4 minute read

Mauro Rubem – Presidente da Frente Parlamentar Vacina Para Todos e Combate à Covid-19 da Câmara Municipal de Goiânia.

08

ENTREVISTA União em defesa da vacina para todos

Advertisement

Com o objetivo de propor ações para acompanhar a fiscalização da vacinação na capital, a Câmara Municipal de Goiânia lançou no dia 24 de fevereiro deste ano a Frente Parlamentar Vacina Para Todos e Combate à Covid-19. Presidida pelo vereador Mauro Rubem, ela é composta por parlamentares de vários partidos, além de representações da sociedade civil organizada como o Sindiposto e a Federação do Comércio do Estado de Goiás. Em entrevista ao Informe Sindiposto, Mauro Rubem faz um balanço da atuação da Frente ao longo do primeiro semestre.

O que motivou a criação da Frente?

Como eu sou especialista em saúde pública, uma área que eu conheço e domino desde muito tempo, vimos que era necessário constituir uma frente parlamentar para chamar a atenção e preparar mais o município de Goiânia e a sociedade civil organizada no enfrentamento à Covid 19 e pela busca de vacinas. Ela traz no nome essas duas questões, esses dois focos bem claros como motivadores. De imediato, praticamente 20 vereadores aderiram e participam ativamente. Nesse momento, nós estamos com pouca agenda, porém a participação tem sido interessante, tirando o que foi no primeiro semestre.

E como é a composição dessa Frente?

A Frente é composta por vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Goiânia e sociedade civil organizada. Nós temos um conjunto de quase 40 entidades da sociedade civil, tais como a Federação do Comércio, o Sindiposto, o Sindsaúde, a Aduf-GO, o Conselho Regional de Medicina, além de diversos outros sindicatos, associações de mães e associações de moradores. Uma coisa bem diversificada que foi determinada pelo interesse dessas entidades e grupos na pauta do combate à Covid e na busca por vacina para todos.

Qual a avaliação do Sr. sobre essa composição tão heterogênea? O Sr. considera que a Frente seja um espaço de convergência de interesses?

O objeto que unificou todos e todas foi exatamente o fato dela buscar resolver um problema da humanidade hoje aqui no município. Então nós temos gente de todos os espectros ideológicos, de todos os matizes. Gente de centro, gente da esquerda, gente à direita. O que todos aqui têm em comum é acreditar na vacina, acreditar nas medidas de proteção, na busca de caminhos para diminuir o sofrimento, tanto das pessoas, quanto também das empresas. Porque a Frente Parlamentar conversou muito também sobre como é que o poder público tinha que se comportar para poder, o que popularmente a gente falava, salvar CPF e salvar CNPJ.

E qual o balanço que o Sr. faz das ações empreendidas desde o início das atividades da Frente?

O balanço é muito positivo por conta de que nós conseguimos envolver segmentos expressivos da sociedade civil organizada. Envolvemos a própria Câmara Municipal, que nos primeiros dois meses poupou R$ 5 milhões que foram destinados para a aquisição de vacinas. Esse dinheiro foi repassado para a Prefeitura de Goiânia. Tivemos também o envolvimento da sociedade na campanha Vacina, Arte e Solidariedade para arrecadar alimentos para ajudar as famílias que precisavam, e destaco aqui uma participação expressiva da Fecomércio e do Sindiposto, na pessoa do seu presidente Márcio Andrade, que demonstrou uma adesão muito forte. A Fecomércio foi muito bem representada também pelo seu presidente Marcelo Baiocchi e pelo diretor Ademildo Godoy, que estiveram conosco. Realizamos ainda debates importantes, esclarecendo em conjunto com a sociedade o que a gente deveria movimentar em seu interesse junto à Prefeitura.

Qual a avaliação do Sr. hoje sobre a condução da crise sanitária em Goiânia?

Eu acho que poderia estar melhor. Ela está aquém do que a própria Frente Parlamentar apresentou de opções, sabe? Infelizmente. E aí eu cito várias barreiras para combater a Covid: fazer a testagem em massa, fazer o isolamento das pessoas, criar as condições para que o vírus não circule. Isso a Prefeitura de Goiânia tem demonstrado fragilidade. E a outra parte que também é muito importante no combate à Covid é a própria vacinação, que a gente não pode depositar a responsabilidade exatamente na Prefeitura porque essa era uma responsabilidade que foi, de forma irresponsável, conduzida pelo governo federal que não se preparou para comprar as vacinas. Toda essa crise da vacina que todos nós estamos acompanhando, né? O Brasil, objetivamente, poderia estar com a vacinação já muito mais avançada se tivesse imunizante disponível em quantidade na mesma capacidade que nós temos para poder aplicá-lo.

Existe um cronograma de ação previsto e quais seriam essas ações que já estão no foco da Frente?

A Frente Parlamentar está constituída para acompanhar todo esse desenrolar da pandemia que, infelizmente, não tem um horizonte para encerrar. Nosso foco agora no segundo semestre é continuar monitorando. Principalmente agora com a preocupação que nós temos com as novas variantes, qual o comportamento que tem. A Secretaria Estadual de Saúde fez um levantamento que constatou que nós já temos em Goiás cerca de 600 mil pessoas que se recusaram a vacinar. Isso é um negócio muito grave. Nós entendemos que a Frente Parlamentar deve ajudar no convencimento e na motivação para que todas as pessoas se vacinem porque, não adianta, a vacina é importante para todo mundo e não é possível abrir mão desse instrumento forte de combate à Covid que a gente tem, principalmente para salvar vidas. Então, vamos buscar uma forma de quebrar esse preconceito, essa informação equivocada, muitas vezes menosprezando o risco que a Covid representa para as pessoas, e estimular a vacinação em massa o mais rápido possível.

Mauro Rubem – Presidente da Frente Parlamentar Vacina Para Todos e Combate à Covid-19 da Câmara Municipal de Goiânia.

This article is from: