Patah, Presidente da União Geral dos Trabalhadores.

Foi o Sintetel, por exemplo, que conseguiu os 30 dias de férias, atualmente assegurados a todos com carteira assinada, quando as empresas concediam apenas 20. Outro avanço importante foi a conquista do abono de Natal em uma época na qual não existia 13º salário. O Sintetel esteve, ainda, na vanguarda do movimento pela redução da jornada de trabalho ao alcançar a diminuição na carga horária das telefonistas de oito para seis horas diárias. Neste novo casamento, portanto, não só a UGT tem a oferecer. Trata-se de uma via de mão dupla. E o presidente da central, Ricardo Patah, sabe disso. “O Sintetel traz sua contribuição e, com certeza, vai melhorar nossa capacidade de atuação política”, diz. “Nós não queremos que o Sintetel seja apenas mais um grande sindicato, queremos que seja aquele que vai dar estrategicamente o caminho da nossa central”. PAUTAS DAS CENTRAIS A luta coletiva das centrais sindicais por mais direitos trabalhistas seguirá como bandeira do Sintetel. A UGT também apoia as reivindicações da chamada Pauta Trabalhista, que inclui a diminuição da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução dos salários, fim do Fator Previdenciário, correção da Tabela do Imposto de Renda, entre outras importantes demandas. Patah explica em que ponto a UGT se diferencia das demais centrais, mas


Capa ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, o abaixo-assinado colhido com milhares de trabalhadores da categoria. No cálculo final, foram exatamente 132.839 assinaturas de apoio. UGT acredita que uma sociedade mais justa e com serviços melhores trará benefícios aos trabalhadores como um todo

Ricardo Patah explica para a diretoria do Sintetel a filosofia da UGT

ressalta a relação cordial entre as entidades. “Somos plural, valorizamos uma política, mas nós não deixamos que o partido político se intrometa nas nossas questões internas”. É comum a sociedade não compreender a estrutura sindical brasileira, que divide a representação trabalhista em sindicatos, federações, confederações e centrais. Na base, os sindicatos são a representação direta dos empregados juntos às empresas, enquanto, no topo, as centrais articulam politicamente os interesses dos sindicatos filiados junto ao poder público e na formulação de políticas. “O trabalhador precisa entender que ele não está sozinho, não basta

o sindicato lutar por melhores salários e condições, é necessário uma luta política mais intensa para conseguir sensibilizar as pessoas que fazem as leis”, explica Almir Munhoz, que é um entusiasta da visão estratégica da UGT. “Os trabalhadores também devem ser atendidos para ter melhor condições de vida, como transporte adequado e segurança. Antes os sindicatos só se preocupavam com a questão salarial, mas atualmente a central e os sindicatos fazem um trabalho para desenvolver a política do país”. PAUTAS DO SINTETEL Um tema que tem feito o Sintetel concentrar forças é a regulamentação da profissão de teleoperador. Neste ano, o Sindicato entregou

O presidente da Câmara tornou público aos parlamentares o apoio dele à aprovação do projeto liderado pelo Sindicato. Entretanto, o assunto ainda deve ser tratado por Comissões específicas no Congresso e esse trâmite pode levar certo tempo. É na tentativa de acelerar todo esse processo que o presidente da UGT assegurou empenho para conversar com os deputados e com o poder executivo. “Nosso compromisso é fazer com que o Sintetel e todos os seus representados tenham condições de explicitar no Congresso e, principalmente com a presidenta da República, a necessidade e a importância dessa regulamentação. Não podemos permitir essa insegurança que afeta os que trabalham nesse segmento”, disse Patah. Afinados no discurso e na ação, o Sintetel e a UGT acreditam que têm muito a colaborar mutuamente. “Tenho certeza absoluta que esse casamento com o Sintetel vai enriquecer e ampliar a capacidade de sermos interlocutores do setor de serviços, comércio e telecomunicações”, afirma Patah. “O Sintetel tem a oferecer muito trabalho e a contribuição para organizar os trabalhadores no segmento de serviços. Teremos bastante empenho nesse sentido”, finaliza Almir. Linha direta em revista

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cidades

Mobilidade é um dos principais problemas enfrentados pelos grandes centros urbanos. O desafio é superar a mentalidade do transporte individual motorizado por Cindy Alvares

Mudança de cultura

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ualquer pessoa que precise se movimentar em uma grande cidade brasileira durante os horários de pico sabe o quanto essa experiência pode ser frustrante. Diversos fatores contribuem para o fluxo problemático de pessoas nos centros urbanos. Na década de 1970, o número de habitantes nas zonas rural e urbana era quase equivalente. Atualmente, 85% da população mora na cidade. Para Ermínia Maricato, docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, esse desenvolvimento concentrado formou dois grandes vilões que precisam ser combatidos: moradias cada vez mais longe e sem acesso ao transporte e também os veículos particulares. “O transporte individual transporta apenas um terço da po24

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pulação, mas é responsável por ocupar 80% das ruas nos horários de pico. Ele conduz, em média, duas pessoas por veículo. Neste momento, mais do que nunca, o importante é priorizar o coletivo”, explica a urbanista. As vias estão lotadas de carros e faltam atrativos para deixá-los em casa. De acordo com pesquisa Ibope, realizada em 2013, se houvesse diminuição no tempo de espera, mais linhas de ônibus, corredores exclusivos, tarifas menores e mais conforto, 61% dos paulistanos deixariam o carro e passariam a utilizar o transporte coletivo para trabalhar. A pressão das ruas produziu uma cadeia de fatos novos, num ritmo inédito nas políticas públicas. O governo federal, por exemplo, passou de um gasto efetivo de R$ 2 bilhões em 2013, para uma previsão de investimentos de R$

50 bilhões até 2017, segundo o Ipea. Embora o investimento tenha sido ampliado, para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o grande dilema é como diminuir o espaço que separa o conforto do automóvel da “vida de gado” do ônibus. Exemplo a ser seguido Em Londres, na Inglaterra, o transporte coletivo é referência. O governo inibe de todas as formas o uso do transporte individual. Em 2003, instituiu a demarcação de áreas onde ocorriam congestionamentos constantes. A partir daí, os donos de carros particulares que circulam nestas regiões entre 7h e 18h passaram a pagar uma taxa de 10 libras por dia. Entretanto, para o sistema de pedágio urbano funcionar efetivamente no Brasil, os meios de transporte alternativos deveriam atender a quantidade de usuários de forma adequada.


cidades Há quem diga que comparar a infraestrutura do Brasil com qualquer país europeu é injusto. Porém, outros países da América Latina já estão à frente no quesito mobilidade. A capital do Chile, Santiago, conta com um transporte subterrâneo muito abrangente. São 103 km de metrô por onde 2,3 milhões de passageiros se deslocam diariamente. Já o metrô de São Paulo, o maior do Brasil, possui apenas 78,7 km para 4,6 milhões de usuários por dia. Outro exemplo é o sistema BRT (trânsito rápido de ônibus, na sigla em inglês) de Bogotá, capital colombiana, que transporta 1,8 milhão de passageiros por dia. Os ônibus articulados (com capacidade para 160 pessoas cada) circulam por corredores exclusivos. Desde a inauguração, em 2001, as viagens se tornaram cerca de 26% mais rápidas. A Prefeitura de São Paulo também adotou o sistema e criou em sete meses 224 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus. Só essa mudança praticamente dobrou a velocidade dos coletivos, de 13 para 25 km por hora. Apesar de críticas no início, uma pesquisa Datafolha mostrou que 93% da população paulistana apoia a medida. Sobre duas rodas Uma alternativa que, além de reduzir o índice de poluição nas cidades, também contribui para desafogar o trânsito nas metrópoles é o incentivo ao uso de bicicletas. Copenhague, que conta

O transporte individual transporta apenas um terço da população, mas é responsável por ocupar 80% das ruas nos horários de pico. com mil quilômetros de ciclovias, é reconhecida desde 2011 como a cidade com melhor qualidade de vida do planeta. Para aplicar a “cultura da bicicleta” na capital da Dinamarca, foram necessários planejamento e anos de conscientização e estruturação urbana. No início, a medida não contava com o apoio popular nem da imprensa, exatamente como acontece em metrópoles como São Paulo. Atualmente, em Copenhague, as bicicletas e seus condutores têm espaços garantidos em metrôs, ônibus e ruas. Um terço da população pedala para o traba-

lho, escola, universidade e para suas casas. Uma pesquisa realizada pelo portal G1 revelou que, em relação à malha viária, as 26 capitais do Brasil possuem juntas apenas 1% de ciclovias. O Rio de Janeiro tem o maior número: são 361 km. Já Amsterdã, capital da Holanda que possui uma população menor que a “cidade maravilhosa”, tem 400 km de ciclovias. Priorizar o que realmente precisa demanda tempo e ações. São Paulo – a cidade com a maior frota de carros do Brasil – enfrentará o desafio de se adaptar aos 400 km de ciclovias previstas até o final de 2015, sendo que 150 serão instaladas ao lado dos novos corredores de ônibus. Além de melhorar a mobilidade, as grandes metrópoles do País buscam novos meios de se tornarem mais agradáveis para viver. Agora, parte do desafio é tirar o pé do acelerador e seguir. Linha direta em revista

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cultura

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escendente de índios, Cândido Mariano nasceu em 5 de maio de 1865, no estado do Mato Grosso. Perdeu os pais cedo e foi criado por um tio, cujo sobrenome, Rondon, adotou anos mais tarde. O título de marechal só veio quase um século depois. Apesar do vasto currículo como militante da Escola Superior de Guerra nos tempos da proclamação da República. A nós – que pertencemos a um sindicato de telecomunicações – interessa a sua história como Patrono das Comunicações no Brasil. Em 1889, Rondon foi nomeado ajudante da Comissão de Construção das Linhas Telegráficas de Cuiabá a Registro do Araguaia. Três anos depois, em 1892, assumiu a chefia do distrito telegráfico de Mato Grosso e, desde então, chefiou várias comissões de instalação no interior do País.

Dica de Cultura

Patrono das Comunicações Em 5 de maio comemora-se o Dia Nacional das Comunicações, uma homenagem a Marechal Rondon

texto da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) adaptado por Marco Tirelli

Por Emilio Franco Jr.

Filme O Lobo atrás da Porta

O Menino e o Mundo

Dono de uma poderosa narrativa, O Lobo atrás da Porta, primeiro longa-metragem do diretor Fernando Coimbra, conta a história de um casal que tenta descobrir o paradeiro de sua filha, sequestrada enquanto estava na escola. O filme se debruça nos depoimentos prestados pelos pais e por suspeitos ao delegado que investiga o caso, em um jogo de mentiras, desejos e egoísmo que, por pura habilidade narrativa, prende e surpreende o espectador.

Esta pequena animação brasileira, feita em desenho clássico e sem nenhuma fala, narra exclusivamente por meio de imagens e músicas a história de um menino que, sofrendo com a falta do pai, deixa sua aldeia e descobre um universo fantástico, muito mais rico do que sua imaginação poderia supor. O filme surpreendeu ao vencer o maior Festival de animação do mundo, realizado na França, e já aparece na lista de apostas de sites especializados como forte concorrente ao Oscar de melhor animação em 2015.

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cultura Redescobrindo o Brasil Marechal Rondon se destacou pela instalação de linhas telegráficas que interligavam o Rio de Janeiro, São Paulo e Triângulo Mineiro a pontos mais distantes do País. Simultaneamente, fez levantamentos cartográficos, topográficos, zoológicos, botânicos, etnográficos e linguísticos da região percorrida em suas andanças. Registrou novos rios, corrigiu o traçado de outros no mapa brasileiro e ainda entrou em contato com numerosas sociedades indígenas, sempre de forma pacífica. Incansável defensor dos índios, ficou famoso por sua frase: “Morrer, se preciso for; matar, nunca.” Rondon também foi responsável pela chefia e organização da Inspeção de Fronteiras, criada no Brasil em 1927 para estudar as

Para homenagear Rondon, a sua data de aniversário passou a ser o Dia Nacional das Comunicações condições de povoamento e segurança das áreas limítrofes. Ele chegou a percorrer cerca de 40 mil quilômetros do extremo norte do País ao Rio Grande do Sul, o que equivale a uma volta inteira no Planeta Terra! Reconhecimento nacional e internacional A repercussão da obra indigenista de Rondon rendeu-lhe o convite para ser o primeiro diretor do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), criado em 1910 pelo governo brasileiro. Pela sua vasta contribuição ao conhecimento científico e pelo conjunto da obra, recebeu grandes condeco-

rações civis e militares, como o Prêmio Livingstone, da Sociedade Geográfica de Nova York/ EUA; a inscrição de seu nome em letras de ouro, na mesma Sociedade, por ser o explorador que mais se destacou em terras tropicais; a indicação de 15 países ao Prêmio Nobel da Paz, em 1957; e os títulos de “Civilizador dos Sertões” e “Patrono das Comunicações no Brasil”. Em 1955, o Congresso Nacional conferiu-lhe a patente de marechal. Já cego, faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1958 com quase 93 anos de idade. Para homenagear Rondon, a sua data de aniversário passou a ser também o Dia Nacional das Comunicações. O antigo Território Federal de Guaporé ainda recebeu o nome de Rondônia em sua homenagem.

Música Tulipa Ruiz

Silva Tulipa Ruiz rapidamente chamou a atenção de produtores e críticos musicais. Um de seus grandes sucessos, Efêmera, que também é o nome de seu primeiro álbum, foi lançado em 2010.

Dois anos depois, apresentou ao público “Tudo Tanto”, álbum que manteve seu estilo de músicas simples que combinam perfeitamente com sua voz. Foi neste ano que Tulipa Ruiz venceu o prêmio Multishow de Música Brasileira na categoria melhor CD.

Um dos principais nomes da chamada nova MPB, Silva mescla ao estilo musical traços do indie rock e toques de pop dos anos 80. O primeiro álbum do artista, intitulado Claridão, foi lançado em 2012 e, desde então, o cantor tem sido cada vez mais reconhecido pelo público e pela crítica. Em 2014, o segundo álbum, Vista para o Mar, confirmou o sucesso de seu estilo com o público. Entre suas músicas de destaque estão A Visita e Falando Sério.

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aconteceu

Mobilização na Alma Viva, pela solução de inúmeras irregularidades

Aprovação da Convenção Coletiva 2014/2015 das Prestadoras em Telecom com data-base em 1º de abril

Festa do Teleoperador, realizada pelo Sintetel

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aconteceu

Assembleias de composição de Pauta do setor de teleatendimento para a Convenção Coletiva 2015

Assembleias para composição de pauta de reivindicações para os Acordos Coletivos da GVT e da Claro, respectivamente

Assembleia de associados decide pela filiação do Sintetel à UGT - União Geral dos Trabalhadores

Teleatendimento - CCT/2015: Sintetel entrega Pauta de Reivindicações ao Sindicato Patronal Linha direta em revista

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social

Necessária inclusão

Falta de informação leva a maioria das pessoas a enxergar a deficiência como barreira por Laura Rachid

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entrada das pessoas com deficiência (visual, auditiva, motora, intelectual e mental) no mercado de trabalho é uma das grandes barreiras que ainda precisam ser quebradas. Dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2011 e divulgada pelo ministério do Trabalho e Emprego apontam que do total de pessoas com vínculo empregatício, os deficientes representam apenas 0,7%. 30

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Para Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço Cidadania (rede de voluntários que trabalha a inclusão social de pessoas com deficiência), o discurso do patrão é o de que ele não consegue contratar porque não tem deficiente preparado. “Basta olhar os números para sabermos que não é bem assim. Mitos e preconceitos precisam ser derrubados. O trabalhador deve ser contratado pela sua competência”, afirma.

Com muita persistência, Clemente é um dos principais responsáveis pelo setor metalúrgico de Osasco e região ter atin-

gido a maior porcentagem do cumprimento da Lei de Cotas, 90%, enquanto a média brasileira é de 26%. “Esses números só foram conquistados porque debatemos a inclusão dos deficientes não só com as empresas, mas com escolas e outras entidades. Temos que lembrar que fazemos parte de um mesmo ciclo”, diz Clemente. A Lei de Cotas existe há 23 anos e obriga toda empresa com cem ou mais funcionários a destinar de 2% a 5% dos cargos a pessoas com deficiência ou reabilitados. Se cumprida, a Lei garantiria vaga para um milhão de


social

Aninha dá o exemplo Animada, disposta e persistente. Assim é a auxiliar técnica da Vivo/ Telefônica, do prédio da Vila Mariana, Ana Lúcia Ribeiro de Abreu, de 46 anos. Conhecida pelos colegas de trabalho como Aninha ou marmota (ela conhece tanta gente que para não errar o nome apelida a todos de marmotinha), Ana entrou na empresa há nove anos, por meio da Lei de Cotas. “Nasci com uma má formação genética nas pernas. Eu não andava, só engatinhava. Foi só depois de 13 cirurgias, aos 11 anos, que comecei a andar”, conta Aninha, que começou a estudar aos 15 e é a única de nove irmãos com ensino médio completo. O trabalho na Vivo/Telefônica é seu

trabalhadores deficientes, mas segundo dados da RAIS, das mais de 45 mil empresas que deveriam contratar deficientes, só cerca de 8% cumprem a cota. “Durante dez anos da sua criação, a Lei só existia no papel, as empresas não atendiam a exigência e o próprio ministério do Trabalho não fis-

“Enxergo mudanças, mas é um trabalho de formiguinha. O importante é não parar de lutar”, diz Clemente

descontração para os funcionários”, revela.

O elevador para deficiente físico facilita a acessibilidade da funcionária na empresa

Com o tempo e com a luta da Aninha, a empresa adaptou-se e hoje possui elevador especial e rampa na entrada do refeitório. “Eu cobro. Sou daquelas pessoas chatas que querem ver as coisas resolvidas”. A funcionária acredita que quando a empresa contrata um deficiente, aos poucos os trabalhadores percebem que todos são iguais. “Quebra esse tabu de que deficiente é diferente”.

terceiro emprego. “Sempre acreditei no universo e pedia desafios. Entrei na empresa e fiquei meio espantada, achei que não conseguiria, mas virei a página. Atualmente, além de auxiliar, faço parte da equipe de Clima da Diretoria, que é responsável por levar

“Eu enxergo o trabalho profissional da Ana e sei que ela não vê sua deficiência como obstáculo. Aqui não temos diferença, o tratamento é o mesmo dos demais. Ela está aqui por competência”, afirma o gerente de seção, Fernando Garup Dalbo.

calizava”, explica Carlos Aparício. A primeira multa por descumprimento da Lei ocorreu em 2003, na região de Osasco.

ça a trabalhar, muitas vezes a empresa não enxerga essa capacidade, só quer cumprir a Lei, e o próprio deficiente perde a crença de que tem potencial”, explica a psicóloga e coordenadora do PTE, Maria Aparecida Gomes.

Solidariedade A AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) é uma associação sem fins lucrativos com sede em diversas regiões do Brasil que trata, reabilita e reintegra a pessoa com deficiência física na sociedade. Entre os diversos projetos da AACD está o Programa Trabalho Eficiente (PTE), que busca incluir os pacientes da associação no mercado de trabalho. “Mostramos para o deficiente que ele é capaz de encontrar um emprego. Mas quando ele come-

Na busca de eliminar o preconceito e transformar o local de trabalho em um campo mais inclusivo, a ONG Nurap (Núcleo de Aprendizagem Profissional) faz palestras em diversas empresas interessadas em contratar deficientes. “Mostramos que devemos olhar a capacidade profissional e não a deficiência. Tem empresa que acha que deficiente deve ganhar menos”, revela a coordenadora do Nurap, Rosemeire Andrade. Linha direta em revista

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Artigo

Unidade de ação Por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

A

unidade de ação tem sido a chave das estratégias vitoriosas do movimento sindical brasileiro.

Em uma conjuntura duradoura favorável em que o emprego e os ganhos reais de salários têm se mantido, apesar das dificuldades do crescimento econômico, a estratégia de unidade de ação garantiu a maior eficácia às greves, mobilizações, marchas e campanhas do movimento sindical. O exemplo mais espetacular é o da política de valorização do salário mínimo. Quando não conseguimos avançar isso se deve ou a uma correlação de forças extremamente negativa, ou à impossibilidade momentânea de realização da pauta, ou ao abandono da unidade de ação estratégica. Mas a unidade de ação tem que ser permanentemente garantida com inteligência pelos dirigentes e ati32

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vistas do movimento; ela não é um bem adquirido para sempre. Contra ela conspiram, além do individualismo voluntarista inculcado pelo neoliberalismo e toda a ideologia patronal que busca a divisão, três ordens de fatores que merecem atenção. O primeiro deles é a organização histórica da estrutura sindical baseada em categorias profissionais e suas representações. A categoria, como instituição, garante a unicidade sindical, mas separa os diversos setores a partir de suas experiências - às vezes corporativas-profissionais. O segundo é a natural e democrática pluralidade partidária que faz com que o mesmo grupo de trabalhadores e trabalhadoras, da ativa ou aposentados, participem da vida política e eleitoral com opções distintas,

algumas delas até mesmo em contradição com a pauta eventual do movimento. E o terceiro, é o pertencimento a uma central sindical. Nossa estrutura admite o pluralismo de cúpula combinado à unicidade de base, portanto, pertencer ou não a uma dada central (ou ser independente delas) acrescenta um elemento potencialmente forte de separação na luta dos trabalhadores. Contra a ideologia individualista, contra a limitação da categoria, contra a divisão político-partidária e a divisão entre centrais, uma estratégia correta de unidade de ação encontra sua força e sua razão de ser em uma pauta unitária, elaborada democraticamente pelo movimento e deve contar com o empenho constante dos dirigentes e dos ativistas.


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Hoje, Jack in The Box possui 2.100 lojas espalhadas pelos Estados Unidos, emprega quase 30 mil funcionĂĄrios e atende cerca de 500 milhĂľes de clientes por ano. No entanto, a rede preferiu nĂŁo abrir franquias em nenhum outro paĂ­s.

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Em 1988, o Jack in the Box vendeu todos os seus restaurantes à rede carioca Bob’s. O principal fator apontado para a saída do mercado foi o aumento da concorrência no segmento.

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Antes da Era McDonald’s e Burger King, São Paulo teve outro fast-food americano que fez história. A lanchonete Jack in the Box foi fundada em San Diego, na Califórnia, em 1951. A primeira loja paulistana Ê do início da dÊcada de 70.

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A passagem do Jack in the Box pelo Brasil

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“Oh! Minas Gerais / Quem te conhece / NĂŁo esquece jamaisâ€?. Mesmo nĂŁo sendo o hino oficial de Minas Gerais, a cantiga, conhecida alĂŠm de suas fronteiras, ĂŠ a mais popular homenagem musical ao Estado do sudeste brasileiro. A tradicional canção, no entanto, nĂŁo foi criada com esse fim. A obra original nĂŁo sĂł ĂŠ estrangeira como sua primeira versĂŁo tupiniquim foi feita para exaltar um navio incorporado Ă esquadra da Marinha Brasileira. No final do sĂŠculo 19, a valsa italiana “Vieni Sul Marâ€? chegou ao Brasil, trazida pelas companhias lĂ­ricas estrangeiras que se apresentavam no PaĂ­s. A melodia serviu de base para o cantor boĂŞmio carioca Eduardo das Neves compor uma versĂŁo da letra em portuguĂŞs e glorificar a incorporação do encouraçado Minas Geraes Ă esquadra da Marinha Brasileira, em 1910.

www.coquetel.com.br

2/ci. 3/dot — man — pen — ten — tse. 5/furar. 11/competência.

MĂşsica “Oh! Minas Geraisâ€? exaltava navio, e nĂŁo o Estado brasileiro

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Fonte: BLOG DO CURIOSO Linha direta em revista

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Artigo do leitor

QUEM CONTA UM CONTO, AUMENTA UM PONTO

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rabalhava como telefonista! Tinha um filho pequeno e morava longe. Tinha que deixar meu filho na casa de minha mãe para ir trabalhar. A vida era muito corrida. Para ir à casa de minha mãe tomava um ônibus. De lá, tomava o trem para chegar até a estação Luz! Naquele tempo, não tinha metrô! Eu tinha que andar da Luz até a Sete de Abril! Era uma correria! Um dia, ao sair de casa para fazer toda essa trajetória, percebi algo errado! Quando entrei no trem,

correndo como sempre, reparei que estava de chinelas havaianas, pois havia passado a manhã inteira lavando roupas e quintal! Que desespero! Mas, sempre deixei um pouquinho no banco! Quem tem filho pequeno nunca sabe quando a emergência vai surgir, comprei uma sapatilha e rumei para meu trabalho. Estava já no meu posto e, entre uma ligação e outra, sempre dava tempo para conversas paralelas! Contei o fato para a minha colega do lado! Rimos e ainda mostrei a ela, toda orgulhosa do meu feito, a minha sapatilha nova! No horário de lanche, que era de quinze minutos, havia a troca de pessoal, e lá fui eu para o meu lanche, três horas depois de ter entrado! Quando voltei, já estava em outro posto com outra companheira que, depois de algum tempo, veio com uma história que me deixou de boca aberta! Dizia ela que as telefonistas estavam tão loucas que vinham trabalhar de chinelas havaianas de tan-

to que corriam para não perder o emprego! Que isso já estava virando neurose! E que se ela conhecesse essa pobrezinha iria lhe dizer que a vida não era só Telesp! Olhei para ela e disse: “pois é, minha amiga, está falando com sua louca companheira de trabalho, só que graças a esse esquecimento de vir com os chinelos de lavar roupas, eu ganhei sapatos novos e estou muito feliz da minha vida com eles! Quanto a ser louca pelo trabalho você está enganada, eu gosto do meu trabalho é que, na correria com filho, condução e, principalmente, responsabilidades, às vezes a mente cansa e nos prega uma peça dessas”. Quando for criticar uma situação a gente tem que conhecer de verdade a história, para não cometer erros que possam magoar as pessoas do seu convívio! Aumentaram tanto a história que esqueceram dos meus sapatos novos e da minha alegria em saber que eu pude me apresentar dignamente e no horário, cumprindo mais um dia da minha jornada! Zilda Coelho

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