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A Revista do SINFAC/RS é uma publicação do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil - Factoring do Estado do Rio Grande do Sul

03 matéria de capa

DIRETORIA Presidente: Olmar João Pletsch

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1º Vice-Presidente: Marcio Henrique Vincenti Aguilar Vice-Presidente Administrativo: Luiz Gerson Almada Vice-Presidente Financeiro: Rodrigo Librelotto Westphalen Diretores Titulares: Letícia Hickmann Pletsch Olmiro Lautert Walendorff Jaime Antonio Nunes Maria Terezinha Deboni Grando Clito Santini Gisele Ferreira Bier Roberto de Lorenzi Norberto Pacheco de Antoni Alexander Bley Carlos Gilbert Conte Diretores Suplentes: Luciano Villa Verde Caetano Gilberto Bavaresco Roseli de Castro Soares Karina Deboni Grando Ivanhoé Fassini Rogério Vargas Fagundes Antonio Rodrigues Aguilar Pedro Henrique de Souza Almada Angela Maria Marcon Ternes Marcelo Pina Matusiak Delegados Titulares Representantes junto à Fecomércio: Olmar João Pletsch Olmiro Lautert Walendorff Delegados Suplentes Representantes junto à Fecomércio: Marcio Henrique Vincenti Aguilar Rodrigo Librelotto Westphalen Conselho Fiscal - Titulares: Sérgio Grisólia Walendorff Valdir Ferraz de Abreu Jorge Alberto de Oliveira Pacheco Conselho Fiscal - Suplentes: Diones Pastre Camargo Lino Mattiello Germano Brendler

Com o slogan “Venha conhecer o que há de novo no Fomento Mercantil”, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, promovido pelo SINFAC do Rio Grande do Sul, mostrou aos seus mais de 300 participantes que além das novidades sobre o segmento de factoring, a qualificação e a capacitação de seus associados são metas primordiais da entidade.

em foco

22 Sem treinamento não tem evolução e muito menos profissionalização. Por esta razão, o SINFAC/RS tem promovido cursos diversificados para os seus associados. Confira os cursos promovidos neste primeiro semestre e se agende para os próximos que acontecerão até o final do ano.

e mais: Palavra do Presidente................................................................................................04 Especial .......................................................................................................................................... 06 Em foco ........................................................................................................................................ 22 Perfil ...................................................................................................................................................... 24 Economia ......................................................................................................................................34 Artigo .................................................................................................................................................... 37

EDIÇÃO Francke | Comunicação Integrada Av. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 Bela Vista - Porto Alegre/RS Fone/Fax: 51 3388 7674 www.francke.com.br Editora-responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS) Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS) Projeto Gráfico: Hélio de Souza Direção de Arte: Thiago Pires/Capa: Hélio de Souza Revisão: Flávio Dotti - Impressão: Contgraf

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nesta edição

Rua Sport Club São José, 53 - conj. 302 Fone/Fax: (51) 3341-3998 CEP 91030-510 - Porto Alegre/RS www.sinfacrs.com.br - sinfacrs@sinfacrs.com.br


palavra do Presidente

04 A nona edição da nossa revista traz a cobertura completa do maior evento do ano do SINFAC/RS, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, que aconteceu nos dias 10 e 11 de setembro, no Hotel Deville, em Porto Alegre. O encontro não somente congregou mais de 300 participantes entre empresários, presidentes de Sindicatos de Fomento Mercantil – Factoring e profissionais do setor para um momento de capacitação profissional como comemorou o aniversário de 19 anos do Sindicato do Rio Grande do Sul. Com o slogan “Venha conhecer o que há de novo no Fomento Mercantil”, o evento trouxe palestrantes ilustres do judiciário brasileiro, os ministros do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Gomes de Barros e Massami Uyeda; e participantes do judiciário do nosso Estado, os desembargadores Orlando Heemann Júnior e Otávio Augusto de Freitas Barcellos, demonstrando, com essas presenças, a seriedade, o comprometimento e a importância do fomento mercantil para a sociedade brasileira. Sempre pautado em temas que norteiam o segmento de factoring, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil trouxe palestras diversificadas sobre economia, política, Responsabilidade Social, combate à corrupção, direito de regresso, contrato de fomento mercantil, a importância do gerente comercial, gestão, empreendedorismo, entre outros assuntos. Como a profissionalização é um dos enfoques principais da nossa gestão, o leitor pode tomar conhecimento sobre todos os cursos realizados gratuitamente para o associado e se agendar para os próximos que ocorrerão até o final deste ano, na matéria “Qualificar é preciso”. Em cada edição, uma região será contemplada para mostrar as empresas de fomento mercantil associadas em todo o território gaúcho. Desta vez, além de o leitor conhecer as empresas que abrangem a região de Passo Fundo, é possível se informar sobre as características econômicas e o perfil da cidade e os seus pontos turísticos. Depois de um breve panorama a respeito da nova publicação, não perca mais tempo e fique informado sobre o segmento na Revista do SINFAC/RS. Boa leitura! Olmar João Pletsch Presidente do SINFAC/RS

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06 Ética e combate à corrupção abre as palestras do

III Encontro Gaúcho de Fomento

O Instituto Ethos conta com mais de 1.300 empresas associadas em todo o Brasil.

Luciana Aguiar, Secretária Executiva do Instituto Ethos

“Ética Empresarial na Prevenção e Combate à Corrupção - A experiência do Pacto Empresarial pela Integridade e Combate à Corrupção” criado pelo Instituto Ethos, foi o tema de abertura, do primeiro dia de evento do III Encontro Gaú-

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cho de Fomento realizado de 10 a 11 de setembro. O instituto fundado em 1998 tem como uma de suas missões ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável tornando-se parceiras na construção de uma sociedade, mais justa. A palestrante, Luciana Aguiar, secretária-executiva do Instituto Ethos, informou que a entidade que surgiu das articulações de empresários brasileiros com ideias diferentes sobre Responsabilidade Social e desenvolvimento sustentável conta atualmente com mais de 1.300 empresas associadas em todo o Brasil. “É uma mobilização empresarial com ferramentas de gestão muito forte pelo ponto de vista da Responsabilidade Social, e essas ferramentas ajudam a gerar políticas públicas e articulação de direitos humanos.” O Instituto Ethos, que define a Responsabilidade Social como forma de gestão ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se relaciona, estabelecendo metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, criou em 2006 o pacto empresarial denominado “Empresa Limpa pela Integridade e Contra a Corrupção”, que visa comprometer de forma voluntária as empresas em favor da ética nos negócios. O pacto empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção tem 199 empresas signatárias, 30 entidades empresariais que compõem o Conselho de Mobilização e 37 empresas e entidades no Grupo de Trabalho. Segundo Luciana, as empresas assumem sete compromissos no Pacto, que vão desde leis que devem ser conhecidas internamente para serem cumpridas integralmente; divulgação, orientação e respostas sobre princípios legais aplicáveis às suas atividades; vedação ao suborno; contribuição transparente e lícita a campanhas políticas; propagação de princípios do Pacto entre seus públicos; investigações abertas e transparentes e atuação junto à cadeia produtiva.


A participação das organizações no programa “Empresa Limpa pela Integridade e Contra a Corrupção” é o resultado de ações socialmente responsáveis, que resultaram na criação de um Manual Anti-corrupção da Shell, Cartilha de gestão integrada de fornecedores da Sadia, Programa Cadeia Saudável da Dudalina e Política de Portas Abertas do WalMart, entre outras iniciativas que compõe a publicação “Responsabilidade Social das Empresas no Combate à Corrupção” do Instituto Ethos. Para melhor divulgar o trabalho realizado pelo “Empresa Limpa” está sendo criado um novo endereço eletrônico, www.empresalimpa.org.br, onde é possível acessar diversas informações novas, como depoimentos das empresas signatárias, além de orientações sobre o Pacto, banco de dados gerador de estatísticas e informações a respeito das organizações, entre outros. Questionada sobre quais são as ações de Responsabilidade Social que as empresas devem aplicar, Luciana destacou que dentre elas estão às políticas de comunicação que geram diálogos; a criação de Código de Conduta; a constituição de ouvidorias para que as pessoas possam apontar o que não está certo; a transparência nos relatos financeiros; os valores de transparência que a empresa quer assumir; e as políticas de portas abertas, ou seja, colaboradores com visão panorâmica da empresa. Ao tratar sobre combate à corrupção, a palestrante lembrou que com a chegada das Olimpíadas 2012 no Brasil é preciso que o país e a sociedade estejam alertas por meio de ações de desenvolvimento setorial para que as fraudes sejam minimizadas. “Com esse grande valor de investimento que será gerado é preciso controle social. Vamos passar uma ótima Olimpíada, e que esse legado fique para a sociedade.” O vice-presidente do SINFAC/RS, Marcio Aguilar, também destacou o trabalho de Responsabilidade Social feito pelo Sindicato a diversas entidades assistenciais, como o Lar Pão dos Pobres, a Casa Menino

“É uma mobilização empresarial com ferramentas de gestão muito forte pelo ponto de vista da Responsabilidade Social, e essas ferramentas ajudam a gerar políticas públicas e articulação de direitos humanos.”

Jesus de Praga, o Asilo Padre Cacique, o Instituto Espírita Dias da Cruz, a Associação Educacional e Beneficente Emanuel, além de outras entidades não governamentais que receberam o auxílio do SINFAC/RS. “O nosso Sindicato também tem um papel de Responsabilidade Social e desenvolvemos muitas ações direcionadas a instituições carentes que recebem benefícios de nossa organização, sem contar com outras contribuições que fazemos.” Luciana elogiou a iniciativa e destacou a iniciativa do Sindicato gaúcho como “um bom exemplo de relação com as comunidades, ao mobilizar o público interno para visitar as instituições e acompanhar as ações produzidas”.

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Ministro defende o direito de regresso

Humberto Gomes de Barros, ministro do Superior Tribunal de Justiça, abordou o direito de regresso no fomento mercantil.

“Se não houver o direito de regresso contra o comerciante, o fomentador terá um prejuízo brutal.” Artur Vasconcellos Consultor de Empresas Ministro Humberto Gomes de Barros, STJ

Um dos temas mais discutidos no segmento foi o assunto da palestra “O Direito de Regresso no Fomento Mercantil”, abordado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Gomes de Barros, que defende a aplicação do direito de regresso – ressarcimento de um prejuízo

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causado por terceiros – à atividade de factoring. Segundo o jurista, o direito de regresso é a possibilidade de franqueados comprarem um título e esse título somente ser pago pelo sacado, sendo que uma das maiores discussões é o adquirente do título ter o direito de cobrar do vendedor, que pode deixar o fomentador completamente desprotegido. “Se não houver o direito de regresso contra o comerciante, o fomentador terá um prejuízo brutal.” O direito de regresso no fomento mercantil é bastante debatido e conhecido entre o segmento de factoring, mas entre os juristas o assunto é um tanto desconhecido. O ministro revelou que a Justiça brasileira desconhece o que é o direito de regresso no fomento mercantil. “A minha experiência de vida na advocacia me possibilitou não confundir o fomento mercantil com uma atividade que todos nós repudiamos,


que é a agiotagem.” Para Barros, no direito de regresso, outro aspecto importante é “transformar o fator em segurador. Não é raro o golpista aplicar duplicatas frias e completar a custa do fator”. Segundo interpretação da legislação, as empresas de fomento mercantil não teriam direito de cobrar das companhias que lhes ven-

deram títulos sem pagamento quando estes são honrados pelos devedores. Para o ministro, no entanto, essa possibilidade existe e é recorrente tanto pelo direito brasileiro quanto pelo internacional. Segundo Barros, depois que se percebe a natureza do fomento mercantil, é preciso garantir a sua atividade de compra e venda que se diferencia da atividade financeira. “Eu compro uma bicicleta a prazo e o comerciante emite contra mim uma duplicata, e ele vende a outra pessoa essa duplicata. Essa é a operação de factoring. Na verdade não há como confundir.”

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O Fomento Mercantil e seus aspectos contábeis e tributários

Reges Bronzatti vice-presidente da ASSEPRO-RS

Tarcisio Zonta, Assessor e Consultor de Empresas

Um dos pressupostos do segmento de factoring é o contrato de fomento mercantil; já quem pratica agiotagem não faz contrato de fomento mercantil. “Você já viu algum contrato de agiota.” Com esse questionamento, o assessor e consultor de empresas, Tarcisio Zonta iniciou a sua palestra, esclarecendo sobre os aspectos operacionais que compõem as operações de factoring e o contrato de fomento mer-

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cantil. Segundo Zonta, somente poderão operar com fomento mercantil pessoas jurídicas ou físicas a elas equiparadas, sendo indispensável sua formalização, por meio do contrato de fomento, que é o que diferencia uma operação de factoring de outras práticas. Além disso, ele frisou que o contrato precisa conter no seu conteúdo a identificação das partes, objeto, tipos de serviços e custo, forma de aquisição e custo, recuperação de despesas e impostos, vícios redibitórios e direito de regresso. Aspectos importantes a respeito do contrato de fomento mercantil, além de abordar sobre Lucro Real, impostos e contribuições, Emenda nº 03 do Projeto de Lei 13/2007 e Planejamento Tributário, foram esclarecidos durante a palestra, que tratou sobre os aspectos contábeis e tributários no factoring. De acordo com Zonta, no que tange o aspecto contábil é preciso estar bem definido o conceito de Lucro Real, que é o Lucro Líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas. “Se vou prestar um serviço com base no Lucro Real eu tenho que pagar com base no Lucro Real.” Zonta informou que nos aspectos tributários as operações de fomento mercantil pressupõem a existência de duas receitas, sendo ambas operacionais que visam à prestação de serviços, conjugada, ou, separadamente; além da aquisição, total ou parcial, dos recebíveis oriundos das vendas ou da prestação de serviços realizadas a prazo, pelas empresas-clientes. “A primeira consiste na obrigação de fazer, e a segunda, na obrigação de dar. Nós temos o ônus de uma instituição financeira e não temos o bônus.” Além de outros tributos, que vão desde o Imposto de Renda que significa 15% do Lucro Real e a contribuição social, 9%; o PIS que agrega 1,65% da receita bruta; e o COFINS 7,6%. “O fato gerador do PIS e o COFINS é o faturamento”, disse Zonta. Já o IOF (Imposto sobre


operações financeiras) é resultado de 0,0041% ao dia do montante liberado, para as empresas normais; ou - 0,00137% para as microempresas e empresas de pequeno porte. “O IOF para a microempresa é menor que para as empresas maiores.”

Planejamento Tributário “A nossa legislação tributária é complexa e muda toda hora”, pontuou o assessor e consultor de empresas, Tarcisio Zonta, ao esclarecer sobre Planejamento Tributário. Ele informou que antes de mais nada é preciso saber que o divisor entre o Planejamento Tributário e a sonegação é a Lei. A sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente a lei fiscal ou o regulamento fiscal. O planejamento tributário resulta em um conjunto de procedimentos legais que visam minimizar os encargos tributários. “O planejamento tributário é uma excelente ferramenta e, quando feito de forma profissional e responsável, pode reduzir encargos tributários de forma lícita, sem risco para o contribuinte.” Zonta complementou ainda, que os contribuintes têm que se adequarem às regras do fazer certo para não sofrerem as consequências do não cumprimento da legislação tributária. “Se o contribuinte pretende minimizar estes encargos, poderá fazê-lo legal ou ilegalmente.

A maneira legal chama-se elisão fiscal ou economia legal; e a forma ilegal denomina-se sonegação fiscal.” O palestrante complementou ainda que com a globalização da economia, o país passou a disputar mercados com países onde a carga tributária é menor, tornando questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário. No caso das empresas tributadas pelo Lucro Real, são as que mais necessitam de Planejamento, pois são elas as que sofrem a maior carga tributária. Zonta explicou que antes de iniciar a elaboração de um Planejamento Tributário é indispensável o profundo conhecimento da legislação, seja ela fiscal, tributária, trabalhista, previdenciária ou societária. “O sucesso do planejamento está diretamente relacionado ao conhecimento e à criatividade de congregar estes elementos.”

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O Fomento Mercantil na visão do Judiciário

Massami Uyeda, ministro do Superior Tribunal de Justiça, destacou o fomento mercantil como uma prática universal.

Ministro Massami Uyeda, STJ

O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Massami Uyeda, abriu as palestras no dia 11 de setembro, abordando o tema “A importância do Fomento Mercantil na Visão do Judiciário”. O jurista destacou que o fomento mercantil é uma prática universal, tanto que outros países já têm o segmento como atividade regulamentada por lei. Ele frisou ainda a im-

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portância de conseguir no Congresso Nacional a promulgação de uma lei, que defina o que venha ser o fomento mercantil, e a normatização da terminologia factoring. “É necessário que procuremos atenuar as consequências dos conflitos e os pilares que constituem o fomento mercantil. Por isso, eu insisto é preciso usar a terminologia adequada.” Para evitar causas errôneas e defesas mal conduzidas na Justiça é necessário que o factoring tenha uma terminologia própria, acrescentou. “E o Poder Judiciário seria o depositário desses atritos. Se nós queremos um instituto de factoring que se estabeleça, é bom que comecemos uniformizando a terminologia. A máquina judiciária custa cara e quem paga é o nosso imposto.” Segundo Uyeda, cada ministro do Superior Tribunal de Justiça tem recebido mil processos por mês e são julgados no máximo de 10 a 15.“O fomento mercantil não deixa de sofrer percalços, então é necessário que o setor tenha consciência de suas dificuldades e importância do seu segmento.” O ministro destacou o factoring como um setor da economia que tem raízes no próprio desenvolvimento da humanidade, já que a própria história da humanidade está ligada ao crédito. “Onde existe crédito, as crises são superadas, e o pequeno e médio empresário não conseguem se manter ou fazer novos negócios se não houver a concessão do crédito.” De acordo com o jurista, as relações sociais são a confiança na concessão do crédito. Alguém concede o crédito na expectativa de que aquele crédito retorne. “Ser humano nenhum consegue viver sozinho, dependemos uns dos outros, onde há direito, há sociedade. Sem essa união não se consegue o desenvolvimento.” As micro e pequenas empresas são as que mais necessitam do fomento financeiro proporcionado pelas empresas de factoring, disse Uyeda. “O fomento mercantil possibilita de forma direta, ao pequeno industrial, receber à vista o que receberá a prazo. É uma atividade lícita,


que tem que ser prestigiada.” O fomento das pequenas e médias organizações é de crucial importância para o desenvolvimento econômico do país. “Quem impulsiona a economia são os pequenos e médios empresários, e nisso a empresa de factoring está constituída para fornecer o crédito para essas empresas.” “Grandes obras públicas do governo geram riqueza no país, mas não são esses projetos que impulsionam a economia, quem constrói é essa imensa massa de anônimos que vem da iniciativa privada”, defendeu o ministro, ao complementar que o fomento mercantil faz parte deste desenvolvimento, pois fornece o crédito através da compra do creditício para outra empresa. “O factoring é o cimento que solidifica as relações de confiança entre os pequenos empresários e isso também passa na Constituição. Então, dizer que a atividade de fomento é menor é também um desconhecimento desconstitucional.” O ministro elogiou a realização do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil por mostrar a importância do fortalecimento da categoria. “Minha imensa satisfação em estar em solo gaúcho, conhecendo pela primeira vez o Rio Grande do Sul. Estou satisfeito de verificar que o povo gaúcho é um povo destemido, bravo, que abre fronteiras, orgulhoso de sua cidadania e sua cultura. É o único Estado que preserva as suas origens.”

“O fomento mercantil possibilita de forma direta, ao pequeno industrial, receber à vista o que receberá a prazo. É uma atividade lícita, que tem que ser prestigiada.”

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14 O gerente comercial deve monitorar risco e fidelizar clientes

Mudar

Carlos Alexandre de Braga Almeida, Consultor de Empresas

“Falo sobre um assunto que se tornou muito importante na minha vida, pois estou envolvido direto e indiretamente no setor de fomento mercantil desde 1994, quando organizei a minha empresa de factoring”, declarou o empresário e professor, Carlos Alexandre de Braga Almeida, na abertura da sua palestra “A importância do Gerente Comercial na Relação com o Cliente”. Afinal, qual é a sua importância? Pois é este profissional, seja ele um gerente comercial sênior, júnior ou trainee, quem vai conquistar e manter os clientes da empresa. Portanto, será o ven-

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dedor da sua factoring, definiu Almeida. “O gerente comercial faz a interface entre o cliente e a factoring e monitora os negócios feitos, por isso, é preciso que as empresas possibilitem a sua ascensão profissional.” Segundo o professor, o gerente comercial precisa achar sempre uma maneira de aprimorar a carteira de clientes, fazê-la de forma compromissada e gerando perspectivas positivas para a empresa. Para ser um qualificado gerente comercial, Almeida apontou que são necessários alguns requisitos fundamentais. Este profissional deve ser proativo, equilibrado, perseverante, seguro e prudente, além de engajado. Sem contar que é preciso ter conhecimentos da empresa, do mercado e do cliente. “Ele deve acordar de manhã cedo, superar os seus problemas, correr atrás, visitar os clientes, ser equilibrado quando receber a nossa pressão e do cliente, e ter prudência – na dúvida, não fazer uma operação”, pontuou. Porém, não deve nunca ser confundido com o analista de crédito, que é o proprietário da factoring, alertou Almeida. O gerente comercial deve sim, monitorar o risco e a fidelização do cliente, além de realizar visitas mensais e relatórios, além de contribuir na gestão da empresa-cliente. “O comercial precisa visitá-lo mensalmente, ter uma boa relação, conhecer a sua realidade e passar para o analista.” O seu papel é ser vendedor, assessor da diretoria e consultor do cliente. “A factoring é uma empresa que o produto é o dinheiro, se não tiver uma equipe boa, o negócio não vai funcionar.” A gestão do setor comercial em uma factoring deve traçar objetivos e metas, ter regras e condições bem definidas, um constante recrutamento e seleção, uma equipe liderada, um controle de resultados e um replanejamento de objetivos e metas. “O gerente comercial permanecerá enquanto estiver gerando resultados satisfatórios para a empresa e para ele.”

Agora, saiba como conquistar

Quem vai conquistar e manter o cliente é o gerente comercial, mas para conquistá-lo três são os itens, que vão desde os preços, os fatores competitivos e as diferenciações, que precisam conter, dentre


outras coisas, bom atendimento, agilidade e crédito. “Uma factoring é como outra empresa qualquer, tem um setor comercial e a relação com o cliente precisa ser diária, pois a única pessoa que coloca o dinheiro dentro da empresa é ele. O cliente é a peça mais importante do negócio”, frisou o empresário e professor, Carlos Alexandre de Braga Almeida. De acordo com Almeida, uma empresa de fomento mercantil que deseja crescer precisa também procurar clientes novos e substituir quem não interessa mais. Além disso, é preciso definir quais serão os setores que vão trabalhar para prospectar os clientes novos. E como atrair esses novos clientes? Segundo Almeida, “nas empresas financeiras, o melhor marketing é o boca a boca, outra maneira de chegar nos possíveis clientes é divulgar a empresa. Indicações também, usamos o tempo inteiro”. O crédito para empresas de fomento mercantil é função direta da viabilidade dos negócios e a relação de confiança com o cliente é fundamental neste processo. Conforme o empresário, é preciso fazer os seguintes questionamentos: Que confiança nós temos nas informações passadas pelos clientes? E que informações temos quanto à evolução dos negócios daquela empresa? Almeida pontuou que a venda não se encerra com a entrega do dinheiro. É fundamental o monitoramento do crédito, e a venda se encerra quando o dinheiro volta acrescido do ganho da empresa de fomento mercantil.

“O gerente comercial permanecerá enquanto estiver gerando resultados satisfatórios para a empresa e para ele.”

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As perspectivas da economia global

Fraquelli traça um panorama sobre a economia no mundo e o impacto no Brasil.

Prof. Antonio Fraquelli, Economista

“É preciso estar preparado com o dia a dia da informação, a economia do Rio Grande do Sul é hoje o centro do Mercosul.” O alerta foi do professor e economista, Antonio Carlos Fraquelli, na sua palestra “As perspectivas para a Economia Global e o Impacto sobre o Brasil e o Rio Grande do Sul”, ao traçar um panorama

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sobre a trajetória e o crescimento da economia brasileira e mundial. No início dos anos 90, explicou Fraquelli, a economia global fez um upgrade com a vinda de um imenso contingente populacional para a economia de mercado. E a consolidação dessa nova realidade implicou a abertura econômica para as demais economias, a fim de viabilizar a absorção dos bens produzidos e dos serviços prestados no plano global. A nova economia viabilizou um avanço no ritmo de crescimento dos Estados Unidos, a presença do Consenso de Washington em âmbito mundial e o reformismo do século XXI. No Brasil, a transição da economia dos anos 70, 80 até os dias atuais aponta para um mundo capitalista, com um grande contingente populacional, traçou o economista. Na década de 90, com o surgimento da globalização, se consolida uma nova economia, com a abertura do capitalismo. Nos anos 2000, começa a se separar a velha e a nova economia. Com a crise da nova economia e a retomada do crescimento dos Estados Unidos começam a ocorrer mudanças significativas que o economista numerou que vão desde a valorização das empresas da internet; a ruptura da bolsa de Nova York; a desaceleração da economia dos Estados Unidos – 2001 a 2002; as taxas de juros são reduzidas para o menor patamar nos últimos 40 anos, é a semente da crise de 2008; o aquecimento e a alavancagem do setor habitacional e a economia passa à crescer a taxa de 5,0 ao ano – 2004-2007. Com o crescimento econômico mundial, o produto mundial cresceu 5,1% em 2007. “Na verdade, foram quatro anos consecutivos, entre 2004 e 2007, com crescimento médio anual em torno de 5,0 % ao ano.” Conforme Fraquelli, o desempenho das economias avançadas foi em 2008, de 0,4% nos Estados Unidos, 0,6% área do Euro e -1,2% no Japão. As economias emergentes apontaram um desempenho em


2008, que registrou 5,1% no Brasil, 9,6% na China, 7,3% na Índia e 5,6% na Rússia. Com um mundo em recessão, em 2009, as economias avançadas como os Estados Unidos tiveram um desempenho na economia de -2,4%; e o Japão de -5,2. As economias emergentes como o Brasil foi de -0,2% e da China de 8,7%. “Quando a economia americana recua, nós passamos a nos preocupar. O crescimento tímido foi à quebra do crescimento americano.”

As previsões econômicas Conforme Fraquelli, as previsões para 2010 indicam que o mundo teve um crescimento de 4,6%. “O crescimento se deve à economia avançada, em que o Brasil teve uma grande conquista da estabilidade, e um incentivo do governo para a construção civil, produtos automotivos e motocicletas.” Em países de economias avançadas, como os Estados Unidos, foi um crescimento de 3,3% e uma estabilidade de 2,1%; e no Brasil um crescimento de 7,1% e uma estabilidade de 5,1%. Em termos de Produto Interno Bruto (PIB), no ano de 2009, o Brasil teve um desempenho de -0,2% e o Rio Grande do Sul de -0,8%. Na agropecuária, o Brasil teve um desempenho de -5,2% e o Rio Grande do Sul de 1,2%; na indústria de -5,5% e o Rio Grande do Sul de -5,3%. Nos serviços, de 2,6% no Brasil, e 0,9% no Rio Grande do Sul, para 2011, a estabilidade dos Estados Unidos será de 1,7% e o Brasil de 4,6%. “Em 2014, é preciso superar a crise da dívida na Europa. Já o Brasil estabilizou a economia e esperamos mais harmonia nas nossas economias e emprego no Brasil.”

“O crescimento se deve à economia avançada, em que o Brasil teve uma grande conquista da estabilidade, e um incentivo do governo para a construção civil, produtos automotivos e motocicletas [...]”

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O que esperar da política brasileira?

Diego Casagrande, Jornalista

vou procurar traçar alguns panoramas que nós já vivemos”, pontuou o jornalista. Segundo ele, sempre que se aproxima o período eleitoral a população fica indignada com o desconhecido, com dúvida, insegurança e indefinição, e isso gera medo e angústia. “Há muito o que fazer na América Latina e no Brasil também. A resolução de muitos problemas passa pelos nossos homens públicos, os governantes”, argumentou Casagrande. De acordo com a publicação do The Wall Street Journal, o Brasil fica em 113º em ranking de liberdade econômica/2010, atrás de Mali, Azerbaijão, Moçambique e Filipinas. “Estamos em 113º em liberdade, considerando todo o arcabouço jurídico. Em 1980, a China estava atrás do Brasil no índice de liberdade econômica e agora o Brasil está na rabeira da liberdade econômica.” A revista The Economist publicou recentemente que a América Latina não poupa, não investe, não educa e não inova o suficiente. A produtividade está crescendo mais devagar do que em outras partes do mundo e a legislação acaba criando mão de obra informal, acredita a revista. “Resolver esses problemas requer que os líderes políticos da América Latina redescubram um apetite por reformas.”

O que melhorar? O que a política reserva para o Rio Grande do Sul e para o Brasil nos próximos anos? É um questionamento que a sociedade faz principalmente neste ano de eleições, e que se tornou tema da palestra, ministrada pelo jornalista Diego Casagrande. “Acompanho a vida política há 20 anos e sou um indignado, portanto

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Para melhorar muitos problemas vividos no Brasil, Casagrande apontou quatro pontos importantes que precisam de mais investimentos e engajamento dos homens públicos, que vão desde a educação, economia, segurança e combate à impunidade. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2009, apontam que cerca de menos de 10% da população, a partir de 15 anos, é analfabeta pura, ou seja, não sabe ler e escrever. E menos de 20,3% são analfabetos funcionais, representando um 1/5 da população, portanto 1 em


cada 5 brasileiros não sabe interpretar textos e fazer cálculos básicos de matemática. O site EconomiaBr divulgou que no setor econômico, de 1930 a 1980, o Brasil cresceu em média 6% ao ano, triplicando a participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. De 1981 e 2009, - 2,7 % ao ano de crescimento, em média. E a participação do Brasil no PIB mundial caiu de 3,9% para apenas 2,7%. O terceiro ponto, que é a segurança, o Mapa da Violência traçado pelo Ministério da Saúde, informa que ocorreram 512 mil assassinatos em 10 anos, de 1997 a 2007. “Isso é um índice de Vietnã. É um problema que precisamos enfrentar e não enfrentamos”, frisou Casagrande. O quarto e último ponto é a impunidade brasileira que deixa homens corruptos sem punição, como o caso do ex-prefeito de São Paulo e deputado federal, Paulo Maluf, incluído na lista dos procurados pela Inrterpol, que é uma espécie de polícia internacional. “O único lugar no mundo que o Maluf pode ficar é no Brasil, em outros países, ele é preso”, disse o jornalista. O palestrante citou homens corruptos que receberam punição, como o caso do então governador de Illinois, Rod Blagojevich. Ele foi preso pela polícia do FBI, acusado de corrupção, ao tentar tirar vantagem da possibilidade de indicar o substituto de Barack Obama ao Senado. Além do antecessor de Blagojevich, também preso por corrupção, George Ryan. Segundo Casagrande, o estudioso e professor Stephen Kanitz relata que as nações com menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores e fiscais formados e treinados. A Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100 mil habitantes, por exemplo. Nos países efetivamente auditados, a corrupção é detectada no nascedouro ou quando ainda é pequena. Já o Brasil é um país com um dos mais elevados índices de corrupção, segundo o World Economic Forum, possuindo somente oito auditores por 100 mil habitantes. Para conseguir os mesmos níveis de lisura da Dinamarca e da Holanda é preciso formar e treinar 160 mil auditores. “A corrupção é grande no Brasil, porque não tem processo de auditoria”, pontuou Casagrande.

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“Nós somos escravos de um Estado perverso e precisamos nos rebelar contra isso, para os nossos filhos e nossos netos.”

Quem são os favoritos? A pesquisa Datafolha indica Dilma Rousseff (PT) na liderança para presidente da República com 50% da preferência. “Acredito que Dilma ganhe e Lula volte para ficar mais oito anos.” No Rio Grande do Sul, a pesquisa apontou o também petista Tarso Genro. Para finalizar, Casagrande falou da ditadura vivida no país, onde têm todos os componentes de uma democracia clássica, com voto amplo, imprensa livre, mas sempre o mesmo grupo de políticos ganha. “Nós somos escravos de um Estado perverso e precisamos nos rebelar contra isso, para os nossos filhos e nossos netos.”

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Estratégia em primeiro lugar

Estratégia, inovação e talento: o trio do crescimento pessoal e profissional.

Prof. Valdez Ludwig, Consultor Empresarial

“Com o surgimento da Revolução Industrial não se separou o trabalho da vida.” A mensagem do professor e consultor empresarial, Waldez Ludwig foi um alerta de que para as pessoas gostarem do trabalho é preciso, acima de tudo, existir respeito entra as hierarquias. “Se você der uma chance para o seu funcionário ter

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uma ideia, ele vai gostar de trabalhar.” Na palestra motivacional “Estratégia, Inovação e Talento para o Crescimento Pessoal e Empresarial”, o palestrante brincou com a plateia e explicou aos participantes como colaboradores e empresários podem crescer e evoluir desde que se tenha em primeiro lugar uma boa estratégia. “Quem controla a situação hoje é o consumidor”, por isso, segundo ele, o crescimento de uma empresa resulta dos valores para o cliente, pelo menor valor, agregado a cinco conceitos importantes: a inovação, o conhecimento, o talento, a informação e a liderança. “O objetivo é crescer e para crescer tem que ter resultado, aumentar o valor percebido, pelo menor valor possível. O cliente tem que sair levando vantagem ou ter o sentimento que vai levar a vantagem.” Ludwig explicou que a inovação é o grande fator da competitividade e só ocorre quando se tem conhecimento e talento. “Não adianta uma pessoa muito competente sem ser talentosa. A inovação é a criatividade com utilidade. Gerar valor a partir de uma ideia.” E com uma inovação estratégica, ele apontou que é possível explorar o futuro para compreender as transformações dos cidadãos e identificar novas oportunidades de negócio. E como inovar?, perguntou Ludwig. Com transformação, sofisticação, modernização, otimização e solução. “Às vezes, a inovação não é no produto é na missão ou no cliente”, acrescentou. Além de contar com um ambiente inovador. “Tem que montar um ambiente propício à inovação, informal e normalmente normalizado.” Para existir inovação, é preciso ainda um bom líder, que saiba transformar ideias em ações, liberando a energia de todos para realização de um sonho coletivo. “O líder tem um papel social.” Para ser um bom líder é preciso também implantar uma gestão orgânica, ou seja, “uma gestão que não faça mal à saúde das pesso-


as”, brincou Ludwig. Ele disse que conseguir esse modelo de “gestão bacana” é preciso que não tenha “veneno, aditivo e conservante, sem fofoca, e sem subir na cabeça dos outros”. A liderança precisa ainda aceitar as diversidades, pois quem ainda tiver algum tipo de preconceito, como, por exemplo, em relação a opção sexual e raça, será banido pela sociedade, disse Ludwig, ao acrescentar que as empresas precisam ter diretorias com diversidades, com uma gestão socialmente responsável, colaborativa, não competitiva, com poder de conhecimento, sustentabilidade, liderança compartilhada e valorização ética. Para um líder colocar em prática todas essas questões, é preciso ter junto a ele uma equipe de colaboradores, que forme um time de futebol talentoso. “Talento é qualquer pensamento, sentimento e comportamento produtivo que quando aplicado, traga essência, simplicidade, melhoria, pureza e harmonia.” E ao finalizar a palestra, Ludwig trouxe a seguinte mensagem: “Quando o trabalho é um prazer, a vida é uma alegria. Quando o trabalho é um dever, a vida é escravidão.”

“Às vezes, a inovação não é no produto é na missão ou no cliente”

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Qualificar é preciso

O SINFAC/RS tem promovido diversos cursos aos seus associados. Então, saia um pouco da sua factoring e busque o conhecimento. Sem treinamento não tem evolução e muito menos profissionalização. Por esta razão, o SINFAC/RS tem promovido cursos diversificados para os seus associados, pois é preciso sair um pouco de dentro da factoring e respirar novos ares que levam ao conhecimento. Então, para o profissional de fomento mercantil que deseja se capacitar, as opções de treinamento são gratuitas e abordam temas como gestão, contabilidade, comportamento, atendimento ao cliente, aspectos jurídicos, contratos, entre outros assuntos direcionados ao segmento. “Cobrança e Recuperação de Valo-

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res no Fomento Mercantil” foi o primeiro curso ministrado pelo assessor Jurídico da entidade, Alexandre Fuchs das Neves, no primeiro semestre de 2010. O objetivo era identificar, de forma prática, os tipos de devedores e seus respectivos comportamentos. Segundo o advogado, o principal problema encontrado pelos empresários não se constitui na inadimplência, mas sim no golpe. No curso “Prevenção dos Riscos Jurídicos para Factorings”, Neves deu dicas importantes para não cair na conversa de um possível golpista e evitar futuros problemas na Justiça. Numa iniciativa pioneira, a entidade promoveu o curso “O COAF e o Setor de Fomento Mercantil”, primeiro direcionado aos diretores do SINFAC/RS e a segunda edição para os associados. Neves esclareceu sobre a prevenção e combate a lavagem de dinheiro, bem como a Resolução 13/2005, já que muitas vezes o operador de fomento mercantil, absorvido pelos seus negócios e preocupado em não sofrer um golpe, acaba não observando as regras impostas pela Reso-


lução do COAF. O advogado informou que o SINFAC/RS, juntamente com o SINFAC de São Paulo, foram os primeiros sindicatos de fomento mercantil a visitar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), e o objetivo é fazer deste curso algo permanente na entidade. Para desvendar os mecanismos por detrás da composição Selic e orientar na sua aplicação prática no dia a dia das factorings, o assessor da Presidência do Sindicato, Carlos Damasceno, orientou a respeito do aumento da Selic e os reflexos para as empresas de fomento mercantil. “Noções Básicas sobre Factoring” foi outro tema ministrado por Damasceno, juntamente com o assessor Jurídico da entidade, Alexandre Fuchs das Neves. Os representantes do Sindicato demonstraram de forma prática conceitos, terminologias utilizadas na atividade, aspectos sobre processos, atendimento, cadastro e registros de clientes. Também foram explicados temas referentes a legislação e segurança jurídica para empresas do segmento. As reuniões-almoço realizadas pela entidade também são a oportunidade de levar ao cardápio dos associados a capacitação. Um tema que gerou muita discussão entre os empresários foi o SPED - Sistema Público de Escrituração Digital, que teve como instrutor o consultor da FECOMÉRCIO-RS e advogado, Rafael Borin, especialista em Direito Tributário. Para quem trabalha em uma empresa de fomento mercantil, saber noções sobre contabilidade é essencial para o desenvolvimento do trabalho. Pensando nisso, aconteceu o curso “Contabilidade para Não Contadores”. Com o objetivo de capacitar pessoas a desenvolver trabalhos de prospecção, de administração de negócios e de análise de crédito nas empresas, aconteceu o curso “Análise de Crédito nas Empresas de Fomento Mercantil e Capacitação de Gerentes Comerciais”, com Carlos Alexandre de Braga Almeida.

Motivação também é preciso Num clima descontraído e de confraternização entre os participantes, o conferencista e consultor empresarial, professor Lauro Willy Schoedler, ministrou o curso “A Competitividade - Habilidades e Técnicas Essenciais”, que ensinou como ser competitivo e ter equilíbrio emocional no ambiente de trabalho. Schoedler ministrou também o curso “Atendimento e Telemarketing para Factoring”, que abordou o benefício da inteligência comportamental. “No mundo de hoje é muito fácil descartar”, contou, revelando que no segmento de factoring a insatisfação pode acabar com um negócio. “Vamos fazer ele [o cliente] se sentir bem”, ressaltou.

Interiorização

tos mostrados, temas presentes no cotidiano da atividade de factoring, como análise de crédito, uso de ferramentas tecnológicas, questões jurídicas e assuntos como Aspectos Econômicos, os Contratos do Fomento Mercantil e o COAF. Somente em 2010, as Caravanas do Fomento aconteceram nas cidades de Santa Maria, Passo Fundo, Novo Hamburgo e Caxias do Sul, sendo que em dezembro teremos em Santa Cruz do Sul.

Confira os eventos 25 de outubro - O COAF e o setor de Fomento Mercantil no Hotel Swan Tower em Novo Hamburgo. 09 de novembro - Reunião - Almoço, com Eduardo Tevah no Restaurante Dado Bier no Bourbon Country. 24 de novembro - III Encontro de Advogados de Factoring no Hotel Deville. 11 de novembro – Confraternização de Final de Ano – Theatro São Pedro – Apresentação do espetáculo Homens de Perto 2. 26 de novembro - O COAF e o setor de Fomento Mercantil no Hotel Swan Tower em Porto Alegre. 03 de dezembro - Festa de Final de ano em Santa Cruz do Sul. 08 de dezembro - Planejamento Estratégico para Empresas de Factoring.

A Caravana do Fomento do SINFAC/RS tem percorrido as cidades do interior do Estado para levar conhecimento aos seus associados. A primeira caravana embarcou em Novo Hamburgo. Dentre os assun-

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Passo Fundo: polo de economia e cultura Considerada um polo de desenvolvimento econômico e social, Passo Fundo é a maior cidade no Norte e está entre as dez mais populosas do Rio Grande do Sul. Referência de recursos nas áreas de saúde, educação, prestação de serviços, emprego e moradia, é um importante polo rodoviário, por onde cruzam as principais estradas de ligação norte-sul (Br-153) e leste-oeste (BR-285), ligando-se à capital gaúcha pela BR-386 e RS-324. Com uma população de cerca de 183 mil habitantes, também é conhecida como a Capital do Planalto Médio Gaúcho. A educação e a literatura são pontos fortes na cidade que abriga a Universidade de Passo Fundo (UPF), que, reconhecida nacionalmente pela sua qualidade de ensino, possui mais de 16 mil acadêmicos. A instituição é sede, inclusive, de um dos maiores encontros literários do Brasil, a “Jornada Nacional de Literatura”, que a cada dois anos traz escritores e intelectuais de diversas partes do mundo. A repercussão nacional do evento lhe conferiu em 2006, pelo presidente da República, a Cidade Nacional da Literatura. Pelas suas ações de incentivo à leitura, realiza anualmente a “Feira do Livro de Passo Fundo” que oferece à comunidade obras de artistas locais e regionais, propiciando o intercâmbio entre autores, editoras e leitores de múltiplas linguagens.

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Desde 2001, promove ainda para o público-infanto juvenil a “Jornadinha Nacional de Literatura”. Por desenvolver também um forte trabalho artístico e cultural, Passo Fundo é reconhecida dentro e fora do país. A cidade é palco do “Festival Internacional de Folclore”, que apresenta espetáculos de dança e música, de grupos de diversos países e estados brasileiros, atraindo todos os anos um público de aproximadamente 150 mil pessoas. Com a finalidade de preservar a cultura e o folclore gaúcho e a integração entre os países do Mercosul, realiza o “Rodeio Internacional de Passo Fundo”. Dentre os demais eventos culturais são promovidos o “Campeonato Mundial de Bocha” com a participação de representantes, além do Brasil, de países como África do Sul, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Suíça; além do “Passodança”, integrando academias, escolas, grupos e profissionais que trabalham com a dança; entre outras atividades culturais.

Fomentando a região O desenvolvimento econômico de Passo Fundo, além de ser fomentado pelos diversos eventos culturais, que impulsionam o turismo da região, tem a sua base econômica concentrada basicamente na agropecuária e no comércio, principalmente o varejista, e de serviços, responsável pela maior parte dos empregos gerados localmente. A economia também é fomentada pelas empresas de fomento mercantil que geram empregos e atendem pequenas e médias empresas da Região de Passo Fundo. Com o objetivo de contribuir com a qualificação dos profissionais de factoring da Região e da comunidade acadêmica de Passo Fundo, o SINFAC/RS promoveu um curso para abordar a respeito dos Aspectos Econômicos, os Contratos do Fomento Mercantil e o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ministrados pelo vice-presidente do Sindicato, Marcio Aguilar e pelo assessor Jurídico, Alexandre Neves. A capacitação aconteceu, em agosto, gratuitamente, aos alunos


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da Faculdade Meridional (Imed), em Passo Fundo e para associados da entidade.

Conheça o turismo Para fomentar o turismo, a cidade conta com diversas opções, que vão desde museus, igrejas históricas, parques, praças, monumentos, biblioteca, cinemas, entidades tradicionalistas e teatro. E para quem ainda não conhece os atrativos turísticos de Passo Fundo, aí vão algumas opções. Um acervo de artefatos indígenas, fotografias e peças da história local e regional pode ser conhecidos no Museu Histórico Regional; para quem gosta da cultura contemporânea tem o Museu de Artes Visuais Ruth Schneider. Além dos museus, o Zoobotânico Augusto Ruschi, que mantém coleções do patrimônio natural da região; do Imigrante Leonardo Da Vinci, que reúne peças doadas por famílias de imigrantes italianos, e o Paixão Côrtes, que possui um acervo de indumentárias e objetos que contam a história do gaúcho. Entre os pontos turísticos mais visitados está a “Praça do Teixeirinha” - onde se encontra o monumento em homenagem ao conhecido cantor tradicionalista Victor Mateus Teixeira, o Teixeirinha. Outros locais que atraem a atenção dos turistas são a Praça Marechal Floriano, principal praça do município e cartão-postal da cidade, onde se encontra a ‘Cuia de Passo Fundo’, símbolo oficial da cidade; o Parque Turístico da Roselândia, que possui uma região coberta de vegetação nativa, com declives acentuados, onde está uma bela cachoeira formada pelo riacho Paiol da Telha; entre outras opções como a Catedral Nossa Senhora Aparecida, parque rural Reserva Maragato, Monumento das Missões, Chafariz da Mãe Preta, Largo Cavaleiros do Mercosul e Teatro Municipal Múcio de Castro. Para mais informações sobre o turismo e a cultura da cidade estão à disposição dos visitantes na cidade “Os Postos Avançados de Informações”, que orientam sobre o turismo, locais para hospedagem, lazer e compras na cidade.

Conheça as factorings na região de Passo Fundo Passo Fundo Basso Basso Fomento Mercantil C & C Fomento Mercantil C.G. Fomento Cifra - Fomento Mercantil Confidence Fomento Mercantil Fomento Mercantil Somma Galha Azul Fomento Mercantil Jnv Fomento Comercial Libra Fomento Mercantil Lira Factoring e Assessoria Mercantil Sigma Fomento Mercantil Sucesso Serviço de Fomento Mercantil

Erechim Bernardi & Basso Ouriel Fomento Mercantil Solucred Fomento Mercantil

Lagoa Vermelha ARM Factoring Ltda Credilagoa Fomento Mercantil Ltda

Carazinho Solitrevi Consultoria e Administração

Soledade VGL Fomento Mercantil

Vacaria Sham Factoring Fomento Mercantil

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III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil traz palestrantes de renome nacional

Com o slogan “Venha conhecer o que há de novo no Fomento Mercantil”, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, promovido pelo SINFAC do Rio Grande do Sul, mostrou aos seus mais de 300 participantes que além das novidades sobre o segmento de factoring, a qualificação e a capacitação de seus associados são metas primordiais da entidade. O encontro, que reuniu nos dias 10 e 11 de setembro empresários e profissionais das empresas de factoring, autoridades do Judiciário,

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presidentes de Sindicatos de Fomento Mercantil e representantes da Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (ANFAC), trouxe para a capital gaúcha palestrantes de peso, como os ministros do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Gomes de Barros e Massami Uyeda. O evento realizado no Hotel Deville teve como apoiadores a ANFAC, o Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Mato Grosso do Sul, a Fundação Escola Superior de Direito Tributário e as empresas Hedge e OrderBy. A apresentação do encontro foi feita pelo cantor nativista Neto Fagundes, e os hinos, nacional e rio-grandense, executados por Ernesto Fagundes e Leandro Rodrigues. Prestigiaram a abertura do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil os desembargadores do Tribunal de


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Evento é sucesso de público

Justiça do Estado, Orlando Heemann Júnior e Otávio Augusto de Freitas Barcellos; o vice-presidente do Sistema Fecomércio-RS e diretor do SINFAC/RS, Olmiro Lautert Walendorf; e os vice-presidentes dos SINFACs de São Paulo, Pio Daniele; do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, Marcelo Martins Gentil; do Centro - Sul Santa Catarina, Sérgio Dagostim; e do Paraná, José Goes. O presidente do SINFAC/RS, Olmar Pletsch, destacou o crescimento do setor na economia gaúcha, com mais de 1.000 empresas, fazendo girar R$ 9 bilhões por ano, e o empenho de todas as pessoas que contribuíram para o sucesso do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil e dos demais já realizados. “Neste conjunto bastante heterogêneo de pessoas, não poderíamos deixar de mencionar os palestrantes que se dispuseram a compartilhar o seu conhecimento sobre questões relevantes ao nosso segmento e os representantes das instituições que apoiaram o encontro.” O dirigente, apesar das diferentes e valiosas contribuições desse conjunto de pessoas, ressaltou um fator comum a todas elas, o compromisso com a evolução do setor, “o que é, a nosso ver, a principal contribuição”. Para o presidente do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, Rodrigo Librelotto, “foi uma honra fazer parte do grupo de pessoas que organizou o evento. A cada encontro nós construímos um alicerce para a nossa sustentabilidade com integração, riqueza de conhecimento e a busca constante da qualificação”. Librelotto também agradeceu

a todos os associados, ao grupo de pessoas que fez parte da organização do evento (Letícia Pletsch, Flávia Lersch, Luciano Caetano, Alexander Bley e colaboradoras) e à liderança do presidente Olmar Pletsch, que lhe incumbiu a responsabilidade de presidir o terceiro encontro. “É emocionante e este momento ficará marcado para o resto da minha vida.” “Nesses 19 anos de existência do SINFAC do Rio Grande do Sul, temos participantes de todo o Brasil para confraternizar conosco o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil”, disse o vice-presidente do SINFAC/RS, Marcio Aguilar. O dirigente acredita que foi atingido o objetivo de reunir empresários e profissionais do setor para discutir o fomento mercantil e as perspectivas em nível estadual e nacional. “Defendemos os nossos ideais e todos estão de parabéns por este evento.”

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O presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, lembrou que para consolidar um projeto coletivo e verdadeiro, que mobilize e impulsione para uma atuação profissional melhor e mais abrangente, é preciso estreitar cada vez mais os laços de união de todos que integram o sistema de fomento mercantil. “A trajetória de credibilidade e representatividade do fomento mercantil é sustentada pela atuação regional dos SINFACs no apoio às empresas de factoring. Com muito orgulho, como sócio-honorário número um do SINFAC/ RS, tenho o privilégio de dar o meu abraço afetuoso a todos e desejar-lhes muito sucesso.” Para o desembargador Orlando Heemann Júnior, ter sido convidado para

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participar pela segunda vez do Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil foi uma satisfação. Ele citou como exemplo a palestra sobre ética empresarial na prevenção e combate à corrupção que teve um papel muito importante para conscientizar as empresas para o seu papel social. “O tema combate à corrupção sempre é importante ser lembrado e debatido.”

Sindicato gaúcho completa 19 anos Para comemorar os 19 anos do SINFAC do Rio Grande do Sul, aconteceu no primeiro dia do evento, um Jantar de Confraternização com um show de uma das figuras mais engraçadas do regionalismo gaúcho, o Guri de Uruguaiana, que animou o encontro. O presidente do SINFAC de São Paulo, Pio Daniele, destacou que o evento é um sucesso a cada ano que passa. “O SINFAC/RS é o Sindicato mais antigo, agradeço a nossa parceria e parabenizo o evento.” O presidente do Sindicato paulista inclusive foi homenageado pelo SINFAC/RS durante o evento. “Estou muito emocionado com esta


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Comissão Organizadora do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil. Letícia Pletsch, Rodrigo Librelotto (Presidente do Encontro) , Luciano Caetano e Alexander Bley

homenagem. O presidente Olmar conduz uma gestão maravilhosa e a alternância é muito importante. Vejo novas lideranças surgindo aqui, com muito profissionalismo.” Segundo o presidente do SINFAC/CS Centro Sul, de Santa Catarina, Sérgio Dagostim, o encontro foi espetacular e merece o apoio de todas as factorings do Brasil. “Nós, em Santa Catarina, fizemos um gol de placa, ao assinar um contrato de cooperação técnica com o SINFAC/RS em dezembro último, em que os nossos associados podem usufruir dos cursos da entidade gratuitamente.” Ele pontuou também a formação da primeira turma de MBA em Factoring, no estado de Santa Catarina, graças ao convênio assinado com a Faculdade dos Imigrantes (FAI), de Caxias do Sul, que formou 25 alunos no final de 2009. O presidente do SINFAC do Paraná, José Goes, defendeu que a aproximação das empresas de factoring vem provocar cada vez mais a conscientização empresarial para que as pessoas que atuam no segmento sejam realmente profissionais do fomento mercantil. “O SINFAC/RS é uma espécie de modelo, fazendo escola para os demais SINFACs do país”, parabenizou.

“A cada encontro nós construímos um alicerce para a nossa sustentabilidade com integração, riqueza de conhecimento e a busca constante da qualificação.” Revista SINFAC/RS • Outubro/Novembro 2010


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Jantar de confraternização

“Neste conjunto bastante heterogêneo de pessoas, não poderíamos deixar de mencionar os palestrantes que se dispuseram a compartilhar o seu conhecimento sobre questões relevantes [...]” Revista SINFAC/RS • Ano II • Nº 9

“Eu só tenho a parabenizar a todos os componentes do SINFAC do Rio Grande do Sul, começando pelo presidente Olmar Pletsch e pelo vice-presidente Marcio Aguilar, e denominando os demais componentes da diretoria pelo III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil que a cada ano se torna melhor”, destacou o presidente do SINFAC do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, Marcelo Martins Gentil, que já havia participado do II Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil. “O evento não só em termos de organização, como a riqueza das palestras, abordando temas que trouxeram muito subsídios para o segmento de factoring, principalmente a palestra do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Massami Uyeda, que tratou não somente do tema da sua palestra como também do funcionamento do judiciário brasileiro.” No último dia do encontro, 11 de setembro, foi prestada uma homenagem ao presidente do SINFAC do Rio Grande do Sul, Olmar Pletsch, ao presidente do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, Rodrigo Librelotto; ao vice-presidente do SINFAC/RS, Marcio Aguilar; e aos demais componentes da diretoria da entidade gaúcha; e às colaboradoras do Sindicato, Carmen Lucia de Lima Martin; Clari Helena Puntel; Quelen Oliveira e Rosângela Boff Teixeira. O encerramento contou ainda com o sorteio de duas televisões LCD de 32 polegadas. As associadas sortudas foram Vitória Caetano, da Gold Fomento Mercantil, de Santo Antônio da Patrulha; e Mara Mallmann, da Fennerfac Assessoria e Fomento Mercantil, de Santa Rosa. Ângela Maria Marcon Ternes, diretora da Fox Fomento Mercan-


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Pio Daniele, Dario Tomazelli, Sérgio Dagostim e Tarcisio Zonta

til, de Canoas, apontou que entre os temas que nortearam o evento destacou a Responsabilidade Social nas empresas, a importância das factorings conhecerem a respeito do direito de regresso no segmento, e como empresários e operadores devem lidar com a alta carga tributária, sabendo aplicar taxas adequadas que resultarão em boa rentabilidade para o empreendimento. Armiro Artur Lincke, diretor da Bancredi Fomento Comercial, de Santa Cruz do Sul, lembrou o momento para convidar os associados para participar da confraternização de final de ano que será na sua cidade. “É interessante, porque sempre os eventos de final de ano são somente na Capital, e com o objetivo de reforçar a interiorização, o encontro de final de ano será também em Santa Cruz do Sul. Vamos aproveitar ao máximo todos os momentos de capacitação e confraternização que o Sindicato proporciona.” Para o operador Jorge Luiz Silveira, da Multital Fomento Comercial, de Pelotas, as palestras foram de alto nível e interligam a empresa de fomento mercantil com o seu cliente. “Parabenizo o Sindicato pelos 19 anos de dedicação, sempre em pleno crescimento, e o presidente Olmar pela qualidade em todos os eventos.” Segundo Ana Paula Felini Marchiori, diretora da Realeasy Fomento Mercantil, de Caxias do Sul, “é muito importante participar destes encontros porque é um momento de se atualizar, fazer relacionamentos com outras factorings e trocar experiências.” Ela destacou a importância da presença de ministros e desembargadores em divulgar o segmento no meio jurídico.

“É muito importante participar destes encontros porque é um momento de se atualizar, fazer relacionamentos com outras factorings e trocar experiências.”

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Melhores momentos do IIIeconomia Encontro

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Pequenas empresas

sustentam a maior força de trabalho

Enquanto médias e grandes empresas geraram pouco mais de 611 mil empregos, micro e pequenas empregam mais de 1,3 milhão de pessoas.

As micro e pequenas empresas, que são na sua maioria as empresas-clientes das factorings em todo o território nacional, são responsáveis por 70% da força de trabalho brasileira. Em agosto, os micro e pequenos negócios foram responsáveis por 299.415 mil empregos com carteira assinada. Mesmo com ligeira queda de 3,6 pontos percentuais em relação a julho, essas empresas mantêm a performance de maiores geradoras de emprego no país. De janeiro a agosto de 2010, elas criaram 1.343.479 empregos com carteira assinada, mais do que o dobro dos 611.061 gerados pelas médias e grandes. Os números são do Sebrae, extraídos da base de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Projeções da instituição apontam que, seguindo a tendência e mantidas as condições econômicas, até o fim deste ano, os micro e pequenos negócios podem gerar número superior a mais de 600

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mil empregos, alcançando mais de 2 milhões de novos postos de trabalho no ano. Já as de maior porte devem ficar com aproximadamente 500 mil novos empregos em 2010. “Os dados confirmam o papel das micro e pequenas empresas de grandes geradoras de empregos diante do desafio da maior participação desse segmento no PIB nacional por meio da maior produtividade e competitividade”, avalia o presidente em exercício do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. Para ele, esses atributos passam pela melhoria da gestão e do acesso à inovação nos processos produtivos, “de modo que o aumento do número de empregos seja acompanhado, também, da maior produtividade nas empresas de pequeno porte”. Carlos Alberto também credita os resultados aos benefícios à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), principalmente com a criação do Simples Nacional, que reduziu a burocracia e a carga tributária. “Estamos diante de um processo de consolidação da Lei Geral, que está no seu terceiro ano de implementação no país, colhendo os frutos, em especial, do capítulo sobre tributação, em que se insere o Simples Nacional”, disse. Conforme o presidente em exercício do Sebrae, o resultado alcançado pelos pequenos negócios “também está vinculado ao aumento da renda e do consumo doméstico, com os setores de serviços, construção civil e indústria de transformação impulsionando a recuperação de postos de trabalho perdidos em 2009”. “Os pequenos negócios deverão criar cerca de 80% do total de


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empregos durante todo o ano”, confirma o analista de gestão estratégica do Sebrae, Leonardo Mattar. Entre os principais setores que contribuem para esses resultados, explica, o de maior destaque é o de serviços, que deverá fechar o ano criando mais de 700 mil postos de trabalho. É seguido pela construção civil superando 400 mil. Na sequência vem a indústria de transformação, ultrapassando 350 mil. Só com os 1.343.479 empregos criados de janeiro a agosto de 2010, as micro e pequenas empresas superaram a sua própria performance durante todo o ano de 2009, quando foram as únicas que tiveram saldo positivo. No ano passado elas geraram mais de um milhão de postos de trabalho, enquanto as médias e grandes apresentaram saldo negativo com perdas de 28 mil empregos. As microempresas, aquelas com até 19 empregados, também vêm se mantendo na liderança como maiores geradoras de emprego. É delas o saldo positivo de mais de um milhão de postos de trabalho em 2009. De janeiro a agosto de 2010, elas já superaram um milhão de empregos. Destes, acima de 986,8 mil devem-se às que têm até quatro empregados e o restante àquelas que possuem entre 20 a 99 trabalhadores.

A inovação das pequenas A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assinaram dia 1º

de outubro, em São Paulo, um convênio de R$ 48,6 milhões para estimular ações empresariais de inovação. Além de sensibilizar os micro e pequenos empresários para a importância de investirem tempo e recursos na pesquisa e no desenvolvimento de novos produtos, tecnologias ou modelos de negócios, o acordo permitirá a disseminação de informações e a capacitação e o assessoramento dos interessados. Segundo o presidente em exercício da CNI, Robson Andrade, entre as principais iniciativas práticas resultantes do convênio está a criação da Rede Nacional de Inovação, composta por 27 núcleos estaduais orientados por um comitê gestor nacional. A implantação de cada núcleo estará a cargo das federações estaduais da indústria. O dinheiro firmado no convênio também servirá para, em três anos, financiar, ao menos, 3 mil pro-

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36 jetos de inovação tecnológica e capacitar 18 mil representantes do setor industrial. De acordo com o diretor-presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, uma das principais atribuições da Rede Nacional de Inovação será disseminar entre os micro e pequenos empresários informações sobre como ter acesso aos recursos públicos e privados existentes para financiar investimentos em inovação e em pesquisa e desenvolvimento. “Vamos fazer reuniões, seminários, chamar os empresários e explicar o que é inovação e como eles podem obter financiamentos para inovar na produção. Também vamos oferecer a eles consultoria e assessoria para que desenvolvam e executem projetos”, comentou Okamotto. Dos 48,6 milhões, R$ 31,6 milhões serão destinados à elaboração e ao suporte da implantação do Plano de Inovação, cuja estratégia poderá ser aproveitada na formulação de uma segunda versão do Plano de Desenvolvimento Produtivo, a

política industrial definida pelo governo federal. E R$ 4,6 milhões serão investidos em eventos de mobilização e sensibilização dos micro e pequenos empresários para a importância do tema; R$ 4,5 milhões serão destinados ao apoio de atividades dos núcleos estaduais; R$ 3,7 milhões, investidos em cursos de capacitação; R$ 3,4 milhões, na assessoria para elaboração de projetos; e R$ 567,2 mil, no monitoramento e difusão dos resultados do projeto. A assinatura do convênio teve a presença do presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que lembrou que a inovação empresarial é um aspecto importante das estratégias de negócios de sucesso, além de ser tema que vem ganhando cada vez mais destaque nas políticas industriais de quase todos os países. “Este é um tema central para o desenvolvimento do Brasil. Nenhuma economia moderna pode pensar em se desenvolver sustentavelmente sem promover muita inovação. A inovação é o grande caminho para superarmos as deficiências de competitividade e para ganharmos mercados e criarmos empregos de qualidade”, disse Coutinho, no encontro promovido pela Mobilização Empresarial pela Inovação, uma iniciativa da CNI que reúne representantes de algumas das maiores empresas brasileiras e do governo federal.

“Os pequenos negócios deverão criar cerca de 80% do total de empregos durante todo o ano” Revista SINFAC/RS • Ano II • Nº 9


A morosidade do Poder Judiciário Houve um tempo em que no Brasil podíamos afirmar com convicção: a Justiça tarda, mas não falha. Hoje, somos obrigados a admitir que a Justiça tarda e falha. O ingresso em juízo, para ver um direito sanado, tornou-se um hábito corriqueiro na vida dos brasileiros. E tamanha demanda inevitavelmente escoou na lentidão dos julgamentos, tanto pelos altos números de processos como pela escassez de material humano para julgar tantas demandas. Quando a sociedade era menos complexa e as relações mais pessoais, as decisões refletiam essa filosofia, havendo uma maior preocupação com a rapidez e o resultado. Embora pudesse haver, em alguns casos, parcialidade, a pressão social era mais direta, imediata e próxima, tornando-a mais difícil. Se o direito é o objeto da ciência jurídica, a justiça é a humanização do direito. É a colocação do homem como a medida de todas as coisas, como o fim do Estado e da sociedade. Quando o Estado perde esse indicativo, desumaniza-se e perde o escopo do bem comum, para proteger classes, categorias ou corporações. O direito nasceu para trazer a paz social, mas tornou-se um instrumento tão complicado, tão complexo e tão erudito que o homem comum, que é o seu destinatário final, o vê como um ritual secreto, exercido por sacerdotes togados, a falar um idioma

incompreensível e rebuscado e que ficam felizes diante de uma causa complexa, por suas implicações acadêmicas, mesmo que para isso o foco humano necessariamente precise ser desprezado. O incomum torna-se tão atraente que, não raro, questões singelas tornam-se complexas pela sobreposição de teorias e mais teorias que desprezam a física constatação de que a menor distância entre dois pontos é a linha. No templo da Justiça, os advogados trazem as oferendas, os juízes as colocam no altar e

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38 ao homem comum é colocado como sacrilégio imiscuir-se no ritual. O direito está em crise, porque a ética e a moral também estão. O Judiciário como instituição está em crise, porque o próprio Estado também está. A Justiça é morosa e sua demora é, em si, causadora da injustiça. Porém, a injustiça generalizada é a causa da morosidade judiciária. Contam-se com as dificuldades no acesso à Justiça e a morosidade decorrente do excesso de processos para não se cumprir, voluntariamente, com as obrigações. O “vá procurar os seus direitos” tornou-se lugar comum. Perdeu-se a vergonha de se ver reconhecido pelo Judiciário o abuso no pedir ou no resistir, como se fizesse

parte de um jogo e como se não estivesse em discussão a própria postura ética das partes. O processo tornou-se um jogo de astúcias, em que o ganhador sentir-se-á mais vitorioso quanto menos razão possuía ao início. Somado à lentidão processual é também interessante colocar na ponta do lápis os custos da cobrança judicial e avaliar a relação entre custo/benefício, antes de invocar o Judiciário. Muitas vezes, em função da morosidade processual do valor da dívida e do risco de ser julgada improcedente a ação por título inábil, é preferível que o credor amargue o seu prejuízo. Como professor universitário sempre coloco para o aluno a seguinte questão: O que é a justiça? Todos trazem uma colaboração, mas ao final afirmamos: justiça é quando o cliente ganha o que ele almeja. E ele irá até a última instância para atingir tal objetivo. Conta-se com a morosidade para postergar. O uso de meios recursais em muitos casos não traduz o uso de um direito, mas o abuso dele, e, como tal, deve ser perseguido, sob pena de incentivar-se o desrespeito pela lei e pelo próximo e o descrédito na Justiça, como instituição.

Ramon Perez Luiz, Advogado e mestre em Direito.

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