Revista Em Cena nº 18

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EM

CENA

Ano XIV - Número 18 Janeiro/Fevereiro 2011

QUALIDADE EM SAÚDE Aprovação da Emenda 29, investimentos em educação e cumprimento das normas de saúde e segurança pelos estabelecimentos de saúde são requisitos fundamentais para a garantia de um serviço eficiente na área da saúde no Brasil



índice

janeiro/fevereiro 2011

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EDITORIAL CARTA DO LEITOR ESPECIAL Saúde no Brasil

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SAÚDE/BEM-ESTAR Arvorismo

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SAÚDE/COMPORTAMENTO Animais exóticos

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ECONOMIA Planejamento financeiro

20

NUTRIÇÃO Cozinhar em casa

22

MODA Moda inclusiva

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BELEZA Transformação

25

ATUALIDADE Violência na mídia

26

DICA CULTURAL Comédia stand-up

28

TURISMO Americana

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PERSONAGEM DA SAÚDE Juliana Ferreira de Araújo

32

ENCARTE SINSAÚDE Oficina Sinsaúde de Arte, Esporte e Cultura

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FATOS E FOTOS Itapira janeiro/fevereiro 2011 - EM CENA - 3


editorial

Profissionais da saúde se posicionam contrários à CPMF e abrem campanha em prol da Emenda 29 O Estado de São Paulo possui mais de 600 mil profissionais na área da saúde, dos quais 330 mil, ou seja, 55% são oriundos das redes particular e filantrópica, que são representados pela Federação Paulista dos Trabalhadores da Saúde e perto de 40 mil pelo Sinsaúde Campinas e Região. A entidade congrega as entidades sindicais representativas dos trabalhadores do setor de maior importância para a população brasileira; os que são responsáveis pelos cuidados com a saúde. Uma das batalhas mais antigas travadas pela Federação, em nome dos sindicatos e dos trabalhadores representados, é pelo aumento dos recursos destinados à área da saúde. E não sem razão. Esta esfera de serviço é responsável pelo bem maior de cada cidadão, que é a sua saúde, sem a qual ninguém conseguiria se manter produtivo e com condições de se responsabilizar pelo sustento de suas famílias e pelos compromissos assumidos perante a sociedade. Por outro lado, sabemos que os estabelecimentos de saúde carecem de recursos para acompanhar os avanços exigidos para fazer frente às novas tecnologias e à manutenção da estrutura física necessária para servir com qualidade a população. Por ser uma área que exige constantes investimentos e que diariamente está exposta à avaliação dos usuários, a saúde nem sempre recebe a atenção que merece e que é exigida pelos governantes. Sempre aparece com muito destaque nas campanhas eleitorais, sendo rapidamente esquecida na prática do dia a dia. Vamos nos focar num exemplo que tem merecido a atenção e a revolta da sociedade: a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o imposto do cheque que reaparece como Contribuição Social para a Saúde, a CSS. Durante o processo eleitoral encerrado em outubro último com a eleição da presidente Dilma Rousseff, tanto ela quanto os demais candidatos se posicionaram contrários à criação de mais um imposto. Bastou a eleição acabar e imediatamente a nova presidente deu declarações, justificando o

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retorno do debate sobre a aprovação da CSS. De acordo com ela, o debate se justifica pela dificuldade que haveria de ratificar uma outra proposta que desde o ano 2000 é alvo de discussões no Congresso Nacional: a regulamentação da Emenda 29. Ela amarra percentuais de receita a serem respeitados pelos diferentes níveis de governo e, ainda que não crie receitas novas, redefine responsabilidades. E o seu foco principal é exatamente a União, que desde 1999 simplesmente reajusta os investimentos no setor pelo percentual de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto os municípios já são obrigados, desde 2000, a investir 15% das suas receitas na área da saúde e os Estados, 12%. Pela Emenda 29, a União deve destinar 10% dos seus recursos para a saúde do brasileiro. O assunto, por sua importância, há mais de uma década é alvo do debate dos trabalhadores da saúde, que se posicionam contrários à aprovação de mais um imposto no País e defendem, de forma firme, a aprovação da Emenda 29. Entendem os profissionais da saúde que o setor não pode ficar à mercê da vontade política de quem quer que esteja no poder e a regulamentação de percentuais a serem destinados ao setor resguarda a saúde de interesses individuais em detrimento do coletivo. A Contribuição Social da Saúde (CSS) já foi rechaçada pela população brasileira desde que foi criada em 1993 como IPMF e reimplantada com o novo formato em 1996 como CPMF. Os recursos da contribuição deveriam ser usados para erradicar a dengue; reduzir a incidência de malária para 100 mil casos/ano; cortar pela metade a taxa de mortalidade infantil, que era de 41 óbitos por 1.000 nascidos vivos; e elevar o valor pago pelo SUS por consulta ambulatorial. Nenhum destes objetivos foi cumprido e os recursos que deveriam ir para a saúde ganharam novas aplicações. Por estas e por outras, os trabalhadores da saúde vão lançar uma campanha em nível estadual pela aprovação da Emenda 29, que dá garantia de investimentos para o setor. No mais, consideramos uma traição política aos cidadãos o retorno da CPMF ou CSS. Os brasileiros não merecem isso e vão cobrar de quem ousar defender a sua aprovação. Edison Laércio de Oliveira Presidente


expediente - carta do leitor

“Parabenizo a equipe de

“Muito interessante o tema abordado

Comunicação pela diversidade

sobre o meio ambiente, na revista Em

de assuntos abordados na

Cena nº 17, principalmente em se

última edição da revista Em

tratando de sustentabilidade, sendo

Cena. São temas que versam

que a área da saúde está incluída

sobre cultura, lazer, moda,

neste contexto. Quando falamos

atualidade, desenvolvimento

de meio ambiente já não dá mais

profissional e turismo. Destaco

para deixar de fora a área da saúde,

a matéria sobre o Ano

principalmente porque produzimos

Internacional da Biodiversidade e com ela a importância em refletir sobre o conceito de sustentabilidade. Conceito este que deve estar pautado nas ações gestoras das instituições de saúde, pois se por um lado é fundamental prezar pela excelência na qualidade do atendimento humanizado, por outro, gerenciar o resíduo dos serviços de saúde, minimizando a sua produção e oferecendo um destino correto a este, a fim de proteger os recursos minerais, fazem parte de um planejamento sustentável que busca, acima de tudo, o bem-estar tanto do cliente como da sociedade e, consequentemente, a manutenção da nossa biodiversidade.” - Cássia R. A. P. Bueno - Recursos Humanos do Hospital Irmãos Penteado/Santa Casa de Campinas - Campinas/SP

o lixo hospitalar, que deve ter um gerenciamento adequado para proteger a saúde dos colaboradores e o meio ambiente com o destino correto.” - Luiz Antonio Mattos, técnico em Segurança do Trabalho

“Gostaria de parabenizar toda a equipe da revista Em Cena pela matéria sobre vinhos, pois conta a história desta bebida que é uma tradição não só nas cidades gaúchas, mas também nas cidades paulistas, sendo apreciada nos quatro cantos do mundo. Além disso, as pessoas podem conhecer a origem do vinho, que é uma tradição milenar, inventada a 800 a.C.” - Sueli Fernandes, recepcionista Campinas/SP

da Fundação Municipal de Ensino Superior de Marília - Marília/SP “Sou leitora assídua da revista Em Cena e quero parabenizar a equipe que a produz por trazer matérias tão especiais, com leitura e visual leves. A matéria de moda está bastante interessante, pois mostra que as mulheres acima do peso também têm bom gosto para se vestir e desfilar nas passarelas, basta saber o que e como usar. Parabéns!” Marisa Begossi - cabeleireira - Campinas/SP

Sua opinião ou sugestão é muito importante! Correspondências para esta seção: Por e-mail: srodrigues@sinsaude.org.br ou domma@domma.com.br Por carta: Rua Duque de Caxias, 368, Centro, CEP 13015-310 – Campinas/SP

EXPEDIENTE Esta é uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde) Site: www.sinsaude.org.br E-mail: sinsaude@sinsaude.org.br Presidente: Edison Laércio de Oliveira Diretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento

Redação e criação: DOMMA Comunicação Integrada Editora responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114) Redação: Andressa Vilela (Mtb 57.810), Daniella Almeida (Mtb 4.352), Mariana Dorigatti (Mtb 60.431), Sirlene Nogueira e Vera Bison (Mtb 12.391) Projeto gráfico: Javé Capa e editoração: Felipe Teixeira Fotografia: Ari Ferreira Tiragem: 22 mil exemplares

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Saúde no Brasil e as tendências para os próximos anos P

rimeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff assume o comando do Brasil, mas terá diante de si imensos desafios, retomando uma antiga discussão: a melhoria da saúde no Brasil. A questão crucial é dispor dos recursos financeiros para custear os meios necessários para atender satisfatoriamente a uma demanda de pacientes que não para de crescer. Ao todo, são 140 milhões de brasileiros que dependem unicamente do Sis-

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tema Único de Saúde (SUS), que ainda sobrevive com insuficiência de recursos. Essa fragilidade do sistema público de saúde está representada nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou que nos últimos quatro anos, 11.214 leitos para internação foram desativados no País, ficando abaixo do padrão recomendado pelo Ministério da Saúde. A taxa é de 2,3 leitos por mil habitantes, que caiu pela primeira vez desde 1998.


saúde, Alexandre Padilha, ao ser convidado para o cargo, recebeu de Dilma Rousseff o pedido de implantar melhorias no atendimento à saúde da mulher e da criança e um trabalho que garanta a gratuidade dos medicamentos para diabéticos e hipertensos, o que custará aos cofres públicos investimentos da ordem de R$ 400 milhões anuais. Complementando sua tarefa, foi solicitado por ela um cuidado especial e prioritário para a instalação de 500 unidades de pronto-atendimento no Brasil (UPAs), além do enfrentamento ao crack e o combate à dengue. Financiamento Embora também tenha dito ser contra a criação de impostos e term inclusive, votado no Congresso a favor da derrubada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Dilma afirmou que existe uma pressão dos governos estaduais para a volta da contribuição, visto que ela arrecada cerca de R$40 bilhões por ano para a área da saúde. Nesse sentido, os governadores recém-eleitos defendem a proposta de criação da Contribuição Social de Serviços (CSS), que nada mais é do que a recriação da CPMF, que foi extinta em 2007 e agora pode abrir brecha para uma artimanha fiscal já conhecida: dar outro destino para os recursos hoje comprometidos com a saúde pública. Atualmente, a saúde precisa arrecadar R$ 51 bilhões, o que pode ser conseguido com a aprovação da Emenda 29, que é tida como fotos: divulgação

De acordo com técnicos do Ministério da Saúde, a queda do número de leitos é resultado da ampliação de outros serviços de saúde, como o ambulatorial, associado à introdução de novas tecnologias nos estabelecimentos onde há internação, reduzindo o tempo de permanência dos pacientes. Porém, a desativação de leitos, em virtude da queda de internações, está mascarando o problema da saúde pública no País, uma vez que, incessantemente, os veículos de comunicação denunciam a falta de vagas, leitos, profissionais e equipamentos em estabelecimentos de saúde de todo o Brasil. Ainda segundo dados do IBGE, o número de estabelecimentos de saúde ativos aumentou 22% no período de 2005 a 2009. Do total, cerca de 55,3% Dilma Rousseff, são públicos e 44,7% privapresidente da dos. Destes, 27,1% prestam República; algum tipo de serviço ao Alexandre Padilha, SUS. ministro da Saúde; Tendo em vista a atual sie Geraldo Alkimin, tuação da saúde no Brasil, a governador de São Paulo: desafios e nova presidente prometeu, projetos para a área ainda como candidata, gada saúde. rantir mais recursos ao setor, sem a criação de novos impostos, dedicando mais atenção para os hospitais públicos e conveniados e também para programas de saúde, como o Saúde da Família, Brasil Sorridente e Farmácia Popular. Outro ponto de destaque em sua campanha foi o compromisso de apoiar a implantação da jornada de 30 horas para os profissionais de enfermagem. Segundo o ministro da

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essencial pelo ministro da Saúde, Alexandre que atenda às necessidades da população. Padilha, e que visa assegurar os recursos míPara Oliveira, ainda é necessário que sejam nimos para o financiamento das ações e dos criadas políticas públicas voltadas para preparar serviços públicos, sendo, portanto, um comproe qualificar os profissionais da saúde, visto que misso garantido por lei de que a saúde não será eles são o alicerce para que seja construído um subfinanciada em detrimento de outras obras serviço de saúde com qualidade. “A qualificação públicas menos importantes. Ela obriga municíprofissional do funcionário resulta em um mepios, Estados e União a desemlhor atendimento que o estabelecibolsarem uma porcentagem do mento de saúde pode oferecer para orçamento para a saúde. Apesar a população”, destaca. das garantias que a Emenda 29 pode dar, a mesma está engaveSaúde no Estado tada no Congresso há mais de Em nível estadual, o médico e cinco anos. “Este seria um ato governador Geraldo Alckmin deque de fato colocaria a saúde clarou que vai dar prioridade para como prioridade no Estado”, o setor da saúde, com melhoria dos garante o secretário estadual de salários e valorização dos trabaSaúde, Giovanni Guido Cerri. lhadores da área. Novas oportuniDividem a dades de emprego mesma opidevem ser criadas nião as diretopara os profissiorias do Sinsaúnais da saúde, pois de Campinas o governador afire Região e da mou que está em Federação dos seu projeto ampliar Trabalhadores o atendimento da Saúde do médico para o inEstado de São terior, com maior Paulo, que enfoque para a prometem rede de cardioloEdison Laércio de Oliveira - presidente do Sinsaúde Campinas uma ampla gia, tratamento do e Região e da Federação da Saúde do Estado de São Paulo campanha no câncer e o atendiEstado pela mento especializaaprovação da Emenda 29, que determina investido para idosos. Campinas e Santos devem ser as mentos mínimos para cada esfera de governo. primeiras cidades a receber esta atenção. Desde 1999, o governo reajusta os investimentos Alckmin também destaca em seu programa de no setor pelo percentual de crescimento anugoverno ações na área da saúde, como ampliar o al do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto atendimento primário, o programa de saúde da os municípios já são obrigados, desde 2000, a família, o médico da unidade básica de saúde e investir 15% das suas receitas na área da saúde propõe a criação de mais Ambulatórios Médicos e os Estados, 12%. Pela Emenda 29, a União de Especialidades (AMEs). Uma das promessas também irá destinar 10% dos seus recursos para do governador é a instalação de um ambulatório a área da saúde. específico para cuidar da saúde dos profissionais Para o presidente das duas entidades, Edison que cuidam da saúde da população. “Ele assuLaércio de Oliveira, a solução para a melhoria miu este compromisso num encontro que reuniu na qualidade da saúde não se resume em arremais de 600 trabalhadores da saúde na Assemcadar mais, mas no compromisso de destinar os bleia Legislativa do Estado”, destaca Edison de recursos existentes para implantar um serviço Oliveira.

“A qualificação profissional do funcionário resulta em um melhor atendimento que o estabelecimento de saúde pode oferecer para a população.”

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Novo secretário estadual da Saúde defende Emenda 29 Em entrevista exclusiva para a revista Em Cena, o secretário estadual da Saúde, Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri, posiciona-se contra a recriação da CPMF e favorável à implantação da Emenda 29, além de esclarecer sobre a oferta de equipamentos hospitalares para a população. Em Cena: Em sua opinião, quais são as principais metas a atingir na área da saúde no Estado de São Paulo? E no Brasil?

Em Cena: Qual a sua opinião em relação à reedição da CPMF, agora denominada CSS? Givanni Guido Cerri: A saúde é prioridade, portanto deve ser contemplada no orçamento da União, dos Estados e municípios. Sou contra a necessidade de criar um imposto para contemplar o que é essencial. Em Cena: CSS e Emenda 29; para qual iria o seu voto? Por quê?

Givanni Guido Cerri: É fundamental a organização do sistema de referenciamento e para isto é importante um bom entendimento entre Estados e municípios nas ações de saúde. Também deve-se dar especial atenção, além da questão do álcool e drogas, ao atendimento do câncer em regiões nas quais não existe infraestrutura adequada; atenção especial aos programas de saúde mental e do idoso; reforçar a estrutura dos hospitais universitários e ações de saúde que envolvam educação no combate à dengue e prevenção de doenças. A participação da sociedade, e em particular das entidades médicas, é de extrema importância para implementar programas de saúde que sejam eficazes e possam transformar a qualidade de atendimento. A humanização merecerá programas específicos, voltados a todos os níveis de atendimento. A boa gestão dos recursos existentes é uma obrigação e a capacitação dos gestores é uma necessidade do sistema. Em Cena: Pesquisa recente do IBGE mostra redução significativa dos leitos hospitalares que estão bem abaixo do preconizado pela OMS. Em sua opinião a que se deve esta redução? Ela é prejudicial à população? Givanni Guido Cerri: É importante ressaltar que a distribuição de leitos varia de região para região do País e também dentro do Estado, assim esta questão não pode ser analisada pelos números totais e sim levando-se em conta as características regionais. De outro lado, temos que considerar a tendência menor de hospitalização na saúde com o incremento dos atendimentos ambulatoriais.

Givanni Guido Cerri: Sou a favor da aprovação da Emenda 29. Este seria um ato que de fato colocaria a saúde como prioridade no Estado. Em Cena: O Brasil carece de programas de saúde e segurança voltados para os trabalhadores que atuam nessa área. Durante a campanha eleitoral, o governador Geraldo Alckmin se comprometeu com a instalação do Ambulatório do Trabalhador da Saúde, cujo objetivo é monitorar as doenças ocupacionais da área e criar políticas específicas. Como vai funcionar? Givanni Guido Cerri: O projeto está em avaliação pelas equipes técnicas para detalhamento e posterior implantação.

“Sou contra a necessidade de criar um imposto para contemplar o que é essencial.” Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri - secretário de Saúde do Estado de São Paulo

Em Cena: Em sua proposta de governo, Geraldo Alckmin garantiu que vai aumentar o número de leitos oferecidos pelo SUS. Isto significa que serão construídos novos hospitais ou o Estado pretende contratar das redes particular e filantrópica? Givanni Guido Cerri: A política do governo do Estado prevê a completa ativação de centros já construídos e o direcionamento dos investimentos conforme as necessidades regionais.

Em Cena: Qual a sua orientação para a área da saúde mental? Givanni Guido Cerri: A SES deve dar maior atenção à Saúde mental. Diversas regiões do Estado de São Paulo têm carência deste tipo de programa e, por isso, haverá um aumento e melhor distribuição dos ambulatórios especializados. Em Cena: A pesquisa do IBGE aponta que a oferta de equipamentos hospitalares de tecnologia mais avançada aumentou no País, porém, com excessos no setor privado e escassez para os pacientes do SUS. Como garantir mais acesso da população aos serviços prestados por estes equipamentos?

Givanni Guido Cerri: Existem várias ações para isto, além, é claro, dos investimentos necessários por parte do Estado em seus centros de atendimento. Uma alternativa é a troca de impostos por serviços. O funcionamento é bem simples: o Estado abre mão de parte dos impostos na aquisição de equipamentos hospitalares e os centros beneficiados oferecem ao SUS o mesmo montante em forma de exames/atendimentos. Outra alternativa é o investimento na produção nacional de equipamentos hospitalares/médicos, barateando o custo do investimento e facilitando a aquisição. O governo deve incentivar a criação de pólos de desenvolvimento tecnológico, unindo centros de pesquisa (universidades, institutos, etc.) e indústria nacional, para atender às necessidades da população em saúde.

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Segurança na área da saúde

A melhoria no sistema de saúde do Brasil depende de salários dignos, aperfeiçoamento profissional e cumprimento das normas de segurança

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m meio a muitas especulações, opiniões e críticas, a sociedade e os órgãos de imprensa debatem sobre uma questão: a auxiliar de enfermagem que injetou vaselina ao invés de soro fisiológico na menina Stephanie Teixeira, causando sua morte, teve culpa ou não? Ou o caso da menor Mariana, morta após receber oxigênio via endovenosa e recentemente, o caso da bebê Tiffany, que teve uma porção da falange amputada durante a retirada de uma atadura. Em qualquer dos casos, no centro das atenções e das acusações estão os profissionais de enfermagem. Enquanto os holofotes ficam voltados para os fatos em particular, dados importantes da história não são levados em consideração. “Se servirem como ponto de partida para um debate maior, envolvendo as condições de trabalho existentes nos hospitais brasileiros e as mudanças necessárias para a melhoria do sistema de saúde vigente, esses acidentes, que abalaram a sociedade, levarão as pessoas a descobrir que não basta definir os profissionais envolvidos como culpadados ou inocentes para que casos como esses não voltem a acontecer. Na verdade, todos verão que é preciso repensar a saúde brasileira como um todo”, aponta o presidente do Sinsaúde Campinas e Região e da Federação Paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira. O médico especializado em saúde pública e co-gerente do Hospital Ouro Verde, em Campinas, Gilberto Luiz Scarazatti, concorda e avalia que o erro no caso da garota Stephanie ocorreu devido a um problema estrutural. “A rotulagem semelhante de produtos e de medicamentos já gerou muitas vítimas fatais e criou muitas sequelas indesejáveis para os usuários de serviços”, destaca. E o caso que ocorreu no Hospital São Luiz Gonzaga, na cidade de São Paulo, faz parte deste cenário que, infelizmente, ainda permeia os hospitais brasileiros. Prova disso pode ser conferida nos conselhos de classe que recebem, de forma rotineira, denúncias de erros cometidos por profissionais Gilberto Luiz Scarazzati Co-gerente do Hospital da área da saúde. “Os trabalhadores da saúde são Ouro Verde

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profissionais dedicados e que diariamente “Considerando os fatos publicamente aslutam, em condições estruturais que, na sumidos pela profissional, que confessou o maioria da vezes não são adequadas, para erro, e pela instituição que admitiu a falha, oferecer o melhor para os pacientes. Mas consideramos que o erro pode ser explicaeles são humanos e passíveis de erro; no do por este e diversos outros fatores, como entanto, se forem corrigidos os problemas condições de trabalho, sobrecarga operaestruturais e investidos recursos na qualicional, péssima formação que hoje temos, ficação dos profissionais que entre outros”, afirma ele. atuam no setor, é patente que teríamos índices muito mais Investimentos em favoráveis”, reflete Edison. segurança Sem menosprezar a Outra questão estruresponsabilidade que cabe tural que merece maior aos profissionais que atuaram atenção das autoridades nos casos, Scarazatti consideda área, bem como dos ra que as responsabilidades empresários do setor de são mais organizacionais e saúde é o cumprimento institucionais do que dos da legislação que define os Edison Laércio de Oliveira indivíduos que finalizaram procedimentos técnicos Presidente do Sinsaúde e da o ato imprudentemente. A e comportamentais, que Federação da Saúde questão do erro está além da devem ser observados individualidade profissional e, sem que para garantir maior segurança no ambiente seja proposta a absolvição por completo da hospitalar, tanto para os profissionais que auxiliar, a dose e a qualidade da sentença atuam na área, quanto para os pacientes. devem combinar a alta responsabilidade Quando o assunto é saúde e seguraninstitucional com a imprudência. “Se as ça no trabalho, o Governo Federal, por punições recaírem sobre o profissional que meio do Ministério do Trabalho, adota finalizou o procedimento com imprudênnormas que regem administrativamente cia, estaremos permitindo a continuidade as empresas em geral, tanto do setor de do risco e, salvo melhor juízo, as sentenças serviços, comércio e indústria. Os setores têm objetivos preventivos e punitivos, de maior importância possuem regras exatamente nesta ordem de grandeza”, específicas, aprovadas com o objetivo de sentencia Edison. evitar acidentes no ambiente de trabalho. A área da saúde, salvo melhor juízo, Identificação de medicamentos deveria ser o primeiro setor a ser contemE se a prioridade é de prevenir que fatos plado com uma legislação específica, mas lamentáveis como o da garota Stephanie como costuma ser visto pelos políticos a não voltem a acontecer, os estabelecimencada quatro anos, isso só foi acontecer em tos de saúde precisam priorizar a oferta de 2005 com a edição da Norma Regulacondições físicas adequadas para que os mentadora nº 32 (NR-32). profissionais possam realizar seu trabalho. A NR-32 estabelece os requisitos Conforme mostrado pelos jornais e redes mínimos e as diretrizes básicas para que de televisão no caso em pauta, os frascos sejam implantadas medidas de proteção dos dois medicamentos eram exatamente para os profissionais da área de saúde, iguais, sendo que o frasco com vaselina se que trabalham em hospitais, clínicas, encontrava no mesmo lugar onde normal- laboratórios e serviços médicos ocupaciomente eram guardados os frascos de soro. nais existentes dentro das empresas. Ela O presidente do Coren-SP, Cláudio abrange os diferentes tipos de risco a que Porto, atribui a fatalidade a uma série de estes trabalhadores estão expostos, como fatores que contribuíram para a ocorrência. riscos biológicos, químicos e radiações

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especial - saúde no brasil

ionizantes, entre outros. desvio de função e condições inseguras no exercício A norma foi criada a partir de sugestões apresendo trabalho são aspectos abordados pelos trabalhadotadas pelos sindicatos e pela Federação Paulista da res como os que têm grande peso nas ocorrências de Saúde, visando garantir a integridade física e psíquica erros. A falta de investimento por parte dos hospitais do trabalhador no ambiente de trabalho. “As determie do governo é visível e pode ser observada tanto na nações da NR-32 foram estudadas para remuneração como no reduzido quadro que o trabalhador exerça suas funções de funcionários das instituições. com segurança. Isto é bom tanto para “Com a eterna desculpa de crise o profissional quanto para a populafinanceira, por causa dos baixos valores ção”, explica o sindicalista Edison de pagos pelo governo para os procedimenOliveira. tos médicos e hospitalares, prorroga-se a Ciente da sempre difícil situação tão necessária evolução salarial reivindifinanceira dos hospitais, o Ministério cada pelos trabalhadores”, conta Edison do Trabalho, ao publicar a norma, teve de Oliveira. Segundo ele, os hospitais, o cuidado de estabelecer um prazo tanto públicos quanto filantrópicos de dois anos para a sua observância. e particulares não oferecem salários Luciana Arakaki Prazo vencido em 2007, mas como já é condizentes com a responsabilidade dos Técnica de enfermagem comum no Brasil, governo e empresácargos. rios fizeram vistas grossas à norma e até A média salarial de um auxiliar de enhoje não foi cumprida. fermagem no Estado de São Paulo é de R$ 1.000,00, “A observância da norma evitaria muitos acidentes insuficientes para que o profissional se mantenha que afastam por meses e até anos os trabalhadores das atualizado. Outro agravante é que ganhando pouco, empresas e também acidentes fatais como são normal- os trabalhadores tendem a procurar mais um emprego. mente registrados”, afirma Pedro Tolentino, secretário- “Quando conquistamos a jornada especial de trabalho, geral do Sinsaúde Campinas e Região e integrante da que garante 36 horas semanais para a categoria, queríComissão Tripartite Permanente Nacional (CTPN), amos garantir tempo para o descanso e para o aperfeiligada ao Ministério do Trabalho. çoamento profissional. Mas parece que no Brasil até o Na tentativa de não permitir que a NR-32 se torne governo anda na contramão da história, pois nada faz letra morta, sindicatos da saúde junto com a Federação para contribuir com estas mudanças”, acusa Edison. Paulista da Saúde iniciaram uma campanha que vai A falta de investimento acarreta outros problemas, envolver todos os órgãos ligados às áreas da saúde e do como o desvio de função por parte dos profissionais. trabalho, visando o integral cumpri“Infelizmente, é frequente o trabalhador mento da NR-32. A campanha prevê ser contratado como auxiliar e ter que a fiscalização e autuação dos estabelecidesempenhar a função de técnico, por mentos que não observarem as normas exemplo, pela falta de profissionais ou de saúde e segurança. “Vamos insistir, para o hospital pagar menos por um proporque sabemos o quanto esta norma fissional que faça mais do que é permié importante para a saúde dos trabatido por lei”, diz Edison, referindo-se à lhadores e da população”, completa Lei nº 7.498 e ao Decreto nº 94.406/87, Tolentino. que regulamentam as funções de auxiliares, técnicos e enfermeiros (ver quadro). Salários x sobrecarga de trabalho Com intuito de melhorar as condiPedro Alberto Tolentino Segundo o Instituto Brasileiro de ções de salário e trabalho, as entidades Secretário-geral do Sinsaúde Geografia e Estatística (IBGE) existem que representam os trabalhadores lutam no Estado de São Paulo 14.215 estapara mudar esta realidade. Atualmente, belecimentos de saúde, nos quais trabalham 110.595 dois projetos de lei (PL) importantes tramitam no auxiliares de enfermagem, 54.717 técnicos de enferCongresso, sendo que um deles propõe a diminuição magem e 41.140 enfermeiros. da carga horária de trabalho de 36 para 30 horas semaA questão salarial, aliada à sobrecarga de trabalho, nais (PL 2.295/2000).

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A diretoria do Sinsaúde Campinas e Região foi pioneira no Brasil na discussão e conquista da jornada especial de trabalho para trabalhadores da saúde e se manifestou junto ao Congresso Nacional favorável ao Projeto nº 2.295 desde quando ele foi proposto, em 2000, pelo senador Lúcio Alcântara (PSDB/CE). Outro projeto, que define o piso salarial da categoria (PL 4.924/2009), propõe os valores de R$ 4.650,00 para enfermeiros, R$ 2.325,00 aos técnicos e R$ 1.860,00 para os auxiliares de enfermagem. Na visão de Luciana Arakaki, técnica de enfermagem da Casa de Saúde Campinas e que lida diariamente com os recipientes de medicamentos, a padronização das embalagens facilitaria muito o trabalho dos profissionais da saúde e evitaria TÉCNICO DE ENFERMAGEM LEI Nº 7.498, de 25 de junho de 1986 Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente: a) participar da programação da assistência de enfermagem; b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único, do Art. 11, desta Lei; c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar; d) participar da equipe de saúde. DECRETO 94.406/87 Art. 10. O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe: I - assistir ao Enfermeiro: a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem; b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave; c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica; d) na prevenção e no controle sistemático da infecção hospitalar; e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde; f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do item II do art. 8º (participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco); II - executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do enfermeiro; III - integrar a equipe de saúde.

fatalidades como a ocorrida em São Paulo. “Seria ótimo para todos. A identificação por cores, por exemplo, sempre funciona”, explica. Para Romilda Knasel Vorpagel, gerente de Enfermagem da Casa de Saúde Campinas, a aprovação desses projetos terá o poder de transformar a área da saúde. Ela destaca que o profissional tem amor à profissão. “Essa profissional acusada pela Frascos idênticos morte da garota não fez usados para guardar um curso para matar, soro e vaselina no Hospital São Luiz mas sim para curar. EnGonzaga tão, a sociedade não tem que puni-la, pois o erro dela foi um caso que veio à tona e está servindo de lição para os outros trabalhadores da categoria. Infelizmente, tem que acontecer para haver mudança e a maior punição que a profissional poderia receber já está sendo feita pela própria culpa que ela carrega.” AUXILIAR DE ENFERMAGEM

LEI Nº 7.498, de 25 de junho de 1986 Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente: a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; b) executar ações de tratamento simples; c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; d) participar da equipe de saúde. DECRETO 94.406/87 Art. 11. O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe: I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos; II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação; III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais como: a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral; b) realizar controle hídrico; c) fazer curativos; d) aplicar oxigenoterapia, nebulização,

enteroclisma, enema e calor ou frio; e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas; f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis; g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico; h) colher material para exames laboratoriais; i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios; j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar; l) executar atividades de desinfecção e esterilização; IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive: a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentarse; b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependências de unidades de saúde; V - integrar a equipe de saúde; VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive: a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de enfermagem e médicas; b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de educação para a saúde; VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes; VIII - participar dos procedimentos pós-morte.

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Fotos: Eco-Venture

saúde/bem-estar - arvorismo

Arvorismo

a sensação de andar nas alturas Praticada nas copas das árvores, o arvorismo é a mais nova sensação dos amantes de esportes radicais. Também chamado de arborismo, está cada vez mais perto dos amantes do ecoturismo. Hoje é possível percorrer as copas das árvores em várias cidades do País

O

arvorismo surgiu da necessidade de pesquisadores estudarem a fauna e a flora nas copas das árvores. Para facilitar as pesquisas e ter mais praticidade, eles adotaram técnicas verticais de permanecer e transpor as copas das árvores, usando equipamentos, como apacete, corda, cadeirinha, mosquetões, roldana e luvas. Alguns chegaram, inclusive, a construir plataformas em madeira para passarem dias em cima das árvores, observando espécies. Analisando essas técnicas, esportistas da França perceberam que poderiam se tornar uma atividade de aventura e, assim, nos anos 90, Angèle Berdat Assessora de Marketing o arvorismo se despontou, proda Eco-Venture

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porcionando emoção, lazer e entretenimento para os adeptos de esportes radicais. No Brasil, a modalidade foi introduzida em 1998 e o Parque de Arvorismo da SagaTrek, em Analândia (SP), foi o pioneiro a adotá-la. Brotas (SP), considerada a capital dos esportes radicais, implantou o esporte no final de 2001. O arvorismo consiste numa montagem de trilhas, passarelas, redes, tirolesas e outras atividades suspensas por cordas e cabos de aço, colocadas de maneira estratégica nas copas das árvores para proporcionar ao participante uma boa dose de adrenalina e desafio, com muita segurança e contato com a natureza. Sem limite de idade Para praticar o arvorismo não é necessário preparo físico e não há limite de idade, pois os equipamentos de segurança se adaptam adequadamente aos tamanhos


dos praticantes. “O que precisa é gostar de desafios para sentir a adrenalina que a travessia por obstáculos proporciona. Já fizeram o percurso crianças de 2 anos até pessoas de 89”, diz Angèle Berdat, assessora de marketing da Eco-Venture, agência de turismo e assessoria em ecoturismo, especializada em esportes radicais. Há 10 anos praticando e monitorando o esporte, Angèle afirma que a segurança é uma preocupação constante no arvorismo, por isso, os praticantes têm que usar equipamentos de segurança. “Para operar o arvorismo é muito importante a atuação de profissionais capacitados, que saibam adequar segurança e preservação da natureza para haver o mínimo de impacto ambiental”, diz. Antes de iniciarem o circuito, as pessoas recebem instruções sobre o uso dos equipamentos de segurança e um instrutor as acompanha em todas as etapas. “Desde a colocação dos acessórios, travessia até a chegada ao chão novamente, tudo é supervisionado por profissionais qualificados”, diz a especialista no esporte. Hotéis aderem à adrenalina Como alternativas de lazer para os hóspedes, hotéis oferecem circuitos de arvorismo em suas dependências. O Hotel Fazenda Solar das Andorinhas, em Campinas, é um deles. Entre os obstáculos estão a pinguela maluca, a ponte napoleza, o cipó do Tarzan e a tirolesa, com quase um quilômetro de extensão. Há também a “falsa baiana”, em que o praticante pisa num cabo de aço e segura em outro em paralelo para

se deslocar de um ponto a outro, balançando no ar. Na Fazenda Belmonte, em Sousas (distrito de Campinas), além do arvorismo e da tirolesa, os visitantes têm à disposição o haras, que promove cursos de equitação, adestramento e apresentações. Aos domingos, os visitantes podem se deliciar com a típica comida caipira, servida no restaurante da fazenda. Em Amparo (SP), o Hotel Resort Canto da Floresta, no meio de extensa área verde de mata nativa com trilhas, rio com corredeiras e cachoeira, que permitem a prática de rafting, também ampliou suas atividades com ponte sobre as corredeiras com degraus em balanço e uma “falsa baiana”. A cidade de Socorro (SP) aposta nos esportes radicais e garante a presença de mais de 70 mil turistas por ano. Rica em beleza natural e localizada na encosta da Serra da Mantiqueira, a cidade oferece várias opções em atividades esportivas e o arvorismo é o mais procurado. O que vestir Os praticantes devem usar calça comprida, pois, no percurso, galhos de árvores podem arranhar as pernas; camiseta de manga e tênis; cabelos compridos devem ser presos e não usar jóias ou bijuterias. Fonte: Angèle Berdat - Eco-Venture - Campinas/SP Fone (19) 3254-7241 - e-mail: eco.ecoventure@gmail.com

Onde praticar esporte radical no Estado de São Paulo Lindóia Aventura, em Águas de Lindóia Fones (19) 3824-7822 e 0800-770 3824 site: www.lindoiaaventura.com.br Circuito de arvorismo com 20 obstáculos Outras atividades: pesca esportiva, tirolesa, paintball, cascading, rafting, rapel, voo livre e jipe trilha. Modelo Adventure, em Pinhalzinho Fones (11) 4018-4893 e 4018-4310 Circuito de arvorismo com 28 obstáculos Outras atividades: paintball, paredão de escalada, cascading, tirolesa e piscina com toboágua. Kango Jango Arvorismo, em Socorro Fone (19) 3855-7507 site: www.kangojango.com.br Circuito de arvorismo com 27 obstáculos

Outras atividades: acquaride, bóia cross, trilha e piscina aquecida. Parque dos Sonhos, em Socorro Fones (19) 3955-2870, 3895-3044 e 3895-5100 site: www.parquedossonhos.com.br Circuitos de arvorismo com 6, 11 e 19 obstáculos Outras atividades: bóia cross, acquaride, escalada, rapel, tirolesas, canyoning e pedalinho. Hotel Fazenda Solar das Andorinhas, em Campinas Fones 3213-3131 e 3757-2700 site: www.solarandorinhas.com.br Circuito de arvorismo com 28 obstáculos Outras atividades: rafting, paintball, balonismo, paredão de escalda, tirolesa e rapel.

Canto da Floresta Hotel Resort, em Amparo Fones (19) 3938-1500 e 0800-707 7050 site: www.hotelcantodafloresta.com.br Circuito de arvorismo com ‘falsa baiana’ e ponte sobre corredeiras com degraus em balanço Outras atividades: tirolesa, paredão de escalada, arco e flecha e mountain bike. Centro de Esportes Portal da Aventura, em Socorro Fone (19) 3895-2001 site: www.portalaventura.com.br Circuito de arvorismo com nove obstáculos Outras atividades: rafting, off road, jeep tour, rapel de helicóptero, rapel de pedra, voo panorâmico, cavalgada, cachoeira, canyoning e turismo rural, etc.

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saúde/comportamento - animais exóticos

Animais exóticos Eles sentem saudades, ciúmes e reclamam quando estão com fome. Estas características se enquadram perfeitamente em cães e gatos, porém os animais de estimação em questão são outros

C

ontrariando o costume popular de ter como animais de estimação cães e gatos, a cada dia pessoas de todas as classes sociais e idades se interessam por aves, roedores e outros animais exóticos. Os interesses pelos animais silvestres variam pela beleza, principalmente a das aves, que são bem coloridas, ou porque muitos deles são bem pequenos, vivem menos e dão menos trabalho. Ainda assim, estes animais precisam de cuidados diferenciados para garantir uma convivência saudável entre bichos e seres humanos. “É possível interagir com animais exóticos,

principalmente as aves do grupo dos psitacídeos, como o papagaio; os porquinhos-da-índia e os coelhos. Estes animais sentem saudades do dono, vocalizam na presença deles, reclamam quando estão com fome, sentem ciúmes e todos os mesmos comportamentos de cães”, explica a médica veterinária Mariana Pestelli. Se cães e gatos já possuem temperamento próprio, podendo realizar ações inesperadas que machuquem seus donos ou outras pessoas, com animais silvestres também é preciso atenção. “A maioria das crianças gosta de acariciar os animais, principalmente roedores. Estes animais são extremamente pequenos e, por isso, acidentes com crianças são comuns, como queda do colo e mordidas por medo”, diz Mariana. Para que a convivência com o bichinho seja saudável, a médica frisa a importância de respeitar seu espaço e seus desejos. “Qualquer animal, seja doméstico ou exótico/silvestre, é um ser vivo, com vontades próprias. Por isso, devemos respeitá-lo quando ele não quer vir no colo, não quer receber carinho, não quer sair da gaiola. Se o animal for sempre bem tratado, bem alimentado e receber carinho e manejo corretos, ele sempre será receptivo”, avalia. De acordo com a médica, interagir com os animais exóticos pode ser saudável e seguro, mas a

Cleusa Trindade e seu esquilo Titito

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primeira questão importante a ser observada pelos donos é Com um animal ainda mais diferente, Ramón Sarabia a legalidade da aquisição do animal pelo Instituto Brasileiro convive com um lagarto teiú há quatro anos. Ramón, que do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis já teve cachorros, diz que é interessante ter um réptil, mas (Ibama). faz um alerta: “Não há como comparar estes animais, uma “Todos estes animais, se comprados em lojas licenciadas vez que gatos e cães são muito mais sociáveis.” Com o nome pelo Ibama, nasceram em cativeiro e estão de Draco, o bichinho, de um metro de compriacostumados com a presença humana. O mento, gosta de tomar sol, comer ovos, carne e problema é quando o animal foi retirado da banana. natureza. Neste caso, não podemos prever “Ele vive solto no quintal por possuir comporas reações do animal, que vivia livremente e tamentos bem próximos aos do selvagem, pois, possui instintos selvagens”, explica. assim, acreditamos que sofra menos o estresse Mesmo com esses cuidados, animais, do cativeiro. A única diferença é que o alimencomo todo ser vivo, correm o risco de ficar tamos ao invés de deixá-lo caçar sozinho. Por ser doentes. Para saber se o animal está passando exótico, faz grande sucesso e agrada quem o vê, por algum problema, basta observá-lo. “Na ainda mais quando está comendo. Mas por ser maioria das vezes, animais doentes param praticamente selvagem, não é um animal dócil, Mariana Pestelli Veterinária de comer, porém apenas este sintoma não é tendo que se ter cuidado ao manejá-lo”, conta. necessariamente indicativo de doença. Diarréia, prostração, secreções nasais, auriculares Fuja do contrabando de animais e inúmeros outros sinais podem ser indicativos de doença. Nem todos os animais silvestres podem ser comercializaO mais indicado é que o proprietário visite frequentemente dos e mesmo os permitidos devem ser comprados apenas em um médico veterinário especializado em animais silvestres”, lojas autorizadas pelo Ibama. Para saber se a loja é legalizada, ressalva. Mariana dá uma dica. “Toda loja legalizada possui em algum Cleusa de Matos Trindade é uma das pessoas que se local exposto a licença. Se o cliente ficar na dúvida, o ideal é apaixonaram por animais diferentes. Ela ganhou do filho e questionar o funcionário e pedir para ver o documento, que da nora um esquilo da Mongólia em julho, uma novidade deve estar em dia”, relata. que lhe proporciona boas risadas todos os dias. “Ele é muito Para que os donos não caiam na ilegalidade, além de comengraçado, é uma paixão. Eu solto ele no sofá e ele corre de prar em lojas autorizadas, é importante saber quais animais um lado para o outro. Faz buraco não podem ser comercializados nas minhas roupas, rói tudo o que em hipótese alguma. “Tarântulas, vê”, diverte-se Cleusa. “Ele fica de iguanas, jabutis e algumas serpenpé na gaiola quando eu acordo e tes não podem ser comercializados gosta de andar no meu pescoço. Só no Estado de São Paulo. Vale resnão posso pegá-lo no colo, porque saltar que muitas pessoas possuem ele não gosta e escapa rapidinho. aves de rapina, papagaios, araras, O primeiro dia dele em casa foi o tartarugas, também de maneira mais engraçado, quando descobri ilegal. Estes animais podem ser coque ele dorme de barriga pra cima, mercializados legalmente, porém todo esparramado”, conta ela. apenas em lojas com licença do O esquilo, que ganhou o nome Ibama”, diz Mariana. de Titito, tornou-se a sensação da “Quem tem interesse por uma casa em que já havia dois cachorespécie em questão e não tem ros. Cleusa conta que o tratamencerteza sobre a comercialização da to destes animais é bem diferente. mesma, o próprio portal do Iba“O Titito é bem delicado e frágil; ma, na internet, dispõe todas as tenho que tomar cuidado até para normativas com listas de espécies abrir a gaiola, para não prender as que podem ser comercializadas, patinhas e não deixo os cachorros criadores e lojas legais”, conclui a chegarem perto”, explica. Para as médica veterinária. refeições, o esquilo gosta de cenoura, pera, maçã e, principalmente, Fonte: Mariana Pestelli - veterinRamón Sarabia e seu lagarto Draco sementes de girassol. rio@petcentermarginal.com.br janeiro/fevereiro 2011 - EM CENA - 17


economia - planejamento financeiro

Planejar

torna reais os seus desejos Organizar as contas e emagrecer. Estas são algumas das promessas feitas todo início de ano. O que elas têm em comum? A necessidade de planejamento

Q

uem nunca fez promessas a si mesmo de que iria mudar algo em sua vida e depois não conseguiu cumprir? O início do ano é a principal época em que se fazem promessas, mas muitas delas não são cumpridas, pouco tempo depois de serem feitas. Especialista em planejamento, Fabrício Pessato Ferreira, economista e professor de Finanças, da Véris Faculdades, de Campinas, explica que as pessoas desistem de seus objetivos por falta de planejamento. “A palavra-chave para conquistar os objetivos é moderação. Podemos fazer uma comparação interessante do controle das finanças com o controle de peso. Da mesma forma que você não pode ser radical e dizer que a partir de hoje só vai comer alimentos saudáveis ou então que vai perder 10 quilos em uma semana e não adianta afirmar que nunca mais vai gastar com coisas supérfluas ou que vai pagar de uma vez uma dívida de R$ 2 mil. Ser radical faz com que você se boicote e não leva a lugar algum”, afirma o professor. De acordo com Fabrício, é melhor cuidar desses fatores todos os dias para não ter que correr atrás do prejuízo depois.

Fabrício Pessato Ferreira Economista

Visualize o que consome Por haver uma aversão nas

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pessoas em usar a matemática, elas desistem de seus projetos por não fazer um planejamento. “As pessoas em geral não gostam de matemática e por isso acabam se perdendo em suas finanças e compromissos”, avalia ele. Com uma planilha simples, o planejamento possibilita, já no primeiro momento, visualizar onde estão os problemas. Isto é, no caso do dinheiro, por exemplo, onde ele está sendo gasto e o que é possível cortar. O segundo passo é traçar metas, sejam para adquirir algo ou se livrar das dívidas. “O difícil é começar, depois fica mais fácil. O primeiro passo é fazer uma lista com todos os gastos. Alguns são fixos, ou seja, você já sabe em que vai gastar, como aluguel, parcela do carro, etc. Feito isso, observar o que poderia ser reduzido. Por exemplo, para o lazer, ao invés de sair toda semana, sair uma sim e outra não. Procurar programas gratuitos, de preferência deixar tudo esquematizado para o fim de semana. De última


hora, você não acha nada e caba indo em lugares que estava acostumado”, aponta Fabrício. Com a lista em mãos e visualizadas as possibilidades de gastos, outra ação interessante é marcar, por pelo menos uma semana, todos os gastos pequenos, sem exceção. “Não precisa fazer isso por muito tempo, uma semana é o suficiente para ter noção de como gastamos sem necessidade. As compras pequenas, como um salgado na padaria, fazem uma grande diferença no final, pois são nas pequenas coisas, aquelas que não prestamos atenção, que acabamos gastando mais. Quando você visualiza isso, começa a se controlar”, explica. Utilizando essa lógica, o mesmo vale para a perda de peso. Anotando tudo o que é consumido, é possível ver com clareza a quantidade de alimentos desnecessários consumidos e perceber que é preciso mudar os hábitos. Planejar ajuda a enxugar Para quem tem dívidas, o melhor a fazer é se planejar para pagá-las aos poucos, todos os meses, incluindo a parcela desta dívida nas contas do mês. Como explica o economista, utilizar o cartão de crédito e o cheque especial são as piores situações, portanto o ideal é fugir deles. No cartão de crédito, os juros são de 12% ao mês. No cheque especial, são de 8%. “Existe um tipo de crédito pouco divulgado pelos bancos, que é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e que

está em cerca de 3,5% ao mês. Portanto, quem tem dívidas, vale mais a pena tomar o empréstimo do CDC, quitar esta dívida e se programar para pagar mensalmente o crédito que você tomou”, conta o especialista. “Por exemplo, quem tem uma dívida de R$ 2 mil no cheque especial, com os juros de 8%, em um ano terá uma dívida de R$ 5.036,34. Já, se pegar estes R$ 2 mil no CDC, em um período de 12 meses, com juros a 3,5%, vai pagar no final R$ 3.022,14. Separando mensalmente a quantia de R$ 251,85, no final do período terá o dinheiro para quitar a dívida”, ressalta Fabrício. O que isso tem a ver com o emagrecimento? Tudo. O professor é um exemplo de que o planejamento ajuda até mesmo na perda de peso. “Emagreci 20 quilos em cerca de 18 meses, usando o planejamento e utilizando a mesma regra para quem quer economizar: ser moderado e não ser radical. Sabia que não era em um mês que iria perder peso. Passei a fazer um controle de calorias e reduzir a alimentação aos poucos todos os meses. E, claro, fiz exercícios físicos”, conta ele. Aproveite o planejamento e tenha mais lazer Quem nunca ouviu a expressão “Tempo é dinheiro”? Na busca pelo dinheiro, com a rotina atribulada do trabalho, o tempo para realizar outras atividades acaba ficando de lado e, quando se percebe, vários dias se passaram entre a decisão de realizar outras tarefas e a realidade de não ter conseguido executar nem a metade. O corpo também é sacrificado pelas rotinas atribuladas de pessoas sem tempo para malhar ou que optam por comprar comidas baratas e rápidas. Por isso, aproveite o planejamento e conquiste mais tempo para lazer, atividades físicas, ficar com a família, etc. Abaixo, algumas dicas de como fazer planejamento de tempo: Liste as tarefas. Estabeleça as prioridades. Estipule o tempo para cada tarefa. Determine sua hora de descanso. Leve consigo sua lista. Fonte: Fabrício Pessato Ferreira - fabricio.ferreira@veris.edu.br Quer saber mais? Monte sua tabela financeira, elaborada pelo economista Fabrício Pessato Ferreira, no site do Sinsaúde www. sinsaude.org.br.

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nutrição - gastronomia

Mãos à obra na cozinha

Cozinhar bem pode ser uma atividade prazerosa, desde que aprendida com diversão e executada com tranquilidade

S Larissa Pedretti Chef de cozinha

e há 50 anos saber cozinhar era a principal qualidade de uma mulher que queria se casar e, portanto, passada de mãe para filha, hoje esta habilidade é deixada de lado. Seja pela mudança de interesses, entrada no mercado de trabalho, acúmulo de tarefas, falta de tempo ou pela libertação da mulher dos serviços domésticos, o fato é que cozinhar não está entre as prioridades femininas. Com a mudança, homens estão aprendendo a cozinhar, mulheres procuram aprender depois de adultas e existem até aulas para crianças, a fim de que a atividade seja algo natural e prazeroso. Para a chef de cozinha Larissa Pedretti essa falta de afinidade com a

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cozinha pode ser superada, quebrando alguns paradigmas. “Em primeiro lugar, as pessoas precisam tirar a ideia de que jogar fora é proibido e perder o medo de errar. Somos seres humanos e passíveis de erro. Com a comida não é diferente. Se algo não der certo, podemos tentar aproveitar o alimento de alguma forma, mas se não tiver o que fazer, o jeito é jogar fora e começar de novo”, explica ela. “Isso acontece até com chefs experientes. Uma professora de culinária fez uma pasta americana e teve que jogar tudo fora. Depois ela descobriu que um dos ingredientes não estava adequado”, conta Larissa. A experiência vem com a prática e, assim como em outras atividades, para cozinhar bem é preciso treino, além de aumentar a dificuldade gradualmente. Segundo ela, é importante que se comece por prato mais simples. “As pessoas tendem a achar que


Receita para ensinar as crianças: salada Nega Maluca com farofa • Alface roxa • Tomate cortado em tiras • Cenoura ralada • 100 g de farofa já temperada a gosto • Azeitonas pretas • Ervilhas

Montagem: Num prato raso, espalhe a farofa em círculo para formar o rosto. Na parte de cima, coloque toda a alface (lavada e rasgada com as mãos), misturada com a

cenoura ralada para formar o cabelo. Posicione a tira de tomate como se fosse a boca e as azeitonas, os olhos. Com as ervilhas, forme os brincos e um colar de pérolas, como mostra a foto ao lado.

simples de execução é sem graça, o que não é deixá-la pôr a mão na massa para ver como se interessam. verdade. Fácil não significa que seja arroz e feijão; É importante perder o medo de deixar a criança entrar na pode ser uma crepe ou uma omelete, por exemcozinha e sujar. Se cair alguma coisa no chão, no fogão, é plo. Aliás, tem muita coisa complicada de fazer e só limpar depois”, dá a dica. sem sabor por aí”, pondera a chef. Outro ponto importante é ensinar as crianças em um O perfil dos adultos que mais procuram momento de lazer e não na hora do jantar, por exemplo, aprender a cozinhar são aqueles que precisam em que a mãe ou o pai estão com pressa. Em relação aos da habilidade no cotidiano. Em geral noivas, cuidados é preciso que o adulto sempre esteja perto, tenha estudantes que vão morar sem os pais e homens atenção com objetos cortantes e com o fogo. “Fora isso, recém-divorciados. A maioria deseja o básico, mas alguns o momento deve ser de lazer e brincadeira, para que o gostam de cozinhar para os amigos e se arriscam em praadulto não bloqueie a criança e ela perca o interesse pela tos diferentes. cozinha”, avisa. Rafael Lotufo é uma das pessoas que se enquadram Entre os pratos mais indicados para crianças estão lannesse perfil. O vendedor de 34 anos sentiu a necessidade ches, saladas e pizzas, em que é possível variar o recheio e de cozinhar quando se divorciou, em 2010. de preferência com ingredientes saudáveis, Ele garante que já sabia cozinhar para consucomo verduras e legumes. Para usar as frumo próprio, mas decidiu ampliar o cardápio tas, podem ser feitas gelatina, torta e salada para agradar os amigos, fazendo aulas de de frutas. “Até mesmo nuggets podem ser culinária. feitos em casa. Isto ajuda a desmistificar a “Sempre gostei de cozinhar e sabia o básico, comida do supermercado e mostrar que mas decidi fazer aulas para aprender pratos muitos alimentos podem ser feitos em casa novos para o dia a dia, festas com os amigos de maneira natural”, diz. e família, além de ocasiões especiais”, revela Carolina São Pedro Machado, de 5 Rafael. Além do trivial, aprendeu a preparar anos, afirma que gosta de cozinhar com a comidas mexicana e italiana. “Pretendo até me avó e adorou fazer a salada Nega Maluca Rafael Lotufo profissionalizar na área e quem sabe abrir um (foto acima). “Gosto de mexer na comida e Aluno restaurante daqui a algum tempo”, conta ele. este prato ficou muito bonito. Vou ensinar minha avó”, conta a menina, que se mosCulinária infantil trou animada ao ajudar a preparar o alimento. O segredo de cozinhar bem é fazer com que a atividade Na opinião da chef Larissa, saber cozinhar não será seja prazerosa e não uma obrigação. A chef Larissa conta apenas uma habilidade usada em longo prazo, como eleva que aprendeu a cozinhar com 9 anos, quando resolveu se a autoestima da criança. “Ela tem orgulho de mostrar o aventurar na cozinha. “Acredito que a melhor época para que fez e a satisfação de ver que outras pessoas apreciam aprender seja na infância, pois a criança não tem bloisso”, pondera. “Para qualquer idade é importante obserqueios, regras e nem obrigação de cozinhar”, revela. var que cada pessoa é única e nunca uma receita vai sair Mas em um lugar de tantos perigos, fazer com que a igual a outra. É uma atividade personalizada. Portanto, criança fique atenta e aprenda sem se machucar requer a orgulhe-se e continue praticando”, finaliza. paciência e compreensão do adulto. “O primeiro passo para ensinar a criança a cozinhar deve vir do adulto. Os Fonte: Larissa Pedretti - larissa@dedomoca.com.br pais acham que a criança não vai ficar quieta, mas é só Fone (19) 9203-1981 janeiro/fevereiro 2011 - EM CENA - 21


moda - diversidade estética fotos: Kika de Castro

Moda

inclusiva Fotógrafa aposta na diversidade estética e resgata a autoestima de deficientes físicos

E

m uma sociedade dominada por preconceitos e padrões estéticos preestabelecidos, pouco se houve falar em moda e beleza para deficientes físicos. Porém, uma pessoa se destaca ao quebrar barreiras, realizando um trabalho diferente e pioneiro. Há sete anos, a fotógrafa Kica de Castro realiza um projeto com modelos que possuem alguma deficiência física, resgatando a autoestima destas pessoas, geralmente excluídas do mundo da moda, mas que possuem potencial para ser símbolos de beleza e sensualidade. O trabalho começou em 2002 quando Kica foi contratada para trabalhar no setor de fotografia de um centro de reabilitação para pessoas com deficiência física. Na ocasião eram realizadas fotos científicas para prontuários ou artigos específicos, com imagens totalmente invasivas, feitas com os pacientes nus, segurando uma placa com a numeração do prontuário. “Os pacientes perguntavam: ‘É para uma ficha criminal?’. Isso acabava com a autoestima de qualquer um, dos pacientes e a minha como profissional também”, conta a fotógrafa. Com esta experiência, Kica se inspirou para realizar o trabalho de fototerapia, ajudando as pessoas com deficiência física a se sentirem belas. Com o tempo, os deficientes físicos começaram

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De cima para baixo: Diolice Barbosa, Caroline Marques e Michael Correia Ao lado: Priscila Menucci


a procurá-la para fazer books e cobrar oportunidades no pela Conee Marketing Promocional e Marketing de mercado de trabalho, dando início à única agência espeCausa, o evento teve o objetivo de sensibilizar as pessoas, cializada neste segmento, sendo referência mostrando que a moda pode se adequar às inclusive na Europa, que desde 1990 realiza diferentes formas, mudando o conceito de concursos de beleza para cadeirantes. que a pessoa com deficiência física precisa se Uma das pessoas que trabalham com adaptar às roupas disponíveis no mercado. Kica de Castro é a modelo Caroline MarCom relação ao futuro, a fotógrafa tem ques, de 29 anos, que ficou paraplégica grandes expectativas para a carreira profisaos 9, após sofrer um acidente de carro. sional de suas modelos. “Quero vê-las em “Quando me vi em uma cadeira de rodas, eventos de moda de grande porte, como fiquei com minha autoestima muito baixa, São Paulo Fashion Week, e em capas de repois sempre gostei de dançar e de me arruvista masculina, pois somente assim teremos mar. Pensei que nunca mais poderia fazer a verdadeira inclusão da beleza e sensualidaKika de Castro estas coisas”, conta. de de pessoas com deficiência física.” Fotógrafa Contudo, após conhecer o trabalho de Para ela, ainda falta as pessoas entenKica, Caroline teve sua autoestima recupederem que a humanidade é bela em sua rada. “Em 2006 comecei a fazer parte do diversidade e que o deficiente físico também seu casting de modelos e desde então recuperei minha está inserido nesta realidade. “O que precisa realmente autoestima, pois ela (Kika) consegue nos valorizar nas acontecer é acabar com a pior deficiência da humanifotos com posições diferentes, tendo muito cuidado dade, que é o preconceito. Quando isso acabar, teremos com a produção em geral”, completa a modelo que, um mundo bem melhor, afinal, não existe a perfeição”, atualmente, divide seu tempo entre desfiles e trabalhos pontua Kika. publicitários, que lhe proporcionam dinheiro, viagens e Fonte: Kika Castro - e-mail: kicadecastro@gmail.com amizades. Devido ao pioneirismo de Kica, recentemente, a cida- - Fone (11) 8131-0154 de de Campinas foi palco de um desses desfiles de moda com coleções criadas especialmente para quem tem algum tipo de deficiência física. O evento chamado “Desfile de Moda Inclusiva” reuniu estudantes de moda e estilistas que, pela primeira vez, ousaram criar looks adaptados. Organizado

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beleza - transformação

Andrea e a equipe do Salão Augusto Costa

Visagismo a beleza de dentro para fora

M

udar para melhor o visual é algo que toda mulher faz sempre que tem uma boa oportunidade. Esta afirmação também pode ser aplicada à auxiliar de enfermagem Andrea Contiero, da Unidade de Terapia Renal (UTR), de Campinas. Há 11 anos trabalhando na saúde, decidiu mudar seu visual, escreveu para a redação da Em Cena e participou da coluna ‘Transformação’, vivenciando um verdadeiro dia de glamour nas mãos de Ali Costa, do Salão Augusto Costa - beleza da cabeça aos pés. Andrea, que é casada e tem duas filhas, revelou que já teve cabelos longos, mas que em virtude da sua profissão decidiu cortá-los. “Acho que meu cabelo está muito sem vida. Com a correria do dia-a-dia, fico sem tempo de cuidar dele”, diz. Para mudar essa situação, Ali Costa e sua equipe de profissionais da beleza fizeram um verdadeiro mutirão para que Andrea relaxasse e ficasse atenta às dicas para preservar seu novo visual. “Vamos iluminar o cabelo dela na cor dourado acobreado com um leve tom de vermelho, fazendo uma balaiagem. Esta técnica realçará ainda mais a tonalidade da sua pele e ela não precisará retocar com frequência”, explicou Ali Costa. A balaiagem, segundo a cabeleireira, é uma técnica de clareamento que ilumina pontos estratégicos da cabeleira, dando um efeito de profundidade. A profissional ainda desfiou os cabelos de Andrea, proporcionando mais praticidade, “assim ela não precisará ficar arrumando sempre já que seu dia-a-dia é

muito corrido”, detalhou. Segundo o personal hair, Edvan Guimarães, o importante numa transformação é sempre analisar o perfil da pessoa por meio do “visagismo” para que as qualidades interiores dela sejam evidenciadas por meio do visual. “Como a Andrea é uma mulher ocupada e tranquila, seu novo look precisa deixar transparecer a praticidade e singeleza de sua personalidade”, explica. “O visagismo é a arte de criar a imagem pessoal de acordo com a personalidade e as características físicas da pessoa, utilizando o corte, a coloração, a maquiagem, entre outros recursos estéticos”, complementa Guimarães. Andrea ainda contou com uma hidratação profunda, rica em polímeros, responsável por regenerar e tratar os fios quimicamente saturados, esfoliação facial e escova. Na maquiagem, sombras em tons claros e escuros, rímel e delineador deram um ar suave e sofisticado. O rosto ganhou base, pó e blush. Nos lábios, batom vermelho escuro com gloss rosa cintilante complementou o visual. Na hora de conferir o resultado, a surpresa foi certa. “Nossa ficou muito diferente! Vou ter que me acostumar e meu marido também! Todos estão de parabéns pelo trabalho. Agradeço à equipe da Em Cena que me proporcionou este inesquecível momento”, ratifica ela sorridente. Para fotografar, Andrea vestiu uma clássica camisa preta com babado, gentilmente cedida pela butique do Salão Augusto Costa. Serviço: Salão Augusto Costa - beleza da cabeça aos pés. Rua Roxo Moreira, 1.246 - Cidade Universitária - Campinas - Fone (19) 3249-1514 Colaboração: Agilise Cosméticos - Rua Antônio Moyses, 106 - Vila Pagano - Valinhos - Fone (19) 3396-6119

PARTICIPE Se você quer participar da coluna Transformação, entre em contato com a Diretoria de Comunicação do Sinsaúde pelo e-mail: srodrigues@sinsaude.org.br ou escreva para Rua Duque de Caxias, 368 - Centro - Campinas/SP - CEP 13015-310.

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atualidade - violência

Violência na mídia

Como abordar assuntos violentos de forma responsável?

N

ão há como negar, está no horário nobre para todos verem. Está em todos os canais, páginas de jornal e sites de notícia. A violência está cada vez mais inserida na mídia, mas como tratar estes fatos sem influenciar comportamentos agressivos na sociedade? Para o mestre e doutor em Jornalismo Carlos Alberto di Franco, bacharel em Direito e especialista em jornalismo brasileiro e comparado, é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura, ou seja, dramatizar o que já é dramático. “A atração pelo mórbido faz parte da vida. E a mídia, sobretudo a TV, dá, com frequência, prioridade a estes temas. O normal, dizem, não é notícia”, comenta di Franco. O recente caso do goleiro Bruno, acusado de assassinar cruelmente a amante, despertou em toda a mídia a necessidade de dar destaque maior para a cobertura do caso, uma vez que a população se mostra interessada por este tipo de notícia. Porém, o especialista indica que o ser humano é transformado em show, em espetáculo, sendo que o menos importante é a informação e o mais importante é o ranking do ibope. Casos de violência como esse podem simplesmente informar, como podem trazer ao público a sensação de medo, provocar emoções que o levam à humanização (se algo de ruim aconteceu com o meu vizinho, também pode acontecer comigo), ou até mesmo influenciar comportamentos agressivos. “A Carlos Alberto di Franco Doutor em Jornalismo influência comportamental, da TV,

principalmente, é brutal. Há inúmeros estudos que mostram o vínculo de causa e efeito entre violência assistida e violência praticada”, diz o especialista. No livro “A Sociedade do Espetáculo”, o sociólogo Guy Debord classifica o ‘espetáculo’ como o exagero da mídia, cuja natureza, indiscutivelmente boa, visto que serve para comunicar, pode, muitas vezes, levar a excessos. Estes excessos, segundo Debord, invadiram todas as fronteiras e conquistaram os domínios da arte à economia, da vida à política, passando a organizar de forma consciente e sistemática o império da passividade moderna, visto que a sociedade recebe de forma submissa todo o conteúdo alienante produzido pela mídia. “A violência está aí. E é brutal. Mas também é preciso dar o outro lado: o lado do bem. Não devemos ocultar as trevas. Mas temos o dever de mostrar as luzes que brilham no fim do túnel. A boa notícia também é informação. E, além disso, é uma resposta ética e editorial aos que pretendem fazer do jornalismo um refém da cultura da violência.” Suicídio em pauta: De acordo com o código de ética dos jornalistas, o suicídio é um tema que deve ser evitado para não estimular outras pessoas à prática de pôr fim à própria vida. Neste sentido, a publicação só deve acontecer caso a notícia seja de grande interesse público, pois a imprensa séria e comprometida com os interesses da comunidade muitas vezes omite os fatos para respeitar a individualidade de cada um, assim como a família e os amigos do indivíduo. janeiro/fevereiro 2011 - EM CENA - 25


dica cultural - comédia stand-up fotos: divulgação

Stand-up comedy a reflexão do cotidiano pelo humor popular Para garantir aplausos do público, no standup comedy, gênero humorístico cada dia mais em evidência no Brasil, o artista precisa de muito jogo de cintura não apenas para divertir o público, mas também conscientizá-lo sobre temas do cotidiano

T

exto na ponta da língua, habilidade para improvisar e sacadas inteligentes são as principais características desta modalidade de humor bastante tradicional nos Estados Unidos e que se torna mania no Brasil. Suas raízes estão ligadas a diversas tradições de entretenimento popular do final do século 19, como vaudeville e números cômicos circenses. Os pais da comédia stand-up são os comunicadores da época de ouro do rádio, como Jack Benny, Fred Allen e Bob Hope. No início da década de 60 uma nova geração de comediantes começou a explorar tópicos políticos, relações raciais e humor sexual. Atores como Richard Pryor, Steve Martin, George Carlin e Bill Cosby são alguns exemplos. Jim Carrey, Whoopy Goldberg, Robin Williams e Eddie Murphy, mais a frente, também iniciaram suas carreiras fazendo o denominado “humor de cara limpa” em bares americanos. No Brasil, o stand-up foi introduzido pelo humorista José Vasconcelos na década de 70. Chico Anysio e Jô Soares mantiveram o gênero em shows ao vivo e em seus programas televisivos. Na nova geração brasileira se destacam grupos como Comédia em Pé (RJ), TriPé da Comédia (PE) e Clube da Comédia (SP). Em Campinas/SP, esse humor também está em alta, representado pelos grupos Humor a Sério, I lógico, É Proibido Não Rir e Limão e Gelo. Este último pioneiro na cidade. Mais recentemente, o gênero ganhou destaque nacional por intermédio dos apresentadores do programa ‘CQC’, da TV Bandeirantes, Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Marco Luque e Oscar Filho. “O stand-up não é bem uma novidade, mas o pessoal do ‘CQC’ conseguiu difundir bastante este tipo de comédia”, avalia

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Fred Allen, Jack Benny, Bob Hope, Bill Cosby, Eddie Murphy, Jim Carrey, José Vasconcelos, Chico Anísio, Rafinha Bastos e Danilo Gentili. Exemplos de comediantes standup dentro e fora do Brasil.


Roy Degrossoli, humorista e fundador do grupo Humor a Sério, de Campinas.

alguém da platéia em boneco. “A risada é certa”, garante ele.

Humor que faz bem à saúde O stand-up e seus estilos O poeta Vinícius de Moraes já dizia: “É melhor ser alegre Hoje, em muitas regiões do Brasil, diversos grupos do que ser triste.” Para especialistas, o compositor tinha razão. gênero se apresentam em teatros e espaços culturais. Os estilos Ter um dia-a-dia com mais sorrisos propicia vários benefícios dos artistas stand-up também são variados: vão desde os mais à pessoa. Pesquisas revelam que boas risadas são capazes de sarcásticos aos mais ingênuos. Para o ator Roy Degrossoli, estimular a prevenção e a cura de doenças, combater estresse, “independente do estilo, um bom espetáculo stand-up precisa além de aliviar dores e auxiliar no tratamento médico de presser leve, ágil e com temas que realmente façam o público são alta. Por outro lado, quem se recusa a rir pode desenvolrir e se conscientizar. Em minhas apresentações, geralmente ver enfermidades, como cefaléias, rinites, dores no pescoço, satirizo coisas que acontecem de errado no meu dia-a-dia em gastrites e úlceras. que as pessoas, de alguma forma, se identificam”, diz. A explicação para a influência do sorriso no corpo humano Roy iniciou na vida artística quando entrou para a escola está no livro “A Terapia do Riso - A Cura pela Alegria”, do teatral Sotac, de Campinas, fazendo peças infantis. Percemédico Eduardo Lambert.“O riso ou o simples gesto de sorrir bendo sua facilidade com a comédia, decidiu criar o grupo aciona no cérebro a produção de uma substância chamada Humor a Sério, endorfina, dando uma promovendo apreintensa sensação de sentações em bares bem-estar físico e emoe espaços culturais cional”, explica ele em da cidade. “Levasua obra. mos humoristas Para quem curte de outros grupos stand-up, o lucro é certo. e fazemos uma Os risos gerados no espécie de interespetáculo beneficiam câmbio do humor, não apenas a saúde física com o objetivo de e mental, mas também a evidenciar ainda moral. A reflexão sobre Roy Degrossoli, Matheus Ceará e Diego Menezes, comediantes stand-up mais esta arte e seus temas polêmicos abordaartistas perante o público”, explica. dos pelos humoristas, além de fazer a platéia pensar de forma Seguindo uma linha mais “ingênua” e caricata, o humorisbem humorada sobre o cotidiano, impulsiona as pessoas a ta cearense, Matheus Martone, fundador do grupo Proibido agir e também a superar problemas com muito mais faciliNão Rir, acredita que mesmo sem fazer stand-up ao pé da dade, pois, pelo bom humor, o público termina por identiletra, uma vez que seu texto é falado via interpretação de um ficar erros e acertos pessoais nestes shows. Agora que você já personagem e não em nome dele próprio, “o importante conhece os benefícios, não economize risos e gargalhadas. é não perder o foco principal: o de fazer o público cair na Sabendo de alguma apresentação stand-up em sua cidade, gargalhada”, ressalta. Com 14 anos de estrada, atualmente o não exite em comparecer. Sua saúde agradece. artista, que mora em Campinas, vivencia o auge da carreira. Isto porque seu mais famoso personagem, o Matheus Ceará, Onde encontrar stand-up em Campinas em 2010 foi vencedor do quadro ‘Quem Chega Lá’, do ‘Domingão do Faustão’ (Globo). Ele também ficou famoso por • Bar do Motta (www.bardomotta.com.br) - Avenida Barão de Itapura, 479, Botafogo. O grupo Humor a Sério se apresenter sido um dos finalistas do Festival de Piadas do programa ta quinzenalmente nas quartas-feiras a partir das 21 horas. ‘Show do Tom’ (Record) e por ganhar o concurso “O mais novo humorista do Brasil”, do programa ‘Tudo é Possível’ • Estação São Bento (www.estacaosaobento.com.br) - Rua (Record), com Ana Hickmann. São Bento, 117, Taquaral. Nas quartas-feiras de cada quinzena, Quem também ficou conhecido no Brasil por aparecer no o grupo Proibido Não Rir (www.proibidonaorir.com.br) mostra seu show a partir das 20 horas. ‘Faustão’ e difundir o gênero foi o humorista Diego Menezes. No quadro ‘Se vira nos 30’, o artista mostrou toda sua comi• Cia dos Espetinhos (www.ciadosespetinhos.com.br) cidade por meio da ventriloquia. Com um estilo mais lúdico, Rua Santo Antônio Claret, 190, Jardim Chapadão. ApresenDiego, que é do grupo I Lógico, em seus espetáculos, torna tações com o grupo I Lógico toda quinta-feira a partir das 20 o público cúmplice de sua narrativa, transformando sempre horas. janeiro/fevereiro 2011 - EM CENA - 27


reúne beleza natural exuberante e prima pela qualidade de vida Forte no ramo da indústria têxtil e com natureza privilegiada, Americana se desponta no cenário turístico

C

lassificada, em 2000, como a 19ª cidade em qualidade de vida do Estado e São Paulo e a 59ª do Brasil, pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - medida que classifica a qualidade de vida da população e o desenvolvimento econômico e social de um país, uma cidade -, Americana se destaca como um importante foco de investimentos nacional e internacional. Com mão de obra qualificada em diversos setores e um dos principais pólos fabricantes de tecidos planos (entrelaçamento de dois fios) de fibras artificiais e sintéticas da América Latina, a cidade é responsável por 85% da produção nacional. Abriga mais de 400 indústrias têxteis, além de diversos produtores de matérias-primas e centenas de confecções, atraindo compradores de várias regiões do País. De natureza favorável, o município também se desponta no cenário turístico. Em 1997 foi classificada como cidade turística pela Empresa Brasileira de Turismo

Fotos: divulgação

turismo - americana

Americana

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(Embratur) e, desde então, a Prefeitura vem investindo em infraestrutura para atrair visitantes. O que fazer em Americana Se for junho, não perca a Festa do Peão, que é considerada uma das melhores do Brasil, atraindo um público de cerca de 400 mil pessoas. Fora deste período, aproveite as tardes quentes para passear de barco, pescar e praticar esportes náuticos na Represa do Salto Grande, a 18 quilômetros do Centro da cidade. Mais próximo, o Parque Ecológico ‘Cid Almeida Franco’, com seus 120 mil metros quadrados e aproximadamente 400 animais, que abriga também o Observatório Municipal de Astronomia, o Horto Florestal, lanchonetes, além do Núcleo de Educação Ambiental, são ótimas opções de passeio. Outras alternativas de recreação e lazer são a Praia dos Namorados e a Praia Azul, localizadas às margens da Represa do Salto Grande, no Rio Atibaia,


com completa estrutura de quiosques, bares, lanchonetes e playground. O cartão-postal da cidade é a Avenida Brasil, na área central, com majestosas palmeiras imperiais, bares e restaurantes com vasta programação musical e variedade gastronômica. Ainda na área central, encontra-se a Praça Comendador Muller, onde fica a Biblioteca Municipal, o Museu de Arte Contemporânea e o monumento ao Soldado Constitucionalista. Na praça também acontece a feira de artesanato nos finais de semana.

municipal implantado no Brasil. Sua cúpula de 4,50 metros de diâmetro e um terraço para observações a céu aberto, mantém o segundo maior telescópio do Estado. Além de biblioteca, sala de aula, laboratório fotográfico, o observatório também oferece cursos, projeções, palestras e exposições relacionados a astronomia e ciência espacial. Velódromo Municipal Localizado no Conjunto Poliesportivo Ayrton Senna da Silva, o velódromo possui pista oficial, conforme exigência da Confederação Brasileira de Ciclismo, isto é, de 333 metros. Iguais a este só existem mais dois no País: um em São Paulo e outro em Curitiba.

Museus A cidade conta ainda com várias edificações de imporFesta do Peão tância histórico-cultural. De O rodeio de Americana teve início museus, vale conhecer tanto em 1987, numa parceria entre o Clube o de Arte Contemporânea dos Cavaleiros de Americana e Zé do (MAC), com acervo comPrato, o maior locutor de rodeios do posto por cerca de 260 obras, Brasil. O evento, que acontece no Parentre pinturas, esculturas, graque de Eventos, na Rodovia Anhanguevuras, desenhos e fotografias, ra, Km 121, atrai mais de 400 mil pessoquanto o Conselheiro João as anualmente. A festa ganha destaque Carrão, também conhecido pelas inovações tecnológicas, shows com como Casarão, com sua bela artistas famosos da música sertaneja e do arquitetura colonial mineira pop nacional e também pela estrutura. A e um acervo de mais de 5 mil arquibancada é considerada a maior da peças da época da escravatauAmérica Latina. ra, tombado pelo Conselho O sucesso e a energia da Festa do de Defesa do Patrimônio Peão de Americana foram reconhecidos Histórico, Arqueológico, pela comunidade country , que vem Artístico e Turístico (Condeelegendo consecutivamente a festa como phaat) em 1982. Na mesma a maior e melhor Festa do Peão do Brasil linha, a Casa de Cultura com o Troféu Arena de Ouro. O evento Hermann Müller mostra as também acumula os títulos de “Melhor antigas instalações da fábrica Rodeio de Público” e “Melhor ComisCarioba, a primeira instalada são Organizadora”, conquistados, por De cima para baixo: Estação Ferroviária, Igreja Santo Antônio e viveiro das garças do na cidade; e a Estação Cultura, unanimidade, em votação pelos eleitores Parque Ecológico que preserva a memória da da ‘Revista Rodeo Country’, locutores, antiga estação ferroviária e, desde tropeiros, juízes de rodeio e comissões 2004 sedia um centro turísticoorganizadoras de eventos do gênero. cultural, que abriga o Projeto Raízes (visita monitorada aos marcos históricos da cidade) e o Cine Clube. Centros de compras Na linha sacra, a imponência da neoclássica Igreja Matriz A cidade conta com três centros comerciais: Via Direta de Santo Antônio, com esculturas e belos vitrais, merece (shopping das malhas nas margens da Rodovia Anhangueolhares mais atentos. ra), Welcome Center (Avenida São Jerônimo, 120, Jardim Bela Vista) e o Smart Mall (Avenida Brasil, 1.955, Jardim Observatório Municipal de Americana Paulista), além de inúmeras lojas com preços acessíveis, que Inaugurado em agosto de 1985, é o segundo observatório atraem compradores de todos os lugares do Brasil. janeiro/fevereiro - 2011 - EM CENA - 29


personagem da saúde - juliana ferreira de araújo

Voluntária da saúde Trazer alegria para pacientes e trabalhadores do Hospital Estadual Sumaré é a missão dos jovens que integram a República dos Palhaços

S

er voluntário significa se dispor a olhar o próximo com solidariedade, assumindo um papel social que não se resume apenas em levar a sua vida sem prejudicar a dos outros, mas de doar seu tempo, trabalho, recurso e talento para ajudar pessoas, recebendo em troca somente a satisfação de ter ajudado. Esse é o caso de Juliana Ferreira de Araújo, que é encarregada do Departamento de Pessoal no Hospital Madre Theodora há três anos. A profissional da saúde, de 26 anos, sempre teve vontade de realizar algum trabalho voluntário, mas não sabia por onde começar. A realização da jovem veio há um ano, quando foi formada a República dos Palhaços, um grupo de voluntários que atuam como palhaços e divertem os pacientes do Hospital Estadual Sumaré. Todos os sábados pela manhã, os sete amigos se vestem de maneira característica, fazem pinturas no rosto e se preparam para visitar os setores do hospital, interagindo com crianças, adultos, visitas, acompanhantes e com os próprios trabalhadores do estabelecimento de saúde. “O foco maior sempre foi o paciente, mas nós percebemos que os profissionais da saúde também são muito carentes e precisam de nossa atenção para quebrar o clima que o ambiente hospitalar traz. Além disso, os profissionais de enfermagem são nossos parceiros e sempre avisam quando um paciente está triste e necessita de um pouco mais de atenção”, conta Juliana. Durante as visitas, os voluntários fazem arte com balões de ar, deixam pequenos brinquedos ou até mesmo mensagens escritas em pedaços de papel. “As pessoas pensam que para ser palhaço é preciso

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ser uma pessoa divertida e naturalmente engraçada, mas dentro do ambiente hospitalar não pode ser uma atuação espalhafatosa, tudo depende da abertura que a pessoa vai dar para que as brincadeiras aconteçam”, explica. Também existem diversos pacientes com doenças crônicas, que passam muito tempo dentro do hospital e cujos familiares não os visitam mais. Para estes, os jovens dedicam uma atenção maior, conversando e deixando o doente desabafar, a fim de tornar o período de internação o mais agradável possível. “Todo mundo sempre pode doar um pouquinho para melhorar a vida do outro. Nós costumamos dizer que o trabalho voluntário é uma troca injusta, pois a gente recebe muito mais do que a gente consegue doar”, finaliza a voluntária.

República dos Palhaços


saúde em fatos e fotos - itapira

Saúde em fatos e fotos

O

Sinsaúde Campinas e Região homenageia os trabalhadores de sua base de representação que acreditaram e depositaram sua confiança no Sindicato, empenhandose em suas lutas e conquistas para que a entidade ultrapassasse as barreiras do tempo, impingindo uma imagem positiva por mais de sete décadas. Os homenageados nesta edição são os profissionais da região de Itapira, dos mais variados setores, mas que integram uma só equipe quando o assunto é salvar a vida do próximo. São profissionais que lutam para ter seu trabalho reconhecido e respeitado pela sociedade. Nas edições anteriores tiveram destaque, nesta coluna, os trabalhadores das cidades que compõem a base de Tupã, Araraquara, Americana, Amparo, Atibaia, Dracena e Araras, que, como Itapira, são formadas por profissionais que acreditam no Sinsaúde e apoiam sua luta. Cada profissional, independente do trabalho que exerce, enfrenta desafios diários para salvar vidas e luta diariamente para vencêlos. Entre ganhos e perdas, dores e alegrias, os profissionais da saúde de Itapira se mostram capazes de enfrentar os problemas que a vida profissional lhes impõe. Homenageá-los nesta página da revista é uma forma de agradecer a dedicação e o esforço para porporcionar o bem-estar das pessoas que necessitam de seus cuidados quando se encontram fragilizadas numa cama de hospital.

Clínica Cristália

Santa Casa de Itapira

Clínica Sayão

Clínica Cristália

Fundação Espírita Américo Bairral Santa Casa de Itapira

janeiro/fevereiro 2011 - EM CENA - 31


sinsaúde - diretoria

Diretoria Efetiva Presidente: Edison Laércio de Oliveira Vice-presidente: Leide Mengatti Secretário-geral: Pedro Alberto Tolentino Tesoureiro-geral: Carlos Alberto Cairos 1º secretário: Osvaldo Ferreira de Souza 1ª tesoureira: Beatriz Campos de Paula Diretora social: Maria Aparecida dos Santos Diretora de Patrimônio: Vicentina da Silva Melo André Diretor de Esportes e Lazer: Peter Douglas Sawinski da Silva Diretora de Ass. Culturais: Maria de Lourdes Carvalho Cruz Diretora de Orientação Sindical: Débora C. R. Azevedo Diretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento Diretor de Assuntos Jurídicos: Anselmo Eduardo Bianco

Sede Central

Dracena: Avenida Expedicionários, 1.509 Fone (18) 3821-5392 E-mail: ssdracena@sinsaude.org.br Presidente: José Sérgio de Freitas Tesoureira: Nilza Pereira Gomes Azevedo Secretária: Regina Pereira da Silva Suplente: Jesus Gomes da Silva

Rua Duque de Caxias, 368 - Centro CEP 13.015-310 - Campinas - SP Fone (19) 3739-4277 Site: www.sinsaude.org.br E-mail: sinsaude@sinsaude.org.br Subsedes

Espírito Santo do Pinhal: Praça Rio Branco, 161, Centro Fone (19) 3651-4135 E-mail: sspinhal@sinsaude.org.br Presidente: Paulo Gonçalves Secretária: Damaris Bertuqui Cavinatti Suplente: Maria Madalena Ribeiro da Cruz

Americana: Rua Padre Epifânio Estevam, 510 Centro - Fone (19) 3462-1680 E-mail: ssamericana@sinsaude.org.br Presidente: Carlos Roberto Resende Figueiredo Tesoureiro: João Carlos da Silva Secretário: Otoniel Pereira de Matos Suplente: Edézio Millo

Itapira: Rua da Penha, 318, bairro São Vicente Fone (19) 3863-0950 E-mail: ssitapira@sinsaude.org.br Presidente: Ademir Aparecido Nani Secretária: Isilda Grassi Cola Choqueta Tesoureira: Roseli Aparecida Silva Garcia Suplente: Ed Marcelo Pracchias

Amparo: Rua Washington Luís, 165 Fone (19) 3807-5225 E-mail: ssamparo@sinsaude.org.br Tesoureira: Nilza Maria Contente Secretária: Vanessa Godoy Campos Suplente: Juliana Guilherme Araraquara: Avenida Prudente de Morais, 872 Fone (16) 3335-1218 E-mail: ssararaquara@sinsaude.org.br Presidente: Antônio Aparecido dos Santos Tesoureiro: Vladimir Sarandi Neto Secretária: Claudete Aparecida Defavere Suplente: Rui Aparecido Orrico da Silva Araras: Rua Presidente Roosevelt, 110 Jardim Belvedere - Fone (19) 3541-8032 E-mail: ssararas@sinsaude.org.br Presidente: Tereza Aparecida Mendes Secretária: Roberta Pereira Tesoureiro: Manoel Antônio de Campos Suplente: Carlos César Poletti Atibaia: Rua José Bim, 349/1º andar/sala 2 Fone (11) 4412-4428 E-mail: ssatibaia@sinsaude.org.br Diretora responsável: Vicentina da Silva Melo André

Diretoria Suplente: Edson Eugênio, Gilvan Pereira de Lima, Ivani da Silva Braga, João de Fátima, José Carlos Marciano de Souza, Luiz Ribeiro da Silva, Márcia Regina Limiro, Maria Neves, Paulo Sérgio Pereira da Silva e Rosa de Lourdes dos Santos Gonçalves Conselho Fiscal Efetivos: José Ricardo Doná, Maria Rosa Carvalho e Vicentina Natalina Rodrigues Suplentes: Ana Paula da Silva Augusto, Aparecida Bernadete Soares Sales, Márcia Regina Lima Alves Delegados representantes na Federação Efetivos: José Augusto de Sousa e Moacir Pizano Suplentes: Antonio Luiz dos Santos e Olavo Sabino de Carvalho

Indaiatuba: Rua Osvaldo Cruz, 69, Centro Fone (19) 3825-0755 E-mail: ssindaiatuba@sinsaude.org.br Tesoureira: Renata Cristina B. Martins Secretário: Ariston Isidio de Melo Suplente: Adriana Oliveira Souza Fernandes Jundiaí: Rua Rangel Pestana, 1.344 Fone (11) 4586-6655 E-mail: ssjundiai@sinsaude.org.br Presidente: Anéres Fernandes de Matos Secretária: Marilza de Fátima Gonçalves Servilha Tesoureiro: João Carlos de Lima Suplente: Daniela Aparecida da Silva Calegari Limeira: Rua Piauí, 957, Vila Cláudia Fone (19) 3441-3473 E-mail: sslimeira@sinsaude.org.br Presidente: Ana Paula Delfino dos Santos Secretária: Neusa Artigozo Tesoureiro: Gilson Aparecido Furlan

Marília: Rua Amazonas, 80, bairro Marília Fone (14) 3413-1147 E-mail: ssmarilia@sinsaude.org.br Presidente: Aristeu Carriel Secretária: Cleuza Teodoro de Paula Tesoureiro: Cláudio de Oliveira Silva Suplente: Roberto Carlos Turola Tupã: Rua Caingangs, 401, Centro Fones (14) 3496-1936 / 3491-5005 E-mail: sstupa@sinsaude.org.br Presidente: Orides Sávio Vivi Secretária: Darci Moreira dos Santos Tesoureira: Ivanilde da Silva Suplente: Cosme José de Oliveira Postos de Atendimento Bragança Paulista: Rua Cel. Assis Gonçalves, 605 Fone (11) 3404-4277 Diretora responsável: Vicentina da Silva Melo André Garça: Rua Padre Paulo de Toledo Leite, 252 Fone (14) 3471-0103 Diretor responsável: Aristeu Carriel Itu: Rua Benjamin Constant, 357, Centro Fone (19) 3825-0755 Mogi Guaçu: Avenida 9 de Abril, 288, Centro Fone (19) 3818-4442 E-mail: ssmogiguacu@sinsaude.org.br Diretora responsável: Isilda Grassi Cola Choquetta São João da Boa Vista: Praça da Catedral, 98, sala 10, Centro Fone (19) 3631-3676 Diretor responsável: José Ricardo Doná

Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas Site: www.sinsaude.org.br E-mail: sinsaude@sinsaude.org.br Presidente: Edison Laércio de Oliveira Diretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento

Filiado a:


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